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PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI Campus de Divinópolis Fevereiro de 2010 1

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PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

Campus de Divinópolis

Fevereiro de 2010

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APRESENTAÇÃO

Neste texto, é descrita uma proposta de Projeto Pedagógico para o Curso de

Farmácia da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), a ser implantado

no Centro de Ciências da Saúde, em Divinópolis. A proposta foi construída

considerando um núcleo básico comum ao Curso de Bioquímica, seguido de outro

núcleo específico para o Curso de Farmácia. A proposta também inclui disciplinas

que serão cursadas de forma conjunta aos estudantes de Enfermagem e

Medicina.

O Curso de Graduação em Farmácia da UFSJ oferecerá ao estudante a

possibilidade de obter o grau de Farmacêutico Generalista, profissional de nível

superior e membro integrante das Ciências da Saúde, preparado para atuar em

qualquer área de sua competência no mercado de trabalho. O Curso tem como

base um currículo proposto pela Portaria CNE/SESU n˚ 02/02 de 19/02/2002, que

institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia.

Para a elaboração do curso, foram tomadas como referência as propostas

elaboradas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade

Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Católica de Brasília (UCB),

disponíveis na internet, bem como a Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG). A proposta contempla a formação de um profissional com visão

generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar na promoção, proteção e

recuperação da saúde, tendo como atribuições essenciais o desenvolvimento de

atividades relacionadas à Assistência Farmacêutica. Ênfase é dada às atividades

que contribuam em um melhor aproveitamento das plantas medicinais, dos

medicamentos fitoterápicos, além de outros produtos provenientes da

biodiversidade brasileira. Espera-se, desta forma, formar profissionais

Farmacêuticos capacitados a assumirem posições estratégicas na área da Saúde

Coletiva e motivados a valorizar a flora medicinal brasileira e a cultura associada.

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CONCEPÇÃO DO CURSO

O Farmacêutico generalista a ser formado pela UFSJ é o profissional da saúde

que atua, essencialmente, na área dos fármacos e dos medicamentos, sendo esta

atuação complementada com conhecimentos das áreas de análises clínicas e

toxicológicas e de alimentos. O profissional deverá atuar na promoção, proteção e

recuperação da saúde, individual e coletiva, exercendo sua profissão em benefício

do indivíduo, da coletividade e do meio ambiente, sem discriminação de qualquer

natureza.

O Farmacêutico é um profissional de extrema relevância, hoje, no contexto

brasileiro, uma vez que, na área referente a medicamentos, vários problemas que

são enfrentados no Brasil poderiam ser evitados com a atuação efetiva do

profissional Farmacêutico. A quantidade excessiva de produtos registrados, falhas

nos sistemas de aquisição, armazenamento e distribuição dos medicamentos, um

elevado grau de automedicação, prescrições inapropriadas e até mesmo o não

cumprimento da prescrição são fatores que contribuem com que o mercado de

medicamentos no Brasil esteja entre os dez maiores do mundo. Infelizmente, as

farmácias se transformaram em estabelecimentos comerciais e não em órgãos a

serviço da saúde. Os balconistas de farmácia continuam a desempenhar no Brasil

o papel de prescritores, favorecendo assim o uso inadequado dos medicamentos.

Apesar de haver estratégias e políticas que podem levar ao uso racional de

medicamentos, existem pressões no sentido contrário, como por exemplo, da

indústria farmacêutica e até mesmo de uma população mal informada. Toda esta

situação promove riscos à saúde do cidadão e sinaliza para uma real necessidade

de atuação de profissionais da área da Farmácia na orientação adequada do

consumo dos medicamentos. A ausência de monitoramento, notificação e

investigação de reações adversas, interações medicamentosas, interações entre

fármacos e nutrientes decorrentes do uso de medicamentos é outro problema

grave em saúde pública, que poderia ser sanado com a atuação de profissionais

devidamente qualificados para tal.

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Por outro lado, 51% dos brasileiros não têm acesso aos produtos farmacêuticos

comercializados e a sua dispensação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

encontra-se muito aquém das necessidades da população. Atualmente, o número

de municípios brasileiros que incluem Farmacêuticos em sua atenção básica não

chega a 20% e tais problemas poderiam ser minimizados com a atuação destes

profissionais. O Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da

Saúde reconheceu a necessidade de profissionais Farmacêuticos na Atenção

Básica, inclusive o PSF (Programa Saúde da Família), e indicou a inclusão desses

profissionais por meio da Portaria 698/06 de 30 de março de 2006. Esses

profissionais vão atuar na área de Assistência Farmacêutica, que é definida como

um conjunto de ações voltadas para promoção, proteção e recuperação da saúde,

tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e

visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve pesquisa,

desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua

seleção, programação e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção

de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população

(Resolução nº 338/2004 – CNS). Na prática, os Farmacêuticos serão os

responsáveis pela seleção, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação

de medicamentos, além de acompanhamento de programas da atenção básica

como o de controle da Tuberculose, da Hanseníase, de Hipertensão, da Diabetes,

de Saúde Mental e de Saúde Bucal. A participação de Farmacêuticos neste setor,

inclusive no PSF, vai aproximá-lo da sociedade e estimulá-lo a atuar dentro da

equipe multiprofissional. Isto acrescenta valor aos serviços e certamente

contribuirá para minimizar os graves problemas relacionados com medicamentos,

enfrentados pela sociedade brasileira hoje.

Desde a década de 70, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que

80% da população mundial utiliza plantas medicinais, ao lado de outras práticas

alternativas, no tratamento de doenças. Em 2002, por meio do Programa de Apoio

às Práticas da Medicina não Convencional (TCM = traditional and complementar

medicine), a OMS reconheceu que as plantas medicinais utilizadas há séculos

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tenham valor como recurso terapêutico e devem ser aproveitadas, mas é

necessário que suas preparações (chás, extratos) passem por processos de

validação (verificação da sua eficácia e segurança). De fato, atualmente, para a

aceitação total dos medicamentos de origem vegetal no comércio e nos sistemas

de saúde pública, é necessário que os mesmos preencham os requisitos mínimos

necessários de eficácia, segurança e controle de qualidade exigido para os

produtos sintéticos. Assim, seguindo esta orientação, o Ministério da Saúde editou

a Portaria Nº 971 (3 de maio de 2006), que institui a Política Nacional de Práticas

Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde – PNPIC, que

compreende várias ações como a inclusão da fitoterapia nos serviços públicos de

saúde. As ações decorrentes desta política deverão promover a melhoria do

acesso da população às plantas medicinais e aos medicamentos fitoterápicos, à

inclusão social e regional, ao desenvolvimento industrial e tecnológico, além do

uso sustentável da biodiversidade brasileira e da valorização, valoração e

preservação do conhecimento tradicional associado.

Com a aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o go-

verno brasileiro criou várias diretrizes para serem implantas com o intuito de ga-

rantir a população o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. A premissa

dessa política é o desenvolvimento de produtos de origem vegetal (extratos, plan-

tas medicinais e fitoterápicos), a partir de uma lista inicial de plantas que fazem

parte da medicina popular, mas envolvendo o conhecimento tecnológico dessas

espécies e, desta forma, efetivando a sua eficácia e segurança terapêutica. A

transformação de uma espécie medicinal em medicamento é um processo lento e

envolve varias etapas. Requer toda uma fundamentação científica visando, primei-

ramente, garantir a integridade química e farmacológica do vegetal (EFICÁCIA),

sua ação no organismo e a SEGURANÇA de utilização. Para que esses objetivos

sejam atingidos, a produção de fitoterápicos requer estudos botânicos, agronômi-

cos, fitoquímicos, farmacológicos, toxicológicos, desenvolvimento de métodos

analíticos e de tecnologia de produção A formação e capacitação de recursos hu-

manos, principalmente de profissionais de saúde, nas diretrizes sugeridas pelos

órgãos de saúde é uma demanda necessária e urgente. Em toda a cadeia produ-

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tiva que envolve desde cultivo até o desenvolvimento tecnológico para produção

de medicamento, uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, entre outras, o

profissional farmacêutico é o mais presente, pois este profissional possui, em sua

formação acadêmica, vários conteúdos dentro das disciplinas e, naturalmente, é

um candidato a trabalhar com esta política. Estes conteúdos estão presentes no

Projeto Pedagógico do Curso de Farmácia da UFSJ.

Todas essas questões apontam para a necessidade de formação de

Farmacêuticos qualificados para atuar na área da assistência farmacêutica,

incluindo no PSF, e que sejam capacitados a exercer atividades que visem o

melhor aproveitamento das plantas medicinais. A proposta deste Curso de

Farmácia para UFSJ é inovadora, uma vez que já busca capacitar profissionais

farmacêuticos, com perfil generalista, para atuar nessas áreas.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Formar Farmacêuticos com sólidos conhecimentos na sua área de competência,

promover e participar do desenvolvimento político, cultural, social, econômico e

científico da região de Divinópolis, contribuindo para a melhoria da qualidade de

vida da população.

Objetivos Específicos

(1) Formar profissionais capacitados para atuação em diversas instâncias de sua

competência, com ênfase no SUS e em todos os níveis de atenção à saúde;

(2) Formar recursos humanos que atuem efetivamente nos processos de

promoção da saúde, prevenção e diagnóstico de doenças, assim como na

terapêutica, enfocando a resolução e prevenção de problemas individuais e

coletivos;

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(3) Preparar Farmacêuticos para prestar Assistência Farmacêutica integral e de

excelência, embasada em evidências técnicas e científicas, favorecendo o uso

racional dos medicamentos;

(4) Preparar o profissional para atuar de forma solidária ao cidadão, prezando por

sua saúde em um contexto de equipe multiprofissional de saúde;

(5) Capacitar Farmacêuticos para atuar na análise e desenvolvimento de

medicamentos, especialmente os fitoterápicos, desde a obtenção das matérias

primas até o produto acabado;

(6) Assegurar que o egresso seja capaz de efetuar todas as suas atividades

pautadas em uma avaliação crítica humanista e contextualizadas à luz do

conhecimento científico;

(7) Promover projetos de extensão e ação comunitária;

(8) Realizar pesquisas que atendam aos interesses sócio/político e econômico no

contexto local, regional e nacional.

HISTÓRICO

O uso de substâncias medicamentosas pelo homem é tão antigo quanto a história

da humanidade. Registros históricos revelam que os chineses já preparavam

remédios extraídos de plantas há mais de 5.000 anos. No século II os árabes

fundaram a primeira Escola de Farmácia, criando inclusive uma legislação para o

exercício da profissão. A partir do século X, foram criadas as primeiras boticas -

ou apotecas - na Espanha e na França. Essas eram as precursoras das farmácias

atuais. Cabia aos boticários conhecer e tratar as doenças e, para o exercício da

profissão, deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos

adequados para a preparação e guarda dos remédios. No século XVI, o estudo

dos remédios ganhou impulso notável, com a pesquisa sistemática dos princípios

ativos de plantas medicinais transportadas pelos colonizadores da América para a

Europa. Com o tempo, foi implantada no mundo a Indústria Farmacêutica e os

avanços alcançados na obtenção de novos princípios ativos a partir da síntese

orgânica e dos produtos naturais, bem como nos novos desenvolvimentos com

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formulações baseadas na nanotecnologia e na farmacogenética, faz hoje do

mercado Farmacêutico um dos mais rentáveis do mundo.

No Brasil, a história da farmácia começou com o governo geral, quando Thomé de

Souza trouxe de Portugal cerca de mil pessoas, entre elas o boticário Diogo de

Castro. Os jesuítas foram os primeiros a instituir enfermarias e boticas em seus

colégios, tornando-se especialistas em preparo de remédios, principalmente com

as plantas medicinais nativas. Até o início do século XIX, o ensino Farmacêutico

não existia no Brasil, sendo o conhecimento prático repassado nas boticas. Em

1809 foi criada, dentro do curso médico, a primeira cadeira de Matéria Médica e

Farmácia na então Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro,

seguido dez anos depois pela então Academia Médico-Cirúrgica da Bahia. A partir

da uma reforma do ensino médico acontecida em 1832, foi fundado o curso

Farmacêutico vinculado, contudo, às Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e

da Bahia. Em 1836, a Seção de Farmácia da Academia Imperial de Medicina,

criada no ano anterior, apresentou à mesma um plano de reorganização do curso

de Farmácia para as duas Faculdades de Medicina e propôs a criação de Escolas

de Farmácia nas capitais das províncias de Pernambuco, Minas Gerais, São

Paulo, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul. Essas deveriam ficar subordinadas

àquelas do Rio de Janeiro e da Bahia. Em 1839, de forma independente, foram

criadas pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais como unidades

individualizadas e desvinculadas dos Cursos de Medicina, as Escolas de Farmácia

de Ouro Preto e a de São João Del Rei. No entanto, apenas a Escola de Ouro

Preto se concretizou, se tornando o primeiro estabelecimento de ensino superior

oficial da província mineira. Ela foi também a mais antiga Escola de Farmácia da

América do Sul. Quase um século depois foi fundada a Universidade de Minas

Gerais, em Belo Horizonte, e entre os cursos pioneiros, estava o de Farmácia.

Atualmente mais de cincoenta cursos de Farmácia encontram-se em

funcionamento em Minas Gerais, mas destes, apenas cinco são em Universidades

Públicas. Esses números sinalizam para a necessidade de se criar novos cursos

em IFES como forma de compensar tamanho desequilíbrio.

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Desde a fundação das primeiras Faculdades de Farmácia, a formação do

profissional Farmacêutico sofreu grandes mudanças, ampliando a sua área focal

de atuação, outrora centrada no medicamento, pelo acréscimo de outras áreas,

como Análises Clínicas e Alimentos. Em 1962, o então Conselho Federal de

Educação instituiu o primeiro currículo de Farmácia através do parecer 268/62,

incorporando estas atividades ao escopo deste profissional. O segundo currículo

mínimo de Farmácia, instituído pelo parecer 287/69, consolidou a orientação do

anterior, assim como o termo Farmácia-Bioquímica para as atividades em Análises

Clínicas e em Ciência dos Alimentos. Além disso, incluiu o termo Farmácia

Industrial para as atividades relativas às indústrias de medicamentos e

cosméticos.

Infelizmente, a desvinculação entre o Farmacêutico e a figura do manipulador de

medicamentos culminou por afastá-lo das farmácias, contribuindo para o seu

distanciamento das necessidades da população para manutenção de melhores

condições de vida. Os medicamentos deixaram de ser um componente estratégico

na terapêutica e passaram a ser considerados como uma mercadoria. A

conseqüência imediata desta situação foi a ausência do Farmacêutico em várias

áreas de sua competência, indo desde a atuação deste profissional junto ao

usuário de medicamentos, para prestar-lhe orientação, até sua participação como

protagonista da equipe de saúde, assegurando a eficácia e segurança da

terapêutica. Diante deste panorama, cresceu enormemente a utilização de

substâncias químicas com fins terapêuticos, conduzindo a população ao uso

irracional destes produtos e a automedicação, que configuram, hoje, problemas de

saúde pública.

Já na década de 70, iniciaram-se discussões sobre a necessidade de se voltar o

profissional da área de Farmácia para o medicamento, por meio da Farmácia

Clínica e de ações que são consideradas hoje como Assistência Farmacêutica. A

Assistência Farmacêutica caracteriza-se como um conjunto de ações relacionadas

à dispensação de medicamentos, enfatizando a orientação do seu uso com o

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objetivo de contribuir para o sucesso da terapêutica. Por meio da Assistência

Farmacêutica, o Farmacêutico volta a ser co-responsável pela qualidade de vida

do paciente. Neste contexto, partir da década de 80 foi iniciada uma série de

discussões sobre a necessidade de formação do Farmacêutico dentro deste perfil

profissional quando foi elaborado um documento intitulado “Proposta de

Reformulação do Ensino de Farmácia no Brasil”, para encaminhamento ao

Ministério da Educação. Além disto, com a promulgação da Lei de Diretrizes e

Bases – LDB houve um rompimento com o ensino do passado, onde prevalecia a

formação acadêmica centrada em um currículo tecnicista mínimo. A partir de

então, cada Instituição pode fixar os currículos dos seus cursos e programas,

observadas as diretrizes gerais pertinentes a cada área. Assim, em 19 de fevereiro

de 2002, por meio da Resolução CNE/CES 02/2002, a Câmara de Educação

Superior do Conselho Nacional de Educação resolveu estabelecer as Diretrizes

Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, as quais

recomendam elementos fundamentais de conhecimento, competência e

habilidades a serem contemplados na formação do profissional Farmacêutico,

pautados em uma visão generalista, humanista, crítica e reflexiva. Tais

pressupostos estimulam a atuação desses profissionais em todos os níveis de

atenção à saúde e uma formação profissional continuada, com base no rigor

científico e intelectual.

Por outro lado, em 1996, a 10a Conferência Nacional de Saúde já havia

recomendado a incorporação no SUS, em todo o país, das práticas de saúde

como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias

alternativas e práticas populares. A partir de 2002, a OMS passou a estimular os

países em desenvolvimento a realizar pesquisas de validação de suas plantas

medicinais, e transformá-las em medicamentos eficazes e sua inserção nos

sistemas de saúde pública. Em 3 de maio de 2006, por meio da Portaria número

971, o Ministério da Saúde editou a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares no SUS (PNPIC) que traz, entre suas diretrizes, a

implementação da fitoterapia na rede pública de saúde. A partir disto, o

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Departamento de Assistência Farmacêutica do MS vem desenvolvendo uma série

de atividades visando estimular a cadeia produtiva de plantas medicinais e

fitoterápicos, com vistas à ampliação do acesso a produtos e serviços aos

usuários do SUS, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde. Essas

práticas serão monitoradas pela Vigilância Sanitária, que definirá, ainda, padrões

de qualidade às unidades que prestarão os serviços.

Assim, a formação do Farmacêutico foi re-estruturada para uma visão generalista,

capacitado a desempenhar um papel a serviço da sociedade. O Farmacêutico

egresso da UFSJ estará apto a atuar dentro da dimensão da Saúde Coletiva,

integrando as equipes multidisciplinares e participando ativamente do

planejamento e execução das políticas de saúde. Ele será especialmente treinado

para executar todas as etapas relacionadas à produção e utilização racional de

plantas medicinais e outros medicamentos de fonte natural.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O mercado Farmacêutico é um dos mais rentáveis do mundo e é um fato

preocupante esta ampla aceitação de medicamentos pela sociedade brasileira

hoje. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias

(ABRAFARMA) revelam que, em 2003, estes estabelecimentos venderam

aproximadamente 3,6 bilhões de reais em medicamentos (venda nominal),

contabilizando o total de 260 mil clientes atendidos e 669 milhões de unidades

vendidas. Estimava-se que, já em 1999, havia no mercado brasileiro cerca de

20.000 especialidades farmacêuticas. Neste amplo mercado, coexistem

medicamentos tanto com propriedades terapêuticas efetivamente comprovadas

quanto associações injustificadas sob o ponto de vista clínico terapêutico.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de

medicamentos pode ser conceituado como “aquele que seja ótimo à luz do

conhecimento atual, tanto do ponto de vista clínico como do ponto de vista

econômico”. É utilizar fármacos de modo a maximizar a eficácia e minimizar o

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risco de reações adversas, a um custo razoável. Portanto, diante deste extenso

mercado, com potencial efetivo de distorsões ou omissão de informações, a

tomada de decisão para a seleção de medicamentos deve obedecer a critérios

rigorosos de racionalidade, que subsidiem a decisão.

Um grave problema de saúde pública enfrentado pela população brasileira hoje

decorre da automedicação. A automedicação é uma prática universal e representa

uma expressiva parcela no comércio de medicamentos também nos países

desenvolvidos. No Brasil, no entanto, o problema da automedicação é agravado

pela baixa qualidade dos produtos disponíveis no comércio, particularmente os de

venda livre, pela excessiva propaganda em diversos meios de comunicação

dirigida ao público leigo, pela fraca qualidade do material informativo

disponibilizado para o paciente e pela omissão do farmacêutico no seu papel de

orientador do processo. A automedicação no Brasil assume aspectos peculiares,

uma vez que os atendentes das farmácias contribuem para a indução e o

direcionamento do consumo de medicamentos, envolvendo tanto os de venda livre

quanto os sujeitos à venda sob prescrição médica. A postura do atendente, aliada

à omissão do farmacêutico, acabou por resultar em uma relação de confiança, em

que o usuário solicita e aceita a indicação do atendente para a resolução dos

problemas de saúde. O atendente assume o papel de orientador na seleção do

medicamento a ser utilizado por automedicação, em informações fornecidas pelo

laboratório por meio de bulas e outros folhetos informativos. Assim, ele vai

construindo a sua prática e contribuindo para reforçar o uso indiscriminado e

quase sempre inadequado de medicamentos.

Outro problema pontuado que contribui para o uso inadequado dos medicamentos

está relacionado com falhas na prescrição médica. Um dos fatores que contribuem

para o problema diz respeito à pressão exercida pelo paciente para a prescrição

de determinados medicamentos, seja por já utilizá-los há muito tempo, seja pelo

conhecimento a partir de propagandas formais ou informais. Outro fator importante

a ser considerado é a dificuldade de acesso e interpretação da literatura científica.

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Estudos realizados pela Faculdade de Farmácia da UFMG revelaram que a

literatura biomédica cresce em média 6 a 7% ao ano, e dobra de tamanho em

cada 10 ou 15 anos. Neste contexto, torna-se cada dia mais difícil para o

profissional acompanhar a literatura médica, avaliar a qualidade dos estudos

apresentados para, a partir daí, orientar a tomada de decisão. Diante desses fatos,

o farmacêutico pode assumir papel fundamental na promoção do uso racional de

medicamentos.

Já para o SUS, o Ministério da Saúde despendeu, em 2002, 1,8 bilhões de reais

para a aquisição de medicamentos, para uso somente em unidades ambulatoriais.

Estes são valores que chamam a atenção para o volume de medicamentos que

está sendo utilizado pela população e preocupam no sentido de que pode haver

muita irracionalidade no seu uso, aumentando o risco de surgimento de

morbidades relacionadas aos seus usos e até mesmo da ocorrência de mortes,

com elevação dos custos para os sistemas de saúde. A pressão do próprio

sistema de saúde é vista como um fator determinante para o uso irracional, uma

vez que ao médico não é permitida uma avaliação diagnóstica e seleção da

terapia mais apropriada. As ações de Assistência Farmacêutica no setor público

têm-se limitado a investimentos para aquisição de medicamentos e às vezes em

infra-estrutura. Com raras exceções, quase a totalidade dos municípios não possui

experiências em políticas de Assistência Farmacêutica com diretrizes definidas

para a qualificação do serviço, democratização e transparência no processo,

envolvimento de profissionais capacitados, logística adequada e controle social.

Em regra, os municípios que têm Farmacêuticos em seus quadros cobram deles a

solução de problemas burocráticos e ações que evitem a falta de medicamentos

na ponta dos serviços.

Com o objetivo de sanar tais deficiências, em 2005, foi instituído, pelo Ministério

da Saúde, um grupo de trabalho com o propósito de reorganizar a prática da

atenção à saúde e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais

perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Os

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resultados levaram à edição da Portaria nº. 698, de 30 de março de 2006, na qual

o profissional Farmacêutico passou a atuar na atenção básica, inclusive no

Programa Saúde da Família (PSF). No SUS, o Farmacêutico vai atuar em todo o

ciclo da assistência que vai desde a seleção, aquisição e distribuição até a

dispensação de medicamentos. Criado em 1994, pelo Ministério da Saúde, o

Programa Saúde da Família conta hoje com 23,9 mil equipes de saúde

implantadas, que cobrem 43,4% da população brasileira, o que corresponde a

cerca de 76,8 milhões de pessoas. As equipes são formadas por um médico de

família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de

saúde. Quando ampliada, a equipe conta ainda com um dentista, um auxiliar de

consultório dentário e um técnico em higiene dental. As equipes do PSF são

responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias,

localizadas em uma área geográfica delimitada. Elas atuam com ações de

promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos

mais freqüentes, e na manutenção da saúde da comunidade. A inclusão no PSF

vai aproximá-lo da sociedade e estimulá-lo a atuar dentro da equipe

multiprofissional.

O objetivo da participação dos Farmacêuticos na atenção básica é possibilitar ao

paciente a obtenção de informações precisas sobre o uso do medicamento e suas

variantes (interações medicamento - medicamento, medicamento - alimento,

medicamento - álcool, efeitos colaterais, reações adversas, posologia, terapêutica

medicamentosa, entre outras), no momento da dispensação, atividade esta de sua

competência. O Farmacêutico tem ainda a atribuição de fazer levantamentos

epidemiológicos da população, com vistas a conhecer as doenças mais

prevalentes, a partir de quando realiza o planejamento, aquisição e

armazenamento dos medicamentos. A análise feita pelo Farmacêutico tem o

objetivo de otimizar as compras de produtos para os serviços, levando em

consideração a real necessidade da população e evitando desperdícios.

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Diversos trabalhos têm demonstrado que, nas equipes multidisciplinares, nas

quais houve a participação de um Farmacêutico, no monitoramento das doenças,

houve uma melhora acentuada em programas de controle da hipertensão e de

complicações decorrentes de insuficiência cardíaca. A criação de grupos de

pacientes com especificidades que requerem atenção farmacêutica diferenciada é

outro aspecto que deve ser priorizado pelo Farmacêutico, como forma de

racionalização do uso de medicamentos. O impacto desta atenção pode refletir em

uma maior adesão e cumprimento do tratamento, maior controle da doença e

melhoria na condição geral da saúde. Assim, o Farmacêutico deve assumir sua

posição nas equipes multidisciplinares de saúde e contribuir ativamente na

promoção do uso racional de medicamentos, sendo o orientador e interventor nas

questões relativas à farmacoterapia, especialmente no que se refere às plantas

medicinais. É seu papel questionar a prescrição irracional por meio de evidências

científicas bem fundamentadas, intervir na automedicação como educador no

processo de saúde, auxiliando tanto o médico quanto o usuário na seleção do

medicamento mais indicado, orientar grupos específicos da população que

necessitem de cuidados especiais, no sentido de permitir maior adesão ao

tratamento e redução de reações adversas e incidentes com medicamentos. No

serviço público, o Farmacêutico deve intervir mais ativamente na utilização de

medicamentos, buscando racionalização do seu uso, redução de custos,

prevenção de efeitos indesejáveis e melhor aplicação dos recursos.

Outro papel importante que precisa ser assumido pelos Farmacêuticos é o de

contribuir para o melhor aproveitamento e uso racional de plantas medicinais e

outros derivados de produtos naturais. De fato, segundo a OMS, devido à pobreza

do mundo e a falta de acesso aos medicamentos industrializados, entre 65 e 80%

da população dos países em desenvolvimento depende das plantas medicinais

para as suas necessidades básicas de saúde. O uso das plantas medicinais como

recurso terapêutico, muitas vezes cultivados no próprio quintal, também é uma

prática difundida entre a população brasileira, sendo o conhecimento na maioria

das vezes transmitido oralmente. Muitos avanços biotecnológicos têm conduzido

ao desenvolvimento de medicamentos industrializados a partir das plantas

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medicinais, inclusive as nativas do Brasil, sendo seus princípios ativos

determinados e ações farmacológicas e toxicidades devidamente estabelecidas.

Infelizmente, boa parte desses estudos é desenvolvida por instituições e empresas

estrangeiras, que os patenteiam e retém os lucros da comercialização. Como

exemplo pode-se citar a pilocarpina, utilizada no tratamento do glaucoma e obtida

das folhas de espécies de Pilocarpus (Rutaceae), nativas do nordeste do Brasil e

o flavonóide rutina, isolado dos frutos da fava d’anta (Dimorphandra sp.,

Fabaceae), planta nativa do cerrado brasileiro, e empregada no tratamento de

insuficiência venosa.

De fato, a despeito da vasta biodiversidade e do emprego tradicional de muitas

plantas nativas do Brasil, por séculos, raros são os exemplos de produtos

registrados no Brasil preparados com elas. A emetina obtida das raízes da

ipecacuanha (Psycotria ipecacuanha) ou a tubocurarina, obtida dos curares, são

exemplos de substâncias naturais preparadas por empresas estrangeiras, cujos

usos foram copiados dos indígenas, ainda na época da colonização. Produtos com

o óleo-resina da copaíba (Copaifera langsdorfii), cascas do barbatimão

(Stryphnodendron sp.), carqueja (Baccharis trimera) ou chapéu-de-couro

(Echinodorus macrophyllus), também se encontram patenteadas no estrangeiro,

onde são utilizados na composição de várias preparações cosméticas e

farmacêuticas. Outras dezenas de plantas nativas do Brasil, e utilizadas na

medicina tradicional, vêm sendo estudadas em outros países e na maior parte das

vezes, esses materiais são obtidos por meio da biopirataria. A biopirataria é

caracterizada pelo contrabando de materiais biológicos e a apropriação dos

conhecimentos das populações tradicionais, sem o consentimento das autoridades

nacionais. O avanço dos processos em biotecnologia, a facilidade de se

registrarem marcas e patentes em instituições internacionais, têm estimulado a

biopirataria e promovido uma verdadeira corrida em busca de recursos naturais

patenteáveis. Esses exemplos ilustram que, apesar da vasta flora medicinal

disponível e dos desenvolvimentos técnico-científicos na área, boa parte dos

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desenvolvimentos tecnológicos com as plantas é feita no exterior e o uso das

plantas no Brasil permanece empírico, baseado em informações populares.

A Política Nacional de Medicamentos, aprovada em 1998, em sua diretriz,

“Desenvolvimento Científico e Tecnológico", prevê a continuidade e a expansão

do apoio a pesquisas para o aproveitamento do potencial terapêutico da flora e

fauna nacionais, enfatizando a certificação de suas propriedades

medicamentosas. São objetivos da política (i) ampliar as opções terapêuticas aos

usuários, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços

relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da

integralidade da atenção à saúde, considerando o conhecimento tradicional sobre

plantas medicinais; (ii) construir o marco regulatório para produção, distribuição e

uso de plantas medicinais e fitoterápicos a partir dos modelos e experiências

existentes no Brasil e em outros países; (iii) promover pesquisa, desenvolvimento

de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas

fases da cadeia produtiva; (iv) Promover o desenvolvimento sustentável das

cadeias produtivas de plantas medicinais e fitoterápicos e o fortalecimento da

indústria farmacêutica nacional neste campo; (v) Promover o uso sustentável da

biodiversidade e a repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos

genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado. Este

quadro ilustra a necessidade urgente de formação de profissionais envolvidos com

pesquisa e desenvolvimento na área dos produtos naturais, principalmente

Farmacêuticos.

Outra área importante de atuação do farmacêutico é na garantia da qualidade dos

produtos farmacêuticos, inclusive os fitoterápicos, disponibilizados no mercado. A

preocupação com a qualidade desses produtos fez com que, desde 1995, o MS

instituísse uma série de normas com o objetivo de organizar a sua produção.

Atualmente, para se obter os registros de comercialização junto a ANVISA, as

empresas produtoras precisam cumprir uma série de procedimentos,

indispensáveis para a preparação dos produtos dentro de padrões de qualidade. A

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legislação que rege o registro destes medicamentos é a RDC 48/04, a qual

especifica como medicamentos fitoterápicos “todo produto farmacêutico obtido por

processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente

matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins

de diagnóstico. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de

seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se

considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua

substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem associações destas com

extratos vegetais”. Preparações com plantas medicinais que são usadas com base

exclusiva na medicina tradicional não são consideradas medicamentos

fitoterápicos. A existência de matérias-primas constituídas de plantas que contam

com resultados positivos em pesquisas farmacológicas e toxicológicas é, portanto,

um fator determinante para a preparação de medicamentos dentro dos padrões

exigidos pela ANVISA.

Os estudos que buscam determinar a eficácia e segurança das plantas medicinais,

possibilitando a sua utilização como medicamentos, são chamados de estudos de

validação. Estes estudos tiveram enormes avanços após haver sido evidenciado

que o uso interno de preparações com o confrei (Symphytum officinale), uma

espécie amplamente empregada na década de 70, pode levar ao desenvolvimento

de carcinoma hepático. Já o uso externo do confrei é indicado como cicatrizante e

antiinflamatório. Dezenas de outras plantas medicinais já foram submetidas aos

estudos de validação, estando os resultados das pesquisas descritas em vasta

bibliografia. A RDC 48 lista uma série de plantas medicinais que contam com

resultados desses estudos entre elas a alcachofra (Cynara scolymus), alho (Allium

sativum), babosa (Aloe vera), calêndula (Calendula officinalis), camomila

(Matricharia recutita), hortelã-pimenta (Mentha piperita), gengibre (Zingiber

officinale), melissa (Melissa oficinalis) e maracujá (Passiflora incarnata). Para cada

uma dessas espécies já se encontram definidas as partes das plantas a serem

usadas, seus componentes ativos, as formas de uso, indicações terapêuticas,

doses diárias e vias de administração. Todas essas são espécies passíveis de

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cultivo e manipulação, o que possibilita a imediata inclusão de suas preparações

em programas de saúde pública.

Um exemplo de iniciativa em que plantas medicinais são cultivadas em hortas e

seus produtos disponíveis no SUS é o Projeto Farmácias-Vivas, desenvolvido pela

Universidade Federal do Ceará (UFC). Os medicamentos preparados com as

plantas permitem, hoje, o tratamento de aproximadamente 80% das enfermidades

mais comuns nas populações de baixa renda. Sessenta e quatro espécies de

plantas medicinais disponíveis no nordeste já foram selecionadas e tiveram seu

uso analisado cientificamente, de acordo com as recomendações da OMS. As

variedades coletadas no campo são levadas para um horto de plantas medicinais,

localizado no campus da UFC, onde passam pelo processo de domesticação e

preparação de mudas, para mais tarde serem cultivadas nas hortas de cada

farmácia-viva. Nas farmácias-vivas, os medicamentos são preparados em

laboratório de fitoterápicos sob responsabilidade de um Farmacêutico

especialmente treinado. Os bons resultados das farmácias-vivas motivaram o

governo cearense a criar o Programa Estadual de Fitoterapia, nos moldes do

projeto, que é hoje aplicado em cerca de trinta comunidades do interior, como

complemento do Programa Saúde da Família (PSF).

Assim, a Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pela utilização de plantas

medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de

substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, cuja abordagem

incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social.

O reconhecimento do valor das plantas medicinais como recurso clínico,

farmacêutico e econômico tem crescido progressivamente, os quais vêm

normatizando e legislando acerca dos diferentes critérios de segurança, eficácia e

qualidade que devem envolver esses produtos. A ampliação das opções

terapêuticas ofertadas aos usuários do Sistema Único de Saúde, com garantia de

acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia,

com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à

saúde, é uma importante estratégia para melhoria da atenção à saúde da

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população e à inclusão social. Produzir matérias-primas de qualidade com as

plantas medicinais, desenvolver produtos de baixo custo e aplicá-los de forma

eficiente são metas prioritárias para o Ministério da Saúde do Brasil.

Durante toda a sua formação, o estudante de Farmácia da UFSJ terá contato com

as plantas medicinais, e já atuará como um suporte para os estudantes da área

médica e enfermagem. Já nos primeiros semestres do curso, o estudante estará

apto para reconhecer as plantas mais importantes, seus princípios ativos, modos

de preparo e aplicação dos remédios, quer sejam caseiros, manipulados ou

mesmo industrializados. O estudante estará apto também a interagir com a

comunidade, levantando demandas relacionadas ao uso de plantas medicinais e

devolvendo à esta mesma comunidade, e aos demais profissionais de saúde, as

informações tecnicamente corrigidas, contribuindo assim para um uso racional das

plantas. O egresso da UFSJ será especialmente treinado a agregar garantias

científicas a essa prática terapêutica, trazendo assim vantagens clínicas,

especialmente junto a população com baixo acesso a medicamentos.

COERÊNCIA DO CURRICULUM COM DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS: Vinculação com Saúde Coletiva e Interdisciplinaridade.

O eixo epistemológico proposto para o Curso de Farmácia da UFSJ, seguindo a

recomendação de suas diretrizes curriculares, encontra-se voltado para a

formação generalista do egresso. Nesse sentido, o curso deverá promover a

articulação dos professores e suas respectivas disciplinas, por meio de uma

integração do seu Projeto Pedagógico em interface aos demais cursos do Centro

de Ciências da Saúde, ou seja, Medicina, Enfermagem e Bioquímica.

A área da Farmácia é, por si só, multidisciplinar, fundamentada nas Ciências

Exatas, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Humanas e Sociais, além das

Ciências Farmacêuticas. A interdisciplinaridade acontecerá naturalmente, a partir

da abordagem dos temas específicos em cada disciplina. A formação do

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Farmacêutico se dará a partir do cumprimento de cargas horárias em disciplinas

obrigatórias, optativas, de livre escolha, estágios supervisionados, além de uma

formação complementar. A vinculação do curso proposto com a Saúde Coletiva é

definida desde os primeiros semestres, a partir dos conteúdos trabalhados nas

disciplinas e na realização de estágios em atividades comunitárias.

A Carga horária total proposta para as disciplinas obrigatórias, por área de

conhecimento, é:

• Área de Ciências Exatas = 684 horas

• Área de Ciências Biológicas e da Saúde = 756 h

• Área de Ciências Humanas e Sociais = 54 h

• Área de Ciências Farmacêuticas = 1.746h

• Estágio Supervisionado = 810 h

A estrutura curricular foi organizada de forma a abordar as áreas de

conhecimento, habilidades, atitudes e valores éticos, fundamentais à formação

profissional e acadêmica. Ela contempla a abordagem de temas observando o

equilíbrio teórico-prático, desvinculado da visão tecnicista, permitindo na prática e

no exercício das atividades a aprendizagem da arte de aprender. Ela também

busca a abordagem precoce de temas inerentes às atividades profissionais de

forma integrada, evitando a separação entre ciclo básico e profissional. A estrutura

foi montada de forma a favorecer a flexibilidade curricular e atender interesses

mais específicos/atualizados, sem perda dos conhecimentos essenciais ao

exercício da profissão. Ela também compromete o aluno com o desenvolvimento

científico e a busca do avanço técnico associado ao bem estar, à qualidade de

vida e ao respeito dos direitos humanos. Ela foi organizada de forma a permitir

que haja disponibilidade de tempo para a consolidação dos conhecimentos e para

as atividades complementares objetivando progressiva autonomia intelectual do

aluno.

Os conteúdos curriculares também estão articulados segundo as áreas de

conhecimento. A integração dessas áreas se dará de forma a contemplar seus

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princípios, a serem desenvolvidos no escopo dos conteúdos programáticos

previstos para cada disciplina. Os conhecimentos em Ciências Exatas deverão

incluir os processos e métodos que exploram princípios matemáticos, estatísticos

e principalmente químicos, de relevância para as Ciências Farmacêuticas. Já os

conhecimentos em Ciências Biológicas e da Saúde deverão contemplar as bases

celulares e moleculares dos processos fisiológicos e patológicos, da estrutura e

função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, bem como processos

bioquímicos, microbiológicos, imunológicos e genéticos, que tenham aplicabilidade

na atividade farmacêutica. As Ciências Humanas e Sociais deverão incluir os

conteúdos condizentes com a formação humanista, abordando as diversas

dimensões da relação entre o indivíduo e a sociedade. Elas devem contribuir para

a compreensão dos determinantes sociais, antropológicos, culturais,

comportamentais, psicológicos, éticos e legais, de maneira a permitir o

desenvolvimento das competências em nível individual e coletivo. As disciplinas

da área das Ciências Farmacêuticas relacionarão estes conhecimentos com

outros que compõem o perfil do profissional Farmacêutico, enfocando-os de forma

integrada com as demais Ciências. A importância da Assistência Farmacêutica e

das plantas medicinais será trabalhada desde os primeiros períodos do curso, a

partir de disciplinas e de estágios em atividades comunitárias.

Para facilitar a compreensão dos temas, a estrutura curricular do curso foi dividida

em uma formação básica, uma formação específica e uma formação

complementar. Os conhecimentos em Ciências Exatas, Ciências Biológicas e da

Saúde e Ciências Humanas e Sociais terão um tronco comum aos cursos de

Bioquímica, Enfermagem e Medicina, constituindo o núcleo de formação básica.

As disciplinas, por área de conhecimento, que contemplam o núcleo de formação

básica, suas respectivas cargas horárias e número de aulas semanais são

exemplificadas a seguir:

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A) Área de Ciências Exatas:

• Físico-Química – 4 aulas: 72 horas teóricas (54 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Matemática 2 horas: 36 horas teóricas

• Bioestatística – 2 aulas: 36 horas teóricas

• Química Analítica Aplicada I – 5 aulas: 90 horas (54 horas teóricas e 36

horas práticas)

• Química Analítica Aplicada II - 4 aulas: 72 horas (36 horas teóricas e 36

horas práticas)

• Química Fundamental – 5 aulas: 90 horas (72 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Química Orgânica I – 5 aulas: 90 horas (72 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Química Orgânica – 6 aulas: 108 horas (72 horas teóricas e 36 horas

práticas)

B) Área de Ciências Biológicas e da Saúde:

• Fisiologia I – 2 aulas: 36 horas teóricas

• Fisiologia II – 4 aulas: 36 horas teóricas e 36 aulas práticas

• Biologia Célular – 4 aulas: 72 horas teóricas

• Bioquímica de Macromoléculas – 3 aulas: 54 horas teóricas

• Histologia e Embriologia – 4 aulas: 72 horas (54 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Imunologia – 3 aulas: 54 (36 horas teóricas e 18 praticas)

• Meio Ambiente e Saúde – 1 aulas: 18 horas teóricas

• Microbiologia – 3 aulas: 54 horas (36 horas teóricas e 18 horas práticas)

• Parasitologia – 4 aulas: 72 horas (36 horas teóricas e 36 horas práticas)

• Patologia – 3 aulas: 54 horas (36 horas teóricas e 18horas práticas)

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C) Ciências Humanas e Sociais

• Ética e Bioética – 1 aula: 18 horas teóricas

• Metodologia Científica – 1 aula: 18 horas teóricas

• Políticas Públicas em Saúde – 2 aulas: 36 horas teóricas

Já o núcleo de formação específica constitui a essência do saber característico da

profissão farmacêutica, levando-se em consideração as competências específicas

e os conteúdos essenciais para os cursos de Graduação em Farmácia

recomendados pelas Diretrizes Curriculares. Contempla conhecimentos

relacionados ao processo saúde–doença do ponto de vista individual e coletivo. As

disciplinas que contemplam o núcleo específico de Ciências Farmacêuticas,

alguns exemplos estão apresentados abaixo:

• Atenção Farmacêutica – 2 aulas: 36 horas teóricas

• Bioquímica Clínica – 3 aulas: 54 horas (36 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Controle de Qualidade Biológico e Microbiológico de Insumos

Farmacêuticos – 4 aulas: 54 horas (36 horas teóricas e 18 horas práticas)

• Controle de Qualidade Físico-Químico de Insumos Farmacêuticos – 4

aulas: 72 horas (36 horas teóricas e 36 horas práticas)

• Diagnóstico Clínico Laboratorial – 3aulas: 54 horas teóricas

• Farmacobotânica – 4 aulas: 72 horas (36 horas teóricas e 36 horas

práticas)

• Farmacologia – 4 aulas: 72 horas teóricas

• Farmacoepidemiologia – 3 aulas: 54 horas teóricas

• Farmacognosia I – 4 aulas: 90 horas (36 horas teóricas e 36 horas práticas)

• Farmacognosia II – 5 aulas: 90 horas (54 horas teóricas e 36 horas

práticas)

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• Farmacologia Clínica I – 4 aulas: 72 horas (54 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Farmacologia Clínica II – 4 aulas: 72 horas (54 horas teóricas e 36 horas

práticas)

• Farmacotécnia I – 5 aulas: 90 horas (54 horas teóricas e 36 horas práticas)

• Farmacotécnia II – 5 aulas: 90 horas (54 horas teóricas e 36 horas práticas)

• Hematologia Clínica – 2 aulas: 36 horas práticas

• Plantas Medicinais – 2 aulas: 36 horas (18 horas teóricas e 18 horas

práticas)

• Química Farmacêutica e Medicinal – 4 aulas: 72 horas (36 horas teóricas e

36 horas práticas)

• Saúde Coletiva – 4 aulas: 54 horas (36 horas teóricas e 18 horas práticas)

• Toxicologia I – 3 aulas: 54 horas 1teóricas

A formação complementar será efetivada pelo cumprimento de carga horária em

estágios supervisionados (810 h/aula), em disciplinas optativas (144 h/aula), ,

além de atividades complementares (90-180h/aula).

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM ADQUIRIDAS

Espera-se que as seguintes habilidades e competências sejam adquiridas pelos

egressos do Curso de Farmácia da UFSJ:

Competências Gerais:

(1) Atenção à saúde: profissionais de saúde aptos a desenvolver ações de

prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde tanto a nível individual

quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada

de forma integrada e contínua com as demais instâncias do Sistema de Saúde,

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sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de

procurar soluções para os mesmos. Os profissionais devem realizar seus serviços

dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética,

tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o

ato técnico, mas sim com a resolução do problema de saúde, tanto em nível

individual quanto coletivo;

(2) Tomada de decisões: os profissionais devem ser capacitados a tomar decisões

visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de

medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim,

os mesmos devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e

decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas;

(3) Liderança: os profissionais deverão estar aptos executar trabalhos em equipe

multiprofissional, assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem

estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade,

empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de

forma efetiva e eficaz;

(4) Educação permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender

continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, devem

aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e

o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas proporcionando

condições para que haja benefício mútuo entre os futuros profissionais e os

profissionais do serviço, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade

acadêmico-profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais e

internacionais.

Competências EspecíficasAs seguintes competências específicas da área de atuação do Farmacêutico são

esperadas do egresso do Curso da UFSJ:

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(1) Desenvolver Assistência Farmacêutica individual e coletiva, participando da

formulação das políticas de medicamentos e correlatos;

(2) Atuar no planejamento, administração e gestão de serviços Farmacêuticos,

incluindo registro, autorização de produção, dispensação, distribuição e

comercialização de medicamentos, cosméticos, nutracêuticos e correlatos;

(3) Atuar na pesquisa, desenvolvimento, manipulação, produção, armazenamento,

seleção, controle e garantia da qualidade de fármacos, medicamentos, cosméticos

e nutracêuticos, especialmente os provenientes de produtos naturais;

(4) Realizar procedimentos de análises laboratoriais e toxicológicas; realizar e

interpretar as análises, emitir laudos e responsabilizar-se tecnicamente pelas

análises clínico-laboratoriais e toxicológicas;

(5) Atuar em órgãos de regulamentação e fiscalização do exercício profissional e

de aprovação, registro e controle de medicamentos, cosméticos, nutracêuticos e

correlatos.

ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA

Princípios Norteadores

Segundo as Diretrizes Curriculares, o perfil do egresso profissional Farmacêutico

deve basear-se em uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Para

isso, propõem-se uma aprendizagem baseada no diagnóstico e resolução de

problemas para o setor Farmacêutico, com estreita integração com os cursos de

Bioquímica, Enfermagem e Medicina.

Durante todo o Curso, o estudante será estimulado a atuar em um conjunto de

ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual

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quanto coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial. Isso envolve ações

que promovam o acesso e o uso racional de medicamentos, a pesquisa, o

desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua

seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade

dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na

perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de

vida da população da região de Divinópolis.

O contato com a comunidade se iniciará a partir dos primeiros períodos, a partir de

estágios em atividades comunitárias. Nestas, estão previstas a realização de

atividades junto com os demais estudantes da área de Enfermagem e Medicina na

atenção básica, inclusive nos PSF já existentes na região de Divinópolis. Este tipo

de trabalho reafirmará a relação dos estudantes com a sociedade e seu papel

como agente solucionador de questões relacionadas ao uso racional de

medicamentos.

Matriz Curricular

A grade curricular proposta para o Curso de Farmácia abrange três modalidades

de disciplinas: disciplinas básicas, que serão comuns aos cursos de Bioquímica,

Enfermagem e Medicina, disciplinas específicas para a formação do

Farmacêutico, disciplinas optativas, disciplinas de livre escolha, estágios

supervisionados e uma formação complementar. As tabelas 1 e 2 (anexos)

apresentam as disciplinas propostas, suas cargas horárias e número de aulas por

período e por modalidade respectivamente. Já os pré-requisitos e as

competências a serem adquiridas em cada semestre podem ser visualizados nas

tabelas abaixo:

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1º Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Meio Ambiente e Saúde 18 -Química Fundamental 72 18Biologia Celular 54 18Farmácia de Sociedade 36 -Anatomia 36Genética 54Matemática 36Estágio I (Metodologia Científicia) - 18Total 270 90

Competências: conhecimento sobre a relação do indivíduo com o meio ambiente e

no contexto político, das ciências e da problemática da saúde no Brasil, introdução

sobre o papel do farmacêutico na sociedade.

2o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Políticas Públicas de Saúde 36 -Ética e Bioética 18 -Bioestatística 36 MatemáticaHistologia e Embriologia 54 18 Biologia CelularQuímica Orgânica I 72 18 Química

FundamentalEstágio II (SUS) - 36Total 216 72

Competências: conhecimentos básicos na área bioestatisticas, biofísica, estrutura

das moléculas orgânicas de interesse farmacêutico; organização e formação dos

tecidos humanos e sua função biológica.

3o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Química Orgânica II 72 36 Química Orgânica IFísico-Química 54 18 MatemáticaBioquímica de Macromoléculas 54 - aQuímica Orgânica IImunologia 36 18 Histologia e

EmbriologiaMicrobiologia Básica 36 18 Biologia CelularFisiologia I 36 Biologia Celular

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Plantas Medicinais 18 18Estágio III (Assistência Farmacêutica ao Município: PSF + Plantas Medicinais)

- 36

Total 306 144Competências: conhecimento das funções e métodos analíticos em química e

bioquímica de interesse farmacêutico; conhecimento das plantas medicinais mais

usadas como recurso terapêutico.

4o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Química Analítica Aplicada I 54 36 Química FundamentalFisiologia II 36 18 Fisiologia IEnzimologia e Metabolismo 72 18 Bioquímica de

MacromoleculasVigilância Sanitária 36 - Políticas Públicas de

SaúdeFarmacobotânica 36 36 Plantas medicinaisEstágio IV: (Plantas Medicinais) - 36Total 234 144

Competências: conhecimento sobre reações, métodos de obtenção e análise de

moléculas orgânicas de importância farmacológica; funcionamento celular;

métodos de pesquisa científica; identificação de drogas vegetais.

5o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Farmacologia 54 18 Fisioloigia IIFarmacognosia I 36 36 FarmacobotânicaParasitologia 36 36 Fisiologia II,

ImunologiaQuímica Analítica Aplicada II 36 36 Química Analítica

Aplicada IPatologia 36 18 Fisioloigia IIVirologia humana 36 18 ImunologiaSaúde Coletiva 36 18 Políticas Públicas

de SaúdeEstágio V (Atençao Farmacêutica I) - 36Total 270 216

Competências: conhecimentos das principais moléculas de interesse farmacêutico

e seus mecanismos de ação; análises das Farmacopéicas; análises das drogas

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vegetais que contém substâncias fenólicas; processos patológicos e reações

imunológicas; problemática da saúde no Brasil.

6o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Farmacotécnia I 54 36 Química Orgânica IIQuímica Farmacêutica e Medicinal 36 36 Química Orgânica II

e FarmacologiaFarmacognosia II 36 54 Farmacognosia IFarmacologia Clínica I 54 18 Farmacologia Bromatologia e Análise de Alimentos 36 18 Química Analitica II,

Enzimologia e Metabolismo

Farmacoepidemiologia 54 - Saúde ColetivaEstágio VI (Farmacotécnica Magistral) - 54Total 270 216

Competências: conhecimentos sobre manipulação de formas farmacêuticas;

drogas vegetais que contém alcalóides e terpenóides; principais parasitoses;

métodos de análise em farmacoepidemiologia; efeitos e mecanismos de ação dos

fármacos.

7o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Farmacotécnica II 54 36 Farmacotécnica IBioquímica Clínica 36 18Hematologia Laboratorial 36 18Operações Unitárias 36 Fisico-Química Toxicologia 54Farmacologia Clínica II 54 18 Farmacologia

Clínica IAtenção Farmacêutica e Farmácia Clínica

36 18 Farmacoepidemiologia, Farmacologia

Clínica IDispensação Farmacêutica - 18 Farmacologia

Clínica IFitoquímica 36 18 Farmacognosia II Estágio VII (Atenção Farmacêutica II) - 54Total 342 198

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Competências: manipulação de formas farmacêuticas; análise de alimentos;

efeitos e mecanismos de ação de fármacos e substâncias tóxicas; análise

bioquímica e hematológica; métodos em atenção farmacêutica.

8o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Deontologia, Legislação, Economia e Administração de Empresa Farmacêutica

36 -

Controle de Qualidade Físico-Químico de Insumos Farmacêuticos

36 36 Química Analítica II

Tecnologia Farmacêutica 36 18 Farmacotécnica II e Operações Unitárias

Diagnóstico Laboratorial (Análises Clínicas)

54 - Bioquímica Clínica e Hematologia

Analises Toxicologicas 36 18 Toxicologia IFarmácia Hospitalar 72 - Farmacologia Clínica

II e Saude ColetivaAnálises Toxicológicas 36 18 ToxicologiaDisciplina Optativa I 72Estágio VIII (Análises Clínicas) - 54Total 342 126

Competências: conhecimentos sobre ética e legislação farmacêutica; métodos de

controle de qualidade de medicamentos e alimentos; produção de medicamentos

em escala industrial; efeitos e mecanismos de ação de substâncias tóxicas;

interpretação de exames laboratoriais clínicos.

9o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Controle de Qualidade Biológico e Microbiológico de insumos farmacêuticos

36 18 Microbiologia

Tecnologia de Fitoterápicos e Cosméticos

36 18 Farmacognosia II e Tecnologia

FarmacêuticaSemiologia Farmacêutica 36 18 Farmacologia

Clínica IIPlantas Tóxicas 36 Farmacognosia I e

ToxicologiaUso de Softwares na Farmacoepidemiologia

18 Farmacoepidemiologia

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Disciplinas Optativas II 72Estágio IX: Especialidades 54Total 216 144

Competências: conhecimento sobre métodos de controle de qualidade biológico e

microbiológico de fármacos e alimentos; biodisponibilidade de fármacos; aspectos

econômicos da profissão farmacêutica.

10o Período

Nome da disciplina CH RequisitosT P

Trabalho de Conclusão de Curso 36 -Atividades Complementares 72 18Estágio: Especialidades - 108Total 108 144

Estágio complementar: 324 horas

Competências: Consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso e

preparação para o mercado de trabalho.

Ementas das Principais Disciplinas

Meio Ambiente e Saúde

Estudo dos programas e estratégias de ações e controle dos principais agravos à

saúde da população: aspectos epidemiológicos, sociais e operacionais das

medidas de intervenção efetivas no âmbito da assistência integral em saúde.

Conhecimento da realidade de saúde da comunidade – Estratégia de saúde da fa-

mília, a mudança climática e a ressurgência de doenças. Solo e Lixo. A natureza

dos resíduos perigosos.Lixo doméstico e aterros sanitários. A eliminação dos resí-

duos. Reciclagem do lixo doméstico e comercial. A prevenção da poluição. Solos e

sedimentos – Biorremediação. Coleta seletiva. Reciclagem X Lixão

Farmácia e Sociedade:

Conceitos e abrangência da Farmácia. Estrutura interna da Faculdade e do Curso

de Farmácia. Mercado de trabalho e áreas de atuação do profissional

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farmacêutico. Propiciar aos acadêmicos do curso de farmácia da Universidade Federal

de São João del-Rei (UFSJ) informações para a formação de um profissional consciente

dos seus deveres sociais, no âmbito da Profissão Farmacêutica. Conhecer a dimensão e

abrangência da atuação do profissional farmacêutico.Identificar a competência do

profissional farmacêutico nos diversos níveis de atenção à saúde. Buscar a compreensão

sobre a necessidade da interação com o usuário de medicamentos, para atender suas

necessidades em relação ao medicamento e à saúde. Promover o contato do acadêmico

com profissionais farmacêuticos de diferentes áreas de atuação.

Química Fundamental:

TEORIA: A Matéria e suas propriedades. Medidas e Conceitos em Química.

Estequiometria química. Teorias atômicas. Classificação periódica dos elementos.

Propriedades Periódicas. Ligações químicas: covalente, iônica, metálica.

Interações Intermoleculares e Estados da Matéria. Soluções e propriedades das

Soluções. Reações em solução aquosa. Cinética química. Equilíbrio químico.

Ácidos e Bases. Equilíbrios em soluções de ácidos e bases. Solubilidade e

equilíbrio simultâneo. Termoquímica.

PRÁTICA: Noções de segurança em laboratório de química. Equipamentos e

vidrarias básicos de um laboratório. Introdução às técnicas básicas de trabalho em

laboratório de química: pesagem, dissolução, medidas de volume, etc. Técnicas

de separação de misturas. Aplicações práticas de alguns princípios fundamentais

em química: preparações simples, medidas de pH. Preparo de soluções. Reações

químicas. Soluções. Cinética química. Equilíbrio químico.

Biologia Celular:

Composição e estrutura do material genético. Organização de genomas.

Replicação, transcrição e tradução do material genético. Transposons. Tecnologia

do DNA recombinante: manipulação, extração, restrição e clonagem de DNA.

Técnicas para análise de DNA: eletroforese, hibridização, PCR, sequenciamento.

Anatomia

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Estudo da fundamentação teórica dos aspectos morfofuncionais do ser humano.

Correlação morfofuncional clínica do corpo humano. Introdução ao estudo da

Anatomia, História da Anatomia. Princípios gerais de construção do corpo humano.

Anatomia dos sistemas músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, endócrino,

reprodutor masculino e feminino.

Genética:

Introdução à genética. Bases Citológicas da Hereditariedade. Bases Moleculares da

Hereditariedade. Genética Mendeliana. Heredogramas. Extensões das Leis de

Mendel. Herança Sexual. Ligação, Recombinação e Mapeamento Genético.

Genética Quantitativa. Mutações Gênicas e Cromossômicas. Hemoglobinas e

Hemoglobinopatias. Genética e Câncer. Genética de Algumas Doenças Comuns.

Introdução ao Aconselhamento Genético. Os objetivos da disciplina de Genética

serão proporcionar aos estudantes os conceitos e princípios fundamentais da área

de Genética relacionados aos padrões de herança, correlacionando os conteúdos

com outras áreas da biologia e, especialmente, da saúde. Propiciar que os alunos

desenvolvam o senso crítico e a capacidade de análise e interpretação de dados que

levem à compreensão dos processos biológicos estudados em vários níveis: celular,

molecular e cromossômico. A Disciplina visará também fornecer aos alunos

subsídios para que os mesmos possam compreender a origem e a forma de herança

de algumas doenças e síndromes decorrentes de alterações genéticas.

Matemática

Fundamentos básicos de matemática; Funções de uma variável real; Limites de

funções; Introdução e aplicações de derivadas e integrais.Rever conceitos e

aplicações do cálculo elementar; conhecer as definições e teoremas básicos do

cálculo; desenvolver a habilidade de interpretar, equacionar e resolver problemas

de cálculo aplicados à área de Farmácia.

Estágio supervisionado I: Metodologia Científica

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Função da Metodologia Científica. Natureza do conhecimento. Fundamentos da

ciência. Método científico. Passos formais e relatórios de estudos científicos.

Conceito e concepção de ciência. Conceituação de Metodologia Científica.

Necessidade da produção cientifica na Universidade. Passos do encaminhamento

e da elaboração de projetos. A evolução dos registros do conhecimento humano.

As bibliotecas como fontes de conhecimento e de informação e manuseio das

fontes de informação. Técnicas de leitura e elaboração dos trabalhos científicos.

Bibliotecas como fontes de conhecimento e da informação. Metodologia da

pesquisa bibliográfica.

Políticas Públicas em Saúde:

Evolução das políticas sociais de saúde no Brasil. Política previdenciária e

organização de serviços de saúde no Brasil. A formulação do SUS pelo

movimento de reforma sanitária brasileira: A saúde na Constituição de 1988 e as

Leis Orgânicas da Saúde. Estrutura e funcionamento do sistema de saúde

brasileiro. Estados e políticas de saúde no Brasil. Sistema Único de Saúde.

Modalidades de produção e distribuição dos serviços de saúde, financiamento e

gastos do setor saúde. Política de Saúde no Brasil: principal dilema e tendência

Química Orgânica I:

Compostos de carbono. Intermediários de reações químicas. Estereoquímica.

Forças de interação intermoleculares. Nomenclatura e propriedades físicas de

hidrocarbonetos e haletos de alquila. Síntese e reações de alcanos, alquenos e

alquinos. Síntese e reações de compostos aromáticos; reações de substituição

eletrofílica. Síntese e reações de haletos de alquila; reações de substituição

nucleofílica e eliminação.

Química Orgânica Experimental I:

Estudo das propriedades físicas de compostos orgânicos. Análise qualitativa

orgânica e identificação de grupos funcionais orgânicos. Síntese de compostos

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orgânicos. Emprego de técnicas físicas e químicas no acompanhamento das

reações e na caracterização de substâncias orgânicas.

Matemática

Números reais. Equações e gráficos. Funções de uma variável real. Limites de

funções. Cálculo diferencial e integral de funções de uma variável real.

Bioestatística

Introdução à estatística, técnicas de amostragem, descrição e exploração de

dados quantitativos e qualitativos, medidas descritivas, modelos probabilísticos,

distribuição normal e distribuição binomial, estimação de parâmetros, teste de

hipóteses, teste T, regressão, correlação, análise multivariada.

Histologia e Embriologia:

Introdução à Histologia e Embriologia. Estudo da estrutura histológica dos diversos

tecidos orgânicos, suas características e funções, desenvolvendo as noções de

microscopia e técnica laboratorial histológica. Estudo dos tecidos epiteliais,

conjuntivos, adiposo, cartilaginoso, ósseo, nervoso, muscular e circulatório.

Aborda ainda as células do sangue, hemocitopoese, os órgãos linfáticos, o tubo

digestivo e suas glândulas anexas, órgãos dos sentidos e o aparelho respiratório,

aparelho urinário, aparelho reprodutor masculino e feminino, pele e anexos e as

glândulas endócrinas. Métodos de estudo em embriologia. Início do

desenvolvimento: formação do embrião bilaminar e trilaminar, período

embrionário, período fetal, membranas embrionárias e placenta, cavidades do

corpo e mesentérios. Desenvolvimento dos órgãos, aparelhos, sistemas e suas

malformações: aparelho branquial, sistema respiratório, sistema digestivo, sistema

urogenital, sistema circulatório, sistema esquelético e articular, sistema muscular,

sistema nervoso, órgãos dos sentidos, sistema tegumentar.

Ética e Bioética:

Introdução a ética na pesquisa, consentimento livre e esclarecido, OGMs e

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Biossegurança, pesquisas atuais e biotecnologia. Debates de situações

pertinentes a Bioética, estudos e pesquisas que correlacionam a temas da

atualidade no campo da bioética. Análise dos estudos envolvendo pesquisas com

seres humanos e documentos internacionais e nacionais que emanaram

declarações e diretrizes sobre essas pesquisas. Análise e discussão de estudos

desenvolvidos a partir dos anos 90, uma vez que este é considerado um período

de grande produção acadêmica no campo da bioética. Da literatura para as telas,

das telas para a realidade – debate sobre literatura e filmes relacionados a

Bioética.

Estágio supervisionado II- Sistema Único de Saúde/Atenção Primária

O estágio tem como objetivo promover ao aluno a compreensão da organização e

funcionamento da Atenção Primária no SUS por meio da observação de serviços

oferecidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e pela Estratégia de Saúde

da Família (ESF) no município de Divinópolis.

Química Orgânica II:

Nomenclatura, propriedades físicas, síntese e reações de álcoois, fenóis, éteres,

aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos e derivados e aminas e funções nitrogenadas.

Imunologia:

Células do sistema imune. Sistema Linfóide. Antígeno e antigenicidade. Estrutura

e função dos anticorpos. Sistema complemento. Reconhecimento, processamento

e apresentação dos antígenos. Cooperação celular nas respostas imune humoral

e celular. Mecanismos de ação dos componentes do sistema imune. Regulação da

resposta imune. Tolerância imunológica e Autoimunidade. Reações de

hipersensibilidade.

Química Orgânica Experimental II:

Síntese de compostos orgânicos. Extração de produtos naturais de interesse

farmacêutico, incluindo as etapas de isolamento, purificação, identificação e

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Page 39: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

transformação. Reações envolvendo os mecanismos de: adição, eliminação e

substituição (eletrofílica e nucleofílica aromática), oxidação e redução, radicais

livres. Aplicação de métodos de: isolamento e purificação, cromatografia,

espectrometria (IV, RMN, Massas e UV-Visível) e ensaios químicos funcionais de

identificação.

Físico-Química:

Sólidos e Líquidos: dilatação térmica e compressibilidade. Gases ideais e reais.

Equação barométrica dos gases. Princípio Zero da Termodinâmica: Equilíbrio

térmico e equação calorimétrica. Primeiro Princípio da Termodinâmica:

conservação da energia. Calor e trabalho. Processo reversível e irreversível.

Processos a pressão constante. Entalpias de reações químicas. Segundo e

terceiro Princípios da Termodinâmica.

Bioquímica de Macromoléculas:

Água: o solvente das reações bioquímicas. Aminoácidos e peptídeos. Proteínas: a

estrutura tridimensional de proteínas. Comportamento das Proteínas: enzimas,

mecanismos e controle. Lipídeos. Membranas biológicas. Carboidratos.

Nucleotídeos e ácidos nucléicos.

Microbiologia:

História da microbiologia. Células procarióticas, eucarióticas e acarióticas. Cultivo

de microrganismos. Metabolismo microbiano. Caracterização e identificação:

taxonomia, filogenia, morfologia, nutrição, patogenicidade, características

genéticas. Controle de microrganismos. Principais grupos: bactérias, fungos,

protozoários e vírus. Genética microbiana

Plantas Medicinais:

Aspectos éticos e antropológicos das plantas medicinais. Importância da

valorização e valoração da Biodiversidade Brasileira. Legislação. Cultivo, coleta e

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Page 40: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

secagem de plantas medicinais. Conceitos de Química Vegetal. Produção de

metabólitos secundários. Principais grupos de princípios ativos e suas ações

farmacológicas.

Estágio Supervisionado III: PSF + Plantas Medicinais

Apresentar e orientar os preceptores sobre as atividades relacionadas às plantas

medicinais previstas neste estágio. Com a implantação do Programa Nacional de

Plantas Medicinais e Fitoterápicos, visando criar políticas públicas que abordem o

tema PLANTAS MEDICINAIS em toda sua cadeia, ou seja, cultivo,

desenvolvimento tecnológico para produção de medicamento, uso racional de

plantas medicinais e fitoterápicos, entre outras. O aluno de Farmácia da UFSJ

tem, em seu projeto pedagógico, este tema tratado em vários conteúdos dentro

das disciplinas e, naturalmente, é um candidato a trabalhar com esta política. O

acadêmico de farmácia terá contato com este projeto na disciplina estágio

supervisionado, coletando e corrigindo informações obtidas da comunidade,

através do PSF (Programa de Saúde da Família) ou outros veículos. Estes alunos,

mediante acompanhamento dos docentes do Curso e preceptores, corrigirão as

informações e as devolverão. Este estágio será juntamente com a disciplinas

Plantas Medicinais, e ambos visam o ingresso do acadêmico de farmácia UFSJ ao

tema, mas trabalhando com a comunidade.

Química Analítica Aplicada I:

Introdução à química analítica. Análise qualitativa. Análise quantitativa clássica.

Espectrometria. Métodos de separação. Análise gravimétrica. Análise volumétrica.

. Fisiologia II

A Fisiologia estuda o funcionamento dos sistemas do organismo humano, que atuam

em conjunto para a manutenção da homeostase possibilitando a sobrevivência do

organismo e a continuidade da espécie. Os sistemas estudados serão: celular,

muscular, cardiovascular, renal, respiratório, neural, gastrintestinal e endócrino.

Assuntos adicionais serão vistos em seminários e as aulas práticas representarão

assuntos vistos em sala de aula.

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Page 41: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

Enzimologia e Metabolismo:

Integração das vias metabólicas. Bioquímica metabólica de indivíduos em

situações fisiopatológicas. Bioquímica endócrina. Bioquímica de antibióticos.

Metabolismo de fármacos. Alterações metabólicas induzidas por fármacos,

interações medicamentosas e medicamento-alimento

Farmacobotânica:

Célula vegetal: componentes protoplasmáticos e não protoplasmáticos. Parede

Celular. Diferenciação, especialização e morfogênese vegetal. Tecidos simples e

complexos. Células de transferência. Estruturas secretoras. Anatomia dos órgãos.

Taxonomia e morfologia dos principais grupos de plantas medicinais e tóxicas.

Fisiologia vegetal: metabolismo primário e secundário. Anatomia vegetal aplicada

à morfologia de drogas. Microscopia de drogas de uso corrente na indústria

farmacêutica e pela população. Falsificações e substituições de drogas oficiais.

Farmacologia:

Farmacocinética qualitativa (estudos dos mecanismos de absorção, distribuição,

metabolização e excreção). Farmacocinética quantitativa: modelos e parâmetros

(biodisponibilidade, depuração, tempo de meia-vida, volume aparente de

distribuição). Doses únicas e repetidas. Monitorização de fármacos (aspectos

farmacocinéticos). Receptores farmacológicos. Interação fármaco-receptor.

Seletividade e segurança. Relação farmacocinética-farmacodinâmica

Farmacognosia I:

Definições de taxonomia, droga vegetal e evolução micromolecular. Monografias

das Farmacopéias. Estudo dos constituintes do metabolismo secundário,

especialmente os fenólicos. Estudo das plantas medicinais e tóxicas com enfoque

especificamente farmacêutico.

Parasitologia:

Introdução à Parasitologia. Conceituações em parasitologia, morfologia,

taxonomia, fisiologia e ciclo biológico dos principais protozoários e helmintos

parasitas, com ênfase nos grupos de interesse médico-sanitário dentro de um

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Page 42: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

contexto ecológico e social. Relações entre parasitas e hospedeiros. A importância

científica e biotecnológica do estudo de parasitas. Artrópodes de interesse

parasitológico.

Química Analítica Aplicada II:

Fundamentos e tipos de pesagem. Fundamentos da gravimetria e determinações

gravimétricas típicas. Volumetria, reações ácido-base, de precipitação, de

formação de complexos e de oxi-redução. Cromatografia Líquida.

Patologia:

Estudo da patogênese das doenças, enfocando aspectos moleculares, celulares e

teciduais envolvidos na inflamação aguda e crônica, no reparo tecidual, nas

desordens hemodinâmicas (incluindo coagulação), nas doenças genéticas, nos

fenômenos imunopatológicos, nas neoplasias, nas doenças infecciosas, nos

desarranjos do metabolismo e da nutrição.

Virologia humanaEstudo dos principais vírus causadores de infecções em humanos, com ênfase em suas

propriedades gerais, patogenia, patologia, diagnóstico, epidemiologia, prevenção e

controle.

Saúde Coletiva:

Fatores que condicionam a saúde (saneamento, planejamento em saúde,

organização do sistema de atenção à saúde). Principais problemas de saúde no

Brasil com ênfase na utilização racional do medicamento. Atuação do profissional

farmacêutico na assistência à saúde pública.

Estágio Supervisionado V - Assistência Farmacêutica I

O estágio tem como objetivo promover ao aluno a compreensão da organização

da Assistência Farmacêutica no SUS do município de Divinópolis.

Farmacotécnia I:

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Page 43: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

Boas práticas de manipulação. Formas e fórmulas farmacêuticas. Operações e

incompatibilidades farmacêuticas. Hidróleos. Teoria da extração. Formas

farmacêuticas sólidas: pós, granulados, cápsulas.

Química Farmacêutica e Medicinal:

Química medicinal e os fundamentos do planejamento de fármacos. A origem dos

fármacos. Etapas do processo de descoberta e desenvolvimento de fármacos.

Planejamento racional e as relações entre grupos funcionais e atividade

farmacológica. Parâmetros fisico-químicos e atividade biológica. Seleção,

identificação e validação de alvos moleculares. Relações entre a estrutura e a

atividade (SAR).

Farmacognosia II:

Fármacos portadores de alcalóides e terpenos. Métodos de extração, separação e

identificação. Descrição macro e microscópica das espécies de interesse

farmacêutico.

Bromatologia e Análise de Alimentos:

Conceito, histórico e perspectivas. Aspectos gerais de produção, industrialização e

comercialização de alimentos. Fundamentos, química e importância tecnológica

de carboidratos, lipídeos; proteínas; vitaminas e minerais. Análises qualitativas e

quantitativas básicas.

Farmacologia clínica I:

Farmacologia do sistema nervoso autônomo e sistema nervoso central.

Psicofarmacologia, psicoestimulantes, anorexígenos, antipsicóticos,

antidepressivos, ansiolíticos e hipnóticos. Farmacologia dos anticonvulsivantes.

Farmacologia de doenças neurodegerativas. Farmacologia da dor e opiáceos.

Farmacologia da enxaqueca. Farmacologia dos anestésicos locais. Farmacologia

endócrina. Farmacologia da inflamação. Farmacologia do sistema digestório.

Farmacologia do aparelho respiratório.

Farmacoepidemiologia:

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Histórico e conceitos básicos em epidemiologia. Principais usos. Conceito de

saúde e doença. Modelos epidemiológicos. Identificação de risco epidemiológico.

Saneamento. Vigilância Epidemiológica. Farmacoepidemiologia. Vigilância

Sanitária - Serviços e Produtos. Educação em Saúde. Impacto dos fármacos em

populações humanas.

Β ioquímica Clínica:

Química medicinal e os fundamentos do planejamento de fármacos. A origem dos

fármacos. Etapas do processo de descoberta e desenvolvimento de fármacos.

Planejamento racional e as relações entre grupos funcionais e atividade

farmacológica. Parâmetros fisico-químicos e atividade biológica. Seleção,

identificação e validação de alvos moleculares. Relações entre a estrutura e a

atividade (SAR).

Hematologia Laboratorial:

Imunologia das infecções bacterianas, parasitoses, infecções virais e fúngicas.

Doenças auto-imunitárias. Alergias. Deficiências imunitárias. Imunologia dos

transplantes. Estudo e morfologia normal e patológica das séries eritrocitária,

leucocitária e plaquetária. Procedimentos básicos na rotina laboratorial em

imunologia e hematologia clínicas: limpeza, organização e cuidados no manuseio

do material biológico; realização e interpretação de exames imunológicos e

hematológicos.

Toxicologia:

Classificação toxicológica. Aspectos toxicodinâmicos e toxicocinéticos. Agentes

tóxicos. Toxicologia ambiental, biológica e toxicologia social. Avaliação de

toxicidade. Carcinogênese e teratogênese. Noções de fitotoxicologia,

farmacotoxicologia. Agente tóxico. Intoxicação. Toxicidade. Influência da indução e

inibição enzimática na toxicidade das substâncias. Substâncias tóxicas naturais.

Substâncias tóxicas sintéticas de uso na produção de alimentos: agrotóxicos,

metais pesados, aditivos. Contaminantes alimentares em produtos de origem

animal: antibióticos, hormônios e outros.

Farmacologia Clínica II:

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Farmacologia de diferentes sistemas, incluindo farmacologia do sistema cardio-

vascular e sistema urinário. Quimioterápicos e antibióticos. Oncofarmacologia

(antineoplásicos). Estudo dos aspectos farmacocinéticos do mecanismo de ação,

dos efeitos farmacológicos, da toxicidade e usos clínicos dos diferentes grupos

farmacológicos.

Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica:

Conceitos e evolução da atenção farmacêutica no Brasil e no mundo. A Atenção

Farmacêutica no contexto da Assistência Farmacêutica. Entrevista ao paciente

enfocando as características da comunicação. Transtornos menores.

Metodologias da Atenção Farmacêutica. Prevenção, identificação e resolução de

problemas relacionados com medicamentos. O processo de seguimento do

tratamento farmacológico. Apresentação e discussão de casos clínicos.

Deontologia, Legislação, Economia e Administração de Empresa

Farmacêutica:

Conceitos e terminologia. Código de ética da profissão farmacêutica.

Competências legais para o exercício profissional. Legislação referente ao

licenciamento e dispensação de especialidades farmacêuticas. Controle sanitário

na produção e comercialização de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos

e correlatos. Legislação referente à psicotrópicos e entorpecentes. Lei de

infrações à Legislação Sanitária. Registro de marcas e patentes. Perícias médico-

legais. Aspectos básicos da economia. Produção e distribuição. Fluxo circular de

renda. Indicadores macroeconômicos. Sistemas de preços e problemas

econômicos. Empresa farmacêutica. Economia brasileira: processo de

desenvolvimento; obstáculos, formas de alcançar o desenvolvimento.

Controle de Qualidade Físico-Químico de Insumos Farmacêuticos:

Controle de qualidade: conceitos básicos. Fatores que determinam a qualidade.

Legislação pertinente. Estatística aplicada ao controle de qualidade. Controle de

qualidade em farmácia. Controle de qualidade físico-químico de medicamentos e

correlatos, cosméticos e alimentos. Organização do laboratório de controle de

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Page 46: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

qualidade. Laudo de análises das propriedades físicas e físico-químicas de

produtos farmacêuticos e alimentos.

Produção e Controle de Medicamentos :

Conceitos básicos de Garantia da Qualidade. Validação e BPF. Tecnologia de

fabricação e estudo de estabilidade de formulações. Tratamento de água,

aplicável em diferentes seguimentos da profissão farmacêutica.

Diagnóstico Laboratorial (Análises Clínicas):

Lesões pré-malignas e malignas na prevenção do câncer de colo de útero:

Reconhecimento celular, critérios de malignidade. Interpretação clínica do

hemograma nas doenças infecciosas. Neoplasias hematológicas. Interpretação

clínica nas doenças metabólicas endócrinas: diabetes mellitus, hipotiroidismo,

hipertiroidismio. Enzimas cardíacas. Interferência medicamentosa nos exames

laboratoriais.

Controle de Qualidade Microbiológico de Insumos Farmacêuticos:

Bioterismo e seleção de animais. Padronização biológica. Respostas biológicas,

curvas dose-resposta e potência relativa. Toxicidade aguda, anormal, irritabilidade

e sensibilidade cutânea e ocular, fototoxicidade e fotoalergia. Teste de

esterilidade, controle ambiental, validação de processos. Testes in vivo e in vitro.

Curvas de sobrevivência de microrganismo, pesquisa e identificação de

microrganismos, preservantes, teste desafio. Controle de antibióticos, vitaminas e

imunobiológicos. Controle de qualidade microbiológico de alimentos,

medicamentos e correlatos. Padronização biológica de medicamentos.

Disciplinas Optativas

Visam complementar a formação do estudante em temas relacionados à sua

formação. As disciplinas optativas previstas a serem oferecidas são:

• Farmacologia e Química de Plantas Medicinais, Fitoterápicos e Produtos

Naturais

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• Métodos Instrumentais de Analise

• Métodos Espectrométricos

• Tecnologias em Vacinas e Terapias Gênicas

• Culturas de Celulas e Tecidos.

Disciplinas de Livre EscolhaO objetivo da disciplina de Livre Escolha é ampliar a formação do aluno, em

qualquer campo do conhecimento, com base estritamente em seu interesse

individual, o que atenderá as aspirações individuais do aluno e proporcionará uma

maior versatilidade na sua formação. Dentro desta modalidade o aluno deverá

cumprir carga horária de 270 horas (15 aulas) em atividades acadêmicas

curriculares em cursos da UFSJ ou de outra Universidade.

Estágios Curriculares Supervisionados

A formação do Farmacêutico será garantida pelo desenvolvimento de estágios

curriculares, sob supervisão docente. Tais estágios se darão ao longo do curso de

Farmácia, totalizando 990 horas/aula, o que corresponde a 20% da carga horária

total do curso. Durante todo o curso, o estudante será encaminhado a esses

estágios que serão compostos de diferentes atividades nas áreas da Assistência

Farmacêutica, atividades em equipes do PSF, pesquisa e desenvolvimento,

farmácia de manipulação alopática, farmácia hospitalar, laboratórios de Análises

Clínicas e de Alimentos. Os estágios curriculares, a serem realizados desde o

primeiro período, proporcionarão o aprofundamento em temas curriculares

relevantes para a formação do aluno em áreas específicas.

As atividades propostas para a realização de estágios são:

√ Estágio em Atividades Comunitárias: conhecimento da realidade de saúde da

comunidade; direcionamento ao desenvolvimento de uma Assistência

Farmacêutica.

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√ Estágio no PSF: Atividades em equipe multiprofissional de saúde; vivência em

saúde coletiva; levantamento de demandas de saúde específicas; levantamento

epidemiológico; busca de soluções de problemas por meio da Assistência

Farmacêutica.

√ Estágio em Pesquisa e Desenvolvimento (Iniciação Científica): Participação em

projetos de pesquisa, envolvimento com Método Científico, estímulo à

participação em eventos científicos.

√ Estágio em Farmácia de Manipulação Alopática: preparação de formas

farmacêuticas oficinais e magistrais em pequena escala, considerando a

viabilidade técnica das formulações, incompatibilidades e estabilidade,

acondicionamento e rotulagem adequados.

√ Estágio em Farmácia Hospitalar: conhecimento dos elementos de administração

hospitalar, aquisição, recebimento, estocagem e distribuição dos medicamentos,

setor de dispensação; setor de informações sobre medicamentos, comissão de

controle de infecção hospitalar, a manipulação de quimioterápicos, de

antiretrovirais e nutrição enteral/parenteral.

√ Estágio em Análises Clínicas e Toxicológicas: treinamento em técnicas de

análises clínicas e toxicológicas laboratoriais.

√ Estágio em Análises de Alimentos: treinamento em técnicas de análises e

controle de qualidade de alimentos.

No último período, o aluno deverá cumprir no mínimo 360 horas em um dos três

estágios supervisionados, nas áreas de Análises Clínicas, Indústria ou Alimentos,

segundo seu interesse. Conseqüentemente, atenderá a flexibilização curricular e

interesses pessoais do aluno, sem perda dos conhecimentos essenciais ao

exercício da profissão farmacêutica.

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Para a realização dos estágios, a UFSJ contará com convênios com as Unidades

de Saúde da região de Divinópolis, especialmente no que se refere ao Programa

de Saúde da Família, além de Farmácias Comunitárias, Laboratórios de Análises

Clínicas, Laboratórios para controle de qualidade microbiológico e físico-químico

de medicamentos e alimentos, bem como com laboratórios semi-industriais

concernentes a produção e desenvolvimento de produtos Farmacêuticos. Será

instituído um Núcleo de Coordenação de Estágio composto por um Professor

Coordenador Geral e pelos professores responsáveis por cada estágio, uma vez

que poderá haver a necessidade de mais de um docente para viabilizar a

obtenção das metas a serem atingidas para cada área. Caberá à Coordenação

Geral a viabilização e integração de todas as áreas de estágio, primando pela

consecução e otimização do processo ensino/aprendizagem.

Para cada estágio curricular que for realizado nas dependências da UFSJ em

empresas credenciadas e instituições parceiras, os discentes serão orientados

pelos docentes responsáveis e profissionais supervisores, os quais deverão

apresentar programação previamente definida em razão do processo de formação,

atuando como facilitadores e mediadores do processo ensino-aprendizagem.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Este trabalho tem como finalidade principal proporcionar ao estudante de

Farmácia a associação entre a teoria adquirida a partir do desenvolvimento dos

conteúdos ministrados no decorrer do curso e a prática em pesquisa científica. O

TCC é um componente obrigatório da estrutura curricular do Curso de Graduação

em Farmácia da UFSJ, com sustentação legal, a ser cumprido pelo graduando.

A realização do TCC tem como objetivos reunir em uma atividade acadêmica de

final de curso, conhecimentos científicos adquiridos na graduação e organizados,

aprofundados e sistematizados pelo graduando num trabalho prático de pesquisa

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experimental, estudo de casos ou ainda revisão de literatura sobre um tema

preferencialmente inédito, pertinentes a uma das áreas de conhecimento e/ou

linha de pesquisa do curso. Será avaliada a capacidade criadora e de pesquisa do

graduando, quanto a organização, metodologia, conhecimento de técnicas e

materiais, domínio das formas de investigação bibliográfica, bem como clareza e

coerência na redação final.

O TCC será desenvolvido sob orientação de um professor do Corpo Docente e

apresentado de forma escrita e oral. Compete ao professor orientador auxiliar o

graduando na escolha do tema, na elaboração do Plano de Trabalho, no

desenvolvimento da metodologia, na redação do trabalho. O TCC deverá ser

desenvolvido individualmente pelo graduando sobre um tema particular de sua

livre escolha. Para apresentação, o graduando deverá matricular-se no penúltimo

período da estrutura curricular sugerida do curso. O graduando poderá iniciar o

desenvolvimento do trabalho do curso após ter cursado as disciplinas dos três

primeiros períodos da grade curricular, e cujo Plano de Trabalho tenha sido

aprovado pelo Colegiado do Curso.

A avaliação será feita por uma banca examinadora composta pelo professor–

orientador, por outro professor do curso e de um terceiro membro que poderá ser

também da área acadêmica ou profissional de reconhecida experiência. Para a

avaliação do TCC, deverão ser considerados os seguintes critérios: relevância do

assunto para a área selecionada, abordagem criativa do tema, precisão na

execução da pesquisa e redação, adequação aos questionamentos da banca

examinadora e desempenho na apresentação final. A avaliação levará em

consideração as várias atividades realizadas pelo graduando, como apresentação

do Plano do Trabalho de Curso, desenvolvimento das atividades previstas,

redação de um trabalho final e sua apresentação oral.

Atividades Complementares

As atividades acadêmicas complementares exercidas pelos alunos serão

utilizadas para complementar a carga horária. A participação em programas

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acadêmicos, tais como, Programa de Aprimoramento Docente (PAD), Programa

Acadêmico Especial (PAE), Programa de Iniciação à Docência (PID), Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBICCNPq), Programa de Bolsas

de Iniciação Científica de outras fontes fomentadoras, Programa de Bolsas de

Extensão, Internato Rural, Estágios Optativos, Participação em Cursos afins,

desde que devidamente documentadas e avaliadas, poderão substituir uma carga

horária de 72 horas dos estágio.

As Atividades Complementares estimulam a prática de estudos independentes,

transversais, opcionais, permitindo a permanente e contextualizada atualização

profissional específica. Assim, podem incluir projetos de pesquisa, monitoria,

iniciação científica, projetos de extensão, estágios extra-curriculares, projetos

sociais, módulos temáticos, seminários, simpósios, congressos, conferências,

entre outros, além de disciplinas oferecidas por outras IES, desde que se integrem

com o Projeto Pedagógico do Curso. Nas atividades complementares o discente

terá que cumprir de 90 a 180 horas-aula que será integralizada ao longo do curso.

Para atender a flexibilização curricular e interesses pessoais do aluno, sem perda

dos conhecimentos essenciais ao exercício da profissão, o aluno deverá realizar

no mínimo 200 horas de estágio em qualquer área de atuação profissional

Farmacêutica de modo a aperfeiçoar o conhecimento adquirido anteriormente ou

conhecer uma área nova (Homeopatia, Iniciação Científica, PET, Internato

Extensionista, Especialidades ou Farmácia Social).

TABELA DE EQUIVALENCIA DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE FARMÁCIA

EM VIGENCIA ATÉ 2009 CH A PARTIR DE 2010 CH T P T PMeio Ambiente e Saúde 54 - Meio Ambiente e Saúde 18 -Química Fundamental 72 36 Química Fundamental 72 18Biologia Molecular da Cé-lula

72 - Biologia Celular 54 18

Políticas Públicas de Saú-de

54 - Políticas Publicas de Saú-de

36 -

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Estágio 1 - 36 Estágio I (Metodologia Científica)

- 18

Matemática e Bioestatísti-ca

72 - Matemática 36 -- Bioestatística 36 -

Etica e Bioética 36 - Ética e Bioética 18 Histologia e Embriologia 54 36 Histologia e Embriologia 54 36

Química Orgânica I 72 Química Orgânica I 72 18Estágio 2 36 Estágio II (SUS) 36Físico-Química 54 Físico-Quimica 54 18

Química Orgânica II 72 Química Orgânica II 72 36 Bioquímica de Macromo-léculas

72 Bioquímica de Macromo-léculas

54

Metabolismo Integrado 54 Enzimologia e Metabolismo

72 18Bioquímica Metabólica 72 Bases Morfofuncionais e Bioquímica Aplicada I Bases Morfuncionais e Bioquimica Aplicada II

72 Fisiologia I 36

Fisiologia II 36 18Bases Morfofuncionais e Bioquimica Aplicada II

72 Anatomia 36

Genética 54 Quimica Analítica

Aplicada I54 36 Quimica Analítica

Aplicada I54 36

Plantas Medicinais 36 Plantas Medicinais 18 18Estagio 3 72 Estagio III (Assist. Farm.

ao Município) 36

Microbiologia 36 36 Microbiologia Básica 36 18Metodologia Científica 36 Trabalho de Conclusão de

Curso36

Trabalho de Conclusao de Curso

18

Farmacobotânica 36 36 Farmacobotânica 36 36Química Analítica Aplica-da II

36 36 Química Analítica Aplicada II

36 36

Estagio 4 72 Estagio IV (Atenção e dispensação farmacêutica

+ Plantas Medicinais)

36

Química Farmacêutica e Medicinal

36 36 Química Famacêutica e Medicinal

36 36

Farmacognosia I 54 36 Farmacognosia I 36 36Farmacocinetica e Farma-codinâmica Fundamental

72 Farmacologia 54 18

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Patologia 36 36 Patologia 36 18Parasitologia 36 36 Parasitologia 36 36Imunologia 54 Imunologia 36 18Saúde Coletiva 36 36 Saúde Coletiva 36 18Estagio 5 90 Estágio V (Atenção

Farmacêutica) 36

Farmacotécnica I 54 36 Farmacotécnia I 54 36Farmacognosia II 36 54 Farmacognosia II 36 54Farmacologia I 72 Farmacologia Clínica I 54 18Química de Alimentos 36 36 Bromatologia e Análises

de Alimentos36 18

Bromatologia e Saúde 36 36Farmacoepidemiologia 54 Farmacoepidemiologia 54 Estágio 6 90 Estágio VI (Farmacotécnia

Magistral) 54

Farmacotécnica II 54 36 Farmacotecnia II 54 36Bioquímica Clínica 36 36 Bioquímica Clínica 36 18Hematologia Clínica 36 Hematologia Laboratorial 36 18Toxicologia I 36 36 Toxicologia 54 Farmacologia II 72 Farmacologia Clínica II 54 18Atenção Farmacêutica 36 Atenção Farmacêutica e

Farmácia Clínica36 36

Estágio 7 90 Estágio VII 54Deontologia e legislação Farmacêutica

36 Deontologia, Legislação, Economia e Administra-ção de Empresa Farma-

cêutica

36

Economia e Administra-çao Farmacêutica

36

Controle de Qualidade Químico

36 36 Controle de Qualidade Fí-sico-Químico de Insumos

Farmacêuticos

36 36

Tecnologia Industrial Far-macêutica

54 Produção e controle de Medicamentos

36 18

Diagnostico Clínico Labo-ratorial

36 Diagnóstico Laboratorial (Análises Clínicas)

54

Toxicologia II 36 36 Analises Toxicológicas 36 18Disciplinas Optativas 72 Disciplinas Optativas I 72 Estágio 8 108 Estágio VIII (Análises

Clínicas) 54

Controle de Qualidade Biológico e Microbiológico

36 36 Controle de Qualidade Biológico e Microbiológico de Insumos Farmacêuti-

cos

36 18

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Page 54: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

Biofarmácia 36 Uso de Sofware na Far-macoepidemiologia

18

Estagio 9 108 Estágio IX 54Disciplinas Optativas 72 Disciplinas Optativas II 72 Atividades Complementa-res

180 Atividades Complementares

72 36

Estágio 10: Especialida-des

360 Estágio X: Especialidades 108

Farmácia e Sociedade 36 Virologia Humana 36 18 Operações Unitárias 36 Dispensação

Farmacêutica 18

Fitoquímica 36 18 Tecnologia de Fitoterápi-

cos e Cosméticos36 18

Plantas Tóxicas 36 Semiologia Farmacêutica 36 18 Vigilância Sanitária 36 Farmacia Hospitalar 72 Total parcial 2574 1476 Total Geral 4050 DISCIPLINAS OPTATI-

VAS

Estágio complementar 378Antropologia Social 36 - Antropologia Social 72 -Fundamentos Históricos e 36 - Fundamentos Históricos e

Epistemologicos das Ci-ências

72 Epistemológicos das Ciên-cias Libras (Linguagem Brasi-

leira de Sinais)36

Farmacologia e Química de Plantas Medicinais, Fi-

toterápicos e Produtos Naturais

72

Métodos Instrumentais de Análise 72 36

Métodos Espectrométri-cos 72 36

Tecnologias em Vacinas e Terapias Gênicas 36 18

Culturas de Células e Te- 72 36

54

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cidosHomeopatia 54

Bibliografia Consultada

ACÚRCIO, F.A. (Org.). Medicamentos e Assistência Farmacêutica. COOPMED

Editora Médica: Belo Horizonte, 2003. 136p.

ARAÚJO, R.C. Farmacoterapia Baseada em Evidências. In: GOMES, M.J.M.;

REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas uma Abordagem Hospitalar. São Paulo,

Rio de Janeiro: ATHENEU, 2001. p. 165-177.

BARROS, J. A. C. Políticas Farmacêuticas: a serviço dos interesses da saúde?

Brasília: UNESCO, 2004. 272p.

BOLZANI, VS, in CARLINI, E., RODRIGUES. E. Plantas Medicinais do Brasil: o

Pesquisador Brasileiro Consegue Estudá-las? Revista Fitos 1(2): 8-18, 2005.

BRANDÃO, M.G.L, FREIRE, N. & VIANNA-SOARES, C.D. Vigilância em

Fitomedicamentos em Minas Gerais. Verificação da qualidade de diferentes

amostras comerciais de camomila. Cadernos de Saúde pública, v.14, n.2, p.693-

696, 1998.

BRANDÃO, M.G.L., MOREIRA, R. A., ACÚRCIO, F. A. Nossos fitoterápicos de

cada dia. Ciência Hoje 30 (175), 75-79, 2001.

BRANDÃO M.G.L., DINIZ B.G., MONTE-MÓR R.L.M. Plantas medicinais: um

saber ameaçado. Ciência Hoje 35, 64-66, 2004.

55

Page 56: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

BRANDÃO, M.G.L.; ACÚRCIO, F.A.; MONTE-MÓR, R.L.M.; MARLIÈRE, L.D.P.

2006 Complementary and Complementary/ alternative medicine in Latin America:

use of herbal remedies among a Brazilian metropolitan area population. Journal of

Complementary and Integrative Medicine 3(5), 01 - 12

(http://www.bepress.com/jcim/vol3/iss1/5).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria SVS n° 6

de 31.01.95. Institui e normatiza o registro de produtos fitomedicamentos

junto ao Sistema de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União, 6.2.1995 a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução-RDC n° 17, 24.02.2000. Dispõe sobre o registro de medicamentos

fitoterápicos. Diário Oficial da União, seção 1, 25, 2000.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Medida Provisória no 2186-16 de 23 de

agosto de 2001. Dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético. Diário Oficial da

União, Brasília, 23/08/01.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES 2, 19 de fevereiro de 2002.

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia.

Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Diário Oficial da

União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 9.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos

Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o

Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos.

Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 148p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução-RDC n° 48, 14.03.2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos

fitoterápicos. Diário Oficial da União, 2004.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n˚ 971 de 3 de maio de 2006. Política

Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único

de Saúde. 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto 5813 de 22 de junho de 2006. Aprova

Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria. RE no89

de 16 de março de 2004. Determina a publicação da “Lista de Registro

Simplificado de Fitoterápicos”. Diário Oficial da União. 2004.

CARVALHO, W. S; MAGALHÃES, S. M. S. O farmacêutico e o uso racional de

medicamentos. In: ACURCIO, F. A. (Org.). Medicamentos e Assistência

Farmacêutica. Belo Horizonte: COOPMED, 2003, p.83-97.

DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE NO BRASIL

(1832-1930) Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz –

(http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)

MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas: sistema de utilização de plantas medicinais

projetado para pequenas comunidades. 4 ed. rev. ampliada. Fortaleza: Editora

UFC, 2002. 267p.

MOURA, C.S. Implementação e validação de um algoritmo de recuperação de

informação especializada em farmacoterapia. Dissertação de Mestrado. Belo

Horizonte. Faculdade de Farmácia da UFMG, 2002.

PAULA J.A. 1995. Biodiversidade, População e Economia. Uma região de Mata

Atlântica. Belo Horizonte: UFMG/ CEDEPLAR – ECMVS/ PADCT/ CIAMB, 671p.

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Page 58: PROJETO PEDAGÓGICO PARA O CURSO DE FARMÁCIA · institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Para a elaboração do curso, foram tomadas como

ROOT-BERSTEIN, R., ROOT-BERSTEIN, 1998. M. A incrível história dos

remédios. Editora Campus: Rio de Janeiro, 303p.

VIEIRA, FS. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da

saúde. Ciência e Saúde Coletiva. 12 (1): 2007.

WHO. Traditional medicine strategy 2002-2005, World Health Organization,

Geneve, 2002.

ANEXOS

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

RESOLUÇÃO CNE/CES 2, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002.(*)

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia.

O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de

Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º, do § 2º, alínea “c”, da Lei 9.131,

de 25 de novembro de 1995, e com fundamento no Parecer CNE/CES 1.300/2001,

de 6 de novembro de 2001, peça indispensável do conjunto das presentes

Diretrizes Curriculares Nacionais, homologado pelo Senhor Ministro da Educação,

em 4 de dezembro de 2001, resolve:

(*) CNE. Resolução CNE/CES 2/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 9.

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Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso

de Graduação em Farmácia, a serem observadas na organização curricular das

Instituições do Sistema de Educação Superior do País.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em

Farmácia definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da

formação de Farmacêuticos, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do

Conselho Nacional de Educação, para aplicação em âmbito nacional na

organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos

de Graduação em Farmácia das Instituições do Sistema de Ensino Superior.

Art. 3º O Curso de Graduação em Farmácia tem como perfil do formando

egresso/profissional o Farmacêutico, com formação generalista, humanista, crítica

e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor

científico e intelectual. Capacitado ao exercício de atividades referentes aos

fármacos e aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas e ao controle,

produção e análise de alimentos, pautado em princípios éticos e na compreensão

da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para

a transformação da realidade em benefício da sociedade.

Art. 4º A formação do Farmacêutico tem por objetivo dotar o profissional dos

conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e

habilidades gerais:

I - Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito

profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção,

promoção, proteção e reabilitação da saúde tanto em nível individual

quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja

realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do

sistema de saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os

problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos. Os

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profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos

padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo em conta

que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato

técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, tanto em

nível individual como coletivo;

II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar

fundamentado na capacidade de tomar decisões visando o uso

apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de

medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para

este fim, os mesmos devem possuir competências e habilidades para

avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas

em evidências científicas;

III -Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem

manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na

interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A

comunicação envolve comunicação verbal, não-verbal e habilidades de

escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de

tecnologias de comunicação e informação;

IV - Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os

profissionais de saúde deverão estar aptos a assumirem posições de

liderança, sempre tendo em vista o bem estar da comunidade. A

liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade

para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma

efetiva e eficaz;

V - Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a

tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força

de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma

forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores,

empregadores ou lideranças na equipe de saúde;

VI - Educação permanente: os profissionais devem ser capazes

de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua

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prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem aprender a

aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e

o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas

proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os

futuros profissionais e os profissionais dos serviços, inclusive,

estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico-profissional, a

formação e a cooperação através de redes nacionais e internacionais.

Art. 5º A formação do Farmacêutico tem por objetivo dotar o profissional dos

conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e

habilidades específicas:

I - respeitar os princípios éticos inerentes ao exercício profissional;

II - atuar em todos os níveis de atenção à saúde, integrando-se em

programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e

recuperação da saúde, sensibilizados e comprometidos com o ser

humano, respeitando-o e valorizando-o;

III - atuar multiprofissionalmente, interdisciplinarmente e

transdisciplinarmente com extrema produtividade na promoção da

saúde baseado na convicção científica, de cidadania e de ética;

IV - reconhecer a saúde como direito e condições dignas de vida e atuar

de forma a garantir a integralidade da assistência, entendida como

conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e

curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos

os níveis de complexidade do sistema;

V - exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social,

entendendo-a como uma forma de participação e contribuição

social;

VI - conhecer métodos e técnicas de investigação e elaboração de

trabalhos acadêmicos e científicos;

VII - desenvolver assistência farmacêutica individual e coletiva;

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VIII - atuar na pesquisa, desenvolvimento, seleção, manipulação,

produção, armazenamento e controle de qualidade de insumos,

fármacos, sintéticos, recombinantes e naturais, medicamentos,

cosméticos, saneantes e domissaneantes e correlatos;

IX - atuar em órgãos de regulamentação e fiscalização do exercício

profissional e de aprovação, registro e controle de medicamentos,

cosméticos, saneantes, domissaneantes e correlatos;

X - atuar na avaliação toxicológica de medicamentos, cosméticos,

saneantes, domissaneantes, correlatos e alimentos;

XI - realizar, interpretar, emitir laudos e pareceres e responsabilizar-se

tecnicamente por análises clínico-laboratoriais, incluindo os

exames hematológicos, citológicos, citopatológicos e

histoquímicos, biologia molecular, bem como análises

toxicológicas, dentro dos padrões de qualidade e normas de

segurança;

XII - realizar procedimentos relacionados à coleta de material para fins de

análises laboratoriais e toxicológicas;

XIII - avaliar a interferência de medicamentos, alimentos e outros

interferentes em exames laboratoriais;

XIV - avaliar as interações medicamento/medicamento e

alimento/medicamento;

XV - exercer a farmacoepidemiologia;

XVI - exercer a dispensarão e administração de nutracêuticos e de

alimentos de uso integral e parenteral;

XVII - atuar no planejamento, administração e gestão de serviços

farmacêuticos, incluindo registro, autorização de produção,

distribuição e comercialização de medicamentos, cosméticos,

saneantes, domissaneantes e correlatos;

XVIII - atuar no desenvolvimento e operação de sistemas de informação

farmacológica e toxicológica para pacientes, equipes de saúde,

instituições e comunidades;

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XIX - interpretar e avaliar prescrições;

XX - atuar na dispensação de medicamentos e correlatos;

XXI - participar na formulação das políticas de medicamentos e de

assistência farmacêutica;

XXII - formular e produzir medicamentos e cosméticos em qualquer

escala;

XXIII - atuar na promoção e gerenciamento do uso correto e racional de

medicamentos, em todos os níveis do sistema de saúde, tanto no

âmbito do setor público como do privado;

XXIV - desenvolver atividades de garantia da qualidade de medicamentos,

cosméticos, processos e serviços onde atue o farmacêutico;

XXV - realizar, interpretar, avaliar, emitir laudos e pareceres e

responsabilizar-se tecnicamente por análises de alimentos, de

nutracêuticos, de alimentos de uso enteral e parenteral,

suplementos alimentares, desde a obtenção das matérias primas

até o consumo;

XXVI - atuar na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle

de qualidade de produtos obtidos por biotecnologia;

XXVII - realizar análises fisico-químicas e microbiológicas de interesse

para o saneamento do meio ambiente, incluídas as análises de

água, ar e esgoto;

XXVIII - atuar na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle

de qualidade de hemocomponentes e hemoderivados, incluindo

realização, interpretação de exames e responsabilidade técnica de

serviços de hemoterapia;

XXIX - exercer atenção farmacêutica individual e coletiva na área das

análises clínicas e toxicológicas;

XXX - gerenciar laboratórios de análises clínicas e toxicológicas;

XXXI - atuar na seleção, desenvolvimento e controle de qualidade de

metodologias, de reativos, reagentes e equipamentos.

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Parágrafo único. A formação do Farmacêutico deverá contemplar as necessidades

sociais da saúde, a atenção integral da saúde no sistema regionalizado e

hierarquizado de referência e contra-referência e o trabalho em equipe, com

ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Farmácia

devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da

família e da comunidade, integrado à realidade epidemiológica e profissional. Os

conteúdos devem contemplar:

I - Ciências Exatas - incluem-se os processos, os métodos e as

abordagens físicos, químicos, matemáticos e estatísticos como

suporte às ciências farmacêuticas;

II - Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos (teóricos e

práticos) de base moleculares e celulares dos processos normais e

alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e

aparelhos, bem como processos bioquímicos, microbiológicos,

imunológicos, genética molecular e bioinformática em todo

desenvolvimento do processo saúde-doença, inerentes aos serviços

farmacêuticos;

III - Ciências Humanas e Sociais – incluem-se os conteúdos referentes às

diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, contribuindo para

a compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais,

psicológicos, ecológicos, éticos e legais e conteúdos envolvendo a

comunicação, a economia e gestão administrativa em nível individual e

coletivo, como suporte à atividade farmacêutica;

IV - Ciências Farmacêuticas – incluem-se os conteúdos teóricos e práticos

relacionados com a pesquisa e desenvolvimento, produção e garantia

da qualidade de matérias primas, insumos e produtos farmacêuticos;

legislação sanitária e profissional; ao estudo dos medicamentos no

que se refere à farmacodinâmica, biodisponibilidade, farmacocinética,

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emprego terapêutico, farmacoepidimiologia, incluindo-se a

farmacovigilância, visando garantir as boas práticas de dispensação e

a utilização racional; conteúdos teóricos e práticos que fundamentam a

atenção farmacêutica em nível individual e coletivo; conteúdos

referentes ao diagnóstico clínico laboratorial e terapêutico e conteúdos

da bromatologia, biosegurança e da toxicologia como suporte à

assistência farmacêutica.

Art. 7º A formação do Farmacêutico deve garantir o desenvolvimento de estágios

curriculares, sob supervisão docente. A carga horária mínima do estágio curricular

supervisionado deverá atingir 20% da carga horária total do Curso de Graduação

em Farmácia proposto, com base no Parecer/Resolução específico da Câmara de

Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.

Parágrafo único. O estágio curricular poderá ser realizado na Instituição de Ensino

Superior e/ou fora dela, em instituição/empresa credenciada, com orientação

docente e supervisão local, devendo apresentar programação previamente

definida em razão do processo de formação.

Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação em Farmácia deverá

contemplar atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior

deverão criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo

estudante, através de estudos e práticas independentes presenciais e/ou a

distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica;

programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em outras

áreas afins.

Art. 9º O Curso de Graduação em Farmácia deve ter um projeto pedagógico,

construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e

apoiado no professor como facilitador e mediador do processo ensino-

aprendizagem. Este projeto pedagógico deverá buscar a formação integral e

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adequada do estudante através de uma articulação entre o ensino, a pesquisa e a

extensão/assistência.

Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógico devem orientar o

Currículo do Curso de Graduação em Farmácia para um perfil acadêmico e

profissional do egresso. Este currículo deverá contribuir, também, para a

compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão das culturas

nacionais e regionais, internacionais e históricas, em um contexto de pluralismo e

diversidade cultural.

§ 1º As diretrizes curriculares do Curso de Graduação em Farmácia deverão

contribuir para a inovação e a qualidade do projeto pedagógico do curso.

§ 2º O Currículo do Curso de Graduação em Farmácia poderá incluir aspectos

complementares de perfil, habilidades, competências e conteúdos, de forma a

considerar a inserção institucional do curso, a flexibilidade individual de estudos e

os requerimentos, demandas e expectativas de desenvolvimento do setor saúde

na região.

Art. 11. A organização do Curso de Graduação em Farmácia deverá ser definida

pelo respectivo colegiado do curso, que indicará a modalidade: seriada anual,

seriada semestral, sistema de horas ou modular.

Art. 12. Para conclusão do Curso de Graduação em Farmácia, o aluno deverá

elaborar um trabalho sob orientação docente.

Art. 13. A estrutura do Curso de Graduação em Farmácia deverá:

I - abordar as áreas de conhecimento, habilidades, atitudes e valores

éticos, fundamentais à formação profissional e acadêmica;

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II - contemplar a abordagem de temas observando o equilíbrio teórico-

prático, desvinculado da visão tecnicista, permitindo na prática e no

exercício das atividades a aprendizagem da arte de aprender;

III - buscar a abordagem precoce de temas inerentes às atividades

profissionais de forma integrada, evitando a separação entre ciclo

básico e profissional;

IV - favorecer a flexibilização curricular de forma a atender interesses mais

específicos/atualizados, sem perda dos conhecimentos essenciais ao

exercício da profissão;

V - comprometer o aluno com o desenvolvimento científico e a busca do

avanço técnico associado ao bem estar, à qualidade de vida e ao

respeito aos direitos humanos;

VI - ser organizada de forma a permitir que haja disponibilidade de tempo

para a consolidação dos conhecimentos e para as atividades

complementares objetivando progressiva autonomia intelectual do

aluno.

Art. 14. A implantação e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem

orientar e propiciar concepções curriculares ao Curso de Graduação em Farmácia

que deverão ser acompanhadas e permanentemente avaliadas, a fim de permitir

os ajustes que se fizerem necessários ao seu aperfeiçoamento.

§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nas competências, habilidades e

conteúdos curriculares desenvolvidos, tendo como referência as Diretrizes

Curriculares.

§ 2º O Curso de Graduação em Farmácia deverá utilizar metodologias e critérios

para acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do

próprio curso, em consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular

definidos pela IES à qual pertence.

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Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

ARTHUR ROQUETE DE MACEDO

Presidente da Câmara de Educação Superior

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