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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PRÓ–REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA DIVISÃO DE CADASTRO E ACOMPANHAMENTO
1. TÍTULO DA PESQUISA
PERFIL SÓCIO, ECONÔMICO E CULTURAL DOS ESTUDANTES DA UEL INDICADORES PARA IMPLANTAÇÃO
DE UMA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
N. CADASTRO NA PROPG: 3.724 2. EQUIPE DA PESQUISA:
PROFA. DRA. JOLINDA DE MORAES ALVES
PROF. DR. RICARDO DE JESUS SILVEIRA
PROF. SILVANO CESAR DA COSTA
BETTY ELMER FINATTI
JULIANO CARLOS PLAÇA CEZAR
ROSÂNGELA RAMSDORF ZANETTI
Estagiários – Iniciação Científica JEISE CRISTINA ALVES
JULIA GIRARDI BALDI
SIDNEI MARCELINO DOS SANTOS
TALITA KETLYN COSTA CABRAL
FERNANDA ANDRE
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
"Que belo tema de disputa sofística tu nos trazes, Menon; é a teoria segundo a qual não se pode procurar nem o que se conhece, nem o que não se conhece. O que se conhece porque, conhecendo-o, não se tem necessidade de procurá-lo; o que não se conhece porque não se sabe o que se deve procurar." Platão
A universidade, como um espelho, expressa a própria sociedade brasileira, abrigando
em seu contexto, condições e contradições existentes, na origem de seu reflexo.
A missão da universidade pública se cumpre na medida em que gera, sistematiza e
socializa o conhecimento e o saber, formando profissionais e cidadãos capazes de contribuir para
o projeto de uma sociedade justa e igualitária.
Porém, discorrer sobre tal cenário, requer, inicialmente, um 'olhar' sobre outros
espaços de ensino e aprendizagem, que de forma explícita ou implícita, produz condições e
conseqüências outras, no âmbito da universidade e, em seguida, considerar diversos aspectos que
permeiam e conformam o ensino superior.
O objetivo deste trabalho, é identificar e conhecer a origem sócio, econômico e
cultural dos alunos que ingressam neste espaço, em específico os alunos da Universidade
Estadual de Londrina/PR e após, como questão de fundo da pesquisa, sugerir a implantação de
uma política de assistência estudantil, direcionada aos discentes desta instituição de ensino
superior.
Em um primeiro momento, queremos conhecer quantitativamente, os índices de
alunos da rede de ensino público nacional e, o quanto destes conseguem ingressar na
universidade e cumprir seu destino.
Assim, apresentamos, conforme tabela abaixo, dados provenientes do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) e do Ministério de Educação e Cultura (MEC), de 1998,
demonstrando o percentual de alunos absorvidos pela rede pública com o total de estudantes
matriculados nos diferentes níveis de ensino.
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Matrículas realizadas em 1998 – Brasil
Nível de Ensino Total de Matrículas Rede Pública % Fundamental 35.838.372 32.440.120 90,5
Médio 6.967.905 5.740.611 82,4 Superior 2.125.958 804.729 37,8
Fonte: : INEP/MEC 1998
Percebemos nesta tabela, através de uma rápida análise, que o índice de alunos
matriculados na rede pública, quanto ao ensino fundamental, expressa uma condição favorável da
inserção de crianças brasileiras na escola. Não muito diferente, está o índice de crianças e
adolescentes no ensino médio, porém, o mesmo não sucede com relação ao ensino superior.
Percebemos ainda, nitidamente, um decréscimo, considerado negativo, quanto a inserção de
alunos no ensino superior, o qual ganha maiores dimensões quando fazemos a relação de alunos
ingressos no ensino fundamental com os que conseguem ingressar no ensino superior.
Recentemente, as estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP)
divulgaram que em 2001, esta pequena porcentagem de ingressos na rede pública de ensino
superior decresceu ainda mais, baixando de 37,8% para 30,98%; o que pressupõe uma parcela
considerável de estudantes excluídos das instituições de ensino superior público.
Supõe-se, como decorrência desta situação, que a pouca inserção de estudantes
provenientes da rede pública no ensino superior público está relacionada com a grande inserção
de estudantes no ensino superior privado, os quais deparam-se com enormes dificuldades para
seu financiamento, induzindo àqueles estudantes, realmente carentes, à perda do estímulo para
concorrer e se manterem no ambiente universitário.
O direito ao acesso e a capacidade de permanência e sobrevivência, dos estudantes,
no decorrer do período de estudos, é resultado de uma condição democrática, através de Lei
promulgada pela Constituição Federal de 1988 que afirma que a educação é dever do Estado e da
Família (art. 205, caput) e tem como princípio a igualdade de condições de acesso e permanência
na escola (art. 206, I).
Art.205 – A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
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Nesta mesma direção, resolve a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada
em 20/12/96, com dispositivos que amparam a assistência estudantil, entre os quais se destaca o
Artigo 3º, "O ensino deverá ser ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola; (...)"
A busca da redução das desigualdades socioeconômicas faz parte do processo de
democratização da universidade e da própria sociedade brasileira. Democratização que não se
efetiva apenas no acesso à educação superior gratuita - é necessária que haja mecanismos que
garantam a permanência dos que nela ingressam, reduzindo os efeitos das desigualdades
apresentadas por um conjunto de estudantes, provenientes de segmentos sociais cada vez mais
pauperizados e que apresentam dificuldades concretas de prosseguirem sua vida acadêmica com
sucesso.
Com este sentido, em 1997, as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e o
Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis – (FONAPRACE) e a
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES),
realizaram e publicaram uma pesquisa amostral 1, sobre o perfil sócio-economico e cultural dos
estudantes de graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Criado em 1987, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e
Estudantis (FONAPRACE) é órgão Assessor da Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). Tem como finalidade promover a
integração regional e nacional das Instituições de Ensino Superior Públicas (IES), visando
fortalecer as políticas de Assistência ao Estudante.
O Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis
(FONAPRACE) possui como objetivos:
Ø garantir a igualdade de oportunidades aos estudantes das instituições de ensino superior públicas na perspectiva do direito social;
Ø proporcionar aos alunos as condições básicas para sua permanência na Instituição;
Ø assegurar aos estudantes os meios necessários ao pleno desempenho acadêmico e,
1 A categorização sócio-econômica adotada foi a da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME)
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Ø contribuir na melhoria do sistema universitário, prevenindo e erradicando a retenção e a evasão escolar, quando decorrentes de dificuldades sócio-econômicas.
O Plano Nacional de Educação, aprovado em 10 de janeiro de 2001, atendendo a
uma reivindicação direta do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e
Estudantis (FONAPRACE), determinou a adoção de programas de assistência estudantil tais
como, bolsa trabalho ou outros destinados a apoiar os estudantes carentes que demonstrem bom
desempenho acadêmico.
Plano Nacional de Educação - Lei 10.172/2001
4. Educação Superior - Objetivo nº 34 “Estimular a adoção, pelas instituições
públicas, de programas de assistência estudantil, tais como bolsa-trabalho e
outros destinados a apoiar estudantes carentes que demonstrem bom
desempenho acadêmico”
As universidades brasileiras encontram limites para cumprir os próprios preceitos da
lei e do Plano Nacional de Educação. Da mesma forma, as políticas assistenciais acabam ficando
minimizadas ou esquecidas, pois não há investimento do governo em programas de assistência
aos estudantes das universidades. Apesar da Lei de Diretrizes e Bases em seu N.º 9.394, de
29/12/96, artigo 1º, parágrafos 2º e 3º, inciso XI, determinar que "(...) a educação deve englobar
os processos formativos e que o ensino será ministrado com base no princípio da vinculação entre
a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais"
Esses princípios legais levam à reflexão e à revisão das práticas institucionais. Cabe
às IES públicas assumir a assistência estudantil como direito e espaço prático de cidadania,
buscando ações transformadoras no desenvolvimento do trabalho social com seus próprios
integrantes, o que irá ter efeito educativo e, conseqüentemente, multiplicador.
Nesse contexto, sobre as universidades, FARIA afirma:
Podemos dizer que, genericamente, sem perder de vista as experiências e
iniciativas diferenciadas, a assistência não é considerada como um espaço de
ações educativas e de produção e transmissão do conhecimento, convivendo
com sua marginalização no conjunto das prioridades acadêmicas e
administrativas. (FARIA, Sandra de. "Política de Ação Comunitária". In: Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis - Dez
Encontros. Goiânia, 1993, p. 208)
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É fundamental articular as ações assistenciais ao processo educativo. Para que a
universidade brasileira forme cidadãos qualificados e comprometidos com a sociedade e com a
sua transformação, deve assumir as questões sociais no seu cotidiano, tornando-se espaço de
vivência e de cidadania.
Assim, a assistência estudantil, como parte da Política de Educação, deverá articular-
se ao ensino, à pesquisa e à extensão. Permear essas três dimensões do fazer acadêmico significa
viabilizar o caráter transformador da relação Universidade e Sociedade. Inseri-la na práxis
acadêmica e entendê -la como direito social é romper com a ideologia tutelar do assistencialismo,
da doação, do favor e das concessões do Estado.
Entende-se que a busca da redução das desigualdades sociais faz parte do processo de
democratização da Universidade e da própria sociedade brasileira, e isto não pode se efetivar
somente através do acesso à educação superior gratuita. Torna-se necessário a criação de
mecanismos que garantam a permanência dos alunos que ingressam na Universidade, reduzindo
assim, os efeitos das desigualdades apresentadas pelo conjunto de estudantes comprovadamente
desfavorecidos e que apresentam dificuldades concretas para prosseguirem sua vida acadêmica
com sucesso.
A pesquisa sobre o Perfil Sócio-econômico e Cultural dos Estudantes de Graduação
das Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras atingiu 44 das 52 Instituições existentes
no país, com um percentual de participação de 92,36% dos alunos, onde foram aplicados 32.348
questionários a um universo de 327.660 alunos.
Os resultados obtidos, mostraram que a demanda potencial por programas
assistenciais nas Instituições de Ensino Superior representou 44,29% dos alunos.
Outros itens, pesquisados com os alunos, revelaram que:
Ø optam pelas Instituições Federais de Ensino Superior pelo caráter de gratuidade da Universidade, 83,69%
Ø buscam as Instituições pela qualidade do ensino, 53,03%
Ø necessitam de transporte para deslocamento à Universidade, 60,60%
Ø exercem atividades remuneradas não acadêmicas, 42,04%
Ø são provenientes de escolas públicas, 45,04%
Ø residem fora do seu contexto familiar, 23,31%
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Em 1998, com o mesmo interesse, a Universidade Estadual do Ceará (UECE) e a
Universidade Estadual de Feira de Santana na Bahia (UEFS) realizaram pesquisas, com o mesmo
formato das realizadas pelas Instituições Federais de Ensino Superior, encontrando resultados
muito semelhantes.
Ainda, associado a estes dados, um outro estudo "Diplomação, Retenção e Evasão em
Cursos de Graduação em Instituições de Ensino Superior Públicas", realizado pelo Ministério de
Educação e Cultura (MEC), através de um grupo de Pró-Reitores de Graduação, aponta que 40%
dos alunos que ingressam na universidade, abandonam o curso antes de concluí-lo.
A Secretaria Nacional de Estudo Superior (SESU), estima que o custo com a evasão
no sistema federal seja de quatrocentos e oitenta e seis milhões de reais ao ano. Esse valor
corresponde a 9% do orçamento anual das Instituições Federais encarecendo e reduzindo a
eficiência do sistema.2
A ausência de recursos para a manutenção de políticas que busquem criar condições
objetivas de permanência, desse segmento da população, na universidade faz com que esses
estudantes, muitas vezes, desistam de seus cursos, ou mesmo retardem sua conclusão. O Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), aponta as
dificuldades socioeconômicas de parcela do segmento estudantil, estimada em 14%, como uma
das causas externas de evasão e retenção.
Outro estudo, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, por Hallak Ingrides
e Soares José Francisco: "Influência da Bolsa de Manutenção no Desempenho Acadêmico dos
Bolsistas", comparando dois grupos "bolsista pela universidade" e "não bolsistas" revelou o
desempenho acadêmico de seus alunos e constatou que os bolsistas dos programas de assistência
não apresentaram diferenças no desempenho acadêmico, quando comparados aos demais, apesar
das diferenças socioeconômicas entre os dois grupos. Mais, o estudo revelou que os estudantes
apoiados pela Instituição concluíram seus cursos em menor tempo, apresentaram menor
percentual de abandono, de re-opção e de trancamento de matrícula.
Desta forma, para que o aluno possa desenvolver-se em sua plenitude acadêmica, é
necessário associar à qualidade do ensino ministrado, uma política efetiva de assistência
estudantil, em termos de moradia, alimentação, saúde, esporte, cultura e lazer, entre outras
condições e ainda, para o desempenho do seu papel social, o estudante universitário precisa de
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livros, equipamentos de aprendizagem prática, acesso à informação, participação em eventos
acadêmicos e culturais.
As condições socioeconômicas dos alunos de graduação das Instituições de Ensino
Superior públicas refletem uma realidade semelhante àquela a que é submetida a população
brasileira.
De acordo com dados do Plano Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) de
1999, 9,9 milhões de famílias brasileiras tem renda mensal de R$ 183,81 e considerada a média
de 4,7 pessoas por família identificam-se 46 milhões de pessoas com uma renda mensal de R$
39,11. Em 2001, o Plano Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) / Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatístico (IBGE), constatou que 27,3% da população brasileira não tem renda
suficiente para garantir uma alimentação satisfatória.
Um outro aspecto deste contexto sócio-econômico é demonstrado pelo Censo de
2000, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE) cujos dados apontam
que, na década de 90, o porcentual de famílias sob responsabilidade feminina aumentou de 18%
para 24,9%.A mulher já é a maioria na população (86,2 milhões dos 169,8 milhões de
habitantes).Em 1991, as chefes de família representavam 8,5% da população feminina e em 2000,
já eram 13%.
Na comparação com 1991, houve aumento do número absoluto de crianças brasileiras
de zero a seis anos vivendo em casas chefiadas por mulheres pobres -com renda mensal de até
dois salários mínimos. O número passou de 1,7 milhão de crianças para cerca de 2,3 milhões em
2000.
Historicamente, as IES públicas têm desenvolvido suas atividades de assistência
estudantil, a partir das demandas apresentadas pelos estudantes.
A Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural (realizada nas Instituições Federais
de Ensino Superior) indicou parâmetros para definir melhor os programas e projetos a serem
desenvolvidos nas instituições.
No perfil geral, os estudantes são jovens, saudáveis, mulheres em sua maioria,
solteiras, sem filhos, morando com a família; têm na figura paterna o principal provedor e
locomovem-se por meio de transporte coletivo. Procuram as IFES pela sua gratuidade e
2 CURI, Luiz Roberto Liza. FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, 13 maio 1998. Caderno 3.
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qualidade de ensino, buscando desenvolver suas aptidões pessoais e com o ideal de contribuir
para mudar a sociedade. Lêem pouco, informam-se através dos telejornais, divertem-se dançando
e freqüentando barzinhos, envolvem-se pouco com movimentos sociais, têm a atividade física
como lazer e preferência pela caminhada.
As desigualdades se manifestaram no nível cultural da família, na trajetória escolar
até o segundo grau, na qualidade de vida, na forma desnivelada de acesso a serviços e bens de
cultura.
O capital cultural é expresso, sobretudo, pelo grau de instrução dos pais. Existe uma
parcela de alunos que migrou para estudar e que não conta em seu cotidiano com o convívio
familiar
Os resultados da pesquisa demonstraram ainda que, os principais indicadores sociais
de sobrevivência são: moradia, alimentação, transporte, saúde, manutenção e trabalho.
A variável local de moradia antes do ingresso do estudante na universidade torna-se
um importante indicador de sua qualidade e condições de vida. A pesquisa aponta que 34,79%
dos estudantes se deslocam de seu contexto familiar, ao ingressarem na universidade,
apresentando, portanto, necessidade de moradia e apoio efetivo.
As atuais moradias universitárias atendem a um percentual de 2,40% desses
estudantes. Isso evidencia que 9,94% constitue m a defasagem existente entre a demanda
potencial e a demanda atendida pelas moradias estudantis.
O Restaurante Universitário (RU) constitui importante instrumento de satisfação de
uma necessidade básica, educativa, de ação social e de convivência universitária de 19,10% dos
estudantes pesquisados.
Trabalhar e estudar é uma condição que se constata em todas as categorias
socioeconômicas. Verifica-se que a inserção dos estudantes em atividades acadêmicas
remuneradas é tímida, pois apenas 16,83% do universo total pesquisado participam desses
programas.
A tendência para a busca da automanutenção apresentada pelos estudantes, aliada à
baixa oferta de programas acadêmicos remunerados, apontam para a necessidade de sua
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ampliação, estimulando-se a inserção dos estudantes de baixa renda nas atividades de ensino,
pesquisa e extensão, respeitado o desempenho acadêmico.
A maioria dos estudantes (60,60%) utiliza transporte coletivo para deslocamento até a
universidade. Isso indica a necessidade de políticas articuladas com órgãos responsáveis pelo
transporte urbano a fim de garantir uma boa condição de acesso aos campi.
Com relação à freqüência a consultas odontológicas, essas categorias têm o maior
índice dos que procuram o dentista, apenas em casos de emergência ou eventualmente, indicando
uma precariedade na saúde oral desses estudantes.
Apesar da pesquisa não ter detalhado itens mais específicos de saúde, levando-se em
conta que 21,41% dos estudantes têm menos de vinte anos, identificam-se alguns temas
considerados desafiadores dessa faixa etária, que demandam programas de saúde específicos:
prevenção de DST/AIDS; planejamento familiar; saúde mental/dependência química e saúde oral.
Outra demanda importante a ser considerada refere-se à prevenção de acidentes no
exerc ício de atividades curriculares. A aquisição de equipamentos de proteção individual para os
usuários de laboratórios e em atividades de risco é uma necessidade imperiosa.
Diante da constatação dessa realidade cujos índices de pobreza e de concentração de
renda repercutem no padrão socioeconômico e cultural dos estudantes das IES Públicas, torna -se
premente que a política de educação contemple a assistência aos estudantes necessitados.
A assistência estudantil vem sendo mantida através de esforços pontuais, nem sempre
suficientes, das unidades de assuntos comunitários e estudantis de cada Instituição e tem
dependido, também, da sensibilidade das administrações universitárias. Com muita dificuldade,
60% das Instituições Federais de Ensino Superior mantêm programas de bolsas de assistência,
58% tem programas de alimentação e 50% possuem moradias universitárias, o que contempla,
parcialmente a assistência pretendida pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos
Comunitários e Estudantis (FONAPRACE).
Mesmo fatores positivos como o crescimento do Ensino Médio, o aumento do
número de vagas e/ou a criação de novos cursos universitários e o projeto que tramita no
Congresso Nacional que visa garantir 50% das vagas nas Instituições de Ensino Superior públicas
para alunos egressos da rede pública de ensino, fazem crescer as preocupações dos órgãos que
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tratam da assistência estudantil nas Universidades à medida que, provavelmente, aumentaria a
demanda potencial por assistência.
Para o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis
(FONAPRACE), "torna-se imperativo sensibilizar as autoridades, os legisladores e a comunidade
Universitária para a importância da Assistência como parte de um projeto acadêmico que tem a
função fundamental de formar cidadãos qualificados e competentes." Nesse sentido a assistência
estudantil é um investimento.
Entende-se que os programas e projetos de assistência estudantil devam ser
desenvolvidos como instrumentos de acesso e permanência dos estudantes nas instituições
públicas, tendo como pressuposto ações articuladas com o ensino, a pesquisa e a extensão.
Na política de educação a assistência tem papel mobilizador de recursos para garantir a
permanência e o percurso dos estudantes socialmente diferenciados nos seus diferentes cursos
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4. JUSTIFICATIVA
"Uma verdadeira viagem de descoberta não é a de pesquisar novas terras, mas de ter um novo olhar." Marcel Proust 3
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) possui treze mil, seiscentos e trinta e
três (13.633) alunos4, matriculados em quarenta e um (41) cursos de graduação, alocados de
acordo com as áreas de concentração, em nove centros de estudos: Centro de Educação,
Comunicação e Artes (CECA); Centro de Ciências Humanas (CCH); Centro de Estudos Sociais
Aplicados (CESA); Centro de Ciências Exatas (CCE); Centro de Tecnologia e Urbanismo
(CTU); Centro de Ciências Agrárias (CCA); Centro de Ciências da Saúde (CCS); Centro de
Ciências Biológicas (CCB) e Centro de Educação Física (CEF).
Por se tratar de uma universidade pública tem aumentado gradativamente, a cada ano
letivo, o número de estudantes que apresentam dificuldades de sobrevivência no período em que
permanecem em seus respectivos cursos de graduação.
Tal realidade tem sido constatada pela Comissão Permanente de Seleção (COPESE),
da Coordenadoria de Assuntos de Ensino de Graduação (CAE), que aplica um instrumento de
sondagem sócio-educacional aos alunos que prestaram vestibular nesta instituição.
Os resultados dos questionários respondidos nos anos de 2001 e 2002 identificaram
vários indicadores de carência no corpo discente.
Dentre o universo total de alunos matriculados na UEL (2001/2002), 27,85% possuíam renda
familiar até R$ 1.000,00; 23,01% não possuíam casa própria; 16,88% não possuíam carro
próprio; 37,91% necessitavam trabalhar durante o curso e 48% não possuíam microcomputador
nem acesso à internet.
Se destacarmos os mesmos indicadores apenas para os estudantes que freqüentam os
cursos noturnos essas porcentagens são aumentas na seguinte proporção: 44,59% possuíam renda
3 Citação retirada da obra de MORIN, Edgar. Complexidade e Transdisciplinaridade - A Reforma da Universidade e do Ensino Fundamental. Trad. Edgar de Assis Carvalho. Natal, RN: EDUFRN, 2.000. P. 29. 4 Segundos dados fornecidos pela CAE – Coordenadoria de Assuntos de Ensino de Graduação, as matrículas no ano de 2003 foram distribuídas da seguinte forma: Turno Integral = 4.670; Turno Matutino = 3.175; Turno Vespertino = 514 e Turno Noturno = 5.268 estudantes. Para a soma total de 13.633, restam seis alunos matriculados em caráter especial.
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familiar até R$ 1.000,00; 30,20 não possuíam casa própria; 27,61 não possuíam carro próprio;
62,58 % não possuíam computador ou acesso à internet e 64,66% tinham necessidade de
trabalhar durante o curso.
Após ingressarem nos seus respectivos cursos, no entanto, a universidade não tem um
instrumental qualificado para avaliar as formas de sobrevivência e a realidade sócio-econômica
dos estudantes em quatro, cinco ou seis anos de duração dos cursos de graduação.
O Núcleo de Bem Estar da Comunidade (NUBEC), órgão vinculado diretamente à
Reitoria é responsável pelo atendimento a essas necessidades apresentadas pelo corpo discente,
bem como pelo corpo docente e técnico administrativo.
A assistência estudantil na vem sendo mantida através de esforços pontuais, nem
sempre suficientes, dependendo, também, da sensibilidade das administrações da universidade.
Atualmente a Universidade Estadual de Londrina oferece aos estudantes: moradia
estudantil, restaurante universitário, passe escolar, assistência ambulatorial (médico-
odontológica), atendimento aos estudantes portadores de necessidades educacionais especiais,
apoio sócio familiar, apoio psicológico e psiquiatra.
A Moradia Estudantil atualmente é administrada pela Casa do Estudante da
Universidade Estadual de Londrina (CEUEL) e oferece 80 vagas, o que representa apenas 0,6%
do total de estudantes.
O Restaurante Universitário fornece 4.400 refeições diárias. No almoço são servidas
3.000 refeições sendo que os estudantes representam 75% dos usuários (2.250 refeições). Se
considerarmos o total de alunos matriculados nos cursos diurnos (matutino, vespertino e integral
= 8.359) que em principio deveriam ter acesso à alimentação na instituição estão sendo atendidos
27,08% dos estudantes. No período do jantar são servidas atualmente 1.400 das quais os
estudantes representam 90 %. Se considerarmos que os estudantes que necessitam jantar na
Universidade Estadual de Londrina, porque freqüentam cursos vespertinos ou noturnos somam-se
5.782 os usuários atuais (1.260 estudantes) representam 21,8% da população de estudantes.
Em relação ao transporte, utilizam-se de passe escolar, instituído pelo Decreto
municipal nº 486/97, 8.500 estudantes, ou seja 60,38% do total.
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A assistência ambulatorial (clinica geral, gineco, gastro, dermato, oftalmo, psiquiatra)
atende cerca de 1.200 estudantes mensalmente, o que representa apenas 8,9%.
Aos portadores de necessidades educativas especiais são oferecidos os serviços do
PROENE5 que atende cerca de 115 estudantes portadores de necessidades especiais,
representando 0,85%.
O apoio sócio familiar é desenvolvido pelo trabalho de Serviço Social e quando
necessário, pelo encaminhamento à Psicologia. Este tipo de assistência tem dado sinais de
crescimento da demanda. No mês de maio de 2003 foram 600 casos (4,5 %) e no mês de Julho
passou de 1.200 (8,9%) atendimentos. O Núcleo de Bem-estar Comunitário (NUBEC) conta
atualmente com seis assistentes sociais e quatro estagiários curriculares do Curso de graduação
em Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina, que se dividem nos programas de
atendimento aos acadêmicos e servidores da instituição. Cabe salientar que não existem
psicólogos no quadro funcional do Núcleo de Bem-estar Comunitário (NUBEC), o trabalho é
desenvolvido por profissionais voluntários6 que, pelo pouco tempo disponível, não conseguem
atender à demanda atual.
Em relação à necessidade de trabalhar durante o curso, a Universidade Estadual de
Londrina oferece 741 Bolsas em Projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão, atingindo apenas 5,4%
dos estudantes sendo, 359 bolsistas de pesquisa, 332 bolsistas de extensão (2,5%) e apenas 50
bolsistas de ensino. Há que se considerar que a seleção desses bolsistas não tem como critério
preponderante a condição sócio-econômica e portanto muitos dos acadêmicos que necessitam
trabalhar durante o curso não tem acesso a essas bolsas de estudo.
Percebe-se diante do exposto que tais serviços tem sido insuficientes diante da
crescente demanda de estudantes que necessitam de assistência. O resultado do empobrecimento
do corpo discente tem sido constatado nos atendimentos realizados pelos profissionais do Núcleo
de Bem-estar Comunitário (NUBEC) que indicam a necessidade urgente de desenvolver uma
política de assistência estudantil voltada a todos os estudantes que necessitem de apoio durante o
processo de formação profissional.
5 O PROENE – Programa de Acompanhamento a Estudantes com Necessidades Educativas Especiais é uma programa desenvolvido pela CAE – Coordenadoria de Assuntos de Ensino de Graduação. 6 A CEC – Coordenadoria de Extensão à Comunidade implantou em 2002 (Resolução do C.A. nº 36/2002) o Programa de Serviço Voluntário da UEL, que encaminhou quatro voluntários de psicologia para atendimento no NUBEC. Em 2003 foi aberto campo de estágio e serviço voluntário em psicologia, sendo que atualmente o NUBEC conta com a atuação de oito alunos do curso de graduação com supervisão pedagógica dos Departamentos de Psicanálise e Psicologia Social e Institucional..
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5. OBJETIVOS
5.1. OBJETIVO GERAL
Temos como objetivo geral, conhecer a realidade sócio, econômica e cultural, dos
estudantes da Universidade Estadual de Londrina -PR (UEL), visando dimensionar os níveis de
carências e afirmar a necessidade da implantação de uma política de assistência estudantil, para
este contexto, inserida no campo dos direitos sociais e da cidadania, afim de superar e/ou
minimizar as conseqüências provenientes da situação de desigualdades sociais e econômicas do
universo de estudantes.
Temos como problema da pesquisa:
Quais são as condições sócio, econômica e cultural do universo dos estudantes,
matriculados na Universidade Estadual de Londrina -PR (UEL) e como estas interferem, de forma
negativa, na sobrevivência e permanência do aluno na instituição de ensino?
Como a política de assistência estudantil, elaborada e conformada ao segmento de
estudantes sócio-economicamente carentes, pode contribuir para superar e/ou minimizar tal
condição e, qual o seu impacto para a sobrevivência e permanência do aluno, durante o período
acadêmico?
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5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Conhecer as condições sócio, econômica e cultural do universo de estudantes da
Universidade Estadual de Londrina -PR, em todas as áreas de conhecimento.
2. Conhecer e selecionar as categorias 'diferenças sociais' e 'carências' no âmbito
da universidade pública. Ou seja, explicitar os termos a partir do contexto em se
expressem, caracterizando uma precária condição de vida escolar.
3. Identificar as diferenças sociais e os índices de carências existentes no universo
dos estudantes da UEL, em especifico, por cursos e turnos.
4. Conhecer as principais dificuldades de sobrevivência dos estudantes
universitários e de sua permanência na instituição, durante o curso de
graduação, afim de subsidiar a implantação de uma política de assistência
estudantil direcionada a tais estudantes.
5. Avaliar os atuais serviços prestados aos estudantes pelo NUBEC, CEUEL, HU,
AHC, COUNP, EAAJ e CAE.
6. Conhecer a política de assistência estudantil, como parte da Política de
Educação Superior, com o intuito de subsidiar a elaboração de uma política
assistencial direcionada ao universo estudantil da Universidade Estadual de
Londrina-PR.
17
6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS - MÉTODOS E TÉCNICAS
"A metodologia é uma orientação, um guia à medida que nós vamos levantando e investigando os dados e vai se olhando para aquilo que vai acontecendo, muitas vezes se torna necessário mudar de rumo no meio do caminho ou introduzir uma nova variável na investigação ou introduzir um novo tipo de pergunta, ou até redirigir todo o processo de investigação. Nesse sentido, é importante a flexibilidade, capacidade de combinar formas metodológicas, como o uso da metodologia quantitativa aliada à qualitativa." Bernadete Gatti
Para o desenvolvimento da pesquisa, com caráter qualitativo optamos pelo estudo de
caso, uma investigação empírico-indutiva, utilizada quando se deseja analisar situações concretas,
em suas particularidades.7
O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico. O caso é
sempre bem delimitado devendo ter seus contornos claramente definidos no
desenrolar do estudo. O caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo
distinto, pois tem um interesse próprio, singular. (...) o caso se destaca por se
constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo. O interesse, portanto,
incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente
venham a ficar evidentes certas semelhanças com outros casos ou situações.
Alguns autores acreditam que todo estudo de caso é qualitativo. O estudo
qualitativo, (...) é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e
focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada. (Ludke & André,
1.986: 17 -18)
Neste sentido, pretendemos conhecer e interpretar, à luz de um constructo teórico, os
objetos em questão, ou seja, 'o perfil sócio, econômico e cultural dos acadêmicos da Universidade
Estadual de Londrina -PR, nos diferentes cursos e turnos', e 'a assistência estudantil, como uma
política na área do ensino superior, que garanta aos estudantes do terceiro grau, um mínimo de
condições dignas, para realizarem seus estudos no decorrer da graduação'.
Como um procedimento exploratório/investigativo, o estudo de caso propõe uma
busca, e não apenas uma verificação de informações, permitindo apreender os problemas —
“Quais são as condições de vida sócio, econômica e cultural do universo dos estudantes,
matriculados na Universidade Estadual de Londrina-PR (UEL) e como estas interferem, de
forma negativa, na sobrevivência e permanência do aluno na instituição de ensino?
7 Cf. DINIZ, Tânia Ramos Godoi. O Estudo de Caso: Suas Implicações Metodológicas na Pesquisa em Serviço Social. Cadernos do Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre Identidade , N.º01, São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Maio/1.994. P. 29.
18
Como a política de assistência estudantil, elaborada e conformada ao segmento de
estudantes sócio-economicamente carentes, pode contribuir para superar e/ou minimizar tal
condição e, qual o seu impacto para a sobrevivência e permanência do aluno, durante o período
acadêmico?” — nos seus diferentes traços, vinculando o caráter técnico, que investiga a
realidade, com o caráter lógico apoiado em referenciais teórico.
O estudo de caso inicia-se como um plano muito incipiente e que, à medida que
avança se delineia mais claramente. Importante, que nesta abordagem algumas questões ou
pontos críticos vão sendo explicitados, reformulados ou abandonados, ao se mostrarem mais ou
menos relevantes na situação estudada.
Trata-se de uma pesquisa, cujo universo empírico, possui aproximadamente treze mil
alunos, matriculados em quarenta e um cursos de graduação, da Universidade Estadual de
Londrina-PR, no período compreendido entre 2003 e 2005.
Assim sendo, a fase exploratória (primeiro momento) é fundamental para uma
definição precisa do objeto de estudo. “É o momento de especificar as questões ou pontos
críticos, de estabelecer os contatos iniciais pa ra entrada em campo, de localizar os informantes e
as fontes de dados necessárias para o estudo.” 8
Tal requisito, para a pesquisa, tem sido satisfeito, na medida em que estamos
inseridas no campo empírico, ou seja, somos profissionais da Universidade Estadual de Londrina-
PR, próximas dos sujeitos eleitos para a pesquisa — os acadêmicos de diferentes cursos e turnos
— dispondo-nos de algumas facilidades em mantermos os contatos necessários com universo a
ser investigado, bem como, próximas de Departamentos e Assessores cujas atividades estão
vinculadas ao alunado.
No segundo momento da fase exploratória — a delimitação do estudo — refere-se a
identificação de elementos-chave — expostos nos objetivos específicos — e os contornos
aproximados do problema, selecionando os aspectos mais relevantes e a determinação do recorte
que mostrará o perfil da situação em estudo.
Apesar de surgir na fase exploratória, a necessidade de reunir informações e analisá-
las, é essencial que as informações orais, escritas, filmadas ou gravadas, sejam documentadas
através de um trabalho teórico/reflexivo, segundo critérios pré-definidos a fim de se constituírem
19
em dados comprovativos das descrições e análises do caso. "Evidentemente, essas fases não se
completam em uma seqüência linear, mas se interpolam em vários momentos, sugerindo apenas
um movimento constante no confronto teoria-empiria". 9
Quanto a eleição de um caminho filosófica.
Uma das vertentes, de orientação filosófica para a pesquisa qualitativa, constituí-se
pela dialética — priorizando a dinâmica das relações entre sujeitos e objeto de estudo no processo
de conhecimento, valorizando os vínculos do agir com a vida social dos homens, desvelando as
oposições contraditórias presente entre o todo e as partes.
A dialética reconhece a realidade como complexa, heterogênea e contraditória, nas
diversas facetas, diversas peculiaridades que a compõem.
O uso da abordagem dialética possibilita abarcar,
(...) o sistema de relações que constrói, o modo de conhecimento exterior ao
sujeito, mas também as representações sociais que traduzem o mundo dos
significados. A dialética pensa a relação da quantidade como uma das qualidades
dos fatos e fenômenos. Busca encontrar, na parte, a compreensão e a relação
com o todo; e a interioridade e a exterioridade como constitutivas dos
fenômenos.
Compreende uma relação intrínseca de oposição e complementariedade entre o
mundo natural e social, entre o pensamento e a base material. Advoga também a
necessidade de se trabalhar com a complexidade, com a especificidade e com as
diferenciações que os problemas e/ou 'objetos sociais' apresentam.(Minayo,
2000: 24-25)
A análise dialética implica em uma visão crítica do real:
• a realidade não se dá a conhecer imediatamente, é necessário uma reflexão demorada,
reiterada obstinadamente, para que os diversos aspectos possam se tornar visíveis e
decodificados;
8 LUDKE, Menga & ANDRÉ, Marli. Pesquisa Em Educação: Abordagens Qualitativas . São Paulo: EPU, 1.986. P. 22. 9 LUDKE & ANDRÉ, 1986: 22.
20
• à medida que o processo reflexivo avança, novos dados são detectados, articulados e
incorporados formando um caminho contínuo que parte da aparência à essência, com
descobertas e significados entre a parte e o todo, o singular e o universal;
• o pensamento ao se debruçar sobre um objeto descobre, desencanta as determinações que o
constituem — pela reflexão, pela abstração, desvenda -se as determinações que constituem o
real, o concreto imediato 10, — assim, o concreto expressa as sínteses das múltiplas
determinações que o constitui, revelando-se como uma unidade de diversidades; 11
• a realidade está sempre impregnada de interpretações que precisam ser desvendadas para que
se possa entender as relações dos processos, das tendências históricas presentes — o que
implica um diálogo critico, um debate com as interpretações existentes e com a própria
realidade.
• o que pressupõe que o pensamento impregna a história ao mesmo tempo em que a história
impregna o pensamento, com fortes influencias recíprocas no sentido da constituição do real e
do pensado.
Assim, o pensamento é prático-crítico o tempo todo, pois o conhecimento, produto de
profunda reflexão, combina, articula o pensado com o real — é na práxis, na realidade que deve
demonstrar a verdade, o poder, o caráter de seu pensamento sobre o real. 12
Em um primeiro momento, para captação dos conhecimentos teóricos, recorreremos
ao suporte da pesquisa bibliográfica, através da documentação indireta, expressa pela imprensa
escrita (revistas, folhetos) e publicações (livros, teses, dissertações). Anunciando e interpretando
conceitos relativos à carência, desigualdade social e assistência estudantil, produzidos por
intelectuais e/ou pesquisadores de diversas áreas do saber, que se fizerem necessárias no decorrer
do processo investigativo.
Quanto ao instrumental técnico-operativo, a ser utilizado para a pesquisa empírica, ou
seja, para obtenção da documentação direta, elegemos o questionário como instrumento
privilegiado para o nosso fazer. "Em geral, a palavra 'questionário' refere-se a um meio de obter
10 O concreto imediato significa, em IANNI (1986: 15), o empírico, o dado sensível, a realidade primeira com a qual se defronta a reflexão, e as quais não devem ser desprezadas, pois estas se recriam, se retomam , surgindo com novas expressões, na medida em que a reflexão prossegue e desvenda as determinações que constituem o objeto. 11 Nem todas as determinações - como sexo, profissão, nível de escolarização que são determinações constitutivas do indivíduo - tem a mesma ponderação. Porém há várias e muitas determinações que constituem o real e são imprescindíveis para que se compreenda esse mesmo real. Conforme IANNI, 1986: 16.
21
respostas às questões, por uma fórmula que o próprio informante preenche. (...) Ele contém um
conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central." 13
A escolha decorre deste contemplar alguns aspectos, os quais consideramos
importante, pelo 'tipo' de conteúdos que queremos apreender. São eles:
Ø ser de natureza impessoal , assegurando uniformidade na avaliação de uma situação para
outra,
Ø como conseqüência, os respondentes sentirem-se mais confiantes, dado o anonimato,
possibilitando-nos informações e respostas mais reais,
Ø deve ainda, ser limitado em sua extensão e finalidades.
Ainda, em sua elaboração, alguns critérios devem ser estabelecidos, como:
Ø quais serão, entre as questões propostas, a mais importantes e que interessam ser
conhecidas de acordo com os objetivos investigativos.
Ø devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não
insinua rem outras colocações;
Ø quando as questões forem respondidas na ausência do pesquisador, deve ser
acompanhado de instruções minuciosas e específicas
Ø deve-se ter clareza que perguntas fechadas destinam-se a obter repostas mais precisas, as
quais são padronizadas e de fácil aplicação, fáceis de serem codificadas e analisadas;
enquanto perguntas abertas destinam-se a obter respostas mais livres e com caráter
subjetivo.
Assim, é imprescindível ao elaborar um questionário, ter presente: a necessidade de
seu planejamento.
Sua natureza é de origem impessoal, favorecendo aos informantes menor nível de
inibição quanto as informações prestadas, é de rápida aplicabilidade, é direto pois os registros são
feitos pelos próprios informantes, como também seu alcance é dirigido a grande número de
informantes e seus assuntos são de conhecimentos gerais.
No entanto, o uso deste instrumento oferece algumas desvantagens, como: é
necessário estar atento ao elaborar as questões, para que as mesmas não sejam mal interpretadas,
12 IANNI, 1986: 01 -13.
22
contr ibuindo para a inexatidão dos dados e ainda, tem-se a ausência de observações
complementares, aí a necessidade de se questionar se as perguntas conseguem propiciar as
informações necessários quanto ao objeto da pesquisa, satisfazendo os objetivos investigativos.
Em nossa pesquisa, as questões básicas, abertas e fechadas, do questionário (proposta
de questionário em anexo), serão constituídas de pareceres de alunos de diferentes cursos e
turnos, quanto sua condição de vida, em específico:
Ø Identificação: idade, sexo, situação conjugal, filhos, proveniência.
Ø Moradia: onde morava antes de ingressar, onde mora para cursar a graduação.
Ø Antecedentes escolares: escola de origem, formação do segundo grau, se fez cursinho.
Ø Família : chefe da família, situação econômica (renda familiar e per capita ) tipo de
emprego ou trabalho dos pais, doenças na família, grau de instrução dos pais.
Ø Trabalho: se é empregado, como se sustenta em Londrina (ajuda da família, projetos da
Universidade Estadual de Londrina-PR, outros serviços/renda mensal).
Ø Saúde: tem plano de saúde; quais os serviços de saúde que utiliza.
Ø Transporte: carro próprio, coletivo, carona.
Ø Participação em programas acadêmicos e assistenciais da Universidade Estadual de
Londrina-PR, como Restaurante Universitário, Núcleo Universitário do Bem Estar da
Comunidade).
Outras assuntos, ainda serão contemplados, no decorrer da elaboração do
questionário, à medida que formos sentindo a necessidades de desdobramentos das questões
inicialmente formuladas.
Quanto aos indicadores, que expressem a condição de carência material, serão
considerados:
Ø Renda familiar (total e per capita).
13 CERVO. Amado Luís & BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientifica: para uso dos estudantes universitários. 3ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. P.159-160.
23
Ø Índices de emprego e desemprego.
Ø Índices de residência com e sem a família.
Ø Renda mensal dos estudantes (fonte).
Ø Necessidade de trabalhar durante o curso (%).
Ø Estado civil e número de dependentes.
Ø Carência de necessidades básicas: moradia, alimentação, saúde, vestuário, transporte,
lazer.
Ø Acesso aos materiais didático-pedagógicos: livros, computadores, instrumental
específico, equipamentos de proteção individual (EPI).
A coleta de dados é prevista para o primeiro semestre letivo de 2004 (que se inicia em
Abril, por causa da alteração do calendário pela greve da UEL) e o primeiro semestre letivo de
2005.
A equipe da pesquisa deverá desenvolver um trabalho prévio de sensibilização interna
junto aos órgãos colegiados, professores e entidades de representação estudantil.
Serão selecionados acadêmicos para participação em duas fases da pesquisa:
aplicação do instrumental, na modalidade de Atividade Acadêmica Complementar e interpretação
e análise dos dados, na modalidade de Iniciação Científica.
A aplicação do instrumento se dará com a contribuição da CAE, no momento da
matrícula e envolverá estudantes de todos os cursos de graduação por duas vezes, no início do
ano letivo.
Em cada área, sempre que necessário, será criado um estrato com os cursos noturnos,
e outro com os cursos matutinos e vespertinos. Isto porque os alunos dos cursos noturnos podem
diferir, em termos socioeconômicos, daqueles dos cursos diurnos.
O número total de alunos em cada um destes estratos será obtido junto aos serviços
de registro acadêmico da Coordenadoria de Assuntos de Ensino de Graduação, (CAE) tomando-
se como primeira referência o ano letivo 2004.
24
As análises sistemáticas, as interpretações e a redação do documento final da
pesquisa, deverá apresentar os múltiplos aspectos envolvendo os problemas e suas relevâncias,
situando-os no contexto em que ocorrem. Assim, o relatório final da pesquisa deverá ser
descritivo, um retrato aproximado do fenômeno observado, possivelmente com numerosos dados
quali-quantitativos.
25
7. CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS
Neste processo investigativo, pretendemos que o conhecimento alcançado contribua
para:
- a produção de conhecimentos sobre assistência estudantil, direcionada ao segmento de
alunos em condições precárias de sobrevivência e permanência nas Instituições Públicas
de Ensino Superior;
- avaliação sobre a quantidade e qualidade dos serviços de assistência estudantil prestados
pela Universidade Estadual de Londrina;
- consequentemente, a elaboração de uma política de assistência estudantil, pertinente ao
universo discente da Universidade Estadual de Londrina -PR, a ser implantada pelo
Núcleo de Bem Estar da Comunidade (NUBEC);
- a criação de um banco de dados sócio, econômico e cultural dos alunos de graduação da
Universidade Estadual de Londrina -PR – por curso e turno – que possa ser 'alimentado' no
decorrer de todo período da formação acadêmica;
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8. LOCAL(IS) DE REALIZAÇÃO/ÓRGÃOS ENVOLVIDOS
A pesquisa é uma proposta de estudos, do Departamento de Serviço Social, parte do
Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA) e Coordenada pela Dr.ª Jolinda de Moraes Alves –
professora. do Departamento de Serviço Social, atualmente Coordenadora do Núcleo de Bem-
Estar da Comunidade. São igualmente autoras da pesquisa Latif Antonia Cassab – professora do
Departamento de Serviço Social e Betty Elmer Finatti – Assistente Social do Núcleo de Bem-
Estar da Comunidade.
O local a ser desenvolvida a pesquisa, como locus empírico privilegiado, será a
Universidade Estadual de Londrina -PR, sendo o universo discente o respectivo sujeito da
pesquisa.
Os órgãos envolvidos em níveis de participação e responsabilidades por atividades,
para o desenvolvimento da pesquisa, são:
• Departamento de Serviço Social – como responsável pela elaboração,
coordenação e desenvolvimento do projeto de pesquisa e, pela produção do
documento final, ou seja, do relatório da pesquisa.
• Assessoria de Planejamento e Controle – respaldo institucional (APC)
• Coordenadoria de Assuntos Estudantis – respaldo institucional (CAE)
• Colegiados de Curso de Graduação – colaboradores
• Centros de Estudos – colaboradores
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9. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Quanto ao cronograma da pesquisa, temos como expectativas a apresentação das
seguintes atividades, vinculadas ao seguinte calendário:
Realização da Pesquisa, desde a elaboração do projeto até sua apresentação do
relatório final da pesquisa, junho de 2003 a dezembro de 2004.
Julho/Setembro de 2003 Elaboração e protocolo do projeto de pesquisa
nas Instâncias da Universidade Estadual de Londrina-PR, para sua aprovação
Agosto a Outubro/2003 Elaboração do instrumento de coleta de dados pela equipe da pesquisa e Órgãos colaboradores
Novembro de 2003 a Julho de 2004 Pesquisa bibliográfica sobre os diversas temas e categorias de análises
Março de 2004 Seleção e treinamento dos estudantes participantes da pesquisa: bolsistas de Iniciação Científica e Atividade Acadêmica Complementar
Abril e Maio de 2004 Aplicação do instrumento de coleta de dados (questionários)
Janeiro a Julho de 2004 Pesquisa empírica sobre assistência estudantil em outras Instituições Públicas de Ensino Superior (Federais e Estaduais do Paraná)
Junho e Julho de 2004 Tabulação, dos dados coletados através do instrumento
Julho a Agosto de 2004 Elaboração do perfil sócio-econômico do universo de estudantes de graduação matriculados no ano de 2004- por curso e turno e do Banco de Dados a ser alimentado anualmente a partir de Fevereiro de 2005, a cada matrícula.
Agosto a Dezembro de 2004 Produção do conhecimento sobre assistência estudantil
Janeiro a Junho 2005 Análise dos indicadores para implantação da Política Estudantil na UEL, através do NUBEC
Março e Abril de 2005 Aplicação do instrumento de coleta de dados na matrícula de 2005
Setembro de 2005 a Março de 2006 Elaboração do relatório final
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10. PLANOS DE TRABALHO DOS MEMBROS DA EQUIPE DE PESQUISA
Autor/Coordenador: Jolinda de Moraes Alves
Atividades a Serem Realizadas:
1. Elaboração do Projeto de Pesquisa:
No período compreendido entre Julho de 2003 a Setembro de 2003, deverá ser
elaborado o projeto de pesquisa incluindo as seguintes ações:
• levantamento bibliográfico do tema; construção do referencial teórico para fundamentação
teórico-metodológica da pesquisa;
• levantamento dos interesses e dos recursos institucionais para a execução da pesquisa (APC,
CAE, Reitoria, Departamento de SER, NPD, NUBEC);
• elaboração do Projeto de Pesquisa de acordo com as normas da CPG/UEL.
2. Coordenação da pesquisa:
• Cadastramento do projeto de Pesquisa nos canais competentes para tramitação.
• viabilização do projeto através da coordenação do trabalho conjunto dos Órgãos Institucionais
envolvidos (APC, CAE, NUBEC, NPD, CPG);
• coordenação dos trabalhos da equipe de pesquisa;
• controle dos prazos e dos recursos destinados ao projeto, incluindo prestação de contas;
• coordenação dos trabalhos de coleta e análise dos dados.
3. Elaboração dos indicadores para implantação da política de assistência estudantil na
Universidade Estadual de Londrina:
• Pesquisa empírica sobre assistência estudantil em outras Instituições Públicas de Ensino
Superior (Federais e Estaduais do Paraná).
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4. Responsável pelo Relatório Final e pela disseminação dos conhecimentos produzidos pela
pesquisa (cumprimento dos prazos institucionais de apresentação do relatório final;
encaminhamento dos resultados a eventos e canais de disseminação científica)
Autor: Ricardo de Jesus Silveira
Atividades a serem realizadas:
1. Elaboração do Projeto de Pesquisa:
• na elaboração e desenvolvimento dos procedimentos metodológicos do projeto de pesquisa;
em específico instrumentos e técnicas a serem aplicados.
• na apresentação gráfica do projeto, a partir da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), bem como a apresentação gráfica do Relatório Final.
2. Treinamento dos Acadêmicos:
• partícipe na elaboração do questionário e responsável pelo treinamento dos acadêmicos
inseridos ao projeto.
3. Aplicação do Instrumento de Pesquisa:
• partícipe na aplicabilidade do instrumento ao universo pesquisado.
4. Coleta, Análise e Interpretação dos Dados:
• partícipe e responsável pela coleta, análise e interpretação dos dados coletados através do
instrumento eleito, tendo como referência um corpo teórico - produto da pesquisa
bibliográfica.
5. Produção de Conhecimento:
• participação em pesquisa bibliográfica sobre os diversos assuntos que permeiam a pesquisa,
principalmente as categorias fundantes do estudo.
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• participação na elaboração dos resultados empíricos e teóricos, produzindo resultados parciais
da pesquisa, no decorrer do processo investigativo.
• Participação no Relatório Final da investigação.
Autora: Betty Elmer Finatti
Atividades a serem realizadas:
1. Elaboração do Projeto de Pesquisa:
• participar da elaboração do projeto na condição de autora da pesquisa.
2. Análise e Interpretação dos Dados
• avaliar os serviços prestados atualmente aos estudantes pela UEL e especialmente pelo
NUBEC.
3. Responsável pela Pesquisa Empírica nas Instituições Ensino Superior – UNICAMP e
USP:
• participar na coleta, análise e interpretação dos dados referentes à Assistência Estudantil em
outras instituições de ensino superior caracterizadas como referência estadual e nacional.
• produzir conhecimento sobre assistência estudantil como parte da Política de Educação.
4. elaboração dos indicadores para implantação da política de assistência estudantil na
UEL:
• participar na elaboração da Política de Assistência Estudantil da Universidade Estadual de
Londrina, a partir dos indicadores apontados nos resultados da pesquisa, a ser implantada pelo
Núcleo de Bem-estar da Comunidade (NUBEC).
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PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA:
Atividades a serem realizadas:
1. Atividade Acadêmica Complementar: (será oferecida aos acadêmicos de todos os cursos de
graduação da UEL, considerando a natureza da pesquisa, que possibilita ampliação de seus
conhecimentos sobre o perfil dos alunos da UEL)
• Conhecer o Projeto de Pesquisa e realizar leitura e estudos sobre a temática.
• Participar do Treinamento sobre instrumental de pesquisa.
• Participar da aplicação do instrumento e coleta e tabulação dos dados.
• Avaliação do instrumental técnico utilizado pela pesquisa.
• Participar no análise dos dados coletados.
2. BOLSISTA = 2 alunos de Iniciação Científica (a serem selecionados em março de 2004)
Atividades Comuns:
• Participar do Treinamento sobre aplicação do instrumental de pesquisa
• Participar da aplicação do instrumento e coleta e tabulação dos dados
• Avaliação do instrumental técnico utilizado pela pesquisa
• Participação na análise e interpretação dos dados e na produção do conhecimento sobre
assistência estudantil.
• Participar na elaboração do Relatório final
• Participar de encontros de disseminação dos resultados
ATIVIDADES ESPECÍFICAS:
1 bolsista será envolvido na coordenação da participação acadêmica de coleta e análise dos dados
sobre o perfil dos acadêmicos da UEL e na produção do conhecimento sobre categorização sócio-
econômica e cultural; desigualdade social e indicadores de necessidades sociais;
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1 bolsista será envolvido na produção de conhecimento sobre assistência estudantil enquanto
parte da política de educação e na elaboração dos indicadores para a implantação da política de
assistência estudantil na Universidade Estadual de Londrina sob coordenação do Núcleo de Bem-
estar da Comunidade (NUBEC).
COORDENADOR DA PESQUISA: Jolinda de Moraes Alves
10. REFERÊNCIAS (preliminares)
ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE. Perfil dos Alunos da Universidade Estadual de Londrina – 2001/2002. Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina, Assessoria de Planejamento e Controle/Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional, 2002..
BRASIL, (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
BRASIL, INEP- Ministério da Educação e Cultura. Pesquisa sobre o Percentual de Alunos Absorvidos pela Rede Pública, 1998.
BRASIL/Ministério da Educação e Cultura – Secretaria Nacional de Estudo Superior. Diplomação, Retenção e Evasão em Cursos de Graduação em Instituições de Ensino Superior Públicas, 1998.
BRASIL, Decreto-lei n.º 8.742/93. Lei Orgânica da Assistência Social.
BRASIL, Decreto-lei n.º 9.394, de 29 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação .
CERVO. Amado Luís & BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientifica: Para Uso dos Estudantes Universitários. 3 ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.
CURI, Luiz Roberto Liza. FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, 13 maio 1998. Caderno 3.
DINIZ, Tânia Ramos Godoi. O Estudo de Caso: Suas Implicações Metodológicas na Pesquisa em Serviço Social. Cadernos do Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre Identidade , N.º 01, São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Maio/1.994.
33
LUDKE, Menga & ANDRÉ, Marli. Pesquisa Em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1.986.
FARIA, Sandra de. Política de Ação Comunitária. In: Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis, 1993, Goiânia. Anais Dez Encontros. Goiânia, 1993. P. 208.
FÓRUM Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis & ASSOCIAÇÃO Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. Pesquisa Amostral do Perfil Sócio-econômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das IFES Brasileiras , 1997.
FÓRUM Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis. Plano Nacional de Educação , aprovado em 10 de janeiro de 2001.
GATTI, Bernadete. O Problema da Metodologia da Pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais. In: RODRIGUES, Maria Lúcia & NEVES, Noemia Pereira. Cultivando a Pesquisa – Reflexões Sobre a Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Franca, SP: UNESP, 1.998.
HALLAK Ingrides e SOARES José Francisco. Influência da Bolsa de Manutenção no Desempenho Acadêmico dos Bolsistas . Estudo Comparado entre dois Grupos 'Bolsista' e não 'Bolsistas'. Universidade Federal de Minas Gerais, MG, 1998.
IANNI, Otávio. Construção da Categoria. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Transcrição de aula inaugural ministrada no Curso de Pós -Graduação em Ciências 1.º Sem/1986.
JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores Sociais no Brasil – Conceitos, Fontes de Dados e Aplicações. Campinas, SP: Ed. Alínea, 2001.
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