protocolo internet (ip) - a sexta geração

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PROTOCOLO INTERNET (IP) “... a Internet das Coisas tem o potencial de mu- dar o mundo, assim co- mo a Internet fez. Talvez até mais”... Kevin Asholon Nesta edição “Internet das Coisas” Protocolo Internet (IP) A transição do IPv4 para o IPv6 Equipe IPv6.br A distribuição de en- dereços IP Mudanças no dia a dia Lições do Y2K Óculos inteligente para atletas de alto rendimento. (Foto: Reprodução/ FastCompany) “Internet das Coisas” - entenda os conceitos e as mudanças do dia a dia Nos primórdios da Internet, originalmente, ela foi concebida para conectar computado- res – dispositivos fixos instalados em prédios (sites) – os “mainframes”. Com a popu- larização comercial da Internet a partir da década 90 e a disseminação dos dispositi- vos móveis no início do século XXI (2001) deram origem a uma nova era em que ago- ra o elemento mais importante deixa de ser a máquina e passa a ser o próprio usuá- rio, ou seja, as pessoas. A “Internet das Coisas” se refere a mais nova revolução tecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados no dia a dia à rede mundial de computadores. Cada vez mais surgem eletrodomésticos, meios de transporte e até mesmo tênis, roupas e maçanetas conectadas à Internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones. O termo “Internet das Coisas” foi dito pela primeira vez por Kevin Asholon do MIT em 1999. Para ele, os computadores deveriam ser capazes de saber tudo sobre as coisas com base nos dados colhidos das coisas sem nenhuma interferência humana. “Nós seríamos informados quando as coisas precisam ser substituídas ou reparadas por elas próprias. Precisamos capacitar os computadores com os seus próprios meios de recolher as informações para que eles possam ver, ouvir e sentir o cheiro do mun- do por si mesmos”. (ASHOLON, 2009). Para você começar a entrar no clima e perceber as mudanças ao seu redor, veja ao longo deste informativo algumas das tecnologias que estão dando o que falar. Projeto de Extensão de Implementação do Curso de Endereçamento IP Versão 6 (IPv6) Junho de 2015 A SEXTA GERAÇÃO

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Nesta edição: A Internet das Coisas, O Protocolo Internet (IP), A Transição do IPv4 para o IPv6, Equipe IPV6.br, A Distribuição dos Endereços IP, Mudanças ni Dia a Dia e Liçoes do Y2k (Bug do Milênio).

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Page 1: Protocolo Internet (IP) - A Sexta Geração

PROTOCOLO INTERNET (IP)

“... a Internet das Coisas

tem o potencial de mu-

dar o mundo, assim co-

mo a Internet fez. Talvez

até mais”...

Kevin Asholon

Nesta edição

“Internet das Coisas”

Protocolo Internet (IP)

A transição do IPv4 para o IPv6

Equipe IPv6.br

A distribuição de en-dereços IP

Mudanças no dia a dia

Lições do Y2K

Óculos inteligente para atletas de alto rendimento. (Foto: Reprodução/ FastCompany)

“Internet das Coisas” - entenda os conceitos e as mudanças do dia a dia Nos primórdios da Internet, originalmente, ela foi concebida para conectar computado-

res – dispositivos fixos instalados em prédios (sites) – os “mainframes”. Com a popu-

larização comercial da Internet a partir da década 90 e a disseminação dos dispositi-

vos móveis no início do século XXI (2001) deram origem a uma nova era em que ago-

ra o elemento mais importante deixa de ser a máquina e passa a ser o próprio usuá-

rio, ou seja, as pessoas.

A “Internet das Coisas” se refere a mais nova revolução tecnológica que tem como

objetivo conectar os itens usados no dia a dia à rede mundial de computadores. Cada

vez mais surgem eletrodomésticos, meios de transporte e até mesmo tênis, roupas e

maçanetas conectadas à Internet e a outros dispositivos, como computadores e

smartphones.

O termo “Internet das Coisas” foi dito pela primeira vez por Kevin Asholon do MIT

em 1999. Para ele, os computadores deveriam ser capazes de saber tudo sobre as

coisas com base nos dados colhidos das coisas sem nenhuma interferência humana.

“Nós seríamos informados quando as coisas precisam ser substituídas ou reparadas

por elas próprias. Precisamos capacitar os computadores com os seus próprios meios

de recolher as informações para que eles possam ver, ouvir e sentir o cheiro do mun-

do por si mesmos”. (ASHOLON, 2009).

Para você começar a entrar no clima e perceber as mudanças ao seu redor, veja ao

longo deste informativo algumas das tecnologias que estão dando o que falar.

Projeto de Extensão de Implementação do Curso de Endereçamento IP Versão 6 (IPv6) Junho de 2015

A SEXTA GERAÇÃO

Page 2: Protocolo Internet (IP) - A Sexta Geração

A transi-ção do IPv4 para o IPv6 O IPv6 foi projetado de

tal forma que não é com-

patível com o IPv4. Eles

não podem interoperar

diretamente. Ainda as-

sim, o plano para a tran-

sição é simples: ambos

os protocolos podem con-

viver, sem problemas,

nos mesmos equipamen-

tos e softwares.

O plano em andamento é

fazer uma transição gra-

dual, mantendo o IPv4, e

adicionando o IPv6 em

todos os dispositivos da

Internet ao longo do tem-

po, de forma que, antes

dos endereços livres IPv4

esgotar-se, o IPv6 esteja

instalado em toda a Inter-

net.

O atraso na implantação

do IPv6 na Internet fez

chegar a um ponto em

que o esgotamento do

IPv4 já é uma realidade,

e o IPv6 está longe de

estar difundido em toda a

Internet. Nessa situação

os novos usuários da re-

de necessitam ainda de

IPs versão 4, para aces-

sar conteúdo e serviços

que ainda não implanta-

ram o novo protocolo.

Nessa situação, são ne-

cessárias tecnologias

para a transição que per-

mitam que, ao mesmo

tempo em que se implan-

ta o IPv6, compartilhe-se

também endereços IPv4.

Protocolo Internet (IP) - coração da rede mundial A Internet é um fenômeno muito recente, mas que alterou, e continua alterando, a

forma como nos comunicamos, trabalhamos, compramos, vendemos, divertimo-

nos, relacionamo-nos com o Estado e mesmo como nos organizamos enquanto

sociedade. Seu efeito tem sido, em geral, benéfico. Tanto que muitos argumen-

tam que o acesso a ela deveria ser considerado um direito fundamental de todo

ser humano.

Do ponto de vista tecnológico, a Internet é uma rede de alcance mundial, que

interliga computadores, tablets, celulares e uma infinidade de outros dispositivos.

Na verdade, como seu próprio nome sugere, é formada por uma interconexão de

um grande número de redes, mais ou menos independentes umas das outras.

A Internet só é possível porque todos os seus participantes concordam em seguir

um conjunto comum de padrões tecnológicos. Um deles, contudo, pode ser des-

tacado: o IP (Internet Protocol). Um protocolo é um conjunto de regras de comuni-

cação. O IP é a base tecnológica da rede, o protocolo que empresta seu nome a

ela: Internet.

Cada equipamento numa rede de comunicação (por exemplo, na internet) deve

receber um identificador exclusivo – um número IP. A versão atual do IP é o Ipv4

(32 bits) que permite o endereçamento de um pouco mais de 4 bilhões de endere-

ços distintos.

O que é o IPv6 ? Diferente do seu antecessor, o IPv6 é limitado em 128 bits de espaço para os

endereços. O IPv6 permite mais de 340 Unidecilhões de endereços, o que é

mais ou menos 75 trilhões maior do que a quantidade permitida pelo IPv4.

Utilizar IPv4 ou IPv6?

Page 3: Protocolo Internet (IP) - A Sexta Geração

Equipe Ipv6.br

O IPv6.br engloba uma série de

iniciativas do NIC.br para dissemi-

nar o IPv6 no Brasil. Entre elas o

sítio Web no endereço http://

www.ipv6.br.

O IPv6.br também oferece cursos

presenciais gratuitos, com teoria e

prática, num laboratório

“multivendor”, para provedores

Internet e outros Sistemas Autôno-

mos. Entre 2009 e 2011 cerca de

1700 pessoas foram capacitadas

nesses treinamentos.

O material didático dos cursos,

dos quais as informações deste

panfleto fazem parte, foi desenvol-

vido pelo NIC.br e está disponível

sob uma licença Creative Com-

mons bastante permissiva, poden-

do ser usado livremente para dis-

seminar o conhecimento.

As iniciativas englobam ainda o

fornecimento de trânsito IPv6 gra-

tuitamente, em caráter experimen-

tal, a realização de palestras em

universidades, empresas e even-

tos de tecnologia, bem como a

realização de eventos.

http://ipv6.br

Responsáveis pelo controle dos IPs

A distribuição de endereços IP Como não pode haver repetição de endereços, eles são um recurso que tem de

ser gerenciado de forma centralizada na Internet. Existe, na rede, uma autoridade

com o objetivo de efetuar esse controle, chamada Internet Asigned Numbers Au-

thority, ou IANA.

Atualmente, a função da IANA é realizada pela ICANN (Internet Corporation for

Assigned Names and Numbers) e a estrutura de distribuição de IPs é hierárquica,

contando também com organizações regionais, chamadas de Regional Internet

Registries, ou RIRs, e, em alguns casos, estruturas nacionais, chamadas de

National Internet Registries, ou NIRs.

Há cinco RIRs: o ARIN, na América do Norte, o LACNIC, na América Latina e Ca-

ribe, o RIPE INCC, abrangendo a Europa e parte da Ásia, o AFRINIC, na África e

o APNIC, na região da Ásia e Oceania. Cada uma dessas organizações é respon-

sável por definir as regras de distribuição dos endereços em sua respectiva área

de atuação, e por implementá-las. Essa definição de políticas é feita por meio de

processos bottom-up*, com a participação dos próprios operadores da Internet,

que utilizam os recursos de numeração. Em alguns países há entidades nacionais

para a distribuição dos IPs. É o caso do Brasil, por exemplo, onde é o NIC.br

quem gerencia esse recurso.

Quando os provedores Internet e outros Sistemas Autônomos necessitam ampliar

suas redes, solicitam os recursos de numeração ao NIC.br. Este fornece os recur-

sos enquanto tiver em seu estoque, que é compartilhado com o estoque do LAC-

NIC. Uma vez que o estoque do LACNIC estiver com níveis muito baixos, ele

solicita à IANA que lhe forneça mais endereços para gerenciar.

Para IPv4, contudo, o estoque da IANA terminou em 03 de fevereiro de 2011. O

estoque do APNIC acabou pouco tempo depois, em 14 de abril de 2011. Para o

Brasil, que está na região do LACNIC, o estoque de IPv4 terminou em Julho de

2014 e hoje estamos utilizando endereços de reserva.

* estratégia de processamento de informações, neste caso da base para o topo

Page 4: Protocolo Internet (IP) - A Sexta Geração

Fale Conosco

Projeto de Extensão da

Faculdade Professor Mi-

guel Ângelo da Silva San-

tos — FeMASS aprovado

pela Funemac (Fundação

Educacional de Macaé) :

Implementação de Cur-

so de Endereçamento

IP Versão 6 (IPV6) –

Técnicas para Micro,

Pequenas e Médias Em-

presas

Lahir Bockorni

Ewerton Muniz

Glaydson Silva

[email protected]

Coordenação Sistemas de Infor-

mação FeMASS

Fonte: IPv6.br

Lições do Y2K — Bug do Milênio Alguns chegam a comparar, com pitadas de razão, o momento atual, a situação

IPv6 em que nos encontramos hoje, com o vivido no ano 2000, com o bug de

milênio. Muitas pessoas olham para trás e verificam já que muito do caos alardea-

do não aconteceu. No entanto, aqueles que estavam trabalhando em empresas—

particularmente as maiores, com bases de códigos desenvolvidos internamente

substanciais—lembram-se da enorme quantidade de esforço feito para garantir

que nada de ruim acontecesse e os sistemas continuassem operando sem inter-

rupções. O não-evento Y2K foi fruto de muito esforço, esforço que devemos reali-

zar na transição do IPv6.

Então, quais as ações urgentes a tomar ? Discutir a questão internamente para que todos tomem conhecimento;

Incentivar o pessoal técnico a aprender o IPv6. Incentivar experimentos

internos com o IPv6;

Criar uma norma interna, estabelecendo que novos equipamentos ou

softwares comprados, ou serviços contratados, devem suportar IPv6;

Fazer o planejamento da implantação.

Projeto de Extensão auxiliando você a entender o IPv6.

Mudanças no dia a dia É fim de expediente de uma quarta-feira e você quer chegar logo a casa. Ao se aproximar do seu carro, ele destranca a

porta para você entrar, recebendo-o com uma mensagem de saudação personalizada. Imediatamente, ao entrar, ele ajusta

os retrovisores e o acento perguntando-lhe qual é o destino desejado. Você responde que quer ir para casa, o carro dá par-

tida no motor e informa no GPS o melhor trajeto

para o destino desejado.

No meio do caminho, você recebe um sinal na tela

multimídia do seu veículo, que informa que deve

passar no supermercado para comprar mais açú-

car. O aviso foi enviado pela “Anita”, a central de

gerenciamento da sua casa que se integra ao seu

armário inteligente, já sabendo o que precisa ser

comprado. Esta central está ligada ao GPS do seu

carro, que localiza um supermercado no caminho

da sua residência.

Ao chegar ao caixa do supermercado, você pega o

seu celular e realiza o pagamento do produto ad-

quirido, através de um aplicativo que substitui o

seu cartão de crédito.

Parece cena de filme de ficção, não acha? Sim, mas a tecnologia que torna isso possível já existe. Não apenas uma tecno-

logia, mas várias, interligadas pela internet em todas as coisas.