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$% Introdução
* #resente #ro+eto #ro#,e uma etno!rafia das muleres .ue estão #artici#ando
de cursos t/cnicos no 0nstituto Federal de Santa Catarina - 0FSC em Florian"#olis$
com o ob+etivo de acom#anar essas muleres ao desenvolverem abilidades nos
cursos com #resença mais e1#ressiva de omens$ como #or e1em#lo$ cursos de
conserto automotivo e mec2nica) Basicamente$ o trabalo consistir3 em #erceber estes
4cor#os femininos4 - constru5dos socialmente e #ontuados com certas diferenças do
.ue conecemos como 4cor#os masculinos4 - em desenvolvimento de novas
abilidades em cam#os .ue !eralmente são considerados como serviços feitos #or
omens$ ou se+a$ de #rofiss,es não comumente ocu#ados #or muleres)
6 #rimeira #arte da #es.uisa #ossui o ob+etivo de #erceber como estes cor#os
são constru5dos socialmente$ e identificados$ em uma o#osição entre 7feminino7 e
7masculino7) 8uitas vezes$ este binarismo acaba #or não #ermitir uma com#reensão
mais aberta das #ossibilidades cor#orais de omens e muleres$ como se ouvessem
certas atividades f5sicas9cor#orais #r/-definidas #ara cada 4ti#o cor#oral4) 0sto
tamb/m est3 relacionado com a #robabilidade de escola de omens e muleres #ara
certos ti#os de #rofiss,es .ue e1i!em abilidades cor#orais$ condicionando esta
escola a #artir e atrav/s do cor#o)
8inas duas i#"teses de trabalo são .ue as dis#osiç,es de habitus
confi!uram os cor#os femininos$ tanto fisicamente$ .uanto de forma a influenciar as
escolas #rofissionais .ue e1i!em abilidades f5sicas9cor#orais$ e .ue 3 um
desenvolvimento de abilidades .uando cor#os femininos estão inseridos em
conte1tos de ensino t/cnico considerados masculinos) * #rinci#al #onto de #artida /
de .ue o cor#o não / anterior : t/cnica e tam#ouco dissociado da realidade social$
#ortanto est3 sem#re em desenvolvimento e transformação)Desta maneira$ #ara efetuar esta #es.uisa$ serão tanto mobilizadas as
cate!orias de habitus e héxis corporal, .uanto as cate!orias de t/cnica e educação da
atenção$ durante o acom#anamento das muleres dentro dos cursos t/cnicos)
;rinci#almente$ #or acreditar .ue estas cate!orias são im#ortantes #ara a com#reensão
do desenvolvimento de novas abilidades$ .ue si!nifica$ concomitantemente$
diversas mudanças cor#orais$ com#ortamentais e t/cnicas)
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&% 'bjeti(os
Geral<
6com#anar a educação t/cnica de muleres e analisar como se d3 o
desenvolvimento de novas abilidades em cor#os femininos inseridos em cursos
t/cnicos no 0nstituto Federal de Santa Catarina$ em Florian"#olis)
=s#ec5ficos<
- Com#reender como / a construção social e diferenciação dos cor#os entre femininos
e masculinos e como isso reflete nas dis#osiç,es #ara atividades f5sicas9cor#orais)- 0dentificar se 3 ou não desenvolvimento de novas abilidades em cor#os femininos
inseridos em cursos t/cnicos de conserto automotivo e mec2nica)
- ;erceber .uais são os cor#os feitos nestes cursos t/cnicos e .uais são as abilidades
desenvolvidas)
- 6com#anar as dis#osiç,es e #ossibilidades #ara cor#os femininos constru5dos no
ensino t/cnico)
)% *ip#teses
- 6s dis#osiç,es de habitus confi!uram os cor#os femininos$ tanto fisicamente$
.uanto de forma a influenciar as escolas #rofissionais .ue e1i!em abilidades
f5sicas9cor#orais)
- H3 um desenvolvimento de abilidades .uando cor#os femininos estão inseridos em
conte1tos de ensino t/cnico considerados masculinos)
+% ,étodo
>uanto ao m/todo do #resente trabalo$ a escola da etno!rafia somada ao
en!a+amento #r3tico com as atividades dos cursos t/cnicos$ #ro#,e uma com#reensão
mais es#ec5fica .uanto ao desenvolvimento de abilidades e a#ro1imação dos su+eitos
.ue tamb/m estarão as desenvolvendo atrav/s da t/cnica) ?im 0n!old @%&'A / um
autor .ue #ro#,e uma etno!rafia mais en!a+ada$ a .ual talvez tra!a uma maior
si!nific2ncia #ara o conceito de observação #artici#ante$ a #artir da .ual #odemos at/
considerar uma 7#artici#ação observante7) @6C>U6?$ %&&%
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=sta forma de etno!rafia si!nifica estar #resente nas atividades observadas
como al!u/m .ue tamb/m se e1#,e :.uela #r3tica$ #or/m reitero .ue$ ainda assim$ o
lu!ar da #es.uisadora não ser3 e1atamente o lu!ar do nativo durante a observação$
sem#re aver3 um distanciamento inevit3vel e tamb/m um lu!ar de fala #or #arte
desta$ at/ #or.ue #ossui um #a#el na interação #es.uisadora9#es.uisado e est3
vivendo a e1#eriência de diferentes maneiras$ tamb/m #autada #or diferentes
condicionamentos e ob+etivos)
;ara a discussão dos conceitos mobilizados na #resente #es.uisa$ serão
utilizados levantamento biblio!r3fico e com#aração de autores$ .ue #osteriormente
au1iliarão na com#reensão do material levantado durante o trabalo de cam#o)
% .ustificati(a
6credito .ue se+a bastante #ertinente #es.uisar e estudar o desenvolvimento
de novas abilidades em muleres adultas$ #rinci#almente #or não ser comum a
com#reensão de .ue #essoas com uma certa idade ainda #ossuem a #ossibilidade de
a#render e desenvolver novos conecimentos$ +3 .ue o comumente aceito / de .ue na
inf2ncia nos desenvolvemos como #redestinado #or nossa 4natureza4$ e .ue nos
tornamos seres 4com#letos4 .uando adultos) >uando$ na verdade$ o nosso cor#o e
nossas ca#acidades são constru5das conforme vivemos no mundo e vivemos em
sociedade)
Se!undo Simone de Beauvoir @%&&E$ 4 @))) sendo o cor#o o instrumento de
nosso dom5nio do mundo$ este se a#resenta de modo inteiramente diferente se!undo
se+a a#reendido de uma maneira ou de outra4$ #ortanto um trabalo como este
#ro#orcionaria #resenciar esta a#reensão do cor#o a #artir do desenvolvimento de
novas abilidades$ .ue #or sua vez$ são desenvolvidas atrav/s do a#rendizado de uma
nova t/cnica$ lembrando .ue o cor#o não e1iste antes da t/cnica$ mas se faz a #artir
dela$ se forma e se transforma) @86USS$ %&&A
=sta #es.uisa seria bastante #ertinente #or mostrar$ +ustamente$ esta
reconstrução de cor#os constitu5dos como femininos$ de certa maneira im#edidos de
desenvolverem abilidades consideradas como masculinas$ #rinci#almente #or
acom#anar um 7etos7 entendido como o 4de omem4 - e este abarca #rofiss,es$
atividades$ !ostos - e tamb/m #ossui o efeito colateral de constituir o habitus das
muleres na nossa sociedade) @B*UD0=U$ %&' =ste habitus, .ue não / fi1o e .ue
na verdade #ossui um n5vel de a!ência individual$ mesmo .ue trans#assada #elas
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estruturas sociais$ modifica-se nestes es#aços da dial/tica mudança social$ no caso$
em lu!ares .ue muleres desafiam tendências #ara desenvolverem abilidades
t/cnicas em meios considerados masculinos)
6l/m disso$ #or considerar a transmissão de conecimento da maneira
convencional$ acabamos #or cair na armadila de .ue o conecimento / trans#ortado
de uma #essoa a outra$ no caso$ como se e1istisse uma f"rmula #ronta de
re#resentaç,es e conecimentos femininos transmitidos de muler #ara muler e .ue
ao #assar dos anos$ na forma adulta$ esse conecimento se cristaliza) ;or isso$ este
trabalo / im#ortante #ara demonstrar .ue atrav/s de uma educação da atenção$ as
abilidades são desenvolvidas de forma não est3tica$ mas sim de maiores
#ossibilidades #ara os cor#os) Como considera ac.uant @%&&%< 4não tratar o cor#o
socializado como ob+eto$ mas sim como ca#az de !erar e criar$ #ortador de
7conecimento cin/tico7 e dotado de #otencia estruturante4)
=nfim$ torna-se #ertinente com#reender a 7educação da atenção7 como
desenvolvimento de abilidades$ e de .ue maneiras essas abilidades funcionam
como formas de emanci#ar muleres adultas dos determinados conte1tos constru5dos
como femininos e acaba #or constituir novas ambiç,es e novas confi!uraç,es de seus
habitus) @B*UD0=U$ %&' 6ssim$ desconstr"i-se a ideia de transmissão de
informação e conecimento$ #ara a construção da ideia de desenvolvimento de
e1#eriências #ara se abitar lu!ares e ambientes) @0G*D$ %&'&
;ara este trabalo$ foram escolidos os cursos t/cnicos de conserto automotivo
e de mec2nica$ #rinci#almente #or buscarem o desenvolvimento de abilidades .ue
não são consideradas femininas #ela nossa sociedade$ #ois o interessante / #erceber
como as muleres lidam com a#rendizados #ouco convencionais em seus conte1tos
di3rios$ mas .ue mesmo assim a#resentam conecimentos e abilidades .ue serão
colocados em #r3tica no dia-a-dia destas muleres$ #ercebendo ser este um caso onde
o habitus em constituição tamb/m #assa a estruturar dentro de estruturas estruturadas$
#or/m #ermissivas9estruturantes$ ou se+a$ em constante cum#licidade ontol"!ica)
@B*UD0=U$ %&&(
/% 0e(isão 1e#rica
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8arcel 8auss @%&&A / um dos #rimeiros autores a mobilizar o conceito de
habitus, recorrendo a ideia aristot/lica de hexis, ou se+a$ razão #r3tica$ #ara tentar
e1#licar certas ca#acidades t/cnicas e cor#orais como coisas ad.uiridas e constru5das
ao lon!o do tem#o$ contra#ondo-se ao senso comum de .ue estas ca#acidades são
dados naturais$ #r/-dis#ostos e #redestinados) 6 #artir de então$ Bourdieu @%&&E
#rocura trabalar suas teorias e #es.uisas com base na cate!oria de habitus$ .ue
se!undo ele re#resenta$ basicamente$ um conecimento ad.uirido$ uma dis#osição
incor#orada - .uase de maneira #ostural - de um a!ente em ação)
6s t/cnicas cor#orais tamb/m são constru5das e desenvolvidas e não e1iste um
4nascer sabendo4 de .ual.uer uma delas$ elas são ferramentas do ser umano e são
indissoci3veis de seu meio social) 6l/m disso$ se!undo o autor o cor#o não e1iste
antes da t/cnica$ mas sim se faz a #artir dela e durante ela$ tanto se formando .uanto
se transformando) 6ssim$ #ercebo a im#ort2ncia de trabalar esse transformar de
cor#os constru5dos socialmente durante a realização t/cnica) @86USS$ %&&A
;ortanto$ assim como 8auss$ Bourdieu tamb/m defende a ideia do cor#o
socializado$ .ue carre!a em si as re!ras da estrutura$ mas .ue tamb/m a!e sobre ela
atrav/s de seu habitus$ ou se+a$ a!e em e com#reende seu mundo atrav/s de suas
dis#osiç,es cor#orais) ;ercebemos .ue com isso$ nossas com#reens,es do .ue são
cor#os e constituiç,es tanto femininas$ .uanto masculinas$ fazem #arte dessas
construç,es sociais e devem muito ao .ue foi estruturado ao lon!o do tem#o em nossa
sociedades<
46s in+unç,es sociais mais s/rias se diri!em ao cor#o e não ao intelecto$ o #rimeiro tratado como um 4rascuno4) * essencial da a#rendiza!em damasculinidade e da feminilidade tende a inscrever a diferença entre osse1os nos cor#os @sobretudo #or meio do vestu3rio$ sob a forma de
maneiras de andar$ de falar$ de se com#ortar$ de diri!ir o olar$ de sentar-se
etc)4 @B*UD0=U$ %&&I
Se!undo Simone de Beauvoir @%&&E$ o cor#o da muler / um dos #rinci#ais
elementos da situação em .ue ela ocu#a no mundo$ #or/m / im#rescind5vel
considerar .ue este mesmo s" #ossui sentido e e1istência dentro de uma sociedade$
#ontuado$ #or tanto$ #or suas re!ras e constituiç,es) Decorrendo disso$ o nosso cor#o
/ carre!ado de si!nificados .ue atrav/s deles a!em sobre a materialidade do mundo$
de forma não est3tica e fi1a$ mas em constante desenvolvimento$ 4se o cor#o não /
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uma coisa$ / uma situação< / a nossa tomada de #osse do mundo e o esboço de nossos
#ro+etos4) @B=6UJ*0$ %&&E
Kustamente #or isso$ a relação entre o a#rendizado atrav/s do cor#o e a
consciência .ue este cor#o / situado$ / bastante im#ortante #ara com#reendermos o
desenvolvimento de abilidades t/cnicas) Se!undo 0n!old @%&'($ Lnosso
conecimento consiste$ em #rimeiro lu!ar$ em abilidades$ e .ue todo ser umano /
um centro de #erce#ç,es e a!ência em um cam#o de #r3ticaM) o caso do #resente
trabalo$ faz-se #ertinente com#reender essas abilidades contra#ondo-as com a
construção dos cor#os femininos e cor#os masculinos)
Um dos #rimeiros desafios .ue terei na e1ecução deste #ro+eto ser3 e1#licar
.uais são os meus #ressu#ostos .uando falo sobre cor#os femininos e masculinos e
#rofiss,es @ou atividades femininas e masculinas) =1#licar$ mas tamb/m$ demonstrar
com bastante clareza .ue o meu trabalo +3 su#or3 .ue estas cate!orias são
construç,es sociais$ bin3rias e não tão fi/is a realidade - ainda mais na nossa
sociedade atual - #or/m conse!ue e1em#lificar muitas coisas .ue #ersistem .uanto :s
construç,es dos nossos cor#os e #a#/is sociais)
;ara isso$ utilizarei a !enealo!ia sobre o 7feminino7 e o 7masculino7 .ue ;ierre
Bourdieu faz em sua obra 46 Dominação 8asculina4) Se!undo ele<
4on!e de as necessidades da re#rodução biol"!ica determinarem aor!anização simb"lica da divisão se1ual do trabalo e$ #ro!ressivamente$
de toda a ordem natural e se1ual$ / uma construção arbitr3ria do biol"!ico$e #articularmente do cor#o$ masculino e feminino$ de seus usos e de suasfunç,es$ sobretudo na re#rodução biol"!ica$ .ue d3 um fundamentoa#arentemente natural : visão androcêntrica da divisão de trabalo se1ual eda divisão se1ual do trabalo e$ a #artir da5$ de todo o cosmos) 6 força #articular da sociodiceia masculina le vem do fato de ela acumular e
condensar duas o#eraç,es< ela legitima uma relação de dominaçãoinscrevendo-a em uma natureza biológica que é, por sua vez, ela própria,
uma construção social naturalizada." @B*UD0=U$ %&'
6ssim$ ele afasta do biol"!ico a ar!umentação do #or.uê das tarefas serem
divididas entre omens e muleres$ demonstrando .ue esta divisão$ tanto de cor#os$
.uanto de trabalo$ / uma construção social naturalizada) ;or ser assim$ ela ainda se
faz #resente nas nossas relaç,es e e1#licaria$ #or e1em#lo$ a razão do ar!umento de
.ue muleres não #odem consertar carros #or serem delicadas$ #or seus cor#os serem
fr3!eis$ etc)
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este sentido$ não são a#enas re#resentaç,es .ue distin!uem os se1os$ mas
tamb/m modificaç,es cor#orais duradouras conse.uentes de uma criação social
es#ec5fica #ara muleres em contra#artida aos omens) =sta construção dos cor#os /
tão #rofunda$ #ois +ustamente se faz na #r3tica do dia a dia$ refletindo nas abilidades
de cada ser umano e nas suas e1#eriências sensoriais) @B*UD0=U$ %&'
6l/m disso$ não são s" as condiç,es cor#orais ob+etivas .ue definem certas
ca#acidades ou tendências a dominar$ ou não$ certas t/cnicas$ mas tamb/m essa
construção social acaba #or definir tamb/m as e1#ectativas e vontades comuns de
#essoas do mesmo se1o$ no sentido de direcionar as a#tid,es #r3ticas) Se!undo
Bourdieu @%&'<
46trav/s das es#eranças sub+etivas .ue elas im#,e$ as 7e1#ectativascoletivas7$ #ositivas ou ne!ativas$ tendem a se inscrever nos cor#os sobforma de dis#osiç,es #ermanentes) 6ssim$ se!undo a lei universal de
a+ustamento das es#eranças :s o#ortunidades$ das as#iraç,es :s #ossibilidades$ a e1#eriência #rolon!ada e invisivelmente mutilada de ummundo se1uado de cima a bai1o tende a fazer desa#arecer$desencora+ando-a$ a #r"#ria inclinação a realizar atos .ue não sãoes#erados das muleres - mesmo sem estes les serem recusados)4
;or isso$ a.ui consideramos uma dimensão estrutural das escolas #or
atividades #rofissionais$ +3 .ue estas em #arte são direcionadas conforme a divisãose1ual do trabalo$ no nosso caso es#ec5fico$ das muleres .ue dificilmente escolem
a!ir #rofissionalmente como mec2nicas$ e a.uelas .ue escolem$ #rovavelmente
enfrentam al!um ti#o de resistência tanto #or #arte da sociedade a sua volta$ .uanto
de suas #r"#rias constituiç,es cor#orais e de habius. embrando .ue$ essas
construç,es e dis#osiç,es do habitus estão e1tremamente relacionadas com as
condiç,es ob+etivas #ostas #ara os a!entes$ estas condiç,es acabam #or construir
co!nitivamente nestes$ estruturas semiconscientes .ue condicionam suas aç,es e suas
cor#oreidades) @B*UD0=U$ %&&(
Simone de Beauvoir$ em sua obra * Se!undo Se1o$ tamb/m #rocurou
demonstrar a naturalização da divisão se1ual$ #ontuando um ar!umento bastante
interessante #ara o #resente #ro+eto$ .uando demonstra o cor#o da muler como cor#o
.ue #ossui si!nificado$ / constru5do e situado socialmente) >ue o biol"!ico s" #ode
a#arecer e se desenvolver em meio social$ #ortanto / inevit3vel #erceber as
construç,es dos cor#os femininos e masculinos de forma diferente) Se!undo ela
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4* cor#o da muler / um dos elementos essenciais da situação .ue elaocu#a neste mundo) 8as não / ele tam#ouco .ue basta #ara a definir) =les" tem realidade vivida en.uanto assumido #ela consciência atrav/s das
aç,es e no seio de uma sociedade4 @B=6UJ*0$ %&&E
Dessa maneira$ o !rande debate a certa da teoria do conecimento / a
o#osição entre ca#acidades inatas e ad.uiridas$ no sentido .ue 4biolo!izar4 a divisão
dos cor#os entre masculinos e femininos e suas ca#acidades cor#orais e f5sicas$ não /
nada al/m de definir ca#acidades inatas #ara cada um dos se1os) 6 teoria da
4educação da atenção4 @0G*D$ %&'&$ como um modo de a#render a desenvolver
novas abilidades a #artir do en!a+amento #r3tico e da t/cnica$ sur!e como cr5tica a
esta o#osição entre ca#acidades inatas9ad.uiridas$ corroborando com as teorias
analisadas at/ a!ora de .ue as t/cnicas cor#orais são formas de constituição e
desenvolvimento dos cor#os$ indissoci3veis do meio social e nunca dadas
#reviamente$ ou fi1adas)
;or fim$ observar o desenvolvimento de abilidades em muleres nos
conte1tos de ensino t/cnico$ #elo vi/s da educação da atenção$ si!nificaria elevar a
im#ort2ncia da #r3tica e das t/cnicas nos flu1os de desenvolvimento destas)
Conse.uentemente$ seria uma an3lise da abertura do le.ue de o#ortunidades de
atuação cor#oral #ara estas muleres)
2% ronograma
%&'( 8arç
o
6bri
l
8aio Kun
o
Kulo 6!osto Setembro *utubr
o
ovembro
eituras N N N N N
*rientaçã
o
N N N N N N N N
Cam#o N N N N N
=scrita N N N N N
Defesa N
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033045IA! 6I67I'809IA!
B=6UJ*0$ Simone de) ' !egundo !eo% ( $) %O ed) io de Kaneiro< ovaFronteira$ %&&E)
B*UD0=U$ ;ierre) A ;ominação ,asculina% io de Kaneiro< BestBolso$ %&')
PPPPPPPPPPPPPPPP) ' onhecimento pelo corpo% 0n< 8editaç,es ;ascalianas) iode Kaneiro< Bertrand Brasil$ %&&I)
PPPPPPPPPPPPPPPP) 's *erdeiros: os estudantes e a cultura% Florian"#olis< =d) daUFSC$ %&')
PPPPPPPPPPPPPPPP) ' Poder !imb#lico% io de Kaneiro< Bertrand Brasil$ %&&()
PPPPPPPPPPPPPPPP) ' !enso Pr