projeto de produto: desenvolvimento do suporte para livros

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PROJETO DE PRODUTO: DESENVOLVIMENTO DO SUPORTE PARA LIVROS COM LUMINÁRIA Adriana Ferreira de Faria (UFV) [email protected] Alysson Vinícius Neves dos Santos (UFV) [email protected] Bruna Alves Abrantes (UFV) [email protected] Cácio Soares Diniz (UFV) [email protected] Flávio Rosenthal de Souza Gomes (UFV) [email protected] Este trabalho tem por objetivo geral apresentar o desenvolvimento de um produto inovador, mas de baixa complexidade do tipo modelo de utilidade, realizado por um grupo de alunos da disciplina Projeto de Produto. A metodologia adotada é compposta pelas seguintes etapas: geração do conceito, projeto preliminar, projeto detalhado e protótipo, definição do custo e processo de produção e por fim, transformação da idéia em negócios. Apesar de constituir-se numa atividade didática, esta experiência possibilitou o desenvolvimento nos alunos de competências necessárias para a gerência do desenvolvimento de novos produtos. Palavras-chaves: projeto de produto, metodologia de projeto, desenvolvimento de produto XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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PROJETO DE PRODUTO:

DESENVOLVIMENTO DO SUPORTE PARA LIVROS COM LUMINÁRIA

Adriana Ferreira de Faria (UFV)

[email protected] Alysson Vinícius Neves dos Santos (UFV)

[email protected] Bruna Alves Abrantes (UFV)

[email protected] Cácio Soares Diniz (UFV)

[email protected] Flávio Rosenthal de Souza Gomes (UFV)

[email protected]

Este trabalho tem por objetivo geral apresentar o desenvolvimento de

um produto inovador, mas de baixa complexidade do tipo modelo de

utilidade, realizado por um grupo de alunos da disciplina Projeto de

Produto. A metodologia adotada é compposta pelas seguintes etapas:

geração do conceito, projeto preliminar, projeto detalhado e protótipo,

definição do custo e processo de produção e por fim, transformação da

idéia em negócios. Apesar de constituir-se numa atividade didática,

esta experiência possibilitou o desenvolvimento nos alunos de

competências necessárias para a gerência do desenvolvimento de

novos produtos.

Palavras-chaves: projeto de produto, metodologia de projeto,

desenvolvimento de produto

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1. Introdução

Para muitas empresas, a realização de esforços para o desenvolvimento de novos produtos é um fator estratégico e necessário para continuar atuando no mercado. O lançamento eficaz de novos produtos e a melhoria da qualidade daqueles já existentes sustenta a expectativa das empresas aumentarem sua participação de mercado e melhorar sua lucratividade e rentabilidade (TONI, MILAN & SHULER, 2005). A nova competição empresarial, fortemente focada no desenvolvimento de novos produtos, exige que o Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) seja um processo dinâmico e flexível (MACHADO & TOLEDO, 2006 e ROZENFELD et al., 2006).

Segundo Ulrich & Eppinger (1995), um processo é uma seqüência de passos que transforma uma série de entradas em uma série de saídas (resultado) e o processo de desenvolvimento de produtos é uma seqüência de passos ou atividades que uma empresa emprega para conceber, projetar e comercializar um produto. Para Cheng & Filho (2007) o sistema de desenvolvimento de produtos pode ser compreendido pelo esquema de entrada, processamento e saída, envolto pelo mercado e tecnologia e a gestão desse sistema, denominada de Gestão de Desenvolvimento de Produto (GDP), refere-se ao conjunto de processos, tarefas e atividades de planejamento, organização, decisão e ação envolvidos para que o sistema considerado alcance os resultados de sucesso esperado.

Com relação às atividades da gerência de produtos, não há um padrão no estabelecimento das atribuições e responsabilidades desse tipo de função. As diferenças são decorrentes do tipo de atividade de cada organização, suas políticas e estratégias de marketing, posicionamento de mercado, cultura organizacional, estágio tecnológico e outras varáveis relevantes (MATTAR & SANTOS, 2003). De forma semelhante, segundo Takahashi & Takahashi (2007) não é consenso a definição dos estágios que envolvem o processo de desenvolvimento de produto, mas é certo que existe uma fase de criação de conceito do produto (concepção), outra de planejamento, outra de detalhamento e, finalmente outra de revisão e testes.

Nas empresas de países desenvolvidos, aumentam-se a variedade e a freqüência de introdução de novos produtos, o que proporciona ganhos em termos de competitividade, assim, cada vez mais, as empresas saem de suas crises ou prosperam em seus negócios devido à inovação de produtos (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). Apesar de toda sua importância, Arai et al. (2003) salientam que a atividade de desenvolvimento de novos produtos é arriscada, uma vez que pode representar um sucesso, auferindo os lucros esperados, ou mesmo um fracasso, que representa um prejuízo com o investimento dos recursos envolvidos.

O conceito da garantia da qualidade que enfatiza “a satisfação integral do cliente” é certamente um diferencial competitivo das empresas no mundo globalizado. O conceito permeia todo o sistema de garantia da qualidade da empresa, na concepção do TQC (Total

Quality Management) japonês, inicialmente desde as primeiras etapas do desenvolvimento do produto até a assistência técnica, passando por produção e comercialização. Seguindo a mesma lógica, o grande desafio que se coloca para o tema GDP é gerir o trabalho proposto de desenvolvimento de qualquer novo produto com o foco voltado para a garantia da qualidade (CHENG & FILHO, 2007).

Entre as principais características do PDP, Rozenfeld et al. (2006) citam: elevado grau de incertezas e riscos das atividades e resultados; decisões importantes são tomadas no início do

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processo, quando as incertezas são maiores; dificuldade de mudar as decisões iniciais; ciclo iterativo Projetar – Construir – Testar - Otimizar; manipulação e geração de alto volume de informações; informações e atividades provenientes de diversas fontes e áreas da empresa e da cadeia de suprimentos; e multiplicidade de requisitos a serem atendidos pelo processo. Além disso, as atividades do PDP envolvem praticamente todas as pessoas da empresa, já que o novo produto envolve e é envolvido por todos os setores.

O desenvolvimento de novos produtos é um processo de tomada de decisão complexo e iterativo com vários estágios e filtros entre esses estágios e o modo como a empresa o efetua (sua velocidade, eficiência e qualidade do trabalho) é que determinará a competitividade do produto (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). De acordo com Cheng & Filho (2007) é possível elencar alguns tópicos referentes ao sucesso na Gestão de Desenvolvimento de Produtos: o processo de desenvolvimento de produtos (PDP); o suporte da alta administração aos projetos; a necessidade premente de uma organização interfuncional; a necessidade de flexibilização da arquitetura organizacional para a estruturação da interfuncionalidade.

Dessa forma, entende-se que o desenvolvimento de novos produtos é um processo essencial à competitividade das organizações e que a gerência desse processo influencia no desempenho do novo produto no mercado. O PDP e a GDP são processos sistêmicos que devem seguir metodologias e etapas, adaptadas ou desenvolvidas de acordo com as características da organização, mas que são essencialmente atividades multi e interdisciplinares. O processo e a gestão do desenvolvimento de produtos é umas das grandes áreas de atuação do engenheiro de produção, que graças a sua formação abrangente, é capaz de integrar as diferentes áreas envolvidas nesses processos, como marketing, engenharia, produção, P&D e logística.

Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo geral apresentar o desenvolvimento de um produto inovador, de baixa complexidade, do tipo modelo de utilidade, realizado por um grupo de alunos da disciplina Projeto de Produto. A metodologia adotada é composta pelas seguintes etapas: geração do conceito, projeto preliminar, projeto detalhado e protótipo, definição do custo e processo de produção e por fim, transformação da idéia em negócios. Apesar de constituir-se numa atividade didática, esta experiência possibilitou o desenvolvimento nos alunos de competências necessárias para a gerência do desenvolvimento de novos produtos.

2. Revisão bibliográfica

Pessoas e organizações estão sendo convidadas a se ajustar, mudar e buscar dinamismo, flexibilidade e aprendizagem coletiva. A principal estratégia tornou-se a busca pela evolução contínua do empreendimento, com ganhos obtidos através do aumento de competitividade. A adaptação a esta realidade é uma questão de sobrevivência. Vencerá quem tiver maior competência, rapidez e conseguir colocar no mercado produtos e serviços que satisfaçam e mantenham os clientes (FARIA et al., 2006). Diante esse cenário, o desenvolvimento de produtos inovadores tem se tornado essencial para as empresas.

A essência de qualquer organização está nos produtos ou serviços que ela oferece. Existe um elo evidente entre o projeto desses produtos ou serviços e o sucesso desta. As organizações que têm produtos ou serviços bem-projetados têm maior possibilidade de realizar suas metas do que outras, com produtos ou serviços mediocremente concebidos. O projeto de produto desempenha papel fundamental no caminho para que as organizações alcancem seus objetivos e consigam conquistar mercados. As organizações se engajam em projetar produtos ou serviços por uma variedade de motivos. Uma razão evidente é que elas podem tornar-se

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competitivas através do oferecimento de produtos ou serviços. Outro motivo é o de fazer a empresa crescer e aumentar o lucro (STEVENSON, 2001).

O sistema de gerência de produtos é bastante antigo, pois há indícios de que, em 1984, a General Eletric já tinha essa função sem sua área comercial. No entanto, muitos estudiosos de organização entendem que a primeira empresa a adotar essa função foi Procter & Gamble, na década de 30 (MATTAR & SANTOS, 2003). Hoje, a função gerente de produtos é consolidada na maioria das grandes organizações e o desenvolvimento de novos produtos é diferencial estratégico para as empresas.

Os gerentes de desenvolvimento de produtos devem ter atenção ao sistema de desenvolvimento total e ao mesmo tempo às atividades detalhadas do projeto para produzir produtos de sucesso. Isto está relacionado ao fato de a atividade de desenvolvimento de novos produtos ter um caráter complexo tanto no processo de trabalho/desenvolvimento, quanto no fato de ser suportado por um caráter técnico/tecnológico extremamente forte (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007).

O Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) é um conjunto de atividades por onde se busca chegar às especificações de projeto de um produto e de seu processo de produção, de forma que a manufatura seja capaz de produzi-lo. Esse processo envolve também as atividades de acompanhamento do produto após o lançamento para serem realizadas as mudanças necessárias nessas especificações. Cabe, também, ao PDP identificar as necessidades do mercado e dos clientes em todas as fases do ciclo de vida do produto, além de identificar as possibilidades tecnológicas e desenvolver um produto que atenda às expectativas em termo de qualidade total do produto (ROZENFELD et al., 2006).

Com o advento do marketing e do controle da qualidade total, o desenvolvimento do produto tornou-se uma atividade com visão de mercado e começou a envolver várias áreas na empresa, desde a identificação das necessidades dos clientes até a produção do produto e entrega deste. O princípio alterou para “a qualidade começa com o cliente” e o desenvolvimento de produto tinha que traduzir esta necessidade em decisões técnicas de engenharia e de manufatura. É o início da utilização de processos do tipo stage gates, do gerenciamento de projetos, e das ferramentas da qualidade aplicadas ao projeto de produto. Uma importante quebra de paradigma é a “qualidade x custo”, em que se pode entender qualidade como as várias dimensões de desempenho, tais como desempenho técnico, características, estética, assistência técnica, conformidade, durabilidade e qualidade percebida (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007).

Há na literatura vários modelos de PDPs, os quais diferenciam principalmente pela importância atribuída às diferentes etapas do ciclo de desenvolvimento, devido à origem e à atuação dos seus autores. Alguns, vindos da área de marketing, dão maior ênfase às primeiras e às últimas etapas do desenvolvimento, como o planejamento do produto e a elaboração do plano de marketing para o lançamento. Já outros, com atuação na área de engenharia, concentram-se mais no projeto do produto e do processo. Há ainda, aqueles que visualizam o PDP sob a perspectiva do design, atividade de projeto menos tecnológica, porém possuindo dimensões de forma e função, e não poucas vezes artística, como design gráfico e design de produto. Outro ponto de diferenciação entre os PDPs é a amplitude do ciclo de desenvolvimento contemplada (CHENG & FILHO, 2007).

Clark & Wheelwright (1993) dividem o processo de desenvolvimento de produtos em quatro fases: desenvolvimento do conceito, planejamento do produto, engenharia do

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produto/processo e finalmente produção piloto/aumento da produção. As duas primeiras fases incluem informações sobre as oportunidades de mercado, as possibilidades técnicas e os requisitos de produção. Considera-se o projeto conceitual, o mercado alvo, os investimentos necessários e a viabilidade econômica. Para a aprovação do programa de desenvolvimento de produto, o conceito deve ser validado através de testes e discussão com potenciais clientes. Com o conceito aprovado, parte-se para o detalhamento da engenharia e do processo de fabricação. Esta fase envolve o desenvolvimento do projeto, a construção de protótipos e o desenvolvimento de ferramentas para produção. O detalhamento de engenharia envolve o ciclo projetar, construir e testar, até atingir a maturidade necessária para início da produção piloto.

Rozenfeld et al. (2006) propõem as etapas descritas a seguir, que não necessariamente ocorrem de forma seqüencial, podendo se sobrepor, além disso, o final de uma fase e o início de outra é marcado por uma revisão da fase, onde são verificadas todas as atividades e resultados obtidos até então. O significado da aprovação de uma fase é que o processo está com maturidade suficiente para prosseguir para a próxima fase sem problemas. Estas etapas, apresentadas na Figura 1, e segundo os autores são:

(1) Pré-Desenvolvimento: Planejamento estratégico dos produtos.

(2) Desenvolvimento: Projeto informacional, Projeto conceitual, Projeto detalhado, Preparação da produção, Lançamento do produto.

(3) Pós-Desenvolvimento: Acompanhar produto/processo, Descontinuar produto.

Figura 1 – Processo de desenvolvimento de produto (ROZENFELD et al., 2006)

O PDP é um processo que envolve muitas pessoas, recursos, conhecimentos e muitas funções da empresa, e é o que faz a diferença na competitividade dos produtos da empresa a longo prazo (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). Para Cheng & Filho (2007), obter sucesso significa saber integrar os diversos agentes, tanto externos como parcerias, fornecedor e cliente, e internos como áreas funcionais de marketing, vendas, engenharia, P&D, produção, de forma a trabalharem cooperativamente, envidando ao sistema os esforços e competências grupais e individuais em conceitos, métodos e técnicas qualitativas e quantitativas.

Da perspectiva dos investidores de uma firma, desenvolvimento bem sucedido resulta em produtos que possam ser produzidos e vendidos de forma lucrativa. Além disso, cinco

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dimensões mais específicas, todas relacionadas ao lucro em última análise são utilizadas para avaliar o desempenho de um esforço de desenvolvimento de produto: qualidade do produto, custo do produto, tempo de desenvolvimento, custo do desenvolvimento e aprendizado do desenvolvimento (ULRICH & EPPINGER, 1995). Com relação aos custos, Rozenfeld et al. (2006) ressaltam que as decisões técnicas iniciais são responsáveis por cerca de 85% do custo do produto final, o que significa que atividades como construção e teste do protótipo, definição dos fornecedores, arranjo físico da produção exercem menor influência no custo final do produto.

Quanto à classificação, o projeto de produto pode ser radical, de plataforma ou incremental. O primeiro envolve uma modificação significativa no projeto do produto ou do processo existente e pode criar uma nova categoria ou família de produtos para empresa. O segundo apresenta modificação significativa, porém não há introdução de novas tecnologias e materiais, mas sim um novo sistema de soluções para o cliente. Por fim, o terceiro envolve os projetos que criam produtos e processos derivados de outros já existentes (ROZENFELD et al., 2006). De acordo com os trabalhos de Booz, Allen & Hamilton (apud TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007) pode-se classificar os produtos em seis categorias:

− Produtos novos para o mundo: novos produtos que geram um novo mercado. − Novas linhas de produtos: novos produtos que permitem a uma empresa penetrar pela

primeira vez em um mercado já existente. − Acréscimos às linhas de produtos já existentes: novos produtos que suplementam as linhas

de produtos já existentes de uma empresa. − Melhorias/revisões de produtos existentes: novos produtos que apresentam melhor

desempenho ou maior valor percebido em relação aos produtos já existentes, inclusive substituindo-os.

− Reposicionamentos: produtos já existentes que são colocados em novos mercados ou em novos segmentos.

− Redução de custos: novos produtos que possuem custos mais baixos, mas com desempenho semelhante.

Para Cheng & Filho (2007) a multifuncionalidade da Gestão do Desenvolvimento de Produtos (GDP) refere-se à necessidade de envolver diversas áreas funcionais, como as de mercado, de pesquisa e desenvolvimento, e também em menor intensidade, porém sempre desejável de logística e de produção, dentro das corporações e grandes empresas. Para os autores, é aconselhável que a prática da GDP nas empresas seja interfuncional ou multifuncional nas decisões e ações. Conforme Rozenfeld et al. (2006), os principais processos e funções do PDP são:

− Planejamento Estratégico: orienta o PDP em todo o processo de desenvolvimento. − Monitoramento de Mercado: fornece ao PDP informações sobre o mercado antes, durante e

após o desenvolvimento do produto. − Venda: a equipe de vendas elabora argumentos para a venda, ressalta as vantagens do

produto e elabora manuais e catálogos. − Atendimento ao Cliente: cumpre o papel de orientar os clientes nas dúvidas que podem

surgir no uso do produto e para que este possa ser usado em toda sua potencialidade. − Assistência Técnica: orienta o PDP sobre as falhas potenciais e o prepara para os serviços a

serem prestados ao novo produto. − Produção: responsável por produzir os produtos em escala comercial.

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− Suprimentos: desempenha o papel de abastecer com bens físicos, e fornece informações técnicas que cooperam na atividade de desenvolvimento.

− Distribuição: responsável pela armazenagem, manuseio e transporte dos produtos. − Pesquisa e Desenvolvimento: realiza atividades de pesquisa voltadas para o

desenvolvimento ou domínio das tecnologias.

O novo produto ou processo a ser projetado deve ser claramente definido e os resultados deste planejamento são: justificativa para o desenvolvimento do projeto, identificação do potencial de mercado para o novo produto, análise preliminar da viabilidade técnica, análise preliminar da viabilidade econômica, previsão da data de conclusão do projeto, estimativa dos recursos necessários. Estes resultados deverão permitir que seja possível tomar uma decisão confiável sobre a viabilidade ou não, da continuidade do projeto (WERKEMA, 2005). De acordo com a autora, a resposta a algumas questões podem auxiliar no planejamento, como: O que vem realmente a ser o problema que o projeto busca resolver? As necessidades dos clientes, as necessidades funcionais, e as restrições são, de fato, apropriadas? Que características ou propriedades o produto ou processo deve possuir? Quais são os conflitos técnicos e tecnológicos inerentes ao projeto? Que aspectos referentes ao desenvolvimento do projeto podem e devem ser quantificados neste momento?

3. Desenvolvimento do projeto do produto

Nessa experiência didática, utilizou-se o modelo para o desenvolvimento do produto proposto para a disciplina Projeto de Produto do curso de Engenharia de Produção. Na elaboração do modelo considerou-se os vários modelos descritos na literatura, os conhecimentos já adquiridos pelos alunos ao longo do curso, as dificuldades de criação do protótipo e a interdisciplinaridade com outras áreas de conhecimento da engenharia de produção, como planejamento estratégico, gerência de projetos e planejamento da produção. O modelo para o desenvolvimento do produto utilizado neste trabalho consiste no levantamento de informações e execução das etapas descritas no Quadro 1.

1ª Etapa – Geração do conceito

1.1. Geração de idéias (mercado, clientes, potenciais concorrentes, possíveis fornecedores, caráter inovação, características: utilidade e materiais, desenho (esboço), processo produtivo, fornecedores, embalagem, distribuição, preço, qualidade). 1.2. Análise de viabilidade (estudo de patentes, principal caráter inovação do produto, utilidade, viabilidade técnico-econômica, nível de complexidade, perfil da equipe necessária para o desenvolvimento do produto, processo de negócio, estimativas de investimentos). 1.3. Especificação de oportunidades (público alvo, localização, características, status social, etc., concorrentes, benefícios, aspectos críticos).

2ª Etapa – Projeto preliminar

2.1. Memorial do Projeto preliminar - relatório de apresentação da solução definitiva contendo: definição da forma, material e dimensionamento dos componentes. 2.2. Desenho do arranjo do conjunto e dos componentes – descrição do desenho esquemático do arranjo preliminar e definitivo incluindo lista de componentes. Desenho do conjunto incluindo lista de componentes e especificação técnica de materiais. Desenho da avaliação ergonômica do produto.

3ª Etapa – Projeto detalhado e protótipo

3.1. Descrição detalhada do produto, especificação do processo de construção do protótipo e dos materiais utilizados. Criação do

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protótipo e testes.

4ª Etapa - Definição do custo e processo de produção

4.1. Composição do custo do produto/serviço. 4.2. Descrição do processo de produção (layout). 4.3. Fluxo do processo/equipamento/mão-de-obra.

5ª Etapa – Transformando Idéias em negócios

5.1. Exploração da oportunidade 5.2. Lógica do negócio 5.3. Competitividade

Quadro 1 – Metodologia de desenvolvimento de produto da disciplina Projeto de Produto (FARIA, 2007)

1ª Etapa – Geração do conceito

Nesta etapa, através da técnica de brain storm, o grupo buscou entender as necessidades e oportunidades que o produto poderia explorar, assim como suas funções, seus possíveis usuários, seus concorrentes e as características do mercado. Nesta fase, é necessário um amplo “reconhecimento do ambiente” no qual será desenvolvido o projeto e onde será fabricado, vendido, utilizado e descartado o futuro produto. Também, nesta etapa, deve ser realizado o estudo de viabilidade, que prevê o cumprimento dos seguintes passos: validação da necessidade, determinação dos requisitos do produto e das restrições, definição da estrutura de funções do produto, estudo do estado da arte (pesquisa por patente e produtos similares) e determinação dos princípios de solução como uma etapa de avaliação e melhoria. 1.1. Geração de idéias Após o brain storm, a idéia que prevaleceu foi a de um suporte para livros com luminária, para resolver o desconforto causado pela prática da leitura na cama. Os potenciais clientes são estudantes e leitores em geral, portanto o nicho de mercado é bastante amplo. O caráter de inovação está na praticidade da leitura na cama, proporcionando maior conforto. Para a fabricação do produto são necessários: materiais plásticos, componentes elétricos, lâmpadas e um material maleável, para sustentar todo o conjunto. O esboço do produto está apresentado na Figura 2. O processo produtivo consiste na instalação e montagem dos componentes, a embalagem é simples, composta de plástico bolha e caixa de papelão e a distribuição poderia ser feita através de lojas de eletrodomésticos, internet e correios.

Figura 2 – Esboço do produto

1.2. Análise de viabilidade O objetivo desta etapa é analisar a viabilidade do produto, ou seja, verificar se o preço do produto é compatível com o que o mercado está disposto a pagar por ele e se já existe similares, ou o produto no mercado. Foi feita uma pesquisas junto ao Instituto Nacional de

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Propriedade Intelectual (INPI), a fim de verificar se existia algum registro de propriedade industrial do produto. Um dos resultados da pesquisa é apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Quadro de pesquisa realizado no site do INPI 1.3. Especificação de oportunidades O objetivo dessa etapa foi apontar os aspectos críticos que poderiam determinar o sucesso ou fracasso do produto, os benefícios que esse poderia propiciar, além de especificar as necessidades do mercado. Para esta etapa algumas questões foram respondidas:

− Público alvo? Formado principalmente por estudantes e leitores que possuem o hábito da leitura na cama e/ou noturna e que pertencem a classe média ou alta da sociedade.

− Em relação ao mercado consumidor, quais os aspectos críticos que podem determinar o sucesso ou fracasso do novo produto? Relação custo x benefício (o consumidor deve estar disposto a pagar para ter o conforto proporcionado pelo produto), versatilidade (o consumidor pode utilizar o produto de diferentes maneiras em vários locais), praticidade (o produto é de fácil manuseio), confiabilidade (o produto é durável e atende aos requisitos especificados de uso).

− Quais as necessidades dos consumidores a equipe pressupõe? Necessidade de um produto de qualidade, que proporcione conforto e que seja acessível em termos de custo.

− Benefícios básicos e secundários para o consumidor para a utilização do produto a ser desenvolvido? O produto fornecerá um maior conforto durante a leitura, já que não será necessário segurar o livro, e a iluminação facilita a leitura noturna. O produto pode servir também como objeto de decoração.

Foi proposto um modelo de pesquisa para identificar as necessidades e aceitação dos consumidores com relação ao produto a ser desenvolvido. O modelo de pesquisa proposto é um questionário com o objetivo de medir o quanto o consumidor está disposto a pagar pelo produto. Os entrevistados foram estratificados por faixa etária, renda, praticantes de leitura (ou não) e estudantes ou trabalhadores. É interessante realizar pesquisas a respeito do mercado com os seguintes objetivos: viabilidade, gosto do consumidor, preço do produto, aceitação do produto, design do produto e necessidades. Buscando analisar os produtos

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concorrentes ou semelhantes no mercado, foram encontradas duas opções, conforme especificado no Quadro 2.

Descrição Desvantagem Preço Luminária noturna com presilha Não possui suporte para livros R$ 6,99 Porta livros para estudar Não possui luminária R$ 18,00

Quadro 2 – Análise dos produtos concorrentes

2ª Etapa – Projeto preliminar

Nessa etapa, foram esboçados o arranjo definitivo do projeto, contendo a definição da forma, a especificação dos materiais e o dimensionamento dos componentes, conforme apresentado na Figura 4.

Figura 4 – Desenho esquemático do arranjo definitivo

O produto desenvolvido será constituído de uma prancheta com uma base onde ficará apoiado o livro. Esse conjunto ficará preso à cama por meio de um cabo sustentador, que será recoberto por um eletroduto, que contém um fio que ligará a tomada à luminária que

3ª Etapa – Projeto detalhado e protótipo

Para execução dessa etapa foi necessária a visualização do produto em 3D, o detalhamento do produto e o planejamento do processo de fabricação, da montagem e da embalagem. O projeto detalhado difere do preliminar devido às correções implementadas com base na avaliação do projeto anterior, e de maior percepção da funcionalidade do produto. O projeto detalhado é apresentado nas Figuras 5 e 6. O processo de construção de protótipo foi realizado com base no projeto detalhado. O protótipo foi construído nas dimensões reais do produto. O processo de produção do protótipo foi realizado de acordo com as seguintes etapas: o isopor foi cortado para fabricação da prancheta, da base e do suporte; as duas presilhas foram fixadas, uma na prancheta e a outra no eletroduto; fixou-se o suporte na prancheta utilizando-se palitos; foi instalada a parte elétrica; o eletroduto foi acoplado à prancheta.

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Figura 5 – Vista Frontal - Escala 1:10 (em mm)

Figura 6 – Vista Lateral. Escala 1:10 (em mm).

4ª Etapa - Definição do custo e processo de produção

No processo de desenvolvimento do produto é necessário avaliar os custos do produto a fim de estabelecer seu preço final, de forma que os clientes estejam dispostos a pagar. Os custos do produto estão relacionados principalmente com os processos de produção e materiais necessários e ainda, com P&D, transporte, marketing, assistência técnica e outros. Nessa experiência didática foi calculado o custo com materiais para a produção de uma unidade do suporte, apresentado no Quadro 3, bem como foi proposto um layout de produção, conforme Figura 7. Para avaliar a viabilidade técnica e econômica de um novo produto é necessário projetar o processo de produção, considerando os custos com mão-de-obra, energia insumos e outros. O valor de cada material foi determinado com base em buscas na internet e em lojas especializadas.

Item Peça

Componente Material Unidade

Medida Preço por

Unidade (R$) Quantidade de material

Valor Material

(R$)

% do custo total

1 prancheta Polímero transparente

m³ 835,00 0,012 10,02 33,86

2 Presilha 1 Plástico Unidade 1,20 1 1,20 4,06 3 Luminária Alumínio Unidade 3,00 1 3,00 10,14 4 Cabo sustentador Aço-inox m 5,00 1,1 5,5 18,59 5 Borboletas níquel Unidade 0,02 2 0,04 0,14 6 Suporte Plástico Unidade 0,50 1 0,50 1,69

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7 Presilha 2 Plástico Unidade 1,60 1 1,60 5,41 8 Duto Plástico m 0,5 0,8 0,40 1,35 9 Parafuso Níquel Unidade 0,01 2 0,02 0,068 10 Base da Prancheta Polímero

transparente Unidade 3,00 1 3,00 10,14

11 Interruptor Unidade 1,50 1 1,50 5,07 12 Arruela Níquel Unidade 0,01 2 0,02 0,068 13 Fio Cobre m 1,00 2 2,00 6,76 14 Plugue para

tomada Unidade 0,25 1 0,25 0,84

15 Parafuso Aço Unidade 0,01 4 0,04 0,14 16 Caixa Papelão Unidade 0,30 1 0,30 1,01 17 Plástico Bolha Plástico m² 0,40 0,5 0,20 0,68

TOTAL 29,59

Quadro 3 – Composição de custos com material do suporte para livros com luminária

ESTOQUE DEMATÉRIA-PRIMA

Furar prancheta e base

Montagem do suporte e da presilha 1 na

prancheta

Montagem dos componentes

elétricos

Montagem da presilha 2 no

conjunto

Rosquear o conjunto no

suporte

Qualidade

Embalagem

Expedição

Vestuário/

Banheiro

Adm

inistraçãoC

ontabilidadeR

efeitório

Figura 7 – Descrição do processo de produção (layout)

5ª Etapa – Transformando idéias em negócios

O objetivo dessa etapa foi definir as variáveis que interferem na colocação e permanência do produto no mercado. Isso é importante para estabelecer estratégias que visem o sucesso do produto. Didaticamente esta etapa tem por objetivo despertar no aluno o espírito empreendedor, a fim de que visualize a oportunidade de ter o seu próprio negócio. A grande maioria das pequenas empresas de base tecnológica nasce da idéia de um produto inovador. Cabe ressaltar que caso o produto fosse patenteado e os idealizadores não tivessem interesse em produzi-lo, o produto poderia ser licenciado para outras empresas.

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5.1. Exploração da oportunidade O “nicho” de mercado a ser explorado é constituído de estudantes ou leitores em geral que querem um maior conforto durante a leitura na cama. Estes potenciais clientes estão localizados em escolas e universidades de centros urbanos. Se o produto for patenteado, pode-se explorar a oportunidade por 15 anos sem concorrência.

5.2. Lógica do negócio

O ponto ideal para a instalação do negócio seria uma cidade grande, onde há maior nicho de mercado. É necessário calcular a previsão de investimento para começar o negócio. Os sócios deverão ser empreendedores e arrojados.

5.3. Competitividade

O diferencial de competitividade está em oferecer um produto inovador. Deve-se investir em estratégias de marketing para a divulgação da empresa/produto em revistas, jornais, internet. Além disso, pode-se fazer parcerias com as editoras para divulgar o produto e oferecê-lo como brinde na compra de uma determinada quantidade de livros. O preço que poderá ser praticado para que o produto possa ser competitivo e gerar lucro é de R$ 59,90.

4. Conclusão

Ao término desse projeto foi possível concluir que a metodologia utilizada para o desenvolvimento do produto foi adequada para esta experiência didática, haja vista que foi possível chegar as especificações do projeto detalhado do produto, bem como desenvolver seu protótipo. Apesar do produto ser de baixa complexidade, a metodologia permitiu visualizar todas as etapas necessárias ao desenvolvimento de um produto, como geração de conceito, projeto preliminar, projeto detalhado, especificação do processo de produção e, ainda os aspectos de marketing. Para definir o custo do produto seria necessário especificar com mais critérios e detalhes o processo de produção, o que não foi possível no contexto desta atividade.

Este projeto, também, demostrou a interdisciplinaridade e multifuncionalidade do PDP e da GDP. A disciplina de Projeto de Produto é importante para os futuros profissionais de engenharia de produção, pois permite ao aluno perceber não só o desenvolvimento de produto como um diferencial de competitividade para uma empresa, como também o capacita a desenvolver atividades relacionadas ao PDP e à gerência desse processo.

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