projeto integrado - teatro de rua

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  • Caio Thom de Souza Carolina Zolin Carneiro

    Eduardo Tavares Cardoso Fernando Tonol

    Iasmin Brgamo Duarte Costa Jssica Bonifcio de Almeida

    Jlia Junghans Demarque Mayara Dezotti Carvalho Renato Canfarotta Rossi

    Valria Mendes Cardozo Silva

    MANIFESTAES CULTURAIS E ARTSTICAS NA ERA DA CONVERGNCIA: UM OLHAR SOBRE A CIDADE

    Universidade Metodista de So Paulo Faculdade de Comunicao

    Curso de Rdio, TV e Internet So Bernardo do Campo

    1 semestre de 2013

  • Caio Thom de Souza Carolina Zolin Carneiro

    Eduardo Tavares Cardoso Fernando Tonol

    Iasmin Brgamo Duarte Costa Jssica Bonifcio de Almeida

    Jlia Junghans Demarque Mayara Dezotti Carvalho Renato Canfarotta Rossi

    Valria Mendes Cardozo Silva

    Manifestaes Culturais e Artsticas na Era da Convergncia: um olhar sobre a cidade

    Trabalho apresentado para a Faculdade de Comunicao da Universidade Metodista de So Paulo, como exigncia parcial para a concluso do 3 perodo do Curso de Rdio, TV e Internet. Coordenador Geral do Projeto: Jos Augusto de Blasiis. Professores Orientadores: Camila Cabello, Dalmo de Oliveira, Dirceu Lemos, Eduardo Longman, Jos Francisco Tarallo, Marcelo Moreira, Mrcio Kowalski e Oswaldo Hernandez.

    Universidade Metodista de So Paulo Faculdade de Comunicao

    Curso de Rdio, TV e Internet So Bernardo do Campo

    1 semestre de 2013

  • Dedicamos, principalmente, ao Grupo de Teatro de Rua Cia. Lona de Retalhos que contribuiu com este projeto nos contando sobre sua histria e compartilhando conosco

    parte de seu trabalho.

    Dedicamos tambm a todos os outros grupos de teatro de rua que nos receberam prontamente.

    Dedicamos o presente trabalho aos nossos familiares pelo imenso apoio, mesmo nas nossas ausncias.

    Dedicamos tambm aos nossos professores, que lecionam nossas aulas na academia com extrema qualidade e competncia em seus ensinamentos. Agradecemos pelo

    atendimento sempre excelente e pontual.

  • Mas o que isso?, eles perguntam. Isso um protesto? um trabalho de escola? um trabalho de igreja?. A a gente diz: No. Isso teatro!.

    (Thais Pvoa Cia. Lona de Retalhos)

  • Agradecemos aos docentes que se dispuseram a orientar o nosso trabalho, acompanhando as fases e as tarefas com pacincia e pelo apoio que nos deram na

    execuo do mesmo.

    Agradecemos a todos os grupos de teatro de rua que, relatando sua viso sobre este movimento cultural, contriburam com o nosso projeto em grande parcela para que o

    mesmo pudesse ser realizado de maneira positiva.

    Agradecemos a todos que quiseram e puderam contribuir com o desenvolvimento do trabalho.

    Agradecemos tambm aos colegas de sala que auxiliaram-nos em diversas tarefas.

  • RESUMO

    Neste projeto ser abordado o tema Manifestaes Culturais e Artsticas na Era da

    Convergncia: um olhar sobre a cidade com nfase no teatro de rua, apresentando os

    resultados finais dentro do formato de um blog. Para a construo do blog, que fora

    denominado Avenida Entreatro, fazendo aluso a rua (avenida) e ao teatro

    (Entreatro termo usado para designar o espao de tempo entre um ato e outro

    durante as peas teatrais), foi necessria a produo de textos, fotografias e produtos

    audiovisuais para a sustentao do tema. O contedo estudado se apresenta em duas

    vertentes principais: um projeto terico contendo toda fundamentao terica,

    documentao tcnica e o registro dos processos desenvolvidos em todas as fases de

    produo e um blog contendo toda a parte prtica que pretende mostrar como se d a

    relao que o teatro de rua tem com a cidade e vice-versa.

  • ABSTRACT

    This Project Will approach the issue artistic and cultural manifestations

    in the convergences age: A look at/over glance at glimpse into the

    city, emphasizing street theater, presenting the final results/conclusions

    in the form of a blog, named as AvenidaEntreato, alluding to the/the/-

    street (Avenida Avenue, in English) and to the/the/- theater (Entreato

    interact/entracte Term used to appoint the period of time between one

    act and the other in a play). Texts, photographs and audiovisual products

    were made/produced to support the blog. The content is presented in two

    principal slopes/ forms: An theoretic project including the hole theoretic

    information, technical documentation and registry of the processes

    developed in all stages of the production and the blog, containing the

    practical part, witch tried to understand how the relationship between

    street theater and city happens and vice versa.

  • OCCAM produes

    O referencial terico para o nome e ideologia da produtora parte da filosofia agregada a

    Navalha de Occam, do filsofo Guilherme de Ockam, que segue a Lei da Parcimnia,

    em que a simplicidade sempre a melhor opo ou princpios como menos mais e

    permanea simples. A frase caracterstica desta ideologia as entidades no devem

    ser multiplicadas alm da necessidade. Dessa forma, a OCCAM produes baseia seu

    trabalho em produtos simples e objetivos, buscando o acerto a partir da necessidade

    imposta para determinado projeto.

    Cargos:

    Direo: Carolina Zolin

    Roteiro: Iasmin Brgamo

    Produo: Caio Thom, Jssica Bonifcio e Renato Rossi

    Vdeo Maker: Jlia Demarque

    Fotografia: Mayara Carvalho

    MakingOf: Fernando Tonol

    Social Mdia: Eduardo Tavares e Valria Mendes

    Tcnico de Iluminao: Caio Thom

    Tcnico de udio: Renato Rossi

    Edio: Iasmin Brgamo

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Grfico Localizao da audincia...................................................pgina20

    Figura 2: Grfico Comportamento de faixa etria...........................................pgina 21

    Figura 3: Grfico Comportamento de escolaridade.........................................pgina 22

    Figura 4: Tabela Assuntos de interesse............................................................pgina 22

  • SUMRIO

    1. Apresentao...............................................................................................................11

    2. Objetivos......................................................................................................................13

    3. Justificativa..................................................................................................................14

    4. Metodologia.................................................................................................................15

    5. Pblico Alvo................................................................................................................18

    6. Referencial terico.......................................................................................................24

    6.1 A Era da Convergncia..............................................................................................24

    6.2 O Hipertexto..............................................................................................................26

    6.3 Teatro de Rua............................................................................................................ 27

    6.3.1 Origem do Teatro....................................................................................................28

    6.3.2 No Brasil.................................................................................................................29

    6.4 Histria da Arte.........................................................................................................30

    6.5 Tcnicas de Iluminao.............................................................................................31

    6.6 Peas Produzidas.......................................................................................................32

    6.6.1 Vdeos.....................................................................................................................32

    6.6.1.1 Vdeo de apresentao da produtora: "Quem somos ns?".................................32

    6.6.1.2 Vdeo Documental: "Semforo de espectadores"................................................33

    6.6.1.3 Vdeo Ficcional: "Entrevista com Agamenon"....................................................34

    6.6.1.4 Vdeo Documental: "Praa Boca de Cena".........................................................34

    6.6.1.5 Vdeo Ficcional: "Entre vaias e aplausos"...........................................................35

    6.6.1.6 Videoclipe: "Calada".........................................................................................35

    6.6.2 Fotografias..............................................................................................................36

    6.6.2.1 lbum "Ele tem cara de qu?".............................................................................36

    6.6.2.2 lbum "Expresso por antes da calada"............................................................36

    6.6.2.3 lbum "Virada Teatral".......................................................................................36

    6.6.2.4 lbum "Pblico"..................................................................................................36

  • 6.6.2.5 lbum "Nos ares da cidade"................................................................................37

    6.6.3 Making Of...............................................................................................................37

    6.6.4 Textos.....................................................................................................................37

    7. Blog.............................................................................................................................38

    7.1 Layout........................................................................................................................38

    7.2 Estrutura.....................................................................................................................39

    7.2.1 Pgina Inicial..........................................................................................................39

    7.2.2 Vdeos.....................................................................................................................39

    7.2.3 Fotos.......................................................................................................................40

    7.2.4 Making Of...............................................................................................................40

    7.2.5 Textos.....................................................................................................................40

    7.2.6 O Projeto.................................................................................................................41

    7.2.7 Quem somos ns?...................................................................................................41

    8. Consideraes Finais...................................................................................................42

    9. Referncias..................................................................................................................44

    10. Apndices..................................................................................................................47

    10.1 Roteiro dos vdeos ficcionais...................................................................................47

    10.1.1 Roteiro do vdeo: "Quem somos ns?".................................................................47

    10.1.2 Roteiro do vdeo: "Entrevista com Agamenon"...................................................52

    10.1.3 Roteiro do vdeo: "Entre vaias e aplausos!".........................................................54

    10.2 Videoclipe - Pea: "Dentro lugar longe"..............................................................60

    10.3 Transcrio dos vdeos documentais.......................................................................61

    10.3.1 Vdeo: "Semforo de espectadores".....................................................................61

    10.3.2 Vdeo: Praa Boca de Cena...............................................................................63

    10.4 Autorizaes de uso de imagem e voz.....................................................................65

  • 11

    1. APRESENTAO

    O projeto proposto pela Faculdade de Comunicao da Universidade Metodista de So

    Paulo solicita aos alunos do terceiro semestre do curso de Rdio, TV e Internet a

    elaborao de um Projeto que visa construir um blog com o tema: Manifestaes

    Culturais e Artsticas na Era da Convergncia um olhar sobre a cidade. Dentro desta

    abordagem, trabalhou-se com o subtema teatro, mais especificamente o teatro de rua.

    Todos os trabalhos produzidos pela equipe ao longo deste semestre foram expostos no

    blog avenidaentreato.com. O blog foi o veculo definido para a divulgao dos vdeos,

    fotografias e textos, pois acredita-se que uma oportunidade de ganhar uma nova viso

    sobre este outro universo que a Internet. Desde 1990, a internet vem desempenhando

    um papel de extrema importncia nos processos comunicacionais, fazendo com o que os

    profissionais desta rea tenham de se habituar a este formato, que relativamente novo

    e que muda constantemente. Alm disso, interessante o uso desta mdia, pois foi

    necessrio adaptar o material produzido para a sua linguagem particular, que se difere

    da linguagem utilizada, por exemplo, em meios como a televiso.

    Os produtos audiovisuais disponveis no blog foram idealizados, roteirizados,

    produzidos, fotografados, escritos e postados pelos membros da equipe OCCAM

    Produes, nome vindo do conceito da Navalha de Occam, pensamento provindo da

    Lei da Parcimnia que diz que a simplicidade sempre a melhor opo. A OCCAM

    composta pela direo geral de Carolina Zolin, roteiros de Iasmim Brgamo, produo

    de Jssica Bonifcio, Renato Rossi e Caio Thom, fotografia de Mayara Carvalho,

    MakingOf de Fernando Tonol, filmagem de Jlia Demarque, postagens e criao do

    Blog por Eduardo Tavares e o monitoramento das redes sociais de Valria Mendes.

    Para compor este projeto, tambm foi construda uma pasta de produo contendo toda

    a fundamentao terica, documentao tcnica e o registro dos processos

    desenvolvidos em todas as fases de produo.

    A produo prtica (vdeos, fotografias, textos, etc.) foi trabalhada em intervenes

    culturais de grupos de teatro nos quais a produtora acompanhou, focando nos grupos do

    municpio de Santo Andr, regio escolhida para o estudo, registrando em imagens,

    vdeos e textos como o olhar sobre a cidade que tem os atores e espectadores do

    teatro de rua.

  • 12

    Desta forma o resultado da experincia de desenvolver um blog propiciou grande

    conhecimento em relao diferente linguagem desta mdia social, bem como conferiu

    um novo olhar sobre esta atividade cultural que o teatro de rua.

  • 13

    2. OBJETIVOS

    Objetivo Geral

    - Construir m blog que apresente as prticas do teatro de rua utilizando a linguagem da

    mdia social (banners, fotografias, posts e vdeos sonorizados), como recurso para

    divulgar esta atividade cultural.

    Objetivos especficos

    - Divulgar as experincias de grupos culturais que se utilizam do teatro de rua;

    - Registrar a linguagem e a esttica do teatro de rua;

    - Mapear os grupos de teatro de rua que existem na Regio do ABC;

    - Levantar informaes sobre o teatro de rua (sites, blogs e outras mdias);

    - Compreender a atividade cultural do teatro de rua como forma de entretenimento;

    - Desenvolver um projeto escrito que contenha toda a fundamentao terica e o

    registro de todas as etapas das atividades;

  • 14

    3. JUSTIFICATIVA

    O Projeto Integrado proposto para as turmas do terceiro semestre do curso de Rdio, TV

    e Internet da Universidade Metodista de So Paulo consiste na elaborao de um estudo

    com o tema central: Manifestaes Culturais e Artsticas na Era da Convergncia: um

    olhar sobre a cidade. O tema artes foi dividido em algumas vertentes, sendo que esta

    equipe ir trabalhar o teatro, mais especificamente o teatro de rua.

    A elaborao do projeto conta com a produo de um blog em que sero postados os

    resultados das pesquisas realizadas pelo grupo na rea e tambm informaes relevantes

    para o tema tratado. Acompanha este projeto a elaborao de uma pasta terica que

    justificar todas as etapas do trabalho.

    Segundo Amir Haddad, a sociedade atual leva consigo a ideia de que a rua um lugar

    de passagem, onde no bom nem til se manter parado. Diz tambm que o artista

    algum condicionado a um lugar prprio para sua apresentao, que acontece para um

    pblico seleto com objetivos financeiros.

    O teatro de rua se contrape a esta ideia fixa, trazendo a arte de forma pblica para uma

    plateia heterognea. Esta forma de arte visa trazer o teatro s mais distintas pessoas nos

    mais variados lugares. O objetivo de realizar o teatro nas ruas normalmente viabilizar

    a cultura a qualquer pessoa e em qualquer lugar.

    Atualmente encontram-se pouqussimos estudos a respeito do teatro de rua. Este

    trabalho tem como um de seus objetivos agregar valor as pesquisas na rea perante a

    academia. Porm, por ser um tema com pouco espao, o trabalho se torna relevante no

    apenas dentro de instituies de ensino, mas tambm ao pblico em geral.

    Uma das formas utilizadas para atingir estas pessoas e viabilizar as informaes sobre o

    tema foi produzir um blog que ao mesmo tempo informa e entretm. J para a academia,

    foi produzido um texto com a fundamentao terica que traz os detalhes de todos os

    estudos e produes realizados por esta equipe.

  • 15

    4. METODOLOGIA

    O estudo sobre as manifestaes culturais e artsticas na Era da Convergncia se

    encarrega de obter um olhar sobre a cidade de Santo Andr, focando no subtema teatro

    de rua. A escolha pelo tema tem como objetivo tentar responder como a arte e as

    manifestaes culturais so recebidas pela cidade e como os atores se entregam e se

    sentem dentro deste contexto, se apresentando em territrio urbano.

    Para a estrutura dorsal deste projeto buscou-se a histria do teatro de rua, tendo a

    contribuio do autor Amir Haddad (diretor, ator e teatrlogo) com suas publicaes

    sobre teatro de no Brasil e do autor Jos Armando Pereira da Silva que no livro Teatro

    em Santo Andr 1944-1978, demonstra o teatro em Santo Andr. Em seguida, partiu-se

    a procura de um grupo de teatro que fosse hbrido, ou seja, que trabalhasse tanto no

    palco como na rua. Desta forma, foi encontrada a Cia. Lona de Retalhos que uma

    Companhia teatral que atua desde 2006 e que est montando o seu primeiro espetculo

    voltado inteiramente para a rua. Para tanto, est realizando uma pesquisa histrica e

    etnogrfica sobre as reaes e percepes do pblico na rua, produzindo intervenes

    artsticas e culturais na cidade de Santo Andr.

    Alm de acompanhar todas as intervenes da Cia, tambm procurou-se por

    apresentaes de teatro de rua fora da cidade de Santo Andr para exemplificar a

    relao entre o ator e o pblico. Desta forma, a equipe cobriu algumas apresentaes de

    teatro de rua na Virada Cultural de So Paulo 2013 e tambm a pea Dentro lugar

    longe, realizada pela Trupe Sinh Zzima e que acontece dentro de um nibus que sai

    do Terminal Parque Dom Pedro e anda pelas ruas da cidade, interagindo com o contexto

    urbano.

    Para ilustrar essa relao do teatro de rua com a cidade, foi construdo um blog que

    apresenta produtos audiovisuais como vdeos, fotografias e textos, objetivando expor

    como se fundamenta o teatro na rua: quais so suas dificuldades, caractersticas e

    diferenas com o teatro de palco.

    Textos

    O Blog conta com cinco textos que tem a funo de mostrar como o teatro de rua

    acontece e de que forma foi utilizada a sensao de ser parte da platia. A base se deu

  • 16

    pelas impresses do autor, obtidas atravs de entrevistas feitas com os atores e com o

    pblico.

    O primeiro texto tem a funo de explicar como o teatro de rua acontece em meio ao

    fluxo dirio da cidade e apresentar o tema. O segundo texto narra uma das intervenes

    urbanas, descrevendo de forma cronolgica o evento. O terceiro texto um ficcional

    que engloba a Era da Convergncia com a arte do teatro de rua. O quarto texto se utiliza

    do aspecto das pinturas e maquiagem utilizadas pelos atores na rua e de que modo este

    aspecto se iguala ou se difere do circo. O quinto e ltimo texto vem para fechar o ciclo

    de postagens: em tons de despedida, o texto Aplausos faz uma abordagem geral da

    experincia da equipe OCCAM produes com o teatro de rua.

    Vdeos

    Para o blog foram produzidos quatro vdeos em que utilizou-se dos mtodos de

    entrevista, documental e ficcional.

    O vdeo de entrevista foi baseado em uma pauta elaborada com o intuito de responder

    como o ator se v e se sente fazendo teatro na rua. Aqui, foram abordadas as

    caractersticas de aceitao do pblico, as diferenas entre a rua e o palco, a

    organizao, a idealizao, os aspectos de segurana e os motivos que levam o ator a

    escolher a rua.

    Os vdeos documentais pretendem registrar o modo como as peas de teatro acontecem

    na rua: como se d o comportamento do pblico e como a interao destes com a obra,

    com os atores e com o contexto urbano que os cercam naquele momento.

    O vdeo ficcional nasce do poder de deciso que o publico da rua tem sobre o

    espetculo, se utilizando da interatividade que as plataformas de armazenamento de

    vdeo possuem. Para este fim, foi elaborado um roteiro em que o pblico que assiste ao

    vdeo pode decidir o final da trama, j que, segundo Amir Haddad, o teatro de rua s

    considerado desta forma, se h a interao do pblico com o ator ou obra.

    Fotos

    Foram produzidos cinco lbuns para a parte fotogrfica do blog. Estas foram

    indispensveis para ilustrar as etapas que o ator de rua tem de passar at chegar

    produo final. Elas foram criadas no momento em que os ensaios e apresentaes

  • 17

    aconteciam: no houve roteiro, trabalhava-se apenas com o objetivo de descrever a

    sensao e inteno de cada um dos momentos, alm de haver uma fundamentada

    seleo para que todo o lbum tentasse representar o evento o mais fielmente possvel.

    A escolha da linguagem fotogrfica foi baseada no referencial do movimento, onde no

    foram utilizados ensaios fotogrficos e sim imagem que solidificassem as nuances dos

    atores e do publico. Em dois dos cinco lbuns, as fotografias foram editadas em tons de

    cinza para que as expresses se tornassem o foco principal na imagem, no se

    misturando a detalhes coloridos.

  • 18

    5. PBLICO ALVO

    Na dcada de 1960, Santo Andr j havia se tornado um dos maiores municpios

    brasileiros e o maior da Regio do Grande ABC. Em dez anos, sua populao deu um

    salto de 97.444 para 230.196 habitantes.1

    Neste perodo, a cidade j havia perdido suas caractersticas rurais e estava inserida no

    imenso plo da indstria automobilstica consolidado naquela poca, que atraa mo-de-

    obra das mais variadas localidades do pas. Em pouqussimo tempo, a expanso urbana

    transformou a cidade em diversos aspectos.

    Ocorre um grande aumento da rede escolar pblica e privada. Aparecem as escolas superiores; formam-se organizaes estudantis; os sindicatos crescem em nmeros de filiados; a cidade passa por crises polticas reveladoras do despreparo das administraes para enfrentar seu agigantamento. (SILVA, 1991, p.33)

    Desta forma, os rgos pblicos enfrentaram dificuldades para atender demanda da

    populao e como numa regra de proporo, se crescem as necessidades, crescem

    tambm os oramentos.

    Portanto, esta poca ficou marcada pelo aumento dos conflitos polticos e sociais que

    envolveu em grande escala a cidade como um todo e repercutiu nos fatos culturais,

    incluindo a atividade teatral.

    Muitas atividades vm marcadas pela urgncia em revelar a realidade brasileira, especialmente os seus aspectos mais contraditrios (pobreza e riqueza, participao e alienao, imobilismo e mudana), que se tornaram os temas prediletos daquele momento social e poltico, que vai integrar grupos de pessoas de diversas reas numa tarefa comum, onde os papis, preferncias e tradies so postos de lado em favor de compromisso que vai se manifestar tambm nas artes: o compromisso poltico (SILVA, 1991, p.33)

    Posteriormente, com o incio do surgimento das casas de espetculos, a rua consolidou-

    se como uma escolha e no como uma falta de opo. Decidir pelo teatro de rua pode ter

    inmeras motivaes e vai desde a tentativa de levar o teatro para queles que no tm

    acesso at a vontade de manifestao, idealizando um teatro de carter poltico.

    Ao fazer teatro na rua, descobri uma possibilidade nova de platia que eu no

    conhecia: a platia heterognea (HADDAD, s,d.). Este um dos fatores mais

    interessantes do teatro de rua: as pessoas que assistem as obras na cidade so das mais

    1 In: O Teatro em Santo Andr 1944-1978, p.33.

  • 19

    variadas classes sociais, faixas etrias, culturas e mentalidades e isso faz com que ele

    tenha de ser criado de uma maneira que atenda a sua diversidade de pblico.

    Infelizmente, a educao brasileira no oportuniza a relao com a cultura, acarretando

    a carncia cultural em muitas cidades do pas. Nessa vertente, o Cia. Lona de Retalhos

    (grupo de teatro de rua com o qual a Occam Produes est trabalhando) optou por

    realizar um trabalho pensando exatamente nessa questo.

    O grupo nasceu da parceria entre duas atrizes, Carina Prestupa e Thas Pvoa, e est na

    estrada desde 2006. Composto por seis integrantes, a Cia. Lona de Retalhos tem sua

    sede localizada no Bairro Jardim em Santo Andr (Regio do ABC) e percebendo a falta

    de produes culturais na cidade, optaram por realizar seu trabalho nessa regio.

    Apesar do grupo ainda no ter feito nenhuma pea pensada exclusivamente para a rua,

    os integrantes do grupo esto trabalhando no desenvolvimento de uma pesquisa para

    definir a linguagem e metodologia ideal para sua primeira pea dentro deste contexto.

    Para isso, realizam intervenes semanais em uma das principais ruas de Santo Andr: a

    Rua Coronel Oliveira Lima.

    Santo Andr um municpio da Regio do Grande ABC, na Regio Metropolitana de

    So Paulo. De acordo com o ltimo censo realizado pelo Instituto Brasileiro de

    Geografia e Estatstica (IBGE), divulgado em 1 de dezembro de 2010, Santo Andr

    possui uma populao estimada de 673.914 habitantes, sendo 323.208 habitantes

    pertencentes ao gnero masculino e 350.786 habitantes pertencentes ao gnero

    feminino. Ocupando uma rea de 175km, a cidade possui uma densidade demogrfica

    de 3.816,52km/hab.

    Segundo Suzana Kleep, coordenadora do Museu de Santo Andr (AMUSA), a Rua

    Oliveira Lima ganhou este nome no ano de 1907. Atualmente, a rea de maior fluxo

    de pedestres de Santo Andr e compreende uma extensa zona comercial. Em 1979, a rua

    tornou-se uma espcie de calado por ser o principal caminho entre a estao de

    transporte pblico de Santo Andr (fundada em 1867) e o atual centro da cidade de So

    Bernardo do Campo. Aps pesquisas desenvolvidas pelo prprio grupo de teatro,

  • 20

    realizando as intervenes nesta localidade, a Cia. Lona de Retalhos consegue atingir

    uma mdia de 200 pessoas por apresentao.2

    A partir disso, tendo como ponto de partida o trabalho da Cia. de Retalhos e,

    interligando com a proposta da Faculdade de Comunicao da Universidade Metodista,

    a Occam Produes desenvolveu um blog inteiramente voltado para o teatro de rua.

    Para tanto, utilizou-se como base o trabalho da boo-box, que uma empresa brasileira

    de tecnologia de publicidade e mdias sociais que tem como produto principal o Ad

    Network rede de publicidade que segmenta e classifica o pblico de 50 mil sites

    para exibir anncios mais interessantes para o usurio, melhorando a experincia online

    de uma audincia de 34 milhes de pessoas no Brasil, gerando melhor rentabilidade

    para aproximadamente 20 mil Publisher e mais retorno sobre o investimento para

    anunciantes e agncias de publicidade.3

    De acordo com a pesquisa realizada pela boo-box, 60 milhes de brasileiros lem blogs

    mensalmente. Desde o ano 2008, a empresa faz um monitoramento comportamental dos

    usurios, traando um perfil de audincia com base em caractersticas relevantes como

    idade, sexo, escolaridade, assuntos de interesse, localizao geogrfica, horrios de

    navegao, sites mais visitados, etc.

    Desta forma, obtiveram-se diversas concluses demonstradas nos grficos a seguir:

    Ilustrao 1 Porcentagem de acesso a blogs por estados

    2 Dado fornecido pelo prprio grupo de teatro de rua, Cia. Lona de Retalhos (via Carina Prestupa). 3 Dados numricos disponveis em (concedido pelo prprio site da empresa).

  • 21

    Juntos, os estados da Regio Sudeste somam mais de 60% da audincia nacional dos

    blogs, sendo a maior delas pertencente ao estado de So Paulo com 36.3%, seguida do

    estado do Rio de Janeiro com 12.7%.

    Atravs dos campos de busca, a tecnologia boo-box consegue identificar, pelos assuntos

    de interesse procurados, as caractersticas de audincia do gnero masculino e feminino.

    Assim, chegou-se a um resultado de 41% do pblico masculino e 59% do pblico

    feminino.

    Em relao s faixas etrias, a audincia dos blogs no Brasil predominante entre os

    jovens e adultos, entre 18 e 34 anos. Por outro lado, a audincia das outras faixas

    bastante relevante, alcanando 100 milhes de visitas por parte do pblico infantil e

    adolescente e uma mdia de 50 milhes de acessos caractersticos de pessoas com mais

    de 50 anos de idade.

    Ilustrao 2 Porcentagem de acesso a blogs por faixa etria

    No que diz respeito ao comportamento condizente aos nveis de escolaridade, a

    audincia prevalecente de usurios com ensino superior, atingindo uma mdia de

    55.5% dos hbitos de navegao.

    Ilustrao 3 Porcentagem de acesso a blogs por nvel de escolaridade

  • 22

    Em 2011, os assuntos entretenimento, tecnologia e esporte foram recordes de visitao,

    atingindo 96% da audincia dos blogs relacionados a estes temas. De l pra c, este

    cenrio no mudou muito e estas trs temticas ainda ocupam os primeiros lugares. Os

    outros temas estudados (moda, cultura, automotivos, gastronomia, negcios e sade)

    tambm possuem uma carga de acessos considervel, chegando, aproximadamente, a 84

    milhes de visitas.

    Ilustrao 4 Porcentagem de acesso a blogs por assuntos de interesse

  • 23

    A categoria Teatro est dentro do gnero Cultura e este confere uma audincia de

    aproximadamente 22 milhes de pessoas, o que significa 1% da audincia total dos

    blogs. Diante disso, esbarramos novamente na questo cultural brasileira, em que o

    mtodo educacional no est preparado ou habituado a estabelecer um contato real entre

    os alunos e as atividades artsticas e culturais.

    Com uma linguagem contempornea e um perfil baseado no conceito da Navalha de

    Occam que diz que a simplicidade sempre a melhor opo, a Avenida Entreato

    (nome com o qual o blog fora batizado) pretende atingir homens e mulheres, dentro da

    faixa etria de 18 a 24 anos, pertencentes as classes sociais A, B e C. Vale ressaltar que

    estes dados esto relacionados a um foco colocado anteriormente a execuo dos

    produtos audiovisuais, j que o blog est aberto a todos queles que gostam, se

    identificam ou at mesmo estudam e pesquisam sobre o tema teatro de rua.

  • 24

    6. REFERENCIAL TERICO

    6.1 A Era da Convergncia

    Desde a dcada de 90, a Comunicao Social vem passando por grandes alteraes.

    Atualmente, a informao circula de uma maneira intensa e eficaz pelos mais diversos

    canais. Ou seja, criada uma ponte at os consumidores e esta s funciona se houver a

    participao ativa deste pblico, fator este que define a chamada inteligncia coletiva

    como principal elemento deste fluxo informacional.

    A convergncia no ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergncia ocorre dentro dos crebros de consumidores individuais e em suas interaes sociais com outros. Cada um de ns constri a prpria mitologia pessoal, a partir de pedaos e fragmentos de informaes extrados do fluxo miditico e transformados em recursos atravs dos quais compreendemos nossas vidas cotidianas. [...] O consumo tornou-se um processo coletivo e isso o que este livro entende por inteligncia coletiva [...] A inteligncia coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder miditico. Estamos aprendendo a usar esse poder em nossas interaes dirias dentro da cultura da convergncia. (JENKINS, 2009, p.30)

    Este novo universo tecnolgico faz com que os contedos das velhas e novas mdias se

    tornem hbridos, gerando uma nova configurao a respeito das relaes entre as

    tecnologias, mercado e pblico. Desta forma, ocorre um cruzamento entre as mdias

    alternativas e de massa, determinando a Era da Convergncia Miditica.

    No obra Cultura da Convergncia de Henry Jenkins, o autor sugere um conceito para

    definir as mudanas tecnolgicas, sociais, culturais e mercadolgicas identificadas na

    contemporaneidade dos meios de comunicao. Ele analisa a fluncia de contedo que

    passa por mltiplos suportes e mdias, considerando o comportamento migratrio

    percebido no pblico que, constantemente, est em busca de novas experincias de

    entretenimento.

    Desta forma, Jenkins justifica seu argumento em trs conceitos bsicos: a convergncia

    miditica, a cultura participativa e a inteligncia coletiva. Esta ltima est presente na

    nova forma de consumo. Devido a migrao do espao fsico para o digital e em

    conseqncia da evoluo deste ambiente, h uma procura por produtos e bens de

    consumo cada vez mais intensa em sites e redes sociais.

    Portanto, o processo de vendas tornou-se mais fcil para as empresas. Atravs de

    mecanismos especializados, elas podem calcular e avaliar, atravs de pesquisas em sites

    de busca, a vontade de cada consumidor, podendo oferecer o produto de forma

  • 25

    automtica e eficaz. Assim, a empresa consegue falar com pequenos e grandes grupos, a

    qualquer momento, tornando a comunicao entre vendedor e consumidor cada vez

    mais objetiva, otimizando os resultados.

    O segundo conceito o da Cultura Participativa que define o comportamento do

    consumidor miditico contemporneo, cada vez mais distante da condio de receptor

    passivo. Podemos relacionar tal conceito aos avanos tecnolgicos: ao contrrio da

    Gerao X que tinha a televiso como principal meio de comunicao, a Gerao Z

    tem a internet como principal canal de busca de entretenimento e informao. Ou seja,

    nas dcadas anteriores, as informaes no eram contestadas por parte dos receptores,

    porm, este cenrio se reconfigurou: com a chegada da internet, todos os usurios tm a

    intensa necessidade de discutir, participar e expor suas opinies e gostos.

    O que torna a Gerao Internet nica? Mais do que qualquer outra coisa, a internet e seu

    alcance global. Uma verdadeira gerao jovem mundial est surgindo. Barreiras

    tcnicas esto caindo, e isto est achatando o mundo Como diz Thomas Friedman,

    colunista do New York Times -, possibilitando a comunicao global como nunca antes.

    Com a ascenso da internet, de alguma maneira, as diferentes caractersticas locais

    especficas dos jovens esto sumindo. Sim, pases e regies ainda tero culturas prprias

    e caractersticas independentes, mas cada vez mais os jovens em todo o mundo esto se

    tornando muito parecidos.(TAPSCOTT, 2010, p. 36)

    O terceiro e ltimo pilar do argumento de Jenkins est na prpria Convergncia

    Miditica. Aqui, o autor coloca que a convergncia no fundamentada em um

    determinismo tecnolgico e sim em uma perspectiva cultural.

    Este conceito se ramifica em outros dois argumentos: a narrativa transmiditica e a

    economia afetiva. A primeira est relacionada a um estilo de narrativa que pede maior

    envolvimento por parte do telespectador. Em Cultura da Convergncia, Jenkins pe

    como exemplo o filme Matrix. Neste caso, para melhor compreender a totalidade

    desta fico, preciso interagir com o contedo que foi espalhado pelos mais variados

    tipos de canais e mdias (como por exemplo, os jogos de vdeo game).

    O segundo argumento o da economia afetiva e este est ligado ao pblico, procurando

    entender seus desejos e emoes, operando como um catalisador das preferncias de

    audincia e consumo.

  • 26

    Assim, conclui-se que a ideia da convergncia miditica est associada s mudanas no

    relacionamento do pblico com os meios de comunicao. Vale ressaltar que o autor diz

    que ainda estamos passando por um processo de adaptao. Ou seja, ainda est se

    experimentando desta reconfigurao por meio da relao com a cultura popular, fator

    que contribuir no entendimento das dinmicas e movimentos sociais e culturais dos

    prximos anos.

    6.2 O Hipertexto

    Uma das maiores e mais importantes invenes do homem foi o desenvolvimento da

    linguagem. Com a evoluo dos processos comunicacionais, esta prosperou em grande

    escala e tal fato ocasionou diversas mudanas na sociedade.

    Segundo Marshall McLuhan, os meios de comunicao atuam como extenses do

    homem. Por exemplo, o rdio veio para trazer ao homem aquilo que ele no consegue

    escutar, sendo a extenso de seus ouvidos; a televiso veio para mostrar aquilo que o

    homem no consegue enxergar, portanto, tornou-se a extenso de seus olhos.

    Eis por que, para utilizar sses objetos-extenses-de-ns-mesmos, devemos servi-los como a dolos ou religies menores. Um ndio um servomecanismo de sua canoa, como o vaqueiro de seu cavalo e um executivo de seu relgio. Fisiologicamente, no uso normal da tecnologia (ou seja, de seu como em extenso vria), o homem perptuamente modificado por ela, mas em compensao sempre encontra novos meios de modific-la. (MCLUHAN, 1964, p.64)

    A Internet, entretanto, vai alm. Ela se estende a todos os sentidos e proporciona uma

    realidade interativa, ou seja, quebra-se o conceito da comunicao linear, em que h

    apenas uma s voz. As novas mdias possibilitam com que o receptor daquela

    mensagem interaja com ela, passando da condio de mero espectador para o posto de

    produtor de contedo, colocando emissor e receptor no mesmo patamar.

    Atualmente, o internauta pode dar o seu parecer a qualquer hora e de que qualquer

    lugar. Pode ser lido, visto e ouvido por diversas pessoas ao mesmo tempo e estas

    pessoas podem retribuir com a sua opinio dentro da mesma vertente. Desta forma, h

    uma reconfigurao em mbito espacial, pois os aspectos geogrficos so alterados (as

    distncias tornam-se nfimas dentro do chamado ciberespao4) e sociais, pois

    acontecem mudanas no comportamento dos indivduos (se por um lado a internet

    aproxima quem est longe, distancia quem est perto, j que as pessoas esto cada vez 4 Ciberespao definido como o espao de comunicao aberto pela interconexo mundial dos computadores e das memrias dos computadores (LVY, 1999, pg. 92)

  • 27

    mais conectadas aos seus aparelhos eletrnicos desligando-se das pessoas e, muitas

    vezes, do mundo que as cercam).

    Desta forma, com o surgimento deste novo meio, diversas padronizaes comeam a

    seremmodificadas e a sociedade d de encontro com uma nova revoluo. O modelo do

    pensamento linear est sendo superado (e substitudo) por um novo modelo: o

    pensamento hipertextual, que se estrutura sob a forma de associaes complexas,

    considerado muito mais apto e completo para descrever e explicar os fenmenos do que

    o linear.

    O hipertexto proporciona uma leitura no-linear e funciona como mecanismo de

    associao. Ao navegar pela internet, encontram-se, constantemente, palavras

    sublinhadas, cones atrativos que levam o internauta a clicar com o mouse e percorrer

    por outras diferentes janelas, o que, de certa forma, confere ao leitor um carter

    explorativo.

    Vale ressaltar que este no est limitado somente no campo da internet, mas tambm

    pode ser encontrado nos mtodos convencionais. Atualmente, comum a criao de

    livros elaborados por um nico autor e escrito por vrios. Ou seja, cada captulo possui

    a sua individualidade, porm ainda mantm relao com o assunto central. Em suma, as

    partes de um hipertexto fazem sentido, mesmo sendo deslocadas do seu eixo central e

    possibilitam ao leitor decidir o rumo a seguir na sua viagem pela leitura.

    Alm disso, a Internet possibilita a convergncia das mdias: neste espao, possvel ler

    um jornal ou revista, ouvir rdio e assistir televiso. Portanto, um mix de todas as

    mdias tradicionais com o trao da interatividade e da massividade: dentro deste

    contexto, cada emissor pode difundir idias por diversos meios (redes sociais, e-mails,

    sites, blogs, vlogs, etc.). Ou seja, cada emissor um massivo potencial

    6.3 Teatro de Rua

    O teatro de rua possui clssicas definies literrias, como simplesmente um teatro que

    ocorre fora do palco, porm, o teatro de rua carrega uma carga histrica e conceito

    ideolgico que vo alm dessa falta de estrutura arquitetnica projetada para o

    espetculo.

    O que o espao teatral hoje? Tudo. Uma esquina, um restaurante. Um nibus, um galpo. At mesmo um teatro tradicional. Basicamente, duas hipteses so possveis:

  • 28

    usar os espaos tradicionalmente reservados aos espetculos ou neg-los, inventando quaisquer outros. Hoje, mais do que nunca, a escolha determina uma opo de profundas conseqncias ao nvel da linguagem e da ideologia. (PEIXOTO. 1980. P.39)

    Visto como Teatro Popular, ele est ao alcance de todos os cidados. O teatro de rua

    busca essa linguagem que aproxima o ator do espectador e a rua proporciona uma

    diversidade de personalidades convidadas a interagirem com esse espetculo a cu

    aberto.

    Diferente do teatro em espao fechado, em que o pblico vai at ele propriamente para

    apreciar uma pea, na rua, esse confronto direto com o espetculo causa reaes

    diferentes. a escolha do espectador permitir se consente com essa arte.

    Deixar o teatro para ir para onde? Para a igreja? Nos seguiriam os curiosos, no os fiis. Para a fbrica? Para as manses dos novos -ricos? Para a casa do povo? Para a praa pblica? Pouco importa o lugar, desde que aqueles que sereunirem tenham necessidade de nos escutar e que ns tenhamos algo a dizer-lhes ou a mostra-lhes; desde que este lugar seja animado pela fora da vida dramtica que existe em ns. Se no sabemos para onde ir, vamos para a rua. (COPEAU apud CRUCIANI e FALLETTI, 1989, p. 21)

    Na rua todo imprevisto pode acontecer, o teatro de rua torna-se adaptvel durante toda

    sua apresentao, questes como, o clima pode atrapalhar, a polcia pode interromper,

    algum espectador pode se sentir ofendido e querer agredir. A narrativa do ator deve ser

    adaptada para que tenha o alcance para todos os tipos de pblico, pois o discurso pode

    alcanar uma criana, um idoso, um mendigo, um empresrio, ou seja, trata-se de um

    pblico hbrido, em que todos tm a mesma oportunidade de presenciar, compreender,

    argumentar e interagir com o que est assistindo.

    6.3.1 Origem do Teatro

    A origem do teatro acontece na rua.Conhecido como ritual na Grcia Antiga, registros

    mostram que eram realizadas procisses encenadas em feiras e festas para culto dos

    deuses,principalmente ao Dionsio, deus do vinho. Em Atenas, maior centro de

    manifestaes culturais na Grcia daquela poca, havia festas dionisacas como a

    Dionsia Urbana, principal local para estes rituais que celebravam o deus Dionsio.

    Os espetculos foram se aprimorando para novas narrativas e ganharam textos: As

    Comdias, que contavam feitos humanos, as Tragdias, que contavam feitos de heris e

    deuses e as Stiras, que contavam as pardias.Os registros dessas peas eram feitos

    atravs de pinturas em cermica, principalmente em vasos, como parte da cultura na

    Grcia Antiga.

  • 29

    A estrutura teatral mais conhecida hoje em dia, o palco italiano, onde abrigam cortinas,

    coxias e simula o formato de uma caixa, foi desenvolvida no sculo XVIII.

    No espao elisabetano, galerias e balces estavam reservados para a nobre aristocracia: o povo se aglomerava em volta do palco, que avanava para o pblico. No teatro italiano tradicional, poltronas e camarotes para os que pagam mais, enquanto o povo tem a sobra das galerias e arquibancadas, sem conforto e visibilidade perfeita. Mas o teatro nunca abandonou totalmente as praas, no entregou as ruas, no se ausentou das feiras populares.(PEIXOTO, 1980, p. 38)

    Os espetculos foram evoluindo, estudados para diferentes plataformas, tomando novas

    configuraes cnicas e espaciais, em que estruturas foram construdas para abrigar

    melhor os atores e os espectadores, afastando a relao direta entre ator e espectador.

    6.3.2 No Brasil

    No Brasil, o teatro de rua teve principal destaque durante a ditadura militar da dcada de

    1960, em que ele torna-se um smbolo ideolgico como manifestao contra o governo

    ditatorial da poca, utilizando a linguagem das artes cnicas para criticar a sociedade em

    espaos abertos e pblico, de maneira que alcanasse os mais variados pblicos.

    O teatrlogo brasileiro Augusto Boal, em seu livro Teatro do Oprimido e outra poticas

    polticas (1983), j nos alertava sobre este equvoco propositalmente construdo e o

    uso do teatro como um mecanismo coercitivo de controle social pelas classes

    dominantes. E afirmava com ironia: teatro pode ser feito em qualquer lugar, inclusive

    no teatro e todo mundo pode fazer teatro, inclusive os atores. Amir Haddad, outro

    grande mestre do teatro brasileiro contemporneo, resume o seu pensamento e suas

    pesquisas sobre esta questo em uma frase-sntese: teatro sem arquitetura, dramaturgia

    sem literatura, ator sem papel! Observarmos que o teatrlogo recorre ao uso da

    preposio sem para inverter a ordem a que a manifestao teatral passou a ser

    subjugada aps a chegada dos burgueses ao poder na Europa Ocidental e a criao, por

    eles, dos teatros pblicos. (TURLE e TRINDADE, 2010, p. 18)

    O Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, a principal caracterstica de

    identidade para o mdulo de teatro de rua no Brasil, por se tratar da realizao de um

    espetculo feito para atingir aos que no tem acesso a essa cultura cnica e de certa

    forma, podendo se libertar dos efeitos de censura que a ditadura militar impunha nos

    quesitos culturais. A busca da interao do pblico para um questionamento sobre a

    sociedade em que vive e seu poder sobre os acontecimentos a sua volta, tornando-se no

    mais apenas um espectador, mas um ator de uma grande pea de teatro.

  • 30

    6.4 Histria da Arte

    Arte materializar uma ideia, possuindo valores estticos que caracterizam cada

    processo de desenvolvimento, seja por meio dos sentidos das emoes, histria ou

    cultura. Ela tem o poder de criar livremente, desenvolver a cultura como meio de

    qualquer manifestao do homem e de respeitar o pensamento e ideologia do artista,

    sem apegos a demais referncias.

    Uma linhagem de escolas com caractersticas prprias de arte foram desenvolvidas ao

    passar dos anos. Desde os primrdios a cultura foi se moldando, criando novas estticas

    e identidades.

    A ideia de estilo est ligada a ideia de recorrncia, de constantes. Numa obra existe certo nmero de construes, de expresses, sistemas plsticos, literrios, musicais, que so escolhidos (mas sem que esta noo tenha um sentido forosamente consciente) e empregados pelo artista com certa frequncia. A ideia de estilo repousa sobre o princpio de uma inter-relao de constantes formais no interior da obra de arte. (COLI, 1995, p. 25)

    Caracterizando a arte que sintetiza a origem do teatro de rua, na Grcia Antiga, a

    principal referncia de identidade de arte da poca era a mimese, que consiste na

    representao da realidade, contendo formas de proporo semelhante a lei da

    frontalidade, em que o corpo est definido de frente e o rosto pela lateral, em que h

    ritmo e harmonia atravs das cores, com tons fortes de vermelho e amarelo, registrados

    atravs da pintura em cermica, principalmente em vasos. Para o teatro de rua que

    ocorria na poca, essa era a maneira de registro da identidade do teatro realista e

    naturalista.

    O teatro de rua hoje em dia pode ser caracterizado como performance, um movimento

    artstico pensado e idealizado de maneira a criar algo interdisciplinar, porm com a base

    de pensamento vanguarda com ou sem a interveno do pblico ou como parte do

    movimento happening, um termo criado na dcada de 1950 que simboliza a arte,

    principalmente a artes cnicas em sua forma espontnea e improvisada, normalmente

    realizada na rua, pois seu objetivo de aproximar a relao entre ator e espectador.

    O happening uma atividade revolucionria. O espectador se converte em ator e participa com todos os seus sentidos. Liberados do eixo teatral da ordem e do profissionalismo, os participantes se entregam ao espontneo, tentam destruir as seculares inibies que lhes impediam de comunicar-se. (CHAIKIN, 1979, p.20)

  • 31

    Para isso, buscam identidades que remetem ao circo, pois h a necessidade de chamar a

    ateno do pblico transeunte, elementos como mscaras, pinturas no rosto e o uso de

    figurinos expressivos, que componham a teatralidade.

    Porm, existe uma confuso em classificar o teatro de rua, alguns crticos de arte

    chegam a confundir os limites entre happening e performance, pois as maneiras de

    realizao e identidade, alm da improvisao que possa a vir ocorrer durante o

    espetculo, interferem para que ocorra essa classificao exata.

    6.5 Tcnicas de Iluminao

    Ao produzir algum contedo audiovisual, existem diversos tipos de reas que recebem

    ateno em sua produo, e a iluminao uma delas. A cmera possui uma

    sensibilidade diferente para o olho humano e para criar um ambiente iluminado em que

    a composio das luzes fique em sintonia e esteticamente funcionando exige um

    contedo terico a ser estudado.

    Iluminao significa o controle de luz e sombras. Ambas so necessrias para mostrar a forma e a textura de um rosto ou um objeto, para sugerir um ambiente especfico e, como a msica para criar um clima especfico. Independentemente de voc fazer iluminao para produes dramticas ou no, vai notar que costuma haver vrias solues para cada problema. Embora no haja receita universal que funcione em todas as situaes possveis de iluminao, existem alguns princpios bsicos que podem ser facilmente adaptados a uma grande variedade de requisitos especficos. (ZETTL, 2011, p. 187)

    necessrio analisar o tipo de luz que ser utilizada, como uma luz direcional, que

    produz uma forte iluminao e objetiva, com grandes quantidades de sombra e uma luz

    difusa, que espalha uma iluminao suave e minimiza as sombras. J a temperatura de

    cor, se torna varivel entre tipos de luz, e so medidas em graus Kelvin (K), como, uma

    lmpada fluorescente que emite luz branca esverdeada, muito comum em locais

    internos, est medida em 3.200 K ou como exemplo, uma vela, que possui uma luz

    branca mais avermelhada. Por vezes, necessrio tratar a temperatura de cor, e para isso

    so utilizadas gelatinas, que funcionam como filtros, cada uma possuindo uma cor e

    balanceado a iluminao. Escolher a temperatura de cor criar uma esttica visual para

    a cena que ser gravada.

    A intensidade e o direcionamento da luz a classifica em diferentes aspectos, como a Luz

    Principal (key light) que a principal fonte de iluminao do objeto filmado, e esta

    iluminao que traz forma e sombras fortes. A Contra Luz (back light) fica atrs do

  • 32

    objeto e utilizada para destacar e contornar o objeto do fundo. A Luz de

    Preenchimento (fill light) fica na lateral oposta da Luz Principal, e suaviza as sombras

    que a Luz Principal causa, deixando o objeto com mais forma atravs de uma luz difusa.

    A Luz de Fundo (background light) fica direcionada e apontada para o cenrio,

    iluminando ele e dando visibilidade a cenografia.

    Por meio, desses principais tipos de iluminao e aplicando as trs regras bsicas de

    natureza, intensidade e direo, possvel formar uma cena harmoniosa nos aspectos

    que marcam a iluminao, tomando os devidos cuidados para a temperatura de cor, seu

    balanceamento, a intensidade de no deixar a luz forte demais e posicionamento de cada

    refletor.

    6.6 Peas Produzidas

    6.6.1 Vdeos

    6.6.1.1 Vdeo de apresentao da Produtora Quem somos ns?

    O roteiro foi feito com base nos gostos pessoais de cada integrante da produtora. Por se

    tratar de um vdeo de apresentao veiculado na internet, as frases que ditam as

    caractersticas foram moldadas para serem curtas e objetivas. Para este mtodo, a

    principal referncia utilizada foi a introduo do filme O Fabuloso Destino de

    AmliePoulain, do diretor Jean-Pierre Jeunet, de 2001, onde os pais personagens da

    protagonista so apresentados citando as caractersticas peculiares e distintas de cada

    um deles.

    No caso da esttica do vdeo, foi realizada uma iluminao de trs pontos, utilizando

    uma Luz Principal pelo lado direito, uma Luz de preenchimento na lateral esquerda e

    uma Luz de fundo, focando no centro branco do estdio a fim de criar uma urea

    luminosa no personagem em cena. A principal referncia desta iluminao foi um

    trecho do filme Frango com Ameixas, dos diretores MarjaneSatrapi e Vincent

    Paronnaud, de 2011, em que o personagem principal passa por uma simulao de sua

    morte e a luz traz uma suavidade para a cena.

    Para a paisagem sonora, foi escolhida uma trilha branca para no interferir na narrao,

    e com uma velocidade, composio dinmica e ritmada. Para realizao do texto, foi

  • 33

    selecionado um narrador em terceira pessoa, para manter uma viso de igualdade entre

    os personagens apresentados.

    6.6.1.2 Vdeo Documental Semforo de Espectadores

    Com a idealizao de aprofundar o tema teatro de rua, convidamos a Cia Lona de

    Retalhos para responder algumas questes sobre a viso de um ator na rua e como eles

    sentiam a diferena entre estar em um palco e estar em um espao pblico, j que para o

    grupo, este ano, esto realizando a primeira pea idealizada totalmente para a rua. Os

    atores tinham ideias similares para as perguntas, mostrando que a maneira como eles se

    sentem em pesquisar um novo espao para atuar quase absoluta: A rua tem de tudo e

    tudo pode acontecer.

    Outras reunies com a Cia j haviam sido realizadas, e atravs dessas conversas que a

    composio dessa ideia que a rua transmite para eles comeou a transmitir para ns.

    Dessa forma, foi possvel compreender melhor a ao realizada e o sentimento de

    relao direta entre o pblico que isso trs para o ator. Uma pauta de perguntas foi

    realizada para ser utilizada em entrevista e a captao de uma das intervenes que eles

    realizam toda semana na Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo Andr.

    O vdeo se inicia com o movimento caracterizado pelos ps de algumas pessoas. No

    caso, um est parado, idealizando o sinal vermelho de um semforo, outros

    desaceleram, como um sinal amarelo, enquanto outros passam direto, idealizando o

    sinal verde. Em seguida, seguem os depoimentos dos integrantes da Cia Lona de

    Retalhos com base na pauta de perguntas e trechos com a interveno gravada. Para

    finalizar, um trecho de um papel jogado no cho da praa, idealizando a questo de

    quando um show acaba, sobra o lixo espalhado pelo cho.

    A principal referncia utilizada para esse vdeo foi o documentrio O Riso dos

    Outros, do diretor Pedro Arantes de 2012, em que ele questiona os valores morais do

    humor de hoje em dia e utiliza a mesma esttica.

    Na linguagem de esttica visual para o vdeo documentrio, utilizamos na cena uma

    iluminao de trs pontos, contendo uma Luz Principal, uma luz de preenchimento

    natural, vinda de uma janela na lateral e uma Contra Luz, para corte do personagem e

    fundo.

  • 34

    6.6.1.3 Vdeo Ficcional Entrevista Agamenon

    Foi desenvolvido um roteiro ficcional simulando uma entrevista que abrange os temas

    centrais Manifestaes culturais na Era da Convergncia Um olhar sobre a cidade,

    com o subtema Teatro. Para isso, foi criado o personagem Agamenon, um ator na

    Grcia Antiga que explica a origem do teatro de rua, as caractersticas dos espetculos

    daquela poca e como era a maneira de registro e compartilhamento desses materiais.

    Como referncia para a criao do roteiro desse vdeo, foi utilizado a metodologia de

    um documentrio, em que o entrevistador se mantm em off e apenas o entrevistado

    personagem da cena, transformando em um bate-papo que remete qual a principal

    referncia do discurso.

    O ator foi caracterizado com um figurino que remete aos trajes da poca, e a construo

    de um cenrio que simulasse um teatro atual abandonado, com o uso de uma cortina de

    fundo e objetos cenogrficos que compunham a cena.

    Como proposta de um exerccio de iluminao, foram utilizados os principais tipos de

    iluminao, Luz Principal, Contra Luz, Luz de Preenchimento, Luz de Fundo com o uso

    de CTO e um abajur na lateral do personagem.

    6.6.1.4 Vdeo Documental Praa Boca de Cena

    Buscando registros da interao do teatro de rua para a cidade, foi desenvolvida a

    cobertura de um espetculo em que se deu na Virada Cultural, em meio a diversos

    acessos culturais, no s voltados para as artes cnicas, mas como msica, artes

    plsticas, cinema, literatura e etc, em que o pblico j se encontra disposto a consentir

    com a proposta de uma arte realizada em plena praa pblica.

    Dessa forma, a Cia Estvel de Teatro realizava uma pea em meio a praa do Viaduto

    do Ch, em So Paulo, e aglomerava um pequeno pblico que foi crescendo com o

    decorrer da histria. Foi decidido ento realizar um material em que fosse apresentado o

    tipo do espetculo que estava acontecendo, desde suas caractersticas de linguagem e

    narrativa, se eles interagiam ou no com o pblico, e suas estticas visuais, que nesse

    caso remetiam ao circo, com o uso de maquiagem forte e expressiva.

    Logo aps encerramento do teatro, dois atores se disponibilizaram a responder duas de

    nossas perguntas: Como voc se sente fazendo teatro de rua? e Como voc lida com

  • 35

    a interao do pblico?. Assim, sendo possvel a composio da estrutura de um vdeo

    documental, para melhor compreenso dos sentimentos relacionado dos atores para o

    teatro de rua.

    6.6.1.5 Vdeo Ficcional Entre vaias e aplausos

    Para desenvolver a lgica da ideologia de Amir Haddad, diretor e fundador do grupo

    T na Rua! em que cita que o teatro de rua somente teatro de rua quando h a

    interao entre pblico e ator, foi criado um roteiro que une o conceito da era da

    convergncia e da interao: um roteiro ficcional onde o internauta interage com a

    histria, podendo optar a sua escolha por caminhos alternativos da narrativa da histria.

    O crtico Elias Fajardo props que o teatro de rua tenha como principal objetivo uma

    interao com a realidade, em uma tentativa de participar e transform-la. (TELLES e

    CARNEIRO, 2005, p.24)

    Dessa forma, foi desenvolvido um roteiro contendo uma histria simples que tivesse

    uma linguagem simples e narrativa ritmada para no perder a ateno do pblico

    internauta, oferecendo dois momentos de escolha para a histria.

    O vdeo conta a histria da personagem Manuela, que se v dividida entre dois

    personagens, o Andr e o Roger. Neste momento o espectador pode escolher com qual

    dos dois ela deve ficar. Logo aps, aprofunda-se melhor nos personagens e novamente o

    espectador tem a chance de escolha de como ser conduzida a relao. Ao final da

    histria, existem as opes de Vaias, que encaminham o internauta novamente para o

    vdeo inicial e a opo de Aplausos, em que h os crditos de produo.

    A principal referncia de esttica e narrativa foi o vdeo Haircut (a choose-your-own-

    adventure-song), disponvel no Youtube. Em que foi utilizada a idia de um fundo

    branco e a questo da interatividade proposta do vdeo.

    6.6.1.6 Videoclipe Calada

    Para a execuo desde vdeo, contou-se com a colaborao da Trupe Sinh Zzima de

    teatro que atualmente realiza um espetculo chamado Dentro lugar longe. A pea

    acontece dentro de um nibus pblico que sai do Terminal Parque Dom Pedro, no

    centro da cidade de So Paulo e percorre pelas ruas interagindo com o contexto urbano.

    Diante disso, o membro da OCCAM Produes, Eduardo Tavares, comps uma msica

  • 36

    denominada Calada. Nela, ele retrata o modo como o teatro acontece nas ruas.

    Depois de pronta, a letra passou pelas mos da Banda Vock, que colocou ritmo e voz,

    resultando no produto final.

    6.6.2 Fotografias

    6.6.2.1 Ele tem cara de qu?

    Dez fotos que compem a cobertura da interveno artstica realizada pela Cia Lona de

    Retalhos, na Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo Andr. De carter documental,

    foram selecionadas as melhores fotos do evento para ir para o blog. Optando por deixar

    as fotos em cores naturais, para demonstrar a necessidade de cores e elementos

    expressivos para atingir a ateno do espectador. A inteno era de captar as interaes

    do ator com o pblico, e suas reaes, a busca de uma linguagem da viso de um

    transeunte ao ver o espetculo no meio de uma praa.

    6.6.2.2 Expresso por antes da calada

    Doze fotos que compem um ensaio da Cia Lona de Retalhos, no espao da Escola

    Livre de Teatro, em Santo Andr. Estas fotos so de carter documental e elementos de

    ensaio fotogrfico, pois a busca foi de capturar as expresses dos atores em seus

    treinamentos para a sada de um palco e vivncia na rua. Optando por deixar as fotos em

    efeito P&B para trazer maior dramaticidade e expresso aos gestos realizados pelos

    atores.

    6.6.2.3 Virada Teatral

    Vinte fotos idealizadas na cobertura das manifestaes teatrais na rua, realizadas na

    Virada Cultural, no dia 19 de Maio de 2013, em So Paulo. Estas fotos possuem

    elementos documentais e a busca foi pela esttica utilizada pelos atores com apetrechos

    ligados ao circo, como a maquiagem e os figurinos expressivos. Optando por

    permanecer nas cores originais, de forma a apresentar estes contrastes.

    6.6.2.4 Pblico

    Dez fotos que demonstram as diferentes reaes de um pblico que acompanha o teatro

    de rua. O foco para estas fotos foi de carter documental em capturar as diversas reaes

    e expresses que os espectadores sentem ao permitir consentir com essa arte pblica. As

  • 37

    fotos foram escolhidas em P&B para no houver interferncia das cores e focar a

    narrativa somente nas expresses.

    6.6.2.5 Nos ares da cidade

    Vinte fotos registradas em interveno cultural realizada pelos atores e atrizes da ELT

    (Escola Livre de Teatro), no centro de Santo Andr. Com uma proposta diferenciada, a

    equipe da Escola realizou apresentaes no cho e posteriormente partiram para uma

    apario nos chamados tecidos (muito utilizados no circo), nos quais os atores, de

    modo artstico, penduravam-se e desenrolavam-se em meio a panos suspensos a metros

    de altura do cho. O lbum entra na categoria documental e tem como objetivo retratar

    os desafios e os limites encarados pelo teatro de rua.

    6.6.3 Makingof

    A cada publicao, este lbum de MakingOf atualizado em mdia com dez fotos, de

    forma que demonstre a cobertura da produtora em produzir os contedos prticos que

    so divulgados no blog.

    6.6.4 Textos

    Ao todo, foram postados cinco textos com a funo principal de apresentar e registrar as

    experincias que a equipe da OCCAM produes obteve ao longo de toda a fase de

    produo.

  • 38

    7. BLOG

    7.1 Layout

    Para desenvolver o layout do blog, foram realizadas reunies a visar quais

    caractersticas iniciais seriam priorizadas, para depois, uma pessoa ficar responsvel

    pela criao em si. Dessa forma, a produtora decidiu que o blog teria a aparncia de um

    site, fugindo da estrutura convencional de um blog.

    Para isso, foi optado utilizar a plataforma Wix, pois oferecia uma facilidade maior em

    personalizao sem a utilizao de cdigos em HTML, pois j habilita uma

    programao automtica que no exige um conhecimento avanado em linguagem de

    programao.

    Em termos de ideologia de construo, foram utilizados os princpios da produtora, cujo

    nome provm de um conceito chamado Navalha de Occam, criado pelo filsofo e

    telogo Guilherme de Ockham, que se baseia na Lei da Parcimnia, em que a ideia

    que a simplicidade sempre a melhor soluo. Logo, o blog se baseia em um layout

    simples e objetivo.

    Para o nome, houve a idia de relacionar algum termo tcnico do teatro e a rua, assim, o

    nome Avenida Entreato, fazendo essa aluso de algo que acontece na rua e o jogo de

    palavras do entreato se assemelhando com em teatro. Para pesquisa de referencial

    dos blogs existentes com o tema de Teatro, foi observado que so utilizadas cores pretas

    e vermelhas, por simularem a estrutura do palco italiano, em que o fundo da caixa

    preto e as cortinas vermelhas. Para fugir dessa esttica sem perder a ideologia e abrigar

    um visual mais jovial, foi escolhido como cor de fundo um azul marinho (#0B141E),

    um rosa (#521222) para os detalhes estticos e o branco (#F2F2F2) para contrastar com

    as demais cores. A imagem de plano de fundo uma foto tirada com a Cia Lona de

    Retalhos em uma interveno cnica no meio da Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo

    Andr. Os detalhes estticos da pgina compem o tema, como os postes de luz que

    caracterizam a cidade, as mscaras que simbolizam a linguagem do teatro e a escolha do

    uso dos colchetes foi de fazer uma analogia com as coxias do teatro que envolvem o

    espetculo.

    A pgina inicial foi priorizada para que no houvesse barra de rolagem, e que todas as

    informaes necessrias para transitar pelo blog fossem claras e objetivas, atravs das

  • 39

    abas dos assuntos.Dentre os menus criados, temos: Vdeos, Fotos, Textos e MakingOf, e

    no rodap temos os links da explicao do projeto, quem a OCCAM produes, e os

    cones que direcionam para as redes sociais, como Facebook, Youtube, Instagram e

    Flickr.

    7.2 Estrutura

    7.2.1 Pgina Inicial

    A home do blog consiste com o menu principal, com as abas que direcionam de forma

    objetiva para cada setor do blog. A escolha dessa pgina nica contendo todas as

    informaes que o blog pode oferecer foi de direcionar para a escolha do internauta em

    visitar o que do seu interesse, caso ele queira ver um vdeo ou fotos makingof, ele se

    encontra a um clique de distncia. No rodap h os links de acesso para as redes sociais

    (Facebook, Youtube, Instagram e Flickr).

    7.2.2 Vdeos

    Na aba de Vdeos possvel observar novas abas que direcionam para os vdeos

    produzidos pela produtora. Contendo o ttulo do vdeo e uma foto que o ilustre de

    alguma maneira. Ao clicar em um vdeo especfico, est disponibilizado o player do

    Youtube para visualizao e um pequeno trecho descritivo do tema abordado.

    O primeiro vdeo o Semforo de Espectadores, uma entrevista realizada com a Cia

    Lona de Retalhos sobre como eles se sentem realizando teatro de rua, contando com

    trechos de uma interveno que eles realizaram na Rua Coronel Oliveira Lima, em

    Santo Andr.

    O segundo vdeo o Entrevista Agamenon, realizado como exerccio de iluminao,

    foi desenvolvido um roteiro ficcional para simular um bate-papo com um ator da Grcia

    Antiga.

    O terceiro vdeo o Praa Boca de cena, um documental sobre o teatro de rua que

    ocorreu durante a Virada Cultural no dia 19 de Maio de 2013. Com trechos de entrevista

    com a Cia Estvel de Teatro que aceitou responder algumas perguntas sobre o evento

    que estavam realizando.

  • 40

    O quarto vdeo o Entre Vaias e Aplausos, um vdeo ficcional que segue a ideologia

    do diretor de teatro e fundador do T na Rua!, Amir Haddad, que diz que o teatro de

    rua s teatro de rua quando h a interao com o pblico. Dessa forma, foi

    desenvolvido um roteiro interativo, em que o internauta tem a escolha de direcionar a

    histria.

    O quinto vdeo o Calada, videoclipe produzido a partir da cobertura do teatro

    realizando dentro de um nibus, com a Cia Trupe Sinh Zzima e letra escrita por

    Eduardo Tavares e composta pela BandaVock.

    7.2.3 Fotos

    Na aba de Fotos h a diviso dos lbuns, com seus respectivos nomes e uma foto para

    ilustrar o tema. Ao clicar em um lbum, o internauta direcionado para uma nova

    pgina em que apresentado o grid de imagens que compem o lbum e um pequeno

    trecho descritivo sobre a produo, alm de uma frase que caracteriza o tema.

    O primeiro lbum o Pblico, que apresenta as mais diversas reaes do pblico que

    assiste a um teatro realizado na rua.

    O segundo lbum o Ele tem cara de qu?, uma cobertura da interveno que a Cia

    Lona de Retalhos realizou na Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo Andr.

    O terceiro lbum o Expresso por antes da calada, que nos apresenta o trabalho da

    Cia Lona de Retalhos em se preparar para a sada at a rua.

    O quarto lbum o Virada Teatral, uma cobertura sobre os espetculos que ocorreram

    na rua durante as 48 horas da Virada Cultural no dia 19 de Maio de 2013.

    O quinto lbum o Nos ares da cidade, uma cobertura sobre o projeto de teatro de rua

    que a ELT Escola Livre de Teatro desenvolveu na Rua Coronel Oliveira Lima, em

    Santo Andr.

    7.2.4 MakingOf

    Nesta aba de MakingOf encontram-se todas as fotos em grid, capturadas durantes

    todo o processo prtico de realizao das peas para o blog.

    7.2.5 Textos

  • 41

    Nesta aba de Textos, o internauta direcionado para um menu contendo o ttulo das

    publicaes e uma foto que ilustre o tema. Ao clicar na publicao desejada, abre-se

    uma nova aba contendo o post.

    O primeiro texto o Convergncia Teatral, que faz uma relao entre a era da

    convergncia e o teatro de rua.

    O segundo texto o Intervir no vai e vem, que relata como o teatro de rua interfere de

    alguma maneira cultural no dia a dia daqueles que acompanharam o espetculo.

    O terceiro texto o Sobre um palco de asfalto, relatando a construo dessa diferente

    narrativa que a Cia Lona de Retalhos esteve modificando para levar um teatro

    idealizado totalmente para a rua.

    O quarto texto o Caras pintadas, que explica a necessidade de compor a teatralidade

    na rua utilizando elementos de esttica vinculados ao circo.

    O quinto texto o Aplausos, que, com um carter mais pessoal, faz um apanhado

    geral da experincia da OCCAM produes com o teatro de rua.

    7.2.6 O Projeto

    Seo do blog que se explica o trabalho que a produtora est realizando a partir de um

    trecho que descreve no que consiste o Projeto Integrado.

    7.2.7 Quem somos ns?

    Nesta aba h o player do Youtube contendo o vdeo de apresentao da produtora, alm

    de uma aba adicional que mostra os integrantes da produtora com frases escolhidas por

    cada um.

  • 42

    8. CONSIDERAES FINAIS

    Aps o grupo ter conhecido e se aprofundado no tema proposto, como consequncia da

    realizao deste projeto sobre as manifestaes culturais e artsticas na Era da

    Convergncia com recorte para um olhar sobre a cidade, conclumos que o estudo nos

    possibilitou grande crescimento. Pois, a partir da ideia de conhecer e registrar o modo

    como o teatro de rua encontra a cidade e vice-versa, a equipe obteve uma nova viso

    sobre esta atividade cultural bem como adquiriu vasto conhecimento sobre a linguagem

    da mdia social que o blog.

    Na confeco do projeto, aps a realizao das pesquisas bibliogrficas e da

    organizao das ideias, ficou evidente o grande trabalho que teramos pela frente. Com

    uma equipe fortalecida, apesar da vida particular de cada membro, dividimos as tarefas

    e cada um ficou responsvel por uma determinada funo. Desta forma, o

    desenvolvimento do projeto se deu de maneira dinmica e eficaz.

    Este processo muito colaborou no que diz respeito s habilidades exigidas no s

    academicamente, mas tambm no exerccio da futura profisso. Cada integrante teve um

    contato maior com a parte que lhe foi destinada, porm todos puderam se relacionar

    com todo o trabalho, sempre cientes do andamento do processo, numa relao de ajuda

    mtua, para que, todos estivessem participando e ao mesmo tempo aprimorando os

    procedimentos de um trabalho acadmico.

    Tais habilidades referidas acima no so somente para a composio do trabalho formal,

    mas tambm em relao aos mtodos de pesquisas e sadas a campo para produo dos

    assuntos em pauta, sempre respaldadas pelos mdulos acadmicos Design de imagem

    e som digital, Comunicao, Arte e Cultura e Planejamento, Organizao e Gesto

    em RTV. Todas as etapas do projeto foram feitas seguindo os conceitos dessas

    temticas, cuidadosamente apresentados e estudados nos mdulos mencionados.

    Inmeros atributos podem ser aqui discorridos em relao aos resultados de construo

    do trabalho, mas nenhum foi mais importante do que o trabalho em equipe.

    Principalmente no que se diz respeito ao mercado de trabalho proposto pelo Curso

    Superior Rdio, TV e Internet, no qual aquele que no sabe trabalhar em grupo,

    certamente encontrar problemas na carreira.

  • 43

    Como em toda a atividade, esta tambm teve os seus pontos negativos: noites em

    claro, opinies divergentes, finais de semana em cima dos livros (ou produzindo na

    rua), passados com o objetivo de que se pudesse organizar da maneira mais positiva as

    informaes obtidas pelo grupo. Entretanto, mais abundantes so os pontos positivos:

    desenvolvimento do trabalho em equipe, conhecimentos de novas vises e abordagens

    para a realizao das pesquisas e unio das mesmas construindo o produto final.

    Pode se dizer que todo o conhecimento e aprendizado adquirido atravs das produes

    realizadas com o grupo de teatro de rua Cia. Lona de Retalhos e demais criaes,

    foram de grande valia, no somente como mais uma entrega de trabalho, mas tambm

    como resultado do compartilhamento das sensaes dos atores e atrizes de teatro de rua,

    deixando aos componentes da OCCAM produes uma nova percepo de cultura e

    histria, proporcionando uma mudana de olhares, valores e concepes. A equipe

    acredita, no s ter alcanado todos os objetivos propostos, mas t-los ultrapassados

    com todas as experincias que este trabalho acadmico proporcionou.

  • 44

    9. REFERNCIAS

    ALENCAR, Valria Peixoto de. Teatro grego: Diferenas entre comdia e tragdia.

    Disponvel em: Acesso em: 14 de Maio de 2013.

    CAMARGO, Marcos Henrique. As estticas e suas definies da arte. Disponvel em:

    Acesso em: 14 de Maio de

    2013.

    CARREIRA, Andr Luiz Antunes Netto. Teatro de rua: Mito e criao no Brasil.

    Disponvel em:

    Acesso em:

    14 de Maio de 2013.

    CHALKIN, Joseph. Novos rumos do teatro. Rio de Janeiro, RJ: Editora do Brasil,

    1979.

    COMPARATO, Doc. Roteiro Arte e tcnica de escrever para cinema e televiso.

    Rio de Janeiro, RJ: Editora Nrdica, 1983, 3 edio.

    CRUZIANI, Fabrizio; FALLETTI, Cllia. Teatro de Rua. So Paulo, SP: Editora

    Hucitec, 1999.

    FRANGO com ameixas. Direo: MarjaneSatrapi e Vincent Paronnaud, 93 min,

    Colorido, 2011. Ttulo original: PouletauxPrunes.

    GOMES, Marcos. Caractersticas das audincias dos blogs no Brasil no primeiro

    trimestre de 2011. Disponvel em: Acesso em: 10 de

    Maio de 2013.

    HADDAD, Amir. Canal Teatro. Disponvel em:

    Acesso em:

    20 de abril de 2013

  • 45

    HAIRCUT (a choose-your-own-adventure-song).2010. Disponvel em:

    Acesso em: 30 de Abril de 2013.

    HAPPENING. Enciclopdia Ita Cultura Teatro. Disponvel em:

    Acesso em 14 de Maio de 2013.

    JENKINS, Henry. Cultura da convergncia. So Paulo, SP: Editora Aleph, 2008.

    LEWINSOHN, Ana Caldas. Tte Tte: O encontro do ator com o espectador no

    Teatro de Rua. Disponvel em:

    Acesso em: 14 de Maio de 2013.

    LVY, Pierre. As tecnologias da inteligncia. O futuro dom pensamento na era da

    informtica. Rio de Janeiro, RJ: Editora 34, 1993.

    LVY, Pierre. O que o virtual? So Paulo, SP: Editora 34, 1997

    LVY, Pierre. Cibercultura. So Paulo, SP. Editora 34, 1999

    MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicao como extenses do homem. So

    Paulo, SP: Editora Cultrix, 1964, 5 edio.

    O FABULOSO destino de AmliePoulain. Direo: Jean-Pierre Jeunet, 122 min,

    Colorido, 2001. Ttulo original: Le Fabuleuxdestin dAmliePoulain.

    O RISO dos outros. Direo: Pedro Arantes. 52 min, Colorido, 2012.

    PEIXOTO, Fernando. O que Teatro. So Paulo, SP: Editora Brasiliense, 1980.

    PINA.Direo: WimWenders, 103 min, Colorido, 2011.

    SHIRKY, Clay. A cultura da participao: criatividade e generosidade no mundo

    conectado. Rio de Janeiro, RJ: Editora Jorge Zahar, 2011.

    SILVA, Jos Armando Pereira da.O teatro em Santo Andr 1944 1978. Santo

    Andr, SP: Public Grfica e Fotolito Ltda, 1991, 1 edio.

  • 46

    SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro, RJ: Editora Quartet, 2002.

    TAPSCOTT, Don. A hora da gerao digital: Comos os jovens que cresceram

    usando a internet esto mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro,

    RJ: Editora Agir Negcios, 2010.

    TEATRO. Revista E, edio n 98. Disponvel em:

    Acesso em: 14 de Maio de 2013.

    TEATRO DO OPRIMIDO. Enciclopdia Ita Cultural Teatro. Disponvel em:

    Acesso em: 14 de Maio de 2013.

    TELLES, Narciso; CARNEIRO, Ana. Teatro de Rua: Olhares e perspectivas. Rio de

    Janeiro, RJ: Editora E-Papers, 2005, 1 edio.

    TURLE, Licko; TRINDADE, Jussara. Teatro de Rua no Brasil: a primeira dcada

    do terceiro milnio. Rio de Janeiro, RJ: Editora E-Papers, 2010.

    URSSI, Nelson Jos. A linguagem cenogrfica. Disponvel em:

    Acesso em: 14 de Maio de 2013.

    ZETTL, Hebert. Manual de produo de televiso. So Paulo, SP: Editora Cengage

    Learning, 2011.

  • 47

    10. APNDICES

    10.1 Roteiro dos vdeos ficcionais

    10.1.1 Roteiro do vdeoQuem somos ns?

    Roteirista: Iasmim Brgamo

    CENA 01 INT/SALA DO DELTA/DIA

    Cmera gira pela lateral esquerda e capta Carolina em um plano mdio, sentada na mesa cheia de paps e mostrando-se ocupada.

    NARRADOR OFF

    Esta, Carolina, ela a Diretora da Occam.

    CENA 01 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

    Plano mdio com cmera fixa mostrando a Carolina segurando um livro, ela o l em algumas pginas e logo em seguida arranca uma pgina e a coloca na boca, comendo-o.

    NARRADOR OFF

    Carolina gosta de consumir livros.

    Corta para um plano mdio aberto onde Carolina agora se v de perfil, entrando pela lateral da tela e encenando com objetos imaginrios, abrindo uma porta e sentando em uma cadeira, indo para um plano mdio fechado onde ela atende um telefone imaginrio.

    NARRADOR OFF

    E seu sonho poder enxergar o invisvel.

    CENA 02 - EXT/LABORATRIO/DIA

    Cmera move em lateral em transio para mostrar a Valria que est sentada mexendo em um tablet.

    NARRADOR OFF

    Esta Valria, ela social media da Occam.

    CENA 02 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

  • 48

    Plano mdio mostrando a Valria sentada se olhando no espelho e maqueando seus clios, com vrios tubos de rmel aparecendo de canto.

    NARRADOR OFF

    Ela gosta muito dos seus clios.

    Plano aberto para ver ela se aproximar pela lateral de uma placa que indica vrios caminhos a seguir, ela olha os direcionais fica em confuso de qual diretriz.

    NARRADOR OFF

    E sonha em se tornar absolutamente decidida.

    CENA 03 - EXT/ESTACIONAMENTO/DIA

    Cmera move em lateral em transio para mostrar a Mayara que est fotografando algum.

    NARRADOR OFF

    Esta, Mayara, ela fotgrafa da Occam.

    CENA 03 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

    Plano mdio mostrando a Mayara com enormes fones de ouvido e balanando a cabea para uma msica.

    NARRADOR OFF

    Ela apaixonada por msica. E se for alta, melhor.

    Plano aberto para mostrar ela surgindo pela lateral com os fones de ouvido e duas pessoas interagindo entre si, e no momento em que a Mayara as olha, elas frizam em uma posio de esttua e Mayara se assusta.

    NARRADOR OFF

    E seu sonho poder congelar o momento.

    CENA 04 - EXT/SALA DO DELTA/DIA

    Cmera move em lateral em transio para mostrar a Iasmim que est sentada no meio de pilhas de papis escrevendo.

    NARRADOR OFF

    Esta a Iasmim, ela roteirista da Occam.

    CENA 04 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

  • 49

    Plano mdio mostrando Iasmim organizar um balo de fala estilo de quadrinhos e o virar para a cmera.

    NARRADOR OFF

    Ela gosta de conversar e se expressar por metforas.

    Corte para um outro plano mdio mostrando uma imagem do davidlynch sendo colocada em um espelho e Iasmim penteando o cabelo e se olhando no espelho.

    NARRADOR OFF

    E sonha em ter um topete igual do David Lynch.

    CENA 05 - EXT/LABORATORIO/DIA

    Cmera move em lateral em transio para um plano mdio e mostrar o Caio em p conversando ao telefone e segurando uma agenda, se mostrando ocupado.

    NARRADOR OFF

    Este Caio, ele produtor da Occam.

    CENA 05 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

    Plano mdio apresentando o Caio segurando uma planta com terra na palma da mo. Em seguida, ele suspira ao olhar a planta e come a terra.

    NARRADOR OFF

    Ele ama a natureza.

    Corta para um outro plano mdio mostrando o Caio vestido de terno e segurando um fsforo e o riscando para prximo de um osso.

    NARRADOR OFF

    E sonha em criar uma indstria de combustveis fsseis.

    CENA 06 - EXT/ESCADA/DIA

    Cmera move em lateral em transio para um plano fechado, mostrando o Renato mexendo com uma cmera e um fone de ouvido.

    NARRADOR OFF

    Este o Renato, ele tcnico de iluminao e adio da Occam.

    CENA 06 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

  • 50

    Plano mdio mostrando o Renato realizando alguns malabares e sendo jogados novos objetos para sua direo e o fazendo se atrapalhar.

    NARRADOR OFF

    Ele gosta de fazer malabares.

    Plano mdio o mostrando com a palma da mo segurando um sonho de chocolate e cortando para um plano fechado mostrando o comer o sonho e sujar seu rosto.

    NARRADOR OFF

    E sonha com um sonho de chocolate.

    CENA 07 - EXT/LABORATORIO/DIA

    Cmera move em lateral em transio para um plano fechado e mostrar o Eduardo mexendo no computador.

    NARRADOR OFF

    Este, o Eduardo, ele Social Media da Occam.

    CENA 07 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

    Plano fechado, onde o Eduardo com a mo suja de tinta azul passa a cor entre sua testa e seus olhos.

    NARRADOR OFF

    Ele fascinado por tons de azul.

    Plano aberto, com o Eduardo vestido de terno e abrindo um guarda chuva e realizando alguns passos de dana, logo em seguida pegando um copo com gua e jogando acima de sua cabea.

    NARRADOR OFF

    E sonha em se tornar um astro da Broadway.

    CENA 08 - EXT/SALA DO DELTA/DIA

    Cmera move em lateral em transio para um plano mdio, e mostrar a Jlia filmando alguma cena.

    NARRADOR OFF

    Esta a Jlia, ela fotgrafa da Occam.

    CENA 08 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

  • 51

    Plano mdio para Jlia lendo um documento e depois fechando em um plano fechado para ela riscando alguma parte com uma caneta vermelha.

    NARRADOR OFF

    Ela gosta de reparar os mnimos detalhes.

    Plano mdio mostrando a Jlia de olhos fechados e vestida de branco, sentada em uma cadeira em posio de meditao com flores caindo sobre sua cabea.

    NARRADOR OFF

    E sonha em viver uma vida de plena paz e harmonia.

    CENA 09 - EXT/SALA DO DELTA/DIA

    Cmera move em lateral em transio para mostrar a Jssica mexendo com vrias pranchetas e calculadora.

    NARRADOR OFF

    Esta, a Jssica, ela produtora da Occam.

    CENA 09 INT/ESTUDIO/LUZ DE UREA

    Plano mdio mostrando a Jssica segurando vrios tipos de comida e tentando comer alguma que est presa em seu brao e depois comendo a que est segurando em sua mo.

    NARRADOR OFF

    Ela doida por comida.

    Plano fechado, apresentando ela levantar uma seringa de cor preta e outra e cor branca.

    NARRADOR OFF

    E seu maior sonho tornar seu sangue nas cores preto e branco.

    CENA 10 - EXT/SALA DO DELTA/DIA

    Cmera move em lateral em transio para plano mdio mostrando o Tonol tirando algumas fotos da nossa produo.

    NARRADOR OFF

    Este o Fernando, ele fotgrafo de makingof da Occam.

    CENA 10 - INT/ESTUDIO/LUZ NO CHO

  • 52

    Plano mdio para mostrar o Fernando segurando vrios celulares, tablets e notebooks, e tentando mexer em todos ao mesmo tempo.

    NARRADOR OFF

    Ele enlouquecido por tecnologia.

    Plano aberto, mostrando vrios personagens caracterizados de zumbi aparecendo pela lateral direita e o Fernando sendo atacado.

    NARRADOR OFF

    E sonha em presenciar em um apocalipse zumbi.

    Personagens que esto vestidos de zumbi de aproximam da cmera e a atacam para finalizar a gravao.

    Sobe imagem logo da produtora.

    FIM.

    10.1.2 Roteiro do vdeo:Entrevista com Agamenon

    Roteirista: Iasmim Brgamo

    CENA 01 INT/ESTDIO

    Todas cenas so direcionadas ao personagem, a partir da proposta do exerccio de ilu