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Professor cpad.com.br 4º Trimestre de 2019 Adultos

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Page 1: Professor · Nathany Silvares Iniciaremos mais um trimestre. Nesta oportunidade estudaremos os livros de 1 e 2 Samuel. Estes nos reve - lam como a nação de Israel se formou e o

Professorcpad.com.br

4º Trimestre de 2019 Adultos

Page 2: Professor · Nathany Silvares Iniciaremos mais um trimestre. Nesta oportunidade estudaremos os livros de 1 e 2 Samuel. Estes nos reve - lam como a nação de Israel se formou e o

DISCÍPULO ERA A PALAVRA FAVORITA DE JESUS

PARA AQUELES CUJAS VIDAS ESTAVAM LIGADAS

INTIMAMENTE COM A DELE

Discipulado é um processo que revela o propósito divino para resgatar a humanidade, transmitindo vida e aperfeiçoando o caráter. O discipulado não é nenhuma novidade na vida cristã. Quando o Senhor Jesus diz em Mateus 28.19: “Ide, ensinai todas as nações…”. Ele já estabelece o discipulado na vida de todos aqueles que o seguem. Discipulado é ensinamento, preparação e o item mais importante: relacionamento. Pois são esses itens que estiveram presentes na vida de Jesus em sua passagem pela Terra.

Quer saber mais? Leia aqui

TEASER CRESCIMENTO DA IGREJA.indd 1 26/06/19 10:18

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 1Lições Bíblicas /Professor

S u m á r i oS u m á r i o

Lição 1Conhecendo os Dois Livros de Samuel 3

Lição 2O Nascimento de um Líder Profético em Israel 10

Lição 3A Chamada Profética de Samuel 17

Lição 4A Degeneração da Liderança Sacerdotal 24

Lição 5A Instituição da Monarquia em Israel 31

Lição 6A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus 38

Lição 7Davi é Ungido Rei 45

Lição 8O Exílio de Davi 52

Lição 9O Reinado de Davi 59

Lição 10O Pecado do Homem Segundo o Coração de Deus 66

Lição 11As Consequências do Pecado de Davi 74

Lição 12A Rebelião de Absalão 82

Lição 13A Velhice de Davi 90

Lições do 4º trimestre de 2019 – Osiel Gomes

O Governo Divino em Mãos Humanas Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel

PROFESSOR

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Publicação Trimestral da Casa Publicadora das Assembleias de Deus

Av. Brasil, 34.401 - BanguRio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002Tel.: (21) 2406-7373Fax: (21) 2406-7326www.cpad.com.br

Outubro/Novembro/Dezembro - 2019

PROFESSOR

2 Lições Bíblicas /Professor

Presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no BrasilJosé Wellington Costa Junior

Presidente do Conselho AdministrativoJosé Wellington Bezerra da Costa

Diretor ExecutivoRonaldo Rodrigues de Souza

Gerente de PublicaçõesAlexandre Claudino Coelho

Consultoria Doutrinária e TeológicaElienai CabralClaudionor de Andrade

Gerente FinanceiroJosafá Franklin Santos Bomfim

Gerente de ProduçãoJarbas Ramires Silva

Gerente ComercialCícero da Silva

Gerente da Rede de LojasJoão Batista Guilherme da Silva

Gerente de TIRodrigo Sobral Fernandes

Chefe de Arte & DesignWagner de Almeida

RedatorMarcelo Oliveira de Oliveira

CapaWagner de Almeida

DiagramaçãoNathany Silvares

Iniciaremos mais um trimestre. Nesta oportunidade estudaremos os livros de 1 e 2 Samuel. Estes nos reve-lam como a nação de Israel se formou e o modo que Deus usou pessoas para falar ao coração do seu povo.

Ao longo deste trimestre, perce-beremos que os dois livros podem ser divididos em três grandes per-sonagens: Samuel, Saul e Davi. Cada uma dessas pessoas trazem lições espirituais, tanto positivas quanto negativas, que nos ajudam a refletir a respeito de nossa relação com Deus e com a Igreja de Cristo.

Temas como a chamada profética, o perigo das tentações, a unção de Deus, a seriedade do pecado e suas consequências, e como envelhecer bem, perpassarão o nosso estudo trimestral.

O nosso desejo é que o Senhor nosso Deus o abençoe e edifique sua vida para a glória dEle.

Bom trimestre! José Wellington Bezerra da Costa

Presidente do Conselho Administrativo

Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor Executivo

Prezado(a) professor(a),

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 3Lições Bíblicas /Professor

Verdade Prática

“E disse ela: Ache a tua serva graça em teus olhos. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu

semblante já não era triste.”

(1 Sm 1.18)

Nos livros de Samuel, aprendemos a servir, a adorar e a amar a Deus de todo o coração, apesar das circuns-

tâncias adversas.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 2 Tm 3.16A Bíblia, por ser inspirada por Deus, fala-nos à alma

Terça – Gn 18.12Deus abençoa homens e mulheres imperfeitos

Quarta – 1 Sm 1.3Sempre há bênçãos para quem vai à Casa de Deus

Quinta – Rm 12.19Não reajamos às provocações

Sexta – 1 Sm 2.12-18Mantenhamos a fidelidade a Deus, apesar da apostasia reinante

Sábado – Dt 28.1,2A obediência a Deus é a chave para o verdadeiro sucesso

Lição 16 de Outubro de 2019

Conhecendo os Dois Livros de Samuel

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Outubro/Novembro/Dezembro - 20194 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Expor a introdução aos livros de Samuel.

HINOS SUGERIDOS: 36, 44, 51 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar o contexto histórico de 1 e 2 Samuel;

Pontuar a autoria e data de 1 e 2 Samuel;

Explicar a teologia dos livros de Samuel;

Apontar Samuel como o divisor de águas em Israel.

I

II

III

IV

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 - Houve um homem de Ramataim-Zo-fim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu.

2 - E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o nome da outra, Penina; Penina tinha filhos, porém Ana não tinha filhos.

3 - Subia, pois, este homem da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló; e estavam ali os sacerdotes em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli. 

4 - E sucedeu que, no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções do sacri-

fício a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas

5 - Porém a Ana dava uma parte exce-lente, porquanto ele amava Ana; porém o SE-NHOR lhe tinha cerrado a madre.

6 - E a sua competidora excessivamente a irritava para a embravecer, porquanto o SENHOR lhe tinha cerrado a madre.

7 - E assim o fazia ele de ano em ano; quando ela subia à Casa do SENHOR, assim a outra a irritava; pelo que cho-rava e não comia.

8 - Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?

1 Samuel 1.1-8

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 5Lições Bíblicas /Professor

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos os livros históricos de 1 e 2 Samuel. Veremos que eles mostram como Deus escolhia homens para reinar sobre Israel. A partir de seus personagens princi-pais – Samuel, Saul e Davi – , perceberemos que os líderes do passado não eram infalíveis.

I – CONTEXTO HISTÓRICO DE 1 E 2 SAMUEL

1. A originalidade de Samuel. Ori-ginalmente, os livros de 1 e 2 Samuel formavam uma só obra, assim como 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas. Os livros de 1 e 2 Samuel formam uma narrativa que trata da história de Israel, a partir de sua entrada em Canaã (XII a.C.) até ao cativeiro na Babilônia (587-586 a.C.). Eles não são apenas registros de fatos e de pessoas do passado, mas são a Palavra de Deus indispensável ao nosso ensino, edificação e consolação (2 Tm 3.16).

2. Os personagens principais do livro. Há vários personagens importan-tes nesses livros, mas dentre eles, três se destacam: Samuel, o profeta; Saul, o

primeiro rei de Israel; e Davi, o homem segundo o coração de Deus. A partir des-ses homens, os livros de Samuel, como

os demais da Bíblia, evidenciam o cuidado especial de Deus,

bem como suas disciplinas, justiça e misericórdia, a fim de polir a vida dos reis e do povo hebreu, conforme seus

propósitos (Tt 2.14; Hb 12.10).3. O propósito de 1 e 2

Samuel. O propósito de 1 e 2 Samuel é relatar a história do reinado de Israel, partindo do estado de anarquia* para a monarquia teocrática* (Jz 21.25; cf. 1 Sm 10.1). Uma das lições mais preciosas que esses livros nos ensinam é que o “obedecer  é  melhor do que o sacrificar” (1 Sm 15.22).

Estamos próximo de mais um encerramento do ano. Mais um trimestre se inicia. Como se encontra a sua classe? Como se encontra o seu planejamen-to? Reveja-o, estude mais e se prepare sempre, pois você está fazendo uma grande obra para Deus.

Neste trimestre estudaremos dois importantes livros do Antigo Testamento: 1 e 2 Samuel. Estes livros nos revelam a formação da nação de Israel e como Deus usou homens para falar ao coração do povo.

Fale a respeito do comentarista do trimestre. É o pastor Osiel Gomes – es-critor, conferencista, bacharel em Teologia, Direito e graduado em Filosofia; líder da AD em Tirirical, São Luís – MA.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Deus levanta pessoas para cumprir o seu

propósito.

PONTOCENTRAL

SÍNTESE DO TÓPICO ISamuel, Saul e Davi são os princi-

pais personagens do livro que apon-tam para a transição da anarquia de Israel, nos tempos dos juízes, para a monarquia.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 20196 Lições Bíblicas /Professor

II – AUTORIA E DATA1. Título e autor. O nome de Sa-

muel significa “nome de Deus” e o título dos livros que levam o seu nome revela uma figura protagonista para contar a história do povo de Deus. Segundo alguns estudiosos do Antigo Testamento, e do aspecto externo dos livros, as duas obras são anônimas, assim como os outros livros históricos. Entretanto, de acordo com os capítulos 1 ao 24 de 1 Samuel, o filho de Ana pode ser apontado como autor, e os demais capítulos, atribuídos aos pro-fetas Natã e Gade. Esse fato é possível, pois de acordo com o aspecto interno dos livros históricos, os autores sagra-dos quase sempre eram testemunhas oculares dos eventos que se sucediam (1 Cr 29.29).

SÍNTESE DO TÓPICO IIEm Israel, idolatria e a imoralidade

eram os pecados dominantes no povo.

SUBSÍDIO BIBLICO-TEOLÓGICO“Os dois livros de Samuel são os

primeiros dos seis ‘livros duplos’ que originalmente não estavam divididos e que perfaziam um total de três: Samuel, Reis e Crônicas. Samuel e Reis são en-contrados no cânon hebraico ao lado de Josué e Juízes em uma seção conhecida como ‘Os Profetas Anteriores’. Juntos, estes livros contêm o registro históri-co iniciado por Josué e a travessia do Jordão e estendem-se até o período do exílio babilônico” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.175).

DIDÁTICO-PEDAGÓGICOReproduza o esquema abaixo a fim

de apresentar os dois livros de Samuel:

2. A data dos livros. Os estudiosos apresentam as datas entre 1.100 e 970 a.C. Essa data marca os aconteci-mentos históricos desde o nascimento de Samuel ao término do reinado de Davi. Assim, crê-se que Samuel nasceu em aproximadamente 1.100 a.C., e começou a exercer a função de líder provavelmente no ano 1.070, depois de cinco anos que o sacerdote Eli havia morrido. Os especialistas do Antigo Testamento afirmam que o reinado de Davi foi entre 1.010 e 970 a.C., assim, podemos avaliar que o período geral dos livros de 1 e 2 Samuel é de apro-ximadamente 130 anos.

3. A situação espiritual. Samuel cresceu em Siló. Nesse lugar pratica-vam-se os mais degradantes pecados pelos filhos do sacerdote Eli. A idola-tria e a imoralidade eram os pecados dominantes na nação (1 Sm 7.3). Em Israel, o sacerdote do povo era Eli, mas ele se deixou levar pelos filhos, honrando-os mais que ao Senhor Deus. Ele não lhes aplicou a disciplina necessária, mesmo sabendo de todos os atos pecaminosos de seus filhos (1 Sm 2.29). Esse quadro desolador gerou consequências espirituais irrepará-veis ao povo de Israel: religiosidade aparente, espiritualidade superficial e um sacerdócio descomprometido com Deus (1 Sm 2.22,23).

Em Israel, o sacerdote do povo era Eli, mas ele se deixou levar pelos filhos, honrando-os mais que ao Senhor Deus.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 7Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIIDeus é quem dá ordem ao rei, ao

povo, ao profeta; é quem exalta, escolhe e abate, pois Ele é soberano.

III – A TEOLOGIA NOS LIVROS DE SAMUEL

1. Profecias cumpridas. Eruditos concordam que há ensinos robustos na estrutura textual dos livros de 1 e 2 Samuel. Por exemplo, profecias cumpridas na história e mudanças que ocorreram na estrutura social da nação estão patentes em 1 Samuel 7 e 12, e 2 Samuel 17.

2. Em busca de um rei. Samuel era um líder preocupado com o crescimento espiritual da nação. Por isso ele está presente no momento em que o povo israelita pede para si um rei. Como homem de Deus, Samuel declara sua sinceridade, transparência e retidão no exercício sacerdotal (1 Sm 12.1-5). Assim, ele pediu que o povo conside-rasse o que o Altíssimo havia feito por eles, mesmo diante do ato de rebelião contra Deus (1 Sm 12.24).

3. Os alicerces da dinastia davídica. No capítulo 7 de 2 Samuel há o esta-belecimento profético da dinastia de Davi. Ela surge pela ordem do Senhor. A Bíblia mostra que não obedecer a

vontade de Deus levou muitos reis a tornarem-se escravos deportados e, depois, assassinados, como aconteceu com Joaquim e Zedequias (2 Rs 24.12; Jr 39.7). Assim, a quebra da aliança no período monárquico trouxe graves consequências para o povo de Deus: o templo foi destruído, assim como as muralhas da cidade, e os israelitas foram humilhados em terras estranhas.

CONHEÇA MAIS

*Sobre Anarquia e Monarquia TeocráticaAnarquia: Sistema político baseado na negação de

qualquer tipo de autoridade.

Monarquia Teocrática: Forma de governo em que o rei (e sua dinastia) é escolhido por

Deus, como acontecia em Israel.

1 SAMUEL 2 SAMUEL

I. O Ministério de Samuel (1 Sm 1.1–8.22);II. Saul tornou-se rei (1 Sm 9.1–15.35);III. Saul e Davi (1 Sm 16.1–31.13).

I. O Reino de Davi (2 Sm 1.1–20.26); II. Um apêndice (2 Sm 21.1–24.25).

Esboço adaptado do “Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester”, p.178.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO“A linha teológica que traspassa

Samuel e Reis é a escolha divina de um líder para representá-Lo, enquanto o Senhor implementa os concertos com Israel. Essa nação existia na terra por causa do concerto incondicional que

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Outubro/Novembro/Dezembro - 20198 Lições Bíblicas /Professor

IV – SAMUEL: O DIVISOR DE ÁGUAS1. Um momento de crise espiritual.

Samuel aparece no cenário bíblico veterotestamentário num momento de uma grande crise espiritual. O trabalho desse servo do Senhor não seria fácil, pois ele desempenharia um papel fundamental na transição do período dos juízes para a monarquia. Assim, ele orientou o povo para promover a construção de uma unidade nacional e espiritual. O profeta, juiz e sacerdote Samuel foi o homem a quem Deus es-colheu para falar, julgar e representar a nação de Israel, o povo escolhido por Deus (Lv 20.24,26).

2. O líder Samuel. Samuel fe-chou o ciclo dos juízes. Ele contribuiu grandemente para a nação de Israel ao estabelecer os alicerces do ofício profético, preservar o sacerdócio e estruturar a base espiritual do sistema monárquico (1 Sm 3.15-21; 2.18; 8.10-22). Posteriormente, profetas mais novos herdariam o modelo espiritual

deixado por Samuel, bem como todo um conjunto de conselhos para a casa real de Israel.

Com Samuel, aprendemos que a chave para alcançar estabilidade e prosperidade no ministério é confiar em Deus e depender de seu favor.

SÍNTESE DO TÓPICO IVUm momento de crise marcou o

surgimento do profeta de Samuel em Israel.

CONCLUSÃOOs livros de 1 e 2 Samuel apresen-

tam a narrativa histórica da transição do período dos juízes para a monarquia dinástica. As muitas histórias apresen-tadas nesses livros revelam os erros e os acertos de líderes humanos, mas, ao mesmo tempo, revela o quanto Deus trabalha pelo seu povo.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO“Um dos maiores líderes de Israel

(2 Cr 35.18; Sl 99.6; Jr 15.1; At 3.24; Hb 11.32). Samuel veio a Israel em uma das horas mais sombrias da nação. Os filisteus, que por um longo período haviam intimidado os israelitas, esta-vam ameaçando tragá-los. Mas Ana, a esposa de Elcana, de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, estava mais preocupada com o fato de não ter filhos. Enquanto adorava no Tabernáculo em Siló, ela rogava que o Senhor lhe desse um filho, o qual ela ofereceria para ser um nazireu de Deus (Nm 6) por toda sua vida. Este filho foi Samuel, aquele que ungiu reis, o último dos juízes, e o primeiro dos profetas depois de Moisés” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.1753).

Deus fez com Abraão. O Senhor imple-mentou o concerto abraâmico quando Ele resgatou o seu povo do Egito e fez deles uma nação. Mas as bênçãos da terra eram condicionais. A bênção de Deus era dada por obediência, como declaradamente em Deuteronômio” (Roy B. Zuck (Ed). Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.135).

O profeta, juiz e sacerdote Samuel foi o homem a quem Deus es-colheu para falar, julgar e representar a nação de Israel, o povo escolhido por Deus (Lv 20.24,26).

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 9Lições Bíblicas /Professor

PARA REFLETIR

A respeito de “Conhecendo os dois Livros de Samuel”, responda:

• Quando aconteceu a divisão entre os livros de 1 e 2 Samuel?A divisão desses dois livros aconteceu quando da tradução do hebraico para o grego, conhecida por Septuaginta.

• Quais são os personagens principais do livro?Há vários personagens importantes nesses livros, mas dentre eles, três sedestacam: Samuel, o profeta; Saul, o primeiro rei de Israel; Davi, o homemsegundo o coração de Deus.

• Qual o propósito de 1 e 2 Samuel?O propósito de 1 e 2 Samuel é relatar a história do reinado de Israel, partindo do estado de anarquia para a monarquia teocrática (Jz 21.25; cf. 1 Sm 10.1).

• Quem é o autor de 1 e 2 Samuel?Segundo os estudiosos do Antigo Testamento, e do aspecto externo doslivros, as duas obras são anônimas, assim como os outros livros históricos.Entretanto, de acordo com os capítulos 1 ao 24 de 1 Samuel, o filho deAna pode ser apontado como autor, e os demais capítulos, atribuídos aosprofetas Natã e Gade.

• O que há em 2 Samuel 7, ordenado pelo Senhor?No capítulo 7 de 2 Samuel há o estabelecimento profético da dinastia deDavi. Ela surge pela ordem do Senhor.

SUGESTÃO DE LEITURA

Um clássico da história universal. Depois da Bíblia, a maior fonte de informação sobre o povo Judeu.

A história de Israel através de textos bíblicos, documentos extrabíblicos e arqueológicos.

Esta obra oferece uma nova percepção e compreenção da disciplina teológica.

História dos Hebreus

História de Israel no Antigo Testamento

Teologia do Antigo Testamento

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201910 Lições Bíblicas /Professor

O Nascimento de um Líder Profético em Israel

13 de Outubro de 2019

Lição 2

Verdade Prática

“E sucedeu que, passado algum tem-po, Ana concebeu, e teve um filho, e

chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.”

(1 Sm 1.20)

O surgimento de pessoas vocacio-nadas, como Samuel, pode ser o

resultado da oração, consagração e ensino dos pais no lar.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Mt 7.7Devemos perseverar em oração

Terça – Rm 12.1Devemos oferecer sacrifício vivo a Deus

Quarta – 1 Pe 3.7O marido deve conviver com entendimento com sua esposa

Quinta – Sl 50.14Devemos cumprir os votos que fazemos a Deus

Sexta – Sl 103.1-3Agradeçamos a Deus por tudo o que Ele nos dá

Sábado – Sl 127.3Os filhos são herança do Senhor

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 11Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Exortar que a família pode ser o ambiente propício para que Deus levante pessoas para sua obra.

HINOS SUGERIDOS: 60, 79, 96 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Elucidar o ambiente familiar de Samuel;

Esclarecer que Samuel foi fruto de oração;

Expor a dedicação de Samuel.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

20 - E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao SENHOR.

21 - E subiu aquele homem Elcana, com toda a sua casa, a sacrificar ao SENHOR o sacrifício anual e a cumprir o seu voto.

22 - Porém Ana não subiu, mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então, o levarei, para que apareça perante o SENHOR e lá fique para sempre.

23 - E Elcana, seu marido, lhe disse: Faze o que bem te parecer a teus olhos; fica até que o desmames; tão-somente confirme o SENHOR a sua palavra. Assim, ficou a mulher e deu leite a seu filho, até que o desmamou. 

24 - E, havendo-o desmamado, o levou consigo, com três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho, e o trouxe à Casa do SENHOR, a Siló. E era o menino ainda muito criança.

25 - E degolaram um bezerro e assim trouxeram o menino a Eli.

26 - E disse ela: Ah! Meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR.

27 - Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido.

28 - Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou ali ao SENHOR.

1 Samuel 1.20-28

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201912 Lições Bíblicas /Professor

Deus levanta pessoas para o ministério. Ele vocaciona os que serão usados por Ele para fazer uma grande obra. Entretanto, uma obra desse porte requer também zelo da família que ensina o menino, ou a menina, no caminho do Senhor. É preciso que a criança cresça num ambiente em que a prática de oração é um hábito, que haja consagração sincera a Deus e ensino da Palavra no lar. Assim, ao longo dos tempos, Deus vai moldando o coração do infante para que ame as coisas dEle. Uma família que serve a Deus de todo o coração é um ambiente propício para o Pai levantar pessoas para a sua obra.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Antes de aparecer no cenário de Israel, Samuel já era consagrado dire-tamente ao Senhor (1 Sm 1.11). Nesta lição, veremos que esse homem tinha tudo a seu favor para ser o que foi. Primeiramente, ele foi fruto de oração de sua mãe. Em seguida, passou toda a sua juventude sob a mentoria do sacerdote Eli, morando no Santuário Central. Veremos que Samuel era constante na Casa do Senhor e, por isso, foi grandemente abençoado. O nosso objetivo é que, a partir desta lição, você e o seu lar sejam grandemente abençoados. Vale a pena criar os filhos no temor do Senhor; que eles não se afastem da Casa de Deus!

I – O AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL

1. Onde Samuel nasceu? No capítulo um de 1 Samuel, vemos que o lar onde ele nasceu não era perfeito. Estudiosos dos costumes bíblicos afirmam que nas famílias dos homens de Deus do passado havia os mesmos problemas de hoje: conflitos e maus tratos. Poligamia, rivalidade entre irmãos e oposição entre pais e filhos também estavam presentes

nas famílias daquela época. Tais fatos, porém, não anularam o projeto de Deus para a família de Samuel.

A Bíblia diz que Elcana, pai do jovem juiz, sacerdote e profeta, era levita da

família de Coate (1 Cr 6.22-28), um homem de elevada posição social e chefe da família de Zofim, que deu origem ao nome da aldeia, Ramataim de Zofim,

que significa altitude ou elevação dupla, isso por causa de Ramá

(elevação). Foi em Ramá que Samuel nasceu, viveu e morreu (1 Sm 1.19; 7.17; 25.1). Assim como seu pai Elcana, Samuel também era levita e vivia no território da Tribo de Efraim (1 Sm 1.1).

2. A bigamia presente. O autor do livro de Samuel pontua que Elcana tinha duas mulheres, uma prática que feria o princípio bíblico, posto que esse nunca foi o ideal de Deus para a família (Gn 2.24; Mt 19.5,6); embora fosse tolerado pela lei (Dt 21.15-17) – alguns homens na Bíblia foram polígamos, mas tiveram consequências gravíssimas: Abraão, Jacó, Gideão, Davi, Salomão. A prática comprometedora de Elcana trouxe pro-blema para si e para a sua mulher, Ana, a quem amava, pois Penina provocava sua rival, visto que ela tinha filhos, mas

Deus chama pessoas no ambiente familiar.

PONTOCENTRAL

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 13Lições Bíblicas /Professor

Ana, não. Crê-se que o casamento de Elcana com Penina se dera por causa da esterilidade de Ana.

Por vezes nossos lares se tornam conflituosos devido à falta de prudência e sabedoria de um dos cônjuges. Por isso, é imperioso que o esposo e a es-posa saibam proceder com verdade e sinceridade, relacionando-se um com o outro em amor (Ef 4.2) e pedindo sabedoria do alto para a solução de conflitos (Tg 1.5).

3. Uma família piedosa. Apesar de todas as querelas presentes na família de Samuel, há um destaque especial para o seu lado piedoso: de ano em ano subiam todos à Casa do Senhor para O adorar. Siló* era o centro religioso da nação, que distava de Betel 18 quilô-metros ao norte. Essa família subia para prestar culto ao Senhor dos exércitos.

Apesar das dificuldades, pais e filhos não devem deixar de ir à casa de Deus, pois ali, Deus fala conosco! No tocante à piedade, Paulo diz que ela é proveitosa para tudo (1 Tm 4.8). A palavra “piedade”, do grego eusebeia, remete à reverência, respeito, temor e fidelidade a Deus. Assim, se no lar existe a verdadeira piedade, não haverá desrespeito aos pais nem abandono dos filhos em sua velhice (1 Tm 5.4).

SÍNTESE DO TÓPICO IO lar que Samuel nasceu não era

perfeito, entretanto, sua família era piedosa.

de Samuel?” A partir da resposta à per-gunta, você pode introduzir a explicação sobre a família em que Samuel nasceu. Use este trecho para lhe auxiliar na res-posta e no desenvolvimento do tópico: “Quando a criança nasceu, Ana chamou o seu nome Samuel (20; Shemuel em 1 Cr 6.33), que literalmente significa ‘nome de Deus’ ou ‘um nome piedoso’. Como recebera a criança em resposta a sua oração, Ana procurou por um nome e um caráter divinos. Os nomes do Antigo Testamento compostos por ‘el’ são derivados de Elohim ou El, os termos hebraicos genéricos para Deus” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.181).

II. SAMUEL: FRUTO DE ORAÇÃO1. A humildade de Ana. Descrita

no primeiro capítulo como uma mulher forte, firme, decidida, apesar de toda provocação de Penina, Ana se mostrou humilde. Penina, sua rival, fazia de tudo para que Ana se irasse (1 Sm 1.6), per-desse o controle, mas o que esta fazia era subir à Casa de Deus (1 Sm 1.9,10).

Uma mulher cristã, espiritual, sem-pre busca sabedoria para proceder com prudência, como mulher piedosa (Pv 31.30). Ela evita responder aos ataques de outras, mas dirigi-se à pessoa certa, derramando o seu coração diante de Deus (1 Sm 1.12,13).

2. Ana e sua amargura de alma. Toda a situação na qual vivia fez com que sua alma tivesse grande amargura. Aqui, a palavra é a mesma que aparece em Êxodo 15.23 e Rute 1.20. No caso de Ana, pode ser entendida como desapon-tamento, frustração. No santuário, ela orava ao Senhor apenas com os lábios, o que não era comum para os hebreus. Esse ato incomum fez Eli pensar que ela estivesse embriagada. Mas com reve-rência, ela explicou sua dor, de modo

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Ao iniciar a aula faça a seguinte pergunta: “Qual é o significado do nome

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201914 Lições Bíblicas /Professor

que o sacerdote lhe respondeu: “Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste” (1 Sm 1.17). Assim, aprendemos que as nossas amarguras e ansiedades devem ser colocadas perante o soberano Senhor. Ele sabe como tratar conosco (1 Pe 5.7).

3. O pedido de Ana. Ana pediu um filho para Deus. Nesse pedido ela fez um voto, mencionando duas promessas: primeira, se o pedido fosse atendido, ela dedicaria o seu filho como levita para sempre (1 Sm 1.22) – note que o ministério de levita durava até 50 anos (Nm 4.3); segunda, ele seria um nazireu de Deus (1 Sm 1.11) – observe que o nazireado tinha um tempo de-terminado também (Nm 6.2-5). Deus ouviu o pedido de Ana e agiu em seu favor; a expressão “lembrou-se dela” aponta para o socorro divino. Como é maravilhoso entregar tudo a Deus, levar-lhe nossas causas, pois Seu agir é certo! Deus ainda intervém!

SÍNTESE DO TÓPICO IINo ambiente de oração e súplica

de Ana, que revelara a angústia de sua alma, se encontra o nascimento de Samuel.

III. A DEDICAÇÃO DE SAMUEL1. O nascimento de Samuel. O ver-

sículo 20 diz que, passado algum tempo, Ana concebeu, teve um filho, e o nomeou de Samuel, que pode significar “ouvido de Deus” (do heb. Shemu á-el) ou “seu nome é poderoso” (do heb. Shemu- el). Atente para o sufixo el, tanto no caso de Shemu á-el quanto no de Shemu- el. A

SUBSÍDIO BIBLICO-TEOLÓGICO “Ana não acompanhou a família

até Siló para a festa anual depois do nascimento de Samuel, até que seu filho crescesse o suficiente para ser desma-mado (22), o que geralmente acontecia entre os dois e três anos de idade. Fica claro que Elcana foi informado sobre o voto que Ana fizera em relação ao seu filho desejado e que ele consentiu ple-namente com o desejo de sua esposa. O significado de um sacrifício pessoal, tanto para ele como para Ana, é visto na atitude de Jacó para com José, o primeiro filho de sua esposa favorita, Raquel (Gn 37.1-4). No versículo 21, em vez de sacrifício anual e a cumprir o seu voto, a Septuaginta traz ‘pagar seus votos e todos os dízimos de sua terra’” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.181).

CONHEÇA MAIS

*Sobre Siló“O termo vem provavelmente da raiz heb. sh-l-h

significando ‘estar seguro, tranquilo, em descanso’. [...] Foi em Siló que Ana orou por um filho (1 Sm 1.3,11), e para este lugar ela trouxe Samuel para

ministrar na presença de Eli (1.24). A arca foi tirada de Siló durante a batalha contra os filisteus,

foi capturada, e não foi devolvida a Siló.” Leia mais em “Dicionário Bíblico

Wycliffe”, CPAD, pp.1815-817.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 15Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIIAna cumpriu seu voto, dedicando

Samuel a Deus.

ênfase aqui recai para um nome podero-so, ou seja, ao poder do Eterno, que deve ser adorado para sempre. Isso mostra que Samuel cresceu, fortaleceu-se e confiou no Deus Todo-Poderoso, como indica o seu próprio nome.

2. O cumprimento do voto. A partir do versículo 21, nota-se que Elcana, marido de Ana, subiu à casa de Deus para, juntamente com toda a sua casa (com a exceção de Ana, que só subiria após desmamar o menino) apresentar sacrifícios anuais e cumprir o seu voto. Pelo texto da Septuaginta, Elcana cum-priu seus votos e também entregou os dízimos do produto da terra (Dt 12.26,27). Esse procedimento consistia em entregar os dízimos do produto da terra, conforme se esperava que todo levita fizesse (Nm 18.26; Ne 10.38).

Após ser desmamado, aproximada-mente três anos mais tarde, Samuel foi levado por seus pais à Casa de Deus, e entregue ao sacerdote Eli como cumpri-mento do voto feito por sua mãe. Assim, o casal cumpriu conforme o prometido: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo” (Ec 5.4a).

3. Dedicação de Samuel. Ana lem-brou a Eli de que esteve perante a sua presença, orando ao Senhor para que “se lembrasse dela”. Assim, Ana dedicou Samuel a Eli para o serviço no templo, devolvendo-o para o Deus Todo-Po-deroso. Era uma dedicação irrevogável.

Como é bom quando os pais se dedicam as coisas de Deus e, conse-quentemente, mostram aos seus filhos, na prática, uma vida de devoção sincera. Ao chegarem ao templo, em reverência, oram a Deus; em casa, fazem o culto do-méstico; primam por viver o Evangelho de Jesus Cristo. Os filhos que crescem, vendo tal dedicação sincera, naturalmen-te, são estimulados a temerem a Deus e a amá-lo de todo o coração. Mostremos,

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO “Voto. Essa palavra tem três diferen-

tes usos gramaticais, isto é, pode ser um verbo transitivo, um verbo intransitivo ou um advérbio. Elas expressam a ideia de uma promessa verbal feita – geralmente, mas não exclusivamente – a Deus.

No AT foram usadas três palavras hebraicas. Uma delas é o verbo nadar, e outra é o substantivo neder, derivado desse verbo. A terceira é ‘issar, com um sentido negativo – um voto de abstinên-cia. O substantivo do NT, usado apenas duas vezes, é o termo grego euche, que é traduzido como ‘um voto’.

Os votos do AT parecem adotar três formas básicas: do tipo de barganha, atos de abnegada devoção, e aqueles que têm como finalidade a abstenção” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.2027).

CONCLUSÃOCom esta lição, somos estimulados

a apresentar a Deus as nossas petições. Uma vez abençoados, voltarmos à sua Casa, conforme o exemplo de Ana, para agradecê-lo pelas orações respondidas. Nesse sentido, nossa vida deve ser um testemunho aberto aos nossos filhos acer-ca da dedicação, reverência e humildade ao Deus Todo-Poderoso. Ana teve dois privilégios: ter um filho e, além disso, vê-lo ungido por Deus para o ministério. Por intermédio de sua família, Deus pode levantar novos vocacionados.

portanto, reverência, humildade e honra ao Senhor nosso Deus!

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CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.37. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

PARA REFLETIR

A respeito de “O Nascimento de um Líder Profético em Israel”, responda:

• O que de especial podemos destacar na família de Samuel?Apesar de todas as querelas presentes na família de Samuel, há um desta-que especial para o seu lado piedoso: de ano em ano subiam todos à casa do Senhor para O adorar.

• Como a palavra amargura pode ser entendida no caso de Ana? No caso de Ana, pode ser entendida como desapontamento, frustração.

• Qual voto Ana fez a Deus?Ana fez um voto mencionando duas promessas: primeira, se o pedido fosse atendido, ela dedicaria o seu filho como levita para sempre (1 Sm 1.22; segunda, ele seria um nazireu de Deus (1 Sm 1.11).

• O que diz o versículo 20 do capítulo um de 1 Samuel?O versículo 20 diz que, passado algum tempo, Ana concebeu, teve um filho e o nomeou de Samuel.

• O que Ana lembrou a Eli?Ana lembrou a Eli que esteve perante a sua presença anos passados, orando ao Senhor para que “se lembrasse dela”.

SUGESTÃO DE LEITURA

Quais eram os costumes, práticas e leis relacionados ao matrimônio na época do Antigo Testamento?

Um ensino sistemático da prática da oração através da Palavra de Deus. Ainda, a obra traz testemunhos de batalhas em oração e suas devidas respostas.

Assuntos de extrema im-portância para aqueles que apascentam ou apascentarão ovelhas do Reino de Deus.

A Família no Antigo Testamento 

Teologia Bíblica da Oração

Manual do Pastor Pentecostal

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172019 - Outubro/Novembro/Dezembro Lições Bíblicas /Professor

A Chamada Profética de Samuel

20 de Outubro de 2019

Lição 3

Verdade Prática

“Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Sa-muel, Samuel. E disse Samuel: Fala,

porque o teu servo ouve.”(1 Sm 3.10)

A verdadeira chamada divina capa-cita o crente fiel a ser um porta-voz

autêntico da Palavra de Deus.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jr 23.28Valorizando a mensagem profética da Palavra

Terça – Jr 23.26O profeta de Deus não fala coisas do seu coração

Quarta – Hb 4.12A importância de sermos porta-vozes da Palavra escrita

Quinta – 1 Co 14.33A verdadeira profecia não traz confusão

Sexta – Mt 11.29 Devemos aprender aos pés do Mestre Jesus

Sábado – Ef 4.11Valorizando o ministério estabelecido por Deus na Igreja

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18 Outubro/Novembro/Dezembro - 2019Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Conscientizar que Deus levanta profetas para a sua Igreja.

HINOS SUGERIDOS: 75, 122, 127 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Definir o Profetismo em Israel;

Explicar o desenvolvimento do Ministério de Samuel;

Analisar o ministério profético na Atualidade.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 - E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta.

2 - E sucedeu, naquele dia, que, estando Eli deitado no seu lugar (e os seus olhos se começavam já a escurecer, que não podia ver)

3 - e estando também Samuel já dei- tado, antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do SENHOR, em que estava a arca de Deus, 

4 - o SENHOR chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui.

5 - E correu a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou.

6 - E o SENHOR tornou a chamar outra vez a Samuel. Samuel se levantou, e

foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, filho meu, torna a deitar-te.

7 - Porém Samuel ainda não conhecia o SENHOR, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do SENHOR.

8 - O SENHOR, pois, tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então, entendeu Eli que o SENHOR chamava o jovem.

9 - Pelo que Eli disse a Samuel: Vai-te deitar, e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve. Então, Samuel foi e se deitou no seu lugar.

10 - Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.

1 Samuel 3.1-10

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192019 - Outubro/Novembro/Dezembro Lições Bíblicas /Professor

COMENTÁRIO

O Ministério Profético foi dado por Deus à Igreja. A lição de hoje diz res-peito ao ministério profético de Samuel e o quanto ele foi separado para essa grande obra. Ao longo das Escrituras, Deus levantou homens e mulheres para que fossem portadores diretos da mensagem de Deus ao seu povo. Ao estudar esta lição, que o Espírito Santo nos desperte acerca da necessidade dos dons sobrenaturais para a sua igreja, e mais especificamente, o de profecia. Nosso Deus continua a falar ao seu povo por meio deste maravilhoso dom.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que o minis-tério profético do Antigo Testamento não se caracterizava pela adivinhação nem pela mera predição do futuro, mas tinha como principal objetivo levar a todos a ter um firme compro-misso com Deus. Sua essência é anunciar a totalidade da mensagem divina. Por isso, Jeremias foi bem categórico: “O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade [...] − diz o SENHOR” (Jr 23.28).

I – DEFININDO O “PROFETA” EM ISRAEL

1. A menção de “profeta” no livro. A primeira menção feita a um “profeta” no livro está registrada em 1 Samuel 2.27-36. Aqui, vemos que o profeta era caracterizado como homem de Deus, título que lhe trazia grande responsabilidade. O profeta não é um adivinhador, mas o porta-voz de Deus. Ali, Samuel se dirigiu à casa de Eli, dizendo que este seria substituído por um sacerdote fiel − Zadoque. Esse acontecimento antecipava como seria

o ministério de Samuel, o profeta do Senhor por excelência.

2. Definição de profeta. De modo geral, a palavra do hebraico para profeta é nabî. Etimologicamente, a definição é incerta, porém, diversos significados lhe são atribuídos, entre os quais, “chamado

por Deus” e “orador”. Entretanto, a maioria dos estudiosos trata

a palavra “profeta” com o sentido de porta-voz divino. Nesse aspecto, o profeta seria mensageiro de Deus, cuja missão era levar o povo

a obedecer à vontade do To-do-Poderoso. Quem ouvisse

esse porta-voz teria sucesso; pois o profeta comunica o que Deus lhe diz, fala o que o Senhor lhe falou. Esse é o fundamento do movimento profético do Antigo Testamento (Dt 18.18; 2 Cr 20.20).

3. Samuel e os demais profetas. Com Samuel deu-se o início à prática de os profetas ungirem reis. Segundo o texto bíblico, o próprio Samuel co-municou as palavras de Deus a Saul, de que este seria rei.

Segundo os estudiosos, foi com Samuel que teve início o movimento profético formal em Israel. E com Elias, ele se desenvolveria ainda mais. A partir

Deus levanta ver-dadeiros profetas que falem sobre-

naturalmente às pessoas.

PONTOCENTRAL

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20 Outubro/Novembro/Dezembro - 2019Lições Bíblicas /Professor

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Para traçar um perfil mais exato do ministério de Samuel, considere a leitura deste texto: “Samuel, sendo ainda rapazinho, foi favorecido com uma revelação divina (1 Sm 3.1-21). Tal revelação dizia respeito à derrubada da casa de Eli, e foi com relutância que Samuel comunicou a mensagem a Eli. Samuel foi crescendo em estatura na presença do povo, e todos compreen-deram que ele fora encarregado com um ofício profético da parte do Senhor (1 Sm 3.20). A trágica derrota de Israel e a perda da arca, usada como talismã contra os filisteus, quando os dois fi-lhos de Eli figuraram entre os mortos, significou o fim da sucessão de Eli, e a rejeição do sacerdócio araônico. Em-bora não seja explicitamente afirmado, Samuel, a única pessoa então em vista, assumiu as rédeas até então nas mãos de Eli” (BENTHO, Esdras Costas; PLÁ-CIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.226). Assim, apresente o perfil do ministério profé-tico de Samuel à classe.

II – O DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO DE SAMUEL

1. O crescimento profético de Samuel. Se os filhos do sacerdote Eli praticavam pecados abomináveis, o jovem Samuel crescia com integridade diante de Deus e do povo. Sempre houve em Ana, sua mãe, um cuidado especial para que seu filho estivesse envolvido com a obra de Deus. Ela orou por ele e o entregou aos cuidados de Eli. Este, observando a dedicação de Ana e seu comprometimento, orou por ela, rogan-do a Deus a bênção para a sua casa (1 Sm 2.20,21). É maravilhoso dedicarmos a Deus o que temos de mais precioso, pois suas recompensas são certas.

2. A formação profética de Samuel. Samuel aprendeu com Eli. Ele foi formado pelo velho sacerdote, assim como Paulo aprendeu aos pés de Gamaliel (At 22.3) e Timóteo com Paulo (2 Tm 3.10). Deus chamou Samuel quando ele tinha cerca de 12 anos (1 Sm 3.1-4), ou seja, a mesma faixa-etária de Jesus quando foi levado a Jerusalém por seus pais (Lc 2.42). Assim, sob os cuidados de Eli, Samuel era forjado por Deus para o ministério profético.

Muitos hoje não querem mais aprender com os mais experientes, pois julgam-se importantes e desprezam o aprendizado aos “pés de alguém”. Paulo e Timóteo, por exemplo, orgulhavam-se de ter aprendido com seus mestres. Mas, além de disposição para aprender, precisamos de disposição para ouvir a voz de Deus. Isso só é possível por meio de uma vida de oração e busca fervorosa pelo Senhor (Is 55.6). Deus quer falar conosco!

3. A disciplina de Samuel. Ainda jovem, Samuel já se mostrava discipli-nado. Ao ouvir uma voz que o chamava pelo nome, pensando que fosse a de Eli, por três vezes dirigiu-se a ele com todo respeito e temor (1 Sm 3.4,5).

do ministério de Samuel, surgiram os profetas da corte – os que atuavam junto aos reis. Alguns desses profetas não apenas aconselhavam os soberanos, mas também eram seus escrivães. Por exemplo, Samuel, Natã e Gade fizeram alguns registros reais.

SÍNTESE DO TÓPICO IProfeta é o que fala em nome do

Senhor. Com Samuel deu-se o início da prática de os profetas ungirem o rei.

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212019 - Outubro/Novembro/Dezembro Lições Bíblicas /Professor

Essa postura apontava que ele era o homem certo para ouvir a Palavra do Senhor. Por não ter uma experiência pessoal com Deus, ainda não sabia como responder ao chamado divino; por isso, Eli o orientou. Desde então Samuel passou a receber visões de Deus e orientações sobre sua Palavra.

Se os nossos filhos servirem a Deus com a disposição de Samuel, educados pela sua família na presença do Pai, eles influenciarão de maneira impactante a sua geração (cf. Mt 5.13-16).

SÍNTESE DO TÓPICO IISamuel cresceu, desenvolveu-se e

aprendeu, do ponto de vista do minis-tério profético, com Eli.

III – O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA ATUALIDADE

1. O dom da profecia. O dom de profecia, disponível a todos os crentes, manifesta-se de forma sobrenatural e momentânea; encoraja, exorta e consola a Igreja; edifica de forma coletiva e individual o povo de Deus (1 Co 12.7-11; 1 Tm 4.14).

O dom de profecia é uma dádiva de Deus à sua Igreja. É maravilhoso saber que o Pai ainda fala diretamente com o seu povo.

2. O ministério de profeta no Novo Testamento. O emprego do termo “pro-feta”, no Novo Testamento, refere-se a determinados indivíduos chamados por Deus, a fim de entregar revelações es-pecíficas à Igreja; suas mensagens eram proclamadas com autoridade sobrenatural e reconhecidamente divina. Veja-se, por exemplo, o caso de Ágabo (At 11.28; 21.10).

Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas eram impulsionados extra-ordinariamente pelo Espírito Santo, para o exercício desse ministério. Não podemos confundir o ministério pro-fético com o dom de profecia.

3. Onde estão os profetas? Hoje, o Senhor continua a falar à sua Igreja por meio do ministério profético. Ainda temos homens que, à semelhança de Àga-bo, transmitem enunciados proféticos de maneira sobrenatural e extraordinária.

Todavia, eles não possuem autorida-de canônica da Bíblia Sagrada – a única regra infalível de fé e prática reconhe-cida pela Igreja de Cristo. Toda locução profética é passível de julgamento à luz da Bíblia Sagrada (1 Co 14.29).

A profecia é uma necessidade premente nos dias de hoje (1 Co 14.5).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Samuel era um líder nacional que exercia os ofícios de sacerdote e profeta. Ele aparece diversas vezes nos relatos do primeiro livro de Samuel, oferecendo sacrifícios pelo povo na consagração dos reis Saul e Davi e pelo exército de Israel (1 Sm 7.9; 9.12,13; 10.8; 13.8,9; 16.3,13). É reconhecido naquela geração como homem honrado ‘e tudo quanto diz sucede assim infalivelmente’ (1 Sm 9.6); ‘e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra’ (1 Sm 3.19). É todo-impor-tante que o homem de Deus tenha tal conceito diante do povo da cidade. É dever de todo cristão se comportar com decência e honestidade, pois o mundo observa a nossa vida, mas quem ocupa cargo de relevância precisa ter uma vida ilibada, deve ser um referencial para o povo, note que a boa fama de Samuel era conhecida por todos” (SOARES,

Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.24).

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22 Outubro/Novembro/Dezembro - 2019Lições Bíblicas /Professor

PARA REFLETIR

A respeito de “A Chamada Profética de Samuel”, responda:

• Onde está registrada a primeira menção de “profeta” nos livros de Samuel?A primeira menção que é feita sobre “profeta” no livro está registrada em 1 Samuel 2.27-36.

• Segundo a lição, o que o profeta seria?O profeta seria o porta-voz de Deus para que o povo obedecesse à vontade do Todo-Poderoso.

• Como Samuel se dirigiu a Eli após ouvir uma voz?Ao ouvir uma voz que o chamava pelo nome, pensando que fosse a de Eli, por três vezes se dirigiu a ele com todo respeito e temor (1 Sm 3.4,5).

• Como o dom de profecia se manifesta?O dom de profecia se manifesta de forma sobrenatural e momentaneamente.

• Segundo Atos 13.1 e 15.2, a que os profetas eram impulsionados?Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas eram impulsionados pela inspiração profética a entregar a mensagem de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO IIIO Senhor continua a falar à sua Igreja

tanto por meio do dom de profecia quanto pelo ministério profético.

Nunca houve algo semelhante à adivi-nhação, no ministério desses profetas.

Os que são usados regularmente pelo Espírito no exercício do dom de profecia na congregação, também são chamados profetas (1 Coríntios 14.29,32,37). A Bíblia adverte contra os falsos profetas que alegam ser usados pelo Espírito Santo, mas devem ser sub-metidos à prova (1 João 4.1)” (HORTON, Stanley. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.290-91).

CONCLUSÃOOnde estão os crentes usados por

Deus para falar extraordinariamente ao seu povo? Nestes últimos dias, precisamos de obreiros fiéis que busquem os dons do Espírito. Entretanto, estejamos vigilantes. Como já dissemos, todo enunciado pro-fético tem de passar, necessariamente, pelo crivo da Bíblia Sagrada.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Alguns profetas também eram usa-dos para predizer o futuro, como Ágabo em duas ocasiões (Atos 11.28; 21.11). Ele saiu de sua casa na Judeia para levar as mensagens de Deus. Em consequência da primeira, foi levantada uma oferta para ajudar a igreja em Jerusalém durante uma fome prevista e acontecida. Na segunda, a igreja foi avisada a respeito da prisão do apóstolo Paulo. Em nenhuma delas estava envolvida alguma nova doutrina. Nem foram dadas instruções quanto ao que a igreja devia fazer. Isto era assunto dos membros, mediante o Espírito Santo.

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232019 - Outubro/Novembro/Dezembro Lições Bíblicas /Professor

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.37. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

ANOTAÇÕES DO PROFESSOR

SUGESTÃO DE LEITURA

O conceito bíblico de Visão Profética para os crentes do século XXI.

Neste estudo completo você terá a chance de explorar a vida e a época dos profetas menores.

Escrita pelos principais expoentes da doutrina pentecostal brasileira. Uma ótima fonte de aprendizado e conhecimento.

Profetas e Visionários

Profetas Menores

Teologia Sistemática Pentecostal

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201924 Lições Bíblicas /Professor

A Degeneração da Liderança Sacerdotal

27 de Outubro de 2019

Lição 4

Verdade Prática

“E disse-lhes: Por que fazeis tais coi-sas? Porque ouço de todo este povo

os vossos malefícios.”

(1 Sm 2.23)

Evitemos o pecado a todo custo, pois a sua prática leva-nos ao mais baixo

nível espiritual e moral.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Lv 21.6,7Os líderes têm de viver o ideal da Palavra

Terça – Hb 5.4O obreiro tem de valorizar a vocação de Deus

Quarta – Mt 25.21A fidelidade é o caminho do êxito verdadeiro

Quinta – 1 Pe 5.3Os líderes têm de ser o exemplo dos fiéis

Sexta – Dn 5.21-23Não confunda o sagrado com o profano

Sábado – Ap 2.23Todo pecado contra Deus recebe sua sentença

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 25Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Evitar o pecado a todo custo e viver uma vida santa.

HINOS SUGERIDOS: 53, 354, 459 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Destacar a degeneração dos filhos de Eli;

Pontuar a sentença do juízo de Deus;

Mostrar as consequências do pecado.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Samuel 2.22-25

22 - Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajunta-vam à porta da tenda da congregação.

23 - E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios.

24 - Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR.

25 - Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar.

1 Samuel 3.10-14

10 - Então, veio o SENHOR, e ali este-ve, e chamou como das outras vezes:

Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.

11 - E disse o SENHOR a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Isra-el, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas.

12 - Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei.

13 - Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos exe-cráveis, não os repreendeu.

14 - Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a iniquidade da casa de Eli com sacrifício nem com oferta de manjares.

1 Samuel 2.22-25; 3.10-14

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201926 Lições Bíblicas /Professor

COMENTÁRIO

A presente lição trata da degradação da família de Eli. A vida cristã é um caminho de lutas. A todo tempo somos provados. Deus espera que nos ache-mos aprovados durante o processo. Para isso, precisamos ser vigilantes e, na força do Espírito Santo, não esmorecer na caminhada. Precisamos evitar o pecado a todo custo, viver uma vida santa e sincera com Deus. Aproveite essa oportunidade para conscientizar os alunos acerca da necessidade de uma vida devocional vigorosa. Deus deve ser honrado em toda a área de nossa vida!

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

INTRODUÇÃO

O tema desta lição é a degeneração da liderança sacerdotal da casa de Eli. Veremos que os filhos deste não cor-responderam aos propósitos divinos, e enveredaram pelo caminho do pecado, o que os fez deturpar as características do sacerdócio (Lv 21.6,7). Assim, Deus agiu de modo punitivo para com os filhos de Eli, pois eles, tendo conhecimento das leis divinas, não andaram por elas, mas degene-raram-se, abandonando as virtudes do verdadeiro sacerdócio. Quando Deus escolhe alguém para executar uma missão, deve este alguém observar rigorosamente a vontade divina.

I – A DEGENERAÇÃO DOS FILHOS DE ELI

1. Quando não valorizamos o que Deus nos deu. Segundo o relato bíblico, Eli era avançado em idade; tinha 98 anos (1 Sm 4.15). Seus dois filhos, Hofni e Fineias, por seu turno, também não valorizaram a posição que Deus lhes dera; degene-raram-se, transformando a Casa do Pai em lugar de imoralidades sexuais (1 Sm 2.22). Entretanto, devemos ponderar um ponto sobre o sacerdote Eli. Não se tem menção de abusos cometidos por ele; seu principal erro foi não corrigir os

pecados de seus filhos; ele já não tinha autoridade sobre estes. Foi um pecado por omissão e complacência. Logo, o Senhor não demoraria em derramar a sua ira sobre a Casa de Eli (1 Sm 3.12).

2. Fazendo uma troca. Os filhos de Eli trocaram o Senhor pelos prazeres da vida – o apóstolo Paulo menciona os que são mais amigos dos prazeres do mundo do que de Deus (2 Tm 3.4). Para

freá-los, pois o que faziam era por demais escandaloso, foi preciso uma

ação do próprio Deus (1 Sm 2.25; 4.10.11).Não barganhe a posição que o Pai

lhe concedeu; valorize o seu ministério, glorificando o Altíssimo e cumprindo a sua vontade. Os que se mantiverem fiéis serão grandemente honrados por Ele junto ao trono divino (Mt 25.21).

3. As consequências para quem peca contra Deus. Quando o homem comete um crime contra outro homem, aqui na Terra, há os tribunais humanos para julgá-lo, como Paulo nos lembra em Timóteo (1 Tm 1.9). Entretanto, para os pecados dos filhos de Eli, não haveria tribunal humano, pois eles pecaram direta e deliberadamente contra Deus. Como eles não se arrependeram, o juízo divino era inevitável. A ira de Deus se acenderia contra eles.

Os que estão à frente do rebanho do Senhor devem ser exemplo em tudo. É

O pecado deve ser evitado a todo custo.

PONTOCENTRAL

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 27Lições Bíblicas /Professor

preciso ser íntegro no ensino, incorruptível, reverente, digno e santo (Tt 2.7). Devemos ser conscientes de que Deus não tolera o pecado, principalmente, aos que ensinam e estão em posição de liderança (Tg 3.1).

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Ao introduzir a lição, faça um relato sobre os filhos de Eli: Hofni e Fineias. Inicie dizendo que esses dois filhos tinham a responsabilidade de cuidar do que era sagrado, principalmente, da Arca da Aliança (1 Sm 4.4). Eles viviam do sagrado. Ao profanarem a sacrali-dade do ministério, eles afrontaram a Deus. A história dos dois filhos de Eli chama-nos a atenção para o perigo de profanar o que é santo. Quando estamos exercendo um ministério há muito tempo, ou auxiliando em alguma atividade da igreja local, corremos o risco de ficarmos insensíveis às coisas espirituais, e tornarmos um burocrata da fé. Naturalmente, não é esta a vontade de Deus. Devemos nos precaver contra a apostasia e as ofensivas de Satanás.

Eli, o seu mestre. Tal experiência mostra que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, não se importa com a idade de alguém quando a questão é fazer a vontade divina (1 Sm 3.15-18).

2. Sentença pronunciada. Eli re-cebera uma sentença por meio de um profeta desconhecido: Deus iria punir os seus filhos (1 Sm 2.31). Prontamente, Eli aceitou a sentença que vinha da parte de Deus. Agora era a vez do menino Samuel. Ele não poderia mudar a mensagem, pois o que Deus lhe havia entregue estava na mesma direção do que entregara ao profeta desconhecido. Sim, Deus havia sentenciado a casa de Eli: viria morte e destruição sobre ela (1 Sm 3.12).

Esta sentença seria executada por intermédio da invasão dos filisteus à terra do povo de Deus. Ali, além de muita ma-tança, houve a captura da Arca da Aliança, símbolo da presença divina no meio do povo. Os filhos de Eli foram mortos. E, ao saber disso, e principalmente de que a Arca havia sido levada, Eli caiu e quebrou o pescoço; de imediato, sua nora entrou em trabalho de parto. Logo após, deu o nome ao seu filho, “Icabode”, a glória de Israel se foi, a fim de marcar a tragédia que se abateu contra aquela casa (1 Sm 4.18-22). Em seguida, ela morreu.

3. A desgraça da família de Eli. A desgraça sobre a casa de Eli veio como uma grande avalanche. Seus filhos, Hofni e Fineias, bem como a sua nora, morreram. Além disso, 85 sacerdotes pereceram. No reinado de Salomão, Abiatar (um sa-cerdote da linhagem de Eli) foi expulso e, a partir daí, a casa de Eli passou a ser preterida (1 Rs 1.7,8; 2.27,35).

As predições do profeta desco-nhecido e de Samuel se cumpriram na totalidade, ainda que levassem aproximadamente 130 anos para seu desfecho. Isso nos mostra que o pecado contra Deus tem a sua sentença, o seu

SÍNTESE DO TÓPICO IOs filhos de Eli não valorizaram

o que Deus lhes deu, trocaram pelos prazeres da vida e receberam as con-sequências por isso.

II – A SENTENÇA DO JUÍZO DE DEUS1. A experiência profética de

Samuel. Numa época em que era bem raro ouvir a voz de Deus, Samuel ouviu clara e reverentemente o Altíssimo (1 Sm 3.10). Nessa experiência, o jovem profeta recebeu uma séria e urgente comunicação divina: uma mensagem contra a casa de

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201928 Lições Bíblicas /Professor

juízo. O Novo Testamento corrobora tal assertiva. Veja o caso da igreja em Tiatira (Ap 2.23). A Bíblia revela que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).

SÍNTESE DO TÓPICO IIA sentença tratava-se da punição

de Deus aos filhos de Eli. Ela seria executada por intermédio da invasão dos filisteus.

foi tirada do sacerdócio. É bom lembrar que Eli não era somente pai, mas princi-palmente, sacerdote. Por isso, cabia-lhe a responsabilidade paternal e judicial; nisso ele falhou.

A Palavra de Deus nos mostra que, se os filhos não forem bem encaminha-dos, no caminho do Senhor (Pv 29.15), se tornarão uma vergonha aos seus pais e, se persistirem no erro, sofrerão conse-quências gravíssimas. Portanto, além de orarmos por nossos filhos, precisamos conduzi-los à comunhão com Deus (Dt 6.4-9), para, enfim, dizermos: “eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15).

2. Os males da falta de repreensão. Provérbios 15.10 diz que aquele que aborrece a repreensão morrerá. De acor-do com o hebraico, a palavra repreensão (heb. towkachath) quer dizer correção, censura, punição, castigo. Nesse sentido, o próprio Deus aplica a sua repreensão: “Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Pv 3.12). Por não atentar para ela, a casa de Eli padeceu. Muitos já não acreditam no juízo de Deus. Ele é justiça! Ele é Santo!

3. Pecados voluntários e delibe-rados não têm perdão. O apóstolo João disse que há pecados pelos quais não se deve orar (1 Jo 5.16). Esse tipo de pecado gera morte. Nesse caso, é im-possível que a pessoa se renove para o arrependimento. Entretanto, a Bíblia revela que o que confessa o pecado e o deixa, alcança misericórdia. Mas não houve misericórdia para os filhos de Eli, pois eles não se humilharam, não se quebrantaram na presença de Deus. Eles pecaram voluntária e deliberadamente; zombaram do Senhor.

Como seguidores de Jesus Cristo, tenhamos temor e tremor. O pecado voluntário e deliberado leva à morte eterna (Hb 10.26).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Prova de Samuel (3.1-17). A pri-meira mensagem que Samuel deveria entregar serviu como uma prova severa. Ele tinha um íntimo e afetivo relaciona-mento com Eli. Passaria ele a mensagem de iminente condenação com total hones-tidade? Em sua prova, Samuel prefigura o ministério de muitos dos profetas que o seguirão. A maioria dos profetas do AT foi chamada para advertir Israel da vinda dos julguemos divinos! Os profetas não foram especialmente populares no tempo em que viveram!” (RICHARDS, Lawrence. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capí-tulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.182).

III. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO 1. O preço do pecado. O pecado

sempre traz consequências. A Bíblia revela alguns exemplos sobre isso: (1) a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, a morte física e espiritual (Gn 3.1-7,23; Rm 5.12); (2) Acã e sua família perderam a vida (Js 7.24,25); (3) Ananias e Safira foram mortos (At 5.1-11). Como vimos, as consequências do pecado são trágicas. Eli tinha conhecimento do pecado de seus filhos, mas sua covardia era visível. Por causa de sua omissão e da irreverência de seus filhos, sua família

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 29Lições Bíblicas /Professor

CONCLUSÃOO pecado tem o seu salário. O pecado

tem as suas consequências. Por isso, se andarmos segundo a Palavra de Deus, se formos fiéis aos seus mandamentos e se procedermos com sinceridade e verdade, Deus nos confirmará em sua presença.

SÍNTESE DO TÓPICO IIIA família de Eli foi tirada do sacer-

dócio de Israel como consequência dos pecados de seus filhos.

do Senhor (24) – como as consequências sobre eles mesmos (25). A conduta ética imprópria – o pecado de um homem contra outro – poderia ser julgado nas cortes da lei; mas o pecado religioso contra Deus seria punido pelo próprio Senhor. Pelo fato de o termo hebraico traduzido como juiz ser há-Elohim, que também significa “Deus”, a ARA e outras traduções modernas trazem: ‘Pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro’, ou ‘Deus o julgará’” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.183).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“A razão do fracasso de Eli em lidar com a imoralidade de seus filhos pode ser explicada parcialmente em função de sua idade avançada. Tal imoralida-de era agravada por ser cometida no próprio Tabernáculo. A presença de mulheres ligadas ao funcionamento do Tabernáculo é expressa em Êxodo 38.8. O escândalo era evidente (2.24).

A advertência de Eli a seus filhos abrangia tanto o efeito da conduta deles sobre os outros – fazei transgredir o povo

PARA REFLETIR

A respeito de “A Degeneração da Liderança Sacerdotal”, responda:

• Em que consistia o pecado de Eli?Devemos ponderar um ponto sobre o sacerdote Eli. Não se tem menção dele cometendo abusos em seu ministério, mas seu principal erro foi não corrigir os abusos de seus filhos, perdendo, assim, sua autoridade sobre eles.

• Contra quem os filhos de Eli pecaram? Os filhos de Eli pecaram contra Deus.

• Na experiência profética de Samuel, que mensagem ele recebeu de Deus?Nessa experiência, o jovem profeta recebeu uma pesada comunicação divina: uma mensagem contra a casa de Eli, o seu mestre.

• Cite os exemplos de consequências do pecado. A Bíblia revela alguns exemplos as consequências do pecado: (1) a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, a morte física e espiritual (Gn 3.1-7,23; Rm 5.12); (2) Acã e sua família perderam a vida (Js 7.24,25); (3) Ananias e Safira foram mortos (At 5.1-11).

• Como seguidores de Jesus, o que devemos evitar?Como seguidores de Jesus Cristo, devemos sempre evitar o pecado voluntário e deliberado, pois nós temos a mente de Cristo (1 Co 2.16).

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201930 Lições Bíblicas /Professor

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Uma análise do que é o peca-do, com uma ampla visão de suas terríveis consequências.

Estudos aprofundados sobre temas relevantes e indispen-sáveis ao cristão.

Este livro oferece princípios básicos para interpretar e aplicar os Dez Mandamentos.

A Doutrina do Pecado

Doutrinas Bíblicas

Os Dez Mandamentos para os Dias de Hoje

ANOTAÇÕES DO PROFESSOR

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 31Lições Bíblicas /Professor

A Instituição da Monarquia em Israel

3 de Novembro de 2019

Lição 5

Verdade Prática

“Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a

Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos

teus caminhos; constitui-nos, pois, ago-ra, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.”

(1 Sm 8.4,5)

Antes de tomar uma decisão, o crente precisa buscar a orientação de Deus,

para que não venha a sofrer dolorosas consequências.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 1.6,7Procure corresponder à sua vocação espiritual

Terça – Nm 27.15-18Deus é quem escolhe a liderança de sua Igreja

Quarta – Mt 9.37,38Para uma liderança de qualidade é preciso orar

Quinta – Lc 6.12-14Jesus escolheu os seus discípulos em oração

Sexta – Lc 4.18Para fazer a obra de Deus é preciso unção do Espírito Santo

Sábado – Js 1.8Alimentar-se da Palavra é o segredo para o sucesso do ministério

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201932 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERALMostrar que para tomar decisões, o crente deve pedir orientação a Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conceituar monarquia;

Explicitar a escolha de Saul como rei;

Especificar o rei que o povo escolheu.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

HINOS SUGERIDOS: 78, 207, 342 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Samuel 8

4 - Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, 

5 - e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.

6 - Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR.

7 - E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele.

1 Samuel 10

1 - Então, tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o SENHOR por capitão sobre a sua herdade?

2 - Partindo-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em

Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas e anda aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho?

3 - E, quando dali passares mais adiante e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel: um levando três cabritos, o outro, três bolos de pão, e o outro, um odre de vinho.

4 - E te perguntarão como estás e te darão dois pães, que tomarás da sua mão. 

5 - Então, virás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de profetas que descem do alto e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e profetizará

6 - E o Espírito do SENHOR se apode--rará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. 

7 - E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.

1 Samuel 8.4-7; 10.1-7

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 33Lições Bíblicas /Professor

A vida cristã passa pela tomada de decisões. Tomá-las sem buscar a direção de Deus pode nos trazer grandes prejuízos. Assim, a lição desta semana trata de um tema importante do Antigo Testamento. O povo de Israel pediu um rei para ser igual às outras nações. A decisão do povo foi marcada pela aparência humana e dados superficiais. Tal pedido, mais adiante, trouxe graves conse-quências espirituais ao povo de Israel através do rei Saul. Aqui, encontra-se uma ótima oportunidade para refletirmos acerca do grau de dependência que temos do Senhor. Boa aula!

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Ao tratar da instituição da monar-quia em Israel, não podemos ignorar a soberania de Deus ao estabelecer essa forma de governo. Embora a monar-quia fosse um desejo nacional, Deus interveio e, segundo a sua vontade, estabeleceu essa forma de go-verno. Outrora, Ele levantava juízes em diversas regiões, mas agora Ele levantaria uma monarquia em Israel. Nesse sentido, estudaremos a razão da monarquia, a escolha do rei Saul, o primeiro rei de Israel e o mérito dessa escolha.

I – POR QUE A MONARQUIA?1. Um sentimento de orgulho na-

cional (8.4,5). O desvio de Israel teve origem em sua desobediência a Deus. Os israelitas só o buscavam em tempos de crise; então, davam ouvidos à men-sagem divina. Segundo a Bíblia, Deus chamou Israel para ser líder espiritual do mundo (1 Cr 17.21; Jo 4.22), mas a nação enveredou pelo mesmo caminho das outras nações. Assim, por meio do orgulho nacional, os israelitas foram levados a pedir um rei antes da hora. Nesse caso, adotar o regime monárquico,

segundo o modelo pagão, significava rejeitar a liderança divina representada por Samuel. Dessa forma, os israelitas escolheram uma política meramente humana, fugindo de sua real vocação sacerdotal e profética.

Há perigo quando o povo de Deus deixa a sua verdadeira

vocação para imitar as insti-tuições terrenas. Embora seja bíblico cumprir nossas obri-gações políticas e sociais, a vocação da Igreja é espiritual,

como afirmou Jesus: “O meu Reino não é deste mundo; se o

meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 8.36).

2. O fracasso dos filhos de Samuel. Este era o contexto dos israelitas: a Arca da Aliança não estava mais com o povo; havia ameaças constantes dos filisteus e os filhos de Samuel não andavam em caminhos retos. Nesse sentido, o pedido dos anciãos tocou o coração do profeta; pois ele sabia que os seus filhos não tinham condições morais nem espirituais para substituí-lo. Samuel era um líder fiel, sincero, verdadeiro e, embora fosse

O crente deve pedir direção a Deus para to-mar qualquer

decisão.

PONTOCENTRAL

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201934 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IO sentimento de orgulho nacional,

o fracasso dos filhos de Samuel e a re-jeição do plano de Deus contribuíram para o estabelecimento da monarquia.

duro ouvir, ele sabia que os anciãos falavam a verdade.

Biblicamente, não há problema em um filho de pastor vir a substituir o pai no ministério. Entretanto, isso não pode se dar por causa do amor paterno, mas pela vocação dada por Deus e confir-mada pela Igreja de Cristo (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). O dono da obra é o Senhor!

3. Rejeitando os planos de Deus (10.6,7). Escolher a monarquia, naquele contexto, era rejeitar o propósito divino. Foi algo deliberado do povo contra o plano estabelecido por Deus desde quando Israel ocupou a Terra de Canaã. Deus é onisciente. Ele sabia que esse momento chegaria (Dt 17.14). Assim, no tempo certo, o próprio Deus daria um rei com as qualidades necessárias. É preciso seguir essa diretriz no processo de sucessão de líderes. Não podemos perder a perspectiva de que é Deus que dá seus líderes à Igreja (Mt 9.38; Lc 10.2).

II – A ESCOLHA DE SAUL COMO REI 1. Por que Saul? Quando lemos o

livro de 1 Samuel, logo percebemos que o foco do autor sagrado é Davi, e não Saul. Se Saul foi o primeiro rei de Israel, por que o foco da narrativa não recaiu sobre ele? Podemos considerar que, num primeiro momento, o rei Saul foi ungido pela soberana vontade de Deus. Entretanto, ele reinou indiferente aos mandamentos divinos; era um rei falho, egoísta e ciumento. O propósito do autor sagrado é contrastá-lo com Davi, um homem segundo o coração de Deus.

2. A unção de Saul por Samuel (10.1). Na unção de Saul, alguns deta-lhes devem ser destacados. Samuel o beijou em sinal de afeição e admiração pessoal. A unção era feita com azeite de oliva. A cerimônia simbolizava a investidura divina para o exercício do cargo.

ro reinado de Israel, faça uma síntese a respeito de como Deus conduzia o seu povo até aquele derradeiro momento. Como sugestão para essa síntese, use o seguinte texto como auxílio: “[...] Desde os dias de Moisés Deus governava Israel através de sacerdotes e juízes especial-mente dotados com poder e habilida-de. Quando Samuel, o último dos juízes, envelheceu, o povo pediu um rei para que eles fossem como as nações que estavam ao seu redor. O repúdio que demonstravam estava dirigido a Deus e a uma caminhada de fé. Eles deseja-ram imitar as nações não simplesmen-te no governo, mas também no espíri-to, dependendo de suas próprias possi-bilidades e poder ao invés de depen-der do Senhor (1 Sm 8)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.1775).

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Ao introduzir a lição de hoje, que tem como tema a instituição do primei-

Não podemos perder a pers-pectiva de que é Deus que dá seus líderes à Igreja.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 35Lições Bíblicas /Professor

Os que são separados, por Deus, para a sua Obra, têm a unção do Espírito Santo – a capacidade que vem do alto para o exercício do Santo Ministério (Ef 4.11-14). Hoje, não necessitamos do azeite para a separação de obreiros para o ministério da Palavra; basta a imposição de mãos do presbitério (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6).

3. Os sinais de confirmação da unção (10.2-7). Três são os sinais que confirmaram a unção de Saul como o rei de Israel: (1) Saul encontra as jumentas perdidas de seu pai; (2) ele encontra três homens no Monte Tabor, um levando três cabritos, outro, três bolos de pão, e o outro, um odre de vinho; (3) a capacidade de profetizar pelo Espírito de Deus.

O primeiro sinal representava o trabalho que o rei teria; o segundo apontava para o sustento divino para a tarefa de Saul; e o terceiro, o rei reinaria sob o Espírito de Deus e, assim, salvaria Israel de seus inimigos.

Quem é chamado para o ministério precisa aplicar-se ao trabalho (Jo 5.17); sustentar-se pelo alimento sagrado, a Palavra de Deus (Dt 8.3; Mt 4.4); e estar cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). A jornada ministerial é pesada; por isso, é preciso estar centrado em Deus em todo o exercício ministerial.

SÍNTESE DO TÓPICO IISaul foi ungido rei por Samuel pela

vontade soberana de Deus.

O humilde trabalhador rural estava a caminho de tornar-se um líder militar e civil. O Espírito de Deus se apoderou dele (10) e os seus conhecidos, ao vê-lo, perguntavam uns aos outros: Está também Saul entre os profetas? (11), uma frase destinada a tornar-se famosa em uma época posterior, sob as mais extremas manifestações de 19.23-24. Tornou-se provérbio (12) não significa necessariamente a partir daquele momento, mas pode ter sido na época posterior narrada no capítulo 19. Os versos 6-11 mostram ‘A criação de um novo homem’, pois Samuel disse a Saul: te mudarás em outro homem, 6. Aqui temos (1) Reden-ção – Deus lhe mudou o coração em outro, 9; (2) Renovação – O Espírito de Deus se apoderou dele, 10; e (3) Reconhecimento – todos os que dantes o conheciam viram que eis que com os profetas profetizava; então disse o povo, cada qual ao seu companhei-ro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis?” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.197).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO“[...] Quando Saul se virou para

partir em direção à sua casa, Deus lhe mudou o coração em outro (9).

III – O REI QUE O POVO ESCOLHEU1. Uma escolha pautada na aparên-

cia. Saul rejeitou a Palavra do Senhor, assim, brevemente, Deus daria ao povo um rei segundo o Seu coração (1 Sm 13.13; 15.23). Entretanto, para o povo, Saul era um candidato que enchia os olhos. Fisicamente, era um homem notável (1 Sm 9.2). O povo não via nada além que a aparência humana; mas Deus, que sonda todas as coisas, conhecia o coração de Saul. Mesmo não sendo o rei ideal do ponto de vista divino, Deus o designou e o nomeou.

2. Os direitos do novo rei. O profe-ta Samuel esclareceu que o rei teria os seguintes privilégios: todos estariam

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201936 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIIA escolha do rei Saul foi pautada

pela aparência. Ele tinha privilégios e estabeleceu o novo sistema político em Israel.

CONCLUSÃODeus é o Senhor da história. Muitas

vezes não conhecemos seus caminhos nem propósitos, mas sabemos que sua vontade é sempre a mais perfeita e agradável. Não podemos perder de vista que o Pai é quem governa a nossa vida. Como cristãos, devemos buscar a bênção de que a nossa vontade e es-colhas estejam sempre bem alinhadas com as de Deus.

sob o poder do novo rei e prontos para servi-lo na guerra, no trabalho do campo e da cozinha real, na implantação de impostos, no confisco de escravos para o trabalho, na produção de perfumes, e na cobrança dos dízimos da produção – no Antigo Testamento essa é a única vez que se trata de dízimo cobrado pelo rei (1 Sm 8.10-17).

Assim, as exigências descritas por Samuel faziam parte do novo sistema político que o povo tanto desejava, um padrão desenvolvido pelas nações gentílicas. No Novo Testamento, há recomendação evangélica de como o cristão deve se portar na forma de governo político-temporal vigente (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-17).

3. O novo sistema político e o aspecto teológico. Deus sempre cui-dou de Israel; deu-lhe mandamentos, escolheu lideranças para representá-lo em momentos ímpares, fez com que o povo se arrependesse e se voltasse para Ele muitas vezes. Agora, não seria diferente. O Senhor não se afastaria da nação. Se originalmente esta não era a vontade de Deus, o Criador usaria esse modelo para guiar o seu povo. Ele já preparara um rei segundo o coração dEle (1 Sm 13.14).

Neste novo modelo, a liderança seria centralizada na pessoa do rei; sacerdotes e profetas representariam o conselho de Deus para o governo mo-nárquico. Assim, o Altíssimo conduziria o seu povo pela história.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO“Todos os anciãos de Israel (4)

vieram até Samuel, para demonstrar uma ampla insatisfação com a situação. A sua exigência de um rei se baseava em duas razões: já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos (5), além do desejo de que o rei pudesse ser o seu juiz ou líder e de que eles pudessem ser como todas as nações. Este desejo de adequar-se aos outros, rebelando-se contra as características divinas, foi uma fonte de problemas para o povo de Deus em todas as épocas.

O descontentamento de Samuel (6) não ocorreu porque o povo julgou que ele estava velho e que os seus filhos não eram dignos de sucedê-lo, mas porque pediram um rei – fato no qual ele via claramente implicações profundas com envolvimentos morais e espirituais. Os seus receios se confirmaram quando o Senhor lhe disse: o povo não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele (7). A nação já tinha uma triste história de rebelião e idolatria, e estava, agora, apenas fazendo a Samuel o que já havia feito ao Senhor (8). Esperava-se que o profeta concordasse com o pedido, mas ele protestou e claramente informou os líderes do resultado da sua escolha (9)” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.193).

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CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

PARA REFLETIR

A respeito de “A Instituição da Monarquia em Israel”, responda:

• Onde teve origem o desvio de Israel?O desvio de Israel teve origem em sua desobediência a Deus.

• Qual era o contexto dos israelitas quando pediram um novo rei?Este era o contexto dos israelitas: a Arca da Aliança não estava mais com o povo, havia ameaças constantes dos filisteus, os filhos de Samuel não andavam em caminhos retos.

• Qual o propósito do autor sagrado ao enfatizar o rei Davi e não o rei Saul?O propósito do autor sagrado é contrastá-lo as atitudes do rei Davi, que mostram um comportamento completamente diferente do de Saul.

• Cite os três sinais que confirmaram o reinado de Saul.Três são os sinais que o texto menciona para confirmar a unção de Saul como o rei de Israel: (1) Saul encontraria as jumentas perdidas de seu pai; (2) ele encontraria três homens no Monte Tabor, um levando três cabritos, outro, três bolos de pão, e o outro, um odre de vinho; (3) a capacidade de profetizar pelo Espírito de Deus.

• Cite, ao menos, três privilégios do rei de Israel.Todos estariam sob o poder do novo rei e prontos para servi-lhe na guerra, no trabalho forçado na terra, no trabalho da cozinha real, na apropriação de terras para que fossem dadas aos ministros do rei.

SUGESTÃO DE LEITURA

Conheça a história deste povo e posicione-se do lado certo nesta guerra que tem abalado o mundo.

Don Cousis incentiva a lide--rança a usar os dons dados por Deus para guiar a igreja.

Assuntos de extrema im-portância para aqueles que apascentam ou apascentarão ovelhas do Reino de Deus

Em defesa de Israel

Liderança Espiritual

Manual do Pastor Pentecostal

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201938 Lições Bíblicas /Professor

A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus

10 de Novembro de 2019

Lição 6

Verdade Prática

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade

e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.”

(1 Sm 15.23)

Ao cristão nascido de novo não cabe praticar o pecado da rebeldia, pois fazê-lo é reviver a velha natureza.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 10.21É sempre perigoso trilhar o caminho da rebeldia

Terça – 1 Pe 1.23O pecado da rebeldia não é coisa de quem nasceu de novo

Quarta – 1 Co 10.5Andar na rebeldia é perder os privilégios divinos

Quinta – Pv 17.11Evitemos proceder como os rebeldes

Sexta – Js 1.8 O cristão deve ter o cuidado de proceder conforme o que está na Palavra

Sábado – Sl 40.1O servo de Deus deve esperar sempre com paciência

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 39Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Ressaltar que ao crente nascido de novo não cabe praticar o pecado da rebeldia.

HINOS SUGERIDOS: 28, 270, 305 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Definir rebeldia;

Explicar a rebeldia de Saul;

Caracterizar a liderança sem critérios de Saul.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

17 - E disse Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel? E o SENHOR te ungiu rei sobre Israel.

18 - E enviou-te o SENHOR a este cami- nho e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que os aniquiles.

19 - Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR? Antes, voaste ao despojo e fizeste o que era mal aos olhos do SENHOR.

20 - Então, disse Saul a Samuel: Antes, dei ouvidos à voz do SENHOR e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente; 

21 - mas o povo tomou do despojo ove-lhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal.

22 - Porém Samuel disse: Tem, por-ventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o

sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.

23 - Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqui-dade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.

24 - Então, disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz.

25 - Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR.

26 - Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do SENHOR, já te rejeitou o SE--NHOR, para que não sejas rei sobre Israel. 

27 - E, virando-se Samuel para se ir, ele lhe pegou pela borda da capa e a rasgou.

28 - Então, Samuel lhe disse: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Samuel 15.17-28

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201940 Lições Bíblicas /Professor

O orgulho é um fator determinante para o pecado de rebelião. Geralmente, a ausência de humildade, a disponibilidade para o serviço altruísta, leva o ser humano a desenvolver uma personalidade egoísta e orgulhosa. Quando se permite ao orgulho dominar o coração, o processo de rebelião está preste a ser instalado. Cultivar a submissão, a humildade e a obediência é o antídoto necessário para remover o “espírito da rebelião”, “porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria” (1 Sm 15.23).

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição trataremos sobre a rebeldia de Saul e de sua rejeição por parte de Deus. Figuradamente, Israel foi comparado a uma vaca rebelde que se rebelou contra Deus (Os 4.16). A Bíblia mostra que há castigo divino para quem trilha o caminho da rebeldia (Nm 17.10; 20.24; Rm 10.21; 1 Tm 1.9). É isso o que estudaremos aqui, tomando como exemplo Saul, o primeiro rei de Israel.

I – DEFINIÇÃO DE REBELDIA

1. Conceito. A rebeldia é ca-racterizada como um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso. Na Bíblia, há exigências constantes para que o servo de Deus evite a rebelião, quer seja contra Deus, quer seja contra os pais, os líderes e as autoridades.

2. O aspecto bíblico. Algumas passagens do Antigo Testamento, como por exemplo, Jeremias 3.23 e 31.22, apontam a nação de Israel como filhos e filhas rebeldes, que escolheram o mal para desenvolver uma vida de pecado. No livro de Oseias, Israel é comparado a uma vaca rebelde (Os 4.16), uma lin-guagem campestre em que o fazendeiro realça a rebeldia do animal. Portanto, o

real significado de rebeldia no Antigo Testamento é uma ênfase ao retorno de um “servo de Deus” às mais horrí-veis práticas pecaminosas, incluindo também a adoração aos ídolos.

O cristão não pode viver na prática da rebeldia, visto que no seu ser há uma nova natureza implantada por Cristo

Jesus (2 Co 5.17; 1 Pe 1.23); prati-cá-la é o mesmo que chamar a

natureza velha para que reine outra vez − e a ordem de Paulo é que ela não reine (Rm 6.12).

3. O cristão e a rebelião. A Bíblia ensina ao cristão res-

peitar todas as autoridades, inclusive os líderes da igreja; jamais

ser insubmisso, rebelar-se (Rm 13.1), mas tendo como dever orar por elas (1 Tm 2.1,2). Entretanto, segundo as Escrituras, o cristão não deve sujeitar-se a uma autoridade quando a prioridade da justiça está em risco e quando há violação aos princípios bíblicos (At 5.29); mesmo assim, o ato de não submeter-se ao erro não significa liberdade para usar de ataques com palavras indecorosas, motins e exposições em redes sociais. O Antigo Testamento mostra os três amigos de Daniel que não se sujeitaram à ordem do rei, sendo preparados para serem lançados no fogo; entretanto, ainda assim, demonstraram respeito

O crente nascido de novo não deve praticar o pecado

de rebelião.

PONTOCENTRAL

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 41Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IA rebeldia é caracterizada como

um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso.

para com o monarca, não pronunciando palavras ofensivas (Dn 3.16,17). O ver-dadeiro cristão mede bem as palavras, pois sabe que disso depende também a sua vida espiritual (Mt 12.37).

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Para ajudá-lo a elaborar a introdução de sua aula, reflita sobre o seguinte texto: “O rei de todos os pecados é o orgulho. Nenhum outro pecado é maior que ele. Além do orgulho ou presunção, todos os outros vícios – embriaguez, pecados sexuais, cobiça, mau gênio, violência – não passam de insignificâncias comparados à montanha do orgulho. O orgulho é o pecado que transformou Lúcifer em inimigo de Deus. Satanás se recusou a submeter-se a Deus; ele quer ser líder. John Milton comenta, em seu Paraíso Perdido: ‘Satanás decidiu que era melhor reinar no inferno do que servir no céu’. O orgulho nos torna independente de Deus, e a independência está diametralmente oposto à adoração. É por isso que devemos nos submeter a Deus e resistir ao Diabo” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.161).

pecados estava completa (Êx 17.8-13; Dt 25.17,18). Tudo deveria ser destruído e banido, pois os amalequitas estavam sob o julgamento divino. Essa ação divina era para evitar que o mal deles se espalhasse cada vez mais. Entre-tanto, nada dos amalequitas deveria ser saqueado ou roubado, pois não tratava-se de uma guerra qualquer. O que não poderiam ser queimado, como o ouro, a prata e o ferro, seriam objetos solenes de consagração a Deus.

Mas Saul não obedeceu à ordem divina. Juntamente com duzentos mil homens de onze tribos e outros dez mil de Judá, lançou-se à batalha, não destruiu o rebanho do inimigo e ainda preservou a vida do rei Agague. O mal que Saul poupou não tardaria de lhe atingir. Note que foi um amalequita que afirmou ter matado Saul (2 Sm 1.1-10).

2. Deus se “arrependeu” em relação a Saul. Foram duas as razões para isso: Saul deixou de seguir e de executar a vontade de Deus. A Palavra “arrepen-der-se”, oriunda do hebraico nacham, significa “sentir profundamente, lamen-tar”. Referindo à pessoa de Deus, essa expressão pode ser compreendida como mudança em relação à pessoa de Saul. Deus não tolera o pecado e, dessa forma, não poderia deixar que Saul continuasse dirigindo o Seu povo. Por isso, por meio de Samuel, Ele o rejeitou. A desobediência, a teimosia e a rebelião do primeiro rei de Israel atraíram a ira de Deus.

O prazer de Deus não está em sacrifícios, mas na obediência do ser humano à sua Palavra. Mais do que um belo sermão, ou de grandiosas construções, Deus requer de seu povo a obediência (Sl 50.13-14).

3. “A rebelião como pecado de feitiçaria”. Essa expressão traz a ideia de “uma decisão por meio de adivinhação ou de lançamento de sorte”, uma atitude obs-

II – A REBELDIA DE SAUL1. Não cumpria com a ordem divina.

Por ordem expressa de Deus, Samuel ordenou a Saul que matasse os ama-lequitas porque a medida dos seus

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201942 Lições Bíblicas /Professor

tinada e teimosa. E a expressão “porfiar é como iniquidade e idolatria” refere-se ao engano de um ídolo, demonstrado na arrogância de quem pratica a idolatria. No texto está claro que as expressões falam de apostasias. A primeira, a respeito da negação da autoridade divina; a segunda, a de reconhecer outros poderes acima de Deus. Nesse contexto, o profeta Samuel afirma que não há valor em sacrifícios a Deus quando se quebra um de seus man-damentos por desobediência deliberada. Quem age assim coloca a sua vontade no lugar da de Deus. Por isso a rebelião é tão maléfica quanto à adivinhação, pois ela rouba o lugar da glória de Deus.

A insolência e a arrogância de Saul revalam a tentativa de ele se impor no lugar de Deus. Era como se as regras da guerra fossem dele, esquecendo-se de que Deus não dá a sua glória a ninguém (Is 42.8). De fato, Lutero estava certo quando disse: “diante da Palavra eu é que tenho que me render; nenhum de nós jamais pode e deve querer impor nossa vontade perante as ordens do Senhor”.

SÍNTESE DO TÓPICO IIA rebeldia de Saul era caracterizada

pela sua desobediência à ordem divina.

Submissão é a disposição para afrouxar as rédeas. Um líder forte deve estar disposto a submeter-se. Políticos e empresários devem louvar essa qualidade. Os ministros devem possuí-la. O líder submisso diz: Não preciso estar no controle. Estou compro-metido até o ponto em que posso deixar de lado a autoridade. Vou submeter a mim mesmo e o que faço a outros. A submissão é autoimposta. Não fazemos isso por nossa própria causa. Por que a submissão é tão importante na vida do crente? Porque ela nos protege da natureza perversa e inata oculta dentro de nós” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.153-54).

SUBSÍDIO VIDA CRISTÓTodos os que fomos acusados po-

demos arranjar álibis e racionalizar o que fizemos, mas sei em meu íntimo onde erramos. Achávamos difícil, senão impossível, submeter-nos a outros que não concordavam com a nossa maneira de agir. Várias pessoas nos disseram o que não queríamos ouvir, mas nos recusamos a escutá-las. Esse foi o nosso maior pecado. Há segurança na submissão. Mas aprendi a lição tarde demais. O que é submissão?

III. SAUL: UM LÍDER SEM CRITÉRIOS1. Não sabia esperar. Uma das provas

de que Saul não tinha critérios para a liderança era a sua impaciência. Ele não sabia esperar. Samuel já havia dito para Saul esperar até a sua chegada (1 Sm 10.8). Infelizmente, o rei de Israel não o fez (1 Sm 13.8-13). Essa ordem era para que Saul esperasse, antes de começar qualquer invasão, pois ele deveria colocar tudo diante de Deus, apresentando sa-crifícios, como havia feito antes (1 Sm 7).

A falha principal de Saul não foi ter oferecido sacrifício, mesmo ele não sendo sacerdote, mas foi não esperar o profeta Samuel para receber a bênção de Deus.

Na obra de Deus é preciso capaci-dade para esperar. O salmista esperou com paciência (Sl 40.1). Deus age no momento certo em nosso favor. Espe-remos no Senhor!

2. Saul: o rei rejeitado. Destacamosa rejeição de Saul por causa do pecado de não atentar à voz de Deus (1 Sm 13.13). Foram muitas as característi-cas que marcaram a rebelião de Saul: irreverência com a ordem de Deus, voto tolo, infidelidade na guerra contra os

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 43Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIISaul não sabia esperar, assim, esta

característica contribuiu para a sua rejeição.

amalequitas e desobediência às palavras do Senhor. Assim, Deus rejeitou a Saul!

Essa história nos mostra que de-vemos, irrestritamente, obedecer aos desígnios de Deus e servi-lo de todo o coração. O Pai deseja que andemos todos num só propósito!

Porém Davi, três mil anos mais tarde, continua nas manchetes. Ainda chama-mos Jerusalém ‘Cidade de Davi’, a cidade do rei. A rebelião reflete insegurança. Quando nos submetemos, porém, damos uma firme impressão de calma e força. Howard Butt também escreve: ‘A coroa da liderança cristã é uma coroa de espinhos brilhantes. A coroa da revolução se desin-tegra. A coroa da submissão é exaltada” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.160).

CONCLUSÃOO que é ter sucesso no ministério? É

ter agenda concorrida? Um estilo de vida confortável? Não. O sucesso do ministério não está somente em ser separado para um cargo, mas sim na obediência com-pleta ao Deus da Palavra. Assim, Salomão escreveu: “é melhor o fim das coisas, do que seu princípio” (Ec 7.8). Que Deus nos ajude a obedecer e a viver para sua glória!

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ “A coroa da Submissão. O Antigo

Testamento oferece um contraste nos estilos de liderança. Saul representa a rebeldia; Davi personifica a submissão. Dois reis, duas coroas, dois estilos: um é exaltado, o outro, extinto. O rei Saul é rejeitado e esquecido no pó da história.

PARA REFLETIR

A respeito de “A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus”, responda:

• Defina rebeldia.A rebeldia é caracterizada como um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso.

• Por que o cristão não pode viver na prática da rebeldia?O cristão não pode viver na prática da rebeldia, visto que no seu ser há uma nova natureza implantada por Cristo Jesus (2 Co 5.17; 1 Pe 1.23).

• Por que tudo dos amalequitas deveria ser destruído?Tudo deveria ser destruído e banido, pois os amalequitas estavam sob o julgamento divino.

• Qual o sentido da palavra “arrepender-se”?A Palavra “arrepender-se”, oriunda do hebraico nacham, significa “sentir profundamente, lamentar”.

• O que nos mostra a história de Saul?Essa história nos mostra que devemos, irrestritamente, obedecer aos de-sígnios de Deus e servi-lo de todo o coração

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201944 Lições Bíblicas /Professor

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.39. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Uma verdadeira enciclopédia sobre temas que auxiliam na compreensão da Bíblia, tais como locais, nomes, termos teológicos e doutrinas importantes.

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Quem está em pé olhe para que não caia.

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ANOTAÇÕES DO PROFESSOR

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 45Lições Bíblicas /Professor

Davi é Ungido Rei 17 de Novembro de 2019

Lição 7

Verdade Prática

“Então, Samuel tomou o vaso do azei-te e ungiu-o no meio dos seus irmãos;

e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de

Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá.”(1 Sm 16.13)

O propósito da unção é capacitar o obreiro para desempenhar a obra de

Deus e, com autoridade, vencer os gigantes.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Is 61.1Ungido para a obra de Deus

Terça – 2 Co 1.21,22O cristão tem a unção do Espírito

Quarta – At 1.8Ungido pelo Espírito para testemunhar com ousadia

Quinta – 1 Jo 2.20,27Ungido para o entendimento

Sexta – Is 55.8A escolha de Deus segundo o seu conselho

Sábado – Mc 10.45Sendo um bom servo para servir

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201946 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERALConscientizar que o propósito da unção é capacitar o obreiro para desempenhar

a obra de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar a unção de Davi como rei;

Delinear a virtude de serviço do rei Davi;

Retratar Davi como um guerreiro.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

HINOS SUGERIDOS: 147, 224, 310 da Harpa Cristã

1 - Então, disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar--te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.

2 - Porém disse Samuel: Como irei eu? Pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então, disse o SENHOR: Toma uma bezerra das vacas em tuas mãos e dize: Vim para sacrificar ao SENHOR.

3 - E convidarás Jessé ao sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem eu te disser.

4 - Fez, pois, Samuel o que dissera o SE- NHOR e veio a Belém. Então, os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda?

5 - E disse ele: É de paz; vim sacrificar ao SENHOR. Santificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e os seus filhos e os convidou ao sacrifício.

6 - E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.

7 - Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não

vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

8 - Então, chamou Jessé a Abinadabe e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este tem escolhido o SENHOR.

9 - Então, Jessé fez passar a Samá, porém disse: Tampouco a este tem escolhido o SENHOR. 

10 - Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido estes.

11 - Disse mais Samuel a Jessé: Aca-baram-se os jovens? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e manda-o chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui.

12 - Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblan-te, e de boa presença). E disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é.

13 - Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Samuel 16.1-13

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 47Lições Bíblicas /Professor

Os pentecostais ensinam que tudo o que fizermos para obra de Deus tem de estar sob a direção do Espírito Santo. Este nos capacita para fazermos qualquer obra no Reino de Deus. Com esta perspectiva, a lição desta semana deve ser conjugada com o entendimento bíblico de nossa tradição. Procure sempre enfatizar aos alunos que, para qualquer empreendimento no Reino de Deus, devemos executá-lo sob a capacitação do Espírito. À luz do livro de Atos dos Apóstolos, o Batismo no Espírito Santo é a capacitação divina para o empreendimento da evangelização.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O conceito de unção é do Antigo Testamento; destinava-se a sacerdotes e reis, para que estes exercessem com êxito suas funções e ministérios (Êx 40.13-15; 1 Sm 9.16); profetas também eram ocasionalmente ungidos, segun-do a determinação divina (1 Rs 19.16). Nesta lição, veremos que a temática da unção de Davi é um clássico bíblico, pois ela trata da capacitação de servos de Deus para desem-penharem funções na obra divina. A unção do rei Davi, por intermédio de Samuel, é uma declaração da escolha divina para cumprir seus propósitos.

I – DAVI: O REI UNGIDO1. Significado e propósito da unção.

No hebraico, há duas palavras para unção − suk e mashah. A palavra suk aponta para a unção com o óleo sobre o corpo ou a cabeça de um convidado (Dt 28.40; Rt 3.3). A palavra grega que corresponde ao hebraico suk é aleipho (Lc 7.38,46), que pode referir-se ao ato de ungir os enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14). Quanto à palavra mashah, a ideia é a de cobrir ou untar. Dela deriva o substantivo mashiah (Messias).

A palavra grega chrio se relaciona com mashah, daí o nome “Cristo”. No Antigo Testamento, a palavra preferí-vel para a prática da unção religiosa é

mashah: unção de pedra (Gn 31.13); dos sacerdotes (Êx 28.41; 29.7,36),

dos reis (1 Sm 9.16), dos profe-tas (1 Rs 19.16) e de objetos diversos (Êx 30.26-28).

Nesse sentido, o ato da unção busca mostrar que a

pessoa ou o objeto ungido fora especialmente separado para o

serviço de Deus, tornando-se assim, intocável (1 Sm 24.6).

2. O simbolismo da unção. Como um ato ordenado por Deus, a unção passou a simbolizar o derramamento do Espírito do Senhor (1 Sm 10.9; Is 61.1). O termo mashah do Antigo Testamento, que no Novo é chrio, refere-se à unção do Messias que viria (Sl 45.7; Dn 9.24). Assim, o Novo Testamento mostra que essa unção estava sobre Jesus (Lc 4.18). Pedro fez menção dessa unção sobre o Filho de Deus (At 10.38); e Paulo descreveu essa mesma unção sobre os cristãos (2 Co 1.21,22).

A unção no Antigo Testamento destinava-se à separação de alguém

A unção capacita o obreiro para desempenhar a obra de Deus

PONTOCENTRAL

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SÍNTESE DO TÓPICO IO ato da unção busca mostrar que a

pessoa ou o objeto ungido fora especial-mente separado para o serviço de Deus.

para algum ofício. No Novo Testamento, está relacionada a Cristo, como Filho de Deus e Salvador do Mundo, e aos cristãos, no sentido de dotar-nos de poder para testemunhar as verdades do Evangelho (At 1.8; 1 Jo 2.20,27). A verdadeira unção é ordeira, decente e tem como alvo a glória divina e a expansão do Reino de Deus.

3. A unção sobre Davi. Alguns detalhes importantes cercam 1 Samuel 16.1-13 por ocasião da unção de Davi por Samuel. O autor sagrado destaca o sentimento humano de Samuel, o qual gostava muito de Saul, mas o profeta estava no querer de Deus. Devido a seus pecados, Saul não poderia continuar como rei. Então Deus busca na casa de Jessé, o belemita, neto de Boaz e Rute, um de seus filhos para reinar (Rt 4.17).

Conhecendo bem Saul, Samuel tinha consciência de que a missão de ungir um novo rei seria difícil. Por isso, ele foi orientado por Deus a fazer um banquete e um sacrifício naquela região. Como representante de Deus, muitos o temeram, mas Samuel relatou que sua ida era de paz.

Os filhos de Jessé passaram diante do profeta, mas nenhum deles foi esco-lhido, embora Samuel se impressionasse com a postura e aparência dos jovens. Entretanto, um estava ausente, cuidando dos haveres da família. Davi foi ungido em meio aos seus irmãos e, a partir daí, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi, concedendo-lhe sabedoria, poder, orientação, para que pudesse cumprir os propósitos divinos.

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Inicie o tópico com a seguinte pergunta: O que é unção? Ouça aten-ciosamente cada resposta. Em seguida, explane sobre o assunto de acordo com o primeiro tópico. Ao final do tópico, resuma o conteúdo a fim de que alguma dúvida identificada nas respostas do aluno seja superada.

II – DAVI: O REI QUE ERA SERVO1. O ungido servindo. A unção de

Deus não tira a nossa atitude de servos. Davi, sendo ungido, não abandonou sua posição de servo e fez isso até que chegasse o momento de assumir o trono. Sua atitude de servo foi estra-tégica, para que Deus o colocasse na corte de Saul, local de onde os planos divinos seriam executados. No relato do encontro de Davi com Saul, deve-se entender que tais acontecimentos não se seguem em ordem cronológica. To-davia, o mais importante é vislumbrar a promessa divina em curso, pois Davi crescia enquanto Saul decrescia.

2. O Espírito do Senhor se retira de Saul. O Espírito de Deus se afastou de Saul. Este, por sua vez, passou a ser assombrado por um espírito mau que ali estava por expressa permissão do Senhor. Para acalmar essa profunda melancolia na alma, o servo Davi foi convidado e levado à corte pela graça de Deus e por suas virtudes: tinha boa aparência, talento, capacidade de aprender e compreender as coisas; era bom guerreiro e o Senhor era com Ele (1 Sm 16.18).

3. Deus levanta autoridades. Davi esteve muito tempo com Saul, mas em momento algum relatou a unção de Samuel sobre sua vida; ou tentou aproveitar-se da vulnerabilidade do rei para matá-lo e assumir o reinado; antes,

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participou de lutas em seu favor. Só no momento certo é que foi aclamado rei. É Deus que levanta e dá a autoridade.

Deus pode levar crentes a grandes postos. Entretanto, é preciso aprender a servir, ter atitude de servo, pois foi esse o exemplo que Jesus nos deixou: servir a todos (Mc 10.45; Fp 2.7).

SÍNTESE DO TÓPICO IIDavi não abandonou sua posição

de servo e fez isso até que chegasse o momento de assumir o trono.

SUBSÍDIO TEOLÓGICONeste tópico é importante aplicar a

perspectiva do serviço cristão no mundo atual. Para isso, considere o seguinte trecho teológico: “Diakonia (‘serviço’, ‘ministério’). São os esforços no serviço a Cristo que continuam o ministério encarnacional que Ele realizou e que nos ajuda a realizar. O caráter desse ministério é servir; não imita o padrão da autoridade ou do propósito que este mundo impõe. A essência do ministério tem sido exemplificada por Cristo de uma vez para sempre (Mc 10.45) e, como consequência, servimos a Cristo por meio de servir à criação que está debaixo do seu senhorio. A dimensão de serviço no ministério leva-nos, além de divulgar as boas-novas com denodo e coragem, a participar do desejo de Deus que é alcançar de modo prático os marginalizados da sociedade. As pessoas que não têm ninguém para pleitear a sua causa, e que se encon-tram desconsideradas e abandonadas, também foram criadas à imagem de Deus” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecos-tal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.604).

III – DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO

1. O gigante Golias. Depois de ungido, Davi tem diante de si um gran-de desafio, o qual foi temido por todo Israel: lutar contra Golias. Tendo este aproximadamente três metros de al-tura, era um sobrevivente da raça dos gigantes anaquins, um remanescente que se refugiou em Gaza, Asdode, na ocasião da execução feita por Josué, das montanhas de Judá (Js 11.21,22).

Esse gigante tinha uma couraça feita de metal em escama que lhe guar-dava todo o corpo; todas as armas de defesa desse guerreiro eram de bronze e as de ataque, de ferro. O desafio de Golias era que fosse separado apenas um homem para decidir o conflito − esse tipo de luta era comum.

O silêncio de Saul e a apatia do povo eram resultado do afastamento do Espírito Santo de Deus.

2. Davi, ungido e cheio de fé. Davi continuava sua missão de servo: ele não ficava permanentemente na casa de Saul, mas sempre voltava para a casa de seu pai, ficando a cuidar das ovelhas. Davi era jovem e não estava pronto para a guerra − isso aos olhos dos homens. Mas Deus usou essa impossibilidade, para fazer a apresentação do futuro rei de Israel, o seu escolhido.

O pai de Davi envia-o ao acampa-mento para dar provisão aos seus irmãos e, ali, ele viu a afronta do gigante, que já vinha desafiando o povo de Deus há 40 dias. Mesmo com sua proposta, Saul não encontrou alguém que estivesse pronto a enfrentá-lo. Davi perguntou para alguém o que seria dado àquele que matasse o filisteu e tirasse a afronta de sobre Israel, o qual relatou os prêmios: grandes rique-zas, a filha do rei como esposa e isenção de impostos (1 Sm 17.25-27).

Quando chamado por Saul, Davi contou suas experiências em lutar contra

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o urso e o leão, para proteger o rebanho de seu pai, e da mesma forma ele protegeria o rebanho do Deus vivo das ameaças de Golias. Quem é ungido e confia no poder Deus não teme o inimigo, por mais feroz que este se apresente, antes, entra na batalha confiante, sabendo que podemos vencer (2 Co 1.10; 2 Tm 4.17,18).

3. As armas do garoto. Davi atribui a vitória que obteve sobre o urso e o leão não à sua habilidade, mas a Deus. Sendo assim, sua base para lutar contra Golias é a fé em Deus. Saul tentou preparar huma-namente Davi para a guerra, pondo nele as suas armas, sem sucesso. O garoto as deixou de lado, e tomou seu cajado, sua funda e cinco pedras. O cajado era usado para ajudar na caminhada e enxotar os cães ferozes; a funda era usada por pas-tores e, para quem soubesse fazer bom uso, ela se tornava uma arma perigosa, como no caso dos benjaminitas (Jz 20.16).

Davi lançou a pedra com sua funda, acertando o gigante, que caiu atordoado. Prontamente Davi toma dele a espada e lhe corta a cabeça. O garoto venceu essa batalha porque confiou em Deus e dependeu exclusivamente da armadura divina, e não das armas de Saul, que são uma referência aos recursos apenas hu-manos. O cristão que deseja ser vitorioso contra as forças de Satanás precisa se revestir da armadura de Deus (Ef 6.13-17).

4. O contraste entre Davi e Golias. Humanamente, era impossível Davi vencer Golias, visto que este era um gigante, e Davi, um jovem comum; mas todo o diferencial estava na unção que Davi recebera e a fé que tinha em Deus. Paulo disse que o cristão anda por fé, não por vista (2 Co 5.7).

Enquanto todos temem o desafio do gigante, Davi responde com segu-rança por confiar no Senhor. Ele não entraria nesse combate com os ideais de Golias, que buscava manter sua fama

SÍNTESE DO TÓPICO IIIDavi derrotou o gigante Golias sob

a unção de Deus.

de grande guerreiro, um campeão de batalhas; pelo contrário, todas as vezes que era necessário lutar, Davi procurava saber a orientação do Senhor, pois ele não guerreava suas guerras, mas sim as de Deus (1 Sm 22.10; 23.2,4.10; 30.8; 2Sm 2.1), pois seu propósito era exaltar o nome do Altíssimo.

Nossas batalhas não devem ser pela busca de nossa glória, honra ou destaque pessoal, mas pela glória de Deus (Rm 11.36).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICOAqui, vale a pena fazer uma compa-

ração entre Davi e Golias, conforme este trecho: “Um homem de estatura gigan-tesca, Golias, de Gate (4), apresentou-se como o campeão dos filisteus, e desafiou um oponente do exército de Israel – uma prática comum nas antigas táticas de guerra. Ele tinha mais de dois metros e oitenta centímetros de altura, usava uma armadura que pesava cerca de sessenta e oito quilos, e a haste de sua lança era como um eixo de tecelão, cuja ponta pe-sava cerca de nove quilos. O côvado era a distância desde a ponta do cotovelo até a extremidade do dedo médio, cerca de quarenta e cinco centímetros. O palmo era a distância entre a ponta do mindinho até a ponta do polegar, quando os dedos estão esticados, e mede em torno de quinze a vinte centímetros. Grevas (6), perneiras. Escudo, ou seja, dardo. Ouvindo, então, Saul e todo o Israel... espantaram-se e temeram muito (11). Os israelitas sabiam que Saul, o homem mais alto e mais forte do exército, deveria ser campeão de Israel.

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PARA REFLETIR

A respeito de “Davi é ungido Rei”, responda:• O que o ato da unção passou a simbolizar?Como um ato ordenado por Deus, a unção passou a simbolizar o derrama-mento do Espírito do Senhor (1 Sm 10.9; Is 61.1).

• Qual a diferença entre a unção do Antigo e do Novo Testamento?No geral, entendemos a unção no Antigo Testamento como separação de alguém para algum ofício. No Novo Testamento ela está relacionada a Cristo e aos cristãos, no sentido de dotar o cristão de poder para testemunhar as verdades do Evangelho (At 1.8; 1 Jo 2.20,27).

• O que Davi não abandonou?Davi, sendo ungido, não abandonou sua posição de servo e fez isso até que chegasse o momento de assumir o trono.

• Qual foi o grande desafio de Davi?Após ungido, Davi tem diante de si um grande desafio, o qual foi temido por todo Israel: lutar contra Golias.

• Com que Davi matou o gigante?Davi lançou a pedra com sua funda, acertando o gigante, o qual caiu ator-doado com a espada.

CONCLUSÃODeus procura homens e mulheres

para entregar-lhes grandes responsa-bilidades. Ele não conta somente com a posição física, social, intelectual de alguém, mas para sua condição espi-ritual, por isso Ele olha o coração do ser humano, e não somente o exterior. Foi dentre os filhos de Jessé que Deus serviu-se de um servo, segundo o seu coração (1 Sm 13.14).

Deus unge e separa pessoas humil-des para sua obra, que estejam prontas para viver pela fé e que não temam enfrentar o inimigo.

E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá (12) – como os livros históricos do Antigo Testamento registram, em alguns casos, compilados a partir de documentos mais antigos (por exemplo, 10.25; 1 Rs 11.41; 14.19; 15.7; etc.), existe a ocasional repetição de informações da-das anteriormente. Jessé era um homem idoso nessa época. Os seus três filhos mais velhos estavam no exército com Saul. Davi, porém, ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai (15) – uma referência à aparição anterior de Davi na corte de Saul em Gibeá (cf. 16.19-23)” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.209).

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.39. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201952 Lições Bíblicas /Professor

O Exílio de Davi 24 de Novembro de 2019

Lição 8

Verdade Prática

“Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no

seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e

todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.”

(1 Sm 22.1,2)

Dos muitos conflitos que vivencia-mos aprendemos lições preciosas

para a nossa vida espiritual e formação de nosso caráter, segundo

o modelo Cristo.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Fp 2.4,21Na obra de Cristo, lutemos por Cristo

Terça – Mt 4.1Há um propósito elevado quando Deus nos “exila”

Quarta – 2 Tm 2.12 A fidelidade é o segredo para reinarmos com Cristo

Quinta – Sl 127.3Os filhos devem cuidar dos pais em todos os momentos

Sexta – Êx 20.12 Deus sempre abençoa os filhos obedientes

Sábado – Hb 13.7Os cristãos devem honrar os que são colocados por Deus na obra

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OBJETIVO GERAL

Mostrar que dos muitos conflitos que vivenciamos podemos tirar lições pre-ciosas para a nossa vida espiritual.

HINOS SUGERIDOS: 36, 41, 42 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar o exílio de Davi;

Expor Davi e o amor com os pais;

Explanar sobre pessoas que morreram por Davi.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 - Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele.

2 - E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.

3 - E foi-se Davi dali a Mispa dos moa-bitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa

estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim.

4 - E trouxe-os perante o rei dos moa-bitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no lugar forte.

5 - Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de Herete.

1 Samuel 22.1-5

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As inúmeras situações difíceis que o seguidor de Cristo passa na caminhada cristã podem servir-lhe de amadurecimento e crescimento na vida espiritual. A lição desta semana mostra que Davi cresceu como homem de Deus no exílio, embora o sofrimento vivenciado ali lhe causasse períodos bastante descon-fortáveis. Entretanto, estava claro que Deus trabalharia na vida de Davi a fim de prepará-lo para reinar no lugar de Saul. Nos momentos de solidão e de deserto, Deus fala conosco, conduz a nossa vida e nos dá diretrizes para fazermos a sua vontade.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nem sempre as vivências marcadas por situações traumáticas podem ser vistas como negativas. Por vezes, elas servem para tirar as cascas das aparên-cias, a infantilidade, o esquecimento de nós mesmos, a fim de levar-nos à essência real da vida. O exílio fala de expatriação forçada ou livre, isolamento social, solidão. A conotação nem sempre é pejorativa, pois, nas Escrituras Sagradas, o exílio recebeu conotações positivas e negativas.

O exílio pode ser o lugar onde nosso caráter será testado, onde nossa própria identidade será descoberta, onde nossa lucidez mental e espiritual terá a sua aurora (Pv 4.18). A caverna de Adulão não será apenas o exílio de Davi, mas, sim, o lugar que moldará o seu caráter, preparando-o para uma missão maior: a liderança de Israel.

I - AS CARACTERÍSTICAS DO EXÍLIO DE DAVI

1. A caverna de Adulão. Lugares, pessoas, situações − tudo serve para o nosso crescimento social e espiritual. Davi deixa o território e vai para uma

região que conhecia muito bem: a caver-na de Adulão. O nome Adulão quer dizer refúgio; era assim denominado por causa de uma cidade em suas proximidades. Situada na Sefelá, a planície de Judá, distando de Jerusalém aproximadamente 26 km ao sudoeste e 20 km ao sudeste

de Gate. No período dos patriarcas tinha sido uma cidade cananeia

(Gn 38.1) e, na época das batalhas de Josué, quando da ocupação da terra, ela foi capturada (Js 12.15). Houve fatos importantes

na caverna de Adulão. Ali, ela foi fortificada por Roboão

(2 Cr 11.7); depois do cativeiro foi reocupada pelos filhos de Judá (Ne 11.30) e sua existência foi comprovada nos dias do profeta Miqueias (1.15). Hoje ela é chamada de Aid-el-Ma.

2. Os exilados da caverna de Adulão. Muitos se dirigiam para ali, a fim de fazer companhia a Davi. Primeiramente, seus irmãos e toda a casa de seu pai, posto que estavam ameaçados pelo rei Saul, devido à ligação com Davi. Outros que foram à procura de Davi na caverna eram os homens que se encontravam em dificuldades. Como Davi conseguiu firmar sua liderança nessas condições?

O crente deve tirar preciosas lições para a vida espiritual dos

muitos conflitos vivenciados.

PONTOCENTRAL

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Na verdade, não foi apenas uma ação sua; todos os que se juntaram a ele estavam ansiosos por uma existência mais favorável. Davi treinou esse grupo, apa-rentemente sem sucesso; obteve êxito, pois todos ali buscavam uma vida melhor, tinham os mesmos ideais e, sendo assim, mantiveram-se fiéis a Davi, fazendo de tudo pelo seu líder (2 Sm 23.8-39).

Os cristãos, como soldados reu-nidos por Cristo, devem lutar com os mesmos objetivos, não tendo cada um sua própria prioridade, mas a de Cristo (Fp 2.4,21). Se esse for o espírito, Deus dará o sucesso e o crescimento da obra.

3. O simbolismo da caverna de Adulão. Foi ali que os dons de Davi como líder foram postos em prática. Ele treinou e preparou 400 homens para lutar no dia a dia, e não demorou para que esse número subisse a 600. Isto quer dizer que todos quantos vinham ter com ele não eram rejeitados. Davi é o modelo de líder que recebe homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço.

A grande lição de Davi para esses homens é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele, visando sempre o Reino de Deus. No simbolismo espiritual, podemos comparar Davi a Cristo. Nosso Senhor se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos, aos amargurados, aos publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt 22.9,10). Assim, quem deseja reinar com Cristo precisa também sofrer com Ele (2 Tm 2.12).

SÍNTESE DO TÓPICO IA caverna de Adulão era um lugar

de refúgio para Davi e seus amigos.

II. DAVI E O AMOR COM OS PAIS1. Protegendo seus pais. Davi não

é conhecido apenas como um grande líder, mas também como um bom filho. Ele teve todo um cuidado especial para com os seus pais. Foi até Moabe, porque sabia que eles precisavam de um lugar seguro para habitar e, desse modo, estava se afastando dos territórios de Saul. Há um propósito especial em Davi procurar Moabe. Diversos escritores afirmam que isso se deve aos laços familiares através de Rute, que era a avó moabita de Jessé, pai de Davi.

A inclusão de Mispa deve-se ao fato de ser esta a cidade real de Moabe; sua citação está restrita aqui e o seu significa-do é “torre de vigília”; deixando seus pais em segurança, uma expressão grandiosa sai dos lábios de Davi: “Até que saiba o que Deus há de fazer de mim”. Davi ama a Deus, tinha grande amor e carinho pelo seus pais, e não se descuidava de seus companheiros de luta.

Os filhos, principalmente durante a velhice dos pais, devem honrá-los em tudo, a despeito das lutas e crises que estiverem enfrentando (Sl 127.3). Davi

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Inicie a aula desta semana falando um pouco da palavra “Exílio”. Basica-mente, a palavra refere-se à expatriação forçada de alguém por causa de uma per-seguição do Estado e o local em que essa pessoa passará a viver. Use exemplos das próprias Escrituras para introduzir o assunto. O povo de Israel viveu em exílio em grande parte da história bíblica. É um período caracterizado pela absorção de outras culturas, distanciamento da terra de origem. Todo esse sentimento estava sobre Davi quando este exilou-se na Caverna de Adulão.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201956 Lições Bíblicas /Professor

não chegou ao trono apenas porque sabia cuidar dos outros, nem porque era um bom guerreiro, mas, também, porque era um bom filho.

2. A recompensa bíblica para os filhos obedientes. Desde o Antigo Tes-tamento, a ênfase é que Deus abençoa sempre os filhos obedientes, pois é o primeiro mandamento com promessa (Êx 20.12; Dt 5.16). Esse ensino foi ministrado por Paulo (Ef 6.2,3). Nosso Senhor manifestou-se contra os filhos que não cuidavam dos seus pais (Mt 15.5-7). Tais filhos simulada e men-tirosamente dedicavam a Deus todos os seus bens, para não honrarem nem sustentarem os seus pais, quebrando, assim, o mandamento.

Os filhos devem aprender a serem gratos aos seus pais em tudo, dan-do-lhes honra, dignidade e cuidados materiais. Isso é mandamento de Deus!

SÍNTESE DO TÓPICO IIDavi era um grande líder, e também

um bom filho. Ele amava seus pais.

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃO texto bíblico narra quando

Samuel foi à casa de Jessé, pai de Davi. O motivo da visita era ungir o novo rei. Nesse caso, Davi não fora a primeira opção apresentada pelo pai ao profeta (1 Sm 16.11-13). Entretanto, o jovem amava-o e honrava-o. Assim, é importante destacar uma atitude cristã que os pais devem ter para com o seus filhos, conforme escreve o Dr. Stephen Adei: “No entanto, dar uma visão a um filho não é tão fácil quanto parece. Isto é porque os pais, às vezes, procuram viver as suas próprias aspi-

rações, não satisfeitas, em seus filhos. Um adolescente certa vez confessou: ‘Tudo o que eu quero estudar é francês, mas meus pais insistem que eu estude medicina. Vou fazer isso, desde que seja em francês’. Uma das maiores in-justiças que podemos fazer aos nossos filhos é impor a eles uma visão que é contrária à sua tendência. Devemos desafiar nossos filhos a explorar seus interesses, mas não tentar impor a eles a nossa visão, especialmente na sua escolha de carreiras. Como podemos fazer isso? Devemos incentivá-los a ser holísticos, isto é, não focados indevidamente na área acadêmica e profissional, mas na maturidade cristã. Permitir que tenham uma visão de ser-vos do Senhor em relação a todos os outros aspectos – profissões, ganhos, casamento, etc. – sendo subordinados a ela” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que sua Família precisa. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.129).

III – MORRENDO POR DAVI1. A inconsistência de Saul. Saul

não teve nenhuma caverna para for-jar sua vida, não lidou com situações conflitantes, tinha apenas aparência de líder, mas não era um homem se-gundo o coração de Deus. Os homens que estavam com Saul, ainda que não vivessem as mesmas condições dos que estavam com Davi, não se sentiam tranquilos, pois ele suspeitava da leal-dade de todos, inclusive a de seu filho.

Saul orgulhava-se de ter dado honras à tribo de Benjamin, presentes e posições na liderança; algo que Davi, filho de Jessé, jamais faria. Saul não sabia que lealdade não se compra com presentes, dinheiro, mas nasce natu-ralmente pela sinceridade, verdade e caráter de um líder genuíno. Só os líderes inseguros fazem cobranças

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exageradas, dão presentes em troca de lealdade, se inquietam com os que podem” representar risco” à sua posição.

Quando os líderes são verdadei-ramente chamados por Deus é mara-vilhoso que as pessoas os honrem e os considerem como homens de Deus. O escritor aos hebreus fala da necessidade de se considerar os líderes (Hb 13.7).

2. O preço de proteger Davi. Saul convocou Aimeleque e seus sacerdotes para que se apresentassem em Gibeá. Não houve da parte de Aimeleque reação nervosa; ele se declara limpo, pois tinha consciência de que ape-nas ajudara Davi por tê-lo em grande consideração e por saber que era um soldado da confiança de Saul, aliás, da família real, genro do rei. Apesar dessa declaração sincera, Saul considerou-a um ato de traição, pois Aimeleque havia ajudado Davi, não informando ao rei os seus movimentos. Assim, ele e seus companheiros deveriam morrer.

Houve uma recusa dos soldados em atacar os sacerdotes, os ungidos de Deus. Foi alguém de fora, um edomita chamado Doegue, que cometeu esse crime brutal. Observe o disparate de Saul: Deus ordenou que ele matasse os amalequitas e não o fez; mas agora extermina prontamente a família de sacerdotes, sem piedade alguma. Ape-nas um filho de Aimeleque, Abiatar, so-breviveu, salvou o éfode santo e foi ter com Davi (1 Sm 23.6). A amizade entre Davi e Abiatar foi duradoura, ao longo de todo o seu reinado (1 Rs 2.26,27), pois a família de Abiatar morreu para proteger Davi.

3. A sina de Doegue. Alguns estu-diosos acreditam que o Salmo 52 foi pronunciado por Davi predizendo o destino de Doegue. Davi inicia o salmo mostrando que o ímpio ama a malícia e despreza a bondade de Deus. O caráter

SÍNTESE DO TÓPICO IIIAimeleque e outros sacerdotes fo-

ram executados sob as ordens de Saul.

do ímpio é descrito pelo salmista assim: a) sua língua intenta o mal (Pv 10.31); b) traça enganos (Jó 15.35); c) despreza o bem e ama o mal (Jr 9.4-5); d) não é reto no seu falar.

Tudo indica que o destinatário do salmista Davi é uma pessoa prepo-tente, arrogante; sua língua era usada como arma para revelar o que estava dentro do seu coração perverso. Por vezes, o ímpio se mostra perante as pessoas deste mundo com o espírito de grandeza, soberba; busca sempre ser reconhecido e se apresenta como poderoso; suas obras são perversas.

O salmista deixa claro que Deus punirá esse ímpio arrogante. Note que isso será feito de modo poderoso e pode ser visto pela presença dos seguintes verbos bíblicos: destruir, arrancar, ar-rebatar, desarraigar. O ímpio pecador será varrido da face da terra.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO“Irado, não convencido e tomado

por um ódio selvagem, o rei ordenou a execução de todo o grupo de sacerdo-tes. Quando seus próprios soldados se recusaram a obedecer, o rei ordenou que Doegue executasse o crime. O edomita assassinou oitenta e cinco sacerdotes, e destruiu a cidade sacerdotal de Nobe com todos os seus habitantes (17-19). Existe um vívido contraste entre a recusa dos próprios homens de Saul e a perversa disposição de Doegue – o que ressaltou a atrocidade do aconte-cimento. Vestiam éfode de linho (18),

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201958 Lições Bíblicas /Professor

PARA REFLETIR

A respeito de “O Exílio de Davi”, responda:• Qual o simbolismo do exílio para o cristão?O exílio pode ser o lugar onde nosso caráter será testado, onde nossa pró-pria identidade será descoberta, onde nossa lucidez mental e espiritual terá a sua aurora (Pv 4.18).

• Qual o significado de Adulão? O nome Adulão quer dizer refúgio; era assim denominado por causa de uma cidade em suas proximidades.

• Qual o propósito especial em Davi procurar Moabe?Há um propósito especial em Davi procurar Moabe. Diversos escritores afirmam que isso se deve aos laços familiares através de Rute, que era a avó moabita de Jessé, pai de Davi.

• Qual é o procedimento de um líder inseguro?Só os líderes inseguros fazem cobranças exageradas, dão presentes em troca de lealdade, se inquietam com os que podem representar risco à sua posição.

• Que tipo de pessoa o salmista Davi descreve?Tudo indica que o destinatário do salmista Davi é uma pessoa prepotente, arrogante; sua língua era usada como arma para revelar o que estava dentro do seu coração perverso.

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

ou seja, eram sacerdotes do Senhor. Os de peito (19) eram bebês de colo. Abiatar, um dos filhos de Aimeleque, conseguiu escapar do massacre e fugiu ao encontro do grupo de Davi, a quem relatou o brutal crime que Saul incitara (20,21). O filho de Jessé foi tomado pela tristeza, e contou a Abiatar sobre o seu medo quando reconheceu Doegue em Nobe, durante a sua primeira e precipi-tada fuga (21.1-9). Ele confessou ser a causa da morte de todos os sacerdotes e do povo de Nobe, embora não inten-cionalmente (22)” (Comentário Bíblico

CONCLUSÃODeus usa instrumentos falhos para

fazer a sua obra nesta terra, como disse Paulo em 1 Coríntios 1.28: “E Deus es-colheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para ani-quilar as que são”. Antes, porém, esses instrumentos devem ser trabalhados, forjados pelo auxílio do Espírito Santo, a fim de que sejam vasos de honra no trabalho do Senhor.

Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.218).

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 59Lições Bíblicas /Professor

O Reinado de Davi 1 de Dezembro de 2019

Lição 9

Verdade Prática

“E entendeu Davi que o SENHOR o con-firmava rei sobre Israel e que exaltara o

seu reino por amor do seu povo.”(2 Sm 5.12)

A glória do reinado de Davi deve-se, antes de tudo, à boa mão de Deus

que estava sobre ele.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 15.57Nossas vitórias vêm de Deus

Terça – Dt 31.23Ministérios e cargos têm de provir de Deus

Quarta – Is 40.11Deus é o grande pastor da nossa vida

Quinta – 1 Pe 5.3Os pastores devem ser modelo para o rebanho

Sexta – 2 Sm 6.21A certeza da vontade divina traz-nos confiança na Obra

Sábado – Mc 12.30,31O cristão deve adorar a Deus com todo o seu ser

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201960 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Demonstrar que o reinado de Davi foi bem-sucedido por causa da boa mão de Deus que estava sobre ele.

Apresentar a constituição de Davi como rei;

Evidenciar a consolidação do reino de Davi;

Atestar a grandeza política do reinado de Davi.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

HINOS SUGERIDOS: 250, 312, 365 da Harpa Cristã

1 - Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos.

2 - E também dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e en-travas com Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel.

3 - Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel.

4 - Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos reinou.

5 - Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses; e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá. 

6 - E partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, a me-

nos que lances fora os cegos e os coxos; querendo dizer: Não entrará Davi aqui.

7 - Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.

8 - Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus e chegar ao canal, e aos coxos, e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso, se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa.

9 - Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo até dentro.

10 - E Davi se ia cada vez mais aumen-tando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele.

11 - E Hirão, rei de Tiro, enviou men-sageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros, que edificaram a Davi uma casa

12 - E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exal-tara o seu reino por amor do seu povo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Samuel 5.1-12

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 61Lições Bíblicas /Professor

A ideia central desta lição é que tudo o que fizermos só pode ter um bom desfecho se a mão de Deus for conosco. A pujança do reino de Davi não foi porque ele era uma pessoa competente para a guerra, ou simplesmente por causa de uma razão circunstancial, mas porque Deus era com ele em tudo o que fazia. Ter essa percepção espiritual é essencial para que a nossa vida espiritual seja mais vigorosa e abençoada. Não podemos deixar de pedir a Deus que o seu Santo Espírito guie-nos em tudo o que fazemos. Nós temos a mente de Cristo e o Espírito Santo habita em nós.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O pujante reinado Davi não foi circunstancial, aleatório ou por causa de habilidades natas para guerra. No próprio texto bíblico, é dito que suas vitórias e fortalecimento se originavam em Deus (2 Sm 8.6). Os 33 anos que ele reinou em Jerusalém e os sete anos e seis meses que reinou em Hebrom re-velam um rei protótipo do Messias que viria. Por isso, Davi é considerado um tipo do Messias. Isso está confir-mado pela profecia de Miqueias (5.2), mencionada pelos escribas nos dias de Herodes, pelo texto de 2 Samuel 5.2 e pela profecia de Gênesis 49.10 em relação a Jesus Cristo.

I – DAVI É CONSTITUÍDO REI1. Três motivos para sua escolha.

Ninguém é colocado em uma posição apenas por acaso; tem de haver algum mérito para isso. Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três razões. Primeiramente, ele preenchia todas as condições da realeza, o que prontamente excluía a possibili-dade de uma liderança estrangeira (Dt 17.15), pois era irmão da nação (1 Cr

11.1). O segundo motivo para escolher Davi foi devido à sua liderança militar (1 Sm 18.16). O terceiro motivo estava pautado em uma promessa da parte de Deus, de que o trono entregue a Davi seria levantado tanto sobre Israel

quanto sobre Judá (2 Sm 3.10). 2. Davi como pastor e

chefe. Na Bíblia, a figura do pastor de ovelhas serve para descrever os governantes de Israel. Está escrito que Davi deveria agir como chefe e

pastor do rebanho. Na qua-lidade de chefe (heb. nagid),

ele seria um capitão, príncipe, líder; como pastor (heb. ro eh), ele cuidaria, apascentaria; ele se revelaria um ami-go especial (do heb piel). Assim, Deus zelava pelo seu povo (Sl 23; 77.20).

Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amoroso, não um déspota ou um tirano. O apóstolo Pedro diz que o pastor deve pastorear o rebanho sem qualquer exibição de domínio, mas sendo o exemplo do re-banho (1 Pe 5.3). Paulo disse que não queria dominar a fé de ninguém, antes, desejava ser cooperador da alegria de cada cristão (2 Co 1.24).

A boa mão de Deus estava sobre o reinado de Davi,

por isso, ele foi bem-sucedido

PONTOCENTRAL

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201962 Lições Bíblicas /Professor

II. A CONSOLIDAÇÃO DO REINO DE DAVI

1. A edificação de Jerusalém. Tão logo é ungido rei, Davi se lança ao tra-balho. O primeiro intento é tornar sua capital forte e bela. Sua corte e família tornaram-se grandes e notáveis (2 Sm 3.2,5; 5.13-16).

Davi trouxe grandes mudanças ao povo israelita. Quanto a Jerusalém, ele a considerava algo particularmente seu, pois fora conquistada sob a sua liderança. Nesse caso, ela era vista como um espólio próprio. Davi entra logo em luta contra os filisteus para expulsá-los. Sendo ele um líder bem preparado, conhecedor das táticas dos seus opositores, busca a orientação divina e parte para a batalha, ferindo por duas vezes os filisteus. Com a pre-sença de Deus na vida, Davi consegue derrotar seus inimigos e controlar suas fronteiras, mantendo-os sob seu poder.

2. As reformas religiosas. O ca-pítulo 6 de 2 Samuel trata da ação de Davi em busca da Arca para Jerusalém. O sentimento que o envolve revela grande respeito pelas coisas de Deus, enquanto o rei Saul era insensível para com o sacerdócio. Dentre outras coisas, Davi valorizava tudo aquilo que estava relacionado às ordenanças divinas. Ele respeitava o sacerdócio, a Arca, e procurava preservar toda essa herança espiritual, inclusive elevá-la.

É bom levar em consideração que Davi não tencionava apenas fazer de

SÍNTESE DO TÓPICO IA constituição de Davi como rei se

deu porque, primeiro, ele preenchia as condições da realeza; segundo, tinha liderança militar; terceiro, estava pautado numa promessa de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Neste primeiro tópico é possí-vel trabalhar melhor as habilidades pessoais que Davi tinha e que foram determinantes em seu reinado. Des-taque para a classe as características pessoais que o faziam ter condições de ocupar o reinado (ora, Davi não era estrangeiro, mas da tribo de Judá); ele apresentou uma liderança militar ao recrutar soltados para o seu apoio, principalmente, na Caverna de Adulão; era uma pessoa contrita diante de Deus, pois não tardava em buscá-lo;

3. Entrando em aliança com o povo. Ninguém consegue fazer alguma coisa sozinho. Tendo qualidades de bom guerreiro e de bom líder, Davi não poderia governar sem o povo, portanto precisava fazer aliança com todos para ter um reino bem fortalecido. Observe que a aliança que ele firma tem carac-terísticas pastorais, não monárquicas; por isso, foi ungido rei sobre Israel e todos prometeram lealdade ao novo rei (2 Sm 8.10-18; 2 Rs 11.17; 1 Cr 11.3).

Está escrito que Davi deveria agir como chefe e pastor do rebanho.

seu estilo fez com que fosse visto como um pastor do povo, um chefe muito próximo. Além disso, ele fez aliança com o povo de Israel para garantir a unidade do seu reinado.

Assim, trace um pouco do perfil do rei Davi conforme a exposição do primeiro ponto deste tópico.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 63Lições Bíblicas /Professor

Jerusalém uma capital religiosa para manter o povo leal a si; não se tratava de estratégia política. Davi era um ho-mem que amava as coisas de Deus. Nas cerimônias religiosas, ele se entregava para adorar ao Senhor, o que por vezes, para alguns, causava escândalo, como o foi para Mical (2 Sm 6.20). Mas procedia assim porque desejava exaltar o seu Deus.

3. A suprema aliança davídica. Quem profetizou sobre a aliança daví-dica foi Natã. Assim como Deus falara que abençoaria a família de Abraão, não seria diferente com Davi; ele e sua família teriam um grande nome (2 Sm 7.1-15). Podemos ver que três coisas importantes iriam caracterizar a aliança davídica: a) a firmeza da sua família na terra; b) seus sucessores teriam a presença de Deus; e c) uma dinastia eterna (2 Sm 7.11-16).

SÍNTESE DO TÓPICO IIA consolidação do reinado de Davi

passa pela edificação de Jerusalém, pelas reformas religiosas e de sua aliança com todo o povo.

SUBSÍDIO HISTÓRICO--CULTURAL

Um pouco da monarquia antes do reinado de Davi: “O surgimento da mo-narquia sob Saul fez pouco para curar a crescente brecha entre Judá e as tribos do norte. Durante o seu reinado, o abismo entre as tribos tomava proporções con-sideravelmente grandes. Por exemplo, o historiador aponta que, quando Saul fez uma convocação geral para livrar Jabes--Gileade de Amom, trezentos mil homens vieram de Israel, mas apenas trinta mil de Judá (1 Sm 11.8). Quando realizou a

III. A GRANDEZA POLÍTICA DO REINADO DE DAVI

1. As realizações militares. Nas Es-crituras, há registros das diversas ações militares de Davi (2 Sm 8.1-14). Muitos denominam esse texto de “o Davi que ataca”. Note que a tônica dos versículos é sobre os verbos “feriu”, “sujeitou”, “matou”, “tomou”. Sua ação começa com o desbaratamento dos filisteus, mas vai se alastrando até fazer fronteira com outros povos, já nos limites de Israel. A lista de povos vencidos inclui: filisteus, moabitas, sírios, edomitas.

Não demorou para que importantes possessões gentílicas estivessem sob o controle de Davi. Como é maravilhoso ter um líder cujo coração e força são dominados pelo Senhor! Deus deseja levantar líderes segundo o seu coração!

campanha contra os amalequitas, Saul contou ‘duzentos mil homens de pé, e dez mil homens de Judá” (1 Sm 15.4). Os números são reveladores, mostrando que Judá proveu um número bastante reduzido de soldados em comparação com Israel, um fato comprometedor para a própria Judá, uma vez que os amalequitas viveram por muitos anos em sua fronteira ao sul. Estaria Judá mostrando sinais de uma postura an-ti-Saul? Além disso, depois de Davi ter matado o gigante Golias, ‘os homens de Israel e Judá’ perseguiram os filisteu (1 Sm 17.52) e, quando Davi foi colocado na corte de Saul, ‘todo o Israel e Judá amava a Davi’ (1 Sm 18.16). Está claro que Israel e Judá eram tidos como duas entidades particulares que seguiam seus interesses separadamente” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.239,40). Com o reinado de Davi essa realidade mudou.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201964 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIIAs realizações militares, as admi-

nistrações de Davi e as mudanças no culto público demonstram a grandeza política do reinado davídico.

2. As administrações de Davi. Foram muitas as mudanças realizadas por Davi, que o fizeram destacar-se no campo militar, político, administrativo e religioso. Lendo o capítulo 8.15-18 e 20.23-26, observamos como Davi fez importantes mudanças na área administrativa.

No comando de suas tropas, estava à frente Joabe; havia uma guarda real, um superintendente da corveia, que lidava com os estrangeiros. No campo religioso, Davi tinha dois sacerdotes: Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17); um cronista, um escrivão (1 Cr 24.3), os quais eram responsáveis pelos registros e documentos do Estado, dentre outras nuanças administrativas.

Esse corpo administrativo não era autônomo; todos agiam com a permissão do rei e, por ele, eram supervisionados; cada setor só poderia agir ou fazer algo com a anuência dele. Davi procurou montar um setor administrativo que o pudesse auxiliar no seu reinado.

O sucesso de um obreiro depende de oração, pregação, ensino, mas também de saber administrar com eficiência as coisas de Deus; para isso são chamados (Tt 1.5). Paulo diz que dois tipos de obreiro precisam ser bem remunerados: os que se afadigam na Palavra e os que administram bem (1 Tm 5.17).

3. O culto público. Davi fez con-sideráveis mudanças no culto público. Os sacerdotes eram Zadoque e Aime-leque (2 Sm 8.17). Crê-se que Abiatar já estivesse aposentado (2 Sm 15.24). Historicamente, pode-se entender que, no aspecto religioso, as cerimônias de-senvolveram-se com a família sacerdotal de Arão. Davi faz tais mudança, porque tinha interesse pelo culto; ele o faz com todo cuidado, amor e reverência, tendo sempre como objetivo a maior glória de Deus. Veja o relato completo

das realizações litúrgicas de Davi em 1 Crônicas 23.1-30.

A organização do culto é algo que deve ser pensado com todo cuidado, pois os que o fazem de qualquer jeito, por vontade própria, sem a prescrição das normas divinas, poderão sofrer consequências da parte de Deus. Foi o que aconteceu com Nadabe e Abiú, que, querendo fazer culto por conta própria, foram fulminados pelo fogo do Senhor (Lv 10.1,2).

SUBSÍDIO HISTÓRICO--CULTURAL

“É quase certo que durante esse período (980-976) Davi tenha dado início ao seu programa de constru-ções (2 Sm 5.9-12), o que incluiria, depois de tudo pronto, os planos para edificação do templo. É óbvio que no reino de Davi houve construções, palácios e edifícios públicos; porém, os envolvimentos com a expansão do império e os acontecimentos que assolavam sua família impediram a infra-estrutura impressiva caracterís-tica de um monarca de sua estatura. A reconciliação com Absalão deu-lhe a oportunidade esperada, que era transformar a cidade de Jerusalém no centro religioso e político” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.277).

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 65Lições Bíblicas /Professor

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

PARA REFLETIR

A respeito de “O Grande Reinado de Davi”, responda:• Por quais razões Davi foi aclamado rei?Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três razões. A primeira, ele preenchia todas as condições da realeza; a segunda, sua liderança militar; a terceira, uma promessa da parte de Deus de que o trono seria entregue a Davi.

• O que estava claro para Davi?Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amigo, não um déspota ou um tirano.

• Qual o primeiro intento de Davi após ser ungido rei?O primeiro intento é tornar sua capital forte e bonita.

• Dentre outras coisas, o que Davi valorizava?Dentre outras coisas, Davi valorizava tudo aquilo que estava relacionado às ordenanças divinas.

• Quais os sacerdotes que serviriam no reinado de Davi?Os sacerdotes que estarão servindo são Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17).

CONCLUSÃOO reinado de Davi, e de seu filho,

Salomão, ficou conhecido como a era de ouro de Israel. Mas na verdade, o rei Davi sabia que a fonte verdadeira de toda a

grandeza do reino vinha de Deus: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (1 Cr 29.14).

SUGESTÃO DE LEITURA

Wayde Goodall traça perfis psicológicos de líderes co- nhecidos que perderam a boa reputação.

Aprenda conselhos sólidos para ter sucesso no ministério bivocacional

Em cada capítulo, você obterá informações da vida de cada um dos personagens bíblicos e colherá importantes princípios.

Por que os líderes fracassam?

Conciliando profissão e ministério

Propagando a verdade através do ensino

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201966 Lições Bíblicas /Professor

O Pecado do Homem Segundo o Coração de Deus

8 de Dezembro de 2019

Lição 10

Verdade Prática

“Porém essa coisa que Davi fez pare-ceu mal aos olhos do SENHOR.”

(2 Sm 11.27)

Somente o revestimento da graça di-vina, na força e no poder do Espírito Santo, pode livrar-nos do pecado – a

ofensa premeditada contra Deus.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 6.18O cristão deve fugir da prostituição

Terça – Gl 5.16Cheios do Espírito, vencemos a carne

Quarta – Fp 4.5Em tudo temos de agir com pureza e equidade

Quinta – 1 Jo 3.2 Perseveremos na fé e sejamos semelhantes a Cristo

Sexta – 1 Ts 5.22Fujamos da aparência do mal

Sábado – Jó 31.1Cuidado com a cobiça

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 67Lições Bíblicas /Professor

1 - E aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém.

2 - E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.

3 - E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porven-tura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu?

4 - Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa.

5 - E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pejada estou.

6 - Então, enviou Davi a Joabe, dizen-do: Envia-me Urias, o heteu. E Joabe enviou Urias a Davi.

7 - Vindo, pois, Urias a ele, perguntou Davi como ficava Joabe, e como ficava o povo, e como ia a guerra.

8 - Depois, disse Davi a Urias: Desce à tua casa e lava os teus pés. E, saindo Urias da casa real, logo saiu atrás dele iguaria do rei.

9 - Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu à sua casa.

10 - E o fizeram saber a Davi, dizendo: Urias não desceu à sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jorna-da? Por que não desceste à tua casa?

11 - E disse Urias a Davi: A arca, e Is-rael, e Judá ficam em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Pela tua vida e pela vida da tua alma, não farei tal coisa.

12 - Então, disse Davi a Urias: Fica cá ainda hoje, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte.

13 - E Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; e, à tarde, saiu a deitar-se na sua cama, como os servos de seu senhor; porém não desceu à sua casa.

14 - E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e mandou--lha por mão de Urias.

15 - Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra.

16 - Aconteceu, pois, que, tendo Joabe observado bem a cidade, pôs a Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes.

17 - E, saindo os homens da cidade e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o heteu.

18 - Então, enviou Joabe e fez saber a Davi todo o sucesso daquela peleja.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Samuel 11.1-18

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201968 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conscientizar de que somente o revestimento da graça divina, na força e no poder do Espírito Santo, pode livrar-nos do pecado.

Mostrar que Davi era o homem segundo o coração de Deus;

Descrever o ambiente em que Davi pecou;

Qualificar o adultério e o homicídio de Davi.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

HINOS SUGERIDOS: 13,116, 316 da Harpa Cristã

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 69Lições Bíblicas /Professor

Não há ambiente ou lugar em que estejamos seguros demais para não pecar. Embora salvos em Cristo, ainda convivemos num corpo não redimido, que aguar-da a maravilhosa redenção eterna, onde o nosso corpo mortal dará lugar a um corpo glorioso. Enquanto isso não acontece, cá estamos com as nossas lutas e muitas tribulações. O ponto central desta lição nos incentiva a que estejamos revestidos da graça divina e cheios do Espírito Santo para resistir ao convite do pecado que a todo o momento nos cerca. Sinta-se, portanto, encorajado, ou encorajada, a perseverar na fé, sob a força e o poder do Espírito Santo.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A Bíblia não se limita a descrever as façanhas de seus heróis, mas revela igual-mente seus pecados, erros e fragilidades. Homens como Noé, Abraão e Jacó comete-ram graves faltas na caminhada espiritual (Gn 9.20,21; 20.1-6; 27.19), e a Bíblia não as esconde. Davi, embora ungido do Senhor, deu lugar ao Diabo, e veio a cometer dois gravíssimos pecados. Por isso, Jesus nos alerta e orar e a vigiar constantemente (Mt 26.41).

A presente lição procura mostrar que ser escolhido de Deus, para algum propósito, não evita a pos-sibilidade de uma eventual (e evitável!) queda. Por essa razão, não podemos descuidar-nos de nossa vida espiritual. É imprescindível estar cheio do Espírito Santo, para não sucumbir aos desejos da carne, atentando seriamente para este conselho de Paulo: fugi da prostituição (1 Co 6.18; Gl 5.16).

I – SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS1. O homem segundo o coração de

Deus. A expressão um homem segundo o seu coração fala de alguém que procura agradar ao Senhor. A Bíblia declara que Davi era esse homem (1 Sm 13.14).

Davi era rei que agradava a Deus, porque em tudo priorizava a Sua von-tade. Davi sabia esperar; seu coração sentia segundo os sentimentos do Se-nhor. Ele não se apressava, não agia pre-cipitadamente, não frustrava os planos

divinos nem buscava sua própria vontade; mas agia consciente

e moderadamente (Fp 4.5). O líder segundo o coração de Deus tem intimidade com o Pai. O Senhor quer nos dar pastores segundo

o seu coração (Jr 3.15).2. Davi era o escolhido

de Deus, mas deu lugar ao Diabo. Davi era o escolhido de Deus, mas,

infelizmente, cometeu pecados graves; não foi um exemplo de perfeição ab-soluta como líder espiritual nem como homem público. A grande diferença entre Davi e Saul foi o arrependimento. O Salmo 51 revela a confissão de Davi, sua súplica por perdão e seu rogo por renovação espiritual. Ele não escondeu as suas transgressões; confessou-as e buscou o perdão.

Enquanto o nosso corpo não for plenamente redimido lutaremos contra a tentação e o pecado. Mas chegará o dia que o que é “mortal se revestirá de imortalidade e o que é corrupto,

Somente o reves-timento da graça

divina, na força e no poder do Espírito San-

to, pode livrar-nos do pecado.

PONTOCENTRAL

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201970 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IO homem segundo o coração de

Deus era o escolhido, mas deu lugar ao Diabo.

de incorruptibilidade” (1 Co 15.54). Enquanto isso, trilhemos o caminho da santidade, da oração, da leitura da Bíblia e da fuga da aparência do mal (1 Ts 5.22; 4.12). Deixo, porém, este alerta: é possível, sim, termos uma vida irrepreensível tanto diante de Deus quanto diante dos homens.

tentado. Davi não pecou apenas por ter visto Bate-Seba, mas porque seu olhar foi pecaminoso; ele não procedeu como Jó, que fez concerto com os seus olhos para não pecar (Jó 31.1). No lugar de andar ocioso pelo palácio, Davi deveria ter fugido da aparência do mal.

Ser tentado não é pecado, mas ceder à tentação é. Jesus foi tentado, mas não cedeu à tentação; repreendeu o Diabo com as Escrituras (Mt 4.1; Hb 2.18). A tentação pode vir tanto de fora (do mundo e do Diabo) quanto de dentro de nós (Tg 1.14).

2. Os meios que contribuem para a prática do pecado. Em geral, quando uma pessoa começa a desejar o pecado, ela aprofunda esse desejo, fecha-se para as coisas de Deus, levando o Espírito Santo a retirar-se dela. Assim foi com Davi. Ele indaga sobre a mulher que se banhava e, por meio de seus poderes reais, or-denou que a buscassem (2 Sm 11.4). Ele mandou buscá-la, mesmo sabendo que se tratava de uma senhora casada.

Nada mais podia detê-lo no cami-nho do pecado, mesmo a informação de que Bate-Seba era mulher de um dos seus oficiais mais fiéis. Nessas condi-ções, Davi já estava longe de Deus. Todas as ações descritas no texto mostram que ele abriu a porta do coração para o pecado e não desviou os olhos da vaidade (Sl 119.37).

Frente ao mau exemplo de Davi, e de acordo com as Escrituras, o cristão deve fugir do pecado e resguardar-se em Cristo, pois somente nEle é que se consegue vencer os ataques do Maligno.

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Inicie o estudo desta semana fa-lando a respeito da natureza humana e sua inclinação para o pecado. As Escrituras Sagradas não escondem o lado negativo do ser humano. Certo es-critor cristão dizia que, talvez, o pecado original seja a única parte da teologia que pode ser provada empiricamente, isto é, a todo instante o ser humano executa uma ação pecaminosa contra Deus e contra o outro. Por isso, neste primeiro tópico explore um pouco essa reflexão, reforçando a ideia de que só a graça divina, no poder e na força do Espírito Santo, pode-nos demover da prática do pecado. Exorte a sua classe a resistir ao pecado.

SÍNTESE DO TÓPICO IIDavi criou um ambiente propício

ao pecado e deu vazão aos meios que contribuem para sua prática.

II – O AMBIENTE EM QUE DAVI PECOU1. Criando um ambiente propício

ao pecado. O texto inicia dizendo que Davi não partiu para guerra, quando deveria ter ido (1 Sm 11.1). A indolência do rei era o primeiro passo que lhe pre-parava para a queda, pois quanto mais tempo desocupado, mais chance de ser

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 71Lições Bíblicas /Professor

III – O ADULTÉRIO E O HOMICÍDIO DE DAVI

1. Pecado gera pecado. No Salmo 42.7, é dito que um abismo chama outro abismo. A prática pecado gera mais pecado. Ao tomar ciência de que Bate-Seba estava grávida, Davi engen-dra um plano.

Para esconder a gravidez adulte-rina de Bate-Seba, Davi força Urias a deitar-se com a esposa, a fim de se lhe atribuir o filho ali gerado. Ele fez isso por duas vezes, porém, sem sucesso

(2 Sm 11.8,10). Em outra tentativa ele se dispõe a embriagá-lo, mas, mesmo assim, Urias não foi para casa (2 Sm 11.13). O oficial se revela um soldado fiel, honrado, leal, contrastando com as atitudes do próprio rei Davi.

Por fim, Davi revela sua face mais cruel: escreve uma carta, e ordena que Urias a entregue a Joabe; na carta, o rei ordena ao general que coloque o valente soldado num front temerário, imprudente e belicamente infrutífero.

Uma das faces do pecado é a dis-simulação; leva-nos a situações inima-gináveis. Atentemos, pois, para o que o apóstolo disse: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

2. O homicídio de Davi. O pecado de Davi vai tomando grandes proporções. O rei entrega Urias nas mãos de Joabe que, por seu turno, coloca-o à frente de uma peleja suicida. Esse ato não matou apenas Urias, mas também outros soldados (2 Sm 11.17). Ao ser informado da morte de seu fiel oficial, Davi se manifestou de modo brando, impassível e calculista, afirmando que tais coisas ocorrem na guerra − a espada ora devora de um lado, ora do outro (2 Sm 11.25).

Davi plantou uma grande injus-tiça e colherá uma grande amargura. Ele sentirá o peso da espada, enviada da parte de Deus, sobre sua casa. O pecado destrói, transtorna e desfigura espiritualmente uma pessoa. O homem segundo o coração de Deus agora fazia a vontade do Diabo.

3. Davi e seu comandante. Expe-riente em guerra, Joabe sabia que o

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO“Quando o inverno e sua estação

chuvosa passaram, Davi enviou Joabe e o exército israelita para renovar a guerra contra Amom e estabelecer o cerco à capital, Rabá – porém Davi ficou em Jeru-salém (1). Como teria sido muito melhor se ele tivesse ido com as tropas para o campo de batalha! A ociosidade abre a porta para todos os tipos de tentações. Durante este período, Davi se levantou depois que o calor do dia havia passado, e enquanto caminhava pelo terraço de sua casa, viu uma mulher que se banhava no pátio de sua casa na cidade baixa. A tarde (2) começava às 3 horas, de acordo com a nossa maneira de medir o tempo, e continuava até depois do escurecer. A consulta do rei tornou o nome da mulher conhecido: Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu (3). O rei assim tinha o conhecimento completo de que a mulher era casada. Seu esposo era um homem da guarda de elite do rei (23.39). O fato de ser heteu não o impediria de se tornar um seguidor do Deus de Israel, embora este povo estivesse incluído entre os cananeus que deveriam ser expulsos pelos israelitas” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.244,45).

Uma das faces do pecado é a dissimulação; leva-nos a situações inimagináveis.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201972 Lições Bíblicas /Professor

pedido de Davi era uma trama maldosa. Ali, a máscara de Davi cai diante de Joabe. Este não o verá mais como um rei santo, mas como alguém de caráter duvidoso, que acabara de fazer um pedido sujo. Joabe era um assassino, pois havia tirado a vida de Abner (2 Sm 3.26,27). Davi acabara de se igualar ao seu comandante.

O rei de Israel não era mais o rei--modelo, espiritual e excelente. Joabe, não somente poderia blasfemar de Davi, como não mais poderia ser re-preendido pelo rei a respeito de Abner (2 Sm 3.28,29).

A história de Davi e seu comandan-te, Joabe, nos mostra que os servos do Senhor devem proceder fielmente em tudo para que o nome de Cristo não seja blasfemado.

4. A tentativa de Davi para evitar as suspeitas do seu pecado. Em seu atoleiro pecaminoso, depois de sete dias de luto, imediatamente Davi tomou Bate-Seba como esposa. Ele pensava afastar quaisquer suspeitas de um relacionamento extraconjugal.

É importante dizer que Bate-Seba teve grande participação no pecado de Davi. Ela não se resguardou; mostrou-se pecaminosamente. Era uma mulher ambiciosa, cheia de planos. Isso pode ser comprovado pelo texto de 1 Reis 1.11-31.

Tudo poderia ter passado desperce-bido perante o povo e logo esquecido, mas o autor sagrado o contraria dizendo: “Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do SENHOR” (2 Sm 11.27).

Deus é onisciente, Ele sabe de tudo. Os que pecam às ocultas, pensando que Ele não vê, enganam-se; as Escrituras declaram que “todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hb 4.13; cf. Sl 33.13,14; 90.8; 139.11,12).

SÍNTESE DO TÓPICO IIIO adultério foi a causa do homicídio

executado por Davi.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO“Davi igual a Saul? (11.4). Em ordenar

a Joabe para expor Urias ao perigo, o rei estava usando um meio que Saul usara em um esforço para se desfazer do próprio Davi (cf. 1 Sm 18.24,25). Qual então é a diferença entre Saul e Davi? Cada um su-cumbiu à tentação e pecou terrivelmente. A diferença é que, quando descoberto, Saul pediu desculpas e rogou a Samuel para não o expor diante do seu povo. Ele estava mais interessado na opinião pública do que em seu relacionamento com Deus (cf.15.15-24). Em contraste, Davi estava tão interessado em seu relacionamento com o Senhor que tomou a iniciativa e fez uma confissão pública, que podemos ler em Salmo 51. Todos os seres humanos são falhos, e qualquer um de nós pode cair. A maneira como resistimos à tentação e a maneira como lidamos com os nossos pecados são ambos indicadores de san-tidade” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.210).

CONCLUSÃOO registro do pecado de Davi revela a

perfeita justiça de Deus e de sua Palavra. As Escrituras mostram que a prática do pecado é sempre desastrosa. Portanto, evitemos a ociosidade, desenvolvamos os dons úteis à obra de Deus. Confessemos o nosso pecado, pois quem o oculta, torna-o mais grave ainda. Se este for o seu caso, procure o seu pastor; peça-lhe a ajuda. Quem confessa a sua transgressão e a deixa, alcançará a misericórdia.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 73Lições Bíblicas /Professor

PARA REFLETIR

A respeito de “O pecado do homem segundoo coração de Deus”, responda:

• O que significa a expressão um homem segundo o coração de Deus?A expressão um homem segundo o seu coração fala de alguém que procura agradar ao Senhor.

• Que tipo de rei Davi é em relação a Deus?Davi é o rei que agrada a Deus porque em tudo ele priorizava a sua vontade.

• Por que Davi pecou?Davi não pecou apenas por ter notado Bate-Seba, mas porque seu olhar foi errante; ele não procedeu como Jó, que fez concerto com os seus olhos para não pecar (Jó 31.1).

• O que o cristão deve fazer para vencer o pecado?O cristão deve fugir do pecado e se resguardar em Cristo, pois somente nEle é que se consegue vencer os ataques do Maligno.

• Qual o propósito de Davi tomar Bate-Seba como esposa?Ele tinha o propósito de que, quando a criança nascesse, fossem afastadas quaisquer suspeitas de um relacionamento extraconjugal.

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.41. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Aquele que salvou a tua alma está ansioso para poder lhe dar um novo coração.

A capacidade de um líder de realizar algo extraordinário para Deus começa dentro de si.

Uma análise do que é o peca-do, com uma ampla visão de suas terríveis consequências.

Um coração como o de Jesus

O coração e a mente do líder

A doutrina do Pecado

ANOTAÇÕES DO PROFESSOR

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201974 Lições Bíblicas /Professor

As Consequências do Pecado de Davi

15 de Dezembro de 2019

Lição 11

Verdade Prática

“Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me des-prezaste e tomaste a mulher de Urias, o

heteu, para que te seja por mulher.”(2 Sm 12.10)

O pecado é destruidor. O seu alvo é sempre desviar o homem da comu-nhão com Deus, levando-o a um es-

tado de depravação espiritual e moral.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 6.23 O pecado gera morte

Terça – Hc 1.13Deus não tolera o pecado

Quarta – 1 Jo 1.7O pecado só pode ser apagado pelo sangue de Jesus

Quinta – 1Tm 6.10O pecado é a transgressão da lei divina

Sexta – 1 Jo 5.18.19O pecado ofende a Deus

Sábado – Ez 33.12Quem peca pagará pelos seus pecados

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 75Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERALEsclarecer que o pecado tem o alvo de desviar o homem da comunhão com Deus e

levá-lo a um estado de depravação espiritual e moral.

HINOS SUGERIDOS: 73, 373, 443 da Harpa Cristã

1 - E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, entrando ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.

2 - O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas;

3 - mas o pobre não tinha coisa nenhu-ma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha.

4 - E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele.

5 - Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso.

6 - E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu.

7 - Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul;

8 - e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas.

9 - Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom.

10 - Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.

11 - Assim diz o SENHOR: Eis que sus-citarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol.

12 - Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol.

13 - Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR traspassou o teu pecado; não morrerás.

14 - Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certa-mente morrerá.

15 - Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi; e a criança adoeceu gravemente.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Samuel 12.1-15

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201976 Lições Bíblicas /Professor

Conceituar o pecado no Antigo e no Novo Testamento;

Mostrar a repreensão do profeta Natã ao rei Davi;

Elencar as consequências do pecado de Davi.

I

II

III

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 77Lições Bíblicas /Professor

O pecado é uma violação à lei de Deus. Sua consequência imediata na vida da pessoa que o pratica é culpa, bem como o castigo quanto a consequência direta do ato iníquo. A doutrina bíblica do pecado é muito bem vinda num contexto de relativismo moral que predomina no mundo atual. É importante trazermos o ensino bíblico acerca da gravidade e das consequências do pe-cado, mas ao mesmo tempo, ressaltar a misericórdia e a iniciativa de Deus em perdoar ao pecador que se arrepende e deixa a prática pecaminosa. Só em Cristo podemos vencer o poder do pecado!

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O assunto desta lição mostrará o alto preço que Davi pagou e as con-sequências que sofreu por causa dos pecados cometidos. A história de Davi nos ensina a não brincar com o pecado. Não podemos arriscar ou desafiar o pecado, pois ele é destruidor e seus resulta-dos são trágicos. Por isso, o mais importante é viver em santidade e confiar no sacrifício perfeito de Cristo, lembrando permanentemente que Deus não tolera o pecado de quem quer que seja (Hc 1.13).

I – O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

1. No Antigo Testamento. No An-tigo Testamento, a palavra pecado tem diversos significados: a) errar o alvo, prática de imoralidade e idolatria (Êx 20.20; Jz 16.20; Pv 19.2); b) maligni-dade, perversidade (Gn 3.5; Jz 11.27); c) revolta, rebelião (2 Rs 3.5; Sl 51.13); d) iniquidade e culpa (Nm 15.30; 1 Sm 3.13); e) transgressão consciente (Lv 4.2); f) culpabilidade diante de Deus (Lv 4.13; 1 Jo 1.7); g) desviar-se do bom caminho (Nm 15.22; Sl 58.3).

2. No Novo Testamento. Quem lê o Novo Testamento depara-se com diver-sos vocábulos usados pelos escritores para definir a palavra pecado, que pode ser descrito da seguinte forma: a) mal

moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1 Tm 6.10); b) impiedade, increduli-

dade, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1 Tm 1.9; 1 Pe 4.18); c) culpa (Mt 5.21,22; Tg 2.10); d) pecado propriamente dito, derivado da palavra

grega hamartia (Rm 5.12; At 2.38; Jo 1.29; 1 Co 15.3); e)

conduta comprometedora (Rm 1.18; Rm 6.13); f) vida sem lei, referindo-se aos transgressores (Mt 13.41; 1 Tm 1.9); g) adoração falsa (At 17.23); h) engano (1 Pe 2.25; Mt 24.5,6; Ap 12.9); i) peca-do deliberado (Rm 5.15,20); j) induzir os outros errarem por meio de falsos ensinos (Gl 2.11,21; 1 Tm 4.2).

Assim, podemos perceber que o pecado é sempre maléfico. Suas ações são destruidoras em todos os aspectos, principalmente em relação ao bom relacionamento com Deus. Por isso, ao homem é melhor procurar, em Cristo, o perdão de todos os seus pecados, a fim de estar sempre em comunhão com Deus.

O pecado tem o alvo de levar o ho-mem ao estado de depravação espiri-

tual e moral.

PONTOCENTRAL

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201978 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO ITanto o Antigo quanto o Novo Tes-

tamento demonstram que o pecado é a violação da Lei de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Para reforçar o ensino a respeito do conceito do pecado nas Escrituras, ao introduzir o assunto em sua clas-se, leve em consideração a seguinte definição: “Talvez a melhor definição do pecado seja encontrada em 1 João 3.4: ‘O pecado é iniquidade’. Seja o que mais o pecado for, ele é, no seu âmago, uma violação da lei de Deus. E, já que ‘toda a iniquidade [gr. adikia, literalmente ‘injustiça’] é pecado’ (1 Jo 5.17), toda injustiça quebra a lei de Deus. Por isso, Davi confessa: ‘Contra ti, contra ti somente pequei’ (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspecti-va Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.281).

de ninguém. Esse procedimento, além de revelar a justiça divina, mostra que o compromisso do Senhor é para com os que andam em sinceridade, não importando a posição que exerçam, pois se pecarem, pagarão pelos seus pecados (Ez 33.12).

A consciência do rei Davi estava morta. Foi necessária uma alegoria do profeta Natã, relatando a ação de um homem rico, que, pela força, se apro-priara da cordeirinha única e amada de um pobre. O rico, apesar de possuir um grande rebanho, recusou-se a lançar mão de suas muitas ovelhas. Davi se mostrou irado com o procedimento do rico e, prontamente, queria condená-lo à morte.

2. Mostrando a gravidade do seu pecado. À semelhança de Samuel e Elias, Natã age com energia e coragem para com Davi, denunciando-lhes os gravíssimos pecados. Aliás, o indicati-vo “Tu és este homem” foi como uma espada traspassando o coração do rei. Não poderia ser de outra forma, pois Davi, além do adultério, cometera o crime de homicídio, envolvendo outras vidas. Ele violou o Decálogo, que im-perativamente diz para não adulterar e não matar (Êx 20.13,14).

O adultério é um tipo de relação sexual ilícita; é um pecado contra a família; acontece primeiramente no coração (Mt 5.28), evidenciando a falta de pureza na vida. Toda relação sexual antes e fora do casamento é proibida terminantemente pela Bíblia. Não po-deria haver suavidade para o pecado de Davi em relação ao adultério, pois ele atingira uma família; e, no tocante à morte de Urias, tirou injustamente a vida de um soldado honrado, leal e valente. Natã, portanto, anunciou a desaprovação de Deus e a sentença de juízo que viria sobre o rei.

II – A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI

1. Uma consciência morta. Tudo nos leva a crer que Davi não iria con-fessar seus pecados. Havia se passado um ano, e para ele todas as coisas estavam normais, mas Deus não o dei-xaria impune. Note o quanto a Bíblia é maravilhosa: ela não esconde o pecado

Toda relação sexual antes e fora do casamento é proibida termi-nantemente pela Bíblia.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 79Lições Bíblicas /Professor

3. Traindo a generosidade divina. Natã, como porta-voz de Deus, disse tudo quanto Ele havia feito com relação a Davi, citando cada benefício, um por um: a) livramento das mãos de Saul; b) o reinado sobre Judá e Israel; c) dentre muitos outros privilégios (2 Sm 12.8). Mas Davi, o homem segundo o coração de Deus, desprezara a generosidade de Deus (2 Sm 12.9).

Entretanto, Davi reconheceu sua transgressão; sabia que havia pecado contra o Senhor. Alguns de seus salmos revelam o sofrimento que ele passou por ter ocultado o seu pecado, entristecendo profundamente o Espírito de Deus (Sl 32.3-5; 51.12). Pela misericórdia divina, Davi foi perdoado, mas teve de arcar com as consequências de seus pecados.

pode ser tão pecaminosa quanto o assassinato, e um olhar de concu-piscência, tão pecaminoso quanto o adultério (Mt 5.21,22,27,28; Tg 3.14-16). A atitude pecaminosa inutiliza a oração (Sl 66.18). O pecado pode ser ativo ou passivo, ou seja, a prática do mal ou a negligência à prática do bem (Lc 10.30-37; Tg 4.17). Os pecados sexuais físicos são lastimáveis para os cristãos, porque abusam o corpo do Senhor na pessoa do crente e porque o corpo é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.12-20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspecti-va Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.289,90).

SÍNTESE DO TÓPICO IIDiante de uma consciência morta

do rei Davi, o profeta Natã mostrou-lhe a gravidade do seu pecado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO“As Escrituras descrevem muitas

categorias de pecados. Podem ser cometidos por incrédulos ou por cren-tes, sendo que estes dois grupos são lesados pelos pecados e precisam da graça. Os pecados podem ser come-tidos contra Deus, contra o próximo, contra o próprio-eu ou contra alguma combinação destes. Em última análise, porém, todo o pecado é contra Deus (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21). O pecado pode ser confessado e perdoado. Não sendo perdoado, continuará exercen-do o seu domínio sobre a pessoa. A Bíblia ensina que uma atitude pode ser tão pecaminosa quanto um ato. Por exemplo, a fúria contra alguém

III – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE DAVI

1. As consequências pelos pecados cometidos. Paulo afirmou que o que semeia na carne colherá corrupção (Gl 6.8). Foi o que ocorreu com Davi. Podemos enumerar alguns pontos dos males que vieram como consequência de seus pecados: o primeiro, a perda do filho; o segundo, o escândalo sexual de seu filho Amnon com a sua filha Tamar; o terceiro, o assassinato de Amnon; o quarto, a tentativa de usurpação do trono, por Absalão, e o abuso público das concubinas reais por este.

Davi foi perdoado pela graça e pela misericórdia divinas, mas teve de arcar com as consequências de seus pecados pelo restante de sua vida. É imperioso ao cristão evitar o pecado, pois este traz

Pela misericórdia divina, Davi foi perdoado, mas teve de arcar com as consequências de seus pecados.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201980 Lições Bíblicas /Professor

sofrimento e deixa marcas indeléveis, naqueles que o praticam, atingindo direta e indiretamente outras pessoas.

2. Davi, o rei fraco no seu pró-prio lar. Davi foi um grande líder para Israel, mas um péssimo pai de família. Ele teve doze esposas, dez concu-binas, vinte e um filhos e uma filha (2 Sm 3.2-5; 5.13-16; 1 Cr 3.1-9; 14.3-7; 2 Cr 11.18). Observe que os três filhos de Davi que morreram tragicamente − Amnom, Absalão e Adonias – eram seus sucessores imediatos.

Lendo 1 Reis 1.6, pode-se compre-ender que parte da desestruturação da família de Davi, segundo o texto, era culpa dele mesmo, pela maneira como conduzia os filhos. A falta de aconselha-mento e de disciplina fizeram com que os filhos dos três nomes de destaque dos livros que ora estudamos − Eli, Samuel e Davi −, tivessem grandes prejuízos morais e espirituais.

Nas palavras de Paulo, o que gover-na bem a própria casa está preparado para assumir grandes responsabilida-des na Obra do Senhor, daí ser essa uma premissa primordial para a vida do obreiro (1 Tm 3.4). Não adianta realizarmos grandes conquistas ecle-siásticas, ou financeiras, tendo um lar desestruturado.

CONCLUSÃOEvitemos o pecado a qualquer

custo, pois ainda que aparentemente seja inofensivo, ele sempre trará con-sequências gravíssimas. O adultério de Davi marcaria sua vida para sempre, mesmo depois de perdoado. Isso por-que o preço do pecado é demasiado alto; seus frutos geram a morte. A desobediência a Deus e a crueldade para com Urias seriam pagas por meio da dor e do sofrimento da própria família do rei.

SÍNTESE DO TÓPICO IIIO rei Davi sofreu consequências

de seus pecados tanto em sua vida familiar quanto em seu reinado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO“O estudo das consequências do

pecado devem considerar a culpa e o castigo. Há vários tipos de culpa(heb. ’asham, Gn 26.10; gr. enochos, Tg 2.10). A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da comunitária, que pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva refere-se à transgressão real, quer posta em prática pelo culpado, quer não. A culpa subjetiva refere-se à sensação de culpa numa pessoa, que pode ser sincera e levar ao arre-pendimento (Sl 51; At 2.40-47; cf. Jo 16.7-11). Pode, também, ser insincera (com a aparência externa de sinceri-dade), mas ou desconhece a realidade do pecado (e só corresponde quando apanhada em flagrante e exposta à vergonha e castigada, etc.) ou eviden-cia uma mera mudança temporária e externa, sem uma reorientação real, duradoura e interna (por exemplo, Faraó). A culpa subjetiva pode ser puramente psicológica na sua ori-gem e provocar muitas aflições sem, porém, fundamentar-se em qualquer pecado real (1 Jo 3.19,20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.294).

Isso porque o preço do pe-cado é demasiado alto; seus frutos geram a morte.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 81Lições Bíblicas /Professor

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.41. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

PARA REFLETIR

A respeito de “As Consequências do pecado de Davi”, responda:

• Qual o conceito do pecado em nosso vocabulário?Culpa, transgressão, vício, maldade, crueldade, erro, pena são palavras que podem ser entendidas como pecado em nosso vocabulário.

• Cite pelo menos três conceitos do pecado no Antigo Testamento?a) Pecado no sentido de errar o alvo, prática de imoralidade e idolatria (Êx20.20; Jz 16.20; Pv 19.2); b) Pecado no sentido de malignidade, perversidade (Gn 3.5; Jz 11.27); c) Pecado no sentido de revolta, rebelião (2 Rs 3.5; Sl 51.13).

• Cite pelo menos três conceitos do pecado no Novo Testamento?a) Pecado como mal moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1 Tm 6.10); b) pecado como impiedade, sem fé, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1 Tm 1.9; 1 Pe 4.18); c) pecado como culpa (Mt 5.21,22; Tg 2.10).

• O que fez o profeta Natã para despertar a consciência morta do rei Davi?Foi necessária uma alegoria do profeta Natã relatando a ação injusta do rico em que se apropriou da cordeirinha do pobre, que tanto a amava, tendo o rico um grande rebanho que manteve intacto.

• O que é imperioso para o cristão?É imperioso ao cristão evitar o pecado, pois ele traz sofrimento e deixa marcas indeléveis naqueles que o praticam, atingindo assim, outras pessoas.

SUGESTÃO DE LEITURA

Uma análise do que é o peca-do, com uma ampla visão de suas terríveis consequências.

Neste livro você descobrirá um Jesus diferente, que mu-dará radicalmente sua forma de ver a Deus.

A melhor fonte de exposição bíblica fiel disponível em nossos dias.

A Doutrina do Pecado

Amigo de Pecadores

Isaías: Deus salva os Pecadores

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201982 Lições Bíblicas /Professor

A Rebelião de Absalão 22 de Dezembro de 2019

Lição 12

Verdade Prática

“E desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para ju-ízo; assim, furtava Absalão o coração

dos homens de Israel.”

(2 Sm 15.6)

A rebelião revela uma natureza depravada e apóstata contra Deus,

visando apenas propósitos que con-trariam a perfeita vontade divina.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 6.1Os filhos devem obedecer aos pais

Terça – Ef 6.4Os pais não podem provocar seus filhos

Quarta – 1 Tm 3.2O servo de Deus deve ser irrepreensível

Quinta – 1 Pe 5.8Devemos fechar as portas às obras do Inimigo

Sexta – Mt 12.33Pelo fruto se conhece a árvore

Sábado – Fp 2.19,20,21É bom contar com pessoas nobres e fiéis a Deus

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 83Lições Bíblicas /Professor

1 - E aconteceu, depois disso, que Ab-salão fez aparelhar carros, e cavalos, e cinquenta homens que corressem adiante dele.

2 - Também Absalão se levantou pela manhã e parava a uma banda do ca-minho da porta. E sucedia que a todo o homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Ab-salão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E dizendo ele: De uma das tribos de Israel é teu servo;

3 - então, Absalão lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei.

4 - Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que vies-se a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!

5 - Sucedia também que, quando al-guém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava.

6 - desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o coração dos homens de Israel.

7 - E aconteceu, pois, ao cabo de qua-renta anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o meu voto que votei ao SENHOR.

8 - Porque morando eu em Gesur, na Síria, votou o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR outra vez me fizer tornar a Jerusalém, servirei ao SENHOR.

9 - Então, lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se, pois, e foi para Hebrom.

10 - E enviou Absalão espias por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão reina em Hebrom.

11 - E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio.

12 - Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, à sua cidade de Gilo, estando ele sacrificando os seus sacrifícios; e a conjuração se fortificava, e vinha o povo e se aumentava com Absalão.

13 - Então, veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração de cada um em Israel segue a Absalão.

14 - Disse, pois, Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jeru-salém: Levantai-vos, e fujamos, porque não poderíamos escapar diante de Absalão. Dai-vos pressa a caminhar, para que porventura não se apresse ele, e nos alcance, e lance sobre nós algum mal, e fira a cidade a fio de espada.

15 - Então, os servos do rei disseram ao rei: Eis aqui os teus servos, para tudo quanto determinar o rei, nosso senhor.

16 - E saiu o rei, com toda a sua casa, a pé; deixou, porém, o rei dez mulheres concubinas, para guardarem a casa.

17 - Tendo, pois, saído o rei com todo o povo a pé, pararam num lugar distante.

18 - E todos os seus servos iam a seu lado, como também todos os quereteus e todos os peleteus; e todos os geteus, seiscentos homens que vieram de Gate a pé, caminhavam diante do rei.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Samuel 15.1-18

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201984 Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Expor que a rebelião revela uma natureza depravada e apóstata contra Deus, visando apenas propósitos que contrariam a sua vontade.

HINOS SUGERIDOS: 88,117, 530 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever o homem Absalão;

Destacar a revolta de Absalão;

Apontar a morte de Absalão.

I

II

III

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 85Lições Bíblicas /Professor

A lição desta semana aborda sobre a rebelião do filho de Davi. O rei de Israel não poderia imaginar uma traição dessa proporção vinda da própria casa. Uma rebelião vinda de uma pessoa em que lhe é depositada toda a confiança é dolorosa e, num primeiro momento, inimaginável. O relato da rebelião de Absalão mostra o quanto tal atitude pode ser avassaladora. Absalão perdeu a vida; o rei Davi saiu arrasado; e milhares de vidas do exército foram dizimadas. Numa rebelião, todos perdem. Seja na família, na amizade ou nas instituições: ninguém sai ileso desse processo. Que Deus nos livre desse pecado! Que a paz e a unidade marquem a vida do povo de Deus!

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, discorreremos sobre a rebelião de Absalão; não se tratava apenas de uma oposição ou resistên-cia à autoridade, mas da síndrome do poder. O assassinato de seu irmão, Amnom, não foi apenas um feito vingativo, mas a oportunida-de de excluir um rival que estava na linha de sucessão ao trono (2 Sm 13.20-39). Absalão era oportunista, pers-picaz. Valendo-se de sua beleza física e carisma incomum, procu-rou derrubar o próprio pai, na esteira das falhas governamentais, buscando apoio nos descontentes, para reinar, prometendo que julgaria a todos com equidade e rapidez.

I – O HOMEM ABSALÃO1. Descrição. Absalão era o terceiro

filho de Davi com Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur, que nascera em Hebrom (2 Sm 3.2,3) – Davi teve seu primeiro filho com Ainoã, Amnon, o primogênito; o segundo com Abigail, Quileabe. Do hebraico, o nome Absalão significa “o pai é da paz” (2 Sm 3.3). Duas coisas o distinguem: seus longos cabelos e sua

aparência física, que era sem defeito (2 Sm 14.25).

Absalão era o filho predileto de Davi. Tinha uma vida de luxo, pois esta-vam a seu dispor um carro e 50 homens

que corriam adiante dele. Tinha uma personalidade forte e capacidade

para furtar o coração do povo (2 Sm 15.1.6). Biografica-mente, há muitos detalhes sobre o homem Absalão, em especial quanto à beleza

física, mas nenhum destaque para sua vida espiritual.2. Em que consistia a causa da

revolta de Absalão? Podemos asseverar que Davi é o grande responsável pelo desastre que aconteceu no seio de sua família, devido às suas faltas. Sua queda enfraqueceu espiritual e moralmente sua família. Assim, primeiramente vem o estupro de Tamar por Amnom, depois a morte deste por Absalão, que teve de fugir e ficar distante do pai por três anos. O retorno de Absalão, por parte da estratégia de Joabe, não foi muito bom, pois, ao retornar, Davi fica sem falar com Absalão por aproximadamen-te dois anos. Isso resultou em grande ódio e amargura no seu coração para com o pai.

A rebelião revela uma natureza de-pravada e após-

tata contra Deus.

PONTOCENTRAL

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201986 Lições Bíblicas /Professor

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Ao introduzir a aula desta semana, leve em conta alguns dados biográficos de Abasalão que descrevem um pouco de suas ações, pois eles nos permite conhecer um pouco da personalidade do filho de Davi: “Cinco anos se pas-saram [após Absalão matar Amnom, seu irmão] até que Davi o [Absalão] reintegrasse totalmente. Mas, Absalão movimentou-se rapidamente para conseguir o trono. Adotando costumes pagãos (que lhe foram ensinados por Talmai?) ele apareceu em público em uma carrugem escoltada por um cortejo de corredores. Ele assegurou a simpatia das dez tribos do norte fazendo-se passar por seu defensor. Dentro de quatro anos [...], sob o pre-texto de cumprir um voto, Absalão foi a Hebrom e reclamou o título de ‘rei’ (2 Sm 15.10); em seguida, apoderou--se de Jerusalém para ser sua capital” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.15).

por Davi; como falou Natã, sua vida seria marcada por inúmeros proble-mas (2 Sm 12.10,12). Davi, ao ocultar seu duplo pecado, pôs-se a levar uma vida relaxada tanto espiritual quanto publicamente; ele não estava mais julgando as causas como deveria; os problemas do reino acumulavam-se, aumentando grandemente a insatis-fação do povo.

O servo de Deus deve fazer de tudo para proceder corretamente perante Deus e o povo, pois a fragmentação de sua vida moral e espiritual pode abrir portas a uma tempestade incontrolável, levando-o a significativas perdas, daí a exigência de Paulo: “sejamos irrepre-ensíveis” (1 Tm 3.2).

2. O Absalão político. Há o registro do plano da insurreição de Absalão em 2 Samuel 15.1-12. Ele trabalhou incansavelmente durante quatro anos para pôr seu plano em prática – a re-volta contra seu pai. De duas maneiras Absalão procura impressionar o povo: primeira, se exibindo com carros, ca-valos e homens que corriam adiante dele; segunda, a lisonja.

O Absalão político agia da seguin-te maneira: demonstrava o espírito de grandeza. Era comum aos reis do Orien-te terem servos que iam adiante de seus carros, que, por vezes, variavam de três a quatro homens. Mas Absalão apresentava-se com cinquenta (2 Sm 15.1). Ainda, exercia uma função que não era sua. Ele sentava-se à porta da cidade como juiz, mas não o era. Apresentava as falhas no setor ad-ministrativo do rei, dizendo que não havia pessoas capazes indicadas pelo rei para atender ao povo. Depois, fazia falsa bajulação. Ele dispensava algo que era digno a todo filho de rei: reverência, antes demonstrava falsa humildade; tudo não passava de

SÍNTESE DO TÓPICO IAbsalão era um homem de aparência

“sem defeito”, dotado de personalidade forte e sagacidade para roubar o “coração do povo”.

Nada justifica o procedimento errado dos filhos, mas, por vezes, os pais contri-buem para que eles tomem o caminho da rebeldia deliberada (cf. Ef 6.4).

II. A REVOLTA DE ABSALÃO1. A fraqueza do reinado de Davi.

O que se desenrola nesse capítulo ainda é resquício do pecado cometido

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 87Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIA revolta de Absalão escondia um

espírito de grandeza, bajulação, falsa devoção a Deus e sagacidade.

dissimulação. Ainda, falsa devoção a Deus. Dizia que havia feito um voto a Deus, mas tudo era apenas uma ação mentirosa para enganar o rei. Finalmente, habilidade em ser sagaz. As pessoas se deixaram levar por toda essa ação sagaz sem que percebesse seu real significado.

3. Proclamando-se rei. Absalão foi para Hebrom com permissão de seu pai, mas ele o fez com falso pretexto, para comandar, de lá, seus emissários. Ele preparou esses homens e, ao seu sinal, ao som de trombetas, deveria ser proclamado a todo o Israel: “Absalão reina em Hebrom!”.

Por que Hebrom? Esse jovem sabia que, no seu histórico, Hebrom estava ligada com a monarquia de Israel; foi nela que seu pai fora coroado rei (2 Sm 2.4; 5.3) e que seu reinado durou ali sete anos e meio. Absalão tinha consciência de que havia da parte de Judá um sentimento muito especial por esse lugar; estrategicamente, buscava apoio naquela região. Ele fez um convite especial para duzentas pessoas escolhidas a dedo, que eram de influência, mas não sabiam de nada, e levou também um dos conselheiros do rei Davi, Aitofel. Desse modo, es-tava montado todo o projeto para a conspiração de Absalão.

4. A lealdade dos servos de Davi. Ao tomar conhecimento da ação de seu filho Absalão, Davi apronta para fugir. Sem dúvida isso era a consequência da espada que viria sobre sua casa, como fora profetizado.

Ao sair Davi de Jerusalém com seus amigos, a primeira parada que faz é em frente ao Monte das Oliveiras, que tem ligação com a Via Dolorosa (Lc 22.39). Junto com Davi, vai muita gente, mas o texto faz um destaque à lealdade de um estrangeiro de Gate, cujo nome

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO“Após um apelo especial a Itai,

que parece ser o comandante dos 600 homens, [Davi] liberou-o de qualquer obrigação e rogou a ele e as seus homens que retornassem ao palácio, Davi recebeu a promessa de lealdade de vida e morte de seus guardas. O uso do nome do Deus de Israel na aliança, Yahweh, o Senhor, indicaria que ele era um prosélito da religião hebraica, bem como um leal súdito da coroa. Com esta garantia, e em meio a um luto geral por parte do povo em Jerusalém e suas vizinhanças, Davi e sua companhia atravessaram o Cedrom, o vale que margeava Jerusalém a les-te, e se encaminharam para o oriente através do deserto em direção ao Jordão” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.252).

era Itai. Davi insistentemente solicita que ele volte a ter com o rei, Abasalão, o que não o faz, mas se coloca à sua inteira disposição com toda fidelidade, afirmando que ficaria ao seu lado, quer fosse para vida quer para a morte (2 Sm 15.21).

Isso tocou profundamente o cora-ção de Davi, pois tal posicionamento deveria partir, isto sim, do seu filho.

III. A MORTE DE ABSALÃO 1. Coração de pai. Davi teve de

montar seu exército para lutar contra

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201988 Lições Bíblicas /Professor

SÍNTESE DO TÓPICO IIIA rebelião de Absalão contra o seu

pai custou-lhe a vida.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO“Davi, portanto, se pôs da banda

porta (4) de Maanaim enquanto seu povo marchava, e fez seu exército ouvir a ordem que dava aos seus capitães: brandamente tratai por amor de mim ao jovem, a Absalão (5). Da descrição da batalha, somos levados a entender que esta não foi uma ação defensiva da parte de Davi, mas uma investida forte e provavelmente inesperada que fez recuar as forças de Absalão, as quais atravessaram o Jordão para dentro do bosque de Efraim (6), onde ocorreu o combate decisivo. A luta foi sangrenta, e 20.000 homens morreram – talvez de ambos os lados – mais gente perdeu a vida nas gargantas e desfiladeiros das montanhas repletas de bosques do que pela espada” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.254).

o próprio filho, dividindo-o em três companhias, uma sob a liderança de Joabe, outra, de Abisai, e a última de Itai. Ele se propõe a ir para o combate, mas o povo não permite. Duas coisas importantes devem ser entendidas aqui: a primeira é o valor que o povo via em Davi; sendo ele um grande guerreiro, uma pessoa capaz, ainda que estivesse pagando um alto preço, as pessoas sabiam do seu valor (2 Sm 18.3;1 Sm 18.7; 29.5), e que por causa disso ele era o alvo principal. A segunda é que o povo queria evitar que o próprio pai tivesse que confrontar o filho. Todos viam a dor que Davi sentia ao formar aquele exército, para lutar contra seu filho; por isso, pediu que se tratasse o jovem com brandura.

2. O preço da rebelião de Absalão. A batalha de Absalão pelo trono, ou seja, sua rebeldia em troca do poder, custar-lhe-ia a vida. Os homens de Davi entraram em combate. A vitória facilitou a vitória de Davi, pelo fato de a floresta, na qual os homens de Absalão embrenharam-se, ser traiçoeira.

Em alguns relatos bíblicos, forças naturais contribuíram para que o povo do Senhor fosse vitorioso, como lama, insetos, doenças, o que prova que Deus age como Ele quer. Vinte mil homens de Absalão foram abatidos (2 Sm 18.7,8). Vendo que estava perdendo a batalha, fugiu sobre um mulo, mas acabou pre-so nos ramos de um grande carvalho, suspenso pelos cabelos entre o céu e a terra.

Joabe tomou conhecimento da situação de Absalão, irando-se, porque o homem que lhe trouxe a notícia não o matara. O mensageiro lhe disse que não poderia ter feito isso, ainda que fosse para ganhar mil moedas de prata, pois tinha ouvido o pedido do rei. Joabe, então, foi até Absalão e traspassa-o

com dardos. Depois disso, o combate termina. O fim de Absalão foi trágico, porque ele agira como usurpador, rebelde; pela lei, deveria morrer (Dt 21.18,21,23; 2 Sm 17.2,4).

Toda rebeldia tem seu preço; por isso o melhor é sempre evitá-la.

CONCLUSÃOCom este episódio, aprendemos

que a rebelião aborrece a Deus. Evi-temos, pois, o pecado da rebeldia; busquemos a sabedoria e a prudência divinas, para que não experimentemos a ira do Deus justo e verdadeiro. Sejamos fiéis e santos.

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 89Lições Bíblicas /Professor

PARA REFLETIR

A respeito da lição “A Rebelião de Absalão”,responda:

• Qual o significado do nome Absalão?Do hebraico, seu nome é “o pai é da paz”.

• Qual destaque a Bíblia faz sobre Absalão?Biograficamente há muitos detalhes sobre a pessoa de Absalão, em especial no quesito físico, mas nenhum destaque para sua vida espiritual.

• O que a fragmentação moral na vida moral e espiritual pode fazer?O servo de Deus deve fazer de tudo para proceder corretamente perante Deus e o povo, pois a fragmentação na sua vida moral e espiritual pode abrir portas para uma tempestade incontrolável, levando-o a significativas perdas, daí a exigência de Paulo: “sejamos irrepreensíveis” (1 Tm 3.2).

• Como político, o que Absalão fazia?O Absalão político agia da seguinte maneira: demonstrava o espírito de grandeza, exercia uma função que não era sua, fazia falsa bajulação, falsa devoção a Deus e tinha a habilidade em ser sagaz.

• Se toda rebeldia tem o seu preço, o que é melhor fazer?Toda rebeldia tem seu preço, por isso o melhor é sempre evitá-la.

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Uma nova abordagem à arte da interpretação bíblica, focada em como as próprias Escrituras formam seus leitores em intérpretes sábios e fiéis.

120 mensagens devocionais do famoso evangelista do séc. XIX.

A amarga história do Coliseu, lugar onde cristãos eram tru-cidados por sua fé em Cristo.

Hermenêutica O Melhor de D. L. Moody

Os mártires do Coliseu

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201990 Lições Bíblicas /Professor

A Velhice de Davi 29 de Dezembro de 2019

Lição 13

Verdade Prática

“Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu

prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar.”

(2 Sm 23.5)

A verdadeira essência da vida não consiste em viver muito ou pouco,

mas sim em viver cada momento com Deus e para Deus.

Texto Áureo

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 2 Sm 22.49Deus é que levanta os seus servos

Terça – 2 Pe 1.21O Espírito Santo inspirou homens santos a escreverem a Bíblia Sagrada

Quarta – Is 9.7O governo de Cristo será perfeito

Quinta – Is 55.3Devemos sempre nos firmar na aliança divina

Sexta – Êx 3.6O Deus de Jacó usa-nos, apesar de nossas imperfeições

Sábado – Sl 92.14Busquemos o auxílio divino na velhice, para sermos produtivos

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 91Lições Bíblicas /Professor

OBJETIVO GERAL

Esclarecer que a essência da vida consiste em viver cada momento com Deus e para Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cadatópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

HINOS SUGERIDOS: 78,278, 348 da Harpa Cristã

Apresentar uma visão geral da velhice;

Pontuar os problemas na velhice;

Enfatizar as palavras finais de Davi em sua velhice.

I

II

III

1 - E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel:

2 - O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.

3 - Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.

4 - E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quan-do, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra.

5 - Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar.

6 - Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão.

7 - Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Samuel 23.1-7

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201992 Lições Bíblicas /Professor

Quantas são as pessoas que ao longo da caminhada cristã, hoje, já na terceira idade, sentem-se cansadas, desanimadas e sem autoestima? Isso não significa falta de espiritualidade ou ausência de comunhão com Deus, mas mostra que o envelhecimento é uma fase natural da vida que pode ser vivida de maneira saudável ou não. Nesse sentido, o objetivo desta lição é afirmar que a essência da vida consiste em viver cada momento com Deus e para Deus. Assim, podemos ter o olhar alterado sobre a velhice, vivendo-a de modo que glorifique a Deus e alegre o coração.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

COMENTÁRIOINTRODUÇÃO

Nada há nada de pejorativo na palavra velhice. Ela não fala apenas de idade avançada, mas também de maturidade, experiência. Por isso, o hebraico (seybah) a define como cabelos grisalhos, cabeça encanecida. Nas Escrituras, a velhice é vista como fonte de bênçãos: “Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor” (Sl 92.14). A velhice pode ser boa ou ruim − isso dependerá da forma como vivemos cada fase de nossa vida; temamos a Deus e sejamos sábios (Ec 12.1).

Os últimos momentos da vida de Davi, já na velhice, foram conturbados, conforme descrito em 1 Reis, mas, pela sua peregrinação e comunhão com Deus, ele finda sua missão com uma grandiosa ação de graças ao Senhor, que o chamara desde a meninice.

I – UMA VISÃO GERAL SOBRE A VELHICE

1. Concepções antigas e modernas. Há 2.500 anos, o filósofo egípcio Ptah-hotep descreveu a velhice como o maior infortúnio que pode atingir o ser humano. O poeta inglês William

Shakespeare não via a velhice com bons olhos, antes, relatou que os anos crepusculares trazem uma segunda infância e simples esquecimentos. O tom da concepção moderna sobre a

velhice é desgastante, ao afirmar que os velhos são ressenti-

dos com os jovens, pois são pessoas cansadas, fora de moda e severas. Entretanto, o respeito por cada fase da vida é ordenado por Deus.

Ninguém pode desprezar o outro por ser adolescente, jovem

ou idoso. Tem-se veiculado nos meios de

comunicação o descaso com que muitos tratam os mais velhos; sem dúvida, isso se deve ao esfriamento do amor e ao aumento do pecado, gerando ingratidão e desrespeito (Mt 24.12). Por isso, a igreja deve manter programas especiais para os idosos, pois essa prática revela o amor de Deus ao próximo.

2. Concepção bíblica. A Bíblia descreve a velhice como algo natural e dadivoso. O homem que mais viveu na terra foi Matusalém, chegando à idade de 969 anos (Gn 5.27). Mas há muitos outros que chegaram à velhice com menos idade e diversos problemas, como Isaque, que não enxergava mais

A essência da vida consiste em vi-ver cada momento

com Deus e para Deus.

PONTOCENTRAL

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 93Lições Bíblicas /Professor

II – PROBLEMAS NA VELHICE DE DAVI

1. A velhice de Davi. 1 Reis 1.1-4 descreve alguns problemas que atingi-ram Davi na velhice. Ali, se esclarece que a velhice não poupa ninguém. Por causa dos grandes sofrimentos, das lutas que marcaram sua vida e das causas naturais, com aproximadamente setenta anos, as forças e a saúde de Davi já tinham definhados. Seu corpo não conseguia manter-se aquecido.

Davi é o exemplo de como começa o declínio da vida, conforme expõe Ecle-siastes 12.1-7. Portanto, aproveitemos bem a adolescência e a juventude na presença de Deus; consagremos nossas forças e todo o nosso vigor ao Senhor Jesus Cristo.

2. Enfrentando mais um filho rebelde. Em 1 Reis 1.15, novamente o texto reforça a velhice de Davi. Estando ele doente e sem forças, Adonias aproveita-se desse instante para declarar-se rei; ele tem quase os mesmos traços de Absalão − é formoso de aparência e exalta a si mesmo, di-zendo: “Eu reinarei”. Apresenta-se ao público com características da realeza: com carros, cavaleiros e pessoas que corriam adiante dele. Ao contrário de Absalão, que sofria oposição de seu pai, Adonias sabia que não haveria qualquer entrave para o seu plano,

SUBSÍDIO DIDÁTICO--PEDAGÓGICO

Ao introduzir esta lição, fale um pouco do texto base das Escrituras, que fundamenta a lição (2 Sm 23.1-7), destacando a seguinte informação: “O primeiro parágrafo do capítulo 23 é introduzido com um título: Estas são as últimas palavras de Davi (1). Davi é descrito como o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel. É possível que as últimas palavras aqui signifiquem ‘as últimas palavras inspiradas’, visto que o termo hebraico traduzido como diz é um

SÍNTESE DO TÓPICO IA perspectiva bíblica a respeito da

velhice é positiva, pois a mostra como algo natural e dadivoso.

(Gn 27.1), Barzilai, que afirmou que, devido à idade, já não se interessava mais por finas iguarias (2 Sm 19.34,35).

A Bíblia relata, porém, dois ho-mens de idade avançada que não foram atingidos pelos sintomas e problemas na velhice. O primeiro é Moisés; em Deuteronômio 34.7 é dito que seus olhos nunca escureceram nem ele perdeu o vigor. Em seguida, Calebe, com a idade de 84 anos, falou a Josué que Deus lhe tinha conservado até ali, e ele ainda viria a conquistar as terras que lhe foram destinadas (Js 14.10-14).

A velhice virá para todos os mortais, mas o importante é ter Deus na vida, pois, dessa forma, poderá ser encarada com naturalidade, longe de qualquer estereótipo.

termo que é sempre usado em outras passagens como um pronunciamento divinamente inspirado. Que o Espírito do Senhor realmente falava por Davi (2) é abundantemente atestado nos salmos que ele escreveu” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.260-61). No tópico três, você poderá retomar o assunto, pois ele trata das palavras finais de Davi.

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SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO “a. Adonias exaltou-se a si mes-

mo [1 Reis] (1.5-8). A decisão de se andar em seu próprio caminho ao invés de se submeter à vontade de Deus é autoexaltação, e esse espíri-to frequentemente resulta em uma tendência estabelecida na vida. Isto era verdadeiro no caso de Adonias. Ao exaltar-se a si mesmo, ele seguiu o exemplo de Absalão (cf. 2 Sm 15.1ss). Propositalmente, ele se apresentou como um personagem da realeza, com seus próprios carros, cavaleiros e homens que corriam diante dele. Ao contar com um histórico de disci-plina paterna negligente e com a sua formosura (6), ele aparentemente sentiu que Davi, seu pai, não seria empecilho para ele. Adonias procurou a ajuda daqueles que já não gozavam das boas graças de Davi (7): Joabe, o antigo comandante do exército do rei (2 Sm 2.13, passim); e Abiatar, que tinha sido sacerdote leal de Davi no passado (1 Sm 22.20, passim). Existem muitas evidências em 2 Samuel de uma crescente discórdia entre Davi e seu general Joabe (2 Sm 3.23-39; 19.1-8; 24.3,4). No entanto, nada se sabe que possa explicar o desafeto de Abiatar, e a sua consequente disposição de adotar a causa de Adonias” (Comen-tário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.279).

SÍNTESE DO TÓPICO IINa velhice, Davi presenciou mais

uma revolta de um filho, Adonias.

pois fora criado sem qualquer disci-plina. Daí a expressão: “Nunca seu pai o tinha contrariado”.

Adonias representa aqueles que querem ser líderes segundo sua própria vontade, que exaltam a si mesmos, desprezando a vontade de Deus. Essa postura vai lhe custar a vida.

3. Constituindo Salomão como rei. Já no seu leito de morte, doente e velho, Davi teve de atuar firmemente para constituir Salomão como rei. Ele chama Zadoque, Natã e Benaia, e passa-lhes as necessárias instruções, seguindo os costumes da separação de um rei: a unção e o anúncio público.

A ordem de Davi era que Salomão fosse colocado em sua mula, sobre a qual somente o rei andava; ele foi escoltado até Giom, em direção ao vale de Cedrom. A unção foi feita por Zadoque com o óleo do tabernáculo, perante todo o povo. A cerimônia feita para a coroação de Salomão recebia a ratificação divina. Somente a partir disso é que Salomão poderia assumir o trono.

4. As palavras de Davi a Salomão e sua morte. Davi tem consciência de que vai morrer. É isso o que se constata em 1 Reis 2.1-4. Nessa hora, brotam dos seus lábios profundas palavras com as quais aconselha seu filho. Davi diz para Salomão andar em santidade e, nela, conduzir o rebanho de Deus, Israel. O rei tinha consciência plena de que uma vida de santidade só era possível pela observância e obediência completa à Palavra de Deus, conforme Moisés revelara.

Tanto Salomão quanto o povo ti-nham a responsabilidade de andarem nos caminhos do Senhor, por causa das verdades divinas transmitidas, o que significava: atentar para os esta-tutos do Senhor (Êx 30.21); guardar

os mandamentos divinos (Êx 20.1-17); atentar para os decretos ou juízos do Senhor (Êx 21.1).

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2019 - Outubro/Novembro/Dezembro 95Lições Bíblicas /Professor

SUBSÍDIO VIDA CRISTÓNão importa a sua idade, não im-

portam os problemas de saúde ou outro qualquer que você esteja enfrentando. Não importa o cansaço físico e mental, a falta de coragem e de ânimo. O Senhor Jesus faz o seguinte convite: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’ (Mt 11.28). Se até então a sua idade tem sido um ‘fardo’ difícil de suportar, a proposta de Jesus é que você troque pelo seu fardo e seu jugo, que é leve e suave. Ou seja: a partir de hoje, os seus muitos dias de vida serão usufruídos com a leveza e suavidade que só Deus pode conceder, por meio de sua maravilhosa paz. [...] Com Jesus ao seu lado você poderá dizer que ‘as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo’ (2 Co 5.17). Assim, a sua ‘velha idade’, o seu ‘velho corpo’, o seu ‘velho cansaço’, a sua ‘velha vida’, o seu ‘velho eu’, tudo o que você considera como ‘velharia’ será transformado em coisa novas por Cristo” (FREIRE, Eurides Santana. Melhor idade... Por que não? Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.109,10).

SÍNTESE DO TÓPICO IIIEm sua velhice Davi reconheceu a

ação de Deus e diz palavras divina-mente inspiradas.

III. AS PALAVRAS FINAIS DE DAVI EM SUA VELHICE

1. O reconhecimento da ação do Deus de Jacó. As palavras finais de Davi em 2 Samuel 23.1-7 são de louvor a Deus. Primeiramente ele expressa sua gratidão a Deus por ter-lhe favorecido em tudo; e menciona que foi levantado em altura pelo Deus de Jacó: “Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus“ (v.3).

Davi tinha consciência de que todas as suas conquistas não eram humanas e que, ele mesmo, não era divino, como pensavam os reis de outras nações ao próprio respeito; mas seu crescimento veio do Deus de Israel. Reconhecer nossa fragilidade é o caminho para Deus usar-nos sem nunca pensarmos ser alguma coisa (Sl 82.7). No Novo Testamento, Paulo era usado por Deus, mas tinha consciência de sua humanidade (At 14.15).

2. O Davi inspirado. Davi escla-rece que as palavras que pronunciará têm sua fonte em Deus. Ele deixa claro, nos versículos 3 e 4, que brevemente o governador ideal chegará. Ele irá atuar com justiça, andará no temor do Senhor e trará grandes bênçãos ao povo. O rei diz assim porque tinha consciência de que havia falhado. Mesmo diante de suas falhas, Davi sabia que Deus tinha estabelecido com ele um concerto, de modo que esse justo rei irá sair de sua própria casa (Is 55.3; Jr 33.15.16; At 13.34). Referia-se Ele, profeticamente, à chegada do Messias – Jesus Cristo.

Em 1 Reis 2.10, o autor sagrado registra a morte de Davi, o grande rei de Israel. Ele dormiu com os seus pais para acordar na eternidade com Deus. Ele estaria para sempre com o Senhor.

CONCLUSÃO A Bíblia fala dos atos heroicos de Davi,

mas não esconde seus erros e deslizes. Mas o pastorzinho de Belém, como o homem segundo o coração de Deus, soube como retornar ao que o ungira como rei de Israel. Seus salmos relatam a comunhão profunda e íntima que ele mantinha com o Senhor. E, dessa forma, o amado rei finda sua vida, enaltecendo o Deus de Jacó.

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Outubro/Novembro/Dezembro - 201996 Lições Bíblicas /Professor

CONSULTERevista Ensinador Cristão – CPAD, nº 80, p.42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

PARA REFLETIR

A respeito da lição “A Velhice de Davi”, responda:• Como a velhice é tratada na concepção moderna?O tom da concepção moderna sobre a velhice é desgastante, ao afirmar que os velhos são ressentidos com os jovens, pois são pessoas cansadas, fora de moda, feias e severas.

• Como a Bíblia descreve a velhice?A Bíblia descreve a velhice como uma bênção e algo natural.

• O que a igreja deve fazer para com as pessoas de terceira idade?A igreja deve ter e manter programas especiais para os idosos, pois essa prática revela o amor de Deus ao próximo (Mc 12.30).

• Como é descrito em 1 Reis a velhice de Davi?Com aproximadamente setenta anos, as forças e a saúde de Davi tinham definhado. Seu corpo não conseguia manter-se aquecido.

• Qual a consciência que o rei Davi tinha a respeito de si?Davi tinha consciência de que todas suas conquistas não eram humanas, e que ele mesmo não era divino, como pensavam os reis de outras nações; seu crescimento provinha do Deus de Israel.

SUGESTÃO DE LEITURA

Um importante alerta para todo aquele que leva o ministério pastoral a sério.

A plenitude da vida cristã é um ideal a ser alcançado. A maturidade!

Nesta obra o pastor Ray escreveu lições práticas sobre como tomar decisões quando estiver em dúvida.

As Ovelhas também Gemem

A Caminho da Maturi-dade

Descubra a Vontade de Deus para a sua Vida

ANOTAÇÕES DO PROFESSOR

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A religião cristã baseia-se fundamentalmente na crença de que Deus escolheu Se

revelar à raça humana que dele se afastou. Deus fez isso não apenas por meio de sinais

miraculosos, por atos gerais da providência e pela vida e obra de Jesus Cristo, mas através

de 66 escritos conhecidos coletivamente como a Bíblia. Esses livros são considerados

como nada menos que a comunicação oficial de Deus, dada por intermédio de autores

humanos, que foram conduzidos pelo Espírito Santo a registrar aquilo que Deus queria

que soubéssemos. Entre outras coisas, aprendemos na Bíblia que Deus é o soberano

Criador de tudo o que existe. Nenhum canto do universo está fora do Seu controle.

Aprendemos que Deus é amor, que Seu caráter é imutável por toda a eternidade, que Ele

é santo em todos os sentidos e que só Ele é digno de louvor e glória. Também aprendemos

que somos pecadores, carentes de reconciliação com Deus e que esta reconciliação só

vem por meio da fé no Filho de Deus, que pagou nossa dívida na cruz.

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PIRATARIAÉ CRIME

Bem-aventurado é uma expressão citada diversas vezes na Bíblia Sagrada, podendo signifi car muito feliz e/ou aquele que tem a glória dos céus. A felicidade que vem de Deus é

fundamentada na fé e na obediência à Palavra.

Há pessoas que acreditam que a internet é Terra de Ninguém, onde tudo pode ser compartilhado. Mas nem tudo que aprovamos a Bíblia está de acordo. Em Romanos 14 diz“[…] Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. [...]”

Compartilhar livros em PDF, ou qualquer outro formato, sem ter pago o devido valor por ele, é pirataria. Para um livro ser produzi-do, é preciso do empenho de diversos profi ssionais, cujo o salário é fruto da venda desses produtos. Além do autor ser o principal, exis-tem equipes de revisão, design, marketing, etc. É nosso dever, como cristãos, pagar o que é devido, como a Lei Divina nos mostra em 1 Timóteo 5.18 “[...] Digno é o obreiro do seu salário”. Juntamente, a lei humana (Nº 9.610, de fevereiro de 1998) declara a proteção aos direi-tos autorais do autor da obra.

(LEI Nº 9.610, de fevereiro de 1998 — www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm)

Não propague o crime!Não compartilhe cópias não autorizada de livros. Seja um cristão fi el aos princípios da Bíblia.

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