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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA VERÔNICA ANSELMO MACHADO PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ACOLHIMENTO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE NO PSF JARDIM ITAMARATY III NO MUNICÍPIO DE POÇOS DE CALDAS/ MG Aluna: Verônica Anselmo Machado Campos Gerais Minas Gerais 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

VERÔNICA ANSELMO MACHADO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS

PROTOCOLOS DE ACOLHIMENTO DO MINISTÉRIO DA

SAÚDE NO PSF JARDIM ITAMARATY III NO MUNICÍPIO

DE POÇOS DE CALDAS/ MG

Aluna: Verônica Anselmo Machado

Campos Gerais – Minas Gerais

2015

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Verônica Anselmo Machado

Proposta de Implantação dos Protocolos de

Acolhimento do Ministério da Saúde no PSF Jardim

Itamaraty III no município de Poços de Caldas/ MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família,

Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do

Certificado de Especialista.

Orientador: Professor Doutor Juarez Oliveira Castro

Campos Gerais – Minas Gerais

2015

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Verônica Anselmo Machado

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS

PROTOCOLOS DE ACOLHIMENTO DO MINISTÉRIO DA

SAÚDE NO PSF JARDIM ITAMARATY III NO MUNICÍPIO

DE POÇOS DE CALDAS/ MG

Banca examinadora:

Examinador 01: Professor Doutor Juarez Oliveira Castro - UFMG

Examinador 02: Prof.

Aprovado em Belo Horizonte, de de 2015.

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RESUMO

Introdução: Apesar da existência de um Manual da

Atenção Primária para o Acolhimento, do Ministério da S aúde,

desde 2013 ele não é util izado na prática clínica. A realidade

vivenciada nas Unidades de Atenção Básica (UBS) do município de

Poços de Caldas/MG é a ausência de um protocolo de acolhimento

e de preparo de alguns funcionários para realizá -lo.

Objetivo: Elaborar um projeto de intervenção que visa

implantar os f luxogramas para atendimento a demanda espontânea

com classif icação de risco como guias de consulta rápida e

capacitar as técnicas de enfermagem para util izá -los no Programa

de Saúde da Família (PSF) Jardim Itamaraty III.

Metodologia: Revisão de literatura sobre Acolhimento e

Planejamento Estratégico Situacional.

Conclusão: A ut il ização dos f luxogramas para o

Acolhimento é fundamental para uma padronização, segurança,

respaldo nos atendimentos realizados pelas técnicas de

enfermagem e enfermeira na unidade do PSF Jardim Itamaraty III.

Como produto dessa ação, espera -se uma maior organização do

atendimento à demanda espontânea e a redução da sobrecarga por

consultas médicas, com bastante resolutividade nas consultas de

enfermagem na unidade.

Palavras-chave: Acolhimento, Atenção Primária, Demanda, R isco.

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ABSTRACT

Introduction: Despite the existence of a Manual for

Welcome of Primary Care of Healthy of Brazil ian Ministry of Health

since 2013, it is not used in clinical pract ice. The reality in health

centers in the city of Poços de Caldas / MG is the absence of a

protocol of acceptance and preparation of some staff to carry it out.

Object ive: Develop an intervention project to deploy the

f lowcharts to meet spontaneous demand with risk classif ication as

quick reference guides and empower nursing techniques to use

them in the Family Health Program Jardim Itamaraty II I.

Methodology: Literature review on Welcome and

Situational Strategic Planning.

Conclusion: The use of f lowcharts for Welcome is crit ical

for standardization, security, support the care provided by nursing

technicians and nurses in the health cl inic of the PSF Jardim

Itamaraty III. As a result for this action, we expect a greater

organization of assistance to spontaneous demand and reducing

overcharges for medical consultat ions, with plenty solving in

nursing consultations in the PSF.

Keywords: Primary Care, Demand, Risk.

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LISTA DE SIGLAS

AACC Associação de Assistência a Criança Deficiente

ACS Agentes Comunitárias de Saúde

ADEFIPE Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas

APAE Associação dos Pais e Amigos do Excepcional

APS Atenção Primária em Saúde

CAPS Centro de Atenção Psicossocial

DST Doença Sexualmente Transmissível

ESF Equipe de Saúde da Família

NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Famíl ia

PACs Programa de Agentes Comunitários

PES Planejamento Estratégico Situacional

PROVAB Programa de Valorização da Atenção Básica

PSF Programa de Saúde da Família

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica

SMS Secretaria Municipal de Saúde

SUS Sistema Único de Saúde

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TFD Tratamento Fora do Domicíl io

UBS Unidade Básica de Saúde

UPA Unidade de Pronto Atendimento

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------- Página 10

2. JUSTIFICATIVA ------------------------------------------ Página 15

3. OBJETIVO ------------------------------------------------- Página 16

4. METODOLOGIA ------------------------------------------ Página 17

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ---------------------------- Página 18

6. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ---------------------- Página 23

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------- - Página 30

8. REFERÊNCIAS ------------------------------------------- Página 32

9. ANEXOS --------------------------------------------------- Página 34

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FIGURAS 1. CLASSIFICAÇÃO GERAL -------------------------- Página 34 2. FIGURA 01 ------------------------------------ -------- Página 35 3. FIGURA 02 -------------------------------------------- Página 36 4. FIGURA 04 -------------------------------------------- Página 37 5. FIGURA 05 -------------------------------------------- Página 38 6. FIGURA 07 ---------------------------- ---------------- Página 39 7. FIGURA 08 -------------------------------------------- Página 40 8. FIGURA 12 -------------------------------------------- Página 41 9. FIGURA 13 -------------------------------------------- Página 42 10. FIGURA 28 -------------------- ------------------------ Página 43 11. FIGURA 29 ------------------------------- ------------- Página 44 12. FIGURA 30 ------------------------------- ------------- Página 45 13. FIGURA 31 ------------------------------ -------------- Página 46 14. FIGURA 32 -------------------------------------------- Página 47 15. FIGURA 34 -------------------------------------------- Página 48 16. FIGURA 35 ----------------- --------------------------- Página 49 17. FIGURA 36 -------------------- ------------------------ Página 50 18. FIGURA 38 ---------------------- ---------------------- Página 51 19. FIGURA 39 ---------------------- ---------------------- Página 52 20. FIGURA 41 ---------------------- ---------------------- Página 53 21. FIGURA 69 ---------------------- ---------------------- Página 54 22. FIGURA 70 ----------------------- --------------------- Página 55

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor Horácio Pereira de Faria pela

tutoria durante o ano de trabalho em Poços de Caldas, auxíl ios nos

problemas enfrentados e na elaboração deste projeto.

Agradeço ao professor e orientador Juarez Oliveira Castro

pelas orientações que foram essenciais para a construção deste

trabalho.

À Equipe do PSF Jardim Itamaraty I II , muito obrigada pela

convivência e pelo bom trabalho ao longo deste ano.

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INTRODUÇÃO

O acolh imento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuár ios. Impl ica prestar um atendimento com resolut ividade e responsabi l ização, or ientando, quando for o caso, o pac iente e a famíl ia em relação a outros serviços de saúde para cont inuidade da ass is tênc ia estabelecendo art icu lações com estes serviços para garant ir a ef icác ia desses encaminhamentos. (ABBES; MASSARO, 2004, p01) .

Um grande desafio da atenção primária em saúde é o

f luxo de atendimento à demanda espontânea nas unidades de

saúde. O acolhimento dos pacientes com queixas agudas é, muitas

vezes, um problema para os prof issionais de saúde, principalmente

pelo despreparo de alguns prof issionais para realizá-lo, como as

auxil iares administrativas ou técnicas de enfermagem, como é

realizado na prát ica de várias Unidades Básicas de Saúde (UBSs)

pelo país.

Além da escuta inicial e humanizada dos pacientes que

chegam às UBSs em busca de atendimento, o acolhimento é

responsável pela determinação do f luxo desse atendimento e da

priorização de casos mais graves com uma classif icação de risco,

segundo f luxogramas existentes nos Cadernos de Atenção Básica

para o Acolhimento, como guias para a melhor assistência da

população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013a; 2013b).

A REDE DE SAÚDE DE POÇOS DE CALDAS/MG

A Rede de serviços próprios do Município de Poços de

Caldas, administrados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

está organizada em Atenção Básica; Atenção Especializada; Saúde

Mental; Urgência e Emergência; Laboratório Municipal de Análises

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Clínicas; Assistência Farmacêutica; e Vigi lância em Saúde. Além

disso, a SMS conta com um Setor de Medicina Social; Setor de

Tratamento Fora do Domicíl io (TFD) e toda a área de gestão

administrativa e f inanceira da Rede de Atenção a Saúde.

Cada uma destas áreas está formada por serviços e

programas: 32 Unidades de Saúde da Família (USF), sen do 26 na

área urbana e 6 na área rural, com 28 Equipes de Saúde da

Família cadastradas, 04 equipes de Saúde Bucal e 03 Equipes de

Núcleo Apoio a Saúde da Família (NASF); 03 Unidades Básica de

Saúde (UBS); Programa Materno Infantil; 01 Equipe de Atenção

Domicil iar (fora de área); 02 Consultórios Volantes de Odontologia;

01 consultório odontológico no centro de referência DST/AIDS;

Serviços de Saúde Mental: 01 CAPS II; 01 CAPS AD. (PLANO

MUNICIPAL DE SAÚDE DE POÇOS DE CALDAS 2014 A 2017).

Como serviços de Urgência e Emergência existem: 01

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Zona Leste; PA do

Hospital Municipal Margarita Morales; SAMU. (PLANO MUNICIPAL

DE SAÚDE DE POÇOS DE CALDAS 2014 A 2017).

O SUS de Poços de Caldas conta com serviços privados

que mantém convênio ou contrato com a Prefeitura: Hospital Santa

Casa de Poços de Caldas; Hospital Santa Lúcia; Associação dos

Pais e Amigos do Excepcional (APAE); Clínica Santa Clara

(internação para dependentes químicos); Associação de

Assistência a Criança Deficiente (AACD) e Associação dos

Deficientes Físicos de Poços de Caldas (ADEFIPE). (PLANO

MUNICIPAL DE SAÚDE DE POÇOS DE CALDAS 2014 A 2017).

O PSF JARDIM ITAMARATY III

O Programa de Saúde da Família (PSF) Jardim Itamaraty

III, surgiu há cerca de dois anos e meio como uma equipe de apoio

do PSF Parque Pinheiros e teve sua separação definit iva como

equipe nova há um ano e seis meses com a vinda do primeiro

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médico do PROVAB para a equipe e com a abertura de vagas no

concurso público para prof issionais da saúde de 2013 que

incorporou à equipe as Agentes Comunitárias de Saúde (ACSs), a

Enfermeira e uma Técnica de Enfermagem. Teve sua nova sede

inaugurada no dia 27 de Abri l de 2015.

A comunidade adscrita ao Programa de Saúde da Famíl ia

(PSF) Jardim Itamaraty III consiste de uma população de 2526

habitantes, segundo a últ ima atualização no Sistema de

Informação da Atenção Básica (SIAB), dividida em seis micro-

áreas. A região, pertencente à regional leste da cidade, foi

fundada há cerca 5 anos, na saída da cidade pela rodovia para

Belo Horizonte, sendo composta pelos últ imos bairros do munícipio

de Poços de Caldas, divisa com o município de Cald as/MG. A

maioria da população trabalha no setor de comércio do centro,

principalmente na rede hoteleira, no caso das mulheres e no setor

secundário de indústrias de produtos alimentícios, no caso dos

homens. Toda a população possui acesso à rede de esgoto, água

encanada e luz elétrica na região. Composta por 671 mulheres

(29,61%) e 1595 homens (70,39%). A região surgiu com a

construção dos conjuntos habitacionais f inanciados pela prefeitura

de Poços de Caldas com o objet ivo de fornecer uma moradia digna

e de valor acessível para as famílias de baixa renda da cidade que

haviam se instalado em aglomerados e/ou viviam de aluguel,

previamente cadastradas no município e que preenchiam critérios

de carência para conseguirem tal benefício. Dessa forma, foram

inaugurados os condomínios de prédios populares em um terreno

comprado pela prefeitura atrás da área industrial do município, há

aproximadamente 12 km do centro comercial da cidade. A área de

abrangência compõe-se de seis micros regiões divididas a partir

dos condomínios Itamaraty I, Itamaraty II I, Itamaraty IV, Itamaraty

V e Chácara Poços de Caldas.

Enfrentamos problemas sociais por a tender a população

de baixa renda do munícipio como crescente aumento do tráf ico de

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drogas, sexarca e gestação na adolescência, maus tratos infantis,

abuso de benzodiazepínicos, pacientes psiquiátr icos abandonados

pelas famílias morando sozinhos, uso e abuso de álcool e outras

drogas, abuso sexual, violência domésticas, não adesão ao

tratamento entre outros.

A população da área do PSF Jardim Itamaraty III nunca

antes teve contato com uma UBS com os preceitos da Atenção

Primária em Saúde e da Estratégia de Saúde da família, sendo

acostumada apenas aos cuidados de agravos e consultas

individuais ou com o constante assistencial ismo de alguns órgãos

na região.

Como consequência da falta de ações voltadas para a

educação em saúde e de práticas que envolvam a população nas

ações da UBS há uma população que age de forma passiva por

sua saúde, esperando e exigindo o trabalho exclusivamente da

equipe para eles. Outra incoerência é a falta de conhecimento da

população em relação aos direitos e aos serviços prestados na

Estratégia em Saúde da Famíl ia, como a cobrança e exigência de

serviços inexistentes na UBS e que fogem dos níveis de

coordenação da unidade ou da equipe.

O ACOLHIMENTO NO PSF JARDIM ITAMARATY III

Apesar da existência de um protocolo nacional de

acolhimento à demanda espontânea descrito nos cadernos de

atenção básica do Ministério da Saúde, não são uti l izados na

prática clinica das unidades básicas de saúde de Poços de

Caldas/MG.

No PSF Jardim Itamaraty III o acolhimento resume-se à

separação do prontuário pela auxil iar administrativa para uma das

técnicas de enfermagem aferir pressão, medir o peso e colocar na

ordem de chegada para atendimento, passando os pacientes que

chegam para consultas médicas até completara as “vagas de

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consultas”. Isso sobreca rrega o atendimento médico, chegando a

mais de 12 atendimentos por turno, a maioria com queixas crônicas

que poderiam aguardar o agendamento de uma consulta médica.

A principal causa desse problema é a inexistência de um

protocolo municipal para o acolhimento e a falta de preparo dos

prof issionais que atuam nas unidades para atendimento ao público.

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JUSTIFICATIVA

A falta de uma escuta inicial da população com definição

de classif icação de risco faz com que não haja priorização d e

atendimentos para aqueles que precisam mais e mais rápido,

ferindo o princípio da equidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

E o que é pior, muitas vezes é priorizado o atendimento para

aquele paciente que grita, ou que briga mais, não para aquele que

realmente precisa mais. Isso é uma situação que se torna

revoltante a cada dia, não apenas no atendimento da Unidade

Básica de Saúde (UBS), mas também na priorização da liberação

de procedimentos e exames pelo serviço de regularização e

marcação da Secretaria Municipal de Saúde.

Essa falta de acolhimento ou de triagem é um entrave

para o bom andamento das atividades da equipe, deixando em

segundo plano a participação médica em outras atividades como

os grupos operativos ou as reuniões de equipe. Por esse motivo e,

devido à falta de preparo das técnicas de enfermagem que

realizam o atendimento inicial do paciente, decidi realizar uma

proposta de f luxograma e classif icação de risco para a maior parte

das demandas espontâneas do PSF Jardim Itamaraty III.

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OBJETIVOS

O objet ivo geral é elaborar um projeto de intervenção que

visa implantar os protocolos de acolhimento do Ministério da

Saúde no atendimento à demanda espontânea no PSF Jardim

Itamaraty III, no município de Poços de Caldas/ MG.

Os objet ivos específ icos são:

1-Disponibi l izar os f luxogramas de acolhimento existent e

nos Cadernos de Atenção Básica, adequando-os à realidade do

atendimento à demanda espontânea existente no PSF Jardim

Itamaraty I II em Poços de Caldas/ MG com a rede de organização

do atendimento à saúde existente no município.

2-Capacitar as técnicas de enfermagem para a execução

do f luxograma de acolhimento.

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METODOLOGIA

Foi realizada revisão de l iteratura na Scientif ic Electronic

Library Online (Scielo) e na bibl ioteca virtual da Associação

Médica de Minas Gerais com base em busca com os descritores

“acolhimento”, “triagem”, “escuta humanizada”.

O método util izado para a realização do trabalho foi o

Planejamento Estratégico Situacional para a construção do plano

de ação (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O CONCEITO DE ACOLHIMENTO

O acolhimento é uma forma de inclusão dos usuários aos

serviços da atenção primária, uma ampliação do acesso e, muitas

vezes, a porta de entrada de muitas pessoas aos diversos níveis

de complexidade da rede de saúde.

É uma maneira de a equipe de saúde abordar o

atendimento “não previsto”, não determinado na programação da

agenda, em um momento de necessidade do paciente que busca

resolução para um agravo ou condição aguda de doença e recorre

à atenção primária por ser o atendimento mais próximo ou mais

viável no momento.

Segundo o Ministério da Saúde (2006), o acolhimento é

uma atitude que implica estar em relação com alguém, “estar

perto” ou “estar com”, é um compromisso com o reconhecimento do

outro.

EVOLUÇÃO DO ACOLHIMENTO NO SUS

Nas décadas de 80 e 90 o acesso aos serviços de saúde

pública era dif íci l, a atenção primária desorganizada, centrada no

atendimento médico e incapaz de atender a demanda, os

prof issionais de saúde eram desvalorizados e desunidos e os

serviços da atenção primária sucateados com priorização do

atendimento hospitalar (MITRE; ANDRADE; COTTA, 2012) .

Com o objetivo de alterar o modelo de assistência

centrado na doença e no atendimento hospitalar, o Ministério da

Saúde lança, em 1994, o Programa de Saúde da Famíl ia (PSF),

atualmente renomeado com Estratégia de Saúde da Família (ESF),

agregando à atenção primária o Programa de Agentes

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Comunitários (PACs), iniciando assim, a equipe multiprof issional

em saúde das famílias e comunidades (MITRE; ANDRADE; COTTA,

2012).

O acolhimento surge no SUS na década de 90 propondo

uma mudança na reorganização dos serviços de saúde para

garantir o acesso universal e estruturando o trabalho em u ma

equipe multiprof issional (MITRE; ANDRADE; COTTA, 2012) .

Em 2004, o Ministério da Saúde lança a Polít ica Nacional

de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde

– HumanizaSUS buscando a valorização dos diferentes agentes

envolvidos na saúde, usuários, trabalhadores e gestores. Essa

polít ica objet ivava, na época de seu lançamento, a redução do

tempo de espera para o atendimento em saúde por meio da

ampliação do acesso com o acolhimento e classif icação de risco.

Visava também à criação do vínculo entre usuários e prof issionais

da atenção primária por meio da responsabilização territorial e

atenção integral (BRASIL, 2004; BRASIL, 2008) .

Segundo Abbês e Massaro (2004) , o acolhimento é visto

como uma forma de receber o paciente em uma sala mais

confortável em vez da recepção, e, na prática, ainda funciona

como uma forma de triagem administrat iva e encaminhamentos.

Segundo essa noção, o acolhimento demonstra -se como uma forma

de repasse do problema inicial para outro prof issional, reduzindo

ou inativando o vínculo do usuário com o prof issional que o acolhe.

Ainda, esse tipo de prática, por mais comum que seja, acaba por

restringir o acesso aos serviços da atenção primária, reduzindo a

vagas de atendimento do dia, pois mantém o processo de trabalho

médico centrado.

O ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Segundo os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da

Saúde (2013a; 2013b), para o acolhimento da demanda

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espontânea é necessário uma mudança no processo de trabalho da

equipe, garantindo maiores equidade e qualidade e uma escuta

humanizada da população. O acolhimento não deve se resumir à

“distr ibuição de senhas” de atendimento médico, l imitadas às

vagas existentes, nem mesmo se restringir a uma triagem para o

atendimento médico. A organização do acolh imento deve ser um

trabalho em equipe, assim como as discussões e definições sobre

a abordagem dos casos e o papel de cada prof issional na

realização dessa abordagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013a) .

Para um bom envolvimento em equipe, é necessária a

definição das tarefas, como: quem serão os responsáveis por

receber o usuário na unidade ou pela avaliação do risco e

vulnerabil idade desse usuário; a conduta inicial do caso; quando

encaminhar/agendar uma consulta médica; a organização da

agenda dos prof issionais e quais serviços poderão ser oferecidos

além da consulta médica para o atendimento da demanda

espontânea. Faz-se necessário a ampliação da capacidade de

escuta humanizada e da clínica da equipe de saúde, para a

realização de uma boa anamnese, reconhecendo riscos e

vulnerabil idades e realizar ou acionar intervenções de forma

oportuna em cada caso. A mesma pessoa que faz a escuta inicial

pode ser a responsável pela intervenção necessária, isso amplia a

resolutividade e a capacidade de cuidado da equipe (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2013a).

Uma proposta de organização do atendimento à demanda

espontânea é apresentada nos f luxogramas existentes nos

Cadernos de Atenção Básica sobre o Acolhimento, volumes I e II ,

que são apresentados em anexo no presente trabalho. Vale

ressaltar que esses f luxogramas são uma forma de nortear o

acolhimento, não de moldá-lo, sendo importantes os ajustes

necessários para a realidade de casa equipe, adequando aos

serviços e rede de saúdes disponíveis em cada região

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013a; 2013b).

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Outro aspecto importante apresentado nesses Cadernos

são a estrat if icação e classif icação de risco/vulnerabil idade, não

como forma de triagem dos pacientes para as consultas médicas

do dia, mas como orientação para o t ipo de intervenção necessár ia

e o tempo em que ela deve ocorrer. Nesse aspecto, é importante

considerar o r isco não apenas em termos da morbimortalidade das

doenças, mas considerar condições de vida que aumentam a

vulnerabil idade do indivíduo. Dessa forma, o momento do

acolhimento apresenta uma grande oportunidade de inclusão em

algum plano de cuidado, como no caso de dependentes de álcool

ou outras drogas ou de pacientes com condições crônicas, sem

adesão ao tratamento que procuram a unidade por um quadro

agudo de diarreia ou gripal . A oportunidade do atendimento inicial

torna-se uma forma de resgate do paciente aos cuidados de saúde

e aumento do vínculo do mesmo com uma equipe que o escuta e

ajuda no momento que buscava o atendimento.

De acordo com os f luxogramas propostos pelo Mini stério

da Saúde (2013a; 2013b) e apresentados em anexo, em situações

não agudas as condutas possíveis são: orientações específ icas ou

sobre as ofertas da unidade, adiamento/agendamento de ações

previstas ou ainda a programação de intervenções. Já em

situações agudas são previstas como possibi l idades de condutas:

o atendimento imediato em casos de alto r isco de morte, obrigando

a presença do médico; o atendimento prioritário, em risco

moderado, com intervenção breve da equipe, podendo haver

medida de conforto inicialmente ofertada pela enfermagem, até a

nova avaliação do prof issional mais indicado, sendo priorizado na

ordem dos atendimentos médicos; o atendimento no dia para casos

de baixo risco ou ausência de risco com vulnerabilidade

signif icat iva que são s ituações que devem ser manejadas no

mesmo dia pelo médico e/ou enfermeiro e/ou odontólogo

dependendo da situação, aproveitando para captar usuários sem

adesão às l inhas de cuidado existentes na unidade.

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Outro tema discutido pelo Ministério da Saúde, nos

mesmos Cadernos de Atenção Básica para o Acolhimento (2013a;

2013b), é a organização da agenda de atendimento da equipe de

forma a garantir atendimento individual para grupos específ icos,

como puericultura, hipertensos e diabéticos; retornos de pacientes

que necessitam de acompanhamento próximo por situações de

cuidados continuados; e agenda de atendimentos agudos

identif icados a partir do acolhimento à demanda espontânea, para

situações que necessitam de atendimento no dia ou aquelas não

são agudas, mas que demandam um agendamento breve. Tendo

em vista essa abordagem, a criação de vagas de consulta médica

para serem agendadas a partir do acolhimento está entre as

propostas de intervenção do presente trabalho.

Segundo o Ministério da Saúde (2006) o acolhimento

deve-se caracterizar como uma forma de organização do processo

de trabalho, para que toda a equipe multiprof issional seja

responsável por receber, escutar e resolver os problemas do

usuário que chega à unidade de saúde. A mudança estrutural abre

espaço para discussão e ação em equipe.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA:

No PSF Jardim Itamaraty III não exist ia acolhimento da

demanda espontânea. Essa prát ica resumia -se à distr ibuição de

“vagas” de atendimento médico para os primeiros que chegassem

sem marcação de consulta, para tentar “encaixe” nas vagas de

pacientes faltosos do período. Isso porque todos os pacientes da

manhã eram marcados para o mesmo horário, 8 horas ou 13 horas.

Sendo que os últ imos a chegarem seriam os ú lt imos para o

atendimento. Essa função de definição de quem seria atendido, e

daqueles que não teriam o atendimento no período era realizada

pela auxil iar administrat iva, na recepção da unidade. Pois a

mesma separava os prontuários a partir da ordem de che gada até

completar o número de vagas existentes e orientava os demais

pacientes a retornarem em outro turno ou a procurar a Unidade de

Pronto Atendimento (UPA) caso necessário.

Diante de constantes crít icas e reclamações da população

e da equipe de trabalho da unidade, decidimos iniciar a realização

do acolhimento da demanda espontânea com separação de vagas

de atendimento médico por turno. Dessa forma, as técnicas de

enfermagem ou a enfermeira iniciaram uma escuta humanizada dos

pacientes e a definição dos pacientes que necessitavam de

atendimento no dia, orientando os demais pacientes a agendarem

a consulta médica.

Com esse início do acolhimento surgiram dúvidas e

inseguranças das prof issionais que o realizavam. Muitas se

sentiam desconfortáveis em deixar os pacientes sem atendimento

médico, gerando novamente sobrecarga de atendimentos sem

queixas agudas, até suprir as “vagas” de consulta do dia. Esse

problema era agravado pelo fato de não ter disponibi l idade de

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consultas médicas na agenda, já que as consul tas marcadas eram

determinadas pela livre demanda de marcações. Não existe uma

definição ou classif icação de prioridades entre os pacientes que

comparecem ao PSF procurando marcar consultas médicas. A

equidade era definida pela ordem de procura do paciente aos

serviços da UBS.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS NÓS CRÍTICOS:

São as causas principais (nós crít icos) do problema

enfrentado no acolhimento do PSF Jardim Itamaraty III:

o Auxil iar administrat iva realizando acolhimento;

o Equipe despreparada para a realização do acolhimento

na UBS;

o Falta de um protocolo de acolhimento na prática clínica.

3. DESENHO DAS OPERAÇÕES E AÇÕES:

Operações e ações para enfrentamento dos nós crít icos:

Uti l izar os f luxogramas de acolhimento no

atendimento à demanda espontânea do PSF Jardim

Itamaraty III;

Capacitação das técnicas de enfermagem e

enfermeira;

Organização e definição das tarefas e

competências de cada prof issional sobre o

acolhimento da unidade;

Disponibi l izar mais um período da agenda médica

para agendamento de consultas necessárias a part ir

do acolhimento.

4. IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS CRÍTICOS:

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Os recursos necessários são:

Estrutural: Unidade de saúde Jardim Itamaraty III.;

Cognit ivo: Estudos de protocolos, modelos e

f luxogramas já existentes;

Financeiro: Não será necessário;

Polít ico: Adesão da equipe a implantação do

protocolo.

Recursos crít icos são aqueles essenciais para a

realização das ações planejadas, no presente trabalho:

Adesão e apoio da equipe do PSF Jardim Itamaraty

III.

5. ANALISE DE VIABILIDADE E DEFINIÇÃO DAS AÇÕES

ESTRATÉGICAS:

Ator que controla: Equipe de saúde do PSF Jardim

Itamaraty III.

Motivação: A equipe se encontra motivada para a

implantação do projeto.

6. ELABORAÇÃO DO PLANO OPERATIVO:

Os responsáveis e prazos para a realização das operações

serão:

Médica: Disponibil ização dos f luxogramas de

acolhimento como guia de consulta rápida: Um mês.

Médica e/ou enfermeira: Capacitação das técnicas de

enfermagem para a util ização do f luxograma para o

acolhimento: Uma semana.

Técnicas de enfermagem: Util ização do f luxograma e

protocolo para organização da demanda espontânea

em cada turno de atendimento no PSF: Três semanas

de implantação experimental.

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Enfermeira: Controle e continuidade do uso pela

equipe: continuo no dia-a-dia de trabalho.

7. GESTÃO DO PLANO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:

O plano operativo deve ser gerido para que seja bem

implantado e uti l izado na prática clínica. Para tanto os protocolo e

f luxograma serão disponibil izados pela médica por orientação do

TCC e apresentados pela equipe.

Será necessária a capacitação das técnicas de

enfermagem para a aplicação do f luxograma que poderá ser

realizada pela médica e pela enfermeira do PSF.

Para implantação do f luxograma de forma experimental

será necessário o apoio e trabalho das técnicas de enfermagem,

enfermeira e médica para eventuais dúvidas e discussões de

casos.

E o controle e incentivo do uso dos f luxogramas poderão

ser realizados pela enfermeira da unidade, que é a responsável

pela coordenação da equipe e, geralmente a prof issional de maior

permanência na equipe.

Quadro 1 – Operações sobre a implantação dos fluxogramas de

Acolhimento do Ministério da Saúde na Equipe de Saúde da Família

Jardim Itamaraty III, em Poços de Caldas, Minas Gerais:

Nós críticos Falta de protocolo de acolhimento na prática clínica;

Equipe mal preparada para a realização do Acolhimento;

Auxiliar administrativa realizando o acolhimento.

Operação Utilizar os fluxogramas de acolhimento no atendimento à

demanda espontânea do PSF Jardim Itamaraty III;

Organização e definição das tarefas e competências de

cada profissional sobre o acolhimento da unidade;

Disponibilizar mais um período da agenda médica para

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agendamento de consultas necessárias a partir do

acolhimento.

Projeto Acolhendo no PSF Jardim Itamaraty III.

Resultados

esperados

Organização no atendimento da demanda espontânea do

PSF Jardim Itamaraty III;

Fim do acolhimento por senhas e “vagas” de consultas

em cada turno;

Fim do acolhimento realizado na recepção da unidade.

Produtos

esperados

Implantação dos fluxogramas de atendimento da

demanda espontânea existentes nos Cadernos de

Atenção Básica do Ministério da Saúde.

Atores sociais/

responsabilidades

Médica: Disponibilização dos fluxogramas de acolhimento

como guia de consulta rápida; Discussão e atendimento

imediato de casos quando necessário; Disponibilização

de um período na agenda de atendimentos para

consultas da demanda do acolhimento.

Técnicas de enfermagem: Aplicação do fluxograma de

acolhimento na prática diária do PSF Jardim Itamaraty III;

Realização de escuta humanizada dos pacientes de

demanda espontânea; Discussão dos casos quando

necessário.

Enfermeira: Realização de escuta humanizada dos

pacientes de demanda espontânea; Realização de

atendimentos de enfermagem para casos necessários, de

acordo com os fluxogramas existentes; Discussão dos

casos quando necessário.

Recursos

necessários

Estrutural: Unidade de saúde Jardim Itamaraty III.

Cognitivo: Estudos de protocolos, modelos e fluxogramas

já existentes.

Financeiro: Baixo custo, apenas a impressão dos

fluxogramas para disponibilização no PSF.

Político: Adesão da equipe da ESF Jardim Itamaraty III

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para a utilização do protocolo.

Recursos críticos Adesão e apoio da equipe do PSF Jardim Itamaraty III.

Controle dos

recursos críticos /

Viabilidade

Ator que controla: Equipe do PSF Jardim Itamaraty III.

Motivação: Aprendizagem sobre características clínicas

de eventos agudos; Incentivo da equipe.

Ação estratégica

de motivação

Realização de uma capacitação com as técnicas de

enfermagem sobre características clínicas.

Estímulo ao uso dos fluxogramas e discussões de casos

em reuniões de equipe.

Responsáveis: Médica: Disponibilização dos fluxogramas de acolhimento

como guia de consulta rápida.

Médica e/ou enfermeira: Capacitação das técnicas de

enfermagem para a utilização do fluxograma para o

acolhimento.

Técnicas de enfermagem: Utilização do fluxograma e

protocolo para organização da demanda espontânea em

cada turno de atendimento no PSF.

Enfermeira: Controle e continuidade do uso pela equipe.

Cronograma /

Prazo

Disponibilização do protocolo e fluxogramas: Um mês.

Apresentação do fluxograma para a equipe do PSF: Uma

tarde de reunião de equipe.

Capacitação das técnicas de enfermagem para a

aplicação do fluxograma: Uma semana.

Implantação do fluxograma de forma experimental no

PSF: Três semanas.

Controle e continuidade: período de trabalho na equipe.

Gestão,

acompanhamento

e avaliação.

Protocolo e fluxograma: Acompanhamento do protocolo e

fluxograma pelo orientador.

Apresentação do fluxograma para a equipe do PSF:

Médica.

Capacitação das técnicas de enfermagem para a

aplicação do fluxograma: Médica e enfermeira.

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Implantação do fluxograma de forma experimental no

PSF: Técnicas de enfermagem, enfermeira e médica do

PSF.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a implantação e uti l ização do protocolo de

acolhimento e dos f luxogramas de atendimento à demanda

espontânea com classif icação de risco e vulnerabil idade espera -se

que haja maiores organização e qualidade no atendimento aos

usuários do SUS no PSF Jardim Itamaraty III .

A util ização dos f luxogramas, de acordo com as principais

queixas agudas vistas na atenção primária, dará respaldo e

confiança para a equipe de enfermagem da unidade para a

realização de atendimento ef icaz para os pacientes, sem que haja

necessidade de consultas médicas para todos os pacientes que

procurem a unidade. Busca-se maior inserção dos prof issionais

nas atividades de assistência, garantindo o atendimento em equipe

multiprof issional da ESF.

Associada ao melhor f luxo da demanda espontânea

busca-se uma melhor distr ibuição da agenda de atendimentos

médicos para que seja ofertada uma assistência compatível com a

demanda local. Dessa forma, serão colocados em prática os

princípios do SUS de universalidade, como porta de entrada para

todos os moradores da região e da equidade, garantindo

atendimento com qualidade e resolutividade aos pacientes que

precisarem de assistência mais breve, a partir da demanda vista

no acolhimento. Com a disponibil ização de um período da agenda

para atendimentos agendados a partir do acolhimento, acabará

com barreiras ao atendimento de pessoas que procuram a unidade

devido às agutização ou descompensação de condições crônicas,

como “não tem vaga de consulta” ou “para agendar consulta é só

no mês que vem”.

A proposta é deixar a agenda l ivre para marcação direta

para pacientes que buscam acompanhamento rotineiro ou com

condições crônicas compensadas. Àqueles que t iverem queixas

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agudas que demandem assistência dos prof issionais de saúde,

serão atendidos pela equipe de enfermagem ou médica local, no

mesmo dia, ou em um agendamento breve, de acordo com as

necessidades individuais.

Acredito que o projeto seja viável, de simples aplicação e

que possa gerar um grande impacto na organização do processo

de trabalho no atendimento à demanda espontânea das unidades

do município de Poços de Caldas, a começar pelo PSF Jardim

Itamaraty III, o qual inspirou o presente trabalho a partir do

Planejamento Estratégico Situacional.

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REFERÊNCIAS

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classif icação de risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 49p.

Disponível em:

http://www.saude.sc.gov.br/hi jg/gth/Aco lhimento%20com%20Classif

ica%C3%A7%C3%A3o%20de%20Risco.pdf . Último acesso em 19

de outubro de 2015 às 10h43min.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva.

Núcleo Técnico da Polít ica Nacional de Humanização .

HumanizaSUS - Polít ica Nacional de Humanização: a humanização

como eixo norteador das prát icas de atenção e gestão em todas as

instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde , 2004. 20p.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a

Saúde. Núcleo Técnico da Polít ica Nacional de Humanização.

Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasíl ia:

Ministério da Saúde , 2006. 42p.

4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à

Saúde. Núcleo Técnico da Polít ica Nacional de Humanização -

HumanizaSUS: documento base para gestores e trabalhadores do

SUS. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde , 2008. 70p.

5. CAMPOS, F. C. C.; FARIA H. P.; SANTOS, M. A.

Planejamento e avaliação das ações em saúde. Curso de

Especialização em Atenção Básica à Saúde da Família . 2ed.

Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2010. Disponível em:

<https:/ /www.nescon.medicina.ufmg.br/bibl ioteca/registro/Planejam

ento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_2/3>. Últ imo acesso em

10 de novembro de 2015, às 18h40min.

6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda

espontânea. Cadernos de Atenção Básica , nº 28, v. I:

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Acolhimento à demanda espontânea. Brasíl ia, 2013. Disponível

em:

http://www.saude.sp.gov.br/resources/humanizacao/biblioteca/docu

mentos-norteadores/cadernos_de_atencao_basica_ -_volume_i.pdf .

Últ imo acesso em 30 de novembro de 2015 às 12h31min.

7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda

espontânea. Cadernos de Atenção Básica , nº 28, v. II :

Acolhimento à demanda espontânea. Brasíl ia, 2013. Disponível

em:

http://www.saude.sp.gov.br/resources/humanizacao/biblioteca/docu

mentos-norteadores/cadernos_de_atencao_basica_ -_volume_ii.pdf .

Últ imo acesso em 30 de novembro de 2015 às 11h32min.

8. MITRE, S. M.; ANDRADE, E. L. G.; COTTA, R. M.

Avanços e desafios do acolhimento na operacionalização e

qualif icação do Sistema Único de Saúde na Atenção Primária: um

resgate da produção bibl iográf ica do Brasil. Ciência & Saúde

Coletiva , Rio de Janeiro, v. 17, n. 8, p. 2071-2085, 2012.

9. PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE DE POÇOS DE

CALDAS – 2014 A 2017. Disponível em

f ile:///C:/Users/Ver%C3%B4nica/Downloads/pocos_de_caldas_m g%

20(2).pdf. Últ imo acesso em 04 de novembro de 2015 às

18h24min.

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FLUXOGRAMAS

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