profª drª rosana helena nunes prof. me. pedro luís rodrigues

56
Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Upload: dale

Post on 13-Jan-2016

38 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues. PERCURSO GERATIVO DE SENTIDO E GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO: UM OLHAR SEMIÓTICO: uma conversa que se inicia. Gênero textual. - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Page 1: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Profª Drª Rosana Helena NunesProf. Me. Pedro Luís Rodrigues

Page 2: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

PERCURSO GERATIVO DE SENTIDO E GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO: UM

OLHAR SEMIÓTICO: uma conversa que se inicia ...

Page 3: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Os Gêneros são definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa como: formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura.

Bakhtin define os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados constituídos historicamente e que mantêm uma relação direta com a dimensão social.

Gênero textual

Page 4: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Usamos essa expressão para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

TIPO TEXTUAL

Page 5: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

TIPO TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS

a) São constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas.

a) São realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas.

b) Constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos.

b) Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas.

c) Abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal.

c) Abrange um conjunto aberto e ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.

d) Designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.

d) Exemplo de gêneros: crônicas jornalísticas, folhetos publicitários,atas de reuniões, relatórios, ensaios, etc.

Page 6: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Mesmo identificando diferentes categorias nos Mesmo identificando diferentes categorias nos diversos tipos de narrativa – numadiversos tipos de narrativa – numa fábulafábula, , numnum conto de fadasconto de fadas, , numanuma crônica literáriacrônica literária, , numnum romance policialromance policial, , numnum romance de aventuraromance de aventura etc. – etc. – ainda que nem sempre na sua ordem ainda que nem sempre na sua ordem canônica – verificamos facilmente o quanto esses canônica – verificamos facilmente o quanto esses textos são diferentes entre si. Um conto de fadas, textos são diferentes entre si. Um conto de fadas, por exemplo, apresenta uma sequência padrão e por exemplo, apresenta uma sequência padrão e um cenário específico: tempo indeterminado, um cenário específico: tempo indeterminado, lugar e personagens típicos (era uma vez, há lugar e personagens típicos (era uma vez, há muito e muito tempo...; floresta, bosques; muito e muito tempo...; floresta, bosques; castelos, bruxas, príncipes, princesas, reis rainhas, castelos, bruxas, príncipes, princesas, reis rainhas, camponeses etc.). Esse cenário é totalmente camponeses etc.). Esse cenário é totalmente diferente daquele de uma crônica literária (lugar – diferente daquele de uma crônica literária (lugar – cidade; tempo – contemporâneo ; personagens – cidade; tempo – contemporâneo ; personagens – pessoas comuns típicas dos centros urbanos). pessoas comuns típicas dos centros urbanos). Além disso, muitas vezes, uma crônica não Além disso, muitas vezes, uma crônica não apresenta uma ordem canônica (primeiro cenário, apresenta uma ordem canônica (primeiro cenário, depois complicação e depois resoluçãodepois complicação e depois resolução). ).

Page 7: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Assim, não há como ensinar a construção de Assim, não há como ensinar a construção de um cenário que sirva para as narrativas em um cenário que sirva para as narrativas em geral nem a construção de um conflito ou de geral nem a construção de um conflito ou de um desfecho para todos os textos narrativos um desfecho para todos os textos narrativos e, no limite, não podemos ensinar narrativa e, no limite, não podemos ensinar narrativa em geral, porque cada tipo de narrativa – em geral, porque cada tipo de narrativa – gênero – se concretiza numa forma específica gênero – se concretiza numa forma específica e possui temas e características próprios.e possui temas e características próprios.

O mesmo ocorre quando nos referimos à O mesmo ocorre quando nos referimos à dissertação. Um editorial de jornal, uma dissertação. Um editorial de jornal, uma resenha crítica, um artigo científico, um texto resenha crítica, um artigo científico, um texto explicativo e outros tantos chamados explicativo e outros tantos chamados gêneros gêneros do discursodo discurso são, por vezes, colocados sob o são, por vezes, colocados sob o rótulo de dissertaçãorótulo de dissertação

Page 8: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

a)a) Gêneros da ordem Gêneros da ordem do narrardo narrar: : cujo domínio social é o da cujo domínio social é o da cultura literária ficcional e cuja capacidade de linguagem cultura literária ficcional e cuja capacidade de linguagem dominante é a mimese da ação por meio da criação ou dominante é a mimese da ação por meio da criação ou reconstrução de uma intriga no domínio do verossímil. reconstrução de uma intriga no domínio do verossímil. Exemplos desses gêneros:Exemplos desses gêneros: conto de fadas, fábula, lenda, conto de fadas, fábula, lenda, narrativa de aventura, narrativa de ficção científica, narrativa de aventura, narrativa de ficção científica, romance policial, crônica literária etc.;romance policial, crônica literária etc.;

b)b) Gêneros da ordem Gêneros da ordem do relatardo relatar: : cujo domínio é o da cujo domínio é o da memória e da documentação das experiências humanas memória e da documentação das experiências humanas vividas e cuja capacidade de linguagem dominante é a vividas e cuja capacidade de linguagem dominante é a representação pelo discurso de experiências vividas, representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. Exemplos desses gêneros:situadas no tempo. Exemplos desses gêneros: relatos de relatos de experiências, crônicas jornalísticas, relato histórico, experiências, crônicas jornalísticas, relato histórico, biografia etc.;biografia etc.;

Page 9: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

c) Gêneros da ordem c) Gêneros da ordem do argumentardo argumentar: : cujo cujo domínio social de comunicação é o da discussão domínio social de comunicação é o da discussão de assuntos ou problemas sociais controversos, de assuntos ou problemas sociais controversos, visando a um entendimento e a um posicionamento visando a um entendimento e a um posicionamento diante deles e cujas capacidades dominantes são o diante deles e cujas capacidades dominantes são o uso dos movimentos de sustentação, refutação e uso dos movimentos de sustentação, refutação e negociação de tomada de posições e o negociação de tomada de posições e o reconhecimento de situações argumentativas e dos reconhecimento de situações argumentativas e dos movimentos argumentativos utilizados. Exemplos movimentos argumentativos utilizados. Exemplos desses gêneros: desses gêneros: diálogo argumentativo, carta de diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, debate regrado, editorial, ensaio, resenhas debate regrado, editorial, ensaio, resenhas críticas etc.críticas etc.

Page 10: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

d) Gêneros da ordem d) Gêneros da ordem do expordo expor: : que veiculam o conhecimento que veiculam o conhecimento mais sistematizado que é transmitido culturalmente mais sistematizado que é transmitido culturalmente (conhecimento cientifico e afins) e cuja capacidade de linguagem (conhecimento cientifico e afins) e cuja capacidade de linguagem dominante é a apresentação textual de diferentes formas de dominante é a apresentação textual de diferentes formas de saberes. Exemplos desses gêneros: saberes. Exemplos desses gêneros: seminário, conferência, seminário, conferência, verbete de enciclopédia, texto explicativo, tomada de notas, verbete de enciclopédia, texto explicativo, tomada de notas, resumos de textos explicativos ou expositivos, relato de resumos de textos explicativos ou expositivos, relato de experiência etc.;experiência etc.;

e) Gêneros da ordem e) Gêneros da ordem do instruir do instruir ou ou do prescreverdo prescrever: : que que englobariam textos variados de instrução, regras e normas e que englobariam textos variados de instrução, regras e normas e que pretendem, em diferentes domínios, a prescrição ou a pretendem, em diferentes domínios, a prescrição ou a normatização de ações e cuja capacidade dominante é a normatização de ações e cuja capacidade dominante é a regulação mútua de ações. Exemplos desses gêneros: regulação mútua de ações. Exemplos desses gêneros: receitas, receitas, instruções de uso, instruções de montagem, regras de jogos, instruções de uso, instruções de montagem, regras de jogos, bulas, regulamentos, estatutos etc.;bulas, regulamentos, estatutos etc.;

Page 11: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Algumas observações sobre os tipos textuais

A expressão tipo de texto é equivocadamente empregada e não designa um tipo, mas sim um gênero de texto.

A carta pessoal não é um tipo de texto informal e sim um gênero textual, A carta pessoal pode conter uma seqüência narrativa, uma argumentação, uma descrição e assim por diante.

Page 12: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

BILHETE

Page 13: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

RECEITA DE BOLO

Page 14: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

BULA DE REMÉDIO

Page 15: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

LISTA TELEFÔNICA

Page 16: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

CARTA COMERCIAL

Page 17: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

SERMÃO

Page 18: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

PIADA

Page 19: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

E-MAIL

Page 20: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

LISTA

Page 21: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

HORÓSCOPO

Page 22: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

POEMA

Page 23: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

PREFÁCIO

Page 24: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Page 25: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

MANUAL DE INSTRUÇÃO

Page 26: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Em todos esses gêneros também se estão realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos.

Um texto é tipologicamente variado (heterogêneo)

Page 27: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

ORGANIZAÇÃO TIPÓLOGICA DO TEXTO

NARRATIVOS

DESCRITIVOS

EXPOSITIVOS

ARGUMENTATIVO

INJUNTIVO

Sequência temporal

Sequências imperativas

Sequências de localização

Sequências analíticas

Sequências contrastivas explícitas

Page 28: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Esse modo de análise pode ser desenvolvido com todos os gêneros. Nota-se que há uma grande heterogeneidade tipológica nos gêneros textuais.

Quando se nomeia um certo texto como narrativo, descritivo ou argumentativo, não se está nomeando o gênero e sim o predomínio de um tipo de sequência de base.

Page 29: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

INTERNET: gêneros textuais padrão de criação: base no que já existia.

Curiosidades:

1) há uma centralidade na escrita e não na oralidade.2) Falamos pela escrita? Não!

3) Há uma outra relação que se organiza na internet!

Ex.: escrita on-line = síncrona, simultaneamente agimos

LOGO:Há uma mudança no uso da escrita. Há modos sociais diferentes de interagir linguisticamente novas identidades sociais na internet

4) Aspecto primário para se preocupar: nossa relação com a internet. Aspecto secundário: linguagem informal na escrita.

5) Processo de participação interagir para se manter vivo.Encadeamentos de interação são outros: interpessoal hiperpessoal

Page 30: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

GÊNEROS EMERGENTES O QUE JÁ EXISTE

1. E-mail (1972) Carta pessoal, bilhete

2. Bate-papo virtual aberto Conversações

3. Bate-papo virtual reservado Conversações duais

4. Bate-papo MSN (agendado) Encontros pessoais (agendados)

5. Bate-papos virtuais em salas privadas Conversações fechadas

6. Entrevista com convidado Entrevista com pessoa convidada

7. Aula virtual Aulas presenciais

8. Bate-papo educacional (chat) Aula participativa e interativa

9. Vídeo-conferência (empresas) Reunião de grupo/conferência/debate

10. Lista de discussão Circulares/ série de circulares

11. Endereço eletrônico Endereço postal

Page 31: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS EMERGENTES estruturas interativas específicas

1. E-mail (1972) – interpessoal, assíncrono, informal

2. Bate - papo virtual aberto (chats) Ex.: MIRC – interação simultânea, relação síncrona, apelidos (nicknames), anônimos, trocas de turnos irregular

3. Bate - papo virtual reservado – indivíduos a sós!

4. Bate - papo (agendado) – pessoas se conhecem. Ex. MSN – síncrono, simultâneo, digitação com transmissão direta

5. Bate- papos virtuais em salas privadas – temas em comum!

6. Entrevista com convidado – só o que é possível é respondido censura entrevista presencial: deve responder

Page 32: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

7. Aula virtual – assíncrona, amplia possibilidades outras de ensino/aprendizagem (professor e alunos) (ensino a distância)

8. Bate - papo educacional (chat) – professor não tem o mesmo status que na sala de aula. Ex.: entra e sai da sala, um está quieto, outro chama a atenção. (ensino a distância)

9. Vídeo-conferência (empresas) – fala e escrita no debate de um tema específico, síncrona.

10. Lista de discussão – assíncrona, permite a formação de grupos, voltados para discutir sobre assuntos específicos ou com finalidades distintas. Diálogos, debates e discussões por meio de um e-mail centralizado para envio e recebimento de mensagens.

11. Endereço eletrônico – contraparte nos endereços do dia-a-dia. Não podemos errar na ortografia!

Page 33: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

PRATICANDO OS CONCEITOS...

“Aprender fazendo, agindo, experimentando é o modo mais natural, intuitivo e fácil de aprender. Isso é mais do que uma estratégia fundamental de aprendizagem: é um modo de ver o ser humano que aprende. Ele aprende pela experimentação ativa do mundo.” (Almeida, 2001)

Práticas sugeridas

- Trabalhos em grupos;

- Pesquisa em rede

- Atividades dirigidas (planejadas) Ex.: softwares educativos

- Parceria entre disciplinas – interdisciplinaridade

- Colocar nas mãos dos alunos o trabalho de aprender – os sujeitos do processo

- Problematizar o conteúdo de tal forma que os alunos tenham necessidade, motivo de operarem com a construção de conceitos.

Page 34: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Um novo José

Josias de SouzaCalma José.A festa não começou, a luz não acendeu,a noite não esquentouO Malan não amoleceu, mas se voltar a pergunta: e agora JoséDiga: ora Drummond, agora Camdessus.

Um gênero pode não ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Ex. o artigo de opinião da folha de São Paulo:

Page 35: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Continua sem mulher,continua sem discurso, continua sem carinho, ainda não pode beber,ainda não pode fumar,cuspir ainda não pode,a noite é fria,O dia ainda não veio,o riso ainda não veio,não veio ainda a utopia,o Malan tem miopia,mas nem tudo acabou, nem tudo fugiu,nem tudo mofou.Se voltar a pergunta:E agora josé?

Page 36: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Diga: ora Drummond, Agora FMI.Se você gritasse,se você gemesse,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse...O Malan nada faria,mas já há quem faça.Ainda só, no escuro, qual bicho do mato, ainda sem teogonia,ainda sem parede nua, pra se encostar,ainda sem cavalo preto,que fuja a galope, você ainda marcha José!

Page 37: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Se voltar a pergunta:José para onde?Diga: ora Drummond, Por que tanta dúvida?Elementar, elementar, sigo pra Washingtone, por favor, poeta, não me chame de José.Me chame Joseph.

Page 38: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

O texto apresenta uma configuração híbrida: formato de um poema para o gênero artigo de opinião. Estrutura inter-gêneros.

* Neste exemplo temos um gênero funcional (artigo de opinião) com o formato de outro (poema)

A intertextualidade inter-gêneros não deve ser confundida com a heterogeneidade tipológica do gênero, que diz respeito ao fato de um gênero realizar várias seqüências de tipos de textuais (a carta)

Page 39: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO

Todos os textos se manifestam sempre num ou outro gênero textual.

Um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais é importante tanto para a produção como para a compreensão .

Os PCN sugerem que o trabalho com o texto deve ser feito na base dos Gêneros, sejam eles orais ou escritos.

Page 40: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Os gêneros distribuem-se pelas duas modalidades num contínuo, desde os mais informais aos formais e em todos os contextos e situações da vida cotidiana.

Há alguns gêneros que só são recebidos na forma oral: notícias de televisão ou rádio.

Novenas e ladainhas, embora tenham sido escritas, seu uso é sempre oral. Ninguém reza por escrito e sim oralmente.

Page 41: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Os gêneros são modelos comunicativos, operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão. (Bakhtin)

Os gêneros textuais fundam-se em critérios externos (sócio-comunicativos e discursivos)

Os tipos textuais fundam-se em critérios internos (lingüístico e formais).

Page 42: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

No ensino de uma maneira geral, em sala de aula de modo particular, pode-se tratar dos gêneros, nessa perspectiva, e levar os alunos a produzirem ou analisarem eventos linguísticos os mais diversos, tanto escritos como orais, e identificarem as características de gênero de cada um.

Page 43: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

NÍVEIS DE LEITURANÍVEIS DE LEITURATEORIA SEMIÓTICA DO TEXTOTEORIA SEMIÓTICA DO TEXTO

Page 44: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Noção de texto

• A semiótica tem por objeto o texto, buscando descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz.

• O texto define-se de duas formas: objeto de significação e objeto de comunicação.

Page 45: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Objeto de significação: organização ou estruturação que faz do texto um todo de sentido.

Objeto de comunicação: a interação que se estabelece entre destinador e destinatário. Em síntese, o texto encontra seu lugar entre os objetos culturais, inserido numa sociedade e determinado por formações ideológicas, sendo de fundamental importância examiná-lo em relação ao contexto sócio-histórico que o envolve e que lhe atribui sentido.

Texto: significação e comunicação

Page 46: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Para construir o sentido do texto, há três níveis de leitura (discursivo, narrativo e fundamental).

Estrutura (ou nível) superficial: corresponde aos significados mais concretos e diversificados. Trata-se do nível do discurso ou das estruturas discursivas em que a narrativa é assumida pelo sujeito da enunciação.

Níveis de análise de um texto

Page 47: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

• Nível intermediário (ou narrativo): corresponde aos valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo (noção de narratividade – pôr ordem no caos).

• Nível profundo (ou fundamental): corresponde aos significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que há as polaridades semânticas para garantir a unidade de sentido do texto.

Nível narrativo e fundamental

Page 48: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Percurso gerativo de sentido e gênero textual

• (1) Nível discursivo (ou superficial): corresponde aos significados mais concretos e diversificados.• (2) Nível

narrativo (ou intermediário): corresponde aos valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo (noção de narratividade, pôr ordem no caos).• (3) Nível profundo (ou fundamental): corresponde aos significados mais abstratos e mais simples. É o nível das polaridades semânticas.

• (1) Forma de composição: marcas linguísticas de cada gênero.

(2) Estilo: linguagem utilizada pelo ator do discurso.

• (3) Tema: relacionado à visão de mundo do enunciador, é a própria enunciação dentro de uma situação histórica determinada.

Page 49: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

As características que determinam a leitura de imagem são:Plano sonoro;Focalização;Cromático;Espacialização; Pessoas do discurso;Intertextualidade e interdiscursividade;Estratégias argumentativas (persuasão e convencimento);Efeitos de subjetividade (aproximação vs distanciamento);Efeitos de verdade (jogos do ser vs parecer);Análise de mídias impressa e/ou televisiva, tela de pintor, tirinha, capa de revista, música etc.

Níveis de análise do texto verbo-visual (sincrético)

Page 50: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues
Page 51: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues
Page 52: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Floch (1985) apresenta três formantes que correspondem às categorias plásticas associadas às semânticas:

Cromático – os efeitos de sentido que as cores engendram.Eidético – as linhas que também compreendem os efeitos de sentidos, ou seja, as linhas que representam, desde o tipo de fonte utilizada, até o contorno das faces e outras imagens presentes. Topológico – compreende a própria diagramação, espacialização que estabelece os efeitos de sentido da posição vertical e horizontal.

Semiótica e o semi-simbolismo

Page 53: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

vida

não-morte

morte

não-vida

Page 54: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

As setas representam os possíveis percursos. Os termos que apresentam uma dupla negação são chamados contrários. Por exemplo, quando vida e morte se opõem, ocorre um terceiro termo que não é nenhum dos dois. São chamados de termos contraditórios, por apresentarem apenas uma negação. Quando, porém se opõem vida e não-vida, não existe a possibilidade de um terceiro termo, ou se trata de um termo ou de outro. Juntamente ao lado das relações de contrariedade entre vida e morte e contraditoriedade entre vida e não-vida e morte e não-morte existem as relações de implicação entre vida e não-morte e morte e não-vida, portanto, afirmar vida implica em negar a morte e vice-versa.

Quadrado semiótico: polaridades semânticas

Page 55: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

Tela: RetirantesTela: Retirantes

Durante a estadia em Nova Iorque, Portinari vê uma obra que muito o impressiona, Guernica. A guerra vista por Picasso, duma forma cubista e sem a utilização das cores. Fica impressionado com o quadro. Na Alemanha os nazis estão no poder. Da Europa não param de chegar os relatos dramáticos. É o mundo que está em guerra e enquanto isso o povo é o que mais sofre. A morte está presente em todo o lado. No Brasil, o sofrimento é provocado pela natureza. O Nordeste é atingido por grandes secas que trazem consequências gravosas para os camponeses. Muitos são aqueles que utilizam as suas artes para falar do que os rodeia - Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos. Também Portinari a nada disto fica alheio. Exprime-o com a sua pintura, reflete-o. É a cor que se apaga, um drama que se observa. São os Retirantes, expressos em algumas das suas obras. Os despojados de tudo a morte, como o expressa em Criança morta. Em 1944 Portinari inicia o Mural para igreja de Pampulha, primeiro S. Francisco, depois a Via Crucis. As pinturas têm um caráter fortemente e expressionista.

Page 56: Profª Drª Rosana Helena Nunes Prof. Me. Pedro Luís Rodrigues

REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

BARROS, Diana Luz P.Teoria do discurso – fundamentos semióticos. São Paulo: Humanitas, 2002.

_____, Diana Luz P. Teoria semiótica do texto.São Paulo: Ática, 2005.

BAKHTIN, Mikhail (1979). Os gêneros do discurso. In M. Bakhtin (1979). Estética da Criação Verbal. SP: Martins Fontes, 1992, pp. 277-326.

BERTRAND. Denis. Caminhos da semiótica literária. São Paulo: EDUSC, 2003.

FLOCH, J. M. (1985). Petites mythologie de l’oeil et de l’esprit. Paris : PUF, 1985.

____ (1995). Sémiotique, marketing et communication. Paris, PUF, 1995.

____ (1995*). Identités visuelles. Paris, PUF, 1995.

GREIMAS & COURTÉS, Joseph (1979). Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, 1983.

LANDOWSKI, Eric. (1997). Presenças do Outro. São Paulo: Perspectiva, 2002.

NUNES, Rosana Helena (2006). Construção da identidade política – discursos de Luiz Inácio Lula da Silva. Tese de Doutorado. Língua Portuguesa/PUC-SP.

NUNES, Rosana Helena. Semiótica: (res)significação do saber via imagem. Sorocaba: CREARTE, 2010.

LOPES, Ivã Carlos & HERNANDES, Nilton (orgs.). Semiótica – objetos e práticas. São Paulo: Contexto, 2005.

Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa, 1998, pp. 57; 78, 79.

PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual – os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas – São Paulo: Mercado de Letras, 2004.

Disponível: http://blog.planalto.gov.br/obras-de-portinari-ilustrarao-o-programa-brasil-sem-miseria. Acesso em: 30/03/2012.

Disponível: http://www.vidaslusofonas.pt/candido_portinari.htm. Acesso em: 18/05/2012.