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Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015 Boletim Pinguins no Brasil n°1, abril de 2011 PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGUIM-DE-MAGALHÃES (Spheniscus magellanicus) Foto: Acervo CEMAVE O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma espécie de ave marinha classificada como Quase Ameaçada (IUCN, 2010). Se reproduz em colônias numerosas distribuídas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, realizando anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil. Com o propósito de evitar o agravamento da situação de ameaça do pinguim-de-Magalhães, iniciou-se em 2010 a elaboração conjunta de um Programa Nacional de Monitoramento da espécie, buscando sua construção e implementação coletiva. Este processo envolveu atores da sociedade e do governo brasileiros. O intuito deste Programa é ampliar o conhecimento sobre o pinguim-de- Magalhães no Brasil e otimizar os esforços de pesquisa, reabilitação e monitoramento, possibilitando a contribuição e integração de iniciativas em prol da conservação. Tratando-se de uma espécie migratória, estas iniciativas devem ser consideradas em conjunto com outros países da América do Sul, que detém as colônias reprodutivas. O Programa Nacional de Monitoramento consiste em uma importante união de esforços e ao compilar as informações disponíveis sobre a biologia da espécie, identifica os principais fatores de ameaça e propõe uma série de medidas para implementação em duas áreas temáticas principais (pesquisa e reabilitação/soltura), identificando atores potenciais e seguindo uma escala de prazos e prioridades, cujo principal objetivo é contribuir para a conservação da espécie em longo prazo. Este boletim é uma meta deste programa que visa a publicação de artigos com temas de livre escolha, informações, curiosidades, eventos e cursos sobre pingüins e assuntos que possam contribuir para a conservação da espécie. O grupo Pinguimbr [email protected] Maiores informações: http://www4.icmbio.gov.br/cemave/ Instituições participantes nesta edição: Nesta edição: Programa Nacional de Monitoramento do pinguim-de- Magalhães.................................... 1 Um pouco de história sobre os pinguins-de-Magalhães...............2 Sociedade Internacional em busca da conservação dos pingüins........................................3 O sistema Nacional de Anilhamento (CEMAVE) e os pinguins-de-Magalhães...............5 Por que morrem tantos pinguins- de-Magalhães na costa do Brasil?...........................................6 Curiosidades............................... 7 Colaboradores do Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015.................................... 8 Editorial.......................................8 Número 01 - 28 de abril de 2011 Boletim PINGUINS NO BRASIL

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  • Projeto Nacional de Monitoramento do Pingim-de-Magalhes (Spheniscus magellanicus) 2010-2015

    Boletim Pinguins no Brasil n1, abril de 2011

    PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DO

    PINGUIM-DE-MAGALHES (Spheniscus magellanicus)

    Foto: Acervo CEMAVE O pinguim-de-Magalhes (Spheniscus magellanicus) uma espcie de ave marinha classificada como Quase Ameaada (IUCN, 2010). Se reproduz em colnias numerosas distribudas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, realizando anualmente movimentos migratrios sazonais para o Brasil. Com o propsito de evitar o agravamento da situao de ameaa do pinguim-de-Magalhes, iniciou-se em 2010 a elaborao conjunta de um Programa Nacional de Monitoramento da espcie, buscando sua construo e implementao coletiva. Este processo envolveu atores da sociedade e do governo brasileiros. O intuito deste Programa ampliar o conhecimento sobre o pinguim-de-

    Magalhes no Brasil e otimizar os esforos de pesquisa, reabilitao e monitoramento, possibilitando a contribuio e integrao de iniciativas em prol da conservao. Tratando-se de uma espcie migratria, estas iniciativas devem ser consideradas em conjunto com outros pases da Amrica do Sul, que detm as colnias reprodutivas. O Programa Nacional de Monitoramento consiste em uma importante unio de esforos e ao compilar as informaes disponveis sobre a biologia da espcie, identifica os principais fatores de ameaa e prope uma srie de medidas para implementao em duas reas temticas principais (pesquisa e reabilitao/soltura), identificando atores potenciais e seguindo uma escala de prazos e prioridades, cujo principal objetivo contribuir para a conservao da espcie em longo prazo. Este boletim uma meta deste programa que visa a publicao de artigos com temas de livre escolha, informaes, curiosidades, eventos e cursos sobre pingins e assuntos que possam contribuir para a conservao da espcie.

    O grupo Pinguimbr [email protected]

    Maiores informaes:

    http://www4.icmbio.gov.br/cemave/

    Instituies participantes nesta edio: Nesta edio: Programa Nacional de Monitoramento do pinguim-de-Magalhes.................................... 1 Um pouco de histria sobre os pinguins-de-Magalhes...............2 Sociedade Internacional em busca da conservao dos pingins........................................3 O sistema Nacional de Anilhamento (CEMAVE) e os pinguins-de-Magalhes...............5 Por que morrem tantos pinguins-de-Magalhes na costa do Brasil?...........................................6 Curiosidades............................... 7 Colaboradores do Projeto Nacional de Monitoramento do Pingim-de-Magalhes (Spheniscus magellanicus) 2010-2015.................................... 8 Editorial.......................................8

    Nmero 01 - 28 de abril de 2011 Boletim PINGUINS NO BRASIL

  • Projeto Nacional de Monitoramento do Pingim-de-Magalhes (Spheniscus magellanicus) 2010-2015 Boletim Pinguins no Brasil n1, abril de 2011

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    Pinguins so animais curiosos que caminham em posio similar aos humanos, com bico e o corpo coberto por penas especiais que de modo geral parecem plos. Seria uma ave ou um mamfero? Com certeza os primeiros humanos que viram pinguins, tiveram dificuldades em classific-los. No modelo Aristotlico, seria um animal animado aqutico sem muita utilidade. Para alguns servia apenas como modelo ldico ou para obteno de leo. Na realidade so aves Spheniscidae da ordem Sphenisciformes ou Ciconiformes. A palavra deriva do grego: spheniskos (, ) e significa cunha ou machado. Provavelmente pela forma da asa, similar a aleta, ou pelo formato do corpo, ou ainda pela forma do mergulho, quando perfura o mar. A palavra pinguim deriva do latim pinguis que significa gordura; ou de pin-wing asas pequenas. Foi o naturalista Forster, colega do capito Cook, que no sculo 18 fez as primeiras descries e classificaes dos pinguins. No Brasil os pinguins so visitantes, e por aqui temos o registro de quatro espcies. O mais comum o pinguim-de-magalhes. As outras espcies: Aptenodytes patagonicus (pinguim-rei); Eudyptes chrysolophus (pinguim-de-testa-amarela) e E. chrysocome (pinguim-de-penacho-amarelo que so raros na costa do Brasil. Pinguins so importantes espcies, assim como qualquer outra, pois fazem parte da teia alimentar dos ecossistemas onde vivem. Portanto, controlam espcies diversas e servem de alimento a outras espcies, assim como qualquer ser vivo da biodiversidade. So indicadores das mudanas climticas globais e da sade ambiental local, em especial aquelas espcies que fazem poucos deslocamentos. Geralmente as reas

    de nidificao, onde se concentram em grandes quantidades, os pingins so considerados agentes motivadores do turismo, em especial na Argentina, frica do sul, Austrlia e Equador, inclusive hoje em dia nas regies frias da Antrtica. A avaliao do tamanho populacional um dos principais formas de detectar flutuaes naturais ou alteraes antropognicas, em especial quando relacionadas com outras variveis abiticas e biticas fornecem resultados importantes sobre o ambiente. Mesmo sendo aves visitantes para a costa do Brasil, devem ser monitoradas, seja atravs de censos peridicos de animais mortos ou vivos nas praias e em alto mar. Os animais mortos devem ser avaliados, seja em busca da causada morte, idade, sexo e descrio do contedo estomacal. Estas informaes, ao longo dos anos podem fornecer interpretaes mais seguras sobre a dinmica e influencias dos fatores da alta mortandade, por exemplo. Com certeza tambm orientam as estratgias de conservao. Os estudos de contedo estomacal devem ser realizados em todos os anos, pois no mostram somente se esta havendo mudana no tipo de presa, mas tambm o tamanho das presas deve ser avaliado. Pois a presena de um item alimentar por si s, pode resultar em uma informao positiva, mas a diminuio do tamanho da presa pode nos indicar que o predador no esta mais conseguindo o aporte energtico necessrio para a sua manuteno. A marcao de pinguins realizada em grandes quantidades e geralmente junto s reas de reproduo. No Brasil as primeiras anilhas para pinguins, do CEMAVE foram confeccionados pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em So Leopoldo, RS. Estas anilhas

    eram obtidas atravs de sucatas de fios eltricos, de alumnio tri filados para manter as bordas arredondadas, sobre elas impresso o endereo do CEMAVE o Cdigo de letra W e um nmero crescente de 5 algarismos. Todas construdas de maneira artesanal. Na poca foram formatadas para espcies da Antrtica e mais de 11 mil foram utilizadas. Como o anel de aleta era muito grande para a espcie mais comum do nosso litoral somente alguns exemplares foram marcados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Existem controvrsias em relao marcao de pinguins com anilhas de aletas, pois estas marcas podem atrair os predadores, e em alguns casos quando a anilha mal fixada ou muito grande, pode travar a movimentao dos espcimes. Mesmo assim a marcao de exemplares, seja com anilha, tatuagens, tinta de curta durao, rdio transmissor ou por satlite utilizada para individualizar ou globalizar informaes biolgicas sobre a espcie. Depois de vrios anos, os pingins tiveram apoio de proteo especfica somente a partir do IV Congresso Internacional de Ornitologia em Londres. Naquela oportunidade foram escritas resolues para que os governos da Austrlia e nova Zelndia acabassem com a matana de pinguins, que eram cozidos para obteno de gordura. Em 1909 a proteo se estendeu para as Georgias do Sul. O primeiro parque natural para pingins foi criado pela Frana, nas Ilhas Kerguelen e em 1959, todos da Antrtica foram protegidos pelo Tratado Antrtico.

    a - Laboratrio de Ornitologia e Animais Marinhos da Universidade do Vale do Rio

    dos Sinos, So Leopoldo, RS. Avenida Unisinos 950. CEP 93022000

    [email protected]

    UM POUCO DE HISTRIA SOBRE O PINGUIM-DE-MAGALHES... Martin SANDERa

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    A conservao dos oceanos crucial para a vida no mar, na terra e para a qualidade da vida humana. Estamos vivendo em uma era sem precedentes de alteraes nos sistemas marinhos. Os pinguins so os sentinelas do oceano mostrando humanidade que deve haver uma mudana na forma de tratar o meio ambiente marinho. A Unio Internacional para a Conservao da Natureza (IUCN - International Union for the Conservation of Nature) aponta que 60% das espcies de pinguins esto vulnerveis ou ameaadas de extino. Variaes na estrutura do ecossistema, nos processos e na produtividade - causadas principalmente pela mudana climtica, poluio e sobrepesca empobrecem os sistemas vivos. Os pinguins so sensveis a estas mudanas e podem refletir o estado dos oceanos, fornecendo informaes sobre a natureza, magnitude e localizao das questes prioritrias para conservao. Ningum dono do mar, porm tanto as pessoas quanto os pinguins, dependem de sua sade. Os pinguins podem nos conscientizar da importncia da sade do oceano e assim, nos fazem repensar as nossas polticas e comportamentos. As pessoas amam os pinguins, e por esse motivo so veculos importantes para promover o apoio pblico e poltico para a conservao integrada do oceano. A GLOBAL PENGUIN SOCIETY (GPS, www.globalpenguinsociety.org) uma coalizo internacional de conservao com base cientfica que promove a proteo de todas as espcies de pinguins do mundo. Trabalhando em conjunto, os grupos de pesquisa e conservao de pinguins podem potencializar os esforos de conservao de pinguins e dos oceanos. A GPS possui trs componentes interligados: cincia, manejo e educao. Dedica-se a

    promover a conservao das populaes de pinguins e busca solues sustentveis para as atividades e o manejo dos ambientes marinhos. Sua misso a de proporcionar a integrao e uma viso unificada para a conservao das espcies de pinguins do mundo, e assim, potencializando os resultados de conservao. O frgil estado de conservao da maioria das populaes de pinguins espelha as condies dos oceanos do sul e os grandes problemas de conservao dos oceanos do mundo. Esse o caso dos pinguins-de-Magalhes no sudoeste do Oceano Atlntico, onde a poluio pelo petrleo um problema de longo prazo e em grande escala. Desde 1930, com o desenvolvimento das atividades petrolferas e seu transporte, os pinguins tm encontrado petrleo durante sua migrao invernal, desde a Patagnia at o norte da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Suas rotas migratrias coincidem com trfego martimo pesado, portos e reas de desenvolvimento que apresentam terminais e plataformas de petrleo (Stokes et al, 1998; Ptz et al, 2000) e com a poluio proveniente do escoamento das grandes cidades. A localizao, natureza e magnitude do problema da poluio crnica de petrleo nos pinguins-de-Magalhes ao longo da sua rea de invernada na costa sudoeste do Atlntico, onde as informaes so deficientes, foram avaliados por Garca-Borboroglu et al. (2006). Centros de reabilitao de animais esto presentes h vrias dcadas e 25 deles esto localizados ao longo da costa sudoeste do Atlntico, desde o norte do Brasil at a Argentina central. Sua presena e longevidade atestam o fato de que a poluio crnica pelo petrleo uma sria ameaa de longo prazo aos pinguins-de-Magalhes e atinge toda a

    sua rea de distribuio. As aves marinhas mais comumente levadas para esses centros (64%) foram os pinguins-de-Magalhes (Spheniscus magellanicus). Os pinguins so aves robustas que podem sobreviver por semanas sem alimento, porm quando esto cobertos de petrleo precisam vir terra devido hipotermia. Na Argentina e no Uruguai, principalmente pinguins adultos foram capturados; j no Brasil, a maioria foram juvenis, sugerindo que pinguins jovens migram distncias mais ao norte do que os adultos. Dos pinguins que foram levados aos centros de reabilitao, a contaminao por petrleo foi a causa mais frequente de ingresso (Garcia-Borboroglu et al., 2006). O nmero de pinguins que chega a esses centros aumentou desde o incio da dcada de 1990 e est fortemente correlacionado com as exportaes de petrleo da Argentina e de outros empreendimentos de petrleo na regio. A poluio crnica pelo petrleo um problema para os animais selvagens principalmente do sul do Brasil ao norte da Argentina e as leis e esforos esto falhando em sua funo de proteger os recursos vivos. No possvel mitigar a poluio pelo petrleo. Portanto, a poluio deve ser reduzida atrves de aes polticas, do desenvolvimento reponsvel e da adequao dos descartes dos produtos petrolferos. Os pinguins-de-Magalhes migram entre a Argentina e o Brasil no Oceano Atlntico (Boersma et al. 1990). O rastreamento por satlite durante a sua migrao mostrou que geralmente nadam em uma rota bem definida, como uma rodovia com menos de 100 km de largura, deslocando-se nela tanto para o norte quanto para o sul (Stokes et al. 1998, Boersma et al. dados no publicados, ver www.penguinstudies.org) . Durante a migrao no inverno, a populao

    SOCIEDADE INTERNACIONAL EM BUSCA DA CONSERVAO DOS PINGINS

    P. Dee BOERSMAa,b , Pablo GARCA-BORBOROGLUb,c, , Valria RUOPPOLOd

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    reprodutiva de pinguins-de-Magalhes do Atlntico congrega-se na plataforma continental em frente provncia de Buenos Aires na Argentina e na costa uruguaia. Um nico derramamento poderia matar uma grande proporo da populao, porque a maioria dos indivduos est concentrada em uma pequena rea. Petrleo e pinguins no se misturam, assim medidas para a reduo das chances de um derramamento ou a descarga crnica em seus locais de invernada so necessrias. A variao climtica tambm est afetando a populao de pinguins-de-Magalhes do Atlntico. Estes, migram em paralelo com o pulso sazonal da desova da anchota (Engraulis anchoita). Em 2008, os pinguins-de-Magalhes foram mais ao norte do que o habitual. Muitos morreram e alguns chegaram quase Linha do Equador. Pesquisadores brasileiros levantaram 3.371 pinguins em 5.000 km de costa. A maioria dos pinguins (87%) chegou ao norte do Brasil sem petrleo. Destes, quase todos eram jovens (99%, n = 2915) e mais da metade estavam vivos (55%). Os pinguins estavam desidratados, anmicos, hipotrmicos e muito magros. A mortalidade ocorreu durante o inverno de 2008, quando as temperaturas da superfcie do mar foram excepcionalmente frias, e com isso, talvez houve uma reduo de presa para os pinguins (Garcia-Borboroglu et al., 2010). Os pinguins foram mais ao norte buscando suas presas, mas as presas no estavam l. Informaes sobre pinguins durante a estao no-reprodutiva so escassas. A Global Penguin Society espera unir pessoas interessadas em pinguins e sua conservao. Nossos projetos de

    pesquisa na Argentina com a Wildlife Conservation Society e a Provncia de Chubut estudando a populao de pinguins-de-Magalhes, existem h quase trs dcadas. Coletamos uma grande variedade de informaes durante a temporada reprodutiva, no entanto, o nmero de pinguins que morrem devido ao petrleo e escassez de alimento durante o inverno ainda permanece como uma lacuna nos dados. A GPS est pronta para unir os pesquisadores virtualmente atravs de recursos eletrnicos. Da mesma forma como o GPS tem trabalhado em colaborao com a Rede de Pinguins do IFAW (IFAWPenguin Network) na coleta de informaes sobre pinguins-de-Magalhes nos centros de reabilitao ao longo de sua distribuio (Garcia-Borboroglu et al 2006 e 2010), esperamos contar com o apoio dos senhores na conservao dos pinguins, fornecendo informaes, recursos financeiros e apoio poltico para que os pinguins do mundo possam prosperar. Ser somente atravs da unio de nossos conhecimentos e informaes que o nmero de pinguins e sua condio nas praias ao longo dos anos podero ser determinados. Aps o recente acidente na Ilha Nightingale (nas Ilhas de Tristo da Cunha), com o derramamento do leo combustvel do navio Oliva, o resultado foi que 4000 pinguins-de-penacho-amarelo-do-norte (Eudyptes moseleyi), aproximadamente 20% de uma populao ameaada de extino foi afetada pela contaminao ambiental. As causas deste acidente ainda so desconhecidas, porm ele jamais deveria ter acontecido. A GPS quer ajudar os governos a encontrar uma fora poltica para impedir que esses erros sem sentido sejam cometidos e responsabilizar as empresas por suas aes. Esperamos que os senhores se unam GPS na coleta de informaes

    e dados necessrios para tornar o mundo um lugar melhor para os pinguins e para os seres humanos. Referncias

    Boersma, P.D., Stokes, D.L., Yorio, P., (1990).

    Reproductive variability and historical change of Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) at Punta Tombo, Argentina. In: Davis, L., Darby, J. (Eds.), Biology of Penguins. MacMillan, NY, pp. 1543.

    Garca Borboroglu, P., Boersma, D., Ruoppolo, V., Reyes, L., Rebstock, G., Rodrigues, Heredia, A., Corrado, A., Pinho da Silva A, R., (2006). Chronic oil pollution harms Magellanic penguins in the southwest Atlantic. Marine Pollution Bulletin 52 (2), 193198.

    Garcia Borboroglu, P,. P. D. Boersma, V. Ruoppolo, R. Pinho-Da-Silva-Filho, A. Corrado-Adornes, D. Conte-Sena, R. Velozo, C. Myiaji-Kolesnikovas, G. Dutra, P. Maracini, C. Carvalho-Do-Nascimento, V. Ramos-Jnior, L. Barbosa, e S. Serra. (2010). Magellanic penguin mortality in 2008 along the SW Atlantic coast. Marine Pollution Bulletin. 60(10):1652-7.

    Stokes, D.L., Boersma, P.D., Davis, L.S., (1998). Satellite tracking of Magellanic penguin migration. The Condor 100, 376.

    Ptz, K., Ingham, R.J., Smith, J.G., (2000). Satellite tracking of the winter migration of Magellanic Penguins (Spheniscus magellanicus) breeding in the Falkland Islands. Ibis 142, 614.

    Site: www.globalpenguinsociety.org

    a Wildlife Conservation Society and the Department of Biology, Box 351800,

    University of Washington, Seattle WA 98195-1800, U.S.A.

    b - Global Penguin Society, Center of

    Penguins as Ocean Sentinels, University of Washington, Seattle WA, U.S.A.

    c - Centro Nacional Patagnico

    (CONICET), Boulevard Brown 3600, (9120) Puerto Madryn, Chubut, Argentina.

    d - International Fund for Animal Welfare

    (IFAW) Penguin Network, Emergency Relief Program, Brazil.

    SOCIEDADE INTERNACIONAL EM BUSCA DA CONSERVAO DOS PINGINS

    P. Dee BOERSMAa,b , Pablo GARCA-BORBOROGLUb,c, , Valria RUOPPOLOd continuao...

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    O anilhamento um dos principais mtodos utilizados para se estudar migraes e consiste na marcao individual de aves com anis numerados, que uma vez reencontrados (recuperao), possibilitam o resgate de informaes sobre os indivduos marcados. Porm, para se analisar padres migratrios utilizando dados de anilhamento de aves so necessrias compilaes de uma grande quantidade de dados de recuperao e, portanto, o sucesso de programas de anilhamento depende da integrao de: (1) uma rede de pesquisadores que realizam a marcao de aves, (2) de cidados colaboradores que relatam o encontro de espcimes anilhadas e (3) de Centros de Anilhamento responsveis pela coordenao dessas atividades e o armazenamento e processamento dos dados. Apesar de experincias isoladas de anilhamento em perodos anteriores, apenas no final do sculo XIX se iniciaram projetos de anilhamento sistemtico de aves para estudo de deslocamento. Em 1914 j existiam cerca de 20 projetos de marcao de aves na Europa e em 1909 foi criada nos EUA a Associao Americana de Anilhamento (American Bird Banding Association). Esses sistemas se organizaram e hoje o anilhamento na Amrica do Norte (EUA, Canad e Mxico), coordenado pelo Birding Banding Laboratory/BBL, e na Europa, coordenado por centros nacionais que se intercooperam por meio do EURING, so bem estabelecidos e contam com a participao de um grande nmero de anilhadores. Apenas na dcada de 50 se iniciaram atividades de anilhamento no Brasil, com a marcao de alguns beija-flores por Augusto Ruschi. Contudo, s em

    1977 foram iniciadas marcaes mais organizadas e sistemticas, coordenadas por um centro de anilhamento de aves, o CEMAVE, que at meados dos anos 80 foi o nico centro de anilhamento da Amrica Latina. A partir da dcada de 80 se intensificaram os estudos e publicaes sobre aves migratrias no Brasil, mas a maioria deles pontual e trata isoladamente sobre a ocorrncia de espcies ou populaes de aves migratrias em regies especificas do pas.

    Figura 1. Imagem ilustrativa de anilha alar utilizada em Spheniscus magellanicus. CETAS de Santa Catarina. Foto: Isaac Simo Neto. Para o pinguins-de-magalhes (Spheniscus magellanicus) as atividades de anilhamento no Brasil se iniciaram em 1984 e, apesar desta atividade ocorrer h mais de duas dcadas, foram relatados e constam no Sistema Nacional de Anilhamento (SNA.net) do CEMAVE um total de 1.018 anilhamentos realizados para a espcie. Em uma anlise por estados brasileiros, foram relatados 589 anilhamentos de Spheniscus magellanicus no Rio Grande do Sul, 298 em Santa Catarina (Figura 1), 31 no Paran, trs anilhamentos para o estado de So Paulo e 75 para o Esprito Santo. Desde 1984, 17

    anilhadores tiveram projetos de anilhamento com foco nesta espcie e submeteram informaes sobre as aves marcadas em relatrios anuais ao SNA.net. Contudo, embora anilhas para pingins (W) tenham sido distribudas em grande nmero, notadamente a partir de 2008 (2441 anilhas enviadas a anilhadores senior), este nmero total de anilhamentos relatados comparativamente baixo, sendo que para diversos projetos em andamento, relatrios anuais esto pendentes ou ainda no foram enviados ao SNA. Anilhas padro CEMAVE tambm foram utilizadas em Punta del Este (Maldonado, Uruguai) para 22 pinguins-de-magalhes. Quanto s importantes informaes referentes recuperao de pinguins anilhados, um total de 67 registros de relatos de recuperao constam atualmente no SNA.net/CEMAVE.

    a - Base Multifuncional do CEMAVE em Florianpolis/SC. Estao Ecolgica

    Carijs ICMBio. Rodovia Maurcio Sirotski Sobrinho s/n, SC 402 km02, trevo Jurer.

    CEP: 88.053-700, Florianpolis/SC

    www.icmbio.gov.br/cemave [email protected]

    SISTEMA NACIONAL DE ANILHAMENTO (CEMAVE) E OS PINGUINS-DE-MAGALHES Patrcia SERAFINIa

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    Somente no sul do Brasil aparecem cerca de 30 carcaas por km ao longo de um ano. Estas comeam a arribar em junho e tem maior incidncia em novembro como registraram os estudos de 1990 at 2008 citados em Mder et al. (2010). Tambm por registros de vrios pesquisadores sabemos que a maioria das carcaas so jovens enfraquecidos, com grande quantidade de endoparasitas e mais de 60% das amostragens sanguneas apontam fmeas. Porque jovens? Porque no se alimentam? Porque fmeas? Quando os pingins-de-Magalhes chegam ao sul do Brasil, podemos observar em alto mar bandos de adultos em junho. J em julho, registramos bandos com centenas de adultos e juvenis sobre a plataforma continental (Figura 1). Acredita-se que esses jovens so vagantes e em outubro-novembro milhares arribam mortos na costa brasileira.

    Figura 1. Jovem pingim no extremo sul do Brasil em julho de 2010 (Foto Aurlea Mder). A principal presa dos pingins so os peixes, podemos at observ-los forrageando, muitas vezes com bandos de trinta-ris (Sterna spp.), mas as principais presas encontradas nestas carcaas so os cefalpodes, que so considerados suplementos alimentares e possuem baixo valor enrgico, fazendo com que necessitem ingerir uma grande quantidade para equivaler a dieta piscvora. Isso ocasiona maior gasto de energia para a captura e por isso as principais espcies encontradas na dieta so semlparas (Loligo spp.),

    no so alvo da pesca (Argonauta nodosa) ou luminescentes (Histiotheutis sp.), ou seja, so presas de fcil acesso. Essa situao nos leva a perguntar: H poucos peixes disponveis? Ser que h competio intra e interespecfica? Ser que a principal presa jovens no Brasil so os cefalpodes? Ou por que esses pingins que aparecem mortos no conseguiram capturar peixes? Inexperincia? Seleo natural? Estes j esto debilitados e ento descartados da populao? Assim podemos sugerir como causa a idade, pois mais de 90% so jovens. Mas e por que ficam debilitados? Alm de nadar por longas jornadas enfrentando condies fsicas, qumicas e biticas adversas, muitas vezes a inanio lhes deixam com baixa imunidade, fazendo com que doenas e parasitos os debilitem mais ainda. Em seus estmagos geralmente encontrado o nematdeo Contracaecum pelagicum, que apesar de caracterstico para aves piscvoras do hemisfrio sul (Santos 1984), causa agravamento na debilidade fsica pelas elevadas taxas de infestao parasitria, que se agrava ainda mais pela grande evidncia de inanio, observadas nas anlises estomacais das carcaas. Mas quais so as condies adversas? Devido s alteraes climticas influenciadas pelo fenmeno ENSO (El Nino) a temperatura da gua pode ficar mais quente ou mais fria, pode haver mudanas nas correntes martimas e gerar grandes tempestades. A gua mais aquecida pode facilitar a proliferao de parasitos nos pingins, ou diminuir a disponibilidade de alimentos, debilitando-os. J a mudanas nas correntes marinhas podem levar os pingins a locais no to usuais, como houve provavelmente em 2008, ano em que muitos pingins chegaram ao norte do Brasil e houve

    grande mortalidade. As grandes tempestades e os ciclones em alto mar no so raros no sul do Brasil, e estes podem comprometer os pingins, tanto os debilitados quanto os saudveis, que muitas vezes morrem ou chegam costa notavelmente cansados (Mder 2009) (Figura 2). Muitos voltam ao mar aps descanso ou ficam em centros de realbilitao, mas outros ficam vulnerveis predao por cachorros, a curiosidade humana ou at capturados para outros fins.

    Figura 2. Jovem pingim debilitado registrado nas praias do sul do Brasil (Foto Nilson R.Silva). A costa Atlntica alm de ser rota dos pingins-de-Magalhes, tambm rota de navios petrolferos. comum a lavagem dos tanques gerarem pequenos vazamentos de petrleo causando a poluio crnica nesses mares, gerando um impacto de longo prazo nos pingins, pois vezes ingerem petrleo para limpar as penas, tem dificuldade de flutuao e principalmente pode haver comprometimento na manuteno da temperatura corporal.

    Figura 3. Carcaa petrolizada encontrada no Rio Grande do Sul em 2008 (Foto Aurlea Mder). Cerca de 30% dos pingins que chegam a costa do Rio Grande do Sul

    POR QUE MORREM TANTOS PINGINS- DE-MAGALHES NO BRASIL? Aurlea MDERa

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    apresentam petrleo na plumagem ou no estmago (Mder et al. 2010) (Figura 3). Mas tambm ocorrem os vazamentos de petrleo de maior porte, em que h uma varredura de pingins mortos para costa brasileira; como em 1997, ano em que foram detectados trs vazamentos no Rio Grande do Sul. Dois eram derrames de petrleo na monobia TEDUT em Tramanda e o outro de leo de um navio que navegava entre o Chu e o Uruguai (FEPAM 2008) e em junho de 2008, em que houve um vazamento de leo causado pelo acidente entre dois navios na costa uruguaia. Em setembro desse mesmo ano ocorreu, em Florianpolis, SC, um vazamento de leo diesel de uma embarcao no identificada pela Capitania dos Portos. Em 1997 e 2008, os anos em que mais encontramos pinguins mortos nas praias segundo Mder et al. (2010). As condies biticas podem ser cruis para a espcie tambm. Muitas vezes a interao com predadores e competidores gera um gasto de energia fundamental para a sua debilitao. Em suas rotas os pingins seguem a sua principal presa, a anchota (Engraulis anchoita) que segue as correntes frias at o sul do Brasil durante o inverno. Mas alm dos pingins outras espcies tambm buscam pelas pequenas anchotas, como a anchova (Pomatomus saltator), peixe pelgico de maior porte que se aproxima da costa nos meses mais frios, poca em que formam cardumes. Alm da competio h registros de captura acidental de bandos de pingins adultos em redes de arrasto da anchova. Pescadores da frota industrial de Rio Grande registraram a captura de centenas de pingins em apenas um lanche de pesca (com. pess.). Como o arrasto longo, poucos indivduos conseguem sobreviver. Fato semelhante documentado por Cardoso et al. (2011).

    Algumas perguntas ainda no foram respondidas, no foram nem citadas e outras ainda surgiro. Espero que isso estimule os pesquisadores novos, os antigos, os em dvida, os sensibilizados, os curiosos a direcionarem e acreditarem em suas pesquisas em prol da conservao dos pingins-de-Magalhes. E o grupo Pingins no Brasil estar sempre disposio a auxili-los, para que juntos possamos tentar mudanas nas polticas pblicas, principalmente no setor petrolfero e pesqueiro, principais responsveis pela mortalidade que ultrapassa a regulao populacional anual da espcie e gera o status de ameaas da espcie Ameaa prxima (NT) (IUCN 2010). Referncias Cardoso, L.G., Bugoni, L., Mancini, P.L. e

    Haimovici, M. (2011). Gillnet fisheries as a major mortality factor of Magellanic penguins in wintering areas. Mar. Pollut. Bull. (no prelo).

    FEPAM [Fundao Estadual de Proteo Ambiental]. (2008). Acidentes de transporte de cargas perigosas. www.fepam.rs.gov.br (acesso em: 12/11/2008).

    IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. www.iucnredlist.org (acesso em: 20/04/2011).

    Mder, A. 2009. Efeito das mudanas climticas sobre aves aquticas: ecologia e epidemiologia. Cadernos de Ecologia Aqutica. 4 (1): 1-9.

    Mder, A., Sander, M., Casa Jr., G., 2010. Ciclo sazonal de mortalidade do pingim-de-magalhes, Spheniscus magellanicus influenciado por fatores antrpicos e climticos na costa do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev. Bras.Ornit. 18, 228233.

    Santos, C.P. 1984. Um nematdeo parasito do pingim Spheniscus magellanicus (Forster) (Ascaridoidea, Anisakidae). Mem. Inst. Oswaldo Cruz, RJ, 79 (2): 233-237.

    a - ARDEA Consultoria Ambiental [email protected]

    www.ardeaconsultoria.com +55 51 32264629

    CURIOSIDADES

    NASCIMENTO DE PINGUINS-DE-MAGALHES EM CATIVEIRO NO BRASIL

    Andria NERY

    O Acqua Mundo, maior Aqurio da Amrica do Sul, localizado em Guaruj em So Paulo, ganhou mais um ilustre morador. No final de novembro de 2010 nasceu o 2 pinguim-de-Magalhes (Figura 1). O filhotinho irmo do pinguim Demo que foi transferido para Aqurio Municipal de Santos h pouco mais de um ms, justamente para no atrapalhar a postura dos pais. Demo j tem quase 2 anos insistia em permanecer no ninho chegando a quebrar um ovo. Os pais que se revezam para alimentar o novo pinguim e manter sua temperatura.

    Figura 1. Ninho em cativeiro no Aquamundo. O filhote passou por procedimentos padres de pesagem e biometria para acompanhamento de sua sade. Enquanto isso, os tcnicos do aqurio torcem para que o novo morador no seja to "temperamental" quanto o irmo. A famlia dos pinguins ficou novamente completa com a volta de Demo para o Acqua Mundo depois de 4 meses.

    Fonte: Acqua Mundo na mdia www.acquamundo.com.br

    POR QUE MORREM TANTOS PINGINS- DE-MAGALHES NO BRASIL? Aurlea MDERa

    continuao...

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    EDITORIAL

    Este Boletim uma publicao do Projeto Nacional de Monitoramento do

    Pingim-de-Magalhes.

    Coordenao 2010-2015: Aurlea Mder Biol. MSc. em Diversidade e Manejo de Vida Silvestre. (ARDEA Consultoria Ambiental) Patrcia Serafini Veterinria Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio)

    Publicao Aurlea Mder

    Reviso

    Patrcia Serafini

    Traduo Ralph Vanstreels

    O Boletim ser apresentado em dois

    idiomas: Portugus e Ingls

    Publicao semestral:

    1 - at 28 de abril 2 - at 28 de outubro

    Para enviar artigos para publicao no Boletim PINGUINS NO BRASIL entre

    em contato com Aurlea Mder

    [email protected]

    Agradecimentos:

    Agradecemos ao ICMBio CEMAVE pela iniciativa, workshop e projeto e tambm aos autores desta edio e colaboradores do Grupo Pinguimbr.

    Grupo de trabalho no BRASIL Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhes Ana Luza Mendes Gomes / Centro de Estudos do Mar UFPR [email protected] Andrea Maranho / Resgate e Reabilitao de Animais Marinhos GREMAR [email protected] Ariana Fernandes / CETAS IBAMA/SC [email protected] Aurelea Mder / ARDEA Consultoria Ambiental [email protected] Bianca de Luca Altiere / Instituto de Pesquisas Canania IPeC [email protected] Carlos Alexandre Rey Matias / Fundao Oswaldo Cruz FIOCRUZ [email protected] Claudia Niemeyer / Departamento de Patologia FMVZ/USP [email protected] Cristiane K. M. Kolesnikovas / Associao R3 Animal [email protected] Fernando Guerra / APA Canania-Iguape-Perube [email protected] Gisele Pires de M. Dantas / Depto. Gentica e Biologia Evolutiva, IB/USP [email protected] Guadalupe Vivekananda / PARNA Superagui [email protected] Guilherme Tavares Nunes / Centro de Estudos Costeiros Limnol. e Marinhos UFRGS [email protected] Ingrid berg / ESREG Santos IBAMA/SP [email protected] Isaac Simo Neto / CEMAVE [email protected] Ivone da Veiga Fausto / CECLIMAR / CERAM UFRGS [email protected] Jansen de Araujo / Depto. de Microbiologia do Instituto de Cincias Biomdicas/USP [email protected] Jos Luiz Cato Dias / Departamento de Patologia FMVZ/USP [email protected] Juliana de Azevedo Barros / Ncleo de Educao e Monitor. Ambiental (NEMA) [email protected] Luis Gustavo Cardoso / Fundao Universidade Federal do Rio Grande (FURG) [email protected] Luprcio A. Barbosa / Organizao Conscincia Ambiental ORCA [email protected] Marcelo Verondino Duarte / Polcia Militar Ambiental de Santa Catarina [email protected] Marcio Barragana / APA Canania-Iguape-Perube [email protected] Norma Labarthe / Fundao Oswaldo Cruz FIOCRUZ [email protected] Patricia Pereira Serafini / CEMAVE [email protected] Paula Baldassin / Instituto Argonauta/ IO-USP/ Aqurio de Ubatuba [email protected] Pryscilla Maracini / Aqurio de Guaruj [email protected] Ralph Eric T. D. V. O. Vanstreels / Departamento de Patologia FMVZ/USP [email protected] Raquel S Velozo / IMA - Instituto Mamferos Aquticos [email protected] Rodolfo P. da Silva Filho / Centro de Recuperao de Animais Marinhos (CRAM), FURG [email protected] Rodrigo Ribeiro de Freitas / Unidade de Zoologia UNESC [email protected] Sabrina Destri E. Campos / UFF Universidade Federal Fluminense [email protected] Sheila Dantas Serra / IMA Instituto Mamferos Aquticos [email protected] Tnia de Freitas Raso / Ornitopatologia FMVZ/USP [email protected] Tnia Rumi Muraoka / Ncleo de Fauna IBAMA/PR [email protected] Tassia Frazatti Garcia / Resgate e Reabilitao de Animais Marinhos GREMAR [email protected] Valeria Ruoppolo / International Fund for Animal Welfare IFAW [email protected] Viviane Lorenzi Carniel / Centro de Estudos do Mar UFPR [email protected]

    Maiores informaes sobre:

    Pesquisadores cadastrados no banco de dados do Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhes

    Projetos ativos cadastrados no banco de dados do Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhes

    As metas do Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhes

    http://www4.icmbio.gov.br/cemave//index.php?id_menu=480 Para participar da lista de discusso PINGUIMBR: [email protected]

    COLABORADORES DO PROJETO NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGIM-DE-MAGALHES (Spheniscus magellanicus) 2010-2015