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Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco (Torre do Pinhão – Sabrosa) Proposta de Definição do âmbito do Estudo de impacte Ambiental Setembro de 2002 Granitos de Torre do Pinhão, Lda.

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Page 1: Proposta de Definição do âmbito do Estudo de impacte Ambiental · Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 1/19 Proposta de Definição do Âmbito do Estudo

Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco

(Torre do Pinhão – Sabrosa)

Proposta de Definição do âmbito do

Estudo de impacte Ambiental

Setembro de 2002

Granitos de Torre do Pinhão, Lda.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

EXPLORAÇÃO DE ROCHA ORNAMENTAL – PEDREIRA DO CORISCO

(Torre do Pinhão – Sabrosa)

PROPOSTA DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO

DO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

Índice Geral

1 – Introdução ........................................................................................................................1/19

2 – Identificação, descrição sumária do empreendimento ...................................................1/19

3 – Alternativas ao projecto ...................................................................................................7/19

4 – Planos de ordenamento do território...............................................................................8/19

5 – Identificação das questões significativas ........................................................................8/19

6 – Proposta metodológica de caracterização do ambiente afectado e a sua previsível

evolução sem projecto ...................................................................................................11/19

7 – Proposta metodológica para a identificação, avaliação e previsão de impactes.........13/19

8 – Proposta metodológica para a elaboração do plano de monitorização .......................16/19

9 – Planeamento do EIA......................................................................................................18/19

Anexos:

A) Levantamento Topográfico da Área de Implantação do Projecto (Esc: 1/1000). B) Antecedentes. C) Plantas do PDM de Sabrosa.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 1/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

1 – Introdução

Com a presente Proposta de Definição do Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental

(EIA) pretende-se adoptar os preceitos do Artigo 11º do Decreto-Lei 69/2000, de 3 de Maio,

visando a identificação das questões ambientais significativas relacionadas com o projecto

“Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco”, que se pretende implementar no

lugar do Corisco, freguesia de Torre do Pinhão, concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.

A presente PDA foi estruturada de acordo com as normas técnicas indicadas no Anexo I da

Portaria 330/2001, de 2 de Abril.

2 – Identificação, descrição sumária do empreendimento

a) Identificação do proponente

Denominação Social: Granitos de Torre do Pinhão, Lda.

Sede Social: Aveleira D`Além

Milhundos

4560 – 231 Penafiel

Telefone: 255. 213 362

Fax: 255. 213 362

N.º de contribuinte: 504 455 753

Estrutura Jurídica: Sociedade por quotas.

Sócio-gerente: Joaquim de Sousa Costa.

b) Designação e objectivo do projecto.

O projecto designa-se por “Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco” e tem

como objectivo o licenciamento da exploração de uma massa de granito que ocorre numa

área com cerca de 4,5 ha inserida nos baldios da freguesia de Torre de Pinhão.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 2/19 Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

O projecto será traduzido num Plano de Pedreira, o qual integrará um Plano de Lavra e um

Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística, de acordo com os requisitos do Decreto –

Lei 270/2001, de 6 de Outubro.

A Avaliação de Impacte Ambiental decorre do estipulado no Decreto – Lei 69/2000, de

3 Maio (n.º 2, alínea a, do Anexo II), devido ao facto de existir uma pedreira licenciada na

vizinhança da área de implantação do projecto, num raio inferior a 1 km.

c) Antecedentes

Em Março de 2001, a Empresa requereu à Direcção Regional de Ambiente e Ordenamento

do Território – Norte (DRAOT – Norte) a Certidão de Localização da pedreira.

Em Abril de 2002, após a emissão de Certidão por parte da Direcção Regional de

Agricultura de Trás-os-Montes e informação da Direcção Regional de Economia do Norte, a

DRAOT – Norte comunicou à Empresa que a pretensão carecia de Estudo de Impacte

Ambiental.

Os documentos relativos ao acima referido são apresentados no Anexo A.

d) Identificação da entidade licenciadora

A entidade licenciadora é o Ministério da Economia através da Direcção Regional de

Economia do Norte.

e) Localização do projecto

A área de implantação do projecto localiza-se no lugar do Corisco, freguesia de Torre do

Pinhão, concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.

A figura seguinte representa a localização da área de implantação do projecto, à escala

1/25000.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 4/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

f) Descrição sumária da área de implantação do projecto

A área de implantação do projecto situa-se no sopé SE da serra da Falperra, a uma altitude

média de 800 m, distando cerca de 1,6 km do leito do rio Pinhão, um afluente do rio Douro.

Está inserida num meio rural, afastado de aglomerados populacionais, nos terrenos baldios

da freguesia de Torre do Pinhão.

Em tempos idos, estes terrenos baldios eram densamente florestados, com predomínio do

pinheiro-bravo, coexistindo com a floresta de pinhal pequenas áreas, situadas em fundo de

vale, onde se praticava uma agricultura de subsistência.

Nos dias de hoje, os terrenos baldios encontram-se quase completamente desprovidos de

vegetação arbórea, consequência dos grandes incêndios que lavraram em toda a região há

já algumas décadas. A erosão fez o resto, levando ao desaparecimento da camada de solo,

expondo o substrato rochoso granítico nas encostas e cume da serra.

Nos vales subsistem os terrenos com aptidão para a agricultura e pastorícia. No entanto, as

transformações sociais e económicas da região, registadas nas últimas três décadas,

levaram ao progressivo abandono da prática agrícola, encontrando-se inculta e coberta de

matos a maior parte da superfície arável dos baldios.

A exploração de granito foi sempre praticada nestes terrenos, se bem que em pequena

escala, através de pedreiras de pequena dimensão destinadas a suprir necessidades

ocasionais, fosse de perpianho ou pedra tosca para construção. Contudo, foi destes

terrenos que, de acordo com relatos de populares locais, saiu muita da pedra de construção

dos grandes imóveis característicos das sedes dos concelhos da região.

As recentes transformações sociais e económicas também vieram a reflectir-se na prática

extractiva, incrementando-a, dado o significativo valor do granito que aflora nestes terrenos,

“granito amarelo de Vila Real”, como rocha ornamental e a sua crescente procura por parte

dos mercados nacionais e estrangeiros. Daqui, o interesse da fixação de empresas

extractivas nesta região.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 5/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

g) Descrição sumária do projecto

O projecto consiste na exploração de um afloramento granítico com a finalidade de extrair

blocos destinados à indústria transformadora de rochas ornamentais.

A exploração será a céu-aberto em flanco de encosta, através da formação de bancadas

cuja altura será imposta pela fracturação horizontal do maciço, não ultrapassando, de

qualquer modo, os 10 m.

O número de bancadas, ou a profundidade do desmonte, será imposto pela espessura da

camada de granito amarelo, a qual, devido ao facto da sua cor resultar dos fenómenos de

meteorização, não apresenta, no geral, espessuras superiores a 15 metros.

O desmonte será realizado por pequenas cargas de explosivo colocadas em furos verticais

abertos por martelos perfuradores pneumáticos.

Os meios mecânicos a utilizar serão um compressor para fornecer ar comprido aos martelos

perfuradores e uma pá carregadora munida de um “garfo” frontal para deslocar os blocos e

proceder ao carregamento destes nos camiões dos clientes.

O número de trabalhadores previsto, incluindo o gerente, será de 6.

h) Instalações industriais complementares do projecto

Não existem instalações industriais complementares ao projecto.

i) Principais acções de exploração e de desactivação

As fases de exploração e de desactivação serão objecto de planos de pormenor a

consubstanciar, respectivamente, no Plano de Lavra e no Plano Ambiental e de

Recuperação Paisagística.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 6/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

Pretende-se estabelecer um planeamento que conjugue a exploração com uma recuperação

paisagística faseada, de modo a que se obtenha a integração paisagística das zonas

exploradas, à medida do avanço da exploração.

No final da vida útil da pedreira serão implementadas medidas destinadas a restituir à área

explorada a primeira aptidão.

j) Lista dos principais tipos de materiais produzidos e de energia utilizada

Os materiais produzidos serão:

- “Bloco para engenho” (cerca de 2,5 m3);

- “Semi – bloco” (cerca de 1,5 m3).

A energia a utilizar será o gasóleo.

k) Lista dos principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previsíveis

Efluentes:

A actividade de exploração não dará origem a efluentes líquidos industriais.

Resíduos industriais sólidos:

Os resíduos produzidos serão os resultantes da reparação e manutenção dos equipamentos

acima referidos: barrenas usadas, óleos usados, filtros de óleo, baterias e pneus.

Emissões:

As emissões originadas pela pedreira estarão relacionadas com as poeiras e com o ruído.

O EIA deverá caracterizar os níveis sonoros e de empoeiramento da situação de referência

e prever a evolução para a situação operativa, considerando os efeitos cumulativos.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 7/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

l) Programação temporal estimada das fases de exploração e desactivação

Fase de exploração

A duração da exploração está estimada em cerca de 12 anos. Será necessário proceder a

um estudo geológico pormenorizado do local e calcular as reservas de granito útil, de forma

a programar as fases de exploração e a estimar com maior precisão o horizonte temporal da

exploração.

Fase de desactivação

Com a implementação de um plano faseado de recuperação paisagística, as zonas

exploradas serão recuperadas à medida do avanço da exploração. Deste modo, aquando da

fase de desactivação, a maior parte da área da pedreira encontrar-se-á recuperada.

Prevê-se assim que, após o término da exploração, as acções de desactivação/recuperação

possam ser realizadas em poucos meses.

3 – Alternativas ao projecto

A indústria extractiva tem como objecto de exploração um recurso não renovável e

inamovível cujo aproveitamento económico só pode processar-se no local da sua

ocorrência, onde a natureza o colocou, ou não se faz, pelo que as alternativas à localização

do projecto teriam de passar pela investigação de outros locais com potencialidades de

exploração, mas na mesma região (ou sub-região) dado ser aqui que ocorre o tipo de

granito pretendido.

Assim sendo, e tendo presente as características da área de implementação do projecto

(afastamento a aglomerados populacionais, cursos de água, zonas de especial estatuto de

conservação, etc), não parece interessante avaliar alternativas à sua localização. Por outro

lado, o granito com os padrões de textura e fracturação pretendidos não é frequente na

região, havendo ainda que contar com os condicionalismos inerentes ao Ordenamento do

Território.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 8/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

Em termos técnicos, existem alternativas de exploração, como, por exemplo, o corte por fio

diamantado. Contudo, o elevado investimento que estas técnicas exigem, torna-as

dependentes da rentabilidade dos projectos a médio/longo prazo.

4 – Planos de ordenamento do território

No Pano Director Municipal (PDM) de Sabrosa – Planta de Ordenamento, a área de

implantação do projecto está inserida num espaço classificado como “Áreas Florestais

Sujeitas a Regime Específico”, sob jurisdição do Instituto Florestal e sujeitas a regime local

específico.

A área de implantação do projecto não se insere em Espaços Naturais, Reserva Agrícola

Nacional, Reserva Ecológica Nacional ou outros espaços com estatutos de protecção

regulamentados.

Em 15 de Setembro de 2001 a Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes emitiu

Certidão (em anexo) em que declara não existirem inconvenientes no licenciamento de uma

pedreira no lugar do Corisco, freguesia de Torre do Pinhão.

5 – Identificação das questões significativas

a) Identificação preliminar das acções ou actividades nas fases de exploração e

desactivação com potenciais impactes negativos

Fase de exploração

O EIA irá identificar todas as componentes do projecto susceptíveis de provocar impactes e

prever/avaliar os impactes que serão induzidos pelo projecto nos factores ambientais da

área em estudo.

Nesta fase preliminar do estudo é possível tecer as seguintes considerações:

- Atendendo a que a área de implantação do projecto se encontra praticamente

desprovida de solos e vegetação, apresentando-se grande parte da sua superfície com o

afloramento granítico à vista, não são expectáveis impactes significativos relacionados

com a destruição da camada de solo e do coberto vegetal;

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 9/19 Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

- Dado que o método de exploração prescinde da utilização de explosivos em larga

escala, não se prevêem impactes significativos relacionados com vibrações e onda de

choque;

- Dado que a área de implantação do projecto não é atravessada por linhas de água e que

este não dará origem a efluentes, não são expectáveis impactes significativos na rede de

drenagem natural.

Neste contexto, prevê-se que os principais impactes negativos da fase de exploração

estejam relacionados com o ruído, empoeiramento e com a escavação resultante da

remoção da camada de rocha alterada. Geralmente, estes impactes têm um grau de

significado directamente proporcional à quantidade e tipo dos meios produtivos utilizados,

nos casos do ruído e do empoeiramento, e à dimensão e acessibilidade visual da área

intervencionada, no caso da escavação.

No respeitante ao projecto em questão, sabe-se, à partida, que a quantidade dos meios

produtivos não será relevante e que a profundidade da escavação será condicionada pela

espessura da camada superficial de granito amarelo que, no geral, não excede os 15

metros.

Em todo o caso, os impactes identificados serão alvo de análises qualitativas e quantitativas,

recorrendo a técnicas de previsão, tendo em vista uma caracterização rigorosa dos seus

graus de significado e magnitudes.

Serão analisados os impactes cumulativos associados à implementação do projecto, tendo

em conta a pedreira que já labora naquele local, assim como a pedreira (Pedreira da Fraga)

que se pretende instalar contiguamente à área do projecto.

Fase de desactivação

Na fase de desactivação poderão ocorrer impactes negativos significativos se não forem

implementadas adequadas medidas de recuperação paisagística.

Estes impactes dever-se-iam ao abandono da área intervencionada, cuja principal

consequência seria a degradação da paisagem. Para que esta situação não venha a

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 10/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

ocorrer, será essencial preparar com antecedência o encerramento da pedreira, conduzindo

a exploração de acordo com um Plano de Lavra em integração com um Plano de

Recuperação Paisagística.

b) Hierarquização do significado dos potenciais impactes negativos significativos e

consequente selecção dos impactes a estudar

Pretende-se que o EIA caracterize a situação ambiental decorrente da globalidade da

actividade da pedreira, pelo que se propõe a análise dos seguintes impactes:

(Por ordem decrescente de potencial significado)

- Impactes da escavação;

- Impactes dos resíduos industriais sólidos;

- Impactes do empoeiramento;

- Impactes do ruído;

- Impactes da circulação de veículos;

- Impactes das vibrações;

- Impactes das desmatagens e remoção dos solos;

c) Identificação dos factores ambientais relevantes

Tendo em conta os potenciais impactes negativos, propõe-se que sejam analisadas as

implicações do projecto nos seguintes factores ambientais:

- Paisagem;

- Solos;

- Recursos Hídricos;

- Fauna e Flora;

- Clima;

- Qualidade do Ar;

- Ambiente Acústico;

- Rede Viária;

- Património Arqueológico e Arquitectónico.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 11/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

d) Identificação das populações e de outros grupos sociais potencialmente afectados

ou interessados pelo projecto

A área de implantação do projecto encontra-se afastada de aglomerados populacionais,

sendo Pinhão Cel a povoação mais próxima, situada a 1 500 m para Sul.

O quadro seguinte indica a distância e o posicionamento geográfico das povoações mais

próximas da área de implantação do projecto.

Quadro 2 – Distância e posicionamento geográfico das povoações.

Povoações Distância

(m)

Posicionamento geográfico

relativamente à área do projecto

Pinhão Cel 1 500 S

Torre do Pinhão 2 200 SSE

Barrela 2 900 NE

Souto de Escarão 3000 SE

Quintã 3 200 N

Distância: medida de uma linha recta entre o limite da área do projecto e o limite imediato da povoação.

Propõe-se a análise dos impactes sócio-económicos locais e regionais associados ao

projecto.

6 – Proposta metodológica de caracterização do ambiente afectado e a sua

previsível evolução sem projecto

a) Objectivos da caracterização

Os objectivos serão caracterizar a situação de referência e diagnosticar o estado do

ambiente na área de implantação do projecto.

b) Tipos de informação a recolher, incluindo limites geográficos e temporais

A área em estudo irá abranger uma superfície com cerca de 50 km2, localizada entre as

latitudes 41º 22’- 41º 27’ e as longitudes 7º 35’- 7º 40’.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 12/19 Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

Esta área será caracterizada nos domínios Biofísico, Sócio-económico e Patrimonial, com

base na informação disponibilizada por diversas entidades públicas, consultas bibliográficas

e levantamentos de campo.

Será designada por “área do projecto”, uma área centrada na área em estudo, formada pela

área de implementação do projecto e pela sua envolvente mais próxima.

Prevê-se um prazo de 4 a 5 meses para a realização dos estudos propostos.

c) Fontes de informação

As principais fontes de informação serão as seguintes:

- Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Norte;

- Direcção Regional da Economia do Norte;

- Direcção Geral da Agricultura;

- Direcção Geral dos Monumentos e Edifícios;

- Câmara Municipal de Sabrosa;

- Instituto Geológico e Mineiro;

- Instituto Nacional da Água;

- Instituto de Meteorologia;

- Instituto da Conservação da Natureza;

- Instituto Português de Arqueologia;

- Instituto Português do Património Arquitectónico;

- Instituto Nacional de Estatística.

d) Metodologias de recolha e tratamento da informação

A pesquisa e recolha de dados/informação para cada factor ambiental identificado, será

efectuada das seguintes formas:

- Consultas bibliográficas;

- Consultas, directas ou pela internet, de entidades oficiais;

- Relatos de habitantes locais;

- Levantamentos de campo.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 13/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

A informação relativa a cada factor ambiental será organizada e tratada com a aplicação das

seguintes técnicas de análise de dados:

- Cartografia;

- Gráficos;

- Tabelas;

- Diagramas;

- Matrizes;

- Modelos quantitativos e qualitativos.

A informação ficará apta a ser comparada com diversos parâmetros indicadores do estado

do ambiente e com a legislação ambiental portuguesa.

7 – Proposta metodológica para a identificação, avaliação e previsão de

impactes

Nesta fase dos estudos ter-se-á como objectivo a identificação, avaliação e previsão dos

impactes do projecto, negativos e positivos, sobre os factores ambientais já referidos.

Para os impactes que venham a revelar-se significativos, serão propostas medidas

mitigadoras e potenciadoras, conforme se tratem, respectivamente, de impactes negativos

ou de impactes positivos.

Seguidamente descrevem-se as abordagens metodológicas de análise dos impactes

associados aos factores ambientais propostos para estudo.

Impactes na Geomorfologia e na Paisagem

Metodologia: (1) Apreciação das características paisagísticas e da qualidade visual da área

do projecto e sua envolvente; (2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e

previsão dos impactes com base em métodos analíticos da acessibilidade visual e

capacidade de absorção visual da área do projecto; (4) Classificação dos impactes.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 14/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

Impactes nos Solos

Metodologia: (1) Apreciação da tipologia e dos usos do solo da área a intervencionar; (2)

Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos impactes atendendo à

quantidade de solo a remover da nova área de exploração, verificação do destino dado aos

solos removidos, verificação dos trajectos utilizados pelos equipamentos móveis,

levantamento e quantificação dos resíduos produzidos e o destino que será dado aos

mesmos; (4) Classificação dos impactes.

Impactes nos Recursos Hídricos

Metodologia: (1) Apreciação das características hidrológicas e hidrogeológicas da área do

projecto e da sua envolvente; (2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e

previsão dos impactes na hidrologia superficial no que respeita a eventuais intersecções de

linhas de água causadas pelo desenvolvimento da exploração e afectação da qualidade da

água; (4) Avaliação e previsão dos impactes na hidrologia subterrânea no que respeita aos

riscos de intersecção do nível freático e de infiltrações de poluentes; (5) Classificação dos

impactes.

Impactes na Flora e Fauna

Metodologia: (1) Apreciação das características ecológicas da área do projecto e da sua

envolvente; (2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos impactes na

fauna com base na quantificação dos níveis de ruído propagados para o exterior da

pedreira, na verificação do grau de afectação das linhas de água e da qualidade de água, na

verificação da afectação dos habitats na área de exploração e sua envolvente; (4) Avaliação

e previsão dos impactes na flora no que respeita à destruição do coberto vegetal e à

afectação pelo empoeiramento propagado para o exterior da pedreira; (5) Classificação dos

impactes.

Impactes na Qualidade do Ar

Metodologia: (1) Apreciação dos indicadores de qualidade do ar da área do projecto e da

sua envolvente; (2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos

impactes na qualidade do ar no que respeita às concentrações de poeiras produzidas na

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 15/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

pedreira e propagadas para o seu exterior, avaliação de potenciais emissões gasosas,

verificação do regime de ventos e do posicionamento dos aglomerados populacionais e

confronto dos valores previstos com os valores admitidos pela legislação em vigor;

(4) Classificação dos impactes.

Impactes no Ambiente Acústico

Metodologia: (1) Apreciação dos indicadores da qualidade acústica da área do projecto e da

sua envolvente; (2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos

impactes no ambiente acústico com base nos níveis obtidos do “ruído incómodo”, utilização

de um modelo previsional da propagação do ruído para o exterior da pedreira, elaboração

de uma carta de ruído com o posicionamento dos aglomerados populacionais e confronto

dos valores obtidos com os valores admitidos pela legislação em vigor; (4) Classificação dos

impactes.

Impactes no Clima

Metodologia: (1) Apreciação das características climáticas da área em estudo; (2)

Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos impactes no clima através

da análise das potenciais alterações provocadas ao regime de ventos, à temperatura e à

humidade relativa; (4) Classificação dos impactes.

Impactes Sócio-económicos

Metodologia: (1) Apreciação das características sócio-económicas da área em estudo;

(2) Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos impactes, regionais e

locais, na demografia e dinâmica populacional, na estrutura urbana e equipamentos e na

economia regional e local; (4) Classificação dos impactes.

Impactes na Rede Viária

Metodologia: (1) Apreciação das características da rede viária na área em estudo, em

particular a que serve directamente a pedreira; (2) Identificação dos focos de impacte;

(3) Avaliação e previsão dos impactes na rede viária com base na quantificação do tráfego

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 16/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

médio diário de veículos pesados oriundos e em direcção à pedreira, na verificação dos

trajectos mais usados pelos veículos pesados, atendendo às suas características

construtivas e disposição relativamente a povoações; (4) Classificação dos impactes.

Impactes no Património Arqueológico e Arquitectónico

Metodologia: (1) Apreciação dos valores patrimoniais da área em estudo, em particular dos

imóveis e/ou achados arqueológicos que se encontrem mais próximos da pedreira; (2)

Identificação dos focos de impacte; (3) Avaliação e previsão dos impactes no património

construído considerando a distância dos imóveis à pedreira e o avanço da exploração; (4)

Classificação dos impactes.

8 – Proposta metodológica para a elaboração do plano de monitorização

O plano de monitorização será implementado durante o ciclo de vida da pedreira, incluindo

na fase de desactivação.

O plano de monitorização consistirá num programa de recolha sistemática de dados cujo

tratamento disponibilizará informação actualizada sobre o estado do ambiente na área do

projecto, visando detectar e corrigir, atempadamente, situações anómalas.

O esquema seguinte representa a metodologia que será adoptada para elaborar o plano de

monitorização.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 17/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 18/19

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

9 – Planeamento do EIA

a) Proposta de estrutura do EIA

Serão seguidas as disposições do Anexo III do D. L. 69/2000 e do Anexo II da Portaria

330/2001, apresentando o EIA em dois volumes: Volume I – Resumo não Técnico – e

Volume II – Relatório Síntese.

O Volume I será o documento de suporte à participação pública, pelo que transcreverá, de

forma sumária e em linguagem acessível ao público interessado, as informações mais

relevantes contidas no Relatório Síntese.

O Volume II será organizado nas seguintes secções:

I – Introdução;

II – Caracterização do Projecto;

III – Caracterização da Situação de Referência;

IV – Análise de Impactes e Medidas Preconizadas;

VI – Plano de Monitorização;

VII – Conclusões e Recomendações.

b) Indicação das especialidades técnicas envolvidas

As especialidades técnicas envolvidas no estudo serão:

- Geologia;

- Minas;

- Edafologia;

- Fisiografia;

- Geoambiente;

- Ecologia;

- Sociologia;

- História e Arqueologia.

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Exploração de Rocha Ornamental - Pedreira do Corisco 19/19 Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

c) Indicação dos potenciais condicionalismos ao prazo de elaboração do EIA

motivados pelas actividades de recolha e tratamento da informação

Não se prevêem condicionalismos ao prazo de realização do EIA devidos às actividades de

recolha e de tratamento de informação.

2002.09.27

GEOMEGA, LDA

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Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

ANEXOS

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Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

ANEXO A – LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DA ÁREA DE

IMPLANTAÇÃO DO PROJECTO (ESC: 1/1000)

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Exploração de Rocha Ornamental – Pedreira do Corisco

Proposta de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental

ANEXO C – PLANTAS DO PDM DE SABROSA

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