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Documento do Banco Mundial Relatório nº 75750-BR BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOCUMENTO DO PROGRAMA SOBRE UMA PROPOSTA DE EMPRÉSTIMO NO MONTANTE DE US$ 550 MILHÕES AO ESTADO DE PERNAMBUCO COM GARANTIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PARA UMA OPERAÇÃO DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO 23 de maio de 2013

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Documento doBanco Mundial

Relatório nº 75750-BR

BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DOCUMENTO DO PROGRAMA

SOBRE UMA

PROPOSTA DE EMPRÉSTIMO

NO MONTANTE DE US$ 550 MILHÕES

AO

ESTADO DE PERNAMBUCO

COM GARANTIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

PARA UMA

OPERAÇÃO DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO

23 de maio de 2013

Departamento de Desenvolvimento HumanoUnidade de Gestão de País – BrasilRegião da América Latina e do Caribe

Este documento está sendo divulgado antes de ser considerado pelo Conselho de Administração. Isso não implica que já se pressupõe o resultado. Este documento poderá ser atualizado após sua consideração pelo Conselho e a versão atualizada será divulgada de acordo com a política do Banco sobre acesso à informação.

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Brasil – EXERCÍCIO FINANCEIRO DO GOVERNO1º de janeiro a 31 de dezembro

EQUIVALÊNCIA CAMBIAL(Taxa de Câmbio em 20 de maio de 2013)

Unidade Monetária

Real (R$)

US$ 1,00 R$ 2,04

Pesos e MedidasSistema Métrico

ABREVIATURAS E SIGLAS

AD Diper Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (State Development Agency)

APEVISA Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Pernambuco Health Surveillance Agency)

BCB Banco Central do Brasil (Central Bank of Brazil)BID Banco Interamericano de Desenvolvimento (Inter-American Development Bank)BIRD Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (International Bank for

Reconstruction and Development)BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (National Bank of

Economic and Social Development)CAF Corporação Andina de Fomento (Andean Development Corporation)CBMPE Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (Pernambucan Fire Services)CEBRID Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Brazilian Center of

Information on Drugs)CIB Comissão Intergestores Bipartite (State and Municipal Health Committee)CIDE Contribuição de Intervenção no Domicílio Econômico (Contribution on Household

Budget Intervention)CIPs Centros de Inclusão Produtiva (Productive Inclusion Centers)CPRH Agência Estadual de Meio Ambiente (State Environmental Agency)CPS Estratégia de Parceria com o País (Country Partnership Strategy)CVLI Crimes Violentos Letais Intencionais (Violent Lethal Intentional Crimes)DPL Empréstimo para Políticas de Desenvolvimento (Development Policy Loan)EFP/GFS Estatísticas das Finanças Públicas (Government Finance Statistics)ESW Estudos Econômicos e Setoriais (Economic and Sector Work)ETP Ensino Técnico e Profissionalizante (Technical and Vocational Education and

Training)FEAS Fundo Estadual de Assistência Social (State Fund of Social Assistance)FMAS Fundos Municipais de Assistência Social (Municipal Funds for Social Assistance)FMI Fundo Monetário Internacional (International Monetary Fund)FPE Fundo de Participação dos Estados (State Participation Fund)Fundeb Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação (Development Fund for Basic Education)ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (Tax on Goods

and Services Circulation)

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IDA Associação Internacional de Desenvolvimento (International Development Association)

IDE Investimento Direto Estrangeiro (Foreign Direct Investment)IFC Corporação Financeira Internacional (International Finance Corporation)IFPE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Federal

Technological Institute of Pernambuco)IGP Índice Geral de Preços (General Price Index)ILOS Instituto de Logística e Supply Chain (Institute of Logistics and Supply Chains)IOF Imposto sobre Operações Financeiras (Taxes on financial transactions)IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Consumer Price Index)IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Institute for Economic Analysis)IPI Imposto sobre Produtos Industrializados (Tax on Industrial Goods)IR Imposto de Renda (Income tax)IVA Imposto sobre o valor agregado (Value Added Tax)JUCEPE Junta Comercial de Pernambuco (Board of Commerce of Pernambuco)LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias (Law of Budget Guidelines)LOA Lei Orçamentária Anual (Annual Budget Law)LRF Lei de Responsabilidade Fiscal (Fiscal Responsibility Law)LRF Lei de Responsabilidade Fiscal (Fiscal Responsibility Law)M&A Monitoramento e Avaliação (Monitoring and Evaluation)NLTA Assistência Técnica sem Concessão de Financiamento (Non-lending Technical

Assistance)NPL Empréstimos Improdutivos (Non Performing Loan)ODMs Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Millennium Development Goals)OECD Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Organisation for

Economic Co-operation and Development)PAF Programa de Ajuste Fiscal (Fiscal Adjustment Program)PB Pernambuco no BatentePDCA Planejar–Fazer–Verificar–Agir (Plan-Do-Check-Act)PEFA Despesas Públicas e Responsabilidade Financeira (Public Expenditure Financial

Accountability)PFM Gestão das Finanças Públicas (Public Financial Management)PIB Produto Interno Bruto (Gross Domestic Product)PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (National Research by Domestic

Sample)PPA Plano Plurianual (Multi-year Action Plan)PPE Pacto pela Educação (Education Covenant)PPV Pacto pela Vida (Pact for Life)PRODETUR Programa de Desenvolvimento do TurismoPROINFRA Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial (State Industrial

Infrastructure Development Program)PRONATEC Programa Nacional de Acesso ao Ensino TécnicoPSIA Análise do Impacto Social e sobre a Pobreza (Poverty and Social Impact

Assessment)RCL Receita Corrente Líquida (Net Current Revenue)REDESIM Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e

NegóciosRMR Região Metropolitana do Recife (Metropolitan Area of Recife)SDS Secretaria de Defesa Social (Secretariat for Social Defense)SECGE Secretaria Especial da Controladoria Geral do EstadoSecMulher Secretaria da Mulher

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SEDSDH Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (Social Development and Human Rights Secretariat)

SEE Secretaria de Educação (State Secretariat of Education)SEFAZ Secretaria da Fazenda (State Secretariat of Finance)SELIC Sistema Especial de Liquidação e CustódiaSENAI Serviço Nacional de Aprendizagem IndustrialSENAR Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSENARC Serviço Nacional de Aprendizagem ComercialSEPLAG Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco (Secretariat of

Planning and Management of the State of Pernambuco)SIM/SEVS Sistema de Informação sobre MortalidadeSTA Sistema de Transferência Automática (Automatic Transfer System)STN Secretaria do Tesouro Nacional (National Treasury Secretariat)STQE Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo (Secretariat of Labor,

Qualification and Employment)SUS Sistema Único de Saúde (Unified Health System)SWAp Abordagem Setorial Ampla (Sector Wide Approach)TCE Tribunal de Contas do Estado (Court of Accounts of the State)UPA-E Unidade de Pronto Atendimento – Especialidades (Urgent and Specialized Care

Centers)VBG Violência baseada no gênero (Gender-based violence)

Vice-Presidente:Diretora de País:Diretora Setorial:Gerente Setorial:

Chefe da Equipe do Projeto:Chefe Adjunta da Equipe do Projeto:

Hasan A. TuluyDeborah L.WetzelMansoora RashidLouise CordMagnus LindelowAude-Sophie Rodella

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BRASIL

DPL PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO........................................................................................................1II. CONTEXTO DO PAÍS............................................................................................3

EVOLUÇÃO ECONÔMICA RECENTE DO BRASIL...............................3EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES FISCAIS E DA DÍVIDA DO ESTADO DE PERNAMBUCO..............................................................8POBREZA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL..........................................11

III. O PROGRAMA DO GOVERNO E OS PROCESSOS PARTICIPATIVOS....14O PROGRAMA DO GOVERNO..................................................................14

IV. APOIO DO BANCO AO PROGRAMA DO GOVERNO...................................17COLABORAÇÃO COM O FMI E OUTROS DOADORES........................18RELAÇÃO COM OUTRAS OPERAÇÕES DO BANCO...........................18LIÇÕES EXTRAÍDAS..................................................................................21FUNDAMENTOS ANALÍTICOS................................................................25

V. A OPERAÇÃO PROPOSTA: DPL PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO....................................................28

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO....................................................................28ÁREAS DE POLÍTICA.................................................................................28

VI. IMPLEMENTAÇÃO DA OPERAÇÃO................................................................46IMPACTOS SOCIAIS E SOBRE A POBREZA..........................................46ASPECTOS AMBIENTAIS..........................................................................49IMPLEMENTAÇÃO, MONITORAMENTO E AMBIENTE FIDUCIÁRIO........................................................................................................................49AMBIENTE DE CONTROLE CAMBIAL...................................................52DESEMBOLSO E AUDITORIA..................................................................53RISCOS E MITIGAÇÃO DE RISCOS.........................................................53

ANEXO 1: CARTA DE INTENÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO.................................................................55ANEXO 2: MATRIZ DE POLÍTICAS..............................................................................64ANEXO 3: INFORMAÇÕES MACROECONÔMICAS DETALHADAS....................71ANEXO 4: ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE FISCAL E DA DÍVIDA................83ANEXO 5: ESQUEMA ESTRATÉGICO DO PROGRAMA TODOS POR PERNAMBUCO..................................................................................................................101ANEXO 6: VISÃO GERAL DO PAÍS (com mapa do país)............................................102

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O documento DPL para a Igualdade e o Crescimento Inclusivo em Pernambuco foi elaborado por uma equipe do BIRD composta por Magnus Lindelow (Chefe da Equipe do Projeto e Líder Setorial para Desenvolvimento Humano, LCSHD) e Aude-Sophie Rodella (Economista, LCSPP e Chefe Adjunta da Equipe do Projeto) Philip Schellekens (Economista Sênior, LCSPE), Madalena Santos (Consultora, Especialista em Educação, LCSHD), Fabio Sola Bittar (Consultor, PREMPE), Ezau Pontes (Consultor, Especialista em Saúde, LCSHH), Marcela Distrutti (Consultora, Especialista em Saúde, LCSHH), Joana Silva (Economista Sênior, LCSHS), Maria Concepcion Steta Gandara (Especialista Sênior em Proteção Social, LCSHS), Thadeu Abicalil (Especialista Sênior em Água e Saneamento, LCSWS), Diego Dorado (Especialista Sênior em Gestão do Setor Público, LCSPS), Rogerio Bianchi Santarrosa (Consultor, LCSPP), Flavia Carbonari (Consultora, LCSSO), Rodrigo Serrano-Berthet (Especialista Sênior em Desenvolvimento, LCSSO), Renata Mayer-Gukovas (JPA, LCSHD), Joaquin Toro (Especialista Sênior em Gerenciamento de Riscos e Desastres, LCSDU), Luis-Felipe Lopez-Calva (Economista Principal, LCSPP), Carolina Rendón (Especialista em Setor Público, LCSPS), Edith Kikoni (Economista, LCSPE), Miguel-Santiago da Silva Oliveira (Técnico Sênior em Finanças, CTRLN), Victor Ordonez (Técnico Sênior em Finanças, CTRLN), Joseph Kizito Mubiro (Especialista Sênior em Gestão Financeira, LCSFM), Luiza Guaraciaba (Assistente de Programas, LCC5C), Roland Clarke (Especialista Principal em Gestão do Setor Público, LCSPS), Tom Kenyon (Especialista Sênior em Desenvolvimento do Setor Privado, FPD); Jessica Terry (Analista de Operações, LCSPP), Anita Fiori (Especialista em Desenvolvimento do Setor Privado, IFC) e Angela Nieves Porto (LCSPS). Esta operação foi realizada sob a orientação geral de Deborah L. Wetzel (Diretora de País, LCC5C), Keith Hansen (Diretor Setorial, LCSHD), Mansoora Rashid (Gerente Setorial, LCSHS) e Louise Cord (Gerente Setorial, LCSPP). A revisão por pares ficou a cargo de Maria Beatriz Orland Bloom (Especialista Sênior em Desenvolvimento Social, SDV), Aline Coudouel (Especialista Principal em Proteção Social, LCSHS), Tania Dmytraczenko (Economista Sênior, LCSHH), Ambar Narayan (Economista Principal, PRMPR), Bill Dorotinsky (Assessor, PRMPS) e Francisco Galrao Carniero (Economista Principal, ECSP1).

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SÍNTESE DO EMPRÉSTIMO E DO PROGRAMABRASIL

DPL PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO

Mutuário Estado de Pernambuco, Brasil, com garantia da República Federativa do Brasil

Entidade executora Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco (SEPLAG)

Dados do financiamento

US$ 550 milhões, com garantia soberana da República Federativa do Brasil

Tipo de operação Empréstimo para políticas de desenvolvimento não parcelado a ser desembolsado na efetivação do empréstimo

Principais áreas de política

Desenvolvimento econômico regional, desenvolvimento do setor privado, ensino técnico e profissionalizante, inclusão produtiva, gestão do setor público, prevenção da criminalidade e da violência, saúde

Principais indicadores de resultado

Os principais indicadores de resultado são os seguintes Um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para o

PROINFRA é criado e gera relatórios anuais, os quais devem servir de base para as decisões sobre ajustes no programa.

A porcentagem de novas empresas registradas em até 72 horas nos 25 municípios participantes da REDESIM aumenta de 0% para 70%.

Um sistema de monitoramento e avaliação dos programas de ensino técnico e profissionalizante (ETP) é implementado e dados sobre os principais indicadores referentes a insumos, eficiência e resultados estão disponíveis para a tomada de decisões.

O número de municípios que firmaram o Termo de Adesão com o Estado, passando a beneficiar-se de financiamento do Estado para programas de inclusão produtiva e se comprometendo com a consecução de metas de prestação de serviço e prestação de contas sobre o desempenho, passa de zero para 51.

O modelo de gestão com foco em resultados do Estado, fundamentado em enfoques usados no Pacto pela Vida e abrangendo comitês setoriais, está implementado totalmente em pelo menos três setores (segurança pública, saúde e educação) e os principais elementos do modelo estão estabelecidos em outras secretarias.

O número de beneficiários do Programa Atitude, centrado na reabilitação de usuários de crack, aumenta de 2 mil para 6 mil, com o número de mulheres subindo de 500 para 2 mil.

Implementação de um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para i) registrar as ocorrências de violência baseada no gênero nas áreas geográficas do Pacto pela Vida (PPV), as Áreas

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Integradas de Segurança (AIS); ii) avaliar os resultados das ações tomadas para enfrentar a violência contra a mulher e iii) oferecer insumos para a tomada de decisões relativas a novas intervenções e para o ajuste da política e dos programas existentes no âmbito do PPV, sob os auspícios da Câmara Técnica para o Enfrentamento à Violência de Gênero contra a Mulher.

A porcentagem dos pacientes hipertensos acompanhados ativamente na atenção primária aumenta de 50,7% para 58%.

A porcentagem dos pacientes de diabetes acompanhados ativamente na atenção primária aumenta de 58% para 66%.

A porcentagem de pacientes encaminhados para consultas com especialistas (cardiologistas e endocrinologistas) por meio do sistema de referência do Estado aumenta de 0% para 70%, refletindo a melhoria do funcionamento desse sistema.

Objetivo(s) de desenvolvimento do programa e contribuição para a Estratégia de Parceria com o País (CPS)

O objetivo de desenvolvimento da operação proposta é ajudar o Governo de Pernambuco a fortalecer a concepção, a implementação, o monitoramento e a avaliação de políticas e programas destinados a promover o crescimento sustentado e melhorar as oportunidades econômicas para os pobres, consolidando inovações na gestão do setor público, prevenindo a criminalidade e a violência e reduzindo o ônus associado às doenças crônicas.

O programa está inteiramente alinhado com as prioridades da Estratégia de Parceria com o País (CPS) do Grupo do Banco Mundial para 2012–15 (Relatório nº 63731-BR), discutida pelos Diretores Executivos em 1 de novembro de 2011. Em conformidade com a CPS, a operação proposta visa a fazer de Pernambuco um Estado mais equitativo, sustentável e competitivo, inclusive com um enfoque maior no gênero.

Riscos e mitigação de riscos

O risco global desta operação está classificado como moderado. Os riscos econômicos e fiscais estão relacionados à gestão prudente da posição fiscal do Estado em meio à incerteza da conjuntura mundial. A expectativa é que os impactos sociais e econômicos sobre a população mais vulnerável sejam positivos, mas isso dependerá da eficácia da implementação. Os riscos fiduciários foram avaliados como baixos, em virtude da robustez das regras e controles internos. Os riscos institucionais e relacionados à implementação são de moderados a baixos e dizem respeito às restrições de capacidade e à necessidade de coordenação intersetorial e intergovernamental para implementar as reformas e programas. No geral, os riscos são atenuados pela forte adesão do Governo de Pernambuco às reformas, bem como pelo histórico já estabelecido em matéria de coordenação e implementação de reformas difíceis.

Número da operação P132768

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DOCUMENTO DO PROGRAMA DO BIRD REFERENTE A UMA PROPOSTA DE DPL PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO AO ESTADO DE

PERNAMBUCO COM A GARANTIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

I. INTRODUÇÃO

1. A operação proposta é um Empréstimo para Políticas de Desenvolvimento (DPL) não parcelado para o Estado de Pernambuco, no montante de US$ 550 milhões. O objetivo de desenvolvimento do programa da operação proposta é ajudar o Governo de Pernambuco a fortalecer a concepção, a implementação, o monitoramento e a avaliação de políticas e programas destinados a promover o crescimento sustentado e melhorar as oportunidades econômicas para os pobres, consolidando inovações na gestão do setor público, prevenindo a criminalidade e a violência e reduzindo o ônus associado às doenças crônicas. Esta operação multissetorial apoia a implementação da estratégia “Todos por Pernambuco”, que visa a tornar o Estado “um lugar melhor para trabalhar e melhor para viver”. Ela tira partido do envolvimento de longa data com Pernambuco e do recente DPL “Expandindo as Oportunidades e Aumentando a Equidade no Estado de Pernambuco” (Relatório nº 62869-BR), aprovado em 2012.

2. Na última década, o Brasil obteve avanços significativos em termos de gestão da economia e do setor público, redução da pobreza e indicadores sociais. Governos consecutivos mantiveram políticas macroeconômicas sólidas, alcançando a redução da inflação, o crescimento econômico robusto e a criação de um número de empregos considerável. O crescimento do emprego e o aumento da renda do trabalho, assim como a implementação de programas de assistência social direcionados, como o Bolsa Família, contribuíram para a redução da parcela de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza extrema de 70 reais por mês1 de 10,5% no início dos anos 2000 para 4,7% em 2011, bem como para a queda da desigualdade, conforme refletido pelo recuo do coeficiente de Gini, de 0,59 para 0,53 no mesmo período. O Brasil também conseguiu melhorias significativas nos resultados da saúde e da educação em decorrência de investimentos públicos e de reformas setoriais.

3. De forma semelhante ao que ocorreu no restante do Brasil, Pernambuco testemunhou melhorias dos indicadores econômicos e sociais ao longo da última década, porém ainda enfrenta desafios significativos. Com mais de 9 milhões de habitantes, o Estado é a segunda maior economia da região Nordeste. Contudo, assim como outros Estados nordestinos,

1 Montante em preços constantes de 2010; corresponde a aproximadamente US$ 40.

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Pernambuco há muito figura atrás do restante do Brasil. Em 2010, o produto interno bruto (PIB) per capita era de R$ 10.822,00, cerca de metade da média nacional (R$ 19.766,00), e a porcentagem da população que vivia abaixo da linha de pobreza era o dobro da do Brasil como um todo. Esse padrão é percebido também em outras áreas, com resultados comparativamente fracos na saúde e na educação, além de níveis elevados de criminalidade e violência. Pernambuco também continua a se mostrar altamente desigual, com disparidades significativas em termos de capital humano, oportunidades econômicas e acesso a serviços públicos, inclusive nos aspectos espacial, racial e de gênero.

4. Pernambuco obteve avanços significativos rumo à conquista dos desafios ao desenvolvimento. Dois programas do Governo consecutivos (2008-2011 e 2012-2015), baseados em processos participativos robustos, salientaram a necessidade de aumentar os investimentos públicos, melhorar os serviços públicos, reduzir a criminalidade e a violência e alcançar o crescimento sustentável para aumentar a equidade e melhorar as condições de vida no Estado, inclusive para os segmentos mais vulneráveis da população. Não menos importante, o Estado pôs em prática um modelo inovador de gestão do setor público baseado no monitoramento sistemático do desempenho, além de um mecanismo institucionalizado para a coordenação de políticas e a prestação de contas pelos resultados.

5. A operação multissetorial proposta busca promover a agenda de reformas do Governo ao fortalecer a concepção, a implementação, o monitoramento e a avaliação de políticas e programas prioritários dentro da estratégia de Pernambuco para 2012-15. Ao tirar partido do envolvimento anterior com o Estado e de um diálogo sobre as prioridades, a operação proposta enfoca sete áreas que correspondem aos pilares da estratégia governamental, abrangendo a prioridade mais ampla de atender as necessidades dos segmentos mais vulneráveis da população: i) desenvolvimento econômico regional; ii) desenvolvimento do setor privado; iii) ensino técnico e profissionalizante; iv) inclusão produtiva; v) gestão do setor público; vi) prevenção da criminalidade e da violência e vii) saúde. Em cada uma dessas áreas, a operação apoia ações cruciais visando à institucionalização e a ampliação de políticas e programas fundamentais do Governo ou a criação de sistemas de monitoramento e avaliação que constituirão o alicerce para a formulação de políticas baseada em dados e orientada pelo desempenho. Juntas, as ações de políticas devem ajudar a promover o crescimento sustentado e a melhoria das oportunidades econômicas para os pobres, além de apoiar a consolidação das inovações na gestão do setor público, a prevenção da criminalidade e da violência e a redução do ônus associado às doenças crônicas.

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6. A operação proposta tira partido do primeiro DPL com o Estado, além de estender o envolvimento para novas áreas. O primeiro DPL com o Estado estava voltado para a educação, a gestão dos recursos hídricos, gerenciamento de riscos e desastres, o ensino profissionalizante, a incorporação das questões de gênero, o desenvolvimento econômico e a gestão do setor público. Aproveitando o progresso realizado na implementação dessa primeira operação, o DPL atual mantém o foco em uma série de áreas estratégicas (desenvolvimento econômico, ensino técnico e profissionalizante, gênero e gestão do setor público) e estende o diálogo sobre políticas para novas áreas (prevenção da criminalidade, inclusão produtiva e saúde). Três áreas abrangidas pelo primeiro DPL (educação, gestão dos recursos hídricos e gerenciamento de riscos e desastres naturais) foram deixadas de lado sob a justificativa de que o Banco dispõe de outros instrumentos para manter um envolvimento sustentado nesses setores.

7. A operação também complementa o envolvimento mais amplo do Banco com o Estado de Pernambuco. O Banco mantém uma parceria de longa data com o Estado, com quase US$ 2 bilhões em empréstimos desde 1979, nas áreas de desenvolvimento rural, gestão dos recursos hídricos, melhoria urbana e educação. As áreas de política abarcadas pelo primeiro DPL e pela operação aqui proposta foram selecionadas com vistas a tirar partido de outras formas de envolvimento com o Estado e complementá-las, inclusive por meio da extensão do apoio à implementação e desenvolvimento de políticas a novas áreas fora do alcance das operações existentes. Ademais, os trabalhos analíticos, tanto anteriores como atuais, em Pernambuco e, de forma mais ampla, no Brasil, constituem o principal alicerce para a operação proposta, assim como um meio para dar seguimento às ações de política e oferecer apoio técnico ao Estado no futuro.

8. O programa está inteiramente alinhado com as prioridades da Estratégia de Parceria com o País (CPS) do Grupo do Banco Mundial para 2012–15 (Relatório nº 63731-BR), discutida pelos Diretores Executivos em 1 de novembro de 2011. Em conformidade com a CPS, a operação proposta visa a fazer de Pernambuco um Estado mais equitativo, sustentável e competitivo, inclusive com um enfoque maior no gênero. O programa também facilita o envolvimento estratégico do Banco em áreas fundamentais do plano de desenvolvimento do Estado.

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II. CONTEXTO DO PAÍS2

EVOLUÇÃO ECONÔMICA RECENTE DO BRASIL

9. A economia brasileira desacelerou de forma considerável em 2011 e 2012. O crescimento do PIB real foi fraco, registrando 0,9% em 2012, frente a 2,7% em 2011 (Tabela 1). Com uma tendência de crescimento estimada em cerca de 4%, essa desaceleração representa um grande enfraquecimento do desempenho econômico. Ela decorreu de fatores tanto internos como externos. Políticas monetárias e fiscais mais austeras, destinadas a controlar pressões de superaquecimento anteriores, enfraqueceram a demanda interna. Já a demanda externa foi reduzida por uma debilidade prolongada e pela incerteza nas economias avançadas, como também pela desaceleração do crescimento nas principais economias emergentes, como a China. Embora a desaceleração tenha sido sentida de forma generalizada, a produção industrial e a demanda por investimentos foram afetadas de forma desproporcional.

2 O Anexo 3 contém uma descrição mais detalhada da evolução econômica recente e das perspectivas macroeconômicas.

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Tabela 1. Brasil: Principais Indicadores e Projeções da Economia (2006-16)Estimates

Indicator 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

National Accounts Real GDP Growth 4.0 6.1 5.2 -0.3 7.5 2.7 0.9 3.1 3.7 3.5 3.7

Gross domestic investment 16.8 18.3 20.7 17.8 20.2 19.7 17.6 20.8 21.2 21.5 21.9

External SectorCurrent account 13.6 1.6 -28.2 -24.3 -47.3 -52.5 -54.2 -62.9 -69.3 -82.7 -87.4

Merchandise trade balance 46.5 40.0 24.8 25.3 20.1 29.8 19.4 15.0 14.5 8.2 6.2Exports (fob) 137.8 160.6 197.9 153.0 201.9 256.0 242.6 262.2 274.8 299.8 331.2Imports (fob) 91.4 120.6 173.1 127.7 181.8 226.2 223.2 247.2 260.3 291.6 325.0

Nonfactor services, net -9.6 -13.2 -16.7 -19.2 -30.8 -37.9 -41.1 -41.9 -44.9 -45.9 -47.1 Income and current transfers, net -23.2 -25.3 -36.3 -30.3 -36.6 -44.3 -32.6 -36.0 -38.9 -45.0 -46.5

Direct investment, net -9.4 27.5 24.6 36.0 36.9 67.7 68.1 60.0 60.0 60.8 62.9Portfolio equity, net 1 6.8 24.8 -7.3 39.7 43.9 16.0 3.3 4.6 4.7 4.8 4.9Gross international reserves 85.8 180.3 193.8 238.5 288.6 352.0 373.1 390.6 404.7 423.9 437.3Current account (% of GDP) 1.3 0.1 -1.7 -1.5 -2.2 -2.1 -2.4 -2.4 -2.5 -2.8 -2.7

General Government Total Revenues and Grants 34.6 34.3 35.0 33.9 35.4 35.0 35.0 35.3 35.4 35.5 35.5 Total Expenditure 38.1 36.9 36.3 36.9 38.1 37.6 38.1 38.2 38.3 38.3 38.2

Current Expenditure 36.1 35.1 34.0 34.7 34.1 35.4 35.6 35.7 35.7 35.7 35.5of which: Interest payments 6.8 6.1 5.4 5.2 5.2 5.7 5.4 5.2 5.1 5.0 4.9

Capital Expenditure 1.9 1.8 2.2 2.2 4.0 2.3 2.5 2.5 2.6 2.6 2.7 Primary Balance 3.3 3.5 4.1 2.2 2.5 3.1 2.4 2.3 2.2 2.2 2.2 Overall Balance -3.5 -2.6 -1.3 -3.0 -2.7 -2.6 -3.0 -2.9 -2.9 -2.8 -2.7 Gross Public Sector Debt 66.7 65.2 63.5 66.9 65.2 64.9 65.0 62.7 60.6 58.7 56.9

Prices GDP Deflator 6.1 5.9 8.3 7.2 8.2 7.0 6.0 5.5 5.3 4.9 4.9 Consumer Price Index (eop) 3.1 4.5 5.9 4.3 5.9 6.5 5.8 5.7 5.5 5.3 4.9 Producer Prices (eop) 4.3 9.4 9.8 -4.1 13.8 4.1 11.1 5.2 5.0 4.7 4.7

Memorandum items: Nominal GDP (in R$ billions) 2,369 2,661 3,032 3,239 3,770 4,143 4,403 5,294 5,768 6,273 6,809

Source: IMF, BCB, IBGE, EIU, WB Calculation

Projections

Note 1: Porfolio equity does not include debt securities

(in percent of GDP)

(annual percent change)

(annual real percent change)

(in percent of GDP)

(in US$ billions, unless noted)

Estimates Estimativas

Projections Projeções

Indicator Indicador

National Accounts Contas nacionais

(annual real percent change) (variação percentual real anual)

Real GDP Growth Crescimento real do PIB

(in percent of GDP) (em porcentagem do PIB)

Gross domestic investment Investimento interno bruto

External sector Setor externo

5

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(in US$ billions, unless noted) (em bilhões de US$, salvo indicação em contrário)

Current account Conta corrente

Merchandise trade balance Saldo do comércio de mercadorias

Exports (fob) Exportações (FOB)

Imports (fob) Importações (FOB)

Nonfactor services, net Serviços não fatores, líquidos

Income and current transfers, net Renda e transferências correntes, líquidas

Direct investment, net Investimento direto, líquido

Portfolio equity, net 1 Ações em carteira, líquido 1

Gross international reserves Reservas internacionais brutas

Current account (% of GDP) Conta corrente (% do PIB)

General Government Governo geral

(in percent of GDP) (em porcentagem do PIB)

Total Revenues and Grants Total das receitas e doações

Total Expenditure Total da despesa

Current Expenditure Despesas correntes

of which: Interest payments das quais: pagamentos de juros

Capital Expenditure Despesas de capital

Primary Balance Saldo primário

Overall Balance Saldo global

Gross Public Sector Debt Dívida bruta do setor público

Prices Preços

(annual percent change) (variação percentual anual)

GDP Deflator Deflator do PIB

Consumer Price Index (eop) Índice de preços ao consumidor (fim do período)

Producer Prices (eop) Preços ao produtor (fim do período)

Memorandum items: Por memória:

Nominal GDP (in R$ billions) PIB nominal (em bilhões de reais)

Note 1: Portfolio equity does not include debt securities Nota 1: As ações em carteira não abrangem títulos de

dívida.

Source: IMF, BCB, IBGE, EIU, WB Calculation Fonte: FMI, BCB, IBGE, EIU, cálculos do Banco

Mundial.

10. Os indicadores recentes oferecem sinais tênues de que a recuperação está ganhando força. Dados trimestrais apontam para a melhoria da demanda por investimentos no fim de 2012,

6

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após quatro trimestres consecutivos de contração. O impulso do fim de 2012 também se acelerou no setor de serviços, ao passo que a produção industrial teve uma ligeira desaceleração, embora tenha sido mantida uma tendência positiva. Dados mensais indicam um bom crescimento da produção industrial em janeiro (em torno de 2,5% em comparação com o mês anterior e descontada a sazonalidade), o que, de modo geral, foi o caso em cerca de 67% das empresas industriais. No mesmo intervalo, a produção de bens de capital começou a registrar um forte crescimento, de 8,2%, após dois meses de declínio.

11. O desempenho decepcionante do crescimento levou a várias intervenções na forma de políticas. A política monetária passou por um ciclo de forte relaxamento, com a taxa referencial de juros sendo reduzida em 525 pontos-base, para um nível sem precedentes de 7,25% em outubro de 2012, ciclo esse que foi recentemente interrompido. A política fiscal ganhou um viés mais expansionista, na esteira de um enfraquecimento cíclico da arrecadação e de medidas de estímulo discricionárias na forma de cortes de impostos e aumento dos gastos, o que levou a um superávit primário de 2,4%, bem abaixo da meta de 3,1%. As intervenções no campo fiscal se destinavam a reanimar a indústria por meio de reduções dos encargos sobre a folha salarial, financiamento maior e a custo mais baixo por intermédio do banco de desenvolvimento, cortes nos impostos sobre bens de consumo duráveis selecionados e redução do custo da energia. Na tentativa de controlar os fluxos de entrada de capitais, um imposto sobre operações financeiras e uma intervenção mais firme no câmbio ajudaram a reverter a apreciação real da taxa de câmbio, o que apoiou a competitividade externa.

12. O lado financeiro da economia brasileira vem suportando bem a desaceleração até o momento. O sistema bancário manteve a sua solidez e resiliência. Apesar da rápida expansão do crédito, taxas de juros mais baixas aliviaram a pressão sobre os devedores, contendo a inadimplência e permitindo que os indicadores da qualidade dos ativos se mantivessem estáveis de modo geral. Os indicadores de solvência e de liquidez permaneceram em níveis confortáveis. Quanto ao balanço de pagamentos, o déficit em transações correntes fechou 2012 em 2,4%, em vista da deterioração da balança comercial, porém o investimento direto estrangeiro continuou a ser mais do que suficiente para cobrir esse déficit. Contudo, os fluxos de carteira demonstraram uma volatilidade significativa: dinamizados pelos diferenciais de taxas de juros, os fluxos de entrada foram elevados até que a aversão ao risco crescesse em todo o mundo, a taxa de juros de referência fosse reduzida e as transações financeiras passassem a ser tributadas.

PERSPECTIVAS MACROECONÔMICAS E SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA

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13. O crescimento deve fortalecer-se gradativamente ao longo de 2013, encerrando o ano em 3,1%. A expectativa é que a demanda interna impulsione a economia. À medida que a confiança do consumidor se fortaleça, o consumo — que havia desacelerado, mas se mantinha relativamente resiliente — deve ser impulsionado pelos fundamentos da economia favoráveis. O investimento havia sofrido um forte recuo, porém deve recuperar-se com a melhora do sentimento e será ajudado pelo desenvolvimento de novos campos de petróleo offshore e pelos preparativos para os grandes eventos dos próximos anos. Embora a conjuntura externa deva estabilizar-se, ou até mesmo melhorar, a contribuição da demanda externa deve permanecer reduzida por fatores estruturais que afetam a competitividade das exportações, bem como pelo provável aumento da demanda por importações em decorrência do fortalecimento da demanda interna.

14. As perspectivas para a inflação continuam a constituir um desafio. O hiato negativo do produto resultante do fraco desempenho recente da economia não evitou o surgimento de pressões inflacionárias, uma tendência que deve se acentuar à medida que a recuperação se consolide. Uma vez que riscos de inflação surgiram em função de políticas fiscais e monetárias acomodatícias, bem como de políticas salariais no contexto de escassez da oferta de mão de obra, daqui para frente, as autoridades precisarão manter um difícil equilíbrio entre o apoio à retomada da economia e a proteção contra a volta da inflação.

15. O panorama da economia brasileira para o curto prazo está sujeito a riscos internos e externos. No fronte interno, além dos riscos de alta da inflação já mencionados, os agentes do mercado já demonstraram sua preocupação com o elevado grau de incerteza sobre a política econômica, que diz respeito a fatores como intervenções fiscais direcionadas a determinados setores da economia. No fronte externo, a piora da economia mundial poderia traduzir-se em uma queda da demanda externa pelos produtos exportados pelo Brasil e em uma deterioração das relações de troca. O Brasil também é vulnerável ao sentimento do mercado, o que afeta a entrada de fluxos de carteira e de investimento direto estrangeiro (IDE). Esse risco é atenuado por fatores como níveis adequados de reservas externas, a composição favorável da dívida externa, a cobertura integral da conta corrente pelo IDE e um nível de abertura comercial de modo geral baixo.

16. Uma desaceleração prolongada pode pôr em risco a consecução das metas fiscais. Caso a economia permaneça fraca, os resultados fiscais podem se deteriorar, tanto em função do crescimento mais fraco da receita e da elevação das despesas em decorrência do ciclo, como da possibilidade de mais estímulos fiscais e quase-fiscais. Outros riscos fiscais a serem monitorados

8

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decorrem de múltiplas fontes, como o aumento do salário mínimo em janeiro de 2013, a desoneração de determinados setores da indústria, as atividade quase-fiscais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a possibilidade de elevação da taxa de juros real após ela ter chegado a níveis historicamente baixos.

17. O quadro macroeconômico global do Brasil é considerado adequado e sustentável no médio prazo. O quadro de políticas do Brasil (mais detalhes sobre o federalismo fiscal brasileiro podem ser encontrados na Caixa 1, abaixo) permitiu às autoridades dispor de espaço suficiente para responder a crises atuais e passadas, valendo-se de um conjunto de medidas fiscais, monetárias e externas para estimular a demanda. A dívida bruta do setor público deve cair no futuro, a despeito das dificuldades em manter o saldo fiscal diante das grandes necessidades de investimento e da pressão exercida pelo aumento das despesas correntes. A flexibilidade do câmbio e o nível relativamente elevado das reservas externas proporcionam uma segurança a mais no que diz respeito às contingências externas, mesmo que, ultimamente, o câmbio venha sendo administrado de maneira relativamente forte.

18. O principal desafio do Brasil no médio prazo é tirar proveito do seu potencial de crescimento ainda não explorado. Para que a renda per capita continue a subir e, ao mesmo tempo, se garanta o crescimento inclusivo e sustentável, será importante tirar proveito desse potencial, criando melhores condições para o crescimento. Isso exigirá explorar não apenas a dinâmica do crescimento interno no país (que está ligada ao grande mercado interno e à crescente classe média), mas também obter mais benefícios da atual integração do Brasil à economia mundial.

19. Para energizar os fatores de crescimento subjacentes, serão necessários esforços determinados ao longo de vários anos para enfrentar os gargalos estruturais de longa data. Entre esses desafios, o principal é a necessidade de acelerar a formação de capital humano e reforçar a sua qualidade, a fim de elevar os padrões de vida e impulsionar o crescimento da produtividade. Além disso, é importante elevar os investimentos públicos e privados para eliminar os crescentes gargalos em termos de infraestrutura e assentar as bases para o crescimento liderado pela inovação. Outros desafios dizem respeito à importância de desenvolver um mercado de capitais privado de longo prazo, um mercado de trabalho mais flexível e um ambiente de negócios mais ágil que promova a concorrência interna e a competitividade externa.

Caixa 1. O Federalismo Fiscal Brasileiro e o Controle do Desempenho Fiscal Subnacional

9

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A orientação da política fiscal dos Estados brasileiros sempre foi um elemento importante da gestão

macroeconômica no Brasil. Até o fim da década de 1990, políticas fiscais expansionistas adotadas pelos

Estados e a falta de um controle efetivo do endividamento resultaram em frequentes crises da dívida

subnacionais. Em três diferentes ocasiões (1989, 1993 e 1997), o Governo Federal foi obrigado a assumir

e reescalonar as dívidas dos Estados. A maior operação ocorreu em 1997, ao abrigo da Lei 9.496, quando

a União reestruturou dívidas estaduais no montante de R$ 200 bilhões (o equivalente a 12% do PIB do

país).

Os controles sobre o desempenho fiscal subnacional foram reforçados ainda mais com a aprovação da Lei

de Responsabilidade Fiscal (LRF) em 2000. A LRF institucionalizou a disciplina fiscal em todos os níveis

de governo, com a adoção de fortes restrições orçamentárias no âmbito de um marco único. Ela proíbe

terminantemente as operações de refinanciamento de dívida entre diferentes níveis do governo, atacando

assim o problema do risco moral nas relações fiscais intergovernamentais decorrente de sucessivos

resgates financeiros. Resoluções complementares do Senado Federal também proíbem a obtenção de

empréstimos se: i) a dívida consolidada líquida for duas vezes maior que a receita corrente líquida (RCL)

ii) as novas operações de financiamento ultrapassarem 16% da RCL e (iii) o serviço da dívida ultrapassar

11,5% da RCL. Também é proibido tomar empréstimos caso isso vá contra os cronogramas de redução da

dívida definidos nos acordos de renegociação da dívida no âmbito da Lei 9.496/97. Por último, a emissão

de títulos pelos governos subnacionais está proibida, de modo geral, até 2016; contudo, os Estados cuja

dívida líquida seja inferior à receita corrente líquida podem emitir títulos após 2011, embora, mesmo

nesses casos, a União mantenha a opção de rever a decisão de emitir títulos.

Esse sistema de controles resultou em sucessivos superávits estaduais e municipais — um ajuste que

continuou ao longo de quatro mandatos federais. Além disso, esse sistema também favoreceu a adoção de

programas de despesa pelos governos subnacionais. Além dos controles sobre o endividamento,

as exigências da LRF aumentaram a transparência e fortaleceram as práticas orçamentárias.

Transparência: São prestadas regularmente informações sobre a execução do orçamento e o cumprimento

da LRF — inclusive uma declaração das medidas corretivas caso os dispositivos pertinentes tenham sido

descumpridos. Os municípios e os Estados também são obrigados a informar os resultados da execução

fiscal do ano anterior ao Ministério da Fazenda. Cabe ao Poder Legislativo de cada esfera de governo,

auxiliado pelo respectivo Tribunal de Contas, monitorar a observância das metas e tetos fiscais.

Instituições orçamentárias: A LRF estipula metas fiscais obrigatórias mais rigorosas na elaboração da Lei

de Diretrizes Orçamentárias (LDO), reforçando seu papel na preparação do orçamento e na gestão das

finanças públicas de modo geral. A LRF também prevê uma avaliação detalhada dos passivos

contingentes do governo e reforça o vínculo entre a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a LDO. Existe

10

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também uma lei complementar sobre crimes fiscais que se aplica a todas as esferas da administração

pública, prevendo até a detenção das autoridades que deixarem de cumprir a LRF.

EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES FISCAIS E DA DÍVIDA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

20. Na última década, Pernambuco conseguiu consolidar as suas finanças públicas. O desempenho fiscal do Estado tem se caracterizado pela elevação do saldo operacional, o que permitiu uma redução pronunciada dos níveis de endividamento e do saldo da dívida como parcela do PIB estadual, de 12,5% em 2004 para 5% em 2010.3 O crescimento dos superávits operacionais gerou espaço fiscal para despesas de investimento, resultando em um aumento significativo da taxa de investimento público, de 8% da receita corrente líquida (RCL) em 2004 para 15% em 2012.

21. Pernambuco cumpriu todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e alcançou a maior parte das metas do Programa de Ajuste Fiscal (PAF)4 acordado com a Secretaria do Tesouro Nacional. Como porcentagem da receita corrente líquida, a dívida consolidada líquida caiu de 104% em 2004 para 46% em 2012. As despesas com pessoal caíram de 55% da receita corrente líquida em 2004 para 51% em 2011, tendo subido para 54% em 2012, porém abaixo do teto de 60% fixado na LRF. As obrigações do serviço da dívida nesse período foram reduzidas para 6% da RCL estadual (abaixo do limite de 11,5% da LRF), em comparação com 12% em 2004. Ademais, a relação entre as novas operações de crédito e a RCL permaneceu dentro do limite de 16% da LRF, tendo registrado uma média de 4% entre 2004 e 2012, apesar de uma forte elevação, para 15%, em 2012, em função do financiamento do programa de investimento do Estado.

22. Um ajuste fiscal coerente foi um fator importante para que Pernambuco conseguisse melhorar a sua posição fiscal. Após o período de forte ajuste fiscal entre 1996 e 2004, o Estado sustentou a implementação de reformas fiscais voltadas para i) o fortalecimento da mobilização de receitas por meio do aumento da eficiência na arrecadação de tributos e ii) a redução dos níveis de endividamento mediante restrições a novas operações de crédito. No geral, essas medidas foram bem-sucedidas. Combinadas com o aumento da atividade econômica, resultaram

3 Até então, os número do PIB estadual referentes a 2011 e 2012 não haviam sido publicados.4 No âmbito do Programa de Reestruturação da Dívida e Ajuste Fiscal (PAF), 25 governos estaduais firmaram um Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal, que vale por um período de três anos, mas é renovado anualmente. O PAF é a principal ferramenta usada pelo Governo Federal para reforçar a disciplina fiscal dos governos subnacionais. A consecução das metas permite aos Estados obter novos empréstimos.

11

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em um crescimento robusto das receitas. Entre 2004 e 2012, Pernambuco registrou um forte aumento das receitas geradas internamente e também de transferências graças ao ambiente econômico favorável no Estado e no Brasil como um todo, além de melhorias significativas da arrecadação de impostos. As receitas tributárias cresceram a uma taxa real média de 8,7% ao longo desse período, uma das taxas mais elevadas entre as dos Estados brasileiros, ao passo que as transferências federais aumentaram em 7,7%. Do lado da despesa, a economia de recursos fiscais decorrente da adoção dessas medidas foi usada para aumentar os investimentos, resultando em uma melhor composição do orçamento. Nesse período, a parcela das despesas correntes no total das despesas caiu de 95% para 89%. Não obstante essa tendência positiva, porém, o crescimento das despesas correntes acompanhou o crescimento das receitas correntes, com o impulso das despesas com pessoal e, na mesma medida, dos gastos com bens e serviços, em linha com a elevação dos níveis de investimento.

23. As contas fiscais de Pernambuco e a dívida pública devem se manter sustentáveis no médio prazo. As projeções de referência para o período 2013–20 revelam uma trajetória sustentável dos principais indicadores fiscais. A previsão é que os níveis de endividamento subam de maneira significativa no médio prazo, mas permaneçam abaixo do limite de 200% da RCL fixado pela LRF, enquanto os saldos operacionais anuais cresçam. Nesse cenário de referência, as incertezas decorrem, principalmente, de uma desaceleração prolongada do crescimento, de pressões sobre as despesas com pessoal e das reformas do arcabouço fiscal intergovernamental ora em andamento no Brasil. No fim de junho de 2013, devem ser revistas as regras de partilha da receita das transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE), o principal mecanismo de transferência usado pelo Governo Federal para redistribuir entre os Estados uma parte da receita do imposto de renda e do imposto sobre produtos industrializados. Essas transferências representaram 27% da receita corrente líquida de Pernambuco em 2012. Contudo, outras reformas do arcabouço institucional devem beneficiar o Estado, compensando uma possível perda de receitas com a alteração das regras de partilha do FPE. Especificamente, as propostas em discussão para reformar o principal imposto estadual, o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), seriam benéficas para Pernambuco, proporcionando um aumento da receita do ICMS. Além disso, as mudanças propostas, visando a reduzir as taxas de juros sobre a dívida subnacional com o Governo Federal (no âmbito da Lei 9.496/97 e da Medida Provisória 2.185-35) aumentariam a sustentabilidade da dívida dos governos subnacionais.5 Empreendeu-se uma análise de riscos para examinar o possível impacto

5 As mudanças propostas, visando a reduzir as taxas de juros de IGP-DI + 6% ou 9% para a taxa mais baixa entre a SELIC e IPCA + 4%, estão contidas em um projeto de lei enviado pelo Governo Federal ao Congresso em 28 de dezembro de 2012.

12

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da flutuação das variáveis macrofiscais e da reforma do FPE sobre as finanças de Pernambuco. A conclusão foi que, tomando um conjunto plausível de condições externas, a dívida e a dinâmica do déficit são sustentáveis e compatíveis com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Tabela 2. Evolução das Contas Fiscais (EFP), Estado de Pernambuco (procurar em outros trabalhos)

2012 R$ Billions2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

I. REVENUE 12.8 14.5 15.8 16.9 19.4 20.0 23.4 24.4 25.2Taxes 6.2 7.0 7.6 8.1 8.9 9.3 10.7 11.8 12.1Social Contributions 1.9 2.1 2.4 2.4 2.6 2.4 2.8 2.8 3.1Transfers 4.2 5.0 5.3 5.9 7.2 7.5 9.1 8.6 8.8Other Current Revenues 0.5 0.5 0.5 0.5 0.8 0.8 0.8 1.2 1.1

II. EXPENSE 11.8 13.1 14.1 15.2 17.2 18.7 20.6 22.2 23.5Compensation of Employees 4.4 4.9 5.2 5.7 6.4 6.9 7.6 7.9 8.5Pensions 1.9 2.0 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.8 3.0Interest Payments 0.4 0.4 0.4 0.4 0.3 0.3 0.3 0.3 0.4Transfers 2.6 2.9 3.1 3.6 4.1 4.4 5.0 5.5 5.5Goods and Services 2.5 2.9 3.2 3.3 4.0 4.5 5.0 5.7 6.1

III. GROSS OPERATING BALANCE (I - II) 1.0 1.4 1.7 1.7 2.2 1.3 2.8 2.2 1.8(as % of NCR) 12.5% 15.9% 16.6% 15.8% 17.6% 10.5% 20.0% 14.3% 11.3%

IV. TRANSACTIONS IN NON-FINANCIAL ASSETS 0.7 0.7 1.0 0.9 1.4 2.3 2.7 2.6 3.0Net acquisition of non-financial assets 0.6 0.7 0.9 0.6 0.9 1.3 2.1 2.0 2.3(as % of NCR) 7.7% 7.3% 8.6% 5.8% 7.4% 10.5% 14.6% 13.3% 14.7%Other investments in assets 0.05 0.09 0.11 0.26 0.43 0.91 0.63 0.56 0.68

V. NET LENDING / BORROWING (III - IV) 0.33 0.68 0.70 0.84 0.84 -0.91 0.13 -0.40 -1.20(as % of NCR) 4.2% 7.6% 6.9% 7.6% 6.7% -7.2% 0.9% -2.6% -7.7%

VI. PRIMARY BALANCE (V + Interest Payments) 0.7 1.1 1.1 1.2 1.2 -0.6 0.4 -0.1 -0.8(as % of NCR) 9.2% 12.0% 10.7% 10.9% 9.3% -4.9% 3.1% -0.5% -5.4%

VII. TRANSACTIONS IN FIN. ASSETS AND LIABILITIES -0.4 -0.5 -0.5 -0.4 -0.3 0.7 0.4 0.1 1.8New Loans 0.1 0.1 0.1 0.1 0.3 1.3 0.7 0.5 2.3Amortizations, net -0.5 -0.6 -0.6 -0.5 -0.6 -0.6 -0.4 -0.4 -0.5Asset sales 0.00 0.01 0.07 0.00 0.00 0.02 0.00 0.00 0.01

VIII. TOTAL BALANCE (V + VII) -0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.2 0.5 -0.3 0.6

IX. GROSS FINANCING NEEDS (Amortizations - V) 0.2 -0.1 -0.1 -0.3 -0.2 1.5 0.3 0.8 1.7

Memo: Net Consolidated Debt / NCR 104% 83% 67% 53% 42% 43% 39% 38% 46%

Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

2012 R$ Billions Bilhões de R$ de 2012

I. REVENUE I. RECEITA

Taxes Tributos

Social Contributions Contribuições sociais

Transfers Transferências

Other Current Revenues Outras receitas correntes

13

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II. EXPENSE II. DESPESA

Compensation of Employees Remuneração de funcionários

Pensions Pensões

Interest Payments Pagamentos de juros

Transfers Transferências

Goods and Services Bens e serviços

III. GROSS OPERATING BALANCE (I - II) III. SALDO OPERACIONAL BRUTO (I - II)

(as % of NCR) (como % da RCL)

IV. TRANSACTIONS IN NON-FINANCIAL

ASSETS

IV. TRANSAÇÕES EM ATIVOS NÃO

FINANCEIROS

Net acquisition of non-financial assets Aquisição líquida de ativos não financeiros

Other investments in assets Outros investimentos em ativos

V. NET LENDING / BORROWING (III - IV) V. CAPACIDADE/NECESSIDADE LÍQUIDA

DE FINANCIAMENTO (III - IV)

(as % of NCR) (como % da RCL)

VI. PRIMARY BALANCE (V + Interest

Payments)

VI. SALDO PRIMÁRIO (V + Pagamentos de

juros)

(as % of NCR) (como % da RCL)

VII. TRANSACTIONS IN FIN. ASSETS AND

LIABILITIES

VII. TRANSAÇÕES EM ATIVOS E

PASSIVOS NÃO FINANCEIROS

New Loans Novos empréstimos

Amortizations, net Amortizações, líquidas

Asset sales Alienação de ativos

VIII. TOTAL BALANCE (V + VII) SALDO GLOBAL (V + VII)

IX. GROSS FINANCING NEEDS

(Amortizations – V)

IX. NECESSIDADE BRUTA DE

FINANCIAMENTO (Amortizações – V)

Memo: Por memória:

Net Consolidated Debt / NCR Dívida consolidada líquida/RCL

POBREZA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

24. O crescimento econômico e a expansão dos programas de assistência social ajudaram a reduzir a desigualdade e a pobreza em Pernambuco na última década. A desigualdade no Estado vem caindo desde 2001, praticamente no mesmo ritmo que no restante

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do Brasil. Após um período de estagnação durante a década de 1990, a pobreza extrema vem diminuindo de forma constante, tendo passado de 33% para 17% entre 2003 e 2009 (Figura 1).6

Figura 1. Índice de Pobreza Absoluta e Desigualdade , Pernambuco e Brasil, 1992–2009

Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Brazil BrasilExtreme poverty rate (%) Índice de pobreza extrema (%)

25. Apesar desse progresso, a pobreza e a desigualdade ainda constituem desafios consideráveis para Pernambuco. A incidência da pobreza extrema em Pernambuco ainda é uma das mais altas no Brasil (Figura 2).7 Dados do censo de 2010 mostram que os índices de pobreza extrema e moderada eram os mais baixos na Região Metropolitana do Recife (12,4% e 35,4%, respectivamente) e os mais altos no Sertão do Araripe (34,8% e 60,9%). A Grande Recife é a única região que se encontra abaixo das linhas médias de pobreza e pobreza extrema no Estado.

26. Os elevados índices de pobreza e desigualdade se devem, em parte, à concentração geográfica da atividade econômica no Estado. Mais de 70% do PIB do Estado é produzido na região costeira, enquanto a renda per capita das famílias no interior do Estado era metade daquela na Região Metropolitana do Recife em 2009. Além disso, determinados grupos no Estado são sistematicamente desfavorecidos, em uma situação em que a raça e o gênero interagem com fatores geográficos para agravar a desigualdade. Por exemplo, a incidência da

6 A linha da pobreza extrema é definida como o custo de uma cesta básica de gêneros alimentícios que supre as necessidades mínimas de calorias por pessoa. A linha de pobreza varia entre regiões, Estados e áreas urbanas, rurais e metropolitanas. As linhas da pobreza levam em conta essas diferenças. A linha de pobreza corresponde ao dobro da linha da pobreza extrema.7 O número de famílias que recebem o Bolsa Família em Pernambuco em dezembro de 2011 representava 16,3% dos beneficiados no Nordeste.

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pobreza entre afrodescendentes e grupos indígenas no interior do Estado é quatro vezes superior àquele entre a população branca na Região Metropolitana do Recife, e as oportunidades econômicas para as mulheres são mais limitadas do que para os homens. A diferença de renda média entre empregados do sexo masculino e feminino é de cerca de 20% depois de serem consideradas as horas trabalhadas e as características individuais dos trabalhadores.

Figura 2. Incidência da Pobreza Extrema nos Estados Brasileiros, 2011)

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16%

Fonte: Cálculos de técnicos do Banco Mundial usando dados do IPEA.

27. A participação no mercado de trabalho está crescendo, mas Pernambuco ainda fica atrás do restante do Brasil. Ao longo da última década, Pernambuco viu um aumento da participação na força de trabalho e um recuo importante do desemprego e da informalidade, porém a maior parte desse avanço concentrou-se na Região Metropolitana do Recife. Desde 2000, a participação no mercado de trabalho cresceu a uma taxa anual de 1,6%. Graças à criação de postos de trabalho a um ritmo mais rápido, a taxa de desemprego caiu na Grande Recife e a parcela da força de trabalho empregada na informalidade diminuiu (de 64% para 60% entre 2001 e 2009). Em 2011, havia 112,3 mil empregos com carteira assinada a mais do que em 2010 no Estado. Vale notar que a renda média do principal emprego subiu a uma taxa anual de 2% ao longo da última década, resultando na melhoria do padrão de vida e na geração de empregos. No entanto, o Estado continua a apresentar a segundo taxa de emprego mais baixa no Brasil e muitas áreas defasadas no Estado continuam a caracterizar-se pela baixa empregabilidade e por poucas oportunidades no setor privado, o que é agravado por uma base educacional fraca.

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De acordo com o censo de 2010, 11,1% da população economicamente ativa do Estado estava sem trabalho, o que é bem superior à média nacional de 7,7%. Entre as mulheres, essa parcela é ainda maior (cerca de 17%), em um Estado em que a participação da mulher na força de trabalho gira em torno de 45,7%.

28. A base fraca em termos de habilidades e qualificações no interior do Estado constitui uma importante restrição ao crescimento e ajuda a explicar os padrões de pobreza e desigualdade. Pernambuco fica atrás de outros Estados brasileiros no que diz respeito aos resultados educacionais da população. De acordo com o censo populacional de 2010, 57,8% das pessoas com 10 anos ou mais não chegaram a concluir o ensino fundamental, frente a uma média nacional de 50,2%. Além disso, a parcela da população que obteve um diploma universitário é de 5,7%, enquanto a média nacional é de 8,3%. Vale notar que as brechas em termos de habilidades e qualificações são ainda maiores no interior. O padrão de especialização que prevaleceu no interior do Estado (agricultura e turismo) contrasta bastante com o da Região Metropolitana do Recife. Assim, o perfil de qualificação da força de trabalho existente constitui uma restrição ao seu acesso aos benefícios dos setores em expansão, bem como ao potencial de crescimento das empresas. Novos investimentos podem impulsionar a criação de postos de trabalho e, assim, transformar áreas defasadas e promover o desenvolvimento regional. Contudo, a viabilidade dos negócios e, por extensão, a disposição do setor privado para investir dependem, em grande medida, da quantidade e da qualidade dos recursos humanos disponíveis.

29. A segurança dos cidadãos constitui outro importante desafio para o Estado, pois restringe a obtenção de novos ganhos em termos de equidade e crescimento inclusivo. Primeiro, apesar das conquistas do Brasil no plano socioeconômico na última década, o nível de criminalidade e violência relacionado às drogas permanece alto, chegando até a subir em algumas áreas, o que prejudica, em particular, os jovens afrodescendentes das áreas periurbanas.8 Embora outros fatores, como a consolidação do mercado das drogas, a prevalência da cultura da impunidade e a ineficiência das políticas de segurança pública, sejam tidos como fatores preponderantes para a persistência da violência, a pobreza e a desigualdade também são determinantes importantes (Sapori, 2013). Em Pernambuco, o Governo estima que aproximadamente 40% dos crimes violentos letais intencionais (CVLI) no Estado estejam relacionados ao consumo de crack.9 Um levantamento de 2012 mostrou que mais de 100 mil pessoas haviam consumido crack pelo menos uma vez; um estudo da Fiocruz a ser publicado

8 Essa situação às vezes é chamada de “o paradoxo brasileiro”.9 Relacionados a conflitos por causa de dívidas com traficantes, a disputas entre traficantes por território ou à violência provocada por usuários.

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aponta que existem 200 cracolândias no Estado.10 O crack se tornou um problema tão grande em nível nacional que, em 2011, o Governo Federal o classificou como uma “epidemia nacional” e lançou o programa “Vencer o Crack é Possível” em âmbito nacional. Outro importante desafio cuja importância é acentuada pela epidemia do crack e que vem recebendo cada vez mais atenção do Governo de Pernambuco é a violência contra a mulher. Em 2010, por exemplo, houve 249 homicídios de mulheres no Estado, o que situa Pernambuco na décima posição entre os Estados brasileiros com maior número de mulheres assassinadas.11 O índice de homicídios de mulheres entre 15 e 49 anos aumentou na última década, tendo passado de 5,7 por 100 mil em 2000 para 8,2 por 100 mil em 2010. Embora esse índice sejam um indicador imperfeito da violência doméstica, já é bem sabido que os parceiros íntimos cometem uma grande parte dos homicídios de mulheres.12 Ademais, como ele se baseia nos registros de óbitos, esse índice não apresenta o mesmo viés que os indicadores baseados na prestação de queixas pelas próprias vítimas de atos de violência.

30. Por último, o crescimento da mortalidade em decorrência de doenças não transmissíveis é outro desafio premente à manutenção e ampliação dos ganhos em termos de equidade para todos os pernambucanos. Embora o Estado tenha testemunhado melhorias significativas na saúde materno-infantil, as doenças não transmissíveis crônicas estão ganhando importância e agora são a maior causa de mortes no Estado.13 O ônus crescente associado às doenças crônicas, que reflete um processo de envelhecimento e de mudança no estilo de vida, vem pressionando cada vez mais o sistema de saúde e é um desafio emergente para o Estado na área de saúde. Ao contrário do que alguns podem pensar, essas doenças (e os fatores de risco

10 Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas mostram que, em 2012, 1,5% da população do Nordeste consumia crack, frente a 0,7% em 2005.11 Waiselfisz, Julio Jacobo, 2012. Mapa da Violência 2012: Caderno Complementar: Homicídios de Mulheres no Brasil. 2012. São Paulo: Instituto Sangari.12 Segundo estimativas de 2011 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 70% dos homicídios de mulheres na África do Sul, Israel, Canadá e Estados Unidos decorriam de violência doméstica. Não existem estimativas semelhantes à disposição no Brasil. Entretanto, 70% das mulheres que procuraram hospitalização por causa de agressão física no Brasil declararam que o agressor era uma pessoa da família, e 40% dos homicídios de mulheres havia ocorrido na residência, frente a 14,7% dos homicídios de homens (Waiselfisz, 2012).13 Entre 1996 e 2010, a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias caiu 17%, enquanto a mortalidade por doenças cardiovasculares aumentou 53% (MS/SIM). Em 2010, as principais causas de mortalidade no Estado foram doenças cardiovasculares (29,6%), fatores externos (acidentes e violência) (13,6%) e câncer (12,8%) (PES 2012–15). Contudo, há importantes diferenças em termos de gênero: as doenças cardiovasculares representam 33% de todas as mortes de mulheres, seguidas pelo câncer (14,9%) e doenças respiratórias (11,6); no caso dos homens, doenças cardiovasculares (26,9%), seguidas por fatores externos (20,4%) e câncer (11,2%). No período de 2000 a 2010, o risco de morrer de doenças cerebrovasculares em Pernambuco foi 19,2% mais alto do que no Nordeste e 7,7% mais alto do que no Brasil. De maneira análoga, o risco de morrer de infarte é bem mais alto do que no Nordeste (63,4%) e do que no país como um todo (33,7%).

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associados a elas) são prevalentes tanto entre os pobres como entre os de situação econômica melhor.14 Contudo, em vista da baixa probabilidade de terem planos de saúde particulares e das barreiras geográficas e de outros tipos ao acesso a atendimento pelo Sistema Único de Saúde, as famílias de baixa renda estão em desvantagem em termos do acesso a serviços de saúde preventivos e curativos.

III. O PROGRAMA DO GOVERNO E OS PROCESSOS PARTICIPATIVOS

O PROGRAMA DO GOVERNO

31. A operação proposta está inteiramente alinhada com o programa do Governo de Pernambuco para o período 2012-15. Desde a sua posse em 2007, o Governador Eduardo Campos e a sua equipe tomaram como prioridade promover o desenvolvimento equilibrado de Pernambuco, concentrar-se na gestão ativa em busca de resultados e melhorar a prestação de serviços. Em 2010, o Governador foi reeleito, tendo recebido 82% do voto popular. O novo governo formulou um Mapa da Estratégia para o programa Todos por Pernambuco (2012-15), salientando as necessidades dos segmentos mais vulneráveis da população, a consolidação do progresso já realizado e o desenvolvimento do interior do Estado como prioridades mais amplas (veja o Anexo 5).

32. A estratégia do Todos por Pernambuco se baseia em um processo de consultas abrangente. Tirando proveito do processo de consultas para o programa de governo para o período 2008-11, uma série ampliada de seminários regionais foi organizada entre fevereiro e maio de 2011, com um enfoque nas questões de gênero. Esses seminários se destinavam a promover o diálogo entre a população e secretarias setoriais fundamentais, como Saúde, Educação, Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social, Infraestrutura e Segurança. Como parte desse processo, foram distribuídos questionários para colher as sugestões da população, e o índice de resposta dos participantes foi alto. A participação das mulheres foi incentivada e discutida exaustivamente nas sessões temáticas organizadas em todas as 12 regiões de desenvolvimento do Estado durante o processo em 2011. Do total de 13.498 participantes desses seminários, 41% eram mulheres.

33. O mapa da estratégia do Todos por Pernambuco delineia três componentes gerais:

14 Por exemplo, a prevalência do diabetes e da hipertensão informada pelo próprio paciente é semelhante no quintil superior e no inferior, embora a não informação ou a informação incompleta seja consideravelmente mais alta entre as famílias de baixa renda.

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i. Nova Economia – Oportunidade para todos os pernambucanos. Essa área de política está centrada na promoção do crescimento sustentável e inclusivo mediante o dinamismo do setor privado, a criação de oportunidades de emprego e o investimento em infraestrutura.

ii. O Estado do Fazer – Capacidade de Gerar Resultados. Esta área de política visa a estabelecer condições para a melhoria da administração pública, da prestação de serviços e do investimento público, criando processos e rotinas com foco em resultados e na solução de problemas.

iii. Qualidade de Vida – Uma Vida Melhor para Todos os Pernambucanos. Esta área de política visa a melhorar a qualidade da vida dos cidadãos de Pernambuco ao oferecer serviços públicos melhores, enfocando a educação, saúde e a segurança dos cidadãos, mas abrangendo também água e saneamento, esportes e lazer e mobilidade urbana.

34. Dentro do componente geral do Mapa da Estratégia, identifica-se um conjunto de objetivos secundários, representando os principais pilares ou programas da estratégia do Governo de Pernambuco. Especificamente, os objetivos do Governo nas áreas da saúde, educação e segurança dos cidadãos estão sendo perseguidos por meio de uma série de pactos baseados em metas e resultados claros (Pacto pela Educação, Pacto pela Saúde e Pacto pela Vida). O Pacto pela Vida, voltado para a segurança dos cidadãos, é o mais antigo deles e o mais maduro em termos de indicadores e instrumentos de gestão, ao passo que os referentes à saúde e à educação são mais recentes. A Tabela 3 mostra como a operação proposta está diretamente ligada a cada um desses pactos, bem como a uma série de outros pilares nas três áreas de política gerais do Mapa da Estratégia.

Tabela 3. Áreas de Política do DPL e Mapa da Estratégia do Governo de Pernambuco

Área de política do DPL

Vínculo com o Mapa da Estratégia do Governo

Desenvolvimento econômico regional

A operação apoia a redução de barreiras administrativas à inscrição de empresas e ao fortalecimento do Programa de Infraestrutura Industrial do Estado. A ação prévia apoia a consolidação dos avanços obtidos e o desenvolvimento do interior, identificado como uma das prioridades mais amplas do Mapa da Estratégia. O desenvolvimento econômico, a geração de emprego e a promoção da inovação também estão incluídos como um pilar da área de política da Nova Economia, dentro do Mapa da Estratégia.

Desenvolvimento do setor privado

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Ensino técnico e profissionalizante

A operação apoia o fortalecimento de programas de ETP no Estado. As melhorias no ensino fundamental e profissionalizante são uma das prioridades do Pacto Pela Educação, um dos pilares da área de política da Qualidade de Vida. Esse pacto incorpora um conjunto de políticas destinadas a fortalecer parcerias com municípios, melhorar o monitoramento e a transparência, aperfeiçoar o desenvolvimento e a gestão dos professores, aprimorar a gestão e a responsabilidade nas escolas e ampliar o ensino técnico e profissionalizante. Ele também está vinculado ao objetivo da geração de emprego e de renda na área de política da Nova Economia.

Inclusão produtiva A operação apoia o fortalecimento e a expansão do programa de inclusão produtiva do Estado, que prevê a oferta de capacitação e assistência técnica a pessoas de baixa renda. A ação prévia está relacionada ao Pacto Pela Educação e à prioridade mais ampla do Mapa da Estratégia de suprir as necessidades dos segmentos mais vulneráveis da população.

Gestão do setor público

A operação apoia o fortalecimento e a ampliação do modelo estadual de gestão com foco em resultados. Esse modelo é uma das premissas do Mapa da Estratégia, e a sua consolidação é um elemento-chave da área de política O Estado do Fazer, dentro do Mapa da Estratégia.

Prevenção da criminalidade e violência

A operação apoia o fortalecimento de programas na área de reabilitação de usuários de crack e de combate à violência baseada no gênero. Esses são aspectos fundamentais do Pacto pela Vida (PPV), no âmbito da área de política da Qualidade de Vida, dentro do Mapa da Estratégia. O PPV combina intervenções de controle e prevenção em seis áreas essenciais: controle da criminalidade, melhoria institucional, educação e formação, gestão da informação e do conhecimento, prevenção social e gestão democrática. O PPV reuniu as principais instituições, como a Polícia, o Judiciário, o Ministério Público e órgãos estaduais, municipais e federais.

Saúde A operação apoia políticas, programas e abordagens destinadas a suprir as necessidades de pacientes com doenças crônicas. A melhoria da saúde da população mediante o reforço do desempenho dos serviços de saúde pública é o foco do Pacto pela Saúde, um dos pilares da área de política da Qualidade de Vida, dentro do Mapa da Estratégia. O Pacto pela Saúde está voltado para a redução das taxas de mortalidade e morbidade

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relacionadas a causas evitáveis, bem como para a melhoria dos indicadores de saúde de modo geral no Estado.

35. A implementação e o monitoramento dos pactos e, em menor grau, de outros programas setoriais, se baseiam em um modelo inovador de gestão com foco em resultados. O modelo de gestão envolve um planejamento participativo, um vínculo estreito entre o planejamento e o orçamento, a coleta de dados e o monitoramento dos resultados de forma intensiva e mecanismos institucionalizados para coordenação e prestação de contas. Baseia-se também em uma forte liderança exercida pelo Governador e em um envolvimento ativo da Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG (Caixa 2).

Caixa 2. O Modelo de Gestão de Pernambuco

Os dois principais elementos do modelo de gestão de Pernambuco são: i) um processo participativo para

definir as prioridades, envolvendo consultas em cada uma das doze regiões do Estado e ii) reuniões de

acompanhamento de alto nível (normalmente presididas pelo Governador), em que autoridades de alto

escalão no Estado prestam contas sobre os avanços e são responsabilizadas pelos resultados, mas que

também funcionam como fóruns para a resolução ativa de problemas e a coordenação intersetorial.

O modelo começou a ser implementado em 2008, mas foi só em 2009 que a Lei 141/2009 estabeleceu

uma estrutura jurídica abreviada e determinou uma organização sistêmica das funções relacionadas aos

instrumentos de planejamento formais do Estado (o Plano Plurianual – PPA, as Diretrizes Orçamentárias

Anuais e a Lei Orçamentária Anual) e as ferramentas de gestão adotadas pela administração pública do

Estado.

O processo participativo define as prioridades estratégicas para um quadriênio, as quais são formalizadas

no documento do PPA. Tais prioridades são integradas ao processo de formulação do orçamento de cada

instituição anualmente, por meio das Diretrizes Orçamentárias Anuais.

A formulação do orçamento com base em prioridades então é refletida nas dotações da Lei Orçamentária

Anual. Durante a execução do orçamento, o Estado monitora as despesas e os avanços concretos

relacionados às prioridades estratégicas em tempo real, para garantir que as despesas sejam executadas de

modo a cumprir esses objetivos. Por último, no caso das áreas prioritárias, o desempenho relativo às

metas é monitorado trimestralmente por meio dos Relatórios de Gestão Social, o que fecha o ciclo do

modelo de gestão e serve de insumo para as discussões visando à revisão do PPA.

A Lei 141/2009 criou um Núcleo de Gestão, diretamente subordinado ao Gabinete do Governador, para

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coordenar o Modelo de Gestão.

IV. APOIO DO BANCO AO PROGRAMA DO GOVERNO

JUSTIFICATIVA PARA O ENVOLVIMENTO DO BANCO E CONEXÃO COM A ESTRATÉGIA DE PARCERIA COM O BRASIL (CPS)

36. O envolvimento do Banco no Brasil está centrado em problemas de desenvolvimento de segunda geração que exigem soluções inovadoras em termos da melhoria dos quadros de política nacionais e da busca de maneiras de implementar programas com os governos subnacionais. O objetivo mais amplo da Estratégia de Parceria com o País para 2012–1515 é contribuir para o crescimento mais acelerado, mais inclusivo e com mais sustentabilidade ambiental, em um contexto de estabilidade macroeconômica. Para alcançar esse objetivo, a estratégia salienta quatro objetivos estratégicos: i) aumentar a eficiência dos investimentos públicos e privados; ii) melhorar a qualidade e ampliar a prestação de serviços públicos para famílias de baixa renda; iii) promover o desenvolvimento econômico regional mediante políticas reforçadas, investimentos em infraestruturas estratégicas e apoio ao setor privado nas áreas mais remotas e iv) melhorar a gestão sustentável dos recursos naturais e aumentar a resiliência ao clima, contribuindo, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento das economias locais e ajudando a suprir a crescente demanda mundial por alimentos.

37. A operação multissetorial proposta é plenamente compatível com o objetivo geral da CPS e com muitos dos seus objetivos estratégicos. A operação deve ajudar a promover o crescimento sustentado e a melhoria das oportunidades econômicas para os pobres, a consolidação das inovações na gestão do setor público, a prevenção da criminalidade e da violência e a redução do ônus associado às doenças crônicas no Estado. Assim, o objetivo de desenvolvimento do programa e o enfoque da operação em termos de políticas estão estreitamente alinhados com os objetivos estratégicos de aumentar a eficiência dos investimentos públicos e privados, melhorar a qualidade e ampliar a oferta de serviços públicos para as famílias de baixa renda e promover o desenvolvimento econômico regional. Ademais, a operação é compatível com a expansão do crédito nos níveis estadual e municipal por meio de operações multissetoriais, conforme contemplado na CPS.

15 Estratégia de Parceria com o País (CPS) EF2012-15 (Relatório nº 63731-BR), discutida pelos Diretores Executivos em 1 de novembro de 2011.

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COLABORAÇÃO COM O FMI E OUTROS DOADORES

38. Como o Fundo Monetário Internacional (FMI) não trabalha diretamente com governos subnacionais, não existe a expectativa de colaboração direta com o FMI no tocante ao DPL proposto. Contudo, este DPL está em conformidade com as diretrizes para coordenação com o FMI no campo dos empréstimos para políticas de desenvolvimento estabelecidas no Plano de Ação Conjunto do FMI-Banco Mundial, conforme pertinente para a colaboração em DPLs nacionais.16

39. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está trabalhando ativamente na implementação de cinco empréstimos de investimento no Estado de Pernambuco. Esses empréstimos abrangem o desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR, US$ 75 milhões); o Programa de Modernização e Transparência da Gestão Fiscal do Estado de Pernambuco (PROFISCO–Pernambuco, US$ 15 milhões); o Programa de Inovação e Disseminação para a Competitividade dos Arranjos Produtivos (US$ 10 milhões); o Fundo para Pequenas Empresas do Nordeste Brasileiro (US$ 1,5 milhão) e um projeto de saneamento ambiental na bacia do Ipojuca (US$ 200 milhões). Além disso, o Estado está em vias de preparar um Empréstimo Baseado em Programa (PBL) com o BID no montante de US$ 400 milhões, voltado, principalmente, para a gestão fiscal e das despesas públicas. Como parte do processo de preparação da operação de que trata este documento, a equipe do Banco reuniu-se com a equipe do BID encarregada do PBL e também discutiu com autoridades estaduais os vínculos entre a operação do BID e este DPL.

40. A Corporação Andina de Fomento (CAF) é um banco regional de desenvolvimento que mantém programas no Brasil. Suas operações recentes no Brasil concentraram-se fortemente no apoio a setores produtivos, ao comércio internacional e ao crédito para infraestrutura, oferecendo crédito aos setores público e privado. Em 2011, a CAF aprovou uma carteira de empréstimos de US$ 1,797 bilhão, da qual 71% (US$ 1,278 bilhão) veio de operações de risco não soberano e 29% (US$ 520 milhões), de operações de risco soberano. A carteira atual não abrange investimentos diretamente no Estado de Pernambuco.17

16 Guidance on Coordinating with the IMF on Development Policy Lending (2010) e Enhancing Collaboration: Joint Management Action Plan (Follow-Up to the Report of the External Review Committee on World Bank-IMF Collaboration) (2007).17 Veja http://www.caf.com/.

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RELAÇÃO COM OUTRAS OPERAÇÕES DO BANCO

41. Atualmente, o Banco tem quatro operações em andamento no Estado de Pernambuco. São três empréstimos para investimento nas áreas de gestão dos recursos hídricos, educação e inclusão econômica rural, além de um DPL (Empréstimo para Políticas de Desenvolvimento para o Programa Expandindo as Oportunidades e Aumentando a Equidade), aprovado em 2012.

42. O Projeto Pernambuco Água Sustentável (P108654) está voltado para a melhoria dos serviços de abastecimento de água e saneamento sustentáveis para a população residente na bacia do Rio Capibaribe. Esse projeto, a ser encerrado em 2015, apoia o fortalecimento dos marcos institucional e regulatório no setor de recursos hídricos, expandindo a oferta de serviços de abastecimento de água e saneamento e aumentando a sua eficiência. O primeiro DPL com o Estado contemplava ações prévias vinculadas à gestão dos recursos hídricos. A operação proposta apoia os objetivos do Projeto Pernambuco Água Sustentável, sobretudo, mediante a ampliação de práticas aperfeiçoadas de gestão do setor público em todo o Governo, inclusive nos setores de água e saneamento.

43. O projeto Resultados e Prestação de Contas na Educação de Pernambuco (P106208), na forma de uma Abordagem Setorial Ampla (SWAp), se destina a melhorar a qualidade, eficiência e equidade da educação e fortalecer a gestão. O DPL proposto complementa esse investimento do Banco ao apoiar políticas para melhorar a qualidade e a pertinência do ensino técnico e profissionalizante, especialmente para as populações vulneráveis. Além disso, apoia a consolidação da gestão do setor público, o que é compatível com os objetivos do segundo componente do chamado SWAp da educação.

44. O objetivo do Projeto Inclusão Econômica Rural de Pernambuco (P120139) é promover iniciativas de negócios na área rural e a ampliação do acesso a água e a outras infraestruturas complementares nessa área. O projeto busca alcançar esses objetivos apoiando o desenvolvimento de infraestruturas e reforçando a capacidade e as condições para os produtores rurais. O DPL proposto complementa esse investimento do Banco ao apoiar o fortalecimento do programa de desenvolvimento regional do Estado, a expansão e o reforço dos programas de ensino técnico e profissionalizante e a melhoria das práticas de gestão do setor público.

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45. A operação proposta tira partido do primeiro DPL com o Estado (P106753), além de estender o envolvimento para novas áreas. A operação mantém o envolvimento em áreas estratégicas fundamentais, como o desenvolvimento econômico, o ensino técnico e profissionalizante, o gênero e a gestão do setor público. Nessas áreas, as ações de política no âmbito do segundo DPL tiram partido das ações abrangidas pelo primeiro e as complementam. O segundo DPL também estende o diálogo sobre políticas a novas áreas com base nas prioridades indicadas pelo Estado, com atenção especial para a prevenção da criminalidade e a saúde. As três áreas abrangidas pelo primeiro DPL (educação, gestão dos recursos hídricos e gerenciamento de riscos e desastres naturais) foram deixadas de lado no segundo DPL sob a justificativa de que o Banco dispõe de outros para instrumentos manter o envolvimento nesses setores. A Tabela 4 apresenta uma visão geral dos vínculos entre o primeiro e o segundo DPL, bem como com outros instrumentos visando ao envolvimento com o Estado.

Tabela 4. Vínculos entre o DPL1, o DPL2 e Outros Instrumentos para o Envolvimento com o Estado

Setor DPL1 DPL2 Comentários

Educação √

O DPL1 apoiou a expansão da jornada integral nas

escolas do Estado; o SWAp da educação oferece a base

para apoio complementar, na forma de capacitação de

professores e desenvolvimento da capacidade de gestão.

Gestão dos recursos hídricos √

O DPL1 apoiou reformas institucionais para fortalecer a

gestão dos recursos hídricos; a manutenção do

envolvimento e assistência estão previstos no Projeto

Pernambuco Água Sustentável.

Gerenciamento de riscos e

desastres√

O DPL1 apoiou reformas para fortalecer o

gerenciamento de riscos e desastres; a manutenção do

envolvimento e assistência técnica complementar estão

previstos no Projeto Pernambuco Água Sustentável.

Ensino técnico e

profissionalizante √ √

O DPL1 apoiou a ampliação das escolas técnicas; já o

DPL2 está apoiando uma reforma complementar para

reforçar os sistemas de monitoramento e avaliação

visando a fortalecer a gestão e o desempenho de uma

completa gama de programas de ETP, assim como a

estabelecer o financiamento estadual para programas

municipais de formação voltados para os pobres.

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Setor DPL1 DPL2 Comentários

Igualdade de gênero √ √

O DPL1 apoiou a criação da Secretaria da Mulher,

em caráter permanente; já o DPL2 se concentra no

reforço dos sistemas de monitoramento e avaliação, e na

coordenação das políticas relacionadas à violência

baseada no gênero — uma questão prioritária para a

Secretaria da Mulher.

Desenvolvimento

econômico/desenvolvimento

do setor privado√ √

O DPL1 apoiou a criação de um órgão responsável pela

promoção da micro e pequena empresa e dos produtores

rurais; já o DPL 2 apoia reformas complementares

centradas no registro de empresas e na

institucionalização do M&A no programa de

desenvolvimento da estrutura industrial do Estado, que

tem como objetivo estimular o desenvolvimento

econômico no interior.

Gestão do setor público √ √

O DPL1 apoiou melhorias na gestão tributária e

orçamentária; já o DPL2 apoia a consolidação e a

expansão de um modelo de gestão do setor público que

se destina a aumentar a eficiência e a eficácia dos gastos

do Governo.

Segurança dos cidadãos/

prevenção da criminalidade

e violência√

A segurança dos cidadãos é uma prioridade há bastante

tempo em Pernambuco e foi incluída no DPL2 por

solicitação do Estado.

Saúde √A saúde é um dos três pactos do Mapa da Estratégia;

o setor foi incluído por solicitação do Estado.

46. A operação proposta complementa o envolvimento da Corporação Financeira Internacional (IFC) em Pernambuco. Atualmente, a IFC está discutindo a possibilidade de investir nos seguintes setores: bancos, ensino particular e microfinanças. A IFC já investiu em uma cadeia de faculdades particulares em Pernambuco em anos anteriores. Ademais, em termos de assessoria, apoiou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) na formulação de uma estratégia para atrair investimentos para Pernambuco, voltada para setores específicos (por ex., o agronegócio e a energia renovável), no desenvolvimento de ferramentas sob medida para atrair investimentos (por ex., um sistema para o tratamento de consultas e um

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processo e protocolos para visitas de investidores) e na capacitação dos funcionários dessa agência para prestarem informações e serviços de alta qualidade aos investidores.

ESCOLHA DO INSTRUMENTO

47. DPL ou Empréstimo para Investimento? O Governo de Pernambuco tem um programa de governo claro e coerente, baseado em um processo de planejamento participativo robusto. O programa está voltado para o desenvolvimento econômico, a melhoria da qualidade de vida e o reforço da gestão do setor público, tendo como prioridade mais ampla a atenção às necessidades dos segmentos mais pobres da população. Nos últimos cinco anos, o Estado demonstrou uma clara liderança política e uma forte capacidade de implementação. Contudo, para atingir os objetivos do programa do Governo e assentar as bases para o progresso sustentado no médio prazo, Pernambuco tem necessidades de financiamento significativas. Além disso, o Governo está tentando melhorar continuamente as suas políticas e programas, além de reforçar a sua capacidade para acompanhar o desempenho e fazer uma gestão com foco em resultados. Nesse contexto, um empréstimo para políticas de desenvolvimento, que oferece financiamento baseado em políticas com um desembolso rápido dos recursos para ajudar a enfrentar necessidades de financiamento para o desenvolvimento reais ou previstas, é o instrumento mais apropriado para apoiar o Estado. A operação complementará o apoio a Pernambuco por meio de outros instrumentos, como empréstimos para investimento.

48. DPL não parcelado ou em duas parcelas? Um DPL não parcelado foi considerado apropriado porque permitiria o desembolso rápido de recursos para suprir as necessidades de financiamento do Estado. Contudo, a operação proposta vem na esteira do primeiro DPL com Pernambuco. Em virtude da continuidade significativa nas áreas de política abrangidas pelo primeiro DPL, a natureza das duas operações faz com que sejam semelhantes a um DPL de duas séries ou programático. O montante do empréstimo representa aproximadamente 5% das despesas do Governo do Estado. A experiência com o primeiro DPL demonstrou a capacidade do Estado para usar os recursos de maneira eficaz dentro de um prazo curto após o desembolso. Além disso, estão sendo discutidas as maneiras possíveis de manter o envolvimento com o Estado em áreas prioritárias além do DPL, o que atenua o risco de que o ímpeto das reformas não seja sustentado.

LIÇÕES EXTRAÍDAS

49. O Banco mantém uma parceria de longa data com o Estado de Pernambuco. Desde 1979, o Banco já forneceu quase US$ 2 bilhões em financiamento ao Estado (Figura 3). Inclui-se

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aí uma série de projetos nas áreas do desenvolvimento rural, gestão dos recursos hídricos, melhoria urbana e educação. A maioria desses projetos foi com o Estado, mas também houve projetos com o município do Recife.

Figura 3. Visão Geral do Apoio do Banco a Pernambuco

Rural Development Desenvolvimento ruralPE Rur. Dev. Project (SIL) Projeto de Des. Rural de PE (SIL)

NE Rural Development Project (SIL) Projeto de Desenvolvimento Rural do NE (SIL)

PE Rur. Poverty Alleviation (SIL) Alívio da Pobreza Rural em PE (SIL)PE Rur. Poverty Reduction (SIL) Redução da Pobreza Rural em PE (SIL)

PE Rur. Econ. Incl. (SIL) Inclusão Econômica Rural em PE (SIL)Urban / Water Resources Recursos Urbanos / Hídricos

Recife Integrated Urban (SIL) Desenvolvimento Urbano Integrado do Recife (SIL)

Recife Urban Upgrading (SIL) Programa de Melhoria Urbana do Recife (SIL)

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Recife Urban Dev. and Social Incl. (SIL) Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social no Recife (SIL)

PE Sustainable Water (SIL) Projeto Pernambuco Água Sustentável (SIL)Education Educação

PE Edu. Qual. Impr. (SIL) Melhoria da Qualidade da Educação de Pernambuco (SIL)

PE Education Results (SWAp) Resultados na Educação de Pernambuco (SWAp)

Recife Edu. and PSM (SWAp) Educação e GSP de Recife (SWAp)Multisectoral DPLs DPLs multissetoriais

Nearly US$ 1.8B lending since 1979 (incl. pipeline)

Quase US$ 1,8 bi em empréstimos desde 1979 (incl. previstos)

Mostly SIL, but two DPLs (US$ 500M each) Na maioria, SILs, mas dois DPLs (US$ 500 mi cada)

US$ 180 million lending to Recife municipality

US$ 180 milhões emprestados ao município do Recife

50. Empréstimos para investimento em desenvolvimento rural, gestão dos recursos hídricos, melhoria urbana e educação já demonstraram ser instrumentos apropriados para apoiar necessidades de investimento específicas. Essas operações apoiaram investimentos em áreas prioritárias, como a infraestrutura rural, a criação de associações de produtores, a melhoria de assentamentos irregulares, a infraestrutura de água e saneamento, a rede escolar e a formação de professores. Elas proporcionaram uma plataforma para o envolvimento no médio prazo, o financiamento de infraestrutura e de assistência técnica e o apoio intensivo à implementação. Contudo, em alguns casos, o investimento ou a ação efetiva em um setor específico enfrenta restrições em virtude do quadro institucional e de políticas de nível mais alto. Essa questão ficou aparente em alguns dos envolvimentos setoriais no Estado. Por exemplo, a eficácia das práticas de gestão dos recursos hídricos dependem de políticas e instituições que façam a coordenação entre o Estado e os municípios, enquanto o retorno dos investimentos em escolas e na formação de professores depende de uma reforma mais ampla do sistema educacional.

51. O primeiro DPL com o Estado (Expandindo as Oportunidades e Aumentando a Equidade) apoiou reformas institucionais e de política fundamentais e ajudou a desenvolver novas áreas de envolvimento com o Estado. A capacidade de implementação em Pernambuco vem aumentando constantemente ao longo da última década. Além disso, os últimos dois

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mandatos se caracterizaram por quadros de política claros, voltados para a redução da pobreza e a inclusão, bem como por avanços significativos na gestão do setor público. Nesse contexto, o primeiro DPL era composto por um instrumento eficaz para levar à frente reformas institucionais e de política fundamentais em setores em que o Banco também mantém outras formas de envolvimento, como o desenvolvimento rural, a gestão dos recursos hídricos e a educação. Ao mesmo tempo, oferecia a oportunidade de desenvolver um envolvimento com o Estado em novas áreas, como o desenvolvimento do setor privado, as questões de gênero e a gestão do setor público. Ao longo da preparação e implementação do projeto, o Estado demonstrou forte adesão e houve avanços significativos medidos pelos indicadores identificados na operação. A implementação da operação foi classificada como satisfatória em todas as áreas e altamente satisfatória na área da gestão do setor público, com a obtenção de avanços em todas as áreas (Tabela 5). A operação proposta tira partido dessa abordagem e experiência, ampliando o envolvimento em setores estratégicos e, ao mesmo tempo, apoiando o desenvolvimento de políticas e reformas institucionais em novas áreas prioritárias para o Estado.

Tabela 5. Panorama da Implementação e Resultados do Primeiro DPL com o Estado

Foco da ação prévia e indicador de resultado Resultados até o momento

1.1. Oferecer educação de qualidade. Uma parcela maior de

estudantes matriculados recebendo mais formação acadêmica

por meio da ampliação da jornada e mais alunos do ensino

médio matriculados em escolas em jornada integral e

semi-integral fora da RMR.

Aumento de 30.922 no número de

alunos matriculados em escolas com

jornada de 40 horas semanais (total

de alunos até fevereiro de 2013:

53.515); aumento de 17.470 no

número de alunos matriculados em

escolas com jornada de 30 horas

(total de alunos até fevereiro de

2013: 48,780); aumento de 34.341

no número de alunos matriculados

em escolas em jornada integral e

semi-integral fora da RMR (total de

alunos: 67.714).

1.2. Melhorar a segurança da água e aumentar a confiabilidade do abastecimento. i) Emissão de direitos sobre

os recursos hídricos pela APAC, tanto para águas subterrâneas

como de superfície; ii) criação de conselhos gestores de

reservatórios para as bacias hidrográficas no interior do Estado;

Os dois indicadores relacionados aos

direitos sobre os recursos hídricos

(APAC) já foram mais do que

cumpridos, ao passo que os

indicadores relacionados à criação de

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iii) criação de cadastro dos usuários de recursos hídricos para as

bacias hidrográficas de Ipanema, Pajeú e Moxotó.

conselhos gestores de reservatórios e

o cadastro dos usuários de recursos

hídricos já estão encaminhados.

1.3. Gerenciamento de riscos e desastres. i) Protocolo do

Estado formalizando os procedimentos e responsabilidades pelo

sistema de emissão de alertas contra o risco de inundações

estabelecido; ii) população abrangida pelo sistema de previsão

e alerta da APAC; iii) estratégia de comunicação formulada e

implementada para disseminar informações

hidrometeorológicas produzidas pela APAC.

Todos os indicadores relacionados a

este componente foram cumpridos.

Este componente também ajudou a

envolver o Estado em uma

abordagem mais estruturada no

tocante ao GRD.

2.1. Promover a geração de empregos por meio do desenvolvimento do capital humano. i) Alunos do ensino

médio matriculados em escolas de ensino profissionalizante que

oferecem cursos que atendem à demanda do mercado de

trabalho local; ii) alunos do ensino médio fora da RMR em

escolas de ensino profissionalizante.

Mais 8.320 alunos em i) e mais

5.879 em ii).

Em ambos os casos, as metas foram

superadas (fevereiro de 2013).

2.2. Ampliar as oportunidades por meio do aumento da equidade de gênero. A Secretaria da Mulher (SecMulher) é

elevada ao nível de secretaria permanente, com resultados

como: i) o aumento do número de servidores públicos que

receberam orientação sobre questões de gênero e ii) a criação

de coordenações regionais de gênero nas 12 regiões de

desenvolvimento do Estado.

Os indicadores foram atingidos, pois

i) 2.230 profissionais receberam

orientação e ii) 12 coordenações

regionais foram criadas (fevereiro de

2013).

2.3. Promover o desenvolvimento econômico por meio do apoio às PMEs e aos produtores rurais. Número de projetos

produtivos de diversos segmentos entre as regiões de

desenvolvimento do Estado apoiados pela AGEFEPE por meio

de financiamento ou capacitação.

O indicador está quase cumprido,

com um aumento do número de

projetos apoiados de 3 para 17

(a meta é 19).

3.1. Melhorar a arrecadação do ICMS sem aumentar a carga tributária sobre as empresas e cidadãos, de modo a ampliar a margem no orçamento para os investimentos e promover o desenvolvimento do setor privado. i) Aumento

da receita do ICMS como porcentagem do PIB do Estado

mediante a redução da evasão fiscal, sem aumento da carga

tributária; ii) crescimento real da arrecadação do ICMS.

O Estado aumento a receita do

ICMS para 12,6%, superando a meta

acordada; o segundo indicador

relacionado ao crescimento real do

ICMS foi parcialmente cumprido até

o momento.

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3.2. Aumentar a eficiência da alocação e execução do PPA e do orçamento para que as despesas públicas reflitam as prioridades estratégicas de Pernambuco. i) Orçamento

aprovado v. orçamento executado para as prioridades

estratégicas; ii) número de revisões orçamentárias aprovadas

durante o ano de execução.

A execução passou de 64,1% para

100,5%, superando em muito a meta

de 75%.

3.3. Ampliar a capacidade para planejar e implementar políticas públicas por meio da institucionalização do Modelo de Gestão de Pernambuco. Relatório de gestão do

Estado elaborado e publicado na Internet a cada quatro meses.

Três relatórios de gestão elaborados

e publicados na Internet em 2012.

52. A operação proposta também é compatível com as lições extraídas da experiência com DPLs subnacionais em outras partes do Brasil. Nos últimos anos, o Banco tem apoiado um número significativo de DPLs nos níveis estadual e municipal. A preparação e implementação dessas operações destacaram a importância de enfocar áreas de política que refletem a agenda de reformas do Governo; estimular o diálogo e a coordenação dentro do governo; apoiar a inovação e os vínculos com o envolvimento em outros Estados e com o Governo Federal e criar oportunidades para o Banco para manter um diálogo e um trabalho técnico com o cliente em temas de política abrangidos pela operação. A operação proposta é compatível com esses princípios. Além disso, está estreitamente alinhada com o Mapa da Estratégia do Governo, fortaleceu o diálogo entre as secretarias setoriais e entre essas secretarias e a Secretaria de Planejamento, e apoiou inovações que, em alguns casos, ajudaram o diálogo em outros Estados e na esfera federal (por ex., sistemas de M&A para programas de ETP). Em termos de futuro, os projetos de investimento mencionados acima constituem uma base para o envolvimento sustentado em algumas áreas; em outras áreas, o trabalho analítico em andamento na forma do Memorando Econômico para o Estado e de outros documentos relacionados a atividades de análise e assessoria permitirão dar continuidade ao diálogo sobre políticas. Ademais, a equipe está discutindo com o Estado a possibilidade de assistência técnica reembolsável no futuro e outras formas de apoio.

FUNDAMENTOS ANALÍTICOS

53. A operação proposta tira partido de um diálogo sustentado com o Governo de Pernambuco por meio do primeiro DPL e do processo atual de preparação do segundo

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DPL. Esse diálogo foi enriquecido pelo trabalho analítico anterior e atual sobre o programa com o Brasil, por estudos regionais e globais do Banco e por estudos mais amplos constantes da literatura na área. Além disso, para complementar o diálogo sobre políticas no contexto da operação proposta, o Banco está elaborando um Memorando Econômico para o Estado, que constituirá a base para uma parceria mais estreita com Pernambuco em temas estratégicos fundamentais abrangidos pela operação. Por último, a operação é embasada pelo envolvimento com o Governo Federal e com outros governo subnacionais. Os principais fundamentos analíticos da operação estão resumidos na Tabela 6.

Tabela 6. Fundamentos Analíticos do DPLDesenvolvimento econômico e pobreza

Amplo diálogo com uma gama de órgãos de setor público, associações do setor privado e pesquisadores brasileiros desde o primeiro DPL.

Pesquisas e estudos sobre as condições para o crescimento inclusivo (Banco Mundial 2006; Bourguignon et al., 2007; Levy e Walton, 2008).

Quanto ao efeito da simplificação do registro de empresas, o componente se baseia em Bruhn (2010, sobre o México) e Bruhn (2012, sobre Minas Gerais).

No que diz respeito à dinâmica da pobreza no Brasil, as constatações empíricas de Molinas-Vega et al. (2010), assim como as de Santarrosa et al. (Banco Mundial, 2012), mostrando que um dos principais determinantes da renda no futuro é a disparidade entre as condições iniciais para as pessoas, que tendem a estar vinculadas aos antecedentes socioeconômicos e a outras circunstâncias específicas ao grupo. A falta de intervenções para “equilibrar o jogo” ou equalizar as condições iniciais para todos pode reforçar o ciclo intergeracional da pobreza e perpetuar a desigualdade. Essa mensagem é reiterada pelas constatações de um estudo sobre a mobilidade econômica e a ascensão da classe média na América Latina (Economic Mobility and the Rise of the Middle Class in Latin America; Banco Mundial, 2013), que mostra que, apesar da substancial elevação da renda dentro das gerações, a mobilidade intergeracional continua limitada no Brasil e no restante da América Latina.

Inclusão produtiva

Os programas de inclusão produtiva vão da capacitação até a assistência ao emprego por conta própria. Evidências internacionais

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mostram que a concepção desses programas precisa ser ajustada para garantir a eficácia dos programas entre os pobres e vulneráveis (Banco Mundial, 2003).

A experiência já demonstrou o valor positivo da implementação descentralizada pelos municípios (ao fortalecer os vínculos com os mercados de trabalho locais e os sistemas de referência) e do foco nos resultados por meio de um melhor acompanhamento do desempenho dos programas (Banco Mundial, 2010).

Este trabalho está sendo enriquecido pela assistência técnica não financeira do Banco Mundial ao Brasil Sem Miséria e pelo estudo econômico e setorial Brazil Skills and Jobs sobre qualificações e empregos. Ambos estão analisando as diferentes experiências com a inclusão produtiva no Brasil e promovendo o intercâmbio de conhecimento entre o sul e o norte com o intuito de reforçar capacidades e sistemas.

Ensino técnico e profissionalizante (ETP)

Estudos já mostraram os possíveis impactos positivos dos programas de ETP, porém isso não significa que esses impactos estejam garantidos (ver Card, Kluve e Weber, 2010). As avaliações dos impactos mostram que as intervenções nem sempre aumentam a empregabilidade dos participantes e que nem sempre apresentam uma boa relação custo-benefício. Constatou-se que os programas que envolveram os empregadores ou que guardavam vínculos claros com o setor privado e os mercados de trabalho locais produziram resultados melhores.

A experiência internacional já mostrou a importância da coordenação entre programas de ETP, os quais costumam ser fragmentados, e da implementação de enfoques robustos e compartilhados para acompanhar os resultados dos programas em termos de empregabilidade (consulte Almeida et al,. 2012).

Gestão do setor público

A pertinência do envolvimento no tocante à gestão do setor público no nível estadual foi confirmada pela avaliação do Grupo de Avaliação Independente sobre o envolvimento do Banco Mundial nesse nível (Banco Mundial, 2010b) e pelo estudo The World Bank’s Approach to Public Sector Management 2011-2020: Better Results from Public Sector Institutions (Banco Mundial, 2012).

O subcomponente relativo à gestão do setor público tira partido do

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envolvimento nas áreas de administração tributária e gestão do setor público no primeiro DPL. Também se beneficia do envolvimento de longa data em gestão do setor público em Minas Gerais e em outros Estados (Banco Mundial, P121590 e Minas Gerais-World Bank Partnership: Building on a Strong Foundation and Leading to Next Steps, Relatório nº 40036-BR, junho de 2007; e Estado para Resultados, Governo de Minas Gerais, 2010).

O trabalho também é enriquecido pelas próprias análises do Estado sobre a experiência na reforma da gestão do setor público (consulte, por exemplo, o documento Revisão do PPA 2013, Anexo I, Governo de Pernambuco, 2013, que analisa o enfoque da gestão em Pernambuco). A pertinência do envolvimento na área da gestão do setor público no nível estadual foi confirmada pela avaliação do Grupo de Avaliação Independente de 2010 sobre o envolvimento do Banco Mundial nesse nível (Banco Mundial, 2010b).

Criminalidade e violência

O relatório Making Brazilians Safer: Analyzing the Dynamics of Violent Crime, concluído em 2011, detalha o papel da escolarização e da coesão social na redução da violência. Salienta também os aspectos promissores do PPV em Pernambuco, observando o seu enfoque abrangente e integrado, a forte cultura da gestão com foco em resultados e a ênfase na combinação de medidas de controle e prevenção. O DPL também é embasado por estudos sobre os jovens em situação de risco (2008) e sobre a criminalidade e a violência (2008) no Brasil, que também proporcionaram insumos sobre as tendências e boas práticas no país.

Evidências da relação entre as drogas e a violência (OMS, 2009) confirmam a pertinência do combate ao problema por meio de políticas integradas. Também foram examinados estudos sobre a relação entre o consumo de drogas e a violência causada por parceiros íntimos (El Bassel et al., 2005; Gilbert et al. 2012).

As lições extraídas das avaliações da violência relacionada ao crack e da reabilitação de viciados em crack embasaram esta operação e a decisão de incluir um programa de reabilitação de viciados (Ribeiro et al., 2010a; Duailibili et al., 2008; Ribeiro et al., 2010b; INPAD, 2010; Lins et al. 2010; Becker 2012) para tratar das especificidades dos

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usuários de crack (inclusive no tocante ao gênero) e das implicações socioeconômicas e para a saúde pública de um vício conhecido pelos seus efeitos devastadores de longo prazo.

Violência baseada no gênero

O World Development Report de 2012 sobre a igualdade de gênero (WDR 2012) reconhece o papel vital que os governos podem desempenhar na busca por uma maior igualdade de gênero mediante a influência de programas e políticas sensíveis às questões de gênero.

No âmbito do seu Plano de Ação sobre o Gênero (Gender Action Plan – GAP), o Banco apoiou vários estudos que embasam a operação proposta, como Orlando et al. (2012), sobre a autonomia econômica das mulheres na América Latina e no Caribe; Chioda (2011), sobre o trabalho e a família, e Azevedo et al. (2012), sobre o efeito do poder econômico das mulheres na América Latina e no Caribe.

Análises recentes sobre a violência doméstica no Brasil (Perova et al., 2012) demonstraram os elevados custos associados a esse problema e a importância do discurso público sobre a violência doméstica e das políticas para combatê-la, consagradas na Lei Maria da Penha (2006).18 Esse trabalho destacou uma série de barreiras para alcançar uma implementação tranquila da legislação sobre esse tipo de violência e reduzir a violência baseada no gênero, como a falta de informações sobre as respectivas disposições legais, as normas sociais e o baixo nível de autonomia.

Saúde Um estudo do Banco sobre o envelhecimento no Brasil mostrou como a transição demográfica e epidemiológica em curso no país, com a crescente parcela da morbidade decorrente de doenças não transmissíveis, impactará o sistema de saúde (Banco Mundial, 2011).

O estudo Brazil’s Sistema Único de Saúde After 20 Years: Achievements, Challenges, and Unresolved Issues (Gragnolati et al., a ser publicado), confirma que o SUS contribuiu para a melhoria da cobertura, das condições de saúde e da proteção financeira, mas também nota problemas significativos no acesso ao atendimento de

18 A Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos para prevenir e conter a violência doméstica em conformidade com a Constituição, com a Convenção de Belém do Pará e com a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) das Nações Unidas, cria tribunais especiais para tratar da violência doméstica e familiar, e estabelece medidas de assistência e proteção para as vítimas.

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especialistas e a serviços de diagnóstico, a baixa qualidade dos serviços de saúde e a falta de integração entre os diferentes elementos do sistema de saúde.

Atualmente, o Banco está fazendo um novo trabalho analítico sobre doenças crônicas e o sistema de saúde no Brasil.

V. A OPERAÇÃO PROPOSTA: DPL PARA A IGUALDADE E O CRESCIMENTO INCLUSIVO EM PERNAMBUCO

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

A operação proposta é um Empréstimo para Políticas de Desenvolvimento (DPL) não parcelado para o Estado de Pernambuco, no montante de US$ 550 milhões. O objetivo de desenvolvimento dessa operação é ajudar o Governo de Pernambuco a fortalecer a concepção, a implementação, o monitoramento e a avaliação de políticas e programas destinados a promover o crescimento sustentado e melhorar as oportunidades econômicas para os pobres, consolidando inovações na gestão do setor público, prevenindo a criminalidade e a violência e reduzindo o ônus associado às doenças crônicas.

ÁREAS DE POLÍTICA

54. A operação está alinhada com os três principais componentes da estratégia Todos por Pernambuco, do Governo do Estado, a saber: i) Nova Economia – Oportunidade para todos os pernambucanos; ii) O Estado do Fazer – Capacidade de Gerar Resultados; e iii) Qualidade de Vida – Uma Vida Melhor para Todos os Pernambucanos. No âmbito da estratégia mais ampla do Estado, esta operação de políticas de desenvolvimento apoia as seguintes áreas de política: desenvolvimento econômico regional, desenvolvimento do setor privado, ensino técnico e profissionalizante, inclusão produtiva, gestão do setor público, prevenção da criminalidade e da violência, e saúde. Em cada uma dessas áreas, que correspondem a subcomponentes da matriz de políticas, a operação apoia ações cruciais visando à institucionalização e à ampliação de políticas e programas do Governo fundamentais ou à criação de sistemas de monitoramento e avaliação que constituirão o alicerce para a formulação de políticas baseada em dados e orientada pelo desempenho no futuro. Juntas, as ações de políticas devem ajudar a promover o crescimento sustentado e a melhoria das oportunidades econômicas para os pobres, a consolidação das inovações na gestão do setor público, a prevenção da criminalidade e da violência e a redução do ônus associado às doenças crônicas. As seções a seguir descrevem cada área de política. Em seguida, o Anexo 2 apresenta a matriz de políticas

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mais ampla, incluindo a legislação específica ou outros documentos vinculados às ações de política.

COMPONENTE 1: NOVA ECONOMIA – OPORTUNIDADES PARA TODOS OS PERNAMBUCANOS

Subcomponente 1.1. Desenvolvimento econômico regional: Fortalecer o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial (PROINFRA) por meio do desenvolvimento de um sistema de monitoramento e avaliação para fornecer informações para a formulação de políticas baseada em dados.

Descrição e desafios

55. Para acelerar o desenvolvimento regional, Pernambuco precisará ampliar os esforços para desenvolver polos de crescimento competitivos em todo o Estado, zelando para que as áreas defasadas estejam bem conectadas às oportunidades atuais e futuras. Apesar dos avanços socioeconômicos recentes, ainda resta um desafio fundamental ao desenvolvimento ao interior para que participe de forma mais inclusiva no processo de crescimento do Estado. Para que isso ocorra, a estratégia de desenvolvimento regional do Estado precisará: i) promover o desenvolvimento de polos de crescimento competitivos e sustentáveis no interior e nas áreas costeiras de Pernambuco, levando em consideração as vantagens comparativas das respectivas áreas; ii) articular a importância da concentração geográfica da atividade econômica, reconhecendo que os ganhos de produtividade resultantes da aglomeração podem resultar em um crescimento mais acelerado do que se a atividade for diluída em todo o Estado e iii) reforçar a boa conectividade com os polos de crescimento já existentes e os emergentes para que os polos nas regiões defasadas possam tirar mais partido das oportunidades econômicas a serem geradas em outros locais.

56. Uma estratégia essencial do Governo de Pernambuco para estimular o crescimento inclusivo tem sido o uso de tributos e outros incentivos. Esse enfoque ainda precisa demonstrar que os ganhos resultantes desses estímulos (normalmente medidos em termos de receitas públicas e postos de trabalho criados) superam a soma dos ganhos perdidos em função dos investimentos não terem sido realizados em outro local e os custos administrativos da sua implementação. Isso será mais provável se o estímulo oferecer benefícios que investidores em potencial considerem significativos (conforme determinado por uma análise das preferências indicadas por eles ou pelas suas decisões de investimento anteriores) e se a política propriamente

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dita ou o investimento privado por ela desencadeado vier a gerar mais benefícios sociais (por ex., um bem público). No momento, esse tipo de análise da relação custo-benefício ou da demanda raramente é feita no Brasil. É mais raro ainda que ela contribua para a reformulação de uma política de estímulo. O uso do Governo de Pernambuco de tributos e outros incentivos para atrair recursos privados se beneficiaria de um mecanismo institucional que permitisse avaliar o impacto dos programas de desenvolvimento regional que oferecem incentivos ao investimento privado.

57. Um dos principais programas de incentivo, o PROINFRA, é um forte candidato ao estabelecimento desse mecanismo de monitoramento e avaliação e ajudaria o Governo de Pernambuco a aumentar a eficácia e a sustentabilidade do seu programa de desenvolvimento regional. O PROINFRA, que conta com apoio do Governo Federal e já foi adotado por vários outros Estados brasileiros, foi lançado em 2011 e será mantido até 2017. Ele opera subsidiando o custo total ou parcial de pequenos projetos de infraestrutura — normalmente entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, como conexões à rede elétrica e estradas vicinais — que, segundo se supõe, são necessários para desencadear os investimentos por empresas privadas. O instrumento do subsídio varia conforme acordo entre o investidor em potencial e o Governo. Ou o Governo financia a obra diretamente ou o investidor pode optar por acelerar o processo ao providenciar por si próprio o financiamento e descontar os custos de obrigações tributárias futuras (até um máximo de 10% do ICMS devido).

58. Até o momento, o programa contribuiu para desencadear três investimentos no interior do Estado, perfazendo um total de R$ 573 milhões e gerando 1.150 empregos. Outros dois investimentos estão em discussão e devem gerar mais R$ 50 milhões em despesas e outros 400 empregos. Em cada caso, o programa financiou a combinação de estradas de acesso e outras obras de terraplenagem. Os critérios empregados para alocar o subsídio foram: i) as características socioeconômicas do município; ii) a disponibilidade de transporte e, em especial, as conexões viárias; iii) a preexistência de outras empresas ou de um distrito industrial; iv) a presença de outras infraestruturas (por ex., a proximidade da rede elétrica, da rede de abastecimento de água) e v) o nível de apoio do governo municipal. O sistema de avaliação apoiado pelo projeto permitirá ao Governo de Pernambuco ver mais claramente até que ponto esses e outros investimentos podem ser atribuídos ao programa, bem como medir o retorno social gerado por eles.

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Ações de política específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

Ação prévia 1.1.1: O Estado criou a fundamentação legal para o estabelecimento de um sistema de monitoramento e avaliação para o programa PROINFRA, que fornecerá informações para a formulação de políticas baseada em dados.

59. O estabelecimento de um sistema de M&A exigirá a aprovação de um decreto estipulando que o programa seja avaliado regularmente (Decreto 38.971) e, posteriormente, uma Portaria especificando os princípios e enfoques a serem usados nessas avaliações. O sistema consistirá na produção e divulgação ao público de uma análise econômica do programa. A análise deve medir os benefícios sociais e particulares dos investimentos públicos em infraestrutura e os demais benefícios sociais e privados da disposição que permite às empresas recuperar os gastos em infraestrutura mediante desconto das obrigações tributárias futuras. A metodologia detalhada será definida pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), mas deve envolver uma comparação ex post entre: i) os municípios que não recebam investimento algum; ii) os que recebam investimentos financiados total ou parcialmente por despesas públicas e iii) os que recebam investimentos financiados inteiramente por meio de créditos fiscais. Essa ação de política deve ajudar o Governo de Pernambuco a avaliar o impacto dos programas de desenvolvimento regional que funcionam por meio da oferta de incentivos ao investimento privado e, assim, a ajustar a sua estratégia conforme o caso. O objetivo do sistema de monitoramento e avaliação é assegurar que as informações sobre a eficácia dos incentivos sejam levadas em conta nas rodadas seguintes de formulação de políticas. A AD Diper comunicará os resultados da avaliação por meio do seu website e de reuniões com o público. Com o decorrer do tempo, o sistema de M&A deve aumentar a eficácia do PROINFRA e, de modo mais geral, da política do Governo na busca do desenvolvimento econômico sustentável no interior do Estado, o que beneficiará os segmentos mais pobres da população de maneira desproporcional e reduzirá as desigualdades espaciais.

Subcomponente 1.2. Desenvolvimento do setor privado: reduzir as barreiras administrativas à inscrição de empresas e assegurar que as empresas possam concluir o processo de registro no Estado no prazo de 72 horas.

Descrição e desafios

60. Para que Pernambuco sustente o crescimento econômico acelerado no médio prazo, serão necessárias melhorias constantes no clima de investimento para estimular a iniciativa

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privada. Pernambuco não pode dar como líquida e certa a perpetuação do período recente de fortuna, pois, em algum momento, o processo de recuperação da industrialização, que partiu de níveis reduzidos, vai se desacelerar e a importância do investimento como motor do crescimento diminuirá. Para garantir a manutenção de um patamar de investimentos saudável, será essencial que os esforços catalisadores do Estado visando à oferta de insumos estratégicos na forma de infraestrutura sejam cada vez mais complementados e, um dia, substituídos por atividades impulsionadas pelo setor privado. Para que isso ocorra, todavia, o Estado precisará fortalecer as condições favoráveis ao dinamismo do setor privado, o que exigirá novos esforços para melhorar o clima de investimento.

61. Historicamente, processos burocráticos demorados limitam o registro de empresas em Pernambuco, diminuindo a atração e a retenção de empresas no Estado. Nos últimos três anos, cerca de 50 mil novas empresas foram registradas anualmente, das quais 30 mil o fizeram no âmbito da Lei do Microempreendedor Individual (uma lei federal que se aplica apenas a microempresas em atividades de baixo risco e faturamento anual de até 60 mil reais), enquanto as outras 20 mil optaram pela REDESIM. Das novas empresas registradas, 57% estavam localizadas na Região Metropolitana do Recife, 18% no Agreste e o restante na Zona da Mata e no Sertão. Mas dados de levantamentos sugerem que pode haver um grande número de empresas informais em Pernambuco — cerca de 570 mil apenas nas áreas urbanas, de acordo com a mais recente Pesquisa da Economia Informal Urbana (2003) —, empresas essas que se beneficiariam da simplificação dos procedimentos para registro. Das empresas informais levantadas em 2003, aproximadamente 55 mil (10%) empregavam duas pessoas ou mais e, portanto, poderiam tirar proveito da reforma apoiada no âmbito desta operação.

62. De acordo com dados do Municipal Scorecard da IFC, em 2009 eram necessários 60 dias para registrar uma empresa em Pernambuco. Para que uma empresa seja registrada, ela precisa: i) registrar-se e obter um número de inscrição no CNPJ; ii) registrar-se e obter um número de Inscrição Estadual e iii) registrar-se e obter um número de Inscrição Municipal e o Alvará de Funcionamento). Embora essa situação seja comum no Brasil, o Governo de Pernambuco determinou que é prioritário simplificar esse processo para diminuir o prazo total de registro, usando a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM). No seu cerne, a REDESIM pode ser entendida como um sistema de informação que coleta dados das Juntas Comerciais, os agrega e emite, simultaneamente, os registros e inscrições estaduais, municipais e federais.

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

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Ação prévia 1.2.1: A Junta Comercial de Pernambuco (JUCEPE) firmou acordos com os órgãos e municípios em questão para implementar a REDESIM/PE e estabelecer um guichê único para o processo de registro de empresas, reduzindo assim as barreiras administrativas para a inscrição de empresas.

63. O DPL apoiará a redução das barreiras administrativas ao registro de empresas por meio da REDESIM, assegurando que o processo de registro no Estado possa ser concluído no prazo de 72 horas.19 O processo exigiria a integração dos procedimentos de registro com: i) a JUCEPE, ii) o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na esfera federal e iii) as autoridades fiscais na esfera estadual ou municipal (dependendo do tipo de atividade econômica), o que, por meio da REDESIM, reduziria o prazo total de registro para 72 horas. Além disso, o Estado visa a incluir no processo da REDESIM o licenciamento exigido pelos órgãos estaduais e/ou municipais para a concessão de licenças sanitárias (CPRH), ambientais (APEVISA), de segurança contra incêndio (CBMPE) e demais licenças relacionadas ao planejamento urbano. A ação de política apoiada pelo DPL é obter a adesão de 25 municípios (representando 80% de toda a atividade de registro de empresas) e a implementação do sistema por meio de convênios entre a JUCEPE, os municípios e os órgãos responsáveis (CPRH, APEVISA, CBMPE). Ao longo de todo o período da implementação, o Estado está oferecendo orientação aos municípios envolvidos.

64. A simplificação do registro de empresas deve produzir resultados tangíveis por uma série de razões. Os procedimentos burocráticos nos níveis federal, estadual e municipal somados atrasam bastante a abertura ou o fechamento de empresas em resposta às circunstâncias voláteis do mercado. Essas barreiras também limitam o crescimento das pequenas empresas ao desestimular a saída da situação de microempreendedor, restringem a possibilidade de concorrência interna e, assim, prejudicam uma importante fonte de crescimento da produtividade. Na medida em que os complicados procedimentos também afetam a imagem do Estado como um destino para os investimentos que acolhe bem as empresas, isso também pode frear investimentos bastante necessários para conectar os grupos existentes e emergentes, como o complexo industrial criado em torno do Porto de Suape. É importante notar que a simplificação dos procedimentos não implica um afrouxamento da fiscalização por parte dos órgãos reguladores. Antes, envolve a adoção de um sistema baseado no risco, segundo o qual apenas as

19 A experiência de outros Estados brasileiros sugere que esse é um objetivo realista: o Ceará, por exemplo, aumentou a proporção de empresas registradas em até 72 horas de 29% para 80% entre 2009 e 2011.

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atividades consideradas de grande potencial para causar impactos ambientais ou sociais negativos são selecionadas para mais avaliações.

Subcomponente 1.3. Ensino técnico e profissionalizante: Fortalecer os programas de ensino técnico e profissionalizante (ETP) por meio do desenvolvimento de um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para apoiar o desenvolvimento de políticas e a gestão de programas, e, com o tempo, reforçar os resultados em termos de emprego para as populações visadas pelos programas.

Descrição e desafios

65. A fim de estimular o crescimento econômico inclusivo, o Estado também envidou esforços para preencher lacunas em termos de qualificações por meio do ETP. Pernambuco é uma economia em franco crescimento, com uma crescente demanda por mão de obra qualificada. O Governo do Estado identificou a promoção da qualificação e da empregabilidade dos trabalhadores como um elemento-chave da estratégia para apoiar o desenvolvimento do setor privado. Para esse fim, o Estado está ampliando drasticamente a oferta de programas de ETP (de 18.490 vagas em 2011 para 93.380 em 2012).20 Esses programas são de dois tipos: Educação Profissional Técnica de Nível Médio (TEC) e Formação Inicial e Continuada (FIC). Os programas TEC são de longa duração (mínimo de 800 horas) e se destinam à população em idade escolar. Os cursos são ministrados sob os auspícios da Secretaria de Educação (SEE). Os programas FIC são de duração mais curta (entre 160 e 400 horas) e se destinam à força de trabalho existente. Esses cursos são organizados sob os auspícios da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo (STQE). A expansão do ETP em Pernambuco se deu por meio da ampliação dos próprios programas do Estado (em termos de número de programas e cobertura), do aumento do número de escolas técnicas estaduais e da implementação do PRONATEC.21 A Tabela 7, a seguir, relaciona os principais programas de ETP no Estado e o respectivo número de vagas.

20 O TEC oferece, ao mesmo tempo, ensino técnico e profissionalizante, juntamente com um currículo geral do ensino médio para desenvolver conhecimentos sólidos em matemática, língua portuguesa e língua estrangeira, além do pensamento crítico. Após a conclusão do TEC na modalidade do Ensino Médio Integrado, os alunos recebem um diploma e podem tentar ingressar em uma universidade ou entrar no mercado de trabalho.21 O PRONATEC tem um sistema duplo, com cursos de longa duração do PRONATEC-TEC (800 horas), para alunos do ensino médio, e cursos de curta duração do PRONATEC-FIC (de 160 a 400 horas), para a força de trabalho existente. O Governo Federal prevê a criação de oito milhões de vagas em cursos e programas profissionalizantes de curta duração até 2014 no Brasil.

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Tabela 7. Programas de ETP em Pernambuco e Algumas Características

Vagas em 2011

Vagas em 2012

TECCursos técnicos da SEE nas escolas técnicas do Estado

10.069 13.474

Cursos técnicos da SEE na modalidade de ensino a distância

0 4.473

PRONATEC-TEC 1.686 4.386FICNovos Talentos 5.125 13.957Projovem Trabalhador 0 12.000Qualipetro – instrutores 0 76Qualipetro – alunos 0 1.520Polo Automotivo (construção civil, qualificações básicas, cursos técnicos, Qualiauto)

0 7.730

Polo Naval 0 3.000Planteq e Planseq 1.610 1.483PRONATEC-FIC-MDS 0 27.642PRONATEC-FIC-TEM 0 3.639

TOTAL 18.490 93.380

66. A rápida expansão da ETP e a diversidade de atores envolvidos criam importantes desafios. O sistema de ETP em Pernambuco envolve vários provedores. Os programas de cursos técnicos (TEC) da SEE são oferecidos em Escolas Técnicas Estaduais e por meio de centros de ensino a distância; em ambos os casos, os cursos são custeados pelo Estado. Atualmente, 52% dos alunos desses programas são mulheres. Esses cursos são complementados pelo PRONATEC-TEC, oferecido pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia de

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Pernambuco (IFPEs) e pelo Sistema S22 e custeado com recursos federais. O Sistema S também é o principal provedor de programas FIC.23 O sistema FIC abrange um conjunto bastante heterogêneo de programas, destinado a um grupo mais diversificado em termos de população e qualificações. Eles podem ser classificados em três tipos principais. Primeiro, cursos destinados a complementar a formação profissional de jovens por meio de cursos profissionalizantes desenvolvidos em parceria com o Sistema S ou com os Institutos Federais de Tecnologia (por ex., o Projovem, para quem abandonou a escola, e o Novos Talentos, para alunos do Ensino Médio). Segundo, cursos oferecidos em âmbito local, vinculados a lacunas na qualificação em setores em expansão e destinados a aprofundar a oferta de mão de obra qualificada (por ex., Qualipetro e os Polos Automotivo e Naval). Terceiro, cursos oferecidos à população vulnerável (por ex., o PRONATEC/MDS). Essa diversidade cria dificuldades em termos de coordenação, coleta de dados para monitoramento e gestão dos programas.

67. Embora o Governo do Estado tenha adotado um novo modelo de gestão do setor público com foco em resultados, as informações coletadas sobre os programas de ETP continuam centradas nos insumos de cada programa e não no desempenho do sistema como um todo. A expansão do ETP não foi acompanhada pela montagem dos respectivos sistemas de M&A para fazer o devido acompanhamento da qualidade e eficiência dos programas, garantindo a pertinência às necessidades de um mercado de trabalho em constante evolução e, por extensão, a empregabilidade dos beneficiários desses programas. Atualmente, o monitoramento é feito por programa, são coletadas informações de cada uma das diversas instituições e não há um sistema integrado. Ademais, os indicadores estão voltados para os insumos e processos e não para os resultados, como o número de pessoas matriculadas que encontram emprego e que permanecem empregadas após um determinado tempo. Há uma carência de informações em três níveis principais: i) índice de colocação no emprego dos beneficiários do ETP; ii) eficácia do currículo e dos cursos oferecidos no apoio ao desenvolvimento econômico do Estado e iii) até que ponto as atuais políticas técnicas e profissionalizantes nos diversos níveis estão contribuindo para o desenvolvimento das

22 O Sistema S abrange uma rede de centros de formação custeados com recursos públicos. São três grupos principais: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), gerido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI); o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), gerido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), gerido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e voltado para a agropecuária. Em virtude dos vínculos diretos com os respectivos setores, o Sistema S é notório pela pertinência e qualidade da formação oferecida.23 A maior parte da formação em Pernambuco é oferecida pelo Sistema S (uma instituição paraestatal) e por escolas públicas. Em alguns programas, como o Projovem, provedores privados são contratados por períodos curtos. Atualmente, o PRONATEC está em vias de credenciar outros provedores além do Sistema S, para que o setor privado possa desempenhar um papel cada vez maior ao longo do tempo.

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qualificações dos alunos em linha com as aspirações pessoais e as necessidades das empresas. Um sistema de monitoramento e avaliação integrado dos ETPs poderia ter um papel decisivo nos esforços do Estado para promover uma estratégia integrada de emprego e qualificação, evitar a sobreposição de programas, fomentar a coordenação entre os programas e aumentar a empregabilidade dos beneficiários do ETP.

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

Ação prévia 1.3.1: O Estado criou a fundamentação legal para o estabelecimento de um sistema de monitoramento e avaliação para os programas de ETP no Estado que apoiará a formulação de políticas e a gestão de programas.

68. O DPL apoiará o desenvolvimento de um sistema integrado de M&A dos programas de ETP implementados no Estado e adotados pela SEE e STQE, e zelará para que indicadores fundamentais sobre insumos, eficiência e resultados estejam disponíveis para a tomada de decisões.24 O monitoramento e a avaliação vão gerar dados sobre todo o sistema (coletando e integrando informações de todos os programas da SEE e da STQE) para embasar a gestão dos programas e o desenvolvimento de políticas em um sistema complicado e de rápido crescimento. Esse sistema permitirá, em cada programa, o monitoramento regular do que os participantes estão aprendendo, bem como da matrícula, conclusão e resultados em termos de emprego de acordo com características demográficas dos beneficiários (por ex., gênero, idade) e áreas geográficas. Isso poderá ajudar na reformulação de programas. A ação de política nesta área abrange duas etapas principais no estabelecimento do sistema. Em primeiro lugar, um decreto estadual institucionalizará um programa de ETP integrado, que servirá como o contexto mais amplo que vai abarcar todas as iniciativas e que definirá os mecanismos de coordenação entre as diferentes secretarias envolvidas. Além disso, esse decreto explicitará os objetivos do programa, criará um comitê intersetorial (encabeçado pela STQE, em parceria com a SEE) responsável pelo monitoramento e gestão do mesmo, e estabelecerá as responsabilidades e modalidades dos relatórios de avaliação anual dos resultados dele, a fim de apoiar o planejamento das atividades nos anos seguintes. Dessa forma, a estrutura institucional do sistema de M&A terá funções claras e mecanismos de coordenação entre as várias secretarias envolvidas no ETP. Ademais, ela estabelecerá vínculos entre as informações fornecidas e a ampliação do programa, ao exigir a elaboração e publicação de um relatório de avaliação anual a ser discutido pelo comitê em uma

24 Um sistema “integrado” significa que haverá um único sistema para os programas de trabalho e ensino, e que o sistema coletará e consolidará dados comparáveis sobre diferentes etapas dos respectivos programas (inscrição, registro, conclusão e inserção no mercado de trabalho).

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reunião para esse propósito e considerado no planejamento de vagas. Em segundo lugar, o Estado instituirá o sistema de monitoramento e avaliação, definirá as diretrizes para a sua implementação e o uso dos dados produzidos pelo sistema para ajudar na gestão do programa e oferecerá informações para a formulação de políticas baseada em dados. O relatório da avaliação anual será divulgado entre possíveis aprendizes, que terão acesso a mais informações, e permitirá ajustar a demanda entre programas, que passarão a exigir mais oportunidades de formação oferecidas pelo Estado.

69. Essas medidas possibilitarão a disponibilidade regular de dados consolidados sobre a qualidade e a eficiência dos programas, a empregabilidade dos beneficiários e a satisfação dos clientes. Isso permitirá analisar não apenas a eficiência e o desempenho no nível dos programas, mas também os resultados no nível dos participantes e a sua relação com o gênero, nível de escolaridade, localização, etc. O sistema será implementado em conjunto pela STQE e SEE (com a STQE atuando como principal executor e organizador) e permitirá monitorar a eficácia dos programas de ETP e reduzir a fragmentação. A expectativa é que informações melhores sobre o desempenho sejam usadas no planejamento dos programas de maneira a aumentar a qualidade e a pertinência dos ETPs no Estado. Uma vez que boa parte do aumento das vagas no ETP está em programas voltados especificamente para os grupos pobres ou desfavorecidos (por ex., o Projovem Trabalhador e o PRONATEC/MDS), as melhorias de modo geral na política de ETPs devem beneficiar os pobres de maneira desproporcional. Com o novo sistema de M&A, Pernambuco também poderá levar à frente a agenda da promoção da equidade no acesso a serviços e programas nessa área, em prol das populações afrodescendentes e indígenas, consolidando as informações sobre a cobertura e os resultados dos programas nesses grupos populacionais. Esse objetivo de promover a equidade será incluído no texto do decreto que institui o sistema. As informações fornecidas pelo sistema poderão então ser usadas como insumo para as discussões com o Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnicorracial (CEPIR), encarregado dessa política no Estado.

Subcomponente 1.4. Inclusão produtiva: Fortalecer e ampliar o programa de inclusão produtiva, Pernambuco no Batente, que promove a empregabilidade e/ou as oportunidades de renda para os segmentos mais pobres da população.

Descrição e desafios

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70. Apesar do crescimento econômico recente em Pernambuco, as oportunidades para sair da pobreza por meio do emprego produtivo permanecem limitadas entre as pessoas em situação de extrema pobreza. O fato de que uma grande parcela da população que depende de programas de assistência social não consegue sair da pobreza buscando empregos produtivos tem sido um dos principais obstáculos ao crescimento mais inclusivo no Estado. A baixa qualificação e as lacunas em termos de habilidades e qualificações entre os pobres são fatores importantes por trás desse desafio. Embora o fortalecimento do ensino profissionalizante para oferecer cursos de alta qualidade, de longa duração e em larga escala aos alunos nas escolas possa ser um passo importante para promover as oportunidades para todos, talvez não seja suficiente para assegurar a participação dos mais pobres no crescimento mediante o reforço do emprego e/ou das oportunidades de renda. É fundamental contar com programas complementares direcionados a essa parcela da população, especialmente na forma de intervenções adaptadas às suas necessidades, nível de qualificação e habilidade, com a integração de elementos de formação por meio de cursos de duração mais curta, fora das escolas, para a força de trabalho existente, além de assistência técnica.

71. O Estado criou o programa de inclusão produtiva Pernambuco no Batente (PB), direcionado às famílias pobres e vulneráveis registradas como extremamente pobres (com renda per capita inferior a R$ 70 por mês) no Cadastro Único. O PB oferece à população-alvo formação e assistência técnica para o desenvolvimento de empresas e apoia a construção e operacionalização dos Centros de Inclusão Produtiva (CIPs). As convocações para inscrição são feitas na esfera local por meio de anúncios em rádios comunitárias, bicicletas com alto-falantes, folhetos e outros meios; a seleção é feita por ordem de chegada. O objetivo do programa é ajudar as famílias de baixa renda a sair da pobreza por meio do emprego e do desenvolvimento de competências técnicas e de negócios vinculadas ao mercado de trabalho local e às cadeias produtivas.25 Como parte desse esforço, o Estado tratou de ampliar a cobertura e o alcance do programa de inclusão produtiva entre as populações afro-brasileiras e indígenas. Especificamente, em uma iniciativa vinculada aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), no âmbito do plano Brasil sem Miséria, assistentes sociais aplicaram as novas

25 O programa é complementado pelo PRONATEC/MDS, um programa federal de inclusão produtiva. O PB e o PRONATEC/MDS diferem em termos de cobertura geográfica, exigência de escolaridade mínima (inexistente no caso do PB) grupo-alvo (todas as pessoas incluídas no Cadastro Único, no caso do PRONATEC; os extremamente pobres, no caso do PB, representando 67% do Cadastro Único) e tipos de benefícios oferecidos. Além do PB e do PRONATEC/MDS, o Estado de Pernambuco conta com dois outros programas direcionados a grupos específicos: o Chapéu de Palha, para trabalhadores da cana-de-açúcar, proporcionando renda complementar por meio de empregos temporários fora da estação, e o Mãe Coruja, para gestantes e lactantes, destinado a reduzir a mortalidade infantil por meio da educação cívica e da conscientização.

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ferramentas nacionais para inscrever essas populações no Cadastro Único, a porta de entrada para todos os programas atuais.

72. Apesar dos resultados positivos, o Pernambuco no Batente ainda é pequeno e depende de recursos ad hoc. Atualmente, o programa tem 8.200 beneficiários e um orçamento anual de cerca de US$ 5 milhões (em torno de 9% do orçamento total do Estado para a assistência social). Ele está sendo implementado em 41 municípios, com um total de 62.543 famílias em situação de extrema pobreza. Entre os participantes cadastrados, 87% são mulheres. Além de oferecer formação, o programa apoiou a construção de seis CIPs, onde são feitas sessões em grupo voltadas para as habilidades e práticas relacionadas à produção ou às necessidades do mercado local, com base nas preferências dos beneficiários. Os CIPs também oferecem assistência técnica para o desenvolvimento dos negócios dos beneficiários e de cooperativas. Entre os beneficiários do programa, 61% foram absorvidos pelo mercado de trabalho local, seja como empregados (40%) ou como trabalhadores por conta própria (21%). Em 2012, o Governo envidou grandes esforços para fortalecer o programa, ao i) oferecer apoio à equipe de assistência social na Busca Ativa e inclusão de famílias extremamente pobres no Cadastro Único, ii) estabelecer parcerias com empresas do setor privado e iii) promover atividades vinculadas à agroindústria em colaboração com a Secretaria de Agricultura. Para evitar a duplicidade de esforços com o Ministério da Agricultura, o programa de inclusão produtiva funciona em áreas geográficas distintas das abrangidas pelo ministério. O programa também é coordenado com a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, sobretudo na elaboração dos currículos dos programas de formação e na distribuição das vagas do PRONATEC/MDS.26 Apesar dos bons resultados e da demanda dos cidadãos, os recursos estaduais são liberados caso a caso. Esse processo limita o investimento na capacidade de implementação e o espaço para crescimento. Ademais, na ausência de recursos regulares e institucionalizados, o monitoramento dos resultados e a supervisão pelo Estado têm sido fracos e têm enfocado, principalmente, os indicadores de processos.

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

26 O programa é complementado pelo PRONATEC/MDS, um programa federal de inclusão produtiva. O PB e o PRONATEC/MDS diferem em termos de cobertura geográfica, exigência de escolaridade mínima (inexistente no caso do PB) grupo-alvo (todas as pessoas incluídas no Cadastro Único, no caso do PRONATEC; os extremamente pobres, no caso do PB) e tipos de benefícios oferecidos. Além do PB e do PRONATEC/MDS, o Estado de Pernambuco conta com dois outros programas direcionados a grupos específicos: o Chapéu de Palha, para trabalhadores da cana-de-açúcar, proporcionando renda complementar por meio de empregos temporários fora da estação, e o Mãe Coruja, para gestantes e lactantes, destinado a reduzir a mortalidade infantil por meio da educação cívica e da conscientização.

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Ação prévia 1.4.1: O Estado criou um mecanismo de financiamento para a implementação do Programa de Inclusão Produtiva pelos municípios pernambucanos, o qual está vinculado a convênios de gestão com foco em resultados que dispõem sobre o monitoramento dos resultados e metas anuais para a prestação de serviços.

73. O DPL apoiará a criação, pelo Estado de Pernambuco, de um mecanismo de financiamento para a implementação do Pernambuco no Batente pelos municípios, o qual está vinculado a convênios com foco em resultados que dispõem sobre o monitoramento dos resultados e metas anuais para a prestação de serviços. A ação de política nessa área estabelece o Sistema de Transferência Automática (STA) e Regular de Recursos Financeiros do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS), para transferir recursos para os Fundos Municipais de Assistência Social (FMAS). A possibilidade de os municípios acessarem essa linha será regulada por: i) uma resolução da Comissão Intergestora Bipartite (CIB) (aprovada pelo Conselho Estadual de Assistência Social), que estabelece os critérios para a transferência regular e automática de recursos usando o STA no programa de inclusão produtiva, bem como o montante a ser transferido conforme as cadeias produtivas locais de cada município; e ii) uma portaria que estabelece os critérios para que os municípios participem do STA, regulando o uso dos recursos e estipulando as exigências em termos de monitoramento pelos municípios, inclusive com um relatório anual sobre os indicadores dos processos. Os municípios terão acesso ao STA por meio da assinatura de um Termo de Adesão que estabelece as exigências anuais no tocante à prestação de serviços e ao monitoramento de resultados. Como parte das ações prévias, o Estado publicou uma resolução contendo uma versão preliminar do Termo de Adesão a ser firmado pelos municípios, com metas anuais para a prestação de serviços e os detalhes do relatório de avaliação a ser preenchido pelos municípios com os indicadores dos resultados. A meta para o número de municípios que devem firmar os Termos de Adesão é de 51. Esta ação deve ampliar a cobertura entre os pobres inscritos no Cadastro Único, bem como melhorar os programas de inclusão produtiva ao fortalecer o papel dos municípios, garantir a estabilidade dos recursos para a implementação sustentável da política e aumentar o foco nos resultados.

COMPONENTE 2 – O ESTADO DO FAZER – CAPACIDADE DE GERAR RESULTADOS

Subcomponente 2.1. Gestão do setor público: Fortalecer e ampliar o modelo de gestão com foco em resultados do Estado ao adotar os enfoques usados no Pacto pela Vida nas Secretarias de Saúde e de Educação e, gradativamente, em outras secretarias.

Descrição e desafios

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74. Desde 2007, o Estado de Pernambuco vem desenvolvendo um modelo de gestão com foco em resultados (GFR) para promover a eficiência na administração pública e na prestação de serviços. Embora o modelo abarque todas as áreas do Governo do Estado, ele foi desenvolvido de maneira mais aprofundada na área da segurança pública (na forma do Pacto pela Vida) e com menor intensidade nas áreas da saúde e da educação (mediante o Pacto pela Saúde e o Pacto Pela Educação).27 Esse enfoque contribuiu para a melhoria dos resultados pelo menos nas áreas da segurança pública e da educação, e também ajudou a concentrar os esforços das autoridades no desempenho e nos resultados. Contudo, atualmente o modelo depende bastante da liderança do Governador e da sua equipe, e sua implementação se deu sem a devida institucionalização formal. Um dos principais desafios para o Governo será formalizar e estender o modelo para que ele seja funcional para todo o setor público de Pernambuco.

75. Uma das principais características do modelo de GFR é a integração de todas as etapas do ciclo de políticas públicas, como o planejamento, o orçamento, o monitoramento, a avaliação e a prestação de contas. O modelo se baseia na integração dos processos de planejamento e orçamento, o que assegura que os recursos sejam efetivamente distribuídos entre as prioridades de política. Ele também incorpora elementos das práticas, rotinas e ferramentas de controle da qualidade, especialmente o uso do ciclo Planejar–Fazer–Verificar–Agir (PDCA, na sigla inglesa) a fim de inserir uma estrutura de solução de problemas nos processos administrativos

76. O modelo de GFR se baseia em dois pilares centrais. O primeiro é um processo participativo ativo para definir as prioridades, envolvendo consultas em cada uma das doze regiões de desenvolvimento do Estado, nos anos de 2007 e 2011 (para elaborar o PPA). O segundo é a adoção de reuniões de acompanhamento de alto nível (normalmente presididas pelo Governador), semanalmente no caso da segurança pública e a cada duas semanas no caso da saúde e da educação. Nessas reuniões, autoridades de alto escalão prestam contas pessoalmente sobre a consecução das metas. As reuniões também servem para identificar problemas e para

27 O Pacto pela Vida (PPV) abrange outras práticas operacionais e de gestão que complementam o modelo de gestão. O PPV é uma estratégia integrada para melhorar a segurança dos cidadãos e reduzir a criminalidade, exigindo a coordenação entre 12 secretarias estaduais, o Ministério Público e os governos locais. Para esse fim, o Governo criou um comitê executivo liderado pelo Governador, o qual se reúne a cada dois meses para monitorar os avanços, e cinco Câmaras Técnicas destinadas a resolver problemas e executar ações diretas relacionadas à segurança pública (por ex., proteção social, combate ao crack e administração de presídios). Essas câmaras estão diretamente subordinadas ao comitê executivo. Ademais, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, o órgão que lidera o PPV, adotou um sistema de abonos salariais vinculado ao desempenho medido por indicadores específicos.

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permitir intervenções pelo Governador e sua equipe para eliminar obstáculos à consecução das metas. Por último, o modelo prevê a elaboração de relatórios para o público sobre os progressos obtidos a cada quatro meses, com um relatório anual, o Relatório de Ação do Governo, apresentado também à Assembleia Legislativa.

77. Apesar do seu sucesso, o modelo também apresenta possíveis problemas de sustentabilidade. Primeiro, o atual arcabouço legal e regulamentar do modelo é mínimo e a maior parte dos principais processos foi instituída por meio de decisões do Executivo e poderiam ser revogadas facilmente. O Governo começou a institucionalizar o modelo de gestão, principalmente ao aprovar a Lei Estadual 141, de 3 de setembro de 2009. Essa lei estabelece um arcabouço legal básico ao integrar a prestação de contas, o planejamento, o orçamento, a administração e o controle como elementos fundamentais do modelo de gestão integrada de Pernambuco, e ao criar o Conselho de Gestão do Desempenho para acompanhar os avanços e produzir relatórios trimestrais para a Assembleia do Estado. No entanto, essa lei tão somente faz um delineamento muito geral dos processos de gestão. Outras ações tomadas recentemente abrangem a criação de um regime de serviço público específico para os especialistas em gestão pública (Lei Estadual 118/2008) e o estabelecimento do Instituto de Gestão Pública de Pernambuco (Decreto 37.846/2012) com o objetivo de promover a capacitação permanente de todos os servidores públicos na gestão com foco em resultados. Contudo, para que o modelo seja ampliado e institucionalizado, será necessário formalizar procedimentos e rotinas operacionais, como as desenvolvidas no Pacto pela Vida e replicadas parcialmente no Pacto pela Saúde e no Pacto Pela Educação. Também será necessário solucionar duas outras questões. A primeira é se os sistemas atuais estão enfocando os dados corretos e conseguem priorizar os dados necessários, pois existe a possibilidade de os sistemas de monitoramento estarem sobrecarregados pelos dados, especialmente porque o sistema é estendido. Segundo, embora o sistema atual pareça ser bem-sucedido, ele já consumiu tempo e energia consideráveis dos líderes políticos do Estado, inclusive do Governador, o que gera preocupação quanto à sustentabilidade caso a aplicação do modelo seja ampliada.

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

Ação prévia 2.1.1: O Estado estabeleceu a fundamentação legal para o modelo de gestão com foco em resultados e estendeu a sua aplicação a todo o Poder Executivo do Estado.

78. A operação apoiará o desenvolvimento de um arcabouço legal para o modelo de gestão com foco em resultados, além de medidas para aumentar a sua sustentabilidade. Isso

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ampliará o modelo e resultará na adoção das práticas operacionais e de gestão do Pacto pela Vida no Pacto pela Saúde e no Pacto Pela Educação até o próximo ano. Além disso, a fim de aumentar a sustentabilidade do modelo de gestão, todas as secretarias estaduais serão obrigadas a adotar a metodologia de gestão com foco em resultados como parte integrante das suas ferramentas de planejamento e recursos humanos. Isso implica que, por exemplo, os indicadores de resultados usados para calcular os pagamentos de abonos precisarão estar alinhados com o desempenho das secretarias. A expectativa é que, até 2014, pelo menos 50% das secretarias setoriais terão adotado essas medidas. Além desse decreto, o Governo está formulando a regulamentação visando à adaptação das ferramentas de planejamento institucional para a gestão com foco nos resultados, e a expectativa é que essa regulamentação tenha sido adotada no prazo de até seis meses.

COMPONENTE 3: QUALIDADE DE VIDA – UMA VIDA MELHOR PARA TODOS OS PERNAMBUCANOS

Subcomponente 3.1. Prevenção da criminalidade e da violência: Fortalecer os programas de prevenção da violência no Estado, enfocando a reabilitação dos usuários de crack, a violência baseada no gênero e a capacidade de monitoramento.

Descrição e desafios

79. Como parte do seu programa mais amplo de melhoria da segurança pública, o Governo de Pernambuco lançou um programa para reduzir a criminalidade associada ao tráfico e consumo de crack. Nos últimos cinco anos, as política de segurança pública do Estado (o Pacto pela Vida) promoveram reduções substanciais da criminalidade e violência. Contudo, os índices de homicídio e de outros tipos de violência continuam elevados, com os crimes relacionados a drogas (sobretudo o crack) constituindo um dos principais fatores. Lançado em setembro de 2011, o Programa Atitude é uma iniciativa inovadora destinada a oferecer apoio integral aos usuários de crack e às suas famílias.28 O principal objetivo do programa é reduzir o número de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) relacionados ao consumo de crack ao proteger e tratar as pessoas em maior situação de risco. O programa, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH) em coordenação com o Ministério Público e 12 secretarias estaduais, promove uma estreita articulação entre os setores da saúde e

28 O Programa Atitude é o principal foco da Política Estadual sobre Drogas, instituída em 2011 pela Lei 14.561.

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da segurança pública em todos os níveis do Estado. Ele combina um enfoque proativo para aproximar-se dos usuários e suas famílias (especialmente os que, notoriamente, correm risco de vitimação) com apoio psicológico e social mais tradicional em centros especializados. Conta-se também com centros de tratamento intensivo e assistência financeira temporária para quem conclui o programa, a fim de apoiá-los no processo de reintegração social e econômica.29 Em uma comunidade em que o programa tem funcionado de forma mais intensiva (Arco Verde), observou-se uma redução de 67% nos casos de violência e criminalidade envolvendo usuários de crack desde o lançamento oficial do programa. No seu primeiro ano de operação, o programa tratou aproximadamente 2.200 pessoas.

80. O primeiro ano de implementação do Programa Atitude demonstrou que existe uma necessidade premente de ampliar os serviços e de atrair profissionais mais qualificados. Embora o consumo de crack não se restrinja aos pobres, ele prevalece entre as populações vulneráveis do ponto de vista socioeconômico e, em especial, entre os afrodescendentes (negros e pardos), que, atualmente, correm mais risco de estarem expostos ao crack e têm opções mais limitadas para buscar tratamento e reabilitação.30 A demanda por apoio por parte dos usuários que correm risco de vitimação e que algumas vezes chegam a deixar as suas comunidades se mostrou bem maior do que o esperado, superando a capacidade do programa na sua etapa-piloto. Assim, são necessários mais centros e mais profissionais qualificados para suprir essa demanda. Também é preciso chegar a outros territórios fora da capital. De acordo com o Governo, o tráfico de drogas e o consumo de crack estão se espalhando para o interior do Estado e, no momento, todos os centros do Programa Atitude estão concentrados na capital. Por último, é crucial para o programa conseguir oferecer tratamento separado/mais especializado para jovens

29 O enfoque abrangente do Programa Atitude para tratar e proteger os usuários de crack que correm o risco de vitimação segue um processo de quatro etapas, desde a abordagem dos usuários e respectivas famílias até o apoio na forma de renda visando à reinserção na sociedade dos que conseguem concluir o processo. A primeira etapa, a Abordagem Social é a fase do programa em que os agentes nas ruas vão às áreas em que se encontra a maioria dos usuários e os aborda, oferece apoio a eles e a suas famílias, e os leva para tratamento. Os que aceitam a ajuda são enviados para Casas de Apoio, um serviço que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, e oferece apoio psicológico e social aos usuários e a suas famílias. As Casas trabalham com grupos, oferecem primeiros socorros e cursos profissionais e conectam os beneficiários a outros programas sociais. Os usuários que ouvem falar sobre o programa também podem vir voluntariamente e ficar até seis noites nas Casas de Apoio. Quando as Casas não conseguem atender toda a demanda, os usuários são enviados para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) administrados pelos governos municipais. Os que buscam tratamento mais longo após passar pelas Casas de Apoio e pelos CAPSs podem solicitar o ingresso em Centros de Acolhimento Intensivo, a terceira etapa do programa, onde os usuários podem ficar de um a seis meses. Os que concluem o tratamento e deixam o programa após concluí-lo, tendo passado pelas duas etapas anteriores, recebem uma renda temporária de R$ 400,00, na forma do Aluguel Social, para ajudá-los no processo de reintegração.30 Os afrodescendentes (negros e pardos) representam mais de 66% da população ora atendida pelo Programa Atitude. Embora o programa não enfoque especificamente a inclusão racial, os afrodescendentes devem beneficiar-se de maneira desproporcional em vista da prevalência do vício do crack nas comunidades mais pobres.

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e mulheres, inclusive gestantes, que apresentam tipos específicos de vulnerabilidade ao vício do crack (inclusive biológico), com suas respectivas consequências em termos econômicos, sociais e de saúde pública.

81. A falta de institucionalização do programa restringiu o Governo na sua capacidade de ampliar os serviços do Programa Atitude para fazer face à crescente demanda. Essa ampliação tem ocorrido caso a caso e não está integrada ao enfoque estratégico e de monitoramento no cerne do PPV, necessário para que o programa seja adaptável e sustentável. Em setembro de 2012, o Programa Atitude contava com 15 equipes de agentes nas ruas, cada uma com a capacidade de atender 50 usuários/famílias por mês. Além disso, existem cinco Casas de Apoio no Estado, com capacidade para 30 pessoas cada, e 10 lugares para os que precisam de um local para passar a noite; e cinco Centros de Tratamento Intensivo, com capacidade para 30 usuários cada. O programa deve ser estendido para os municípios de Recife, Olinda, Carpina e Petrolina, escolhidos com base na elevada prevalência de CVLIs e nas indicações dos dados do PPV de que homicídios nesses municípios em especial estavam ligados ao crack. Para fazer face à necessidade de mais profissionais qualificados, o Governo começou a discutir com a Universidade de Pernambuco o desenvolvimento de um curso acadêmico específico para formar trabalhadores especializados para o programa.

82. A violência baseada no gênero também é uma preocupação importante em Pernambuco. Embora dados sistemáticos sobre a violência baseada no gênero no Brasil sejam escassos, os dados existentes e os estudos já realizados situam Pernambuco entre os três Estados com o maior índice de homicídios de mulheres em 2010.31 Pernambuco também figura entre os Estados com a maior incidência de homicídios de mulheres afrodescendentes.32 Em resposta à falta de legislação e de órgãos institucionais fortes voltados especificamente para a violência contra a mulher em Pernambuco, o primeiro DPL com o Estado apoiou o Governo de Pernambuco na criação da Secretaria da Mulher (SecMulher). O trabalho dessa secretaria vem sendo considerado um dos mais bem-sucedidos na promoção da igualdade de gênero no Brasil. Contudo, até o momento, a secretaria voltou-se principalmente para a capacitação nas áreas rurais, especialmente com a criação de coordenadorias regionais (12) para facilitar a articulação das políticas e programas com a perspectiva do gênero.

31 Waiselfisz, Julio Jacobo (2012). Mapa da Violência 2012: Caderno Complementar: Homicídios de Mulheres no Brasil. 2012. São Paulo: Instituto Sangari.32 Ibid. Os outros Estados são Alagoas, Paraíba, o Distrito Federal, Pará e Espírito Santo. Em 2010, para cada mulher branca morta em consequência da violência baseada no gênero, duas mulheres de descendência africana foram vítimas de homicídio ligado a essa mesma causa.

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83. A fim de combater a violência baseada no gênero e fortalecer o trabalho da secretaria para evitar a violência contra a mulher, o Governo decidiu criar a Câmara Técnica para o Enfrentamento à Violência de Gênero contra a Mulher, no âmbito do seu bem-sucedido programa Pacto pela Vida.33 A Câmara é parte de uma das seis câmaras técnicas que supervisiona todas as intervenções do PPV. Reúne as Secretarias da Mulher, de Saúde e de Educação, o Poder Judiciário e a Defensoria Pública com vistas a reforçar as ações destinadas a prevenir a violência contra a mulher e a monitorar essas ações. Como parte do PPV, a Câmara Técnica, sinaliza o compromisso político do Governo de Pernambuco de enfrentar a violência baseada no gênero e constitui uma oportunidade de não só incorporar o gênero aos subprogramas, mas também desenvolver um sistema de M&A da violência baseada no gênero para o Estado.

84. A Câmara Técnica também será importante para apoiar o trabalho da SecMulher e o seu novo foco: a violência urbana contra a mulher. O trabalho da Secretaria está sendo direcionado cada vez mais para uma abordagem mais integrada e baseada em aspectos territoriais no que tange à violência contra a mulher, mais concentrada na violência urbana (50% das mulheres vivem em áreas urbanas do Estado) e reunindo diferentes secretarias, o Judiciário e a sociedade civil.34

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

Ação prévia: 3.1.1: O Estado criou a estrutura operacional para a expansão do Programa Atitude como forma de prevenção social para combater a violência relacionada às drogas e reabilitar os usuários de drogas.

85. A operação proposta apoiará a criação das condições para a expansão do Programa Atitude como forma de prevenção social para combater a violência relacionada às drogas e reabilitar os usuários. Especificamente, um novo decreto estabelecerá formalmente o Programa Atitude como parte do Pacto pela Vida e definirá os objetivos e a estrutura operacional para o

33 Câmara Técnica do Pacto Pela Vida para o Enfrentamento à Violência de Gênero contra a Mulher, criada em 27 de agosto de 2012 pelo Decreto 38.576.34 A ideia é regionalizar o trabalho na região metropolitana, oferecendo um modelo de “guichê único” para centralizar os serviços. O modelo de guichê único se mostrou mais eficaz em contextos urbanos (Perova et al. 2012) e já foi aprovada uma lei para criar esses centros integrados em cada um dos municípios da região metropolitana. A violência urbana contra a mulher e a abordagem metropolitana exigem um tipo de intervenção diferente do implementado nas áreas rurais; assim, será um desafio ajustar o modus operandi da Secretaria para que funcione nesse novo contexto. Por exemplo, a violência contra a mulher nas áreas urbanas está comumente vinculada ao tráfico de drogas.

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programa. Isso assentará as bases para a expansão do programa, inclusive por meio do financiamento sustentado e do monitoramento sistemático do desempenho no âmbito da estrutura de monitoramento do PPV. A expansão e o fortalecimento do programa devem reforçar a capacidade do Governo para fazer face à demanda dos usuários de crack que correm risco de vitimação e cumprir o objetivo geral do mesmo de reduzir o número de homicídios relacionados ao consumo de crack.

Ação prévia 3.1.2: O Estado estabeleceu os mecanismos institucionais para combater a violência contra a mulher.

86. O DPL aprofundará o apoio à criação da Câmara Técnica para o Enfrentamento à Violência de Gênero contra a Mulher e ao fortalecimento da capacidade de M&A do Governo de Pernambuco no tocante aos temas relacionados à violência baseada no gênero. A ação de política prevê a aprovação de um decreto que cria a Câmara Técnica para o Enfrentamento à Violência de Gênero contra a Mulher e define a sua operacionalização, especialmente em apoio à cooperação entre a SecMulher e outras secretarias em matéria de intercâmbio de dados e monitoramento relacionados à violência baseada no gênero. O objetivo é a criação de um sistema de M&A capaz de fornecer informações ao Governo do Estado sobre a violência baseada no gênero e sobre todas as ações que estiverem sendo executadas com relação à violência contra a mulher. A ação de política contribuirá para o fortalecimento das intervenções do PPV voltadas para a prevenção da violência contra a mulher, ao oferecer dados bastante necessários e permitir a cooperação entre setores por meio da Câmara Técnica. A visibilidade da Câmara como parte do sistema PPV e da estrutura de monitoramento constitui uma oportunidade sem precedentes para atacar esse problema e ir além de um simples fórum de discussão. Os dados coletados alimentarão o sistema de monitoramento do PPV e as sessões. A Câmara contribuirá também para a melhoria da definição, coleta e monitoramento dos dados, tirando partido do sistema de M&A já existente no PPV e permitindo o monitoramento desse problema juntamente com as demais prioridades desse importante programa.

Subcomponente 3.2. Saúde: Fortalecer as políticas, programas e abordagens no Estado destinadas a suprir as necessidades de pacientes com problemas crônicos, com ênfase no diabetes e na hipertensão.

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87. As mudanças demográficas e socioeconômicas no Brasil estão contribuindo para um problema crescente na forma das doenças não transmissíveis.35 Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% de todas as mortes no Brasil em 2010 podiam ser atribuídas a três problemas: doenças circulatórias (31%), câncer (16%) e doenças respiratórias crônicas (13%). Os dados disponíveis apontam que a mortalidade em decorrência das doenças crônicas é elevada no Brasil em comparação com índices de outros países da América Latina e de vários países da OCDE. O desafio crescente das doenças crônicas está associado à urbanização e às mudanças no estilo de vida, que, por sua vez, estão vinculadas a fatores de risco como o fumo, o consumo de álcool, dietas pobres, atividade física insuficiente e obesidade. Nas duas últimas décadas, embora tenham sido observados avanços em alguns desses fatores de risco (por ex., o fumo), os problemas se agravaram em outras áreas (por ex., o consumo de álcool entre os jovens, a atividade física e a obesidade).

88. Apesar de ficarem atrás do restante do Brasil em matéria de desenvolvimento econômico, Pernambuco e o restante da região Nordeste enfrentam desafios semelhantes aos enfrentados pelo restante do País quando se trata de doenças crônicas. A prevalência do diabetes e da hipertensão no Nordeste (9,1% e 22%, respectivamente, em 2010) é semelhante à prevalência no Brasil como um todo (9,9% e 23,3%). O Nordeste também guarda semelhanças com o restante do Brasil quando se trata dos muitos fatores de risco, bem como das taxas de mortalidade decorrentes do diabetes, das doenças cardíacas e dos diversos tipos de câncer. Em Pernambuco, assim como em outros Estados brasileiros, as populações indígena e afrodescendente tendem a estar em desvantagem em termos de doenças transmissíveis, o que reflete uma maior incidência da pobreza, condições de saneamento insuficientes e acesso limitado a água, entre outros fatores. Os padrões com respeito à prevalência de doenças crônicas e dos fatores de risco a elas associados são menos claros, com poucos indícios apontando que os grupos indígenas e afrodescendentes sejam sistematicamente desfavorecidos. Contudo, por conta da localização e das condições socioeconômicas, esses grupos tendem a ter acesso pior a serviços de saúde para diagnosticar, tratar e administrar problemas crônicos.

89. No nível federal, o Ministério da Saúde (MS) formulou uma estratégia nacional para atacar as doenças crônicas, mas ainda existem desafios quanto à adaptação dessa estratégia às condições locais e à eficácia da sua implementação. A estratégia do MS delineia as ações fundamentais relacionadas à prevenção e aos serviços de saúde, mas precisa ser adaptada às

35 As doenças crônicas costumam ser definidas como doenças de longa duração e de progressão geralmente lenta. Destacam-se as doenças cardíacas, o acidente vascular cerebral, o câncer, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes.

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condições locais em termos da situação epidemiológica, capacidade de financiamento e organização do sistema de saúde. Além disso, a implementação da estratégia dependerá do desenvolvimento de ferramentas e instrumentos para efetivar uma mudança na forma como os profissionais de saúde e outros atores atuam no dia a dia. Isso abrangerá a melhoria dos serviços primários mediante a integração da prevenção secundária das doenças crônicas, o reforço da qualidade do atendimento e o aumento do numero de profissionais de saúde especializados em doenças não transmissíveis por meio de programas de capacitação mais amplos. Ademais, será essencial melhorar a vigilância dos fatores de risco e a avaliação das reformas essenciais do sistema de saúde.

90. Nos últimos anos, Pernambuco obteve avanços consideráveis na melhoria do desempenho do sistema de saúde. Entre as principais medidas, destacam-se: i) a aprovação e implementação da Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária (2007), que instituiu o financiamento estadual, normas técnicas, indicadores para monitoramento e incentivos financeiros para os municípios a fim de aumentar o número de equipes de saúde familiar e melhorar o seu desempenho; ii) a implementação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica e iii) a expansão das novas Unidade de Pronto Atendimento – Especialidades (UPA-E), para prestar atendimento especializado intermediário em coordenação com a atenção primária e terciária.

91. Ainda restam desafios importantes no fortalecimento da capacidade do sistema de saúde do Estado para que se possa enfrentar o ônus crescente das doenças crônicas. A administração eficaz das doenças crônicas depende de atenção contínua e coordenada por parte de uma série de diferentes profissionais para diagnosticar os problemas, conter o avanço da doença ou o início dos sintomas (prevenção secundária) e oferecer tratamento e cuidados paliativos. Para suprir essas demandas, é crucial contar não apenas com um sistema robusto de atenção primária e com a capacidade adequada em termos de diagnóstico e serviços de especialistas, mas também com sistemas de referência e prontuários dos pacientes para administrar o acesso e o fluxo de pacientes e de informação. Contudo, apesar dos avanços nos últimos anos, muitas partes do sistema de saúde de Pernambuco ainda se caracterizam pela baixa qualidade dos serviços, fragmentação entre os diferentes tipos de profissionais e níveis do sistema de saúde, longas esperas, acesso restrito a medicamentos e testes de diagnóstico, e dados limitados sobre desempenho. Todos esses problemas contribuem para os fracos resultados no caso dos pacientes com problemas crônicos.

Medidas específicas a serem apoiadas pela operação e resultados esperados

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92. A operação proposta apoiará duas ações prévias complementares voltadas para o fortalecimento da capacidade do Estado para suprir as necessidades dos pacientes com problemas crônicos.

Ação prévia 3.2.1: O Estado aprovou o Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis e estabeleceu medidas em apoio à sua implementação.

93. A primeira ação apoia a adoção e implementação de um plano estadual para enfrentar doenças não transmissíveis. Esse plano oferece as políticas e a estrutura técnica para melhorar a prevenção, o tratamento e o monitoramento das doenças crônicas no Estado. O plano enfoca os determinantes contextuais da saúde, intervenções ad hoc e iniciativas intersetoriais destinadas a ampliar o acesso a serviços e colher melhores resultados entre as populações indígenas e afrodescendentes. Embora seja inevitável que a implementação do plano leve algum tempo, o seu alinhamento com os sistemas de saúde municipais e com a organização da atenção primária compreende uma etapa crucial rumo à implementação. Para tanto, a primeira ação prévia também abrange: i) a decisão dos Conselhos das Secretarias Municipais de Saúde para incorporar atividades municipais e uma estrutura de monitoramento revista ao plano estadual e ii) a criação de um grupo de trabalho oficial para rever a Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária com base no Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis. Juntas, as ações de política serão complementadas por iniciativas do Estado para ampliar a capacitação de profissionais de saúde na administração de doenças crônicas e devem contribuir para aumentar a porcentagem de pacientes diabéticos e hipertensos que são diagnosticados e cuidados pelos provedores de atenção primária em Pernambuco.

Ação prévia 3.2.2: O Estado aprovou novos protocolos clínicos e vias clínicas simplificadas voltadas para as doenças crônicas não transmissíveis.

94. A segunda ação prévia apoia a aprovação de protocolos clínicos e vias clínicas simplificadas que devem ajudar a melhorar a organização e coordenação dos serviços de saúde no Estado e reforçar a qualidade. Os vias e protocolos clínicos são documentos (e, possivelmente, ferramentas computadorizadas) para apoiar a tomada de decisões clínicas apropriadas, tanto no que diz respeito aos procedimentos de diagnóstico e tratamento (protocolos), como à referência e contrarreferência de pacientes a profissionais especializados ou de diagnóstico com base em critérios clínicos (vias).36 Assim, as vias e protocolos clínicos compreendem uma base importante para a melhoria do desempenho do sistema de saúde, tanto em termos da qualidade do serviço e segurança do atendimento, como da administração do fluxo de pacientes por meio de um sistema mais robusto de referência e contrarreferência. A ação prévia também abrange a formação de um grupo de trabalho para rever a Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária (assim como no caso da primeira ação prévia), com vistas a incorporar o uso sistemático de vias e protocolos clínicos na atenção primária em todo o Estado. O resultado esperado da ação prévia é que uma proporção maior de serviços especializados será oferecida com base nas referências da atenção primária e que a qualidade do atendimento em diferentes níveis do sistema será melhorada. Os avanços nessa área são importantes, pois garantem que a escassa capacidade seja usada para cuidar de pacientes com necessidades prioritárias (em relação à situação com base no encaminhamento por porte do próprio paciente) e 36 As diretrizes clínicas modernas identificam, resumem e avaliam os dados sobre a prevenção, diagnóstico, prognóstico e terapia (inclusive a dosagem de medicamentos e as relações entre os riscos e os benefícios e entre o custo e os benefícios) e, com base nessas informações, definem as questões mais importantes relacionadas à prática clínica e identificam todas as possíveis decisões e os resultados esperados. Algumas diretrizes contêm algoritmos de decisão a serem seguidos. As vias clínicas são uma das principais ferramentas usadas para administrar a qualidade na saúde no que diz respeito à padronização dos processos de atenção, inclusive da função dos diferentes provedores e profissionais no atendimento a um paciente com uma doença específica.

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que as melhorias na qualidade da atenção acabem contribuindo para resultados melhores para os pacientes. Ademais, um sistema de referência organizado oferece informações cruciais (por ora inexistentes) sobre a demanda efetiva pelos serviços, os padrões de referência de diferentes provedores e profissionais e o tempo de espera, o que é essencial para a gestão eficaz do sistema de saúde. Uma vez que as famílias de baixa renda têm maior probabilidade de usar o sistema de saúde nacional do que as famílias de renda mais alta, os benefícios da ação prévia devem beneficiar os pobres de maneira desproporcional.

VI. IMPLEMENTAÇÃO DA OPERAÇÃO

IMPACTOS SOCIAIS E SOBRE A POBREZA

95. As ações de política apoiadas pela operação proposta têm como objetivo ajudar a reduzir a pobreza e a desigualdade. A operação apoiará mudanças de política que: i) sustentam a eficácia de políticas destinadas a estimular o crescimento inclusivo e o desenvolvimento do setor privado; ii) fortalecem a política de ETP; iii) ampliam e reforçam o programa de inclusão produtiva do Estado que promove a empregabilidade e/ou as oportunidades de renda para os segmentos mais pobres da população; iv) fortalecem e ampliam o modelo de gestão com foco nos resultados do Estado; v) fortalecem os programas de prevenção da violência no Estado, enfocando a reabilitação dos usuários de crack, a inclusão do gênero e a capacidade de monitoramento e vi) fortalecem as políticas, programas e abordagens no Estado destinadas a suprir as necessidades de pacientes com problemas crônicos, com ênfase no diabetes e na hipertensão. No âmbito da preparação desta operação, empreendeu-se uma primeira avaliação dos possíveis efeitos distributivos dessas mudanças de política sobre a sociedade e sobre a pobreza. Para isso, foram examinados dados secundários e entrevistas com as principais partes interessadas.37

96. Analisou-se o contexto de referência no Estado como parte da PSIA. A análise confirma que: i) as condições sociais em Pernambuco continuam piores do que as médias nacionais, a despeito das notáveis melhorias nos últimos anos, e ii) existem desigualdades importantes no Estado. A PSIA nota que a herança de Pernambuco como uma economia escravocrata baseada no cultivo da cana-de-açúcar resultou em uma sociedade altamente estratificada, em que os rendimentos salariais eram limitados e a propriedade da terra estava fortemente concentrada, sobretudo nas áreas costeiras em que se localizavam as plantações de cana. O interior foi colonizado por criadores de gado, cuja atividade também exigia grandes extensões de terra. Pernambuco é um exemplo emblemático da formação social brasileira, tendo evoluído com muitas diferenças em termos de raça, gênero, grupos sociais e regiões, com forte implicações para o padrão e a dinâmica da pobreza no Estado nos dias de hoje. Nesse cenário, os impactos sociais e econômicos das políticas apoiadas por esta operação devem ser positivos para as populações mais vulneráveis.

97. A PSIA explora diferentes dimensões dos desafios enfrentados pelo Estado para melhorar os resultados em termos de redução da desigualdade e da pobreza, inclusive as disparidades raciais. A população afro-indígena compreende negros, pardos e grupos indígenas, e representa mais de 62% da população pernambucana.38 A população indígena tende a viver em terras normalmente remotas, gravemente afetadas pela seca e com investimentos limitados em termos de água e saneamento. Como reflexo dessa situação, a população indígena enfrenta

37 Essas entrevistas foram feitas durante os meses de janeiro e fevereiro de 2013. Foram entrevistados: i) formuladores de políticas; ii) executores de políticas; iii) gestores de projetos; iv) representantes de ONGs; v) acadêmicos; vi) membros de conselhos estaduais e vii) líderes comunitários.38 As tribos Xukuru Pankararu, Truká Atikum e Fulni-ô compõem 72% dessa população, enquanto os Kambiwá, Kapinawa, Pankaiuká, Pankará, Pipipã e Tuxá constituem tribos menores.

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vulnerabilidades socioeconômicas significativas vinculadas às pressões sobre a terra e a conflitos de terra, à falta de água, a técnicas agrícolas inapropriadas e à falta de acesso a financiamento e insumos agrícolas. As políticas apoiadas pelo DPL proposto, que visam a enfrentar as barreiras à redução da pobreza e da desigualdade, complementam o Plano de Ação dos Povos Indígenas 2010-2015. Os afrodescendentes e pardos também se veem diante de oportunidades e resultados piores em termos de habilidades e qualificações, oportunidades econômicas e escolaridade, as quais são determinantes para a renda do trabalho. Por exemplo, no interior de Pernambuco, a porcentagem de afrodescendentes ou indígenas com idade entre 18 e 24 anos que alcançaram 11 anos de escolaridade é de 30%; na Grande Recife, a porcentagem de brancos na mesma faixa etária que chegaram a esse nível de escolaridade é de 70%. De acordo com o último censo, as famílias afro-indígenas representam mais de 70% das famílias que vivem com menos de R$ 70 por mês (IBGE). O índice de pobreza absoluta é ligeiramente mais alto entre a população negra e parda (14,4% e 16,8%, respectivamente) em relação à população branca (12,3%) e bem mais alto no caso da população indígena (27,5%). Isso reflete, em parte, taxas de desemprego mais altas entre a população afro-indígena, tanto no caso dos homens (34,6% v. 10,9% para os afro-indígenas) como das mulheres (40,6% v. 13,8%) (DIEESE, 2011).

98. A ação de política que apoia a criação de um sistema de M&A para o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial (PROINFRA) deve ter impactos distributivos positivos. Especificamente, esse sistema constituirá a base para avaliar a eficiência e a eficácia do programa não apenas no que diz respeito à consecução dos seus objetivos, mas também à melhoria do direcionamento do programa para as áreas mais pobres com potencial inexplorado ou mal explorado. Ademais, com a terra se tornando cada vez mais escassa na Região Metropolitana do Recife, o PROINFRA tende a beneficiar mais o interior do Estado,

99. A redução das barreiras administrativas ao registro de empresas (por meio da REDESIM) ajudará a melhorar o ambiente de negócios, com efeitos secundários positivos para os grupos pobres e vulneráveis. A simplificação dos processos de registro de empresas, combinada com outras medidas para estimular o desenvolvimento do setor privado, deve contribuir para a expansão e o aumento da formalização do setor privado no Estado. Isso resultará em benefícios em termos da criação de empregos global, como também da melhoria das condições de emprego associadas à formalidade e ao aumento das receitas tributárias em Pernambuco. O impacto distributivo da ação de política dependerá da variação desse impacto em

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simplificação do processo de registro.39 Contudo, a equipe trabalhará com o Estado para monitorar esses impactos durante a implementação.

100. As reformas de política relacionadas ao fortalecimento da política e programas de ETP e do programa de inclusão produtiva Pernambuco no Batente são progressivas e favorecem os pobres. O sistema de monitoramento e avaliação deve diminuir a fragmentação dos programas, pois o enfoque passará dos insumos de cada programa para a eficiência do sistema como um todo. Isso reforça a qualidade e a pertinência dos programas de ETP, o que, em vista da ênfase geral do Estado na inclusão produtiva e na ampliação das oportunidades econômicas para os segmentos mais pobres da população, deve beneficiar os candidatos desfavorecidos. Além disso, a divulgação de informações sobre o monitoramento e avaliação às partes interessadas, especialmente as informações do ETP sobre os resultados em matéria de emprego, ajudará a aumentar a coordenação do programa e a fazer com que a oferta de mão de obra possa suprir a demanda do mercado de trabalho em termos de qualificações e habilidades na economia local. Uma vez que boa parte do aumento das vagas no ETP está em programas voltados especificamente para a população pobre e desfavorecida, os impactos distributivos da

101. O fortalecimento do modelo de gestão com foco nos resultados de Pernambuco contribuirá para a eficácia da política do Governo de forma generalizada, mas mais especialmente nas áreas de segurança dos cidadãos, saúde e educação. Uma vez que o Mapa da Estratégia do Governo de Pernambuco indica claramente que é prioritário suprir as necessidades dos segmentos mais vulneráveis da população e estimular o desenvolvimento econômico e o aumento da qualidade de vida no interior do Estado, as melhorias na gestão do

102. A ampliação do Programa Atitude visando à prevenção do consumo de crack e ao tratamento e reabilitação dos usuários beneficiará, sobretudo, os pobres. A prevalência do vício do crack é mais alta entre os quintis mais pobres da população, resultando em efeitos devastadores sobre comunidades e famílias. Como a maioria dos usuários da droga são jovens afrodescendentes do sexo masculino, com idade entre 15 e 24 anos, que vivem em áreas urbanas caracterizadas por uma elevada vulnerabilidade social, a ampliação do Programa Atitude tem um enfoque claramente favorável aos pobres. Além disso, embora as usuárias de crack representem um pequeno número, mas também com a predominância de pessoas de nível mais baixo de

39 A Lei do Microempreendedor Individual, de 2009, ofereceu a micro empresas e empresas individuais (proprietários individuais com faturamento até R$ 60 mil cujas atividades não são consideradas de alto risco) a possibilidade de cadastrar-se no Governo Federal pela Internet e concluir o processo em até 48 horas. Isso provocou um forte aumento do número de registros em microempreendedores individuais.

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103. A política que apoia a criação da Câmara Técnica para Enfrentamento da Violência de Gênero contra a Mulher e o fortalecimento da capacidade de M&A das questões relacionadas à VBG devem beneficiar os segmentos mais pobres da população de maneira desproporcional. Embora a violência contra a mulher não seja um fenômeno limitado aos segmentos mais pobres da população, as mulheres mais pobres, sejam elas desempregadas ou de baixa renda, tendem a apresentar uma dependência maior do seu parceiro, o que as deixa em uma situação de maior risco de serem vitimadas. Além disso, é de se esperar que o reforço do enfoque do PPV no gênero beneficie os jovens do sexo masculino que tendem a correr mais risco de estarem envolvidos em violência ou de serem vítimas dela. Isso se dará i) pela melhoria do entendimento da dinâmica e dos padrões em jogo na VBG em decorrência do reforço da capacidade de M&A e ii) pelo ajuste dos programas/projetos destinados a reduzir o número de CVLIs visando às dimensões do gênero até então não contabilizadas.

104. As políticas que enfrentam as doenças crônicas no Estado beneficiarão as famílias pobres. Embora a Constituição Federal de 1988 tenha incorporado a universalização da cobertura e a seletividade para atingir os mais vulneráveis, ainda restam desafios à implementação desse direito. As ações de política apoiadas por esta operação estão voltadas para a melhoria da qualidade dos serviços preventivos e curativos para pacientes com doenças crônicas, bem como para a ampliação do acesso a esses serviços. A aprovação de um plano estadual para enfrentar as doenças crônicas e de vias e protocolos clínicos complementa os esforços atuais para ampliar a atenção primária (por meio das equipes de saúde da família) e o acesso a atendimento de urgência e especializado em Pernambuco. Tomadas em conjunto, essas medidas tornarão esses serviços mais acessíveis e melhorarão a sua qualidade — e, por extensão, 105. A conclusão da PSIA foi que as políticas apoiadas pela operação deste DPL têm o potencial de gerar impactos positivos, progressivos e favoráveis aos pobres, promovendo, assim, o crescimento mais equitativo em decorrência dos seus efeitos sobre as regiões e grupos sociais. Contudo, a análise destacou uma preocupação geral com a eficácia da

ASPECTOS AMBIENTAIS

106. A análise das políticas específicas apoiadas pela operação indica que elas não devem provocar efeitos significativos sobre o meio ambiente, as florestas e demais recursos naturais do país. Uma vez que as políticas apoiadas se destinam a fortalecer a capacidade do Estado de Pernambuco para gerir e melhorar os seus resultados nos diferentes setores abrangidos, com atenção especial para o monitoramento e a avaliação, não foi possível identificar nenhum impacto direto ou indireto durante a preparação desta operação.

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IMPLEMENTAÇÃO, MONITORAMENTO E AMBIENTE FIDUCIÁRIO

107. A Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco (SEPLAG) liderou a preparação desta operação multissetorial e será responsável pela implementação global. Dada a natureza da operação, ela será implementada por sete secretarias estaduais, a saber: na área de política 1, a Junta Comercial do Estado de Pernambuco, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo (STQE), a Secretaria de Educação (SEE) e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH); na área de política 2, a SEPLAG; na área de política 3, a SEDSDH, a Secretaria da Mulher (SecMulher), a Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Secretaria de Saúde (SES).

108. A SEPLAG adotou um sistema complexo de monitoramento e avaliação das suas prioridades estratégicas. O Governador convoca uma reunião com todos os secretários do Estado para avaliar o progresso rumo à consecução dos objetivos estratégicos, analisar os avanços obtidos em termos dos indicadores de resultado e identificar os obstáculos ao progresso e as implicações para o orçamento. Como a operação proposta está inteiramente alinhada com o Mapa da Estratégia do Estado, o avanço em termos dos indicadores definidos no âmbito deste programa será monitorado como parte desse processo. Isso facilitará a atualização periódica da implementação do programa e permitirá fazer os ajustes necessários.

109. O conhecimento que o Banco tem do sistema de gestão das finanças públicas de Pernambuco se baseia na Avaliação das Despesas Públicas e Responsabilidade Financeira (PEFA) finalizada em 2009, em análises mais recentes empreendidas na preparação e supervisão das operações de empréstimo do Banco Mundial, inclusive o SWAp da Educação de Pernambuco, e em outras publicações que avaliam o desempenho global dos sistemas de GFP no Brasil.

110. O ponto central da estratégia do Governo Todos por Pernambuco é o compromisso de aumentar a capacidade e a eficiência da administração pública, passando pelo fortalecimento da gestão das finanças públicas. A estratégia reconhece a transparência, responsabilização e o aumento da eficiência dos gastos públicos como elementos fundamentais para garantir o crescimento econômico equitativo no Estado. Para alcançar esses objetivos, o Governo realizou uma série de reformas para aumentar a eficiência, transparência e responsabilidade no uso de recursos públicos. Essas reformas visavam o fortalecimento dos vínculos entre o planejamento estratégico e o processo de elaboração do orçamento, o reforço da capacidade das funções de contabilidade e auditoria interna e a atualização dos sistemas de informação.

111. A Constituição da República Federativa do Brasil fundamenta a gestão das finanças públicas em todos os níveis de governo do país. As exigências e diretrizes mais detalhadas relacionadas aos procedimentos de gestão das finanças públicas (GFP) a serem adotados por todos os níveis de governo estão contidos em um arcabouço legal bem elaborado. Esse arcabouço foi elaborado por meio da adoção de reformas jurídicas e institucionais para ajudar a fortalecer a responsabilidade e a transparência na gestão das finanças públicas no Brasil. A Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro (Lei 4.320, de 1964) regulamenta os controles financeiros, o processo de elaboração do orçamento e a prestação de contas nos níveis federal, estadual e municipal. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000, estabeleceu exigências específicas quanto à disciplina macroeconômica e fiscal. O Governo Federal está à frente da iniciativa para adotar normas internacionais de contabilidade para o setor público que melhorarão a prestação de informações financeiras e a responsabilidades em todos os níveis no Brasil. Essas

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reformas foram implementadas em um ambiente caracterizado pelo aumento da demanda por responsabilidade no uso dos recursos públicos.

112. O sistema GFP consiste em regras e controles internos robustos que definem claramente as funções e as diferentes instituições envolvidas na gestão dos recursos públicos, bem como a divisão de responsabilidades entre elas. O Legislativo é responsável pela aprovação do orçamento e pela fiscalização da sua execução. A SEPLAG está encarregada da elaboração do orçamento, enquanto à SEFAZ competem as funções de execução do orçamento. O sistema de classificação do orçamento é regido por regras federais compatíveis com normas internacionais. Essas regras preveem a publicação de informações abrangentes nos documentos do orçamento. O Brasil foi bem classificado pela Iniciativa do Orçamento Aberto em 2012, o que indica que informações significativas são levadas a público nesses documentos.40 As normas e regulamentos contábeis são de modo geral respeitados e as informações financeiras sobre as transações do Estado têm um elevado nível de transparência. Isso se deve a uma série de fatores, como a clareza com que as leis pertinentes descrevem as obrigações relativas à elaboração das demonstrações financeiras e o zelo com que elas são aplicadas.

113. O processo de elaboração do orçamento é organizado e orientado por procedimentos de elaboração bem definidos e por um calendário. Eles estabelecem o sequenciamento adequado e permitem tempo suficiente para as atividades de elaboração do orçamento. O Estado vem cumprindo constantemente os prazos de elaboração dos principais documentos orçamentários e de apresentação ao Legislativo para deliberação e aprovação. Esses documentos são o Plano Plurianual de Ação (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). O processo foi concebido de modo a promover a participação de todas as partes interessadas e órgãos setoriais. O PPA proporciona uma base razoável para uma perspectiva plurianual no planejamento fiscal, sobre a qual podem ser estabelecidos novos vínculos com o processo orçamentário anual. Ele cobre um período de quatro anos, e o último foi de 2012 a 2015.

114. Apesar desse quadro de planejamento plurianual razoavelmente robusto, ainda restam incoerências entre os objetivos, custos e metas do programa relacionadas no PPA, aqueles refletidos nos planos de trabalho dos órgãos do orçamento e os relatórios de execução por eles elaborados. Isso enfraquece o vínculo entre o planejamento plurianual e o processo orçamentário anual. A definição dos objetivos, custos e metas do programa no PPA é, algumas vezes, incompatível com a que consta na LOA. Além disso, os PPAs não refletem corretamente o ciclo de vida dos custos dos programas de investimento. O Governo está empenhado em melhorar as perspectivas de médio prazo em seu processo de planejamento e orçamento, aprimorando a coordenação entre os órgãos de planejamento e as unidades setoriais e financeiras de cada secretaria.

115. O E-Fisco, o sistema de informação para gestão financeira de Pernambuco, contém um módulo de contabilidade usado para vincular o orçamento aprovado com os dados da contabilidade e da execução orçamentária. Por vários anos, Pernambuco usou o Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM) como seu sistema de informação integrado para gestão financeira. A avaliação PEFA notou as debilidades resultantes da arquitetura ultrapassada em que o sistema se baseava, as quais limitavam sua utilidade como ferramenta de gestão. O novo sistema também permite capturar em tempo real

40 A Pesquisa do Orçamento Aberto avalia se o governo central de cada país pesquisado divulga ao público oito documentos orçamentários fundamentais e se os dados contidos nesses documentos são abrangentes, tempestivos e úteis. O Brasil está na décima segunda posição entre mais de 100 países classificados pela Pesquisa. Com 73 de um máximo de 100 pontos, a abertura do País é classificada como substancial e bem superior à de países vizinhos (o vizinho mais próximo na classificação é o Chile, com 66 pontos). Consulte http://www.internationalbudget.org/files/OBI2010-Brazil.pdf.

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dados de transações, o que possibilita extrair imediatamente dados da execução do orçamento para a elaboração de relatórios financeiros. Esses relatórios são elaborados em conformidade com leis e regulamentos federais. Além disso, sistema é usado para permitir o acesso dos cidadãos de Pernambuco a dados da execução do orçamento, promovendo assim a transparência no uso dos recursos públicos.

116. Pernambuco está fazendo uma série de reformas para preparar-se para a implementação das novas normas de contabilidade, como a adoção de um plano de contas e a capacitação de funcionários. O Brasil já definiu um cronograma para a adoção das normas internacionais de contabilidade para o setor público por todos os entes do Governo Federal até 2013. A atualização do sistema de informação também facilitará a implementação dos novos procedimentos contábeis.

117. Foram observadas debilidades na função de auditoria interna do Estado durante a avaliação PEFA. Desde então, o Estado criou a Secretaria Especial da Controladoria Geral do Estado (SECGE) para fazer auditorias internas. O chefe da SECGE está diretamente subordinado ao Governador, reforçando assim sua autonomia. A secretaria tem acesso suficiente a outras secretarias do Governo de modo a permitir-lhe fazer suas auditorias, e, de modo geral, suas recomendações são postas em prática. O Governo continua a fortalecer a SECGE por meio da criação de uma estrutura de carreira específica concebida para aumentar o profissionalismo dos quadros da secretaria. Além disso, ocorreram uma campanha de recrutamento e um programa de capacitação dos quadros, visando melhorar seus conhecimento e qualificações.

118. A auditoria externa das contas do Governo e de seus órgãos cabe ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE). O TCE tem autonomia operacional e seus quadros são considerados suficientes para a execução de suas funções. Além das auditorias financeiras e de conformidade, recentemente o TCE passou a fazer auditorias de desempenho, na tentativa de ajudar a aumentar a eficiência no uso dos recursos públicos. De modo geral, as recomendações do TCE são seguidas, graças, em parte, a um sistema eficaz usado pelo Tribunal para monitorar suas recomendações anteriores.

119. Uma comissão específica, cujas recomendações são submetidas à apreciação do plenário do Legislativo, se encarrega do exame do orçamento pelos legisladores. As regras sobre as emendas ao orçamento durante o ciclo de execução orçamentária são claras e estabelecem limites que a administração pública respeita. A avaliação acima indica que o ambiente da gestão das finanças públicas em Pernambuco está dentro das exigências do Banco e

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é adequado para apoiar a operação proposta. Além disso, a formulação da estratégia de desenvolvimento de Pernambuco e as ações tomadas posteriormente para executar as referidas reformas demonstram que o compromisso do Governo com um ambiente sólido de gestão das finanças públicas é satisfatório.

120. As compras e aquisições no Estado de Pernambuco são feitas em conformidade com a legislação federal e estadual e, salvo no caso de pequenas adaptações, seguem o mesmo sistema seguido pelos demais Estados da Federação. No geral, o sistema de compras em Pernambuco é aceitável e o orçamento executado no exercício financeiro 2013 é de aproximadamente US$ 16 bilhões. O Estado está trabalhando para fazer face a uma série de desafios, como a qualidade dos editais, a falta de coordenação entre os funcionários das áreas técnica e operacional, os métodos de estimação de custos (para evitar a tendência de as empresas superestimá-los) e os gargalos no fluxo de trabalho das compras. Assim como outros Estados brasileiros, Pernambuco também está enfrentando problemas semelhantes de fraude e corrupção relacionados à concorrência limitada e ao fraco controle das interações entre os licitantes e os funcionários encarregados das compras e aquisições. Nos últimos anos, Pernambuco estabeleceu novas políticas de controle e aumentou a eficiência dos processos de compras, inclusive com o investimento em novos sistemas e mecanismos para o controle de processos, a padronização de processos da Procuradoria-Geral do Estado para fortalecer o fluxo de trabalho e o uso de sistemas de compra eletrônicos, ampliando a participação das partes interessadas. Ainda é necessário reforçar aspectos como a capacitação de funcionários, os equipamentos, os sistemas de monitoramento e controle, e a investigação de casos de fraude e corrupção.41

121. Em consequência do ambiente sólido de GFP apresentado acima e das disposições apropriadas sobre controle cambial e desembolsos descritas nas seções a seguir, as disposições fiduciárias no Estado de Pernambuco são adequadas para apoiar a operação proposta. Além disso, a estratégia de desenvolvimento do Governo e as ações empreendidas para implementar as reformas nessas áreas refletem, de maneira satisfatória, o seu compromisso com o aprimoramento do ambiente de GFP.

41 No nível federal, as principais normas sobre compras e aquisições são: i) Lei Federal 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos); ii) Lei Federal 10.520/2002 (Lei do Pregão); iii) Decreto Federal 5.450/2005 (Pregão Eletrônico) e iv) Lei Federal 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações – RDC). Já no nível estadual, as principais normas são: i) Lei Estadual 11.424/1997 e ii) Lei Estadual 12.794/2005. Pernambuco tem um portal de compras com informações sobre oportunidades ligadas ao Estado e orientações a partes interessadas, como manuais e editais padrão.

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AMBIENTE DE CONTROLE CAMBIAL

122. O ambiente de controle cambial do Banco Central foi considerado adequado com base em um exame de relatórios de auditoria recentes e de avaliações das salvaguardas feitas pelo FMI. O FMI fez a sua avaliação em outubro de 2002 e a atualizou em março de 2004. Concluiu-se que o Banco Central não apresentava vulnerabilidades generalizadas que poderiam comprometer a salvaguarda dos recursos do Fundo. Para atualizar essas avaliações, o Banco Mundial também examinou as demonstrações financeiras do Banco Central para avaliar se o ambiente de controle cambial permanecia adequado. Como parte desse exame, o Banco Mundial avaliou as demonstrações financeiras referentes aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2006 a 2011. As demonstrações continham notas explicativas às demonstrações financeiras e um relatório da auditoria independente realizada por uma firma de auditoria internacional. Desse relatório constava um parecer sem ressalvas sobre as demonstrações financeiras de todos os anos. As notas explicativas, parte integrante das demonstrações financeiras, apresentavam uma explicação detalhada das políticas de gestão de risco do Banco Central, inclusive as relacionadas aos instrumentos financeiros adotados para administrar as reservas internacionais.

123. Em relação aos riscos operacionais, as notas explicativas afirmam que o Banco Central “usa sistemas de controle interno considerados adequados para suas atividades”. A conclusão do Banco Mundial com base no exame das demonstrações financeiras foi que o ambiente de controle que rege as operações do Banco Central, através do qual as divisas do empréstimo tramitariam, mantinha-se adequado.

DESEMBOLSO E AUDITORIA

124. O empréstimo proposto seguirá os procedimentos de desembolso do Banco para empréstimos para políticas de desenvolvimento. Os recursos serão desembolsados com a condição de que o programa de políticas de desenvolvimento seja implementado de maneira satisfatória e não estarão vinculados a compras específicas. Tão logo o empréstimo seja aprovado pelo Conselho e passe a vigorar, o Banco depositará os recursos do empréstimo em uma conta indicada pelo mutuário e aceita pelo Banco Mundial no Banco do Brasil S.A., um banco comercial. Trata-se de uma instituição financeira aceita pelo Banco Mundial, pois ela: a) é financeiramente sólida; b) está autorizada a manter a conta na moeda acordada entre o Banco e o mutuário; c) é auditada regularmente e recebeu relatórios de auditoria satisfatórios (demonstrações financeiras auditadas referentes a 31 de dezembro de 2010 auditadas pela

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KPMG; d) está apta a executar um grande número de transações imediatamente; e) está apta a desempenhar uma variada gama de serviços bancários de maneira satisfatória; f) está apta a fornecer demonstrativos detalhados da conta; g) faz parte de uma rede de correspondentes bancários satisfatória e h) cobra taxas razoáveis por seus serviços.

125. A conta no Banco do Brasil S.A. é denominada em moeda nacional e não faz parte das reservas internacionais oficiais do país. O Estado enviará confirmação ao Banco Mundial de que o montante correspondente foi registrado no sistema de gestão do orçamento do Estado. Essa confirmação será enviada ao Banco Mundial no prazo de 30 dias após o pagamento. Caso os recursos do empréstimo sejam usados para fins inaceitáveis, conforme definido no Acordo do Empréstimo de Desenvolvimento, o Banco Mundial exigirá do Estado a restituição do montante. À luz das conclusões relacionadas à adequação do ambiente de gestão das finanças públicas do Estado, não serão estabelecidas outras disposições fiduciárias para esta operação.

RISCOS E MITIGAÇÃO DE RISCOS

126. Fatores nacionais, estaduais e setoriais. Risco moderado a baixo. Conforme descrito na contextualização nacional e estadual, apesar dos riscos externos e dos desafios em termos de políticas internas, o quadro macroeconômico global do Governo do Brasil é considerado sustentável no médio prazo. No nível estadual, os riscos econômicos e fiscais estão relacionados à gestão prudente da posição fiscal do Estado em meio à incerteza da conjuntura mundial. Embora o Estado tenha uma posição fiscal sólida, a arrecadação do ICMS continua vulnerável a flutuações macroeconômicas no Brasil e nos países parceiros. Além dos fatores fundamentais que afetam a demanda, a economia de Pernambuco também é vulnerável à natureza da resposta na forma de políticas à manutenção das debilidades econômicas, em uma situação em que uma maior tolerância à inflação e um superávit primário mais baixo no Governo Federal pode levar a uma elevação dos prêmios de risco e, por extensão, do custo do financiamento.

127. Fatores sociais. Risco moderado. Foi feita uma análise do impacto social e sobre a pobreza, passando por um exame dos dados secundários e por entrevistas em grupos de discussão com as principais partes interessadas. A análise concluiu que a combinação dos impactos sociais e econômicos sobre a população mais vulnerável deve ser positiva. Os riscos sociais associados à operação são moderados e dizem respeito a preocupações com a eficácia da coordenação horizontal e vertical dentro de cada governo e entre os seus níveis na implementação.

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128. Fatores fiduciários. Risco baixo. Os procedimentos de gestão das finanças públicas são bem desenvolvidos no Brasil e adotados por todas as esferas de governo. Um arcabouço jurídico sólido foi desenvolvido ao longo de vários anos para ajudar a fortalecer a responsabilidade e a transparência na gestão das finanças públicas no país. O sistema de GFP de Pernambuco tem regras e controles internos sólidos, além de uma definição clara das responsabilidades e dos mecanismos institucionais para a gestão das finanças públicas. Os pontos fracos estão sendo resolvidos pelo Estado por meio de uma série de reformas, as quais mitigariam os riscos relacionados à gestão das finanças.

129. Fatores institucionais e relativos à implementação. Risco moderado a baixo. A análise vai de riscos moderados a baixos para os fatores institucionais e relativos à implementação. Os principais riscos dizem respeito à eficácia da implementação e ao futuro impacto das políticas e reformas que constituem o foco da operação. Reconhece-se que existe uma série de possíveis gargalos relacionados à capacidade técnica para desenvolver e implementar novos sistemas de M&A e outras reformas nas secretarias envolvidas, à necessidade de coordenação intersetorial e à divisão de responsabilidades entre os governos estadual e municipais em muitas atividades. Contudo, esses riscos são mitigados por uma forte adesão às reformas por parte do Governo do Estado e das secretarias e órgãos pertinentes, pela forte liderança e capacidade de gestão da SEPLAG e por um sólido histórico de implementação de reformas difíceis. Além disso, o Banco está empenhado em ajudar nos aspectos técnicos conforme necessário. Em parte, isso será feito por meio da supervisão da operação proposta, bem como mediante a supervisão e o diálogo com respeito a outras operações. Ademais, o trabalho analítico atual, como o Memorando Econômico para o Estado de Pernambuco e o estudo sobre qualificações e empregos no Brasil, constitui a base para o trabalho de seguimento com o Estado sobre temas específicos. Por último, o Banco e o Estado estão buscando outras formas de cooperação técnica em uma série de áreas da operação, com base em recursos de fundos fiduciários e em um possível acordo de assistência técnica reembolsável.

130. O risco global da operação proposta está classificado como moderado.

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ANEXOS

ANEXO 1: CARTA DE INTENÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

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ANEXO 2: MATRIZ DE POLÍTICAS

OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSCOMPONENTE 1 – NOVA ECONOMIA – OPORTUNIDADES PARA TODOS OS PERNAMBUCANOS

Subcomponente 1.1: Desenvolvimento econômico regional

Fortalecer o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial (PROINFRA) por meio do desenvolvimento de um sistema de monitoramento e avaliação para fornecer informações para a formulação de políticas baseada em dados.

1.1.1. O Estado criou a fundamentação legal para o estabelecimento de um sistema de monitoramento e avaliação para o programa PROINFRA, que fornecerá informações para a formulação de políticas baseada em dados, conforme comprovado:

i) Pelo Decreto Estadual 38.971, de 19 de dezembro de 2012, publicado no Diário Oficial do Estado em 20 de dezembro de 2012, que estabelece a exigência de monitorar e avaliar os efeitos do programa PROINFRA sobre os municípios participantes;

ii) Pela Portaria 19 da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de 9 de março de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 11 de abril de 2013, que especifica os detalhes do sistema de monitoramento e avaliação, inclusive com uma descrição do enfoque da avaliação, uma lista de indicadores, o cronograma de implementação, os procedimentos para a coleta e gestão dos dados e a publicação e divulgação obrigatória de relatórios anuais.

Responsabilidade: Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco

Um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para o PROINFRA é criado e gera relatórios anuais, os quais devem servir de base para as decisões sobre ajustes no programa.

Patamar de referência: Não há dados disponíveis sobre os efeitos do programa.Meta para 2014: O sistema de avaliação está em operação e o primeiro relatório anual está à disposição no website do Governo.

Subcomponente 1.2: Desenvolvimento do setor privado

Reduzir as barreiras administrativas à inscrição de empresas e assegurar que as empresas possam concluir o processo de registro no Estado no prazo

1.2.1. A Junta Comercial de Pernambuco (JUCEPE) firmou acordos com os órgãos e municípios em questão para implementar a REDESIM/PE e estabelecer um guichê único para o processo de registro de empresas, reduzindo assim as barreiras administrativas para a inscrição de empresas, conforme comprovado:

i) Pelo convênio entre a JUCEPE e a Agência Estadual de Meio Ambiente de 29 de junho de 2012;

ii) Pelo convênio entre a JUCEPE e a Agência Pernambucana de

Porcentagem de novas empresas registradas em até 72 horas nos 25 municípios participantes da REDESIM.

Patamar de referência em 2012: 0%Meta para 2014: 70%

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSde 72 horas. Vigilância Sanitária (APEVISA) de 3 de dezembro de 2012;

iii) Pelo convênio entre a JUCEPE e o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) de 26 de dezembro de 2012;

iv) Pelo convênio entre a JUCEPE e a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de 1 de julho de 2012;

v) Pelo convênio entre a JUCEPE e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRF) de 29 de setembro de 2011;

vi) Pelo convênio distinto firmado pela JUCEPE com cada município participante no Estado mutuário.

Responsabilidade: Junta Comercial do Estado de Pernambuco, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Subcomponente 1.3: Ensino técnico e profissionalizante

Fortalecer os programas de ensino técnico e profissionalizante (ETP) por meio do desenvolvimento de um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para apoiar o desenvolvimento de políticas e a gestão de programas, e, com o tempo, reforçar os resultados em termos de emprego para as populações visadas pelos programas.

1.3.1. O Estado criou a fundamentação legal para o estabelecimento de um sistema de monitoramento e avaliação para os programas de ETP no Estado que apoiará a formulação de políticas e a gestão de programas, conforme comprovado:i) Pelo Decreto Estadual 38.086, de 18 de abril de 2012, publicado no Diário Oficial do Estado em 19 de abril de 2012, que cria os programas de ETP e detalha os seus objetivos, estabelece comitês intersetoriais para a sua implementação e gestão, e estabelece as responsabilidades e modalidades para a elaboração de relatórios de avaliação anuais dos resultados dos programas, a fim de apoiar o planejamento das atividades nos anos seguintes;

ii) Pelo Decreto Estadual 38.426, de 11 de julho de 2012, publicado no Diário Oficial do Estado em 12 de julho de 2012, que insere a Secretaria da Educação na esfera dos programas de ETP;

iii) Pelo Decreto Estadual 39.299, de 15 de abril de 2013, publicado no Diário Oficial do Estado em 16 de abril de 2013, que altera o Decreto 38.086, de 18 de abril de 2012, para definir as diretrizes para a

Um sistema de monitoramento e avaliação dos programas de ensino técnico e profissionalizante (ETP) é implementado e dados sobre os principais indicadores referentes a insumos, eficiência e resultados estão disponíveis para a tomada de decisões.

Patamar de referência: Não há dados disponíveis sobre a qualidade e a eficiência dos programas, a empregabilidade dos beneficiários e a satisfação.

Meta para 2014: Informações sobre a qualidade, eficiência e resultados dos programas de ETP consolidadas no sistema de M&A e divulgadas às partes

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSimplementação do sistema de monitoramento e avaliação e para o uso dos dados produzidos por esse sistema.

Responsabilidade: Secretaria de Trabalho, Qualificação e Emprego (STQE) e Secretaria de Educação (SEE).

interessadas por meio da publicação de relatório abrangendo os principais indicadores de cada programa.

Subcomponente 1.4: Inclusão produtiva

Fortalecer e ampliar o programa de inclusão produtiva, Pernambuco no Batente, que promove a empregabilidade e/ou as oportunidades de renda para os segmentos mais pobres da população.

1.4.1. O Estado criou um mecanismo de financiamento para a implementação do Programa de Inclusão Produtiva pelos municípios pernambucanos, o qual está vinculado a convênios de gestão com foco em resultados que dispõem sobre o monitoramento dos resultados e metas anuais para a prestação de serviços, conforme comprovado:

i) Pelo Decreto Estadual 38.929, de 7 de dezembro de 2012, publicado no Diário Oficial em 8 de dezembro de 2012, que estabelece o Sistema de Transferência Automática (STA) e Regular de Recursos Financeiros do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS), para transferir recursos para os Fundos Municipais de Assistência Social (FMAS);

ii) Pela Resolução 1 da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), de 26 de abril de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 27 de abril de 2013, que aprova os critérios para a transferência regular e automática de recursos usando o STA no programa de inclusão produtiva, estabelece as metas para a prestação do serviço e os montantes, e regula o uso dos recursos;

iii) Pela Resolução 296 do Conselho Estadual de Assistência Social, de 29 de abril de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 3 de maio de 2013, que registra a aprovação da Resolução 1 da CIB, de 26 abril de 2013;

iv) Pela Portaria 58 da SEDSDH, de 22 de março de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 26 de março de 2013, que estabelece os procedimentos administrativos para os municípios habilitados a aderirem ao STA, contendo uma versão preliminar do Termo de Adesão ao STA e o Termo de Aceite das metas e das exigências de

Número de municípios que firmaram o Termo de Adesão com o Estado, passando a beneficiar-se de financiamento do Estado para programas de inclusão produtiva e se comprometendo com a consecução de metas de prestação de serviço e prestação de contas sobre o desempenho.

Patamar de referência: Nenhum município firmou o Termo de Adesão.

Meta para 2014: 51 municípios firmaram o Termo de Adesão.

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSmonitoramento específicas dos programas de inclusão produtiva a serem firmados pelos municípios, exigências essas que abrangem um relatório anual, as metas anuais para a prestação dos serviços e os detalhes do relatório de avaliação a ser preenchido pelos municípios.

Responsabilidade: Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH)

COMPONENTE 2 – O ESTADO DO FAZER – CAPACIDADE DE GERAR RESULTADOS

Subcomponente 2.1: Gestão do setor público

Fortalecer e ampliar o modelo de gestão com foco em resultados do Estado ao adotar os enfoques usados no Pacto pela Vida nas Secretarias de Saúde e de Educação e, gradativamente, em outras secretarias.

2.1.1. O Estado estabeleceu a fundamentação legal para o modelo de gestão com foco em resultados e estendeu a sua aplicação a todo o Poder Executivo do Estado, conforme comprovado pelo Decreto Estadual 39.336, de 25 de abril de 2013, publicado no Diário Oficial do Estado em 26 de abril de 2013, que formaliza esse modelo e torna obrigatória a adoção de ferramentas e abordagens específicas de gestão com foco nos resultados por todas as secretarias estaduais.

Responsabilidade: Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG)

O modelo de gestão com foco em resultados do Estado, fundamentado em enfoques usados no Pacto pela Vida e abrangendo comitês setoriais, está implementado totalmente em pelo menos três setores (segurança pública, saúde e educação) e os principais elementos do modelo estão estabelecidos em outras secretarias.

Patamar de referência em 2012: Implementação completa na área de segurança pública (Pacto pela Vida) e implementação parcial em duas outras (saúde e educação).

Meta para 2014:1) Modelo de gestão com foco nos resultados implementado nos três setores (segurança pública, saúde e educação).2) Regulamentação detalhada para a adoção da GFR publicada e obrigatória para a maioria das secretarias.

COMPONENTE 3 – QUALIDADE DE VIDA – UMA VIDA MELHOR PARA TODOS OS PERNAMBUCANOS

Subcomponente 3.1: 3.1.1. O Estado criou a estrutura operacional para a expansão do Número de beneficiários do Programa

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSPrevenção da criminalidade e da violência

Fortalecer os programas de prevenção da violência no Estado, enfocando a reabilitação dos usuários de crack, a inclusão do gênero e a capacidade de monitoramento.

Programa Atitude como forma de prevenção social para combater a violência relacionada às drogas e reabilitar os usuários de drogas, conforme comprovado pelo Decreto Estadual 39.201, de 18 de março de 2013, publicado no Diário Oficial do Estado em 19 de março de 2013, que cria oficialmente o Programa Atitude como parte do programa Pacto pela Vida e define os seus objetivos e estrutura operacional.

Responsabilidade: Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH).

Atitude, centrado na reabilitação de usuários de crack.

Patamar de referência em 2012: 2 mil beneficiários, dos quais 500 são mulheres (piloto).

Meta para 2014: Pelo menos 6 mil beneficiários, dos quais pelo menos 2 mil são mulheres.

3.1.2. O Estado estabeleceu os mecanismos institucionais para combater a violência contra a mulher, conforme comprovado:

i) Pelo Decreto Estadual 38.576, de 27 de agosto de 2012, publicado no Diário Oficial do Estado em 28 de agosto de 2012, que cria a Câmara Técnica para Enfrentamento da Violência de Gênero contra a Mulher como um fórum multissetorial para a coordenação de políticas e implementação de ações estratégicas para enfrentar a violência contra a mulher, no âmbito do programa mais amplo Pacto pela Vida;

ii) Pela execução de um Acordo de Cooperação Técnica entre a Secretaria da Mulher e a Secretaria de Defesa Social de 18 de março de 2013, que estabelece os objetivos e modalidades da coordenação e colaboração entre essas duas secretarias, inclusive na área de intercâmbio de dados e monitoramento e avaliação conjuntos.

Responsabilidade: Secretaria da Mulher (SecMulher) e Secretaria de Defesa Social (SDS).

Implementação de um sistema de monitoramento e avaliação (M&A) para i) registrar as ocorrências de violência baseada no gênero nas áreas geográficas do Pacto pela Vida (PPV), as Áreas Integradas de Segurança (AIS); ii) avaliar os resultados das ações tomadas para enfrentar a violência contra as mulheres e iii) oferecer insumos para a tomada de decisões relativas a novas intervenções e para o ajuste da política e dos programas existentes no âmbito do PPV, sob os auspícios da Câmara Técnica para Enfrentamento da Violência de Gênero contra a Mulher.

Patamar de referência em 2012: Não existem dados sistemáticos sobre a violência baseada no gênero (ocorrência de casos de VBG e medidas tomadas para enfrentar esse tipo de violência).

Meta para 2014: Sistema de M&A em

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOSoperação, com relatório disponíveis na Internet, abrangendo i) dados sobre ocorrências de VBG em Pernambuco e ii) dados sobre a qualidade, eficiência e resultados das ações para combater a VBG.

Subcomponente 3.2: Saúde

Fortalecer as políticas, programas e abordagens no Estado destinadas a suprir as necessidades de pacientes com problemas crônicos, com ênfase no diabetes e na hipertensão.

3.2.1. O Estado aprovou o Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis e estabeleceu medidas em apoio à sua implementação, conforme comprovado:

i) Pela Resolução 2.212 da CIB, de 18 de fevereiro de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 19 de fevereiro de 2013, que aprova o Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis;

ii) Pela Decisão do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS), de 25 de março de 2013, que prevê atividades municipais e uma estrutura de monitoramento revista no Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis;

iii) Pela Portaria 157 da Secretaria de Saúde, publicada no Diário Oficial do Estado em 28 de março de 2013, e pela Portaria 256 da Secretaria de Saúde, de 7 de maio de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 8 de maio de 2013, que cria um grupo de trabalho para rever a Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária com base no Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis, tomando, assim, medidas concretas visando à implementação do Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis.

Responsabilidade: Secretaria de Estado da Saúde.

Porcentagem dos pacientes hipertensos acompanhados ativamente na atenção primária.

Patamar de referência em 2012: 50,7%.Meta para 2014: 58%.

Porcentagem dos pacientes de diabetes acompanhados ativamente na atenção primária.

Patamar de referência em 2012: 58%.Meta para 2014: 66%.

3.2.2. O Estado aprovou novos protocolos clínicos e vias clínicas simplificadas voltadas para as doenças crônicas não transmissíveis, conforme comprovado:

Porcentagem de pacientes encaminhados para consultas com especialistas (cardiologistas e endocrinologistas) por

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OBJETIVOS AÇÕES DE POLÍTICA INDICADORES DE RESULTADOS

i) Pela Resolução 2.213 da CIB, de 18 de fevereiro de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 19 de fevereiro de 2013, que aprova os protocolos clínicos para as doenças não transmissíveis, com atenção especial à hipertensão e ao diabetes;

ii) Pela Resolução 2.214 da CIB, de 18 de fevereiro de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 19 de fevereiro de 2013, que aprova as diretrizes clínicas simplificadas para as doenças crônicas não transmissíveis;

iii) Pela Portaria 157 da Secretaria de Saúde, publicada no Diário Oficial do Estado em 28 de maio de 2013, e pela Portaria 256 da Secretaria de Saúde, de 7 de maio de 2013, publicada no Diário Oficial do Estado em 8 de maio de 2013, que cria um grupo de trabalho para rever a Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária com base no Plano Estadual de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis, com o objetivo de reforças a organização da atenção primária e das intervenções da ação primária, inclusive com a incorporação de novos indicadores de monitoramento e a adoção de protocolos clínicos e diretrizes clínicas simplificadas.

Responsabilidade: Secretaria de Estado da Saúde.

meio do sistema de encaminhamento do Estado, refletindo a melhoria do funcionamento desse sistema.

Patamar de referência em 2012: 0%Meta para 2014: 70%

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ANEXO 3: INFORMAÇÕES MACROECONÔMICAS DETALHADAS

EVOLUÇÃO ECONÔMICA RECENTE NO BRASIL

1. A economia brasileira desacelerou de forma considerável em 2011 e 2012. O crescimento do PIB real foi fraco, registrando 0,9% em 2012, frente a 2,7% em 2011. Com uma tendência de crescimento estimada em cerca de 4%, a desaceleração do crescimento brasileiro representa um grande enfraquecimento do seu desempenho econômico. A desaceleração decorreu de fatores internos e externos. Políticas monetárias e fiscais mais austeras destinadas a controlar pressões de superaquecimento anteriores enfraqueceram a demanda interna. A demanda externa foi reduzida por um enfraquecimento prolongado e pela incerteza nas economias avançadas, bem como pela desaceleração do crescimento nas principais economias emergentes, como a China.

2. Embora a desaceleração tenha sido sentida de forma generalizada, a produção industrial e a demanda por investimentos foram afetadas de forma desproporcional (Figuras 1 e 2). Um setor de importância primordial como o de serviços retraiu-se significativamente, mas a maior desaceleração ocorreu no setor industrial. Isso se deu no contexto do enfraquecimento da demanda, de uma taxa de câmbio real ainda relativamente forte (apesar da recente depreciação) e de entraves estruturais de longa data que afetam a competitividade externa (como taxas de juros reais elevadas, deficiências infraestruturais e a falta de capital humano). O desempenho fraco da indústria teve como paralelo o enfraquecimento da demanda por investimentos. Com a estagnação da demanda por exportações e o enfraquecimento da demanda por importações em vista da redução do consumo, a contribuição da demanda externa ganhou força nos últimos trimestres, mesmo tendo permanecido negativa.

Figura 1. Contribuição para o Crescimento em Quatro Trimestres por Setor

-3.0%

-2.0%

-1.0%

0.0%

1.0%

2.0%

3.0%

4.0%

5.0%

6.0%

7.0%

8.0%

07Q1 08Q1 09Q1 10Q1 11Q1 12Q1

Services Industry Agriculture Value added at factor cost

Fonte: IBGE e cálculos do corpo técnico do Banco Mundial.Nota: Contribuição móvel nos quatro últimos trimestres para o crescimento do valor agregado, definido como a taxa de crescimento da soma do valor agregado dos trimestres t a t-3 em relação à soma do valor agregado dos trimestres t-7 a t-4.O valor agregado é medido ao custo dos fatores.

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Services ServiçosIndustry Indústria

Agriculture AgriculturaValue added at factor cost Valor agregado ao custo dos fatores

Figura 2. Contribuição para o Crescimento em Quatro Trimestres por Despesa

-6.0%

-4.0%

-2.0%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

10.0%

12.0%

07Q1 08Q1 09Q1 10Q1 11Q1 12Q1

Household Consumption Government consumption

Net Imports Inventory investment

Fixed Investment GDP

Fonte: IBGE e cálculos do corpo técnico do Banco Mundial.Nota: Contribuição móvel nos quatro últimos trimestres para o crescimento do PIB, definido como a taxa de crescimento da soma do PIB dos trimestres t a t-3 em relação à soma do PIB dos trimestres t-7 a t-4.

Household Consumption Consumo das famíliasNet imports Importações líquidas

Fixed investment Investimento fixoGovernment consumption Consumo do governo

Inventory investment Investimento em estoquesGDP PIB

3. Sinais tênues indicam que o ciclo econômico talvez esteja, finalmente, começando a ganhar impulso. Dados trimestrais apontam para uma série de melhorias. Após quatro trimestres consecutivos de contração, a demanda por investimentos tornou a crescer, no último trimestre de 2012. A forte elevação dos empréstimos do BNDES contribuiu para um aumento modesto de 0,5%. O setor de serviços também mostrou que está recuperando o fôlego, com um crescimento de 1,1% no último trimestre de 2012, após manter-se estagnado no trimestre anterior. Contudo, o setor industrial desacelerou em relação ao trimestre anterior, embora tenha sido mantida uma tendência positiva (0,4% de um trimestre para outro, dessazonalizado). Os indicadores mensais indicam que a produção apresentou um bom crescimento em janeiro (2,5% em relação ao mês anterior, também dessazonalizado), com quase 67% da indústria registrando crescimento. De maneira análoga, os bens de capital registraram um forte crescimento, de 8,2%, após dois meses de declínio.

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4. Após um período de relaxamento decidido das condições monetárias em meio ao aumento das preocupações com o crescimento, a política monetária foi posta em compasso de espera recentemente. O Banco Central do Brasil iniciou uma série de cortes que baixaram a taxa de juros de referência para 7,25% em outubro de 2012, em uma redução acumulada de 525 pontos-base desde agosto de 2011. Essas medidas foram acompanhadas por esforços complementares para elevar a oferta de crédito e reduzir os spreads bancários. A política monetária ficou em compasso de espera nos últimos trimestres, como reflexo da busca cuidadosa por um equilíbrio entre, de um lado, a necessidade de salvaguardar o crescimento em meio a uma economia ainda fraca e perspectivas mundiais incertas e, de outro lado, o ressurgimento de pressões inflacionárias. Nesse meio tempo, a inflação anualizada subiu para 6,3% em fevereiro de 2013, bem acima do centro da meta de inflação (4,5%), o que pode levar as autoridades monetárias a agir no futuro.

5. O enfraquecimento cíclico da arrecadação, combinado com medidas de estímulo discricionárias, resultou em uma política fiscal mais expansionista, porém os níveis de endividamento permaneceram moderados. Estima-se que o fraco crescimento da receita, os cortes de impostos e o aumento dos gastos resultaram em um superávit primário de 2,4% do PIB em 2012, bem abaixo da meta de 3,1%. Para fazer face a isso, as autoridades recorreram ao fundo soberano, anteciparam o pagamento de dividendos pelo BNDES e retiraram do cálculo do saldo primário despesas específicas em projetos de investimento. Apoiado em pontos positivos subjacentes, como o perfil da dívida pública com baixa exposição cambial e um elevado nível de reservas internacionais, os níveis de endividamento permaneceram sob controle, em torno de dois terços do PIB. As projeções indicam um recuo continuado da dívida do setor público no médio prazo, no Brasil. Em janeiro de 2013, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 30,3 bilhões, um resultado acima do esperado. Nos doze meses até então, o superávit primário do setor público consolidado havia subido para 2,46%.

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Tabela 1: Brasil. Principais Indicadores e Projeções da Economia (2006-15) (ver tabela 1 e outros trabalhos)

EstimatesIndicator 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

National Accounts Real GDP Growth 4.0 6.1 5.2 -0.3 7.5 2.7 0.9 3.1 3.7 3.5 3.7

Gross domestic investment 16.8 18.3 20.7 17.8 20.2 19.7 17.6 20.8 21.2 21.5 21.9

External SectorCurrent account 13.6 1.6 -28.2 -24.3 -47.3 -52.5 -54.2 -62.9 -69.3 -82.7 -87.4

Merchandise trade balance 46.5 40.0 24.8 25.3 20.1 29.8 19.4 15.0 14.5 8.2 6.2Exports (fob) 137.8 160.6 197.9 153.0 201.9 256.0 242.6 262.2 274.8 299.8 331.2Imports (fob) 91.4 120.6 173.1 127.7 181.8 226.2 223.2 247.2 260.3 291.6 325.0

Nonfactor services, net -9.6 -13.2 -16.7 -19.2 -30.8 -37.9 -41.1 -41.9 -44.9 -45.9 -47.1 Income and current transfers, net -23.2 -25.3 -36.3 -30.3 -36.6 -44.3 -32.6 -36.0 -38.9 -45.0 -46.5

Direct investment, net -9.4 27.5 24.6 36.0 36.9 67.7 68.1 60.0 60.0 60.8 62.9Portfolio equity, net 1 6.8 24.8 -7.3 39.7 43.9 16.0 3.3 4.6 4.7 4.8 4.9Gross international reserves 85.8 180.3 193.8 238.5 288.6 352.0 373.1 390.6 404.7 423.9 437.3Current account (% of GDP) 1.3 0.1 -1.7 -1.5 -2.2 -2.1 -2.4 -2.4 -2.5 -2.8 -2.7

General Government Total Revenues and Grants 34.6 34.3 35.0 33.9 35.4 35.0 35.0 35.3 35.4 35.5 35.5 Total Expenditure 38.1 36.9 36.3 36.9 38.1 37.6 38.1 38.2 38.3 38.3 38.2

Current Expenditure 36.1 35.1 34.0 34.7 34.1 35.4 35.6 35.7 35.7 35.7 35.5of which: Interest payments 6.8 6.1 5.4 5.2 5.2 5.7 5.4 5.2 5.1 5.0 4.9

Capital Expenditure 1.9 1.8 2.2 2.2 4.0 2.3 2.5 2.5 2.6 2.6 2.7 Primary Balance 3.3 3.5 4.1 2.2 2.5 3.1 2.4 2.3 2.2 2.2 2.2 Overall Balance -3.5 -2.6 -1.3 -3.0 -2.7 -2.6 -3.0 -2.9 -2.9 -2.8 -2.7 Gross Public Sector Debt 66.7 65.2 63.5 66.9 65.2 64.9 65.0 62.7 60.6 58.7 56.9

Prices GDP Deflator 6.1 5.9 8.3 7.2 8.2 7.0 6.0 5.5 5.3 4.9 4.9 Consumer Price Index (eop) 3.1 4.5 5.9 4.3 5.9 6.5 5.8 5.7 5.5 5.3 4.9 Producer Prices (eop) 4.3 9.4 9.8 -4.1 13.8 4.1 11.1 5.2 5.0 4.7 4.7

Memorandum items: Nominal GDP (in R$ billions) 2,369 2,661 3,032 3,239 3,770 4,143 4,403 5,294 5,768 6,273 6,809

Source: IMF, BCB, IBGE, EIU, WB Calculation

Projections

Note 1: Porfolio equity does not include debt securities

(in percent of GDP)

(annual percent change)

(annual real percent change)

(in percent of GDP)

(in US$ billions, unless noted)

Estimates EstimativasProjections Projeções

Indicator IndicadorNational Accounts Contas nacionais

(annual real percent change) (variação percentual real anual)Real GDP Growth Crescimento real do PIB

(in percent of GDP) (em porcentagem do PIB)Gross domestic investment Investimento interno bruto

External sector Setor externo(in US$ billions, unless noted) (em bilhões de US$, salvo indicação em contrário)

Current account Conta correnteMerchandise trade balance Saldo do comércio de mercadorias

Exports (fob) Exportações (FOB)Imports (fob) Importações (FOB)

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Nonfactor services, net Serviços não fatores, líquidosIncome and current transfers, net Renda e transferências correntes, líquidas

Direct investment, net Investimento direto, líquidoPortfolio equity, net 1 Ações em carteira, líquido 1

Gross international reserves Reservas internacionais brutasCurrent account (% of GDP) Conta corrente (% do PIB)

General Government Governo geral(in percent of GDP) (em porcentagem do PIB)

Total Revenues and Grants Total das receitas e doaçõesTotal Expenditure Total da despesa

Current Expenditure Despesas correntesof which: Interest payments das quais: pagamentos de juros

Capital Expenditure Despesas de capitalPrimary Balance Saldo primárioOverall Balance Saldo global

Gross Public Sector Debt Dívida bruta do setor públicoPrices Preços

(annual percent change) (variação percentual anual)GDP Deflator Deflator do PIB

Consumer Price Index (eop) Índice de preços ao consumidor (fim do período)Producer Prices (eop) Preços ao produtor (fim do período)Memorandum items: Por memória:

Nominal GDP (in R$ billions) PIB nominal (em bilhões de reais)Note 1: Portfolio equity does not include debt securities Nota 1: As ações em carteira não abrangem títulos de

dívida.Source: IMF, BCB, IBGE, EIU, WB Calculation Fonte: FMI, BCB, IBGE, EIU, cálculos do Banco

Mundial.

6. Intervenções fiscais recentes tiveram como objetivo reforçar o desempenho da indústria. Um primeiro pacote de estímulo foi lançado em abril de 2012: foram reduzidos impostos sobre a folha de pagamentos dos setores industriais mais afetados pela desaceleração da economia, mais recursos foram destinados ao BNDES e alguns impostos sobre a venda de bens de consumo duráveis sofreram reduções. Um segundo estímulo, em junho de 2012, reduziu a taxa de juros ativa do BNDES em 50 pontos-base para promover o investimento, complementando medidas anteriores em apoio ao consumo. Em resposta aos resultados decepcionantes do PIB no terceiro trimestre, as autoridades anunciaram outras medidas em dezembro de 2012: a redução dos encargos sobre a folha de pagamentos da construção civil, um programa de sustentação dos investimentos e um novo corte de 50 pontos-base na taxa ativa do BNDES (reduzindo-a para 5%). Também estão em andamento esforços para reduzir os custos da energia para as empresas e para as famílias.42

7. Após uma rápida entrada de fluxos de capital, as autoridades envidaram esforços para conter a apreciação do câmbio. Em resposta a uma significativa valorização da moeda, as autoridades buscaram controlar os fluxos de entrada de capitais por meio de um imposto sobre operações financeiras e uma intervenção mais firme do Banco Central no câmbio. Em um 42 Estima-se que as medidas de estímulo fiscal impliquem um custo tributário total de R$ 40 bilhões em 2012, com uma parcela significativa correspondendo à redução temporária do IPI sobre veículos, eletrodomésticos e móveis (R$ 8,5 bilhões) e à redução dos impostos sobre bens de capital (R$ 7,6 bilhões). Entre as demais medidas, destacam-se a redução dos encargos sobre a folha de pagamentos e o corte dos preços da eletricidade. Além disso, a CIDE foi reduzida para compensar o reajuste dos preços dos combustíveis (R$ 6,8 bilhões em receitas).

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contexto de política monetária mais acomodatícia e de crescimento da aversão ao risco em virtude da debilidade da economia mundial, essas ações ajudaram a frear os fluxos de entrada de capitais de curto prazo e provocaram uma depreciação da taxa de câmbio real efetiva de 35% entre julho de 2011 e dezembro de 2012. Para evitar uma nova depreciação e os seus efeitos sobre a inflação, o Banco Central relaxou algumas das restrições no início de dezembro, isentando os empréstimos com vencimento acima de um ano da cobrança de IOF. Em consequência, houve uma apreciação de quase 3% da taxa de câmbio efetiva real em janeiro de 2013. A continuação das pressões de alta sobre o câmbio poderia levar a novas intervenções no mercado de câmbio, a fim de proteger a competitividade da indústria.

8. Enquanto o Brasil atravessava a turbulência mundial, o seu sistema financeiro brasileiro manteve a solidez e resiliência. Após um período de crescimento acelerado do crédito (com o crédito em aberto ao setor privado chegando a metade do PIB), os indicadores da qualidade dos ativos se estabilizaram de modo geral. Em janeiro de 2013, cerca de 8% dos empréstimos ao consumidor e 3,7% dos empréstimos a empresas estavam classificados como improdutivos (em atraso há mais de 90 dias). A queda das taxas de juros aliviou a pressão sobre os devedores, mantendo a inadimplência em níveis administráveis até então. O sistema bancário parece estar bem protegido para suportar perdas, com a provisão para perdas com empréstimos totalizando 160% do montante dos empréstimos não produtivos e os índices de solvência chegando a 16,4% em junho de 2012. Embora o crescimento acelerado dos empréstimos para a compra da casa própria tenha gerado preocupações sobre a possibilidade de uma bolha, esse tipo de financiamento representa apenas 13% do total do crédito ao setor privado e as taxas de inadimplência caíram recentemente graças à melhoria dos processos de execução de hipotecas.

9. O déficit da conta corrente foi coberto inteiramente pelo investimento direto estrangeiro em 2012. O enfraquecimento da conjuntura externa diminuiu o volume do comércio e provocou uma deterioração das relações de troca do Brasil, fatores esses que reduziram o saldo da balança comercial e levaram a um déficit da conta corrente de 2,4%. Com um PIB de 2,9%, o Brasil foi o quarto maior destino de investimento direto estrangeiro em 2012. Contudo, o fluxo dos investimentos de carteira estrangeiros mostrou menos estabilidade. Dinamizados pelos diferenciais de taxas de juros, os fluxos de carteira foram inicialmente fortes, empurrando para cima a taxa de câmbio e levando a medidas como o imposto sobre operações financeiras. Essas medidas, combinadas com o crescimento da aversão ao risco em todo o mundo, resultaram em uma desaceleração desses fluxos. Isso foi agravado pela redução da taxa básica de juros, que ajudou a reduzir os diferenciais de taxas de juros.

PERSPECTIVAS MACROECONÔMICAS

10. O crescimento deve fortalecer-se gradativamente ao longo de 2013, encerrando o ano em 3,1%. A expectativa é que a demanda interna impulsione a economia. À medida que a confiança do consumidor se fortaleça, o consumo — que havia desacelerado, mas se mantinha relativamente resiliente — deve ser impulsionado pelos fundamentos da economia favoráveis. O investimento havia sofrido um forte recuo, porém deve recuperar-se com a melhora do sentimento e será ajudado pelo desenvolvimento de novos campos de petróleo offshore e pelos preparativos para os grandes eventos dos próximos anos. Embora a conjuntura externa deva estabilizar-se, ou até mesmo melhorar, a contribuição da demanda externa deve permanecer reduzida por fatores estruturais que afetam a competitividade das exportações, bem como pelo provável aumento da demanda por importações em decorrência do fortalecimento da demanda interna.

11. As perspectivas para a inflação continuam a representar um desafio. O hiato negativo do produto resultante do fraco desempenho da economia recentemente não evitou o surgimento de pressões inflacionárias, uma tendência que deve ser acentuada ainda mais à medida que a recuperação consolidar-se. Os riscos inflacionários surgiram em função do rápido aumento dos salários (superando o crescimento da produtividade), em parte devido à escassez da

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oferta de mão de obra, com os aumentos de salário afetando, em especial, os preços dos serviços. As pressões sobre os preços também estão relacionadas a fatores externos, como a grave seca no Meio-oeste dos Estados Unidos. Após chegar a 4,9% em junho, a taxa de inflação de 12 meses subiu, chegando a 6,3% em fevereiro de 2013. As pressões sobre os preços também foram resultado de políticas acomodatícias para administrar a demanda e de políticas salariais adotadas em período anterior. Apesar de dois anos de crescimento fraco, as forças inflacionárias inerciais ainda são fortes e estão ajudando a manter a inflação alta. Isso motivou o Banco Central a deixar a política monetária em compasso de espera.

12. Daqui para frente, as autoridades precisarão manter um difícil equilíbrio para efetivamente apoiar o cenário de referência da recuperação continuada da economia em meio à incerteza das perspectivas inflacionárias. Mesmo quando a política fiscal é usada ativamente para apoiar a retomada da economia, deve-se manter uma orientação prudente, o que é considerado apropriado em vista da necessidade de dar continuidade à credibilidade do passado. A defasagem na implementação e no impacto da política fiscal também pode fazer dessa política um instrumento não tão adequado para administrar a demanda, especialmente em uma conjuntura incerta que exige respostas ágeis na forma de políticas. Como a expectativa é que a política monetária arque com o peso do ajuste anticíclico, as autoridades precisarão encontrar um difícil equilíbrio. Por um lado, para administrar as expectativas inflacionárias, a força e a natureza das pressões incipientes sobre os preços precisarão ser acompanhadas de perto e contidas caso se tornem arraigadas. Por outro lado, a recuperação ainda é tímida e a conjuntura externa permanece complexa, o que salienta a necessidade de ter cautela para não abafar o ímpeto do crescimento antes que a expansão ganhe bases mais amplas.

13. O panorama econômico brasileiro está sujeito a uma série de riscos internos e externos. No fronte interno, além dos riscos de alta da inflação já mencionados, os agentes do mercado já demonstraram a sua preocupação com o elevado grau de incerteza sobre a política econômica. Essa incerteza vem sendo alimentada pelas intervenções fiscais direcionadas a determinados setores da economia e pela percepção de que a agenda de reformas estruturais precisa ser acelerada. No fronte externo, a deterioração da economia mundial causada por uma possível desaceleração nos Estados Unidos e/ou na China, combinada com um agravamento da situação fiscal em alguns países da zona do euro, poderia traduzir-se em uma queda da demanda externa pelas exportações brasileiras, em vista da composição dos mercados de exportação do Brasil.43 Vulnerabilidades externas podem surgir em virtude do aumento da participação de commodities nas exportações, estimada em mais de 58% no segundo semestre de 2012, aumento esse impulsionado, em grande parte, por elevações reversíveis dos preços das principais commodities de exportação nos últimos anos. O Brasil também é vulnerável ao sentimento do mercado, o que afeta a entrada de fluxos de carteira e de investimento direto estrangeiro (IDE). Contudo, esse risco é mitigado por fatores como o elevado nível de reservas do Brasil, a composição favorável da dívida externa, a participação desproporcional do IDE no financiamento da conta corrente, o grau relativamente baixo de abertura comercial em comparação com o de outros mercados emergentes e a pequena participação da dívida pública detida por não residentes.

14. A despeito da sua situação estável no momento, o setor bancário continua vulnerável a uma desaceleração interna e externa prolongada. Os bancos de pequeno e médio porte, que atualmente detêm 8% e 12% dos ativos do sistema bancário, respectivamente, estão expostos ao risco de liquidez por dependerem de fontes de recursos internos voláteis,

43 No primeiro semestre de 2011, as exportações para os EUA, a Europa e a China representaram 50% do total das exportações, com a China absorvendo 18%, UE-25, 20% e os EUA, 12%. Simulações dos técnicos do Banco apontam que um recuo de 1% no crescimento do PIB chinês provocaria uma queda das exportações brasileiras para a China de 0,97% no caso de todas as mercadorias e 0,68% no caso apenas das commodities. As exportações brasileiras para a UE ou para os EUA seriam mais resilientes, recuando, seja o destino um ou o outro, cerca de 0,91% no caso das exportações de mercadorias e 0,60% no caso apenas das commodities.

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ao passo que os bancos de maior porte, que desfrutam de mais acesso a financiamento externo, poderiam enfrentar dificuldades na rolagem da dívida externa. De fato, os níveis crescentes de endividamento externo do setor privado, principalmente com a emissão de títulos por empresas e bancos, aumentou a preocupação com a capacidade de algumas empresas de carregarem a sua dívida. Entretanto, a maioria das métricas tradicionais da estrutura de capital aponta que o nível e a composição44 da dívida externa do setor privado não apresentam riscos em especial para a estabilidade do setor financeiro nesta altura. No geral, a avaliação das instituições bancárias em todo o sistema indica que os riscos são bem administrados. O sistema bancário brasileiro conta atualmente com níveis de liquidez sólidos e reservas de capital suficientes, e a exposição direta do sistema em moeda estrangeira é limitada: 7,2% dos passivos e 4% dos ativos.

15. Uma deterioração ainda maior da conjuntura econômica mundial põe em risco o cumprimento das metas fiscais. A consecução das metas de superávit primário pode ser afetada pela desaceleração da atividade econômica, pois a arrecadação federal tende a cair e as despesas destinadas à proteção social tendem a subir. Além disso, como as taxas de juros baixas sem precedentes e a alta da inflação limitaram o espaço para um novo relaxamento das condições monetárias, a atenção recaiu sobre os instrumentos fiscais e quase-fiscais para estimular a economia. Outros riscos fiscais a serem monitorados decorrem de múltiplas fontes, como o aumento do salário mínimo em janeiro de 2013, a desoneração de determinados setores da indústria, as atividade quase-fiscais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a possibilidade de elevação da taxa de juros real após ela ter chegado a níveis historicamente baixos.

16. Apesar desses riscos e desafios, o quadro macroeconômico global do Brasil é considerado adequado e sustentável no médio prazo. O quadro de políticas brasileiro (mais detalhes sobre o federalismo fiscal brasileiro podem ser encontrados na Caixa 1, abaixo) deu ao Governo a flexibilidade para responder bem à crise financeira mundial de 2008-09 e à atual deterioração da conjuntura externa em decorrência da crise fiscal europeia, valendo-se de um conjunto de medidas fiscais, monetárias e externas para estimular a demanda interna. A dívida bruta do setor público deve cair no futuro, a despeito das dificuldades em manter o saldo fiscal diante das grandes necessidades de investimento e da pressão exercida pelo aumento das despesas correntes. Ademais, a flexibilidade do câmbio e o nível relativamente elevado das reservas externas devem ajudar o Brasil a enfrentar as consequências de uma possível crise externa, inclusive uma possível mudança abrupta nas percepções do mercado e a consequente inversão dos fluxos de capital.45

17. As perspectivas para o Brasil no médio e longo prazo dependerão bastante da sua capacidade para tirar proveito do seu grande potencial ainda não explorado. Do ponto de vista histórico, a economia brasileira vem passando claramente por um período de crescimento acelerado ao longo da última década, mas a perspectiva contrafatual é que o crescimento poderia ser consideravelmente maior em vista do vasto potencial não explorado do País. Para continuar a subir mais degraus na escala da renda per capita e, ao mesmo tempo, garantir o crescimento inclusivo e sustentável, o Brasil precisará tirar partido desse potencial, criando melhores condições para o crescimento. Isso exigirá explorar não apenas a dinâmica do crescimento interno no país (que está ligada ao grande mercado interno e à crescente classe média), mas também obter mais benefícios da atual integração do Brasil à economia mundial.

18. Para energizar os fatores de crescimento subjacentes, serão necessários esforços determinados ao longo de vários anos para enfrentar os gargalos estruturais de longa data. Entre esses desafios, o principal é a necessidade de acelerar a formação de capital humano e reforçar a sua qualidade, a fim de elevar os padrões de vida e impulsionar o crescimento da

44 Os níveis da dívida externa de curto prazo do setor privado permanecem relativamente baixos, apesar de um certo aumento desde 2007.45 Entretanto, cumpre notar que, ultimamente, o câmbio vem sendo administrado de maneira mais forte.

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produtividade. Além disso, é preciso elevar os investimentos públicos e privados para eliminar os crescentes gargalos em termos de infraestrutura e assentar as bases para o crescimento liderado pela inovação. Ademais, outros desafios dizem respeito à importância de desenvolver um mercado de capitais privado de longo prazo, um mercado de trabalho mais flexível e um ambiente de negócios mais ágil que promova a concorrência interna e a competitividade externa.

19. As autoridades lançaram várias iniciativas nesse sentido. O Plano Brasil Maior (2011-14) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) visa a reforçar a competitividade da economia brasileira, eliminando gargalos transversais e oferecendo apoio a setores específicos. O plano prevê a redução dos custos comerciais, a aceleração do crescimento da produtividade e o fortalecimento da competitividade externa do Brasil no mercado mundial. Além disso, foram lançadas iniciativas recentemente para estimular o investimento privado em infraestrutura e reduzir o custo da eletricidade. Embora os recém-anunciados investimentos em infraestrutura não sejam pequenos em termos absolutos (cerca de US$ 66 bilhões para estradas e ferrovias), correspondem a apenas 0,3% do PIB brasileiro, para cobrir um período de 25 anos. Contudo, o plano tem um valor importante ao sinalizar que o Governo dará mais ênfase i) ao aumento do investimento (além do consumo) como forma de acelerar a retomada da economia; ii) ao fortalecimento dos alicerces para o crescimento sustentado no médio prazo (e não apenas à retomada no curto prazo) e iii) ao aumento da participação do setor privado no desenvolvimento da infraestrutura, complementando o seu limitado espaço fiscal para uma rápida expansão dos investimentos públicos.

EVOLUÇÃO SOCIOECONÔMICA RECENTE NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Evolução da economia20. A trajetória do desenvolvimento em Pernambuco foi marcada por duas décadas de crescimento sólido (1960 e 1970), seguidas de duas décadas de relativa estagnação (1980 e 1990). O primeiro período resultou em um crescimento que se aproximava dos níveis nacionais, em parte graças a incentivos fiscais e de outros tipos que ajudaram a atrair investimentos significativos. Isso possibilitou a expansão e diversificação da base industrial do Estado, embora a maior parte das indústrias permanecesse localizada na Região Metropolitana do Recife, deixando o interior dependente, sobretudo, de atividades primárias. Em parte devido à redução desses incentivos e acompanhando o desempenho global da economia nacional, as duas décadas seguintes foram marcadas por um crescimento tímido.

21. Tal como o restante do Brasil e a região Nordeste, a economia pernambucana viu o crescimento acelerar-se nos anos 2000 (Figura 1). O crescimento passou de taxas modestas de 2,4% durante o período de 1996-2006 para 5,5% nos últimos cinco anos. A aceleração do crescimento ajudou a impelir o aumento da renda per capita, embora — pelo menos até os dados de 2010 — a diferença relativa para o restante do Brasil ainda seja pronunciada. De fato, assim como os demais Estados do Nordeste, Pernambuco continuou atrás do restante do país em termos de desenvolvimento socioeconômico. Embora a economia pernambucana fosse a segunda maior da região e a décima maior do país em 2010 (respondendo por 2,5% do PIB nacional), a renda per capita da sua população, de 9 milhões de habitantes, era de R$ 10.821, cerca de metade da média nacional.

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Figura 1. Aceleração do Crescimento em Pernambuco em Uma Perspectiva Regional

Fonte: IBGE/Ipeadata.Nota: O Índice de Produção Industrial é uma estimativa composta mensal baseada no produto real das indústrias extrativa e de transformação. Esse índice está disponível nos níveis nacional e subnacional.

Figura 2. Apesar da Força da Indústria, os Serviços Continuaram a Dominar a Economia

Contribuição para o Crescimento do PIB por Setor:*Brasil

Agricultura Indústria Serviços2005 0,02% 0,61% 2,39%2006 0,26% 0,64% 2,79%2007 0,27% 1,46% 4,09%2008 0,37% 1,14% 3,26%2009 -0,18% -1,50% 1,43%2010 0,34% 2,93% 3,66%

Contribuição para o Crescimento do PIB por Setor:*

PernambucoAgricultura Indústria Serviços

2005 0,52% 0,11% 3,23%2006 0,49% 0,89% 3,34%2007 0,15% 1,51% 3,38%2008 0,19% 0,89% 3,83%2009 0,49% 0,60% 1,69%2010 0,02% 2,93% 4,04%

* contribuição em pontos percentuais * contribuição em pontos percentuais

Fonte: IBGE.

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22. No entanto, o que distinguiu Pernambuco do restante do Brasil foi o padrão da aceleração do seu crescimento. A demanda do consumo teve um papel preponderante, apoiado pela sólida expansão do crédito e pelo aumento da renda per capita, e foi ajudado pelas transferências sociais do Governo para a população mais pobre. Mas como a evolução das vendas no varejo sugere (Figura 1), a força da demanda do consumo não foi exclusividade de Pernambuco. O destaque em Pernambuco foi a força sustentada da demanda por investimentos, refletida na ampliação da capacidade do Estado para investir em infraestrutura social, na oferta seletiva de incentivos fiscais e nas melhorias no ambiente de negócios. Esses investimentos estiveram concentrados na área do Porto de Suape (Caixa 1).

23. Diferentemente do restante do Brasil, Pernambuco viu o seu setor industrial ter um forte desempenho. Nos últimos cinco anos, a indústria cresceu uma média de 6,1%, uma melhoria importante em comparação com a taxa média de crescimento de 0,6% nos 10 anos anteriores. O setor industrial de Pernambuco teve um desempenho superior ao do restante do país mesmo durante os anos afetados por turbulências na economia: em meados de 2012, a produção industrial era 20% mais alta do que no início de 2007 em Pernambuco (frente a 6,3% no Brasil, 0,6% na Bahia e -3,4% no Ceará).

24. Em vista do nível relativamente baixo de industrialização em Pernambuco, o setor de serviços continuou a ser um dos principais fatores por trás do crescimento. O aumento do impulso na industrialização significou que Pernambuco, ao contrário do restante do Brasil, conseguira sustentar a participação da indústria no PIB (Figura 2). Ainda assim, o nível de industrialização permanece abaixo da média nacional, de 22% em 2010 (em comparação com 28% no Brasil), com o setor de serviços registrando uma participação mais pronunciada (73%, em comparação com 67% no Brasil). Isso significa que o crescimento dos serviços, que está intimamente ligado à demanda do consumo, continuou a ser o principal fator a contribuir para o crescimento global do PIB.

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1.

Caixa 1. Porto de Suape

Localizado a 40 quilômetros do Recife, o Porto de Suape ocupa uma área de 140 quilômetros quadrados. Cerca de 13,5 mil hectares estão distribuídos em zonas portuária, industrial, administrativa e de preservação ecológica e cultural. Mais de 100 empresas operam atualmente no Complexo de Suape e respondem por 25 mil empregos diretos, segundo estimativas. Em 2010, o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) classificou a infraestrutura do porto público de Suape como a melhor e mais moderna do Brasil. Com profundidades entre 15 m e 20 m, além de uma localização estratégica em relação às principais rotas de navegação, Suape está conectado a mais de 160 portos em todos os continentes.

Suape também está sendo ligado a todos os segmentos produtivos do Nordeste por meio da ferrovia Transnordestina, já em construção e com conclusão prevista para o fim de 2014. Além disso, estão em andamento projetos de infraestrutura visando à construção de infraestruturas viárias e portuárias. Quatro novos terminais serão instalados para bens a granel, açúcar, contêineres e grãos. Suape também deverá ter uma função na exploração dos campos de petróleo do pré-sal.

Suape atraiu grandes investimentos privados, que já ultrapassaram a casa dos R$ 40 bilhões. Esses investimentos foram beneficiados por uma política diferenciada de incentivos fiscais para novas empresas (redução de até 75% em tributos federais e estaduais, além de outros incentivos municipais). O Complexo de Suape deve receber novos investimentos do Governo no montante de R$ 10 bilhões até 2014. Destacam-se os investimentos em uma refinaria de petróleo (a primeira construída no Brasil em 30 anos), um novo polo petroquímico, um polo naval, um polo industrial em apoio ao complexo de produção do petróleo e gás do pré-sal e uma nova cadeia industrial para o polo de produção de energia eólica.

Os investimentos no Porto de Suape já se refletem no volume de carga movimentado anualmente. De 2005 a 2011, a movimentação de contêineres cresceu em média 13,5% ao ano. O Governo de Pernambuco projeta que essa movimentação chegue a 1 milhão até 2016 (aumento de 130%) e 2 milhões até 2030. A ampliação do Canal do Panamá, cuja conclusão está prevista para 2014, representa uma oportunidade única para Pernambuco alcançar essa meta e aumentar a presença do Porto de Suape nas redes mundiais de comércio, alavancando o crescente comércio entre a Ásia e o Brasil.

-

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Milh

ares

Contêineres (TEU)

Fonte: Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Suape

100

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ANEXO 4: ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE FISCAL E DA DÍVIDA

SITUAÇÃO DAS FINANÇAS PÚBLICAS DE PERNAMBUCO: 2004-11

Evolução dos saldos fiscais, 2004-11

1. Ao longo da última década, a situação das finanças públicas de Pernambuco teve uma melhora acentuada. Os saldos operacionais subiram para níveis substancialmente mais altos, em um período marcado por medidas de ajuste fiscal coerentes e crescimento elevado. Em especial, os superávits operacionais subiram de 12% da receita corrente líquida em 2004 para 20% em 2010, proporcionando o espaço fiscal para um aumento considerável dos investimentos e a redução dos coeficientes de endividamento. No entanto, essa tendência positiva foi revertida em 2009 e, novamente, em 2011 e 2012, quando os superávits recuaram em linha com o desempenho da economia.

Tabela A5.1. Evolução das Contas Fiscais (EFP) de Pernambuco 2012 R$ Billions

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012I. REVENUE 12.8 14.5 15.8 16.9 19.4 20.0 23.4 24.4 25.2Taxes 6.2 7.0 7.6 8.1 8.9 9.3 10.7 11.8 12.1Social Contributions 1.9 2.1 2.4 2.4 2.6 2.4 2.8 2.8 3.1Transfers 4.2 5.0 5.3 5.9 7.2 7.5 9.1 8.6 8.8Other Current Revenues 0.5 0.5 0.5 0.5 0.8 0.8 0.8 1.2 1.1

II. EXPENSE 11.8 13.1 14.1 15.2 17.2 18.7 20.6 22.2 23.5Compensation of Employees 4.4 4.9 5.2 5.7 6.4 6.9 7.6 7.9 8.5Pensions 1.9 2.0 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.8 3.0Interest Payments 0.4 0.4 0.4 0.4 0.3 0.3 0.3 0.3 0.4Transfers 2.6 2.9 3.1 3.6 4.1 4.4 5.0 5.5 5.5Goods and Services 2.5 2.9 3.2 3.3 4.0 4.5 5.0 5.7 6.1

III. GROSS OPERATING BALANCE (I - II) 1.0 1.4 1.7 1.7 2.2 1.3 2.8 2.2 1.8(as % of NCR) 12.5% 15.9% 16.6% 15.8% 17.6% 10.5% 20.0% 14.3% 11.3%

IV. TRANSACTIONS IN NON-FINANCIAL ASSETS 0.7 0.7 1.0 0.9 1.4 2.3 2.7 2.6 3.0Net acquisition of non-financial assets 0.6 0.7 0.9 0.6 0.9 1.3 2.1 2.0 2.3(as % of NCR) 7.7% 7.3% 8.6% 5.8% 7.4% 10.5% 14.6% 13.3% 14.7%Other investments in assets 0.05 0.09 0.11 0.26 0.43 0.91 0.63 0.56 0.68

V. NET LENDING / BORROWING (III - IV) 0.33 0.68 0.70 0.84 0.84 -0.91 0.13 -0.40 -1.20(as % of NCR) 4.2% 7.6% 6.9% 7.6% 6.7% -7.2% 0.9% -2.6% -7.7%

VI. PRIMARY BALANCE (V + Interest Payments) 0.7 1.1 1.1 1.2 1.2 -0.6 0.4 -0.1 -0.8(as % of NCR) 9.2% 12.0% 10.7% 10.9% 9.3% -4.9% 3.1% -0.5% -5.4%

VII. TRANSACTIONS IN FIN. ASSETS AND LIABILITIES -0.4 -0.5 -0.5 -0.4 -0.3 0.7 0.4 0.1 1.8New Loans 0.1 0.1 0.1 0.1 0.3 1.3 0.7 0.5 2.3Amortizations, net -0.5 -0.6 -0.6 -0.5 -0.6 -0.6 -0.4 -0.4 -0.5Asset sales 0.00 0.01 0.07 0.00 0.00 0.02 0.00 0.00 0.01

VIII. TOTAL BALANCE (V + VII) -0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.2 0.5 -0.3 0.6

IX. GROSS FINANCING NEEDS (Amortizations - V) 0.2 -0.1 -0.1 -0.3 -0.2 1.5 0.3 0.8 1.7

Memo: Net Consolidated Debt / NCR 104% 83% 67% 53% 42% 43% 39% 38% 46%

Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

2012 R$ Billions Bilhões de R$ de 2012I. REVENUE I. RECEITA

Taxes TributosSocial Contributions Contribuições sociais

Transfers TransferênciasOther Current Revenues Outras receitas correntes

101

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II. EXPENSE II. DESPESACompensation of Employees Remuneração de funcionários

Pensions PensõesInterest Payments Pagamentos de juros

Transfers TransferênciasGoods and Services Bens e serviços

III. GROSS OPERATING BALANCE (I - II) III. SALDO OPERACIONAL BRUTO (I - II)(as % of NCR) (como % da RCL)

IV. TRANSACTIONS IN NON-FINANCIAL ASSETS

IV. TRANSAÇÕES EM ATIVOS NÃO FINANCEIROS

Net acquisition of non-financial assets Aquisição líquida de ativos não financeirosOther investments in assets Outros investimentos em ativos

V. NET LENDING / BORROWING (III - IV) V. CAPACIDADE/NECESSIDADE LÍQUIDA DE FINANCIAMENTO (III - IV)

(as % of NCR) (como % da RCL)VI. PRIMARY BALANCE (V + Interest

Payments)VI. SALDO PRIMÁRIO (V + Pagamentos de juros)

(as % of NCR) (como % da RCL)VII. TRANSACTIONS IN FIN. ASSETS AND

LIABILITIESVII. TRANSAÇÕES EM ATIVOS E PASSIVOS NÃO FINANCEIROS

New Loans Novos empréstimosAmortizations, net Amortizações, líquidas

Asset sales Alienação de ativosVIII. TOTAL BALANCE (V + VII) SALDO GLOBAL (V + VII)

IX. GROSS FINANCING NEEDS (Amortizations – V)

IX. NECESSIDADE BRUTA DE FINANCIAMENTO (Amortizações – V)

Memo: Por memória:Net Consolidated Debt / NCR Dívida consolidada líquida/RCL

102

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Evolução da receita fiscal, 2004-12

2. O crescimento robusto das receitas foi um fator importante na melhoria da posição fiscal do Estado. Ente 2004 e 2012, o total das receitas cresceu a uma média anual de 8,9% em termos reais graças ao forte desempenho em todas as principais categorias da receita: impostos, transferências, contribuições sociais e outras receitas. Do lado da receita, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), a mais importante rubrica da receita, cresceu a uma média de 8,5%, não obstante o seu baixo crescimento em 2012 em virtude do enfraquecimento da atividade econômica. No geral, o aumento dos proveitos do ICMS foi impulsionado pelo crescimento econômico e por medidas para reforçar a arrecadação, especialmente a substituição tributária46 e a adoção da nota fiscal eletrônica. Em consequência, a receita do ICMS como porcentagem do PIB subiu de 7% em 2000 para 9% em 2010, um dos desempenhos mais significativos no Nordeste (Tabela AX.2). Segundo os dados disponíveis referentes a 2010, Pernambuco ocupava o quinto lugar entre os Estados brasileiros em termos da receita do PIB em relação ao PIB estadual, um avanço se comparado com a sua posição anterior em 2000 (17º).

Figura A5.1. Evolução da Receita, Despesa e Saldos Fiscais em Pernambuco

0

1

1

2

2

3

3

0

5

10

15

20

25

30

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

2012

R$

Bill

ions

(G.O

.B.)

2012

R$

Bill

ions

(Rev

enue

, exp

ense

) Revenues and Expenses (GFS Methodology)

I. REVENUE II. EXPENSE III. GROSS OPERATING BALANCE (I - II)

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Real Annual Growth in Revenue and Exenditure (%)

Current Revenue Current Expenditure

Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

Revenues and Expenses (GFS Methodology) Receitas e Despesas (Metodologia das EFP)2012 R$ Billion (Revenue, Expense) Bilhões de R$ de 2012 (receita, despesa)

2012 R$ Billion (G.O.B.) Bilhões de R$ de 2012 (S.O.B.)I. Revenue I. ReceitasII. Expense II. Despesas

III. Gross Operating Balance (I - II ) III. Saldo operacional Bruto (I - II)Real Anual Growth in Revenue and Expenditure (%) Crescimento Anual das Receitas e Despesas (%)

Current Revenue Receitas correntesCurrent Expenditure Despesas correntes

3. As transferências federais também tiveram um crescimento robusto nesse período. Isso se deu, sobretudo, graças à elevação das transferências do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), que redistribui os recursos para a educação, do SUS

46 A substituição tributária é um mecanismo de cobrança de um IVA que impõe a obrigação do recolhimento do imposto à primeira empresa da cadeia produtiva, a fim de evitar a evasão fiscal. Esse sistema vigora desde a década de 1980 para alguns produtos, mas recentemente passou a ser usado de maneira generalizada por muitos Estados. Em Pernambuco, a implementação foi por etapas e, em 2010, o Governo do Estado estendeu a cobertura do regime de substituição tributária a produtos selecionados.

103

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(Sistema Único de Saúde) e do FPE (Fundo de Participação dos Estados). O FPE continua a ser o principal componente das transferências federais e teve um crescimento anual superior a 7% por ano; as exceções foram 2009/2010 e 2012, quando o crescimento desacelerou. De maneira análoga, as receitas do SUS e do Fundeb cresceram significativamente (a uma média anual de 11,7% e 16,3%, respectivamente, entre 2004 e 2012). Juntas, essas transferências contribuíram para o forte crescimento anual das transferências, de 7,7%, desde 2004.

4. O bom desempenho das receitas do Estado também deve bastante ao reforço da arrecadação das contribuições sociais, que representam 12,5% da receita. A contribuição dos empregadores para o fundo de pensão FUNAFIN chegou a 27% da folha salarial em dezembro de 2011, com os servidores contribuindo 14%.

5. No geral, em vista do desempenho mais forte da receita tributária e de outras receitas correntes em comparação com o aumento das transferências federais, a dependência financeira do Estado em relação aos recursos transferidos vem caindo ligeiramente. Entre 2004 e 2008, as transferências federais representaram 41,7% da receita corrente líquida, ao passo que, em 2012, responderam por 36,7%. Contudo, a razão entre as receitas tributárias e as transferências, 1,47 em 2011, ainda é inferior à média nacional, de 2,05, mas é superior à média regional, de 0,97 (Tabela A5.2).

Figura A5.2. Composição da Receita, 2012 Tabela A5.2. Indicadores Fiscais

Social Contributions

13%Transfers35%

Other Current Revenues

4%

ICMS42%

IPVA2%

Other taxes4%

Other6%

Northeast states Tax/Transfers (2011) ICMS/FPE (2011) ICMS/GDP (2010)Alagoas 77.4% 91.1% 8.3%

Bahia 139.9% 215.4% 7.2%

Ceará 126.9% 151.5% 7.8%

Maranhão 66.7% 78.2% 6.5%

Paraíba 88.5% 100.0% 8.1%Pernambuco 147.7% 234.6% 8.7%Piauí 52.7% 60.8% 8.6%

Rio Grande do Norte 104.9% 127.5% 8.8%

Sergipe 70.8% 80.4% 7.5%

Fonte: SEFAZ, IBGE, cálculos do Banco Mundial.

ICMS ICMSOther taxes Outros tributos

Other current revenues Outras receitas correntesOther Outros

Transfers TransferênciasSocial contributions Contribuições sociais

IPVA IPVA

Northeast states Estados do NordesteTax/Transfers (2011) Tributos/transferências (2011)

ICMS/FPE (2011) ICMS/FPE (2011)ICMS/GDP (2010) ICMS/PIB (2010)

104

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Evolução das despesas, 2004-12

6. As despesas correntes e o crescimento da receita em Pernambuco tenderam a evoluir juntos. De 2004 a 2012, as despesas correntes, excluídas as transferências, cresceram a uma média anual de 8,7%, ligeiramente inferior ao crescimento da receita corrente, de 8,9%. As despesas com pessoal, a maior categoria da despesa, tiveram um aumento real anual de 8,4% entre 2004 e 2009, com essa taxa se reduzindo para 6,6% entre 2010 e 2012. As despesas com pessoal englobam os salários e vencimentos do pessoal da ativa, as contribuições sociais e as pensões do pessoal já aposentado. Como o crescimento das despesas correntes acompanhou o ritmo do aumento das receitas correntes, o indicador da Lei de Responsabilidade Fiscal referente à razão entre as despesas com pessoal e a receita corrente líquida reduziu-se apenas ligeiramente. Ele recuou de 54% em 2004 para 53% em 2012, ainda dentro do exigido pela LRF.

7. O segundo componente mais importante das despesas correntes são as despesas operacionais, que abrangem a compra de bens e serviços, bem como os gastos com operações e manutenção. Assim como as despesas com pessoal, elas também registraram um forte crescimento. A taxa de crescimento anual nessa categoria subiu de 9,8% entre 2004 e 2007 para 13% a partir de 2008, o que se explica, em parte, pelo aumento dos investimentos, gerando custos operacionais e de manutenção mais altos. O crescimento anual das transferências constitucionais para os municípios também foi relativamente alto (8,7% entre 2004 e 2012). O aumento robusto das transferências para os municípios reflete o bom desempenho da arrecadação tributária estadual, uma vez que os montantes transferidos para os municípios são definidos pela Constituição como uma parcela fixa da receita tributária (veja a Caixa A5.1 sobre as Relações Fiscais). Os pagamentos de juros da dívida estadual recuaram 7,1% entre 2004 e 2012, acompanhando a trajetória descendente da dívida.

8. Com o aumento da receita, a capacidade de gerar uma poupança corrente permitiu ao Governo do Estado de Pernambuco financiar a recuperação das despesas de investimento (crescimento de 275% entre 2004 e 2012, o que corresponde a uma taxa anual de 17,9%). Embora boa parte do aumento dos investimentos possa ser atribuída aos esforços do Estado para consolidar as finanças públicas, novas operações de crédito vêm sendo usadas cada vez mais, desde 2008, para custear gastos de investimento. Em consequência, o investimento público subiu consideravelmente, passando de 7,7% da receita corrente líquida em 2004 para 14,7% em 2012. Segundo dados referentes a 2011, o nível de investimento em Pernambuco é o quinto mais alto entre os Estados brasileiros, ao passo que a taxa de investimento, medida pela razão entre investimento e RCL é a [décima terceira] mais alta.

Evolução da dívida consolidada, 2004-12

9. A dívida consolidada líquida de Pernambuco vem caindo em relação à receita e está confortavelmente dentro dos limites fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como a receita corrente líquida dobrou em termos reais entre 2004 e 2012, a razão entre a dívida consolidada líquida e a RCL teve uma queda acentuada, de mais de 104% para 46% no mesmo período (Tabelas A5.3 e A5.4). O forte desempenho da receita facilitou o pagamento de montantes mais altos para amortizar a dívida do Estado, especialmente a dívida intralimite,47 conforme previsto nos cronogramas de pagamento da dívida estabelecidos nos Contratos de Renegociação da Dívida em 1997. O serviço da dívida cresceu a um ritmo modesto, impulsionado pela elevação da amortização em vez dos pagamentos de juros. Contudo, em face do aumento da receita, a razão entre o serviço da dívida e a RCL caiu gradualmente de 12% para 6% (Figura A5.3). Além do bom desempenho da receita, a queda do endividamento de Pernambuco também é explicada pelo nível reduzido de operações de crédito, que montaram a cerca de R$ 623,6 milhões entre 2004 e 2008. Mais recentemente, porém, o Estado vem

47 Dívida dentro dos limites estipulados nos Contratos de Renegociação da Dívida de 1997 com o Governo Federal.

105

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recorrendo mais a essas operações para financiar o seu programa de investimento, o que se traduziu no aumento da razão ente operações de crédito e RCL em 2012.

10. Em termos de composição, a dívida contratual é o principal componente, com R$ 8,1 bilhões, seguida dos precatórios,48 com R$ 400 milhões. A maior parte da dívida contratual (92%) tem como credores o Tesouro Nacional e outras instituições públicas, ao passo que os 8% restantes são detidos por credores externos. Uma grande parcela da dívida pública (32%) está indexada à inflação, mais especificamente ao IGP-DI e ao IGP-M, enquanto aproximadamente 21% da dívida está expressa em dólares e 47% está indexada a outros índices, sobretudo a TR e a TJLP, além de taxas de juros oferecidas pelo BNDES.

48 Precatórios é um termo usado na legislação brasileira para se referir a mandados judiciais. Trata-se de ordens judiciais de pagamento de um determinado montante pelo Tesouro federal, estadual ou municipal contra as quais não cabe recurso. No fim do processo judicial, uma carta é enviada ao presidente do tribunal exigindo o pagamento da dívida. As ordens recebidas pelo tribunal até 1 de julho de cada ano são incluídas na proposta de orçamento e devem ser pagas no exercício financeiro seguinte.

106

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Caixa A5.1. Relações Fiscais Intergovernamentais no Brasil

O Brasil é um país federativo, composto de 26 Estados, além do Distrito Federal. O total de municípios é 5.564. A cada nível de governo é facultado levantar os seus próprios recursos por meio de bases de incidência específicas. A responsabilidade pela cobrança de tributos é, de modo geral, compatível com princípios econômicos que sugerem que bases de incidência móveis precisam ser tributadas pelo governo central, enquanto bases imóveis devem ser tributadas pelos governos subnacionais.

Em termos gerais, o Governo Federal pode cobrar impostos sobre a renda pessoal (IRPF) e os ganhos das pessoas jurídicas (IRPJ), os produtos industrializados (IPI), as operações financeiras (IOF), os combustíveis (CIDE), a propriedade rural (ITR) e as importações (II). O Governo Federal também cobra contribuições sociais sobre os lucros das pessoas jurídicas (CSLL), a folha de pagamentos (contribuições previdenciárias) e a renda das pessoas jurídicas (PIS/COFINS). As contribuições sociais se destinam a financiar as despesas com saúde, proteção social e previdência social. Diferentemente das receitas tributárias, as contribuições sociais não são divididas entre os governos subnacionais.

A maior fonte de receita para os governos estaduais é o ICMS, um imposto sobre o valor agregado que incide sobre bens e serviços. Além disso, os Estados podem cobrar um imposto sobre a propriedade pessoal, como os veículos automotores (IPVA), e sobre as heranças e doações (ITCMD). A receita de dois dos três tributos cobrados pelo Estado é dividida com os municípios, que recebem 25% do ICMS e 50% do IPVA. Os municípios têm o direito de tributar as propriedades urbanas (IPTU), os serviços (ISS) e a transmissão de propriedades (ITBI).

Alocação de Tributos e Transferências Fiscais Intergovernamentais no BrasilPessoa FísicaPropriedade Transações Empresas Outros

Federal

Estadual

Municipal

ITR

IPVA

IPTU

ICMS

ITCMD

ISS

ITBI

IRPFII

IOFIPI

CIDE

PIS/COFINS

IRPJ

CSLL

Prev. Social

ITR

IPVA IPI

CIDE

ICMS

IPI

CIDEIRPJ

IRPJ

IRPF

IRPF

107

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Figura A5.3. Evolução da Dívida e do Serviço da Dívida em 2004-12

104%83%

67%53% 42% 43% 38% 39%

0%

50%

100%

150%

200%

250%

300%

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Brazilian States - Net Consolidated Debt / NCR

Rio Grande do SulMinas Gerais

Rio de Janeiro

São Paulo

Pernambuco

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

10.0%

12.0%

14.0%

0

100

200

300

400

500

600

700

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Debt Service

Interest Payments Amortization Debt Service / NCR

2012

R$

Billi

ons

Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

Tabela A5.3. Composição da Dívida Consolidada Líquida em 2011-12

2012 R$ Millions 2011 2012Consolidated Debt (I) 7,161 8,969

Contractual Debt 6,149 8,077

Internal 5,572 6,392

National Treasury 3,233 3,060

Public Banks 2,338 3,332

External 577 1,685

Judicial Debt (Precatorios) 430 430

Deductions of Net Financial Assets (II) 1,255 1,826

Net Consolidated Debt - NCD (I - II) 5,905 7,143

Memo Items:Net Current Revenues - NCR 15,403 15,613

NCD / NCR 38% 46%Fiscal Responsibility Law ceiling: 200%

External debt21%

National Treasury

38%Public Banks41%

Internal debt92%

Debt composition, 2012

Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

Brazilian States – Net Consolidated Debt / NCR Estados Brasileiros – Dívida Consolidada Líquida/RCL

Debt Service Serviço da Dívida2012 R$ Billions Bilhões de R$ de 2012

Interest Payments Pagamentos de jurosAmortization Amortização

Debt Service / NCR Serviço da dívida/RCL

2012 R$ Millions Milhões de R$ de 2012Consolidated Debt (I) Dívida consolidada (I)

Contractual Debt Dívida contratualInternal Interna

National Treasury Tesouro NacionalPublic Banks Bancos públicos

External ExternaJudicial Debt (Precatorios) Dívida judicial (Precatórios)

Deductions of Net Financial Assets (II) Deduções de ativos financeiros líquidos (II)

108

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Net Consolidated Debt - NCD (I - II) Dívida consolidada líquida - DCL (I - II)Memo Items: Por memória:

Net Current Revenues - NCR Receita corrente líquida (RCL)NCD / NCR DCL/RCL

Fiscal Responsibility Law ceiling: 200% Teto da Lei de Responsabilidade Fiscal: 200%

Debt composition Composição da dívidaExternal debt

21%Dívida externa21%

Internal debt92%

Dívida interna92%

National Treasury38%

Tesouro Nacional38%

Public Banks41%

Bancos públicos

Cumprimento dos indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal, 2004-12

11. Pernambuco vem cumprindo os limites prudenciais estabelecidos na LRF. Na última década, os indicadores fiscais melhoraram e estão dentro dos limites prudenciais fixados na LRF (Tabela A5.4). A dívida consolidada líquida e os pagamentos do serviço da dívida caíram de forma significativa como porcentagem da RCL. Essas razões, respectivamente 200% e 11,5% da receita corrente líquida, têm estado abaixo dos tetos estipulados na LRF. As operações de crédito e as garantias também foram mantidas abaixo dos limites impostos pela lei (16% e 22% da RCL, respectivamente). Contudo, as operações de crédito aumentaram a partir de 2008, chegando a 15% da RCL em 2012 em virtude de financiamento adicional obtido da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Além do desempenho no âmbito da LRF, o Estado atingiu a maioria das metas fiscais definidas no Programa de Ajuste Fiscal (PAF) em períodos móveis de três anos negociado com a Secretaria do Tesouro Nacional.49 As exceções foram as metas de investimento e de arrecadação de receitas próprias nos anos de 2011 e 2012; esta última se deveu ao fraco desempenho do crescimento nos últimos dois anos, conforme explicado anteriormente (Tabela A5.5).

Tabela A5.4. Evolução dos Indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal, 2004-12Current R$ Billions

LEGAL LIMIT

% NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

VALUE % NCR

Personnel expenditures 1 60 2,853 54 3,316 53 3,780 51 4,203 51 4,987 50 5,664 53 6,438 52 7,305 50 8,307 53 Executive 49 2,356 44 2,729 43 3,122 42 3,455 42 4,173 42 4,763 45 5,428 44 6,199 43 7,054 45 Legislative 3 137 3 159 3 184 2 210 3 243 2 284 3 332 3 371 3 404 3 Judiciary 6 260 5 310 5 337 5 377 5 400 4 448 4 487 4 536 4 641 4 Public Prosecution 2 100 2 118 2 137 2 161 2 167 2 170 2 191 2 199 1 208 1

Net consolidated debt 200 5,506 104 5,231 83 4,920 67 4,404 53 4,249 42 4,563 43 4,799 39 5,580 38 7,143 46 Garantees Total 22 36 1 28 0 26 0 23 0 23 0 17 0 7 0 6 0 5 0 Credit Operations Revenues 16 71 1 64 1 66 1 80 1 213 2 1,111 10 664 5 517 4 2,310 15

5,294 6,306 7,389 8,301 10,010 10,625 12,436 14,553 15,613

20122009 2010

Net Current Revenues (NCR)

2011

Indicators

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: SEFAZ.

49 Cumpre notar que os números compilados pelo Estado para fins de informação referente ao cumprimento da LRF diferem daqueles obtidos diretamente das contas fiscais, conforme visto em nossas próprias estimativas, e dos compilados pelo Governo Federal e apresentados no PAF.

109

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Current R$ Billions Bilhões de R$ correntesIndicators Indicadores

LEGAL LIMIT LIMITE LEGAL% NCR % RCLVALUE VALOR

Personnel expenditures 1 Despesas com pessoal 1

Executive ExecutivoLegislative Legislativo

Judiciary JudiciárioPublic Prosecution Ministério Público

Net consolidated Debt Dívida consolidada líquidaGuarantees Total Total das garantias

Credit Operations Revenues Receita de operações de créditoNet Current Revenues (NCR) Receita corrente líquida (RCL)

Tabela A5.5. Programa de Ajuste Fiscal – Metas Fiscais e Resultados ObservadosTARGET 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Debt / NRR (%) Target 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Observed 0.8 0.7 0.6 0.6 0.5 0.6 0.7Primary Balance (R$ million) Target 435 410 269 -137 -730 -588 -1128

Observed 599 686 535 -112 65 -369 -1099Personnel / NCR (%) Target 60 60 60 60 60 60 60

Observed 54 55 53 56 54 52 56Own Revenue Collection (R$ million) Target 5,091 5,748 6,666 7,652 7,652 10,969 12,112

Observed 5,304 5,927 6,811 7,682 9,867 10,785 11,642Investment / NCR (%) Target 7.29 11.06 14.59 17.27 22.53 21.83 22.41

Observed 7.5 8.6 12.1 15.7 20.1 18.1 20.9Fonte: SEFAZ.

TARGET METADebt/ NRR Dívida/RRL

Target MetaObserved Observado

Primary Balance (R$ million) Saldo primário (milhões de R$)Personnel/NCR (%) Pessoal/RCL (%)

Own Revenue Collection (R$ million) Arrecadação de receitas próprias (milhões de R$)Investment/NCR (%) Investimento/ RCL (%)

SUSTENTABILIDADE FISCAL E DA DÍVIDA NO MÉDIO PRAZO – PROJEÇÕES DE REFERÊNCIA

12. As projeções para as trajetórias fiscal e da dívida de Pernambuco são consideradas sustentáveis no médio prazo. As projeções do cenário de referência indicam uma trajetória sustentável, apesar da deterioração do saldo fiscal primário devido à elevação dos níveis de investimento público nos próximos três anos. Pernambuco deve registrar um superávit operacional crescente ao longo do período da projeção. A dívida consolidada líquida deve aumentar de 46% da RCL em 2012 para 59% em 2015, para então recuar para 48% em 2020, à medida que os investimentos crescentes forem financiados pela poupança operacional crescente e por novas operações de crédito.

13. Em especial, as projeções de referência para o período 2013-20 representam um cenário fiscal marcado pelo crescimento das receitas e das despesas. Os principais motores

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do crescimento das receitas são os tributos (sobretudo o ICMS, que depende bastante do crescimento econômico) e as transferências correntes do Governo Federal (do FPE, Fundeb e SUS). Do lado das despesas, o crescimento está sendo impulsionado pelas despesas de capital, que sobem para 15% da RCL no curto prazo. As despesas correntes estão crescendo, em grande medida, em função do aumento dos gastos com bens e serviços (custeio), de transferências subnacionais para os municípios e para o Fundeb, e dos pagamentos de juros (Tabela A5.7). Em linha com o aumento dos níveis de endividamento, os pagamentos de juros devem subir consideravelmente entre 2013 e 2016 até se estabilizarem nesses níveis mais altos. No geral, as despesas correntes como parcela do total das despesas se estabilizam no patamar de 89% de 2013 a 2020.

14. No cenário de referência, as dinâmicas da dívida são sustentáveis e obedecem à Lei de Responsabilidade Fiscal. Com base nos planos de financiamento atuais e em dados sobre as amortizações e pagamentos de juros programados, a dívida consolidada liquida deve aumentar significativamente no médio prazo, com a implementação do programa de investimento do Estado, para então recuar ligeiramente e estabilizar-se até 2020 (Figura A5.4). No entanto, considerando que o nível da dívida de Pernambuco como porcentagem da RCL é bem inferior ao limite de 200% fixado na LRF, isso não deve afetar a sustentabilidade fiscal projetada para o longo prazo. A dívida consolidada líquida e o serviço da dívida devem continuar dentro dos limites fixados pelo Governo Federal na LRF. Os pagamentos do serviço da dívida permaneceriam abaixo de 10% da RCL ao longo de todo o período da projeção, chegando a um máximo de 10% no médio prazo e caindo daí em diante, para atingir 8% em 2020. Os custos com pessoal devem ficar abaixo de 53% da RCL por todo o período da projeção (Tabela A5.6).

Tabela A5.6. Projeções dos Indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal, 2012-20Current Millions R$

LEGAL LIMITE

% NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR VALUE % NCR

Personnel expenditures 60 9,807 53 10,534 52 11,271 51 12,060 50 12,980 49 13,971 48 15,184 48 16,502 47Net consolidated debt 200 10,812 59 11,838 58 12,687 57 13,328 55 13,879 52 14,182 49 15,184 48 16,136 46Debt service 11.5 1,423 8 2,001 10 2,215 10 2,409 10 2,648 10 2,807 10 2,821 9 2,945 8

18,472 20,252 22,156 24,201 26,495 29,008 31,800 34,860

2019 20202017 2018

Net Current Revenues (NCR)

Indicators2013 2014 2015 2016

Current Millions R$ Milhões de reais correntesIndicators Indicadores

LEGAL LIMIT LIMITE LEGAL% NCR % RCLVALUE VALOR

Personnel Expenditures Despesas com pessoalNet consolidated debt Dívida consolidada líquida

Debt Service Serviço da dívidaNet Current Revenues (NCR) Receita corrente líquida (RCL)

15. Os dados de 2012, o ano de referência, são da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) e foram reclassificados de acordo com a classificação das Estatísticas das Finanças Públicas (Government Finance Statistics – GFS). Segundo essa metodologia, a receita corrente líquida abrange as receitas das transferências de capital (conforme informado nas estatísticas brasileiras), as quais, nos demais casos, são excluídas da definição do Tesouro Nacional de receita corrente. Os resultados das projeções fiscais de referência referentes ao período de 2013 a 2020 estão apresentados na Tabela A5.7, enquanto os pressupostos usados para a projeção estão na Tabela A5.8.

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Tabela A5.7. Projeções Fiscais de Referência, 2012-20Billions 2012 R$ 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020I. Revenue (I) 25.2 26.1 27.2 28.3 29.4 30.6 32.0 33.4 35.0Taxes 12.1 12.6 13.1 13.7 14.3 14.9 15.6 16.3 17.1Social Contributions 3.1 3.2 3.3 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8Transfers 8.8 9.2 9.6 10.0 10.4 10.8 11.4 11.9 12.5Other Current Revenues 1.1 1.2 1.2 1.3 1.3 1.4 1.4 1.5 1.6

II. Expense (II) 23.5 24.2 25.1 26.1 26.9 27.8 28.9 30.0 31.2Compensation of Employees 8.5 8.6 8.8 9.0 9.2 9.3 9.6 9.9 10.3Pensions 3.0 3.1 3.1 3.2 3.3 3.3 3.4 3.5 3.7Interest Payments 0.4 0.4 0.7 0.9 1.0 1.0 1.1 1.2 1.2Transfers 5.5 5.7 5.9 6.1 6.4 6.6 6.9 7.1 7.4Goods and Services 6.0 6.3 6.5 6.8 7.1 7.4 7.8 8.1 8.5Precatorios 0.03 0.04 0.04 0.04 0.05 0.05 0.06 0.06 0.07

III. Gross Operating Balance (I - II) 1.8 2.0 2.1 2.2 2.5 2.8 3.1 3.5 3.8Gross Operating Balance (% of NCR) 11.3% 12.4% 12.4% 12.5% 13.8% 15.0% 15.8% 16.9% 17.6%

IV. Transactions in Non-Financial Assets 3.0 3.4 3.6 2.7 2.9 3.0 3.1 3.2 4.1Investment 2.3 2.7 2.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 3.2Investment (% of NCR) 14.7% 16.2% 15.4% 9.8% 9.4% 8.9% 8.5% 8.2% 10.2%Investment in Financial Assets 0.7 0.7 0.7 0.8 0.8 0.8 0.8 0.9 0.9

V. Net Lending / Borrowing (III - IV) -1.2 -1.5 -1.5 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 -0.3Net Lending / Borrowing (% of NCR) -7.7% -9.2% -9.2% -3.4% -2.1% -0.8% 0.0% 1.1% -1.6%

VI. Primary Balance (V + Interest Payments) -0.8 -1.0 -0.8 0.3 0.6 0.9 1.1 1.4 0.8Primary Balance (% of NCR) -5.4% -6.1% -4.6% 1.7% 2.8% 3.6% 4.3% 4.8% 2.7%

VII. Debt 0.9 1.0 1.3 1.7 1.8 1.9 2.0 2.0 1.9Interest Payments 0.4 0.4 0.7 0.9 1.0 1.0 1.1 1.2 1.2Amortization Payments 0.5 0.6 0.6 0.8 0.8 0.8 0.8 0.8 0.7Debt Service (% of NCR) 5.8% 6.6% 7.7% 9.9% 10.0% 10.0% 10.0% 9.7% 8.9%Net Consolidated Debt 7.1 8.6 9.7 10.1 10.3 10.3 10.3 10.1 10.3Net Consolidated Debt (% of NCR) 45.8% 53.8% 58.5% 58.5% 57.3% 55.1% 52.4% 48.9% 47.7%

VIII. Gross Financing Needs (VII - V) 1.7 2.1 2.1 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 1.1Gross Financing Needs (% of NCR) 11.2% 13.1% 12.8% 7.9% 6.6% 5.2% 4.2% 2.8% 5.0%Fonte: SEFAZ, cálculos do Banco Mundial.

Billions 2012 R$ Bilhões de R$ de 2012I. REVENUE (I) I. Receitas (I)

Taxes TributosSocial Contributions Contribuições sociais

Transfers TransferênciasOther Current Revenues Outras receitas correntes

II. Expense (II) II. Despesas (II)Compensation of Employees Remuneração de funcionários

Pensions PensõesInterest Payments Pagamentos de juros

Transfers TransferênciasGoods and Services Bens e serviços

Precatorios PrecatóriosIII. GROSS OPERATING BALANCE (I - II) III. Saldo operacional bruto (I - II)

Gross Operating Balance (% of NCR) Saldo operacional bruto (% da RCL)

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Investment InvestimentoInvestiment (% of NCR) Investimento (% da RCL)

Investment in Financial Assets Investimento em ativos financeirosIV. Transactions In Non-Financial Assets IV. Transações em ativos não financeiros

V. Net Lending / Borrowing (III - IV) V. Capacidade/necessidade líquida de financiamento (III - IV)

VI. Primary Balance (V + Interest Payment) V. Saldo primário (V + pagamentos de juros)VII. Debt VII. Dívida

Interest Payments Pagamentos de jurosAmortization Payments Pagamentos de amortização

Debt Service (% of NCR) Serviço da dívida (% da RCL)Net Consolidated Debt Dívida consolidada líquida

Net Consolidated Debt (% of NCR) Dívida consolidada líquida (% da RCL)VIII. Gross Financing Needs (VII – V) VIII. Necessidade bruta de financiamento

(VII - V)Gross Financing Needs (% of NCR) Necessidade bruta de financiamento (% da RCL)

Figura A5.4. Dívida Consolidada Líquida e Serviço da Dívida – Projeções de Referência

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2012

R$

Mill

ions

Net Consolidated Debt

Net Consolidated DebtNet Consolidated Debt (% of NCR)

0

500

1000

1500

2000

250020

12 R

$ M

illio

n

Debt Service

Interest Payments Amortization Payments

Debt Service

0.0%2.0%4.0%6.0%8.0%10.0%12.0%14.0%16.0%18.0%20.0%

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2012

R$

Mill

ions

Gross Operating Balance

Gross Operating Balance Gross Operating Balance / NCR

-8.0%

-6.0%

-4.0%

-2.0%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

2000

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2012

R$

Mill

ions

Primary Balance

Primary Balance Primary Balance / NCR

Fonte: SEFAZ, projeções do Banco Mundial.

Net Consolidated Debt Dívida Consolidada Líquida2012 R$ Millions Milhões de R$ de 2012

Net Consolidated Debt Dívida consolidada líquidaNet Consolidated Debt (% of NCR) Dívida consolidada líquida (% da RCL)

Debt Service Serviço da DívidaInterest Payments Pagamentos de juros

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Debt Service Serviço da dívidaAmortization Payments Pagamentos de amortização

Gross Operating Balance Saldo Operacional BrutoGross Operating Balance Saldo operacional bruto

Gross Operating Balance / NCR Saldo operacional bruto/RCL

Primary Balance Saldo PrimárioPrimary Balance Saldo primário

Primary Balance/NCR Saldo primário/RCL

Tabela A5.8. Pressupostos para as Projeções de Referência Fiscais e da Dívida de PernambucoPressupostos

Valores do ano-base – 2012RECEITAReceitas tributárias

ICMS Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.IPVA Aumento com inflação do IPCA e crescimento do licenciamento de veículos.Outras receitas tributárias Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.

Contribuições sociais Aumento com inflação do IPCA e crescimento do pessoal.Transferências correntes

Transferências correntes federais Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Convênios Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Fundeb Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Transferências privadas Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.

Transferências de capital Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Outras receitas correntes Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Deduções da receita Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Receita corrente líquida (RCL) Receita corrente menos deduções da receita.

DESPESADespesas correntes

Salários e vencimentos Aumento com inflação do IPCA e crescimento do pessoal.Pensões Aumento com inflação do IPCA e crescimento do pessoal.Contribuições sociais Aumento com inflação do IPCA e crescimento do pessoal.Pagamentos de juros Calculados com base nos dados do Departamento da Dívida da SEFAZ.Bens e serviços Aumento com inflação do IPCA e crescimento do PIB estadual.Precatórios Montantes efetivos fornecidos pela SEFAZ.Transferências subnacionais Aumento com crescimento do PIB e inflação do IPCA.

Despesas de capitalInvestimento em ativos não financeiros Calculados com base nos dados do PAF.Outros investimentos Aumento com crescimento real do PIB e inflação do IPCA.Amortização Calculados com base nos dados do Departamento da Dívida da SEFAZ.

Empréstimo do BIRD US$ 550 milhões desembolsados em parcela única em 2013.

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Tabela A5.9. Pressupostos Macroeconômicos para a Análise da Sustentabilidade FiscalReal

GSDP Growth

IPCA Inflation

IGP-DI Inflation

Exchange Rate

(R$/US$)

Wage bill Growth

Baseline Baseline Baseline Baseline Baseline2013 3.8% 5.7% 5.2% 2.00 2.0%2014 4.4% 5.5% 5.0% 2.04 2.0%2015 4.2% 5.3% 5.0% 2.09 2.0%2016 4.4% 4.9% 5.0% 2.11 2.0%2017 4.2% 4.9% 5.0% 2.11 2.0%2018 4.8% 4.5% 5.0% 2.18 3.0%2019 4.8% 4.5% 5.0% 2.25 3.0%2020 4.8% 4.5% 5.0% 2.33 4.0%

Year

Fonte: EIU, Focus (BCB) e cálculos do corpo técnico do Banco Mundial.

Year AnoReal GDP Growth Crescimento real do PIB

Baseline ReferênciaIPCA Inflation Inflação (IPCA)

IGP-DI Inflation Inflação (IGP-DI)Exchange Rate (R$/US$) Taxa de câmbio (R$/US$)

Wage Bill Growth Crescimento da folha salarial

SUSTENTABILIDADE FISCAL E DA DÍVIDA NO MÉDIO PRAZO – ANÁLISE DE RISCOS

16. A análise de riscos examina o impacto da incerteza que cerca as variáveis fundamentais do panorama fiscal de Pernambuco. Os principais riscos que poderiam levar a uma deterioração dos saldos fiscais do Estado estão relacionados i) às flutuações das variáveis macroeconômicas e ii) à incerteza em torno das transferências do FPE em decorrência das reformas do arcabouço fiscal intergovernamental ora em andamento no Brasil. O objetivo da análise é determinar se um dado choque teria um impacto negativo sobre as receitas ou elevaria as despesas, comprometendo a sustentabilidade fiscal e da dívida.

Flutuações das variáveis macroeconômicas

17. A análise examina o impacto da flutuação das principais variáveis macroeconômicas (taxa de câmbio, crescimento real do PIB, IPCA, IGP e crescimento do pessoal) nas projeções dos agregados fiscais e da dívida. Foram modelados cenários pessimistas alternativos para cada variável, cujo resultado combinado produz o choque conjunto analisado, pintando um quadro extremamente pessimista da conjuntura macroeconômica. Para obter os valores alternativos, choques aleatórios simultâneos nas variáveis macroeconômicas (crescimento real do PIB, taxa de câmbio, IPCA e IGP) foram simulados por meio de simulações de Monte Carlo que obtêm choques de uma distribuição gaussiana. Tomou-se como pressuposto para a taxa alternativa de crescimento do pessoal um ponto percentual a mais por ano.

18. A projeção para a trajetória da dívida é considerada sustentável no cenário de choques macroeconômicos adversos conjuntos. A análise mostra uma deterioração significativa de todas as variáveis fiscais. A redução das taxas de crescimento tem um grande impacto sobre as receitas correntes, que sofrem uma queda maior do que as despesas correntes. A elevação da taxa de crescimento do pessoal tem reflexo no aumento dos gastos com a remuneração de funcionários, e os pagamentos de juros sobem devido à deterioração do câmbio. Em consequência desses efeitos adversos, o saldo primário é negativo durante o período da

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projeção. No entanto, mesmo nessa situação extrema, as dinâmicas da dívida não se tornam insustentáveis. A relação entre a dívida e a RCL aumenta para 95% até 2020, frente a 48% no cenário de referência (Figura A5.5).

Figura A5.5. Análise de Riscos do Impacto das Flutuações das Variáveis Macroeconômicas

Fonte: Estimativas do corpo técnico do Banco Mundial.

Total Net Consolidated Debt (% of NCR) Total da dívida consolidada líquida (% da RCL)Time Tempo

Probability ProbabilidadeTotal Debt Service (% of NCR) Total do serviço da dívida (% da RCL)

Personnel Expenditures (% of NCR) Despesas com pessoal (% da RCL)Primary balance (% of NCR) Saldo primário (% da RCL)

Alteração das regras de partilha do FPE

19. Esta análise faz a modelagem dos riscos associados à incerteza em torno das transferências do FPE decorrente da alteração das regras de partilha. O Fundo de Participação dos Estados (FPE) é um dos principais componentes do sistema de transferências intergovernamentais no Brasil. Ele representa cerca de 75% de todas as transferências correntes federais e engloba 21,5% das receitas arrecadadas pelo Governo Federal com o Imposto de

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Renda (IR) e com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As transferências do FPE têm como principal objetivo reduzir as disparidades regionais, e as regras de partilha, adotadas em 1989, se baseiam em cotas fixas.

20. Contudo, novas regras de partilha do FPE estão sendo formuladas. Em decorrência de várias Ações Diretas de Inconstitucionalidade que argumentam que as cotas fixas não promovem o objetivo de reequilíbrio socioeconômico entre os Estados, o Supremo Tribunal Federal declarou as atuais regras inconstitucionais e, assim, novas regras precisam ser formuladas até o fim de junho de 2013.

21. Com uma participação de 7% no FPE, Pernambuco atualmente é o quarto maior beneficiário das transferências do FPE. Essas transferências representaram 27% da receita corrente líquida de Pernambuco em 2012. Contudo, as mudanças propostas nas regras de partilha da FPE ora em discussão no Congresso puseram em dúvida o seu futuro. Em um cenário alternativo analisado, em que se pressupõe uma redução de 20% na porcentagem determinada pela regra de partilha das transferências em relação ao cenário de referência, com aplicação em 2014, tal redução causa um declínio permanente da receita corrente líquida. A diminuição das transferências para Pernambuco tem reflexo no aumento dos níveis de endividamento, do serviço da dívida e das despesas com pessoal como parcela da RCL (Figura A5.6). Contudo, esses três indicadores se mantêm dentro dos limites fixados pelo Governo Federal na Lei de Responsabilidade Fiscal. Em contrapartida, o saldo primário permanece negativo ao longo de todo o período da projeção, na esteira da redução permanente das receitas correntes.

22. No entanto, as perdas decorrentes da mudança das regras do FPE poderiam ser compensadas por ganhos com a reforma do ICMS, a maior fonte de receitas tributárias para os governos estaduais. Seguindo a declaração do Supremo Tribunal Federal de que a maior parte dos incentivos fiscais relacionados ao ICMS é inconstitucional, as regras do ICMS também serão revistas, o que afeta as receitas do Governo. Um componente fundamental da reforma do ICMS é a unificação gradual da alíquota interestadual em 4%. A reforma, a ser implementada dentro de um período de transição de 12 anos a partir de 2014, deve beneficiar os Estados importadores líquidos de bens e serviços sujeitos à cobrança de ICMS, como Pernambuco.50 Além disso, as alterações propostas51 visando a reduzir as taxas de juros sobre a dívida subnacional com o Governo Federal (no âmbito da Lei 9.496/97 e da Medida Provisória 2.185-35), de IGP-DI + 6% ou 9% para a taxa mais baixa entre a SELIC e IPCA + 4%, devem aumentar a sustentabilidade da dívida dos governos subnacionais. No geral, a sustentabilidade das trajetórias fiscal e da dívida no período 2013-20 deve manter-se robusta diante dessa combinação de mudanças no quadro.

50 Consulte Avaliação do impacto de mudanças nas alíquotas do ICMS nas transações interestaduais, BID, 2011.51 Essas mudanças estão contidas em um projeto de lei enviado pelo Governo Federal ao Congresso em 28 de dezembro de 2012.

117

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Figura A5.6. Análise de Riscos do Impacto de Uma Mudança na Regra de Partilha do FPE

Total Net Consolidated Debt (% of NCR) Total da dívida consolidada líquida (% da RCL)Time Tempo

Sharing rule Regra de partilhaBaseline Referência

Alternative AlternativaTotal Debt Service (% of NCR) Total do serviço da dívida (% da RCL)

Personnel Expenditures (% of NCR) Despesas com pessoal (% da RCL)Primary balance (% of NCR) Saldo primário (% da RCL)

118

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ANEXO 5: ESQUEMA ESTRATÉGICO DO PROGRAMA TODOS POR PERNAMBUCO

119

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ANEXO 6: VISÃO GERAL DO PAÍS (com mapa do país)

Brazil at a glance 3/5/13

Latin UpperKey Development Indicators America middle

Brazil & Carib. income(2011)

P opulation, mid-year (millions) 193.2 570 2,419Surface area (thousand sq. km) 8,515 20,394 59,328P opulation growth (%) 0.9 1.2 0.7Urban population (% of total population) 84 79 56

GNI (Atlas method, US$ billions) 1,575.9 3,890 11,804GNI per capita (Atlas method, US$) 8,150 6,831 4,880GNI per capita (P P P , international $) 10,230 10,442 9,014

GDP growth (%) -0.3 4.3 6.0GDP per capita growth (%) -1.2 3.1 5.3

(most recent estimate, 2005–2011)

P overty headcount ratio at $1.25 a day (P P P , %) 6 6 ..P overty headcount ratio at $2.00 a day (P P P , %) 11 12 ..Life expectancy at birth (years) 73 74 72Infant mortality (per 1,000 live births) 16 20 18Child malnutrition (% of children under 5) 2 .. ..

Adult literacy, male (% of ages 15 and older) 90 90 94Adult literacy, female (% of ages 15 and older) 90 89 88Gross primary enrollment, male (% of age group) 141 118 111Gross primary enrollment, female (% of age group) 132 114 111

Access to an improved water source (% of population) 97 93 90Access to improved sanitation facilities (% of population) 78 77 67

Net Aid Flows 1980 1990 2000 2011 a

(US$ millions)Net ODA and official aid 85 151 231 460Top 3 donors (in 2010): n.a. 48 31 49 127 n.a. 0 1 2 6 n.a. 9 19 24 41

Aid (% of GNI) 0.0 0.0 0.0 0.0Aid per capita (US$) 1 1 1 2

Long-Term Economic Trends

Consumer prices (annual % change) 95.6 1621.0 6.0 5.9GDP implicit deflator (annual % change) 87.3 2,735.5 6.2 7.2

Exchange rate (annual average, local per US$) 0.0 0.0 1.8 2.0Terms of trade index (2000 = 100) 147 164 100 125

1980–90 1990–2000 2000–11

P opulation, mid-year (millions) 121.7 149.7 174.4 193.2 2.1 1.5 1.1GDP (US$ millions) 235,025 461,952 644,702 1,621,662 2.7 2.7 3.6

Agriculture 11.0 8.1 5.6 5.6 2.8 3.6 3.8Industry 43.8 38.7 27.7 26.8 2.0 2.4 2.8 Manufacturing 33.5 25.3 17.2 16.7 .. 2.0 2.5Services 45.2 53.2 66.7 67.5 3.3 4.4 3.8

Household final consumption expenditure 69.7 59.3 64.3 61.1 0.7 3.7 3.7General gov't final consumption expenditure 9.2 19.3 19.2 21.2 7.3 1.0 3.2Gross capital formation 23.3 20.2 18.2 17.8 3.3 4.2 4.2

Exports of goods and services 9.1 8.2 10.0 11.0 7.5 5.9 7.2Imports of goods and services 11.3 7.0 11.7 11.1 0.5 11.6 7.7Gross savings .. .. .. ..

Note: Figures in italics are for years other than those specified. 2011 data are preliminary. .. indicates data are not available.a. Aid data are for 2010.

Development Economics, Development Data Group (DECDG).

(average annual growth %)

(% of GDP )

6 4 2 0 2 4 60-4

15-19

30-34

45-49

60-64

75-79

percent of total population

Age distribution, 2010

Male (..) Female (..)

0

10

20

30

40

50

60

70

1990 1995 2000 2010

Brazil #N/A

Under-5 mortality rate (per 1,000)

-8-6-4-202468

95 05

GDP GDP per capita

Growth of GDP and GDP per capita (%)

120

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Balance of Payments and Trade 2000 2011

(US$ millions)Total merchandise exports (fob) 54,187 208,178Total merchandise imports (cif) 55,783 172,782Net trade in goods and services -7,860 6,044

Current account balance -24,225 -24,302 as a % of GDP -3.8 -1.5

Workers' remittances and compensation of employees (receipts) 1,649 4,234

Reserves, including gold 33,011 273,123

Central Government Finance

(% of GDP )Current revenue (including grants) 0.0 0.0 Tax revenue 0.0 0.0Current expenditure 0.0 0.0

Technology and Infrastructure 2000 2010Overall surplus/deficit 0.0 0.0

P aved roads (% of total) 5.5 ..Highest marginal tax rate (%) Fixed line and mobile phone Individual .. 28 subscribers (per 100 people) 31 100 Corporate 37 34 High technology exports

(% of manufactured exports) 18.7 11.6External Debt and Resource Flows

Environment(US$ millions)Total debt outstanding and disbursed 242,512 281,651 Agricultural land (% of land area) 31 31Total debt service 58,587 44,523 Forest area (% of land area) 64.5 62.7Debt relief (HIP C, MDRI) – – Terrestrial protected areas (% of land area) 16.9 26.3

Total debt (% of GDP ) 37.6 17.4 Freshwater resources per capita (cu. meters) 30,219 28,546Total debt service (% of exports) 81.1 17.7 Freshwater withdrawal (billion cubic meters) .. ..

Foreign direct investment (net inflows) .. .. CO2 emissions per capita (mt) 1.9 2.1P ortfolio equity (net inflows) .. ..

GDP per unit of energy use (2005 P P P $ per kg of oil equivalent) 7.3 7.4

Energy use per capita (kg of oil equivalent) 1,084 1,298

World Bank Group portfolio 2000 2010

(US$ millions)

IBRD Total debt outstanding and disbursed 7,377 10,671 Disbursements 1,692 1,726 P rincipal repayments 887 812 Interest payments 464 498

IDA Total debt outstanding and disbursed – – Disbursements – –

Private Sector Development 2000 2010 Total debt service – –

Time required to start a business (days) – 119 IFC (fiscal year)Cost to start a business (% of GNI per capita) – 6.9 Total disbursed and outstanding portfolio 2,146 3,049Time required to register property (days) – 39 of which IFC own account 1,157 2,070

Disbursements for IFC own account 160 825Ranked as a major constraint to business 2000 2010 P ortfolio sales, prepayments and (% of managers surveyed who agreed) repayments for IFC own account 111 165 n.a. .. 84.5 n.a. .. 84.3 M IGA

Gross exposure 706 249Stock market capitalization (% of GDP ) 35.1 35.7 New guarantees 315 33Bank capital to asset ratio (%) 12.1 10.7

Note: Figures in italics are for years other than those specified. 2011 data are preliminary. 3/5/13.. indicates data are not available. – indicates observation is not applicable.

Development Economics, Development Data Group (DECDG).

0 25 50 75 100

Control of corruption

Rule of law

Regulatory quality

Polit ical stability

Voice and accountability

Country's percentile rank (0-100)higher values imply better ratings

2010

2000

Governance indicators, 2000 and 2010

Source: Kaufmann-Kraay-Mastruzzi, World Bank

IBRD, 13,523IDA, 0IMF, 4,446 Other multi-

lateral, 16,401Bilateral, 11,537

Private, 241,037

Short-term, 65,496

Composition of total external debt, 2010

US$ millions

121

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Brazil at a glance Brasil: Visão Geral

122

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Key Development Indicators Principais indicadores de desenvolvimentoBrazil Brasil

Latin America & Carib. América Latina & CaribeUpper middle income Renda média alta

Population, mid-year (millions) População, meados do ano (milhões)Surface area (thousand sq. km) Área (milhares de km2)

Population growth (%) Crescimento populacional (%)Urban population (% of total population) População urbana (% do total da população)

GNI (Atlas method, US$ billions) RNB (método Atlas, bilhões de US$)GNI per capita (Atlas method, US$) RNB per capita (método Atlas, US$)

GNI per capita (PPP, international $) RNB per capita (PPC, US$ internacional)

GDP growth (%) Crescimento do PIB (%)GDP per capita growth (%) Crescimento do PIB per capita (%)

(most recent estimate, 2005–2011) (estimativa mais recente, 2003–08)

Poverty headcount ratio at $1.25 a day (PPP, %) Índice de incidência da pobreza a $1,25 por dia (PPC, %)

Poverty headcount ratio at $2.00 a day (PPP, %) Índice de incidência da pobreza a $2,00 por dia (PPC, %)

Life expectancy at birth (years) Expectativa de vida ao nascer (anos)Infant mortality (per 1,000 live births) Mortalidade infantil (por 1000 nascidos vivos)

Child malnutrition (% of children under 5) Desnutrição infantil (% dos menores de cinco anos)

Adult literacy, male (% of ages 15 and older) Alfabetismo, homens (% da população com mais de 15 anos)

Adult literacy, female (% of ages 15 and older) Alfabetismo, mulheres (% da população com mais de 15 anos)

Gross primary enrollment, male (% of age group) Índice bruto de matrícula no ensino primário, homens (% da faixa etária)

Gross primary enrollment, female (% of age group) Índice bruto de matrícula no ensino primário, mulheres (%da faixa etária)

Access to an improved water source (% of population) Acesso a fontes de água tratada (% da população)Access to improved sanitation facilities (% of

population)Acesso a melhores condições de saneamento (% da população)

Net Aid Flows Fluxos de ajuda financeira líquidos(US$ millions) (milhões de US$)

Net ODA and official aid AOD líquida e ajuda oficialTop 3 donors (in 2010): Três maiores doadores (em 2007):

n.a. n.d.

Aid (% of GNI) Ajuda financeira (% da RNB)Aid per capita (US$) Ajuda financeira per capita (US$)

Long-Term Economic Trends Tendências econômicas de longo prazoConsumer prices (annual % change) Preços no consumidor (variação anual, %)

GDP implicit deflator (annual % change) Deflator implícito do PIB

Exchange rate (annual average, local per US$) Taxa de câmbio (média anual, real/dólar)Terms of trade index (2000 = 100) Relações de troca (índice, 2000 = 100)

123

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(average annual growth %) (crescimento anual médio %)

Population, mid-year (millions) População, meados do ano (milhões)GDP (US$ millions) PIB (milhões de US$)

(% of GDP) (% do PIB)

Agriculture AgriculturaIndustry Indústria

Manufacturing ManufaturaServices Serviços

Household final consumption expenditure Despesas de consumo final das famíliasGeneral gov't final consumption expenditure Despesas de consumo final do gov. geral

Gross capital formation Formação bruta de capital

Exports of goods and services Exportações de bens e serviçosImports of goods and services Importações de bens e serviços

Gross savings Poupança bruta

Note: Figures in italics are for years other than those specified.

Nota: Os números em itálico correspondem a anos diferentes dos especificados.

2011 data are preliminary. Os dados de 2011 são preliminares... indicates data are not available. .. indica dados inexistentes.

a. Aid data are for 2010. a. Os dados sobre a ajuda financeira correspondem a 2010.

Development Economics, Development Data Group (DECDG).

Base de dados Development Economics, Development Data Group (DECDG).

Balance of Payments and Trade Balança comercial e comércio(US$ millions) (milhões de US$)

Total merchandise exports (fob) Total das exportações de mercadorias (FOB)Total merchandise imports (cif) Total das importações de mercadorias (CIF)Net trade in goods and services Comércio de bens e serviços, líquido

Current account balance Saldo da conta correnteas a % of GDP % do PIB

Workers' remittances and compensation of employees (receipts)

Remessas de trabalhadores e remuneração de funcionários (receita)

Reserves, including gold Reservas, incluindo ouro

Central Government Finance Finanças do governo central(% of GDP) (% do PIB)

Current revenue (including grants) Receitas correntes (incl. doações)Tax revenue Receita tributária

Current expenditure Despesas correntes

Overall surplus/deficit Resultado global

124

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Highest marginal tax rate (%) Alíquota tributária marginal mais alta (%)Individual Pessoa físicaCorporate Pessoa jurídica

External Debt and Resource Flows Dívida externa e fluxos de recursos(US$ millions) (milhões de US$)

Total debt outstanding and disbursed Saldo total da dívida desembolsadaTotal debt service Total do serviço da dívida

Debt relief (HIPC, MDRI) Alívio da dívida (HIPC, MDRI)

Total debt (% of GDP) Total da dívida (% do PIB)Total debt service (% of exports) Total do serviço da dívida (% das exportações)

Foreign direct investment (net inflows) Investimento direto estrangeiro (fluxos de entrada líquidos)

Portfolio equity (net inflows) Ações em carteira (fluxos de entrada líquidos)

Private Sector Development Desenvolvimento do setor privadoTime required to start a business (days) Tempo exigido para abrir uma empresa (dias)

Cost to start a business (% of GNI per capita) Custo para abrir uma empresa (% da RNB per capita)Time required to register property (days) Tempo exigido para registrar um imóvel (dias)

Ranked as a major constraint to business Classificação como grande entrave aos negócios(% of managers surveyed who agreed) (% dos gerentes pesquisados que concordam)

n.a. n.d.

Stock market capitalization (% of GDP) Capitalização do mercado de ações (% do PIB)Bank capital to asset ratio (%) Relação capital/ativos bancários (%)

Technology and Infrastructure Tecnologia e infraestruturaPaved roads (% of total) Estradas pavimentadas (% do total)

Fixed line and mobile phone subscribers (per 100 people)

Assinantes de telefonia fixa e móvel (por 100 pessoas)

High technology exports Exportações de alta tecnologia(% of manufactured exports) (% das exportações de manufaturados)

Environment Meio ambienteAgricultural land (% of land area) Solo para a agricultura (%da área total)

Forest area (% of land area) Área florestal (% da área total)Terrestrial protected areas (% of land area) Áreas de proteção terrestres (% da área total)

Freshwater resources per capita (cu. meters) Recursos em água doce per capita (m3)Freshwater withdrawal (billion cubic meters) Captação de água doce (bilhões de m3)

CO2 emissions per capita (m t) Emissões de CO2 per capita (t)

GDP per unit of energy use PIB por unidade de energia consumida(2005 PPP $ per kg of oil equivalent) (em dólares PPC de 2005 por kg de equivalente

petróleo)

Energy use per capita (kg of oil equivalent) Uso de energia per capita (kg de equivalente petróleo)

125

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World Bank Group portfolio Carteira do Grupo do Banco Mundial(US$ millions) (milhões de US$)

IBRD BIRDTotal debt outstanding and disbursed Saldo total da dívida desembolsada

Disbursements DesembolsosPrincipal repayments Pagamentos do principal

Interest payments Pagamentos de juros

IDA IDATotal debt outstanding and disbursed Saldo total da dívida desembolsada

Disbursements DesembolsosTotal debt service Total do serviço da dívida

IFC (fiscal year) IFC (no exercício)Total disbursed and outstanding portfolio Saldo total da carteira desembolsada

of which IFC own account da qual: por conta própria da IFCDisbursements for IFC own account Desembolsos por conta própria da IFC

Portfolio sales, prepayments and repayments for IFC own account

Vendas de carteira, pré-pagamentos e pagamentos por conta própria da IFC

MIGA MIGAGross exposure Exposição brutaNew guarantees Novas garantias

Age distribution, 2010 Distribuição etária, 2008Male (..) Homens

Female (..) Mulherespercent of total population Porcentagem da população total

Under-5 mortality rate (per 1,000) Taxa de mortalidade de menores de 5 anos (por 1000)Brazil Brasil#N/A #N/A

Growth of GDP and GDP per capita (%) Crescimento do PIB e PIB per capita (%)GDP PIB

GDP per capita PIB per capita

Governance indicators, 2000 and 2010 Indicadores de governança, 2000 e 2010Voice and accountability Voz e responsabilidade

Political stability Estabilidade políticaRegulatory quality Qualidade da regulação

Rule of law Estado de direitoControl of corruption Controle da corrupção

Country’s percentile rank (0–100) Classificação percentil do pais (0-100)higher values imply better ratings valores maiores indicam melhor classificação

Source: Kaufmann-Kraay-Mastruzzi, World Bank Fonte: Kaufmann-Kraay-Mastruzzi, Banco Mundial.

Composition of total external debt, 2010 Composição da dívida externa, 2008Short-term Curto prazo

IDA IDAIMF FMI

126

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IBRD BIRDOther multilateral Outros multilaterais

Bilateral BilateraisPrivate Privados

US$ millions milhões de US$

Note: Figures in italics are for years other than those specified. 2011 data are preliminary.

Nota: Os números em itálico correspondem a anos diferentes dos especificados. Os dados de 2011 são preliminares.

.. indicates data are not available. .. indica dados inexistentes.– indicates observation is not applicable. – indica que a observação não se aplica.

Development Economics, Development Data Group (DECDG).

Base de dados Development Economics, Development Data Group (DECDG).

127

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128

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Millennium Development Goals Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

129

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Brazil BrasilWith selected targets to achieve between 1990 and

2015Com metas selecionadas a serem atingidas entre 1990 e 2015

(estimate closest to date shown, +/- 2 years (estimativa mais próxima dos dados apresentados, +/- 2 anos)

Goal 1: halve the rates for extreme poverty and malnutrition

Objetivo 1: Reduzir pela metade os índices de pobreza extrema e desnutrição

Poverty headcount ratio at $1.25 a day (PPP, % of population)

Índice de incidência da pobreza a $1,25 por dia (PPC, % da população)

Poverty headcount ratio at national poverty line (% of population)

População nacional que vive abaixo da linha de pobreza (% da população)

Share of income or consumption to the poorest quintile (%)

Percentual da renda ou do consumo detida pelo quintil mais pobre

Prevalence of malnutrition (% of children under 5) Prevalência da desnutrição (% de crianças menores de cinco anos)

Goal 2: ensure that children are able to complete primary schooling

Objetivo 2: Assegurar que as crianças possam concluir o ensino primário

Primary school enrollment (net, %) Índice de matrícula no primário (líquido, %)Primary completion rate (% of relevant age group) Índice de conclusão do primário (% da faixa etária

pertinente)Secondary school enrollment (gross, %) Matrícula no ensino secundário (bruta, %)

Youth literacy rate (% of people ages 15-24) Índice de alfabetização juvenil (% da população entre 15 e 24 anos)

Goal 3: eliminate gender disparity in education and empower women

Objetivo 3: Eliminar a desigualdade de gênero e promover a autonomia das mulheres

Ratio of girls to boys in primary and secondary education (%)

Relação entre meninas e meninos nos ensinos primário e secundário (%)

Women employed in the nonagricultural sector (% of nonagricultural employment)

Proporção de mulheres empregadas no setor não agrícola (% do total do emprego não agrícola)

Proportion of seats held by women in national parliament (%)

Proporção de cadeiras no parlamento nacional ocupadas por mulheres (%)

Goal 4: reduce under-5 mortality by two-thirds Objetivo 4: Reduzir em dois terços a mortalidade de crianças com menos de cinco anos

Under-5 mortality rate (per 1,000) Taxa de mortalidade de menores de cinco anos (por 1000)

Infant mortality rate (per 1,000 live births) Taxa de mortalidade infantil (por 1000 nascidos vivos)

Measles immunization (proportion of one-year olds immunized, %)

Imunização contra o sarampo (proporção de crianças de um ano imunizadas, %)

Goal 5: reduce maternal mortality by three-fourths

Objetivo 5: Reduzir em três quartos a mortalidade materna

Maternal mortality ratio (modeled estimate, per 100,000 live births)

Taxa de mortalidade materna (estimativa modelada, por 100 mil nascidos vivos)

Births attended by skilled health staff (% of total) Proporção de partos atendidos por profissionais de saúde (% do total)

Contraceptive prevalence (% of women ages 15-49) Prevalência do uso de contraceptivos (% de mulheres de 15 a 49 anos)

Goal 6: halt and begin to reverse the spread of Objetivo 6: Frear e começar a reverter a

130

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HIV/AIDS and other major diseases propagação do HIV/AIDS e de outras doenças importantes

Prevalence of HIV (% of population ages 15-49) Prevalência do HIV (% da população de 15 a 49 anos)Incidence of tuberculosis (per 100,000 people) Incidência da tuberculose (por 100 mil pessoas)Tuberculosis cases detected under DOTS (%) Casos de tuberculose detectados sob tratamento

observado diretamente (DOTS) (%)

Goal 7: halve the proportion of people without sustainable access to basic needs

Objetivo 7: Reduzir pela metade a proporção da população que carece de acesso permanente a necessidades básicas

Access to an improved water source (% of population) Acesso a fontes de água tratada (% da população)Access to improved sanitation facilities (% of

population)Acesso a melhores condições de saneamento (% da população)

Forest area (% of land area) Área florestal (% da área total)Terrestrial protected areas (% of land area) Áreas de proteção terrestre (% da área total)

CO2 emissions (metric tons per capita) Emissões de CO2 per capita (t)GDP per unit of energy use (constant 2005 PPP $ per

kg of oil equivalent)PIB por unidade de energia consumida (em dólares PPC de 2005 constantes por kg de equivalente petróleo)

Goal 8: develop a global partnership for development

Objetivo 8: Criar uma parceria mundial em prol do desenvolvimento

Telephone mainlines (per 100 people) Linhas de telefonia fixa (por 100 pessoas)Mobile phone subscribers (per 100 people) Assinantes de telefonia móvel (por 100 pessoas)

Internet users (per 100 people) Usuários da Internet (por 100 pessoas)Computer users (per 100 people) Usuários de computador (por 100 pessoas)

Education indicators (%) Indicadores da educação (%)Primary net enrollment ratio Índice de matrícula líquido no primário

Ratio of girls to boys in primary & secondary education

Relação meninas/meninos no ensino fundamental e médio

Measles immunization (% of 1-year olds) Imunização contra o sarampo (% de crianças de um ano de idade)

Brazil Brasil#N/A #N/A

ICT indicators (per 100 people) Indicadores de TIC (por 100 pessoas)Fixed + mobile subscribers Assinantes de telefonia fixa + móvel

Internet users Usuários da Internet

Note: Figures in italics are for years other than those specified.

Nota: Os números em itálico correspondem a anos diferentes dos especificados.

.. indicates data are not available. .. indica dados inexistentes.Development Economics, Development Data Group

(DECDG).Base de dados Development Economics, Development Data Group (DECDG).

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Pernambuco

Tendências econômicas de longo prazo

1980-1991 1991-2000 2000-20101980 1991 2000 2010

Brasil 121,2 146,9 169,6 190,8 1,77 1,61 1,18 Pernambuco 6,2 7,1 7,9 8,8 1,20 1,17 1,06

1995-2000 2000-2005 2005-20101995 2000 2005 2010

Brasil 927.037 1.024.052 1.174.788 1.460.514 2,01 2,78 3,69 Pernambuco 21.298 23.406 27.313 36.875 2,65 3,94 4,33 Brasil 799.097 882.723 1.012.656 1.258.948Pernambuco 18.359 20.176 23.544 31.786

Setor econômico C1995 2000 2005 2010 1995-2000 2000-2005 2005-2010

Brasil 5,8 5,6 5,7 5,3 3,27 4,18 3,77Pernambuco 5,1 4,4 5,1 4,5 1,30 5,36 5,26Brasil 27,5 27,7 29,3 28,1 1,08 2,50 3,14Pernambuco 23,6 21,8 22,1 22,1 -0,32 1,57 6,15Brasil 18,6 17,2 18,1 16,2 0,25 2,90 1,99Pernambuco 14,4 11,2 10,9 10,9 -3,73 2,27 4,07Brasil 0,8 1,6 2,5 3,0 3,06 6,36 4,26Pernambuco 0,2 0,3 0,1 0,2 8,96 -1,52 10,56Brasil 66,7 66,7 65,0 66,6 2,13 2,90 4,58Pernambuco 71,3 73,8 72,8 73,4 2,16 2,80 4,45

2 Os dados do PIB e PIB per capita do Brasil foram extraídos do WEO, do FMI. Os valores referentes ao Estado de Pernambuco foram estimados usando a participação no PIB total (contas regionais do IBGE) e a estimativa da população para 2009, ambos os dados do IBGE.3 Linha da pobreza de 70 reais a preços constantes de 2010.4 Dados administrativos usando a Busca Ativa.5 Acesso à rede de abastecimento de água por família (tabelas do IBGE).6 Acesso a sistema de esgotamento sanitário ou fossa séptica ligada à rede de esgotamento por família (tabelas do IBGE).

(crescimento anual médio, %)População, meados do ano (milhões) 1,A

PIB (preços constantes de 1998, milhões de R$) 2,B,C

PIB (preços constantes de 1998, milhões de US$) 2,B,C

(crescimento anual médio, %)

(% do PIB)

Agricultura

Indústria

Manufatureira

(crescimento anual médio, %)

Fontes: A – Censo de 2010/IBGE; B – FMI, WEO; C – Contas regionais/IBGE; D – IBGE; E – Banco Mundial; F – IPEA, usando PNAD/IBGE; G – Ministério da Saúde/DATASUS; H – Ministério da Saúde/MS/SVS/DASIS/CGIAE; I – PNAD/IBGE; J – Tesouro Nacional; L – IETS, usando PNAD/IBGE.

1 O PIB per capita é calculado usando a estimativa do crescimento populacional médio entre 2009 e 2011.Notas:

Extrativa

Serviços

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Crescimento do PIB

Brasil Pernambuco

-4%

-2%

0%

2%

4%

6%

8%

1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Crescimento do PIB per capita

Brasil Pernambuco

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