prof. dr. victor melo universidade federal do rio de janeiro teoria do lazer

59
Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

106 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Prof. Dr. Victor Melo

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Teoria do Lazer

Page 2: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Apresentação

Objetivos

a) Discutir os conceitos básicos para a compreensão do Lazer enquanto fenômeno social

b) Apresentar as dimensões básicas necessárias à atuação do profissional de lazer a partir da perspectiva da animação cultural

c) Contribuir para a formação cultural do futuro profissional de lazer

Page 3: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Apresentação

As aulas

* Local: Salas de Troféus/320/vídeo

* Calendário e outras informações:www.lazer.eefd.ufrj.br

* Dinâmica:Aulas expositivas e de discussão; projeção de filmes

* Canto da Cultura

Page 4: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

ApresentaçãoTemas a serem trabalhadosConceitos básicos

* Compreensões históricas sobre o Lazer

* Conceito de cultura e de Lazer: as dimensões tempo e atitude

* Os interesses culturais centrais nas atividades de lazer

* Lazer: um campo multidisciplinar e a perspectiva de atuação interdisciplinar

* Padrões de organização cultural

* Cultura e mercado: a Indústria Cultural

* Educação para e pelo Lazer: a educação dos sentidos

* Animação cultural: conceitos, níveis de conhecimento e paradigmas

* Estética e modos de endereçamento

* Lazer e Minorias Sociais

O espaço

* A cidade como espaço de lazer

* Parâmetros da ação comunitária de lazer

* Parâmetros para organização de projetos de lazer

Page 5: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

O lazer deve ser encarado enquanto um fenômeno

social moderno, constituído no âmbito das tensões

entre as classes sociais; é uma necessidade social e

motivo de intervenção de políticas públicas; mesmo

sendo uma preocupação recente e ainda recebendo

menor atenção, existe uma clara tendência de

crescimento de ações governamentais;

Page 6: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

O lazer se configura como um relativamente recente, mas fértil, promissor e influente campo de

negócios; é um mercado de consumo ainda não completamente definido e

com grandes lacunas a serem preenchidas, mas já muito poderoso.

Page 7: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

O lazer se configura enquanto um campo acadêmico, tendo uma longa tradição de

estudos e pesquisas, embora ainda careça de completo reconhecimento no âmbito das universidades; a temática se caracteriza

pelo caráter multidisciplinar.

Page 8: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

O lazer deve ser encarado enquanto

um possível campo de intervenção

pedagógica, com características específicas

se comparado a outros fóruns de atuação.

Page 9: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Lazer: Compreensões Históricas

* A diversão e o tempo do não-trabalho no decorrer da História

- Skhole - Grécia- Otium/Nec-otium - Roma- Ócio – um ideal cavalheiresco – Baixa Idade Média- Ócio – um vício – Alta Idade Média

* A modernidade- Séc. XV – Ciclo das Navegações/Imprensa - 1450- Séc. XVI – Renascimento/Reforma Protestante - 1513- Séc. XVII – Mercantilismo/Iliuminismo- Séc. XVIII – Revolução Francesa/Revolução Industrial

Page 10: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Lazer: Compreensões Históricas

* Dimensões para compreender o lazera) Um tempo artificializadob) A organização da classe trabalhadora e o tempo livrec) Um novo modo de vida – o controle das diversõesd) Mercado cultural

Cidade-Ciência-Conflitos-EntretenimentoLAZER: UM FENÔMENO MODERNO

* A contemporaneidade- A força da cultura de massas- O lazer na sociedade do desemprego- O Lazer e sua função social

Page 11: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Cultura: Conceitos Básicos

• Conceito de Cultura- Compreensão geral limitada - ligada a manifestações artísticas eruditas - Polissêmico- Conjunto de valores/ normas/ hábitos - Articulação entre valores e representações- Campo de tensão, diálogo, conflito, trocas, manipulações

• Cultura ou Culturas? - Inclusão e exclusão

• Como julgar culturas? O que é certo?- Qual intervenção cultural? Como?

Page 12: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Conceito de Lazer

* A dimensão Prazer (ênfase psicológica/subjetiva)- Prazer – dimensão humana- Prazer e trabalho (alienado/fragmentado)- Equívoco – lazer como locus exclusivo de prazer- Prazer – definidor, mas não exclusivo

* A dimensão Trabalho (ênfase social)- A questão da obrigação e diferenças no lazer e trabalho- O lazer na sociedade do desemprego- Os tempos sociais: um quadro diário horário- A restrição do tempo de não-trabalho na contempor.- Trabalho – definidor, mas não exclusivo

Page 13: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Conceito de Lazer

* Definindo Lazer- Atividades culturais- Busca do prazer- Tempo do não-trabalho- Não atividades fisiológicas ou

obrigações diárias- Recreação – entretenimento – lazer

Page 14: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Conceito de Lazer

* Posturas- Quanto à forma de participaçãoAssistir e praticar- Quanto ao grau de criticidadeMais ativo e menos ativo

* Outros conceitos- Semi-lazer- Produtivização do Lazer- Pseudoludicidade do trabalho

Page 15: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Interesses Culturais Centrais

* Questões iniciais- Lazer: espaço de alienação? Tensões culturais- Lazer: espaço de educação? Um compromisso- Lazer: qual a natureza da intervenção? Especificidades

* Os interesses culturais centrais- Uma classificação das atividades de lazer- Interesse central e áreas de sombra- Utilidade: preparação de programas e projetos- Interesses físicos, artísticos, manuais, intelectuais,

sociais (atenção para turismo)

Page 16: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Ressalvas

- Classificação meramente didática

- Não perder de vista a questão da circularidade

- Considerar a necessidade de não preconceito

- Considerar a necessidade de estabelecimento de um projeto pedagógico estratégico

Page 17: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura Oficial (Erudita/dominante)

Page 18: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura Oficial (Erudita/dominante)

- Elaborações de longo alcance/ Escolas

- Ações destacadas de indivíduos

- Normativa; estabelece padrões estéticos

- Poder de decisão e prestígio

Page 19: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura de massas

Page 20: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura de massas

- Tende a ser estandartizada, de fácil consumo

- Relações impessoais

- Parte de outros níveis de organização, muitas vezes mudando sentidos e significados

- Acaba se apresentando como alternativa ao não acesso à cultura erudita e á cultura popular

- Baixo grau de autonomia e organização

Page 21: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura popular

Page 22: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Padrões de Organização da Cultura 

• Cultura popular

- Produção local, ligada à tradição, compreendida como algo dinâmico

- Muitas vezes desvalorizada, considerada de menor valor

• Texto de Luis Fernando Veríssimo

Page 23: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Lazer: Duplo Aspecto Educativo

* Duplo aspecto educativo do lazer (sob a perspectiva não funcionalista)

- Educação pelo lazer - O lazer como meio- Educação para o lazer – O lazer como fim (a ação da

cultura de massas)

* Elementos dificultadores- Desvalorização – hierarquia das necessidades humanas- A forte influência do mercado cultural- A deficiente formação e preparação do Animador

Cultural

Page 24: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural: Conceito • Intervenção pedagógica que tem a cultura como estratégia central (anima, alma)

• Utiliza as linguagens como estratégia, mas pretende uma discussão de valores e sensibilidades

- Preocupação: ênfase em valores

- Questiona contextualmente os mecanismos de produção cultural

• Fronteiras: Educação Social/Educação Artística

• Proposta: Educação das sensibilidades/ Estética

• Responsáveis: escola, família, lazer

* O animador cultural e a equipe de animação: uma perspectiva multi e interdisciplinar

Page 25: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural: Conceito 

Uma tecnologia educacional (uma proposta de intervenção pedagógica), pautada na idéia radical de mediação (que nunca deve significar imposição), que busca contribuir para permitir compreensões mais

aprofundadas acerca dos sentidos e significados culturais (considerando as tensões que nesse âmbito se

estabelecem) que concedem concretude a nossa existência cotidiana, construída a partir do princípio de estímulo às organizações comunitárias (que pressupõe a idéia de indivíduos fortes para que tenhamos realmente uma construção democrática), sempre tendo em vista

provocar questionamentos acerca da ordem social estabelecida e contribuir para a superação do status quo

e para a construção de uma sociedade mais justa.

Page 26: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Paradigmas da Animação Cultural 

Page 27: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos • Questões para desencadear a discussão:a) Como anda a relação cidade – cidadão?b) Como pensar a cidade como espaço de lazer?c) Como pensar estratégias de mediação cultural?d) Com pensar uma cidade mais inclusiva e mais justa?

• A cidade hoje – o desgaste do tecido urbano- Crise econômica ou crise de valores?- A cidade é local de trabalho ou local de lazer? A cidade a serviço do capital- A hierarquização das necessidades humanas: onde fica o lazer e a cultura?- A cidade é para quem?

Page 28: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos • A revolução tecnológica, a esfera pública e a esfera privada

- Privatização das vivências cotidianas – as mídias domésticas

- A dissolução de fronteiras entre público e privado

- Há um esvaziamento da esfera pública?

- A ação da Indústria Cultural

- A política de eventos como política cultural

Page 29: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos• A cultura entendida de forma limitada e equivocada:

“um conjunto de expressões que pode ser resumido no âmbito do entretenimento, do consumo e do agenciamento físico [...]. Um contexto, portanto, onde o reflexo prevalece sobre a reflexão, o signo prevalece sobre o símbolo e a virtualidade prevalece sobre a representação” (Sevcenko, 2002).

“Essa midialização estimula a tendência de privatizar os eventos culturais originalmente públicos e sua percepção estética. Com isso reforça ainda mais a erosão progressiva dos ambientes públicos urbanos” (Prigge, 2002).

Page 30: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos• Lazer na cidade – dados para pensar

- Cinemas No Brasil - só 7% das cidades No Rio de Janeiro - mais de 150 salas, mas somente 20 bairros, a maioria em shoppings

- Não há salas de cinema “alternativo” na Zona Oeste-Zona Norte

- Centros Culturais No Rio de Janeiro - 57 56 na Zona Central-Zona Sul-Barra

Page 31: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos• Lazer na cidade – dados para pensar

- Parques públicos – privatização de espaços e má distribuição

- Transporte – metrô e ônibus

- Clubes – queda de prestígio

- Televisão 98% das cidades do Brasil Mais aparelhos do que geladeiras Vídeo X Cinema

Page 32: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos

“O processo de construção da cidade distribui esculturas, museus e edifícios de alto padrão, atraindo aqueles que têm condições de escolher onde viver, trabalhar, gozar sua afluência. As zonas favorecidas incorporam, como lugares, o capital cultural que forja não somente seu futuro privilegiado, mas reduz o futuro das áreas menos favorecidas” (Molotoch, 2002).

Page 33: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos• O que fazer? A importância do lazer

- O lazer como forma de ressignificação do espaço público

- Lazer e cultura em projetos sociais: experiências

- A educação para o lazer: uma educação das

sensibilidades

- O que é produção cultural?

- Fluxos e contra-fluxos de cultura: do centro para a

periferia da periferia para o centro – pontes

Page 34: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para

os Cidadãos

POR UMA EDUCAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA

NOVA CIDADE: A ANIMAÇÃO CULTURAL COMO

TECNOLOGIA EDUCACIONAL

• Eu sei, mas não devia (Marina Colassanti)

Page 35: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Estética: Conceitos Básicos

• A estética no senso comum

- Todos têm um conceito

- Conceito de belo clássico

• O objeto da estética

- O belo?

- A arte?

- Aiesthesis – sensação

Page 36: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Estética: Conceitos Básicos

Estudo de um modo específico de apropriação

da realidade, onde destacam-se as questões

ligadas à sensibilidade, mesmo que vinculadas a

outras formas de apropriação da realidade e com

as condições históricas, sociais e culturais (isso

é, mesmo com autonomia, há uma certa relação

entre o estético e o extra-estético)

Page 37: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Estética: Conceitos Básicos

• Importância

- Forma de relação com o mundo

- Julgar – dever e direito de todos

- Educação da sensibilidade/novos olhares

• A relação estética

- A relação sujeito-objeto

- O extra-estético e sua influência

Page 38: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Estética: Conceitos Básicos

a) Fatores objetivos

- Físicos/ acesso

- Estímulo do indivíduo

b) Fatores subjetivos

- Interesse

- Condições sociais

* O Orgulho de Apeles (José Lins do Rego)

Page 39: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Modos de Endereçamento

• A discussão central

- Como se estabelecem de forma dinâmica as relações entre um filme e o público?

- Inversão da pergunta - o que o público espera do filme?”

- Ao invés disso, pergunta-se: “quem este filme pensa que

você é? A quem esse filme está sendo endereçado?”.

Page 40: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Modos de Endereçamento

• Conceito- Supostamente um filme induz o seu público a pensar de determinada forma, difunde valores e intencionalidades.

- Contudo, as coisas não são lineares: a) em função das ressignificações e das diferentes histórias e constituições de cada subjetividade.

b) normalmente é grande a diferença entre o imaginado e o que alguém realmente é, além disso o grupo não é homogêneo.

c) Não é possível pensar em enquadramentos lineares, nem do ponto de vista da manutenção da ordem social, nem do ponto de vista de sua superação.

- Modos de endereçamento são poderosos, mas não lineares

Page 41: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Modos de Endereçamento

• A Animação Cultural

- Encaminha modos de endereçamento diferenciados

- Não substitui uma alienação a favor da ordem social por outra suposta contra a ordem

- Não nega ao público as possibilidades de prazer

- Não se restringe a exibição de um só produto

- Não informa linearmente

- Reconhece e fortalece as subjetividades

Page 42: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer

• Objetivos- Construção de autonomia comunitária- Desenvolvimento da perspectiva de co-gestão

• 1ª fase – Início da construção coletiva

- Identificação, contato inicial e convite às lideranças comunitárias

Sensibilização

Cuidado com as peculiaridades e rupturas de cada comunidade (poderes locais)

Page 43: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer

• 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.)

- Processo conjunto de capacitação de animadores culturais da comunidade

Levantamento de necessidades e possibilidades de intervenção

Definição de objetivos

Seleção de estratégias de intervenção

Identificação de potencialidades da comunidade

Page 44: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer

• 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.)

- Preparação e realização de atividade de impacto

Reunião ampliada da comunidade

Questão 1: grau de organização da comunidade

Questão 2: grau de participação dos técnicos

Questão 3: envolvimento com órgãos governamentais

Questão 4: A atividade como impulsionadora do programa

Page 45: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer

• 2ª fase – Preparação da continuidade

- Avaliação do processo inicial e da atividade de impacto

- Elaboração do plano de continuidade

Questão 1: voluntariado ou não

Questão 2: recursos para a continuidade

Page 46: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer

• 3ª fase – Continuidade

- Acompanhamento para sedimentar

- Não perder de vista os objetivos (autonomia e co-gestão)

- Avaliações constantes

Page 47: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Projetos e Programas

Operacionais

a) Características do local/empresa

b) Faixa etária do público

c) Recursos materiais disponíveis

d) Perfil da equipe de lazer

e) Espaço disponível

f) Tempo anterior à programação

g) Tempo de programação

Page 48: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Projetos e Programas

Teóricos/filosóficos

a) Educação para e pelo lazer

b) Educação da sensibilidade

c) Interesses culturais – multi/interdisciplinar.

d) Participação ativa do público

- Opinando

- Colaborando diretamente

- Avaliando

Page 49: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

CIDADÃO, CIDADÃ (Jorge Mautner- Nelson Jacobina)

Assim como é natural/ O vôo da borboletaAssim como falta uma mão/ No manetaAssim como não acho nada de anormalNo fato de você ser troca letra

Acho que se deve ser diferente/ Não como toda a genteMas igualmente ser gente/ Como toda essa genteDeste país continente/ E de todo o planeta

Assim como é lindo o pirata/ Apesar de ser pernetaCom uma mão segurando a mão do grumeteE outra uma lunetaDizendo que é natural Que os anjos do juízo final toquem trombeta

Page 50: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Quem, quem, quem a não ser o somPoderia derrubar a muralha dos ódios, dos preconceitosDas intolerâncias, das tiranias, das ditaduras hereditáriasDos totalitarismos, Das patrulhas ideológicas e do nazismo

Acho que todo cidadão ou cidadãDeve ter possibilidades de felicidadeDo tamanho de um maracanãE deve poder ser azul, negro ou cinzaSorridente ou ranzinzaVerde amarelo e da cor vermelha

Deve-se somente ser, E não temer, viverPro que der e vier na nossa telhaVivamos em paz, Porque tanto fazGostar de coelhos ou de coelhas

Page 51: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• O avanço da Indústria do Lazer e Entretenimento: Afinal, quem pode acessar?

- Mercado seletivo, somente acessível em toda sua plenitude aos privilegiados economicamente

- A ação da indústria cultural

• Desafios- Tornar as atividades de lazer acessíveis a todos, de

forma qualitativamente superior a que hoje encontramos

- Conceber a intervenção no âmbito do lazer como algo que possa contribuir para superar essa lógica social pautada na diferença e na desigualdade.

Page 52: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• Movimentos sociais/minorias sociais

- Antes da segunda grande guerra – a preponderância da questão da classe

- Depois da segunda grande guerra – maior número de grupos específicos

Page 53: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• Conceitos de grupos/minorias sociais

- Grupos que se organizam para protestar de diferentes formas, a partir do reconhecimento de que em um regime democrático é possível e necessário considerar a diversidade de expressões de interesses próprios, não contemplados em função da intolerância e do controle social, econômico e cultural nas definição de normas gerais

- Idosos, homossexuais, PPDs, negros, crianças, favelas mulheres, entre outros

Page 54: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• O polêmico conceito de Minorias Sociais

- Duas naturezas de definição:

a) natureza númerica, isto é, grupos que possuem um menor número de membros;

b) natureza de acesso ao poder, isto é, grupos que podem até ter um número elevado de membros, mas que tem menor acesso aos mecanismos de poder.

- Esses grupos podem também ser:

a) de natureza étnica (negros, por ex., característica genética)

b) ativistas (aqueles cujo status é adquirido, fruto de uma opção)

Page 55: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• Considerações teóricas

- Os grupos não são homogêneos: Isto é, se há alguma identidade entre os membros dos grupos, pode haver trânsito de interesses, na medida em que os indivíduos fazem parte de agrupamentos diversos no decorrer de sua vida.

- Preconceitos, discriminações, estereótipos: considerações

- Há soma ou subtração de preconceitos e discriminações

Page 56: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

- Por trás das lutas se encontram mais do que questões simplesmente pontuais ligadas a cada grupo. De alguma forma incomodam e tensionam o todo

conservador, podendo e devendo ser encaradas como forma de contribuir para a superação deste status quo.

- Contra guetificação, isolamento Embora possamos entender que em determinadas vezes

estes são os caminhos possíveis, devemos buscar uma nova forma de vivência em sociedade, pautada não na homogeneidade, mas sim na tolerância e no reconhecimento das diferenças.

Page 57: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

- Não há passividade Os grupos entabulam resistências, traçadas a partir de sua experiência concreta, muitas vezes estabelecidas de forma sutil e no cotidiano

“O termo resistência tal como é usado aqui não se refere somente a ações propositais, coletivas, dirigidas para fins políticos e em desafio explícito ao poder [...]. A resistência, assim, inclui modos de contestar ou de não aceitar o conjunto de máximas estabelecidas para a vida cotidiana [...]. Um espaço para a resistência pode, então, ser criado pela dissonância entre as experiências vividas pelos indivíduos e a versão oficial de tais experiências ou de interstícios entre experiência e representação” (Lupton, 2000).

Page 58: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

- Relação entre resistência e adequação

“...os sujeitos não são integralmente governados pelo discurso, nem inteiramente capazes de sair fora dele. Ao contrário há uma contínua luta em torno o significado; a governalidade tanto permite a construção da subjetividade e do processo de corporificação quanto, de certa forma, age para constranger tais processos...Poderia se dizer que se trata de um continuum ao longo do qual a resistência, ou a construção de alternativas, é consciente, indo de lutas de oposição radicais plenamente conscientes – tanto no nível do grupo quanto do indivíduo – até o inconsciente, no qual a resistência ocorre através de impulsos e desejos emocionais e não precisa necessariamente ser reconhecida ou enunciada pelo sujeito como resistência. É preciso reconhecer também uma dimensão não consciente das práticas do eu, nas quais comportamentos são impostos através do habitus e são executadas automaticamente” (Lupton, 2000).

Page 59: Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro Teoria do Lazer

Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos

• Nosso papel enquanto profissionais de lazer

Cabe-nos estar atentos, preparados para ouvir, dispostos a

compreender, superando os preconceitos que existem

dentro de cada um de nós, que acabam por conduzir a

distorções na forma de encarar as diversas organizações

sociais. Trabalhar com as minorias significa também um

esforço de superação individual de cada profissional.

Afastamos, assim, qualquer tipo de postura vanguardista de

atuação.