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PROPOSTA PEDAGÓGICA - 2015 Prezados Pais! A Educação Adventista enfatiza o processo educativo de forma integral e restauradora, incentivando a interação entre a teoria e a prática, o pensar e o fazer, a razão e a emoção, o indivíduo e o coletivo, a causa e o efeito, pois tantos os educandos como os educadores ensinam e aprendem. A proposta pedagógica da Rede Educacional Adventista visa atender as necessidades gerais de aprendizagens, estimulando a criticidade e a criatividade, objetivando transformar conhecimentos e atitudes, a partir de soluções de problemas que remetem à realidade da vida. Fundamentada nas premissas de uma educação cristã, esta proposta tem como compromisso nortear as atividades didáticas das escolas da rede, sistematizando a prática pedagógica e o cotidiano escolar, imprimindo a ideia de qualidade do ensino. Com objetivos educacionais amplos, o currículo promoverá a excelência acadêmica e os estudos gerais e necessários para a cidadania responsável, contribuindo com o desenvolvimento equilibrado da vida espiritual, intelectual, física, social, emocional e vocacional dos educandos, preparando-os para serem cidadãos competentes e comprometidos com a sociedade e com Deus. DO SONHO À REALIDADE O Instituto Adventista Cruzeiro do Sul foi fundado em 14 de novembro de 1928, pelo casal de missionários norteamericanos Abraham e Mary Harder, que num ato de total desprendimento gastaram tudo quanto receberam de uma herança pessoal para comprar uma área de 110 hectares, onde construíram o colégio e, posteriormente, em 1938, entregaram tudo para a Organização Adventista. O Pastor Abraham Classen Harder chegou ao Brasil em 1922, para assumir a presidência da Igreja Adventista do Sétimo dia no Rio Grande do Sul. Em suas primeiras viagens pelo campo gaúcho, o missionário notou que havia muitos jovens nas igrejas por onde passava. As escolas paroquiais eram poucas. Assim mesmo, ofereciam apenas as séries primárias. Quem desejasse ampliar seus estudos em educandário adventista tinha de viajar a São Paulo para estudar no Colégio que lá havia. A distância, porém era grande, os meios de transporte precários e dispendiosos, de tal modo que poucos arriscavam esta aventura. Tais fatos deixaram o Pr. Harder muito preocupado. De tradicional família de educadores (seu avô e seu pai o haviam sido), ele começou a pensar na possibilidade de construir um colégio

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PROPOSTA PEDAGÓGICA - 2015

Prezados Pais!

A Educação Adventista enfatiza o processo educativo de forma integral e restauradora,

incentivando a interação entre a teoria e a prática, o pensar e o fazer, a razão e a emoção, o

indivíduo e o coletivo, a causa e o efeito, pois tantos os educandos como os educadores ensinam

e aprendem.

A proposta pedagógica da Rede Educacional Adventista visa atender as necessidades gerais de

aprendizagens, estimulando a criticidade e a criatividade, objetivando transformar conhecimentos

e atitudes, a partir de soluções de problemas que remetem à realidade da vida.

Fundamentada nas premissas de uma educação cristã, esta proposta tem como compromisso

nortear as atividades didáticas das escolas da rede, sistematizando a prática pedagógica e o

cotidiano escolar, imprimindo a ideia de qualidade do ensino.

Com objetivos educacionais amplos, o currículo promoverá a excelência acadêmica e os estudos

gerais e necessários para a cidadania responsável, contribuindo com o desenvolvimento

equilibrado da vida espiritual, intelectual, física, social, emocional e vocacional dos educandos,

preparando-os para serem cidadãos competentes e comprometidos com a sociedade e com Deus.

DO SONHO À REALIDADE

O Instituto Adventista Cruzeiro do Sul foi fundado em 14 de novembro de 1928, pelo casal de

missionários norte–americanos Abraham e Mary Harder, que num ato de total desprendimento

gastaram tudo quanto receberam de uma herança pessoal para comprar uma área de 110

hectares, onde construíram o colégio e, posteriormente, em 1938, entregaram tudo para a

Organização Adventista.

O Pastor Abraham Classen Harder chegou ao Brasil em 1922, para assumir a presidência da

Igreja Adventista do Sétimo dia no Rio Grande do Sul. Em suas primeiras viagens pelo campo

gaúcho, o missionário notou que havia muitos jovens nas igrejas por onde passava. As escolas

paroquiais eram poucas. Assim mesmo, ofereciam apenas as séries primárias. Quem desejasse

ampliar seus estudos em educandário adventista tinha de viajar a São Paulo para estudar no

Colégio que lá havia. A distância, porém era grande, os meios de transporte precários e

dispendiosos, de tal modo que poucos arriscavam esta aventura.

Tais fatos deixaram o Pr. Harder muito preocupado. De tradicional família de educadores (seu avô

e seu pai o haviam sido), ele começou a pensar na possibilidade de construir um colégio

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semelhante aos que ele conhecia nos Estados Unidos. Assim brotou o sonho no coração do casal

Harder. Porém, ao apresentarem o plano a seus superiores, receberam resposta negativa. Não

havia dinheiro para um empreendimento de tal envergadura.

Finalmente, ele e a esposa chegaram à conclusão de que, se quisessem um colégio, teriam de

agir sozinhos. Não tinham com quem contar. Contariam com Deus. Sabiam que Ele não falharia.

Estavam orando ardentemente. Certamente de algum lugar viria a ajuda necessária. Algum tempo

mais tarde, a Sra. Mary Harder recebeu uma herança da família nos Estados Unidos. O casal de

missionários já sabia o que fazer com o dinheiro!

Compraram uma propriedade na cidade de Taquara, em 14 de novembro de 1928, e iniciaram a

construção por conta própria. Em março de 1929, as aulas foram iniciadas com 27 alunos, todos

rapazes, e no internato, eram todos bolsistas que nada pagavam em dinheiro, mas trabalhavam

em um período e estudavam no outro. Estes alunos residiam na própria casa do casal Harder,

juntamente com os seus três filhos, e eram tratados como se fossem uma única família.

Os desafios eram imensos, a escassez de recursos era tremenda, mas o Pr. Harder era um

homem de oração. Durante os anos em que o sonho florescia, ele orava constantemente pedindo

orientação divina.

Em 1932, formou-se a primeira turma no Curso Elementar. Eram apenas dez alunos, mas

coroavam os esforços do nobre missionário de ter uma escola que não ensinasse simplesmente

as ciências, mas também o amor a Deus, ao próximo, o respeito à família e outros valores tão

importantes no mundo atual.

Em 2009, o Colégio teve uma grande alegria e, ao mesmo tempo, uma séria responsabilidade: a

Escola Adventista Ricardo Olm, localizada no centro da cidade, passou a ser administrada pelo

IACS, passando a chamar-se IACS – Ricardo Olm.

Em seu belo recanto, ao pé da serra gaúcha, Taquara oferece ao Rio Grande do Sul e ao Brasil

este espaço de cultura e bem-estar.

Instituto Adventista Cruzeiro do Sul – 85 Anos – Educando Gerações

INFRAESTRUTURA

Biblioteca conectada à Internet Biblioteca Infantil Laboratório de Informática Laboratório de Ciências, Química, Biologia e Física Piscinas: Térmica e Semiolímpica Sauna Academia de Ginástica e Musculação Campos de Futebol Ginásio Poliesportivo Quadras: Areia, Basquete, Vôlei, Futsal e Tênis Pistas: Atletismo e Skate Praça de Alimentação Lousa Interativa Auditórios Conservatório Musical

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E MAIS:

Música – Cursos livres de: Musicalização, Piano, Teclado, Violão, Saxofone, Guitarra, Contrabaixo, Violino, Violoncelo, Clarinete, Canto, Flauta Doce e Transversal.

Corais e Grupos Vocais Fanfarra Marcial Orquestra Inglês – Centro de Idiomas IACS (Parceria Yázigi) Oficinas de espanhol para alunos do Ensino fundamental II e Ensino médio Cursos de Informática Interativa Orientação Vocacional Psicóloga Clube de Desbravadores e Aventureiros Turno Integral – Atendimento para alunos de 4 a 10 anos que precisam ficar o dia inteiro

sob os cuidados do Colégio, com turmas por níveis.(manhã e tarde)

OFERECEMOS

Educação Infantil – Para alunos de 04 e 05 anos; Ensino Fundamental Ensino Médio

MARCO DOUTRINAL

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO ADVENTISTA

“No princípio criou Deus todas as coisas...” (GÊNESIS 1,1) “Ao sair o homem das mãos do criador

era de nobre estatura e perfeita simetria (...)” (WHITE, 1981, p. 21). Fora dotado com a

capacidade de criar, pensar e agir com liberdade de escolhas. No uso de suas faculdades o

homem escolheu desobedecer a Deus criando uma dicotomia no relacionamento. No entanto,

Cristo veio restabelecer a integração do homem com Deus.

A Filosofia Adventista de Educação fundamenta-se na crença em um Deus Criador, Mantenedor e

Redentor. Centrada em Jesus Cristo, tem como objetivo restaurar nos seres humanos as

características do Criador, considerando Seu caráter e Seus ensinos, bem como a revelação de

Sua natureza, tendo como fonte a Bíblia e os ensinos de Ellen White. “As instituições de ensino

poderão produzir homens fortes para pensar e agir, homens que sejam senhores e não escravos

das circunstâncias, homens que possuam amplidão de espírito, clareza de pensamento e

coragem nas suas convicções.” (WHITE, 2008c, p. 8).O cerne da Filosofia Adventista de

Educação está nos princípios bíblicos da criação do Universo e do homem. Aponta para o plano

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da salvação através do sacrifício redentor de Jesus Cristo pela humanidade. Três aspectos

importantes apoiam estas crenças:

Origem – o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhes soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. (GÊNESIS, 2:7).

Natureza - pecaminosa, uma vez que os primeiros seres humanos criados pecaram e perderam a natureza divina, que lhes fora atribuída pela criação “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. (ROMANOS, 3:23).

Destino - em virtude de Seu infinito amor, Deus providenciou a restauração do homem por intermédio do sangue de Jesus Cristo, possibilitando-lhe assim a vida eterna. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (JOÃO, 3:16).

Nota-se que, a filosofia que inspira a Rede Educacional Adventista, possui entre os seus claros

objetivos a promoção de um desenvolvimento harmonioso do ser humano em todas as suas

faculdades. Não obstante, atua de modo a reforçar as crenças fundamentais apregoadas pelos

Adventistas do Sétimo Dia, como um norteador axiológico e conceitual, com ênfase no poder

substancialmente criador da divindade. Tais crenças se sintetizam através dos seguintes

princípios:

1. Deus, o Criador, é a realidade última do universo. Por isso, conhecer a Ele e compreender Sua

vontade é de crucial importância desde cedo na vida;

2. O homem, criado perfeito por Deus, é o resultado de uma sutil e judiciosa combinação do

material com o espiritual; um ser racional destinado a ser completo e feliz na medida em que,

harmoniosamente, se relacionar com Seu Criador e bem conviver com seus semelhantes;

3. Separado de Deus, o homem está sujeito à degradação. Por isso, estabelecer ligação com

Deus na forma e, no tempo devido, deve ser o grande objetivo da vida;

4. Criado o homem, com potenciais a desenvolver, chama-se Educação Cristã a obra que permite

seu harmonioso desenvolvimento em comunhão com o Criador. Em outras palavras, é apenas

“poder ter sido”. Por isso, em se tratando de educação, excelência é o mínimo desejável;

5. Na vida humana, as ações e atividades dos primeiros anos são de crucial importância para o

posterior desenvolvimento. Assim, é sobre a boa educação e a felicidade do educando que se

constrói o futuro bem - estar e o destino do homem;

6. Deus, o Criador, é também a fonte de todo o conhecimento e se revela ao homem mediante a

Bíblia Sagrada, Jesus Cristo, a natureza, que é seu segundo livro, e através do trato com pessoas

e povos de todas as épocas.

A EDUCAÇÃO ADVENTISTA

A Educação Adventista tem como meta a promoção do desenvolvimento equilibrado do indivíduo -

espiritual, intelectual, física e socialmente. Procurando estruturar caracteres semelhantes ao do

Criador, estimulando o desenvolvimento de pensadores independentes e críticos ao invés de

meros refletores do pensamento de outros; promove atitude de servir ao próximo motivado pelo

amor substituindo a ambição egoísta; assegura o máximo desenvolvimento do potencial de cada

indivíduo; abraça tudo o que é verdadeiro, bom e belo.

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No mais alto sentido, as obras da educação e da redenção são uma; pois, na educação, como na

redenção, “ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”.

(I CORÍNTIOS, 3:11). [...] Os grandes princípios da educação são imutáveis. “Permanecem firmes

para sempre” (SALMOS, 111:8), visto que são os princípios do caráter de Deus. Deve ser o

primeiro esforço do educador e seu constante objetivo de auxiliar o educando a compreender

estes princípios e entrar com Cristo naquela relação especial que fará daqueles princípios uma

força diretriz na vida. O professor que aceita este objetivo é em verdade um cooperador de Cristo,

um obreiro de Deus (WHITE, 2008c, p. 17).

Cremos que o conhecimento verdadeiro tem sua origem na fonte de toda sabedoria - Deus - e na

revelação que Ele faz de Si mesmo através de Jesus Cristo, das Sagradas Escrituras e da

natureza.

O professor é um cooperador desse processo, e é só através do Espírito Santo que ele alcança

um relacionamento íntimo com Deus e transmite conhecimento eterno e verdadeiro.

O verdadeiro conhecimento abrange um conjunto de saberes cognitivos, espirituais, emocionais,

experimentais e intuitivos que torna o homem apto para servir ao próprio homem, à comunidade e

a Deus. Sem esse conjunto de qualificações, o caráter estará em desarmonia, porém o Espírito

Santo será a ponte guiadora das ações humanas, para priorizar princípios sólidos e íntegros,

buscando o aprimoramento do caráter, sem desprezar os conhecimentos científicos e literários.

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MISSÃO

Promover, através da Educação Cristã, o desenvolvimento integral do educando, formando

cidadãos autônomos, comprometidos com o bem-estar da comunidade, da Pátria e com Deus.

VISÃO

Ser um sistema educacional reconhecido pela excelência da formação humana, fundamentado em

princípios bíblico-cristãos.

FINALIDADE

Restaurar o homem ao seu estado original de perfeição, preparando crianças e jovens para uma

existência significativa nesta terra e para a vida eterna.

OBJETIVOS

Visto que o ser humano necessita ser restaurado ao seu estado original de perfeição, a Educação

Adventista se propõe a alcançar, através do currículo integral-restaurador os seguintes objetivos:

1. Promover o reconhecimento de Deus como fonte de toda sabedoria;

2. Reconhecer e aplicar a Bíblia como referencial de conduta;

3. Estimular o estudo, a proteção e a conservação da natureza criada por Deus;

4. Incentivar a utilização das faculdades mentais na aquisição da construção do conhecimento em

favor do bem comum, tendo como ferramentas as diferentes fontes de informação e recursos

tecnológicos;

5. Promover a aquisição de hábitos saudáveis através do conhecimento do corpo e das leis que o

regem;

6. Oportunizar o desenvolvimento do senso crítico, da criatividade, da pesquisa e do pensamento

reflexivo;

7. Incentivar o desenvolvimento dos deveres práticos da vida diária, a sábia escolha profissional e

a formação familiar, o serviço a Deus e à comunidade;

8. Promover a autonomia e a autenticidade ancoradas nos valores bíblico-cristãos;

9. Favorecer o desenvolvimento da autoestima positiva, do sentimento de aceitação e de

segurança;

10. Resgatar a prática da regra áurea nos relacionamentos interpessoais, que é amar ao próximo

como a si mesmo.

FUNDAMENTOS BÁSICOS

É fundamental articular os marcos legais que regem a educação brasileira com as características

das entidades escolares, da mesma forma como o fazer pedagógico que ocorre no cotidiano da

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escola e com os mecanismos utilizados para promover a interação entre a família, escola e

comunidade.

Dessa forma, os objetivos são coerentes com os fins da Educação Nacional expressos no

seguinte conjunto de legislação:

Constituição da República Federativa do Brasil - 5 de outubro de 1988; Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8069, de 13 de julho de 1990; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996; Plano Nacional de Educação (PNE), Lei N° 10.172 de 09 de janeiro de 2001.

PERFIL DO EDUCANDO

Todo ser humano, por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus, é um ser único, digno e

capaz.

Tendo em vista a ação redentora, a Educação Adventista vê cada ser humano para além do que

ele é, ou seja, vê nele alguém por quem Cristo morreu. Isto reveste todo ser humano de

dignidade, de importância e de valor.

A Educação Adventista tem por princípio formar integralmente o educando, desenvolvendo

harmoniosamente os aspectos físicos, mentais, sócio afetivos e espirituais. Esse saber é

essencial para formá-lo com as seguintes características:

1. Aceitação de Deus como seu Criador e Redentor;

2. Caráter íntegro;

3. Equilíbrio emocional;

4. Capacidade de fazer escolhas e tomar decisões;

5. Pensamento crítico e reflexivo;

6. Atitudes criativas e autônomas;

7. Conhecimento, experiência e valorização das leis da saúde;

8. Relacionamentos saudáveis;

9. Comprometimento e responsabilidade;

10. Desprendimento de si mesmo e solidariedade.

PERFIL DO EDUCADOR

Educar crianças e jovens não é tarefa simples; exige esforço conjunto de educadores,

administradores, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, funcionários, docentes

e pais. Na perspectiva cristã, o educador é representante de Deus como divulgador das verdades

eternas, fazendo-se necessário refletir sobre sua influência no ministério de reconciliação do ser

humano com Deus. Para alcançar os propósitos da Educação Adventista, o educador deve

manifestar e buscar continuamente as seguintes características:

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1. Ser um imitador de Cristo;

2. Ter o senso da presença divina;

3. Conhecer e estar sintonizado com a filosofia e a proposta da Educação Adventista;

4. Manter profissionalismo e aperfeiçoamento constante;

5. Ter visão do alcance do seu trabalho e da sua relação com o todo;

6. Agir com profissionalismo;

7. Perceber o educando de forma integral, conhecendo seus limites e possibilidades;

8. Relacionamento interpessoal positivo;

9. Uso de linguagem adequada;

10. Cuidado com a saúde física e mental;

11. Equilíbrio emocional.

MARCO OPERACIONAL

CURRÍCULO

O currículo da Educação Adventista fundamenta-se nos aspectos da Filosofia Adventista, partindo

do princípio de que toda a verdade é a Verdade de Deus, pois Ele é o Criador de tudo, e a

Verdade em todas as áreas do conhecimento vem dEle. Ao se ter em mente que Deus é o Autor

da ciência e da matemática, bem como da história e da ética, o currículo configura-se não como

um conjunto de elementos fragmentados, mas como um todo unificado. Por esta razão, a Rede

Educacional Adventista está integrada a uma perspectiva bíblica, sendo que sua cosmovisão

provê um fundamento e um contexto para todo o conhecimento humano, como base permeável de

todas as ações pedagógicas e educacionais.

Tal compreensão contribui para o entendimento amplo de que todas as ações, atividades, projetos

e práticas cotidianas na escola estarão embasados nos princípios bíblico-cristãos. Os objetivos de

cada disciplina quanto aos conteúdos, os pressupostos para a atuação e os procedimentos do

grupo docente e discente, bem como as práticas pedagógicas, crenças, conhecimentos, valores

devem promover uma educação integral.

É objetivo da Educação Adventista que os educandos alcancem seu potencial máximo no

desenvolvimento espiritual, mental, físico, social e vocacional e o currículo quer formal ou

informalmente direciona para o conhecimento das capacidades que incluem elementos cognitivos,

experimentais, emocionais, relacionais, intuitivos e espirituais. Enfim, o verdadeiro conhecimento

leva a uma compreensão integral, que se manifesta em decisões e escolhas sábias de conduta e

de vida.

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OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ADVENTISTA

Visto que o ser humano necessita ser restaurado a seu estado original de perfeição, a Educação

Adventista se propõe alcançar os seguintes objetivos através do currículo integral-restaurador:

Promover o reconhecimento de Deus como fonte de toda sabedoria, tendo em vista que “todo saber e desenvolvimento real têm sua fonte no conhecimento de Deus” (WHITE, 2008c, p. 6).

Oportunizar o reconhecimento e aceitação da Bíblia como referencial de conduta, visto que “o ensino da Bíblia deve ter os nossos mais espontâneos pensamentos, nossos melhores métodos, e o nosso mais fervoroso esforço” (WHITE, 2008c, p. 113).

Estimular o estudo, a proteção e a conservação da natureza criada por Deus, pois os “Céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos.” (SALMOS, 19:1).

Oportunizar o fortalecimento e o desenvolvimento da mente em favor do bem comum, tendo como ferramenta diferentes fontes de comunicação, informação e recursos tecnológicos.

Promover a aquisição de hábitos saudáveis através do conhecimento do corpo e das leis que o regem, pois, “somos santuário de Deus e habitação do Espírito Santo” (I CRÔNICAS, 3:16).

Oportunizar o desenvolvimento do senso crítico, da criatividade, da investigação e do pensamento reflexivo, pois “Cristo pode ser glorificado melhor por aqueles que O servem com inteligência” (WHITE, 2008a, p. 212).

Incentivar o serviço desinteressado nos deveres práticos da vida diária, na sábia escolha profissional, na formação familiar, no serviço a Deus e à sociedade.

Promover a autonomia e a autenticidade fundamentadas nos valores bíblico-cristãos, visto que “ao sacrificar o estudante o raciocínio e o julgamento por si mesmo, torna-se incapaz de discernir entre a verdade e o erro, e cai fácil presa do engano.” (WHITE, 2008c, p. 140).

Favorecer o desenvolvimento da autoestima positiva, do sentimento de aceitação e de segurança. Assim, “tanto quanto possível, deve cada criança ser ensinada a ter confiança em si mesma... para que possa formar um caráter bem equilibrado e harmonioso”. (WHITE, 2008d, p. 34).

Estimular o resgate da prática da regra áurea nos relacionamentos interpessoais, que é amar ao próximo como a si mesmo. Para que isso aconteça, “a cooperação deve ser o espírito da sala de aulas”. (WHITE, 2008a, p. 176).

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Indica-se como objetivos da Educação Infantil que os educandos sejam capazes de:

Conhecer a Deus como Criador, Sustentador e Salvador, e demonstrá-lo em pequenas ações da vida cotidiana.

Expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e interesses, desenvolvendo sua capacidade expressiva e construindo significados.

Utilizar diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, matemática, oral e escrita) em diferentes situações de comunicação.

Estabelecer e construir sólidos vínculos com Deus, sua família, seus pares e com os membros de sua comunidade.

Conhecer seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo hábitos saudáveis.

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Expressar emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades nas diferentes vivências culturais como forma de aprender e aplicar os conhecimentos de maneira significativa e prazerosa.

Apreciar a participação em diferentes formatos de jogos: simbólico ou dramático, tradicional, próprios do lugar, de construção, matemáticos, de linguagem e outros.

Vivenciar a cultura geral e a infantil através de brinquedos e brincadeiras.

OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Indica-se como objetivos do Ensino Fundamental que os educandos sejam capazes de:

Confiar suas vidas a Deus mediante o desejo sincero de fazer a Sua vontade em cada aspecto da sua vida.

Demonstrar competência na comunicação, nas operações quantitativas e em outras áreas acadêmicas que constituem o fundamento necessário para a prossecução dos estudos.

Dar evidência do desenvolvimento emocional apropriado nas relações interpessoais com seus colegas, sua família e os membros da comunidade.

Conhecer e praticar princípios de saúde e de um viver equilibrado. Aprender a apreciar a dignidade do trabalho e conhecer as possibilidades que

existem nas diversas carreiras relacionadas com seus interesses e os talentos que Deus lhes confiou.

OBJETIVOS DO ENSINO MÉDIO Indica-se como objetivos do Ensino Médio que os educandos sejam capazes de:

Entregar sua vida a Deus e manifestar uma fé crescente nEle, caracterizada por devoção pessoal, adoração congregacional e serviço e testemunho para cumprir a missão da igreja.

Demonstrar competência na comunicação, nas operações quantitativas e no pensamento criativo, por meio das diferentes áreas acadêmicas que constituem o fundamento da excelência na educação superior e/ou no mundo do trabalho.

Dar evidência de maturidade e de sensibilidade cristã dentro do círculo da família, na escolha de amizades, no preparo para a constituição de família e na participação das demais atividades do meio em que vive.

Tomar decisões que demonstrem sua convicção de que o corpo é o templo de Deus.

Desenvolver um sentido de responsabilidade ante as tarefas que lhes são confiadas, o que os capacitará para atuar de forma competente no viver diário e ingressar no mundo do trabalho nas áreas apropriadas aos seus interesses e talentos que Deus lhes confiou.

METODOLOGIA Compreende-se que a sala de aula e a metodologia nela aplicada, bem como todo o ambiente escolar, devem proporcionar as condições necessárias para que os traços

semelhantes aos da natureza amorosa de Deus se desenvolvam no educando durante todo o processo educacional ou tempo sob sua influência.

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Isso implica que todos os agentes educacionais estejam capacitados para esta obra e conscientes de que seu exemplo assume um papel da maior relevância, colocando-os diante da necessidade de viverem o que creem e aquilo pelo qual lutam, a saber, a prática de uma pedagogia redentora e restauradora. Entende-se, também, que a prática educativa é sempre construída sobre uma visão de homem e de mundo. A metodologia é, portanto, um elemento fundamental, uma vez pressupondo a integração dos objetivos e processos que sinalizam a direção e o caminho que se precisa seguir para que o plano de trabalho institucional venha a se tornar realidade. Dessa maneira, as instituições não adotam um único método de ensino, mas se utilizam de metodologias diversificadas (trajetórias), considerando a necessidade de sistematização de ações e procedimentos orientados a partir de objetivos gerais. A seleção e aplicação estão ligadas a uma concepção metodológica mais ampla do processo educativo e utilização de diferentes meios. A metodologia de ensino e aprendizagem na Educação Adventista pauta-se pelas concepções filosóficas e pelos objetivos a que se propõe. Isso não significa que o educador não terá um modelo de ensino, pois cada um possui habilidades próprias e para cada realidade educacional existem práticas diversas, costumes e ideias produzidos socialmente. Entretanto, existe uma base metodológica comum que sustenta e promove a unicidade e identidade da instituição educacional.

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS Os seguintes princípios metodológicos servem como base teórica comum para as práticas metodológicas do currículo na Educação Adventista. Ao eleger tais princípios, não se estabelece uma relação categoricamente fechada ou hierarquicamente organizada. Esta relação pode ser ampliada por novas ideias que atendam às necessidades da natureza e especificidade dos cursos oferecidos, da faixa etária dos educandos e do respeito às diferenças individuais, sem perder de vista os referenciais teóricos. 1) Centralidade na Bíblia – todas as atividades educativas partem de uma perspectiva bíblico-

cristã. O objetivo é que os educandos internalizem voluntariamente uma visão de vida orientada

para o serviço, motivada pelo amor e voltada para o reino eterno de Deus.

2) Integração fé/ensino - dentre os princípios metodológicos apresentados, talvez o que demande maior necessidade de reflexão seja a integração fé/ensino. Tal concepção é um chamamento para que todo o espaço escolar seja permeado pela atmosfera do Céu, compreendendo que na Educação Adventista não há espaço para tratar apenas das coisas terrenas e que mesmo ao tratá-las o fundamento será a visão bíblica. Isso porque quando se elege a Deus como fonte do verdadeiro conhecimento, Ciência e Religião não são antagônicas. Todo esforço humano no rumo das descobertas científicas é visto como atrelado ao poder criador de Deus, do qual o homem conserva a característica da individualidade. Por mais que este alcance degraus destacados no campo do conhecimento, sua diligência e capacidade intelectual carecem da ajuda da sabedoria infinita, tendo em vista que a mente humana é finita. Além disso, para além do que o homem é capaz de penetrar e descobrir existe o Deus do infinito. As descobertas científicas são mutáveis, não são verdades absolutas, porque além de se pautarem pelo intelecto humano, regido pela finitude, estão em constante expansão. Só em Deus está a verdade absoluta. Só Ele pode servir de referencial às descobertas do intelecto humano. Ele não pode ser mensurado como as descobertas científicas, porque está acima do natural.

Sejam os estudantes encaminhados às fontes da verdade, aos vastos campos abertos à pesquisa na Natureza e na Revelação. Que contemplem os grandes fatos do dever e do destino, e a mente expandir-se-á. Em vez de fracos escolarizados, as instituições de ensino poderão produzir homens

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fortes para pensar e agir, homens que sejam senhores e não escravos das circunstâncias, homens que possuam amplidão de espírito, clareza de pensamento, e coragem nas suas convicções. (WHITE, 2008c, p. 8). A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina. O livro da Natureza e a palavra escrita lançam luz um sobre o outro. Familiarizam-nos com Deus, ensinando-nos algo das leis por cujo meio Ele opera. (WHITE, 2008c, p. 77).

Ao integrar fé e ensino, educador e educandos são levados a refletir sobre todos os aspectos da realidade, numa perspectiva Cristocêntrica. A integração fé e ensino não pode ser fruto do acaso; ao contrário, deve ser um processo intencional e sistemático. O objetivo é levar os educandos a internalizar voluntariamente uma visão da vida orientada para o serviço, motivada pelo amor e voltada para o reino eterno de Deus. A constante pergunta do educador tem sido: como fazer a integração fé/ensino de uma maneira legítima? Em primeiro lugar é preciso compreender que integração fé/ensino é a explicitação prática do que significa ser cristão e isso é visto através do testemunho pessoal através da linguagem, dos hábitos, do vestuário, da alimentação, das opções de lazer, etc. Em segundo lugar, integrar fé/ensino é resultado da cosmovisão bíblica pessoal do educador a respeito da origem, queda e restauração do homem. Se um educador não crê na Bíblia como auto-revelação de Deus para o ser humano com a finalidade da salvação em Cristo Jesus, possivelmente não terá condições de integrar fé/ensino. Muito mais do que registrar num plano de curso ou disciplina exemplos, histórias, versos bíblicos, a integração fé/ensino se constitui em uma declaração viva da fé que é professada pelos agentes educativos na Escola Adventista. Algumas proposições podem orientar coordenadores pedagógicos e educadores na reflexão sobre a integração fé/ensino. Eis algumas:

Como minha área de conhecimento pode contribuir para encaminhar os educandos a Jesus?

O que significa ensinar sobre o caráter de Cristo?

Como um evento, fato, notícia, texto, ilustra a condição humana em relação ao plano de Deus para a vida do ser humano?

Os educandos e pais veem na escola e em mim o reflexo do caráter de Deus?

O clima da sala de aula permite visualizar a graça e a presença de Deus? O cotidiano da sala de aula permite ainda a prática de algumas atividades de cunho espiritual em que o educando seja envolvido no clima da integração fé/ensino, tais como:

Realizar oração intercessora por educandos, familiares, educadores e funcionários.

Planejar e executar semanas especiais com temas espirituais.

Compartilhar textos bíblicos com as famílias e pessoas da comunidade que estejam necessitando de auxílio especial.

Dar estudos bíblicos e distribuir folhetos com mensagens bíblicas de saúde que promovam a qualidade de vida.

Promover campanhas de cunho social e espiritual.

Fazer uma maratona de leitura da Bíblia com a turma.

Estimular a criação de uma agenda pessoal e coletiva de oração.

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O que não se deve perder de vista é o plano de Deus para todos os que fazem parte da Educação Adventista. 3) Progressão na abordagem e aprofundamento do conteúdo - partir do simples para o complexo - a mente humana apropria-se de conhecimento de forma progressiva ou das noções gerais para os detalhes ou juntando as partes para compreensão do todo. O ensino deve contemplar a necessidade de fornecer primeiramente o "leite" até que os educandos possam digerir alimento mais sólido, especialmente quando se trata das verdades do evangelho. Jesus ensinou aos discípulos, mas declarou que muitas coisas eles ainda não estavam preparados para suportar. Por isso que, simbolicamente, o crescimento cristão no conhecimento e amadurecimento é comparado com uma escada e como a luz da aurora (II PEDRO 1:1-8; PROVÉRBIOS 4:15).

Na educação, o trabalho de progredir deve iniciar-se no degrau mais baixo da escada. As matérias comuns devem ser ensinadas de maneira completa e com oração. Muitos que acham ter concluído sua educação são deficientes na ortografia e escrita, e tampouco leem ou falam corretamente. Não poucos que estudam os clássicos ou outros ramos mais elevados do saber, e que alcançam determinadas normas, fracassam finalmente porque negligenciaram fazer trabalho cabal nos ramos comuns. Nunca obtiveram bom conhecimento da língua materna. Necessitam voltar e começar a subir desde o primeiro degrau da escada. (WHITE, 2008a, p. 123).

4) Clareza e objetividade no processo de ensino - o educador precisa saber claramente aonde quer chegar e fazê-lo sem perder o rumo. Além disso, o educando precisa entender o caminho que está seguindo e o conteúdo que está sendo ensinado.

Todo professor deve cuidar para que seu trabalho seja orientado a resultados definidos. Antes de tentar ensinar uma matéria, deve ter em sua mente um plano, e saber precisamente o que deseja conseguir. Não deve ficar satisfeito com a apresentação de qualquer assunto antes que o estudante compreenda os princípios nele envolvidos, perceba a sua verdade e esteja apto a referir claramente o que aprendeu. (WHITE, 2008c, p. 143)

5) Relação teoria-prática - teoria e prática não são, na concepção adventista de educação, duas

fases, mas elementos de um círculo harmonioso. Aprende-se fazendo, faz-se aprendendo. O

professor tem em mente a importância da aplicabilidade dos temas estudados em sala de aula. O

conhecimento teórico sem o conhecimento prático pouco contribui para o êxito do educando. O

trabalho prático desperta observação minuciosa e pensamento independente. Não é produtivo se

deter no ensino de conceitos quando estes não estão ligados às questões cotidianas, como

comunicar-se com fluência, ler e escrever com clareza e coesão, saber preparar alimentos

saudáveis, fazer com precisão as contas de seus próprios gastos. Nesse sentido, é oportuno

utilizar esquemas de ensino que incluam a aplicação dos conhecimentos, permitindo vivências

experiências dentro e fora da sala de aula.

6) Coerência entre objetivos, conteúdos, procedimentos e avaliação - tudo o que se ensina deve levar à realização do objetivo proposto pela disciplina. Por isso, os procedimentos precisam ser coerentes e adequados aos conteúdos e objetivos. Assim fazia Jesus: utilizava o conteúdo (temática, episódio) e os procedimentos (parábola, diálogo, discurso) de acordo com Seus objetivos (informar, confortar, motivar).

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7) Consideração pelos conhecimentos adquiridos e as experiências vividas - assim como Jesus ensinava as pessoas a partir de elementos conhecidos e questionava-os sobre o que conheciam, o professor deve considerar o conhecimento do educando antes de iniciar um novo tema e então construí-lo a partir dele. 8) Conhecimento do educando e de sua realidade - é imprescindível que o educador conheça a realidade do educando no seu contexto sociocultural e como se processa o seu desenvolvimento físico, espiritual, emocional e intelectual. Ao introduzir qualquer tema ou assunto, ele precisa obter informações relevantes ao contexto do educando, propondo situações, problemas e desafios que permitam a elaboração de hipóteses, a realização de experimentos e a construção de analogias, relacionando as partes ao todo. Tal postura contribuirá para o ânimo do educando em sua trajetória estudantil e para a elaboração e compreensão de questões mais amplas.

Jesus procurava um caminho para cada coração, usando ilustrações várias, não só expunha a verdade em seus diversos aspectos, mas apelava também para os diferentes ouvintes. Despertava-lhes o interesse pelos quadros tirados do ambiente de sua vida diária (WHITE, 2008e, p. 21).

9) Estímulo ao espírito de investigação, reflexão e criatividade - o educando possui naturalmente um espírito inquiridor a respeito da vida e do funcionamento do mundo. Cabe ao educador estimulá-lo e orientá-lo a procurar respostas para suas indagações, através de instrumentos como a pesquisa, e despertar o espírito investigativo através de reflexões a respeito das diversas situações da vida humana. A palavra "pesquisa" aqui deve ser entendida como um instrumento que propicia a construção do conhecimento e não como uma mera consulta de dados prontos e acabados. Existem etapas claras a serem seguidas quando o assunto é a pesquisa. Deseja-se ressaltar aqui o sentido de ter claro o objetivo e as condições que o educando terá ao realizá-la, assim como um roteiro prévio, temas e procedimentos diversificados.

Os professores devem induzir os estudantes a pensar, e a entender claramente a verdade por si mesmos. Não basta ao professor explicar, ou ao estudante crer; cumpre despertar o espírito de investigação, e o estudante será atraído a enunciar a verdade em sua própria linguagem, tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a aplicação (WHITE, 2008b, p. 111).

O educador deve primar por uma postura de investigação que estimule o raciocínio, a reflexão e a

criatividade. Assim, não colocará a mente do educando sob seu controle, mas contribuirá para o

desenvolvimento da autonomia intelectual. Nesse aspecto podem-se utilizar, também, os projetos

e a resolução de problemas como procedimentos metodológicos, realizando investigações

conjuntas com os educandos, como: feiras de ciências, exposição de trabalhos, estudos de caso,

pesquisa de campo e outros, etc.

10) Consolidação dos conhecimentos, tornando-os permanentes - isso se dá através do desenvolvimento de hábitos e habilidades. O educador precisa prover atividades que possibilitem uma aprendizagem com sentido e significado para o educando. Isso implica

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em retomar os pontos importantes do conteúdo trabalhado, relacionar os conteúdos entre si e para além da sala de aula, realizar atividades práticas juntamente com os ensinos teóricos para que as habilidades sejam desenvolvidas e hábitos saudáveis sejam formados pelo educando. 11) Respeito às diferenças individuais - Em Seu relacionamento com os discípulos e com a população em geral, Jesus respeitava a individualidade e valorizava as pessoas. O respeito à individualidade não deve negar a importância do grupo. É responsabilidade de o educador conhecer as características singulares do educando, tais como seu estilo de aprendizagem, seus talentos, dons ou habilidades, trabalhando para promover seu desenvolvimento.

Em todo verdadeiro ensino o elemento pessoal é essencial. Cristo, em Seu ensino, tratava com os homens individualmente. Foi pelo trato e convívio pessoal que Ele preparou os doze [discípulos]. Era em particular, e muitas vezes a um único ouvinte, que dava Suas preciosas instruções. [...] O mesmo interesse pessoal, a mesma atenção, para com o desenvolvimento individual são necessários na obra educativa hoje. Muitos jovens que aparentemente nada prometem, são ricamente dotados de talentos que não aplicam a uso algum. [...] O verdadeiro educador, conservando em vista aquilo que seus discípulos podem tornar-se, reconhecerá o valor do material com que trabalha. Terá um interesse pessoal em cada um de seus estudantes, e procurará desenvolver todas as suas faculdades. Por mais imperfeitos que sejam eles, acoroçoará [ou incentivará] todo o esforço por conformar-se com os princípios retos (WHITE, 2008c, p. 142).

12) Consideração aos valores bíblico-cristãos - a axiologia permeia o currículo escolar e influencia seus agentes a um viver coerente com os princípios básicos da ética cristã e da valorização do educando como indivíduo e como membro de uma sociedade, com responsabilidades e direitos em relação ao meio ambiente, à vida e à família.

A verdadeira educação não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou aquisições literárias, mas acima da instrução aprecia a capacidade, acima da capacidade a bondade, e acima das aquisições intelectuais o caráter. O mundo não necessita tanto de homens de grande intelecto, como de nobre caráter. Necessita de homens cuja habilidade seja dirigida por princípios firmes (WHITE, 2008c, p. 138).

Sabe-se que dos princípios, derivam-se os valores, dos valores as atitudes e das atitudes a conduta. Assim, ao trabalhar com princípios bíblico-cristãos os educadores poderão utilizar procedimentos metodológicos que auxiliem o educando a identificar, apreciar e valorar tais princípios. 13) Espírito cooperativo - a Bíblia reforça a importância da convivência social. Portanto, o espaço escolar deve proporcionar relações de cooperação como excelente oportunidade para o desenvolvimento contínuo do conhecimento e da formação do caráter. Trabalhos em grupo, envolvimento em projetos de auxílio à comunidade e participação ativa dos educandos no apoio aos seus pares são algumas das alternativas aplicáveis a este princípio.

A cooperação deve ser o espírito da sala de aulas, a lei de sua vida. O

professor que adquire a cooperação de seus discípulos consegue um auxílio

inapreciável [ou imprescindível] na manutenção da ordem [..] Que os mais

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velhos ajudem aos mais novos, os fortes aos fracos; e, quanto possível, seja

cada um chamado a fazer algo em que se distinga. Isso fomentará o

respeito próprio e o desejo de ser útil. (WHITE, 2008c, p. 176).

Quando um estudante auxilia o outro ele está ajudando ao próprio professor e frequentemente uma mente que é aparentemente sólida irá captar ideias mais rapidamente de um amigo do que do professor. Esta é a cooperação que Cristo recomenda. (WHITE, 2008b, p. 172).

14) Interdisciplinaridade - a inter-relação entre os conteúdos nas diferentes disciplinas constitui-se o foco da interdisciplinaridade. A Educação Adventista não concebe um modelo educativo que fragmente a relação que a própria vida faz de seus conteúdos no dia a dia, oferecendo uma relação epistemológica entre as disciplinas para que os diversos saberes se construam de maneira harmônica.

As verdades que irão perfazer o grande todo devem ser pesquisadas e reunidas. "Um pouco aqui, um pouco ali" (ISAÍAS 28:10) [...] pesquisando as várias partes e estudando as relações entre elas existentes, são chamadas a uma intensa atividade as mais altas faculdades da mente humana. Ninguém poderá empenhar-se em tal estudo, sem desenvolver poder mental. (WHITE, 2008b, p. 123-124).

Tais princípios contribuem para que os educadores da Rede Educacional Adventista elejam os melhores caminhos metodológicos para que seu trabalho seja eficiente e contribua com o permanente desenvolvimento do educando. TRANSVERSALIDADE A transversalidade é o modo de se trabalhar o conhecimento buscando uma reintegração de aspectos que ficaram isolados uns dos outros pelo tratamento disciplinar. Com isso, busca-se conseguir uma visão mais ampla e adequada da realidade, que tantas vezes aparece fragmentada pelos meios de que se dispõe para conhecê-la e não porque o seja em si mesma. É a possibilidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Necessário se torna uma visão mais adequada e abrangente da realidade, que muitas vezes se apresenta de maneira fragmentada. A referência aos temas transversais os coloca como um eixo unificador da ação educativa, em torno do qual se organizam as disciplinas. Sua abordagem deve se orientar pelos processos de vivência da sociedade, pelas comunidades, educandos e educadores em seu dia-a-dia. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os objetivos e conteúdos dos temas transversais têm como eixo educativo a proposta de uma educação comprometida com a cidadania e devem estar inseridos nos diferentes cenários de cada uma das disciplinas. Considera-se a transversalidade como o modo apropriado para a ação pedagógica destes temas que envolvem um aprender sobre a realidade, na realidade e da realidade, destinando-se também a intervir na realidade para transformá-la, abrindo espaço para saberes extraescolares. Na verdade, os temas transversais prestam-se de

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modo muito especial para levar à prática a concepção de formação integral da pessoa, pois sempre estão presentes quer de forma explícita ou implícita. Por não se constituírem uma disciplina, seus objetivos e conteúdos devem estar inseridos em diferentes momentos de cada uma das disciplinas. São trabalhados em uma e em outra, de diferentes modos. Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se mutuamente, pois o tratamento das questões trazidas pelos Temas Transversais expõe as inter-relações entre os objetos de conhecimento, de forma que não é possível fazer um trabalho pautado na transversalidade tomando-se uma perspectiva disciplinar rígida. Um modo eficiente de se elaborar os programas de ensino é fazer dos temas transversais um eixo unificador, em torno do qual se organizam as disciplinas. Todas se voltam para eles como para um centro, estruturando os seus próprios conteúdos sob o prisma dos temas transversais. O trabalho com a proposta da transversalidade se define em torno de quatro pontos:

Os temas não constituem novas áreas, pressupondo um tratamento integrado nas diferentes áreas.

A proposta de transversalidade traz a necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas, garantindo que a perspectiva político-social se expresse no direcionamento do trabalho pedagógico; influencia a definição de objetivos educacionais e orienta eticamente as questões epistemológicas mais gerais das áreas, seus conteúdos e, mesmo, as orientações didáticas.

A perspectiva transversal aponta uma transformação da prática pedagógica, pois rompe a limitação da atuação dos educadores às atividades formais e amplia a sua responsabilidade com a sua formação dos educandos. Os Temas Transversais permeiam necessariamente toda a prática educativa que abarca relações entre os educandos, entre educadores e educandos e entre diferentes membros da comunidade escolar.

A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que possibilitará um tratamento cada vez mais aprofundado das questões eleitas. Por exemplo, se é desejável que os educandos desenvolvam uma postura de respeito às diferenças, é fundamental que isso seja tratado desde o início da escolaridade e continue sendo tratado cada vez com maiores possibilidades de reflexão, compreensão e autonomia.

Os Temas Transversais, portanto, dão sentido social a procedimentos e conceitos próprios das áreas convencionais, superando assim o aprender apenas pela necessidade escolar. Na Educação Adventista a transversalidade

Não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou aquisições literárias; mas acima da instrução aprecia a capacidade, acima da capacidade a bondade, e acima das aquisições intelectuais o caráter. O mundo não necessita tanto de homens de grande intelecto, como de nobre caráter. Precisa de homens cuja habilidade seja dirigida por princípios firmes. "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria" (PROVÉRBIOS 4:7). "A língua dos sábios adorna a sabedoria" (PROVÉRBIOS 15:2). A verdadeira educação comunica esta sabedoria. Ensina o melhor uso não somente de uma, mas o de todas as nossas habilidades e aquisições. Assim abrange todo o ciclo das obrigações: para

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com nós mesmos, para com o mundo, e para com Deus. (WHITE, 2008c, p. 138).

RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO A relação professor-aluno não deve ser uma relação de imposição, mas sim, de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento, assumindo o educador um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente. Por essa razão cabe ao professor considerar também, o que o aluno já possui na bagagem cultural e intelectual, para a construção da aprendizagem. O educador e os colegas formam um conjunto de mediadores da cultura que possibilita progressos no desenvolvimento da criança. Nessa perspectiva, não cabe analisar somente a relação professor-aluno, mas também a relação aluno-aluno. A construção do conhecimento se dará coletivamente, portanto, sem ignorar a ação intrapsíquica do sujeito. O educador deve estimular seu aluno a fazer escolhas e assumir o seu papel, sendo ele um mediador da aprendizagem. Projetos de apoio aos educandos e suas famílias, planejados pelo professor, podem torná-lo parceiro na educação, entendida em seu sentido mais amplo, para além da educação escolar. Cada aluno apreciará o reconhecimento do seu crescimento por menor que seja, comparando suas produções anteriores com as atuais, o que pode torná-lo motivado a aprender. O educador tornará acessíveis os conteúdos a todos os educandos, respeitando seus estilos de aprendizagem, buscando os recursos necessários, quebrando as barreiras e sabendo ouvir o aluno, observando-o de perto, conhecendo-o, tendo um olhar afetivo e conquistando-lhe a confiança. Essa relação tem que ser baseada no diálogo mais fecundo, onde os “erros” dos educandos passam a ser vistos como integrantes do processo de aprendizagem. Isso se dá porque à medida que o aluno “erra” o professor consegue ver o que já se está sabendo e o que ainda deve ser ensinado porque o aprender não se reduz à memorização, mas sim ao raciocínio lógico, compreensão e reflexão. É importante que a criança, desde cedo, aprenda a autogovernar-se sendo capaz de autocontrolar-se. Os educandos aprendem muito mais com as consequências de suas atitudes do que com as constantes pressões e cobranças, sendo capazes de julgar por si mesmos o que é certo ou errado. “Levai os jovens a sentir que eles merecem confiança e poucos haverá que não procurarão mostrarem-se dignos dessa confiança. Sob este mesmo princípio é melhor pedir do que ordenar; aquele a quem nos dirigimos tem oportunidade de se mostrar leal aos princípios retos” (WHITE, 2008c, p. 180). A disciplina tem a ver com hábitos internalizados que facilitam a cada pessoa o cumprimento de suas obrigações; implica autodomínio e a capacidade de utilizar a liberdade pessoal, isto é, a possibilidade de atuar livremente superando os condicionamentos internos e externos que se apresentam na vida cotidiana. A ESCOLA E SUAS INTER-RELAÇÕES Na Educação Adventista a escola é um espaço de desenvolvimento pessoal e social, não só para os alunos, como também, para os profissionais que a constituem através do tipo

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de inter-relações humanas, sociais, profissionais e pedagógicas promovidas, das formas de liderança exercidas, do clima e da cultura geradas. No desenvolvimento de suas relações sociais, a escola interage com outras instituições básicas – família, igreja e comunidade – para potencializar sua função educativa. Estas inter-relações se tornam construtivas e concorrem para a harmonia entre as partes, mediante princípios que viabilizem relacionamentos saudáveis. São estes os princípios: 1) Amor a Deus – quando todas as atividades são embasadas neste princípio, a unidade, a fraternidade, o respeito, a tolerância, a solidariedade serão uma constante no cotidiano da escola. 2) Amor ao Próximo – para a formação da cidadania, o amor desinteressado deverá ser cultivado e praticado desde a mais tenra idade. 3) Regra Áurea – para estimular a unidade apesar da diversidade, as relações interpessoais serão reguladas por este princípio: “façam aos outros, o que querem que eles façam a vocês” (MATEUS 7:12). A efetivação do desenvolvimento das inter-relações entre as instituições escola/família, escola/comunidade, escola/igreja, escola/rede educacional oportuniza o sucesso ou o fracasso das ações do educando frente a sua autonomia moral, cognitiva, afetiva, espiritual e social.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A avaliação é compreendida como um processo essencial para a formação do ser humano e vai além da mensuração por meio de provas ou exames escolares. A avaliação da aprendizagem envolve todas as dimensões do ser – física, mental, social e espiritual – numa perspectiva dialógica entre processo-resultado, permitindo-se uma abordagem qualitativa e quantitativa tendo em vista sua interdependência. O processo avaliativo é visto sob a ótica em que professor e aluno, numa relação dialética, constroem a aprendizagem, sendo ambos sujeitos desse processo de construção. Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deve privilegiar o conhecer, entendido como apreciação/discernimento num processo dialético, sendo fundamental a utilização de diferentes códigos, como verbal, oral, escrito, gráfico, numérico e pictórico, considerando as diferentes aptidões dos alunos. A avaliação é sempre um processo continuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, realizada por meios de observação sistemática de diversas produções dos alunos. A intenção educativa da avaliação da aprendizagem é procurar alcançar sempre o melhor processo e o melhor resultado possível. Por isso, ocorre a todo o tempo, em todos os espaços, com o propósito de oportunizar ao educando e ao educador um momento de reflexão e crescimento, fundamentados nos valores bíblico-cristãos. A avaliação deixa de entender-se, então, como um fim do processo de ensino-aprendizagem para se transformar em uma busca da compreensão do conhecimento e também em uma oportunidade para adquirir novas compreensões. No contexto curricular, a avaliação compõe um conjunto de propostas metodológicas dentro do processo educativo que reflete, em todos os aspectos, a busca do alcance dos objetivos propostos. Dentro dessa perspectiva, a avaliação sistemática da aprendizagem potencializa o aumento das capacidades e habilidades, da motivação, da autoconfiança do educador e do educando e das responsabilidades pela própria aprendizagem.

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É essencial que seja contínua, integrada, abrangente, versátil, de caráter compreensivo e de forma a incentivar o compromisso do educando e do educador com o seu próprio crescimento. O foco da avaliação está centrado na aplicação dos conhecimentos e na capacidade de transferir a aprendizagem a outras situações e contextos. A fim de ser coerente e eficaz, considera as diferenças individuais e a pluralidade de formas de aprendizagem, utilizando uma variedade de procedimentos e instrumentos. Na Educação Adventista o professor e o aluno são considerados os responsáveis diretos e ativos do processo de avaliação da aprendizagem com responsabilidades muito explícitas. O professor é o principal responsável para operacionalizar o processo avaliativo. É alguém que compreende a proposta da Educação Adventista e planeja a avaliação de forma que os registros correspondam à sua prática. Isso requer a verificação do que foi aprendido pelo educando, de como este expressa seu pensamento e de como e quais relações estabelece entre eles. Também identifica “o quê” e “como” está ensinando e quais intervenções e/ou mudanças necessárias.

Todo professor deve cuidar para que seu trabalho seja orientado a resultados definidos. Antes de tentar ensinar uma matéria, deve ter em sua mente um plano, e saber precisamente o que deseja conseguir. Não deve ficar satisfeito com a apresentação de qualquer assunto antes que o estudante compreenda os princípios nele envolvidos, perceba a sua verdade, e esteja apto a referir claramente o que aprendeu. (WHITE, 2008c, p. 143).

Dentre seus compromissos com o ato de avaliar a aprendizagem dos educandos, cabe ao educador, em conjunto com a instituição escolar, definir e comunicar com clareza os critérios de avaliação, atentando para as seguintes variáveis: validade, confiabilidade, praticidade, viabilidade, interpretação dos resultados e utilidade. Para o educando a avaliação é um meio de conhecer seu progresso em relação aos objetivos propostos para a aprendizagem, identificar suas dificuldades com o objetivo de superá-las e perceber a amplitude das suas possibilidades. É uma oportunidade de crescimento, amadurecimento e preparo para sua vida. Nesse processo, é preciso agir com ética e honestidade a fim de construir uma base profissional e acadêmica sólida e respeitada. O educando é um agente ativo no processo avaliativo, do qual se espera a consciência de suas responsabilidades e tarefas, assumindo cumplicidade pelos resultados obtidos. Devido à natureza caída do ser humano, é evidente que nunca haverá avaliações nem educadores ou educandos perfeitos. Cada ser é singular e aprende de forma diferente. Portanto, o sistema educacional deve oferecer diversas propostas de avaliação de tal modo a verificar o cumprimento da missão de desenvolver indivíduos capazes de raciocinar de acordo com os princípios bíblicos e aprender para a vida.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR A Verificação do Rendimento Escolar se processa através da Avaliação Contínua e Cumulativa do desempenho escolar do aluno, relacionado aos objetivos propostos e às mudanças observáveis nas atitudes, interesses, hábitos e habilidades.

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a) Considerando que a avaliação é contínua, a assiduidade, a pontualidade e a participação dos alunos nas aulas são imprescindíveis, pois as atividades avaliativas são constantes, podendo ocorrer sem prévio aviso, no momento em que o professor julgar oportuno. O hábito de estudo diário por parte dos alunos torna-se indispensável. b) As avaliações do desempenho do aluno, relacionadas aos objetivos propostos, são registradas no Sistema de Secretaria e no Diário de Classe, sob a responsabilidade do professor, contendo informações disponíveis ao aluno e aos responsáveis no meio (resultados parciais) e no final de cada bimestre. c) O período letivo é dividido em três trimestres na Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental e em quatro bimestres do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. d) Na Educação Infantil os resultados da avaliação alcançados pelos alunos são apresentados em um Arquivo Biográfico no final de cada trimestre. e) No 1º ano do Ensino Fundamental, os resultados da avaliação alcançados pelos alunos são apresentados na forma de pareceres descritivos ao final de cada trimestre. f) Do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, os resultados da avaliação alcançados pelos alunos são definidos de forma sintética e cumulativa ao final de cada bimestre ou período letivo, apurados com base nos objetivos previstos para o processo ensino aprendizagem, atribuindo-se valores numéricos, numa escala de 0 (zero) a 10 (dez). I – concluído com êxito, quando o aluno atinge todos os objetivos previstos, tendo nota entre 9 e 10; II - suficiente, quando o aluno atinge a maior parte dos objetivos previstos, tendo nota entre 7 e 8,9; III – regular, quando o aluno atinge grande parte dos objetivos previstos, tendo nota entre 6 e 6,9; IV – baixo, quando o aluno atinge apenas uma parte dos objetivos previstos, tendo nota entre 3 e 5,9 V – insuficiente, quando o aluno não atinge grande parte dos objetivos mínimos previstos, tendo nota entre 0 e 2,9. Formas de Avaliação do Rendimento Escolar A avaliação tem como base a produção do aluno, contrastada com os critérios de avaliação expressos nas expectativas de aprendizagem em consequência do ensino, definidos pelos objetivos propostos e conteúdos escolhidos no plano de ensino. A produção dos alunos abrange tudo que pode ser testemunho da aprendizagem, podendo se constituir de provas, exercícios, tarefas, seminários, arguições orais, simulados, exposições e outros instrumentos possíveis de serem utilizados, de forma a considerar as diferentes aptidões do aluno. 2ª Chamada de Avaliação: Será realizada 2ª Chamada de avaliação perdida, mediante apresentação de requerimento, à Orientação Educacional, assinado pelo responsável, acompanhado do atestado médico, até 48h após o retorno às aulas. Formas de Apresentação do Rendimento Escolar Na Educação Infantil: No final de cada trimestre, os resultados da avaliação alcançados pelos alunos são apresentados em um Arquivo Biográfico.

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No 1º Ano do Ensino Fundamental: Os resultados da avaliação alcançados pelos alunos são apresentados na forma de pareceres descritivos ao final de cada trimestre. Essa avaliação não tem o objetivo de promover o aluno para o ano subsequente. Do 2º Ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio: O resultado da avaliação é apresentado, imediatamente, ao aluno pelo professor e, periodicamente, aos pais na Reunião de Pais e Mestres/Conselho Participativo, e na forma de um boletim escolar impresso e ou on-line que é emitido no final de cada bimestre. Recuperação Ao aluno que apresentar rendimento escolar baixo ou insuficiente, são proporcionados estudos de Recuperação ao longo do período letivo, tão logo o diagnóstico do objetivo previsto tenha sido realizado, através de: estudos orientados, atividades complementares ou provas durante as aulas ou fora delas. As aulas de Recuperação serão ministradas pelo próprio professor ou professores/monitores designados pelo Colégio. É de inteira responsabilidade do aluno e dos responsáveis o prejuízo acadêmico pelo não comparecimento às aulas de Recuperação e pelo não cumprimento das atividades propostas. É obrigatória a recuperação paralela para os alunos que não alcançarem 60% da nota em qualquer avaliação, de acordo com os seguintes critérios:

A recuperação paralela é dada durante o bimestre em que ocorrer a insuficiência de aprendizagem.

Se a avaliações forem provas, a prova de recuperação será uma só e contemplará referenciais curriculares cumulativos do respectivo bimestre, aplicada no final do mesmo.

3º Ano do Ensino Médio – Pré-Vestibular – A recuperação será realizada no final de cada bimestre.

Se não houver recuperação da aprendizagem, isto é, se a nota da nova avaliação for inferior à primeira, prevalecerá a nota anterior.

Se a avaliação for prova e a nota do aluno for igual ou acima de 60%, o aluno terá o direito de realizar uma prova de recuperação, não lhe causando nenhum prejuízo na nota da avaliação anterior.

Critérios para Promoção Ao término do período letivo, é calculada a Nota Anual, que é a média aritmética simples das notas dos bimestres, cujo resultado expressa a condição para o aluno ser promovido, em termos de progressão, para o ano subsequente ou conclusão do curso. Considera-se apto para a promoção o aluno que obtiver em cada componente curricular: I – Nota anual mínima 6,0 (seis)

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II – Frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total de horas letivas do período letivo. Conselho de Classe O Conselho de Classe é um órgão colegiado, de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada turma do Colégio, tendo por objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso. Entre outras atribuições, cabe ao Conselho de Classe decidir quanto à promoção ou retenção do aluno que, após a apuração dos resultados finais, não atinja os requisitos mínimos obrigatórios em alguns componentes curriculares, levando-se em consideração o seu desempenho em cada componente curricular relacionado com o seu desenvolvimento global. Assim sendo, o aluno que não alcançar nota anual 6,0 (seis), terá seu caso avaliado pelo Conselho de Classe, que decidirá pela sua promoção ou não em termos de progressão para o ano subsequente, ou conclusão do curso, quando for o caso, considerando o seu desempenho global no conjunto dos componentes curriculares, o desempenho nas atividades complementares desenvolvidas para fins de enriquecimento curricular, e os aspectos de sociabilidade e de ordem emocional, analisando-se as diferentes capacidades do aluno, tendo em vista o aproveitamento do ensino no ano subsequente sem fracassos. Prova Final O Colégio oferece Prova Final ao aluno com Média Anual abaixo de 6,0 (seis, vírgula zero), e superior a 2,4 (dois, vírgula quatro) O aluno que apresentar rendimento acadêmico inferior a 2,5 (dois, vírgula cinco), ficará retido automaticamente. A convocação dos alunos para a Prova Final é realizada logo após a divulgação da Nota Anual. O aluno que não comparecer para realizar a Prova Final, fica retido no ano cursado. A média final dos alunos submetidos à Prova Final será assim calculada: MF = (NA x 2) + PF / 3, onde: MF = Média Final NA = Nota Anual PF = Prova Final Após o Prova Final, o Conselho de Classe analisará o desempenho do aluno e decidirá por sua Promoção ou Retenção, tendo como base a média para aprovação 5,0 (cinco, vírgula zero).