programa de formação da unicamp inspira proposta de cotas das paulistas

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A22 TERÇA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO Experiência A luno da primeira tur- ma do Profis, Ales- sandro Vicente, de 22 anos, não vai se formar em janeiro, como a maioria de seus colegas. Ele terá de repetir algumas disci- plinas, entre elas física, quími- ca, estatística e matemática. “São as mais puxadas”, diz Vicen- te, que ganhou vaga no progra- ma por ter tirado a maior nota da Escola Estadual Hildebrando Si- queira no Enem de 2010. Na época, ele nem se inscreveu no vestibular da Unicamp. “Acho até que passaria, mas gostei da ideia do Profis. Hoje vejo que a escola não me deu base para entrar direto na graduação.” Quando concluir o curso, ele tentará vaga em Filosofia. Vicente afirma que ativida- des de reforço são essenciais para uma efetiva inclusão de alunos de escolas públicas na universidade. Nos dois últi- mos anos, ele reviu de modo mais aprofundado grande par- te do conteúdo que lhe foi da- do no ensino médio. “Conse- gui aprender coisas que não fazia ideia do que eram.” Outro ponto que o estudan- te destaca para a manutenção de alunos de baixa renda no ensino superior é a concessão de bolsas. “De que adianta co- locar uma grande parcela da sociedade na universidade e não dar a ela assistência estu- dantil?”, questiona. “Em no máximo um ano esse pessoal sairá de lá.” Vicente recebe R$ 400 referentes a uma bolsa de iniciação científica. “Não fos- se a bolsa, eu provavelmente não conseguiria estudar”, diz. Para ele, seria complicado aliar o curso, em período inte- gral, com algum trabalho, e is- so o impediria de arcar com os custos de transporte entre sua casa e a Unicamp. / C.L. e CRISTIANE NASCIMENTO Especialistas elogiam modelo sugerido Vida / AMBIENTE / CIÊNCIA / EDUCAÇÃO / SAÚDE / SOCIEDADE Leia. Oriente Médio terá acelerador de partículas estadão.com.br/ciencia GUSTAVO MAGNUSSON/ESTADÃO Formados. Primeira turma do Profis receberá o certificado de conclusão do curso em janeiro Programa de formação da Unicamp inspira proposta de cotas das paulistas A proposta revelada ao Estado pelo reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan, foi elogiada pelo soció- logo Simon Schwartzman, presi- dente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). Ele entende que o reforço educa- cional e a bolsa para manuten- ção dos alunos são necessários para que as cotas funcionem. “A discussão avança muito em relação à legislação federal, pela ideia de as universidades se en- volverem na preparação dos alu- nos antes de eles entrarem na universidade e de dar um auxílio financeiro. Na lei federal falta justamente isso. Apenas criar uma cota não garante o suces- so”, afirma Schwartzman. “Mas tem de ver exatamente o que vai acontecer.” Já para o professor do progra- ma de pós-graduação em Direi- tos Humanos da Faculdade de Direito da USP, Marcus Orione, a proposta é menos ousada que a prevista na Lei de Cotas, que re- ge as instituições federais. “Esse modelo de ‘college’ acaba por adiar a entrada desses estudan- tes no curso superior. E isso não faz nenhum sentido, consideran- do que essa população é mais fra- gilizada e está em situação mais emergencial, não pode perder tempo.” Orione defende que essa for- mação adicional aconteça no de- correr do curso. “Procrastinar contamina o processo. Ou faz de verdade ou não faz.” Para dar vez e voz aos atendi- dos, acrescenta o pesquisador, o ideal seria que fossem à votação os dois projetos de lei apresenta- dos pelos movimentos sociais. “Deviam ter preferência sobre o que vem de cima para baixo.” O professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavar- ce afirma que a possível entrada da USP em um sistema de cotas ajudaria a corrigir distorções so- ciais, apesar de não eliminá-las completamente. “Isso vai fazer bem para a USP, vai arejá-la so- cialmente, o que é necessário. A USP é elitista e restringe o aces- so a cursos mais concorridos.” Jorge Werthein, presidente do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, também vê avanço. “A proposta estadual es- tá dentro do espírito da Lei de Cotas, que considero importan- te, e ainda incorpora estratégias que ajudam o aluno.” / B.P. e O.B. ‘REDE PÚBLICA NÃO DÁ BASE PARA GRADUAÇÃO’ Aluno defende programa criado pela Unicamp DIVULGAÇÃO Ajuda. Para Vicente, atividades de reforço são essenciais Exigência TEM MUITO INVESTIDOR FELIZ COM O FIPEZAP. DEVE SER ISSO QUE CHAMAM DE "HUMOR DO MERCADO". zap fipe Acesse o FipeZAP e veja com mais rapidez e segurança os índices do mercado imobiliário. É a maneira mais direta e precisa para você fazer bons negócios. zapimoveis.com.br/fipezap Compare ofertas de casas, apartamentos, terrenos e muito mais. Valor do m² nos principais bairros e cidades do Brasil. Informações sobre financiamento de imóveis. UMA EMPRESA DOS JORNAIS E estadão.com.br Breno Pires ESPECIAL PARA O ESTADO Carlos Lordelo A proposta de adoção de cotas que os reitores das três univer- sidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) apre- sentarão ao governador Geral- do Alckmin nesta semana – re- velada ontem pelo Estado em entrevista do reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan –, tem, en- tre suas políticas, uma inspira- da no programa da Unicamp que acolhe alunos da rede pú- blica e dá um curso de forma- ção geral antes da graduação. O Programa de Formação In- terdisciplinar Superior (Profis) existe há dois anos. As 120 vagas do curso são preenchidas pelos melhores alunos da rede públi- ca, segundo seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Mé- dio (Enem). Cada uma das 95 es- colas de Campinas tem direito a uma ou duas cadeiras. O Profis dura dois anos e dá certificado de curso sequencial de complementação de estudos. Com o documento, os alunos po- dem participar de concursos pú- blicos que exijam somente for- mação em nível superior, mas são impedidos de fazer pós-gra- duação. A ideia da Unicamp é que os egressos do programa continuem os estudos em um dos 58 cursos que abrem vagas para o Profis, entre eles Medici- na e Arquitetura – os mais con- corridos do atual vestibular. A primeira turma do Profis pe- gará o certificado em janeiro. Os alunos com melhor média pon- derada nas 28 disciplinas obriga- tórias têm direito a escolher an- tes os cursos universitários. O objetivo da proposta das es- taduais paulistas, criada a pedi- do de Alckmin, é igualar os por- centuais definidos pelo governo Dilma Rousseff para as federais na Lei de Cotas. Assim, USP, Unesp e Unicamp deverão reser- var, até 2016, 50% das vagas para quem cursou integralmente o en- sino médio na rede pública. Des- tas, metade será para alunos com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa; e 35% para pretos, pardos e índios. O restante vai para os demais egressos de escolas públicas, in- dependentemente da renda. Ao contrário da lei federal, que não prevê mais investimentos em assistência estudantil ou pro- gramas de acolhimento de cotis- tas, o projeto paulista tem como meta dar aos beneficiários uma bolsa de cerca de 1 salário míni- mo e atividades de reforço. O reforço poderia ser dado de duas formas. Parte dos estudan- tes receberia aulas extras já na universidade, nas disciplinas em que tiver tirado nota baixa no vestibular. Outro grupo faria um curso preparatório anterior, no estilo do Profis, e seria seleciona- do pelo Enem ou pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Es- colar do Estado de São Paulo (Sa- resp), a ser definido por Alckmin. Enquanto o Profis tem aulas presenciais e em tempo integral, o modelo das paulistas seria se- mipresencial, com avaliações presenciais e aulas a distância, pelo sistema da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Como no Profis, os alunos teriam de participar de projetos de iniciação científica. Repercussão. O professor Francisco Magalhães Gomes, primeiro coordenador do Profis, elogiou a escolha do programa como base para a proposta das cotas, embora seja contra o crité- rio racial. “O Profis só abrange Campinas, mas temos alunos ex- celentes em escolas públicas de todo o Estado”, diz. “Passar o Profis para outras universidades é uma ideia que tem futuro.” O reitor da USP, João Grandi- no Rodas, disse que só se mani- festará quando o projeto estiver finalizado. A mesma justificati- va deu o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e o coordenador da Univesp, Car- los Vogt. O diretor da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, disse desconhecer o assunto. Ao Estado, o reitor da Unesp disse que a Fapesp poderia financiar parte dos R$ 31 milhões necessá- rios para que 4,2 mil alunos rece- bam a bolsa de 1 salário mínimo. / COLABOROU OCIMARA BALMANT Educação. Revelado pelo ‘Estado’, plano pedido por Alckmin para que metas da Lei de Cotas federal sejam igualadas em São Paulo é baseado em parte no Programa de Formação Interdisciplinar Superior, que dá curso complementar a alunos oriundos da rede pública 28 disciplinas obrigatórias compõem o currículo do Profis da Unicamp

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Programa de formação da Unicamp inspira proposta de cotas das universidades públicas paulistas (USP, Unesp e Unicamp) que será apresentada ao governador Geraldo Alckmin. Matéria do jornal O Estado de S. Paulo, publicada em 27 de novembro de 2012. Reportagem de Breno Pires, especial para o Estado, e Carlos Lordelo, com colaboração de Ocimara Balmant. Suíte da matéria que revelou a proposta das universidades públicas paulistas (acesse a matéria anterior aqui: http://www.slideshare.net/brenopires/universidades-pblicas-de-so-paulo-vo-propor-cotas-de-50a-partir-de-2016-estado)

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A22 TERÇA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

Experiência

A luno da primeira tur-ma do Profis, Ales-sandro Vicente, de22 anos, não vai se

formar em janeiro, como amaioria de seus colegas. Eleterá de repetir algumas disci-plinas, entre elas física, quími-ca, estatística e matemática.

“São as mais puxadas”, diz Vicen-te, que ganhou vaga no progra-ma por ter tirado a maior nota daEscola Estadual Hildebrando Si-queira no Enem de 2010.

Na época, ele nem se inscreveuno vestibular da Unicamp. “Achoaté que passaria, mas gostei daideia do Profis. Hoje vejo que a

escola não me deu base paraentrar direto na graduação.”Quando concluir o curso, eletentará vaga em Filosofia.

Vicente afirma que ativida-des de reforço são essenciaispara uma efetiva inclusão dealunos de escolas públicas nauniversidade. Nos dois últi-mos anos, ele reviu de modomais aprofundado grande par-te do conteúdo que lhe foi da-do no ensino médio. “Conse-gui aprender coisas que nãofazia ideia do que eram.”

Outro ponto que o estudan-te destaca para a manutençãode alunos de baixa renda noensino superior é a concessãode bolsas. “De que adianta co-locar uma grande parcela dasociedade na universidade enão dar a ela assistência estu-dantil?”, questiona. “Em nomáximo um ano esse pessoalsairá de lá.” Vicente recebe R$400 referentes a uma bolsa deiniciação científica. “Não fos-se a bolsa, eu provavelmentenão conseguiria estudar”, diz.

Para ele, seria complicadoaliar o curso, em período inte-gral, com algum trabalho, e is-so o impediria de arcar com oscustos de transporte entresua casa e a Unicamp. / C.L. e

CRISTIANE NASCIMENTO

Especialistaselogiam modelosugerido

Vida / AMBIENTE / CIÊNCIA / EDUCAÇÃO / SAÚDE / SOCIEDADELeia. Oriente Médio terá

acelerador de partículasestadão.com.br/ciencia

GUSTAVO MAGNUSSON/ESTADÃO

Formados. Primeira turma do Profis receberá o certificado de conclusão do curso em janeiro

Programa de formação da Unicampinspira proposta de cotas das paulistas

A proposta revelada ao Estadopelo reitor da Unesp, Julio CezarDurigan, foi elogiada pelo soció-logo Simon Schwartzman, presi-dente do Instituto de Estudosdo Trabalho e Sociedade (Iets).Ele entende que o reforço educa-cional e a bolsa para manuten-ção dos alunos são necessáriospara que as cotas funcionem.

“A discussão avança muito emrelação à legislação federal, pelaideia de as universidades se en-volverem na preparação dos alu-nos antes de eles entrarem nauniversidade e de dar um auxíliofinanceiro. Na lei federal faltajustamente isso. Apenas criar

uma cota não garante o suces-so”, afirma Schwartzman. “Mastem de ver exatamente o que vaiacontecer.”

Já para o professor do progra-ma de pós-graduação em Direi-tos Humanos da Faculdade deDireito da USP, Marcus Orione,a proposta é menos ousada que aprevista na Lei de Cotas, que re-ge as instituições federais. “Essemodelo de ‘college’ acaba poradiar a entrada desses estudan-tes no curso superior. E isso nãofaz nenhum sentido, consideran-do que essa população é mais fra-gilizada e está em situação maisemergencial, não pode perdertempo.”

Orione defende que essa for-mação adicional aconteça no de-correr do curso. “Procrastinarcontamina o processo. Ou faz deverdade ou não faz.”

Para dar vez e voz aos atendi-

dos, acrescenta o pesquisador, oideal seria que fossem à votaçãoos dois projetos de lei apresenta-dos pelos movimentos sociais.“Deviam ter preferência sobre oque vem de cima para baixo.”

O professor da Faculdade deEducação da USP Ocimar Alavar-ce afirma que a possível entradada USP em um sistema de cotasajudaria a corrigir distorções so-ciais, apesar de não eliminá-lascompletamente. “Isso vai fazerbem para a USP, vai arejá-la so-cialmente, o que é necessário. AUSP é elitista e restringe o aces-so a cursos mais concorridos.”

Jorge Werthein, presidentedo Centro Brasileiro de EstudosLatino-Americanos, também vêavanço. “A proposta estadual es-tá dentro do espírito da Lei deCotas, que considero importan-te, e ainda incorpora estratégiasque ajudam o aluno.” / B.P. e O.B.

‘REDE PÚBLICA NÃO DÁBASE PARA GRADUAÇÃO’Aluno defende programa criado pela Unicamp

DIVULGAÇÃO

Ajuda. Para Vicente, atividades de reforço são essenciais

● Exigência

TEM MUITO INVESTIDOR FELIZ COM O FIPEZAP. DEVE SER ISSO QUE CHAMAM DE "HUMOR DO MERCADO".

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zapimoveis.com.br/fipezap

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Valor do m² nos principais bairros e cidades do Brasil.

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Breno PiresESPECIAL PARA O ESTADOCarlos Lordelo

A proposta de adoção de cotasque os reitores das três univer-sidades estaduais paulistas(USP, Unesp e Unicamp) apre-sentarão ao governador Geral-do Alckmin nesta semana – re-velada ontem pelo Estado ementrevista do reitor da Unesp,Julio Cezar Durigan –, tem, en-tre suas políticas, uma inspira-da no programa da Unicampque acolhe alunos da rede pú-blica e dá um curso de forma-ção geral antes da graduação.

O Programa de Formação In-terdisciplinar Superior (Profis)existe há dois anos. As 120 vagas

do curso são preenchidas pelosmelhores alunos da rede públi-ca, segundo seu desempenho noExame Nacional do Ensino Mé-dio (Enem). Cada uma das 95 es-colas de Campinas tem direito auma ou duas cadeiras.

O Profis dura dois anos e dácertificado de curso sequencialde complementação de estudos.Com o documento, os alunos po-dem participar de concursos pú-blicos que exijam somente for-mação em nível superior, massão impedidos de fazer pós-gra-duação. A ideia da Unicamp éque os egressos do programacontinuem os estudos em umdos 58 cursos que abrem vagaspara o Profis, entre eles Medici-na e Arquitetura – os mais con-corridos do atual vestibular.

A primeira turma do Profis pe-gará o certificado em janeiro. Osalunos com melhor média pon-derada nas 28 disciplinas obriga-tórias têm direito a escolher an-tes os cursos universitários.

O objetivo da proposta das es-taduais paulistas, criada a pedi-do de Alckmin, é igualar os por-centuais definidos pelo governoDilma Rousseff para as federaisna Lei de Cotas. Assim, USP,Unesp e Unicamp deverão reser-var, até 2016, 50% das vagas paraquemcursou integralmente o en-

sino médio na rede pública. Des-tas, metade será para alunos comrenda familiar igual ou inferior a1,5 salário mínimo por pessoa; e35% para pretos, pardos e índios.O restante vai para os demaisegressos de escolas públicas, in-dependentemente da renda.

Ao contrário da lei federal, quenão prevê mais investimentos

em assistência estudantil ou pro-gramas de acolhimento de cotis-tas, o projeto paulista tem comometa dar aos beneficiários umabolsa de cerca de 1 salário míni-mo e atividades de reforço.

O reforço poderia ser dado deduas formas. Parte dos estudan-tes receberia aulas extras já nauniversidade, nas disciplinas em

que tiver tirado nota baixa novestibular. Outro grupo faria umcurso preparatório anterior, noestilo do Profis, e seria seleciona-do pelo Enem ou pelo Sistemade Avaliação de Rendimento Es-colar do Estado de São Paulo (Sa-resp), a ser definido por Alckmin.

Enquanto o Profis tem aulaspresenciais e em tempo integral,

o modelo das paulistas seria se-mipresencial, com avaliaçõespresenciais e aulas a distância,pelo sistema da UniversidadeVirtual do Estado de São Paulo(Univesp). Como no Profis, osalunos teriam de participar deprojetos de iniciação científica.

Repercussão. O professorFrancisco Magalhães Gomes,primeiro coordenador do Profis,elogiou a escolha do programacomo base para a proposta dascotas, embora seja contra o crité-rio racial. “O Profis só abrangeCampinas, mas temos alunos ex-celentes em escolas públicas detodo o Estado”, diz. “Passar oProfis para outras universidadesé uma ideia que tem futuro.”

O reitor da USP, João Grandi-no Rodas, disse que só se mani-festará quando o projeto estiverfinalizado. A mesma justificati-va deu o secretário estadual deEducação, Herman Voorwald, eo coordenador da Univesp, Car-los Vogt. O diretor da Fapesp,Carlos Henrique de Brito Cruz,disse desconhecer o assunto. AoEstado, o reitor da Unesp disseque a Fapesp poderia financiarparte dos R$ 31 milhões necessá-rios para que 4,2 mil alunos rece-bam a bolsa de 1 salário mínimo. /

COLABOROU OCIMARA BALMANT

Educação. Revelado pelo ‘Estado’, plano pedido por Alckmin para que metas da Lei de Cotas federal sejam igualadas em São Paulo ébaseado em parte no Programa de Formação Interdisciplinar Superior, que dá curso complementar a alunos oriundos da rede pública

28disciplinas obrigatóriascompõem o currículodo Profis da Unicamp