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1 BACULA: FERRAMENTA DE BACKUP 1 Geana Keilla de Souza Abadia Santiago 2 Raquel Neres Natividade Resumo. Neste trabalho abordaremos uma importante forma de cópia e armazenamento para segurança de dados, o backup. Backup é a cópia de dados de um dispositivo de armazenamento a outro para que possam ser restaurados em caso de perdas dos dados originais. Atualmente existem muitas ferramentas de backups, como Amanda, Areca, Toucan e Bacula. O objetivo deste trabalho se baseia em fazer uma revisão bibliográfica sobre os tipos, técnicas e ferramentas de backup, fazendo-se um detalhamento sobre um destes tipos: o Bacula, e estruturar uma situação mostrando como uma empresa pode utiliza-lo como ferramenta de backup e implementar as políticas de backups necessárias para o seu funcionamento. Será feita uma simulação de backup em uma empresa, abordando o procedimento para uso desta ferramenta. Concluiu-se que formalizar um estudo sobre backup assim como estudar o Bacula em especial, será de grande valia em conteúdo para trabalhos futuros e para administradores de empresas ou usuários, que queiram estudar a melhor forma de se fazer backup. PALAVRAS CHAVES: Backup. Bacula. Ferramentas de backup. Abstrat. In this work we will approach an important form of copy and storage for data locking, backup. Backup is the copy of data of a device of storage to another one so that they can be restored in case of losses of the original data. Currently many tools of backups exist, as Amanda, Areca palm, Toucan and Bacula. The objective of this work if bases on making a bibliographical revision on the types, techniques and tools of backup, becoming a detailing on one of these types: the Bacula, and to structuralize a situation showing as a company can uses it as tool of backup and to implement the necessary politics of backups for its functioning. A simulation of backup in a company will be made, approaching the procedure for use of this tool. One concluded that to legalize a study on backup as well as studying the Bacula in special, will be of great value in content for future works and administrators of companies or users, who want to study the best form of if making backup. KEYWORDS: Backup. Bacula. Tools of backup. 1 Aluna do curso de Segurança da Informação da Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás [email protected] 2 Aluna do curso de Segurança da Informação da Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás [email protected]

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Page 1: Projeto Backup - V5[1]

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BACULA: FERRAMENTA DE BACKUP

1Geana Keilla de Souza Abadia Santiago

2Raquel Neres Natividade

Resumo. Neste trabalho abordaremos uma importante forma de cópia e armazenamento

para segurança de dados, o backup. Backup é a cópia de dados de um dispositivo de

armazenamento a outro para que possam ser restaurados em caso de perdas dos dados

originais. Atualmente existem muitas ferramentas de backups, como Amanda, Areca,

Toucan e Bacula. O objetivo deste trabalho se baseia em fazer uma revisão bibliográfica

sobre os tipos, técnicas e ferramentas de backup, fazendo-se um detalhamento sobre um

destes tipos: o Bacula, e estruturar uma situação mostrando como uma empresa pode

utiliza-lo como ferramenta de backup e implementar as políticas de backups necessárias

para o seu funcionamento. Será feita uma simulação de backup em uma empresa,

abordando o procedimento para uso desta ferramenta. Concluiu-se que formalizar um

estudo sobre backup assim como estudar o Bacula em especial, será de grande valia em

conteúdo para trabalhos futuros e para administradores de empresas ou usuários, que

queiram estudar a melhor forma de se fazer backup.

PALAVRAS CHAVES: Backup. Bacula. Ferramentas de backup.

Abstrat. In this work we will approach an important form of copy and storage for data

locking, backup. Backup is the copy of data of a device of storage to another one so that

they can be restored in case of losses of the original data. Currently many tools of backups

exist, as Amanda, Areca palm, Toucan and Bacula. The objective of this work if bases on

making a bibliographical revision on the types, techniques and tools of backup, becoming

a detailing on one of these types: the Bacula, and to structuralize a situation showing as a

company can uses it as tool of backup and to implement the necessary politics of backups

for its functioning. A simulation of backup in a company will be made, approaching the

procedure for use of this tool. One concluded that to legalize a study on backup as well as

studying the Bacula in special, will be of great value in content for future works and

administrators of companies or users, who want to study the best form of if making backup.

KEYWORDS: Backup. Bacula. Tools of backup.

1 Aluna do curso de Segurança da Informação da Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás –

[email protected] 2 Aluna do curso de Segurança da Informação da Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás –

[email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho abordaremos uma importante forma de cópia e armazenamento para

segurança de dados, o backup. Backup (cópia de segurança) é a cópia de dados de um

dispositivo de armazenamento a outro para que possam ser restaurados em caso de perdas dos

dados originais, em conseqüência de defeitos graves do computador que podem ser causados

por falha de hardware, software e erro humano (TAVEIRA et. all., 2006).

Fazer backup não é apenas importante, é fundamental. O principal objetivo é manter em

segurança e disponíveis, para qualquer eventualidade, todas as informações que julgar

necessárias, para não correr o risco de perder dados importantes (TAVEIRA et. all., 2006).

Atualmente existe uma falta de informação do usuário sobre as melhores práticas e

opções de como fazer backup. Aliado a este fato, a falta de tempo e confiança exagerada nos

equipamentos utilizados aumentam ainda mais o risco de perda de dados. Na maioria dos casos,

arquivos como fotos digitais, planilhas financeiras, documentos da empresa, etc, são perdas

inestimáveis (TECHNET, 2010).

Decidir como fazer backup é mais difícil do que parece. As ferramentas que uma

empresa ou usuário pode escolher para fazer um backup e recuperação do sistema, serão

baseadas em suas necessidades, restrições e nas políticas de backups adotadas pelas empresas.

Existem muitas ferramentas de backups, tais como Amanda, Areca, Toucan, Bacula, etc. O

Bacula é uma das ferramentas de backup mais usadas hoje em dia, utilizadas em grandes

empresas como o SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados. Devido a sua grande

utilização falaremos mais detalhadamente sobre esta ferramenta no decorrer do trabalho

(FARIA, 2010).

O objetivo do presente trabalho se baseia em fazer uma revisão bibliográfica sobre os

tipos e ferramentas de backup. Fazer um detalhamento sobre um tipo específico de ferramenta

open source para backup, o Bacula e estruturar uma situação, mostrando como uma empresa pode

utilizar o Bacula como ferramenta de backup.

2 HISTÓRIA

A cópia de segurança dos dados é um campo que vem desenvolvendo-se muito rápido

atualmente. Novas tendências e soluções aparecem a cada dia e os métodos de backup e as

tecnologias se tornam mais complexas. Vamos observar então a evolução dos dados de backup e

suas mídias de armazenamento (MAXIM, 2010).

Cartões Perfurados: tudo começou em 1951 com a geração da computação digital e o

surgimento do UNIVAC I (Universal Automatic Computer) construído por Mauchly e

Ecker. Para fazer o armazenamento interno dos dados utilizavam-se cartões perfurados.

Os cartões perfurados alcançaram sucesso imediato e se tornou o mais popular meio de

armazenamento de dados, podendo ser considerados como os primeiros dispositivos de

armazenamento para backup.

Fitas Magnéticas: a partir da década de 1960 os cartões perfurados foram sendo

gradualmente substituídos pela fita magnética, que era melhor, mais capaz e mais

eficiente. Grandes e pequenas empresas e até mesmo alguns usuários domésticos

começaram a criar backups em fita. As estratégias de backup começaram a surgir no

início de 1960. Os backups em fita foram os mais difundidos, por causa da confiabilidade,

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escalabilidade e baixo custo. Todas essas vantagens fazem com que o backup em fita seja

uma solução atraente até hoje.

Discos Rígidos: foi lançado em 1956 o primeiro disco rígido IBM 305 RAMAC pela

empresa IBM. Ao longo dos anos, a tecnologia HD foi melhorando rapidamente. Em

1982, a Hitachi lançou a primeira unidade de HD com mais de 1 GB de armazenamento.

Em meados de 1983, essa tecnologia passou a fazer parte também dos computadores

pessoais com a introdução do IBM PC XT. Na década de 1960 e 1970 unidades de disco

rígido não eram apropriadas para backups por causa de seu alto preço e de baixa

capacidade. No entanto, já em meados de 1980 os discos rígidos já poderiam ser

considerados locais de armazenamentos para fazer backups. No início de 1990 eles se

tornaram uma alternativa real para backups. Um evento mais importante foi à introdução

do RAID (redundant array of independent disks) tecnologia que surgiu no início de 1990.

Este esquema de armazenamento de dados usa múltiplos discos rígidos para compartilhar

ou replicar dados entre eles. Armazenamento de dados em discos rígidos tornou-se uma

solução atrativa e acessível devido a essas melhorias.

Disquetes: em 1969 o primeiro disco flexível foi introduzido. Foi um disco só de leitura

de 8 polegadas e sua capacidade de armazenamento era de 80KB. Quatro anos depois, em

1973, um disco flexível similar com o mesmo tamanho poderia armazenar 256KB de

dados, e era regravável. Desde então, a tendência tem sido a mesma quanto menor o

disquete maior a capacidade de armazenamento de dados. No final de 1990 você podia

facilmente armazenar 250 MB de dados em um disquete de 3 polegadas. Os disquetes

foram considerados meios revolucionários para transportar dados de um computador para

outro. Eles não podiam armazenar tantos dados como os discos rígidos, mas sendo muito

mais barato e mais flexível, tornou-se muito difundido. É claro que esta tendência afetou a

esfera de backup. Os disquetes tornaram-se comuns e eram cada vez mais usados para

movimentar pequenas quantidades de dados ao redor, começaram então a ser amplamente

utilizados para fins de backup. O backup de disquetes não era tão amplo como backup em

fita, mas esses discos eram mais baratos e mais flexíveis e rapidamente se tornaram um

dos meios mais comuns de backup entre usuários domésticos e de pequenas empresas.

CD e DVD: embora os disquetes tenham sido uma evolução para os usuários domésticos

e de pequenas empresas que precisavam fazer backups, esses disquetes possuíam uma

capacidade relativamente baixa de armazenamento. Este problema foi resolvido com a

introdução da próxima geração de mídia de armazenamento: CD. O Compact Disc,

inventado pela Philips e pela Sony em 1979, chegou ao mercado no final de 1982 na Ásia

e no início do ano seguinte apareceu em outros mercados. Desenvolvidos também pela

Philips e Sony, em junho de 1985, foi introduzido o CD-ROM (memória somente de

leitura) e em 1990 o CD-R. No início de 1990 os CD-Rs não eram comumente usados

para backups, por causa dos custos elevados. Mas depois, quando a unidade de CD-ROM

tornou-se um dispositivo usual para praticamente todos os computadores, os preços para

esses discos compactos caíram, e o backup em CD se tornou muito popular e difundido.

Os CDs praticamente acabaram com os disquetes no início do novo milênio. A introdução

do DVD, com cerca de 4GB de capacidade após 1995 só reforçou essa tendência.

Pen Drive: o pen drive foi inventado em 1998, foi uma novidade para o mundo de backup

de dados, e continua sendo muito popular. Essas memórias armazenam mais dados do que

um tradicional disquete de 3,5 polegadas, e também podem conter mais dados do que um

CD-ROM. Considerando o tamanho, potência e custo-efetividade dessas unidades, não é

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de admirar que elas estejam se tornando uma força poderosa no mercado de backup de

dados.

Discos Blu-ray e HD-DVD: são sem dúvidas a nova geração de mídia de backup. Os

discos Blu-ray da Sony e o HD-DVD da Toshiba são o próximo passo para uma maior

redução do custo de mídia removível com grande capacidade de armazenamento e com

um ganho no crescimento e na melhoria da usabilidade. Eles apareceram no mercado em

2006 e já são considerados como promissores dispositivos para backup de dados.

Redes Locais: o desenvolvimento da cópia de segurança está intimamente ligado à

evolução das tecnologias de rede e Internet. Com as redes locais surgiram o backup

remoto e tornou-se possível que outros computadores conectassem ao seu. As primeiras

LANs (Local Area Networks) foram criadas no final de 1970 e usadas para fornecer as

ligações de alta velocidade entre grandes computadores centrais em um site. O surgimento

da tecnologia LAN foi à tendência mais significativa do final dos anos 1980 e início de

1990 em sistemas de armazenamento e também influenciou muito a esfera de backup.

File Transfer Protocol (FTP): o FTP apareceu em 1985. Ele conecta dois computadores

através da Internet para que os usuários possam transferir arquivos de uma máquina para

outra e executar comandos remotamente. Especificamente, o FTP é um protocolo

comumente usado para troca de arquivos em qualquer rede que suporte o protocolo TCP /

IP. Ele permite aos usuários transferir cópias de reserva de dados entre computadores

facilmente.

Network Attached Storage (NAS): surgiu em meados da década de 1980, projetada para

ser ligada à rede de dados tradicional. Desde a introdução do conceito de dispositivo NAS

para o mercado em 1992, a tecnologia foi amplamente aceita, e muitos fabricantes de

armazenamento principal adicionou dispositivos NAS para suas ofertas de produtos,

incluindo várias opções de backup.

Storage Area Network (SAN): é uma rede projetada para conectar dispositivos de

armazenamento do computador, tais como controladores de disco matriz e bibliotecas de

fitas para os servidores. Ela permite que uma máquina possa se conectar na rede a alvos

remotos como discos e drives. A SAN pode servir aos propósitos de backup. Ela oferece

alta velocidade e é uma excelente solução de backup para grandes empresas.

World Wide Web: A Internet foi o resultado de um pensamento visionário na década de

1960 que viu um grande valor potencial para que as pessoas através dos computadores

pudessem compartilhar informações sobre pesquisa e desenvolvimento nas áreas

científicas e militares. A Internet na sua forma moderna surgiu em 1990, quando a página

web apareceu pela primeira vez. A importância dos serviços de backup on-line tem

evoluído dramaticamente nos últimos anos. Desde o final dos anos 1990, os serviços de

backup online vêm se tornando cada vez mais disponíveis para usuários corporativos e

individuais em todo o mundo. Fazer o backup via rede ou Internet para um local remoto

pode proteger os dados e informações contra eventuais desastres em casa ou escritório

(MAXIM, 2010).

2.1 BACKUP

Segundo Faustini (2010), Backup é o procedimento que, basicamente, consiste em efetuar

cópias de arquivos críticos e importantes para outras mídias além daquelas em que estão gravadas

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(como CDs, fitas, HDs, etc.), de forma que os mesmos possam ser restaurados (copiados de volta

à origem) caso os dados na origem sejam perdidos ou indevidamente alterados.

Os backups são classificados em físicos e lógicos. Os físicos são os locais de

armazenamento das informações. Normalmente essas unidades são chamadas de “fitas de

backup” e apresentam uma enorme capacidade de armazenamento físico. Já o backup lógico é

apenas o “salvamento” dos dados, contundo não serão armazenados em forma física e sem virtual

(PINHEIRO, 2010).

O modo de backup determina como o backup deve ser executado em relação aos dados a

serem incluídos nele. Segundo Pinheiro (2010), há duas maneiras de executar os backups de

dados:

Backups on-line: são executados quando o sistema está on-line, proporcionando assim

uma estratégia com menos interrupções. Eles normalmente são usados para aplicativos

que devem estar disponíveis 24 horas por dia e que dão suporte para backups online.

Vantagens: nenhuma interrupção dos serviços. Os aplicativos e dados permanecem

totalmente disponíveis para os usuários durante o processo de backup; O backup fora do

expediente não é necessário, esses backups podem ser agendados durante o horário de

funcionamento normal; Podem ser feitos backups do tipo total ou parcial, dependendo da

necessidade. Desvantagens: durante o processo de backup, o desempenho pode ser

prejudicado em servidores de produção e dependendo dos aplicativos que estiverem ativos

durante o processo de backup, pode não ser feito o backup de alguns arquivos de dados

abertos.

Backups off-line: são executados colocando-se o sistema e os serviços off-line. Eles são

usados quando precisa de instantâneos do sistema ou se o aplicativo não der suporte para

backups online. Vantagens: você também pode optar entre backups totais ou parciais; Os

backups offline resultam em um melhor desempenho de backup, porque o servidor pode

se dedicar à tarefa de backup; É feito o backup de todos os dados, porque não há

aplicativos em execução e, assim, não há arquivos abertos durante o processo de backup.

Desvantagens: Os dados não estão acessíveis para os usuários enquanto o processo de

backup é executado.

2.2 TIPOS DE BACKUP

Após escolher o modo como será feito o backup (on-line ou off-line), você precisa

escolher o tipo de backup que irá utilizar. Os processos de backups são descritos a seguir:

Cópia simples: o backup é chamado de simples quando não envolve compressão de

dados ou um registro de identificação do arquivo para um backup subseqüente;

Normal: é o armazenamento de tudo que foi solicitado, podendo ainda ser feita a

compressão dos dados ou não. É também conhecido como backup completo, total ou

global, quando são gravados todas as informações e programas existentes no computador.

Vantagens: feito o backup normal significa que você tem uma cópia completa de todos

os dados se for necessária uma recuperação do sistema; Os arquivos são mais fáceis de

localizar porque estão na mídia de backup atual; Requer apenas uma mídia ou um

conjunto de mídias para a recuperação dos arquivos. Desvantagens: dados redundantes,

porque os dados alterados ou não, são copiados para fitas sempre que um backup total é

executado; Levam mais tempo para serem executados e podem ser mais demorados; Se os

arquivos forem alterados com pouca freqüência, os backups serão quase idênticos.

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Diário: no backup diário a cópia dos arquivos é feita checando-se a data, ou seja,

armazenam-se todos os arquivos que foram criados ou alterados na mesma data em que se

faz o backup. Vantagens: é gasto menos tempo e espaço em mídia, mas são armazenados

apenas os arquivos criados ou alterados no dia.

Diferencial: é o tipo de backup que só pode ser realizado após um backup normal, pois,

como o próprio nome diz, gravam-se as diferenças entre os dados gravados no último

backup normal e a data de gravação do backup diferencial. Vantagens: menos tempo e

espaço em mídia, mas necessita do backup normal inicial.

Incremental: este tipo de backup também necessita do backup normal e visa ao

incremento da informação após a criação do backup normal. Ao contrário do diferencial,

se for feito um backup incremental após outro incremental, o segundo backup não irá

conter os dados do primeiro. Caso seja preciso restaurar o backup, será necessário

restaurar o backup normal e todos os incrementais na ordem em que foram gravados, isto

é, uma vez feito o backup normal, o incremental só irá gravar os dados alterados ou

criados após o backup anterior, seja ele normal ou incremental. Vantagens: requer a

menor quantidade de armazenamento de dados; Fornece os backups mais rápidos.

Desvantagens: a restauração completa do sistema pode levar mais tempo do que se for

usado o backup normal ou diferencial (MALINA CONSULTORIA, 2010).

2.3 RECOVERY (RECUPERAÇÃO)

Segundo Malina Consultoria (2010), o recovery é a recuperação dos arquivos do sistema.

Ao fazer um backup dispomos de uma cópia dos dados em outro local, seja ele físico ou virtual.

Através do Recovery os dados são recuperados e repostos no sistema no formato anterior ao

problema ou do erro fatal ocorrido no banco de dados. Sem dúvida um dos pontos mais

importantes nos sistemas baseados em redes de computadores é a possibilidade de recuperação da

informação e a manutenção dos processos no caso de falhas dos componentes de hardware e ou

software. O Backup é uma grande garantia de recuperação de dados, e por esta razão deve ser

objeto de grande preocupação e cuidados dos administradores. Um bom plano de backup, a

correta estocagem das mídias e a preocupação com a integridade dos mesmos, testando cada um

após sua elaboração, poderá trazer muita tranqüilidade em caso de problemas.

A tarefa de recuperação dos dados é tão importante quanto à tarefa de fazer backup. Uma

boa arquitetura de backup e recuperação deve incluir um plano de prevenção de desastres,

procedimentos e ferramentas que ajudem na recuperação quando houver uma falha de energia,

além de procedimentos e padrões para realizar a recuperação. Nenhuma estratégia de backup

atende a todos os sistemas. Uma estratégia que é adequada para um sistema poderá ser imprópria

para outro sistema. O administrador deve determinar com precisão a estratégia que melhor se

adequar a cada situação (PINHEIRO, 2010).

2.4 STORAGE (ARMAZENAMENTO)

O gerenciamento é um fator muito importante na arquitetura da rede, pois apenas um

conjunto de soluções de hardware e software por si só não poderá garantir em termos de

eficiência e segurança no tráfego de informações. Para que o sistema de uma empresa possa

prover segurança e velocidade para os dados dos seus usuários é imprescindível um perfeito

gerenciamento desses dados. Identificando onde e como os dados deverão ser armazenados, qual

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o volume de informações críticas existentes, quantos dados desnecessários são armazenados, são

algumas questões relevantes para se definirem regras de armazenamento. O maior problema,

porém, é desenvolver uma infra-estrutura capaz de operar sobre os diversos padrões abertos e

independentes de plataformas de hardware de armazenamento. Uma das soluções empregadas

para solucionar esse problema de gerenciamento das informações é a consolidação de “storage”,

onde diversos ambientes de armazenamentos são centralizados em um único local, facilitando

assim a administração e monitoração dos processos de backup e recovery, independente da

localização física do mesmo (MALINA CONSULTORIA, 2010; PINHEIRO, 2010).

O backup de dados pode ter sua segurança comprometida se os dispositivos de

armazenamento estiverem no mesmo local físico. O ideal é que as mídias e demais dispositivos

estejam localizados em local que obedeça às condições de segurança citadas anteriormente, e que

permita, em caso de emergência, que esses recursos possam ser utilizados para restauração em

um outro dispositivo obtido emergencialmente no mercado ou disponibilizado por um provedor

contratado de contingência (MALINA CONSULTORIA, 2010; PINHEIRO, 2010).

Existem diversas técnicas para os processos de backup e recovery. Conforme Malina

Consultoria (2010), podemos destacar as seguintes:

ASPs (Auxiliary Storage Pool): o objetivo dessa técnica é separar os discos em

conjuntos específicos chamados ASP. Dessa forma, se o disco de um ASP falhar não

afetará os outros ASP, mantendo a integridade e funcionamento do sistema.

Clustering: está técnica visa à configuração de vários servidores que são vistos na rede

como uma máquina simples. Similar ao ASP caso uma das máquinas falhe o usuário não

perceberá o problema.

Mirrored (espelhamento): é a técnica onde os discos são espelhados, ou seja, é feita uma

cópia exata de cada um em servidores diferentes. Em caso de falha ou perda do disco, o

outro assume o papel até substituição do disco com problemas. O servidor com o disco

espelhado pode estar em qualquer lugar (outra sala, cidade, estado ou país).

Device Parity Protection: tecnologia similar ao RAID-5 (redundant array of independent

disks) e permite a manutenção concorrente quando houver falha em um dos discos.

Dual System: semelhante ao espelhamento, temos dois sistemas onde um deles

(primário) atualiza constantemente o outro (secundário), permitindo assim a existência de

uma base de dados duplicada e atualizada. Quando o sistema primário falha, o sistema

secundário assume o seu papel.

Contingência: esta técnica é utilizada em caso de necessidade, todo o sistema pode ser

transferido para uma instalação contratada junto a um provedor de serviços de

contingência (data Center). Essa mudança envolve o chaveamento dos links de

comunicação entre o site de contingência e todas as filiais do cliente.

Segundo Fontes (2000), um plano de cópias de segurança tem por objetivo suprir a

empresa quando for preciso recuperar dados de épocas passadas. Obviamente os backups devem

ter seu período de validade, estabelecido em função do período de validade das informações para

a organização. Não é viável manter eternamente informações do passado, considerando alguns

fatores, tais como:

Durabilidade das mídias: a duração da mídia que contém o backup, pois geralmente em

função da grande quantidade de informações os backups são feitos em fitas magnéticas.

Caso não sejam lidas em até cinco anos, elas vão se deteriorar, impedindo a recuperação

dos dados. Caso não estejam armazenadas nas condições ideais, este período poderá ser

bem mais curto.

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Validade das informações: certos tipos de cadastro que contenham informações muito

voláteis são inteiramente modificados em poucos anos, portanto o período de retenção do

backup não deve ser muito longo.

Segundo Pinheiro (2006), sistemas corporativos necessitam de mecanismo de backup

cada vez mais velozes, flexíveis e confiáveis, capazes de atender em tempo hábil as necessidades

dos sistemas que, por várias questões, estão indisponíveis. No mesmo grau os administradores de

rede devem utilizar ferramentas e equipamentos complexos para armazenarem os dados de forma

íntegra e segura.

Diante da técnica e tipos de backup deve-se escolher a mídia de armazenamento físico

mais apropriado para atender a necessidade do sistema corporativo. Pode-se trabalhar com as

seguintes mídias:

Fitas: é o mais tradicional meio de cópia de dados. Pode ser armazenada na própria

empresa ou fora dela. Também pode ser descarregada em uma máquina de contingência

da empresa ou em máquina contratada de algum prestador de serviços de contingência.

Considerada uma mídia eficiente para backup, a fita DAT (Digital Áudio Tape) teve seu

aprimoramento com o passar do tempo. As fitas de backup são recomendadas para

servidores de rede ou estações com necessidade de armazenar grandes volumes de dados

com informação "off-line". A opção de contar apenas com a fita para o backup e

restauração de um sistema apresenta vários desafios significativos em termos de níveis de

serviço. O backup e a recuperação tradicionais baseados em fita não conseguem atender

aos objetivos de tempo de recuperação críticos de hoje, pois não oferecem nenhuma

garantia de que é possível fazer um backup completo dos dados ou recuperá-los

totalmente, exigindo também períodos de backup longos que afetam diretamente a

disponibilidade dos aplicativos em rede. Vantagens: fornece backups rápidos e longa

retenção; Tem grande capacidade de armazenamento; Não é tão cara quanto às mídias

ópticas e magneto-ópticas. Desvantagens: apresenta desgaste mais rápido e é mais

suscetível a erros do que as mídias ópticas e as mídias magneto-ópticas; É difícil de

configurar e manter, principalmente em uma configuração de SAN; Requer a limpeza

periódica das unidades.

Discos: são os Zip Disks, Jazz Disks, os disquetes e os HD’s. São fáceis de configurar e

de manter, podem ser usados para dados de teste. Vantagens: os discos levam vantagem

sobre as fitas com relação à velocidade de acesso são mais rápidos na busca da

informação e têm boa taxa de transferência de dados. Desvantagens: mas os discos

perdem em espaço.

Mídias Ópticas: são todas as mídias que armazenam os dados por reflexão ou marcação.

Entram nessa categoria as fitas perfuradas, que usam leitura óptica como mídia de

marcação e os DVD’s (Digital Versátile Disc) e CD’s (Digital Disc), como mídias de

reflexão. As mídias que usam reflexão (CD-R, CD-RW e DVD-R), são classificadas em

duas categorias diferentes: regraváveis e de gravação única. Vantagens: durabilidade e

imunidade a campos magnéticos. Desvantagens: pouco espaço de armazenagem;

Convém ressaltar ainda que, atualmente, não são usadas mídias de marcação para

procedimentos de backup.

Mídias Magneto-Ópticas: ainda são pouco utilizadas, podem ser discos ou fitas. Os

discos possuem uma capacidade um pouco superior aos discos convencionais e taxas de

transferência semelhantes. Pode-se usar qualquer tipo de mídia para fazer backup. CD-R,

DVD-R e Fitas WORM. Vantagens: são ideais para gravar dados que precisam ser

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mantidos por longos períodos de tempo, oferece a vida útil mais longa sem degradação da

mídia. Desvantagens: é o mais lento para backup e restauração;

Limita a escolha de hardware (MALINA CONSULTORIA, 2010).

2.5 CUSTO

Os backups podem ser feitos em vários tipos de mídias como vimos anteriormente,

incluindo CDs graváveis ou regraváveis, fitas DAT, ou até mesmo um segundo HD. Cada

tecnologia oferece seus prós e contras, as fitas DAT, por exemplo, oferecem uma grande

capacidade e um custo por megabyte muito baixo, mas em compensação o drive é muito caro, os

CDs são muito baratos, mas não armazenam uma grande quantidade de dados e assim por diante.

A melhor opção varia de acordo com a quantidade de dados, a regularidade dos backups, o nível

de confiabilidade necessária e o quanto você deseja investir para garantir que todos os seus dados

e informações ficarão seguros (MALINA CONSULTORIA, 2010).

2.6 VULNERABILIDADE

Segundo Faustini (2010), vulnerabilidade é o ponto fraco de processos ou ativos que

manipulam dados ou informações. São as brechas que permitem que ameaças que consigam

explorá-las causem incidentes de segurança, podendo colocar em risco a disponibilidade,

integridade e confidencialidade de dados e informações. Porém, muitas organizações estão

apenas preocupadas com a segurança de seus sistemas, dos bancos de dados e da rede. Na

maioria das vezes, podem estar vulneráveis no que se refere ao armazenamento das cópias de

segurança, principalmente as mídias removíveis, o que compromete todo o aparato tecnológico

de segurança e investimento utilizados. Mecanismos de criptografia e assinatura digital aplicado

aos dados críticos de backup são fundamentais para a garantia do sigilo e autenticidade dos

dados.

A segurança do backup pode ser comprometida caso os dispositivos de armazenamento

estejam no mesmo local físico que o sistema em produção. Esses dispositivos devem ser

acondicionados em locais de acesso restrito e local adequado para os artefatos de armazenamento

(PINHEIRO, 2010).

3 FERRAMENTAS DE BACKUP

Depois de decidir quais os modos e tipos de backups serão utilizados, quais as mídias e

locais onde serão restaurados e armazenados os seus backups, você precisa escolher a

ferramenta de backup. Existem no mercado as ferramentas proprietárias e as ferramentas open

source. Estas ferramentas abordaremos com mais detalhes no próximo tópico.

3.1 FERRAMENTAS OPEN SOURCE

A maior vantagem das ferramentas open source (código livre) é o baixo custo: não há

gasto com licenças (que varia de centenas a milhares de dólares em ferramentas proprietárias) e

também é liberada sob a Licença Pública Geral (GPL). Porém assim como acontece com

ferramentas proprietárias, ainda são necessários investimentos em implantação, treinamento e

suporte para o máximo aproveitamento da ferramenta (PRONUS, 2010).

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Além do menor custo, as ferramentas open source apresentam outras vantagens

importantes, tais como qualidade, segurança, independência de fornecedor, possibilidade de

adequação a necessidades específicas, estabilidade e suporte técnico (PRONUS, 2010).

Exemplos de ferramentas open source para backups: Amanda, Areca, Bacula, Free file

sync, Partition image, Time vault, Toucan, e etc. Destas ferramentas uma das mais utilizada é o

bacula (FARIAS, 2010).

3.1.1 Bacula

Segundo Farias (2010), Bacula é uma solução de backup empresarial multi-plataforma,

desenvolvida sob a licença GPL. É robusta, cheia de recursos e modula-se adequando a redes de

qualquer tamanho, podendo ser usada, até mesmo, para salvar os dados de apenas uma estação.

Bacula é um conjunto de programas que permite o administrador de sistema, administrar

backup, restaurar e verificar os dados de computadores em uma rede de sistemas variados.

Resumindo: o Bacula é um Programa de Backup em rede conforme demonstra a figura a seguir:

Figura 1: Diagrama de Módulos do Bacula.

Fonte: Gustavo (2010).

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OS MÓDULOS DO BACULA FUNCIONAM DA SEGUINTE FORMA:

Director Daemon: este serviço é responsável pela administração de todos os processos

de backup, restore, verificação e arquivamento dos dados. Trata-se do servidor de

backup, propriamente dito. O administrador de sistema usa o Director Daemon para

efetuar agendamentos de backup, para recuperar arquivos, e também realizar grande parte

das configurações;

Console Manager: este programa ajuda o administrador do sistema ou o usuário a se

comunicar com o Director Daemon, pode ser executado em qualquer computador da rede

e em sistemas operacionais diferentes. Atualmente existem 3 versões do Console

Manager: em texto puto (TTy), em interface gráfica usando bibliotecas do Gnome e uma

usando bibliotecas wxWidgets (tanto em formato Unix quanto em Windows);

File Daemon: este serviço (ou programa cliente) é o software que é instalado na máquina

que vai ser protegida pelo backup, ou seja, ele vai ser responsável por enviar os arquivos

solicitados pelo Director Daemon pela rede. Ele também é responsável em administrar a

gravação dos arquivos de restauração comandados pelo Director Daemon. Existem

versões do File Daemon para diferentes sistemas operacionais: Linux, BSD, Unix,

Windows (9x, NT, 2000, XP, 2003) e Mac (OSx);

Storage Daemon: este serviço consiste em administrar a gravação e restauração dos

dados e atributos dos backups fisicamente em mídias apropriadas. Estas podem ser

volumes de dados gravados diretamente em discos rígidos ou dispositivos removíveis

(ex.: Fita DAT, DVD, CD, etc.);

Catolog: o serviço de catálogo é o programa responsável por manter uma indexação de

todos os arquivos que são armazenados no backup e gerar uma base de dados dos volumes

gerenciados pelo Director Daemon. O Catolog agiliza a busca de um arquivo no backup

na hora que o administrador de sistema necessita efetuar uma restauração, como ele

mantém uma base de indexação dos arquivos gravados, a busca por um arquivo no meio

dos volumes é mais rápida (FARIA, 2010; GUSTAVO, 2010).

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA FERRAMENTA:

Economia de custos com licenças por se tratar de licença GPL, conhecimento do código,

possibilidade de customização da ferramenta, além de todas as vantagens mencionadas;

Estrutura cliente/servidor;

Estrutura modular independente;

Funcionalidade para o envio de mensagens de log dos trabalhos de backup/restore ou

ainda instruções para o operador de backup (diferentes perfis);

Funcionalidade que permite a execução de scripts (ou executáveis) antes/depois do início

de jobs (backup/restore), tanto no cliente quanto servidor Bacula;

Infinidade de recursos para a customização de backups;

Operação via linha de comando ou GUI (inclusive, com diferentes interfaces web

desenvolvidas pela comunidade. Destaques para o bacula-web e o webacula ,

ferramentas de visibilidade gerencial, com gráficos, etc., que permite operações de

backup, restore, etc.;

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Pelo fato de ser livre, permite o desenvolvimento de uma série de “addons”, por terceiros

inclusive, potencializando os recursos da ferramenta (ex.: plugin para o Nagios

ferramenta, de monitoração também GPL);

Portabilidade (módulos são compatíveis com os diferentes sistemas operacionais –

Windows, Linux, MAC, etc.);

Rica documentação disponível na Internet;

Suporte à maioria dos dispositivos de storage do mercado (inclusive mídias ópticas);

Única ferramenta de backup multi-banco-de-dados (atualmente suporta três: SQLite,

MySQL e PostgreSQL) para que funcionem como seu “catálogo” (FARIA, 2010).

4 MATERIAL E MÉTODOS

Para fundamentarmos a idéia de backup estudada anteriormente, faremos uma simulação

de uma empresa que, devido à importância de se fazer backup de todo o conteúdo de dados de

seus clientes, necessitaria usar uma das ferramentas de backup falada anteriormente. Nesta

situação abordaremos o procedimento para uso desta ferramenta.

4.1 ESTUDO DE CASO

A Cooperativa de Crédito Sicoob Goiás Central utiliza um servidor de arquivos onde

todos os departamentos acessam e guardam seus dados neste servidor presente na LAN. A

Cooperativa dispõem também dos servidores de Banco de Dados, Web e de E-mail, presentes na

DMZ.

Para fazer uso destas ferramentas de backup, a empresa precisa antes estudar as políticas

de segurança, elaborar as melhores estratégias para assegurar maior confidencialidade e

integridade de todos os dados. Em seguida abordaremos sobre a importância da política de

segurança e políticas de backup para se fazer backup em uma empresa, qual a ferramenta

escolhida e motivos de sua escolha.

4.2 POLÍTICAS DE SEGURANÇA

Política de Segurança pode ser definida como um instrumento que contém diretrizes

voltadas para auxiliar a empresa no planejamento, definição e implementação de mecanismos

(normas, procedimentos, padrões, controles e outros) que guiarão e suportarão as atividades que

visem garantir a integridade, disponibilidade e confidencialidade das informações da empresa.

Uma vez definida e redigida a política de segurança da organização, a mesma deverá ser

publicada em um documento formal, aprovado e assinado pela direção da empresa (THOMÉ,

2000).

4.3 POLÍTICAS DE BACKUP

Há diversas políticas de backup e a adoção de uma técnica deve ser feita sobre um estudo

e planejamento do negócio, integrando de forma inteligente a tecnologia utilizada aos novos

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hardwares, softwares e que ofereçam meios para gerenciar constantemente esses componentes

que deverão conter no mínimo os seguintes procedimentos:

Periodicidade em que os backups serão feitos – por exemplo, arquivos de usuários

sujeitos a modificações constantes devem ter backups diários; em caso de sistemas

operacionais e softwares menos alterados podem-se ter backups semanais e assim por

diante;

Ciclo de existência dos backups – que dependem da durabilidade das mídias e validade

das informações;

Local e forma de armazenamento das cópias – por questões de segurança as copias

deverão ser armazenadas em local diferente de onde foram geradas, este local deve ser

protegido contra agentes nocivos naturais (poeira, calor, umidade) e guardadas em móveis

apropriados, tipo cofres anti-chamas. O acesso ao local deve ser restrito, para evitar que

pessoas não autorizadas tenham acesso aos backups;

Procedimento de verificação do backup – verificar se ele realmente funcionou, se não

apresentou nenhuma mensagem de erro durante a sua execução e finalmente testar se a

restauração do mesmo está sendo feita corretamente, recuperando um arquivo.

Para fazer um backup, primeiramente, é preciso entender as possíveis estratégias de

backup, a melhor estratégia é aquela que atende suas necessidades. Deve-se ter em mente que

analisados todos os fatores que podem influenciar na definição de uma boa política de backup, a

mesma deve ser elaborada, homologada e divulgada para todos os usuários da organização

(PINHEIRO, 2010).

4.4 CUSTO BENEFÍCIO

Segundo Farias (2010) os riscos das atividades em tecnologias da informação geralmente

podem ser divididos em duas grandes áreas: os riscos operacionais e os comerciais. Em

contrapartida, sabemos que nem todas as chances de perdas de dados podem ser evitadas, por

mais caros que sejam os sistemas de proteção (ex.: um maremoto de proporções globais, uma

guerra nuclear mundial, etc.). Deixando de lado as hipóteses catastróficas (nas quais

provavelmente a restauração dos dados não será possível), deve ser feito um gerenciamento de

capacidade constante no sentido de verificar a relação risco versus custo dos sistemas de backup,

principalmente quando as opções são plurais. Exemplo: a armazenagem das cópias de segurança

em edificação diversa de onde foram gerados, protegendo assim as mídias de um possível

incêndio, seria preferível em relação à compra de um cofre anti-chamas? Ou ainda: seria

interessante fazer um backup redundante (ou seja, duas cópias de segurança), de determinados

dados?

Deve-se levar em consideração uma série de fatores, como a criticidade e natureza das

informações, o grau de maturidade dos usuários, a periodicidade da atualização dos dados, etc

(FARIA, 2010).

Também com relação a custo benefício, o bacula é uma boa opção pois esta ferramenta

de backup está em desenvolvimento contínuo há mais de 7 anos, oferecendo uma completa e

fácil instalação para diversos sistemas operacionais. Incluindo suportes a dispositivos removíveis

como DVDs e USB, código de indexação de discos para rápida restauração de dados e vasta

documentação. O sistema está disponível para acesso através de console texto ou ainda interfaces

gráficas (HASS, 2010).

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Além disso, por ser uma ferramenta open source (código livre), não haverá custo com

licenças e todo investimento será feito em implantação, treinamento e suporte da referida

ferramenta. Grandes empresas atualmente já utilizam esta ferramenta, como SERPRO – Serviço

Federal de Processamento de dados, NeoCode Software – Empresa canadense,

FIERN/SESI/SENAI/IEL – Federação das industrias do estado do RN (FARIA, 2010).

4.5 ESCOLHA DA FERRAMENTA DE BACKUP

Anteriormente, o backup era gravado em fita DAT de 20/40 GB, utilizando o próprio

assistente de backup do Windows XP. Todos os arquivos de backup eram transferidos para

máquina onde era gravado o backup através de shell scripts. Com o crescimento acelerado da

organização, o tamanho da fita não suportava mais o volume de dados a serem salvos no backup,

necessitando urgentemente de uma solução mais robusta e profissional, juntamente com um

servidor próprio para backup. Inicialmente foi listado três ferramentas para a tarefa: Rsync,

Bacula e Amanda. O rsync foi logo descartado por sua simplicidade e por não atender a maioria

dos requisitos de um backup automatizado, como gravação em fitas. O Bacula acabou sendo

escolhido por ser uma solução de software livre e pela quantidade de características, podendo

oferecer uma solução de backup bastante adequada a realidade da empresa, além de sua alta gama

de compatibilidade com os diversos sistemas operacionais (Windows, Linux e MacOS) através de

uma interface própria de comunicação.

O novo servidor de backups, contava com um Debian Lenny 5.0 e com uma gravadora de

fita HP Ultrium LTO-3.

Baseando nestas considerações acima, a empresa optou por usar o BACULA como

ferramenta para o sistema de backup, sendo tomada a seguinte Política de Segurança de Backup:

Dimensionado um volume de dados total de 250 a 300 GB aproximadamente. Havendo

400GB a disposição, ficou definido que seria feito o backup completo de segunda a sexta.

Iniciando-se às 20:00 horas, começando pelo servidor de arquivos, seguido pelo servidor web e

correio, por último, o de banco de dados, que gerava o dump do banco de dados as 22:00 horas.

4.6 ESTRUTURA LÓGICA DA REDE

Os usuários dos computadores de todos os departamentos salvam seus arquivos de

trabalho em um servidor central de armazenamento (servidor de arquivos). Com esta estrutura, é

possível fazer com que o sistema de backup Bacula faça apenas uma conexão para executar o

trabalho de backup de todos os arquivos de uma só vez, facilitando o serviço tanto de cópia como

de restauração de arquivos.

Em todos os computadores locais foram instalados o file daemon o cliente Bacula, para

que todos possam executar trabalhos específicos para cada uma dessas máquinas, com as

particularidades que cada uma necessita e com a mesma segurança implementada no serviço

principal.

A rede LAN comunica diretamente com o sistema de backup Bacula. E o sistema de

backup Bacula comunica com a rede DMZ através de túnel SSH.

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Figura 2: Cenário mostrando o Bacula como ferramenta de backup em uma empresa.

Esta foi uma simulação de uma empresa usando uma ferramenta de backup para fazer

cópias de segurança de todos os arquivos relevantes dos clientes. Foi usado o Bacula como

ferramenta de backup devido às grandes vantagens de seu uso.

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Gerenciar informações de forma eficiente é um desafio encontrado por empresas de todos

os portes e segmentos. Um mau gerenciamento dos dados pode ocasionar prejuízos muitas vezes

ocultos, como baixa velocidade de acesso, má utilização dos componentes de armazenamento e

um alto custo total de propriedade.

Nenhum sistema de armazenamento está completo sem uma solução adequada de cópias

de segurança. Assegurar a integridade dos dados é um dos maiores desafios da área de

Tecnologia da Informação de uma empresa, principalmente porque soluções como espelhamento

remoto e cópia de dados não conseguem garantir essa integridade em situações de erros humanos,

sabotagens ou mesmo desastres de proporções não previstas. Em muitos destes casos, somente

uma cópia tipo backup pode resolver a situação (MALINA CONSULTORIA, 2010).

Tão importante quanto fazer o backup é saber onde ele será armazenado e como recuperar

os dados quando necessário. O ideal é que o backup esteja satisfatoriamente distante dos

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servidores para que não possam ser atingidos no caso de uma catástrofe (incêndio, desabamento,

atentado terrorista, guerra, etc). Já o ideal para a recuperação dos dados é que eles estejam o mais

acessível possível de onde desejamos restaurá-los. Logo a disponibilidade de um sistema em rede

está diretamente associada ao tipo de backup e recuperação adotados pela empresa, assim como

qual ferramenta será utilizada para executar tal procedimento (PINHEIRO, 2010).

Atualmente tem-se feito muito o uso do Bacula como ferramenta para administrar backup,

para fazer restauração e verificação dos dados de computadores em uma rede de sistemas

variados. Há muitas opções de backup, mas essa ferramenta tem se mostrado uma das mais

completas e de fácil configuração, sendo assim qualquer administrador com conhecimentos

básicos não irá encontrar problemas para utilizá-la.

Os administradores que não têm medo da linha de comando vão encontrar no Bacula um

sistema de backup utilíssimo e extremamente flexível, com muitos recursos profissionais. O

Bacula é muito bem documentado e se integra facilmente com ambientes altamente heterogêneos

(FARIA, 2010).

Conclui-se então neste trabalho que formalizar um estudo sobre backup assim como

estudar essa excelente e poderosa ferramenta de Backup que é o Bacula, transmitindo um

conteúdo introdutório deste e todas as opções que ele nos oferece, será de grande valia para

trabalhos futuros e para administradores de empresas de redes corporativas ou usuários em geral,

que queiram estudar a melhor forma de se fazer cópias de segurança em sua empresa.

Portanto para continuação deste trabalho sugerimos a parte prática do mesmo, fazendo a

instalação, configuração e implementação do bacula como ferramenta de backup em uma

empresa e também fazer testes de recuperação de arquivos e armazenamento em mídias

apropriadas, observando-se assim os resultados obtidos.

6 REFERÊNCIAS

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em: <http://www.bacula.com.br/?p=75 >. Acesso em: 17 Nov. 2010.

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<http://www.bacula.com.br/?p=367>. Acesso em: 02 Out. 2010.

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<http://www.faustiniconsulting.com>. Acesso em: 02 Out. 2010.

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GUSTAVO, Luiz. Disponível em: <http://www.luizgustavo.pro.br/blog/2009/09/30/bacula-

breve-introducao/>. Acesso em: 02 Out. 2010.

HASS, Juergen, 1 Million Downloads of Bacula. Disponivel em:

<http://linux.about.com/b/2010/01/27/1-million-downloads-of-bacula.htm>. Acesso em: 18 Nov.

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MALINA consultoria, Backup e recovery. Disponivel em:

<http://www.malima.com.br/article_read.asp?id=33>. Acesso em: 18 Nov. 2010.

MAXIM, Yurin, The history of backup. Disponível em: <http://www.backuphistory.com>.

Acesso em: 18 Nov. 2010.

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