propriedade intelectual em um mundo globalizado

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No pós-guerra o padrão de competição era baseado nas chamadas vantagens comparativas estáticas. Apesar da interdependência entre os países, as economias seguiam trajetórias de crescimento autônomas e os mercados nacionais eram protegidos por barreiras tarifárias e não tarifárias. Neste contexto, fatores como a disponibilidade de mão de obra barata e de recursos naturais assim como o acesso privilegiado aos mercados domésticos eram fatores determinantes, seja para as decisões de investimento das empresas, seja para o sucesso do empreendimento.

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  • PARCERIAS ESTRATGICAS - nmero 9 - Outubro/2000 145

    Internacional

    Propriedade Intelectualem um Mundo Globalizado1

    ANTNIO MRCIO BUAINAINSRGIO M. PAULINO DE CARVALHO

    No ps-guerra o padro de competio era baseado nas chamadasvantagens comparativas estticas. Apesar da interdependncia entre ospases, as economias seguiam trajetrias de crescimento autnomas e osmercados nacionais eram protegidos por barreiras tarifrias e no tarifrias.Neste contexto, fatores como a disponibilidade de mo de obra barata ede recursos naturais assim como o acesso privilegiado aos mercadosdomsticos eram fatores determinantes, seja para as decises de inves-timento das empresas, seja para o sucesso do empreendimento.

    Nesta economia pr-globalizada o desenvolvimento tecnolgicoj desempenhava um papel relevante. No entanto, tratava-se de tecnologiasmaduras que determinavam diretamente as condies objetivas de pro-duo. Para o tema que estamos tratando, o fato mais importante queno passado os ativos intangveis relevantes eram incorporados de for-ma estvel em mquinas, produtos, marcas e designs e que possibilita-vam uma proteo mais direta atravs dos estatutos legais. Neste senti-do a proteo de ativos intangveis era fundamentalmente ligada a taisestatutos legais e um dos aspectos mais importantes da boa gesto dosativos era assegurar o registro e contratar um bom escritrio de advoca-cia especializada.

    Mas mesmo neste padro menos complexo e estvel, parte impor-tante dos pases em desenvolvimento encontrou srias dificuldades parautilizar o instrumental jurdico de proteo da propriedade intelectual.Mais uma vez a melhor alternativa era um bom escritrio de advocaciaespecializado.

    Os fatores que afetam a competitividade no mundo atual so di-versos e apontam no sentido de relativizar a importncia das vantagenscomparativas tradicionais. Mudam tambm os mecanismos de prote-o e gesto dos ativos intangveis.

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    1 Trabalho inicialmente apresentado na Wipo International Conference on Intellectual Property,Trade, Technological Innovation and Competitiveness, Rio de Janeiro, Brasil, Junho/2000.

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    2 Por exemplo, sabido que no caso do milho hbrido a proteo do segredo das linhagens que lhedo origem e a marca so os principais mecanismos que vm assegurando a apropriao econmicados esforos de inovao e dos ativos intangveis resultantes. Dada a natureza da tecnologia, aapropriao assegurada mais por uma patente biolgica que por uma patente legal. Por outrolado, existem inmeros exemplos onde a proteo legal condio bsica para a apropriaoeconmica. Na prpria indstria de sementes, o segmento de variedades depende fortemente daeficcia da aplicao da lei de proteo de cultivares (Carvalho, 1997).

    A intensidade do desenvolvimento cientfico e tecnolgico, a re-duo dramtica do tempo requerido para o desenvolvimento tecnolgicoe incorporao dos resultados ao processo produtivo; a reduo do ciclode vida dos produtos no mercado; a elevao dos custos de pesquisa edesenvolvimento e dos riscos implcitos na opo tecnolgica, tudo istocriou uma instabilidade que aumenta a importncia da proteo pro-priedade intelectual como mecanismo de garantia dos direitos e de est-mulo aos investimentos. Por outro, relativiza a eficcia dos instrumentosde proteo jurdica strictu sensu para assegurar a apropriao econmi-ca do esforo de inovao, que em ltima anlise determina a deciso deinvestimento das empresas.

    Assim, ganha ainda maior relevncia a gesto dos ativos intang-veis, que no pode ser confundida apenas e to somente com registro.De fato, o que quer se enfatizar neste artigo que a melhor proteo uma gesto eficiente dos ativos, e que dadas as condies atuais, a gestodos ativos intangveis de propriedade intelectual para a apropriao dosseus resultados econmicos est condicionada capacidade de articula-o entre estes ativos a outros ativos intangveis no passveis de prote-o.

    APROPRIAO E VALORIZAO ECONMICA DE ATIVOS INTANGVEIS

    As condies de apropriao e valorizao dos ativos intangveisvariam conforme sua natureza e com a estrutura de mercado onde oconhecimento ser utilizado. A natureza e o tipo da tecnologiacondicionam, em primeiro lugar, a opo e a eficcia das vrias formasde proteo (patentes, marcas, direitos autorais, proteo de cultivares,segredos ou a combinao desses) como instrumento de apropriao evalorizao econmica dos ativos (Nelson, 1989; Dosi et al. 1990).2 Oambiente concorrencial no qual as empresas operam tambm condicionaa gesto dos intangveis. Em estruturas de mercado oligopolistas gran-des empresas lderes convivem com pequenas, as quais ocupam segmentose nichos de amplitude local, regional ou com especificidades cujas ca-ractersticas no interessam ou no compensam para as lderes. A valori-zao dos ativos tende a apoiar-se na publicidade para fixar marcas ecaractersticas dos produtos, no esforo de vendas e no contnuo lana-

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    mento de novos produtos e ou verses do mesmo produto. Nestes ca-sos, importante ressaltar que outros fatores associam-se proteo le-gal para garantir a valorizao e apropriao econmica dos intangveisde propriedade intelectual. Em particular as barreiras entrada de no-vos concorrentes criadas, como por exemplo a existncia de uma rede dedistribuio ou de assistncia tcnica e a capacidade de lanar continua-mente novos produtos. Este tipo de estrutura competitiva e arranjoinstitucional explica o desenvolvimento de inmeras indstrias e mer-cados antes mesmo da formalizao dos instrumentos legais de prote-o. A indstria de sementes tambm um exemplo paradigmtico destasituao (Carvalho, 1997).

    Ambientes concorrenciais caracterizados por elevada velocidadedo processo de inovao conferem grande importncia aos estatutos le-gais de proteo, particularmente no que diz respeito inovaes deprodutos. No entanto, mesmo nestas circunstncias, o sucesso da valo-rizao e apropriao econmica do ativo intangvel de propriedade in-telectual depende fundamentalmente da capacidade de realiz-lo nomercado antes que concorrentes consigam faz-lo. Nesse mesmo senti-do operam as estruturas de vendas e de prestao de servios (Teece,1986; Mello, 1995). Ou seja, o sucesso da gesto do ativo intangvel depropriedade intelectual no dissociado da gesto articulada dos ativosintangveis no passveis de proteo legal.

    Na realidade existem situaes de fato em que as patentes indus-triais oferecem proteo muito menor do que a prevista na teoria. Emum estudo no qual foram analisados os custos e o tempo despendido naimitao de 48 inovaes em produtos nas indstrias qumica, de medi-camentos, eletrnica e de mquinas, Mansfield et al. (1981) concluramque patentes tendem a aumentar custos de imitao, particularmente naindstria de medicamento, mas freqentemente no garantem um mo-noplio para a inovao relevante durante o tempo de proteo. Segun-do os autores, excluindo a indstria farmacutica, a proteo patentriano parece ter sido essencial para o desenvolvimento e a introduo depelo menos 3/4 das inovaes patenteadas estudadas.

    Outro estudo feito nos EUA (Levin et al., 1987) a partir de umaamostra que inclua 130 linhas de negcios, mostrou que a patente uminstrumento mais relevante para inovaes em produtos do que em pro-cessos. Entretanto, menos importante, tanto em produtos quanto emprocessos, do que o lag temporal em relao aos concorrentes, o apren-dizado e as estruturas de vendas e de prestao de servios. Para asinovaes em processos a proteo jurdica menos importante do quenos produtos, e a perspectiva de gesto exitosa dos ativos intangveisdeve enfatizar o pioneirismo e o lag temporal em relao aos concor-rentes. O mesmo estudo mostra que mesmo no caso das inovaes emprodutos as estruturas de vendas e de prestao de servios podem sermais relevantes que as prprias patentes.

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    Deve-se enfatizar que no pode ser desconsiderada a importn-cia dos estatutos de proteo legal da propriedade intelectual. Ao con-trrio, considera-se que os mesmos so condio essencial para o funci-onamento eficaz das economias contemporneas, principalmente noestgio atual, no qual ativos intangveis na forma de conhecimento ci-entfico e tecnolgico so vistos como os propulsores do crescimento edesenvolvimento econmico e social. Porm, mister chamar a atenopara a importncia da gesto articulada a outros ativos no passveisde proteo legal.

    Assim, a gesto dos ativos intangveis pode assumir uma dimensoestratgica, o que discutido no item seguinte.

    GESTO ESTRATGICA DE ATIVOS INTANGVEIS

    Como funo estratgica a propriedade intelectual pode ser umfator de barganha para acesso ou abertura de mercados especficos, ouseja, o ativo intangvel de propriedade intelectual funciona como umticket para entrar no jogo (Teece, 1986; Mello, 1996; Carvalho, 1997). Umbom exemplo foi a aquisio da Kibon, empresa nacional de sorvetes,pela gigante multinacional Unilever. No resta dvidas de que a Unilevertinha capacidade suficiente para produzir e distribuir sorvetes do mes-mo padro da Kibon. A questo, no entanto, era a dificuldade de entrarem um mercado como o brasileiro, onde requisitos como o tempo, apren-dizado, riscos no associados capacitao tecnolgica e disponibilida-de de recursos para investimentos so fatores determinantes para o su-cesso ou fracasso de um empreendimento. Qual o custo destes ativos?So maiores ou menores do que os US$700 milhes que foram pagospela marca? O fato que a Univeler preferiu comprar o ticket a construirseu prprio ativo. Talvez esta tenha sido a mesma motivao que levou aTelefnica a adquirir recentemente a Lycos.com por US12 bilhes.

    Outra situao na qual a funo estratgica relevante est associ-ada complexidade e custos da inovao. Nos setores de fronteiratecnolgica at mesmo as grandes empresas encontram dificuldades paracobrir todo o espectro de conhecimento necessrio para assegurarcompetitividade. Nestas condies, cada vez mais comum a fragmen-tao da propriedade dos ativos intangveis de propriedade intelectualnecessrios para formar um processo tecnolgico completo e competiti-vo. Uma estratgia tem sido as incorporaes e fuses de empresas comativos intangveis complementares. Por exemplo, na indstria farmacu-tica a lgica das fuses tem sido reunir em uma mesma empresa a com-petncia e a propriedade de ativos intangveis aplicados em diferentesmercados e segmentos: antibiticos, vitaminas, imunobiolgicos, etc (SallesFilho et al., 2000).

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    Outra estratgia tem sido o licenciamento cruzado de patentes,especialmente nos segmentos onde o custo e o tempo da imitao soaltos a titularidade de ativos intangveis de propriedade intelectual passaa ser um elemento central, j que as empresas estabelecidas nesse mer-cado podem utiliz-las para levantar mtuas barreiras entrada. Ouseja, necessrio que os titulares dos ativos intangveis de propriedadeintelectual entrem em acordo para poderem explorar comercialmente ainovao. Por outro lado, os novos entrantes se vem na necessidade depossurem uma carteira prpria de patentes para forar as demais a ne-gociarem acordos de licenciamento (Carvalho, 1997).

    O caso mais evidente o das atividades relacionadas biotecnologia,onde tanto as fuses como o licenciamento cruzado desempenharampapis relevantes na conformao da indstria. As modernas tcnicasbiotecnolgicas so um conjunto de aplicaes e de oportunidades denegcios multisetoriais em fase de consolidao mesmo nas reas ondeesto mais desenvolvidas, como a sade humana e agricultura. As alian-as estratgicas entre as empresas passaram a ser instrumentos para es-tabelecer complementaridades entre suas habilidades e capacitao es-senciais. As patentes operam como referncia para a interao entre asempresas e para o processo de busca da atividade de inovao (SallesFilho, 1993; Mello, 1995).

    A decorrncia imediata da fragmentao e da instabilidadetecnolgica foi a necessidade de registro da propriedade intelectual,inclusive porque este ativo de utilizao incerta e imprecisa do momen-to inicial pode eventualmente servir de ticket de entrada para o jogo e deelemento de barganha entre as empresas. Isto explica em parte a intensi-ficao dos pedidos de registro de proteo da propriedade intelectual(Castelo, 2000).

    Nos casos em que a proteo propriedade intelectual forte, oinovador/detentor dos direitos proprietrios, mesmo no dominando econtrolando o conjunto de ativos exigidos fica numa posio privilegia-da (inclusive quanto ao tempo) para adquiri-los. A apropriao se fazatravs da propriedade intelectual ainda que envolvendo outros agentesdetentores de ativos protegidos. Quando a proteo propriedade inte-lectual fraca, a gesto dos intangveis deve valorizar estratgias quereduzam os riscos de imitao pelos concorrentes. O acesso scomplementaridades que permite a explorao do intangvel protegidopassa a ser a base sobre a qual se assenta a gesto exitosa do empreen-dimento. As complementaridades incluem fatores estratgicos de pro-duo, distribuio e assistncia tcnica que garantem a colocao dainovao nos mercados relevantes. Entre essas, a capacidade decomercializao e de distribuio assume papel crtico (Teece, 1986, Car-valho, 1997).

    Aparentemente pode-se trabalhar com duas situaes limite nagesto dos ativos intangveis: a primeira, na qual as firmas tenderiam a

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    promover um processo de integrao vertical, assumindo todos os ris-cos do negcio; e a segunda, em um ambiente com forte proteo pro-priedade intelectual, no qual as patentes garantem a segurana das em-presas para se articular com outras firmas atravs de relaes contratuaismltiplas. Cabe ressaltar que a integrao completa virtualmente im-possvel e que na maioria dos negcios tambm impossvel eliminartotalmente o risco de imitao (Teece, 1986; Pisano, 1991; Carvalho, 1997).

    Em algumas atividades os instrumentos jurdicos de proteo propriedade intelectual tm pouca eficcia, ainda que sejam os nicosinstrumentos de proteo. Ou seja, o estatuto legal de proteo assumeimportncia fundamental. Essas atividades so, principalmente, aquelasem que a natureza da tecnologia tende a incorporar pouco conhecimen-to tcito ou codificado e, consequentemente, mais suscetveis imitao(Carvalho, 1997). H ainda um descompasso entre a proteo legal e odesenvolvimento tecnolgico. Um exemplo expressivo o da indstriafonogrfica, cuja ao de exerccio de direitos proprietrios fundadana ao policial, o que evidentemente tem-se mostrado insuficiente eineficiente.

    Outro ponto relevante no que diz respeito gesto estratgica deativos intangveis remete-se gesto prospectiva, a qual implica omonitoramento dos registros de direito de propriedade intelectual. Omonitoramento permite avaliar a extenso dos direitos outorgados e aspossibilidades e oportunidades de aproveitamento comercial da inova-o protegida sem transgresso de direitos. Permite ainda identificar osrequerimentos para o aproveitamento destas oportunidades, seja em re-lao qualificao da mo de obra, equipamentos, localizao geogrfi-ca, natureza dos insumos e investimentos (Kitch, 1977).

    Pode-se trabalhar, dessa forma, a perspectiva de que a capacidadede valorizao e apropriao econmica dos ativos intangveis decorren-tes do esforo de inovao, assim como a nfase na utilizao dos meca-nismos jurdicos de proteo propriedade intelectual variam entre asindstrias e dentro de cada indstria. tambm mediada pela naturezada tecnologia, assim como pelo ambiente concorrencial em que os ativosintangveis so utilizados. Nesse sentido, a utilizao de cada instrumentode valorizao e de apropriao econmica dos ativos intangveis espe-cfica (Carvalho, 1997).

    COMENTRIO FINAIS

    A propriedade intelectual apresenta aspectos complementares en-tre suas formas jurdicas. Nessa tica, refora a perspectiva de que variade importncia e se conjuga com outros mecanismos de valorizao aapropriao econmica, sempre levando em conta a natureza da tecnologiae da lgica e do dinamismo do ambiente concorrencial em que utiliza-

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    da. Por outro lado, a propriedade intelectual ...tem sua importnciaassociada ao uso possvel nas mais diversas estratgias empresariais queno necessariamente visam excluso dos concorrentes, mas at mesmode formas colaborativas entre rivais (Mello, 1995: 129).

    necessrio ter em mente que a gesto dos ativos intangveis depropriedade intelectual num mercado global fortemente influenciadopor um ambiente institucional que transcende o ambiente da empresa.

    A prpria gerao dos ativos intangveis condicionada de formacrescente pelo ambiente institucional e fatores extra-empresas. Entre estescabe destacar o estoque de conhecimento cientfico e tecnolgico do pas,a existncia de universidades, institutos pblicos de pesquisa, laborat-rios privados de pesquisa, agncias governamentais de pesquisa, revis-tas cientficas e de negcios, relatrios e dados de pesquisas de mercado,alm de outras fontes.

    Por sua vez, a criao de ativos, ainda que sob a gide das empre-sas, um processo eminentemente social que inclui as instituies deeducao pblicas e privadas, programas de aprendizado, institutospblicos e privados de pesquisa, propriedades e gesto pblicas (p. ex.portos, hospitais). Exigem investimento contnuo ao longo do tempo,para aumentar sua qualidade e redirecionar os esforos de maneira aque no sejam depreciados.Em termos gerais fica clara a necessidade de uma poltica de desenvolvi-mento econmico e social nos termos colocados por Castelo (2000). Emtermos especficos, torna-se imperiosa a formulao e implementao depolticas de desenvolvimento cientfico e tecnolgico que criem epotencializem a possibilidade de gerao e aproveitamento de ativosintangveis de propriedade intelectual para a promoo do desenvolvi-mento e a necessidade de modernizar os sistemas de gesto da proprie-dade intelectual. Esta necessidade foi enfatizada por Santos (2000) aoexpor a experincia cubana de utilizar o sistema de patentes comoinstrumento de prospeco tecnolgica em benefcio das empresasquanto de institutos de pesquisa.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Resumo

    No artigo discute-se a propriedade intelectual, relativizando-se a sua eficciaenquanto instrumento de proteo jurdica strictu sensu para assegurar a apropria-o econmica do esforo de inovao. Para tanto feita uma discusso conceitualsobre o tema, enfatizando a relevncia da gesto estratgica dos ativos intangveis,sejam os passveis de proteo jurdica ou no. Conclui-se que a criao dessesativos um processo eminentemente social, que inclui as instituies de educaopblicas e privadas, programas de aprendizado, institutos pblicos e privados depesquisa, propriedades e gesto pblicas. Nesse sentido, necessrio implementarpolticas de desenvolvimento cientfico e tecnolgico que potencializem a gerao eaproveitamento de ativos intangveis de propriedade intelectual. Igualmente rele-vante, impe-se a modernizao dos sistemas de gesto da propriedade intelectual.

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    Abstract

    This article discusses intellectual property, considering its weak efficiency toguarantee the economic appropriation of innovation efforts if solely the juridicalaspect is focused. For this purpose, we discuss the conceptual framework on thisissue, stressing the relevance of the strategic role of intangible assets, subject tojuridical protection or not. We conclude that the creation of these assets is a mainlysocial process, which includes public and private education institutions, learningprograms, public and private research institutes, properties and public management.So not only is it necessary to implement scientific and technological developmentpolicies, which increase the generation and use of intangible assets of intellectualproperty, but also modernize its management systems.

    Os Autores

    ANTONIO MARCIO BUAINAIN. Doutor eEm Cincias Econmicas, na Arearea dePoltica Econmica, pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Cam-pinas, Mestre em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, Bacharelem Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Bacharel em CinciasEconmicas pela Faculdade de Cincias Polticas e Econmicas do Rio de Janeiro. especialista em Teoria Econmica, Crescimento e de Desenvolvimento Econmico,Teoria e Poltica de Planejamento Econmico, Economia Agrcola e Poltica Comer-cial e Instituies Econmicas. Dentro dessa ltima especialidade, tem seaprofundado na questo da propriedade intelectual. Participa como PesquisadorAssociado do Grupo de Estudos sobre a Organizao da Pesquisa e da Inovao(GEOPI). Professor do Departamento de Poltica e Histria Econmica Instituto deEconomia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). e-mail:[email protected]

    SERGIOSRGIO M. PAULINO DE CARVALHO. Doutorando e Mestre em Poltica Cient-fica e Tecnolgia pelo DPCT-IG/Unicamp e Economista graduado pela UFF. Tem-sededicado ao estudo da propriedade intelectual articulada s estratgias empresari-ais em instituies pblicas e privadas. Pesquisador em Scio Economia da Em-presa de Pesquisa Agropecuria do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) e Pesqui-sador Associado do GEOPI-DPCT-IG/Unicamp.