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O Movimento VIVA agora é Movimento VIVA URGENTE.

Trata-se de uma iniciativa de um grupo que representa a categoria dos agentes fiscais de rendas do Estado de São Paulo, que há alguns anos vem se debruçando sobre os problemas da tributação do consumo do país e de sua administração tributária, buscando soluções através do diálogo com di-versos setores da sociedade civil organizada e que, neste momento, se volta para o enfrentamento da crise do COVID-19.

A EGESP – Escola de Governo do Estado de São Paulo junta-se ao VIVA URGENTE na formulação das propostas que formam este documento. Elas mesmas são propostas em movimento. Começam com as que são aqui apresentadas e devem se estender até que a crise econômica esteja plenamen-te superada. É a primeira de muitas iniciativas e produto da urgência do momento.

Como não poderia deixar de ser, essas propostas carregam em si a marca da urgência. Chegam desprovidas do refinamento e do detalhamento que só um tempo mais amplo permitirá suprir: in-formações mais detalhadas, análises de impacto, simulações, entre outras. Não se pode dizer, no entanto, que não sejam propostas maduras. Todas elas estão apoiadas na experiência acumulada de um grupo de profissionais absolutamente comprometido com o serviço que presta à sociedade.

PROPOSTAS

• Implantação, em três meses, do projeto do ICMS-Personalizado, ou Isenção Personalizada do ICMS. Com ele, os valores do imposto arrecadado com o consumo da população mais pobre po-derão ser devolvidos ao consumidor, total ou parcialmente, um mês após o consumo (o Anexo 3 apresenta detalhes do projeto e simulações a respeito de um possível impacto sobre a renda das famílias menos favorecidas da população paulista);

• Extinção parcial do mecanismo da Substituição Tributária para produtos de consumo popular. O objetivo é aumentar a liquidez dos contribuintes por ela afetados. Não representam renún-cia fiscal, mas tão somente diferimento do imposto. Essa proposta beneficiará diretamente cer-ca de 1.300.000 contribuintes;

• Suspensão parcial dos benefícios do Programa Nota fiscal Paulista, resguardando apenas os créditos destinados a ONGs e entidades com fins assistenciais. Os recursos destinados a pes-soas físicas serão inteiramente transferidos para o ICMS-Personalizado (Anexo 2);

• Transferência, total ou parcial, da renúncia fiscal dos produtos da cesta básica para as famílias de baixa renda que compõem o Programa Bolsa Família. Apenas com os valores da renúncia fiscal desses produtos, as famílias beneficiadas teriam uma isenção total do ICMS na sua cesta de consumo da ordem de R$ 110,00/mês (Anexo 3);

• Suspensão de prazos administrativo1/processuais e de atendimento de notificações fiscais2;

• Parcelamento do ICMS apurado durante o período de afastamento social em condições dife-renciadas, com base no porte econômico e na queda de vendas observada;

MOVIMENTO VIVA URGENTE

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1Ficam de fora da suspensão prazos para entrega de declarações tais como GIA e EFD2Salvo urgências expressamente constantes das notificações correlacionadas ao enfrentamento da crise, decadência e combate a fraudes estruturadas;

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• Liberação, por prazo determinado e prorrogável, de importação de medicamentos e material hospitalar de consumo, sem prévio recolhimento de ICMS3;

• Mapeamento setorial e por atividade econômica do impacto da crise nas vendas e de eventuais renúncias fiscais vigentes, por meio das bases de dados da Secretaria da Fazenda e notas fiscais eletrônicas, com o objetivo de subsidiar decisões relativas a programas de apoio setorial base-ados em critérios técnicos, permitindo, inclusive, dar subsídios à destinação de financiamentos pelos bancos de fomento;

• Suspensão dos benefícios fiscais que não alcançaram as metas propostas para sua concessão;

• Aumento da alíquota estadual do ITCMD para o limite nacional de 8%;

• Identificação de níveis de produção e de estoques, permitindo que o Estado possa intervir na compra ou estimular a produção de determinados insumos necessários à superação do estado de calamidade;

• Criação de fórum com participantes da sociedade civil organizada para a articulação de medi-das adicionais, tecnicamente viáveis e alinhadas com as necessidades deste momento de crise.

PRINCÍPIOS

• Prioridade para os setores mais vulneráveis da sociedade e da economia;

• Foco na liquidez da economia;

• Não promoção de aumento de carga tributária do ICMS;

• Plano restrito a ações de curto prazo, ainda que seus efeitos se estendam por prazo maior;

• Ações concretas e exequíveis, limitadas ao espaço de competência do Governo do Estado.

Tal como o Movimento VIVA, o Movimento VIVA URGENTE reestabelece o diálogo de agentes fis-cais de rendas do Estado de São Paulo com amplos setores da sociedade civil organizada na busca de soluções para o enfrentamento da crise. Mais do que uma classe fechada sobre si mesma, somos o movimento de uma categoria profissional que entende o sentido de urgência do momento pelo qual passamos e que se mobiliza para esse enfrentamento.

Uma política de enfrentamento da crise não pode prescindir do conhecimento, da experiência des-sa classe de servidores públicos e de todo o aparato técnico e informacional de que esses se servem no seu trabalho cotidiano. São, ambos, patrimônio do Estado e não é razoável que sejam, neste momento, desprezados.

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3 Para empresas em situação cadastral “ativa” desde 1° de janeiro de 2018, e que tenham realizado importações no ano de 2019 em valor superior a um milhão de reais no Estado de São Paulo, com o pagamento do imposto sendo realizado por compensação em conta gráfica.

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O placar do programa Nota Fiscal Paulista apresenta os seguintes resultados para o ano de 2019:

Fonte: Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, disponível em www.nfp.fazenda.sp.gov.br/nfo/sorteio/relacao.asp

De onde se lê que, em 2019, foram constituídos:

a. R$ 150,2 milhões a pessoas físicas;

b. R$ 2,4 milhões para empresas do Simples Nacional;

c. R$ 129,7 milhões para entidades sem fins econômicos;

d. R$ 130,4 mil para condomínios;

Distribuídos:

e. R$ 81,4 milhões em prêmios;

Resgatados:

f. R$ 1,1 bilhão para pessoas físicas e jurídicas.

Atualmente o programa conta com 21 milhões de pessoas inscritas, a grande maioria, pessoas físi-cas (aproximadamente 95%).

Proposta do VIVA-URGENTE:

a. Utilização da parcela dos R$ 2,4 bilhões a resgatar correspondentes à coluna “Saldo Acu-mulado”, que pertencem por direito a pessoas físicas (cerca de 50% dos valores. Os valores relativos às pessoas jurídicas permaneceriam intocados). Uma campanha de solidariedade poderia induzir as pessoas físicas a abrirem mão de seu direito para que os valores respec-tivos fossem integralmente distribuídos para as famílias de baixa renda. Limite estimado: R$ 1,2 bilhão;

MOVIMENTO VIVA URGENTE | ANEXO 1

NOTA FISCAL PAULISTAPROPOSTA DE DISTRIBUIÇÃO DOS CRÉDITOS PARA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

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Placar do Nota Fiscal Paulista - Valores distribuídos em R$ correntes

MêsPessoa Física

Pessoa Jurídica

Total PF + PJPremiação

dos Sorteios

Valores resgatados e cancelados

Saldo acumuladoSimples

Nacional

Entidades Sem Fins

EconômicosCondomínios

Total Pessoa Jurídica

01/2019 11.136.316 198,454 9.304.723 9.640 9.512.817 20.649.133 6.700.00 109.453.521 3.071.730.339

02/2019 12.073.446 198,099 10.107.932 15,423 10.321.454 22.394.900 6.700.00 69.119.790 3.031.705.449

03/2019 22.406.044 218,803 15.981.299 15,684 16.215.786 38.621.830 6.700.00 47.498.868 3.029.528.411

04/2019 11.283.698 171,966 9.909.696 9,249 10.090.911 21.374.609 6.700.00 352.232.824 2.705.370.196

05/2019 9.996.098 176.140 8.835.395 8,948 9.020.483 19.016.581 6.700.00 52.009.279 2.679.077.498

06/2019 11.373.335 185,844 10.199.648 9,831 10.395.323 21.768.658 6.700.00 32.582.755 2.674.963.401

07/2019 10.317.962 191,795 9.220.561 10.118 9.422.474 19.740.436 6.700.00 16.566.838 2.684.836.999

08/2019 12.053.329 204,829 10.603.700 9.811 10.818.340 22.871.669 6.700.00 39.496.638 2.674.912.030

09/2019 13.695.132 199,464 11.794.304 9.821 12.003.589 25.698.721 6.700.00 325.387.197 2.381.923.554

10/2019 12.539.595 210,733 11.602.190 10.868 11.823.791 24.363.386 6.700.00 12.002.845 2.400.984.095

11/2019 12.042.992 226,573 11.386.969 10.292 11.623.834 23.666.826 7.700.00 36.680.089 2.395.670.832

12/2019 11.273.715 221,465 10.734.288 10.698 10.966.451 22.240.166 6.700.00 26.953.171 2.397.657.827

Total 150.191.662 2.404.165 129.680.705 130.383 132.215.253 282.406.915 81.400.000 1.119.983.815

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a. Os prêmios que no ano de 2019 atingiram o valor de R$ 81,4 milhões passariam a ser in-tegralmente distribuídos às famílias de baixa renda, com valores a serem remanejados no Orçamento do Estado. Mantidos os mesmos valores do ano de 2019, estima-se uma desti-nação de R$ 81,4 milhões/ano a famílias de baixa renda;

b. Os créditos constituídos para pessoa física que no ano de 2019 foram de R$ 150,2 milhões, doravante poderiam ser integralmente direcionados para a população de baixa renda.

Em suma, uma reestruturação do programa Nota Fiscal Paulista teria um potencial de distribuição dos seguintes valores às famílias de baixa renda (considerando-se 1,5 milhão de famílias beneficiá-rias do Bolsa Família em São Paulo):

a. Limite de distribuição de R$ 1,2 bilhão (saldo) R$ 884,00 por família.

b. Limite de distribuição de R$ 231,6 milhões/ano R$ 13,00 por família/mês.

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A renúncia fiscal da cesta básica corresponde à diferença entre a alíquota padrão do imposto e a alíquota efetiva, reduzida para 7%, exceto para o peixe, que tem uma alíquota efetiva de 3% e o arroz e o feijão para os quais há isenção integral.

Os itens que compõem a cesta básica são:

Com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE para o estado de São Paulo, levantamos o consumo das famílias paulistas por sub-grupos de produtos. Nos itens dos sub-gru-pos que compõem a cesta básica, projetamos uma arrecadação da ordem R$ 1 bilhão para 2019, considerando-se uma redução da base de cálculo de forma que a alíquota efetiva seja de 7% para a maioria dos itens, 3% para o peixe e isenção para arroz e feijão. Posteriormente, calculamos a arrecadação sobre o valor do consumo efetivo à alíquota de 18%. Com isto, chegamos a uma arre-cadação potencial de R$ 2,8 bilhões. A diferença entre os R$ 2,8 bilhões (total da arrecadação sem renúncia fiscal) e o R$ 1 bilhão atualmente arrecadado em 2019, ou seja, R$ 1,8 bilhão correspon-de ao valor da renúncia fiscal do estado estimada para os produtos da cesta básica.

Limite de distribuição por família (1,5 milhão de famílias) = R$ 100,00/mês

OBS: não foram considerados no cálculo os seguintes produtos: ave, leporídeo, gado bovino, bufa-lino, suíno, caprino ou ovino, em pé, e produto comestível resultante de seu abate, em estado natu-ral, resfriado, congelado, salgado, seco, temperado ou defumado para conservação, desde que não enlatados ou cozidos, por terem sido revogados da cesta básica. No interesse da política do Estado, os benefícios correspondentes a esses itens poderão ser considerados para fins de distribuição dos valores às famílias de baixa renda.

MOVIMENTO VIVA URGENTE | ANEXO 2

CESTA BÁSICAPROPOSTA DE DISTRIBUIÇÃO DA RENÚNCIA FISCAL PARA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

Produto Faixa de NCM

Arroz 10062000 10063999

Feijão 07133000 07133999

Óleo de Soja 15079010 15079019

Óleo de Girassol 15121900 15121999

Açúcar 17011100

Açúcar 17019900

Peixe 03020000 03049999

Manteiga 04050000 04059999

Margarina 15170000 15179999

Pão 19059000 19059099

Pão 19052090

Trigo 10010000 10010099

Farinha de Trigo 11010000 11010099

Farinha para Pão 19012000 19012099

Massas 19021100 19021199

Massas 19021900 19021999

Biscoitos 19053100 19053199

Linguiça/Salsicha 16010000

Sardinha em lata 16041300 16041399

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O QUE É?1

O ICMS-Personalizado, ou Isenção-Personalizada, é um instrumento proposto ao Governo do Es-tado para implementação no curto e médio prazo, que tem como objetivo isentar, total ou parcial-mente, a população de baixa renda do pagamento do ICMS. É um instrumento destinado a mitigar a regressividade desse imposto e a tornar a sua carga mais equilibrada e mais justa. O ICMS-Per-sonalizado permite que os beneficiados pela isenção sejam exatamente aqueles que devem rece-bê-la. O ICMS-Personalizado é uma solução mais justa e mais eficiente para dar benefícios a quem mais precisa.

O QUE SIGNIFICA “REGRESSIVIDADE” DO IMPOSTO?

Os impostos que incidem sobre o consumo, como é o caso do ICMS, têm por característica onerar, em termos relativos, mais os pobres do que os ricos. Isso porque a renda da população pobre é toda ou quase toda ela destinada ao consumo, notadamente de produtos da cesta básica, enquanto os ricos consomem uma proporção muito menor desses produtos e, portanto, pagam impostos numa proporção relativamente menor que a população mais pobre. Regressividade significa, portanto, que os mais pobres pagam uma proporção maior da sua renda em impostos sobre o consumo.

COMO SE FARÁ A OPERACIONALIZAÇÃO DESSA ISENÇÃO?

A isenção do ICMS-Personalizado será feita por meio da transferência mensal, em dinheiro ou depósito em conta bancária, do valor dos impostos recolhidos no mês imediatamente anterior às pessoas cadastradas (de início pode-se pensar nas famílias que constam do Cadastro Único), até o limite da isenção correspondente à sua respectiva faixa de renda.

QUAL A ORIGEM DOS VALORES QUE SERÃO TRANSFERIDOS?

Os valores a serem transferidos serão constituídos a partir de renúncia fiscal concedida pelo Go-verno do Estado de São Paulo para alguns produtos ou setores de atividade. Pode-se pensar, inicial-mente, em destinar ao programa, os valores que hoje representam a renúncia fiscal dos produtos da cesta básica. Além disso, os recursos atualmente destinados ao Programa Nota Fiscal Paulista poderão ter a mesma destinação, ressalvados aqueles destinados a pessoas jurídicas que promo-vam trabalhos assistenciais e outros serviços de utilidade pública.

OS BENEFÍCIOS FISCAIS SOBRE OS PRODUTOS DA CESTA BÁSICA JÁ NÃO CUMPREM ESSE PAPEL DE BENEFICIAR OS MAIS POBRES?

Cumprem apenas numa pequena escala. Em termos absolutos, os benefícios dados sobre os produ-tos da cesta básica beneficiam mais as populações de classe média ou alta, cuja cesta de produtos é mais sofisticada e sensivelmente mais cara. Por conta disso, os efeitos distributivos dessa isenção são quase que totalmente neutralizados.

MOVIMENTO VIVA URGENTE | ANEXO 3

1 Além dos benefícios óbvios do ICMS-Personalizado, ou Isenção Personalizada, do ponto de vis-ta distributivo, o projeto tem vantagens adicionais sobre as formas tradicionais de concessão de benefícios fiscais, seja porque assegura a neutralidade do imposto, evitando a complexidade e a vulnerabilidade que as formas tradicionais colocam para a definição das fronteiras dos que recebe-rão o benefício e também sua fiscalização, sempre problemática. Com esse sistema, todo o valor do imposto é cobrado integralmente, sendo, então, a parcela que compete à população de baixa renda concedida diretamente a toda sua cesta de consumo, até o limite concedido.

Outra grande vantagem, é que, por si só, o sistema funciona como forte estímulo à economia for-mal, já que o valor do imposto restituído depende das Notas Fiscais Eletrônicas emitidas. Não há benefício sem nota fiscal.

ICMS-PERSONALIZADOISENÇÃO PERSONALIZADAPERGUNTAS E RESPOSTAS

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ESSAS ISENÇÕES NÃO PODERIAM ONERAR EXAGERADAMENTE OS COFRES DO ESTADO?

Não. Os valores da isenção do ICMS-Personalizado podem obedecer a limites estabelecidos pelo Governo Estadual, dependendo de quão profunda será sua política distributiva. Em princípio, os valores da renúncia fiscal já concedida supera em muito o custo das isenções do ICMS-Persona-lizado.

SE ESSA SOLUÇÃO É BOA, POR QUE, ENTÃO, NÃO FOI ADOTADA ANTERIORMENTE? POR QUE NÃO É ADOTADA PELA MAIOR PARTE DOS PAÍSES QUE TÊM ESSE TIPO DE IMPOSTO (SOBRE O VALOR ADICIONADO)?

A resposta é simples. O ICMS-Personalizado não foi adotado antes no Brasil e outros países não o adotam por um motivo surpreendente: sua implementação depende de dois fatores de ordem operacional: 1) tecnologia de informação e um sistema que permita calcular o imposto pago por cada consumidor, e 2) dispor de um cadastro que permita identificar quem são os contribuintes de baixa renda.

Os cadastros de contribuintes pessoa física, que permitem classificá-los por faixa de renda, são dos órgãos tributários, normalmente, o do imposto de renda que exclui as pessoas de baixa renda. A maioria dos países não tem cadastro de pessoas pobres. No caso brasileiro, o programa Bolsa Família e o Cadastro Único permitem identificar com relativa precisão o público beneficiado pela isenção do imposto.

A questão da tecnologia de informação que permita identificar o consumo exato por pessoa é um outro impedimento que dificulta para a maior parte dos países a adoção de uma solução como essa. No Brasil e, em particular, em São Paulo, soluções tecnológicas como a Nota Fiscal Eletrônica e o Programa Nota Fiscal Paulista, permitem, não apenas identificar o consumo individual por contri-buinte, como também permitem fazer a distribuição dos valores diretamente ao beneficiado.

Nesse sentido, apesar dos impostos no Brasil terem uma qualidade, no mínimo, questionável, as soluções tecnológicas e as experiências de políticas distributivas como o Bolsa Família, o colocam numa posição extremamente privilegiada para garantir a eficiência e a eficácia desses benefícios.

A ADOÇÃO DO ICMS-P NÃO AUMENTA A COMPLEXIDADE DO IMPOSTO?

Ao contrário. A solução do ICMS-Personalizado é absolutamente neutra do ponto de vista do imposto e não provoca nenhum tipo de distorção alocativa. Todo o imposto é pago em sua inte-gralidade, sem distinção, para todos os produtos da cesta básica. A diferença é que, do montante arrecadado, a parcela de imposto recolhida pelas parcelas mais pobres da população é devolvida diretamente a elas, sem intermediações. Ao contrário das isenções que são dadas para produtos, difíceis de fiscalizar e sujeitas a trazer distorções de toda ordem, o ICMS-Personalizado é uma so-lução limpa, eficiente e acima de tudo justa.

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