projeto aps 4 semestre_serviço publico

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APS – ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 4°-semestre São Paulo – 2014 Professor Orientador: Arthur Scatolini Tema: Relação entre serviços públicos e direitos sociais, a partir de um estudo de caso. (o aluno deverá escolher 1 direito social e relacionar sua efetivação com algum serviço público. Gestão e comprometimento para um ensino publico com qualidade garantindo o direito social da educação. Objetivo, analisar a escola que se tornou modelo de ensino publico diante do comprometimento de uma comunidade tornando possível um serviço publico de qualidade. Orientações: Digitado em até 04 laudas (sem contar a capa e a Bibliografia) Observância das regras da abnt Ressalvada a capa, não devem ser incluídos no Trabalho quaisquer outros elementos pré textuais (resumo, dedicatória, agradecimento) Consultar no mínimo 2 obras impressas. Data limite para postagem no sistema: 31/05/2014. Serviço Social: ensino publico Direitos Sociais Relacionados: Educação e direitos fundamentais

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Page 1: Projeto APS 4 Semestre_Serviço Publico

APS – ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

4°-semestre

São Paulo – 2014

Professor Orientador:

Arthur Scatolini

Tema:Relação entre serviços públicos e direitos sociais, a partir de um estudo de caso. (o aluno deverá escolher 1 direito social e relacionar sua efetivação com algum serviço público.

Gestão e comprometimento para um ensino publico com qualidade garantindo o direito social da educação.

Objetivo, analisar a escola que se tornou modelo de ensino publico diante do comprometimento de uma comunidade tornando possível um serviço publico de qualidade.

Orientações:Digitado em até 04 laudas (sem contar a capa e a Bibliografia) Observância das regras da abnt Ressalvada a capa, não devem ser incluídos no Trabalho quaisquer outros elementos pré textuais (resumo, dedicatória, agradecimento)

Consultar no mínimo 2 obras impressas.

Data limite para postagem no sistema: 31/05/2014.

Serviço Social: ensino publico

Direitos Sociais Relacionados: Educação e direitos fundamentais

Bibliografia:

http://www.augustinhobrandao.net.br/ 21-03-2014 as 18:26

http://www.diariodebalsas.com.br/noticias/fantastico-mostra-escolas-que-sao-modelos-de-educacao-5939.html

Page 2: Projeto APS 4 Semestre_Serviço Publico

http://www.atricon.org.br/noticias/tce-pi-ministro-augusto-nardes-visita-escola-augustinho-brandao-no-piaui/ 08/04/2014 as 18:13

http://www.augustinhobrandao.net.br/2012/12/professor-pesquisador-e-avaliador.html

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96,

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Estudo de Caso:

Escola Augustinho Brandão, Cocal dos Alves, Piaui. Escola estadual, ensino médio.

 

Unidade Escolar Augustinho Brandão de Cocal dos Alves uma pequena cidade, de

economia rural, em um dos estados mais pobres do Brasil se destaca

nacionalmente. Comunidade, que é formada basicamente de trabalhadores (as)

rurais, funcionários públicos, aposentados, comerciantes e estudantes. Os primeiros

têm sua renda centrada basicamente na safra de castanha de caju e no

beneficiamento da mandioca para produção de farinha e goma, que junto ao poder

aquisitivo dos comerciantes demandam um dos maiores movimentos monetários do

município.  A concentração maior de pessoas está na zona rural, o que proporciona

um alto índice de analfabetismo da população mais idosa, pois a classe mais jovem

é fortemente incentivada por essa a prosseguirem em seus estudos em busca de

uma realidade mais promissora e diferente da que predomina no município.

O prédio em que funciona o Ensino Médio Augustinho é de propriedade do

Governo Estadual, a mudança em Cocal dos Alves começou em 2003, quando a

diretora Narjara e um grupo de professores receberam a missão de abrir a primeira

escola de ensino médio da cidade. Para abrir a escola era necessário que os

professores fizessem uma especialização na universidade. Depois que ela

conseguiu enfrentar o sistema e formar um grupo de professores de Cocal dos

Alves, eles se reuniram e fizeram um pacto para tentar fazer uma escola de

qualidade que conseguisse colocar os alunos nas melhores faculdades da capital do

estado, Teresina.

A escola acumula dezenas de medalhas em Olimpíadas de Matemática e Química, e

prêmios nacionais de astronáutica, astronomia e física. No Enem, está acima da

média nacional. A escola, que é modelo de ensino para todo o Brasil.

A ESCOLA

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Localizada no município de Cocal dos Alves, município com 5572 habitantes,

localizado a 260 km de Teresina, a Escola Augustinho Brandão foi a que teve o

melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, entre

aquelas com alunos de baixa renda. A média obtida pelos estudantes foi superior à

nacional, superando mais de 5 mil instituições públicas e privadas. O desempenho

da Augustinho Brandão ultrapassou 32 escolas do país que têm os alunos mais ricos

(renda familiar de mais de 12 salários mínimos).

No ranking nacional, com 10.076 escolas (com alunos de todos os níveis

socioeconômicos), ela fica na posição 4.260. No Estado, é a melhor instituição

pública estadual e, considerando as 198 do Piauí, é a 56ª mais bem classificada,

segundo publicação do Jornal O Estado de São Paulo.

Na edição 2011 do Enem, a escola atingiu 524.79 pontos, enquanto a média

nacional das escolas públicas foi de 474,22, e entre as particulares, a média foi de

569. No Piauí, quase 10% das escolas estaduais piauienses submetidas ao Exame

ficaram acima da média nacional das escolas públicas. O Ensino Médio Augustinho

Brandão (EMAB), com a melhor nota na rede estadual de ensino do Piauí mostra

mais uma vez que a educação pública de qualidade pode ser alcançada e mantida

pelas escolas públicas.

Com a nota obtida no Enem, a Escola Augustinho Brandão conseguiu ficar a frente

de 32 escolas privadas do Piauí. O resultado positivo de 2011 mostra que a escola

melhora a cada ano com o compromisso do grupo de profissionais e alunos que ela

tem. Para o ano letivo de 2013 a escola atenderá além do ensino médio o ensino

fundamental com duas turmas (6º e 7º anos).

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Questionamentos

1. Há qual direitos sociais se relaciona com o serviço publico (ensino público) com os direitos sociais

2. Conceito de serviço publico com direito social 3. Porque o Estado tem a necessidade de eleger uma Escola modelo4. O que mudou para aquela comunidade 5. Quais os princípios do serviço publico estão sendo atendidos 6. Eficiência qualidade.

Serviço publico é toda atividade de oferecimento ou comodidade material fruivel individualmente, diretamente pelos administras, prestados pelo estado, ou por quem lhe faca as vezes, sob um regime de direito publico.

A constituição federal, estabeleceu uma divisão clara entre os dois setores de atuação do Estado no domínio econômico, agente normativo e regulador e diante de imperativos da segurança nacional ou relevante interesse coletivo o qual esta exploração direta será possível por meio de empresas públicas e sociedades de economia mista.

O Estado tem o dever inescusável de promover a prestação do serviço publico, diretamente ou através de autorização, permissão ou concessão para os particulares, e quando aberta a livre iniciativa podem ser exercidas completamente pelo setor privado, sem estar submetidas ao regime de delegação, mas, tão somente, aos controles inerentes ao poder de policia administrativo. Esta uma situação peculiar é própria de atividades pertinentes aos direitos fundamentais sociais genericamente considerados como, por exemplo, a educação e a saúde.

A Educação é atividade de altíssimo interesse público, sendo que o seu desenvolvimento é pré-requisito para o crescimento de qualquer nação e para a formação individual de verdadeiros cidadãos críticos melhor possibilitados para exercerem o seu devido papel social.

A Constituição Federal alarga a possibilidade de prestação do serviço de educação

tendo em vista a sua patente importância. O seu artigo 205 fala que a educação será

“promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”. Ou seja, percebeu-se

que o Estado, por si só, não é capaz de oferecer tal serviço universalmente e,

portanto, conta com o auxílio dos particulares na consecução deste fim.

A Educação como Direito Social na Constituição Federal reza no seu Art. 6º, que

são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

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desamparados. No Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

A Educação é direito público subjetivo, e isso quer dizer que o acesso ao ensino

fundamental é obrigatório e gratuito; o não oferecimento do ensino obrigatório pelo

Poder Público (federal, estadual, municipal), ou sua oferta irregular, importa

responsabilidade da autoridade competente. Compete ao Poder Público recensear

os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais

ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Quanto à competência, os Municípios atuarão prioritariamente no ensino

fundamental e na educação infantil. Os Estados e o Distrito Federal atuarão

prioritariamente no ensino fundamental e médio.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96, a

Educação Básica compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino

Médio. As suas modalidades são: educação especial, educação de jovens e adultos,

educação profissional, educação indígena, educação do campo.

A competência do Sistema Federal é elaborar o Plano Nacional de Educação e

assegurar o processo nacional de avaliação do rendimento escolar em todos os

níveis e sistemas de educação. Ao Sistema Estadual cabe assegurar o ensino

fundamental e oferecer com prioridade o ensino médio. Cabe ao Sistema Municipal

assegurar o ensino infantil e oferecer com prioridade o ensino fundamental.

No caso do objeto de estudo a escola estadual e ensino médio e fundamental

Augustinho Brandão na cidade de Cocal dos Alves, Piauí que realizou um trabalho

de comprometimento dos professores e incentivo aos alunos para um aprendizado

de qualidade ocorreu mesmo antes do início aos investimentos em sua

infraestrutura.

modelo de gestão adotado pela Escola, que é destaque nacional no Exame Nacional

do Ensino Médio (Enem) e em premiações de Olimpíadas de Matemática

E diante da introdução de novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem

pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEDUC), e implantação do

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Programa Mais Educação do MEC os quais tem como desafio construir uma escola

publica com oferta de um ensino de qualidade

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, visitou nesta sexta-

feira, 23, a Escola Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves. Acompanhado de duas equipes de

auditores, o ministro conheceu o modelo de gestão adotado pela Escola, que é destaque nacional no

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em premiações de Olimpíadas de Matemática. A

presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), Waltânia Alvarenga, acompanhou a comitiva.

Em parceria com os Tribunais de Contas dos Estados, o TCU coordena a Auditoria em Educação

(Ensino Médio) que fiscaliza a gestão da Educação no país. Durante a visita técnica, o ministro

Augusto Nardes conversou com diretores e coordenadores da Escola e com grupos de alunos e

professores.

No Brasil, 51 milhões de jovens cursam o ensino básico e fundamental e 8,3 milhões cursam o ensino

médio. As estatísticas apontam o baixo índice de conclusão desta etapa escolar: menos de 50%

completam o ensino médio. Esses alunos permanecem, em média, sete anos e três meses nas

escolas, enquanto a grade para conclusão é de nove anos. “Esses números preocupam o TCU, que

passou a priorizar a fiscalização da gestão da educação”, declarou o ministro Nardes durante

Seminário de lançamento da Auditoria, realizado no mês passado, em Brasília.

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Pesquisa

Educação e os Princípios de Direito Público

Há um arcabouço de princípios que cercam o prestador de serviço público, princípios esses do Direito Público importantes na consecução dos fins a que se presta. Bandeira de Mello enuncia 9 princípios básicos :

 a) Dever inescusável do Estado de promover a prestação: diretamente ou através de autorização, permissão ou concessão para os particulares;

 b) princípio da supremacia do interesse público: a necessidade da coletividade deverá ser atendida e respeitada antes dos interesses individuais ou os secundários do próprio Estado;

c) princípio da adaptabilidade: sempre atualizado e modernizado o serviço público;

d) princípio da universalidade: serviço aberto à generalidade do público;

e) princípio da impessoalidade: qualquer discriminação injustificada em relação aos usuários é inadmissível;

f) princípio da continuidade: a prestação do serviço não pode ser suspensa ou interrompida;

g) princípio da transparência: tornar público tudo que concerne ao serviço e sua forma de prestação;

h) principio da motivação: as decisões tomadas devem ser motivadas, ou seja, fundamentadas;

i) principio da modicidade das tarifas: valores módicos como contraprestação do serviço público, muitas vezes gratuito ou subsidiado. Este princípio é extremamente importante, pois é um dos caminhos que o Estado pode abrir para a disponibilidade do serviço a todos, sem marginalizar alguns particulares que podem ser onerados excessivamente se não houver tal controle.

Num país pobre como o Brasil, são correntes as dificuldades de grande parcela da população de usufruírem certos serviços públicos por conta da excessiva onerosidade. Ainda mais quando o serviço é prestado por particular. Este visa o lucro, mas no caso do serviço público, deverá haver limitações no preço a fim de atender os princípios acima enumerados.

A educação no Brasil, enquanto prestada pelos particulares, não tem nenhum controle prévio de preços nem em relação a reajustes, estando somente submetidos aos princípios e normas que regem as atividades econômicas em sentido estrito. Tem-se como Legislação Educacional para o ensino privado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os Atos Normativos do CNE – Conselho Nacional de Educação -, normas da Fundef e demais esparsas. Todas tratando de diretrizes e princípios, pouco cuidando do mercado gerado pelas Escolas privadas, ficando as mesmas livres para negociar, sem um controle adequadamente mais rígido e preventivo do Estado, principalmente no que se relaciona ao valor das mensalidades.

Grande discussão jurídica ocorreu no julgamento da ADI No 319-4, que pretendeu declarar inconstitucional a Lei Federal No 8.039/90. Esta Lei acabava por estabelecer limites no valor das mensalidades escolares. Não sobre os valores iniciais definidos em contrato, mas sim sobre os seus reajustes, sendo que estes estariam limitados ao “percentual de reajuste mínimo mensal dos salários em geral, fixado no inciso II, do art. 2º, da Lei nº 8.030, de 13 de abril de 1990”. Sua matéria acaba, portanto, entrando na esfera dos princípios que permeiam a Ordem Econômica e a Ordem Social da CF.

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No artigo 6º da CF, a educação é vista como um direito social.

O artigo 205 da CF posiciona a Educação sob Título VIII da Ordem Social, dizendo ela ser direito de todos e dever to Estado.

O artigo 209 da CF, ao enunciar o ensino como livre à iniciativa privada, possibilitou que a Educação fosse prestada por particulares.

A Educação, enquanto atividade econômica explorada por particulares, nos obriga a sopesar os princípios da Ordem Econômica, como a livre iniciativa, o direito do consumidor e a livre concorrência a fim de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.

A existência digna à todos, como fim da Ordem Econômica Constitucional, só pode ser almejada se o conceito de Estado Social Democrático de Direito for realmente aplicado nas ações dos 3 Poderes do Estado Brasileiro, obrigatoriamente observando o interesse público.

Para se alcançar tal fim, não é possível deixar o sistema capitalista por si só, puramente, com sua natural selvageria darwinista, inerte no que se refere às suas conseqüências naturais, como a manutenção e o aumento das desigualdades sociais e a concentração de riqueza. A justiça distributiva deve ser realizada pelo Estado, em busca sempre da redução destes males, admitidos à luz do Estado Liberal.

Ao estabelecer o limite de reajuste nas mensalidades escolares, objetivou-se, principalmente, oferecer segurança à todos aqueles usuários do serviço de determinadas escolas. Garantia de que não houvesse abusos na elevação dos preços durante todos os anos de ensino até a formação do aluno. O limite do reajuste não pode ser tomado como tabelamento de preço, nem congelamento, visto que não define o preço a ser cobrado e nem congela o preço num valor fixo. O que a Lei fez foi simplesmente um controle dos preços, evitando seu aumento exorbitante em curto prazo.

Foi declarada constitucional, tirando alguns elementos, a Lei No 8.039/1990, sendo essa Lei revogada em seguida pela Lei 8.170/1991, posteriormente também revogada pela Lei 9.870/1999, que atualmente está em vigor. Essa Lei em vigor é muito mais de diretrizes, obrigando as instituições de ensino somente a poucos compromissos, sem nenhuma intenção de um controle mais rígido sobre tal mercado.

Importante, aqui, transcrever parte do julgado do M. Marco Aurélio, ao tratar da atividade normativa e regulatória do Estado:

“compreende, necessariamente, o controle de preços, que, mostra Comparato, tanto se pode manifestar na fixação de preços mínimos, para estimular determinado setor da economia (…) como na fixação de preços máximos ou como se cuida, no caso, no estabelecimento de parâmetros de reajuste.

(…) penso que mais patente se torna a legitimidade dessa intervenção, quando se trata de atividades abertas à livre iniciativa, porém, de evidente interesse social, porque situadas em área fundamental da construção da ordem social projetada na Constituição de 1988. Delas, um dos setores fundamentais é, precisamente, o da educação, definido na Constituição como direito de todos e dever do Estado, que não se cumpre apenas pela educação pública, mas há de cumprir-se, também, pelo controle, pela regulação da atividade educacional privada”.

A educação, como bem salienta o art. 209 da CF, não pode ser confundida com simples serviço prestado pela iniciativa privada, ficando livre para o aumento arbitrário do lucro. A Educação é atividade de altíssimo interesse público, sendo que o seu desenvolvimento é pré-requisito para o crescimento de qualquer nação e para a formação individual de verdadeiros cidadãos críticos melhor possibilitados para exercerem o seu devido papel social.

7. CONCLUSÃO

Ou seja, o Estado como principal responsável pela consecução dos fins a que o serviço, enquanto público, almeja alcançar, deve se utilizar dos particulares – da iniciativa privada – como braço auxiliar, já que o Poder Público, por si só, se mostra quebrado, burocratizado e altamente

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corruptível. Essa foi a opção constitucional ao tratar no artigo 209 que a educação é livre à iniciativa privada, atendendo determinados requisitos.

Tratar a Educação como serviço público é um passo para se desenvolver um planejamento a longo prazo em prol da dignidade humana e da liberdade.

Ver na livre iniciativa e na livre concorrência princípios que devem se sobressair da educação é submeter o mínimo existencial ao mercado capitalista, quando esse deve ser instrumento do homem para a conquista de suas necessidades materiais e imateriais.

Citando Eros Grau apud José Afonso da Silva:

“a Constituição é capitalista, mas a liberdade apenas é admitida enquanto exercida no interesse da justiça social e confere prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais valores da economia de mercado”[4].

Ou seja, estando limitada a livre iniciativa ao interesse da justiça social e aos valores do trabalho humano e, claro, aos princípios maiores da nossa Constituição, para não deixar de citar a dignidade humana e o direito à vida, fica difícil de se dizer que aquela pode se sobressair aos programas nacionais de educação, tratando-os como meramente indicativos, e não obrigatórios à consecução os fins a que se compromete.

A educação é o primeiro passo para o alcance dos objetivos fundamentais elencados no artigo 3º da Carta Magna, como a erradicação a pobreza, garantia o desenvolvimento nacional, e a construção de uma sociedade livre justa e solidária.

Educação e a noção de Serviço Público

A noção de serviço público se alterou grandiosamente com o tempo. Podemos citar, como ponto de referência o seu surgimento, pela Escola do Serviço Público, patrocinada por Duguit, renomado publicista fancês, intentando substituir a idéia de “poder” estatal pela idéia de “serviço aos administrados”. Nas palavras de Cyr Cambier, como enuncia Celso Antônio Bandeira de Mello, tal concepção

“conduz a fazer do poder um dever, do comando, que é ordem dada, um ordenamento, que é medida adotada e adaptada”.[2]

Eros Grau dá a noção de serviço público como sendo “atividade indispensável à consecução da coesão social. È a sua vinculação ao interesse social que caracteriza determinada parcela da atividade econômica em sentido amplo como serviço público” GRAU, Eros. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. 11ª edição, São Paulo: Malheiros, 2006).

É em cima disso que Eros Grau faz a divisão entre serviço público privativo e não privativo do Estado, colocando nessa segunda classificação os serviços de educação e saúde dizendo, inclusive, que se saúde e educação não fossem serviço público, não teria porque haver tais afirmações dos preceitos constitucionais (artigo 209 para a educação e 199 para a saúde).

Este autor contempla a educação como serviço público também na sua atuação enquanto Ministro do STF. Na ADI 1.007, em que a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino propõe ação direta na qual é pleiteada a declaração de inconstitucionalidade da Lei n. 10.989, do Estado de Pernambuco, de 7 de dezembro de 1993, que estabelece prazo para o pagamento das mensalidades escolares naquela unidade da federação, as palavras do Ministro:

“(...)Constituição do Brasil afirma que o ensino é livre à iniciativa privada, isso significando que o setor privado pode prestar esse serviço público independentemente da obtenção de concessão ou permissão. Tratando-se, contudo, de serviço público, incumbe às entidades educacionais particulares, na sua prestação, rigorosamente acatar as normas gerais de educação nacional. Isso, porém, não as impede de pactuar com os interessados na prestação dos seus serviços, desde que obedecidas essas normas, as condições e o preço dessa mesma prestação”.

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Ou seja, enfatizando seus dizeres, desde que obedecidas as normas, inclusive as condições e o preço consoante emanados do Poder Público, as instituições de ensino tem total liberdade em negociar com os particulares usuários do serviço público.

A Constituição Federal alarga a possibilidade de prestação do serviço de educação tendo em vista a sua patente importância. O seu artigo 205 fala que a educação será “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”. Ou seja, percebeu-se que o Estado, por si só, não é capaz de oferecer tal serviço universalmente e, portanto, conta com o auxílio dos particulares na consecução deste fim.

As conseqüências de tratar a educação como serviço público são muitas, advindas principalmente do início de uma maior e significativa atuação do Estado neste mercado e da incidência de princípios de Direito Público que passam a acobertá-la, inclusive quando prestada por instituições privadas.

A educação deve ser observada como o serviço público que é, garantidor de direito humano contido no mínimo existencial. Deve ser sopesada com os princípios da livre concorrência e da livre iniciativa,observando que as regras de mercado devem existir não para impedir ou limitar o desenvolvimento de certos direitos inerentes à dignidade humana, mas sim para propiciar um alcance maior desses direitos.

O Direito à educação é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais,

que têm como inspiração o valor da igualdade entre as pessoas.

No Brasil este direito apenas foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado não tinha a

obrigação formal de garantir a educação de qualidade a todos os brasileiros, o ensino público era tratado como

uma assistência, um amparo dado àqueles que não podiam pagar. Durante a Constituinte de 1988 as

resposabilidades do Estado foram repensadas e promover a educação fundamental passou a ser seu dever:

A Educação como Direito Social na Constituição Federal reza no seu Art. 6º, que são direitos

sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à

maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. No Art. 205: A educação, direito de

todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho. 

A Educação é direito público subjetivo, e isso quer dizer que o acesso ao ensino fundamental é

obrigatório e gratuito; o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público (federal,

estadual, municipal), ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a

chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Quanto à competência, os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na

educação infantil. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino

fundamental e médio.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96, a Educação

Básica compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. As suas

modalidades são: educação especial, educação de jovens e adultos, educação profissional,

educação indígena, educação do campo.

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A competência do Sistema Federal é elaborar o Plano Nacional de Educação e assegurar o

processo nacional de avaliação do rendimento escolar em todos os níveis e sistemas de

educação. Ao Sistema Estadual cabe assegurar o ensino fundamental e oferecer com

prioridade o ensino médio. Cabe ao Sistema Municipal assegurar o ensino infantil e

oferecer com prioridade o ensino fundamental.

A LDBEN 9394/96, assinala como diretrizes: a inclusão, a valorização da diversidade, a

flexibilidade, a qualidade e a autonomia, assim como, a competência para o trabalho e a

cidadania.

A flexibilidade que a LDBEN oferece é garantida à escola, ao professor e ao aluno através de:

recuperação paralela. Art.24; progressão parcial. Art.24; avanços em cursos e séries. Art.24;

aproveitamento de estudos. Art.24; organização da escola: séries, semestres, ciclos, módulos.

Art.23; organização das turmas: idade, série. Art.24; currículo: 25% parte diversificada totalmente

organizada pela escola. Art.26, Art.27.

A competência para o trabalho e exercício da cidadania é garantida no artigo 22 da LDBEN,

quando o trabalho é entendido como produção cultural, artística, social e econômica e cidadania

é entendida como resultado da formação integral do sujeito, ou seja, a formação ética, estética,

política, cultural e cognitiva.

Devemos lembrar que existem outras reivindicações que se impõem no mundo contemporâneo,

como por exemplo, a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de

formas de discriminação, a importância da solidariedade e a capacidade de vivenciar as

diferentes formas de inserção sociopolítica e cultural. 

Poderíamos aqui elencar citações sobre o direito à educação, sem querer, no entanto “fechar

questão”, colocaremos em foco, a necessidade de proposta de uma política educacional que

contemple uma decisiva revisão das condições salariais dos professores, com aumentos reais

para os ativos e inativos, assim como uma estrutura de apoio que favoreça o desenvolvimento

do trabalho educacional.

 na administração da educação, é o processo de tomada de decisões, como vimos, o que sugere um certo conceito de administração da educação ou escolar, calcado no participacionismo. Não parece haver no trabalho do autor discussões mais aprofundadas sobre o papel político da administração da educação, o que é estranho, pois a tomada de decisões é um processo preenchido pelas relações de poder, seja no âmbito da sociedade, seja no âmbito da escola, especialmente quando se advoga que a ela seja anexa uma ampliação da participação democrática. O inovador do modelo do autor reside naquilo que ele denomina de critério orientador, qual seja, a qualidade de vida humana coletiva.

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RELAÇÃO ENTRE SERVIÇOS PÚBLICOS E DIGITADO EM ATÉ 04 LAUDAS (SEM CONTAR A CAPA E ADIREITOS SOCIAIS, A PARTIR DE UM

ESTUDO BIBLIOGRAFIA)DE CASO. (O ALUNO DEVERÁ ESCOLHER 1 OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DA ABNT

DIREITO SOCIAL E RELACIONAR SUA RESSALVADA A CAPA, NÃO DEVEM SER INCLUÍDOS NOEFETIVAÇÃO COM ALGUM SERVIÇO TRABALHO QUAISQUER OUTROS ELEMENTOS PRÉ TEXTUAIS

PÚBLICO (RESUMO, DEDICATÓRIA, AGRADECIMENTO)CONSULTAR NO MÍNIMO 2 OBRAS IMPRESSAS