protegendo as nascentes desde 2005

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3 No mês em que a Organi- zação Mundial de Saúde, na- ções e ambientalistas comemo- ram o Dia Mundial da Água (22 de março), a administra- ção do Parque Fernando Cos- ta (Água Branca) está destru- indo a última vegetação origi- nal, típica da várzea do rio Ti- etê, ainda existente na região. Tratores estão aterrando par- te do coração ambiental do parque: o Bosque das Palmei- ras, local em que é mais inten- so o afloramento das águas das nascentes que abastecem o Lago Negro e bombeiam vida para o restante do Água Bran- ca. A administração não reve- la o motivo da obra, mas a AS- SAMAPAB – Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca – , apoiada por técnicos da Fun- dação SOS MATA ATLÂNTICA e usuários do Parque, está dis- posta a acionar todos os dis- positivos legais cabíveis para evitar um desastre ambiental. O aterramento fica na fron- teira entre o bosque e o Obser- vatório de Pássaros, constituí- do por uma pequena várzea, fundamental para a preserva- ção do lençol freático, pois re- tém a água da chuva e alimen- ta os cursos subterrâneos. Sem a proteção natural, basta uma típica chuva de verão para a terra deslizar pela declividade do local, arrastando o resto da vegetação rumo ao lago, pou- cos metros abaixo, matando toda a fauna aquática e provo- cando sério assoreamento. Completando a misteriosa obra, os pequenos córregos que atravessam o bosque es- tão sendo canalizados, o que aumenta a velocidade das águas e os riscos de enchentes. A ironia é que o bosque tem, ou pelo menos tinha, enorme potencial para servir de estadia a aves migratórias que, como o marreco irerê, passam pela re- gião em determinadas épocas do ano. O local é extremamente úmido, com o solo permanente- mente encharcado e rico em nu- trientes. A água aflora em vári- os pontos e a vegetação próxi- ma às nascentes é mais densa (onde não foi aterrada), crian- do um ambiente favorável para diversas espécies de aves. Este conjunto de fatores criou um micro-clima mais fresco e agra- dável nos dias de intenso calor. Se a intenção da adminis- tração é a construção de jar- dins ornamentais nos aterros, haverá, no mínimo, a total des- caracterização do ecossistema e do clima local, inutilizando a única área do parque que serve de referência para que alunos da região compreen- dam como é o comportamento PARQUE DA ÁGUA BRANCA À BEIRA DA MORTE? Obras da administração comprometem ecossistema da região Área do Bosque das Palmeiras - Nascente com sua vegetação natural Colocação de terra na área do Bosque natural de um ambiente pró- ximo a um corpo d’água. Existe ainda o fato de que a Constituição do Estado de São Paulo, em seu artigo 197, determina que as nascentes são áreas de proteção perma- nente, ou seja, não se prestam a ensaios paisagísticos que as coloquem em risco. AGENDE SUA ESCOLA PARA MONITAR AS ÁGUAS NO PARQUE DA ÁGUA BRANCA email: [email protected] ou via tel/fax 3675-7436 MAIS INFORMAÇÕES: WWW.REDEDASAGUAS.ORG.BR Realização: MONITORAMENTO DA ÁGUA DAS NASCENTES LAGO NEGRO- MÊS DE FEVEREIRO PROJETO OBSERVANDO O TIETÊ PARCERIA : ASSAMAPAB E SOS MATA ATLANTICA Projeto Observando o Tietê INDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO LAGO: ACEITÁVEL OUTONO NO PARQUE – 2005 VEM AÍ 25ª EDIÇÃO DO “ESTAÇÕES NO PARQUE” Garantir o acesso das po- pulações futuras aos diferen- tes ciclos das águas é um de- ver do Estado. Isso porque a entrada em vigor do Protoco- lo de Kioto, em 16 de feverei- ro último, segundo boa parte da comunidade científica, não passa de um ato político inca- paz de conter, sozinho, o avan- ço do efeito estufa. Para quem não sabe, a primeira grande conseqüência do aquecimen- to global será a contaminação e acidificação de todos os cor- pos superficiais de água. Outra atitude da adminis- tração do parque que vem in- quietando os freqüentadores é a constante construção de calçadas. Não há um fluxo in- tenso de veículos que justifi- que tal atitude, mas, como o parque fica próximo a uma região de fundo de vale, cada metro quadrado de cimento significa um risco a mais de enchentes. www.assamapab.org.br DIAS 19/03 (SÁBADO) E 20/03 (DOMINGO) DAS 9 ÀS 18 HORAS LOCAL: PARQUE FERNANDO COSTA ÁGUA BRANCA Feira de artesanato e de entidades sociais (pavilhões de exposição 1 e 2 ) Feira de adoção de cães e gatos (pavilhão 6) Alimentação e apresentações musicais (pavilhão 3) Sáida de clowns (palhados) domingo – 12hs – (sede dos amigos do parque) Oficinas ecológicas : móbile de Pet ; ánalise da água do lago (espaço biológico/oficina) Atividades educativas das sabesp (coreto da arena) Ato Público “Alerta: Nascentes e Lago do Parque” - sábado 11hs – (no lago do Parque) Exposição: varais do “Alerta” (área de pic-nic ao lado da sede dos amigos) ASSAMAPAB: Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca tel:3675 7436 ENTRADA GRATUITA – REALIZAÇÃO AV. FRANCISCO MATARAZZO, 455 PRÓXIMO AO TERMINAL RODO METRO FERROVIÁRIO DA BARRA FUNDA Amigos-70.p65 7/3/2005, 15:30 3

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No mês em que a Organi-zação Mundial de Saúde, na-ções e ambientalistas comemo-ram o Dia Mundial da Água(22 de março), a administra-ção do Parque Fernando Cos-ta (Água Branca) está destru-indo a última vegetação origi-nal, típica da várzea do rio Ti-etê, ainda existente na região.Tratores estão aterrando par-te do coração ambiental doparque: o Bosque das Palmei-ras, local em que é mais inten-so o afloramento das águas dasnascentes que abastecem oLago Negro e bombeiam vidapara o restante do Água Bran-ca. A administração não reve-la o motivo da obra, mas a AS-SAMAPAB – Associação deAmbientalistas e Amigos doParque da Água Branca – ,apoiada por técnicos da Fun-dação SOS MATA ATLÂNTICAe usuários do Parque, está dis-posta a acionar todos os dis-positivos legais cabíveis paraevitar um desastre ambiental.

O aterramento fica na fron-teira entre o bosque e o Obser-vatório de Pássaros, constituí-do por uma pequena várzea,fundamental para a preserva-ção do lençol freático, pois re-tém a água da chuva e alimen-ta os cursos subterrâneos. Sema proteção natural, basta umatípica chuva de verão para aterra deslizar pela declividadedo local, arrastando o resto davegetação rumo ao lago, pou-cos metros abaixo, matandotoda a fauna aquática e provo-cando sério assoreamento.Completando a misteriosaobra, os pequenos córregosque atravessam o bosque es-tão sendo canalizados, o queaumenta a velocidade daságuas e os riscos de enchentes.

A ironia é que o bosque tem,ou pelo menos tinha, enormepotencial para servir de estadiaa aves migratórias que, como omarreco irerê, passam pela re-gião em determinadas épocasdo ano. O local é extremamenteúmido, com o solo permanente-mente encharcado e rico em nu-trientes. A água aflora em vári-os pontos e a vegetação próxi-ma às nascentes é mais densa(onde não foi aterrada), crian-do um ambiente favorável paradiversas espécies de aves. Esteconjunto de fatores criou ummicro-clima mais fresco e agra-dável nos dias de intenso calor.

Se a intenção da adminis-tração é a construção de jar-dins ornamentais nos aterros,haverá, no mínimo, a total des-caracterização do ecossistemae do clima local, inutilizandoa única área do parque queserve de referência para quealunos da região compreen-dam como é o comportamento

PARQUE DA ÁGUA BRANCA À BEIRA DA MORTE?Obras da administração comprometem ecossistema da região

Área do Bosque das Palmeiras - Nascente com sua vegetação natural Colocação de terra na área do Bosque

natural de um ambiente pró-ximo a um corpo d’água.Existe ainda o fato de que aConstituição do Estado deSão Paulo, em seu artigo 197,determina que as nascentessão áreas de proteção perma-nente, ou seja, não se prestama ensaios paisagísticos que ascoloquem em risco.

AGENDE SUA ESCOLA PARA MONITAR AS ÁGUAS NO PARQUE DA ÁGUA BRANCAemail: [email protected] ou via tel/fax 3675-7436

MAIS INFORMAÇÕES: WWW.REDEDASAGUAS.ORG.BRRealização:

MONITORAMENTO DA ÁGUA DAS NASCENTESLAGO NEGRO- MÊS DE FEVEREIRO

PROJETO OBSERVANDO O TIETÊ PARCERIA : ASSAMAPAB E SOS MATA ATLANTICA

Projeto Observando o Tietê

INDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO LAGO: ACEITÁVEL

OUTONO NO PARQUE – 2005VEM AÍ 25ª EDIÇÃO DO “ESTAÇÕES NO PARQUE”

Garantir o acesso das po-pulações futuras aos diferen-tes ciclos das águas é um de-ver do Estado. Isso porque aentrada em vigor do Protoco-lo de Kioto, em 16 de feverei-ro último, segundo boa parteda comunidade científica, nãopassa de um ato político inca-paz de conter, sozinho, o avan-

ço do efeito estufa. Para quemnão sabe, a primeira grandeconseqüência do aquecimen-to global será a contaminaçãoe acidificação de todos os cor-pos superficiais de água.

Outra atitude da adminis-tração do parque que vem in-quietando os freqüentadoresé a constante construção de

calçadas. Não há um fluxo in-tenso de veículos que justifi-que tal atitude, mas, como oparque fica próximo a umaregião de fundo de vale, cadametro quadrado de cimentosignifica um risco a mais deenchentes.

www.assamapab.org.br

DIAS 19/03 (SÁBADO) E 20/03 (DOMINGO)DAS 9 ÀS 18 HORAS

LOCAL: PARQUE FERNANDO COSTAÁGUA BRANCA

ü Feira de artesanato e de entidades sociais(pavilhões de exposição 1 e 2 )ü Feira de adoção de cães e gatos (pavilhão 6)ü Alimentação e apresentações musicais (pavilhão 3)ü Sáida de clowns (palhados) domingo – 12hs –(sede dos amigos do parque)ü Oficinas ecológicas : móbile de Pet ; ánalise da água do lago(espaço biológico/oficina)ü Atividades educativas das sabesp (coreto da arena)ü Ato Público “Alerta: Nascentes e Lago do Parque” - sábado11hs – (no lago do Parque)ü Exposição: varais do “Alerta”(área de pic-nic ao lado da sede dos amigos)

ASSAMAPAB: Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca tel:3675 7436

ENTRADA GRATUITA – REALIZAÇÃO

AV. FRANCISCO MATARAZZO, 455PRÓXIMO AO TERMINAL RODO METRO

FERROVIÁRIO DA BARRA FUNDA

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