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COLÉGIO DE APLICAÇÃO DOM HÉLDER CÂMARA UNIDADES: SÃO GONÇALO E NITERÓI PROJETO INSTITUCIONAL 2013: ÁGUA, FONTE LIMPA: REEDUCANDO PARA O MILAGRE DA VIDA Segundo os parâmetros da UNESCO a cooperação pela água tem múltiplas dimensões, incluindo os aspectos culturais, educacionais, científicos, religiosos, éticos, sociais, políticos, jurídicos, institucionais e econômicos. Uma abordagem multidisciplinar é essencial para entender as várias facetas implícitas no conceito e para misturar essas peças em uma visão holística. Além disso, para ser bem sucedida e duradoura, a cooperação pela água precisa de um entendimento comum do que sejam as necessidades e os desafios em torno da água. Construir um consenso sobre as respostas adequadas a estas questões será o foco principal do Ano Internacional e do Dia Mundial da Água em 2013. Ao declarar que 2013 é o Ano Internacional da Cooperação pela Água, a comunidade internacional reconhece a importância do gerenciamento pacífico do uso de recursos hídricos, trabalhando conjuntamente em busca de um objetivo comum, de maneira mutuamente benéfica. A UNESCO declarou o ano de 2013 como “Ano Internacional das Nações Unidas para a Cooperação pela Água”. Nos objetivos de promover eventos e discussões, durante esses 12 meses, que ajudem a buscar soluções para combater, entre outros problemas graves tais como a ausência de acesso à água potável para 11% da população mundial. Ainda, a falta de redes de esgoto para mais de 15% das pessoas que vivem no planeta e a morte de cerca de quatro mil crianças, por dia, por conta de doenças com diarréicas causadas pela falta de acesso à água de qualidade. O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.Leonardo Boff

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COLÉGIO DE APLICAÇÃO DOM HÉLDER CÂMARA

UNIDADES: SÃO GONÇALO E NITERÓI

PROJETO INSTITUCIONAL 2013:

ÁGUA, FONTE LIMPA: REEDUCANDO PARA O MILAGRE DA VIDA

Segundo os parâmetros da UNESCO a cooperação pela água

tem múltiplas dimensões, incluindo os aspectos culturais,

educacionais, científicos, religiosos, éticos, sociais, políticos,

jurídicos, institucionais e econômicos. Uma abordagem

multidisciplinar é essencial para entender as várias facetas

implícitas no conceito e para misturar essas peças em uma

visão holística. Além disso, para ser bem sucedida e

duradoura, a cooperação pela água precisa de um

entendimento comum do que sejam as necessidades e os desafios em torno da água. Construir

um consenso sobre as respostas adequadas a estas questões será o foco principal do Ano

Internacional e do Dia Mundial da Água em 2013.

Ao declarar que 2013 é o Ano Internacional da Cooperação pela Água, a comunidade

internacional reconhece a importância do gerenciamento pacífico do uso de recursos hídricos,

trabalhando conjuntamente em busca de um objetivo comum, de maneira mutuamente benéfica.

A UNESCO declarou o ano de 2013 como “Ano Internacional das Nações Unidas para a

Cooperação pela Água”. Nos objetivos de promover eventos e discussões, durante esses 12

meses, que ajudem a buscar soluções para combater, entre outros problemas graves tais como

a ausência de acesso à água potável para 11% da população mundial.

Ainda, a falta de redes de esgoto para mais de 15% das pessoas que vivem no planeta e a

morte de cerca de quatro mil crianças, por dia, por conta de doenças com diarréicas causadas

pela falta de acesso à água de qualidade.

“O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma

atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de

responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.”

Leonardo Boff

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Acordos de Cooperação

Cooperação em águas internacionais

De acordo com a FAO (The Food and Agriculture Organization of the United Nations, ou seja, a

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA), esta

Organização nasceu da esperança expressa na Carta do Atlântico de ver estabelecida uma paz

capaz de proporcionar a todos os habitantes da Terra a certeza de poderem viver livres da fome.

A FAO foi criada em 16 de outubro de 1945, quando os estatutos que a regem foram assinados

em Quebec, no Canadá. Seus propósitos são: melhorar os padrões de alimentação e as

condições de vida; assegurar maior eficiência na produção e distribuição de alimentos e dos

produtos agropecuários, florestais e de pesca; e melhorar as condições de vida das populações

rurais e, dessa forma, contribuir para a expansão da economia mundial. A FAO promove o

desenvolvimento dos recursos básicos da terra e da água, a melhoria da produção e a proteção

da agropecuária, a transferência de tecnologia para a agricultura, a pesca e a piscicultura nos

países em desenvolvimento, além de incentivar a pesquisa agrícola nesses países. Entre muitas

outras atividades, a FAO promove a preservação dos recursos genéticos das plantas e a

utilização racional de fertilizantes, o combate às epidemias dos animais, promove o

desenvolvimento e o aproveitamento dos recursos marinhos, fluviais e lacustres e presta

assistência técnica em matéria de nutrição, administração e processamento de alimentos e

também no controle da erosão. A FAO fomenta ainda a cooperação entre países ricos e em

desenvolvimento, com a finalidade de estabelecer mercados estáveis de produtos básicos e

facilitar a exportação por parte dos países em desenvolvimento. A sede da FAO fica em Roma,

ltália. Desde o ano 805 d.C., foram assinados mais de 3.600 Tratados relativos a recursos

hídricos internacionais, havendo inclusivamente quem defenda que o primeiro data do ano de

2.500 a.C. e foi firmado entre duas cidades- Estado da Suméria para resolver uma disputa

relativa ao rio Tigre.

A importância das questões associadas à partilha transnacional de rios e de outros cursos de

água adquire particular magnitude devido ao fato de, a nível mundial, haver 263 lagos e bacias

hidrográficas transfronteiriços que cobrem aproximadamente metade da superfície terrestre.

Cerca de 150 países incluem no seu território bacias internacionais, dos quais 21 países

dependem exclusivamente para a sua sobrevivência.

Figura 1: Países cujos recursos hídricos dependem do afluxo de águas transfronteiriças

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Embora a maior parte das bacias seja partilhada por 2 países (como é o caso de

Portugal/Espanha para os casos dos rios Minho/Lima, Douro, Tejo e Guadiana), no caso do

Danúbio, esta é o por 18 países.

Desde 1977, quando foi a realização da Conferência das Nações Unidas na Argentina até à

Cimeira do Rio em 1992, foi dada uma ênfase crescente à água, enquanto recurso fundamental

para o desenvolvimento socioeconômico e para a manutenção dos ecossistemas, fato a que não

foi alheio o aumento significativo, quer da população mundial, quer do consumo, com a

consequente diminuição da disponibilidade de água per capita (nos países desenvolvidos, em

1995, a disponibilidade de água per capita diminuiu 40% face aos valores de 1950).

Dados disponibilizados pelas Nações Unidas indicam que, presentemente, cerca de 20% da

população mundial não tem acesso à água potável, 40% não é servida por sistemas de

saneamento básico, cifrando-se em 2 milhões, o número de pessoas, distribuídas por mais de

40 países, que já se deparam com problemas de escassez de água. De acordo com a visão

prospectiva apresentada no Relatório de Desenvolvimento das Nações Unidas (ONU), em 2050,

a probabilidade de um cidadão viver num país afetado por escassez crônica ou recorrente de

água doce será de 25%.

Neste enquadramento, a diminuição da quantidade e qualidade da água, intensifica uma

competição pela sua posse pelos diferentes utilizadores, situação que se torna ainda mais

complexa quando esta tem que ser partilhada entre países. No entanto, a experiência

acumulada ao longo dos últimos 50 anos, durante os quais foram assinados cerca de 150

Tratados (veja gráfico 1), demonstra que a partilha da água gera majoritariamente cooperações

de sucesso, sendo disso exemplos de situações críticas em que mesmo em situações de guerra,

as condições do Tratado foram cumpridas, como o que envolveu o Camboja, Laos, Vietnam e

Tailândia pela gestão do rio Mekong, ou Israel e Jordânia pela posse do rio Jordão.

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Gráfico 1: Distribuição percentual das principais temáticas abordadas em 145 Acordos sobre

águas internacionais:

Fonte: http://www.un.org/waterforlifedecade/transboundary_waters.html

A UNESCO quer, com isso, que organizações contribuam com a campanha para o Ano das

Nações Unidas da Cooperação pela Água 2013.

O CApCHC terá um imenso prazer em trabalhar com esse projeto, fornecendo respostas

concretas em escala global que sejam sintonizadas a particularidades do nosso local e na terra

que habitamos.

O nosso desafio será conscientizar os alunos sobre a distribuição justa e igualitária em todas as

regiões do mundo, oferecendo uma oportunidade para a troca de opiniões, experiências e

práticas entre comunidades científicas, empresarial, política e cívica. Através de análises sobre a

água e os desafios relacionados ao seu impacto na saúde, no clima e na economia.

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A UNESCO contribui com a Semana Mundial da Água 2012 com a apresentação de publicações

e a organização de eventos.

A ONG WWF-Brasil afirma que o país, que tem cerca de 14% de toda água doce disponível, é

peça chave no “quebra-cabeça da conservação do planeta”.

Para a relatora independente especial da ONU para Água e Saneamento, Catarina Albuquerque,

“não é suficiente investir no acesso à água para beneficiar as classes médias e altas”.

“Temos que olhar para a redução das desigualdades. Para a agenda pós-2015 não é

suficiente conseguirmos ou investirmos em soluções que estão a beneficiar a classes

médias e as classes altas. Temos que ter um enfoque nas pessoas mais marginalizadas,

mais excluídas e mais pobres que vivem em favelas e em bairros de lata e nos grandes

centros urbanos tanto da América Latina como de África e também as pessoas que vivem

em zonas rurais.”

Albuquerque lembrou que o objetivo de aumentar o acesso à água, até 2015, já foi atingido

“fundamentalmente graças a investimentos e avanços na China e na Índia”.

Entretanto, a relatora frisou que, para África e para a América Latina, é essencial refletir no fato

de este desenvolvimento ter menor abrangência nas zonas rurais e assentamentos informais.

O trabalho da água na nossa escola terá o foco tem conscientizado e formado cidadãos, a partir

da escola, para o uso e a conservação dos recursos hídricos. Trabalha o conteúdo de forma a

introduzir conceitos, mudar procedimentos e comportamentos. Professores e alunos educam

suas famílias e a sociedade para o uso e a conservação dos recursos hídricos em tempo real.

Propiciam ações de educação ambiental da sociedade e para o controle social das políticas

públicas, em relação ao uso da água potável e do saneamento básico.

JUSTIFICATIVA:

O PROJETO INSTITUCIONAL do CApDHC, ANO INTERNACIONAL DE COOPERAÇÃO PELA

ÁGUA, irá propor apresentar para os alunos, docentes, familiares e funcionários, uma visão

ampla que envolve inúmeros problemas que o mundo atual vem enfrentando com relação à falta

de água. O projeto deverá ser desenvolvido visando proporcionar aos alunos uma grande

diversidade de experiências, com participação ativa, para que possam ampliar a consciência

sobre as questões relativas à água no meio ambiente, e assumir de forma independente e

autônoma atitudes e valores voltados à sua proteção e conservação.

OBJETIVO GERAL:

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Proporcionar os docentes e discentes o trabalho de conscientização da população em relação à

cultura de preservação da água, mostrando suas múltiplas formas de uso, os ciclos da mesma,

sua importância para a vida e para a história dos povos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Ajudar aos alunos a descobrirem os sintomas e as causas reais dos problemas que o

Brasil vem enfrentando com a poluição e a falta de água;

Perceber as interferências negativas e positivas que o homem pode fazer na natureza,

a partir de sua realidade social;

Reconhecer que a qualidade de vida está ligada às condições de higiene e

saneamento básico, à qualidade do ar e do espaço;

Adotar, por meio de atitudes cotidianas, medidas de valorização da água, a partir de

uma postura crítica;

Levar os alunos a entenderem que o equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem

da preservação da água e de seus ciclos;

Conscientizar que a água não deve ser desperdiçada, nem poluída, etc.

Reconhecer problemas relacionados ao abastecimento doméstico e às atividades

agrícolas que envolvam a escassez de água nos cinco continentes;

Destacar algumas bacias hidrográficas de importância histórico-geográfica e sua

utilização pelas populações;

O professor deverá elaborar os conteúdos específicos de acordo com seus interesses e de seus

alunos, como conceituais, procedimentais e atitudinais.

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ABORDAGEM TEÓRICA:

Á água é um bem que o ser humano necessita para sobreviver. A maior parte da água

disponível no planeta Terra, 97, 50%, está nos oceanos, ou seja, é imprópria para o consumo

humano. Do restante, 2, 493% estão nas regiões polares, o que dificulta o aproveitamento e,

apenas 0, 007% da água disponível é apropriada para o consumo humano.

Nas últimas décadas, com o aumento das populações urbanas e com o consumo cada vez

maior desse bem, o uso da água começou a se tornar uma questão importante, visando o seu

melhor aproveitamento e promovendo campanhas em todo o mundo que conscientizem as

pessoas sobre como fazer uso racional desse bem.

Nesse contexto, na década de 80 começaram as primeiras ações em prol do uso racional

desse recurso natural. Em 1986 foi realizado o Simpósio Internacional sobre Economia de Água

de Abastecimento Público e, partir dessa data, começaram algumas iniciativas e parcerias entre

empresas fabricantes de produtos que usam água e algumas instituições de pesquisa.

Em 1997, com o constante agravamento da situação do desperdício de água, foi criado o

PNCDA (Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água). Em abril do mesmo ano,

através de uma articulação entre o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da

Amazônia Legal e com o Ministério das Minas e Energia, o Ministério do Planejamento e

Orçamento, por meio do Departamento de Saneamento da SEPURB, foi finalmente instituído o

Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água e o Programa Brasileiro de Qualidade

e Produtividade da Construção Habitacional.

Segundo Leonardo Boff, hoje na crise do projeto humano, sentimos a falta clamorosa de

cuidado em toda parte. Suas ressonâncias negativas se mostram pela má qualidade de vida,

pela penalização da maioria empobrecida da humanidade, pela degradação ecológica e pela

exploração exacerbada da violência. Que o cuidado aflore em todos os âmbitos, que penetre na

atmosfera humana e que prevaleça em todas as relações! O cuidado salvará a vida, fará

justiça ao empobrecido e resgatará a Terra como pátria e mátria de todos. (BOFF, 1999, p.

191).

Leonardo Boff é teólogo e filósofo. Ajudou no processo de formulação da Teologia da

Libertação. Foi professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2002,

ganhou em Estocolmo o prêmio Nobel alternativo para a paz.

Uma das preocupações de Boff (1999) é a crise que afeta a humanidade pela falta de

cuidado. Para sair desta crise, segundo o autor, precisamos de uma nova ética, ela deve nascer

de algo essencial ao ser humano, reside mais no cuidado do que na razão e na vontade.

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Outra semelhança desponta no que se refere ao meio ambiente, quando os PCN's relatam

que o cuidado com nosso planeta pode representar um grande diferencial, pois "desperta para a

percepção de que os seres humanos são partes integrantes do meio ambiente" (BRASIL, 1998:

40).

Leonardo Boff (1999) defende a opção pelo cuidado. Cuidar, como ele diz, é mais que um ato,

é uma atitude de preocupação, de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro. As

pessoas, não possuem somente corpo e mente, são seres espirituais. Assim, devemos valorizar

esse lado espiritual através do sentimento e do cuidado com o nosso planeta. Assim, podemos

relacionar que a ética preconizada por Boff (1999), o saber cuidar do outro e do ambiente, é

considerado uma das intervenções dos profissionais da EDUCAÇÃO. Para serem atingidos os

objetivos de contribuir para a autonomia, autoestima, cooperação, solidariedade, integração,

cidadania e preservação do meio ambiente é preciso saber cuidar.

Leonardo Boff (1999) observa que o capitalismo reinante promove a falta de respeito com as

condições básicas do ser humano, pois a exploração visando lucros é a grande ferramenta do

sistema atual. Assim é preciso que o cuidado com o próximo seja ativado para o resgate do

respeito e do sentimento por todos. Para isso é necessária à ênfase no sentimento, já que a

razão está ameaçada pelo capital. Corroboramos a ideia de Fonseca (2002), quando afirma que

precisamos buscar uma perspectiva didático-pedagógica para a ação docente e que esta

proposta não se reduza a apenas buscar uma metodologia do tipo receita ou uma didática

meramente instrumental, pretendemos propor uma reflexão que supere a ideia do apenas "saber

fazer" ou do "como fazer". O que necessitamos é formar alunos questionadores e que procurem

respostas às questões do "por que e para que fazer?".

Através destas questões, os alunos podem ultrapassar a ideia de cuidar apenas de si, se

seu corpo e mente. As respostas podem trazer a reflexão e o cuidar do próximo e do planeta em

que vivemos pode ser a solução para o viver bem, em paz e harmonia, a ênfase deve ser no

emocional.

É a partir desta ênfase no emocional que o cuidado deve ser priorizado. É com o sentimento

que surge simpatia e empatia, a cooperação, a integração e os resultados da solidariedade, de

acordo com Leonardo. É o sentimento que faz o homem amar tudo em sua vida.

Acreditamos, assim como Cury (2003) que professores que possuem sensibilidade podem

falar ao coração de seus alunos e contribuem assim para o desenvolvimento da capacidade de

contemplação do belo, do perdoar, do fazer amigos e do socializar. A EDUCAÇÃO pode gerar

esta sensibilidade nos alunos através de práticas específicas, como a cooperação, e assim

ensinar a cuidar do outro e do nosso ambiente com amor.

O amor, de acordo com as ideias de Boff (1999), manifesta-se no ser humano gerando a

família e por consequência a sociedade. Se não acontecer o amor, o coletivo inexiste. A

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competição é negativa, pois só existe um vencedor, ela nega o amor ao próximo. Sem amor, o

homem não possui o cuidado.

A educação atual nega a exclusão e procura um substituto da competição. Busca a prática da

atividade regada pelo sentimento e pelo amor. De acordo com Chalita (2005: 16): “o amor pode

justificar, determinar, agregar, permitir, superar, prolongar, solicitar. O amor também condena,

absolve, revela, esconde, simula, expõe. O amor orienta, desnorteia (...). No amor estão

presentes, ao mesmo tempo os quatro elementos e os cinco sentidos (...). Por ele se luta, se

ganha, se perde, se joga, se brinca, se chora, se vive, se morre (...). Ele ataca e defende,

derruba e sustenta, grita, silencia.”.

Boff (1999) acredita que é na ética que o equilíbrio deve ser alcançado, para atingir objetivos

que busquem melhoras para o planeta e para os excluídos.

O cuidado com os oprimidos deve ser realizado no ato do amor. De acordo com Freire (1987:

36), "só nesta plenitude é que a solidariedade verdadeira se constitui". A EDUCAÇÃO, através

de projetos sociais promovidos com alunos, pode auxiliar os oprimidos através de palestras

sócio-educativas, promoção de momentos de lazer e prestação de serviços de saúde.

- Reflexões conclusivas

Leonardo Boff (1999) defende o ponto de vista de que a espiritualidade deve vir a frente da

religião. Para o autor, a espiritualidade é capaz de ligar, religar e integrar. Compartilhamos a

ideia de que religião significa religar com algo, no caso um Ser Divino. Juntamente com o citado

autor, aceitamos a ideia de que a espiritualidade deve ser priorizada e não apenas a religião.

Através da EDUCAÇÃO, não podemos oferecer tipos de religião ou muito menos influenciar

alunos para esta ou aquela, entretanto podemos estimular a espiritualidade, através do saber

cuidar, não somente de si e de seu corpo, como já explanado, mas, sobretudo do próximo e do

nosso planeta. Assim é necessário que possamos preservar o meio ambiente, cuidar dos outros

e viver com amor.

A questão relacionada à ética proposta por Boff (1999) deve estar presente nos debates sobre

EDUCAÇÃO e ÉTICA, pois representa uma nova teoria para esta disciplina envolvendo o cuidar

do outro e do meio ambiente.

Propomos aos PROFESSORES, ALUNOS E RESPONSÁVEIS que reflitam sobre sua prática,

que ultrapassem a tendência apenas técnica desta modalidade de ensino, que através do nosso

PROJETO INSTITUCIONAL possa oferecer uma aprendizagem do saber cuidar do próximo, que

apliquem seus conteúdos proporcionando o saber cuidar do meio ambiente.

Sugerimos aos mesmos, um esforço maior para adquirir os conhecimentos ético-humanistas,

buscando o desenvolvimento integral de toda a comunidade escolar, superando o cuidar físico e

atingindo o cuidar do outro e do planeta em que vivemos.

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Encerramos este debate, ainda inacabado, aberto a novas discussões, destacando a

mensagem trazida pela fábula do mito, trazida por Boff (1999) em seu livro, aqui já mencionado:

Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma ideia

inspirada. Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava

o que havia feito, apareceu Júpiter.

Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado.

Quando, porém Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado Júpiter o proibiu.

Exigiu que fosse imposto o seu nome.

Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela

conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da terra.

Originou-se então uma discussão generalizada.

De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a

seguinte decisão que pareceu justa:

"Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da

morte dessa criatura. Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o

seu corpo quando essa criatura morrer. Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro,

moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto ela viver. E uma vez que, entre

vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada

Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil".

PROBLEMATIZAÇÃO:

Através das experiências já vividas pelos alunos no seu âmbito familiar, a principal função

desse projeto é de contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e

atuarem diante da realidade em que o mundo vem enfrentando com a poluição e a escassez de

água. Para isso, é necessário que mais do que informações e conceitos, mas atitudes e

formação de valores, que serão apreendidos na prática do dia a dia, no meio social.

Será esperado ao término do projeto que toda a comunidade escolar esteja consciente da

importância da água tanto para a vida animal como para a vegetal, que saiba utilizá-la sem

desperdício e sem poluí-la, levando para o seu meio social todos esses aprendizados.

PLANO ESTRATÉGICO:

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São todos os materiais, atividades soluções utilizadas durante a realização do projeto, como:

aulas passeios, entrevistas com pessoas da família e da sociedade, gravuras

xerocadas, pesquisas, exposições, peças teatrais,...

Conversar com os alunos sobre a importância da água para o nosso organismo e o

meio em que vivemos. O professor poderá contar alguma história associada ao

tema;

Pesquisa em sala de aula sobre o tema, de materiais levados pelas crianças,

pesquisados em casa, e análise dos mesmos; cada aluno poderá confeccionar um

livro com figuras e produções de texto individuais; utilizar os materiais restantes

para a montagem de um mural sobre o assunto, em lugar visível a toda comunidade escolar;

Discussão de uma peça teatral sobre o tema, onde os alunos montarão os diálogos,

a fim de que esta seja apresentada para outras turmas; trabalhar com a música

“Planeta Água”, de Guilherme Arantes, onde as crianças irão elaborar cartazes em

grupo retratando o que entenderam da mesma;

Visita a uma estação de tratamento de água e discussões sobre a realidade da poluição dos

rios; trabalhar com experiências concretas, mostrando a importância da água para nossa vida,

para as plantações, bem como os estados físicos da mesma,...

-Divisão dos segmentos para atividades específicas:

EDUCAÇÃO INFANTIL: A Bacia Amazônica.

EDUCAÇÃO ESPECIAL: A água como tema musical.

ENSINO FUNDAMENTAL I: _1º ano: A água nas canções e histórias infantis. _ 2º ano: Guaranis: os índios do “aquífero”. _ 3º ano: A hidrografia do meu município. _ 4º ano: Moçambique: escassez de água assola o país. _ 5º ano: O rio São Francisco e a discussão sobre a “transposição das águas”.

ENSINO FUNDAMENTAL II:

_ 6º ano: O rio Nilo. _ 7º ano: O rio Mississipi. _ 8º ano: O rio Paraíba do Sul.

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_ 9º ano: O aquífero guarani. Obs.: Em São Gonçalo o 9º ano participará da escolha dos temas com o Ensino Médio.

ENSINO MÉDIO: _ O aquífero guarani. _ Soluções europeias para o abastecimento d’água. _ A água e a Questão Palestina. _ Escassez de água: um problema africano. _ Oceania: água e sobrevivência.

EIXOS TEMÁTICOS:

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1º SEMESTRE: NOVOS DESAFIOS: O CApDHC, A ÁGUA E VOCÊ

______________________________________________________________

2º SEMESTRE: AÇÃO E COOPERAÇÃO PELA ÁGUA: REESCREVENDO O SEU PRESENTE E

CONSTRUINDO O SEU FUTURO.

_______________________________________________________

EQUIPE DE CRIAÇÃO DO PROJETO:

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DIRETORA: SUZANA DE FÁTIMA PIAZ BARCELOS

EQUIPE TÉCNICO PEDAGÓGICA DE SÃO GONÇALO:

COORDENADORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRISTIANE LIMA

COORDENADORA DO FUNADAMENTAL I: FÁTIMA VIEIRA

COORDENADORA DO FUNDAMENTAL II: FABRÍCIA SCARPA

COORDENADORA DO ENSINO MÉDIO: GEISA RONCONI

COORDENADORA CULTURAL E PROFESSORA DE HISTÓRIA: DALVA

COUPEY

COORDENADOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES: SÉRGIO LEITE

EQUIPE TÉCNICO PEDAGÓGICA DE NITERÓI:

COORDENADORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: ÉRIKA QUINTANILHA

COORDENADORA DO FUNADAMENTAL I: CLERIAN PEREIRA

COORDENADORA DO FUNDAMENTAL II: HEDIMAR PORTO

ORIENTADORA EDUCACIONAL: ELIANE CRISTINA F. DE OLIVEIRA

I. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio: bases

legais. Brasília, 1999.

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