projeto diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à...

22
1 Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. Hipertemia Maligna Sociedade Brasileira de Anestesiologia Elaboração Final: 22 de Julho de 2002 Autoria: Amaral JLG, Carvalho RB, Cunha LBP, Batti MAS, Issy AM, Habib AK, Silva HCA.

Upload: phungthu

Post on 13-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federalde Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar

condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidasneste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta

a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente

Tratamento da Fase Agudado Acidente Vascular Cerebral

Academia Brasileira de Neurologia

Elaboração Final: 24 de Julho de 2001

Autoria: Gagliardi RJ, Raffin CN, Fábio SRC

Colaboradores: Bacellar A, Longo AL, Massaro AR, Moro CHC,André C, Nóvak EM, Dias-Tosta E, Yamamoto FI,Damiani IT, Maciel Jr JA, Fernandes JG, Vega MG,Fukujima MM, Lanna MA, Oliveira RMC, Melo-Souza SE, Novis SAP, Tognola WA

1

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federalde Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar

condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidasneste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta

a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

Hipertemia Maligna

Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Elaboração Final: 22 de Julho de 2002

Autoria: Amaral JLG, Carvalho RB, Cunha LBP, Batti MAS,Issy AM, Habib AK, Silva HCA.

Page 2: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

2 Hipertemia Maligna

MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS:Considerada a natureza da hipertermia maligna, sua incidência limitadae intrínseca mortalidade, não é viável aplicar estudos clínicos randomizadose controlados para definir alternativas de diagnóstico ou tratamento destasíndrome. As informações disponíveis baseiam-se em conclusõesobtidas de séries limitadas de casos.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência.B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência.C: Relatos ou séries de casos.D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas.

OBJETIVO:Reunir subsídos para orientação do diagnóstico e tratamento dahipertermia maligna.

Page 3: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

3Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

DEFINIÇÃO

A HM é afecção hereditária e latente, caracterizada por res-posta hipermetabólica aos anestésicos voláteis (halotano, enflurano,isoflurano, sevoflurano e desflurano) e succinilcolina.

INCIDÊNCIA

Em geral, a HM incide a cada 50 mil anestesias realizadas emadultos e a cada 15 mil anestesias aplicadas a crianças1(D). AHM pode ocorrer em extremos de idade2(C), mas estes episódiossão raros.

A incidência é maior em crianças1,3(D). A consangüinidadepode aumentar a densidade de susceptíveis em uma determinadapopulação4(C).

A HM relatada em todo o mundo afeta todos os gruposraciais5,6(C)7(D). A susceptibilidade ocorre igualmente em ambosos sexos, ainda que as crises sejam mais comuns em homens8(C).A incidência de HM pode ser maior que a referida na literatura9(C),visto que em muitos episódios o quadro clínico é discreto e cercade 50% dos susceptíveis têm antecedentes de exposição a agentesdesencadeantes, sem qualquer manifestação da doença10(C).

ETIOLOGIA

A HM foi definida como “herança autossômica dominantecom penetrância reduzida e expressão variável”11(D). A HM estáassociada a diferentes mutações genéticas, a maioria localizadasno cromossoma 19, no gene para o receptor rianodina12(D) 13-

21(C). Mutações em outros cromossomas também foram descri-tas: nos cromossomas 1 (gene da sub-unidade alfa-1 do receptordi-hidropiridina), 5 (gene não identificado), 7 (gene da sub-uni-dade alfa2/delta do receptor di-hidropiridina), 3 (gene não identi-ficado), 17 (gene do canal de sódio do músculo esqueléticoadulto)22,23(C)24,25(D). Em 2000, uma publicação referiu 22 mu-tações identificadas no receptor rianodina26(D). Existequestionamento sobre a consistência da associação da HM comalgumas destas mutações2,27(C). Na maioria das famílias de afeta-dos não foi possível ainda discernir a alteração causal28(D)13,20(C).

Page 4: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

4 Hipertemia Maligna

FISIOPATOLOGIA

A HM é uma afecção farmacogenética cujosubstrato é a liberação descontrolada de Ca++

pelo retículo sarcoplasmático. Em condiçõesnormais, os níveis de Ca++ no mioplasma sãocontrolados pelo receptor rianodina do retículosarcoplasmático, o receptor di-hidropiridina dotúbulo transverso e pelo sistema Ca++-adenosinatrifosfatase (Ca++-ATPase). Na crise de HM, odesarranjo da homeostase intracelular do Ca++

desencadeia hiperatividade contrátil, hidrólise doATP, hipertemia, aumento do consumo de O2,produção de CO2 e ácido lático, desacoplamento

da fosforilação oxidativa, lise celular e extravasa-mento do conteúdo do citoplasma24(D).

QUADRO CLÍNICO

A expressão clínica da HM é variável, e com-preende manifestações de alterações metabóli-cas, de lesão muscular e das complicações se-cundárias. As crises de HM são classificadasconforme sua apresentação clínica, segundoEllis29(C) e Ranklev-Twetman30(D) (Quadro 1).

Esta condição é expressa por rigidezmuscular, aumento do consumo de oxigênio e

Quadro 1

Classificação das crises de Hipertermia Maligna

Segundo Ellis et al (1990)29(C) Segundo Ranklev-Twetman (1990)30(D)

• Fulminante clássica: potencialmente fatal;múltiplas manifestações metabólicas emusculares.

• Moderada: manifestações metabólicas emusculares sem a gravidade da formafulminante.

• Leve: discretas alterações metabólicas, semmanifestações musculares.

• Rigidez de masseter com evidências de lesãomuscular (elevação da creatino cinase sérica emioglobinúria, por exemplo).

• Rigidez de masseter associada a alteraçõesmetabólicas (elevação da temperatura,arritmias cardíacas, por exemplo).

• Rigidez de masseter isolada.

• Morte súbita ou parada cardíaca inexplicadasdurante anestesia.

• Outras: febre pós-operatória, rabdomiólise,insuficiência renal, antecedentes familiaressuspeitos.

• Fulminante

• Abortivas

• Espasmo de masseter

• Atípicas

Page 5: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

5Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

produção de CO2, acidemia (respiratória e me-tabólica), taquicardia, taquipnéia, hiperpotasse-mia, rabdomiólise e mioglobinúria. A dessatura-ção da hemoglobina do sangue arterial pode seridentificada à oximetria de pulso. Entre os di-versos fatores que potencialmente contribuempara a dessaturação persistente, encontram-seacidemia, hipercarbia e hipertermia, capazes dedeslocar a curva da saturação da hemoglobinapara a direita31(C). A hipercarbia, já detectadaà capnografia, parece preceder as demaismanifestações32(C) (Quadro 2).

hipotermia podem atenuar a expressão clí-nica da HM. A hiperventilação pode masca-rar o diagnóstico de HM34(C). Bloqueadoresneuromusculares podem retardar o início dasmanifestações de uma crise de HM35(D).

Convém destacar que nem sempre hiper-termia é manifestação inicial ou proeminenteda HM. A rigidez muscular pode inexistir em25% dos casos e a hipertermia ser registradaem apenas um terço deles36(C) 37(D).

Quadro 2

Manifestações clínicas de crises de HM (adaptado de Krivosic-Horber)41(D)

INICIAIS

ClínicasTaquicardia

Elevação progressiva do CO2 exaladoTaquipneia

Rigidez muscular localizada(incluindo rigidez de masseter)

CianoseArritmias

HipertermiaSudorese profusa

LaboratoriaisHipercapnia (acidose respiratória)

Acidose metabólicaHiperlacticidemiaHiperpotassemia

Dessaturação venosa central

TARDIAS

Febre acima de 40 oCCianose

Má perfusão cutâneaInstabilidade pressórica

Rigidez muscular generalizada

MioglobinemiaElevação da creatinocinase plasmática

Elevação da creatininemiaCoagulação intravascular disseminada

A forma fulminante da HM é caracteri-zada por hipercapnia, rigidez muscular,hipertermias graves e rabdomiólise33(D),mas situações como a cirurgia cardíacasob circulação extracorpórea (CEC) com

A HM surge a qualquer momento durantea anestesia, tendo sido descrita a sua ocorrênciaaté 3 horas após a interrupção da exposiçãoao agente desencadeante38(D). A crise de HMpode manifestar-se tardiamente, mesmo após a

Page 6: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

6 Hipertemia Maligna

interrupção da administração do agente desenca-deante37(D)39,40(C). Talvez a imobilidade deter-minada pela própria anestesia limite a liberaçãode cálcio a partir do retículo sarcoplasmático.Ao acordar, aumenta a atividade muscular e, napresença de resíduos anestésicos, vêem-sepotencializadas à liberação intracelular de cál-cio e seus efeitos metabólicos24,37(D).

Todos os halogenados, incluindo os novosagentes como o sevoflurano e o desflurano, sãocapazes de desencadear HM em suínos7,42(D) eem humanos43-48(C) 49(B) 50,51(D).

Tem-se a impresssão de haver diferençasentre os halogenados com relação ao seu poten-cial para desencadear crises de HM (D). Ohalotano parece ser o agente de maior risco7(D).A exposição ao isoflurano pode associar-se à crisede HM de início tardio52(C). Em estudo reali-zado em fibras musculares desnudas50(D), de-monstrou-se que sevoflurano, isoflurano ehalotano induzem liberação de Ca++ do retículosarcoplasmático, porém este efeito é menos in-tenso para o primeiro agente.

Sugere-se que o xenônio seja um agenteanestésico seguro no que concerne HM53(D).Confirmam esta impressão os resultados deoutros autores54(D) que estudaram nove porcosPietrain dignosticados como susceptíveis a HM,através de análise genética (mutação RYR1 Arg615 Cis), anestesiados com xenônio a 70% emO2 durante 2 horas sem manifestações clínicas.Depois de 30 minutos de eliminação do xenônio,os animais foram expostos a 1% de halotano esuccinilcolina, todos eles desenvolvendo, em até20 min, crises fatais de HM55(D).

Com relação a outros agentes capazes dedesencadear crises de HM, assinala-se um caso

de coma diabético tratado com insulina, empreparação contendo como preservante ocresol55(C). Nesta situação, o cresol foi aponta-do como provável agente provocador.

DOENÇAS ASSOCIADAS

Intensa rigidez de masseter, a ponto de difi-cultar a intubação traqueal, tem sido descritapor preceder muitos episódios de HM56(C), sen-do que é a mais comum manifestação de HM,principalmente em crianças estrábicas57(C), comidade entre 8 e 12 anos38(D). Incide em cercade 1% das anestesias com halotano58(C) 59(B).Em 15% destes pacientes, a creatino-fosfocinase(CPK) eleva-se a níveis compatíveis com HM.A susceptibilidade à HM, diagnosticada atravésde biópsia muscular, é encontrada em 50% doscasos de crianças60(C) e em 25% dosadultos61(C) com rigidez de masseter.

A HM é relacionada à síndrome de King-Denborough (baixa estatura e anormalidadesmúsculo-esqueléticas)62,63(C).

Tanto a HM como doença Central Core (Cen-tral Core Disease), miopatia hereditária domi-nante de gravidade leve a moderada, são doen-ças relacionadas à regulação do cálcio no mús-culo esquelético24,26(D). A associação da CCDcom HM obriga a adoção dos cuidados para HMnos afetados64(C). Da mesma forma, familiaresde portadores de CCD são suspeitos de suscep-tibilidade à HM65(C).

DIAGNÓSTICO

CRISE DE HM

Nas crises, o diagnóstico de HM é funda-mentado no quadro clínico. Os exames

Page 7: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

7Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

complementares têm maior utilidade na avalia-ção das complicações e da resposta ao tratamen-to. A partir da opinião de experts, foram atri-buídos pesos às diversas manifestações associa-das à HM e assim elaborada uma escala de pro-babilidade de um evento corresponder a estasíndrome66(D) (Quadro 3). Considerando a am-pla variabilidade das manifestações clínicas daHM e a diversidade de diagnósticos diferenciais,a aplicação desta escala tem valor relativo e nãodeve prevalecer sobre o julgamento clínico(D).

As manifestações clínicas e laboratoriais daHM são inespecíficas e ocorrem em incidênciavariável. Taquicardia, taquipnéia, hipercarbia,acidose respiratória, acidose metabólica, rigidezde masseter, rigidez muscular generalizada,mioglobinúria (rabdomiólise), arritmias,cianose, má perfusão cutânea, diaforese, eleva-ção da temperatura, instabilidade hemodinâmicae sangramento (alterações da coagulação) con-fundem-se com diversas situações clínicas67(D).

Níveis inadequados de hipnose e anal-gesia68(C) e bacteremia peri-operatória69(C) sãoexemplos de condições que podem mimetizar acrise de HM.

A elevação da temperatura pode também re-sultar de sistemas de aquecimento malajustados70(C), tireotoxicose71(C), feocromoci-toma, osteogênese imperfecta, infecção, reaçãopirogênica, lesão hipotalâmica, reação a drogas,como anfetaminas, inibidores da monoaminooxidase, atropina, glicopirrolato, cocaína,anfetamina, droperidol, metoclopramida,cetamina, síndrome neuroléptica maligna e in-terrupção do uso de levodopa72,73(C).

A capnografia tem grande valor no diagnós-tico precoce da HM e na avaliação da resposta

ao tratamento. Aumento da concentração deCO2 no gás expirado (EtCO2) acima de 5mmHg merece investigação. De fato, elevaçõesacentuadas do EtCO2, da concentração de CO2no sangue venoso (PvCO2), sangue arterial(PaCO2) e diferença veno-arterial de CO2 sãoobservadas precocemente nos casos fulminan-tes, mas podem ser atenuadas por hiperventi-lação nas crises moderadas74(D) 32,75(C).

Além da HM, diversas situações resultamem elevação da EtCO2: aumento da produçãode CO2 (outras causas de hipermetabolismo efebre), hipoventilação (depressão respiratória poranestesia profunda em ventilação espontânea,disfunção do ventilador ou válvulas unidire-cionais, vazamentos ou obstrução no circuitode ventilação, balonete do tubo traqueal nãoinsuflado, intubação endobrônquica acidental,broncoespasmo, secreções ou sangue obstruin-do a árvore respiratória, edema pulmonar, re-dução da expansão pulmonar por diminuiçãoda complacência pulmonar, coleções pleuraisgasosas ou líquidas, aumento do tono musculardo abdome ou compressão por afastadores). Aolongo das intervenções laparoscópicas, a insu-flação peritoneal com CO2 também pode deter-minar esperada elevação progressiva da EtCO2.

Destacam-se ainda aumentos da potassemia,creatininemia e distúrbios da hemostasia. Al-gumas crises de HM podem ser acompanhadasde elevação dos níveis de creatina-fosfocinase(CPK) acima de 20 000 UI/L (o pico é alcan-çado entre 12 e 24 horas do início da crise).Todavia, na maioria dos casos, os valores de CPKnão excedem este limiar. O tratamento comdantrolene não parece afetar a elevação da CPKplasmática. Em cerca de 30% das crises de HMtratadas com dantrolene, os picos de CPK en-contram-se dentro dos níveis associados a

Page 8: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

8 Hipertemia Maligna

Quadro 3

Estimativa da probabilidade de acerto do diagnóstico clínico de HM66(D)

Processofisiopatológico

Indicadores Pontos

RigidezMuscular

Generalizada (exceto calafrio)Espasmo de masseter após succinilcolina

15 ou15

AcidoseRespiratória

PETCO2 > 55 mmHg em ventilação controlada adequadaPETCO2 > 60 mmHg em ventilação espontâneaPaCO2 > 60 mmHg em ventilação controlada adequadaPaCO2 > 65 mmHg em ventilação espontâneaHipercarbia inapropriadaTaquipnéia inapropriada

15 ou15 ou15 ou15 ou15 ou10

AcidoseMetabólica

BE arterial < -8 mEq.L-1 10

Acidemia pH arterial < 7,25 10

15 ou10Hipertermia

Elevação rápida e inapropriada da TT > 38,8 oC (inapropriada)

RitmoCardíaco

Taquicardia sinusal (inapropriada)Taquicardia ou fibrilação ventricular

3 ou 3

Dantrolene eAcidose

Reversão rápida 5

Antecedentefamiliar

Em familiar de 1o grauEm familiar outro que não de 1o grau

15 5

AntecedenteFamiliar epessoal

História familiar positiva para HM e outro indicador pessoalsugestivo em experiência anestésica prévia 10

BioquímicaPré-operatória

CK elevada em repouso(em paciente com antecedente familiar de HM) 10

Urina escuraMioglobinúria > 60 mcg.L-1

Mioglobinemia > 170 mcg.L-1

Potassemia > 6 mEq.L-1

10 ou 5 ou 5 ou 3

CPK > 20 000 UI com succinilcolinaCPK > 10 000 UI sem succinilcolina

15 ou15 ou

DestruiçãoMuscular

Page 9: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

9Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

maioria dos procedimentos cirúrgicos. A succi-nilcolina está relacionada a valores mais expres-sivos de CPK. Quando ela não é usada, os ní-veis de CPK permanecem dentro do esperadopara uma operação não complicada por HM,em50% dos pacientes com HM76(C).

SUSCEPTIBILIDADE À HM

Sintomas

Manifestações como febre, cansaço muscu-lar, câimbras ou fraqueza são demasiadamenteinespecíficas para sugerir susceptibilidade(D).

Antecedentes pessoais e familiares

Assim, suspeita-se da susceptibilidade emrazão de antecedentes (crise sugestiva de HMdurante exposição a agentes desencadeantes)pessoais ou familiares de HM.

A ausência de crise de HM após exposiçõesanteriores não exclui a susceptibilidade. Cercade 50% dos casos diagnosticados haviam sidopreviamente expostos a agentes desencadeantessem que se tivesse manifestado a HM10(C).Entre os fatores que possam ter atenuado a res-posta aos agentes provocadores são lembrados:

temperatura ambiente baixa77(D), barbitúricos,opióides, bloqueadores neuromusculares, a va-riabilidade da potência que tem os agentes paradesencadear as crises7(D), a penetrância genéti-ca também variável17(C) da HM.

Creatino cinase (CPK) em repouso

A presença de CPK elevado em repouso, ex-cluídos exercício extenuante ou trauma muscu-lar, tem valor relativo apenas em familiares decasos susceptíveis78(C). Sem outra explicação,níveis elevados de CPK em repouso trazem asuspeita de miopatia79(C).Tais alterações sãomuito comuns e não justificam a dosagem deCPK plasmático na população geral(D).

Teste de Contração à exposição aoHalotano-Cafeína

Mesmo nos casos clássicos, a confirmaçãodiagnóstica se faz obrigatória, pois será a partirdos casos confirmados que se fará o planejamen-to da investigação nos familiares dos afetados.O padrão de herança autossômico dominanteresulta em pelo menos 50% de probabilidade depositividade nos parentes diretos (pais, filhos eirmãos) de um indivíduo confirmado. Serão,portanto, estes pacientes acometidos de crises

Não somar pontos de indicadores de um mesmo processo fisiopatológico. Considerar apontuação máxima de cada processo

Pontuação Probabilidade Risco de HM0 Quase impossível 1

3 a 9 Improvável 210 a 19 Algo menos que provável 320 a 34 Algo mais que provável 4

35 a 49 Bastante provável 5

50 ou + Quase certo 6

Page 10: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

10 Hipertemia Maligna

provavelmente associadas à HM (ver classifica-ção das crises de HM no Quadro 1) e familiaresdiretos dos casos confirmados, os candidatos aconfirmação diagnóstica através de testes de con-tração ao halotano e à cafeína em material ob-tido através de biópsia muscular80(D).

Ainda que não se considere necessárioaplicar rotineiramente TCHC em todos osportadores de distrofinopatias, considera-sesua realização naqueles vitimados por episó-dios semelhantes à HM e associados àanestesia81(C).

O teste de contração ao halotano-cafeína(CHCT: cafeine halothane contracture test) é opadrão adotado internacionalmente para o dia-gnóstico de HM. Através da análise da respos-ta contrátil à exposição a concentrações cres-centes de cafeína e halotano é possível discri-minar susceptíveis e normais. Este métodofoi padronizado diferentemente na Europa82(D)83(B) e na América do Norte84,85(D).

Segundo o protocolo norte-americano, oTCHC consiste em avaliar a resposta contrátilde fascículos musculares (fascículos com 2mm de diâmetro e 2,5 cm de comprimento,cerca de 2 a 3 g de tecido, dissecados commínimo trauma) submetidos a tensão de re-pouso de 2 g e expostos a concentrações cres-centes de halotano (1% a 3%) e cafeína(0,125 a 16 mM). O material é imerso emsolução de Krebs-Ringer equilibrada com O295% e CO2 5%, mantida a 37 oC durante oteste. Uma resposta contrátil superior a 0,5-0,7 g quando o halotano a 3% é borbulhadono banho, ou acima de 0,2-0,3 g após a adi-ção de 2 mm de cafeína indica positividade.A prévia estimulação supramáxima garante aviabilidade do material biopsiado. O TCHC,

realizado conforme o protocolo norte-ameri-cano, tem 97% de sensibilidade e 78% deespecificidade86(B).

Evita-se realizar a biópsia com peso inferiora 20 kg em pacientes sob tratamento comdantrolene sódico ou bloqueadores de canais deCa++ e nos três meses seguintes a uma crise deHM, quando ainda pode ser encontrada lesãomuscular residual. Os locais preferenciais parabiópsia são os músculos do vasto lateral da coxae o reto abdominal. Os testes devem estar con-cluídos antes de 5 horas decorridas da biópsia,o que exige encaminhar os pacientes a seremestudados aos centros de biópsia.

O procedimento é realizado sob anestesiageral ou regional, desde que sejam evitados osagentes desencadeantes e haja dantrolene sódicoimediatamente disponível. A combinação dobloqueio dos nervos femoral e fêmoro-cutâneolateral (com lidocaína, clorprocaína, mepi-vacaína ou bupivacaína) associada à sedação comagentes seguros tem sido empregada com su-cesso em adultos e crianças87(C).

A biópsia muscular é a base do diagnósticodefinitivo de HM. Ainda que a anestesia de pa-cientes com antecedentes não confirmados possaser conduzida com segurança através da omis-são de agentes desencadeantes e atentamonitorização, o TCHC é essencial para a de-finição do estado de saúde do afetado e seus fa-miliares. O TCHC permite selecionar candida-tos para investigação genética, abrindo cami-nho para ampliação do conhecimento sobre estadoença80(D). Por outro lado, confirmada asusceptibilidade através do TCHC e identificadauma determinada mutação, a pesquisa do genemutante poderá ser empregada no diagnósticoda susceptibilidade em familiares.

Page 11: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

11Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

TRATAMENTO

O protocolo de tratamento da HM delineadoabaixo é internacionalmente recomendado, ba-seado na interrupção da exposição a agentes desen-cadeantes, administração de medicação específica(dantroleno sódico) e medidas de suporte ou desti-nadas à prevenção de complicações associadas.

FASE AGUDA88-90(D)

Interrupção imediata da inalação deanestésicos voláteis e/ou succinilcolina

A progressão das manifestações HM (for-mas abortivas) pode ser interrompida com a re-tirada do agente desencadeante.

Cancelamento da operação

Desde que possível, os procedimentos cirúr-gicos devem ser adiados.

Hiperventilação com oxigênio puro

Não há necessidade de troca do circuito cir-cular ou sistema de absorção de CO2.

Dantrolene sódico

Injeções intravenosas de 2,5 mg/kg, repetidasaté o completo controle das manifestações de HM.Ainda que doses maiores sejam eventualmentenecessárias, o controle das crises de HM é obtidona maioria dos casos com dose total inferior a 10mg/kg91,92(C). A análise de 117 casos mostrouque os 18 pacientes que receberam dose inicial dedantrolene igual ou superior a 6 mg/kg sobrevive-ram, enquanto 11 óbitos foram registrados entreos que receberam doses menores93(D).

A depressão máxima da contração muscu-lar é obtida com níveis plasmáticos de 4,2µd.mL-1 94(C). Doses intravenosas de dan-trolene de 1,4 e 1,6 mg.kg-1 resultam em con-centrações plasmáticas de 2,4 e 2,8 µd.mL-1 e93% e 95% da depressão máxima da contra-ção. Daí ter sido estabelecido 2,5 mg.kg-1 dedantrolene intravenoso como dose suficientepara obtenção de níveis plasmáticos adequa-dos, isto é, acima de 3 µd.mL-1 94(C).

O relaxante muscular dantrolene sódico éum derivado hidantoínico, administrado pelasvias oral ou intravenosa. A formulação para usointravenoso é apresentada em frascos-ampola de70 mL, contendo 20 mg de dantrolene, 3 g demanitol e hidróxido de sódio suficientes paraelevar o pH a 0,5 após diluição. O conteúdo decada frasco-ampola deve ser diluído em 60 mlde água estéril (há dificuldade em diluir esteagente em outras soluções).

Registram-se associadas ao dantrolene,arritmias cardíacas (ritmo de Wenckebach)94(C)e interação com verapamil e diltiazen95,96(D)resultando de parada cardíaca e bloqueio AVtotal97,98(D).

Entre outros efeitos colaterais do dantrolene,incluem-se náusea, vômitos, mal-estar, tontu-ras e irritação local devido ao elevado pH dasolução99(C). A hepatotoxicidade atribuída aodantrolene atinge aproximadamente 1% dospacientes100(C) e é observada naqueles subme-tidos a tratamento com dantrolene por viaoral41(D). Não há relatos de insuficiência hepá-tica causada por dantrolene41(D). A fraquezamuscular determinada pelo dantrolene pode serintensa100(C) e contribui para depressão respi-ratória pós-operatória101(C). No post partum, odantrolene determina atonia uterina102(C).

Page 12: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

12 Hipertemia Maligna

Controle da acidose metabólica

Bicarbonato de sódio intravenoso, conformeo bicarbonato sérico (em geral, 1 a 2 mEq/kg).

Resfriamento ativo

Lavagem gástrica, vesical, retal e cavidades(peritoneal ou torácica) eventualmente abertascom NaCl 0,9% gelado; colchão hipotérmico eaplicação de gelo na superfície corporal, até atin-gir a temperatura de 38oC, para evitar hipotermia.

Tratamento das arritmias cardíacas

Geralmente controladas com o tratamentoda hiperpotassemia e acidemia.

Procainamida (ampola de 5 mL, 100mg.mL-1 para uso intravenoso):

Adultos: ataque 10 a 15 mg/kg; manuten-ção 2 a 4 µg/min. Dose máxima: 50 mg/min;

Crianças: ataque 2 a 6 mg/kg; manutenção20 a 80 µg.kg-1.min-1. Dose máxima: 100 mg;

Neonatos: ataque 1,5 mg/kg, diluída emSG5% 10 mg.mL-1 e infundida em 30 min.;manutenção 20 a 80 µg.kg-1.min-1.

Não usar bloqueadores de canais de Ca++,cuja interação com dantrolene resulta em hiperpo-tassemia e colapso circulatório103(C) 97(D).

Tratamento da hiperpotassemia

Elevação do pH com hiperventilação e/ou in-fusão de bicarbonato de sódio; Solução com in-sulina, 0,15 U/kg em glicose 50%, 1 ml/kg.

Diurese

Manter diurese acima de 2 ml/kg/hora comhidratação e/ou diuréticos (manitol oufurosemida).

FASE TARDIA90(D)

Observação

Estudo em 1999104(C) descreveu recidiva deuma crise de HM aparentemente controlada há18 horas. Assim, face ao risco de recidiva é con-veniente observação em Unidade de Tratamen-to Intensivo durante pelo menos 24 horas.

Recomenda-se ainda pelo menos 24 horasde observação para os pacientes acometidos derigidez de masseter. Estes casos beneficiam-sedos mesmos controles abaixo propostos para oscasos de HM61(C).

Dantrolene intravenoso

1 mg/kg a cada 6 horas, durante 48 horas.

Controles a cada 6 horas

Temperatura, gasometria arterial, níveissangüíneos de creatino-fosfocinase (CPK), po-tássio e Ca++, coagulograma, mioglobina séricae urinária.

Orientação do paciente e familiares acer-ca da doença

Informações acerca da doença devem ser ofe-recidas verbalmente e por escrito. É imperiosoestimular a transmissão do conhecimento sobrea doença entre os familiares dos afetados. Fazê-

Page 13: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

13Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

lo, seja a partir de um caso fatal, seja a partir deuma situação clínica controlada, representa ex-por paciente e familiares a uma crise adicional.Acrescentam-se à gravidade do problema e suaspotenciais implicações as lacunas que persistemsobre diversos aspectos desta doença105(D).

PREVENÇÃO

Cuidados específicos são exigidos na con-dução de anestesias em pacientes susceptíveisou suspeitos de susceptibilidade à HM (D):

Quando possível, considerar-se confirma-ção diagnóstica dos casos suspeitos através debiópsia muscular. Identificado o susceptível,devem ser investigados seus familiares diretos.

Evitar exposição a agentes desencadeantes

Resíduos de anestésicos voláteis podem de-sencadear crise de HM: recomenda-se evitar cir-cuito de ventilação previamente usado para ad-ministração de halogenados.

Monitorização da capnografia e da tem-peratura central.

As crises de HM nem sempre podem ser evi-tadas, mas a detecção precoce permitirá o trata-mento adequado e melhores resultados92(C)90(D).Assim, termometria central e a capnografia es-tão indicados quando administrados agentes ca-pazes de desencadear HM.

A capnografia é recurso de monitorizaçãoamplamente utilizado em diversas situaçõesclínicas. Ao registrar os teores (concentra-ção ou pressão parcial) de CO2 inspirado eexpirado, a capnografia reflete a qualidadedo gás inspirado (presença ou ausência de

reinalação), o metabolismo celular, a circu-lação sistêmica e pulmonar (transporte deCO2 dos tecidos aos pulmões) e a ventilaçãopulmonar. Assim, a monitorização contínuado CO2 nas vias aéreas proximais permiteidentificação rápida de processos patológicosagudos e crônicos, aumentando sobremaneiraa segurança dos pacientes sob ventilaçãoartificial106(C). Visto que a elevação do CO2no gás exalado é indicador precoce do estadohipermetabólico que caracteriza a HM74(D)32(C), a análise do traçado do capnográfico,confirma o diagnóstico, orienta acerca daprogressão da crise HM e da resposta aotratamento75(C).

Uma vez que a anestesia interfere natermoregulação e as inter vençõesdiagnósticas e cirúrgicas (salas cirúrgicasmantidas em atmosfera resfriadas, superfí-cies externas e cavidades expostas, lavageme antissepsia da pele, irrigação, etc.) favore-çam o resfriamento, a termometria centralcontínua faz parte da monitorização básicado paciente anestesiado. Isto é particular-mente significativo em crianças, idosos, do-entes graves ou mesmo adultos sem doençasistêmica associada, porém submetidos a pro-cedimentos com duração superior a umahora. Situações menos comuns, porém nãomenos graves, como a HM, estão associadasà hipertermia e, através da termometria, po-dem ser diagnosticadas.

Garantir disponibilidade imediata, na salade operação, de tratamento específico: dantro-lene sódico.

Observação em pós-anestésico durante pelomenos 3 horas.

Page 14: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

14 Hipertemia Maligna

Profilaxia com dantrolene

Há controvérsia sobre a natureza dos ca-sos classificados como episódios de HM nãoassociados a agentes desencadeantes107-109(C).Assim, dada a improbabilidade de episódiosgraves de HM sem prévia exposição a agen-tes desencadeantes e não ser o dantroleneisento de efeitos colaterais99(C), não há hojerazão para sua administração pro-filática110(C).

PROGNÓSTICO

Crises fulminantes, associadas a 60% demortalidade, foram descritas em até 50%

dos casos de HM111(C), entretanto muitoscasos leves, com remissão espontânea, de-vem passar despercebidos. A difusão do co-nhecimento sobre HM e a disponibilidadede monitorização mais efetiva têm permiti-do diagnóstico precoce e rápida instituiçãode tratamento específico, tornando possí-vel reduzir a mortal idade associada àHM28,112(D). A mortalidade de 162 episó-dios notificados de HM tratados comdantroleno sódico foi 11%, enquanto, nomesmo período, outros 761, cujo tratamen-to não incluiu este agente, tiveram morta-lidade de 39,3%92(C).

Page 15: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

15Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

REFERÊNCIAS

1. Jurkat-Rott K, McCarthy T, Lehmann-HornF. Genetics and pathogenesis of malignanthyperthermia. Muscle Nerve 2000; 23:4-17.

2. Chamley D, Pollock NA, Stowell KM,Brown RL. Malignant hyperthermia ininfancy and identification of novel RYR1mutation. Br J Anaesth 2000; 84:500-4.

3. Rosenberg H, Fletcher JE. An update onthe malignant hyperthermia syndrome. AnnAcad Med Singapore 1994; 23:84-97.

4. Viteri M, Vielma de Lizarraga G – Ocho añosde experiência em el diagnóstico y manejjo depacientes susceptibles a hipertermia malignaen el Hospital “J M de Los Rios”. RevVenezuel Anestesiol 1999; 4:57-63.

5. Bailey AG, Bloch EC. Malignanthyperthermia in a 3-month-old AmericanIndian infant. Anesth Analg 1987;66:1043-5.

6. Strazis KP, Fox AW. Malignanthyperthermia: a review of published cases.Anesth Analg 1993, 77:297-304.

7. Wedel DJ, Gammel SA, Milde JH, Iaizzo PA.Delayed onset of malignant hyperthermiainduced by isoflurane and desfluranecompared with halothane in susceptible swine.Anesthesiology 1993; 78:1138-44.

8. Littleford JA, Patel LR, Bose D, CameronCB, Mckillop C. Masseter muscle spasmin children: implications of continuing thetriggering anesthetic. Anesth Analg 1991;72:151-60.

9. Harwood T, Nelson T. Massivepostoperative rhabdomyolysis afteruneventful surgery : A case report ofsubclinical malignant hyperthermia.Anesthesiology 1998; 88:265–8.

10. Halsall PJ , Cain PA , Ellis FR.Retrospective analysis of anaestheticsreceived by patients before susceptibility tomalignant hyperpyrexia was recognized. BrJ Anaesth 1979; 51:949–54.

11. Britt B A, Locher WG, Kalow W. Hereditaryaspects of malignant hyperthermia. CanAnaesth Soc J 1969; 16:89-98.

12. MacLennan DH, Phillips MS. Malignanthyperthermia. Science 1992; 256:789-94.

13. Fagerlund T, Ording H, Bendixen D, BergK. Search for three known mutations inthe RYR1 gene of 48 Danish families withmalignant hyperthermia. Clin Genet 1994;46:401-4.

14. Gillard EF, Otsu K, Fujíi J, Duff C, de LeonS, Khanna VK, et al. Polymorphisms anddeduced amino acid substitutions in thecoding sequence of the ryanodine receptor(RYR1) gene in individuals with malignanthyperthermia. Genomics 1992; 13:1247-54.

15. Quane KA, Healy JM, Keating KE, ManningBM, Couch FJ, Palmucci LM, et al.Mutations in the ryanodine receptor gene incentral core disease and malignanthyperthermia. Nature Genet 1993; 5:51-5.

16. Keating KE, Quane KA, Manning BM,Lehane M, Hartung E, Censier K, et al.

Page 16: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

16 Hipertemia Maligna

Detection of a novel RYR1 mutation infour malignant hyperthermia pedigrees.Hum Mol Genet 1994; 3:1855-8.

17. Levitt RC, Nouri N, Jedlicka AE,McKusick V A, Marks AR, Shutack JG,et al. Evidence for genetic heterogeneity inmalignant hyperthermia susceptibility.Genomics 1991; 11:543-7.

18. Phillips MS, Khanna VK, De LeonS,Frodis W, Britt BA, MacLennan DH.The substitution of Arg for Gly2433 in thehuman skeletal muscle ryanodine receptoris associated with malignant hyperthermia.Hum Mol Genet 1994; 3:2181-6.

19. Quane KA, Keating KE, Manning BM, HealyJM, Monsieurs K, Heffron JJ, et al. Detectionof a novel common mutation in the ryanodinereceptor gene in malignant hyperthermia:implications for diagnosis and heterogeneitystudies. Hum Mol Genet 1994; 3:471-6.

20. Steinfath M, Sigh S, Scholz J, Becker K,Lenzen C, Wappler F, et al. C1840-T mutationin the human skeletal muscle ryanodine re-ceptor gene: frequency in northem Germanfamilies susceptible to malignant hyperthermiaand the relationship to in vitro contractureresponse. J Mol Med 1995, 73:35-40.

21. Zhang Y, Chen HS, Khanna VK, De LeonS, Phillíps MS, Schappert K, et al. Amutation in the human ryanodine receptorgene associated with central core disease.Nature Genet 1993; 5:46-50.

22. Iles DE, Lehmann-Horn F, Scherer SW,Tsui LC, Olde Weghuis D, Suijkerbuijk RF,

et al. Localization of the gene encoding thealpha 2/delta-subunits of the L-type voltage-dependent calcium channel to chromosome7q and analysis of the segregation offlanking markers in malignanthyperthermia susceptible families. HumMol Genet 1994 ; 3:969-75.

23. Sudbrack R, Procaccio V, Klausnitzer M,Curran JL, Monsieurs K, Van BroeckhovenC, et al. Mapping of a further malignanthyperthermia susceptibility locus tochromosome 3q13.1. Am J Hum Genet1995; 56:684-91.

24. Loke J, MacLennan DH. Malignanthyperthermia and central core disease:disorders of Ca2+ release channels. Am JMed 1998; 104:470-86.

25. Lunardi J. Genetic investigation of a raredisease: malignant hyperthermia. In:Teagazzin V, Pintore G, Vicenti E, eds.Anesthesia e malatie neuromuscolari.Torino: Minerva Medica; 1998. p.140-3.

26. McCarthy TV, Quane KA, Lynch PJ.Ryanodine receptor mutations in malignanthyperthermia and central core disease. HumMutat 2000; 15:410-7.

27. Fortunato G, Berruti R, Brancadoro V, FattoreM, Salvatore F, Carsana A. Identification ofa novel mutation in the ryanodine receptor gene(RYR1) in a malignant hyperthermia Italianfamily. Eur J Hum Genet 2000; 8:149-52.

28. Adnet PG, Gronert GA. Malignanthyperthermia: advances in diagnostics andmanagement. Curr Opinion in Anaesth1999; 12:353-8.

Page 17: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

17Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

29. Ellis FR, Halsall PJ, Christian AS. Clinicalpresentation of suspected malignanthyperthermia during anesthesia in 402probands. Anesthesia 1990; 45:838-41.

30. Ranklev-Twetman E. Malignanthyperthermia: the clinical syndrome. ActaAnaesthesiol Belg 1990; 41:79-82.

31. Bacon AK. Pulse oximetry in malignanthyperthermia. Anesth Intensive Care 1989;17:208-10.

32. Baundendistel L, Goudsouzian N, Cote’ C,Strafford M. End-tidal CO2 monitoring.Its use in the diagnosis and managementof malignant hyperthermia. Anesthesia1984; 39:1000-3.

33. Gronert GA, Antognini JF, Pessah IN. In:Miller RD, ed. Malignant hyperthermia,Anesthesia. 5th ed. New York: ChurchillLivingston; 2000. p. 1033-52.

34. Karan SM,Crowl F, Muldoon SM: Malignanthyperthermia masked by capnographicmonitoring. Anesth Analg 1994; 78:590-2.

35. Gronert GA, Milde JH. Variations in onsetof porcine malignant hyperthermia. AnesthAnalg 1981; 60:499-503.

36. Heiman-Patterson TD, Natter HM,Rosenberg HR, Fletcher JE, Tahmoush AJ.Malignant hyperthermia susceptibility in X-linked muscle dystrophies. Pediatr Neurol1986; 2:356-8.

37. Heiman-Patterson TD. Neurolepticmalignant syndrome and malignanthyperthermia: Important issues for the

medical consultant. Med Clin North Am1993; 77: 477-92.

38. Rosemberg H. Malignant Hyperthermia.Refresher Course Lectures. 1990 ASA AnnualMeeting. New Orleans; 1990. p. 245 (1-7).

39. Chalkiadis GA, Branch KG. Cardiac arrestafter isoflurane anaesthesia in a patient withDuchenne’s muscular dystrophy.Anaesthesia 1990; 45:22-5.

40. Rubiano R, Chang JL, Carroll J, SonbolianN, Larson CE. Acute rhabdomyolysis followinghalothane anesthesia without succinylcholine.Anesthesiology 1987; 67: 856-7.

41. Krivosic-Horber R. Malignant hyperthermia.Treatment of the acute episode. ActaAnaesthesiol Belg 1990; 41:83-6.

42. Wedel DJ, Iaizzo PA, Milde JH. Desfluraneis a trigger of malignant hyperthermia insusceptible swine. Anesthesiology 1991;74:508-12.

43. Claussen D, Wuttig K, Freudenberg J,Claussen A. Malignant hyperthermia andsevoflurane – a case report. AnasthesiolIntensivmed Notfallmed Schmerzther1997; 32:641-4.

44. Ducart A, Adnet P, Renaud B, Riou B,Krivosic-Horber R. Malignant hyperthermiaduring sevoflurane administration. AnesthAnalg 1995; 80:609-11.

45. Fu ES, Scharf JE, Mangar D, Miller WD.Malignant hyperthermia involving theadministration of desflurane. Can J Anaesth1996; 43:687-90.

Page 18: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

18 Hipertemia Maligna

46. Garrido S, Fraga M, Martin MJ, Belda J.Malignant hyperthermia during desflurane-succinylcholine anesthesia for orthopedicsurgery. Anesthesiology 1999; 90:1208-9.

47. Kinouchi K, Okawa M, Fukumitsu K,Tachibana K, Kitamura S, Taniguchi A.Two pediatric cases of malignanthyperthermia caused by sevoflurane. Masui2001; 50:1232-5.

48. Maeda H, Iranami H, Hatano Y. Delayedrecovery from muscle weakness due tomalignant hyperthermia during sevofluraneanesthesia. Anesthesiology 1997; 87:425-6.

49. Snoeck MM, Gielen MJ, Tangerman A,van Egmond J, Dirksen R. Contracturesin skeletal muscle of malignanthyperthermia susceptible patients after invitro exposure to sevoflurane. ActaAnaesthesiol Scand 2000. 44:334-7.

50. Kunst G, Graf BM, Schreiner R, Martin E,Fink RH. Differential effects of sevoflurane,isoflurane, and halothane on Ca2+ releasefrom the sarcoplasmic reticulum of skeletalmuscle. Anesthesiology 1999; 91:179-86.

51. Scholz J. Sevoflurane in pediatricaanesthesia. Malignant hyperthermia.Anaesthesist 1998, 47:S43-8.

52. Allen GC, Brubaker CL. Humanmalignant hyperthermia associated withdesflurane anesthesia. Anesth Analg 1998;86 :1328-31.

53. Baur CP, Marx T, Klingler W, GeorgieffM, Lehmann-Horn F. Xenon andmalignant hyperthermia susceptibility In

vitro results [abstract 304.11]. AnasthesiolIntensivmed Notfallmed Schmerzther1998; 33: FP-E.

54. Froeba G, Marx T, Pazhur J, Baur C,Baeder S, Calzia E, et al. Xenon does nottrigger malignant hyperthermia insusceptible swine. Anesthesiology 1999;91:1047-52.

55. Wappler F, Roewer N, Kochling A, BrauneH, Reissinger T, Schulte am Esch J.Fulminant malignant hyperthermiaassociated with ketoacidotic diabetic coma.Intensive Care Med 1996 ; 22:809-12.

56. Rosenberg H. Trismus is not trivial.Anesthesiology 1987; 67:453-5.

57. Carroll JB. Increased incidence of masseterspasm in children with strabismusanesthetized with halothane andsuccinylcholine. Anesthesiology 1987:67:559-61.

58. Christian AS, Ellis FR, Halsall PJ. Is therea relationship between masseteric musclespasm and malignant hyperpyrexia? Br JAnaesth 1989; 62:540-4.(C)

59. Lazzell VA, Carr AS, Lerman J, BurrowsFA, Creighton RE. The incidence ofmasseter muscle rigidity aftersuccinylcholine in infants and children. CanJ Anaesth 1994; 41:475-9.

60. Rosenberg H, Fletcher JE. Massetermuscle rigidity and malignanthyperthermia susceptibility. Anesth Analg1986; 65:161-4.

Page 19: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

19Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

61. Allen GC, Rosenberg H. Malignanthyperthermia susceptibility in adult patientswith masseter muscle rigidity. Can JAnaesth 1990; 37:31-5.

62. Kaplan AM, Bergeson PS, Gregg AS,Curless RG. Malignant hyperthermiaassociated with myopathy and normal muscleenzymes. J Pediatr 1977; 91:431-4.

63. McPherson EW, Taylor CA Jr. The Kingsyndrome: Malignant hyperthermia,myopathy and multiple anomalies. Am JMed Genet 1981; 8:159-65.

64. Frank JP, Harati Y, Butler IJ, Nelson TE,Scott CI. Central core disease andmalignant hyperthermia syndrome. AnnNeurol 1980; 7:11-7.

65. Islander G, Henriksson KG, Ranklev-Twetman E. Malignant hyperthermiasusceptibility without central core disease(CCD) in a family where CCD is diagnosed.Neuromuscul Disord 1995; 5:125-7.

66. Larach MG, Localio AR, Allen GC,Denborough MA, Ellis FR, Gronert GA,et al. A clinical grading scale to predictmalignant hyperthermia susceptibility.Anesthesiology 1994, 86:771-9.

67. Kaplan R. Malignant hyperthermia.Referesher Course Lectures. 1991 ASAAnnual Meeting. San Francisco; 1991. p.231 (1-7).

68. Haji-Michael PG, Hatch DL. Smith-Lemli-Opitz syndrome and malignanthyperthermia. Anesth Analg 1996;83:200.

69. Strecker G, Adnet P, Forget AP, Krivosic-Horber R. Hyperthermie maligne et étatinfectieux d’origine appendiculaire: peut-onles différencier en cours d’intervention? AnnFranc Anesth Reanim 1997; 16:234-8.

70. Fraser JG. Iatrogenic benign hyperthermiain children. Anesthesiology 1978; 48:375.

71. Stevens JJ. A case of thyrotoxic crisis thatmimicked malignant hyperthermia.Anesthesiology 1983; 59:263.

72. Gerbershagen MU, Ito WD, Wappler F, FiegeM, Schulte am Esch J. Malignant neurolepticsyndrome after haloperidol administration.Anaesthesist 2001; 50:329-32.

73. Hanel RA, Sandmann MC, Kranich M,De Bittencourt PR. Sindrome neurolépticamalígna. Relato de caso com recorrência as-sociada ao uso de olanzapina. ArqNeuropsiquiatr 1998; 56:833-7.

74. Baugarten RK, Reynolds WJ. Earlydetection of malignant hyperthermia.Anesthesiology 1985; 63:123.

75. Ryan JF, Tedeschi LG. Sudden unexplaineddeath in a patient with a family history ofmalignant hyperthermia. J Clin Anesth1997; 9:66-8.

76. Antognini JF. Creatine kinase alterationsafter acute malignant hyperthermia episodesand common surgical procedures. AnesthAnalg 1995; 81:1039-42.

77. Nelson TE. Porcine malignant hyperthermia:critical temperatures for in vivo and in vitroresponses. Anesthesiology 1990; 73:449-54.

Page 20: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

20 Hipertemia Maligna

78. McPherson E, Taylor CA Jr. The geneticsof malignant hyperthermia: evidence ofheterogeneity. Am J Med Genet 1982;11:273-85.

79. Weglinski MR, Wedel DJ, Engel AG.Malignant hyperthermia testing in patients withpersistently increased serum creatine kinaselevels. Anesth Analg 1997; 84:1038-41.

80. Hogan K. Prospects for the noninvasivepresymptomatic diagnosis of malignanthyperthermia susceptibility using moleculargenetic techniques. Anesthesiol Clin NorthAm 1994; 12:571-7.

81. Kleopa KA, Rosenberg H, Heiman-Patterson T. Malignant hyperthermia-likeepisode in becker muscular dystrophy.Anesthesiology 2000; 93:1535-7.

82. European Malignant Hyperpyrexia Group.A protocol for the investigation ofmalignant hyperpyrexia. Br J Anaesth1984; 56:1267-9.

83. Ording H, Brancadoro V, Cozzolino S,Ellis FR, Glauber V, Gonano EF, et al. Invitro contracture test for diagnosis ofmalignant hyperthermia following theprotocol of the European MH Group:results of testing patients sur vivingfulminant MH and unrelated low-risksubjects. The European MalignantHyperthermia Group. Acta AnaesthesiolScand 1997; 41:955-66.

84. Larach MG. Standardization of the caffeinehalothane muscle contracture test. NorthAmerican Malignant Hyperthermia Group.Anesth Analg 1989; 69:511–5.

85. Nelson TE. Current diagnostic testing forMalignant Hyperthermia. ASA Newsletter1997; 61:11-2.

86. Allen GC, Larach MG, Kunselman AR.The sensitivity and specificity of the7caffeine–halothane contracture test: areport from the North American MalignantHyperthermia Registry. The NorthAmerican Malignant HyperthermiaRegistry of MHAUS. Anesthesiology1998; 88 : 579–88.

87. Maccani RM, Wedel DJ, Melton A,Gronert GA. Femoral and lateral femoralcutaneous nerve block for muscle biopsiesin children. Paediatr Anaesth 1995; 5:223-7.

88. Krivosic-Horber R. Optimal treatment formalignant hypertermia today. ActaAnaesthesiol Belg 1988; 39:255-9.

89. Ryan JF. Malignant Hyperthermia. In:Coté CJ, Ryan JF, Todres ID, GoudzouzianNG. A practice of anesthesia for infantsand children. 2nd ed. Philadelphia: WBSaunders Co; 1993. p. 417-28.

90. Wedel DJ. Malignant Hyperthermia –Prevention and treatment. ASA Newsletter1997; 61:13-5.

91. Cain AG, Bell AD. How much dantrolene?A case of fulminant malignant hyperthermia.Anaesth Intensive Care 1989; 17:500-2.

92. Kolb ME, Horne ML, Martz R. Dantrolenein human malignant hyperthermia.Anesthesiology 1982; 56:254-262.

Page 21: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

21Hipertemia Maligna

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

93. Britt BA (ed) Malignant Hyperthermia.Martinus Nijhoff Publishing, Boston. 1987.

94. Flewellen EH, Nelson TE, Jones WP, ArensJF, Wagner DL. Dantrolene dose responsein the awake man: implications formanagement of malignant hyperthermia.Anesthesiology 1983; 59:275-80.

95. Durbin CG, Fisher NA, Lynch C.Cardiovascular effects in dogs ofintravenous dantrolene alone and in thepresence of verapamil. Anesthesiology1983; 59: A227.

96. Roewer N, Rumberger E, Bode H,Schulte am Esch J. Electrophysiologicaland mechanical interactions of verapamiland dantrolene on isolated heart muscle.Anesthesiology 1985; 63:A274.

97. Saltzman LS, Kates RA, Corke BC,Norfleet EA, Heath KR. Hyperkalemiaand cardiovascular collapse after verapamiland dantrolene administration in swine.Anesth Analg 1984; 63:473-8.

98. Williams CH, Dozier SE, Ilias WK, FulferRT, Zukaitis MG, Hoech GP Jr.Treatment of malignant hyperthermia withdiltiazem. Fed Proc 1985; 44:1638-41.

99. Wedel DJ, Quinlan, JG, Iaizzo PA.Clinical effects of intravenousadministered dantrolene. Mayo Clin Proc1995; 70:241-6.

100. Shime J, Gare D, Andrews J, Britt B.Dantrolene in pregnancy: lack of adverseeffects on the fetus and newborn infant.Am J Obstet Gynecol 1988; 159:831-4.

101. Watson CB, Reierson N, Norfleet EA.Clinically significant muscle weaknessinduced by dantrolene sodium prophylaxisfor malignant hyperthermia.Anesthesiology 1986; 65:312-4.

102. Weingarten AE, Korsh JI, NeumannGG, Stern SB. Postpartum uterine atonyafter intravenous dantrolene. AnesthAnalg 1987; 66:269-70.

103. Rubin AS, Zablocki AD. Hyperkalemia,verapamil and dantrolene. Anesthesiology1987; 66:246-9.

104. Short JA, Cooper CM. Suspectedrecurrence of malignant hyperthermia afterpost-extubation shivering in the intensivecare unit, 18 h after tonsillectomy. Br JAnaesth 1999; 82:945-7.

105. Mulrooney L. Counsel l ing onmalignant hyperthermia. Anesthesia1988; 43:727-8.

106. Cote CJ , Liu LM, Szyfelbein SK, FirestoneS, Goudsouzian NG, Welch JP, et al.Intraoperative events diagnosed by expiredcarbon dioxide monitoring in children. CanAnaesth Soc J 1986; 33:315-20.

107. Fitzgibbons DC. Malignant hyperthermiafollowing preoperative oral administrationof dantrolene. Anesthesiology 1981;54:73-5.

108. Grinberg R, Edelist G, Gordon A.Postoperative malignant hyperthermiaepisodes in patients who received “safe”anaesthetics. Can Anaesth Soc J 1983;30:273-6.

Page 22: Projeto Diretrizes - bibliomed.com.br · neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta ... Issy AM, Habib AK, Silva HCA. Projeto

Projeto DiretrizesAssociação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

22 Hipertemia Maligna

109. Ruhland G, Hinkle AJ. Malignanthyperthermia after oral and intravenouspretreatment with dantrolene in a patientsusceptible to malignant hyperthermia.Anesthesiology 1984; 60:159-60.

110. Mauritz W, Hackl W, Winkler M, Sporn P,Steinbereithner K. Anesthesia in malignant

hyperthermia susceptible patients. ActaAnaesthesiol Belg 1990; 41:87-94.

111. Neira V. Hipertermia maligna en Bogotá.Rev Colomb Anestesiol 1993; 21:385-6.

112. Britt BA. Dantrolene. Can Anaesth SocJ 1984; 31:61-75.