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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007
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PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL: OS CASOS DOS MUNICÍPIOS DE MÉRTOLA, OURIQUE E TAVIRA
André FERNANDES, João FIGUEIRA DE SOUSA [email protected], [email protected]
Instituto de Dinâmica do Espaço (IDE) Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa
Avenida de Berna, 26 C, 1069-061 Lisboa; Tel.: +351 217 942 044
RESUMO
O desafio da promoção de padrões de mobilidade sustentáveis, integrado num quadro
referencial mais vasto subjacente à consolidação do paradigma do desenvolvimento
sustentável, é indissociável de duas grandes problemáticas/componentes conexas, embora
com especificidades que exigem a adopção de abordagens e soluções distintas: a mobilidade
em áreas urbanas e em áreas rurais de baixa densidade. No primeiro caso, a prevalência de
padrões de mobilidade baseados na utilização do transporte individual em detrimento do
transporte público traduz-se na geração de externalidades negativas em vários domínios
(ambiental, social, económico), com reflexos na qualidade de vida da população. Por sua vez,
nas áreas rurais de baixa densidade, a inexistência de limiares de procura que assegurem a
viabilidade da oferta tradicional de transporte traduz-se numa oferta desajustada relativamente
às necessidades específicas das populações (geralmente idosa), colocando-se aqui o desafio
imediato da equidade social. Neste contexto, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
promoveu o “Projecto Mobilidade Sustentável”, o qual tem por objectivo a elaboração de
Planos de Mobilidade Sustentável para 40 municípios, os quais deverão adquirir uma
perspectiva ambiental coerente de deslocação, tendo em vista a diminuição dos respectivos
impactes no ambiente e o aumento da qualidade de vida dos cidadãos. Partindo destas
orientações, a comunicação debruça-se sobre as directrizes fundadas no diagnóstico
prospectivo elaborado pela Equipa do Instituto de Dinâmica do Espaço para os municípios de
Mértola, Ourique e Tavira, e sobre os conceitos de intervenção propostos, incidindo nos
conceitos multimodais de deslocação definidos e nas soluções a implementar
Palavras-chave: Mobilidade sustentável, conceito multimodal de deslocação, sistemas de transportes
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1. Introdução – O Projecto Mobilidade Sustentável
“O Projecto Mobilidade Sustentável tem por objectivo a elaboração/consolidação de Planos
de Mobilidade Sustentável para os Municípios seleccionados no âmbito do Projecto, visando
a melhoria contínua das condições de deslocação, a diminuição dos impactes no ambiente, e o
aumento da qualidade de vida dos cidadãos, indo ao encontro das grandes orientações
estratégicas comunitárias e nacionais neste âmbito, numa lógica de sustentabilidade” (Instituto
do Ambiente, 2006: 1).
Objecto de divulgação junto dos municípios portugueses, o Projecto foi antecedido por uma
fase de candidatura, que consistiu no preenchimento de uma Ficha de Candidatura na qual os
municípios procederam à identificação das cinco principais condicionantes à mobilidade no
seu território (procedendo à sua classificação de 1 – pouco importante – a 5 – muito
importante), assim como à identificação de iniciativas/actividades desenvolvidas ou a
desenvolver no âmbito da mobilidade sustentável. No conjunto de todas as candidaturas,
foram consideradas como condicionantes mais importantes:
− acessibilidade proporcionada à população com mobilidade reduzida;
− articulação entre as decisões urbanísticas e as suas consequências ao nível da
acessibilidade;
− acessibilidade da população aos locais de trabalho ou de ensino;
− funcionamento global do sistema de transportes colectivos;
− segurança nos transportes ou nos percursos a pé;
− congestionamentos de tráfego no(s) acesso(s) ao centro (ou no próprio centro); e,
− coordenação entre os vários modos de transporte colectivo e articulação com o
transporte individual. (Instituto do Ambiente, 2006: 2)
O Projecto envolve o apoio técnico e científico por parte de 18 Centros/Departamentos
Universitários (entre os quais o Instituto de Dinâmica do Espaço da Universidade Nova de
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Lisboa) aos 40 municípios seleccionados. A distribuição dos municípios pelos
Centros/Departamentos Universitários assentou nos seguintes critérios:
− proximidade geográfica dos Centros aos casos de estudo;
− capacidade de resposta dos mesmos, tendo em conta a sua experiência em anteriores
estudos de circulação, transportes e mobilidade;
− existência de colaborações anteriores entre os Centros e as Câmaras Municipais
envolvidas nos casos de estudo. (Instituto do Ambiente, 2006: 1)
Para além dos Planos de Mobilidade Sustentável, o Projecto “prevê ainda a elaboração de um
Manual de Boas Práticas para Mobilidade Sustentável, que integrará experiências nacionais e
internacionais de sucesso, incluindo as melhores propostas que vierem a ser formuladas no
âmbito do mesmo”, pretendendo-se “que seja um documento técnico e pragmático,
permitindo a todos os Municípios Portugueses uma actuação mais eficaz no âmbito da
mobilidade sustentável” (Instituto do Ambiente, 2006: 1).
Quanto ao faseamento dos trabalhos, a elaboração dos Planos de Mobilidade Sustentável
decorre em 3 fases, às quais correspondem relatórios de projecto: Relatório de Diagnóstico
(diagnóstico e identificação das áreas prioritárias de intervenção); Relatório de Objectivos e
Conceito de Intervenção (definição dos objectivos e do conceito de intervenção); Relatório de
Propostas (desenvolvimento e pormenorização das intervenções). A Figura 1 apresenta o
faseamento do Projecto, articulando com a metodologia de trabalho adoptada pela Equipa do
Instituto de Dinâmica do Espaço.
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Figura 1. Articulação do faseamento do Projecto com a metodologia adoptada
O Relatório de Diagnóstico incide na caracterização da situação de referência para cada
município, culminando num diagnóstico síntese, no qual se evidenciam os pontos fortes e
fracos, as oportunidades e ameaças inerentes ao sistema concelhio. O diagnóstico constitui o
ponto de partida para a definição, nas fases ulteriores, de orientações estratégicas, propostas e
acções que visem a optimização das diferentes componentes do sistema de mobilidade e
transportes.
Por sua vez, no Relatório de Objectivos e Conceito de Intervenção serão explicitados os
objectivos específicos a concretizar com a implementação dos Planos de Mobilidade
Sustentável, abordando-se questões como: as acessibilidades, o estacionamento ou o espaço
público e as suas funções. Será ainda definido e caracterizado um conceito multimodal de
deslocações, tendo em vista a utilização sustentável dos vários modos de transporte. Neste
ponto serão também identificados e sumariamente caracterizadas as acções prioritárias
definidas no âmbito do Plano (o que inclui a sua calendarização, os recursos a afectar e as
entidades a envolver).
Situ
ação
de
Par
tida
DiagnósticoSWOT Sistema de Transportes
Elementos Pré-Determinados
Incertezas Cruciais
Futuros Possíveis – Cenários Futuro
DesejávelOrientações Estratégicas
Acções a empreender
Evolução do Sistema
1.ª Fase
2.ª Fase
3.ª Fase
Faseamento Projecto “Mobilidade Sustentável”
Elaboração do Diagnóstico
SWOT Sistema Concelhio
Realização do Exercício de ProspectivaDefinição da Estratégica
Situação de Referência
VisãoMon
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Finalmente, o Relatório de Propostas incide no desenvolvimento de estudos de pormenor e de
estudos prévios relativos às áreas de intervenção consideradas prioritárias em sede de
diagnóstico. Estes estudos deverão debruçar-se sobre questões como a resolução dos pontos
de conflito, a gestão do estacionamento, a oferta de serviços de transportes colectivos ou
sobre as condições de circulação em modos suaves.
2. Os Municípios em estudo
De acordo com os critérios supracitados de distribuição dos municípios seleccionados pelos
Centros/Departamentos Universitários, foram atribuídos ao Instituto de Dinâmica do Espaço
os municípios de Mértola, Ourique e Tavira. Tratam-se de municípios com dinâmicas socio-
económicas e territoriais distintas, ainda que nos dois primeiros casos o forte traço de
ruralidade e a proximidade fisíco-geográfica traduzam-se nalguma similitude de dinâmicas e
processos.
Os diagnósticos elaborados contexto do Projecto Mobilidade Sustentável estruturaram-se nos
seguintes grandes domínios analíticos: dinâmica e estrutura demográfica; emprego e
actividades económicas; rede urbana e sistema de povoamento; caracterização da procura de
transporte; caracterização da oferta de transporte. Os trabalhos desenvolvidos nesta fase do
Projecto decorreram em estreita colaboração com as Câmaras Municipais.
Apresenta-se, seguidamente, uma síntese orientada dos diagnósticos elaborados para cada um
dos municípios.
2.1. O Município de Mértola
A delimitação dos perímetros de estudo objecto das propostas de intervenção a delinear no
âmbito do Plano teve por base o trabalho exploratório realizado no concelho de Mértola e as
reuniões de trabalho com os interlocutores da autarquia. Partindo deste trabalho, foi possível
tipificar as principais condicionantes à mobilidade no concelho, concluindo-se pela
necessidade de adopção de uma abordagem que contemplasse várias escalas espaciais.
Definiram-se três escalas de trabalho (dois perímetros no núcleo urbano de Mértola – Figura 2
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– e um perímetro alargado), que terão enfoques diferenciados ao nível do diagnóstico, do
conceito de intervenção e das propostas de intervenção:
− Casco Histórico ou “Vila Velha”;
− “Vila Nova”
− Perímetro alargado correspondente ao concelho de Mértola.
Figura 2. Perímetros de estudo na Vila de Mértola
7°40'W
7°39'40"W
7°39'20"W
37°38'40"N37°38'20"N
0 100m
( iNorte
"Vila Nova"
"Vila Velha"/Casco Histórico
A estrutura do povoamento no concelho de Mértola é caracterizada pela concentração da
população em aglomerados de pequena dimensão dispersos pelo território concelhio, sendo o
aglomerado sede de concelho o único a apresentar um efectivo populacional superior a 1.000
habitantes. Conjugada com o envelhecimento da população residente e com o facto de se
tratar de uma área de baixa densidade, esta estrutura de povoamento traduz-se em padrões de
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mobilidade pouco consentâneos com a oferta de serviços de transporte público baseada em
serviços regulares, não existindo uma massa crítica que justifique uma oferta que assegure
níveis de serviço adequados. De facto, a oferta de serviços de transporte público rodoviário é
caracterizada por um número reduzido de carreiras, com frequência, cadência e amplitude
baixas. Tal consideração é tanto mais relevante quanto os principais equipamentos e funções
públicas e privadas se concentram na Vila de Mértola, o que induz a necessidade de
deslocação a este centro para aceder aos serviços aí prestados.
Figura 3. Tempo de deslocação relativamente à sede de concelho (transporte colectivo de passageiros)
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Mértola
Fialho
São Migueldo Pinheiro
São Sebastiãodos Carros
BritesGomes
Namorados
Boisões
Góis
AlcariaLonga
São Pedrode Solis
Corredoura
Corte Gafode Baixo
MosteiroAmendoeirada Serra
MontesAlves
Fernandes
CorteSines
CorvosQuintã
Santanade Cambas
Moreanes
Corte doPinto
Mina de SãoDomingos
Romeiras
Monte daLégua
Ledo
Tacões
CortePequena
JoãoSerra
Penilhos
São João dosCaldeireiros
Corte daVelha
Algodor
Vale Açorde Cima
Amendoeirado Campo
AlcariaRuiva
Moinhosde Ventode Cima
Álamo
Santana de Cima RoncãoPenedos
DiogoMartins
São Bartolomeude Via Glória
Quintã
MonteCorcha
7°30'W7°40'W7°50'W
37°50'N
37°40'N
37°30'N
0 5km
(iNorte
Beja
Mértola - Monte Fialho
Mértola - Beja
Mértola - Corte Pequena
Mértola - Corte Pinto
Mértola - Montes Alves
Mértola - Mosteiro
Mértola - S. Pedro de Sólis
Tempo (min.)
< 20
20 - 40
40 - 50
50 - 60
> 60
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No que se refere à rede de transporte escolar, esta articula carreiras públicas e serviços
prestados pela autarquia, apresentando um elevado custo de operação e uma assinalável
complexidade no seu funcionamento. Neste sentido, refira-se que no ano lectivo 2007/2008
existiam 15 circuitos, dos quais 7 eram assegurados por carreiras públicas e 8 por veículos da
autarquia. Relativamente aos tempos de percurso residência-escola, a análise do percurso
realizado por cada aluno que recorre ao transporte escolar permitiu identificar alguns casos
em que, devido à elevada duração, os mesmos deverão ser equacionados.
Centrando a análise no núcleo urbano de Mértola, importa salientar a existência de algumas
condicionantes à mobilidade no Casco Histórico, decorrentes do facto de os arruamentos
apresentarem um traçado irregular, “quase labiríntico”, com um topografia declivosa,
pavimento irregular e vias estreitas.
Não se verificando problemas relevantes de congestionamento de vias/percursos, assinala-se a
ocorrência de alguns constrangimentos no Eixo Comercial em função da realização de
operações de cargas e descargas na via. Tal deve-se ao impedimento de estacionamento nas
áreas reservadas a este tipo de operações, motivado pela sua ocupação por veículos
particulares. Tratando-se de um condicionamento à normal fluidez do tráfego numa das
principais artérias da Vila de Mértola, o mesmo deverá ser entendido e interpretado no
contexto do volume de tráfego existente neste aglomerado.
Foram ainda avaliados os problemas associados às pessoas com mobilidade reduzida,
atentando-se na acessibilidade aos edifícios públicos e na via pública.
O Quadro 1 apresenta a Matriz SWOT preliminar do sistema de transportes no concelho de
Mértola.
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Quadro 1. Matriz SWOT preliminar do Sistema de Transportes no Concelho de Mértola
Pontos Fortes Pontos Fracos
Elevado índice de densidade da rede rodoviária e de permeabilidade da rede rodoviária municipal
Oferta de estacionamento com localização periférica relativamente ao núcleo urbano
Oferta de estacionamento para pessoas portadoras de deficiência motora e para utentes de farmácia
Delimitação de zonas de estacionamento para operações de cargas e descargas
Rede de transportes escolares com serviços assegurados directa e indirectamente pela autarquia
Reduzida distância-tempo (inferior a 15 minutos) da maioria dos aglomerados populacionais relativamente à sede concelho considerando a rede rodoviária
Maior permeabilidade da rede rodoviária no sector maior densidade de aglomerados populacionais
Existência de condicionantes à mobilidade no espaço público, nomeadamente nos principais percursos pedonais
Condicionantes ao nível da rede rodoviária no que se refere ao traçado, ligações entre aglomerados populacionais e à rede rodoviária nacional
Sinistralidade elevada no IC27/EN122
Elevado índice de gravidade de acidentes no contexto regional (2006) e sinistralidade rodoviária elevada no IC27/EN122
Baixo nível de serviço dos transportes públicos rodoviários
Elevado custo e complexidade do transporte escolar
Duração elevada de alguns circuitos de transporte escolar
Escassez de sinalização rodoviária e turística
Estacionamento desordenado no Casco Histórico e irregular nas zonas de estacionamento para veículos de transporte colectivo de passageiros e para operações de cargas e descargas
Irregularidade do pavimento e topografia declivosa condicionam a circulação pedonal no Casco Histórico
Inexistência de pistas cicláveis
Oportunidades Ameaças
Melhoria das ligações rodoviárias e estabelecimento de ligações com Espanha
Reabertura da carreira fluvial de transporte regular de passageiros Mértola-Vila Real de Santo António e com Espanha em Pomarão e Corte do Pinto
Reestruturação da oferta de transporte colectivo de passageiros e criação de carreiras turísticas de fim-de-semana
Criação de novos parques de estacionamento dissuasores nas imediações do Casco Histórico e “Vila Nova”
Implementação do Projecto de Requalificação do Eixo Comercial
Alteração ao traçado do IC27
Intervenções no Casco Histórico que conduzam ao aumento da sua atractividade
Manutenção ou agravamento do índice de sinistralidade caso os pontos negros não sejam corrigidos
Ausência de financiamentos que possibilitem a realização das intervenções para restabelecer a navegabilidade do Rio Guadiana até Mértola
Falta de disponibilidade do operador de transportes públicos rodoviários em melhorar os níveis de serviço
Perda de atractividade do Casco Histórico caso não sejam resolvidos os problemas de mobilidade existentes
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2.2. O Município de Ourique
No caso do município de Ourique, definiram-se duas escalas de trabalho: um perímetro
correspondente ao núcleo urbano de Ourique e um perímetro alargado correspondente à área
do concelho.
A estrutura do povoamento no concelho de Ourique é caracterizada pela concentração da
população em aglomerados de pequena dimensão e pela dispersão em “montes” isolados no
sector Sul do território concelhio, sendo que apenas a sede de concelho concentra um efectivo
populacional superior a 1.000 habitantes. A concentração da população em pequenos
aglomerados e a sua dispersão por “montes” isoladas são confirmadas pelo de facto de 66,7%
dos lugares existentes no concelho terem menos de 100 habitantes e da população isolada
representar 25,6% da população residente.
Esta estrutura de povoamento traduz-se numa dispersão da procura de serviços de transporte,
sendo os padrões de deslocação da população e a dimensão da procura incapazes de
estabelecer um limiar compatível com a oferta de transportes regulares que assegurem o
fornecimento de carreiras com bons níveis de serviço, de forma financeiramente sustentável.
O transporte escolar é assegurado pelo operador de transporte rodoviário, pela Câmara
Municipal e por algumas Juntas de Freguesia. A dispersão da população escolar pelo território
concelhio, conjugada com o sucessivo encerramento de estabelecimentos de ensino,
traduzem-se numa rede de transporte escolar complexa suportada por vários circuitos e voltas,
com avultados custos financeiros para a autarquia e, nos casos de maior duração do percurso
casa-escola, passível de afectação do desempenho escolar dos alunos. Note-se que devido ao
elevado número de percursos (circuitos e voltas) que é necessário garantir diariamente, as
aulas têm o início retardado no período da manhã.
Para além da “oferta tradicional” de serviços de transporte, têm vindo a ser implementadas
soluções de transporte social no concelho de Ourique, que visam responder às necessidades
específicas de mobilidade da população residente nesta área de baixa densidade. Estas
soluções passam pela oferta do serviço de transporte em veículos disponibilizados pelas
Juntas de Freguesia para deslocações com motivações específicas, mediante solicitação prévia
do serviço:
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− Junta de Freguesia de Ourique – assegura o transporte de doentes para Beja e
Lisboa, estando a equacionar a oferta de transporte de idosos entre os vários
aglomerados populacionais da freguesia e a Vila de Ourique para que estes possam
receber mensalmente a pensão de reforma em segurança;
− Junta de Freguesia de Santana da Serra – assegura o transporte escolar,
disponibilizando ainda o serviço de transporte aos residentes na freguesia quando o
mesmo é solicitado;
− Junta de Freguesia de Santa Luzia – assegura o transporte de idosos mediante
solicitação prévia do serviço de transporte;
− Junta de Freguesia de Conceição – assegura o transporte escolar; garante
mensalmente o transporte da população residente na freguesia até à Vila de Ourique
para realização de compras; assegura a compra de medicamentos através de um
funcionário da Junta de Freguesia;
− Junta de Freguesia de Panóias – assegura o transporte para consultas, fisioterapia e
tratamentos em ambulância própria, estando isentos de pagamento os utentes que
apresentarem requisição médica; disponibiliza serviço de transporte, mediante
solicitação prévia, como resposta a necessidades de deslocação nos domínios da
cultura, desporto, educação e social (e.g. serviço de transporte solicitado por idosos);
Quanto a constrangimentos à circulação automóvel, verifica-se que a rede viária do concelho
de Ourique regista fluxos de tráfego pouco significativos, que se traduzem na inexistência de
problemas de congestionamento de tráfego, sendo este diagnóstico indissociável do fraco
dinamismo socio-económico que o concelho apresenta. Acresce que a conclusão da A2
acabou por retirar do IC1 uma parte do tráfego de atravessamento Norte/Sul, reduzindo a
intensidade de tráfego nesta via. À semelhança do quadro traçado a nível concelhio, também à
escala da Vila de Ourique não se verificam problemas de congestionamento de vias/percursos.
Em função da importância das deslocações pedonais, foi possível identificar um conjunto de
percursos pedonais principais no concelho de Ourique, os quais estabelecem ligações entre
pólos geradores e pólos atractores à escala intra-urbana e inter-urbana. Em ambas as
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tipologias de percursos identificaram-se vários tipos de problemas condicionadores da
segurança e comodidade, nomeadamente: reduzida segregação entre o sistema viário e
pedonal; largura de passeios inviabilizadora da circulação pedonal; inexistência de infra-
estrutura pedonal.
Figura 4. Principais percursos pedonais na Vila de Ourique ! !
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! ! Cemitério
Piscina
Sup.
Comercial
Ed.Multiusos
Biblioteca
Heliporto
Lar deIdosos
Centrode SaúdeTribunal
Jardim deInfância
Correios
Repartição
Finanças
EdifícioMunicipal
8°14'W 8°14'W
8°13'50"W 8°13'50"W
8°13'40"W 8°13'40"W
37°39'10"N37°39'N
0 50m
( i Norte
Percurso Pedonal:Município - Centro da Vila - Superfície Comercial
Percurso Pedonal:C. Saúde – Lar de Idosos – Piscina – Centro da Vila
Percurso Pedonal:R. Finanças – Correio – J. Infância – Centro da Vila
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No âmbito do diagnóstico do Projecto foi ainda apresentado um levantamento de barreiras
arquitectónicas condicionadoras da mobilidade no espaço público, assim como do acesso a
estabelecimentos e equipamentos de utilização pública (previamente elaborado pela
autarquia).
Apresenta-se, no Quadro seguinte, a Matriz SWOT preliminar do sistema de transportes no
concelho de Ourique.
Quadro 2. Matriz SWOT preliminar do Sistema de Transportes no Concelho de Ourique
Pontos Fortes Pontos Fracos
Cobertura do território concelhio pela rede rodoviária fundamental e complementar
Existência de serviço ferroviário Intercidades (Linha do Sul) e Regional (Linha do Sul e Alentejo)
Inexistência de problemas de congestionamento de tráfego
Elevado nível de serviços dos transportes públicos rodoviários que asseguram as ligações intra e inter-regionais
Rede de transportes escolares com serviços assegurados directa e indirectamente pela autarquia
Serviço de transporte social disponibilizado pela Câmara Municipal e Juntas de Freguesia
Reduzida distância-tempo (inferior a 20 minutos) de grande parte do território concelhio relativamente à sede de concelho
Existência de condicionantes no acesso a edifícios públicos e à mobilidade no espaço público
Inexistência de infra-estruturas pedonais nos principais percursos pedonais inter-urbanos
Reduzido índice de permeabilidade da rede rodoviária
Condicionantes ao nível da rede rodoviária no que se refere ao traçado e ligações entre aglomerados populacionais de menor dimensão
Elevado índice de gravidade de acidentes no contexto regional (2005) e sinistralidade rodoviária elevada no IC1
Baixo nível de serviço dos transportes públicos rodoviários à escala intra-concelhia
Elevado custo e complexidade do transporte escolar
Duração elevada de alguns circuitos de transporte escolar, interferindo com as actividades escolares
Escassez de sinalização rodoviária e turística
Inexistência de pistas cicláveis
Oportunidades Ameaças
Criação de novos parques de estacionamento na Vila de Ourique resolvendo carências localizadas
Implementação do Projecto de Sinalização Turística
Manutenção ou agravamento do índice de sinistralidade caso os pontos negros não sejam corrigidos
Falta da disponibilidade do operador de transportes públicos rodoviários em melhorar os níveis de serviço
Inexistência de diálogo entre a Câmara Municipal e o operador de transportes públicos rodoviários
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2.3. O Município de Tavira
A delimitação dos perímetros de estudo no concelho de Tavira resultou na definição de duas
escalas de trabalho: um perímetro urbano (Cidade de Tavira – Figura 5) e um perímetro
alargado (correspondente ao concelho de Tavira).
Figura 5. Perímetro de estudo na Cidade de Tavira
7°38'W
7°38'W
7°39'W
7°39'W
7°40'W
7°40'W
37°8'N 37°8'N
37°7'N 37°7'N
0 200m(i
Norte
O município de Tavira apresenta uma realidade díspar da diagnosticada para os municípios de
Mértola e Ourique, essencialmente decorrente da sua condição urbana e da sazonalidade da
actividade turística no período estival.
A focalização da análise no aglomerado urbano de Tavira, permite aferir da existência de três
áreas distintas em função das suas características e período desenvolvimento: áreas urbanas
consolidadas, áreas recentemente urbanizadas e áreas com processos de urbanização em curso
(Figura 6).
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Figura 6. Núcleo urbano consolidado e áreas de expansão urbana na Cidade de Tavira
7°38'W
7°38'W
7°39'W
7°39'W
7°40'W
7°40'W
37°8'N 37°8'N
37°7'N 37°7'N
0 200m(i
Norte
Expansão Urbana a Decorrer
Expansao Urbana Recente
Núcleo Urbano Consolidado
As áreas de expansão urbana recente e as principais áreas com novas frentes de urbanização
localizam-se, sobretudo, a Norte da ER125, embora verifique-se também a existência de
novas urbanizações na envolvente ao núcleo urbano consolidado. Constituindo os principais
pólos geradores de deslocações, verifica-se que a oferta de transportes públicos é inadequado,
facto que se reflecte em padrões de mobilidade fortemente dependentes do transporte
individual.
Na Cidade de Tavira, e nos acessos a este aglomerado urbano, identificaram-se alguns
constrangimentos de tráfego, os quais prendem-se com a existência de várias
“zonas”/”pontos” de conflito (e.g. entroncamentos, cruzamentos, dimensionamento de
rotundas, passagens de nível). Importa ainda assinalar os problemas de congestionamento e de
estacionamento relacionados com o acesso às praias durante o período estival.
A estes problemas de mobilidade urbana acrescem, no sector Norte do concelho,
condicionalismos à mobilidade da população tipologicamente associáveis a áreas rurais de
baixa densidade. Neste sentido, é notória a concentração da população em aglomerados de
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pequena dimensão (com dimensão inferior a 100 habitantes) dispersos pelo território. A
análise anteriormente esboçada para os restantes municípios em apreço é aplicável a esta área,
na medida em que o tipo de povoamento e a dimensão da procura é condicionante da oferta de
um serviço de transporte regular com níveis elevados permeabilidade, frequência, cadência e
conforto, facto que coloca o desafio de desenvolvimento de serviços de transporte capazes de
responder às necessidades específicas destas populações. A cobertura da rede de transportes
colectivos rodoviários disponibilizada pelo operador de transportes públicos corrobora este
entendimento (Figura 7)
Figura 7. Tempo de deslocação relativamente à sede de concelho (transporte colectivo de passageiros)
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Tavira
Cabanas
Brejos(Cruzamento)
AmaroGonçalves
Luz deTavira
Esteiramantens
SantoEstevão
Picota
Senhorada Saúde(Cruztº)
Vale daMurta
Portelada CorchaAlcaria
do Cume
PeralvaMercador
Cachopo
São Brás deAlportel
Santa Catarinada FonteDo Bispo
QuatroÁguas
Altura
Alfandanga
MonteGordo
CacelaVelha
Conceição
SantaLuzia
PedrasD'el Rei
7°30'W7°40'W7°50'W
37°20'N
37°10'N
(iNorte
Cabanas - Tavira
Brejos - Tavira
Pedras D'el Rei - Tavira
Tavira - Quatro Águas
Tavira - S. Brás de Alportel
Cachopo - Tavira
Esteiramantens - Tavira
Faro - Vila Real de Sto. António0 5
km
Faro
Vila Real deSto. António
Tempo (min.)
< 10
10 - 20
20 - 40
40 - 60
> 60
VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007
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A rede de transporte escolar, as dificuldades inerente à complexidade e custo de operação
enfocados para os municípios de Mértola e Ourique, aplicam-se igualmente no município de
Tavira.
Relativamente aos principais percursos pedonais, a principal zona pedonal consolidada
corresponde à área central da Cidade de Tavira, tendo a melhoria da circulação pedonal nesta
área resultado das intervenções integradas no âmbito do “Plano de Mobilidade e
Acessibilidade”, para o qual foram definidos como objectivos:
− Cumprimento do Decreto-lei n.º 163/2006, devidamente aplicado à área de estudo;
− Criar uma acessibilidade contínua no espaço público na área de intervenção;
− Definição de soluções adoptadas à situação concreta;
− Implementação de soluções tipo;
− Qualificar o ambiente urbano. (Câmara Municipal de Tavira, 2006)
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Quadro 3. Matriz SWOT preliminar do Sistema de Transportes no Concelho de Tavira
Pontos Fortes Pontos Fracos
Elevado índice de densidade da rede rodoviária e de permeabilidade da rede rodoviária municipal
Melhoria da mobilidade pedonal no Centro Histórico
Existência de um serviço de transporte urbano colectivo de passageiros na Cidade de Tavira
Oferta diversificada de serviços de transporte fluvial de ligação às praias
Rede de transportes escolares com serviços assegurados directa e indirectamente pela autarquia
Oferta de estacionamento para pessoas portadoras de deficiência motora
Oferta de estacionamento com localização periférica relativamente ao centro da Cidade de Tavira
Estacionamento tarifado no centro da Cidade de Tavira, permitindo a rotatividade da utilização dos lugares de estacionamento
Reduzido tempo de percurso (inferior a 20 minutos) da maioria dos aglomerados populacionais relativamente à sede de concelho
Maior permeabilidade da rede rodoviária no sector com maior densidade de aglomerados populacionais
Existência de algumas barreiras/condicionantes à circulação pedonal no espaço público
Existência de vários “pontos”/”zonas” de conflito na Cidade e no acesso à Cidade de Tavira
Problemas de estacionamento e congestionamento no acesso às praias do concelho
Desorganização dos movimentos de cargas e descargas, não obstante a delimitação de zonas de estacionamento para o efeito
Elevado índice de gravidade de acidentes no contexto regional (2005) e sinistralidade elevada na ER125
Baixo nível de serviço dos transportes públicos rodoviários nas ligações ao interior do concelho
Tempo de percurso elevado de alguns circuitos de transporte escolar
Elevado custo e complexidade organizativa do transporte escolar
Dispersão espacial dos equipamentos de acesso ao sistema de transportes públicos
Desactualização da sinalização direccional e existência de erros na sinalização rodoviária
Oportunidades Ameaças
Intervenções previstas no âmbito do Plano de Mobilidade e Acessibilidade para o centro da Cidade de Tavira
Intervenções urbanísticas na marginal de Cabanas e Santa Luzia
Criação de parques de estacionamento dissuasores na Cidade de Tavira
Projecto de ordenamento do estacionamento em Quatro Águas
Implementação dos projectos previstos para a rede rodoviária
Reestruturação da oferta de transporte colectivo de passageiros e criação de carreiras turísticas de fim-de-semana
Manutenção ou agravamento do índice de sinistralidade caso os pontos negros não sejam corrigidos
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3. Os Conceitos de Intervenção
Partindo dos diagnósticos dos sistemas concelhios e das tipologias de condicionantes à
mobilidade em cada um dos municípios estudados, foram definidos conceitos de intervenção,
concretizados nas estratégias delineadas (as quais encontram-se ainda em fase de discussão
com interlocutores e stakeholders), designadamente na explicação do objectivo geral do
Plano, objectivos específicos e objectivos operacionais.
Com efeito, para o município de Mértola definiram-se os seguintes objectivos específicos e
operacionais:
− Promover um sistema de transportes eficiente vocacionado para responder às
necessidades da procura e adaptado às suas especificidades, estruturado de forma a
assegurar uma ampla cobertura territorial com níveis de serviço adequados
− Rede de transportes públicos planeada, oferecendo serviços mais
flexíveis para responder eficientemente às especificidades e aos padrões
de mobilidade da procura
− Rede de transportes escolares financeiramente sustentável, garantindo
níveis de conforto adequados às especificidades da população servida
− Rede de caminhos rurais públicos e de caminhos vicinais recuperada,
respondendo às necessidades de deslocação das populações rurais e
potenciando a sua utilização para lazer
− Desenvolver uma política de planeamento e de gestão da mobilidade urbana
orientada para a resolução dos problemas de acessibilidade e circulação na Vila de
Mértola
− Oferta de estacionamento em parques dissuasores aumentada, reduzindo
a circulação automóvel no Casco Histórico e promovendo a circulação
pedonal
− Acessibilidade no espaço público para cidadãos com mobilidade reduzida
melhorada através da remoção de barreiras arquitectónicas
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− Circulação automóvel na Vila de Mértola reordenada, enquadrando-se
numa intervenção mais ampla de requalificação do espaço público e
revitalização do núcleo urbano
− Ligação pedonal entre as duas margens do rio Guadiana restabelecida
através de uma travessia vocacionada para o modo pedonal
− Acesso à frente ribeirinha requalificado
− Melhorar as condições de mobilidade no Casco Histórico da Vila de Mértola
− Circulação automóvel e estacionamento no Casco Histórico reordenadas
− Condições de segurança e de conforto da circulação pedonal melhoradas
através da intervenção ao nível da pavimentação
Para o concelho de Ourique a estratégia delineada funda-se nos seguintes objectivos
específicos e operacionais:
− Assegurar a satisfação necessidades de mobilidade dos diferentes segmentos da
procura através de uma rede de transportes públicos que articule eficazmente
operadores privados, serviços disponibilizados pela autarquia e por instituições
sociais
− Rede de transportes planeada, oferecendo serviços mais flexíveis e
articulando com eficácia os serviços disponibilizados por operador e
outras entidades para responder eficientemente às especificidades dos
diferentes segmentos da procura e aos padrões de mobilidade da procura
− Rede de transportes escolares reorganizada, com custos de operação mais
reduzidos, garantindo níveis de conforto adequados às especificidades da
população servida
− Promover o ordenamento da circulação automóvel na Vila de Ourique e
compatibilizar a sinalização rodoviária municipal com as normas vigentes
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− Circulação automóvel adaptada às características da malha urbana no
núcleo consolidado da Vila Ourique, com a alteração, suspensão ou
condicionamento do trânsito
− Sinalização rodoviária actualizada
− Melhorar os níveis de conforto e de segurança nas deslocações pedonais intra e
inter-urbanas
− Mobilidade pedonal melhorada na Vila de Ourique através do
redimensionamento de infra-estruturas pedonais
− Acessibilidade no espaço público para cidadãos com mobilidade reduzida
melhorada através da eliminação de barreiras arquitectónicas
− Condições de segurança e de conforto da circulação nos principais
percursos pedonais melhorada através da recuperação ou construção de
infra-estruturas pedonais
Finalmente, no caso do município de Tavira, a estratégia definida articula-se nos seguintes
objectivos específicos e operacionais:
− Promover uma oferta de transporte público adaptada à dinâmica da procura e
estruturada de forma a assegurar uma cobertura territorial diferenciada, de acordo
com os diferentes padrões de mobilidade concelhios
− Rede de transportes públicos urbanos com circuitos alargados, cobrindo
as áreas de expansão urbana da Cidade de Tavira
− Rede de transportes escolares reorganizada, com custos de operação mais
reduzidos, garantindo níveis de conforto adequados às especificidades da
população servida
− Articulação modal melhorada através da promoção de um novo interface,
possibilitando uma coordenação mais eficiente da oferta transportes e um
aumento dos níveis de conforto dos utentes
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− Desenvolvidas soluções atractivas de serviços de transporte público no
acesso às praias, promovendo a transferência modal a partir do transporte
individual
− Eficiência do sistema de transporte de deficientes incrementada
− Assegurar uma mobilidade rodoviária ambientalmente mais sustentável, mais segura
e mais compatível com a melhoria da qualidade de vida
− Constrangimentos à fluidez do tráfego reduzidos através da construção de
novas variantes urbanas
− Principais pontos de conflito de tráfego eliminados, reduzindo os
constrangimentos de tráfego e os níveis de sinistralidade
− Condições de segurança de peões e veículos na travessia de passagens de
nível ferroviárias melhorada
− Oferta de estacionamento na Cidade de Tavira e junto às praias
requalificada e ordenada
− Criar condições para aumentar a atractividade dos modos suaves nas deslocações
urbanas
− Mobilidade pedonal melhorada através do alargamento do perímetro
pedonalizado e do redimensionamento de infra-estruturas pedonais
− Mobilidade ciclável aumentada com a criação de novos percursos
cicláveis às escalas intra e inter-urbana
− Articular o planeamento do território com o planeamento dos transportes
− Quadro de directrizes para enquadramento da política municipal nas
áreas do planeamento do território, do planeamento dos transportes e da
gestão da mobilidade aprovado e em eficácia
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Referências Bibliográficas
Câmara Municipal de Tavira (2006), “Tavira, Cidade Histórica. Mobilidade e
Acessibilidade”, Apresentação in 2.º Encontro da Rede Nacional de Cidades e Vilas
com Mobilidade para Todos, 25 p.
Instituto do Ambiente (2006), “Projecto Mobilidade Sustentável”, Documento de Trabalho,
Instituto do Ambiente, Alfragide, 12 p.
FIGUEIRA DE SOUSA, João (Coord.) (2007), “Projecto Mobilidade Sustentável – Relatório
de Diagnóstico: Município de Mértola”, Instituto de Dinâmica do Espaço, Agência
Portuguesa do Ambiente, Câmara Municipal de Mértola, Lisboa, 175 p.
FIGUEIRA DE SOUSA, João (Coord.) (2007), “Projecto Mobilidade Sustentável – Relatório
de Diagnóstico: Município de Ourique”, Instituto de Dinâmica do Espaço, Agência
Portuguesa do Ambiente, Câmara Municipal de Ourique, Lisboa, 178 p.
FIGUEIRA DE SOUSA, João (Coord.) (2007), “Projecto Mobilidade Sustentável – Relatório
de Diagnóstico: Município de Tavira”, Instituto de Dinâmica do Espaço, Agência
Portuguesa do Ambiente, Câmara Municipal de Tavira, Lisboa, 214 p.