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Programa de Preparação para a Aposentadoria com ênfase na Autonomia Pessoal

Helenice Morais SalesIlda Cecília Moreira da Silva

Volta Redonda2011

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SumárioApresentação 5

Perspectivas teórico-metodológicas 6

Objetivos 14

Programa: etapas e desdobramentos 15

Identificação e Operacionalização 19

1ª Sessão - Apresentação: objetivos e a base teórico-metodológica proposta 21

2ª Sessão - Trabalho e aposentadoria 23

3ª Sessão - Representações: vida e possibilidades 25

4ª Sessão - O tempo e suas várias dimensões 27

5ª Sessão - Cotidiano e representações: o senso comum 30

6ª Sessão - O corpo: limites e possibilidades 33

7ª Sessão – Família: a ancoragem 36

8ª Sessão - Aposentadoria: planos e realizações 40

9ª Sessão - Desafios 43

10ª e 11ª Sessões - Autonomia: aportes e critérios I e II 46

12ª Sessão - Avaliação 48

Considerações Finais 50

Referências 51

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Apresentação

A proposta de um Programa de Preparação para a aposentadoria com ênfase na autonomia pessoal surge

como contribuição à causa do aposentado, o qual necessita juntar à sua bagagem profissional e existencial as re-

flexões e informações que poderão ajudá-lo a viver se apropriando de todo o seu saber e experiência acumulados,

abrindo espaços e se colocando no lugar que deseja, na família e na sociedade.

Este projeto pretende ir além da preparação do indivíduo que trafega cotidianamente com os aspectos prá-

ticos da vida de aposentado; o seu intuito é lhe propiciar uma reflexão com base nas suas vivências e para além

destas, aprofundar sua compreensão da realidade que o cerca. Realidade que lhe fornece um determinado lugar

na sociedade, demandando, em troca, sua aceitação e acomodação. Entretanto, o relativo conforto que a posição de

aposentado lhe traz, garantindo-lhe uma renda mensal concedida pela Previdência Social, com a qual ele contri-

buiu, poderá restringir a sua participação social e a continuação do desenvolvimento do seu potencial, caso ele não

invista de forma consciente e crítica na sua preparação para a aposentadoria. Para isto é necessário pensar o traba-

lho e a aposentadoria, contextualizando-os ao momento histórico vivido, e em suas interações mais significativas.

É nesta perspectiva que o Programa de Preparação para a Aposentadoria com ênfase na Autonomia Pessoal

se propõe ser um instrumento que proporcione espaço, conteúdo e dinâmicas para oportunizar o debate sobre a

reflexão proposta, ampliando a autonomia do trabalhador. O resultado esperado é a vivência da aposentadoria com

mais opções de inserção social, realização e satisfação pessoal. Nestas condições, a autonomia do sujeito deve ser

fortalecida e expandida, produzindo um novo modo de pensar e viver a aposentadoria.

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Perspectivas teórico-metodológicasO Programa de Preparação para a Aposentadoria com ênfase na autonomia Pessoal é fundamentado na dis-

sertação de Mestrado em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, sob o titulo “Saúde do Trabalhador e

Aposentadoria com ênfase na Autonomia Pessoal”. Nesta dissertação foi realizada uma pesquisa com participantes

de um Programa de Preparação para a aposentadoria, cujo conteúdo se desenrolava, fundamentalmente, através

de palestras e dinâmicas de grupo, com base nos seguintes temas: Aposentadoria; Previdência Social e Previdên-

cia Complementar; Saúde; Planejamento de Vida. O conteúdo era efetivado em quatro módulos com duração de

quatro horas cada. A coordenação desse programa fez um levantamento, no Brasil, de nove Programas de Pre-

paração para a Aposentadoria em nove diferentes instituições e elaborou o seu programa, com base no conteúdo

predominante dos programas consultados.

Na pesquisa realizada, observou-se que as representações do trabalho e da aposentadoria não contemplavam

a autonomia do sujeito. Submetido à heteronomia vigente no ambiente e nas condições de trabalho, o indivíduo

se recolhe à proteção da empresa, introjetando formas espelhadas de viver e trabalhar, segundo os postulados das

Organizações. Estas – elevadas ao nicho das Instituições – passam a se constituir também como sistemas culturais,

simbólicos e imaginários que controlam o trabalhador estabelecendo as direções que ele deve tomar, preenchendo

o seu cotidiano e estabelecendo quais devem ser os seus horizontes. Produto da sociedade, buscam a legitimidade

na perspectiva dos direitos, das culturas e das forças econômicas e políticas de sua época e de sua história. Mas,

efetivamente, produzem efeitos sobre o todo social, sobre a sociedade global, a partir de suas regras e normas, suas

políticas e suas ideologias. Desta forma, a Organização é vista como um lugar que nucleia as representações, en-

quanto “criadora/reprodutora da dinâmica social”(PIMENTA, 1999, pág.131). Neste sentido, ela demanda e produz

a sua autonomia social e política. Mas, o jogo que se processa em seu interior pressupõe, sempre, a heteronomia de

um dos atores - os trabalhadores – que recebem razões, leis e normas que lhes são exteriores e as quais devem se

submeter como exigência de pertencimento à Organização. E eles acabam por absorver e interiorizar as organiza-

ções, seus valores, suas regras de conduta, seus modos de pensar e de agir.

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Assim é que os resultados da pesquisa indicam “satisfação com o trabalho; saúde, aparentemente, pouco

comprometida; baixíssima incidência de comentários negativos sobre o trabalho, além da ausência de visão mais

crítica sobre ele; ausência da relação da aposentadoria com a velhice”.

Na aposentadoria, de fato, estas vozes se enfraquecem e estas marcas se estiolam. O indivíduo perde seu

núcleo de referência, situando-se na sociedade sem uma direção definida por ele. É neste sentido que a presente

proposta se ancora na certeza de que uma política de autonomia é parte integrante e direcionadora de seu conte-

údo, fornecendo ao sujeito a capacidade de se tornar livre em suas perspectivas e em suas escolhas, neste novo

momento de sua vida: a aposentadoria.

Ao se aposentar, o trabalhador leva consigo a sua experiência e o que nela está contido, suas frustrações e

prejuízos, ganhos e conquistas. Ao passar da condição de “ativo” para a de aposentado, ele mantém, evidentemen-

te, o conteúdo de sua vida, mas agora o trabalho é o grande ausente. É neste ponto que ele precisa se ajustar e se

adequar a uma nova fase de vida que apresenta desafios, dificuldades, solidão, conflitos, mas, também, possibili-

dades e gratificações. Esta fase coincide com a proximidade da velhice e com sua instalação, mesmo que o traba-

lhador não sinta os efeitos da aceleração do processo de envelhecimento nos seus primeiros anos de aposentadoria.

Segundo o Instituto de Geografia e Estatística – IBGE, a população brasileira no ano de 2000 perfazia um

total de 14.536.029 pessoas idosas e a projeção para o ano de 2025 é de 33.4 milhões. Os aposentados se vêem obri-

gados a traduzir suas experiências em outras instâncias e novas referências porque são também idosos ou quase

idosos, cuja saúde já sofreu desgastes decorrentes do processo de envelhecimento e, possivelmente, pelos emba-

tes travados no enfrentamento às situações de vida e, particularmente, ás situações de trabalho. Estes desgastes

podem não se evidenciar nos primeiros anos da aposentadoria, mas se apresentam, frequentemente, no futuro. A

expectativa de vida tem aumentado graças aos avanços científicos e tecnológicos e com a agilidade e amplitude da

divulgação dos recursos gerados por estes avanços, mas as condições de trabalho ainda estão longe de atingirem

perspectivas mais humanizadoras, especialmente em alguns setores industriais, o que afeta cronicamente a saúde

do trabalhador.

Além do estudo sobre o idoso, duas outras concepções se impõem para o desenvolvimento do presente Pro-

grama: trabalho e aposentadoria, completando – com as noções da velhice – a trilogia que marca esta proposta.

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Para Lessa (1999, pág.22) o trabalho é um “processo composto pela prévia ideação e pela objetivação. Resulta,

sempre, na transformação da realidade e, ao mesmo tempo, do indivíduo e sociedade envolvidos.” A prévia ideação

resulta da capacidade do indivíduo de construir, em sua consciência, o resultado provável de uma ação que ele quer ou

pretende empreender.

Gorz (1988) fala da destruição da sociedade do trabalho pelo desenvolvimento capitalista, aumentan-do a produtividade ao mesmo tempo que lhe retira seu sentido e sua significação existencial. A lógica instrumental do lucro, a reprodução permanente da exclusão, da alienação e da violência persistem como características fundamentais da sociedade capitalista e são agravadas pela crise atual (PIMEN-TA, 1999, pág.131).

Todavia, em que pesem concepções que exploram o fim da sociedade do trabalho, este ainda é – mesmo en-

quanto categoria – um elemento essencial, fundamental e comum no território da vida.

E essa essência comum e específica é cada vez mais inserida junto com o capital dentro de composi-ções singulares: ela é socializada, é produtiva, é alienada, é desejada e em todos os casos, ela é ativa – destrutiva ou construtivamente – no interior das relações do capital (PIMENTA, 1999, pág.131).

Neste ponto, as duas noções se encontram enquanto faces que se negam no processo dialético. É no não-

trabalho – a aposentadoria – que se inaugura uma nova fase e um outro posicionamento do sujeito em seu meio,

em sua história e na sociedade.

Vencida a fase do trabalho, após cumprir todos os requisitos legais, o trabalhador adquire o direito à aposentadoria.

Beauvoir (1990, pág. 663) associa a aposentadoria à velhice e refere-se ao aposentado como membro inativo da sociedade,

indagando:

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Como deveria ser uma sociedade, para que, em sua velhice, um homem permanecesse um homem? A resposta é simples: seria preciso que ele fosse sempre tratado como homem. Pela sorte que destina a seus membros inativos, a sociedade desmascara-se; ela sempre os considerou como material. Confes-sa que, para ela, só o lucro conta, e que seu humanismo é só fachada. [...] A sociedade só se preocupa com o indivíduo na media em que este rende. [...] Se o aposentado fica desesperado com a falta de sentido de sua vida presente, é porque o sentido de sua existência sempre lhe foi roubado.

A autora considera, assim, que a vida do trabalhador aposentado perde sentido e que, na verdade, este teve

sempre uma existência desprovida de sentido, por estar submetido à ordem do capital e que, agora, ainda se en-

contra marcado pelo estigma da velhice.

Entretanto, no Brasil, alguns aspectos na legislação parecem indicar um certo avanço. Leis de Proteção ao

Idoso têm sido promulgadas desde a Constituição Federal de 1988, instituindo o Estatuto do Idoso. A Política Na-

cional do Idoso (1994) dispõe sobre a condição do aposentado como membro ativo, participante e atuante em seu

meio. Dispõe, ainda, sobre as situações que o preparam para obter tal condição. Em seu art.10º , parágrafo IV, alínea

c, estabelece a necessidade de “criar e estimular a manutenção de programas de preparação para a aposentadoria

nos setores público e privado com antecedência mínima de dois anos antes do afastamento [do trabalho]”.

Guillemard (1986 apud HADDAD, 2000) salienta que o direito à aposentadoria é uma extensão do direito

social do trabalho e corresponde a uma dívida social contraída pela sociedade com aqueles que lhes ofereceram

suas forças.

Netto (1995) nos ensina que o fim da existência do trabalho não tem um significado unívoco. Isto, pelo fato

de que, numa sociedade socialista pode significar a libertação de homens e mulheres da servidão do trabalho, em

qualquer de suas formas. Entretanto, numa sociedade capitalista, de orientação neoliberal, o fim do trabalho sig-

nifica – quase sempre - desemprego maciço, extrema pobreza, anomia e desintegração social.

O aposentado do início do século XXI vive numa sociedade sob a égide do neoliberalismo, o que dificulta a sua

expressão, enquanto categoria, na defesa de seus direitos e interesses. Destes aposentados, muitos dividem seus

ganhos, os quais já sofreram reduções e perdas a partir de sua aposentadoria, com os filhos vitimizados pelo desem-

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prego. O trabalhador aposentado também se encontra na sociedade de um novo século, na qual há uma multiva-

riedade de formas de entender e viver o processo da aposentadoria, assim como o seu processo de envelhecimento.

Enquanto vai diminuindo seus recursos e condições de percepção e ação, o aposentado vê aumentar os estímulos,

os incentivos e as demandas do mundo que se transforma. Ciência e tecnologia modificam o ambiente e o indivíduo

se perde nesta trajetória. É um universo que não mais conhece nem domina e no qual necessita sobreviver.

É neste cenário – no tripé orientador das noções de trabalho, aposentadoria e envelhecimento – que este

Programa se configura como uma pausa nos afazeres diários para se pensar sobre uma nova fase da vida, com a

ajuda de profissionais. O conteúdo acaba sendo uma nova leitura sobre a própria vida em sua plasticidade e (re)

criação. É um programa que se efetiva através de um movimento que conduz a uma avaliação do que foi, do que

é, com vistas ao que será. Requer, portanto, reflexão sobre a vida, que se desdobra na relação do indivíduo consigo

mesmo. Explicita as relações com o seu trabalho e sua aposentadoria, com sua família e sociedade. Faz emergir

suas expectativas para o futuro, em uma tradução de sua experiência no que diz respeito à sua história, aos siste-

mas culturais, políticos e ideológicos. Ressalta sua situação sócio-econômica e educacional e pode lhe fornecer um

quadro mais preciso de suas necessidades e de sua saúde em suas várias dimensões. Em especial, pode fornecer ao

indivíduo um elenco de suas opções e escolhas – trabalhadas coletivamente – aumentando sua compreensão deste

processo, desvendando suas condições efetivas e suas possibilidades de se constituir enquanto sujeito.

O processo de ensino-aprendizagem tem, assim, em seu núcleo central, o foco no indivíduo que se quer su-

jeito e no coletivo que imprime nele sua marca e sua atuação. Postula, ainda, troca entre orientador e participantes,

propiciando que estes revejam e analisem suas vivências articulando os significados e sentido de sua vida com a

realidade histórica, econômica, social, cultural, educacional e de saúde do seu tempo e do mundo que os cerca e

se transforma. Possibilita, também, que o indivíduo desenvolva uma visão multifacetada desta realidade, com um

olhar mais crítico, procurando, junto com demais participantes, maior entendimento e ação mais abrangente na

conquista de maior autonomia.

Trata-se de uma nova leitura do cotidiano. Cotidiano que representa a possibilidade da integração entre ob-

jetivo e subjetivo, entre o concreto e a abstração, entre o símbolo e os recursos imaginários. Evidentemente, a sub-

jetividade e suas produções estão envolvidas. Uma das maneiras de compreender e ”ler” a subjetividade é através

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das imagens e representações que o indivíduo constrói de sua experiência de vida e através das quais ele procura

explicar sua própria realidade. E é o cotidiano que permite a apreensão do “mundo” que os indivíduos vivem e

representam. É no cotidiano que este Programa se alicerça.

Com estas noções, apreende-se as vertentes teóricas que ancoram o Programa. A teoria das Representações

Sociais e a Pedagogia da Autonomia constituem o cimento que lhe dá sustentação e unidade. Com base neste

constructo, pode-se ajudar o indivíduo a repensar sua trajetória de vida, fornecendo elementos para desvelar ou

desvendar os significados ocultos (no campo da ideologia), intocáveis (na área do mítico e do religioso), desconhe-

cidos (não familiar), no âmbito do senso comum que o coletivo lhe reforça, levando a uma nova visão de si mesmo,

com base na autonomia que demanda.

A teoria das Representações Sociais possibilita compreender a formação e a história dos atores que irão

vivenciar o Programa, via apreensão de suas próprias representações ensejadas pelo método e pela dinâmica pro-

postos. Procura-se, neste sentido

a interpretação das representações substanciais, presentes e específicas que eles possuem da coleti-vidade, seja de sua experiência de grupos, seja deles mesmos enquanto indivíduos integrados a um processo de trabalho, a uma instituição específica ou a uma dada situação que se reflete ou orienta sua vida cotidiana. É assim que as práticas, significados e sentidos das coisas e do mundo são coman-dados pelas representações já instituídas. Mas, como instância simbólica de diversas camadas, elas exprimem uma pluralidade de olhares e de orientações das visões de mundo (PIMENTA & CORRÊA, 2009, pág. 17/18).

As representações de cada trabalhador sobre trabalho, aposentadoria, velhice e tantas outras situações de

vida confrontadas com a de cada colega, ao receberem os estímulos lançados pelo programa, trarão luz, introdu-

zindo um foco mais centrado e compreensivo, sobre suas percepções, seus pontos de vista, sobre todos os aspectos

que envolvem suas vivências. Este novo foco e sua integração - via coletivo - pode possibilitar a reinvenção de

novas vivências, estimular a quebra de paradigmas e mesmo a desconstrução de preconceitos. Contribui também

para a ampliação de horizontes e de opções, no que diz respeito ao auto-conhecimento, ao convívio social e fa-

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miliar, ao desempenho de novas atividades, tais como, estudos, trabalhos remunerados ou em prol do idoso e de

outros segmentos da sociedade.

Segundo Minayo (2000), as representações sociais podem ser compreendidas pelo ângulo da filosofia e pelo

âmbito das Ciências Sociais. Como termo filosófico, as representações sociais são consideradas uma percepção

retida na lembrança ou conteúdo dos pensamentos. Nas Ciências Sociais, as representações sociais são definidas

como categorias de pensamento, de ação e de sentimento que expressam a realidade e lhe fornecem explicações,

justificativas, introduzindo muitas vezes alguns questionamentos.

Minayo (1999) define as representações sociais como senso comum, imagens, concepções e visão de mundo

que os atores sociais possuem da realidade.

As representações sociais se expressam por meio de dois processos denominados ancoragem e objetivação.

Segundo Jodelet (1986), a ancoragem ocorre quando o objeto em questão, através da integração cognitiva alcança

um sistema de pensamento social preexistente e suas transformações. O objeto representado pode ser constituído

por ideias, pessoas, acontecimentos, relações. Para Moscovici (1984), a objetivação está relacionada à reprodução

de um conceito em uma imagem, e à descoberta da qualidade icônica de uma ideia. A objetivação consiste em

transformar uma abstração em algo quase físico, transformando conteúdos vagos e nebulosos em palavras ou figu-

ras, segundo Figueiredo (2009).

Quanto à autonomia - alvo a ser perseguido diretamente no processo ensino-aprendizagem – é fundamental

compreender que, para se tornar sujeito, é necessário reconhecer o outro, não encarcerar os desejos, não negar a

pluralidade e não recusar a alteridade, na visão de Pimenta e Corrêa (2009).

Para Freire (1999), a autonomia é entendida como amadurecimento do ser para si, constituindo este proces-

so, o vir a ser. Quanto ao processo ensino- aprendizagem, afirma que “ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para sua produção ou sua construção” (p.25). Uma pedagogia da autonomia envolve experi-

ências respeitosas de liberdade e que estimulam a decisão e a responsabilidade, em um movimento de amadure-

cimento crescente. Na sociedade e na conjuntura atual, o modelo capitalista tem negado essa perspectiva e recusa

o sonho e a utopia. Portanto, para Freire, é na rebeldia, e não na resignação, que o indivíduo se afirma. Parte daí

a importância do indivíduo problematizar o futuro e não encarcerá-lo de forma mecanicista e fatalista. Este autor,

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ainda, afirma que é importante viver criticamente a liberdade individual para que a ideologia dominante não te-

nha poder de ameaçar a visão do sujeito, impedindo que ele veja a realidade.

São estas concepções que orientam conteúdo e forma do presente Programa, fornecendo-lhe o tecido teórico

e as matrizes discursivas que lhe dão estrutura e unicidade. Concepções aqui apenas esboçadas, mas que são re-

metidas necessariamente à dissertação que lhe deu origem.

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ObjetivosO objetivo geral deste trabalho consiste em estimular e ampliar a autonomia do trabalhador na aposentado-

ria, dando-lhe novos e efetivos elementos para esta diferenciada construção. Os objetivos específicos são assim

dimensionados: contribuir para que este trabalhador desenvolva uma visão multifacetada das situações de vida,

especialmente, as relacionadas à aposentadoria; estimular a criação de recursos pessoais na lida com os aspectos

limitadores da autonomia individual e da sua interface com a autonomia coletiva. Os objetivos se desdobram em

metas que se integram e se distribuem como o explicitado abaixo:

• Possibilitar uma reflexão mais aprofundada sobre o trabalho, suas concepções e suas condições de exer-

cício;

• Desenvolver uma visão pluridimensional da aposentadoria, seus significados e alcance;

• Possibilitar uma nova visualização e ação sobre idade, fases de vida e velhice e sua relação com a apo-

sentadoria;

• Contribuir para o desvelamento de conteúdos ocultos, mistificados e fragmentados das leituras usuais

sobre trabalho, velhice, aposentadoria e a relação autonomia versus heteronomia;

• Estimular a detecção de aspectos limitadores e incentivadores da autonomia pessoal e coletiva;

• Estimular a criação de recursos pessoais e grupais para lidar com os variados aspectos da autonomia

individual e coletiva.

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Programa: etapas e desdobramentosCom base nas concepções e referências teóricas, e no intuito de articular os recursos necessários para per-

mitir que o trabalhador caminhe, no sentido de desvendar conteúdos ocultos ou visualizados até então de maneira

fragmentada e acanhada, conotando novas e diferentes perspectivas para a sua vida, para o trabalho e para a apo-

sentadoria, o Programa foi dividido em três etapas a seguir descritas.

A) Preparação

Escolha dos profissionais que executarão o programa promovido por uma instituição, seja ela, empresa, fun-

do de pensão, associação de aposentados, Universidades, órgãos ou serviços públicos ou privados.

Os profissionais executores do programa deverão ter uma formação universitária compatível com o conte-

údo proposto (assistente social, psicólogo, antropólogo, sociólogo, pedagogo e demais profissionais das áreas das

Ciências Sociais e Humanas). O grupo de profissionais responsáveis pelo trabalho deverá ser dimensionado de

acordo com as possibilidades das instituições e dos serviços, não sendo menor do que dois profissionais. Eles de-

verão se preparar, através da leitura da bibliografia indicada e aplicação das recomendações, quanto à preparação,

aplicação e avaliação do programa. É recomendável que o programa tenha um coordenador, desde a etapa de pre-

paração, organizando um grupo de estudo do pessoal envolvido, como primeiro passo da sua aplicação.

Consultores na área da saúde e no campo da previdência social, previdência complementar e finanças, serão

necessários no decorrer do programa. Eles devem sinalizar os aspectos práticos e os seus desdobramentos em suas

áreas de atuação. Como sugestão, pode-se elaborar uma cartilha com perguntas e respostas que envolvam todos

estes aspectos da aposentadoria e distribuí-la no final do programa com a presença ou não dos consultores, a cri-

tério da Organização.

A origem do programa poderá ocorrer por interesse da direção ou dos profissionais da instituição, ou decor-

rer da demanda de potenciais usuários do programa. O público alvo deverá ser definido, através de estabelecimen-

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to de critério de participação. Priorizar trabalhadores nos seus últimos cinco anos de trabalho, mesclando-os com

recém aposentados é uma possibilidade. Entretanto, o critério de participação dependerá do público atendido pela

instituição. Uma associação de aposentados poderá se interessar em priorizar a participação, apenas, para recém

aposentados, já associados a ela. É interessante oportunizar a participação de trabalhadores interessados com ape-

nas 15 a 20 anos trabalhados, do ponto de vista da prevenção de situações não planejadas e indesejáveis, vividas

na aposentadoria.

Após a preparação dos executores do programa e obtenção dos recursos materiais necessários, à sua reali-

zação, registrados no item Identificação e Operacionalização, passa-se à sua divulgação para atrair os interessa-

dos que desejarem ingressar nele. Esta divulgação deverá ser feita pelos veículos de comunicação da instituição

promotora do programa (seu jornal, memorando às suas unidades, divulgação em quadros murais, através das

reuniões de serviço; por rádio, televisão e jornal local). No material de divulgação devem constar os objetivos do

programa; o seu público alvo; o local e horário da inscrição; documento que comprove que o trabalhador corres-

ponde ao perfil de participante estabelecido no critério de elegibilidade do programa.

A ficha de inscrição deve identificar o participante, identificar seu perfil, definidos os critérios de sua parti-

cipação. Serão recolhidas também informações sobre disponibilidade de horário, dias e, de certa forma, avaliar o

interesse o compromisso de cada um para participar do Programa.

As perguntas da ficha de inscrição ou de um formulário anexo a ela deverão versar sobre escolaridade;

profissão; função na empresa; tempo trabalhado; tempo que falta trabalhar para ter direito à aposentadoria; se é

casado, se tem filhos e quantos, se vive com a mulher e com os filhos, como é o relacionamento familiar, tempo

dedicado à família; se tem aspirações em relação a continuação dos estudos, ao desenvolvimento de novas habili-

dades, ao desempenho de novos trabalhos remunerados ou de ajuda á comunidade, incluindo ações pela causa do

idoso; se faz um planejamento financeiro para a aposentadoria (tem bens, tem poupança); qual é a sua condição

de saúde; motivo pelo qual se inscreveu no programa.

Efetuada a avaliação das fichas, passa-se à constituição dos grupos considerando os perfis aproximados en-

tre os seus participantes.

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B) Execução

O programa será desenvolvido através de doze sessões que espelham metodológica e teoricamente seus fun-

damentos. O agrupamento das sessões permite não só atingir os objetivos propostos, mas se integram de forma a

produzir o enfoque desejado. Elas se articulam de forma a garantir a participação efetiva, induzindo um movimen-

to que leva a autonomia. Cada uma delas se estrutura a partir de uma dinâmica própria, tendo como fio condutor

das discussões e das reflexões textos relacionados às questões que envolvem a aposentadoria. Estes textos farão a

ponte entre as vivências dos participantes e os fundamentos do programa.

Os referidos textos foram elaborados conjugando conteúdos que esclarecem, de forma prática, a fundamen-

tação teórica do programa e viabilizam a sua aplicação, especialmente, quanto à Teoria das Representações Sociais

e à concepção de Autonomia adotada e a relação destas com as vivências dos participantes do programa. O nome

dado a cada sessão sintetiza os temas tratados.

O resultado da pesquisa com trabalhadores que se preparavam para a aposentadoria, que fundamentou este

projeto, foi utilizado na medida em que articulou o conteúdo teórico com o conteúdo vivencial dos participantes.

Através desta interação, buscou-se provocar uma reflexão que faça cada um – e o coletivo também - pensar em si

mesmo e em seus recursos pessoais e grupais; na sua relação com a sua família e com a sua comunidade; nas suas

expectativas de vida, seus medos, suas incertezas; nas contribuições que o trabalho lhes deu, nos desgastes e limi-

tação dos seus horizontes e do seu poder de crítica que o trabalho lhes causou.

C) Avaliação

Para verificar se os objetivos do programa foram atingidos, os participantes serão avaliados individualmen-

te. Naquelas sessões (10ª e 11ª) em que os temas tratam diretamente da aposentadoria eles serão incentivados a

pesquisar através de contatos e / ou visitas às instituições da comunidade; entrevistas com especialistas; busca via

internet; pesquisa bibliográfica dentre outras. E nessas sessões (10ª e 11ª) será exigida a apresentação da pesquisa

realizada.

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Em cada situação de avaliação, os participantes, já informados dos objetivos e da metodologia proposta (o

que será feito na primeira sessão), terão a possibilidade de se auto-avaliarem face à meta magna do Programa, ou

seja, quanto à autonomia pessoal no desempenho da atividade proposta, como também, que resultados consegui-

ram em termos da ampliação de sua autonomia.

Na última sessão ocorrerá a avaliação do aproveitamento dos participantes e do desempenho do programa,

ou seja, da relação entre o que o programa forneceu e o que os participantes apreenderam. Neste momento, cada

participante verbalizará as suas dificuldades e facilidades na realização da tarefa, em todas as suas fases. A auto-

avaliação deverá ser relacionada à consecução dos objetivos do programa, ao conteúdo apreendido e as reflexões

decorrentes dele. O coordenador do programa, após a avaliação dos participantes, deverá fechar o programa fa-

zendo a sua avaliação do desempenho dos participantes, associando-o ao perfil do grupo, levantado na fase de

preparação. Neste momento, uma auto-avaliação dos executores do programa deverá ser feita, assumindo alguma

falha ocorrida ou apresentando aspectos que serão trabalhados com maior propriedade nos próximos programas.

Este é um modo de dizer que todos crescem com a realização do programa, tantos os seus participantes, quanto os

seus executores.

Deverão ser arquivados os dados referentes ao perfil dos participantes, assim como os resultados e avalia-

ções dos indivíduos, dos grupos e dos executores. Serão fonte de futuras pesquisas sobre o tema “preparação para

a aposentadoria” e para atualizar o programa de acordo com as necessidades dos grupos e dos seus executores.

Caso o grupo desejar e as condições de acomodação permitirem, os familiares dos participantes poderão

participar da apresentação de seus trabalhos nas sessões que as demandarem. Ficará, também, a critério de cada

grupo acordar encontros periódicos, organizados pelos próprios participantes, após o término do programa.

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Identificação e OperacionalizaçãoEste item diz respeito aos aspectos formais do Programa compostos, em sua maioria, por informações que

possam se constituir em um Banco de dados, dado o caráter uniformizador e homogêneo dos elementos aí recolhi-

dos. A primeira parte denomina os aspectos gerais do Programa e, em um segundo momento, serão informados os

dados relativos à organização promotora e aos planos específicos de cada sessão.

A) Primeira parte: aspectos gerais

Nome: Programa de Preparação para a Aposentadoria com ênfase na Autonomia Pessoal

Unidade de Trabalho: Sessões

Nº de Sessões: 12

Carga Horária: 36 horas (cada sessão terá a duração de três horas). A carga horária de cada sessão será dis-

tribuída entre as atividades que compõem as mesmas, pelo seu coordenador, no ato de sua preparação.

Nº de Participantes: 20

Local das reuniões: dentro e / ou fora da instituição promotora, com instalações contendo aparelho sanitá-

rio, e sendo capazes de acolher com comodidade o número de participantes previstos, propiciando a utilização de

material áudio-visual e permitindo a movimentação das cadeiras ou carteiras para trabalhos em subgrupo ou ex-

posições dialogadas em semicírculos. A luminosidade e a ventilação do local deverão ser observadas, assim como

a sua facilidade de acesso.

Material Necessário: lista de presença, data show, quadro mural, plano da sessão e material de trabalho de-

corrente dele. Deverão ser oferecidos, para completar a acolhida, água, café e biscoito.

Convites: entregues com dez dias de antecedência, informando data, horário, e local do evento e salientando

que foi – na medida do possível – obedecido o horário mais conveniente dos participantes, detectado nas fichas de

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inscrição, conciliados com as conveniências da instituição promotora. Solicitação da confirmação de participação

até cinco dias antes do início do programa.

B) Segunda parte: Identificação

Nome da instituição promotora:

Número da sessão, data, horário, local:

Sessões realizadas dentro ou fora do horário de trabalho:

Nomes dos Profissionais executores, destacando-se o coordenador geral do Programa e o de cada sessão, se

houver;

Nome do profissional de apoio às sessões que fará os seus relatos e controlará o tempo destinado às suas

atividades, o qual será denominado redator;

Nomes dos profissionais assessores nas áreas de saúde, previdência social, previdência complementar e

finanças. Eles poderão, também, compor o quadro de profissionais executores.

Os itens “Identificação” e “Material necessário” serão informados apenas na sessão inaugural. Os demais

itens como objetivos, conteúdo e dinâmica integrarão os planos de cada sessão. Cada plano de sessão foi elaborado

de forma a permitir que o seu detalhamento receba um tratamento específico de cada equipe de profissionais ao

aplicá-lo.

A referência bibliográfica será oferecida no final desta proposta e se refere tanto aos fundamentos teórico-

metodológicos do Programa, quanto aos aspectos específicos de cada sessão. Neste caso, o texto de referência será

remetido à sessão, através do número correspondente ao seu lugar na ordem da referência bibliográfica de todo

o programa.

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1ª Sessão - Apresentação: objetivos e a base teórico-metodológica propostaIdentificação:

Instituição Promotora:

Data:

Horário:

Local:

Coordenador:

Relator:

Nomes dos participantes com registro em anexo

Objetivo:

Apresentar o profissional coordenador da reunião e os seus participantes;

Os objetivos e desenvolvimento do programa;

Os critérios e forma de avaliação dos participantes;

Uma síntese do conteúdo sobre Autonomia e Teoria das Representações Sociais.

Conteúdo:

Programa de Preparação para a Aposentadoria com ênfase na Autonomia Pessoal (seus objetivos, desenvol-

vimento e avaliação). Ênfase nos critérios da avaliação.

Origem do vocábulo autonomia;

Visão kantiana de autonomia e as críticas recebidas;

Essência da Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire (1999);

Aplicação da autonomia ao trabalho e à aposentadoria;

Origem da teoria das representações sociais;

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Como podem ser entendidas as representações sociais, exemplificando-as;

Conceitos de ancoragem e de objetivação e exemplos correspondentes;

Como as representações sociais podem ajudar no desenvolvimento da autonomia, através de exemplos.

Dinâmica:

Apresentação do coordenador e dos participantes: cada indivíduo falará o seu nome; profissão e função;

tempo trabalhado e previsão do ano da aposentadoria; dados pessoais e sobre a sua família, que desejar expor ao

grupo; principal preocupação em relação à aposentadoria; expectativa sobre o programa.

O coordenador pedirá a cada participante que escreva o que entende por autonomia. Este pequeno texto será

recolhido e servirá de introdução na última reunião, ocasião da avaliação final.

Por meio da exposição dialogada, o conteúdo será transmitido contando com a participação dos envolvidos,

através de perguntas, observações, exemplos e respostas formuladas pelo profissional condutor da reunião.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Material Necessário:

Crachás com os nomes dos participantes,

Data show

Pendrive com o conteúdo da reunião

Folha de presença

Material bibliográfico pertinente

Água, café, biscoitos.

Referências: 20ª, 21ª, 24ª, 28ª, 29ª, 30ª, 33ª e 34ª.

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2ª Sessão - Trabalho e aposentadoriaObjetivos:

Apreender as representações dos participantes sobre o trabalho e a aposentadoria;

Fornecer conteúdo sobre trabalho e a aposentadoria;

Aproximar o conteúdo apresentado, das representações dos participantes sobre trabalho e aposentadoria.

Conteúdo:

Conceito de Trabalho;

O trabalho ao longo da história;

O trabalho no Brasil a partir dos anos 1990;

Concepções de Aposentadoria;

Aposentadoria e sua relação com a velhice;

Aposentadoria, velhice e direitos;

Aposentadoria no Brasil na atualidade.

Dinâmica:

Utilização do grupo focal, através de distribuição de revistas aos participantes para que em um primeiro

momento escolham uma figura que represente para eles o trabalho; após a escolha das figuras, cada participante

mostrará a figura para o grupo, a colocará no quadro mural e explicará para os presentes a representação de traba-

lho contida nela. O coordenador da reunião promoverá uma exposição dialogada sobre o trabalho e a associará às

figuras de trabalho fixadas no mural e suas representações.

O mesmo procedimento, no tocante ao trabalho, será feito com o conteúdo da aposentadoria a ser trabalhado,

por meio do grupo focal e da exposição dialogada sobre este tema.

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Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referências: 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª, 11ª, 12ª, 13ª,14ª,15ª, 16ª, 19ª e 20ª.

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3ª Sessão - Representações: vida e possibilidades

Objetivo:

Estimular a análise de uma determinada situação, através das representações extraídas dela. Através da

técnica, apreender a noção de representações sociais.

Conteúdo:

Aplicação da Teoria das Representações Sociais.

Dinâmica:

Leitura e interpretação do texto: A face brilhante, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto: respostas do grupo à pergunta “O que é um diamante?”.

Comentários do coordenador sobre as propriedades do diamante como pedra preciosa e das possibilidades

dele ser utilizado em sentido figurado, como também, suas várias representações.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

A face brilhante

No dia 1º de janeiro de 2010, a TV Brasil veiculou em sua programação uma reportagem sobre a obra do ar-

tista plástico e fotógrafo Vik Muniz. Dentre os seus vários trabalhos, o artista teceu comentários sobre um deles.

Em uma tela que projetava o rosto de Elizabeth Taylor, o artista aplicou, sobre a face da atriz, partículas

de diamante formando uma pele de brilho resplandecente.

Ao comentar esta obra, seu autor deixou evidenciado que aquelas partículas de diamante representa-

vam brilho e aspereza devido aos ângulos pontiagudos de pedacinhos de brilhante. A beleza do brilho contras-

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tava com a sensação desagradável causada por uma superfície áspera ao ser tocada. Essa representação, do

brilhante sobre a face de uma mulher bonita, ressaltava que a beleza pode conter facetas incômodas.

A partir deste texto, desenvolver com os participantes a visão do autor, captando a mensagem de sua criação,

na qual o brilhante é utilizado, sendo ele um diamante lapidado, pedra preciosa de grande brilho formada por

carbono puro cristalizado e que apresenta grande dureza. O autor utilizou o diamante para representar a beleza

e aspereza de uma mulher, mas também poderia tê-lo usado para representar o poder econômico, status social,

dentre outras possibilidades de representação desta pedra preciosa.

Em duplas, os participantes debaterão as questões colocadas a seguir. Terão um tempo para escreverem as

respostas e um tempo para apresentá-las a todo o grupo.

Poderão ser levantadas algumas considerações tais como:

• Citem algo não mencionado no texto que pode ser representado pelo diamante.

• Conhecem alguma história que envolve o diamante ou uma de suas representações? Em caso positivo,

conte a história.

• Relacionam o conteúdo deste material com o tema aposentadoria? Como e por quê?

O coordenador tecerá comentários sobre as interfaces das respostas com as questões de ordem histórica,

cultural, ideológica, mítica, religiosa, do senso comum que envolvem as representações sociais. Em duplas, os par-

ticipantes elaborarão uma pequena história com o objetivo de ressaltar a aposentadoria e suas representações. As

duplas apresentarão as suas histórias e todas as entregarão ao relator da reunião para comporem os registros dela.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referências: 7ª e as correspondentes as da primeira sessão, no que se refere à Teoria das Representações Sociais.

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4ª Sessão - O tempo e suas várias dimensõesObjetivo:

Possibilitar uma reflexão sobre a administração do tempo de vida e as novas concepções de espaço e tempo

no mundo contemporâneo.

Conteúdo:

A fadiga do trabalho e o ócio na condição do não-trabalho. O tempo não é mais dedicado ao trabalho. O sig-

nificado do tempo na aposentadoria.

Dinâmica:

Dramatizações. Leitura e interpretação do texto: Vampiros não morrem, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto: pequena dramatização objetivando mostrar que o tempo da aposentadoria deve ser

planejado. A frente da sala de reunião se transforma em um palco de teatro, um dos participantes se torna ator e

os demais espectadores. O ator diz a última fala da peça (fala inventada por ele) e o texto acaba, mas a cortina não

fecha. O que fazer? Há tempo, há público, todos esperam que o tempo destinado ao espetáculo seja preenchido e o

ator não sabe o que fazer e nem como improvisar.

Após a dramatização, ator e plateia dirão o que sentiram, ao vivenciarem um espaço de tempo em que nada

acontecia.

Comentários do coordenador explicando que a dramatização representou uma aposentadoria não planejada,

um tempo de vida não esperado, ausência de alternativa para se cuidar e desenvolver ações dentro das possibili-

dades de cada indivíduo, quando se vive muitos anos.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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Vampiros não morrem

Quando o filme Lua Nova foi lançado, uma família o assistiu: avó, mãe, tia e os netos, filhos e sobrinhos

adolescentes. O filme em questão é uma adaptação para o cinema do romance da escritora norte-americana,

Stephenie Meyer. Esta autora escreveu uma série de livros relatando a relação de dois jovens que se amavam

sendo que a moça era humana e o rapaz era vampiro.

No final do filme, acabaram juntos a moça humana e o rapaz vampiro, o qual dividia sua vida entre

vampiros e humanos, mas não bebia o sangue destes, porém vivia eternamente, conservando a característica

vampírica de nunca morrer.

Ao término do filme, a família que o assistiu travou uma discussão sobre o seu enredo. Três gerações con-

versando a respeito daquele romance juvenil. As adolescentes gostaram do final feliz entre mocinha humana e

mocinho vampiro. A opinião das sobrinhas chocava-se com o ponto de vista da tia. Esta era uma mulher madu-

ra, beirando os cinquenta anos, e articulou a sua objeção: não gostei da moça e do vampiro acabarem juntos.

As sobrinhas lhe indagaram o porquê. A tia prontamente respondeu-lhes: vampiros não morrem, se a humana

for mordida pelo vampiro pode se tornar imortal.

Os participantes, em subgrupos de quatro indivíduos, responderão as perguntas abaixo, registrarão as res-

postas e darão retorno a todo o grupo:

• Por que a possibilidade de um humano se tornar imortal incomodou a tia?

• Se os humanos fossem imortais como poderiam administrar a relação atividades X etapas de vida X

tempo?

• Por que o conceito e a noção de tempo mudaram e como isto afeta cada um de nós e, em especial, os mais

idosos?

• É possível fazer uma relação desta reflexão com a aposentadoria?

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O coordenador conduzirá uma reflexão sobre a administração do tempo de vida de forma a não abreviá-la por

não saber o que fazer com ela ou pela certeza da finitude humana.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referência: 9ª e 36ª.

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5ª Sessão - Cotidiano e representações: o senso comumObjetivos:

Viabilizar uma reflexão sobre as representações sociais e sobre os temas do Programa veiculados pelos dita-

dos populares;

Possibilitar uma análise dos ditados populares utilizados para justificar comportamentos assertivos ou ina-

dequados dos participantes.

Conteúdo:

Conceitos e aspectos metodológicos da Teoria das Representações Sociais no que diz respeito aos aspectos

fundamentais do Programa.

Dinâmica:

Leitura e interpretação do texto: Ditados populares, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto: o coordenador abrirá a reunião convidando os participantes a relembrarem ditados po-

pulares que já ouviram, em que época os aprenderam, quem os transmitiu. Em seguida, solicitará aos participan-

tes para desenharem, ao pé da letra, um ditado popular e criarem uma pequena história que se adeque ao ditado e

que seja relacionada à aposentadoria. Todos os participantes mostrarão os desenhos aos colegas e os colocarão jun-

to à sua história, no quadro mural. Os participantes que desejarem farão a leitura de suas histórias para o grupo.

O coordenador fará um breve comentário entre a atividade anterior e a temática do texto.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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Ditados populares

Ditados, adágios, provérbios são expressões utilizadas no cotidiano que transmitem uma mensagem

por meio de metáforas, de comparações, de imagens e com possibilidade de dupla interpretação, a exemplo

da expressão “ficou a ver navios”. Uma criança ainda não informada sobre a mensagem implícita nesta frase

estabelecida pela cultura popular brasileira pode imaginar navios se movimentando rumo ao mar e um indi-

víduo no cais vendo-os partir.

Os ditados são transmitidos de geração à geração e retratam o jeito de viver de um povo, de uma so-

ciedade, incluindo suas crenças, seus valores morais, seu humor, seu espírito crítico. Cada família ou cada

grupamento humano elege os seus ditados preferidos e os utiliza com freqüência passando-os de pais para

filhos, de amigos para amigos, de mestres para discípulos.

Alguns ditados indicam sabedoria, como este: “há tempo para plantar e tempo para colher”; existem

aqueles que transmitem um julgamento ou uma forma de fazer justiça, a exemplo do ”quem com ferro fere

com ferro será ferido”. Há aquela expressão que justifica e alimenta a posição de um perdedor, qual seja:

“perdidos por um, perdidos por mil”. Alguém deve se lembrar daquele: “mais vale um gosto do que um vin-

tém no bolso”. Este é da época do vintém, justificando como são duradouros, apesar de alguns dos mais anti-

gos serem utilizados com menor frequência.

“Cobra que não anda não engole sapo”, traduz um misto de esperteza e esforço, de astúcia e de traba-

lho. “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” evoca a sensatez. “Em terra de cego quem tem um

olho é rei” orienta para o valor de um potencial ou recurso humano em lugar que ele é inexistente. Expressa,

também, um preconceito por parte de quem enxerga para com aquele que não enxerga, por desconhecer o

universo do cego.

“Em terra de saci uma calça veste dois”, não, este não é sério é pura brincadeira, é daqueles relacio-

nados ao humor. Será? Pode ser brincadeira para quem o lê sem interpretá-lo, mas quando aplicado a uma

determinada situação poderá deixar de ser engraçado.

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Os ditados, adágios, provérbios são utilizados para representar uma situação ou comportamento ou para

explicá-los, justificá-los e julgá-los.

No decorrer da vida cada indivíduo tem o seu repertório de ditados e alguns deles são muito usados justi-

ficando e reforçando certos comportamentos que podem ser favoráveis ou desfavoráveis ao próprio indivíduo.

Participantes devem responder:

• Quais são os seus ditados preferidos?

• Em que situações de vida você os aplica?

• Qual a relação entre ditados e senso comum?

• E do senso comum com representações?

• Você teria um ditado para expressar seus sentimentos pela sua aposentadoria ou pelo seu momento atual

de vida? Qual seria?

• Você utiliza com frequência algum ditado para justificar suas perdas ou para enfatizar suas vitórias ou

seus comportamentos? Analise-os e pense se substituiria algum deles como forma de reforço positivo à

sua vida.

Em pequenos grupos troquem as respostas às questões formuladas.

O coordenador aplicará aos ditados populares os conceitos de ancoragem e objetivação da Teoria das Repre-

sentações Sociais, através do debate com os participantes.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referências: correspondentes as da primeira sessão, no que se refere à Teoria das Representações Sociais.

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6ª Sessão - O corpo: limites e possibilidades Objetivos:

Refletir sobre as representações do corpo humano;

Avaliar as condições do próprio corpo.

Conteúdo:

Visão e representação do corpo na sociedade capitalista, em um cenário de trabalho, de aposentadoria e en-

velhecimento.

Dinâmica:

Leitura e interpretação do texto: O corpo, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto: cada participante será convidado a pensar o que o seu corpo representa para ele e a par-

tilhar com os colegas a reflexão que fez sobre o seu corpo.

O coordenador relacionará a reflexão anterior com o conteúdo do texto, através de breve comentário.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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O corpo

O corpo, invólucro das identidades está a serviço do seu proprietário. Ele o leva para vários lugares diferen-

tes encontros e na direção dos objetivos a serem alcançados. Entretanto, para um estudioso da fisiologia humana

ele é peça de estudo. Para um trabalhador, o corpo que tem valor é o corpo saudável, pois é dele que ele tira o seu

sustento. Na visão do artista, o equilíbrio das formas é o mais importante. Para o bailarino, o corpo é movimento.

Algumas características do corpo humano revelam a sua etnia e esta conta uma história, traduz pre-

conceitos e discriminações que o dono do corpo sofre, apenas pela aparência. Ideologias são estabelecidas,

guerras são travadas a partir das origens que se desvelam na aparência de um corpo. Quem nunca ouviu uma

expressão usada no passado do povo brasileiro “preto de alma branca”? Será mesmo que ela não é empregada

no tempo presente?

Quando se trata das manifestações das questões sociais, quantas vezes o corpo é agredido, apanha, sofre

desnutrição, é torturado, é humilhado, desrespeitado e fenece antes da hora?

O corpo gosta de ser tocado com suavidade, ter tempo para descansar e assim repor suas energias. O

corpo agradece respondendo com saúde à uma boa alimentação, aos exercícios diários, ao lazer, a um convívio

social no qual haja respeito.

De várias maneiras e por vários ângulos, pode-se falar do corpo humano. Diferentes olhares encontram

diferentes corpos, tratados e representados por lentes que contem o colorido da política, da ética, da ideologia,

da religião, da sexualidade, das questões biológicas, e psicossociais, que fazem a mediação entre os olhares e o

corpo de um homem e de uma mulher, seja criança, adolescente, adulto jovem ou idoso.

Participantes:

• Em uma conversa com seu corpo, o que você diria para ele?

• Partilhe com um colega o que você disse ao seu corpo e escute o que ele falou para o corpo dele.

• Descreva o corpo que você deseja para desfrutar a sua atual fase de vida e o seu futuro.

• Que providências você desde já necessita tomar para ter ou manter o corpo descrito?

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Partilhe com um colega as respostas às duas últimas questões.

O coordenador escolherá alguns trechos do texto para aprofundá-lo, através de uma conversa com os partici-

pantes, relacionando-os com a teoria das representações sociais e com situações reais de vida.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referências: 28ª e as correspondentes à primeira sessão, no que se refere à Teoria das Representações Sociais.

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7ª Sessão – Família: a ancoragem Objetivo:

Refletir sobre o convívio familiar e as responsabilidades com a família na aposentadoria.

Conteúdo:

Conceitos de família: mudanças no tempo. Representações da família. Relacionamento familiar e responsa-

bilidade com a família.

Dinâmica:

Leitura e interpretação do texto: A história de Joaquim, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto. Respostas do grupo à pergunta:

Como você espera que seja a sua convivência familiar na aposentadoria?

Comentários do coordenador sobre as expectativas do grupo, estimulando-o a ler o texto sobre a “História de

Joaquim” e concluir se o que este trabalhador vivenciou em família, ao se aposentar, se coincide com o que predo-

minou no pensamento do grupo sobre a questão: convivência familiar na aposentadoria.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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A história de Joaquim

Joaquim, homem voltado, inteiramente, para as exigências do trabalho que lhe consumiam o tempo,

passava em casa dormindo a maior parte das suas horas disponíveis. O convívio com sua família, mulher e

três filhos se limitava à sua folga semanal, nem sempre coincidente com a folga escolar dos seus filhos e ao

mês das férias, quando toda a família viajava e saia completamente da rotina. Cada dia das férias era vivido

intensamente na casa dos pais de Joaquim, os quais moravam em um sítio propiciando a todos os familiares,

especialmente às crianças, usufruírem as coisas boas que a mãe natureza lhes oferecia, tais como, banho de

cachoeira, pescaria, passeios a cavalo, leite fresco, comidinha de avó e aconchego de avô.

Joaquim se deliciava com as férias passadas na casa dos seus pais, pois revia os seus velhos; des-

cansava; se divertia muito com sua mulher e seus filhos. Para Joaquim o convívio familiar era aquele que

anualmente vivia durante suas férias, nunca se deu conta que durante os onze meses do ano ele permanecia

praticamente ausente do seu ambiente familiar. A sua mulher assumia as providências e os pagamentos dos

compromissos domésticos, assim como as responsabilidades com a educação dos filhos. Tudo corria muito

bem, o homem trabalhava e a mulher era uma perfeita administradora doméstica.

Um dia, Joaquim aposentou-se, os seus três filhos na faixa de 18 a 25 anos ainda residiam em sua

casa, todos estudavam e o mais velho terminava o curso de Medicina.

Joaquim acolheu com grande alegria a chegada da aposentadoria. Entretanto com o passar dos

primeiros dias começou a sentir o vazio deixado pela falta do trabalho não preenchido pelo convívio familiar,

conforme ele esperava. A sua esposa, apesar de não trabalhar fora de casa, tinha muitas atividades, além dos

serviços do lar, fazia alguns cursos e participava de ações filantrópicas em sua comunidade. Os filhos estavam

sempre envolvidos com seus estudos dentro e fora de casa.

Joaquim começou se sentir invisível, nunca havia se sentido daquela maneira antes. Só se percebia

vivo e sendo visto quando os filhos lhe pediam dinheiro e ele pensava em como pagar todas as contas.

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Joaquim, depois de dois meses de aposentadoria, desejou colocar um fim em sua invisibilidade, já não

aguentava mais não ter espaço para interagir com a família. Os horários do almoço eram corridos e pouco se

conversava nestes momentos em que todos se reuniam.

Um dia, Joaquim resolveu usar uma estratégia para ser visto e deixar no ar uma questão a ser pensada

pelos seus filhos e sua mulher. Na hora do almoço ele, silenciosamente, fez a sua refeição, fantasiado de pa-

lhaço: rosto pintado, nariz de palhaço, cabelo e chapéu de palhaço, colarinho de palhaço. Parecia haver algo

suspenso no ar. Durante toda a refeição, nada foi dito. Após almoçar, Joaquim saiu de cena.

Os participantes, em trios, comentarão como entenderam a reação de Joaquim e como imaginam que os seus

filhos e esposa reagiram face à reação do pai e esposo. Em seguida, partilharão com todo o grupo as suas reflexões

sobre a questão colocada.

O coordenador dirá que não há uma única resposta a questão sobre o texto, mas que não se pode perder de

vista que a intenção de Joaquim era se tornar visível e que a fantasia de palhaço usada por ele tem a representação

daquele que faz graça, que não deve ser levado a sério e que, por vezes, é considerado “o bobo”, o que se deixa

passar para trás. Entretanto, o palhaço também representa a alegria, a liberdade, a capacidade de satirizar.

A família nuclear, composta por pai, mãe e filhos, convive com outros tipos de grupamentos familiares, tais

como, pai e filhos morando juntos; mãe e filhos residindo na mesma casa; pessoas que residem sozinhas, mas tem

sua referência de família; entre outros arranjos familiares. Esta variedade de maneiras de se estabelecer o convívio

familiar receberá comentários do coordenador. Nesta perspectiva explorar a evolução da família ao longo do tem-

po, ligando-a ao contexto de sua época.

Um aspecto do texto, que para finalizar a sessão, deve ser ressaltado pelo coordenador é o seguinte sentimento

de Joaquim: Só se percebia vivo e sendo visto, quando os filhos lhe pediam dinheiro e ele pensava em como pagar

todas as contas. Cada participante deverá se colocar, quanto às suas certezas e inquietações referentes à sua situação

financeira na aposentadoria. Enfatizar, ainda, as várias representações da família, inclusive a sua idealização.

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Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referências: 8ª,16ª e as correspondentes à Teoria das Representações Sociais.

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8ª Sessão - Aposentadoria: planos e realizações Objetivo:

Refletir sobre planejamento da aposentadoria.

Conteúdo:

Planejamento e elaboração de um plano.

Dinâmica:

Leitura e interpretação do texto: O que eu quero para a minha aposentadoria?, de autoria de Helenice Mo-

rais Sales.

Introdução ao texto: retomar as representações de aposentadoria obtidas através da aplicação do grupo focal

colocando no quadro mural as figuras que a representam, na opinião do grupo. Colocar no mural, também, os de-

senhos elaborados pelos participantes sobre a aposentadoria na 5ª reunião. Primeiramente, todos os participantes

observam todas as figuras e desenhos expostos, a seguir, cada participante retira o seu desenho e a figura que

escolheu no grupo focal e se reúne em pequenos grupos para partilhar com os colegas a resposta às seguintes

perguntas:

O desenho elaborado e a figura escolhida por você representam as suas ideias sobre a sua aposentadoria no

seu cotidiano? Quais as suas maiores necessidades e objetivos para a vivência de sua aposentadoria?

Os pequenos grupos contarão para todo o grupo as idéias predominantes em seus grupos.

Comentários do coordenador sobre a aproximação ou afastamento das necessidades e objetivos dos partici-

pantes com as suas representações e desenho da aposentadoria.

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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O que eu quero para a minha aposentadoria?

Sombra, água fresca, sapato largo e jornal sem letra? Há quem prefira um novo emprego, por gostar de

trabalhar ou por necessitar complementar os ganhos da sua aposentadoria com outro serviço remunerado.

Existem indivíduos que sonham com a aposentadoria para utilizarem o tempo ocupado pelo trabalho

com outras ocupações, tais como, viagens e / ou desenvolvimento de atividades de lazer, esporte e arte. Alguns

desejam aproveitar mais a vida em família ou associar este gosto com atividades assistenciais, contribuindo

com ações a favor da comunidade e aumentando o seu convívio social.

Outras tantas pessoas desejam realizar uma combinação de atividades, dentre as anteriormente men-

cionadas, incluindo o trabalho em prol da causa dos aposentados, com vistas à elevação dos seus ganhos e de

novas possibilidades de trabalho e de participação social.

Não se pode esquecer daqueles aposentados que recomeçam seus estudos e a partir deles iniciam uma

nova vida profissional.

A nova etapa de vida marcada pelo início da aposentadoria, além de possibilitar a realização de novas

atividades, permite ao indivíduo, na maioria das vezes, administrar o seu tempo com mais flexibilidade do que

o fazia anteriormente.

Participantes, em duplas, responderão as perguntas abaixo partilhando as respostas um com o outro.

• O que você pretende fazer com o tempo que lhe será disponibilizado pela ausência do trabalho atual?

• A partir do que você deseja fazer nesta nova etapa de vida, cite as providências que você já está tomando

ou pretende tomar para colocar em prática as suas intenções.

O coordenador prestará informações sobre a elaboração de um planejamento contendo o projeto da aposen-

tadoria, através da resposta às perguntas: o que eu quero fazer? Por quê? Como? Onde? Com quem? Com qual

recurso? Quando? Após a orientação e exemplos dados, estas perguntas serão, também, respondidas pelos partici-

pantes, por escrito. Cada participante esboçará o seu planejamento para a aposentadoria.

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Observação: O projeto em questão poderá ser aplicado no planejamento de ações coletivas contando com a

participação de todos. Como por exemplo, a elaboração de um projeto em prol da causa do aposentado.

Os participantes apresentarão para o grupo o esboço de seus projetos de vida na aposentadoria.

O Coordenador avaliará o trabalho dos participantes e prestará orientação às dificuldades do grupo, enfati-

zando que um plano para a aposentadoria não é uma simples tarefa de sala de reunião, mas algo que tem relação

com a vida diária. Deve contar com a participação da família, especialmente da esposa, se for possível, e que deve

ser pensado muito antes da aposentadoria. Este caminhar na elaboração do plano não constitui um trabalho, sim-

plesmente, teórico e nem constitui um processo fechado, impossível de sofrer mudanças.

Encerramento: considerações dos participantes sobre a sessão e avaliação verbalizada de cada um.

Referência: 22ª (texto a ser adaptado à aposentadoria).

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9ª Sessão - DesafiosObjetivo:

Possibilitar a cada participante a reflexão sobre a sua capacidade de enfrentar desafios.

Conteúdo:

Planejamento pessoal, ênfase na construção de uma meta e reflexão sobre o desafio que ela implica e os

recursos que ela demanda.

Dinâmica:

Texto: O passeio de transatlântico, de autoria de Helenice Morais Sales.

Introdução ao texto: o coordenador pedirá ao grupo para imaginar uma viagem em um transatlântico e

pensar em tudo que faria e que observaria. Logo após, pedirá a cada participante para dizer o que pensou fazer

ou observar durante a viagem na embarcação. Várias rodadas de respostas poderão ocorrer estimuladas pelo coor-

denador, enquanto cada participante tiver algo a dizer. Esta será a forma do conteúdo do texto ser introduzido no

grupo: o que será que o texto diz sobre o pensamento de alguém que está dentro de um transatlântico?

Distribuição do texto para todos os participantes.

Leitura oral do texto por um dos participantes e acompanhamento pelos demais, em leitura silenciosa.

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O passeio de transatlântico

Céu e mar, nada mais e tudo ao mesmo tempo, sensação de liberdade. Nenhum obstáculo, pura amplidão.

Sol iluminando o dia e estimulando nossa alegria. Noite com céu estrelado, visto do convés, nos faz sentir como

somos tão pequeninos ou provoca a nossa vontade de desafiar os mistérios da escuridão e a penetrar nos seus

pontos luminosos.

O nosso olhar de dentro para fora do navio nos impele a pensar, refletir, meditar e nos aproxima das

sensações de medo, de euforia, de coragem. Da janela do transatlântico, um cenário sem fim em diferentes

tons de azul nos convida a escrever uma história, a pintar um quadro, a nos harmonizar com a natureza, a

nos esvaziar de nós mesmos e apenas respirar aquele ar salgado. Oh! Janela boa, a do navio, na qual podemos

contemplar uma paisagem sem limites, com mistérios e com vazios propiciando nossa imaginação percorrer o

caminho que quiser, em segurança, protegida pelos limites entre mar e embarcação, através das paredes dela.

Esta situação nos causa uma sensação de liberdade protegida, pois o nosso olhar e nossa mente alcançam a

imensidão, mas o nosso corpo permanece seguro, guardado pelo interior do navio.

Cada participante compartilhará com um colega que tipo de liberdade protegida espera para sua vida, ou

seja, quais os desafios que deseja enfrentar e quais os recursos que contará para não dar um salto mortal sem rede

de proteção. As duplas partilharão o que conversaram com o restante do grupo.

O Coordenador comentará como está o grupo em relação aos desafios. Predominou a ausência de estímulos

para novos desafios? Os participantes têm o desejo de uma aposentadoria pacata, apenas com atividades em que

se colocam em posições passivas, de receber algo de terceiros ou para descansar, ou se propuseram a desempenhar

novas funções na sociedade e se mobilizarem nessa preparação?

Os participantes receberão um papel e, individualmente, desenharão sobre um cenário de encontro de céu

e mar, algo que lhes parece estimulante, desafiador e que combina com este cenário, pano de fundo do desenho.

Cada participante mostrará o seu desenho ao grupo e lhe explicará o que o motivou a fazê-lo.

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O coordenador encerrará a reunião relacionando o resultado da primeira atividade do grupo com o resultado

da sua segunda atividade, ou seja, relacionará o que foi verbalizado como desejo de enfrentar desafios com o que

foi desenhado e que possa traduzir a abertura para o enfrentamento de possíveis desafios.

Observação: reservar um momento para o acerto dos detalhes das apresentações dos participantes nas duas

próximas sessões.

Encerramento: comentários dos participantes sobre a sessão.

Referência: 22ª (texto a ser adaptado à aposentadoria).

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10ª e 11ª Sessões - Autonomia: aportes e critérios I e II Objetivo:

Criar uma oportunidade para que os participantes reflitam e demonstrem a sua autonomia.

Conteúdo:

Os temas que envolvem a questão da aposentadoria, priorizados pelo grupo, a serem apresentados pelos seus

participantes.

Dinâmica:

Cada dupla de participante terá uma parcela do tempo da sessão, dividida igualmente entre todos os parti-

cipantes nas duas sessões, para expor o tema pesquisado, na forma que ela escolheu para apresentá-lo. Exemplos:

uma entrevista com um aposentado para que, através das perguntas formuladas, ele fale da sua experiência como

aposentado, enfatizando os pontos positivos e negativos da aposentadoria; entrevista a um consultor financeiro

para aposentados; exibição de um vídeo ou presença de pessoas que apresentam instituições ou serviços importan-

tes para a aposentadoria nas áreas do direito, da saúde, das finanças, da educação, do lazer, da cultura, do trabalho;

relato de uma experiência de ação coletiva pela causa do aposentado; elaboração de uma relação de instituições e

serviços da comunidade importantes na vivência da aposentadoria, etc.

Na primeira sessão todos os participantes saberão que terão como desafio e forma de avaliar sua autonomia a

preparação de algo que tenha relação com a aposentadoria a ser pesquisado e executado por ele, em dupla com ou-

tro colega, nas 10ª e 11ª sessões do grupo. Ficarão previamente estabelecidas as atribuições de cada participante da

dupla. Durante a verbalização da tarefa pelo coordenador, alguns exemplos podem ser dados sobre o tipo de ação a

ser feita, conforme os mencionados anteriormente, mas de maneira superficial, pois o desafio é dos participantes.

Ao final de cada sessão, o coordenador se colocará à disposição para tirar dúvidas dos participantes sobre as

questões que se apresentarem, no decorrer da preparação do trabalho.

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Nestas duas sessões, caso o grupo aprove e instalações permitam, os familiares dos participantes poderão

participar como observadores.

Caberá ao coordenador elaborar o planejamento das duas sessões de acordo com os recursos e espaço físico

que os participantes necessitarem, programando os recursos humanos e materiais, estabelecendo o momento do

lanche. Deverão constar da programação:

1. As apresentações que darão início a 10ª e 11ª sessões e quais apresentações fecharão estas sessões, assim

como, a ordem de todas as apresentações;

2. Tempo de duração de cada apresentação com escolha de um controlador de tempo;

3. Um responsável para fazer a abertura e fechamento da sessão e apresentar cada dupla e o tema do tra-

balho desta;

4. A hora, antes do início da sessão, que os participantes deverão chegar com o seu convidado ou com o seu

material a ser apresentado;

5. O registro escrito do evento feito pelo profissional observador, podendo haver registro fotográfico ou

outros tipos de registro, como fonte de pesquisa para o programa;

6. Lista de presença.

Os participantes deverão receber com antecedência a programação e serem alertados para observarem nela

o momento de suas apresentações.

Encerramento: Ao final de cada uma das duas sessões, o coordenador fechará o evento agradecendo a pre-

sença dos convidados e das instituições e serviços que contribuíram para a realização das apresentações.

Referências: Sob a responsabilidade dos participantes.

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12ª Sessão - AvaliaçãoObjetivos:

Avaliar o aproveitamento individual dos participantes;

Avaliar a aplicação do programa.

Conteúdo:

Nova leitura das concepções adotadas no Programa, enfatizando a metodologia das representações sociais e

da autonomia referenciadas nas questões do trabalho, da aposentadoria e da velhice.

Dinâmica:

O coordenador abrirá a reunião apresentando novamente os objetivos do programa com a finalidade de es-

tabelecer o link para a avaliação dos participantes. Enfatizar os conceitos trabalhados associando-os à teoria das

representações sociais e à concepção de autonomia adotadas pelo programa, ligando-os às vivências dos partici-

pantes e os textos escritos por esses na primeira sessão.

Cada participante será orientado pelo coordenador em seu processo avaliativo, refletindo dois momentos

como se segue:

- No primeiro momento cada participante se expressará sobre o que apreendeu para a sua vida, no tocante à

fundamentação do programa e a sua aplicação;

- No segundo momento cada participante dirá qual o desafio que enfrentou para realizar a tarefa de preparar

e apresentar um assunto em uma das duas últimas reuniões; quais as suas dificuldades e recursos pessoais para

enfrentá-lo. Responderá se houve algum crescimento em relação à sua autonomia, ao se surpreender com o seu

desempenho, caso ele tenha sido maior do que o esperado, na realização da tarefa. Responderá, ainda, estas duas

questões:

• Quais os aspectos do seu comportamento limitam a sua autonomia?

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• Que recursos poderá usar para ampliá-la?

Em seguida, o coordenador introduzirá a avaliação geral do programa pelos participantes, momento em que

o grupo se expressará ressaltando os aspectos que mais agradaram e os que desagradaram ou que menos agrada-

ram, justificando a resposta.

Breve avaliação do coordenador sobre a aplicação do programa e sobre o desempenho dos participantes.

Encerramento:

Espaço dado ao grupo para que defina se desejaria continuar se reunindo por conta própria e se gostaria de

combinar um próximo encontro;

Troca de telefones e e-mails;

Votos de êxito na aposentadoria, da coordenação do programa ao grupo;

Despedidas.

Referências: sobre autonomia e Teoria das Representações Sociais apresentadas na primeira sessão.

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Considerações FinaisPara encerrar a aplicação do programa em cada grupo, após a sua última sessão com os seus participantes, os

profissionais envolvidos deverão se reunir para avaliar: o seu desempenho técnico; a performance da instituição

promotora, dos participantes, da comunidade, da organização e dos recursos humanos e materiais do programa.

A avaliação deverá relacionar o desempenho de todos os envolvidos no programa, com a consecução dos

objetivos propostos e a aplicação das metas estabelecidas; considerando em relação aos participantes: os dados

pessoais colhidos no ato da sua inscrição no programa; a sua participação; o seu envolvimento; o seu desempenho;

a sua auto – avaliação. As perguntas principais a serem feitas na direção da avaliação da consecução dos objetivos

são: os participantes demonstraram ter desenvolvido a visão multifacetada das situações de vida relacionadas à

aposentadoria? Eles criaram recursos para lidarem com os aspectos limitadores de suas autonomias? Se as respos-

tas a estas perguntas forem positivas ou afirmativas, o estímulo à ampliação da autonomia deste trabalhador, na

perspectiva da vivência da sua aposentadoria, terá ocorrido.

A partir da avaliação técnica, deverão ser estabelecidas medidas necessárias para aperfeiçoar os próximos

programas, se for o caso. Deverão ser sistematizados, de forma a permitir consultas e pesquisas futuras, os seguin-

tes dados:

• da avaliação técnica

• a avaliação dos participantes

• a fundamentação teórica do programa.

Deve-se observar, ainda, que por se tratar de uma metodologia centrada no sujeito é importante que este

programa atenda às suas necessidades e expectativas.

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