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PROFESSORA LETICIA CALDERARO

ROTEIRO PARA AUDINCIA DE INSTRUO2OS PRAZOS NO PROCESSO CIVIL5ESTUDE A AO DECLARATRIA INCIDENTAL11PROCESSO E PROCEDIMENTO14TGP - TEORIA GERAL DA SENTENA19RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL24DPC I - RESUMO DE LITISCONSRCIO E INTERVENO DE TERCEIROS30PROCEDIMENTO SUMRIO34DPC II - RECURSO ORDINRIO39

ROTEIRO PARA AUDINCIA DE INSTRUOLetcia Calderaro 79 comments

1 Passo: presentes o oficial de justia ou o porteiro dos auditrios, o escrivo e o juiz, este determina que se faa o prego das partes, seus advogados, do MP, das testemunhas, do perito e assistentes tcnicos, assim como de outras pessoas notificadas para comparecerem audincia;

2 Passo: Concludo o prego, o juiz decide: sobre a realizao da audincia mediante a verificao da presena das partes, dos advogados, do MP, do exame de eventual pedido de justificativa, assim como quanto regularidade processual e do cumprimento das notificaes (intimaes). sobre o adiamento da audincia em razo de ausncias justificadas das partes, dos advogados, do MP; no caso de adiamento ser desde logo designada nova data, intimando-se todos os presentes.

3 Passo: Declarada aberta a audincia, o juiz concita as partes para a conciliao ou a transao, se o litgio versar sobre direitos disponveis (art. 447 do CPC).

4 Passo: Caso obtida a conciliao ou a transao, esta ser reduzida a termo e homologada pelo juiz, extinguindo-se o processo com julgamento de mrito (arts. 448/449 c/c o art. 269, inciso III, do CPC).

5 Passo: No obtida a conciliao, o juiz, ouvidas as partes, reexamina a fixao dos pontos controvertidos a fim de orientar a produo das provas em audincia (art. 451 do CPC).

6 Passo: O perito e os assistentes tcnicos respondero aos quesitos previamente apresentados pelas partes (art. 435 c/c 452, I, do CPC).

7 Passo: Em seguida, o juiz tomar o depoimento pessoal das partes, 1 do autor, depois do ru, de modo que este no presencie o depoimento daquele (art. 452, II, do CPC).8 Passo: Depois sero inquiridas as testemunhas, primeiro as arroladas pela autor, depois as do ru, em quantitativo mximo de 10 para cada parte, podendo o juiz dispensar aquelas que excedam a trs (art. 407, nico, c/c art. 452, III, CPC).

9 Passo: Em seguida, sero ofertadas as alegaes finais orais, primeiro o autor, depois o ru seguido pelo MP, podendo tais alegaes serem substitudas por memoriais oferecidos em prazo sucessivo, 1 autor, seguido pelo ru e MP (art. 454 do CPC).

10 Passo: Encerrado os debates orais ou entregues os memoriais, o juiz proferir sentena em audincia ou no prazo de dez (10) dias, intimando-se as partes e seus advogados e o MP (art. 456 CPC).

OBSERVAES:

1) A audincia ser, em regra, pblica, podendo, entretanto, o juiz, de ofcio ou a requerimento das partes e do MP, impor restrio presena de determinadas pessoas. (art. 155 do CPC).

2) A audincia ser realizada das 6 s 20 h, em dias teis, salvo se concedida a autorizao prevista no art. 172 1 do CPC. Os atos processuais iniciados antes das 20h podero prosseguir at a sua concluso.

3) A audincia ser realizada na sede do juzo, podendo a mesma realizar-se em outro local previamente designado pelo juiz (art. 176 do CPC).

4) O juiz tem o poder dever de manter a ordem dos trabalhos mediante o exerccio do poder de polcia (art. 445 do CPC).

5) As partes, seus advogados, o perito, os assistente tcnicos e o MP s podero intervir ou apartear mediante deferimento ou autorizao por parte juiz (art. 446, nico do CPC).

6) A audincia de instruo e julgamento ser contnua, entretanto, caso no seja possvel conclu-la no mesmo dia, ser designada nova data para continuao da mesma ( art. 455 do CPC).7) A audincia ser adiada por conveno das partes por uma nica vez, assim como em razo de ausncia justificada de quaisquer das pessoas notificadas a comparecer quele ato processual (art. 453, I e II do CPC).

8) A ausncia injustificada dos advogados no impede a realizao da audincia, podendo o juiz dispensar a produo das provas requeridas pela parte do advogado faltante (art. 453, 1 e 2).

9) A ausncia injustificada da parte autora convocada para prestar depoimento pessoal ou, comparecendo no responde s perguntas, ou empregar evasivas, o juiz poder consignar tal circunstncia na sentena, podendo-lhe aplicar-lhe a pena de confisso quanto aos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos alegados pelo parte r (art. 343 e 345 do CPC).

10) Se, nas mesmas circunstncias da situao anterior, a ausncia, a recusa em depor ou o emprego de evasivas for da parte r, o juiz poder lhe imputar a pena de confisso (art. 343 e 345 do CPC).

11) Se a justificativa da ausncia for oferecida aps o incio da audincia, e sendo tal justificativa deferida pelo juiz, o ato processual s ser renovado se a parte ausente a ocorrncia de prejuzo material ou jurdico.

12) A parte que der causa ao adiamento da audincia, ainda que por motivo justificado, responder pelas despesas acrescidas (art. 453, III, do CPC).

OS PRAZOS NO PROCESSO CIVIL Letcia Calderaro 10 comments

1. Conceito

Conforme dito, o processo, por ser dinmico, lgico e contnuo, tramita pela prtica de atos processuais que esto ligados entre si e so sucessivos, com o objetivo de chegar ao seu final com a prolao da sentena de mrito. cedio na doutrina, na lei e na jurisprudncia que o processo s tem incio com provocao pelas partes, todavia se desenvolve por meio do impulso oficial, que tem o condo de transferir aos sujeitos do contraditrio nus processuais, assim definidas as incumbncias de prtica de determinados atos que, se no realizados, importam prejuzo em desfavor exclusivamente da parte omissa. Com efeito, dispe o art. 177 do CPC: os atos processuais realizar-se-o nos prazos prescritos em lei.Prazo a frao ou delimitao de tempo dentro do qual deve ser praticado o ato processual, assegurando que o processo se desenvolva atravs do iter procedimental. No se confunde com termo, que so os marcos (limites) que determinam a frao chamada prazo. O prazo ocorre justamente entre dois termos: tem incio com o advento do termo a quo (inicial) e se expira com o advento do termo ad quem (final).

2. Classificao

2.1. Prazos Prprios e Imprprios

Prazos prprios: so os que dizem respeito s praticas de atos processuais pelas partes. A sua desobedincia acarreta o que a doutrina denomina, situao de desvalia processual, uma vez que no houve o desencargo de nus pela parte. Exemplo: sem contestao, podem ocorrer os efeitos da revelia.Prazos imprprios: so os prazos do juiz, do escrivo e dos seus serventurios. O descumprimento no gera qualquer desvalia em matria processual, nem mesmo a precluso, todavia, sujeita os desidiosos, salvo justo motivo, s sanes administrativas aplicveis espcie.

2.2. Prazos Legais, Judiciais e Convencionais

Dispe a lei que os prazos, via de regra, nela devem estar fixados. Caso no estejam previstos no ordenamento, devem ser fixados a critrio judicial. Por fim, em havendo omisso pelo juiz, o Cdigo prev um prazo legal subsidirio, de 5 dias, para a prtica dos atos processuais (artigo 185 do Cdigo de Processo Civil).Assim, quanto ao modo de previso, os prazos classificam-se em:a) prazos legais: so os definidos em lei, no tendo disponibilidade sobre estes, em princpio, nem o juiz nem as partes, como o de resposta do ru e o dos diversos recursos;b) prazos judiciais: so os fixados a critrio do juiz, que deve utilizar como critrio definidor a complexidade da causa (designao de data para audincia art. 331, II; concluso de prova pericial art. 427, II) etc.c) convencionais: so os ajustados, de comum acordo, entre as partes, como o de suspenso do processo (art. 265, II, e 3), ou de concesso pelo credor ao devedor, na execuo, para que a obrigao seja voluntariamente cumprida (art. 792).

2.3. Dilatrios e peremptrios

Segundo sua natureza, ou seja, a depender da disponibilidade ou no, pelas partes, quanto ao prazo, estes se classificam em dilatrios e peremptrios.Dilatrios: o que, embora fixado na lei, admite ampliao pelo juiz ou que, por conveno das partes podem ser ampliados ou reduzidos (art. 181). A ampliao ou reduo dos prazos dilatrios pela conveno das partes s tem eficcia se: a) for requerida antes do vencimento do prazo; b) estiver fundada em motivo legtimo; c) for objeto de aprovao do juiz, a quem compete fixar o dia do vencimento do prazo da prorrogao (art. 181 e 1).Peremptrios: o que a conveno das partes e, ordinariamente, o prprio juiz, no podem alterar (art. 182).Pode o juiz, todavia, em casos excepcionais, prorrogar os prazos, mesmo os peremptrios, at 60 dias nas comarcas onde for difcil o transporte (art. 182, 2 parte), ou pelo tempo necessrio em caso de calamidade.A lei no distingue a natureza dos prazos, se dilatrios ou peremptrios; para tanto, deve-se observar as conseqncias jurdicas advindas de seu decurso in albis. Acarretando situao que condiciona a prpria funo jurisdicional, como a revelia e a coisa julgada, ser peremptrio; do contrrio, ser dilatrio se est em jogo apenas interesse particular da parte. H alguns prazos, todavia, que tm sua natureza j assentada dentro de um consenso mais ou menos uniforme da doutrina processualstica. Com efeito, os prazos para contestar, para oferecer excees e reconveno, bem como o de recorrer, so tidos como peremptrios. E os de juntar documentos, arrolar testemunhas e realizar diligencias determinadas pelo juiz so meramente dilatrios.

3. Curso de prazos

Todo prazo em regra contnuo, no se interrompendo nos feriados ou dia no til (art. 178). Sobrevindo, porm, as frias forenses, suspendem-se os prazos. Paralisada a contagem, o restante recomear a fluir a partir do primeiro dia til seguinte ao trmino das frias (art. 179). Tambm suspendem os prazos:a) o obstculo criado pela parte contrria; b) a morte ou a perda da capacidade processual da parte, de seu representante legal ou de seu procurador; c) a conveno das partes, se o prazo for dilatrio; d) a exceo de incompetncia, bem como de suspeio ou de impedimento do juiz, salvo no processo de execuo.Superado o motivo que deu causa suspenso, apenas o remanescente do prazo voltar a fluir (art. 180).

4. Contagem de prazos

Em regra, os prazos so contados, com excluso do dia de comeo e com incluso do de vencimento (art. 180). Como a intimao o marco inicial dos prazos (art. 240), estes s comeam a fluir a partir do dia til seguinte ao da intimao. A intimao feita numa sexta-feira, s permitir o incio do prazo na segunda-feira (se for til). Na intimao feita no sbado, o incio do prazo comear na tera-feira, se for dia til (art. 240, pargrafo nico).Com relao fixao do dies a quo da contagem do prazo processual, o art. 241 fornece as seguintes regras:a) quando a citao ou intimao for pessoal ou com hora certa, o prazo se inicia a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido;b) quando houve vrios rus, o prazo comear a fluir da juntada do ltimo mandado, devidamente cumprido;c) se a comunicao for feita por edital, o prazo para a prtica do ato processual ter incio a partir do termo final do prazo estipulado pelo juiz no edital para aperfeioamento da diligncia;d) se o ato de comunicao se der atravs de carta de ordem, precatria ou rogatria, o termo a quo do prazo ser a data de sua juntada aos autos, depois de realizar a diligencia;e) se a intimao for por via postal, a contagem do prazo ser feita a partir da juntada aos autos do aviso de recebimento.O termo final de qualquer prazo processual nunca cair em dia no-til, ou em que no houver expediente normal do juzo. Dessa forma, considera-se prorrogado at o primeiro dia til (art. 184, 1), se o vencimento cair em feriado, em dia que for determinado o fechamento do frum, ou em que o expediente forense for encerrado antes da hora normal.Note-se que o vencimento dever observar o horrio do expediente do frum, de sorte que no ltimo dia do prazo o ato da parte dever ser praticado at s 20 horas (art. 172). Se o expediente do cartrio, pela organizao judiciria local, encerrar-se antes das 20 horas, o momento final do prazo ser o do fechamento da repartio e no o do limite do art. 172.

5. Prazos para a parte

Quando nem a lei nem o juiz fixar prazo para o ato, ser de cinco dias o prazo para a prtica de ato processual a cargo da parte (art. 185). Se figurarem litisconsortes na relao processual e forem diversos os seus advogados, os seus prazos, para contestar, para recorrer de modo geral, para falar nos autos, sero contados em dobro (art. 191). Quando a lei no marcar prazo e ficar a critrio do juiz a determinao do momento para a realizao do ato, incide a regra limitativa do art. 192, segundo a qual as intimaes somente obrigaro a comparecimento depois de decorridas 24 horas.

6. Prazos para o MP e Fazenda Pblica

Tendo em vista as notrias dificuldades de ordem burocrtica que se notam no funcionamento dos servios jurdicos da Administrao Pblica, manda o art. 188 que sejam computados em qudruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer, quando a parte for a Fazenda Pblica ou o Ministrio Pblico. No conceito de Fazenda Pblica, englobam-se a Unio, os Estados, Distrito Federal, os Territrios e os Municpios, bem como as respectivas autarquias. As sociedades de economia mista e as empresas pblicas, todavia, no se beneficiam dos favores do art. 188, porque seu regime de direito privado.

7. Prazo para a Defensoria Pblica (organizada e mantida pelo Estado e DF)

Dispe o art. 5, 5, da Lei n 1.060/50, que o Defensor Pblico ser intimado pessoalmente de todos os atos do processo, contando-lhe em dobro todos os prazos.

8. Inobservncia de prazo

Compete ao advogado restituir os autos no prazo legal. Da inobservncia dessa norma, ocorrer a precluso, em decorrncia da qual o juiz mandar, de ofcio riscar o que neles houver escrito o faltoso e desentranhar as alegaes e documentos que apresentar (art. 195).Se ocorrer desrespeito a prazo processual pelo juiz, qualquer das partes ou o orgao do Ministrio Pblico poder representar ao Presidente do Tribunal de Justia, a quem incumbir o encaminhamento do caso ao rgo competente, para instaurao do procedimento para apurao de responsabilidade. O relator, conforme as circunstncias, poder avocar os autos em que ocorreu o excesso de prazo e designar outro juiz para decidir a causa (art. 198).

9. Precluso

Todos os prazos processuais, mesmo os dilatrios, so preclusivos. Portanto, decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declarao judicial, o direito de praticar o ato (art. 183). Opera, para o que se manteve inerte aquele fenmeno que se denomina precluso processual. Temos trs espcies de precluso:Temporal - ocorre quando a parte deixa de praticar o ato no tempo devido (art. 183). Como exemplo, cita-se a no-interposio de recurso. Aqui temos o transcurso in albis de determinado prazo legal, que gera situao de desvalia para a parte.Lgica - Decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro que se queria praticar tambm. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentena ou a deciso, no poder recorrer (art. 503). Temos tambm como exemplo, se o ru requereu em petio a produo de uma prova pericial CPC, art. 849, no pode entrar em seguida com outra petio solicitando o julgamento antecipado da lide - CPC, art. 330 - por no haver mais provas a produzir.Consumativa - aquela em que a faculdade processual j foi exercida validamente, com a escolha de uma das hipteses legalmente oferecidas para a prtica do ato, tendo carter de fato extintivo. Pelo fato do ato j ter sido praticado, no poder ser praticado novamente, de modo diverso. Assim, como exemplo, a parte que j apelou no poder oferecer embargos de declarao se no o fez antes de oferecida a apelao.

ESTUDE A AO DECLARATRIA INCIDENTALLetcia Calderaro6 comments

1. Conceito

Em regra, os limites objetivos da demanda (matria sobre a qual o juiz se pronunciar no dispositivo da sentena, fazendo coisa julgada) so fixados no momento em que o ru responde demanda. A ao declaratria incidental tem por objetivo permitir parte, diante de um fato superveniente, ampliar esses limites, levando ao juiz fatos novos, referentes mesma matria, sobre os quais ele ter que se pronunciar, decidindo e evitando uma nova demanda que verse sobre questo que prejudicaria o julgamento da demanda inicial (art. 5). Com a ao declaratria incidental, a relao jurdica, que no era objeto do pedido da ao principal, ser alcanada pela coisa julgada. Ou seja, a questo prejudicial, que normalmente decidida de modo a no fazer coisa julgada (art. 469, III), passa a ter essa autoridade com a propositura da ao declaratria incidental (art. 470). Ex: se o autor promove ao de despejo, pode o ru propor ao declaratria incidental visando a declarao da inexistncia da locao. Essa relao jurdica (locao) no era objeto do pedido, embora necessariamente integrasse a causa de pedir. Assim, caso no proposta a declaratria incidental, a sentena, em sua parte dispositiva, somente poderia versar sobre a procedncia ou no do despejo, mas a locao em si no faria coisa julgada. Proposta a ao declaratria incidental, tambm a relao locatcia integrar a coisa julgada, evitando futuras demandas sobre o mesmo tema.

2. Requisitos de Admissibilidade

Para sua admisso, necessria a observncia dos seguintes requisitos:

a) Identidade de partes: necessitam ser as mesmas partes uma vez o que se visa com a ao declaratria incidental a alterao dos limites da coisa julgada.

b) Ao pendente: pois ao incidente sobre outra ao (dita principal).c) Litigiosidade superveniente: somente se admite declaratria incidental em virtude de fato que se tornou litigioso aps a resposta do ru.

d) Prejudicialidade: s pode ser objeto de declaratria incidental a relao jurdica prejudicial. o nexo de prejudicialidade que permite a declaratria incidental. Considera-se prejudicial toda e qualquer matria que, embora no diretamente de mrito, deva ser julgada como requisito para o exame de mrito (so antecedentes lgicos da questo que forma o mrito da causa). Desde, logo, deve-se excluir do conceito de questo prejudicial as matrias relacionadas com as preliminares de natureza processual, as quais no se incluem jamais nos limites da coisa julgada material.

e) Competncia para julgamento da prejudicial: o juiz dever ser competente para julgar, alm da ao principal, a prejudicial.

f) Procedimentos compatveis: necessrio que os procedimentos da principal e da incidental sejam compatveis, pois ambas seguiro em conjunto e sero julgadas na mesma sentena.

3. Procedimento da Declaratria Incidental

O Cdigo de Processo Civil no tem um captulo destinado ao estudo da declaratria incidental, existindo somente dois artigos, um afirmando seu cabimento (artigo 5 do Cdigo de Processo Civil) e outro afirmando, quando trata da rplica, que o autor pode ingressar com a declaratria incidental no prazo de 10 dias (artigo 325 do Cdigo de Processo Civil). Surge, ento, uma discusso quanto ao prazo para a propositura da declaratria incidental. Parte dominante da doutrina entende que o prazo de 10 dias, de que trata o artigo 325, valer para todas as hipteses de declaratria incidental. Apresentada a declaratria incidental, a parte contrria ser intimada, na pessoa do seu advogado, para defender-se. Nesse caso, o prazo, segundo a doutrina dominante, ser de 15 dias (prazo para resposta). Essa intimao uma verdadeira e prpria citao, entretanto, em razo de o Cdigo falar em intimao, no h necessidade de mandado, podendo haver a intimao pelo Dirio Oficial. Nas hipteses de revelia do ru, necessria ser a citao (art. 321). Apresentada a resposta declaratria incidental, o processamento dever ser conjunto, sendo proferida uma nica sentena. Nesse caso, o recurso cabvel ser a apelao. Se o juiz julgar isoladamente a declaratria incidental, o recurso cabvel ser o agravo. Tecnicamente, a declaratria incidental deve tramitar simultaneamente com a relao principal para uma deciso nica. Se o juiz, por qualquer motivo, determinar que a declaratria incidental siga autonomamente, haver dois processos; ento, nesse caso, contra a deciso do juiz, o recurso cabvel ser a apelao. Para o ru, a ao declaratria pode normalmente ser manejada atravs da reconveno.

THEODORO JUNIOR, Humberto.Curso de Direito Processual Civil.52. ed. Rio de Janeiro: Gen, 2011.

PROCESSO E PROCEDIMENTOLetcia Calderaro10 comments

1. Processo

Para solucionar os litgios, o Estado pe disposio das partes trs espcies de tutela jurisdicional: a cognio, a execuo e a cautela. O que as distingue so os diferentes provimentos judiciais com que o juzo responde ao exerccio do direito de ao. Sendo o processo o mtodo utilizado para solucionar os litgios, conhece o Direito Processual Civil trs espcies de processo:a) processo de conhecimento - tem por objeto uma lide a ser resolvida pela sentena, exigindo do juiz atividade de cognio sobre os fatos que servem de fundamento pretenso e sobre o direito a eles aplicveis; b) processo de execuo - visa a uma prestao jurisdicional que consiste em tornar efetiva a sano, mediante a prtica de atos prprios da execuo forada; c) processo cautelar -seu objetivo evitar que o perigo da demora cause ao direito provavelmente bom da outra parte, um dano irreparvel ou de difcil reparao. Visa assegurar a utilidade do processo de conhecimento ou de execuo.

2. Procedimento

Em razo dos vrios fatores, como o valor da causa, a natureza do direito material controvertido, a pretenso da parte etc., a forma com que o processo se desenvolve assume feies diferentes. Enquanto o processo uma unidade, como relao processual em busca da prestao jurisdicional, o procedimento a exteriorizao dessa relao e, por isso, pode assumir diversas feies ou modos de ser. A essas vrias formas exteriores de se movimentar o processo aplica-se a denominao de procedimentos. Procedimento , destarte, sinnimo de rito do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos no processo.

3. Procedimentos no processo de cognio

Conhece o nosso Cdigo, em matria de processo de conhecimento, o procedimento comum e os procedimentos especiais.a) Especiais - so os ritos prprios para o processamento de determinadas causas selecionadas pelo legislador no Livro IV do Cdigo de Processo Civil e em leis extravagantes. Entre os procedimentos especiais merecem ser lembrados os dos Juizados Especiais previstos na Lei n 9.099, de 26.09.95, que pressupem rgos especficos institudos pela organizao judiciria local para se ocupar das causas cveis de menor complexidade. Sendo sua caracterstica a predominncia dos princpios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, tudo com acentuada preocupao com a conciliao ou transao (Lei n 9.099, art. 20), pode ser qualificado como procedimento sumarssimo o observado pelos Juizados Especiais. Podem tambm ser citadas os ritos do mandado de segurana, das aes de controle de constitucionalidade, entre outras.b) Comum - o procedimento comum o que se aplica a todas as causas para as quais a lei processual no haja institudo um rito prprio ou especfico (art. 271). Seu mbito , portanto, delimitado por excluso: onde no houver previso legal de um procedimento especial, a causa ser processada sob as regras do procedimento comum.Mas o procedimento comum se subdivide em dois ritos diferentes: o ordinrio e o sumrio (art. 272). Entretanto, em verdade, procedimento padro o ordinrio, cujas disposies se aplicam, subsidiariamente, a todos os processos de conhecimento. o que declara o pargrafo nico do art. 272.Em concluso: procedimento ordinrio o que se aplica s causas para as quais no seja previsto nem o procedimento sumrio nem algum procedimento especial. Apenas o rito ordinrio regulado de maneira completa e exaustiva pelo Cdigo. O sumrio e os especiais so abordados pelo legislador apenas naqueles pontos em que se afasta do procedimento ordinrio, de sorte que este se aplica subsidiariamente a todos os ritos.

4. Fases do procedimento ordinrio

O procedimento ordinrio o mais completo e o mais apto perfeita realizao do processo de conhecimento, pela amplitude com que permite s partes e ao juiz pesquisar a verdade real e encontrar a justa composio da lide.Est estruturado segundo fases lgicas, que tomam efetivos os princpios fundamentais do procedimento, como o da iniciativa da parte, o do contraditrio e o do livre convencimento do julgador.Para consecuo de seu objetivo, o procedimento ordinrio desdobra-se em quatro fases: a postulatria, a de saneamento, a instrutria e a decisria. H autores que incluem uma possvel fase recursal, caso haja a manifestao da parte sucumbente em movimentar a jurisdio com nimo de reforma do julgado.Estas fases, na prtica, nem sempre se mostram nitidamente separadas, e s vezes se interpenetram. O que, todavia, as caracteriza a predominncia de um tipo de atividade processual desenvolvida pelas partes e pelo juiz.

4.1. Fase postulatria

a que dura da propositura da ao resposta do ru, podendo ocasionalmente penetrar nas providncias preliminares determinadas pelo juiz, como prembulo do saneamento.Compreende a petio inicial, formulada pelo autor, a citao do ru e a eventual resposta deste, pois pode encerrar-se sem esta ltima, caso o demandado no faa uso de sua faculdade processual de defender-se em tempo hbil.A resposta do ru pode consistir em contestao, exceo ou reconveno (art. 297). Na contestao podem ser argidas questes preliminares e de mrito. As excees, que se referem incompetncia do juzo, ou ao impedimento ou suspeio do juiz, geram incidentes que correm em autos prprios, apensados aos do processo principal, com efeito suspensivo. A reconveno a forma de contra-ataque. O ru no apenas rechaa o pedido do autor como formula contra ele um pedido diferente, de sentido contrrio quele que provocou a abertura do processo.

4.2. Fase saneadora

Desde o recebimento da petio inicial at o incio da fase de instruo, o juiz exerce uma atividade destinada a verificar a regularidade do processo, mediante decretao das nulidades insanveis e promoo do suprimento daquelas que forem sanveis. Com isso, procura-se chegar instruo, sem ocorrer o risco de estar o processo imprestvel para a obteno de um julgamento de mrito.Compreende essa fase as diligncias de emenda ou complementao da inicial (art, 284), as providncias preliminares (arts. 323 a 328) e o saneamento do processo (art. 331).Pode conduzir ao reconhecimento de estar o processo em ordem, ou pode levar sua extino sem julgamento do mrito, quando concluir o juiz que o caso no rene os requisitos necessrios para uma deciso da lide.

4.3. Fase instrutria

Destina-se coleta do material probatrio, que servir de suporte deciso do mrito. Reconstituem-se atravs dela, no bojo dos autos, os fatos relacionados lide. a de contornos menos definidos, as partes j comeam sua atividade probatria com a inicial e a contestao, momentos em que, de ordinrio, devem produzir a prova documental (art. 396). Saneado o processo, porm, surge um momento em que os atos processuais so preponderantemente probatrios: o da realizao das percias e o da primeira parte da audincia de instruo e julgamento, destinada ao recolhimento dos depoimentos das partes e testemunhas.Nos casos de revelia (art. 319), bem como nos de suficincia da prova documental e de questes meramente de direito (art. 330), a fase instrutria propriamente dita eliminada, e o julgamento antecipado da lide ocorre logo aps a fase postulatria, no momento que normal mente seria reservado ao saneamento do processo.Via de regra, no entanto, ao encerrar o saneamento, o juiz decidir sobre as provas a produzir, determinando o exame pericial, quando necessrio; e designar a audincia de instruo e julgamento, deferindo as provas que nela ho de produzir-se (art. 331).

4.4. Fase decisria

a que se destina prolao da sentena de mrito. Realiza-se aps o encerramento da instruo que, de ordinrio, ocorre dentro da prpria audincia, quando o juiz encerra a coleta das provas orais e permite s partes produzir suas alegaes finais (art. 454).H, contudo, possibilidade de antecipao da fase decisria, conforme se explicou no tpico anterior. A sentena pode ser proferida oralmente, ao final da audincia de instruo e julgamento, ou ser elaborada por escrito nos 10 dias seguintes (art. 456).A sentena, todavia, s assume a feio de ato processual com a sua publicao, isto , com sua integrao efetiva ao processo, o que pode se dar por ato do escrivo, quando proferida fora da audincia, ou pela leitura dela pelo prprio juiz, quando divulgada em audincia de instruo e julgamento, ou em outra especialmente designada para a publicao.

RefernciaTHEODORO JUNIOR, Humberto.Curso de Direito Processual Civil.52. ed. Rio de Janeiro: Gen, 2011.

TGP - TEORIA GERAL DA SENTENALetcia Calderaro2 comments

A sentena ou deciso a prestao jurisdicional, o ato pelo qual o Juiz soluciona a controvrsia que lhe submetida. Distingue-se da deciso interlocutria, que o ato pelo qual o Juiz, no curso do processo, resolve questes incidentes; Tambm no se confunde com despachos, que so atos praticados pelo Juiz no processo, de ofcio ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei no estabelece outra forma. Os atos decisrios dos rgos colegiados de segundo grau so chamados acrdos. Portanto, atravs da sentena, o Juzo entrega a prestao jurisdicional, terminando a sua tarefa.

REQUISITOS ESTRUTURAIS DA SENTENA

O artigo 458 do CPC exige como requisitos essenciais da sentena o relatrio (I), os fundamentos de fato e de direito (II) e o dispositivo ou concluso (III). Tais requisitos so, em principio, concorrentes e insuprvel: qualquer um deles faltando a sentena nula.I) RelatrioNo relatrio se traduz a primeira parte da estrutura das sentenas e dos acrdos, na qual dever o juiz fazer um resumo dos principais sucessos do processo, a includos no apenas os fatos alegados pelas partes, as razes jurdicas apresentadas, as provas produzidas, as propostas conciliatrias e as razes finais, mas os eventuais incidentes verificados. A exigncia do relatrio pelo art. 458 do CPC, alm de ordem jurdica tambm poltica, pois, com ele, o juiz demonstra s partes que compulsou, minuciosamente os autos, antes de proferir a sentena; que proferiu a sentena, com pleno conhecimento dos fatos principais da causa. O relatrio dever ser sucinto, sem que essa brevidade constitua pretexto para omisses ou atrofias deliberadas dos fatos principais do litgio. Ser bastante que o juiz aluda, resumidamente, aos fatos alegados pelo autor e aos pedidos formulados, ao valor da causa, resposta do ru, s provas produzidas, aos eventuais incidentes, s propostas de conciliao e s razes finais.II) FundamentaoSentena ou acrdo sem fundamentao no sentena, mas pura arbitrariedade, segundo Manoel Antonio Teixeira Filho. Ele lembra Franco Lancelloti que doutrina que no suficiente que juiz faa justia: necessrio que demonstra como fez justia, para, dessa maneira, convencer a todos. A necessidade da fundamentao da sentena estava expressa nas prprias A fundamentao na sentena demonstrar como o juiz formou seu convencimento jurdico sobre os fatos narrados pelos litigantes. Na fundamentao o juiz apreciar e resolver todas as questes de fato e de direito, que digam respeito causa, a compreendidas as que tenham sido alegadas pelas partes e aquelas que possa conhecer por sua prpria iniciativa.Vemos assim que, a exigncia da fundamentao das sentenas e dos acrdos visa a permitir que a parte vencida possa conhecer as razes jurdicas pelas quais o juzo no acolheu as suas pretenses, e, com isso, recorrer ao tribunal, com o objetivo de modificar o pronunciamento desfavorvel. A parte tendo cincia das razes de decidir, poder argumentar perante o tribunal que a sentena apreciou equivocadamente os fatos, seja admitindo fatos inexistentes ou negando a existncia de fatos demonstrados nos autos, valorou mal a prova, interpretou erroneamente as normas jurdicas incidentes, etc.III) ConclusoA concluso tambm chamada de dispositivo da sentena ou deciso a parte final da sentena "em que o juiz resolver as questes, que as partes lhe submeteram" (CPC, art. 458, III). No dispositivo da sentena reside a concluso das operaes lgicas desenvolvidas pelo juiz na motivao e, pois, os termos da sua deciso, ou seja, as proposies que se consubstancia o decisum. Na sentena definitiva, no dispositivo o juiz acolher ou rejeitar, no todo ou em parte, o pedido do autor: "O juiz proferir a sentena, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor" (CPC, art. 459 - primeira parte). Se na motivao no houver uma conseqncia lgica do que se apreciou na fundamentao, uma concluso congruente caber embargos de declarao.

CLASSIFICAO DAS SENTENASSENTENAS TERMINATIVASTerminativa so as sentenas que extinguem o processo, sem lhe resolverem o mrito. So as que correspondem aos casos de extino previstos no artigo 267 do CPC. Importam reconhecimento de inadmissibilidade da tutela jurisdicional nas circunstncias em que foi invocada pela parte. O direito de ao permanece latente, mesmo depois de proferida a sentena, o que implica dizer que as sentenas terminativas no fazem coisa julgada sobre a lide e, por isso, no impedem a parte de renovar a propositura da ao. Por faltar pressuposto processual (nulidade do processo) ou condio da ao (carncia de ao), o juiz se v compelido a extinguir o processo, sem decidir a lide, por ser impossvel, nas circunstncias, apreciar o pedido.

SENTENAS DEFINITIVASDefinitivas so as sentenas que decidem o mrito da causa, no todo ou em parte. Apresentam parte a prestao jurisdicional postulada e, de tal sorte, respondem ao direito de ao em sua plenitude. O mrito da causa a prpria lide, ou seja, o fundo da questo substancial controvertida (Humberto Theodoro Jnior). Tambm conceituado como a pretenso de direito material posta em juzo, ou seja, a relao de direito substancial submetida cognio jurisdicional (Manoel Antnio Teixeira Filho). Sentenas de mrito (definitivas) so aquelas proferidas nas hipteses do art. 269 do CPC.As sentenas que apreciam o mrito podem ser classificadas em declaratrias, constitutivas/desconstitutivas, condenatrias, mandamentais e executivas.

SENTENA DECLARATRIA a que tende a simples declarao da existncia ou inexistncia de uma relao jurdica Ser positiva ou negativa, conforme reconhea a existncia ou inexistncia da relao jurdica. Em geral, os efeitos das sentenas declaratrias so retroativas (ex tunc), voltam no tempo para apanhar a situao de fato ou a relao jurdica no nascedouro, salvo se obstado pela prescrio extintiva.

SENTENA CONSTITUTIVASentena constitutiva a que cria, modifica ou extingue uma relao jurdica. Em outras palavras a que altera o status jurdico existente. Uma das diferenas mais expressivas entre a sentena declaratria e a constitutiva est em que esta possui, com relao quela, um plus consistente no estabelecimento de uma nova relao jurdica, ou na alterao ou extino da existente. Encontra-se na sentena constitutiva, alm da declarao de certeza, no que concerne a preexistncia do direito, tambm, as condies exigidas para a constituio da relao jurdica, sua modificao ou extino. A sentena constitutiva no cria direito, mas apenas declara a sua preexistncia, do qual emanam os efeitos previstos no ordenamento jurdico. As sentenas constitutivas, como regra, tem efeito ex-nunc, isto , para o futuro, seus efeitos produzem-se a partir da sentena transitada em julgado.

SENTENA CONDENATRIASentena condenatria aquela que, declarando a certeza da relao jurdica e conseqente imperativo da lei reguladora da espcie, contm, ainda a aplicao da sano espcie decidida. Alm de declarar a certeza da relao jurdica e assim estabelecer a obrigao do devedor, a sentena condenatria especifica a sano para o caso deste deixar de cumprir a obrigao.A sentena condenatria, cumpre duas finalidades: a) declarar a existncia do direito material invocado (cogitando-se apenas deste); b) impor ao vencido a obrigao de satisfazer aquele direito. Essa obrigao pode consistir em uma prestao de dar, fazer ou no fazer ou de pagar quantia certa. A sentena condenatria a nica, dentre as demais, que atribui ao autor um novo direito de ao: a execuo forada, que traduz o direito prestao jurisdicional executiva, em fase de cumprimento de sentena.

SENTENAS MANDAMENTAL E EXECUTIVAParte considervel da doutrina resiste idia de admitir as sentenas mandamental e executiva como espcies distintas e autnomas, ao lado das declaratrias, constitutivas e condenatrias. Argumentam que estas no se fundam na natureza peculiar da prestao jurisdicional invocada, mas no destinatrio da sentenas. Feitas estas consideraes, hora de definir tais sentenas. So decises proferidas em condenaes a fazer, no fazer ou entregar coisa certa, nas quais o magistrado fixa toda e qualquer medida que seja suficiente a forar o ru condenado a cumprir a obrigao determinada e a dar efetividade tutela jurisdicional.

A sentena passa a existir e a produzir seus efeitos a partir de sua publicao, que a condio de sua integrao ao processo. Em relao s partes, seus efeitos se produzem a partir da sua intimao, que o ato pelo qual se lhes d conhecimento dela. Com a publicao, d-se a existncia jurdica da sentena, integrando-se no processo e apresentando o juiz a prestao jurisdicional, encerrando seu oficio. Com a publicao, a sentena toma-se irretratvel, salvo por meio de recurso. O juiz ou rgo jurisdicional, que a proferiu, no mais poder revog-la ou modific-la na sua substncia.

Produzem eficcia EX NUNC cujos efeitos nunca retroagem e EX TUNC cujos efeitos alcanam fatos e atos anteriores sua prolatao.

Texto inspirado em material disponvel emwww.abdir.com.br

RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONALLetcia CalderaroNo commentsRESUMO ELABORADO COM BASE NO ARTIGO RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL DE BENEDITO EUGNIO DE ALMEIDA SICILIANO

NTEGRA DO TEXTO DISPONVEL NA BDJUR - BIBLIOTECA DIGITAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA

http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/16702

[...] O recurso ordinrio constitucional uma modalidade de recurso dirigida ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justia, nas hipteses disciplinadas no artigo 102, inciso II e 105, inciso II e reproduzidas no artigo 539, incisos I e II, do Cdigo de Processo Civil.Consoante preleciona Aderbal Torres de Amorim, luz do texto constitucional, (...) ordinrio o recurso interponvel para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justia, por trs diferentes formas. Nessa medida, a espcie constitucional do recurso transmuta-se em gnero, ou subgnero; da as trs subespcies: (a) recurso ordinrio para o STF, na improcedncia de algumas aes julgadas em instncia nica em tribunais superiores (Constituio, art. 102, inc. II, alnea a); (b) recurso ordinrio para o STJ de certos acrdos de tribunais regionais federais e tribunais estaduais a julgados originariamente, se improcedente a ao (Constituio, art. 105, inc. II, alnea b), ou tambm em ltima instncia, se denegado o habeas corpus (idem, idem, alnea a); (c) recurso com idntica denominao para o STJ de sentenas prolatadas por juiz federal nas causas em que forem partes, de um lado, Municpio ou pessoa residente ou domiciliada no pas, e, de outro, Estado estrangeiro ou organismo internacional (Constituio, art. 105, inc. II, alnea c). Neste ltimo caso, procedente ou improcedente a ao.Dos artigos 102, inciso II e 105, inciso II, da Constituio Federal, observa-se que no julgamento do recurso ordinrio a ser realizado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justia, h necessidade de que a deciso da qual originou o recurso ordinrio tenha sido proferida em nica instncia. A dico nica instncia traduz a idia de que se trata de causa de competncia originria dos correspectivos Tribunais Superiores, quando o recurso for dirigido para o Supremo Tribunal Federal ou tribunais regionais federais, de justia estaduais e juzes federais de primeiro grau, se se tratar de recurso ordinrio de competncia do Superior Tribunal de Justia4.No que alude a expresso deciso denegatria, conquanto seja tema a ser oportunamente apreciado de modo mais detido, no h olvidar que deve ser enfocado do modo mais amplo possvel, a abranger, tambm, as decises que extinguem o processo sem apreciao do mrito.

Nesse contexto, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso ordinrio, quando os Tribunais Superiores, entendidos como o Superior Tribunal de Justia, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Militar, no exerccio da competncia originria afeta a cada um, denegam o habeas corpus, o mandado de segurana, o habeas data e o mandado de injuno.A Constituio Federal, em seu artigo 5 prev, expressamente, as hipteses de cabimento do habeas corpus (inciso LXVIII), do mandado de segurana (inciso LXIX), do habeas data (inciso LXXII) e do mandado de injuno (inciso LXXI).[...] Observa-se, contudo, que, entre os Tribunais Superiores, somente o Superior Tribunal de Justia possui a competncia originria, constitucionalmente prevista, para processar e julgar o habeas corpus, o mandado de segurana, o habeas data e o mandado de injuno (art. 105, I, letras b, c e h).No que concerne ao Tribunal Superior do Trabalho e Superior Tribunal Militar, a prpria Constituio da Repblica consignou que cabe lei dispor sobre a competncia originria desses Tribunais Superiores (art. 111, 3 e 124, pargrafo nico).Em relao ao Tribunal Superior Eleitoral, a despeito de considerar expressamente recorrveis as decises denegatrias de habeas corpus e mandado de segurana (art. 121, 3), a bem da verdade, se insere neste rol as decises denegatrias de habeas data e de mandado de injuno.Infere-se, assim, que compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso ordinrio em habeas corpus, o recurso ordinrio em mandado de segurana, o recurso ordinrio em habeas data e o recurso ordinrio em mandado de injuno, quando o Superior Tribunal de Justia, ou o Tribunal Superior do Trabalho, ou o Tribunal Superior Eleitoral ou, ainda, o Superior Tribunal Militar, no exerccio de suas respectivas competncias originrias, proferem deciso denegatria nos remdios constitucionais nominados anteriormente.

A competncia para o Superior Tribunal de Justia julgar o recurso ordinrio, por sua vez, se apresenta quando os Tribunais Regionais Federais ou os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territrios, julgam, originariamente, e denegam a pretenso deduzida nomandado de segurana julgado em nica instncia pelos Tribunais Regionais Federais ou os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territrios.Outra hiptese em que se verifica a competncia recursal ordinria do Superior Tribunal de Justia a que brota do julgamento do juiz federal de primeiro grau nas causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, Municpio ou pessoa residente ou domiciliada no pas (art. 105, II, letra c, c.c. o art. 109, II, ambos da CR). Nota-se que a Constituio da Repblica prev uma exceo regra processual de que contra sentena proferida por juiz de primeiro grau o recurso cabvel o de apelao5.[...] Segundo estabelece o artigo 540 do Cdigo de Processo Civil, aplica-se ao recurso ordinrio em mandado de segurana, quanto aos requisitos de admissibilidade, os ditames insertos nos Captulos II e III deste Ttulo, os quais disciplinam a apelao e o agravo.O cabimento do recurso ordinrio em mandado segurana, tanto para o Supremo Tribunal Federal, como para o Superior Tribunal de Justia, pressupe a existncia de deciso denegatria da impetrao.O termo genrico deciso h de ser entendido como acrdo proveniente de Tribunal Superior ou de tribunal de segundo grau, pois no admissvel a interposio para o tribunal ad quem se no foram esgotados os recursos no tribunal a quo.Assim, impetrado o mandado de segurana originrio, o relator, por meio de deciso singular, entende por indeferir liminarmente a impetrao, no cabe a imediata interposio do recurso ordinrio em mandado de segurana. Dever o impetrante, antes de recorrer para o rgo ad quem, interpor agravo regimental ou interno, no prprio tribunal, contra a deciso que indeferiu liminarmente o mandado de segurana.[...] O tribunal que originariamente denegar o mandado de segurana que definir a competncia do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justia. Infere-se da que o recurso ordinrio em mandado de segurana brota da competncia originria dos Tribunais Superiores ou dos tribunais regionais federais ou locais, de maneira que o acrdo denegatrio de mandado de segurana que advm de competncia recursal de tribunal, no desafia recurso ordinrio.Outra exigncia relativa a apelao, que se aplica ao recurso ordinrio em mandado de segurana, a regra do artigo 514 e incisos, do Cdigo de Processo Civil, segundo a qual o recurso dever ser apresentado em petio escrita, com a devida qualificao das partes, bem como os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova deciso.[...] a competncia do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justia. Infere-se da que o recurso ordinrio em mandado de segurana brota da competncia originria dos Tribunais Superiores ou dos tribunais regionais federais ou locais, de maneira que o acrdo denegatrio de mandado de segurana que advm de competncia recursal de tribunal, no desafia recurso ordinrio.

[...] Do cotejo entre os artigos 540 do Cdigo de Processo Civil com o artigo 247 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia, verifica-se que o recurso ordinrio em mandado de segurana, orienta-se, no tribunal de origem, pelas mesmas regras orientadoras da apelao, sobretudo no que se refere ao duplo juzo de admissibilidade.Assim, pois, caber ao tribunal que decidiu originariamente o mandado de segurana, realizar o primeiro exame acerca da admissibilidade do recurso ordinrio.Por conseguinte, compete ao presidente ou vice-presidente do Tribunal Superior ou tribunal regional federal ou tribunal estadual/distrital aferir previamente se esto presentes os requisitos ou pressupostos genricos e especficos de admissibilidade do recurso. Nessa oportunidade, por se tratar de recurso colocado disposio do impetrante, o tribunal a quo ir verificar sua condio de sucumbente, bem como se o acrdo denegou a pretenso mandamental. cedio, ainda, que o juzo de admissibilidade efetivado pelo tribunal local, se positivo, no tem a virtude de vincular o tribunal destinatrio do exame do recurso ordinrio em mandado de segurana.De outra banda, se obstada a caminhada do recurso ordinrio em mandado de segurana, tendo em vista o Tribunala quoter observado a ausncia de requisito para sua admissibilidade, caber parte recorrente interpor agravo regimental para o prprio Tribunal local, a fim de buscar a reforma do decisum.Ateno: h considervel dvida na doutrina, bem assim na jurisprudncia, sobre a modalidade de agravo cabvel e correta a combater a deciso que, no juzo a quo, nega seguimento ao recurso ordinrio; se o agravo regimental: 557 1, se o agravo nos autos: art. 544 CPC ou o prprio AGI do art. 522, por analogia apelao. A corrente majoritria tem entendido ser cabvel o agravo regimental 557, mas temos percebido a aplicao do princpio da fungibilidade na espcie.Sobre o tema, vale a pena a leitura:clique aqui 1clique aqui 2Efetivado o juzo positivo de admissibilidade, dever o recurso ordinrio ser remetido para o tribunal destinatrio, que poder ser o Supremo Tribunal Federal, se a deciso denegatria sobrevier de Tribunal Superior (STJ, TST, TSE e STM), ou o Superior Tribunal de Justia se o mandado de segurana for denegado por tribunal regional federal ou tribunal estadual/distrital.De acordo com o artigo 540 do Cdigo de Processo Civil, com a chegada do recurso ordinrio em mandado de segurana na Corte excepcional competente, o procedimento a ser seguido aquele disposto no respectivo regimento interno.No caso do Superior Tribunal de Justia, consoante dico do artigo 64, inciso III, combinado com o artigo 248, ambos de seu Regimento Interno, devero os autos ser encaminhados ao Subprocurador-Geral da Repblica, o qual ter vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias. Ao depois dever ser concluso ao relator, o qual verificar se o caso de proferir deciso monocrtica, luz do que preceitua o artigo 557 do Cdigo de Processo Civil.Arredada a hiptese de deciso solitria do relator, dever ser pedido dia para julgamento do recurso ordinrio em mandado de segurana pela turma julgadora competente (art. 9o do RISTJ), nos termos do artigo 13, inciso II, letra b, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia.Da leitura do artigo 551 do Cdigo de Processo Civil, infere-se que o recurso ordinrio em mandado de segurana no necessita que os autos sejam conclusos ao revisor.No julgamento do recurso ordinrio em mandado de segurana podero ser examinadas todas as questes de fato e de direito, podendo ser, por conseqncia, analisado o conjunto probatrio, apreciada matria envolvendo direito local e, bem assim, de cunho constitucional.No se exige o requisito do prequestionamento para essa modalidade recursal.O artigo 515, 1o e 2o, do Cdigo de Processo Civil, aplica-se ao recurso ordinrio em mandado de seguranaDa deciso de mrito no unnime proferida em recurso ordinrio pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justia, a qual reformar o acrdo do tribunal de origem, no cabem os embargos infringentes (cf. art. 530 do CPC).O recurso ordinrio em mandado de segurana no d ensejo interposio de embargos de divergncia, nem se presta para demonstrar desarmonia jurisprudencial, pois essa modalidade recursal serve para eliminar discrepncia de julgamento proferido em recurso especial e extraordinrio.

DPC I - RESUMO DE LITISCONSRCIO E INTERVENO DE TERCEIROSLetcia Calderaro10 comments

LITISCONSRCIO (Arts. 46 a 49 do CPC)

Conceito - Duas ou mais pessoas litigando no mesmo processo, ativa ou passivamente (art. 46).Classificao quanto posio das partes- Ativo - Pluralidade de autores- Passivo - Pluralidade de rus.- Misto Pluralidade de autores e rus.

Quanto ao momento da formao-A formao pleiteada na petio inicial - inicial.A formao determinada de forma incidental, no curso da relao processual ulterior

Quanto obrigatoriedade da formao -- Necessrio ou obrigatrio (art. 47, Decorre de imposio legal (art. 10) ou da natureza da relao jurdica - irrecusvel- Facultativo - Fica ao arbtrio do autor desde que se enquadre nas hipteses do art. 46.Recusvel O juiz pode recusar (art. 46, pargrafo nico).Quanto uniformidade da deciso- Simples - A deciso no tem de ser uniforme a todos os litigantes.-Unitrio - Deciso uniforme para todos os litigantes.Autonomia dos litisconsortes (art. 48) So considerados litigantes distintos.Litisconsrcio unitrio - Atos que beneficiam a um, a todos aproveitam (provas, recursos, etc.) - As omisses e atos prejudiciais, no prejudicam os demais.Prazos - O mesmo procurador para todos os litisconsortes. prazo simples- Prazo em dobro para contestar, recorrer e para falar nos autos se procuradores diferentes.

INTERVENO DE TERCEIROS(Arts. 56 a 80 do CPC)

Conceito- D-se a interveno de terceiros quando algum ingressa como parte ou coadjuvante da parte (assistente) em processo pendente. Terceiro (que deve ser juridicamente interessado) significa estranho relao processual estabelecida entre o autor e ru.Modalidades de interveno de terceiros -- Assistncia: auxlio a uma das partes- Oposio: excluso do autor e ru.- Nomeao autoria: Indicao do legtimo sujeito passivo- Denunciao da lide: Ao regressiva com vistas a garantir o prejuzo da parte perdedora.-Chamamento ao processo: Visa a declarar a responsabilidade dos co-devedores.

ASSISTNCIA(Arts. 50 a 55 do CPC)Conceito - D-se quando o terceiro intervm no processo para prestar colaborao a uma das partes. Pressupostos de admissibilidade. Existncia de uma relao jurdica entre uma das partes do processo e o terceiro (assistente). Possibilidade de a sentena influir na relao jurdica. Tipos de assistncia - interesse jurdico indireto. Assistncia simples (adesiva) - assitncia litisconsorcial interesse jurdico direto. Cabe em qualquer procedimento, salvo no processo de execuo e no procedimento sumarssimo (Lei n. 9.099/95). O assistente pode ser admitido at o trnsito em julgado da sentena. No segundo grau, a assistncia denomina-se recurso de terceiro prejudicado (art. 499).

OPOSIO(Arts. 56 a 61 do CPC)Conceito D-se o nome de oposio interveno de terceiros em demanda alheia com o objetivo de haver para si o bem jurdico disputado. Aspectos da oposio - Abreviar a pendncia entre o opoente e os opostos. Pode ser total ou parcial. uma nova ao, autuada em apartado e decidida simultaneamente com a ao principal. Pode ser oferecida at a prolao da sentena.Havendo julgamento simultneo, deve ser conhecida primeiro. A oposio cabvel em processo de conhecimento. No cabe nos embargos do devedor, no processo cautelar, nem no processo de execuo.

NOMEAO AUTORIA(Arts. 62 a 69 do CPC)Conceito o incidente pelo qual o mero detentor da coisa ou cumpridor de ordem, quando demandado, indica pessoa que deveria figurar no plo passivo da relao processual. Tem por fim fazer o acertamento da legitimidade ad causam passiva. Limite temporal: deve ser feita no prazo da contestao Hipteses (arts. 62 e 63)-Deteno da coisa em nome alheio. Prtica do ato causador do prejuzo em cumprimento de ordem. A nomeao autoria exige trplice concordncia -Do ru (nomeante), que faz a nomeao. Do autor. Do nomeado. Sano: se o ru no fizer a nomeao, responde por perdas e danos (art. 69). Procedimentos em que cabvel a nomeao autoria -Processo de conhecimento. Processo cautelar.

DA DENUNCIAO DA LIDE(Arts. 70 a 76 do CPC)Conceito Ao regressiva, que pode ser proposta tanto pelo autor como pelo ru, com o objetivo de garantir a indenizao do denunciante caso perca a demanda. Deferida a denunciao, o juiz ter duas demandas O denunciado pelo ru no pode ser condenado a satisfazer, diretamente, a pretenso do autor. Hipteses de admissibilidade (art. 70) -Para garantir ao adquirente o direito que da evico lhe resulta; Para garantir a indenizao ao possuidor direto, caso perca a demanda; Para garantir direito regressivo de indenizao. Obrigatoriedade Somente na hiptese do inciso I (garantia da evico). H possibilidade de sucessivas denunciaes (art. 73). No cabvel no processo de execuo.

DO CHAMAMENTO AO PROCESSO(Arts. 77 a 80 do CPC)Objetiva a incluso do devedor ou dos coobrigados pela dvida (chamados) para integrarem o plo passivo da relao processual j existente, a fim de que o juiz declare, na mesma sentena, a responsabilidade de cada um. Hipteses de admissibilidade do chamamento ao processo (art.77 )O chamamento s cabvel no processo de conhecimento. No admitido no processo de execuo.

PROCEDIMENTO SUMRIOLetcia CalderaroNo commentsAutoria: SUELENE COCK CORRA CARRARODisponvel em: http://www.direitonet.com.br/textos/x/11/85/1185/DN_o_proce dimento_sumario.doc

O procedimento sumrio, assim como o ordinrio, tratado pelo Cdigo de Processo Civil no procedimento comum, isto , naquele rito para o qual no se exige forma especial. Entretanto, como j visto, apresenta forma mais simplificada e concentrada que o procedimento ordinrio.O art. 275, do Cdigo de Processo Civil, enumera as causas em que o procedimento dever ser observado. As hipteses contempladas pelo dispositivo so de duas ordens. No inciso I, do referido artigo encontra-se disposio pertinente ao cabimento do procedimento em razo do valor da causa, que no pode exceder a vinte vezes o salrio mnimo vigente no Brasil. No inciso II do dispositivo encontram-se enumeradas as causas para as quais o procedimento destinado e em que se tomou em conta a natureza da matria. J o pargrafo nico, do mesmo artigo, excetua as causas relativas ao estado e capacidade das pessoas, bem como aquelas para as quais a lei prev procedimento especial.

Petio inicialA despeito do art. 276, do Cdigo de Processo Civil, no dispor sobre os requisitos da petio inicial constantes do art. 282, so eles tambm exigidos no procedimento sumrio[1]. Do mesmo modo que deve vir acompanhada dos documentos indispensveis propositura da demanda (art. 283), sob pena de precluso. que o dispositivo contempla apenas o diferencial a ser observado no procedimento sumrio, nada dizendo sobre as exigncias respeitantes ao que devam ser comum a ambos os procedimentos. Com efeito, o texto legal disciplina que na petio inicial do procedimento sumrio dever o autor apresentar o rol de testemunhas e, requerendo percia, formular quesitos, podendo desde logo indicar assistente tcnico.Note-se, ainda, que se o autor pretende a prova testemunhal, dever indicar, desde logo petio inicial, as testemunhas que devero ser ouvidas em juzo, sob pena de ver preclusa a oportunidade de faz-lo, ficando vedada a produo de tal prova. O mesmo se d com a prova pericial. Nesse caso, o autor dever formular quesitos, j na petio inicial, indicando, se o quiser assistente tcnico (art. 276, CPC). Se no formular os quesitos de percia, tampouco indicar o assistente tcnico, logo na petio inicial, ocorrer para o autor a precluso consumativa, no podendo mais faz-lo em fase posterior, ainda que o ru venha a consentir[2]. Isto no significa, por outro lado, que eventual percia no venha a se realizar e, sendo este o caso, estar aberta a oportunidade para o autor formular seus quesitos. que, tendo sido a percia requerida pelo ru ou determinada de ofcio pelo juiz, ou, ainda, deferida ao Ministrio Pblico, ao autor no poder ser negada a oportunidade de nela formular seus quesitos e indicar assistente tcnico[3].

Citao e audincia de conciliaoO juiz, primeiramente, dever examinar a petio inicial e, da, tomar as providncias que o artigo 284, CPC, lhe ordena, isto , verificar se a petio preenche os requisitos necessrios ou se apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento, mandando que se a emende ou complete, ou, eventualmente, indeferindo-a, nas hipteses do art. 295.Deferida a petio inicial, o juiz designar a audincia de conciliao, a ser realizada no prazo mximo de trinta dias contados da data da sua designao, determinando que o ru seja citado com antecedncia mnima de dez dias para comparecer audincia, sob pena de revelia. Isto , o ru ser citado, com advertncia de que, no comparecendo audincia, sero reputados como verdadeiros os fatos alegados na inicial, exceto se das provas dos autos resultarem o contrrio (art. 277, 2, CPC). Tratando-se o ru da Fazenda pblica, os prazos sero contados em dobro (art. 277, caput, CPC). Nesse despacho o juiz ordenar tambm o comparecimento do autor.As partes devero comparecer pessoalmente audincia, mas podero fazer-se representar por preposto, que dever possuir poderes para transigir (art. 277, 3, CPC).Na audincia o juiz tentar a conciliao das partes. Se resultar em sucesso a conciliao, esta ser reduzida a termo e homologada por sentena (art. 277, 1, CPC). Na hiptese de insucesso, a audincia prosseguir, devendo o ru, nessa ocasio, apresentar sua resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, requerendo percia, formular seus quesitos desde logo, ficando-lhe ainda facultado indicar assistente tcnico (art. 278, CPC).Ainda nessa audincia, antes de tentar a conciliao, o juiz decidir de plano a impugnao do valor da causa ou a controvrsia sobre a natureza da demanda, em face das matrias elencadas no art. 275, II, e conseqente descabimento do procedimento sumrio. Sendo acolhida a impugnao ao valor da causa ou questo que leve ao descabimento da via procedimental, o juiz determinar a converso do rito sumrio para o rito ordinrio (art. 277, 4, CPC). Do mesmo modo proceder, convertendo o rito sumrio em ordinrio, se houver necessidade de produo de prova pericial de maior complexidade (art. 277, 5, CPC).A resposta do ru pode consistir em contestao, nos termos dos arts. 300 a 303, do CPC, onde alegar toda a matria de defesa, expondo as matrias de fato e de direito com que impugna o pedido do autor, ou em exceo, nos termos do art. 304[4]. Se for oferecida exceo e esta no for rejeitada de plano, o processo ser suspenso at seu julgamento.A reconveno, todavia, no cabe no procedimento sumrio. Isto porque ao ru facultado formular pedido contraposto, na contestao, desde que fundado nos mesmo fatos descritos na petio inicial. A doutrina fala aqui de ao dplice, descabendo da a reconveno no sentido amplo por falta de interesse processual[5]. Mas, o pedido contraposto no deixa de ter natureza reconvencional. No ser a denominao que vai desnaturar o pedido autnomo do ru, de uma sentena contra o autor. Desde que esse mesmo pedido possa ser exercitado em ao autnoma, ter-se- a reconveno independente da nomenclatura que lhe se queira dar[6]. De modo que, formulado pedido contraposto ao do autor pelo ru, embora na contestao, figura ele como autor desta demanda, devendo-se, ento, abrir ao demandado a oportunidade de resposta[7].Se no ocorrer qualquer das hipteses previstas nos arts. 329 (que remete aos arts. 267, 269) e 330, CPC, e havendo necessidade de prova oral ou pericial, o juiz designar audincia de instruo e julgamento (art. 278, 2). Trata-se aqui, pois, de julgamento conforme o estado do processo, devendo o juiz verificar se caso de extino do processo ou de julgamento antecipado da lide, proferindo desde logo sentena[8].

Audincia de instruo e julgamentoA audincia de instruo e julgamento ser designada em data prxima, que no deve exceder os trinta dias, exceto se houver necessidade de produo de prova pericial. Trata-se a, evidentemente de prazo imprprio, o que deixa sem conseqncias seu descumprimento, ficando a depender da pauta do juzo[9]. Havendo determinao de percia, o juiz s designar a audincia aps a entrega do laudo do perito, que ter quinze dias para apresent-lo (art. 280, II, CPC)., contados da data em que toma cincia de sua nomeao.A audincia de instruo e julgamento rege-se pelo disciplinamento previsto nos arts. 444 e seguintes do Cdigo de Processo Civil. O juiz no est impedido de tentar a conciliao, mesmo depois que iniciada a audincia de instruo e julgamento (art. 448, CPC)[10]. A ordem dos atos a ser obedecida na audincia a mesma que para o procedimento ordinrio, atendo-se ao contido no artigo 452, CPC: o perito e os assistentes respondero aos quesitos, formulados nos conformes do art. 435; os depoimentos das partes, iniciando-se pelo depoimento do autor seguido do depoimento do ru; a inquirio das testemunhas arroladas pelas partes. A documentao da audincia pode dar-se mediante taquigrafia, estenotipia ou outro meio hbil de documentao, devendo ser transcrita se assim o determinar o juiz, Se isto no for possvel, os depoimentos sero reduzidos a termo, constando dele apenas o essencial (art. 279 e pargrafo nico, CPC).Findo a instruo, o juiz abrira oportunidade para os debates orais, abrindo a palavra ao advogado do autor e ao do ru, bem como ao Ministrio Pblico, sucessivamente, pelo prazo de vinte minutos, prorrogveis a critrio do juiz por mais dez, para cada um (art. 454, CPC). Nada impede, a teor do 3, do citado dispositivo, que as partes requeiram a apresentao de memoriais, mormente quando a causa apresente questes complexas, caso em que, se deferido o pedido, o juiz designar prazo para sua entrega, proferindo depois sentena.Encerrados a instruo e os debates orais, portanto, sem que tenha sido aberta a oportunidade para apresentao de memoriais, o juiz proferir sentena na prpria audincia ou no prazo de dez dias (art. 281, CPC).Tendo em vista a preservao da celeridade processual e concentrao dos atos, a que o procedimento sumrio se destina, o artigo 280, I, do Cdigo de Processo Civil probe a ao declaratria e a interveno de terceiros, excetuando apenas a assistncia e o recurso de terceiro prejudicado.Pelos mesmos motivos, contra as decises sobre matria probatria ou proferidas em audincia, somente caber recurso na forma de agravo retido, conforme o disposto no artigo 280, III, do Cdigo de Processo Civil.

Notas[1]CALMON DE PASSOS, Jos Joaquim. Comentrios ao cdigo de processo civil, 3a. edio vol. III, Editora Forense, Rio de Janeiro, 1979, n. 98, pg. 180.

[2]NERY JUNIOR, Nelson/ANDRADE NERY, Rosa Maria. Cdigo de Processo Civil Comentado, 2a. edio, Editora Revista dos Tribunais, So Paulo, art. 276, nota 3, pg. 704.

[3]Vide CMARA, Alexandre Freitas. Lies de direito processual civil, vol. 1, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1998, pg. 346, com mais indicaes.

[4]No sentido de cabimento de exceo GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro, 12a. edio, vol. 2, Editora Saraiva, So Paulo 1997, pg. 92. Contrariamente SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil, volume 2, 19a. edio, atualizada por Aric Moacyr Amaral Santos, Editora Saraiva, So Paulo, 1997, pg. 118.

[5]GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro, 12a. edio, vol. 2, Editora Saraiva, So Paulo 1997, pg. 92. NERY JUNIOR, Nelson/ANDRADE NERY, Rosa Maria. Cdigo de Processo Civil Comentado, 2a. edio, Editora Revista dos Tribunais, So Paulo, art. 278, nota 7, pg. 708.

[6]COSTA FILHO, Luiz de Frana. Die streitgenssische Widerklage, Shaker Verlag, Aachen, 1997, pg. 10.

[7]CMARA, Alexandre Freitas. Lies de direito processual civil, vol. 1, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1998, pg. 351.

[8]NERY JUNIOR, Nelson/ANDRADE NERY, Rosa Maria. Cdigo de Processo Civil Comentado, 2a. edio, Editora Revista dos Tribunais, So Paulo, art. 278, nota 9, pg. 708.

[9]GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro, 12a. edio, vol. 2, Editora Saraiva, So Paulo 1997, pg. 92.

[10]SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil, volume 2, 19a. edio, atualizada por Aric Moacyr Amaral Santos, Editora Saraiva, So Paulo, 1997, pg. 118.

DPC II - RECURSO ORDINRIOLetcia CalderaroNo comments

RESUMO ELABORADO COM BASE NO ARTIGO RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL DE BENEDITO EUGNIO DE ALMEIDA SICILIANODISPONVEL NA BDJUR - BIBLIOTECA DIGITAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIAhttp://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/16702

[...] O recurso ordinrio constitucional uma modalidade de recurso dirigida ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justia, nas hipteses disciplinadas no artigo 102, inciso II e 105, inciso II e reproduzidas no artigo 539, incisos I e II, do Cdigo de Processo Civil.Consoante preleciona Aderbal Torres de Amorim, luz do texto constitucional, (...) ordinrio o recurso interponvel para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justia, por trs diferentes formas. Nessa medida, a espcie constitucional do recurso transmuta-se em gnero, ou subgnero; da as trs subespcies: (a) recurso ordinrio para o STF, na improcedncia de algumas aes julgadas em instncia nica em tribunais superiores (Constituio, art. 102, inc. II, alnea a); (b) recurso ordinrio para o STJ de certos acrdos de tribunais regionais federais e tribunais estaduais a julgados originariamente, se improcedente a ao (Constituio, art. 105, inc. II, alnea b), ou tambm em ltima instncia, se denegado o habeas corpus (idem, idem, alnea a); (c) recurso com idntica denominao para o STJ de decises interlocutrias e sentenas prolatadas por juiz federal nas causas em que forem partes, de um lado, Municpio ou pessoa residente ou domiciliada no pas, e, de outro, Estado estrangeiro ou organismo internacional (Constituio, art. 105, inc. II, alnea c). Neste ltimo caso, procedente ou improcedente a ao.Dos artigos 102, inciso II e 105, inciso II, da Constituio Federal, observa-se que no julgamento do recurso ordinrio a ser realizado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justia, h necessidade de que a deciso da qual originou o recurso ordinrio tenha sido proferida em nica instncia. A dico nica instncia traduz a idia de que se trata de causa de competncia originria dos correspectivos Tribunais Superiores, quando o recurso for dirigido para o Supremo Tribunal Federal ou tribunais regionais federais, de justia estaduais e juzes federais de primeiro grau, se se tratar de recurso ordinrio de competncia do Superior Tribunal de Justia4.No que alude a expresso deciso denegatria, conquanto seja tema a ser oportunamente apreciado de modo mais detido, no h olvidar que deve ser enfocado do modo mais amplo possvel, a abranger, tambm, as decises que extinguem o processo sem apreciao do mrito.Nesse contexto, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso ordinrio, quando os Tribunais Superiores, entendidos como o Superior Tribunal de Justia, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Militar, no exerccio da competncia originria afeta a cada um, denegam o habeas corpus, o mandado de segurana, o habeas data e o mandado de injuno.A Constituio Federal, em seu artigo 5 prev, expressamente, as hipteses de cabimento do habeas corpus (inciso LXVIII), do mandado de segurana (inciso LXIX), do habeas data (inciso LXXII) e do mandado de injuno (inciso LXXI).[...] Observa-se, contudo, que, entre os Tribunais Superiores, somente o Superior Tribunal de Justia possui a competncia originria, constitucionalmente prevista, para processar e julgar o habeas corpus, o mandado de segurana, o habeas data e o mandado de injuno (art. 105, I, letras b, c e h).No que concerne ao Tribunal Superior do Trabalho e Superior Tribunal Militar, a prpria Constituio da Repblica consignou que cabe lei dispor sobre a competncia originria desses Tribunais Superiores (art. 111, 3 e 124, pargrafo nico).Em relao ao Tribunal Superior Eleitoral, a despeito de considerar expressamente recorrveis as decises denegatrias de habeas corpus e mandado de segurana (art. 121, 3), a bem da verdade, se insere neste rol as decises denegatrias de habeas data e de mandado de injuno.Infere-se, assim, que compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso ordinrio em habeas corpus, o recurso ordinrio em mandado de segurana, o recurso ordinrio em habeas data e o recurso ordinrio em mandado de injuno, quando o Superior Tribunal de Justia, ou o Tribunal Superior do Trabalho, ou o Tribunal Superior Eleitoral ou, ainda, o Superior Tribunal Militar, no exerccio de suas respectivas competncias originrias, proferem deciso denegatria nos remdios constitucionais nominados anteriormente.

A competncia para o Superior Tribunal de Justia julgar o recurso ordinrio, por sua vez, se apresenta quando os Tribunais Regionais Federais ou os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territrios, julgam, originariamente, o habeas corpus, em ltima ou nica instncia e denegam a pretenso deduzida no writ. Igualmente, se denegado o mandado de segurana julgado em nica instncia pelos Tribunais Regionais Federais ou os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territrios, ter cabimento o recurso ordinrio para o Superior Tribunal de Justia.Outra hiptese em que se verifica a competncia recursal ordinria do Superior Tribunal de Justia a que brota do julgamento do juiz federal de primeiro grau nas causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, Municpio ou pessoa residente ou domiciliada no pas (art. 105, II, letra c, c.c. o art. 109, II, ambos da CR). Nota-se que a Constituio da Repblica prev uma exceo regra processual de que contra sentena proferida por juiz de primeiro grau o recurso cabvel o de apelao5.

[...] Verificadas as espcies constitucionais de recurso ordinrio, merece registrar que a Lei n 8.950/94, ao revigorar o artigo 539, notadamente o inciso II, letra a, do Cdigo de Processo Civil, desprezou a circunstncia de que o habeas corpus no se circunscreve ao processo penal, mas abarca, tambm, o direito processual civil quando se questiona a legalidade de priso de depositrio infiel ou aquela decorrente da falta de pagamento de penso alimentcia6. Seja como for, essa falha no bice para a interposio, no Superior Tribunal de Justia, de recurso ordinrio em habeas corpus.[...] Segundo estabelece o artigo 540 do Cdigo de Processo Civil, aplica-se ao recurso ordinrio em mandado de segurana, quanto aos requisitos de admissibilidade, os ditames insertos nos Captulos II e III deste Ttulo, os quais disciplinam a apelao e o agravo.O cabimento do recurso ordinrio em mandado segurana, tanto para o Supremo Tribunal Federal, como para o Superior Tribunal de Justia, pressupe a existncia de deciso denegatria da impetrao.O termo genrico deciso h de ser entendido como acrdo proveniente de Tribunal Superior ou de tribunal de segundo grau, pois no admissvel a interposio para o tribunal ad quem se no foram esgotados os recursos no tribunal a quo.Assim, impetrado o mandado de segurana originrio, o relator, por meio de deciso singular, entende por indeferir liminarmente a impetrao, no cabe a imediata interposio do recurso ordinrio em mandado de segurana. Dever o impetrante, antes de recorrer para o rgo ad quem, interpor agravo regimental ou interno, no prprio tribunal, contra a deciso que indeferiu liminarmente o mandado de segurana.[...] O tribunal que originariamente denegar o mandado de segurana que definir a competncia do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justia. Infere-se da que o recurso ordinrio em mandado de segurana brota da competncia originria dos Tribunais Superiores ou dos tribunais regionais federais ou locais, de maneira que o acrdo denegatrio de mandado de segurana que advm de competncia recursal de tribunal, no desafia recurso ordinrio.Outra exigncia relativa a apelao, que se aplica ao recurso ordinrio em mandado de segurana, a regra do artigo 514 e incisos, do Cdigo de Processo Civil, segundo a qual o recurso dever ser apresentado em petio escrita, com a devida qualificao das partes, bem como os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova deciso.[...] a competncia do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justia. Infere-se da que o recurso ordinrio em mandado de segurana brota da competncia originria dos Tribunais Superiores ou dos tribunais regionais federais ou locais, de maneira que o acrdo denegatrio de mandado de segurana que advm de competncia recursal de tribunal, no desafia recurso ordinrio.[...] Do cotejo entre os artigos 540 do Cdigo de Processo Civil com o artigo 247 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia, verifica-se que o recurso ordinrio em mandado de segurana, orienta-se, no tribunal de origem, pelas mesmas regras orientadoras da apelao, sobretudo no que se refere ao duplo juzo de admissibilidade.Assim, pois, caber ao tribunal que decidiu originariamente o mandado de segurana, realizar o primeiro exame acerca da admissibilidade do recurso ordinrio.Por conseguinte, compete ao presidente ou vice-presidente do Tribunal Superior ou tribunal regional federal ou tribunal estadual/distrital aferir previamente se esto presentes os requisitos ou pressupostos genricos e especficos de admissibilidade do recurso. Nessa oportunidade, por se tratar de recurso colocado disposio do impetrante, o tribunal a quo ir verificar sua condio de sucumbente, bem como se o acrdo denegou a pretenso mandamental. cedio, ainda, que o juzo de admissibilidade efetivado pelo tribunal local, se positivo, no tem a virtude de vincular o tribunal destinatrio do exame do recurso ordinrio em mandado de segurana.De outra banda, se obstada a caminhada do recurso ordinrio em mandado de segurana, tendo em vista o Tribunal a quo ter observado a ausncia de requisito para sua admissibilidade, caber parte recorrente interpor agravo regimental para o prprio Tribunal local, a fim de buscar a reforma do decisum. Sobre o tema, leia o decisum do STJ:AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO N 924.373 - BA (2007/0161935-4)Efetivado o juzo positivo de admissibilidade, dever o recurso ordinrio ser remetido para o tribunal destinatrio, que poder ser o Supremo Tribunal Federal, se a deciso denegatria sobrevier de Tribunal Superior (STJ, TST, TSE e STM), ou o Superior Tribunal de Justia se o mandado de segurana for denegado por tribunal regional federal ou tribunal estadual/distrital.De acordo com o artigo 540 do Cdigo de Processo Civil, com a chegada do recurso ordinrio em mandado de segurana na Corte excepcional competente, o procedimento a ser seguido aquele disposto no respectivo regimento interno.No caso do Superior Tribunal de Justia, consoante dico do artigo 64, inciso III, combinado com o artigo 248, ambos de seu Regimento Interno, devero os autos ser encaminhados ao Subprocurador-Geral da Repblica, o qual ter vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias. Ao depois dever ser concluso ao relator, o qual verificar se o caso de proferir deciso monocrtica, luz do que preceitua o artigo 557 do Cdigo de Processo Civil.Arredada a hiptese de deciso solitria do relator, dever ser pedido dia para julgamento do recurso ordinrio em mandado de segurana pela turma julgadora competente (art. 9o do RISTJ), nos termos do artigo 13, inciso II, letra b, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia.Da leitura do artigo 551 do Cdigo de Processo Civil, infere-se que o recurso ordinrio em mandado de segurana no necessita que os autos sejam conclusos ao revisor.No julgamento do recurso ordinrio em mandado de segurana podero ser examinadas todas as questes de fato e de direito, podendo ser, por conseqncia, analisado o conjunto probatrio, apreciada matria envolvendo direito local e, bem assim, de cunho constitucional. No se exige o requisito do prequestionamento para essa modalidade recursal.O artigo 515, 1o e 2o, do Cdigo de Processo Civil, aplica-se ao recurso ordinrio em mandado de seguranaDa deciso de mrito no unnime proferida em recurso ordinrio pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justia, a qual reformar o acrdo do tribunal de origem, no cabem os embargos infringentes (cf. art. 530 do CPC).O recurso ordinrio em mandado de segurana no d ensejo interposio de embargos de divergncia, nem se presta para demonstrar desarmonia jurisprudencial, pois essa modalidade recursal serve para eliminar discrepncia de julgamento proferido em recurso especial e extraordinrio.

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