projeto “brincando com a luz e o desenvolvimento da...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO KARINA CALÇA MANDAJI PROJETO “BRINCANDO COM A LUZE O DESENVOLVIMENTO DA ARGUMENTAÇÃO E AUTORREGULAÇÃO EM CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL CAMPINAS 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

KARINA CALÇA MANDAJI

PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ” E O

DESENVOLVIMENTO DA ARGUMENTAÇÃO E

AUTORREGULAÇÃO EM CRIANÇAS DA

EDUCAÇÃO INFANTIL

CAMPINAS 2019

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KARINA CALÇA MANDAJI

PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ” E O

DESENVOLVIMENTO DA ARGUMENTAÇÃO E

AUTORREGULAÇÃO EM CRIANÇAS DA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Tese de Doutorado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Educação da Faculdade

de Educação da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para a obtenção do título de Doutora em

Educação, na área de concentração Educação. Orientador: Prof. Dr. Jorge Megid Neto Coorientador: Prof. Dr. Fernando Jorge da Paixão Filho

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE

DEFENDIDA POR KARINA CALÇA MANDAJI, E ORIENTADA

PELO PROFESSOR DOUTOR JORGE MEGID NETO

CAMPINAS

2019

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Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de EducaçãoRosemary Passos - CRB 8/5751

Mandaji, Karina Calça, 1981- M312p ManProjeto "Brincando com a luz" e o desenvolvimento da argumentação e

autorregulação em crianças da Educação Infantil / Karina Calça Mandaji. –Campinas, SP : [s.n.], 2019.

ManOrientador: Jorge Megid Neto. ManCoorientador: Fernando Jorge da Paixão. ManTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de

Educação.

Man1. Argumentação infantil. 2. Autorregulação. 3. Ensino de ciências. 4.

Educação infantil. I. Megid Neto, Jorge, 1958-. II. Paixão, Fernando Jorge. III.Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Project "playing with light" and the development of argumentationand self-regulation in preschool childrenPalavras-chave em inglês:ArgumentationSelf-RegulationScience teachingEarly Childhood EducationÁrea de concentração: EducaçãoTitulação: Doutora em EducaçãoBanca examinadora:Jorge Megid Neto [Orientador]Jussara Cristina Barboza TortellaSoely Aparecida Jorge PolydoroVilmar MalacarneAlessandra Aparecida VivveiroData de defesa: 02-09-2019Programa de Pós-Graduação: Educação

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0001-6507-2943- Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/4526755248524504

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

TESE DE DOUTORADO

PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ” E O

DESENVOLVIMENTO DA ARGUMENTAÇÃO E

AUTORREGULAÇÃO EM CRIANÇAS DA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Autora: Karina Calça Mandaji

Comissão Julgadora:

Jorge Megid Neto

Jussara Cristina Barboza Tortella

Soely Aparecida Jorge Polydoro

Vilmar Malacarne

Alessandra Aparecida Viviero

A Ata da Defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e

na Secretaria do Programa da Unidade.

2019

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Dedico este trabalho aos meus amores:

Gilson, Neide, Thais, Thiago e Pedro

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Neide e Gilson, que sempre apoiaram, acreditaram e valorizaram minhas

conquistas! Amo muito os dois... não tem felicidade maior por acompanharem minha trajetória.

Agradeço também a minha irmã Thais, que sempre vibrou com minhas conquistas! Amo

muito!!!!!!!!!!

Agradeço ao meu amor, companheiro, amigo e grande incentivador Thiago, você sabe

o quanto foi importante nessa conquista. Agradeço ao nosso Pepê que me motivou a seguir em

frente para que eu possa contar das peripécias dessa trajetória para ele...

Agradeço aos meus orientadores Prof. Dr. Jorge Megid Neto por me orientar em mais

uma pesquisa, e Prof. Dr. Fernando J. da Paixão por coorientar!!! Tenho orgulho de ter sido

orientada pelos dois no Mestrado e Doutorado.

Agradeço à valiosa contribuição da banca de qualificação e defesa do Mestrado,

professoras Doutoras Alessandra Aparecida Viveiro e Jussara Cristina Barbosa Tortella, agora

também integrantes da banca de qualificação e defesa do Doutorado, que despertaram meu

interesse e curiosidade em aprofundar a temática.

Agradeço à professora Soely Aparecida Jorge Polydoro pelas ricas contribuições na

qualificação e na defesa de Doutorado.

Agradeço ao prof. Dr. Vilmar Malacarne pelas ricas contribuições na defesa do

Doutorado.

Aos amigos e funcionários do Nair Valente que acompanharam minha trajetória e me

ajudaram e incentivaram em especial Aline Venerando, Adriana Couto, Sueli Galusni, Sueli

Palmen, Bete, Ester, Juliana e Ana Claúdia.

Aos queridos amigos do FORMAR e GEPROMAI que me ouviram, incentivaram e

apoiaram nesses anos.

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RESUMO

As práticas escolares na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental estão

bastante direcionadas aos processos de alfabetização em língua materna e em matemática. Por

outro lado, abordar temas e fenômenos de outras áreas de conhecimento, como Ciências da

Natureza, numa perspectiva interdisciplinar e investigativa, pode favorecer o desenvolvimento

sociocognitivo das crianças e também os diversos processos de alfabetização ou letramento.

Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo analisar o potencial do Projeto “Brincando com

a Luz” na promoção da argumentação e da autorregulação em crianças da educação infantil,

buscando tratar o seguinte problema: que mudanças ocorrem no perfil de Argumentação e

Autorregulação de crianças da Educação Infantil ao se envolverem com o Projeto “Brincando

com a Luz”? Os referenciais teóricos e categorias de análise concentraram-se nos princípios de

Argumentação, Alfabetização Científica, Ensino Investigativo e Autorregulação da

Aprendizagem. O Projeto “Brincando com a Luz” foi realizado com uma turma de 30 crianças

com idade entre 4 a 6 anos da Educação Infantil pública do Município de Campinas, cuja

professora atuou também como pesquisadora principal. Foram explorados vários fenômenos

luminosos com materiais simples e situações-problema: como enxergamos objetos dentro de

uma cabana escura; observação de sombras; objetos opacos e transparentes; as funções do olho

e da luz no mecanismo da visão; cuidados com os olhos entre outras atividades. Os dados foram

coletados por meio de gravações em vídeo, áudio e em caderno de campo da professora-

pesquisadora, bem como por desenhos e outros registros imagéticos das crianças. Na análise,

procuramos comparar suas ações, interações, falas e registros desde a primeira atividade até a

última. Pudemos observar que a argumentação contribuiu para o desenvolvimento da turma em

todos os aspectos vinculados à autorregulação da aprendizagem: emocional, pró-social,

cognitivo e motivacional. Ao pensarem sobre o que iam falar e se estava dentro do contexto da

discussão, as crianças tiveram que analisar o que estava sendo falado e questionado pela

professora e demais colegas, relacionar conhecimentos prévios, planejar a fala, manter-se

atentas à discussão, esperar o momento de falar, enfim, trabalharam com vários elementos da

autorregulação da aprendizagem. Nesse processo também se destacou o desenvolvimento da

argumentação pelas crianças, pois o trabalho investigativo e aberto favoreceu que as crianças

expusessem ideias e fossem ouvidas, levantassem hipóteses sobres os fenômenos, refletissem

sobre suas ações, organizassem informações e estabelecessem conclusões, aspectos que

demarcam também o processo de alfabetização científica. O trabalho mostrou que as crianças

pequenas podem planejar, acreditar que é possível aprender e o que precisam fazer para

aprender, concentrar-se nas discussões e tarefas, agir de modo a repensar suas ações e planejar

ações futuras, obtendo sucesso nas atividades argumentativas e de autorregulação da própria

aprendizagem. Além disso, consideramos de grande importância a pesquisa aliada à prática

profissional do professor, e acreditamos que este trabalho possa colaborar com os estudos sobre

argumentação e autorregulação em aulas de Ciências da Natureza desde a Educação Infantil.

Palavras chave: Argumentação, Autorregulação, Ensino de Ciências, Educação Infantil, Fenômenos luminosos.

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ABSTRACT

The school practices in Early Childhood Education and in the early years of Elementary School

are very focused on the processes of literacy in the mother tongue and in mathematics. On the

other hand, addressing themes and phenomena from other areas of knowledge, such as the

Nature Sciences, in an interdisciplinary and investigative perspective can favor the socio-

cognitive development of children and also the various processes of literacy or literacy. In this

context, this paper analyzes the potential of the "Playing with the Light" Project in the

promotion of argumentation and self-regulation in children in early childhood education,

seeking to address the following problem: what changes occur in the Argumentation and Self-

regulation profile of preschool children as they become involved with the “Playing with the

Light” Project? The theoretical references and categories of analysis focused on the principles

of Argumentation, Scientific Literacy and Self-Regulation. The "Playing with Light" Project

was applied to a group of 30 children aged 4 to 6 years of Public Early Childhood Education in

the Municipality of Campinas, whose teacher also served as principal investigator. Several light

phenomena were explored with simple materials and problem situations: how do we see objects

inside a dark hut ?; shadow observation; opaque and transparent objects; the functions of the

eye and light in the mechanism of vision; eye care and other activities. Data were collected

through video recordings, audio and in the teacher-researcher's field notebook, as well as

drawings and other imagery records of the children. In the analysis, we try to compare their

actions, interactions, speeches and records from the first activity to the last one. We could

observe that the argument contributed to the development of the class in all aspects: emotional,

pro-social, cognitive and motivational. When they thought about what they were going to talk

about and were in the context of the discussion, the children had to analyze what was being said

and questioned by the teacher and other colleagues, to relate previous knowledge, to plan the

speech, to be attentive to the discussion, to wait the moment of speaking, in short, worked with

several elements of self-regulation of learning. In this process, the development of children's

arguments was also highlighted, since the open and investigative work favored children to

present ideas and be heard, to raise hypotheses about the phenomena, to reflect on their actions,

to organize information and to draw conclusions, aspects that also mark the process of scientific

literacy. The work showed that young children can plan, believe that it is possible to learn and

what they need to do to learn, focus on discussions and tasks, act in a way to rethink their actions

and plan future actions, succeeding in argumentative activities and learning. In addition, we

consider research with professional practice to be of great importance, and we believe that this

work can collaborate with the studies on argumentation and self-regulation in classes of Natural

Sciences since Early Childhood Education.

Keywords: Argumentation, Self-regulation, Science Teaching, Early Childhood Education,

Light phenomena.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Padrão de Argumento 23

Figura 2: Estrutura e Função dos processos de autorregulação 27

Figura 3: Croqui da sala 44

Figura 4: Crianças manipulando a lanterna 51

Figura 5: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança 53

Figura 6: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança 54

Figura 7: Desenho da atividade da cabana escura 54

Figura 8: Desenho da atividade da cabana escura 55

Figura 9: Crianças desenhando a sombra na quadra 56

Figura 10: Crianças desenhando a sombra na quadra 1 57

Figura 11: Crianças desenhando a sombra na quadra 2 57

Figura 12: Sombra na quadra 58

Figura 13: Sombra da menina 58

Figura 14: Minha sombra 59

Figura 15: Criança mostrando seus brinquedos com a lanterna 60

Figura 16: Menina olhando a cigarra e explicação da criança 61

Figura 17: Menino olhando o sol e explicação da criança 62

Figura 18: Meninas se olhando e explicação da criança 62

Figura 19:Criança fazendo a sombra da borboleta 64

Figura 20: Sombra da borboleta 64

Figura 21: A sombra da flor 64

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Figura 22: A sombra do menino 65

Figura 23: Homem com a raquete 66

Figura 24: A sombra do cachorro 67

Figura 25: Senhores dançando 68

Figura 26: Teatro de sombras 69

Figura 27: O objeto opaco- caderno de recados 70

Figura 28: Crianças observando se a luz passava pelo objeto opaco 71

Figura 29: Crianças com o plástico transparente e a lanterna 72

Figura 30: Criança no espelho 73

Figura 31: Criança no espelho 1 73

Figura 32: Criança no espelho 2 73

Figura 33: O dia nublado e os caçadores de sombra 75

Figura 34: Desenho elabora pela criança JH. (6 anos) 78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Estratégias de Aprendizagem do PLEA (Planejamento, Execução,

Avaliação) proposto por Rosário e colaboradores (2014)

28

Quadro 2: Lista de desenvolvimento da aprendizagem independente

(Questionário CHILD)

34

Quadro 3: Síntese TAP (Toumin’s Argument Patern) para as 30 crianças

79

Quadro 4: TAP da criança B. (5 anos)

80

Quadro 5: TAP da criança E. (6 anos)

81

Quadro 6: TAP da criança NO. (4 anos)

82

Quadro 7: Síntese do questionário CHILD para as 30 crianças

85

Quadro 8: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança E. (6

anos)

88

Quadro 9: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança E. (6 anos)

91

Quadro 10: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança JP. (5

anos)

92

Quadro 11: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança JP. (5 anos)

94

Quadro 12: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança JA. (5

anos)

95

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Quadro 13: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança JA. (5 anos)

97

Quadro 14: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança MC. (4

anos)

98

Quadro 15: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança MC. (4 anos)

99

Quadro 16: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança D. (4

anos)

101

Quadro 17: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança D. (4 anos)

102

Quadro 18: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança VV. (4

anos)

103

Quadro 19: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da

criança VV. (4 anos)

104

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Desempenho das crianças pelo CHILD antes e depois do Projeto

“Brincando com a Luz”

86

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 15

CAPÍTULO 1: Argumentação e Autorregulação no Ensino de Ciências 17

1.1 Argumentação e Ensino de Ciência Investigativo 18

1.2 Autorregulação da Aprendizagem 25

1.3 Pesquisas sobre Argumentação e Autorregulação no Ensino de Ciências 36

CAPÍTULO 2: Percurso Metodológico da Pesquisa 41

CAPÍTULO 3: Descrição das atividades 47

CAPÍTULO 4: Argumentação e Autorregulação das crianças no decorrer das

atividades

76

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS 107

REFERÊNCIAS 113

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Autorização

de Uso da Imagem

118

APÊNDICE B: Quadros individuais de indicadores de argumentação de

acordo com o TAP

122

APÊNDICE C: Quadros CHILD preenchidos pela professora

individualmente para as 30 crianças participantes da pesquisa

143

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15

APRESENTAÇÃO

Sou professora de Educação Infantil no Município de Campinas-SP desde 2010. Nessa

caminhada, através de políticas de formação continuada do Município, pude conhecer como as

professoras de Educação Infantil realizam seu trabalho no campo do Ensino de Ciências, sempre

com muitas dúvidas e interesse na temática. Assim, durante os anos de 2013 a 2015 dediquei

meus estudos ao Mestrado em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual

de Campinas (UNICAMP), sob a orientação dos professores Drs. Jorge Megid Neto e Fernando

J. da Paixão, e participando ativamente do grupo de pesquisa FORMAR-Ciências.

Na ocasião da pesquisa de Mestrado, desenvolvemos o Projeto “Brincando com a Luz”

e a nossa pesquisa teve por objetivo descrever e analisar a implementação de um conjunto de

11 atividades desenvolvidas com crianças de 3 a 5 anos num Centro de Educação Infantil do

Município de Campinas. Durante essa pesquisa de mestrado percebemos o grande potencial das

crianças pequenas em argumentarem e construírem conhecimentos em Ciências. Ao

apresentarmos nosso trabalho para a banca examinadora do Mestrado, tivemos grandes

contribuições e uma nova ideia nos foi sugerida: investigar os processos de autorregulação da

aprendizagem a partir do trabalho com o Ensino de Ciências.

Nesta pesquisa de Doutorado, juntamente com os professores Drs. Jorge Megid Neto e

Fernando J. da Paixão, decidimos realizar as atividades do Projeto “Brincando com a Luz” com

algumas modificações (acrescentamos e/ou retiramos atividades desenvolvidas no mestrado) e

aprofundar a análise dos dados com base nas categorias Argumentação e Autorregulação da

Aprendizagem e respectivos referenciais teóricos.

Realizamos um conjunto de 10 atividades com as crianças matriculadas no

Agrupamento III de um Centro de Educação Infantil do Município de Campinas.

Assim, este trabalho tem como objetivo analisar o potencial do Projeto “Brincando com

a Luz” na promoção da argumentação e da autorregulação em crianças da Educação Infantil,

buscando tratar o seguinte problema: que mudanças ocorrem no perfil de Argumentação e

Autorregulação de crianças da Educação Infantil ao se envolverem com o Projeto “Brincando

com a Luz”? Os referenciais teóricos e categorias de análise concentraram-se nos princípios de

Argumentação, Alfabetização Científica, Ensino Investigativo e Autorregulação da

Aprendizagem. O Projeto “Brincando com a Luz” foi realizado com uma turma de 30 crianças

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16

com idade entre 4 a 6 anos da Educação Infantil pública do Município de Campinas, cuja

professora atuou também como pesquisadora principal.

Modificamos as atividades realizadas no Mestrado de acordo com os interesses do grupo

de crianças que participaram desta pesquisa. Antes de iniciarmos as atividades, as crianças

foram avaliadas a partir do questionário Checklist of Independent Learning Development

(CHILD), elaborado por David Whitebread e colaboradores (2009), através do qual avaliamos

como se autorregulavam antes de iniciarem as atividades do Projeto. Depois, procuramos no

decorrer das atividades verificar como a Argumentação em atividades de Ciências pode

favorecer a Autorregulação e a construção de conhecimentos sobre fenômenos luminosos por

parte das crianças.

Organizamos este texto da seguinte maneira. No Capítulo 1, Argumentação e

Autorregulação no Ensino de Ciências, apresentamos os fundamentos teórico metodológicos

que norteiam a nossa discussão sobre Argumentação no Ensino de Ciências, tratamos dos

fundamentos teórico-metodológicos em Autorregulação da Aprendizagem e iniciamos a

discussão – hipótese a ser verificada no decorrer da pesquisa – sobre como o Projeto “Brincando

com a Luz” pode contribuir com esses processos. No Capítulo 2, Percurso Metodológico da

Pesquisa, descrevemos os procedimentos metodológicos da pesquisa, as atividades previstas e

características da escola e da turma de crianças com as quais trabalhamos. No Capítulo 3

Descrição das Atividades Realizadas com as crianças, apresentamos os resultados do trabalho

de campo, um relato das atividades implementadas com as crianças e como se envolveram com

o trabalho. No Capítulo 4, Argumentação e Autorregulação da Aprendizagem das Crianças

durante as atividades, tratamos dos indicadores de Argumentação e Autorregulação das crianças

em sala de aula, mostrando as contribuições das atividades argumentativas na promoção da

autorregulação das crianças. Por fim, o texto traz as Conclusões e Considerações Finais,

Referências e Apêndices.

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17

CAPÍTULO 1

ARGUMENTAÇÃO E AUTORREGULAÇÃO NO ENSINO DE

CIÊNCIAS

As crianças trazem conhecimentos significativos para a escola. Elas aprendem e se

desenvolvem através do contato com a família, amigos e pessoas em geral, nas interações com

o meio físico e natural e com o meio social, ou seja, nas interações socioambientais, entre tantas

interações que ocorrem em diversos contextos que não somente o escolar.

Dessa forma, ao entrar para a escola trazem uma bagagem de conhecimentos e

compreensão do mundo que são de extrema importância para a apreensão do conhecimento

historicamente produzido, para a construção de novos conhecimentos e para o seu

desenvolvimento sociocognitivo e moral.

Pensando nisso, nos processos de ensino-aprendizagem, o professor deve considerar

essas ideias e construções prévias das crianças e propor atividades desafiadoras que permitam

às crianças falarem e serem ouvidas, que promovam a interação entre as crianças, o professor e

os fenômenos estudados.

As crianças pequenas se interessam explorar fenômenos do campo das Ciências da

Natureza. O ambiente físico e natural as instiga, aguça sua curiosidade, estimula suas interações

por intermédio de seus cinco sentidos e suas tentativas de captar, compreender e transformar

esse ambiente. Nesse contexto, o Ensino de Ciências na Educação Infantil pode contribuir com

a ampliação e desenvolvimento da linguagem da criança, desenvolver a capacidade de

observação, análise e registro sobre os fenômenos, favorecendo um processo ativo e criativo de

produção de conhecimentos individual e coletivamente.

O Ensino de Ciências permite às crianças levantarem hipóteses sobre o mundo que as

cerca, apresentando e confrontando ideias (SASSERON; CARVALHO, 2011; DRIVER et al.,

1999), observando regularidades nos acontecimentos, registrando e comunicando o que estão

estudando. Além disso, as Ciências da Natureza nos dizem muito sobre nós mesmos e sobre o

mundo em que vivemos, lidam com temas importantes e de grande interesse das crianças.

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18

1.1 Argumentação e Ensino de Ciências Investigativo

Pesquisadores como Sasseron e Carvalho (2011) e Brito e Fireman (2016) nos trazem a

importância do trabalho com sequências didáticas investigativas no ensino escolar de Ciências

contribuindo para a Alfabetização Científica (AC). Isto permite às crianças a aquisição de

termos e princípios científicos, a compreensão da natureza da Ciência e de suas relações éticas

e políticas, bem como a compreensão das relações e interdependência entre Ciência, Tecnologia

e Sociedade. Segundo os autores, entre muitos outros, atividades investigativas favorecem a

AC e permitem às crianças participarem de práticas de (re)construção do conhecimento

científico.

Entendemos por atividades investigativas no ensino de Ciências as atividades em que

os envolvidos discutem e produzem conhecimento, assumindo a atividade científica como

dinâmica, não neutra, levando em consideração as condições de produção do conhecimento a

ser trabalhado. De acordo com Zômpero e colaboradores (2011, p.78), “as atividades de

investigação permitem promover a aprendizagem dos conteúdos conceituais, e dos conteúdos

procedimentais que envolvem a construção do conhecimento científico”.

Andrade (2011), por sua vez, ressalta a importância do trabalho em sala de aula para

que as atividades investigativas façam parte do ensino de Ciências, sendo importante que as

condições de produção do conhecimento científico sejam abordadas na escola nos momentos

de exploração desses conhecimentos e de sua (re)construção por parte dos estudantes. Para o

autor:

Geralmente os conhecimentos escolares são apresentados de forma

descontextualizada de sua origem, negligenciando o processo de sua geração, o que

produz interpretações do conhecimento como estático, imutável. No entanto, a forma

como os conhecimentos científicos são produzidos em instituições de pesquisa se

mostra diferente: os conhecimentos estão associados ao contexto social em que estão

inseridos e sofrem frequentemente um processo de renovação e reformulação

(ANDRADE, 2011, p.131).

É importante que o professor promova em sala de aula condições para que os alunos

possam resolver problemas da vida cotidiana. As questões abertas são estratégias importantes

que promovem discussões entre as crianças acerca da temática estudada, fazendo parte dos

processos de investigação. Para Sasseron e Carvalho (2013, p. 170), “Tais processos são

desenvolvidos em diferentes instâncias de nosso dia a dia e, considerando as particularidades

dos contextos, são também utilizados por cientistas no estudo, proposição e apresentação de

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19

novas ideias”. De acordo com esses autores, existem 2 dimensões do trabalho investigativo em

sala de aula: a “dimensão estruturante”, que consiste em estruturar as ideias apresentadas,

tomando consciência das ações e reconhecendo variáveis da situação. Alguns itens estruturantes

relacionados à AC são: seriação, classificação, organização de informações, levantar e testar

hipóteses; e a “dimensão epistemológica”, relacionada às ações ocorridas no processo e

construção do argumento, na busca de conexões e relações entre o conhecimento apresentado.

Alguns indicadores de AC relacionados a essa dimensão são explicação e atribuição de

justificativa, previsão e raciocínio (SASSERON; CARVALHO, 2013).

Quando os professores trabalham Ciências de maneira investigativa, permitem aos

alunos retomar ideias, relacionar com conhecimento prévios à temática estudada, propor

problemas e buscar soluções, reconhecer e (re)construir conhecimentos a partir da proposição

de um problema, problematizar situações e realizar previsões, descrever, registrar e observar

fenômenos entre outras ações cognitivas.

De acordo com Murphy e colaboradores (2005), tornar o ensino de Ciências relevante

para as crianças é de fundamental importância. Além disso, o tempo utilizado para o ensino de

determinado conteúdo também é fundamental; ensinar Ciências não requer pressa, já que os

processos investigativos de natureza científica levam tempo. Estes autores mencionam a

importância de relacionar os conhecimentos apreendidos com a vida cotidiana e destacam o

grande interesse das crianças em aprender Ciências. Para eles, elas gostam e se interessam por

trabalhos práticos e experimentos.

Através de abordagens investigativas é possível avaliar o que as crianças pensam,

trabalhar com o interesse que já têm pela temática:

[...] the key to improving children’s scientific literacy lies in make school science more

applied to real life and to involve children more in raising questions and carrying out

simple investigation. It has also been shown that teachers feel that their confidence

and knowledge relating to teaching Science needs to be further developed (MURPHY

et al., 2005, p. 14).1

Os professores devem estar confiantes com relação às temáticas trabalhadas com seus

alunos. Para tanto precisam estudar, participar de cursos de formação continuada e trabalhar a

AC a partir de contextos criativos, aproveitando a curiosidade natural das crianças,

1 “[...] a chave para melhorar o letramento científico das crianças reside em tornar a ciência da escola mais aplicada à vida real e envolver mais

as crianças em levantar questões e realizar investigações simples. Foi também mostrado que os professores sentem que a sua confiança e

conhecimento em relação ao ensino da Ciências precisa ser melhor desenvolvido” (tradução nossa).

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desenvolvendo habilidades de pensamento crítico e criativo, oportunizando a manipulação de

materiais e questionamentos.

Ao oportunizarmos um trabalho investigativo, estamos proporcionando o

desenvolvimento de habilidades como fluência, flexibilidade, originalidade de ideias e

imaginação, observação, medição, classificação, interpretação de dados, levantamento de

hipóteses, cooperação, originalidade, abertura para ouvir as demais argumentações. As

interações entre as crianças servem para aperfeiçoar a linguagem e construir conhecimentos.

Mesmo crianças muito pequenas são capazes de fazer investigações e argumentações

mediadas por seus professores ou com a ajuda de colegas mais experientes. Sarmento (2011)

indica que crianças pequenas devem ser ouvidas através de seus desenhos. Através dos

desenhos das crianças podemos compreender a “apreensão de uma realidade que tanto nos

encanta como por vezes nos deixa perplexos, ante o modo frequentemente inesperado com que

o real surge transfigurado pelos traços inscritos no papel” (SARMENTO, 2011, p. 54). Dessa

forma, as crianças pequenas nos apresentam, sobretudo através de seus desenhos, suas ideias e

representações do mundo a partir dos fenômenos e conhecimentos trabalhados.

Segundo Murphy e colaboradores (2005), a Alfabetização Científica (ou letramento

científico)2 consiste em:

Scientific literacy can, therefore, be considered as the minimal scientific knowledge

and skills required to access whatever scientific information and knowledge is desired.

[…] the term ‘scientific literacy’ refers to the skills that primary children need to help

them to become active and informed citizens, together with the conceptual knowledge

that underpins their development. (MURPHY et al., 2005, p.86)3.

Pesquisadores como Sasseron e Carvalho (2008) e Pozo e Crespo (2009) reconhecem

o valor do Ensino de Ciências com crianças pequenas, mesmo aquelas em idade de pré-

alfabetização. Também enfatizam a importância da argumentação nos processos de AC. As

crianças pequenas têm grande interesse nos assuntos de Ciências Naturais, são participativas

e capazes de argumentar, desde que o professor seja o mediador para a construção do

2 Os autores utilizam o termo “letramento científico” ao invés de alfabetização científica. Muitos pesquisadores fazem diferenciação entre

esses termos, enquanto outros preferem manter o uso de “alfabetização científica” mas com um sentido além do técnico e instrumental,

assumindo também as dimensões políticas, históricas e socioculturais nos processos de AC. Nesta tese optamos por manter o termo

Alfabetização Científica mas com esse caráter multidimensional, à semelhança do que fazem Sasseron e Carvalho (2008).

3 O letramento científico pode, portanto, ser considerado como o conhecimento científico mínimo e as habilidades necessárias para acessar

qualquer informação e conhecimento científico desejado. [...] o termo "letramento científico" refere-se às habilidades que as crianças do ensino

primário precisam para ajudá-las a se tornarem cidadãs ativas e informadas, juntamente com o conhecimento conceitual que sustenta seu

desenvolvimento (tradução nossa).

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conhecimento. “Uma das principais características do processo de construção das Ciências é

a linguagem argumentativa” (SASSERON; CARVALHO, 2011, p. 244).

Considerar o levantamento de hipóteses, a fala do outro a respeito do assunto, falar

sobre determinado tema relacionando conhecimentos, expor seu raciocínio faz parte dessa

atividade de argumentação. A compreensão de temas do campo das Ciências permite às

crianças pensarem sobre sua ação no mundo coletivamente.

Nas palavras de Sasseron e Carvalho (2008), trabalhar com argumentação nas aulas de

Ciências é:

[...] proporcionar oportunidades para que os alunos tenham um entendimento público

da ciência, ou seja, que sejam capazes de receber informações sobre temas

relacionados à ciência, à tecnologia e aos modos como estes empreendimentos se

relacionam com a sociedade e com o meio ambiente e frente a tais conhecimentos,

sejam capazes de discutir tais informações, refletirem sobre os impactos que tais fatos

podem representar e levar à sociedade e ao meio ambiente e, como resultado de tudo

isso, posicionarem-se criticamente frente ao tema (SASSERON; CARVALHO, 2008,

p. 336).

Permitir às crianças participarem dessas atividades desde pequenas favorece a

transformação delas em sujeitos ativos na construção do conhecimento e capazes de solucionar

problemas, focando seu olhar sobre diversos aspectos dos fenômenos estudados.

A Argumentação neste trabalho é entendida como todo discurso em sala de aula entre

professor e aluno(s), entre aluno(s) e aluno(s); desde que exponham suas ideias, hipóteses,

raciocínios, organizem informações e conclusões, justificando-as. Enfim, consideraremos a

argumentação

[...] como todo e qualquer discurso em que o aluno e o professor apresentam suas

opiniões em aula, descrevendo ideias, apresentando hipóteses e evidências,

justificando ações e conclusões a que tenham chegado, explicando resultados

alcançados. (SASSERON; CARVALHO, 2008, p.142).

Para Pozo e Crespo (2009, p.21), “Ensinar ciências não deve ter como meta apresentar

aos alunos os produtos da ciência como saberes acabados, definitivos [...]”. Portanto, o trabalho

com os pequenos pretende ser construtivo, permitindo a discussão do tema e analisando-o a

cada atividade.

Lorenzetti e Delizoicov (2001), em estudo sobre o Ensino de Ciências nos anos iniciais

do ensino fundamental, afirmam que as escolas não são capazes de proporcionar aos alunos

todas as informações científicas que eles necessitam para promoverem mudanças na sociedade.

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Se a escola não é capaz de fazer isso, ela deve ao menos proporcionar condições para que o

aluno compreenda a produção de conhecimento científico, para que ele seja capaz de buscar e

questionar o conhecimento que necessita para sua vida. As crianças devem ser ensinadas a fazer

conexões entre o que aprendem na escola e o mundo que as cerca.

Trabalhar Ciências com crianças pequenas deve permitir-lhes estabelecer relações,

argumentar, buscar o conhecimento para que consigam solucionar problemas cotidianos,

considerando que “a sala de aula se constitui numa oportunidade privilegiada para a

sistematização do conhecimento que está sendo veiculado através de várias ações promovidas”

(LORENZETTI; DELIZOICOV, 2001, p. 9).

Para ensinar Ciências na Educação Infantil, o professor deve conhecer conteúdos em

Ciências da Natureza, ouvir as crianças, se aprofundar e fazer questionamentos, contribuindo

para que as crianças usem as informações discutidas para compreenderem fenômenos e

estabelecerem relações entre os acontecimentos.

Para tanto, é necessário introduzir os alunos no universo das Ciências da Natureza, isto

é, ensinar os alunos a construírem conhecimento fazendo com que eles, ao perceberem os

fenômenos da natureza, sejam capazes de construir suas próprias hipóteses, elaborar suas

próprias ideias, organizando-as e buscando explicações para os fenômenos (CARVALHO,

2011, p. 253).

Para criar tais condições em sala de aula, um dos pontos fundamentais está relacionado

à problematização do conhecimento, ou seja, lançar questões instigantes às crianças, permitindo

que elas levantem hipóteses sobre a problemática estudada e possam ouvir outras explicações,

o que estimula os processos de argumentação e de autorregulação da aprendizagem (assunto

tratado mais à frente).

Para compreenderem a argumentação em sala de aula, em diversos trabalhos Sasseron

e Carvalho (2008, 2011, 2013) discutem os usos e limitações do Padrão de Toulmin (TAP -

Toulmin’s Argument Pattern) para analisarem como ocorre a argumentação em aulas de

Ciências. O TAP pode ser ilustrado pela figura a seguir.

O TAP é considerado por Vieira e colaboradores (2015) como viável para análise de

uma sequência argumentativa em sala de aula. Os elementos estruturantes da argumentação,

explicitados na figura 1 são: dado (D), a conclusão (C), a justificativa ou garantias (W), os

qualificadores modais (Q), a refutação (R) e o conhecimento básico ou apoio (B). Estes

elementos podem tanto dar ênfase ao problema inicial, quanto negá-lo ou rejeitá-lo. Além disso,

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vale ressaltar que as crianças não utilizam todos os elementos em sua argumentação, mas é

possível analisar alguns de seus elementos presentes na argumentação das crianças, pois o

Padrão de Toulmin pode ser adaptado à realidade da sala de aula.

Figura 1: Padrão de Argumento de Toulmin

Fonte: Sasseron e Carvalho (2011, p.249).

A organização da linguagem e sequência de apresentação do argumento é mais

complexa quando se utilizam mais elementos do padrão (D, C, W, Q, R e B). “Dessa forma, se

um determinado argumento é enquadrado no padrão, ele pode ser considerado coerente [...]”

(VIEIRA et al., 2015, p. 711).

Através do TAP conseguimos compreender o desenvolvimento do pensamento

científico das crianças por meio dos elementos construção, domínio, negociação e comunicação

de suas ideias. “O TAP é uma ferramenta eficaz nos procedimentos de análise de argumentações

no ensino de Ciências porque apresenta caráter prescritivo, enquadrando aquilo que é

argumento daquilo que não é [...]” (SASSERON; CARVALHO, 2011, p. 260).

Pinochet (2015) enfatiza que pesquisas na área de Ciências têm usado com maior

frequência o Padrão de Toulmin, e que este, a partir da década de 1950, tornou-se um marco

teórico para descrever e analisar a argumentação em sala de aula, trazendo a argumentação

dialógica à tona. Nas palavras do autor: “[...] la educacion cientifica debe promover la

argumentación como uma dimensión fundamental del aprendizaje de las ciências”

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(PINOCHET, 2015, p. 309)4.

Toulmin não planejou o uso do argumento com implicações educacionais, mas o

propósito de seu trabalho e suas definições são adequadas também a essa área, mostrando

aspectos gerais da argumentação, melhorando a aprendizagem e o pensamento crítico. As

limitações de seu modelo estão relacionadas à qualidade do argumento e contexto em que foram

produzidos os argumentos (SASSERON; CARVALHO, 2013).

Para que essas limitações sejam superadas no momento da análise dos argumentos dos

estudantes é necessário considerar o contexto da sala de aula, as características dos estudantes

e dos professores e o que se pretende ensinar (SASSERON; CARVALHO, 2013). Além disso,

podemos propor adaptações ao modelo TAP, quando não encontramos todos os elementos

presentes durante a argumentação das crianças.

De acordo com Sasseron e Carvalho (2013, p. 173), as características da Alfabetização

Científica “estão fortemente associadas à promoção do processo argumentativo e demonstram,

com sucesso, a construção de argumentos sobre ideias científicas em sala de aula”. Assim, para

a promoção da Argumentação e Alfabetização Científica em sala de aula, o professor deve

permitir que as crianças sejam ouvidas, retomar ideias já discutidas, propor solução de

problemas, construir relações entre as ideias, descrever um fenômeno e organizar e classificar

informações.

O trabalho com a argumentação permite-nos observar os elementos estruturantes do

Padrão de Toulmin e da AC quando analisamos a mediação do professor, interação entre as

crianças e quando trabalhamos com diversas fontes de conhecimento. Nas palavras de

Dominguez (2001, p. 14-15):

As crianças pequenas são muito curiosas e seu olhar está sempre atento ao que

acontece a sua volta. Desde cedo, elas se esforçam para compreender o mundo e

encontrar explicações para os fenômenos que observam no dia a dia [...] tudo que

rodeia as crianças pode ser fonte de interesse.

Percebemos que as crianças pequenas gostam e se esforçam para explicar e compreender

fenômenos. Dessa forma, o ensino de Ciências pode “contribuir para o desenvolvimento da

capacidade de reflexão das crianças” (DOMINGUEZ, 2001, p. 27). Ainda de acordo com a

autora, o Ensino de Ciências promove uma oportunidade de ouvir novas ideias, conviver com

4 “A educação científica deve promover a argumentação como uma dimensão fundamental na avaliação da ciência” (tradução nossa).

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o outro e concordar ou não com o que está sendo apresentado. Nesse sentido a mediação do

professor se torna de extrema importância, cuidando para não cair na valorização excessiva do

conteúdo em detrimento do processo de construção do conhecimento e sistematizando o que

foi trabalhado.

O ambiente investigativo é muito importante para a argumentação, nele conseguimos

praticar a observação e troca de experiências, relacionando com os conhecimentos prévios dos

alunos. O professor deve estar seguro e confiante do que os alunos precisam saber, qual a

importância do conhecimento e como trabalhar. As crianças devem estar envolvidas em todas

as etapas, observação, registro e comunicação do conhecimento.

Murphy e colaboradores (2005) enfatizam que as crianças gostam muito de aprender

Ciências, gostam dos trabalhos práticos, de observar e realizar experimentos. Promover a

investigação científica e a argumentação, avaliar como as crianças pensam sobre determinado

assunto e trabalhar o conteúdo com tempo adequado são importantes para o sucesso da

aprendizagem em Ciências das crianças.

1.2. Autorregulação da Aprendizagem

Neste trabalho, pretendemos apresentar a Autorregulação da Aprendizagem a partir da

compreensão do desenvolvimento da integração dos processos de conhecimento já mencionado

anteriormente.

Na literatura, encontramos uma variedade de explicações sobre autorregulação da

aprendizagem e nesta tese assumiremos que:

[...] self-regulated learning (SRL) refers to the self directive process and self-beliefs

that enable learners to transform their mental abilities, such as verbal aptitude, into an

academic performance skill, such as writing. SRL is viewed as “proactive” process

that students use to acquire academic skill, such as setting goals, selecting and

deploying strategies, and self-monitoring one’s effectiveness, rather than a reactive

event that happens to students due to impersonal forces (ZIMMERMAN, 2008, p.

166).5

Entendemos que a autorregulação da aprendizagem é um processo que se desenvolve de

maneira contínua e cíclica, a partir das experiências trazidas pelo contexto cultural e social em

5 [...] a aprendizagem autorregulada (SRL) refere-se ao processo de autodirecionamento e autoconfiança que permite aos alunos transformar

suas habilidades mentais, como a aptidão verbal, em uma habilidade de desempenho acadêmico, como a escrita. A SRL é vista como um

processo “proativo” que os alunos usam para adquirir habilidades acadêmicas, como estabelecer metas, selecionar e implementar estratégias,

e monitorar sua eficácia, em vez de um evento reativo que acontece aos alunos devido a forças impessoais (tradução nossa).

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que a criança está envolvida. A definição deste termo está relacionada às relações estabelecidas

e mantidas pela criança em casa (com seus familiares e amigos) e na escola (contexto social).

As características da autorregulação variam de acordo com a idade e desenvolvimento

individual. Quando concebemos a aprendizagem como um processo a ser construído, podemos

contribuir com a autorregulação da aprendizagem.

A autorregulação da aprendizagem é um processo que permite ao estudante conhecer e

utilizar estratégias que otimizem sua aprendizagem, ou seja, estratégias que contribuam para

uma aprendizagem efetiva do conhecimento, para um bom desempenho e autoconhecimento

enquanto estudante durante toda sua vida (SILVA; SÁ, 1993).

De acordo com Bronson (2000), a infância é um momento de grande importância para

o desenvolvimento da autorregulação, “because early childhood is a period when self-

regulation is developing rapidly, in ways that form a basis for later development, it is important

to understand what self-regulation is and how to support it” (p. 3)6.

Compreender e apoiar a autorregulação é muito importante para o desenvolvimento da

aprendizagem da criança. Acreditamos que, a partir do momento em que a criança se torna

sujeito de sua própria aprendizagem, através da mediação do professor e de colegas mais

experientes, de toda sua bagagem como estudante, além da relação afetiva e motivacional, a

criança é capaz de autorregular a sua aprendizagem, desde que sejam dados instrumentos para

isso. Os instrumentos necessários estão relacionados ao ensino intencional de estratégias para

a construção do conhecimento e aprendizagem significativa.

Este processo envolve mais do que uma habilidade de conhecimento, envolve

autoconhecimento, automotivação e comportamento apropriado para a aprendizagem. Nesse

processo estão incluídos o estabelecimento de metas para si mesmo, estabelecimento de metas

para atingir os objetivos definidos, monitoramento do progresso, gestão eficiente do tempo e

do espaço físico, autoavaliação, atribuir causas aos resultados, adaptar métodos futuros

(ZIMMERMMAN; BONNER; KOVACH, 1996).

Existem apresentações diferentes do processo de autorregulação da aprendizagem

propostos, por exemplo, por McCaslin e Good (1996), Bandura (1986), Zimmerman (2002) e

Pintrich (2000). Mas, de acordo com Boruchovith (2014), há um consenso no que se refere ao

controle dos processos cognitivos, emoções, comportamento, estratégias de aprendizagem,

6 "Porque a primeira infância é um período em que a autorregulação está se desenvolvendo rapidamente, cujos caminhos formam uma base

para o desenvolvimento posterior, é importante entender o que é autorregulação e como apoiá-la" (tradução nossa).

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afetividade e motivação. Além disso, a “capacidade de escolha, bom processamento da

informação, tomada de decisão, planejamento e responsabilidade pelas próprias ações são

características essenciais dos estudantes autorregulados [...]” (BORUCHOVITH, 2014, p. 402).

Assumimos o conceito de autorregulação como um processo cíclico que envolve os

aspectos metacognitivos, motivacionais e comportamentais dos estudantes. Apoiamo-nos no

conceito de Zimmerman e colaboradores (1996) e levamos em consideração que na

“perspectiva social-cognitiva a autorregulação é entendida como resultante da interação entre

os aspectos comportamentais do estudante e as variáveis ambientais” (BORUCHOVITCH,

2014, p. 404).

De acordo com Zimmerman e colaboradores (1996), as fases cíclicas do processo de

autorregulação incluem a fase de “planejamento/prévia”, fase da “realização/monitoramento” e

fase da “autorreflexão”. Em suma, esse processo está relacionado ao monitoramento e

sustentação da própria aprendizagem.

A Figura 2 a seguir mostra um esquema do processo de autorregulação da aprendizagem

proposto por Zimmerman (2002) representado pelo Planejamento, Execução e Avaliação:

Figura 2: Estrutura e Função dos Processos de Autorregulação

Fonte: Zimmerman (2002, p. 67).

7 Fase da Execução/Performance: Autocontrole, imaginário, autoinstrução, manutenção da atenção/foco, estratégias para a tarefa, auto-

observação, auto recordação, auto experimentação (tradução nossa).

8 Fase da autorreflexão/ avaliação: autojulgamento, autoavaliação, atribuições causais, auto reação, autossatisfação, adaptação/ receptividade

(tradução nossa).

Performance Phase7

Self - control

Imagery

Self-instruction

Attentions focusing

Task strategies

Self – Observation

Self - recording

Self – experimentation

Forethought Phase1

Task Analysis

Goal Setting

Strategic planning

Self – Motivation Beliefs

Self- efficacy

Outcome expectations

Intrinsic interest/value

Learning goal orientation

Self – Reflection Phase8

Self – Judgment

Self – evaluation

Casual attribution

Self – Reaction

Self – satisfaction /affect

Adaptive/ receptive

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A fase de planejamento ou faze prévia está relacionada ao processo de acreditar nos

esforços para aprender, é uma tarefa de análise e automotivação. Envolve também indagações

como: Quais estratégias serão utilizadas para atingir meus objetivos? O que devo fazer com

relação ao tempo, materiais? Como devo fazer? Quando devo fazer? Preparando um plano que

conduza à realização da tarefa e inclui a análise da tarefa.

A fase da performance/execução está relacionada ao autocontrole e auto-observação

e envolve a atenção dada à tarefa a ser realizada e a concentração. O que está me distraindo,

como posso focar na atividade? Está relacionada também ao gerenciamento do tempo, do

esforço e do ambiente de estudo. É a fase da concretização/realização do plano traçado.

A fase da autorreflexão/avaliação está relacionada ao pensar sobre as ações anteriores

e avaliar onde estão as deficiências e pontos fortes, é a chave para o planejamento de estratégias

para a aprender.

É importante ressaltar que o processo é cíclico e que as fases estão intimamente

relacionadas.

Na literatura sobre a aprendizagem autorregulada, encontramos explicações

relacionadas ao ensino de estratégias e das fases cíclicas a partir de outra apresentação do

processo de autorregulação da aprendizagem, proposto por Rosário e colaboradores (2012) e

denominado “Planejamento, Execução e Avaliação –PLEA”.

Quadro 1: Estratégias de Aprendizagem do PLEA (Planejamento, Execução, Avaliação)

proposto por Rosário e colaboradores (2014)

Fase de Planejamento Fase de Execução Fase de Avaliação

Autoavaliação Tomada de anotações Auto consequências

Estabelecimento de Objetivos Repetição e memorização Revisão

Estruturação do Ambiente Procura de informação

Procura de ajuda social Organização e transformação

Fonte: Rosário e colaboradores (2014, p. 43)

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Na fase do Planejamento do PLEA, “se constrói um conjunto de razões para aprender

e um repertório de estratégias de aprendizagem é escolhido com o intuito de alcançar objetivos

estabelecidos” (ROSÁRIO et al., 2014, p. 40). A Execução é o momento de se colocar em

prática o que foi planejado, definindo quais estratégias serão utilizadas. Na Avaliação há o

julgamento das ações previstas, sempre replanejando e executando o que foi necessário ser

modificado ou continuando no caminho planejado. Para Rosário e colaboradores (2014, p. 42),

“os resultados dessa fase [Avaliação], alimentam o planejamento de novas tarefas, reiniciando,

assim, o ciclo autorregulatório”.

Em se tratando de crianças da Educação Infantil, o papel do professor como mediador,

é de orientar os estudantes na organização de suas tarefas e na busca de estratégias para realizá-

las. Vale ressaltar que o uso eficiente de estratégias de aprendizagem “não só depende do

desenvolvimento cognitivo, da escolaridade e experiência pessoal, como também do

conhecimento sobre a utilidade da adoção daquelas estratégias e dos resultados que o indivíduo

pretende atingir” (SILVA.; SÁ, 1993, p. 16-17).

A escolha de estratégias cognitivas e a motivação para aprender, permitem uma

aprendizagem eficaz, objetivo de nosso estudo. As estratégias de aprendizagem “são processos

controláveis que facilitam realizações específicas” (SILVA; SÁ,1993, p. 20). Elas dependem

do objetivo do estudante e do quanto ele se sente confortável em utilizar determinadas

estratégias (registro escrito, sublinhar, ler, reler, reescrever, entre outras). Estão relacionadas

tanto à tarefa/atividade a ser realizada (grifar um texto, selecionar figuras) ou ao planejamento

e execução da tarefa (tempo para a realização da atividade).

Ainda segundo as autoras,

[...] em termos gerais, três grupos são, geralmente, referidos: estratégias específicas à

tarefa, estratégias relacionadas com metas a atingir em determinados domínios e,

finalmente, estratégias gerais cujo objetivo principal é regular a utilização das

anteriores ( SILVA; SÁ,1993, p. 20).

As estratégias de aprendizagem contribuem para controle e eficiência da realização da

tarefa durante a vida escolar. Acreditamos que o trabalho com questões-problema, as atividades

práticas, como experimentação e trabalho de campo, desde que com natureza investigativa e

aberta, o uso de desenhos animados, tais como: “Show da Luna”, “Cid, o engenheiro” e “Dora,

a aventureira”, podem contribuir para o desenvolvimento da autorregulação, uma vez que a

criança será convidada a resolver situações-problema, expor seus pensamentos e a pensar

estratégias para sua resolução em conjunto com os colegas e professor(a).

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Quando as crianças pequenas são solicitadas a planejar, fazer inferências, testar

hipóteses, usam as informações dispostas em uma determinada sequência para atingir seus

objetivos, o que está relacionado à criança tornar-se sujeito de sua própria aprendizagem.

Além disso, outro aspecto importante do processo da aprendizagem autorregulada é a

Modelação. A modelação está relacionada ao ambiente onde a aprendizagem está acontecendo.

Para Rosário e colaboradores (2014, p. 45):

A modelação refere-se ao processo pelo qual observadores padronizam seus

pensamentos, crenças, estratégias e ações [...]. Os modelos podem ser indivíduos reais

ou personagens simbólicos cujos comportamentos, verbalizações e expressões não

verbais são captados por observadores, servindo como pistas para a modelação

subsequente (Bandura, 1986; Schunk, 1987). A modelação apresenta-se assim, como

um importante meio para desenvolver competências, crenças, atitudes e

comportamentos. Professores, pais, outros adultos e pares servem de modelos

poderosos para os educandos.

A aprendizagem a partir da modelação deve estar relacionada e ser semelhante a vida

pessoal do estudante (ROSÁRIO et al., 2014).

Em suma, podemos “considerar que a autorregulação da aprendizagem pressupõe um

modelo dinâmico de aquisição do conhecimento, no qual há interação dos recursos cognitivos,

motivacionais e emocionais do aluno” (ROSÁRIO et al., 2014, p. 19-20).

Para que o professor e os colegas da turma possam contribuir com o desenvolvimento

da autorregulação das crianças em fase de Educação Infantil, consideramos o trabalho com

Argumentação no Ensino de Ciências de suma importância.

A argumentação em Ciências explicita a experiência pessoal da criança ao ser instigada

a falar sobre certa problemática; é possível orientá-la sugerindo estratégias para realizar a tarefa

proposta e discutindo com os pares qual a melhor maneira de resolver o problema. E ainda, este

processo argumentativo traz a intencionalidade de uma investigação que requer: ouvir o que o

outro fez para chegar a determinada conclusão; organizar ideias e planejar ações; pensar sempre

em tarefas que as crianças sejam capazes de realizar e tenham interesse.

Sasseron e Carvalho (2013) trazem contribuições acerca da construção do conhecimento

em aulas de Ciências que, em nosso entender, estão relacionadas ao desenvolvimento da

autorregulação, embora as autoras não utilizem essa denominação e correspondente referencial

teórico: associar conhecimentos aprendidos anteriormente, construir relações e explicações,

justificar e prever. Estes elementos, para as autoras, vinculam-se ao processo de Argumentação

e de Alfabetização Científica no Ensino de Ciências numa perspectiva investigativa.

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Foi a partir do contato com esses vários referenciais – ensino investigativo, alfabetização

científica, argumentação, autorregulação da aprendizagem – e reflexão sobre suas

características e potencialidades, que nos propusemos, nesta tese, a verificar a possibilidade de

integração dos processos de argumentação e de autorregulação para o estímulo e a compreensão

do desenvolvimento sociocognitivo e emocional de crianças da Educação Infantil em situações

escolares de ensino investigativo, abrangendo fenômenos e conhecimentos das Ciências da

Natureza, em particular de alguns fenômenos luminosos.

Bronson (2000) afirma que as crianças aprendem processos autorregulatórios

diariamente na sua relação com as pessoas e objetos. Ao trabalharmos com o Ensino de Ciências

contextualizado, relacionando os assuntos abordados ao que a criança vive, permitindo que

expresse suas opiniões e mediando para que possa argumentar, podemos promover a

autorregulação.

Aproveitar a curiosidade natural das crianças pelos temas do campo das Ciências da

Natureza, desenvolver habilidades de pensamento crítico e criativo, manipular materiais e fazer

perguntas fazem parte do processo ativo e investigativo de construção de conhecimentos. O

professor faz o papel de mediador da participação das crianças promovendo a organização do

pensamento acerca do tema estudado.

Desenvolver conceitos, procedimentos e atitudes em Ciências tais como: observar,

medir, experimentar, classificar, interpretar dados, levantar hipóteses, fazer inferências, prever,

cooperar, ter abertura para ouvir o outro, refutar ideias (PEREIRA, 2002), são possibilidades

do trabalho com Ciências a partir da resolução de problemas e questionamentos que a nosso ver

contribuem com a autorregulação.

Estimular e orientar a criança no desenvolvimento e aplicação de estratégias para

resolver problemas são suportes úteis para o desenvolvimento da autorregulação. No entanto, a

criança deverá ser incentivada a planejar, realizar e avaliar o processo sob mediação do

professor.

Guevara e colaboradores (2015) afirmam que crianças de 3 a 5 anos são capazes de

relacionar acontecimentos passados aos futuros, influenciando a tomada de decisão ao planejar

uma resolução de problemas, por exemplo. Contextos que favoreçam a tomada de decisão das

crianças são muito importantes para o desenvolvimento da autorregulação:

Os processos de autorregulação da aprendizagem podem ser estimulados em três

vetores que não são necessariamente disjuntivos: indiretamente através da experiência

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pessoal, diretamente através da instrução e como produto da prática intencionada [...]

(ROSÀRIO et al., 2010, p.14).

De acordo com Bronson (2000), a perspectiva de Vygotsky traz importante contribuição

à discussão da autorregulação, ao assumir que a aprendizagem dialética, o conflito promove o

desenvolvimento. A criança tenta formular um conceito relacionado com suas hipóteses num

processo de tese, antítese e síntese, construindo uma síntese das diferentes ideias. A criança é

ativa nesse processo e não está sozinha, o professor e crianças mais experientes contribuem

com esse processo atuando na “Zona de Desenvolvimento Proximal”, área que representa a

diferença entre o que a criança é capaz de fazer sozinha e o que ela pode fazer com a ajuda dos

pares (VYGOTSKY, 1999).

A linguagem nesta perspectiva é de grande importância e faz parte da autorregulação,

considerada como o principal meio de transmissão cultural que regula o pensamento e as ações.

Nas palavras de Bronson (2000), a perspectiva de Vygotsky traz a contribuição da fala

internalizada como guia de ações, enfatizando os fatores sociais no controle das vontades e

ações, relacionando-a como causa da autorregulação.

Crianças devem ser motivadas a participar e fazer escolhas e desenvolver padrões para

julgar a adequação de suas ações. Sentimentos de competência e motivação para participar das

atividades devem ser estimulados.

De acordo com Vygotsky (1999), o desempenho mediado é muito melhor do que o não

mediado. A criança poderá aprender e desenvolver o cognitivo através da atividade mediada e,

ainda, pensar sobre suas ações e conhecimento ao realizar uma tarefa. Veer e colaboradores

(2001) enfatizam que o desenvolvimento cognitivo individual está relacionado ao grupo em que

a criança está inserida; a partir do momento em que há desafios e que as crianças são levadas a

pensarem sobre seu aprendizado, há uma significativa melhora na aprendizagem.

Ao trabalharmos com autorregulação a partir da argumentação de crianças podemos

trabalhar com as capacidades cognitivas, metacognitivas, motivacionais e emocionais

relacionadas à aprendizagem.

Acreditamos que, ao promover a argumentação a partir de atividade/questões problema

em sala de aula propostos numa perspectiva de ensino investigativo, permitimos às crianças:

definirem qual é o problema a ser solucionado, estabelecer metas e planejar ações para resolver

o problema, organizar as ações e realizar adaptações metacognitivas ao pensar suas respostas à

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solução do problema (relacionar aos conhecimentos anteriores, relacionar às observações

feitas), tudo isso mediado por colegas mais experientes e pelo professor.

A linguagem mediadora tem papel fundamental na aprendizagem, “uma prática

dialógica e interativa favorece esquemas de regulação” (VEIGA SIMÃO; FRISON, 2013, p.

5). O professor, mediador, cria situações de confronto, interação, troca e tomada de decisão,

possibilitando a exposição de ideias, argumentação, justificativa e planejamento.

Nesse contexto, Piscalho e Simão (2014) fizeram um levantamento de trabalhos sobre

autorregulação e indicaram, com base em Bronson (2000), ser possível a autorregulação em

crianças pequenas em fase de Educação Infantil. Afirmam que:

Um dos objetivos primordiais dos docentes deveria direcionar-se para ajudar as

crianças desde o contexto pré-escolar, a desenvolver as ferramentas necessárias para

aprender de forma autônoma a controlarem sua aprendizagem, monitorarem seus

avanços, e ainda a interligar o que experienciam na escola ao que poderão vir a realizar

futuramente (PISCALHO; SIMÃO, 2014, p. 173-174).

Diante dessas contribuições e após realizarem uma pesquisa de intervenção analisando

as oportunidades que os professores davam às crianças pequenas para se autorregularem,

Piscalho e Simão (2014) sugerem o questionário Checklist of Independent Learning

Development (CHILD), elaborado por David Whitebread e colaboradores (2009), como um

excelente instrumento de observação da autorregulação em crianças pequenas. Esse

questionário é apresentado a seguir no Quadro 2.

O questionário CHILD é composto por 22 itens relacionados a 4 categorias de

autorregulação propostas por Bronson (2000): controle emocional e comportamental; atitudes

pró-sociais; controle cognitivo; e motivação para a autorregulação. O que melhor descreve e o

que melhor o professor observa é dada a pontuação 1 (sempre), 2 (usualmente), 3 (às vezes) e

4 (nunca); há a possibilidade de comentar, descrever os itens, acontecimentos e

comportamentos.

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Quadro 2: Lista de desenvolvimento da aprendizagem independente (Questionário

CHILD)

Nome da criança: _____________________________________________________________

Data:__________________________ Escola:________________________________________

Professora:____________________________________________________________________

Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento

e o comportamento dos outros e as consequências

que advém dos mesmos

2. Aborda novas tarefas de forma confiante

3. Consegue controlar a atenção e resistir à

distração

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada

5. Persiste face a dificuldades

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas

7. Consegue resolver problemas sociais com os

pares

8. Partilha e dá a vez de forma independente

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para

o futuro

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas

15. Faz perguntas e sugere respostas

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a

tarefa

20. Inicia atividades

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas

22. Gosta de resolver problemas

Outros comentários

Fonte: Whitebread e colaboradores (2009), traduzido por Piscalho e Simão (2014).

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A avaliação através da observação do professor é anotada nos campos: sempre,

usualmente, às vezes e nunca. O pesquisador/professor pode comentar e descrever itens e

acontecimentos que julgar importantes. O CHILD passou por um rigoroso processo de tradução

e adaptação ao português permitindo ao pesquisador comparar dados em diferentes amostras de

diferentes contextos (PISCALHO; SIMÃO, 2014).

Segundo Piscalho e Simão (2014, p. 178):

A utilização adequada do CHILD permite ao educador e professor potencializar

estratégias cognitivas, emocionais e sociais e motivacionais: identificar crianças que

necessitam do apoio adicional ou atenção diferenciadas cognitivas, emocionais e

sociais e motivacionais: identificar crianças que necessitam do apoio adicional ou

atenção diferenciadas, perceber aspectos que requerem intervenções especificas, e

obter uma visão clara sobre o funcionamento do grupo em geral.

Na presente pesquisa, utilizaremos o questionário CHILD para análise e compreensão

do desenvolvimento das crianças, considerando um princípio de que a autorregulação é um

processo dinâmico possível de acontecer numa sala de aula da Educação Infantil. Observaremos

as tentativas das crianças em autorregularem sua aprendizagem ao participarem das atividades

propostas do Projeto “Brincando com a Luz”, analisando a intencionalidade, o planejamento e

a dinâmica do processo, além dos aspectos motivacionais, emocionais e cognitivos envolvidos.

Whitebread e colaboradores (2012) apresentam pontos-chave do desenvolvimento da

autorregulação em crianças pequenas:

[…] can engage in a wider range of cognitive activities, more able to carry out multi-

step activities, more able to control attention and resist distraction, can learn to use

more advanced problem-solving strategies, more able to choose tasks appropriate

follow level of skills (p. 18)9.

Pensando no desenvolvimento integral das crianças, acreditamos ser possível contribuir

para uma aprendizagem significativa, na qual a criança consiga estabelecer relações entre o

conhecimento e a vida, analisando o uso de estratégias de argumentação e autorregulação antes

e depois da realização de nosso conjunto de atividades.

Rosário e colaboradores (2007, p. 30) afirmam que:

9 Pode participar de uma gama mais ampla de atividades cognitivas, mais capaz de realizar atividades multi-passo, mais capaz de controlar a

atenção e resistir à distração, pode aprender a usar mais avançadas estratégias de resolução de problemas, mais capaz de escolher tarefas

apropriadas nível de habilidades (tradução nossa).

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Na etapa dos 3-6 [anos], as crianças desenvolvem competências que lhes permitem

escolher objectivos e tarefas, nem sempre apropriadas ao seu nível desenvolvimental,

(e.g., querer aprender a escrever e a ler o seu nome e o dos pais por influência de

crianças mais velhas que com elas convivem), mas nem sempre trabalham

persistentemente para alcançar tais objectivos. Por exemplo, as crianças,

habitualmente, não estabelecem um plano prévio à realização da tarefa, mas devem

ser ajudadas a tomar consciência do processo (e.g., o que queres fazer?; Como é que

podes fazer isso?; O que é que tens? O que te falta?; Estás a conseguir?; Porquê?…).

Dessa forma, compreendemos que as crianças pequenas precisam de um trabalho

intencional no ensino de estratégias de planejamento, execução e avaliação das atividades. O

papel do professor é fundamental, principalmente em se tratando de crianças bem pequenas.

1.3 Pesquisas sobre Argumentação e Autorregulação no Ensino de Ciências

As pesquisas acadêmicas que tratam do Ensino de Ciências na Educação Infantil no

contexto escolar brasileiro ainda são muito reduzidas em quantidade. Apesar disso, nos últimos

anos temos percebido um maior interesse em pesquisas na área (FERNANDES et al., 2017).

Em 2017, apresentamos no XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em

Ciências (ENPEC), em conjunto com outras pesquisadoras, um levantamento das teses e

dissertações sobre Ensino de Ciências na Educação Infantil, disponíveis no Banco de Teses do

Centro de Documentação em Ensino de Ciências (CEDOC) da Faculdade de Educação da

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). À época esse banco disponibilizava

referências da produção brasileira na área do Ensino de Ciências desde 1972 até 2011,

abrangendo todos os níveis escolares. De um universo de aproximadamente 3.500 dissertações

e teses, localizamos apenas 24 trabalhos direcionados à Educação Infantil. Notamos que

“grande parte abordou conteúdos de ciências de uma forma geral, com foco temático de

investigação concentrado em conteúdos e metodologias de ensino e em características dos

sujeitos envolvidos” (FERNANDES et al. 2017, p. 9). Concluímos ainda que as pesquisas

voltadas para a Educação Infantil são mais recentes (década de 2000 principalmente) e que esse

nível escolar deveria ser objeto de um número maior de investigações dos pesquisadores da

área de Educação em Ciências, dada a relevância dessa etapa escolar no desenvolvimento

humano. Por ocasião da revisão bibliográfica desta tese, retomamos essas 24 dissertações e

teses e nenhuma tratou de aspectos relacionados à argumentação ou autorregulação da

aprendizagem.

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Fizemos em 2018 uma busca por artigos científicos na área de Ensino de Ciências, que

abrangessem a temática Argumentação e Educação Infantil, junto ao Portal de Periódicos da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES) e na base do

Scientific Library Eletronic (SCIELO). Utilizamos a ferramenta de “busca avançada”,

combinando inicialmente os seguintes termos de busca: “Argumentação” - “Ensino de

Ciências”; “Argumentation” - “Science Education”; “Autorregulação” - “Ensino de Ciências”;

“Self-regulation” - “Science Teaching”; “Autorregulação - Educação Infantil”; “Self-

Regulation - Kindergarten”.

Nessas buscas localizamos trabalhos que tratam de diferentes temáticas em diferentes

níveis de ensino. Nas bases citadas, ao buscarmos por Ensino de Ciências e Argumentação

encontramos 64 artigos disponíveis na base de periódicos10. Dos 64 artigos, 34 trataram

especificamente sobre argumentação a partir de atividades de sala de aula propostas a

estudantes dos anos iniciais ou finais do Ensino fundamental ou do Ensino Médio. Para os

demais 30 artigos, 14 analisaram a argumentação em sala de aula a partir da análise do discurso,

10 trabalhos trataram da formação de professores e argumentação no Ensino de Ciências, 4

trabalhos abordaram a argumentação no Currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental e

2 trabalhos discutiram a argumentação no ensino da área da saúde.

Dessa forma, podemos perceber que a argumentação em Ciências é foco temático de

diversos trabalhos sobretudo a partir da década de 2000. Notamos que o Padrão de Argumento

de Toulmin é bastante difundido para análise da argumentação em sala de aula no Ensino de

Ciências em boa parte desses trabalhos. Todavia, nessa busca não localizamos nenhum trabalho

que tenha se voltado para o Ensino de Ciências na Educação Infantil.

Refizemos as buscas e colocamos as palavras-chave: “Argumentação” e “Educação

Infantil”, localizando 5 artigos que abrangeram o Ensino de Ciências na Educação Infantil além

da temática Argumentação. Foram trabalhos publicados a partir de 2008, que apresentaram a

aprendizagem em Ciências na Educação Infantil (EI) a partir de problemas, leituras e

questionamentos, o estudo da construção de significados pelas crianças e, principalmente,

tratam da formação de professores da Educação Infantil (EI) e suas dificuldades no trabalho

com as temáticas abordadas pelas Ciências da Natureza.

Desses 5 artigos, 2 trabalhos de Gazotti e Liberali (2014), e Santos, Prestes e Freitas

(2014) tratam da argumentação oral e resolução de conflitos entre as crianças na EI, 1 trabalho

10 Busca realizada em julho/2018.

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de Zombini e colaboradores (2012) trata da argumentação nas classes hospitalares de EI, 1

trabalho de Cardoso (2009) trata sobre a argumentação na formação dos pedagogos e 1 trabalho

de Belintane (2006) sobre alfabetização e argumentação.

A análise desses artigos nos reforçou a importância do trabalho com Ciências da

Natureza na Educação Infantil e mostrou possibilidades de trabalho na formação inicial e

continuada de professores, além de indicarem o grande interesse das crianças em realizar as

atividades propostas, priorizando a construção de conhecimentos através de situações problema

e relacionando os temas de Ciências da Natureza com outras áreas do conhecimento.

A seguir, tendo em vista os propósitos desta pesquisa, procedemos à busca de trabalhos

acadêmicos que lidassem com aspectos da Autorregulação no contexto da Ensino de Ciências.

Fizemos, na base CAPES e na base SCIELO, a busca combinada dos seguintes termos:

“Autorregulação” - “Ensino de Ciências”; e “Self-regulation” - “Science Teaching”.

Com relação à autorregulação no Ensino de Ciências, encontramos 5 trabalhos e a

maioria dos estudos são com estudantes do Ensino Médio e Educação Superior.

Especificamente com respeito à Educação Infantil, localizamos apenas 1 artigo de Andrade,

Bona e Pereira (2009), que tratou do uso de livros infantis e suas contribuições para a

autorregulação das crianças, e encontramos 1 trabalho sobre autorregulação na formação dos

professores de Ciências.

Ao pesquisarmos com os termos de busca Autorregulação e Educação Infantil na base

CAPES, encontramos o trabalho de Souza e Franco (2016), que tratou da avaliação na Educação

Básica a partir da análise do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para

delinear estratégias que permitissem o processo de autorregulação da aprendizagem. Ainda na

base CAPES, ao pesquisarmos com os termos Self-Regulation e Kindergarten, não encontramos

nenhum trabalho.

Já na base SCIELO, ao pesquisarmos com os termos Autorregulação e Educação Infantil

encontramos 1 trabalho que analisou um livro infantil alemão e as possibilidades de

autorregulação a partir dele. Ao pesquisarmos com os termos Self-Regulation e Kindergarten

nessa base, novamente não encontramos nenhum trabalho.

Refizemos as buscas e optamos por pesquisar utilizando apenas o termo

“Autorregulação” como palavra de busca. Encontramos 115 trabalhos na base SCIELO e 1

trabalho na CAPES, este o mesmo que encontramos ao pesquisar com as palavras

Autorregulação e Educação Infantil, o qual tratou da avaliação na Educação Básica.

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Dos 115 trabalhos localizados pela base SCIELO, trataram da Autorregulação em cursos

de graduação, aspectos econômicos, obesidade entre outros assuntos. Somente 6 trabalhos

trataram do processo de Autorregulação em crianças.

Um desses trabalhos, de Moreira e colaboradores (2019), tratou das práticas educativas

que contribuem para o processo de autorregulação na pré-escola numa cidade de Portugal. As

autoras realizaram um estudo de caso ao longo de 6 meses e entrevistaram as educadoras na

tentativa de identificar, no discurso delas, como contribuíam para o processo de autorregulação

das crianças. As autoras enfatizaram no estudo a importância da prática intencional pedagógica

para desenvolver a autonomia das crianças.

Outro artigo que encontramos, Soto e colaboradores (2019), trabalhou com o uso da

tecnologia para superar as dificuldades das crianças em fase de alfabetização da língua inglesa

como segunda língua em Bogotá.

Noutro artigo, Silva e Loos-Sant’Ana (2017) trabalharam com portfólios de

autoavaliação construídos por crianças entre 7 e 9 anos numa escola pública de Curitiba.

Notaram que a construção desse portfólio permitiu processos básicos e complexos de

autorregulação da aprendizagem.

Encontramos ainda um artigo de revisão temática, de Linhares e Martins (2015), que

tratou do desenvolvimento do processo de autorregulação em crianças a partir do Modelo

Transacional de desenvolvimento de Arnold Sameroff. Nesse trabalho as autoras analisaram os

aspectos emocionais e correguladores da autorregulação.

Dentre os 6 artigos encontrados, um lidou com a autorregulação a partir da resolução de

problemas em Matemática a partir de jogos com crianças brasileiras de uma escola pública entre

8 e 9 anos de idade. Por fim, encontramos o artigo de Tanikawa e Boruchovitch (2016) que

trabalhou com crianças do Ensino Fundamental e seu monitoramento metacognitivo em Língua

Portuguesa e Matemática, num programa de recuperação paralela, na tentativa de descobrir

caraterísticas dos estudantes que fazem uso do monitoramento metacognitivo.

Com esta revisão bibliográfica, notamos que a autorregulação na área de Ensino de

Ciências, sobretudo na educação escolar da infância, é um assunto que merece maior quantidade

de pesquisas. Também estudos sobre Argumentação na educação científica de crianças,

sobretudo na Educação Infantil, são raros na literatura brasileira e estrangeira. Nesta tese,

pretendemos contribuir com mais um aspecto, ao discutir as possibilidades de articulação de

ambos os referenciais – Argumentação e Autorregulação – na compreensão do

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desenvolvimento sociocognitivo e emocional das crianças pequenas no ensino-aprendizagem

de Ciências.

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CAPÍTULO 2

PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA

Esta tese de doutorado teve por objetivo analisar o potencial do Projeto “Brincando com

a Luz” na promoção da argumentação e da autorregulação da aprendizagem em crianças da

Educação Infantil. Buscamos responder o seguinte problema de pesquisa: que mudanças

ocorrem no perfil de Argumentação e Autorregulação de crianças da Educação Infantil ao se

envolverem com o Projeto “Brincando com a Luz”?

Nosso propósito foi dar continuidade à nossa pesquisa de mestrado, orientada pelo Prof.

Dr. Jorge Megid Neto e coorientada pelo Prof. Dr. Fernando Jorge da Paixão Filho, na qual

realizamos uma sequência de 10 atividades didáticas as quais denominamos Projeto “Brincando

com a Luz”11 com crianças de 4 a 6 anos do Agrupamento III (AG III) da Educação Infantil

pública no Município de Campinas.

Na ocasião da pesquisa de Mestrado as atividades foram desenvolvidas na segunda

metade do 2º semestre letivo e tivemos possibilidade de tratar com as crianças, e ao seu nível

de compreensão e de ação, os seguintes conceitos, atitudes e procedimentos: Luz, sombra,

fontes luminosas, visão, olho, propagação da luz, objetos opacos, objetos transparentes,

espelhos planos, campo visual, comparação de tamanhos, estimativa, senso geométrico

(intuitivo), semelhança de formas, lateralidade; interesse nas atividades, atenção, compartilhar

experiências e saberes; observação de fenômenos, seleção da informação, interpretação da

informação, comparação da informação, organização e tradução de informações, estratégias de

raciocínio, planejar e executar ações para solução de problemas, uso de modelos para interpretar

situações, expressão oral, descrição de imagens, produção de sentido ao ouvir textos

informativos, registrar dados e ações na forma de desenho; expressão de ideias na forma de

desenho espontâneo (MANDAJI, 2015).

Durante a realização das atividades e da análise dos dados, percebemos a imensa

potencialidade do trabalho de ensino e aprendizagem realizado e das ações das crianças. Na

pesquisa de mestrado, optamos pela análise dos dados a partir das seguintes categorias:

11 Projeto “Brincando com a luz”: conjunto de atividades elaboradas pelo Professor Dr. Fernando Jorge da Paixão Filho (Instituto

de Física da Unicamp “Gleb Wataghin”), adaptadas e parcialmente modificadas por ocasião da pesquisa de mestrado. Disponível

em http://sites.ifi.unicamp.br/imre.

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conhecimentos trabalhados em ciências (conceitos, procedimentos e atitudes) e como

construíram esses conhecimentos com base na argumentação.

A partir disso, demos continuidade ao trabalho, realizando novamente as atividades do

Projeto “Brincando com a Luz” planejadas ao longo da pesquisa de Mestrado, adaptando-as

às novas condições ou criando atividades complementares, de acordo com os interesses e

necessidades da turma de crianças que participou da pesquisa.

Agora, no entanto, buscamos aprofundar a análise da Argumentação das crianças em

cada uma das atividades (aula ou tópico) e investigar as possibilidades de Autorregulação da

aprendizagem das crianças a partir dessas atividades e da mediação da professora, analisando

o entrelaçamento da argumentação e autorregulação ao longo da realização do conjunto de

atividades. Após a realização do Mestrado, as atividades do projeto foram incorporadas ao

planejamento das atividades da professora, neste caso em especial, fizemos as atividades para

a coleta de dados da pesquisa.

Para esta pesquisa de doutorado, realizamos um conjunto de 10 atividades do Projeto

“Brincando com a Luz”, organizadas da seguinte maneira:

- Atividade 1- Como enxergamos?;

- Atividade 2- Retomando a conversa sobre como enxergamos e propondo a atividade da

cabana;

- Atividade 3- Brincadeira na cabana escura;

- Atividade 4- As sombras-contorno das sombras dos amigos;

- Atividade 5- Retomando a conversa sobre a luz “bater” nos objetos;

- Atividade 6- O movimento dos olhos;

- Atividade 7- Sombras com o projetor;

- Atividade 8- Leitura de imagens de sombras;

- Atividade 9- Corpos opacos e transparentes;

- Atividade 10- Brincando com a posição da fonte de luz.

Realizamos as atividades previamente decididas entre a professora e os orientadores e

em conformidade com os resultados que íamos obtendo no trabalho com as crianças. Assim,

embora houvesse um planejamento prévios das possíveis atividades a serem realizadas, esse

planejamento foi sendo reavaliado e modificado ao longo do trabalho. A cada atividade, as

transcrições das gravações em áudio e vídeo foram feitas e novas atividades ou refazer

determinada atividade era discutido como os orientadores.

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Os dados foram coletados por meio de filmagem, áudio e caderno de campo da

professora/pesquisadora. Também utilizamos desenhos das crianças e outros registros

imagéticos que puderam explicitar as produções das crianças no decorrer das atividades.

Procuramos fazer comparações entre suas ações, interações, falas e registros desde a primeira

atividade até a última. As atividades aconteciam geralmente às terças e quintas-feiras, salvo

quando as condições climáticas não permitiam, ou alguma atividade extra na escola (saída

pedagógica, atividade cultural entre outras) ocorria nesses dias.

Participaram deste trabalho 30 crianças entre 4 a 6 anos de idade, atendidas numa escola

pública da Prefeitura Municipal de Campinas (PMC) no Agrupamento III (AG III) de um

Centro Educação Infantil (CEI), situado na região Sudoeste da cidade. A turma de crianças foi

atribuída à professora autora desta tese no ano de 2017, enquanto professora efetiva de

Educação Infantil na PMC, e o trabalho de campo ocorreu no 2º semestre do ano letivo de 2017.

A PMC organiza as crianças da Educação Infantil em Agrupamentos Multietários (AG

I, AG II e AG III). Cada agrupamento recebe crianças das seguintes idades:

- Agrupamento Multietário I (AG I): crianças de 0 a 1 anos e 6 meses;

- Agrupamento Multietário II (AG II): crianças de 1 ano e 6 meses a 3 anos e 11 meses;

- Agrupamento Multietário III (AG III): crianças de 4 a 6 anos.

Apesar das reformas e constantes melhorias solicitadas e realizadas pela equipe da

escola, o prédio foi construído em 1982 e necessitava de muitas adaptações à época da pesquisa.

Mas o espaço físico da escola e a maneira como as professoras organizavam as salas de aula,

permitiam a realização de muitas e diversificadas atividades. O CEI possui um amplo espaço

externo com quadra, gramado, parque, tanque de areia e horta. É um local arborizado e com

diversas árvores frutíferas (pitangueira, ameixeira, pé de acerola, laranjeira e jabuticabeira).

São 8 salas de aula que atendem crianças de 0 a 6 anos. As salas de aula que atendem as

crianças de 0 a 3 anos e 11 meses (AG I e AG II) ficam num prédio separado das crianças de 4

a 6 anos (AG III), pela rotina de atividades e necessidades de atendimento diferenciadas de cada

uma delas. Há ainda 1 sala para a equipe gestora (diretora, vice-diretora e orientadora

pedagógica), sala dos professores, copa, lavandeira, cozinha e 2 refeitórios.

A sala de aula em que realizamos as atividades era ampla e possuía 4 mesas com 6

cadeiras cada uma delas, 2 computadores, espaço para roda de conversa e demais atividades

que não requeriam mobília, um espaço com móveis e utensílios denominados de “casinha”, 4

prateleiras com jogos e brinquedos diversos. A Figura 3 a seguir apresenta um croqui dessa

sala.

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Figura 3: Croqui da sala de aula em que as atividades foram realizadas

Fonte: Elaborado pela autora.

O trabalho com as crianças foi realizado em pequenos grupos de 6 crianças

aproximadamente, já que esse era o limite comportado pelas mesas da sala. Cada mesa se

tornava um espaço para uma atividade diferente, as crianças podiam escolher em qual atividade

queriam participar naquele dia, mas havia um combinado de que todas passariam pelo “Canto

do Registro”, onde a professora conversava com as crianças sobre o que fizeram no dia de aula

e elas podiam conversar com os colegas sobre o registro e o que discutiram coletivamente.

Em nossa sala, as janelas ficam ao fundo, atrás da mesa da professora (como apresentado

no croqui), são grandes e clareiam a sala, nós temos cortinas em algodão azul escuro em todas

as janelas, quando precisamos, é possível escurecer a sala.

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A escolha dos participantes de cada atividade foi aleatória. Somente ao final do dia, a

professora avisava à turma quem ainda não passou pelo Canto do Registro e solicitava a

participação da criança. A negociação com as crianças para participarem das atividades da

rotina e escolher as atividades nos pequenos grupos era algo realizado desde o início do ano

letivo e lembrada diariamente nos momentos de roda da conversa.

Para ilustrar a organização do tempo das crianças e em que momentos realizamos as

discussões e registros, apresentamos a rotina diária da turma:

• Entrada: 13h20min às 13h30min - neste momento as crianças organizavam seus

pertences pessoais e se sentavam na roda para esperar os amigos.

• Roda da conversa e atividades nos pequenos grupos 13h30min às 15h: nesse

momento nós organizávamos a rotina do dia, o que íamos fazer, quem seria o

ajudante, qual era o dia, cantávamos e conversávamos sobre muitos assuntos.

Tínhamos um tempo reservado às discussões e planejamento das atividades do

Projeto “Brincando com a Luz”.

• Das 15h as 15h45min nos preparávamos e participávamos do lanche

• Das 15h45min até 17h brincávamos na área externa da escola.

Consideramos de grande importância a pesquisa aliada à prática profissional, uma vez

que permite ao professor repensar o seu trabalho e modificá-lo, eliminando a fragmentação do

conhecimento, integrando as diferentes áreas, oferecendo um ensino de qualidade que permite

aos estudantes se desenvolverem e atuarem criticamente em sociedade, posicionando-se frente

aos acontecimentos. Dessa forma, a não neutralidade do pesquisador também é considerada

na pesquisa. Nas palavras de Megid Neto (2011), o pesquisador observa o objeto pesquisado

de maneira não neutra, já que no momento da pesquisa acumula um vasto conhecimento e

percepção sobre a realidade e este conhecimento influi naquilo que se escolhe para observar

e nos modos como se irá observar. A própria realidade, nessa perspectiva, não tem

objetividade ou existência própria, pois depende da interpretação que o sujeito faz dela.

Esta pesquisa se caracteriza metodologicamente como uma pesquisa experimental de

grupo único, na qual “o que se compara é um determinado estágio inicial ou prévio de um grupo

de estudo com um estágio posterior, após o grupo ter sido submetido a um determinado

estímulo” (MEGID NETO, 2011, p. 128).

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Dessa forma analisamos o estágio inicial de Argumentação e Autorregulação das

crianças pequenas, comparando-o com os vários estágios posteriores no decorrer e ao final da

realização das atividades do Projeto “Brincando com a Luz”.

De acordo com Fracalanza (1992), a pesquisa experimental deve envolver descrição e

análise a partir de um planejamento prévio, mas que pode ser modificado no decorrer da

investigação. Procuramos no decorrer do texto apresentar e discutir o processo de construção

do conhecimento em Ciências, valorizando a interação entre os participantes da pesquisa.

O processo de coleta de dados se deu da seguinte maneira:

• Planejamos e aplicamos o conjunto de atividades: 1- Conversa sobre como

enxergamos, 2- Retomando a conversa sobre como enxergamos e propondo a

brincadeira da cabana, 3- Brincadeira na cabana escura, 4- As sombras, 5-

Retomando a conversa sobre a luz “bater” nos objetos, 6- O movimento dos olhos,

7- Sombras com o Projetor, 8- Leitura de imagens das sombras, 9- Corpos opacos e

transparentes, 10- Brincando com a posição da fonte de luz.

• A cada transcrição de videogravação ou audiogravação e/ou leitura do caderno de

campo, procuramos observar quais eram os indícios de Argumentação das crianças

nas atividades. Montamos um quadro com as falas de cada criança12 e as organizamos

de acordo com o Padrão do Argumento de Toulmin (2006). Fizemos o quadro

baseado na argumentação das crianças durante todas as atividades.

• Com relação à Autorregulação da Aprendizagem, utilizamos o questionário Checklist

of Independent Learning Development (CHILD) elaborado por David Whitebread e

colaboradores (2009)13, montamos um quadro com as falas das crianças e indicamos

os momentos em que cada fase de Planejamento, execução e Avalaiação- PLEA se

realizou. Realizamos um pré-teste (aplicamos o questionário CHILD) antes de

iniciarmos a aplicação do Projeto e um pós-teste (reaplicamos o questionário

CHILD) após realizarmos todas as atividades.

A seguir, no próximo capítulo, passamos a descrever cada uma das atividades realizadas,

ilustradas com alguns diálogos professora-aluno(s) e aluno(s)-alunos(s). Os resultados obtidos

quanto às categorias Argumentação e Autorregulação serão tratados no Capítulo 4.

12 Os quadros estão disponíveis no Apêndice B desta pesquisa. 13 Os quadros estão disponíveis no Apêndice C desta pesquisa.

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CAPÍTULO 3

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS E AS

AÇÕES/INTERAÇÕES DAS CRIANÇAS

As atividades a serem relatadas neste capítulo fazem parte de um conjunto denominado

“Projeto Brincando com a luz”. As atividades foram pensadas a partir de um texto destinado

aos professores14 e propostas às crianças a partir de roda de conversa e registros realizados pela

turma. Após cada atividade realizada, a professora/pesquisadora fazia o relato escrito e se

encontrava com os orientadores para novos encaminhamentos e planejamento das atividades.

Após aprovação da coleta de dados, autorizada pela escola, responsáveis legais e Comitê

de Ética em Pesquisa da UNICAMP15, a primeira atividade foi realizada com a turma.

Atividade 1: Como enxergamos?16

Quando as crianças chegam ao Centro de Educação Infantil (CEI), localizado no

município de Campinas-SP, no período da tarde, elas organizam seus pertences na entrada da

sala de aula (que na rede municipal de Campinas denomina-se sala de referência) e logo em

seguida esperam os amigos sentados em roda. Essa rotina foi trabalhada durante todo o ano

letivo. Por isso em outubro, quando iniciamos a coleta de dados, as crianças já estavam

habituadas à rotina.

Após todos se organizarem, cantamos e conversamos sobre o que faríamos durante o

dia e qual seria o tema de nossa roda da conversa. Expliquei à turma que conversaríamos sobre

a luz, sobre os olhos e sobre como enxergamos. Combinamos que esperassem a vez do amigo

falar e que, para eu saber quem gostaria de expor a opinião, a criança deveria erguer o braço.

14 O texto está disponível em: http://sites.ifi.unicamp.br/imre 15 A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da UNICAMP sob o parecer de aprovação número CAAE: 2.305.529. Neste documento há a

autorização do uso da imagem das crianças. Inserimos no Apêndice A o Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE) e a autorização

de uso de imagem. 16 Neste capítulo utilizaremos a 1ª pessoa do singular para nos referirmos às ações da professora-pesquisadora, e a 1ª pessoa do plural ao nos

referirmos às ações coletivas em sala de aula ou reflexões da professora-pesquisadora (estimuladas pelos diálogos com os orientadores e pelos

referenciais teóricos da pesquisa).

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Normalmente, pergunto às crianças se alguém quer falar, dessa maneira permitimos às crianças

se atentar ao que o outro está dizendo.

De acordo com Rosário e colaboradores (2014), é importante para as crianças saber o

que vão fazer e planejar suas ações. No caso de crianças tão pequenas (AG III), a mediação do

professor é fundamental. Ainda em conformidade com os autores, as fases cíclicas de

planejamento, execução e avaliação são muito importantes para o processo de autorregulação

da aprendizagem; em cada etapa fizemos isto em conjunto para que as crianças pudessem

tornar-se autônomas nesse processo.

Iniciei a temática com as crianças, pedindo que explicassem como achavam que nós

enxergamos. A criança V. (4 anos) afirmou que enxergamos com os olhos, dizendo:

enxergamos com os olhos, ué! NO. (4 anos), observando vários amigos com óculos, disse: a

gente enxerga com óculos.

JP. (5 anos) que usa óculos relatou: quem usa óculos enxerga melhor, quando eu tiro os

óculos eu não enxergo (nesse momento retira os óculos), mas quem não usa também enxerga.

NO. enfatizou: óculos, olhos e binóculos fazem a gente enxergar e parecer coruja. A criança

B. (5 anos) pediu a palavra e disse: é a visão que faz a gente enxergar. Então, perguntei: mas o

que é a visão? Ela respondeu: a visão é tudo, é os olhos. A nossa visão é a bola preta. A. (6

anos), relembrando as falas anteriores, comentou: todo mundo enxerga (já que é o que acontece

em nossa turma). JM. (5 anos) disse: tem a sobrancelha e JA. (5 anos) acrescentou: o cílios, a

sobrancelha e a bola preta que a gente enxerga.

Nesse momento houve dispersão e perda de atenção das crianças. Perguntei se alguém

mais queria falar algo, mas não houve manifestações acerca do assunto. Então, perguntei a cada

uma o que mais gostavam de ver, muitos responderam brincadeiras, mas enfatizei que era o que

víamos e não fazíamos. Propus que desenhassem o que gostavam de ver: flores, pessoas, casas,

diversos desenhos do que gostavam de apreciar com a visão.

Nesse primeiro contato das crianças com a temática, elas tentaram responder à questão:

como enxergamos? Tivemos por preocupação somente apresentar as ideias e as crianças foram

instigadas a isso. Durante a atividade, procuramos trabalhar com questões abertas que levaram

as crianças a pensarem sobre a temática, apresentando suas ideias.

Atividade 2: Retomando a conversa sobre como enxergamos e propondo a brincadeira

da cabana

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Em nossa segunda conversa sobre como enxergamos, sentados em roda no chão da sala,

retomei a fala das crianças V. (4 anos), NO. (4 anos) e JP. (5 anos) sobre os óculos, olhos e

enfatizei a palavra visão dita pela criança B. (5 anos).

Perguntei: quem foi mesmo que nos falou sobre a visão? JP disse: alguém falou que a

gente enxergava com a visão. B. (5 anos) com muito entusiasmo disse: eu! Indaguei: o que você

disse mesmo que era a visão? Ela respondeu: eu disse que a visão é o nosso olhar.

Então comentei: Isso! Mas será que só o olho ajuda a gente a enxergar? Vocês disseram

várias coisas. JP. disse com os óculos e perguntou: quanto é meus graus? Respondi: acho que

são 8. Ele pediu para confirmar com a mãe que é professora na escola. Após confirmação ficou

seguro na turma e chegou dizendo: é 9, mas meus óculos é 8.

Conversamos sobre o que haviam falado e instiguei-os a novas percepções além dos

olhos, mas naquele momento nenhuma criança associou o ato de enxergar com a luz.

Sabendo da importância da atividade da cabana escura para que as crianças

conhecessem a importância da luz para o ato de enxergarmos, uma vez que esta atividade foi

realizada na ocasião de minha pesquisa de Mestrado, propus às crianças uma brincadeira na

cabana escura no dia seguinte. Disse que veríamos se era necessário algo mais além dos olhos

para enxergarmos.

Marcamos a data no calendário exposto na sala, mostrei a cabana às crianças e pedi

sugestões de como faríamos para brincar no escuro: muitos ao mesmo tempo disseram: apaga

a luz. NP. (6 anos) disse: vamos vir à noite. Todos começaram a se levantar da roda e dizer que

sabiam. Pedi para se sentarem e esperarem, pois quem iria falar era E. (6 anos), que estava com

braço erguido esperando seu momento de falar.

A criança E. disse: a gente precisa de uma lanterna, alguma coisa que tenha luz.

Questionei: Mas para que precisa da luz? Como deixaremos a cabana escura? E. fez o gesto

com os ombros e mãos de não saber.

Neste momento novo falatório começou, todos queriam falar ao mesmo tempo.

Relembrei o combinado: vamos erguer o braço e aguardar. E. cumpriu o combinado e teve

novamente a palavra: quando está escuro lá fora a cabana fica escura. Algumas crianças se

levantaram e foram saindo da sala, pedi que retornassem. Quando todos se sentaram retomei a

fala de E. e passei a palavra ao JP. (5 anos) que disse: é só a gente apagar a luz.

Relembrar os combinados com as crianças é muito importante; dessa forma, voltamos

ao que foi planejado para a atividade do dia. Ao dar a palavra à criança E., após ela cumprir o

combinado, as demais crianças observaram como deveriam fazer para poderem participar da

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roda da conversa. Em conformidade com Rosário e colaboradores (2014), observar o colega,

seu comportamento e verbalizações refere-se ao processo de “modelação”. Nesse momento a

criança E. serviu de modelo para os colegas.

Percebi que as crianças estavam se dispersando, então procurei finalizar o assunto

durante a roda instigando-os à realização da atividade no dia seguinte: amanhã podemos apagar

a luz, mas acho que só isso não será suficiente. Alguém tem alguma ideia?

As crianças enfatizaram que era necessário apagar a luz. Então eu disse que iria fazer a

cabana ficar mais escura ainda e perguntei: como vamos enxergar no escuro? NO. (4 anos)

disse: a gente pega uma lanterna. NA. (4 anos) acrescentou: a gente acende a luz. E. (6 anos)

completou: com alguma coisa que ilumine a cabana.

Concordei com as sugestões e finalizei: vou deixar a cabana escura e amanhã nós

vamos entrar! Em coro as crianças responderam: Sim! Em seguida demos continuidade às

atividades da rotina diária; neste momento percebi a volta do interesse das crianças na temática.

Atividade 3: Brincadeira na cabana escura:

Quando as crianças chegaram à escola no dia seguinte, a cabana já estava pronta e

montada na sala. Deixei-a em cima da mesa de atividades das crianças, tal como na figura 4,

para que ninguém entrasse nela antes de nos organizarmos e conversarmos.

As crianças estavam bastante motivadas com a atividade da cabana. A fase do

planejamento (ROSÁRIO et al., 2014) da atividade, tal como planejar as ações para escurecer

a cabana, deixá-la pronta quando as crianças chegaram, fez toda diferença, conseguimos pensar

no que precisaríamos, como iríamos fazer e as crianças estabeleceram uma relação de confiança

e compromisso com a atividade.

Após nos sentarmos em roda, lembrei às crianças que aquele seria o dia de entrarmos

na cabana. Todos gritaram de felicidade, as crianças realmente se sentem motivadas com esse

tipo de atividade. Relembramos as sugestões que deram para como escurecer a cabana: apagar

a luz, vir à noite etc. Então questionei as crianças: como vocês acham que eu fiz para deixar a

cabana escura?

As crianças já conheciam a cabana, é um brinquedo da escola, elas tinha visto

anteriormente, mas em suas cores originais.

B. (5 anos) respondeu: ah! Colocou um monte de plástico preto. Concordei e aproveitei

para lembrar a todos do que disseram sobre como poderíamos enxergar lá dentro no escuro.

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Retomei as falas das crianças: NO. (4 anos) e NP. (4 anos) disseram que poderíamos usar uma

lanterna ou acender uma luz, respectivamente. Mostrei a lanterna às crianças que, uma a uma,

ligaram, desligaram, iluminaram o chão, o teto e puderam fazer alguns testes de acordo com

suas necessidades.

Figura 4: Crianças manipulando a lanterna

Fonte: Elaborada pela autora

Após todas as crianças manusearem a lanterna, combinei que faria um desenho para que

adivinhassem o que havia desenhado, usando os recursos que estivessem dentro da cabana. No

interior da cabana, coloquei o desenho e deixei a lanterna desligada. Formei grupos aleatórios

de duas ou três crianças, as demais ficaram na roda esperando a vez. Os que já haviam realizado

a atividade poderiam registrar o que haviam feito ou escolher alguma outra atividade após

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saírem da cabana. Após cada criança ter feito seu desenho, elas explicaram para mim o que

haviam feito, individualmente.

A seguir apresentamos breves relatos das ações de cada grupo no interior da cabana e

diálogos entre crianças e professora. Enquanto os grupos entravam na cabana, as demais

crianças estavam em outras atividades escolhidas por elas (jogos, quebra-cabeças, desenho

entre outros). As que estavam aguardando para entrarem na cabana não conseguiam ouvir o que

havia sido feito lá dentro, uma vez que muitas crianças juntas em atividades diversificadas

fazem barulho. E as crianças que saíam da cabana passavam a se entreter com seus registros ou

iam para alguma outra atividade e, assim, não contava para as demais o que tinham visto dentro

da cabana.

Primeiro grupo: Duas crianças entraram na cabana escura e as questionei sobre o que

deveriam fazer para ver o desenho. LT. (4 anos) disse que precisava ligar a lanterna; então, pedi

que ligasse e completei: e agora? Ela apontou para o desenho e disse às amigas o que estava

desenhado (uma flor). Eu perguntei: como você fez para ver? Respondeu: eu liguei a lanterna.

MC. (4 anos) ficou somente observando. Eu disse: Isso mesmo! Podem sair da cabana.

Segundo grupo: Três crianças entraram na cabana e prontamente E. (5 anos) ligou a

lanterna e apontou para o desenho que estava na mão de LM. (5 anos). A criança M. (4 anos)

já foi dizendo o que estava desenhado. Pedi que explicassem como haviam feito e M. disse que

elas tiveram que ligar a lanterna para ter luz. LM. disse que tiveram que apontar a lanterna para

baixo. Perguntei: onde? E ela respondeu apontando o desenho. Eu disse: Isso mesmo! Podem

sair da cabana.

Terceiro grupo: Contem-me o que está desenhado no papel. A criança I. (6 anos) ligou

a lanterna e apontou para cima. As crianças não estavam conseguindo ver o desenho. Então,

perguntei: I.! você está ajudando com essa lanterna? Prontamente ela apontou para o desenho

e G. (4 anos) disse o que estava desenhado. Pedi que explicassem como tinham feito para ver.

I. disse: eu liguei a lanterna. Mostrando com gestos o que havia feito, ela ligou a lanterna e

apontou para o desenho; G. imitou os gestos. Eu disse: Isso mesmo! Podem sair da cabana.

Quarto grupo: Como vocês farão para enxergar o desenho? NP. (6 anos) disse: com a

luz. Eu disse: o que vocês terão que fazer? NP. apontou a lanterna para GA. (5 anos), que estava

com o desenho na mão, e disse o que estava desenhado: uma flor. Contem-me o que vocês

fizeram para enxergar. GA. disse: com a luz, ué! Perguntei: como NP. fez? E GA. disse: ele

apontou pra aqui; e apontou para o desenho. A criança V. (4 anos) que estava junto ficou

observando somente. Pedi que saíssem para que outros amigos pudessem participar.

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Quinto grupo: As crianças deste grupo estavam animadas e ansiosas para entrarem na

cabana. Antes de responderem ao meu questionamento, brincaram de monstro lá dentro.

Entreguei o desenho a elas e perguntei o que estava desenhado no papel. JA. (6 anos) respondeu

que era uma flor. Eu disse: como vocês fizeram para ver? Em coro responderam: com a luz.

Prossegui: Mas como vocês fizeram? JA. disse: coloquei a luz no desenho. Viram só que legal?

Eu disse: Já podem dar a vez a outros amigos.

Sexto grupo: Vocês vão me contar como vão fazer para enxergar o desenho. NO. (4

anos) sem ligar a lanterna foi logo dizendo o que estava lá. Perguntei: por que vocês já

conseguiram enxergar? NO. disse: porque eu sei! Falei: mas como você sabe? Ele disse:

porque eu tenho uma visão tão forte que eu consegui. Neste momento JP. (5 anos) liga a lanterna

e aponta para o desenho. Perguntei: será que é por isso mesmo? Não aconteceu nada que

ajudasse vocês a verem? B. (5 anos) afirmou: é por isso mesmo, a gente tem visão boa.

Questionei: o que o JP. poderia fazer para ajudar a enxergar melhor o desenho? Ele ligou

novamente a lanterna e apontou para o desenho. Discutimos se com a luz era melhor e todos

concordaram. Pedi que saíssem da cabana para dar a vez a outros amigos.

Sétimo grupo: O que está desenhado no papel? comecei perguntando ao grupo. A

criança EM. (4 anos) disse: a gente pode ligar a lanterna? Eu respondi: façam o que vocês

precisarem. JM. (5 anos) falou: a gente tem que ligar e depois ver. Eu disse: então liga! Ela

ligou e apontou para o desenho. As três crianças ficaram entusiasmadas e responderam o que

estava desenhado. Após todos saírem da cabana, sugeri que desenhassem o que haviam feito

para ver o desenho.

Figura 5: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança

Fonte: Desenho elaborado pela criança A. (6 anos)

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Na figura 5 a criança desenhou muitas “coisas”. Ao explicar individualmente sobre seu

desenho, ela preocupou-se em dar ênfase à luz “batendo” no desenho feito pela professora para

que pudesse enxergá-lo dentro da cabana escura.

Vejamos outro exemplo na Figura 6.

Figura 6: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança

Fonte: Elaborada pela criança JM. (5 anos)

No desenho da criança JM. Percebemos a preocupação em mostrar o raio de luz saindo

da lanterna e “batendo” no objeto, no caso, o desenho de corações.

Figura 7: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança

Fonte: Elaborada pela criança V. ( 4anos)

A criança V. (4 anos) estava interessada em terminar seu registro para fazer outra

atividade. Sabendo que deveria cumprir o combinado de registrar a atividade, a criança

desenhou a lanterna e a luz e explicou muito rapidamente que “se a luz sai a gente enxerga”,

partindo para o grupo dos jogos de encaixe.

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Figura 8: Desenho da atividade da cabana escura e explicação da criança

Fonte: Elaborada pela criança E. (6 anos)

A criança E. (6 anos) desenhou os objetos usados na atividade. Apesar de não ter

desenhado a lanterna apontada para o desenho, na atividade da cabana conseguiu explicar o que

era preciso para enxergarmos.

Atividade 4: As sombras - contorno das sombras dos amigos

Após a leitura das transcrições e discussão das atividades anteriores com os professores

orientadores da pesquisa, percebemos a necessidade das crianças em trabalhar com as fontes de

luz, com a importância da luz para enxergarmos e com o caminho percorrido pela luz (caminho

em linha reta). A atividade da cabana escura permite observar a importância da luz para

enxergarmos. A atividade da sombra na quadra, além de nos permitir desenvolver o senso

geométrico (posições das crianças em relação à fonte de luz, posição da fonte de luz e da

sombra), permite discussões acerca das fontes de luz, do caminho da luz e da ausência de luz.

Nesta atividade retomei a conversa do sexto grupo ao entrar na cabana escura. Naquela

ocasião as crianças disseram que conseguiram enxergar dentro da cabana mesmo sem ligar a

lanterna, pois “tinham uma visão muito boa”. Quando chamei a atenção das crianças para o que

eu tinha feito, que foi abrir a porta da cabana, a criança NO. (4 anos) mudou sua resposta. Antes

ela havia dito que tinha uma boa visão, após retomarmos a conversa e eu ter mostrado na cabana

como eu havia feito, ela disse que tinha enxergado porque eu abri a cabana.

Pedi que explicasse como estávamos enxergando na sala de aula naquele momento. NO.

respondeu: com a luz apagada. E completou: olha, quando a gente abre o olho, o sol entra e a

gente enxerga. JM. (5 anos) disse: o sol ilumina e B. (5 anos) acrescentou: o vagalume tem luz,

ele ilumina também. Perguntei: vocês podem me dizer o que mais ilumina? As crianças

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aleatoriamente disseram: sol, estrelas, lua, lâmpada, lanterna e abajur. Muito bem, enfatizei,

mas falei que não tinha certeza sobre a luz da Lua; perguntei se alguém podia me ajudar a

descobrir, mas foi uma pergunta muito difícil para as crianças.

Propus então um novo desafio: Vocês sabem o que são as sombras? NO. prontamente

respondeu: precisa de sol para formar. A criança E. (6 anos) pediu a palavra. Nesta quarta

atividade, as crianças já respeitavam um pouco mais a vez de falar e esperavam a vez para todos

ouvirem. E. disse: gente, a sombra é uma sombra de alguma pessoa, algum objeto. Perguntei:

como ela se forma? NO. deu uma dica: o sol. E. (6 anos) continuou: precisa do sol, da luz...daí

isso que é uma sombra, fica no chão, preta. Então falei: mas você sabe onde você deve ficar?

Como a luz fica para formar a sombra? JP. (5 anos) disse: eu sei... A aluna E., se antecipando

à fala do colega, disse: bem na frente da luz. Dei a palavra ao JP. para explicar sua teoria: a

gente tem que ficar perto da luz para aparecer a sombra.

Sugeri a todos: vamos na quadra desenhar a sombra do amigo? Cada criança escolhe

um amigo para desenhar a sombra. Observem o sol, a posição do amigo, depois vamos

desenhar no papel também.

Uma a uma as crianças definiram seus pares, combinamos que cada uma desenharia a

sombra da outra utilizando giz.

Figura 9: Crianças desenhando a sombra na quadra

Fonte: Elaborada pela autora

A figura 9 mostra a criança fazendo o contorno da sombra da colega no chão. Perguntei

sobre a posição do Sol e da sombra da criança. Para responder, a criança que estava em pé

mudou de posição. Prontamente a criança que estava fazendo o contorno disse: você precisa

ficar parada como estátua para eu copiar. Orientei as outras crianças a fazerem o mesmo, pois

desenhar ficaria mais fácil se ficássemos como estátua.

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Figura 10: Crianças desenhando a sombra na quadra 1

Fonte: Elaborada pela autora

Na figura 10 podemos observar a criança fazendo o traçado com giz em volta do pé do

amigo. Observando a interação da dupla, percebi que ambos sabiam o que era a sombra, mas

não haviam compreendido as intruções da atividade, que era marcar a sombra do colega no chão

e não o contorno real do colega.

Figura 11: Crianças desenhando a sombra na quadra 2

Fonte: Elaborada pela autora

Ao voltarmos para a sala, retomei a fala de E. e de JP., lembrando que haviam dito que

tínhamos que ficar na frente da luz para vermos nossa sombra. As crianças se divertiram com a

atividade, mas tiveram algumas dificuldades iniciais, como se movimentarem ou desenharem

o contorno do amigo e não da sombra.

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Figura 12: Sombras na quadra

Fonte: Elaborado pela criança I. (5 anos)

Após a criança terminar o registro, individualmente pedi que explicasse o que havia

feito. I. (6 anos) mostrou que tinha feito o sol, uma menina e a sombra dela, e continuou

desenhando outros objetos e animais da escola de seu interesse, fazendo o gato (que aparece na

escola e interage com as crianças com certa frequência) e o balanço do parque. Na figura abaixo,

escrevi os elementos que a criança julgou importantes para aparecer a sombra.

Figura 13: Sombra da menina

Fonte: Elaborada pela criança B. (5 anos)

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Figura 14: Minha sombra

Fonte: Elaborado pela criança MA. (4 anos)

Na figura 14 a criança não conseguiu fazer a relação entre a posição do Sol, a menina

(anteparo) e a sombra. Ela desenhou todos os elementos, por termos combinado como deveria

ser o registro, mas sem estabelecer relações entre a fonte de luz e o objeto (menina).

Atividade 5: Retomando a conversa sobre a luz “bater” nos objetos

Optamos por conversar novamente com as crianças sobre como enxergamos, pois,

durante os relatos das atividades, não conseguimos perceber se as crianças compreenderam a

importância de a luz “bater” nos objetos e depois vir para os nossos olhos. Quando decidimos

retomar a conversa, todos estavam sentados em roda e preparados para a nossa conversa diária.

Nesse dia, havíamos combinado que trouxessem brinquedos de casa para brincarem na

escola. Desse modo, pedi às crianças que mostrassem os brinquedos que trouxeram de casa na

sala escura, usando a lanterna.

De acordo com Rosário e colaboradores (2014), ao retomarmos a conversa e falas das

crianças sobre como enxergamos, nós estamos contribuindo com a fase da avaliação e do

planejamento no processo de autorregulação da aprendizagem, uma vez que avaliar é também

revisar e planejar é estabelecer objetivos, estruturar o ambiente para realizar a atividade.

Perguntei ao grupo como deveríamos fazer para ver os brinquedos e seus detalhes. As

crianças em coro disseram: apagar a luz; outros disseram: pegar a lanterna.

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Durante os questionamentos na roda, as crianças ficaram atentas às fontes de luz da sala

e W. (4 anos) fez uma observação dizendo que a lâmpada da sala estava queimada. Eu disse

que ia pedir para o zelador trocar. Relembrei nossa atividade da cabana e perguntei como

havíamos feito para enxergarmos lá dentro. Peguei a lanterna, relembrei como ligava e escureci

(na medida do possível) a sala. E o que faremos agora?

Fechei a persiana e apaguei a luz. Pedi que as crianças colocassem no chão os

brinquedos e entreguei a lanterna à turma. JM. (5 anos) disse: vamos ligar a lanterna. E. (6

anos) pediu a palavra e disse: pra gente enxergar tem que ligar a lanterna e apontar para o

objeto. Então eu disse: pessoal vocês ouviram o que a E. disse? As crianças em coro disseram:

sim!!!. Acrescentei: a E. disse que precisamos apontar a lanterna para o brinquedo de vocês,

usem a lanterna, combinado? Vamos ver os detalhes dos brinquedos, então. JA. você poderia

começar? Ligue a lanterna, coloque seus brinquedos no chão e mostre aos seus amigos.

Todas as crianças repetiram o que JA. (5 anos) fez. Depois da apresentação das 29

crianças presentes nesse dia, brincamos com os brinquedos que elas trouxeram.

Figura 15: Criança mostrando seus brinquedos com a lanterna.

Fonte: Elaborada pela autora

Atividade 6: O movimento dos olhos

A cada atividade retomávamos as discussões anteriores e registros das crianças para dar

continuidade à temática. Neste dia, disse à turma: vamos relembrar nossas conversas e

atividades sobre luz e sombra. Como fizemos para enxergar na cabana? NO. (4 anos) disse:

com a lanterna. Continuei: Isso mesmo, precisamos ligar a lanterna e apontar para o desenho

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para enxergamos. E com os brinquedos foi a mesma coisa, não foi? Algumas crianças estavam

dispersas nesse momento.

Então perguntei: Gente, como eu faço para enxergar o que está atrás de mim? E. (6

anos) disse: é só você virar. Perguntei: o que tem atrás de mim? JP. (5 anos) disse: Costas! E.

(6 anos) disse: TV. I. (6 anos) disse: o computador. Eu afirmei que tudo o que disseram estava

correto e perguntei: como faço para enxergar isso tudo? NO. disse: Vire a cabeça. Eu concordei

e acrescentei: já que enxergamos com os olhos e ele está no meu rosto, preciso movimentar a

cabeça, ou movimentar os olhos; olhem só como eu faço...Vamos ver um vídeo do movimento

dos olhos?

As crianças gostam muito de vídeos e, animadas, disseram que gostariam de ver o

movimento dos olhos. O vídeo se chama “Eyes in slow motion”17. Achei muito interessante

como as crianças ficaram extasiadas com o movimento dos olhos. MG. (4 anos), sempre muito

quieto, foi ao espelho olhar os movimentos dos próprios olhos. B. (5 anos) veio me mostrar o

que sabia fazer, movimentou os olhos para cima e disse: nossa, parece assustador. Atentei às

crianças para o movimento da pupila, cor dos olhos e pedi que desenhassem um olho com

detalhes do que haviam observado.

Deixei as crianças um certo tempo conversando com os amigos e se olhando no espelho

para verem como sabiam movimentar os olhos. Vimos o vídeo por três vezes e combinamos de

registrar o movimento dos olhos e não da cabeça.

A seguir, alguns registros das crianças nos evidenciam a atenção e preocupação com o

movimento dos olhos e a relação entre a posição do objeto e o movimento dos olhos.

Figura 16: Menina olhando a cigarra e explicação da criança

Fonte: Elaborada pela criança JA. (5 anos)

17 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IMic4qSJeUY

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Figura: 17: Menino olhando o sol e a explicação da criança

Fonte: Elaborada pela criança NO. (4 anos)

Figura 18: Meninas se olhando e explicação da criança

Fonte: Desenho elaborado pela criança B. (5 anos)

As figuras 16, 17 e 18 mostram a preocupação das crianças em registrarem o movimento

dos olhos. Na figura 18 a criança evidencia que os olhos podem se movimentar para os dois

lados.

Atividade 7: Sombras com o projetor

Para relembrar o que havíamos discutido e deixar claro como se formam as sombras,

brincamos de fazer sombras com o projetor multimídia. Iniciamos as atividades e discussões do

dia após eu ter escurecido a sala e ligado o projetor apontando para a lousa branca da sala.

Combinei com as crianças que o tema das discussões seriam as sombras e relembrei as

atividades anteriores antes de fazer o questionamento inicial.

Em seguida perguntei: como é que a gente pode fazer para aparecer a sombra do amigo

ali na lousa? A criança EA. (4 anos) pediu a palavra e eu disse: como? EA. não respondeu e B.

(5 anos) gritou: com o som. Eu disse: Som? Ela respondeu: não! o Sol! Eu disse: mas aqui

dentro da sala temos o Sol? As crianças responderam em coro: não!!!

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Neste momento as crianças E. (6 anos), NA. (4 anos) e D. (4 anos) pediram a palavra.

Disse que todos falariam, mas começaríamos pela E. Eu falei: como podemos fazer E., você

pode falar para nós? E. disse: posso...é por causa da luz que tem aqui na sala, apontando para

a lousa. Eu disse: e como você acha que podemos fazer para aparecer a sua sombra lá? E.

respondeu: A gente precisa de uma luz iluminando a gente. E eu perguntei: então, onde você

deveria ficar para aparecer a sua sombra? A criança E. respondeu: a gente fica perto da luz e

aparece a nossa sombra. Eu disse: você pode mostrar? JM. (5 anos) perguntou: todos vão fazer

também? Eu disse: agora só a E. depois todos poderão fazer.

A criança E. ficou em frente à fonte de luz e vimos a sombra dela. Pedi para as crianças

olharem e perguntei a ela: você sabe fazer a sombra da borboleta? Ela fez com a cabeça que

não sabia. Nesse momento B. fez com as mãos o gesto da borboleta. Pedi que todos olhassem

como poderiam fazer. E. imitou o gesto e apareceu a sombra da borboleta se movimentando, as

crianças gostaram muito. Eu perguntei: como ela teve que fazer turma? NO. (4 anos) falou:

assim ó, e fez o gesto com a mão.

Eu disse: não o que ela fez com a mão, o que ela teve que fazer para aparecer a sombra

dela lá na lousa? NO. disse: eu sei, ela chegou perto da luz. Eu acrescentei: ela chegou perto

da luz ou ficou em frente à luz? JH. (6 anos) disse: ela ficou em frente.

Dei continuidade à atividade e combinei: eu vou chamar um de cada vez para fazer as

sombras...vocês podem imitar a E. se quiserem, ou fazer outras coisas.

Quando chegou a vez de JP. (6 anos), ele levantou e começou a fazer o gesto da

borboleta. Mas não conseguimos ver a sombra, já que ele estava atrás da fonte luz. Não

contente, ele começou a dançar, erguer o braço e não conseguimos ver. Então perguntei: gente

o que está acontecendo?

As crianças falaram: ele está atrás da luz. Perguntei se alguém poderia ajudá-lo e a

criança E. (6 anos) levantou-se, pegou-o pelo braço posicionando-o na frente da fonte de luz.

Conseguimos ver a tão planejada aranha que ele havia feito.

Após todos brincarem com as sombras, registramos nosso passo a passo.

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Figura 19: Criança fazendo a sombra da borboleta

Fonte: Elaborada pela autora

Figura 20: Sombra da borboleta

Fonte: Elaborada pela criança JM. (5 anos)

A figura 20 apresenta como a criança compreendeu a relação entre a posição da fonte

de luz, da borboleta e da sombra da borboleta.

Figura 21: A sombra da flor

Fonte: Desenho elaborado pela criança JH. (6 anos)

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Na figura 22 a criança também estabelece relações entre a fonte de luz (projetor), a

flor e a sombra da flor.

Figura 22: A sombra do menino

Fonte: Desenho elaborado pela criança NP. (6 anos)

Na figura 22 também há relações espaciais estabelecidas entre a fonte de luz, o menino

e a sombra do menino. A maioria das crianças fez esta relação, mas muitas não conseguiram

expressar isto em seus desenhos.

Atividade 8: Leitura de imagens de sombras

Com o objetivo de retomar o que aprenderam anteriormente, retomamos as atividades 4

e 7: sombras na quadra e sombras com o projetor, respectivamente. Selecionei previamente

algumas imagens para discutir com as crianças sobre o que havíamos feito e o que pensavam

sobre as sombras.

Perguntei às crianças como a sombra havia aparecido e em coro disseram: por causa do

Sol. Indaguei: Mas onde o sol estava para aparecer nossa sombra?. NO. (4 anos) respondeu:

no céu. Percebi que não era essa a pergunta a ser feita, pois queria que relacionassem a posição

do Sol em relação ao corpo e à sombra.

Havia selecionado algumas fotos de sombras e achei pertinente discutirmos sobre elas

para auxiliar na compreensão dos conceitos e discussão sobre o posicionamento da fonte de luz,

anteparo e sombra.

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Figura 23: Homem com raquete

Fonte: https://pt.123rf.com/photo_16754601_t%C3%AAnis-ou-remo-bolas-na-grama-sint%C3%A9tica-do-

campo-de-padel-com-rede-no-fundo.html

Iniciamos a discussão com a imagem da Figura 23. Perguntei: o que é que vocês estão

vendo aí? Em coro as crianças responderam: um homem. NA. (4 anos) seguiu dizendo: uma

pessoa jogando basquete. Eu disse: jogando o quê? Em coro as crianças disseram: raquete e

basquete. Eu disse: a pessoa está jogando tênis. Chamei a atenção das crianças para a imagem:

olhem só, tem uma coisa de cor diferente. V. (4 anos) disse: é uma bola amarela. E a criança

K. (6 anos) acrescentou: e uma luz. Perguntei: como é que a bola apareceu amarela na sombra?

As crianças ficaram em silêncio analisando a imagem. Continuei: onde estava a luz? Onde a

pessoa estava para aparecer a sombra dela desse jeito?

NO. disse: Eu sei onde a pessoa estava, no chão. E. (6 anos) gritou: perto do sol. Eu

disse: a pessoa está no chão? NO. disse: olha, é porque a sombra está deitada. W. (4 anos)

acrescentou: é porque é uma sombra, uma sombra preta. As crianças estavam atentas e com os

braços erguidos para falarem na sua vez. E. (6 anos) disse: o homem, o homem ele está no sol,

mas a sombra dele está deitada no chão, então, como que é a sombra? Então, é que o homem

estava em frente do sol e aí veio a sombra. Aí depois como que a sombra aparece? Como que

a sombra apareceu? No chão, aí depois a sombra apareceu e tudo aconteceu. Eu perguntei:

como é que a bolinha foi parar ali? Você sabe?

E. disse: sei. A seguir, B. (5 anos), que aguardava sua vez de falar, respondeu: porque

ele colocou lá. E. acrescentou: por causa que a bolinha caiu. Perguntei: Ele colocou a bolinha

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no chão? Ou ele está segurando a bolinha? Nesse momento algumas crianças disseram que ele

estava segurando a bolinha, outras, que ele havia colocado no chão. B. continuou dizendo: ele

colocou a bolinha no chão para fazer a sombra com a raquete. Em seguida mostrei a imagem

a seguir:

Figura 24: Sombra do cachorro

Fonte: www.tudointeressante.com.br

Perguntei: o que é isso que estamos vendo? Alguns disseram gato e, outros, cachorro.

Relembrei-os para esperarem a vez de cada um para falar. E. estava aguardando seu momento

de falar e iniciou dizendo: isso aí é um lobinho, é um lobo cachorro que eu já vi um antes, aí

esse lobo cachorro ele é pequeno, mas como ele está no sol, ele parece maior, no chão estava

aparecendo um gatinho. O que vai acontecer depois que o cachorro sair daí? A sombra vai

seguindo ele.

Então eu prossegui: mas isso é um cachorro e a sombra é um gato? Ou a sombra do

cachorro parece a de um gato? B. (5 anos) explicou: é sombra do cachorro porque ele está na

frente do sol. NO. continuou: quando o sol bate no cachorro aparece uma sombra. D. (4 anos)

disse que ela foi ao sol e apareceu a sombra dela. GJ. (5 anos) disse que correu no sol e a sombra

correu atrás dele.

Seguimos com as imagens e mostrei a próxima:

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Figura 25: Senhores dançando

Fonte: Fonte: www.bomdia.eu/sombras/

Eu disse: será que a sombra é deles? As crianças disseram que não. Eu perguntei por

que não e B. disse que era porque tinha outra pessoa na rua dançando. Eu continuei: a senhora

não está fazendo movimento de dança, então a sombra não pode ser dela. A criança MC. (4

anos), que raramente participava das rodas de conversa, disse: tia, quando eu estava correndo

na rua, apareceu a minha sombra. NO. comentou: olha, quando eles estavam andando na rua,

apareceu duas pessoas dançando, essa é a sombra deles. Eu disse: mas não é a sombra dos

senhores, né!? Ele continuou: não, eu estou falando que é a sombra de outras pessoas.

W. (4 anos) estava assustado com a imagem e disse que era uma assombração. A criança

W. não participou de todas as atividades do projeto, era um aluno novo na turma! Ele disse: é

uma assombração que está dançando; nesse momento até gaguejou. Eu enfatizei: não é

assombração, a B. nos explicou que é a sombra de outras pessoas e o NO. também disse isso.

D. (4 anos) disse: um dia meu pai estava me trazendo para a escola e aí o carro dele

tinha uma sombra. E. disse: tia, a sombra da bailarina e do moço são diferentes, porque a

velha e o vô, eles não são iguais à sombra, porque é outra pessoa que está fazendo na rua uma

apresentação ou um circo, uma moça cumprimentando o moço.

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Em seguida, apresentei a última imagem às crianças:

Figura 26: Teatro de sombras

Fonte:http://maxdanielartes.blogspot.com.br/2012/10/gêneros-teatrais -teatro-de-sombras.html

Mostrei a imagem e chamei a atenção da criança W.: olha, ela está imitando um

monstro. Onde é que vocês acham que está a luz? Apontei para a imagem e perguntei: ela está

aqui (atrás da moça) ou aqui (atrás da sombra). GA. (5 anos) disse: está atrás dela. Apontei na

imagem e disse: ela está aqui não é GA? Ele confirmou com a cabeça que sim. Pessoal, muito

bem, vocês lembraram de muitas coisas!

Depois da discussão, nós fomos para o lanche, dando continuidade às atividades

permanentes da escola.

Atividade 9: Corpos opacos e transparentes

No dia seguinte à leitura de imagens, trouxe para a roda da conversa da turma uma

lanterna, um caderno brochura pequeno (nosso caderno de recados) e um plástico transparente.

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Figura 27: O objeto opaco - caderno de recados

Fonte: Elaborada pela autora

JP. (5 anos), observando os materiais expostos na roda, já perguntou: vamos entrar na

cabana escura? Eu respondi que não e continuei: nós vamos ver se a luz da lanterna passa pelo

caderno e pelo plástico.

Alguns olhares curiosos tentaram adivinhar como faríamos o experimento. Comecei a

atividade mostrando às crianças como deveriam fazer: liguei a lanterna e apontei para o

caderno. Observamos que a luz não passava por ela. Eu disse que, quando a luz não passa pelo

objeto, nós o chamamos de opaco; já quando a luz consegue passar pelo objeto, nós o chamamos

de transparente.

A criança E. (6 anos) pediu a palavra e disse: o caderno não é transparente, ele é verde,

mas mesmo assim dá para ver a luz em cima dele, dá pra ver que o caderno está sendo

iluminado. Quando é transparente sai a luz por baixo.

Atenta à fala de E. eu disse à turma: vamos ver se o que a E. explicou acontece mesmo?

Enquanto as crianças falavam, o caderno e a lanterna iam passando de uma a uma.

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Figura 28: Crianças observando se a luz passava pelo objeto opaco

Fonte: Elaborada pela autora

B. (5 anos) disse: a luz não passa porque o caderno não é transparente, ele é verde.

Quando a gente põe no papel transparente, em cima dele, vai aparecer um pouquinho da luz

embaixo. Eu disse: vamos observar se isso acontece mesmo.

Cada uma das 30 crianças presentes nesse dia fez a atividade com a lanterna e o caderno

e, em seguida, com a lanterna e o plástico. NO. (4 anos) disse: quando colocamos a lanterna

em cima do caderno a luz sai e fica no caderno.

JP. quis falar sobre uma brincadeira que fazia quando era pequeno com a lanterna na

casa de sua tia. Ele disse que à noite, no carro, ele ligava a lanterna e aparecia a luz na rua.

Continuamos a ver se a luz não passava mesmo pelo caderno verde e as 30 crianças

completaram a atividade.

Dando sequência, peguei o plástico transparente e apontei a lanterna para baixo;

conseguimos ver a luz passando por ele. Cada criança foi fazer a sua experiência e, nesse

momento, JM. (5 anos) disse: quando você tentou passar a luz pelo caderno não funcionou,

quando você apontou para a parede e para o JP. não funcionou, mas quando você apontou

para o plástico funcionou, passou a luz. NO. comentou que se colocássemos o plástico no

caderno a luz ia passar por ele e chegar ao caderno.

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Figura 29: Crianças com o plástico transparente e a lanterna

Fonte: Elaborada pela autora

E. disse: um dia estava em casa e peguei uma lanterna, um copo e um papel branco. Aí

apontei a lanterna para o copo e fez um reflexo imenso e apontei para a janela e a luz apontou

até a árvore. Aí minha mãe falou para eu ir dormir, eu fui dormir.

JA. (5 anos) pediu a palavra e disse: não vou falar uma coisa sobre a luz, e contou sobre

o desenho que havia assistido. Assim, após a dispersão da turma, retomei a conversa e conclui:

quando a luz passa pelo objeto ele é transparente. As crianças repetiram em coro: transparente.

Eu disse: quando a luz não passa pelo objeto ele é opaco.

Pedi às crianças que observassem a sala e disse: vocês podem me dizer o que tem aqui

na sala de aula que é transparente? JA. disse que as caixas que armazenamos os brinquedos

eram transparentes. NO. disse que o plástico era transparente. E. completou: o espelho.

Nesse momento perguntei, será que o espelho é transparente? O que acontece quando

a gente fica em frente ao espelho. NO. disse: nada. Eu perguntei: Nada? Caminhei em frente

ao espelho.

JA. explicou: aparece a gente. Eu fui até o espelho e comecei a dizer o que estava vendo.

As crianças levantaram e foram fazer o mesmo. Eu disse para ficarem no lugar, que todos iriam

até lá. Como o espelho nos trouxe surpresas, decidi com as crianças que registraríamos tudo o

que tínhamos visto no espelho.

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Figura 30: Criança no espelho

Fonte: Elaborada pela criança JA. (5 anos)

Figura 31: Criança no espelho 1

Fonte: Elaborada pela criança K. (5 anos)

Figura 32: Criança no espelho 2

Fonte: Elaborada pela criança GA. (5 anos)

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Atividade 10: brincando com a posição da fonte de luz

Durante a realização das atividades, percebi o grande prazer das crianças em exporem

suas ideias. Para que tudo o que discutimos fosse revisado, de maneira a trazer a maior

quantidade de fatos e situações trabalhados, decidimos brincar de: “onde está a fonte de luz?”

Incialmente realizamos essa atividade na sala de aula e, depois, fomos ao parque à

procura das sombras das árvores e do sol. Com todos em roda eu disse: vou desenhar uma

árvore e vou desenhar a sombra da árvore, vocês vão me dizer onde está a fonte de luz que

aqui será o sol. Quem adivinhar ganha ponto. As crianças se divertem em brincadeiras que

envolvem competições.

Desenhei a árvore e sua sombra ao lado direito da imagem. JA. (5 anos) disse que o sol

estava do lado da sombra e foi até a lousa apontar onde ele estaria. Eu perguntei: alguém

discorda disso? B. (5 anos) levantou-se e correu até a lousa dizendo: o sol está aqui!, apontando

para o lado contrário ao da sombra. Eu perguntei: por quê?

B. disse: é porque, porque só assim que dá para enxergar a sombra. Continuei

desenhando e NO. (4 anos), antes de eu terminar, veio até a lousa explicar aos amigos a posição

do Sol e da sombra. Disse: o sol tem que estar aqui para a sombra aparecer aqui... (apontando

o lado esquerdo da lousa para o sol e o lado direito para a sombra).

JA. pediu a palavra e disse: pensei a mesma coisa que o NO. E fui distribuindo os pontos

entre as crianças. Retomei as explicações, relembramos a leitura de imagens quando a criança

B. (5 anos) disse: ontem você mostrou o homem com a raquete e o que estamos vendo agora é

igual. O sol de um lado e a sombra embaixo.

GJ. (5 anos) disse: quando a gente corre a sombra corre atrás de nós. Mas que a sombra

é do mal. Eu disse que não era do mal e que todos tínhamos sombra. Vale ressaltar que a criança

GJ. faltou em muitas atividades do projeto.

Em seguida a criança MA. (4 anos) disse: quando o sol bate na gente aparece a sombra.

JP (5 anos) disse: quando a gente corre a sombra corre, mas quando a gente fica parado a

sombra fica parada. E. (6 anos) acrescentou: o Sol tem que ficar na frente de algum objeto.

Houve empate entre os grupos e nós fomos ao parque ver a sombra das árvores e

brinquedos. O tempo estava bastante nublado e não conseguimos ver as sombras.

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Perguntei às crianças o porquê de não estamos vendo a sombra e E. disse: porque está

nublado. O sol não está aparecendo. Neste dia não conseguimos ver a sombra das árvores, das

crianças e nem dos brinquedos do parque.

Figura 33: O dia nublado e os caçadores de sombra

Fonte: Elaborada pela autora

No outro dia, mal chegamos ao parque e GJ. (5 anos) disse: olha! Eu fiquei procurando

o que ele estava mostrando e comentei: o mato está alto, não é mesmo? Ele disse não ... e me

mostrou, olha! Eu disse: o quê? E ele completou: A minha sombra!

Chamei a atenção do grupo de crianças e fomos observar a sombra das árvores e

brinquedos do parque, relacionando com a posição do Sol. As crianças ficaram por muito tempo

brincando com isso e as deixei livres para discutirem entre si.

Assim, concluímos as atividades do Projeto “Brincando com a Luz”. No próximo

capítulo apresentaremos os dados e resultados relativos ao processo de Argumentação e de

Autorregulação desenvolvidos pelas crianças.

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CAPÍTULO 4

ARGUMENTAÇÃO E AUTORREGULAÇÃO DAS CRIANÇAS NO

DECORRER DAS ATIVIDADES

Durante a realização do conjunto de 10 atividades sobre a Luz e suas propriedades,

conseguimos elencar diversas situações em que as crianças tiveram oportunidade de

desenvolver a Argumentação.

Proporcionar às crianças um ambiente argumentativo é muito importante para o

desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC). A partir do conjunto de 10 atividades do

Projeto Brincando com a Luz conseguimos apontar elementos do Padrão de Argumento de

Toulmin (TAP) e analisar a argumentação em sala de aula na Educação Infantil.

Encontramos em Driver et al. (1999) uma perspectiva geral de como crianças de 10 a

15 anos, de países diferentes, compreendem e desenvolvem suas ideias em Ciências. Cada

capítulo do livro apresenta a ideia dos estudantes acerca de um tema: luz, eletricidade, calor e

temperatura, força e movimento e estado gasoso.

Assim como em nosso trabalho, as autoras apresentam a importância de considerarmos

as ideias prévias das crianças, já que elas chegam à escola capazes de interpretar fenômenos, à

sua maneira, a partir das experiências e observações cotidianas.

Quando damos oportunidade às crianças de falarem sobre suas ideias a respeito dos

fenômenos observados, pode haver diferentes interpretações para o mesmo fenômeno; quando

discutimos com o outro, podemos mudar nosso ponto de vista. Retomar o que foi dito ou

registrado é muito importante para a construção de significados e de conhecimentos em

Ciências. Assim, podemos estabelecer relações entre o que as crianças trazem de ideias e

conhecimentos prévios e os conhecimentos científicos. Além da contribuição na promoção da

argumentação, esse tipo de trabalho nos permite contribuir com a promoção da autorregulação

da aprendizagem conforme veremos neste capítulo.

Em um dos capítulos do livro supracitado, Guesne (1999) apresenta o questionamento

que fez às crianças entre 10 e 15 anos. A autora avalia como evoluiu o conceito de luz e alguns

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fenômenos associados em crianças de 10-11 anos e, depois, em jovens de 13-14 anos, sem que

eles tenham recebido instrução sistemática sobre o tema. Algumas das propriedades da luz

analisadas pela autora são as mesmas exploradas neste trabalho.

A questão inicial proposta por Guesne (1999) foi “o que é luz?”. As

crianças/adolecescentes foram entrevistadas individualmente e/ou preencheram um

questionário, mas não receberam nenhum conhecimento sistemático sobre a temática. A ideia

era descobrir quais as suas ideias sobre luz e suas propriedades, a partir das respostas das

crianças na tentativa de descobrirem o que sabiam sobre luz, quais suas propriedades e os

fenômenos relacionados à luz.

Ao analisarmos os resultados obtidos por Guesne (1999), notamos certa semelhança

com as manifestações e reflexões das crianças de 4 e 5 anos que participaram desta nossa

pesquisa. As crianças/adolescentes participantes da pesquisa de Guesne (1999) manifestaram

observar o movimento da luz quando disseram que a luz “bate”, “sai”, “se encontra” com o

objeto e a representaram através de raios. Em nossas atividades, sobretudo a partir da atividade

da cabana e das sombras, as crianças exploraram o fenômeno de como enxergamos e

conseguiram perceber – sem utilizar uma linguagem mais formal como os participantes da

pesquisa de Guesne (1999) – a necessidade de uma fonte, um anteparo e o próprio olho no

processo de propagação da luz e visão.

Compreendemos que as crianças podem apreender e compreender fenômenos e

conceitos elementares em óptica (sem utilizar de uma linguagem formal) – como raio de luz,

absorção da luz e reflexão da luz – desde a faixa etária de 4 a 5 anos, e não somente entre 10-

15 anos, correspondente ao final dos anos iniciais do ensino fundamental e os anos finais desse

nível escolar.

Ao observamos o desenho a seguir podemos notar o que as crianças de nossa pesquisa

perceberam acerca da luz e de sua propagação.

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Figura 34: Desenho elaborado pela criança JH. (6 anos).

Fonte: Elaborada pela criança JH. (6 anos) com anotações da professora.

Nessa figura podemos ver o “raio” de luz saindo do projetor em direção à flor. Segundo

o desenho da criança, a flor funcionou como um anteparo para a luz, projetando uma sombra

atrás da flor e no sentido oposto ao do projetor.

Dessa forma, permitindo a argumentação em sala de aula, contribuímos para que as

crianças apresentassem suas ideias, levantassem hipóteses, refutassem ideias e tirassem suas

próprias conclusões acerca dos temas estudados. Esta maneira de trabalhar com as crianças,

permitindo a fala e a escuta de todos, exige considerável esforço por parte das crianças, evitando

se distraírem, participando ativamente das discussões e atividades.

Ao trabalharmos com argumentação consideramos as ideias das crianças relevantes e

permitirmos que elas as reelaborem; consiste em um processo longo de discussão e retomada

de discussões e registros.

O Padrão TAP contribui para compreensão dos índices de argumentação das crianças

durante as atividades. Apresentamos a seguir o quadro síntese com os índices de argumentação

das crianças.

No quadro percebemos que 60% das crianças conseguiram apresentar seus dados e

hipóteses acerca do tema estudado, 13,3% conseguiram apresentar conclusão, 10%

conseguiram justificar suas ideias, 23,3% apresentaram raciocínio, 3% conseguiram refutar

uma ideia apresentada e 16,6% apresentaram conhecimento básico ou organização da

informação.

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Quadro 3: Síntese TAP (Toulmin’s Argument Patern) para as 30 crianças

Legenda: X- indica a presença do índice de argumentação e NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

Como são crianças de 3 a 6 anos, acreditamos que a idade pode ter interferido na

apresentação de alguns índices, tais como conclusão, justificativa e refutação. Entretanto,

acreditamos que as atividades tenham contribuído para o desenvolvimento da sua argumentação

e consequente alfabetização científica.

De acordo com Toulmin (2006), o que podemos analisar na argumentação, a partir dos

indicadores (dado, conclusão, justificativa ou garantias, qualificadores modais, refutação e

CRIANÇA DADO/HI-

PÓTESE

CONCLUSÃO JUSTIFICA-

TIVA

QUALIFICADORES/

RACIOCINIO

REFUTA-

ÇÃO

CONHECIMENTO

BÁSICO/ORGANI-

ZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

A (6 anos) X NI X X X NI

B (5 anos) X X X X NI X

D. (4 anos) X NI NI NI NI NI

E (6 anos) X X X NI NI X

EM (5 anos) X NI NI NI NI NI

EA (4 anos) NI NI NI NI NI NI

GJ (5 anos) X NI NI NI NI NI

I (6 anos) NI NI NI NI NI NI

JH (6 anos) X NI NI NI NI NI

JP (anos) X X NI X NI X

JA (5 anos) X NI NI NI NI NI

JM (5 anos) X NI NI X NI X

K (5 anos) X NI NI NI NI NI

LM (5 anos) X NI NI NI NI NI

LT (4 anos) NI NI NI NI NI NI

LG (4 anos) NI NI NI NI NI NI

MG (4 anos) NI NI NI NI NI NI

MC (4 anos) NI NI NI NI NI NI

MA (4 anos) X NI NI NI NI NI

MO (4 anos) NI NI NI NI NI NI

NP (6 anos) X NI NI X NI NI

NA (4 anos) X NI NI NI NI NI

NO (4 anos) X X NI X NI X

T (4 anos) NI NI NI NI NI NI

VV (4 anos) NI NI NI NI NI NI

G (4 anos) NI NI NI NI NI NI

ME (4 anos) NI NI NI NI NI NI

W (4 anos) NI NI NI NI NI NI

V (4 anos) X NI NI NI NI NI

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conhecimento básico), é se a criança/ estudante consegue: organizar informações, relacionar

dados e conclusões, apresentar evidências, sustentar o que está apresentando a partir do que

observou ou de outras teorias e refutar.

Vamos observar os resultados do Quadro-síntese TAP exemplificando com três

crianças: B. (5 anos), E. (6 anos) e NO. (4 anos). Foram selecionadas por terem utilizado maior

quantidade de indicadores/ estruturantes de argumentação durante as atividades.

Percebemos que ao longo das atividades as crianças foram estabelecendo relações,

mostrando evidências do que estavam observando, passando da explicação do como acontece

para o porquê acontece, relacionando conceitos.

Apresentamos agora os indicadores de argumentação durante as atividades da criança

B. (5anos).

Quadro 4: TAP da criança B. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? A criança B. (5 anos) pediu a palavra e disse: é a visão que faz a gente enxergar. Então, perguntei: mas o que é a visão?

Ela respondeu: a visão é tudo, é os olhos. A nossa visão é a

bola preta.

A criança já nesta atividade demonstrou que precisava ouvir o outro e esperar seu

momento de falar para ser ouvida.

Levantou hipóteses e trouxe palavras não dita pelas crianças se apropriando de

linguagem ouvida anteriormente.

2-Retomando a conversa

sobre como enxergamos e propondo a atividade da

cabana

Quando retomamos a conversa, perguntei: quem foi mesmo

que nos falou sobre a visão? O JP (5 anos) disse: alguém falou que a gente enxergava com a visão. A criança B. (5

anos) com muito entusiasmo disse: eu! Falei: o que você

disse mesmo que a visão? Ela respondeu: eu disse que a visão é o nosso olhar....

Lembrou-se de falas anteriores e completou

a informação dada.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos

objetos para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos A B. (5 anos) veio me mostrar o que sabia fazer,

movimentou os olhos para cima e disse: nossa parece assustador. Atentei às crianças para o movimento da pupila,

cor dos olhos e pedi que desenhassem um olho com detalhes

do que haviam observado.

Nesta atividade a criança somente organizou

informações.

7- Sombras com o Projetor Perguntei às crianças: como se forma a sombra? B. (5anos)

gritou: com o som. Eu disse: Som? Ela respondeu: não....o

SOL. Eu disse, mas aqui dentro da sala temos o Sol? As crianças responderam em coro: NÃO!

A criança quis nos apresentar que precisamos

de uma fonte de luz para aparecer a sombra,

na ocasião ela pensou no Sol, já que brincamos com as sombras no Sol

anteriormente. Dessa forma podemos pensar

que ela estabeleceu relações com o que foi apresentado anteriormente, organizando as

informações para o grupo.

8- Leitura de imagens de

sombras

Na leitura de imagem do homem com a raquete. A B. (5

anos) que aguardava sua vez de falar respondeu: porque ele colocou lá. E a E. (6 anos) acrescentou: por causa que a

bolinha caiu. Perguntei: Ele colocou a bolinha no chão? Ou

ele está segurando a bolinha? Nesse momento algumas crianças disseram que ele estava segurando a bolinha,

outras, que ele havia colocado no chão. A criança B. (5

anos) continuou dizendo: ele colocou a bolinha no chão

A criança apresentou um entendimento do

conceito, concluindo como o homem havia feito para que a bolinha ficasse colorida na

imagem.

Na leitura da imagem do cachorro a criança também apresentou conclusão do que havia

sido discutido.

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para fazer a sombra com a raquete. Na leitura de outra

imagem, a criança explicou: é sombra do cachorro porque

ele está na frente do sol.

9- Corpos opacos e transparentes

A criança B. (5 anos) disse que a luz não passa porque o caderno não é transparente, ele é verde. Quando a gente

põe no papel transparente, em cima dele, vai aparecer um

pouquinho da luz embaixo. Eu disse: vamos observar se isso acontece mesmo.

A criança já estava confiante de suas ideias nas últimas atividades, organizou

informações, justificou sua resposta e

concluiu a discussão.

10- Brincando com a

posição da fonte de luz

Após observar o desenho feito na lousa, a criança B. (5

anos) levantou-se e correu até a lousa dizendo: o sol está

aqui! Apontando para o lado contrário ao da sombra. Eu perguntei: porquê? A criança B. (5 anos) disse: é porque,

porque só assim que dá para enxergar a sombra.

Da mesma forma que na atividade anterior a

criança: organizou informações, justificou

sua resposta e concluiu a discussão.

Legenda: NI- Não identificado

Fonte: Elaborado pela autora

Na atividade 1, quando a criança B. reponde que é a visão que nos faz enxergar,

percebemos que ela traz uma linguagem pouco utilizada pelas crianças, da qual se apropriou a

partir de experiências anteriores e levantou hipótese de como enxergamos. Na atividade 2 ela

esteve atenta à fala dos colegas, completou a informação apresentada sustentando o que foi dito

anteriormente. Nas atividades 6, 7, 9 e 10 ela organizou as informações, nas atividades 8 e

novamente na 10 ela apresentou conclusão.

Percebemos que, a partir do dado, a criança B. organizou informações para dar sentido

ao problema, usando suas ideias e explicações para concluir, apoiando-se em conhecimentos

adquiridos.

Agora apresentamos o quadro TAP para a criança E. (6 anos).

Quadro 5: TAP da criança E. (6 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa

sobre como enxergamos e

propondo a atividade da cabana

Como podemos enxergar na cabana escura? Criança E. a

gente precisa de uma lanterna, alguma coisa que tenha luz.

Questionei: Mas para que precisa da luz? Como deixaremos a cabana escura? A criança E. (6 anos) fez o

gesto de não saber com os ombros e mãos. Como faremos para enxergar lá dentro? A criança

respondeu: com alguma coisa que ilumine a cabana.

Nesta atividade a criança E. organizou

informações, levantou hipóteses e

concluiu que para enxergarmos no

escuro, precisamos de luz.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

A E. (6 anos) nos disse: gente, a sombra é uma sombra de

alguma pessoa, algum objeto. A criança E. (6 anos) continuou: precisa do sol, da luz...daí isso que é uma

sombra, fica no chão, preta.

A partir de dados e observações, a criança

justificou e concluiu como se formava a

sombra.

5- Retomando a conversa sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor Como fazer sombras com o Projetor? Eu falei: como podemos fazer E., você pode falar para nós? A E. disse:

posso...é por causa da luz que tem aqui na sala apontando

para a lousa. Eu disse: e como você acha que podemos fazer para aparecer a sua sombra lá?

A criança conseguiu levantar dados e apresentar conclusão aos colegas da turma.

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A E. respondeu: a gente precisa de uma luz iluminando a gente. E eu perguntei: então, onde você deveria ficar para

aparecer a sua sombra? A criança E. respondeu: a gente

fica perto da luz e aparece a nossa sombra.

8- Leitura de imagens de

sombras

E. (6 anos) disse: o homem, o homem ele está no sol, mas a

sombra dele está deitada no chão, então, como que é a

sombra? Então, é que o homem estava em frente do sol e aí veio a sombra. Aí depois como que a sombra aparece?

Como que a sombra apareceu? No chão, aí depois a

sombra apareceu e tudo aconteceu. Quando apresentei a imagem dos bailarinos dançando a

criança E. respondeu :tia, a sombra da bailarina e do moço,

são diferentes, porque a velha e o vô, eles não são iguais a sombra, porque é outra pessoa que está fazendo na rua

uma apresentação ou um circo, uma moça

cumprimentando o moço.

Nesta atividade a criança interpretou dados

e relacionou com o que havia sido

discutido anteriormente. Ela tirou suas próprias conclusões acerca do fenômeno

estudado, apresentando seu raciocínio.

9- Corpos opacos e

transparentes

E. (6 anos) pediu a palavra e disse: o caderno não é

transparente, ele é verde, mas mesmo assim dá para ver a

luz em cima dele, dá pra ver que o caderno está sendo iluminado. Quando é transparente sai a luz por baixo.

A E. (6 anos) disse: um dia estava em casa e pegou uma

lanterna, um copo e um papel branco. Aí depois, disse ela, apontei a lanterna para o copo e fez um reflexo imenso e

apontei para a janela e a luz apontou até a árvore. Aí

minha mãe falou para eu ir dormir, eu fui dormir[...].

A criança E. organizou informações e

levantou hipóteses.

10- Brincando com a posição da fonte de luz

A criança E. (6 anos) acrescentou: o Sol tem que ficar na frente de algum objeto.

A criança E. (6 anos) disse: porque está nublado. O sol não

está aparecendo.

A criança levantou hipóteses, apresentou raciocínio e concluiu a atividade.

Legenda: NI- Não identificado

Fonte: Elaborado pela autora

A criança E. era participativa e apreciava apresentar suas ideias ao grupo. Já na primeira

atividade que participou (atividade 2), identificamos 3 indicadores de argumentação: a criança

organizou informações, levantou hipóteses e apresentou conclusão. Nas atividades 4 e 7 a

criança também apresentou conclusão de suas ideias; ainda na atividade 7 e na atividade 8 ela

conseguiu apresentar dados e raciocínio. Nas atividades 9 e 10, levantou hipóteses, apresentou

raciocínio e conclusão.

Percebemos que ela se apropriou de linguagem ouvida anteriormente, enriquecendo sua

apresentação de ideias e relacionando conceitos.

Na sequência, apresentamos o Quadro TAP para a criança NO. (4 anos).

Quadro 6: TAP da criança NO. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

(TOULMIN, 2006)

1-Como enxergamos? O NO. (4 anos) observando vários amigos com óculos

disse: a gente enxerga com óculos. Após ouvir outras crianças o NO. (4 anos) acrescentou: O NO. (4 anos)

enfatizou: óculos, olhos e binóculos fazem a gente

enxergar e parecer coruja.

Neste momento de conversa inicial a criança

organiza informações e levanta hipóteses após sua observação.

2-Retomando a conversa sobre como enxergamos e

propondo a atividade da cabana

O NO. (4 anos) disse: a gente pega uma lanterna. A criança deu a sugestão de usarmos uma lanterna para enxergarmos na cabana escura,

ouvindo atentamente as respostas anteriores.

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Neste momento ele deu uma nova ideia à

atividade, levantando hipóteses.

3- Brincadeira na cabana escura

O NO. (4 anos) sem ligar a lanterna foi logo dizendo o que estava lá. Perguntei: por que vocês já conseguiram

enxergar? O NO. (4 anos) disse: porque eu sei! Falei:

mas como você sabe? Ele disse: porque eu tenho uma visão tão forte que eu consegui.

Neste momento a criança tentou qualificar sua resposta, dando explicações de como

conseguia enxergar bem, sem relacionar com

elementos externos como a lanterna. Mesmo sendo ele dando a ideia de usar a lanterna para

enxergar na cabana escura.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

Ao retomarmos a conversa e vermos o vídeo das crianças

brincando na cabana escura o NO. (4 anos) mudou sua resposta, antes ela havia dito que tinha uma boa visão,

após retomarmos a conversa e eu ter mostrado na cabana

como eu havia feito, ele disse que tinha enxergado porque eu abri a cabana.

Propus então um novo desafio: Vocês sabem o que são as sombras? O NO. (4 anos) prontamente respondeu:

precisa de sol para formar

Nesta atividade a criança mudou sua resposta

após analisar o que havia acontecido, ele considerou os dados anteriores e concluiu

que deveria explicar de outra maneira o que

havia acontecido. No momento em que propus uma nova

atividade, estabeleceu relações com conhecimentos prévios para dar a resposta.

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos Neste dia eu disse à turma: vamos relembrar nossas

conversas e atividades sobre luz e sombra. Como fizemos para enxergar na cabana? O NO. (4 anos) disse: com a

lanterna. Isso mesmo, continuei precisamos ligar a

lanterna e apontar para ao desenho para enxergamos. E com os brinquedos foi a mesma coisa, não foi?

Dando continuidade aos questionamentos perguntei:

Gente, como eu faço para enxergar o que está atrás de mim?

Vire a cabeça, disse o NO. (4 anos). Eu concordei e

acrescentei: já que enxergamos com os olhos e ele está no meu rosto, preciso movimentar a cabeça, ou

movimentar os olhos; olhem só como eu faço...Vamos

ver um vídeo do movimento dos olhos?

No momento em que a criança relembra como

fizemos as atividades ela organiza as

informações para a turma.

Quando pergunto como faço para enxergar o que está atrás de mim, a criança dá uma

resposta enfática tentando solucionar a

questão.

7- Sombras com o Projetor Após uma criança fazer sombras com as mãos eu perguntei: como ela teve que fazer turma? O NO. (4

anos) falou: assim ó[...]e fez o gesto com a mão.

Eu disse: não o que ela fez com a mão, o que ela teve que fazer para aparecer a sombra dela lá na lousa? O

NO. (4 anos) disse: eu sei ela chegou perto da luz. Eu acrescentei: ela chegou perto da luz ou ficou em frente a

luz? A JH. (6 anos) disse: ela ficou em frente.

A criança organizou informações e levantou hipóteses sobre o aparecimento da

sombra da colega.

8- Leitura de imagens de

sombras

Perguntei às crianças após mostrar a imagem da sombra

de um cachorro: mas isso é um cachorro e a sombra é um gato? Ou a sombra do cachorro parece a de um

gato? A criança B. (5 anos) explicou: é sombra do

cachorro porque ele está na frente do sol. O NO. (4 anos) continuou: quando o sol bate no cachorro aparece uma

sombra.

Na leitura de outra imagem ele comenta: olha, quando eles estavam andando na rua, apareceu duas pessoas

dançando, essa é a sombra deles. Eu disse: mas não é a

sombra dos senhores, né!? Ele continuou: não, eu estou falando que é a sombra de outras pessoas.

Neste momento a criança apresenta uma

conclusão do que observamos e estudamos até o momento.

9- Corpos opacos e

transparentes

O NO. (4 anos) disse: quando colocamos a lanterna em

cima do caderno a luz sai e fica no caderno. O NO. (4 anos) disse que se colocássemos o plástico transparente

no caderno a luz ia passar por ele e chegar no caderno.

A criança compreendeu o conceito de corpos

opacos e transparentes estabelecendo

relações e apresentando conclusões sobre o

que havia observado.

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

Fiz desenho de sombras no quadro branco e o NO. (4

anos) antes de eu terminar veio até a lousa explicar aos amigos a posição do Sol e da sombra. Disse: o sol tem

que estar aqui para a sombra aparecer aqui...

(apontando o lado esquerdo da lousa para o sol e o lado direito para a sombra).

A criança apresentou conclusão do que

estava sendo apresentado, explicando aos colegas a posição da fonte de luz para

aparecer a sombra.

Legenda: NI- Não identificado

Elaborado pela autora

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A criança NO (4 anos), assim como a criança E. (6 anos), era muito participativa e foi

possível identificar indicadores de argumentação em todas as atividades, exceto na atividade 5

quando não identificamos sua participação.

Nas atividades 1, 2, 7 e 9 a criança organizou informações e levantou hipóteses acerca

do tem estudado. Ela ouviu os colegas e apresentou ou organizou as ideias que iam sendo

expostas. Nas atividades 3, 4, 6, 8 e 10, a criança levantou dados, qualificou suas ideias,

apresentou raciocínio e concluiu a temática discutida.

Passamos, agora, a analisar os resultados alcançados com o Projeto Brincando com a

Luz no que se refere ao desenvolvimento da Autorregulação das crianças

Para tanto, preenchemos o questionário CHILD das 30 crianças participantes da

pesquisa e montamos o Quadro 7, no qual MS representa índice Muito Satisfatório (quando

preenchemos os campos sempre na maioria das vezes para o que observamos), S representa o

Satisfatório (quando preenchemos o campo usualmente na maioria das vezes para o que

observamos) e I representa o Insatisfatório (quando preenchemos os campos às vezes e nunca

na maioria das vezes para o que observamos), nos 4 campos de análise: emocional, pró-social,

cognitivo e motivacional. Este quadro foi preenchido pela professora-pesquisadora no início

das atividades com o Projeto “Brincando com a Luz”, com base no conhecimento que ela tinha

sobre cada criança ao longo do ano letivo e até o momento de iniciar o Projeto. Ao final das 10

atividades, a professora-pesquisadora preencheu novamente o Quadro, atenta ao estágio de

desenvolvimento de cada criança após a realização do Projeto.

A seguir apresentamos o quadro síntese da análise do CHILD. Vamos, inicialmente,

discutir os resultados apresentados no Quadro 7 do ponto de vista quantitativo.

No campo Emocional, consideramos que 14 crianças (46,7%) encontravam-se em um

estágio Insatisfatório de desenvolvimento. Após o desenvolvimento do Projeto, apenas 3

crianças (10,0%) permaneceram nesse estágio. Além disso, nessa dimensão houve 17 crianças

(56,7%) que mudaram positivamente de nível, indo de Insatisfatório para Satisfatório (11

crianças) ou de Satisfatório para Muito Satisfatório (6 crianças).

No campo Pró-Social, havia 10 crianças (33,3%) no estágio Insatisfatório antes de se

iniciarem as atividades e, ao final, apenas 2 crianças (6,7%) permaneceram nesse estágio. Além

disso, 15 crianças (50%) tiveram melhoria de desempenho após a realização das atividades,

mudando de Insatisfatório para Satisfatório (8 crianças) ou de Satisfatório para Muito

Satisfatório (7 crianças).

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Quadro 7: Síntese da análise do questionário CHILD para as 30 crianças

Fonte: Elaborado pela autora18

No campo Cognitivo, 9 crianças (30%) encontravam-se no estágio Insatisfatório antes

de iniciarmos as atividades do projeto e, ao final, apenas 2 (6,7%) crianças continuaram nesse

estágio. Do total de 30 crianças, 19 (63,3%) tiveram melhoria de desempenho, sendo 7 crianças

de Insatisfatório para Satisfatório e 12 crianças de Satisfatório para Muito Satisfatório.

18 Legenda: MS- Muito Satisfatório, S- Satisfatório e I- Insatisfatório

Criança Emocional Pro-social Cognitivo Motivacional

Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois

1 A. (6 anos) MS MS MS MS S MS MS MS

2 B. (5 anos) MS MS MS MS MS MS MS MS

3 D. (4 anos) I S I S I S I I

4 E (6 anos) MS MS MS MS MS MS MS MS

5 EM (6 anos) I S S S S MS S MS

6 EA (4 anos) I I I I I S I S

7 GJ (5 anos) S S I S S MS S MS

8 GA (5 anos) S S S S S MS S MS

9 I (6 anos) S S I S S S S S

10 JH (6 anos) I S S MS S MS S MS

11 JP (5 anos) S MS S MS S MS S MS

12 JA (5 anos) S MS S MS S MS S MS

13 JM (5 anos) S MS I S S MS S MS

14 K (5 anos) S MS MS MS MS MS MS MS

15 LM (5 anos) S S S MS S MS I S

16 LT (4 anos) S MS S MS S MS S MS

17 LG (4 anos) I I S S I S I S

18 MG (4 anos) I I I S I I I S

19 MC (4 anos) I S S S I S I S

20 MA (4 anos) S MS MS MS MS MS MS MS

21 MO (4 anos) I S I S I I S S

22 NP (6 anos) MS MS MS MS MS MS MS MS

23 NA (4 anos) I S I I S S S S

24 NO (4 anos) I S S S S MS S S

25 T (4 anos) I S S S I S I S

26 VV (4 anos) I S S S I S I S

27 G (4 anos) I S I S I S I I

28 ME (4 anos) S S S MS S MS S MS

29 W (4 anos) I S I S S S I I

30 V (4 anos) MS MS S MS MS MS S MS

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86

No campo Motivacional, tínhamos 10 crianças (33,3%) no estágio Insatisfatório antes

de iniciarmos as atividades e, após realização de todo o Projeto, apenas 3 crianças (10%)

permaneceram nesse nível. Observamos mudanças positivas de nível em 17 crianças (56,7%),

sendo 7 crianças que mudaram de Insatisfatório para Satisfatório e 10 que mudaram de

Satisfatório para Muito Satisfatório.

O Gráfico 1 a seguir ilustra a dinâmica de mudanças ocorridas no desempenho das

crianças frente aos quatro campos propostos no Questionário CHILD, antes do início das

atividades do Projeto “Brincando com a Luz” e após a finalização do Projeto.

Gráfico 1: Desempenho das crianças pelo CHILD antes e depois do Projeto “Brincando

com a Luz”

Legenda: MS- Muito Satisfatório, S- Satisfatório, I- Insatisfatório

Fonte: Elaborado pela autora.

Para cada campo, notamos o movimento de mudanças antes e depois das atividades. Em

todos os quatro campos, houve uma redução sensível do nível Insatisfatório, em favor de um

acréscimo sensível no nível Muito Satisfatório. Pelos dados já apresentados, muitas crianças

que se encontravam no nível Insatisfatório passaram para o Satisfatório ao final das atividades,

e muitas do nível Satisfatório mudaram para o nível superior. Observamos, assim, um ganho

significativo no desenvolvimento sociocognitivo e emocional no conjunto das crianças,

embora, como indicado no Quadro 7, algumas delas praticamente permaneceram com

desempenho inalterado pelo CHILD.

Os dados trazidos pelo Quadro 7 e Gráfico 1 nos permitem inferir que as crianças são

bastantes motivadas e possuem um bom desempenho cognitivo, mesmo antes de iniciarem o

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Emocional Antes

Emocional Depois

Pró-social Antes

Pró-social Depois

Cognitivo Antes

Congnitivo Depois

Motivacional Antes

Motivacional Depois

Gráfico CHILD Antes e Depois

MS S I

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87

conjunto de atividades de Ciências. Com relação ao aspecto emocional podemos estabelecer

relações com a idade, por serem pequenos quase a metade tem dificuldade em inibir, melhorar

ou ativar emoções necessárias para participarem de atividades de argumentação. Já o fator pró-

social, nos permite observar como as crianças colaboram umas com as outras, como se

relacionam entre si e com as regras, como se engajam em atividades colaborativas.

Por fim, percebemos ao longo do projeto que as crianças pequenas investem seu tempo

e energia em atividades de argumentação e investigação, pois estão motivadas pelo desafio de

exporem suas ideias e serem ouvidos.

Após esta breve análise do quadro síntese, optamos por não fazer discussão detalhada

dos processos de autorregulação e de argumentação para cada criança, pois entendemos que

isto tornaria a leitura desta parte analítica exaustiva e cansativa. Além disso, muitas crianças

apresentaram desempenhos similares e a análise de todas as crianças com um determinado

padrão similar nada acrescentaria aos propósitos desta pesquisa.

Assim, procuramos identificar, por meio da análise dos resultados expostos no Quadro

síntese CHILD, padrões similares de desenvolvimento das crianças, ou seja, alguns grupos que

apresentaram comportamento semelhante no decorrer das atividades. A partir disso,

escolhemos uma criança representante de cada um desses grupos para análise mais detalhada.

Estabelecemos, portanto, os seguintes critérios para analisar o processo de autorregualação e

argumentação das crianças:

• Selecionamos 1 criança que, segundo nossa percepção, já se encontrava no nível

Muito Satisfatório (MS) para as quatro dimensões de autorregulação no início do

Projeto e se manteve nesse nível ao final das atividades. Dentre as 3 crianças nessa

condição (B. 5 anos; E. 6 anos; NP. 6 anos), nossa escolha recaiu em E. (6 anos).

• Selecionamos 2 crianças que estavam no nível Satisfatório (S) e mudaram para Muito

Satisfatório (MS), em uma ou mais dimensões de autorregulação. Trata-se de um

grupo maior com 8 crianças. Dentre elas, 3 apresentaram mudança de S para MS nas

quatro dimensões (JP. 5 anos, JÁ 5 anos e LT 4 anos). Optamos por escolher JP. (5

anos) e JA. (5 anos) como crianças representativas desse grupo.

• Selecionamos 2 crianças que estavam no nível Insatisfatório (I) e continuaram nele

em ao menos 1 dimensão de análise da autorregulação. Encontramos 9 crianças nessa

situação, e escolhemos analisar o desenvolvimento de D. (4 anos) e MC. (4 anos).

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88

• Por fim, selecionamos 1 criança que mudou do nível Insatisfatório para o Satisfatório

em pelo menos três dimensões de análise da autorregulação. Por este critério

selecionamos VV. (4 anos).

As crianças selecionadas, além de estarem dentro dos critérios estabelecidos, foram

muito participativas nas atividades. Ao analisarmos as videogravações e registros do diário de

campo, conseguimos muitos dados relativos a essas crianças o que enriqueceu nossas análises.

Iniciamos pela análise do desenvolvimento da criança E. (6 anos). Apresentamos a

seguir o quadro que apresenta o Planejamento, a Execução e a Avaliação (PLEA) para esta

criança em cada uma das 10 atividades desenvolvidas. Colocamos a sigla NI (Não Identificado),

quando não identificamos a participação da criança em determinada atividade para uma ou mais

categorias do PLEA, seja por ausência de fato ou porque ela não apresentou suas ideias naquele

momento. Falas diretas da professora-pesquisadora e da criança estão registradas em itálico.

Falas indiretas ou comentários da professor-pesquisadora estão grafadas como texto normal.

Quadro 8: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança E. (6 anos)

E. (6 ANOS)

Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? NI Juntamente com a professora, na

roda da conversa, combinamos de responder à questão, pedindo a

palavra e ouvindo o que os colegas

tinha a dizer. Dessa forma, o planejamento do que iríamos fazer

foi coletivo e orientado pela

professora

NI NI

2- Retomando a conversa

sobre como enxergamos e

propondo a atividade da cabana

Como podemos enxergar na

cabana escura? Criança E. a

gente precisa de uma lanterna, alguma coisa que tenha luz.

Questionei: Mas para que

precisa da luz? Como deixaremos a cabana escura? A

criança E. (6 anos) fez o gesto de

não saber com os ombros e mãos.

Como faremos para enxergar lá

dentro? A criança respondeu: com alguma coisa que ilumine a

cabana.

Antes de ouvir a resposta da criança

E., a professora iniciou a atividade

retomando as falas das crianças V. (4 anos), NO. (4 anos), JP. (5 anos)

e B. (5anos). Em seguida perguntou

às crianças como faríamos para enxergar se estivéssemos numa

cabana escura. A criança E.

apresentou sua ideia indicando o uso de algo que iluminasse a cabana.

Ao ouvir a

professora

quando retomamos as

falas dos colegas

durante a atividade

anterior, a

criança E, pode se inteirar do

assunto e

procurar informações

para contribuir

com o grupo

Combinamos

que

retomaríamos a conversa e

verificaríamos

as hipóteses levantadas pelas

crianças após

brincarmos na cabana.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI NI NI

4- As sombras: o contorno

das sombras dos amigos

A E. (6 anos) nos disse: gente, a

sombra é uma sombra de alguma pessoa, algum objeto. A criança

E. (6 anos) continuou: precisa do

sol, da luz...daí isso que é uma sombra, fica no chão, preta.

Após ouvir outros colegas

perguntei a criança E. onde ela deveria ficar para aparecer a

Planejamos a atividade

coletivamente, após o questionamento de como se

formavam as sombras, combinamos

de escolher um amigo e ir na quadra desenhar a sombra dele. A criança

E. já sabia o que devia fazer: ficar

em frente á fonte de luz para aparecer sua sombra.

A criança E. foi

até a quadra com sua parceira e ao

encontrar a

sombra foi fazer o contorno.

Executou a

atividade como

Durante a

realização da atividade a

professora foi

dando feedback as duplas.

Quando

estavam fazendo o

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89

sombra dela e ela respondeu: bem na frente da luz.

havia planejado

junto

à professora.

contorno do

corpo e não da

sombra eram

questionadas. A criança E. teve

um feedback

positivo.

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos

objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI NI NI

7- Sombras com o Projetor Eu falei: como podemos fazer E.,

você pode falar para nós? A E.

disse: posso...é por causa da luz que tem aqui na sala apontando

para a lousa. Eu disse: e como

você acha que podemos fazer para aparecer a sua sombra lá? A E. respondeu: a gente precisa

de uma luz iluminando a gente. E eu perguntei: então, onde você

deveria ficar para aparecer a sua

sombra? A criança E. respondeu: a gente fica perto da luz e

aparece a nossa sombra.

Nesta atividade, deixamos

disponível a fonte de luz para que as

crianças pudessem fazer sombras na parede.

A discussão se deu a partir da

primeira sombra- como a criança fez para que aparecesse a sombra?

Estruturamos o ambiente e

estabelecemos o objetivo da atividade em conjunto.

Nesta atividade,

a observação da

E permitiu que explicasse o

fenômeno da

sombra, a partir da repetição e

questionamento

da professora.

Durante a

própria

explicação da E. e de outras

crianças,

pudemos revisar sua resposta e

levantar um

novo questionamento.

8- Leitura de imagens de

sombras

Após apresentarmos a imagem a

E. disse: o homem, o homem ele

está no sol, mas a sombra dele está deitada no chão, então,

como que é a sombra? Então, é

que o homem estava em frente do sol e aí veio a sombra. Aí depois

como que a sombra aparece?

Como que a sombra apareceu? No chão, aí depois a sombra

apareceu e tudo aconteceu. Quando apresentei a imagem dos bailarinos dançando a criança E.

respondeu :tia, a sombra da

bailarina e do moço, são diferentes, porque a velha e o vô,

eles não são iguais a sombra,

porque é outra pessoa que está fazendo na rua uma

apresentação ou um circo, uma

moça cumprimentando o moço.

Combinamos de ver algumas

imagens previamente selecionadas

pela professora e conversar sobre elas. Estruturamos o ambiente e

estabelecemos em conjunto o que

seria observado.

A criança E. traz

informações de

outras atividades para responder

aos

questionamentos da professora.

Além disso,

tenta dar explicações a

partir das

repostas dos amigos e

discussões

anteriores.

Ao responder ao

questionamento

da professora: mas não é a

sombra dos

senhores, né!?, a criança traz

conclusões do

que estava sendo

observado na

imagem.

9- Corpos opacos e

transparentes

E. (6 anos) pediu a palavra e

disse: o caderno não é transparente, ele é verde, mesmo

assim dá para ver a luz em cima

dele, dá pra ver que o caderno está sendo iluminado. Quando é

transparente sai a luz por baixo. A E. (6 anos) disse: um dia estava em casa e pegou uma lanterna,

um copo e um papel branco. Aí

depois, disse ela, apontei a lanterna para o copo e fez um

reflexo imenso e apontei para a

janela e a luz apontou até a

árvore. Aí minha mãe falou para

eu ir dormir, eu fui dormir[...].

Separamos os materiais da sala de

aula que fosse opaco e transparente. Combinamos que cada criança iria

verificar se o corpo era opaco ou

transparente usando os materiais disponibilizados.

A partir da

repetição do que a professora

inicialmente fez

para mostrar a luz “passando”

ou não pelo

objeto, a criança E. conseguiu

explicar o que

era um corpo opaco e um

corpo

transparente.

A partir das

observações e do feedback

positivo a

criança compreendeu

que a

apresentação das suas ideias

estava de acordo

com a apresentação

dos conceitos

10- Brincando com a

posição da fonte de luz

A criança E. (6 anos)

acrescentou: o Sol tem que ficar

na frente de algum objeto. A criança E. (6 anos) disse:

porque está nublado. O sol não

está aparecendo.

A criança já estava habituada ao tipo

de atividade e sabia que seria ouvida

se se dispusesse a dar explicações sobre o fenômeno.

A criança

organizou

informações para explicar aos

amigos onde

estava o Sol.

A atividade foi a

avaliação de

nossas discussões,

enquanto

brincávamos da posição da

sombra, as

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90

crianças

revisaram o que

tínhamos

discutidos ao longo das

atividades.

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

No quadro 8 observamos que a criança E., ao participar das atividades do projeto

Brincando com a Luz, consegue, embora coletivamente e com a ajuda da professora, planejar,

executar e avaliar o processo de aprendizagem durante as atividades.

Durante a roda de conversa, a criança E. atentou-se para o estabelecimento das metas de

cada atividade em que pudemos identificar sua participação; procurou manter sua atenção,

durante a realização/execução da atividade; observou e ouviu os colegas para elaborar suas

respostas; estabeleceu relações causais entre o fenômeno estudado e o que observou.

A criança em questão já abordava novas atividades/tarefas de maneira confiante, resistia

à distração nos momentos de roda, negociava como executava as tarefas, resolvia problemas

sociais com os pares, envolvia-se em atividade de cooperação, fazia perguntas e desenvolvia

maneiras de executar diversas tarefas na sala de aula.

A partir do feedback positivo da professora e da modelação, a criança teve um

desenvolvimento Muito Satisfatório durante todas as atividades.

Observamos que durante a realização das atividades a criança E. participou ativamente

expondo suas ideias, o que nos permitiu analisar a utilização dos indicadores do TAP na

atividade 2- Retomando a conversa sobre como enxergamos e propondo a atividade da cabana,

contribuiu com uma nova ideia para a atividade, levantando a hipótese e concluindo que é

preciso luz para enxergarmos no escuro.

Na atividade 4- As sombras o contorno das sombras dos amigos, ao responder o que era

a sombra ela estabeleceu relações com dados e observações feitas em outros momentos,

justificando e concluindo como se formava a sombra.

Nas atividades 7- Sombras com o Projetos, 8- Leitura de imagens de sombras, 9- corpos

opacos e transparentes e 10- Brincando com a posição das fontes de luz, a criança conseguiu

levantar dados, apresentar seu raciocínio, organizar a informação dos colegas, apresentou

raciocínio e conclusão.

Abaixo apresentamos o quadro CHILD da criança E. (6 anos). A letra A refere-se ao

campo em que a criança estava Antes de realizar aas atividades do Projeto e a letra D, para

Depois de termos realizado as atividades.

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Quadro 9: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança E. (6 anos)

E/ 6 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D- Depois

Fonte: Elaborado pela autora.

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92

A criança que acabamos de apresentar mesmo antes das atividades do projeto já

apresentava um bom desempenho. Durante a realização das atividades o que antes ela fazia

usualmente, passou a fazer sempre: ela demonstrou maior segurança na apresentação das suas

ideias ao longo do tempo, controlou a atenção, esteve ciente de seus pontos fortes e fracos,

ajudou e confortou os amigos. Pudemos notar que a criança E. todas as vezes que pudemos

identificar sua participação nas atividades, expos seus pensamentos, iniciou discussões, sempre

liderando os colegas.

Apresentamos, agora, o quadro PLEA da criança JP. (5 anos) que estava no nível

Satisfatório antes das atividades e passou para o nível Muito Satisfatório nas quatro dimensões

de análise da autorregulação.

Quadro 10: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança JP. (5 anos)

JP. (6 ANOS)

Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? O JP. (5 anos) que usa óculos relatou: quem usa óculos

enxerga melhor, quando eu tiro

os óculos eu não enxergo (nesse momento retira os

óculos), mas quem não usa

também enxerga.

Juntamente com a professora, na roda da conversa, combinamos de

responder à questão, pedindo a

palavra e ouvindo o que os colegas tinha a dizer. Dessa forma, o

planejamento do que iríamos fazer

foi coletivo e orientado pela professora

A criança ouviu o que o colega tinha

dito sobre

enxergarmos usando óculos e

acrescentou

informações à resposta dada

anteriormente

2- Retomando a conversa sobre como enxergamos e

propondo a atividade da

cabana

O JP (5 anos) disse: alguém falou que a gente enxergava

com a visão.

O JP. (5 anos) disse com os óculos e perguntou: quanto é

meus graus? Respondi: acho

que são 8. Ele pediu para confirmar com a mãe que é

professora na escola. Após

confirmação ficou seguro na turma e chegou dizendo: é 9,

mas meus óculos é 8.

Antes de ouvir a resposta das crianças, a professora iniciou a

atividade retomando falas das

crianças V. (4 anos), NO. (4 anos), JP. (5 anos) e B. (5anos). Em

seguida perguntou às crianças

como faríamos para enxergar se estivéssemos numa cabana escura.

O JP trouxe diversas

informações neste

momento, inclusive, após

ouvir a professora

lembrar das falas anteriores,

lembrou-se do que

algum colega falou e apresentou no

momento da

conversa.

Combinamos que retomaríamos a

conversa e

verificaríamos as hipóteses

levantadas pelas

crianças após brincarmos na

cabana.

3- Brincadeira na cabana escura

A criança NO. (4 anos) que estava no grupo do JP. Disse

que enxergou no escuro porque

tinha uma visão muito boa.

Neste momento a JP. (5 anos)

liga a lanterna e aponta para o

desenho. Perguntei: será que é por isso mesmo? Não

aconteceu nada que ajudasse vocês a verem? A B. (5anos)

afirmou, é por isso mesmo, a

gente tem visão boa. Questionei: o que o JP. (5

anos) poderia fazer para

ajudar a enxergar melhor o

O planejamento dessa atividade aconteceu quando retomamos a

conversa sobre a luz e combinamos

de montar a cabana escura e como

enxergaríamos nela.

Mesmo questionando o

grupo para

explicarem o que

haviam feito para

enxergarem, as

crianças do grupo do JP deram ênfase

à boa visão deles para enxergarem

no escuro. O

colega que apresentou a ideia

da boa visão é

admirado por ele,

A dúvida lançada pela professora

fez com que JP

procurasse

repensar o que foi

apresentado pelo

seu grupo

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93

desenho? Ele ligou novamente a lanterna e apontou para o

desenho. Discutimos se com a

luz era melhor e todos concordaram.

que ficou na

dúvida se a

resposta estava

completa, após o questionamento da

professora.

4- As sombras: o contorno das sombras dos

amigos

Conversamos sobre as sombras e como ela se forma. Ao

questionar a turma sobre isso o

JP. (5 anos) disse: eu sei[...], mas a aluna E. (6 anos) se

antecipando à fala do colega

disse: bem na frente da Luz. Dei a palavra ao JP. (5 anos)

para explicar sua teoria: a gente

tem que ficar perto da luz para a aparecer a sombra.

Planejamos a atividade coletivamente, após o

questionamento de como se

formavam as sombras, combinamos de escolher um amigo

e ir na quadra desenhar a sombra

dele. A criança JP compreendeu o que a E. explicou. Na quadra ela

identificou a sombra do seu

parceiro NO.

Ao executar a atividade, ao invés

de contornar a

sombra do amigo, JP contornou o pé

dele. Após a

professora perguntar onde

estava a sombra e

mostrar onde deveria ser

contornado JP fez

um novo registro.

Durante a realização da

atividade a

professora foi dando feedback as

duplas. Quando

estavam fazendo o contorno do corpo

e não da sombra

eram questionadas. A

criança.

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos

objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

6- O movimento dos olhos

NI NI NI NI

7- Sombras com o Projetor

Quando chegou a vez do JP. (5 anos) fazer a sombra no

projetor ele levantou e começou a fazer o gesto da

borboleta. Mas não

conseguimos ver a sombra, já que ele estava atrás da fonte

luz. Não contente, ele começou

a dançar, erguer o braço e não conseguimos ver. Então

perguntei: gente o que está

acontecendo?

Nesta atividade, deixamos disponível a fonte de luz para que

as crianças pudessem fazer sombras na parede.

A discussão se deu a partir da

primeira sombra- como a criança fez para que aparecesse a sombra?

Estruturamos o ambiente e

estabelecemos o objetivo da atividade em conjunto.

Nesta atividade, a observação da E

permitiu que explicasse o

fenômeno da

sombra, a partir da repetição e

questionamento da

professora. Ao mostrar sua

sombra para os

colegas, pudemos discutir sobre a

posição da fonte de

luz e do corpo da criança para a

aparecer a sombra

As outras crianças tentaram ajudar o

JP a fazer sua sombra. E com a

ajuda da

professora todas pensara sobre a

posição dos

corpos para aparecer a sombra

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

O JP. (5 anos) quis falar sobre

uma brincadeira que fazia

quando era pequeno com a lanterna na casa de sua tia. Ele

disse que a noite no carro ele

ligava a lanterna e aparecia a luz na rua.

Separamos os materiais da sala de

aula que fosse opaco e

transparente. Combinamos que cada criança iria verificar se o

corpo era opaco ou transparente

usando os materiais disponibilizados.

O JP repetiu o que

as demais crianças

haviam feito para observar os corpos

se eram opacos ou

transparentes

A partir da

repetição o JP

acreditou ter concluído a

atividade

10- Brincando com a

posição da fonte de luz

NI NI NI NI

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

A criança JP participou das etapas de planejamento, execução e avaliação das atividades.

Podemos perceber que durante a execução das atividades ele trouxe informações anteriores,

respondeu aos questionamentos da professora, modificando suas ações como na atividade 4-

As sombras: contorno das sombras em que mudou sua atitude após o feedback da professora.

Na atividade 7- Sombras com o Projetor, as crianças o ajudaram a fazer a sombra após

perceberem que ele não estava conseguindo, ele aceitou a ajuda dos amigos e da professora.

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94

Nas atividades em que pudemos identificar sua participação, ele apresentou alguns

índices de argumentação de acordo com o TAP. Nas atividades 1,2, 4 e 7, a criança organizou

as informações, relacionou conhecimentos prévios ao que estavámos discutindo, apresentou

raciocínio e conclusão.

A criança JP antes de realizar as atividades tinha dificuldades em controlar a atenção e

resistir à distração, poucas vezes procurava ajuda apropriada para executar uma tarefa. Ele tinha

alguns conflitos sociais com os colegas e não queria negociar a execução de tarefas, como

podemos observar no quadro a seguir.

Quadro 11: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança JP. (5

anos)

JP./5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que

advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta

D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

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95

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D- Depois

Fonte: Elaborado pela autora

Após a realização das atividades, ele passou a confiar em suas ideias para apresentar ao

grupo, participou de maneira confiante das atividades, conseguiu resistir à distração, pois queria

expor suas ideias testando seus conhecimentos e hipóteses, passou a falar sobre o que aprendeu

de maneira mais clara e estabelecendo relações entre o que estava observando e o que havíamos

discutido.

Analisamos, agora, o quadro PLEA para a criança JA. (5 anos), que também estava no

nível Satisfatório (S) no início das atividades do Projeto “Brincando com a Luz” e mudou ao

final das atividades para Muito Satisfatório (MS) nas quatro dimensões de análise da

autorregulação.

Quadro 12: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança JA. (5 anos)

JA. (5 ANOS) Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? Após ouvir os colegas JA. (5

anos) acrescentou: os cílios, a

sobrancelha e a bola preta que a gente enxerga.

Juntamente com a professora, na

roda da conversa, combinamos de

responder à questão, pedindo a palavra e ouvindo o que os colegas

tinha a dizer. Dessa forma, o

planejamento do que iríamos fazer foi coletivo e orientado pela

professora

NI NI

2- Retomando a conversa

sobre como enxergamos

NI NI NI NI

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96

e propondo a atividade da

cabana

3- Brincadeira na cabana

escura

Pedi para as crianças

explicarem o que estavam vendo na cabana. A JA. (5 anos)

respondeu que era uma flor. Eu

disse: como vocês fizeram para ver? Em coro responderam:

com a luz. Mas como vocês

fizeram? A JA. (5 anos) disse: coloquei a luz no desenho.

Viram só que legal? Eu disse:

Já podem dar a vez a ouros amigos.

O planejamento dessa atividade

aconteceu quando retomamos a conversa sobre a luz e

combinamos de montar a cabana

escura e como enxergaríamos nela.

A criança

conseguiu explicar passo a passo

como executou a

atividade para responder ao

questionamento

inicial de como enxergamos

A avaliação se

deu após o

feedback da

professora.

Após a JÁ

explicar como

tinha feito para

enxergar, a

professora

respondeu: “que

legal” e

solicitou ao

grupo que desse

a vez ao outro. 4- As sombras: o contorno das sombras dos

amigos

NI NI NI NI

5- Retomando a conversa sobre a luz bater nos

objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

6- O movimento dos

olhos

NI NI NI NI

7- Sombras com o

Projetor

NI NI NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI

NI NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

Vocês podem me dizer o que tem

aqui na sala de aula que é

transparente? A JA. (5 anos) disse que as caixas que

armazenamos os brinquedos

eram transparentes.

Separamos os materiais da sala de

aula que fosse opaco e

transparente. Combinamos que cada criança iria verificar se o

corpo era opaco ou transparente

usando os materiais disponibilizados.

A partir da

repetição do que a

professora inicialmente fez

para mostrar a luz

“passando” ou não pelo objeto, a

criança E.

conseguiu explicar o que era um corpo

opaco e um corpo

transparente.

A partir das

observações e

do feedback

positivo a

criança

compreendeu

que estava

trazendo

elementos

importantes

para a

discussão. 10- Brincando com a

posição da fonte de luz

A criança JA. (5 anos) disse que

o sol estava do lado da sombra e

foi até a lousa apontar onde ele estaria. Eu perguntei: alguém

discorda disso? A criança B. (5

anos) levantou-se e correu até a lousa dizendo: o sol está aqui!

Apontando para o lado contrário

ao da sombra. Eu perguntei: por quê?

Quando NO explicou onde

estava a sombra antes de JA, no momento que JA teve a palavra,

respondeu que tinha pensado a

mesma coisa que o NO.

A criança JA estava ouviu as

orientações da brincadeira no

momento da roda da conversa.

A criança

organizou

informações para explicar aos

amigos onde

estava o Sol, após sentir-se confiante

em apresentar sua

ideia

A atividade foi a

avaliação de

nossas

discussões,

enquanto

brincávamos da

posição da

sombra, as

crianças

revisaram o que

tínhamos

discutidos ao

longo das

atividades.

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

Apesar de não termos identificado a participação da criança já em nossos registros

pessoais, seus registros pelas videogravações nos mostraram a compreensão de conceitos que

teve durante as atividades e suas atitudes nos mostraram que houve avanços na maneira

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97

confiante de abordar novas tarefas. Houve avanço também, na forma como conseguiu explicar

o que havia planejado fazer e como executou.

Na descrição da atividade 9, por exemplo, JA. pede a palavra e diz: não vou falar uma

coisa sobre luz, e contou sobre o desenho que havia assistido em casa. Nesse momento

percebemos o que ela sabia, que o assunto era sobre a luz e que deveria falar sobre ele, mas

queria contar ao grupo sobre o desenho da TV e utilizou a estratégia de pedir a palavra e esperar

sua vez para apresentar algo no grupo.

Nas atividades 1, 3, 9 e 10 podemos observar os indicadores da TAP utilizados pela

criança. Ela levantou hipóteses, apresentou dados e organizou informações durante sua fala.

Vejamos o Quadro CHILD de JA.

Quadro 13: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança JA. (5

anos)

JA/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

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98

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D- Depois

Fonte: Elaborado pela autora

No Quadro 13, percebemos que a maior dificuldade da criança JA. era em abordar novas

tarefas de forma confiante e falar sobre as atividades planejadas para o futuro. Após as

atividades, ela demonstrou avanços, principalmente quando em meio à discussão queria falar

sobre outro tema, sabendo que não era o momento, mas respeitando a regra de esperar sua vez

para falar, demonstrando seu controle sobre o que queria apresentar e desenvolvendo maneiras

próprias de conseguir o que queria.

Dando continuidade às análises, apresentamos a seguir os quadros das crianças MC (4

anos) e D. (4 anos). Elas foram selecionadas pois apresentavam nível Insatisfatório no início

das atividades em várias dimensões, sofreram mudança de nível em algumas dimensões, mas

em pelo menos uma delas o nível permaneceu.

O Quadro 14 apresenta o PLEA da criança MC.

Quadro 14: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança MC (4 anos)

MC. (4 ANOS)

Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? NI NI NI NI

2- Retomando a conversa

sobre como enxergamos e propondo a atividade da

cabana

NI NI NI NI

3- Brincadeira na cabana escura

NI A criança MC participou do planejamento coletivo da

atividade.

Quando entrou na cabana, a criança

respeitou os

combinados e ouviu as

explicações dos

colegas de seu grupo

NI

4- As sombras: o

contorno das sombras dos

amigos

NI Nesta atividade a criança

participou do planejamento

durante a roda da conversa

Participou da

atividade do

contorno da sombra na quadra

e fez o contorno do corpo do colega

neste momento

Durante a

atividade do

contorno a criança foi questionada e

parou desenhar após o

questionamento

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

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99

6- O movimento dos

olhos

NI NI NI NI

7- Sombras com o

Projetor

A criança mexeu as mãos na

frente da fonte luz muito rapidamente.

Participou da roda da conversa,

mas sem expor suas ideias

Executou a

atividade conforme

observou os

colegas

NI

8- Leitura de imagens de sombras

A criança MC. (4 anos) que dificilmente participa das

atividades de conversa, disse:

tia, quando eu estava correndo na rua, apareceu a minha

sombra.

Durante a apresentação das imagens a criança pediu a palavra

para expor suas observações.

Nesta atividade a criança MC sentiu-

se confiante para

apresentar suas ideias na roda

NI

9- Corpos opacos e transparentes

NI NI NI NI

10- Brincando com a

posição da fonte de luz

NI NI NI NI

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

No quadro 14 conseguimos perceber a dificuldade da criança MC em apresentar suas

ideias no grupo, dessa forma identificamos sua participação em poucas atividades. Na atividade

8, ela sentiu-se confiante em apresentar suas ideias.

Com relação ao TAP, não conseguimos identificar nenhum indicador em sua

apresentação de ideias. Não consideramos o levantamento de hipóteses quando ela comentou

sobre sua sombra, pois ela estava repetindo a fala de colegas.

A seguir trazemos o Quadro CHILD para a criança MC.

Quadro 15: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança MC. (4

anos)

MC/ 4 ANOS – ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos

mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

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100

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D- Depois

Fonte: Elaborado pela autora

A criança MC (4 anos) demonstrou grande avanço ao apresentar sua ideia na roda. Não

identificamos sua participação nas atividades, mas ao rever os vídeos e registros do diário de

campo, percebemos que esteve presente e envolvida nos dias das atividades. Após realizar as

atividades do Projeto pudemos observar que ela passou a abordar novas tarefas de maneira

confiante, passou a negociar como executaria as tarefas, conseguiu fazer escolhas e tomar

decisões fundamentadas, utilizou estratégias usadas anteriormente (quando foi fazer sua sombra

no projetor), adotou linguagem ouvida anteriormente e desenvolveu maneiras próprias de

executar tarefas.

Apesar desses avanços a criança MC. (4 anos) teve um desenvolvimento Insatisfatório

antes e depois de realizar as atividades, uma vez que nos campos de análise da autorregulação

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101

continuou no campo “Às vezes” e “Nunca” para muitas ações. No início das atividades ela

apresentava desempenho insatisfatório em três dimensões (emocional, cognitivo e

motivacional) e sofreu alteração para o nível satisfatório após a finalização do Projeto. Na

dimensão pro-social, MC. permaneceu no nível satisfatório antes e depois das atividades,

embora tenha sofrido mudança em dois quesitos dessa dimensão (itens 6 e 7 do Quadro 15).

Agora, vejamos o quadro PLEA para a criança D. (4 anos).

Quadro 16: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança D. (4 anos)

D. (4 ANOS)

Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? NI Juntamente com a professora, na

roda da conversa, combinamos de

responder à questão, pedindo a palavra e ouvindo o que os colegas

tinha a dizer. Dessa forma, o

planejamento do que iríamos fazer foi coletivo e orientado pela

professora

NI NI

2- Retomando a conversa sobre como enxergamos e

propondo a atividade da

cabana

NI

NI NI NI

3- Brincadeira na cabana escura

NI NI NI NI

4- As sombras: o contorno

das sombras dos amigos

NI

Planejamos a atividade

coletivamente, após o questionamento de como se

formavam as sombras, combinamos

de escolher um amigo e ir na quadra desenhar a sombra dele. A criança E.

já sabia o que devia fazer: ficar em

frente á fonte de luz para aparecer sua sombra.

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI NI NI

7- Sombras com o Projetor NI

Nesta atividade, deixamos

disponível a fonte de luz para que as crianças pudessem fazer sombras na

parede.

A discussão se deu a partir da primeira sombra- como a criança fez

para que aparecesse a sombra?

Estruturamos o ambiente e estabelecemos o objetivo da

atividade em conjunto.

NI NI.

8- Leitura de imagens de

sombras

A criança D. (4 anos) disse que ela

foi ao sol apareceu a sombra dela. A criança D. (4 anos) disse

também que: um dia meu pai

estava me trazendo para a escola e aí o carro dele tinha uma

sombra.

Combinamos de ver algumas

imagens previamente selecionadas pela professora e conversar sobre

elas. Estruturamos o ambiente e

estabelecemos em conjunto o que seria observado.

Nesta atividade

a criança sentiu-se

segura ao

expressar suas ideias e trouxe

para a roda elementos

pertinentes ao

que estávamos discutindo.

NI

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102

9- Corpos opacos e

transparentes

NI

Separamos os materiais da sala de

aula que fosse opaco e transparente.

Combinamos que cada criança iria

verificar se o corpo era opaco ou transparente usando os materiais

disponibilizados.

NI NI

10- Brincando com a posição da fonte de luz

NI

NI NI NI

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

A criança D. (4 anos) esteve presente em todas as atividades. Não identificamos sua fala

durante as atividades, exceto na atividade 8. A criança ouviu o que os colegas e a professora

apresentaram durante o conjunto de atividades e participou dos registros. Ao analisarmos a sua

fala na atividade 8, conseguimos perceber o levantamento de hipóteses sobre a sombra do carro.

Em linhas gerais, houve mudança no desenvolvimento nos campos emocional, pró-

social e cognitivo, passando do nível Insatisfatório para o nível Satisfatório. No campo

motivacional, a criança permaneceu no nível Insatisfatório, embora tenha sofrido mudança em

dois dos cinco quesitos dessa dimensão (quesitos 20 e 21), conforme situa o Quadro CHILD da

criança D.

Quadro 17: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança D. (4

anos)

D/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

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103

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D- Depois

Fonte: Elaborado pela autora

Houve mudança no desenvolvimento nos campos emocional, pró-social e cognitivo; no

campo motivacional houve poucas mudanças. A criança continuou precisando de ajuda dos

colegas e da professora para realizar as atividades. Nas atividades e registros demonstrou

dificuldades em iniciar a atividade no início do Projeto. Ao final, já demonstrava maior interesse

na realização das tarefas.

A última criança selecionada segundo nossos critérios foi VV. (4 anos), cujo quadro

PLEA é apresentado a seguir.

Quadro 18: Planejamento, Execução e Avaliação (PLEA) da criança VV. (4 anos)

VV. (4 ANOS)

Atividade Resposta da criança Planejamento Execução Avaliação

1-Como enxergamos? NI Juntamente com a professora, na roda da conversa, combinamos de

responder à questão, pedindo a

palavra e ouvindo o que os colegas tinha a dizer. Dessa forma, o

planejamento do que iríamos fazer

foi coletivo e orientado pela professora

NI NI

2- Retomando a conversa

sobre como enxergamos e

propondo a atividade da cabana

NI

NI NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI NI NI

4- As sombras: o contorno das sombras dos amigos

NI

Planejamos a atividade coletivamente, após o

questionamento de como se

formavam as sombras, combinamos de escolher um amigo e ir na quadra

desenhar a sombra dele. A criança E.

já sabia o que devia fazer: ficar em frente á fonte de luz para aparecer sua

sombra.

NI NI

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104

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos

objetos para enxergarmos

NI NI NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI NI NI

7- Sombras com o Projetor NI

Nesta atividade, deixamos disponível a fonte de luz para que as

crianças pudessem fazer sombras na

parede. A discussão se deu a partir da

primeira sombra- como a criança fez

para que aparecesse a sombra? Estruturamos o ambiente e

estabelecemos o objetivo da atividade em conjunto.

NI NI.

8- Leitura de imagens de

sombras

NI Combinamos de ver algumas

imagens previamente selecionadas

pela professora e conversar sobre elas. Estruturamos o ambiente e

estabelecemos em conjunto o que

seria observado.

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI

Separamos os materiais da sala de

aula que fosse opaco e transparente.

Combinamos que cada criança iria verificar se o corpo era opaco ou

transparente usando os materiais

disponibilizados.

NI NI

10- Brincando com a posição da fonte de luz

NI

NI NI NI

Legenda: NI- Não Identificado

Fonte: Elaborado pela autora

A criança VV. (4 anos) participou das atividades, mas não identificamos sua fala nos

momentos de roda da conversa. Ao analisarmos seu CHILD, conforme Quadro 15, retomarmos

a análise dos vídeos e registros do caderno de campo e percebemos que houve avanços, fazendo

com que a criança mudasse do índice Insatisfatório para o Satisfatório nas dimensões

emocional, cognitiva e motivacional. Na dimensão pró-social, VV. permaneceu no nível

satisfatório, embora tenha sofrido mudança em dois quesitos dessa dimensão (itens 6 e 7).

Com relação aos indicadores da TAP, não foi possível identificar nenhum indicador nas

manifestações e participação de VV. Ao longo do Projeto.

A seguir trazemos o Quadro CHILD para a criança VV.

Quadro 19: Checklist of Independent Learning Development (CHILD) da criança VV. (4

anos)

VV/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

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105

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Legenda: A- Antes, D-Depois

Fonte: Elaborado pela autora

A criança VV. passou a ser mais confiante e detalhista em seus registros, passou a

controlar sua atenção e a distrair-se menos, tomou decisões, passou a solicitar menos a ajuda

do adulto para resolver seus problemas, utilizou estratégias ensinadas anteriormente e persistiu

diante das dificuldades.

Fazendo agora alguns comentários de ordem geral, ao analisarmos os quadros das

crianças selecionadas percebemos que as crianças com desenvolvimento Muito Satisfatório

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106

tinham entre 5 e 6 anos de idade. Talvez as atividades de nosso projeto possam ter favorecido

crianças dessa faixa etária e não as menores.

Observamos também que as crianças avançaram a partir da modelação, ou seja, as

crianças puderam construir conhecimentos observando o que os colegas faziam e os imitando,

por exemplo.

A aprendizagem por observação e o compartilhamento do conhecimento (SILVA; SÁ,

1993) forma importantes para o desenvolvimento do processo de Autorregualção. Nesse

sentido, apresentar os assuntos das atividades em rodas de conversa e retomar informações

compartilhadas em atividades anteriores do Projeto, permitiu que as crianças fizessem

perguntas, resistissem à distração para formularem perguntas e respostas. Permitiu, também,

que as crianças utilizassem palavras ouvidas anteriormente e planejassem tarefas, num

movimento cíclico. Conforme Rosário e colaboradores (2007, p. 46):

Observar modelos competentes a desempenhar determinadas acções bem sucedidas

fornece às crianças informação útil sobre a sequência das acções a seguir, na

presunção de obter o mesmo resultado. Observando comportamentos e as suas

consequências, as crianças são capazes de formular expectativas de resultado ou

crenças sobre os resultados de tais acções (e.g., se o Rui conseguiu chegar lá, eu

também consigo”). Os observadores podem, assim, empreender as suas acções

motivados pelos resultados gratificantes dos seus modelos, ou porque crêem que essa

aprendizagem é importante.

Foi fundamental a participação da professora nos momentos de planejamento, execução

e avaliação das atividades, uma vez que foi possível incentivar as discussões em grupo e

apresentar estratégias para realização das atividades. Nesse sentido, “os adultos são modelos,

recursos e guias para o incremento da independência das crianças. Neste sentido, a forma como

desempenham os seus papéis influencia fortemente o comportamento das crianças” (ROSÁRIO et

al.,2007, p. 28).

A seguir, trazemos uma síntese dos resultados obtidos e teceremos conclusões e

considerações finais sobre o trabalho.

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107

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho permitiu-nos analisar as contribuições do Ensino de Ciências no

desenvolvimento do processo de argumentação e de autorregulação da aprendizagem das

crianças da Educação Infantil. Além disso, nos mostrou que crianças pequenas são capazes de

apresentar ideias acerca de fenômenos sobre luz e são capazes de compreender conceitos

dominados por físicos, de maneira lúdica, através de brincadeiras e discussões.

Para os físicos, “[...] la luz es na entidade que se propaga en el espacio a partir de uma

fuente, que interactua com los objetos que encuentra a su passo y produce entonces diversos

efectos perceptibles [...]”19, sendo este um conceito (luz, propagação da luz, sombra) muito

importante a ser compreendido. Observamos que as crianças que participaram da pesquisa

foram capazes de explicar os fenômenos observados usando sua própria linguagem.

Durante a realização das atividades nós levamos em consideração as ideias prévias das

crianças; consideramos que cada uma tinha um modo inicial de interpretar os fenômenos e dar

explicações sobre eles. A partir das discussões coletivas e atividades, as crianças foram dando

novos significados ao que estavam observando, discutindo e registrando, ressignificando os

conceitos durante a interação com a professora, colegas e materiais disponibilizados.

Comentamos no texto sobre o trabalho de Guesne (1999), um estudo sobre o tema luz

com crianças de 10 a 15 anos de idade. Nesse trabalho a autora entrevistou as crianças a partir

da seguinte pergunta: onde há luz nesta sala? Ela percebeu que as crianças estabeleciam relações

com sua fonte e com seu efeito sobre os objetos. Os conceitos como propagação da luz,

propagação em linha reta, reflexão da luz, sombra e visão foram desenvolvidas pelas crianças

participantes da pesquisa da Guesne (1999). Nossa pesquisa mostra que situações similares

podem ser trabalhadas com crianças bem menores, na faixa etária de 4-5 anos e que elas

constroem noções e compreensões sobre fenômenos luminosos semelhantes aos resultados

obtidos por Guesne.

Como afirmamos anteriormente, as crianças participantes da pesquisa da Guesne (1999)

mostraram observar o movimento da luz quando disseram que a luz “bate”, “sai”, “se encontra”

com o objeto e a representaram através de raios; utilizaram de linguagem similar à das crianças

que participaram da nossa pesquisa ao explicarem o fenômeno da luz. Quando a autora trabalha

19 ”[...] a luz é uma entidade que se propaga no espaço a partir de uma fonte, que interage com os objetos

que encontra em seu caminho e produz então diversos efeitos perceptíveis [...]” (Tradução nossa).

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com as sombras, percebemos que mesmo as crianças maiores de 10 anos têm dificuldades em

estabelecer relações entre a sombra, o objeto e a fonte de luz, todavia, durante a realização do

Projeto “Brincando com a Luz”, obtivemos respostas de várias crianças da turma de 4-5 anos

que conseguiram estabelecer relações entre os três elementos.

Assim como aconteceu na Educação Infantil, as crianças foram capazes de dar

explicações sobre a luz parecidas, mesmo com idades tão diferentes. Dessa forma, podemos

afirmar que o trabalho com Ciências na Educação Infantil pode contribuir com o

desenvolvimento da linguagem e argumentação, aprendizagem/construção de conceitos e

contribuir também com o processo de autorregulação da aprendizagem.

Devemos ressaltar que o Ensino de Ciências na Educação Infantil, trabalhado de forma

investigativa, estimulando a participação e o processo argumentativo das crianças toma bem

mais tempo do que as atividades comumente realizadas.

O contexto da escola (espaço externo, liberdade de planejamento e práticas pedagógicas

e investimento em materiais) é muito importante e interfere de maneira positiva ou não na

realização das atividades. Na escola em que foi realizado este trabalho tivemos o apoio da

equipe gestora e do grupo de professores. Durante as atividades pude conversar com as colegas

de trabalho sobre o que estava sendo feito e apresentar as atividades nos momentos de Trabalho

Docente Coletivo (TDC).

As atividades realizadas com as crianças favoreceram a argumentação e autorregulação,

todavia algumas crianças não demonstraram mudanças de acordo com nossos instrumentos de

investigação. Talvez seja necessário desenvolver outros instrumentos de análise, mais

adequados a crianças da educação infantil ou a atividades de ciências da natureza. De qualquer

forma, a análise qualitativa das manifestações (orais e imagéticas) das crianças e dos diálogos

durante as atividades permitiram evidenciar essas mudanças conforme expusemos.

A coleta de dados foi feita por meio de gravações, registros escritos e fotográficos.

Acredito que se tivesse contado com a colaboração de uma professora auxiliar ou de uma

estagiária para realizar essas ações, os registros poderiam ter sido mais facilitados e completos

e, com isso, poderíamos ter captado outras nuanças do processo.

Acredito que as atividades do projeto “Brincando com a Luz” podem ser realizadas por

qualquer professor(a) da Educação Infantil. No entanto, há necessidade de rever e refazer

algumas atividades, adaptando-as a cada contexto escolar e turma, além de ser preciso reavaliar

a sua aplicação periodicamente com o grupo de crianças.

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É importante ressaltar que não há como “atropelar” assuntos e conteúdos pertinentes ao

ensino de ciências da natureza. Nem foi nossa intenção “alfabetizar cientificamente” as crianças

com as quais trabalhamos, no sentido de que elas adquirissem alguns conceitos científicos e

princípios realacionados aos fenômenos luminosos. Insistimos que, nesta faixa escolar, a

exploração de fenômenos cotidianos atrelada ao ato de brincar de ser o foco principal dos

processos de ensino e aprendizagem. A conceituação sobre esses fenômenos pode ser deixada

para anos escolares futuros, sendo um processo de construção gradual em que não se deve ter

pressa. Explorar fenômenos, observar, indagar, predizer, testar, refletir, dialogar, brincar, sentir

prazer, registrar, entre outras ações, devem ser focalizadas sem a preocupação com a aquisição

de uma linguagem científica mais formal. Mesmo assim, sem termos essa preocupação com a

conceitualização precoce, os efeitos sobre o desenvolvimento das crianças, sua capacidade de

argumentar e de autorregular sua aprendizagem são bastante significativos, como mostram os

resultados de nossa pesquisa.

O Projeto “Brincando com a Luz” estimulou fortemente a capacidade de observação das

crianças, sua curiosidade e espírito de indagação e investigação com respeito a fenômenos (ou

acontecimentos) de seu dia-a-dia. As crianças denotaram imenso prazer em falar sobre o que

observavam. Por exemplo, ao sair da sala de aula num dia ensolarado, as crianças se atentaram

para a própria sombra, comentaram sobre o “calor” que estavam sentindo, contaram que viram

a Lua em suas casas e algumas vezes nos mostraram a Lua durante o dia na escola, cometaram

que eram “seguidas” pela Lua enquanto andavam de carro entre tantas outras “descobertas”.

Imaginamos que projetos similares abrangendo outros temas das Ciências da Natureza podem

gerar efeitos semelhantes.

Do ponto de vista da autorregulação da aprendizagem, as atividades realizadas e

dinâmica construída nas relações professora-alunos e alunos-alunos foram bastante exitosas no

sentido de favorecer o desenvolvimento da aprendizagem autorregulada nas crianças.

Explorar os fenômenos luminosos, falar sobre suas observações e tentativas de

compreender determinado fenômeno, ouvir o que os pares estão dizendo sobre ele, repetir o que

o colega disse, ou imitá-lo, faz parte da construção de conhecimentos e do processo dinâmico

de autorregulação da aprendizagem. Estar comprometido com a atividade, motivado para

aprender, esperar a vez de falar e elaborar a própria fala são estratégias de autorregulação da

aprendizagem que foram trabalhadas a partir do Ensino de Ciências.

Pudemos planejar o que e como íamos trabalhar, executamos o que foi planejado e

conseguimos retomar e avaliar o que havíamos feito, etapas também importantes da

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autorregulação da aprendizagem. Essa forma de trabalho com as crianças nos estimula a

possibilidade de trabalhar qualquer conteúdo de Ciências com as crianças.

Acreditamos ser possível trabalhar com as atividades aqui realizadas com crianças da

Educação Infantil em qualquer município brasileiro, bem como trabalhar com crianças dos anos

iniciais do Ensino Fundamental. Os materiais utilizados são acessíveis e de baixo custo e não

houve necessidade de infraestrutura especial para o trabalho.

Também não houve mudança na rotina escolar para a realização das atividades (a não

ser relacionadas às condições climáticas, como um dia nublado, por exemplo); qualquer

professor(a) seria capaz de realizar as discussões sobre a luz com as crianças, desde que

estudasse sobre o assunto/conteúdo a ser discutido, para facilitar os diálogos com as crianças e

estimular por meio de perguntas instigadoras o processo de reflexão individual e coletiva.

Conhecer sobre os principais conceitos da Argumentação em Ciências e Autorregulação e suas

relações com o ensino também é muito importante para o sucesso do trabalho.

Saber como as crianças levantam hipóteses, em que momento estão fazendo isso durante

a sua fala, como usam dos argumentos dos colegas para construírem seus próprios argumentos,

dar elementos para que as crianças consigam controlar sua atenção, estarem motivadas com a

temática são conhecimentos de grande importância para os professores e que, muitas vezes, não

são contemplados na sua formação inicial.

Conseguimos estabelecer entrelaçamentos entre o processo de argumentação e o de

autorregulação. Podemos dizer que ambos os processos se articulam e se fortalecem

mutuamente. Observamos que as atividades argumentativas que realizamos com as crianças da

Educação Infantil contribuíram para o processo de autorregulação das crianças, uma vez que

procurar, organizar e revisar informações, repetir e memorizar passo a passo as atividades,

estabelecer objetivos, procurar ajuda, entre outras ações, foram estratégias de aprendizagem

utilizadas. Conforme Moreira e colaboradores (2019, p.3):

Nesta fase, a criança já tem um potencial para o desenvolvimento de respostas de

organização, de modificação e regulação dela própria e, por volta dos 4 anos, utiliza

competências que envolvem a introspecção e a consciencialização, tornando-se mais

responsável e consciente dos seus pensamentos e ações (BRONSON, 2000). A

maleabilidade das estruturas cerebrais que caracteriza esta fase, sobretudo ao nível do

córtex pré-frontal (planejamento, atenção, memória de trabalho, tomada de decisão e

controle inibitório) cria uma janela de oportunidades no desenvolvimento das

competências autorregulatórias.

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Com base nos resultados e conclusões desta pesquisa, podemos afirmar que é possível

contribuir com o processo de autorregulação da aprendizagem desde a Educação Infantil,

sobretudo quando entrelaçado com o ensino no campo das Ciências da Natureza, numa

perspectiva investigativa e de alfabetização e argumentação científicas.

As crianças ao aprenderem a planejar, executar o que foi planejado e avaliarem o que

foi feito estão desenvolvendo a autorregulação da aprendizagem. A oportunidade de

autorregularem a aprendizagem depende muito do contexto em que as crianças estão inseridas

(MOREIRA et al., 2019).

Fazer escolhas e tomar decisões são fundamentais nesse processo. Durante a realização

das atividades, as crianças foram inseridas nesse contexto. Na atividade em que tiveram que

mostrar como enxergaram dentro da cabana escura, as crianças explicaram o que fizeram para

enxergar, evidenciando a tomada de decisões (realizar o que foi proposto ou não) e detalhando

o passo a passo de como haviam feito.

Após a realização do Projeto Brincando com a Luz, sinto-me segura em realizá-lo com

outras turmas da Educação Infantil e em diferentes escolas. Acredito que a forma como

organizamos as atividades, a oportunidade das crianças de falarem e explicarem fenômenos

pode fazer parte de qualquer conteúdo em Ciências.

Noutra oportunidade gostaria de trabalhar com outros conhecimentos do campo das

Ciências da Natureza e de grande interesse das crianças tais como: fases da lua,

desenvolvimento de lagartas e germinação de sementes, aplicando o CHILD e analisando as

contribuições do processo de autorregulação em crianças.

Também envolver assuntos e conteúdos de outras áreas de conhecimento, realizando

projetos de caráter interdisciplinar é bastante desafiador e estimulante para os(as)

professores(as) da Educação Infantil, cujos conteúdos curriculares não estão organizados de

modo disciplinar como nos níveis escolares posteriores.

Em nossa pesquisa de mestrado (MANDAJI, 2015), tivemos oportunidade de explorar

a potencialidade interdisciplinar do Projeto “Brincando com a Luz”, mas este aspecto não foi

colocado como propósito da presente pesquisa. Contudo, nosso grupo de pesquisa, Formar-

Ciências, tem produzido várias pesquisas com crianças da educação infantil e anos iniciais do

ensino fundamental abordando temas e fenômenos, costumeiramente atribuídos ao contexto do

ensino de Ciências, numa perspectiva interdisciplinar e em algumas situações também de

Educação Ambiental. Podemos citar as dissertações de mestrado já concluídas de Mesquita

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(2011), Belizário (2012), Costa (2014), Mandaji (2015), Roberto (2016), Couto (2017),

Fernandes (2018) e Silva (2019).

Enfim, chegamos ao final desta pesquisa concientes de ter alcançado nossos propósitos

de investigação: explorar a potencialidade do ensino investigativo em Ciências da Natureza

para a promoção da Argumentação e da Autorregulação em crianças da educação infantil e

favorecer o desenvolvimento sociocognitivo e emocional dessas crianças.

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p. 71-86, mar./jun. 2012.

ZÔMPERO, A. F. et al. Atividades investigativas no ensino de Ciências: aspectos históricos e

diferentes abordagens. Revista Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências, Belo

Horizonte, v. 13, n. 1, p. 67-80, set./dez. 2011.

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da pesquisa: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ”: DESENVOLVENDO A

ARGUMENTAÇÃO E AUTORREGULAÇÃO EM CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Nome do responsável: Karina Calça Mandaji (Professora do CEI Nair Valente da Cunha e

aluna do Doutorado da Faculdade de Educação -UNICAMP)

Número do CAAE:

As crianças matriculadas no Agrupamento III C estão sendo convidadas a participar como

voluntárias de uma Pesquisa de Doutorado a ser desenvolvida pela própria professora da turma.

Este documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar os

direitos e deveres como participantes da pesquisa e é elaborado em duas vias, uma que deverá

ficar com você e outra com a pesquisadora- professora da turma.

Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se houver

perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com a pesquisadora.

Se preferir, pode levar para casa e consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir

sobre a participação da criança. Se você não quiser que a criança participe ou quiser retirar a

autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo de penalização ou prejuízo.

Justificativa e objetivos:

Esta é uma pesquisa sobre ensino e aprendizagem em Ciências na Educação Infantil

desenvolvida para a elaboração de uma tese de Doutorado junto à Faculdade de Educação da

UNICAMP.

O objetivo dessa pesquisa é desenvolver, aplicar e avaliar as atividades do Projeto “Brincando

com a Luz” com crianças de 3 a 5 anos de uma escola pública do município de Campinas,

analisando-as da perspectiva da argumentação e da autorregulação. Algumas questões

suscitadas poderão nortear a problemática da pesquisa: Como a argumentação acontece com

crianças do Agrupamento III a partir de atividades no campo das Ciências? Como elas

argumentam no início das atividades do Projeto? Como estarão argumentando ao final do

Projeto? Existiram mudanças nas atitudes das crianças frente ao conhecimento? Como

autorregulam sua aprendizagem? Mesmo tão pequenas são capazes de fazer isso? Como o

professor pode contribuir para a autorregulação da aprendizagem das crianças? Em suma,

pretendemos investigar o seguinte problema: como crianças de educação infantil desenvolvem

a capacidade de argumentação e de autorregulação num processo de ensino e aprendizagem de

fenômenos luminosos?

No trabalho com as crianças a professora fará um diário registrando as atividades que as

crianças realizaram e as discussões ocorridas em sala de aula ou na quadra da escola. Também

serão efetuadas gravações em vídeo das aulas e tiradas fotografias, material que será usado

exclusivamente para a pesquisa. A pesquisa não prevê riscos às crianças que serão convidadas

a participar da pesquisa de maneira voluntária. A pesquisa terá a duração de 9 meses, ou seja,

se realizará durante todo o ano letivo.

Essas atividades são integradas ao Projeto Pedagógico da escola e ao Plano Anual da professora.

Espera-se que a pesquisa traga contribuições e benefícios aos participantes e contribua para a

aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes no campo das Ciências e ainda, contribua

com a autorregulação da aprendizagem das crianças.

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As atividades do Projeto Brincando com a Luz que as crianças participarão estão relacionadas

aos seguintes conteúdos, procedimentos e atitudes, com duração aproximada de três meses:

Luz, sombra, fontes luminosas, visão, olho, propagação da luz, objetos opacos, objetos

transparentes, espelhos planos, campo visual, comparação de tamanhos, estimativa, senso

geométrico (intuitivo), semelhança de formas, lateralidade; interesse nas atividades, atenção,

compartilhar experiências e saberes; observação de fenômenos, seleção da informação,

interpretação da informação, comparação da informação, organização e tradução de

informações, estratégias de raciocínio, planejar e executar ações para solução de problemas,

uso de modelos para interpretar situações, expressão oral, descrição de imagens, produção de

sentido ao ouvir textos informativos, registrar dados e ações na forma de desenho; expressão

de ideias na forma de desenho espontâneo.

Com relação à autorregualção da aprendizagem as crianças serão observadas em três momentos

distintos ao longo do ano (1º trimestre-março, 2º trimestre -agosto, 3º trimestre-novembro) para

acompanharmos o desenvolvimento da aprendizagem independente e o como o Projeto

Brincando com a Luz pode contribuir para isso. O questionário encontra-se anexado à este

documento.

Caso haja necessidade de contato com a professora e os demais pesquisadores responsáveis pela

pesquisa você pai, mãe ou representante legal da criança poderá utilizar os telefones e e-mails

indicados abaixo.

Será garantido as crianças participantes e seus respectivos responsáveis quaisquer

esclarecimentos sobre a pesquisa antes, durante e após à sua realização. Os dados coletados na

pesquisa serão confidenciais, ficando sob a guarda da pesquisadora em arquivo digital e

somente serão divulgados trechos dos diários de campo e discussões realizadas que

contribuírem para a interpretação e análise dos dados da pesquisa.

Quando os dados forem divulgados na Tese de Doutorado da pesquisadora ou em artigos ou

textos de divulgação científica que derivarem desta, as crianças e a escola serão identificadas

com códigos ou nomes fictícios.

As fotos vídeos e demais registros que farão parte da coleta de dados serão armazenados pelos

pesquisadores por cinco (5) anos a contar da publicação da pesquisa e depois serão destruídos.

Será garantida plena liberdade ao participante da pesquisa, de recusar se a participar ou retirar

seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma; bem como a

privacidade dos participantes da pesquisa durante todas as fases da pesquisa.

Contato:

Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com:

Professora e Pesquisadora responsável: Karina Calça Mandaji

Instituição: CEI Nair Valente da Cunha

Email: [email protected]

Telefone: 32234425

Orientador da pesquisa: Jorge Megid Neto

Instituição: Universidade estadual de Campinas- Faculdade de Educação

Email: [email protected]

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120

Coorientador da pesquisa: Fernando Jorge da Paixão Filho

Instituição: Universidade estadual de Campinas- Instituto de Física

Email: [email protected]

Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação no estudo, você pode entrar em

contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP): Rua: Tessália Vieira de

Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187;

e-mail: [email protected]

Consentimento livre e esclarecido:

( ) Concordo que meu filho(a) participe do presente estudo e AUTORIZO que a gravação em

vídeo que será feita na sala de aula e que sejam fotografadas.

( ) Concordo que meu filho(a) participe do presente estudo e NÃO AUTORIZO que a

gravação em vídeo que seja feita na sala de aula e que sejam fotografadas.

( ) NÃO Concordo que meu filho(a) participe do presente estudo e NÃO AUTORIZO que a

gravação em vídeo que será feita na sala de aula e que sejam fotografadas.

Nome da criança:

______________________________________________________________

Nome do responsável

legal:______________________________________________________

Data: ____/_____/______.

Assinatura do responsável

legal:___________________________________________________

Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução CNS 466/12 e complementares na elaboração

do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro,

também, ter explicado e fornecido uma cópia deste documento ao participante. Informo que o

estudo foi aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando

pertinente. Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa

exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento

dado pelo participante.

______________________________________________________ Data:

____/_____/______.

(Assinatura do pesquisador)

Rubrica do pesquisador:______________ Rubrica do participante:______________ Página 3

de 3

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121

Termo de autorização de uso de imagem

A criança_______________________________________________, nacionalidade

________________, menor de idade, neste ato devidamente representado por seu (sua)

(responsável legal), ____________________________________________, nacionalidade

________________, estado civil ________________, portador da Cédula de identidade RG

nº.__________________ , inscrito no CPF/MF sob nº

_________________________________, residente à Av/Rua

___________________________________ , nº. _________, município de

_________________. AUTORIZA o uso da imagem do menor acima qualificado em todo e

qualquer material entre fotos, documentos áudios e vídeos, para ser utilizada para fins de

pesquisa sob o parecer do CEP nº. _______________. Os dados coletados na pesquisa serão

confidenciais, ficando sob a guarda da pesquisadora em arquivo digital e somente serão

divulgados trechos dos diários de campo e discussões realizadas que contribuírem para a

interpretação e análise dos dados da pesquisa.

Por esta ser a expressão da minha vontade declaro que autorizo o uso acima descrito sem que

nada haja a ser reclamado a título de direitos conexos à imagem do menor acima qualificado ou

a qualquer outro, e assino a presente autorização em 02 vias de igual teor e forma.

______________________, dia _____ de ______________ de ___________.

Nome da criança:

Assinatura do Responsável Legal:

Telefone p/ contato:

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APÊNDICE B

Quadros individuais de indicadores de argumentação de acordo com o TAP

A. (6 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? Todo mundo enxerga (observando o que acontece

com todas as crianças da sala)

Após ouvir alguns colegas a criança

levantou a hipótese de que todos

enxergavam na tentativa de

organizar as informações

fornecidas durante a conversa.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

Durante as discussões e explicações de como foi a

participação na brincadeira na cabana não

identificamos respostas da criança, mas ao ser

questionada sobre seu desenho, ela apresentou

alguns índices de argumentação

Após ser questionada sobre como fez

para enxergar o desenho na cabana

escura, a criança mostrou o desenho

da lanterna, fez riscos para simbolizar

o caminho da luz e “bater “no

desenho, mostrando como havia feito

para enxergar. Assim, após a

refutação de sua ideia, a criança

utilizou de qualificadores

apresentados no desenho para

justificar seu pensamento.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

B. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

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1-Como enxergamos? A criança B. (5 anos) pediu a palavra e disse: é a

visão que faz a gente enxergar. Então, perguntei:

mas o que é a visão? Ela respondeu: a visão é tudo,

é os olhos. A nossa visão é a bola preta.

A criança já nesta atividade

demonstrou que precisava ouvir o

outro e esperar seu momento de

falar para ser ouvida. Levantou

hipóteses e trouxe palavras não dita

pelas crianças se apropriando de

linguagem ouvida anteriormente.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

Quando retomamos a conversa, perguntei: quem foi

mesmo que nos falou sobre a visão? O JP (5 anos)

disse: alguém falou que a gente enxergava com a

visão. A criança B. (5 anos) com muito entusiasmo

disse: eu! Falei: o que você disse mesmo que a visão?

Ela respondeu: eu disse que a visão é o nosso

olhar....

Lembrou-se de falas anteriores e

completou a informação dada.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos A B. (5 anos) veio me mostrar o que sabia fazer,

movimentou os olhos para cima e disse: nossa

parece assustador. Atentei às crianças para o

movimento da pupila, cor dos olhos e pedi que

desenhassem um olho com detalhes do que haviam

observado.

Nesta atividade a criança somente

organizou informações.

7- Sombras com o Projetor Perguntei às crianças: como se forma a sombra? B.

(5anos) gritou: com o som. Eu disse: Som? Ela

respondeu: não....o SOL. Eu disse, mas aqui dentro

da sala temos o Sol? As crianças responderam em

coro: NÃO!

A criança quis nos apresentar que

precisamos de uma fonte de luz para

aparecer a sombra, na ocasião ela

pensou no Sol, já que brincamos com

as sombras no Sol anteriormente.

Dessa forma podemos pensar que ela

estabeleceu relações com o que foi

apresentado anteriormente,

organizando as informações para o

grupo.

8- Leitura de imagens de

sombras

Na leitura de imagem do homem com a raquete. A

B. (5 anos) que aguardava sua vez de falar

respondeu: porque ele colocou lá. E a E. (6 anos)

acrescentou: por causa que a bolinha caiu.

Perguntei: Ele colocou a bolinha no chão? Ou ele

está segurando a bolinha? Nesse momento algumas

crianças disseram que ele estava segurando a

bolinha, outras, que ele havia colocado no chão. A

criança B. (5 anos) continuou dizendo: ele colocou

a bolinha no chão para fazer a sombra com a

raquete. Na leitura de outra imagem, a criança

explicou: é sombra do cachorro porque ele está na

frente do sol.

A criança apresentou um

entendimento do conceito,

concluindo como o homem havia

feito para que a bolinha ficasse

colorida na imagem.

Na leitura da imagem do cachorro a

criança também apresentou

conclusão do que havia sido

discutido.

9- Corpos opacos e

transparentes

A criança B. (5 anos) disse que a luz não passa

porque o caderno não é transparente, ele é verde.

Quando a gente põe no papel transparente, em cima

dele, vai aparecer um pouquinho da luz embaixo. Eu

disse: vamos observar se isso acontece mesmo.

A criança já estava confiante de suas

ideias nas últimas atividades,

organizou informações, justificou

sua resposta e concluiu a discussão.

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10- Brincando com a posição

da fonte de luz

Após observar o desenho feito na lousa, a criança B.

(5 anos) levantou-se e correu até a lousa dizendo: o

sol está aqui! Apontando para o lado contrário ao da

sombra. Eu perguntei: porquê? A criança B. (5 anos)

disse: é porque, porque só assim que dá para

enxergar a sombra.

Da mesma forma que na atividade

anterior a criança: organizou

informações, justificou sua

resposta e concluiu a discussão.

D. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

A criança D. (4 anos) disse que ela foi ao sol

apareceu a sombra dela. A criança D. (4 anos) disse

também que: um dia meu pai estava me trazendo

para a escola e aí o carro dele tinha uma sombra.

A criança esteve presente em todas

as atividades do Projeto, mas

participou levantando hipóteses

somente da atividade 8.

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

E. (6anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

Como podemos enxergar na cabana escura? Criança

E. a gente precisa de uma lanterna, alguma coisa

que tenha luz. Questionei: Mas para que precisa da

luz? Como deixaremos a cabana escura? A criança

E. (6 anos) fez o gesto de não saber com os ombros

e mãos.

Como faremos para enxergar lá dentro? A criança

respondeu: com alguma coisa que ilumine a cabana.

Nesta atividade a criança E.

organizou informações, levantou

hipóteses e concluiu que para

enxergarmos no escuro,

precisamos de luz.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

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4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

A E. (6 anos) nos disse: gente, a sombra é uma

sombra de alguma pessoa, algum objeto. A criança

E. (6 anos) continuou: precisa do sol, da luz...daí

isso que é uma sombra, fica no chão, preta.

A partir de dados e observações, a

criança justificou e concluiu como

se formava a sombra.

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor Como fazer sombras com o Projetor? Eu falei: como

podemos fazer E., você pode falar para nós? A E.

disse: posso...é por causa da luz que tem aqui na sala

apontando para a lousa. Eu disse: e como você acha

que podemos fazer para aparecer a sua sombra lá?

A E. respondeu: a gente precisa de uma luz

iluminando a gente. E eu perguntei: então, onde você

deveria ficar para aparecer a sua sombra? A criança

E. respondeu: a gente fica perto da luz e aparece a

nossa sombra.

A criança conseguiu levantar dados e

apresentar conclusão aos colegas da

turma.

8- Leitura de imagens de

sombras

E. (6 anos) disse: o homem, o homem ele está no sol,

mas a sombra dele está deitada no chão, então,

como que é a sombra? Então, é que o homem estava

em frente do sol e aí veio a sombra. Aí depois como

que a sombra aparece? Como que a sombra

apareceu? No chão, aí depois a sombra apareceu e

tudo aconteceu.

Quando apresentei a imagem dos bailarinos

dançando a criança E. respondeu :tia, a sombra da

bailarina e do moço, são diferentes, porque a velha

e o vô, eles não são iguais a sombra, porque é outra

pessoa que está fazendo na rua uma apresentação

ou um circo, uma moça cumprimentando o moço.

Nesta atividade a criança interpretou

dados e relacionou com o que havia

sido discutido anteriormente. Ela

tirou suas próprias conclusões acerca

do fenômeno estudado,

apresentando seu raciocínio.

9- Corpos opacos e

transparentes

E. (6 anos) pediu a palavra e disse: o caderno não é

transparente, ele é verde, mas mesmo assim dá para

ver a luz em cima dele, dá pra ver que o caderno está

sendo iluminado. Quando é transparente sai a luz

por baixo.

A E. (6 anos) disse: um dia estava em casa e pegou

uma lanterna, um copo e um papel branco. Aí

depois, disse ela, apontei a lanterna para o copo e

fez um reflexo imenso e apontei para a janela e a luz

apontou até a árvore. Aí minha mãe falou para eu ir

dormir, eu fui dormir[...].

A criança E. organizou informações

e levantou hipóteses.

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

A criança E. (6 anos) acrescentou: o Sol tem que

ficar na frente de algum objeto.

A criança E. (6 anos) disse: porque está nublado. O

sol não está aparecendo.

A criança levantou hipóteses,

apresentou raciocínio e concluiu a

atividade.

EM. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

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126

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

A criança EM. (5 anos) disse: a gente pode ligar a

lanterna?

Neste momento a criança queria ligar

a lanterna para enxergar na cabana

escura, levantando a hipótese de que

precisava de uma fonte de luz para

enxergar.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

EA.(4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor Como é que a gente pode fazer para aparecer a

sombra do amigo ali na lousa? A criança EA. (4

ANOS) pediu a palavra e eu disse: como?

A criança EA. (4 anos) não respondeu e a criança

A participação da criança nessa

atividade, não apresentou índice de

argumentação.

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

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127

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

GJ. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

O GJ. (5 anos) disse que quando a gente corre a

sombra corre atrás de nós. Mas que a sombra é do

mal. Eu disse que não era do mal e que todos

tínhamos sombra - vale ressaltar que a criança GJ.

Faltou em muitas atividades do projeto.

No outro dia mal chegamos ao parque e a criança GJ.

(5 anos) disse: olha[...]Eu fiquei procurando o que

ele estava mostrando e comentei: o mato está alto,

não é mesmo? Ele disse não...e me mostrou olha[...]

Eu disse: o que? A minha sombra!, respondeu a

criança.

A criança levantou hipóteses e

observou o que havíamos discutido

anteriormente, atentando-se para os

dados apresentados.

I. (6 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

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128

3- Brincadeira na cabana

escura

Contem-me o que está desenhado no papel. A

criança I. (6 anos) ligou a lanterna e apontou para

cima. As crianças não estavam conseguindo ver o

desenho. Então, perguntei: I. (6 anos) você está

ajudando com essa lanterna? Prontamente ela

apontou para o desenho e o GA. (4 anos) disse o que

estava desenhado.

A criança quis brincar com a lanterna

durante a atividade, a partir do

momento em que participou

ativamente, ajudou os colegas.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

JH. (6 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

N NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor Após a conversa sobre como a criança E. havia feito

a sombra da borboleta, eu acrescentei: ela chegou

perto da luz ou ficou em frente a luz? A JH. (6 anos)

disse: ela ficou em frente.

Neste momento a criança levantou

uma hipótese.

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

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129

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

JP. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? O JP. (5 anos) que usa óculos relatou: quem usa

óculos enxerga melhor, quando eu tiro os óculos eu

não enxergo (nesse momento retira os óculos), mas

quem não usa também enxerga.

A criança organiza informações

neste momento.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

O JP (5 anos) disse: alguém falou que a gente

enxergava com a visão.

O JP. (5 anos) disse com os óculos e perguntou:

quanto é meus graus? Respondi: acho que são 8. Ele

pediu para confirmar com a mãe que é professora na

escola. Após confirmação ficou seguro na turma e

chegou dizendo: é 9, mas meus óculos é 8.

Mais uma vez a criança organiza as

informações levantadas

anteriormente, relaciona o que está

sendo discutido com conhecimentos

prévios e sua própria condição.

3- Brincadeira na cabana

escura

Neste momento a JP. (5 anos) liga a lanterna e aponta

para o desenho. Perguntei: será que é por isso

mesmo? Não aconteceu nada que ajudasse vocês a

verem? A B. (5anos) afirmou, é por isso mesmo, a

gente tem visão boa. Questionei: o que o JP. (5 anos)

poderia fazer para ajudar a enxergar melhor o

desenho? Ele ligou novamente a lanterna e apontou

para o desenho. Discutimos se com a luz era melhor

e todos concordaram.

Nesta atividade as crianças tiram

suas próprias conclusões de como é

melhor usar a lanterna para enxergar

na cabana escura.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

O JP. (5 anos) disse: eu sei[...]mas a aluna E. (6 anos)

se antecipando à fala do colega disse: bem na frente

da Luz. Dei a palavra ao JP. (5 anos) para explicar

sua teoria: a gente tem que ficar perto da luz para a

aparecer a sombra.

Aqui a criança se apropria de falas

anteriores e conclui como podemos

fazer para formar a sombra,

apresentando seu raciocínio.

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor Quando chegou a vez do JP. (5 anos) ele levantou e

começou a fazer o gesto da borboleta. Mas não

conseguimos ver a sombra, já que ele estava atrás da

fonte luz. Não contente, ele começou a dançar,

erguer o braço e não conseguimos ver. Então

perguntei: gente o que está acontecendo?

A criança estava preocupada em

executar o movimento, mas se

esqueceu de como deveria fazer para

aparecer a sombra, apesar de ter dito

em discussões anteriores como isso

aconteceria.

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

O JP. (5 anos) quis falar sobre uma brincadeira que

fazia quando era pequeno com a lanterna na casa de

sua tia. Ele disse que a noite no carro ele ligava a

lanterna e aparecia a luz na rua.

NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

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130

JA. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? JA. (5 anos) acrescentou: o cílios, a sobrancelha e a

bola preta que a gente enxerga.

Nesta atividade a criança levantou

hipóteses sobre como enxergamos.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

Pedi para as crianças explicarem o que estavam

vendo na cabana. A JA. (5 anos) respondeu que era

uma flor. Eu disse: como vocês fizeram para ver? Em

coro responderam: com a luz. Mas como vocês

fizeram? A JA. (5 anos) disse: coloquei a luz no

desenho. Viram só que legal? Eu disse: Já podem

dar a vez a ouros amigos.

A criança explicou para a turma

como fez para enxergar na cabana

escura, apresentando dados.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

Vocês podem me dizer o que tem aqui na sala de aula

que é transparente? A JA. (5 anos) disse que as

caixas que armazenamos os brinquedos eram

transparentes.

Neste momento a criança organizou

informações.

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

A criança JA. (5 anos) disse que o sol estava do lado

da sombra e foi até a lousa apontar onde ele estaria.

Eu perguntei: alguém discorda disso? A criança B.

(5 anos) levantou-se e correu até a lousa dizendo: o

sol está aqui! Apontando para o lado contrário ao da

sombra. Eu perguntei: porquê?

Neste momento a criança levantou

sua hipótese sobre a posição do sol

para formar a sombra.

JM. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

A JM. (5 anos) falou: a gente tem que ligar e depois

ver ... eu disse: então liga! Ela ligou e apontou para

o desenho. As três crianças ficaram entusiasmadas e

responderam o que estava desenhado.

Neste Momento a criança apresentou

o passo a passo do que deveria ser

feito para enxergar no escuro,

apresentando sua ideia.

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131

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

A JM. (5 anos) disse: vamos ligar a lanterna. Nesta atividade a criança levantou a

hipótese do que deveria ser feito

para enxergarmos.

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

JM. (5 anos) disse: quando você tentou passar a luz

pelo caderno não funcionou, quando você apontou

para a parede e para o JP. não funcionou, mas

quando você apontou para o plástico funcionou.

Passou a luz.

Apresentou seu raciocínio após

observar o que estava acontecendo.

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

K. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

Chamei a atenção das crianças para a imagem: olhem

só, tem uma coisa de cor diferente. O V. (4 anos)

disse: é uma bola amarela. E a criança K. (6 anos)

acrescentou: e uma luz. Perguntei: como é que a bola

apareceu amarela na sombra? As crianças ficaram

em silêncio analisando a imagem.

A criança neste momento levantou

sua hipótese.

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

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132

LM. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

Pedi que explicassem como haviam feito e a MA. (4

anos) disse que elas tiveram que ligar a lanterna para

ter luz. A LM. (5 anos) disse que tiveram que apontar

a lanterna para baixo. Perguntei: onde? E ela

respondeu apontando o desenho.

A criança apresentou seu raciocínio

para mostrar como havia feito para

enxergar na cabana.

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

LT. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

A LT. (4 anos) disse que precisava ligar a lanterna,

então, pedi que ligasse. Eu disse: e agora? Ela

apontou para o desenho e disse às amigas o que

estava desenhado (uma flor). Eu perguntei: como

você fez para ver LT. (4 anos)? Ela respondeu: eu

liguei a lanterna.

A criança apresentou o que havia

feito para enxergar na cabana escura.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

Page 133: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

133

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

LG. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

MG. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

Page 134: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

134

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos O MG. (4 anos) muito quieto, foi ao espelho olhar os

movimentos dos próprios olhos

NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

MC. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

A criança MC. (4 anos) que dificilmente participa

das atividades de conversa, disse: tia, quando eu

estava correndo na rua, apareceu a minha sombra.

NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

MA. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

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135

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

MA. (4 anos) disse: quando o sol bate na gente

aparece a sombra

A criança organizou as

informações.

MO. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

NP. (6 anos)

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136

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

Como fazer para escurecer a cabana? O NP. (6 anos)

disse: vamos vir a noite...

Neste momento estava levantando

hipóteses sobre como escurecer a

cabana.

3- Brincadeira na cabana

escura

Como vocês farão para enxergar o desenho? O NP.

(6 anos) disse: com a luz. Eu disse: o que vocês terão

que fazer? O NP. (6 anos) apontou a lanterna para o

GA. (5anos) que estava com o desenho na mão e

disse o que estava desenhado: uma flor

Neste momento a criança levanta

hipóteses e apresenta o raciocínio.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

NA. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

Então eu disse que eu iria fazer a cabana ficar mais

escura ainda e perguntei: como vamos enxergar no

escuro? O NO. (4 anos) disse: a gente pega uma

lanterna. O NA. (4 anos) acrescentou: a gente

ascende a luz.

Neste momento a criança levanta

hipóteses e apresenta o raciocínio.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

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137

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

NO. (4 ANOS)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

(TOULMIN, 2006)

1-Como enxergamos? O NO. (4 anos) observando vários amigos com

óculos disse: a gente enxerga com óculos. Após ouvir

outras crianças o NO. (4 anos) acrescentou: O NO. (4

anos) enfatizou: óculos, olhos e binóculos fazem a

gente enxergar e parecer coruja.

Neste momento de conversa inicial a

criança organiza informações e

levanta hipóteses após sua

observação.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo a

atividade da cabana

O NO. (4 anos) disse: a gente pega uma lanterna. A criança deu a sugestão de usarmos

uma lanterna para enxergarmos na

cabana escura, ouvindo atentamente

as respostas anteriores. Neste

momento ele deu uma nova ideia à

atividade, levantando hipóteses.

3- Brincadeira na cabana escura O NO. (4 anos) sem ligar a lanterna foi logo dizendo

o que estava lá. Perguntei: porque vocês já

conseguiram enxergar? O NO. (4 anos) disse:

porque eu sei! Falei: mas como você sabe? Ele disse:

porque eu tenho uma visão tão forte que eu consegui.

Neste momento a criança tentou

qualificar sua resposta, dando

explicações de como conseguia

enxergar bem, sem relacionar com

elementos externos como a lanterna.

Mesmo sendo ele dando a ideia de

usar a lanterna para enxergar na

cabana escura.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

Ao retomarmos a conversa e vermos o vídeo das

crianças brincando na cabana escura o NO. (4 anos)

mudou sua resposta, antes ela havia dito que tinha

uma boa visão, após retomarmos a conversa e eu ter

mostrado na cabana como eu havia feito, ele disse

que tinha enxergado porque eu abri a cabana.

Propus então um novo desafio: Vocês sabem o que

são as sombras? O NO. (4 anos) prontamente

respondeu: precisa de sol para formar

Nesta atividade a criança mudou sua

resposta após analisar o que havia

acontecido, ele considerou os dados

anteriores e concluiu que deveria

explicar de outra maneira o que havia

acontecido.

No momento em que propus uma

nova atividade, estabeleceu relações

com conhecimentos prévios para

dar a resposta.

5- Retomando a conversa sobre

a luz bater nos objetos para

enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos Neste dia eu disse à turma: vamos relembrar nossas

conversas e atividades sobre luz e sombra. Como

fizemos para enxergar na cabana? O NO. (4 anos)

disse: com a lanterna. Isso mesmo, continuei

precisamos ligar a lanterna e apontar para ao

desenho para enxergamos. E com os brinquedos foi

a mesma coisa, não foi?

Dando continuidade aos questionamentos perguntei:

Gente, como eu faço para enxergar o que está atrás

de mim?

No momento em que a criança

relembra como fizemos as atividades

ela organiza as informações para a

turma.

Quando pergunto como faço para

enxergar o que está atrás de mim, a

criança dá uma resposta enfática

tentando solucionar a questão.

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138

Vire a cabeça, disse o NO. (4 anos). Eu concordei e

acrescentei: já que enxergamos com os olhos e ele

está no meu rosto, preciso movimentar a cabeça, ou

movimentar os olhos; olhem só como eu

faço...Vamos ver um vídeo do movimento dos olhos?

7- Sombras com o Projetor Após uma criança fazer sombras com as mãos eu

perguntei: como ela teve que fazer turma? O NO. (4

anos) falou: assim ó[...]e fez o gesto com a mão.

Eu disse: não o que ela fez com a mão, o que ela teve

que fazer para aparecer a sombra dela lá na lousa?

O NO. (4 anos) disse: eu sei ela chegou perto da luz.

Eu acrescentei: ela chegou perto da luz ou ficou em

frente a luz? A JH. (6 anos) disse: ela ficou em frente.

A criança organizou informações e

levantou hipóteses sobre o

aparecimento da sombra da colega.

8- Leitura de imagens de

sombras

Perguntei às crianças após mostrar a imagem da

sombra de um cachorro: mas isso é um cachorro e a

sombra é um gato? Ou a sombra do cachorro parece

a de um gato? A criança B. (5 anos) explicou: é

sombra do cachorro porque ele está na frente do sol.

O NO. (4 anos) continuou: quando o sol bate no

cachorro aparece uma sombra.

Na leitura de outra imagem ele comenta: olha,

quando eles estavam andando na rua, apareceu duas

pessoas dançando, essa é a sombra deles. Eu disse:

mas não é a sombra dos senhores, né!? Ele

continuou: não, eu estou falando que é a sombra de

outras pessoas.

Neste momento a criança apresenta

uma conclusão do que observamos e

estudamos até o momento.

9- Corpos opacos e

transparentes

O NO. (4 anos) disse: quando colocamos a lanterna

em cima do caderno a luz sai e fica no caderno. O

NO. (4 anos) disse que se colocássemos o plástico

transparente no caderno a luz ia passar por ele e

chegar no caderno.

A criança compreendeu o conceito de

corpos opacos e transparentes

estabelecendo relações e

apresentando conclusões sobre o

que havia observado.

10- Brincando com a posição da

fonte de luz

Fiz desenho de sombras no quadro branco e o NO. (4

anos) antes de eu terminar veio até a lousa explicar

aos amigos a posição do Sol e da sombra. Disse: o

sol tem que estar aqui para a sombra aparecer

aqui... (apontando o lado esquerdo da lousa para o

sol e o lado direito para a sombra).

A criança apresentou conclusão do

que estava sendo apresentado,

explicando aos colegas a posição da

fonte de luz para aparecer a sombra.

T. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

Page 139: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

139

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

VV. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

G. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

Page 140: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

140

3- Brincadeira na cabana

escura

Prontamente ela apontou para o desenho e o G. (4

anos) disse o que estava desenhado. Pedi que

explicassem como tinham feito para ver. A I. (6

anos) disse eu liguei a lanterna. Mostrando com

gestos o que havia feio, ela ligou a lanterna e apontou

para o desenho, a criança G. (5 anos) imitou os

gestos.

NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

ME. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

NI NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

Page 141: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

141

W. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

W. (4 anos) fez uma observação nos dizendo que a

lâmpada da sala estava queimada.

NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

A criança W. (4 anos) estava espanada com a

imagem e disse que era uma assombração. A criança

W. não participou de todas as atividades do projeto,

ele é novo na turma! Ele disse: é uma assombração

que está dançando, nesse momento até gaguejou. Eu

enfatizei: não é assombração, a B. nos explicou que

é a sombra de outras pessoas e o NO. também disse

isso.

NI

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

V. (4 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? A criança V. (4 anos) afirmou que enxergamos com

os olhos, dizendo: enxergamos com os olhos, ué!

A criança apresentou seu dado

sobre a discussão.

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

NI NI

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

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142

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

Chamei a atenção das crianças para a imagem: olhem

só, tem uma coisa de cor diferente. O V. (4 anos)

disse: é uma bola amarela

Apresentou dados observados na

imagem.

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

GA. (5 anos)

Atividade Questionamento/ resposta Indicadores de argumentação

1-Como enxergamos? NI NI

2-Retomando a conversa sobre

como enxergamos e propondo

a atividade da cabana

NI NI

3- Brincadeira na cabana

escura

Como vocês farão para enxergar o desenho? O NP.

(6 anos) disse: com a luz. Eu disse: o que vocês terão

que fazer? O NP. (6 anos) apontou a lanterna para o

GA. (5anos) que estava com o desenho na mão e

disse o que estava desenhado: uma flor. Contem-me

o que vocês fizeram para enxergar. O GA. (5 anos)

disse: com a luz, ué! Perguntei: como o NP (6 anos)

fez? E o GA. (5 anos) disse ele apontou pra aqui,

neste momento ele apontou para o desenho.

Apresentou raciocínio tentando

resolver o problema de como

enxergar na cabana escura.

4- As sombras: contorno das

sombras dos amigos

NI NI

5- Retomando a conversa

sobre a luz bater nos objetos

para enxergarmos

NI NI

6- O movimento dos olhos NI NI

7- Sombras com o Projetor NI NI

8- Leitura de imagens de

sombras

W. olha ela está imitando um monstro. Onde é que

vocês acham que está a luz? Apontei para a imagem

e perguntei: ela está aqui (atrás da moça) ou aqui

(atrás da sombra). A criança GA. (5 anos) disse: está

atrás dela. Apontei na imagem: e disse, ela está aqui

não é GA? Ele confirmou com a cabeça que sim.

Pessoal, muito bem. Vocês lembraram de muitas

coisas!

A criança apresenta seu raciocínio

após analisar a imagem.

9- Corpos opacos e

transparentes

NI NI

10- Brincando com a posição

da fonte de luz

NI NI

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143

APÊNDICE C

Quadros CHILD preenchidos pela professora individualmente para as 30 crianças

participantes da pesquisa

A/ 6 ANOS- ANTES(A) e DEPOIS

(D) Sempre Usualmente

Às

vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que

advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma

confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e

resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e

procura ajuda de forma apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas

D A

7. Consegue resolver problemas

sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma

independente A-D

9. Envolve-se em atividades

cooperativas independentes com os

pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta

A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas

A-D

12. Consegue falar sobre a forma

como fez algo ou sobre o que

aprendeu

D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar

decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas

previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu

previamente para usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem

ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias

de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas

D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

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144

B/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS

(D) Sempre Usualmente

Às

vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento

dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma

confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e

resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

D A

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa

tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares

A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente

A-D

9. Envolve-se em atividades

cooperativas independentes com os

pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos

outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos

fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que

aprendeu

A-D

13. Consegue falar sobre atividades

planejadas para o futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente

A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem

ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa

A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas

A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

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145

D/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém dos

mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração

D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura

ajuda de forma apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais

com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros,

ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez

algo ou sobre o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar

decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente

D A

17. Adota linguagem que ouviu

previamente para usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto

A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de

executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas

D A

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

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146

E/ 6 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D)

Sempre Usualmente Às

vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que

advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma

confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e

resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa

tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares

A-D

8. Partilha e dá a vez de forma

independente A-D

9. Envolve-se em atividades

cooperativas independentes com os pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta

D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos

fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como

fez algo ou sobre o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades

planejadas para o futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas

previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu

previamente para usufruto próprio A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem

ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de

executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas,

objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

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147

EM/ 6 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Page 148: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

148

EA/ 4 ANOS -ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos outros e

as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à

distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

D A

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os

pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta

A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo

ou sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas

para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente

para usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto

D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a

tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Page 149: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

149

GJ/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

Page 150: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

150

GA/ 5 ANOS ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento

e o comportamento dos outros e as consequências

que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração

D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os

pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas

para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do

adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a

tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

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151

I/ 6 ANOS -ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto

próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

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152

JH/ 6 AN0S – ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com

os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

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153

JP./5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

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154

JÁ/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

JM/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

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155

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

K/5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos

outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração

D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda

de forma apropriada A-D

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156

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com

os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros,

ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas

D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez

algo ou sobre o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades

planejadas para o futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente

para usufruto próprio A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto

A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar

a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e

metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

LM/ 5 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

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157

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto

próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

LT/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

Page 158: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

158

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

LG 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e

o comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

Page 159: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

159

7. Consegue resolver problemas sociais com os

pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa

D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

MG/ 4 ANOS – ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

Page 160: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

160

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto

próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

MC/ 4 ANOS – ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos

mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 161: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

161

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

MA/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e

o comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 162: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

162

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para

o futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa

A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

MO/ 4 ANOS -ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que

advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades A D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

Page 163: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

163

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

NP/ 6 ANOS-ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 164: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

164

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

NA/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que

advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 165: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

165

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para

usufruto próprio A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

NO/ 4 ANOS -ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A D

Page 166: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

166

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com

os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o

que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto

próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

T/ 4 ANOS-ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio

comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração

D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma apropriada

D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com

os pares A-D

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 167: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

167

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda

e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas

A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre o que aprendeu

D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o futuro

D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente

para usufruto próprio D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do

adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar

a tarefa A-D

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e

metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

VV/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 168: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

168

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas D A

Outros comentários:

G/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento

e o comportamento dos outros e as consequências

que advém dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração

A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de

forma apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas A-D

7. Consegue resolver problemas sociais com os

pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 169: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

169

9. Envolve-se em atividades cooperativas

independentes com os pares D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e

conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e

fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou

sobre o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas

para o futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto A-D

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa

A-D

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

ME/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente A-D

Page 170: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

170

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu D A

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro D A

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas D A

15. Faz perguntas e sugere respostas D A

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente D A

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

D A

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

W/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o comportamento dos outros e as consequências que advém

dos mesmos

D A

2. Aborda novas tarefas de forma confiante D A

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração D A

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada D A

5. Persiste face a dificuldades D A

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

Page 171: PROJETO “BRINCANDO COM A LUZ E O DESENVOLVIMENTO DA …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/347434/1/... · 2020. 8. 14. · Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

171

9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes

com os pares A-D

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta A-D

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas A-D

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões

fundamentadas A-D

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa A-D

20. Inicia atividades A-D

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas A-D

22. Gosta de resolver problemas A-D

Outros comentários:

V/ 4 ANOS- ANTES (A) e DEPOIS (D) Sempre Usualmente Às vezes Nunca Comentários

Emocional

1. Consegue falar sobre o próprio comportamento e o

comportamento dos outros e as consequências que advém dos mesmos

A-D

2. Aborda novas tarefas de forma confiante A-D

3. Consegue controlar a atenção e resistir à distração A-D

4. Monitoriza o seu progresso e procura ajuda de forma

apropriada A-D

5. Persiste face a dificuldades A-D

Pró-social

6. Negocia quando e como executa tarefas D A

7. Consegue resolver problemas sociais com os pares D A

8. Partilha e dá a vez de forma independente D A

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9. Envolve-se em atividades cooperativas independentes com os pares

D A

10. Está ciente do sentimento dos outros, ajuda e conforta

D A

Cognitivo

11. Está ciente dos próprios pontos fortes e fraquezas D A

12. Consegue falar sobre a forma como fez algo ou sobre

o que aprendeu A-D

13. Consegue falar sobre atividades planejadas para o

futuro A-D

14. Consegue fazer escolhas e tomar decisões fundamentadas

D A

15. Faz perguntas e sugere respostas A-D

16. Utilizar estratégias ensinadas previamente A-D

17. Adota linguagem que ouviu previamente para usufruto próprio

A-D

Motivacional

18. Encontra recursos próprios sem ajuda do adulto D A

19. Desenvolve maneiras próprias de executar a tarefa D A

20. Inicia atividades D A

21. Planeja as próprias tarefas, objetivos e metas D A

22. Gosta de resolver problemas A-D

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