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  • 7/26/2019 Projeto.luiz Fernando Zortea

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    UFSC- CAMPUS CURITIBANOS

    LUZ FERNANDO ZORTA

    PRODUO INTENSIVA DE TILPIAS (OREOCHROMIS NILOTICUS),

    INTEGRADA AO CULTIVO HIDROPNICO DE ALFACE (LACTUNA SATIVA ).

    CURITIBANOS-SC

    Fevereiro, 2013

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    UFSC- CAMPUS CURITIBANOS

    LUZ FERNANDO ZORTA

    PRODUO INTENSIVA DE TILPIAS (OREOCHROMIS NILOTICUS),

    INTEGRADA AO CULTIVO HIDROPNICO DE ALFACE (LACTUNA SATIVA ).

    Projeto de construo e apresentado junto a Universidade

    Federal de Santa Catarina como requisito parcial para

    obteno do Certificado de Concluso do Curso de Cincias

    Rurais sob orientao da Coordenadora e Professora Lilian

    Granemann.

    CURITIBANOS

    Fevereiro 2013

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    RESUMO:

    Objetiva-se com este projeto obter novas possibilidades de produo em

    aquaponia para aplicao em pequenas propriedades a partir do desenvolvimento de

    um experimento dividido em duas fases. Na primeira fase ser realizada a criao da

    tilpia (Oreochromis niloticus) em tanques redes, no intuito da gua da produo dos

    peixes servir como soluo nutritiva para cultivo hidropnico de hortalias. Na segunda

    fase sero cultivadas hortalias do tipo alface (Lactuca sativa) e analisada a

    quantidade de macro e micro nutrientes presentes nessa soluo gerada pelos peixes,

    e assim integrando simultaneamente o cultivo hidropnico de alface a produtividade da

    tilpia.

    Palavras chave: Tilpia, Alface, Aquaponia.

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    Sumrio

    Introduo: .................................................................................................................... 5

    Justificativa: .................................................................................................................. 7

    Objetivo Geral: ......................................................................................................... 8

    Objetivos Especficos:........................................................................................... 8

    Metodogia: .................................................................................................................... 9

    Fase 1 ...................................................................................................................... 9

    Fase 2 ................................................................................................................ 10

    Resultados esperados ................................................................................................ 12

    Cronograma ................................................................................................................ 13

    Plano Financeiro ......................................................................................................... 14

    Referencial ................................................................................................................. 16

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    Introduo:

    A criao de tilpias e produo de hidropnica de alface, j so muitodifundidas e utilizadas no setor agropecurio nos dias atuais, sendo assim a juno

    destes sistemas que iro se complementar, atravs da utilizao de duas biomassas

    distintas, a dos peixes exclusivamente aqutica e das plantas. Os peixes iro fornecer

    os nutrientes as plantas, em contra partida as planta purificar a gua para os peixes,

    sendo assim a utilizao de residos gerados em uma produo, como substrato para

    outra atividade o que nos gera a possibilidade da criao de tilpias do Nilo

    (Oreochromis niloticus) em tanques no sistema intensivo, juntamente com a produo

    de alface (Lactuca sativa) em sistemas hidropnicos. Estudos realizados por Rakocyet al. (1993); Quiller et al. (1995); Seawright et al. (1998) indicam a possibilidade

    desta associao.

    A contaminao da gua, do ar, da terra, do homem por resduos e agrotxicos

    talvez seja o problema mais grave da agricultura intensiva, o que evidencia uma

    necessidade maior do reaproveitamento dos residos de maneira a no poluir o meio.

    (EMBRAPA, 2001)

    Na criao de peixes em sistemas intensivos, a gua acumula uma quantia de

    nutrientes que necessitam ser eliminados de tempo em tempo, para que haja a

    possibilidade de ser reaproveitada no tanque. Este processo de eliminao dos

    resduos pode ser realizado pelos vegetais cultivados em hidroponia, uma vez que os

    nutrientes acumulados na gua so absorvidos por eles. (RAKOCY et al., 1993).

    Esses resduos por sua vez so produzidos de diferentes formas, como sobra

    de alimentos, e excretos produzidos esto entre os produtores. Uma vez que os peixes

    excretam amnia (NH3) diretamente na gua.Estes slidos, juntamente com os resduos de alimento no ingeridos, so

    metabolizados pelas bactrias presentes na gua, as quais consomem oxignio e

    produzem a amnia. Esta, inodora e incolor, pode levar os peixes morte devida sua

    grande toxicidade (SIPAUBA- TAVARES et al., 2002; AL-HAFEDH et al., 2003).

    A amnia na forma no-ionizada (NH3) e em concentraes elevadas, pode

    prejudicar a transformao da energia dos alimentos em ATP, com isso inibindo o

    crescimento dos peixes, provocando uma desaminao dos aminocidos, o que, por

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    sua vez, impede a formao de protenas, elemento essencial no crescimento dos

    animais (PARKER E DAVIS, 1981, APUD CAVERO et al., 2004).

    Porem para utilizao destes compostos na forma de nutrientes na soluo

    aquosa da hidroponia , a amnia (NH3) tambm no seria aproveitada visto que ela

    no absorvida pelos vegetais, portanto, para que a posamos utilizar e integrar o

    cultivo de peixes com a hidroponia, necessrio que exista reciclagem dos nutrientes,

    aonde esta amnia devera ser reciclada no ciclo do nitrognio, pela ao de bactrias

    nitrificantes para ser melhor aproveitado pelos vegetais na forma de nitrato.

    A destoxificao da amnia pode ser obtida pelo processo de nitrificao com

    uso de biofiltro, no qual, de acordo com Jeris & Owens (1975), a amnia

    transformada em nitrito e depois em nitrato por ao bacteriana, sendo este ltimo o

    produto final, no txico. E assim ser absorvida pelas plantas na soluo hidropnica.

    Tabela 1 Parmetros de qualidade da gua baseados nas recomendaes do

    Conselho Nacional de Meio Ambiente ( CONOMA) 357/ 2005 de acordo com a classe

    2 que classifica guas destinadas criao natural e/ou intensiva (aquicultura) de

    organismos aquticos ao consumo humano.

    Parmetros Valor de Referncia

    Transparncia da gua (m) 0,40-0,60

    Temperatura gua (C) 28-32

    pH 6,5-8,0

    Oxignio dissolvido (mg/L) >5,0

    Gs Carbnico (mg/L) >5,0

    Turbidez (NTU) 100

    Condutividade eltrica S/ cm 23-71

    Alcalinidade Total (mg/ L CaCO3) >20

    Fsforo Total(mg/L) 0,030Nitrognio amoniacal total (mg/L

    de N)

    2,0

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    Justificativa:

    Num pensamento de unir disponibilidade de recursos a multi produtividade,

    como consequncia a utilizao de residos gerados em uma produo, como

    substrato para outra atividade o que nos gera a possibilidade da criao de tilpias

    do Nilo (Oreochromis niloticus) em tanques no sistema intensivo, juntamente com a

    produo de alface (Lactuca sativa) em sistemas hidropnicos.

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    Objetivos:

    Objetivo Geral:

    Implantao de um sistema autossuficiente integrando criao de peixes e

    produo hidropnica de hortalias.

    Objetivos Especficos:

    Utilizao dos resduos da produo de peixes (restos de alimento e dejetos

    dos peixes), como soluo nutritiva para sistemas hidropnicos.

    Destoxificao e aerao da gua para cultivo dos peixes.

    Proporcionar uma fonte de renda extra a produtores de peixes.

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    Metodogia:

    O experimento ser conduzido na Universidade Federal de Santa Catarina,campus Curitibanos, rodovia Municipal Ulysses Gabordi Km 3, Fazenda Pessegurinho.

    Mesotrmico, com temperatura mdia 19C. Altitude 987m acima do nvel do mar.

    Fase 1

    Os alevinos de tilpia sero criados em 2 tanques de polietileno com

    capacidade de 2000 litros cada, na quantidade de 30 alevinos por 1000 litro,

    provenientes da compra de terceiros em torno de 10g. Cada tanque ser subdividido

    em trs tanques redes de malha fina de 60 cm de largura x 90 cm de comprimento x

    90 cm de profundidade. Permanecendo-nos mesmo at atingirem um peso mdio de

    50g, aps isso sero retiradas as redes at alcanarem o peso do abate estimado em

    500g.

    Aps esta fase os animais sero destinados ao comrcio local. Sero avaliadas

    as variveis de qualidade de gua (pH, NH3, NO3-, P, K, Ca, Mg, O2 dissolvido e

    turbidez) e atravs de realizao de biometrias semanais, onde sero medidos vrios

    parmetros de desempenho produtivo (ganho de peso mdio, peso final mdio, taxade sobrevivncia, converso alimentar aparente e rendimento de fil).

    A alimentao destes alevinos nesta fase, ser com rao comercias em

    dimetros de 2mm, entre 5 a 10% do Peso Vivo (PV/dia), sob condies adequadas

    de temperatura e qualidade da gua, sendo avaliadas semanalmente : temperatura da

    gua, condutividade eltrica, turbidez, oxignio dissolvido e pH. A quantidade de rao

    ser dividida entre 2 a 3 refeies dirias. O reajuste da quantidade de rao oferecida

    pode ser feito com base na biomassa de peixes estocados (determinada atravs das

    biometrias) efetuando a pesagem dos peixes com auxlio de balanas. Os quaispermanecero nesta fase at atingirem um peso mdio de 50g.

    Na prxima fase que vai de 30g a 500g ,peso de abate ser fornecida rao

    com dimetro de 4 a 6mm, conforme peso mdio na taxa de 5 a 10% do peso Vivo

    ( PV/dia) em 2 refeies.

    Se houver a necessidade de aplicao de algum medicamento para os peixes,

    toda a gua do tanque ser descartada, no sendo aproveitada como soluo

    hidropnica.

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    Fase 2

    Na segunda etapa ser realizada em uma bancada com sistema de cultivo

    hidropnico comercial do tipo NFT (tcnica do filme de nutrientes), em cultivo

    protegido com cobertura de filme plstico transparente (150 m), com capacidade para

    1500 plantas e um reservatrio de soluo nutritiva de 3000 L. Conforme esquema n

    1. A soluo nutritiva proveniente da criao dos peixes, ter uma condutividade

    eltrica (CE) em torno de 2,0 mS cm-1 ( 0,24), e pH 6,0 e diariamente sero

    monitoradas as seguintes variveis na soluo nutritiva: condutividade eltrica (CE),

    pH, temperatura, oxignio dissolvido (O2) e amnia livre.Os peixes sero alimentados conforme protocolo padro, pelo ganho de peso,

    cuja biometria ser realizada semanalmente. Para evitar entupimentos do sistema,

    sero adicionados filtros na linha da soluo,( brita 1, pedrisco e areia fina) . A

    correo da CE da soluo nutritiva ser feita por adio de solues estoque. O pH

    ser ajustado diariamente com uma soluo de NaOH 1mol L-1 e HCL 10%,

    mantendo-o entre 5,5 a 6,5 conforme a necessidade. A soluo nutritiva ser

    monitorada diariamente e ajustada conforme tabela 1, sendo totalmente renovada a

    cada 30 dias, como usual em cultivos comerciais.A circulao da soluo nutritiva nas calhas ser controlada por um

    temporizador timer programado para durante o dia (de 6 h s 18 h) permanecer

    ligado 15 min e desligado 15 min.

    A cada 30 dias aps o transplante sero realizadas as colheita da alface, sendo

    avaliadas as seguintes variveis, massa fresca, massa seca e dimetro de cabea.

    Sequencialmente sero destinadas ao comrcio local.

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    Esquema 1: Produo hidropnica:

    Figura 1. Esquema da Bancada de Cultivo Hidropnico do Tipo NFT. 1- Reservatrio

    de Soluo Nutritiva; 2- Motobomba; 3- Tubulao de Recalque de Soluo; 4- Barra

    de Distribuio da Soluo Nutritiva; 5- Canal de Cultivo; 6- Tubulao de Retorno da

    Soluo; 7- Temporizador/Contator para Acionamento das Motobombas.

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    Resultados esperados:

    Desenvolvimento de tecnologias de produo em aquaponia para produo de

    peixes e hortalias, otimizando o mximo possvel o sistema, utilizando o mnimo

    possvel de solues comerciais buscando a autossuficincia do sistema e assim

    propiciar uma reduo dos custos e boa comercializao dos produtos.

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    Cronograma

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    Plano Financeiro

    Item Especificao Unidade Quantida

    de

    Valor Unit. Valor Total

    1 Mini-controlador de pH

    com sada 4-20 mA

    Unid. 3 380,00 1140,00

    2 Mini-controlador de EC

    com sada 4-20 mA

    Unid. 2 380,00 760,00

    3 Medidor de oxignio

    dissolvido

    Unid. 2 1500,00 3000,00

    4 Sensor Temperatura

    PT100

    Unid. 6 120,00 720,00

    5 Temporizador Unid. 2 550,00 1100,00

    6 Bomba Submersa Fp 58

    a 2500 L/hra

    Unid. 4 109,00 436,00

    7 Tanque Politileno 2000 L Unid. 4 650,00 2600,008 Tanque Politileno 3000 L Unid. 1 748,00 748,00

    9 kit teste NH3 Unid 2 195,00 390,00

    10 kit teste NITRATO Unid 2 220,00 440,00

    11 Rede de plncton em

    tela de nylon

    multifilamento sem n,

    anel de ao, coletor de

    PVC. Abertura da malha

    300 micra, dimetro

    30cm, cumprimento

    100cm, coletor de PVC

    300ml.

    Unid 1 150,00 150,00

    12 Muda Unid. 1500 0,08 120,00

    13 Alevinos Unid. 120 0,50 600,00

    14 Rede captura peixes Unid. 1 42,00 42,00

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    (Passagu)

    15 Balana eletrnica Unid. 1 520,00 520,00

    16 Rao 2mm Saco 20Kg Unid. 5 55,50 277,50

    17 Rao 4mm Saco 10kg Unid. 10 24,50 240,50

    18 Balde de servio para

    piscicultura 30 L

    Unid. 4 150,00 600,00

    TOTAL 1 R$ 13.884,00

    19 Filme plstico

    transparente (150m)

    m 60 2,58 m 154,00

    20 Extrutura Metlica m 60 45,00 2700,00

    21 Bancada hidropnica Unid. 2 1500,00 3000,00

    TOTAL 2 5.854,00

    TOTAL 1+ TOTAL 2 (R$) 19.738,00

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    Referencial

    EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecurias .Disponvel em:. Acesso em: 28 outubro. 2012.

    JERIS, J.; OWENS, R.W. Pilot-scale, high rate biological denitrification. Journal Water

    PollutControl Federation, n.47, n.8, p.2943-2957, 1975.

    QUILLER, I.; ROUX, L.; MARIE, D.; ROUX, Y.; GOSSE, F.; MOROT-GAUDRY, J.F.

    An artificial productive ecosystem based on a fish/bacteria/plant association. 2.

    Performance. Agriculture. Ecosystems and Environment. v.53, p.19-30,1995.

    SEAWRIGHT, D.E.; STICKNEY, R.R.; WALKER, R.B. Nutrient dynamics in integrated

    aquaculture-hydroponics systems. Aquaculture, v.160, p215-237, 1998.

    SIPAUBA-TAVARES, L.H.; FAVERO, E.G.P.; BRAGA, F.M.S. Utilizao de biofiltros

    de macrfitas em efluentes de aqicultura: I. Planta flutuante. Brazilian Journal of

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    RAKOCY, J. E.; Hargreaves, J. A. Integration of vegetable hydroponics with fish

    culture: a review. In.: Tecniques for Modern Aquacultura Aquacultural Engineering

    Conference, 1993, Spokane. Proceedings... Spokane: ASAE, 1993. p.11236.