projeto ciranda paixão 2008
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Projeto da Agremiação Folclórica Dança Regional Adulta Ciranda Paixão para solicitação de apoio/patrocínio para sua apresentação no III Festival Cultural de Coari no ano de 2008.TRANSCRIPT
COARI – AM
2008
COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA DA AGREMIAÇÃO DANÇA REGIONAL
ADULTA CIRANDA DA PAIXÃO NO ANO DE 2007.
PRESIDENTE:
Erivan Corrêa da Mota
VICE-PRESIDENTE:
Railson Andrade Maciel
SECRETÁRIO:
José Jesus de Souza
DIRETORIA DE COREOGRAFIA:
Cláudio R. de Oliveira
Eliomar de Souza Soares
Fabrício A. de Oliveira
Railson Andrade Maciel
Sebastião Aurélio
DIRETORIA FINANCEIRA:
Fernanda Henrique de Freitas
Genival Nunes de Souza
Sônia Maria de Souza Coelho
Railson Andrade Maciel
Izaias Araújo de Lira
Lélia Alfaia
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO:
Izaias Lira
José Nilo Gonçalves
DIRETORIA DE ARTES:
Alfa Maria Rodrigues Boaes
Railson Andrade Maciel
Carlos Jorge R. Rubem
Shirléia Lucia Nogueira de Souza
Wildson Gama
José Jesus de Souza
DIRETORIA DE PROJETOS:
Alfa Maria Rodrigues Boaes
Genival Nunes de Souza
Maria Francisca Nunes de Souza
Maria Socorro de Souza Lima
DIRETORIA MUSICAL:
Cláudio R. de Oliveira
Railson Andrade Maciel
Sebastião Aurélio
DIRETORIA TEATRAL:
Diana da Silva de Souza
Ademir Guimarães
Azenaite
DIRETORIA DE FIGURINOS:
Rosicléia
Shirléia Lúcia Nogueira de Souza
Railson Andrade Maciel
Fabrício A. de Oliveira
José Jesus de Souza
DIRETORIA DE LOGÍSTICA:
Abrahim
Jorge França de Almeida
COORDENAÇÃO DA CIRANDA DA PAIXÃO
PROJETO CULTURAL DA DANÇA REGIONAL ADULTA CIRANDA DA PAIXÃO,
DESENVOLVIDO NO ANO DE 2007.
Projeto realizado em parceria entre
a Agremiação Dança Regional Ciranda da
Paixão e a Comunidade do bairro Centro, na
cidade de Coari, Amazonas, através da
participação direta dos moradores da própria
comunidade, com o intuito de resgatar a Cultura
do Festival Folclórico Coariense no ano de
2007.
COARI - AM
2008
DEDICATÓRIA
Em primeiro lugar a todas as pessoas que
se dedicam em resgatar a Cultura Amazonense, em
especial a de nosso município. Aos nossos familiares,
pela compreensão e incentivo. Aos brincantes que não
medem esforços para contribuir para o crescimento
desta Agremiação e da Cultura Coariense, aos
professores de ensaio, equipe de costura e todas as
diretorias desta dança pelo apoio empreendido e
estímulo constante, a todos vocês, muito obrigado!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo dom de
desenvolver a Cultura e a Arte cabocla. Aos nossos
pais e familiares pela paciência e estímulo, aos
patrocinadores que, com muito espírito de
solidariedade nos incentivaram e apoiaram neste
Projete Cultural. A Prefeitura Municipal de Coari,
através da Secretaria de Cultura, pelo estímulo e
incentivo, e a todas as diretorias desta Agremiação,
que vêm trabalhando há muito tempo em prol da
Cultura Coariense.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................7
1 CONTEXTUALIZAÇÃO....................................................................................................91.1 Histórico da Origem da Ciranda....................................................................................91.2 Histórico do Tema da Ciranda da Paixão 2007...........................................................10
2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................14
3 OBJETIVOS.......................................................................................................................153.1 Objetivo Geral..............................................................................................................153.2 Objetivos Específicos..................................................................................................15
4 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................164.1 Uma Visão da Cultura da Ciranda na Atualidade........................................................16
5 METODOLOGIA..............................................................................................................17
6 DISCUSSÃO E RESULTADOS.......................................................................................18
CONCLUSÃO.........................................................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................................20
ANEXOS..................................................................................................................................21Anexo 01 - Orçamento Da Ciranda......................................................................................22Anexo 02 - Desenho das Blusas -2007................................................................................23Anexo 03 - Foto da Ciranda em 2007..................................................................................23Anexo 04 - Letras das Músicas da Ciranda Ano 2007.........................................................24
INTRODUÇÃO
Este Projeto Folclórico Cultural visa apresentar o contexto histórico da Ciranda da
Paixão e sua importância para a Cultura Coariense, bem como mostrar de forma sistematizada
a metodologia utilizada para a execução e desenvolvimento da Ciranda no ano de 2007. Dessa
forma, começará abordando a origem da Ciranda e o histórico de 2007 que trouxe o tema:
“BIOMA AMAZÔNIA: Na preservação da natureza, o respeito pela vida, a transformação da
terra.” Tema este que buscou tratar da Amazônia, sua cultura, suas belezas, das problemáticas
que fazem parte de seu cotidiano e as possíveis soluções para amenizá-las.
Atualmente vivemos num mundo sem fronteiras devido à globalização, em que o
contexto social passa por vários problemas sociais relacionados à educação e em particular à
falta de cultura e tradições de nosso povo. Neste sentido, a Ciranda se apresenta como mais
uma opção de resgatar a Cultura de um povo, contando suas origens, suas tradições e seu
folclore, ajudando a preservar o maior patrimônio dos que moram na região amazônica: a
própria vida. Além de ser uma excelente forma de trabalhar o binômio corpo-mente, através
da dança, a qual possibilita mais saúde física e mental aos jovens que participam direta ou
indiretamente.
Dessa forma, o presente projeto visa à preservação da Amazônia, suas riquezas,
suas crenças, tradições e mitos. Assim como mostrar que a poluição não pode chegar a níveis
altos, observando e conscientizando os cidadãos sobre seu papel no processo de preservação
da Amazônia, no sentido de como estes estão intervindo nos problemas que envolvem sua
comunidade e de como o conhecimento da história da Amazônia pode ser utilizado pelos
comunitários para que estes exerçam plenamente sua cidadania.
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O corpo textual deste Projeto está organizado em seis seções primárias, conforme
o desdobramento seqüencialmente disposto. Na primeira seção da “Contextualização”,
constará o histórico da Escola, da Ciranda, da Ciranda da Paixão e de seu tema em 2007.
Na segunda seção da “Justificativa”, constarão os fatos que justificaram a
importância do desenvolvimento deste Projeto no ano de 2007.
Na terceira seção dos “Objetivos”, constarão os objetivos alcançados no decorrer
da execução do Projeto, divididos em objetivo geral e objetivos específicos, apresentados em
tópicos pontuais numa ordem de maior abrangência para menor abrangência, definidos em
relação à amplitude do Projeto.
Na quarta seção do “Referencial Teórico”, constará a definição da base teórica
que proveu a consistencialidade, a confiabilidade e a validez do presente Projeto e a
especificação do enfoque sobre o qual se desenvolveu o discurso da temática, tendo como
ponto de partida “Uma Visão da Cultura da Ciranda na Atualidade”.
Na quinta seção da “Metodologia”, constarão os métodos e técnicas utilizados na
execução do projeto e a explicação de como cada um deles contribuiu no delineamento do
mesmo.
Na sexta seção da “Discussão e resultados”, constará uma reflexão das discussões
e resultados obtidos com a implementação deste Projeto ao longo dos anos em que a Ciranda
da Paixão se apresentou no Festival.
Portanto, é fundamental voltar-se sempre à história da Amazônia, apreciar as
riquezas que fazem parte de sua biodiversidade, conhecer as suas origens, e como isso está
afetando e contribuindo para a realidade da preservação em que o município de Coari se
encontra hoje.
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO
1.1 HISTÓRICO DA ORIGEM DA CIRANDA
Dança regional, oriunda de Portugal, apresentada pela primeira vez na cidade de
Tefé por um mulato Pernambucano, conhecido como Antônio Felício, no final do século XIX.
Em Manacapuru, foi montada pela professora Perpétua Socorro de Oliveira sob a orientação
do professor José Silvestre em 1980, expandindo-se daí a outros municípios, tornando-se
popular nas festas juninas de todo o Estado do Amazonas.
Em Coari, a Ciranda foi apresentada pela primeira vez pela Professora Nadir
Socorro Gonçalves, sob a orientação do Professor Arivelton Ferreira em 1995, na Escola Inês
de Nazaré Vieira.
A Ciranda da Paixão foi fundada em 1º de Abril do ano de 2000, pelos
Professores: Roberval Pereira e Vandermy Vieira de Freitas e organizada sob a orientação do
Professor Railson Andrade Maciel.
A ciranda é um conjunto de danças e encenações, composta por músicas,
brincantes, destaques e personagens como: Mãe Benta, seu Manelinho, seu Honorato,
caçador, galo bonito, carão, cupido, constância e etc. Antigamente era dançada nos terreiros
das residências, com toadas e trovas, roupas simples, sem brilho nos adereços e composta
somente por homens.
Hoje a Ciranda evoluiu, acompanhando a trajetória do festival folclórico ela
desenvolve temas selecionados pela diretoria da dança, se apresenta com roupas coloridas, se
adorna de brilhos nas fantasias e adereços e usa outros acessórios diferentes da Ciranda do
passado, mas mostra ao povo a cultura, exaltando as tradições, os costumes, as crenças e etc.
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A Ciranda da Paixão desde 2006 vem representando a Escola Instituto Bereano de
Coari, onde no ano de 2007 trouxe ao Centro Cultural o tema: “BIOMA AMAZÔNIA: Na
preservação da natureza, o respeito pela vida, a transformação da terra.” Reafirmando no
início deste milênio o compromisso com as tradições, com o folclore de Coari, com a terra, a
fauna e a flora, com o encontro da arte com as lendas e com os mitos e evidenciando a
preocupação com a preservação da Amazônia através da defesa da cultura do povo Coariense.
Com a participação de 130 brincantes, todos envolvidos pela magia da dança, a
Ciranda da Paixão rumou a mais um campeonato, com o seu ritmo contagiante, a cadência de
seus brincantes, a riqueza poética de suas composições, seguindo fielmente as raízes da
Ciranda sem fugir da sua originalidade.
Em todos os anos de sua existência, a Ciranda da Paixão sempre convida o povo
Coariense a preparar bem os ouvidos, o coração, a alma e o corpo, para viajar na sua
musicalidade, no seu gingado e na sua alegria contagiante que irradia beleza e engrandece as
edições do Festival Cultural de Coari.
1.2 HISTÓRICO DO TEMA DA CIRANDA DA PAIXÃO 2007
A Amazônia é considerada berço da vida e fonte de importantíssimos recursos
minerais, animais e vegetais.
Etimologicamente, Amazônia deriva de amazonas, guerreiras mitológicas.
Segundo a lenda, as amazonas pertenciam a uma tribo comandada por Hipólita, que não
aceitava homens. As crianças do sexo masculino eram mortas ao nascer. Amazonas em grego
quer dizer "sem seios", uma vez que a lenda também dizia que tais mulheres amputavam o
seio direito para melhor manejar os arcos. Esta lenda foi transportada para a América do Sul
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pelos conquistadores espanhóis, pioneiros na exploração do rio Amazonas, que, ao se
depararem com as índias guerreiras, acreditaram terem finalmente encontrado "as amazonas".
A floresta amazônica possui uma área de cerca de 5,5 milhões de km, fazendo
parte de nove paises: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana
e Guiana Francesa. No Brasil, a floresta amazônica está localizada na região Norte, sendo a
maior floresta tropical do planeta e com a maior biodiversidade.
A Amazônia legal se estende por nove estados brasileiros: Amazonas, Pará,
Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Maranhão, Tocantins e parte do Mato Grosso,
representando mais de 61 % do território nacional.
A Amazônia abriga aves, mamíferos, peixes, répteis e invertebrados que se
espalham por rios, lagos, praias e florestas formando um dos mais ricos painéis vivos já vistos
pelo homem, uma riqueza incontestável.
Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivam em harmonia mais de 20%
de todas as espécies vivas do planeta e que de toda essa variedade, metade permaneça ainda
desconhecida pela ciência. Nesse contexto de riqueza, observa-se ainda um habitat natural
para inúmeros povos indígenas, caboclos e outras espécies de vida que formam esse imenso e
complexo bioma amazônico.
Nele encontramos o maior rio em volume de água do mundo: O rio Amazonas,
conhecido também como rio-mar devido ao seu tamanho e largura.
O Rio Amazonas é composto por vários rios, entre eles o Rio Solimões de águas
barrentas, não menos importante e com uma biodiversidade invejável. A Amazônia, além de
conter a maior floresta tropical do mundo, tem a maior bacia hidrográfica do planeta.
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Em função de toda essa riqueza, a biodiversidade amazônica está ameaçada pelo
processo de exploração desordenada do território brasileiro. O egoísmo, a ganância, o
descuido e a imprudência, ameaçam seriamente o patrimônio natural, que não é somente dos
brasileiros, mas representa uma perda para a humanidade.
Uma das principais causas da extinção das espécies é a poluição da água, solo e
ar, desmatamentos e queimadas, os quais deixam o solo desprotegido facilitando a erosão,
diminuindo assim a sua fertilidade. Essa exploração atingiu nesse final de século níveis
alarmantes e abriu-se um grande debate em torno da questão Ambiental.
A biodiversidade amazônica ainda reserva muitos segredos desconhecidos da
humanidade. As florestas da região concentram 60% de todas as formas de vida do planeta,
mas calcula-se que somente 30% de todas elas são conhecidas pela ciência, esclarecendo o
que já foi dito anteriormente.
Por sua vez, o mundo debate a questão do aquecimento global, causado
principalmente pela queima de combustíveis fósseis, onde o dióxido de carbono é a substância
que mais polui a atmosfera, funcionando como uma parede de vidro em torno da terra,
deixando passar a luz do sol, mas retendo o calor. Dessa forma, se não mudarmos de atitude
em relação à preservação teremos conseqüências desastrosas para o planeta.
Mas a Amazônia também faz pensar em situações humanas e questões sociais
preocupantes: indígenas perturbados em seu espaço e agredidos em suas culturas, conflitos
pela posse de terras (a exemplo da luta de Chico Mendes) e iniciativas inadequadas ao meio
ambiente.
A polêmica em torno da questão sócio-ambiental amazônica sempre envolve forte
dose de emoção e idealismo: afinal está em jogo a vida no planeta. No entanto avançam as
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possibilidades de solução ou amenização de todos esses problemas. E dentro dos projetos de
perspectivas contra a exploração irracional do recurso natural, destaca-se o desenvolvimento
sustentável que é um projeto de ação que busca simultaneamente a eficiência econômica, a
justiça social e a harmonia ambiental. Mas que um novo conceito é um processo de mudança
onde à exploração de riquezas naturais, a orientação dos investimentos, os rumos do
desenvolvimento ecológico e a mudança institucional devem levar em conta às necessidades
das gerações futuras.
Portanto, é preciso que o ser humano passe a preservar a natureza, respeitando a
biodiversidade Amazônica, fazendo com que a sociedade se conscientize sobre sua relevância
no equilíbrio ambiental do planeta. A questão ambiental da Amazônia coloca em evidência as
carências e insuficiências da atual ordem internacional para lidar com a interdependência à
escala global. Desse modo, a superação dos problemas ambientais, o respeito pela vida, a
transformação da terra e a busca por um modelo que se adeqüe as necessidade globais é
responsabilidade de toda sociedade mundial.
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2 JUSTIFICATIVA
O Presente Projeto Folc1órico Cultural fala da Preservação da Região Amazônica,
bem como de sua origem, riquezas da fauna, flora, recursos hídricos e problemas que a
mesma vêm enfrentado, permitindo aos brincantes e ao público que a assistir, a reflexão sobre
tais mudanças de forma crítica, sendo capazes de repensar o seu cotidiano e de se tornarem
agentes ativos na construção de uma Amazônia que tenha uma população com consciência
crítica da realidade em nome da preservação ambiental do planeta e consequentemente da
vida.
Dessa forma, a Ciranda da Paixão trouxe com suas alegorias o retrato do bioma
amazônico, com toda a riqueza da maior floresta tropical do planeta, cantada nas cirandadas
que tem o intuito de resgatar a cultura de nossa terra, nosso povo e nossa biodiversidade.
Neste sentido, se reportou a questão ética da postura do homem perante a
natureza, queimadas, demografia, o inchaço das cidades, etc. Demonstrando que a evolução e
a tecnologia também trazem vários problemas sociais, na maioria das vezes graves, os quais
devem ser refletidos e trabalhados em conjunto com a sociedade organizada visando a
amenização de tal situação.
Em suma, buscou-se com este projeto trabalhar para que as pessoas tenham uma
formação integral, pensado numa totalidade, onde a Ciranda seja o ritmo que embale toda
uma busca pelo conhecimento histórico e geográfico da Amazônia. E ainda, a contribuição
que indígenas deram e dão a preservação e como nós podemos aprender com eles.
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3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
- Sensibilizar a população Coariense através de pesquisa histórica e geográfica da
Amazônia, conhecendo suas riquezas na fauna, flora, recursos minerais e
hídricos, possibilitando conhecer também suas problemáticas e possíveis
caminhos para superá-las.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Conhecer a história do Bioma amazônico e sua origem, preservando a maior
riqueza que temos, a nossa própria vida a partir de cirandadas, danças e
conscientização da população;
- Desenvolver e estimular a prática de exercícios físicos através da dança
coreografada, que facilita a harmonia corpo-mente;
- Estimular nos jovens a prática da dança como forma de Arte, em prol da Cultura
que possa promover a cidadania e a formação do ser humano de forma
multilateral.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 UMA VISÃO DA CULTURA DA CIRANDA NA ATUALIDADE
Na atualidade a ciranda sofreu várias transformações que a fizeram passar por
modificações consideráveis, como é o caso do ritmo que hoje está mais cadenciado, outro
exemplo está na coreografia, que hoje em dia está de acordo com a temática que é trabalhada
a cada ano. Podemos citar também que a ciranda não se apresenta tão somente em forma de
roda, mas por muitas vezes, em fileiras sincronizadas.
No que tange aos personagens, estes não se restringem apenas naqueles
tradicionais como a Mãe Benta, Manelinho, Carão, seu Honorato e etc. Mas os personagens e
alegorias variam e são retratados conforme a temática abordada no festival. Vale salientar que
a ciranda evoluiu também em seus instrumentos que acompanham a cirandada, pois o
cavaquinho e o pandeiro são hoje acompanhados por uma banda musical.
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5 METODOLOGIA
A Metodologia foi parte integrante para o efetivo sucesso deste trabalho. Nesta
concepção os procedimentos metodológicos utilizados para concretização deste projeto foram
os seguintes:
- Os ensaios da Ciranda da Paixão foram realizados no Ginásio Antônio Mariano,
durante toda a semana das 17h30min às 19h30min. E na Quadra do Instituto
Bereano de Coari das 22h30min às 23h30min (somente para os que forem
maiores de idade)
- Foi alugado um local que serviu de Galpão para a confecção das alegorias, com
contratação de 01 artista plástico que formou uma equipe de trabalho;
- Foram Contratadas 05 costureiras que trouxeram a sua máquina de costura e
trabalharam 12 horas diárias;
- Foram criadas equipes de trabalhos integrando os funcionários, professores e
alunos dos três turnos da escola com a Agremiação;
- Disponibilização deste projeto às entidades governamentais ou não (empresas,
etc.) a fim de que estas sejam parceiras na sua execução.
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6 DISCUSSÃO E RESULTADOS
A Cultura e a Educação são imprescindíveis para o processo de formação do
homem consciente e crítico, pois através delas o homem adquire valores e desenvolve
competências e habilidades que o tornarão sujeitos de sua história com discernimento para
distinguir o certo do errado e participantes ativos da luta pela emancipação do homem e em
prol do bem estar coletivo.
Dessa forma, a cultura da Ciranda envolvendo as origens de nosso município
contribui de forma significativa para a formação de um cidadão crítico, uma vez que ela
funciona como um alicerce social e ajuda na reflexão de problemas complexos da vida real.
Neste sentido, pode-se perceber que esta dança regional surge como uma maneira
de formar cidadãos que possam exercer plenamente sua cidadania.
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CONCLUSÃO
A Cultura e a Educação são fatores imprescindíveis na vida do homem. Haja vista
a mesma proporcionar ao ser humano subsídios necessários para a obtenção de uma cidadania
plena de fato e de direito. Desse modo, este projeto cultural faz parte deste processo e atua de
forma significativa em uma sociedade cada vez mais exigente de conhecimentos e que passa
por constantes transformações no âmbito social, político e cultural.
Tratando da história do Bioma Amazônia exposta no decorrer do desenvolvimento
deste trabalho, tornou-se evidente que a principal função da Ciranda da Paixão é a de
contribuir para a formação do cidadão consciente, crítico e ativo perante a sociedade, em
virtude de sua visão holística da história de nosso povo e de nossa Cidade. Isto é, torná-los
indivíduos aptos a decidirem, intervirem na realidade sóciopolítica, econômica e cultural de
modo comprometido com a vida, o bem estar próprio, do outro e da sociedade local e global.
Portanto, é necessário que as lideranças da Ciranda alijem-se de conceitos
tradicionalistas e tenham a visão de que mais do que informações e conceitos, a Escola e/ou
Agremiação deve trabalhar com atitudes e valores concatenados com a vida real, preparando
os brincantes e munícipes para enfrentar as contradições do mundo de forma equilibrada e
coerente, possibilitando a preservação da maior beleza existente na terra: a própria VIDA.
19
REFERÊNCIAS
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de relatórios técnicos científicos. Manaus: EDUA, 2003.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 2002.
BRASIL. Constituição (1998). Constituição Federativa do Brasil: promulgada em 05 de
outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas emendas constitucionais nº. 1/92 e 28/2000
e Emendas Constitucionais de Revisão nº. 1 a 6/94 Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de
Edições Técnicas, 2000.p. 393.
BRASIL, Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional: Nova LDB (Lei 9394/96). Rio
de Janeiro: 1997.
CURY, Carlos Alberto Jamil. Cortez, 1985. Educação e Contradição: Elemento
Metodológico para uma teoria critica do fenômeno Educativo. São Paulo: Cortez, 1985.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1987.
_______ . Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática Educativa. São Paulo.
Paz e Terra, 2000.
FRIGOTO, Gaudêncio. Neoliberalismo, Qualidade Total de Educação - Visões críticos -
Petrópolis: Vozes, 1994.
LUCK, Heloisa. Pedagogia Interdisciplinar: Fundamentos Teórico-Metodológicos. 10ª
Ed.Petrópolis: Vozes, 2002.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção
magistério-série formação do professor)
PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Cortez,
2001.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia - 30ª Ed. São Paulo; Autores associados, 1995.
20
ANEXOS
21
Anexo 01 - Orçamento da Ciranda
(Consolidado no Ano de 2007 com Projeção para 2008)
22
Anexo 02 - Desenho das Blusas 2007
Anexo 03 - Foto da Ciranda em 2007
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Anexo 04 - Letras das Músicas da Ciranda, Ano 2007.
VERDE VIDA (CORDÃO DE ENTRADA)
Plantada pelas mãos divinas do criador,
Nascida da terra em forma de verde,
Vidas que dão forma a um cenário de cores,
Magia e esplendor.
Solo...
O vento que sopra forte e toca em tuas folhas,
No sinuoso toque forma um bailado,
Feito ondas de verde vida, que te quero verde
E que a mãe natureza nos mostrou.
Solo...
Aves semeiam sementes que nascem do teu solo
E faz brotar da terra o verde da vida,
Procriando as divinas belezas que Deus nos deixou
E que os homens devem preservar.
24
CIRANDA TRADICIONAL
No meio da floresta, nas correntezas deste rio,
Minha ciranda vem chegando e encantando o Brasil.
Paixão minha ciranda, a Amazônia vem mostrar,
Para o povo coariense que veio nos prestigiar.
Boa noite meus senhores, boa noite autoridades, (bis)
A ciranda lhe deseja saúde e felicidade. (bis)
A ciranda vem chegando e a Amazônia vem mostrar, (bis)
Para o povo coariense que veio nos prestigiar. (bis)
Essa gente já dizia que a ciranda não saía, (bis)
A ciranda está na rua com prazer e alegria. (bis)
Ciranda, ô ciranda, vamos todos cirandar. (bis)
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar,
Vamos dar a volta e meia, cada qual largue o seu par.
A ciranda está na quadra e vai mostrar para o povão, (bis)
Que o gingado mais bonito é o da Ciranda da Paixão. (bis)
Preservando a natureza, a vida vamos respeitar, (bis)
É a Ciranda da Paixão que sua mensagem vem deixar. (bis)
Ciranda, ô ciranda, vamos todos cirandar (bis)
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar,
Vamos dar a volta e meia, cada qual pegue o seu par.
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NATUREZA, PORTA CORES DE VIDA.
Mãe natureza, mostra tua beleza,
Espelha nas águas o brilho do sol.
Mãe natureza, mostra tua grandeza,
E faz brotar dessa terra o verde da vida.
O teu cantar ecoa nos ventos,
Em pleno luar forma uma sinfonia.
Um canto lindo que invade a floresta,
E enche o Amazonas de encanto e alegria.
E a piracema na dança dos rios,
Voa nas asas do vento gavião.
Boto faceiro, cupido das águas,
Encanta de amor o meu coração.
(bis)
Porta cores, a mais linda da ciranda,
O meu Amazonas vem mostrar.
Irradiando, fecundando sua beleza,
És cirandeira de esperança.
Como um revoar de uma linda borboleta,
Mostra pro mundo o meu cirandar.
Voando baixo, sobre fortes corredeiras,
Trazendo da vida a arte de encantar.
E a piracema na dança dos rios,
Voa nas asas do vento gavião.
Boto faceiro, cupido das águas,
Encanta de amor o meu coração.
(bis)
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AMAZONAS, VIRGEM CONSTÂNCIA
Amazonas,
De virgem floresta e rios que encantam,
Que formam labirintos de mistérios,
Berço de vida e inspiração.
Cordilheiras,
De águas cheias de esperança,
Que brilha nos olhos de uma criança,
Cabocla amazônida, índia cirandeira.
É o gigante de águas barrentas,
Nativo de mitos e lendas.
Santuário de fauna e flora,
Fertilizador dos lagos e igarapés, rios e paranás.
Tuas águas todos devemos preservar,
No doce balanço da vida, vem cirandar.
Solimões,
Das guerreiras amazonas, Solimões.
Traz a vida que brota da selva, Solimões.
No rebojo da pororoca, Solimões.
No bailar da piracema...
(bis)
Vou cirandar.
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CANTO DE PRESERVAÇÃO
Meu galo bonito cantou,
O canto da preservação,
Um canto triste de dor,
Por tanta devastação.
(bis)
Do grande verde das matas,
Das águas puras, cristalinas,
Barrentas, escuras, vazias, extintas.
Da pena branca das garças,
Do vôo das borboletas,
Do canto dos pássaros,
Das ervas nativas.
Sobre a fumaça negra da destruição,
Cinza e sangue verde mancharam o meu chão.
Fauna e flora extinta na devastação,
Na crueldade do homem sem coração.
Transforma toda essa beleza,
Num mundo cheio de certeza
Que devemos mudar e o mundo transformar.
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CURUPIRA, CLAMOR DE PRESERVAÇÃO
Caiu sobre a terra o raio da destruição,
Destruindo floresta e animais,
Começo da devastação.
Florestas imensas queimadas,
Animais fugindo sem morada,
Chora o curupira, chama pai Honorato,
Pra curar sua nação.
Minha terra manchada de sangue,
Das grandes derrubadas.
Minha fauna correndo com medo,
Das imensas queimadas.
Meus rios já não respiram mais,
O caboclo não sabe o que faz.
O que será então desse mundo
Se tudo for devastação?
Chora o curupira clamando preservação.
Na Amazônia nativa se ver a destruição.
Sorte maldita do homem que carrega na mão,
A devastação.
(bis)
29
VIDAS EM EXTINÇÃO
“Quando todos tiverem a consciência
De que devemos cuidar da Amazônia,
Então saberemos que o mundo deu o seu primeiro passo
Para preservação da maior beleza do planeta: a vida.”
Dança cirandeiro de alma indígena,
Que pede a preservação da vida.
Canta com a força que vem do coração
E pede a atenção dessa nação cabocla
Para não pensar em extinção.
O beija-flor traz nas asas o cheiro da fumaça,
O uirapuru já não canta, a floresta está queimada,
O gavião vê do alto toda essa devastação,
Onça pintada não esturra, está em extinção.
O homem descobre que a floresta precisa dessas águas,
E as águas dependem das nossas mãos,
E a vida depende da nossa união.
Amazônia, minha história, minha insônia,
Não pode ser pó de queimada,
Sussurro, murmúrio das águas,
Extinção da própria vida.
(bis)
30
LAMENTO DE UM CANOEIRO
O velho canoeiro, remando triste pelo rio.
Trazendo a expressão de incerteza
Em tudo que ele viu:
Da mata virgem que secou,
Nenhum nativo resistiu.
“Meu tapiri já se queimou,
Meu caniço se partiu”.
E o velho canoeiro, a cada remada
Lança triste o seu cantar.
Tentando assim contar a sua história
E botar a nação para pensar.
“Olha seu moço, o meu pão é desse chão, é desse rio.
E se tudo for devastação, minha história aqui sumiu.”
Amazônia...
É tão grande e tão frágil demais.
Se você não se conscientizar,
Os seus filhos é que vão lamentar.
(bis)
Baila cirandeiro, trazendo sonhos
De esperança e alegria.
E todos juntos vamos dar as mãos,
Lutar pela preservação.
Pois o caboclo é forte, valente e guerreiro,
Defende a selva, a quem aprendeu a ser amante.
Amazônia...
É tão grande e tão frágil demais.
Se você não se conscientizar,
Os seus filhos é que vão lamentar.
(bis)
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