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1 PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO EM SISTEMAS ELETRÔNICOS RESIDENCIAIS HOME EXPERT INSTRUTOR VINICIUS BARBOSA LIMA GUIA BÁSICO CABOS E CONECTORES PARA ÁUDIO E VÍDEO MÓDULO 2 2012

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PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO EM SISTEMAS

ELETRÔNICOS RESIDENCIAIS

HOME EXPERT

INSTRUTOR

VINICIUS BARBOSA LIMA

GUIA BÁSICO

CABOS E CONECTORES PARA ÁUDIO E VÍDEO

MÓDULO 2

2012

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SUMÁRIO

CABOS E CONECTORES PARA ÁUDIO E VÍDEO pag.

1. INTRODUÇÃO............................................................................................3

2. CABOS E CONECTORES PARA INTERCONEXÃO DE ÁUDIO.....................5

3. CABOS E CONECTORES PARA INTERCONEXÃO DE VÍDEO.....................9

4. CABOS E CONECTORES PARA CAIXAS ACÚSTICAS................................16

5. DÚVIDAS FREQUENTES...........................................................................17

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1. INTRODUÇÃO

Lidar com a profusão de cabos e conectores disponíveis não é tarefa das

mais fáceis.

Normas Técnicas e decorrentes processos de homologações e certificações,

sejam elas compulsórias ou não, apenas atestam a legalidade, segurança e

desempenho mínimo, mas não dizem tudo sobre o produto. Quesitos como inovação

de projeto, técnicas construtivas, qualidade dos materiais empregados e controle de

qualidade na linha de produção constituem diferencial significativo entre cabos de

marcas diferentes, ainda que ambos cumpram a normalização técnica vigente ou

estejam posicionados em mesmo patamar de preço.

Os quadros de fls. 04/16 trazem as principais especificações para cada

aplicação (áudio, vídeo e dados). Cabe-nos atentar que um bom projetista ou

instalador não precisa conhecer a fundo todo o universo dos cabos. Se algumas

informações possuem valor inestimável para fabricantes e desenvolvedores de

produtos, para nós nem sempre possuem significado e importância prática.

É por tal motivo que o presente trabalho não tem a pretensão de analisar os

produtos à disposição do mercado, mas sim abordar algumas das principais

especificações e características para cabeamento de instalações residenciais.

A escolha criteriosa do cabeamento deve sempre levar em conta informações

sobre o material empregado na confecção dos condutores e conectores, tipo de

blindagem e grandezas como impedância e capacitância. A observação e

conhecimento desses quesitos são plenamente suficientes aos nossos propósitos.

Para melhor acompanhamento deste material é recomendável rever o

conteúdo apresentando em nossa aula inicial, quando expusemos a importância das

grandezas físicas e como elas se relacionam.

Importante também ressaltar que muitas vezes equipamentos específicos ou

de alto padrão (High-End) se mostram pouco tolerantes quanto ao cabeamento,

ensejando produtos com características diferenciadas para que seja entregue todo o

desempenho esperado (amplificadores valvulados, por exemplo). Neste caso, deve-

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se avaliar cada situação em particular e sempre que possível observar as

recomendações e sugestões do fabricante do eletrônico.

Abordaremos também assuntos que ainda despertam muita curiosidade e

suscitam dúvidas de esclarecimento não tão simples, caso, por exemplo, da

interface HDMI.

Nada do aqui exposto deve ser considerado como definitivo ou imutável, até

porque, no segmento de tecnologia, a aplicação desses termos parece cada vez

mais imprópria.

Objetivamos, no entanto, fornecer parâmetros e informações confiáveis e que

permitam a você, aluno, oferecer produtos, soluções e serviços com o mínimo de

qualidade e coerência a seus clientes.

E lembre-se que estamos falando de sistemas e instalações residenciais.

Projetos corporativos pedem o uso equipamentos e soluções próprias, o que muitas

vezes permite que o cabeamento seja elaborado fazendo uso de metragens acima

das recomendadas para aplicações residenciais.

Bons estudos a todos!

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2 – CABOS E CONECTORES PARA INTERCONEXÃO DE ÁUDIO

Tipo

Cabo coaxial, mono ou estéreo, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão de áudio analógico não balanceado.

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 8mm².

Composição típica Cobre, prata, ouro, alumínio

Impedância Ideal: ≤ 50 Ohms

Recomendado: 50 a 75 Ohms

Capacitância Ideal: ≤ 30pF/metro

Recomendado: ≤ 200pF/metro

Blindagem

Simples – malha de cobre ou alumínio;

Dupla – malha + folha de alumínio (recomendado);

Dupla – teflon + folha de alumínio (recomendado);

Tripla/quadrupla – malha + folha de alumínio + material composto (teflon, por

exemplo).

Conector

RCA

Metragem máxima

recomendada

Até 5m (sistemas Hi-Fi e High-End),

Até 50m (sonorização em geral).

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Tipo

Cabo coaxial, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão de áudio digital não balanceada (S/Pdif)

OBS: pode ser utilizado como cabo de vídeo.

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 8mm².

Composição típica Cobre, prata, ouro, alumínio

Impedância 75 Ohms

Capacitância ≤ 80pF/metro

Blindagem

Simples – malha de cobre ou alumínio;

Dupla – malha + folha de alumínio (recomendado);

Conector

RCA (standard) ou BNC (opcional)

Metragem máxima

recomendada*

Até 10m (IEC 60958)

*Até 15m (máximo possível)

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Tipo

Cabo óptico TOSLINK, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão de áudio digital óptica (S/Pdif)

Diâmetro externo Em média, de 1,5mm² a 6mm².

Composição típica Fibra óptica polimerizada (plástica)

Conector

TOSLINK (Toshiba Link)

Metragem máxima

recomendada

Até 10m (IEC 60958)

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Tipo

Cabo par trançado blindado (STP), para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão de áudio analógico e digital balanceada (AES/EBU)

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 8mm².

Composição típica Cobre, prata, alumínio

Impedância 110 Ohms

Capacitância Recomendado: ≤ 20pF/metro

Blindagem

Simples – malha de cobre ou alumínio;

Dupla – malha + folha de alumínio (recomendado);

Conector

XLR 3 pinos

Metragem máxima

recomendada

Digital: até 30m (IEC 60958)

Analógica: até 100m

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3 – CABOS E CONECTORES PARA INTERCONEXÃO DE VÍDEO

Tipo

Cabo coaxial, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão analógica Vídeo Composto e TV a Cabo/Antena.

OBS: Pode ser utilizado como cabo de áudio digital coaxial (S/Pdif)

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 12mm².

Composição típica Cobre, prata, alumínio

Impedância 75 Ohms

Capacitância ≤ 80pF/metro

Blindagem Simples – malha de cobre ou alumínio;

Dupla – malha + folha de alumínio (recomendado)

Conector

RCA ou tipo “F”

Metragem máxima

recomendada

Até 50m (cabo convencional)

Até 70m (RG-59)

Até 100m (RG6)

Até 300m (RG11)

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TABELA: ATENUÇÃO X FREQUÊNCIA PARA CABOS COAXIAIS

(RG59, RG6, RG11)

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Tipo

Cabo coaxial, 3 vias para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão analógica Vídeo Componente

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 8mm².

Composição típica Cobre, prata, alumínio

Impedância 75 Ohms

Capacitância ≤ 80pF/metro

Blindagem Simples – malha de cobre ou alumínio;

Dupla – malha + folha de alumínio (recomendado)

Conector

RCA ou BNC

Metragem máxima

recomendada

De 70m a 300m, conforme o tipo de cabo utilizado na montagem

(convencional, RG-59, RG6, RG11)

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Tipo

Cabo dual coaxial, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão analógica S-Vídeo

Diâmetro externo Em média, de 2mm² a 8mm².

Composição típica Cobre, alumínio

Impedância 75 Ohms

Capacitância ≤ 100pF/metro

Blindagem Dupla – malha + folha de alumínio

Conector

Conetor tipo “S”, mini-DIN, 4 pinos

Metragem máxima

recomendada

Até 50m

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Tipo

Cabo multicoaxial, flexível, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão analógica VGA

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 10mm².

Composição típica Cobre, alumínio

Impedância 75 Ohms (referente aos condutores coaxiais)

Capacitância ≤ 80pF/metro

Blindagem Dupla – malha + folha de alumínio

Conector

DSub15/HD15

Metragem máxima

recomendada

Até 250m

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Tipo

Cabo par trançado, multivias, com ou sem canal dedicado Ethernet, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão digital de áudio e vídeo (HDMI)

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 10mm².

Composição típica Cobre, prata, alumínio

Máxima banda

passante

340MHz

Máximo bitrate 10.2Gbps

Blindagem Dupla – malha + folha de alumínio

Conector

HDMI tipo A, C e D (mini)

Metragem máxima

recomendada¹

Até 22m para sinais 1080i60, 720p60, 480p60 + 7.1 canais de áudio

Até 15m para sinais 1080p60 + 7.1 canais de áudio

Até 8m para sinais 3D 1080p60 + 7.1 canais de áudio

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Tipo

Cabo multivias, para interligação de equipamentos.

Aplicação Interconexão digital de vídeo (DVI)

Diâmetro externo Em média, de 4mm² a 6mm².

Composição típica Cobre, alumínio

Máxima banda

passante

165MHz

Máximo bitrate 4,95Gbps

Blindagem Dupla – malha + folha de alumínio

Conector

DVI-D (single ou dual link)

OBS: os modelos DVI-A e DVI-I estão caindo em desuso.

Metragem máxima

recomendada¹

Até 5m

¹Nota sobre a metragem máxima para cabos HDMI e DVI

Devido ao constante avanço nas técnicas construtivas dos cabos e desempenho dos chips instalados

internamente nos equipamentos, que em alguns casos (HDMI 1.4, por exemplo) podem amplificar o nível do sinal

recebido em até 100 vezes, tem ocorrido constante incremento nas metragens praticadas. Isso, porém, não

significa que sempre será possível fazer uso das metragens máximas acima referenciadas, mesmo trabalhando

em baixa resolução. A qualidade e características construtivas do cabo serão determinantes para o alcance e

longevidade do sinal.

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No caso do cabo DVI, e embora a definição original estabeleça o limite de apenas 5m, sabe-se que têm sido

praticadas distâncias próximas aos 15m.

4 - CABOS E CONECTORES PARA CAIXAS ACÚSTICAS

Tipo

Cabo sólido ou multifilar, paralelo ou de via única, geometrias variadas, para interligação de falantes e caixas acústicas.

Aplicação Interligação de alto-falantes e caixas acústicas

Diâmetro externo Em média, de 0,5mm² a 30mm².

Composição típica Cobre, prata, ouro, alumínio

Capacitância Embora não seja uma regra, considera-se adequado valores abaixo de

50pF/metro. Cabos de elevado padrão possuem valores abaixo de 10

pF/metro.

Blindagem Geralmente nenhuma

Conector

Banana ou Spade

OBS: não é recomendável o uso de cabos desencapados diretamente nos

conectores das caixas acústicas ou amplificadores.

Metragem máxima

recomendada

Ver tabela a seguir

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7 – DÚVIDAS FREQUÊNTES

Por que existem diferenças tão grandes nos preços dos cabos?

Compensa pagar mais? Quanto?

Podemos creditar as diferenças de preços à qualidade dos produtos

propriamente ditos. As melhores marcas do mercado costumam investir pesado em

pesquisas de desenvolvimento, além de empregar materiais selecionados ou

nobres, tais como o Cobre de alto teor de pureza (OFC), Prata, Ouro e Carbono.

Conectores de alta qualidade também influenciam muito no preço, chegando a

responder por mais de 70% do custo final do cabo montado.

É também inegável que preços estratosféricos, na casa dos milhares de

dólares por metro, constituem fortíssimo apelo de marketing, pois sempre haverá

quem entenda que o produto mais caro é superior. Porém, nem sempre produtos

milionários trazem assim tanta inovação e qualidade que justifiquem seus preços.

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Por tal motivo é importante avaliar corretamente o contexto de cada sistema.

Os mais simples não ensejam grandes gastos com o cabeamento, mas é certo que

legítimas configurações de áudio e vídeo High-End pedirão cabos de elevado

padrão.

Recomendação muito usada é a de que o investimento em cabos deva situar-

-se em aproximadamente 10 a 15% do total gasto no sistema. Regra falha e

desprovida de qualquer embasamento técnico. Há situações que demandam gastos

muito além de tais proporções, seja pelo nível do projeto, desempenho desejado ou

mesmo variações nos preços dos metais (Cobre, por exemplo) nas bolsas

internacionais.

O melhor a fazer é analisar com clareza as condições do sistema proposto e

opções para upgrades futuros, tendo como base as expectativas de desempenho e

a disponibilidade financeira do cliente. O mercado está cheio de opções, com

produtos para todos os gostos e bolsos. E não se esqueça de uma regra básica:

nem tudo que custa caro é bom, mas tudo que é bom certamente custará mais caro.

Quais as vantagens das conexões digitais? Óptico ou coaxial, qual o

melhor?

Conexões digitais estão menos sujeitas à degradação do sinal, vez que

permitem o transporte do conteúdo entre vários aparelhos (do Blu-ray player para o

receiver A/V, por exemplo) em sua forma original, sem a necessidade de sucessivas

conversões A/D e D/A (analógico para digital e o inverso). Ademais, e considerando

uma típica configuração de home theater, conexões digitais se mostram mais

econômicas e facilitam a instalação ao permitirem maior fluxo de informações em

menor quantidade de cabos.

Tomemos como exemplo a interface de áudio digital denominada S/PDIF

(Sony/Philips Digital Interface), utilizada em vários equipamentos presentes em

ambientes de home Theater, tais como Blu-ray e CD players, televisores, receivers

A/V, consoles de videogames e microcomputadores. Essa conexão permite o tráfego

de até 6 canais de áudio em um único cabo com terminação RCA ou BNC (coaxial)

ou Toslink (conector óptico desenvolvido pela Toshiba). Caso fossem utilizadas

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conexões analógicas para fazer a mesma função seriam necessários 6 cabos

coaxiais independentes.

Algo palpável que se pode dizer a respeito do “óptico X coaxial” é que o

primeiro, por utilizar um cabo com conector plástico, não interage com os níveis de

potencial elétrico e aterramento dos equipamentos, além de que é totalmente imune

a interferências externas por conduzir o sinal na forma de feixe luminoso.

No cabo digital coaxial o sinal que trafega é elétrico e sujeito a interferências

RFI/EMI (radiofrequência e eletromagnética), exigindo produtos com boa blindagem

(dupla, no mínimo). Tais características fazem com que, dentro do mesmo patamar

de qualidade, bons cabos coaxiais digitais sejam mais caros que os cabos ópticos.

Quais as versões para cabos HDMI e como identifica-las?

Quando se fala em HDMI, a maioria das pessoas logo pensa em um cabo,

produto geralmente associado ao marketing de marcas famosas. Mas é importante

entender que o chip HDMI que vai instalado na placa de circuito dentro do

equipamento é uma coisa, o cabo é outra.

O cabo é um meio passivo de transmissão, cabendo a ele apenas suportar a

banda do sinal. Não é o cabo, portanto, que determina a compatibilidade entre

aparelhos diversos ou a versão HDMI propriamente dita. Quem manda na jogada é o

chip HDMI instalado dentro de cada aparelho.

No início, e até mesmo por falta de alguma regulamentação mais específica,

fabricantes de cabos costumavam divulgar seus produtos pela versão da interface

HDMI. Assim sugeriram os cabos HDMI 1.2, 1.3, etc.

Segundo normas ditadas pelo HDMI Group, atualmente os cabos devem ser

classificados de acordo com o desempenho e recursos, e não mais conforme a

versão.

Os modelos mais sofisticados deverão trazer a informação “High Speed”,

atestando serem produtos capazes de atingirem taxas de transmissão de até

10,2Gbit/s e banda passante de 340MHz. Esses cabos são também denominados

Categoria 2 (Cat2). Ou seja, 100% compatíveis com imagens “Full HD” (1080p60), 8

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canais de áudio de alta definição, além de imagens 3D. E caso os equipamentos

utilizados permitam o tráfego Ethernet por meio do cabo HDMI (recurso exclusivo

aos equipados internamente com o chip versão 1.4), o cabo deverá ser descrito

como “High Speed with Ethernet”.

Há também o cabo “Standard”, com ou sem Ethernet, destinando ao tráfego

de sinais HD 720p60 ou 1080i60, com banda passante limitada a aproximadamente

75MHz. Esse tipo de cabo é também denominado Categoria 1 (Cat1).

Com a chegada da HDMI 1.4 será necessário trocar o cabo?

A versão HDMI 1.4 veio recheada de novas possibilidades, tais como

capacidade Ethernet (excelente para recursos de automação ou rede doméstica),

canal de retorno de áudio pelo cabo HDMI (recurso ARC), tornando desnecessário o

uso de conexão adicional (óptica, por exemplo) entre o televisor e receiver, novos

conectores para uso automotivo, além da compatibilidade com imagens com

resolução de até 4k. Mas tudo isso possui importância menor, já que a v1.4 foi

mesmo criada para viabilizar imagens 3D em ambientes domésticos, a nova

coqueluche do mercado e, sem dúvidas, a atual “menina dos olhos” da indústria de

eletrônicos.

Mas ao contrário do que muitos pensam, esse considerável ganho de

recursos não veio acompanhado de maior largura de banda passante, que continua

limitada aos mesmos 10,2Gbps da v1.3.

A explicação é que o potencial e banda da HDMI 1.3 até então não havia sido

totalmente explorado, vez que quando muito se utilizava cerca de 5 ou 6Gbps dos

10,2Gbps possíveis, e isso rodando material 1080p60 e áudio DTS-HD MA. Então, a

v1.3 ainda tinha muita “gordura” para queimar.

Mas foram necessários alguns ajustes para tornar tudo isso possível, a

começar pelo nº de quadros do sinal de imagem. Explicando melhor, o recurso 3D

HD, que na prática utiliza duas imagens em alta definição simultaneamente, foi um

pouco “freado”. Para filmes ficou limitado à resolução 1920X1080p24, enquanto que

para jogos a coisa não passa dos 720p60.

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Ademais, a HDMI v1.3 admite resolução máxima de 2560×1600, a 75 quadros

por segundo (2560×1600p75) e cores de 24bits. Já a versão 1.4 pode ir até

4096×2160 (a chamada resolução 4K), porém limitada a 24 quadros por segundo

(4096×2160p), também com 24 bits. Porém, como por enquanto a resolução 4k está

liberada somente para cores em 8bits, o consumo máximo de banda em qualquer

das situações descritas fica em torno de 9,5Gbps, ou seja, dentro da banda de

10,2Gbps, disponível desde a versão HDMI 1.3. É por tal motivo que os cabos

versão 1.3b, agora oficialmente denominados High Speed, com ou sem Ethernet,

estão plenamente capacitados a atenderem às interfaces HDMI 1.4.

Diante disso, o surgimento da versão 1.4 da HDMI se deu basicamente pelo

fato do chip HDMI 1.3 (presente na maioria dos nossos equipamentos) não possuir

suporte nativo 3D, exigindo assim uma atualização. O problema é que são poucos

os aparelhos em que isso é possível, sendo necessária a troca do equipamento por

um que contenha a versão mais atual da interface.

Exceção é o console PlayStation 3, que por conta de sua arquitetura

semelhante à de um poderoso PC, necessitou apenas de uma atualização de

firmware para se tornar 100% compatível com material 3D, seja para jogos ou filmes

em Blu-ray.

Então, após tudo isso, fica mais fácil entender as situações em que a nova

versão se fará realmente necessária. Se você deseja contar com trafego ethernet

ou o canal de retorno de áudio pelo cabo HDMI, então realmente necessitará da

versão 1.4. Caso contrário, não é preciso se preocupar, pois o cabo antigo –

desde que de boa procedência e qualidade – provavelmente dará conta do

recado.

Cobre, Prata, Ouro... qual o melhor material?

O material empregado na confecção do cabo completo (condutor + conector)

é certamente um dos mais importantes e complexos parâmetros a se analisar

quando da aquisição do cabeamento. A recomendação básica é dedicar algum

tempo estudando as características do material utilizado na fabricação do cabo

(informação geralmente prestada pelo fabricante), característica que implica no

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equilíbrio do conjunto (cabos + eletrônica + caixas acústicas), principalmente em

conexões de áudio. Alguns materiais creditam sonoridade específica ao cabo, e que

pode não agradar. A prata, por exemplo, é um metal nobre e de elevada

condutividade elétrica, mas que tende a valorizar as médias e altas frequências,

podendo conferir a certas configurações menos equilibradas um som “ardido” e

estridente. Por sua vez, cabos de carbono (material muito utilizado pelo fabricante

holandês Van Den Hul) costumam apresentar desempenho mais neutro, mas

também pode não ser exatamente aquilo que você precisa. Na dúvida, aposte no

convencional e adote cabos de cobre puro e livre de oxigênio (OFC), que servirão

bem à maioria das situações.

Por sua vez, os conectores são, talvez, a parte mais importante, vez que a

eles caberá o efetivo contato elétrico.

A interação galvânica entre os metais destes e os que compõem o cabo

merece atenção. Quando submetidos à corrente elétrica (caso de todo e qualquer

cabo com condutores metálicos), alguns metais assumem características mais ou

menos compatíveis com outros. Assim, a melhor combinação possível é utilizar

conectores fabricados com o mesmo tipo de metal do cabo. Como nem sempre é

possível trabalhar com a condição ideal, a dica é agrupar os metais por grau de

compatibilidade:

Cabo de cobre: Utilizar conector de cobre, latão, banhado a ouro (metais amarelos).

Cabo de prata: Utilizar conector de prata ou banhado, ródio, cromo industrial (metais

brancos).

A recomendação final é sempre optar por conectores de construção

totalmente metálica, que garantam boa "pegada" e possuam revestimento não

oxidante (banho de ouro 24 K, por exemplo), pois isso evitará problemas de mau

contato no futuro. E cuidado para não comprar gato por lebre, pois muitos

conectores vendidos por aí são “dourados”, mas na verdade não passam de latão

(liga de zinco e cobre) bem polido.

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Cabo de força, verdade ou mito?

Cabos de força bem dimensionados, montados com condutores de boa bitola

(no mínimo 2,5 mm2) e conectores de 3 pólos (Fase + Neutro + Terra) de

primeiríssima linha podem realmente agregar desempenho aos equipamentos de

áudio e vídeo, principalmente por fornecerem maior fluxo de energia para

alimentação durante os momentos de pico de consumo (reprodução de sons graves,

por exemplo).

O lado negativo é que a visão "esotérica" conferida por alguns ao tema

encoraja a maioria dos fabricantes a ofertarem seus produtos a preços proibitivos,

tornando-os pouco acessíveis e dificultando a experimentação por parte dos mais

céticos.

Todos os cabos possuem a mesma importância no sistema, ou alguns

influenciam mais do que outros?

De modo geral podemos dizer que todos e qualquer cabo instalado no

sistema é importante, caso contrário seu uso seria desnecessário. Mas é igualmente

inegável que alguns possuem influência mais decisiva do que outros, principalmente

aqueles instalados nos estágios finais do sistema.

Para conexões de áudio deve-se dedicar atenção especial aos cabos das

caixas acústicas, que configuram o último estágio antes do sinal chegar aos falantes,

atuando diretamente sobre a assinatura sônica final do sistema.

Já para as conexões de vídeo, decisivo é o cabo que conduz o sinal final ao

projetor ou display, independente se ele parte diretamente da fonte (DVD player,

Blu-ray ou HD-DVD) ou se passa antes pelo estágio de chaveamento no reiceiver.

Relação entre metragem do cabo, diâmetro e perda de qualidade.

Cabos muito longos configuram desperdício de dinheiro e desempenho, pois

aumentam o percurso a ser percorrido pelo sinal, maximizando perdas por conta da

resistência elétrica e efeito Joule. Dê sempre preferência aos cabos curtos e de

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maior bitola possível, deixando apenas uma margem de segurança para

camuflagem e movimentação dos aparelhos.

Àqueles com paciência e habilidade manual, alternativa que pode sair mais

em conta é adquirir o condutor (cabo em si) e conectores separadamente, para

depois montá-los artesanalmente. Os melhores fabricantes presentes no mercado

comercializam tantos cabos prontos como os componentes avulsos. A vantagem

está em montar o cabo na exata metragem desejada, além de dar um acabamento

personalizado.

Um cabo pode ficar obsoleto?

Sim, mas isso não acontece com a mesma rapidez com que atinge os demais

equipamentos eletroeletrônicos. Além do desgaste natural ao qual qualquer material

ou produto está sujeito, a constante evolução tecnológica impõe inevitáveis avanços

na transmissão de sinais de áudio de vídeo, de forma que um cabo que atualmente

se mostre capaz de conduzir adequadamente determinado volume de informações

típicas de um padrão pode não se mostrar assim tão eficiente para uso futuro caso

haja incremento em grandezas como taxas de transferência (bitrate), banda

passante, etc.

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Exemplo disso são os formatos digitais de alta definição de imagem, caso da

TV Digital, HD-DVD e Blu-ray disc, que trabalhando junto a displays compatíveis

(plasmas, LCDs e projetores HDTV) exigem o uso de cabos mais bem construídos e

com maior capacidade de transmissão de dados para a garantia da integridade dos

sinais.

Portanto, a obsolescência dos cabos está diretamente ligada ao surgimento

de novos padrões de conexão e patamares de desempenho e que exijam um

suporte que o cabo atual não tenha sido projetado para dar.

Quais cuidados se deve tomar para a correta conservação deles?

Deve-se evitar expô-los a condições climáticas desfavoráveis (calor, frio ou

umidade excessiva). A aparência do revestimento isolante externo é bom indicativo

do estado do cabo. Se estiver com fissuras ou ressecado, o cabo todo foi

comprometido. No momento da limpeza utilize apenas pano levemente umedecido

com água e sabão neutro, evitando o emprego de substâncias mais abrasivas, que

podem atacar o material isolante. Após, deixe secar bem antes de instalá-lo

novamente junto ao sistema.

Prática muito usada e equivocada diz respeito ao hábito de enrolar cabos em

espirais muito pequenas, como forma de economizar espaço ou ocultá-los atrás do

rack. Saiba que isso quase sempre danifica os condutores internos, que começam a

sofrem micros fissuras e podem até mesmo chegar ao rompimento total,

principalmente para os cabos mais maleáveis e frágeis.

Os conectores também merecem atenção, devendo ser mantidos com visual

sempre brilhante e vistoso, o que pode ser obtido com a aplicação preventiva de

produtos apropriados, tais como spray antioxidantes (como os da marca Corrosion

X). Aparência opaca ou escura é sinal de oxidação, e nesse caso somente um

minucioso trabalho de limpeza e polimento para resolver o caso, ou ainda a

substituição definitiva do conector.

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De forma resumida, o que observar na hora da compra?

Como para qualquer item de consumo, se o controle de qualidade na

fabricação for falho, podem também apresentar defeitos posteriores, que vão de

precoces falhas no acabamento, ao rompimento estrutural do condutor, solda e

conectores, o que, obviamente, comprometerá a passagem do sinal. E considerando

que alguns cabos demandam considerável empenho financeiro para sua aquisição,

o melhor é não arriscar.

Boas empresas comercializam seus produtos em embalagens apropriadas e

que trazem informações pertinentes (tipo, utilização recomendada, cuidados para

conservação, técnicas de construção, materiais empregados, etc.). Fuja dos cabos

vendidos avulsos em bancas à beira de calçadas, pois quase sempre configuram

desperdício de tempo e dinheiro. Produtos honestos trazem no corpo do cabo

algumas informações básicas, tais como identificação do fabricante, impedância,

bitola e até procedência. Se o produto pesquisado não informar isso, esqueça!