projeto elétrico

65
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PATO BRANCO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GUILHERME MEURER BRANDALISE JOÃO MARCOS MIGUEL HEINZ JOÃO SILVIO ZAMBIAZZI BENETTI MATEUS POSSAN RAUL GERMANO GIORDANO PROJETO ELÉTRICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Upload: giovanni-pugliesi-pinho

Post on 06-Nov-2015

24 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Relatorio

TRANSCRIPT

Ministrio da Educao

PAGE

UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

CAMPUS PATO BRANCOCURSO DE ENGENHARIA CIVIL

GUILHERME MEURER BRANDALISEJOO MARCOS MIGUEL HEINZJOO SILVIO ZAMBIAZZI BENETTI

MATEUS POSSAN

RAUL GERMANO GIORDANO

PROJETO ELTRICO NA CONSTRUO CIVILPato Branco PR

Maio 2010GUILHERME MEURER BRANDALISEJOO MARCOS MIGUEL HEINZJOO SILVIO ZAMBIAZZI BENETTIMATEUS POSSAN

RAUL GERMANO GIORDANOPROJETO ELTRICO NA CONSTRUO CIVILTrabalho sobre Projeto Eltrico Na Construo Civil entregue ao professor do de Introduo Engenharia do primeiro semestre do curso de Engenharia Civil, Doutor Rogrio Carrazedo. com data de entrega prevista para o dia 06 de Maio de 2010.

Pato Branco PR

Maio 2010LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 TALES DE MILETO7FIGURA 2 BENJAMIN FRANKLIN8FIGURA 3 ITAIP11FIGURA 4 GRFICO11FIGURA 5 NOVO PADRO DE PLUGUES E TOMADAS34FIGURA 6 PLUGUE ANTIGO35FIGURA 7 PLUGUE ANTIGO PLUGADO NO NOVO35FIGURA 8 VRIOS PLUGES35FIGURA 9 REDE ELTRICA INVISVEL37FIGURA 10 SMART GRID40FIGURA 11 CASA INTELIGENTE42FIGURA 12 CARREGADOR INDUTIVO44LISTA DE TABELAS

TABELA 1 POTNCIA DE TOMADAS32SUMRIO61 INTRODUO

72 PROJETO ELTRICO

72.1 HISTRIA DA ELETRICIDADE

92.1.1 Energia Eltrica no Brasil

122.1.2 Formas De Gerao De Energia Eltrica

122.1.2.1 Energia hidrulica ou hdrica

122.1.2.2 Termoeletricidade energia termeltrica

132.1.2.3 Energia elica

142.1.2.4 Energia geotrmica

142.1.2.5 Energia nuclear

152.1.2.6 Energia solar

152.1.2.6.1 Tipos de energia solar

162.1.2.7 Energia Maremotriz

172.2 TRANSMISSO

172.2.1 Componentes do Sistema de Transmisso

172.2.1.1 Torres

182.2.1.2 Isoladores

182.2.1.3 Subestaes

182.2.2 Transmisso em Corrente Alternada

182.2.2.1 Torres

192.2.2.2 Ampacidade

192.2.2.3 Efeito corona

202.2.2.4 Campos eletromagnticos

202.2.2.5 Compensao de linhas

212.2.3 Transmisso em Corrente Contnua

212.2.4 Linhas de transmisso subterrneas

222.2.5 Linhas de transmisso submarinas

222.2.6 Proteo

222.3 PRODUO DE UM PROJETO ELTRICO

232.3.1 Definies Bsicas

232.3.2 Composio Do Projeto

242.3.3 Normas Para Instalaes E Servios Em Eletricidade

242.3.3.1 NR-10 - Instalaes e servios em eletricidade

252.3.3.2 ABNT NBR 5410/97 e 5419/00

252.3.3.2.1 NBR 5410/97 - Instalaes eltricas de baixa tenso

262.3.3.2.2 NBR 5419/00 - Aterramentos

272.3.4 Etapas da elaborao de um projeto eltrico:

282.4 INSTALAO ELTRICA EM CASAS

282.4.1 Previso De Cargas Da Instalao Eltrica

292.4.2 Iluminao

292.4.3 Tomadas

332.5 NOVIDADES EM PROJETOS ELTRICOS

332.5.1 Padro para Plugues e Tomadas

362.5.2 Fita Eltrica Adesiva:

382.5.3 Smart Grid: A Rede Eltrica Inteligente

432.5.4 Carregadores Indutivos

463 CONCLUSO

474 REFERNCIAS

1 INTRODUO

Esse trabalho tem pretende contribuir na formao dos estudantes de Engenharia Civil, abordando assuntos relacionados a estrutura eltrica bsica.

Os assuntos abordados foram pesquisados em diversos livros, revistas tcnicas e na rede de internet, no tendo a pretenso de esgotar todo o conhecimento sobre os assuntos aqui tratados.

A iniciativa pretende contribuir de forma efetiva no processo ensino-aprendizagem no prescindindo da leitura de outras fontes literrias especializadas.

Sero abordados assuntos como histria da energia eltrica, formas de gerao de energia, transmisso da energia, instalaes eltricas residenciais, novidades sobre energia eltrica, medidas de segurana, elaborao do projeto eltrico dentre outros itens.2 PROJETO ELTRICO2.1 HISTRIA DA ELETRICIDADE

A Histria da eletricidade tem incio na Antiguidade, na Grcia Antiga. De acordo com Tales de Mileto, ao se esfregar mbar com pele de carneiro, observou-se que pedaos de palha eram atrados pelo mbar. Nas Civilizaes Antigas as propriedades eltricas de alguns materiais j eram conhecidas, como por exemplo, no Iraque, Objetos encontrados datados de 250 a.C. Seriam usados como forma de bateria.

Figura 1 Tales de Mileto. Fonte: Wikipdia (2010).

Mudanas Significativas ocorreram quando William Gilbert em 1600, publicou o livro De Magnet, com embasamento cientifico para as explicaes de eletricidade e magnetismo.

James Watt (1736 - 1819), Mecnico concebeu o principio da maquina a vapor impulsionando a revoluo industrial.

Michael Faraday (1791 - 1867), Fsico, Constatou que o Movimento de um im atravs de uma bobina de fio de cobre causava fluxo de corrente no condutor e, Faraday, tambm estabeleceu o Principio do motor eltrico.

Foi Benjamin Franklin quem demonstrou, pela primeira vez no sculo XVIII, que o relmpago um fenmeno eltrico, atravs da sua famosa experincia com uma pipa.Ao empinar a pipa num dia de tempestade, Franklin consegue obter efeitos eltricos atravs da linha e percebe ento que o relmpago resultava do desequilbrio eltrico entre a nuvem e o solo.

Figura 2 Benjamin Franklin. Fonte: Wikipdia (2010).

Em 1873, o cientista Zenobe Gramme demonstrou que a eletricidade podia ser transmitida de um ponto ao outro por meio de cabos areos e em 1879, Thomas Edison inventa a lmpada e dois anos depois com auxilio dos conhecimentos de Zenobe Gramme constri a primeira central de energia eltrica com sistema de distribuio. A eletricidade j tinha sido aplicada no campo das comunicaes , com o telegrafo e o telefone eltrico e pouco a pouco o aproveitamento da dos novos conhecimentos da eletricidade como Baterias, Dnamo, Motor-eltrico e Transformador s foram aplicados na industria e na vida cotidiana at se consolidar no fim do sculo XIX.

2.1.1 Energia Eltrica no Brasil

O emprego da energia eltrica no pas teve como marcos pioneiros a instalao da Usina Hidreltrica Ribeiro do Inferno, em 1883, destinada ao fornecimento de fora motriz a servios de minerao em Diamantina, Minas Gerais; a Usina Hidreltrica da Companhia Fiao e Tecidos So Silvestre, de 1885, no municpio de Viosa, tambm em Minas Gerais; a Usina Hidreltrica Ribeiro dos Macacos, em 1887, no mesmo estado; a Usina Termeltrica Velha Porto Alegre, em 1887, no Rio Grande do Sul; e a Usina Hidreltrica Marmelos, realizada em 1889, em Juiz de Fora, Minas Gerais, por iniciativa do industrial Bernardo Mascarenhas.

At a primeira dcada do sculo XX, foi construdo no pas um grande nmero de pequenas usinas geradoras de energia eltrica, cuja produo visava o atendimento dos servios pblicos instalados nas cidades, sendo empregada predominantemente na iluminao pblica e particular, nos bondes utilizados para o transporte coletivo e no fornecimento de fora motriz a unidades industriais, sobretudo do setor txtil.

Os primeiros concessionrios dos servios de eletricidade constituam-se de pequenos produtores e distribuidores, organizados como empresas de mbito municipal por fazendeiros, empresrios e comerciantes locais. Eram freqentes as instalaes autoprodutoras nas indstrias e em unidades de consumo domstico, no setor agrcola. Essas empresas municipais constituram-se como resultado da iniciativa do empresariado nacional ligado agricultura de exportao, aos servios urbanos, principalmente iluminao e transportes, e indstria.

A necessidade de atender crescente demanda por iluminao, abastecimento de gua, esgoto, transportes e telefonia, e a impossibilidade de seu atendimento diretamente por parte da administrao pblica, levou instituio definitiva do regime de concesses para a prestao dos servios pblicos.

A energia eltrica teve sua produo e uso implantados no Brasil num perodo em que o pas conheceu um grande desenvolvimento poltico, econmico e social. O novo regime republicano se consolidava e comeava a sofrer transformaes de cunho doutrinrio. A economia crescia a partir da riqueza da agroexportao e, ao mesmo tempo, diversificava-se e criavam-se as condies para a industrializao. A sociedade assistiu ao fortalecimento de novos segmentos e inovao dos costumes, oriunda do progresso tecnolgico, com a superao da iluminao a gs e da trao animal dos bondes, nas cidades. A energia eltrica instalou-se no Brasil, a um s tempo, como conseqncia e como condio das transformaes da vida nacional.

Quanto evoluo da indstria de energia eltrica, o perodo de 1930 a 1945 apresentou uma queda acentuada no ritmo de crescimento, se comparado com o perodo de implantao inicial do setor de energia eltrica brasileiro (1880-1930). Apesar de importantes acrscimos na capacidade instalada no pas, realizados ao longo da dcada de 1930, a partir de 1941 a potncia correspondente a unidades de gerao hidrulica permaneceu praticamente inalterada, at o ano de 1945. Cabe destacar que, ao longo do perodo, a estruturao das instalaes geradoras existentes quanto fonte energtica manteve-se inalterada, isto , em torno de 80 % da potncia instalada tinha origem hidrulica e 20 % origem trmica.

O crescimento do consumo anual de energia eltrica, entre 1970 e 1980, atingiu o ndice de 10 %. Nesse contexto, foram implementados projetos de construo de grandes centrais eltricas, com a Usina Hidreltrica Tucuru, sob a responsabilidade da Eletronorte, e a Usina Hidreltrica Itaipu, executada pelos governos do Brasil e do Paraguai por meio da Itaipu Binacional. A acelerao do consumo levou, tambm, implementao do campo da gerao trmica nuclear no pas e assinatura do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, em 27 de junho de 1975.

O modelo setorial pautado pela organizao do sistema Eletrobrs garantiu a expanso expressiva dos segmentos de gerao e transmisso de energia eltrica ao longo dos anos 1960 e 1970, tendncia que viria a ser revertida, na dcada de 1980, tanto como reflexo das mudanas nas regras dos mercados financeiros internacionais, como dos obstculos continuidade da captao interna de recursos.

Mais especificamente a crise do petrleo, em 1973, levou substituio, incentivada pelo governo federal, do uso de combustveis fsseis pela eletricidade nas indstrias eletrointensivas, o que acarretou a necessidade de novos investimentos em expanso e maiores custos de operao, no quadro desfavorvel da implementao da poltica de reerguimento do dlar, por parte do governo norte-americano, da elevao das taxas de juros internacionais e da inverso dos fluxos internacionais de crdito, que naquele momento passavam a buscar os mercados dos pases centrais.

Figura 3 Itaipu. Fonte: Wikipdia (2010).

Atualmente, no Brasil, Segundo dados do Balano Energtico Nacional (BEN) 2009 dentre as fontes primria e secundria de energia a fonte Hidrulica a que mais contribui para a produo de energia eltrica (73,1%). Estando os locais produtores longe dos consumidores finais, so necessrias grandes extenses de linhas de transmisso e instalaes para repartir e distribuir a energia nos centros de consumo.

Figura 4 Gfico. Fonte: Wikipdia (2010).2.1.2 Formas De Gerao De Energia Eltrica2.1.2.1 Energia hidrulica ou hdrica

A energia eltrica obtida atravs da passagem da gua numa mquina hidrulica, denominada turbina hidrulica. A potncia gerada proporcional altura da queda de gua e vazo do lquido.

A obteno ocorre quando a energia liberada pela passagem de certa quantidade de gua move uma turbina, que aciona um gerador eltrico. A Energia Gerada de forma Hidrulica tem a vantagem de ser renovvel, no emitir poluentes, no contaminar a gua que passa pelas turbinas, e o modo mais barato de se obter energia. Porm, a desvantagem apenas na construo da Usina que necessria a inundao de grandes reas causando alterao da fauna e flora, caso a rea seja de floresta, ou deslocamento de uma cidade inteira, caso a rea alagada seja de uma cidade.

2.1.2.2 Termoeletricidade energia termeltrica

A energia gerada atravs da liberao de calor, normalmente pela combusto de um combustvel, renovvel ou no. Geralmente funciona com a queima de um combustvel fssil como a gasolina, o carvo, petrleo ou gs natural, que queimado em uma cmara com o ar que aumenta sua presso atravs de um compressor axial anteposto a cmara, interligada turbina provinea misturada para a queima da combusto. Com grande presso(compressor)maior a temperatura(camara de combusto) essa unio 'levada' a turbina sendo transformada em potncia de eixo, fazendo assim o giro da turbina "neste caso TG-Turbina a gs". Dos gases provenientes da turbina, ou seja, os gases de exausto so direcionados a uma caldeira de recuperao de calor que pode ser aquatubular ou flamotubular.Em se tratando da Aquatubular: a gua passa por dentro das serpentinas "interno da caldeira por vrios estgios- Evaporador, economizador e superaquecedor trocando calor com estes gases de exausto criando assim uma grande massa de vapor que ento ser direcionado a uma turbina Vapor. Essa gua pode provir de um rio, lago ou mar, dependendo da localizao da usina.

O vapor movimenta as ps de uma turbina e cada turbina conectada a um gerador de eletricidade. O vapor resfriado em um condensador, a partir de um circuito de gua de refrigerao, e no entra em contato direto com o vapor que ser convertido outra vez em gua, que volta aos tubos da caldeira, dando incio a um novo ciclo.

A energia Termoeltrica possui um grande impacto ambiental, sendo uma das principais causadoras do efeito estuda e da chuva cida. O Brasil lana por ano 4,5 Milhes de toneladas de carbono na atmosfera.

2.1.2.3 Energia elica

A energia gerada atravs do vento, que utilizado para mover aerogeradores(grandes turbinas) e so colocados em local com muito vento. Essas turbinas tem forma de catavento ou moinho. Esse moimento do gerador produz energia eltrica, porm, so necessrios parques elicos, onde se agrupam diversos aerogeradores, para que a produo se torne rentvel e suficiente.

A energia elica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente porque renovvel, ou seja, no se esgota, limpa, amplamente distribuda globalmente e, se utilizada para substituir fontes de combustveis fsseis, auxilia na reduo do efeito estufa. Em pases como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrogrfica, a energia elica pode se tornar importante no futuro, porque ela no consome gua, que um bem cada vez mais escasso e que tambm vai ficar cada vez mais controlado. Em pases com uma malha hidrogrfica pequena, a energia elica passa a ter um papel fundamental j nos dias atuais, como talvez a nica energia limpa e eficaz nesses locais. Alm da questo ambiental, as turbinas elicas possuem a vantagem de poderem ser utilizadas tanto em conexo com redes eltricas como em lugares isolados, no sendo necessrio a implementao de linhas de transmisso para alimentar certas regies.2.1.2.4 Energia geotrmica

A energia geotrmica existe desde que o nosso planeta foi criado. Geo significa terra e trmica significa calor, por isso, geotrmica a energia calorfica que vem da terra.Abaixo da crosta terrestre, ou seja, a camada superior do manto constituda por uma rocha lquida, o magma (encontra-se a altas temperaturas). A crosta terrestre flutua nesse magma.

Por vezes, o magma quebra a crosta terrestre chegando superfcie, a este fenmeno natural chama-se vulco e o magma passa a designar-se lava. Em cada 100 metros de profundidade a temperatura aumenta 3 Celsius.

Em alguns locais do planeta, existe tanto vapor e gua quente que possvel produzir energia eltrica. Abrem-se buracos fundos no cho at chegar aos reservatrios de gua e vapor, estes so drenados at superfcie por meio de tubos e canos apropriados.Atravs destes tubos a o vapor conduzido at central eltrica geotrmica. Tal como numa central eltrica normal, o vapor faz girar as lminas da turbina como uma ventoinha. A energia mecnica da turbina transformada em energia eltrica atravs do gerador. A diferena destas centrais eltricas que no necessrio queimar um combustvel para produzir eletricidade.

Aps passar pela turbina o vapor conduzido para um tanque onde vai ser arrefecido. O fumo branco que se v na figura o vapor a transformar-se novamente em gua no processo de arrefecimento. A gua de novo canalizada para o reservatrio onde ser naturalmente aquecida pelas rochas quentes.

2.1.2.5 Energia nuclear

Usinas nucleares so usinas trmicas que usam o calor produzido na fisso para movimentar vapor de gua, que, por sua vez, movimenta as turbinas em que se produz a eletricidade. Em um reator de potncia do tipo PWR (termo, em ingls, para reator a gua pressurizada), como os reatores utilizados no Brasil, o combustvel o urnio enriquecido cerca de 3,5%.

Isso significa que o urnio encontrado na natureza, que contm apenas 0,7% do istopo 235U, deve ser processado (enriquecido) para que essa proporo chegue a 3,5% (figura 3). Em reatores de pesquisa ou de propulso estes ltimos usados como fonte de energia de motores em submarinos e navios , o enriquecimento pode variar bastante. Para a confeco de bombas nucleares, necessrio um enriquecimento superior a 90%.

Atualmente, no mundo, esto em operao 440 reatores nucleares voltados para a gerao de energia em 31 pases. Outros 33 esto em construo. Cerca de 17% da gerao eltrica mundial de origem nuclear, a mesma proporo do uso de energia hidroeltrica e de energia produzida por gs.

2.1.2.6 Energia solar

Energia solar a designao dada a qualquer tipo de captao de energia luminosa (e, em certo sentido, da energia trmica) proveniente do Sol, e posterior transformao dessa energia captada em alguma forma utilizvel pelo homem, seja diretamente para aquecimento de gua ou ainda como energia eltrica ou mecnica.2.1.2.6.1 Tipos de energia solar

Os mtodos de captura da energia solar podem ser diretos, indiretos, passivos ou ativos.

Direto significa que h apenas uma transformao para fazer da energia solar um tipo de energia utilizvel pelo homem. Exemplos:

A energia solar atinge uma clula fotovoltaica criando eletricidade. (A converso a partir de clulas fotovoltaicas classificada como direta, apesar de que a energia eltrica gerada precisar de nova converso, em energia luminosa ou mecnica, por exemplo, para se fazer til.)

A energia solar atinge uma superfcie escura e transformada em calor, que aquecer uma quantidade de gua, por exemplo - esse princpio muito utilizado em aquecedores solares.

Indireto significa que precisar haver mais de uma transformao para que surja energia utilizvel. Um exemplo so os sistemas que controlam automaticamente cortinas, de acordo com a disponibilidade de luz do Sol.

Sistemas passivos so geralmente diretos, apesar de envolverem (algumas vezes) fluxos em conveco, que tecnicamente uma converso de calor em energia mecnica.

Sistemas ativos so sistemas que apelam ao auxlio de dispositivos eltricos, mecnicos ou qumicos para aumentar a efetividade da coleta. Sistemas indiretos so quase sempre tambm ativos.2.1.2.7 Energia Maremotriz

Energia maremotriz o modo de gerao de eletricidade atravs da utilizao da energia contida no movimento de massas de gua devido s mars. Dois tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cintica das correntes devido s mars e energia potencial pela diferena de altura entre as mars alta e baixa.A energia das mars obtida de modo semelhante ao da energia hidreltrica.

Trata-se de uma obra complexa de Engenharia hidrulica. Constri-se uma barragem, formando-se um reservatrio junto ao mar. Quando a mar alta, a gua enche o reservatrio, passando atravs da turbina hidrulica, tipo bulbo, e produzindo energia eltrica. Na mar baixa, o reservatrio esvaziado e a gua que sai do reservatrio passa novamente atravs da turbina, em sentido contrrio, produzindo a energia eltrica. Este tipo de fonte tambm usado no Japo, na Frana e na Inglaterra. A primeira usina maremotriz construda no mundo para gerao de electricidade foi a de La Rance, em 1963 e antes de 1500, em Lameiras municpio de Sintra para uso direto em moendas.2.2 TRANSMISSO

Transmisso de energia eltrica o processo de transportar energia entre dois pontos. O transporte realizado por linhas de transmisso de alta potncia, geralmente usando corrente alternada, que de uma forma mais simples conecta uma usina ao consumidor.

A transmisso de energia dividida em duas faixas: a transmisso propriamente dita, para potncias mais elevadas e ligando grandes centros, e a distribuio, usada dentro de centros urbanos, por exemplo.

Cada linha de transmisso possui um nvel de tenso nominal, aonde encontramos linhas de at 750 kV, com diversos estudos e prottipos em 1 a 1,2 MV. As linhas de distribuio so usualmente na faixa de 13,8 kV. Para a converso entre nveis de tenso, so usados transformadores.

Em sistemas de grande porte, usual a interligao redundante entre sistemas, formando uma rede. O nmero de interligaes aumenta a confiabilidade do sistema, porm aumentando a complexidade. A interligao pode tanto contribuir para o suprimento de energia quanto para a propagao de falhas do sistema: um problema que ocorra em um ponto da rede pode afundar a tenso nos pontos a sua volta e acelerar os geradores, sendo necessrio o desligamento de vrios pontos, incluindo centro consumidores, havendo o aparecimento de apages ou blecautes.

2.2.1 Componentes do Sistema de Transmisso2.2.1.1 Torres

Para linhas areas, necessrio erguer os cabos a uma distncia segura do solo, de forma a evitar contato eltrico com pessoas, vegetao e veculos que eventualmente atravessem a regio. As torres devem suportar os cabos em condies extremas, determinadas basicamente pelo tipo de cabo, regime de ventos da regio, terremotos, entre outros eventos.

2.2.1.2 Isoladores

Os cabos devem ser suportados pelas torres atravs de isoladores, evitando a dissipao da energia atravs da estrutura. Estes suportes devem garantir a rigidez dieltrica e suportar o peso dos cabos. Em geral so constitudos de cermica, vidro ou polmeros.

2.2.1.3 Subestaes

As linhas de transmisso so conectadas s subestaes, que dispe de mecanismos de manobra e controle, de forma a reduzir os transitrios que podem ocorrer durante a operao das linhas.

2.2.2 Transmisso em Corrente Alternada

O uso de corrente alternada para transmisso de energia tornou-se evidente pela capacidade dos transformadores elevarem a tenso e reduzir a corrente eltrica, reduzindo ao quadrado as perdas na linha pelo Efeito Joule.

2.2.2.1 Torres

O projeto das torres deve ser otimizado para tornar o custo vivel, no deixando de suportar os cabos em qualquer condio de vento, temperatura, e quando aplicvel, na formao de gelo.

As torres so usualmente construdas em ao, com algumas alternativas em madeira e concreto para tenses de at 138 kV, e com estudos na utilizao de alumnio e outras ligas.

Um problema de difcil soluo no projeto de torres so os casos de vandalismo e furto.

2.2.2.2 Ampacidade

Trata-se da capacidade mxima de corrente eltrica nos condutores. Conforme a corrente aumenta, a temperatura eleva-se e os condutores se dilatam, aumentando a flecha e diminuindo a distncia do centro do vo para o solo. Esta distncia deve ser tal para evitar contactos com o solo ou outros elementos, como animais e pessoas.

Eventualmente a linha pode operar em regime de emergncia, com sobrecarga, o que previsto em projeto mas no deve ser utilizado com frequncia. Os limites de operao normal e de emergncia variam para cada pas.

O aumento da temperatura nos condutores eleva a resistncia, no qual altera a prpria corrente. O vento em contacto com o condutor um elemento relevante no resfriamento, alm da conveco. A radiao solar tambm influencia na elevao da temperatura do condutor.

2.2.2.3 Efeito corona

Para linhas de extra-alta tenso (acima de 345 kV), o principal limitante o efeito corona (ou coroa em Portugal). O campo eltrico na superfcie dos condutores atinge um limiar no qual o dieltrico do ar rompe-se, criando assim pequenas descargas em torno do condutor, similar a uma coroa.

Este efeito muito interessante visualmente, mas provoca perdas eltricas no sistema e interferncia em rdio e TV em localidades prximas. O efeito corona torna-se mais intenso na ocorrncia de chuva, no qual as gotas nos cabos provocam uma concentrao do campo eltrico, e elevando o nvel de perdas e interferncia. Outro fator que favorece a ocorrncia desse efeito so as condies fsicas da superfcie do cabo. Se este for arranhado, sujo ou sofre algum processo que torne sua superfcie mais rugosa (isso pode ocorrer especialmente no lanamento dos cabos se a equipe no tomar cuidado. Por exemplo, deixar acidentalmente o cabo arrastar no solo) pode facilitar a ocorrncia do efeito. Normas especficas, como a NBR 5422 no Brasil, impe um limite de interferncia provocado pelas linhas de transmisso, geralmente especificado para clima ameno.

Na ocorrncia de sobretenses na linha, o efeito corona um meio importante de amortecer tais falhas, agindo como um "escape" desta energia excedente.

Uma linha de extra-alta tenso projetada de forma otimizada possui os campos superficiais nos condutores prximos do limite.

2.2.2.4 Campos eletromagnticos

A linha irradia campos eletromagnticos na sua vizinhana, podendo causar interferncias e problemas de sade. Uma publicao do INCIRP[3] define como limites para frequncia industrial (50 ou 60 Hz) os valores de 10 e 8,33 kV/m, respectivamente. Os limites para campo magntico, em 50 e 60 Hz, so de 500 e 420 mT(microteslas), respectivamente.

2.2.2.5 Compensao de linhas

Para linhas com grandes comprimentos, acima de 400 km, necessrio o uso de equipamentos de compensao, tais como reatores em paralelo e capacitores em srie, para aumentar a capacidade da linha.

Os reatores em paralelo (tambm chamados de reatores shunt) anulam parcialmente o efeito capacitivo da linha, minimizando o Efeito Ferranti, que ocorre quando a linha opera em carga leve. Estes reatores geralmente no so manobrveis, o que pode ser indesejvel quando a linha estiver em sobrecarga. A manobra convencional de um reator pode levar a sobretenses indesejveis, e evitada na medida do possvel. O uso de reatores controlveis permite uma maior flexibilidade, mas acrescenta uma maior complexidade e custo no sistema de transmisso.

O projeto de uma linha envolve limites fsicos importantes:

2.2.3 Transmisso em Corrente Contnua

Nas ltimas dcadas mostrou-se a possibilidade de uso de corrente contnua em alta tenso (CCAT, em ingls HVDC), para a transmisso de grandes blocos de energia. A converso entre corrente alternada e corrente continua realizada atravs de retificados utilizando tiristores de alta tenso.

O uso do CCAT provem uma srie de vantagens, tais como o desacoplamento entre sistemas e a economia de cabos, usando de estruturas mais leves.

A transmisso em corrente contnua pode ser realizada de forma unipolar (um condutor, com retorno pelo terra) ou bipolar (dois condutores, de polaridades positiva e negativa).

2.2.4 Linhas de transmisso subterrneas

Uma soluo para os grandes centros urbanos o uso de linhas subterrneas. A principal dificuldade na isolao e blindagem dos condutores, de forma a acomodarem-se nos espaos reduzidos, ao contrrio das linhas areas que utilizam cabos nus, utilizando-se do ar como isolante natural.

O uso de condutores isolados tambm dificulta a dissipao de calor, reduzindo consideravelmente a ampacidade da linha.

2.2.5 Linhas de transmisso submarinas

A travessia de rios e canais por linhas areas demanda um projeto especial, por quase sempre haver a necessidade de transpor um vo muito grande. Neste caso, a catenria formada pelos cabos ser imensa, necessitando o uso de cabos com liga especial e torres gigantescas.

O uso de linhas submarinas evita o uso destas estruturas, reduzindo a poluio visual e evitando problemas em locais com travessias de navios. A linha submarina tem a limitao de possuir uma grande capacitncia, reduzindo o seu alcance prtico para aplicaes em corrente alternada, facto no qual prefervel o uso de linhas em corrente contnua.

2.2.6 Proteo

Diversos problemas assolam a integridade de uma rede de transmisso, tais como sobretenses devido a descargas atmosfricas, sobretenses devido a manobras, ventania, furaces, geada e outras condies climticas extremas, poluio, vandalismo, eletrocorroso.

Alguns destes problemas so transitrios, desaparecendo aps o desligamento da linha. Outros acarretam danos permanentes, como queda de torres.

Defeitos de origem eltrica podem ser minimizados a partir de sistemas de proteo como cabos pra-raios, pra-raios (supressores de surto), pra-raios de linha, procedimentos coordenados de manobra, aterramento adequado, proteo catdica.

2.3 PRODUO DE UM PROJETO ELTRICO

Para a produo de um projeto eltrico necessrio determinar a quantidade e os tipos dos pontos de utilizao. Trata-se de definir quantos e onde sero colocadas as tomadas, interruptores, etc. Tambm dimensionar e definir o material dos condutores e dos condutos. Consiste em determinar o material do qual sero feitos todos os componentes do circuito. dimensionar, definir o tipo e a localizao dos dispositivos de comando, de manuteno e de medio de energia eltrica. Consiste em determinar os locais onde sero colocados todos os componentes da instalao eltrica, desde os fios at os equipamentos de medio.2.3.1 Definies Bsicas

A unidade consumidora trata-se de qualquer tipo de edificao (residncia, apartamento, escritrio, etc.) individualizado pela sua respectiva medio.

Ponto de entrega de energia: o local de conexo do sistema eltrico pblico com a unidade consumidora.

Entrada de servio de energia eltrica: conjunto de equipamentos, condutores e acessrios instalados desde o ponto de entrega de energia at a medio.

Potncia instalada a soma das potncias nominais dos aparelhos, equipamentos e dispositivos que sero utilizados pela unidade consumidora, por exemplo, tomadas, lmpadas, chuveiros eltricos, etc.

O aterramento a ligao terra, por meio de condutor eltrico, de todas as partes metlicas no energizadas.

2.3.2 Composio Do Projeto

Plantas so os desenhos do projeto, esquemas so anotaes que contm os principais pontos de um projeto, memorial descritivo descreve o projeto em detalhes, incluindo dados e documentao do projeto, memorial de clculo, contm os principais clculos efetuados para a produo do projeto.

ART sigla de Anotao de Responsabilidade Tcnica, que tem como objetivo definir, para os efeitos legais, a autoria e as responsabilidades tcnicas da produo de um, projeto.

2.3.3 Normas Para Instalaes E Servios Em Eletricidade

2.3.3.1 NR-10 - Instalaes e servios em eletricidade

Fixa as condies mnimas exigveis para garantir a segurana dos empregados que trabalham em instalaes eltricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execuo, operao, manuteno, reforma e ampliao e, ainda, a segurana de usurios e terceiros.

Nas instalaes e servios em eletricidade, devem ser observadas no projeto, na execuo, na operao, na manuteno, na reforma e na ampliao as normas tcnicas oficiais estabelecidas pelos rgos competentes e, na falta destas, as normas internacionais, de modo que seja possvel prevenir, por meios seguros, os perigos de choque eltrico e todos os outros tipos de acidentes.

As instalaes eltricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que for tecnicamente possvel, devem ser providas de proteo complementar por meio de controle a distncia, manual e/ou automtico, bem como as partes das instalaes eltricas sujeitas a acumulao de eletricidade esttica devem ser aterradas.

Os ambientes das instalaes eltricas que contenham risco de incndio devem ter proteo contra o fogo, de acordo com as normas tcnicas estabelecidas pela ABNT, registradas pelo Inmetro.

Os servios de manuteno e/ou reparos em partes de instalaes eltricas sob tenso s podem ser executados por profissionais qualificados, devidamente treinados em cursos especializados e autorizados pelo MEC, com emprego de ferramentas e equipamentos especiais.

Deve ser fornecido um laudo tcnico ao final de trabalhos de execuo, reforma, manuteno ou ampliao de instalaes eltricas, elaborado por profissional devidamente qualificado e habilitado (engenheiro eltrico).

proibida a ligao simultnea de mais de um aparelho mesma tomada eltrica, com o emprego de acessrios que aumentem o nmero de sadas, salvo se a instalao for projetada com essa finalidade.

As mquinas eltricas devem ser instaladas obedecidas as recomendaes do fabricante, as normas especficas no que se refere a localizao e condies de operao.

Todo profissional para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalaes eltricas deve estar apto a prestar primeiros socorros a acidentados, bem como manusear e operar equipamentos de combate a incndio, utilizados nessas instalaes.2.3.3.2 ABNT NBR 5410/97 e 5419/00

2.3.3.2.1 NBR 5410/97 - Instalaes eltricas de baixa tenso

A ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas), define a NBR 5410 como a norma que estabelece as condies a que devem satisfazer as instalaes eltricas de baixa tenso, a fim de garantir a segurana de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalao e a conservao dos bens. Aplica-se principalmente s instalaes eltricas de edificaes, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, pblico, industrial, de servios, agropecurio, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pr-fabricadas.

A ltima edio da Norma traz diversas atualizaes e algumas incluses de procedimentos baseados na Norma IEC 60364.

A verso atual da Norma entrou em vigor em 31 de maro de 2005, em substituio a verso do ano de 1997 e tem como principais pontos a destacar:

A atualizao das disposies referentes proteo contra choques eltricos.

A obrigatoriedade do uso de DPS (Dispositivos contra surtos responsveis por garantir a integridade fsica de indivduos, equipamentos e instalaes eltricas na ocorrncia de sobretenso na rede).

Requisitos especficos para locais de habilitao (em particular a distribuio de pontos e a diviso de circuitos).

O dimensionamento de cabos condutores suscetveis presena de correntes

harmnicas, especificando a instalao de eletrodutos e sua verificao.

A inspeo da instalao antes de iniciar o uso.

2.3.3.2.2 NBR 5419/00 - Aterramentos

Esta norma fixa as condies exigveis ao projeto, instalao e manuteno de sistemas de proteo contra descargas atmosfricas (SPDA) de estruturas (definidas em 1.2), bem como de pessoas e instalaes no seu aspecto fsico dentro do volume protegido.

Ela aplica-se s estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrcolas, administrativos ou residenciais, e s estruturas especiais previstas no anexo A.

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definies:

Descarga atmosfrica: Descarga eltrica de origem atmosfrica entre uma nuvem e a terra ou entre nuvens, consistindo em um ou mais impulsos de vrios quiloampres.

Raio: Um dos impulsos eltricos de uma descarga atmosfrica para a terra.

Ponto de impacto: Ponto onde uma descarga atmosfrica atinge a terra, uma estrutura ou o sistema de proteo contra descargas atmosfricas.

Volume a proteger: Volume de uma estrutura ou de uma regio que requer proteo contra os efeitos das descargas atmosfricas conforme esta Norma.

Sistema de proteo contra descargas atmosfricas (SPDA): Sistema completo destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosfricas. composto de um sistema externo e de um sistema interno de proteo.

As caractersticas gerais so:

Deve ser lembrado que um SPDA no impede a ocorrncia das descargas atmosfricas.

Um SPDA projetado e instalado conforme esta Norma no pode assegurar a proteo absoluta de uma estrutura, de pessoas e bens. Entretanto, a aplicao desta Norma reduz de forma significativa os riscos de danos devidos s descargas atmosfricas.

O tipo e o posicionamento do SPDA devem ser estudados cuidadosamente no estgio de projeto da edificao, para se tirar o mximo proveito dos elementos condutores da prpria estrutura. Isto facilita o projeto e a construo de uma instalao integrada, permite melhorar o aspecto esttico, aumentar a eficincia do SPDA e minimizar custos.

O acesso terra e a utilizao adequada das armaduras metlicas das fundaes como eletrodo de aterramento podem no ser possveis aps o incio dos trabalhos de construo. A natureza e a resistividade do solo devem ser consideradas no estgio inicial do projeto. Este parmetro pode ser til para dimensionar o subsistema de aterramento, que pode influenciar certos detalhes do projeto civil das fundaes.

Para evitar trabalhos desnecessrios, primordial que haja entendimentos regulares entre os projetistas do SPDA, os arquitetos e os construtores da estrutura.

O projeto, a instalao e os materiais utilizados em um SPDA devem atender plenamente a esta Norma. No so admitidos quaisquer recursos artificiais destinados a aumentar o raio de proteo dos captores, tais como captores com formatos especiais, ou de metais de alta condutividade, ou ainda ionizantes, radioativos ou no. Os SPDA que tenham sido instalados com tais captores devem ser redimensionados e substitudos de modo a atender a esta Norma.2.3.4 Etapas da elaborao de um projeto eltrico:

Obtm-se informaes preliminares:

Plantas de situao: uma planta que mostra a situao atual do local na cidade, bem como ruas e avenidas prximas e o norte magntico; Projeto arquitetnico: o projeto visual, bem como a representao final de uma obra; Projetos complementares: caso necessrio, projeto estrutural, hidrulico, etc.; Informaes obtidas do proprietrio, quantificao do sistema e levantamento da previso de cargas.

Desenho das plantas:

Desenho dos pontos de utilizao; Localizao dos Quadros de Distribuio de Luz (QLs); Localizao dos Quadros de Fora (QFs); Diviso das cargas em circuitos terminais; Desenho das tubulaes de circuitos terminais; Localizao das Caixas de Passagem dos pavimentos e da prumada; Localizao do Quadro Geral de Baixa Tenso (QGBT), Centros de medidores, Caixa Seccionadora, Ramal Alimentados e Ponto de Entrega; Desenho das tubulaes dos circuitos alimentadores; Desenho do Esquema Vertical (prumada); Traado da fiao dos circuitos alimentadores.

Dimensionamento de todos os componentes do projeto, com base nas normas tcnicas, nos dados dos fabricantes e nos dados registrados nas etapas anteriores:

Dimensionamento dos condutores; Dimensionamento das tubulaes; Dimensionamento dos dispositivos e proteo; Dimensionamento dos quadros.

Memorial descritivo (descreve o projeto em detalhes, incluindo dados e documentao do projeto); Memorial de clculo, contendo os principais clculos e dimensionamentos; Clculo das previses de cargas; Determinao da demanda provvel; Dimensionamento de condutores, eletrodutos e dispositivos de proteo;

Dimensionamento dos quadros.

Quadros de distribuio:

Quadros de distribuio de carga (tabelas); Diagramas unifiliares dos QLs;

Diagramas de fora e comando de motores (QFs); Diagrama unifilial geral; Especificaes tcnicas e lista de materiais.

ART junto ao CREA local;Anlise e aprovao da concessionria local, com possveis revises.

2.4 INSTALAO ELTRICA EM CASAS

2.4.1 Previso De Cargas Da Instalao Eltrica

Cada aparelho ou dispositivo eltrico (lmpadas, aparelhos de aquecimento dgua, eletrodomsticos, motores para mquinas diversas, etc.) solicita da rede uma determinada potncia. O objetivo da previso de cargas a determinao de todos os pontos de utilizao de energia eltrica (pontos de consumo ou cargas) que faro parte da instalao. Nesta etapa so definidas a potncia, a quantidade e a localizao de todos os pontos de consumo de energia eltrica da instalao.

Os equipamentos de utilizao de uma instalao podem ser alimentados diretamente (elevadores, motores), atravs de tomadas de corrente de uso especifico (TUEs) ou atravs de tomadas de corrente de uso no especfico (tomadas de uso geral, TUGs).

A carga a considerar para um equipamento de utilizao a sua potncia nominal absorvida, dada pelo fabricante ou calculada a partir de V x I x fator de potncia (quando for o caso motores) nos casos em que for dada a potncia nominal fornecida pelo equipamento (potncia de sada), e no a absorvida, devem ser considerados o rendimento e o fator de potncia.

2.4.2 Iluminao

Os critrios para a determinao da quantidade mnima de pontos de luz so:

Um ponto de luz no teto para cada recinto, comandado porinterruptor de parede; arandelas no banheiro devem ter distncia mnima de 60cm do boxe

Critrios para a determinao da potncia mnima de iluminao:

Para recintos com rea menor que seis metros quadrados, atribui-se um mnimo de 100W;

Para recintos com rea maior que seis metros quadrados, atribui-se um mnimo de 100W para os primeiros 6 metros, acrescidos de 60W para cada aumento quatro metros quadrados inteiros;

Para iluminao externa em residncias a norma no estabelece critrios cabe ao projetista e ao cliente a definio.

2.4.3 Tomadas

Critrios para a determinao da quantidade mnima de TUG (Tomada de Uso Geral).

Recintos com rea menor que seis metros quadrados no mnimo uma tomada.

Recintos com rea maior que seis metros quadrados no mnimo uma tomada para cada 5m ou frao de permetro, espaadas to uniformemente quanto possvel.

Cozinhas e copas uma tomada para cada 3,5 metros ou frao de permetro, independente da rea; acima de bancadas com largura maior que 30cm prever no mnimo uma tomada.

Banheiros no mnimo uma tomada junto ao lavatrio, a uma distncia mnima de 60cm do boxe, independentemente da rea.

Subsolos, varandas, garagens, stos no mnimo uma tomada, independentemente da rea.

Critrios para a determinao da potncia mnima de TUG:

Banheiros, cozinhas, copas, reas de servio, lavanderias e assemelhados atribuir 600W por tomada, para as trs primeiras tomadas e 100W para cada uma das demais.

Subsolos, varandas, garagens, stos atribuir 1000W.

Demais recintos atribuir 100W por tomada

Critrios para a determinao da quantidade mnima de TUE (Tomada de Uso Especfico):

A quantidade de TUEs estabelecida de acordo com o nmero de aparelhos de utilizao, devendo ser instaladas a no mximo 1.5 metros do local previsto para o equipamento a ser alimentado.

Critrios para a determinao da potncia de TUEs:

Atribuir para cada TUE a potncia nominal do equipamento a ser alimentado.

As potncias tpicas de aparelhos eletrodomsticos so tabeladas

Todas as tomadas devero estar aterradas.

A previso de cargas de uma determinada instalao pode ser resumida atravs do preenchimento do quadro de previso de cargas a seguir.

Previso de cargas especiais:

Em edifcios ser muitas vezes necessrio fazer a previso de diversas cargas especiais que atendem aos seus sistemas de utilidades, como motores de elevadores, bombas de recalque dgua, bombas para drenagem de guas pluviais e esgotos, bombas para combate a incndios, sistemas de aquecimento central, etc. Estas cargas so normalmente de uso comum, sendo denominadas cargas de condomnio.

A determinao da potncia destas cargas depende de cada caso especfico, sendo normalmente definida pelos fornecedores dos sistemas. Como exemplos tpicos podemos citar:

Elevadores de dois motores trifsicos de 7,5CV, bombas de recalque dgua com dois motores trifsicos de 3CV sendo um reserva, bombas de drenagem de guas pluviais tendo dois motores de 1CV um sendo reserva, Bombas para sistema de combate a incndio com dos motores de 5CV sendo um reserva e porto de garagem com motor de 0,5CV.

Tabela 1 Potncia de Tomadas.Fonte: Baixaki(2010).

2.5 NOVIDADES EM PROJETOS ELTRICOS2.5.1 Padro para Plugues e TomadasHoje, no Brasil, existem mais de dez modelos de plugues diferentes e quantidade semelhante de tomadas, gerando uma situao de risco de choque eltrico ao usurio, de sobrecarga na instalao eltrica (conexo de aparelhos projetados para tenses e correntes diferentes da tomada) e desperdcio de energia, atravs da dissipao de calor (uso de adaptadores inadequados para conectar muitos equipamentos em uma nica tomada). O padro sinnimo de segurana.

A nova regra estabelece que os plugues sejam padronizados em dois modelos: pino redondo com 2 terminais e pino redondo com 3 terminais, sendo 1 terminal terra. O encaixe do plugue dever ter o formato hexagonal e as tomadas onde o encaixe ser feito tero um baixo relevo de 8 a 12 milmetros de profundidade, criando uma espcie de buraco onde o plugue ficar acomodado, evitando folgas e exposio dos terminais metlicos.

Os pinos chatos deixam de existir com o novo padro, permanecendo apenas os terminais redondos. Tambm ser proibida a fabricao dos benjamins (comumente chamados de T por conta do formato), pois sero substitudos por solues mais seguras e com limites de ligaes encadeadas que a rede eltrica possa suportar. Isso evitar a sobrecarga de um nico ponto da rede eltrica, exigindo mais planejamento nas instalaes.

Figura 5 Novo Padro de Plugues e Tomadas. Fonte: Baixaki(2010).

Cada pas desenvolveu o seu prprio padro, impossibilitando a criao de um padro nico. O padro estabelecido no frum da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT foi desenvolvido considerando a conectividade com os plugues hoje existentes. O padro conectvel com 80% dos aparelhos eltricos atuais, para os 20% dos aparelhos que atualmente no so contemplados com a conectividade poder ser feita a utilizao de adaptadores (certificados pelo Inmetro), mas o ideal trocar a tomada.Com a tomada padro, em novo formato de poo, sextavada (talhada em seis faces), os consumidores, principalmente as crianas, no correro mais o risco de tomar choques eltricos. Outras vantagens so a de que o padro promove a adaptao de voltagens diferentes que existem, hoje, em nosso pas e ajuda a combater o desperdcio de energia.

No formato anterior (sem o poo), no momento do encaixe do plugue na tomada, o usurio entra em contato com os pinos do plugue, que esto em contato com a parte viva da tomada, o que acarreta o risco de tomar choques eltricos.

Figura 6 Plugue Antigo. Fonte: Baixaki (2010).

Com o padro o consumidor no correr o risco de tomar choques no momento da conexo do plugue com a tomada, pois o contato acidental com o dedo no possvel.

Figura 7 Plugue Antigo Plugado no Novo. Fonte: Baixaki (2010).Atualmente, existem mais de dez tipos de tomadas e plugues no pas, e com o padro alm de impedir o risco de choques no momento do encaixe do plugue na tomada, o consumidor no ficar sujeito a essa confuso atual.

Figura 8 Vrios Plugues. Fonte: Baixaki (2010).Com o lanamento dos padres, a grande maioria dos aparelhos utilizados em uma residncia, continuar no padro 2 pinos e o mesmo 100% compatvel com a maioria das tomadas eltricas existentes nas residncias brasileiras. Isso reduzir drasticamente a necessidade da troca de tomadas para aquisio de bens como ventiladores, liquidificadores ou ferros de passar (aparelhos mais baratos e com vida til reduzida) e reduzindo a obrigatoriedade para aparelhos com alto consumo como geladeiras e mquinas de lavar roupa, que possuem uma vida til longa e no esto acessveis populao de baixa renda.

Com a ampla divulgao do padro brasileiro, isto vai acontecer de forma tranqila como a esperada. Todos os tcnicos das partes envolvidas trabalham tentando ao mximo reduzir os impactos que uma mudana desta magnitude poderia gerar para os consumidores, para a indstria e tambm para os varejistas que vendem plugues e tomadas. A mudana para valer. Todo este esforo tem um s objetivo: aumentar a segurana dos usurios de plugues e tomadas, reduzindo o risco de choques.

2.5.2 Fita Eltrica Adesiva:

O empresrio John Davies, do interior de So Paulo, desenvolveu um produto inovador para os setores de telefonia, informtica, construo civil, udio e vdeo. Ele criou a fita eltrica adesiva, que elimina a quebradeira nas paredes para embutir fios eltricos.

John pesquisou durante 7 anos. Fez vrios testes e no desistiu at chegar ao produto que imaginou: uma tira de cobre presa em plstico ultraresistente, o polipropileno. Foi uma idia e foi se aperfeioando, foi se pesquisando materiais at chegar a um material ideal, um material de alta qualidade, diz.

A espessura de meio milmetro quase uma folha de papel. Na verdade, o produto exatamente um fio que virou fita eltrica. A diferena que em vez de colocar dentro da parede, coloca-se em cima dela.

A facilidade de instalao o trunfo do negcio. A fita autoadesiva e vem com uma tela protetora contra impacto.

Figura 9 Rede Eltrica Invisvel. Fonte: PEGN, Globo (2010).

s colar na parede, pintar, e ela some. A fita nasceu de uma ideia de usar alguma coisa sem espessura que fizesse volume na parede e, ao mesmo tempo, que uma fina camada de acabamento fosse suficiente para ocultar 100%, diz.

Junto com o scio Plnio Di Giaimo, o empresrio investiu R$ 100 mil no negcio.

O produto j est no mercado. Qualquer pessoa pode comprar e instalar o novo produto. Agora, os empresrios apostam na estratgia de marketing para divulgao da fita. Primeiro foi o mercado tcnico, eletricista, arquiteto, usurio final e instalador. A partir do momento que eles conheceram o produto e acreditaram nele, agora ns estamos comeando a falar com o consumidor final, criando embalagens mais adequadas aos usos como os kits, e tendo embalagens de todo sortimento de medidas para atender a todas as situaes, explica o empresrio.

A fita eltrica vai de 3cm a 6cm de largura. So seis modelos, de acordo com a amperagem indicada. Ela pode ser usada: em uma simples tomada, para iluminao em geral, para udio e vdeo, para telefonia, para rede de computadores

O produto para segundas instalaes. Ou seja, quando a casa j est pronta.

Eu diria que ele no vai substituir o fio, ele um complemento ao fio, onde voc no consegue usar o fio comum. Uma laje de concreto, que voc no pode quebrar, abrir um rasgo, porque vai encontrar uma estrutura de ferro que no pode ser comprometida. Ento, uma soluo perfeita para esses casos, afirma John.

A fita dez vezes mais cara que o fio eltrico comum. Mas, em alguns casos, a vantagem indireta. Segundo o scio Plnio Di Giaimo, se contar o custo e o tempo de quebrar a parede para embutir o fio, o novo produto compensa.

A empresa produz 40 mil metros de fita por ms. O produto oferecido em 70 pontos de venda em todo o Brasil. o caso, por exemplo, de uma loja de material eltrico. Vale a pena pagar pelo produto mais caro, uma vez que eu no vou ter dor de cabea de entulho, comemora a cliente Gislene Rosa.

A diretora de uma escola, Laura Agessi, queria instalar ventiladores, mas no podia fechar as salas de aula para quebrar as paredes e embutir os fios. A fita eltrica resolveu o problema no mesmo dia. Foi rpido, fcil, no tivemos que sujar as paredes e a sala de aula, finaliza.

2.5.3 Smart Grid: A Rede Eltrica Inteligente

A revoluo digital vai mudar nossa forma de consumir, distribuir e produzir energia. Redes eltricas mais inteligentes saem do papel e chegam at ns, no na velocidade da luz, mas vo chegar.

O surgimento da eletricidade foi uma das maiores invenes do homem. Com ela, foi possvel produzir mais, viver melhor e inventar mais coisas. A internet, por exemplo, tem tudo a ver com eletricidade, pois assim como a energia que voc recebe em sua casa, ela tambm chega por meio de redes de transmisso. Contudo, as formas de distribuio da Internet evoluram muito, o que no aconteceu com os mtodos de distribuio da energia eltrica.

A maneira como a distribuio de energia feita arcaica na viso de muitos especialistas, dependemos muito de uma nica fonte geradora e, caso ela falhe, toda rede fica sem abastecimento. Alm disso, o formato de medio do consumo nem sempre justo com o consumidor final, j que com medidores defasados, analgicos e um batalho de pessoas passando de casa em casa para a coleta de dados, a probabilidade de erros grande.

Por isso, h uma proposta mundial de criao de uma rede de energia inteligente, tambm conhecida como Smart Grid, uma ideia para melhorar o consumo de energia.

A lgica da Smart Grid est em uma palavra: inteligncia. Isso que dizer que as novas redes sero automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real, ou seja, a sua casa vai conversar com a empresa geradora de energia e, em um futuro prximo, at fornecer eletricidade para ela. A inteligncia tambm ser aplicada no combate ineficincia energtica, isto , a perda de energia ao longo da transmisso.

De acordo com a IBM, 14,7% do total da energia produzida no Brasil dissipada no processo de distribuio. Alm disso, o furto de energia (famoso gato) deve ser diminudo, mais preciso nas medies de consumo e funes adicionais como identificao de falhas distncia so algumas novidades desta nova rede.

O modelo de distribuio defasado, se a luz cair na sua casa preciso ligar para a empresa de energia e pedir que eles venham at voc para reparar a falha. Como a Smart Grid uma rede inteligente, assim que a pane ocorrer, a empresa geradora sabe onde aconteceu a queda de energia e em poucos minutos pode mobilizar funcionrios para realizarem o conserto. A comunicao de mo dupla entre sua casa e a operadora, sensores ao longo de toda a rede, controle e automatizao do consumo residencial so algumas das mudanas que ocorrero.

O primeiro passo para se chegar a toda esta maravilha do consumo energtico precisa ser dado nas casas. Para que toda essa comunicao inteligente acontea, seu medidor de energia precisa ser substitudo. H anos um medidor analgico usado nas casas, desta forma um modelo digital precisa ser introduzido para que haja maior controle por parte da geradora de energia e do consumidor. Estes novos medidores tero chips e se conectaro internet para transmitir dados.

O problema que isso vai demorar um pouco para acontecer, pois de acordo com a ANEEL (Agncia Nacional de Energia Eltrica) h, aproximadamente, 65 milhes de medidores analgicos no pas. A regulao dos modelos digitais ainda nem saiu do papel, mas a previso que em no mximo dez anos todos os medidores sejam substitudos. Alm da mudana de leitores, toda a infraestrutura de captao de dados provenientes destes aparelhos precisa ser criada ou aprimorada, pois sem isso no h como medir o consumo ou detectar problemas.

Figura 10 Smart Grid. Fonte: Baixaki (2010).

Em uma consulta pblica realizada em 03 de setembro de 2009, a ANEEL props uma nova forma de tarifao de energia. Assim como feito nos servios de telefonia, faixas de valores diferenciados sero criadas para fomentar o consumo de eletricidade fora dos horrios de picos. Com estas faixas, as empresas de energia podem cobrar mais pela eletricidade usada no horrio comercial e menos durante a madrugada, por exemplo.

Com esta medida, busca-se a criao do hbito do consumo consciente no consumidor e evitar panes ou blecautes. Entretanto, para este sistema funcionar, os medidores digitais precisam estar em operao para que seja possvel fazer a diferenciao de valores e horrios.

H vrios lugares onde as Smart Grids esto em testes. Um destes a cidade de Boulder, no estado do Colorado (EUA), onde o consrcio Xcel Energy vem testando mecanismos para potencializar o uso de energia. Formas tradicionais e emergentes de produo de eletricidade esto sendo avaliadas em algumas residncias para verificar a eficincia deste tipo de rede.

Alm de inteligncia, outra palavra que tem tudo a ver com Smart Grid: sustentabilidade. Isso porque, uma das novidades nesta nova rede de energia o consumidor-produtor. A descentralizao da produo de energia uma das propostas das redes inteligentes, sendo assim, qualquer um pode produzir energia e armazenar ou vender o excedente. Muito se fala em energia elica e solar e estas formas sustentveis de produo podem estar na sua casa, contribuindo para que sua fatura de luz diminua.

Com todas estas possibilidades a tendncia que at os eletrodomsticos se tornem mais inteligentes. Em breve ser possvel programar a mquina de lavar roupas para funcionar somente nos horrios em que a energia mais barata. Alm disso, com a medio inteligente possvel saber quanto cada aparelho consome mensalmente, algo quase impossvel hoje em dia.

Por meio de um site ou software, voc pode acompanhar diariamente o gasto energtico do seu vdeo game ou da geladeira nova e saber com preciso, quanto vai custar a fatura de energia no fim do ms.

Figura 11 Casa Inteligente. Fonte: Baixaki (2010).

Para que tudo isso acontea algum precisa produzir novos equipamentos, instalar medidores inteligentes, sensores e toda a demanda de infraestrutura. De olho em um mercado que tem previso de movimentar 20 bilhes de dlares, empresas como IBM, Cisco, Landis+Gyr, Intel, GE e at a Google esto de olho no volume de investimentos que sero feitos no setor de energia. Alm das empresas, alguns pases, como os EUA, esto bem avanados neste assunto.

Aparentemente, o Smart Grid uma boa tecnologia para todos. E isso verdade. Apesar de parecer que as empresas de energia vo perder com a possibilidade de produo domstica pelo prprio consumidor, outros fatores fazem com que as concessionrias tambm ganhem. O combate s perdas energticas e reduo de furtos so dois temas que permitem s empresas continuar ganhando. O que precisa ser observado o custo de implantao dos medidores eletrnicos e de toda a rede de dados, pois s os medidores custam, em mdia, mais de duzentos reais.

Contudo, a possibilidade de se ter mais informaes e alternativas de consumo por parte do usurio final atraente. Ao ter mais informaes sobre o gasto energtico ser possvel controlar melhor as despesas e evitar sustos no final do ms.

Mas o principal ponto das Smart Grids o apelo ambiental, j que muito do desperdcio ser diminudo. A busca por formas alternativas de produo de energia tambm um dos combustveis das Smart Grids, tendo em vista que diversos tratados ambientais so discutidos todos os anos.

Faz quase cem anos que Thomas Edison inventou a lmpada. O sistema de distribuio de energia pouco mudou desde aquele perodo, mesmo com o fato de que a humanidade nunca crescer tanto nos ltimos 25 anos. A populao aumentou e as cidades se desenvolveram mais do que as redes de energia. J passou da hora de se pensar em novas possibilidades e formas de aprimorar a gerao, distribuio e consumo de eletricidade. A rede inteligente est chegando e, mesmo longe de alcanar a velocidade da luz, ela desponta como uma sada para o crculo vicioso que a humanidade entrou.

2.5.4 Carregadores Indutivos

Carregadores indutivos so providos de um sistema que, quando acoplado ao dispositivo a ser carregado, cria um campo magntico e transforma-o em energia eltrica.

Assim, sem nenhuma fonte de energia eltrica tradicional e tambm sem nenhum fio, seu celular pode ser carregado to eficientemente quanto se estivesse passado algumas horas plugado no carregador ligado em uma tomada.

Figura 12 Carregador Indutivo. Fonte: Baixaki (2010).

Apesar de parecer algo complicado, estes aparelhos tm um funcionamento relativamente simples. Quando o celular fica sem bateria ele acoplado ao carregador indutivo. Dentro do carregador se localizam algumas bobinas que comeam a se movimentar. Essa movimentao gera um breve campo magntico que servir como fonte de energia para seu celular.

O carregador indutivo capta a energia do campo magntico e suas placas internas convertem-na em energia eltrica. A partir de ento, a energia gerada pela converso do carregador transmitida sem fio para seu celular, que volta a ter carga e pode ser utilizado normalmente!

Um exemplo de carregador indutivo a "mat, a mesa eltrica desenvolvida pela Powermat usa induo magntica para transferir eletricidade ao aparelho pelo "receiver", que tem um chip que diz quanta energia o aparelho ainda precisa.

Sem a menor sombra de dvidas, carregadores indutivos possuem vantagens. A principal dela talvez seja o fato de no consumir nenhum recurso natural para produzir energia eltrica, afinal, a induo magntica a fonte da energia que carrega celulares, MP3 players, controles de video games, aparelhos de barbear, escovas de dente, etc.

Alm disso, como no se manipula nenhuma fonte com energia eltrica, nem tomadas ou fios, a possibilidade de choque eltrico cai a zero, tornando este tipo de dispositivo, alm de ecolgico, muito mais seguro que os carregadores convencionais.

Alguns apontam como desvantagens para este sistema o fato de sua baixa eficincia, o que impede que funcione em equipamentos que demandem mais energia. Porm, para celulares e outros dispositivos pequenos ele o suficiente. Outro problema a possibilidade de superaquecimento quando do carregamento de dispositivos mais antigos.

Apesar de propor algo diferente, com energia limpa e sem consumo de recursos naturais, os carregadores indutivos ainda esto longe de ser uma realidade para a enorme maioria dos dispositivos eletrnicos. Tanto que, por enquanto, nenhuma empresa brasileira disponibiliza os aparelhos e at mesmo l fora o mercado bastante restrito.

De qualquer forma, uma tima iniciativa e que merecia um pouco mais de ateno das fabricantes de telefones celulares, dispositivos de reproduo multimdia, controles de vdeo game e quaisquer outros aparelhos portteis, afinal, carregadores indutivos significam economia de recursos para a voc e para o planeta Terra.

3 CONCLUSO

Conclui-se atravs deste trabalho que a energia eltrica desde o momento em que descoberta e obtido conhecimento de como produzi-la e utiliz-la, a eletricidade se tornou indispensvel no dia-a-dia das pessoas, ajudando-nos tanto em tarefas pequenas quanto em tarefas de grande porte.

Sem sombra de dvidas devemos as tecnologias e confortos que possumos no somente s idias brilhantes, mas tambm a energia eltrica que faz tantas mquinas funcionarem para a melhoria na qualidade da vida das pessoas.

4 REFERNCIAS

TECNOCRACA, Mudanas Nos Plugues E Tomadas Eltricas Residenciais. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010INMETRO, Plugues E Tomadas No Novo Padro. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010

ICNIRP, Guidelines for Limiting Exposure to Time-Varying Electric, Magnetic, and Electromagnetic Fields (up to 300 GHz). Health Physics 1998. Disponvel em: . Acesso em: 01 mai. 2010CREDER, HLIO. Editora LTC, Dcima Quinta Edio, 1926. Capturado no perodo de: 25 abr. 2010 a 05 mai. 2010.

PEGN - GLOBO, Fita Eltrica Adesiva. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010WIKIPDIA, Transmisso De Energia Eltrica. Disponvel em: . Acesso em: 01 mai. 2010

SEBRAE, Fita Eltrica Adesiva. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010PORTAL EXAME ABRIL, Tecnologia: A Rede Eltrica Inteligente. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010.BAIXAKI, Smart Grid A Rede Eltrica Inteligente. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010.BAIXAKI, O Que So E Como Funcionam Os Carregadores Indutivos. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2010.

OLHAR DIGITAL UOL, Carregadores Indutivos. Disponvel em: . Acesso em: Acesso em: 29 abr. 2010.MANUAL DE SEGURANA E SADE NO, Coleo Manuais Indstria Moveleira, SESI-SP, 2004. Pginas: 201-253. Capturado no perodo de: 25 abr. 2010 a 05 mai. 2010.

UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN. Normas para elaborao de trabalhos acadmicos. Curitiba: UTFPR, 2008. Analisado no perodo de: 20 abr. 2010 a 05 mai. 2010.

DALLOGLIO MADEIRAS, Indstria Moveleira, Departamento de Segurana do Trabalhho. Capturado em: 08 jun. 2009.

SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO. Editora Atlas, 2004. Edio 54 Coordenao e superviso da Equipe Atlas SP. Pg 137, 138, 139. Capturado em: 26 abr. 2010.

PAGE