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projeto arquitetônico presépio do pipiripau

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Page 1: projeto arquitetônico presépio do pipiripau€¦ · O Jardim Botânico foi criado simultaneamente ao Museu de História Natural da UFMG. A intenção era aproveitar a vegetação

projeto arquitetônico

presépio do pipiripau

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Os músicos tocam baixinhoUma suave música fininhaQue sobe prás estrelinhasDo céu pintado de azul.

Gira e regira na praçaA eterna zanga-burrinha– Tão engraçadinha

Olha a calma do pescadorPescando sempre o mesmo peixeCom o mesmo anzol.

Olha o barqueiro que não é Pedro...

Os meninos perfilados germânicosEntram na igrejaE saem depressaE tornam a entrar.

(E tornam a sair)

A atmosfera febril de trabalhoFerreiros sapateiros mexendo

A calma das casas subindo a ladeiraDescendo a ladeira e os bichosCândidos bichos de papelãoRodeando o menino Jesus que abençoa aquilo tudo!

Meus olhos mineiros namoram o presépioe dizem alegres: Mas que bonito!

Carlos Drummond de Andrade

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O PRESÉPIO>>

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O primeiro movimento do presépio aconteceu em 1906, quando o pequeno Raimundo Machado, na época com 12 anos de idade, colocou o pequetit-inho Menino Jesus em uma caixinha de sapatos forrada de musgos e cabelos de milho. Pode ser visto como um gesto simples, mas nunca pequeno. Do nascimento do Menino Jesus nasceu um presépio inteiro. Um presépio de luz, magia e movimento. O Presépio do Pipiripau.

“Mamãe, a gente podia fazer um presepiozinho também em casa.”

Influenciado pelas freqüentes visitas que fazia com sua mãe a igrejas e casas vizinhas na época natalina, o pequeno Raimundo decidiu vender garrafas de óleo de ricínio para poder construir seu próprio presépio. Com os primeiro 400 réis que ganhou, comprou uma imagem do menino Jesus e o rodeou com bichinhos que ele mesmo fez de argila. Após o Natal o pequeno presépio foi guardado para, no próximo ano, ganhar uma gruta e casinhas de papelão. No ano seguinte foi a vez da lagoa se juntar ao cenário. E, assim, ao longo dos anos, o presépio foi ganhando vida e movimento ao sabor da mente criativa do artista.

Gradativamente, novos personagens, confecciona-dos em sua maioria com massa de papel, pa-pelão e gesso se juntavam ao presépio para nar-

rar a vida de Jesus, do nascimento à ressurreição. No interior dos bonecos, uma estrutura de metal soldado garantia o movimento que encantava os visitantes. Ao lado das cenas bíblicas, o trabalho e o lazer eram representados em diversas cenas móveis. Carpinteiros, pescadores, lavadeiras e lenheiros dividem a cena com os músicos da banda, o sanfoneiro e com as crianças e suas brincadeiras. Passagens bíblicas contextualizadas em uma cidade com suas artes e ofícios deixam transparecer a maneira singular de percepção do mundo dentro de Raimundo.

O movimento do presépio começou no próprio corpo do artesão. Na cadencia de seus pés e suas mãos funcionava o sistema de repuxo d’água in-ventado por ele para movimentar a lagoa. Algum tempo depois, as mãos de Raimundo puderam descansar um pouco ao passar o impulso do movimento para um velho gramofone de corda: agora a procissão entrava na igreja ao bater dos sinos, enquanto o lenhador cortava a árvore e o pescador e outras figuras se movimentavam. O pequeno lampião de querosene foi substituído por um gasômetro que fez o presépio “dobrar de bonito” com tanto brilho! Aos poucos, Raimundo bolava novos equipamentos que traziam mais beleza a sua obra. A máquina a vapor, em 1920, trouxe energia, a eletricidade, em 1927, trouxe a luz. Hoje, é um motor elétrico ligado a fios,

barbantes e cordas que movimenta a arte do Pipiripau.

Paciência, cuidado, criatividade. As 586 figuras móveis distribuídas em 45 cenas, que ao longo de oitenta anos ocuparam o coração de Raimun-do, ocupam hoje 20 m2 no Museu. Um universo mágico nascido de uma mente encantada pela fé, construído por mãos curiosas pela arte e im-ortalizado pela eterna dedicação de seu criador.

fonte: www.mhnjb.ufmg.br

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O LUGAR>>

O Jardim Botânico foi criado simultaneamente ao Museu de História Natural da UFMG. A intenção era aproveitar a vegetação do antigo Instituto Agronômico e preservar a mata a através da cri-ação de um ambiente de lazer e saber ecológico aberto ao público e à pesquisa.

A área verde do Instituto Agronômico compunha-se de duas reservas – uma natural e uma ar-tificial. A primeira era constituída de inúmeros exemplares vegetais – entre outros, jacarandás e copaíbas – da antiga Fazenda Boa Vista. Já a reserva artificial vinha sendo cultivada, desde a década de 1950, por um grupo liderado por Cami-lo de Assis Fonseca Filho, engenheiro agrônomo. Assim, mais de 50 mil árvores nativas e exóticas foram plantadas na antiga área de pastagem dessa Fazenda. Com o passar dos anos, as duas reservas misturaram-se e, hoje, é quase impos-sível distinguir as espécies cultivadas das que cresceram, naturalmente, no local.

Situado em uma área de 600 000 m2, o Jardim Botânico do Museu de História Natural da UFMG é um importante espaço de preservação da biodi-versidade, uma vez que abriga inúmeras espécies da fauna e flora brasileiras. Aberto à visitação pública, ele oferece diversas opções de lazer, cultura e aprendizado pelo contato direto com a natureza e com todos os benefícios por ela gerados. Além disso, é responsável não só pelo levantamento e preservação das espécies botâni-cas locais mas também pela venda orientada de mudas.

fonte: www.mhnjb.ufmg.br

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O NOVO EDIFÍCIO>>

O projeto para readequação do Presépio do Pipiripau propõe uma nova edificação que venha a abrigá-lo com melhor desempenho técnico, fun-cional e ambiental. A proposta parte do reconhec-imento da importância histórica e artística deste bem, orientando as ações de projeto de modo a assegurar a integridade física do Pipiripau não apenas no novo edifício, mas principalmente durante as obras de sua construção.

Por estar localizada em local de importância am-biental e paisagística, a área disponível para im-plantação do edifício está definida pelos limites edifício existente, delimitada por massas arbóreas significativas e pelo lago. A nova edificação foi implantada de modo a garantir a preservação in-tegral das espécies vegetais existentes, especial-mente as de maior porte. Portanto, além de terem sido definidos limites criteriosos para ocupação do lugar, também foi proposta a redução e dis-posição cuidadosa dos pontos de apoio, evitando que suas fundações interferiram negativamente nas raízes das árvores mais próximas.

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A impossibilidade técnica de remoção do Presépio do local onde hoje se encontra orientou ações construtivas rigorosamente coordenadas:

- primeiramente isola-se e protege-se todo o cômodo que abriga o Presépio [1];

- em seguida, uma estrutura metálica leve e inde-pendente erguida ao redor da edificação existente define uma área coberta e protegida das intempé-ries [2];

- a partir deste momento demole-se a edificação existente, salvaguardando o cômodo que abriga o Presépio [3];

- ao redor deste cômodo constrói-se uma edifi-cação de estrutura autônoma, a criar os espaços para platéia, oficina de manutenção, áreas técni-cas, além dos dois ambientes expositivos (Oficina do Sr. Raimundo e Pipiripin) [4];

- simultaneamente, executa-se o núcleo de serviços, que abrigará as instalações sanitárias, depósitos, escritório, recepção e lojinha;

- por fim, os planos de fechamento laterais são incorporados à estrutura metálica inicial, configu-rando as feições finais do novo edifício [5];

Este partido garante ainda um caráter aberto e permeável ao edifício, configurando uma multipli-cidade de acessos [6] que conduzem ao espaço central, a praça coberta. Tratada como con-tinuação do exterior, a praça coberta define um espaço de transição e permanência que orienta fluxos de chegada dos visitantes. Por sua vez, os extremos da edificação configuram áreas abertas e sombreadas, incorporando arquibancadas que permitem a reunião de grupos maiores [7].

O interior da nova edificação se configura como um espaço contínuo e espacialmente variado, uma vez que os dois núcleos edificados - serviços e exposições - não ocupam toda a altura do es-paço coberto. Esta estratégia permite não apenas duplicar a proteção ao Presépio, mas também ampliar o desempenho ambiental do edifício, uma vez que seu interior estará permanentemente sombreado e ventilado [8].

Foi eleito o tijolo maciço para fechamento dos volumes internos e pisos, e o aço Usisac patiná-vel (corten) para os planos de vedação externos. A pátina favorece sutis variações de cor e textura das superfícies, acentuadas pela ação do tempo e das intempéries. A qualidade plástica, resistência e durabilidade de ambos materiais dispensam qualquer tipo de revestimento e mantém sua aparência com pouca ou nenhuma manutenção.

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REITORCLÉLIO CAMPOLINA DINIZ

VICE-REITORAROCKSANE DE CARVALHO NORTON

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTOPROF. JOÃO ANTÔNIO DE PAULA

PRÓ-REITOR ADJUNTO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTOPROF. MAURICIO JOSÉ LAGUARDIA CAMPOMORI

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃOPROFª. EFIGÊNIA FERREIRA E FERREIRA

PRÓ-REITOR ADJUNTO DE EXTENÇÃOPROFª. MARIA DAS DORES PIMENTEL NOGUEIRA

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICODIRETOR

PROF. FABRÍCIO JOSÉ FERNANDINOVICE-DIRETOR

ALBERTO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

PROJETO ARQUITETÔNICO ESCOLA DE ARQUITETURA - PRJ

ARQUITETO. PROF. BRUNO SANTA CECÍLIA

CRÉDITOS>>

Realização: Apoio Institucional: Patrocínio:

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