programa capacitação para o investimento social · 1/14 apresentação pública do programa...
TRANSCRIPT
1/14
Apresentação Pública do
Programa Capacitação para o Investimento Social
Iniciativa Portugal Inovação Social
Fundação de Serralves, Porto, 07/04/2017
Intervenção da Senhora Ministra da Presidência
e da Modernização Administrativa
2/14
Cara Ana Pinho, Presidente da Administração da Fundação de
Serralves
Caro Filipe Almeida, Presidente da Estrutura de Missão Portugal
Inovação Social
Caras e Caros representantes das entidades da economia social,
das entidades públicas, das empresas e das organizações da
sociedade civil aqui presentes
Minhas senhoras e meus senhores
3/14
[1 – O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL?]
Quando pensamos em desafios como a pobreza, a emigração, o
desemprego de longa duração, o envelhecimento ou as
alterações climáticas, em que é que pensamos como solução?
Procuramo-la apenas nas políticas sociais, da saúde ou do
ambiente, apenas nos respetivos ministros e serviços deles
dependentes, como sempre fizemos até hoje?
Ou visto sob outro ponto de vista.
Quando olhamos para a “Orquestra Geração” ou para a “Opera
na Prisão” do que falamos? De cultura, de educação musical, ou
de integração social?
Quando analisamos projetos como a “Academia de Código
Junior”, que visa aumentar o sucesso escolar, através do ensino
de programação, em que o financiamento público fica
condicionado à obtenção de resultados, de que falamos? De
ajuda pública, privada ou de investimento social?
Quando analisamos iniciativas como o “Restaurante Torreão” e
4/14
os “Serviços de Assistência Organizações de Maria” aqui no
Porto, estamos a falar de restauração, de formação profissional,
de reintegração social ou de assistência social? De um negócio,
de ação social, ou de um investimento social?
Quando olhamos para outro projeto, que também nasceu aqui
no Porto, que é o “Color Add”, um código gráfico que simboliza
as cores por forma a permitir a sua perceção por parte dos
cidadãos daltónicos ou para a “Fruta Feia”, uma iniciativa que
visa reduzir o desperdício alimentar, através da recolha e da
distribuição de legumes e fruta que sejam excedentes ou que
não cumpram as dimensões que as superfícies comerciais
exigem.
Quando olhamos para iniciativas como estas, achamos que se
trata de atividades empresariais ou de atividades sociais ou
talvez até de atividades empresariais com impacto social ou
ambiental?
Que têm afinal estes casos em comum - e muitos outros que
5/14
poderia aqui referir hoje?
Trata-se em primeiro lugar de respostas integradas para
problemas complexos, respostas que combinam saberes,
competências e atores, públicos, privados e sociais.
Respostas que procuram soluções inovadoras para o que são
hoje os desafios comuns que enfrentam muitas cidades e países
neste mundo. Problemas que são cada vez mais exigentes em
termos de recursos humanos e materiais para os quais as
soluções do passado já não são suficientes ou sustentáveis.
Respostas que frequentemente utilizam as tecnologias de forma
transformadora, desde as tecnologias móveis aos sensores.
Respostas que passam por um processo experimental, testando
novas soluções, o que permite alguma ambição e criatividade na
sua conceção, e as sujeita a avaliação ou mesmo condiciona o
financiamento aos resultados.
6/14
Respostas novas, diferentes, que hoje agregamos sob a vasta
designação de inovação social, para designar uma nova visão de
integração e de colaboração entre instituições, diferentes atores
e diferentes setores: o público, o social, e (não menos
importante) também o setor privado, e à qual se associam
formas diferentes de financiamento.
[2 - PROGRAMA COM FUNDOS COMUNITÁRIOS]
A Iniciativa Portugal Inovação Social é o primeiro programa
de um Estado Membro da União Europeia, destinado
exclusivamente à dinamização deste setor
Irá mobilizar cerca de 150 milhões de euros do Fundo Social
Europeu, através de 4 instrumentos de financiamento.
Tem como objetivo estimular a implementação de uma
nova visão sobre o investimento e a sustentabilidade
financeira dos projetos de inovação social.
7/14
O Programa da Capacitação para o Investimento Social que
hoje apresentamos publicamente, é o 3º programa de
financiamento a ser lançado por esta estrutura de missão.
Já lançámos primeiros avisos dos programas Parcerias para
o Impacto e dos Títulos de Impacto Social.
Em breve lançaremos novos avisos destes programas,
dedicados à educação, mas também, à inclusão social,
saúde, justiça, reinserção social e combate à pobreza, para
mencionar apenas algumas das áreas.
Igualmente até ao final do ano, lançaremos o quarto e
ultimo instrumento, que é o Fundo de Impacto Social, com
duas vertentes: crédito e capital ou quase-capital.
[3 - COMPETÊNCIAS]
Iniciámos esta semana com a apresentação do programa
INCODE – programa nacional de competências digitais, e
termino hoje, com a apresentação deste programa da
8/14
Capacitação para o Investimento Social.
Existem desafios comuns entre estes dois programas,
nomeadamente o de:
o Garantir a literacia e a inclusão digitais para o
exercício pleno da cidadania;
o E o de estimular a especialização em tecnologias e
aplicações digitais para a qualificação do emprego e
uma economia de maior valor acrescentado;
Este Governo está empenhado em criar as condições para
resolver um dos problemas estruturantes do nosso país que
é a carência de competências e de formação.
No caso do programa da Capacitação para o Investimento
Social, iremos, caso a caso, com as entidades da economia
social, perceber quais são as lacunas em termos de
conhecimentos e de competências.
E portanto financiaremos as organizações diretamente,
com base num diagnóstico elaborado por uma entidade
9/14
externa e nas prioridades identificadas, tendo como
objetivo a produção de instrumentos uteis ao futuro
desenvolvimento de projetos de inovação social.
E pagaremos em função de resultados.
[4 – EXEMPLOS]
Alguns exemplos de ações de capacitação e respetivos
resultados:
Imaginem uma associação, ou uma IPSS que já esteja a
desenvolver um projeto de reinserção social com reclusos
ou reclusas, através da produção de acessórios de moda
que posteriormente coloca à venda.
Como aumentar o impacto e a sustentabilidade deste
projeto que já provou contribuir para a reinserção social
destas pessoas?
O que poderá beneficiar esta associação e os participantes
do projeto ao candidatarem-se a este programa?
10/14
O programa poderá financiar ações de capacitação e de
consultadoria que permitam desenvolver por exemplo:
o Um manual de imagem e um plano de marketing,
para que o projeto e os produtos tenham uma melhor
aceitação no mercado.
o Um plano de gestão financeira, para melhorar o
controlo das despesas e das receitas do projeto.
o Um plano de angariação de financiamento, para atrair
investidores privados que queiram participar no
crescimento do negócio.
o O desenvolvimento de uma loja online, e a aquisição
de conhecimentos para a gerir no dia-a-dia,
permitindo chegar a outros clientes e até a mercados
internacionais.
E quem fala de reclusos ou reclusas, pode falar de idosos e
idosas, por forma a criar um projeto que contribua
11/14
simultaneamente para o envelhecimento ativo e para o
complemento dos rendimentos desses idosos.
Outro exemplo:
Imaginem o caso de uma fundação que queira desenvolver
um projeto que combata o insucesso escolar através do
ensino de programação informática.
Que competências necessitará de desenvolver para poder
concretizar este projeto, e provar que a solução funciona?
o Provavelmente necessitará de desenvolver um
programa curricular com a ajuda de especialistas em
pedagogia.
o Precisa também de um modelo de avaliação de
impacto, e de um plano de comunicação,
desenvolvido com a ajuda de uma universidade ou
uma consultora. Para poder medir, avaliar e
comunicar os resultados do projeto.
12/14
o E muito provavelmente necessitará de desenvolver
um modelo de parceria, para se poder associar a
empresas privadas e entidades públicas na replicação
deste projeto a outros contextos.
Estes são apenas alguns exemplos, em parte baseados em
projetos reais e de sucesso, que tornam mais claro o objetivo
deste programa.
Utilizando um célebre provérbio, não pretendemos dar o peixe,
mas sim que aprendam a pescar.
[5 - PAGAMENTO POR RESULTADOS]
Gostaria de destacar uma característica muito importante neste
programa, comum com os Títulos de Impacto Social, que é o
pagamento por resultados.
Reembolsaremos a fundo perdido as entidades com base na
conclusão destes planos e destes manuais que exemplifiquei, e
não simplesmente com a frequência de ações de formação.
13/14
As candidaturas terão de ser um pouco mais detalhadas, com a
apresentação e justificação de orçamentos.
Mas após este processo, naturalmente se a candidatura for
aprovada e após a execução das ações, o processo de pagamento
é mais simples, mais rápido e focado na qualidade do resultado
final.
A simplificação administrativa, faz-se através destes objetivos:
Focando os processos naquilo que é mais relevante, gerindo o
risco e fiscalizando posteriormente o seu cumprimento.
[6 - CONCLUSÃO]
Minhas Senhoras e meus senhores.
Este é um programa para nós prioritário.
São quinze milhões de euros.
Não é uma verba muito significativa, é verdade.
Mas acreditamos que sendo bem empregue, fará a diferença.
14/14
Desafio por isso, que venham a jogo e invistam este dinheiro
para melhorar as vossas organizações e para pôr de pé projetos
inovadores. Novas soluções, mais eficientes na resposta aos
desafios sociais.
Os restantes três instrumentos de financiamento desta iniciativa
Portugal Inovação Social podem ser utilizadas em continuidade
com a capacitação.
Queremos que este programa seja uma resposta integrada e que
cubra vários níveis de maturidade dos projetos.
Quero terminar mencionando, que estamos sempre à vossa
disposição para os esclarecimentos que forem necessários, e
agradecemos sugestões que possam melhorar os processos e a
execução deste programa.
Tal como no SIMPLEX, o feedback dos beneficiários das medidas
é fundamental para o seu sucesso.
Muito obrigada pela vossa atenção.