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1 MEGABOLSÃO para o ano 2013 1º ano 21/10/2012 LÍNGUA PORTUGUESA Questões 01 a 20 Texto I A arte de ouvir Rubem Alves (...) “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: “Cessa o teu canto! Cessa, que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare. Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é “Aconteceu em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores. O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. [...] Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar... 01. De acordo com o texto A arte de ouvir, a posse desse dom NÃO depende de a) parar de tagarelar. b) saber reconhecer as vozes do Vazio, do Nada. c) olhar para o chão quando o outro fala. d) saber escutar as vozes do silêncio. 02. Assinale a alternativa em que, para o autor, o silêncio NÃO é positivo. a) Quando se calam os ruídos interiores. b) Quando não se tem nada a dizer. c) Quando o que se tem a dizer não cabe em palavras. d) Quando no silêncio mora um mundo. 03. Assinale a alternativa em que o conectivo NÃO liga oração adjetiva. a) “Amamos não é a pessoa que fala bonito.” b) “É a pessoa que escuta bonito.” c) “Está nos interstícios que há entre as palavras.” d) “Os orientais entendem melhor do que nós.” Texto II Silêncio e barulho Pode parecer paradoxal querer falar sobre silêncio em se tratando de educação ou reeducação para o exercício da cidadania. Para sermos humanos plenos, é indispensável que tenhamos sido treinados para lidar tanto com o barulho quanto com o silêncio.

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MEGABOLSÃO para o ano 2013 – 1º ano – 21/10/2012

LÍNGUA PORTUGUESA

Questões 01 a 20

Texto I

A arte de ouvir Rubem Alves

(...) “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: “Cessa o teu canto! Cessa, que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare. Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é “Aconteceu em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores. O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. [...] Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar... 01. De acordo com o texto A arte de ouvir, a posse desse dom NÃO depende de a) parar de tagarelar. b) saber reconhecer as vozes do Vazio, do Nada. c) olhar para o chão quando o outro fala. d) saber escutar as vozes do silêncio. 02. Assinale a alternativa em que, para o autor, o silêncio NÃO é positivo. a) Quando se calam os ruídos interiores. b) Quando não se tem nada a dizer. c) Quando o que se tem a dizer não cabe em palavras. d) Quando no silêncio mora um mundo. 03. Assinale a alternativa em que o conectivo NÃO liga oração adjetiva. a) “Amamos não é a pessoa que fala bonito.” b) “É a pessoa que escuta bonito.” c) “Está nos interstícios que há entre as palavras.” d) “Os orientais entendem melhor do que nós.”

Texto II

Silêncio e barulho Pode parecer paradoxal querer falar sobre silêncio em se tratando de educação ou reeducação para o exercício da cidadania. Para sermos humanos plenos, é indispensável que tenhamos sido treinados para lidar tanto com o barulho quanto com o silêncio.

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MEGABOLSÃO para o ano 2013 – 1º ano – 21/10/2012

Se o excesso de ruído nos embrutece, o silêncio absoluto nos enfraquece. Ambos nos impedem de notar nuances do mundo, absolutamente necessárias para que possamos antever o momento seguinte. Morreremos rápido se não formos capazes de antecipar a chegada de um carro, o estouro de uma boiada ou a queda de uma pedra. Quando o silêncio é imposto, vira castigo [...]. Por outro lado, esse mesmo silêncio é indispensável para adquirir ou fixar novos conhecimentos. Instaurar silêncio em local de estudo não deve ser punição, mas condição para que a aprendizagem ocorra. O silêncio é, pois, um fato ambíguo. Ele é necessário para que se percebam com clareza os ruídos que vêm para ameaçar nossa integridade, mas, sem ele, não podemos nos desenvolver nem emocional nem intelectualmente.[...]

(Ana V. Mautner. In Folha de S. Paulo,11/01/2009.) 04. Sobre o texto, analise as afirmativas. I - Da leitura do primeiro parágrafo, pode-se inferir que a lida com educação não requer silêncio. II - A demasiada intensidade do ruído e do silêncio propicia ao ser humano captar pequenos detalhes que o rodeiam. III - Em qualquer ambiente de aprendizagem, o silêncio, mesmo imposto, é condição para o desenvolvimento cognitivo. Está CORRETO o que se afirma em a) II e III, apenas. b) III, apenas. c) II, apenas. d) I e III, apenas. 05. Assinale a alternativa que apresenta a escritura que deixa o trecho incoerente em relação ao texto. a) Apesar de o excesso de ruído nos embrutecer, o silêncio absoluto nos enfraquece. b) Assim como o excesso de ruído nos embrutece, o silêncio absoluto nos enfraquece. c) O excesso de ruído nos embrutece, o silêncio absoluto nos enfraquece. d) Enquanto o excesso de ruído nos embrutece, o silêncio absoluto nos enfraquece.

Texto III

Disponível em: <http://www.jangadeiroonline.com.br>

06. Assinale a alternativa em que o verbo destacado apresenta a mesma regência dos verbos infringir e chamar empregados na charge. a) Ninguém assistiu a mulher naquela hora tão difícil. b) Várias pessoas assistiram ao assalto. c) A população aspira à paz e à tranquilidade. d) A mulher obedeceu à voz do assaltante.

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MEGABOLSÃO para o ano 2013 – 1º ano – 21/10/2012

Texto IV Quem fala mais alto mais alto

Rosely Sayão Será que temos diminuído nossa capacidade auditiva? Parece que, a cada dia, precisamos falar mais alto. Não é de se estranhar, já que a poluição sonora dos centros urbanos é cada vez pior e o nosso cotidiano é lotado de barulhos: lojas, bares e restaurantes tocam música em volume alto, e tudo isso faz com que falemos cada vez mais alto. Como se não bastasse a dificuldade em ter vida privada – hoje, quase tudo é público –, até nossas conversas ao telefone vazam para todos os lados, porque falamos ao celular em lugares barulhentos e isso nos obriga a aumentar o tom de voz. Resultado: a gritaria é geral, e participamos como observadores de brigas conjugais, de discussões profissionais e até das broncas nos filhos. As crianças têm aprendido conosco a falar bem alto. Estudos já foram feitos em diversas escolas para medir a intensidade do som. Mesmo sem a voz dos alunos, o ruído é alto demais e colabora para a perda da atenção e da concentração. É que não temos tradição, em nosso país, de cuidar da acústica escolar: os pisos e as paredes não são elaborados com materiais de isolamento acústico. Com os alunos dentro, o ruído aumenta. No recreio, algumas escolas que fizeram medições constataram um nível de decibéis considerado prejudicial à saúde. É que, nessa hora, ao barulho do entorno escolar se soma a gritaria do alunado. Em sala de aula, os professores elevam o tom de voz para serem ouvidos, os alunos os imitam, e quase ninguém mais fala: todos gritam. Em uma pesquisa feita com alunos, mais da metade considera existir uma única saída que permita ouvir a aula toda: sentar-se próximo ao professor. Isso significa que muitos alunos nem sequer ouvem o que o professor diz. Em casa, muitos pais confundem seriedade ou firmeza com aumentar o volume da voz. Mas não é preciso subir os decibéis para ser obedecido ou levado a sério por crianças e jovens. Aliás, eles podem aprender a falar mais baixo, a regular o volume da voz de acordo com as situações e, principalmente, a ouvir e respeitar as pessoas com quem se relacionam. E, para tanto, é preciso que tenham bons exemplos. Criamos um falso conceito: o de que a criança fala alto naturalmente e que isso é um sinal de que vive bem sua infância. Muitos adultos consideram que ensinar a criança a falar mais baixo é reprimir sua espontaneidade. Conheço uma professora de educação infantil que se esforça para ensinar seus alunos a se comunicarem em um tom de voz suave. Claro que ela consegue, com muito esforço e depois de um tempo de convivência com os alunos. Mas muitas de suas colegas consideram sua sala "muito reprimida". Na verdade, ensinar a criança a falar em tom suave e audível faz parte do ensino da comunicação verbal e é um fator importante do processo de socialização. Para chegar a isso, precisamos colocar em ação nossa capacidade de auto-regulação do tom de voz. Afinal, vamos ajudar o mundo a ser menos barulhento ou vamos continuar a agir como se só fossem ouvidos os que falam mais alto? 07. É CORRETO afirmar que a tese defendida nesse texto, pela autora, é a a) da falta de capacidade das pessoas para regular o tom de voz, hoje em dia. b) das implicações da redução da capacidade auditiva da humanidade em geral. c) do crescimento do problema da poluição sonora nos grandes centros urbanos. d) dos incômodos advindos, atualmente, do volume alto das conversas em público. 08. Assinale a alternativa que apresenta uma ideia comprovada pela leitura do texto. a) A privacidade não existe mais, porque, atualmente, todos os assuntos vão a público. b) As crianças que falam alto apresentam, comprovadamente, baixo rendimento escolar. c) Os respeito aos pais independe do tom de voz com que estes repreendem os filhos. d) Reformas na infraestrutura da acústica dos prédios asseguram silêncio nas escolas. 09. “Isso significa que muitos alunos nem sequer ouvem o que o professor diz.” (4º §) Sem alterar o sentido do texto, as palavras destacadas nessa frase podem ser adequadamente substituídas por, respectivamente, a) ainda / tudo b) ao menos / aquilo c) jamais / nada d) nem mesmo / algo 10. Assinale a alternativa em que a relação de sentido estabelecida pelos termos destacados na frase transcrita está INCORRETAMENTE identificada nos colchetes. a) Como se não bastasse a dificuldade em ter vida privada – hoje, quase tudo é público –, até nossas conversas ao

telefone vazam para todos os lados... – [CONSEQUÊNCIA] b) Conheço uma professora de Educação Infantil que se esforça para ensinar seus alunos a se comunicarem em um tom

de voz suave. – [FINALIDADE] c) Mas não é preciso subir os decibéis para ser obedecido ou levado a sério por crianças e jovens. – [OPOSIÇÃO] d) Não é de se estranhar, já que a poluição sonora dos centros urbanos é cada vez pior... – [CAUSA]

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11. Assinale a alternativa em que o verbo destacado NÃO tem como sujeito o termo indicado. a) “lojas, bares e restaurantes tocam música em volume alto.” b) “até nossas conversas ao telefone vazam para todos os lados.” c) “Com os alunos dentro, o ruído aumenta.” d) “ao barulho do entorno escolar se soma a gritaria do alunado”

Texto V “O professor disserta sobre o ponto difícil do programa. Um aluno dorme. Cansado das canseiras desta vida. O professor vai sacudi-lo? Vai repreendê-lo? Não. O professor baixa a voz, Com medo de acordá-lo.”

(Carlos Drummond de Andrade) 12. Do ponto de vista semântico, o poema atribui o sono a) à voz alta do professor. b) ao programa escolar. c) à sua dificuldade de aprendizagem. d) a motivos extraclasse. Texto VI

Disponível em: <http://www.chicosabetudo.com.br>

13. Na charge, pode-se perceber, principalmente, que as propostas apresentadas pelos candidatos são a) contraditórias. b) impraticáveis. c) utópicas. d) irrelevantes.

Texto VII A arte de ouvir

Ouvir é estar atento aos pequenos detalhes Luis Carlos Cabrera*

Sempre que me perguntam quais são os atributos diferenciados de um líder, procuro ressaltar dois: estar disponível e saber ouvir. A meu ver, são os essenciais. Manter-se disponível exige disciplina, generosidade e, principalmente, sentir desejo de estar com as pessoas. Quem se esconde atrás da agenda lotada não é líder. Ela serve de desculpa para não ter de apoiar, educar, elogiar e para não ter de ouvir! A complexidade do mundo moderno exige que os problemas sejam abordados coletivamente. Praticar a arte de ouvir quer dizer estar atento aos detalhes de cada questão apresentada, às sutilezas de cada problema e ao que cada situação tem de

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única. Essa prática exige concentração, disponibilidade, rapidez de raciocínio e poder de síntese. Olhe em sua volta. Quem é a pessoa com quem você gosta de conversar quando precisa de uma opinião? Provavelmente, a resposta será um bom ouvinte. Aliás, é preciso aprender a ouvir ativamente. Porque também existem os ouvintes passivos, que olham para você como se estivessem prestando atenção, mas que estão com a cabeça em outro lugar. Quem ouve ativamente participa da conversa, indaga, estimula, pede explicações mais detalhadas. Quem ouve atentamente torna digna e respeitosa a conversa. E por que toda essa preocupação com esse importante atributo da liderança? Porque estamos nos tornando surdos. Diariamente, lemos e respondemos e-mails calados. Nos ligamos a mais pessoas nas redes sociais, lemos o que elas escrevem e elas nos leem. Mas não as ouvimos! Algumas tecnologias de comunicação oral estão crescendo e o exercício de ouvir começa a voltar lentamente, mesmo doendo nos ouvidos. Procure exercitar sua audição. No lugar do e-mail, vá até a pessoa com quem deseja falar, que às vezes está na sala ao lado. Faça isso periodicamente e exercite sua capacidade de ouvir. Mostre interesse. Essa combinação de disponibilidade associada ao ato de ouvir serve para tudo. Melhora as relações pessoais afina o respeito e cria uma consciência de parceria, que é fundamental no complexo mundo moderno. Você me ouviu?

(Revista Você/SA. Editora Abril- Outubro de 2009, p. 104. * professor da Eaesp – FGV, diretor da PMC consultores e membro da Amrop Hever Group)

14. O propósito comunicativo do texto A Arte de Ouvir é, sobretudo: a) divulgar atributos da arte de ouvir. b) informar quais são as melhores técnicas em saber ouvir. c) explicar sobre os benefícios de ser bom ouvinte. d) esclarecer o significado do verbo ouvir. 15. A ideia expressa pela palavra em destaque está CORRETAMENTE indicada entre colchetes, na alternativa: a) “ ( ... ) atributos diferenciados de um líder...” (qualidade maior) b) “ ( ... ) às sutilezas de cada problema...” (transparência) c) ” Quem ouve ativamente participa da conversa, indaga, estimula...” (mordazmente) d) “ Quem ouve atentamente torna digna e respeitosa a pergunta”. (ética) 16. O conectivo “ e “, nos enunciados seguintes, indica ideia de adição, EXCETO em: a) “( ... ) estar disponível e saber ouvir”. b) “E por que toda essa preocupação com esse importante atributo de liderança?” c) “Quem ouve atentamente torna digna e respeitosa a conversa”. d) “(...) lemos e respondemos e-mails”. 17. Fazendo um paralelo entre o título e o fechamento do texto, podemos afirmar que há um (a): a) convite à reflexão. b) gradação de ideias. c) oposição de defesas. d) desconstrução do verbo ouvir. 18. Sobre o emprego dos sinais de pontuação, julgue as afirmativas a seguir, nos trechos: I – “( ...) atributos diferenciados de líder, procuro ressaltar dois: estar disponível e saber ouvir”. Os dois pontos marcam uma sequência que explica a ideia anterior. II- “Ela serve de desculpa para não ter de apoiar, educar, elogiar e para não ter de ouvir!” o ponto de exclamação denota ênfase e, no contexto, pode ser substituído, por um ponto final. III- “Aliás, é preciso aprender a ouvir ativamente”. A vírgula foi utilizada para isolar expressão de caráter retificado ou corretivo. Está ( ão ) CORRETA ( s ) a ( s ) afirmativa( s ) a) Somente I b) Somente II c) Somente I e III. d) I, II, e III 19. Assinale a alternativa em que a oração destacada se classifica como substantiva. a) “A complexidade do mundo moderno exige que os problemas sejam abordados coletivamente.” b) “Ela serve de desculpa para não ter de ouvir.” c) “olham para você como se estivessem prestando atenção.” d) “Faça isso periodicamente e exercite sua capacidade de ouvir.” 20. Ao encerrar o texto com o questionamento “Você me ouviu?”, o autor procura dialogar com a) o líder a que faz referência no primeiro parágrafo. b) o leitor. c) o professor da Eaesp. d) um aluno a quem ele tenta convencer.

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MATEMÁTICA

Questões 21 a 40

SENTIMENTOS

Exalta-se, quase sempre, um discurso que não cuida dos afetos. Há um sentido criado pela dominação para justificar as relações sociais existentes. A ordem é não perder tempo, confundir felicidade com eficácia, equilibrar-se em regras rígidas e esconder as emoções. Toda modernidade registra polêmicas, porém ganha quem exerce o poder com promessas de resolver os obstáculos econômicos. O bolso significa a porção maior. Isso não impede que os sentimentos sobrevivam. Nem poderia. Somos múltiplos, dependemos de sociabilidades, não plantamos solidões inacessíveis. Não é à toa que surgem doenças, antes desconhecidas, ligadas aos descompassos afetivos. Não bastam as realizações materiais para encontrar a rota do bem-estar. A racionalidade tem uma força incrível na gestão pública. Ela se estende, uniformiza projetos, disfarça diferenças. Não há negar a dificuldade de superar os obstáculos em sociedades carentes, marcadas por desigualdades contínuas. Incentiva-se o consumo que é acompanhado do aumento das dívidas. O mercado mundial passa por sufoco. Os poderosos também não fugiram das adversidades mais radicais. Procura-se vender o otimismo, mas a paisagem mostra vulcões fervendo. Ninguém pense que as tensões não repercutem nas cartografias dos sentimentos. O homem é um animal complexo e não um ser, apenas, ambicioso e encantado com a riqueza material. Não é necessário saber acadêmico para observar fragilidades que acontecem no dia a dia. A perda do emprego, a fragmentação da família, a pressa em resolver problemas, a quebra das tradições, tudo isso atinge a emoção. A depressão e ansiedade aumentam a venda de remédios paliativos. As diversões eletrônicas inventam saídas para amenizar o cansaço e o desestímulo. 21. É difícil lidar com certos sentimentos, ainda mais na fase da adolescência, em que tudo parece ter uma dimensão muito maior. O amor, por exemplo, um sentimento complexo que é primordial na vivência do ser humano. O problema matemático à seguir é antigo, assim como as histórias de amor.

Uma moça usava um colar de pérolas e ele se rompeu. Um sexto das pérolas caiu para direita, um quinto para esquerda, um terço seu namorado conseguiu segurar com a mão direita e um décimo com sua mão esquerda. Seis pérolas ficaram presas no colar da moça. Quantas pérolas tinham nesse colar? a) 26 b) 20 c) 30 d) 36

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22. Millôr Fernandes, em uma bela homenagem à Matemática, escreveu um poema do qual extraímos o fragmento a seguir: Às folhas tantas de um livro de Matemática, um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base: uma figura ímpar; olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela à dela, até que se encontraram no Infinito. "Quem és tu?" - indagou ele em ânsia radical. Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa."

(Millôr Fernandes. Trinta Anos de Mim Mesmo.)

A Incógnita se enganou ao dizer quem era. Para atender ao Teorema de Pitágoras, deveria dar a seguinte resposta: a) "Sou a soma dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa." b) "Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa." c) "Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me chamar de quadrado da hipotenusa." d) "Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de quadrado da hipotenusa." 23. Arnaldo, Beto, Celina e Dalila formam dois casais. Os quatro têm idades diferentes. Arnaldo é mais velho que Celina e mais novo que Dalila. O esposo de Celina é a pessoa mais velha. É correto afirmar que: a) Arnaldo é mais velho que Beto e sua esposa é Dalila. b) Arnaldo é mais velho que sua esposa é Dalila. c) Celina é mais nova que todos e seu marido é Beto. d) Dalila é mais velha que Celina e seu marido é Beto. 24. Quando se trata de futebol os sentimentos são diversos, uma mistura de raiva e alegria faz a torcida vibrar!! Numa partida de futebol, no instante em que os raios solares incidiam perpendicularmente sobre o gramado, o jogador "Chorão" chutou a bola em direção ao gol, de 2,30m de altura interna. A sombra da bola descreveu uma reta que cruzou a linha do gol. A bola descreveu uma parábola e quando começou a cair da altura máxima de 9 metros, sua sombra se encontrava a 16 metros da linha do gol. Após o chute de "Chorão", nenhum jogador conseguiu tocar na bola em movimento. A representação gráfica do lance em um plano cartesiano está sugerida na figura a seguir:

A equação da parábola era do tipo: y=(-x²/36)+c O ponto onde a bola tocou pela primeira vez foi: a) na trave b) atrás do gol c) dentro do gol d) antes da linha do gol

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25. Daniel foi estudar na casa de seu amigo Bruno e lá viu uma escada que lhe propôs um problema matemático.

A figura 1 representa uma escada: Ela é formada com degraus exatamente iguais, como indica a figura 2: (imagem abaixo) AB, com medida mínima de 25 cm, é paralelo ao piso. BC, com medida mínima de 15 cm, é ortogonal ao plano do piso. O número máximo de degraus que pode ter a escada é igual a: a) 19 b) 20 c) 21 d) 22 26. Mariana mora ao lado de sua avó, que é muito querida por todos os netos. Todos os dias Mariana vai até a casa da avó que se localiza no lote 1 para pedir a sua benção. A medida da dimensão do lote onde está a casa de Mariana, com frente para a rua B, em metros é:

a) 10 b) 15 c) 9 d) 24 27. Assim como nós, na matemática também existe os números amigos. Pitágoras (filósofo grego do séc. V a.C.) dizia: "amigo é aquele que é o outro eu”. 220 e 284 são considerados números amigos porque os divisores próprios de 220 são 1, 2, 4, 5, 10, 11, 20, 22, 44, 55 e 110; e a soma desses números resulta em 284. Da mesma forma, os divisores próprios de 284 são 1, 2, 4, 71 e 142; e a soma desses números é igual a 220. Conta a lenda que amigos trocavam pares de amuletos com estes números a fim de perpetuar a amizade entre eles. Resolvendo a expressão (5-1)-2.(24.57):(2².58) + 2³.5², temos como resultado: a) 220 b) 284 c) 20 d) 110

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28. E na festa do Joãozinho.... Exatamente no centro de uma mesa redonda com 1m de raio, foi colocado um prato de 30 cm de diâmetro, com doces e salgados para uma festa de final de ano. Qual a distância entre a borda desse prato e a borda da mesa? a) 90 cm b) 25 cm c) 15 cm d) 85 cm 29. Infelizmente sentimentos de solidão e angústia tornam as pessoas depressivas e consequentemente doentes. A depressão é o mal do século é realmente uma doença que precisa ser tratada, pois afeta muito mais que a parte física, mas também a alma do ser humano. O gráfico seguinte mostra a distribuição dos farmacêuticos brasileiros por área de atividade, de acordo com o Guia Abril

do Estudante.

Distribuição dos 56 mil farmacêuticos brasileiros

Quantos farmacêuticos se dedicam a pesquisa, ensino e órgãos públicos? a) 16800 b) 11200 c) 15000 d) 12800 30. 2, 3, 5 são números primos. Esses números não têm raiz quadrada exata e a raiz quadrada deles pertencem ao conjunto dos números irracionais, ou seja, têm raízes aproximadas.

Considere , simplificando , o valor na forma de um número decimal é: a) 56,4 b) 13,84 c) 6,32 d) 11,67 31. Adriana adora flores, ela fala que as flores a deixa feliz e o seu perfume acalma um dia de estresse. Adriana fará um jardim de flores e o jardineiro cobrou R$ 45,00 o metro quadrado.

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A figura acima, mostra a área onde o jardim será feito e considerando . Temos que, Adriana pagará pelo seu jardim: a) R$1200,00 b) R$1165,65 c) R$810,65 d) R$700,65

32. Na figura ABCD é um retângulo e PQ é a bissetriz interna do ângulo P do triângulo DPC. Sabendo que AD = DQ e que as medidas indicadas estão em centímetros, determine o perímetro do retângulo ABCD.

a) 15,2 cm b) 18,2 cm c) 16,2 cm d) 17,2 cm 33. Seu José anda nervoso, pois tem que fazer vários consertos na sua residência e com seu salário está difícil de cumprir todos os apelos da sua família. Na casa de seu José tem uma torneira que deixa cair x gotas a cada 20 segundos e esse número é a raiz positiva da equação x(x-2) = 21 +2x. Supondo que cada gota corresponda a 0,4 ml, o volume em mililitros que vaza por hora é: a) 500 ml b) 1000 ml c) 546 ml d) 504 ml 34. João e Gabriel adoram corridas de fórmula 1. Mas, nunca foram assistir a um GP. A figura abaixo fornece alguns dados sobre o Circuito de Interlagos, em São Paulo. Sabendo que o número de voltas corresponde à raiz da equação x² - 72x= 360 -5x, quantos quilômetros deverá percorrer o corredor que tiver completado todas as voltas?

a) 72 km b) 432,5 km c) 193 km d) 311,4 km

Circuito: 4,325 km número de voltas: x velocidade média: 193 km/h recorde da pista: 1 min 18s 397

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35. Analisando o plano cartesiano, temos que as coordenadas do centro da circunferência pode ser determinada por:

a) (-6,0) b) (-8, 0) c) (5, 0) d) (0, 5) 36. Determine a medida do segmento ON desta espiral pitagórica. É correto afirmar que a medida ON equivale:

a)

b)

c)

d) 37.

As informações acima te ajudará resolver essa questão e a próxima!! Fui legal com você, agora acerte a questão! O ângulo de elevação do pé de uma árvore, a 60 m da base de uma encosta, ao topo da encosta é de 60º. Que medida deve ter um cabo para ligar o pé da árvore ao topo da encosta?

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MEGABOLSÃO para o ano 2013 – 1º ano – 21/10/2012

a) 100 m b) 120 m c) 89 m d) 160 m 38. Qual a medida do ângulo B?

a) 60 ° b) 30° c) 45° d) 90° 39. Você sabia que uma equação de 2º grau também serve para mandar mensagens de amor? Resolvendo a equação x² - 2amox + a²m²o² - t²e² = 0, na incógnita x temos que uma das raízes, será:

a) Te amo muito b) Te amo c) Amo – te d) + te amo

40. Se , então A2 vale: a) 4 b) 8 c) 12 d) 16