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  • 8/18/2019 Projeto Bourdieu e Educação

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  • 8/18/2019 Projeto Bourdieu e Educação

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    $% Introdução

    * #resente #ro+eto #ro#,e uma etno!rafia das muleres .ue estão #artici#ando

    de cursos t/cnicos no 0nstituto Federal de Santa Catarina - 0FSC em Florian"#olis$

    com o ob+etivo de acom#anar essas muleres ao desenvolverem abilidades nos

    cursos com #resença mais e1#ressiva de omens$ como #or e1em#lo$ cursos de

    conserto automotivo e mec2nica) Basicamente$ o trabalo consistir3 em #erceber estes

    4cor#os femininos4 - constru5dos socialmente e #ontuados com certas diferenças do

    .ue conecemos como 4cor#os masculinos4 - em desenvolvimento de novas

    abilidades em cam#os .ue !eralmente são considerados como serviços feitos #or 

    omens$ ou se+a$ de #rofiss,es não comumente ocu#ados #or muleres)

    6 #rimeira #arte da #es.uisa #ossui o ob+etivo de #erceber como estes cor#os

    são constru5dos socialmente$ e identificados$ em uma o#osição entre 7feminino7 e

    7masculino7) 8uitas vezes$ este binarismo acaba #or não #ermitir uma com#reensão

    mais aberta das #ossibilidades cor#orais de omens e muleres$ como se ouvessem

    certas atividades f5sicas9cor#orais #r/-definidas #ara cada 4ti#o cor#oral4) 0sto

    tamb/m est3 relacionado com a #robabilidade de escola de omens e muleres #ara

    certos ti#os de #rofiss,es .ue e1i!em abilidades cor#orais$ condicionando esta

    escola a #artir e atrav/s do cor#o)

    8inas duas i#"teses de trabalo são .ue as dis#osiç,es de habitus

    confi!uram os cor#os femininos$ tanto fisicamente$ .uanto de forma a influenciar as

    escolas #rofissionais .ue e1i!em abilidades f5sicas9cor#orais$ e .ue 3 um

    desenvolvimento de abilidades .uando cor#os femininos estão inseridos em

    conte1tos de ensino t/cnico considerados masculinos) * #rinci#al #onto de #artida /

    de .ue o cor#o não / anterior : t/cnica e tam#ouco dissociado da realidade social$

     #ortanto est3 sem#re em desenvolvimento e transformação)Desta maneira$ #ara efetuar esta #es.uisa$ serão tanto mobilizadas as

    cate!orias de habitus e héxis corporal, .uanto as cate!orias de t/cnica e educação da

    atenção$ durante o acom#anamento das muleres dentro dos cursos t/cnicos)

    ;rinci#almente$ #or acreditar .ue estas cate!orias são im#ortantes #ara a com#reensão

    do desenvolvimento de novas abilidades$ .ue si!nifica$ concomitantemente$

    diversas mudanças cor#orais$ com#ortamentais e t/cnicas)

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    &% 'bjeti(os

    Geral<

    6com#anar a educação t/cnica de muleres e analisar como se d3 o

    desenvolvimento de novas abilidades em cor#os femininos inseridos em cursos

    t/cnicos no 0nstituto Federal de Santa Catarina$ em Florian"#olis)

    =s#ec5ficos<

    - Com#reender como / a construção social e diferenciação dos cor#os entre femininos

    e masculinos e como isso reflete nas dis#osiç,es #ara atividades f5sicas9cor#orais)- 0dentificar se 3 ou não desenvolvimento de novas abilidades em cor#os femininos

    inseridos em cursos t/cnicos de conserto automotivo e mec2nica)

    - ;erceber .uais são os cor#os feitos nestes cursos t/cnicos e .uais são as abilidades

    desenvolvidas)

    - 6com#anar as dis#osiç,es e #ossibilidades #ara cor#os femininos constru5dos no

    ensino t/cnico)

    )% *ip#teses

    - 6s dis#osiç,es de habitus  confi!uram os cor#os femininos$ tanto fisicamente$

    .uanto de forma a influenciar as escolas #rofissionais .ue e1i!em abilidades

    f5sicas9cor#orais)

    - H3 um desenvolvimento de abilidades .uando cor#os femininos estão inseridos em

    conte1tos de ensino t/cnico considerados masculinos)

    +% ,étodo

    >uanto ao m/todo do #resente trabalo$ a escola da etno!rafia somada ao

    en!a+amento #r3tico com as atividades dos cursos t/cnicos$ #ro#,e uma com#reensão

    mais es#ec5fica .uanto ao desenvolvimento de abilidades e a#ro1imação dos su+eitos

    .ue tamb/m estarão as desenvolvendo atrav/s da t/cnica) ?im 0n!old @%&'A / um

    autor .ue #ro#,e uma etno!rafia mais en!a+ada$ a .ual talvez tra!a uma maior 

    si!nific2ncia #ara o conceito de observação #artici#ante$ a #artir da .ual #odemos at/

    considerar uma 7#artici#ação observante7) @6C>U6?$ %&&%

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    =sta forma de etno!rafia si!nifica estar #resente nas atividades observadas

    como al!u/m .ue tamb/m se e1#,e :.uela #r3tica$ #or/m reitero .ue$ ainda assim$ o

    lu!ar da #es.uisadora não ser3 e1atamente o lu!ar do nativo durante a observação$

    sem#re aver3 um distanciamento inevit3vel e tamb/m um lu!ar de fala #or #arte

    desta$ at/ #or.ue #ossui um #a#el na interação #es.uisadora9#es.uisado e est3

    vivendo a e1#eriência de diferentes maneiras$ tamb/m #autada #or diferentes

    condicionamentos e ob+etivos)

    ;ara a discussão dos conceitos mobilizados na #resente #es.uisa$ serão

    utilizados levantamento biblio!r3fico e com#aração de autores$ .ue #osteriormente

    au1iliarão na com#reensão do material levantado durante o trabalo de cam#o)

    % .ustificati(a

    6credito .ue se+a bastante #ertinente #es.uisar e estudar o desenvolvimento

    de novas abilidades em muleres adultas$ #rinci#almente #or não ser comum a

    com#reensão de .ue #essoas com uma certa idade ainda #ossuem a #ossibilidade de

    a#render e desenvolver novos conecimentos$ +3 .ue o comumente aceito / de .ue na

    inf2ncia nos desenvolvemos como #redestinado #or nossa 4natureza4$ e .ue nos

    tornamos seres 4com#letos4 .uando adultos) >uando$ na verdade$ o nosso cor#o e

    nossas ca#acidades são constru5das conforme vivemos no mundo e vivemos em

    sociedade)

    Se!undo Simone de Beauvoir @%&&E$ 4 @))) sendo o cor#o o instrumento de

    nosso dom5nio do mundo$ este se a#resenta de modo inteiramente diferente se!undo

    se+a a#reendido de uma maneira ou de outra4$ #ortanto um trabalo como este

     #ro#orcionaria #resenciar esta a#reensão do cor#o a #artir do desenvolvimento de

    novas abilidades$ .ue #or sua vez$ são desenvolvidas atrav/s do a#rendizado de uma

    nova t/cnica$ lembrando .ue o cor#o não e1iste antes da t/cnica$ mas se faz a #artir 

    dela$ se forma e se transforma) @86USS$ %&&A

    =sta #es.uisa seria bastante #ertinente #or mostrar$ +ustamente$ esta

    reconstrução de cor#os constitu5dos como femininos$ de certa maneira im#edidos de

    desenvolverem abilidades consideradas como masculinas$ #rinci#almente #or 

    acom#anar um 7etos7 entendido como o 4de omem4 - e este abarca #rofiss,es$

    atividades$ !ostos - e tamb/m #ossui o efeito colateral de constituir o habitus  das

    muleres na nossa sociedade) @B*UD0=U$ %&' =ste habitus, .ue não / fi1o e .ue

    na verdade #ossui um n5vel de a!ência individual$ mesmo .ue trans#assada #elas

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    estruturas sociais$ modifica-se nestes es#aços da dial/tica mudança social$ no caso$

    em lu!ares .ue muleres desafiam tendências #ara desenvolverem abilidades

    t/cnicas em meios considerados masculinos)

    6l/m disso$ #or considerar a transmissão de conecimento da maneira

    convencional$ acabamos #or cair na armadila de .ue o conecimento / trans#ortado

    de uma #essoa a outra$ no caso$ como se e1istisse uma f"rmula #ronta de

    re#resentaç,es e conecimentos femininos transmitidos de muler #ara muler e .ue

    ao #assar dos anos$ na forma adulta$ esse conecimento se cristaliza) ;or isso$ este

    trabalo / im#ortante #ara demonstrar .ue atrav/s de uma educação da atenção$ as

    abilidades são desenvolvidas de forma não est3tica$ mas sim de maiores

     #ossibilidades #ara os cor#os) Como considera ac.uant @%&&%< 4não tratar o cor#o

    socializado como ob+eto$ mas sim como ca#az de !erar e criar$ #ortador de

    7conecimento cin/tico7 e dotado de #otencia estruturante4)

    =nfim$ torna-se #ertinente com#reender a 7educação da atenção7 como

    desenvolvimento de abilidades$ e de .ue maneiras essas abilidades funcionam

    como formas de emanci#ar muleres adultas dos determinados conte1tos constru5dos

    como femininos e acaba #or constituir novas ambiç,es e novas confi!uraç,es de seus

    habitus) @B*UD0=U$ %&' 6ssim$ desconstr"i-se a ideia de transmissão de

    informação e conecimento$ #ara a construção da ideia de desenvolvimento de

    e1#eriências #ara se abitar lu!ares e ambientes) @0G*D$ %&'&

    ;ara este trabalo$ foram escolidos os cursos t/cnicos de conserto automotivo

    e de mec2nica$ #rinci#almente #or buscarem o desenvolvimento de abilidades .ue

    não são consideradas femininas #ela nossa sociedade$ #ois o interessante / #erceber 

    como as muleres lidam com a#rendizados #ouco convencionais em seus conte1tos

    di3rios$ mas .ue mesmo assim a#resentam conecimentos e abilidades .ue serão

    colocados em #r3tica no dia-a-dia destas muleres$ #ercebendo ser este um caso onde

    o habitus em constituição tamb/m #assa a estruturar dentro de estruturas estruturadas$

     #or/m #ermissivas9estruturantes$ ou se+a$ em constante cum#licidade ontol"!ica)

    @B*UD0=U$ %&&(

    /% 0e(isão 1e#rica

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    8arcel 8auss @%&&A / um dos #rimeiros autores a mobilizar o conceito de

    habitus, recorrendo a ideia aristot/lica de hexis, ou se+a$ razão #r3tica$ #ara tentar 

    e1#licar certas ca#acidades t/cnicas e cor#orais como coisas ad.uiridas e constru5das

    ao lon!o do tem#o$ contra#ondo-se ao senso comum de .ue estas ca#acidades são

    dados naturais$ #r/-dis#ostos e #redestinados) 6 #artir de então$ Bourdieu @%&&E

     #rocura trabalar suas teorias e #es.uisas com base na cate!oria de habitus$ .ue

    se!undo ele re#resenta$ basicamente$ um conecimento ad.uirido$ uma dis#osição

    incor#orada - .uase de maneira #ostural - de um a!ente em ação)

    6s t/cnicas cor#orais tamb/m são constru5das e desenvolvidas e não e1iste um

    4nascer sabendo4 de .ual.uer uma delas$ elas são ferramentas do ser umano e são

    indissoci3veis de seu meio social) 6l/m disso$ se!undo o autor o cor#o não e1iste

    antes da t/cnica$ mas sim se faz a #artir dela e durante ela$ tanto se formando .uanto

    se transformando) 6ssim$ #ercebo a im#ort2ncia de trabalar esse transformar de

    cor#os constru5dos socialmente durante a realização t/cnica) @86USS$ %&&A

    ;ortanto$ assim como 8auss$ Bourdieu tamb/m defende a ideia do cor#o

    socializado$ .ue carre!a em si as re!ras da estrutura$ mas .ue tamb/m a!e sobre ela

    atrav/s de seu habitus$ ou se+a$ a!e em e com#reende seu mundo atrav/s de suas

    dis#osiç,es cor#orais) ;ercebemos .ue com isso$ nossas com#reens,es do .ue são

    cor#os e constituiç,es tanto femininas$ .uanto masculinas$ fazem #arte dessas

    construç,es sociais e devem muito ao .ue foi estruturado ao lon!o do tem#o em nossa

    sociedades<

    46s in+unç,es sociais mais s/rias se diri!em ao cor#o e não ao intelecto$ o #rimeiro tratado como um 4rascuno4) * essencial da a#rendiza!em damasculinidade e da feminilidade tende a inscrever a diferença entre osse1os nos cor#os @sobretudo #or meio do vestu3rio$ sob a forma de

    maneiras de andar$ de falar$ de se com#ortar$ de diri!ir o olar$ de sentar-se

    etc)4 @B*UD0=U$ %&&I

    Se!undo Simone de Beauvoir @%&&E$ o cor#o da muler / um dos #rinci#ais

    elementos da situação em .ue ela ocu#a no mundo$ #or/m / im#rescind5vel

    considerar .ue este mesmo s" #ossui sentido e e1istência dentro de uma sociedade$

     #ontuado$ #or tanto$ #or suas re!ras e constituiç,es) Decorrendo disso$ o nosso cor#o

    / carre!ado de si!nificados .ue atrav/s deles a!em sobre a materialidade do mundo$

    de forma não est3tica e fi1a$ mas em constante desenvolvimento$ 4se o cor#o não /

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    uma coisa$ / uma situação< / a nossa tomada de #osse do mundo e o esboço de nossos

     #ro+etos4) @B=6UJ*0$ %&&E

    Kustamente #or isso$ a relação entre o a#rendizado atrav/s do cor#o e a

    consciência .ue este cor#o / situado$ / bastante im#ortante #ara com#reendermos o

    desenvolvimento de abilidades t/cnicas) Se!undo 0n!old @%&'($ Lnosso

    conecimento consiste$ em #rimeiro lu!ar$ em abilidades$ e .ue todo ser umano /

    um centro de #erce#ç,es e a!ência em um cam#o de #r3ticaM) o caso do #resente

    trabalo$ faz-se #ertinente com#reender essas abilidades contra#ondo-as com a

    construção dos cor#os femininos e cor#os masculinos)

    Um dos #rimeiros desafios .ue terei na e1ecução deste #ro+eto ser3 e1#licar 

    .uais são os meus #ressu#ostos .uando falo sobre cor#os femininos e masculinos e

     #rofiss,es @ou atividades femininas e masculinas) =1#licar$ mas tamb/m$ demonstrar 

    com bastante clareza .ue o meu trabalo +3 su#or3 .ue estas cate!orias são

    construç,es sociais$ bin3rias e não tão fi/is a realidade - ainda mais na nossa

    sociedade atual - #or/m conse!ue e1em#lificar muitas coisas .ue #ersistem .uanto :s

    construç,es dos nossos cor#os e #a#/is sociais)

    ;ara isso$ utilizarei a !enealo!ia sobre o 7feminino7 e o 7masculino7 .ue ;ierre

    Bourdieu faz em sua obra 46 Dominação 8asculina4) Se!undo ele<

    4on!e de as necessidades da re#rodução biol"!ica determinarem aor!anização simb"lica da divisão se1ual do trabalo e$ #ro!ressivamente$

    de toda a ordem natural e se1ual$ / uma construção arbitr3ria do biol"!ico$e #articularmente do cor#o$ masculino e feminino$ de seus usos e de suasfunç,es$ sobretudo na re#rodução biol"!ica$ .ue d3 um fundamentoa#arentemente natural : visão androcêntrica da divisão de trabalo se1ual eda divisão se1ual do trabalo e$ a #artir da5$ de todo o cosmos) 6 força #articular da sociodiceia masculina le vem do fato de ela acumular e

    condensar duas o#eraç,es< ela legitima uma relação de dominaçãoinscrevendo-a em uma natureza biológica que é, por sua vez, ela própria,

    uma construção social naturalizada." @B*UD0=U$ %&'

    6ssim$ ele afasta do biol"!ico a ar!umentação do #or.uê das tarefas serem

    divididas entre omens e muleres$ demonstrando .ue esta divisão$ tanto de cor#os$

    .uanto de trabalo$ / uma construção social naturalizada) ;or ser assim$ ela ainda se

    faz #resente nas nossas relaç,es e e1#licaria$ #or e1em#lo$ a razão do ar!umento de

    .ue muleres não #odem consertar carros #or serem delicadas$ #or seus cor#os serem

    fr3!eis$ etc)

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     este sentido$ não são a#enas re#resentaç,es .ue distin!uem os se1os$ mas

    tamb/m modificaç,es cor#orais duradouras conse.uentes de uma criação social

    es#ec5fica #ara muleres em contra#artida aos omens) =sta construção dos cor#os /

    tão #rofunda$ #ois +ustamente se faz na #r3tica do dia a dia$ refletindo nas abilidades

    de cada ser umano e nas suas e1#eriências sensoriais) @B*UD0=U$ %&'

    6l/m disso$ não são s" as condiç,es cor#orais ob+etivas .ue definem certas

    ca#acidades ou tendências a dominar$ ou não$ certas t/cnicas$ mas tamb/m essa

    construção social acaba #or definir tamb/m as e1#ectativas e vontades comuns de

     #essoas do mesmo se1o$ no sentido de direcionar as a#tid,es #r3ticas) Se!undo

    Bourdieu @%&'<

    46trav/s das es#eranças sub+etivas .ue elas im#,e$ as 7e1#ectativascoletivas7$ #ositivas ou ne!ativas$ tendem a se inscrever nos cor#os sobforma de dis#osiç,es #ermanentes) 6ssim$ se!undo a lei universal de

    a+ustamento das es#eranças :s o#ortunidades$ das as#iraç,es :s #ossibilidades$ a e1#eriência #rolon!ada e invisivelmente mutilada de ummundo se1uado de cima a bai1o tende a fazer desa#arecer$desencora+ando-a$ a #r"#ria inclinação a realizar atos .ue não sãoes#erados das muleres - mesmo sem estes les serem recusados)4

    ;or isso$ a.ui consideramos uma dimensão estrutural das escolas #or 

    atividades #rofissionais$ +3 .ue estas em #arte são direcionadas conforme a divisãose1ual do trabalo$ no nosso caso es#ec5fico$ das muleres .ue dificilmente escolem

    a!ir #rofissionalmente como mec2nicas$ e a.uelas .ue escolem$ #rovavelmente

    enfrentam al!um ti#o de resistência tanto #or #arte da sociedade a sua volta$ .uanto

    de suas #r"#rias constituiç,es cor#orais e de habius. embrando .ue$ essas

    construç,es e dis#osiç,es do habitus  estão e1tremamente relacionadas com as

    condiç,es ob+etivas #ostas #ara os a!entes$ estas condiç,es acabam #or construir 

    co!nitivamente nestes$ estruturas semiconscientes .ue condicionam suas aç,es e suas

    cor#oreidades) @B*UD0=U$ %&&(

    Simone de Beauvoir$ em sua obra * Se!undo Se1o$ tamb/m #rocurou

    demonstrar a naturalização da divisão se1ual$ #ontuando um ar!umento bastante

    interessante #ara o #resente #ro+eto$ .uando demonstra o cor#o da muler como cor#o

    .ue #ossui si!nificado$ / constru5do e situado socialmente) >ue o biol"!ico s" #ode

    a#arecer e se desenvolver em meio social$ #ortanto / inevit3vel #erceber as

    construç,es dos cor#os femininos e masculinos de forma diferente) Se!undo ela

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    4* cor#o da muler / um dos elementos essenciais da situação .ue elaocu#a neste mundo) 8as não / ele tam#ouco .ue basta #ara a definir) =les" tem realidade vivida en.uanto assumido #ela consciência atrav/s das

    aç,es e no seio de uma sociedade4 @B=6UJ*0$ %&&E

     Dessa maneira$ o !rande debate a certa da teoria do conecimento / a

    o#osição entre ca#acidades inatas e ad.uiridas$ no sentido .ue 4biolo!izar4 a divisão

    dos cor#os entre masculinos e femininos e suas ca#acidades cor#orais e f5sicas$ não /

    nada al/m de definir ca#acidades inatas #ara cada um dos se1os) 6 teoria da

    4educação da atenção4 @0G*D$ %&'&$ como um modo de a#render a desenvolver 

    novas abilidades a #artir do en!a+amento #r3tico e da t/cnica$ sur!e como cr5tica a

    esta o#osição entre ca#acidades inatas9ad.uiridas$ corroborando com as teorias

    analisadas at/ a!ora de .ue as t/cnicas cor#orais são formas de constituição e

    desenvolvimento dos cor#os$ indissoci3veis do meio social e nunca dadas

     #reviamente$ ou fi1adas)

    ;or fim$ observar o desenvolvimento de abilidades em muleres nos

    conte1tos de ensino t/cnico$ #elo vi/s da educação da atenção$ si!nificaria elevar a

    im#ort2ncia da #r3tica e das t/cnicas nos flu1os de desenvolvimento destas)

    Conse.uentemente$ seria uma an3lise da abertura do le.ue de o#ortunidades de

    atuação cor#oral #ara estas muleres)

    2% ronograma

    %&'( 8arç

    o

    6bri

    l

    8aio Kun

    o

    Kulo 6!osto Setembro *utubr  

    o

     ovembro

    eituras N N N N N

    *rientaçã

    o

    N N N N N N N N

    Cam#o N N N N N

    =scrita N N N N N

    Defesa N

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    033045IA! 6I67I'809IA!

    B=6UJ*0$ Simone de) ' !egundo !eo% ( $) %O ed) io de Kaneiro< ovaFronteira$ %&&E)

    B*UD0=U$ ;ierre) A ;ominação ,asculina% io de Kaneiro< BestBolso$ %&')

     PPPPPPPPPPPPPPPP) ' onhecimento pelo corpo% 0n< 8editaç,es ;ascalianas) iode Kaneiro< Bertrand Brasil$ %&&I)

     PPPPPPPPPPPPPPPP) 's *erdeiros: os estudantes e a cultura% Florian"#olis< =d) daUFSC$ %&')

     PPPPPPPPPPPPPPPP) ' Poder !imb#lico% io de Kaneiro< Bertrand Brasil$ %&&()

     PPPPPPPPPPPPPPPP) ' !enso Pr