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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE
O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:
EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO1 JANEIRO DE 2012
Nivalde J. de Castro
Eduardo Mattos
Tomaz Hamdan
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ÍNDICE
1. ABB .......................................................................................................................................................3
2. CEA............................................................................................................................................................3
3. Ceb............................................................................................................................................................4
4.CEEE...........................................................................................................................................................5
5. Celesc........................................................................................................................................................6
6. Celg ...........................................................................................................................................................6
7. Cemig ........................................................................................................................................................7
8. Copel.........................................................................................................................................................9
9. CPFL Energia..............................................................................................................................................9
10. EDP........................................................................................................................................................10
11. Eletrobrás..............................................................................................................................................11
11.1Ações................................................................................................................................................14
11.2 Subsidiárias......................................................................................................................................14
11.2.1 Chesf.........................................................................................................................................14
11.2.2Eletrobras Amazonas Energia.....................................................................................................16
11.2.3 Eletronorte ...............................................................................................................................17
12. Energisa.................................................................................................................................................17
13. MPX.......................................................................................................................................................18
14. Neoenergia............................................................................................................................................20
15. Odebrecht .............................................................................................................................................20
16. RGE .......................................................................................................................................................20
1 Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui apresentadas não expressam posição da ELETROBRAS.
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ACOMPANHAMENTO POR EMPRESA
1. ABB
Em janeiro, a ABB anunciou a assinatura de um contrato de cerca de US$ 30 milhões
com a Cemig D para fornecer uma subestação de distribuição abrigada que ficará localizada no
centro de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A nova subestação irá substituir instalações de 40
anos e ocupará apenas dois terços do espaço utilizado atualmente, liberando a área para
outros usos. O escopo de fornecimento da ABB inclui uma GIS (gás-insulated switchgear) de
145 kV, um conjunto de painéis de distribuição em 15 kV, quatro transformadores de 145/15
kV e potência de 60 MVA cada, obras civis e equipamentos eletromecânicos. A ABB também
vai fornecer sistemas de controle, proteção e automação de subestação totalmente integrados,
compatível com o padrão global IEC 61850. Como parte do contrato em regime turn-key, a ABB
é responsável pelo projeto, engenharia, fornecimento, instalação e comissionamento da
subestação. A conclusão do projeto está prevista para até 2013.
2. CEA
Em resposta a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre a
Eletrobrás assumir o controle da CEA, o presidente da distribuidora, José Ramalho diz que é
preciso pressa. A empresa e o governo do Amapá propuseram, que a Eletrobras ficasse com
85% da elétrica. Outros 15% seriam do Estado. A ideia é, assim, contemplar os credores, uma
vez que governo federal e estadual, devido a não pagamento de ICMS, concentram 90% das
dívidas da companhia. "A situação que vivemos hoje é extremamente difícil. Porque a CEA tem
a tarifa congelada desde 2004 (devido à inadimplência setorial). Se não houver revisão, se não
pudermos incorporar os custos operacionais na tarifa, não adianta ela estar federalizada,
estadualizada.", expõe o executivo. Assim, a expectativa de Ramalho é de que, seja qual for o
destino da companhia, seriam necessários ao menos quatro anos para que o equilíbrio fosse
alcançado. Ramalho também defende que assumir a CEA não será uma cilada no caminho da
Eletrobras, que já lida com prejuízos em todas suas distribuidoras de energia.
Além disso, a CEA está há quase uma década sem reajustar suas tarifas porque não
pagou pela energia que comprou da Eletrobras e tampouco honrou com encargos do sistema
exigidos pelo governo federal. A empresa sequer tem concessão para operar, e
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consequentemente, para comprar energia. Mesmo assim, o MME e a Aneel permitiram que a
distribuidora comprasse quase 200 MWmédios em leilões desde 2010, em um contrato de R$
4,6 bilhões. O resultado é que, sem poder assinar os contratos com a CEA, os empreendedores
eólicos que venderam os MW conseguem aprovar os projetos de financiamento para erguer
seus parques. Para resolver o problema para os empreendedores, a Aneel estuda redistribuir
os contratos com as outras distribuidoras que participaram do leilão. Mas essas distribuidoras
não precisam dessa energia, a partir de 2013, e com isso podem ver seus índices de compra de
energia extrapolarem os níveis permitidos pela própria Aneel. Por meio de nota, o MME,
entretanto, jogou toda a responsabilidade para a agência reguladora.
Por fim, a CEA está conseguindo honrar o pagamento das empresas fornecedoras de
energia. Em 2011, mais de R$ 70 mi foram pagos para Eletronorte e Soenergy. A distribuidora
retomou o pagamento das faturas da Eletronorte a partir de abril de 2011, pagando ao fim do
ano um total de R$ 55,8 mi. Desde 2006, a Eletronorte não recebia o pagamento pela geração
de energia da UHE Coaracy Nunes e da UTE Termelétrica Santana 1, que abastecem Macapá e
mais 13 municípios. Nesse período, a dívida da CEA com a geradora aumentou para R$ 1,6 bi.
Para a Soenergy, responsável pela geração de energia térmica para Lourenço, Oiapoque,
Laranjal e Vitória do Jari, foram pagos em torno de R$ 10 mi pela energia gerada, além da
dívida de R$ 7,5 mi que foi quitada em novembro passado. Também foram pagas dívidas
acumuladas com outros prestadores de serviços. De acordo com o presidente da CEA, José
Ramalho, a retomada do pagamento da Eletronorte foi um avanço possibilitado pelo aumento
de arrecadação.
3. Ceb
A falta de investimentos em ampliação e modernização da rede e uma divida
acumulada de aproximadamente R$ 900 milhões transformaram a CEB na campeã de multas
aplicadas pela Aneel. A distribuidora tenta agora superar os problemas operacionais e
melhorar a qualidade do serviço prestado aos moradores do Distrito Federal, com um plano de
recuperação que prevê aporte de R$ 875 milhões do governo local, por meio de empréstimo
do BNDES, e investimentos de R$ 500 milhões na rede de distribuição até 2014. O plano de
recuperação da Ceb anunciado pelo diretor prevê a quitação de 50% do valor dos débitos,
relativos a empréstimos de curto prazo. Parte do financiamento do BNDES será usada no
programa de investimentos da estatal na construção de linhas de distribuição e de
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subestações, e na melhoria da rede existente. Outra parte dos investimentos virá da própria
tarifa e de recursos resultantes da venda de imóveis inservíveis à concessão.
4. CEEE
Em janeiro, o presidente da CEEE informou que a companhia gaúcha quer investir, até
2014, R$1,7 bilhão nas três áreas em que atua no setor de energia elétrica. Segundo Sérgio
Souza Dias, o objetivo é o de recuperar investimentos que deixaram de ser realizados no
passado. Para 2012, mais de R$645 milhões serão aplicados em geração, transmissão e
distribuição a fim de melhorar a qualidade do serviço no Rio Grande do Sul, garante o
executivo. Para cumprir o plano de obras, Dias revela que a CEEE negocia linhas de crédito
com a Eletrobras, BNDES, BID e Agência Francesa. Ele destaca ainda que outras ações estão
sendo adotadas para ampliar a capacidade de atendimento ao mercado gaúcho. Na segunda-
feira (23/1), Dias e o presidente da subsidiária da Eletrobras, Eurides Mescolotto, assinaram
um protocolo de intenções com vistas a estreitar a cooperação técnica entre as duas empresas
e consolidar a troca de conhecimento para formação de parcerias em novos negócios no Rio
Grande do Sul.
Além disso, a empresa gaúcha, que prevê aporte de R$ 1,7 bilhão nos próximos três
anos, pretende recuperar a atuação em suas áreas. Para ter tal fôlego financeiro e cumprir o
plano de obras, a CEEE negocia linhas de crédito com a Eletrobras, o BNDES, o BID e a Agência
Francesa. Com isso, a empresa espera aplicar R$ 640 milhões já neste ano. Entre os planos
citados pelo presidente da empresa, está a atuação em energia eólica, já que o Rio Grande do
Sul foi um dos estados pioneiros no aproveitamento dessa fonte no País. No parque gerador
hídrico, a CEEE, que detém 11 PCHs, está num processo de investimento nas usinas existentes.
O setor de distribuição de energia elétrica também será um dos focos de atenção da empresa,
que diz precisar aprimorar a área.
Por fim, a presidente Dilma Roussef participou no dia 26 de janeiro de um evento no
Rio Grande do Sul para a assinatura de um convênio, pelo qual a União quitará uma dívida de
R$3 bi com a CEEE. O processo teve início durante a gestão de Dilma na secretaria de Minas e
Energia do RS e é referente a pagamentos de créditos da CRC. Segundo o governo do Estado, a
dívida total era de R$4 bi, sobre a qual foi aplicado um desconto adicional de 25% relativo ao
imposto de renda, resultando em R$3 bilhões. O montante será dividido entre a CEEE-D, que
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ficará com 60%, e a CEEE-GT, que terá 40%. Desse montante, serão descontados R$716 mi
para pagamentos de dívidas junto à Eletrobras (R$498,3 mi), Receita e Tesouro (R$116,5mi) e
Aneel (R$101,2mi). O saldo remanescente, de R$2,3 bi, será pago pelo governo federal em três
parcelas. O pagamento será feito por Notas do Tesouro Nacional (NTN-B).
5. Celesc
No mês de janeiro, a Celesc Geração obteve da Aneel aprovação do projeto básico para
ampliação da usina hidrelétrica Pery, no rio Canoas, em Santa Catarina. De acordo com a
empresa, a mudança consiste na inclusão de mais duas unidades geradoras adicionais, com
preservação da casa de força existente. Ainda segundo a Celesc, após a execução das obras, a
UHE Pery passará a ter duas turbinas, tipo Kaplan, com 12,8 MW de potência cada uma. Isso
fará com que a capacidade instalada da usina dê um salto para 30 MW, o que representa uma
elevação de 581%. A capacidade geradora da companhia também subirá, saindo dos atuais
81,15 MW para 106,75 MW. A previsão da Celesc é que a usina entre em operação no fim de
2012.
Além disso, o conselho de administração da empresa aprovou um novo estatuto social
em uma tentativa de dar mais eficiência e estabelecer controles à companhia. A partir de
agora, a empresa terá um plano diretor com duração de cinco anos no qual serão estabelecidas
metas, objetivos, taxas de rentabilidade mínima, plano de obras e investimentos, todos
aprovados pelo conselho. Além disso, a companhia terá limite de endividamento, que chegará
a R$ 1,2 bilhão. O diretor de relações com investidores da Celesc, André Rezende, diz que o
grande desafio será reduzir o custo de pessoal. O gasto com pessoal deve chegar em 2012 a R$
520 milhões e o previsto pela Aneel é de R$ 330 milhões. A meta é se enquadrar até 2014, para
isso a Celesc vai promover um plano de demissão voluntária, reduzir horas extras e enquadrar
o trabalho de eletricistas como investimento, como outras empresas do setor. Além disso, a
Celesc precisa se ajustar para tentar pleitear a renovação de sua concessão em 2015.
6. Celg
O governo de Goiás enviou para a Assembleia Legislativa do Estado no dia 10 de
janeiro, em regime de urgência, um projeto que cria o Fundo de Aporte para a Celg
Distribuição. O projeto tem como objetivo estabelecer uma conta corrente, com duração de
trinta anos, para pagar eventuais passivos e dívidas provenientes de decisões judiciais e
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acordos extrajudiciais da estatal goiana de energia. O Poder Executivo de Goiás se
compromete, com a lei, a manter um saldo mínimo de R$10 milhões no fundo, sendo que o
valor remanescente ao final do período de existência do mesmo será revertido ao Tesouro
Estadual. A aprovação do texto é uma exigência feita pela Eletrobras para o acordo segundo o
qual a estatal federal assumirá o controle da Celg, com participação de 51%. A aprovação da lei
também é uma condicionante para a liberação da segunda parcela de um empréstimo de R$3,5
bilhões que a Caixa fará ao governo de Goiás para o pagamento de débitos da companhia de
energia. A primeira parte, de R$1,7 bilhão, foi paga no final de dezembro. A previsão é de que a
segunda, de R$1,3 bilhão, seja liberada até o final deste mês, o que cria a pressa na votação do
fundo. O saldo restante será repassado somente em janeiro de 2013.
7. Cemig
A Cemig, a CTEEP e a UFRRJ anunciaram um projeto de P&D para desenvolver cabos
supercondutores. O estudo é voltado para a tecnologia CSC, que suporta alta temperatura em
sistemas elétricos e é pioneira no Brasil. O P&D deve ter o protótipo do cabo implementado
numa subestação de distribuição de 69 kV em área de concessão da Cemig. O investimento na
tecnologia será de R$ 13 milhões. Segundo as empresas, as principais vantagens da utilização
do novo material são a redução de interrupções no fornecimento de energia elétrica e a
garantia da eficiência energética.
A Cemig passou um apagador no plano estratégico da Taesa, seu braço de transmissão.
A compra de 50% dos ativos da Abengoa, em dezembro passado, por mais de US$ 1 bilhão
encerrou um ciclo na empresa. A busca por aquisições, marcante nos últimos dois anos, vai dar
lugar a uma política extremamente cautelosa. As torneiras se fecham e, a partir de agora, a
prioridade da Taesa em 2012 é gerar caixa para futuros investimentos. A Cemig e o Coliseu,
fundo administrado pelo Banco Modal e maior acionista individual da Taesa, com quase 50%
das ações, vêm negociando novas possibilidades de captação de recursos, após a bem sucedida
emissão de notas promissórias de R$ 1,17 bilhão realizada no ano passado. Uma das hipóteses
cogitadas é uma oferta de ações em Bolsa. Os acionistas da concessionária de energia esperam
apenas sinais de melhora no mercado financeiro para deflagrar a operação. Tanto a Cemig,
dona de 48% do capital, quanto o Coliseu vão se desfazer de uma parcela de suas
participações. O percentual ofertado deve girar em torno de 20%. A ideia é fazer uma emissão
simultânea na Bovespa e em Nova York. É certo também que o fundo de investimento
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permanecerá como o principal acionista da Taesa. Este modelo de controle privado foi
montado com o objetivo de facilitar o acesso da companhia à captação de recursos. A oferta de
ações da Taesa funcionará ainda como uma espécie de preparativo para a futura saída do
próprio Coliseu do capital da empresa. O fundo decidiu reduzir o tempo de permanência no
negócio. Antes disposto a ficar por mais seis anos, deverá diminuir esse prazo para quatro
anos.
A Cemig firmou com centrais sindicais um acordo coletivo de trabalho para o período
2011/2012 que prevê reajuste salarial de 8,2% aos trabalhadores. Também foi celebrado um
acordo coletivo específico para pagamento de PLR, com validade de dois anos. Conforme a
companhia, no caso do resultado de 2011, está prevista a distribuição de aproximadamente R$
220 milhões, caso sejam alcançadas as metas pactuadas. Este mês a Cemig Geração e
Transmissão entrou com pedido para realizar uma emissão de até R$ 1 bilhão em debêntures.
A operação será a primeira a atender os requisitos do Novo Mercado de Renda Fixa, iniciativa
da Anbima para aumentar a transparência e a governança nas operações.
A Cemig investirá R$ 160 milhões em 66 projetos de P&D selecionados em edital feito
em parceria com a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). As
iniciativas serão voltadas para o estudo de fontes alternativas de geração de energia (21%),
planejamento energético (19,55%), manutenção do sistema elétrico (12,94%), dentre outros.
A Fapemig apoiará 40 projetos, com R$ 70 milhões. O restante será bancado pela Cemig. O
edital faz parte da parceria firmada entre a instituição e a empresa em janeiro de 2011. O total
de inscrições chegou a 229 projetos e, inicialmente, a previsão era que as pesquisas
totalizassem um investimento de R$ 30 milhões. No entanto, segundo a empresa, a qualidade
das propostas permitiu com que o convênio aumentasse os recursos. O gerente de Tecnologia
da Cemig, Jaelton Avelar Fernandino, afirma que investir em pesquisas é uma forma de buscar
melhorias para o setor elétrico.
A Cemig GT fará sua terceira emissão pública de debêntures, no montante de até R$ 1
bi. Os recursos obtidos com a oferta serão destinados ao resgate de notas promissórias
comerciais emitidas em 13 de janeiro de 2012, com valor total de R$ 1 bi. Segundo a empresa,
caso os recursos não sejam suficientes, a companhia poderá utilizar recursos próprios para
realizar o resgate integral das notas. Serão emitidas inicialmente até um milhão de debêntures
simples, não conversíveis em ações, em até três séries, com valor nominal unitário de R$ 1 mil.
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Essa quantidade pode ser acrescida de um lote suplementar de até 15%, e ainda de um lote
adicional, de 20% do número de debêntures inicialmente ofertadas, sem necessidade de
pedido de registro na CVM. Nesse caso, podem ser captados até R$ 1,35 bi com a operação. As
debêntures serão emitidas em 15 de fevereiro de 2012 e, no caso da primeira série, terão
prazo de vencimento de cinco anos a contar da data de emissão. Para a segunda e terceira
séries, o vencimento será em sete e dez anos, respectivamente.
8. Copel
Em janeiro, a Copel informou que seu mercado cativo de energia elétrica cresceu 5,4%
em 2011 e foi responsável pelo consumo de 22.454 GWh entre janeiro e dezembro. Na classe
industrial, que tem 80,7 mil consumidores, o aumento foi de 5,3%, chegando a 7.467 GWh no
acumulado do ano, puxado principalmente pelos segmentos de veículos e refino de petróleo. A
classe residencial consumiu 6.224 GWh, o que representa crescimento de 5%, devido ao
aumento no emprego e renda. O número de consumidores residenciais aumentou 4,2% e
chegou a 3.089.619 unidades. Foi na classe comercial que houve o maior salto, com consumo
de 4.769 GWh, um aumento de 6,8%. A classe rural consumiu 1.872 GWh e cresceu 5,5%. As
outras classes (poderes públicos, iluminação pública, serviços públicos e consumo próprio)
consumiram 2.122 GWh, com aumento de 3,7%.
9. CPFL Energia
No mês de janeiro, a CPFL Energia anunciou que investirá neste ano de 2012 R$ 215 mi
em um programa de gestão e tecnologia que prevê a instalação de 25 mil medidores
eletrônicos em unidades consumidoras. Chamado de Tauron, o projeto tem o objetivo de
melhorar o desempenho operacional da companhia e a qualidade do atendimento ao cliente.
De acordo o diretor da companhia responsável pelo Tauron, Heider Araújo, os medidores
possibilitam que o cliente descubra, ao entrar em contato com a distribuidora, a aferição do
consumo, que será feita em tempo real, e ainda o motivo da interrupção de energia. Segundo o
executivo, estão sendo implantados outros sistemas voltados para melhorar a operação e a
mobilidade. No início deste ano, o Tauron irá introduzir a Conta Digital em seis empresas do
grupo para reduzir custos operacionais pela substituição do papel com o envio de contas por
meio eletrônico. O grupo ainda disponibilizará uma tecnologia para evitar fraudes e roubos de
energia.
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10. EDP
Em janeiro, a EDP Energias do Brasil concluiu a aquisição dos 10% da hidrelétrica de
Santo Antônio do Jari que pertenciam à Jari Energética. Os outros 90% do empreendimento,
que estavam nas mãos da ECE Participações, haviam sido comprados pela EDP em transação
concluída em outubro de 2011. Os valores envolvidos nas negociações não foram revelados
pela companhia. A usina, de 373,4MW, está em construção no rio Jari, entre o Amapá e o Pará.
A EDP prevê investir até R$1,41 bilhão no empreendimento, que precisa iniciar a geração de
energia em 2015.
Além disso, a saída de Antonio Pita da presidência da EDP no Brasil é apenas a ponta do
iceberg. A chinesa Three Gorges, que comprou o controle do grupo português recentemente,
prepara uma série de mudanças na subsidiária brasileira. De acordo com um executivo ligado
à EDP, os asiáticos pretendem privilegiar os investimentos em geração, reduzindo a
hegemonia na distribuição e transmissão. Por ora, segundo a mesma fonte, o controle da
Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba Escelsa será mantido – no passado recente, o governo
português chegou a ensaiar a negociação das duas empresas, mas desistiu para não depreciar
o valor da privatização da EDP. Apesar de permanecer com os ativos em distribuição, os
chineses deverão fazer um pente-fino nos investimentos das duas concessionárias estaduais.
Já no segmento de geração, está em pauta à participação no capital de grandes projetos
hidrelétricos, a começar pelas usinas do Tapajós, e a construção de parques de energia eólica e
solar. Na EDP, fala-se em um aporte de dois bilhões de euros no Brasil ao longo dos próximos
dois anos. A possibilidade de usar a EDP como cabeça de ponte para o mercado brasileiro foi
fator decisivo para a Three Gorges aumentar sua oferta para a compra da participação do
governo lusitano na empresa.
Por fim, do total de investimentos estimados para o próximo biênio da EDP, cerca de
25% deverão ser destinados à energia eólica. Esta cifra dá uma ideia do apetite com que os
chineses vão desembarcar na EDP do Brasil e do status conferido a esta matriz energética. O
valor, de aproximadamente 500 milhões de euros, é o quádruplo do que os portugueses
investiram até hoje no país na implantação de dois parques eólicos – um em Santa Catarina e
outro no Rio Grande do Sul. No segmento hidrelétrico, o RR apurou que a Three Gorges planeja
usar a EDP como ponta de lança para entrar no capital da Norte Energia, consórcio
responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte. No caso das geradoras do Tapajós,
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os chineses devem participar já do primeiro leilão, provavelmente da usina de São Luiz do
Tapajós, com capacidade para 6.133 MW, com licitação prevista ainda para este ano.
11. Eletrobrás
A Eletrobras deve oficializar a entrada na gestão da Celg Distribuição na primeira
quinzena de fevereiro. Segundo Humberto Eustáquio, presidente da Celg, após a liberação da
primeira parcela de R$ 1,799 bi do empréstimo de R$ 3,5 bi junto a Caixa Econômica Federal
ocorrida no último dia 29 de dezembro, o processo entra no mês de janeiro na sua reta final.
Falta ainda a aprovação de um acordo de acionistas, de uma lei estadual que cria um fundo
para o passivo trabalhista da Celg e da verificação das garantias apresentadas na operação. De
acordo com o presidente da distribuidora, com o montante da primeira parcela do empréstimo
está sendo possível resolver pendências financeiras da Celg D junto ao setor elétrico, o que vai
deixá-la apta a praticar em fevereiro o reajuste de 13,05% autorizado pela Aneel em setembro
do ano passado. Humberto Eustáquio acredita que o acordo da Eletrobras com a distribuidora
goiana foi uma solução que vai possibilitar que a Celg acompanhe o desenvolvimento do
estado.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse na quarta-feira, 10, após encontro
com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que a Eletrobrás reafirmou o compromisso
de investimentos conjuntos na "nova Celg" de R$ 1,2 bilhão até 2015. A Eletrobrás adquiriu
recentemente 51% da estatal de distribuição de energia goiana. Por meio de comunicado à
CVM, a Eletrobrás informou ter assinado protocolo de intenções com a Celg Distribuidora,
para assumir o controle acionário da maior empresa estatal de Goiás. Pelo acordo, firmado no
início de dezembro, a Eletrobrás assume o controle acionário, ou 51% das ações da Celg, como
garantia de um empréstimo do Estado de Goiás com a Caixa Econômica Federal no valor de R$
3,527 bilhões. Segundo o ex-presidente da Celg José Eliton, que deixou o comando da estatal
depois do acordo, com o dinheiro do empréstimo, Goiás pagará dívidas de ICMS da Celg com o
governo estadual e dívidas com as prefeituras municipais. Nos cálculos da estatal, a Celg deve
voltar ao azul em dezembro de 2014.
A Eletrobras assumirá a gestão da Celg Distribuição S/A. Segundo comunicado
divulgado no dia 12 de janeiro, "a Eletrobras e o Governo do Estado de Goiás estão
concretizando a celebração de um Acordo de Gestão, visando à recuperação econômico-
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financeira da empresa Celg". Em razão da operação, o Governo do Estado de Goiás informou
que deve promover o fechamento do capital da Companhia Celg de Participações - Celgpar,
com objetivo de promover a reorganização societária da Celg D, nos termos da Lei 6404/76.
A Eletrobras poderá assumir o controle da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA),
se decidir ajudar a distribuidora a sanar as dívidas acumuladas nos últimos anos. Tal
intervenção foi feita, no final de 2011, pela própria Eletrobras em outra distribuidora estadual,
a Companhia Energética de Goiás (Celg). A informação foi dada nesta quarta-feira pelo
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Segundo ele, a Aneel chegou a recomendar a
caducidade da concessão, porém já há negociações com o governo do Amapá para buscar uma
“solução mais amena”. Lobão disse, segundo a assessoria do ministério, que CEA não paga, há
muito tempo, a energia que utilizada na prestação do serviço de distribuição. Somente com a
Eletronorte, há um saldo negativo de R$ 1 bilhão. Com isso, o ministro prevê uma “intervenção
mais intensa” na CEA do que a que ocorreu na Celg. No caso da distribuidora goiana, a
Eletrobras assumiu o controle acionário com 51% das ações.
O presidente da Eletrobras, José da Costa, afirmou que os 520 milhões de euros que a
empresa aplicaria do próprio caixa para a compra de 21,35% da portuguesa EDP podem ser
aplicados na aquisição de outras companhias no Brasil e no exterior, ou direcionados para os
investimentos previstos pela estatal este ano, que somam R$ 13 bilhões. De acordo com Costa,
estão sendo avaliadas oportunidades de negócio em países das Américas do Sul e Central e na
África. O executivo explicou ainda que a Eletrobras deverá concluir até o meio deste ano o
processo de aquisição do controle da distribuidora goiana de energia Celg. O presidente da
estatal afirmou ainda que o governo federal costura acordo com o governo do Amapá para que
a Eletrobras tenha participação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), fatia que,
segundo ele, pode chegar a 80%.
A Eletrobras pretende disputar a concessão das hidrelétricas de Sinop (400 MW) e São
Manuel (700 MW), ambas no rio Teles Pires (MT). Os empreendimentos podem figurar no
leilão A-5 previsto para 26 de abril, caso obtenham a licença ambiental prévia até a data da
licitação. A companhia já participa da hidrelétrica de Teles Pires, maior empreendimento do
tipo na região, de 1.820 MW. A usina, que está em fase de construção, pertence à Neoenergia
(50,1%), Furnas (24,5%), Eletrosul (24,5%) e Odebrecht (0,9%). Dentro dessa estratégia, a
Eletrobras deverá participar da licitação do grupo de linhas que reforçarão o intercâmbio
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energético entre Norte e Sudeste e entre Norte e Nordeste, com a implantação de Belo Monte
(PA), de 11.233 MW. A expectativa é que as linhas sejam licitadas no fim de 2012 ou início de
2013.
A Eletrobras estima inaugurar neste ano 15 empreendimentos de geração de energia
elétrica no Brasil. Desse total, oito são usinas hídricas e sete são parques eólicos -
empreendimentos que, juntos, adicionarão mais de 2.800MW à matriz energética do País. Na
área de transmissão, em 2012, a companhia espera energizar 5.145km de linhas de
transmissão, sendo 1.080,7 km frutos de investimentos próprios da ordem de R$3,9 bilhões. O
setor de distribuição receberá R$1,9 bilhão, "visando melhorar a qualidade e a confiabilidade
do sistema". Para isso, a empresa espera investir R$ 13 bilhões ao longo do ano.
O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, disse estar satisfeito com os resultados
conquistados em 2011. "Avançamos em todas as nossas áreas de negócios, mas 2012 será de
grandes desafios”, disse o executivo. No ano passado, a estatal colocou em operação comercial
mais de 2 mil MW. "Também marcante foi o início das obras da hidrelétrica Belo Monte
(11.233 MW), localizada no Pará", destaca o executivo. No setor de distribuição, a companhia
estima R$1 bilhão gastos para melhorar a qualidade e a confiabilidade do sistema sob sua
responsabilidade. O ano terminou deixando um grande legado para a área de geração da
Eletrobras. No total, foram ganhos nos leilões 1.258MW, com destaque para as usinas eólicas,
responsáveis por 808 MW. O restante (450 MW) ficou por conta da expansão da hidrelétrica
Jirau. Já em termos de inovação, a Eletrobras inaugurou, em julho, na comunidade de Sobrado,
município de Novo Airão, no Amazonas, a primeira das 12 miniusinas fotovoltaicas com
minirredes e sistema de faturamento pré-pago inédito no Brasil.
A Eletrobrás está participando, junto à empresa Eletricidade de Moçambique (EDM), da
estruturação econômico-financeira do projeto CESUL, para a construção de uma linha de
transmissão de alta tensão interligando a província de Tete, no centro do país, à capital
Maputo, no sul, informou nesta segunda-feira, 9, a estatal. Segundo a companhia, por meio do
acordo de cooperação técnica entre as duas empresas, fechado em junho de 2010, a
Eletrobrás, em conjunto com sua subsidiária Furnas, analisou os estudos de viabilidade e de
impactos socioambientais do projeto. Os estudos foram desenvolvidos pela empresa
norueguesa Vattenfall, contratada pela EDM, com recursos do Banco Mundial. O projeto se
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desenvolve no âmbito do Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia
brasileiro e seu correlato em Moçambique.
11.1Ações
No mês de janeiro, as ações da Eletrobrás seguiram uma tendência de baixa ao passo
que, no dia 2, as ações ON e PNB estavam cotadas, respectivamente a R$ 17,65 e R$ 26,50,
enquanto que, no dia 27, tais ações estavam cotadas, respectivamente, a R$ 17,48 e R$ 24,81.
11.2 Subsidiárias
11.2.1 Chesf
Em janeiro, a Chesf apresentou os principais pontos de atuação de seu novo presidente,
João Bosco de Almeida, tais como:
O cuidado com o planejamento estratégico, com mais atenção no acompanhamento de
obras em geração e, principalmente, transmissão de energia, será uma das prioridades da
Chesf durante a gestão do engenheiro João Bosco de Almeida. O executivo, que assumiu a
presidência da estatal em dezembro de 2011, prometeu atenção aos detalhes para evitar
atrasos de projetos atualmente conduzidos pela empresa. "Estamos montando um sistema de
monitoramento dessas obras como um todo e estamos dando um balanço do que está mais
preocupante ou não. Queremos dar mais rigor nisso, para que entreguemos tudo
rigorosamente em dia", explicou Bosco, que conversou com o Jornal da Energia no dia 10 de
janeiro. Segundo ele, a estatal conduz atualmente 552 obras, "a maior parte delas com algum
tipo de atraso". "O que estou pactuando é que vamos estabelecer uma programação para
conclusão e vamos acompanhar. Vamos dividir isso em duas etapas, sendo que a primeira
delas deve estar estruturada até o final de março. Enquanto isso, as obras vão andando",
adiantou. O executivo disse que esse momento envolverá projetos de grande porte. Em uma
segunda etapa será feito um esforço para monitorar obras menores, como melhorias na rede
de transmissão. Bosco destacou que é "um universo muito grande de investimentos", uma vez
que, somente em 2012, a empresa prevê aportes de R$2,3 bilhões.
Outro ponto que terá a atenção do novo presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, é a
expansão. "Evidentemente, vamos estar bastante atentos ao Plano Decenal para que a Chesf
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possa se inserir no crescimento do sistema, não perder market share seja na geração, seja na
transmissão", disse Bosco. E, segundo o executivo, haverá um forte acompanhamento da
eficiência da empresa. "Temos compromissos com a Eletrobras que temos que estar
permanentemente olhando e não deixar que saiam das metas estabelecidas, no que diz
respeito à gestão".
Na área de geração, uma novidade revelada pelo novo presidente da Chesf, João Bosco
de Almeida, foi a aposta da Chesf na energia solar, que ainda está dando os primeiros passos
no Brasil. "O que vamos fazer imediatamente, que vamos começar esse ano, é a implantação de
três projetos pilotos em Petrolina (PE). Um parque em parceria com o Cepel e outros com
projetos de pequisa e desenvolvimento (P&D). São três usinas de 1MW cada uma, que têm por
objetivo que a gente pesquise melhor a tecnologia para aplicar aqui em nossa região". A usina
em parceria com o Cepel, inclusive, contará com um financiamento da Finep e a montagem
deve ser iniciada ainda neste ano, após uma licitação. Segundo Bosco, também serão
aprofundados os estudos sobre o semiárido nordestino, visto pela Chesf como "a maior área
do Brasil para implantação de usinas solares", com terras que combinam forte potencial para a
geração de energia e pouca produtividade. "Agora, tem uma discussão que não está
consolidada, que é por onde vai crescer a energia solar. Se por geração distribuída ou se já
temos tecnologias para produzir em grandes blocos. Nesse ano de 2012 é que as coisas vão
ficar mais claras", apontou Bosco. Ele lembrou que a EPE vai apresentar ao MME e ao CNPE um
estudo que deve ser o ponto de partida para a fonte - e a Chesf, assim como outras elétricas,
estará atenta.
Na área de transmissão, grandes projetos estão na mira, como os sistemas que vão
escoar a produção das hidrelétricas de Belo Monte e do complexo Teles Pires. Mas tudo sob o
chapéu da holding. "Estamos olhando todas as oportunidades. Mas esses projetos maiores, que
requerem uma inversão muito grande, têm sido examinados pela Eletrobras. Esses da região
Norte sugerem uma participação de Chesf e Eletronorte. Mas é importante que tenha essa
coordenação, para que não fique uma disputa entre as empresas do grupo", explicou. De
acordo com Bosco, a entrada no futuro leilão dessas linhas será "certamente" feita em parceria
com agentes privados, devido ao alto valor do investimento. O mesmo modelo, também guiado
pela Eletrobras holding, será utilizado para os leilões de projetos hidrelétricos de maior porte.
Ao falar do futuro da Chesf, o executivo garante que "a empresa está bem, com uma situação
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econômico-financeira muito boa". "Estamos nos preparando para melhorar a cada dia",
conclui.
Por fim, a Chesf, com forte atuação na região Nordeste do país, sofrerá perda de receita
seja qual for a decisão sobre as concessões do setor elétrico que vencem em 2015, mas teria
condições de se adequar a esse cenário segundo o presidente da companhia, João Bosco de
Almeida, em entrevista à Reuters. "Em qualquer hipótese, perderemos receita. Estamos
fazendo estudos para estimar qual será a perda", disse o presidente. "A decisão exigiria um
ajuste grande na empresa para que se mantenha a rentabilidade que temos hoje. Mas eu diria
que a Chesf, embora seja a mais afetada, por outro lado é uma empresa que está muito
saudável e tem condições de passar por essa perda e se ajustar a esse novo nível de receita",
acrescentou. Almeida disse que ainda não é possível precisar qual será a perda de receita
exata antes que saia a decisão do governo. O tema está sendo tratado diretamente pelo MME
com a Presidência da República, segundo ele. A perda de receita ocorreria pelo desconto na
tarifa considerando a depreciação de ativos já amortizados, seja com a renovação, seja com a
relicitação.
11.2.2Eletrobras Amazonas Energia
Em janeiro, a Eletrobras Distribuição Alagoas afirmou que segue com as ações de corte
do serviço de energia elétrica no Estado. Segundo a companhia, no dia 04 as ações de
desligamento foram direcionadas a grandes clientes públicos que acumulam dívidas
milionárias. Como alguns desses serviços são essenciais à população, os procedimentos de
interrupção do abastecimento de energia serão diferenciados. Quem explica é o gerente do
departamento comercial da Eletrobras Alagoas, Edson Lima. “Vamos adotar todos os trâmites
legais para a notificação prévia ao poder público estadual e municipal sobre o corte das
companhias d’água; já nas unidades hospitalares será feita uma intervenção localizada, em que
serão preservadas as instalações dos centros cirúrgicos, UTIs e pós-operatório”. Além de
suspender o fornecimento, a distribuidora poderá negativar o cliente em órgão de consulta de
proteção ao crédito, como SPC, Serasa e no Cadin. De acordo com a Eletrobras, a inadimplência
acumula mais de R$ 225 milhões.
Além disso, a Eletrobras Amazonas Energia lançou o projeto piloto “Apoena”, que
executa os serviços de medição de consumo e faturamento em tempo real em algumas
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localidades da zona rural de Iranduba. Um software foi desenvolvido para disponibilizar as
informações do medidor instalado nas casas. Um dos objetivos da companhia é reduzir custos
além de modernizar o serviço de faturamento e, apesar do investimento, a empresa destaque
que o cliente não pagará nada pela mudança. O “Apoena” foi desenvolvido dentro da própria
Eletrobras Amazonas Energia e não tem custos com processos de licitação. De acordo com o
analista de sistemas responsável, Joe Luiz Ferreira Mayrink, o serviço visa a realidade local,
levando em consideração os problemas de logística. O equipamento garante ainda maior
exatidão, além de agilidade.
Por fim, a Eletrobras Alagoas continua a fechar o cerco para os clientes inadimplentes.
A distribuidora informou que firmou um convênio com o Serasa para, a partir de fevereiro de
2012, negativar consumidores que atrasarem o pagamento da conta de energia elétrica.
Segundo a estatal, a parceria vai permitir a integração de sistemas, em que dados sobre
unidades consumidoras inadimplentes serão automaticamente repassadas para o órgão de
restrição ao crédito. Paralelamente a esse trabalho, continuam a ser executados os
procedimentos de cobrança administrativa, judicial e de corte do fornecimento.
11.2.3 Eletronorte
Uma comissão da Eletrobras Eletronorte apresentou na sexta-feira (13/1) ao governo
do estado do Amapá o projeto do ramal do linhão de Tucuruí que vai ligar o estado ao SIN. A
linha entra em operação no primeiro semestre de 2013. A obra do PAC, orçada em R$ 1,8
bilhão, permitirá também a integração do sistema isolado de Manaus (AM) ao SIN, reduzindo o
consumo de combustíveis fósseis em termelétricas da região e encargos como a CCC. A
interligação Tucuruí/ Macapá/ Manaus tem extensão total de 1.850 km.
12. Energisa
Em janeiro, a Energisa adquiriu 100% do capital social da Sociedade de SPE Cristina
Energia, por R$ 22 milhões, incluindo os passivos. A empresa é dona da PCH Cristina, situada
no município de Cristina (MG). A PCH Cristina tem potência instalada de 3,8 MW e energia
assegurada de 2,04 MW médios.
O Grupo Energisa encerrou o ano de 2011 com uma receita operacional bruta de R$
3,531 bi, o que representa uma expansão de 12,1% com relação a 2010. Além disso, a empresa
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totalizou no ano passado vendas totais de energia no mercado próprio de 7.328,3 GWh, de
acordo com o boletim de relações com investidores divulgado no dia 27 de janeiro. De acordo
com a Energisa, as vendas no mercado próprio registraram uma elevação de 2,7%. As vendas
para o mercado livre pelas subsidiárias e também pela PCH Cristina, que entrou em operação
em dezembro do ano passado, registraram elevação de 73,7% ao atingir o volume de 791,9
GWh. Já a energia associada aos consumidores livres obteve um crescimento de 2,9% em
2011, ao totalizar 1.379,6 GWh. Com isso, a energia total distribuída registrou um total de
9.983,4 GWh, o que representa uma expansão de 7,8%.
13. MPX
O mês de janeiro foi movimentado para a empresa de Eike Batista, com as negociações
para a venda de participações para a empresa alemã E.ON. O negócio entre a brasileira MPX e a
alemã E.On, oficializado no dia 11 de janeiro, movimentou o setor elétrico e foi um grande
passo para as duas empresas, segundo analistas de mercado. Segundo o professor do
GESEL/UFRJ, Nivalde de Castro, a decisão da E.On de entrar no País é uma tendência mundial.
“Novos players têm planos de investir por aqui. Isso porque o setor elétrico é bem estruturado,
e principalmente com o crescimento das fontes renováveis. A E.On foi inteligente, já que
preferiu não correr riscos de ir para leilões e se firmar direto com uma empresa doméstica”,
avalia.
Entre os analistas ouvidos, a opinião é positiva ao considerar que a transação é
interessante para o Brasil. O analista da XP Investimento, Willian Castro Alves, vê como
positiva a operação. “Para a MPX, ter alguém que teve interesse em pagar R$ 850 milhões,
preço acima do valor de mercado, é um indicativo importante. Para a E.ON, ter um negócio de
energia no Brasil é mais importante ainda, já que ela tem know-how para os negócios de
energia”, explica Castro. A visão mais cautelosa é do economista e professor da Brasilian
Business School (BBS), Ricardo Torres. Ele diz que esse tipo de negócio é sempre bem vindo,
mas coloca um alerta quanto à aposta de Eike Batista de ter o maior agente privado de energia
do Brasil. Para o economista, as empresas da EBX não estão pagando dividendos e, por
enquanto, ainda seguem no prejuízo.
Em relação às expectativas, a alemã E.ON vê no Brasil um mercado com demanda
crescente e com boa remuneração dos investimentos, ao contrário da Europa, onde vários
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países devem viver anos em recessão. Sua entrada no mercado latino-americano segue
tardiamente os passos de concorrentes de longa data como a francesa GDF Suez, a italiana Enel
(que herdou os ativos da Endesa no Brasil quando assumiu o controle da holding na Espanha)
e a espanhola Iberdrola.
O presidente da alemã E.ON AG, Johannes Teyssen, afirmou que a parceria anunciada
com a MPX não foi uma segunda opção. A empresa, que perdeu para a chinesa Three Gorges a
disputa para aquisição da portuguesa EDP, fechou um acordo para a criação de uma joint
venture, na qual terá 50% de participação, que desenvolverá geração de energia e atividades
correlatas de suprimento e comercialização no Brasil. Segundo informou a empresa, a parceria
entre a MPX e a E.ON tem como objetivo desenvolver uma capacidade total de 20 mil MW no
Brasil e no Chile. Esse número representa cerca de 20% da atual capacidade total do país.
Para realização da transação, Eike Batista negociou um aumento de capital na MPX por
meio da emissão de debêntures conversíveis em ações e vai abrir mão do seu direito de
preferência para dar espaço para o grupo alemão. Atualmente, a participação do empresário
na companhia é de 75%, e o valor da operação deve exceder R$ 1 bilhão dependendo da
adesão dos minoritários. A E.ON queria uma fatia maior e, como não conseguiu, acertou sua
participação futura, meio a meio, em novos projetos a serem desenvolvidos pela MPX. As duas
empresas farão uma joint venture para onde serão transferidos apenas projetos greenfield. A
empresa de Eike Batista tem uma carteira de empreendimentos que totaliza a geração de 14
mil MW de energia no Brasil e no Chile, sem contar a participação na exploração de gás natural
em parceria com a coligada OGX na Bacia do Parnaíba. Desse total, já foram vendidos 3 mil
MW de energia em leilões e no mercado livre de energia e outros 11 mil MW estão em
processo de desenvolvimento, somente com licença ambiental. É daí que sairão os
investimentos conjuntos. O anúncio da criação de uma joint venture entre a MPX e a E.ON, que
será voltada para o desenvolvimento de geração de energia e atividades de suprimento e
comercialização no Brasil, não foi acompanhado do detalhamento do plano de investimentos
da nova empresa. Eduardo Karrer, diretor-presidente e de relações com investidores da MPX,
explicou que a matriz energética, que será o foco do projeto, será definida de acordo com a
necessidade do mercado nas próximas semanas. “A joint venture terá várias oportunidades de
projeto, com várias fontes diferentes, incluindo gás, carvão e renováveis. Então, para cada
fonte, há um custo unitário específico para implementá-lo”, afirmou Karrer. De acordo com ele,
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a base para o desenvolvimento da joint venture será “a vantagem competitiva que a MPX tem
em relação às outras empresas privadas” de ser a única companhia brasileira privada que
controla fontes de combustíveis para os projetos de energia, sendo todos licenciados.
14. Neoenergia
Iberdrola ofereceu 6 bilhões de reais para elevar sua participação na brasileira
Neoenergia de 39% para 75%. A elétrica espanhola espera que a oferta ajude a convencer os
atuais proprietários deste pacote acionário, que são o Banco do Brasil (12%) e sua gestora de
pensões Previ (49%). Neoenergia, com sede no Rio de Janeiro, é uma geradora de energia que
opera nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Sua cota de mercado nestas
regiões é de 44% com mais de nove milhões de pontos de fornecimento. A companhia tem 3,7
bilhões de reais de liquidez em caixa e 5,2 bilhões retidos.
15. Odebrecht
A Odebrecht Energia comprou a participação de cerca de 10% na sociedade dona da
usina hidrelétrica de Santo Antônio que estava na carteira do Fundo de Investimento em
Participações (FIP) Amazônia Energia. Com isso, a empresa passa a deter 28% do capital da
usina que está sendo construída no Rio Madeira com investimentos da ordem de R$ 13
bilhões. O valor total do patrimônio líquido do fundo, segundo dados enviados à CVM, é de
cerca de R$ 374 milhões e detém 20% das ações da Santo Antônio Energia. Os cotistas atuais
são o FI FGTS e um fundo canadense que comprou a participação original do Banif. A
Odebrecht está adquirindo essa participação do investidor canadense. A nova composição
acionária da Santo Antônio Energia ficará da seguinte forma: Odebrecht (28%), Andrade
Gutierrez (12%), FI FGTS (10%), Cemig (10%) e Furnas (40%).
16. RGE
Uma linha de transmissão de 69 kV, instalada entre as subestações de Guarita e
Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul, entrou em operação no dia 10 de janeiro, segundo
informou a RGE. Esse empreendimento, que tem 40,6 km de extensão, é resultante de um
investimento de aproximadamente R$ 9,2 milhões. O objetivo da linha é dar suporte para o
crescimento da região de Palmeira das Missões e Sarandi, uma vez que fornecerá ganhos
significativos na qualidade e confiabilidade de energia a cerca de 38 mil clientes atendidos
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nesses municípios. A empresa calcula também que, com a nova linha, a disponibilidade de
transmissão de energia para a região possa se ampliar.
Além disso, a RGE (RS) fechou o ano de 2011 com um investimento de R$ 630 mil na
instalação de 21 religadores automáticos telecomandados na área urbana do município
gaúcho de Passo Fundo. A meta é fechar 2013 com R$ 1,6 mil religadores instalados no Norte-
Nordeste gaúcho e investimentos que totalizam R$ 45 milhões. Para este ano, a empresa
pretende instalar mais 29 equipamentos desse tipo no município gaúcho. A instalação dos
religadores compõem o investimento total da controladora CPFL Energia, que pretende
colocar 5 mil religadores automáticos no estado de São Paulo, além do Rio Grande do Sul. Esse
esforço faz parte do plano de investimentos em smart grid, que atinge um total de R$ 215
milhões.