projeto besafe
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Projeto b safe
Um desafio para o século XXI
Luísa Maria Marques de Sousa Lima
Agrupamento de Escolas Emídio Garcia
Introdução
O projeto besafe surgiu no ano letivo 2013-2014 como uma tentativa de dar
resposta às lacunas evidenciadas pelos alunos ao nível da cidadania digital e, também,
como forma de capitalizar os conhecimentos adquiridos pela docente no curso eSafety
– Bringing esafety into everyday teaching and learning, realizado em 2013 no CPDLab,
em Bruxelas, a convite da DGE.
Sendo a nossa sociedade inquestionavelmente dominada pela informação e pela
tecnologia, é necessário que todos nós, em especial professores e alunos, sejamos
capazes de enfrentar adequadamente os desafios que nos são colocados, os quais
exigem a aquisição de novas competências, bem como uma maior capacidade de
flexibilidade, adaptação e mudança.
É, hoje, impossível dissociar a questão do digital de conceitos como cidadania,
literacia, responsabilidade e segurança. A tecnologia influencia não só a forma como
aprendemos e trabalhamos, mas também os nossos momentos de lazer e o modo
como nos relacionamos em sociedade. Todavia, é necessário saber usar a tecnologia
evitando os perigos que daí podem advir: excesso de informação e informação pouco
fidedigna, uso inapropriado das ferramentas digitais, excesso de exposição pessoal,
falta de privacidade e falta de segurança, entre outros.
A mudança de paradigma na educação faz-se lentamente; professores e alunos
veem os seus papéis alterados, com o ensino a ser muito mais participativo, interativo
e partilhado. É necessário, porém, refletir sobre a lentidão com que esse percurso é
feito e sobre as dificuldades com as quais professores e alunos ainda se debatem.
Parece-nos imperioso que a escola se assuma definitivamente como o lugar onde as
competências digitais são transmitidas, onde se formam cidadãos plenos, capazes de
serem bem-sucedidos neste século XXI. Sabemos, no entanto, que nem sempre os
alunos se interessam por aquilo que o professor diz, sobretudo quando se trata de algo
ligado à tecnologia, ou porque não reconhecem no professor autoridade suficiente na
matéria, ou porque, ao aprenderem conceitos de forma isolada e teórica, em breve os
esquecem ou consideram irrelevantes. Enquanto as questões da cidadania digital e das
competências digitais não forem, efetivamente, transversais ao currículo, com todos
os professores a mostrarem e exigirem conhecimentos nesta área, pouco se
conseguirá.
O projeto besafe
Os primeiros passos foram dados ainda no decorrer do ano letivo 2010-2011 com
uma série de workshops organizados pela professora sobre os temas “Como fazer uma
apresentação”, “O que é o plágio” e “Como pesquisar na Internet”. Procurava-se
relembrar uma série de conceitos anteriormente aprendidos na disciplina de TIC e
preparar os alunos para os trabalhos que deveriam apresentar no âmbito da disciplina
de Inglês e outras. Os materiais elaborados na altura foram, futuramente, reciclados e
atualizados e, ainda hoje, são utilizados em workshops junto dos alunos.
Foi, no entanto, em 2013 que o projeto se afirmou. A ideia era levar os alunos a
formarem-se a si mesmos e, posteriormente, a formarem os seus pares. Duas turmas
de alunos do 10º ano trabalharam, no âmbito da disciplina de Inglês e da unidade
temática “Technology”, várias questões ligadas à cidadania e segurança digitais,
fazendo todo um trabalho de pesquisa, seleção de informação e elaboração de uma
apresentação sobre os temas selecionados.
Um grupo elaborou um questionário que foi respondido por um grupo alargado de
alunos do ensino secundário e que visava descobrir os hábitos online desses jovens e
daí retirar algumas conclusões. Os resultados foram apresentados através de um
infográfico criado online.
Os restantes grupos elaboraram trabalhos subordinados aos seguintes temas:
competências digitais, excesso de informação e técnicas de pesquisa, plágio e direitos
de autor, redes sociais, pegada digital e privacidade online, cyberbullying e sexting.
Após uma apresentação dos trabalhos em contexto de sala de aula e para avaliação da
disciplina, houve uma sessão pública onde estes alunos apresentaram os seus
trabalhos aos alunos de 9º ano e alguns professores, iniciando-se, assim, um processo
de peer tutoring que se pretende aprofundar.
Os trabalhos foram ainda expostos na escola, enviados para a SeguraNet para o
registo de atividades no âmbito da semana da Internet Segura e, ainda publicados no
Slideshare de modo a divulgar a atividade e a informação.
Nesse mesmo ano letivo e aproveitando muita da informação recolhida aquando da
elaboração dos trabalhos, foi feita uma sessão para algumas turmas de 6º ano da
Escola Básica Paulo Quintela, pertencente ao agrupamento.
Ao longo do ano letivo de 2015-2016 o projeto continuou dentro dos mesmos
moldes: os alunos elaboraram inquéritos e trabalhos, fizeram debates e produziram
vídeos e cartazes, os quais foram expostos na escola. Todas as atividades foram
registadas, novamente, na SeguraNet.
Parece-nos importante referir que, através de todas as atividades atrás elencadas,
se procurou levar os alunos a adquirir e por em prática competências digitais
importantes para o seu sucesso como alunos e a conhecer outras que serão
necessárias ao seu bom desempenho profissional e a uma vivência plena na sociedade
digital.
Vantagens e limitações do projeto
O balanço foi, naturalmente, positivo, mas há que reconhecer que o número de
alunos envolvidos é, ainda, muito reduzido. Quando questionados os docentes do
agrupamento sobre a proficiência digital dos seus alunos as respostas dividem-se. Os
professores menos preparados para lidar com questões tecnológicas revelam a sua
ansiedade e insegurança face a alunos que, na sua opinião, vivem imersos em
tecnologia e, consequentemente, a dominam como os verdadeiros cidadãos digitais de
que Prensky falava. Os professore que se movimentam com maior à-vontade nesta
área são unânimes em considerar que a grande maioria dos jovens são proficientes em
áreas ligadas aos jogos, às redes sociais, publicação online, downloads e utilização
intuitiva das ferramentas digitais que utilizam diariamente. Nota-se, todavia, que as
lacunas ao nível da pesquisa, análise e seleção de informação, elaboração e
apresentação de trabalhos e respeito pelos direitos de autor são, ainda, muitas. Da
mesma forma, os jovens parecem não se preocuparem em assumir uma conduta ética
e segura continuando a utilizar o Tor ou proxys para aceder a sites proibidos nas
escolas ou aos quais as escolas tentam vedar o acesso, envolvendo-se em situações de
cyberbullying ou sexting.
De realçar que continuamos a assistir à proliferação de sites de ódio ou outros,
prejudiciais ao normal desenvolvimento, físico e psicológico, dos alunos e – não me
refiro apenas a sites a favor da anorexia, suicídio ou outras modas passageiras que, a
todo o momento, surgem na web, mas, também, àqueles que, na dark web,
disponibilizam o acesso a espetáculos de violência extrema ou atividades ilegais.
Uma outra situação preocupante prende-se com o aparecimento, em cada vez
maior número, de fotos, vídeos e publicações sobre escolas, colegas e professores nas
redes sociais, o que acaba por denegrir a própria organização. É necessário educar os
alunos e até mesmo os professores para a utilização das redes sociais, informar sobre
o que é ou não legal, tentar encontrar uma forma de melhor controlar as publicações
que envolvem a organização e os seus membros, regulamentar e, se necessário,
sancionar as infrações às normas de conduta e utilização.
É necessário preparar os alunos para lidar com e evitar estes perigos,
consciencializá-los para a questão da segurança digital e para o quão importante é a
gestão da sua presença /persona online. É essencial que eles entendam que a forma
como se relacionam com os outros online deve obedecer a normas, que a forma como
utilizam os dispositivos móveis na escola tem de ser regulamentada, mas, acima de
tudo, é necessário que eles se envolvam na elaboração destes documentos, na sua
própria formação e na formação dos seus pares e que percebam que a sua
transformação em cidadãos digitais responsáveis é uma atividade conjunta e
partilhada com todos os outros elementos da comunidade educativa, nomeadamente
os professores e a direção da escola, a qual não pode, em momento algum, alhear-se
desta questão.
O próximo passo
Embora o balanço do projeto até ao momento seja francamente positivo, várias
foram as limitações por nós anteriormente elencadas, sendo a principal o limitado
número de alunos e professores envolvidos, o não envolvimento da direção e a
escassa visibilidade das nossas atividades junto dos pais e restantes membros da
comunidade educativa ou da comunidade em geral. Embora haja sempre uma ou outra
palestra organizada pela escola no âmbito da comemoração da semana da Internet
Segura, essas sessões acabam por mobilizar um número reduzido de participantes.
Que fazer, então, para levar a educação digital a todos?
A ERTE/DGE tem vindo a organizar formação para docentes neste âmbito e
disponibiliza material muito pertinente através do site da SeguraNet. Foi, exatamente,
com base numa formação sobre segurança digital que se estruturou um projeto que
pode e deve dar continuação ao projeto besafe e que prevê, para os próximos anos
letivos, várias atividades que envolvem toda a comunidade educativa e que poderão
contribuir para uma melhoria da segurança digital deste agrupamento e uma
consequente atribuição de um selo de segurança digital.
Este projeto organiza-se à volta da ideia de que aquilo que fazemos online cria uma
imagem de nós que pode condicionar o nosso futuro. A forma como utilizamos a
Internet, a informação que partilhamos em blogues, os comentários, tweets, imagens,
vídeos, snapshots, hiperligações, likes, etc., bem como os comentários e reações dos
outros internautas às nossas publicações, geram uma imagem de nós que pode ser
mais ou menos positiva.
A nossa pegada online e a reputação que dela decorre podem influenciar a opinião
dos outros sobre nós e pode, até mesmo, impedir-nos de conseguir o lugar ou o
emprego que desejamos. Assim sendo, o projeto visa consciencializar os alunos para os
riscos existentes e a melhor forma de os evitar ou ultrapassar, bem como alertar os
professores para o papel que devem desempenhar na formação dos novos cidadãos
digitais e, ao mesmo tempo, para a forma de melhorarem a sua própria presença no
ciberespaço.
O projeto desenvolve-se em duas vertentes: uma em sala de aula dando
cumprimento à necessidade de atividades orientadas para a integração curricular na
disciplina e uma outra que se alarga a toda a comunidade escolar com quatro
atividades, uma para alunos, uma para professores e duas que poderão dirigir-se a
ambos, até mesmo aos pais e/ou encarregados de educação. Estas atividades
pretendem abordar questões como o perfil online, o plágio, o cyberbullying e as
relações professor/aluno nas redes sociais – todas elas questões que poderão afetar o
desempenho e a reputação dos envolvidos.
Todas as atividades foram concebidas de modo a contribuírem para o
desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade, do trabalho colaborativo,
bem como de técnicas de pesquisa, comunicação e apresentação.
Atividades no âmbito da integração curricular
Atividade1: Friends on a screen
A partir da leitura de textos e análise de imagens/cartoons os alunos são levados a
refletir sobre a dicotomia amigos reais/amigos virtuais, vantagens, desvantagens e
riscos decorrentes das amizades virtuais. Seguidamente os alunos elaborarão uma
checklist cujo tema será “Are you safe online or were you caught in the net?”. Esta
checklist pode ser utilizada por qualquer pessoa para verificar se está a utilizar as redes
sociais da melhor forma e se sabe como evitar alguns dos riscos anteriormente
elencados pelos alunos.
Atividade2: Skills for the future
Atividade de pesquisa orientada sobre o tema “The digital skills you need for the
21st century”.
Pretende-se que os alunos cheguem a acordo sobre um conjunto de competências
aglutinadoras necessárias ao cidadão do século XXI, as quais poderão ser as
consideradas por Mark Ribble ou outras. Cada grupo trabalhará uma dessas
competências criando cartazes com situações relativas a essa skill sob o lema CERTO
ou ERRADO? Pretende-se levar a comunidade escolar a refletir sobre as situações
apresentadas e suscitar a curiosidade e a vontade de saber o que fazer em cada uma
das situações apresentadas.
Atividades destinadas à comunidade educativa
Das várias atividades apresentadas de seguida há algumas que são direcionadas
apenas a alunos ou a professores, outras destinam-se a pais e restante comunidade
educativa e há, ainda, aquelas que, com ligeiras adaptações, podem ser utilizadas com
diferentes públicos.
Atividade 1: Tens perfil para o sucesso? (Eu na rede)
Palestra / Workshop onde, partindo de exemplos concretos, se levará os alunos a
refletir e discutir várias questões relativas ao seu perfil online, pegada digital e
reputação online. Pretende-se que os alunos reconheçam os perigos da sobre-
exposição pública, conheçam e utilizem as potencialidades das definições de
privacidade ou outras definições, bem como as formas de evitar ou minimizar os riscos
inerentes à utilização de redes sociais.
Os alunos começarão por responder à pergunta “O que é um perfil para o
sucesso?”. De seguida, partindo de publicações reais de alunos nas redes sociais,
blogues, etc. serão discutidos vários temas: o que há na Internet sobre nós e como
saber, o que acontece às publicações apagadas ou como resolver situações
embaraçosas, o que é o facejacking, como melhorar a nossa presença online e como
restaurar a nossa reputação online.
Atividade2: Original ou cópia ilegal? (ou A era do copy – paste – download)
Workshop sobre técnicas de pesquisa, plágio e creditação de fontes. Pretende-se
que os alunos concluam sobre as melhores formas de efetuar uma pesquisa online
através de exemplos práticos e concretos dando-lhes palavras ou conjuntos de
palavras, conceitos, temas, personalidades para pesquisar e mostrando-lhes quais os
resultados obtidos e qual a melhor forma de melhorar esses resultados em termos de
exatidão e fiabilidade.
Relativamente ao plágio, poder-se-á começar por uma atividade utilizando o Padlet
onde se propõe aos alunos que, em pares, definam “plágio”. De seguida, deverão ser
apresentados vários exemplos que evidenciam ou não plágio e devem ser os alunos a
discutir, com orientação do professor, quais os casos de plágio e a razão para assim ser
considerado.
Por fim devem ser distribuídos aos alunos livros, artigos de jornais ou revistas,
artigos online e outras fontes pedindo-se-lhes que façam a respetiva entrada
bibliográfica utilizando a ferramenta que o próprio Word disponibiliza.
A mesma atividade deve ser levada a cabo junto do corpo docente, uma vez que
não se pode esperar que os alunos cumpram o que aprenderam se os seus professores
não forem capazes de exigir, apoiar e atuar em conformidade. Para além de se
relembrarem as questões tratadas na sessão com os alunos, seria feita a apresentação
de algumas ferramentas de deteção de plágio, mostrando, efetivamente como
funcionam e convidando alguns professores a experimentar com textos previamente
selecionados ou elaborados no momento. Por vezes visualizar os resultados de uma
ferramenta desse género (Viper, por exemplo) mostra as potencialidades que ela pode
ter na sala de aula e na mudança de hábitos dos nossos alunos.
Atividade 3: O silêncio nem sempre é de ouro
Esta atividade terá três vertentes. Numa primeira fase será elaborado um inquérito
aos alunos sobre situações de cyberbullying, sexting, facejacking, hate pages. O
tratamento dos dados recolhidos poderá servir de base para uma posterior sessão em
contexto escolar sobre o tema. Ao mesmo tempo os alunos elaborarão cartazes,
vídeos e podcasts sobre o tema, os quais serão expostos na escola e transmitidos pela
rádio ou TV escolar.
O inquérito poderá ser feito em colaboração com os professores TIC da escola,
utilizando ferramentas como o Google Docs, Survey Monkey ou outras que
possibilitem um mais fácil tratamento de dados. Estes dados servirão de base a uma
sessão para professores e, eventualmente, pais e restante comunidade educativa.
Atividade 4: Eu e os meus alunos online: BFF?
Sessão interativa onde serão colocadas várias questões aos professores e a partir
das quais se organizará a discussão em torno da questão “Devem ou não os
professores ser amigos dos alunos nas redes sociais? Vantagens e inconvenientes da
utilização das redes sociais em contexto escolar.”
Pretende-se levar os professores a refletir sobre um conjunto de práticas que se
tornaram comuns, mas que poderão não ser as mais corretas, quando não mesmo
ilegais. Caso a sessão fosse feita em pequeno grupo teria a vantagem de permitir
utilizar um sistema de cartões, Plickers ou qualquer outra ferramenta que permitisse
feedback imediato. Os professores seriam confrontados com diversas situações que
teriam de considerar “Corretas” ou “Incorretas” ou “Já aconteceu”, “Nunca aconteceu”
e a discussão partiria daí.
As situações apresentadas reportar-se-iam a questões relacionadas como envio ou
a aceitação de pedidos de amizade nas redes sociais, publicação de fotos da escola ou
de alunos nas páginas pessoais, publicação de trabalhos de alunos nas redes sociais,
tipo de publicações, comentários, reação perante publicações ou fotos inadequadas de
ou sobre alunos, professores ou a escola, definições de privacidade, utilização dos
Facebook groups e utilização de serviços de geo-localização.
É evidente que este conjunto de atividades não poderá ser levado a cabo sem o
apoio inequívoco da direção da escola e sem que todo um conjunto de outras medidas
sejam tomadas. É essencial que toda a comunidade se envolva na transformação da
escola /agrupamento e um dos motores impulsionadores dessa mudança poderá ser a
obtenção de um selo de segurança digital.
O selo de segurança digital
A obtenção de um selo de segurança digital não pode ser empreendida de ânimo
leve e requer um esforço conjunto de toda a comunidade educativa, bem como a
constituição de uma equipa multidisciplinar composta por elementos da direção,
professores da área das Tecnologias da Informação e Comunicação, nomeadamente o
coordenador TIC, professores com formação na área da segurança digital e
responsáveis das bibliotecas escolares, entre outros.
É necessário atuar em áreas específicas como a segurança técnica - firewall, filtros e
redes diferenciados, proteção de dados e palavras-passe, licenças de software e gestão
informática.
Igualmente importante é a elaboração de documentos orientadores e
regulamentadores como o documento de Políticas de Utilização Aceitável, destinado a
todos os alunos e professores, o qual deve incluir informação precisa relativa à
utilização de equipamento pessoal na escola por parte de professores e alunos,
esclarecer os utilizadores sobre quais as redes que deverão usar e porquê, sobre o que
é ou não permitido na rede da escola e sobre a utilização de telemóveis ou outros
dispositivos móveis na escola ou em contexto de sala de aula.
Para além de orientações e normas, devem constar em algum documento quais os
procedimentos a adotar aquando de incumprimento ou desvios ao estabelecido. É
importante que o professor saiba como agir quando, por exemplo, encontra material
potencialmente ilegal ou conteúdos impróprios em equipamentos da escola ou sobre a
própria escola, quando se apercebe de situações de cyberbullying ou quando há
situações claras de plágio.
Conclusão
A utilização da tecnologia e o acesso à Internet são hoje incontornáveis nas nossas
escolas. São enormes os benefícios que daí podem advir, mas há riscos associados e
uma responsabilidade acrescida.
A escola e os professores enfrentam uma mudança de papéis e o alargamento das
suas funções. Educar para a cidadania digital é uma delas, mas para que tal aconteça,
para que o professor se possa assumir como formador e modelo nesta área cada vez
mais importante, há que formar, em primeiro lugar, o professor e há que incluir a
questão da cidadania digital no projeto educativo da escola, no plano de formação e
no plano de atividades.
Acima de tudo há que promover ações conducentes à melhoria da segurança e da
imagem digitais da instituição que envolvam toda a comunidade educativa e procurar
efetuar a mudança com a participação e apoio de todos os seus membros. Não será
uma tarefa fácil, mas, se bem-sucedida, poderá trazer grandes benefícios ao indivíduo
e às instituições. Esperamos que este projeto possa contribuir para tal.
Referências Hague, C., & Payton, S. (2010). Digital literacy across the curriculum. futurelab.
Prensky, M. (2010). Teaching digital natives. USA: Corwin.
Ribble, M. (s.d.). Nine elements. Obtido em 22 de Novembro de 2015, de Digital Citizenship
- Using technology appropriately: http://www.digitalcitizenship.net/Nine_Elements.html