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PROGESTÃO Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas MANUAL OPERATIVO Versão 0 Julho de 2016

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  • PROGESTÃO Programa de Consolidação do Pacto Nacional

    pela Gestão das Águas

    MANUAL OPERATIVO Versão 0

    Julho de 2016

  • Manual Operativo Progestão

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    Sumário

    APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 3

    1. ANTECEDENTES DO PROGRAMA............................................................................. 4

    2. GLOSSÁRIO............................................................................................................... 7

    3. ADESÃO AO PROGRAMA......................................................................................... 10 3.1 Decreto de adesão do Governador.................................................................... 10 3.2 Oficina de apresentação do Progestão.............................................................. 10 3.3 Tipologias de gestão.......................................................................................... 10 3.4 Procedimentos para assinatura do contrato..................................................... 12 3.5 Transferência das parcelas do recurso............................................................. 15 3.6 Aditivo ao contrato............................................................................................ 16

    4. QUADRO DE METAS................................................................................................ 18 4.1 Metas de cooperação federativa...................................................................... 18 4.2 Metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual............... 19

    5. PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DE METAS............................................................... 26 5.1 Certificação das metas de cooperação federativa........................................... 27 5.2 Certificação das metas no âmbito do estado.................................................... 28 5.3 Cálculo da nota final de avaliação e do valor do recurso financeiro................ 30 5.4 Contestação do resultado da certificação e cálculo do valor final.................... 32 5.6 Sanções previstas............................................................................................... 32 5.7 Fluxograma do processo de certificação........................................................... 32

    6. ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA................................ 34

    7. ANEXOS.................................................................................................................... 34 Anexo I. Resolução ANA nº 379, de 21 de março de 2013 - Aprova o regulamento que cria

    o Progestão

    Anexo II. Resolução ANA nº 512, de 29 de abril de 2013 - Define os valores anuais de repasse do contrato Progestão

    Anexo III. Resolução ANA nº 1485, de 16 de dezembro de 2013 - Estabelece procedimentos para acompanhamento e certificação das metas do Progestão

    Anexo IV. Minuta do Decreto Estadual de Adesão

    Anexo V. Minuta do Contrato Progestão a ser firmado entre a ANA e a Entidade Estadual

    Anexo VI. Modelo padrão do Relatório Progestão a ser apresentado pela Entidade Estadual à ANA até 31 de março de cada ano

    Anexo VII.a Modelo de Ofício que encaminha o Formulário de Autoavaliação

    Anexo VII.b Modelo padrão do Formulário de Autoavaliação a ser apresentado pela Entidade Estadual à ANA até 30 de abril de cada ano

    Anexo VIII. Modelo de Ofício a ser enviado pela Entidade Estadual para solicitação da transferência dos recursos financeiros a partir da segunda parcela

  • Manual Operativo Progestão

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    APRESENTAÇÃO

    Este Manual Operativo vem tornar públicos os procedimentos utilizados no Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas no Brasil - PROGESTÃO, com vistas a orientar as instituições gestoras dos recursos hídricos nas Unidades da Federação que aderirem ao Programa.

    O Progestão, regulamentado por meio da Resolução ANA nº 379/2013, baseia-se no princípio do pagamento por alcance de metas, a partir da adesão voluntária das unidades da federação. É desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA) em apoio aos Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGREHs) que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), tendo como objetivos:

    I. Promover a efetiva articulação entre os processos de gestão das águas e de regulação dos seus usos, conduzidos nas esferas nacional e estadual; e

    II. Fortalecer o modelo brasileiro de governança das águas, integrado, descentralizado e participativo.

    Para o cumprimento de seus objetivos, o Programa aportará recursos orçamentários da ANA, na forma de transferência pelo alcance de metas acordadas entre a ANA e as entidades estaduais, sendo interveniente o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH). As metas, concebidas em ciclos quinquenais de proposição e de avaliação, incluem:

    I. Metas de cooperação federativa, definidas pela ANA com base em normativos legais ou de compartilhamento de informações, comuns a todas as unidades da federação; e

    II. Metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual, selecionadas pelos órgãos gestores e aprovadas pelos respectivos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, a partir da tipologia de gestão escolhida.

    A participação no Progestão é aberta ao Distrito Federal e a todos os estados interessados em colaborar para o alcance dos objetivos do Pacto Nacional pela Gestão das Águas. A adesão é voluntária e se dá por meio de edição de Decreto específico do Governador do Estado ou do Distrito Federal, indicando a Entidade responsável pela coordenação da implementação do Programa.

    A Entidade indicada deverá integrar a estrutura da administração pública estadual, bem como deter competências legais relacionadas à implementação da política de recursos hídricos no âmbito estadual.

  • Manual Operativo Progestão

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    1. ANTECEDENTES DO PROGRAMA

    A primeira experiência de utilização de metodologia para avaliar os sistemas de gestão de recursos hídricos deu-se durante a preparação do Projeto do Aquífero Guarani, em 2000, quando o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitaram à ANA uma avaliação das instituições gestoras de recursos hídricos e dos sistemas de gestão de recursos hídricos dos diversos países, estados e províncias da região.

    Na ocasião, já havia um conhecimento bastante desenvolvido a respeito de avaliações institucionais de entidades/instituições ou organismos e o desafio colocado era o de promover as avaliações institucionais dos sistemas de gestão de recursos hídricos.

    Após algumas tentativas, entendeu-se de avaliar os sistemas existentes, a partir dos seguintes parâmetros: (i) existência ou disponibilidade de instrumentos e/ou ferramentas de gestão; (ii) qualidade destes mesmos instrumentos ou ferramentas; (iii) estratégia de implementação dos instrumentos de gestão.

    Foram então avaliados 18 Sistemas de Gestão da Região: a gestão unitária e federal do Uruguai e do Paraguai, a gestão em 6 províncias argentinas, em 8 estados brasileiros, além da gestão federal na Argentina e no Brasil.

    A partir desta prática e de outras avaliações de sistemas e de organismos gestores teve início a concepção de um sistema de avaliação de sistemas de gerenciamento de recursos hídricos, cuja consolidação metodológica culminou em 2006 com a criação do Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos – Proágua Nacional.

    Por meio deste Programa, a ANA desenvolve uma metodologia específica para avaliação dos sistemas de gestão dos recursos hídricos dos estados e do Distrito Federal1. Tal metodologia considerou um total de 30 variáveis, responsáveis pelo aprimoramento e efetividade da gestão dos recursos hídricos, com até cinco níveis de implementação, distribuídas em quatro grupos: (i) legais, institucionais e de articulação social; (ii) de planejamento; (iii) de informação e suporte; e (iv) operacionais.

    Todos os estados foram visitados e, à época, a situação dos sistemas de gestão de recursos hídricos nas diversas unidades da federação foi classificada em estágio básico, intermediário ou avançado, tendo esta classificação balizado as ações de apoio do Proágua.

    Complementarmente, em outubro de 2006, a ANA encaminha à SRHU/MMA documento intitulado “Mapa de Ações de Gestão por Bacias Hidrográficas”, conhecido como “Mapa de Gestão”, contendo proposta para a adoção de uma base territorial de unidades de planejamento e gestão dos recursos hídricos, bem como tipologias para essa gestão. Esse documento busca orientar as ações da União em cada uma dessas unidades, no que diz

    1 PROÁGUA Nacional – Relatório de Marco Zero e Meio Termo – Banco Mundial (Acordo de Empréstimo no 7420-BR) Setembro/2008.

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    respeito à implantação do SINGREH e dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, no âmbito da implementação da Agenda Estratégica ANA 2006-2010, bem como no contexto do detalhamento do subprograma I.4 do Plano Nacional de Recursos Hídricos.

    Tendo em vista a necessidade de adequar o processo de gestão articulada e integrada com os Estados para compatibilizar as ações da ANA nas Unidades Nacionais de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UNPGRH) definidas no “Mapa de Gestão”, foi constituído em 2007 um Grupo de Trabalho que resultou na consolidação de uma Nota Técnica Conjunta2.

    Em 2009, com o objetivo de dar continuidade às ações e medidas previstas de forma a permitir a sua implementação pela ANA, o “Mapa de Gestão” foi revisitado motivando a retomada do Grupo de Trabalho com vistas à elaboração de nova Nota Técnica Conjunta3, que apresenta uma proposta aplicada às regiões hidrográficas brasileiras, definindo quatro classes de gestão de recursos hídricos relativas à criticidade da gestão dos recursos hídricos e à estrutura institucional nessas bacias hidrográficas.

    Assim, na redefinição das classes de gestão, a classe A apresenta uma baixa complexidade do processo de gestão associada a uma estrutura institucional básica, enquanto no outro extremo (classe D), o aumento da complexidade do processo de gestão está relacionado a uma estrutura institucional mais avançada. O Quadro 1 e a Figura 1, a seguir, detalham o conceito proposto.

    Quadro 1. Classes de Gestão.

    A B C D

    Bacia com usos pontuais e dispersos: ausência de

    conflitos

    Conflitos pelo uso da água em sub bacias

    críticas

    Bacia com conflitos pelo uso da água com maior

    intensidade e abrangência

    Bacia com conflitos pelo uso da água

    generalizados e com maior complexidade

    Monitoramento básico Base de dados nível A Outorgas para usos

    significativos selecionados

    Macro balanço hídrico e estudos estratégicos de planejamento

    Instância de articulação entre os Estados e a União

    Aperfeiçoamento do monitoramento em sub bacias ou seções críticas

    Base de dados nível B Outorgas para sub

    bacias críticas com conflitos

    Planos de recursos hídricos e enquadramento para sub bacias críticas

    Comitês em sub bacias onde necessário

    Monitoramento específico para acompanhamento de metas de gestão e de enquadramento

    Base de dados nível C Outorgas para toda a

    bacia Planos de recursos

    hídricos e enquadramento para bacias

    Comitês de bacia

    Agência de água e cobrança pelo uso

    2 Nota Técnica Conjunta nº 03/2007/SPR/SAG/SIP/SOF (doc. 017962/2007). 3 Nota Técnica Conjunta nº 07/2009/SAG/SOF/SPR (doc. 022609/2009).

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    Figura 1: Estrutura de gerenciamento de recursos hídricos em função da

    complexidade do processo de gestão (Mapa de Gestão).

    Posteriormente, em dezembro de 2011, a ANA e dirigentes dos órgãos gestores estaduais de recursos hídricos firmaram o Pacto Nacional pela Gestão das Águas, um termo de compromisso4 com objetivo de fortalecer os Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGREHs) com vistas a intensificar o processo de articulação e ampliar os laços de cooperação institucional no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

    Associando os conceitos de “Variáveis de Gestão” e de “Mapa de Gestão”, foi concebido pela ANA, por meio da Resolução nº 379, de março de 2013, o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas – PROGESTÃO, como ferramenta prática para aplicação do Pacto.

    O Programa é regido pelos seguintes normativos: Resolução ANA nº 379, de 21 de março de 2013; Resolução ANA nº 512, de 29 de abril de 2013; e Resolução ANA nº 1485, de 16 de dezembro de 2013.

    4 Carta dos Secretários de Recursos Hídricos e Dirigentes de Órgãos Gestores de Recursos Hídricos em prol de um “Pacto Nacional pela Gestão das Águas” assinada em 13 de dezembro de 2011.

    BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

    Complexidade do processo de gestão Estrutura

    institucional

    - Recursos hídricos e ações de gestão

    - Processo descentralizado e participativo

    - Hidrologia: ações gerais

    - Predominância do governo

    AVANÇADA

    ROBUSTA

    INTERMEDIÁRIA

    BÁSICA

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    2. GLOSSÁRIO

    Para efeito deste Manual são adotadas as seguintes definições:

    Decreto de Adesão: instrumento normativo por meio do qual o governo estadual adere ao Pacto Nacional das Águas e indica Entidade responsável por sua coordenação em âmbito estadual.

    Entidade Estadual: órgão responsável pela coordenação da implementação do Programa, devendo integrar a estrutura da administração pública estadual, bem como deter competências legais relacionadas à implementação da política de recursos hídricos no âmbito estadual. Para fins do Contrato, devem ser apresentados o ato legal de sua criação e o regimento interno, bem como os atos de eleição, designação ou nomeação dos seus representantes legais.

    Contrato Progestão: instrumento legal que rege as normas do Programa firmado entre a ANA e a Entidade Estadual indicada, tendo o Conselho Estadual de Recursos Hídricos como interveniente.

    Relatório Progestão: documento apresentado pela Entidade Estadual, até 31 de março de cada ano, para fins de certificação do cumprimento das metas de cooperação federativa.

    Formulário de Autoavaliação: formulário eletrônico fornecido pela ANA para preenchimento da Entidade Estadual e devida aprovação pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, para fins de certificação do cumprimento das metas de gerenciamento de recursos hídricos no âmbito estadual. Este Formulário deve ser apresentado à ANA até 30 de abril de cada ano.

    Quadro de Metas: refere-se aos Anexos III e IV dos Contratos Progestão correspondentes, respectivamente, às metas de cooperação federativa e às metas de gerenciamento de recursos hídricos no âmbito estadual. Apresenta horizonte de cinco anos e pode ser revisado a qualquer tempo.

    Metas de cooperação federativa: metas definidas pela ANA com base em normativos legais ou de compartilhamento de informações, comuns a todas as unidades da federação, e que compõem o Quadro de Metas do Anexo III do contrato.

    Metas de gerenciamento de recursos hídricos no âmbito estadual: são as metas selecionadas no âmbito do estado, devidamente aprovadas pelos respectivos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, a partir da tipologia de gestão escolhida, e que compõem o Quadro de Metas do Anexo IV do contrato. As metas estaduais têm repercussão financeira a partir do terceiro período do ciclo de certificação.

    Tipologias de gestão: variando de “A” a “D”, a tipologia de gestão expressa os patamares mínimos de gestão de recursos hídricos nos estados, tendo como referência os parâmetros definidos na Tabela 1 do Anexo I do Contrato.

    Variáveis de gestão de atendimento obrigatório: referem-se às variáveis do Anexo IV – Variáveis de Gestão (Detalhamento) cujo cumprimento é obrigatório em todos os anos do Programa, dependendo da tipologia de gestão selecionada, conforme explicitado na Tabela 2 do Anexo I do Contrato.

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    Variáveis de gestão de avaliação obrigatória: referem-se às variáveis do Anexo IV – Variáveis de Gestão (Detalhamento) cuja avaliação é obrigatória, dependendo da tipologia de gestão selecionada, conforme explicitado na Tabela 2 do Anexo I do Contrato. O atendimento destas variáveis complementares apresenta caráter cumulativo ao longo do período de certificação.

    Variáveis de gestão de avaliação facultativa: referem-se às variáveis do Anexo IV – Variáveis de Gestão (Detalhamento) cuja avaliação é facultativa, dependendo da tipologia de gestão selecionada, conforme explicitado na Tabela 2 do Anexo I do Contrato.

    Níveis de exigência: expressam o grau de alcance da variável avaliada, para fins de certificação, sendo exigidos níveis mínimos de acordo com a tipologia de gestão selecionada, conforme explicitado na Tabela 3 do Anexo I do Contrato. O Anexo II apresenta o detalhamento dos níveis de exigência para cada uma do total de 32 variáveis de gestão.

    Informes Progestão: comunicações periodicamente encaminhadas aos estados por correio eletrônico, para fins de orientar quanto aos procedimentos de certificação do cumprimento de metas do Programa.

    Certificação: processo de consolidação do cumprimento de metas do Programa pela SAS/ANA, contemplando a análise pelas UORGs/ANA das metas de cooperação federativa, a verificação da aprovação das metas estaduais pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, bem como o cálculo do valor da parcela do PROGESTÃO a ser transferido. A certificação em um ano de exercício define o valor da parcela a ser repassada no ano subsequente.

    Recursos Progestão: recursos financeiros aportados à Entidade Estadual, em cinco parcelas anuais no valor máximo de até R$ 750 mil, proporcionais ao alcance de metas do Programa, devendo ser aplicados exclusivamente em ações de gerenciamento e de fortalecimento do sistema estadual de recursos hídricos. A transferência anual dos recursos deve ser precedida de solicitação oficial a partir da segunda parcela, após certificação das metas do exercício anterior e da verificação da situação de regularidade fiscal da Entidade Estadual.

    Conta Progestão: conta específica vinculada ao Contrato para transferência dos recursos financeiros do Programa, podendo corresponder a uma subconta do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.

    Oficina de apresentação do Progestão: reunião realizada no estado tendo por base exercício prospectivo a partir da realidade do sistema estadual de gestão de recursos hídricos, com vistas a subsidiar a escolha da tipologia de gestão e a seleção das variáveis de gestão no âmbito do estado.

    Oficinas de acompanhamento do Progestão: visitas técnicas semestrais realizadas aos estados para fins de planejamento e acompanhamento do cumprimento de metas e da implementação do Programa.

    Gestor do Contrato Progestão: técnico responsável pelo acompanhamento de determinado Contrato PROGESTÃO, devidamente designado por meio de Portaria da ANA e publicado no Boletim de Pessoal e Serviços.

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    Cogestor do Contrato Progestão: técnico substituto responsável pelo acompanhamento de determinado contrato Progestão, devidamente designado por meio de Portaria da ANA e publicado no Boletim de Pessoal e Serviços.

    SINGREH: Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

    SEGREH: Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

    CERH: Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    UORGs/ANA: Unidades Organizacionais da ANA.

    SAS/ANA: Superintendência de Apoio ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos responsável na ANA pela coordenação do Progestão.

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    3. ADESÃO AO PROGRAMA

    A adesão ao Progestão é voluntária e aberta a todas as unidades da federação interessadas em colaborar para o alcance dos objetivos do Pacto Nacional pela Gestão das Águas. O processo tem início a partir da edição de Decreto específico do Governador do Estado ou do Distrito Federal, indicando a Entidade responsável pela coordenação da implementação do Programa em âmbito estadual.

    3.1. Decreto de adesão do Governador

    Caso haja interesse do Estado em manifestar adesão voluntária ao Programa, este é orientado, nos termos estabelecidos pela Resolução ANA nº 379, de 21/03/2013, sobre a necessidade de ratificar o compromisso assumido com o Pacto Nacional pela Gestão de Recursos Hídricos, mediante Decreto de Adesão expedido pelo Governador do Estado e publicado em seu Diário Oficial, indicando a Entidade Estadual que irá coordenar o Programa.

    Após a publicação, o Estado deverá enviar um Ofício, assinado pelo dirigente da Entidade Estadual, no qual ratifica sua concordância com o Programa e anexa uma cópia da publicação do Decreto Estadual.

    3.2. Oficina de apresentação do Progestão

    A ANA, em articulação com a Entidade Estadual, agenda e informa a programação da oficina de apresentação do Programa, oportunidade em que também é realizada discussão sobre o diagnóstico e prognóstico da situação da gestão de recursos hídricos no âmbito do estado.

    Inicialmente a ANA apresenta os motivos, objetivos e diretrizes do Pacto Nacional pela Gestão das Águas e, na sequência, explica a sistemática de funcionamento do Progestão, incluindo a pactuação do Quadro de Metas de fortalecimento do SEGREH, bem como os procedimentos gerais para a implementação do Programa.

    Em seguida, a Entidade Estadual apresenta a situação da gestão de recursos hídricos e, com base em exercício prospectivo, é feita discussão com vistas a subsidiar o Estado na decisão sobre a tipologia de gestão e as metas de fortalecimento do sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos a serem adotados no Programa.

    Posteriormente, após escolha da tipologia de gestão e definição das respectivas variáveis para compor o Quadro de Metas do sistema de gerenciamento no âmbito estadual, este deverá ser encaminhado pela Entidade para a devida aprovação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    3.3. Tipologias de gestão

    Com base na metodologia de análise desenvolvida pela ANA e em correlação com o “Mapa de Gestão”, foram identificadas quatro tipologias de gestão, a partir de um conjunto de variáveis determinantes do grau de complexidade da gestão de águas, bem como do modelo

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    institucional minimamente adequado ao enfrentamento das situações mais críticas em cada estado (Figura 2).

    Figura 2: Tipologias de gestão em matriz de correlação com o Mapa de Gestão.

    Quanto maior o grau de complexidade da gestão (em termos da abrangência, intensidade, número e dispersão de conflitos existentes), maior será a exigência em termos da estrutura institucional de gerenciamento dos recursos hídricos, que deve ser compatível com os desafios postos.

    De forma a orientar as ações de gestão do estado para enfrentamento dos desafios futuros identificados e observada sua realidade e suas aspirações, são apresentados os referenciais do Quadro 2.

    Quadro 2. Referências para definição da tipologia de gestão.

    Tipologia de

    Gestão

    Avaliação quanto à complexidade do processo de gestão

    Grau Condições futuras

    Tipo A Baixa Balanço quali-quantitativo satisfatório em quase a totalidade do território; Criticidade quali-quantitativa inexpressiva; Usos pontuais e dispersos; Baixa incidência de conflitos pelo uso da água.

    Tipo B Média Balanço quali-quantitativo satisfatório na maioria das bacias hidrográficas; Usos concentrados em algumas poucas bacias hidrográficas com criticidade quali-

    quantitativa (áreas críticas); Incidência de conflitos pelo uso da água somente em áreas críticas.

    Tipo C Alta

    Balanço quali-quantitativo crítico (criticidade qualitativa ou quantitativa) em algumas bacias hidrográficas;

    Usos concentrados em algumas poucas bacias hidrográficas com criticidade quali-quantitativa (áreas críticas);

    Conflitos pelo uso da água com maior intensidade e abrangência, mas ainda restritos às áreas críticas.

    Tipo D Muito Alta

    Balanço quali-quantitativo crítico (criticidade qualitativa ou quantitativa) em diversas bacias hidrográficas;

    Usos concentrados em diversas bacias hidrográficas com criticidade quali-quantitativa (áreas críticas);

    Conflitos pelo uso da água generalizado e com maior complexidade, não restritos às áreas críticas.

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    Uma vez definida essa tipologia, deverão ser assumidos compromissos e, por conseguinte, estipuladas metas de desenvolvimento institucional que permitam alcançar as condições de sucesso correspondentes.

    Cabe reiterar que, enquanto na tipologia A os conflitos pelo uso da água são de baixa incidência, na tipologia D esses são generalizados e com maior complexidade, não restritos às áreas críticas.

    Em função da tipologia selecionada, tem-se um maior ou menor nível de exigência para alcance das metas de gerenciamento de recursos hídricos pactuadas no âmbito estadual, sendo que esta apresenta ainda uma dimensão temporal, uma vez que a exigência por grupo de variáveis de gestão é ampliada ao longo do processo de certificação.

    3.4. Procedimentos para assinatura do contrato

    Uma vez decretada a adesão ao Programa e selecionada a tipologia de gestão do estado, com posterior aprovação pelo CERH do Quadro de Metas, a Entidade Estadual deverá enviar à ANA, por meio de Ofício dirigido ao seu Diretor Presidente, o respectivo ato normativo que conste a manifestação favorável quanto ao regulamento do Programa, juntamente com o Quadro de Metas e a documentação exigida para a celebração do Contrato Progestão, quais sejam:

    (i) Cópia da publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) do Decreto de Adesão ao Progestão;

    (ii) Ato legal de criação da Entidade Estadual, bem como o regimento interno e os atos de eleição, designação ou nomeação do seu representante legal;

    (iii) Identificação do dirigente da Entidade Estadual, contendo cópia do Registro Geral (RG), CPF, publicação oficial do termo de posse no cargo e comprovante de endereço residencial;

    (iv) Ato Normativo do CERH aprovando o Quadro de Metas ou Declaração de Aprovação das Metas devidamente assinada pelo Presidente do CERH;

    (v) Declaração da abertura de conta específica para o Progestão.

    A Figura 3 apresenta o fluxograma dos trâmites do Programa no âmbito do Estado até culminar na aprovação do Quadro de Metas do sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

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    Figura 3: Fluxograma dos trâmites do Programa no âmbito do Estado até a aprovação do Quadro de Metas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    De posse da documentação necessária, a ANA instrui um processo para efetivar a assinatura do contrato e a liberação da primeira parcela do recurso, conforme fluxograma apresentado na Figura 4 a seguir.

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    Figura 4: Fluxograma dos trâmites do Programa no âmbito da União até a assinatura do contrato e a liberação da primeira parcela dos recursos do Programa.

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    3.5. Transferência das parcelas do recurso

    Para a celebração do contrato e para as transferências dos recursos financeiros previstos é necessário que o estado esteja em situação de regularidade fiscal, nos termos da legislação vigente, comprovada através dos certificados abaixo apresentados ou de outros que porventura venham a ser exigidos legalmente:

    (i) Certidão de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União, expedida conjuntamente pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), referente a todos os créditos tributários federais e à Dívida Ativa da União, por elas administrados;

    (ii) Certificado de Regularidade do FGTS – CRF, expedido pela Caixa Econômica Federal;

    (iii) Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, expedida pela Justiça do Trabalho do Poder Judiciário; e

    (iv) Registro no Cadastro Informativo dos créditos não quitados do setor público federal – CADIN.

    De acordo com a Resolução ANA nº 512/2013, os valores anuais dos Contratos Progestão, a serem realizados em parcela única, foram definidos da seguinte forma:

    (i) R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais), o valor da primeira Parcela, condicionado à aprovação do Quadro de Metas pelo respectivo Conselho de Recursos Hídricos do estado ou do Distrito Federal, ou em sua ausência, pelo órgão estadual que exercer função correlata; e

    (ii) R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais), o valor máximo dos desembolsos anuais nos quatro exercícios subsequentes, limitados proporcionalmente ao alcance das metas definidas para o exercício anterior, apurado no processo de certificação.

    Para o primeiro repasse, computa-se, exclusivamente, a definição e posterior aprovação do Quadro de Metas (Anexos III e IV do Contrato) pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    A partir do segundo repasse, as transferências, proporcionais ao alcance das metas do exercício anterior computadas no processo de certificação, são efetivadas mediante solicitação formal à Diretoria da ANA. A avaliação das metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual, de caráter cumulativo, somente apresenta repercussão financeira a partir do terceiro período de certificação.

    Quando o percentual de alcance das metas for inferior a 50%, o desempenho é considerado bastante insatisfatório e, neste caso, conforme disposto na Resolução ANA nº 512/2013, não é previsto o repasse de recursos para a Entidade Estadual.

    Em caso contrário, os valores das parcelas são proporcionais ao alcance das metas, calculados da seguinte forma (Figura 5):

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    Vparcela (R$) = 0, se PPROGESTÃO < 50%; ou Vparcela (R$) = Vmáx (R$) x PPROGESTÃO (%) / Pmáx (%), se PPROGESTÃO ≥ 50%.

    sendo,

    Pmáx (%): somatório dos pesos das metas no período de certificação

    PPROGESTÃO (%): percentual de atendimento da meta (entre 0% e 100%) de acordo com a nota de avaliação final do processo de certificação

    Vmáx (R$): valor máximo da parcela de recursos (igual a R$ 750 mil)

    Vparcela (R$): valor do desembolso anual calculado.

    Figura 5. Relação entre repasse e avaliação do alcance de metas.

    Os recursos transferidos pela ANA deverão ser aplicados, exclusivamente, em ações de gerenciamento de recursos hídricos e de fortalecimento do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, conforme Artigo 12, inciso III, alínea m, da Resolução ANA nº 379/2013 e segundo estabelecido no inciso II da Cláusula Terceira dos contratos, reiterado na Cláusula Décima Segunda.

    No âmbito do Programa Progestão, os recursos transferidos aos estados não estão sujeitos à prestação de contas perante a ANA, conforme parágrafo único do Artigo 12 da Resolução ANA nº 379/2013. Entretanto, para fins de observação aos normativos e às cláusulas contratuais, por ocasião do processo de certificação das metas é verificado se os recursos transferidos estão sendo aplicados em ações de gerenciamento de recursos hídricos e de fortalecimento do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. Para tanto, a Entidade Estadual deverá informar, anualmente, no Relatório Progestão, a descrição da aplicação dos recursos repassados no exercício anterior.

    3.6. Aditivo ao contrato

    Em caso de necessidade de eventuais alterações no Quadro de Metas, a Entidade Estadual deverá encaminhar à ANA solicitação de aditivo ao contrato, por meio de ofício, juntando as

  • Manual Operativo Progestão

    17

    justificativas e o Quadro de Metas alterado, devidamente aprovado pelo CERH. São vedadas quaisquer alterações que não atenda aos objetivos ou às normas do Progestão.

    Quando ocorre alterações na estrutura administrativa do estado com renomeação da Secretaria ou Entidade Estadual ou substituição do Secretário de Estado, signatário do contrato, deverão ser encaminhados à ANA os normativos legais que aprovam a nova estrutura (lei, decreto ou outro), bem como cópia da publicação no Diário Oficial do Estado do ato de nomeação do novo Secretário, para fins de instrução do processo.

  • Manual Operativo Progestão

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    4. QUADRO DE METAS

    Compõe o Quadro de Metas (Anexos III e IV) específico dos contratos Progestão as metas de cooperação federativa, comuns a todas as unidades da federação, e as metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual, selecionadas pelos órgãos gestores e aprovadas pelos respectivos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos – CERHs, a partir da tipologia de gestão escolhida pelo estado. Os dois grupos perfazem o total de 100% das metas a serem alcançadas no Programa, sendo cada grupo responsável por 50%.

    4.1. Metas de cooperação federativa

    As metas de cooperação federativa, iguais para todas as unidades da federação, estão organizadas em cinco grupos, tendo sido definidas pela ANA com base em normativos legais ou de compartilhamento de informações relacionados à gestão de recursos hídricos no país. Cada meta de cooperação federativa tem um peso de 10%, totalizando 50% do total. A seguir descrevem-se essas metas:

    Meta I.1: Integração de dados de usuários de recursos hídricos - compartilhamento no âmbito do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), por meio do Cadastro Nacional dos Usuários de Recursos Hídricos (CNARH), das informações referentes aos usuários de recursos hídricos de domínio estadual. Tem por objetivo a gestão integrada das águas de domínio da União e dos estados.

    Meta I.2: Compartilhamento de informações sobre águas subterrâneas - compartilhamento por meio do SNIRH, das informações sobre autorizações de perfuração de poços e, quando houver, sobre as emissões de outorgas de captação de águas subterrâneas pelo estado. Tem por objetivo a gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas.

    Meta I.3: Contribuição para difusão do conhecimento - fornecimento das informações sobre a situação da gestão das águas solicitadas ao estado para subsidiar a elaboração do Relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos”. Tem por objetivo contribuir para o conhecimento da situação dos recursos hídricos em escala nacional.

    Meta I.4: Prevenção de eventos hidrológicos críticos - operação adequada dos sistemas de prevenção a eventos críticos, com adequado funcionamento das plataformas de coleta e transmissão de dados hidrológicos, bem como pela disponibilização de informações aos órgãos competentes. Tem por objetivo garantir a operação das salas de situação implantadas nos estados.

    Meta I.5: Atuação para segurança de barragens - cumprimento de exigências relativas à implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). Tem por objetivo a observância dos dispositivos legais e normativos da PNSB e do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

    Em cada período de avaliação do Programa, a unidade da federação deverá atingir cada uma das cinco metas de cooperação federativa, sendo o peso de 50% igualmente distribuído entre elas, conforme apresentado no Quadro 3. O ano para início da certificação (Período 2) será

  • Manual Operativo Progestão

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    proposto pelo estado, sendo possível ser coincidente com o Período 1, correspondente ao ano de aprovação do Quadro de Metas pelo CERH.

    Quadro 3. Metas de cooperação federativa a serem atingidas por período de avaliação

    METAS Tipo Peso Cronograma de Execução Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5

    Meta I.1: Integração das bases de usuários de recursos hídricos

    NC 10% -

    Compartilhamento de dados de usuários de recursos hídricos do estado disponibilizados no CNARH

    Compartilhamento de dados de usuários de recursos hídricos do estado disponibilizados no CNARH

    Compartilhamento de dados de usuários de recursos hídricos do estado disponibilizados no CNARH

    Compartilhamento de dados de usuários de recursos hídricos do estado disponibilizados no CNARH

    Meta I.2: Compartilhamento de informações sobre águas subterrâneas

    NC 10% - Informações disponibilizadas junto ao SNIRH

    Informações disponibilizadas junto ao SNIRH

    Informações disponibilizadas junto ao SNIRH

    Informações disponibilizadas junto ao SNIRH

    Meta I.3: Contribuição para difusão do conhecimento

    NC 10% -

    Dados disponibilizados para o "Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos"

    Dados disponibilizados para o "Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos"

    Dados disponibilizados para o "Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos"

    Dados disponibilizados para o "Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos"

    Meta I.4: Prevenção de eventos hidrológicos críticos

    NC 10% -

    Manual Operativo da Sala de Situação e manutenção corretiva da rede telemétrica

    Produção de boletins e manutenção corretiva da rede telemétrica

    Produção de boletins e manutenção corretiva da rede telemétrica

    Produção de boletins e manutenção corretiva da rede telemétrica

    Meta I.5: Atuação para segurança de barragens

    NC 10% - Cadastro estruturado das barragens estaduais

    Atualização do cadastro de barragens e classificação das barragens

    Atualização do cadastro de barragens e classificação das barragens

    Atualização do cadastro de barragens e classificação das barragens

    OBS: CNARH: Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos. O Relatório de Conjuntura contempla informações referentes a planos de bacia, outorgas concedidas e monitoramento da qualidade da água superficial.

    4.2. Metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual

    As metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual são definidas pela entidade estadual coordenadora do Progestão com base em diagnóstico e prognóstico sobre a situação da gestão dos recursos hídricos, utilizando metodologia e instrumentos de avaliação apresentados na oficina de apresentação do Programa pela ANA.

    Essas metas, traduzidas em até 32 variáveis, se coadunam com a tipologia de gestão (A, B, C ou D) escolhida pelo estado e refletem aspectos referentes à organização institucional e à implementação dos instrumentos de gestão, dentre outros temas relacionados à governança das águas. As variáveis podem ser classificadas em básicas, intermediárias e avançadas e são divididas em quatro grupos: legais, institucionais e de articulação social; de planejamento; de informação e suporte; e operacionais.

  • Manual Operativo Progestão

    20

    Cabe ao Conselho de Recursos Hídricos ou entidade que exerça função correspondente, a partir de proposta da entidade coordenadora do Programa, aprovar os patamares mínimos de gestão de recursos hídricos a serem alcançados, os quais comporão o Quadro de Metas específico no âmbito do estado, com horizonte de cinco anos, tendo por base a seleção dos seguintes parâmetros:

    Grupos de variáveis de gestão: aspectos a serem considerados na avaliação da situação dos sistemas de gerenciamento dos recursos hídricos, referentes à organização institucional, à implementação dos instrumentos de gestão, entre outros temas relacionados à governança das águas, conforme os grupos apresentados no Quadro 4. Enquanto algumas variáveis, dependendo da tipologia de gestão, são de atendimento obrigatório em todos os períodos, outras são de avaliação obrigatória ou de avaliação facultativa, podendo, neste caso, serem ou não selecionadas.

    Níveis de exigência: condições estabelecidas por variável de gestão, as quais expressam o grau de alcance ou de implementação da variável avaliada, observados minimamente os níveis apresentados no Quadro 5.

    Pesos: percentuais atribuídos a cada grupo de variáveis, podendo variar de no mínimo 5% a no máximo 30%. A soma total dos pesos não poderá ultrapassar 50%.

    Quadro 4. Detalhamento das metas estaduais de gerenciamento de recursos hídricos

    Grupo No Identificação Tipologia A B C D

    Variáveis legais,

    institucionais e de articulação

    social

    1.1 Organização institucional do modelo de gestão O O O O 1.2 Organismo(s) Coordenador/Gestor O O O O 1.3 Gestão de Processos (-) (-) X X 1.4 Arcabouço Legal O O O O 1.5 Conselho Estadual/Distrital de Recursos Hídricos O O O O 1.6 Comitês de Bacias e Organismos Colegiados (-) (-) X X 1.7 Agências de Água e Entidades Delegatárias (-) (-) (-) X 1.8 Comunicação Social e Difusão X X X X 1.9 Capacitação Setorial X X O O

    1.10 Articulação com setores usuários e transversais X X X X

    Variáveis de planejamento

    2.1 Balanço hídrico X O O O 2.2 Divisão Hidrográfica O O O O 2.3 Planejamento estratégico institucional X X X X 2.4 Plano Estadual/Distrital de Recursos Hídricos (-) (-) O O 2.5 Planos de Bacia (-) (-) X X 2.6 Enquadramento (-) (-) (-) X 2.7 Estudos especiais de gestão (-) (-) X X 2.8 Modelos e Sistema de Suporte à Decisão (-) (-) X X

    Variáveis de informação e

    suporte

    3.1 Base cartográfica O O O O 3.2 Cadastros de Usuários e Infraestrutura X O O O 3.3 Monitoramento Hidrometeorológico X X O O 3.4 Monitoramento da Qualidade de Água X X X X 3.5 Sistema de Informações (-) X X X 3.6 Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (-) X X X

    Variáveis operacionais

    4.1 Outorga de Direito de Uso O O O O 4.2 Fiscalização X X O O 4.3 Cobrança (-) (-) (-) X 4.4 Sustentabilidade Financeira do Sistema de Gestão (-) (-) X X 4.5 Infraestrutura Hídrica (-) (-) X X 4.6 Gestão e controle de eventos críticos X X O O 4.7 Fundo Estadual/Distrital de Recursos Hídricos (-) (-) X X 4.8 Programas Indutores (-) (-) X X

  • Manual Operativo Progestão

    21

    Legenda: O Variável de atingimento obrigatório em todos os períodos do programa X Variável de avaliação obrigatória em todos os períodos do programa (-) Variável cuja avaliação é facultativa, dependendo da tipologia selecionada

    Quadro 5. Nível mínimo de exigência por variável e por tipologia de gestão

    Grupo No Identificação Tipologia A B C D

    Variáveis legais, institucionais e de articulação social

    1.1 Organização institucional do modelo de gestão 2 3 4 5 1.2 Organismo(s) Coordenador/Gestor 2 3 4 5 1.3 Gestão de processos 2 2 2 3 1.4 Arcabouço legal 3 3 4 4 1.5 Conselho Estadual de Recursos Hídricos 3 3 4 4 1.6 Comitês de bacias e organismos colegiados 3 3 4 4 1.7 Agências de Água e Entidades Delegatárias 2 2 2 3 1.8 Comunicação social e difusão 2 2 2 3 1.9 Capacitação setorial 2 2 2 3

    1.10 Articulação com setores usuários e transversais 2 2 2 3

    Variáveis de planejamento

    2.1 Balanço hídrico 2 2 3 3 2.2 Divisão hidrográfica 2 2 3 3 2.3 Planejamento estratégico institucional 2 2 3 3 2.4 Plano Estadual de Recursos Hídricos 2 3 4 5 2.5 Planos de bacia 2 2 2 3 2.6 Enquadramento 2 2 2 3 2.7 Estudos especiais de gestão 3 3 3 4 2.8 Modelos e sistema de suporte à decisão 2 2 3 3

    Variáveis de informação e suporte

    3.1 Base cartográfica 2 2 3 3 3.2 Cadastros de usuários e infraestrutura 2 2 3 3 3.3 Monitoramento hidrometeorológico 2 2 3 3 3.4 Monitoramento da qualidade de água 2 2 3 3 3.5 Sistema de Informações 2 2 3 3 3.6 Pesquisa, desenvolvimento e inovação 2 2 3 3

    Variáveis operacionais

    4.1 Outorga de direito de uso 2 3 4 5 4.2 Fiscalização 3 3 4 4 4.3 Cobrança 2 2 2 3 4.4 Sustentabilidade financeira do sistema de gestão 2 2 3 3 4.5 Infraestrutura Hídrica 2 2 3 3 4.6 Gestão e controle de eventos críticos 2 2 3 4 4.7 Fundo Estadual de Recursos Hídricos 2 3 3 4 4.8 Programas indutores 2 2 3 3

    O número de variáveis de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual a ser atingido, por grupo, é de natureza cumulativa e aumenta a cada período de certificação conforme a tipologia adotada, variando de no mínimo 17 para a tipologia A, até o máximo de 32 para a tipologia D, conforme apresentado nas Figuras 6 a 9.

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    TIPOLOGIA A

    TIPO DE VARIÁVEL

    VARIÁVEIS Legais, Institucionais e de Articulação Social De Planejamento

    De Informação e Suporte Operacionais

    BÁSICA

    • Organização institucional do modelo de gestão • Organismo Coordenador

    / Gestor • Arcabouço legal • Conselho Estadual de

    Recursos Hídricos • Capacitação setorial

    • Divisão hidrográfica

    • Balanço hídrico

    • Base cartográfica • Monitoramento

    hidrometeorológico

    • Monitoramento da qualidade de água

    • Outorga • Fiscalização

    INTERMEDIÁRIA

    • Gestão de processos • Comitês de bacias e

    organismos colegiados • Agências de Água e

    Entidades Delegatárias • Comunicação social e

    difusão

    • Planejamento estratégico institucional

    • Plano Estadual de Recursos Hídricos

    • Planos de bacia

    • Cadastros de usuários e infraestrutura

    • Sustentabilidade financeira do sistema de gestão

    • Fundo Estadual de Recursos Hídricos

    AVANÇADA • Articulação com setores usuários e transversais

    • Enquadramento • Estudos especiais

    de gestão • Modelos e

    Sistemas de Suporte à Decisão

    • Sistema de informações

    • Pesquisa, desenvolvimento e inovação

    • Cobrança • Infraestrutura

    hídrica • Programas

    indutores • Gestão e controle

    de eventos críticos

    OBS: As variáveis sublinhadas são de atendimento obrigatório em todos os anos do programa e as variáveis em cinza são

    facultativas para a tipologia A

    Figura 6. Distribuição temporal das metas de gerenciamento estadual na tipologia A.

  • Manual Operativo Progestão

    23

    TIPOLOGIA B

    TIPO DE VARIÁVEL

    VARIÁVEIS Legais, Institucionais

    e de Articulação Social De Planejamento De Informação e

    Suporte Operacionais

    BÁSICA

    • Organização institucional do modelo de gestão • Organismo

    Coordenador / Gestor • Arcabouço legal • Conselho Estadual de

    Recursos Hídricos • Capacitação setorial

    • Divisão hidrográfica

    • Balanço hídrico

    • Base cartográfica • Monitoramento

    hidrometeorológico • Monitoramento da

    qualidade de água

    • Outorga • Fiscalização

    INTERMEDIÁRIA

    • Gestão de processos • Comitês de bacias e

    organismos colegiados • Agências de Água e

    Entidades Delegatárias • Comunicação social e

    difusão

    • Planejamento estratégico institucional

    • Plano Estadual de Recursos Hídricos

    • Planos de bacia

    • Cadastros de usuários e infraestrutura

    • Sustentabilidade financeira do sistema de gestão

    • Fundo Estadual de Recursos Hídricos

    AVANÇADA • Articulação com

    setores usuários e transversais

    • Enquadramento • Estudos especiais

    de gestão • Modelos e Sistemas

    de Suporte à Decisão

    • Sistema de informações

    • Pesquisa, desenvolvimento e inovação

    • Cobrança • Infraestrutura

    hídrica • Programas

    indutores • Gestão e controle

    de eventos críticos

    OBS: As variáveis sublinhadas são de atendimento obrigatório em todos os anos do programa e as variáveis em cinza são

    facultativas para a tipologia A

    Figura 7. Distribuição temporal das metas de gerenciamento estadual na tipologia B.

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    24

    TIPOLOGIA C

    TIPO DE VARIÁVEL

    VARIÁVEIS Legais, Institucionais e de Articulação Social De Planejamento

    De Informação e Suporte Operacionais

    BÁSICA

    • Organização institucional do modelo de gestão • Organismo Coordenador /

    Gestor • Arcabouço legal • Conselho Estadual de

    Recursos Hídricos • Capacitação setorial

    • Divisão hidrográfica

    • Balanço hídrico

    • Base cartográfica • Monitoramento

    hidrometeorológico • Monitoramento da

    qualidade de água

    • Outorga • Fiscalização

    INTERMEDIÁRIA

    • Gestão de processos • Comitês de bacias e

    organismos colegiados • Agências de Água e

    Entidades Delegatárias • Comunicação social e

    difusão

    • Planejamento estratégico institucional

    • Plano Estadual de Recursos Hídricos

    • Planos de bacia

    • Cadastros de usuários e infraestrutura

    • Sustentabilidade financeira do sistema de gestão

    • Fundo Estadual de Recursos Hídricos

    AVANÇADA • Articulação com setores usuários e transversais

    • Enquadramento • Estudos especiais

    de gestão • Modelos e

    Sistemas de Suporte à Decisão

    • Sistema de informações

    • Pesquisa, desenvolvimento e inovação

    • Cobrança • Infraestrutura

    hídrica • Programas

    indutores • Gestão e controle

    de eventos críticos

    OBS: As variáveis sublinhadas são de atendimento obrigatório em todos os anos do programa e as variáveis em cinza são

    facultativas para a tipologia A

    Figura 8. Distribuição temporal das metas de gerenciamento estadual na tipologia C.

  • Manual Operativo Progestão

    25

    TIPOLOGIA D

    TIPO DE VARIÁVEL

    VARIÁVEIS Legais, Institucionais e de Articulação Social De Planejamento

    De Informação e Suporte Operacionais

    BÁSICA

    • Organização institucional do modelo de gestão • Organismo Coordenador

    / Gestor • Arcabouço legal • Conselho Estadual de

    Recursos Hídricos • Capacitação setorial

    • Divisão hidrográfica

    • Balanço hídrico

    • Base cartográfica • Monitoramento

    hidrometeorológico • Monitoramento da

    qualidade de água

    • Outorga • Fiscalização

    INTERMEDIÁRIA

    • Gestão de processos • Comitês de bacias e

    organismos colegiados • Agências de Água e

    Entidades Delegatárias • Comunicação social e

    difusão

    • Planejamento estratégico institucional

    • Plano Estadual de Recursos Hídricos

    • Planos de bacia

    • Cadastros de usuários e infraestrutura

    • Sustentabilidade financeira do sistema de gestão

    • Fundo Estadual de Recursos Hídricos

    AVANÇADA • Articulação com setores usuários e transversais

    • Enquadramento • Estudos especiais

    de gestão • Modelos e

    Sistemas de Suporte à Decisão

    • Sistema de informações

    • Pesquisa, desenvolvimento e inovação

    • Cobrança • Infraestrutura

    hídrica • Programas

    indutores • Gestão e controle

    de eventos críticos

    OBS: As variáveis sublinhadas são de atendimento obrigatório em todos os anos do programa e as variáveis em cinza são

    facultativas para a tipologia A

    Figura 9. Distribuição temporal das metas de gerenciamento estadual na tipologia D.

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    26

    5. PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DE METAS

    O processo de certificação de cumprimento das metas tem início no ano subsequente ao da definição e aprovação do Quadro de Metas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) ou pela entidade que exercer função correspondente.

    A critério do estado, o ano para início da certificação (Período 2) poderá ser coincidente com o Período 1, correspondente ao ano de aprovação do Quadro de Metas pelo CERH.

    Para fins de certificação, a entidade estadual deverá encaminhar à ANA:

    (i) Até o dia 31 de março do ano subsequente, o Relatório Progestão referente ao atendimento das metas de cooperação federativa, previsto no Artigo 6º da Resolução nº 1.485/2013; e

    (ii) Até o dia 30 de abril do ano subsequente, o Formulário de Autoavaliação, também previsto no Artigo 6º da referida Resolução, devidamente aprovado pelo CERH, referente ao atendimento das metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual.

    Os modelos padrão do Relatório Progestão e do Formulário de Autoavaliação encontram-se disponíveis na página da internet da ANA.

    Toda a documentação deve ser encaminhada oficialmente à ANA, via correios, e em formato digital aos gestores ANA do contrato. Em caso de insuficiência de documentação, acusada pelo gestor do contrato, a entidade estadual terá 10 dias úteis, a contar do recebimento da notificação, para apresentar a complementação devida.

    Qualquer fato superveniente que possa comprometer o cumprimento das metas pactuadas ao longo do período de certificação deverá ser comunicado oficialmente à ANA.

    A ANA, a seu exclusivo critério, poderá desconsiderar para efeito de cálculo do valor de desembolso no período em questão (Vparcela), os pesos atribuídos às metas que foram prejudicadas pela ocorrência de fatos supervenientes. Nesse caso, o somatório dos pesos das metas (Pmáx) será equivalente ao das metas não prejudicadas.

    A avaliação do cumprimento das metas de cooperação federativa (de caráter não cumulativo) terá repercussão imediata para desembolso dos recursos financeiros no exercício subsequente, enquanto a avaliação das metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual (de caráter cumulativo) terá repercussão financeira apenas a partir do terceiro ano do ciclo de avaliação.

    Para fins de repasse de recursos financeiros, é necessário que a entidade envie correspondência oficial solicitando a transferência anual das parcelas (modelo de ofício encontra-se disponível na página da internet da ANA).

    Durante o processo de certificação, a ANA irá verificar se os recursos transferidos aos estados estão sendo aplicados exclusivamente em ações de gerenciamento de recursos hídricos e de fortalecimento do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.

  • Manual Operativo Progestão

    27

    5.1. Certificação das metas de cooperação federativa

    A cada período de certificação, a ANA emitirá um Informe detalhando os Critérios de Avaliação para fins do atendimento de cada meta de cooperação federativa, conforme descrito a seguir:

    META I.1 – INTEGRAÇÃO DE DADOS DE USUÁRIOS DE RECURSOS HÍDRICOS Descrição: compartilhamento no âmbito do SNIRH, por meio do Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH), das informações referentes aos usuários de recursos hídricos de domínio estadual.

    Objetivo: gestão integrada de águas de domínio da União e dos estados. Base Legal: Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, Art. 4º; Resolução ANA no 317, de 26 de agosto de 2003; e Resolução CNRH no 126/2011, Art. 4º.

    Instrumento de Avaliação: constatação, pela UORG responsável pela área, da integração dos dados de usuários de recursos hídricos do estado com o CNARH nos respectivos períodos de certificação, bem como atualização constante da base de dados do CNARH.

    Critérios de Avaliação: serão detalhados a cada ano de certificação por meio de Informes enviados aos estados. A critério da ANA poderão ser aceitas lacunas de informação desde que devidamente justificadas.

    META I.2 – COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Descrição: compartilhamento no âmbito do SINGREH, por meio do SNIRH, das informações sobre autorizações de perfuração de poços ou instrumento administrativo correspondente e, quando houver, sobre as emissões de outorgas de captação de águas subterrâneas pelo estado.

    Objetivo: gestão integrada de águas superficiais e subterrâneas. Base Legal: Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, Art. 4º; Resolução CNRH no 13/2001, Art. 1º, b; Resolução CNRH no 15/2001, Art. 3º, III e V; e Resolução CNRH no 107/2010.

    Instrumento de Avaliação: constatação, pela UORG responsável pela área, do fornecimento das informações sobre autorizações de perfuração de poços ou instrumento administrativo correspondente e, quando houver, sobre as emissões de outorgas de captação de águas subterrâneas pelo estado, em todos os períodos de certificação.

    Critérios de Avaliação: serão detalhados a cada ano de certificação por meio de Informes enviados aos estados. A critério da ANA poderão ser aceitas lacunas de informação desde que devidamente justificadas.

    META I.3 – CONTRIBUIÇÃO PARA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO Descrição: compartilhamento no âmbito do SINGREH, por meio de instrumento específico, das informações sobre a situação da gestão de águas, em âmbito estadual ou distrital, para subsidiar a elaboração do relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil”.

    Objetivo: contribuir para o conhecimento da situação dos recursos hídricos em escala nacional. Base Legal: Resolução CNRH no 58/2006. Instrumento de Avaliação: constatação, pela UORG responsável pela área, do fornecimento das informações solicitadas ao estado para elaboração do relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil” em todos os períodos de certificação.

    Critérios de Avaliação: serão detalhados a cada ano de certificação por meio de Informes enviados aos estados. A critério da ANA poderão ser aceitas lacunas de informação desde que devidamente justificadas.

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    META I.4 – PREVENÇÃO DE EVENTOS HIDROLÓGICOS CRÍTICOS Descrição: operação adequada dos sistemas de prevenção de eventos críticos, caracterizada pelo funcionamento adequado dos equipamentos automáticos de coleta e transmissão de dados hidrológicos, bem como pela disponibilização de informações aos órgãos competentes.

    Objetivo: garantir a adequada operação das salas de situação nos estados em que foram implantadas, contribuindo, assim, para a implementação do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais.

    Base Legal: Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, Art. 4º e Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, Art. 4º, X e XIII. Instrumento de Avaliação: constatação, pela UORG responsável pela área, da condição de operação dos sistemas de prevenção a eventos críticos, caracterizada pelo funcionamento adequado dos equipamentos automáticos de coleta e transmissão de dados hidrológicos, bem como pela disponibilização de informações aos órgãos competentes.

    Critérios de Avaliação: serão detalhados a cada ano de certificação por meio de Informes enviados aos estados. A critério da ANA poderão ser aceitas lacunas de informação desde que devidamente justificadas.

    META I.5 – ATUAÇÃO PARA SEGURANÇA DE BARRAGENS Descrição: cumprimento de exigências relativas à implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).

    Objetivo: garantir o cumprimento dos dispositivos legais e normativos referentes à implantação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

    Base Legal: Lei no 12.334, de 20 de setembro de 2010; Resolução CNRH no 144, de 10 de julho de 2012; e Resolução CNRH no 143, de 10 de julho de 2012.

    Instrumento de Avaliação: constatação, pela UORG responsável pela área, quanto ao cumprimento das exigências da PNSB relativas à estruturação de um cadastro de barragens; à classificação das barragens por categoria de risco e dano potencial e à sua fiscalização, por meio do envio das informações para o Relatório Anual de Segurança de Barragens.

    Critérios de Avaliação: serão detalhados a cada ano de certificação por meio de Informes enviados aos estados. A critério da ANA poderão ser aceitas lacunas de informação desde que devidamente justificadas.

    Para fins da certificação, as entidades estaduais devem encaminhar, até 31 de março de cada ano, o Relatório Progestão5 referente ao exercício do ano anterior. De posse do Relatório, cuja finalidade é consolidar as informações relativas ao cumprimento das metas de cooperação federativa, a ANA procederá à certificação, através de suas Unidades Organizacionais (UORGs) responsáveis pelas ações relativas a cada uma dessas metas.

    As UORGs terão um mês, após o recebimento do Relatório Progestão, para proceder à análise do cumprimento das metas de cooperação federativa, elaborando notas técnicas sobre sua certificação.

    5.2. Certificação das metas no âmbito do estado

    A certificação das metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual será realizada por meio de instrumento específico, denominado Formulário de Autoavaliação, conforme modelo padrão disponibilizado na página da internet da ANA.

    5 Modelo padrão encontra-se disponibilizado na página da internet da ANA.

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    A autoavaliação será realizada pela entidade estadual coordenadora da implementação do Programa e será submetida à aprovação do respectivo CERH ou entidade que exercer função correspondente.

    Para cada meta pactuada no Quadro de Metas do contrato Progestão, a entidade estadual deverá apresentar o nível atingido no período de certificação, acompanhado das justificativas ou esclarecimentos pertinentes, bem como da situação da variável avaliada. O CERH poderá solicitar as revisões necessárias, até que a autoavaliação esteja em condições de ser aprovada.

    O Formulário, devidamente preenchido e aprovado pelo CERH, deverá ser encaminhado oficialmente à ANA até o dia 30 de abril do ano subsequente ao período a ser certificado e vir acompanhado do normativo específico (Resolução, Deliberação ou ata da reunião) do CERH que aprovou a autoavaliação, podendo ou não ser publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).

    O processo de autoavaliação observará as variáveis, os níveis de exigência e os critérios de avaliação discriminados para cada uma das metas de gestão, conforme descrito a seguir:

    META II.1 – DEFINIÇÃO DAS METAS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS Descrição: definição pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, das metas de gerenciamento de recursos hídricos a serem certificadas no âmbito do Progestão.

    Objetivo: fortalecer o papel dos conselhos estaduais como instância máxima de deliberação no âmbito dos seus respectivos sistemas de gestão, observadas as diretrizes para uma gestão descentralizada e participativa.

    Base Legal: políticas nacional e estadual ou distrital de gerenciamento de recursos hídricos. Instrumento de Avaliação: ato de deliberação do CERH ou entidade que exercer função correspondente, aprovando a proposta encaminhada pela entidade estadual coordenadora do Programa.

    Critérios de Avaliação: assinatura do “Quadro de Metas de Gerenciamento de Recursos Hídricos em Âmbito Estadual” pelo representante legal do CERH ou entidade que exercer função correspondente.

    META II.2 – IMPLEMENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS LEGAIS, INSTITUCIONAIS E DE ARTICULAÇÃO SOCIAL Descrição: implementação de instrumentos, ferramentas, ações ou atividades de natureza legal e institucional, correspondentes às variáveis indicadas no Quadro 4, em patamares mínimos compatíveis com os desafios.

    Objetivo: estruturação de arcabouço legal e institucional adequado ao gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual.

    Base Legal: políticas nacional e estadual de gerenciamento de recursos hídricos. Instrumento de Avaliação: Formulário de Autoavaliação devidamente aprovado e assinado, enviado à ANA até 30 de abril de cada ano.

    Critérios de Avaliação: meta atendida caso a autoavaliação, aprovada pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, demonstre que foram alcançados os níveis de exigência em todas as variáveis de atendimento obrigatório (Quadros 4 e 5) e observados os quantitativos de variáveis a serem avaliadas em cada período de certificação conforme apresentado nas Figuras 6 a 9 e pactuado no “Quadro de Metas” integrante do contrato Progestão.

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    META II.3 – IMPLEMENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE PLANEJAMENTO Descrição: implementação de instrumentos, ferramentas, ações ou atividades de planejamento, correspondentes às variáveis indicadas no Quadro 4, em patamares mínimos compatíveis com os desafios.

    Objetivo: planejamento adequado ao gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual. Base Legal: políticas nacional e estadual de gerenciamento de recursos hídricos. Instrumento de Avaliação: Formulário de Autoavaliação devidamente aprovado e assinado, enviado à ANA até 30 de abril de cada ano.

    Critérios de Avaliação: meta atendida caso a autoavaliação, aprovada pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, demonstre que foram alcançados os níveis de exigência em todas as variáveis de atendimento obrigatório (Quadros 4 e 5) e observados os quantitativos de variáveis a serem avaliadas em cada período de certificação conforme apresentado nas Figuras 6 a 9 e pactuado no “Quadro de Metas” integrante do contrato Progestão.

    META II.4 – IMPLEMENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE INFORMAÇÃO E SUPORTE Descrição: implementação de instrumentos, ferramentas, ações ou atividades de informação e suporte, correspondentes às variáveis indicadas no Quadro 4, em patamares mínimos compatíveis com os desafios.

    Objetivo: informação e suporte adequados ao gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual. Base Legal: políticas nacional e estadual de gerenciamento de recursos hídricos. Instrumento de Avaliação: Formulário de Autoavaliação devidamente aprovado e assinado, enviado à ANA até 30 de abril de cada ano.

    Critérios de Avaliação: meta atendida caso a autoavaliação, aprovada pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, demonstre que foram alcançados os níveis de exigência em todas as variáveis de atendimento obrigatório (Quadros 4 e 5) e observados os quantitativos de variáveis a serem avaliadas em cada período de certificação conforme apresentado nas Figuras 6 a 9 e pactuado no “Quadro de Metas” integrante do contrato Progestão.

    META II.5 – IMPLEMENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS OPERACIONAIS Descrição: implementação de instrumentos, ferramentas, ações ou atividades de natureza operacional, correspondentes às variáveis indicadas no Quadro 4, em patamares mínimos compatíveis com os desafios.

    Objetivo: desempenho operacional adequado ao gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual. Base Legal: políticas nacional e estadual de gerenciamento de recursos hídricos. Instrumento de Avaliação: Formulário de Autoavaliação devidamente aprovado e assinado, enviado à ANA até 30 de abril de cada ano.

    Critérios de Avaliação: meta atendida caso a autoavaliação, aprovada pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, demonstre que foram alcançados os níveis de exigência em todas as variáveis de atendimento obrigatório (Quadros 4 e 5) e observados os quantitativos de variáveis a serem avaliadas em cada período de certificação conforme apresentado nas Figuras 6 a 9 e pactuado no “Quadro de Metas” integrante do contrato Progestão.

    5.3. Cálculo da nota final de avaliação e do valor do recurso financeiro

    No primeiro período de certificação (Período 1), será computado exclusivamente o resultado alcançado na meta II.1, ou seja, o Quadro de Metas (Anexos III e IV do contrato) devidamente aprovado pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente.

    A partir do segundo período de certificação (Períodos 2 a 5), o percentual de alcance das metas pactuadas no Programa será determinado com base nos critérios de avaliação descritos nos

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    itens 5.1 e 5.2 desse Manual Operativo, somando-se os pesos atribuídos a cada uma das metas, utilizando-se a seguinte fórmula:

    PPROGESTÃO (%) = ∑ (Mi x Pi) = M1 x P1 + M2 x P2 + ... + Mn x Pn sendo, PPROGESTÃO (%) = percentual de atendimento (0 a 100%) Mi = indicador de atendimento da meta i (0 a 1) Pi (%) = peso atribuído à meta i, conforme valor constante nos Anexos III e IV do

    contrato.

    Os indicadores de alcance das metas (Mi) serão iguais à unidade caso seja constatado pela ANA, por meio do instrumento de avaliação pertinente, que a meta em questão foi plenamente atendida. Para as metas de cooperação federativa (Metas I.1 a I.5), o percentual de atendimento de cada meta será dado pela Nota Técnica da UORG/ANA responsável.

    No caso das metas de gerenciamento estadual (Metas II.2 a II.5) o descumprimento de quaisquer das variáveis obrigatórias acarretará a nulidade do alcance de metas do grupo correspondente. Também deve ser devidamente avaliado o número mínimo de variáveis a serem atendidas ao longo dos períodos de certificação.

    A avaliação das metas estaduais, de caráter cumulativo, terá repercussão financeira somente a partir do terceiro período de certificação. Desta forma, o somatório dos pesos das metas (Pmáx) para certificação do Período 2 será equivalente ao somatório dos pesos das metas de caráter não cumulativo (Metas I.1 a I.5).

    Na primeira parcela, o valor de repasse será igual ao valor máximo da parcela de recursos previsto (R$ 750 mil), condicionado à aprovação do Quadro de Metas pelo CERH.

    A partir da segunda parcela, o valor do repasse será determinado utilizando-se as seguintes fórmulas:

    Vparcela (R$) = 0, se PPROGESTÃO < 50%; ou Vparcela (R$) = Vmáx (R$) x PPROGESTÃO (%) / Pmáx (%), se PPROGESTÃO > 50%.

    sendo,

    Pmáx (%): somatório dos pesos das metas no período de certificação

    Vmáx (R$): valor máximo da parcela de recursos (parcela 1)

    Vparcela (R$): valor do desembolso anual (parcelas 2 a 5).

    De posse da certificação das UORGs/ANA, responsáveis pela avaliação das metas de cooperação federativa, e do Formulário de Autoavaliação, devidamente aprovado pelo CERH ou entidade que exercer função correspondente, a SAS/ANA elabora Nota Técnica consolidando a nota final de avaliação do cumprimento de metas do Programa pelo estado, com cálculo do valor da parcela a ser repassado.

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    5.4. Contestação do resultado da certificação e cálculo do valor final

    O resultado da certificação, acompanhado de todas as Notas Técnicas pertinentes, é encaminhado à entidade estadual para ciência, via correios, com Aviso de Recebimento (AR). Nesta ocasião, é solicitada manifestação oficial, no prazo de 10 dias úteis, caso haja contestação da certificação de alguma meta.

    As contestações postadas são encaminhadas às UORGs/ANA para nova análise e elaboração de Nota Técnica no prazo de 10 dias úteis. Se ratificada a avaliação anterior, o estado é informado por meio de mensagem eletrônica (e-mail) e o processo é enviado à SAF para pagamento da parcela no valor anteriormente calculado, uma vez comprovada a regularidade fiscal da entidade estadual. No caso de retificação da avaliação anterior, é feito novo cálculo da parcela, sendo o estado devidamente notificado por mensagem eletrônica (e-mail), e o processo enviado à SAF para pagamento do novo valor da parcela.

    5.5. Sanções previstas

    Com base no processo de certificação e após avaliação pela ANA e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, as seguintes sanções poderão ser aplicadas à entidade estadual:

    I. Perda parcial da parcela dos recursos financeiros a ser transferida quando a nota final de avaliação do exercício anterior for igual ou superior a 50%.

    II. Perda total da parcela dos recursos financeiros quando a nota final de avaliação do exercício anterior for igual ou inferior a 50%.

    III. Rescisão contratual: a) pela constatação de fraude na aplicação das metodologias e

    instrumentos de avaliação para fins de certificação das metas pela ANA e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos;

    b) pela perda das condições de adesão e de participação no Programa, previstas no Artigo 5º da Resolução ANA nº 379/2013.

    5.6. Fluxograma do processo de certificação

    Segue o fluxograma do processo de certificação de metas no Progestão para melhor visualização das etapas previstas tanto para avaliação das metas de cooperação federativa, como relativas às metas de gerenciamento de recursos hídricos em âmbito estadual (Figura 10).

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    Figura 10. Fluxograma do processo de certificação de metas do Progestão.

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    6. ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA

    A ANA indicará, por meio de Portaria, um gestor e o respectivo substituto para o acompanhamento do contrato Progestão em cada unidade da federação.

    Conforme previsto no Artigo 4º, Inciso VIII, da Resolução nº 1.485/2013, deverão ser realizadas, anualmente, pelo menos duas visitas técnicas aos estados para acompanhar e avaliar a execução do contrato.

    A primeira visita tem caráter de planejamento das atividades relativas ao fortalecimento do gerenciamento dos recursos hídricos com vistas ao atendimento das metas do Programa. As demais visitas terão caráter de apoio, acompanhamento e avaliação, bem como de ajustes necessários ao planejamento realizado das ações.

    Os gestores dos contratos deverão elaborar Nota Informativa das visitas técnicas realizadas, devendo disponibilizá-la à entidade estadual e ao respectivo CERH para ciência e eventuais correções ou complementações.

    Anualmente, a UORG da ANA responsável pelo Programa deverá consolidar as informações de todos os contratos, produzindo o “Relatório Anual de Acompanhamento do Progestão”, o qual deverá ser disponibilizado na página de internet da ANA e encaminhado para ciência ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERHs) e às Entidades Estaduais responsáveis pela implementação do Programa em âmbito estadual.

    Ao final de cada exercício, a ANA deverá elaborar um calendário anual de atividades para o ano subsequente, com previsão das visitas técnicas e detalhamento dos prazos para envio de documentos pelas entidades estaduais para fins de certificação das metas, entre outras ações necessárias ao aprimoramento do Programa.

    7. ANEXOS

    Todos os anexos que integram este Manual Operativo encontram-se disponíveis na página da internet do Progestão no seguinte endereço eletrônico: http://progestao.ana.gov.br/

    http://progestao.ana.gov.br/