proteção ao trabalho da mulher

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PROTEÇÃO AO TRABALHO DA MULHER: art. 372 a 401 da CLT. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS: A Constituição assegurou à mulher: 1 ) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias; 2 ) Proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo; 3 ) Garantia de emprego à mulher gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto; 4 ) Condições para que a presidiária permaneça com seus filhos durante o período de amamentação. FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO AO SALÁRIO DA MULHER Dizem respeito à fragilidade física e apenas se justificam as medidas de proteção em relação ao período de gravidez e após o parto, amamentação e situações peculiares das mulheres, como impossibilidade física de levantar pesos excessivos. TRABALHO NOTURNO, INSALUBRE OU PERIGOSO: Não há mais proibições ao trabalho da mulher em atividades noturnas, insalubres ou perigosas. Os dispositivos da CLT que estabeleciam referidas restrições foram revogados. JORNADA DE TRABALHO DA MULHER: A jornada de trabalho da mulher é a mesma do homem, de 8 horas diárias e 44 semanais, sendo idênticas também as disposições concernentes aos intervalos: Interjornada - pausa concedida ao trabalhador entre duas jornadas diárias de trabalho e deve ser de 11 horas; Intrajornada - pausas dentro da jornada diária de trabalho para o repouso e alimentação do trabalhador; sendo o trabalho contínuo cuja duração ultrapasse 6 horas é obrigatória a concessão de intervalo de no mínimo 1 e no máximo 2 horas. Não excedendo 6 horas será obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar 4 horas. Existem, porém, duas regras específicas aplicáveis às mulheres: Na hipótese de prestação de horas extras deve ser concedido, obrigatoriamente, um intervalo de 15 minutos antes do início do período extraordinário de trabalho (CLT, art. 384); Na hipótese de trabalho da mulher aos domingos, é obrigatória uma escala de revezamento quinzenal que favoreça o repouso dominical, isto é, que garanta que no mínimo a cada 15 dias o repouso da trabalhadora recaia em um domingo (CLT, art. 386).

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resumo sobre o trabalho da mulher

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Page 1: Proteção Ao Trabalho Da Mulher

PROTEÇÃO AO TRABALHO DA MULHER: art. 372 a 401 da CLT.GARANTIAS CONSTITUCIONAIS:

A Constituição assegurou à mulher:

1 ) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias;

2 ) Proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo;

3 ) Garantia de emprego à mulher gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto;

4 ) Condições para que a presidiária permaneça com seus filhos durante o período de amamentação.

FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO AO SALÁRIO DA MULHER

Dizem respeito à fragilidade física e apenas se justificam as medidas de proteção em relação ao período de gravidez e após o parto, amamentação e situações peculiares das mulheres, como impossibilidade física de levantar pesos excessivos.

TRABALHO NOTURNO, INSALUBRE OU PERIGOSO:

Não há mais proibições ao trabalho da mulher em atividades noturnas, insalubres ou perigosas. Os dispositivos da CLT que estabeleciam referidas restrições foram revogados.

JORNADA DE TRABALHO DA MULHER:

A jornada de trabalho da mulher é a mesma do homem, de 8 horas diárias e 44 semanais, sendo idênticas também as disposições concernentes aos intervalos:

Interjornada - pausa concedida ao trabalhador entre duas jornadas diárias de trabalho e deve ser de 11 horas;

Intrajornada - pausas dentro da jornada diária de trabalho para o repouso e alimentação do trabalhador; sendo o trabalho contínuo cuja duração ultrapasse 6 horas é obrigatória a concessão de intervalo de no mínimo 1 e no máximo 2 horas. Não excedendo 6 horas será obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar 4 horas.

Existem, porém, duas regras específicas aplicáveis às mulheres:

Na hipótese de prestação de horas extras deve ser concedido, obrigatoriamente, um intervalo de 15 minutos antes do início do período extraordinário de trabalho (CLT, art. 384);

Na hipótese de trabalho da mulher aos domingos, é obrigatória uma escala de revezamento quinzenal que favoreça o repouso dominical, isto é, que garanta que no mínimo a cada 15 dias o repouso da trabalhadora recaia em um domingo (CLT, art. 386).

ESFORÇO FÍSICO:

È vedado ao empregador exigir da mulher o emprego de força muscular superior a 20 quilos para o trabalho contínuo, ou a 25 quilos para o trabalho ocasional.

Essa vedação não se aplica no caso de remoção de material feita por impulso ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos. (CLT, art. 390).

HORAS EXTRAS PERMITIDAS À MULHER:

Não há mais vedação à realização de trabalho extraordinário pela mulher. O art. 376 da CLT, que restringia o trabalho suplementar da mulher, foi revogado pela lei nº 10.244, de 27.06.2001.

Page 2: Proteção Ao Trabalho Da Mulher

MÉTODOS E LOCAIS DE TRABALHO

Art. 389 - Toda empresa é obrigada:

I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente;

II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico;

III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences;

IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho.

PROTEÇÃO À MATERNIDADE:

A Constituição confere à mulher gestante o direito de licença, sem prejuízo do salário e do emprego, com duração de 120 dias (art. 7º, XVIII).

A lei nº 8.213, de 1991, em seu art. 71, estabelece que o direito à licença e ao salário-maternidade terá início no período entre 28 dias antes do parto e a data de ocorrência deste. Em casos excepcionais, os períodos de repouso antes e depois do parto poderão ser aumentados em mais duas semanas cada um, mediante atestado médico (CLT, art. 392, § 2º).

Ainda no caso de parto antecipado, é assegurado o direito à licença, pelos mesmos 120 dias, mediante atestado médico (CLT, art. 392, § 3º).

Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico, a mulher terá um repouso remunerado de 2 semanas, ficando-lhe assegurando o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento (CLT, art. 395).

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. (ADCT, art. 10, II, b).

PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO:

A mulher terá direito a 2 intervalos de meia hora cada um para a amamentação do filho até os 6 meses de idade, período que poderá ser dilatado quando o exigir a saúde do filho, a critério da autoridade competente (CLT, art. 396).

Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. Tal exigência poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais

Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação deverão possuir, no mínimo, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação sanitária.

PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS CONTRA A MULHER:

A lei considera ato discriminatório do trabalho da mulher a exigência, pelo empregador, de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou outro qualquer meio destinado a esclarecer se está grávida ou esterilizada.

Caso haja prática discriminatória, a empregada poderá optar por:

Page 3: Proteção Ao Trabalho Da Mulher

Rescindir o contrato, com o pagamento em dobro da remuneração do período de afastamento, com juros de 1% do mês, calculados de maneira simples e a partir da propositura da ação e correção monetária;

Ser readmitida com o pagamento da remuneração dos salários que teria recebido entre a data do afastamento e a data do retorno, com juros e correção monetária.

GARANTIA DE EMPREGO

Artigo 10 II, b, do ADCT assegura garantia provisória no emprego à gestante, desde a confirmação da gravidez, até cinco meses após o parto.

Com o advento da Lei nº 11.324/2006 a empregada doméstica gestante passou a ter estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, direito este que ela não possuía.