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1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO I - MARCO SITUACIONAL 1.1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar” PAULO FREIRE O Projeto Político Pedagógico representa um desafio em busca de novas trilhas para a escola. Considerando que o ato de trilhar significa percorrer, palmilhar, abrir novos caminhos, a escola como instituição compromissada com a educação que realiza numa intencionalidade sistematizada, baseada em princípios filosóficos, epistemológicos, faz através do PPP uma reflexão contínua sobre a realidade. Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da educação formal são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. É urgente empreender um esforço coletivo para vencer as barreiras e entraves que inviabilizam a construção de uma educação pública que eduque de fato para o exercício pleno da cidadania e seja instrumento real de transformação social, espaço onde se aprende a aprender, a conviver e a ser com e para os outros, contrapondo-se a modelos geradores de desigualdades e exclusão embutidas nas políticas educacionais neoliberalistas. A construção de um Projeto Político Pedagógico, numa sociedade contemporânea, cujas transformações sociais, políticas e econômicas originaram-se nos pressupostos neoliberais e na globalização da economia, se torna uma tarefa conflituosa, pois surgem questionamentos junto aos educadores e demais agentes escolares: Qual o papel da escola? Qual a melhor forma de organização do trabalho pedagógico? Quando a escola se define por um conceito de sociedade democrática plural e justa? Esses questionamentos deram início a uma caminhada de construção

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

I - MARCO SITUACIONAL

1.1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho

caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”

PAULO FREIRE

O Projeto Político Pedagógico representa um desafio em busca de novas

trilhas para a escola. Considerando que o ato de trilhar significa percorrer,

palmilhar, abrir novos caminhos, a escola como instituição compromissada

com a educação que realiza numa intencionalidade sistematizada, baseada em

princípios filosóficos, epistemológicos, faz através do PPP uma reflexão

contínua sobre a realidade.

Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da educação

formal são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. É urgente

empreender um esforço coletivo para vencer as barreiras e entraves que

inviabilizam a construção de uma educação pública que eduque de fato para o

exercício pleno da cidadania e seja instrumento real de transformação social,

espaço onde se aprende a aprender, a conviver e a ser com e para os outros,

contrapondo-se a modelos geradores de desigualdades e exclusão embutidas

nas políticas educacionais neoliberalistas.

A construção de um Projeto Político Pedagógico, numa sociedade

contemporânea, cujas transformações sociais, políticas e econômicas

originaram-se nos pressupostos neoliberais e na globalização da economia, se

torna uma tarefa conflituosa, pois surgem questionamentos junto aos

educadores e demais agentes escolares: Qual o papel da escola? Qual a melhor

forma de organização do trabalho pedagógico? Quando a escola se define por

um conceito de sociedade democrática plural e justa?

Esses questionamentos deram início a uma caminhada de construção

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coletiva de um Projeto, onde professores, pais, funcionários e alunos,

orientados pela direção e equipe pedagógica, participaram de palestras,

reuniões, grupos de estudo, desencadeando reflexões sobre os objetivos da

educação numa sociedade cada vez mais seletiva. Através destas, percebeu-se

que a escola tornou-se responsável pela promoção do desenvolvimento do

cidadão, determinando que ela deve definir que tipo de cidadão deseja formar,

de acordo com sua visão de sociedade.

Essa visão, consta no Projeto Político Pedagógico, no capítulo que

menciona sobre a filosofia da escola, e seguindo esses pressupostos

filosóficos, define-se os rumos que a Escola deve tomar para engajar os alunos

na sociedade.

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1.2-IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

O Colégio Estadual Tancredo Neves Ensino Fundamental e Médio,

localizado à Rua Ernesto Fontanive, n.º 131, telefone/fax (46) 3533-1407,

código 00472, site da escola: http://www.sjxtancredoneves.seed.pr.gov.br,

endereço eletrônico [email protected] localizado no Município

de São João código 2500, dependência administrativa estadual 41094255,

pertence ao Núcleo Regional de Pato Branco código 023 e tem como entidade

mantenedora a SEED Paraná, e Ato de Autorização de Funcionamento

Resolução n.º 1452/81 de DOE 20/08/81, Ato de Reconhecimento do

estabelecimento Resolução n.º 2519/83 DOE 27/07/83, Reconhecimento de

Curso, Resolução n.º 4637/85 DOE 11/10/85. Parecer do Núcleo Regional de

Ensino de Aprovação do Regimento Escolar 283/2000, conforme Deliberação

16/99.

O Colégio encontra-se a 60 quilômetros do NRE e localiza-se no meio

urbano, porém atende também alunos do meio rural de algumas comunidades

das redondezas da sede do Município, que fazem uso do transporte escolar

gratuito, parceria entre o Governo do Estado e Município.

O Colégio Estadual Tancredo Neves, atende as modalidades de Ensino

Fundamental, Ensino Médio e uma turma descentralizada do Curso de

Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental em Nível Médio, na Modalidade Normal, do Colégio Estadual de

Pato Branco. No ano de 2009 apresenta um quadro de 30 turmas distribuídos

entre Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante (descentralizado).

1.3 – QUADRO DE PROFESSORES

QUANTIDADE DISCIPLINA DE FORMAÇÃO3 Física- 5 Ciências com habilitação em Química4 Ciências com habilitação em Matemática7 Letras6 Educação Física2 Matemática

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3 Artes Visuais6 História4 Letras e Inglês3 Biologia

10 Pedagogia4 Geografia4 Sociologia5 Filosofia1 Magistério

QUADRO DE FUNCIONÁRIOS:

QUANTIDADE FORMAÇÃO

2 Ensino Fundamental e Pró-funcionário

2 Ensino Médio

5 Ensino Fundamental

3 Ensino Médio Pró-funcionário

4 Cursando Pró-funcionário

2 Normal Superior- Pró-funcionário

3 Ciências Contábeis

1 Ensino Médio

Técnico em Enfermagem

Pró-funcionário

1.4 – ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR E EQUIPAMENTOS

O Colégio Tancredo Neves é dividido em dois blocos, tendo 8 salas de

aula no bloco 1 e 11 salas no bloco 2.

Dispõe de espaços e ambientes pedagógicos suficientes para o número

de alunos, contendo mobília específica para a faixa etária e uma TV com

entrada para DVD e Pen driver em cada sala.

Uma sala de Orientação com duas escrivaninhas, cadeiras giratórias e

uma poltrona sem encosto, um armário de madeira, um armário de aço e um

fichário de aço com gavetas.

Um almoxarifado com armário, mesa, aparelhos de som, retroprojetor,

mapas, revistas, dicionários para uso dos professores e alunos e roupas para o

grupo de danças e apresentações teatrais.

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Um Laboratório de Ciências com balcão e pia.

Uma biblioteca com acervo de livros para pesquisa e entretenimento,

um aparelho de televisão e um rádio, mesas e cadeiras.

Um laboratório de informática com 20 micro-computadores para uso de

professores e alunos com acesso a internet e impressora.

Possui uma sala de apoio para alunos com dificuldades de aprendizagem

no contra-turno e uma sala de recursos para atender alunos com distúrbios de

aprendizagem.

Oferece também três quadras de esportes, sendo uma coberta, para as

aulas de Educação Física, uma de areia e uma sem cobertura.

Ao lado da biblioteca funciona uma sala de Arte, onde os alunos

produzem pinturas variadas e outras atividades artísticas.

Na estrutura da escola ainda contamos com uma cozinha, 14 banheiros,

uma sala para descanso de funcionários e professores no turno da noite.

Possui ainda um depósito de lanches e uma cantina com geladeira e

balcão.

Uma secretaria com aparelho de Xérox alugado, 7 escrivaninhas, 7

micro-computadores com mesas, 4 impressoras, três aparelhos de telefone e

um fax, cadeiras, 6 fichários de aço com gavetas, um armário de madeira e

dois banheiros para uso de funcionários.

Possui ainda uma sala de professores com um computador, mesas e

cadeiras, sofá, armários e dois banheiros.

Uma sala de reuniões que também é usada como sala de vídeo, com

televisão, aparelho de DVD e vídeo cassete, cadeiras e mesa.

Sala da Direção com duas escrivaninhas, fichário de aço com gavetas,

cadeiras e um armário grande de madeira.

Tem ainda uma sala reservada para a Documentadora Escolar, com

mesa, armários, telefone-fax e uma sala para arquivo morto.

Em espaço separado por cerca e portão está a casa do caseiro ocupada

por policial militar.

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1.5 – HISTÓRICO DA ESCOLA

O Colégio Estadual Tancredo Neves- Ensino Médio, teve início no ano de

1969, quando foi criada a Escola Normal São João, pelo Decreto n.º- 17.781-

69, de 30- 12- 1969, ofertando o curso Normal Colegial, iniciando a primeira

turma em 1970, no prédio que atualmente pertence à Paróquia São João

Batista.

A Autorização de Funcionamento foi dada pela portaria n.º- 4.313-70.

Teve como primeiro Diretor o Monsenhor Pe. Raymundo Lulus Francener na

seqüência já foram diretores as Senhoras Marlene Terezinha Colet, Dione

Damiani, Noêmia Lúcia Follmann e o Senhor Pedro Gasparetto.

Em 1980, foram implantadas as Habilitações Plena em Magistério e

Básico em Saúde.

Em 1981, com a implantação da Lei 5692/71, e por funcionarem no

mesmo prédio, houve união do grupo Escolar Governador Paulo Pimentel, que

ofertava o Ensino de Pré-escolar até 4ª- Série, com a Escola de Ensino de 2º

grau, formando uma só instituição.

No ano de 1983, foi extinta a habilitação Básico em Saúde, pela ausência

de interessados, passando a oferecer o então chamado Curso Propedêutico.

Em 1986, por decisão da Comunidade Escolar, o Estabelecimento mudou de

nome, passando a denominar-se Colégio Estadual Tancredo Neves – Ensino de

1º e 2º Graus.

Em 1987, extinguiu-se o curso Propedêutico e implantou-se o curso de

Educação Geral no período noturno.

No ano de 1989, devido a cessação do Colégio Cenecista Marcílio Dias,

passou a oferecer as Habilitações de Técnico em Contabilidade/Auxiliar em

Contabilidade.

Com o processo de Nuclearização de Ensino, no ano de 1991, o Colégio

Estadual Tancredo Neves recebeu alunos de 1º- a 4º- séries de 15 escolas

rurais multisseriadas, extintas no interior do município. Também, em 1991, o

Colégio escolheu em concurso realizado pelos alunos, um emblema próprio,

que contém o lema “Educando para o Futuro”.

Em 1992, o Colégio passou a funcionar em prédio novo, construído pelo

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Estado. Ainda em 1992, devido à Municipalização do Ensino de Pré à 4ª

Séries, foi criada a Escola Municipal Castro Alves- Ensino de 1º- grau,

funcionando até o final do ano com a mesma administração.

Em 1993, houve o desmembramento definitivo da Escola de 1º- grau,

funcionando a partir de então, apenas as duas escolas no mesmo prédio, com

direções diferentes.

Em 1993, iniciou-se, no Colégio Estadual Tancredo Neves – Ensino de 2º-

Grau, a informatização, com a aquisição de dois microcomputadores.

Em 1998 assume a direção, a Professora Roslaine Terezinha Micheloski

Pastório, eleita pela Comunidades Escolar.

No ano de 2000, com a cessação da Escola Estadual Princesa Isabel-

Ensino Fundamental ( histórico em anexos), o Colégio Estadual Tancredo

Neves, incorporou essa instituição, através da implantação do Ensino

Fundamental, passando a se chamar Colégio Estadual Tancredo Neves- Ensino

Fundamental e Médio. Nesse mesmo ano, a Escola Castro Alves, mudou-se

para o prédio onde funcionava a extinta Escola Estadual Princesa Isabel. A

então Diretora da Escola Princesa Isabel, Professora Marlene Augustin,

assume a vice-direção do Colégio Tancredo Neves.

A Professora Roslaine Pastório, reelegeu-se por mais duas vezes, tendo

como Vice-Diretora a Professora Margred Drehmer e permaneceu na gestão da

escola até o ano de 2005, quando houve nova eleição.

No ano de 2005, assumiram a Coordenação Pedagógica do Colégio,

através de concurso estadual, as Professoras Fatima Jacinta Chioquetta e

Tânia Hupes e a Professora Maria Dolores Follmann Fridrichsen que atuava no

Ensino Fundamental Municipal, também assumiu a Coordenação Pedagógica

neste período.

A Professora Margred Drehmer assumiu a direção em 2006 atraves de

eleição do Diretor, permanecendo até 2008, tendo como Vice-Diretora a

Professora Salete Zimpel.

No ano de 2009 a Diretora Margred Drehmer foi reeleita tendo como

Diretor Auxiliar o professor João Carlos Ramos para o triênio 2009/2011, sendo

que no dia 11 de agosto de 2010, a Pedagoga Tania Huppes assumiu a Direção

no período vespertino por motivo da saída do Professor João Carlos Ramos

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para cursar o PDE.

1.6- CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

“Cada homem é um ser no mundo, com o mundo, e com os outros”

PAULO FREIRE (1997)

Para que o educador viva a constatação de que cada ser é um ser no

mundo, com o mundo e com os outros, é preciso que ele reconheça nos outros

o direito de dizer a sua palavra. Enquanto os outros têm o direito de falar, o

nosso dever é de escutá-los, não com malícia, pensando em receber algo em

troca, mas como quem cumpre um dever, e nessa troca, escutá-los

corresponde ao direito de falar a eles que na verdade, é falar com eles,

enquanto que apenas falar a eles seria uma forma de não ouvi-los.

O educador é um sujeito do mundo, capaz de se olhar de fora.

O tomar distância de si possibilita uma análise do fazer desse sujeito, e,

por consequência, uma construção do modo de pensamento gerando

alterações no mundo que o cerca.

O conhecimento engloba a totalidade da experiência humana, partindo

das experiências concretas vivenciadas pelos indivíduos do cotidiano de seus

grupos, e essa totalidade da realidade é multidisciplinar, assim como a

sociedade é multidisciplinar. Por esse motivo, a participação da comunidade na

escola é uma questão didática, de bom senso, confiança, projeto em comum e

ética.

Partindo de um diagnóstico feito com a comunidade escolar, com o

intuito de conhecer a sua visão em relação à escola, à educação, ao saber

sistematizado e a cultura historicamente construída e repassada na classe

escolar, chegou-se aos seguintes resultados:

A comunidade escolar percebe que a educação está diretamente ligada

aos valores morais e éticos, que tem como base a família e essa espera que a

escola prepare seus filhos para a vida em sociedade, formando-os cidadãos

críticos e capazes de opinar quando necessário, agindo na transformação do

meio em que vivem.

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Quanto a importância da escola, os pais esperam que ela garanta um

futuro melhor para seus filhos, melhorando as condições de vida no que diz

respeito ao conhecimento e ao campo de trabalho, preparando-os para o

mundo competitivo que os espera.

Algumas famílias dispõem-se a ajudar sempre que for necessário,

participando da APMF e em outras instâncias colegiadas, como parceiros na

educação dos filhos, pois pensam que se cada um fizer a sua parte, a escola

progride, melhorando a qualidade de ensino.

Os pais sabem que para se obter sucesso profissional e pessoal é

necessário que os professores também recebam formação continuada

oferecida pela Escola ou pelo Estado, auxiliando-os na preparação das suas

aulas, tornando-as mais atrativas, onde o aluno possa construir seu próprio

conhecimento através da medição e intervenção do professor.

Os pais ainda sugerem que para que os alunos permaneçam na escola, e

gostem de ficar nela, é preciso que os professores ouçam suas queixas,

conheçam a realidade do aluno para poder motivá-los, tornando suas aulas

construtivas e significativas.

Sobre os conteúdos, os pais dizem que as aulas não devem ser apenas

voltadas ao currículo, mas também para uma formação integral do educando,

desenvolvendo-o para exercer sua cidadania.

Em relação ao Ensino Superior, os pais cada vez mais consideram

imprescindível que a escola prepare os alunos para continuarem em seus

estudos, pois o mercado de trabalho está cada vez mais exigente no que diz

respeito ao preparo dos sujeitos trabalhadores.

Esse contato com as famílias durante a elaboração do PPP, e a

participação dos pais durante os trabalhos, foi fundamental, pois uma escola

não pode ficar alheia ao seu entorno, ou seja, ela é uma continuação do mundo

do aluno e sendo assim ela reflete a realidade fora dela, precisando muitas

vezes trazê-la para dentro da escola, não para reproduzi-la, mas para modificá-

la a favor do educando, mostrando que o aluno precisa do saber sistematizado

para lutar de igual para igual no mundo lá fora.

O Colégio Tancredo Neves – Ensino Fundamental e Médio atende alunos

da sede do município bem como de comunidades do interior que se encontram

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próximas a ele.

O nível de escolaridade dos pais dos alunos que frequentam nossa escola

é baixo, mostrando que a maioria deles possui apenas o Ensino Fundamental

completo e uma minoria o Ensino Médio.

A heterogeneidade se faz presente em relação ao meio em que residem,

pois estão divididos entre o meio rural e o meio urbano, sendo que as famílias

do meio rural são na maioria compostas de pequenos agricultores que

sobrevivem da agricultura de subsistência, precisando por isso, fazer uso dos

programas sociais, como Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Bolsa Família,

Leite das Crianças entre outros.

As famílias do meio urbano, são na maioria assalariados, operários e

alguns trabalhadores informais ou diaristas.

Quanto às origens, a maioria é de cor branca, seguidos pela cor parda e

uma minoria negra.

Poucos alunos do diurno trabalham fora, pela escassez de fábricas e

oportunidades de trabalho para essa faixa etária, por esse motivo passam a

maioria do tempo assistindo televisão e auxiliando nas tarefas domésticas.

Os alunos do período noturno, são na maioria trabalhadores informais ou

assalariados, procurando o ensino noturno por esse motivo.

É nesse contexto que nossa Escola está inserida e portanto precisa

encontrar meios de atender essa heterogeneidade, que na verdade enriquece o

trabalho, pois através das diferenças que se aprende, na troca com os pares e

nas inter-relações pessoais, precisando para isso uma constante atualização

tanto dos professores como de toda equipe da escola, sendo que, para obter

sucesso na aprendizagem, é preciso apoio e colaboração dos envolvidos na

educação, direta ou indiretamente.

1.7-CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA

O Brasil, embora seja um país de dimensões continentais, de

disparidades regionais e com uma população multicultural, passa por um

momento de aperfeiçoamento institucional e amadurecimento político, com as

instituições funcionando com regularidade.

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Mesmo possuindo essas condições favoráveis, há muito que fazer no que

diz respeito à Educação, à Saúde, ao Saneamento, à Habitação, à distribuição

de renda, à justiça e à segurança.

O acesso à justiça ainda é limitado, o jogo político é marcado pelo poder

econômico, os meios de comunicação atuam no sentido de manter a estrutura

de poder e a concentração de renda na mão de poucos e no poder central. Isso

contribui para a marginalização de grandes contingentes populacionais e para

a escalada da corrupção, visto que os que têm menos sempre negociam algo

em troca de favores, de emprego, deixando a competência e a formação

acadêmica de lado, privilegiando familiares e estruturas político-

assistencialistas de poder.

Temos o direito de eleger nossos governantes e representantes

periodicamente, mais isso não significa total imparcialidade, visto que o jogo

político é marcado pelo poderio econômico e pelos interesses de grupos ou

mesmo ambições pessoais, mais pelo poder econômico.

A estrutura pública torna-se, a cada dia, mais burocrática e complicada.

Os serviços públicos, embora com todo o desenvolvimento tecnológico de que

se dispõe, são precários e não estão ao alcance de todos.

A Educação, uma das molas propulsoras do desenvolvimento, anda a

passos lentos. Embora haja esforços para colocá-la em posição de destaque,

depara-se com a escassez de recursos, com a pouca valorização do

conhecimento e do saber, tanto pela família, como pela sociedade, com a

violência entrando pela porta das escolas, amedrontando professores que vão

se tornando reféns e vítimas do desajuste social.

A Gestão escolar enfrenta problemas sérios, os próprios da sociedade: a

disputa de poder, a questão da autonomia, o excesso de burocracia, com a

classe do magistério cercada pelo medo vindo de todos os segmentos sociais.

Mesmo assim vem ocorrendo evolução na gestão escolar, no

aparelhamento das unidades escolares, no acesso e permanência do aluno na

escola,(transporte, merenda, material didático) nos processos de formação e

capacitação de professores,na informatização das escolas, possibilitando a

utilização das tecnologias de informação.

A Escola Pública depara-se com a burocracia da estrutura estatal, cujos

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recursos são centralizados, tendo os gestores escolares necessidade de utilizar

expedientes, promoções ou parcerias para angariar recursos para atender

necessidades básicas da escola.

Os recursos federais, que são vultosos, se comparados aos de pequenos e

pobres Municípios, são carreados significativamente para os níveis de ensino

superior, ficando o ensino básico mais à sorte dos Municípios, em sua grande

maioria dotados de parcos recursos.

A criação de programas como o PROUNI e o ENEM têm servido para

possibilitar a realização do sonho de muitos jovens que, do contrário, não

teriam acesso ao ensino superior.

A instituição do FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério foi importante para a

melhoria da Educação, visto que ajudou dirimir grandes disparidades entre

regições, ocorrendo uma distribuição de recursos mais equitativa.

A substituição do FUNDEF pelo FUNDEB veio ampliar o universo

educacional. Embora recentemente criado, ainda não produziu resultados, mas

congrega ações que visam dar um norte mais seguro ao desenvolvimento da

Educação e ampliando o atendimento escolar abrangendo desde a Educação

Infantil até o Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à

educação na idade adequada.

Na área social, o Programa Fome Zero, se constitui em estratégia

impulsionada pelo governo federal, para assegurar o direito à alimentação ao

menos básica às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos.

Tal estratégia se insere na promoção da segurança alimentar e

nutricional, buscando a inclusão social e a conquista da cidadania da

população mais vulnerável.

Um dos pontos positivos do Programa FOME ZERO, foi o de priorizar o

tema da fome na agenda política do Brasil, com repercussões no cenário

mundial, além de reforçar a participação e a mobilização da sociedade.

Outro aspecto do FOME ZERO é a vinculação entre a Política de

Segurança Alimentar e Nutricional e a necessidade de repensar a ação do

Estado, através da integração das áreas envolvidas nesse tema, com destaque

especial para a vinculação com a educação e com as parcerias e canais de

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participação popular e controle social.

Dessa forma, os princípios do FOME ZERO têm por base a

transversalidade e intersetorialidade das ações estatais nas três esferas de

governo; no desenvolvimento de ações conjuntas entre o Estado e a sociedade;

na superação das desigualdades econômicas, sociais, de gênero e raça; na

articulação entre orçamento e gestão e de medidas emergenciais, com ações

estruturantes e emancipatórias.

Na área da segurança podemos dizer que a violência ainda é um dos

maiores problemas sociais do país, juntamente com o desemprego, a

destruição ambiental e a fome. Nos grandes centros urbanos, como São Paulo

e Rio de Janeiro as facções criminosas comandam o crime de dentro das

cadeias, munidos de celulares modernos e de um poder maior que a justiça

nacional, deixando a população em completa insegurança, pois vivemos numa

guerra interna e não vemos saída imediata para essa problemática.

A medicina evoluiu muito nos últimos anos e estamos perto da cura de

muitas doenças através da pesquisa com células tronco, dando esperanças a

portadores de doenças crônicas e outras convalescênças do corpo humano

como o câncer.

As pesquisas embrionárias, além das questões controversas que se

abrem, do ponto de vista ético e do ponto de vista jurídico-legal, são motivo de

grandes debates e incertezas quanto sua eficiência e eficácia nos campos

genético e da bioengenharia.

O Brasil destaca-se como um dos maiores produtores de alimentos do

mundo, quer pela qualidade, quer pela produtividade, embora seja bastante

dependente no tocante ao desenvolvimento biotecnológico e a insumos.

No tocante à transgenia, que é a inserção no genoma, de um organismo

receptor, através de técnicas de Engenharia Genética, de um ou mais genes

obtidos de indivíduos diferentes, que podem ser da mesma espécie do

indivíduo receptor, ou de espécie diferente, o Brasil não tem posição

claramente definida, o que de um lado é natural, face que a própria ciência

ainda não foi capaz de esclarecer todas as dúvidas levantadas.

No esporte, o progresso ocorrido nas últimas décadas tem sido

fantástico, em especial em alguma modalidades coletivas e no atletismo.

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As interferências na natureza vêm proporcionando consequências nada

favoráveis: secas e tempestades mais frequentes têm castigado a agricultura,

interferindo no clima, na produção de alimentos e na economia inclusive de

regiões.

Todos os aspectos acima descritos aplicam-se a nosso Município, com

alguns agravantes: o de cidade pequena e com economia alicerçada na

agricultura, esta significativamente mecanizada, o que ocasiona, a cada seca,

desestímulo, de um lado, de outro, a falta de trabalho no campo, possibilita aos

jovens a busca de trabalho em cidades maiores, assim como ocorre com a

necessidade de cursar faculdade

Em suma, é neste contexto sócio, econômico, político e cultural que a

educação objetiva formar seres pensantes, para que possam, através do uso da

educação e da ciência, transformar sua realidade.

1.8-OBJETIVOS DA ESCOLA

1.8.1- OBJETIVOS GERAIS:

O Colégio Estadual Tancredo Neves, busca através de sua organização,

manter diálogo com as famílias, os alunos, os professores e toda a comunidade

educativa, a fim de colocar nossos educandos em contato com o saber

sistematizado e acumulado historicamente, cumprindo com a missão

estabelecida: “Formar cidadãos conscientes, capazes de compreender e

criticar a realidade, atuando na busca da superação das desigualdades

e na busca do respeito ao ser humano”, em outras palavras, educar para a

cidadania.

1.8.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

* Oportunizar a formação de cidadãos autônomos e críticos;

* Desenvolver o conhecimento e despertar as capacidades físicas,

motoras e cognitivas dos educandos;

* Possibilitar o acesso ao saber sistematizado;

* Proporcionar igualdade de direitos e oportunidades;

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* Despertar valores necessários para o bom convívio social.

II-MARCO CONCEITUAL

2.1-FILOSOFIA DO COLÉGIO ESTADUAL TANCREDO NEVES

“O sábio não se aflige por não ser conhecido dos homens;

ele se aflige por não conhecê-los.” CONFÚCIO

Quem de nós não teve de fazer opções, entre o certo e o errado, entre o

justo e o injusto? O que é certo? O que é justo? O que é bom em si mesmo? O

que é ruim em si mesmo?

Ou esses são valores relativos à cada momento histórico? O que é bom

ou mau hoje, pode amanhã ser considerado de forma diferente.

Como nós educadores, temos enfrentado nas escolas as opções entre o

que é certo e o que é errado?

Não nascemos com um manual de instruções sobre como devemos agir

diante das mais variadas situações em sala de aula e na vida, apenas nascemos

sem nenhuma explicação ou instrução de como devemos proceder.

E, se de um lado isto nos coloca na situação incômoda de termos de

buscar nossas próprias respostas para a vida, por outro lado nos garante o que

de mais fundamental os seres humanos têm: a liberdade. Somos livres para

ser, viver, escolher e agir, sem que nenhum manual ou bula pré-determine as

nossas vidas.

Embora a liberdade seja um bem precioso, sua existência por si só não

garante uma vida boa – objeto maior de nossas buscas e reflexões. A liberdade

é, ao mesmo tempo a maior possibilidade e o maior risco de suas vidas. Por a

termos, podemos interferir no mundo da melhor ou da pior maneira. A

liberdade torna-se benfeitora quando pensada em conjunto com sua

importante parceira: a responsabilidade.

Viver a liberdade com responsabilidade é um dos maiores desafios que

temos para enfrentar, pois ela tem sido exaltada e condenada, mas muito

pouco aprofundada como um dos conceitos fundamentais da ética e da

educação.

Muitas vezes ouvimos as pessoas dizer: “O mal do mundo hoje é que os

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jovens têm muita liberdade, no meu tempo não era assim...”; “Vivi em certo

tempo que o certo era certo e o errado era errado, e não ocorria essa

confusão que vemos hoje”, dizem outros. Há nas expressões como essas, uma

nostalgia de um tempo mais inflexível. Será que era mesmo melhor quando as

regras eram mais inflexíveis?

Nos lares e nas escolas, educar era enquadrar a criança e o adolescente

nas regras predeterminadas. Essas eram muito claras: o que podia, podia; o

que não podia, não podia e pronto. Não cabia nem perguntar os porquês. Não

havia espaços para questionamentos, nem para crianças, nem para

transgressores. Mesmo nos dias atuais dificilmente ouviremos uma mãe dizer:

“Meu filho é uma gracinha! Ele é tão desobediente!” Mas dizer que ele é uma

gracinha porque é obediente é comum. O que se costuma valorizar é o

cumprimento das regras.

Mas o que seria da ciência se Galileu não tivesse sido desobediente?

Não queremos fazer uma apologia à transgressão, mas lembrar que ela

faz parte da construção da identidade da criança, do adolescente, do cidadão,

de um povo e da própria humanidade.

Regras são construídas porque são necessárias, porque não é possível viver

sem elas, mas podem ser refeitas. Não se trata de aboli-las nem de cristalizá-

las, mas de mantê-las como objeto de reflexão constantemente.

Belos discursos que valorizam a solidariedade e a cooperação convivem

com ações competitivas e cruéis, como a arrogância, o preconceito e o

desprezo. No processo de aprendizagem, o peso do discurso é menor do que o

dos gestos. Palavras não bastam para produzir aprendizagem moral, os atos

morais são aprendidos também e principalmente pela observação.

Palavras e gestos tem, portanto, de ser coerentes entre si para produzirem

uma aprendizagem prevista, e o antídoto contra o descompasso é a vigilância

reflexiva.

Professores, pedagogos, diretores, pais e todos os envolvidos com a

educação de jovens e das crianças terão de buscar coerência entre a intenção

e o gesto, se quiserem não se trair nos objetivos proclamados. O que for dito

tem de ser vivido. Assim, educar supõe prestar atenção em nós mesmos, em

nossos pensamentos e em nossas ações, bem como na coerência entre elas.

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O moralismo se preocupa apenas com a imposição de comportamentos

julgados corretos, enquanto a moralidade está mais comprometida – busca

trabalhar com valores.

O moralismo é mais simples, mas não é eficiente, nem humano quanto a

dimensão da moralidade, já que nega um dos valores fundamentais do homem,

que é a liberdade. Nessa dimensão, nossos atos são nossas opções, portanto,

são também responsabilidades nossas.

É verdade que o mundo mudou, como também é verdade que nós

mudamos e que, hoje, nos sentimos um tanto confusos porque perdemos

modelos. Durante várias gerações, pais e professores educavam seus filhos e

alunos como foram educados, e o modelo de educação estava à mão disponível

e próximo para ser utilizado como tal nas escolas.

É muito mais difícil ter liberdade do que não tê-la. A pessoa livre jamais

poderá atribuir a uma outra a responsabilidade por um ato seu. A liberdade é

proporcional à responsabilidade.

De que liberdade falamos? A liberdade tem sido proclamada nos limites

do dito popular: “A minha liberdade acaba onde a do meu semelhante

começa”. Tem-se repetido e considerado este dito como uma forma de respeito

ao outro.

Educar nossas crianças e jovens na liberdade é, portanto, educá-los

também na responsabilidade com inovação.

Concebe-se a inovação, uma prática libertadora, em função de um

processo que procura dar resposta à preocupação gerada por uma prática que

não satisfaz as expectativas didáticas dos professores. Isso, supõe repassar a

própria prática, o que implica a necessidade de encontrar uma forma de

trabalho que, por um lado, adapte-se à concepção de ensino da escola e, por

outro, ofereça-lhe a possibilidade de aprofundar o processo de ensino e

aprendizagem.

Podemos definir assim, um itinerário de mudanças que teria como etapas

a insatisfação inicial, a necessidade de mudança, a análise reflexiva de

professores e da equipe e, a descoberta dos fundamentos filosóficos e

psicopedagógicos da própria prática. Essas etapas levam ao início de uma nova

práxis educativa, modificando-a e reorganizando-a.

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Isso só será possível através de um entendimento da dimensão filosófica

da educação, ou seja, só haverá mudanças se houver reflexão sobre a

realidade.

Toda educação deve ter uma orientação filosófica pois ela desempenha

papel imprescindível na formação do educador.

Mas o que leva o educador a filosofar?

Podemos ampliar esse questionamento e perguntar o que leva o homem

a filosofar?

Na verdade, todos e cada um de nós nos descobrimos agindo, sentindo,

pensando, ou seja, existindo no mundo. Tal existência transcorre

espontaneamente até que algo interrompe seu curso altera sua sequência

natural.

Eis pois o objeto da filosofia. O que leva o homem a filosofar são os

problemas que o homem enfrenta no transcurso de sua existência.

Mas afinal, o que é um problema?

Problema significa tudo aquilo que não se conhece. Não o mistério, pois

o homem de fé aceita o mistério, vive da confiança no incognoscível.

As coisas por nós ignoradas são muitas. Em nossos alunos também. Eis o

trampolim propulsor da educação e de todo o crescimento. A dúvida. O

conflito.

A escola deverá permitir que os conflitos e as diferenças se explicitem,

pois dessa maneira caminhamos para a continuação de novas formas de ver,

sentir, entender, organizar e representar o mundo, respeitando as diferentes

visões dos indivíduos.

Precisamos conduzir nossos alunos para a formação da autonomia, mas

para isso é necessário que eles posicionem, se façam representar considerando

sua capacidade de produção simbólica nas múltiplas linguagens da escola, o

que é essencial para se apropriarem das diversas formas de diálogo com as

quais convivem e se defrontam no dia-a-dia.

Nessa perspectiva é importante acrescentar na escola a tecnologia,

objetivando a construção de uma sociedade em que todos tenham acesso aos

meios de produção. Estabelecendo assim diálogo em igualdade de condições e

capacidade para tomar decisões que levem à mudanças futuras.

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Sabe-se que a escola não detém a hegemonia como fonte de transmissão

do saber e que os meios de comunicação também atuam como mediadores

entre sujeito e a construção da sua identidade.

Paulo Freire define a educação como espaço da paidéia e da utopia,

sendo um campo fértil de paradigmas. Existem muitas educações, que seguem

orientações distintas. Algumas, segundo ele enfraquecem o campo educacional

tornando-o mais frágil, porque mais diverso.

Na verdade o que pode enfraquecer a educação são os paradigmas

impostos ou exclusivos com validade universal sobre qualquer outro.

Nos tempos atuais, a escola tem se preocupado em seguir metodologias

que ensinem os alunos a pensar, apesar dos resultados do processo serem

lentos, mas acredita-se que os frutos deste trabalho virão no decorrer da vida

do aluno.

Segundo “Vieira e Mato” (2005), se a escola for capaz de desenvolver

plenamente os quatro pilares básicos da aprendizagem – aprender a ser,

aprender a fazer, a conviver e a conhecer, independente de classe, raça,

gênero, religião, seguramente estará cumprindo a função social que dela se

espera.

O Colégio Estadual Tancredo Neves, com seu corpo docente, preocupa-se

com a qualidade de ensino, por isso, procurando promover uma educação que

desenvolva nos alunos o domínio de conhecimentos e desenvolvimento de

capacidades cognitivas, operativas e sociais para o atendimento de

necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do

trabalho, a construção da cidadania, tendo em vista a construção de uma

sociedade mais justa e igualitária.

Sabe-se que para haver um bom ensino, não basta termos novos

conhecimentos, mas é imprescindível que possamos fazer novas e boas

perguntas.

As mudanças em educação não aparecem isoladamente, mas devem ser

construídas de forma coletiva, entre docentes da escola, observando

principalmente como nossos alunos aprendem para então elaborar a maneira

possível de ensinar. Tudo isso supõe uma revolução nos vínculos da escola e da

sala de aula, democratizando as relações com os outros e com o conhecimento.

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Assim pode-se acreditar que é possível fazer da escola um lugar de

aprendizagem com sentido para crianças e jovens.

Sabe-se que além desses objetivos a escola deverá dar importância ainda

maior a qualidade das relações pessoais, interpessoais e grupais que lá se

estabelecem, pois segue a filosofia de que devemos educar para a autonomia e

pensar crítico, transformando nossos alunos em pensadores autônomos,

melhorando o meio em que vivem.

A escola deverá permitir que os conflitos e as diferenças se explicitem,

pois dessa maneira caminharemos para a construção de novas formas de ver,

sentir, entender, organizar, representar o mundo, respeitando as diferentes

visões dos indivíduos.

Para a formação da autonomia é necessário que os alunos se posicionem

e se façam representar, considerando sua capacidade de produção simbólica

nas múltiplas linguagens, o que é essencial para se apropriarem das diversas

formas de diálogo do atual contexto.

Por esse motivo, o Colégio Estadual Tancredo Neves Ensino

Fundamental e Médio, tem como missão “Formar cidadãos conscientes,

capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da superação

das desigualdades e na busca do respeito ao ser humano”, em outras palavras,

educar para a cidadania.

2.2 – CONCEPÇÃO DE CIDADANIA

Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para

dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as

desigualdades e agravando as exclusões. Nesse momento, se quer construir

uma outra base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira

que, organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais,

acumularam força e conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu

destino, criando uma nação soberana e aberta ao diálogo e à participação.

De acordo com Boff (2000, p. 51) “cidadania é um processo histórico-

social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de

organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar

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de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu

próprio destino”.

Reafirmando a citação de Boff, Martins (2000, p. 53) diz “... a

construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de

consciência pessoal e social e de reconhecimento desse processo em termos de

direitos e deveres. A realização se faz através de lutas contra as

discriminações.

Da abolição das barreiras segregativas entre indivíduos e contra as

opressões e os tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas

condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos nas

tomadas de decisões.

É condição essencial de cidadania, reconhecer que a emancipação

depende fundamentalmente do interessado, uma vez que , quando a

desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a tutela sobre a

sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto, ser/estar

interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre

necessários e instrumentais.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se

tornar cidadão consciente (sujeito de direitos), organizados e participativos do

processo de construção político-social e cultural.

Angel Pino in (Boff SEVERINO A. J., ZALUARA e outros, 1992, p.15-25),

consideram que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e

o exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula.” Portanto, a

educação como um dos principais instrumentos de formação de cidadania,

deve ser entendida como a concretização dos direitos que permitem ao

indivíduo, sua inserção na sociedade.

A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o

enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe entre a

declaração constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a educação) e a

negação da prática desses direitos; da ideologia que associa a pobreza

material à cultural; de recolocar-se o problema da escola pública em termos de

direito de todos, de acesso ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do

trabalho como atividade de produção/apropriação de conhecimento não apenas

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como mera operação mecânica, em repensar a relação escola/trabalho.

Segundo Martins (200, p. 54), pode-se se afirmar que “aquela relação

entre cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambos são processos;

o processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e

comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais, na

luta, na definição de instituições permanentes para expressão política”.

Neste sentido, a autora destingue a cidadania passiva, aquela que é

outorgada pelo Estado, com a idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa

– aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres, mas

essencialmente criador de direitos, de abrir espaços de participação.

Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência clara sobre o papel

da educação e as novas exigências colocadas para a escola que, como

instituição para o ensino – a educação formal – pode ser um locus excelente

para a construção da cidadania.

As dimensões de cidadania, segundo Boff, são cinco:

1)A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente,

como massa e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza material e

política é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta.

2)A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de

sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.

3)A dimensão popular: inclui somente as que tem acesso ao sistema produtivo

e exclui os demais, sendo esta dimensão vigente.

4)A dimensão de con-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao

Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar.

Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.

5)A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de

causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a

terra e a humanidade.

Tipos de Cidadania segundo Boff:

Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo

ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de

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reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres, no projeto

neoliberal vigente a cidadania passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma

(200, p.57). “Ele debilita e reduz a cidadania nacional, quer dizer, a autonomia

do próprio país. Internamente reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são

beneficiados pela modernização, outros, os setores populares só cabe uma

cidadania menor. Outros, os excluídos, servem como massa de manobra, sem

qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião, compensado, fazendo

assistencialismo fácil e promessas.

Cidadania Menos – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em

conta capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador

de oportunidades e de progressos. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil

grande, uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e

potencialidades populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para

setores beneficiários. (Boff, p.66) “será uma cidadania político-participativa

para os segmentos incorporados na produção, mas não será econômico-

produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo duramente explorados.

Portanto terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às vezes expressa

em grandes manifestações públicas, mas sem consequências reais... As

políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população pobre,

dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais.

Cidadania Maior e Plena – Con-cidadania – O projeto de Democracia

racial e popular é totalmente diferente dos autores muito distantes que

vivemos. Está sendo construídos por todos os excluídos da história brasileira,

se organizando dentro de movimentos raciais.

Com força foram se infiltrando em condutos-políticos partidários, já

agora em condições de disputar a conquista e o controle do poder com muita

luta, resistência argumentos e organização.

Esse projeto visa construir uma Nação autônoma, capaz de democratizar

a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a mudança, primando por uma

sociedade sustentável que se desenvolva com a natureza e não contra ela, que

produza o suficiente para todos e que não permita a acumulação para poucos.

BOFF (2000, p. 73) diz: “Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o

tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa, solidária e

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popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos

movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.

Construir a cidadania e con-cidadania popular e a forma concreta de se

construir o Projeto-Brasil que buscamos.

2.3– CONCEPÇÃO DE CULTURA

A cultura é resultado de toda a produção humana segundo Saviani “Para

sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa é intencionalmente, os

meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação

da natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura).” (1992, p.19).

Podemos considerar que, “...de um ponto de vista antropológico, cultura

é tudo o que elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais sublime música

ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de

tortura, a arte, a ciência, os costumes, a linguagem, os hábitos de vida, os

sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de

trabalhar”. (Sacristan, 2001, p. 105).

“Todo conhecimento, na medida que se constitui num sistema de significação, é cultura.

Além disso, como sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado

com relações de poder” (Tomas Tadeu, 1999).

É necessário considerar, portanto, a importância do texto de SILVA,

“...tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do

mundo contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta

diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de

homogeneização cultural.”

Ao mesmo tempo que se tornam visíveis manifestações e expressões

culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais

produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais

aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão

material e não-material.

Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa

completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de

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cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais

diversidades culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas

populares de forma à levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma

Saviani “...a medição da escola, instituição especializada para operar a

passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à

cultura erudita; assume um papel político fundamental. ” (Saviani, apud,

Frigotto, 1994, p. 189).

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e

erudita, cabe à escola aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela

um espaço motivador, aberto e democrático.

2.4 – CONCEPÇÃO DE TRABALHO

“O trabalho é uma atividade que está na base de todas as relações humanas,

condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana intencional que envolve

forma de organização, objetivando a produção de bens necessários à vida.” (Andrey, 1998, p.

13).

Nesta perspectiva, entende-se que o trabalho é ação intencional, que o

homem em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista produz bens.

Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma

tranquila, estando sobrecarregado pelas relações de poder.

Quando produz bens, estes são classificados em materiais e não

materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando

o comércio. Já nos bens não materiais produção e consumo acontecem

simultaneamente.

No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e

nesta dimensão que esta posto a formação do homem.

Ao considerarmos o trabalho uma praxis humana, é importante o

entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma

atividade intencional que envolve, formas de organização necessárias para a

formação do ser humano.

O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de

estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir

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novos conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo

modificações para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor

chegar ao domínio intelectual do técnico e das formas de organização social

sendo portanto capaz de criar soluções originais para problemas novos que

exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento.” (Kuenser, 1985, p.

33 e 35 ).

2.5– CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA

A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma

sistematizada utilizando métodos.

Para Andrey, “A ciência é uma das formas do conhecimento produzido

pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é

determinada pelas necessidades materiais do homem histórico, ao mesmo

tempo que nela difere.” (Andrey, 1980).

Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento,

serão a concepção da ciência.

No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reduzir de

forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais

do processo histórico, não atingindo a totalidade da população.

A escola tem função social de garantir o acesso de todos aos saberes

científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência

merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto

de conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de

pensamento dos estudantes, permitir-lhes o conhecimento da realidade, o que

é indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo

em que vivem, mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo.

2.6– CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens

situando-os dentro da história – ela não muda o mundo mas o mundo pode ser

mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho.

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“Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao

mesmo tempo, uma exigência do trabalho e para o processo de trabalho, bem como é ela

própria, um processo de trabalho.” (Saviani, 1992, p. 19).

Segundo Pinto (1994) a educação é um processo histórico de criação do

homem para a sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade para

benefício do homem.

É o processo pela dimensão histórica por representar a própria história

individual do ser humano e da sociedade em sua evolução.

É um fato existencial porque o homem se faz ser homem – processo

constitutivo do ser humano.

É um fato social pelas relações de interesses e valores que movem a

sociedade, num movimento contraditório de reprodução do presente e da

expectativa de transformação futura.

É intencional ao pretender formar um homem com um conceito prévio de

homem.

É libertadora porque segundo Boff (2000, p. 77) se faz necessário

desenvolver uma educação que nos abra para uma democracia integral, capaz

de produzir um tipo de desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente

sustentado.

Nesse sentido, a educação visa atingir três objetivos que forma o ser

humano para gestar uma democracia aberta.

São eles:

A apropriação pelo cidadão e pela comunidade dos instrumentos

adequados para pensar a sua prática individual e social para ganhar uma visão

globalizante da realidade que o possa orientar em sua vida.

A apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento

científico, político, cultural acumulado pela humanidade ao longo da história

para garantir-lhe a satisfação de suas necessidades e realizar suas próprias

aspirações.

A apropriação por parte dos cidadãos e da comunidade, dos instrumentos

de avaliação crítica do conhecimento acumulado, reciclá-lo e acrescentar-lhe

novos conhecimentos através de todas as faculdades cognitivas humana...”

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Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a

educação tem suas finalidades voltadas para o aperfeiçoamento do homem que

dela necessita para constituir-se e transformar a realidade.

2.7 – CONCEPÇÃO DE HOMEM

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a

segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de

transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado momento

histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele produz

conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho,

produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de diferentes

formas pelo homem, conforme Saviani (1992): “O homem necessita produzir

continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se adaptar à

natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo

trabalho.”

Considerando o homem em ser social, ele atua e interfere na sociedade,

se encontra com outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e

também na organização política, garantindo assim sua participação ativa e

criativa nas diferentes esferas da sociedade.

O homem, como sujeito de sua história, segundo Santoro “... é aquele que na

sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais transcende-

as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na direção de

sua emancipação participante da história coletiva.”

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se de um ser histórico,

faz-se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza

humana. O homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se

pronuncia sobre a realidade.

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2.8 – CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a

natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem

iniciativa, “arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela

vertiginosa sucessão de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos

e práticas educativas”. (Péres Gómes, 1998). E para que isso não aconteça é

que precisamos entender em que tipo de sociedade estamos inseridos.

Para Severino (1998) a sociedade é um agrupamento tecido por uma

série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas

experiências individuais do homem, havendo uma interdependência em todas

as formas da atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando

estruturas sociais, instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base

econômica e é o jeito específico do homem realizar sua humildade, sendo que:

“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe

resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as

contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse

sentido a sociedade cria o homem para si.” (Pinto, 1994).

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho

concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir

social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da

base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento o modo como funciona a

sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis

que regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui

de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem

historicamente.

Atílio Boron (1986) questiona, que tipo de sociedade deixa como legado

estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade

heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o

tipo – classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram exacerbadas com a

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aplicação das políticas neoliberais.

Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas

velocidades”, como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo

setor social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que

não pode ser “reconvertido” em termos laborais, em inserir-se nos mercados

de trabalho formais dos capitais desenvolvidos.

Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas

conservadoras, foi por duas vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico

e científico e seu impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela

na qual os governantes são eleitos pelo povo.

A democracia pressupõe uma possibilidade de participação do conjunto

dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que dizem

respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc.).

Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia

participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que

nos ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre

sociedade e Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos

seres sociais e que a busca de uma democracia substantiva, participante,

regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um

horizonte histórico, em suma, nossa utopia para a humanidade.

2.9– CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações

entre os homens e a natureza. Dessa forma, o conhecimento é produzido na

relações sociais mediadas pelo trabalho.

Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu

trabalho e nem dos conhecimentos produzidos nestas relações porque o

trabalhador não domina as formas de produção e sistematização do

conhecimento.

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Segundo Marx e Engels “a classe que tem à disposição os modos de produção

material controla concomitante os meios de produção intelectual, de sorte que,

por essa razão geralmente as ideias daqueles que cercam desses meios ficam

subordinadas à ela” (Figotto, 1993, p. 67).

Ainda neste sentido, Andrey (1988, p. 15) confirma que “nesse processo

do desenvolvimento humano multideterminado e que envolve inter-relações e

interferências recíprocas entre ideias e condições materiais, a base econômica

será o determinante fundamental”.

Assim sendo, o conhecimento humano adquire diferentes formas: senso

comum, científico, teológico e estético, pressupondo diferentes concepções,

muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo e sobre o

conhecimento.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das

condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que

representam as necessidades do homem a cada momento, implicando

necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para

obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na

realidade.

Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela

garantir a socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas

suas relações.

Conforme Veiga (Veiga, Ilma Passos, Projeto Político da escola: uma

construção coletiva, 1995, p. 27):

“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do

conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos

alunos”. Dessa forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos,

e generalizações, sendo portanto, o objeto de trabalho do professor.

Para Boff, “conhecer implica pois, fazer uma experiência e a partir dela

ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer,

portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da

realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a

realidade somente a conversão do conhecimento em ação.” (2000, p. 82).

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social

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gerando mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais, tendo

sempre uma intencionalidade.

Conforme Freire, “o conhecimento é sempre conhecimento de alguma

coisa, é sempre “intencionado”, isto é, está sempre dirigido para alguma

coisa.” (2003, p. 59). Portanto, há de se Ter clareza com relação ao

conhecimento escolar, pois como destaca Severino, “educar contra-

ideologicamente é utilizar, com a devida competência e criatividade, as

ferramentas do conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem dispõe

para dar sentido às práticas mediadoras de sua existência real.” (1988, p. 88)

2.10- TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

“Ao professor não cabe dizer: faça como eu, mas, faça comigo.” PAULO FREIRE

A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram

a realização do trabalho docente. Tais concepções não se reduzem ao

estritamente pedagógico, já que a escola cumpre funções que lhe são dadas

pela sociedade concreta que, por sua vez apresenta-se como constituída por

classes sociais com interesses antagônicos.

A prática escolar assim, tem atrás de si, condicionantes socio-políticos

que configuram diferentes concepções de homem e sociedade,

consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola,

aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas, etc.

Fica claro que o modo como os professores realizam seu trabalho,

selecionam e organizam o conteúdo das matérias ou escolhem técnicas de

ensino e avaliação tendo a ver com pressupostos teóricos-metodológicos,

explicita ou implicitamente, interfere na prática em sala de aula.

Uma boa parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua

prática em prescrições pedagógicas que viram senso comum, incorporadas

quando de sua passagem pela escola ou transmitidas pelos colegas mais

velhos. Entretanto, essa prática contém pressupostos teóricos implícitos.

Por outro lado, há professores interessados num trabalho discente mais

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consequente, professores capazes de perceber o sentido mais ampla de sua

prática e explicitar suas convicções. Inclusive há aqueles que se apegam à

última tendência da moda, sem maiores cuidados em refletir se essa escolha

trará, de fato, as respostas que procuram.

Deve-se salientar, ainda, que os conteúdos dos cursos de licenciatura, ou

não incluem o estudo das correntes pedagógicas, ou giram em torno de teorias

de aprendizagem e ensino que quase nunca tem correspondência com as

situações concertas de sala de aula, não ajudando os professores a formar um

quadro de referência para orientar sua prática.

Em artigo publicado em 1981, Saviani descrever com muita propriedade

certas confusões que se emaranham na cabeça de professores. Após

caracterizar a pedagogia tradicional e a pedagogia nova, indica o

aparecimento, mais recente, da tendência tecnisista e das teorias crítico-

reprodutivas, todas incidindo sobre o professor.

Ele escreve: “Os professores têm na cabeça o movimento e os princípios

da nova escola. A realidade, porém, não oferece aos professores condições

para instaurar a escola nova, porque a realidade em que atuam é tradicional.

Mas o drama do professor não termina aí. A essa contradição se acrescenta

outra: além de contatar que as condições concretas não correspondem à sua

crença, o professor se vê pressionado pela pedagogia oficial que prega

racionalidade e a produtividade do sistema e do seu trabalho, isto é, ênfase nos

meios (tecnisismo).

Aí está o quadro contraditório em que se encontra o professor: sua

cabeça é escolanovista, a realidade é tradicional; rejeita o tecnisismo porque

sente-se violentado pela ideologia oficial; não aceita a linha crítica porque não

quer receber a denominação de agente professor.

Em face a essas constatações, pretende-se, neste documento, o PPP,

fazer um levantamento, ainda que precário, das tendências pedagógicas que

tem-se firmado nas escolas pela prática dos professores, fornecendo uma

breve explanação dos pressupostos teóricos e metodológicos de cada uma.

É necessário esclarecer que as tendências não aparecem em sua forma

pura, nem sempre são mutuamente exclusivas, nem conseguem captar toda

riqueza da prática concreta. São, aliás, as limitações de qualquer tentativa de

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classificação. De qualquer modo, a classificação e descrição das tendências

poderão funcionar como instrumento de análise para o professor avaliar sua

prática de sala de aula.

Utilizando como critério a posição que adotam em relação aos

condicionantes socio-políticos da escola, as tendências pedagógicas foram

classificadas em liberais e progressistas, a saber:

A – Pedagogia Liberal:

1 – Tradicional

2 – Renovada Progressista

3 – Renovada não-diretiva

4 – Tecnisista

B – Pedagogia Progressista

1 – Libertadora

2 – Libertária

3 – Crítico-social dos conteúdos

A – PEDAGOGIA LIBERAL

O termo liberal não tem o sentido de “avançado”, “democratizado”,

“aberto”, como costuma ser usado. A doutrina liberal apareceu como

justificação do sistema capitalista que ao defender a predominância da

liberdade e dos interesses individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de

organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção,

também denominada sociedade de classes. A pedagogia liberal, portanto é,

uma manifestação própria de um tipo de sociedade.

A educação brasileira, pelo menos nos últimos cinquenta anos, tem sido

marcada pelas tendências liberais, nas suas formas ora conservadora, ora

renovada.

A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função

preparar os indivíduos para o desempenho dos papéis sociais, de acordo com

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as aptidões individuais. Por isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se

aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do

desenvolvimento da cultura individual.

A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de

classes, pois, embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva

em conta a desigualdade de condições.

Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia

tradicional e, por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu

para a pedagogia renovada (também denominada Escola Nova ou Ativa), o que

não significou a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e

convivem na prática escolar.

Na tendência tradicional, a pedagogia liberal se caracteriza por acentuar

o ensino humanístico, de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir,

pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os

procedimentos didáticos, a relação professor-aluno não tem nenhuma relação

com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. É a

predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo

exclusivamente intelectual.

A tendência liberal renovada acentua, igualmente, o sentido da cultura

como desenvolvimento das aptidões individuais. Mas a educação é um

processo interno, não externo; ela parte das necessidades e interesses

individuais necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida

presente, é parte da própria experiência humana.

A escola renovada propõe um ensino que valorize a auto-educação (o

aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela

atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo. A tendência liberal

renovada apresenta-se, entre nós, em duas versões distintas: a renovada

progressista, ou pragmatista, principalmente na forma difundida pelos

pioneiros da educação nova, entre os quais se destaca Anísio Teixeira (deve-se

destacar, também, a influência de Montessori, Decroly e, de certa forma,

Piaget) : a renovada não-diretiva, orientada para os objetivos de auto-

realização (desenvolvimento pessoal) e para as relações interpessoais, na

formulação do psicólogo norte-americano (Rogers).

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A tendência liberal tecnicista subordina a educação à cidade, tendo

como função a preparação de “recursos humanos” (mão-de-obra para a

indústria). A sociedade industrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as

metas econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também

cientificamente) nos alunos os comportamentos de ajustamento a essas metas.

No tecnicismo acredita-se que a realidade contém em si suas próprias

leis, bastando aos homens descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial

não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma) de descoberta e

aplicação.

A tecnologia (aproveitamento ordenado de recursos com base no

conhecimento científico) é o meio eficaz de obter a maximização da produção e

garantir um ótimo financiamento da sociedade; a educação é um recurso

tecnológico por excelência. Ela “é encarada como um instrumento capaz de

promover, sem contradição, o desenvolvimento econômico pela qualificação de

mão-de-obra, pela redistribuição da renda pela maximização da produção e, ao

mesmo tempo, o desenvolvimento da “consciência política” indispensável à

manutenção do Estado autoritário”. Utiliza-se basicamente um enfoque

sistêmico, da tecnologia educacional e da análise experimental do

comportamento.

- Tendência Liberal Tradicional:

Papel da escola – A atuação da escola consiste na separação intelectual e

moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O compromisso da

escola é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O

caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde

que se esforcem. Assim, os menos capazes de lutar para superar suas

dificuldades e conquistar seu ideal junto aos mais capazes, caso não consigam,

devem procurar o ensino profissionalizante.

Conteúdos de ensino – São os conhecimentos e valores sociais

acumulados pelas gerações adultas e repassadas ao aluno como verdades. As

matérias de estudo visam preparar a aluno para a vida, são determinadas pela

sociedade e ordenadas pela legislação. Os conteúdos são separados da

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experiência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual,

razão pela qual a pedagogia tradicional é criticada como intelectualista e, às

vezes, como enciclopédica.

Manifestações na prática escolar – A pedagogia liberal tradicional é viva

e atuante em nossas escolas. Na descrição apresentada aqui incluem-se as

escolas religiosas ou leigas que adotam uma orientação clássico-humanista ou

uma orientação humano-científica, sendo que esta se aproxima mais do modelo

de escola predominante em nossa história educacional.

- Tendência Liberal Renovada Progressista:

Papel da escola – A finalidade da escola é adequar as necessidades

individuais ao meio social e, para isso, ela deve se organizar de forma a

retratar, o quanto possível, a vida. Todo ser dispõe dentro de si mesmo de

mecanismos de aceitação progressiva ao meio de uma consequente integração

dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio

de experiências que devem satisfazer ao mesmo tempo, os interesse do aluno e

as exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que permitam ao

aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto,

numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do

ambiente.

Conteúdos de ensino – Como o conhecimento resultado-ação a partir dos

interesses e necessidades, os conteúdos de ensino são estabelecidos em função

de experiências que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações

problemáticas. Dá-se, portanto, muito mais valor aos processos mentais e

habilidades cognitivas do que a conteúdos organizados racionalmente. Trata-se

de “aprender a aprender” ou seja, é mais importante o processo de aquisição

do saber do que o saber propriamente dito.

Método de ensino – A idéia de “aprender fazendo” está sempre presente.

Valorizam-se as tentativas experimentais: a pesquisa, a descoberta, o estudo

do meio natural e sobre o método de solução de problemas. Embora os

métodos adquirem-se, as escolas ativas ou novas (Dewey, Montessori, Decroly,

Cousinet e outros) partem sempre de atividades adequadas à natureza do

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aluno e às etapas de seu desenvolvimento. Na maioria delas, acentua-se a

importância do trabalho em grupo não apenas como técnica, mas como

condição básico do desenvolvimento mental.

Os passos básicos do método ativo são: a) colocar o aluno numa situação

de experiência que tenha um interesse por si mesmo; b) o problema deve ser

desafiante, com estímulo à reflexão; c) o aluno deve dispor de informações e

instruções que lhe permitam pesquisar a descoberta de soluções; d) soluções

provisórias devem ser incentivadas e ordenadas, com a ajuda discreta do

professor; e) deve-se garantir a oportunidade de colocar as soluções à prova, a

fim de determinar sua utilidade para a vida.

- Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva:

Papel da escola – Acentua-se nesta tendência o papel da escola na

formação das atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os

problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo esforço

está em estabelecer um clima favorável a uma mudança dentro do indivíduo,

isto é, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente. Rogers considera

que o ensino é uma atividade excessivamente valorizada; para ele os

procedimentos didático, a competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem

muito pouca importância, face ao propósito de favorecer à pessoa um clima de

auto-desenvolvimento e realização pessoal, o que importa é estar bem consigo

próprio e com seus semelhantes. O resultado de uma boa educação é muito

semelhante ao de uma boa terapia.

Conteúdos de ensino – A ênfase que esta tendência dá nos processos de

desenvolvimento dos relações e da complicação torna secundária a

transmissão de conteúdos. Os processos de ensino visam facilitar aos

estudantes os meios para buscarem por si mesmos os conhecimentos que, no

entanto, são dispensáveis.

Métodos de ensino – Os métodos de ensino usuais são dispensados,

prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do professor em desenvolver

em estilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos. Rogers explica

algumas características do professor “facilitador”: aceitação da pessoa do

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aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena convicção na

capacidade de auto desenvolvimento do estudante. Sua função restringe-se a

ajudar o aluno a se organizar, utilizando técnicas de sensibilização aonde os

sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças. Assim, o objetivo

do trabalho escolar se esgota nos processos de medir relacionamento

interpessoal, com condição para o crescimento pessoal.

- Tendência Liberal Tecnisista:

Papel da escola – Num sistema social harmônico, orgânico e funcional, a

escola funciona como modeladora do comportamento humano, através de

técnicas específicas. À educação escolar compete organizar o processo de

aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e

necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do sistema social

global. Tal sistema social é regido por meios naturais (há na sociedade a

mesma regularidade e as mesmas relações funcionais observáveis entre os

fenômenos da natureza), cientificamente descobertas. Basta aplicá-las. A

atividade da “descoberta” é função da educação, mas deve ser restrita aos

especialistas; a “aplicação” é competência do processo educacional comum. A

escola atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema

capitalista articulando-se diretamente com o sistema produtivo; portanto,

emprega a ciência da mudança do comportamento, ou seja, a tecnologia

comportamental.

Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos “competentes” para o

mercado de trabalho, transmitindo eficientemente informações prontas,

objetivas e rápidas. A pesquisa científica, a tecnologia educacional, a análise

experimental do comportamento garantem a objetividade da prática escolar,

uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam da aplicação de

bens naturais que independem dos que a conhecem ou executam.

Conteúdos de ensino – São as informações, princípios científicos, leis,

etc., estabelecidos e ordenados numa sequência lógica e psicológica por

especialistas. É matéria de ensino apenas o que é redutível ao conhecimento

observável mensurável; os conteúdos decorrem, assim, da ciência observativa,

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eliminando qualquer sinal de subjetividade. O material instrucional encontra-

se sistematizado nos manuais nos livros didáticos, nos módulos de ensino, nos

dispositivos audiovisuais etc.

Métodos de ensino – Consistem nos procedimentos, nas técnicas

necessárias ao arranjo e controle das condições ambientais que assegurem a

transmissão/recepção de informações. Se a primeira tarefa do professor é

modelar respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a principal é

conseguir o comportamento adequado pelo controle de ensino; a importância

da tecnologia educacional.

A tecnologia educacional é a “aplicação sistemática de princípios

científicos comportamentais e tecnológicos a problemas educacionais em

função de resultados efetivos, utilizando uma metodologia e abordagem

sistêmica abrangente.” Qualquer sistema instrucional (há uma variedade

deles) possui todos os componentes básicos: objetivos instrucionais

operacional dos comportamentos observáveis e mensuráveis; procedimentos

instrucionais e avaliação.

As etapas básicas de um processo ensino-aprendizagem são: a)

estabelecimento de comportamentos terminais, através de objetivos

instrucionais; b) análise da tarefa de aprendizagem, a fim de ordenar

sequencialmente os passos da instrução; c) executar o programa, reforçando

gradualmente as respostas corretas correspondentes aos objetivos. O essencial

da tecnologia educacional é a programação por passos sequenciais empregada

na instrução programada, nas técnicas de micro-ensino, multimeios, módulos,

etc.

O emprego da tecnologia instrucional na escola pública aparece nas

formas de: planejamento em moldes sistêmicos, concepção de aprendizagem

como mudança de comportamento, operacionalização de objetivos, uso de

procedimentos científicos (instrução programada, audiovisuais, avaliação, etc.,

inclusive a programação de livros didáticos).

B – PEDAGOGIA PROGRESSISTA:

O termo “progressista”, emprestado de “Snyders”, é usado aqui para

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designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades

sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

Evidentemente a pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se

numa sociedade capitalista; daí ser ela um instrumento de luta dos professores

ao lado de outras práticas sociais.

A pedagogia progressista tem-se manifestado em três tendências: a

libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire, a libertária, que

reúne os defensores da autogestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos

que, diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu

confronto com as realidades sociais.

As versões libertadora e libertária têm em comum o anti-autoritarismo, a

valorização da experiência vivida como base da relação educativa e a idéia de

autogestão pedagógica. Em função disso, dão mais valor ao processo de

aprendizagem grupal (participação em discussões, assembléias, votações) do

que aos conteúdos de ensino. Como decorrência, a prática educativa somente

faz sentido numa prática social junto ao povo, razão pela qual preferem as

modalidades de educação popular “não-formal”.

A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos propõe uma

síntese superadora das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação

pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entende a escola

como mediação entre o individual e social, exercendo aí a articulação entre a

transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno

concreto (inserido num contexto de relações sociais); dessa articulação resulta

o saber criticamente reelaborado.

-Tendência Progressista “Crítico-social dos Conteúdos”:

Papel da escola – A difusão de conteúdos é a tarefa primordial. Não

conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das

realidades sociais.

A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o

melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola

pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a

escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no

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rumo das transformações da sociedade.

Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus

condicionantes históricos-sociais, a função da pedagogia dos “conteúdos” é dar

um passo à frente no papel transformador da escola, mas a partir das

condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses

populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos

conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos.

Entendida nesse sentido, a educação é “uma atividade mediadora no seio

da prática social global”, ou seja, uma das mediadoras pela qual o aluno, pela

intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma

experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética), a uma visão

sintética, mais organizada e unificada.

Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o

mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental por meio

da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada

e ativa na democratização da sociedade.

Conteúdos de ensino – São os conteúdos culturais e universais que se

constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos,

incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face às

realidades sociais. Embora se aceite que os conteúdos são realidades

exteriores ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente

reinventados, eles não são fechados refratários às realidades sociais. Não

basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados; é

preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e

social.

Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não estabelece

oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou espontânea, mas uma

relação de continuidade em que, progressivamente, se passa da experiência

imediata e desorganizada ao conhecimento sistematizado. Não que a primeira

apreensão da realidade seja errada, mas é necessária a ascensão a uma forma

de elaboração superior, conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do

professor.

A postura da pedagogia “dos conteúdos” – ao admitir um conhecimento

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relativamente autônomo – assume o saber como tendo um conteúdo

relativamente objetivo, mas, ao mesmo tempo, introduz a possibilidade de uma

reavaliação crítica frente a esse conteúdo. Como sintetiza Snyders, ao

mencionar o papel do professor, trata-se de um lado, de obter o acesso do

aluno aos conteúdos, ligando-os com a experiência concreta dele – a

continuidade; mas, de outro, de proporcionar elementos de análise crítica que

ajudem o aluno a ultrapassar a experiência, os estereótipos, as pressões

difusas da ideologia dominante – é a ruptura.

Dessas considerações resulta claro que se pode ir do saber ao

engajamento político, mas não o inverso, sob o risco de se afetar a própria

especificidade do saber até cair-se numa forma de pedagogia ideológica, que é

o que se critica na pedagogia tradicional e na pedagogia nova.

Métodos de ensino – A questão dos métodos se subordina à dos

conteúdos: se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber

vinculado às realidades sociais, é preciso que os métodos favoreçam a

correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes

possam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da

realidade (prática social). Assim, nem se trata dos métodos dogmáticos de

transmissão do saber da pedagogia tradicional, nem da sua substituição pela

descoberta, investigação ou livre expressão das opiniões, como se o saber

pudesse ser inventado pela criança, na concepção da pedagogia renovada.

Os métodos de uma pedagogia crítico social dos conteúdos não partem,

então, de um saber artificial, depositado a partir de fora, nem do saber

expontâneo, mas de uma relação direta com a experiência do aluno,

confrontada com o saber trazido de fora. O trabalho docente relaciona a

prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor,

momento em que se dará a “ruptura” em relação à experiência pouco

elaborada. Tal ruptura apenas é possível com a introdução explícita, pelo

professor, dos elementos novos de análise a serem aplicados criticamente à

prática do aluno. Em outras palavras, uma aula começa pela constatação da

prática real havendo, em seguida, a consciência dessa prática no sentido de

referi-la aos termos do conteúdo proposto, na forma de um confronto entre a

experiência e a explicação do professor. Vale dizer: vai-se da ação à

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compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, o que não é outra coisa

senão a unidade entre a teoria e a prática.

Relação professor-aluno – Se, como mostramos anteriormente, o

conhecimento resulta de trocas que se estabelecem na interação entre o meio

(natural, social, cultural) e o sujeito, sendo o professor o mediador, então a

relação pedagógica consiste no provimento das condições em que professores

e alunos possam colaborar para fazer progredir essas trocas. O papel do adulto

é insubstituível, mas acentua-se também a participação do aluno no processo.

Ou seja, o aluno, com sua experiência imediata num contexto cultural,

participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os conteúdos e modelos

expressos pelo professor. Mas esse esforço do professor em orientar, em abrir

perspectivas a partir dos conteúdos, implica um envolvimento com o estilo de

vida dos alunos, tendo a consciência inclusive dos contratantes entre sua

própria cultura e a do aluno. Não se contentará, entretanto, em satisfazer as

necessidades e carências, buscará despertar outras necessidades, acelerar a

disciplina e os métodos de estudo, exigir o esforço do aluno, propor conteúdos

e modelos compatíveis com suas experiências vividas para que o aluno se

mobilize para uma participação ativa.

Evidentemente o papel de mediação exercido em torno da análise dos

conteúdos exclui a não-diretividade como forma de orientação do trabalho

escolar, porque o diálogo adulto-aluno é desigual. O adulto tem mais

experiência a cerca das realidades sociais, dispõe de uma formação (ao menos

deve dispor) para ensinar, possui conhecimentos e a ele cabe fazer a análise

dos conteúdos em confronto com as realidades sociais.

A não-diretividade abandona seus alunos a seus próprios desejos, como

se eles tivessem uma tendência espontânea a alcançar os objetivos esperados

na educação.

Sabemos que as tendências espontâneas e naturais não são “naturais”,

antes são tributárias das condições de vida e de meio. Não são suficientes o

amor, a aceitação, para que os filhos dos trabalhadores adquiram o desejo de

estudar mais, de progredir; é necessária a intervenção do professor para levar

o aluno a acreditar nas suas possibilidades, a ir mais longe, a prolongar a

experiência vivida.

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Pressupostos de aprendizagem – Por um esforço próprio, o aluno se

reconhece nos conteúdos e modelos sociais apresentados pelo professor;

assim, pode ampliar sua própria experiência. O conhecimento novo se apoia

numa estrutura cognitiva já existente, ou o professor provê a estrutura de que

o aluno ainda não dispõe. O grau de envolvimento na aprendizagem depende

tanto na prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e do contexto da

sala de aula.

Aprender, dentro da visão da pedagogia dos conteúdos, é desenvolver a

capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente,

organizando os dados disponíveis da experiência. Em consequência, admite-se

o princípio da aprendizagem significativa que supõe como passo inicial,

verificar aquilo que o aluno já sabe. O professor precisa saber (compreender) o

que os alunos dizem ou fazem, o aluno precisa compreender o que o professor

procura dizer-lhe. A transferência da aprendizagem se dá a partir do momento

da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa adquire

uma visão mais clara e unificada.

Resulta com clareza que o trabalho escolar precisa ser avaliado, não

como julgamento definitivo e dogmático do professor, mas como uma

comprovação para o aluno do seu progresso em direção a noções mais

sistematizadas.

Manifestações na prática escolar – O esforço da elaboração de uma

pedagogia “dos conteúdos” está em propor modelos de ensino voltados para a

interação conteúdos-realidades sociais; portanto, visando avançar em termos

de uma articulação do político e do pedagógico, aquele como extensão deste,

ou seja, a educação “a serviço da transformação das relações de produção”.

Ainda que a curto prazo se espere do professor maior conhecimento dos

conteúdos de sua matéria e do domínio de formas de transmissão, a fim de

garantir maior competência técnica, sua contribuição “será tanto mais eficaz

quanto mais seja capaz de compreender os vínculos de sua prática com a

prática social global”, tendo em vista “a democratização da sociedade

brasileira, o atendimento aos interesses das camadas populares, a

transformação estrutural da sociedade brasileira”.

O Colégio Estadual Tancredo Neves, adota a Pedagogia Progressista

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como fundamento da prática escolar, por achar que ela se encaixa dentro dos

nossos objetivos e segue parâmetros definidos pela SEED.

2.11– AVALIAÇÃO

“Se não amo o mundo, se não amo a vida,

se não amo os homens, não me é possível

o diálogo.” FREIRE, 1979

Dificilmente nos comportamos como meros espectadores de nossas

vidas. Ao contrário, costumamos estar sempre refletindo sobre nossas ações e

fazendo opções de acordo com nossos desejos. Mas não utilizamos notas ou

conceitos, simplesmente avaliamos e prosseguimos, estabelecendo mudanças

que valem a pena.

E na Escola? Como nós, parte integrante da sociedade em que vivemos,

encaramos a avaliação? A resposta pouco tem variado nos últimos anos,

embora exista uma preocupação crescente com o assunto, de alguma forma,

repercutindo nas escolas. No entanto, a opção entre avaliação classificatória e

avaliação diagnostica ou formativa, está diretamente ligada ao conceito que

temos em relação ao ensino e aprendizagem.

Quando se pensa em avaliação escolar, as primeiras idéias que nos

surgem são: avaliação do aluno, notas, aprovação e reprovação, sucesso e

fracasso, prêmio e castigo. Mas avaliação não é só isso. Avaliação é uma

postura de vida, pressupõe reflexão e diálogo entre os envolvidos.

Apesar de sua importância, o tema avaliação ainda nos incomoda e nos

preocupa. Tanto que muitas vezes nos sentimos pouco a vontade para lidar

com o assunto e não o tratamos com a naturalidade esperada. Às vezes,

chegamos até a negá-lo, dizendo: para que avaliar? Por que a avaliação assusta

tanto assim?

O dia-a-dia pode ajudar nesse esclarecimento. Afinal, em reuniões com

outros colegas, avaliação surge como principal assunto. Quantas dúvidas e

indagações aparecem. Mas, também surgem idéias, sugestões, experiências e

relatos. Presença constante em nosso cotidiano, o tema tem de ser

compreendido, para que possamos ter dele um conceito gerado na prática

escolar.

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2.11.1- A AVALIAÇÃO E A PRÁTICA DOCENTE

Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto

em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um

processo para a aferição da qualidade do seu resultado.

As avaliações que o professor procede devem enquadrar-se em três grandes

tipos: avaliação diagnostica, formativa, somativa e processual.

• Função diagnóstica- A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição

do aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a

aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar

as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes.

• Função formativa - a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno

sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a

localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar

correção e recuperação. A avaliação formativa pretende determinar a posição

do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar

dificuldades e de lhes dar solução.

• Função somativa - A avaliação somativa pretende ajuizar o progresso

realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de

aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter

indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a

um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o

qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares.

• Avaliação processual – É feita durante todo o processo de aprendizagem.

Precisa ser contínua. Essa avaliação inclui a formativa e a diagnóstica. A

sugestão é que se passe a trabalhar a avaliação processual como uma rotina do

trabalho educativo.

2.11.2- A RESOLUÇÃO 007/99 E A AVALIAÇÃO

Em seu artigo primeiro a resolução diz que a avaliação deve ser entendida

como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da

aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e

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aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus

resultados e atribuir-lhes valor.

A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar

decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem, proporcionando

dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do

currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino.

Deve possibilitar novas alternativas para o planejamento do estabelecimento de

ensino e do sistema de ensino como um todo.

A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do

aluno em diferentes situações de aprendizagem, utilizando técnicas e instrumentos

diversificados, deve utilizar procedimentos que assegurem a comparação com os

parâmetros indicados pelos conteúdos de ensino, evitando-se a comparação dos

alunos entre si.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua,

permanente e cumulativa, obedecendo à ordenação e à sequência do ensino e da

aprendizagem, bem como à orientação do currículo.

Na avaliação deverão ser considerados os resultados obtidos durante o período

letivo, num processo contínuo cujo resultado final venha a incorporá-los, expressando

a totalidade do aproveitamento escolar, tomado na sua melhor forma.

2.11.3- A LDB e a Avaliação

A Lei nº- 9.394/96 ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação), quando trata

da avaliação na educação básica no artigo 24, inciso V, diz: A verificação do

rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a)avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência

dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do

período sobre os de eventuais provas finais;

b)possibilidade de aceleração de estudos para alunos em atraso escolar;

c)possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do

aprendizado;

d)aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e)obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao

período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem

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disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

2.11.4 - Operacionalização Da Avaliação

“O ensino público prioriza o acesso, a permanência e o sucesso do aluno na escola. “

“Estatuto da Criança e do Adolescente”

Mas como avaliar nossos alunos a fim de que eles obtenham sucesso na

vida escolar e na sociedade? Não basta o acesso e a permanência na escola, é

preciso que haja um bom aproveitamento escolar e que a avaliação não

represente mais um instrumento de fracasso escolar.

Na avaliação é necessário incorporar outros níveis de educação, do

cognitivo ao afetivo, do pessoal ao social, do instrutivo ao educativo, dos

valores morais ao interesse pragmático.

O aluno precisa ser avaliado de diversas formas durante o processo

educativo a fim de tornar-se crítico e autonomo.

É necessário transformar a escola de hoje, numa escola muito melhor

para poder melhorar também a sociedade em que vivemos. Para isso a

avaliação deve ser formativa, ou seja, a serviço da aprendizagem do aluno. Ela

faz parte do processo e como tal não pode ser uma etapa final que elimina,

segrega e exclui, mas um caminho para o sucesso.

A avaliação deve ser um recurso de aprendizagem incorporado na sala

de aula, no cotidiano escolar, acompanhando a evolução do aluno em relação a

ele mesmo, onde não só o aluno seja avaliado, mas também o professor se auto

avalie a fim de que a escola possa ser uma instituição promotora de interação

e transformação social, não apenas reprodutora da realidade.

Adotar a avaliação formativa é colocá-la a serviço da aprendizagem, pois

ela acontece em vários momentos por ter um caráter processual e pelo fato de

valorizar o que o aluno já sabe, considerando a heterogeneidade como

instrumento de circulação do saber.

A avaliação formativa permite escolher, definir, buscar os melhores

meios para que o trabalho se realize de forma concreta e que o aluno ganhe

com ela.

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Três aspectos são fundamentais à prática da avaliação formativa:

1 – Todos os envolvidos – alunos, professores, diretores, coordenadores,

supervisores e orientadores devem fazer parte do processo avaliativo.

2 – Todos, de modo particular o aluno, devem ser capazes de julgar a

qualidade do que está sendo produzido.

3– Todos devem ser capazes de acompanhar adequadamente o

desenvolvimento de seu trabalho, não apenas executando o que os outros

prescrevem.

A proposta do Colégio Tancredo Neves é o uso de observação e reflexão

nas diferentes produções dos alunos como importante instrumento de

avaliação. Para tanto o professor utiliza-se de registros permanentes, com

aprofundada discussão no grupo de docentes a respeito de como o

conhecimento é adquirido por parte dos alunos, avaliando-se cada um dos

elementos envolvidos no processo e a contribuição dos responsáveis na

construção do saber.

A escolha de um modelo de avaliação não é neutra nem arbitrária, ou

seja: a escolha não é feita aleatoriamente, sem critérios, ela é sempre

fundamentada na teoria de aprendizagem de alguém que a construiu através

da pesquisa da realidade num determinado momento histórico, que pode não

retratar a realidade dos alunos hoje, por isso sempre devemos partir daquilo

que os alunos sabem a fim de não cometermos injustiças e nem usarmos

modelos avaliativos ultrapassados, sem efeito na era tecnológica que estamos

vivendo.

Um modelo ainda pouco presente em nossas escolas é o democrático e

participativo, que se caracteriza por apresentar maior preocupação com

aspectos qualitativos da avaliação; avaliação de todo o processo e não apenas

do produto; participação de todos os sujeitos envolvidos no processo

educativo; maior desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, focalizando

mais o sucesso escolar do que a reprovação; avaliação de todos os que

participam do processo educativo escolar e não apenas a avaliação do aluno;

mudança na concepção de avaliação, visando a incorporação das

características anteriores.

O Colégio Tancredo Neves busca junto com sua equipe de docentes,

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busca uma maneira de pensar a avaliação escolar a fim de que ela venha ser,

realmente, mais um recurso pedagógico capaz de contribuir com a escola,

fazendo com que ela desempenhe seu papel na educação e formação do aluno

cidadão. Por isso deixa a critério dos professores a escolha do método

avaliativo que mais venha de encontro às especifidades das turmas com as

quais trabalham, contanto que sigam os fundamentos da AVALIAÇÃO

FORMATIVA e que:

• Diminuam o trabalho individual e aumentem o trabalho cooperativo;

• Diminuam a memorização e aumentem o raciocínio indutivo e dedutivo;

• Diminuam as respostas únicas e métodos únicos e incentivem os alunos a

encontrar respostas e processos de solução;

• Diminuam avaliar somente para classificar e aumentem avaliar como parte

integral do ensino;

• Diminuam o uso de questões que exijam cálculos complexos e tediosos, que

requeiram para sua solução somente uma ou duas habilidades e que

aumentem o enfoque em uma ampla gama de tarefas optando por uma

visão integral dos conteúdos;

• Diminuam avaliar contando simplesmente as correções de provas ou

exames realizados com o único propósito de aprovar ou reprovar e

aumentem o uso da avaliação como parte integral do ensino;

• Devem oferecer desafios, situações- problemas reais possíveis de serem resolvidos;

• Devem possibilitar a identificação de conhecimentos do aluno e as estratégias por

ele empregadas;

• Possibilitem ao aluno refletir, elaborar hipóteses e expressar seu pensamento;

• Permitam ao aluno aprender com o erro;

• As avaliações devem revelar claramente o que se pretende avaliar;

• Ao selecionar os modelos de atividades avaliativas deve-se pensar no aluno como

um todo e considerar os objetivos definidos no PTD sobre o que se pretende

alcançar ao final de cada bimestre, bloco e ano.

Para que os itens acima sejam concretizados, sugere-se aqui alguns

procedimentos que podem ser aproveitados pelos docentes para

operacionalização da avaliação:

• Questões fechadas: consistem em uma série de respostas previamente

selecionadas à escolha do respondente. São chamadas de “questões

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objetivas”. Uma vez que as aprendizagens que se pretende que os alunos

façam, dão cada vez maior importância aos processos, os chamados testes

objetivos não são os instrumentos mais adequados para avaliar a

aprendizagem;

• Questões discursivas também chamadas abertas: Mostram a forma pela

qual a questão foi elaborada; mostra o procedimento utilizado para resolvê-

la; não requer apenas uma resposta assinalada; requer escolha de

estratégias e ferramentas para serem empregadas; algumas questões

requerem ainda que se reconheça e se explicite o conteúdo envolvido, além

de utilizá-lo para compreender, analisar e resolver a situação proposta;

• Observação diária;

• Entrevistas;

• Seminários;

• Trabalhos de pesquisa;

• Provas subjetivas;

• Questões abertas;

• Relatórios;

• Experimentos;

• Trabalhos em grupo;

• Dramatizações;

• Desafios;

• Portfólios: o portfólio é uma coleção significativa, sistemática e organizada

de atividades do aluno, numa determinada área, realizadas durante um

período, que evidencie o nível de sua aprendizagem, incluindo, também, as

suas reflexões sobre tais atividades. O portfólio pode ser constituído das

mais variadas atividades desenvolvidas pelo estudante tais como: relatórios,

problemas que resolveu, explorações e investigações em que esteve

envolvido sozinho ou em grupo, provas que fez, etc. nele devem estar

incluídas anotações feitas pelo aluno e pelo professor. O portfólio surge

como meio educativo, como prática de investigação que visa orientar a

atividade pedagógica para promover o sucesso do aluno de modo que ele

também tenha o direito de intervir, participando de sua própria

aprendizagem.

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• Auto-avaliação: a auto-avaliação é um dos instrumentos mais eficientes

como complemento das demais avaliações, podendo ser elaborado de forma

a fazer com que o aluno se olhe de fora, ou seja, faça uma reflexão sobre

seu desempenho em sala de aula e se avalie quanto a aquisição de

conhecimentos. Pode-se sugerir que o aluno escreva um lista dos conteúdos

trabalhados no bimestre, pedindo que escolha um deles para dissertar

sobre ele, ou que escolha aquele que ele mais gostou ou que aprendeu com

mais facilidade, justificando-o. Ao final pode-se pedir que o aluno se auto-

avalie dando-se uma nota, um conceito de zero a dez que pode ser dividido

com as demais notas resultantes de avaliações ou trabalhos anteriores,

contanto que fiquem claros os objetivos, ou seja, que o aluno saiba por que

está sendo avaliado.

2.11.5 Critérios Avaliativos do Colégio Estadual Tancredo Neves

A proposta de avaliação de uma escola deve seguir as concepções que

orientam a ação educativa. Sendo a avaliação considerada um elemento de

diagnóstico permanente, auxiliando o professor, os alunos e os pais no

acompanhamento do processo, sua operacionalização não é uma tarefa fácil.

Na visão da maioria dos sujeitos envolvidos, a avaliação sempre teve uma

função classificatória e autoritária, atribuir-lhe, portanto, uma dimensão nova

exige da equipe da escola muito diálogo e mudança de opiniões há muito

consolidadas.

A escola precisa usar notas e conceitos, pois a nota ainda é esperada

pelos pais como meio de acompanhar a evolução dos filhos. A compreensão de

uma nova atitude em relação à avaliação vai sendo construída à medida que os

pais são envolvidos no processo de reflexão juntamente com os professores,

mas esse processo não ocorre a curto prazo, é necessário um longo caminho

com muito diálogo entre as partes envolvidas.

Um dos instrumentos utilizados pelo Colégio Tancredo Neves é o boletim

informativo onde consta uma nota concebida através da “Média Aritmética

Simples”, ou seja, os trabalhos e avaliações realizados no bimestre terão peso

dez vírgula zero(10,0), sendo somados e divididos pelo número de trabalhos.

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As metodologias bem como a quantidade de trabalhos realizados no

bimestre, ficam a critério de cada professor em cada disciplina, contanto que

sejam respeitados os princípios da Pedagogia Progressista e que se use

práticas avaliativas includentes, onde tanto o aluno quanto o professor possam

aprender e ser avaliados dentro de suas especificidades.

2.11.6- RECUPERAÇÃO DE CONTEÚDOS

A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais

deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com

preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único

instrumento de avaliação. Segundo a Deliberação 007/99, o aluno cujo

aproveitamento escolar for insuficiente, poderá obter a aprovação mediante a

recuperação de estudos, proporcionados pelo professor e pelo estabelecimento

de ensino. A recuperação de estudos é de direito dos alunos,

independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos.

( SEÇÃO X Art. 116, 117, 118 do Regimento Escolar)

A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante

ao processo ensino e aprendizagem.

A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de

procedimentos didático-metodológicos diversificados, com valor de 0,0(zero

vírgula zero) à 10,0 (dez vírgula zero) prevalecendo a nota maior sobre a

menor das avaliações realizadas no Bimestre.

Os resultados da recuperação constituiem-se em mais um componente

do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no livro registro de

classe.

2.11.7- CLASSIFICAÇÃO OU RECLASSIFICAÇÃO IDADE/SÉRIE

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos

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compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios

formais ou informais, podendo ser realizada:

I. por promoção, para alunos que cursaram,com aproveitamento, a série ou

fase anterior, na própria escola;

II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou

do exterior, considerando a classificação da escola de origem;

III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para

posicionar o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau

de desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino

avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início

do ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo

à etapa de estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento,

independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.

Os procedimentos para o processo de classificação e/ou reclassificação

se encontram regulamentados no Regimento Escolar na Seção “V”, Art. 80 ao

92.

2.12 – FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação dos professores tem sido objeto de muitos estudos e debates,

o que oferece um conjunto relevante de dados e reflexões sobre o tema.

Entretanto, existem ainda muitas dúvidas e indefinições, cujo

encaminhamento apropriado depende de um trabalho coletivo, que abra

espaço para manifestações, depoimentos e sugestões dos professores

profissionais da educação.

Se profissional é aquele que tem um campo de atuação definido – a

educação, no caso dos professores – o professor deve dominar as saberes que

caracterizam esse campo.

Entretanto, para os professores brasileiros, essa identidade de

profissional da educação é uma conquista recente, que vem se fortalecendo

nos movimentos de organização da categoria, e expressa uma nova visão das

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funções sociais da educação.

As escolas de formação de professores, até algumas décadas atrás, não

julgavam fundamental uma formação sistemática e aprofundada.

O Curso Normal, que preparava os professores de séries iniciais,

enfatizava mais os aspectos metodológicos do que os aspectos teóricos da

educação.

Dava-se mais importância à chamada vocação e às características

pessoais tais como a paciência, a abnegação, a doçura e o jeito para lidar com

as crianças, identificando o magistério mais como uma nobre missão, que

requeira mais idealismo do que formação específica. E hoje? Como poderíamos

caracterizar esse profissional?

As características do profissional da educação têm de ser coerente com a

importância da educação escolar e com as funções sociais da escola no mundo

contemporâneo.

Considerando isso, podemos dizer que o profissional preparado para

atuar, hoje, caracteriza-se como um professor que domina os instrumentos

necessários para o desempenho competente de suas funções, tem capacidade

de tematizar a própria prática refletindo criticamente a respeito dela. Conhece

bem os conteúdos curriculares, sabe planejar e desenvolver situações de

ensino e de aprendizagem, estimula as interações sociais de seus alunos e

administra com tranquilidade as situações de sala de aula. Conhece, aceita e

valoriza as formas de aprender e interagir de seus alunos, respeita suas

diversidades culturais e sabe lidar bem com elas, comprometendo-se com o

sucesso dos estudantes e com o funcionamento eficiente e democrático da

escola em que atua. Valoriza o saber que produz em seu trabalho cotidiano,

empenhando-se no próprio aperfeiçoamento e tem consciência de sua

dignidade como ser humano e profissional. Compreende os fundamentos da

cidadania, consegue utilizar formas contemporâneas de linguagem e domina os

princípios científicos e tecnológicos que sustentam a produção da vida atual.

Assim, é um ser humano capaz de continuar aprendendo e um cidadão

responsável e participativo, integrado ao projeto da sociedade em que vive e,

ao mesmo tempo, crítico de suas mazelas.

Analisando estas características percebemos que além da boa formação

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geral, supõe-se que o professor desenvolva não só um conjunto de

competências específicas, mas também a consciência de sua identidade como

profissional da educação.

A identidade profissional do professor está ligada às representações

sociais sobre ele, isto é, às idéias e crenças que a população e as próprios

professores têm sobre o trabalho que fazem.

Na formação de professores, essa identidade associa-se ao sentimento e

à consciência de pertencer a um grupo, de ser um profissional interagindo com

as representações sociais e da própria escola em que atua.

A formação inicial dos professores, caracteriza-se como alunos, por isso é

fase inicial da sua atuação que o caracteriza como professor colocando-o a par

de inúmeros saberes docentes e pedagógicos, e de certa consciência

profissional que adquire nas inter-relações.

O professor entra com uma bagagem teórica que precisa ser colocada

em prática numa vivência profissional e grupal, para isso sua participação na

vida da escola exige envolvimento na gestão escolar em vários momentos e

tempos escolares, como, no planejamento inicial, discussão política e teórica

durante o ano todo, elaboração de projetos trabalhando na busca dos objetivos

comuns.

Para concluir, é importante lembrar que, além da formação inicial

acadêmica que o professor necessita para fazer parte do grupo de profissionais

da educação, durante sua vida profissional ele deve constantemente se auto-

educar através de leituras e cursos de pós-graduação, tornando-o cada vez

mais um especialista na área educacional.

Mas, a escola, como instituição formadora, também oferece aos seus

docentes, uma formação em serviço. Para isso o Colégio Estadual Tancredo

Neves, organiza anualmente, grupos de estudos e estes implicam na aquisição

de saberes, desenvolvendo nos docentes a capacidade de reorganizar as

informações assimiladas pelo tempo escolar e da vida cotidiana, através de

debates e confrontos com as concepções teóricas elaboradas por estudiosos de

várias áreas educacionais.

Fazem-se sábias as palavras de Juan Inácio Poza (especialista em

psicologia da aprendizagem) quando afirma que: “ não basta obter e construir

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o conhecimento com os educadores; mas é preciso ajudá-los a utilizá-lo”.

Cláudio de Moura Castro faz uma grande comparação entre professores

e pianistas dizendo que há a mágica criada pelo grande pianista e há mágica

igualmente notável do mestre inspirável. Por isso, faz um questionamento: por

que não aprendermos com os pianistas a preparar nossos professores? Um

pianista aprende a tocar piano tocando piano e fica o tempo todo sob a tutela

de alguém mais experiente. O professor, segundo ele, consome seu tempo com

teorias pedagógicas, não tendo oportunidade muitas vezes de praticar na

presença de um mestre que comente e corrija seu desempenho motivo pelo

qual as vezes inventam a partitura.

O conhecimento inicial que o professor traz ao ser inserido no meio

educacional, só ganha corpo quando confrontado com a prática em sala de

aula e quando fundamentado nas teorias científicas e epistemológicas, e é aqui

que entra a formação em serviço do nosso professor, nas leituras, na troca

entre pares, na vivência em sala de aula, confrontando seu caminho com o do

aluno e participando ativamente dos grupos de estudos promovidos pela

escola, pois o professor nunca para de aprender e quem passa diante do

quadro negro sabe como é difícil e caro, manter-se atualizado.

A escola que espera educar com qualidade, deve investir no corpo

docente, nunca sozinha, mas buscando parcerias com o Município, Estado,

MEC, Governo Federal e inclusive ONG´S, pois a responsabilidade de educar é

de todos.

Na parceria com a SEED, os Professores encontram no “Portal dia a dia

da educação”, um espaço de formação continuada riquíssimo, pois aí o

professor pode entrar em contato com vasto material teórico sobre todas as

disciplinas , bem como através do “Projeto Folhas”, através dos APCs, através

do GTR e PDE onde o professor pode ver o que os professores do Estado todo

estão oferecendo em sala de aula aos alunos e ao mesmo tempo expor os seus

projetos com a validação de pessoas especializadas na área.

Educadores têm de contemplar, portanto, em sua formação inicial e

continuada, a busca da sintonia entre o pensar e o viver, o intencional e o

casual, aprendendo como aprendem as crianças, através da observação dos

adultos ou aprender a fazer, fazendo.

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2.13- INCLUSÃO

“Dos direitos da criança e dos adolescentes”

O Brasil tem se destacado no quadro mundial, no que diz respeito as

desigualdades sociais, decorrência da extraordinária concentração de riquezas

em mãos de poucas pessoas, levando ao padecimento especialmente as

crianças e adolescentes, vitimas frágeis e vulneráveis pela omissão da família,

da sociedade e principalmente, do Estado, no que tange ao asseguramento dos

seus direitos elementares.

Daí a importância - e absoluta necessidade - da interferência positiva do

denominado “sistema de garantias” dos direitos das crianças e adolescentes no

aparelho da Justiça – O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria

Pública, os Conselhos de Direito e os Conselhos Tutelares, fundamentados pelo

Estatuto da Criança e dos Adolescentes (ECA), regulamentando a regra magna

do art. 227 da Constituição Federal, de materializar a proposta de dar atenção

diferenciada à população infanto-juvenil, garantindo-lhes os direitos da

igualdade, saúde, educação e à vida com dignidade.

Torna-se necessário interferir no sentido da existência de políticas

públicas capazes de fazer das crianças e dos adolescentes, efetivamente

sujeitos de direitos, garantindo-se, entre outros e guardadas as peculiaridades

locais, os relacionados à vida (identificando taxa e os fatores responsáveis

pela mortalidade infantil nos municípios da Comarca), à saúde (verificando a

cobertura integral das vacinações recomendadas pelas autoridades sanitárias,

a realização pelos hospitais dos exames visando ao diagnóstico e terapêutica

de anormalidades do metabolismo; a existência de programas destinados a

nutrição, à assistência médica e odontológica para prevenção das

enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de

educação sanitária para pais, educadores e alunos), à convivência familiar

(providenciando a materialização dos programas oficiais de auxilio e

orientação a famílias carentes, bem assim os de desinstitucionalização de

crianças e adolescentes abrigados e também os destinados à adequada

aproximação e retirada das crianças e adolescentes das ruas), à educação

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(realizando atividades direcionadas à garantia de ingresso, permanência e

sucesso no ensino fundamental; conferindo a existência dos conselhos de

acompanhamento e controle social Fundeb, assim como os planos de cargos,

salários e valorização do magistério e, ainda, dos programas suplementares de

material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência a saúde), à

profissionalização (providenciando o desenvolvimento de programas de

iniciação profissional, bem como de proteção no trabalho, impedindo

atividades insalubres, penosas, e perigosas ou que impossibilitem a regular

escolaridade) e as medidas sócio-educativas (promovendo a instituição de

programas para a prestação de serviços à comunidade e, principalmente, à

execução de liberdade assistida).

Uma vez atendidas as condições materiais indispensáveis à subsistência,

o caminho seguinte a ser trilhado se traduz no encaminhamento de todas as

crianças e adolescentes para o sistema educacional, pois, como sempre se diz

– lugar de criança é na escola.

Dentre os direitos fundamentais à infância e juventude, sem dúvida

avulta em significado o pertinente à educação, observando também que o

sistema educacional se constitui – juntamente com a família – em

extraordinária agência de socialização do ser humano (isso sem contar com a

possibilidade de importante interferência, enquanto aparelho ideológico do

Estado, na formação do pensamento acerca da sociedade em que se vive e do

papel que cada um pode nela desempenhar).

A educação, devidamente entendida como direito de todos e dever do

Estado, destina-se, conforme prevê a regra constitucional, ao pleno

desenvolvimento da pessoa, sua qualificação para o trabalho e, principalmente,

ao preparo para o exercício da cidadania (art. 205, da CF).

O direito de acesso, permanência e sucesso no sistema educacional

comparece como antídoto à marginalização social que encaminha crianças e

adolescentes à mendicância, ao trabalho precoce, à prostituição e à

delinquência.

Não é por acaso que, na verificação dos adolescentes sujeitos às

medidas sócio-educativas (especialmente as privativas de liberdade), alcança-

se índices elevadíssimos no referente ao afastamento (muitas vezes por

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exclusão imposta indevidamente pela própria escola) do direito à educação.

Enfim, ao tempo em que as nossas crianças e adolescentes passam a ser

tratados como bodes expiatórios da caótica situação social e de insegurança

vivida no país, com o surgimento de levianas propostas para o

restabelecimento do Código de Menores ou da diminuição da imputabilidade

penal (na verdade, a sociedade brasileira tem o direito de se indignar diante da

tragédia que envolve nossas crianças e adolescentes, entretanto, tal

indignação deve ser canalizada a favor da infância e da juventude e não contra

ela, na correta perspectiva de que a melhor forma para evitar a violência e

criminalidade é superar a marginalidade, retirando-se aqueles que se

encontram à margem dos benefícios produzidos pela sociedade para conduzi-

los à cidadania plena), urge intervenção objetivando a implementação das

regras da Constituição Federal e do ECA que contemplam a população infanto-

juvenil com a garantia prioritária do exercício de direitos, assim como das

diretrizes e programas de atendimento estabelecidos em favor da mesma na

Lei nº-8.069/90; com a certeza de que, em assim se fazendo, estaremos – pela

via das crianças e adolescentes – dando passo decisivo para alcance daquele

que é o objetivo fundamental da República Federativa do Brasil: o de instalar

uma sociedade livre, justa e solidária.

“Das diferenças”

“ Quem não compreende um olhar, tão pouco compreenderá uma longa explicação”

Mário Quintana

Os sujeitos tem suas identidades determinadas pelo contexto social e

histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o

reconhecimento das multiculturas advindas da acelerada tecnologização e das

complexas transformações nos modos de produção social que fazem surgir

novas formas de acúmulo do capital e distribuição de renda na

contemporaneidade. Assim nos diz Guimarães:

“(...) constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as

diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando

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que existem grupos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As

pessoas são diferentes de fato em relação a cor da pele e dos olhos, quanto ao

gênero e a sua orientação sexual, com referência às origens familiares e

regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres

humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e

desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o

chamado direito a diferença; o direito de ser, sendo diferente.” (FERREIRA e

GUIMARÃES, 2003, p 37).

No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a

construção de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e

não sejam fatores de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis,

oportunizando a reflexão crítica sobre a história das minorias, dos

estigmatizados, dos dominados.

As políticas da SEED têm como alvo, todos os grupos que sofreram

exclusão física ou simbólica, ao longo da história, reconhecendo seus direitos

sociais como é o caso dos moradores do campo e das regiões ribeirinhas, de

pescadores e ilhéus, das populações indígenas, dos jovens e adultos que não

tiveram acesso à escolarização em idade própria, dos grupos afro-

descendentes, às crianças e jovens que, por inúmeros motivos, se evadem da

escola, das pessoas que apresentam necessidades especiais, oriundas ou não

de deficiências.

Cabe ao Estado democrático, por meio da implementação de políticas

públicas, enfrentar as desigualdades sociais e promover o reconhecimento

político e a valorização dos traços e especifidades culturais que caracterizam a

diferença das minorias sem visibilidade social, historicamente silenciadas.

Traduzindo esse conjunto de reflexões para nossa realidade imediata, a

perspectiva, da inclusão de todos os alunos está contemplada nos princípios

norteadores das ações do Colégio Estadual Tancredo Neves, amplamente

debatidos pelos profissionais da educação no processo de construção das

diretrizes curriculares estaduais, que apresentam como linha condutora a

universalização do acesso à escola pública gratuita e com qualidade para

TODOS.

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“É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social,

econômica e cultural existente o que lhe garante ser reconhecida como

instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...)

o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que

reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o

conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos.”

(PARANÁ, 2005)

Esse conjunto de fatos inverte a ótica da discussão para a questão do

amplo leque da exclusão e não mais para a preocupação com a exclusão de um

único grupo no espaço escolar: o das pessoas com deficiência. “As escolas

inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que

reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de

qualquer dos alunos”.

A partir dessa concepção fica evidente que há muitos alunos que

apresentam problemas ou dificuldades de aprendizagem, por razões inerentes

a sua compleição física, limitações sensoriais ou déficits intelectuais.

Entretanto, há um sem número de alunos que não tingem às expectativas de

aprendizagem e avaliação da escola em decorrência das condições econômicas

culturais desfavoráveis que vivenciam, ou, ainda, pelo despreparo dos

profissionais da educação no trato das questões pedagógicas (as chamadas

dispedagogias).

Assim, o insucesso na escola revela que não são apenas os alunos com

deficiência os que apresentam necessidades referentes ao processo de

aprendizagem e que devem ser beneficiados com recursos humanos, técnicos,

tecnológicos ou materiais diferenciados que promoverão a sua inclusão.

Não se admite, portanto, continuarmos a ouvir declarações em que a

escola inclusiva seja caracterizada apenas como aquela, que possui,

matriculados em suas turmas, alunos com deficiências, ainda que continue a

apresentar altos índices de evasão e repetência, um grande número de

analfabetos funcionais, ou alunos marginalizados por sua condição de pobreza

extrema ou pela cor da sua pele, entre outras situações de exclusão e fracasso.

Edler Carvalho (2000, 2004) afirma que nós temos uma forte tendência em

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patologizar, medicalizar e classificar todos os alunos que desviam

minimamente os padrões da normalidade estabelecidos na escola,

identificando-os como apresentando alguma deficiência.

Como a cada época corresponde um conjunto de regras e de crenças,

valores e práticas intrínsecos aos paradigmas vigentes, não nos cabe aqui

questionar o valor dessas práticas, senão explicá-las no interior da lógica dos

modos de produção da sociedade naquele momento histórico, entendendo

que, na contemporaneidade já não se aplicam, tendo em vista que mudam os

homens, mudam as verdades e mudam as formas de produzir a vida material.

2.14 SALA DE RECURSOS

Segundo a LDB, a educação especial para atendimento escolar de

educandos portadores de necessidades especiais deve ser realizada,

preferencialmente, na rede regular de ensino, em classes comuns com apoio

de serviços especializados organizados na própria escola ou em centros de

apoio regionais; a integração, permanência, progressão e sucesso escolar de

alunos portadores de necessidades especiais em classes comuns do ensino

regular representam a alternativa mais eficaz no processo de atendimento

desse alunado; em função das condições específicas dos alunos, sempre que

não for possível sua integração em classes comuns da rede escolar, a classe

especial deve ser mantida na rede regular ou, ainda, quando necessário,

deverá ser oferecido atendimento por meio de parcerias com instituições

privadas especializadas sem fins lucrativos; a rede estadual já possui formas

diversificadas para atendimento dos alunos portadores de necessidades

especiais e que os paradigmas atuais da inclusão escolar vêm exigindo a

reorganização da educação especial visando a ampliação dos serviços de apoio

especializado e a renovação dos projetos pedagógicos e metodologia de

trabalho das classes especiais.

Os Serviços de Apoio Pedagógico Especializado são implementados

através de:

I - turmas com caráter suplementar, para atividades especializadas,

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desenvolvidas em sala de recursos específicos, com atendimento por professor

especializado, em horários programados de acordo com as necessidades dos

alunos, e, em período diverso daquele em que frequentarem as classes comuns

da própria escola ou de unidade diversa;

II- turmas em classes especiais para alunos que, em virtude de condições

específicas, não puderem ser integrados às classes comuns do ensino regular,

Caberá ao professor de Educação Especial, além das funções docentes:

I- participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;

II- elaborar plano de trabalho que contemple as especificidades da demanda

existente na unidade e/ou na região, atendidas as novas diretrizes de Educação

Especial a serem objeto de oportuna divulgação;

III- integrar os conselhos de classes/ciclos/séries e participar atividades

coletivas programadas pela escola;

IV- orientar a equipe escolar quanto aos procedimentos e estratégias de

inclusão dos alunos nas classes comuns;

V - oferecer apoio técnico pedagógico aos professores das classes comuns;

VI - fornecer orientações e prestar atendimento aos responsáveis pelos alunos

bem como à comunidade.

2.15- AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL E

A EDUCAÇÃO

“ A experiência não é nem formadora nem

produtora. É a reflexão sobre a experiência que

pode provocar a produção do saber e a

formação”

A.Nóvoa,1996

As inovações educativas foram durante um longo tempo concebidas por

equipes de especialistas que tentavam impor o modelo industrial da

administração e de estratégia de mudança, introduzindo-o no processo

educacional como mais um recurso. Não se questionava a utilização dos

demais recursos disponíveis nem se consideravam as especificidades próprias

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das mudanças que sua utilização poderia provocar na instituição.

Uma inovação imposta, decidida ou planejada por organismos externos a

instituição é incompatível com a concepção dialética de inovação, pois tende a

produzir rejeição ou a adicionar quantitativamente o novo instrumento ao

arsenal já disponível, sem dar condições de usá-lo pela falta de treinamento. As

práticas impostas visam à otimização do ensino e não deixam espaço para o

desenvolvimento de processos criativos. Isso foi observado com a introdução

dos recursos audiovisuais nas escolas, e hoje muitas instituições adotam esse

procedimento em relação aos computadores.

Ao dar início ao desenvolvimento de projetos inovadores, não se pode

esperar que todos os integrantes da instituição possam se engajar. No caso

dos computadores, muitas vezes apenas alguns professores tem interesse ou

sentem-se seguros em inseri-los na sua prática. Para que os projetos de

informatização das escolas não se restrinjam a um grupo isolado de

professores idealistas, é preciso que a instituição tenha autonomia para

definir suas prioridades e esteja disposta a vivenciar todo o conflito inerente

aos processos de mudança.

Ao introduzir computadores no processo educacional é preciso

considerar que as “novas práticas são inventadas, conquistadas, construídas

coletivamente, e não no isolamento individualista” (Hutmacher, 1995:54). É

necessário associar as inovações aos projetos pedagógicos, expressando um

compromisso coletivo educacional, constituído por um programa de formação

contínua dos professores e por processo de ensino-aprendizagem e pesquisa

que permitam investigar, analisar, refletir e depurar o processo de utilização

dos computadores com fins pedagógicos e educativos.

Quando a ênfase do projeto pedagógico fomenta o aprender e promove a

autonomia do aluno, as mudanças tornam-se explícitas. Os alunos trabalham

no desenvolvimento de projetos individuais ou coletivos e passam a ser

produtores do conhecimento. Nesse momento, começam a se concretizar as

mudanças efetivas.

Os alunos envolvidos nos projetos demandam mais atenção dos

professores, inclusive daqueles que não estão integrados ao projeto, causando

uma reação de busca para se obter maiores informações e passam a colaborar

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e talvez até a integrar-se neles.

Todo esse movimento que ocorre dentro da instituição em torno das

novas tecnologias, implica questionamentos não somente sobre as práticas

pedagógicas, mas principalmente sobre o papel da instituição, o que leva à

busca de soluções e ao desenvolvimento de ações comprometidas com o

interesse e necessidades da comunidade institucional. Nesse movimento é

importante a tomada de consciência sobre três aspectos do currículo da

escola: formal, real e oculto.

O Currículo formal é constituído por programas, grade curricular, regras

e resoluções normativas. O currículo real diz respeito à própria vivência de

cada sujeito da instituição e à interação entre os seus atores (professores,

alunos e funcionários). O Currículo oculto caracteriza tudo que diz respeito ao

“modo de vida” da instituição, isto é, à forma como são organizados “o

trabalho, o tempo, os saberes, os agrupamentos(...), todo um conjunto de

modalidades que regem a cooperação e a coordenação entre os diferentes

trabalhadores escolares, que a própria familiaridade serviu para ocultar e que

repousam em idéias, representações e crenças que gerações de alunos

interiorizaram pelo simples fato de sua escolarização, pelo modo prático,

informal do fazer, do ver-fazer e do ouvir-dizer” (Hutmacher, 1995:49,51)

A grade curricular, que faz parte do currículo formal, contém os critérios

definidos por especialistas, geralmente ligados ao poder central ou

intermediário. Raras vezes é repensada em função dos contextos locais e das

novas necessidades de formação, o que a transforma em camisa de força para

as instituições que buscam transformar-se.

É fundamental que o projeto pedagógico seja flexível para possibilitar a

agregação e articulação das atividades a serem desenvolvidas no estudo dos

temas. É necessário que gere uma conscientização de que é necessário

adequar as novas tecnologias, reestruturar as práticas de sala de aula e

redefinir os papéis do professor, do aluno e dos demais atores educacionais.

Dentro da concepção da rede de conhecimentos, é absurda idéia de

elaborar planos que estipulem conteúdos hierarquicamente distribuídos e

definam pré-requisitos ou fixem percursos para a construção de

conhecimentos durante determinado período, pois precisa-se organizar o

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currículo a fim de que ele possa fazer a ponte entre os conteúdos e não o deixe

fragmentado.

Estamos vivendo aquilo que alguns chamam de Segunda Revolução

Industrial ou Revolução da Informática ou Revolução da Automação. Estamos

na era das máquinas inteligentes. Em consequência disso também as

qualificações intelectuais específicas tendem a desaparecer, o que traz como

contrapartida a elevação do patamar de qualificação geral. Parece, pois, que

estamos no limiar de uma nova era, a era da informação geral, onde todos

precisam saber um pouco de tudo para que não passemos a depender de

outras pessoas para realizar atividades simples como digitar um texto, mandar

um email, imprimir um trabalho ou simplesmente navegar no syber espaço.

Não se trata, entretanto, de desenvolver apenas a capacidade de usar as

informações e de com elas produzir melhor. Não basta aplicar conhecimentos,

dominar praticamente procedimentos, empregar habilidades específicas e

instrumentais, encontrar soluções tecnológicas disponíveis para objetivos

determinados.

Trata-se de desenvolver a capacidade de inovar, de produzir novos

conhecimentos e soluções tecnológicas adequadas às necessidades sociais, o

que exige muito mais do sistema educacional.

Exige o desenvolvimento de habilidades intelectuais gerais e

fundamentais ao emprego de estruturas lógicas inerentes a métodos e teorias.

Requer o domínio prático de procedimentos que permitam, além do uso, a

produção de instrumentos necessários à realização de fins previamente

definidos, segundo as cadeias causais objetivas, das quais é expressão o

conhecimento científico.

A informatização das escolas se tornou de suma importância, precisa-se

porém, fazer bom uso dessa tecnologia a fim de que ela possa servir como

ferramenta de crescimento dos alunos, orientados pelo princípio da relação

entre a ciência e a aplicação da tecnologia, entendendo que ela só será

benéfica ao ser humano se lhe proporcionar desenvolvimento na direção dos

atuais desafios sociais, na perspectiva de uma formação ampla, integrada,

flexível e crítica.

A operacionalização do Laboratório de Informática do Colégio Estadual

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Tancredo Neves, segue em um regulamento próprio.

2.16- DAS MODALIDADES DE ENSINO

2.16.1-Ensino fundamental

Ensino fundamental é uma das etapas da educação básica no Brasil.

Tem duração de nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as

crianças com idade entre seis e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa

faixa etária implica na responsabilidade conjunta: dos dos pais ou

responsáveis, pela matrícula dos filhos; do Estado pela garantia de vagas nas

escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade.

Regulamentado por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996,

sua origem remonta ao Ensino de Primeiro Grau, que promoveu a fusão dos

antigos curso primário (com quatro a cinco anos de duração), e do curso

ginasial, com quatro anos de duração, este último considerado, até 1971,

ensino secundário.

A duração obrigatória do Ensino Fundamental foi ampliada de oito para

nove anos pelo Projeto de Lei nº 3.675/04, passando a abranger a Classe de

Alfabetização (fase anterior à 1ª série, com matrícula obrigatória aos seis

anos) que, até então, não fazia parte do ciclo obrigatório (a alfabetização na

rede pública e em parte da rede particular era realizada normalmente na 1ª

série). Lei posterior (11.114/05) ainda deu prazo até 2010 para estados e

municípios se adaptarem.

O Ensino Fundamental de 9 anos passará a se configurar dessa maneira:

• Alfabetização = 1º ano

• 1ª série = 2° ano

• 2ª série = 3° ano

• 3ª série = 4° ano

• 4ª série = 5° ano

• 5ª série = 6° ano

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• 6ª série = 7° ano

• 7ª série = 8° ano

• 8ª série = 9° ano

No Colégio Estadual Tancredo Neves - EFEM, a ampliação do Ensino

Fundamental de 8 anos para o Ensino Fundamental de 9 anos se dará

gradativamente de acordo com a demanda vinda das séries iniciais do

Município.

Organização

O Ensino Fundamental possui uma organização convencional que

acaba caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos

primeiros cinco anos (chamados anos iniciais do ensino fundamental) é

desenvolvido, usualmente, em classes com um único professor regente. O

segundo ciclo corresponde aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é

desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes

disciplinas. Essa forma de organização do ensino fundamental remonta à

antiga divisão do ensino primário em relação ao primeiro ciclo do ensino

secundário (ginasial).

Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através

de, ,atividades lúdicas e jogos leituras, imagens e sons, principalmente no

primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a

criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social.

Nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos

adquiridos no ciclo anterior e iniciam os estudos das matéria que serão a base

para a continuidade no Ensino Médio.

2.16.2- ENSINO MÉDIO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394/96,

estabeleceu como sendo dever do Estado a progressiva extensão da

obrigatoriedade do Ensino Médio.

O Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, sancionado pelo

Congresso Nacional em 2001, estabeleceu metas para a educação no Brasil

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com duração de dez anos que garantisse, entre muitos outros avanços, a

elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da

qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades sociais e

regionais, a ampliação do atendimento na Educação Infantil, no Ensino Médio

e no Superior. O Plano Nacional de Educação, tal como foi concebido, previu

uma reavaliação de suas metas em cinco anos. Uma das mais importantes

metas do Plano Nacional de Educação no que tange o Ensino Médio é a

garantia do acesso a todos aqueles que concluam o Ensino Fundamental em

idade regular no prazo de três anos, a partir do ano de sua promulgação.

Em dezembro de 2006, foi instituído e regulamentado o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação - Fundeb. Iniciado em janeiro de 2007, sua

implantação ocorreu de forma gradual até 2009, quando o Fundeb atenderá

todo o universo de alunos do Ensino Básico público presencial.

Dados da Pesquisa Nacional por amostragem de Domicílios do Instituto

Brasileiro de Geografia e de Estatística – PNAD/IBGE indicam que do total da

população na faixa etária entre 15 e 19 anos [18 milhões], cerca de 25% [4

milhões de jovens] encontravam-se matriculados neste nível de ensino.

Uma concepção para o Ensino Médio

A educação básica tem por finalidade, segundo o artigo 22 da LDB,

“desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em

estudos posteriores”. Esta última finalidade deve ser desenvolvida de maneira

precípua pelo ensino médio, uma vez que entre as suas finalidades específicas

incluem-se “a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando”, a

serem desenvolvidas por um currículo, que destacará a educação tecnológica

básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o

processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua

portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e

exercício da cidadania.

O Parecer da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de

Educação nº 15/98 e a respectiva Resolução nº 3/98 vêm dar forma às

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diretrizes curriculares para o ensino médio como indicações para um acordo

de ações. Para isso, apresenta princípios axiológicos, orientadores de

pensamentos e condutas, bem como princípios pedagógicos, com vistas à

construção dos projetos pedagógicos pelos sistemas e instituições de ensino.

Nesse sentido, o Ensino Médio deve ser planejado em consonância com

as características sociais, culturais e cognitivas do sujeito humano referencial

desta última etapa da Educação Básica: adolescentes, jovens e adultos. Cada

um desses tempos de vida tem a sua singularidade, como síntese do

desenvolvimento biológico e da experiência social condicionada

historicamente. Por outro lado, se a construção do conhecimento científico,

tecnológico e cultural é também um processo sócio-histórico, o ensino médio

pode configurar-se como um momento em que necessidades, interesses,

curiosidades e saberes diversos confrontam-se com os saberes sistematizados,

produzindo aprendizagens socialmente e subjetivamente significativas. Num

processo educativo centrado no sujeito, o ensino médio deve abranger,

portanto, todas as dimensões da vida, possibilitando o desenvolvimento pleno

das potencialidades do educando.

No atual estágio de construção do conhecimento pela humanidade, a

dicotomia entre conhecimento geral e específico, entre ciência e técnica, ou

mesmo a visão de tecnologia como mera aplicação da ciência deve ser

superada, de tal forma que a escola incorpore a cultura técnica e a cultura

geral na formação plena dos sujeitos e na produção contínua de

conhecimentos. As relações nas unidades escolares, por sua vez, expressam a

contradição entre o que a sociedade conserva e revoluciona. Essas relações

não podem ser ignoradas, mas devem ser permanentemente recriadas, a partir

de novas relações e de novas construções coletivas, no âmbito do movimento

sócio-econômico e político da sociedade.

O Colégio Tancredo Neves, propõe discutir as possibilidades de se

repensar o Ensino Médio na perspectiva interdisciplinar. Considera importante

que a escola faça um retrato de si mesma, dos sujeitos que a fazem viva e do

meio social em que se insere, no sentido de compreender sua própria cultura,

identificando dimensões da realidade motivadoras de uma proposta curricular

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coerente com os interesses e as necessidades de seus alunos. Afinal, a escola

faz parte do conjunto social em que está inserida e deve se comprometer,

também, com seus projetos. Sem nunca esgotar-se em si mesma, a dimensão

local pode ser uma dimensão importante do planejamento educacional,

integrado a um projeto social comprometido com a melhoria da qualidade de

vida de toda a população.

Organização do Ensino Médio

O Colégio Estadual Tancredo Neves, aderiu ao Ensino Médio por Blocos

de Disciplinas e trabalha seis disciplinas em cada semestre.

Além dos conteúdos serem passados de forma mais intensiva e

concentrada, os alunos têm mais contato com os professores e estes podem

acompanhar de perto a frequência e o desempenho de cada estudante.

A intenção é tornar o processo de ensino e aprendizagem mais eficiente

e interessante para o aluno e, desta forma, diminuir os índices de repetência e

evasão escolar. É uma organização que proporciona uma formação consciente

sobre o verdadeiro propósito do Ensino Médio, que não deve ser direcionado

apenas para vestibulares e concursos mas deve, principalmente, ter a

preocupação de formar cidadãos, pois dá autonomia para cada escola

aprofundar o que perceber mais necessário e para os alunos escolherem

conteúdos que querem conhecer mais.

ESTRUTURA DO ENSINO EM BLOCOS

O Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais está estruturado por

séries, organizadas em dois Blocos, sendo o Bloco I, das Ciencias Humanas,

composto pelas disciplinas de Biologia, Educação Física, Filosofia, História,

Inglês e Português e o Bloco II, das Ciências Exatas, composto pelas

disciplinas de Arte, Física, Geografia, Matemática, Sociologia e Química com

duração de três anos letivos, divididos em seis semestres.

Cada Bloco de Disciplinas deverá ser cumprido em, no mínimo 100 dias

letivos, previstos no calendário escolar.

Ao iniciar a série do curso, o aluno poderá optar pelo Bloco I ou Bloco II,

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desde que haja vaga disponível para o Bloco escolhido.

A matrícula concomitante, nos Blocos I e II, somente será permitida para o

cumprimento da Progressão Parcial.

Considerando não haver, na legislação vigente, restrição de carga horária e

dias letivos mínimos para transferências de uma Organização para outra, nas

transferências ocorridas no 1º semestre do Ensino Médio Anual para o Ensino

Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais, a escola de destino deve efetuar

a matrícula no Bloco I ou II da série. O outro Bloco da série será cursado no 2º

semestre.

Nas transferências ocorridas no 1º semestre, do Ensino Médio por

Blocos de Disciplinas Semestrais para o Ensino Médio Anual, a escola de

destino aproveitará as notas parciais das disciplinas que estavam sendo

cursadas e estabelecerá um plano de recuperação dos conteúdos das

disciplinas não cursadas, com avaliação e atribuição de notas para o devido

registro no Sistema.

− Nas transferências ocorridas no 2º semestre, do Ensino Médio Anual para o

Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais, a escola de destino

efetuará a matrícula no Bloco I ou II. Para concluir a série, o aluno deverá

cursar as disciplinas constantes do outro Bloco, através de Adaptação, com

avaliação e atribuição de notas.

Nas transferências ocorridas no 2º semestre, do Ensino Médio por Blocos

de Disciplinas Semestrais para o Ensino Médio Anual, a escola de destino

aproveitará o Bloco concluído com êxito (média mínima de seis vírgula zero,

em todas as disciplinas) e estabelecerá um plano de recuperação de conteúdos

das disciplinas não cursadas, no 1º semestre, na escola de origem, com

avaliação e atribuição de notas.

Nas transferências ocorridas no 2º semestre, do Ensino Médio por Blocos de

Disciplinas Semestrais para o Ensino Médio Anual, de aluno retido por

frequência ou nota no Bloco cursado no 1º semestre:

* O aluno será matriculado na série correspondente à série em que o aluno

estava matriculado na escola de origem e deverá cumprir integralmente a

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Matriz Curricular da escola de destino.

* A escola de destino transcreverá a frequência e as notas das disciplinas do

Bloco cursado, no 1º semestre, conforme a periodicidade da Avaliação.

* Os conteúdos das disciplinas não cursadas, no 1º semestre, na escola de

origem, serão recuperados através de um plano de recuperação de conteúdos,

com avaliação e atribuição de notas para o devido registro no Sistema.

* No 2º semestre, o aluno deverá cursar todas as disciplinas da Matriz

Curricular da escola de destino.

Exemplificando: O aluno cursou o Bloco I da 2ª série no 1º semestre e

reprovou no referido Bloco. No início do 2º semestre solicita transferência

para o Ensino Médio Anual. A escola de destino transcreve a frequência e as

notas das disciplinas do Bloco I. Os conteúdos das disciplinas da Matriz

Curricular da escola de destino, não cursadas no 1º semestre, são recuperados

através de um plano de recuperação de conteúdos, com avaliação e atribuição

de notas. Na continuidade do 2º semestre, o aluno cursa todas as disciplinas

da Matriz Curricular da série em que está matriculado.

Nas transferências ocorridas no 2º semestre, da mesma série, do Ensino

Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais, para o Ensino Médio Anual, na

qual o aluno ficou em Dependência (regime de progressão parcial), no Bloco I

ou II:

* A escola de destino efetuará a matrícula, na série correspondente à série

em que o aluno estava matriculado na escola de origem, com Aproveitamento

de Estudos das disciplinas concluídas com êxito (média mínima de seis vírgula

zero). A Equipe Pedagógica estabelecerá um plano de recuperação de

conteúdos, das disciplinas não cursadas na escola de origem, no 1o semestre,

com avaliação e atribuição de notas.

Quanto à organização, deve-se considerar o número total de turmas Ensino

Médio.

Se o total de turmas previstas para o Ensino Médio for ímpar será

necessário:

a) Reorganizar a série que tiver o maior número de alunos matriculados de

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modo que o número de turmas daquela série seja par.

b) distribuir os blocos de disciplinas de forma alternada pelo Ensino Médio

em todas as turmas de todas as séries.

Se o número de total de turmas já for par, distribuir os blocos de

disciplinas de forma alternada pelo total das turmas de todas as séries.

Da Avaliação:

O sistema de avaliação a ser adotado deverá respeitar as normas vigentes

no Sistema Estadual de Ensino no que diz respeito:

a) Aos resultados de Avaliação expressos ao final de cada Bloco de

Disciplinas;

b) À apuração de assiduidade;

c) Aos estudos de Recuperação;

d) Ao aproveitamento de Estudos;

e) À atuação do Conselho de Classe.

Composição das Turmas:

Se o número total de turmas previstas for ímpar, recompor as turmas da

série que tiver o maior número de alunos matriculados.

Desta forma, o número total de turmas passará a ser par.

A organização didático pedagógica do Ensino Médio em Blocos está descrita

no Adendo nº 2 de 2010 do Regimento escolar, bem como na INSTRUÇÃO N.o

021 /2008 – SUED/SEED, em anexo.

2.16.3- ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE INTEGRADO

O Governo Lula ao revogar o decreto 2208/97, substituindo-o pelo

Decreto 5154, de 23/07/2004, tinha como um dos objetivos a articulação entre

o Ensino Médio tradicional e a educação profissional técnica de nível médio.

Uma das modalidades de articulação prevista pelo Decreto 5154, a forma

integrada, seria "oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino

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fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à

habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de

ensino, contando com matrícula única para cada aluno".

O Conselho Nacional de Educação pela Resolução CEB 01/2005,

estabeleceu que "os cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio

realizados de forma integrada com o Ensino Médio, terão suas cargas horárias

totais ampliadas para um mínimo de 3.000 horas para as habilitações

profissionais que exigem mínimo de 800 horas; de 3.100 horas para aquelas

que exigem mínimo de 1.000 horas e 3.200 horas para aquelas que exigem

mínimo de 1.200 horas." Importante ressaltar que os diplomas de técnico de

nível médio correspondentes aos cursos realizados na forma integrada " terão

validade tanto para fins de habilitação profissional, quanto para fins de

certificação do Ensino Médio, para continuidade de estudos na Educação

Superior",conforme preconizado no art. 5º da citada Resolução.

O Colégio Estadual Tancredo Neves Ensino Fundamental e Médio, passa

a oferecer o Ensino Médio Profissionalizante Integrado na modalidade

Normal , como escola descentralizada do Colégio Estadual de Pato Branco, a

partir do ano de 2009 para alunos concluintes do Ensino Fundamental.

2.17- ESTÁGIO

Entende-se como estágio a atividade curricular planejada, organizada,

acompanhada e avaliada pela instituição de ensino, integrando sua proposta

pedagógica.

O Estágio surge como uma estratégia de complementação do processo

de ensino, visando a profissionalização do estudante. Consiste na preparação

do aluno para o ingresso no mercado de trabalho, desenvolvendo atividades

que se inter-relacionam e integram a formação do Ensino Médio com atividade

prática- profissional.

A realização de estágio mesmo não obrigatório, é uma excelente

oportunidade de desenvolvimento de competências para vida cidadã e o

trabalho produtivo, pois o trabalho é uma poderosa ferramenta de inserção

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social e cultural.

O estágio oferecido por empresas particulares, órgãos de administração

pública ou privada e instituições de ensino, ficam sempre sob a

responsabilidade e coordenação das escolas nas quais os alunos frequentam o

ensino regular ou profissionalizante.

Quanto a Formação de Docentes, o estágio é disciplina fundamental

devido a especificidade na relação teoria-prática e precisa ser encarada no

sentido da práxis, que significa dizer que a dimensão política torna-se a chave

para a compreensão do saber e do fazer educativo.

Entendemos que é premissa básica formar pessoas para atuar na

sociedade com ética e competência, com profunda consciência da realidade,

por esse motivo a instituição de ensino e a organização concedente de estágio

devem estabelecer convênio, objetivando um melhor aproveitamento das

atividades sócio- profissionais que caracterizam o estágio.

2.17.1- CONVÊNIOS

A finalidade dos convênios é proporcionar ao estudante regularmente

matriculado e que venha frequentando a Instituição de Ensino, a experiência

prática na linha de formação, pela complementação de ensino e da

aprendizagem a serem planejados, executados, e avaliados em conformidade

com os currículos, programas e calendários escolares, a fim de se constituírem

em instrumentos de integração em termos de treinamento prático, de

aperfeiçoamento técnico-cultural, científico e de relacionamento humano,

cujas condições estarão detalhadas no Termo de Compromisso a ser celebrado

entre estagiário, Unidade Concedente com interveniência da Instituição de

Ensino, não acarretando vínculo empregatício de qualquer natureza, consoante

as disposições legais mencionadas no Plano de Estágio constante no Ato

Operacional do PPP (Projeto Político Pedagógico) dessa instituição de ensino.

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III-ATO OPERACIONAL

3.1-OS PRÍNCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

“ A construção de um projeto educativo coletivo constitui

identidade de cada escola e é, sem dúvida, o instrumento primordial que

permite uma gestão democrática”

A democratização da escola através da universalização e gratuidade do

ensino, tornou-se uma exigência para a emancipação do homem

contemporâneo. Nesse sentido, a participação de toda a comunidade, pais,

professores, alunos, funcionários, pedagogos e direção - é uma prática que

expressa princípios que influenciam na qualidade da educação e está vinculada

a uma sociedade não excludente.

A democratização do sistema educativo e da escola é um princípio

articulado ao caráter público desta atividade, que deve ser mantida pelo

Estado e que este também, precisa ser democraticatizado.

Na deliberação 16/99 CEE/PR, consta no artigo 4º que a comunidade

escolar é o conjunto constituído pelos corpos docentes e discente, pais de

alunos, funcionários e especialistas, todos protagonistas da ação educativa no

estabelecimento de ensino, sendo que cada um desses segmentos terá seu de

atuação reconhecido pelo regimento escolar.

A gestão Democrática é portanto o processo político através do qual as

pessoas na escola discutem, deliberam e planejam soluções para os problemas

encaminhando e avaliando o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento

da própria escola.

Sendo uma Gestão Democrática, deve sempre dar prioridade ao diálogo,

reconhecer os direitos do outro, garantindo assim os seus, pois a Democracia

deve sempre visar o bem coletivo.

A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da

reflexão, da compreensão e da transformação que envolve necessariamente a

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formação de um Projeto Político Pedagógico libertador.

A construção da democracia na Escola é uma tarefa desafiadora entre

esses desafios, aponta-se:

• Incompatibilidade existente entre modelos e práticas democráticas, ou

seja, entre as estruturas administrativas burocratizadas, centralizadas e

verticalizadas, e outro que-fazer político-pedagógico.

• O sistema educacional hierárquico e autoritário devendo ser transformado

com o princípio da participação dos sujeitos.

• Há uma distância entre representantes e representados, é preciso aliar as

práticas representativas com práticas de democracia direta, no sentido da

ampliação do espaço de reflexão e de decisão.

• A gestão democrática da escola, e de todo sistema educacional, apresenta-

se como mais um dentre outros desafios para a construção das novas

relações sociais, constituindo um espaço público de decisão e de discussão

não tutelado pelo Estado é portanto bandeira de luta da classe

trabalhadora.

3.1.1- FUNÇÕES DO GESTOR ESCOLAR:

Cada escola tem uma proposta educativa que norteia e dá sentido ao que

nela se faz. A gestão escolar tem como razão de ser a elaboração, a execução e

avaliação desta proposta. As funções substantivas da gestão são:

a)Função sócio-política;

b)Função pedagógica.

a) A função sócio-política está vinculada à pertinência e relevância do

que se faz na escola. Diz respeito à aprendizagem significativa. O significado

social, político e histórico da aprendizagem é que faz com que a proposta

educativa da escola seja um projeto político, além de pedagógico.

b) A função pedagógica diz respeito a orquestração do conjunto. Uma

proposta educativa deve ser integral, integrada e integrante. Não pode ser um

agregado aleatório de conteúdos e práticas. Deve haver unidade na

diversidade. É como uma orquestra, cada agente educativo, cada ato

pedagógico tem sua especificidade e tem que ser excelente naquilo que lhe

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cabe, para que o conjunto seja prazeroso aos ouvidos e tenha sentido. Esta

integração é como se fosse o DNA da escola. Dá sentido a tudo que nela se faz,

desde o documento do Projeto Político Pedagógico, os planos das disciplinas,

os planos de aula, a relação professor-aluno e, até, a palavra e sorriso do

professor.

As demais funções da gestão escolar, por mais indispensáveis e

importantes que sejam, são adjetivas e complementares.

No cumprimento de suas funções, a gestão escolar tem três aspectos

inalienáveis e inter-relacionadas: a competência técnica; a liderança na

comunidade; e o compromisso público –político.

a)A gestão demanda competências específicas que exigem

conhecimentos, aptidões atitudinais requeridas para o exercício da gestão

escolar. O compartilhamento da gestão exige que todos os agentes da escola

tenham alguns conhecimentos sobre gestão escolar, quem não sabe só tem

uma saída: fazer o que os outros mandam.

b)A gestão escolar exige liderança na comunidade. A gestão da escola,

intrínseca a prática pedagógico-didática, é a expressão e o impulso de todo

movimento educativo da escola, seu exercício implica liderança,

representatividade e respeito dos parceiros da comunidade escolar e da

comunidade externa.

c)A gestão escolar tem compromisso público-educativo. A gestão escolar

é a primeira e a mais importante instância da administração pública da

educação. Na escola é que a educação de fato acontece. Portanto a escola é a

instância mais decisiva da gestão pública da educação. Nela se executam e se

coordenam as práticas que concretizam o programa de educação da sociedade

e do estado.

Em outras palavras, ao gestor da instituição de ensino, cabe a maior

responsabilidade pelo sucesso da organização que dirige. Deve delegar

funções aos colaboradores; deve se dispor a ouvir professores e

funcionários; estar sempre atento e ciente do que é realizado na escola;

deve definir prioridades e ter qualidade em tudo o que faz.

O Diretor deve observar, pesquisar e refletir sobre o cotidiano escolar de

forma a aprimorá-lo constantemente.

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Ao Diretor cabe a responsabilidade pela administração pessoal, de

recursos materiais e financeiros, e do patrimônio escolar com transparência

nos procedimentos administrativos, garantindo a legalidade, publicidade e

autenticidade das ações e documentos escolares.

3.2-AS ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR PEDAGOGO

O artigo 33 da Lei 5692/71, legitima a presença dos chamados

Especialistas em Educação no Sistema Educacional Brasileiro.

A equipe técnica pedagógica das escolas, deve ser constituída por

Especialistas em Educação, egressos das diferentes habilitações do Curso de

Pedagogia.

São atribuições do Professor Pedagogo:

Atribuições Privativas :

a)Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de

Orientação e Supervisão Educacional em nível de: Escola e Comunidade.

b)Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de

Orientação Profissional e Vocacional do Educando, incorporando-a no processo

educativo global.

c)Coordenar, desenvolver e motivar o processo de sondagem de

interesses, aptidões e habilidades do educando.

d)Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao

conhecimento global do aluno.

e)Sistematizar o processo de acompanhamento aos alunos,

encaminhando-os a outros especialistas ( psicólogo, psicopedagogo,

fonoaudiólogo e etc.)

f)Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

g)Supervisionar estagiários

Atribuições participativas:

a)Participar no processo de identificação das características básicas da

comunidade ( nos pressupostos da Pedagogia Histórico Crítica).

b)Participar no processo de caracterização da clientela escolar.

c)Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola.

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d)Participar na composição, caracterização e acompanhamento de

turmas.

e)Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos.

f)Participar no processo de integração escola-família-comunidade.

g)Realizar estudos e pesquisa na área de Orientação Educacional,

registros, projetos e avaliações.

Ao dividir as atividades do Professor Pedagogo entre privativas e

participativas, pretende-se assegurar ao Professor Pedagogo, as

especificidades da sua função, principalmente no que se refere ao SOE, ao

processo de Orientação Vocacional e acompanhamento pós-escolar,

caracterizando-os como funções de coordenação.

Ao fazer o trabalho pedagógico, deve envolver os demais elementos da

escola, família e a comunidade na realização das mesmas, pois seria

impraticável e provavelmente ineficaz tentar realizá-las sozinho, em toda a sua

extensão.

Em contrapartida, prevê o artigo 9º- que ele participe das demais

atividades escolares colaborando para sua boa execução. Tais atividades,

entretanto, pressupõe-se, devem ser coordenadas por outros profissionais:

Diretor, Vice-diretor, Coordenação Pedagógica e Professores das diversas

disciplinas.

O Professor Pedagogo, como os demais funcionários, está subordinado,

hierarquicamente ao diretor que realiza com ele um trabalho cooperativo,

segundo os princípios da gestão democrática:

A Prática Pedagógica

a)ênfase na dimensão humana social da aprendizagem;

b)formação continuada como processo permanente;

c)atenção à questão cultural;

d)organização da escola como ambiente educativo

Prática Organizacional

a)uso de formas ativas e autogestionárias;

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b)descentralização do poder;

c)gestão escolar horizontal, participativa e democrática;

d)estabelecimento de parcerias e trabalho cooperativo.

Prática Política

a)interface com o entorno externo econômico, político e cultural;

b)atenção à comunidade e sociedade;

c)participação externa nas decisões internas;

d)interface família-escola, escola-comunidade, educadores e cidadania.

A Organização do Trabalho Pedagógico no Cotidiano da Escola

Pública

a)Coordenar a elaboração e construção do Projeto político Pedagógico;

b)Implementação do trabalho pedagógico no coletivo da escola- prática,

tempo e espaço;

c)Formação continuada do coletivo de profissionais da escola;

d)Relações entre escola e a comunidade

e)Avaliação do trabalho pedagógico;

f)Organizar turmas, calendário, disciplinas e recreio;

g)Planejar e organizar espaços e tempos para projetos de recuperação

de estudos;

h)Organizar a hora atividade dos professores para estudo, planejamento

e reflexão do processo de ensino e aprendizagem;

i)Planejar e organizar atividades culturais;

j)Incentivar e assessorar o professor na seleção de recursos didáticos

para ensino e aprendizagem dos conteúdos escolares;

k)Desenvolver processos de gestão colegiada entre os profissionais da

equipe pedagógica;

l)Atender necessidades do trabalho pedagógico;

m)Organizar reuniões de estudo para reflexão e aprofundamento de

temas relativos ao trabalho pedagógico da escola.

n)Elaborar estratégias para a superação de todas as formas de

discriminação, preconceito e exclusão social e de compromisso ético e político

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com todas as categorias e classes sociais.

o)Fazer cumprir os preceitos constitucionais, a legislação educacional

em vigor e o estatuto da criança e do adolescente, como fundamentos da

prática educativa;

p)Desenvolver projetos de interação escola-comunidade;

q)Participar do conselho escolar subsidiando teoricamente as reflexões e

decisões sobre o trabalho pedagógico escolar;

r)Organizar e coordenar conselhos de classe de forma a garantir um

processo coletivo de reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico.

3.3-FUNÇÕES DO CORPO DOCENTE

A docência deve ser entendida como processo planejado de intervenções

diretas e contínuas entre a experiência vivenciada do aluno e o saber

sistematizado, tendo em vista a apropriação, construção e recriação de

conhecimentos pelos alunos e o compromisso assumido com a ESCOLA,

através da participação em ações coletivamente planejadas e avaliadas, de

acordo com as diretrizes da legislação em vigor.

A docência será exercida por profissional habilitado nas áreas que

compõem a Proposta Pedagógica Curricular da Instituição.

– São atribuições da Equipe Docente:

Participar do processo de elaboração de Projeto Político Pedagógico;

Planejar, executar, avaliar e registrar os objetivos e as atividades do

processo educativo, numa perspectiva coletiva e integradora;

Planejar e executar estudos contínuos de recuperação e de compensação

de ausências de tal forma que sejam garantidas novas oportunidades de

aprendizagem e maior tempo de reflexão aos alunos;

Discutir com os alunos e com os pais ou responsáveis:

a) as propostas de trabalho da ESCOLA;

b) o desenvolvimento do processo educativo;

c) as formas de acompanhamento da vida escolar dos alunos;

d)as formas e procedimentos adotados no processo de avaliação dos

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alunos;

e)as formas e procedimentos para avaliação da ação da Equipe Escolar.

Identificar em conjunto com o Coordenador Pedagógico, casos de alunos

que apresentem necessidade de atendimento diferenciado

Manter atualizados os Diários de Classe e registrar continuamente as

ações pedagógicas, tendo em vista a avaliação diagnóstica do processo

educativo, bem como a presença e ausência do aluno diariamente;

Participar das reuniões de avaliação do aproveitamento escolar:

a)Apresentando registro referentes às ações pedagógicas e vida escolar

dos alunos, visando ao processo educativo;

b)Analisando coletivamente as causas de aproveitamento não satisfatório

e propondo medidas para superá-las;

c)Atribuindo conceitos finais , a partir da discussão e análise com o

coletivo dos professores dos dados da avaliação;

Encaminhar à Secretaria da Escola os conceitos de avaliação semestrais

e anual e os dados de apuração de assiduidade referentes aos alunos de sua

classe, conforme especificação e prazos fixados pelo cronograma escolar;

Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino;

Zelar pela aprendizagem dos alunos;

Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor

rendimento;

Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados a planejamento, avaliação e ao

desenvolvimento profissional;

Colaborar com as atividades de articulação da ESCOLA com a família e a

comunidade.

Comunicar ao Diretor de Escola ou Equipe Técnica os casos de suspeita

ou constatação de doenças infecto-contagiosas;

Participar da organização, planejamento, desenvolvimento e avaliação

das reuniões pedagógicas;

Propor, discutir, apreciar e coordenar projetos para a sua ação

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pedagógica;

Buscar, numa perspectiva de formação permanente, o aprimoramento do

desempenho profissional e ampliação do seu conhecimento, podendo propor

e/ou coordenar ações e grupos de formação.

Cabe aos Professores participarem da elaboração do Projeto Político

Pedagógico e das reuniões pedagógicas, reorganizando-o e colocando-o em

prática.

Fazer uso dos recursos tecnológicos disponibilizados pela instituição e

zelando por eles, como atividade integrada às desenvolvidas em sala de aula.

Enfim, o Professor é aquele profissional dotado de saberes, experiências,

dúvidas, aspirações, conflitos, entre outros. Não se separa o educador da

pessoa. Tem como meta principal, preparar o aluno para atuar no mercado de

trabalho, abrindo horizontes para o futuro. Uma das funções do docente é

transmitir conhecimentos, oportunizar a aprendizagem e auxiliando na

educação e formação de cidadãos críticos, responsáveis e transformadores da

sociedade onde vivem.

Na atualidade, pelas exigências impostas à educação, para professor,

não basta Ter o domínio do conhecimento específico do que ensina a ser,

necessita ser um profissional ciente e implicado na dinâmica viva da escola, a

qual, além da dedicação ao conhecimento e ao aluno, possua uma visão

sistêmica do espaço onde atua. Somando conhecimento e a capacidade de lidar

com o aluno, de trabalhar a informação que chega à sala de aula por vias

diversas, de responder às expectativas inerentes a uma nova abordagem no

currículo.

O educador deve estar sintonizado com as questões do seu tempo ou

espaço histórico unindo em seu desempenho e sua ação pedagógica. Estando a

par de um conhecimento técnico, compartilhado e participando no coletivo,

com abertura à critica e revisão de suas ações e conceitos, de coerência e

retidão frente aos valores defendidos, tudo isso aliado a uma consciência

crítica sobre a realidade na qual se insere a sua prática.

O Professor responde totalmente pelos alunos que lhe se são confiados

no âmbito escolar. Desenvolverá suas atividades respeitando sempre as linhas

filosóficas do Colégio, sua linha de ação e lutando pela seriedade, eficiência,

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unidade, harmonia e paz dentro da Escola.

3.4-PAPEL DO DISCENTE:

Ao aluno, cabe aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. Ter

atitudes intelectuais, sabendo buscar, selecionar e interpretar informações,

tendo hábitos adequados de estudo. Que saiba trabalhar em grupo e tenha

qualidades como: empenho, organização, flexibilidade e tolerância, que

incorporem a importância do conhecimento e o prazer do aprendiz.

O aluno deve valorizar o espaço que lhe é cedido para formação humana

e intelectual, conservando o patrimônio público e respeitando os profissionais

que trabalham na escola, não importando o cargo ou a função que ocupem.

Deve, enfim, usar o tempo escolar para aprimorar-se visando sempre um

conhecimento além daquilo que lhe é repassado, em outras palavras, o aluno

deve assim como o professor ser um eterno aprendiz.

3.5- FUNÇÃO DA EQUIPE ADMINISTRATIVA:

O profissional do setor administrativo da escola deve ser conhecedor das

normas de arquivo para preparar, organizar e controlar a tramitação e

arquivamento de documentação em geral.

Esse profissional é responsável também pela emissão e recebimento de

correspondências e documentos diversos, com devido registro e controle.

Digitar ofícios, processos, notificações, atas, relatórios, autorizações,

fazer matrículas e acompanhar a situação legal dos alunos da escola bem

como dos ex-alunos.

O funcionário administrativo deve operar com domínio as TICs,

equipamentos eletrônicos e demais tecnologias. Transmitir recados com

desenvoltura e rapidez. Realizar a manutenção e solicitar consertos de linhas

telefônicas, microcomputadores e demais equipamentos sempre que

necessário. Organizar folhas de frequência dos alunos e professores, manter a

documentação escolar sempre em dia e dar atendimento de qualidade a

comunidade escolar.

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Enfim, a função principal da equipe administrativa se constitui no

suporte necessário ao processo educativo, tendo como princípio o caráter

educativo de suas ações, responsabilizando-se pela escrituração da

documentação e arquivos escolares, garantindo o fluxo de documentos e

informações facilitadores e necessários ao processo pedagógico e

administrativo.

3.6- FUNÇÕES DO AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS:

O Agente de serviços gerais deve privar pela limpeza, higiene,

conservação, manutenção do prédio escolar e de suas instalações,

equipamentos e materiais;

Preparação e distribuição da merenda escolar aos alunos;

Auxílio no atendimento e organização dos alunos nos horários de

entrada, recreio e saída;

Execução de atividades correlatadas, após discussão e aprovação pelo

Conselho de Escola e definidas no Projeto Político Pedagógico.

A esses profissionais cabe atuar como ponto de apoio para que a

educação processual possa se desenvolver de forma organizada e eficiente,

cuidando da limpeza, higienizando os ambientes, conservando e mantendo

sempre em ordem o ambiente escolar, responsabilizando-se pela alimentação,

controle de estoque, qualidade no preparo e na distribuição da merenda

escolar.

Enfim, todos que trabalham em uma escola são educadores, não importa

em qual setor ou função que atuam, para tanto devem agir como tal, chamando

a atenção dos alunos nas atitudes em relação aos outros, respeitando-os e

exigindo respeito dos mesmos, pois todos juntos construímos a cara da nossa

escola.

3.7- INSTÂNCIAS COLEGIADAS

3.7.1-ASSOCIAÇÃO DE PAIS E FUNCIONÁRIOS - APMF

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A associação de pais, mestres e funcionários, é um órgão formado

pela comunidade escolar, onde os envolvidos no processo são igualmente

responsáveis pelo sucesso da educação na escola Pública, objetivando apoiar

à Direção e equipe Pedagógica da escola, primando pelo entrosamento entre

pais, alunos, professores, funcionários e toda comunidade, com as atividades

sócio educativas, culturais e desportivas.

Uma de suas grandes responsabilidades é discutir, colaborar e participar

das decisões coletivas, sobre ações da equipe Pedagógico-Administrativa e do

Conselho Escolar, visando a assistência ao educando, no aprimoramento do

ensino e a integração família-escola-comunidade.

A APMF está embasada no estatuto estatuto que garante uma

participação mais efetiva da comunidade escolar, também com a integração

dos funcionários do estabelecimento de ensino.

Nesse contexto, objetiva contribuir com a representatividade de

interesses e a melhora na qualidade de ensino, garantindo que a escola

pública garanta sua função, formando alunos para o exercício da cidadania.

“A escola de hoje deve ter como preocupação maior buscar a participação de

toda comunidade escolar, num exercício de administração compartilhada, pois

todos desejam alcançar o mesmo objetivo: ensino de qualidade na escola

pública e gratuidade. O espaço da escola deve ser um espaço democrático,

onde todas as vozes possam ser ouvidas, e a APMF deve ser o veículo que

integre todos os representantes desta comunidade.” REQUIÃO ( 2005).

O Colégio Estadual Tancredo Neves EF e EM, busca constantemente

envolver toda a comunidade externa e interna, estimulando a cultura da

participação, através de projetos, fortalecendo a valorização da escola e sua

rede de relacionamento com as instituições e movimentos diversos.

Entendemos que a APMF, faz o vínculo de integração entre família,

educadores e escola onde juntos num espaço democrático trabalhem em prol

da formação integral do aluno.

A APMF, está legalmente regulamentada com Estatuto próprio e sua

função está nele detalhada minuciosamente.

3.7.2- CONSELHO ESCOLAR

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O Conselho Escolar, citado no Regimento Escolar nos artigos 9º- e 10º-, é

formado por todos os segmentos da Comunidade Escolar, ou seja, pais,

professores, direção, alunos e funcionários. Através dele, todas as pessoas

ligadas à escola são representados e participam de decisões administrativas,

financeiras e pedagógicas. Este órgão não é só um canal de participação, mas

também um instrumento de gestão da escola, verdadeiramente democrática.

Para que aconteça a concretização do Projeto Político Pedagógico

baseado na concepção de Gestão Democrática, o Colégio Estadual Tancredo

Neves EF e EM, alicerçado nos princípios da construção coletiva, tem seu

Conselho concebido como local de debate e tomada de decisões.

Dentre suas atribuições, artigo 18º- do Regimento Escolar, cabe a todos

os representantes trazer para discussão assuntos pertinentes as suas funções.

Esse diálogo promove a melhoria na qualidade do ensino oferecido pela

escola, sendo órgão máximo de decisões no interior da escola, para tanto cada

representante, deve ser consciente da função que ocupa, ser responsável e

estar envolvido no campo educacional, bem como na ampliação da autonomia

da escola, facilitando a comunicação, eliminando barreiras burocráticas e

formais. É no Conselho Escolar que os problemas são discutidos e as

reivindicações educativas analisadas.

3.7.3 -CONSELHO de CLASSE

O propósito do Conselho de Classe é a discussão e reflexão da avaliação.

Ele busca a superação da organização prescritiva e burocrática, sua

preocupação é a análise de relações pedagógicas alternativas e contribui para

alterar a organização do trabalho pedagógico.

Sendo um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em

assuntos didático-pedagógicos, instituído pela Direção, Equipe Pedagógica e

por todos os professores que atuam na mesma classe, decidindo quanto a

aprovação ou reprovação de alunos que na média final apresentarem resultado

insatisfatório em relação a média estabelecida pela Instituição de Ensino. O

que é indispensável destacar, é que a tarefa central do ensino é oportunizar

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situações didáticas para que a aprendizagem ocorra, para tanto faz-se

necessário a reflexão constante das metas propostas e se as mesmas permitem

avaliar o desempenho do aluno analisando seu crescimento em relação a ele

mesmo e aos objetivos propostos pelo professor em relação ao conteúdo.

Diante disso, avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, com

acompanhamento continuo do progresso, levando o aluno a novas questões

reflexivas sobre sua própria aprendizagem.

Conforme deliberação 007/99 proc. Nº 091/99, o Conselho de Classe,

deve acompanhar todo processo de avaliação, analisando e debatendo todos os

componentes da aprendizagem dos alunos. Como instrumento democrático na

instituição escolar, deve garantir o aperfeiçoamento do processo de avaliação,

tanto em seus resultados sociais como pedagógicos.

É necessário que a teoria da avaliação e a prática acontecida nas salas

de aulas caminhem juntas para que a prática, ajuizando a teoria, permita

avanços tanto no procedimento metodológico da escola, como no programa

social da educação, que passa necessariamente pela avaliação, capaz de

apontar caminhos para a reconstrução dos currículos, da atuação dos

professores e de toda escola.

Nos meios educacionais há uma preocupação muito grande com o

rendimento dos alunos e com a melhoria qualitativa do processo ensino –

aprendizagem. Aperfeiçoar o trabalho educativo a partir do debate sobre o

assunto é sem dúvida, fundamentar para que ocorra melhoria na prática e que

todos os envolvidos no processo educativo participem dessa discussão

buscando soluções.

As reuniões de Conselho de Classe no Colégio Estadual Tancredo Neves-

EF e EM, sucedem o Pré-conselho que é realizado na hora atividade com os

professores e o pedagogo onde o professor será ouvido e as dificuldades serão

relacionadas pelo pedagogo que terá um tempo hábil para procurar algumas

estratégias que possam ajudar o professor em sala de aula, bem como elencar os

problemas encontrados para que se discuta no Conselho de Classe. Outra estratégia

que também poderá ser utilizada é o Pré-conselho descritivo, onde os professores e

alunos responderão um pequeno questionário sobre o andamento das aulas que será

organizado pela equipe da mesma forma acima citada.

O Conselho de Classe, organizado pela equipe e tendo a participação de todos os

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envolvidos onde serão levantadas as questões organizadas no pré-conselho e buscar-

se-á saídas para os problemas de aprendizagem e disciplina dos alunos em conjunto.

Será realizado um pós-conselho onde os pedagogos darão retorno aos alunos e as

decisões serão colocadas em ação.

Sendo assim, o Conselho de Classe pode ser considerado a instância

colegiada que detém o maior poder decisório no que diz respeito a todo

processo pedagógico da escola e por esse motivo deverá apresentar-se sempre

reestruturado e atualizado para que possa contemplar as novas tecnologias

educacionais procurando sempre a melhoria qualitativa do processo ensino-

aprendizagem.

3.7.4-GRÊMIO ESTUDANTIL

Os Grêmios Estudantis compõem uma das mais duradouras tradições da

nossa juventude. Pode-se afirmar que no Brasil, com o surgimento dos grandes

Estabelecimentos de Ensino Secundário, nasceram também os Grêmios

Estudantis, que cumprem um relevante papel na formação política e no

desenvolvimento educacional, cultural e esportivo da escola.

As atividades do Grêmio Estudantil, representam para muitos jovens os

primeiros passos na vida social, cultural e política. Assim, os Grêmios

contribuem decisivamente para a formação e o enriquecimento educacional de

grande parcela da nossa juventude.

O Grêmio, é um órgão reconhecido de apoio escolar, sem caráter

político-partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, a função maior é

encaminhar os jovens para a formação da cidadania, descobrindo novos lideres

e despertando a criticidade que os habilita agir socialmente respeitando os

direitos dos outros e cumprindo seus deveres como cidadãos.

Para organizar o Grêmio nas escolas, deve-se em primeiro lugar

constituir uma comissão Pró-grêmio formada por alunos representantes de

turma ou escolhida entre pares para tal finalidade. Essa comissão deverá

elaborar um estatuto e organizar a Assembléia Geral dos estudantes. Nessa

assembléia, deverá ser esclarecido a todos os educandos o que é o Grêmio,

qual a finalidade do Grêmio dentro da escola, aprovar o Estatuto apresentado

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e formar a comissão eleitoral.

A aprovação do estatuto e a eleição dos representantes do Grêmio deve

ser feita por voto secreto e direto de cada estudante, observando-se a

legislação eleitoral. São sócios do Grêmio todos os alunos matriculados

regularmente na escola.

O estatuto do Grêmio segue modelo fornecido pela Secretaria de Estado

e o Grêmio depois de eleito realizará intercâmbio com entidades como UMES

(União Municipal de Estudantes), UPES (União Paranaense de estudantes) e

UBES (União Brasileira de estudantes secundaristas)

O Colégio Estadual Tancredo Neves EF e EM, possui Grêmio Estudantil

desde o ano de 2007, procurando não apenas despertar nos alunos o gosto

pela organização, como também tornar o Grêmio uma instância de organização

estudantil e de parceria nas lutas para melhorias da escola.

3.8-AÇÕES DO COLÉGIO

“ O cuidado somente surge quando a existência de alguém tem importância para mim...”

Leonardo Boff.

As ações de uma instituição de ensino devem estar voltadas para a

transformação social de seus educandos, seguindo os fundamentos da Gestão

Democrática, a escola preocupa-se em fazer um trabalho em parceria com as

instâncias colegiadas e as famílias, apoiando a formação continuada de

Professores e funcionários.

A escola desenvolve projetos culturais procurando resgatar a cultura

local, e despertando nos alunos valores visando a preservação da tradição

local, regional e brasileira. Entre os projetos a serem desenvolvidos pela escola

temos

- DANÇAS FOLCLÓRICAS-

O Projeto, procura, além de resgatar a cultura dos primeiros moradores

do nosso município, desenvolver a pluralidade cultural, conteúdo importante

da parte diversificada do Currículo. Os alunos participam ativamente de

apresentações em eventos municipais e estaduais, desenvolvendo o potencial

artístico.

- ORIENTAÇÃO VOCACIONAL PARA ALUNOS DE TERCEIRO ANO;

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O projeto objetiva orientar formandos do Colégio como também alunos

egressos da escola, na escolha profissional, direcionando-os na questão do

mercado de trabalho, sem perder de vista o gosto individual de cada um e

buscando encontrar cursos na região que atendam as expectativas dos

mesmos. O projeto na integra estará em anexos.

- HORA LEITURA

Um projeto de leitura deve ser prioridade em qualquer instituição de

ensino, devendo receber atenção especial de todo colegiado, pois a escola que

forma bons leitores, consequentemente forma cidadãos com conhecimento em

diversas áreas e aptos a atuar no meio em que vivem.

A Hora leitura se desenvolve em todas as turmas, onde uma vez por

semana os alunos são convidados a ler durante uma aula, sendo que essa aula

é escolhida alternadamente para não usar sempre espaço de apenas um

professor. Nesse momento os alunos e professores podem ler variados gêneros

literários, sendo que a cada semana as turmas leem um gênero diferente.

3.9- PARCERIA

-PROJETO COM CIÊNCIA

O projeto COM CIÊNCIA, é um encontro anual que envolve trabalhos de

estudantes do Ensino Fundamental e Médio das escolas da Rede Pública

Estadual do Paraná e instituições públicas e privadas que estejam

desenvolvendo projetos e trabalhos de relevância em pesquisa e tecnologia.

* OBJETIVOS GERAIS

Favorecer a democratização do conhecimento, valorizando as atividades

pedagógicas desenvolvidas por professores e alunos da Rede Pública Estadual,

propiciando o envolvimento deste coletivo com a apresentação de trabalhos,

visitação, participação em palestras e oficinas e demais atividades que

compõem o evento.

* DO TEMA

A cada ano a SEED define um tema geralmente ligado a auto-

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sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais.

Quanto ao local e datas do evento, o Projeto Com Ciência, será

realizado em seis sedes regionais, possibilitando a participação aberta de

todas as escolas estaduais pertencentes a cada região, nos dias e locais

indicados. Informações sobre o projeto no Portal da Educação.

- PROJETO FERA

FERA - Festival de Arte da rede Estudantil.

O projeto FERA, elaborado pela SEED, tem como objetivo principal

estimular experiências nas diversas áreas e linguagens artísticas ,

desenvolvendo a interdisciplinaridade, trabalhando o conhecimento da arte e

da cultura, contribuindo para a reflexão sobre a arte na educação e, ainda,

promovendo o intercâmbio entre as regiões, enriquecendo o tempo e o espaço

escolar.

O FERA ocorre em espaços alternativos tais como praças, escolas e

centros de convenções. É realizado em oito regiões do Estado do Paraná,

contando aproximadamente com a participação de representantes de 52

municípios em cada região nas cidades sede: Francisco Beltrão, Guarapuava,

Campo Mourão, Umuarama, Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba.

A carga horária é de 40 hs a serem distribuídas em 5 dias.

As Oficinas para Professores da Rede Pública de Ensino serão realizados

nas seguintes áreas:

TEATRO- interpretação, improvisação, bonecos, sombras, outras

especializações da área.

DANÇA- clássica, folclórica, popular, de salão, de rua, moderna, outras.

MÚSICA- coral, fanfarras, bandas, outras especializações da área.

ARTES VISUAIS- pintura, escultura, artesanato, desenho, fotografia,

instalação, outras especializações da área.

ARTES LITERÁRIAS: poesia, crônicas, análise de texto, contação de

histórias, literatura, outras especializações da área.

AUDIOVISUAL- cinema, rádio, jornal, arte gráfica, internet e outras.

CIRCO- malabares, humor, acrobacias e outros.

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HISTÓRIA DA ARTE NO PARANÁ- artes regionais e linguagens, evolução

da arte paranaense e sua interação com as grandes escolas de arte.

O Colégio Estadual Tancredo Neves EF e EM, anualmente é premiado

com seu projeto de danças no FERA.

-FOLHAS Projeto em parceria com o Portal da educação.

Esse projeto desenvolvido pelo Portal “dia a dia da educação”, é

destinado aos professores, que deverão se inscrever e descrever um plano de

aula, no qual obtiveram sucesso com seus alunos no que diz respeito aos

objetivos definidos para a área.

Muitos são os professores do colégio que participam das elaborações do

projeto folhas, em sua disciplina, e temos professores que efetuam a validação

como colaboradores ao Núcleo Regional

-AGRINHO: Parceria com SENAR – PR

O projeto AGRINHO, desenvolvido em parceria com o SENAR ( serviço

nacional de aprendizagem rural), já premiou muitas vezes escolas do

município, sendo que os projetos aqui desenvolvidos envolvem toda a

comunidade e procuram trabalhar dentro da realidade dos alunos em projetos

de grande valor ambiental, sempre tendo como objetivo, auxiliar as famílias da

nossa comunidade no que diz respeito a geração de lucros, aproveitando o que

se cultiva na propriedade para incrementar a economia da família, ou

desenvolvendo valores de respeito a natureza e ao corpo, bem como a

sexualidade humana e cidadania. ( projeto Agrinho Escola -2007 em anexo)

-REBU: Em parceria com CESMAR.

A CESMAR, escola de Irmãos Maristas de Itapejara d´Oeste, a muitos

anos desenvolve projeto de valores e planejamento de vida com alunos do

ensino Fundamental, promovendo encontros na sede da Escola em Itapejara D

´Oeste, trabalho este que traz muitos benefícios a nossa instituição.

− PROGRAMA VIVA ESCOLA:

O Programa Viva a Escola visa a expansão de atividades pedagógicas

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realizadas na escola como complementação curricular, vinculadas ao Projeto

Político Pedagógico, a fim de atender às especificidades da formação do aluno

e de sua realidade.

Instituído pela Resolução no 3683/08 e regulamentada pela instrução

Normativa no 10/2009, concebe como política pública as Atividades

Pedagógicas de Complementação Curricular.

As atividades de Complementação Curricular visam a investigação do

conhecimento produzido historicamente, envolvendo professor, aluno e

comunidade, bem como a socialização do conhecimento construído nas várias

instâncias de divulgação, a exemplo do Fera Com Ciência.

O Programa Viva a Escola contempla:

17 atividades relativas aos possíveis recortes do conteúdo disciplinar, previstos

no Projeto Político Pedagógico da escola que estão distribuídas e organizadas

em quatro núcleos de conhecimento a saber:

- Expressivo Corporal;

- Científico Cultural;

- Apoio à Aprendizagem;

- Integração Comunidade e Escola.

Objetivos:

- Dar condições para que os profissionais da educação, os alunos da Rede

Pública Estadual e a comunidade escolar, desenvolvam diferentes atividades

pedagógicas no estabelecimento de ensino ao qual estão vinculados, além do

turno escolar.

- Viabilizar o acesso, permanência e participação dos alunos;

- Possibilitar maior integração na comunidade escolar (colegas, professores

e comunidade).

Quanto as atividades:

As atividades Pedagógicas deverão:

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- Estar em consonância com as Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná:

-Contemplar a educação étnico-racial para o ensino da História e cultura

Afro-brasileira e Africana;

- A educação nas escolas do Campo;

- Educação indígena.

- Ocorrer no contra-turno;

- “Poderão” ser desenvolvidas em outros locais públicos:

- Municipal;

- Estadual ;

- Federal.

OBS: Desde que não ofereça riscos a integridade física e moral do educandos.

PLANO DE TRABALHO DOCENTE

O Plano de Trabalho Docente será elaborado semestralmente pelo

professor da atividade com acompanhamento da equipe pedagógica da escola,

e assessorado pela equipe pedagógica do NRE.

O Plano de Trabalho Docente poderá ser atualizado no decorrer do

semestre conforme necessidade;

O plano de trabalho docente poderá sofrer adequação no decorrer do ano

conforme necessidade;

O Plano de Trabalho Docente terá o mesmo formato indicado pelos textos

da semana pedagógica de Fevereiro de 2009, encaminhado pelo CGE.

Registro e Frequência na Escola:

A frequência dos alunos participantes se dará em livro registro de classe,

para que se tenha o controle da sua participação e o registro das atividades

desenvolvidas;

OBS: Na atividade preparatório para o Vestibular e Fórum de Estudos e

discussões os participantes da comunidade serão registrados no campo de

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Observação do Livro Registro de Classe.

MATRÍCULA (SERE)

A participação do aluno inscrito nas atividades será registrada no SERE;

- O SERE fará uma instrução específica para o registro dos alunos; Registro

e Frequência - (SERE)

- O aluno deverá ter uma frequência mínima de 75% nas atividades;

- O aluno que tiver mais de 25% de falta na atividade será considerado

desistente e não terá registro da participação no seu histórico escolar.

- Registro e acompanhamento da Equipe Pedagógica do NRE

- Compete a equipe pedagógica do NRE o acompanhamento das atividades,

de cada escola, pelo sistema online;

- Deverá, se necessário, ocorrer a verificação da atividade na escola;

- Compete ao NRE a avaliação de cada etapa do processo de ocorrência das

atividades enviado ao CIAC/DPPE/SEED;

Registro e acompanhamento da Equipe Pedagógica da Escola:

Compete a equipe pedagógica da escola acompanhar o desenvolvimento das

atividades;

- O acompanhamento da equipe pedagógica será feito online, em

campos de preenchimentos obrigatórios.

- As Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular têm os

seguintes objetivos:

- Dar condições para que os profissionais da educação, os educandos da

Rede Pública Estadual e a comunidade escolar, desenvolvam diferentes

atividades pedagógicas no estabelecimento de ensino no qual estão vinculados,

além do turno escolar;

-Viabilizar o acesso, permanência e participação dos educandos em

atividades pedagógicas de seu interesse;

-Possibilitar aos educandos maior integração na comunidade escolar,

fazendo a interação com colegas, professores e comunidade.

O Programa compreende quatro núcleos de conhecimento:

* Expressivo-Corporal: esportes, jogos, brinquedos e brincadeiras, ginástica,

lutas, teatros, danças;

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* Científico-Cultural: história e memória, cultura regional, atividades literárias,

artes visuais, músicas, investigação científica, divulgação científica e mídias;

* Apoio à Aprendizagem: Centro de Línguas Estrangeiras Modernas; Sala de

Apoio à Aprendizagem; Ciclo de Básico de Alfabetização; Sala de Recursos;

Sala de Apoio da Educação Escolar Indígena;

• Integração Comunidade e Escola: Fórum de estudos e Discussões;

• Preparatório para o Vestibular.

CELEM

As escolas brasileiras públicas e privadas empenharam-se nesses últimos

anos, a integrar-se na investida de línguas estrangeiras a fim de atenderem a

novas demandas profissionais. Dessa maneira, um trabalho direcionado ao

estudo da língua estrangeira, no caso, o Espanhol, demonstra o

multiculturalismo linguístico sendo praticado na formação dos alunos para a

Educação Básica, que exige uma língua estrangeira. Na relação entre as

abordagens de ensino, na estrutura do currículo e na sociedade, residem as

causas da ascensão e do declínio do prestígio das línguas estrangeiras nas

escolas.

O Espanhol é implantado como uma opção ao ensino de língua

estrangeira no Brasil porque vivemos, na promoção de relações políticas e

comerciais, no desenvolvimento de recursos humanos, com o intuito de

atender o processo de comunicação entre os povos latinos.

A comunidade escolar aos poucos percebe a importância da

aprendizagem da língua espanhola na liberdade de usufruírem e

experimentarem novos conhecimentos por meio do intercâmbio linguístico e

através dele o cultural.

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise

linguística, são adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos

conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a

seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político

Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho

Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o

nível de complexidade adequado a cada uma das séries.

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A partir dos gêneros discursivos são abordadas as práticas da

oralidade, tais como: adjetivos, temporalidade, pronomes, léxico, tempos

verbais, numerais, artigos, entre outros.

Metodologia

O trabalho com Língua Estrangeira na sala de aula pressupõe que serão

mediadas possibilidades de conhecer, expressar e transformar os modos de

compreensão de mundo e construção de significados. Assim sendo, o texto

verbal e não verbal, será o ponto de partida como unidade de linguagem em

uso. Para isso, propõe-se que o professor aborde os vários gêneros textuais,

em atividades diversificadas, explorando todos os recursos presentes no texto

sem abandonar o ensino da gramática, mesmo que esta não será prioridade.

Também serão trabalhados os temas contemporâneos como sexualidade,

prevenção ao uso indevido de drogas, violência, educação ambiental e fiscal,

através de palestras, projetos, cartazes, debates, produção de textos e

seminários e uso das tecnologias e materiais disponíveis, como: livros, TV

Pendrive, Computadores, vídeos e DVD-s.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve subsidiar discussões a cerca das dificuldades e

avanços a partir de suas produções, nessa perspectiva o erro deve ser

considerado como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do

processo de aquisição de uma nova língua.

Deve ter critérios bem definidos, respeitando o que consta no Regimento

da Escola, onde o aluno precisa alcançar a média 6,0 (seis virgula zero) para

ser aprovado e para isso o professor deve estar ciente da linha de trabalho

que está seguindo e o que espera do aluno em relação à aprendizagem.

3.10- CURRÍCULO

A falta de uma identidade da Escola Pública, ao lado da política

curricular, da formação de Professores, da gestão democrática da escola e do

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livro didático, é um dos problemas que caracterizam uma limitação no avanço

para uma política educacional pública, que objetive contribuir para a

construção de um projeto nacional de desenvolvimento numa democracia de

massa.

As opções feitas ao longo da história da educação brasileira com relação

à forma de estruturação do currículo escolar não tem conseguido escapar a

dualidade.

Essa proposição diz respeito a um dos problemas mais prementes da

estrutura sobre a qual se tem forjado a cultura escolar e neste contexto, se

inscreve tanto o ensino fundamental como o médio e suas modalidades e todo

o universo dos sistemas públicos de educação básica.

Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), estabelecem o currículo

em 3 áreas integradas pelos princípios tecnológicos e propostos pelos eixos da

interdisciplinaridade e contextualização, porém permanecem garantindo as

estabilidades disciplinares. Uma grande controvérsia.

“Para que se alcance a elaboração curricular, necessitamos da discussão curricular através da

formação continuada dos seus agentes em ação: os Professores. Para que possamos perceber

quais as reais necessidades desse cenário em ação.” ( SEED)

O currículo não pode estruturar-se de forma alheia à configuração do

mundo produtivo porém, preocupar-se com a subserviência da educação

pública em geral.

A escola e os docentes que nela atuam estão desafiados pelo constante

cenário em transformação, pois o currículo deveria oferecer ao educando,

acompanhar não só os avanços tecnológicos, como também as conseqüências

desse avanço, ou seja, o desenvolvimento do mundo industrial.

“A docência se encontra numa situação complexa: de um lado a lei que visa adaptar a

escola às premissas do modelo gerencial. De outro, a compreensão equivocada de que se deve

trabalhar apenas com domínio técnico da sua disciplina. Será que um currículo deve atender

apenas as forças sociais e do mercado? Não existem outros conhecimentos tão ou mais

importantes para a apropriação por parte dos alunos, dependendo do tempo e do lugar onde se

encontram?” (SEED) 2005.

Os coletivos de Professores têm apontado os problemas relativos à

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metodologia de construção das leis e orientações oficiais curriculares em

âmbito nacional e, na esfera do estadual, consideram que quanto mais

produtiva e bem sucedida forem as políticas educacionais, quanto maior for a

participação dos profissionais da educação em sua elaboração, mais

significativa se torna sua implementação.

O processo de reflexão para a elaboração da proposta pedagógica se

constitui um espaço privilegiado de discussão e de criação de consensos.

Oferece-se a todos os segmentos da escola a oportunidade de : falar, ouvir,

dialogar, sonhar e planejar. Criar nesse momento a sua identidade como fruto

da identidade coletiva expressa no desejo de todos e na forma como a escola

vai traduzir para sua própria identidade os preceitos legais e normativos

nacionais.

Ao final da Educação Básica, o perfil do educando, não será de um

especialista, mas deverá ser de um cidadão com condições de iniciar sua

profissionalização por meio dos estudos posteriores ou educação em serviço. É

importante Ter clareza para que um aluno aprende conceitos de energia, de

elementos químicos, de tempo histórico, de relações sociais, de meiose ou de

estilos literários; acima de tudo para ser cidadão e, como parte do exercício da

cidadania, ingressar no curso superior ou no trabalho.

Passo por passo esse processo de articular intenções construindo

consensos, precisa considerar as seguintes questões: o que significa preparar

para a cidadania e o trabalho aqueles alunos naquela comunidade; quais as

competências que traduzem essa preparação para a cidadania e o trabalho;

quais os conteúdos curriculares que deverão contribuir para a constituição

dessas competências.

É no currículo ensinado e aprendido que se concretizam as

intencionalidades. Há um desencontro entre o que o Professor formaliza no

seu planejamento – ou diz que faz e ensina, e aquilo que de fato acontece em

sala de aula. Desejos e projetos transformam-se em discurso para visitantes e

autoridades, mas não refletem a realidade. É preciso tomar alguns cuidados

especiais para que as melhores intenções não caiam no vazio ou induzam a

prejuízos irreparáveis na formação dos alunos.

Para desenvolver a aprendizagem em nossos alunos, é necessário antes

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de tudo, trabalhar com problemas, propor tarefas complexas e desafios que

incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida,

completá-los.

Ensinar hoje, deveria consistir em conceber, encaixar e regular situações

de aprendizagem, seguindo princípios pedagógicos ativos e construtivistas.

Um exemplo disso é encontrado no EXAME NACIONAL do ENSINO

MÉDIO – ENEM- foram eleitas cinco competências e vinte e uma habilidades

para avaliar os educandos ao final da educação básica. Na prova do ENEM

pode-se indicar quais conteúdos curriculares fundamentam a construção das

competências e das habilidades avaliadas.

• Domínio da leitura e da escrita;

• Capacidade de fazer cálculos e de resolver problemas;

• Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;

• Receber criticamente os meios de comunicação;

• Localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada;

• Dominar a forma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens

matemática, artística e científica;

• Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para

compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da

produção tecnológica das manifestações artísticas.

• Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações

representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar

situações-problema;

• Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e

conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir

argumentação consistente;

• Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de

propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando valores

humanos e considerando a diversidade sociocultural.

O professor do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, deverá

ressignificar o conhecimento enquanto herança cultural, discernindo o que é

essencial e relevante dessa herança cultural para concretizar as intenções

estabelecidas, pelo consenso, que têm como relevância para o mundo moderno

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e que possibilitem a inserção do aluno na convivência social e no trabalho. As

características, necessidades, enfim o contexto no qual o aluno vive será

sempre o ponto de partida, não necessariamente o ponto de chegada.

Entendendo-se o currículo como algo que adquire forma e significado

educativo à medida que sofre uma série de processos de transformação dentro

de atividade práticas que o tem mais diretamente por objeto, as condições e

desenvolvimento da realidade curricular só podem ser entendidas em

conjunto, portanto caberá ao professor mediar e transformar o conhecimento

científico em conhecimento escolar através da transposição didática. Olhar

para o conhecimento, analisá-lo, dar a ele uma relevância e um julgamento de

valor, adequando-o à uma melhor compreensão pelo aluno.

Deverão também estar claramente definidos os resultados esperados, os

objetivos de aprendizagem a ser atingido no final do processo.

Nesse processo a avaliação passa a ter um outro sentido, não se avalia a

capacidade do aluno em reter informações, mas a capacidade de dar sentido a

essas informações, de articular o conhecimento, dando respostas adequadas a

diferentes problemas.

A elaboração da avaliação assume uma outra perspectiva, formativa e

diagnóstica das dificuldades de aprendizagem, possibilitando a intervenção

pedagógica a tempo.

Esses deverão ser os princípios norteadores da seleção dos conteúdos

para subsidiar a decisão do que ensinar, como ensinar e para quem ensinar.

3.11-AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

A organização do trabalho pedagógico da Escola Pública, que segue os

princípios da Gestão Democrática e busca a autonomia escolar, passa pela

elaboração de um Projeto Político Pedagógico que envolva a comunidade,

desde a busca de dados que a caracterize, até a análise desses dados e a

formulação dos pressupostos filosóficos que direcionam a prática pedagógica

propriamente dita.

O PPP elaborado coletivamente torna-se executável por que gera

compromissos entre os envolvidos e traz conceitos fundamentais, não apenas

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no que diz respeito ao currículo, mas também em relação as metodologias que

tornam mais significativa a aprendizagem escolar.

Além disso, o PPP é uma fonte de pesquisa para professores, colegiado e

pais, pois traz todas as informações sobre a escola e seu entorno, desde a sua

fundação até a atualidade.

A educação brasileira vem sofrendo mudanças significativas a cada ano

que passa, tanto pelo Governo Federal quanto Estadual, mas temos

consciência, que os projetos que organizam o trabalho de uma escola não

podem ser decretados, mas decididos coletivamente dentro da realidade da

instituição.

Dessa forma, o PPP da escola não é um documento que reflete apenas o

desejo de um grupo de pessoas, ele se torna um lugar da memória de uma

realidade que é construída dia a dia. Um lugar no qual se pensa no caminho

que está sendo feito, a partir da reflexão indagadora do conhecimento que é

gerado na prática. O PPP não se transforma em documento, ele é uma parte da

vida da escola e uma proposta real para continuar melhorando e aprendendo.

3.12- OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONVÊNIOS

Os convênios para estágio são realizados com empresas privadas e

públicas locais, proporcionando aos alunos regularmente matriculados nessa

Instituição de Ensino a experiência prática na linha de formação como

complementação de ensino e da aprendizagem, não acarretando vínculo

empregatício de qualquer natureza.

O Colégio Estadual Tancredo Neves, realiza convênio com as empresas

através do CIEE/PR, acompanhando, supervisionando e avaliando os trabalhos

dos alunos estagiários, enviando relatórios de estágio de acordo com modelos

preconizados pelo mesmo. (Plano de estágio em anexos)

-BIBLIOGRAFIAS:

ANTUNES, Ângela. Leitura do Mundo no contexto da

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108

planetarização: por uma pedagogia da Sustentabilidade. Tese de

doutoramento. São Paulo, FE-USP, 2002;

APP- Sindicato- Caderno de debates- Gráfica Popular- Curitiba – 2005;

BAFFI, Maria Adelia Teixeira. Projeto Pedagógico: um estudo

introdutório. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco, Rio de

Janeiro, 2002;

BOFF, Leonardo. Depois de 500 anos: que Brasil queremos?

Petrópolis, RJ: Vozes, 2000;

CHERVEL, A. “ A história das disciplinas escolares: Reflexões

sobre um campo de pesquisa”;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à

prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1997;

FLEURI, Reinaldo Matias. Intercultura e movimentos sociais.

Florianópolis, Mover/NUP, 1998. Pp. 127-145;

GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (orgs.). Autonomia da Escola;

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. São Paulo, Cortez, 1995;

GIACALONE, Fiorella. Festa e percursos de educação intercultural;

MARTINS, R.B. Educação para cidadania: o projeto político

pedagógico como elemento articulador;

PADILHA, Paulo Roberto. Projeto político-pedagógico, leitura do

mundo e a Festa da Escola Cidadã. São Paulo, Instituto Paulo Freire. 2002.

(mímeo), 13p;

PADILHA, Paulo Roberto Padilha. Planejamento dialógico: como

construir o projeto político-pedagógico da escola. São Paulo, Cortez/IPF;

PIMENTA, Selma Garrido. A Construção do Projeto Pedagógico na

Escola de 1o. Grau. In: Série Idéias nº8. São Paulo: FDE/ Governo do Estado

de São Paulo, 1992;

Pedagogia da Terra. Ed. Fundação Peirópolis. São Paulo, 2000.

Pedagogia do Encontro: o currículo como relação inter-transcultural

na escola. Tese de doutoramento (em andamento), São Paulo, Faculdade de

Educação da USP, 1999-2002.

PINO, Angel. A escola e Cidadania: apropriação do conhecimento e

exercício da cidadania. In: Severino, AJ. Martins, et al. Sociedade Civil e

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109

Educação. Campinas, SP: Papirus: Cedes; São Paulo: Ande: Anped, 1992.

REIS, Edmerson dos Santos. Projeto Político Pedagógico: moda,

exigência ou tomada de consciência?. In.: BELLO, José Luiz de Paiva.

Pedagogia em Foco, Rio de Janeiro, 2001.

RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de.; VEIGA, Ilma Passos A .( orgs.).

Escola: espaço do Projeto Político-Pedagógico. Campinas: Papirus, 1998.

ROMÃO, José Eustáquio. (Org.). Autonomia da Escola: princípios e

propostas. São Paulo, Cortez/IPF, 1997. (Guia da Escola Cidadã; v. 1).

RIBEIRO JÚNIOR, Jorge Cláudio Noel. A festa do povo pedagogia de

resistência. Petrópolis, Paulo, Vozes, 1982:42-43).

RIOS, Terezinha A. Significados e Pressupostos do projeto

pedagógico. In: Série Idéias nº 15, São Paulo: FDE, 1993.

Salgado, M. U. C. Projeto Pedagógico: significado e processo. Belo

Horizonte: Edital, 2001.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Polêmicas do nosso

tempo. Campinas: Autores Associados, 1994.

VEIGA, Ilma Veiga; Projeto Político Pedagógico da escola: Uma

construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995.

- ANEXOS -

ANEXO 1-

HISTÓRICO DO GINÁSIO ESTADUAL PRINCESA ISABEL

O Ginásio Estadual São João, foi criado pelo decreto 19256 de 17-08-65 e

autorizado a funcionar pela Portaria 7.156 de 31-12-65, mantido pelo Governo

do Estado do Paraná.

Pela Portaria 433/66 foi designada a Senhora Carmélia Aparecida

Siquinelli de Matos para exercer a função gratificada de Diretora do Ginásio

Estadual São João, nessa época contando com o corpo docente de 4

Professores e um corpo discente de 67 alunos funcionando uma turma no

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período matutino e outra no período noturno.

Em 1967 pela portaria nº- 1702/67 designou a Senhora Izabella Zelita

Shultz para diretora do estabelecimento e Izailda Ilkiu com a função de

secretária. Neste ano havia 09 Professores e 04 turmas de alunos num total de

118 alunos frequentando o período matutino e noturno.

Em 07-11-68 o Ginásio Estadual São João, passou a dominar-se Ginásio

Estadual Princesa Isabel.

Em 1970 pela autorização nº- 10002/70 de 20-11-70 saiu a designação da

extensão do Ginásio Estadual Princesa Isabel no Distrito de Nova Lourdes.

Neste ano foi fundada a Associação de Pais e Professores do Ginásio

Estadual Princesa Isabel de São João.

No ano de 1973 pela Portaria 875/73 foi nomeada a Professora Iris

Terezinha Balbinot Policeno como Diretora. Neste ano constando com 564

alunos matriculados, a Escola começou a funcionar nos três períodos.

Em 1974 pela resolução 905/74 foi designada para exercer a função

gratificada de Diretora a Senhora Teresa Maria Nogaroli Vianna e Hilda

Verardo como secretária, com total de 540 alunos na sede e 128 alunos nas 4

séries do Distrito de Nova Lourdes. Neste ano foi fundada a Extensão do

Ginásio Estadual Princesa Isabel de Vila Paraíso, a 9 quilômetros da cidade

tendo um total de 51 alunos na 1ª- série.

No ano de 1975 foi designada a Senhora Íris Terezinha Balbinot Policeno

para exercer o cargo de Diretora, pela Portaria 579//75 e a senhora Zenaide

Cecília Klein para secretária com função gratificada, pela portaria 827/75.

Em 1976 permanece a mesma direção e secretária, e neste ano foi

fundada a Extensão da escola estadual Princesa Isabel em Dois Irmãos com um

total de 84 alunos de 1ª- série, funcionando no período noturno.

No ano de 1977 pela resolução 760/77 foi designada a Senhora Noêmia

Lúcia Follmann para Diretora, permanecendo a mesma secretária e designado

o Padre Raymundo Lulus Francener pela mesma portaria para exercer o cargo

de Diretor auxiliar deste estabelecimento. Para melhor entrosamento entre

pais e Professores foram realizadas várias reuniões de APM e realizou-se uma

campanha pró aplicação da biblioteca na comunidade Sanjoanense, obtendo

uma grande quantidade de volumes e em convênio com a FUNDEPAR, foi

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construída uma cancha de esportes medindo 25 X 40 m.

Em 1978 preocupados com a educação integral, desenvolveu-se um

trabalho coletivo e em seção de Conselhos de Classe discutiu-se e analisou-se o

aproveitamento educacional dos educandos. Em reuniões da APP buscou-se

maior aproximação entre pais e Escola.

Com a Resolução nº- 3710/81 de 30-12-81 a escola passou a denominar-

se Escola Princesa Isabel – Ensino de Primeiro Grau.

Em 06-06-83 pela Resolução nº- 2051/83 passou a denominar-se Escola

Estadual Princesa Isabel – Ensino de Primeiro Grau.

Em 1981, Noêmia Lúcia Follmann continua na Função de Diretora e é

nomeado pela Resolução nº- 103/81, o Professor Ovildo Pedrolo para

responder pela Direção Auxiliar da Escola Estadual Princesa Isabel- Ensino de

1º- grau.

No ano de 1983 assume o cargo de Diretora Auxiliar pela Resolução

3150/83 a Professora Lourdes Gessi Cavalheiro Cavalli.

Com a resolução Secretarial nº- 3120/98 de 11-09-98 mudou para Escola

Estadual Princesa Isabel- Ensino Fundamental, assim permanecendo até a sua

cessação no ano de 2000.

ANEXO 2

REGULAMENTO INTERNO 2010

O Colégio Estadual Tancredo Neves- Ensino Fundamental e Médio, após apreciação

do Corpo Docente, do Conselho Escolar e da APMF, estabelece o seguinte

regulamento Interno para o ano de 2010, visando a melhor organização,

funcionamento, conservação de bens públicos e especialmente o aproveitamento

escolar.

1- O Colégio não se responsabiliza por material de propriedade do aluno,

inclusive dinheiro.

2- O porte de qualquer material estranho como garrafas, facas, canivetes,

armas, copos, bebidas alcoólicas, refrigerantes, celulares e câmeras fotográficas,

rádios, fones de ouvidos, MPs e brinquedos, dentro deste estabelecimento de ensino,

estão proibidas. Os materiais serão recolhidos pelo Professor e entregues a Equipe

Pedagógica que devolverá somente aos pais.

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3- É proibido fumar nas dependências desse estabelecimento.

4-O aluno que danificar qualquer objeto desse estabelecimento, riscar, ou sujar

equipamentos da instituição, arcará com o ônus disso, ou será encaminhado à

Promotoria Pública via Conselho Tutelar.

5- Para entrada em sala de aula os alunos deverão formar fila na área coberta,

aguardando a presença do professor, não será permitida a entrada em sala antes e

após o Professor, sem autorização da equipe Pedagógica.

6- Uma vez por semana na fila será entoado o Hino Nacional ou outros, os

alunos deverão respeitar a ordem nas filas de entrada e na cantina;

7- Durante o horário de aula o aluno só poderá ausentar-se da sala com

consentimento do Professor e deve fazer-se acompanhar sempre do material

indispensável para as aulas, definido pelo professor de cada turma;

8- Não é permitida a realização de festas e confraternizações dentro do

estabelecimento de ensino, com exceção das que estão previstas no calendário

escolar.

9- O aluno que for mandado para fora da sala pelo Professor, deverá dirigir-se à

equipe Pedagógica acompanhado pelo representante de turma, com atividades

encaminhadas pelo Professor;

10- O uso de uniforme é obrigatório conforme decisão do Conselho Escolar,

sendo que é composto de – Camiseta Branca ou Azul com emblema da escola

seligrafado na frente, calça preta ou bermuda ciclista até no joelho.

11- O professor é autoridade em sala de aula, as decisões tomadas quanto a

cola e a disciplina serão de responsabilidade do mesmo. Cabe ao aluno realizar as

atividades e não perturbar o funcionamento das aulas;

12- Quando da eventual falta de um professor, somente o aluno representante

deverá dirigir-se a coordenação e ou Direção para serem tomadas as providências.

13- Telefone- Somente recebemos ligações. Os recados só serão repassados

quando forem em caráter de urgência.

14- A Biblioteca atenderá das 7:40hs da manhã até 11:30hs, e a tarde das 13 hs

às 17 hs para pesquisa e em dois dias por semana a noite conforme cronograma

organizado pela escola. Os alunos deverão comparecer de uniforme e preencher ficha

constando a disciplina da pesquisa devendo permanecer no ambiente da biblioteca.

15- Quando não acompanhar os alunos na realização das pesquisas, o Professor

deverá encaminhar antecipadamente à bibliotecária, os assuntos de sua disciplina e a

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série que os alunos irão pesquisar, bem como data para entrega.

16-É vetado ao aluno no interior do Colégio, passar rifas, vender qualquer

produto, bem como fazer promoções em nome do Colégio.

17-É proibido trazer bola, bem como jogar com bola do Colégio antes da aula e

no recreio.

18-É terminantemente proibido mascar chiclete, balas e pirulitos dentro da sala

de aula, bem como permanecer dentro da sala durante o recreio.

19-É obrigatório o uso de toalhas sobre as carteiras escolares.

20-Os alunos poderão realizar até duas provas no mesmo dia, exceto provas

atrasadas com atestado médico ou justificativa dos pais. As provas atrasadas devem

ser realizadas com brevidade após retorno do aluno;

21-Os trabalhos, provas e testes dos alunos deverão ser devolvidos em até 15

dias após a realização.

22-Os alunos e pais de alunos tomarão conhecimento do rendimento escolar

através de boletins.

23-Quando o aluno se ausentar da aula sem permissão, sofrerá as penas

constantes no item 31, sendo proibido a saída da sala para empréstimo de material,

salvo com permissão do Professor.

24-Os utensílios da merenda escolar devem receber os devidos cuidados,

devolvendo-os em perfeito estado de conservação.

25-Das aulas de Educação Física só serão dispensados da parte prática os

alunos que se enquadrarem na Lei, ou seja-

a)Ao aluno com deficiência física comprovada,

b)A aluna com prole,

c)O aluno que comprove exercer atividade profissional igual ou superior a seis horas

comprovada.

26-Não é permitida entrada atrasada, nem sair antes do término do período, a

não ser acompanhado pelos pais ou com autorização por escrito. Em caso de ocorrer

demasiada reincidência, a autorização estará sujeita a confirmação via telefone e se

necessário cancelamento da mesma. Aos alunos do turno da noite, concede-se 15

minutos de tolerância ao horário de entrada, por motivo do trabalho.

27-Para o uso da Internet, os alunos deverão agendar antecipadamente com a

pessoa responsável , arcar com Material e respeitar o regulamento do laboratório de

informática;

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28-Os alunos deverão permanecer em seus lugares durante a troca de

professores.

29-É expressamente proibido trazer baralho e só é permitido jogar quando

solicitado pelo professor, sendo que o mesmo será fornecido pela escola.

30-O ambiente escolar é de estudo e de respeito, por esse motivo, não serão

permitidos namoros ou atitudes que venham denegrir a imagem do Estabelecimento.

31-O não cumprimento dos deveres e a transgressão ao que consta nesse

regulamento, sujeitará ao aluno as seguintes penalidades, conforme Regimento

Escolar:

a)Advertência escrita pelo Professor e pela Coordenação Pedagógica.

b)Advertência pelo Diretor e convocação dos Pais ou Responsáveis,

c)Afastamento temporário da sala de aula com acompanhamento da Equipe

Pedagógica, onde deverá fazer as atividades que o Professor estiver desenvolvendo

em sala de aula e posterior comunicação ao Conselho Escolar, Conselho Tutelar e

encaminhado ao Juizado de Menores. Somente o Conselho Escolar poderá reintegrar

o aluno às atividades normais depois de avaliação pelo mesmo, sendo que as

atividades avaliativas realizadas durante o afastamento por indisciplina só poderão

ser repostas através de recuperação.

32) O aluno que desacatar os Professores, Direção, Equipe ou Funcionários

da escola, será enquadrado no Art. 331 do Código Penal que diz: -

“Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.”

33) O aluno que cometer crime contra o patrimônio, será enquadrado no

Art. 163 do Código Penal Brasileiro que diz: “Destruir, inutilizar ou

deteriorar coisa alheia: Pena- detenção de seis meses há três anos e

multa além da pena correspondente à violência.”

Parágrafo único:

O aluno que for advertido no Bimestre, ou não atingir a média, não poderá participar

ou representar a Escola em eventos, jogos, danças e viagens. ( Fera, Com ciência,

Jogos escolares, viagens de estudos, etc...)

Qualquer situação que não esteja descrita neste regulamento, será decidida pelo

Conselho Escolar do Colégio.

SÃO JOÃO, AGOSTO DE 2010

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ANEXO 3

Modelo de Convênio para estágio:

Aos.....dias do mês de....do ano de........., de um lado (empresa que cederá

estágio, endereço, vinculação, nºs e data de autorização de funcionamento,

CNPJ) doravante denominada simplesmente de UNIDADE CONCEDENTE,

neste ato representado pela(o) sua(seu) diretor(a).........................................do

Colégio Estadual Tancredo Neves - CNPJ..........., localizado a Rua Ernesto

Fontanive nº 130, Centro da cidade de São João Paraná, doravante

denominado INSTITUIÇÃO DE ENSINO, têm entre si, certo e ajustado o

presente Convênio, na forma das Leis nº 6.494/77 e 8.66/93 e do Decreto n]

87.497/82 e da Portaria/MPOG nº 313/2007, mediante as cláusulas e condições

que se seguem:

CLAUSULA PRIMEIRA- OBJETO

A finalidade deste convênio é propiciar aos estudante regularmente

matriculado e que venha frequentando a INSTITUIÇÃO DE E NSINO a

experiência prática na linha de formação, pela complementação de ensino e da

aprendizagem a serem planejados, executados, acompanhados e avaliados em

conformidade com os currículos, programas e calendários escolares, a fim de

se constituirem em intrumentos de integração em termos de treinamento

prático, de aperfeiçoamento técnico-cultural, científico e de relacionamento

humano, cujas condições estarão detalhadas no Termo de Compromisso a ser

celebrado entre estagiário e a UNIDADE CONCEDENTE com interveniência da

INSTITUIÇÃO DE ENSINO, não acarretando vínculo empregatício de

qualquer natureza, consoante as disposições legais supramencionadas.

CLAUSULA SEGUNDA- OBRIGAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

A) Promover o ajuste das condições de estágio, conciliando os requisitos

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mínimos exigidos pelo currículo com as condições/disponibilidade da

UNIDADE CONCEDENTE;

B) cadastrar os estudantes interessados na realização do estágio;

C) divulgar a oferta de estágio junto aos estudantes;

D) Convocar os estudantes, quando for o caso, que se identificam com as

respectivas oportunidades de estágio;

E) Providenciar a formalização do Termo de Compromisso, nos termos

do ART. 6º do DECRETO Nº 87.497/82;

F) Receber e analisar os relatórios periódicos de acompanhamento pelos

estagiários;

G) Proceder ao acompanhamento, supervisão e avaliação dos estagiários,

na forma dos diplomas legais supramencionados;

H) Fornecer, sempre que solicitadas pela UNIDADE CONCEDENTE,

informações a cerca da vida escolar dos estágiários;

I) Informar imediatamente quando ocorrer desvinculação escolar do

estagiário, seja por trancamento de matrícula, abandono ou conclusão do

curso.

CLAUSULA TERCEIRA- OBRIGAÇÕES DA UNIDADE

CONCEDENTE

A) Selecionar conforme suas normas internas os estudantes

encaminhados e comunicar à INSTITUIÇÃO DE ENSINO, sempre que

necessário, subsídios, que possibilitem o acompanhamento, a supervisão e

avaliação do estagiário;

B) Proporcionar ao estagiário condições para complementar e consolidar,

na prática , os conhecimentos adquiridos no Curso, bem como a de executar

suas atividades de acordo com as prescrições de segurança emanadas dos

órgãos competentes;

C) Propiciar ao estagiário atividades compatíveis com o curso,

proporcionando-lhe aprendizagem social, profissional e cultural;

D) fazer cumprir o Plano de Estágio previamente elaborado e designar

supervisores para auxílio e acompanhamento dos estudantes;

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E) facilitar as atividades do professor orientador designado pela

INSTITUIÇÃO DE ENSINO para que ele, juntamente com o supervisor da

UNIDADE CONCEDENTE, possa auxiliar o estagiário em eventuais problemas

durante o estágio;

F) Verificar e acompanhar a assiduidade do estagiário, controlando o

horário através do registro de frequência;

G) Avaliar o desempenho do estagiário pelo supervisor, de acordo com as

diretrizes fornecidas pela INSTITUIÇÃO

ANEXO 4

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA

EDUCAÇÃO INSTRUÇÃO Nº 021 /2008 – SUED/SEED

Estabelece procedimentos para organização por Blocos de Disciplinas Semestrais no Ensino Médio.

A Superintendente da Educação, no uso das suas atribuições e considerando:

- a Lei Federal nº 9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

- o Parecer nº15/98 do CNE/CEB, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

- a Deliberação nº 07/99-CEE, que trata das Normas Gerais para Avaliação

do Aproveitamento Escolar, Recuperação de Estudos e Promoção de Alunos, do

Sistema Estadual de Ensino, em Nível do Ensino Fundamental e Médio; a

Deliberação nº 09/01-CEE, que dispõe sobre matrícula de ingresso por

transferência e em regime de progressão parcial; aproveitamento de estudos;

a classificação e a reclassificação; as adaptações; a revalidação e equivalência

de estudos feitos no exterior e regularização de vida escolar em

estabelecimentos que ofertem Ensino Fundamental e Médio nas suas

diferentes modalidades; a Resolução nº 5590/2008-SEED; as Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica para a Rede Pública do Estado do

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Paraná; e a necessidade de enfrentamento dos índices de evasão e reprovação

do Ensino Médio Regular da Rede Pública do Estado do Paraná, expede a

seguinte INSTRUÇÃO:

Os estabelecimentos da Rede Pública Estadual de Ensino que ofertam

Ensino Médio Regular e que possuam mais de uma turma de cada série

poderão optar pela organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, com

implantação a partir do ano letivo de 2009.

Da Matriz Curricular:

Os estabelecimentos de ensino da Rede Pública do Estado do Paraná que

optarem em ofertar o Ensino Médio regular na organização por Blocos de

Disciplinas Semestrais, adotarão Matriz Curricular única, de implantação

simultânea para o ano de 2009, conforme ANEXO 1.

As disciplinas da Matriz Curricular estarão organizadas anualmente em

dois Blocos de Disciplinas Semestrais ofertados concomitantemente.

A carga horária anual da disciplina ficará concentrada em um semestre,

garantindo o número de aulas da Matriz Curricular, pois os Blocos de

Disciplinas Semestrais são ofertados de forma concomitante nos dois

semestres.

Cada Bloco de Disciplinas Semestrais deverá ser cumprido em, no

mínimo, 100 dias letivos, previstos no Calendário Escolar.

A implantação da Matriz Curricular única será automática no Sistema de

Administração Escolar - SAE.

Da organização:

Quanto à organização, deve-se considerar o número total de turmas do Ensino Médio.

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Se o total de turmas previstas para o Ensino Médio for ímpar, será necessário: (ANEXO 2)

a) reorganizar a série que tiver o maior número de alunos matriculados de

modo que o número de turmas daquela série seja par.

b) distribuir os Blocos de Disciplinas Semestrais de forma alternada pelo

Ensino Médio em todas as turmas de todas as séries.

Turmas pares: se o número de total de turmas já for par, distribuir os Blocos

de Disciplinas Semestrais de forma alternada pelo total de turmas de todas as

séries (ANEXO 3).

Da Matrícula:

A matrícula será semestral e obedecerá ao disposto na Deliberação n.o

09/01-CEE.

O aluno terá a garantia de continuidade de seus estudos quando concluir

cada um dos Blocos de Disciplinas Semestrais.

A conclusão da série ocorrerá quando o aluno cumprir os dois Blocos de

Disciplinas Semestrais ofertados em cada série.

Quando a conclusão da série ocorrer, no final do 1o semestre do ano letivo,

o aluno poderá realizar a matrícula na série seguinte, no 2o semestre do

mesmo ano letivo.

Da Transferência:

As transferências entre estabelecimentos de ensino, com a organização

anual para a organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, seguirão as

normas previstas na Deliberação n.o 09/2001-CEE sendo analisadas pela

equipe pedagógica do estabelecimento de ensino.

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Nas transferências entre estabelecimentos de ensino com a mesma

organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, o aluno cumprirá o Bloco de

Disciplinas Semestral faltante de série.

Nas transferências entre estabelecimentos de ensino com organização por

Blocos de Disciplinas Semestrais para a organização anual, o aluno aproveitará

a carga horária e avaliações (notas, conceito, pareceres, etc.), cumprindo

normalmente todas as disciplinas da Matriz Curricular anual, seguindo a

legislação vigente.

O aluno, ao se transferir, deverá receber, do estabelecimento de origem,

documento oficial onde constem as disciplinas, avaliação (notas, conceitos,

pareceres, etc.), resultado e a frequência do Bloco de Disciplinas Semestral.

Da Avaliação:

O Sistema de Avaliação a ser adotado deverá respeitar as normas vigentes

no Sistema Estadual de Ensino, no que diz respeito:

a) aos resultados de Avaliação expressos ao final de cada Bloco de

Disciplinas Semestral;

b) à apuração de assiduidade;

c) aos estudos de recuperação;

d) ao aproveitamento de estudos;

e) à atuação do Conselho de Classe.

Da Frequência:

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Exigir-se-á o mínimo de 75% de frequência, dos 100 dias letivos previstos no

Bloco de Disciplinas Semestral.

Da Documentação:

A Coordenação de Documentação Escolar – CDE/SEED, criará documentos

próprios para a organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, bem como

orientará os respectivos registros.

A proposta de organização do Ensino Médio regular em Blocos de Disciplinas

Semestrais deverão estar registradas no Regimento Escolar do

estabelecimento de ensino.

Os casos omissos serão analisados pela Superintendência da Educação.

Curitiba, 08 de dezembro de 2008.

Alayde Maria Pinto Digiovanni

Superintendente da Educação

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COLÉGIO ESTADUAL TANCREDO NEVES - ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP

Direção: Margred Drehmer

Diretor auxiliar: João Carlos Ramos

SÃO JOÃO - 2010