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NOSSO JEITO DE CONCEBER A EDUCAÇÃO BÁSICA

Outubro 2009

Projeto Educativo Brasil Marista

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Ficha catalográfi ca expediente

I APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 4

II FINALIDADES .................................................................................................. 6

III PRINCÍPIOS .................................................................................................... 8

IV. ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA DO PROJETO ..................................................... 10

V. DIMENSÃO CONTEXTUAL: CONTEXTOS E TRAJETÓRIAS

DO INSTITUTO MARISTA NO BRASIL ................................................................... 10

5.1 O CONTEXTO CONTEMPORÂNEO ...................................................................... 11

5.2. ORIGENS DO INSTITUTO MARISTA .................................................................... 12

5.3 A INTERNACIONALIDADE E A BRASILIDADE DA MISSÃO

EDUCATIVA MARISTA. .............................................................................................. 14

5.4 A PRESENÇA MARISTA NO BRASIL ..................................................................... 16

5.4.1 SUJEITOS DA MISSÃO MARISTA ...................................................................... 17

5.5 EVANGELIZAR: MISSÃO EDUCATIVA MARISTA ................................................... 18

5.6 A EDUCAÇÃO BÁSICA MARISTA EM REDE. ......................................................... 20

VI DIMENSÃO CONCEITUAL: DELINEAMENTOS

E POSICIONAMENTOS CONCEITUAIS ...............................................................................21

6.1 PEDAGOGIA MARISTA: UMA ABORDAGEM PRÓPRIA ........................................ 22

6.2 TEORIZAÇÕES ..................................................................................................... 25

6.2.1 CENÁRIOS E MOVIMENTOS CONTEMPORÂNEOS

E DELINEAMENTOS CONCEITUAIS ........................................................................... 25

Sumário

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6.2.2 SOLO EPISTEMOLÓGICO DO PROJETO EDUCATIVO DO BRASIL MARISTA ....... 27

6.3 CONCEPÇÕES ..................................................................................................... 30

6.3.1 EDUCAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO ....................................................................... 30

6.3.2 CULTURA ......................................................................................................... 31

6.3.3 ESCOLA: O ESPAÇOTEMPO DA EDUCAÇAO MARISTA ..................................... 32

6.3.4 SUJEITOS DA EDUCAÇÃO MARISTA ................................................................. 33

6.3.5 INFÂNCIAS, ADOLESCÊNCIAS, JUVENTUDES E VIDA ADULTA

NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO ......................................................................... 35

6.3.6 APRENDIZAGEM ............................................................................................. 36

6.3.7 CURRÍCULO ..................................................................................................... 38

6.3.8 LINGUAGENS E TECNOLOGIAS NOS PROCESSOS PEDAGÓGICOS E PASTORAIS ....39

VII. DIMENSÃO OPERACIONAL: AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS NAS AÇÕES ....... 41

7.1. OPÇOES POLÍTICO-PEDAGÓGICO-PASTORAIS DO PROJETO. ............................. 43

7.2.ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA DAS UNIDADES EDUCACIONAIS MARISTA ........... 49

7.2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA E COMPARTILHADA ..................................................... 49

7.2.2 OFÍCIOS DE ESTUDANTES E EDUCADORES MARISTAS .................................... 50

7.2.3 LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES .............................................................................. 54

7.3 ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA CURRICULAR ........................................................ 56

7.3.1 PLANEJAMENTO CURRICULAR ........................................................................ 58

7.3.2 METODOLOGIAS CURRICULARES .................................................................... 59

Critérios para dinamização curricular ...................................................................... 61

7.3.3 avaliação curricular ......................................................................................... 63

7.4 DIRETRIZES PARA A CONFIGURAÇAO DAS MATRIZES CURRICULARES ............... 64

7.5 ARQUITETURAS EDUCATIVAS E ESPAÇOS PEDAGÓGICOS .................................. 67

VIII. DIMENSÃO AVALIATIVA .............................................................................. 69

8.1 AVALIAÇAO E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS NA REDE MARISTA

DE EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................................................................ 69

8.2 INSTÂNCIAS E PROCESSO DE AVALIAÇAO DO PROJETO EDUCATIVO ................. 70

IX O MAPA E TERRITÓRIO: PARA PERCORRER O PROJETO .................................. 73

X. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 73

10.1 DOCUMENTOS DO INSTITUTO MARISTA ......................................................... 73

10.2 DOCUMENTOS DA LEGISLAÇÃO....................................................................... 74

10.3 REFERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA MARCAR AS LEITURAS SUGERIDAS . 75

XI. NOTAS E REFERENCIAS .................................................................................. 78

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Apresentação

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ApresentaçãoA União Marista do Brasil – UMBRASIL, fundada em 15 de outubro de 2005, é cons-

ti tuída pelas Mantenedoras das Províncias e Distrito Marista da Amazônia e tem por mis-são arti cular e potencializar a presença e a ação maristas no Brasil, fundamentada em valores éti cos e cristãos.

O Projeto Educati vo do Brasil Marista para Educação Básica é uma iniciati va aprova-da no Plano Estratégico da UMBRASIL, vinculado à Comissão de Educação Básica, tendo em vista o desenvolvimento dos serviços educacionais em rede com o objeti vo de revita-lizar e atualizar a Missão Educati va Marista no Brasil.

O Projeto Educati vo do Brasil Marista - Nosso jeito de conceber a Educação Básica se apresenta como um importante mapa do território educati vo Marista. É uma produ-ção coleti va, escrita a muitas mãos, mentes e corações com o propósito de arti cular a Rede Marista de Educação Básica, composta pelas escolas maristas, e dar unidade ao seu processo educati vo, com profundo respeito às experiências e trajetórias de cada Província e Distrito, dialogando com as diversidades. A Rede Marista comporta reali-dades plurais nos âmbitos Provinciais compostos pelos estados, municípios e Distrito Federal, mas também dentro das próprias Unidades Educati vas. Essa afi rmação exi-ge a elaboração de estruturas em conformidade com o padrão marista, mas também fl exíveis e abertas, capazes de valorizar os seus sujeitos, as peculiaridades culturais e regionais e as novas demandas educati vas

O Projeto Educati vo no contexto da Missão Educati va Marista A construção e efeti vação do projeto educati vo em rede contempla os apelos da

Assembléia Internacional da Missão Marista e do 21º Capítulo Geral “corações novos para um mundo novo”.

O documento fi nal da Assembléia enfati za de maneira parti cular o direito à educa-ção: a evangelizadora, comprometi da com a solidariedade e transformação social, atenta às culturas e o respeito ao meio ambiente, sem discriminação, criadora de espaços para aqueles que dela carecem.

O documento “Orientações” para o 21º Capítulo Geral esboça as demandas educati -vas prioritárias nos diferentes conti nentes nos quais o Insti tuto Marista está presente: a educação formal é uma parte da missão; a escola é um lugar privilegiado para a missão. As contribuições afi rmam, entre outras coisas, a necessidade de:

- educação críti ca com uma nova pedagogia;- atualização dos colégios na área de tecnologias da informação e comunicação; - inserção nos projetos educati vos de temas relati vos à questão ambiental e da paz; - abertura para trabalhar com crianças, adolescentes, jovens e adultos de diferentes

contextos e novos arranjos familiares.O Projeto Educati vo entrelaça princípios e diretrizes que sustentam a Educação Ma-

rista; reafi rma e atualiza questões da espiritualidade, da identi dade, do ideal educati vo, e também as característi cas peculiares e as prioridades da Missão Educati va Marista.

O Projeto, no contexto da Missão Educati va Marista, estrutura-se a parti r de um pro-cesso refl exivo, dialógico, dinâmico. Consti tui-se em um lócus coleti vo gerador de políti -cas e práti cas educati vas, de empoderamento dos sujeitos sociais, pautados nos princí-pios da Educação Marista. Assim, subsidia a comunidade educati va, no alinhamento de conceitos, de intencionalidades e demais aspectos presentes nas Unidades Educati vas, de modo a garanti r os princípios e valores Maristas na ação pedagógico-pastoral.

O Projeto orienta os processos educati vos, a estrutura organizacional e a gestão nas Unidades Educati vas. Fundamenta-se nos documentos do Insti tuto Marista, nos Estatu-tos das Mantenedoras Maristas e na legislação relati va à educação básica brasileira.

O Projeto Educati vo é políti co, pedagógico e pastoral por assumir como opção, um compromisso sociopolíti co com uma educação de qualidade, intercultural e evangeliza-dora para crianças, adolescentes, jovens e adultos no contexto contemporâneo.

O Projeto Educati vo, ao arti cular as dimensões políti ca, pedagógica e pastoral, afi r-ma-se como um ideário em construção, permeado pelos contextos extra e intra-escolares e pelas subjeti vidades que circulam nos espaçotempos da escola. Isso implica em assumi-lo como intencionalidade pedagógica própria. O Projeto é, ao mesmo tempo, orientador de políti cas e práti cas educacionais e instrumento didáti co-pedagógico, pois se consti tui artefato de formação dos sujeitos da educação marista.

Resultante de um processo de tensão de forças que agem sobre o sujeito conformando seus modos parti culares de ser. Por outro lado, a subjeti vidade é também resultado de esco-

As escolas maris-tas compreendem os Colégios e Uni-dades Sociais de Educação Básica. Consti tuem-se em espaçotempos que operacional izam e dinamizam os princípios e valo-res da Educação e Pedagogia Marista. Incluem os diversos níveis de Educação Básica: Educação Infanti l, Ensino Fun-damental, Ensino Médio e Educação de Jovens Adultos. Podem pertencer integralmente ao Insti tuto como tam-bém ser dirigidas por meio de par-cerias e convênios com a diocese, ou o poder público.

Subjeti vidade reme-te ao subjeti vo, ao sujeito. Subjeti vida-de é o produto dos processos e modos de subjeti vação. É a individualidade, in-terioridade, diferen-ça pura. Embora a subjeti vidade apon-te para um estado individual, devemos considerá-la como um processo cole-ti vo, social. Não há sujeitos, o que há são processos de subjeti vação, de in-dividuação nas tra-mas do discurso... Os modos de existência/os modos de ser su-jeito não cessam de se recriar, e sempre surgem novos...Resultante de um processo de tensão de forças que agem sobre o sujeito con-formando seus mo-dos parti culares de ser. Por outro lado, a subjeti vidade é tam-bém resultado de es-colhas do indivíduo. A um só tempo a subjeti vidade é pro-duto e produtora do sujeito. A subjeti vi-dade é um processo sempre aberto, ina-cabado, incompleto, em devir, num vir-a-ser que não cessa de acontecer, o que indica que as subje-ti vidades também podem escapar do jogo de forças exter-nas que tensionam e tencionam criar su-jeitos. É resultado de um conti nuum de in-tensidades, de ener-géti cas que fabulam modos específi cos e plurais de ser sujeito

Projeto Educativo Brasil Marista Apresentação

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Finalidades

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Finalidades

Este documento se desti na a todos/todas que atuam na rede de Educação Básica do Brasil Marista, e tem por fi nalidades:

- Estabelecer e consolidar a Rede Marista de Educação Básica, garanti do a unidade e identi dade das políti cas insti tucionais Maristas nas mantenedoras e suas manti das.

- Balizar a ação de pertença de cada Unidade e dos sujeitos ao projeto.- Colaborar na defesa, promoção e garanti a do direito fundamental à educação de

qualidade para crianças, adolescentes, jovens e vida adulta. - Enfati zar a educação evangelizadora comprometi da com as práti cas solidárias e com

a defesa da vida, atenta às culturas e à consciência planetária. - Subsidiar a avaliação da fecundidade evangélica e do compromisso da rede Marista

de Educação Básica com a construção da “civilização do Amor”.- Orientar o processo decisório na gestão insti tucional da Missão Educati va.-Explicitar o compromisso marista com as infâncias, adolescências e juventudes.- Dar a conhecer à comunidade interna e à comunidade externa a identi dade insti tucional.

Inédito viável é a materialização histo-ricamente possível do sonho almejado. É uma proposta práti ca de superação dos as-pectos percebidos no processo de conhe-cimento que toma como ponto de par-ti da a análise críti ca da realidade. É, pois, uma decorrência da natureza utópica, própria da consciên-cia críti ca, e encerra em si uma perspecti -va metodológica, vis-to que faz do ato de sonhar coleti vamente um movimento trans-formador. É algo que o sonho utópico sabe que existe mas que só será conseguido pela práxis libertadora.A categoria do iné-dito-viável, presente desde os primeiros escritos de Freire, está relacionada à compreensão da história como pos-sibilidade, da qual decorre uma posição utópica. Relaciona-se ao entendimento de

- Subsidiar e referenciar a construção do projeto educati vo das Províncias Maristas, Distrito Marista e de suas Unidades Educati vas.

- Insti gar, incenti var e desafi ar para o necessário, o novo, apontando para o inédito viável no processo educati vo.

A categoria do inédito-viável, presente desde os primeiros escritos de Freire, está relacionada à compreensão da história como possibilidade, da qual decorre uma posi-ção utópica. Relaciona-se ao entendimento de que a realidade não é, mas está sendo. Tal perspecti va entende a historicidade como enfrentamento das situações-limites, que precisam ser superadas. A construção do inédito-viável compreende uma proposição me-todológica em que se encontram arti culadas, numa perspecti va de complexidade, as três dimensões do conhecimento quais sejam: a dimensão políti ca, a dimensão epistemológi-ca e a dimensão estéti ca.

Ana Maria Araújo Freire: Pedagogia da Esperança (nota nº1, p.205-207); disponível em htt p:/ WWW.projetomemoria.art.br, acesso 07/10/2009.

Projeto Educativo Brasil Marista Finalidades

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Princípios

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fazeres, valorizando assim suas culturas e subjeti vidades. A multi culturalidade reconhece a importância das diferentes produções culturais e

dos processos de signifi cação, opõe-se à visão cultural hegemônica ao promover a inclu-são e o diálogo entre as culturas nos espaçotempos educati vos.

A Co-responsabilidade dos sujeitos da educação via parti cipação responsável, abre espaço para o debate, para a análise críti ca, para o engajamento, potencializando a aprendi-zagem políti ca. Isso implica na capacidade de tomada de decisão, concreti zação das ações, compromisso com a missão insti tucional, qualifi cação dos processos e prati cas educati vas.

O protagonismo infanto-juvenil como forma de posicionamento no mundo possibilita que os sujeitos se assumam como capazes de conduzir processos individuais e coleti vos.

Cidadania planetária é um compromisso éti co-políti co com uma ecopedagogia, com uma práti ca sociocultural que respeita a vida em toda a sua complexidade e diversidade, orientando para a construção de uma cidadania terrena, para a criação de um senti mento de pertença, de que somos parti cipes de uma comunidade planetária.

O processo educati vo, acesso e permanência com qualidade asseguram um acompa-nhamento individualizado de cada estudante/educando, que estabeleça e fortaleça vín-culos de forma a garanti r o senti mento de pertença e a permanência na missão marista, incluindo aqueles advindos dos meios socialmente desfavorecidos.

O currículo no seu conti nuo movimento de construção para a educação infanti l, o ensino fundamental e médio, considerando as contribuições e conquistas sociais, cultu-rais, políti cas, econômicas, cienti fi cas e educacionais.

Princípios

Pautado nos traços identi tários da educação Marista e frente aos novos apelos oriundos dos contextos contemporâneos, o projeto educati vo se orienta pelos seguintes princípios:

O projeto educati vo do Brasil Marista para a Educação Básica procura assegurar a educação de qualidade como direito social fundamental, estabelecido na consti tuição federal e reafi rmado no Plano Nacional de Educação – PND , no Estatuto da Criança e Adolescente-ECA , na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96 - LDB , no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH e no Decreto 6094/2007

A Éti ca cristã fundamenta o agir humano e as relações, reconhecendo e acolhendo a diversidade religiosa, propondo a construção do projeto de vida e favorecendo a formação de pessoas integradas e de esperança, com profundo senti do de responsabilidade social.

A cultura da solidariedade e da paz no currículo promove a parti cipação em ati vi-dades que transcendem o âmbito dos interesses individuais e familiares, vivenciando a sensibilidade, a co-responsabilidade e a alteridade. Educamos na e para solidariedade acolhendo a diversidade, promovendo o diálogo, a amorosidade e o respeito.

A educação integral requer ampla visão da pessoa e de seu desenvolvimento que se traduz num processo formati vo de subjeti vidades, de modos de ser sujeito, na sua inte-gralidade e inteireza (do corpo, da mente, do coração e do espírito).

O compromisso com as infâncias, adolescências, juventudes e vida adulta atua na defesa, promoção e garanti a de seus direitos considerando os tempos, os saberes e os

Princípios da educa-ção Marista1. Educação de qua-lidade como direito fundamental.2. Éti ca cristã e a bus-ca do senti do da vida.3. Solidariedade na perspecti va da alte-ridade e da cultura da paz.4. Educação integral e a construção das subjeti vidades.5. Infâncias, adoles-cências, juventudes e vida adulta, um compromisso com as subjeti vidades e as culturas.6. Multi culturalidade e o processo de signi-fi cação.7. Co-responsabili-dade dos sujeitos da educação.8. Protagonismo infanto-juvenil como forma de posiciona-mento no mundo.9. Cidadania planetá-ria um compromisso éti co-políti co..10. Processo educa-ti vo, acesso e per-manência com qua-lidade.11. Currículo em mo-vimento.

Cidadania planetária é uma expressão adota-da para expressar um conjunto de princí-pios, valores, ati tudes e comportamentos que demonstra uma nova percepção da Terra. Trata-se de um ponto de referência éti co indissociável da civilização planetária. O conceito de cidada-nia planetária tem a ver com a consciência, cada vez mais neces-sária, de que somos todos habitantes de uma única casa, de uma única morada, de uma única nação. Gadotti , Moacir. Eco-pedagogia, pedagogia da Terra, pedagogia da sustentabilidade, educação ambiental e educação para a cidadania planetária. Disponível em htt p:/ WWW.paulofre i re .org; acessado em 07/10/2009

Projeto Educativo Brasil Marista Princípios

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Organização e dinâmica do projeto

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O Projeto Educati vo do Brasil Marista, para cumprir suas fi nalidades e materializar os princípios educati vo-evangelizadores que preconiza, se estrutura na interrelação de quatro dimensões complementares e interdependentes, a saber:

Dimensão Contextual, Dimensão Conceitual, Dimensão Operacional e Dimensão Avaliati va. As dimensões são apresentadas de modo a disti nguir a natureza e característi cas de

cada uma delas e os temas relevantes que lhe são próprios. Destaca-se, no entanto, que apesar das especifi cidades, não podem ser compreendidas senão no conjunto integrado de proposições e intrínseca interdependência, de modo a garanti r a organicidade, dinâ-mica e complexidade do projeto Educati vo do Brasil Marista.

V. DIM

Projeto Educativo Brasil Marista Organização e dinâmica do projeto

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Dimensão contextual: contextos e trajetórias do Instituto Marista no Brasil

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A dimensão contextual arti cula característi cas sociais, políti cas, econômicas, cultu-rais às necessidades advindas das transformações na sociedade e aos aspectos próprios da vocação e trajetória insti tucional, situados histórica e geografi camente. A descrição e análise do macro contexto global e dos micro contextos locais e insti tucionais orientam o processo decisório. Essas decisões devem, pois respeitar a missão, os princípios e a trajetória do Insti tuto Marista atualizando-as e reforçando as marcas de identi dade face ao diagnósti co da insti tuição, de seu contexto e experiência. Permitem, ainda, atualizar, referendar e/ou corrigir decisões quanto ao Projeto Educati vo proposto e desenvolvido em rede pelo conjunto das unidades Educati vas do Brasil Marista.

Na dimensão contextual do Projeto Educati vo, são indicadas as realidades contem-porâneas, as origens e trajetória do Insti tuto e da Missão Marista no Brasil, seus campos de atuação; educação básica Marista em rede e os contornos de internacionalidade e de brasilidade da Missão Educati va. Estes aspectos contribuem para o delineamento das dimensões conceitual, operacional e avaliati va do projeto.

5.1 O contexto contemporâneo

O contexto contemporâneo, ou melhor, dizendo, os contextos contemporâ-neos, configurado(os) nas últimas décadas e em especial no início deste século, possui(em) uma singularidade impar que o diferencia enormemente do contexto do século passado no que tange aos aspectos econômicos, políticos, culturais, sócio-ambientais e tecnológicos.

Parte dessa singularidade se deve a aspectos tais como a globalização da eco-nomia e de seus mercados, o enorme e rápido avanço tecnológico, às trocas pluri e interculturais entre sujeitos, povos e nações, a reorganização dos Estados frente aos desafios da nova ordem econômica mundial, as novas descobertas científicas, os grandes desastres ambientais que impactam a vida do e no planeta Terra.

Por outro lado, nunca em nenhum outro período da história, a humanidade viu transformar ou ruir de forma tão rápida e contundente as certezas sobre as quais os modos de vida eram organizados e controlados. Rompe-se de forma sur-preendente os modelos organizados desde a antiguidade e de um modo muito especial os forjados na modernidade clássica.

A contemporaneidade forjou o surgimento de novas categorias sociais, como por exemplo as múltiplas infâncias e juventudes, os novos modos de produção e de organização do trabalho, inéditos modos de organização das instituições so-ciais como a família, a escola, a Igreja, a empresa. Somado a isso tudo e, conse-quentemente, novos produtos e processos culturais, novas produções simbólicas, novas subjetividades e redes sociais também foram forjadas,

Outro aspecto, relevante do mundo contemporâneo e ao mesmo tempo para-doxalmente surpreendente é o fato de, apesar do grande avanço das ciências, da técnica e dos modos de produção de bens, a desigualdade social relativa ao aces-so aos bens materiais e aos bens intangíveis - como, por exemplo, a educação - e o distanciamento entre os ricos e os empobrecidos é abismal, gerando um colapso social nunca antes ocorrido.

Esse contexto, produz desigualdades, amplia a segregação e violação dos di-reitos sociais, econômicos, políticos e culturais, fragilizando a convivência entre os povos e fazendo emergir o cultivo do consumismo, da competição, da exclusão e o aumento alarmante da violência.

Portanto, a educação, a escola e seus atores se vêem diante de um mundo ambivalente, fluido, multidimensional e de uma complexidade tal que exige dos sujeitos da escola a construção de um novo olhar para apreendê-lo e de uma nova inteligência e sensibilidade para interagir com esse mundo e seus diversos contextos.

Nesse sentido, a educação marista, empenhada na luta pela justiça e por es-truturas de solidariedade, valoriza o indivíduo como sujeito de direitos e opor-tuniza sua inserção e acesso a espaçotempos sociais, culturais e educacionais.

Projeto Educativo Brasil Marista Dimensão contextual: contextos e trajetórias do Instituto Marista no Brasil

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Dimensão conceitual: delineamentos e posicionamentos conceituais

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A dimensão conceitual considera os princípios, valores e teorizações que o projeto educati vo adota como referência no estabelecimento e consolidação da rede Marista de Educação Básica. Nesse âmbito são feitas as opções teóricas relati vas aos aspectos po-líti cos, sociais, pastorais e pedagógicos do Projeto Educati vo. São expressas, ainda, as tendências de formulações contemporâneas, ou seja, as concepções teórico-conceituais que orientarão o processo educati vo.

Na dimensão conceitual do Projeto Educati vo do Brasil Marista apresenta-se uma teorização sobre a educação evangelizadora condizente com os cenários e movimentos contemporâneos e coerentes com a missão educati va Marista. Desse solo epistemológi-co, advêm também as concepções de cultura, escola, aprendizagem, currículo, sujeitos, linguagens e tecnologias capazes de assegurar e atualizar o compromisso marista com a educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

6.1 PEDAGOGIA MARISTA: UMA ABORDAGEM PRÓPRIA

Nosso Fundador, Marcelino Champagnat, iniciou um trabalho dirigido a crianças, ado-lescentes e jovens por meio da educação, considerando aspectos relati vos às identi dades e às necessidades individuais de cada um. Propunha uma pedagogia muito práti ca, foca-da na presença, no amor à natureza, na solidariedade e no aprender fazendo.

Marcelino Champagnat e seus discípulos não se preocuparam em criar uma nova te-oria pedagógica, mas uma práxis que respondesse às demandas da realidade. Com ori-ginalidade, criou meios para efeti var seus ideais, transformando e inovando o método pedagógico tomado como ponto de parti da.

Os princípios maristas sobreviveram às diferentes conti ngências por duas parti cula-ridades fundamentais: a fi rmeza de sua crença e a fl exibilidade em poder conviver em culturas em constante modifi cação, ou seja, os maristas construíram um espaço próprio ao adaptar as teorias às crenças e necessidades da Insti tuição.

Por tudo isso, a Pedagogia Marista não resulta de uma nova corrente pedagógica, mas é a forma encontrada para responder a uma necessidade social que deu origem ao Projeto Educati vo Insti tucional.

A práti ca pedagógica marista promove o diálogo entre as ciências, as sociedades, as culturas, sob uma perspecti va cristã da realidade e favorece, dessa forma, entender as necessidades humanas e sociais da contemporaneidade problemati zá-las e traçar cami-nhos e modos de enfretamentos dessas problemati zações, como possibilidades de res-posta, de posicionamento. Ao contemplar uma interligação entre as diferentes dimen-sões da pessoa humana, incluindo a espiritualidade, favorece a integralidade e inteireza dos sujeitos da educação em um movimento que harmoniza fé, cultura e vida, e busca vivenciar a diversidade, a diferença, a solidariedade, a consciência planetária, na promo-ção de relações mais justas. Bem como incorpora os diferentes saberes, conhecimentos, linguagens, mídias e tecnologias no conjunto de suas metodologias.

A Pedagogia Marista, nesta perspecti va, integra a formação afeti va, éti ca, social, cog-niti va e religiosa. Nosso jeito de educar se fundamenta em uma formação/educação inte-gral que investe na observação, na investi gação, na refl exão e na abertura à realidade, no posicionamento críti co e negociado, no protagonismo, em ati tudes solidárias, no respeito e cuidado com a natureza, na ampliação e fundamentação do compreender e signifi car o mundo que nos cerca, cada vez mais atravessado por realidades disti ntas.

Para tanto, investe no desenvolvimento do espírito de pertença, incluindo a todos no processo educati vo, dialogando e aproximando, de forma a ampliar, conti nuamente, o “senti do do outro”. Apresenta também a solidariedade como “a virtude cristã dos nossos tempos”, amparada na éti ca e na espiritualidade.

A Pedagogia Marista é a pedagogia do amor, da dedicação, da presença, do respeito e das aplicações práti cas coti dianas. Apresenta elementos que marcam um esti lo educa-ti vo próprio que se diferencia pela presença, pelo espírito de família, pela simplicidade, pelo amor ao trabalho/dedicação e pelo agir à maneira de Maria, ou seja, o jeito marista de educar pressupõe o exercício do amor, da evangelização, da solidariedade e da cons-tante busca por práti cas criati vas e signifi cati vas que atendam às expectati vas e neces-sidades do estudante/educando marista e de sua família, considerando sua realidade.

A Presença e a entrega pessoal é um dos elementos centrais da pedagogia Marista. Ela envolve tanto o educador quanto o educando em um movimento que fomenta a con-fi ança e a parti lha a parti r da práti ca coti diana da escuta e do diálogo. A Presença extra-pola o espaçotempo escolar e exige do educador, além da mediação do processo ensino-aprendizagem, postura atenta às demandas contemporâneas e presença moti vadora e coerente entre o discurso e a ação. A práti ca pedagógica da presença junto às crianças, adolescentes, jovens e adultos se concreti za, portanto, em uma relação baseada no afeto,

A problemati zação é uma práti ca de ensino-aprendizagem e avaliação centrada na dúvida sistemáti -ca, no diálogo com os mais variados con-textos, ampliando os conceitos e signifi ca-dos dos objetos em estudo. Explora ope-rações mentais mais complexas, identi fi ca e busca resolver situ-ações-problema, pro-põe novos problemas, trata o conhecimento como não acabado, investe nos proces-sos de signifi cação, investi gação, criação. A perspecti va proble-mati zadora favorece a compreensão de que o conhecimento não é dogmáti co, imutável. Nas aulas, deve-se disponibilizar os mais variados artefatos cul-turais – textos , livros, jornal, revista, fi lmes, cadernos, provas, etc. POZO, Juan Inácio. Aprendizes e Mes-tres: a nova cultura da aprendizagem. Porto alegre: Vozes, 2002.

Projeto Educativo Brasil Marista Dimensão conceitual: delineamentos e posicionamentos conceituais

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Dimensão operacional: as políticas institucionais nas ações

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O projeto educati vo arti cula, na dimensão operacional, as práti cas educati vas e as práti cas de gestão educacional às concepções teóricas assumidas na Dimensão Conceitu-al e aos cenários apresentados na Dimensão Contextual.

A dimensão operacional orienta a materialização das políti cas insti tucionais. Trata-se do contexto da práti ca, o qual “se consti tui efeti vamente, como produtor de senti dos para as políti cas de currículo, ressignifi cando defi nições curriculares ofi ciais e vendo suas práti cas e textos serem ressignifi cados por essas mesmas defi nições”.

A concreti zação do projeto se pauta nas opções políti co-pedagógico-pastorais que reafi rmam teorizações e concepções, indicam as confi gurações possíveis que assumem na práti ca, defi nindo a organização e dinâmica da escola e do currículo.

A organização e dinâmica da escola se defi nem também conforme o modelo de ges-tão adotado pela rede marista de educação básica, pelos ofí cios assumidos pelos sujeitos do projeto e na aplicação da normati zação advinda da legislação para a educação básica. O processo educati vo de qualidade desafi a os gestores para uma nova organização na condução e subsistências das escolas, um regime de trabalho em tempo integral e ade-quada políti ca salarial para os profi ssionais da educação.

Na organização curricular são apresentados os modos e opções para organizar o cur-rículo a parti r dos quais são delineadas as diretrizes da organização das matrizes curri-culares e sua apropriação pela escola. Essas se pautam nos componentes curriculares, dialogando, assumindo e produzindo conhecimentos, saberes, linguagens e tecnologias.

7.1. Opçoes políti co-pedagógico-pastorais do projeto.

As escolas da Rede Marista de Educação Básica são espaçotempos privilegiados para o pleno desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Portanto, são es-paços dinâmicos, de criati vidade, de admiração pelo desconhecido e pelo vir a conhecer. Esses espaços são locais para disseminar os valores do Evangelho, que são transformado-res, criadores e geradores de paixão pelo Reino de Deus. O processo de educação, vivido como missão, deve proporcionar às sujeitos uma mudança na forma de conceber o mun-do, de relacionar-se e de criar estruturas mais justas, solidárias e fraternas.

Ao tratar da concepção de escola, a defi nimos como espaçotempos de múlti plos sen-ti dos e múlti plas dinâmicas. Será preciso compor uma arti culação entre esses diversos senti dos e dinâmicas, nas práti cas educati vas e nas práti cas de gestão de modo a real-mente concreti zar o projeto educati vo. A concepção de escola adotada no Projeto orien-ta algumas opções que devem se consti tuir em um sistema orgânico de práti cas, que não podem ser desenvolvidas de maneira estanque. Será preciso integrar rigor cientí fi co, excelência acadêmica, formação cristã, cultura da solidariedade e da paz, sensibilidade estéti ca, formação políti ca e éti ca, ação pastoral, consciência planetária, superando as dicotomias e barreiras entre as múlti plas dimensões no espaçotempo escolar.

O Projeto é afi rmati vo no senti do de argumentar que não se trata de escolher, por exemplo, entre a excelência e rigor ou formação cristã, mas sim de ter claro que é neces-sário integrar essas diversas opções políti co-pedagógico-pastorais descritas na concep-ção de escola.

•Espaçotempo de pastoral que arti cula fé, cultura e vida: da pedagogia do amor, da presença, da escuta/diálogo, do cuidado, da solidariedade, do anúncio da Boa Nova.

No âmbito da escola marista, trata-se de sermos uma Escola em pastoral: espaçotem-po do anúncio, testemunho e comunhão; da compaixão pela humanidade; do compro-misso com as causas da justi ça e da paz; do conhecer-experienciar-aderir aos valores do Evangelho, concreti zados no desenvolvimento de uma cultura do cuidado, da solidarie-dade e da paz.

Propõe-se impregnar os conteúdos e as práti cas com os valores evangélicos e de construir espaçotempos de atuação dos sujeitos da escola a parti r desses valores na co-munidade educati va interna e nos espaços públicos. Desenvolve-se, assim, uma consciên-cia evangélica, aliada a uma consciência críti ca, para se relacionar e atuar na sociedade.

Numa Escola em Pastoral, as diversas disciplinas não apresentam somente um saber a adquirir, mas também valores por assimilar e verdades a descobrir. Nela, não há momen-tos de aprendizagem e momentos de educação, momentos de conceitos e momentos de sabedoria . Tudo é formati vo, gerando um profundo e autênti co ecossistema educati vo evangelizador cristão e marista, em se tratando de uma escola marista. Uma escola não é católica só porque nela são dadas aulas de Ensino Religioso ou de Catequese nem é

Escola em PastoralPastoral no senti do estrito é a “ação dos Pastores”. No senti do amplo é a “Ação do Povo de Deus, (Pas-tores e demais fi éis, cada um de acordo com seu carisma) prolongando, na his-tória, a presença e a atuação do Senhor Jesus, como revela-dor e libertador dos homens” Aplicando tal conceito à escola, teríamos ‘pastoral escolar”, devendo ser entendida como pastoral da escola e não como pastoral na escola. Esta consisti ria somente em promo-ver algumas ati vida-des pastorais como o Ensino Religioso, a catequese, celebra-ções, etc. sem ati ngir o todo da escola. Pas-toral da escola, entre-tanto, é uma “Escola em Pastoral”, isto é, uma escola evangeli-zada e evangelizado-ra, na qual o Projeto Políti co Pedagógico e Pastoral proporciona a síntese entre fé e cultura e o saber à luz da fé, torna-se sabe-doria e visão de vida.

Projeto Educativo Brasil Marista Dimensão operacional: as políticas institucionais nas ações

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Dimensão avaliativa

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Avaliar o projeto educati vo da rede Marista de educação Básica tem por fi nalidade o acompanhamento de sua implantação em todos os níveis de Brasil Marista. Os dados da avaliação viabilizam o amadurecimento e a melhora conti nuada do projeto educati vo insti tucional e a orientação do processo decisório. Esse processo dialógico irá consoli-dar o conhecimento insti tucional, relacionado com a sua capacidade de conhecer-se, de avaliar-se.

Isso é fundamental para que não corramos “o risco de nos tornar víti mas do nosso próprio sucesso. Podemos nos entregar com tal empenho às nossas tarefas que faltará tempo para avaliar nosso desempenho ou para questi onar se estamos realmente sendo fi éis ao que de fato é importante. Conseqüentemente, avaliações periódicas são essen-ciais”, pois, “para manter-se viva, uma insti tuição deve periodicamente se submeter a um processo de avaliação e, se necessário, transformar-se.” .

8.1 AVALIAÇAO E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS NA REDE MARISTA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Na atuação dos profi ssionais em uma insti tuição de ensino, o projeto educati vo, o contexto e a dinâmica organizacional fundamentam e têm implicações na sua práti ca. Assim as propostas de formação conti nuada na rede Marista devem ser defi nidas pelo contexto de sua atuação, orientadas no e para o projeto educati vo do Brasil Marista. Tal formação conti nuada abrange os gestores, professores, coordenadores, assessores, secretários, assistentes pedagógicos, administrati vos, e de serviços gerais dos diversos níveis de planejamento, execução e avaliação do projeto educati vo do Brasil Marista.

Apenas um processo contí nuo de atualização e aperfeiçoamento do conjunto de pro-

fi ssionais que atuam na Rede Marista de Educação Básica permiti rá a concreti zação e atualização da nossa missão educati va. De forma que a avaliação do projeto educati vo e formação conti nuada dos profi ssionais na rede marista de educação básica são pro-cessos complementares, pois os dados da avaliação indicam as necessidades de ajustes, aperfeiçoamento e atualização do projeto, os quais indicam prioridades e subsidiam os processos de formação conti nuada.

A gestão estratégica e comparti lhada do projeto educati vo implica a vivência da refl e-xão críti ca, coleti va e conti nuada, ou seja, uma ati tude permanente de avaliação das polí-ti cas e práti cas insti tucionais, considerando o dinamismo do contexto contemporâneo. Tal vivência, estreitamente ligada ao planejamento e desenvolvimento do currículo vinculado, portanto, à ação que executam os diferentes profi ssionais no interior da escola, irá capacitá-los gradati vamente como autogestores de seu processo de formação conti nuada.

O processo de formação, ora necessário, implica a transformação conti nuada dos pro-fi ssionais, das unidades educati vas, das províncias e da Rede Marista de educação básica. Assim, confi gura-se um novo papel da rede, das unidades educati vas, via projeto educa-ti vo do Brasil Marista para educação básica, como gestora, e ao mesmo tempo como es-paço privilegiado no processo, tanto da formação inicial, quanto da formação conti nuada dos diferentes profi ssionais da educação que nela atuam.

Os cursos de atualização ou de capacitação, principalmente os que dizem respeito aos avanços técnico-cientí fi cos, são importantes para a formação do professor, mas a forma-ção conti nuada não pode fi car restrita a tais cursos ou à parti cipação em eventos da área.

A rede Marista de educação básica têm, assim, duplo desafi o: por um lado, não podem deixar de contemplar o preparo dos profi ssionais, tendo em vista as transformações em curso na sociedade e a execução de seu projeto; por outro, devem propiciar a refl exão so-bre tais transformações e sobre projeto educati vo do Brasil Marista para educação básica.

8.2 INSTÂNCIAS E PROCESSO DE AVALIAÇAO DO PROJETO EDUCATIVO

A avaliação da Educação Básica Marista requer um processo que permita “um balan-ço dos rumos da insti tuição em busca da qualidade (missão e funções); como processo, a avaliação insti tucional consti tui um serviço prestado à sociedade na medida em que os parti cipantes da insti tuição podem repensar seus compromissos e metas, modos de atuação fi nalidades e resultados de suas práti cas insti tucionais.

A concreti zação da Dimensão Avaliati va do Projeto Educati vo do Brasil Marista para Educação Básica organizar-se-á na perspecti va da avaliação dos insumos, dos produtos e dos resultados.

A parti r de matrizes de indicadores para cada uma das perspecti vas a avaliação será efeti vada no nível de Brasil Marista e das associadas, sob responsabilidade de seus dirigen-tes e no nível das escolas Educacionais e Sociais, sob a responsabilidade de seus gestores.

Para a construção da matriz e dos indicadores de avaliação serão consideradas as fi na-lidades do Projeto Educati vo com foco específi co na sua operacionalização e nas matrizes

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O mapa eterritório: para percorrer o projeto

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42 43Projeto Educativo Brasil Marista O mapa e território: para percorrer o projeto

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Referências

Projeto Educativo Brasil Marista Referências

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10.1 Documentos do Insti tuto Marista

htt p://www.champagnat.org em 27/09/2008

UMBRASIL. Ecos de Mendes, Relatório da Assembléia Internacional da Missão Marista: Um coração uma Missão, Brasília, 2007.

Guia das escolas in SILVEIRA, Ir. Luiz. O Segundo Capitulo Geral do Insti tuto dos Pequenos Irmãos de Maria: 1852 – 1853 – 1954. Belo Horizonte, Centro de Estudos Maristas, 1994. p. 153 – 298.

História da Educação Católica no Brasil: contribuição dos Irmãos Maristas. São Paulo: SI-MAR, 1997.

História do Insti tuto dos Irmãos Maristas. Curiti ba: EDUCA, 1988.

Irmãos Maristas: centenário no Brasil. São Paulo: FTD, 1997.

Missão educati va Marista: um projeto para nosso tempo/Comissão Interprovincial de Educação Marista (1995 – 1998); (tradução Manoel Alves, Ricardo Tescarolo) – 3 ed. São Paulo: SIMAR, 2003.

O leigo católico, Testemunha de Fé na Escola. Sagrada Congregação na Escola. Sagrada Congregação para a Educação Católica, 1982.

Pioneiros do Brasil Marista. São Paulo: SIMAR, 1996.

Planejamento estratégico da UBEE – UNBEC – 2007-2012

SAMMON, Seán D. Corações Novos para um Mundo Novo. Circulares do Superior Geral dos Irmãos Maristas Volume XXXI – n.º 4, 8 de setembro de 2008.

SAMMON, Seán D. Tornar Jesus Cristo conhecido e amado: a vida apostólica Marista hoje. Circulares do Superior Geral dos Irmãos Maristas. Volume XXXI – n.º 3. 6 jun. de 2006.

10.2 Documentos da Legislação

BRASIL. Consti tuição da Republica Federati va do Brasil. Brasília, Senado, art. 84, inciso XXI, 1988.

BRASIL. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007, Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação ... . Diário Ofi cial da União, Brasília, 24 abr. 2007.

BRASIL. Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Plano Nacional de Educação. Diário Ofi cial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2001.

BRASIL. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-lescente e dá outras providências. Diário Ofi cial da União, Brasília, 17 de julho de 1990.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e Adolescente. Diário Ofi cial da União. Brasília, DF, 16 jun. 1990.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Diário Ofi cial da União. Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CEB n 2, de 7 de abril de 1998. Insti tui as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Diário Ofi cial, Brasília, 15 abr. 1998. Seção 1, p. 31.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curri-culares Nacionais – Documento Introdutório. Versão Preliminar. Brasília: MEC/SEF, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curri-culares Nacionais: 1ª a 4ª série Brasília: MEC/SEF, 10 volumes, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curri-culares Nacionais: 5ª a 8ª série - Brasília: MEC/SEF, 10 volumes, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Referencial curricular nacional para a Educação Infanti l. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Resolução CEB nº. 1 de 7 de abril de 1999. Es-tabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infanti l. Diário Ofi cial da União, Brasília, 13 de abril de 1999. Seção 1, p. 18.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CEB n 3, de 26 de junho de 1998. Ins-ti tui as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Diário Ofi cial da República Federati va do Brasil, Brasília, 24 dez. 2002. Seção 1, p. 167.

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