2º Congresso Norte - Nordeste de Química

PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS QUÍMICOS – ESTUDO DE CASO: LABORATÓRIOS DE ENSINO DE QUÍMICA DO

CEFET-AL

Prof. Drª. Mª Auxiliadora de Brito Lira Dal Monte1, Prof. José Hélio dos Santos2, Prof. Phd Francisco Soares Másculo3. 1- Prof. de Química Geral, Orgânica e Físico-química do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba, UNED/Campina Grande. Rua Tranquilino Coelho Neto, nº. 671, Dinamérica C. Grande – 58100-000. E-mail: britolira@hotmail.com 2- Coordenador do Laboratório de Química do Centro Federal de Educação Tecnológica de Alagoas. Unidade de Maceió. E-mail: j.h.santos@uol..com.br 3- Prof. da Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção da UFPB, Campus I, João Pessoa - Paraíba.

• Palavras Chaves: Gestão, Laboratório, Resíduos Químicos.

Introdução A água disponível para consumo humano se restringe a 0,8% do total existente no planeta. Segundo a Agência Nacional de Águas, nos últimos 25 anos, a quantidade de água disponível por habitante caiu 37% o Brasil, detém aproximadamente 13% da água doce superficial do planeta, mas, 73% estão na região amazônica, enquanto os outros 27% estão distribuídos de forma desigual para 93% da nossa população. Dessa forma, a sociedade precisa ser conscientizada da urgente necessidade de modificação de seus hábitos, a comunidade científica precisa, com a mesma urgência, encontrar formas de minimizar a poluição da água e de despoluir a água que já se encontra contaminada. A poluição ambiental é uma séria ameaça à saúde pública, mas a poluição dos recursos hídricos por substâncias químicas tem merecido atenção especial por parte de autoridades e pesquisadores. A proliferação de pequenos geradores de resíduos químicos (instituições de ensino e pesquisa e laboratório de análises físico-químicas) tem aumentado à preocupação da sociedade. Com um sistema de gerenciamento dos resíduos químicos dos seus laboratórios, o CEFET-AL, pode solucionar um relevante problema ambiental gerando conhecimentos que poderão ser transferidos para outras instituições além de repassar esses conhecimentos para seus alunos e reduzir os custos com a aquisição de reagentes. A direção do CEFET-AL, professores e funcionários da área de química vinham demonstrando preocupação com o destino dado aos resíduos dos laboratórios de ensino. Considerando a situação demonstrada, este trabalho teve como objetivo a implantação de um sistema de gerenciamento dos resíduos químicos dos laboratórios. Procedimentos Metodológicos

• Levantamento das rotinas e procedimentos;

• Inventário dos resíduos e classificação dos resíduos;

• Estruturação do sistema de gestão. Diagnóstico dos laboratórios - Método 5S: • Dimensões e organização do espaço

físico; • Limpeza e higiene;

• Disponibilidade de ferramentas de trabalho;

• Aspectos visuais do ambiente; • Nível de padronização; • Quadro de pessoal e usuários; • Hábitos e autodisciplina dos

funcionários; • Material que não está sendo

utilizado. Atividades geradoras de resíduos químicos

Procedimentos utilizados nas aulas práticas.

O Passivo Químico • Reagentes com prazo de validade vencido.

Forma de Gerenciamento • Organização formal do tipo linear. Controle de Compras e de Estoque dos Reagentes • Não havia planejamento com

base no consumo passado ou futuro.

Segurança Levantamento dos Riscos:

• Risco de explosão;

• Risco de lesão ou traumatismo; • Risco de incêndio; • Risco de inalação e/ou absorção • Risco de queimadura

Análise Ergonômica • Levantamento, transporte e

descarga de materiais; • Mobiliário; • Equipamentos; • Condições ambientais.

O SISTEMA PROPOSTO Gestão do Passivo Reagentes com prazo de validade vencido:

• Nas prateleiras: 43 substâncias 30 sólidas = 54.245g 13 líquidas = 51.515mL

• Prontos para incineração: 68 substâncias

58 sólidas = 51.870g 10 líquidas = 9.570mL

Gestão do Ativo

• 70% - resíduos gerados são perigosos;

• Apenas 4% dos resíduos não serão tratados nos laboratórios;

• 96% dos resíduos devem passar por algum tipo de tratamento;

Desses: 8% devem ser reutilizados nos laboratórios;

- 43% podem ser descartados na pia ou lixo comum;

- 49% devem ser recuperados para serem reciclados ou enviados para disposição

final. • Coleta

- Após o término do procedimento; - Recipientes de plástico – 20L

• Rotulagem - Após o término do procedimento. - Utilizar o sistema da NFPA

• Armazenagem - Temporária e devem obedecer as regras de incompatibilidade.

• Métodos de Tratamentos • Resíduos ácidos isentos de metais

pesados; • Resíduos básicos isentos de

metais pesados; • Resíduos contendo metais

pesados • Resíduos contendo agentes

oxidantes, agentes redutores, cianetos.

• Resíduos contendo compostos orgânicos.

• Gestão de Estoque dos Reagentes

Q = C + S – E Q = Quantidade a ser comprada C = Consumo calculado S = Estoque de segurança E = Estoque existente

Resultados e Discussões

Responsabilidades Verificação e Controle

• Todo resíduo deve ser tratado ou enviado para incineração ou descarte final;

• Todo procedimento prático deve conter o item “descarte dos resíduos”;

• Concentrações iguais ao fixado pela Resolução Nº. 20/86 do CONAMA

para água classe III • No médio prazo – alcançar os

limites para água classe I.

Recomendações Finais

• Colocar barras de contenção nas prateleiras; Retirar reagentes com prazo de validade vencido e equipamentos não usados; Por placas de segurança (NBR 7500); Adquirir balões volumétricos de 10, 25 e 50mL; Evitar preparação de sulfocrômica; Utilizar um resíduo para neutralizar outro; Evitar o descarte anual em um só dia; Estudo para implantação de um Sistema de Gestão dos resíduos gasosos gerados nos laboratórios; Estudo para implantação de um Sistema de Gestão dos resíduos gerados pelo laboratório de microbiologia.

Referências Bibliográficas ALMEIDA, Josimar Ribeiro de; MELLO, Cláudia dos S; CAVALCANTI, Yara. Gestão Ambiental. Rio de Janeiro: Thex, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004 – Resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10006 – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004. LASSALI, Tânia, A. F. Gerenciamento de resíduos químicos: normas e procedimentos gerais. Disponível em http://www.pcarp.usp.br