programa de residÊncia profissional agrÍcola
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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL AGRÍCOLA
EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO No 01/2020
Projeto:
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE JOVENS DAS CIÊNCIAS
AGRÁRIAS: PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS
EM EMPREENDIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NO
ESTADO DA BAHIA.
Prof. Wilon Mazalla Neto CETENS/UFRB
Feira de Santana Agosto de 2020
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA ................................................................................. 4
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 9
3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 20
4. METAS ............................................................................................................................. 21
5. RECURSOS FINANCEIROS .......................................................................................... 28
6. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ................................................................................ 29
7. UNIDADES RESIDENTES ............................................................................................. 38
8. PERÍODO DE EXECUÇÃO ............................................................................................ 52
9. RECURSOS HUMANOS ................................................................................................. 53
10. RESULTADOS ESPERADOS ....................................................................................... 64
11. IMPACTOS ESPERADOS ............................................................................................ 69
12. CRONOGRAMA FÍSICO .............................................................................................. 70
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 71
14. ACEITE DAS REGRAS DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL
AGRÍCOLA E DO EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO O 01/2020 ........................ 73
Índice de Figuras Figura 1 - Quadro: Identificação das Unidades Residentes e sua abrangência nos
Territórios de Identidade e seus respectivos municípios de atuação que caracterizam a
abrangência do projeto de Residência Profissional Agrícola no estado da Bahia. ....... 17
Figura 2 - Territórios de Identidade de abrangência do projeto no estado da Bahia – 2020.
....................................................................................................................................... 18
Figura 3 - Quadro Resumo de metas do projeto. ................................................................. 21
Figura 4 - Quadro: Matriz de Avaliação Processual do Projeto ......................................... 67
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL AGRÍCOLA
1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA a) Instituição de ensino:
Nome: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
CNPJ: 07.777.800/0001-62
Data da Fundação: 29 de junho de 2005.
Endereço completo: Rua Rui Barbosa s/n - Bairro: Centro. Município: Cruz das Almas -
CEP: 44.380-000 - UF: Bahia
Número de Telefone com DDD: (75) 3621 2350/ 3621 3857
E-mail: [email protected] / [email protected]
Página na Web (site): www.ufrb.edu.br
Responsável/Representante legal:
Reitor: Fábio Josué Souza dos Santos
CPF: 871.395.105- 04
RG: 0522059678 SSP/BA
Email: [email protected]
Telefone: (75) 3621-9095
Apresentação da Instituição de Ensino:
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) tem sua trajetória
vinculada ao próprio desenvolvimento das Ciências Agrárias na América Latina. Em 1859,
através do Decreto Imperial no 2.500-A, D. Pedro II criou o Imperial Instituto Bahiano de
Agricultura, e sua inauguração foi em sessão solene presidida pelo imperador D. Pedro II,
no Paço Imperial da Capital Baiana. Em 1862, o Instituto cria comissão que propõe o
projeto de criação da Escola Agrícola da Bahia, que foi inaugurada em 1877 no Engenho de
São Bento das Lages, em São Francisco do Conde, no Recôncavo da Bahia. Já em 1938, o
Decreto no 10.821 recria a Escola Agronômica da Bahia e determina a sua interiorização, e
em 1940 marca a construção da nova Escola Agrícola da Bahia no município de Cruz das
Almas, no Recôncavo da Bahia. Em 1967 a escola é federalizada, incorporando-se ao
patrimônio da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o nome de Escola de
Agronomia (PROEXT/UFRB, 2020) 1.
A UFRB foi criada junto ao programa federal de expansão e interiorização do
ensino superior (Programa Expandir), através da Lei 11.151, de 29 de julho de 2005, a
partir da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, com sede e foro no
município de Cruz das Almas (BA). É a segunda universidade federal do estado da Bahia,
com uma história de contribuição marcante nas Ciências Agrárias, tendo base na
diversidade territorial brasileira e com a finalidade de contribuir com a formação científica,
técnica e social da população, que se destinou a atender as áreas estratégicas de construções
de conhecimentos, bem como a formação de quadros profissionais científicos e técnicos
comprometidos com o desenvolvimento territorial.
A partir dessa perspectiva, a UFRB se consolidou em 06 (seis) campi, distribuídos
em 03 (três) distintos Territórios de Identidade. Território do Recôncavo da Bahia: campus
de Cruz das Almas com os Centros de Ensino de Ciências Agrarias, Ambientais e
Biológicas (CCAAB) e Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC); campus de Santo
Antônio de Jesus, com o Centro de Ciência da Saúde (CCS); Cachoeira, com o Centro de
Humanidades, Letras e Artes (CAHL); campus de Santo Amaro, com o Centro de Cultura,
Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT). Já o Território do Vale do Jiquiriçá, conta
em Amargosa, com o Centro de Formação de Professores (CFP) e no Território do Portal
do Sertão, em Feira de Santana, com o Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e
Sustentabilidade - CETENS (UFRB, 2017).
Em 2019, estas estruturas acadêmicas congregavam 64 (sessenta e quatro) cursos de
graduação e 22 (vinte e dois) de pós-graduação; com 893 (oitocentos e noventa e três)
docentes; 695 (seiscentos e noventa e cinco) técnicos administrativos; e mais de 12.000
(doze mil) discentes de Graduação e de Pós-Graduação matriculados.
Seguindo sua vocação de contribuir no desenvolvimento social a UFRB, em 2010,
inicia a pós-graduação Lato Sensu em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial e
1 PROEXT/UFRB. Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O Memorial. Disponível em:< https://www1.ufrb.edu.br/memorial/o-memorial>. Acesso em: junho de 2020.
em 2012, o Mestrado Profissional em Educação do Campo no CFP, ambos os cursos tendo
como foco o espaço agrário e agrícola brasileiro. Essa experiência foi conformando a
expertise da UFRB na Educação do Campo, como também, o atendimento do público da
agricultura familiar.
Em 2008, inicia-se o Curso Superior em Gestão de Cooperativas, no campus da
Cruz das Almas, no CCAAB, assim como o Curso de Tecnologia em Agroecologia.
Levando em consideração as características produtivas do Território do Recôncavo, havia
uma demanda para estabelecer a formação em cooperativismo como estratégia de
desenvolvimento socioeconômico.
Já em 2013, dá-se início a implantação do curso de Licenciatura em Educação do
Campo: habilitação em Ciência da Natureza e Matemática, no CETENS, campus de Feira
de Santana. O curso surge com a finalidade de promover uma educação estratégica,
formando profissionais da educação que possam produzir transformações em seus
contextos e contribuir para a inclusão econômica e social nos territórios.
Na mesma direção em 2014, é implementado o curso Tecnologia em Agroecologia
no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), no CFP em
Amargosa. Esse curso é especificamente direcionado ao público que vive no campo e,
assim, em geral, está familiarizado com as temáticas da produção agropecuária e da
comercialização de alimentos. O curso visa formar profissionais em nível superior, com
habilitação para realização, orientação e gerenciamento dos processos de produção e
transformação agropecuária, a partir dos princípios da Agroecologia e da Cooperação,
apresentando como área preferencial de atuação, as pequenas unidades de produção.
Especificamente o Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade
(CETENS) da UFRB, iniciou suas atividades em setembro de 2013. Atualmente o centro
dispões de 08 (oito) cursos de graduação, sendo 03 (três) no âmbito da Educação do
Campo: Licenciatura em Educação do Campo com Habilitação em Ciências da Natureza
(107 discentes matriculados) e Matemática (100 discentes matriculados), como também o
Curso Superior de Tecnologia em Alimentos (50 discentes matriculados). Além deles há 05
(cinco) cursos na área de engenharias: Bacharelado Interdisciplinar em Energia e
Sustentabilidade (BES); Bacharelado em Engenharia de Energias; Bacharelado em
Engenharia de Produção; Bacharelado em Engenharia de Tecnologia Assistiva e
Acessibilidade e; Bacharelado em Engenharia de Materiais. No início de 2020 o centro
possuía 685 discentes regularmente matriculados.
No que tange a pós-graduação, atualmente o CETENS possui 03 (três) cursos:
Especialização Interdisciplinar em Ambiente, Tecnologia e Sustentabilidade; Mestrado
Profissional em Educação Científica, Inclusão e Diversidade e; Mestrado Profissional em
Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação.
Mais recentemente a construção da Educação do Campo na UFRB implementa o
Curso Superior de Tecnologia em Alimentos na Educação do Campo no ano de 2018. O
curso tem como campo de atuação o processo de produção e de processamento de
alimentos na agricultura familiar e a conformação de agroindústrias rurais, tendo como
horizonte o fortalecimento da segurança alimentar e nutricional. O beneficiamento e o
abastecimento de alimentos pela agricultura familiar apresentam um caráter muito
significativo de inclusão social e produtiva, além de estabelecer laços o debate
contemporâneo da sustentabilidade. Nessa graduação, o tecnólogo é formado no contexto
da educação profissional, integrada ao trabalho, à ciência e à tecnologia.
b) Título do Projeto:
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE JOVENS DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS:
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS EM EMPREENDIMENTOS
DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DA BAHIA.
c) Objeto do convênio:
Constitui objeto deste projeto o gerenciamento administrativo e financeiro, através da
descentralização de recursos financeiros pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para
o projeto do Edital de Residência Profissional Agrícola – no 01/2020.
d) Responsável pelo Projeto na instituição de ensino:
Wilon Mazalla Neto
Professor do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade
(CETENS/UFRB)
e-mail: [email protected]
telefone: (19) 981894789
Currículo lattes:
http://lattes.cnpq.br/0793712068031195
2. JUSTIFICATIVA
As noções mais modernas têm ampliado o entendimento sobre o papel do campo e
do mundo rural nas sociedades contemporâneas, em um mundo cada vez mais preocupado
com a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social. Essa noção aponta que o
campo sai de sua função exclusivamente primária - a produção econômica através da
atividade agrícola - encampando, assim, processos sociais, culturais e ambientais. Além da
agropecuária, ganham destaque outros tipos de serviços prestados ao conjunto da
sociedade, relevante destacar que essa compreensão considera a atividade agrícola como
dimensão fundamental, e primeira da realização social do mundo rural, mas amplia suas
funcionalidades, através do conceito de multifuncionalidade.
Nessa perspectiva, segundo Carneiro (2003), a multifuncionalidade compreende
uma série de funções atribuídas e desempenhadas pelo rural, que transbordam a dimensão
produtiva e monetária, estariam incluídas, então, aquelas atividades que são produtivas e
não geram valor monetário - como a produção de alimentos para o autoconsumo - e ainda
atividades produtivas não-agrícolas. Essas funcionalidades estariam relacionadas à
conservação dos recursos naturais (águas, solos, biodiversidade), à preservação do
patrimônio natural (paisagens) e à produção de alimentos de qualidade para a população,
em quantidade e disponibilidades suficientes.
É importante darmos, então, visibilidade ao papel destacado que a agricultura
familiar desempenha em termos das múltiplas funções do rural, qual é apontado também
pela autora. Esse grupo social cumpre papel, tanto no campo da agricultura em bases
sustentáveis, quanto na preservação de recursos naturais essenciais ao desenvolvimento do
país, como também na produção de alimentos com diversidade, o que contribui na
resiliência do sistema de abastecimento nacional.
Somam-se a esses elementos o caráter social da inclusão produtiva no campo. Pode-
se dizer que a migração de centenas de milhares de famílias das zonas rurais para as
cidades, no desenrolar das décadas de 1960, 1970 e 1980, apresentou certa funcionalidade
ao desenvolvimento econômico nacional, dado que havia uma demanda de trabalho pujante
na indústria nacional nascente e no setor urbano em franco crescimento. Ocorre que nas
décadas seguintes esse processo sofre um arrefecimento significativo, a quantidade de
empregos disponíveis nas cidades cai drasticamente, e as populações deslocadas acabam se
acumulando em áreas periféricas, sem emprego, saneamento básico ou estruturas mínimas
para uma condição de vida digna.
Todavia, no desenrolar da década de 1990, observamos mudanças significativas no
campo brasileiro, a industrialização da agricultura na década de 1960 e 1970, criou as bases
para maior abertura da agricultura ao capital internacional, além da intensificação do
desenvolvimento tecnológico, constituindo historicamente aquilo que hoje conveniou-se
chamar de agronegócio.
Nesse período de transição de século, pela primeira vez desde a década de 1960, a
população rural brasileira observa uma estabilização, e inclusive um modesto aumento.
Esses processos estão relacionados entre si e se materializam, também, em um maior
número de atividades não-agrícolas realizadas nos espaços rurais, muitas delas relacionadas
ao fortalecimento das agroindústrias nesses territórios. Ao mesmo passo, a agricultura
familiar incorpora, em certa medida, parte desses processos tecnológicos, liberando parte da
força de trabalho familiar para se dedicar a outras atividades econômicas. O setor da
agricultura familiar, da mesma forma, passa a encontrar maiores dificuldades de se manter
exclusivamente através de atividades agrícolas, devido às mudanças econômicas no país no
período em questão.
A combinação desses fatores passa a manifestar um processo singular no campo,
que foi entendido e conceituado como pluriatividade. Nesse fenômeno social, as famílias
agricultoras passam a compor, em sua organização de trabalho, a agricultura com outras
atividades não-agrícolas, como, por exemplo, o trabalho nas agroindústrias, que surgem nas
áreas rurais, os serviços agrícolas (exemplo: prestação de serviço como tratorista), o
turismo e a realização de atividades de beneficiamento e comercialização dos produtos
agrícolas na agricultura familiar - em um caráter econômico mais acentuado
(SCHNEIDER, 2005).
Esses processos são muito relevantes, pois ajudam a conformar as raízes históricas
das agroindústrias da agricultura familiar mais contemporaneamente observadas, que se
compõem no grande objeto de trabalho deste projeto.
Nesse sentido, constatamos muitas mudanças nas relações entre campo e cidade na
sociedade brasileira nos últimos 50 anos, logo, na transição da década de 1990 para os anos
2000, foi se constituindo marcadamente a noção do campo como lugar de inclusão social e
produtiva, relacionando os problemas urbanos crescentes à potencialidade econômica dos
espaços rurais. Assim, a fórmula que apresenta a agricultura familiar, associando a família à
unidade produtiva, ao trabalho familiar e à gestão direta do empreendimento, tem
demonstrado potência no enfrentamento de problemas sociais e econômicos com a geração
de ocupação, trabalho e renda no campo.
Outro campo relevante a se desenhar para compreendermos a relevância desta
proposta é a esfera dos sistemas agroalimentares e do abastecimento de alimentos, mais
especificamente a inserção da agricultura familiar nesses processos, sem esquecer também,
seu papel na produção de alimentos básicos para o fornecimento à população brasileira.
Nesse contexto, sabemos que as dificuldades relacionadas à comercialização são históricas
para a agricultura familiar e já vêm sendo identificadas e discutidas nas últimas décadas na
academia e em determinados setores do público.
Ao pensar historicamente o abastecimento de alimentos no Brasil, é importante
lembrarmos que os períodos de fome no Brasil durante os séculos XIX e XX eram muito
comuns, e essa problemática cruel se projetava com muita expressão, até a década de 1990
o Brasil apresentava um quadro crônico de fome, muito preocupante. A primeira inciativa
estatal de envergadura para atuar nessa esfera foi a criação do Sistema Nacional de Centrais
de Abastecimento (SINAC), estrutura pública de abastecimento, que se tornou
imprescindível a partir da década de 1970, sobretudo devido ao intenso processo de
urbanização verificado no país.
Segundo Belik e Cunha (2015), o sistema atuou integrando a produção com os
canais de venda de alimentos, sobretudo para produtos hortifrutigranjeiros e buscava
também, aproximar produtores rurais de varejistas e consumidores finais. A ideia inicial era
estabelecer rotatividade nos pontos de venda (também chamados de “pedras”) para
contemplar a característica singular do agricultor, que também precisava dar atenção à
produção agrícola.
A rotatividade, então, poderia contribuir para acomodar essa pluriatividade dos
produtores rurais e ao mesmo tempo viabilizar seu controle e participação nos processos de
comercialização de alimentos. Porém a ideia não se consolida, o que se observa são
processos de especialização tanto em relação aos tipos de alimentos comercializados nas
“pedras”, quanto na atividade de comercialização. Muitos produtores deixaram suas
atividades agrícolas para se dedicar exclusivamente à comercialização, mantendo muitas
vezes os vínculos sociais com o espaço rural apenas como forma de garantir o acesso aos
produtores. Esta tentativa, então, de criar canais de comercialização inclusivos para os
pequenos produtores rurais não obteve êxito.
Com a extinção do SINAC no final da década de 1980, o Brasil entra na década de
1990, quando aos poucos se constrói a supremacia das redes supermercadistas, fundada em
operações de compras próprias e centros de distribuições autônomos. Todavia, a dinâmica
de operação das redes supermercadistas demanda um nível de especialização muito
expressivo, exigindo dos fornecedores um nível de investimento alto, no sentido de atender
especificações, escala e periodicidade nas entregas. Além disso, são correntes nas
operações das grandes redes varejistas a exigência de descontos, bonificações, os longos
prazos de pagamento e exigências de rastreabilidade. Essas condições de operação para
fornecimento, acabam, mais uma veze, por criar muitos limites à participação direta dos
agricultores familiares (WILKINSON, 2003; BELIK E CUNHA, 2015).
Somam-se esses elementos os fatores e riscos inerentes à agricultura, primeiramente
a questão dos ciclos biológicos das plantas, que demandam um capital de giro inicial
significativo, devido justamente a extensão temporal dos ciclos produtivos. Associam-se a
esse elemento de extensão futura, os riscos de variação da demanda e do preço, além dos
riscos naturais de perda parcial ou total da produção. Aspectos, então, que intensificam
esse processo de fragilização da agricultura familiar no que tange a comercialização de seus
produtos.
Esperamos nessa construção textual ter mostrado a importância sociocultural da
agricultura familiar e desenhar, por outro lado, toda a construção histórica de sua relação
fragilizada com os processos de comercialização.
Olhando para os dados do Censo Agropecuário do IBGE (2017)2, a agricultura
familiar é responsável por 80% da produção de mandioca, 69% da produção de abacaxi,
66% da produção de abóbora, 62% da horticultura, 42% da produção de feijão. Em termos
da fruticultura, a agricultura familiar produz acima de 70% na maioria esmagadora das
2 Dados compilados pelo autor e obtidos da base Sidra/IBGE, disponível em:<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017>. Acesso em: julho de 2020.
frutas. Todo esse nível e expressão na produção de alimentos se expressa ocupando apenas
23% da área de todos os estabelecimentos agropecuários do país. Assim, os dados do IBGE
(2017) expressam a participação fundamental dos agricultores familiares na produção de
alimentos e sua importância na economia brasileira, em um país considerado fortemente
agrícola. Essa agricultura constitui a base econômica de 90% dos municípios brasileiros
com até 20 mil habitantes; sendo que 40% da população economicamente ativa depende
dessa atividade, assim como 70% dos brasileiros que vivem no campo.
A Bahia se destaca como o estado com maior número de agricultores familiares do
Brasil, o qual apresenta 13,9% do pessoal ocupado na agropecuária e corresponde a 15,2%
dos estabelecimentos da agricultura familiar do país (IBGE, 2017). Especialmente nos
Territórios de Identidade do Recôncavo3, Portal do Sertão4, Baixo Sul5, Sisal6, Piemonte
Norte do Itapicuru7 e Piemonte da Diamantina8, prevalecem à importância dos
estabelecimentos da agricultura familiar na economia e nos aspectos sociais e culturais de
formação do espaço rural.
Outro dado importante do Censo Agropecuário do IBGE (2017), refere-se ao
levantamento em mais de 5 milhões de propriedades rurais do Brasil, que aponta que 11,4%
destes estabelecimentos estão associados a cooperativas, com um aumento em 67,3% em
relação ao Censo realizado em 2006. Em termos de áreas, o IBGE (2017) aponta que 20%
da área de todos os estabelecimentos agropecuários estão associadas a cooperativas, sendo
3 O Território do Recôncavo tem uma população total de 576.672 habitantes, sendo 30,8% que residem no meio rural. O número de estabelecimentos da agricultura familiar é de 28.502, que ocupa 81.316 pessoas que equivalem 45,8% das pessoas que residem no meio rural desse território (MDA, 2015a). 4 O Território do Portal do Sertão tem uma população urbana marcante com 78,1% da população total de 872.780 habitantes, especialmente por conta do município de Feira de Santana, mas em termos per capta é o Território que possui o maior número de agricultores familiares no estado da Bahia, com o número de 98.669 pessoas em 32.194 estabelecimentos agropecuários (MDA, 2015b). 5 O Território do Baixo Sul tem uma população total de 359.109 pessoas, sendo que 46,8% residente na zona rural (PTDSS Baixo Sul, 2018). Segundo o MDA (2015c), o Território do Baixo Sul tem 22.040 estabelecimentos da agricultura familiar, com a ocupação para 59.825 pessoas, o que demonstra a importância dessa agricultura para a economia, que além de gerar trabalho e renda, oportuniza a permanência no campo. 6 O Território do Sisal tem a maior concentração de agricultores familiares da Bahia, com um total de 164.684 pessoas ocupadas na agricultura familiar, sendo destaque o município de Monte Santo com 22.372 pessoas ocupadas (PTDSS Sisal, 2016). 7 O Território Piemonte Norte do Itapicuru tem 49,2% de sua população no meio rural, com a existência de 13.358 estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar que ocupa 34.253 pessoas que equivale a 29,1% do total da população rural (MDA, 2015d). 8 O Território Piemonte da Diamantina em 38,4% de sua população no meio rural, com a existência de 13.885 estabelecimentos da agricultura familiar que ocupam 34.666 pessoas, que equivalem a 39,4 da população rural desse território (MDA, 2015e).
que 70,6% desses estabelecimentos têm área entre 1 e 50 hectares, em que 71,2% desses
estabelecimentos cooperados são da agricultura familiar.
Cooperativa é uma associação de pessoas que se unem, voluntariamente, para
satisfazer aspirações e necessidades comuns, através de princípios cooperativistas
fundamentados na gestão democrática e participativa. Contribui diretamente para
atendimento das necessidades dos cooperados, ao mesmo tempo em que promove o
desenvolvimento territorial, visto que os recursos investidos contribuem para a
movimentação da economia local com o compromisso de contribuir com os processos de
educação para a cooperação. As vantagens de uma cooperativa da agricultura familiar
significam que a partir da união se conseguem benefícios comuns, com menores custos,
especialmente no acesso ao mercado que garantem regularidade e escala de oferta dos
produtos da agricultura familiar.
São estruturas que têm contribuído diretamente para o enfrentamento dos desafios
de produção e comercialização da agricultura familiar, que segue apresentando papel muito
relevante na produção de alimentos brasileira, o que reforça a importância da consecução
de propostas técnicas como a presente, como potencialidade de geração de emprego,
trabalho e renda para jovens recém egressos e formandos das Ciências Agrárias e Afins do
ensino superior, voltada para a realidade rural do Brasil, e especialmente do estado da
Bahia.
Esse contexto reforça a necessidade de propiciar espaços de formação e de
qualificação desses jovens egressos do ensino superior, em que possam se qualificar
profissionalmente no debate da produção e do abastecimento de alimentos da agricultura
familiar, temas que se entrelaçam à dinâmica de contribuições na área da gestão e do
desenvolvimento de tecnologias inovadoras, que potencializem as condições existentes
dessa agricultura nas estruturas das cooperativas, assim como também das associações
enquanto organizações que mantém a proximidade com a base da agricultura familiar no
processo de beneficiamento dos alimentos.
Neste sentido, é importante destacar o papel da educação profissional que integra o
trabalho, à ciência e à tecnologia como uma estratégia de acesso ao desenvolvimento da
tecnocientífico, conforme a Lei das Diretrizes e Bases da Educação (Lei no 9.394/96), no
Artigo 39. Logo, as iniciativas correlatas se constituem em espaços que possibilitam o
exercício profissional sob orientação na relação entre a universidade e as unidades
residentes, que têm relações, em três contextos, com a agricultura familiar: a primeira, com
as cooperativas da agricultura familiar que propiciam assessoria técnica e beneficiamento
aos produtos da agricultura familiar, voltados para garantir e ampliar o acesso aos
mercados; a segunda, junto às associações, como entidades da sociedade civil organizada e
formadas pelos agricultores familiares como base produtiva, de proximidade e que se
relacionam com o mercado, e em alguns casos, com as cooperativas; e terceiro, nas
organizações não governamentais e governamentais que prestam serviços de ATER aos
agricultores familiares e seus empreendimentos.
Iniciativas como o Programa Residência Profissional Agrícola, garantem a
capacitação técnica quanto a necessidades diversas no contexto da ambiência e das
organizações da agricultura familiar, que possibilitam a construção de práticas e de
reflexões teóricas na relação entre universidade e as unidades residentes. Essas ações
qualificam os jovens recém egressos e formandos para compreenderem as especificidades
culturais e históricas do campo, e que considerem o modo de viver e produzir da agricultura
familiar.
Esse modo de viver e produzir fundamentam, por um lado, a importância da
agricultura familiar na produção de riquezas e de abastecimento interno de alimentos, e por
outro, a geração de trabalho, emprego e renda para jovens recém egressos e formandos do
ensino superior. Esses jovens podem receber contribuições formativas e técnicas, mas
também, contribuir na construção de conhecimentos e desenvolvimento de tecnologias
adequadas e contextualizadas para a realidade da agricultura familiar e seus ecossistemas.
Por parte da UFRB, este projeto tem conformidade com as finalidades na oferta à
sociedade de uma formação profissional de qualidade de jovens da área das Ciências
Agrárias, e que esteja contextualizada com as realidades territoriais. Essa oportunidade de
ensino voltada para a complementação da formação dos jovens recém egressos e
formandos, tem a configuração de um Curso de Especialização na qualidade de residente;
ao mesmo tempo, se configura como extensão universitária na relação com as unidades
residentes, e com outras atividades formativas integradas com a UFRB que podem ser
potencializadas; e também de pesquisa, com a possibilidade de, através do residente,
estabelecer um elo entre as unidades residentes e a UFRB para uma agenda de investigação
que possa ser exercitada e desenvolvida.
Ao mesmo passo, esse projeto tem implicação em promover formação e
qualificação de jovens recém egressos e formandos nas Ciências Agrárias e Afins, atuando
na superação da visão de senso comum, que se tem sobre a agricultura familiar, como setor
residual. Quando há inúmeros estudos e dados que demonstram sua importância na
produção e abastecimento de alimentos no Brasil, e especialmente na Bahia, como também
na geração de trabalho, emprego e renda.
Essa oportunidade está em consonância com a realidade dos territórios de atuação
da UFRB, nos quais prevalecem a ocupação territorial da agricultura familiar, ao mesmo
tempo que possibilita à universidade e aos residentes a vivência junto às unidades
residentes. Por sua vez essas últimas buscam a superação de seus desafios, com
desenvolvimento de tecnologias adequadas, potencializando a produção e o
beneficiamento, bem como os processos de comercialização e o acesso aos mercados.
Assim, este projeto, de promoção de formação técnica e qualificação profissional
de jovens das Ciências Agrárias, através da relação com unidades residentes que expressam
sua diversidade organizacional, busca uma aliança entre os agricultores familiares e suas
organizações com a universidade e o Governo Federal. Essa aliança está direcionada para a
construção de uma política pública de formação e de ingresso de jovens das Ciências
Agrárias e Afins no mercado de trabalho vinculado a agricultura e sua multifuncionalidade,
devido a sua importância no Brasil, e especialmente no estado da Bahia.
Por fim, essa proposta busca contribuir com a construção das carreiras dos jovens
profissionais egressos, oportunizando a eles inserção em experiências e atividades de
trabalho concretas no âmbito agropecuário da Bahia, acompanhadas, ainda, por
profissionais acadêmicos e técnicos qualificados. Ao mesmo passo, o residente poderá
estabelecer contato com inúmeras organizações produtivas e do poder públicas ligadas à
agricultura familiar, bem como participar da construção e elaboração de inovações
tecnológicas. Somando esses fatores à qualificação acadêmica possibilitada por um curso
de Especialização, esperamos potencializar carreiras produtivas, de sucesso e éticas no
desenvolvimento agropecuário brasileiro.
Para fins de síntese e visualização, o Quadro e o mapa a seguir, apresentam os
Territórios de Identidade e seus respectivos municípios de abrangência das Unidades
Residentes do projeto, que traduz a realidade caracterizada pela existência de estruturas
organizacionais da agricultura familiar e de prestação de serviços de ATER, para as essas
estruturas no estado da Bahia.
Figura 1 – Quadro: Identificação das Unidades Residentes e sua abrangência nos Territórios de Identidade e seus respectivos municípios de atuação que caracterizam a abrangência do projeto de Residência Profissional Agrícola no estado da Bahia.
Unidades Residentes Território de Identidade
Municípios
Cooperativa Regional de Agricultores/as Familiares e Extrativistas da Economia Popular e Solidária – COOPERSABOR
Sisal
Monte Santo, Cansanção, Itiúba, Nordestina e Queimadas
Piemonte da Diamantina
Capim Grosso
Piemonte do Itapicuru
Senhor do Bonfim, Campo Formoso, Andorinha e Jaguarari
Associação Comunitária dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares do Povoado de Tapera
Sisal Monte Santo
Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira – Fundação APAEB
Sisal Valente, Itiúba, Nordestina, Queimadas, Cansanção e Santaluz
Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença - COOMAFES
Baixo Sul Valença
Cooperativa da Agricultura Familiar do Território do Recôncavo da Bahia - COOAFATRE
Recôncavo Cruz das Almas, São Felipe, São Felix, Cachoeira, Sapeaçu e Maragojipe
Centro de Educação e Cultura Vale do Iguape – CECVI
Recôncavo Cachoeira
Associação Comunitária de Matinha – ACOMA
Portal do Sertão Feira de Santana
Associação Rural Quilombolas de Paus Altos, Santa Cruz e Adjacências – ARQUIPASCA
Portal do Sertão Antônio Cardoso
Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários – UNISOL Bahia
Portal do Sertão Feira de Santana e Anguera Baixo Sul Taperoá, Wenceslau Guimarães,
Nilo Peçanha, Igrapiúna e Camamu Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER)
Portal do Sertão Antônio Cardoso, Feira de Santana, Santa Bárbara, Terra Nova, Teodoro Sampaio e Santo Estevão
Figura 2 - Territórios de Identidade de abrangência do projeto no estado da Bahia – 2020.
Fonte: Adaptado SEPLAN (2020).
Segundo a Figura 2, o projeto abrange 10 (dez) unidades residentes em 6 (seis)
Territórios de Identidade do estado da Bahia: Portal do Sertão; Baixo Sul; Recôncavo;
Sisal; Piemonte Diamantina; e Piemonte Norte do Itapicuru.
As unidades residentes podem ser classificadas em três formas de atuação na relação
com a agricultura familiar:
1) As cooperativas da agricultura familiar, com DAP Jurídicas, que atuam como estruturas
gerenciadas pelos próprios agricultores familiares para beneficiamento dos alimentos e para
garantir e ampliar o acesso ao mercado. Entre os mercados, destacam-se os institucionais,
como o PAA e o PNAE, bem como as feiras locais e as cooperativas de segundo grau.
2) As associações comunitárias com DAP Jurídicas, como unidades de produção e de
organização da agricultura familiar, que atuam através da relação de proximidade, que
possuem estruturas de beneficiamento de produtos e que em alguns casos estão ligadas às
cooperativas. Essas associações têm estruturas de beneficiamento com certificação de
inspeção sanitária, em conformidade com legislação para as especificidades dos produtos
de origem animal e vegetal; e
3) As organizações da sociedade civil e da administração pública, que prestam serviço de
ATER aos agricultores familiares e suas estruturas organizacionais. São serviços essenciais
e que têm características multidisciplinar.
3. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Promover a formação e a qualificação técnica de estudantes formandos e recém egressos
dos Cursos de Graduação de Ciências Agrárias e Afins da UFRB para acesso ao mercado
de trabalho, com atuação junto aos empreendimentos da agricultura familiar na produção de
alimentos, com a contribuição em assessoria técnica e em inovações tecnológicas.
Objetivos específicos
- Propiciar aos residentes uma vivência concreta e experiência de trabalho junto aos
empreendimentos da agricultura familiar e às organizações de prestação de serviço de
ATER;
- Qualificar tecnicamente os jovens profissionais recém egressos e formandos da UFRB
para que possam alcançar o mercado de trabalho, a partir da vivência indissociável entre
ensino, pesquisa e extensão na relação entre universidade e Unidades Residentes;
- Desenvolver ações nos campos de assessoria técnica na produção, processamento e
comercialização de alimentos junto às Unidades Residentes das organizações vinculadas à
agricultura familiar, através da inovação tecnológica, aumentando sua eficiência e
rendimentos;
- Possibilitar a integração entre Universidade e unidades produtivas da agricultura familiar,
promovendo o intercâmbio de conhecimentos técnicos, práticos e teóricos, voltados para o
desenvolvimento rural sustentável, a segurança alimentar, a geração de renda e trabalho no
estado da Bahia.
4. METAS
Essa proposta de Residência Agrícola terá como foco a atuação junto aos grupos
produtivos da agricultura familiar no estado da Bahia, em geral associações e cooperativas,
de produção, processamento e comercialização de alimentos. A áreas técnicas prioritárias
de atuação deste projeto se constituem em torno do fortalecimento e qualificação dos
processos, canais e mecanismos de comercialização dessas unidades produtivas, buscando
fortalecer sua autonomia e o desenvolvimento local, bem como apoiar o desenvolvimento
de unidades processadoras e agroindústrias da agricultura familiar, especialmente quanto ao
desenvolvimento da rotulagem de alimentos e os processos de regularização das
agroindústrias.
Figura 3 - Quadro Resumo de metas do projeto.
Meta 1 Introdução: seleção, aproximação e estudo Atividade A - Seleção dos residentes Atividade B - Reuniões e encontros
Meta 2 Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes Atividade A - Visitas e vivências iniciais junto às Unidades Residentes Atividade B – Formulação do Plano de Trabalho dos residentes
Meta 3
Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico Atividade A – Trabalho in locu Atividade B - Visitas supervisionadas da equipe docente Atividade C - Diagnósticos Atividade D - Diagnóstico de Comercialização
Meta 4 Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes Atividade A- Visitas técnicas
Meta 5 Proposta Técnica Atividade A - Desenvolvimento da proposta Atividade B - Apresentação na UR
Meta 6 Ações Formativas Atividade A – Curso de Especialização Atividade B - Ações Formativas
Meta 7 Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos Atividade A - Reunião de Acompanhamento e Planejamento Atividade B - Elaboração de relatórios
Fonte: Elaboração do próprio autor.
Meta 1 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
Nesta primeira etapa ocorrerá a consolidação da equipe, encontro entre os docentes,
os residentes e técnicos orientadores. É importante haver um momento específico para criar
familiaridade e entrosamento na equipe, a fim de garantir o desenvolvimento do projeto,
bem como realizar o planejamento inicial das atividades. Esse período será dedicado,
também, a realizar estudos e alinhamentos entre os membros da equipe, quanto às
metodologias do projeto, o perfil/características das Unidades Residentes, e às áreas
técnicas relacionadas ao projeto.
a) Atividade A - Seleção dos Residentes: Essa etapa consiste em realizar a seleção
dos residentes e irá contar com a equipe de docentes e os representantes das
Unidades Residentes (UR) e ocorrerá no campus do CETENS/UFRB.
b) Atividade B - Reuniões e encontros: estudos e discussões com a equipe docente
do projeto, com a finalidade de: compreensão e apropriação dos residentes sobre a
proposta do projeto; estudos de materiais bibliográficos e técnicos sobre as
cooperativas, associações e grupos produtivos, onde serão realizadas as
atividades; investigação acerca de instrumentais técnicos para desempenhar
atividades junto aos empreendimentos; bem como estudos técnicos sobre as áreas
científicas de intervenção do projeto. Esses encontros também atenderão o
objetivo de planejar as atividades iniciais do projeto e ocorrerão no campus do
CETENS/UFRB.
Meta 2 – Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
Compõe atividades que proporcionarão, inicialmente, a imersão dos residentes na
realidade e na rotina das Unidades Residentes, a fim de os familiarizar com a mesma, por
um lado, e apresentar o residente aos membros da UR, por outro. A partir dessa etapa, será
possível planejar mais detalhadamente as atividades dos residentes, e serão, para tal,
realizados encontros da equipe docente, residentes e representantes das Unidades
Residentes para construção de planos de trabalho. Essa elaboração será transpassada pela
inserção da relação entre UFRB e Unidade Residente, por um lado, para contribuir com o
desenvolvimento de tecnologias para fortalecimento das organizações da agricultura
familiar, e por outro, no exercício da indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa na
formação da comunidade acadêmica envolvida no projeto, especialmente para a formação
dos jovens recém egressos e formandos.
a) Atividade A - Visitas e vivências iniciais junto às Unidades Residentes:
vivências realizadas nas URs tendo por fim propiciar que os residentes conheçam e
compreendam a realidade, a dinâmica e os atores presentes em cada
empreendimento da agricultura familiar.
b) Atividade B – Formulação do Plano de Trabalho dos residentes: Constitui o
momento entre equipe docente, residentes e representação das Unidades Residentes
para a construção de um Plano de Trabalho para cada residente. É o momento que o
docente orientador constitui com o técnico orientador as diretrizes e as rotinas de
acompanhamento do residente, delimitando o papel e a responsabilidade de cada
um, assim como os prazos, bem como as atividades e ações de responsabilidade do
residente.
Meta 3 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Essa fase tem o objetivo de integrar os jovens profissionais residentes à dinâmica
operativa do empreendimento e das organizações da agricultura familiar. A partir do plano
de trabalho, em diálogo entre a equipe docente e os representantes das URs, são definidas
as atividades cotidianas a serem realizadas pelos residentes, quais se darão diretamente no
empreendimento e nas organizações que prestam serviços de ATER. Essas atividades serão
executadas e acompanhadas pelos residentes, visando construir familiaridade com o
processo de gestão, produção e comercialização do empreendimento. A ação busca,
também, inserir o residente em atividades estratégicas, que possam fortalecer sua
qualificação técnica, ao mesmo passo que contribuam por apoiar tecnicamente a unidade
residente.
Essa meta, relacionada a atuação direta junto às Unidades Residentes, apresentará
também elementos diagnósticos, processos que apresentam um caráter estratégico, na
medida, que vão inserir a atuação do residente em uma atividade de inteligência
empreendedora. Muitas vezes, tomados pelo funcionamento cotidiano e processos de
operação, os empreendimentos agroprodutivos não conseguem destinar atenção a uma
análise atenciosa e diagnóstica significativa para identificar fragilidades, problemas e
potencialidades em seus processos de produção e comercialização de alimentos. O
elemento diagnóstico poderá ocorrer como levantamento inicial ou atualização, dependendo
do contexto da UR. Especificamente, nas organizações de ATER esse levantamento seguirá
as metodologias e serviços realizados que integrem essa meta do projeto, sendo
implementados a partir das ações em execução pelas organizações na relação com os
empreendimentos da agricultura familiar.
a) Atividade A – Trabalho in locu: etapa na qual o residente irá realizar atividades
técnicas na unidade residente, acompanhado pelo técnico orientador.
b) Atividade B - Visitas supervisionadas da equipe docente: nessa atividade o
docente orientador e a equipe de docentes colaboradores irão realizar visita em loco
para acompanhar o desenvolvimento das atividades técnicas realizadas pelos
residentes; também serão realizadas reuniões de atualização, avaliação e
planejamento, a partir do instrumento de Plano de Trabalho de cada residente.
c) Atividade C - Diagnósticos: Essa etapa se constitui no processo de atualização do
Diagnóstico existente em cada empreendimento que participa como Unidade
Residente, diretamente, ou que têm o serviço de ATER das organizações
responsáveis por esta atividade. Em contato com as Unidades Residentes, foi
observado que a maioria delas tem relatórios de diagnósticos participativos –
Diagnóstico Organizacional Participativo (DOP) ou Diagnóstico Rural Participativo
(DRP), logo o levantamento inicial somente ocorrerá naquelas URs que não
apresentam diagnósticos já consolidados, nas demais implementar-se-á atualizações.
Além desses diagnósticos, muitos dos empreendimentos possuem também o
cadastro do “Marco Zero”, ou seja, da situação inicial de cada organização para que
possa mensurar os impactos. Esses relatórios serão analisados pelos residentes, sob
orientação do docente e sua equipe e do técnico orientador, como marco para sua
atualização. Os empreendimentos que não tiverem esse diagnóstico, há proposição
que sejam realizados como elemento importante para buscar complementar o Plano
de Trabalho dos residentes.
d) Diagnóstico de Comercialização: como as Unidades Residentes são os próprios
empreendimentos da agricultura familiar, sejam em associações ou cooperativas, e
as organizações que prestam serviços de ATER, o Diagnóstico de Comercialização
visa contribuir para fortalecer os processos e canais de comercialização em uma
perspectiva de construção de autonomia dos empreendimentos, bem como ampliar o
acesso ao mercado, de maneira integrada com os Estudos de Viabilidade e Gestão
Associativa, a partir do acesso aos Planos de Negócios desenvolvidos em alguns
desses empreendimentos.
Meta 4 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
Nessa etapa os residentes e os representantes das Unidades Residentes irão circular
entre os territórios, realizando encontros de trocas e intercâmbios de conhecimentos
técnicos. Esses encontros têm por finalidade fortalecer a formação técnica dos residentes
através dos intercâmbios, bem como oportunizar trocas de conhecimentos entre os
empreendimentos, visando sua qualificação produtiva e potencial de comercialização.
a) Atividade A- Visitas técnicas: residentes e representantes da Unidades residentes
se deslocam, acompanhados pelos docentes orientadores, entre as unidades fazendo
encontros e reuniões de intercâmbios.
Meta 5 – Proposta Técnica
Nesta etapa, após os diagnósticos e as vivências no processo produtivo, o residente
acompanhado e em conjunto com o seu orientador e o técnico orientador, irão desenvolver
iniciativas de intervenção técnica na realidade da UR, mediando ações de caráter formativo
e a formulação de uma proposta técnica, que visa qualificar algum processo ou etapa
produtiva das Unidades Residentes. A finalidade é que o desenvolvimento desta proposta
possa introduzir uma inovação tecnológica nos processos produtivos, na gestão ou na
comercialização do empreendimento, contribuindo para otimizar a eficiência e
produtividade do mesmo. Depois de formulada, os residentes irão apresentar sua proposta
técnica aos membros do empreendimento com quem desenvolveu sua residência
profissional. Após a apresentação e a discussão da proposta com os membros da UR, e a
partir dessas impressões e opiniões, ele irá realizar um trabalho de qualificação e
complementação da proposta técnica. Caso haja condições objetivas e materiais, o projeto
recomenda que a proposta prática seja colocada em funcionamento, mesmo que em forma
de teste.
a) Atividade A - Desenvolvimento da proposta: o residente irá elaborar sua proposta
técnica articulando os elementos do diagnóstico, de suas atividades técnicas
rotineiras, tendo o apoio teórico-metodológico de seu docente orientador.
b) Atividade B - Apresentação na UR: Esse encontro tem a finalidade de incluir os
membros do empreendimento no processo de construção e discussão da proposta
técnica, de forma a qualificá-la através de seus conhecimentos e experiências
produtivas.
Meta 6 – Ações Formativas
Essa meta compreende uma série de ações de caráter especificamente formativo, na
perspectiva de construir espações de qualificação tanto destinados aos residentes quanto às
Unidades Residentes.
a) Atividade A – Curso de Especialização: todos os residentes serão associados a um
curso de especialização vinculado ao Programa Residência. O curso abordará as
temáticas relevantes e relacionadas ao programa Residência Agrícola, abordando
temas caros a esta proposta como Sistemas Agroalimentares, Tecnologias Sociais e
Agroecologia.
b) Atividade B - Ações Formativas: a equipe docente do projeto irá construir, em
conjunto com os residentes, ações formativas técnicas em temáticas científicas de
sua expertise e relacionadas aos objetivos dessa proposta. Dessa forma, poderão ser
trabalhados os temas: dinâmica e funcionamento dos sistemas agroalimentares;
canais de comercialização e o desenvolvimento local; gestão dos empreendimentos,
estudos de viabilidade; inovações tecnológicas; rotulagem de alimentos e
regularização de agroindústrias – ou outros pertinentes e demandados no
desenvolvimento do projeto.
Meta 7 – Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
Essa meta contempla as atividades de planejamento e avaliação processual do
projeto de Residência Agrícola, também a confecção de relatórios técnicos como forma de
registro e memória, bem como a formulação de artigos científicos, que relacionem a
experiência do residente a reflexões teórico-metodológicos, relevantes ao mundo técnico-
científico.
a) Atividade A - Reunião de Acompanhamento e Planejamento: serão realizados
na UFRB/CETENS, reunindo residentes, técnicos orientadores e representantes das
unidades residentes, visando realizar um acompanhamento processual das
atividades do projeto Residência Agrícola, produzindo avaliações periódicas e
replanejamento das atividades.
b) Atividade B - Elaboração de relatórios: em conjunto residentes e docentes
orientadores irão formular relatórios sobre as atividades desenvolvidas no projeto,
contando com apoio do orientador e dos técnicos orientadores. Serão formulados
também artigos científicos, compreendendo reflexões teórico-metodológicas sobre o
projeto Residência Agrícola. São projetos indicados para o Trabalho de Conclusão
de Curso da Especialização da Residência Agrícola Profissional, que os residentes
estarão matriculados durante o período da Residência na Unidade Residente.
Descrição Unidade Valor unitárioTempo (meses)
Valor total (R$)
Bolsista Residentes Bolsa Residente 1.200,00 12 144.000,00
Descrição Unidade Valor unitário Tempo (meses)
Valor total (R$)
Professor Bolsista Bolsa Professor 200,00 12 24.000,00168.000,00
Descrição da atividade Quantidade Função da pessoa no projeto Valor unitário
Quant. de Pessoas
Quant. de diárias
Valor total (R$)
Atividade A - Seleção de residentes - CETENS/UFRB
1 Técnicos Orientadores 177,00 5 5 885,00
Atividade B - Reuniões e Encontros - CETENS/UFRB
1 Residentes e Técnicos Orientadores
177,00 16 16 2.832,00
Atividade A - Visitas e Vivências
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Visitas Supervisionadas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade C e D - Diagnósticos
2 Equipe docente 177,00 8 16 2.832,00
Atividade A - Visitas Técnicas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Apresentação na UR
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Ações formativas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade A - Reunião Acompanhamento - CETENS/UFRB
1 Técnicos Orientadores 177,00 8 8 1.416,00
Atividade A - Reunião Acompanhamento - CETENS/UFRB
1 Residentes e Técnicos Orientadores
177,00 16 16 2.832,00
15.045,00
Residência Profissional Profissional - UFRB - Ano 01
META 03 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Meta 04 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
META 05 – Proposta Técnica
Sub-total Diárias
Diárias
META 02 - Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
Auxílio Financeiro a Residentes
Quantidade
10
Auxílio financeiro ao(s) professore(s) orientador(es)
Quantidade
10Sub-total Auxílios
META 06 - Ações Formativas
META 01 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
META 07 - Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
5. RECURSOS FINANCEIROS: Planejamento e Descritivo Orçamentário
Descrição da atividade Unidade Valor unitário QuantidadeValor total
(R$)
Atividade B - Reuniões e Encontros Unidade 500,00 1 500,00
Atividade A - Visitas e Vivências
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Visitas Supervisionadas
Litros 4,50 180 810,00
Atividade C e D - Diagnósticos
Litros 4,50 180 810,00
Atividade A - Visitas Técnicas
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Apresentação na UR
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Ações formativas
Litros 4,50 180 810,00
5.360,00
Unidade Valor unitário Quant. Valor total (R$)
Unidade 17.145,45 1 17.145,45Unidade 70,00 30 2.100,00
19.245,45
22.505,00168.000,00190.505,00207.650,45
META 03 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Sub-total Material de Consumo
META 05 – Proposta Técnica
META 04 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
Sub-Total Custeio
Outros serviços de Terceiros (pessoa jurídica)
Sub-total serviços de Terceiros
combústivel
*material a ser usado o ano todo
Contratação FAPEX Serviço de administração egestão financeira
Descrição
Locação de veículo para visitas às Unidades Residentes
META 06 - Ações Formativas
combústivel
combústivel
combústivel
combústivel
Material de Consumo
META 02 - Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
META 01 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
Item
combústivel
Material Geral: pastas, fita adesiva, papel A4, papel flip charp 50 folhas, papel kraft, cartolina, caneta, piloto e tonner *
Sub-Total Auxílios Base de cáculo FAPEX
Total Ano 01
Descrição Unidade Valor unitárioTempo (meses)
Valor total (R$)
Bolsista Residentes Bolsa Residente 1.200,00 12 144.000,00
Descrição Unidade Valor unitário Tempo (meses)
Valor total (R$)
Professor Bolsista Bolsa Professor 200,00 12 24.000,00168.000,00
Descrição da atividade Quantidade Função da pessoa no projeto Valor unitário
Quant. de Pessoas
Quant. de diárias
Valor total (R$)
Atividade A - Seleção de residentes - CETENS/UFRB
1 Técnicos Orientadores 177,00 5 5 885,00
Atividade B - Reuniões e Encontros - CETENS/UFRB
1 Residentes e Técnicos Orientadores
177,00 16 16 2.832,00
Atividade A - Visitas e Vivências
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Visitas Supervisionadas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade C e D - Diagnósticos
2 Equipe docente 177,00 8 16 2.832,00
Atividade A - Visitas Técnicas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Apresentação na UR
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade B - Ações formativas
1 Equipe docente 177,00 8 8 1.416,00
Atividade A - Reunião Acompanhamento - CETENS/UFRB
1 Técnicos Orientadores 177,00 8 8 1.416,00
Atividade A - Reunião Acompanhamento - CETENS/UFRB
1 Residentes e Técnicos Orientadores
177,00 16 16 2.832,00
15.045,00
Quantidade
10Sub-total Auxílios
Diárias
META 01 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
Residência Profissional Profissional - UFRB - Ano 02
Auxílio Financeiro a Residentes
Quantidade
10
Auxílio financeiro ao(s) professore(s) orientador(es)
Sub-total Diárias
META 02 - Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
META 03 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Meta 04 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
META 05 – Proposta Técnica
META 06 - Ações Formativas
META 07 - Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
Descrição da atividade Unidade Valor unitário
QuantidadeValor total
(R$)
Atividade B - Reuniões e Encontros Unidade 500,00 1 500,00
Atividade A - Visitas e Vivências
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Visitas Supervisionadas
Litros 4,50 180 810,00
Atividade C e D - Diagnósticos
Litros 4,50 180 810,00
Atividade A - Visitas Técnicas
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Apresentação na UR
Litros 4,50 180 810,00
Atividade B - Ações formativas
Litros 4,50 180 810,00
5.360,00
Unidade Valor unitário
Quant. Valor total (R$)
Unidade 17.145,45 1 17.145,45Unidade 70,00 30 2.100,00
19.245,45
22.505,00168.000,00190.505,00
TOTAL PROJETO 415.300,90 207.650,45
Material de Consumo
Item
META 01 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
*material a ser usado o ano todoOutros serviços de Terceiros (pessoa jurídica)
Descrição
Contratação FAPEX Serviço de administração egestão financeira Locação de veículo para visitas às Unidades Residentes
META 06 - Ações Formativas
combústivel
Sub-total Material de Consumo
Sub-total serviços de Terceiros
combústivel
META 04 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
combústivel
META 05 – Proposta Técnica
combústivel
Material Geral: pastas, fita adesiva, papel A4, papel flip charp 50 folhas, papel kraft, cartolina, caneta, piloto e tonner *
META 02 - Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
combústivel
META 03 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
combústivel
Sub-Total Custeio Sub-Total Auxílios Base de cáculo FAPEX
Total Ano 02
Concedente MAPA Convenente UFRB
Interveniente
R$ 30.090,00 - -R$ 288.000,00 - -R$ 48.000,00 - -R$ 10.720,00 - -R$ 38.490,90 - -
TOTAL GERAL R$ 415.300,90 - -
Demonstrativo de Despesas do Projeto do Programa de Residência Profissional Agrícola - 24 meses (Ano 1 e Ano 2)
R$ 415.300,90
TOTAL
DESPESAS CORRESPONDENTES AO PERÍODO DE 2021 A 2022
Elemento de Despesa
Diárias (hospedagem e alimentação)Auxílio Financeiro a EstudantesAuxílio Financeiro a Pesquisadores/ Material de ConsumoServiços de Terceiros Pessoa Jurídica
METAS FINANCEIRAS
R$ 30.090,00R$ 288.000,00R$ 48.000,00R$ 10.720,00R$ 38.490,90
6. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO
Esse projeto tem o propósito de contribuir na formação e na qualificação técnica de
estudantes formandos e recém egressos dos Cursos de Graduação de Ciências Agrárias e
afins, em que possa contribuir com o acesso ao mercado de trabalho na relação com o
desenvolvimento da agricultura familiar, a partir de suas organizações produtivas e
comerciais, assim como de prestação de serviço de ATER.
A proposta pretende integrar-se a uma política institucional da UFRB de
acompanhamento dos egressos, e na relação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) instituir um Programa permanente para os jovens egressos das
Ciências Agrárias. Esse programa tem atividades acadêmicas indissociáveis, entre ensino
na continuidade da formação desses jovens, e na articulação de um Curso de Especialização
específico do Programa de Residência Profissional Agrícola; na extensão, a partir da
relação com as Unidades Residentes, setores da sociedade, especialmente aqueles presentes
na maior parte do mundo rural de atuação da UFRB e dos residentes, com destaque na
agricultura familiar e suas organizações; e na pesquisa, com a formulação de uma agenda
que contribua para as inovações tecnológicas na relação entre UFRB e as Unidades
Residentes, que contribuam para o desenvolvimento e o fortalecimento da agricultura
familiar, através da formação de sujeitos que conheçam e possam contribuir efetivamente
nesta dinâmica, como também da própria estrutura universitária que possa potencializar sua
produção, através de processos dialógicos e com socialização de experiências e de saberes.
Para tanto, optou-se nesse projeto pelos residentes serem jovens recém egressos e
formandos da UFRB para que se possa garantir uma ação institucionalizada em processo de
construção junto ao MAPA. Assim, compreende-se que garantir a vivência desses
residentes no processo de sua formação com a realidade rural que o cerca, contribui
efetivamente para sua formação, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento
territorial.
Esse desenvolvimento tem implicações com a atuação das instituições e
organizações em um determinado espaço geográfico que possam garantir a produção de
alimentos como atividade essencial para a manutenção humana, ao mesmo tempo que
garanta a geração de trabalho, emprego e renda em um setor que necessita de valorização e
de ações estruturais que potencializem suas capacidades. Para isso, é necessário a
organização de estruturas coletivas que garantam escala e regularidade no fornecimento dos
alimentos, em que as inovações tecnológicas possam incrementar valores econômicos, mas
também nutricionais com atendimento à legislação sanitária, como forma de promover a
segurança alimentar e nutricional.
Nesse sentido, esse projeto tem abrangência em 06 (seis) Territórios de Identidade
com 10 (dez) Unidades Residentes, com atuação em 31 municípios do estado da Bahia, que
se dividem em 3 tipologias: as cooperativas da agricultura familiar, com DAP Jurídicas,
que atuam no beneficiamento e no acesso aos mercados; as associações comunitárias com
DAP Jurídicas, como unidades de produção e de organização da agricultura familiar; e as
organizações da sociedade civil e da administração pública que prestam serviço de ATER
aos agricultores familiares e suas estruturas organizacionais.
Essas tipologias de Unidades Residentes possibilitam uma atuação ampla, com
acesso a diversidade de atividades profissionais relacionadas com os aprendizados para os
residentes, em que possibilitará compreender os desafios e as potencialidades da agricultura
familiar nos Territórios de Identidade da base da UFRB e dos próprios residentes, bem
como de contribuir para uma relação que possa significar o seu acesso ao mundo do
trabalho, como também de promover inovações tecnológicas através das possibilidades de
experiências intercambiadas entre a UFRB e as Unidades Residentes.
Esse contexto necessita de uma equipe acadêmica multidisciplinar para atuação
neste projeto, que envolve a área das Ciências Agrárias e Afins - como Engenharia de
Alimentos, Engenharia Agronômica, Geografia, Química e Nutrição, com pós-graduação
que convergem para as Ciências dos Alimentos, Planejamento e Desenvolvimento Rural
Sustentável, Geografia e Química - em uma perspectiva de garantir processos de
orientações e de acompanhamentos na relação dos residentes e com as Unidades
Residentes.
É importante, também, trazer alguns pressupostos teórico-metodológicos, que darão
solidez às ações e atividades do presente projeto, admitindo, então, nessa proposta dois
pilares, a perspectiva da Extensão Rural e a Abordagem Participativa.
Entendemos aqui, a extensão rural, como um encontro ou uma série de encontros
entre técnicos/acadêmicos e agricultores, são interações e também conflitos, entre histórias
de vida, visões de mundo, valores e culturas, muitas vezes distintas. As orientações da
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater), que foi instituída em
2010 com a Lei 12.188/2010, são fundamentais para pensarmos em ações construídas entre
a universidade pública e os atores sociais da agropecuária, especificamente nessa proposta,
os sujeitos da agricultura familiar.
Segundo essas orientações o contexto do agricultor é fundamental para se pensar
ações formativas e de assessoria, elementos, então, como o contexto cultural (costumes,
valores, crenças, tradições), a realidade do agricultor, seu modo de pensar e ver o mundo se
tornam centrais. É relevante conhecer o contexto territorial, o lugar de vida dos
agricultores, para poder compreender em profundidade os processos produtivos, suas
possibilidades de aperfeiçoamento e inovação (BRASIL, 2010).
Entender, igualmente, os agricultores e produtores rurais como atores portadores de
conhecimento e de leituras de suas realidades produtivas são fundamentais para se buscar
alternativas tecnológicas efetivas e duradouras. Essa abordagem visa criar espaços de troca
entre os próprios produtores, ou seja, os participantes das URs, como espaços formativos
diversificados, onde possam ocorrer processos interativos e trocas de conhecimentos,
criando, assim, aprendizados coletivos.
Já na abordagem participativa, utilizam-se ferramentas que destacam a importância
dos próprios agricultores e agricultoras participarem dos processos de elaboração das
soluções dos problemas que os circundam. Assim, esses sujeitos analisam, também, as
situações, o contexto local, seus processos produtivos, a partir de conceitos e critérios de
explicação próprios. (VERDEJO, 2006)
A perspectiva participativa, tem como elemento forte a troca de conhecimento e as
sínteses realizadas pelos próprios agricultores para identificar problemas, os solucinar e
realizar planejamento de ações conjuntas. Logo, em termos de sínteses coletivas se torna
relevante pensar sobre os meio de comunicação pertinentes a esses agricultores e
agricultoras. Por isso, são muito comuns nessas técnicas elementos de vizualização, como a
elaboração de mapas, diagramas e matrizes, que têm como objetivo refletir os assuntos em
pauta de forma gráfica. A ideia é que as imagens facilitem o diálogo e realizem a mediação
de interpretações coletivas dos fenômenos enfrentados. A ideia central é a construção de
entendimentos coletivos, favorecendo o diálogo e o intercâmbio de saberes.
Neste sentido, o projeto tem sua execução em conformidade com as metas e suas
ações, a partir de seu detalhamento metodológico:
Meta 1 - Introdução: seleção, aproximação e estudo
Atividade A – Seleção dos Residentes
Inscrição e seleção:
- Inscrições: formulário preenchido e enviado via internet, em período a ser definido, a
partir do cumprimento com a parte do Termo de Execução Descentralizada (TED) e
contratação da Fundação credenciada pela UFRB – a FAPEX – Fundação de Apoio à
Pesquisa e à Extensão. A inscrição será realizada a partir do lançamento de um Edital
específico, com a apresentação das normas e critérios, em conformidade com o Programa
de Residência Agrícola da SAF/MAPA. Essa seleção condiciona que o residente irá se
matricular em um Curso de Especialização do referido programa na UFRB, como condição
para que sejam efetuados os pagamentos de bolsas para os egressos. Além disso, observa-se
que esse Curso de Especialização é uma oportunidade para contribuir com o processo
formativo e de qualificação profissional do residente.
- Seleção - será composta de duas etapas:
i) Análise de Documentação: Carta de Intenção; Currículo lattes;
ii) Entrevista: a entrevista será realizada, presencialmente no Centro de Ciência e
Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS) UFRB, pela equipe docente do
projeto junto a representantes das URs. A entrevista versará sobre as experiências
acadêmicas, técnicas e em extensão dos candidatos, buscando verificar sua aderência à
proposta do presente projeto.
- Classificação: A partir da nota obtida no processo de seleção, com indicação para as
Unidades Residentes.
Atividade B – Reuniões e encontros:
i) Encontro Geral Inicial: Esse encontro inicial irá reunir toda equipe docente do
projeto, os residentes e os técnicos orientadores para um encontro de um dia
inteiro no CETENS/UFRB, campus de Feira de Santana, tratando do
planejamento inicial e estudos metodológicos e teóricos do projeto.
Metodologicamente, poderá contar com exposições dialogadas, rodas de debate
e ferramentas interativas.
ii) Encontros Específicos: Cada orientador irá realizar encontros virtuais com os
residentes que orienta e conduzir estudos teóricos sobre as áreas de intervenção
nas URs e também sobre metodologias a serem desenvolvidas nas atividades de
trabalho dos residentes.
Meta 2 – Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
Atividade A - Visitas e vivências iniciais junto às unidades Residentes
Essa atividade consiste em período de vivência nas URs em que os residentes irão
desenvolver suas atividades. O professor orientador coordenador junto com os docentes
colaboradores irão acompanhar a vivência. Essa ação tem como base a metodologia da
Observação Participante, que se refere a um processo de “imersão” de técnicos e
acadêmicos na rotina do grupo, em nosso caso junto aos membros da Unidade Residente.
Participa-se das atividades que compõem o cotidiano desses coletivos e grupos sociais para
promover a compreensão mais profunda da realidade e construir entendimentos de forma
mais orgânica, oportuna e espontânea. É importante definir os objetivos da atividade, o
período que se destinará à observação participativa e as atividades a serem acompanhadas
(como reuniões técnicas, atividades produtivas e o prórpio cotidiano da organização) junto
ao membros da organização.
Atividade B - Formulação do Plano de Trabalho dos residentes:
i) Será um planejamento participativo realizado pelo docente orientador em
conjunto com o técnico residente, o residente, e outros membros da Unidade
residentes interessados, compondo ação estratégica e leitura de realidade. O
plano de trabalho visará atender as demandas concretas das Unidades residentes,
tendo como base a de formação do residente, bem como contribuições técnicas
da Universidade. O plano de trabalho também irá articular ações produtivas,
formativas, de intercâmbio e de inovação tecnológica.
Meta 3 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Atividade A - Trabalho in locu
i) Execução de atividades técnicas desempenhadas pelos residentes com
acompanhamento do Técnico Orientador, conforme planejado no plano de
trabalho, vinculado a sua formação técnica e a áreas estratégicas para o
empreendimento.
ii) Reuniões com orientadores: ocorrerão periodicamente reuniões virtuais com os
orientadores para acompanhar as atividades técnicas dos residentes.
Atividade B - Visitas supervisionadas da equipe docente
i) Nessa atividade o docente orientador irá realiza visita a UR de seus orientandos
e acompanhar suas atividades técnicas. Essa visita, do ponto de vista
metodológico será importante alinhar a ação cotidiana produtiva do residente e
assim proporcionar momentos de reavaliação, bem como reunir elementos para
o planejamento futuro das atividades.
Atividade C - Diagnósticos
i) Nessa atividade serão realizadas atividades diagnósticas com a finalidade de
identificar as potencialidades e as fragilidades dos empreendimentos em seus
processos de produção e comercialização de alimentos. Essa atividade será
acompanhada pelos técnicos orientadores e docentes orientadores. Os
diagnósticos participativos são métodos utilizados para a construção de
diagnósticos com os próprios sujeitos, os agricultores familiares, seja das suas
organizações ou das suas comunidades, enquanto elemento importante de
reflexões voltadas para as ações de planejamento de fortalecimento da
agricultura familiar.
Atividade D - Diagnóstico de Comercialização:
i) O diagnóstico de comercialização será realizado também com base na abordagem
participativa. Como elemento diagnóstico ele lançara um olhar amplo sobre os
processos de comercialização das unidades produtivas, porém, como apontado na
justificativa, a comercialização na agricultura familiar encontra entraves históricos
e, por isso, utilizaremos como enfoque prioritário o fortalecimento dos
empreendimentos da agricultura familiar nas cadeias de distribuição de alimentos. O
instrumental de levantamento de dados pode ganhar contornos diversos, com base
no contexto local, mas algumas categorias de investigação são relevantes aqui:
identificar o nível de participação e controle no encadeamento da produção,
distribuição e consumo dos alimentos dentro dos circuitos comercialização
estabelecidos; a caracterização dos atores envolvidos no sistema de distribuição dos
produtos; bem como qualificar a regulação do circuito, e os critérios que definem a
comercialização. Enquanto ferramentas participativas podem ser empregados os
fluxogramas comerciais, que identificam sobretudo os canais de venda e o destino
dos produtos, como também matrizes de comercialização, que inserem elementos
quantitativos na caracterização.
Meta 4 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
Atividade A- Visitas técnicas:
i) Essa atividade vai funcionar organizando-se encontros com o recorte
territorial, ou seja, as Unidades Residentes que apresentam proximidade
geográfica irão se reunir e um único encontro. Uma das URs irá sediar o
encontro, que realizará intercâmbio das experiências realizadas pelo
programa Residência Agrária, bem como debaterá as potencialidades de
cada UR, com base na abordagem participativa, que possam ser utilizados
como elemento de fortalecimento das demais unidades, podendo ser usadas
como ferramentas oficinas, rodas de conversa, mesas redondas e palestras.
Meta 5 – Proposta Técnica
Atividade A - Desenvolvimento da proposta:
i) Essa elaboração buscará ser o mais conectada o possível aos determinantes da
realidade das URs, pois estão ali, tanto os problemas a serem endereçados na
proposta técnica, quanto os embriões das próprias soluções. Outro elemento
metodológico relevante dessa etapa é seu caráter processual, ou seja, a
integração e as conexões com as atividades anteriores (diagnósticos,
intercâmbios de conhecimento, rotina produtiva) são fundamentais para a
formulação da proposta técnica. Assim, é desejável que o desenvolvimento da
proposta seja uma síntese entre as condições matérias de produção dos
empreendimentos, dos conhecimentos práticos dos membros das URs, junto ao
conhecimento técnico e científico da academia. Os diálogos entre orientador,
técnico e residente poderão ocorrer presencialmente ou de forma virtual, dadas
as condições do contexto e de deslocamento.
Atividade B - Apresentação na UR:
i) Essa atividade vai contar com um encontro na UR, para apresentação da
proposta técnica, contando com a participação do docente orientador. Do ponto
de vista metodológico os aspectos de comunicação e são muito relevantes aqui
para que a exposição da proposta se clara para os membros da UR, para tanto
terão como base os pressupostos da Extensão Rural. Ao mesmo passo o uso de
ferramentas participativas será relevante para incluir os membros da UR da
discussão crítica da proposta técnica.
Meta 6 - Ações Formativas
Atividade A – Curso de Especialização
i) Curso de Especialização Lato Sensu que abordará temáticas teóricas, técnicas e
metodológicas relacionadas ao programa Residência Agrícola. O curso terá um
caráter metodológico de dialogo entre os conhecimentos científico e as
experiências de vida e profissionais, trazendo esse elemento do contexto
específico dos residentes para o momento pedagógico.
Atividade C – Ações Formativas:
i) Essas ações formativas do ponto de vista metodológico poderão assumir
inúmeros formatos, de acordo com a temática e a intenção de aprendizado,
podendo ser utilizadas oficinas, rodas de conversa, visitas técnicas, mesas
redondas e palestras (dentre outros). Essas atividades apresentarão, também,
enfoque a partir das abordagens participativas.
Meta 7 – Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
Atividade A - Reunião de Acompanhamento e Planejamento:
i) Serão dois encontros, o primeiro ocorrerá no meio do calendário de execução do
projeto e o segundo ao final, tendo como fim realizar coletivamente avaliações
das atividades e ações desempenhadas, e discutir as próximas etapas,
qualificando os seguintes processos a partir da reflexão do que já foi realizado.
A atividade contará com a equipe docente, os representantes das URs, os
técnicos orientadores e os residentes, para tanto serão utilizadas ferramentas
participativas.
Atividade B - Elaboração de relatórios e artigos:
ii) Essa atividade tem a finalidade de sistematizar textualmente as atividades
realizadas no decorrer do projeto Residência Agrária, de forma a prestar contas
adequadamente ao órgão federal responsável, como também trazer contribuições
acadêmicas relevantes através da elaboração de trabalhos científicos. Os
diálogos entre orientador e residente poderão ocorrer presencialmente ou de
forma virtual, de acordo com as condições do contexto e de deslocamento.
7. UNIDADES RESIDENTES
a) Cooperativa Regional de Agricultores/as Familiares e Extrativistas da Economia
Popular e Solidária – COOPERSABOR
A Cooperativa Regional de Agricultores/as Familiares e Extrativistas da Economia
Popular e Solidária - COOPERSABOR foi fundada em 2014, com abrangência em 10 (dez)
municípios de 03 (três) Territórios de Identidade: Sisal, Piemonte da Diamantina e
Piemonte do Itapicuru. A cooperativa tem sede em Monte Santo - BA, situada a 352 km da
capital do estado, com 21 (vinte e um) empreendimentos em seu quadro de cooperados com
unidades de beneficiamento de frutas de cultivo e extrativistas. A cooperativa envolve
diretamente 155 mulheres e jovens rurais (78% de mulheres e 67% jovens) na sua base
social, com envolvimento direto de mais de 1000 famílias integradas na cadeia produtiva,
com unidades de beneficiamento e processamento registradas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e pela inspeção sanitária municipal e
estadual, em consonância com a legislação para cada produto, sua origem e mercado.
A COOPERSABOR surgiu como estratégia de enfrentamento à dificuldade com o
escoamento da produção da agricultura familiar no semiárido baiano, a partir dos Grupos
Produtivos Solidários. O objetivo central da COOPERSABOR é de realizar ações junto aos
grupos produtivos e agricultores familiares para garantir o acesso ao mercado, dentre essas:
a formalização fiscal através de emissão de nota, regularização e certificação de unidades
produtivas, aperfeiçoamento e acesso ao processo de rotulagem adequado para a
comercialização, viabilidade à compra de insumos, dentre outras.
A COOPERSABOR possui três espaços fixos de venda coletiva, situadas
respectivamente nos municípios de: Monte Santo, Nordestina e Itiúba. São espaços de
venda coletivos, denominados “Pontos Monte Sabores”, onde os empreendimentos da
agricultura familiar comercializam seus produtos diretamente aos consumidores.
Predominam os produtos derivados do maracujá do mato (Passiflora cincinnata), o licuri
(Syagrus coronata) e do umbu (Spondias tuberosa), mesmo com certas adversidades,
beneficiam polpas, doces, compotas e geleias de umbu e maracujá do mato e os derivados
do licuri, o que viabiliza economicamente práticas extrativistas e agroecológicas por conta
das tecnologias de convivência com o semiárido.
Outros espaços destinados à comercialização também foram construídos, com a
integração às Centrais de cooperativas que a COOPERSABOR é cooperada, como a Arco
Sertão Central e a Central da Caatinga, situadas em Serrinha e Juazeiro respectivamente. A
COOPERSABOR acessa o mercado institucional, a partir do Programa Nacional de
Alimentação Escolar - PNAE e do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA,
diretamente através das Chamadas Públicas ou pelas Centrais de cooperativas que faz parte.
A organização da rede de produção e comercialização da COOPERSABOR
acontece de forma coletiva nos grupos produtivos e solidários e apresenta subsídios por
parte da cooperativa. Uma estratégia encontrada para reduzir os custos na aquisição da
matéria prima, foi de realizá-la pela cooperativa de forma coletiva, repassando os materiais
aos grupos de acordo com a sua demanda de produção.
Desse modo, a aquisição de embalagem primária, secundária, rotulagem, matéria
prima e equipamentos são obtidos em quantidade, com objetivo de conseguir menor preço
no mercado e serem repassados para os grupos pelo mesmo valor adquirido. A devolução
do recurso à COOPERSABOR é feita de forma gradativa, conforme a comercialização de
cada grupo vai ocorrendo. Tais informações podem ser constatadas através dos registros de
controle da cooperativa e através da emissão de notas fiscais.
Pode-se observar que a COOPERSABOR tem o desenvolvimento de atividades
produtivas a partir de beneficiamento de produtos da agricultura familiar para agregação de
valor, ao mesmo tempo que oportuniza o acesso ao mercado de maneira coletiva, o que
garante escala e regularidade de fornecimento para seus membros, tanto no mercado
institucional da agricultura familiar, como nos mercados de abrangência territorial e
estadual. A cooperativa conta com apoio do Centro Público de Economia Solidária
(CESOL) e na sua base social tem técnicos da área de Ciências Agrárias e Afins no
acompanhamento das atividades produtivas.
A oportunidade da relação de parceria enquanto unidade residente e do exercício
profissional, nos espaços produtivos na relação com os grupos da base social, envolverão
10 (dez) municípios de três Territórios de Identidade (Sisal, Piemonte da Diamantina e
Piemonte do Itapicuru). Importante destacar a existência de muitos egressos que se
enquadram no perfil para assumirem como residentes do Território do Sisal, especialmente
do município de Monte Santo.
Além disso, há oportunidade de formação na área do cooperativismo e da
produção agroecológica - nas próprias estruturas da cooperativa - voltada para o acesso ao
mercado. A atuação poderá ocorrer no campo da gestão e na inovação tecnológica
(necessárias no contexto das tecnologias de convivência com o semiárido), podendo
também, se inserirem no mercado de trabalho.
b) Associação Comunitária dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares do
Povoado de Tapera
A Associação Comunitária dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares do
Povoado de Tapera foi fundada no dia 02 de julho 1998, como a iniciativa da comunidade
em buscar alternativas de geração de trabalho e renda, também a valorização dos produtos
da agricultura familiar.
A formalização da associação possibilitou o acesso a políticas públicas (como a
energia elétrica, acesso a escolas), e contou com o envolvimento dos agricultores familiares
no mutirão e em doações para a construção de uma sede. Realizaram-se diversas feiras na
comunidade e integraram outras experiências no município e no Território do Sisal. A
participação nas feiras motivaram os associados a buscarem o processamento de sua
produção, para agregação de valor aos produtos da agricultura familiar, como forma de
gerar renda, principalmente para as mulheres e os jovens rurais.
Essa motivação se deu principalmente devido ao acesso ao mercado institucional do
PAA e PNAE, o que fomentou a participação desta associação na base produtiva da
COOPERSABOR. A associação conta com 52 associados e está no momento de finalização
da construção de uma unidade de beneficiamento de frutas, de cultivo e extrativista, para
produção de doces, geleias, compotas, licores, entre outros.
A associação tem acompanhamento técnico da COOPERSABOR e a motivação de
se colocar como unidade residente está relacionada a possibilidade de integrar a dinâmica
da UFRB, enquanto espaço de formação e qualificação profissional, que possam vivenciar a
cadeia produtiva da fruticultura desde a produção agroecológica nas 52 propriedades da
agricultura familiar situadas em Monte Santo. Essa vivência será voltada para o
aprendizado de tecnologias sociais de convivência com o semiárido, como o processamento
das matérias-primas das propriedades de associados para produtos que agreguem valor,
bem como na relação com a cooperativa no acesso ao mercado. Além disso, ampliam-se as
oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
c) Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira
– Fundação APAEB
No início da década de 1990, lideranças da sociedade civil e dirigentes da
Associação APAEB chegaram à conclusão de que era preciso adotar medidas de melhoria
da qualidade de vida da população sertaneja do Território do Sisal. Foi, então, constituída
em 21 de agosto de 1992, inicialmente como Fundação Educadora de Desenvolvimento da
Região Sisaleira, e em julho de 2007, passou a ser chamada de Fundação de Apoio ao
Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira – Fundação APAEB. O
primeiro projeto que executou, foi aprovado naquele mesmo ano para construir 146
cisternas comunitárias em alguns municípios.
No período de 2008 a 2010, a Fundação colocou em execução projetos nas áreas de
Assessoria Técnica e Extensão Rural - ATER, Cultura, Inclusão Digital, Formação para a
Convivência com o Semiárido, Formação e Assessoria para grupos de produção,
recuperação da lavoura do sisal, entre outras. Esses projetos contribuíram para o
desenvolvimento das famílias e de suas unidades produtivas.
A Fundação APAEB conseguiu apoiar um grande número de famílias e identificar
outros grupos de produção nos municípios de atuação, e tem atuado com serviços de
ATER, dentro da perspectiva da Transição Agroecológica e de Mulheres Rurais, da
Segurança Alimentar e Nutricional e da Organização Social, especialmente nos municípios
de Valente, Itiúba, Nordestina, Queimadas, Cansanção e Santaluz. Importante destacar que
todas essas ações têm vínculos com o desenvolvimento de tecnologias de convivência com
o semiárido, com estratégias apropriadas para a produção de base agroecológica e geração
de renda para as unidades de produção e de beneficiamento da agricultura familiar.
Essas ações têm possibilitado os grupos produtivos da agricultura familiar
acessarem o mercado institucional – PAA e PNAE, bem como o mercado local e territorial,
estabelecendo relações com pontos de comercialização em Valente e na Central de
Cooperativas ARCO Sertão, em Serrinha, no Território do Sisal.
Outra ação importante para se destacar é a existência de um viveiro de mudas
gerenciado pela Fundação APAEB, denominado de “O Caatingueiro”, que produz e
distribui mudas de plantas forrageiras adaptadas e nativas, além de espécies frutíferas e
ornamentais.
Portanto, a Fundação APAEB tem ações voltadas para a formação nas diversas
áreas do conhecimento, além de propiciar formações nas comunidades rurais através dos
projetos de ATER. Possui, igualmente, um Centro de Aprendizagem e Intercâmbio de
Saberes – CAIS, que tem o objetivo de contribuir na construção do conhecimento, criando
uma sinergia do saber popular com o saber científico, o que possibilita a consolidação de
alternativas de desenvolvimento de tecnologias de convivência com o semiárido.
Enquanto unidade residente, a Fundação APAEB tem a expectativa de integrar o
residente nas ações de ATER em execução, que envolvem uma diversidade de atividades
direcionadas às famílias agricultoras, com o objetivo de desenvolver as Unidades
Produtivas Familiares - UPFs, com orientações e formações para a prática agroecológica,
como também de acompanhamento das unidades de beneficiamento produtivo,
especialmente com a presença das mulheres rurais, para agregação de valor aos seus
produtos e acesso ao mercado.
Outra ação neste percurso de formação na relação com a Fundação APAEB se
localiza na área do meio ambiente com a participação na produção, distribuição e
comercialização de mudas nativas e adaptadas ao bioma caatinga, através do viveiro de
mudas. E por fim, a participação pode ocorrer na área da educação, em que a Fundação
APAEB faz a formação da sua equipe técnica e das famílias agricultoras envolvidas em
suas ações, viabilizadas pelo CAIS e sua relação com a Escola Família Agrícola de Valente
e de Monte Santo (EFAs). São ações de formação que interagem entre educação básica,
educação profissionalizante e ensino superior, enquanto importante espaço de aprendizados
e de vivências.
d) Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença -
COOMAFES
A Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença -
COOMAFES é um empreendimento constituído por mulheres rurais que trabalham com
agricultura familiar e economia solidária do município de Valença - BA. O registro da
cooperativa é datado de 27 de novembro de 2017, com 64 mulheres rurais cooperadas.
Cabe destacar que a constituição da cooperativa foi iniciada em 2014, quando as mulheres
fundadoras se conheceram a partir do acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos –
PAA.
A organização em rede das mulheres rurais tem buscado parcerias e acesso às
políticas públicas, que possam contribuir com a finalidade da cooperativa, proporcionando
geração de trabalho e renda para mulheres rurais e suas famílias do município de Valença –
BA, e também acesso ao mercado para os produtos das unidades de produção de mulheres
rurais.
A Cooperativa, que é constituída por 18 grupos produtivos que envolvem 17
comunidades rurais, se volta para a comercialização de produtos da agricultura familiar e
economia solidária, sendo que a Comunidade do Baixão da Várzea possui dois grupos
produtivos. Deste modo, as comunidades rurais abrangem diretamente mais de 500 famílias
que participam no fornecimento de produtos agrícolas. Essas comunidades rurais são:
Aldeia de São Fidelis (Grupo Dálias da ASPAG); Baixão da Várzea (Grupo Doces
Momentos e Grupo Mãos que Constroem); Camisão – Orobó (Grupo Camisão); Candimba
(Grupo Mulheres do Candimba); Derradeira (Grupo Delícias do Campo); Dois Riachos –
Orobó (Grupo Verde Vida); Formiga – Tabuleiro do Rio do Braço (Sabor do Campo);
Gereba (Grupo Mulheres da APEAG); Gervásio – BR 101 (Grupo Delícias da Roça);
Jequiriçá (Grupo Nova Esperança); KM 2 (Grupo Sabor da Mandioca); Lagoa da Várzea
(Delícias do Coco); Riachão da Serra (Saborear); Saruê (Sabor da Vida); Tarimba – Orobó
(Trabalhando para Vencer); Tucumirim (Grupo Sabor da Terra Tucumirim) e Una Mirim
(Unidas Venceremos).
A COOMAFES possui espaços de comercialização para acesso aos mercados, para
além do PAA e do PNAE, contando com o espaço solidário em Salvador e Valença do
Programa do Centro Público de Economia Solidária. Há, da mesma forma, a Cantina
Solidária, no Campus da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em Valença e a Feira
Permanente de Agricultura Familiar e Economia Solidária, que ocorre semanalmente no
centro de Valença. Portanto, são espaços diferentes, com dinâmicas próprias e geridos por
diferentes parceiros e pela própria cooperativa. A cooperativa comercializa concentrados de
frutas, frutas desidratadas, beneficiamento de mandioca e de banana em diversos produtos
como beiju, goma, banana chips, hortaliças e frutas in natura, entre outros.
A cooperativa tem a expectativa de ser unidade residente como espaço de
qualificação para sua formação, mas ao mesmo tempo contribuir com os 18 grupos de
produção das comunidades rurais, como também nos espaços de comercialização da
cooperativa fortalecendo a ampliação e acesso aos mercados. Essa cooperativa possui
parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a partir da Incubadora de
Empreendimentos Solidários - INCUBA e tem apoio do projeto “Fortalecimento de Grupos
Produtivos da Agricultura Familiar do Estado da Bahia” com recursos do MAPA.
Importante destacar que a cooperativa tem apoio e acompanhamento técnico do
Centro Público de Economia Solidária – CESOL do Baixo Sul, e apresenta na sua base
social técnico disponível para a orientação e acompanhamento do residente na área de
Ciências Agrárias e afins.
e) Cooperativa da Agricultura Familiar do Território do Recôncavo da Bahia -
COOAFATRE
A Cooperativa da Agricultura Familiar do Território do Recôncavo –
COOAFATRE, de acordo com seu estatuto legal, tem abrangência no Território de
Identidade do Recôncavo da Bahia e apresenta o objetivo de promover o trabalho na área
de processamento, de beneficiamento e de transformação dos produtos da agricultura
familiar, oriundos de derivados de mandioca, inhame, batata-doce, amendoim, frutas,
avicultura, laticínios, dentre outras, de acordo com a capacidade profissional e vocação de
seus membros, em grupo ou no todo.
A COOAFATRE busca integrar ao mercado de trabalho prioritariamente os jovens e
as mulheres do Território do Recôncavo da Bahia, gerando assim, trabalho/renda com o
fortalecimento da agricultura familiar e contribuindo para o desenvolvimento territorial.
Sua ação está focada em proporcionar a comercialização dos produtos da agricultura
familiar, efetuando contratos de vendas dos seus produtos, inclusive para exportação, de
forma que impeça a perda de rentabilidade por ação de intermediários, garantindo assim,
agregação de valor e melhor renda para os associados. A cooperativa visa, ainda, adquirir
matérias-primas, máquinas, equipamentos, veículos e outros insumos básicos necessários
ao exercício das atividades de seus associados.
Hoje a atuação da cooperativa ocorre efetivamente em seis municípios do
Recôncavo da Bahia - Cruz das Almas, São Felipe, São Felix, Cachoeira, Sapeaçu e
Maragojipe – com envolvimento direto de 12 comunidades rurais. Tem a experiência de
acessar o mercado institucional através do PAA e do PNAE, além de ter acesso a três
cantinas universitárias do Campus de Cruz das Almas da UFRB, desde 2010, que envolvem
diretamente 29 mulheres rurais.
As estruturas de produção e das cantinas universitárias - consolidada a partir de uma
Rede de Cantinas Solidárias - estão estabelecidas através da relação de acompanhamento
com a INCUBA/UFRB e tem apoio do projeto “Fortalecimento de Grupos Produtivos da
Agricultura Familiar do Estado da Bahia”, com apoio do MAPA. A unidade de produção
das mulheres está situada na comunidade de Bom Gosto, em São Felipe, com recursos de
Edital Público da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, com uma
agroindústria de beneficiamento de produtos da agricultura familiar, como também a
existência de uma casa de farinha.
A COOAFATRE tem na sua base, unidades integradas a partir do Projeto da
Aliança Produtiva da CAR, aprovado em Edital de 2018, em execução com a presença de
dois técnicos (um engenheiro agrônomo e um gestor de cooperativas), contratados pela
cooperativa para as ações com a cadeia produtiva da mandiocultura. O projeto atua junto a:
unidades situadas na comunidade do Brinco, em Maragojipe, com a Associação
Comunitária do Brinco, para processamento à vácuo e congelado da massa de aipim, aipim
e inhame, com unidade certificada e em funcionamento; Associação de Desenvolvimento
Comunitária dos Produtores Rurais de Canabrava e Adjacências, situada na Comunidade de
Canabrava, no município de Sapeaçu, com beneficiamento para produção de farinha de
mandioca e em funcionamento; Associação Comunitária dos Povoados da Tapera e Corta
Jaca, situada no Povoado da Tapera, em Cruz das Almas, em fase de implantação de uma
unidade de beneficiamento de mandioca; e Associação Quilombola Engenho Novo, situada
na Comunidade Quilombola do Engenho Novo, em Cachoeira, em fase de implantação de
uma unidade de beneficiamento de mandioca.
Essa Aliança Produtiva é formada a partir da Cadeia Produtiva da Mandioca no
Território do Recôncavo, que inicialmente é composta por seis municípios como base
produtiva da cooperativa, mas tem-se como planejamento sua ampliação. Essa ampliação
tem a expectativa de integrar uma unidade de distribuição a partir de instalação construída
com recursos do Projeto de Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais – PROINF,
situada no município de Governador Mangabeira, às margens da BR 101.
Assim, a expectativa de ser uma unidade residente é possibilitar o espaço de
formação e de qualificação de formandos e recém egressos das Ciências Agrárias e afins,
de vivências na Cadeia Produtiva da Mandiocultura, - uma das mais importantes do
Território do Recôncavo e do estado da Bahia - desde a relação na produção dos
agricultores familiares com a organização das associações envolvidas, como também de
fortalecimento da comercialização, a partir do beneficiamento e processamento de
alimentos coletivo e integrado.
f) Centro de Educação e Cultura Vale do Iguape – CECVI
O Centro de Educação e Cultura Vale do Iguape – CECVI é uma instituição civil
sem fins lucrativos, com sede própria na comunidade de Santiago do Iguape, no município
de Cachoeira. A iniciativa de fundação veio da necessidade de se ter uma organização
registrada juridicamente para aumentar o fortalecimento das suas ações nas comunidades
quilombolas da Bacia e Vale do Iguape.
Na sua história de existência, o CECVI atuou na mobilização para o reconhecimento
e certificação das comunidades quilombolas de Kaonge, Dendê, Kalemba, Engenho da
Ponte, Engenho da Praia, Tombo, Kalole, Imbiara, Engenho da Vitoria, Kaibongo, Guaiba,
Engenho da Cruz, Engenho Novo e Santiago do Iguape – comunidades quilombolas da
Bacia e Vale do Iguape.
O CECVI contribuiu na mobilização e fundação do Conselho Quilombola da Bacia
e Vale do Iguape e no apoio do levantamento socioeconômico nas comunidades
quilombolas, com a realização de levantamento de diagnóstico para estruturação de
propostas de desenvolvimento de ações, que possam contribuir para a sustentabilidade de
povos tradicionais. Entre estas ações, destacam-se a implantação de projetos produtivos de
pesca e de agricultura, ocorrendo pesquisas do potencial produtivo e econômico dessas
comunidades.
O CECVI vem fomentando a consolidação de núcleos produtivos de cultivo de ostra
e de núcleo de pesca e de marisco, como estruturas potenciais de geração de renda para as
comunidades quilombolas da Bacia e Vale do Iguape, com envolvimento direto de 52
agricultores familiares quilombolas e mais de 400 famílias. Essa estrutura está na fase final
de certificação e registro pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB,
e tem acompanhamento e apoio do projeto “Fortalecimento de Grupos Produtivos da
Agricultura Familiar do Estado da Bahia”, com apoio do MAPA. Além desta unidade, o
CECVI tem na sua estrutura um conjunto de grupos produtivos que unem estruturas na área
da apicultura, com registro da inspeção sanitária federal, como também de um viveiro
destinado para produção de mudas de fruteiras e de plantas ornamentais.
Esta associação tem, atualmente, o acompanhamento técnico de egressos da UFRB
na área das Ciências Agrárias e Afins, como também de organizações parceiras
credenciadas na ATER pelas Chamadas Públicas Estaduais. A perspectiva como unidade
residente é de contribuir na formação de recém egressos, no que se tem, também, a
necessidade de contratação de profissional para anotação de responsabilidade técnica das
unidades, tanto de beneficiamento de pescado e marisco, como de processamento do mel.
As atividades desenvolvidas serão importantes tanto para apoiar a formação do residente,
como da própria unidade residente, e de possibilitar uma agenda de extensão e de pesquisa
que fomentem a estruturação de processos produtivos integrados e diversificados a partir da
cultura local, com respeito ao saber tradicional.
Essa associação tem buscado a aproximação com a COOAFATRE, visto que na sua
base social se tem relação com a unidade de produção de farinha, especificamente na
Associação Quilombola de Engenho Novo, porém há a necessidade de ampliação para
outras unidades. Essa ampliação se faz necessária para garantir a diversidade de produtos
da agricultura familiar com agregação de valor, e principalmente de acesso aos mercados
institucionais e tradicionais, e que possam contribuir para a promoção da segurança
alimentar e nutricional.
g) Associação Comunitária de Matinha – ACOMA
A Comunidade Quilombola de Matinha dos Pretos, situada no município de Feira de
Santana – BA, constituiu em 1971, a Associação Comunitária da Matinha – ACOMA, com
o objetivo de viabilizar questões de interesse coletivo para contribuir em melhorias nas
condições dos agricultores familiares da comunidade. A ACOMA, integrada com a
Associação dos Pequenos Agricultores do Município de Feira de Santana – APAEB,
constituí uma unidade de beneficiamento de frutas, na busca de proporcionar geração de
trabalho e renda para as mulheres agricultoras e suas famílias. Esta produção é
comercializada na comunidade, no município de Feira de Santana, em feiras, no comércio
local de Feira de Santana, bem como no mercado institucional do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE e do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA.
As mulheres agricultoras gerenciam a unidade de beneficiamento no sistema
associativo, e têm como principal fonte de renda as atividades relacionadas à agricultura
familiar. A Comunidade da Matinha dos Pretos é formada por pequenas propriedades
rurais, apresentando aproximadamente 900 famílias, e sua principal fonte de renda é a
agricultura familiar, com destaque para a produção de frutas tropicais: caju (Anacardium
occidentale), manga (Mangifera indica), coco (Cocos nucifera), acerola (Malpighia
emarginata), tamarindo (Tamarindus indica), goiaba (Psidium guajava), dentre outras;
como também outras lavouras, como milho (Zea mays), feijão (Phaseolus vulgaris),
amendoim (Arachis hypogaea) e mandioca (Manihot esculenta).
Destaca-se na comunidade, o beneficiamento da mandioca para a produção de
farinha e outros derivados, em casas de farinha particulares e associações. Esta produção é
destinada, tanto para consumo familiar como para venda nos pequenos comércios locais e
nas feiras livres da cidade.
A comunidade optou por trabalhar com beneficiamento de frutas, devido ao
desperdício observado na safra de diferentes frutos dentro da comunidade e em seu entorno.
A ACOMA é uma unidade gerida por mulheres rurais, com o objetivo de diversificar a
atividade agrícola, evitar o desperdício de frutos, promover trabalho e renda, minimizar o
êxodo rural e estimular a valorização do trabalho da mulher rural. Após a construção da
infraestrutura da unidade de processamento, foram desenvolvidas formações com as
mulheres que além de produtoras e proprietárias, são as gestoras da Unidade, com a
inclusão de todos os processos gerenciais, comerciais e de produção. Importante afirmar
que a inserção nestes mercados se deu principalmente através das adequações da unidade às
exigências e registro no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA,
legalizada em 2014.
Nesse processo de organização das agricultoras de forma associativa no sistema
produtivo da fruticultura para produção de polpas de frutas, tiveram presentes a integração
de princípios de desenvolvimento de tecnologias de convivência como semiárido. Esta
unidade tem acompanhamento da INCUBA/UFRB, e apoio em projeto de fortalecimento da
sua unidade produtiva pelo MAPA.
Na sua base há técnicos graduados, egressos da UFRB nas áreas das Ciências
Agrárias e Afins, e a expectativa, enquanto unidade residente é proporcionar a formação e a
qualificação de recém egressos e formandos para a unidade de beneficiamento de polpas de
frutas, bem como integrar a ampliação de oportunidades de geração de trabalho e renda
pela diversificação na produção agrícola da Matinha e das comunidades adjacentes. Essa
oportunidade pode contribuir, por um lado, na formação do residente, mas por outro lado,
oportunizar seu ingresso no mercado de trabalho a partir de potencialidades locais.
h) Associação Rural Quilombolas de Paus Altos, Santa Cruz e Adjacências –
ARQUIPASCA
A ARQUPASCA foi fundada em 2004, na comunidade quilombola de Antônio
Cardoso, no Território do Portal do Sertão. A associação conta na sua base social com 49
apicultores, localizados em 7 comunidades rurais do município, formada por jovens e 40%
do grupo constituído de mulheres rurais.
A atividade produtiva do grupo de Paus Altos atualmente está voltada para a
produção de mel de abelha com ferrão da espécie melífera, criada de forma racional em
áreas de caatinga das comunidades. O mel produzido na comunidade tem as características
típicas das floradas do Sertão da Bahia, com aroma, sabor, coloração e propriedades
medicinais próprias.
A unidade de produção de mel é certificada pela ADAB e conta com um técnico da
sua base social para o acompanhamento. Essa unidade de produção de mel está em fase de
estruturação de uma rede de comercialização com fins de ampliação de mercado.
Atualmente o mercado de comercialização da ARQUPASCA é o estado da Bahia.
Para além da unidade de produção do mel, na comunidade existem experiências
com quintais produtivos financiados pelo Programa Bahia Produtiva, que foram
incentivadas, a partir do projeto “Mulheres de Fibra”, inicialmente financiado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário, e atualmente pelo MAPA. São quintais
implantados para melhoria da qualidade de vida das famílias associadas, com produção de
alimentos para o consumo, mas também para a comercialização na feira livre do município,
como também para o mercado institucional – o PNAE.
Assim, como este município apresenta muitos egressos da UFRB, a expectativa é
que esta oportunidade de exercício como residente possa fomentar a qualificação técnica,
bem como incluir no mercado de trabalho a partir da realidade do município. Essa realidade
pode garantir melhorias tanto na formação do residente, como das próprias estruturas
produtivas, de maneira a qualificar a geração de trabalho e renda, especialmente para os
jovens rurais.
i) Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários – UNISOL Bahia
A UNISOL Bahia se constitui como uma unidade da UNISOL Brasil, com 15 anos
de existência, e conta com duas sedes no estado da Bahia: uma em Feira de Santana,
localizada em parceria com a APAEB - Feira de Santana, enquanto empreendimento
afiliado; e a outra localizada no centro de Salvador. Todas as duas sedes possuem estruturas
de acesso à internet de banda larga, impressoras multifuncionais, computadores, sala de
reuniões, projetor (datashow), ar condicionado e sala para arquivos físicos. Contam também
com serviços de contabilidade, recursos humanos e consultoria jurídica contratados. Além
de sua própria sede, a UNISOL conta com parcerias nos municípios que disponibilizam
espaços para realização de atividades de mobilização, formação e eventos em geral.
A UNISOL Bahia conta com equipe multidisciplinar, e com larga experiência no
cooperativismo e economia solidária, e desenvolve ações de assessoria, formação e
consultoria técnica, com o objetivo de estimular e promover a organização dos processos
produtivos e gerenciais de empreendimentos econômicos coletivos e auto gestionários.
Além disso, presta serviços de ATER com credenciamento no SIATER, por conta da maior
parte destes empreendimentos serem da agricultura familiar no estado da Bahia.
A UNISOL é uma associação sem fins econômicos, que atua em diversas áreas, mas
no estado da Bahia, destaca-se pelo setor agrícola, especialmente os empreendimentos da
agricultura familiar. São ações de ATER vinculadas a quase 100 empreendimentos da
agricultura familiar localizados nos Territórios do Portal do Sertão, Baixo Sul, Sisal,
Recôncavo e Sudoeste Baiano.
Enquanto uma organização que presta serviços de ATER, e com Chamadas Públicas
em execução pelo Governo do Estado da Bahia, a UNISOL Bahia se coloca como unidade
residente com o propósito de oportunizar o exercício profissional dos recém egressos e
formandos para o processo de formação e qualificação na execução de atividades de ATER,
ao mesmo tempo que este residente pode ser incluído posteriormente na equipe da
UNISOL. O local de permanência do residente é na sede do município de Feira de Santana,
por ser mais estratégico quanto a atuação nos projetos de ATER em desenvolvimento pela
UNISOL Bahia.
j) Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER)
A Bahiater é um órgão em regime especial de administração direta, integrante da
estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Foi criada em 2014, e tem a
finalidade de promover e executar as políticas públicas de desenvolvimento de ATER,
especialmente as que contribuem para a elevação da produção, da produtividade e da
qualidade dos produtos e serviços rurais, para melhoria das condições de renda e da
qualidade de vida, voltadas para a promoção social e o desenvolvimento no meio rural
baiano. O público atendido é o da agricultura familiar, em sua diversidade, definido pela
Lei no. 11.326 de 24 de julho de 2006.
Essa superintendência conta com 04 diretorias (Assistência Técnica e Extensão
Rural; Inovação e Sustentabilidade; Operacional; e Administrativa e Financeira), e na sua
base com 27 Unidades de Serviço Territorial de Apoio a Agricultura Familiar (SETAF). O
SETAF é uma unidade territorial descentralizada, cuja finalidade é permitir a
desconcentração, descentralização, articulação e implementação dos programas, projetos e
ações, além de outras políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural. Cada
SETAF tem sua equipe multidisciplinar que faz o atendimento direto aos agricultores
familiares, assim como a emissão de documentação, formação de agricultores, orientações
técnicas para o desenvolvimento dos sistemas produtivos da agricultura familiar.
As estratégias de atuação da Bahiater têm o foco nas Chamadas Públicas em que se
estabelecem parcerias: com as organizações contratadas para prestar serviços de ATER;
com os Consórcios Públicos e Secretarias Municipais para prestação de serviço de ATER; e
por meio de corpo técnico próprio na oferta de serviço de ATER. Essas estratégias
configuram o Sistema Estadual de ATER no estado da Bahia e permitiu a atuação através
das Chamadas Públicas de ATER, com acompanhamento que exige um processo constante
de monitoramento e avaliação dos serviços prestados, consistindo em contribuir para
melhoria da qualidade de vida da agricultura familiar.
A articulação enquanto unidade residente da Bahiater tem como indicação a atuação
a partir do SETAF. Especialmente na primeira turma, existe a possibilidade do residente
integrar a execução dos sérvios de ATER do Edital no 15/2020 da CAR/SDR, que tem o
objetivo de apoiar a implantação, estruturação ou ampliação da produção de alimentos
saudáveis (hortaliças, frutas, raízes e tubérculos) destinados à segurança alimentar e
nutricional, inclusão produtiva e renda. O SETAF previsto como unidade residente para
este primeiro ano é o SETAF do Território do Portal do Sertão, que assumiu diretamente
com o seu corpo técnico os serviços de ATER em 10 projetos aprovados que envolvem os
municípios de Antônio Cardoso, Feira de Santana, Santa Bárbara, Terra Nova, Teodoro
Sampaio e Santo Estevão. São projetos voltados para a implantação de unidades de
Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) ou Quintais Produtivos ou
Produção Agroecológica, com envolvimento direto de 186 mulheres rurais e 87 homens
que representam 273 famílias.
8. PERÍODO DE EXECUÇÃO - 01/03/2021 a 28/02/2023.
9. RECURSOS HUMANOS
A) Coordenador Proponente: Wilon Mazalla Neto
Formação: Graduação em Engenharia de Alimentos, Mestrado e Doutor em Engenharia
Agrícola da área de Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Wilon Mazalla Neto é engenheiro de alimentos graduado pela Universidade Estadual de
Campinas (2005), mestre e doutor em Engenharia Agrícola na área de Planejamento e
Desenvolvimento Rural Sustentável pela Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP - 2009 e 2014), com doutorado sanduíche
na Universidad de Córdoba (UCO/Espanha), na temática de Agroecologia. Realizou pós-
doutorado no Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas da Faculdade de Ciências Aplicadas – FCA, Unicamp. Foi docente na
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus Unaí, sendo
responsável pelas áreas de “Sociologia e Desenvolvimento Rural” e “Cooperativismo e
Associativismo”. Atualmente é Professor do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e
Sustentabilidade (CETENS), no curso de Tecnologia em Alimentos: Educação do Campo
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. Membro da Incubadora: Núcleo
da Incubadora de Empreendimentos Solidários – INCUBA da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia – UFRB e do Programa de Extensão: Laboratório Vivo de
Agroecologia, Tecnologias Sociais e Educação do Campo, da UFRB. Foi professor
participante do Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e
Matemática (UNICAMP). Foi coordenador e professor do curso de Especialização em
Agroecologia e Educação do Campo na Agricultura Familiar e Camponesa - Residência
Agrária. Foi Coordenador Pedagógico do Curso de Formação de Agentes em Assistência
Técnica e Extensão Rural. "Agroecologia e Produção Agrícola e Pecuária de Base
Ecológica", MDA/Feagri-Unicamp (2011), professor do Curso Médio Integrado ao Técnico
em Agroecologia (2008-2010), atuou, também, em atividades de ensino na Faculdade de
Engenharia Agrícola da Unicamp e foi membro e formador da Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares (ITCP) da UNICAMP (2008-2010). Atualmente, atua em projetos
de pesquisa e extensão relacionados à agricultura sustentável, sistemas alimentares e
processamento de alimentos na agricultura familiar.
O docente apresenta significativa experiência nas áreas de agricultura de base ecológica e
agricultura familiar; sistemas agroalimentares; agroindústria da agricultura familiar e
circuitos de comercialização de alimentos, com atuação em inúmeros projetos de pesquisa e
extensão. Mostra, também, produção bibliográfica nas temáticas citadas, bem como
experiência em orientação em curso de Especialização Latu sensu. Do ponto de vista do
desenho do Residência Profissional Agrícola, destacamos as experiências como
coordenador no Programa Residência Agrária e o no curso de Formação de agente em
ATER, já mencionadas. O primeiro apresenta um desenho organizativo muito similar ao
presente programa e o segundo, traz a vivência quanto a formação na atuação profissional
da Extensão Rural. Especialmente, gostaríamos de sublinhar a intensa dedicação à Extensão
do presente docente, atuando especificamente no campo da construção de inovações
tecnológicos com forte cunho social, de forma que essas inovações sejam construídas
sempre em diálogo com os conhecimentos dos agricultores e produtores rurais. Essa
abordagem busca estabelecer maior efetividade e longevidade nas alternativas tecnológicas
elaboradas na produção e comercialização de alimentos. Acreditamos que essas
experiências contribuirão para a execução de um projeto de Residência Profissional
Agrícola exitoso, como base em uma trajetória acadêmica, que contribuí na articulação de
os atores universitários, os estudantes residentes e os atores da sociedade civil, na figura das
Unidades Residentes. Igualmente, visualizamos uma possibilidade positiva de integrar
formação profissional, assessoria técnica aos empreendimentos da agricultura familiar,
inovações tecnológicas e investigações científicas contextualizadas, junto à agropecuária
brasileira.
Atribuições: Professor Coordenador Proponente (Bolsista)
§ Coordenar o projeto e sua equipe;
§ Organizar o processo de seleção dos residentes;
§ Coordenar a formulação do Plano de Trabalho dos residentes;
§ Ordenar a parte financeira do projeto na relação com Fundação credenciada pela
UFRB, enquanto responsável pela administração dos recursos financeiros;
§ Mediar o processo de formalização do Termo de Cooperação Técnica entre UFRB e
Unidades Residentes;
§ Informar as ações do projeto, com entrega de relatórios de trabalho (parciais e final),
como responsável na relação do projeto com a SAF/MAPA;
§ Coordenar e realizar as visitas supervisionadas da equipe aos residentes;
§ Coordenar as ações formativas na relação com os residentes, conforme Plano de
Trabalho;
§ Garantir comunicação contínua com o Técnico Orientador da Unidade Residente
sobre o desempenho do residente;
§ Coordenar o Planejamento, o Monitoramento e a Avaliação; e
§ Orientar as Rotinas Produtivas e os Trabalhos Técnico-científicos.
B) Professores - Equipe de Colaboradores (sem bolsa)
Silvio Luiz de Oliveira Soglia – CCAAB/UFRB
Formação: Graduação em Engenharia Agronômica, Mestrado em Ciência e Tecnologia e
Doutorado em Ciências dos Alimentos.
Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Bahia (1985), mestrado em
Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa (1996) e doutorado
em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (2003). Coordenador de
Agronomia do “Projeto Cansanção” do programa Interdisciplinar de Integração Universitária
da Universidade Federal da Bahia, no período de 1989 a 1994. Consultor técnico da
Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira/APAEB, de
1999 a 2004. Foi Consultor do SEBRAE para a área de Leite e Produtos lácteos. Instrutor de
cursos do SENAR. Coordenador do Projeto de Desenvolvimento Tecnológico Sustentável da
Cultura do Sisal - Arranjo Produtivo local do MCT/FINEP de 2003 a 2005. Foi membro
titular do Conselho Estadual de Educação de 2014 a 2016. Revisor da Revista do Instituto de
Laticínios Cândido Tostes (desde 2007). Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de
Alimentos, com ênfase em Tecnologia de Produtos de Origem Animal, atuando
principalmente nos seguintes temas: Processamento de leite e produtos lácteos; Qualidade do
leite; Estudo técnico de viabilidade econômica e implantação de empreendimentos da
Agricultura familiar. Atua em projetos na área do desenvolvimento socioeconômico solidário
e sustentável como membro da Incubadora de Empreendimentos Solidários/INCUBA/UFRB.
Samantha Serra Costa – CETENS/UFRB
Formação: Graduação em Engenharia de Alimentos, Mestrado em Ciência de Alimentos e
Doutoranda em Biotecnologia.
Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Feira de Santana
(2010), mestrado em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal da Bahia (2013) e doutorado
em Biotecnologia (RENORBIO) pela Universidade Federal da Bahia (2019). Atualmente é
professora do curso de Tecnologia em Alimentos na Educação do Campo da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Feira de Santana. Tem experiência na área de pesquisa,
desenvolvimento e inovação, atuando principalmente na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
com ênfase em microbiologia de alimentos, embalagens biodegradáveis e antimicrobianas, cultivo de
microalgas e biopolímeros microbianos, rotulagem de alimentos e agricultura familiar.
Possui experiência na área de controle de qualidade de alimentos e bebidas, com implantação de
Manuais de Boas Práticas de Fabricação, padronização de processos de fabricação, desenvolvimento
de novos produtos e realização de análises e construção da tabela nutricional de alimentos. Atua em
diversos projetos de extensão e pesquisa, voltados para o fortalecimento de grupos produtivos da
agricultura familiar, colaborando na padronização dos processos de fabricação, rotulagem dos
produtos, adequação das estruturas às normas, oferta de curso de qualificação/formação, entre outras
ações.
Kássia Aguiar Noberto Rios – CETENS/UFRB
Formação: Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Geografia, Mestrado e
Doutorado em Geografia.
Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) no Centro de
Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS) - Campus de Feira de
Santana. Bacharel e Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará - UECE
- (2008). Especialista em Metodologia de Ensino na Educação Superior pela Faculdade da
Cidade do Salvador (2010). Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia -
UFBA - (2012). Doutora em Geografia pela Universidade Federal da Bahia - UFBA
(2017). Coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Comunidades e
Territórios Tradicionais (LIECTT). Pesquisadora do Grupo GeografAR - A geografia dos
Assentamento na Área Rural (UFBA/POSGEO/CNPq), responsável pela linha
comunidades tradicionais pesqueiras. Membro da Rede Interdisciplinar de Pesquisa-ação
em comunidades pesqueiras tradicionais da Bahia (UFBA). Membro do Banco de
Avaliadores (BASis) do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
Dedica-se na pesquisa e extensão a estudos sobre: Organização/Produção do Espaço
Agrário atuando principalmente, nos temas: questão agrária; a luta na/pela terra e água das
comunidades tradicionais pesqueiras; territórios tradicionais; disputas e conflitos
territoriais; apropriação do espaço em zonas costeiras, educação do campo e das águas;
cartografias populares e mapeamentos sociais; produção de alimentos, desenvolvimento
territorial e áreas afins.
Liz Oliveira dos Santos – CETENS/UFRB
Formação: Graduação em Bacharelado em Química, Mestrado e Doutorado em Química
Analítica.
Possui graduação em Bacharelado em Química pela Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (2010), Mestrado em Química Analítica pela Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (2013), Doutorado em Química pela Universidade Federal da Bahia (2016).
Atualmente tem atuado como Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em
Alimentos (2017-Atual). Membro da Câmara de Pós- Graduação (2018-2020) e Câmara de
Graduação (2020-atual) na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Membro do
Banco de Avaliadores (BASis) do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Sinaes) (2018-Atual). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres humanos da
UFRB (2019-Atual). Compõe o quadro de Especialistas de Consultores ad hoc do MAPA
(2020-Atual). Membro da Incubadora: Núcleo da Incubadora de Empreendimentos
Solidários – INCUBA da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Coordena
o Grupo de Inovação e Pesquisa em Ciências Analíticas do Portal do Sertão - iPCA -
SERTÃO.
Tem experiência na área de Química, onde tem desenvolvido pesquisas na área de
alimentos, realizando vários trabalhos visando contribuir com a tabela de composição de
alimentos, controle da qualidade, bem como estudos da determinação de espécies
inorgânicas em alimentos com enfoque científico, nutricional e tecnológico. Na área
ambiental tenho desenvolvido estratégias analíticas para quantificação e especiação visando
monitoramento de analitos inorgânicos em água, solos e sedimentos, como foco nas
análises de elementos tóxicos em quantidade traço, auxiliadas pelo uso da Quimiometria.
Na área de inovação tenho atuado no Preparo e Caracterização de Novos Materiais de
Referência para Controle de Qualidade e no controle da qualidade de novos produtos. Além
disso, tenho atuado em Projetos de Extensão Universitária que visam o fortalecimento de
grupos produtivos da Agricultura Familiar com foco na promoção da Soberania e
Segurança Alimentar e Nutricional. Tem atuado na equipe do Projeto de Extensão
Mulheres de Fibra (MAPA), do Projeto Fortalecimento do Processo de Incubação de
Empreendimentos Econômicos Solidários na Bahia (MAPA) e do Projeto TECSOL:
Tecnologias Sociais para Sistemas de Produção e Beneficiamento de Frutas de
Empreendimentos Econômicos Solidários da Agricultura Familiar dos Territórios do Portal
do Sertão e Sisal – Bahia (CNPq).
Jéssica Ribeiro Souza – CETENS/UFRB
Formação: Graduação em Nutrição, Mestre e Doutoranda em Engenharia e Ciência de
Alimentos.
Nutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em Gestão da
Segurança de Alimentos, MBA Executivo em Gestão de Negócios em Alimentação, mestre
e doutoranda em Engenharia e Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB). Desenvolve pesquisas voltadas para o desenvolvimento e
difusão de produtos alimentícios, para a caracterização química e de constituintes bioativos
em alimentos da sociobiodiversidade e na alimentação escolar, e atua em atividades de
extensão em comunidades quilombolas, em escolas e com agricultores familiares.
Tem experiência em consultorias para gestão e controle de qualidade na produção de
alimentos nas seguintes áreas: implantação de estabelecimentos comerciais;
desenvolvimento de produtos, fichas técnicas e rotulagem; treinamento de colaboradores e
elaboração de Manual de Boas Práticas e Procedimentos Operacionais Padronizados (POP);
consultoria financeira e precificação; e apoio no desenvolvimento de materiais de
marketing. Já atuou no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como
nutricionista da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista - BA e como responsável
técnico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA, na cidade
de Jequié. Coordenou a Câmara Temática de Segurança Alimentar e Nutricional do
Território de Identidade Médio Rio das Contas - BA, onde acompanhava diversas ações
junto aos agricultores familiares, incluindo a ministração de Curso de Formação
Continuada visando à capacitação dos agricultores familiares e agentes públicos
(secretários municipais de educação e de agricultura e agentes públicos que trabalham com
licitações) para a execução de compra/venda institucional com foco no PANE e no
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), abordando os seguintes temas: boas práticas
agrícolas, boas práticas de fabricação de alimentos, boas práticas de transporte e aspectos
fiscais das chamadas públicas. Atualmente, é professora do curso de Tecnologia de
Alimentos na Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(UFRB).
Atribuições:
§ Composição da equipe do projeto, com o acompanhamento das atividades dos
residentes nas Unidades Residentes, sob orientação do professor coordenador;
§ Contribuir com o processo seletivo dos residentes;
§ Contribuir com a formulação do Plano de Trabalho dos residentes;
§ Contribuir com a realização de visitas supervisionadas aos residentes;
§ Contribuir com a realização de atividades formativas na relação com os residentes e
as Unidades Residentes, conforme Plano de Trabalho; e
§ Contribuir com a orientação das Rotinas Produtivas e dos Trabalhos Técnicos-
científicos.
C) 10 (dez) Jovens Residentes (a serem selecionados)
Formação: Recém egressos e formandos das Ciências Agrárias e Afins – Tecnologia em
Agroecologia (CFP e CCAAB); Licenciatura em Educação do Campo (CETENS e CFP);
Gestão de Cooperativas; e Agronomia (CCAAB). Tais Graduações da UFRB foram
escolhidas por apresentarem aderência com o campo temático dessa proposta relacionado
aos grupos de produção e comercialização de alimentos da agricultura familiar. A seguir,
apresentaremos o perfil do egresso de cada um dos cursos.
a) Licenciatura em Educação do Campo nas Áreas de Conhecimento Ciências da Natureza
ou Matemática (CETENS)9
O Curso de Licenciatura em Educação do Campo, busca formar profissionais
proativos e críticos, que contribuam na elaboração de projetos pedagógicos criativos e
vinculados à realidade local, através de processos educativos participativos e que respeitem
a diversidade do campo brasileiro. Nesse sentido, a docência é pensada como ação
educativa e como processo pedagógico intencional e metódico, articulando a
interdisciplinaridade, conhecimentos pedagógicos e específicos, buscando também, uma
formação sólida científica e cultural do ensinar e aprender.
Esse profissional da Educação visa mediar aprendizagens de conhecimentos
científicos articulados aos diferentes saberes, para uma atuação docente sintonizada às
dimensões socioeconômica, cultural e ambiental da realidade em que se insere, buscando,
assim, uma ação sistêmica. Logo, esse egresso potencialmente comprometido com o
contexto do espaço rural, está sempre preparado e pensando articuladamente os sistemas de
produção e comercialização da agricultura familiar, processos produtivos e aspectos
tecnológicos.
O curso em questão atua desenvolvendo competências que são muito oportunas à
presente proposta de Residência Agrícola, a começar pelo enfoque de atuação nos
processos de construção de políticas públicas para o campo, também a articulação das
relações entre natureza e sociedade e suas implicações sobre aspectos sociais, econômicos e
9 Compilação baseada em UFRB (2018)
culturais. A habilidade de diagnosticar problemas, formular questões e propor soluções, a
partir de conhecimentos das áreas específicas, em diferentes contextos do campo brasileiro,
também se coloca de forma destacada, bem como as competências de comunicar-se de
forma nítida e precisa, interpretando e fazendo uso de diferentes formas de linguagem na
relação com os produtores rurais ao redor de uma atuação profissional ética.
b) Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas10
O objetivo do curso é dar instrumentos para que o profissional formado tenha uma
visão humanística, com olhar estratégico e sistêmico, desenvolvendo o espírito
empreendedor. Esse egresso é também preparado para atuar junto a empreendimentos
rurais, sempre em diálogo com o contexto socioeconômico mais amplo, podendo atuar
como agente de mudança na gerência de sistemas organizacionais cooperativados, de forma
inovadora e com ética profissional. O curso desenvolve também competências no sentido
de articular aspectos estratégicos, de gestão e tecnologia, buscando a eficácia dos
empreendimentos.
A graduação oferece uma visão sistêmica da organização cooperativa,
desenvolvendo habilidades na gestão, liderança, planejamento e controle desses
empreendimentos, ao mesmo passo, que são abordados conteúdos sobre as políticas
públicas como instrumentos de qualificar e fortalecer as cooperativas.
Importante característica do curso e o desenvolvimento do trabalho em equipe e das
decisões coletivas, desafios muito pujantes no contexto atual. Aliando a utilização de novas
tecnologias e o planejamento financeiro, o egresso tem condições de analisar e criar
políticas internas e externas de comercialização, estando atento as tendências do mercado e
as oportunidades de negócios relacionadas.
c) Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia11
O Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia trabalha na perspectiva de
10 Cooperativas Compilação baseada em UFRB (2008) 11 Compilação baseada em UFRB (2014).
racionalizar a produção agropecuária vegetal e animal, buscando estabelecer harmonia com
o meio ambiente e com a cultura do campo. Nesse sentido, visa uma atuação profissional
que contribua na construção de soluções técnicas individuais, para de grupos sociais,
unidades familiares, comunidades e esfera pública.
O curso trabalha o desenvolvimento do mercado agroecológico, o planejamento e a
gestão de etapas da cadeia produtiva, visando a sustentabilidade econômica, ambiental e
social. São abordadas, também políticas de desenvolvimento sustentável, bem como a
elaboração de processos participativos junto às unidades familiares, grupos de produção e
territórios.
O egresso também tem a base para atuar na geração de tecnologias adaptadas à
realidade agropecuária, bem como para o manejo sustentável de agroecossistemas, além da
possibilidade de assessoramento às diferentes formas de organização econômica na esfera
da produção e da comercialização de produtos agropecuário.
d) Bacharelado em Agronomia12
O Engenheiro Agrônomo tem uma formação profissional generalista, técnico-
científica, com visão crítica e reflexiva. Sua formação é voltada para ser capaz de se
adaptar, de modo flexível, crítico e criativo, às novas situações e propor a resolução de
problemas, considerando seus aspectos tecnológicos, políticos, econômicos, sociais,
ambientais e culturais. Tem condições de reconhecer as especificidades locais e territoriais,
relacionadas à sua área de atuação, contextualizá-las e correlacioná-las ao contexto nacional
e mundial da produção de alimentos, atuando como agente de mudança na gerência de
sistemas produtivos, de forma inovadora e pautada nos princípios da justiça e da ética
profissional.
Atribuições dos Residentes:
§ Cumprir a frequência em 40 horas semanais na Unidade Residente;
12 Compilação baseada em UFRB (2008).
§ Garantir o cumprimento do Plano de Trabalho, em aderência à Rotina estabelecida
sob orientação do professor coordenador da UFRB e do técnico orientador da
Unidade Residente;
§ Elaborar os Relatórios de Atividades semestral e final das suas ações, assim como
garantir as informações solicitadas pelo professor orientador e o técnico orientador
das suas atividades;
§ Ser pontual, responsável com suas atribuições, com cumprimento das ações e das
normas estabelecidas pelo Programa de Residência Profissional Agrícola, bem
como da UFRB e da Unidade Residente;
§ Garantir processos de comunicação com o professor coordenador da UFRB e o
técnico orientador da Unidade Residente sobre o desempenho das suas atividades,
bem como para qualquer dificuldade enfrentada;
§ Participar das atividades propostas pelo projeto na relação da UFRB e da Unidade
Residente;
§ Não acumular renda ou ter acesso a qualquer tipo de remuneração para além do seu
exercício como residente; e
§ Se matricular no Curso de Especialização do Programa de Residência Profissional
Agrícola da UFRB, com garantia de frequência e de apresentação do trabalho de
conclusão de curso.
10. RESULTADOS ESPERADOS
§ Capacitação e formação de 20 jovens recém egressos das Ciências Agrárias para
atuação nas áreas de produção, processamento e comercialização de alimentos junto
a empreendimentos da agricultura familiar, podendo exercer atividades de
assessoria técnica e em serviços em ATER;
§ Envolvimento de 10 Empreendimentos e Organizações da Agricultura Familiar com
parceria estabelecida com a UFRB na condição de Unidade Residente, com
abrangência em 6 Territórios de Identidade e 31 municípios, podendo ampliar e dar
visibilidade a importância e diversidade da agricultura familiar;
§ Ações integradas entre 10 Empreendimentos e Organizações da Agricultura
Familiar da base das Unidades Residentes com os residentes e as atividades de
extensão e pesquisa universitária da UFRB, estreitando os laços entre a universidade
e as unidades produtivas da agricultura familiar e qualificando a investigação
científica através da troca de conhecimentos;
§ Qualificação de processos e mecanismos de comercialização, a partir de inovações
tecnológicas e agregação de valor, de 3 Cooperativas da Agricultura Familiar como
Unidade Residente;
§ Ampliação da produção e beneficiamento de 4 Associações Comunitárias das
Comunidades Quilombolas, como Unidade Residente, por meio da organização de
acesso ao mercado, através de vinculação com as cooperativas;
§ Contribuir com a formação de agentes de 3 Organizações de Prestação de Serviço
de ATER integradas como Unidades Residentes, qualificando sua ação territorial
junto aos empreendimentos da agricultura familiar.
§ 20 jovens recém egressos após participação no Programa, terem acesso ao mercado
de trabalho, tendo vivenciado a diversidade presente nas organizações da agricultura
familiar;
§ Construção e registro de 10 projetos de extensão e pesquisa a partir da relação com
as Unidades Residentes, de forma a garantir formações para a sua base social e para
a base acadêmica da UFRB;
§ 20 especialistas formados em curso de especialização Lato Sensu, com 20 produtos
gerados a partir do Trabalho de Conclusão do Curso, através de produções técnico-
científicas.
10.1. Acompanhamento
O acompanhamento é de responsabilidade do professor coordenador, mas contará
com a colaboração de professores que integram a equipe acadêmica do projeto. Esse
acompanhamento ocorrerá conforme exposto nas metas do projeto, através de visitas aos
residentes nas respectivas Unidades de Residência. Serão acompanhadas as frequências,
bem como as dificuldades e as oportunidades apontadas pelos residentes nas suas ações
delineadas no Plano de Trabalho.
10.2. Monitoramento
Os residentes entregarão um relatório semestral de suas atividades. O processo de
acompanhamento dos residentes nas Unidades de Residência será oportunizado para
realização de reuniões com os técnicos orientadores das Unidades Residentes como forma
de monitoramento das atividades executadas pelos residentes, e os resultados obtidos no
período. Esse acompanhamento também tem a dinâmica de integrar ao subcomitê
constituído pela coordenação do Programa de Residência Agrícola do MAPA no estado da
Bahia. E no âmbito da UFRB, será construída uma comissão formada pelos projetos
aprovados, sob acompanhamento da Pró-Reitoria de Extensão – PROEXT.
10.3. Avaliação
Os acompanhamentos mensais serão integrados aos processos de avaliação de
desempenho dos residentes, em conjunto com os técnicos orientadores das respectivas
Unidades de Residência.
Além da relação com os residentes e as Unidades de Residência, os processos
avaliativos serão realizados com a equipe acadêmica do projeto, sob coordenação do
professor orientador, na relação tanto internamente com a PROEXT como o subcomitê do
Programa de Residência Agrícola do MAPA no estado da Bahia.
Os processos avaliativos serão processuais e integrados tanto ao acompanhamento
como ao monitoramento, como forma de realizar ajustes para garantir a execução das
atividades e suas respectivas metas, além de mensurar os resultados alcançados. Essa forma
possibilitará o ajuste do planejamento, através do Plano de Trabalho de cada residente. Para
isso, será utilizada uma Matriz de Avaliação Processual, conforme Quadro 1.
Figura 4 – Quadro: Matriz de Avaliação Processual do Projeto
Metas Atividades Indicadores Meios de Verificação Período (Meses)
Meta 1 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
Seleção dos residentes Número de jovens inscritos e selecionados Ficha de Inscrição 1 e 12
Reuniões e encontros Número de participantes Relatórios e Fotografias 1,2, 13 e 14
Meta 2 – Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
Visitas e vivências iniciais junto às Unidades Residentes
Número de visitas e satisfação com as vivências junto às Unidades Residentes
Lista de Presença Fotografias Ficha de avaliação preenchida pelos jovens residentes
1, 2, 3 e 13,14,15
Formulação do Plano de Trabalho dos residentes
Número de atividades realizadas dos Planos de Trabalho e satisfação na execução das atividades
Relatórios Semestrais dos Residentes e Ficha de Avaliação preenchida pelo Técnico Orientador
1, 2, 3 e 13,14,15
Meta 3 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Trabalho in locu Cumprimento do plano de trabalho e avaliação de comprometimento e dedicação
Relatórios Semestrais dos Residentes e Ficha de Avaliação do Técnico Orientador
3 ao 11 e 15 ao 24
Visitas supervisionadas da equipe docente
Número de visitas realizadas e efetividade da realização das vistas
Lista de Presença Fotografias Relatório processual do residente
4, 8 e 16, 20
Diagnósticos Número de participantes na atividades e qualidade do levantamento de dados
Lista de Presença Fotografias Relatório de Avaliação da Atividade do professor coordenador
3, 4 e 15, 16
Diagnóstico de Comercialização
Número de participantes na atividades e qualidade do levantamento de dados
Lista de Presença Fotografias Relatório de Avaliação da Atividade do professor coordenador
3, 4 e 15, 16
Meta 4 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
Visitas técnicas
Número de reuniões realizadas e qualidade dos encontros
Lista de presença Fotografias Ficha de avaliação preenchida pelos participantes
7, 8 e 19, 20
Meta 5 – Proposta Técnica
Desenvolvimento da proposta Qualidade da proposta desenvolvida
Relatório avaliativo do professor orientador e do técnico orientador
7, 8, 9 e 19, 20, 21
Apresentação na Unidade Residente
Número de participantes no encontro e qualidade da proposta
Lista de presença Fotografias Fichas de avaliação respondido pelos membros da UR
9 e 21
Meta 6 - Ações Formativas Curso de Especialização Número de jovens residentes
Frequência Comprovante de Matrícula e Lista de Presença 2 a 24
Ações Formativas Número de Ações Formativas e Número de Participantes
Lista de Presença Fotografias
7, 8, 9 e 19, 20, 21
Meta 7 – Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
Reunião de Acompanhamento e Planejamento Número de atividades Lista de Presença 6, 11 e
18, 23
Elaboração de relatórios Número de relatórios elaborados Relatórios e Fotografias 2 a 24
11. IMPACTOS ESPERADOS
Tipo de Impacto Impacto Esperado Meios de Verificação Econômico Ampliação do acesso aos mercados dos
empreendimentos da agricultura familiar – Unidades Residentes
Formulário de avaliação das Unidades Residentes
Aumento da receita dos empreendimentos da agricultura família que são Unidades Residentes
Número de novos contratos
Aumento da resiliência dos canais comerciais
Número de canais e avaliação de controle da UR no circuito de distribuição
Social Geração de emprego, trabalho e renda para os jovens residentes
Contrato, carteira assinada ou declaração de renda
Ampliação de Termos de Cooperação Técnica entre UFRB e Unidades Residentes
Termo de Cooperação formalizado
Ampliação da base social dos empreendimentos da agricultura familiar
Ficha de associados ou cooperados
Qualificação técnica e de organização estratégica das Unidades Residentes
Relatórios das atividades de formações e encontros realizados
Ambiental Redução de desperdício da produção agrícola
Relatório de controle
Utilização de sistemas de produção agroecológica ou orgânica
Fotografias Relatório de Atividades
Realização de atividades formativas de sustentabilidade ambiental com participação de representação das unidades residentes
Lista de presença
Redução da pegada ecológica Avaliação da distância percorrida nos circuitos de comercialização
Inovação Desenvolvimento de rótulos e de embalagens adequadas
Fotografias
Produtos beneficiados com qualidade e segurança
Análise dos alimentos beneficiados
Canais de distribuição de alimentos mais efetivos e otimizados
Fotografia e Relatório de avaliação
Formação de 20 jovens especialistas Diploma ou Declaração de Conclusão de Curso
Acadêmica Construção e execução de projetos de extensão e de pesquisa
Número de Registro
Curso de Especialização relacionado ao Programa de Residência Profissional Agrícola
Projeto Pedagógico do Curso elaborado e registrado
Formalização do Programa de Residência Profissional Agrícola na UFRB
Registro do Programa
12. CRONOGRAMA FÍSICO
METAS ATIVIDADES MESES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Meta 1 – Introdução: seleção, aproximação e estudo
Seleção dos residentes X X
Reuniões e encontros X X X X
Meta 2 – Plano de trabalho e Vivências nas Unidades Residentes
Visitas e vivências iniciais junto às Unidades Residentes X X X X X X
Formulação do Plano de Trabalho dos residentes X X X X X X
Meta 3 - Rotina Produtiva e Levantamento Diagnóstico
Trabalho in locu X X X X X X X X X X X X X X X X X X Visitas supervisionadas da equipe docente X X X X
Diagnósticos X X X X Diagnóstico de Comercialização X X X X
Meta 4 – Intercâmbios entre as diversas Unidades Residentes
Visitas técnicas X X X X
Meta 5 – Proposta Técnica Desenvolvimento da proposta X X X X X X Apresentação na Unidade Residente X X
Meta 6 - Ações Formativas Curso de Especialização X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Ações Formativas X X X X X X
Meta 7 – Planejamento e Formulação de Relatórios e Trabalhos Técnico-científicos
Reunião de Acompanhamento e Planejamento X X X X
Elaboração de relatórios X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELIK, W.; CUNHA, A. R. A. A. Abastecimento no Brasil: o desafio de alimentar as cidades e promover o Desenvolvimento Rural. In: GRISA, C.; SCHNEIDER, S. (Org.) Políticas públicas de desenvolvimento rural no Brasil. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2015. 624 p. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Fundamentos teóricos, orientações e procedimentos metodológicos para a construção de uma pedagogia de ATER. Brasília: MDA/SAF, 2010. CARNEIRO, Maria José. Para além da produção: multifuncionalidade e agricultura familiar. Mauad Editora Ltda, 2003.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo agropecuário 2017. Disponível em: <https://censoagro2017.ibge.gov.br/>. Acesso em: jun 2020.
MDA. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Perfil Territorial: Território do Recôncavo da Bahia – 2015. Disponível em: <http://sit.mda.gov.br/download/caderno/ caderno_territorial_187_Rec%C3%83%C2%B4ncavo%20-%20BA.pdf>. Acesso em: jul de 2020. (a)
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MDA. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Perfil Territorial: Território do Baixo Sul da Bahia – 2015. Disponível em: <http://sit.mda.gov.br/download/caderno/caderno _territorial_021_Baixo%20Sul%20-%20BA.pdf>. Acesso em: jul de 2020. (c)
MDA. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Perfil Territorial: Território do Piemonte Norte do Itapicuru – 2015. Disponível em: <http://sit.mda.gov.br/download/ caderno/caderno_territorial_185_Piemonte%20Norte%20do%20Itapicuru%20-%20BA.pdf>. Acesso em: jul de 2020. (d)
MDA. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Perfil Territorial: Território do Piemonte da Diamantina – 2015. Disponível em: <http://sit.mda.gov.br/download/caderno/ caderno_territorial_184_Piemonte%20da%20Diamantina%20-%20BA.pdf>. Acesso em: jul de 2020. (e)
PTDSS Baixo Sul. Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário –Território do Baixo Sul. Valença - BA: CODES/NEDET/IF Baiano, 2018.
PTDSS Sisal. Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário –Território do Sisal. Valente – BA: CODES/NEDET/UEFS, 2016.
SCHNEIDER, S. As novas formas sociais do trabalho no meio rural: a pluriatividade e as atividades rurais não-agrícolass. Revista Redes, Santa Cruz do Sul - RS, v. 9, n. 3, p. 75-109, 2005. UFRB. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Agronomia. Projeto Pedagógico do Curso. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 2008. UFRB. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação do Campo nas Áreas de Conhecimento Ciências da Natureza ou Matemática, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 2018. UFRB. Projeto Pedagógico do Curso de Tecnologia em Alimentos - Educação do Campo, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 2017. UFRB. Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas Projeto Pedagógico do Curso. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 2008. UFRB. Projeto Pedagógico do Curso Superior do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 2014. VERDEJO, M. E. Diagnóstico rural participativo: guia prático DRP. Brasília, DF: MDA/Secretaria da Agricultura Familiar, 2006. WILKINSON, J. A agricultura familiar ante o novo padrão de competitividade do sistema agroalimentar na América Latina. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, v.1, n.21, p. 62-87, 2003.
14. ACEITE DAS REGRAS DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL AGRÍCOLA E DO EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO O 01/2020
Declaro ciência e manifesto anuência, sem ressalvas, às regras do Edital de Chamamento
Público no 01/2020 da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Manual do Programa de
Residência Profissional Agrícola, aprovado pela Portaria SAF no 95, 17 de junho de 2020, e
da Portaria MAPA no 193, de 16 de junho de 2020.
___________________________________________ Assinatura do responsável técnico pela proposta
Prof. Dr. Wilon Mazalla Neto CETENS/UFRB SIAPE:1122610
_________________________________________ Assinatura do preposto da instituição de ensino
Prof. Dr. Fábio Josué Souza dos Santos Reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)