projeto abolição da escravatura

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Projeto Abolição da Escravatura – Aprendendo a respeitar. Projeto Abolição da Escravatura – Aprendendo a respeitar. Justificativa: Aproveitando o conteúdo estudado pelos alunos do 8º ano, ‘Segundo Reinado’ e com ênfase no tema – Abolição da Escravatura – o projeto tem a finalidade de abordar o tema racismo e desenvolver no educando, através da análise crítica, uma postura de respeito ao próximo independente de cor, religião, sexo, opinião ou qualquer diferença que venha a fazer de alguém vítima de preconceito. Objetivos: Espera-se que os alunos: Apresentem postura de respeito ao próximo e em particular aos negros; Reconheçam a importância dos negros para o desenvolvimento de nosso país levando em consideração todo o trabalho que desempenharam e a importância como a base na construção do nosso país; Estabeleçam diferenças entre o tratamento que os negros recebiam no passado, quando ainda eram escravos, e o que recebem agora; Tomem conhecimento da história vivida pelos negros ao longo dos anos; Percebam a importância da liberdade na vida das pessoas. Desenvolvimento: 1. Leitura de texto informativo “Os dias seguintes à Abolição da Escravatura”; 2. Análise das Músicas: “100 Anos de Liberdade - Realidade Ou Ilusão?”, “A mão da limpeza” e “Kizomba, Festa da Raça”; afim de discutir a libertação dos escravos; 3. Leitura e interpretação do poema “Lei Áurea”; 4. Elaboração de frases para conscientização; 5. Confecção de textos para leitura e exposição em sala. Avaliação A avaliação será realizada durante o desenvolvimento do projeto, considerando as observações colocadas pelos alunos, os debates surgidos,

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Page 1: Projeto Abolição da Escravatura

Projeto Abolição da Escravatura – Aprendendo a respeitar.

Projeto Abolição da Escravatura – Aprendendo a respeitar.

Justificativa:

Aproveitando o conteúdo estudado pelos alunos do 8º ano, ‘Segundo Reinado’ e com ênfase no tema – Abolição da Escravatura – o projeto tem a finalidade de abordar o tema racismo e desenvolver no educando, através da análise crítica, uma postura de respeito ao próximo independente de cor, religião, sexo, opinião ou qualquer diferença que venha a fazer de alguém vítima de preconceito.

Objetivos:

Espera-se que os alunos:

• Apresentem postura de respeito ao próximo e em particular aos negros;• Reconheçam a importância dos negros para o desenvolvimento de nosso país levando em

consideração todo o trabalho que desempenharam e a importância como a base na construção do nosso país;

• Estabeleçam diferenças entre o tratamento que os negros recebiam no passado, quando ainda eram escravos, e o que recebem agora;

• Tomem conhecimento da história vivida pelos negros ao longo dos anos;

• Percebam a importância da liberdade na vida das pessoas.

Desenvolvimento:

1. Leitura de texto informativo “Os dias seguintes à Abolição da Escravatura”;2. Análise das Músicas: “100 Anos de Liberdade - Realidade Ou Ilusão?”, “A mão da limpeza” e “Kizomba,

Festa da Raça”; afim de discutir a libertação dos escravos;

3. Leitura e interpretação do poema “Lei Áurea”;

4. Elaboração de frases para conscientização;

5. Confecção de textos para leitura e exposição em sala.

Avaliação

A avaliação será realizada durante o desenvolvimento do projeto, considerando as observações colocadas pelos alunos, os debates surgidos, as frases elaboradas e os textos confeccionados.Texto Informativo: A luta pelo fim da escravidão.

Page 2: Projeto Abolição da Escravatura

Os dias seguintes à Abolição da Escravatura

Há 124 anos, em 13 de maio de 1888, a princesa regente Isabel sancionou a Lei Áurea: "Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil. Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário." O Dia da Abolição da Escravatura, também Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, oficializou o fim da escravidão negra.

Encanta-me a sabedoria dos "negros de raízes" que jamais deram bola para críticas sobre as feéricas "festas de pretos", no 13 de maio, celebrando o fim do cativeiro, e não a princesa! Relembro as festas da "União" (Colinas, MA), um clube de pretos. Eu apreciava de longe os acordes mágicos da orquestra. Sob guarda do Colégio Colinense, eu não era a negra que optei ser depois. Era uma morena do "cabelo bom". Precisa o racismo ser mais cruel?

Agregamos às celebrações do fim do cativeiro: reafirmar o definido na Conferência de Durban (2001); aprovar o Estatuto da Igualdade Racial; e, até a vitória da luta pelo acesso universal à escola de todos os graus, que exige o fim do vestibular, respeitar as cotas étnicas: um direito à reparação e um modo pedagógico de obrigar os brancos ao aprendizado de coletivizar privilégios seculares. Reafirmo: a conclusão do segundo grau é a única condição legal e a exigência moralmente sustentável para acesso à universidade!

São necessárias ousadia e honestidade intelectual na revisão da história para exibir a multiplicidade do real. Isabel não é A Redentora, como consta na história oficial, tentando suplantar e usurpar a peleja dos escravos, a resistência ao massacre cultural e o processo da campanha abolicionista, com seus limites, erros e acertos. Há novos dados que selam sua simpatia pela luta abolicionista e evidenciam que ela assinou a Lei Áurea possível, "nas cordas", ainda inconclusa, e não uma falsa abolição. Mas a que foi possível oficializar, ainda que o simplorismo rasteiro diga que foi mero "respaldo de libertação jurídica". A "Carta da Princesa ao Visconde de Santa Victória" e o uso do símbolo e senha abolicionista, a "camélia do Leblon", em sua mesa de trabalho e em sua capela, além dos dois buquês de camélias que recebeu quando assinou a Lei Áurea, são signos de uma conjuntura de brechas, mas adversa. A lição: se faz política conforme as circunstâncias.

Exatos 90 dias separam a Lei Áurea do fim do Império e advento da República, tão insana para negros quanto o Brasil Colônia, que instaurou a escravidão, e o Império e suas leis que impediam o acesso dos escravos à escola (decreto complementar à Constituição de 1824) e à terra (Lei da Terra, de 1850, cuja posse, para negros, só era permitida via compra!). Em 1888, só 5% dos escravos eram cativos; 95% eram "forros" por seus próprios meios; a Lei Áurea, 16 anos após o último Censo do Império (1872), beneficiou 750 mil, do total de 1,5 milhão de escravos.

Se fosse apenas um seria válida, pois a libertação jurídica é a soleira da liberdade. Vale ressaltar que a insensatez do racismo republicano é tanta que nem sabemos quem, na República nascente, embolsou o dinheiro arrecadado pelo Império para comprar terras para os ex-escravos, do qual fala a carta da princesa: "do envio dos fundos de seo banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de maio".

Sobreviventes da escravidão negra têm regado com sangue, suor e lágrimas a luta contra o racismo nos 438 mil dias seguintes ao 13 de maio de 1888. Assim "fazemos a hora" de colocar racistas de todos os matizes e o Estado brasileiro, outra vez, "nas cordas". Exigimos justiça étnica para quem construiu um país no lombo, em contraposição ao discurso mentiroso da democracia racial dos praticantes da fé bandida que é o racismo.

Page 3: Projeto Abolição da Escravatura

Lei Áurea Lei nº 3.353, de 13 de Maio de 1888.

DECLARA EXTINTA A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

A PRINCESA IMPERIAL Regente em Nome de Sua Majestade o Imperador o Senhor D. Pedro II, Faz saber a todos os súditos do IMPÉRIO que a Assembléia Geral Decretou e Ela sancionou a Lei seguinte:

Art. 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.

Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.

Manda portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.

O Secretário de Estado dos Negócios d'Agricultura, Comércio e Obras Públicas e Interino dos Negócios Estrangeiros Bacharel Rodrigo Augusto da Silva do Conselho de Sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr.

Dado no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de Maio de 1888 - 67º da Independência e do Império.

Carta de Lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o Decreto da Assembléia Geral, que Houve por bem sancionar declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se declara.

Para Vossa Alteza Imperial ver.

11 de agosto de 1889 – Paço Isabel Corte midi

Page 4: Projeto Abolição da Escravatura

Caro Snr. Visconde de Santa Victória

Fui informada por papai que me collocou a par da intenção e do envio dos fundos de seo Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do anno passado, e o sigilo que o Snr. pidio ao prezidente do gabinete para não provocar maior reacção violenta dos escravocratas. Deus nos proteja si os escravocratas e os militares saibam deste nosso negócio pois seria o fim do actual governo e mesmo do Império e da caza de Bragança no Brazil. Nosso amigo Nabuco, além dos Snres. Rebouças, Patrocínio e Dantas, poderam dar auxílio a partir do dia 20 de Novembro quando as Camaras se reunirem para a posse da nova Legislatura. Com o apoio dos novos deputados e os amigos fiéis de papai no Senado será possível realizar as mudanças que sonho para o Brazil!

Com os fundos doados pelo Snr. teremos oportunidade de collocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas proprias trabalhando na agricultura e na pecuária e dellas tirando seos proprios proventos. Fiquei mais sentida ao saber por papai que esta doação significou mais de 2/3 da venda dos seos bens, o que demonstra o amor devotado do Snr. pelo Brazil. Deus proteja o Snr. e todo a sua família para sempre!

Foi comovente a queda do Banco Mauá em 1878 e a forma honrada e proba porém infeliz, que o Snr. e seo estimado sócio, o grande Visconde de Mauá aceitaram a derrocada, segundo papai tecida pelos ingleses de forma desonesta e corrupta. A queda do Snr. Mauá significou huma grande derrota para o nosso Brazil!

Mas não fiquemos mais no passado, pois o futuro nos será promissor, se os republicanos e escravocratas nos permitirem sonhar mais hum pouco. Pois as mudanças que tenho em mente como o senhor já sabe, vão além da liberação dos captivos. Quero agora dedicar-me a libertar as mulheres dos grilhões do captiveiro domestico, e isto será possível atravez do Sufrágio Feminino! Si a mulher pode reinar também pode votar!

Agradeço vossa ajuda de todo meo coração e que Deos o abençoe!

Mando minhas saudações a Madame la Vicomtesse de Santa Vitória e toda a família.

Muito d. coração ISABEL

(Fonte: Senado)

Page 5: Projeto Abolição da Escravatura

100 Anos de Liberdade - Realidade Ou Ilusão?

Pergunte ao criadorQuem pintou esta aquarelaLivre do açoite da senzalaPreso na miséria da favela

Será...Que já raiou a liberdadeOu se foi tudo ilusãoSerá...Que a lei Áurea tão sonhadaA tanto tempo imaginadaNão foi o fim da escravidãoHoje dentro da realidadeOnde está a liberdadeOnde está que ninguém viu

Moço...Não se esqueça que o negro também construiuAs riquezas do nosso Brasil

Pergunte ao criadorQuem pintou esta aquarelaLivre do açoite da senzalaPreso na miséria da favela

Sonhei....Que Zumbi dos Palmares voltouA tristeza do negro acabouFoi uma nova redenção

Senhor..Eis a luta do bem contra o malQue tanto sangue derramouContra o preconceito racial

O negro sambaNegro joga capoeiraEle é o rei na verde e rosa da Mangueira

100 Anos de Liberdade - Realidade Ou Ilusão?

Pergunte ao criadorQuem pintou esta aquarelaLivre do açoite da senzalaPreso na miséria da favela

Será...Que já raiou a liberdadeOu se foi tudo ilusãoSerá...Que a lei Áurea tão sonhadaA tanto tempo imaginadaNão foi o fim da escravidãoHoje dentro da realidadeOnde está a liberdadeOnde está que ninguém viu

Moço...Não se esqueça que o negro também construiuAs riquezas do nosso Brasil

Pergunte ao criadorQuem pintou esta aquarelaLivre do açoite da senzalaPreso na miséria da favela

Sonhei....Que Zumbi dos Palmares voltouA tristeza do negro acabouFoi uma nova redenção

Senhor..Eis a luta do bem contra o malQue tanto sangue derramouContra o preconceito racial

O negro sambaNegro joga capoeiraEle é o rei na verde e rosa da Mangueira

Page 6: Projeto Abolição da Escravatura

A mão da limpeza (Gilberto Gil)

O branco inventou que o negroQuando não suja na entradaVai sujar na saída, êImagina sóVai sujar na saída, êImagina sóQue mentira danada, ê

Na verdade a mão escravaPassava a vida limpandoO que o branco sujava, êImagina sóO que o branco sujava, êImagina sóO que o negro penava, ê

Mesmo depois de abolida a escravidãoNegra é a mão De quem faz a limpezaLavando a roupa encardida, esfregando o chãoNegra é a mãoÉ a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogãoNegra é a mão Nos preparando a mesaLimpando as manchas do mundo com água e sabãoNegra é a mão De imaculada nobreza

Na verdade a mão escravaPassava a vida limpandoO que o branco sujava, êImagina sóO que o branco sujava, êImagina sóEta branco sujão

A mão da limpeza (Gilberto Gil)

O branco inventou que o negroQuando não suja na entradaVai sujar na saída, êImagina sóVai sujar na saída, êImagina sóQue mentira danada, ê

Na verdade a mão escravaPassava a vida limpandoO que o branco sujava, êImagina sóO que o branco sujava, êImagina sóO que o negro penava, ê

Mesmo depois de abolida a escravidãoNegra é a mão De quem faz a limpezaLavando a roupa encardida, esfregando o chãoNegra é a mãoÉ a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogãoNegra é a mão Nos preparando a mesaLimpando as manchas do mundo com água e sabãoNegra é a mão De imaculada nobreza

Na verdade a mão escravaPassava a vida limpandoO que o branco sujava, êImagina sóO que o branco sujava, êImagina sóEta branco sujão

Page 7: Projeto Abolição da Escravatura

Kizomba, Festa da Raça (Martinho da Vila)

Valeu ZumbiO grito forte dos PalmaresQue correu terras céus e mares Influenciando a AboliçãoZumbi valeuHoje a Vila é Kizomba É batuque, canto e dança Jogo e MaracatuVem menininha pra dançar o CaxambuVem menininha pra dançar o CaxambuÔ ô nega mina Anastácia não se deixou escravizarÔ ô Clementina O pagode é o partido popularSarcedote ergue a taça Convocando toda a massaNesse evento que com graçaGente de todas as raças Numa mesma emoção Esta Kizomba é nossa constituiçãoEsta Kizomba é nossa constituiçãoQue magia Reza ageum e Orixá Tem a força da Cultura Tem a arte e a bravura E um bom jogo de cintura Faz valer seus ideais E a beleza pura dos seus rituais Vem a Lua de Luanda Para iluminar a rua Nossa sede é nossa sede De que o Apartheid se destruaVem a Lua de Luanda Para iluminar a rua Nossa sede é nossa sede De que o Apartheid se destruaValeuValeu Zumbi

Kizomba, Festa da Raça (Martinho da Vila)

Valeu ZumbiO grito forte dos PalmaresQue correu terras céus e mares Influenciando a AboliçãoZumbi valeuHoje a Vila é Kizomba É batuque, canto e dança Jogo e MaracatuVem menininha pra dançar o CaxambuVem menininha pra dançar o CaxambuÔ ô nega mina Anastácia não se deixou escravizarÔ ô Clementina O pagode é o partido popularSarcedote ergue a taça Convocando toda a massaNesse evento que com graçaGente de todas as raças Numa mesma emoção Esta Kizomba é nossa constituiçãoEsta Kizomba é nossa constituiçãoQue magia Reza ageum e Orixá Tem a força da Cultura Tem a arte e a bravura E um bom jogo de cintura Faz valer seus ideais E a beleza pura dos seus rituais Vem a Lua de Luanda Para iluminar a rua Nossa sede é nossa sede De que o Apartheid se destruaVem a Lua de Luanda Para iluminar a rua Nossa sede é nossa sede De que o Apartheid se destruaValeuValeu Zumbi