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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROPOSTA PARA UM FLUXO DIGITAL DE PRODUÇÃO DA CARTA DE PORTUGAL CONTINENTAL À ESCALA 1:500 000 DO INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS Paulo A. R. Torrinha MESTRADO EM ENGENHARIA GEOGRÁFICA E GEOINFORMÁTICA (Sistemas de Informação Geográfica) 2006

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

PROPOSTA PARA UM FLUXO DIGITAL DE PRODUÇÃO DA CARTA DE PORTUGAL CONTINENTAL À ESCALA 1:500 000 DO INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS

Paulo A. R. Torrinha

MESTRADO EM ENGENHARIA GEOGRÁFICA E GEOINFORMÁTICA

(Sistemas de Informação Geográfica)

2006

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

PROPOSTA PARA UM FLUXO DIGITAL DE PRODUÇÃO DA CARTA DE PORTUGAL CONTINENTAL À ESCALA 1:500 000 DO INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS

Paulo A. R. Torrinha

Dissertação orientada pelo Prof. Doutor João Catalão

MESTRADO EM ENGENHARIA GEOGRÁFICA E GEOINFORMÁTICA

(Sistemas de Informação Geográfica)

2006

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Proposta para um Fluxo Digital de Produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do Instituto Geográfico Português

i

Resumo (em Português)

Com este trabalho propõe-se um novo procedimento para a fase de pré-impressão do sector de

produção cartográfica do Instituto Geográfico Português (IGP), que irá permitir gerar um ficheiro PDF

(Portable Document Format) vectorial da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 destinado a

impressão via offset.

Conseguindo gerar o formato PDF em vez do TIFF CCITT Group4 alcançando pelo menos a mesma

especificidade gráfica, e produzindo um documento cartográfico, no mínimo, idêntico ao conseguido a

partir do TIFF (Tagged Image File Format), que se considera, limitado, estático, pouco versátil e de

difícil processamento, inicia-se uma nova etapa evolutiva nesta recente tecnologia abrindo novos

caminhos para outras fases da produção cartográfica. Para este procedimento recorre-se à programação

em Visual Basic Applications utilizando objectos do GeoMedia Professional 5.2.

Neste procedimento, parte da informação gráfica é utilizada directamente a partir dos ficheiros DGN

(Design File) sem qualquer manipulação, como é o caso da toponímia, padrões de áreas, linhas, pontos

e alguma simbologia com origem em elementos compostos do tipo célula. A restante informação,

como a rede viária e a rede hidrográfica, são manipuladas no GeoMedia dando origem a novos

objectos. Esta manipulação é necessária porque existem entre os diferentes tipos de vias e destas com

a hidrografia, algumas interacções espaciais importantes para a representação final do documento.

Como o procedimento ainda está em fase de proposta, pode ser melhorado em relação a automatismos

que permitam melhor desempenho das operações envolvidas.

Com a presente proposta consegue-se estabelecer uma continuidade entre o fluxo de pré-impressão do

IGP (gerar um ficheiro vectorial standard no formato PDF) e o fluxo de pré-impressão de uma gráfica

do sector privado (gravação de chapas para impressão offset via CTP). Para gerar esse ficheiro PDF

foi desenvolvido um comando sob a forma de uma DLL “cmd500k.dll”, integrado no ambiente

GeoMedia Professional 5.2, que garante a utilização da tecnologia de topo CTP sem ter que adquirir

equipamento específico de elevado custo e, representa uma evolução nos métodos e procedimentos em

uso na pré-impressão no IGP.

Palavras-chave: PDF, Impressão, GeoMedia Professional, Visual Basic Applications

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Proposta para um Fluxo Digital de Produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do Instituto Geográfico Português

ii

Abstract

With this work we propose a new workflow to the prepress sector of the Portuguese Geographic

Institute (IGP) that will permits to generate a PDF (Portable Document Format) vector file of the

cartographic document “Carta de Portugal Continental “ at 1:500 000 scale to be printed by offset.

With this PDF format instead the binary TIFF CCITT Group4 and reaching the same graphic

specificity, producing a cartographic document that is identical to the one produced by the TIFF, we

begin a new evolution phase on this recent workflow opening new ways to others phases of the

production chain. This TIFF format is limited, static, difficult to processing and difficult to transport.

To this new workflow we use Visual Basic Applications to program with the GeoMedia objects.

In this proceeding, part of the graphic information is directly used from the source CAD files on the

form of Microstation Design Files (DGN) without any manipulation like the texts, pattern areas, lines

and points, and cell elements. The rest of the information, like the roads and hydrography, are

manipulated on GeoMedia environment resulting in new objects. This manipulation is necessary

because there exists between the roads them self’s and with the water lines, some spatial interactions

that are important to the final representation of the document. With this propose, the proceeding could

be improved to give better workflow of the involved operations.

With this procedure we can establish an efficient workflow between the IGP prepress (create a vector

standard file in PDF format) and the private graphics prepress (recording plates for offset printing by

CTP technology). For this purpose, a command “cmd500k” for GeoMedia Professional 5.2

environment was developed, assuring the utilization of top technology CTP without the acquisition of

expensive equipment and representing also an evolution on the IGP prepress methods and

proceedings.

Keywords: PDF, Press, GeoMedia Professional, Visual Basic Applications

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Proposta para um Fluxo Digital de Produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do Instituto Geográfico Português

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Índice

CAPÍTULO I

Introdução

1.1 - Enquadramento institucional......................................................................... 14

1.2 - Estado da arte ................................................................................................ 16

1.2.1 - Programas para publicação de mapas......................................................... 16

1.2.1.1 - Ocad............................................................................................. 17

1.2.1.2 - Gothic - Laser-Scan..................................................................... 18

- Lamps2

1.2.1.3 - Mercator - Star Informatic........................................................... 19

1.2.1.4 - Map Publisher.............................................................................. 21

1.2.1.5 - Mapublisher - Plug-in para o programa Adobe Ilustrator ........... 22

1.2.2 - Casos de estudo .......................................................................................... 22

1.2.2.1 - Instituto Geográfico Agustin Codazzi da Colômbia ................... 23

1.2.2.2 - Directoria do Serviço Geográfico do Brasil ................................ 24

1.2.2.3 - Instituto Geográfico Militar do Chile (IGM) .............................. 24

1.2.2.4 - Instituto Geográfico Português (IGP).......................................... 25

1.2.2.5 - Instituto Geográfico do Exército de Portugal (IGeoE)................ 26

1.2.2.6 - Instituto Cartográfico da Catalunha (ICC) .................................. 27

1.2.2.7 - Instituto Geográfico Nacional de França (IGN).......................... 28

1.2.2.8 - Instituto Geográfico Nacional da Bélgica (IGN)......................... 29

1.2.2.9 - Orell Füssli Kartographie da Suiça (OFK).................................. 29

1.3 - Considerações sobre fluxos de pré-impressão digital ................................... 31

1.3.1 - Artworks Systems - Nexus................................................................... 32

1.3.2 - Agfa® - ApogeeX ................................................................................ 33

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1.3.3 - Esko - Graphics .................................................................................... 33

1.3.4 - Insuficiente adaptação às novas tecnologias ........................................ 34

1.4 - Objectivos e metodologia.............................................................................. 35

CAPÍTULO II

Prioridade e representação

2.1 - Introdução ..................................................................................................... 37

2.2 - Prioridade relativa dos objectos cartográficos .............................................. 38

2.3 - Dependências da representação..................................................................... 40

2.3.1 - A temperatura da luz e da cor............................................................... 40

2.3.2 - A percepção da cor pelo Homem ......................................................... 41

2.3.3 - Cores aditivas e cores subtractivas....................................................... 42

2.3.4 - Modelos de cor ..................................................................................... 43

2.3.5 - Imagens de referência IT8.................................................................... 47

2.3.6 - Sistema de gestão de cor (SGC)........................................................... 48

2.3.7 - Limitações dos equipamentos de impressão ........................................ 50

2.3.8 - A caracterização dos dispositivos de saída .......................................... 52

2.3.9 - Evolução dos SGC ............................................................................... 53

2.3.10 - A separação da cor ............................................................................. 55

CAPÍTULO III

Proposta para um fluxo digital de produção

3.1 - Introdução ..................................................................................................... 60

3.2 - Informação numérica vectorial da Carta de Portugal Continental à

escala 1:500 000 do Instituto Geográfico Português .................................... 61

3.2.1 - Especificações gráficas ........................................................................ 63

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3.2.2 - Toponímia ............................................................................................ 65

3.3 - Da realidade para o papel .............................................................................. 66

3.4 - Considerações sobre a selecção do ambiente de desenvolvimento............... 67

3.5 - Comando 500k .............................................................................................. 68

3.5.1 - Descrição do comando ......................................................................... 69

3.5.2 - Funções e sub rotinas utilizadas ........................................................... 72

3.6 - Importação dos dados para o GeoMedia Professional .................................. 75

3.6.1 - Ligações do tipo CAD.......................................................................... 79

- Rede ferroviária

- Áreas padronizadas

- Informação marginal

- Informação da legenda

- Limites

3.6.2 - Parametrizações.................................................................................... 79

- Toponímia (origem, tipo e tamanho)

- Elementos compostos (símbolos)

3.6.3 - Ligações do tipo ACCESS ................................................................... 80

- Rede viária

- Rede hidrográfica

3.7 - Modelação dos dados no GeoMedia Professional ........................................ 81

3.8 - Tabelas para as entidades gráficas ................................................................ 82

CAPÍTULO IV

Impressão

4.1 - Introdução ..................................................................................................... 89

4.2 - Impressão ...................................................................................................... 90

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- Geração do ficheiro PDF

- Análise do ficheiro PDF

- Impressão em plotter

- Impressão em CTP

- Impressão offset

CAPÍTULO V

Conclusões ............................................................................................................ 94

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Prioridades dos objectos na impressão. ........................................... 39

Tabela 2 – Variação do espectro visível de acordo com a iluminação...................... 40

Tabela 3 – Absorção e reflexão das cores....................................................... 43

Tabela 4 - Separação dos objectos gráficos por domínios (ficheiros DGN). ............... 62

Tabela 5 - Cores para representação dos objectos gráficos nos domínios de cor

RGB e CMYK. ............................................................................ 64

Tabela 6 - Tipos de letra utilizados na Carta e a sua fonte do Windows®

Correspondente, TTF. ................................................................. 65

Tabela 7 - Tabelas da coluna “entidades” e tabelas da coluna “máscaras” criadas

pelo comando cmd500k. .............................................................. 70

Tabela 8 - Rotinas e funções programadas para o comando “cmd500k”. ................. 73

Tabela 9 - Ligações aos ficheiros CAD e às bases de dados da rede viária e da

rede hidrográfica....................................................................... 77

Tabela 10 - Ligações aos ficheiros CAD e às bases de dados da rede viária

e da rede hidrográfica (continuação). .............................................. 78

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Índice de Figuras

Figura 1 – Regras gerais da Comunicação. ........................................................ 37

Figura 2 – Extracto da edição de 2005 da Carta de Portugal Continental à escala

1:500000 do IGP. .......................................................................... 38

Figura 3 – Estrutura neurológica da retina........................................................ 41

Figura 4 – Contexto da cor. ......................................................................... 42

Figura 5 – Síntese aditiva de cores (RGB). ........................................................ 42

Figura 6 – Síntese subtractiva de cores (CMY).................................................... 43

Figura 7 – Sistema de cor de Munsell. ............................................................. 44

Figura 8 – Diagrama de cromaticidade CIE Yxy................................................... 45

Figura 9 – Modelo de cor CIE Lab. .................................................................. 46

Figura 10 – Cartões de referência IT8 7.1 e IT8 7.2. ............................................ 47

Figura 11 – Cartão de referência IT8 7.3.......................................................... 47

Figura 12 – Gamut de cor do equipamento de saída RGB

LightJet 5900 RS (LJ) do IGP. ........................................................ 48

Figura 13 – Correspondência dos valores das cores nos dispositivos e no modelo

de cor..................................................................................... 48

Figura 14 – Relação entre o gamut dos diferentes dispositivos................................ 49

Figura 15 – Método de transformação Color Matched........................................... 49

Figura 16 – Método de transformação Percepting Remapping. ................................ 50

Figura 17 – Screen halftone e estocástico. ....................................................... 51

Figura 18 – Criação do canal preto................................................................. 55

Figura 19 – Processo de substituição da cor cinza por um novo canal,

o canal do preto (GCR)................................................................. 55

Figura 20 – Variação do ganho de ponto com o tipo de papel. ................................ 56

Figura 21 – Ganho de ponto físico.................................................................. 57

Figura 22 – Ganho de ponto óptico................................................................. 57

Figura 23 – Curva de compensação de ganho de ponto. ........................................ 57

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Figura 24 – Especificações gráficas dos objectos da rede viária e rede hidrográfica

(espessuras em milímetros). .......................................................... 63

Figura 25 – Descrição dos vários objectos que constituem a auto-estrada itinerários

Principal e complementar, Largura, Miolo e Eixo (espessuras em metros).... 70

Figura 26 – Extracto do código em VBA correspondente à criação das queries

“Laeic3, Maeic4 e Eaeic5”. ........................................................... 71

Figura 27 – Exemplificação da criação das bermas das vias classificadas como Estrada

Nacional (diferença espacial entre MioloEN e LarguraEN origina

BermasEN). .............................................................................. 71

Figura 28 – Sequência das diferenças espaciais entre as máscaras e as vias para

determinação da representação nos “Nós”......................................... 72

Figura 29 – Comando “cmd500k” ilustrado no menu do GeoMedia na cor vermelha....... 72

Figura 30 – Classe UML c500k do comando “cmd500k”. ........................................ 74

Figura 31 – Exemplos de ficheiros WCF usados na importação de topónimos,

imagem da esquerda e de objectos do tipo célula, imagem da direita........ 79

Figura 32 – Caso em que falha a re-simbolização directa de CAD para GeoMedia. ........ 80

Figura 33 – Extracto do ficheiro final no formato PDF vectorial CMYK....................... 82

Figura 34 – Exemplo do funcionamento das máscaras das estradas que passam

por cima.................................................................................. 83

Figura 35 – Tabelas de partida para as diferentes vias e respectivas máscaras

(rectângulo azul)........................................................................ 84

Figura 36 – Imagem da esquerda: aplicação directa do objecto BufferPipe.

Imagem da direita: aplicação do objecto BufferPipe depois de preparar

a informação para se poder aplicar o buffer. ...................................... 85

Figura 37 – A - Pontos livres. B - Buffer de 25, 150 e 250 metros, respectivamente

nas cores azul, verde e vermelho. ................................................... 86

Figura 38 – Objecto BufferPipe redondo do GeoMedia aplicado às três cópias

“aeip3, aeip4 e aeip5” do eixo da via “aeip”. ..................................... 86

Figura 39 – Objecto BufferPipe quadrado do GeoMedia aplicado às três cópias

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“aeip3, aeip4 e aeip5” do eixo da via “aeip” donde resultam

“Laeip3, Maeip4 e Eaeip5”. ........................................................... 86

Figura 40 – Vista final do GeoMedia depois de terminar a execução do comando

“cmd500k”............................................................................... 88

Figura 41 – Ampliação da zona marcada na Figura 40. ......................................... 88

Figura 42 – Versões do ficheiro PDF de acordo com o programa que se instala para

se ter acesso à impressora Adobe PDF. ............................................. 89

Figura 43 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, RGB, depois de convertido

para CMYK................................................................................ 91

Figura 44 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, CMYK, depois de corrigidas

as cores................................................................................... 91

Figura 45 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, CMYK, depois de aplicado

o comando “Overprint Black”......................................................... 92

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Lista de símbolos e/ou abreviaturas

A.C.I. - Associação Cartográfica InternacionalAEIP - Auto-estrada Itinerário PrincipalAEIC - Auto-estrada Itinerário ComplementarBDG - Base de Dados GeográficaCAD - Computer Added DesignCD-ROM - Compact Disk-Read Only MemoryC.I.E. - Commission International du L’EclairageCMYK - Cyan, Magenta, Yellow, BlackCRL - Color Run LengthCROD - Color Raster Offline DriverCSD - Intergraph GeoMedia CAD Schema Definition FileCTF - Computer to FilmCTP - Computer to PlateDGN - Microstation Design FileDLL - Dynamic-Link LibraryDTP - Desktop PublishingDXF - Autodesk Industry-Standard FormatEN - Estrada NacionalENAMUP - Estrada Nacional a MunicipalizarEMU - Estrada MunicipalEPS - Encapsulated Post ScriptER - Estrada RegionalGCR - Grey Component ReplacementGPS - Global Position SystemHSL - Hue, Saturation, LightnessIC - Itinerário ComplementarICC - Instituto Cartográfico da CatalunhaI.C.C. - International Color Consortium IG – Informação GeográficaIGeoE - Instituto Geográfico do ExércitoIGM - Instituto Geográfico MilitarIGN - Instituto Geográfico NacionalIGNF - Instituto Geográfico Nacional FrancêsIGP - Instituto Geográfico PortuguêsIP - Itinerário PrincipalIPQ - Instituto Português da QualidadeLJ - Light JetLSR - Litographic Screener EncodedMDL - Microstation Development LanguageOFK - Orell Füssli Kartographie

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OS - Ordnance SurveyPERL - Practical Extraction and Report LanguagePDF - Portable Document FormatPHP - Professional Home PagePS - Post ScriptRGB - Red, Green, BlueRIP - Raster Image ProcessorRLE - Run Length EncodedSGC - Sistema de Gestão de CorSIG - Sistema de Informação GeográficaSVG - Scalable Vector GraphicsTIFF - Tagged Image File FormatTTF - True Type FontUCR - Undercolor RemovalUML - Unified Modelling LanguageVBA - Visual Basic ApplicationsXML - Extended Markup LanguageWCF - Warehouse Configuration File

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Agradecimentos

Este é o momento em que se toma consciência dos recursos humanos e materiais envolvidos num

projecto deste tipo de modo a se atingirem os objectivos propostos.

Neste contexto, agradece-se:

Ao Instituto Geográfico Português (IGP), na figura do seu Presidente Sr. Cor Eng.º Geógrafo Arménio

dos Santos Castanheira, pela autorização da utilização da informação da Carta de Portugal

Continental, edição de 2004, no formato vectorial e, e pela utilização de equipamentos informáticos.

Ao Sr. Cor Eng.º Geógrafo Henrique Botelho, do IGP, pelo interesse, motivação e disponibilização de

recursos informáticos.

Ao Sr. Prof. Doutor Eng.º Geógrafo João Catalão Fernandes, da Faculdade de Ciências da

Universidade de Lisboa, pela orientação do mestrado, e pela atenção, interesse e amizade disponibilizados.

À Intergraph, pela cedência gratuita de uma licença do programa GeoMedia Professional 5.2 pelo

período de 54 semanas, para realização deste projecto.

Ao Sr. Eng.º Informático João Carlos Sousa, da Intergraph, pelos esclarecimentos prestados na

programação em VBA com os objectos do GeoMedia.

Aos meus colegas e a todos os que me ajudaram e aos quais não faço referência especifica, porém não

estão esquecidos, o meu obrigado.

Aos meus amigos que sempre me apoiaram e incentivaram alertando-me para o facto de que o mês de

férias seria passado a escrever.

À minha família e à memória da minha Mãe.

Um agradecimento muito especial à minha amada esposa e ao meu querido filho, por tudo, sem eles

não teria conseguido terminar este trabalho, e ainda um pedido de desculpas por ter tirado do seu

tempo para a sua realização.

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CAPÍTULO I

Introdução

1.1 Enquadramento Institucional

O Instituto Geográfico Português (IGP) tem por missão “assegurar a execução da política

nacional de informação geográfica de base, competindo-lhe a regulação do exercício daquelas

actividades, a homologação de produtos, a coordenação e o desenvolvimento do Sistema

Nacional de Informação Geográfica e a promoção da investigação no âmbito das ciências e

tecnologias de informação geográfica”. Uma instituição com estas responsabilidades tem a

preocupação constante de se manter na vanguarda da evolução tecnológica, o que faz com que

o seu modus operandi nas diversas áreas da produção cartográfica corresponda a uma

incessante evolução, melhoria de procedimentos e mudanças de tecnologia.

Sendo o IGP, um produtor de cartografia, que tem a seu cargo a edição anual de variados

produtos cartográficos, como por exemplo a edição da Carta de Portugal Continental à escala

1:500 000, a prioridade é de que qualquer alteração nos fluxos de produção, não pode, de

forma alguma, interferir com a produção anual de que é responsável. No entanto, a melhoria

contínua e, a eventual mudança de tecnologias, são uma realidade constante.

Havendo vontade em se investir nos equipamentos detentores destas novas tecnologias, tal

investimento só deverá ocorrer depois dessa tecnologia estabilizar a sua evolução. Esta

estabilização depende de vários factores entre os quais está a pressão do mercado sobre o

sector privado, deste sobre os promotores destas tecnologias e, da exigência de mais

qualidade nos trabalhos executados por parte dos clientes às empresas [Aymerich, 2003].

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15

Todo este cenário funciona como um ciclo, onde no final todos ficam satisfeitos (fabricantes

dos equipamentos, empresas do sector privado e seus clientes).

A produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500 000 compreende várias fases de

produção. A recolha de informação actualizada e sua actualização recorrendo à edição

cartográfica, a verificação dessa actualização, a preparação da informação final para a

impressão (pré-impressão) e a impressão offset.

Um dos sectores no processo de produção cartográfica que sofreu grandes evoluções foi

precisamente a área da pré-impressão com o aparecimento de uma nova tecnologia conhecida

por CTP (Computer To Plate). Acompanhar as alterações que esta tecnologia sofreu nos

últimos anos, seria um péssimo investimento em equipamentos para os produtores de

cartografia, atendendo ao facto de estes equipamentos serem bastante caros.

Assim, exceptuando a fase da pré-impressão, o IGP é autónomo em todas as outras fases do

fluxo de produção desta carta. Esta limitação na pré-impressão, é devida à necessidade de,

nesta fase, ser necessária a produção de elementos de reprodução, via CTF (Computer to film)

ou de chapas de alumínio, via CTP, para impressão offset. Esta simples tarefa, exigiria a

aquisição de equipamentos específicos de elevado custo, que tornariam inviável e pouco

rentável a produção dos diversos documentos cartográficos do IGP ou então, implicaria a

aquisição destes serviços no sector empresarial privado, situação esta, que seria

economicamente mais vantajosa.

Então, quando uma instituição produtora de cartografia pretende apostar numa mudança na

sua forma de trabalhar, melhorando a sua cadeia de produção, deve recorrer para isso às

diversas tecnologias de ponta existentes no mercado e, deve estudar as tecnologias

disponíveis e tentar, junto de outras instituições que eventualmente já as terão adoptado como

parte integrante da sua cadeia de produção, saber das vantagens e desvantagens dessa solução.

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1.2 Estado da arte

1.2.1 Programas para publicação de mapas

Vivemos uma época em que os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) atingiram o seu

auge e não se pode falar de SIG sem pensar nas bases de dados. Uma organização produtora

de Cartografia com recurso a tecnologia CAD (Computer Aided Design) e que pretenda

apenas como produto final, documentos na forma de séries impressas em papel, poderá à

partida não se preocupar em ter a sua informação cartográfica de base numa Base de Dados

Geoespacial (BDG). No entanto, esta deve ser a sua principal preocupação. A partir da

informação de base existente na BDG, é possível gerar diversos produtos a diferentes escalas,

com recurso a generalização cartográfica automática ou semi-automática.

Ainda existem produtores de cartografia que imprimem os seus produtos através de

tecnologias que utilizam informação numérica em CAD e a partir desta geram ficheiros raster

(informação matricial em formato numérico) TIFF (Tagged Image File Format) para

impressão. O futuro não contempla este cenário. A informação disponível para imprimir será

cada vez mais a informação que os produtores têm no seu SIG ou seja, na sua BDG. A

cartografia impressa é muito diferente da cartografia visualizada nos monitores, pois uma

carta impressa é um documento estático enquanto que um mapa no monitor é um documento

dinâmico [Duré, 2003].

Assim, os criadores dos programas de SIG enfrentam a tarefa de compilar e manter grandes

quantidades de informação para os produtores de SIG criarem os seus mapas numéricos, têm

um problema relacionado com o facto destes produtores quererem imprimir em papel os seus

produtos derivados e, os programas de SIG não estarem preparados para isto

[GISdevelopment, 2005a]. Esta situação levou a que os produtores de programas de SIG

desenvolvessem soluções cartográficas para colmatar esta necessidade. Neste contexto

apresentam-se de seguida algumas soluções disponíveis para detentores de SIG e para

detentores de informação apenas em formato CAD.

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Sabe-se que uma carta impressa exige uma preocupação por parte dos seus produtores que se

relaciona com a sua legibilidade. Para alcançar essa legibilidade, são utilizadas técnicas na sua

produção como máscaras de linhas, transparências, etc. Os programas para publicação de

cartas deverão permitir a utilização destas técnicas. Outro factor de extrema importância diz

respeito ao formato final dos dados na pré-impressão. Actualmente, as possibilidades são

claras pois o novo formato standard utilizado na industria gráfica é o PDF (Portable

Document Format), mas também o PS (PostScript) e o TIFF Group 4. Assim, uma aplicação

que permita obter estes formatos finais terá mais hipóteses de ser escolhida por um produtor

do que outro que não possua esta facilidade.

1.2.1.1 Ocad

Esta aplicação foi desenhada a pensar nos utilizadores de SIG, pelo que integra algumas

funcionalidades que só fazem sentido nesse ambiente. Apresentam-se de seguida algumas das

suas características mais importantes [Ocad, 2005]:

- Anti-alias (função ou filtro que permite a uma determinada entidade rasterizada não

apresentar o rendilhado dos elementos imagem, apresentando os contornos dessa

entidade de forma rectilínea.

- Possibilidade para construir uma lista de cores (CMYK – Cyan, Magenta, Yellow,

Black), transparências e canais Spot (utilizados quando a composição das quatro cores

CMYK não produz a cor nem o rigor do traço exigido). Em cartografia é utilizado para

imprimir as curvas de nível quando a restante informação da carta é impressa em

quadricromia (CMYK).

- Re-simbolização de linhas.

- Tem disponíveis funções de mascaramento entre as entidades.

- Permite a criação de símbolos e bibliotecas de símbolos próprias.

- Permite a produção de ficheiros raster binários.

- Exporta para os formatos PDF e SVG (Scalable Vector Graphics).

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1.2.1.2 Gothic - Laser-Scan

A empresa Laser-Scan apresenta esta aplicação composta por vários módulos baseados numa

tecnologia de base de dados orientada a objectos, com soluções de desenvolvimento desde a

aquisição de dados até ferramentas para publicação de mapas na Internet.

A Laser-Scan comprometeu-se a implementar bases de dados no domínio das necessidades

das agências produtoras de mapas, soluções para fluxos de produção e, também a

desenvolver, em parceria com outros sistemas de outros vendedores, soluções para as

necessidades da pré-impressão [Heap, 2004].

A aplicação Gothic é independente da solução geoespacial da organização que a pretende

utilizar.

Entre as suas vantagens destacam-se as seguintes:

- Personalização completa dos módulos e do seu comportamento.

- Manipulação de modelos geográficos complexos através de aplicações simples para

os utilizadores (Interface User friendly).

- Acesso concorrente à mesma informação a partir de diferentes aplicações.

- Geração, manutenção e análise das relações entre as entidades de forma dinâmica à

medida que o modelo geográfico se modifica.

- Auto validação que garante a integridade da informação combinada com a sua

funcionalidade.

Existem instituições que utilizam os Sistemas da Laser-Scan para alcançar soluções para a

pré-impressão directamente. No entanto, grande parte dos clientes da Laser-Scan utiliza na

sua cadeia de produção uma solução combinada Laser-Scan e outros sistemas para a pré-

impressão como o Mercator da Star-Informatic ou o Map Publisher da Intergraph® [Heap,

2004].

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O sistema da Laser-Scan possui um módulo designado de Lamps2 e que é um sistema de

produção avançado para qualquer produto geográfico que se encontre numa base de dados

espacial orientada a objectos. É eficiente a manipular grande volume de dados. Descrevem-se

as suas características mais importantes:

- Reduz os custos de manutenção, mantendo só uma cópia da informação para todos os

utilizadores.

- Produz novos produtos satisfazendo as necessidades dos clientes a partir de uma base

de dados única.

- É uma aplicação independente multi-utilizador que permite a actualização dos dados

sem bloquear o acesso a outros utilizadores que pretendam a mesma área de

informação.

- Guarda um histórico com mecanismos de recuperação. Apenas guarda as alterações.

- Integra a possibilidade de edição de vector e de raster.

- Possui métodos de visualização que permitem a representação dos objectos baseados

nos atributos e relações. Permite a criação de fluxos de trabalho eficientes.

Este módulo é utilizado por algumas instituições numa solução combinada com as aplicações

Mercator (Laser-Scan) e Map Publisher (Intergraph®). Resumindo, Lamps2 é um módulo

para criação, armazenamento, manipulação e apresentação do mapa. Permite facilidades para

aceder, validar, digitalizar, editar, processar, generalizar, pesquisar, visualizar e imprimir a

informação dos objectos.

1.2.1.3 Mercator - Star Informatic

Esta aplicação foi inicialmente desenvolvida pela Esko-Graphics (fusão da Barco Graphics e

da Purup-Eskofot) para desenho e publicação de cartografia tendo como base informação de

CAD e de SIG [Duré, 2003]. Há relativamente pouco tempo a Star-Informatic, adquiriu a

aplicação que passou a servir os seus clientes de SIG, e outros que viram no Mercator uma

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ferramenta complementar que, de forma eficiente e produtiva permitia a publicação dos seus

produtos cartográficos.

Algumas das características deste programa:

- Permite máscaras nas entidades (linhas, topónimos, etc).

- Permite a propriedade de transparência nas entidades.

- É constituída por três módulos (MercatorPublish, MercatorPrepress e

MercatorServer que correspondem respectivamente a um editor básico para

publicação cartográfica, uma extensão para preparar documentos cartográficos para

impressão via offset e um programa de fluxo de trabalho para automatizar o processo

de produção).

- A importação dos dados de SIG faz-se com recurso a um FME, um conversor

universal de formatos SIG que suporta o formato Mercator (MCF).

- Permite desenhar toda a simbologia para uma determinada série cartográfica e o seu

controlo. Permite guardar essa simbologia num ficheiro designado de Map Style File

(MSF).

- Este ficheiro MSF permite a definição de prioridades de impressão dos objectos em

relação uns aos outros.

- Permite a importação de elementos desenhados numa aplicação como o FreeHand e

Adobe Ilustrator da Adobe® através dos formatos de transferência PS, EPS, PDF ou

AI (formato nativo do Adobe Ilustrator) e a sua edição.

- Tem a vantagem de permitir a introdução de miras de registo, marcas corte e de

formas de controlo da cor na impressão.

- Precisa de um Raster Image Processor (RIP) para exportação do formato final. É

recomendado o RIP Esko-Graphics.

- Permite gravar os seus ficheiros no formato PDF. Outro formato é o TIFF Group 4

(formato binário).

- É possível automatizar o fluxo de trabalho pois os parâmetros de produção são

guardados separadamente dos ficheiros. Permite a execução em modo de linha de

comando (batch mode).

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1.2.1.4 Map Publisher

Esta aplicação integra um sistema de publicação de cartografia poderoso e funcional. É um

programa que utiliza como dados de entrada os ficheiros de saída RLE (Run Lenght Encoded)

de outro processamento, obtidos com a utilização dos ficheiros DGN e dos programas

Interplot e Color Raster Offline Driver (CROD) da Intergraph®. No que diz respeito à forma

como utiliza os ficheiros RLE, possibilita a sua manipulação lógica obtendo novos ficheiros

RLE, onde se geram ficheiros imagem compostos a partir destes, juntamente com outras

imagens de 8 bits, por processo de fusão de imagem, obtendo como resultado dessa fusão

formatos raster, destacando-se os formatos LSR (Litographic Screener Encoded) e TIFF

Group 4 (binário utilizado na industria gráfica com fiéis resultados). Normalmente, os

produtores que utilizam este programa também possuem o equipamento Optronics 5040 ou o

equipamento Mapsetter 6000 [Boyrs, 2004].

Esta fusão é conseguida através de uma tabela de especificações, é definido o catálogo de

cores, as regras de screening (a impressão a 4 cores é obtida com sucesso porque na

impressão de cada uma das cores a informação é submetida a uma trama com um determinado

ângulo conhecida por screen) , as percentagens de cor, as prioridades, as máscaras, as

transparências e outros aspectos de um processo litográfico [Intergraph, 2005]. Ou seja:

- Simula as técnicas clássicas da fotolitografia.

- Permite separação de n-cores e a possibilidade de efectuar mascaramentos entre os

objectos.

- Permite atribuir padrões por objecto.

- Permite um vasto conjunto de operações lógicas entre os objectos que estão no

formato binário RLE que estão a uma resolução de 1200 ppi ou superior e que são

gerados com o CROD.

- Permite executar scripts na linha de comando por forma a automatizar o fluxo de

trabalho. Estes scripts podem ser escritos numa linguagem interpretada como o PERL

(Pratical Extraction and Report Language), PHP (Professional Home Page) ou outra.

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- Gera vários formatos finais de raster como os formatos LSR e o TIFF Group 4.

- Esta aplicação é poderosa mas tem uma desvantagem nos formatos finais da pré-

impressão, ao garantir apenas um formato legível nos programas da industria gráfica, o

formato TIFF Group 4.

1.2.1.5 Mapublisher - Plug-in para o programa Adobe Ilustrator

Este MaPublisher é um filtro plug-in para um ambiente de SIG que também funciona com a

aplicação Macromedia FreeHand. Possui as seguintes características:

- Importa para o ambiente das aplicações em que é instalado, os formatos SIG shape,

dxf, etc, e gera-os com todos os atributos da base de dados intactos.

- Possui uma ferramenta para adicionar atributos a novos objectos e modificar os

atributos dos objectos existentes.

- Permite a automatização da legenda.

- É possível a aplicação de topónimos automaticamente.

- Realiza operações de união ou ligação a bases de dados externas.

- Permite a referênciação de imagens raster e outras ferramentas para manipulação dos

mapas.

1.2.2 Casos de estudo

A informação aqui apresentada foi recolhida através de contactos efectuados entre o autor e

várias entidades produtoras de cartografia. Esses contactos foram efectuados por e-mail, por

telefone ou directamente nos locais.

Dessa informação foi possível elaborar os fluxos de pré-impressão das entidades contactadas

que responderam às solicitações e, em alguns casos, a riqueza da informação cedida permitiu

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elaborar os fluxos de produção cartográfica, permitindo analisar a produção num conjunto e

não apenas a fase da pré-impressão.

Foram contactados os Institutos Geográficos ou equivalentes de Portugal, Espanha, França,

Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Suiça, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canada, China,

Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Hong Kong, Israel, Itália, Japão, Peru, Polónia,

Roménia, África do Sul e Turquia. Destes países só responderam Portugal, Argentina,

Bélgica, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, França, Reino Unido, África do Sul, Espanha e

Suiça. Dos países que responderam apenas se vão referir os mais relevantes para o

desenvolvimento deste trabalho. No entanto, caso haja interesse, existe um trabalho feito para

a globalidade dos países que responderam [Torrinha, 2005].

1.2.2.1 Instituto Geográfico Augustin Codazzi da Colômbia

Neste instituto a tarefa de edição é executada em Microstation e ArcMap. Com as ferramentas

de disposição e arranjo marginal do ArcMap (layout) introduz-se a informação marginal nos

documentos e a informação tratada em Microstation é convertida para DXF e adicionada à

informação marginal no ArcMap e são feitas saídas finais em impressoras, em papel de boa

estabilidade dimensional. Quando a cartografia se destina a impressão em offset, a informação

em DXF é generalizada com o ArcInfo, e quando pronta, no ArcMap é exportada para o

formato EPS. De seguida, é feita edição de cores e toponímia com os programas FreeHand e

Adobe Ilustrator, o ficheiro final é gravado no formato PDF e levado para a gráfica para

impressão em offset. Os técnicos estão a estudar a possibilidade de utilizar o Microstation V8

[Bentley, 2005] para exportação directa para o formato PDF [Barbosa e Amaya, 2004]. Esta

opção obriga a que no momento da exportação seja necessário ter a informação vectorial

praticamente resimbolizada e assim, a exportação corresponderá apenas a uma conversão de

formato. Nos casos em que tem que haver operações espaciais entre os objectos gráficos, esta

opção pode não ser a melhor porque as operações necessárias à re-simbolização exigem o

desenvolvimento de funções que, em outro ambiente diferente do Microstation V8, podem já

estar desenvolvidas, poupando-se esse tempo para atingir os objectivos.

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1.2.2.2 Directoria do Serviço Geográfico do Brasil

Actualmente, nesta organização, a edição vectorial é efectuada com o programa Microstation.

Para a aquisição de dados é utilizada uma ImageStation e a actualização é feita com recurso a

imagens de satélite e aos programas Envi 3.4, IrasC e eCognition. A preparação (estruturação

e validação) dos dados para SIG é executada em Microstation com macros e rotinas MDL

(Microstation Development Language) desenvolvidas pela instituição. A edição cartográfica é

manual apesar de se estar a migrar para uma edição automática ou semi-automática através da

solução para SIG da Laser-Scan (Gothic e Lamps2).

Quanto à impressão, a informação que é dada como pronta na edição, é levada para o

CorelDraw onde se geram separadamente cinco ficheiros PS (verde, vermelho, azul, sépia e

preto) que são impressos num ImageSetter em película fotográfica e correspondem aos

fotolitos. Estes são levados para a fotolitografia onde por fotografia de contacto se fazem as

chapas usadas na impressão offset. Se a impressão não for por cor directa, então no

CorelDraw geram-se 4 ficheiros PS pelo processo de quadricromia. O resto do fluxo até à

impressão offset é idêntico ao da impressão por cor directa (cinco cores) [Santos e Junior,

2004].

1.2.2.3 Instituto Geográfico Militar (IGM) do Chile

Neste Instituto a informação pronta encontra-se armazenada numa BDG, Oracle9i Enterprise

com o módulo Spatial. A fase do fluxo de produção correspondente à publicação da

cartografia começa com a criação da informação marginal padrão necessária com o programa

PLTS que é instalado sobre o ArcGis da ESRI. Parte dessa informação marginal é gerada com

o programa FreeHand da Macromedia. A informação da área útil da folha é extraída da BDG

originando um ficheiro único no programa PLTS. De seguida, um ficheiro com a extensão

MXD é impresso numa impressora com o ArcMap e vai para revisão e correcção. Quando a

informação estiver correcta de acordo com os parâmetros da secção de controlo de qualidade,

o ficheiro MXD é convertido para EPS para sua utilização no processo de impressão.

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No processo de impressão o ficheiro EPS é convertido em JOB (plataforma BRISQUE) [Creo,

2005] onde se prepara a área correcta do trabalho a imprimir e onde se adicionam alguns

pormenores úteis à impressão como miras de acerto, etc. É realizada uma prova de cor com o

programa Best Color [Wide-format-printers, 2005]. Se a informação está correcta na prova de

cor, são feitos os fotolitos com o programa BRISQUE (cinco películas fotográficas

correspondentes às cinco cores da impressão). De seguida são levadas para a execução das

chapas de impressão por transporte fotográfico e finalmente é realizada a impressão em offset

no equipamento SPEEDMASTER [López, 2004].

1.2.2.4 Instituto Geográfico Português (IGP)

As séries cartográficas produzidas pelo IGP com a vista à impressão em offset são, entre

outros, o Mapa de Portugal Continental à escala 1:500 000 com uma periodicidade anual e a

série M7810 à escala 1:50 000 que tem vindo a ser gradualmente actualizada.

Actualmente, a edição cartográfica processa-se interactivamente em ambiente Microstation

utilizando macros internas do instituto. O fluxo de pré-impressão está automatizado e pode ser

considerado como um fluxo digital pois a informação é processada automaticamente passando

sequencialmente de uns programas para outros até chegar ao seu formato final. Então, para os

ficheiros editados, são feitas cópias de segurança para a área de backup e, de seguida o

operador acede a uma aplicação via Intranet recorrendo ao programa Internet Explorer

[Torrinha, 2003]. Aí, regista-se com uma conta de acesso e faz o pedido (escolhendo a série e

o número da folha se for o caso) e, avança para uma área de espera onde pode visualizar o

estado do processo (em espera, em execução ou concluído). A título de exemplo, o pedido de

uma folha da série M7810 leva entre 5 e 7 minutos a concluir o processo. No servidor, quando

o pedido é solicitado, entra para uma “hot-table” existente em MySqlAdmin e é executado pela

aplicação sempre e enquanto houver registos nessa tabela.

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Terminado o processo, o operador que fez o pedido pode então descarregar o resultado que é

um ficheiro imagem CRL (Color Run Lenght) georreferenciado, através de uma ligação

disponibilizada na área de espera.

A aplicação que permitiu a automatização deste processo está escrita em PHP e tornou

possível ligar todos os programas envolvidos no fluxo que são: Microstation, Interplot,

CROD e Map Pubisher, da Intergraph® e o MySqlAdmin onde foi implementado o modelo de

dados que assiste todo o processo. O formato final de informação utilizado é o formato TIFF

standard e, os serviços de gravação em chapa através da tecnologia CTP são executados por

gráficas do sector privado com quem o IGP contracta.

No entanto, o sector privado utiliza como entrada de dados para a gravação de chapas, o

formato standard PDF. Assim, o Instituto terá brevemente que alterar o seu fluxo de pré-

impressão com vista a alcançar este formato. O formato PDF é o formato standard mais

utilizado na industria gráfica, sendo também o mais solicitado pelas empresas deste sector.

Caso se tratem de reimpressões de documentos para reposição de stocks, efectua-se o

transporte dos fotolitos para a chapa por processos fotomecânicos na fotolitografia do IGP,

sendo os documentos cartográficos posteriormente impressos na Roland 800 (de duas cores)

ou na Heidelberg (também de duas cores) conforme a dimensão do documento cartográfico.

1.2.2.5 Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) de Portugal

O fluxo de pré-impressão em utilização no IGeoE é um fluxo automatizado com uma

aplicação desenvolvida internamente. Esta aplicação interliga de forma sequencial os

programas Interplot, driver CROD e Map Publisher, apenas precisando dos ficheiros DGN

editados para produzir os ficheiros finais TIFF Group 4 que são impressos em chapa via CTP.

Estes serviços de gravação de chapas e subsequente impressão offset, são executados em

gráficas do sector privado.

Durante este processo existe uma rotina de controlo de qualidade e a utilização de um sistema

de gestão de cor que garante a visualização e impressão dos documentos cartográficos sem

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grandes diferenças nas cores. Este controlo termina quando não houver necessidade de mais

correcções e, no final da obtenção dos positivos (elementos de reprodução), existe outro

controlo de qualidade. Todos estes procedimentos são executados de acordo com métodos

sistematizados e que integram instruções de trabalho que são cumpridas no âmbito da

certificação em qualidade pelo IPQ (Instituto Português da Qualidade).

1.2.2.6 Instituto Cartográfico da Catalunha (ICC)

Este Instituto tem uma solução bastante moderna para o seu fluxo de pré-impressão.

Terminada a edição dos ficheiros na cadeia de produção, é utilizado o programa SITPLOT

[Sitep, 2005] para produção de ficheiros em formato PDF vectorial que já tem contemplada

parte das especificações cartográficas, nomeadamente, mascaramentos, transparências,

atribuição de cores em CMYK às entidades e sua simbologia de representação. Estes ficheiros

(usos do solo, limites, planimetria, toponímia, quadrícula, curvas de nível e o sombreado em

formato TIFF) são colocados num hotfolder.

Através de uma aplicação que integra o fluxo digital deste instituto, esses ficheiros são

convertidos para o formato AWS (Artwork Systems) e AWS-TIFF para o sombreado e para o

domínio de cor CMYK (4 cores). É feita a montagem das capas e da cartografia com uma

sub-aplicação ArtPlot de forma interactiva e executada uma prova de controlo em impressora.

Fazem o controlo de qualidade e segue-se a montagem final. Nesta fase, os ficheiros AWS

processados são preparados para o formato PS e editados no programa FreeHand para

execução de ajustes finais na informação marginal. É feita outra prova em impressora para

controlar a qualidade do documento. Depois surgem dois caminhos:

Os arquivos preparados em PS vão para a gráfica onde é feita a composição final antes da

impressão em chapa. Na gráfica, são montados e visualizados no monitor todos os formatos e

toda a informação a imprimir (PS, PDF e TIFF). É feita uma prova em impressora e se tudo

estiver correcto, são expostas as chapas em equipamento CTP e segue-se a impressão offset.

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Assim que o controlo de qualidade termina, procede-se à junção dos ficheiros no formato

AWS, faz-se uma prova de cor em cromalin e preparam-se ficheiros TIFF Group 4 de 1(um)

bit. Estes ficheiros são levados para a gráfica onde será feita a exposição em chapa e a

impressão offset [Muñoz, 2004].

1.2.2.7 Instituto Geográfico Nacional de França

O IGN de França utiliza o programa Mercator na sua cadeia de produção. Actualmente tem

dois processos principais para produção de mapas [Perret, 2005]:

Um consiste em actualizar mapas que já existem em formato imagem e utilizam para isso dois

programas diferentes o DRY [Lorik, 2005] e o OCAD. A informação final é convertida para

TIFF formato binário.

No outro, o IGNF produz mapas a partir de bases de dados vectoriais usando principalmente o

GeoConcept [Geoconcept, 2005] e os seus módulos específicos (base de dados orientada a

objectos). No fim do processo, a informação ou é transferida em formato vectorial para o

Mercator onde é resimbolizada ou, no formato EPS sem haver qualquer trabalho cartográfico

no Mercator.

Em ambos os casos, o programa Mercator permite a impressão dos documentos finais em

película fotográfica e em equipamento próprio.

No caso particular da gestão de cruzamentos da rede viária que é a situação mais

problemática, existem duas situações [Perret, 2005]:

No processo vectorial, são criados automaticamente a partir de informação da base de dados

GeoConcept pequenos arcos representativos de passagens superiores. Estes arcos sobrepõem-

se aos outros objectos e em ambiente Mercator estão num nível superior.

No processo raster, com o programa OCAD, os novos objectos são desenhados num nível

inferior ao do raster que está sempre no nível mais baixo. Para a actualização destes objectos,

definiram-se dois níveis em cada layer temático de forma a que se conseguisse codificar qual

é a estrada que passa por cima.

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1.2.2.8 Instituto Geográfico Nacional da Bélgica

A informação vectorial obtida via fotogrametria com tecnologias Intergraph® (e outras), é

estruturada e catalogada de forma a que se obtenha um sistema de informação. A utilização de

SIG é frequente e os programas utilizados actualmente são os da ESRI® (do ArcInfo até ao

ArcGis). Apesar dos bons resultados com estas aplicações, este organismo está empenhado

em evoluir para um melhor modelo conceptual de SIG.

Pensar nesta informação para produzir cartografia em papel implica uma fase de re-

simbolização para se obter a representação com a qualidade exigida [Swartenbroekx, 2005].

Para esse efeito, foi em tempos utilizado o programa Map Publisher da Intergraph® mas,

actualmente é utilizado o programa Mercator que além de permitir o mesmo nível de

representação e automatização também mantém a informação em formato vectorial durante o

processo de re-simbolização.

Na produção de mapas comerciais e derivados (turísticos, informativos, etc) é utilizado o

produto DRY da empresa francesa Lorienne e o programa Ilustrator da Adobe®. Desta forma,

conseguem-se gerar os formatos de saída standard como o EPS e o PDF. Os ficheiros são

então transformados em formato raster através de um processo de RIP com a aplicação

Backstage/Flexrip da EskoGraphics. De seguida, estes arquivos são expostos a Laser (Laser

Amplification by Stimulated Emission of Radiation) em película fotográfica através do

equipamento MegaSetter Esko-Graphics que possui a tecnologia CTF donde se obtêm os

elementos de reprodução. No sector de impressão são expostas as chapas, depois é feita a

impressão offset numa impressora entre as quais se destaca uma Man Roland.

1.2.2.9 Orell Füssli Kartographie (OFK) da Suiça

Esta empresa trabalha há quinze anos com o programa Map Publisher da Intergraph®. A

utilização poderosa que este produto proporciona no fluxo de pré-impressão é reconhecida por

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quem o utiliza e, os formatos finais de informação possíveis permitem obter elementos de

reprodução no equipamento MapSetter 6000 de tecnologia CTF que a empresa possui.

Através de parcerias que estabeleceram com algumas gráficas para impressão de alguns

mapas (escolas, cidades, geológicos, …) conseguem usar também a tecnologia CTP que essas

gráficas têm. Para isso o formato final dos arquivos gerados no seu fluxo com o Map

Publisher é o TIFF binário Group 4 separados por cores.

Desta forma, conseguem 100% da qualidade desejada e com a utilização de um sistema de

prova de cor conseguem controlar as cores e a densidade do screening. Assim sendo, a OFK

AG utiliza as duas tecnologias existentes no mercado (CTF e CTP) no seu processo de pré-

impressão.

A OFK foi uma das empresas pioneiras na aquisição dum fluxo de pré-impressão digital para

a concretização dos seus produtos cartográficos. No entanto, em 2002 conhecendo a

existência de novas tecnologias, decidiu redesenhar o fluxo existente para a produção da

cidade de Zurich nas versões analógica e digital. Assim, substituíram os programas

Microstation e Interplot pelo GeoMedia Professional da Intergraph Geoespatial Solutions de

Huntsville, Ala., USA. Na perspectiva da empresa, esta mudança iria proporcionar a oferta de

muitos produtos cartográficos derivados, todos executados a partir de uma única base de

dados [Stoll, 2004]. Os produtos digitais em CD-ROM e via FTP (File Transference

Protocol) que se iriam conseguir abririam uma nova porta para a comercialização dos novos

produtos digitais e on-line.

“Com o Microstation e o Interplot não se consegue manter a entidade, topologia e informação

gráfica na mesma base de dados” disse Heinz Stoll, Cartógrafo e consultor da empresa. Com a

introdução da tecnologia GeoMedia na cadeia de produção conseguiu-se uma

interoperabilidade universal entre os formatos e dados provenientes de vários produtos

informáticos [Borys, 2004a].

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O primeiro fluxo de trabalho envolvendo o GeoMedia foi criado para as cartas da cidade de

Zurich que seriam produzidas nas escalas 1:15 000 e 1:20 000. Como primeira fonte de

informação foram utilizados mapas cadastrais na escala 1:2 500. As entidades foram

digitalizadas e guardadas numa base de dados Access. Esta nova metodologia de trabalho

permitiu aos operadores de cartografia e de SIG concluir os produtos cartográficos com maior

rapidez e eficiência. Para melhorar a aparência dos seus mapas, a OFK adquiriu o programa

Label-EZ [Maptext, 2005], um sistema automático de colocação de topónimos da MapText

Inc of Plainsboro, Newjersey, USA. Este produto ofereceu a qualidade cartográfica exigida e

apresenta uma competitiva velocidade de escrita em ambiente GeoMedia.

Assim, a OFK AG conseguiu introduzir os nomes correspondentes nas ruas, nas estradas e em

outros objectos gráficos e ainda conseguiu que o texto acompanhasse as curvas do traçado da

rede viária e o da topografia. Do GeoMedia, a informação foi exportada directamente para o

Map Publisher para ser processada a separação de cores. Depois foram produzidos arquivos

no formato TIFF Group 4 para exposição em CTF ou CTP e posterior impressão offset.

1.3 Considerações sobre fluxos pré-impressão

Um sistema de fluxo de trabalho automatizado é um factor indispensável para organizações

que tenham um sector de pré-impressão. Uma solução destas satisfaz a fase de pré-impressão

de qualquer documento como: produtos cartográficos, agendas, revistas, folhetos

informativos, etc. A aquisição de um sistema destes permite fornecer múltiplos benefícios e a

máxima valorização no que respeita a:

- Tempo de preparação de pré-impressão digital reduzido.

- Repetição de trabalhos sem pré-impressão.

- Redução de erros.

- Máximo controlo de qualidade.

- Integração simples em fluxos de trabalho híbridos (digital / convencional).

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De entre as várias possibilidades disponíveis no mercado, destacam-se os sistemas da

Artworks Systems®, Agfa® e Esko-Graphics® pelas suas utilizações na área da cartografia.

1.3.1 Artworks Systems - Nexus

O sistema NexusTM é constituído por três módulos:

- NexusIMPORTTM.

- NexusPROCESSORTM.

- NexusRIPTM.

Estes módulos têm a possibilidade de funcionar ou não na mesma configuração de hardware,

disponibilizando aos utilizadores um sistema de gestão e configuração de tarefas.

O NexusIMPORTTM tem como função a conversão dos ficheiros que dão entrada no processo

para formatos dos programas ArtPro ou NexusEdit. Na conversão dos ficheiros também

ocorre a conversão em tempo real da informação para os vários sistemas de cor como o

Pantone e Hexacrome. As imagens RGB são convertidas para CMYK usando ficheiros ICC

(International Color Consortium).

Os ficheiros saída deste primeiro módulo ou do ArtPro são os ficheiros de entrada para o

módulo NexusPROCESSORTM. Aqui processam-se as provas de cor, cálculo de diferenças

entre dois trabalhos, distorções de referenciação, trapping, etc. Os ficheiros vectoriais de

saída deste módulo, nos formatos PS, PDF, podem ter como destino a prova de cor, um site

ou um equipamento CTP.

O NexusRIPTM é o motor de screening de todo o processo. Também pode aceitar informação

do NexusIMPORTTM e do NexusPROCESSORTM ou de aplicações DTP (Desktop Publishing)

através dos formatos PS, PDF ou TIFF (8 bits). Neste módulo consegue-se analisar o produto

antes da impressão final via CTP através da visualização da imposição a baixa resolução

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possibilitando o controlo final. Também se pode optar por uma prova de cor e só depois

avançar para a exposição final.

1.3.2 Agfa - ApogeeX

Este fluxo, entre outros (Prinergy da Creo-Heidelberg e Brisque da Scitex), inclui áreas de

processo distintas agrupadas por diferentes categorias:

Saídas - produção de documentos, conversões de formatos, trapping, imposição, gestão,

exposição CTF ou CTP, provas, etc.

Gestão de processos - Criação e utilização de hot-folders, redireccionamentos, etc.

Gestões administrativas - pedidos, custos, ordens de trabalho, etc.

Entre as várias características destacam-se as seguintes:

Automatização da várias tarefas que integram o fluxo de trabalho.

Processo de transparência.

Processo de spread na toponímia.

Processo de montagem dos diferentes arquivos, etc.

1.3.3 Esko-Graphics

A Esko-Graphics disponibiliza uma solução completa em pacotes múltiplos para

automatização de fluxos de trabalho, integrando tecnologia de screening especializada,

sistemas de gestão de cores, funcionalidade passo e repetição (possibilitando a repetição de

apenas certas tarefas do fluxo sem ter que iniciar todo o processo) e sistemas de gestão de

conteúdos digitais DAM (Digital Asset Management), etc. As soluções da Esko-Graphics®

também são modulares e flexíveis, sendo cada módulo capaz de operar separadamente em

qualquer ambiente, ou em associação com módulos adicionais.

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1.3.4 Insuficiente adaptação às novas tecnologias

Apesar de todos estes sistemas se revelarem muito eficazes, ainda existem alguns obstáculos a

transpor pelos institutos geográficos que têm como missão a produção de cartografia. Estes

fluxos digitais foram idealizados para a indústria gráfica do sector privado e não

especificamente a pensar nesses organismos.

O problema prende-se com o facto de os programas utilizados na produção de Cartografia

serem muito específicos e apenas utilizados pelos respectivos produtores, tendo pouca

expressão na indústria das artes gráficas e assim poucas possibilidades de produzir os

formatos de entrada mais utilizados nas gráficas do sector privado como é o caso do formato

PDF. Para que organismos como o IGP possam usufruir das mais valias destes sistemas ainda

têm que alterar o seu fluxo produtivo por forma a conseguirem formatos finais de informação

standard PDF.

Actualmente, o que alguns institutos fazem para conseguirem os ficheiros finais em PDF, é

uma conversão de formatos, de TIFF para PDF, o que equivale a um ficheiro PDF no formato

matricial. Um PDF no formato matricial é bastante diferente de um PDF no formato vectorial.

Os utilizadores e produtores de SIG têm actualmente disponível ferramentas de impressão nos

programas de SIG que são cada vez mais abrangentes no que respeita à representação gráfica,

conseguindo também com alguma facilidade a produção de mapas temáticos em formato

PDF, ainda que com inferior qualidade na representação e inferior flexibilidade na utilização

quando comparados com os programas específicos para essa finalidade.

No entanto, outros produtores têm dificuldades em produzir formatos PDF vectorial devido às

metodologias e programas que utilizam há pelo menos uma década, conseguindo apenas a

transformação de TIFF para PDF, continuando o conteúdo destes ficheiros, na forma

matricial.

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Esta questão é bastante polémica porque, por um lado põe-se a “velha” questão da segurança

da informação no que se relaciona com a cópia e com a utilização não autorizadas, e por outro

lado, o facto de um TIFF ou PDF matricial não poder ser modificado o que não acontece com

o PDF vectorial pois existe o risco da informação ser mais facilmente utilizável em qualquer

programa que permita a manipulação do formato PDF(1). Esta questão tem resolução através

das leis que regulam os direitos de autor e, independentemente disso devem-se utilizar

programas e métodos que possibilitem um melhor aproveitamento das novas tecnologias

disponíveis no mercado da pré-impressão como é o caso da gravação em chapas de offset via

CTP.

1.4 Objectivos e metodologia

A especificidade das normas de representação gráfica da Cartografia deixam o IGP com

poucas possibilidades de escolha quanto à solução a adoptar para alcançar o formato PDF. Por

exemplo, existe um programa desenvolvido à medida para o ICC da Catalunha que é o

programa Sitplot que foi desenvolvido pela empresa Sitep a pedido do ICC.

Esta aplicação está disponível para outros produtores de cartografia mas por ser muito

específica, é uma aplicação informática de elevado custo que nem todos têm orçamento

disponível para a adquirir.

Assim, o IGP, optou pelo desenvolvimento interno de programas e procedimentos que

permitam alcançar o formato PDF, tornando-se no principal objectivo do sector de pré-

impressão. No entanto, continuava a existir uma dificuldade na escolha do caminho para

alcançar esse objectivo pois existem várias possibilidades. Quais seriam as melhores opções,

ArcGis ou GeoMedia Professional para o ambiente de desenvolvimento, C++ ou Visual

Basic para a linguagem de programação desse desenvolvimento, Adobe Ilustrator ou Corel

Draw para controlo do ficheiro final produzido no formato PDF?

(1) - As próximas referências ao formato PDF, subentende-se que se trata do formato PDF na forma vectorial

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Assim, optou-se por desenvolver em Visual Basic utilizando os objectos do GeoMedia

Professional 5.2 e para controlo final o programa Adobe Ilustrator. Estas opções foram

inspiradas no conhecimento que o técnico responsável pelo procedimento tinha destes

programas e ambientes e também, pela limitação do número de licenças disponíveis para os

restantes programas.

A produção de um ficheiro final PDF, destinado à gráfica, para a gravação de chapas via CTP

e posterior impressão offset exigia a garantia de que este PDF teria de ser idêntico ao TIFF

produzido pela metodologia actual. Então, o documento cartográfico resultante da impressão

do PDF, devia garantir a mesma lógica espacial, a mesma prioridade entre os objectos

gráficos, a mesma escala de representação e as mesmas cores que o seu antecessor TIFF.

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CAPÍTULO II

Prioridade e representação

2.1 Introdução

Neste estudo, o documento escolhido é uma Carta de Portugal Continental à escala 1:500000,

vulgo “Mapa de Estradas”. Segundo a Associação Cartográfica Internacional (A.C.I.), “Carta

é uma representação geométrica, plana, simplificada e convencional, de toda a superfície

terrestre ou qualquer corpo celeste, que ilustra as relações topológicas entre objectos definidos

sobre essa superfície, e dispõe de uma métrica definida”. Assim, pode dizer-se que todas as

Cartas contêm informação apresentada numa forma gráfica com o objectivo de transmitir essa

informação aos seus utilizadores ou seja, uma Carta é um meio de comunicação que respeita

as regras gerais da comunicação. Observe-se a Figura 1:

Figura 1 – Regras gerais da Comunicação.

Assim, o produtor da Carta transmite informações ao utilizador através da representação

gráfica na Carta e, o utilizador apreende essa informação pelo processo de percepção visual.

Neste modelo de comunicação cartográfica, apesar da realidade ser única, a realidade que o

produtor percebe e tenta transmitir ao utilizador e, a realidade que este vê são diferentes. No

entanto, como a realidade, representada graficamente numa Carta é sempre simplificada e

obedece a determinadas convenções, designadas por convenções cartográficas, torna-se

possível a comunicação entre o produtor e o utilizador.

O objectivo deste estudo não é produzir uma nova Carta mas sim efectuar uma nova edição da

Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do IGP, utilizando uma nova metodologia

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para a produção do ficheiro final destinado à impressão offset. Então, assume-se que este

ficheiro é uma representação gráfica fiel à sua impressão no papel.

Assim, considera-se como realidade aquela que está representada na Carta impressa pela

metodologia actual (impressão a partir do TIFF) e, quando se refere a modelação da realidade

está-se a considerar a modelação da realidade para o papel. Considere-se a impressão

produzida pelo método actual e analise-se a prioridade ou hierarquia na representação gráfica

de cada objecto em relação aos restantes.

2.2 Prioridade relativa dos objectos cartográficos

Observe-se a Figura 2 com o objectivo de extrair objecto a objecto por prioridade de

impressão, ou seja, quais os objectos que se sobrepõem aos outros e por que ordem.

Figura 2 – Extracto da edição de 2005 da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do IGP.

Após essa análise obtém-se a Tabela 1 com as prioridades de impressão dos objectos (2)

considerando que a prioridade com índice mais baixo corresponde ao objecto que na

impressão aparece visualmente sobreposto aos outros objectos.

(2) - Os objectos que não estejam visíveis na Figuras 2, poderão ser analisados numa impressão da Carta.

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Tabela 1 – Prioridades dos objectos na impressão.

Índice de prioridade Descrição 1 Informação que consta na legenda da Carta

2 Cercadura, quadrículas, rede geográfica, marcas das coordenadas e topónimos das coordenadas gauss, graus e utm

3 Mancha transparente de cor cinzenta em Espanha 4 Símbolos dos vértices geodésicos (VGs) 5 Topónimos da cota dos VGs 6 Limites de País, concelho e distrito 7 Símbolo de aeroporto, mina e farol 8 Símbolos indicadores da posição relativa das localidades 9 Limite da mancha urbana

10 Topónimos de localidade, linha de água, baía, barragem, cota de linha batimétrica, golfo, lagoa, oceano, ribeira e rio

11 Símbolo de estação de caminho de ferro 12 Caminhos de ferro vias dupla, única e reduzida 13 Topónimos da classificação das estradas

14 Símbolo da caixa de estrada para a colocação do topónimo classificador da estrada

15 Auto-estrada itinerário principal (paralelas e eixo) 16 Auto-estrada itinerário complementar (paralelas e eixo) 17 Auto-estrada itinerário principal (miolo) 18 Auto-estrada itinerário complementar (miolo) 19 Itinerário principal (paralelas) 20 Itinerário complementar (paralelas) 21 Estrada nacional (paralelas) 22 Itinerário principal (miolo) 23 Itinerário complementar (miolo) 24 Estrada nacional (miolo) 25 Estrada nacional a municipalizar 26 Estrada municipal 27 Estrada regional 28 Área da mancha urbana

29 Limites de rio, lago, lagoa, linha de água, linha batimétrica, arrozal, marinha e pântano

30 Arrozal, marinha, pântano e ribeira 31 Topónimo de parque natural 32 Limite de parque natural 33 Mancha de oceano com profundidade de 0 a 200 metros 34 Mancha de oceano com profundidade superior a 200 metros 35 Manchas correspondentes à hipsometria

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2.3 Dependências da representação

Existem factores que podem influenciar a percepção do utilizador relativamente à

representação gráfica dos objectos presentes numa Carta, como as cores e a espessura das

linhas. Dada a importância das cores, optou-se por referir alguns conceitos importantes

relacionados com as cores, como os factores que alteram a nossa percepção das cores,

domínios de representação das cores, domínio de cor de um dispositivo de saída,

caracterização de dispositivos de saída e limitações de dispositivos de saída.

2.3.1 A temperatura da luz e da cor

Para medir a cor da luz branca, foi feita uma escala baseada nas experiências de Lord Kelvin

onde, ele aqueceu um tubo de aço variando as temperaturas e, fazendo assim o tubo variar de

cor passando pelo vermelho, branco e depois azul. Desde então o vermelho ou o azul da luz

branca são medidos em graus Kelvin (ºK).

O tipo de luz que é reflectido por um objecto, tem um papel importante na determinação de

qual a cor que atinge os nossos olhos. A maior parte da luz não é pura nem branca, ou seja,

nem todas as cores são passíveis de serem reflectidas e por conseguinte observadas, conforme

se observa na Tabela 2.

Tabela 2 – Variação do espectro visível de acordo com a iluminação, adaptado de [Agfa, 1997].

Tipo de luz Temperatura Variação da intensidade ao longo dos comprimentos de

onda do visível 400 500 600 700nm (3)

Flash 6.000º K Sol do meio dia de 5.000 ºK

a 6.000º K

Fluorescente de 4.000º K a 6.000º K

Tungsténiode 3.000º K a 4.000º K

(3) - Em aplicações relacionadas com a cor, a unidade utilizada para o comprimento de onda ( ) é o nano metro (1nm=10-9m), [Wyszecki and Stiles, 2000].

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2.3.2 A percepção da cor pelo Homem

Os olhos do ser humano e o seu cérebro conseguem detectar pequenas diferenças num

comprimento de onda da luz visível. Quando a luz passa para dentro do olho, a íris regula a

quantidade de luz que atravessa o cristalino. O cristalino foca a luz na retina.

A retina tem uma estrutura complexa de nervos que contêm milhões de células vivas,

sensíveis à luz chamadas bastonetes e cones. Os bastonetes ficam activos quando há pouca luz

e detectam diferenças de claridade e brilho em zonas pouco iluminadas. Os cones ficam

activos à luz do dia e contêm elementos químicos sensíveis à luz que se chamam foto

pigmentos, ver Figura 3.

Figura 3 – Estrutura neurológica da retina, adaptado de [Wyszecki and Stiles, 2000].

Estes foto pigmentos, contribuem para a percepção da cor pelo Homem. Cada cone tem um

dos três tipos de foto pigmentos, vermelho, verde ou azul (RGB - do inglês Red, Green e

Blue, respectivamente). Neste momento, as ondas da luz são transformadas em impulsos

nervosos que são posteriormente processados pelo cérebro. É no cérebro que a situação se

complica pois, cada cérebro humano, processa as cores de formas diferentes.

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As cores têm associações psicológicas, baseadas nas experiências que o Homem tem com o

mundo que o rodeia, como memórias associadas a cores, significados culturais para as cores,

entre outros.

Figura 4 – Contexto da cor.

Observe-se as três imagens da Figura 4. Concentre-se no círculo central da primeira imagem.

Qual é a cor que vê? Agora, repita-se o processo para as outras imagens. Que cor se vê no

círculo central? Assim, o contexto da cor tem um papel importante na determinação da cor

que é processada pelo cérebro.

Quando foram seleccionadas as cores para as especificações do documento cartográfico em

estudo, teve-se em consideração este factor, uma vez que a Carta como meio de comunicação

que é poderia dar uma noção errada da realidade se por exemplo fosse escolhida a cor azul

para a rede viária e a cor vermelha para a rede hidrográfica.

2.3.3 Cores aditivas e subtractivas

Um monitor emite as cores, vermelha, verde e azul (RGB) que são as três cores primárias da

luz branca. Todas as outras cores podem ser conseguidas adicionando estas cores primárias

em quantidades e intensidades diferentes. A esta mistura das cores primárias, chama-se

mistura ou síntese aditiva. Observe-se a Figura 5. Esta dá a ideia de como as três cores

principais da luz branca que é transmitida, se misturam.

Figura 5 – Síntese aditiva de cores (RGB) [Adobe, 2002].

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Como se verifica, o branco é conseguido quando se misturam vermelho, verde e azul em

quantidades iguais. O preto é o resultado da ausência de cor. Uma superfície preta absorve

todos os comprimentos de onda da luz que a atinge, enquanto que, uma superfície branca

reflecte todos comprimentos de onda.

Figura 6 – Síntese subtractiva de cores (CMY) [Adobe, 2002].

Se numa superfície branca, se juntarem as cores cião, magenta e amarelo com diferentes

quantidades, várias variações de cor azul, verde e vermelho podem ser observadas para

reflectir a cor desejada aos nossos olhos. Esta mistura denomina-se síntese subtractiva.

O cião, magenta e amarelo, são as cores que se vêm quando duas das três cores primárias são

reflectidas e a outra é absorvida. O cião absorve o vermelho, o magenta absorve o verde e o

amarelo absorve o azul. Este é o princípio básico da mistura ou síntese subtractiva que é

ilustrado na Figura 6. Na Tabela 3 apresenta-se a relação entre as cores primárias e as cores

complementares.

Tabela 3 – Absorção e reflexão das cores.

C M Y

R 0 1 1

G 1 0 1

B 1 1 0

2.3.4 Modelos de cor

Considere-se o modelo HLS (Hue, Saturation, Value). Todas as cores visíveis podem ser

definidas por três características. Hue (Valor ou Cromatismo) que representa a cor reflectida

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ou transmitida através de um objecto e que assume o nome da cor que se tem quando uma ou

duas das três cores RGB é predominante.

A Saturação representa a quantidade de cinzento proporcional ao Valor, ou seja, da cor

predominante. A Saturação aumenta, quando uma ou duas das três cores RGB predominam e,

diminui quando a quantidade de cinzento aumenta, ou seja, quando as três cores tendem a

igualar os valores.

Figura 7 – Sistema de cor de Munsell, adaptado de [Agfa, 1997].

A claridade ou Lightness é a força ou amplitude da forma dos comprimentos de onda RGB

que atingem os receptores dos olhos do Ser Humano e, aumenta quando a luz fica mais forte e

diminui quando esta enfraquece.

Estas três dimensões de cor, podem ser representadas num modelo onde com um movimento

circular à volta do modelo tem-se o Valor, o movimento radial a partir do centro para fora

aumenta a Saturação e o movimento para cima aumenta a claridade ou brilho. A forma

irregular do modelo é devido ao facto dos olhos serem mais sensíveis a umas cores do que a

outras, ver Figura 7.

Considerem-se os modelos da Commission Internacional du l’Eclairage (C.I.E.). Alguns

modelos de representação da cor podem representar a cor como sendo independente do

dispositivo que a tenta reproduzir. Enquanto as cores RGB variam com as características do

display e do scanner, as cores CMYK variam com as características da impressora ou outro

dispositivo de saída, tinta e do papel utilizados.

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As chamadas device-indepedent colors ou cores independentes do dispositivo, existem para

serem uma representação das cores tal como elas são perceptíveis ao olho humano. Estas

representações da cor, resultam do trabalho efectuado em 1931 pela CIE.

Existem vários modelos de cor CIE mas, todos derivam de um modelo fundamental que é o

modelo CIE XYZ. Este modelo de cor permite expressar a cor, como uma mistura de três

valores tristimulus X, Y e Z. O termo tristimulus surge devido à percepção da cor resultar do

facto da retina do olho responder a três tipos de stimuli. Após algumas experiências, a CIE

definiu um potencial conjunto de valores standard que correspondem à forma como a retina se

comporta.

Figura 8 – Diagrama de cromaticidade CIE Yxy, adaptado de [Wyszecki and Stiles, 2000].

Um outro modelo derivado deste é o CIE Yxy. Este modelo expressa os valores em função das

coordenadas cromáticas x e y, que de alguma forma são análogas às coordenadas Valor e

Saturação do modelo HSL (Figura 8).

Colocando a quantidade de vermelho na horizontal no eixo dos xx e uma relativa quantidade

de verde ao longo da vertical ou eixo dos yy, obtemos uma projecção do modelo CIE Yxy. O

valor de Y representa a luminosidade da cor.

As coordenadas são mostradas pelas fórmulas:

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Y = Y

x = X / (X+Y+Z) [Wyszecki and Stiles, 2000]

y = Y / (X+Y+Z), em que X,Y,Z são os valores tristimulus no modelo CIE 1931.

A coordenada Z, entra nos valores da cor mas não aparece independente. Uma vez que Y

ainda está relacionado com a luminosidade da cor, os outros aspectos da cor encontram-se nas

coordenadas cromáticas x e y. Isto permite imprimir em duas dimensões, o modelo de cor CIE

Yxy.

Os comprimentos de onda da luz que são puros estão nos limites do domínio do modelo e

definem o intervalo ou gamut para as cores visíveis. Um problema que se encontra quando se

representa uma cor com este modelo, é que o modelo em que a cor é representada, não é

linear.

Assim, não é possível avaliar com precisão os valores das cores se forem consideradas as suas

posições relativas no modelo CIE Yxy. Cores que estão muito próximas no modelo CIE Yxy

podem parecer bastante diferentes aos observadores e, cores que são muito semelhantes

podem estar muito separadas no modelo CIE Yxy.

Por esse motivo, em 1976 o modelo CIE Yxy foi matematicamente transformado para o

modelo CIE Lab, em que as distâncias entre as suas cores estão mais próximas daquelas que o

ser humano percebe. Neste modelo todas as cores com a mesma claridade (Lightness) estão

no mesmo círculo plano, ver Figura 9.

Figura 9 – Modelo de cor CIE Lab, adaptado de [Datwyler et al., 2002].

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Ao longo deste círculo estão os eixos a e b. Valores positivos de a são avermelhados e valores

negativos de a são esverdeados. Valores positivos de b são amarelados e valores negativos de

b são azulados. A claridade varia na direcção vertical.

2.3.5 Imagens de referência IT8

Do modelo CIE Lab são tiradas amostras de cor e usadas para criar, através da industria,

cartões de referência standard, chamados cartões IT8.

Figura 10 – Cartões de referência IT8 7.1 e IT8 7.2, adaptado de [Agfa, 2001].

Existem apenas três fabricantes no mundo que se preocupam com a árdua tarefa, de garantir

que as cores nestes cartões correspondam exactamente aos valores que são disponibilizados

no disco como referência. Em comparação com o cartão IT8 7.1 podem ser medidos os

valores da cor transmissiva que foram lidos por um scanner ou outro dispositivo de entrada.

Figura 11 – Cartão de referência IT8 7.3, adaptado de [Agfa, 2001].

O cartão de referência IT8 7.2 mede a cor reflectida (Figura 10). O cartão IT8 7.3 é um

ficheiro digital que pode ser enviado para um qualquer dispositivo de saída para determinar o

seu gamut ou domínio de cor (Figura 11).

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Figura 12 – Gamut de cor do equipamento de saída RGB LightJet 5900 RS (LJ) do IGP.

Normalmente essa operação é executada, quando se pretende caracterizar ou calibrar

dispositivos, e é essencial possuir estes cartões de referência standards. No equipamento LJ

determinou-se, de uma forma precisa, com equipamento adequado, o seu gamut de cor e foi

comparado com o gamut do monitor calibrado também de idêntica forma. As diferenças são

apresentadas na Figura 12. O domínio de cor da LJ está representado na cor vermelha e o

domínio de cor do monitor utilizado está representado na cor preta.

2.3.6 Sistema de gestão de cor (SGC)

Todos os dispositivos trabalham com o seu espaço de cor. O objectivo de um SGC é o de

prevenir o computador com uma forma de saber, onde é que qualquer cor pode ser encontrada

no espaço de cor, em cada dispositivo na cadeia de produção (Figura 13).

Figura 13 – Correspondência dos valores das cores nos dispositivos e no modelo de cor, adaptado de [Agfa, 2001].

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Com um SGC conseguem-se saber as diferenças entre os valores vistos pelos dispositivos e os

valores correspondentes num espaço de cor independente, ou seja, num modelo de cor.

Figura 14 – Relação entre o gamut dos diferentes dispositivos, adaptado de [Agfa, 2001].

Destas medições, o SGC cria os perfis de cada dispositivo na cadeia de produção. Analisando

os domínios de cor do monitor ( M ) e da impressora ( I ), encontram-se cores que podem ser

vistas no monitor, mas não podem ser impressas (Figura 14). O SGC pode ligar os perfis em

qualquer dos dispositivos e reajustar os gamut para alcançar a consistência da cor. Os gamut

podem ser reajustados, usando vários métodos.

Figura 15 – Método de transformação Color Matched, adaptado de [Agfa, 2001].

M

I

RGB(M)

CMYK ( I )

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50

Por exemplo o método Color Matched, onde aquelas cores que não podem ser vistas no gamut

do dispositivo de saída, são simplesmente perdidas, ver Figura 15. São então substituídas

pelas cores que estão mais próximas das que se pretendem atingir.

Outro método é o chamado Percepting Remapping, onde todas ou a maior parte das cores no

gamut original são alteradas, sendo no entanto, mantidas as relações entre as cores (Figura 16).

Figura 16 – Método de transformação Percepting Remapping, adaptado de [Agfa, 2001].

Este método, baseia-se no facto de os olhos serem mais sensíveis às relações entre as cores do

que a comprimentos de onda específicos. A maior parte dos SGC permitem alterar o domínio

das cores, usando o método que melhor se ajusta à utilização da imagem.

Em todo este processo para controlar a cor desde a aquisição, visualização e impressão,

existem várias variáveis envolvidas como as limitações dos scanners, limitações dos

monitores e as limitações dos dispositivos de saída. Atendendo ao facto de que este estudo é

executado com o objectivo de imprimir Carta em offset, apenas se referem as limitações dos

dispositivos de saída.

2.3.7 Limitações dos equipamentos de impressão

Quando uma imagem está pronta para reprodução, a informação da cor tem que ser convertida

de dados aditivos RGB para as subtractivas separações CMYK. Este processo de conversão

M

I

RGB

CMYK

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varia entre os vários pacotes de programas existentes. Portanto, uma imagem que foi

convertida com o programa de um scanner pode parecer diferente de uma que foi convertida

no programa Adobe Photoshop. A separação feita no Adobe Photoshop dá resultados

diferentes baseados na configuração da separação.

Quando a mistura subtractiva (CMYK), é aplicada na impressão de uma imagem em tons

contínuos, o gamut das cores disponíveis é alterado pelas impurezas de 1ª e de 2ª ordem,

existentes nos pigmentos da tinta. Com as técnicas de impressão como a litografia em offset,

o gamut ainda é mais limitado pelo facto de que a tinta não pode ser continuamente invariável

ao longo da superfície de impressão.

Então, sobrepondo cião, magenta e amarelo, pontos de diferentes dimensões devem ser

usados para aproximar a cor mestra. Esta técnica denomina-se genericamente ganho de ponto

e é função da impressora offset utilizada. Duas impressoras da mesma marca e modelo, não

apresentam o mesmo ganho de ponto.

Devido ao facto das tintas conterem impurezas, a mistura de iguais (a 100%) intensidades de

cião, magenta e amarelo, produzirem sobre o papel um castanho-escuro e não o preto, houve

necessidade da introdução de uma quarta cor, o preto, para aumentar o detalhe e o contraste

das imagens a imprimir.

Figura 17 – Screen halftone e estocástico.

Podem ser usados screens com Halftone (meias tintas) que recorrem a pontos igualmente

espaçados e com diferentes dimensões ou como alternativa uma técnica estocástica onde são

usados espaçamentos variáveis e aleatórios entre pontos com a mesma dimensão (Figura 17).

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Os dispositivos de impressão a cores, imprimem em diversos tipos de suportes analógicos

como papel, papel coated, vulgo couché, filme, separação de filme, etc.

Variações nos dispositivos e diferenças nas cores do gamut, quando combinadas com erros

devidos à percepção humana, podem causar muito facilmente, inconsistências na reprodução

da cor, pelo que alguns produtores de cartografia resolveram adquirir um SGC que lhes

permite caracterizar os dispositivos tendo o controlo da cor no processo de produção

cartográfica.

2.3.8 A caracterização dos dispositivos de saída

Para que as cores que saem no dispositivo de saída coincidam com aquelas que se viram no

monitor (já caracterizado), um SGC precisa de se familiarizar com as capacidades de

reprodução das cores do processo de saída.

Então, é necessário que o scanner e o monitor esteja caracterizados, uma vez que é aí onde a

informação da cor é originada e a seguir devem-se proceder às calibrações recomendadas pelo

fabricante dos equipamentos de saída.

Assim, pode-se imprimir uma amostra de cor que é normalmente um ficheiro que vem com o

programa de gestão de cor. O cartão industrial standard é o cartão de referência IT8 7.3 que

usa 928 cores, para testar a densidade da cor, sombras, luminosidade, ganho de ponto, ink

trapping e equilíbrio dos tons de cinzentos. Usando a amostra impressa como referência,

podem-se medir os valores das cores impressas utilizando um espectrofotómetro colorímetro

especialmente concebido para o efeito.

Os valores das análises da cor impressa, podem então entrar no SGC e serem comparados

com os valores de referência. Com esta informação, pode coordenar especificamente o

comportamento de cor de cada dispositivo que entre na cadeia de produção.

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Uma técnica utilizada antes da impressão final em offset é a impressão de uma prova de cor.

A prova de cor normalmente é analógica e é feita geralmente por processos semelhantes à

impressão, visto que é esse o objectivo, simular a impressão. Os produtores de cartografia que

têm um SGC, conseguem fazer esta simulação no monitor, realizando o que se chama a prova

de cor digital.

A prova de cor digital, não só garante a calibração dos dispositivos de saída como garante que

não se cheguem a resultados inesperados durante a fase da impressão. Por exemplo, os valores

Lab de uma imagem num monitor e os valores Lab da mesma imagem impressa, são

diferentes.

Quando com o SGC se comparam os dois perfis, o do monitor e o do equipamento de

impressão, serão determinados quais os valores Lab no espaço de cor do monitor que melhor

correspondem aos valores Lab da impressão.

Usando esta informação, o SGC pode indicar os valores que estão fora do processo de saída.

Pode-se então transformar a imagem no monitor e mostrar uma razoável simulação do que irá

ser impresso. É a esta simulação que se dá o nome de prova digital e é uma forma simples de

verificação de uma aproximação das cores do trabalho e também uma forma de prevenir

resultados indesejáveis que representam sempre custos acrescidos.

O mesmo poderia ser feito, usando uma impressora para imprimir uma prova. Neste caso, o

SGC iria analisar os perfis do equipamento de offset e da impressora usada para executar a

prova. Esta seria uma prova analógica em papel.

2.3.9 Evolução dos SGC

No passado todos os fabricantes de SGC usavam o seu próprio formato para descrever o

comportamento da cor nos seus dispositivos. A reprodução da cor é conduzida de uma forma

que, depende de variadas ferramentas dos diferentes fabricantes e, tudo isto era impraticável.

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Em 1993, 8 vendedores de SGC juntaram-se e criaram o International Color Consortium

(ICC) com o objectivo de criarem, promoverem e encorajarem formatos standard e, a

evolução de uma plataforma neutra com uma arquitectura susceptível de satisfazer todos os

interessados.

Isto fez com que se implementasse um SGC standard nos sistemas operativos das estações

gráficas, apesar de continuarem a existir diferenças nos formatos quando se pensa em termos

de Microsoft e Macintosh.

Assim, sendo um dos membros fundadores do ICC, a Agfa® foi o primeiro fabricante a

efectivamente disponibilizar as ferramentas para exportar os perfis num formato standard. Um

exemplo de um SGC é o Color Tune da Agfa®, que permite criar perfis ICC extremamente

precisos e compatíveis [Agfa, 2001], usando o seu modelo de cor para providenciar bons

resultados com a cor numa qualquer cadeia de produção cujo produto final seja uma saída

numérica ou analógica.

No entanto, o resultado mais fiel seria mesmo a impressão offset dado que existem variáveis

que só entram em “jogo” na fase da impressão offset como por exemplo, o papel utilizado, as

tintas e a própria máquina de impressão. Um sistema fiel que ainda existe é o sistema de

cromaline porque, por um lado, o processo de passagem da informação do fotolito para o

papel era semelhante ao processo da passagem do fotolito à chapa ou seja, por processos

fotomecânicos e, depois as cores usadas para fazer a prova de cor eram feitas com o mesmo

pigmento de cor que as tintas usadas no offset.

Este sistema de cromaline já é pouco utilizado pois actualmente utiliza-se muito a produção

de chapas via CTP e não via CTF, ou seja, via CTP produzem-se chapas e não se fazem

provas de cor a partir de chapas. A prova utilizada é uma impressão em plotter que serve de

prova. Mas as cores não são fieis mesmo com um SGC.

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2.3.10 A separação da cor

Pode-se pensar em qualquer cor, como sendo composta por 2 partes. Uma componente

cinzenta ou neutra e outra componente, cromática ou cor. Quando impressa, a componente

cinzenta que existe numa combinação equilibrada das tintas cião, magenta e amarelo, pode ser

substituída por uma determinada quantidade de tinta preta (Figura 18).

Figura 18 – Criação do canal preto.

Para duas aproximações a este processo de substituição foram criados dois métodos, o

Undercolor removal (UCR) e o Grey Component Replacement (GCR).

Figura 19 – Processo de substituição da cor cinza por um novo canal, o canal do preto (GCR).

O UCR usa a tinta preta, para substituir uma dada percentagem do processo de sobreposição

das cores o que, de outra forma, produziria um tom totalmente neutro. O GCR substitui uma

percentagem de preto, não só para os tons neutros, mas também para a componente cinzenta

das cores não saturadas (Figura 19).

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Estas técnicas melhoram a produção de detalhe, evitando os borrões de tinta, eliminando usos

excessivos de tinta, com óbvias vantagens económicas. No entanto, se for feito

incorrectamente a legibilidade dos padrões (patterns) de meios tons (halftone) pode ficar fraca

e os tons próximos dos neutros, ficarão também estes neutros.

A percentagem óptima de GCR depende da natureza da imagem e das particularidades do

dispositivo de saída.

Figura 20 – Variação do ganho de ponto com o tipo de papel (4).

Como os pontos de um screen halftone são transferidos de um filme para uma chapa de

impressão e posteriormente para os cilindros de impressão offset e finalmente para o papel, os

pontos sofrem alterações de dimensão. Esta alteração de tamanho é denominada ganho de

ponto (dotgain), originando o escurecimento do produto (Figura 20).

No processo de impressão em offset, os pontos halftone são primeiro passados para o filme e

depois transferidos fotomecânicamente para a chapa de impressão. Na impressão, as zonas da

chapa com imagem ficam receptivas à tinta (zona lipófila), enquanto as zonas sem imagem

tornam-se receptivas à água (zona hidrófila). É na equilibrada combinação de água e tinta

(estas repelem-se mutuamente) que reside um dos factores para uma boa qualidade de uma

impressão offset.

(4) - Estas imagens representam uma simulação do que poderá acontecer com a variação do tipo de papel, não representa a realidade apesar de ser muito semelhante.

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Os pontos de halftone tendem a alargar devido à absorção pelo suporte e pela pressão exercida

pelos rolos de impressão. Este é o chamado ganho de ponto físico (Physical dot gain) ou

vulgarmente em português esmagamento do ponto (Figura 21).

Figura 21 – Ganho de ponto físico.

Existe um outro tipo de ganho de ponto que é o óptico. Este deve-se ao facto de parte da luz

que incide no papel, mesmo junto aos contornos dos pontos de tinta, não se reflectir dando a

impressão de pontos de maiores dimensões, ver Figura 22.

Figura 22 – Ganho de ponto óptico, adaptado de [Agfa, 1995].

Medindo as percentagens de ponto no filme e no papel e, comparando-as, pode-se estabelecer

uma percentagem típica de ganho de ponto para a combinação “chapa de impressão – rolos de

impressão – papel”, por exemplo seja a percentagem de 15%.

Figura 23 – Curva de compensação de ganho de ponto, adaptado de [Agfa, 1995].

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Isto pode ser considerado quando se executarem os filmes fotolitos, implementando a muito

conhecida curva de compensação (Figura 23). Desta forma 50% de ponto no filme precisa de

65% de ponto no papel.

Então, como se pretende controlar as diversas variáveis envolvidas em todo este processo,

deve-se pensar em adquirir um equipamento e programas específicos tais como, um

espectrofotómetro - colorímetro e um programa adequado para tirar partido deste

equipamento. Apesar de se saber que nunca se terá o controlo absoluto da fidelidade das

cores, a entidade que pretender implementar um SGC deve ser rigorosa em todas as fases

envolvidas na produção.

Por exemplo, nos equipamentos de aquisição, tipo scanner devem ser efectuadas calibrações

regulares pois as suas prestações variam com o tempo de utilização, os equipamentos de

visualização também variam em variadas condições de luminosidade e dependem da placa

gráfica utilizada, os equipamentos de impressão variam principalmente com o tipo de papel

utilizado e a variação do lote do papel, entre outros factores.

Para o documento cartográfico em estudo, antes de se introduzirem pela primeira vez

automatismos no processo, efectuou-se o controlo da cor atribuída aos objectos gráficos com

equipamento e programas adequados. Actualmente, este controlo apenas é efectuado

visualmente, através de uma impressão em plotter pois, como o processo de produção destes

ficheiros é completamente automático, não carece de intervenção humana, sendo produzido

sempre o mesmo resultado final ao gerar o TIFF na fase da re-simbolização. Os problemas

informáticos, que poderão influenciar um processo com este nível de automatização, quando

acontecem, o processo não termina e assim não existe qualquer problema, ou seja, como o

automatismo é sequencial, ao ocorrer uma falha alheia ao processo, como por exemplo uma

falha informática, a continuidade do processo é quebrada não permitindo que este termine.

Considerando a proposta de modificação do processo, com o objectivo de se gerar um ficheiro

PDF final em vez do TIFF, o automatismo que existia vai deixar de existir, ao originar-se a

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necessidade de intervenção do operador. Isto pode ocasionar a ocorrência de erros derivados

dessa intervenção. Este problema só será eliminado com o tempo pois, a nova tecnologia

escolhida para gerar o PDF está apenas no início da sua evolução, podendo evoluir com o

tempo, tornando o processo cada vez mais automático.

Assim, o controlo é efectuado por forma a que, partindo de dados no formato Design File do

Microstation, depois de transformá-los, resimbolizá-los e produzir o PDF, se possa garantir

que as cores escolhidas no espaço de cor CMYK são as que estão definidas nos objectos

gráficos e que, o ficheiro impresso em offset é idêntico às edições anteriores da Carta.

O controlo dos valores das cores dos objectos antes da gravação das chapas de offset, é

efectuado no ficheiro PDF com um programa do tipo do Adobe Ilustrator, que também

permite a modificação das cores dos objectos. Estes valores das cores, são controlados

visualmente numa impressão em plotter de jacto de tinta (prova de cor). O controlo final terá

que ser durante e após a impressão offset.

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CAPÍTULO III

Proposta para um fluxo digital de pré-impressão

3.1 Introdução

A informação da Carta 1:500 000 existe originariamente em formato CAD do Microstation.

Estes ficheiros são designados de Design Files e são constituídos por um conjunto de objectos

gráficos sequenciais, sendo esta estrutura conhecida por estrutura em pilha. Assim, cada

objecto gráfico é constituído por um conjunto de registos que contêm os seus atributos

gráficos, geometria, informação adicional, etc.

Sabe-se que CAD é uma ferramenta informática para desenho técnico e que os ficheiros CAD

podem ter diferentes geometrias no mesmo ficheiro, assim como também suportam

geometrias complexas (elipses, splines, etc.) e objectos compostos (células, etc.), de forma a

permitir a criação de desenhos mais rigorosos e complexos.

A Cartografia é “desenhada” nos ficheiros CAD com o objectivo de garantir o cumprimento

da qualidade, das convenções cartográficas e das especificações gráficas de determinado

documento cartográfico. Este modelo dá-nos a modelação da Cartografia em CAD [Torrinha,

2003].

Neste capítulo apresenta-se uma proposta de fluxo digital de pré-impressão baseado na carta

1:500000. Analisa-se o modelo de dados do documento cartográfico em estudo,

nomeadamente, a estruturação por níveis e ficheiros dos objectos gráficos, as especificações

gráficas necessárias à impressão do documento e os tipos de letra que se utilizam na Carta. A

seguir apresentam-se, em forma de tabelas, as parametrizações necessárias à execução do

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comando, nomeadamente ficheiros necessários para se efectuarem as ligações aos ficheiros

CAD e, parâmetros para importação de topónimos e de objectos compostos do tipo “célula”.

Descreve-se o comando desenvolvido em VBA para o GeoMedia Professional 5.2 para

resolver algumas situações específicas como por exemplo a representação da rede viária e a

resimbolização automática dos objectos gráficos em GeoMedia Professional 5.2.

Também se referem as sub rotinas e funções programadas, descrevendo as suas funções e,

relata-se a sequência de operações feitas pelo comando até atingir o resultado final,

mostrando-o numa janela do GeoMedia, ou seja, a Carta resimbolizada.

Depois, apresenta-se a forma como se resolveram alguns problemas que surgem no decorrer

do processo e discutem-se as soluções adoptadas e alguns resultados. Apresentam-se os

objectos que sofrem transformações com o comando no GeoMedia e que são carregados

numa base de dados Access.

3.2 Informação numérica vectorial da Carta de Portugal Continental à

escala 1:500 000 do Instituto Geográfico Português

O catálogo de objectos desta Carta está organizado por domínios que correspondem a um ou

mais ficheiros DGN. Na Tabela 4 apresentam-se os objectos gráficos que constam nesses

ficheiros depois de ter sido feita uma reorganização necessária para o seguimento deste

projecto.

Dentro de cada ficheiro DGN os objectos gráficos estão estruturados por níveis, cores e

espessuras, de forma única. Por se considerar que a sua consulta pode ser relevante para

melhor entendimento do projecto, esta estrutura gráfica da informação, é apresentada no

Anexo 1 (B) no ficheiro “especificacoes.mdb” do programa Access. A estrutura aí apresentada

foi o resultado de uma reestruturação da informação por forma a conseguir-se extrair os

objectos gráficos desses ficheiros sem quaisquer ambiguidades.

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Tabela 4 - Separação dos objectos gráficos por domínios (ficheiros DGN).

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3.2.1 Especificações gráficas

O objectivo deste trabalho é terminar o fluxo de pré-impressão com a informação no formato

PDF vectorial, com vista à sua impressão via offset. Assim, a representação gráfica utilizada

no documento cartográfico em estudo deverá corresponder à simbologia que integra as

especificações técnicas e mais especificamente as especificações gráficas. Neste contexto e a

título de exemplo, apresentam-se, algumas especificações gráficas desses objectos para dar

noção da simbologia envolvida, ver Figura 24 (5).

Figura 24 – Especificações gráficas dos objectos da rede viária e rede hidrográfica (espessuras em milímetros).

Esta simbologia e a dos outros objectos gráficos que constam da Carta estão definidas em

funções programadas no comando “cmd500k” desenvolvido para o GeoMedia e que se

(5) - Esta figura, foi elaborada para este trabalho, com recurso ao programa Microsoft® Office Visio®Professional 2003.

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chamam “GetStyleObject, GetStyleObject1 e GetStyleObjectText” para objectos com

geometrias do tipo “Área, Linha ou Texto” respectivamente.

Assim, nesta Carta, os objectos gráficos são representados em dimensões específicas e, em

cores previamente bem definidas nos espaços de cor mais utilizados durante a produção deste

documento ou seja, o espaço RGB para visualização e o espaço CMYK para impressão via

offset. As cores em que são representados os diversos objectos estão descritos na Tabela 5.

A definição destas cores no modelo de cores CMYK é a que é utilizada actualmente para a

Carta. As cores no modelo RGB foram escolhidas no âmbito deste trabalho, uma vez que

seria expressamente necessário representar os objectos gráficos no espaço RGB para

visualização no monitor através do programa GeoMedia.

Tabela 5 - Cores para representação dos objectos gráficos nos domínios de cor RGB e CMYK.

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3.2.2 Toponímia

Nos ficheiros “.dgn” do Microstation as fontes utilizadas para visualização correcta da

toponímia, são fontes que existem em bibliotecas com um formato específico e os ficheiros

que as definem têm a extensão “.rsc”, pelo que são conhecidos por “resource files”. Após a

análise dos tipos de letra utilizados no processo de edição cartográfica em ambiente

Microstation, tiveram que se encontrar as fontes correspondentes no formato True Type Font

(TTF) utilizado pelo GeoMedia. Assim, construiu-se a Tabela 6, onde constam todos os tipos

de letra utilizados para a esta Carta e a fonte homóloga TTF.

Tabela 6 - Tipos de letra utilizados na Carta e a sua fonte do Windows ® correspondente, TTF.

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Um dos problemas que surgirá quando se fizer a importação directa dos topónimos dos

ficheiros CAD para o GeoMedia é o facto das suas dimensões em ambiente Microstation

terem valores diferentes entre as medições verticais (TH) ou alturas e as horizontais (TW) ou

larguras. Este problema poderá ser resolvido da forma mais versátil editando os topónimos em

ambiente Microstation e dando as mesmas dimensões para as duas direcções, horizontal e

vertical, ou seja TH=TW.

Esta situação constitui um problema porque aquando da importação para o GeoMedia, apenas

é definido um factor de escala para o topónimo e assim a sua representação é ligeiramente

alterada. Como essa alteração é apenas ligeira, propõe-se que sejam modificadas as

especificações em todos os topónimos em que não sejam perceptíveis tais alterações à escala

de representação.

O conhecimento destas especificações representa uma etapa muito importante no caminho

para alcançar produto final. No entanto, não chega dimensionar os objectos, ordená-los por

prioridade de representação e atribuir-lhes uma cor, é necessário saber-se como vão esses

objectos representar efectivamente a realidade que se pretende projectada no papel.

3.3 Da realidade para o papel

Além das convenções cartográficas das prioridades relativas entre os diversos objectos

representados num documento cartográfico, impresso em papel, existem situações específicas

para resolver como se verifica no caso da rede viária, que em cada “Nó” ou intercepção de

uma ou mais vias, é preciso decidir-se qual a via que passa por cima.

Ao representar-se a rede viária com uma vista de topo, está-se a modelar a realidade e a

projectá-la numa representação que terá como destino o suporte em papel através da

impressão offset. Nesta projecção, cada intercepção entre uma ou mais vias, fica representada

pela via que passa por cima de todas as vias nesse “Nó”, como realmente acontece.

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No processo de pré-impressão que está actualmente em utilização, este problema foi resolvido

através de processos de edição nos ficheiros CAD. Em cada “Nó”, não houve interrupções nos

objectos vectoriais, mas criaram-se objectos novos cuja função é efectuar essas interrupções

durante o processo de pré-impressão, em fase posterior à geração dos ficheiros binários RLE

com o programa Interplot da Intergraph® e com o driver it9hr offline raster. As operações de

subtracção entre os ficheiros matriciais RLE são executadas com o comando Logical do

programa Map Publisher da Intergraph®. Como resultado obtém-se a Carta tal como a

conhecemos na impressão offset.

Assim sendo, concluí-se que, cada “Nó” nos ficheiros CAD, foi criteriosamente revisto

garantindo que a realidade seria correctamente representada na Carta impressa. Qualquer

evolução neste processo de pré-impressão, deveria utilizar estes novos objectos gráficos,

criados especificamente para “cortar” as vias que num determinado “Nó” não têm

representação por passarem por debaixo de outra via.

3.4 Considerações sobre a selecção do ambiente de desenvolvimento

Uma Instituição produtora de Cartografia que execute todos os serviços e trabalhos

necessários durante os processos de pré-impressão e de impressão offset com meios próprios,

como por exemplo, equipamentos de CTF, CTP, máquinas de impressão offset entre outros,

pode não ter necessidades imediatas no que respeita a mudar as tecnologias que utiliza nestes

processos de produção. Tal não acontece com instituições que tenham fases dos seus

processos de produção a depender de serviços realizados por outras entidades, como por

exemplo empresas do sector privado, vendo-se por isso, obrigadas a recorrer a estes serviços

privados e por conseguinte, a ter de mudar o seu fluxo produtivo para conseguir uma

continuidade entre o seu fluxo e o fluxo de produção dessas empresas.

O IGP, encontra-se numa situação em que não possui meios próprios para completar todo o

seu fluxo de pré-impressão e, a possibilidade de adquirir esses meios revela-se inadequada

devido à necessidade de efectuar um grande investimento sem retorno imediato. Foi por estas

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razões que se estudaram vários organismos, seus congéneres, e várias empresas privadas do

ramo das artes gráficas, no sentido de poder escolher o rumo a tomar para alcançar as novas

tecnologias que estão sempre disponíveis no sector privado.

Depois deste estudo [Torrinha, 2005], verificou-se que seria vantajoso conseguir-se a

informação no formato final PDF pronto para impressão offset pois este é o formato mais

utilizado no sector das artes gráficas, como dado de entrada e, fica bem caracterizado com o

slogan “O que se vê é aquilo que se imprime” [Bauer, 2006], revelando-se por isso, fiel ao

original.

Neste contexto, atendendo a que existem várias ferramentas informáticas disponíveis para

realizar o percurso desde a informação vectorial CAD no formato DGN até à sua re-

simbolização no formato final PDF, a selecção dos programas informáticos que se utilizaram

foi efectuada de acordo com o domínio que se tinha destas na sua utilização.

Assim, os programas seleccionados foram o GeoMedia Professional 5.2 para o ambiente de

transição entre o formato CAD e o formato PDF, o Visual Basic Applications (VBA) para

manipulação dos objectos gráficos em ambiente GeoMedia e o Adobe Illustrator 10.0.3 para

controlo final do ficheiro PDF.

3.5 Comando cmd500k

Este comando foi desenvolvido em Visual Basic Applications recorrendo aos objectos do

GeoMedia Professional 5.2. A necessidade de criar este comando está relacionada com o

facto de alguns objectos gráficos se cruzarem no espaço e no momento da sua representação,

apenas um é representado nesses cruzamentos.

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Não sendo possível resolver este problema através de uma prioridade entre os objectos,

partiu-se para outra solução em que todos os cruzamentos ou “Nós” são interpretados e dão

origem a diferenças espaciais, e outras operações tal como o buffer de pontos e linhas.

Considere-se como exemplo o caso da rede viária e mais especificamente o objecto gráfico

“Auto-estrada itinerário principal” (aeip). O comando foi construído de forma a contemplar

todas as situações diferentes entre os vários tipos de via. Quais os “Nós” onde a via aeip passa

por cima? Esses “Nós” são objectos gráficos e estão na tabela mskaeip. Da mesma forma

existem objectos gráficos correspondentes a outros “Nós” onde outros tipos de via passam por

cima.

Para se garantir que todas as situações são contempladas, foram analisadas todas as

hipóteses(6) e assim, sucessivamente umas após outras, foram programadas.

3.5.1 Descrição do comando “cmd500k”

A informação numérica vectorial, de partida, para este processamento está em ficheiros

design file (.DGN). Seja, como exemplo o caso da rede viária. Inicialmente, os objectos

gráficos do ficheiro “.DGN” que representam os eixos das vias, são carregados para uma base

de dados Access criada com objectos do GeoMedia, através de ligações do tipo CAD com a

utilização de ficheiros de ligação “.CSD”. Dessa informação resultam as entidades da coluna

“Entidades” e as entidades da coluna “Máscaras” representadas na Tabela 7.

A segunda fase é a preparação dos objectos gráficos para a aplicação de um buffer com a

distância correspondente a metade da “Largura”, “Miolo” ou “Eixo” que as vias e as

respectivas máscaras ocupam na sua representação à escala na carta, ver Figuras 25 e 26.

Desta fase resultam as tabelas descritas nas colunas “Preparação” da Tabela 7.

(6) - Um tipo de via passa por cima de cada uma das outras vias em pelo menos um “Nó”.

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Tabela 7 - Tabelas da coluna “entidades” e tabelas da coluna “máscaras” criadas pelo comando

cmd500k.

Entidades Preparação Descrição Máscaras Preparação DescriçãoLaeip3 Largura Lmkaeip3Maeip4 Miolo

aeip

Eaeip5 Eixo

mkaeip Largura

Laeic3 Largura Lmkaeic3Maeic4 Miolo

aeic

Eaeic5 Eixo

mkaeic Largura

Lip3 Largura Lmkip3ipMip4 Miolo

mkip Largura

Lic3 Largura Lmkic3icMic4 Miolo

mkic Largura

Len3 Largura Lmken3enMen4 Miolo

mken Largura

emu Lemu3 Largura mkemu Lmkemu3 Largura enamup Lenamup3 Largura mkenamup Lmkenamup3 Largura er Ler3 Largura mker Lmker3 Largura

Figura 25 – Descrição dos vários objectos que constituem a auto-estrada itinerários principal e complementar, Largura, Miolo e Eixo (espessuras em metros).

Seguidamente, criam-se as tabelas “MiolosAEIP, MiolosAEIC, MiolosIP, MiolosIC,

MiolosEN” com o objectivo de gerar objectos que representarão as bermas das vias que na sua

re-simbolização final aparecem representadas com bermas como é o caso das vias auto-

estrada itinerário principal, auto-estrada itinerário complementar, itinerário principal,

itinerário complementar e estrada nacional.

Ou seja, considerando como exemplo a Estrada Nacional (EN), o interior ou “Miolo” da via

EN (MiolosEN), corta a “Largura” da via EN (diferença espacial) e origina as Bermas da via

EN, ver Figura 27.

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Então, executa-se a diferença espacial (mascaramento) entre os “miolos” e os respectivos

objectos correspondentes à “Largura” das vias, criando assim as paralelas ou bermas das vias.

Figura 26 – Extracto do código (7) em VBA correspondente à criação das queries “Laeic3,Maeic4 e Eaeic5” seleccionadas em tons de cinza na Tabela 7.

Figura 27 – Exemplificação da criação das bermas das vias classificadas como Estrada Nacional (diferença espacial entre MioloEN e LarguraEN origina BermasEN).

Executam-se de forma sequencial as diferenças espaciais entre as máscaras e as entidades

como por exemplo, entre a máscara “Lmkaeip3” (8) da via “aeip3” e as outras vias, com

excepção da via que lhe deu o nome. Assim, a máscara “Lmkaeip3” não mascara a via

“Laeip3” porque esta lhe deu o nome.

Ou seja, em forma de esquema simplificado na Figura 28.

(7) - O código com a sequência de operações executadas pelo comando (rotina Class_Initialize) é apresentado no ficheiro “VBA.pdf” no Anexo 1 (C). (8) - Contém os objectos gráficos referentes aos “Nós” e que indicam qual a via que passa por cima, nesse “Nó”. Por exemplo, “Lmkaeip3” é a tabela que contém todos os “Nós” em que a via auto-estrada itinerário principal “aeip” passa por cima.

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Figura 28 – Sequência das diferenças espaciais entre as máscaras e as vias para determinação da representação nos “Nós”.

Após estas operações espaciais, ocorre a diferença espacial entre das bermas ou “paralelas” de

cada via e os “miolos” (9) das outras vias.

3.5.2 Funções e sub rotinas utilizadas

O comando desenvolvido neste trabalho está compilado numa DLL (Dynamic-Link Library)

com o nome “c500k.dll” que se instala ficando disponível em ambiente GeoMedia, ver Figura

29. Este ficheiro “.DLL” corresponde à compilação de código escrito em Visual Basic 6.0

recorrendo a esta linguagem de programação por objectos e, utilizando os objectos do

GeoMedia disponíveis para programação em VBA.

Figura 29 – Comando “cmd500k” ilustrado no menu do GeoMedia na cor vermelha.

Uma vez que era necessário executar inúmeras vezes determinadas operações, optou-se por

programar essas operações na forma de sub rotinas ou funções possibilitando a sua utilização

sempre que necessário.

(9) - Objectos correspondentes ao enchimento da via na sua representação final. Considera-se o enchimento da via como a área entre as duas bermas, incluindo o eixo no caso das auto-estradas.

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Apresentam-se na Tabela 8 as rotinas e as funções programadas e a sua descrição.

Tabela 8 - Rotinas e funções programadas para o comando “cmd500k”.

Rotinas e Funções Descrição

adicionaQueryLegenda Carrega uma query com geometria do tipo área na legenda do GeoMedia.

adicionaQueryLegendaLinhas Carrega uma query com geometria do tipo linha na legenda do GeoMedia.

adicionaTabelaLegenda Carrega uma tabela com geometria do tipo área na legenda do GeoMedia.

adicionaTabelaLegendaLinhas Carrega uma tabela com geometria do tipo linha na legenda do GeoMedia.

adicionaTabelaLegendaText Carrega uma tabela com geometria do tipo texto na legenda do GeoMedia.

Função apagaQuery1 Apaga uma query.

apagaRegistosTabela Apaga os registos de uma tabela.

criaLog Cria um ficheiro ascii com a descrição das operações de escrita na base de dados

Access.

CriaTabelaDeCampoTabela1 Cria uma tabela a partir do campo de outra tabela com geometria do tipo área.

CriaTabelaDeCampoTabelaLinha Cria uma tabela a partir do campo de outra tabela com geometria do tipo linha.

criaTabelaDeQuery Cria uma tabela a partir de uma query.

diferencaEspacial Efectua a diferença espacial entre duas queries.

diferencaEspacialBD Efectua a diferença espacial entre duas tabelas na base dados.

diferencaEspacialBDeQquery Efectua a diferença espacial entre uma tabela da base de dados e uma query.

diferencaEspacialQueryBD Efectua uma diferença espacial entre uma query e uma tabela da base de dados.

efectuarLigacao Efectua a ligação a uma base de dados do tipo Access.

efectuarLigacaoCAD Efectua a ligação a um ficheiro CAD.

Função encontraQuery Encontra uma query.

geraBufferD Gera o buffer dos objectos duma tabela contida na base de dados.

Função GetStyleObject Atribui as cores das especificações aos objectos com geometria do tipo área.

Função GetStyleObject1 Atribui as cores das especificações aos objectos com geometria do tipo linha.

Função GetStyleObjectText Atribui as cores das especificações aos objectos com geometria do tipo texto.

primeiroUltimoPonto Determina o primeiro e o último ponto de cada linha ou segmento de linha e guarda-

os numa tabela na base de dados.

Apresenta-se na Figura 30 a classe “c500k” na forma standard UML (Unified Modelling

Language).

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Figura 30 – Classe UML c500k do comando “cmd500k”.

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Com este comando, são efectuadas todas as operações espaciais necessárias para que, na re-

simbolização final, a Carta esteja idêntica ao produto gerado a partir dos ficheiros TIFF

CCITT Group 4, ver Anexo 1 (C).

Assim que terminarem as operações espaciais, os objectos gráficos finais são carregados na

legenda do GeoMedia com a simbologia que consta nas especificações e, respeitando a tabela

de prioridades apresentada no Capítulo II, Tabela 1. Assim, a informação encontra-se pronta

para a geração do ficheiro PDF vectorial a partir do GeoMedia. Este procedimento será

referido no Capítulo IV - Impressão.

3.6 Importação dos dados para o GeoMedia Professional

A importação dos dados dos ficheiros CAD para o GeoMedia é feita de duas formas. Parte da

informação gráfica é utilizada directamente a partir dos ficheiros DGN sem qualquer

manipulação, como é o caso da toponímia, padrões de áreas, padrões de linhas, padrões de

pontos e alguma simbologia com origem em elementos do tipo célula dos ficheiros de

desenho do Microstation. A restante informação, como a rede viária e a rede hidrográfica, são

manipuladas no GeoMedia Professional. Esta manipulação deriva do facto de existirem entre

os diferentes tipos de vias e destas com a hidrografia, algumas interacções espaciais que

permitem modelar a realidade para o papel ou seja, o método envolve inúmeras operações

lógicas entre os objectos gráficos de forma a representar essa realidade projectada no papel.

Para se estabelecer uma ligação entre o GeoMedia e os ficheiros CAD configura-se a ligação

através de um utilitário fornecido com a instalação do programa GeoMedia, que permite essa

ligação e se chama Intergraph GeoMedia CAD Schema Definition File. Estes ficheiros, com a

extensão “.CSD” , são bases de dados em Access com a definição da estrutura dos objectos

gráficos nos ficheiros CAD e a estrutura equivalente desses objectos em ambiente GeoMedia

onde se define o nome das entidades e tipo de geometria com que vão ser interpretados

(ponto, linha, área, composto, texto, etc.).

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Assim, objectos como toponímia, padrões e objectos compostos (do tipo célula) são

importados directamente para o ambiente GeoMedia através dos ficheiros .CSD e de outra

parametrização como a definição de mais um ficheiro de configuração WCF designado

Warehouse Configuration File “.ini”, como se pode ver nas Tabelas 9 e 10 (10), ver

Anexo1(C), páginas 14 a 16.

A toponímia no Microstation e no GeoMedia têm limites diferentes, ou seja, o seu range é

diferente. Para eliminar esta diferença, a Intergraph disponibiliza um artigo [Intergraph,

2006] com os procedimentos necessários para executar em janela de comando MS-DOS,

recorrendo ao utilitário EDG (Edit Graphics). Se este procedimento não fosse executado, os

topónimos apareceriam colocados no GeoMedia e no Microstation, em posições diferentes.

Assim, todos os topónimos existentes na Carta, passaram por este procedimento.

Foram encontrados algumas dificuldades para carregar alguns objectos gráficos para o

GeoMedia. Estes problemas devem-se principalmente à não uniformização dos objectos nos

diversos ficheiros “.dgn”. Por exemplo, as caixas para classificação das estradas existiam no

ficheiro DGN como elementos do tipo 2 (célula) e como elementos do tipo 6 (shape). As

configurações para os ficheiros CSD teriam que ser diferentes. Neste caso optou-se por

transformar os elementos do tipo célula em elementos do tipo shape.

(10) - Os ficheiros “.csd” apresentados na coluna “cad server” e os ficheiros “.ini” apresentados na coluna “WCF (.ini)” foram todos criados e configurados interactivamente para este projecto de acordo com a reestruturação feita aos ficheiros de desenho do Microstation. Os ficheiros “.ini” são em formato ascii e os ficheiros “.csd” estão no formato “.mdb” das bases de dados Access.

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Tabela 9 - Ligações aos ficheiros CAD e às bases de dados da rede viária e da rede hidrográfica

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Tabela 10 - Ligações aos ficheiros CAD e às bases de dados da rede viária e da rede hidrográfica

(continuação)

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3.6.1 Ligações do tipo CAD

Inicialmente não se sabia se o método escolhido iria funcionar pelo que, optou-se por não

abandonar logo o processo de edição sobre a plataforma Microstation. Desta forma, objectos

como caminhos de ferro, que correspondem a linhas padronizadas com a simbologia de

caminho de ferro vias dupla, única e simples, seriam transferidos do ambiente Microstation

para o ambiente GeoMedia sem qualquer modificação na sua geometria, apenas com uma re-

simbolização a nível da espessura dos traços e na representação da cor. Outros objectos

obtiveram o mesmo tratamento tais como os limites administrativos, símbolos compostos do

tipo célula, padrão de areal, padrão de rochedos, toponímia, informação marginal, informação

da legenda, etc.

3.6.2 Parametrizações

As ligações do tipo CAD que precisam de mais parametrizações num ficheiro do tipo WCF

(.ini) para poderem ser representados em ambiente GeoMedia como são em ambiente

Microstation, são as que permitem a importação de objectos gráficos dos ficheiros CAD como

os topónimos e as células, como são ilustrados na Figura 31.

Figura 31 – Exemplos de ficheiros WCF (11) usados na importação de topónimos, imagem da esquerda e de objectos do tipo célula, imagem da direita.

Através destes ficheiros garante-se no caso da toponímia, o corpo do topónimo e o tipo de

fonte. No caso dos objectos compostos do tipo “célula”, garante-se a posição que tinham no

Microstation e evitam-se alterações na geometria do objecto.

(11) - É nestes ficheiros WCF que é aplicada a correspondência entre as fontes “.rsc” do Microstation e as fontes TTF do Windows®.

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No entanto, no caso da toponímia, existe uma situação em que não se consegue garantir que a

importação e re-simbolização directamente do ficheiro CAD para o GeoMedia, seja efectuada

correctamente. Esta situação acontece quando na edição do topónimo em ambiente

Microstation se introduzem espaços entre os caracteres, como se pode ver na Figura 32

analisando o topónimo “Alcoa”. Uma outra situação está relacionada com o corpo do

topónimo. É possível que nos ficheiros DGN se altere uma das dimensões do corpo “TX” do

topónimo, ou seja pode-se alterar a dimensão vertical ou altura “TH” ou a dimensão

horizontal ou largura “TW”, ou até ambas. Tal situação também se pode verificar no

topónimo “Aljubarrota”.

Figura 32 – Caso em que falha a re-simbolização directa de CAD para GeoMedia (12).

Este problema pode ser resolvido de duas formas, ou se editam os topónimos do Microstation

de forma a que esta situação não se verifique, ou então quando se passar o processo de edição

para o GeoMedia, através de desenvolvimento, elimina-se o problema.

3.6.3 Ligações do tipo ACCESS

Como se pretende alcançar um resultado com uma representação equivalente à produzida pelo

processo de pré-impressão actual que gera o formato binário TIFF CCITT Group 4, verifica-

se que alguns objectos relacionam-se espacialmente com outros como por exemplo os vários

tipos de vias de comunicação e as linhas de água. Quando se projecta a realidade no papel, as

linhas de água cruzam-se com as estradas, e estas também se cruzam entre si. Num

cruzamento entre duas vias diferentes, apenas uma das vias é representada pois a outra passa

(12) - A imagem da esquerda representa uma vista no Microstation e a imagem da direita representa uma vista no ficheiro PDF

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por debaixo e, como estamos a ver a realidade com uma vista de topo, no cruzamento ou

“Nó”, só vemos a via que passa por cima.

Assim, esta interacção espacial tem que ser implementada e implica a modificação dos

objectos gráficos iniciais produzindo novos objectos. Estas modificações só são possíveis em

objectos que estejam acessíveis através do modo de leitura e escrita o que não acontece no

GeoMedia para ligações do tipo CAD. Por essa razão, apesar de se estabelecerem inicialmente

ligações do tipo CAD para a leitura destes objectos, posteriormente guardaram-se estes

objectos numa base de dados com o modo de leitura e escrita disponível. Esta base de dados é

conhecida no GeoMedia por warehouse. Foram criadas duas bases de dados deste tipo, uma

para a rede viária e outra para a hidrografia.

Assim, considerando o caso da rede viária, a informação dos eixos das vias foi importada para

o GeoMedia através de uma ligação do tipo CAD que só permite a leitura dos dados e a sua

representação com outra simbologia. Mas, como era necessário proceder-se a variadas

interacções espaciais entre os diversos tipos de vias para que a realidade na Carta impressa

ficasse correctamente representada, no GeoMedia, carregou-se uma base de dados em Access

“warehouse” com os objectos gráficos das diferentes vias de comunicação. Posteriormente,

estas entidades irão interagir entre si, modelando a lógica espacial da realidade e,

sequencialmente vai-se aproximando do produto cartográfico final tal como o conhecemos

através da sua impressão via offset, ver Anexo 1 (C), páginas 1 a 13.

3.7 Modelação dos dados no GeoMedia Professional

Pretende-se gerar um PDF vectorial com o programa GeoMedia Professional cujo resultado

seja idêntico ao produzido pelo programa Map Publisher da Intergraph® ao gerar-se o TIFF.

O programa Map Publisher (publicação de mapas) foi desenhado para satisfazer as

necessidades gráficas exigidas na representação da Cartografia impressa em papel, pelo que

possui ferramentas específicas tais como o comando Logical, que permite efectuar operações

lógicas entre os ficheiros RLE (adições, subtracções, intercepções, etc).

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Ao programarem-se funções semelhantes em Visual Basic 6.0 com os objectos do GeoMedia

Professional 5.2 está-se a progredir no sentido de atingir o objectivo proposto. Assim,

programaram-se algumas sub rotinas tais como geração de áreas “buffer” de objectos

(geraBufferD), diferença entre objectos (diferancaEspacial), entre outras.

Estas operações espaciais são executadas de forma sequencial, na qual os objectos envolvidos

vão sendo alterados uns pelos outros ao longo da sequência. É de salientar que o resultado

deste processamento é um sub produto destinado à impressão offset e que a informação

original não sofre modificações. Como exemplo observe-se a rede viária na Figura 33. A

“IP4” passa por debaixo da estrada municipal num “Nó” e no outro “Nó” passa por cima. Esta

operação é executada de forma sequencial ou seja, se um objecto é modificado dando origem

a outro objecto, este segundo substituirá o primeiro no próximo processamento. Para dar uma

ideia do processamento envolvido, só para as operações espaciais do tipo diferencaEspacial

são executadas aproximadamente 250 operações e em cada uma destas são processados um

número elevado de cruzamentos ou “Nós”.

Figura 33 – Extracto do ficheiro final no formato PDF vectorial CMYK.

3.8 Tabelas para as entidades gráficas

Considere-se ainda o caso da rede viária. A base de dados Access “Rod_04.mdb” foi criada

em ambiente GeoMedia com o objectivo de permitir as operações espaciais entre os vários

tipos de vias e de servir para o arquivo dos resultados, intermédios e finais desse

processamento.

Nessa base de dados foram criadas tabelas (entidades) de partida para cada tipo de via (aeip,

aeic, ip, ic, en, emu, enamup e er) e para a respectiva máscara (mkaeic, mkaeip, mkip, mkic,

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mken, mkemu, mkenamup e mker). As máscaras determinam em cada “Nó” qual é a estrada

que passa por cima. Estas máscaras são objectos gráficos, segmentos de linha, que só existem

na área que será espacialmente ocupada pela espessura da via que passa por debaixo, ou seja,

o comprimento deste segmento é igual à largura da estrada que passa por debaixo, em metros

(1 milímetro à escala 1:500 000 são 500 metros) e, a largura deste segmento será igual à

largura da estrada que passa por cima.

Estes objectos foram colocados no processo de edição, em ambiente Microstation, durante

uma fase desse processo, em que se abandonou a tarefa de quebrar as linhas nas intersecções e

teve que se arranjar outra solução. A solução foi a criação de novos objectos gráficos, um para

cada via da rede viária. Estes objectos são colocados nos “Nós” em que a respectiva estrada

passa por cima e segundo a direcção da mesma.

Depois, na pré-impressão, estes segmentos são transformados em áreas, à escala, e depois será

feita uma diferença espacial obtendo-se o resultado final, ver Figura 34.

Edição pré-impressão resultado final

Figura 34 – Exemplo do funcionamento das máscaras das estradas que passam por cima.

Assim, apresentam-se na Figura 35 as tabelas criadas para as vias e para as respectivas

máscaras. As máscaras são transformadas em áreas para depois “cortarem” (diferença

espacial) correctamente as vias. Por exemplo, a máscara “mkaeip” é transformada na área

“Lmkaeip3”. Da mesma forma, as vias também são transformadas em áreas.

Para esta transformação em área é utilizado o objecto do GeoMedia conhecido por BufferPipe

e que pode ser usado para programar em VBA. Após a sua implementação directamente na

informação vinda dos ficheiros CAD, obtém-se como resultado a imagem da esquerda da

Figura 36. Observem-se os extremos da auto-estrada.

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Figura 35 – Tabelas de partida para as diferentes vias e respectivas máscaras (rectângulo azul).

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No início e fim da auto-estrada a representação não está correcta. Para se resolver esse

problema implementou-se um metodologia que permite obter o resultado ilustrado na imagem

da direita da Figura 36.

Figura 36 – Imagem da esquerda: aplicação directa do objecto BufferPipe. Imagem da direita: aplicação do objecto BufferPipe depois de preparar a informação para se poder aplicar o buffer.

Considere-se como exemplo o da auto-estrada itinerário principal (aeip). A representação

desta via é composta por três simbologias diferentes, as bermas da via, o enchimento e o eixo

da via. As bermas são representadas na mesma cor que o eixo, embora com espessuras

diferentes. O enchimento corresponde à informação que está entre o eixo e as bermas. No

final da re-simbolização, a via tem que ter a representação da imagem da direita da Figura 36

e com a utilização do objecto BufferPipe do GeoMedia.

Aplica-se o buffer em três cópias do eixo via da auto-estrada “aeip”, um para a largura, um

para o enchimento e outro para o eixo, com as respectivas distâncias de 250, 150 e 25 metros.

Mas assim, obtém-se a imagem da esquerda representada na Figura 36.

Então, determinam-se os pontos do início e fim dos segmentos que constituem a rede desta

via (ver Figura 37 (A)) e fazem-se três cópias a partir do eixo da auto-estrada “aeip”, aeip3,

aeip4 e aeip5, ver Figura 35. Aos pontos determinados aplica-se o buffer de 250m, 150m e

25m correspondente à largura de 500m, enchimento de 300m e eixo de 50m, respectivamente,

ver Figura 37 (B), resultando desta operação as entidades “Laeip3, Maeip4 e Eaeip5”.

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A B

Figura 37 – A - Pontos livres. B - Buffer de 25, 150 e 250 metros, respectivamente nas cores azul, verde e vermelho.

Uma vez que se fizeram três cópias do eixo da via “aeip”, faz-se a diferença espacial entre

cada um destes buffer de ponto e cada uma das cópias, obtendo-se três segmentos de

comprimentos diferentes. Ao resultado desta interacção espacial, que são linhas, aplica-se o

buffer de 25, 150 e 250m (ver Figuras 38 e 39), obtendo depois da re-simbolização, o

resultado da imagem da direita da Figura 36.

Figura 38 – Objecto BufferPipe redondo do GeoMedia aplicado às três cópias “aeip3, aeip4 e aeip5” do eixo da via “aeip”.

Figura 39 – Objecto BufferPipe quadrado do GeoMedia aplicado às três cópias “aeip3, aeip4 e aeip5” do eixo da via “aeip” donde resultam “Laeip3, Maeip4 e Eaeip5”.

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Assim, as tabelas de partida para o processo de pré-impressão são as apresentadas na Figura

35. No caso em que as vias só têm duas simbologias diferentes, como o itinerário principal,

itinerário complementar e a estrada nacional, só de fazem duas cópias para cada tipo de via,

correspondendo respectivamente à simbologia para a largura e para o enchimento da via.

No caso da hidrografia, as tabelas de partida são “limrio, limlago, limlagoa, limarrozal,

limmarinha, limpantano, linhaagua, arrozal, arrozal, marinha, pantano e ribeira”. Durante o

processo de pré-impressão é criada mais uma tabela “Estradas”, com a geometria das

estradas, com a finalidade de “mascarar” os rios, lagos lagoas, etc, quando estes se cruzam

espacialmente com a rede viária.

Os métodos descritos para a rede viária também são usados para a hidrografia. O tipo de

buffer seleccionado foi o do tipo quadrado.

Todas as tabelas supra referidas podem ter outro tipo de atributos além da geometria e, esses

atributos podem continuar com os objectos até ao final do processamento. No entanto,

atendendo ao facto de todo o processo estar a ser implementado pela primeira vez, muitas

questões poderão ficar a aguardar até que se verifique efectivamente que o processo funciona

e que é vantajosa a mudança que se propõe. Neste sentido, não se carregaram as tabelas com

atributos alfanuméricos, estas apenas contêm a geometria dos objectos gráficos. Esta tarefa de

carregar atributos como tipo de via, distância da largura que ocupa à escala de representação,

entre outras informações, não é tarefa difícil, pelo que, em qualquer altura será exequível.

Assim, apresenta-se como resultado final uma vista do GeoMedia depois de ter terminado a

execução do comando, ver Figura 40.

Depois, resta configurar a janela de “layout” do GeoMedia e configurar a impressora que é

instalada com o Adobe Acrobat, normalmente com o nome de “Adobe PDF” e proceder à

geração do ficheiro PDF.

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Figura 40 – Vista final do GeoMedia depois de terminar a execução do comando “cmd500k”.

Figura 41 – Ampliação da zona marcada na Figura 40.

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CAPÍTULO IV

Impressão

4.1 Introdução

Neste capítulo pretende-se dar uma breve noção das variáveis envolvidas nas fases que faltam

para se chegar à impressão final em offset. Convém ter-se presente a noção de que o programa

GeoMedia trabalha com o espaço de cor RGB e que o offset trabalha com o modelo CMYK.

Assim, ao gerar-se um ficheiro PDF através do GeoMedia, este vai ser gerado no espaço de

cor RGB. Posteriormente, terá de se arranjar uma solução para transformar este ficheiro PDF

RGB num ficheiro PDF CMYK.

Depois terá que se ter em consideração a versão do PDF que se gera. Por exemplo, o

programa Adobe Acrobat 4, gera um PDF 1.3, ver a Figura 42.

Adobe Acrobat Versão do PDF4 1.35 1.46 1.57 1.68 1.7

Figura 42 – Versões do ficheiro PDF de acordo com o programa que se instala para se ter acesso à impressora Adobe PDF.

O cuidado com a versão do PDF deve-se ao facto das gráficas do sector privado não usarem

todas a mesma versão nos programas que utilizam e, também ao facto de algumas versões

mais anteriores como a versão 1.3 não manter alguns objectos conforme o original, ou seja,

por exemplo um objecto com transparência gerado com a versão 1.3 perde a transparência e

produz-se um efeito diferente, indesejável.

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A partir da versão PDF 1.4, a reprodução é fiel ao original pois esta versão limita-se a por

objectos com transparências sem modificá-los deixando-os conforme o original para depois

ser processado no RIP antes da gravação de chapas de offset via CTP.

4.2 Impressão

Considerando o procedimento de geração do PDF na fase em que os objectos gráficos finais

estão carregados na legenda do GeoMedia de acordo com as especificações gráficas referidas

na Figura 24 e, de acordo com as cores referidas na Tabela 5, procede-se à abertura de uma

janela de Layout, configurada com as dimensões do produto cartográfico em estudo e,

imprime-se a informação, gerando o ficheiro PDF.

Este procedimento é conseguido através de uma impressora que é instalada aquando da

instalação do Adobe Acrobat 6.0 e que se chama “Adobe PDF”.

O resultado desta operação traduz-se num ficheiro PDF cujas cores estão definidas no espaço

de cor RGB. Sabe-se que na impressão offset este produto será impresso a 4 cores (CMYK)

pelo processo de quadricromia.

Então, o ficheiro gerado PDF RGB tem que ser transformado num ficheiro PDF CMYK,

obedecendo às especificações das cores definidas na Tabela 5. Para este procedimento

escolheu-se o programa Adobe Ilustrator 10.0.3 (13). Assim, abre-se o ficheiro PDF RGB com

este programa e muda-se o espaço de cor para CMYK obtendo o resultado da Figura 43.

(13) - A escolha deste programa deve-se ao facto da impressora Adobe PDF que gera o PDF, utilizar um driver da Adobe e assim tentou-se manter a família dos programas que de certa forma interagissem com o formato PDF, ou seja a família “Adobe ®”.

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Figura 43 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, RGB, depois de convertido para CMYK.

Analisando a Figura 43, constata-se que a separação de cor está mal feita pois, por exemplo a

informação que só deve sair no canal do preto está presente em todos os canais CMYK. Não

chega, mudar-se o espaço de cor de RGB para CMYK, é necessário alterar as definições das

várias cores para corresponderem às especificações do documento cartográfico, definidas na

Tabela 5.

Esta operação de alterar as cores é praticamente automática, sendo apenas necessário executar

um comando que foi gravado no programa como uma acção ou macro, que corresponde a uma

sequência de comandos necessários para efectuar esta mudança de cores correctamente de

RGB para CMYK. O resultado é um ficheiro PDF CMYK vectorial, ver Figura 44.

Figura 44 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, CMYK, depois de corrigidas as cores.

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No entanto, persiste outro problema. Analisando agora a Figura 44, pode-se verificar que os

topónimos a preto “abrem buracos” nas áreas dos outros canais, nomeadamente nos canais

cião, magenta e amarelo. Esta situação irá traduzir-se em problemas na impressão offset,

dificultando a tarefa do impressor que terá de conseguir um acerto entre os canais muito mais

exigente do que na situação dos topónimos a preto não mascararem as áreas dos outros canais,

ver Figura 45.

Este problema foi resolvido com um comando muito utilizado nas artes gráficas e que se

costuma chamar “Overprint black” - vulgarizando, “a informação a preto, onde existe tapa

tudo”. Assim, não é necessário abrirem-se as áreas de mancha dos outros canais.

Figura 45 – Extracto do ficheiro PDF vectorial, CMYK, depois de aplicado o comando “OverprintBlack”.

Então, feitas estas modificações no programa Adobe Ilustrator, o documento em estudo está

pronto para ser impresso num plotter para se proceder ao controlo de qualidade. Não havendo

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necessidade de mais controlo de qualidade, o ficheiro PDF CMYK na forma vectorial, é

enviado à gráfica para gravação de chapas via CTP para posterior impressão offset.

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CAPÍTULO V

Conclusões

O objectivo proposto para este projecto era elaborar uma proposta para um fluxo digital de

produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500 000, que permitisse gerar, como

produto final, um ficheiro vectorial no formato PDF.

Depois, este ficheiro seria enviado para a gráfica que procederia à gravação de 4 chapas de

alumínio através da tecnologia CTP que servem para imprimir o documento em offset, pelo

processo de quadricromia (4 cores, CMYK).

Neste contexto, apresentam-se nos parágrafos seguintes algumas conclusões sobre decisões

que foram tomadas ao longo das várias fases do projecto e o impacto positivo que tiveram até

ser alcançado o objectivo.

Numa primeira fase de implementação, a edição cartográfica continua a ser efectuada em

ambiente Microstation, ou seja, a informação é lida dos ficheiros DGN e carregada para uma

base de dados em Access, onde sofrerá alterações ou, então irá directamente para a legenda do

GeoMedia Professional respeitando as prioridades da representação.

Posteriormente, o processo de edição migrará para outro ambiente como por exemplo, para o

GeoMedia ou outro equivalente, desde que permita programar em VBA. Desta forma facilita-

se o processo de edição e de geração do ficheiro PDF. Além disso poderá usufruir-se do

ambiente de SIG e enriquecer a informação da Carta podendo obter outros produtos derivados

com base nesta cartografia.

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Actualmente, a Informação Geográfica (IG) não é só para imprimir. Deve existir IG de base

armazenada em BDG segundo um modelo de dados recente e de preferência orientado a

objectos. Daqui a informação é pesquisada e, em conjunto com outra informação são

produzidos diversos mapas para satisfazerem diversas utilidades.

No Capítulo I, as menções feitas aos diversos programas para publicação de mapas, utilizados

por outros organismos nas suas cadeias de produção, que não estão directamente relacionados

com as necessidades da pré-impressão, devem-se ao facto de que as mudanças num sector de

pré-impressão de cartografia exigem ser equacionadas em conjunto com o resto da cadeia de

produção cartográfica e não de forma isolada. O fluxo de pré-impressão é um sub fluxo do

fluxo de produção cartográfica.

Na importação dos topónimos dos ficheiros do Design File do Microstation para o GeoMedia

houve alguns problemas nos topónimos que continham espaçamento entre os caracteres e nos

que foram colocados ao longo de linhas como por exemplo, topónimos de classificação de

rios e ribeiras. A representação desses topónimos no GeoMedia era diferente.

A melhor forma de resolver este problema, é editar-se a informação em Microstation

eliminando o espaçamento entre os caracteres e colocando os topónimos sem ser ao longo da

linha. Depois, no GeoMedia pode-se aplicar a curvatura da linha sem que o topónimo quebre

e individualize os caracteres em vários topónimos.

Ainda em relação aos topónimos, valores diferentes para o corpo dos topónimos em altura

(TH) e largura (TW) resulta numa representação no GeoMedia diferente da que é apresentada

no Microstation. Assim, sugere-se a aplicação de um corpo de texto aos topónimos

respeitando a regra TH=TW no Microstation.

Para os objectos gráficos que são topónimos, teve-se cuidado na reestruturação por níveis

desses objectos nos ficheiros “.DGN” pois o objectivo era a sua importação para o GeoMedia.

Nessa importação, cada tipo de letra e tamanho de corpo tem que estar individualizado

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estruturalmente nos ficheiros “.DGN” para ser carregado individualmente com a fonte e corpo

de letra correctos. Os ficheiros WCF (.ini) não permitem configurar, no mesmo ficheiro “.ini”,

a mesma fonte com dois tamanhos de corpo diferentes.

No caso da rede viária, a decisão da via que em determinado Nó passa por cima é tomada

através de um objecto gráfico do tipo linha que existe em cada Nó. Como existia este objecto,

que tinha sido colocado no processo de edição, fez-se uso dele.

Para o caso de se aplicar este novo procedimento a outro produto cartográfico, a outra escala

de representação, uma das fases deste novo procedimento que se deve melhorar é a fase

relativa à tomada de decisão em cada Nó, sobre a velha questão de “qual a estrada que passa

por cima”. Esta decisão deverá ser tomada com base em atributos existentes nesse Nó e, esses

atributos deverão ser carregados automaticamente, através de desenvolvimento com os

objectos do GeoMedia ou outro programa equivalente.

No que se refere ao controlo da cor, pensou-se que seria fundamental a implementação de um

Sistema de Gestão de Cor no fluxo de pré-impressão, mas afinal chegou-se à conclusão que

não é bem assim. Dada a exigência do rigor na implementação e utilização de um sistema

destes, é melhor pensar-se numa outra forma de efectuar o controlo relativo da cor sem ter que

se passar pela implementação e regras na utilização dum SGC.

A maioria dos programas actuais de tratamento de imagem, desenho vectorial e de paginação

(por exemplo, o Adobe Photoshop CS2, o Adobe Ilustrator e o InDesign respectivamente),

têm a possibilidades de atribuir perfis de cor aos ficheiros com que trabalham. Como os

produtores de equipamentos, tais como plotters, disponibilizam através da Internet perfis para

os seus equipamentos específicos para vários tipos de papel, os utilizadores desses

equipamentos podem instalar esses perfis e no momento da impressão associam à imagem o

perfil adequado ao plotter que vai ser usado, e ao respectivo papel. Ou seja, com a utilização

dos perfis genéricos adequados, consegue-se anular o efeito esverdeado colocado nas

impressões por um plotter HP.

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Se em vez disso se implementasse um SGC, cada vez que se mudava um tinteiro ou um rolo

de papel teria de se efectuar calibrações para criar um novo perfil de cor e, isto para cada

equipamento. Não é muito flexível porque ou se implementa com todo o rigor ou não faz

sentido a sua implementação. A maior parte dos utilizadores opta pelos perfis genéricos.

Uma situação semelhante acontece na impressão offset. Entre vários factores, o que diferencia

os vários tipos de papeis que se utilizam na impressão offset e é de extrema importância, é a

carga de tinta que os papeis suportam. Sabendo-se qual o papel que se vai utilizar pode-se

associar ao ficheiro um perfil adequado ao tipo de papel, ou seja, um perfil que atribua as

percentagens de tinta às cores do ficheiro que correspondam na globalidade à carga de tinta

suportada pelo papel. Assim, evitam-se impressões diferentes dos documentos originais

(visualizados nos monitores).

No entanto, estes perfis são genéricos, ou seja, são eficazes mas não são óptimos. Obtêm-se

bons resultados com a sua utilização e, satisfazem a exigência de grande parte dos

utilizadores.

Este trabalho aqui apresentado é uma proposta e, deve ser interpretado dessa forma. Funciona

como um teste para se avaliar a possibilidade de se alterar o procedimento necessário para a

execução de chapas para offset. Da parte das gráficas do sector privado, o facto de se produzir

um PDF vectorial é interpretado como uma boa decisão.

O procedimento conseguido para gerar o ficheiro PDF desejado, não está no topo da sua

optimização, mas quando se muda de tecnologia começa por se dar os primeiros passos nessa

nova tecnologia e depois, com a melhoria dos procedimentos, logo se alcançará a máxima

optimização.

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Page 103: PROPOSTA PARA UM FLUXO DIGITAL DE PRODUÇÃO DA CARTA DE ...enggeoespacial.fc.ul.pt/ficheiros/teses/tese_paulo_torrinha.pdf · objectos. Esta manipulação é necessária porque existem

Proposta para um Fluxo Digital de Produção da Carta de Portugal Continental à escala 1:500000 do Instituto Geográfico Português

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Anexos/Apêndices

Anexo 1 - CD-ROM com:

A - Extracto da Carta de Portugal Continental 1:500000 no formato PDF vectorial.

B - Base de dados Access “especificacoes.mdb” com as especificações gráficas da informação vectorial.

C - Ficheiro PDF “ VBA.pdf” com o código do comando em VBA.

Anexo2 - Impressão de um extracto do ficheiro PDF em jacto de tinta.