“prof. e des. romeu pires de campos barros” - esmeg.org.br · esmeg escola superior da...

38
ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO ADMINISTRATIVO (Material Completo) Dr. Manoel Bezerra Jr. 2012

Upload: doandiep

Post on 02-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

ESMEG

ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros”

DIREITO ADMINISTRATIVO (Material Completo)

Dr. Manoel Bezerra Jr.

2012

Page 2: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Escola Superior da Magistratura do Estado de Goiás.

INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO.

Roteiro de Aula

09-03-2012

Matéria: Direito Administrativo.

Prof.: Manoel Bezerra Jr.

Parte Introdutória.

Direito Administrativo.

Analisaremos num primeiro momento noções básicas da criação de Estado e da

Administração Pública.

Há necessidade de traçarmos um diferencial entre os tipos de Estado que foram

se formando ao longo da história da humanidade.

Estado Absolutista:

Origem: Nasceu da aglutinação das antigas sociedades feudais.

Nele há um “Ente” que cria as Leis.

Com um detalhe importante: Esse ente não estava submisso a elas. Monarca ou

ditador.

Nele existia também um tipo de “direito administrativo”, porém com a idéia de

direito repressor. Há a presença do Estado de Polícia.

Estado de Direito.

O Estado recém criado trouxe em seu bojo o ideário da gestão das

necessidades básicas das coletividades. (interesse público ou bem estar social).

O Estado criava as lei e se submetia a elas. Ideia de Governo do povo

para o povo. A expressão “Estado de Direito” foi cunhada na Alemanha em 1813 na

obra de Welcker.

Remonta-se que a expressão “Estado” como sociedade política

permanente teria sido usada pela primeira vez na obra “O Príncipe” de Maquiavel.

Dentro do Estado de direito tivemos alguns estágios de evolução, tais como:

O Estado liberal: afastamento do Estado das atividades da sociedade.

O Estado social: o Estado adota uma “postura social” intervindo na sociedade

com profundas consequências para as áreas econômicas e sociais da coletividade.

Page 3: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

O Estado neoliberal: é o Estado em sua versão mais comprometida com a

sociedade e a produção do bem estar social. Nele também se busca garantir direitos

Constitucionais ora intervindo na sociedade ora se afastando dela.

A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 nos aponta

que o Brasil tem um viés de Estado Social.

Nota-se a presença desse ideário esculpido no Preâmbulo e nos artigos 1, IV,

artigo 6, 170 e outros espalhados dentro dela.

Observação: O Brasil não é Estado social.

Estado de Direito ideia e conceito.

Ideia: “é o ente juridicamente organizado e obediente as suas leis”.

Conceito:

“É um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas

relações internacionais, como internamente, neste caso como pessoa jurídica de direito

público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica”.

JSCF(2010).

ELEMENTOS PARA CRIAÇÃO DO ESTADO.

Povo – dimensão humana;

Território - dimensão territorial.

Governo - é o elemento soberano do Estado.

É o Governo quem detém e exerce o poder de autodeterminação (orientações).

E de auto-organização (estrutura interna do estado) que advém do Povo.

Direito Administrativo. Origem:

O Direito Administrativo nasceu no final do séc.XVIII e inicio do

séc.XIX, na França. A universidade de paris em 1817 instalou uma cadeira de Direito

Administrativo.

No Brasil, Dec. Imperial 608 de 1851 determinou a possibilidade da

criação de cadeiras específicas de Direito Administrativo em SP e Recife.

As Contribuições das Escolas do Direito Administrativo Estrangeiro.

ESCOLA FRANCESA: Ducrocq, Batbie e Gianquinto.

Ela enfoca que o Direito Administrativo se detém no estudo do sistema

de leis que regem a Administração Pública. Há apenas um catalogar da legislação

administrativa.

Page 4: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

ESCOLA FRANCESA

Surgindo como direito com a revolução francesa, mais precisamente com a

separação de poderes de Montesquié, a França é considerada o berço do Direito

Administrativo reporta-se seu nascimento para a época de 1800, quando a

França organizou a sua administração pública.

ESCOLA ALEMÃ.

Pensadores: Fritz Fleiner; Otto Mayer

Fruto de um longo período de evolução, nessa escola não houve a substituição

de um direito velho por um novo, mas sim o sistematizar do direito nos mais diferentes

estados alemães.

ESCOLA ALEMÃ.

Assim houve forte influencia do direito civil para a formação do Direito

Administrativo. Adotou-se um método construtivo preocupado em formular dogmas

específicos do direito público tendo como base o direito privado.

Ela enfoca o Direito Administrativo num sentido amplo que designa toda

as normas que regulam a atividade das autoridades estatais administrativas, quer façam

parte do direito público ou do privado.

ESCOLA ITALIANA OU SUBJETIVISTA.

Pensadores: Meucci, Ranelletti, Zanobini e Raggi.

Nela o foco se concentra no sentido de que o Direito Administrativo é o estudo

dos atos do poder executivo. Trabalhando o sujeito de onde emana o ato e não o ato em

si mesmo. Nela se exclui os atos praticados pelo Legislativo e Judiciário.

ESCOLA ANGLO-AMERICANA

Pensadores: Albert Venn Dicey; James W. Garner; John Clarke Adams;

Nela o foco se concentra no fato do Direito Administrativo ficar restrito apenas

as relações entre a Administração e os particulares.

ESCOLA ANGLO-AMERICANA

Essa escola se opõe a escola francesa em razão de sua formação, sua base. O

direito inglês e o americano tem como base a denominação: common law: “o direito não

escrito de um país, baseado no costume, no uso e nas decisões das cortes de justiça”.

José Cretella Júnior.

Page 5: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Nesses países o Poder Judiciário exerce sobre a Administração e sobre os

particulares o mesmo controle.

Brasil:

Brasil colônia – O poder esta nas mãos da monarquia portuguesa.

Brasil império – Há a divisão de poderes: Poder Legislativo, Poder Judiciário,

Poder Moderador (os dois últimos nas mãos do imperador).

Brasil:

Obs.: Administração Pública é organizada, mas regida pelo direito privado.

Brasil republicano – Na CF de 1934, o direito administrativo merece destaque

porque nesse momento ele passa a ter previsão constitucional.

ESCOLA BRASILEIRA.

Há dois momentos distintos de produção do conhecimento em matéria administrativa:

Império: Vicente Pereira do Rego; Veiga Cabral; Visconde do Uruguai, Rubino de

Oliveira; José Antonio Joaquim Ribas. Influência do direito francês, italiano e alemão.

República: Influência do direito americano. CABM, HLM, MSZP, JSCF, OM, DG, etc.

Obs.: O Brasil não adota de forma especifica nenhuma das escolas estrangeiras.

O direito administrativo sofreu na origem grande influencia do direito

francês e iltaliano, e na sua construção um pouco do direito alemão e americano.

Atualmente o Brasil se filia ao sistema europeu-continental.

Sistema europeu-continental

Adotado na França, Bélgica, Espanha, Portugal, Alemanha Ocidental.

Nesse sistema o direito administrativo tem uma amplitude maior, abrangendo o direito

administrativo descritivo: “Administração, leis, serviços, e demais atividades públicas”

e ainda as relações entre os administrados e a Administração.

Administração ------- Administração.

Administração ------- Particulares (administrados).

Separação dos Poderes

O Governo: Esse poder soberano ora se mostra como PODER e ora como

Órgãos do Estado e ainda se apresenta como funções originárias destes Poderes.

Poder Legislativo: Formação do Poder – art. 44 ao 75,

CF. Função Típica.

Page 6: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Poder Judiciário: Formação do Poder – art. 92 ao 135,

CF. Função típica.

Poder Executivo: Formação do Poder – art. 76 ao 88,

CF. Função típica.

Poder Executivo:

FUNÇÃO TÍPICA: Conversão da lei em um ato individual e concreto. Porém,

esse Poder pode exercer atividades ATÍPICAS:

A. Função de Legislar (criar portarias, resoluções, LD e MP).

B. Função judicial (Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância).

Direito: O que é ? Breve resposta: Ele é a base organizacional da sociedade.

Divisão Clássica do Direito:

Direito Público: Normas de conduta são imperativas - Inafastáveis. Ex:

sinal.

Direito Privado: Normas de conduta flexíveis. Ex: Contrato.

DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceito:

Ideia: É o conjunto de normas regulam o Estado.

“O conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público,

regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as

coletividades a que devem servir” JSCF

“é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a

função administrativa e que abrange órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela

Administração Pública na consecução do interesse público”. Irene Nohara.

Objeto:

Reger, Gerir, Administrar as atividades dos órgãos e dos agentes públicos

para que estes possam implementar os fins do Estado.

O fim último do Estado é a produção do bem estar social - gestão das

necessidades básicas da coletividade.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

As Fontes do Direito Administrativo:

Page 7: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

1. Lei.

2. Doutrina.

3. Jurisprudência.

4. Costume. – são as práticas habituais, tidas como obrigatórias, que o juiz pode

aplicar, na falta de lei sobre determinado assunto.

5. Princípios gerais do direito.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Posição doutrinária:

1. São postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da

Administração Pública.

2. São cânones pré-normativos que norteiam a conduta do estado quando no

exercício das atividades administrativas.

Melhor ideia: São valores ou razões maiores que permeiam todo o O.N.Adm.

Os princípios administrativos tem três finalidades precípuas:

1. Orientação - voltada ao Administrador.

2. Garantia – voltada aos administrados.

3. Proteção – voltada para os administrados.

Os princípios administrativos:

1. Legalidade.

2. Impessoalidade.

3. Moralidade.

4. Publicidade.

5. Eficiência.

6. Finalidade.

7. Razoabilidade e Proporcionalidade.

8. Motivação.

9. Auto-tutela.

Os princípios administrativos:

Page 8: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

10. Continuidade.

11. Auto-executoriedade

12. Presunção de legitimidade.

13. Segurança Jurídica.

14. Ampla defesa e contraditório.

15. Especialidade.

16. Hierarquia.

17. Resp. Objetiva.

18. Indisponibilidade.

PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO:

Os poderes e deveres do administrador público são os encargos que se

conferem aqueles que estão dispostos a gerir a coisa pública e os interesses da

comunidade.

São expressos em lei.

Decorrente da competência atribuída a cada administrador.

PODER-DEVER DE AGIR:

“O vocábulo poder significa dever quando se trata de atribuições de autoridades

administrativas”. TFR 197/79

Ex: Art. 301, CPP

PODER-DEVER DE AGIR:

Esse poder-dever de agir se subdivide em 3: dever de eficiência, dever de

probidade e dever de presta contas.

1. DEVER DE PROBIDADE – significa integridade de caráter, honradez, brio,

decoro, zelo da própria reputação.

2. EFICIÊNCIA – significa que o administrador deve ser rápido e ágil na

realização das suas atribuições, bem como estas devem ser prestadas com qualidade e

perfeição de forma proficiente, competente.

PODER-DEVER DE AGIR:

3. PRESTAR CONTAS – Quem trabalha com dinheiro e patrimônio alheios deve

prestar conta de como tem utilizado estes bens. Ele deve satisfação de como gastou,

onde, por que não fez, por que não fez por menos, etc.

Page 9: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

DEVER DE LEALDADE OU FIDELIDADE – significa que o administrador

deve ter a máxima dedicação ao serviço público sendo impedido de agir contra os fins e

os objetivos que norteiam a Administração Pública.

DEVER DE OBEDIÊNCIA – significa que o servidor público tem o dever de se

submeter as ordens de seus superiores e executá-las de forma correta, contribuindo para

o bom desempenho da organização administrativa.

PODERES ADMINISTRATIVOS

A administração pública tem como objetivo principal gerir as

necessidades básicas da coletividade e para isso possui poderes específicos para a

consecução de seus intentos.

Esses poderes são instrumentos de necessários para a realização das

diversas tarefas inerentes a administração.

PODERES ADMINISTRATIVOS

Os poderes enquanto instrumentos não se confundem com os Poderes Políticos

da tri-partição de poderes sugerida por Montesquieu.

Esses poderes também não são uma faculdade mas sim um poder-dever que

recaí sobre todo administrador público.

PODER VINCULADO

É aquele em que a Administração Pública exerce sua atividade completamente

restrita pelo que determina a lei, o direito positivo. O Administrador fica inteiramente

preso ao enunciado da lei em todas as suas especificações.

Obs: Há elementos nos atos administrativos que são sempre vinculados:

Competência, finalidade e forma.

PODER DISCRICIONÁRIO

O poder discricionário confere ao Administrador liberdade de escolha

dentro dos limites da lei, assim ele realiza um juízo de valor e elege conveniência, a

oportunidade ou a adequação do conteúdo dos atos administrativos que realizará.

Liberdade de ação dentro dos limites da lei.

O Poder Discricionário recai sobre os elementos motivo e objeto dos atos. Estes

elementos formam:

o MÉRITO ADMINISTRATIVO.

PODER HIERÁQUICO

Repousa por sob duas vigas mestras:

Page 10: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

1. Atribuição de competências e

2. hierarquia.

É o vínculo que subordina e coordena uns aos outros dentro do Poder Executivo

graduando a autoridade de cada órgão.

PODER HIERÁQUICO

Características do Poder hierárquico:

1. Relação necessária e permanente estabelecida entre os órgãos;

2. que os coordena;

3. que os subordina;

4. gradua a competência de cada um.

PODER DISCIPLINAR

É o Poder concedido a Administração Pública para apurar infrações e

aplicar penalidades aos servidores públicos e as demais pessoas sujeitas a disciplina

administrativa.

A punição criminal e a administrativa tem fundamentos diversos por isso podem

ser objeto de um mesmo caso concreto, a diferença é de substância e não de grau.

A apuração da infração, a aplicação da pena administrativa devem obedecer ao

devido processo legal, ao contraditório e ampla defesa.

O ato punitivo deve ser motivado.

Poder Normativo ou Regulamentar

É o poder de criação de regras dentro da Administração, essa

competência normativa vai além da edição de regulamentos (decretos), pois ela pode

editar portarias, resoluções, instruções normativas, regimentos internos, etc.

Poder Normativo ou Regulamentar

O Poder Normativo é privativo do chefe do executivo e se exterioriza por

meio de decreto.

O Poder Normativo expede normas que na verdade são atos

administrativos e não leis em sentido material e formal. Art. 5, II, CF.

PODER DE POLÍCIA – P.P.

Há dois pilares que regem o ordenamento jurídico administrativo:

Page 11: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

1. Prerrogativas.

2. Sujeições.

Existindo de uma lado o poder da autoridade administrativa e de outro o direito a

liberdade individual.

O Poder de Polícia é um poder instrumental que condiciona o direito

individual ao bem estar coletivo, predominando sempre o Princípio da Supremacia do

Poder Público sobre o Poder Particular.

Conceito legal: Art. 78, CTN.

“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,

limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou

abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à

ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades

econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade

pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

Conceito doutrinário

”É a prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a

Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em

favor do interesse da coletividade”. JSCF.

A polícia administrativa atua sobre bens, direitos e atividades. As outras atuam

individualmente ou indiscriminadamente sobre pessoas.

FUNDAMENTO DO PODER DE POLÍCIA

Princípio da Supremacia do poder publico ao interesse particular.

O Poder de Polícia é muito amplo. Atinge várias áreas, tais como: publicações,

segurança, construções, meio ambiente, trânsito, economia popular, abastecimento,

poluição sonora, visual, atmosférica, etc.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA:

1. Discricionariedade,

2. Auto-executoriedade e

3. Coercibilidade.

DISCRICIONARIEDADE

Liberdade de escolha dentro da lei, onde a autoridade realizará um juízo de

valor e nele elegerá a conveniência, a oportunidade e a adequação da prática do

ato.

Page 12: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

AUTO-EXECUTORIEDADE

É a possibilidade da Administração executar suas decisões sem a intervenção do

poder judiciário.

MEIOS DE ATUAÇÃO

O Pode de Polícia pode se apresentar através de atos normativos em

geral, atos administrativos e operações materiais.

Isto de forma PREVENTIVAS (fiscalização, ordens, proibições,

autorização, licença).

Ou de forma REPRESSIVAS (interdição de atividade, apreensão ou

destruição de mercadorias).

Uso e Abuso de Poder.

Lei 4.898/65

Análise da legislação correspondente ao uso e abuso de poder dentro da estrutura

dos Poderes Administrativos.

O poder administrativo concedido a autoridade pública tem limites certos e

forma legal de utilização.

Qualquer utilização deste poder fora dos limites, ou de modo diverso do objetivo

legal faz nascer o abuso de poder.

O Uso do poder confiado ao administrador tem um fim determinado na

própria lei.

O Fim do poder concedido ao administrador se apresenta como: Gestão

das Necessidades Básicas da Coletividade administrada.

Lei mais o “Justo limite” que o bem-estar social exigir.

O uso do poder é uma prerrogativa da autoridade. Mas o poder há que ser

usado normalmente, sem abuso.

Usar “normalmente” o poder é empregá-lo segundo as normas legais, a

moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público.

Abusar do poder é empregá-lo fora da lei, sem qualquer utilidade pública.

Page 13: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Quando a autoridade age com excesso no exercício de suas atribuições ou se

desvia do fim legal prescrito, ou, ainda, se omite no dever de agir, ela faz nascer o

Abuso de Poder.

Conseqüência do abuso de poder: O abuso dá origem a nulidade do ato, pois

ele configura-se ILEGAL.

Definição legal de Autoridade para lei:

“Considera-se autoridade para os efeitos dessa lei, quem exerce cargo, emprego

ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitória e sem

remuneração”. Art. 5, lei 4.898/65.

As autoridades se sujeitam as sanções nas áreas: Cível, Penal e Administrativa.

Modalidades de Abuso de Poder.

1. Excesso de Poder – “Excesso” significa “ultrapassar, ir além, sobejar”. Para a

Administração Pública aplica-se como “ir além do permitido”, exorbitando o uso das

prerrogativas administrativas.

Para a autoridade competente, o Excesso de Poder se caracterizar pelo

descumprimento frontal da lei.

Modalidades de Abuso de Poder.

2. Desvio de Finalidade – Se dá quando os motivos ou fins são diversos, são

diferentes dos consignados na lei ou exigidos pelo interesse público. Muitas vezes o

desvio pode ser visto e considerado como uma trajetória dissimulada, fraudando as

limitações contidas na própria lei.

O desvio é de comprovação conturbada, pois muitas vezes ele pode se

demonstrar amparado pela própria lei.

Para entendermos melhor o desvio precisamos trabalhar a ideia do indício. O que

é indício?

É um sinal, um vestígio, uma presunção, uma indicação, uma

circunstância. Novo Dicionário Aurélio, pg. 937.

Elementos indiciários – Ex.: falta de motivo, discordância os motivos

com o ato praticado.

O STF decidiu que indícios vários e concordantes entre si, são prova. O

ato praticado com desvio de finalidade é nulo, uma vez que infringe diretamente a lei.

Modalidades de Abuso de Poder.

Page 14: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

3. Omissão – A omissão da Administração Pública se configura quando ela deve

agir – poder-dever de agir – e não o faz.

A inércia da Administração retardando ato ou fato que deva praticar,

caracteriza, também, abuso de poder, que enseja correção judicial e indenização ao

prejudicado.

O certo é que o administrado jamais perderá seu direito subjetivo

enquanto perdurar a omissão da Administração.

Meios protetivos:

1. Ação ordinária.

2. Medida Cautelar.

3. Mandado de Injunção.

4. Mandado de Segurança.

5. Representação aos órgãos administrativos.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Administração Pública comporta uma análise prática em dois sentidos

específicos:

1. Sentido objetivo é a própria atividade exercida pelo Estado.

2. Sentido subjetivo é o pessoal que executa as atividades exercidas pelo

Estado. (agentes, pessoas e órgãos).

DESCONCENTRAÇÃO

Fenômeno que se dá internamente entre os órgãos.

É a distribuição interna de atribuições e competências.

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DA ADM. PÚBLICA.

I – Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno U/E/DF/M Órgãos

Servidores.

II – ÓRGÃO – Instrumento. Parte instrumental de um corpo estatal. Unidade

que congrega atribuições exercidas pelos agentes púb. que o integram com o objetivo de

expressar a vontade do Estado.

A) Cargo Público – é o local ou lugar destacado da estrutura interna da

Administração Pública com denominação própria, atribuições e responsabilidades

específicas e remuneração correspondente.

Page 15: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

B) Função Publica – é o conjunto de atribuições que a Administração confere a

cada categoria profissional para a efetiva prestação de um serviço público.

CARGO PUBLICO OCUPANTE PRERROGATIVAS

C) Função de confiança:

exercida por servidores efetivos.

atribuições de direção, chefia e assessoramento.

livre nomeação e livre exoneração.

natureza permanente para as atribuições.

D) Cargo em comissão:

preenchidos por servidores de carreira.

atribuições de direção, chefia e assessoramento.

livre nomeação e livre exoneração.

natureza provisória – art. 37, II, CF.

provimento condicionado a lei (cada ente tem a sua lei e fixa os limites para os

cargos).

CLASSE – conjunto de cargos da mesma profissão, atribuições, vencimentos e

responsabilidades idênticas.

CARREIRA – Conjunto de classes da mesma profissão ou atividade.

Hierarquia.

QUADRO – Conjunto de carreiras, cargos isolados e funções de um mesmo

serviço, órgão ou poder. Estanque, vedado a mudança de um para o outro.

Cargo isolado – não se escalona em classes.

Cargo técnico – é o que exige conhecimento profissional especializado.

Cargo de chefia – é o que se destina a direção.

Lotação – número de servidores em exercício em cada repartição.

Criação, Extinção ou Transformação de cargos públicos.

A Criação, Extinção ou Transformação de cargos públicos se dá através de LEI.

A movimentação dos cargos públicos se dá através de DECRETO.

Page 16: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Exceção: art. 84,VI, b, CF – o chefe do executivo pode extinguir cargos ou

funções públicos quando estes estiverem vagos.

Princípio Constitucional da Reserva Legal – Ele significa que as prerrogativas

constitucionais são irrenunciáveis por seus titulares.

Administração Pública Direta

Adm. Centralizada

É o conjunto de órgãos públicos que compõem a estrutura dos entes da

federação.

As entidades federativas titulares de AUTONOMIA POLÍTICO-

ADMINISTRATIVA – art. 18 da CF.

Administração Pública Indireta

Adm. Descentralizada

É composta de:

1. Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno e

2. Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

São as Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno.

Composição da Administração Pública Direta é Presidência da República,

Ministérios e demais órgãos de Assessoramento.

1. Autarquia - Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno.

2. Fundação - Pessoas Jurídicas de Direito Público ou Privado.

3. Empresa Pública - Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

4. Sociedade de Economia Mista - Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

5. Consórcios Públicos –Associação Pública. Lei 11.107/2005.

Características Gerais da Administração Pública Indireta.

a) Decorrem do fenômeno da DESCENTRALIZAÇÃO. Também chamada de

Técnica de Descongestionamento.

b) Regra geral: Nela há a transferência da Titularidade e Execução.

c) Princípios que regem a Administração Púb. Indireta:

1. Princ. da reserva legal, 2. Princ. da especialidade e 3. Princ. do Controle.

Page 17: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

d) Possuem personalidade jurídica própria.

e) São criadas ou autorizadas por LEI específica.

f) Possuem autonomia administrativa, financeira, técnica e operacional.

g) Possuem patrimônio próprio. (respondem diretamente, porém o Poder que as

instituiu pode ser responsável subsidiariamente.).

h) Vão vinculadas a Administração Direta. Controle Finalístico – de resultado ou

tutela administrativa.

i) Submetem-se ao controle externo exercido pelo Tribunal de Contas.

j) São obrigadas a realizar concurso público e licitação.

l) São obrigadas a obedecer os princípios administrativos.

Entes da Administração Pública Indireta e suas características peculiares.

Autarquias:

Pessoa Jurídica de Direito Público interno;

Forma de descentralização;

Instituída para realizar atividades administrativas típicas da Administração

Pública;

Criada por Lei específica;

Patrimônio próprio;

Autarquias:

Capacidade de auto-administração.

Bens públicos.

Atos administrativos.

Licitação.

Ex: BACEN, INSS, CVM, UFMG, INMETRO, AGÊNCIAS REGULADORAS,

AGR, etc.

Fundações Governamentais.

Inclusão feita pela Lei. 7.596/87 – Decreto-lei n. 200/67.

Personalidade Jurídica:

Page 18: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Para a maioria dos doutrinadores elas podem ser de direito privado e público.

JSCF, Seabra Fagundes e o prof. Caio Tácito: Fundações são só privadas.

Posição do STF – Admite a presença de Fundações Públicas.

Fundações Públicas:

1. Regime jurídico: Direito Público.

2. Lei específica.

3. Prerrogativas proc.

4. Prerrogativas tributárias. Art. 150.

5. Bens Públicos.

Fundações Públicas:

6. Pessoal: Estatutário ou celetista.

7. Submetem-se ao controle político, financeiro e administrativo.

8. Atos administrativos.

9. Responsabilidade Civil Objetiva.

10. Licitação.

Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.

Pontos em comum entre as duas:

Possuem personalidade jurídica de direito privado.

Lei específica/autorizativa + registro.

Regime Normativo: Híbrido.

Empregados Públicos.

Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.

As empresas estatais atuam nas seguintes áreas:

1. Exploração de atividade econômica;

2. Prestação de Serviço Público.

Áreas de atuação das Empresas Públicas e das Sociedade de Economia Mista:

Page 19: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

1. Prestação de Serviço Público:

Submetem-se a Licitação.

Responsabilidade Civil é Objetiva. Art. 37, parágrafo 6 da CF.

Natureza dos bens: Art. 98, CC. – PRIVADOS.

Para CABM e MSZP os bens que as empresas empregam na prestação do

serviço são PÚBLICOS. Já os bens que não são empregados nesta prestação são

PRIVADOS.

Não podem Falir. Conforme art. 2, I, Lei 11.101/05,.

2. Exploração de Atividade Econômica:

Submetem-se a Licitação.

Responsabilidade Civil é Subjetiva.

Natureza dos bens: Art. 98, CC. – PRIVADOS.

Para CABM e MSZP os bens que as empresas empregam na prestação do

serviço são PÚBLICOS. Já os bens que não são empregados nesta prestação são

PRIVADOS.

Não podem Falir. Conforme art. 2, I, Lei 11.101/05,.

EMPRESA PÚBLICA

Personalidade Jurídica de direito privado.

Patrimônio próprio.

Capital 100 % público.

Admite qualquer forma civil autorizada em direito.

Foro competente: Federal – se for empresa federal - art. 109, I, CF.

EMPRESA PÚBLICA

Respons. Civil Obj. para as prestadoras de serviço e R. Civil Subjetiva para as

exploradoras de atividade econômica.

Regime Funcional – Celetista. Art. 173,par. 1º., II, CF.

Concurso Público.

Não podem falir.

Devem licitar.

Page 20: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Personalidade Jurídica de direito privado.

Patrimônio próprio.

Forma de sociedade anônima conjugando capital público e privado.

Prevalência acionária do Estado.

Não há foro privilegiado: sempre Estadual – 207 e 42 STJ e 556 STF.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Respons. Civil Obj. para as prestadoras de serviço e R. Civil Subjetiva para as

exploradoras de atividade econômica.

Regime Funcional: Celetista. Art. 173,par. 1º., II, CF.

Concurso Público.

Não podem falir.

Devem licitar.

Consórcios Públicos:

Eles integram a Adm. Pub. Indireta. (quando assumir a forma de associação

pública). Lei 11.107/05

Pode assumir duas formas: 1. associações públicas. 2. pessoa jurídica de direito

privado.

Seus funcionários serão denominados empregados públicos.

Os CP´s poderão firmar contratos de gestão ou termos de parceria.

Requisitos para a celebração dos CP´s: lei e protocolo de intenções.

Consórcios Públicos:

Será o CP Pessoa Jurídica de Direito Público quando for celebrado através de lei

e protocolo de intenções.

Será o CP Pessoa Jurídica de Direito Privado quando atender as exigências da

Lei Civil. Esta “preso” a realização de licitação, celebração de contratos,

prestação de contas e admissão de pessoal, conf. Art. 6, parágrafo 2º, da lei.

Celebrarão contrato de rateio pra a liberação e entrega de recursos.

A fiscalização dos CP’s será pelo TC do chefe do executivo representante legal

do consórcio.

Page 21: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

A União pode celebrar consórcios.

Para-estatais ou Entes de Cooperação:

Há divergências doutrinárias e jurisprudenciais quanto ao uso da

terminologia: “para-estatal ou ente de cooperação”.

Para JSCF – São as pessoas da Administração Indireta e os serviços autônomos.

Para HLM, MSZP e CABM – São as entidades da Sociedade sem fins lucrativos.

Ex: Sistema “S”, OS e OSCIP.

Para a Lei 8666/93 – art. 84, parágrafo 1º. Fundações, empresas públicas,

sociedade de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente

pelo Poder Público.

Características comuns:

Atuam no 3º. Setor;

Recebem ajuda do Estado;

Desempenham atividades de interesse público;

Seu regime é de direito privado parcialmente derrogado por normas de direito

público.

Organizações Sociais - OS - Lei n. 9637/98.

Pessoas Jurídicas de direito privado.

Sem fins lucrativos.

Dirigidas ao Ensino, a pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, a

preservação e proteção ao meio ambiente, à cultura e à saúde.

Qualificação: ato discricionário do ministério da área de atuação da entidade.

Organizações Sociais

Exigências para qualificação: art. 2º. Lei 9637/98.

Celebram Contrato de Gestão.

Podem receber: Recursos orçamentários, bens públicos e pessoal público.

Dispensa de Licitação para contratar com o Poder Público.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP – Lei Federal n.

9790/99.

Page 22: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Pessoas Jurídicas de direito privado.

Sem fins lucrativos.

Atuam nas áreas de promoção da assistência social, promoção da cultura, defesa

e preservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da

educação, promoção da segurança alimentar e nutricional, promoção do

voluntariado, da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da

democracia, etc.

Qualificação: ato vinculado do Ministério da Justiça.

Exigências para qualificação: art. 3º e 4º. da Lei 9790/99.

Celebram Termo de Parceria.

Agências Executivas: Lei n. 9649/98.

Autarquias e Fundações já existentes.

Celebram contrato de gestão com Ministério de gestão mais o plano estratégico

de reestruturação.

Ato de qualificação: Decreto do Presidente da República.

Lei Federal n. 9649/98 c/c Decretos Federais 2487/98 e 2488/98.

Agências Reguladoras

Autarquias sob o regime especial.

Na Década de 90 elas foram introduzidas no País com o advento da Privatização

de serviços públicos.

EC. 05 e 06/95.

EC. 08 e 09/95.

Decretaram o fim da exclusividade da prestação direta, pelos E-M, de serviços

públicos.

Agências Reguladoras

Marco histórico introdutor das agências reguladoras no Brasil.

Gozam das prerrogativas inerentes às autarquias.

Autonomia administrativa e financeira.

Última instância administrativa para decisões de conflitos afetos a sua área.

Agências Reguladoras:

Page 23: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Cobrança de Taxas das entidades filiadas.

Desempenham o Poder Normativo.

Mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes sujeitos a Quarentena. Lei

9986/00.

Regime de pessoal: Celetista ou Estatutário (art. 6º. Da lei Federal 10.871/04.

Aneel: lei 9427/96; Anatel: lei 9427/96; ANP: lei 9478/97; ANS: lei 9961/00;

ANA: lei 9984/00 e ANVISA: lei 9782/99.

ATO ADMINISTRATIVO

A forma através da qual a Administração Pública se manifesta na sociedade.

O Dir. Civil faz diferença entre ATO e FATO.

Ato - é toda manifestação da vontade humana.

Fato - é a situação que decorre de acontecimentos oriundos da natureza ou de

acontecimentos materiais, ou ainda de fenômenos.

Essa divisão é importante para o Direito Administrativo:

De forma bem didática e basilar podemos trabalhar que: quando o fato tiver

importância para o mundo jurídico temos então um fato jurídico. Quando existir o

elemento volitivo, ou seja, a vontade humana temos o ato jurídico.

Fato é todo evento previsto em uma norma jurídica como condição para

produção de efeitos jurídicos atinentes a função administrativa. Sentido amplo.

Fato é toda atividade material no exercício da função adm. que visa a efeitos de

ordem prática par a Administração Púb. JSCF. Apreensão de mercadorias,

mudança de prédio.

Fato consiste numa ocorrência não decorrente da vontade que produz efeitos no

dir. administrativo.

Ex: Morte e prescrição administrativa.

Ato da Administração: são todos os atos jurídicos praticados pela

Administração. MSZP.

Ato da Administração: são todos os atos jurídicos praticados pela Administração

que não se enquadram no conceito de ato administrativo.

Ex: Atos políticos: declaração de guerra;

Page 24: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

intervenção federal; veto a projeto de lei.

Atos legislativos: função atípica: Med. Prov.

Atos regidos pelo dir. privado: ato de gestão.

Conceito de Ato Administrativo

Idéia: Ato administrativo é toda manifestação de vontade da Administração.

“É a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos

imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a

controle pelo Poder Judiciário.” MSZP.

“A manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício

regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder

reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata, criar, reconhecer, modificar,

resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administrativa”. José

Cretella Jr.

A expressão “Ato Administrativo” foi usada pela primeira vez na França, por

volta de 1812. O.M.

Características Gerais do Ato Administrativo:

I – Principio da Supremacia do Poder Público

sobre o privado.

II – Principio da Finalidade.

III – Administração Pública Gerencial.

Interpretação dos atos administrativos.

Toda norma jurídica deve ser interpretada. Ou seja, há regras de interpretação

que nós devemos observar antes de prosseguir nosso estudo.

Interpretar – é buscar o sentido da norma, desejado pelo legislador, procurando

o pensamento do legislador através de métodos de interpretação definidos pela

hermenêutica jurídica.

A interpretação dos atos administrativos passa pelos seguintes passos:

1. Os atos administrativos tem presunção de legitimidade, salvo prova em

contrário.

2. O interesse público prevalece sobre o interesse individual, respeitadas as

garantias constitucionais.

Page 25: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

3.A Administração pode agir com certa discricionariedade desde que respeitada

a legalidade.

Requisitos de validade do ato administrativo:

São eles: finalidade, forma, Competência, objeto e motivo.

1. Finalidade – é o resultado que a Administração quer atingir com a prática do

ato. Resultado MEDIATO que o ato produz. MSZP.

A Finalidade possui dois sentidos distintos:

a) amplo – atingir o interesse público.

b) estrito – atingir o resultado específico definido em conformidade com a lei.

2. Forma: É o elemento exteriorizador do ato administrativo. Constitui garantia

jurídica para o administrado e para a Administração. Possibilita o controle.

Artigo 22, lei 9784/99: consagra o princípio do informalismo.

Meios de expressão: ordens escritas, verbais, gestos, apitos, sinais luminosos,

cartazes, placas, etc.

3. Competência – delimitação de parcela de poder. Oriunda da Lei. É

irrenunciável.

Relação íntima com o sujeito: Agente.

Pode ser delegada e avocada.

Fontes: CF, Lei, Normas Administrativas.

4. Objeto ou Conteúdo – é o seu cerne, é o efeito imediato que o ato produz. Ele

deve ser lícito, possível, certo e moral.

5. Motivo – É a situação fática e jurídica cuja ocorrência autoriza ou determina a

prática do ato. = de motivação – que é a exposição de motivos, pressupostos de fato e de

direito que fundamentam o ato.

Teoria dos Motivos Determinantes:

A validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento.

Se falsos ou inexistentes provocam a nulidade do ato.

Mérito Administrativo

É típico dos atos discricionários. Recai sobre a valoração dos motivos e a

escolha do objeto. Admite o juízo de valor: conveniência e oportunidade.

Page 26: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Não pode ser analisado pelo controle judicial. Exceção: Teoria do desvio de

poder; Teoria dos motivos determinantes; Teoria principiológica.

Atributos ou Características do Ato Administrativo.

Os atos administrativos possuem atributos diferentes dos atos civis. Eles são:

Presunção de Legitimidade – decorre da legalidade. Pressupõe que o ato

administrativo tem validade legal quando da sua aplicação. O ato já nasce em

conformidade com a lei, apto para produzir seus efeitos. Presunção relativa.

Imperatividade – é o atributo que a Administração tem de impor

coercitivamente os atos praticados por seus agentes.

Auto-Executoriedade – é a capacidade que a Administração tem que executar

seus próprios atos sem necessitar da intervenção do Judiciário.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO – “Não ato”.

Ele se dá quando a Administração devia se manifestar e ela se omite.

Portanto não há ato administrativo. Falta o elemento volitivo humano.

JSCF: defende a existência de fato jurídico administrativo por que esta omissão

produz efeitos no mundo jurídico.

Perfeição, Validade, Eficácia e Exeqüibilidade do Ato Adm.

Perfeição – é a conclusão das etapas necessárias para a sua produção.

Validade – observância das exigências normativas do ato.

Vigência – período de duração do ato desde seu nascimento até o seu

desfazimento.

Eficácia – é a capacidade de gerar efeitos, aptidão para atuar.

Exeqüibilidade – é a disponibilidade do ato para produzir imediatamente seus

efeitos. Capacidade que a Administração tem de operacionalizar seus atos, de executá-

los.

Ato administrativo é considerado “perfeito” quando ele agrupa as condições

supra mencionadas.

Classificação dos Atos Administrativos.

Quanto aos Destinatários:

Atos Gerais – são os de caráter geral e abstrato, impessoais.

Page 27: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Atos Individuais – são os direcionados a pessoas certas e determinadas. * MSZP

diverge.

Quanto ao Alcance:

Atos Internos – voltado para dentro da Adm.

Externos – voltado pra fora da adm. Validade = Publicidade.

Quanto ao Regramento:

Atos Discricionários – juízo de valoração do ato.

Atos Vinculados – circunscritos a vontade legal.

Quanto ao Objeto:

Atos de Império – uso da supremacia para impor sua vontade.

Atos de Gestão – s/ uso da supremacia. Patamar de = entre Adm. e Particular.

Atos de Expediente: movimentação de documentos internos na Administração.

Quanto à Formação:

Atos Simples – decorrentes da vontade de um único órgão-unitário ou colegiado.

Atos Complexos – decorre da vontade de 2 órgãos independentes. Fusão de

vontades num só ato.

Ato Composto - decorre da vontade de 2 órgãos, sendo uma delas principal e

outra acessória.

Quanto ao Conteúdo:

Ato Constitutivo – é o que cria uma situação jurídica individual.

Ato Extintivo – é o que põe termo a uma situação jurídica individual.

Ato Declaratório – preserva direitos, reconhece situações preexistentes ou

possibilita seu exercício.

Ato Alienativo é o que transfere bens ou direitos a 3º

Ato Modificativo – alteração de situações preexistentes s/ suprimir direitos.

Ato Abdicativo – quando seu titular abre mão de um direito.

Quanto a Eficácia:

Ato válido – é o ato PERFEITO. Provém de autoridade competente + Presunção

de Legitimidade + imperatividade + auto-executoriedade.

Page 28: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Ato Nulo – é o atingido por vício insanável.

Ato Inexistente – aquele que tem aparência de ato adm. mas não é. O vício é tão

grave que inexiste pra o mundo jurídico administrativo

Quanto a Espécie:

Atos Normativos – tem um comando geral do Exec. Busca a aplicação completa

da lei, objeto central é a explicação da lei.

Atos Ordinários – visam regular o funcionamento e a conduta da Adm.

Atos Negociais – contém manifestação da Adm com pedido de particulares

Atos Enunciativos - emissão de posição da Adm. Quando esta certifica ou atesta

sobre determinado assunto.

Atos Punitivos – composto de sanção imposta pela Adm.

Invalidação dos Atos Administrativos

Matéria polemica entre os doutrinadores é a utilização da Teoria da Nulidades

no âmbito administrativo.

Para a Teoria das Nulidades do Direito Civil há uma dicotomia. Nela existe

diferença quanto as ideias entre os atos chamados de “nulos e atos anuláveis”.

Os atos nulos não comportam sanação ou conserto devendo ser cada um deles

anulado por inteiro com efeito ex tunc.

Os atos anuláveis são aqueles que comportam conserto, ou sanação, assim,

sendo, aceitam o ajuste e a manutenção de seus efeitos, que no caso são ex nunc.

No direito administrativo há duas teorias para tratar do assunto:

A denominada Teoria MONISTA - segundo a qual é inaplicável a dicotomia das

nulidades do direito civil ao direito administrativo, para eles o ato administrativo é nulo

ou válido, se existir vício de legalidade o ato é nulo e ponto final. HLM, Diógenes

Gasparini, Sergio Ferraz e Regis Fernandes.

A chamada Teoria DUALISTA - entende que os atos administrativos podem ser

nulos e anuláveis dependendo da gravidade do vício que os inquina. Sendo que a

anulabilidade comportaria o conserto do ato nos moldes da Teoria das Nulidades do

Direito Civil. CABM, Osvaldo Aranha BM, Seabra Fagundes, Cretella Jr., Lucia Vale

Figueredo, JSCF.

Revogação – é o modo pelo qual a Administração desfaz um ato administrativo

válido por motivo de conveniência e oportunidade.

Page 29: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

O ato não retroage uma vez que ele é praticado de conformidade com a

ordem legal.

O efeito destes atos são “ex nunc”.

Os atos vinculados não podem ser revogados.

Anulação – é a extinção do ato administrativo por razões de ilegalidade.

Ela retroage as origens do ato, pois a ilegalidade atinge o ato no momento do seu

nascimento.

Esses atos tem efeito “ex tunc”. Retroage ao momento da prática do ato

originário.

Convalidação:

É a sanação do ato administrativo. Seu aperfeiçoamento em caso de atos

anuláveis que não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízos a 3º.

Contraposição:

É a extinção de um ato administrativo em razão da prática de um novo ato com

efeitos contrários ao ato anterior.

Conversão:

É a substituição de um ato inválido por outro válido.

• Licitações.

Lei 8.666, de 21 de junho de 1993.

Análise do procedimento licitatório que regulamentou o artigo 37, inciso XXI da

Constituição Federal.

• Base Legal para o tema:

• Art. 37, XXI; Art. 22, XXVII; Art. 175 e 173, par. 1º, III, todos da Constituição

Federal.

• Lei 8883/94; lei 9648/98; lei 9854/99; lei 10520/02; lei 10937/04; lei 11079/04;

lei 9032/05; lei 11196/95; lei 11107/05; lei 11484/07; lei 11481/07; lei

11763/08; lei 11908/09; lei 12232/10; lei 12440/11 e 12460/11

Licitações:

Ideia:

É um conjunto de procedimentos administrativos que visam selecionar a

proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

Page 30: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Natureza Jurídica:

Procedimento administrativo seletivo.

• Conceito:

• “Pode-se definir a licitação como o procedimento administrativo pelo qual um

ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os

interessados, que se sujeitem as condições fixadas no instrumento convocatório,

a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará as

mais conveniente para a celebração do contrato”. MZSP.

O Processo Licitatório visa estabelecer normas gerais sobre a celebração de

contratos administrativos cujo objeto é pertinente a:

1) OBRAS. Definição do termo no art. 6 da lei.

2) SERVIÇOS: Definição do termo no art. 6 da lei.

O serviço de publicidade foi retirado da estrutura da lei 8666/93, atualmente é

regulado pela lei 12232/10

• O prof. JSCF define o objeto de licitação como:

• Objeto Imediato: Escolha da proposta.

• Objeto Mediato: obtenção da obra, serviço, compra, locação, etc.

• Subordinados a Lei

• Administração Pública Direta.

• Administração Pública Indireta.

• Entidades controladas direta ou indiretamente pela U, E, DF e M.

• Fundos especiais.

• Art. 117 da lei. PL; PJ; TC

PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO - Art. 3º da lei.

Básicos: Legalidade, Moralidade, Impessoalidade ou Finalidade.

Específicos: Igualdade entre os licitantes; Publicidade dos Atos; Probidade

Administrativa; Vinculação ao Instrumento Convocatório; Julgamento Objetivo; Ampla

Defesa; Adjudicação Compulsória.

1. Igualdade entre os licitantes:

Princípio da Igualdade.

Page 31: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

2. Publicidade dos Atos:

Princ. da Publicidade dos Atos Administrativos.

“Sigilo na apresentação das propostas não fere a igualdade entre os

proponentes”.

3. Probidade Administrativa: Princ. da Probidade Adm.

4. Vinculação ao Instrumento convocatório:

A vinculação ao edital é oriunda da idéia de que o Edital faz lei entre as partes.

No Edital há indicação de forma e modo de participação, ele é a lei interna entre os

participantes vinculando todos: Administração e concorrentes.

As regras são inalteráveis. A Administração pode invalidá-las e reabrí-las em

novos moldes sem tocar no objeto.

O Edital pode ser corrigido pela Adm. Púb. através de aditamento ou expedição

de outro novo, desde que não afete, nem altere a elaboração das propostas.

5. Julgamento objetivo.

É aquele que tem como fundamento os critérios indicados no edital e nos termos

específicos das propostas. Vinculado a “Fatores Concretos”.

Busca afastar a discricionariedade na escolha das propostas, obrigando os

julgadores a atuarem restritos aos critérios pré-fixados no edital.

6. Adjudicação compulsória.

Advém do brocardo: “Quem venceu leva”.

Determina um impedimento a Administração Pública que, após o processo

licitatório, atribua a outro o objeto da licitação que não ao vencedor do certame.

O direito aqui é o da atribuição ao vencedor do objeto da licitação e não a efetiva

celebração do Contrato Administrativo.

Procedimento formal:

É aquele que impõe a vinculação da Licitação a regras específicas contidas na

lei. Normas estas que irão reger todos os atos e fases do certame.

Page 32: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Lei: é ela quem prescreve os passos do processo licitatório. Fases serão

detalhadas no Edital de Convocação.

FASE INTERNA: preparatória do procedimento.

• Elaboração do projeto;

• ordenamento detalhado;

• Previsão de recursos;

• Processo administrativo para a formação da comissão processante de licitação.

Art. 51.

• FASES EXTERNAS:

• Tomaremos como base a seguinte sequência de fases procedimentais:

• Edital, Habilitação, Classificação, Julgamento, Homologação e Adjudicação

Edital: Art. 40 da lei

É o ato pelo qual a Administração Pública divulga a abertura da concorrência,

fixa requisitos para participação, define o objeto e as condições básicas do contrato e

convida a todos os interessados para que apresentem suas propostas.

Os prazos para publicação estão previstos no art. 21.

Habilitação

Exige-se nessa fase a apresentação da documentação e sua posterior apreciação,

art. 43, I, da lei. Em ato público, a Administração recebe os envelopes contendo a

documentação referente a habilitação dos licitantes e a proposta. Art. 43, § 1º.

Toda documentação a ser apresentada pelo licitante se encontra na lei a partir do

artigo 27.

Art. 27 da Lei. Documentação necessária:

1. Habilitação Jurídica; art. 28.

2. Qualificação Técnica; art. 30.

3. Qualificação Econômico-financeira; art. 31.

4. Regularidade Fiscal e TRABALHISTA; art. 29. O art. Citado foi alterado

pela lei 12440/11.

5. Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7 da CF. - art. 27, V.

Page 33: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Classificação

“É o ato pelo qual as propostas admitidas são ordenadas em função das

vantagens que oferecem na conformidade de avaliação estabelecida no edital”. CABM.

Nessa fase a Adm. faz uma análise das propostas, classificando-as pela ordem de

preferência, segundo os critério objetivos contidos no Edital. Art. 45, § 3º.

Assim a Classificação comporta dois momentos:

1) Abertura dos envelopes dos concorrentes habilitados.

2) Análise objetiva das propostas de acordo com os tipos de licitações.

• Tipos de Licitações.

I - A de Menor Preço;

II - A de Melhor Técnica;

III - A de Técnica e Preço;

IV - A de Maior Lance ou Oferta.

Art. 45, § 1º.

• Desclassificação:

• “é o ato administrativo vinculado mediante o qual a comissão de licitação

desacolhe a proposta apresentada sem o atendimento formal e fora dos termos e

condições do edital ou da carta convite.” DG. O art. 48 elenca os casos de

desclassificação das propostas apresentadas.

• Se houver desclassificação de todas as propostas poderá ser utilizada a

apresentação de novas propostas dentro de 8 ou 3 dias pelas empresas

participantes. Art. 48 § 3º.

• Julgamento

É o momento da análise e da confrontação das propostas que foram devidamente

classificadas, para posterior escolha da proposta mais vantajosa para a Administração

Pública. Art. 44 e 45.

Homologação

A homologação equivale a aprovação do procedimento. Antes dela a autoridade

competente irá verificar se ocorreu algum vício na legalidade no certame, podendo

anular o procedimento ou determinar seu saneamento. Se o procedimento estiver em

ordem ela o homologará. Art. 43, inciso IV, da lei.

Page 34: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Adjudicação

É o ato de se atribuir ao vencedor o objeto da licitação. É realizada pela mesma

autoridade competente para homologar o procedimento.

É o ato final do procedimento.

Edital habilitação classificação Julgamento homologação

Adjudicação.

Após a adjudicação ocorre o chamamento do vencedor para assinar o contrato.

• Modalidades de Licitação: art. 22.

O termo “Licitação” é o gênero que se divide em:

• Concorrência.

• Tomada de Preço.

• Convite.

• Concurso.

• Leilão.

• Pregão.

• Concorrência:

1. Direcionada para quaisquer interessados. P.U.

2. Voltada para contratos de grande valor.

3. É usada para concessões em direito real de uso e licitações internacionais.

4. Excepcionalmente: alienação de bens imóveis.

5. O julgamento é feito por comissão formada por no mínimo 3 membros.

6. Prazos: ed. 45 dias MT, e T.P. outros 30 dias.

• Tomada de Preços:

1. Direcionada para quaisquer interessados previamente cadastrados.

2. É utilizada para licitações internacionais.

3. Nela há um teto.

4. O julgamento é realizado por uma comissão formada por no mínimo 3 membros.

5. Prazos: ed. 30 dias MT, e T.P. outros 15 dias.

Page 35: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

• Convite:

1. Direcionada para interessados do ramo pertinente.

2. Cadastrados ou não.

3. Mínimo de 3 convidados para participarem do certame.

4. Instrumento convocatório: Carta Convite.

5. Utilizados para contratos de pequeno valor.

6. O julgamento é realizado por comissão ou por um servidor designado para tal. Prazo

único de 5 dias.

• Concurso:

1. Direcionado para quaisquer interessados.

2. Voltado para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico.

3. Há a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores.

4. O julgamento é feito por uma comissão especial: servidores públicos ou não.

5. A entrega do prêmio é condicionada ao uso dos direitos sobre o trabalho proposto.

Prazo único de 45 dias.

• Leilão:

1. Destinado a quaisquer interessados.

2. Voltado para a alienação de bens considerados inservíveis (móveis ou imóveis) para

a Administração.

3. Nela há o oferecimento de lances. Maior lance, igual ou superior a avaliação do bem.

4. Prazo de 15 dias.

• Pregão:

1. Destinado para quaisquer interessados.

2. Voltado para a aquisição de bens e serviços comuns.

3. Sem limite de valor.

4. Propostas e lances em sessão pública.

5. Nele o critério adotado é: o Tipo Menor Preço.

• Pregão:

Page 36: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

6. Não é usado para obras de engenharia, locações imobiliárias e alienações.

7. O procedimento é realizado pela Internet.

8. Prazo único: 8 dias.

9. No Pregão há a inversão do procedimento:

• Edital --- Julgamento ---- Classificação --- Habilitação ---- Adjudicação ---

Homologação.

• Consulta:

• Previsão na lei 9472/97.

• É exclusiva para a ANATEL.

• Quaisquer interessados.

• Sem prazo para edital.

• Não pode ser utilizada para obras e serviços de engenharia.

• Exceções permitidas pela Lei

• Licitação Dispensada – art. 17, I e II da lei – Ato Vinculado. Rol taxativo. Não

cabe ampliação.

• Licitação Dispensável – art. 24 e incisos da lei – Ato Discricionário. Rol

taxativo. Não cabe ampliação.

• Licitação Inexigível – art.25 da lei – Hipótese de impossibilidade de

competição entre os licitantes. Rol exemplificativo.

• Licitação Fracassada – ocorre quando há no procedimento um vício jurídico ou

as propostas apresentadas não são satisfatórias para a Administração Pública.

Regra Nova Licitação. Exceção: art. 24, IV ou VII da lei.

• Licitação Deserta – ocorre quando não há a apresentação de propostas a

Administração, ou seja, ninguém acudiu ao edital licitatório. Regra: dispensa da

Licitação – art. 24, V, da lei.

1. Sem participantes; 2. Impossibilidade de realização de nova licitação; 3. Ato

justificadamente motivado.

• Controle do procedimento licitatório.

Será exercido pela própria Administração Pública – Princípio da Autotutela.

Será exercido pelo Poder Judiciário – Princípio da Legalidade.

Page 37: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

Será exercido pelo Tribunal de Contas.

• Regime Diferenciado de Contratações públicas: RDC.

• Foi criado pela lei 12.462/11. É um sistema de contratações diferente da lei

8666/93.

• O art. 1º. Direciona o RDC a aplicação exclusiva para a contratação de obras

para os jogos olímpicos de 2016 e para a copa do mundo de 2014. Para obras de

infraestrutura e serviços dos aeroportos (aplicação por prazo indeterminado).

• RDC.

• Propósito do RDC: par. 1º. art. 1º.: ampliar a eficiência das contratações

públicas e a competitividade entre os licitantes.

• Procedimento: pode ser o da lei 8666/93 ou o que a lei apresenta: muito parecido

com o do pregão.

• A lei do RDC reproduz os princípios da 8666/93.

• RDC

• A lei busca padronizar as contratações em um tipo de “linha de montagem”.

Art. 4º. Há na lei uma preocupação com o meio ambiente e quando houver

perdas ao patrimônio cultural ocorrerá compensação.

• Os art. 5º e 6º da lei informam que o orçamento estimado só será publicado após

o encerramento da licitação. Tema polêmico pois fere o P. Publicidade.

• RDC.

O artigo 7º da lei apresenta uma inovação pois ela autoriza que a Administração

indique marcas e modelos para pré-qualificação com amostras.

Derrubando assim um dos principais paradigmas contidos na lei 8666/93.

Há ainda a possibilidade de contratação de várias empresas para executar a

mesma obra. Art. 11.

• RDC.

• Há na lei 4 regimes de execução;

• As fases da lei perpassam pela fase interna e externa:

• FASE PREPARATORIA,EDITAL, APRES. DAS PROPOST. OU LANCES,

JULGAMENTO, HABILITAÇÃO, FASE RECURSAL, ENCERRAMENTO.

• RDC presencial ou eletrônico.

Page 38: “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” - esmeg.org.br · ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS “Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros” DIREITO

• RDC

• A lei cria modelos de disputa aberto e fechado que serão regulamentados através

de decretos.

• Os Tipos de Licitação são: Menor Preço, Técnica e Preço, Melhor Técnica ou

Conteúdo Artístico; Maior Oferta; Maior Retorno econômico. Inovação contida

no artigo 18.

• RDC.

• O art. 24 elenca as formas de desclassificação das propostas.

• O art. 25 menciona as condições de desempate.

• O art. 33 cria o cadastro eletrônico de padronização.

• O art. 34 menciona a comissão julgadora semelhante a 8666/93.

• RDC.

De inovação absoluta o RDC cria o cadastro eletrônico de padronização. Art. 33.

O RDC reporta-se as exceções contidas na 8666/93.

O Poder Executivo Federal regulará através de decretos.