proposta de modelo quantitativo baseado no …cp2015/link/papers/7431.pdf · acidentes, enquanto os...
TRANSCRIPT
1
PROPOSTA DE MODELO QUANTITATIVO BASEADO NO RISCO PARA A GESTÃO
DA SEGURANÇA E SAÚDE NA CONSTRUÇÃO
VITOR SOUSA L. ALVES DIAS NUNO M. ALMEIDA
Prof. Auxiliar Prof. Associado Prof. Auxiliar
Técnico Lisboa Técnico Lisboa Técnico Lisboa
Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal
[email protected] [email protected] [email protected]
RESUMO
Ao longo das últimas décadas houve um aumento substancial da sensibilidade para a problemática da segurança e saúde
na construção por parte das várias partes interessadas. Contudo, apesar das melhorias significativas que se registaram
um pouco por todo o globo nesta área, a taxa de acidentes na indústria da construção ainda é consideravelmente superior
ao que se verifica na maioria das restantes indústrias. Este facto tem sido justificado, fundamentalmente, recorrendo a
duas premissas: i) o nível de risco intrínseco do sector decorrente da natureza das actividades desenvolvidas e das
particularidades dos empreendimentos e organizações que compreendem a indústria da construção; e ii) os aspectos
financeiros e económicos relacionados com a implementação de medidas adicionais no actual panorama de globalização
e exigência de aumento de competitividade que se verifica no mercado da construção. Na presente comunicação
propõe-se e detalha-se o MOdelo de RIsco Potencial para a Segurança e Saúde – MORIP-SS. O MORIP-SS foi
concebido para auxiliar na realização de análises custo-benefício para a segurança e saúde na construção com base no
risco. Assim, visa contribuir para a optimização da gestão dos recursos disponíveis no sentido de melhorar as condições
de segurança nas diferentes actividades e para os vários grupos de trabalhadores envolvidos na fase de execução dos
empreendimentos de construção.
1. INTRODUÇÃO
Os modelos de causalidade dos acidentes de trabalho diferem a vários níveis fundamentais. Desde logo, distinguem-se
consoante a área de aplicação, o propósito e o foco. Também podem diferenciar-se significativamente em termos da sua
estrutura geral, dos dados de entrada e dos resultados, mas uma base comum é que a generalidade dos modelos de
causalidade é aplicável com definições genéricas em qualquer área.
Letho e Salvendy [1] procederam a uma revisão de modelos de causalidade de acidentes, tendo identificado as seguintes
classes principais: i) modelos genéricos dos processos de acidentes; ii) modelos de erros humanos e comportamentos
perigosos; e iii) modelos de mecanismos de lesões humanas. Os modelos genéricos dos processos de acidentes podem
ser agrupados em 4 categorias principais [1]: i) modelos sequenciais; ii) modelos epidemiológicos; iii) modelos de
transferência de energia; e iv) modelos de sistemas. Os erros humanos e os comportamentos perigosos intencionais são
frequentemente referenciados como origens predominantes de acidentes (e.g., [2-3]). Os modelos de causalidade de
acidentes focados no erro e comportamento perigoso por parte dos seres humanos também podem ser agrupados em 4
categorias principais [1]: i) modelos comportamentais; ii) modelos de processo de decisão humano; iii) modelos de
processamento humano de informação; e iv) modelos de taxonomia do erro. Os acidentes resultando em ferimentos ou
fatalidades no decorrer da realização das tarefas por parte dos trabalhadores são melhor analisados com recurso a
modelos do mecanismo de lesões humanas. Estes modelos são, fundamentalmente, baseados em princípios de
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
2
ergonomia e podem ser agrupados em 2 categorias principais [1]: i) modelos de tensões cumulativas; ii) modelos de
modos de lesões imediatas.
A categorização e descrição dos modelos apresentada não implicam que sejam mutuamente exclusivos. Na prática, têm
sido desenvolvidos vários modelos que integram elementos de diferentes categorias. Na área da segurança e saúde no
trabalho, Hallowell [4] destaca os seguintes: i) modelo de 2 fatores; e ii) modelo de trajetória. Uma parte significativa
dos autores concorda que os incidentes são o resultado direto da exposição, não controlada, a perigos e da realização de
tarefas em condições inseguras (e.g., [5-6]). O modelo de 2 fatores, introduzido por Heinrich [2], sugere que os
incidentes resultam da combinação de exposições não controladas a perigos com a realização de tarefas em condições
inseguras. Apesar da importância relativa de cada fator poder variar em cada caso, ambos estão sempre presentes. O
modelo de trajetória ou de "queijo suíço" considera que os acidentes acontecem quando ocorre uma falha simultânea em
todas as linhas de defesa na trajetória do acidente [7]. As linhas de defesa são compostas por aspetos técnicos,
organizacionais, individuais e culturais, para além das proteções existentes.
Mais recentemente, e especificamente para o sector da construção, têm sido desenvolvidos diversos modelos de
causalidade. A generalidade conjuga elementos dos modelos genéricos de processos de acidentes e dos modelos de
erros humanos e comportamentos perigosos. Abdelhamid e Everett [8] desenvolveram o Accident Root Causes Tracing
Model (ARCTM). Este é um modelo de pesquisa da causalidade dos acidentes considerando 3 classes de origens para os
acidentes: i) falha na identificação de condições de insegurança antes de iniciar a atividade; ii) decisão de prosseguir
apesar de detetar a condição de segurança;e iii) decisão de executar um ato perigoso independentemente das condições
iniciais do ambiente de trabalho. Suraji et al. [9] desenvolveram um modelo de causalidade para acidentes da construção
centrado no comportamento desadequado dos indivíduos. O modelo considera que os fatores que explicam os acidentes
podem ser classificados como próximos ou distantes. Os fatores próximos são aqueles diretamente relacionados com os
acidentes, enquanto os fatores distantes estão na origem dos fatores próximos ou constituem agravantes. Mitropoulos et
al. [10] desenvolveram um modelo de causalidade de acidentes para a construção que considera, como fatores principais
para a origem dos acidentes, as condições de trabalho perigosas e os comportamentos no trabalho, que controlam a
exposição dos trabalhadores aos perigos, e os erros e alterações das condições da envolvente, que controlam a
ocorrência de incidentes.
Existem diversas características inerentes à indústria da construção que contribuem para o desempenho em termos de
segurança e saúde que, apesar da relação não ser suportada por evidências empíricas, se baseiam em teorias sólidas e
vários anos de observações [4]. Algumas das características inerentes que explicam o desempenho da indústria da
construção em termos de segurança e saúde são [11]: i) fragmentação da indústria; ii) ambientes de trabalho dinâmicos;
iii) multiplicidade de operações; iv) proximidade de múltiplas equipas; e v) cultura da indústria. Provavelmente o aspeto
mais particular da indústria da construção é a fragmentação dos intervenientes pelas fases dos empreendimentos.
Tradicionalmente, a fase de conceção é levada a cabo por arquitetos, engenheiros e outros técnicos envolvidos no
desenvolvimento dos projetos, sendo depois solicitadas propostas a empreiteiros que levarão a cabo a execução. A
exploração é, usualmente, da responsabilidade de outro interveniente, que poderá ser o promotor do empreendimento, o
cliente ou outro. Este é um processo linear em que cada fase se encontra devidamente compartimentada e é levada a
cabo por entidades distintas, com ligações ténues entre si e objetivos distintos, por vezes antagónicos [12]. Gambatese
[13] reporta que os métodos integrados de contratação, como os procedimentos de conceção-construção, estão
associados a menores taxas de acidentes. Ao contrário do que sucede noutras indústrias, na construção o ambiente de
trabalho é frequentemente único, transiente e dinâmico. Os estaleiros são locais em constante transformação, expostos a
elementos estocásticos (e.g., condições climatéricas; características dos solos; acidentes rodoviários) e que podem ser
significativamente diferentes de empreitadas anteriores. Adicionalmente, é frequente coexistirem nos estaleiros equipas
de trabalho com tarefas muito distintas, também elas com elevada rotatividade dos seus membros. Todos estes fatores
contribuem para aumentar o perigo de ocorrerem acidentes e para distraírem os trabalhadores de completarem as suas
tarefas em segurança (e.g., ver [5] [14-16]). Em último lugar, a própria cultura dos trabalhadores na indústria constitui
um fator que explica o desempenho em termos de segurança e saúde. Podem ser identificados vários fatores culturais
neste capítulo, mas destacam-se o machismo, o abuso de substâncias psicoativas, as barreiras de linguagem e o nível de
educação [4]. De acordo com Hinze [5], a postura dos trabalhadores da construção aumenta a tolerância ao risco e,
consequentemente, a frequência e severidade dos acidentes. Nos EUA, o consumo de bebidas alcoólicas ou de drogas
pelos trabalhadores da construção é cerca do dobro do registado em média em todas as indústrias, o que constitui um
fator de agravamento sério quando associado ao tipo de tarefas desempenhadas [17]. O baixo nível de educação,
juntamente com a coexistência de trabalhadores de diferentes nacionalidades, está na origem de barreiras de
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
3
comunicação, não só entre os trabalhadores, mas também entre a gestão e os trabalhadores. As diferenças culturais e as
deficiências de comunicação impedem a prevenção dos acidentes, podendo mesmo contribuir para a sua ocorrência.
Perante a complexidade dos acidentes na construção, a presente comunicação propõe um modelo que procura permitir
ter em consideração essa complexidade e providenciar um resultado quantitativo que possa auxiliar na tomada de
decisões.
2. ABORDAGEM PROPOSTA
Tendo como base o modelo de solicitação desenvolvido por Hallowell e Gambatese [18] e o modelo de solicitação-
capacidade desenvolvido por Mitropoulos et al. [19], dois dos modelos mais recentes e desenvolvidos para o sector da
construção, propõe-se o MOdelo de RIsco Potencial para a Segurança e Saúde – MORIP-SS. O modelo proposto
acresce aos modelos de base referidos ao permitir estimar o custo médio total dos acidentes de trabalho por actividade,
grupo de trabalhadores ou na globalidade do empreendimento, servindo de base para análises custo benefício de
medidas adicionais ao nível da segurança e saúde. Matematicamente, o modelo traduz-se pela seguinte expressão:
SS =∑
[
∑ FOj NTj Dj⏟ Exposição por
grupo de trabalhadores
n
j=1
(∑ FGk CTk⏟ Severidade
das consequências
TIk⏟Possibilidadede ocorrência
r
k=1
)
j]
i
m
i=1
(1)
em que SS são os custo decorrentes de acidentes de trabalho (€), FO é o fator operacional (-), NT é o número de
trabalhadores envolvidos na atividade i (-), 𝐷 é a duração da atividade i (hora), FG é o fator de gravidade (-), TI é a taxa
de incidência do perigo k (número de acidentes/hora), CT é o custo total do acidente (€/acidente), i é a atividade (-), j é o
número de grupos de trabalhadores na atividade (-) e 𝑘 são os perigos para a atividade (-).
3. IMPLEMENTAÇÃO
3.1. Dados de base
Os acidentes em que ocorra alguma fatalidade imediata constituem situações bem definidas e tendem a ser do
conhecimento das autoridades relevantes e, muitas vezes, explorados mediaticamente. Consequentemente, as situações
de registos incompletos são reduzidas. Assim, apesar das dificuldades que possam existir no apuramento das causas, as
origens são geralmente conhecidas e a quantificação é possível com alguma facilidade e rigor. Já no caso dos acidentes
em que a morte não é imediata, pode ser mais difícil estabelecer a relação entre o agente causador e o óbito. Neste caso,
os resultados podem ser substancialmente distintos, dependendo, em grande medida, do critério adotado pelas
autoridades para o período a considerar uma fatalidade como decorrente do acidente. Analisando acidentes fatais
decorrentes de quedas na construção civil, Cattledge et al. [20] verificaram que o óbito ocorreu no próprio dia em cerca
de 65% dos casos, mas cerca de 15% das mortes só ocorreram passada uma semana, e cerca de 5% tiveram lugar após
mais de 90 dias. Apesar destes detalhes de definição, nos países mais desenvolvidos, a generalidade das instituições
responsáveis por recolher informação sobre acidentes fatais tem confiança nos valores disponíveis (e.g., ver [21]). O
prazo de um ano é recomendado pela International Labour Organization (ILO), sendo adotado pela maioria dos países
na Europa e utilizado na informação recolhida pela Eurostat, mas o critério não é universal. Outra fonte de diferenças
entre os dados estatísticos disponíveis é que alguns países consideram todos os trabalhadores (e.g., Austrália;
Alemanha; Itália; Noruega; Suécia; USA) enquanto outros excluem os trabalhadores por conta ponta própria (e.g.,
Finlândia; Espanha; Suiça) [22].
De acordo com os dados disponibilizados pelo BLS, as principais origens de acidentes fatais no sector da construção
nos EUA são as seguintes: i) A - Contacto com objetos e equipamento; ii) B - Quedas; iii) C - Exposição a substâncias
ou ambientes perigosos; iv) D - Acidentes de transporte; v) E - Incêndios e explosões; e vi) F - Assaltos e atos de
violência. Na Figura 1, observa-se que a importância das quedas nos acidentes fatais no sector da construção
apresentam um peso significativo nas obras de construção civil, mas a sua relevância diminui significativamente nas
obras de engenharia civil. Nas obras de infraestruturas e, mais particularmente nas obras de saneamento, os acidentes
relacionados com o manuseamento de materiais (inclui os soterramentos) e equipamentos e envolvendo equipamentos
móveis e veículos assumem o maior destaque.
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
4
(A) (B)
(C) (D)
(E)
Figura 1 – Taxas de Incidência para as principais origens de acidentes fatais nos EUA no (A) sector da construção e nos
subsectores de (B) construção civil, (C) engenharia civil, (D) infraestruturas e (E) saneamento
Considerando a totalidade dos trabalhadores envolvidos na construção (privados e públicos), observa-se que a taxa de
incidência tem apresentado uma tendência ligeiramente decrescente ao longo das últimas duas décadas. No entanto,
apesar de se observar um decréscimo na ordem dos 20% nos últimos 20 anos, a variação anual tem sido ligeira e sujeita,
por vezes, a variações positivas [23].
Para permitir uma abordagem estatística, admitiu-se que as taxas de incidência podem ser ajustadas por distribuições
normais. Na estimativa dos parâmetros estatísticos das distribuições das taxas de acidentes fatais, consideraram-se duas
abordagens (ALT - alternativa): i) ALT1 - considerando apenas os anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 e admitindo que a
2006
2007
2008
2009
0.1
1
10
A B C D E FAno [-]
Taxa
de
Inci
dê
nci
a [p
or
10
0 0
00
TE]
Origem do acidente [-]
2006
2007
2008
2009
0.1
1
10
A B C D E FAno [-]
Taxa
de
Inci
dê
nci
a [p
or
10
0 0
00
TE]
Origem do acidente [-]2006
2007
2008
2009
0.1
1
10
A B C D E FAno [-]
Taxa
de
Inci
dê
nci
a [p
or
10
0 0
00
TE]
Origem do acidente [-]
2006
2007
2008
2009
0.1
1
10
A B C D E FAno [-]
Taxa
de
Inci
dê
nci
a [p
or
10
0 0
00
TE]
Origem do acidente [-]
2006
2007
2008
2009
0.10
1.00
10.00
A B C D E FAno [-]
Taxa
de
Inci
dê
nci
a [p
or
10
0 0
00
TE]
Origem do acidente [-]
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
5
tendência na evolução da taxa de incidência é desprezável neste intervalo; ii) ALT2 - admitindo que a taxa de incidência
média corresponde à média móvel com período de 4 anos e que a variabilidade é dada pelas diferenças entre uma curva
de regressão polinomial de 2º grau, ajustada pelas taxas de 2003 a 2009, e as taxas observadas. Os critérios selecionados
para as duas abordagens visaram garantir que o valor médio estimado em qualquer uma das abordagens é o mesmo e
procuraram capturar cenários extremos em termos de variabilidade. Na ALT2, sempre que o número de valores
disponíveis para proceder à regressão foi inferior a 4 adotaram-se os valores obtidos na ALT1.
3.1. Resultados
Na Figura 2, apresentam-se as distribuições de taxas de incidência obtidas por cada uma das abordagens, por subsector.
De salientar as diferenças em termos da variabilidade, em particular no subsector do saneamento. No entanto, é preciso
ter em consideração que parte das diferenças obtidas no subsector do saneamento resulta também das diferenças na
dimensão das amostras.
Na Figura 3 e na Figura 4, apresentam-se as distribuições estatísticas dos custos associados a acidentes fatais nos EUA
por subsector e por origem do acidente, respetivamente. Os valores foram atualizados para valores de 2009 com base
nas taxas de inflação registadas nos EUA. Relativamente à variabilidade, observou-se que, tanto por origem de acidente
pelos vários subsectores, como por subsector pelas várias origens e por abordagem, os rácios entre os desvios padrão
máximo e mínimo foram sempre superiores a 2, variando entre 3.25 e 33.66. A única exceção foram os acidentes com
origem em assaltos e atos de violência estimados segundo a ALT2, em que o rácio é de 1.23. Validar as gamas de custos
obtidas é impossível sem dispor dos dados originais, que são inacessíveis por motivos de confidencialidade. No entanto,
constata-se que a variabilidade se encontra dentro das gamas obtidas por Rognstad [24], na Noruega, e Hassam [25], em
Portugal.
Fazendo uso da técnica de simulação de Monte Carlo, assumindo uma lógica de relação custo-benefício, é possível
estimar a distribuição do valor a investir na segurança e saúde para evitar acidentes fatais, por cada hora de trabalho,
para cada subsector e origem do acidente. Na Figura 5, apresentam-se as distribuições dos riscos potenciais unitários
estimados por subsector. Para as estimativas efetuadas, utilizou-se um fator de gravidade unitário e os custos dos
subsectores de infraestruturas e saneamento consideraram-se iguais aos da engenharia civil. Nas simulações de Monte
Carlo efetuaram-se 5 000 iterações, tendo sido utilizado o método de amostragem hipercúbico latino e o gerador de
números aleatórios Mersenne Twister.
(A) (B)
Figura 2 – Distribuição da Taxa de Incidência de acidentes fatais nos EUA determinada segundo a (A) ALT1 e (B)
ALT2
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
8.0 13.0 18.0 23.0 28.0 33.0
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Taxa de Incidência [por 100 000 TE]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
8.0 13.0 18.0 23.0 28.0 33.0
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Taxa de Incidência [por 100 000 TE]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
8.0 13.0 18.0 23.0 28.0 33.0
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Taxa de Incidência [por 100 000 TE]
CG CC EC IE SA
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
6
Figura 3 – Custo de acidentes fatais nos EUA para construção e por subsector
Com base nas distribuições dos riscos potenciais unitários determinados, obtiveram-se os seguintes custos médios dos
acidentes fatais por cada hora de trabalho de cada trabalhador: i) $3.72/H.h para o sector construção no global; ii)
$3.01/H.h para o subsector da construção civil; e iii) $5.20/H.h para o subsector da engenharia civil. Na engenharia
civil, estimaram-se valores de $5.15/H.h e $5.09/H.h para os subsectores das infraestruturas e do saneamento,
respetivamente.
(A) (B)
(C)
Figura 4 – Custo de acidentes fatais nos EUA por origem para (A) a construção no global, (B) o subsector da construção
civil e (C) o subsector da engenharia civil
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
4000 4250 4500 4750 5000 5250 5500
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000]
CG
CC
EC
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000]
A
B
C
D
E
F
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
7
(A) (B)
Figura 5 – Risco potencial unitário de acidentes fatais nos EUA por subsector segundo a (A) ALT1 e a (B) ALT2
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O MOdelo de RIsco Potencial para a Segurança e Saúde – MORIP-SS proposto na presente comunicação destina-se a
auxiliar nas decisões relativas à implementação de medidas de segurança e saúde adicionais. Para tal, o MORIP-SS
permite considerar de forma explícita os diferentes grupos de trabalhadores em atividades distintas e sujeitos a riscos
variados que podem ter lugar num empreendimento de construção. Deste modo, incorpora as especificidades da
indústria da construção em geral e de cada empreitada em particular através da avaliação pericial do risco relativo de
cada atividade para a segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos. Com base nessa avaliação pericial infere-se qual
o custo estatístico médio de eventuais acidentes, estabelecendo assim o montante que compensa investir em medidas
adicionais. Apesar das questões éticas que se levantam em torno da questão do valor da vida humana, o MORIP-SS
apresenta a virtude de permitir efetuar análises custo-benefício de medidas adicionais em termos monetários
contribuindo para alterar a gestão da segurança e saúde na construção como uma atividade meramente prescritiva no
sentido de cumprir com as exigências legais e regulamentares para uma atividade proactiva de procurar otimizar as
soluções implementadas. As fontes de informação para a implementação do modelo, nomeadamente no que concerne
aos custos, encontram-se discutidas em maior detalhe em Sousa et al. [26-27].
5. REFERÊNCIAS
[1] Letho, M.; Slavendy, G. (1991). Models of accident causation and their application: Review and reappraisal.
Journal of Engineering and Technology Management, 8:173-205.
[2] Heinrich, H. W. (1931). Industrial accident prevention: A scientific approach. McGraw-Hill: New York.
[3] Cooper, J. (1961). Human initiated failures and malfunction reporting. IRE Transactions on Human Factors in
Electronics, HFE-2:104-109.
[4] Hallowell, M. R. (2008). A formal model for construction safety and health risk management. PhD Thesis, Oregon
State University, USA.
[5] Hinze, J. W. (1997). Construction safety. Prentice Hall: Columbus.
[6] Gibb, A.; Haslam, R.; Hide, S.; Gyi, D. (2004). The role of design in accident causality. Designing for safety and
health in construction, Ed. S. Hecker, J. Gambatese, and M. Weinstein, eds., UO Press, Eugene, Ore., 11–21.
[7] Reason, J. T. (1990). Human error. Cambridge University Press: Cambridge.
[8] Abdelhamid, T.; Everett, J. G. (2000). Identifying root causes of construction accidents. Journal of Construction
Engineering and Management, 126(1):52–60.
[9] Suraji, A.; Duff, A. R.; and Peckitt, S. J. (2001). Development of causal model of construction accident causation.
Journal of Construction Engineering and Management, 127(4):337–344.
[10] Mitropoulos, P.; Abdelhamid, T. S.; Howell, G. A. (2005). Systems model of construction accident causation.
Journal of Construction Engineering and Management, 131(7):816-825.
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
30000 55000 80000 105000 130000 155000 180000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000 por 10 000 TE]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
30000 55000 80000 105000 130000 155000 180000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000 por 10 000 TE]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
30000 55000 80000 105000 130000 155000 180000
Pro
bab
ilid
ade
[-]
Custo [$1 000 por 10 000 TE]
CG CC EC IE SA
Sousa, V; Alves Dias, L.; Almeida, N. M.
Proposta de modelo quantitativo baseado no risco para a gestão da segurança de saúde na construção
8
[11] Fredericks, T. K.; Abudayyeh, O.; Choi, S. D.; Wiersma, M.; Charles, M. (2005). Occupational injuries and
fatalities in the roofing contracting industry. Journal of Construction Engineering and Management, 131(11):1233-
1240.
[12] Tatum, C. B., Korman, T. (2000). Coordinating building systems: Process and knowledge. Journal of Construction
Engineering and Management, 6(4):116-121.
[13] Gambatese, J. A. (2006). Design for construction safety: Moving safety decisions upstream. Corporate Partner's
Program, Oregon State University, Corvallis, USA.
[14] Hinze, J.; Wilson, G. (2000). Moving toward a zero injury objective. Journal of Construction Engineering and
Management, 126(5):399-403.
[15] Carter, G.; Smith, S. D. (2006). Safety hazard identification on construction projects. Journal of Construction
Engineering and Management, 132(2):197-205.
[16] Yi, K.-J.; Langford, D. (2006). Scheduling-Based Risk Estimation and Safety Planning for Construction Projects.
Journal of Construction Engineering and Management, 132(6):626-635.
[17] Gerber, J.; Yacoubian, G. (2001). Evaluation of drug testing in the workplace. Journal of Construction Engineering
and Management, 127(6):435-444.
[18] Hallowell, M. R.; Gambatese, J. A. (2007). A formal model of construction safety risk management. Proc., 2007
Construction and Building Research Conference (COBRA), Royal Institution of Chartered Surveyors and Georgia
Tech University, Atlanta, Ga.
[19] Mitropoulos, P.; Cupido G.; Namboodiri M. (2009). Cognitive approach to construction safety: Task demand-
capability model. Journal of Construction Engineering and Management, 135(9):881-889.
[20] Cattledge, W. H.; Hendricks, S.; Stanevich, R. (1996). Fatal occupational falls in the U.S. construction industry,
1980-1989. Accidents Analysis and Prevention, 28(5):647-654.
[21] NAO (2004). Health and Safety Executive - Improving health and safety in the construction industry. Report by
the comptroller and auditor general, HC 531, Session 2003-04, National Audit Office (NAO), London, UK.
[22] CPWR (2007). The Construction Chart Book: The U.S. construction industry and its workers. The Center for
Construction Research and Training (CPWR), USA.
[23] CPWR (2010). Work-related fatal and nonfatal injuries among U.S. construction workers, 1992-2008. The Center
for Construction Research and Training (CPWR), USA.
[24] Rognstad, K. (1994). Costs of occupational accidents and diseases in Norway. European Journal of Operational
Research, 75:553-566.
[25] Hassam, K. J. (1997). Custos e benefícios da segurança na construção. Dissertação de Mestrado, Mestrado em
Construção, Instituto Superior Técnico, UTL, Lisboa, Portugal.
[26] Sousa, V.; Almeida, N. M.; Alves Dias, L. (2014). Risk-based management of occupational safety and health in
the construction industry – Part 1: Background knowledge. Safety Science, 66:75-86.
[27] Sousa, V.; Almeida, N.; Alves Dias, L. (2015). Risk-based management of occupational safety and health in
the construction industry – Part 2: Quantitative model. Safety Science, 74:184-194