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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Palácio da Reitoria da UFBA — Rua Augusto Viana, s/n — Canela — CEP 40110-909 — Salvador — Bahia — Brasil Tel.: (71) 3283-7031 — Fax: (71) 3283-7027 — [email protected] — http://www.ufba.br 1 PRODUTO FINAL DO PROJETO DE PESQUISA “RESPONSABILIDADE E GARANTIAS AO ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL: UMA PROPOSTA DE REVISÃO DO ECA EM SEUS 18 ANOS DE VIGÊNCIA PROJETO BRA/07/004 Democratização de Informações no Processo de Elaboração Normativa Projeto Pensando o Direito Convocação nº 01/2009 – Seleção de Projetos Linha de Pesquisa: Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infracional atribuído a adolescente Abril de 2010

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PRODUTO FINAL DO PROJETO DE PESQUISA

“R ESPONSABILIDADE E GARANTIAS AO ADOLESCENTE

AUTOR DE ATO INFRACIONAL : UMA PROPOSTA DE REVISÃO DO ECA EM SEUS 18 ANOS DE VIGÊNCIA ”

PROJETO BRA/07/004 Democratização de Informações no Processo de Elaboração

Normativa

Projeto Pensando o Direito Convocação nº 01/2009 – Seleção de Projetos

Linha de Pesquisa: Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infracional atribuído a adolescente

Abril de 2010

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EQUIPE

Maria Auxiliadora Minahim Coordenação Geral do Projeto

Karyna Batista Sposato Pesquisadora Senior

Davi Castro Silva

Assistente de Pesquisa

Carolina Grant Pereira Deivson Santos Natalia Petersen

Estagiários de Pesquisa

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ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO.........................................................................04

2. INTRODUÇÃO .........................................................................05

3. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS .................................08

3.1. Parte I – Etapa Quantitativa - PESQUISA JURISPRUDENCIAL

......................................................................................................08

3.2. PARTE II – ETAPA QUALITATIVA - Acompanhamento das

Audiências e Análise de processos ............................................23

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ....................................24

4.1. PARTE I - DE RECURSOS E DISCURSOS: Como se interpreta o

ECA em Tribunais Superiores.....................................................24

4.2. PARTE II – A ELOQUENCIA DAS PRÁTICAS: Um olhar sobre as Varas Especializadas da Infância e Juventude......................................................................................80

4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................150

5. CONCLUSÕES............................................................................158

5.1. PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA....................161

5.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................167

6. Referências.....................................................................................169

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1. APRESENTAÇÃO

Esta publicação reúne os resultados do Projeto de Pesquisa “Responsabilidade e

Garantias ao adolescente autor de ato infracional: uma proposta de revisão do ECA em

seus 18 anos de vigência” de responsabilidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA)1 no

âmbito da linha de pesquisa Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infracional

atribuído a adolescente do Projeto Pensando o Direito – Edital 01/2009.

A apresentação dos resultados divide-se em 3 partes distintas: a primeira

correspondente à análise detalhada dos casos identificados nos Tribunais de Justiça dos

Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul e

Superior Tribunal de Justiça no período de janeiro de 2008 a julho de 2009, conforme

pesquisa amostral na internet, e que denominamos nesta publicação de Pesquisa

jurisprudencial. Desta análise, se pôde verificar os principais argumentos que são mobilizados

na imposição e justificação de medidas de internação a adolescentes autores de ato infracional

no país e seu grau de adequação aos dispositivos legais, objeto central da pesquisa.

A segunda parte reservou-se à apresentação dos dados recolhidos na etapa qualitativa

do estudo, concernente ao levantamento de processos e o acompanhamento de audiências de

primeira instância em varas especializadas da infância e juventude de Salvador, São Paulo,

Recife e Porto Alegre. E por último a terceira parte apresenta as conclusões obtidas a proposta

elaborada de alteração ao texto da Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente..

Os comentários ao Projeto de Lei 1627 em discussão no Congresso Nacional, mais

especificamente no Senado, e à PEC 20/99 encontram-se no segundo Anexo.

A combinação de tais partes e perspectivas visa apontar possíveis frentes de

aprimoramento da Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não só pelo

decurso de seus quase 20 anos de vigência, mas sobretudo porque desde sua entrada em vigor

1 Sob coordenação da Professora Doutora Maria Auxiliadora Minahim, com a participação dos pesquisadores: Karyna Batista Sposato (pesquisadora sênior), Davi Castro Silva ( assistente de pesquisa), Carolina Grant Pereira Deivson Santos e Natália Petersen ( estagiários de pesquisa).

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o ECA vem sofrendo sistemáticas críticas . O desafio enfrentado pela Pesquisa foi justamente

identificar as principais lacunas da legislação que vêm dando margem a arbitrariedades, à

utilização de argumentos extrajurídicos na solução de casos, e conseqüentemente à recorrente

desqualificação do ECA no debate público.

2. INTRODUÇÃO

Aos quase 20 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal

8.069/90, muitas questões relacionadas à atribuição de responsabilidade a adolescentes

autores de infrações penais permanecem ainda pouco consolidadas tanto no âmbito da

doutrina como da jurisprudência sobre a matéria.

Além disso, é signficativa e cíclica a presença de projetos de lei e de propostas de

Emenda Constitucional no Congresso Nacional Brasileiro, objetivando alterar dispositivos

constitucionais e do Estatuto da Criança e do Adolescente, em resposta a clamores sociais e

da opinião pública, sobretudo quando um crime de repercusssão nacional revela dentre os

autores, a presença de um adolescente, menor de 18 anos.

Desta forma, uma das áreas que recebe maior influência do discurso da Lei e Ordem,

do populismo punitivo e da expansão do direito penal como solução a problemas de cunho

social, é a da justiça da infância e juventude em matéria infracional.

De um lado, veicula-se com impropriedade e sensacionalismo que os adolescentes

estão cada vez mais violentos e cresce exponencialmente o número de adolescentes e jovens

envolvidos com a criminalidade no país. De outra parte, o não reconhecimento de que as

medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente sejam sanções

penais, e que a justiça da infância e juventude em matéria infracional, na condição de justiça

especializada atribua responsabilidade penal aos adolescentes, reforça não só um sentimento

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de impunidade perante os crimes cometidos por adolescentes, como alimenta o debate em

torno da redução da idade penal.

Neste sentido, parece fundamental sinalizar que as disposições legais sobre a matéria e

o funcionamento da justiça da infância e juventude quando da apuração do ato infracional

atribuído a um adolescente representam a política nacional de administração do delito na

adolescência2.

Como tal, a política socioeducativa possui algumas peculiaridades que não podem ser

desconsideradas. Destina-se ao indivíduo adolescente, e corresponde ao conjunto de ações

que, realizadas no âmbito do poder público, dirigem-se ao adolescente que tenha praticado um

delito. Em síntese, as medidas socioeducativas e seus respectivos programas de execução

destinam-se a adolescentes que tenham infringido a lei e não a todos os adolescentes.

Tal consideração é de fundamental importância na configuração de uma política de

justiça e de atendimento ao adolescente, pois é essencial levar em conta que as medidas

socioeducativas são subsidiárias às demais políticas previstas no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA). E, como resposta estatal ao delito juvenil, devem estar condicionadas a

um conjunto de princípios.

Reconhecer que a matéria jurídica, presente no Estatuto da Criança e do Adolescente

relacionada à apuração do ato infracional e imposição de medida socioeducativa ao

adolescente, é um sistema de responsabilidade diferenciado dos adultos, porém de

administração do delito na adolescência implica em aperfeiçoar seus mecanismos e institutos

jurídicos, levando em conta suas finalidades e objetivos, inclusive como parte integrante da

política criminal brasileira.

Deste modo, a pesquisa realizada partiu da análise de casos relacionados à medida de

internação, por amostragem nos Tribunais de Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco,

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, e Paraná no período de janeiro de 2008 a julho de 2009,

2 VOLPI, Mário. Sem Liberdades e Sem Direitos: a experiência de privação de liberdade na percepção dos adolescentes em conflito com a lei. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

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uma vez que tais Estados concentram os maiores índices de internação de adolescentes do

país. Analisaram-se também casos originários do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em

virtude da localização da equipe de pesquisa.

A pesquisa ora denominada Pesquisa Jurisprudencial, incluiu por fim, a análise de

acórdãos e decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) cujo foco de discussão esteve

relacionado à imposição de medidas de internação. Tudo com o objetivo de traçar as

principais tendências jurisprudenciais sobre a matéria.

A segunda etapa do estudo foi dedicada a uma análise qualitativa de casos de

aplicação de medidas de internação em primeira instância e, portanto partiu da observação e

acompanhamento in loco de audiências em Varas Especializadas da Infância e Juventude nas

capitais de São Paulo, Recife, Porto Alegre e Salvador. Do acompanhamento das audiências e

da leitura dos processos extraíram-se elementos importantes acerca dos procedimentos de

apuração da responsabilidade de adolescentes acusados bem como da aplicação de medidas de

internação, que associados aos argumentos e fundamentos identificados na pesquisa

jurisprudencial permitiram constatar as principais lacunas da legislação e as fragilidades mais

recorrentes em sua interpretação.

Também fez parte do escopo da pesquisa analisar e comentar o Projeto de Lei 1627,

conhecido como Projeto do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) e a

Proposta de Emenda Constitucional 20/99 que sugere a redução da idade penal para 16 anos

no caso de crimes hediondos. Tais considerações encontram-se como Anexo, tendo em vista

que a proposta de alteração do texto do Estatuto da Criança e do Adolescente guarda maior

vinculação com os resultados das pesquisas retro mencionadas.

Entretanto, como será possível observar a proposta de inclusão de dispositivos e

alteração de redação de outros no texto do Estatuto, visa equacionar algumas antinomias,

contradições ou vazios que tal qual se apresentam hoje favorecem inclusive que propostas

legislativas se apresentem em completo desacordo com a doutrina da proteção integral.

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3. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

3.1. Parte I – Etapa Quantitativa

PESQUISA JURISPRUDENCIAL

Esta primeira etapa da pesquisa jurisprudencial adotou como metodologia para o

levantamento realizado nos Tribunais de Justiça dos estados selecionados (São Paulo;

Pernambuco; Rio Grande do Sul; Rio de Janeiro; Paraná e Bahia) e no Superior Tribunal de

Justiça a pesquisa quantitativa por amostragem aleatória simples – tendo em vista a extensão

do universo a ser pesquisado e as limitações orçamentárias, temporais e físicas da equipe de

pesquisadores.

A pesquisa por amostragem aleatória simples permite que se mantenha a

representatividade original dos grupos e dados a serem pesquisados e, seguindo-se com rigor

o método previsto, permite, ainda, a generalização dos dados aferidos a todo o universo

populacional considerado, uma vez que esta subespécie de amostragem pertence ao grupo de

amostragens probabilísticas. Nesta modalidade de amostragem, por fim, cada elemento da

população tem a mesma probabilidade de ser incorporado à amostra que outro qualquer, o que

garante a não-intencionalidade da pesquisa e a possibilidade de generalização de seus

resultados.

2.1. Critérios para identificação do universo a ser analisado e para delimitação de

uma amostra representativa dos casos a serem estudados – na hipótese do número total de

casos (universo), após aplicação do corte temporal, ser ainda demasiado grande para as

possibilidades concretas de trabalho do grupo de pesquisadores.

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� No STJ:

I. Identificação da quantidade de casos de discussão sobre a aplicação

de medida de internação (ECA), no período de janeiro de 2008 a julho de 2009

(identificação do universo a ser trabalhado e aplicação do critério de corte temporal);

Pesquisa por: (((("MEDIDA SOCIOEDUCATIVA" OU "ATO

INFRACIONAL" OU "MEDIDA SOCIO-EDUCATIVA" OU "MEDIDA DE

INTERNACAO") NAO "MEDIDA DE SEGURANCA").EMEN.) E (@DTDE >=

"20080101")) E (@DTDE <= "20090630")

Fonte: http://www.stj.jus.br

Número de ocorrências: 184.

Casos estudados: 167.

II. Análise de todos os casos encontrados.

� Nos TJs:

I. Identificação, no TJ de cada estado selecionado, do universo de

casos potencialmente analisáveis, no período de janeiro de 2008 a julho de 2009

(identificação do universo a ser trabalhado e aplicação do critério de corte temporal);

a. TJ-SP

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Pesquisa por: (menor ou adolescente) e ("ato infracional" ou "medida

de internação" ou "medida socioeducativa" ou "medida-socioeducativa") nao

(corrupção ou "responsabilidade civil")

Fonte: http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/resultadoCompleta.do

Número de ocorrências: 42.

Casos estudados: 40.

b. TJ-PE

Pesquisa por: ato infracional

Fonte: http://www.tjpe.jus.br/index.asp

Número de ocorrências: 13.

Casos estudados: 11.

c. TJ-RJ

Pesquisa por: medida socioeducativa eca

Fonte: http://www.tjrj.jus.br

Número de ocorrências: 137

Casos estudados: 58.

d. TJ-PR

Pesquisa por: ato infracional eca

Fonte: http://www.tjpr.jus.br

Número de ocorrências: 123.

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Casos estudados: 55.

e. TJ-BA

Pesquisa por: “ato infracional”

Fonte: http://www.tjba.jus.br/site/index.wsp

Número de ocorrências: 16.

Casos estudados: 13.

II. Delimitação de uma amostra significativa ou representativa, capaz de

garantir a representatividade dos dados obtidos para os Tribunais nos quais o número

de casos potencialmente analisáveis foi demasiado grande para as possibilidades

concretas de trabalho do grupo de pesquisadores.

A priori, tem-se a seguinte fórmula:

Onde:

� n0 é a primeira aproximação do tamanho da amostra significativa ou

representativa;

� E0 é o erro amostral tolerável (Ex.: 2% = 0,02).

Em seguida, tem-se esta segunda fórmula, mais completa:

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Em que:

� N é o número de elementos da população (ou universo considerado);

� n é o tamanho da amostra.

Observe o seguinte exemplo para compreender melhor:

Exemplo

Em uma pesquisa acerca das condições de execução de uma medida de

internação (ECA), deseja-se realizar entrevistas com um número significativo de

adolescentes em um universo de cerca de 2000 jovens. Quantos adolescentes devem

ser entrevistados para que os resultados de tal estudo possam ser generalizados?

Resolução

N = 2000

Define-se o erro amostral tolerável em 2%:

E0 = 0,02

n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,02)2

n0 = 2500

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n = (N . n0) / (N + n0)

n = (2000 . 2500) / (2000 + 2500)

n = 1111 adolescentes

Com o erro amostral tolerável em 2%, 1111 adolescentes devem ser

entrevistados para a pesquisa.

Vamos repetir os cálculos, definindo o erro amostral tolerável em 4%.

N = 2000

E0 = 0,04

n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,04)2

n0 = 625

n = (N . n0) / (N + n0)

n = (2000 . 625) / (2000 + 625)

n = 476 adolescentes

Através deste segundo cálculo, é possível observar que, quando aumentamos a

margem de erro, o tamanho da amostra reduz.

E se houvesse 300.000 adolescentes no universo pesquisado?

N = 300.000

E0 = 0,04

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n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,04)2

n0 = 625

n = (N . n0) / (N + n0)

n = (300.000 . 625) / (300.000 + 625)

n = 623 adolescentes

Observe que a diferença entre n e n0, neste último cálculo, é muito pequena.

Portanto: se o número de elementos da população (N) é muito grande, a

primeira aproximação do tamanho da amostra já é suficiente.

Observe ainda:

N = 2000

E0 = 0,04

n = 476 adolescentes = 23,8% da população

N = 300.000

E0 = 0,04

n = 623 adolescentes = 0,2% da população

Diante do exposto[3], podemos inferir que as fórmulas supra-aludidas nos

auxiliam a identificar o número de julgados a serem analisados, garantindo a

representatividade dos seus resultados com uma margem de erro muito pequena.

[3] Fonte: BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística Aplicada às Ciências Sociais (Cap. 3). 5ª ed. Florianópolis: Ed. UFSC, 2002

FACEV – Faculdade de Ciências Econômicas de Vitória. Disponível em: http://www.ai.com.br/pessoal/indices/2A3.HTM. Acesso em: 28 jul 2009.

Laboratório de Epidemiologia e Estatística. Disponível em: http://www.lee.dante.br/pesquisa/amostragem/que_amostragem.html. Acesso em 28 jul 2009.

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Margem de erro escolhida: 10% (0,1).

a) TJ-RJ

N = 137

E0 = 0,1

n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,1)2

n0 = 100

n = (N . n0) / (N + n0)

n = (137 . 100) / (137 + 100)

n = (13700) / (237)

n ≈ 58 julgados

b) TJ-PR

N = 123

E0 = 0,1

n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,1)2

n0 = 100

n = (N . n0) / (N + n0)

n = (123 . 100) / (123 + 100)

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n = (12300) / (223)

n ≈ 55 julgados

III. Escolha da margem de erro:

A escolha da margem de erro relativa à delimitação da amostra significativa, no

âmbito da pesquisa por amostragem aleatória simples, foi determinada tendo-se em vista o

objetivo desta etapa da pesquisa empírico-jurisprudencial, qual seja: traçar um perfil geral da

argumentação presente no contexto de discussão, nos Tribunais de Justiça dos Estados

selecionados e no STJ, acerca da aplicação da medida de internação prevista no Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA).

Para traçar este perfil, é necessária uma análise muito mais qualitativa do que

meramente quantitativa, uma vez que números nem sempre representam a força de idéias e

argumentos. Um único acórdão ou grupo de decisões pode evidenciar, em termos qualitativos,

a força de um paradigma ou tendência jurisprudencial que valha por dezenas de outras

decisões, deslegitimando-as ou colocando-as em cheque ao denotar eventual

discricionariedade ou disparidade nas decisões.

Com efeito, ponderamos acerca do erro amostral em torno de 10% tendo em vista três

possíveis situações e analisando em qual delas o nosso projeto, mais especificamente esta

primeira etapa, se enquadraria:

A) A primeira situação seria aquela em que determinada pesquisa

pretende demonstrar ou comprovar, por exemplo, a realidade dos

adolescentes sujeitos à medida de internação e as condições da assistência

jurídica que recebem, na tentativa de traçar um perfil exato de ambos os

fatores analisados, respondendo-se, estatisticamente, a perguntas como:

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17

qual o nível de escolaridade dos adolescentes; quantos adolescentes, os pais

ou responsáveis foram chamados no momento anterior à oitiva pelo

Ministério Público; dentre outras.

B) A segunda situação corresponde àquela em que determinada

pesquisa pretende traçar um perfil geral de determinada situação

qualitativa, ou seja, seria o nosso caso: análise para elaboração de um perfil

argumentativo-discursivo geral dos Tribunais e STJ, com o escopo de

chegar a resultados passíveis de generalização a todo o universo

pesquisado.

C) A terceira e última situação imaginada é aquela em que determinada pesquisa

pretende comprovar os seus resultados ou argumentos teóricos com base em uma amostra

geral representativa de uma determinada situação. Por exemplo: poder-se-ia pensar em um

trabalho teórico sobre a as medidas socioeducativas previstas no ECA e as discussões acerca

destas no âmbito dos tribunais de determinados Estados, pesquisando-se jurisprudência que

pudesse apenas ilustrar as tendências indicadas no trabalho teórico.

Para cada situação imaginada, há um método ou justificativa metodológica correlata:

A) Quanto à primeira situação, os resultados que se pretende atingir

exigem certa exatidão da pesquisa, pois representam afirmações muito

específicas. Logo, a margem de erro amostral deve ser a menor possível,

em torno de 2 a 5%, no máximo, para que os resultados sejam os mais

precisos possíveis.

B) Quanto à segunda situação, os resultados almejados não exigem

exatidão (inclusive porque um perfil discursivo-argumentativo não envolve

afirmações possíveis de serem dadas como exatas, mas como indicativas de

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determinada situação), mas precisão e possibilidade de generalização

segura das suas estimativas para todo o universo pesquisado. Tais

propósitos se garantem com uma aplicação rigorosa do método previsto

para a amostragem aleatória simples (espécie de amostra probabilística),

sobretudo com o recurso à tabela de números aleatórios (cf. tópico II e IV),

independentemente de um erro amostral mínimo (o que nos possibilita

recorrer a um erro amostral um pouco mais elevado – 10%).

C) Quanto à terceira situação, os resultados perquiridos não

envolvem exatidão nem precisão, mas uma aproximação significativa ou

ilustrativa. Tal se obtém com recurso ao estatisticamente conhecido:

Teorema do Limite Central (análise de pelo menos 30 unidades).

Teorema do Limite Central:

De acordo com William Stevenson [4]: a capacidade de usar amostras para fazer

inferências sobre parâmetros populacionais depende do conhecimento da distribuição

amostral. Há uma tendência para as distribuições de médias e de proporções se apresentarem

aproximadamente normais. No caso das médias amostrais, pode-se demonstrar

matematicamente que, se uma população tem uma distribuição normal, a distribuição das

médias amostrais extraídas da população também tem distribuição normal, para qualquer

tamanho de amostra. Além disso, mesmo no caso de uma distribuição não-normal, a

distribuição das médias amostrais será aproximadamente normal, desde que a amostra seja

grande. Este é um resultado notável, na verdade, pois nos diz que não é necessário conhecer a

distribuição de uma população para podermos fazer inferências sobre ela a partir de dados

amostrais. A única restrição é que o tamanho da amostra seja grande. Uma regra prática

muito usada é que a amostra deve consistir de 30 ou mais observações. Estes resultados são

[4] STEVENSON, William J.. Estatística aplicada à administração. [trad.] Alfredo Alves de Faria. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981, p.181.

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conhecidos como o Teorema do Limite Central e representam talvez o conceito mais

importante na inferência estatística.

A figura abaixo ilustra, graficamente, o Teorema do Limite Central:

O TEOREMA DO LIMITE CENTRAL

1. Se a população sob amostragem tem distribuição normal, a distribuição das médias amostrais também será normal para todos os tamanhos de amostra.

2. Se a população básica é não-normal, a distribuição de médias amostrais será aproximadamente normal para grandes amostras.

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Como se pode observar, o próprio Teorema do Limite Central já representa um

indicativo do que seria uma amostra significativa no âmbito das pesquisas por amostragem.

Todavia, como o objetivo de nossa pesquisa envolve uma parte específica para análise

quantitativa, cujo foco é a precisão e generalização de seus resultados, optamos pelo método

de cálculo das amostras a serem pesquisadas (cf. tópico II), observando-se o erro amostral em

torno de 10%, o que nos dá um número de acórdãos a serem pesquisados consideravelmente

superior a 30 unidades.

O erro amostral ainda levou em consideração o tamanho da equipe (5 membros) e o

tempo disponível para esta primeira etapa (3 meses, sendo que o primeiro mês e metade do

segundo foram utilizados para discussões teóricas e orientação dos estagiários quanto à

metodologia da pesquisa e elaboração da mesma); afinal, o cálculo da amostra considerando o

erro amostral de 5%, por exemplo, nos daria resultados impraticáveis para esta primeira etapa.

Dessa forma, o erro amostral em 10% não prejudica, conforme supra-demonstrado, os

objetivos desta etapa da pesquisa, a qual, valendo-se da rigorosa aplicação do método

escolhido (amostragem aleatória simples em conjunto com o recurso à tabela de números

aleatórios), pôde atingir com êxito os objetivos almejados, obtendo resultados satisfatórios,

significativos e generalizáveis [5].

[5] “Ainda que o termo representatividade não tenha significado preciso, científico, contém um significado de sentido comum que o torna um conceito útil no estudo das amostras. Tal e como utilizarei o conceito aqui, uma amostra será representativa da população sobre a qual é selecionada se as características globais da amostra se aproximam das mesmas características globais da população. (As amostras não precisam ser representativas em todos os aspectos; a representatividade está limitada às características que são relevantes para os interesses substantivos do estudo, ainda que não se saiba quais características são relevantes.) Se a população contem 50% de mulheres, então a amostra representativa conteria também “cerca de” 50% de mulheres. [...]. Um principio básico da amostra probabilística é que uma amostra será representativa da população sobre a qual é selecionada, se todos os membros da população possuem a mesma oportunidade de serem selecionados pela amostra. [...”. (BABBIE, Earl. Manual para la práctica de la investigación social. Bilbao: Editorial Desclée de Brouwer, 1996, pp. 254-255 – grifo do autor e grifo nosso).

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IV. Aplicação da tábua de números aleatórios[6] na escolha dos julgados,

para garantir o rigor da seleção dos casos e a possibilidade de generalização dos dados

obtidos com a realização da pesquisa por amostragem (na modalidade aleatória

simples).

As tabelas (tábuas) de números aleatórios contêm os dez algarismos 0, 1, 2, ..., 7, 8, 9.

Esses números podem ser lidos isoladamente ou em grupos; podem ser lidos em qualquer

ordem, como por colunas, num sentido ou noutro, por linhas, diagonalmente, etc., e podem

ser considerados aleatórios. As tabelas se caracterizam por duas características que as tornam

particularmente bem adaptadas à amostragem aleatória. Uma característica é a de que os

algarismos estão dispostos de tal maneira que a probabilidade de qualquer deles aparecer em

determinado lugar numa seqüência é igual à probabilidade do aparecimento de qualquer outro.

E outra característica é que combinações de algarismos têm a mesma probabilidade de

ocorrência que qualquer outra combinação.

Note-se que essas duas condições satisfazem as exigências prévias da amostragem

aleatória. A primeira condição significa que, numa seqüência de números, a probabilidade de

qualquer algarismo aparecer em qualquer ponto de seqüência é 1/10. A segunda condição

afirma que todas as combinações de dois algarismos são igualmente prováveis, como também

o são todas as de três algarismos, etc.

Exemplo de aplicação:

Ao aplicar-se a tabela ou tábua de números aleatórios relativamente ao TJ-RS (N =

357 e n = 78, como visto no tópico II), por exemplo, tem-se que os julgados podem ser

listados pela ordem em que aparecem no sistema de busca, de modo que se atribua,

consecutivamente, aos elementos da lista os números de 000 a 357, do primeiro ao último.

[6] STEVENSON, William J.. Estatística aplicada à administração. [trad.] Alfredo Alves de Faria. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981.

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Como a identificação exige números de três algarismos, será necessário lermos números de

três algarismos numa tabela de números aleatórios, de modo a assegurar correspondência

entre os números aleatórios e os itens da lista. Qualquer seqüência de três algarismos lida

numa tabela de números aleatórios servirá. Utilizando-se a tabela abaixo, leiamos os três

primeiros algarismos da última coluna da tabela, percorrendo-a de cima para baixo. Os

números são 145, 210, 041, 896, 788... quando chegamos a um número como 896 ou 788,

simplesmente o desprezamos porque o nosso universo só vai até 357. Desprezaremos também

as repetições. O processo continua até que tenhamos lido 78 números (diferentes). Podemos

então tornar à lista inicialmente elaborada e verificar quais julgados correspondem, de acordo

com a numeração que lhes foi atribuída, aos números selecionados, identificando quais os

julgados que iremos analisar.

Tabela 01

52024 36684 59440 14520

96111 72420 15278 21058

26635 90903 11515 04184

30985 07372 72032 89628

35622 05020 77625 78849

(Tabela meramente ilustrativa – a tabela ser utilizada, de fato, consta em anexo e é

significativamente maior do que esta ora apresentada ilustrativamente).

3.2. PARTE II – ETAPA QUALITATIVA

Acompanhamento das Audiências e Análise de processos

O estudo qualitativo acerca da Justiça de 1º Grau no tocante à apuração de ato

infracional praticado por adolescente e a imposição de sentenças de internação foi realizado

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mediante o acompanhamento de 15 audiências e analise de 14 processos em São Paulo, 15

audiências e análise de 15 processos em Salvador, 12 audiências e 11 processos em Porto

Alegre, e 12 audiências e 13 processos em Recife.

Os roteiros utilizados nas coletas de informações e dados constam dos anexos deste

relatório.

Em linhas gerais da combinação das duas modalidades de pesquisa, quantitativa por

amostragem e a qualitativa, foi possível observar que a implementação das sentenças de

internação pela Justiça Especializada da Infância e Juventude em todo o país, carece de

aprofundamento doutrinário e via de regra se sustenta em argumentos extra-jurídicos e

ideológicos.

Nesta dimensão, a pesquisa realizada pode ser caracterizada como uma modalidade de

sentencing7 , ou seja, tem como foco a análise de decisões judiciais a partir de uma

perspectiva sociológica e criminológica, que permite verificar a atuação do sistema de justiça

na trama social, na reprodução de desigualdades, na reificação dos sujeitos envolvidos, na

renovação de preconceitos e identificação com o senso comum.

Se tais aspectos podem ser encontrados no funcionamento do Sistema de Justiça

Especializada da Infância e Juventude e nas instâncias superiores há que se indagar em que

medida é a lei que assim o permite, e quais seriam as possibilidades de superação8. Mais

precisamente quais são os nichos que necessitam de maior regulamentação a fim de afastar a

discricionariedade e o subjetivismo.

7 PIRES, Alvaro Penna. “Alguns Obstáculos a uma Mutação “humanista” do Direito Penal”. IN: Sociologias – Revista semestral do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS – ano 1 – nº 1- Dossiê Conflitualidades, Porto Alegre: 1999. 8 Não se trata aqui de negar o ordenamento jurídico como sistema aberto e móvel, tal qual descreveu Claus Wiheim Canaris ao considerá-lo como conjunto de normas cuja interpretação está em constante movimento. (CANARIS, Claus Wilheim. “Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na Ciência do Direito”, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996). Tampouco desprezamos o importante papel da jurisprudência na criação do Direito, porém nos associamos ao pensamento garantista de Luigi Ferrajoli, de que a ausência de normas nunca é neutra, a ausência de normas é sempre a regra do mais forte. (FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000.)

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24

Da análise do discurso utilizado para a imposição de medidas de internação e da

observação do funcionamento do Sistema de Justiça Especializada da Infância e Juventude

emergem questões centrais que podem vir a ser sanadas ou minimizadas a partir de um

aperfeiçoamento do instrumento legal. Indicar caminhos possíveis é a contribuição pretendida

pela presente pesquisa.

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1. PARTE I - DE RECURSOS E DISCURSOS: Como se

interpreta o ECA em Tribunais Superiores

Como já reportado no primeiro produto deste projeto, um conjunto de casos sobre

medida socioeducativa de internação foram identificados por amostragem nos Tribunais de

Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e, Rio Grande

do Sul, e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no período de janeiro de 2008 a julho de 2009.

A análise ora apresentada tem como pontos de partida o tipo de recurso impetrado, as

alegações da parte impetrante, o resultado da decisão e a fundamentação, observando-se

também o ato infracional em questão. Do conjunto destes elementos é possível extrair um

discurso dominante presente nas fundamentações das decisões, princípios e argumentos que

aparecem de forma recorrente na jurisprudência brasileira, quando o tema é a imposição de

medida socioeducativa de internação a adolescente autor de ato infracional, e que com

freqüência revelam posicionamentos ideológicos, valorativos, extrajurídicos que alheios ao

mundo do direito se coadunam com as visões do senso comum sobre a criminalidade em

geral, e em particular sobre a delinqüência na adolescência.

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25

Não por acaso as repetidas críticas endereçadas ao Estatuto da Criança e do

Adolescente também repousam em juízos de valor popularmente difundidos em torno da

prática de infrações penais por adolescentes e sua capacidade de responder jurídica e

penalmente por seus atos, o que é pano de fundo de velhas e novas propostas de redução da

idade de responsabilidade penal.

Com o intuito de melhor explicitar as tendências observadas e favorecer algumas

aproximações e regularidades em diferentes Tribunais de Justiça do país, os dados são

apresentados a priori separadamente e, em seguida, são desenhadas possíveis comparações e

correlações.

1. Tribunal de Justiça de São Paulo

No recorte temporal da pesquisa, foram identificadas 42 ocorrências sobre medida

socioeducativa de internação no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, das quais 40

foram analisadas pela pesquisa.

Deste conjunto, todas continham a informação do ato infracional em análise, sendo

mais significativos os percentuais de tráfico de entorpecentes equivalente a 38,10% dos casos,

roubo 30,95% e de furto, 9,52% do total. Os atos infracionais equiparados a lesão corporal,

associação para o tráfico e porte de substância entorpecente representaram o mesmo

percentual de 4,76% do universo de casos, conforme se pode observar na tabela e gráfico

abaixo:

TIPO DE ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Lesão Corporal 2 4,76%

Roubo 13 30,95%

Furto 4 9,52%

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Tráfico de

Entorpecentes

16 38,10%

Associação para o

Tráfico

2 4,76%

Porte de Substância

Entorpecente

2 4,76%

Outros 3 7,15%

TOTAL: 42 100%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

Do total de casos analisados, 80% se referiam a Recursos de Apelação, ou seja, 32

casos, e 6 casos se tratavam de Habeas Corpus, ou seja, 15% do universo analisado.

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27

15%

80%

2,5% 2,5%

TJSP - Tipo de Medida Processual

Habeas Corpus

Apelação

Agravo

Conflito de Competência

Dos casos de apelação, 31, 25% foram providos integralmente, e 62,5% foram

parcialmente providos, indicando um alto índice de acolhimento neste tipo de recurso.

31,25%

62,5%

6,25%

TJSP - Resultado do Pedido - Apelação

Provido

Parcialmente provido

Improvido

Entretanto uma interpretação precipitada dos dados poderia levar à falsa conclusão de

que tal índice indica uma tendência reformadora das decisões pela instância superior em

benefício dos adolescentes acusados e /ou sentenciados. Ao contrário disso, quando

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28

analisamos os resultados dos pedidos de forma conjugada à parte interessada, podemos

constatar que das apelações cuja parte era o adolescente, a imensa maioria dos casos, o

equivalente a 85, 7% foram improvidos. Já as apelações impetradas pelo Ministério Público

foram acolhidas em 75% dos casos.

4,8%9,5%

85,7%

TJSP - Resultado do Pedido - Apelação - Adolescentes

Provido

Parcialmente provido

Improvido

A análise aprofundada das temáticas em questão também indica uma tendência

bastante diferenciada em torno dos pedidos se formuladas pelo adolescente ou pela acusação.

Dos recursos interpostos pelo Ministério Público, por exemplo, todos os casos de nulidade em

razão da remissão ter sido concedida sem a prévia oitiva do Ministério Público foram

acolhidos. O mesmo para os casos de reforma da decisão de improcedência da representação,

conforme se observa na tabela e gráfico a seguir:

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29

Temáticas veiculadas pelo Ministério Público

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Imposição de MSE-I 4 1

Nulidade. Concessão de remissão sem

oitiva do MP.

4 4

Reforma da decisão de improcedência da

representação

1 1

Reforma de decisão que não recebeu a

representação pela falta de fundamentação para a

não concessão de remissão pelo MP.

3 3

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30

0 1 2 3 4

Imposição de MSE-I.

Nulidade. Concessão de remissão sem

oitiva do MP.

Reforma da decisão de improcedência

da representação.

Reforma de decisão que não recebeu a

representação pela falta de

fundamentação para a não …

Temáticas veiculadas - MP

Acolhidas

Ocorrências

Chama a atenção que, do conjunto de recursos dos quais o adolescente é parte, temas

centrais como a insuficiência de provas na condenação, a imposição da medida fora das

hipóteses legais do artigo 122 do ECA, e a inobservância do princípio da excepcionalidade

não chegaram a obter sequer 25% de acolhimento.

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31

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Absolvição por insuficiência de provas. 9 1

Imposição de MSE-I fora das hipóteses do

art. 122, ECA

10 2

Imposição de MSE-I sem observância do

princípio da excepcionalidade

4 1

Pleito de imposição de MSE mais branda 5 1

0 2 4 6 8 10

Absolvição por insuficiência de provas.

Imposição de MSE-I fora das hipóteses

do art. 122, ECA.

Imposição de MSE-I sem observância

do princípio da excepcionalidade.

Pleito de imposição de MSE mais

branda.

Temáticas veiculadas - Adolescente

Acolhidas

Ocorrências

São justamente estes temas que indicam vacuidade e baixa regulamentação por parte

da legislação, seja no tocante às regras e garantias processuais penais que merecem maior

atenção no processo de apuração da autoria do ato infracional, seja pela fundamentação frágil

ou inexistente nas sentenças de imposição de medidas de internação.

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32

A aplicação da internação à revelia dos requisitos legais do artigo 122 também

desnatura o sistema, no qual a legitimidade das ações se produz pela sujeição do juiz à Lei9,

não havendo ou não devendo haver espaço para um julgamento unicamente sustentado na

autoridade.

Da mesma forma a desconsideração do princípio da excepcionalidade denota desprezo

pelas disposições claramente fixadas nos artigos 121 e 122, parágrafo 2º do ECA.

1.1. Discursos em Destaque TJ/SP

Do universo amostral estudado no Tribunal de Justiça de São Paulo, destacamos

abaixo alguns posicionamentos que aparecem inclusive de forma repetida nas fundamentações

e, sendo bastante simbólicos permitem identificar uma tendência interpretativa.

a) “A prática de gravíssimo ato infracional denota desajuste moral e

social, e, portanto, a manutenção das medidas sócio-educativas de liberdade

assistida e prestação de serviços à comunidade não se apresentam suficientes à

ressocialização do apelado, que, em liberdade, poderá expor a incolumidade física

de terceiros a risco.

Há nítida relação de proporcionalidade entre a aplicação da internação -

perseguida pelo apelante -, e o ato infracional praticado pelo apelado [...]. De outra

banda, convém anotar que o apelado não tem respaldo familiar, revelou - ainda que

informalmente -, o envolvimento em outros atos infracionais (fls. 59), e, durante o

curso processual não demonstrou exercício de ocupação lícita, permitindo concluir

9 FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000

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33

que não possui estrutura para o cumprimento, a contento, das medidas sócio-

educativas impostas pela sentença apelada [...]”.”

Neste julgado, observamos três aspectos importantes: a correlação da prática de ato

infracional grave com a existência de desajuste social e moral, demonstrando uma visão

estereotipada dos adolescentes acusados e sentenciados e a criação de uma categoria

explicativa com fundamento moral; a utilização do princípio da proporcionalidade na

justificação da internação, de forma automática, ou seja, se grave a conduta, a internação

encontra-se justificada em desconsideração à necessária combinação ao princípio da

excepcionalidade; por fim a menção de condições pessoais do adolescente como impeditivas

ao cumprimento de medidas em meio aberto. Ressalte-se que até mesmo a informação

“informal” do envolvimento anterior em outros atos infracionais é mencionada como

fundamento para a imposição da sanção mais severa do Estatuto.

b) “O princípio da insignificância não pode ser transportado para a

esfera da infância e juventude, no qual vige o princípio da proteção integral. Aliás,

os procedimentos previstos para aplicação das medidas sócio-educativas e protetivas

previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente não podem ser considerados

constrangedores, pois visam justamente à aplicação do princípio da proteção

integral”

Neste discurso há claro posicionamento que procura afastar da aplicação das medidas

socioeducativas as regras e garantias processuais penais, utilizando-se do argumento de

tratar-se de sistema diferenciado com fundamento na proteção integral. Além de desobedecer

a regra do artigo 152 do próprio Estatuto que indica a aplicação subsidiária de outras normas

em sua implementação, equipara as medidas socioeducativas a medidas protetivas, negando o

caráter penal, e sancionatório das primeiras. Sob o argumento da proteção integral, tal posição

atualiza a chave tutelar discricionária nos procedimentos da Justiça da Infância e Juventude. É

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34

sem dúvida exemplo categórico de decisionismo que faz uso dos princípios a depender de sua

conveniência.

c) "O tráfico de drogas deve ser considerado um dos atos infracionais

mais graves, pois é prática que vem disseminando o vício entre a população mais

vulnerável, ou seja, mais jovem e mais desprotegida da sociedade. O tráfico de

drogas é ato infracional que pressupõe emprego de violência contra toda a

sociedade”

Nesta posição, procura-se justificar a imposição de medida de internação a ato

infracional equiparado ao tráfico de drogas. Os argumentos utilizados partem da afetação do

uso de drogas por crianças e adolescentes, desconsiderando a esfera da prevenção como a

mais adequada ao enfrentamento do problema e lançando à repressão ao indivíduo esta tarefa

e finalidade. De outro lado, em descompasso ao posicionamento adotado pelo Superior

Tribunal de Justiça (STJ) objetiva criar uma violência “presumida e ficta” contra toda a

sociedade na prática do tráfico de drogas como forma de legitimação e adequação legal para a

imposição da privação de liberdade.

d) “Beneficiar o adolescente com medida mais branda só o prejudicaria,

pois continuaria a viver livremente, impune e sujeito às influências maléficas da

vida infracional"

Nesta argumentação podemos observar que não se reconhece às medidas em meio

aberto, o devido caráter sancionatório, entendendo-se sua adoção como espaço de

impunidade.

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35

2. Tribunal de Justiça de Pernambuco

A pesquisa identificou 13 ocorrências no Tribunal de Justiça de Pernambuco no

recorte temporal proposto, das quais 11 foram analisadas.

Deste universo amostral, o ato infracional equiparado ao crime de roubo foi o mais

presente, em 38,4% dos casos, seguido da ameaça, 15,4%, e outros atos infracionais também

representando, 15,4% do total. Furto e Tráfico de entorpecentes ocuparam percentuais

idênticos de 7,7% conforme se observa na tabela e gráfico abaixo:

ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Homicídio 2 7,7%

Roubo 5 38,4%

Furto 1 7,7%

Tráfico de

Entorpecentes

1 7,7%

Ameaça 2 15,4%

Outros 2 15,4%

TOTAL: 13 100%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

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36

Semelhantemente ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), o maior número de

recursos identificado foi de apelação, representando 81,2% , ou seja, 9 casos em 11 estudados.

Das apelações analisadas, somente uma foi interposta pelo Ministério Público

versando sobre a alteração da medida de internação pela de semiliberdade, porém sem

provimento.

Já no que se refere às apelações interpostas pela defesa do adolescente, um percentual

de 25% obteve provimento.

25%

50%

12,5%

12,5%

TJPE - Resultado do Pedido - Apelação -

Adolescentes

Provida

Improvida

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37

Dos pedidos identificados também à semelhança do observado no TJ/SP, foram

encontradas temáticas sobre a insuficiência de provas, imposição da medida fora das hipóteses

legais e pleito por imposição de medida mais branda, que representou o maior número de

casos. À diferença de São Paulo, também se apresentou o recurso de apelação para discutir o

excesso de prazo de medida de internação provisória. A tabela e o gráfico são elucidativos:

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Excesso de prazo na internação

provisória*.

2 0

Absolvição por insuficiência de provas *. 1 0

Pleito de imposição de MSE mais branda*. 7 1

Imposição de MSE-I fora das hipóteses do

art. 122, ECA.

1 1

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2.1. Discursos em Destaque TJ/PE

a) “desajuste pessoal e propensão para a violência reclamam pronta e

enérgica intervenção do Estado, com vistas a dar ao infrator a dimensão da

reprovabilidade social que pesa sobre sua conduta, impondo-se a medida sócio-

educativa provisória, objetivando a garantia da integridade do próprio

reeducando".

Como observamos, no Tribunal de Justiça de Pernambuco apelações versaram sobre a

medida de internação provisória. Nesta passagem em que se discute sua pertinência, a

argumentação utiliza-se do discurso da proteção do adolescente para sua decretação, operando

profunda confusão entre seu caráter e eventual medida protetiva que se faça necessária para

garantir a integridade do adolescente. A mesma situação jamais seria admitida na justiça penal

comum, um adulto não seria submetido a prisão preventiva sob o argumento de necessitar de

proteção. É evidente que em tal situação o adolescente é submetido a condições mais severas

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do que um adulto seria. Também encontramos categorias estereotipadas de desajuste social e

propensão à violência como características do adolescente.

b) “construção jurisprudencial, considerando as peculiaridades do

caso sub examinen, vem abrandando o posicionamento de que o prazo máximo de

45 (quarenta e cinco) dias a que alude o art. 108, do E.C.A., não pode ser

ultrapassado sob nenhuma hipótese”

Também com referência à medida de internação provisória, porém aqui em alusão ao

prazo legalmente fixado pelo artigo 108 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a decisão

contrasta a previsão legal com construção jurisprudencial contra legem de extensão do

referido prazo em prejuízo dos adolescentes acusados. Trata-se de flexibilização da única

garantia de que goza o adolescente na seara da internação provisória.

c) "Isto porque o escopo do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

nº. 8.069/90) não está ligado ao caráter punitivo da reprimenda. Ao contrário de

visar a punição do menor infrator, pretende assegurar-lhe proteção e educação,

através de medidas sócio-educativas, sem critérios rígidos de duração. Assim

como não é aplicada a pena prevista no delito análogo à infração praticada,

também não há que se falar em aplicação de regras que são afetas à pena

cominada, como atenuantes e conduta social do adolescente sentenciado”

Neste discurso dois aspectos merecem destaque: a negação da índole penal das

medidas socioeducativas, e conseqüentemente do modelo de responsabilidade desenhado pelo

Estatuto da Criança e do Adolescente para a administração de delitos praticados na

adolescência, e a proposital alusão à educação e proteção como finalidades das medidas

socioeducativas o que favorece interpretações demagógicas da legislação, sempre em prejuízo

e cerceamento da liberdade dos adolescentes. Também por isso, se evoca a indeterminação do

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40

prazo de duração das medidas e o descabimento de regras e princípios processuais penais.

Todos os elementos citados configuram um “neomenorismo” fundada na pretensa proteção e

ausência de limites para a intervenção socioeducativa.

3. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foram identificadas 137 ocorrências

relacionadas a medidas de internação, das quais, 58 foram estudadas. Deste total a

distribuição por tipo de ato infracional indicou uma predominância de atos equiparados a

tráficos de drogas com 41% do total, seguido de associação para o tráfico com 12,82% e

roubo também representando 12,82% do universo total. Entretanto é importante sublinhar que

nem todos os casos continham uma menção ao ato infracional, e portanto tais percentuais

referem-se ao número de 31 casos dos 58 estudados.

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41

Diferentemente dos dois Tribunais já analisados, São Paulo (TJ/SP) e Pernambuco

(TJ/PE), no caso do Rio de Janeiro a maioria dos recursos identificados foi de Habeas Corpus,

o equivalente a 69% da amostra.

69%

31%

TJRJ - Tipo de Medida Processual

Habeas Corpus

Apelação Criminal

O índice de concessão encontrado foi relativamente alto se comparado aos demais

Tribunais, na casa de 45%. E mesmo em comparação com as apelações apresentadas pela

defesa dos adolescentes pode-se constatar que os Habeas Corpus foram mais bem sucedidos.

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42

Somente uma apelação estudada teve o Ministério Público como parte, e referiu-se à

ao reconhecimento da procedência da representação, que foi acolhido.

Em se tratando dos pedidos formulados pela defesa dos adolescentes, há uma

predominância de medidas visando discutir a imposição da internação em desacordo com as

hipóteses legais do artigo 122. E em segundo lugar o excesso de prazo de reavaliação da

medida visando a progressão, ou seja, descumprimento do prazo de reavaliação, o que limita

ou impossibilita a progressão do adolescente para medida mais branda. Também estão

presentes casos de insuficiência de provas como nos Tribunais já analisados.

Merecem destaque também os casos de desobediência do prazo máximo de duração da

internação nos moldes do artigo 122, parágrafo 1º e de remissão cumulada com medida

socioeducativa à revelia da manifestação da defesa.

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43

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Absolvição por insuficiência de provas. 3 1

Excesso de prazo da reavaliação para

progressão da medida***.

8 1

Execução de MSE-I além do prazo do art.

122, §º1**.

3 0

Extinção da medida. Advento de

maioridade civil.

8 1

Imposição de MSE-I fora das hipóteses do

art. 122, ECA*.

12 3

Impossibilidade de concessão de remissão

cumulada com MSE sem a concordância de defesa

técnica.

5 4

* Dois dos julgamentos restaram prejudicados. ** Três dos julgamentos restaram prejudicados.

*** Cinco dos julgamentos restaram prejudicados.

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44

0 2 4 6 8 10 12

Absolvição por insuficiência de provas.

Excesso de prazo da realização para

progressão da medida.

Execução de MSE-I além do prazo do art.

122, §º1.

Extinção da medida. Advento de

maioridade civil.

Imposição de MSE-I fora das hipóteses do

art. 122, ECA.

Impossibilidade de concessão de remissão

cumula com MSE sem a concordância de

defesa técnica.

Temáticas veiculadas - Adolescente

Acolhidas

Ocorrências

3.1. Discursos em Destaque TJ/RJ

a) “As condições pessoais do adolescente levam à conclusão que a

medida de internação é a mais adequada e exigível à hipótese, dando-lhe

melhores condições de ressocialização, estando destacado na sentença que: "já

lhe foram dadas oportunidades de cumprimento de medida em meio aberto em

outros processos, mas o adolescente não as aproveitou, pois as descumpriu por

várias vezes, reiteradamente descumpre as medidas impostas”

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45

O trecho em destaque permite aferir que as condições pessoais do adolescente operam

de forma mais intensa do que a verificação de sua conduta, configurando um direito penal do

autor nos procedimentos da Justiça Especializada. Resta evidente que o que o adolescente é

tem mais peso do que o que ele eventualmente tenha feito. Este posicionamento pode ser

identificado como uma releitura discricionária e subjetiva do ECA que dá margem a políticas

repressivas e irracionais, tendo em vista que é o SER que é “atacado” e não o AGIR nas

práticas infracionais.

b) A aplicação das sócioeducativas estatuídas na lei nº 8.069/90 não

possui caráter punitivo mas, sim, o de retirar o menor do convívio pernicioso com

a criminalidade, visando reeducá-lo e reintegrá-lo à família e à sociedade.

Esta posição nega o caráter sancionatório das medidas socioeducativas e atribui à

internação uma índole eminentemente segregadora, cuja tarefa é a retirada do convívio social.

Dois aspectos perigosos podem ser apontados, de um lado a retirada da feição sancionatória

das medidas pode levar à sua utilização irracional e ilimitada, e de outro conceber a

segregação como a principal tarefa da privação de liberdade afasta o desafio pedagógico que a

medida deve contemplar.

4. Tribunal de Justiça do Paraná

A pesquisa referente ao Estado do Paraná identificou 123 casos relacionados à medida

de internação em discussão no Tribunal de Justiça no recorte temporal previamente definido.

Destes casos, 55 foram analisados em detalhe, demonstrando que os atos infracionais

equiparados aos crimes de roubo, homicídio e tráfico de entorpecentes ocuparam os maiores

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46

percentuais, respectivamente 36,39% de roubos, 34,54% de homicídios e 12,72% de casos de

tráfico de drogas, conforme tabela e gráfico abaixo:

ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Roubo 20 36,39%

Tráfico de

entorpecentes

7 12,72%

Homicídio 19 34,54%

Latrocínio 3 5,45%

Outros 6 10,90%

TOTAL: 55 100%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

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47

No tocante ao tipo de recurso encontrado, a apelação foi mais representativa

correspondendo a aproximadamente 84% dos casos, sendo que em nenhuma delas o

Ministério Público constou como parte impetrante.

Sendo todas as apelações apresentadas pela defesa do adolescente, observou-se um

baixíssimo índice de acolhimento dos pedidos, sendo que em 80,43% delas o recurso foi

considerado improvido.

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48

Diferentemente, no caso dos Habeas Corpus analisados, constatou-se que em 77,8%

dos casos os pedidos foram acolhidos, conforme gráfico ilustrativo abaixo:

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49

Das temáticas mais presentes em ambos os recursos apresentados pelos adolescentes,

se destacam a solicitação de medida mais branda, a inobservância do princípio da

excepcionalidade, a referência à insuficiência de provas e o requerimento da absolvição pela

excludente da ilicitude.

Esta última é bastante inovadora dentre os argumentos da defesa, pois constitui-se em

elemento da dogmática penal, que sem dúvida merece obter o devido acolhimento e aplicação

nos feitos da Justiça especializada da Infância e Juventude.

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Absolvição. Excludente de ilicitude. 6 0

Absolvição. Insuficiência de provas. 10 1

Imposição de MSE-I fora das hipóteses do

art. 122, ECA.

4 4

Imposição de MSE-I sem observância do

princípio da excepcionalidade.

11 2

Pleito de imposição de MSE mais branda*. 18 1

* Três dos julgamentos restaram prejudicados.

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50

4.1. Discursos em Destaque TJ/PR

a) “As medidas sócio-educativas, por sua própria natureza, têm

caráter pedagógico, e vinculam-se à sua finalidade essencial, que é a um só

tempo, a reeducação e a ressocialização do menor infrator”

Consideração da natureza da medida socioeducativa como essencialmente pedagógica,

negando-lhe a feição sancionatória e de reprovabilidade à conduta praticada. Como já

assinalado este tipo de posicionamento ignora o modelo de responsabilidade desenhado pelo

ECA para as infrações penais cometidas por adolescentes, assemelhando-o ao antigo Código

de Menores.

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51

b) “O princípio do livre convencimento motivado do magistrado tem

prevalência, ante a necessidade de se obter efetivamente o objetivo pedagógico

pretendido com a aplicação da medida de internação.”

O trecho em destaque utiliza o princípio do livre convencimento do juiz como

justificativa suficiente para a manutenção da internação. Incorre-se neste caso em equívoco

pois a livre convicção do juiz deve advir da confirmação pela pluralidade de provas e exige

efetiva justificação da decisão10. Como leciona Aroca11, a valoração livre que cabe ao

julgador não é igual à valoração discricional, nem se resume na consciência do juiz. Trata-se

da forma como o juiz valora determinado prova, sendo que tal decisão deve expressar-se de

modo motivado na sentença. No trecho em questão o princípio é evocado sem que seja

efetivamente implementado pela decisão.

c) “Conduta do adolescente apelante evidencia o seu profundo

desajuste social, impondo-se que se lhe ofereça a oportunidade de assimilar novos

valores, reflita sobre o ocorrido, mediante acompanhamento intensivo que

somente a internação possibilita”

Assim como em outros discursos já destacados, o argumento central repousa na idéia

de desajuste social do adolescente. Tal categoria desvaloriza o papel da lei como critério

exclusivo e exaustivo de definição dos fatos desviados. O adolescente é visto como

delinqüente a partir de um ponto de vista ético, naturalista, social e em todo caso ontológico.

d) “Alto nível de periculosidade do adolescente reforça ainda mais a

necessidade de intervenção. Privado de liberdade o jovem aparenta bom

10 COSTA, Ana Paula Motta. “ As Garantias Processuais e o Direito Penal Juvenil – como limite na aplicação da medida socioeducativa de internação”.Porto Alegre: Editora Livraria do Advogado,2005. 11 AROCA, Juan Monteiro. “ Principios del Proceso Penal – Una explicación basada en la razón”. Valencia: Tirant lo Blanch, 1997.

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52

comportamento; por outro lado, em meio aberto revelou atitudes totalmente

divergentes daquelas apresentadas no cense. Abandono da escola e usuário de

drogas.”

A construção da idéia de periculosidade dos adolescentes é bastante freqüente nos

argumentos de justificação da internação. Há uma efetiva criação da periculosidade social dos

adolescentes, que passa a ser legalmente presumida e decorrente de condições pessoais ou de

status social como “ comportamento tendente à delinqüência”, reincidência e até mesmo

pertinência a determinados grupos de amigos.

e) “As questões apresentadas apontam para a necessidade real do

adolescente receber tratamento para a drogadição, no entanto observa-se que

este não se sustenta em meio aberto, entende-se necessário a aplicação da medida

socioeducativa de internação e após encaminhamento a tratamento de

drogadição”

Mais uma vez a necessidade de inserção do adolescente em uma medida protetiva,

como é o caso de tratamento à drogadição é usada como fundamentação para a privação de

liberdade. Em casos como este via de regra não há elementos de fundamentação da internação

com amparo na lei, busca-se motivar a medida mais drástica nas necessidades de proteção do

adolescente.

5. Tribunal de Justiça da Bahia

No Tribunal de Justiça baiano foram identificados 16 casos versando sobre medida de

internação no período estudado, dos quais 13 foram analisados em profundidade.

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53

Considerando que 10 casos apresentaram a menção ao ato infracional, demonstrou-se

uma freqüência maior de infrações equiparadas ao crime de Roubo, cuja representação foi de

58,3% do total. As demais infrações, de tráfico de drogas, lesão corporal, latrocínio e

homicídio apresentaram percentuais na casa de 8,4% conforme observamos na tabela e

gráfico abaixo:

ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Roubo

circunstanciado

(consumado e

tentado)

7 58,3%

Tráfico de

Entorpecentes

1 8,4%

Lesão Corporal 1 8,4%

Latrocínio 1 8,3%

Homicídio 1 8,3%

Atentado contra a

segurança de meio de

transporte

1 8,3%

TOTAL: 12 100%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa

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54

No que se refere ao tipo de medida processual encontrada não houve grande

discrepância entre o número de Habeas Corpus e o número de Apelações, respectivamente 7 e

6 em números absolutos.

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55

Chama a atenção, no entanto que no caso das 2 (duas) apelações interpostas pelo

Ministério Público versando sobre a impossibilidade de extinção do processo por demora na

prestação judicial, ambas foram acolhidas.

Já todas as apelações interpostas pela defesa do adolescente foram negadas, conforme

observamos dos gráficos a seguir:

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56

33,3%

66,7%

TJBA - Resultado do Pedido - Apelação

Provida

Improvida

RESULTADO DO PEDIDO CONJUGADO COM PARTE INTERESSADA :

As temáticas apresentadas pela defesa do adolescente, à semelhança do já observado

nos Tribunais anteriores se referiram à ausência de provas para a imposição da internação,

desproporcionalidade da medida pleiteando outra mais branda e descumprimento do prazo

legal da internação provisória. A novidade que de pôde encontrar está na discussão da

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57

ilegalidade na apreensão do adolescente e na ausência de fundamentação para a decretação da

internação provisória. O percentual mais significativo foi referente ao excesso de prazo na

medida de internação cautelar, o que é explicável se comparado às estatísticas do Estado da

Bahia, que demonstram a persistência de internação provisória “vencida” nos dados oficiais,

evidenciando-se tratar de prática disseminada e aceita no Sistema estadual.

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Absolvição por ausência de provas**. 2 0

Ausência de fundamentação da internação

provisória*. 1 0

Desproporcionalidade da MSE. 2 0

Excesso de prazo na internação provisória. 6 0

Ilegalidade da apreensão do adolescente 1 0

* A decisão restou prejudicada. ** Quatro decisões restaram prejudicadas.

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58

5.1. Discursos em Destaque TJ/BA

a) “reprimir de forma mais severa tal conduta, em razão das

conseqüências danosas à sociedade que o tráfico ilícito de entorpecentes vem

causando, já que se trata não de ato infracional que atinge diretamente a bem

jurídico de determinada pessoa, mas a toda a sociedade. Em sendo assim, exige-se

o balanceamento de valores em oposição: de um lado o 'jus libertatis' do

indivíduo, que se revela, à primeira vista, perigoso, intranqüilizando a

comunidade; de outro, os interesses relevantes da sociedade, de manutenção da

paz social, não sendo possível, no caso concreto, se permitir a reiteração da

prática de tal ato infracional”

Como em outras decisões de Tribunais de outros Estados, o ato infracional equiparado

ao crime de Tráfico de entorpecentes, embora não comporte violência nem grave ameaça à

pessoa vem sendo reprimido com a imposição de medida de internação sob o argumento de

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tratar-se de crime hediondo e que, tal qual no trecho em destaque, afeta bem jurídico de toda a

sociedade. Esta tendência em coletivizar um suposto bem jurídico reflete aquilo que se

convencionou chamar expansão do direito penal e configura uma espécie de relativismo

jurídico, que dissolve o conceito de bem jurídico em múltiplos, casuais, contingentes e até

mesmo inconsistentes bens. Trata-se do que Ferrajoli denominou de utilização de termos

vagos, imprecisos e valorativos que derrogam a estrita legalidade dos tipos penais e permitem

um amplo espaço à discricionariedade e à “inventiva” judicial12. , o que não deveria ter

guarida em um Estado democrático de Direito. Ademais, o trecho também utiliza o

etiquetamento do adolescente como perigoso para justificar a medida de internação.

b) “Na espécie, cuida-se de conduta grave, com violência a pessoa, que

revela desvio de personalidade acentuado por parte do adolescente e inadaptação

ao meio, tendo aplicação o art. 122, inciso I, do ECA”.

Novamente categorias fundadas no desvio de personalidade e na inadaptação ao meio

são evocadas para constituir uma periculosidade/perigosidade social que justifique a privação

de liberdade.

c) O presente recurso deve ser provido. A reeducação do menor, um

dos objetivos perseguidos pelo ECA pode ocorrer até que ele alcance 21 (vinte e

um) anos. A demora na tramitação do feito não afasta a aplicação do ECA nem

faz com que o Estado perca o interesse de agir, em razão do caráter pedagógico

do Estatuto”.

12 FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000, p. 475.

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60

Neste trecho em destaque o que está em jogo é o não reconhecimento da prescrição.

Argumenta-se que em face do caráter pedagógico das medidas nunca se perde o interesse de

agir até que o adolescente complete 21 anos. Tal posicionamento está em oposição ao firmado

pelo Superior Tribunal de Justiça na Súmula 338/STJ que inclusive remete aos parâmetros do

Código Penal, especialmente a redução do art. 115, CP.

6. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

No Tribunal do Rio Grande do Sul, foram estudados 68 casos dentre as 100

ocorrências identificadas sobre medida de internação13.

Deste universo, a distribuição dos atos infracionais esteve concentrada em delitos de

Roubo, 29.49%, Furto, 26,92% e outras infrações, 24,36%. O tráfico de entorpecentes

diferentemente dos recursos analisados nos TJs de Rio de Janeiro e São Paulo não ultrapassou

10% do total.

TIPO DE ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Furto 21 26,92%

Roubo 23 29,49%

Tráfico de drogas 8 10,26%

Homicídio 7 8,97%

Outros 19 24,36%

TOTAL: 78 100%

13 A tabela detalhada de todas as ocorrências estudadas junto ao TJ/RS encontra-se anexa a este documento, uma vez não ter sido apresentada no Relatório correspondente ao Produto Inicial.

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* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

Também no que concerne ao tipo de medida recursal encontrada, o Tribunal de Justiça

do Rio Grande do Sul revelou a utilização dos Embargos Infringentes e do Agravo de

Instrumento, sem, contudo alterar predominância da Apelação, em 88, 89% dos casos.

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62

A mesma tendência já apontada anteriormente ,de desequilíbrio entre o provimento

dos recursos do Ministério Público e da Defesa também foi verificada, enquanto 91% das

apelações da Defesa não tiveram provimento, 75% das apelações do Ministério Público

foram acolhidas.

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63

Os pedidos do Ministério Público se referiram à reforma da decisão de decretação da

prescrição, pleito por medida socioeducativa mais gravosa, e imposição de prazo

indeterminado para a execução da medida.

Temáticas veiculadas pelo Ministério Público

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Imposição de prazo indeterminado a MSE. 1 1

Pleito de imposição de MSE mais gravosa. 2 2

Reforma de decisão de decretou a

prescrição. 4 3

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64

0 1 2 3 4

Imposição de prazo indeterminado a

MSE.

Pleito de imposição de MSE mais

gravosa.

Reforma de decisão de decretou a

prescrição.

Temáticas veiculadas - MP

Acolhidas

Ocorrências

No caso dos adolescentes os temas mais representativos foram a desproporcionalidade

da medida e a ausência de provas para sua imposição, demonstrando que assim como nos

demais Tribunais estas duas demandas são as mais freqüentes e indicam portanto maior

necessidade de regulamentação e delimitação por parte da legislação.

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Absolvição por ausência de provas. 27 0

Desproporcionalidade da MSE. 36 1

Absolvição por aplicação do princípio da

insignificância. 4 0

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65

Impossibilidade de imposição de MSE-I a

infração fora das hipóteses do art. 122, ECA. 4 1

Concessão de progressão de medida. 2 0

Nulidade por ausência de laudo

interdisciplinar para imposição de MSE. 2 0

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Absolvição por ausência de provas.

Desproporcionalidade da MSE.

Absolvição por aplicação do princípio

da insignificância.

Impossibilidade de imposição de MSE-I

a infração fora das hipóteses do art. …

Concessão de progressão de medida.

Nulidade por ausência de laudo

interdisciplinar para imposição de …

Temáticas veiculadas - Adolescente

Acolhidas

Ocorrências

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66

7. Superior Tribunal de Justiça (STJ)

A análise de decisões relacionadas à aplicação e execução de medida socioeducativa

de internação no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possibilita traçar as principais

temáticas que hoje ocupam a instância superior em matéria de interpretação do ECA e

privação de liberdade, e da mesma forma revelar o trabalho jurisprudencial de atualização e

criação do Direito.

A demonstração dos espaços e lacunas deixados pelo texto da lei que são

sistematicamente preenchidos por juízos de valor evidencia as contradições e os antagonismos

que se estabelecem entre juízes singulares, o primeiro grau e o Tribunal Superior, e oferece

um roteiro dos aspectos que podem vir a ser modificados por ocasião de uma alteração da

legislação.

O olhar apurado sobre os julgados indica conforme já assinalado por Flávio Frasseto14,

de um lado, a receptividade da Corte Federal aos reclamos da defesa e, de outro, que os graus

inferiores da Justiça não têm guardado, com a fidelidade esperada, os direitos outorgados aos

jovens que poderão receber ou que já receberam medidas sócio-educativas.

Dos 184 acórdãos encontrados no recorte temporal da pesquisa, 167 estão aqui

analisados. Os atos infracionais em debate foram majoritariamente aqueles equiparados aos

crimes de Roubo, 25,56%, Tráfico de Entorpecentes, 23,33% e Furto, 14,44%. Muito embora

a medida de internação deva ser reservada aos casos mais graves que comportem violência e

ameaça à pessoa, foram encontrados também casos de porte ilegal de arma.

14 FRASSETO, Flávio Américo. “Ato Infracional, Medida Socioeducativa e Processo: A Nova Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça”. Disponível em www.abmp.org.br/sites/frasseto.

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67

ATO

INFRACIONAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Roubo 46 25,56%

Tráfico de

entorpecentes 42

23,33%

Furto 26 14,44%

Homicídio 14 7,78%

Porte ilegal de arma 14 7,78%

Lesão Corporal 6 3,33%

Latrocínio 5 2,78%

Associação para o

tráfico 4

2,22%

Outros 23 12,78%

TOTAL: 180 100%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre

modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

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68

Conhecer dos atos infracionais que estão presentes nas medidas recursais no segundo

grau possibilita avaliar em que medida a tipificação penal e alguns princípios do Direito penal

necessariamente devem entrar em cena para a adequada imposição da medida de internação.

Da correlação entre o tipo penal, os dispositivos do ECA e determinadas demandas emergem

questões que podem vir a compor propostas de aperfeiçoamento da legislação.

Outro aspecto relevante para o estudo foi identificar a origem dos recursos

apresentados, demonstrando de quais Estados da federação origina-se o debate, e ainda se são

os mesmos que concentram as maiores taxas de internação.

De fato, São Paulo ocupa a primeira posição no número de adolescentes internados no

país (4.328 adolescentes)e também no número de recursos impetrados, o equivalente a

44,91% da amostra. Já a segunda posição em número de recursos pertence ao Rio de Janeiro,

15,57% que em numero de adolescentes está em 4º lugar, com 664 adolescentes privados de

liberdade. O Rio Grande do Sul é o terceiro em numero de recursos, 12,57% e de adolescentes

internados, com 880 jovens nestas condições.

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69

Muito embora o Estado de Pernambuco concentre um número alto de adolescentes

cumprindo medida de internação, 1.027 adolescentes, esta realidade não se espelha no

conjunto de recursos procedentes daquele Estado. Ou as questões estão pacificadas na

interpretação do Estatuto ou há baixa discussão e questionamento por parte da Defesa.

ESTADO DE ONDE PROCEDE A IMPETRAÇÃO OU INTERPOSIÇÃO DA

MEDIDA PROCESSUAL:

ESTADO OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

SP 75 44,91%

RJ 26 15,57%

RS 21 12,57%

DF 14 8,38%

MG 9 5,39%

PI 7 4,19%

MS 5 2,99%

PE 3 1,80%

ES 3 1,80%

Outros 4 2,40%

TOTAL: 180 100%

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70

45%

16%

13%

8%

5%

4%

3%2% 2% 2%

STJ - Estado de onde procede a medida

processual

SP

RJ

RS

DF

MG

PI

MS

PE

ES

Das medidas identificadas, a imensa maioria se tratou de Habeas Corpus, com 83,83%

do percentual geral, sendo que não houve grande discrepância entre os casos de concessão e

denegação neste tipo de recurso, como se constata das tabelas e gráficos a seguir:

TIPO DE MEDIDA PROCESSUAL:

MEDIDA

PROCESSUAL

OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM

Habeas Corpus 140 83,83%

Recurso Ordinário em

Habeas Corpus 14 8,38%

Recurso Especial 8 4,79%

Agravo Regimental 5 2,99%

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71

TOTAL: 167 100%

RESULTADO DO PEDIDO:

MEDIDA

PROCESSUAL

RESU

LTADO

OCORR

ÊNCIAS

PORCEN

TAGEM

Conced

ido 69 49,29%

Denega

do 60 42,86%

Conced

ido de ofício 6 4,29%

Habeas Corpus

Não

conhecido 5 3,57%

TOTAL: 140 100%

Provido 4 28,57% Recurso

Ordinário em Improvi 10 71,43%

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72

Habeas Corpus do

TOTAL: 14 100%

Provido 3 37,5%

Improvi

do

2 25,0%

Recurso Especial

Não

conhecido*

3 37,5%

TOTAL: 8 100%

Provido 0 0% Agravo

Regimental Improvi

do

5 100%

TOTAL: 5 100%

Observando-se a parte impetrante, constatamos que em apenas um Recurso Especial, o

Ministério Público contou como parte, pleiteando a reforma da decisão que decretou a

nulidade do processo por ausência dos representantes legais do adolescente na audiência de

apresentação, e o mesmo recebeu provimento.

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73

Já dentre os Habeas Corpus impetrados por adolescentes 49,29% foram concedidos e

42,86% denegados. Somando-se ainda a concessão de oficio, 4,29%, pode-se aferir um índice

maior de acolhimento que de denegação. No entanto, nos Recursos Ordinários em HC ,

71,43% dos pedidos não foram acolhidos e chamou a atenção o percentual de 42,86% dos

Recursos especiais que não chegaram a ser conhecidos pelo Tribunal Superior.

RESULTADO DO PEDIDO CONJUGADO COM PARTE INTERESSADA :

MEDIDA PARTE RESULTA

DO

OCORRÊNCI

AS

PORCENTAGEM

Concedido 69 49,29%

Denegado 60 42,86%

Concedido

de ofício 6 4,29%

Habeas

Corpus

Adolescent

e

Não

conhecido 5 3,57

TOTAL: 140 100%

Provido 4 28,57% Recurso

Ordinário

em HC

Adolescent

e Improvido 10 71,43%

TOTAL: 14 100%

Provido 2 28,57%

Improvido 2 28,57% Adolescent

e Não

conhecido 3 42,86%

TOTAL: 7 100%

Recurso

Especial

Provido 1 100%

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74

Improvido 0 0% MP

Não

conhecido 0 0%

TOTAL: 1 100%

Provido 0 0% Adolescent

e Improvido 5 100%

TOTAL: 5 100%

Provido 0 0% MP Improvido 0 0%

Agravo

Regimental

TOTAL: 0 0%

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75

No tocante às questões e temas levantados nas medidas recursais apresentadas pela

Defesa dos adolescentes, observa-se que em sua maioria guardam correspondência àquelas já

observadas nos Tribunais Estaduais: imposição da medida de internação fora das hipóteses

legais do artigo 122 do ECA, aplicação automática da internação em se tratando de ato grave (

violação do princípio da excepcionalidade), prescrição da medida, questões afetas ao direito à

progressão, e descumprimento do prazo legal na internação provisória.

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76

Dois outros temas, entretanto, ganharam maior repercussão no STJ: a impossibilidade

de fundamentar a decisão de internação unicamente na confissão do adolescente e o advento

da maioridade civil como causa extintiva da medida socioeducativa.

Temáticas veiculadas pelo Adolescente

TEMÁTICA VEICULADA OCOR

RÊNCIAS

ACOL

HIDAS

Condenação com ausência de provas. 5 0

Excesso de prazo na internação provisória. 9 7

Extinção da medida. Advento de

maioridade civil. 11 0

Ilegalidade no indeferimento de progressão

de medida diante de laudo favorável. 5 1

Impossibilidade de aplicação de MSE-SL,

pois o art. 120, §2º, ECA vincularia esta aos

requisitos da MSE-I (art. 122, ECA), exigindo,

assim, os mesmos requisitos.

9 0

Impossibilidade de conversão de MSE-LA

em MSE-SL por descumprimento e prática de

novo ato infracional.

7 0

Impossibilidade de imposição de MSE

com fundamento único na confissão do infrator.

6 5

Impossibilidade de imposição de MSE-I a

infração fora das hipóteses do art. 122, ECA*.

32 21

Impossibilidade de imposição de MSE-I

com base na gravidade do delito sem considerar

20 6

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77

condições pessoais do infrator.

Prescrição da MSE*. 24 11

Violação do princípio da excepcionalidade

na aplicação de MSE-I.

17 3

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78

0 5 10 15 20 25 30 35

Condenação com ausência de provas.

Excesso de prazo na internação

provisória.

Extinção da medida. Advento de

maioridade civil.

Ilegalidade no indeferimento de

progressão de medida diante de laudo

favorável.

Impossibilidade de aplicação de MSE-

SL, pois o art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I (art. …

Impossibilidade de conversão de MSE-LA

em MSE-SL por descumprimento e

prática de novo ato infracional.

Impossibilidade de imposição de MSE

com fundamento único na confissão do

infrator.

Impossibilidade de imposição de MSE

com fundamento único na confissão do

infrator.

Impossibilidade de imposição de MSE-I a

infração fora das hipóteses do art.

122, ECA*.

Prescrição da MSE*.

Violação do princípio da

excepcionalidade na aplicação de MSE-I.

Temáticas veiculadas - Adolescente

Acolhidas

Ocorrências

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79

Justamente com relação à confissão, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula

n.º42, fixando o entendimento de que "no procedimento para aplicação de medida sócio-

educativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente".

Sabe-se que a Súmula 342 foi firmada com base no julgamento de dez Habeas Corpus

(desses, nove são provenientes de São Paulo, interpostos pela Procuradoria de Assistência

Judiciária, nºs. 39.548, 42.747, 42.384, 42.382, 43.392, 40.342, 43.644, 43.657 e 44.275, e um

proveniente do Rio de Janeiro, de n.º 32.342), e em um recurso ordinário em Habeas Corpus

(RHC 15.258-SP). De todos os casos, apenas um - o HC n.º32.324-RJ - não se refere à

aplicação da medida de internação15.

4.2. PARTE II – A ELOQUENCIA DAS PRÁTICAS: Um olhar

sobre as Varas Especializadas da Infância e Juventude

1. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - SALVADOR/BA

1.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS

1.1.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 26 86,67%

Execução 4 13,33%

TOTAL 30 100,00%

15 FRASSETO, Flávio Américo. Ato Infracional, Medida Socioeducativa e Processo: A Nova Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Disponível em www.abmp.org.br/sites/frasseto.

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80

1.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:

Idade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Treze 1 3,33%

Quatorze 3 10,00%

Quinze 8 26,67%

Dezesseis 6 20,00%

Dezessete 9 30,00%

Não informada 3 10,00%

TOTAL 30 100,00%

Cor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Branca 0 0,00%

Parda 15 50,00%

Negra 10 33,33%

Não informada 5 16,67%

TOTAL 30 100,00%

Sexo Ocorrênci

a

Porcentag

em

Masculino 28 93,33%

Feminino 2 6,67%

TOTAL 30 100,00%

Representação Judicial Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advogado Particular 3 10,00%

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81

Defensoria Pública 26 86,67%

Não informada 1 3,33%

TOTAL 30 100,00%

1.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)

Ato Infracional* Ocorrênci

a**

Porcentag

em

Ameaça 3 8,33%

Furto 6 16,67%

Homicídio 3 8,33%

Porte de arma - uso permitido/não

permitido

3 8,33%

Roubo 10 27,78%

Tráfico de entorpecentes 6 16,67%

Outros 5 13,89%

TOTAL 36 100,00%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades

simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

** Há a imputação de mais de um ato infracional ao adolescente.

Concurso de Agentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Individual 13 43,33%

Concurso com adolescentes 6 20,00%

Concurso com adultos 6 20,00%

Concurso com adolescentes e adultos 3 10,00%

Concurso com pessoa não

identificada

1 3,33%

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82

Não informado 1 3,33%

TOTAL 30 100,00%

1.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

1.2.1. Espécie de Audiência observada

Espécie de audiência observada Ocorrênci

a

Porcentag

em

Apresentação 12 80,00%

Continuação 2 13,33%

Descumprimento de medida 1 6,67%

Progressão de medida 0 0,00%

Encerramento de medida 0 0,00%

Outras 0 0,00%

TOTAL 15 100,00%

1.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência

MP presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 80,00%

Não 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

Defensor presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 15 100,00%

Não 0 0,00%

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83

TOTAL 15 100,00%

1.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação

Testemunha presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 2 100,00%

1.2.4. Presença de familiares

Familiar presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 11 73,33%

Não 4 26,67%

TOTAL 15 100,00%

Espécie de familiar Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 1 9,09%

Mãe 8 72,73%

Pai 1 9,09%

Outros 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

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84

1.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS

1.3.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 11 73,33%

Execução 4 26,67%

TOTAL 15 100,00%

Imputação de ato infracional

praticado mediante violência ou grave

ameaça

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 10 66,67%

Não 5 33,33%

TOTAL 15 100,00%

1.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente

Familiar com quem vive Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 1 6,67%

Mãe 8 53,33%

Pai 1 6,67%

Outro 3 20,00%

Nenhum 1 6,67%

Não informado 1 6,67%

TOTAL 15 100,00%

Situação econômica Ocorrênci Porcentag

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85

a em

Boa 0 0,00%

Ruim 8 53,33%

Carente 1 6,67%

Não informado 6 40,00%

TOTAL 15 100,00%

Antecedentes* Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 26,67%

Não 11 73,33%

TOTAL 15 100,00%

* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas

condenação prévia pela a prática de ato infracional.

1.3.3. Apreensão do adolescente

Apreensão do adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Flagrante 11 73,33% S

im Ordem judicial 1 6,67%

Não 2 13,33%

Não informado 1 6,67%

TOTAL 15 100,00%

1.3.3.1. Apreensão em flagrante

Liberação do adolescente após

flagrante

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 18,18%

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86

Não 9 81,82%

TOTAL 11 100,00%

Ident. dos responsáveis pela

apreensão

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 11 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 11 100,00%

Comunicação à família Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informado 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos

Identificação compulsória Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Assistência de defensor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

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87

1.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais

Apreensão dos instrumentos do

delito

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 6 40,00%

Não 1 6,67%

Não se aplica 5 33,33%

Não informado 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 10 66,66%

Não 0 0,00%

Não se aplica 2 13,33%

Não informado 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

Requisição de perícias para

comprovação da materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 6 40,00%

Não 5 33,33%

Não se aplica 1 6,67%

Não informado 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

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88

Sim 1 6,67%

Não 0 0,00%

Não se aplica 11 73,33%

Não informado 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

1.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.

1.3.5.1. Audiência pré-processual

Presença de familiares Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 15 100,00%

TOTAL 15 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Oitiva da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não se aplica 5 33,33%

Não informada 10 66,67%

TOTAL 15 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Oitiva do responsável legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

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89

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 15 100,00%

TOTAL 15 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Oitiva das testemunhas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 15 100,00%

TOTAL 15 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Confissão do menor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 5 33,33%

Não 1 6,67%

Não informada 9 60,00%

TOTAL 15 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos. As

informações conseguidas foram retiradas de breves menções contidas em algumas representações

1.3.5.2. Providência do Ministério Público.

Providência do MP Ocorrênci Porcentag

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90

a em

s/ pleito de int.

provisória

4 26,67%

Represe

ntação c/ pleito de int.

provisória

10 66,66%

Arquivamento 0 0,00%

sem cumulação de

MSE

0 0,00%

Remiss

ão com cumulação de

MSE

0 0,00%

Não informado 1 6,67%

TOTAL 15 100,00%

1.3.6. Internação provisória

Manifestação juiz diante do pleito

do MP

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Decretação/manutenção 10 100,00%

Liberação 0 0,00%

TOTAL 10 100,00%

1.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada

Demonstração de indícios de

autoria e materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 10 10,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 10 100,00%

Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci Porcentag

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91

a em

Gravidade do ato infracional 7 70,00%

Gravidade do ato infracional e

manutenção da ordem pública

1 10,00%

Fundamentação inexistente 2 20,00%

TOTAL 10 100,00%

Exame de corpo de delito do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 10,00%

Não 0 0,00%

Não informado 9 90,00%

TOTAL 10 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos

Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 3 30,00%

Não 6 60,00%

Não informado 1 10,00%

TOTAL 10 100,00%

1.3.7. Audiência de apresentação

Oitiva do adolescente - confissão Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 80,00%

Não 2 13,33%

Não informado 1 6,67%

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92

TOTAL 15 100,00%

Oitiva do representante legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 6 40,00%

Não 6 40,00%

Não informado 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

1.3.8. Audiência em continuação

Realização de audiência de

continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 60,00%

Não realizada 6 40,00%

TOTAL 15 100,00%

Motivo da não realização da

audiência de continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Concessão de Remissão 1 20,00%

Dispensa pelas partes 4 60,00%

Extinção do processo sem julgamento

de mérito

0 0,00%

Ainda não havia sido designada 1 20,00%

TOTAL 5 100,00%

1.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas

Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

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93

Sim 9 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 9 100,00%

Oitiva de testemunhas do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 9 100,00%

TOTAL 9 100,00%

Diligências probatórias - MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 9 100,00%

TOTAL 9 100,00%

Diligências probatórias -

Adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 9 100,00%

TOTAL 9 100,00%

1.3.9. Sentença

Natureza da sentença Ocorrênci

a

Porcentag

em

Condenatória 13 86,66%

Absolutória 1 6,67%

Concessiva de remissão 1 6,67%

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94

TOTAL 15 100,00%

1.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias

a) Medidas sócio-educativas

Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advertência 0 0,00%

Reparação do dano 0 0,00%

Prestação de serviços à comunidade 3 23,08%

Liberdade assistida 2 15,38%

Semi-liberdade 0 0,00%

Internação 8 61,54%

TOTAL 13 100,00%

Medida de Internação

Fundamentação objetiva

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ato infracional praticado com

violência ou grave ameaça*

4 50,00%

Reiteração na prática de infrações

graves

3 37,50%

Ato infracional equiparado a crime

hediondo

0 0,00%

Fundamentação inexistente 1 12,50%

TOTAL 8 100,00%

* Destaca-se que um dos casos se tratava de ato infracional equiparado ao tráfico de entorpecentes

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95

b) Medidas protetivas

Imposição de medida protetiva Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 7 53,85%

Não 6 46,15%

TOTAL 13 100,00%

Medidas protetivas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Art. 101, I 0 0,00%

Art. 101, II 0 0,00%

Art. 101, III 4 30,77%

Art. 101, IV 4 30,77%

Art. 101, V 1 7,69%

Art. 101, VI 4 30,77%

Art. 101, VII 0 0,00%

Art. 101, VIII 0 0,00%

TOTAL 13 100,00%

c) Fundamentação subjetiva

Condições pessoais do adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 69,23%

Não 4 30,77%

TOTAL 13 100,00%

Referência à perigosidade Ocorrênci

a

Porcentag

em

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96

Sim 2 15,38%

Não 11 84,62%

TOTAL 13 100,00%

Justificação dos fins

protetivos/pedagógicos

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 3 23,08%

Não 10 76,92%

TOTAL 13 100,00%

Outros argumentos utilizados Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ordem pública e paz social 1 7,69%

Acompanhamento por

profissionais

2 15,39%

Laudo técnico 1 7,69% im

Genéricos 2 15,39%

Não 7 53,84%

TOTAL 13 100,00%

1.3.10. Recursos

Interposição de recurso Ocorrênci

a

Porcentag

em

MP 0 0,00%

Adolescente 0 0,00%

TOTAL 0 0,00%

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97

1.3.11. Execução

Incidentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Descumprimento de medida 0 0,00%

Progressão de medida 2 50,00%

Transferência 1 25,00%

Extinção de medida 1 25,00%

TOTAL 4 100,00%

Progressão

MSE anterior x MSE progredida

Ocorrênci

a

Porcentag

em

MSE-I MSE-LA 2 100,00%

TOTAL 2 100,00%

2. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - SÃO PAULO/SP

2.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS

2.1.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 26 89,66%

Execução 3 10,34%

TOTAL 29 100,00%

2.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:

Idade Ocorrênci Porcentag

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98

a em

Treze 3 10,34%

Quatorze 5 17,24%

Quinze 5 17,24%

Dezesseis 7 24,14%

Dezessete 7 24,14%

Não informada 2 6,90%

TOTAL 29 100,00%

Cor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Branca 5 17,24%

Parda 16 55,17%

Negra 8 27,59%

TOTAL 29 100,00%

Sexo Ocorrênci

a

Porcentag

em

Masculino 26 89,66%

Feminino 3 10,34%

TOTAL 29 100,00%

Representação Judicial Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advogado Particular 3 10,34%

Defensoria Pública 26 89,66%

TOTAL 29 100,00%

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99

2.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)

Ato Infracional* Ocorrênci

a**

Porcentag

em

Corrupção ativa 2 6,25%

Furto 6 18,75%

Homicídio 2 6,25%

Roubo 9 28,12%

Tráfico de entorpecentes 6 18,75%

Outros 4 12,50%

Não informados 3 9,38%

TOTAL 32 100,00%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades

simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

** Há a imputação de mais de um ato infracional ao adolescente.

Concurso de Agentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Individual 9 31,03%

Concurso com adolescentes 8 27,59%

Concurso com adultos 8 27,59%

Concurso com adolescentes e adultos 0 0,00%

Concurso com pessoa não

identificada

1 3,45%

Não informado 3 10,34%

TOTAL 29 100,00%

2.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

2.2.1. Espécie de Audiência observada

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100

Espécie de audiência observada Ocorrênci

a

Porcentag

em

Apresentação 7 46,67%

Continuação 5 33,33%

Descumprimento de medida 2 13,33%

Progressão de medida 1 6,67%

Encerramento de medida 0 0,00%

Outras 0 0,00%

TOTAL 15 100,00%

2.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência

MP presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 15 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 15 100,00%

Defensor presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 80,00%

Não 3 20,00%

TOTAL 15 100,00%

2.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação

Testemunha presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 5 100,00%

Não 0 0,00%

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101

TOTAL 5 100,00%

2.2.4. Presença de familiares

Familiar presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 10 66,67%

Não 5 33,33%

TOTAL 15 100,00%

Espécie de familiar Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 0 0,00%

Mãe 5 50,00%

Pai 3 30,00%

Outros 2 20,00%

TOTAL 10 100,00%

2.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS

2.3.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 14 100,00%

Execução 0 0,00%

TOTAL 14 100,00%

Imputação de ato infracional

praticado mediante violência ou grave

Ocorrênci

a

Porcentag

em

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102

ameaça

Sim 6 42,86%

Não 8 57,14%

TOTAL 14 100,00%

2.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente

Familiar com quem vive Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 1 7,14%

Mãe 7 50,00%

Pai 0 0,00%

Outro 4 28,57%

Nenhum 1 7,14%

Não informado 1 7,14%

TOTAL 14 100,00%

Situação econômica Ocorrênci

a

Porcentag

em

Boa 1 7,14%

Ruim 11 78,57%

Carente 1 7,14%

TOTAL 14 100,00%

Antecedentes* Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 64,29%

Não 5 35,71%

TOTAL 14 100,00%

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103

* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas

condenação prévia pela a prática de ato infracional.

2.3.3. Apreensão do adolescente

Apreensão do adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Flagrante 11 78,57% S

im Ordem judicial 2 14,29%

Não 1 7,14%

TOTAL 14 100,00%

2.3.3.1. Apreensão em flagrante

Liberação do adolescente após

flagrante

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Ident. dos responsáveis pela

apreensão

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 11 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 11 100,00%

Comunicação à família Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

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104

Não informado 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos

Identificação compulsória Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Assistência de defensor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

2.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais.

Apreensão dos instrumentos do

delito

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 28,57%

Não 2 14,29%

Não se aplica 8 57,14%

TOTAL 14 100,00%

Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 85,71%

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105

Não 0 0,00%

Não se aplica 2 14,29%

TOTAL 14 100,00%

Requisição de perícias para

comprovação da materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 57,14%

Não 2 14,29%

Não se aplica 4 28,57%

TOTAL 14 100,00%

Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não se aplica 14 100,00%

TOTAL 14 100,00%

2.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.

2.3.5.1. Audiência pré-processual

Presença de familiares Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 14 100,00%

TOTAL 14 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

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106

Oitiva da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não se aplica 5 35,71%

Não informada 9 64,29%

TOTAL 14 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Oitiva do responsável legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 14 100,00%

TOTAL 14 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Oitiva das testemunhas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 14 100,00%

TOTAL 14 100,00%

Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.

Confissão do menor Ocorrênci Porcentag

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107

a em

Sim 9 64,29%

Não 3 21,43%

Não informada 2 14,29%

TOTAL 14 100,00%

As informações conseguidas foram retiradas de breves menções contidas em algumas representações

2.3.5.2. Providência do Ministério Público.

Providência do MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

s/ pleito de int.

provisória

1 7,14%

Represe

ntação c/ pleito de int.

provisória

13 92,86%

Arquivamento 0 0,00%

sem cumulação de

MSE

0 0,00%

Remiss

ão com cumulação de

MSE

0 0,00%

Não informado 0 0,00%

TOTAL 14 100,00%

2.3.6. Internação provisória

Manifestação juiz diante do pleito

do MP

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Decretação/manutenção 13 100,00%

Liberação 0 0,00%

TOTAL 13 100,00%

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108

2.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada

Demonstração de indícios de

autoria e materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 7,69%

Não 12 92,31%

TOTAL 13 100,00%

Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci

a

Porcentag

em

Gravidade do ato infracional 6 46,15%

Fundamentação inexistente 7 53,85%

TOTAL 13 100,00%

Exame de corpo de delito do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 11 84,62%

Não 0 0,00%

Não informado 2 15,38%

TOTAL 13 100,00%

Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 10 76,92%

Não 2 15,38%

Não informado 1 7,69%

TOTAL 13 100,00%

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109

2.3.7. Audiência de apresentação

Oitiva do adolescente - confissão Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 64,29%

Não 5 35,71%

TOTAL 14 100,00%

Oitiva do representante legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 7,14%

Não 13 92,86%

TOTAL 14 100,00%

2.3.8. Audiência em continuação

Realização de audiência de

continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 57,14%

Não 6 42,86%

TOTAL 14 100,00%

Motivo da não realização da

audiência de continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Concessão de Remissão 0 0,00%

Dispensa pelas partes 4 60,00%

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110

Extinção do processo sem julgamento

de mérito

0 0,00%

Ainda não havia sido designada 2 40,00%

TOTAL 6 100,00%

2.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas

Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 8 100,00%

Oitiva de testemunhas do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 8 100,00%

TOTAL 8 100,00%

Diligências probatórias - MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 8 100,00%

TOTAL 8 100,00%

Diligências probatórias -

Adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 8 100,00%

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111

TOTAL 8 100,00%

2.3.9. Sentença

Natureza da sentença Ocorrênci

a

Porcentag

em

Condenatória 12 85,71%

Absolutória 0 0,00%

Concessiva de remissão 0 0,00%

Ainda não prolatada 2 14,29%

TOTAL 14 100,00%

2.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias

a) Medidas sócio-educativas

Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advertência 1 8,33%

Reparação do dano 0 0,00%

Prestação de serviços à comunidade 0 0,00%

Liberdade assistida 1 8,33%

Semi-liberdade 3 25,00%

Internação 7 58,33%

TOTAL 12 100,00%

Medida de Internação

Fundamentação objetiva

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ato infracional praticado com

violência ou grave ameaça

3 42,86%

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112

Reiteração na prática de infrações

graves

3 42,86%

Ato infracional equiparado a crime

hediondo

0 0,00%

Fundamentação inexistente 1 14,28%

TOTAL 7 100,00%

b) Medidas protetivas

Imposição de medida protetiva Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 33,33%

Não 8 66,66%

TOTAL 12 100,00%

Medidas protetivas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Art. 101, I 0 0,00%

Art. 101, II 0 0,00%

Art. 101, III 4 66,66%

Art. 101, IV 2 33,33%

Art. 101, V 0 0,00%

Art. 101, VI 0 0,00%

Art. 101, VII 0 0,00%

Art. 101, VIII 0 0,00%

TOTAL 6 100,00%

c) Fundamentação subjetiva

Condições pessoais do adolescente Ocorrênci Porcentag

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113

a em

Sim 6 50,00%

Não 6 50,00%

TOTAL 12 100,00%

Referência à perigosidade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 16,67%

Não 10 83,33%

TOTAL 12 100,00%

Justificação dos fins

protetivos/pedagógicos

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 5 41,67%

Não 7 58,33%

TOTAL 12 100,00%

Outros argumentos utilizados Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ineficiência das MSEs

anteriores

1 8,33%

Gravidade do delito 1 8,33%

Laudo técnico 1 8,33% im

Genéricos 1 8,33%

Não 8 66,66%

TOTAL 12 100,00%

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114

2.3.10. Recursos

Interposição de recurso Ocorrênci

a

Porcentag

em

MP 0 0,00%

Adolescente 1 100,00%

TOTAL 1 100,00%

Julgamento recurso – Adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Provido 0 0,00%

Improvido 1 100,00%

TOTAL 1 100,00%

2.3.11. Execução

Incidentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Descumprimento de medida 0 0,00%

Progressão de medida 0 0,00%

Transferência 0 0,00%

Extinção de medida 0 0,00%

TOTAL 0 100,00%

3. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - PORTO ALEGRE/RS

3.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS

3.1.1. Informações sobre os processos analisados

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115

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 18 78,26%

Execução 5 21,74%

TOTAL 23 100,00%

3.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:

Idade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Doze 1 4,35%

Treze 3 13,04%

Quatorze 2 8,70%

Quinze 1 4,35%

Dezesseis 4 17,39%

Dezessete 9 39,13%

Não informada 2 8,70%

TOTAL 23 100,00%

Cor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Branca 11 47,83%

Parda 4 17,39%

Negra 4 17,39%

Não informada 4 17,39%

TOTAL 23 100,00%

Sexo Ocorrência Porcentagem

Masculino 19 82,61%

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116

Feminino 3 13,04%

Não informado 1 4,35%

TOTAL 23 100,00%

Representação Judicial Ocorrência Porcentagem

Advogado Particular 1 4,35%

Defensoria Pública 22 95,65%

TOTAL 23 100,00%

3.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)

Ato Infracional* Ocorrência Porcentagem

Ameaça 2 8,70%

Furto 5 21,74%

Roubo 8 34,78%

Tráfico de entorpecentes 5 21,74%

Outros 3 13,04%

TOTAL 23 100,00%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades

simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

Concurso de Agentes Ocorrência Porcentagem

Individual 7 30,43%

Concurso com adolescentes 8 34,78%

Concurso com adultos 3 13,04%

Concurso com adolescentes e adultos 1 4,35%

Concurso com pessoa não

identificada

1 4,35%

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117

Não informado 3 13,04%

TOTAL 23 100,00%

3.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

3.2.1. Espécie de Audiência observada

Espécie de audiência observada Ocorrência Porcentagem

Apresentação 5 41,67%

Continuação 2 16,67%

Descumprimento de medida 1 8,33%

Progressão de medida 0 0,00%

Encerramento de medida 0 0,00%

Outras* 4 33,33%

TOTAL 12 100,00%

* As VIJs de Porto Alegre realizam audiências peculiares, como a de “avaliação de medida” e de “plano

de atendimento”

3.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência

MP presente na audiência Ocorrência Porcentagem

Sim 11 91,67%

Não 1 8,33%

TOTAL 12 100,00%

Defensor presente na audiência Ocorrência Porcentagem

Sim 11 91,67%

Não 01 8,33%

TOTAL 12 100,00%

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118

3.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação

Testemunha presente na audiência Ocorrência Porcentagem

Sim 3 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 3 100,00%

3.2.4. Presença de familiares

Familiar presente na audiência Ocorrência Porcentagem

Sim 11 91,67%

Não 1 8,33%

TOTAL 12 100,00%

Espécie de familiar Ocorrência Porcentagem

Pais 1 9,09%

Mãe 7 63,64%

Pai 2 18,18%

Outros 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

3.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS

3.3.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrência Porcentagem

Conhecimento 11 100,00%

Execução 0 0,00%

TOTAL 11 100,00%

Imputação de ato infracional Ocorrência Porcentagem

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119

praticado mediante violência ou grave

ameaça

Sim 5 45,45%

Não 6 54,55%

TOTAL 11 100,00%

3.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente

Familiar com quem vive Ocorrência Porcentagem

Pais 0 0,00%

Mãe 0 0,00%

Pai 0 0,00%

Outro 0 0,00%

Nenhum 0 0,00%

Não informado 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Situação econômica Ocorrência Porcentagem

Boa 0 0,00%

Ruim 0 0,00%

Carente 0 0,00%

Não informado 11 100,00%

TOTAL 11 100,00%

Antecedentes* Ocorrência Porcentagem

Sim 3 27,27%

Não 0 0,00%

Não informado 8 72,73%

TOTAL 11 100,00%

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120

* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas

condenação prévia pela a prática de ato infracional.

3.3.3. Apreensão do adolescente

Apreensão do adolescente Ocorrência Porcentagem

Flagrante 10 90,91% S

im Ordem judicial 0 0,00%

Não 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

Ident. dos responsáveis pela

apreensão

Ocorrência Porcentagem

Sim 8 80,00%

Não 0 0,00%

Não informado 2 20,00%

TOTAL 10 100,00%

Comunicação à família Ocorrência Porcentagem

Sim 8 80,00%

Não 0 0,00%

Não informado 2 20,00%

TOTAL 10 100,00%

Identificação compulsória Ocorrência Porcentagem

Sim 2 20,00%

Não 3 30,00%

Não informada 5 50,00%

TOTAL 10 100,00%

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121

Assistência de defensor Ocorrência Porcentagem

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 10 100,00%

TOTAL 10 100,00%

3.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais.

Apreensão dos instrumentos do

delito

Ocorrência Porcentagem

Sim 5 45,45%

Não 0 0,00%

Não se aplica 5 45,45%

Não informada 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

Apreensão dos objetos do delito Ocorrência Porcentagem

Sim 9 81,82%

Não 0 0,00%

Não se aplica 1 9,09%

Não informada 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

Requisição de perícias para

comprovação da materialidade Ocorrência Porcentagem

Sim 7 63,64%

Não 0 0,00%

Não se aplica 3 27,27%

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122

Não informada 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

Exame de corpo de delito da vítima Ocorrência Porcentagem

Sim 1 9,09%

Não 0 0,00%

Não se aplica 10 90,91%

TOTAL 11 100,00%

3.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.

3.3.5.1. Audiência pré-processual

Presença de familiares Ocorrência Porcentagem

Sim 4 36,36%

Não 6 54,54%

Não informada 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

Oitiva da vítima Ocorrência Porcentagem

Sim 1 9,09%

Não 3 27,27%

Não se aplica 4 36,36%

Não informada 3 27,27%

TOTAL 11 100,00%

Oitiva do responsável legal Ocorrência Porcentagem

Sim 2 18,18%

Não 2 18,18%

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123

Não informada 7 63,64%

TOTAL 11 100,00%

Oitiva das testemunhas Ocorrência Porcentagem

Sim 1 9,09%

Não 3 27,27%

Não informada 7 63,64%

TOTAL 11 100,00%

Confissão do adolescente Ocorrência Porcentagem

Sim 1 9,09%

Não 4 36,36%

Não informada 6 54,55%

TOTAL 11 100,00%

3.3.5.2. Providência do Ministério Público.

Providência do MP Ocorrência Porcentagem

s/ pleito de int.

provisória

1 9,09%

Representação c/ pleito de int.

provisória

10 90,91%

Arquivamento 0 0,00%

sem cumulação de

MSE

0 0,00%

Remissão com cumulação de

MSE

0 0,00%

Não informado 0 0,00%

TOTAL 11 100,00%

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124

3.3.6. Internação provisória

Manifestação juiz diante do pleito

do MP

Ocorrência Porcentagem

Decretação/manutenção 8 80,00%

Liberação 2 20,00%

TOTAL 10 100,00%

3.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada

Demonstração de indícios de

autoria e materialidade

Ocorrência Porcentagem

Sim 3 37,50%

Não 3 37,50%

Não informada 2 25,00%

TOTAL 8 100,00%

Fundamento adotado pelo juiz Ocorrência Porcentagem

Gravidade do ato infracional 8 100,00%

TOTAL 8 100,00%

Exame de corpo de delito do

adolescente

Ocorrência Porcentagem

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informado 8 100,00%

TOTAL 8 100,00%

Respeito ao limite de 45 dias Ocorrência Porcentagem

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125

Sim 6 75,00%

Não 0 0,00%

Não informado 2 25,00%

TOTAL 8 100,00%

3.3.7. Audiência de apresentação

Oitiva do adolescente - confissão Ocorrência Porcentagem

Sim 1 9,09%

Não 7 63,64%

Não informada 3 27,27%

TOTAL 11 100,00%

Oitiva do representante legal Ocorrência Porcentagem

Sim 2 18,18%

Não 7 63,64%

Não informada 2 18,18%

TOTAL 11 100,00%

3.3.8. Audiência em continuação

Realização de audiência de

continuação

Ocorrência Porcentagem

Sim 11 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 11 100,00%

3.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas

Oitiva de testemunhas do MP Ocorrência Porcentagem

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126

Sim 6 54,55%

Não 1 9,09%

Não informada 4 36,36%

TOTAL 11 100,00%

Oitiva de testemunhas do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 6 54,55%

Não informada 5 45,45%

TOTAL 11 100,00%

Diligências probatórias - MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 18,18%

Não 4 36,36%

Não informada 5 45,45%

TOTAL 11 100,00%

Diligências probatórias -

Adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 6 54,55%

Não informada 5 45,45%

TOTAL 11 100,00%

3.3.9. Sentença

Natureza da sentença Ocorrênci Porcentag

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127

a em

Condenatória 10 90,91%

Absolutória 0 0,00%

Concessiva de remissão 1 9,09%

TOTAL 11 100,00%

3.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias

a) Medidas sócio-educativas

Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advertência 0 0,00%

Reparação do dano 0 0,00%

Prestação de serviços à comunidade 0 0,00%

Liberdade assistida 0 0,00%

Liberdade assistida cumulada com

prestação de serviços a comunidade 3 30,00%

Semi-liberdade 0 0,00%

Internação 7 70,00%

TOTAL 10 100,00%

Medida de Internação

Fundamentação objetiva

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ato infracional praticado com

violência ou grave ameaça 4 57,14%

Reiteração na prática de infrações

graves

2 28,57%

Ato infracional equiparado a crime 0 0,00%

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128

hediondo

Fundamentação inexistente 0 0,00%

Não informada 1 14,29%

TOTAL 7 100,00%

b) Medidas protetivas

Imposição de medida protetiva Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Não informada 10 100,00%

TOTAL 10 100,00%

c) Fundamentação subjetiva

Condições pessoais do adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 3 30,00%

Não 3 30,00%

Não informada 4 40,00%

TOTAL 10 100,00%

Referência a perigosidade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 6 60,00%

Não informada 4 40,00%

TOTAL 10 100,00%

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129

Justificação dos fins

protetivos/pedagógicos

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 6 60,00%

Não informada 4 40,00%

TOTAL 10 100,00%

Outros argumentos utilizados Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim – Crime hediondo 2 20,00%

Não 4 40,00%

Não informado 4 40,00%

TOTAL 10 100,00%

3.3.10. Recursos

Interposição de recurso Ocorrênci

a

Porcentag

em

MP 0 0,00%

Adolescente 1 100,00%

TOTAL 100 0,00%

Julgamento recurso – Adolescente Ocorrênci

a

Porcentag

em

Provido 0 0,00%

Improvido 1 100,00%

TOTAL 1 100,00%

3.3.11. Execução

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130

Incidentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Descumprimento de medida 0 0,00%

Progressão de medida 0 0,00%

Transferência 0 0,00%

Extinção de medida 0 0,00%

TOTAL 0 100,00%

4. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS – RECIFE/PE

4.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS

4.1.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 25 100,00%

Execução 0 0,00%

TOTAL 25 100,00%

4.1.2. Informações gerais sobre o menor:

Idade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Treze 0 0,00%

Quatorze 5 20,00%

Quinze 6 24,00%

Dezesseis 6 24,00%

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131

Dezessete 6 24,00%

Não informada 2 8,00%

TOTAL 25 100,00%

Cor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Branca 0 0,00%

Parda 20 80,00%

Negra 1 4,00%

Não informada 4 16,00%

TOTAL 25 100,00%

Sexo Ocorrênci

a

Porcentag

em

Masculino 18 72,00%

Feminino 5 20,00%

Não informado 2 8,00%

TOTAL 25 100,00%

Representação Judicial Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advogado Particular 3 12,00%

Advogado Dativo 8 24,00%

Defensoria Pública 14 64,00%

TOTAL 25 100,00%

4.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)

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132

Ato Infracional* Ocorrênci

a**

Porcentag

em

Ameaça 3 12,00%

Furto 4 16,00%

Homicídio 1 4,00%

Lesão Corporal 2 8,00%

Porte de arma - uso permitido/não

permitido

5 20,00%

Roubo 5 20,00%

Tráfico de entorpecentes 1 4,00%

Outros 4 16,00%

TOTAL 25 100,00%

* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades

simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.

** Há a imputação de mais de um ato infracional ao menor. Nas audiências de advertência, não se fez

possível apurar os atos infracionais praticados, uma vez que era realizada com a presença de diversos menores

simultaneamente.

Concurso de Agentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Individual 16 64,00%

Concurso com adolescentes 4 16,00%

Concurso com adultos 2 8,00%

Concurso com adolescentes e adultos 1 4,00%

Concurso com pessoa não

identificada

0 0,00%

Não informado 2 8,00%

TOTAL 25 100,00%

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133

4.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

4.2.1. Espécie de Audiência observada

Espécie de audiência observada Ocorrênci

a

Porcentag

em

Apresentação 3 25,00%

Continuação 7 58,33%

Descumprimento de medida 0 0,00%

Progressão de medida 0 0,00%

Encerramento de medida 0 0,00%

Advertência (remissão concedida

pelo MP)

2 16,67%

TOTAL 12 100,00%

4.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência

MP presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 11 91,67%

Não 1 8,33%

TOTAL 12 100,00%

Defensor presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 12 100,00%

4.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação

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134

Testemunha presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 6 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 6 100,00%

4.2.4. Presença de familiares

Familiar presente na audiência Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 7 58,33%

Não 5 41,67%

TOTAL 12 100,00%

Espécie de familiar Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 4 57,14%

Mãe 1 14,29%

Pai 1 14,29%

Outros 1 14,29%

TOTAL 7 100,00%

4.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS

4.3.1. Informações sobre os processos analisados

Natureza Ocorrênci

a

Porcentag

em

Conhecimento 13 100,00%

Execução 0 0,00%

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135

TOTAL 13 100,00%

Imputação de ato infracional

praticado mediante violência ou grave

ameaça

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 30,77%

Não 9 69,33%

TOTAL 13 100,00%

4.3.2. Informações pessoais sobre o menor

Familiar com quem vive Ocorrênci

a

Porcentag

em

Pais 3 23,08%

Mãe 5 38,46%

Pai 0 0,00%

Outro 0 0,00%

Nenhum 0 0,00%

Não informado 5 38,46%

TOTAL 13 100,00%

Situação econômica* Ocorrênci

a

Porcentag

em

Boa 0 0,00%

Ruim 3 23,08%

Carente 0 0,00%

Não informado 10 76,92%

TOTAL 13 100,00%

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136

* A análise da situação econômica do menor restou prejudicada em virtude do baixo índice de

internações provisórias. São as fichas dos órgãos responsáveis pela internação a grande fonte destas informações.

Antecedentes* Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 7,69%

Não 12 92,31%

TOTAL 13 100,00%

* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedente apenas

condenação prévia pela a prática de ato infracional.

4.3.3. Apreensão do menor

Apreensão do menor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Flagrante 12 92,31% S

im Ordem judicial 0 0,00%

Não 1 7,69%

TOTAL 13 100,00%

4.3.3.1. Apreensão em flagrante

Liberação do menor após flagrante Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 5 41,67%

Não 7 58,33%

TOTAL 12 100,00%

Ident. dos responsáveis pela

apreensão

Ocorrênci

a

Porcentag

em

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137

Sim 12 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 12 100,00%

Comunicação à família Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 12 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 12 100,00%

Identificação compulsória Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 12 100,00%

TOTAL 12 100,00%

Assistência de defensor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 12 100,00%

TOTAL 12 100,00%

4.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais

Apreensão dos instrumentos do

delito

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 15,39%

Não 0 0,00%

Não se aplica 11 84,61%

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138

TOTAL 13 100,00%

Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 61,54%

Não 0 0,00%

Não se aplica 5 38,46%

TOTAL 13 100,00%

Requisição de perícias para

comprovação da materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 61,54%

Não 0 0,00%

Não se aplica 5 38,46%

TOTAL 13 100,00%

Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 3 23,08%

Não 0 0,00%

Não se aplica 10 76,92%

TOTAL 13 100,00%

4.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.

4.3.5.1. Audiência pré-processual

Presença de familiares Ocorrênci

a

Porcentag

em

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139

Sim 4 30,77%

Não 6 46,15%

Não informada 3 23,08%

TOTAL 13 100,00%

Oitiva da vítima Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 7,69%

Não 4 30,77%

Não se aplica 5 38,46%

Não informada 3 23,08%

TOTAL 13 100,00%

Oitiva do responsável legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 5 38,46%

Não 4 30,77%

Não informada 4 30,77%

TOTAL 13 100,00%

Oitiva das testemunhas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 7,69%

Não 9 69,23%

Não informada 3 23,08%

TOTAL 13 100,00%

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140

Confissão do menor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 69,23%

Não 1 7,69%

Não informada 3 23,08%

TOTAL 13 100,00%

4.3.5.2. Providência do Ministério Público.

Providência do MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

s/ pleito de int.

provisória

5 38,46%

Represe

ntação c/ pleito de int.

provisória

5 38,46%

Arquivamento 0 0,00%

sem cumulação de

MSE

2 15,39%

Remiss

ão com cumulação de

MSE

1 7,69%

TOTAL 13 100,00%

4.3.6. Internação provisória

Manifestação juiz diante do pleito

do MP

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Decretação/manutenção 4 80,00%

Liberação 1 20,00%

TOTAL 5 100,00%

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141

4.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada

Demonstração de indícios de

autoria e materialidade

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 25,00%

Não 3 75,00%

TOTAL 4 100,00%

Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci

a

Porcentag

em

Gravidade do ato infracional 0 0,00%

Manutenção da ordem pública 4 100,00%

Fundamentação inexistente 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

Exame de corpo de delito do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 4 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

4.3.7. Audiência de apresentação

Realização de audiência de Ocorrênci Porcentag

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142

continuação a em

Sim 9 69,23%

Não realizada* 4 30,77%

TOTAL 13 100,00%

Motivo da não realização da

audiência de continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Concessão de Remissão 3 75,00%

Dispensa pelas partes 0 0,00%

Extinção do processo sem julgamento

de mérito

1 25,00%

Ainda não havia sido designada 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

4.3.7.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas

Oitiva do menor - confissão Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 8 88,89%

Não 1 11,11%

TOTAL 9 100,00%

Oitiva do representante legal Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 100,00%

Não 0 100,00%

TOTAL 9 100,00%

4.3.8. Audiência em continuação

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143

Realização de audiência de

continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 69,23%

Não realizada 4 30,77%

TOTAL 13 100,00%

Motivo da não realização da

audiência de continuação

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Concessão de Remissão 3 75,00%

Dispensa pelas partes 0 0,00%

Extinção do processo sem julgamento

de mérito

1 25,00%

Ainda não havia sido designada 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

4.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas

Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 9 100,00%

Oitiva de testemunhas do

adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 6 66,67%

Não 3 33,33%

TOTAL 9 100,00%

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144

Diligências probatórias - MP Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 2 22,22%

Não 7 77,78%

TOTAL 9 100,00%

Diligências probatórias -

Adolescente

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 9 100,00%

TOTAL 9 100,00%

4.3.9. Sentença

Natureza da sentença Ocorrênci

a

Porcentag

em

Condenatória 9 69,23%

Absolutória 0 0,00%

Homologatória de remissão 3 23,08%

Extintiva sem julgamento do mérito 1 7,69%

TOTAL 13 100,00%

4.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias

a) Medidas sócio-educativas

Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci

a

Porcentag

em

Advertência 0 0,00%

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Reparação do dano 0 0,00%

Prestação de serviços à comunidade 3 33,33%

Liberdade assistida 2 22,22%

Semi-liberdade 2 22,22%

Internação 2 22,22%

TOTAL 9 100,00%

Medida de Internação

Fundamentação objetiva

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Ato infracional praticado com

violência ou grave ameaça

1 50,00%

Reiteração na prática de infrações

graves

0 0,00%

Ato infracional equiparado a crime

hediondo

0 0,00%

Fundamentação inexistente 1 50,00%

TOTAL 2 100,00%

b) Medidas protetivas

Imposição de medida protetiva Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 3 53,85%

Não 6 46,15%

TOTAL 9 100,00%

Medidas protetivas impostas Ocorrênci

a*

Porcentag

em

Art. 101, I 0 0,00%

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146

Art. 101, II 0 0,00%

Art. 101, III 2 50,00%

Art. 101, IV 1 25,00%

Art. 101, V 0 0,00%

Art. 101, VI 1 25,00%

Art. 101, VII 0 0,00%

Art. 101, VIII 0 0,00%

TOTAL 4 100,00%

* Há imposição de mais de uma medida em mesma decisão.

c) Fundamentação subjetiva

Condições pessoais do menor Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 9 100,00%

Não 0 0,00%

TOTAL 9 100,00%

Referência a perigosidade Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 0 0,00%

Não 9 100,00%

TOTAL 9 100,00%

Justificação dos fins

protetivos/pedagógicos

Ocorrênci

a

Porcentag

em

Sim 1 11,11%

Não 8 88,89%

TOTAL 9 100,00%

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147

Outros argumentos utilizados Ocorrênci

a

Porcentag

em

Concordância das partes 4 44,44%

Acompanhamento por

profissionais

1 11,11%

im

Compreensão desvalor do ato 2 22,22%

Não 2 22,22%

TOTAL 9 100,00%

4.3.10. Recursos

Interposição de recurso Ocorrênci

a

Porcentag

em

MP 0 0,00%

Adolescente 0 0,00%

TOTAL 0 0,00%

4.3.11. Execução

Incidentes Ocorrênci

a

Porcentag

em

Descumprimento de medida 0 0,00%

Progressão de medida 0 0,00%

Transferência 0 0,00%

Extinção de medida 0 0,00%

TOTAL 0 100,00%

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148

4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Com o objetivo de dar cumprimento à análise da apuração de ato infracional praticado

por adolescente junto à Justiça de 1º Grau, foram analisados processos e acompanhadas

audiências nas capitais pré-escolhidas, conforme tabela abaixo:

Comarca Audiências Processos

São Paulo 15 14

Salvador 15 15

Porto Alegre 12 11

Recife 12 13

A análise qualitativa dos processos e audiências nas Varas da Infância e da Juventude

em Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Recife concluiu, essencialmente, pelas seguintes

notas características:

A: Audiências.

1. Adequação, no plano formal, dos atos às garantias asseguradas no Estatuto da

Criança e do Adolescente. Na prática, a duração das audiências era quase sempre inferior a 5

minutos, havendo inquirição de testemunhas em tempo inferior a 3 minutos.

Em São Paulo e em Porto Alegre, é possível que este procedimento seja devido ao

número de adolescentes infratores sujeitos à apuração judicial do ato infracional cometido.

Deve-se destacar, de qualquer sorte, uma nítida preocupação, em ambos os estados, com a

celeridade no atendimento.

Em Porto Alegre, há uma chamada “Justiça Instantânea”, que aplica a medida na

apresentação do adolescente e em audiências muito breves. É bem verdade que não se tratou,

em nenhum caso, de internação.

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149

Em nome da celeridade, em São Paulo, realiza-se um chamado “julgamento

antecipado”, que se dá quando, na audiência de apresentação, o adolescente confessa. Neste

caso, o MP e a Defensoria Pública desistiam das testemunhas e da produção das demais

provas. Sem prova a colher, não se tem como necessária audiência de continuação, podendo o

juiz julgar de plano, aplicando a MSE (LA ou Semi-liberdade se reincidente). O MP e a

Defensoria abrem mão de recorrer.

A celeridade processual acaba preponderando sobre o devido processo legal (art. 5º,

LIV, CF e art. 110, ECA).

Em Recife (3ª Vara Regional da Infância e Juventude) Salvador (2ª Vara da Infância e

Juventude), as audiências seguiam à risca o procedimento previsto, embora todos os prazos

fossem considerados, sobretudo os de internação provisória.

1.2. Produção de provas, confrontação com testemunhas.

Não há confrontação com testemunhas; estas são ouvidas, quando existem, na

presença do defensor, apenas, e não também do adolescente. O baixo número de testemunhas,

do fato, é impressionante.

Há situações na quais é argüido pelo adolescente que não foi o autor do roubo, mas

sim de uma divergência pessoal com a vítima, tendo-lhe sido imputado o crime contra o

patrimônio. Mesmo sem o produto do delito, é considerado autor. O princípio do in dúbio pro

réu não funciona, orientando-se o sistema pela situação social do adolescente e pela prática de

fatos anteriores.

Uma constante na produção de prova testemunhal é a ausência de testemunha de

defesa. Em Salvador, São Paulo e Porto Alegre, não houve arrolamento de testemunhas pela

defesa. Em Recife, em quantidade significativa de casos, os defensores apresentaram

testemunhas, todavia na totalidade dos casos foram “testemunhas de beatificação”, não

presenciando os fatos.

Familiares, quando presentes, são passivos ou mostram-se irritados com o

procedimento do adolescente e não mostram preocupação com a falta de provas de qualquer

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150

natureza. Não se dirigem à defensoria, postulando por imposição de outro regime ou se

motivam para recorrer.

1.3. Defesa técnica.

A participação da Defensoria é inexpressiva, mantendo-se o defensor quase sempre

calado ou requerendo, sem qualquer fundamento persuasivo, transferência para unidade

aberta. Quando demanda alguma providência – apuração de agressão sofrida pelo menor nas

dependências da instituição, por exemplo – esta não tem repercussão. Tal situação é distinta

quando se tratava de advogado constituído; estes sempre acompanhavam a audiência com

atenção, intervindo e realizando perguntas (às vezes até de forma excessiva, a ponto de o juiz

considerar a intervenção inoportuna). Em Salvador, assim como em São Paulo, algumas

audiências eram realizadas sem que este profissional estivesse presente. Nesta última

Comarca, houve audiências que se resolviam no intervalo de tempo em que promotor(a) ou

defensor(a) haviam saído rapidamente da sala de audiências, em frontal oposição ao direito de

defesa técnica por um defensor público ou advogado constituído.

Em Porto Alegre, a Defesa Prévia era muito semelhante em todos os processos, de

forma que, diante de um adolescente, 30 vezes reincidente na prática do crime de roubo, foi

pedido pelo Defensor o mesmo que pedira em outros processos: cessação da internação

provisória ao argumento da “paridade com adultos”.

Em Salvador e em Recife, o Magistrado e o MP fizeram, algumas vezes, o papel que

incumbia ao defensor. Na capital pernambucana, aconteceu situação na qual o MP orientou a

Defensoria a requerer a liberação da internação provisória.

Como a representação do adolescente é basicamente realizada pela defensoria pública,

80,00% em Salvador, 66,66% em São Paulo, 91,66%, em Porto Alegre e 81,33% em Recife

(nesta cidade, este percentual engloba advogados dativos designados pela OAB para

complementar a atividade da Defensoria) – constituindo a defesa por advogados particulares

um percentual mínimo –, pode-se concluir que a defesa própria do contraditório consiste,

nestes casos, apenas na designação de um profissional para comparecer à audiência.

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2. Posição do Ministério Público e do Magistrado.

O Magistrado inicia e lidera as audiências, tomando decisões referendadas ou

debilmente contestadas pelo MP ou Defensoria.

Há um grande número de audiências em São Paulo e Porto Alegre – que se realizam,

por vezes, nos dois turnos do dia –, todas contando com a presença ativa dos Juízes.

O Ministério Público, o Juiz e o Defensor Público – sobretudo, em São Paulo e Porto

Alegre – trabalham em sintonia na aplicação da medida sócio-educativa, o que lhes confere a

aparência de “junta administrativa” ou de “conselho tutelar” e não de justiça infanto-juvenil,

já que tudo corria em comum acordo (deduzido do longo e constante silêncio dos possíveis

interessados) entre juiz, promotoria e defensoria.

Os juízes, apesar da celeridade dos atos, demonstravam seriedade e bom-senso na

escolha da medida compatível, dentre as previstas, com o fato praticado. Não se entende,

todavia, que isso dispensa a salvaguarda dos interesses do Estado/Sociedade (promotoria) e do

menor (defensoria).

Deve-se destacar também que o Magistrado assume o papel de admoestador,

advertindo para as conseqüências mais gravosas que uma transgressão pode gerar.

Pode-se afirmar que os procedimentos do contraditório dizem respeito mais à

solenidade do que ao conteúdo, de forma que, em se tratando de adultos que na mesma

situação tivessem praticado as mesmas ilicitudes, dificilmente, teriam tido como resposta a

privação da liberdade.

3. Outras observações.

São usadas expressões do direito penal de adultos, tais como: cadeia, prisão, inquérito,

condenado.

Em Porto Alegre, é comum o uso de algemas, mesmo na sala de audiências, onde são

retiradas apenas durante a duração da mesma, sendo recolocadas à vista do Magistrado,

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Defensor e Ministério Público. Trata-se, segundo explicação, de “regra de manejo da

instituição que abriga os adolescentes, aprovada pelo Conselho”. Houve uma audiência na

qual foi decidida a liberação do adolescente que já cumprira seis meses de medida e, ainda

assim, foram recolocadas as algemas.

Há relatórios de agressão de sócio-educador ao adolescente (01, na Bahia – punido - e

01 em Porto Alegre), tendo o adolescente sido removido para alojamento individual. Nesta

ocasião, a defensoria pediu apuração, mas seu pedido não obteve repercussão.

B. Processos.

Fase policial: a documentação encontrada nos processos sobre a fase policial sempre

foi rica, com informações sobre apreensão, instrumentos e objetos do crime. Em Porto Alegre

e Recife, dispõem-se de formulários para atendimento às exigências dos artigos 106,

parágrafo único, e 107 do ECA. Na capital gaúcha, curiosamente, em todas as amostras

examinadas, a família não foi contatada em razão de falha telefônica. Em Salvador, não

consta qualquer informação sobre tal comunicação em nenhum dos processos examinados e

não há reação da defensoria ou do MP quanto à omissão.

1. Apreensão.

Na maior parte das vezes, 66,66% em Salvador, 78,57% em São Paulo, 91,66% em

Porto Alegre, 92,31% em Recife, o adolescente era apreendido em flagrante. É importante

destacar que, após a apreensão, o menor raramente era liberado (art. 174, ECA), não havendo

registro algum sobre o motivo da sua não liberação.

Em algumas capitais, não há sequer uma liberação do adolescente apreendido desta

forma e, em outras – São Paulo – 81,82% das apreensões são mantidas. Pode-se afirmar que o

princípio da presunção de inocência, registrado no inciso LVII do art. 5º da Constituição

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Federal de 1988, que assegura que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em

julgado de sentença penal condenatória" tem um alcance restrito na área dos adolescentes. A

privação cautelar da liberdade é regra para esses enquanto que, para adultos, exige-se que o

juiz demonstre a ocorrência de fumus boni iuris e periculum in mora (ou periculum libertatis)

para a decretação da custódia cautelar. Não há, para os imputáveis, prisões processuais

obrigatórias, quais sejam, as que decorrem de forma automática de determinado evento

processual, ou ainda do cometimento de crimes graves como se tem feito com os jovens

menores de 18 anos.

Recife foi a única cidade que apresentou um significativo índice de liberações

(41,67%), em virtude do binômio baixa gravidade dos delitos – efetividade da comunicação

aos pais da apreensão. Além disso, outra justificativa a se destacar é a existência de um órgão

policial específico (Gerência de Proteção da Criança e do Adolescente – GPCA) para apurar

os atos infracionais, recebendo os policiais cursos e orientações dos magistrados das Varas

Regionais da Infância e Juventude sobre os procedimentos e garantias estabelecidos pelo ECA

nesta fase pré-processual.

2. Audiência pré-processual.

Não havia, em regra, informações suficientes sobre a audiência de apresentação ao

MP. Este foi o momento processual mais difícil de investigar. Em São Paulo e Salvador, não

constavam nos autos registros sobre a audiência com o MP, no máximo alguma breve

referência trazida pela representação. Em Porto Alegre, estes eram muito breves. Recife, mais

uma vez, apresentou uma situação diferenciada, constando nos processos um relatório da

audiência, com informações sobre o ato, o menor e seu depoimento.

A representação, sempre muito simples, deixa de fornecer elementos precisos sobre a

materialidade e a autoria. As informações obtidas foram retiradas de simples parágrafos que

constavam na representação.

As confissões feitas nesta fase são consideradas e repercutem na fase processual.

Deve-se ressaltar que o paradigma subjetivista do Código de Menores, que atribuía ao Juiz um

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arbítrio excessivo na aplicação de medidas ao argumento de sua atitude protetora, repete-se

junto a outro sujeito do Processo, o MP. Com efeito, não existe bom ou mau subjetivismo;

como diz Emilio Garcia Mendez, toda vez que se foge da estrita legalidade, prevalece a lei do

mais forte. O argumento utilizado nesses casos é o de que as investigações da fase

extrajudicial se revestem de certa natureza inquisitiva, visando à formação do convencimento

ministerial, mas elas são também, na verdade, um instante de defesa do acusado.

Ocorre, ademais, que o MP decide-se pela oferta da ação sócio-educativa

acompanhada de pedido de internação provisória em 66,66% das vezes em Salvador, em

90,91%, em Porto Alegre e em 92,86% dos atos infracionais em São Paulo. Este contato

inicial do adolescente com o sistema especial de apuração do Estado é, portanto, gravoso. O

suposto caráter educativo das medidas não deve justificar a subtração de direitos.

Recife, pelo contrário, apresentou, comparativamente, um baixo índice de pedidos de

representação cumulados com a requisição de internação provisória (38,46%), havendo

inclusive dois casos nos quais o MP requisitava na representação a liberação do adolescente

preso em flagrante, fato não observado em nenhuma das outras cidades.

3. Audiência de apresentação.

É expressivo e impressionante o número de adolescentes que confessam por ocasião

da audiência de apresentação, 88,89%, em Recife, 80%; em Salvador, 64,29%, em São Paulo,

mas apenas 9,09% em Porto Alegre. A falta de confissão não interfere na decisão pela

aplicação da medida sócio-educativa.

4. Medidas impostas.

A Medida sócio-educativa de internação foi a mais aplicada, mas os atos infracionais,

com violência, praticados contra a pessoa representam um percentual pequeno da totalidade

de casos examinados. Há, todavia, um número expressivo de ato infracionais contra o

patrimônio (roubo). Somados aos casos de crimes violentos contra a pessoa, estes delitos

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representam, todavia, um patamar inferior ao número de medidas de internação aplicadas, o

que revela que os magistrados não impõem internação apenas porque a situação é

objetivamente permitida pela lei.

Recife mostrou um panorama diverso do constatado em outras cidades, apresentando

uma aplicação diversificada das medidas oportunizadas pelo Estatuo. A internação foi

utilizada como medida realmente excepcional, seguinte as diretrizes do ECA. Dentre 9

condenações, apenas 2 – ou seja, apenas 22,22% – se valeram na medida extrema.

4.1 Fundamentos.

A Medida sócio-educativa de internação é aplicada, majoritariamente , em razão da

prática de infração cometida com violência ou grave ameaça à pessoa. Em segundo lugar,

desponta como causa a reiteração na prática de infração grave. A falta de consenso doutrinário

sobre o significado de reiteração (se reincidência ou prática de mais de duas infrações) e

também sobre infração grave (se aquelas punidas com pena de reclusão, se da mesma natureza

das que admitem a internação – crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa)

permite o agasalhamento de situações diferentes na mesma hipótese.

5. Recursos.

Constatou-se uma séria realidade: a ausência de cultura recursal na justiça infato-

juvenil. Nem o MP nem a Defensoria costumam recorrer, sendo, assim, corrente o transito em

julgado das decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau. Pode-se afirmar que a garantia

processual do duplo grau de jurisdição – corolário do devido processo legal e da segurança

jurídica visada com as decisões judiciais – não se materializa na realidade prática

Do total de processos examinados, em apenas dois casos, um em São Paulo e outro em

Porto Alegre, houve interposição de recurso, sendo recorrente o adolescente. Não se deu,

porém provimento aos mesmos.

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5. CONCLUSÕES

Como mencionado, este relatório sintetiza os resultados do Projeto de Pesquisa

“Responsabilidade e Garantias ao adolescente autor de ato infracional: uma proposta de

revisão do ECA em seus 18 anos de vigência” de responsabilidade da Universidade Federal

da Bahia (UFBA) no âmbito da linha de pesquisa Estatuto da Criança e do Adolescente:

apuração do ato infracional atribuído a adolescente do Projeto Pensando o Direito – Edital

01/2009.

As principais considerações explicitadas nos dois relatórios anteriores são retomadas

com o fito de fundamentar e justificar a proposta de alteração do ECA que ora apresentamos.

A análise dos dados coletados junto aos Tribunais de Justiça e Superior Tribunal de

Justiça em matéria de medida socioeducativa de internação, e posteriormente, a observação de

casos junto às Varas da Infância e Juventude de São Paulo, Porto Alegre, Recife e Salvador,

permitiram concluir que, apesar das propostas garantidoras do Estatuto, a prática forense nem

sempre esta com ela alinhada. Foi possível constatar que a medida de internação é

sistematicamente imposta com baixa fundamentação legal. Em muitos casos, sem a devida

consideração dos requisitos legais exigidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

A insuficiência de fundamentos jurídicos e a ampliação dos requisitos legais quando

da imposição de medidas de internação, bem como a observação do funcionamento do

Sistema de Justiça Especializada da Infância e Juventude, demonstram que algumas questões

podem vir a ser sanadas ou minimizadas a partir de um aperfeiçoamento do instrumento legal.

É justamente nesta direção que são indicadas possíveis alterações ou inclusões no texto do

Estatuto da Criança e do Adolescente.

É importante também que se destaque a fragilidade da doutrina jurídico-penal na área

de infração penal praticada por adolescentes como uma das razões para a informalidade dos

procedimentos que resultam em privação da liberdade. Acredita-se que é possível atribuir,

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parcialmente esse procedimento a um sistema anterior que limitava a abordagem do direito a

poucos e imprecisos dispositivos procedimentais. Como se pode constatar, para a boa

doutrina penal brasileira, a questão se resumia, praticamente, ao bom senso e à prudência do

magistrado (nem sempre presentes). Tais atitudes subjetivas supririam qualquer outro cuidado

externo por parte do Poder Público. Não havia desta forma, como construir um corpo

doutrinário nem formar intérpretes e doutrinadores sobre tais bases. Este legado de exagerada

atitude assistencial tem permitido que, mesmo sob a égide do Estatuto, as práticas judiciais

atuais sejam ainda inspiradas, muitas vezes, no modelo anterior. Ou seja, a hesitação em

adotar um modelo amplamente garantista para o adolescente tem permitido decisões dispares,

facilitando excessivamente a discricionariedade na apuração da infração praticada e

conseqüente aplicação da medida.

Como se pôde perceber da análise realizada, em seus quase 20 anos de vigência, o

Estatuto da Criança e do Adolescente vem sendo interpretado de forma bastante heterogênea

pela jurisdição de primeiro grau, através de entendimentos em geral contrários aos principais

pleitos da defesa. Observa-se uma inquestionável tendência de negação às suas teses na

maioria dos Tribunais e uma cristalização de procedimentos irregulares se contrastados ao

texto da Lei.

Chama a atenção ainda, que, do conjunto de recursos cujo adolescente é parte, temas

centrais como a insuficiência de provas na condenação, a imposição da medida fora das

hipóteses legais do artigo 122 do ECA, e a inobservância do princípio da excepcionalidade

não chegaram a obter sequer 25% de acolhimento.

De outro lado, os dados coletados permitem também concluir que os demais atores do

processo não se comportam com a diligência esperada à função que exercem, favorecendo de

igual maneira o decisionismo judicial e a baixa formulação doutrinária. Apenas para registrar

um exemplo, os adolescentes que praticaram uma das condutas que poderá concluir por

internação, são ouvidos pelo Ministério Público sem assistência de advogado ou, sequer, de

parentes. Ocorre, todavia que, nesta fase, é comum a confissão do autor.

Revela-se, neste cenário, a dupla crise que Emilio Garcia Mendez refere e que afeta o

Estatuto da Criança e do Adolescente de forma bastante incisiva . Ou seja, as normas

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estatutárias estão expostas a uma crise de interpretação e de igual modo a uma crise de

implementação. É dizer, alguns eufemismos que perpassam a legislação como um todo e em

especial, por exemplo, a definição da medida privativa de liberdade como internação em

estabelecimento educacional (artigo 116 do ECA) favorecem que sua imposição não seja

limitada pelos princípios do contraditório, da proporcionalidade, da lesividade e até mesmo da

legalidade – princípios indispensáveis quando é a liberdade do indivíduo que está em jogo. A

falsa interpretação de que a medida de internação constitui-se em uma “benesse” e reveste-se

de caráter protetivo afasta sua verdadeira índole penal e conseqüentemente os limites ao

poder de punir que deveriam ser exercitados neste campo.

Garcia Mendez compreende que a crise de interpretação do ECA não possui natureza

técnica e sim está vinculada à persistência das “boas” práticas tutelares e compassivas, ou

seja, vincula-se a uma cultura que aparentemente progressista, é em realidade messiânica,

altamente subjetiva e discricionária.

Pode-se acrescentar, ademais, que os princípios do direito penal liberal não são

observados com relação ao adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional, haja

vista, por exemplo, o princípio da insignificância considerado como instrumento de

interpretação restritiva que exclui o crime quando não há lesão significativa a um bem

jurídico formalmente protegido, que não é sequer analisado pelos tribunais.

Sobressaem, nesse mesmo âmbito, as questões relativas à prova – ou seja, à limitada

importância conferida ao instituto - observada durante a coleta de dados das decisões

judiciais. Da mesma forma ocorre com as sentenças em favor da internação, que demonstram

um franco desprezo pelo princípio do in dúbio pro réu.

A questão afeta à imposição da medida de internação sem a presença robusta de

provas esteve presente em todos os Tribunais sem exceção, e com maior predominância no

Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

A insuficiência de provas eiva o modelo processual de tipo acusatório, consectário do

devido processo legal - expressão maior das garantias processuais – uma vez que este

pressupõe o contraditório (paridade de armas, a defesa se pronunciar sempre depois da

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acusação, etc), a garantia da ampla defesa (defesa técnica e autodefesa), o duplo grau de

jurisdição, a proibição das provas ilícitas, dentre outras.

Como ensina Aury Lopes Junior, “a única verdade admissível é a verdade processual,

produzida no âmago da estrutura dialética do processo penal e com plena observância das

garantias de contradição e defesa” . O desrespeito ao disposto nos artigos 114 e 189 do

Estatuto quanto à necessidade de prova da autoria e materialidade da infração para a

imposição de medida socioeducativa revela que as condições pessoais dos adolescentes

permanecem sendo evocadas como justificativa da intervenção socioeducativa, configurando

a persistência de um direito penal do autor no sistema de justiça da infância e juventude .

A preocupação com uma resposta rápida para a situação contribui, sobremaneira para

que as garantias formais não se concretizem no plano material. Como se observou, as

audiências em alguns estados são céleres, não ultrapassando alguns poucos minutos.

Outro aspecto se refere à legalidade estrita que não chega a alcançar aos adolescentes

sentenciados haja vista a regra de indeterminação do prazo de duração da medida de

internação que atualiza, no sistema, a concepção benéfica e pedagógica da função repressiva.

Outras medidas, sequer consignam tempo máximo de aplicação.

Igualmente, a desconsideração de dispositivos justificadores e de dirimentes, e o não

reconhecimento da perda da pretensão punitiva por parte do Estado em razão do decurso de

tempo, revelam que, no campo da imposição das medidas socioeducativas, e em particular da

medida de internação, a regra é a intervenção socioeducativa de caráter ilimitado.

Um sistema deve ter uma orientação definida, sobretudo quanto aos fins buscados com

a medida de internação porque apenas a consideração de que esta tem uma natureza protetiva

pode justificar a falta de limites para sua decretação. Se é bem verdade que certas

peculiaridades do conjunto normativo penal voltado para adolescentes devam ser preservadas,

é certo também que estas não devem consistir em um tratamento jurídico mais gravoso.

Considerando que um estatuto especial existe para ajustar-se ao destinatário da norma, sujeito

distinto dos adultos, a especificidade não pode se restringir a tênues limites ao poder de punir

do estado. Tão pouco o respeito a uma condição de vulnerabilidade acrescida pode ter como

fundamento uma suposta idéia metafísica de proteção e tutela.

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Não foram poucos os exemplos durante a análise de processos que denotaram um

automatismo na aplicação da medida de internação em desconsideração inclusive a regras

expressamente indicadas pela legislação, como é o caso da excepcionalidade.

Por fim, merece sublinhar que a busca por um modelo garantista nos procedimentos de

apuração da responsabilidade do adolescente e da conseqüente imposição de medidas

socioeducativas não se confunde com a transposição automática de regras do sistema criminal

de adultos, nem tampouco com a inserção dos sujeitos - pessoas em processo de

desenvolvimento - em um modelo, ainda, francamente, retributivo. Trata-se de buscar a

construção de um sistema específico que, ao tempo em que atenda à defesa social, possa

permitir que os adolescentes sejam tratados como seres em desenvolvimento. Isto significa

que têm a oportunidade de, a partir do fato e da consciência de sua repercussão social,

reorientar sua trajetória.

5.1. PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA

CONSIDERANDO QUE

• Se observa a utilização da gravidade do ato infracional como fundamento único

na imposição da medida de internação, em desacordo ao dispositivo legal que indica a

excepcionalidade da internação como também ao posicionamento do STJ de que a gravidade

do ato infracional, como indicador isolado, não justifica a adoção da medida mais severa;

• A regra de indeterminação do prazo de duração da medida de internação

atualiza no sistema a concepção benéfica e pedagógica da função repressiva.;

• Categorias de patologia social e desviação que definem um Direito Penal do

autor alheio à efetiva discussão da culpabilidade e ao modelo de responsabilidade são

sistematicamente utilizadas como fundamento das medidas, sobretudo de internação.

• A celeridade processual prepondera sobre o devido processo legal, inexistindo

confrontação com testemunhas e igualdade de armas entre acusação e defesa do adolescente;

• Os adolescentes autores de ato infracional não gozam das mesmas garantias

asseguradas aos adultos diante do cometimento de uma infração penal, haja vista a ausência

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de dispositivos justificadores e de dirimentes, bem como de limites temporais ao poder de

punir do Estado;

• Em que pese os requisitos legais, a privação cautelar da liberdade é a regra para

os adolescentes, enquanto que, para adultos, exige-se que o juiz demonstre a ocorrência de

fumus boni iuris e periculum in mora (ou periculum libertatis) para a decretação da custódia

cautelar;

• A medida sócio-educativa de internação continua sendo a medida mais

aplicada, mesmo em face de atos infracionais praticados sem violência ou ameaça contra a

pessoa ;

Propõe-se a seguinte redação:

ARTIGO 103 - Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou

contravenção penal, desde que não se verifique a ocorrência de alguma causa de justificação

ou dirimente diversa da inimputabilidade prevista no Código Penal.

ARTIGO 104 – Os menores de idade, entre a faixa etária de 12 anos e 18 anos

incompletos, são responsáveis com base nesta legislação pelo cometimento de atos

infracionais.

Parágrafo único – ( mantido)

ARTIGO 108 – A internação antes da sentença constitui medida cautelar

condicionada à verificação da materialidade do ato infracional e indícios suficientes de

autoria não podendo ultrapassar o prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo primeiro - São requisitos para imposição da internação provisória:

I – Verificação da materialidade do ato infracional e indícios suficientes de autoria;

II – Atendimento cumulado a todos os critérios estabelecidos para a aplicação da

medida socioeducativa de internação prevista no art. 122;

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III – Demonstração do periculum libertatis;

IV - Necessária motivação, sob pena de nulidade.

Parágrafo segundo - Em qualquer fase do procedimento de apuração da prática do ato

infracional ou da instrução da ação socioeducativa, caberá a internação provisória decretada

pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação da

autoridade policial.

Parágrafo terceiro - A decisão deverá ser amplamente fundamentada demonstrada a

necessidade imperiosa da medida como garantia da ordem pública ou por conveniência do

procedimento da apuração do ato infracional atribuído ao adolescente, jamais podendo ser

utilizada como forma de antecipação de medida socioeducativa, sob pena de nulidade

absoluta.

ARTIGO 111-A - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente

nos elementos informativos colhidos na investigação.

Parágrafo 1º - O silêncio do adolescente, que não importará em confissão, não poderá

ser interpretado em prejuízo de sua defesa.

Parágrafo 2º - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros

elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas

do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

Parágrafo 3º - A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre

convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

ARTIGO 112 – Comprovada a prática de ato infracional, a autoridade competente

poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: ( incisos mantidos)

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Parágrafo 1º - Para fixação das medidas, o juiz, em sentença fundamentada, deverá

levar em conta a idade do adolescente, a capacidade de cumpri-la, o desenvolvimento pessoal,

a reprovação do fato, os antecedentes, os motivos e circunstâncias do ato infracional.

Parágrafos 2◦ e 3◦ mantidos.

Parágrafo 4º - Em hipótese alguma poderá o juiz impor a internação e semiliberdade

se a infração cominada na Legislação Penal dos adultos, em iguais circunstâncias,

corresponder à multa, pena restritiva de direitos ou permitir suspensão condicional da pena.

Parágrafo 5º - A individualização da medida socioeducativa será sempre

fundamentada e deverá considerar a proporcionalidade ao ato praticado e a gravidade da

infração penal, não podendo o adolescente sofrer conseqüência mais gravosa que um adulto

sofreria em iguais circunstâncias.

Parágrafo 6º - Computa-se, na medida socioeducativa, o tempo de internação

provisória cumprido na ação socioeducativa na qual foi proferida a condenação.

Parágrafo 7º - A medida imposta, salvo a advertência, obrigação de reparar o dano e a

prestação de serviços à comunidade, deverá ser reavaliada no máximo a cada 6 (seis) meses

em decisão fundamentada sobre a sua manutenção, progressão ou cessação.

Parágrafo 8º - A cessação da medida será compulsória aos vinte e um anos.

ARTIGO 112-A - As pretensões de aplicação e de execução das medidas

socioeducativas, à exceção da advertência, estão sujeitas à prescrição, verificando-se:

I – em um ano caso o ato infracional corresponda a crime sujeito à pena de detenção,

independentemente da ocorrência de violência ou grave ameaça, ou crime que não esteja

sujeito à pena privativa de liberdade.

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II – em dois anos caso o ato infracional corresponda a crime praticado sem violência

ou grave ameaça sujeito à pena de reclusão.

III – em quatro anos caso o ato infracional corresponda a crime praticado com

violência ou grave ameaça sujeito à pena de reclusão.

Parágrafo 1º - Caso o adolescente possua duas anteriores condenações transitadas em

julgado, os prazos deverão ser contado em dobro.

Parágrafo 2º - Aplicam-se à prescrição das medidas socioeducativas, no que couber, o

disposto nos arts. 111, 112, 113 e 117 do Código Penal.

ARTIGO 121 - (Caput mantido)

Parágrafo 1º (mantido)

Parágrafo 2º - O prazo de duração da medida deverá ser fixado na sentença, não

podendo exceder três anos, computando-se o tempo já cumprido em privação de liberdade

pelo adolescente em medida cautelar de internação provisória;

Parágrafo 3º - A internação deverá ser reavaliada no máximo a cada 6 (seis) meses em

decisão fundamentada.

Parágrafo 4 º - Atingido o prazo fixado na sentença ou o limite estabelecido no

parágrafo 2º, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de

liberdade assistida.

Parágrafos 5º e 6º mantidos

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ARTIGO 122 – Caput e inciso I mantidos.

II – pela existência de duas condenações anteriores transitadas em julgado por prática

de ato infracional grave.

ARTIGO 124 – São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os

seguintes:

I- Entrevistar-se pessoalmente com seu defensor antes de ser ouvido pelo

representante do Ministério Público;

II- Ser acompanhado por seu defensor quando da oitiva pelo representante do

Ministério Público;

Demais incisos mantidos.

ARTIGO 174 - Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será

prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade

de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo

impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e

sua repercussão social deva o adolescente permanecer sob internação para a garantia de sua

segurança pessoal ou manutenção da ordem pública

ARTIGO 174 A – No caso de haver necessidade de internação provisória, a

autoridade policial deverá requerê-la imediatamente à autoridade judicial.

Parágrafo Único – Neste caso, ouvido o Ministério Público, o Magistrado decidirá, em

48 horas a respeito do pedido, nos termos do artigo 108.

ARTIGO 178 A - Tratando-se de ato infracional que corresponda a crime cuja

apuração dependa de manifestação do ofendido ou de quem tenha autoridade para representá-

lo, não poderá o Ministério Público sem esta, oferecer a representação e iniciar ação sócio-

educativa.

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Parágrafo Único - O ofendido decai do direito de manifestação se não o exerce dentro

do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do ato

infracional.

O atual parágrafo único será mantido, sendo renumerado para parágrafo terceiro.

ARTIGO 179 – A oitiva do adolescente pelo representante do Ministério Público

deve ser realizada na presença do defensor do adolescente, sendo possível a presença de seus

pais ou responsável.

Parágrafo único – mantido.

ARTIGO 189 – Caput e incisos I a IV mantidos.

V - ocorrer alguma causa de justificação ou dirimente diversa da inimputabilidade

prevista no Código Penal.

5.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se observar, mais de perto, a experiência do adolescente autor de ato infracional

diante do sistema de justiça é difícil não sucumbir à tendência de analisar o fato criminoso

dentro de um determinado contexto social. É bem verdade que inúmeras teorias já

pretenderam compreender as razões pelas quais a sanção penal concentra-se sobre as classes

menos favorecidas, levando alguns a estabelecer uma causalidade necessária entre pobreza e

crime pelas frustrações determinadas pela falta de recursos necessários à sobrevivência. Na

perspectiva do interacionismo simbólico, esta ligação entre delito e reação social é também

recíproca e inseparável, podendo-se afirmar que as expressões são atreladas uma à outra na

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medida em que o desvalor do delito não está na conduta praticada, mas sim numa qualidade

que lhe é atribuída por meio de complexos processos de interação social que são seletivos e

discriminatórios.

Sob esta ótica, a pobreza não seria causa de crime, mas sim o foco favorito do sistema

criminal. Por uma ou outra razão, a questão da internação de adolescentes socialmente

excluídos ou desfavorecidos ganha especial importância, seja para impedir que a internação

ocorra como o resultado (ainda que inconsciente) da necessidade de controle social, seja

porque não parece justa a segregação de uma pessoa a quem o Estado nada deu e, no caso,

tudo toma.

A opção do direito brasileiro pela consideração do fato, e não do autor, como motivo

para reação do estado, (no ECA fixada nos artigos 103 a 105) , impõe que a atenção do

magistrado seja concentrada na infração praticada pelo adolescente. Isto não implica, porém

que o sujeito do crime deva ser ignorado em suas circunstâncias. No direito penal de adultos,

em face da maior amplitude de alternativas diante da sanção, a consideração do autor do

crime está disposta em diversos dispositivos do qual se destaca o artigo 59 que impõe a

análise de diversos elementos subjetivos: culpabilidade, personalidade conduta social,

motivação. Da mesma forma, o ECA manda que se aprecie, em sua aplicação, a condição

peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 6º) e a capacidade do adolescente de cumprir a

medida aplicada (artigo 112). Isto não quer dizer, é bem verdade, que a situação pessoal deva

prevalecer sobre o ato infracional praticado, uma vez que o estatuto pretende evitar

internações realizadas apenas em razão do estado do indivíduo e não de sua conduta. Tal

prática, que a primeira vista pode parecer humanitária já permitiu que pessoas fossem punidas

em razão do que eram e não pelo que faziam, reforçando a exclusão dos não desejados.

Desta forma, o único encaminhamento da questão capaz de garantir menos

arbitrariedade na disciplina da infração penal cometida por adolescente, é aquele mesmo

conquistado para os adultos, qual seja, um sistema garantista fundado na estrita legalidade e

no devido e justo processo penal.

Por isso mesmo, a lei deve ser valorizada como critério exaustivo na definição do fato

que merece a reprovação e a conseqüente sanção. Se o estado só deve intervir na esfera de

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168

liberdade de um cidadão para garantir a segurança, os direitos dos demais cidadãos, os atos

que realizam esses ataques devem ser externos e constatáveis. Ao cidadão, adolescente ou

adulto a quem se imputa a prática do crime, deve-se, em igualdade de oportunidades,

oportunizar o pleno contraditório.

O ECA, sem dúvida, representa um grande avanço neste caminho, mas muito ainda

deve ser feito, no plano legal para superação da ideologia da internação protetora e supridora

de necessidades não atendidas pelo estado. A explicitação dos direitos e garantias dos

adolescentes e seu rígido cumprimento permitirão, em algum tempo, a construção de doutrina

sólida e consistente na área, evitando formulações de urgência e díspares. Ou seja, não deve o

estado se satisfazer com um sistema parcialmente garantidor, o que produz efeito mais

simbólico do que efetivo. Se se deseja que o cidadão adolescente goze dos mesmos direitos

que o adulto, inclusive porque é mais vulnerável que este, sempre que tal sistema seja mais

benéfico.

O asseguramento de direitos, certamente, não impedirá por si só que os mais débeis

sejam alcançados pelo sistema. Isto ocorre também com relação aos adultos que são

selecionados dentre os que já são socialmente excluídos. Impede, todavia que esta seleção se

faça como pura forma de conter aqueles que não foram absorvidos pelo sistema.

REFERÊNCIAS

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la razón”. Valencia: Tirant lo Blanch, 1997.

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Ciência do Direito”, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996

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Madrid: Editorial Trotta, 2000.)

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www.abmp.org.br/sites/frasseto.

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––––––. Infância e cidadania na América Latina. São Paulo: Hucitec/IAS, 1998.

––––––. Do avesso ao Direito: da situação irregular à proteção integral da Infância e

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––––––. Adolescentes y Responsabilidad Penal. 1ª edición. Buenos Aires: Editorial

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_______.Evolución histórica del Derecho de La Infancia: Por que uma historia de los

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MINAHIM, Maria Auxiliadora. O Direito Penal da Emoção : A inimputabilidade do

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ANEXO

1. COMENTÁRIOS E SUGESTÕES AO PROJETO DE LEI 1627

No último dia 29 de abril de 2009 foi aprovado por unanimidade PARECER1 da

relatora Deputada Rita Camata na Comissão Especial da Câmara Federal para discussão

do Projeto de lei 1627, conhecido como o PL do Sinase. No dia 02 de junho de 2009

aprovou-se no Plenário da Câmara, emenda ao projeto.

Apresentamos alguns comentários com o escopo de oferecer subsídios para

eventual PROPOSTA DE EMENDA que poderá ser apresentada no âmbito do Senado

ao referido Projeto.

OBSERVAÇÕES GERAIS

Quanto à natureza jurídica das medidas socioeducativas

A primeira questão que chama a atenção no PARECER se refere à definição das

medidas socioeducativas e sua distinção em essência às penas. De certo modo, o texto

omite ou ignora que tal qual as penas, as medidas socioeducativas tem como origem e

pertinência juridica a resposta ao delito, com a diferença substancial entre seus

destinatários. Ou seja, no caso das medidas socioeducativas são os adolescentes, que

dada sua condição peculiar de desenvolvimento exigem um conjunto de ações especiais.

No entanto, também as penas destinadas a infratores adultos cumprem com a função de

ressocialização do condenado, o que é negado no presente relatório.

Tal negação opera efeitos altamente negativos no procedimento de apuração da

responsabilidade do adolescente e também de execução de medida socioeducativa

imposta, pois a desconsideração da natureza penal de tais medidas leva à conseqüente

minimização das garantias penais e processuais penais que devem ser observadas

também nos procedimentos da Justiça da Infância e Juventude.

1 Em anexo o Parecer do PL 1627 e as duas emendas votadas no Plenário da Câmara Federal no dia 02 de junho de 2009.

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OBSERVAÇÕES POR CAPÍTULO DO PL

1. CAPÍTULO 1 = Das disposições gerais

No artigo 1º, parágrafo 2º da Lei, ao explicar o Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo (SINASE) retirou-se do texto o processo de apuração de

ato infracional como parte integrante do SINASE e parece apropriado que o mesmo seja

reincorporado, sobretudo para garantir a integração operacional conforme descreve o

artigo 86 do ECA quando do acolhimento inicial e detenção em flagrante do adolescente

acusado.

No artigo 2º e respectivos parágrafos seria prudente introduzir a competência

normativa complementar e a liberdade de organização e funcionamento dos sistemas

estaduais, distrital e municipais, principalmente quanto à adoção e elaboração de seus

respectivos Planos de Atendimento Socioeducativo.

No artigo 3º seria mais adequado utilizar a idéia do co-financiamento no que

tange a responsabilidade da União em relação aos programas e serviços do SINASE, daí

a sugestão pela substituição da expresssão financiar por Co-financiar.

No artigo 4º, inciso III, acrescentar a internação provisória juntamente com a

medida de internação e semiliberdade, já que esta também é de responsabilidade do

Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.

No artigo 5º, parágrafo 4º, há um equívoco de redação, onde se escreve Sistema

Estadual deve-se corrigir para Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo.

2. CAPÍTULO 2 = Dos Planos de Atendimento Socioeducativo e

Avaliação da Gestão

No artigo 8º, parágrafo 2º ao cuidar do processo de avaliação nos planos de

atendimento, o texto faz referência à participação de representantes da sociedade civil

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por intermédio dos Conselhos Tutelares. Comete deste modo um equívoco, pois o

Conselho Tutelar é órgão autônomo, público que não representa diretamente a

sociedade civil. Esta no campo socioeducativo se faz representada pelos Conselhos de

Direitos. Desta forma, adequado seria prever a avaliação dos Planos de Atendimento

nos diferentes níveis, pelos respectivos Conselhos de Direitos, sem prejuízo da

participação de outros Fóruns organizados da sociedade civil.

A seção subseqüente trata da instituição do Sistema Nacional de Avaliação e

Acompanhamento da Gestão. Esta atribuição de planejamento, avaliação,

monitoramento dos programas e publicização das informações compete ao Sistema

Nacional de Atendimento Socioeducativo no âmbito da União e em certa medida ao

Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, mencionado no

artigo 3º, inciso IV quando da descrição das atribuições da União.

Nestes termos, parece desnecessária a criação de outra instância como sugere o

relatório, pois isto levaria a uma sobreposição e duplicidade de ações, dificultando

também a identificação dos responsáveis por cada ação em concreto. A União pode e

deve no exercício de suas atribuições designar comissões independentes para a

realização de processos de avaliação.

No artigo 10, igualmente ao equivoco destacado no artigo 8º, o texto refere a

participação da sociedade civil por intermédio do Conselho Tutelar, valendo as mesmas

observações já pontuadas no tocante à atribuição precípua dos Conselhos de Direitos

para o desempenho de tal tarefa.

3. CAPÍTULO III = Dos Direitos Individuais

Quando o artigo 19 descreve os direitos individuais do adolescente submetido ao

cumprimento de medida socioeducativa, especificamente no inciso II, menciona que é

direito do adolescente ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga

para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de homicídio,

latrocínio e extorsão qualificada pela morte, quando o adolescente deverá ser internado

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em unidade de atendimento mais próxima de seu local de residência. Tal explicitação,

sem duvida, é fundamental pois são inúmeras as situações de privação de liberdade de

adolescentes em localidades distantes e afastadas de sua residência, dificultando as

visitas familiares e a participação da família no cumprimento da medida. A regra

espelha o princípio da excepcionalidade da medida de internação em relação às demais,

seja em adequação à gravidade do ato infracional cometido, seja em face da existência

de outra medida mais adequada às circunstâncias do caso.

O mesmo artigo, em seu parágrafo 2º indica a impossibilidade de invocar a

inexistência de programa de execução de medida em meio aberto na localidade como

fundamento para a imposição de uma medida de internação. São inúmeros os casos

nos quais o Poder Judiciário justifica a imposição massiva de medidas de internação por

tal inexistência de programa de meio aberto estruturado na cidade ou região. É

interessante que a disposição conste como direito individual do adolescente, tendo em

vista que, via de regra, é o adolescente quem sofre “na pele” a insuficiência da política

socioeducativa, o que jamais poderia ser admitido.

4. CAPÍTULO IV = Dos Procedimentos

No artigo 37 do referido Capítulo, ao tratar das hipóteses de extinção da medida

socioeducativa, o iniciso III descreve os prazos de cada modalidade, adotando para a

liberdade assistida, semiliberdade e internação o prazo máximo de 3 anos.

De acordo com o artigo 118 do Estatuto da Criança e do Adolescente, há a

fixação do prazo mínimo de 6 meses para a liberdade assistida, com a possibilidade de

prorrogação, revogação ou substituição a qualquer tempo. Deste modo, o projeto de lei

inova ao fixar prazo máximo de duração para a liberdade assistida, seguindo o mesmo

lapso temporal da medida de internação, ou seja, três anos. E o mesmo se aplica à

semiliberdade, inclusive por força da regra do parágrafo 2º do artigo 120 da Lei.

A prestação de serviços à comunidade passa ter prazo fixado na sentença.

Observe-se, no entanto, que o texto da proposta desconsiderou no que tange esta medida

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em particular a vedação do artigo 117 do ECA, de que a medida exceda a 6 meses,

restando a dúvida a este respeito.

Melhor seria que todas as medidas comportassem um prazo fixado na sentença,

obedecendo, entretanto os mínimos e máximos temporais já indicados pelo legislador

estatutário. Assim, teríamos a seguinte redação:

Art. 37- A medida socioeducativa será declarada extinta:

III – nos prazos fixados nas sentenças, não excedendo a 6 meses para a

prestação de serviços à comunidade, e a três anos para as demais medidas de liberdade

assistida, semiliberdade e internação;

O inciso VII, do referido artigo 37 parece desnecessário, dada sua vagueza e

generalidade.

5. CAPÍTULO V = Do Plano Individual

O presente Capítulo trata das disposições relacionadas à elaboração do Plano

Individual, e sua homologação e fiscalização pelo Sistema de Justiça. Especificamente

no parágrafo 2º do artigo 43, aborda-se a questão da internação provisória e o prazo para

a elaboração do respectivo plano. Por não tratar-se de medida definitiva, e sim possuir

natureza processual parece-nos inadequada a elaboração de um Plano Individual.

Melhor seria que a entidade responsável bem como o programa comportasse atividades

pedagógicas gerais para serem oferecidas no curso dos 45 dias que encerram o prazo da

internação provisória.

6. CAPÍTULO VI= Dos Programas de Atendimento

Seção II – Dos programas de privação de liberdade

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Ao cuidar das sanções disciplinares impostas no curso da execução da medida

de internação ou semiliberdade, o artigo 54 , parágrafo 2º concede à direção da

unidade, de forma bastante ampla e genérica, a possibilidade de adoção de medidas em

caráter excepcional para proteção do interno ou de outrem. È necessário que a presente

regra seja combinada à vedação a qualquer tratamento desumano, cruel ou degradante,

que importe cerceamento de direitos fundamentais.

7. CAPÍTULO VII = Dos Regimes Disciplinares

No trato dos regimes disciplinares a serem adotados pelas entidades de

atendimento socioeducativo, o artigo 57 descreve os princípios que condicionam sua

configuração. No inciso V, do artigo 57 a redação mais acertada seria “vedação de

sanção de duração indeterminada”, substituindo-se a palavra “ exclusão por vedação”.

8. CAPÍTULO VIII = Da Atenção Integral à Saúde

Embora o parecer numere este capitulo como VII, trata-se efetivamente do

capítulo VIII, o que merece a devida correção.

Seção III – Do atendimento a adolescente com transtorno mental e a

dependente químico

Nesta seção merece destaque a previsão expressa no artigo 66 de que havendo

transtorno mental ou problemas de desenvolvimento cognitivo que tornem o

adolescente incapaz de entender o caráter ilícito do ato infracional cometido, não será

aplicada medida socioeducativa. Trata-se da inimputabilidade em razão de doença ou

transtorno mental, o que poderia inclusive indicar uma dupla inimputabilidade do

adolescente, originalmente em razão da idade que enseja a aplicação da legislação e

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jurisdição especial, e esta decorrente do transtorno mental que extingue a pretensão

socioeducativa do Estado frente ao adolescente.

Já o artigo subseqüente, 67, descreve a hipótese de uma “semi-imputabilidade”

do adolescente dada a possibilidade de compreensão do caráter ilícito do ato infracional

apesar da presença do transtorno mental.

9. CAPÍTULOS IX (numerado como VIII) e X (numerado como

IX) = Da Capacitação para o Trabalho e Do Financiamento e das

Prioridades

Ambos os capítulos foram objeto de Emenda no Plenário da Câmara, conforme

textos das Emendas n. 01 e 02 em anexo.

2. COMENTÁRIOS SOBRE A PEC 20/99

A já famosa PEC 20/99 corresponde a um substitutivo de autoria do senador

Demóstenes Torres (DEM-GO), que reuniu seis das propostas de emenda à Constituição

sobre o tema da redução da maioridade penal. Em abril de 2007, foi objeto de

deliberação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, sendo

aprovada em uma votação de 12 votos a 10.

O substitutivo reduz a maioridade penal para 16 anos nos casos de crime

hediondo e dos equiparados a este, como tráfico, tortura e terrorismo, desde que laudo

técnico psicológico, elaborado por junta designada por juiz, ateste a plena capacidade de

entendimento do adolescente que praticou o ato ilícito. A proposta sugere que o

cumprimento da pena seja realizado em local distinto daquele em que estarão detidos os

maiores de 18 anos.

Como toda proposta de emenda à Constituição, sua discussão no Congresso

Nacional exige um exame mais demorado e cuidadoso, e por isso sua votação requer

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quorum quase máximo e dois turnos de votação em cada uma das Casas Legislativas,

Câmara dos Deputados e Senado Federal.

No atual estágio, tendo sido já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça

do Senado (CCJ), a proposta se encontra no Plenário do Senado para discussão. A

aprovação exige dois turnos, com votação favorável mínima de 60%, 3/5 dos senadores

em cada um dos turnos. Na legislatura atual, são necessários 49 votos dos 81 senadores.

O intervalo das votações é de no mínimo 05 (cinco) dias.

Uma vez rejeitada, a proposta é arquivada e não poderá mais ser apresentada na

mesma legislatura, pois padecerá de “impedimento constitucional”.

Caso a PEC venha a ser aprovada no Senado, a matéria será então encaminhada

à Câmara Federal, que constituirá uma comissão especial para analisá-la. Em anos

anteriores, propostas semelhantes foram consideradas inconstitucionais na Casa e

arquivadas. Se aprovada na comissão especial, a PEC também terá que ser analisada

pelo Plenário da Câmara, em dois turnos, e terá que obter a aprovação de pelo menos

3/5 dos deputados federais, ou seja, 308 votos.

Tal proposta de alteração da idade penal afronta o texto constitucional brasileiro,

pois a Constituição Federal de 1988 destaca a absoluta prioridade dos direitos da

criança e do adolescente e consagra ainda como princípios o respeito à condição

peculiar de desenvolvimento de crianças e adolescentes e à brevidade e

excepcionalidade na aplicação de medidas privativas da liberdade.

Trata- se do direito à proteção integral que abrange ainda o direito a responder

por infrações penais com base na legislação especial, nos moldes do que prescreve o

artigo 228.

Artigo 228 da CF/88:

“São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às

normas da legislação especial”.

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O intento de modificar o sistema admitindo-se que maiores de 16 anos recebam

as mesmas penas que se aplicam aos adultos, perverte a racionalidade e a principiologia

consititucional, pois retira o tratamento constitucional especial conferido a todos os

adolescentes.

Considera-se uma violação de clausula pétrea constitucional, tendo em vista que

a Constituição assegura dentre as clausulas pétreas, os direitos e garantias individuais,

conforme o artigo 60, parágrafo 4°, inciso IV.

Artigo 60 - § 4º:

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais

A possibilidade de responder pela prática de infrações penais com base em

legislação especial, diferenciada daquela que se aplica aos adultos, maiores de dezoito

anos, ou seja, o Código penal, é direito individual de todo adolescente a quem se atribua

a autoria de ato infracional. E portanto, matéria que não poderá ser abolida como se

pretende na proposta de emenda à constituição.

Em decisão do Supremo Tribunal Federal referente a Emenda n° 03/93 foi

conferida interpretação extensiva à cláusula “direitos e garantias fundamentais”,

alcançando neste exemplo a garantia tributária da anterioridade. Como não reconhecer a

mesma extensão para a questão do modelo de responsabilidade previsto aos

adolescentes? Em outras palavras, não é necessário que o direito e garantia individual

esteja expressamente descrito no artigo 5° da Constituição para impedir a deliberação da

proposta. Basta que esteja no texto constitucional como um direito ou garantia que diga

respeito diretamente à vida, à liberdade, à igualdade e até mesmo à propriedade, e que

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no caput do citado artigo 5° estão reforçados por uma clausula de inviolabilidade. Além

disso, a referência, no artigo 34, VII, alínea “b”, aos direitos da pessoa humana como

princípio sensível auxilia a firmar ainda mais essa linha de raciocínio.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto

para:

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos

estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e

desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Deste modo, é direito da pessoa humana abaixo dos dezoito anos de idade, ser

julgada, processada e responsabilizada com base na legislação especial, diferenciada dos

adultos. Em decorrência de sua natureza, a matéria encontra-se ao abrigo das cláusulas

pétreas.

Além disso, não se pode esquecer dos parâmetros internacionais que por força

do artigo 5°, parágrafo 2°, tem peso de norma constitucional. Os direitos enunciados em

tratados e documentos internacionais de proteção aos direitos humanos somam-se aos

direitos nacionais, reforçando a imperatividade jurídica dos comandos constitucionais já

mencionados.

Artigo 5°,§ 2º:

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Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros

decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Uma alteração da principiologia constitucional que reconhece a prioridade e a

proteção especial aos adolescentes afetaria a lógica central do sistema e a doutrina da

proteção integral. Aspectos relacionados à proteção do trabalho, à impossibilidade de

dirigir e relacionadas à capacidade civil restariam incoerentes uma vez admitida a

responsabilidade penal aos 16 anos.

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1

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO AUDIÊNCIAS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – VARAS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

OBJETIVO IMEDIATO OBJETIVO MEDIATO

Identificação da fase do procedimento e do ato

infracional em discussão e/ou motivo do

procedimento;

Avaliação do grau de respeito aos princípios do

ECA na determinação das medidas e na

imposição das sentenças;

Mapeamento de estruturas, fluxos e

procedimentos;

Destaque dos pontos fracos e fragilidades na

obediência às regras legais;

Levantamento e padronização dos dados

disponíveis.

Viabilização de futura avaliação conclusiva.

Observador (a): _______________________________________________________________

Cidade: ____________________________ Vara: ____________________________________

Juiz presente na audiência: ______________________________________________________

Hora de início da Audiência: _____________________________________________________

Hora de término da Audiência: ___________________________________________________

1. Fase do Procedimento:

( ) Audiência de Apresentação

( ) Audiência em Continuação

( ) Audiência de Justificativa de descumprimento

( ) Audiência de progressão de medida

( ) Audiência em regressão de medida

( ) Audiência de Encerramento de Medida

( ) Outra, qual__________________________________________________________

2. Presença da Defesa:

( ) Defensor (a) Público (a)

( ) Advogado Dativo (OAB)

( ) Advogado Particular

3. Presença de Familiares:

( ) Sim

Em caso positivo indicar quais:

( ) Mãe

( ) Pai

( ) Irmãos

( ) Companheira(o) e/ou filhos(as)

( ) Não

4. Presença de Testemunhas:

( ) Sim

Em caso positivo indicar quais:

( ) Vítima

( ) Policiais

( ) Técnicos e/ou educadores

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2

( ) Agentes de segurança

( ) Outros adolescentes

( ) Co-autores na prática do ato infracional

( ) Amigos da vítima

( ) Amigos do autor

( ) Não

5. Presença do Ministério Público:

( ) Sim

Em caso positivo indicar, se possível, o nome do promotor de justiça:

_________________________________________________________________________

( ) Não

6. Tipo de Ato Infracional em Questão ou Motivo do Procedimento:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

7. Idade ______________ Cor _______________ Sexo _______________

8. Sobre a prática do ato infracional:

( ) individual

( ) em concurso de agentes com outros adolescentes

( ) em concurso de agentes com adultos

9. Descrição dos procedimentos adotados:

(procure descrever brevemente os acontecimentos, quem inicia a audiência, ordem de

pronunciamento dos presentes, tipo e natureza das perguntas formuladas, formas de

respostas).

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

10. Descrição da postura do Juiz:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

11. Descrição da postura do Defensor Público:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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3

12. Descrição da postura do Ministério Público:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

13. Descrição da postura do(a) Adolescente:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

14. Descrição da postura das testemunhas e/ou familiares:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

15. Intercorrências ou observações importantes:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

16. Sobre a sentença e/ou decisão proferida, houve embasamento legal? Em caso positivo

indicar os principais argumentos jurídicos utilizados.

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

17. Houve contestação da Defesa e do Ministério Público. Quais argumentos utilizados pelas

partes?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

18. Indicar a decisão final e sua fundamentação legal:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

19. Informações Pessoais:

19.1 Vive com os pais? [ ] Sim [ ] Não. Com a mãe? [ ] Sim [ ] Não. Com outro familiar?

[ ] Sim [ ] Não. Qual?_______________________________________________________

Vínculo com a família? [ ] Sim [ ] Não [ ] Eventual.

19.3 Situação econômica boa? [ ] Sim [ ] Não. Adolescente carente? [ ] Sim [ ] Não.

19.4 Antecedentes? [ ] Sim [ ] Não. Quais?_____________________________________

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4

20. Há Presença de elementos que sinalizem se as instituições e os profissionais da área estão

utilizando institutos, conceitos, regras, etc., pertencentes à lógica do sistema penal aplicado

aos maiores de dezoito anos, inclusive expressões? [ ] Sim [ ] Não. Quais?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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1

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Processos de Imposição de medidas de internação

VARAS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

OBJETIVO IMEDIATO OBJETIVO MEDIATO

Identificação da fase do procedimento e do ato

infracional em discussão e/ou motivo do

procedimento;

Avaliação do grau de respeito aos princípios do

ECA na determinação das medidas e na

imposição das sentenças;

Mapeamento de estruturas, fluxos e

procedimentos;

Destaque dos pontos fracos e fragilidades na

obediência às regras legais;

Levantamento e padronização dos dados

disponíveis.

Viabilização de futura avaliação conclusiva.

Pesquisador(a):______________________________________________________________

Cidade: ____________________________________________________________________

1. Informações gerais do Processo:

a) Vara:_________ b) Processo n.º: __________________________________

c) Natureza: [ ] Conhecimento [ ] Execução

2. Informações gerais sobre o menor:

a) Idade na data da pratica do ato infracional: __________________________

b) Cor: [ ] Não informada [ ] Branca [ ] Parda [ ] Negra [ ] Outra ______

c) Sexo: [ ] F [ ] M

d) Representação judicial: [ ] Advogado particular [ ] Defensor Público

3. Informações pessoais sobre o menor:

a) Familiares: Vive com os pais? [ ] Sim [ ] Não. Com a mãe? [ ] Sim [ ] Não. Com outro

familiar? [ ] Sim [ ] Não. Em caso positivo, indicar qual(is)________________________

b) Situação econômica boa? [ ] Sim [ ] Não. Adolescente carente? [ ] Sim [ ] Não.

c) Possui antecedentes? [ ] Sim [ ] Não. Em caso positivo, indicar qual(is)____________

_________________________________________________________________________

4. Informações sobre o ato infracional:

a) Ato(s) Infracional(is) Praticado(s):

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

b) Concurso de Agentes:

[ ] individual

[ ] em concurso de agentes com outros adolescentes

[ ] em concurso de agentes com adultos

[ ] outros. Especificar_______________________________________________________

5. Início das apurações:

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2

[ ] Apreensão em flagrante com auto circunstanciado

[ ] Apreensão em flagrante com boletim de ocorrência circunstanciado

[ ] Relatório das investigações

5.1 Forma de apreensão: [ ] Flagrante [ ] Ordem escrita da autoridade

5.2 Atendimento às garantias:

a) Identificação dos responsáveis pela sua apreensão? [ ] Sim [ ] Não.

b) Comunicação à autoridade judiciária? [ ] Sim [ ] Não.

c) Comunicação à família ou à pessoa indicada pelo apreendido? [ ] Sim [ ] Não.

d) Identificação compulsória pelos órgãos do sistema? [ ] Sim [ ] Não.

e) Assistido por Defensor Público? [ ] Sim [ ] Não.

f) Não identificado [ ].

6. Diligências pré-processuais:

a) Apreensão dos instrumentos da infração? [ ] Sim [ ] Não.

b) Apreensão do objeto da infração? [ ] Sim [ ] Não.

c) Requisição de exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria

da infração? [ ] Sim [ ] Não.

d) Exame de corpo de delito no adolescente? [ ] Sim [ ] Não. Na vítima? [ ] Sim [ ] Não.

7. Internação provisória:

a) O magistrado demonstra a suficiência de indícios quanto à autoria e materialidade

necessários à imposição da medida? [ ] Sim [ ] Não.

b) Justificativa da medida:

[ ] Gravidade do ato infracional e sua repercussão social

[ ] Internação para garantia da segurança pessoal do adolescente

[ ] Manutenção da ordem pública

[ ] Fundamentação diversa ou inexistente

c) Respeito ao limite de 45 dias? [ ] Sim [ ] Não.

8. Audiência de apresentação pré-processual:

Presença de advogado? [ ] Sim [ ] Não.

Presença de familiares? [ ] Sim [ ] Não.

Oitiva da vítima? [ ] Sim [ ] Não.

Oitiva dos pais? [ ] Sim [ ] Não.

Oitiva das testemunhas? [ ] Sim [ ] Não.

Confissão? [ ] Sim [ ] Não.

Providência do Ministério Público:

[ ] Representação

[ ] Arquivamento

[ ] Remissão. Cumulação com medida? [ ] Não [ ] Sim, qual?_______________________

[ ] Requer internação provisória ou sua manutenção

Magistrado: presente na audiência [ ] Não [ ] Sim. Providência______________________

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3

9. Audiência de apresentação processual. Providências:

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

9.1 Defesa prévia? [ ] Sim [ ] Não. Argumentos:_________________________________

_________________________________________________________________________

10. Audiência em continuação:

a) Ouvida de testemunhas? [ ] MP [ ] Adolescente.

b) Confissão? [ ] Sim [ ] Não.

c) Diligências probatórias: [ ] MP [ ] Adolescente.

11. Alegações finais. Cerne das teses.

Adolescente

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Ministério Público

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

12. Sentença:

a) Absolutória [ ] Condenatória [ ]

b) Medidas:

[ ] Protetiva, qual?______________________________________________________

[ ] Socioeducativa, qual? _________________________________________________

[ ] Remissão cumulada com medida, qual?___________________________________

c) Fundamentos objetivos:

[ ] Crime praticado com violência ou grave ameaça.

[ ] Reiteração na prática de outras infrações graves. Nº. [ ] Espécie______________

[ ] Crime equiparado a hediondo.

d) Fundamentos subjetivos:

Análise das condições pessoais do menor para justificação da medida? [ ] Sim [ ] Não.

Referiu-se à perigosidade? [ ] Sim [ ] Não.

Os fins protetivos/pedagógicos foram justificados? [ ] Sim [ ] Não.

Outros? [ ] Sim [ ] Não. Em caso afirmativo, indique quais:____________________

_____________________________________________________________________

13. Recurso:

[ ] Não.

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4

[ ] Ministério Público. Alegações:

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

[ ] Adolescente. Alegações:

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

14. Decisão da instância recursal:

[ ] Manutenção [ ] Reforma.

Em caso de reforma, indique o fundamento:

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

15. Em hipótese de processo de execução, há descumprimento? [ ] Sim [ ] Não.

Em virtude do descumprimento, impôs-se internação-sanção? [ ] Sim [ ] Não.

Houve oitiva do menor na imposição da internação-sanção? [ ] Sim [ ] Não.

16. Progressão da medida? [ ] Sim [ ] Não. Em caso afirmativo, especifique:_____________

_________________________________________________________________________

17. Há Presença de elementos que sinalizem se as instituições e os profissionais da área estão

utilizando institutos, conceitos, regras, etc., pertencentes à lógica do sistema penal

aplicado aos maiores de dezoito anos, inclusive expressões? [ ] Sim [ ] Não.

Em caso afirmativo, indique quais:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

18. Alguma outra informação relevante:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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1

ANEXO

PESQUISA JURISPRUDENCIAL

Os dados reunidos neste primeiro anexo correspondem aos casos analisados por

amostragem nos Tribunais de Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de

Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no período de

janeiro de 2008 a julho de 2009.

A apresentação está organizada isoladamente por Tribunal através de uma tabela

descritiva na qual se encontram informações detalhadas sobre o tipo de recurso impetrado,

bem como as alegações da parte impetrante e o resultado da decisão e a fundamentação.

Também se informa o ato infracional em questão e no item “ outros destaques” as

argumentações e o discurso utilizado, como forma de identificar quais princípios e/ou

argumentos aparecem de forma recorrente na jurisprudência brasileira, quando o tema é a

imposição de medida socioeducativa de internação a adolescente autor de ato infracional.

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2

1. Tribunal de Justiça de São Paulo

Ref. Processo UF Ato

infracional

Alegações Decisão Fundamentos

Relevantes

Outros Destaques

001 Conflito de

Competência

166.738-0/0-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Atentado

violento ao pudor

(art. 214,

CP)

Conflito de

competência suscitado pelo

MM. Juiz de Direito da Vara

da Infância e Juventude de

Assis em face do MM. Juiz

de Direito da Vara Infância

e Juventude de Gália,

divergindo no tocante à

competência para o

processamento de

sindicância instaurada para

apuração de ato infracional.

Aduz a magistrada

suscitante que a

competência para processar

Procedência

do Conflito.

“De acordo com o

artigo 147, § 1º, do Estatuto

da Criança e do

Adolescente, "Nos casos de

ato infracional, será

competente a autoridade do

lugar da ação ou omissão,

observadas as regras de

conexão, continência e

prevenção".

Como visto acima,

o ato infracional foi

praticado no município de

Gália. Assim sendo, a

competência para o caso é

Nenhum.

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3

e julgar o fato é a do local

em que o ato infracional foi

praticado e que a alteração

da residência do adolescente

não altera referida regra de

competência.

da referida comarca, sendo

irrelevante para fins de

fixação de competência, a

mudança do adolescente

para a cidade de Assis”.

002 AC

163.142-0/4-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,§2º,

I, II e V, CP)

"Inconformado,

apela o Ministério Público,

sustentando a prática do ato

infracional com o emprego

de arma de fogo, bem como

a inadequação da medida

sócio-educativa aplicada,

ante a gravidade do ato

infracional. Requer o

provimento do recurso, com

o decreto de internação

[...]".

Recurso

Provido.

“[...] Provas de

autoria e materialidade -

Gravidade do ato

infracional - Inadequação

das medidas sócio-

educativa de liberdade

assistida e prestação de

serviços à comunidade -

Desajuste social e moral do

menor - Falta de respaldo

familiar e comprovação de

desenvolvimento de

atividade lícita -

Possibilidade de

“[...] Ainda que

excepcional, a internação se

mostra indispensável, no caso

concreto, à ressocialização do

menor e tem fundamento no

inciso I, do artigo 122, do Estatuto

da Criança e do Adolescente. A

prática de gravíssimo ato

infracional denota desajuste moral

e social, e, portanto, a manutenção

das medidas sócio-educativas de

liberdade assistida e prestação de

serviços à comunidade não se

apresentam suficientes à

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4

cumprimento de medida

sócio educativa pelo maior

de 18 anos. Inteligência do

artigo 121, §5°, do ECA

[...]”.

ressocialização do apelado, que,

em liberdade, poderá expor a

incolumidade física de terceiros a

risco.

Há nítida relação de

proporcionalidade entre a

aplicação da internação -

perseguida pelo apelante -, e o ato

infracional praticado pelo apelado

[...]. De outra banda, convém

anotar que o apelado não tem

respaldo familiar, revelou - ainda

que informalmente -, o

envolvimento em outros atos

infracionais (fls. 59), e, durante o

curso processual não demonstrou

exercício de ocupação lícita,

permitindo concluir que não

possui estrutura para o

cumprimento, a contento, das

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5

medidas sócio-educativas

impostas pela sentença apelada

[...]”.

003 HC

166.372-0/9-00

(Comarca

de Ribeirão Preto)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Trata-se de habeas

corpus impetrado em favor

do adolescente Saulo

Conceição Santos,

sustentando-se, em suma, a

ilegalidade da decisão

proferida pelo MM Juízo de

Direito da Vara da Infância

e da Juventude da Comarca

de Ribeirão Preto, que,

julgando procedente a

representação oferecida pelo

Ministério Público de São

Paulo, imputando ao menor

a prática do ato infracional

equiparado ao delito de

tráfico de entorpecentes,

Ordem

Denegada.

"[...] Gravidade do

ato infracional cometido e

características pessoais do

paciente indicativas do

acerto da sentença".

"A regra contida no

artigo 122, I, do ECA deve sofrer

interpretação sistemática e não

literal. Evidente que o legislador

só pretendeu permitir a medida

sócio-educativa da internação aos

autores de atos infracionais

graves, como ocorre em relação

àqueles praticados com violência

ou grave ameaça à pessoa

Contudo, é preciso lembrar que o

tráfico de entorpecentes foi

considerado equiparado ao crime

hediondo pela Lei 8072/90 (artigo

2o), o que faz dele ato infracional

grave. Não há como afastar a

interpretação sistemática, já que o

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6

determinou a aplicação da

medida sócio-educativa de

internação. Pedem-se a

concessão de liminar, para

que o paciente aguarde o

julgamento do writ em

liberdade, e, ao final, a

aplicação de medida sócio-

educativa em meio aberto".

Estatuto da Criança e do

Adolescente considera "ato

infracional a conduta descrita

como crime ou contravenção

penal" (artigo 103), buscando no

Direito Penal a fonte da

qualificação do ato infracional.

Ora, assim agindo, respeitou a

graduação imposta pelo legislador

em matéria punitiva". [...].

"Inviável o

reconhecimento da gravidade do

crime na esfera penal e seu

afastamento na menorista, que

busca na fonte penal a

qualificação do ato lesivo

praticado pelo menor". [...].

"Nessa ordem de idéias,

há de se reconhecer a

possibilidade de imposição da

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7

medida de internação aos autores

de ato infracional equiparado ao

crime de tráfico de entorpecentes,

porque grave, consoante vem

decidindo esta Câmara Especial".

004 AC

166.421-0/3-00

(Comarca

de Lins)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Inconformada,

recorre somente Tâmara e

pede sua absolvição (fls.

229/237)".

Recurso

Improvido.

"[...] Pretensão de

absolvição -

Impossibilidade - Prova

suficiente da prática do

tráfico - Negativa

desmentida petos demais

elementos de prova - Prova

oral a confirmar a

apreensão, em local de

tráfico - Quantidade e

forma de acondicionamento

compatível com a

destinação do tóxico ao

comércio - Ato que

pressupõe violência contra

"O tráfico de drogas, sem

dúvida, deve ser considerado um

dos atos infracionais mais graves,

pois é prática que vem

disseminando o vício entre a

população mais vulnerável, ou

seja, mais jovem e mais

desprotegida da sociedade, e que

revela, da parte de seus autores,

total ausência de preocupação

com a própria vida e com a do

próximo, além de demonstrar

também vivência infracional, na

medida em que tem íntima relação

com toda a sorte de ilícitos. É, na

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8

toda a sociedade,

principalmente por atingir a

sua população mais jovem

e vulnerável - Condições

pessoais desfavoráveis -

Vivência infracional -

Genitores envolvidos no

tráfico - Medida cabível e

necessária para a

ressocialização da

adolescente [...]".

verdade, ato infracional que

pressupõe emprego de violência

contra toda a sociedade. Tanto é

assim que o legislador,

posteriormente à edição do

Estatuto da Criança e do

Adolescente, passou a classificar

tal prática como crime hediondo.

Assim sendo, não pode ser

considerado correto o

entendimento de que o tráfico não

é prática violenta e de que a

internação só estaria autorizada

quando ocorre violência direta à

pessoa".

"De outra parte, Tâmara

também não apresenta condições

pessoais favoráveis ao retorno

imediato ao convívio social, sem

que isso represente novos riscos

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9

para sua própria integridade física.

Apesar de ser tecnicamente

primária, ela já evidencia vivência

infracional e está exposta ao uso e

tráfico de drogas, no âmbito

familiar. Segundo os relatos

sociais, os genitores, o padrasto e

primos também estão envolvidos

no tráfico de drogas. Os dois

primeiros, aliás, estão presos, por

essa mesma razão. Além disso,

Tâmara não estuda, não trabalha e

também, 'demonstra imaturidade e

pouca criticidade quanto à

gravidade do ato infracional' [...]".

[...].

"Assim sendo, a

internação, além de cabível,

mostra-se como única medida

capaz de retirar a adolescente da

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10

vivência infracional".

005 HC

163.762-0/7-00

(Comarca

de Ribeirão Preto)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"[...] impetrou o

presente HABEAS

CORPUS [...] objetivando a

concessão da ordem para

que seja cassada a decisão

do juízo de direito da vara

da infância e da juventude

da comarca de ribeirão preto

que aplicou a medida sócio-

educativa de internação e

semiliberdade aos

respectivos pacientes. Aduz,

ainda, que a decisão de

primeiro grau não se

subsume a nenhuma das

hipóteses descritas no artigo

122 da Lei n. 8.069/90.

Concluiu requerendo a

concessão liminar da ordem,

HC

concedido, com

recomendação.

"[...] Estudos

técnicos que apontam uma

possibilidade de nova

perspectiva de vida aos

adolescentes, permitindo

serem inseridos,

provisoriamente, em

medida de liberdade

assistida. [...]".

"Assim, atentando-se às

circunstâncias pessoais relatadas

nos estudos técnicos apresentados

aos autos (fls. 59/62 e 64/67),

observa-se que, embora

precipitado, pode-se constatar

certa evolução no quadro

pedagógico. Somando-se isso, ao

fato de que os adolescentes se

encontram internados desde

4.2.2008, perfazendo mais de

cinco meses em medida extrema,

tem-se que, apesar da gravidade

da infração cometida, para a

continuidade de seu processo

ressocializador, há a necessidade

que lhes seja possibilitado

demonstrar merecedores da

progressão, permitindo-lhes a

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11

determinando-se a

suspensão das medidas

aplicadas e no mérito, a sua

substituição por outra em

meio totalmente aberto".

integração com o meio aberto.

Portanto, em homenagem ao

princípio da excepcionalidade da

internação, estendida, nesse caso,

à semiliberdade,

excepcionalmente aqui analisado,

devem ser considerados outros

fatores, tais como a capacidade de

cumprimento de medida menos

gravosa e as características

pessoais apresentadas pelos

adolescentes, guardando, a

medida a ser aplicada, direta

relação com a capacidade de

recuperação e desenvolvimento

dos jovens".

006 AC

165.566-0/7-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, II, CP)

"Postulou a defesa

do adolescente pela reforma

parcial da sentença a fim de

que lhe seja aplicada medida

Recurso

Improvido.

"[...] Insurgência

contra a medida imposta ao

adolescente -

Descabimento - Internação

"Destarte, as condições

pessoais do adolescente, seu

evidente desvio comportamental.

a gravidade do ato infracional

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sócio-educativa diversa da

internação, enfatizando que

para aplicação dessa medida

não basta a previsão da

hipótese no art. 122 do

ECA, sendo também

necessário que não haja

outra medida adequada.

Acrescentou que os técnicos

quando da avaliação

psicossocial do adolescente

verificaram que ele

‘demonstrou estar em

processo de

amadurecimento intelectual

e emocionai pertinentes a

idade, sendo estes elementos

necessários a reinserção em

sociedade’ (fls. 83/90).

Pleiteou, por fim, a

que encontra respaldo no

artigo 122, I, do ECA e que

guarda relação de

proporcionalidade com a

gravidade dos atos

praticados e circunstâncias

pessoais do adolescente

[...]".

cometido e a ausência do controle

de seus atos por seus familiares,

recomendam sua segregação até

que reúna condições favoráveis

para retornar ao convívio social.

Cumpre destacar, por fim, que

infligir medida em meio aberto ao

adolescente apenas surtirá efeito

paliativo a uma questão que

demanda todo um processo sócio-

educativo para sua correta e

esperada reintegração social.

Ademais, a medida sócio-

educativa não possui caráter

retributivo. mas visa ressocializar

o infrator, tornando-o apto a

conviver no seio da sociedade".

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antecipação dos efeitos da

tutela recursal para que seja

suspenso o cumprimento da

combatida sentença,

permitindo-se que o jovem

cumpra medida em meio

aberto, ou semiliberdade, até

o julgamento definitivo do

presente recurso".

007 AC

164.012-0/2-00

(Comarca

de Américo

Brasiliense/A)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"A defesa do

adolescente [...] pretende a

reforma da decisão, a fim de

que seja julgada

improcedente a

representação diante da

fragilidade do conjunto

probatório, sobretudo

porque embasada

exclusivamente nos

depoimentos dos policiais

Apelação

improvida, com

recomendação.

"Autoria e

materialidade indiscutíveis.

- Confissão do menor

corroborada pelos

depoimentos dos policiais

militares que, munidos de

mandado de busca

domiciliar, ingressaram na

residência do menor, onde

foram encontradas as

drogas. - Menor

"Comprovada a

materialidade e a autoria do ato

infracional, cumpria ao juiz

aplicar uma das medidas

sócioeducativas descritas no

artigo 112 do Estatuto da Criança

e do Adolescente, não com o

intuito punitivo, mas sim de

protegê-lo, visando à sua mais

eficaz ressocialização. E diante da

inequívoca responsabilização do

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militares que realizaram a

diligência na casa do menor

e nas declarações confusas

do infante quando ouvido

informalmente e em juízo.

Alega, ainda, que o

adolescente não necessita da

medida extrema, mas sim de

tratamento, frisando que a

internação na Fundação

C.A.S.A. não tem produzido

o efeito ressocializador

desejado. E, em última

hipótese, visa à conversão

da medida de internação em

liberdade assistida".

surpreendido no interior de

sua casa guardando e

mantendo em depósito

substâncias entorpecentes

para fins de fornecimento a

terceiros.- Conduta

infracional gravíssima,

equiparada a crime

hediondo.- Menor que

possui passagens pela Vara

da Infância e da Juventude,

não estuda e nem trabalha,

não possui respaldo

familiar suficiente e é

usuário de droga.- Medida

extrema bem aplicada.[...]".

“E presente a

hipótese do artigo 101,

inciso VI, do Estatuto da

Criança e do Adolescente,

menor pelo ato infracional

extremamente grave, equiparado a

crime hediondo, bem como pelo

fato de ele possuir várias

passagens pela Vara da Infância e

da Juventude (certidão de fls. 47 c

48), restou demonstrado o seu alto

grau de dessocialização,

afigurando-se a internação a

medida mais adequada para a

espécie.

Ademais, o menor não

estuda, não trabalha, é usuário de

maconha, descumpriu medida

sócio-educativa a ele infligida

anteriormente, além de não

possuir respaldo familiar

suficiente, pois voltou a cometer

novo ato infracional, o que afasta

a hipótese de, neste momento,

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recomenda-se a inclusão do

adolescente em programa

de auxílio e tratamento a

toxicômanos”.

converter a medida de internação

em liberdade assistida".

008 AC

164.130-0/0-00

(Comarca

de Santo André)

SP Roubo

circunstanciado, na

forma tentada

(art. 157,

§2º, II, c/c art. 14, II,

CP)

"Demonstrando

inconformismo, o Ministério

Público oferece apelação,

sustentando que a gravidade

do ato infracional impõe a

aplicação da medida sócio-

educativa de internação (fls.

157/159)".

Recurso

Improvido.

"[...] Provas de

materialidade e autoria -

Decretação de liberdade

assistida - Pleito de

substituição por internação

- Reiteração infracional

afastada - Laudo técnico

favorável - Análise do

perfil dos menores na

escolha da medida

sócioeducativa -

Inteligência do artigo 122,

§2º, do Estatuto da Criança

e do Adolescente [...]".

"Ainda que praticado o

ato infracional com o emprego de

grave ameaça contra a pessoa, o

que, em tese, permitiria a

internação, ante o disposto no

inciso I, do precitado dispositivo

legal, a sentença recorrida aplicou,

fundamentadamente, a liberdade

assistida, por entendê-la suficiente

e adequada à ressocialização dos

apelados. Na escolha da medida

sócio-educativa devem ser

analisadas, além da natureza do

ato infracional e da primariedade,

as condições pessoais dos agentes,

que, no caso telado, e, de acordo

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com os laudos técnicos, contam

com respaldo familiar, possuem

comportamento familiar adequado

e não registram antecedentes.

Logo, a natureza do ato

infracional praticado, por si só,

não conduz à aplicação da

internação. [...]".

"Por tais sucessos, a

decretação da medida extrema

pode ser afastada em prol dos

apelados, ante o disposto no artigo

122, § 2o, do Estatuto da Criança

e do Adolescente, que ressalta o

seu caráter excepcional".

009 AC

163.024-0/0-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Furto

Qualificado

(art. 155,

§4º, II e IV, CP)

"Apelo ministerial,

alegando preliminarmente,

em síntese, a nulidade da

decisão, quer em razão de o

representante do Ministério

Recurso

provido, para que

seja dado regular

procedimento ao

feito.

“Considerando-se

que houve o recebimento

tácito da representação,

conforme determinação do

V. acórdão de fls. 85/89,

Nenhum.

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17

Público não ter se

manifestado a respeito da

remissão, nos termos do

artigo 204 da Lei n°

8.069/90; quer em razão de

a remissão ter sido

concedida antes da

realização da audiência de

apresentação, por força do

que dispõe o artigo 184, da

referida Lei. No mérito,

aduz, em suma, que não

houve cumprimento da

determinação do V. acórdão

e que não merece subsistir a

alegação de que é de escassa

gravidade objetiva a

infração, porquanto não se

limita o Estatuto da Criança

e do Adolescente a casos de

cumpre consignar,

primeiramente, que houve

afronta ao artigo 184, do

Estatuto da Criança e do

Adolescente, porquanto foi

concedida a remissão sem

ter sido designada a data

para audiência de

apresentação e determinada

a cientificação do

adolescente e de seu

responsável legal. De igual

modo foi violado o artigo

186, caput e seu § 1º, da

Lei n° 8.069/90 [...]” e o

art. 204, ECA.

Nulidade da

decisão.

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18

elevada gravidade objetiva".

010 AC

163.033-0/0-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Furto

Qualificado, na forma

tentada

(art. 155,

§4º, II, c/c art. 14, II,

CP)

"O Ministério

Público apelou, pleiteando,

preliminarmente, a nulidade

da decisão, porquanto não

foram observados os artigos

184, 186, § 1º e 204, todos

do Estatuto da Criança e do

Adolescente. No mérito,

visa à cassação da remissão

concedida, por descabida,

determinando-se o retorno

dos autos à instância inferior

para designação de

audiência de apresentação e

seguimento do feito até final

decisão de mérito".

Recurso

provido, para que

seja dado regular

procedimento ao

feito

"[...] Remissão

concedida em total

desobediência aos artigos

184; 186, "caput" e §1º e

204, todos do Estatuto da

Criança e do Adolescente. -

Nulidade da decisão. [...]".

"[...] no dia 7 de abril de

2006, pelo período da manhã, na

Rua Lisa Ansorge, n° 145, na

Capital, o adolescente, mediante

escalada, teria tentado subtrair

para si, uma gaiola de madeira

com um pássaro no seu interior,

pertencente a João Barbosa de

Almeida".

"Após o jovem [...] não

atender às inúmeras notificações

para se apresentar perante a

Promotoria de Justiça local, os

autos foram remetidos ao Juízo da

Infância e da Juventude, o qual

houve por bem conceder-lhe a

remissão, adotando como

fundamento de sua decisão a

escassa gravidade objetiva do ato

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infracional atribuído ao menor,

que não ostenta registro anterior

ao fato julgado por sentença e de

quem não há notícias no sentido

de que tenha voltado a infracionar,

o que denotaria que o fato

articulado nos autos foi isolado na

vida do menor. Fundamenta,

outrossim, que houve

normalização do comportamento

do jovem, razão pela qual não se

mostra necessária a aplicação de

qualquer medida de caráter

sócioeducativa, em razão,

inclusive, do tempo decorrido

[...]".

"Ressalte-se, ademais,

que na legislação menorista

prepondera a situação peculiar da

criança e do adolescente em

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desenvolvimento, consubstanciada

no princípio da proteção integral.

Por isso, a devida apuração do ato

infracional revela-se

imprescindível para que o Estado,

se necessário, promova a

reabilitação do adolescente".

"E por fim, acresce dizer,

o Estatuto da Criança e do

Adolescente não fica limitado à

apreciação única de casos de

elevada gravidade objetiva".

011 AC

164.485-0/0-00

(Comarca

de Atibaia)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Primeiramente,

apela o Ministério Público

pugnando pelo provimento

do recurso a fim de que seja

julgada a ação procedente,

reconhecendo-se a prática

do ato infracional descrito

na representação e

Recursos

Improvidos.

"A aplicação da

medida sócio-educativa de

liberdade assistida [...] tal

como disposta na sentença

assinala a orientação mais

adequada ao caso dos

autos, vez que possui

caráter eminentemente

"Considerou o Ilustre

Magistrado prolator da sentença

que 'Todavia, considerando-se que

o menor não possui antecedentes,

e que não foi cometido mediante

violência ou grave ameaça, mais

consentâneo com os princípios

norteadores do ECA aplicar-se a

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aplicando-se ao adolescente

a medida sócio-educativa

consistente em internação

em estabelecimento

educacional, nos termos do

artigo 112, inciso VI, e 121,

da Lei n° 8 069/90, por

entender que, estando a

autoria e a materialidade

devidamente comprovadas

nos autos, a prova oral

colhida indicou que o menor

realmente traficava tóxicos.

Frisou que o próprio menor

admitiu a excessiva

quantidade de tóxicos que

estava em sua posse, não

comprovou qualquer fonte

de renda, pois não possui

trabalho fixo bem

educativo e proporcionará

ao adolescente a

possibilidade de reflexão

sobre seus atos e

consectários, além de lhe

permitir a tomada de

consciência de valores

socialmente

compartilhados,

afigurando-se, portanto,

adequada e suficiente ao

ato infracional perpetrado

e, sobretudo, às

circunstâncias pessoais do

adolescente".

medida de liberdade assistida,

pelo prazo mínimo de 06 (meses),

valendo anotar, ainda, que o

menor foi internado

provisoriamente no curso do feito,

cumprindo, logo, essa medida seu

papel' (fl 133)".

[Proporcionalidade].

"Muito embora o ato

infracional equiparado ao tráfico

de drogas seja de extrema

gravidade e, em inúmeras

ocasiões tal infração não seja

praticada mediante grave ameaça

ou violência à pessoa, forçoso

reconhecer ser ele o responsável,

não raras vezes, pelos atos

perpetrados dessa forma, bem

como pela inserção de muitos

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22

remunerado, bem como não

estuda, nem ajuda no

sustento da família,

configurando a internação a

única medida social

adequada ao caso, ante a

gravidade dos fatos, à

personalidade do menor, à

ausência de respaldo

familiar e à sua atual

situação de carência [...]".

"Em razões de

apelação, pleiteia o

adolescente o abrandamento

da medida aplicada, com a

reforma do julgado para a

aplicação da medida sócio-

educativa de prestação de

serviços à comunidade ou,

jovens no mundo infracional,

reforçando, assim, a necessidade

de imposição de medida sócio-

educativa de mediana severidade

no caso em tela, apta a permitir a

reeducação do infrator".

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23

alternativamente, a

manutenção da medida

sócio-educativa imposta,

porém em período menor

que o fixado, nos termos do

disposto no artigo 112,

incisos III ou IV,

considerando a vida

pregressa imaculada do

adolescente, o período de 45

dias de sua internação

provisória, sua confissão e

arrependimento, fatos esses

que demonstram a

possibilidade de regeneração

[...]".

012 AC

165.013-0/4-00

(Comarca

de Praia Grande)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Conforme

sentença de fls. 146/150, a

representação foi julgada

parcialmente procedente e

Recurso

Improvido.

"Prova suficiente

da autoria e materialidade

da infração - Confissão da

venda de drogas

"O tráfico de drogas deve

ser considerado um dos atos

infracionais mais graves, pois é

prática que vem disseminando o

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24

ao adolescente foi aplicada a

medida de internação, por

prazo indeterminado.

Inconformado, ele recorre e

pede a absolvição, a

desclassificação do ato ou o

abrandamento da medida

(fls. 158/164)".

corroborada pelos demais

elementos de prova -

Apreensão em situação de

flagrância, por duas vezes,

na posse das porções de

entorpecentes [...] -

Quantidade, diversidade e

forma de acondicionamento

das drogas compatíveis

com a mercancia - Ato que

pressupõe violência contra

toda a sociedade,

principalmente por atingir a

sua população mais jovem

e vulnerável - Condições

pessoais desfavoráveis -

Reiteração infracional -

Ociosidade e ausência de

respaldo familiar -

Internação cabível e

vício entre a população mais

vulnerável, ou seja, mais jovem e

mais desprotegida da sociedade, e

que revela, da parte de seus

autores, total ausência de

preocupação com a própria vida e

com a do próximo, além de

demonstrar também vivência

infracional, na medida em que tem

íntima relação com toda a sorte de

ilícitos. E, na verdade, ato

infracional que pressupõe

emprego de violência contra toda

a sociedade. Tanto é assim que o

legislador, posteriormente à

edição do Estatuto da Criança e do

Adolescente, passou a classificar

tal prática como crime hediondo".

"Apesar de tecnicamente

primário, Aparecido foi

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25

necessária para a

ressocialização do

adolescente - Rejeição da

matéria preliminar".

apreendido duas vezes, por tráfico

de drogas, em um intervalo de

apenas um mês. Além disso,

estava sem trabalhar ou estudar,

admitiu com naturalidade ter

optado pela prática do tráfico,

como forma de obtenção de

dinheiro e, segundo se depreende

da avaliação psicossocial, não

possui respaldo familiar

suficiente, pois seus genitores não

conseguem impor regras e limites

para que saia do meio infracional

(fls. 62/65)".

"[...] A excepcionalidade

da medida não impede sua

aplicação em casos necessários

como este".

013 AC

163.964-0/9-00

SP Latrocínio

(art. 157,

"Apela o

adolescente. Busca a

Recurso

Improvido.

"A materialidade

infracional e a autoria

"Na verdade, o que se

busca com a imposição da

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26

(Comarca

de Poá)

§3º, CP) improcedência da

representação. Aduz que não

praticou qualquer ato

infracional e que não

existem provas de seu

concurso para a prática do

delito. Sustenta que os

depoimentos juntados aos

autos são contraditórios.

Alternativamente, objetiva a

substituição da medida

sócio-educativa imposta, em

razão da excepcionalidade

da internação".

restaram devidamente

comprovadas pelo contido

no Boletim de Ocorrência

de fls. 05/06, no Termo de

Declarações de fl. 19, no

Auto de Exibição e

Apreensão de fl. 20, no

Laudo de fls. 47/48, no

Laudo de Exame

Necroscópico de fls. 66/67,

no Laudo de fls. 158/165 e

nos depoimentos acostados

aos autos. No tocante ao

pedido de substituição da

medida sócio-educativa de

internação imposta por

outra mais branda, também

não merecem prosperar as

alegações recursais (cf.

quadro ao lado)".

internação é possibilitar ao

adolescente formação de

princípios éticos e sociais que o

afastem de más companhias e de

vida voltada para a delinqüência,

o que somente poderá ser obtido

com severo acompanhamento,

cabível apenas com a internação,

plenamente justificável diante da

violência empregada contra a

vítima".

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27

014 AC

163.993-0/0-00

(Comarca

de São Bernardo do

Campo)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Pugna a defesa

pela absolvição do

adolescente sustentando,

para tanto, a ausência de

prova robusta e concludente

a lhe imputar a prática do

ato infracional equiparado

ao tráfico de drogas, visto

que nas ocasiões em que foi

ouvido negou a prática

delitiva. Enfatiza, ainda, a

fragilidade dos depoimentos

dos policiais militares, haja

vista que não presenciaram

o recorrente praticando o

narcotráfico".

Recurso

Improvido.

"Pretensão de

absolvição sob o

fundamento de

insuficiência do conjunto

probatório - Afastamento -

Provas robustas no sentido

de que a substância

apreendida se destinava a

narcotraficância - Medida

sócioeducativa de

internação que guarda

relação de

proporcionalidade com a

gravidade do ato praticado

e com as condições

pessoais do adolescente

[...]".

"Quanto à aplicação da

medida sócio-educativa de

internação, a sua imposição

assinala a orientação mais

adequada, pois a custódia do

adolescente visa não só a proteção

da sociedade, mas também do

próprio infrator, tendo por

objetivo maior afastá-lo do

tráfico, do consumo de drogas e

de outras práticas perniciosas a

formação de seu caráter. O

recorrente praticou ato infracional

de extrema gravidade e registra

envolvimento anterior no tráfico

ilícito de entorpecentes, pelo qual

lhe foram impostas as medidas de

liberdade assistida e prestação de

serviços à comunidade (fl. 31), as

quais sequer iniciou o

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28

cumprimento".

015 AC

163.316-0/2-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Furto

Qualificado, na forma

tentada

(art. 155,

§4º, II e IV, c/c art.

14, II, CP)

"Apelam os

adolescentes João Carlos e

Aloísio (fls. 104/110)

objetivando a aplicação de

medida sócio-educativa

mais branda".

Recurso

Improvido.

"Impossibilidade

de abrandamento das

medidas sócio-educativas

impostas - Prática reiterada

de atos infracionais - Não

cumprimento das medidas

anteriormente impostas

[...]".

"Como se vê, apesar da

aparente singeleza do ato

infracional imputado aos

apelantes neste processo, a

custódia dos adolescentes é

medida necessária para sua

própria proteção, pois o retorno

extemporâneo ao convívio social

certamente os conduzirá a prática

de infrações mais graves,

colocando em risco não só a

sociedade, mas também todos os

esforços já desenvolvidos até

agora visando sua recuperação".

"Em verdade, busca-se

com a imposição da internação e

da semiliberdade possibilitar aos

adolescentes a formação de

princípios éticos e sociais que os

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29

afastem de más companhias e da

vida voltada para a delinqüência".

016 AC

162.653-0/2-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Lesão

Corporal Leve

(art. 129,

CP)

"Trata-se de

apelação interposta pelo

Ministério Público contra

sentença proferida [...] que,

ao apreciar representação

contra o adolescente [...], ao

qual foi atribuída a prática

de ato infracional

equivalente a lesão corporal

simples, concedeu-lhe

remissão". [...].

"Inconformado,

recorre o Ministério Público

e pede o reconhecimento da

nulidade da decisão e, no

mérito, o regular

prosseguimento do processo

[...]".

Recurso

Provido.

"Respeitado o

entendimento do ilustre

magistrado, cumpre

reconhecer a nulidade de

sua decisão. Como

sustentou o recorrente, era

incabível a concessão da

remissão, sem a prévia

oitiva do Ministério

Público e do adolescente,

exigências expressamente

previstas pelo Estatuto da

Criança e do Adolescente,

em seus artigos 126, 184 e

186, § 1º".

"Aliás, é posição do

Egrégio Superior Tribunal de

Justiça que a remissão reclama a

observação do princípio

constitucional da ampla defesa,

bem como dos requisitos legais de

audiência de apresentação para a

oitiva do menor e da manifestação

do Parquet, de acordo com o

caráter educacional de exceção da

legislação incidente". [...]

"Por sinal, inequívoco

que a falta de oitiva do Ministério

Público constitui-se em causa de

nulidade absoluta, diante das

expressas disposições contidas

nos artigos 186, parágrafo

primeiro, e 204 do Estatuto da

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30

Criança e do Adolescente".

017 HC

164.183-0/1-00

(Comarca

de Registro)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Habeas corpus

impetrado sob alegação de

ilegalidade na sentença que

julgou procedente a

representação e aplicou

medida sócio-educativa de

internação". [...]

"Alega a impetrante

que a medida de internação,

no caso de ato infracional

equiparado a tráfico de

entorpecentes, é ilegal,

tendo em vista que não está

prevista no rol do art. 122,

do Estatuto da Criança e do

Adolescente, que aduz ser

taxativo".

Ordem

Concedida.

"O princípio da

legalidade está no artigo 5º,

XXXIV da Constituição

Federal. É garantia

individual do cidadão.

Princípio basilar,

fundamental, primário.

Está, aliás, no regramento

jurídico de todos os países

civilizados. Não pode, por

nenhum pretexto, ser

desconsiderado, sob pena

de se fazer tabula rasa dos

mais altos valores e de

todas as conquistas que a

evolução humanista

proporcionou". [...]. "Há

outro equívoco - data vênia

"No que diz respeito à

regra estabelecida pelo art. 122 do

Estatuto da Criança e do

Adolescente, para aplicação da

medida sócio-educativa de

internação ‘em que pesem às

opiniões contrárias, ao nosso ver,

tendo em vista a finalidade e a

natureza não penal das medidas

sócio-educativas, é preciso que os

incisos sejam interpretados com

certa flexibilidade’. Mencionada

disposição legal não está afeta, ao

meu modo de pensar, pelo

raciocínio penalista. Por isso, é

perfeitamente possível a aplicação

da medida sócio-educativa de

internação que, aliás, é permitida

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31

- em supor que a natureza

do trato legal com o menor

é diferente. Pois justamente

o menor, já por essa

condição, é que tem

amparo de mais espectro.

Nada no ECA - e não

poderia decididamente

haver - a se contrapor ao

princípio da legalidade. A

questão é de uma

simplicidade franciscana. A

lei prevê internação? Não.

Então, não se pode internar.

E ponto. Qualquer

tergiversação é pecado

mortal contra a

Constituição".

"[...] E também

não há nenhuma dúvida de

para crimes graves, como é do

tráfico ilícito de entorpecente.

Conduta infracional equiparada ao

crime previsto no art. 33 da Lei nº

11.343/06 deve ser considerada

como de grave ameaça à

sociedade, bem como de

violência, tanto que, por

disposição do art. 5º, inciso XLIII,

da Constituição Federal, recebe o

mesmo tratamento dos crimes

hediondos". [RELATOR]

"O juiz, ao prolatar a

sentença, haverá de ser isento.

Não vestirá o papel de paladino da

segurança pública ou defensor da

sociedade, papéis que o

ordenamento jurídico comete a ao

Ministério Público, ao corpo

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32

que as regras do Direito

Penal são aplicáveis em

qualquer seara onde se

pense em pena, castigo,

restrição ou medida de

mesma natureza. Princípios

penais cabem no Direito

Tributário, no Direito Civil

e no Direito Processual e,

lógico, nos estatutos que

versam sobre menor".

Policial, ao Exército, a quem de

direito. A segurança do cidadão,

portanto, é apenas um valor dentre

tantos que devem ser considerados

quando o juiz prolata a sentença.

Antes disso, há a Constituição,

com as garantias individuais e os

princípios sagrados garantistas da

cidadania. Não há como, pois,

data venia, invocar, como se o

juiz pudesse tudo, como pudesse

se sobrepor à lei e à Constituição,

argumento de conveniência,

prognóstico calcado em

convicções particulares,

considerações mais ou menos

genéricas, gravidade do fato em

si, analogia, o que for, enfim, para

descumprir mandamento

imperativo constitucional".

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33

[PRESIDENTE DA SEÇÃO

CRIMINAL].

018 AC

162.014-0/7-00

(Comarca

de Ribeirão Preto)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Apela a defesa do

adolescente (fls. 89/92)

objetivando a substituição

da medida sócio-educativa

de internação, por liberdade

assistida. Aduz que a

internação não tem respaldo

legal, posto que, no presente

caso, não se encontram

presentes nenhum dos

requisitos previstos no art.

122, do Estatuto da Criança

e do Adolescente".

Recurso

Improvido.

"Em verdade,

busca-se com a imposição

da internação possibilitar

ao adolescente formação de

princípios éticos e sociais

que o afastem de más

companhias e de vida

voltada para a

delinqüência, o que

somente poderá ser obtido

com severo

acompanhamento, cabível

apenas com a internação,

plenamente justificável

diante da gravidade do ato

infracional".

"Por fim, convém

lembrar que não se cuida

"No que alude à medida

sócio-educativa a ser aplicada,

insta salientar que o ato

infracional equivalente ao tráfico

ilícito de entorpecentes é

efetivamente grave, inclusive

considerado hediondo, se

praticado por maior".

"Mencionada disposição

legal não está afeta, ao meu modo

de pensar, pelo raciocínio

penalista, por isso, é perfeitamente

possível a aplicação da medida

sócio-educativa de internação que,

aliás, é permitida para crimes

graves, como é o caso do tráfico

ilícito de entorpecente. Conduta

infracional equiparada ao crime

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34

nos autos de ação penal,

mas de apuração de ato

infracional praticado por

adolescente que necessita

de ressocialização, por

estar se dedicando à vida de

marginalidade, sendo

necessário que se lhe

imponha tratamentos e

orientações que lhe

possibilitem outros rumos

em sua vida, tornando-o

apto a retornar ao convívio

social".

previsto no art. 33 da Lei

11.343/06 deve ser considerada

como de grave ameaça à

sociedade, bem como de

violência, tanto que, por

disposição do art. 5º, XLIII, da

Constituição Federal, recebe o

mesmo tratamento dos crimes

hediondos". [...].

"Ademais, de acordo

com o relatório social (fls. 66/69)

o adolescente faz uso de

substância entorpecente, não

trabalha nem estuda, costuma

ausentar-se do lar por longos

períodos para permanecer em

companhia de outras pessoas

envolvidas com o meio

infracional. De outro lado, sua

genitora tem dificuldades em

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35

impor limites ao filho, que não lhe

outorga o papel de autoridade".

019 HC

165.080-0/9-00

(Comarca

de Guara)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Habeas corpus

impetrado [...], alegando-se

a ocorrência de ilegalidade

na aplicação de medida

sócio-educativa de

internação por prazo

indeterminado, pela prática

de ato infracional

equiparado ao tráfico de

entorpecente. Afirma que

está patente o

constrangimento ilegal, uma

vez que inexiste previsão

legal para a aplicação da

mencionada medida caso de

ato infracional equiparado

ao tráfico de entorpecentes.

Alega também ser incabível

Ordem

Denegada.

"Mencionada

disposição legal não está

afeta pelo raciocínio

penalista. Por esta razão, é

perfeitamente possível a

aplicação da medida sócio-

educativa de internação

que, aliás, é permitida para

crimes graves, como é o

caso do tráfico ilícito de

entorpecentes. Conduta

infracional equiparada ao

crime previsto no art. 33,

da Lei n° 11.343/06, deve

ser considerada como de

grave ameaça à sociedade,

bem como de violência,

tanto que, por disposição

Nenhum.

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36

a aplicação de

semiliberdade. Requer

liminarmente, a suspensão

da internação do paciente e,

ao final, aplicação de

medida sócio-educativa em

meio aberto".

do art. 5º, inciso XLIII, da

Constituição Federal,

recebe o mesmo tratamento

dos crimes hediondos".

020 AC

161.300-0/5-00

(Comarca

de Leme)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

"Apela o

adolescente Roberto (fls.

88/93). Busca a

desclassificação para roubo

tentado e a aplicação de

medida sócioeducativa de

liberdade assistida".

Recurso

Improvido.

"Por fim, não

merece prosperar o pedido

de abrandamento da

medida haja vista que, o

art. 122, I, do Estatuto da

Criança e do Adolescente

impõe a medida de

internação nos casos em

que o ato infracional foi

cometido mediante grave

ameaça ou violência contra

a pessoa, tal como ocorre

no vertente feito. O ato

"A despeito do acima

mencionado, ainda que fosse

verdadeira a tese do apelante, no

sentido de que houve apenas

tentativa, tal fato não influenciaria

na aplicação da medida

sócioeducativa. Isso porque,

conforme ressaltou o ilustre

Procurador Geral de Justiça: 'O

Estatuto da Criança e do

Adolescente não visa a aplicação

de pena relativa a determinado

tipo penal, mas sim a imposição

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37

infracional praticado e

tipificado como roubo

qualificado é de natureza

grave, vez que executado

mediante grave ameaça e

em concurso de agentes, o

que gera não só agressão

psicológica, como

insegurança no contexto

social, revelando, portanto,

a audácia dos agressores".

de medida sócio-educativa a fim

de buscar a ressocialização do

menor, em face da prática de

conduta reprovável'".

[...]

"Desta forma, a custódia

do adolescente Roberto é medida

necessária para sua própria

proteção, pois o retorno

extemporâneo ao convívio social

certamente o conduzirá a prática

de infrações mais graves,

colocando em risco não só a

sociedade, mas como também a si

próprio. Na verdade, o que se

busca com a imposição da

internação é possibilitar ao

adolescente formação de

princípios éticos e sociais que o

afastem de más companhias e de

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38

vida voltada para a delinqüência,

o que somente poderá ser obtido

com severo acompanhamento,

cabível apenas com a internação".

021 AC

163.651-0/0-00

(Comarca

de São Paulo)

SP “Porte de

Substância

Entorpecente”

(art. 28,

caput, Lei 11.343/06)

"Conforme

sentença de fls. 27/39, a

representação foi rejeitada,

por falta de motivação do

Ministério Público sobre a

negativa de concessão da

remissão, por atipicidade da

conduta e por vício da oitiva

informal da adolescente.

Inconformado, recorre o

Ministério Público, para que

a representação seja

recebida e processada [...]".

Recurso

Provido.

"Recebimento

cabível - Exigências não

previstas pelo Estatuto da

Criança e do Adolescente -

Aplicação dos artigos 179,

181 e 182 - Desnecessidade

de fundamentação sobre a

negativa de concessão da

remissão - Opção dada ao

Ministério Público,

segundo seu

convencimento -

Inexigibilidade de redução

a termo ou de

esclarecimentos sobre o

conteúdo da oitiva do

"Inadequada, da mesma

forma, a avaliação do magistrado

de que o fato constituiu ''evidente

insignificância ou bagatela", que

'não se não evidencia a com

razoabilidade a lesividade

necessária à configuração do tipo

penal, e nem tão pouco

periculosidade social do

comportamento' (fls. 38),

fundamentos que invocou para a

rejeição da representação e que,

na verdade, pressupõem

avaliações precipitadas, diante dos

elementos constantes dos autos. O

princípio da insignificância não

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39

adolescente pelo Ministério

Público - Ato que, nos

termos da própria lei, pode

ser realizado sem qualquer

formalidade - Oitiva

destinada apenas à

formação da convicção do

Ministério Público -

Representação embasada

em elementos informativos

colhidos pela autoridade

policial - Descrição de

conduta que, em tese, se

subsume ao tipo legal

indicado — Aplicação do

art. 103 do ECA -

Afastamento da rejeição,

para o prosseguimento do

procedimento [...]". [...].

"Se o magistrado

pode ser transportado para a

esfera da infância e juventude, no

qual vige o princípio da proteção

integral. Aliás, os procedimentos

previstos para aplicação das

medidas sócio-educativas e

protetivas previstas pelo Estatuto

da Criança e do Adolescente não

podem ser considerados

constrangedores, pois visam

justamente à aplicação do

princípio da proteção integral.

Também não há como se entender

que o Estatuto da Criança e do

Adolescente traga normas e

procedimentos contrários aos

termos da Convenção sobre os

Direitos da Criança e do

Adolescente ou mesmo as regras

da RIAD".

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40

entender cabível a remissão

deverá aplicá-la, na forma

prevista pelo art. 126,

parágrafo único, do

Estatuto da Criança e do

Adolescente".

"Toda a legislação da

Infância e Juventude, em nosso

País, foi elaborada não com a

finalidade de repressão à conduta

infracional, em si mesma, mas

com a finalidade de orientar,

reeducar e ressocializar o jovem,

autor dessa conduta. Por outro

lado, o princípio da proteção

integral não se confunde com

protecionismo, prática que,

segundo os ensinamentos mais

modernos da educação e da

psicologia, não tem sido

recomendada nem mesmo aos

pais, por não atender os interesses

das crianças e dos adolescentes".

022 AC

160.388-0/8-00

(Comarca

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

"Alegação de

consumação impossível, em

virtude de flagrante

Recurso

Improvido.

"Caracterização do

tráfico - Infração que não

depende de evidencia de

"O tráfico de drogas deve

ser considerado um dos atos

infracionais mais graves, pois é

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41

de Osasco) nº. 11.343/06) preparado [...]". [...].

"Inconformado, ele

recorre e pede a absolvição

ou o abrandamento da

medida (fls. 126/138)".

comércio - Prova suficiente

da guarda da droga -

Negativa em juízo

desmentida pelos demais

elementos de prova -

Destinação ao comércio

demonstrada ainda pela

quantidade e forma de

acondicionamento - Ato

que pressupõe violência

contra toda a sociedade,

principalmente por atingir a

sua população mais jovem

e vulnerável -

Envolvimentos infracionais

anteriores - Reincidência e

falta de crítica adequada -

Medida cabível e

necessária para a

ressocialização do

prática que vem disseminando o

vício entre a população mais

vulnerável, ou seja, mais jovem e

mais desprotegida da sociedade, e

que revela, da parte de seus

autores, total ausência de

preocupação com a própria vida e

com a do próximo, além de

demonstrar também vivência

infracional, na medida em que tem

íntima relação com toda a sorte de

ilícitos. E, na verdade, ato

infracional que pressupõe

emprego de violência contra toda

a sociedade. Tanto é assim que o

legislador, posteriormente à

edição do Estatuto da Criança e do

Adolescente, passou a classificar

tal prática como crime hediondo.

Assim sendo, não pode ser

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42

adolescente [...]". considerado correto o

entendimento de que o tráfico não

é prática violenta e de que a

internação só estaria autorizada

quando ocorre violência direta à

pessoa".

023 AC

162.228-0/3-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Lesão

Corporal

(art. 129,

CP)

"Conforme

sentença de fls. 19/31, a

representação foi rejeitada,

por falta de motivação do

Ministério Público sobre a

negativa de concessão da

remissão, por atipicidade da

conduta e por vício da oitiva

informal da adolescente.

Inconformado, recorre o

Ministério Público, para que

a representação seja

recebida e processada [...]".

Recurso

Provido.

"Recebimento

cabível - Exigências não

previstas pelo Estatuto da

Criança e do Adolescente -

Aplicação dos artigos 179,

181 e 182 - Desnecessidade

de fundamentação sobre a

negativa de concessão da

remissão - Opção dada ao

Ministério Público,

segundo seu

convencimento -

Inexigibilidade de redução

a termo ou de

"Inadequada, da mesma

forma, a avaliação do magistrado

de que o fato constituiu ''evidente

insignificância ou bagatela", que

'não se não evidencia a com

razoabilidade a lesividade

necessária à configuração do tipo

penal, e nem tão pouco

periculosidade social do

comportamento' (fls. 38),

fundamentos que invocou para a

rejeição da representação e que,

na verdade, pressupõem

avaliações precipitadas, diante dos

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43

esclarecimentos sobre o

conteúdo da oitiva do

adolescente pelo Ministério

Público - Ato que, nos

termos da própria lei, pode

ser realizado sem qualquer

formalidade - Oitiva

destinada apenas à

formação da convicção do

Ministério Público -

Representação embasada

em elementos informativos

colhidos pela autoridade

policial - Descrição de

conduta que, em tese, se

subsume ao tipo legal

indicado - Aplicação do art.

103 do ECA - Afastamento

da rejeição, para o

prosseguimento do

elementos constantes dos autos. O

princípio da insignificância não

pode ser transportado para a

esfera da infância e juventude, no

qual vige o princípio da proteção

integral. Aliás, os procedimentos

previstos para aplicação das

medidas sócio-educativas e

protetivas previstas pelo Estatuto

da Criança e do Adolescente não

podem ser considerados

constrangedores, pois visam

justamente à aplicação do

princípio da proteção integral.

Também não há como se entender

que o Estatuto da Criança e do

Adolescente traga normas e

procedimentos contrários aos

termos da Convenção sobre os

Direitos da Criança e do

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44

procedimento [...]".

"Se o magistrado

entender cabível a remissão

deverá aplicá-la, na forma

prevista pelo art. 126,

parágrafo único, do

Estatuto da Criança e do

Adolescente. Ademais, não

há direito subjetivo ao

benefício da remissão".

Adolescente ou mesmo as regras

da RIAD".

"Toda a legislação da

Infância e Juventude, em nosso

País, foi elaborada não com a

finalidade de repressão à conduta

infracional, em si mesma, mas

com a finalidade de orientar,

reeducar e ressocializar o jovem,

autor dessa conduta. Por outro

lado, o princípio da proteção

integral não se confunde com

protecionismo, prática que,

segundo os ensinamentos mais

modernos da educação e da

psicologia, não tem sido

recomendada nem mesmo aos

pais, por não atender os interesses

das crianças e dos adolescentes".

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45

024 AC

160.308-0/4-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Crime de

Dano

(art. 163,

CP)

"Inconformado,

recorre o Ministério Público

e pede o reconhecimento da

nulidade da decisão e, no

mérito, o regular

prosseguimento do processo

(fls. 68/71)".

Recurso

Provido.

"Sentença que

concede remissão e

extingue o processo, sem a

oitiva do jovem e do

Ministério Público -

Impossibilidade -

Precedentes do Egrégio

Superior Tribunal de

Justiça - Descumprimento

das regras contidas nos arts.

126, 184 e 186, § 1º, do

ECA - Inobservância do

devido processo legal -

Possibilidade de prejuízo

ao adolescente - Oitiva do

Ministério Público que se

impõe ainda por força do

art. 204 do ECA [...]".

"Por sinal, inequívoco

que a falta de oitiva do Ministério

Público constitui-se em causa de

nulidade absoluta, diante das

expressas disposições contidas

nos artigos 186, parágrafo

primeiro, e 204 do Estatuto da

Criança e do Adolescente".

025 AC

161.206-0/6-00

SP Roubo

circunstanciado

"Inconformado,

recorre somente Renan, e

Recurso

Improvido.

"Internação -

Pretensão de afastamento

"Da mesma forma,

diversamente do que sustenta a

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46

(Comarca

de São Paulo)

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

pede o afastamento da

agravante referente ao

emprego de arma de fogo e

o abrandamento da medida

imposta (fls. 76/83)".

da agravante referente à

arma de fogo e

abrandamento da medida -

Impossibilidade - Prova

suficiente da materialidade

e da autoria da infração -

Confissão corroborada

pelos demais elementos de

prova - Reconhecimento

pela vítima - Apreensão,

logo após o fato, ainda na

posse dos bens subtraídos e

da arma de fogo -

Desnecessidade de prova

pericial para atestar eficácia

de tal instrumento - Ato

grave - Condições pessoais

desfavoráveis - Registro de

envolvimentos infracionais

anteriores - Internação

defesa, foi correta a medida

aplicada pelo ilustre magistrado.

O ato infracional é daqueles mais

graves, cuja prática, por si só,

autoriza a presunção de destemor

e ausência de valores sadios, por

partes dos seus autores. Foi

praticado mediante grave ameaça

à vítima, exercida com emprego

de arma de fogo".

"De qualquer forma, o

emprego de arma ou de objeto

com essa aparência é

circunstância que aumenta o risco

de vida de todos os envolvidos em

um assalto, pois, ao mesmo tempo

em que intimida, também pode

provocar reação de defesa

equivalente, por policiais ou por

alguém que esteja armado. Esse

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47

cabível, nos termos do art.

122,1, do ECA, e

necessária para a

ressocialização do

adolescente [...]".

perigo basta para que seja

considerada mais grave a conduta

daquele que exerce ameaça dessa

forma. Por outro lado, no âmbito

da Infância e Juventude o que

importa é maior ou menor

desajuste que o adolescente

demonstra em sua conduta, pois o

que se busca não é a repressão e

sim a aplicação da medida sócio-

educativa mais adequada à sua

orientação, recuperação e

ressocialização. Não se visa

analisar a conduta, sob a análise

técnica da ciência penal. E, nesse

contexto, impõe-se o

reconhecimento da situação

agravante pelo emprego de arma

de fogo. Por outro lado, verifica-

se que Renan não apresenta

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48

condições pessoais favoráveis ao

retorno imediato do convívio

social".

026 AC

152.453-0/1-00

(Comarca

de São Paulo)

SP “Porte de

Substância

Entorpecente”

(art. 28,

caput, Lei 11.343/06)

"Trata-se de

representação oferecida pelo

Ministério Público contra o

adolescente [...], a quem foi

atribuída a prática de ato

infracional equiparado ao

porte de substância

entorpecente. Conforme

sentença de fls. 24/31, a

representação foi rejeitada,

por falta de motivação do

Ministério Público sobre a

não concessão de remissão.

Inconformado, recorre este

último, para que a

representação seja recebida

e regularmente processada.

Recurso

Provido.

"Rejeição da

representação, por ausência

de justificativa da não

concessão de remissão -

Exigência não prevista pelo

Estatuto da Criança e do

Adolescente - Aplicação

dos artigos 182 e 181 -

Representação

fundamentada e embasada

em elementos informativos

colhidos pela autoridade

policial - Opção dada ao

Ministério Público,

segundo seu

convencimento, pelo art.

180 do citado Estatuto -

"Por outro lado, nos

termos dos artigos 181 e 182 do

mesmo diploma legal, como

ocorre também na legislação

processual civil e penal, exige-se

apenas que toda pretensão

deduzida em juízo seja

fundamentada. Ou seja, como

salientou o ilustre Promotor de

Justiça 'não se faz fundamentação

de ato jurídico não praticado'(fls.

36)".

"Toda a legislação da

Infância e Juventude, em nosso

País, foi elaborada não com a

finalidade de repressão à conduta

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49

Sustenta ser incabível, a teor

do art. 182 do Estatuto da

Criança e do Adolescente, a

exigência de justificativa

para a não aplicação da

remissão ou do

arquivamento dos autos (fls.

34/38)".

Afastamento da rejeição,

para o prosseguimento do

procedimento -

Atendimento ao princípio

da proteção integral [...]".

"Se o magistrado

entender cabível a remissão

deverá aplicá-la, na forma

prevista pelo art. 126,

parágrafo único, do

Estatuto da Criança e do

Adolescente".

infracional, em si mesma, mas

com a finalidade de orientar,

reeducar e ressocializar o jovem,

autor dessa conduta. Por outro

lado, o princípio da proteção

integral não se confunde com

protecionismo, prática que,

segundo os ensinamentos mais

modernos da educação e da

psicologia, não tem sido

recomendada nem mesmo aos

pais, por não atender os interesses

das crianças e dos adolescentes".

027 AC

158.408-0/0-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Roubo

circunstanciado, na

forma tentada

(art. 157,

§2º, I e II, c/c art. 14,

II, CP)

"Sustenta a

impossibilidade do

reconhecimento da causa de

aumento de pena por

emprego de arma de fogo,

uma vez que embora

aprendida, não foi

Recurso

Improvido.

"Defesa no sentido

de impossibilidade de

reconhecimento da

majorante prevista no

artigo 157, § 2º, do CP sob

o fundamento da arma não

ter sido submetida a exame

"O adolescente registra

passagens pelo Juízo da Infância e

Juventude por falta de CNH e

direção perigosa de veículo e por

uso indevido de entorpecentes

(fls. 05/07) bem como, praticou

ato infracional com grave ameaça

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submetida a exame para

aferir o seu potencial lesivo

Pugna pelo descabimento da

medida de internação diante

da excepcionalidade da

medida, postulando pela

aplicação de medida sócio-

educativa diversa da

internação,

preferencialmente, em meio

aberto [...]".

- Descabimento -

Utilização suficiente para

intimidação da vítima -

Insurgência contra a

medida imposta por ofensa

ao princípio da

excepcionalidade da

internação - Descabimento

- Internação que encontra

respaldo no artigo 122, I e

II, do ECA e que guarda

relação de

proporcionalidade com a

gravidade do ato praticado

e circunstâncias pessoais do

adolescente recomendando

sua segregação até que

reúna condições favoráveis

para retornar ao convívio

social [...]".

e violência à pessoa, sendo,

portanto, plenamente admitida a

internação consoante o artigo 122,

incisos I e II, do ECA O relatório

técnico inicial revela que o

adolescente é usuário de drogas,

não trabalha, e que embora esteja

cursando a 8a série do ensino

fundamental, teve duas

repetências nesta mesma série,

concluindo que o jovem necessita

ser estimulado a refletir acerca de

seus envolvimentos inadequados

(fls. 37/38). Destarte, as condições

pessoais do adolescente, a

gravidade do ato infracional

cometido, o seu evidente desvio

comportamental e a ausência do

indispensável controle de seus

atos por seus familiares

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recomendam sua segregação até

que reúna condições favoráveis

para retornar ao convívio social".

028 AC

156.977-0/1-00

(Comarca

de Mairinque)

SP Tráfico de

Entorpecentes e

associação de pessoas

para essa finalidade

(art. 33 e 35

da Lei 11.343/06)

"Inconformado,

apelou apenas o adolescente

[...], pretendendo a reforma

da decisão, para que seja

julgada improcedente a

representação, em respeito

ao princípio in dubio pro

reo, diante da insuficiência

de provas com relação à

autoria, já que ele não foi

encontrado com drogas.

Sustenta, por fim, que

devem ser repudiados como

suspeitos os testemunhos

dos policiais militares que

realizaram o flagrante [...]".

Recurso

Improvido.

"Materialidade e

autoria induvidosas. -

Testemunho de policiais. -

Validade. - Conduta

Infracional gravíssima,

equiparada a crime

hediondo, evidenciando o

alto grau de dessocialização

do menor. - Internação

recomendada. [...]".

"E a propósito, a medida

excepcional se mostra a mais

adequada e necessária neste

momento, com vistas a

proporcionar a reabilitação, a

reeducação e a ressocialização do

infrator, impondo-lhe freios e

responsabilidades, de modo que

beneficiá-lo com medida mais

branda só o prejudicaria, pois

continuaria a viver livremente,

impune e sujeito às influências

maléficas da vida infracional".

029 Ag 153.366- SP Roubo "Trata-se de agravo Recurso "Reincidente, "Além disso, vale

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52

0/1-00

(Comarca

de São Paulo)

(art. 157,

CP)

de instrumento interposto

contra decisão que, no curso

da execução da medida

sócio-educativa aplicada ao

menor [...], indeferiu pedido

de progressão, determinando

a realização de nova

avaliação psiquiátrica.

Inconformado, pretende seja

deferida a progressão da

medida para aquela de

liberdade assistida [...]".

Improvido. anteriormente por outros

atos infracionais graves

(equiparados aos seguintes

delitos: art. 12, combinado

com o art. 18, III, da antiga

Lei n. 6368/76; art. 157, §

2º, II do CP; art. 16, par.

ún., IV, da Lei n.

10.826/03; e art. 157, § 2º, I

e II do CP) o adolescente

foi submetido a liberdade

assistida, prestação de

serviços à comunidade,

semiliberdade e, por fim,

internação, consoante

documentado nos autos".

"Na predita

decisão judicial, pautada

em laudos da equipe

técnica do Judiciário (fls.

ponderar que, na espécie, a

manutenção da internação do

menor, já diagnosticado com

possível inclinação para a

reiteração de atos infracionais, é

mais vantajosa frente aos riscos

que terá de suportar caso, de

forma prematura, retorne ao

convívio social e novamente

venha a sucumbir às carências e

dificuldades que anteriormente já

o conduziram a pratica de ilícitos

de toda a sorte".

"Notável, nessa linha,

que, mormente o laudo do

Hospital das Clínicas, foi

contundente em indicar a

necessidade da realização do teste

de Rorschach para melhor

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53

140/142) e do Hospital das

Clinicas (fls. 14 6/148), foi

destacada a involução do

quadro psicológico do

infrator, sendo bem

motivada a necessidade da

realização de prova técnica

especifica para efetiva

apuração dos requisitos

necessários ao ingresso do

inimputável em medida

sócioeducativa em meio

aberto".

mensuração da personalidade do

menor, concluída como anti-

social".

030 AC

156.954-0/7-00

(Comarca

de São José dos

Campos)

SP Roubo

Circunstanciado

(art. 157,

§2º, I, II e V, CP)

"Inconformados,

recorrem os adolescentes,

Bruno Ribeiro pretendendo

a aplicação de medida mais

branda, e Emerson, além de

tal benefício, a sua

absolvição por insuficiência

Provimento

Parcial.

"Por estes

fundamentos, dá-se

parcial provimento

aos recursos, para

"Destarte, forçoso

é reconhecer que, estando a

autoria e a materialidade da

infração devidamente

comprovadas, despidas de

dúvidas, o acolhimento da

representação contra o

Nenhum.

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54

de provas". impor aos apelantes

a medida sócio-

educativa de

semiliberdade, por

prazo

indeterminado".

menor Emerson era mesmo

de rigor". [...]. “A medida

deve ser aquela muito bem

sugerida pela Procuradoria

Geral de Justiça que, de

forma clara e precisa, assim

justificou: “O ato

infracional praticado é

grave e pelas qualificadoras

a ele agregadas – privação

de liberdade de uma das

vítimas, uso de arma de

fogo e concursos de

agentes – exige medida

sócio-educativa rígida, que

permita aos menores

refletir sobre a gravidade

do ato praticado. A

liberdade assistida,

pleiteada por ambas as

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55

defesas, seria insuficiente

para demover os dois

adolescentes das práticas

infracionais a que deram

início. A internação, por

outro lado, ainda que se

mostre cabível, poderá ser

rígida demais,

considerando os bons

antecedentes e a análise

feita por psicólogo e

assistente social às fls.

141/144 e 146/150. Dentro

do quadro apresentado, a

medida que nos parece

mais indicada é a

semiliberdade aos dois

adolescentes” (fls.

300/301). Assim,

acolhendo-se as razões

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56

expostas, impõe-se aplicar

aos recorrentes a medida

proposta, como sendo a

necessária para o processo

de reordenação dos

adolescentes e a retomada

de conduta socialmente

aceita”.

031 AC

153.083-0/0-00

(Comarca

de Santos)

SP Roubo

Circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

"Em síntese, a

defesa alega

excepcionalidade da medida,

uma vez que o adolescente é

primário, tem família

estruturada e admitiu o ato

infracional. Assim, requer a

aplicação de medida sócio-

educativa de liberdade

assistida".

Recurso

Improvido.

"Comprovadas

autoria e materialidade,

dúvida não há de que

Renan participou do ato

infracional em questão. As

provas são seguras e hábeis

a ensejar aplicação de

medida sócio-educativa. No

tocante a medida sócio-

educativa, a internação

aplicada será mantida. O

ato infracional em questão

"O Estatuto da Criança e

do Adolescente que completou 17

anos, se filiou à doutrina de

controle social denominada

proteção integral, adotada pela

Constituição Federal em seu art.

227, por conseqüência de uma

série de tratados e acordos

internacionais que o Brasil

subscreveu na área da Infância e

da Juventude como membro da

ONU e da OEA. Os institutos

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57

se inscreve no rol do artigo

122, inciso I do ECA, que

prevê a possibilidade de

aplicação da medida

extrema".

previstos no ECA visam a

proteção, a educação ou a

reeducação de crianças e

adolescentes sem vislumbrar, em

momento algum punição. Tal

legislação por ser avançada

demais gerou polêmica quer no

mundo jurídico, quer para

sociedade que hoje, por viver uma

crise de valores que resultou em

violência e criminalidade

exagerada, clama por uma

legislação mais severa para ser

aplicada aos jovens que

transgridem as leis penais. O ECA

também causa grande confusão

para os próprios adolescentes que,

quanto mais próximos dos 18 anos

de idade, mais se sentem à

vontade para agir na prática

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58

infracional. A situação de se evitar

a aplicação da medida extrema

gera, na maior parte das vezes, um

estado patológico social que se

assemelha ao de anomia para

aquela determinada faixa etária.

Ou seja, os jovens próximos da

idade da responsabilidade penal,

por entenderem ser o ECA brando

nas medidas sócioeducativas,

quando se trata da pratica de atos

infracionais graves, se sentem à

vontade para agirem de maneira

até mais violenta que os

responsáveis penalmente.

Segundo o sociólogo Emile

Durkheim anomia é um estado

patológico social onde a eficácia

das leis deixa de existir, levando

às pessoas a agirem

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59

descontroladamente, sem respeito

ao próximo, praticando atos que

muitas vezes as levam até à morte.

Desta maneira, a doutrina da

proteção integral precisa ser

aplicada levando-se em conta a

realidade da violência e

criminalidade do momento onde

há um grande número de jovens,

que vinham cumprindo medida

sócio-educativa em meio aberto,

morrendo de maneira violenta

principalmente na região de São

Paulo. Portanto, cabe ao Poder

Judiciário adequar as medidas

previstas na lei, às realidades

locais e temporais, caso contrário

os jovens estarão em situação de

risco pessoal e social, ou até

mesmo para evitar o surgimento

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60

de movimentos que visam o

rebaixamento da responsabilidade

penal".

032 AC

152.216-0/0-00

(Comarca

de Diadema)

SP Tráfico de

Entorpecentes e

associação de pessoas

para essa finalidade

(art. 33 e 35

da Lei 11.343/06)

"Inconformado, ele

recorre, pretendendo,

preliminarmente, o

reconhecimento de nulidade

processual, ante a juntada

posterior do laudo químico-

toxicológico e, no mérito, a

absolvição ou o

abrandamento da medida

(fls. 65/74)".

Recurso

Improvido.

"Nulidade

processual - Inocorrência -

Materialidade do ato

infracional não contestada e

devidamente comprovada -

Laudo químico-

toxicológico anexado, antes

da fase de retratação -

Ausência de qualquer

prejuízo ao representado -

Observância da ampla

defesa e do contraditório -

Formalismo que, no caso,

não pode prejudicar a

aplicação da Justiça -

Pretensão de absolvição ou

abrandamento da medida -

"Segundo a avaliação

psicossocial de fls. 28, ele não

conta com respaldo familiar, pois,

desde tenra idade, vive com os

avós, sem acatar regras e limites,

tanto é que abandonou os estudos

e não desenvolvia qualquer outra

atividade (fls. 29). De outra parte,

o tráfico de drogas deve ser

considerado um dos atos

infracionais mais graves, pois é

prática que vem disseminando o

vício entre a população mais

jovem e mais desprotegida da

sociedade e que revela, da parte

de seus autores, total ausência de

preocupação com a saúde e vida

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61

Impossibilidade - Prova

suficiente do trafico de

drogas e da associação -

Confissão e prova oral a

confirmar a posse da droga

e sua destinação ao

fornecimento de terceiros -

Forma de

acondicionamento e

quantidade também

compatíveis com a

mercancia - Ato que

pressupõe violência contra

toda a sociedade,

principalmente por atingir a

sua população mais jovem

e vulnerável - Medida

cabível e necessária para

ressocialização do

adolescente - Rejeição da

do próximo e vivência infracional,

na medida em que tem íntima

relação com toda a sorte de

ilícitos. E ato infracional que

pressupõe emprego de violência

contra toda a sociedade. Tanto é

assim que o legislador,

posteriormente à edição do

Estatuto da Criança e do

Adolescente, passou a classificar

tal prática como crime hediondo.

[...].

"Além disso, a doutrina

da proteção integral precisa ser

entendida de forma realista. Os

adolescentes devem ter

respeitados os seus direitos, mas

também devem aprender a

respeitar os direitos alheios.

Educar, disciplinar, impor limites

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62

matéria preliminar [...]". são atos que também devem ser

incluídos no conceito de proteção

integral".

033 AC

153.361-0/9-00

(Comarca

de Pirassununga)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I, II e V, CP)

"Inconformado, ele

recorre. Em preliminar,

sustenta ocorrência de

nulidade processual. No

mérito, pede a absolvição ou

abrandamento da medida

imposta".

Recurso

Improvido.

"[...] Nulidade

processual - Inocorrência -

inexigibilidade da presença

do defensor na fase

extrajudicial e na oitiva

informal - Observância dos

princípios da ampla defesa

e do contraditório -

Inversão na colheita da

prova que não trouxe

qualquer prejuízo ao

adolescente - Pretensão de

absolvição ou

abrandamento da medida -

Impossibilidade - Prova

suficiente da autoria e

materialidade da infração -

"Da leitura conjunta dos

artigos 184 e 186 do Estatuto da

Criança e do Adolescente,

verifica-se que o magistrado só

está obrigado a nomear defensor

ao adolescente, a partir da

audiência de apresentação, se ele

não possuir advogado constituído.

Assim, não exige a lei a presença

de advogado na fase extrajudicial

ou na oitiva informal. Por outro

lado, conforme evidencia o auto

de fls. 15, a genitora do

representado foi cientificada da

apreensão do filho, que foi ouvido

na presença de conselheira tutelar

Ademais, como se constata do art.

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63

Confissão na fase

extrajudicial, na presença

de conselheira tutelar, e na

oitiva informal - Indicação

do comparsa - Prova oral a

incriminar o adolescente e

seu companheiro -

Reconhecimento pela

vitima - Apreensão na

posse do veiculo roubado -

Ato praticado com emprego

de arma de fogo e privação

da liberdade da vitima -

Condições pessoais

desfavoráveis ao retorno

imediato do convívio social

- Internação autorizada pelo

artigo 122, inciso I, do

ECA, e necessária à

recuperação do jovem [...]".

173 do mesmo Estatuto não é

exigível à autoridade policial que

proceda à oitiva do adolescente na

presença de seus genitores".

[...]

"Além disso, apesar de

ser tecnicamente primário, ele

admitiu envolvimentos

infracionais anteriores (fls. 07 e

28), não apresenta crítica

adequada, pois procurou negar sua

responsabilidade, e nem respaldo

familiar, já que estava ausente de

casa há dias, sem conhecimento

da família".

[...]

"A doutrina da proteção

integral precisa ser melhor

compreendida. Os adolescentes

devem ter respeitados os seus

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64

direitos, mas também devem

aprender a respeitar os direitos

alheios, pois, caso contrário,

colocam-se em situação de risco

pessoal e social. Proteger o

adolescente em conflito com a lei

significa também lhe mostrar a

inadequação de sua conduta e

fazer com assuma as

conseqüências dos seus atos".

034 AC

152.429-0/2-00

(Comarca

de Pirassununga)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

"Inconformado,

recorre Rony e pretende a

absolvição, por falta de

provas (fls. 173/181)".

Recurso

Provido.

“[...] Pretensão de

absolvição – Prova

realmente frágil a

incriminar o representado –

Apreensão, por delação de

companheiro – Negativa de

autoria. Reconhecimento

judicial somente de uma

das vítimas, que havia

reconhecido somente o

Nenhum.

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65

outro adolescente na fase

extrajudicial –

Improcedência da

representação no tocante a

este último – Dúvida

razoável a recomendar a

mesma solução ao

recorrente – Aplicação do

art. 189, IV, do ECA [...]”.

035 AC

153.691-0/4-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Roubo

(art. 157,

caput, CP)

"Irresignado,

recorre o I Promotor de

Justiça (fls. 111/114)

pleiteando a total reforma da

r sentença para que a

representação seja julgada

totalmente procedente e

aplicada ao menor a medida

de internação".

Recurso

Provido.

"Autoria e

materialidade do ato

infracional equivalente a

roubo demonstradas a

autorizar o édito

condenatório Medida de

internação que se mostra

mais adequada ao processo

ressocializador do

adolescente".

"O ato infracional

equipara-se ao delito de roubo,

que se apresenta como uma

conduta bastante grave, que deve

ser reprimida instantânea,

adequada e eficazmente".

[...]

"Tal constatação

evidencia que o representado está

a assimilar influências negativas

do meio que freqüenta ou em que

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66

vive, subtraindo-se, assim, do

desejável enquadramento às boas

normas de convívio social".

036 AC

153.491-0/1-00

(Comarca

de São Paulo)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Sustenta a

apelante, em síntese, o

desacerto da medida

aplicada. Pugna, assim, por

sua substituição por outra

mais branda (fls. 56/71)".

Recurso

Improvido.

"[...] Autoria e

materialidade devidamente

comprovadas - Necessidade

de acompanhamento

especializado e eficaz - Uso

de substâncias

entorpecentes - Recurso

improvido, aplicando-se, de

ofício, a medida protetiva

de tratamento a

toxicômanos".

"De fato, insta salientar

que o ato perpetrado e tipificado

como tráfico de entorpecentes,

equiparado a crime hediondo, é de

natureza grave, o que gera

insegurança no contexto social,

evidenciando a necessidade de

tratamento específico".

"Diante dessas

considerações, e sopesadas as

condições pessoais da menor, que

não estuda, não trabalha, não

aceita ajuda familiar e é usuária de

entorpecentes, a medida de

semiliberdade mostra-se mais

adequada e necessária neste

momento. De se ressaltar, então,

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67

que a medida imposta visa

proporcionar a reabilitação, a

reeducação e a ressocialização da

menor infratora, impondo-lhe

freios e responsabilidades, de

modo que beneficiá-la com

medida mais branda só a

prejudicará, pois continuará a

viver livremente, impune e sujeita

às influências maléficas do meio

deletério em que parece estar

inserido".

037 AC s/

Revisão

164.572-

0/5-00

(Comarca

de São João da Boa

Vista)

SP Furto

Qualificado, na forma

tentada

(art. 155,

§4º, II, c/c art. 14, II,

CP)

"Sustentou a defesa

do adolescente que a medida

socioeducativa de

advertência é a mais

recomendável ao caso em

tela, pois o jovem prestou

serviços junto à Prefeitura

da Comarca, e também que

Recurso

Parcialmente

Provido.

"[...] para

fixar prazo de

cumprimento da

medida como

"[...] Pedido de

abrandamento da medida

imposta ou apenas

aplicação de advertência -

Afastamento - Medida

socioeducativa de

semiliberdade que guarda

relação de

"Em que pese o esforço

da defesa em procurar demonstrar

existirem boas condições pessoais

ao adolescente, há que se observar

que o jovem já ostenta inúmeras

passagens infracionais, de acordo

com a certidão de fls. 70/71,

mormente por atos infracionais

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68

não há nos autos informação

sobre a prática de outros

atos infracionais, estando o

adolescente regenerado

neste momento, não

existindo motivos para a

manutenção da sentença.

Pleiteou ao final a revisão da

sentença proferida com o

fito de diminuição ao

mínimo exigido pelo

Estatuto da Criança e do

Adolescente (fl. 91)".

indeterminado, não

superior a três anos".

proporcionalidade com as

circunstâncias pessoais do

adolescente - Sentença que

merece ser reformada

apenas quanto ao prazo de

cumprimento da medida

que foi fixado em três anos

- Inteligência do artigo 120,

§ 2º, do Estatuto da Criança

e do Adolescente que

dispõe que a semiliberdade

não comporta prazo

determinado [...]".

equiparados ao delito de furto, tais

quais os atos descritos na

representação ministerial, e

recebeu em diversas

oportunidades medidas

socioeducativas que,

evidentemente, não foram

suficientes à sua reeducação".

[...]

"Observa-se que o

apelante costuma praticar atos

dessa natureza com o intuito de

adquirir drogas para consumo

próprio, denotando habitualidade

na prática de outras infrações

graves. Logo, necessária faz-se a

adoção de medida mais severa,

com o acompanhamento

psicológico proposto, mesmo

porque a medida socioeducativa

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visa apenas exercer uma

intervenção educativa no processo

de desenvolvimento do

adolescente para que consiga

solucionar os mais diversos

conflitos através de uma conduta

não-violenta".

038 AC s/

Revisão

174.278-

0/3-00

(Comarca

de Itapevi)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Inconformado,

apela o Ministério Público

sustentando, em síntese, que

a forma como agia o

apelado, além da natureza

do ato infracional ensejam o

decreto de internação, em

substituição à medida

sócioeducativa aplicada de

liberdade assistida [...]".

Recurso

Improvido.

"[...] Aplicação de

liberdade assistida - Pleito

de substituição pela medida

socioeducativa extrema

Hipóteses taxativas do

artigo 122 do Estatuto da

Criança e do Adolescente -

Reiteração infracional não

configurada - Ilegalidade

da internação [...]".

"Ao que tudo indica, o

adolescente está se enveredando

pelo caminho perigoso da

delinqüência. Nesse contexto, é

evidente que necessita refletir

sobre as suas atitudes e

conseqüências advindas, não se

revelando suficiente a imposição

da liberdade assistida, como

medida sócio-educativa, tendo em

vista que o sentimento de

impunidade não lhe permitirá a

retomada de atitudes positivas

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70

frente à sociedade. Além disso, a

internação, neste caso,

proporcionará ao adolescente

acesso ao estudo, atividades

culturais, formação moral,

profissional e religiosa, e guarda a

devida relação de

proporcionalidade com o ato

infracional perpetrado. [...]

Portanto, a segregação mostra-se

necessária para afastá-lo do

convívio marginal a que está

habituado, e fazer com que reflita

sobre as conseqüências de seus

atos, no intuito de resgatá-lo à

cidadania". [RELATOR].

"A medida

sócioeducativa extrema é regida

pelo princípio da

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71

excepcionalidade e se limita às

hipóteses taxativas do artigo 122

do Estatuto da Criança e do

Adolescente. O decreto de

internação, fundado na natureza

do ato infracional, não conta com

amparo legal, ainda que

inequívoca a sua gravidade e

potencialidade lesiva; o comércio

de entorpecentes constitui prática

ilícita das mais perniciosas,

responsável por desestruturação

física, financeira e moral,

principalmente de jovens,

expostos à desenfreada e

inescrupulosa exploração do

custoso vício. Questões de política

criminal ou de interpretação

analógica, porém, não podem ser

usadas para adequar o conteúdo

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72

da lei à realidade social se

importam em prejuízo ao acusado,

seja ele réu ou representado, caso

dos autos".

039 HC

172.349-0/3-00

(Comarca

de Sorocaba)

SP Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

"Pedem-se a

concessão de liminar, para

que o paciente aguarde o

julgamento do writ em

liberdade, e, ao final, a

aplicação de medida sócio-

educativa em meio aberto".

Ordem

Denegada.

"A regra contida

no artigo 122, I, do ECA

deve sofrer interpretação

sistemática e não literal.

Evidente que o legislador

só pretendeu permitir a

medida sócio-educativa da

internação aos autores de

atos infracionais graves,

como ocorre em relação

àqueles praticados com

violência ou grave ameaça

à pessoa. Contudo, é

preciso lembrar que o

tráfico de entorpecentes foi

considerado equiparado ao

Nenhum.

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73

crime hediondo pela Lei

8072/90 (artigo 2º), o que

faz dele ato infracional

grave".

040 HC

172.073-0/3-00

(Comarca

de Sorocaba)

SP Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I, CP)

"Cuida-se de

habeas corpus impetrado

pela Defensoria Pública em

favor de Luís Rodrigo

Lisboa Júnior, sustentando,

em síntese, a ilegalidade da

decisão proferida pelo Juízo

da Infância e da Juventude

da Comarca de Sorocaba,

que indeferiu o pedido de

progressão da medida sócio-

educativa de internação, sem

prazo determinado, apesar

do adolescente já ter sido

avaliado pela equipe técnica

da Fundação Casa. Postula a

Ordem

Denegada.

"[...] Adolescente

reiterador na mesma

conduta infracional -

Magistrado não está sujeito

ao laudo da Fundação

CASA, facultando-lhe com

base no princípio do livre

convencimento indeferir

progressão de medida

sócio-educativa -

Inexistência de ilegalidade

[...]".

"O presente habeas

corpus não merece acolhida. O

paciente recebeu medida sócio-

educativa de internação, tendo em

vista a prática de ato infracional

equiparado a roubo

circunstanciado. Consta nos autos,

que embora o jovem tenha

apresentado progresso no

processo reeducacional, ainda é

prematura sua inserção em meio

aberto, devido ao claro

envolvimento com o ambiente

deletério. O paciente é reiterador

na mesma conduta pela qual

recebeu internação, o que denota

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74

concessão da ordem (fls.

02/09)".

vulnerabilidade ao apelo

infracional. O caso ainda requer

acompanhamento sistemático,

principalmente junto à família,

pois verifica-se que o respaldo ao

jovem é insuficiente para lhe

impor limites".

FONTE: http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/resultadoCompleta.do

[pesquisa por: (menor ou adolescente) e ("ato infracional" ou "medida de internação" ou "medida socioeducativa" ou "medida-

socioeducativa") nao (corrupção ou "responsabilidade civil")]

Número total de ocorrências: 42 acórdãos.

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75

2. Tribunal de Justiça de Pernambuco

Ref. Processo UF Ato

infracional

Alegações Decisão Fundamentos

Relevantes

Outros Destaques

001 HC 172816-9

(Vara Única

da Comarca de

Moreno)

PE Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

Alegação de

excesso de prazo por

descumprimento no

disposto no art. 108,

ECA. Constrangimento

Ilegal.

HC

prejudicado

(art. 659,

CPP)

“[...] o

inconformismo da impetrante

não mais se justifica, tendo

em vista o julgamento da

Representação ofertada contra

o paciente pelo cometimento

de ato infracional, onde lhe

foi aplicado medida sócio-

educativa de internação [...]”.

Nenhum.

002 HC 171042-5

(Vara Única

de Vicência)

PE Homicídio

qualificado e

homicídio na forma

tentada. Formação de

Internação

Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

Ordem

Denegada.

“[...] I - Admite-se a

flexibilização do prazo

máximo de duração da

internação provisória previsto

"De fato, verifica-se, no

caso dos autos, que a conduta

desenvolvida pelo jovem, ceifando

a vida de uma pessoa e tentando

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76

quadrilha.

no art.108, do Estatuto

Menorista, quando restar

demonstrada a necessidade de

manutenção da medida sócio-

educativa, considerando a

gravidade do ato infracional,

com vistas a garantir não só a

ordem pública, mas também a

integridade do menor.

Inteligência do art.174, do

ECA. II - Ainda que houvesse

ocorrido eventual

ultrapassagem do prazo legal

para duração da internação

provisória, restaria superada a

alegação de coação ilegal

decorrente de excesso prazal,

tendo em vista que o feito

aguarda tão-somente a

devolução de carta precatória

com a vida de uma outra vítima,

movido por motivo fútil e agindo

com extremada frieza, revela o seu

desajuste pessoal e a sua

propensão para a violência, o que

reclama pronta e enérgica

intervenção do Estado, com vistas

a dar ao infrator a dimensão da

reprovabilidade social que pesa

sobre sua conduta, impondo-se a

medida sócio-educativa provisória,

objetivando a garantia da

integridade do próprio

reeducando".

"Ademais, é de bom

alvitre realçar que toda norma

legal inserta na prefalada Lei

8.069/80 deve ser interpretada em

consonância com o princípio da

proteção integral à criança e ao

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77

expedida com vistas a colher

o depoimento da vítima

sobrevivente, por se constituir

em diligência imprescindível

para o deslinde da causa.

[...]”.

adolescente".

"Nessa linha de

raciocínio, vale ressaltar que a

construção jurisprudencial,

considerando as peculiaridades do

caso sub examinen, vem

abrandando o posicionamento de

que o prazo máximo de 45

(quarenta e cinco) dias a que alude

o art. 108, do E.C.A., não pode ser

ultrapassado sob nenhuma

hipótese".

003 AC 178.466-

3

(3ª Vara da

Infância e da

Juventude de Recife)

PE Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

Pugna-se pela

aplicação de medida

sócio-educativa mais

branda, tal como a

liberdade assistida, ao

argumento de que o ato

infracional praticado

pelo apelante não se

Recurso

Provido.

“I - "A internação

constitui medida privativa da

liberdade, sujeita aos

princípios de brevidade,

excepcionalidade e respeito à

condição peculiar de pessoa

em desenvolvimento" (ECA,

art. 121).- Trata-se de medida

"[...] Ao aplicar a medida

sócio-educativa de internação o

'juiz sentenciante o fez por

entender que é necessário dar um

basta à violência difusa e que tudo

o que contribui para o tráfico de

drogas deve ser repreendido com

severidade [...]. Trata-se, portanto,

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78

enquadra nas hipóteses

previstas no art. 122 do

ECA, que estabelece

quando caberá a medida

sócio-educativa de

internação. Aduz, ainda,

ser o apelante primário,

sendo a prática do fato

em comento, a primeira

vez. Ressalta, por fim, a

condição do parecer

psicossocial que é

favorável à adoção de

medida sócio-educativa

em meio aberto.

extrema, somente admissível

em situações excepcionais,

quando baldados todos os

esforços à reeducação do

adolescente, em face de outras

medidas sócio-educativas.-

Imatura que, na espécie, não

registra passagem por outros

atos infracionais, sendo certo

que, nos autos, nada foi

apurado quanto à sua

estrutura familiar, nem

mesmo se realizando estudo

psicossocial para avaliar o

grau de comprometimento de

sua personalidade.- Caso em

que "a simples alusão à

gravidade do fato praticado

não é suficiente para motivar

privação total da liberdade,

de motivação puramente pessoal,

subjetiva, que não leva em conta as

circunstâncias judiciais do caso e

fere o princípio da reserva legal".

"[...] a medida de

internação foi vista como adequada

a ser aplicada no caso [...],

justificando-se, para tanto, a

necessidade da mesma '... a fim de

que possa compreender o desvalor

do ato infracional por ele

praticado, vez que foi de natureza

grave, onde a violência está

descontrolada e é necessário dar-se

um basta à mesma... Ora, percebe-

se que a douta Magistrada não

atendeu às circunstâncias judiciais

quando da aplicação da medida

sócio-educativa, levando em conta

impressões absolutamente pessoais

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79

até mesmo pela

excepcionalidade da medida

extrema. Precedentes" (STJ).

II - Necessidade, pois, da

imposição de medidas mais

brandas - prestação de

serviços comunitários e

liberdade assistida -, com

observação atenta da resposta

dada pela imatura, no

processo de sua reinserção na

sociedade. III - Nos termos

dos artigos 100 e 112, § 1º,

ambos do Estatuto da Criança

e do Adolescente, na

aplicação das medidas, levar-

se-ão em conta as

necessidades pedagógicas do

menor, preferindo-se aquelas

que visem ao fortalecimento

como bem observou o eminente

Procurador de Justiça [...]".

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80

dos vínculos familiares e

comunitários, não se

descurando da sua capacidade

de cumpri-la, além das

circunstâncias e da gravidade

da infração”.

004 AC 181037-7

(4ª Vara da

Infância e Juventude

de Recife)

PE Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

II, CP)

"Apelou da

sentença o MP,

conforme petição de fls.

59, requerendo, nas

razões de fls. 60/61, a

reforma da decisão, a

fim de ser aplicada ao

adolescente a medida

sócio-educativa de

semiliberdade, prevista

no inciso V do art. 112

do ECA".

Recurso

Improvido.

“1. [...] representado

primário, sem cometimento

de outras infrações. 2. decisão

judicial e despacho de

sustentação motivados. 3.

medida bem aplicada, visando

preservar a dignidade do

menor infrator [...]”.

“Ao meu sentir, a

sentença recorrida está bem

lançada, pois visou preservar a

dignidade do menor infrator, de 14

anos, deixando-o no lugar certo,

com a família, tornando menos

problemática a reinserção do

representando”.

005 AC 174686-9

(Vara Única

PE Furto

Qualificado

"Razões

recursais apresentadas,

Recurso

Improvido.

“[...] Paciente

submetido à medida sócio-

"Isto porque o escopo do

Estatuto da Criança e do

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81

da Comarca de

Itambé)

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

às fls. 146/151, [...]

solicitando a reforma da

sentença, no sentido de

modificar a medida

sócio-educativa de

internação para

liberdade assistida".

educativa de internação -

parecer psicossocial opinando

pela aplicação de medida

mais branda - impossibilidade

- quando da aplicação das

medidas sócio-educativas,

diversos fatores devem ser

sopesados, especialmente, no

que se refere à internação, o

fato do adolescente encontrar-

se em liberdade assistida

quando da realização do ato

infracional - decisão bem

fundamentada [...]”.

Adolescente (Lei nº. 8.069/90) não

está ligado ao caráter punitivo da

reprimenda. Ao contrário de visar

a punição do menor infrator,

pretende assegurar-lhe proteção e

educação, através de medidas

sócio-educativas, sem critérios

rígidos de duração. Assim como

não é aplicada a pena prevista no

delito análogo à infração praticada,

também não há que se falar em

aplicação de regras que são afetas

à pena cominada, como atenuantes

e conduta social do adolescente

sentenciado".

"É cediço, no

entendimento jurisprudencial, que

para a aplicação das medidas

sócio-educativas vários fatores

devem ser sopesados e,

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82

especialmente no que se refere à

internação, o fato do adolescente já

responder a outras representações

por atos infracionais, encontrando-

se, inclusive, sob liberdade

assistida no momento da realização

da conduta descrita na

representação".

"Não considero que a

aplicação da medida de liberdade

assistida seja suficiente para a

devida e necessária recuperação do

adolescente infrator, mesmo

havendo entendimento do parecer

psicossocial [...] no sentido de

aplicar medidas protetivas,

incursas no artigo 101, incisos I ao

IV, da Lei nº. 8.069/90".

006 AC 174312-4

(2ª Vara da

PE Porte ilegal

de arma de fogo de

"Razões

recursais apresentadas,

Recurso

Provido.

"Assim sendo,

acolho o parecer da

“O escopo do Estatuto da

Criança e do Adolescente (Lei nº.

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83

Comarca de Goiana) uso permitido

(art. 14, Lei

nº. 10.826/03)

às fls. 110/111, [...]

solicitando a reforma da

sentença, no sentido de

modificar a medida

sócio-educativa de

internação para

liberdade assistida".

Procuradoria de Justiça e voto

pelo provimento do apelo

reformando a sentença para

aplicar ao apelante [...]

medida sócio-educativa de

liberdade assistida, adotando,

outrossim, a recomendação do

Órgão Ministerial de 2º grau

de aplicação conjunta de

freqüência em

estabelecimento escolar

cumulada com prestação de

serviços à comunidade, a

serem definidas pelo juízo a

quo, nos termos do artigo 112,

incisos II, IV e VII, da Lei nº

8.069/90".

8.069/90) não está ligado ao

caráter punitivo da reprimenda. Ao

contrário de visar a punição do

menor infrator, pretende assegurar-

lhe proteção e educação, através de

medidas sócio-educativas, sem

critérios rígidos de duração. Assim

como não é aplicada a pena

prevista no delito análogo à

infração praticada, também não há

que se falar em aplicação de regras

que são afetas à pena cominada,

como atenuantes e conduta social

do adolescente sentenciado”.

“A festejada Doutrina da

Proteção Integral, como linha

norteadora do Estatuto da Criança

e do Adolescente, trata a medida

sócio-educativa de liberdade

assistida como resposta eficaz para

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84

evitar a privação de liberdade,

passando a comprometer a

sociedade através de um processo

pedagógico com forte

característica norteadora de um

novo projeto de vida para o

adolescente infrator”.

"Entendo que a aplicação

da medida de liberdade assistida

seja suficiente para a devida e

necessária recuperação do

adolescente infrator, seguindo o

entendimento do parecer

psicossocial [...]".

007 AC 24290-6

(Vara Única

da Comarca de Orobó)

PE Homicídio

Culposo

(art. 121, §§

3º e 4º, c/c o art. 70,

CP).

"O recurso foi

aforado em 17 de abril

de 1995 e, em suas

razões de apelo, o

recorrente agüiu

diversas nulidades, e

Extinção

do processo por

perda do objeto.

“[...] Alcançados 21

(vinte e um) anos de idade,

nenhuma medida sócio-

educativa poderá ser imposta

ao representado pela prática

de ato infracional em face da

“O apelo sob exame foi

aforado em 17 de abril de 1995,

quando o representado ainda não

havia completado 20 (vinte) anos

de idade e, contudo, somente

agora, o mesmo foi posto em

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questionou a medida

sócio-educativa

aplicada".

extinção da pretensão

punitiva. Inteligência do

artigo 2º, parágrafo único, da

Lei 8.069/90”.

julgamento, tempo suficiente para

que o representado atingisse quase

30 (trinta) anos de idade. Diante

desse quadro, há impossibilidade

de impor qualquer reprimenda

sócio-educativa ao apelado, devido

ao fato de o mesmo ser,

atualmente, maior de 21 anos de

idade, o que motiva a aplicação do

parágrafo único do artigo 2º do

Estatuto da Criança e do

Adolescente, extinguindo-se, em

conseqüência, a pretensão punitiva

pelo implemento da idade”.

008 AC174306-6

(2ª Vara

Criminal da Comarca

de Goiana)

PE Roubo

circunstanciado e

Ameaça

(art. 157, §2º,

I e IV, c/c art. 147)

"Em suas

razões [...], a Defesa do

apelante considera

bastante rigorosa a

medida de internação

aplicada, aduzindo ser

Recurso

Improvido.

“[...] 1- O ato

infracional cometido pelo

adolescente apresentou

extrema gravidade, por se

tratar de roubo praticado com

o emprego de arma e em

"Ainda, mencionou o MM

Juiz na sentença a existência de

outra representação contra o

menor, relativa a porte ilegal de

arma de fogo (processo nº

218.2007.000940-4 [...]), o que

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86

mais adequado a

'liberdade assistida', com

obrigatoriedade de

freqüentar a escola e ser

acompanhado por

psicólogos. Pugna pela

reforma da sentença

para aplicação de uma

medida sócio-educativa

menos rigorosa e que

efetivamente sirva para

educar o adolescente em

tela".

concurso de pessoas, tendo

havido a invasão da

residência da vítima e

tentativa de estupro desta

última, sendo tal conduta

desclassificada para o ato

infracional equiparado ao

crime de ameaça diante da

desistência voluntária do

representado no cometimento

do ilícito. 2- A medida sócio-

educativa de internação

determinada pela sentença foi

bastante condizente com a

conduta praticada pelo

adolescente, por se tratar de

ato infracional cometido

mediante grave ameaça e

violência à pessoa, não

havendo fundamento idôneo

demonstra a tendência do mesmo

para a prática de atos infracionais".

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87

que autorize a substituição

por medida menos grave, nem

as circunstâncias do caso

recomendam tal substituição.

Atendido o requisito do art.

122, inciso I do ECA. [...]”.

009 AC 173673-8

(3ª Vara da

Infância e Juventude

de Recife)

PE Roubo

circunstanciado, na

forma tentada

(art. 157, §2º,

I e II, c/c art. 14, CP)

"[...] Em suas

razões recursais [...],

pleiteia a reforma da

sentença a fim de que

seja modificada a

medida sócio-educativa

aplicada ao menor

infrator, tendo em vista

que o internamento do

adolescente é bastante

severo [...]. Alega ainda,

que o adolescente, no

momento do fato, não

fez uso da arma de fogo,

Recurso

Improvido.

“[...] 1) A medida de

internação revela-se oportuna

e necessária para a

recuperação do menor infrator

e se justifica em face da

gravidade dos atos praticados

pelo adolescente, conduta

análoga ao roubo mediante

violência e grave ameaça à

pessoa, com emprego de arma

de fogo, a teor do disposto no

artigo 121, § 2º e § 3º, da Lei

8069/90. 2) As medidas

sócio-educativas não têm

"[...] Do seu relatório,

observo que a assistente social e a

psicóloga concluíram que o

adolescente necessita de maior

vigilância e controle, de vez que

continua com práticas infracionais

e andando com pessoas inidôneas,

bem como que apresenta

instabilidade emocional e falta de

limites no seu comportamento, e

que tentou causar boa impressão,

dizendo do seu desejo de trabalhar

e constituir uma família, porém

não perceberam veracidade nos

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88

mas estava somente

observando a ação do

outro menor, tendo

fugido apenas porque

ficou com medo ao

ouvir os disparos da

arma de fogo. Além

disso, afirma que a

medida de internamento

foi bastante severa e que

não vai reintegrá-lo ao

convívio social. Ao

final, requer a

modificação da medida

sócio-educativa de

internamento pela

semiliberdade assistida".

caráter de punição, mas

buscam a reeducação e a

ressocialização do

adolescente ao convívio

social. 3) A materialidade do

ato infracional resta estreme

de dúvidas. Quando à autoria,

da mesma forma, inconteste o

cometimento do ato

infracional. [...]”.

propósitos externados pelo

adolescente".

"Assim, a medida de

internação revela-se oportuna e

necessária à recuperação do

adolescente infrator, como meio

para retirá-lo da delinqüência em

que se encontra. E se justifica em

face da gravidade dos atos por ele

praticados, posto que praticado

com arma de fogo [...]".

"Além do ato infracional

cometido pelo menor ter sido

extremamente grave, é de se

ressaltar que o adolescente já é

reincidente mediante a prática de

outros atos infracionais".

010 AC 167655-3

(Comarca de

Vertentes)

PE Roubo

(art. 157,

caput, CP)

"[...] a Defesa

interpôs o presente

recurso de apelação, [...]

Recurso

Improvido.

“[...] Ato infracional

cometido com grave ameaça à

pessoa. Reiteração no

"Nas contra-razões [...], a

representante do Ministério

Público pugnou pela manutenção

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89

objetivando reformar a

sentença no sentido de

substituir a medida

sócio-educativa de

internação (art.112,

inciso IV do ECA) por

aquela prevista no

art.112, inciso III do

ECA (prestação de

serviços à comunidade),

ao argumento de que a

aplicação da internação

foi desproporcional à

gravidade do ato

infracional praticado

pelo menor".

cometimento de outras

infrações. descumprimento

injustificável da medida

anterior. Circunstâncias

pessoais e processuais do

recorrente que se enquadram

nas hipóteses autorizadoras da

medida excepcional. [...]”.

da sentença em sua integralidade,

vez que medida de internação foi

corretamente aplicada, tendo em

vista a personalidade criminosa do

adolescente e as circunstâncias e

conseqüências do ato infracional

praticado com violência e grave

ameaça".

"Ademais, há registro nos

autos de que o adolescente não

possui bons antecedentes, vez que

além do presente procedimento, o

apelante já respondeu a outros:

(Processo nº 097/2006-Prática

infracional equivalente ao crime

previsto no art. 157, caput, do

Código Penal c/c art. 28 da Lei

10.826/2003), (Processo nº

087/2006-Prática de ato infracional

equiparado ao crime previsto no

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art.140 do Código Penal),

(Processo nº 88/2006-Prática de

ato infracional nivelado ao delito

constante no art. 155, §2º e §4º,

inciso I e IV), nesses dois últimos

o menor obteve remissão,

entretanto, no caso do processo nº

87/2006, a medida não foi

cumprida, conforme atesta o

relatório de acompanhamento

psicossocial emitido pelo

CENIP/CASE de Caruaru.

Outrossim, de acordo com os

ofícios remetidos pelo Conselho

Tutelar do Município de Vertentes

[...], o adolescente demonstra

inapto ao convívio social, vez que

realizava vários furtos para

sustentar seus vícios, além de não

estudar nem desenvolver qualquer

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91

atividade laborativa que lhe

trouxesse qualquer proveito, de

modo a concluir pelo desvio e

distúrbio de sua personalidade em

formação".

011 AC 126420-4

(Vara Única

da Comarca de

Palmeirinha)

PE Ameaça

(art. 147, CP)

"Irresignado, o

menor apresentou, por

seu defensor constituído,

recurso apelatório,

pleiteando a absolvição

por não existirem

elementos que

comprovem a sua

autoria no ato

infracional em comento.

Alternativamente,

requereu a substituição

da medida sócio-

educativa aplicada por

outra de liberdade

Recurso

Prejudicado.

“[...] I -

Aplicabilidade do instituto da

prescrição aos atos

infracionais. Inteligência da

Súmula 338 do STJ: "A

prescrição penal é aplicável

nas medidas sócio-

educativas". II - Verificada a

prescrição, impõe-se ao órgão

julgador a obrigação de

declarar a extinção da

punibilidade, de ofício (art.

61, CPP), ficando impedido o

exame do mérito. III -

Preliminar acolhida, com

"Os que não reconhecem

a aplicação da prescrição em sede

de ato infracional justificam o

posicionamento sob o fundamento

de que as medidas sócio-

educativas previstas no Estatuto da

Criança e do Adolescente não

possuem a mesma natureza

jurídica das reprimendas impostas

no ordenamento jurídico-penal.

Ora, se os menores infratores são

submetidos às normas

configuradoras de injustos para a

caracterização do denominado ato

infracional (art. 103 do ECA),

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92

assistida, prevista no

artigo 112, inciso IV da

Lei nº 8.069/90 [...]".

fundamento no artigo 107,

inciso IV, c/c os artigos 109,

VI, 110, § 1º, e 115, todos do

Código Penal e art. 61 do

Código de Processo Penal,

extinguindo a punibilidade,

pela prescrição da pretensão

punitiva do Estado. [...]”.

sujeitando-se a medidas restritivas

de direitos e privativas de

liberdade, às vezes, até mais

gravosas que as impostas aos

imputáveis, não se pode deixar de

reconhecer que tais medidas sócio-

educativas têm, de fato, certa

conotação repressiva, ainda que,

formalmente, sejam consideradas

preventivas".

"De acordo com o

caderno policial, o adolescente 'é

rebelde e viciado em bebida

alcoólica, bem como fica

extremamente agressivo com seus

familiares quando se encontra

embriagado'".

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93

FONTE: http://www.tjpe.jus.br/index.asp [pesquisa por: ato infracional].

Número total de ocorrências: 13 acórdãos.

3. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Ref Processo UF Ato infracional Alegações Decisão Fundamentos

Relevantes

Outros

Destaques

001 AC

2008.050.07253

RJ LESÃO CORPORAL

LEVE

Exclusão da sentença

da medida de advertência que

foi aplicada pelo juiz com a

remissão. Violação ao devido

processo legal

Desprovido Considerando o

contexto sociológico dos

adolescentes, seus

antecedentes, suas

personalidades e

circunstâncias do fato,

afigura-se recomendável a

concessão da remissão com

aplicação da medida de

Nenhum,

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94

advertência. Invocando o

art 126 eca

002 HC

2009.059.01958

RJ ROUBO

(ART. 157, §2º, I E II,

CP)

Extinção da medida

socioeducativa de semi

liberdade aplicada ao

paciente, tendo em vista a

superveniência da maioridade

Ordem

denegada.

O entendimento

do superior tribunal de

justiça é pacífico no sentido

de que o fato do indivíduo

atingir 18 anos de idade

não impede a continuação

da execução da medida

socioeducativa de

semiliberdade até que

complete 21 anos.

Medida de

semi-liberdade aplicada

como progressão da

medida de internação.

Embasamento

entendimento pacífico

STJ.

003 AC

2009.050.02171

RJ LATROCÍNIO

(ART 157. §3, CP)

Medida de

internação. C/ a ocorrência

de coação moral irresistível,

aplicação de medida de

semiliberdade ou mais branda

Desprovido Prova segura e

inquestionável quanto à

autoria e ao crime,

especialmente pelo auto de

exame cadavérico (fl. 55),

pelas declarações prestadas

pela representada, além do

depoimento de um dos

Medida de

internação

absolutamente

adequada ante a

gravidade da conduta

praticada. Caso que

exige providência

eficaz e suficiente para

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95

comparsas maiores. Coação

moral irresistível não

comprovada

prevenção e repressão

da conduta criminosa,

só possível com a

imposição de medida

socioeducativa severa

004 AC

2008.100.00388

RJ Remissão cumulada

com advertência sem a

concordância da defesa

técnica

Provido Não se pode

descurar do contraditório e

da ampla defesa e, sendo

assim, deve-se ressaltar

que, se não for aceita pela

defesa técnica, a respectiva

proposta não poderá ser

judicialmente homologada.

Art 111, iii eca.

005 AC

2008.050.06891

RJ O mp alega que a

decisão do juiz em extinguir a

medida socio educativa não é

fundamentada.

Medida imposta foi a

de internação e que progrediu

Rejeição

das preliminares

(alegava falta de

fundamentação)

porém provimento

do recurso

concordar ou não

com as razões do

magistrado não é o mesmo

que afirmar ausência de

fundamentação. Basta a

leitura da decisão para que

O juiz de 1ª

grau extinguiu a medida

sócio educativa ao

argumento de que o

feito encontra-se

paralisado há muito,

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96

para semiliberdade e esta foi

extinta.

(mandado de busca

e apreensão

se verifique estar a mesma

devidamente

fundamentada. Preliminar

rejeitada. Porém julgando o

mérito da questão, o

desembargador entendeu

que a medida estava dentro

do prazo prescricional.

(109,inciso iv; 115) código

penal

com lenta tramitação,

decorridos mais de três

anos, sem qualquer

êxito do estado na

execução da medida

aplicada, restando

inconcluso o processo

de ressocialização do

adolescente.segundo o

julgador, de nada vale

continuar ou iniciar um

processo já se sabendo

que será inútil porque

constatou-se a ineficácia

pedagógica da medida

que seria imposta.

006 AC

2008.100.00262

RJ AMEAÇA

(ART 147, CP)

Apelo defensivo

buscando a nulidade do feito

por ausência de nomeação de

curador especial. Art 142,

Desprovido Ausência de

prejuízo ao exercício da

defesa. Menor assistido

pela defensoria pública em

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parágrafo único. Eca) sua defesa técnica.

Presença da genitora

pugnando pela não punição

do filho, mas sim por sua

orientação e

acompanhamento.

Ausência de colidência de

interesses. Confissão das

ameaças feitas à mãe pelo

menor. Procedência da

representação com

aplicação da medida

socioeducativa de liberdade

assistida

007 AC

2009.050.02748

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Medida de

internação.

Pretensão à aplicação

de medida mais branda.

Desprovido Medida de

internação absolutamente

adequada ante a gravidade

da conduta praticada.

Tráfico de

entorpecentes. Caso

que exige providência

eficaz e suficiente para

a prevenção e repressão

da conduta criminosa,

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98

só possível com a

imposição de medida

socioeducativa severa

008 HC

2008.059.07535

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Medida de

internação. Alega

constrangimento perpetrado

pelo juiz de direito da vara da

infância, juventude e idoso de

nova iguaçu. Aduz a

impetrante, em síntese, que

para que se insira o menor em

regime de internação faz-se

necessário que se encontre

presente uma das situações

elencadas no artigo 122 do

eca. - sustenta que a

internação é ilegal, pois já

ultrapassado o período

máximo de três meses.

Requer a concessão da ordem

Ordem

denegada

Trata-se de

paciente apreendido por ato

infracional análogo ao

tráfico de drogas. Registre-

se que o menor está

sofrendo ameaças na

comunidade, inclusive à

sua própria mãe, pois é

devedor do tráfico local.

Foram aplicadas ao

adolescente as medidas

socioeducativas de

internação e protetiva de

tratamento antidroga. A

medida de internação foi

progredida para a de

semiliberdade. O fato de o

Se as medidas

sócio-educativas devem

primordialmente visar o

bem estar dos menores

e afastá-los do meio

pernicioso que os

mantêm na cena do

crime, não há que se

falar em

constrangimento ilegal.

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99

para o abrandamento da

medida aplicada

adolescente haver se

evadido do criam.na data

da audiência de reavaliação

foi regredida a medida em

questão para a de

internação cumulada com

tratamento antidroga.

009 HC

2009.059.05232

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Medida

socioeducativa de internação

pedido de aplicação da

medida socioeducativa mais

branda.

Ordem

denegada.

A aplicação da

medida socioeducativa de

internação em atos

infracionais como o

presente não fere o artigo

122 do eca

Não há

proporcionalidade.

010 HC

2009.059.03800

RJ Que sofre

constrangimento ilegal, pois é

mantido internado além do

prazo previsto no § 2º, do

artigo 121, do estatuto da

criança e do adolescente,

pleiteando a progressão do

Extingo o

writ sem julgamento

de mérito

Ocorre que o juízo

a quo informou que em 21

de maio do corrente ano, a

medida socioeducativa de

internação foi reavaliada e

progredida para

semiliberdade.considerando

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100

adolescente para a medida

socioeducativa de

semiliberdade

que a pretensão deduzida

na imputação foi atendida

011 HC

2009.059.03848

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Concessão da ordem

para que cesse a coação ilegal

imposta à liberdade do

paciente, a fim de que a

autoridade coatora proceda à

reavaliação da medida

socioeducativa a ele imposta

ou seja o jovem inserido em

regime mais brando até a

efetivação de dita reavaliação

Extinção

do processo

Sem julgamento

do mérito pois o paciente já

não se encontra cumprindo

qualquer medida, posto que

evadido, e, portanto,

inexistente o

constrangimento ilegal.

(apesar de já ter sido

substituído a medida

socioeducativa de

internação aplicada ao

paciente pela medida de

semiliberdade

012 HC

2009.059.03847

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Medida

socioeducativa de internação,

em desacordo com o que

dispõe o artigo 122, do

Prejudicado

pela perda do

objeto.

.examinando a

documentação acostada,

observo que a hipótese não

é tão singela como quer

A juíza

monocrática

justificou

amplamente a

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101

estatuto da criança e do

adolescente, por se tratar de

crime que não foi cometido

com grave ameaça ou

violência, nem se tratando de

reiteração ou descumprimento

reiterado de outras medidas.

fazer crer o impetrante.

Assim sendo, com fulcro

no artigo 31, viii, do

regimento interno do

tribunal de justiça do rio de

janeiro, que admite a

decisão prévia de pedidos

ou recursos incabíveis e

improcedentes, e no artigo

648 do código de processo

penal, que discrimina os

casos de coação ilegal, o

que não ocorre na espécie

necessidade da

medida, mostrando

que o tráfico de

drogas é um delito

hediondo e na

localidade decorrem

inúmeros crimes

relacionados a esta

atividade, sendo que

o adolescente fica

exposto na sua

própria vida, não

trabalha ou estuda,

graças ao fascínio do

mundo delituoso e

que, em razão desta

convivência, torna-

se necessário afastá-

lo do dito convívio

013 HC RJ ATENTADO Alegação de ausência Hábeas Decisão

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102

2009.059.05056 VIOLENTO AO PUDOR. dos requisitos legais. Paciente

primário, que não representa

risco para a sociedade.

Internação em

estabelecimento distante da

residência do menor, o que

inviabiliza a regular visitação

por seus pais, em vista da

hipossuficiência destes.

corpus prejudicado fundamentada na gravidade

do delito em abstrato.

Constrangimento ilegal

caracterizado. Liminar

deferida. Superveniência de

sentença julgando

procedente a representação

e aplicando medida

sócioeducativa de

internação

014 AC

2007.100.00390

RJ Recurso da defesa

técnica alegando violação ao

devido processo legal, porque

a remissão teria sido

acompanhada de advertência,

estando o investigado

desacompanhado de patrono.

Provido Trata-se de

medida pré-processual e,

em princípio, a sua

homologação não viola

qualquer dispositivo.

Ocorre que na hipótese

presente, foi aplicada

também uma medida

socioeducativa sem que o

infrator tivesse assistência

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103

jurídica, o que atinge o

devido processo legal.

015 HC

2008.100.00260

RJ LESÃO CORPORAL

CULPOSA

Homologação de

remissão cumulada com

medida socioeducativa de

advertência. Inaplicabilidade

aos maiores de dezoito anos

(art 2° do eca)

Provido Provimento do

recurso para declarar

extinto o feito, tendo em

vista o advento da

maioridade, sendo, no caso

vertente, descabida a

imposição de qualquer

medida de advertência ou

mesmo de concessão de

remissão.

016 HC

2009.059.01958

RJ ROUBO

(ART. 157, §2º, I E II,

CP)

Defensor público

postula seja declarada extinta

a medida socioeducativa de

semiliberdade aplicada ao

paciente, tendo em vista a

superveniência da maioridade.

Ordem

denegada.

O entendimento

do superior tribunal de

justiça é pacífico no sentido

de que o fato do indivíduo

atingir 18 anos de idade

não impede a continuação

da execução da medida

socioeducativa de

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104

semiliberdade até que

complete 21 anos

017 HC

2008.059.09145

RJ Medida

socioeducativa de internação.

Alegação de excesso de prazo

para reavaliação para a

progressão de medida de

internação para semiliberdade

Hábeas

corpus prejudicado

Pleito que já fora

enfrentado pela autoridade

coatora

018 HC

2009.059.00734

RJ Reavaliação de

medida socioeducativa de

internação

Habeas

corpus prejudicado

Internação

aplicada ao paciente já foi

reavaliada. Destarte, o

presente habeas corpus

perdeu o seu objeto.

019 AC

2009.050.00368

RJ FURTO

(ART 155, CP)

Medida

sócioeducativa de internação.

Apelo defensivo pleiteando a

imposição da medida

sócioeducativa de liberdade

assistida, sob alegação de

impossibilidade legal e

Improvido As condições

pessoais do adolescente

levam à conclusão que a

medida de internação é a

mais adequada e exigível à

hipótese, dando-lhe

melhores condições de

Neste contexto,

apesar da pouca

gravidade do ato

praticado, considerando

que esta magistrada há

muito vem

compreendendo e

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105

inadequação da medida

aplicada.

ressocialização, estando

destacado na sentença que:

"já lhe foram dadas

oportunidades de

cumprimento de medida em

meio aberto em outros

processos, mas jhonny não

as aproveitou, pois as

descumpriu por várias

vezes, , reiteradamente

descumpre as medidas

impostas

oferecendo auxílio ao

representado, contudo,

sem êxito, pois o

mesmo continua

descumprindo

reiteradamente as

medidas impostas, pois

continua praticando

furtos, visando atender

o caráter ressocializador

da medida, necessário

se faz o seu afastamento

do meio social em que

se encontra para que

possa ter maior

segurança, apoio de

profissionais

especializados e reflita

sobre a sua conduta,

considerando, ainda, o

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106

espírito norteador do

eca no sentido de educar

o menor pelo princípio

da maior preservação

destes, entendo que a

internação é a medida

sócioeducativa

suficiente e necessária

ao presente caso,

atendendo ao intuito de

acompanhar, auxiliar e

orientar o adolescente,

em respeito à condição

peculiar de pessoas em

desenvolvimento

020 HC

2009.059.03149

RJ Internação

provisória. Pretende a

concessão de liminar para que

seja o paciente posto em

liberdade, posto que mantido

Habeas

corpus prejudicado

Considerando que

foi prolatada a sentença,

cessado, portanto, o

alegado constrangimento.

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107

em internação provisória, pois

ultrapassado o período

previsto no art. 108 do eca.

No mérito, requer o

impetrante a concessão da

ordem para que seja extinta a

ação originária pois também

ultrapassado o prazo máximo

estabelecido para a conclusão

do procedimento judicial

021 AC

2009.050.01303

RJ FURTO

(ART 155, CP)

Aplicação pelo mp

de remissão cumulada com

medida sócio-educativa de

advertência com a devida

homologação pela autoridade

judiciária. Defesa técnica

solicita exclusão da medida

imposta, alegando violação

aos princípios do

contraditório e da ampla

Recurso

improvido

Somente a partir

da instauração da ação

socioeducativa com o

oferecimento da

representação pelo órgão

do ministério público e o

competente recebimento

pelo magistrado, é que se

faz indispensável a atuação

de defensor para defesa do

Desembargador

não reconhece a

necessidade de defesa

técnica na fase da oitiva

informal do mp

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108

defesa. adolescente. Tal

providência, contudo, na

fase pré-processual, ou

extrajudicial, não é de

rigor, já que neste momento

inexiste lide, até porque a

remissão não implica

reconhecimento ou

comprovação da

responsabilidade, como não

prevalece para efeitos de

antecedentes

022

HC

2009.059.01785

RJ

TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Liberdade assistida.

Alega ilegalidade da

imposição da medida

sócioeducativa de internação

Habeas

corpus prejudicado

A medida

sócioeducativa imposta foi

a de liberdade

assistida.diante do exposto,

uma vez que não foi

imposta medida de

internação ao paciente no

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109

procedimento

correspondente a apuração

do ato infracional, o

presente habeas corpus está

prejudicado

023 HC

2009.059.02619

RJ Desejo de progredir a

medida de internação para

semiliberdade.

Habeas

corpus prejudicado

O adolescente

obteve a progressão para a

de semiliberdade.2. Assim,

na forma do disposto no

art. 31, inciso viii, do

regimento interno deste

tribunal de justiça, o

presente writ restou

prejudicado, por falta de

objeto.

024 HC

2009.059.04151

RJ Impossibilidade legal

de aplicação e manutenção da

medida sócio-educativa ao

Denegado Com fulcro no art.

104, parágrafo único do

eca, as medidas sócio-

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110

jovem que completa 18 anos

de idade.

educativas de internação e

semiliberdade podem

perdurar até os 21 anos,

desde que o fato tenha sido

praticado antes do

adolescente completar 18

anos de idade.

025 HC

2009.059.03183

RJ Audiência de

reavaliação do paciente

considerando o período de

internação provisória para a

contagem do prazo máximo

de seis meses.

Habeas

corpus

Concedido

O eca estabelece

que a medida sócio-

educativa de internação não

tem prazo determinado,

devendo ser reavaliada no

máximo em seis meses.

Portanto, audiência será

realizada no máximo até o

prazo que completa seis

meses.

026 AC

2008.100.00001

RJ O reconhecimento da

prescrição intercorrente, face

ao decurso de prazo entre o

Não

provido

Entre o

recebimento da

representação e a sentença

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111

recebimento da representação

e a sentença, lapso superior a

um ano.

não houve o transcurso de

lapso de tempo superior a

um quatriênio, não tendo

assim ocorrido a

prescrição, haja vista que a

prescrição ocorre em quatro

(04) anos.

027

AC

2008.050.06712

RJ

TRÁFICO DE

DROGAS E ASSOCIAÇÃO

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006)

Improcedência da

representação por

insuficiência de provas, pois

baseada, a sentença

impugnada, exclusivamente

em depoimentos de policiais.

Provido

parcialmente

Prova de defesa

em contradição com a

oitiva do representado,

corroborando, inclusive, a

versão acusatória.

Excessiva a internação para

o ato infracional análogo ao

tráfico de drogas, diante da

inexistência de

antecedentes por parte do

apelante.

Aplicação da

medida sócio-educativa

de semiliberdade ao

menor.

028 HC RJ Constrangimento Extinção O juízo a quo

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112

2009.059.03365 ilegal por parte do juízo da

vara da infância, juventude e

do idoso da comarca de volta

redonda, pois é mantido

internado além do prazo

previsto no § 1º, do art. 122,

do eca.

sem julgamento do

mérito

informou que foi

determinada, em

audiência, a progressão

da medida

socioeducativa para

semiliberdade.

029 AC

2007.100.00535

RJ CONSTRANGIMENTO

ILEGAL

Violação ao devido

processo legal, pois a

remissão teria sido

acompanhada de advertência,

estando o investigado

desacompanhado de patrono.

Conhecido

e provido.

Aplicação de

medida sócio-educativa

sem que o infrator tivesse

assistência jurídica,

ferindo, assim, o princípio

constitucional do devido

processo legal (art. 5°, liv,

cf). Além disso, art. 128 do

eca prevê a revisão da

remissão, a qualquer

tempo, a requerimento do

adolescente ou do

ministério público. O

Ademais, o

fato imputado ao

investigado, similar a

constrangimento ilegal,

refere-se a ele ter dado

um beijo numa

adolescente, da sua

idade e que se

encontrava no interior

do seu quarto,

registrando-se que ele

nega veementemente tê-

la ameaçado ou

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113

desembargador determina

o arquivamento do

procedimento

investigatório

agredido, limitando-se a

dizer que lhe deu um

selinho. Numa época

em que vemos infantes

envolvidos com atos

gravíssimos similares ao

tráfico de drogas,

homicídio, latrocínio,

porte ilegal de armas de

grosso calibre, nos

parece, com todas as

vênias, que a solução

dada ao caso revestiu-se

de um rigor inadequado,

principalmente porque

tudo indica tratar-se de

hipótese que, se

cometida por um

imputável, seria atípica

030 HC RJ TRÁFICO DE A extinção da Denegado No que toca às

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114

2008.059.05658 DROGAS E ASSOCIAÇÃO

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006)

medida em virtude do

paciente ter completado

dezoito (18) anos de idade.

medidas de internação e

semiliberdade, é possível a

sua extensão até que o

infrator atinja vinte e um

(21) anos de idade, nos

termos do que dispõem os

artigos 121, § 5° e 120, §

2°, ambos do estatuto da

criança e do adolescente.

Este posicionamento é

pacífico nos tribunais

031 AC

2008.100.00001

RJ Reconhecimento da

prescrição intercorrente, face

ao decurso de prazo entre o

recebimento da representação

e a sentença, lapso superior a

um ano

A prescrição

ocorre em quatro (04) anos.

Verifica-se que entre o

recebimento da

representação e a sentença

não houve o transcurso de

lapso de tempo superior a

um quatriênio, não tendo

assim ocorrido a prescrição

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115

032 HC

2009.050.03291

RJ ATENTADO

VIOLENTO AO PUDOR (ART.

214 DO CÓDIGO PENAL)

Pretensão à

improcedência da

representação por

insuficiência de provas

Desprovido Prova segura e

inquestionável quanto à

autoria e ao crime,

especialmente pelas

declarações das vítimas,

corroboradas pelos laudos

de fls. 115/116, além do

depoimento prestado

033 HC

2009.059.01775

RJ TRÁFICO DE

DROGAS E ASSOCIAÇÃO

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006)

Matéria que demanda

exame da prova

Denegado A imposição de

qualquer medida

socioeducativa depende das

circunstâncias que

envolvem o fato e das

condições pessoais do

adolescente, o que

demanda a análise subjetiva

da prova, inviável nos

limites estreitos do habeas

corpus

034 HC RJ Medida Prejudicado Autoridade

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116

2009.059.01226 sócioeducativa de internação

provisória, já havendo

ultrapassado o prazo máximo

de 45 dias estipulado no

artigo 108, caput, do eca.

Excesso de prazo para a

internação provisória, requer

a concessão da ordem, liminar

e definitivamente, a fim de

que o paciente aguarde em

liberdade até a conclusão do

procedimento judicial

pela perda do objeto apontada como coatora

comunica que já foi

proferida sentença, sendo

aplicada ao adolescente a

medida sócioeducativa de

internação por prazo

indeterminado, juntando

cópia do procedimento

035 HC

2009.059.00787

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Alega

constrangimento ilegal porque

a medida imposta não

encontra amparo legal, uma

vez que se trata de

comportamento cometido sem

violência ou grave ameaça à

pessoa, ainda se argumentou

Ordem

parcialmente

concedida

Determinando-se

que o infrator seja

imediatamente transferido

para a semiliberdade.

. 1 entendemos

que o tráfico proibido

de drogas é uma

atividade geralmente

realizada em ambiente

perigoso, violento e

quem participa desse

tipo de atividade vive

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117

que não foi realizada a

detração com relação ao

tempo em que o paciente

esteve provisoriamente

internado

em constante risco, não

sendo raros os

confrontos armados

com a polícia ou com

facções rivais. 2 -

também não podemos

ignorar que a internação

do paciente, retirando-o

desse convívio

pernicioso, em verdade

atenderia à sua própria

preservação. 3 - apesar

disso tudo,

reformulamos o nosso

ponto de vista anterior,

para sustentar que tais

razões, embora

ponderáveis, não

superam o princípio da

legalidade estrita, não

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118

podendo assim autorizar

uma medida

socioeducativa que

acaba por restringir a

liberdade do

adolescente e que o faz

sem estar inserida no

âmbito da

excepcionalidade, e sem

previsão nas hipóteses

contempladas pelo

artigo 122 da lei

8.069/90.

036 HC

2008.059.08036

RJ . Medida

socioeducativa. Internação.

Reavaliação. Prazo cumprido

Ordem

denegada

O parágrafo 2º do

artigo 121 do eca, que

determina a avaliação a

cada 6 meses, permanece

intocável,

descaracterizando o

constrangimento ilegal

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119

037 Maioridade no curso

do cumprimento de medida

socioeducativa

Ordem

denegada

Matéria

reiteradamente decidida

nesta corte, reconhecendo-

se a aplicação excepcional

da lei menorista à outrora

menor infrator. Importa

para submissão ao eca, que

o delito seja cometido antes

de lograr-se a maioridade

038 HC

2009.059.02712

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Que configura

excesso de prazo medida de

internação e,

consequentemente,

constrangimento ilegal

Prejudicado

pela perda do objeto

Diante das

informações prestadas pela

autoridade apontada como

coatora, visto que o

adolescente não se encontra

cumprindo medida

sócioeducativa de

internação em razão do

presente habeas corpus,

verifica-se que o mesmo

restou prejudicado pela

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120

perda do objeto.assim

sendo, com fulcro no artigo

31, viii, do regimento

interno do tribunal de

justiça do rio de janeiro,

que admite a decisão prévia

de pedidos ou recursos

incabíveis e improcedentes,

e no artigo 648 do código

de processo penal, que

discrimina os casos de

coação ilegal, que não

subsiste, como se constata

de plano

039 HC

2009.059.03319

RJ HOMICÍDIO SIMPLES Excesso de prazo

para reavaliação de medida de

socioeducativa. Prazo dentro

da determinação legal (06

meses

Ordem

denegada

Inexiste

constrangimento ilegal,

diante da reavaliação da

medida imposta estar

marcada dentro do prazo de

seis meses, conforme

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121

determinado pelo artigo

121, parágrafo 2º do eca

040 HC

2009.059.01407

RJ Regressão de

semiliberdade para

internação,. Defesa requer

liminar e definitivamente a

concessão da ordem, a fim de

que seja anulada a referida

decisão, que viola os

princípios da ampla defesa,

contraditório e devido

processo legal, sendo

determinado o

prosseguimento da medida de

semiliberdade.liminar

indeferida

Prejudicado

pela perda do objeto

Verifica-se que

não mais subsiste o

constrangimento ilegal

apontado inicialmente

041 HC

2009.059.01555

RJ ROUBO

A medida de

internação deve ser aplicada

em casos especiais quando for

extremamente necessária, o

Ordem

parcialmente

concedida.

Paciente que

deverá aguardar em

semiliberdade a entrega da

prestação jurisdicional

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122

que não se configura no

presente caso. A internação

somente se justifica quando

hipóteses autorizadas no

artigo 122 da lei 8.069/90

042 HC

2008.059.08860

RJ Aplicação de medida

de semiliberdade ao maior de

18 anos e menor de 21 anos

Ordem

denegada

A medida

sócioeducativa possui

como objetivo principal a

ressocialização e

recuperação do

adolescente.

043 AC

2009.050.02426

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Alegação de

insuficiência probatória, e

pedido de reforma da

sentença para julgar

improcedente a representação,

e, subsidiariamente, de

aplicação da medida sócio-

educativa de liberdade

assistida

Recurso

desprovido.

A ausência do

laudo definitivo não

constitui causa para a

improcedência da

representação, havendo

prova da apreensão da

substância entorpecente, e

prova testemunhal a supri-

lo. A sentença impôs

Tratando-se de

ato grave, a aplicação de

medida branda é

ineficaz porque há

necessidade de que o

recorrente tenha

consciência da

gravidade da conduta

perpetrada

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123

medida socioeducativa ao

adolescente pela prática de

ato análogo ao crime do art.

33 da lei 11.343/06, pelo

qual foi o mesmo

representado, e não pelo

art. 34 da mesma lei. . A

prova do ato infracional

praticado pelo adolescente

resulta de sua confissão, do

laudo de exame da

substância entorpecente, e

dos depoimentos prestados

pelas testemunhas.

044 HC

2009.059.01169

RJ É mantido internado

além do prazo previsto no §

1º, do artigo 122, do estatuto

da criança e do adolescente,

pleiteando que o adolescente

volte a cumprir a medida

Prejudicado

pela perda do objeto

Ocorre que o juízo

a quo informou que foi

determinado, em 12 de

fevereiro do corrente ano, o

encaminhamento do

paciente para cumprimento

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124

socioeducativa de

semiliberdad

da medida socioeducativa

de

semiliberdade.considerando

que a pretensão deduzida

na imputação foi atendida

045 HC

2009.059.01968

RJ A nulidade da

decisão e o retorno à

semiliberdade

Ordem

denegada

Substituição da

medida em razão da

ineficácia e

descumprimento reiterado

da que estava sendo

imposta, porquanto o

adolescente evadiu-se por

duas vezes da instituição

em que a cumpria. A

aplicação das

sócioeducativas estatuídas

na lei nº 8.069/90 não

possui caráter punitivo

mas, sim, o de retirar o

menor do convívio

Não possui

caráter punitivo mas,

sim, o de retirar o

menor do convívio

pernicioso com a

criminalidade, visando

reeducá-lo e reintegrá-lo

à família e à sociedade.

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125

pernicioso com a

criminalidade, visando

reeducá-lo e reintegrá-lo à

família e à sociedade.

Ausência de

constrangimento ilegal

046 HC

2007.059.07715

RJ Reavaliação da

medida sócioeducativa

aplicada ao adolescente ora

paciente

Prejudicado

pela perda do objeto

19 já houve a

reavaliação da medida

sócioeducativa aplicada ao

adolescente ora paciente.

Destarte, o presente habeas

corpus perdeu o seu objeto

047 HC

2009.059.03258

RJ Alegação defensiva

que ilegal e inadequada a

internação

Concessão

parcial da ordem

Necessário o

cometimento de, pelo

menos, 3 atos infracionais

para que reste configurada

a reiteração. Ao

adolescente que pratica um

segundo ato infracional,

como é o caso, não pode

Medida de

internação aplicada ao

adolescente com

fundamento no art. 122,

ii do eca. Magistrado

monocrático que

defende seu

posicionamento dizendo

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126

ser aplicado o art. 122, ii do

eca pois estaria ele

reiterando apenas uma

infração, a primeira

cometida. Igualmente

descabida a fundamentação

da internação no inciso iii

do mesmo artigo.

Inexistência de reiteração

no descumprimento, posto

que o menor evadiu-se uma

única vez. Ausente a

previsão legal para a

aplicação de medida

socioeducativa de interna-

ção ao paciente em questão.

Alterar a sentença de 1º

grau aplicando ao

adolescente a medida de

semiliberdade.

ser a aplicação de

medida mais branda o

mesmo que permitir ao

adolescente novo

envolvimento com o

ilícito, dado seu perfil

psicológico, social e

seus antecedentes.

Relatório com parecer

social datado de

07/04/2009 que sugeriu

ser prematura a

alteração da medida

imposta. Parecer

pedagógico que afirmou

necessitar o adolescente

um período maior de

permanência na unidade

"para reflexão e

aproveitamento do que

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127

lhe é ministrado".

048 HC

2009.059.00971

RJ Objetivando a

extinção da medida

socioeducativa de

semiliberdade por haver o

paciente completado 19 anos

de idade e pela ocorrência da

prescrição, eis que se encontra

evadido desde 7 de setembro

de 2007

Ordem

denegada

As medidas sócio-

educativas de internação e

semiliberdade podem

perdurar até os 21 anos,

desde que o fato tenha sido

praticado antes do

adolescente completar 18

anos de idade

049 HC

2009.059.04413

RJ Constrangimento

ilegal, porque teria sido

prorrogada a mse de

semiliberdade após o

investigado atingir a

maioridade civil.

Ordem

denegada

Nosso sentir, a

disposição constante do

artigo 120, § 2º, da lei

8.069/90, prevê uma

exceção à regra que afasta a

prorrogação das medidas

socioeducativas após o

infrator completar dezoito

(18) anos de idade. Esta

interpretação guarda

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128

conformidade com decisões

das altas cortes do país. 2 -

não vislumbramos,

destarte, qualquer ato ilegal

ou arbitrário

50 HC

2008.059.06903

RJ Constrangimento

ilegal porque o paciente já

teria atingido a maioridade

não podendo, assim, subsistir

a mse aplicada

Ordem

concedida

Excepcionalmente

as medidas socioeducativas

podem incidir ou ser

prorrogadas em relação aos

que se encontrarem na

faixa etária entre os dezoito

(18) e os vinte e um (21)

anos. Isto só pode ocorrer,

primeiro se o fato tiver sido

cometido durante a

menoridade e segundo se

houver expressa

autorização legal para a

imposição da providência

educativa a quem

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129

ultrapasse a maioridade

civil. Tal excepcionalidade

está prevista nos artigos

121, § 5° e 120, § 2°,

ambos do estatuto da

criança e do adolescente,

referindo-se à internação e

à semiliberdade. 3 - a

liberdade assistida não se

acha contemplada pela

exceção legal, não podendo

remanescer após o infrator

completar dezoito (18) anos

51 AC

2009.050.01590

RJ Recurso defensivo

pleiteando a mitigação da

providência para a liberdade

assistida, sob o argumento de

que o adolescente ostenta

condições pessoais

favoráveis, não sendo

Recurso

desprovido.

Trata-se de

infração grave e que por si

só revela o perfil do

investigado. Em tais casos

impõe-se a segregação de

sua liberdade e a internação

é a medida mais adequada

As medidas

socioeducativas não

devem ajustar-se às

condições da família do

adolescente e sim este é

que deve adequar-se às

leis. 3 - provas bem

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130

saudável que ele seja

compelido a conviver com

outros menores afeitos à

criminalidade. Alegou ainda

que a sua família é pobre e os

seus membros ficariam

impossibilitados de visitá-lo e

dar-lhe a assistência devida.

apreciadas e a

providência aplicada

observou os estritos

ditames legais.

52 HC

2009.059.03025

RJ TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA LEI N.º

11.343/06)

Constrangimento

ilegal porque aplicada a

medida sócioeducativa de

internação

Ordem

denegada

Descumprimento

reiterado e injustificado das

medidas impostas

determinante da medida

sócioeducativa de

internação.

53 HC

2009.059.03373

RJ

RJ ROUBO (ART. 157, §

2°, INC. I E II)

Ilegalidade da

decisão da autoridade coatora

que regrediu a medida

socioeducativa de

semiliberdade para a

internação.

Ordem

concedida

Ausência dos

requisitos previstos no

artigo 122, inciso iii, da lei

8.069/90, que estabelece

que a medida de internação

só poderá ser aplicada por

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131

descumprimento reiterado e

injustificável da medida

anteriormente imposta.

54 AC

2009.059.05232

RJ TRÁFICO DE

DROGAS E ASSOCIAÇÃO

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006), CUMULADO

COM CORRUPÇÃO ATIVA

(ART.333, CP)

IMPOSSIBILIDADE

DE SE USAR O

MANDAMUS COMO

SUBSTITUTO DO

RECURSO PRÓPRIO

PLEITO DE NULIDADE DA

SENTENÇA E APLICAÇÃO

DA MEDIDA

SOCIOEDUCATIVA MAIS

BRA

Ordem

Denegada

APLICAÇÃO DA

MEDIDA

SOCIOEDUCATIVA DE

INTERNAÇÃO EM ATOS

INFRACIONAIS COMO

O PRESENTE NÃO FERE

O ARTIGO 122 DO ECA

E NÃO CONSTITUI

QUALQUER NULIDADE

NECESSIDADE DE

PROTEÇÃO DO

ADOLESCENTE

INFRATOR VISANDO A

SUA

RESSOCIALIZAÇÃO

55 AC

2008.050.06835

RJ TRÁFICO DE

DROGAS E ASSOCIAÇÃO

Fundamentação

insuficiente, pois a medida de

Recurso

provido

Violação do

princípio constitucional da

O adolescente

foi mantido algemado

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132

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006), CUMULADO

COM CORRUPÇÃO ATIVA

(ART.333, CP)

internação somente poderá ser

imposta quando presentes os

pressupostos constantes do

art. 122 do eca, portanto é

uma medida excepcional, não

podendo transformar-se em

medida generalizada

parcialmente proteção integral (art. 227,

c.f), sendo que a medida

mais adequada, na hipótese,

é a liberdade assistida

durante a audiência, já

em vigor a súmula

vinculante nº 11, do stf,

com uma justificativa

surpreendente,

desvinculada de

qualquer princípio

jurídico: "norma de

segurança diante da

possibilidade do risco

de fuga, já que os

agentes do degase não

possuem armas e neste

ato, há presença de

familiares e ausência de

qualquer policial

militar. Diante do

exposto, o magistrado

decidiu permanecer com

o uso de algemas

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133

durante as audiências no

juízo.

56 AC

2008.050.05218

RJ TRÁFICO DE

DROGAS E ASSOCIAÇÃO

(ARTS. 33 E 35 DA LEI

11.343/2006), CUMULADO

COM CORRUPÇÃO DE

MENORES (ART.218, CP)

Conjunto probatório

insuficiente para a

condenação, sendo que há

inexistência de prova

inequívoca do ajuste prévio,

no sentido da formação de

vínculo associativo em caráter

estável e permanente para a

prática do crime de tráfico de

drogas.do crime de corrupção

de menor, solicita absolvição,

alegando inexistência de

prova do fato.

Provimento

parcial.

Adolescente

cumprindo medida

socioeducativa, em virtude

de passagem anterior pelo

juízo menorista.a dosagem

da pena foi aplicada

erroneamente, pois a pena

base foi fixada acima do

mínimo legal.

Aplicação da

causa de diminuição de

pena do § 4º, do art. 33, da

lei nº. 11.343/2006.

57 HC

2009.059.03518

RJ ROUBO (ART. 157, §

2°, INC. I E II)

Sabe-se que o art.

122 do eca é claro ao dispor

que a medida de internação ao

adolescente infrator é

recomendada em caráter

Ordem

concedida

Deve ser

concedida ao paciente a

progressão para a medida

de semiliberdade com base

nos relatórios acostados aos

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134

excepcional e de efetiva

necessidade. Deve-se, assim

ter em mente os fins sociais a

que a lei se dirige que, no

caso, é a ressocialização dos

adolescentes.

autos elaborados pela

equipe técnica, por

entender que tal medida é

necessária e suficiente à

reintegração social do

adolescente infrator

58 HC

2008.059.03722

RJ Pretende a ordem

para determinar a reavaliação

da medida socioeducativa

imposta, uma vez que conta

nos autos relatório social

favorável ao abrandamento da

medida de internação.

Ordem

denegada

Os autos foram

remetidos a este tribunal

por força de recurso de

apelação e isto contribuiu

para o retardo ocorrido.

Esse alongamento

encontra-se justificado.

Não remanescem quaisquer

atos ilegais ou arbitrários

FONTE: http://www.tjrj.jus.br

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135

[pesquisa por: Medida socioeducativa eca]

Número total de ocorrências: 147 acórdãos.

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136

4. Tribunal de Justiça do Paraná

Ref Processo UF Ato

infracional

Alegações Decisão Fundamentos

Relevantes

Outros Destaques

001 HC

0456014-

1

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Gravidade do ato

infracional cometido não é

suficiente para, de per si,

justificar a inserção do

adolescente em medida

sócio-educativa de

internação por prazo

indeterminado, porque a

finalidade principal do

estatuto da criança e do

adolescente não é

retributiva, mas reeducar e

conferir proteção integral

Ordem

concedida

Imposição da medida

sócio-educativa mais gravosa

da internação deve ser

fundamentada, cabendo ao juiz

demonstrar a sua

imprescindibilidade no caso

concreto, bem como a

impossibilidade, inviabilidade

ou inadequação das outras

medidas sócio-educativas

previstas no eca, aplicadas em

meio aberto.

Deve ser

decretada a nulidade da

decisão que se baseia na

gravidade genérica do

ato infracional para

aplicar medida extrema

de internação ao menor

(stj-5ª turma, hc

42.691/sp).

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137

ao menor infrator.

002 AC

0475129-

9

PR HOMICÍDIO Legítima defesa

putativa,

Desprovido Legítima defesa

putativa não caracterizada -

ausência de meios moderados

para repelir a suposta agressão -

recurso não provido. Não há

legítima defesa putativa quando

utilizados mecanismos

desproporcionais para repelir a

pretensa injusta agressão

003 AC

0544573-

PR LATROCÍNIO

(ART. 157, §

Pleito de

absolvição por entender

Desprovido Reconhecimento do

infrator apelante por uma

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138

6 2º) pela falta de provas de

autoria do apelante no ato

infracional. Pedido de

liberdade assistida

testemunha presencial, e por

um dos infratores envolvidos

no delito - ato infracional

confirmado pelos outros

menores infratores. Medida de

internação adequada

004 AC

0476500-

8

PR ROUBO

(ART 157 I

CP)

Progressão para

medida em meio aberto

Desprovido Inviabilidade da

aplicação de medidas

socioeducativas edm meio

aberto.

A reiteração na

prática de atos infracionais

e o descumprimento de

medidas sócio-educativas

anteriores denotam que o

internamento é o meio

adequado à recuperação dos

adolescentes

005 AC

0534767-

5

PR Substituição da

medida socieducatica de

internação

Desprovido Provas produzidas que

conduzem à consideração do

acerto na aplicação da medida

socioeducativa de internação.

"impõe-se a medida de

internação, nos casos em que a

As medidas sócio-

educativas, por sua própria

natureza, têm caráter

pedagógico, e vinculam-se

à sua finalidade essencial,

que é a um só tempo, a

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139

natureza da infração e as

condições psicossociais do

adolescente façam supor que,

sem o seu afastamento

temporário do ambiente em que

vive, não será ele alcançado por

nenhuma medida pedagógica

ou terapêutica, e poderá, além

do mais, representar risco à

sociedade

reeducação e a

ressocialização do menor

infrator

006 0501603-

5

PR HOMICÍDIO

(ART.121, CP)

Apelante não

tinha intenção de matar.

Ocorrência de dolo direto

ou eventual, onde o

infrator agiu em legítima

defesa.

Desprovido Segundo Guilherme de

Souza Nucci, no código de

processo penal comentado: “a

lei não faz distinção entre o

dolo direto e o eventual para

fins de aplicação da pena.

Assim o juiz poderá fixar a

mesma pena para quem agiu

com dolo direto e para quem

atuou com dolo eventual". A

Manutenção da

internação do infrator

com base no art.122,

inc. I, do eca..

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140

excludente da legítima defesa,

entre outras condições, requer a

constatação de que os limites

necessários à preservação do

direito que se pretendeu

amparar não foram

extrapolados.

007 0510245-

2

PR HOMICÍDIO -

ART. 121, § 2º,

INCISO II (DUAS

VEZES), C/C ARTS.

29 E 69, TODOS DO

CÓDIGO PENAL.

Aplicação de

medida de semi-liberdade,

ou, então, que o

adolescente permaneça em

uma unidade de tratamento

psicológico.

Provimento

negado

Aplicação do art. 122

e do art. 101, v, do eca, haja

vista que o adolescente é

reicidente na prática dos atos

infracionais e o

descumprimento de medidas

sócio-educativas anteriores

denotam que o internamento é o

meio adequado à recuperação

do adolescente.

O magistrado

declara “ex officio” à

internação e a medida

protetiva de tratamento

psicológico.

008 AC

0546367-

6

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO. ART.

121, §2º, I E IV DO CP

Aplicação de

medida sócio educativa

mais branda.

Provimento

negado.

Analise de reiteração

dos atos infracionais praticados

pelo adolescente e a respectiva

O contexto social

são fatores que evidenciam

a necessidade da

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141

ineficácia de medidas sócio-

educativas anteriores. Inserção

do infrator num contexto de

marginalidade e de risco

permanente.

internação, dentre outros: a

reincidência na prática de

atos infracionais graves, a

ausência de disciplina no

âmbito familiar, o ócio

(hipótese em que o

adolescente não estuda nem

trabalha), o envolvimento

com grupos de risco, a

dependência química, o

inconformismo com

quaisquer noções de

limites, a ineficácia de

medidas em meio aberto

aplicadas anteriormente

009 AC

0471649-

0

PR ROUBO

(ART. 157, DO CP

Aplicação de

medida sócio educativa

mais branda

Não provido O princípio do livre

convencimento motivado do

magistrado tem prevalência,

ante a necessidade de se obter

efetivamente o objetivo

Aplicação do

principio da

excepcionalidade no caso

concreto de uma medida

socioeducstiva que deveria

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142

pedagógico pretendido com a

aplicação da medida de

internação.

ser uma excepcionalidade.

010 AC

0461979-

0

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

A anulação da

sentença menorista que

impôs ao paciente a

medida sócio-educativa de

internação

Prejudicado

pela perda do objeto

O pedido perde o

objeto em razão da progressão

do regime para liberdade

assistida, como aliás, pretendia

o recorrente.

011 HC

0480056-

4

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

(ART. 33 DA

LEI N.º 11.343/06)

Paciente

internado em

estabelecimento

inadequado

Concedido Evidente violação aos

artigos 123 e 185 do estatuto

menorista. Constrangimento

ilegal caracterizado

012 AC

0556166-

2

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO -

ART. 121, § 2º

Os motivos

apontados pelo juiz para

aplicar a internação são

inidôneos, quais sejam: a

gravidade do ato

infracional e a

inviabilidade da aplicação

de outra medida

Não provido Conduta do

adolescente apelante ter

evidenciado o seu profundo

desajuste social, impondo-se

que se lhe ofereça a

oportunidade de assimilar

novos valores, reflita sobre o

ocorrido, mediante

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143

socioeducativa ante a falta

de instituição adequada na

comarca.

acompanhamento intensivo que

somente a internação

possibilita.

013 AC

0445251-

7

PR HOMICÍDIO

(ART 121,

CAPUT CP)

Alega que agiu

em legítima defesa e que

diante da insuficiência de

provas não há como se

afastar tal excludente.

Pugna pela absolvição e,

alternativamente, pela

aplicação da medida sócio-

educativa de liberdade

assistida ou semiliberdade.

Provimento

negado.

Adolescente em

situação de risco, que cometeu

novo ato infracional com

violência à pessoa, sendo a ele

atribuída, ainda, a prática de

outras infrações graves,

restando devidamente

justificada a imposição da

medida de internação, nos

moldes do art. 122, incisos i e

ii, do eca. Vii

014 AC

0502954-

1

PR PORTE

ILEGAL DE ARMA

DE FOGO

ART. 14, LEI

10.826/2003

Alega ser o

conjunto probatório

insuficiente para ensejar

sua condenação, já que a

autoria não estaria

comprovada. Argumenta

Provimento

negado.

Embora contestada

pelo recorrente, encontra-se

satisfatoriamente demonstrada,

tal qual se depreende do laudo

de exame cadavérico da vítima

(fls. 77-v), o qual condiz com

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144

que, além de não ter

havido prova pericial

relativa à existência de

pólvora em suas mãos e

não ter sido encontrada a

arma do crime, nenhuma

das testemunhas de

acusação assistiu aos fatos

diretamente

os testemunhos prestados em

juízo. Existência de outros

meios de provas.

Reconhecimento do acusado

feito na fase inquisitorial por

meio de fotografia.

Confirmação em juízo

015 AC

0509602-

0

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO -

ART. 121, § 2º

O apelante agiu

em legítima defesa, pois

estava sendo ameaçado

pela vítima; postula a

substituição da medida de

internação pela medida de

semiliberdade

Provimento

negado.

Rovas suficientes de

que o ato infracional foi

praticado por motivo de

vingança e não em razão do

animus defendendi. Pedido de

aplicação da medida sócio-

educativa de semiliberdade.

Manutenção da internação

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145

016 AC

0452246-

7

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO -

ART. 121, § 2º

Requerendo a

substituição da medida em

meio fechado, por

prestação de serviços à

comunidade e liberdade

assistida

Provimento

negado.

O ato foi perpetrado

mediante grave ameaça às

pessoas. Alto nível de

periculosidade do adolescente,

e reforça ainda mais a

necessidade de intervenção.

Privado de liberdade o jovem

aparenta bom comportamento;

por outro lado, em meio aberto

revelou atitudes totalmente

divergentes daquelas

apresentadas no cense.

Abandono da escola e usuário

de drogas.

017 AC

0471649-

0

PR ROUBO

QUALIFICADO

(ART. 157, §

2°, INCISO I DO

CÓDIGO PENAL).

Medida de

internação só se aplica a

casos excepcionais e que a

medida de semiliberdade

oferece a proposta

psicopedagógica

Provimento

negado

Internação com

fundamento no art. 122, inc. I

do eca. Princípio da

excepcionalidade. Medida que

se revela imprescindível ante as

necessidades pedagógicas

Afigura-se

adequada a internação, no

caso concreto, em razão do

fato de que a conduta

infracional foi praticada

com grave ameaça, além de

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146

necessária à readaptação

do adolescente

específicas do apelante não ser a primeira infração

praticada pelo adolescente,

cujas medidas anteriores

em meio aberto não

surtiram os efeitos

preventivos esperados e

que demonstra precisar o

adolescente de algum

tempo de reflexão para

melhorar a noção de

desvalor de conduta.

018 AC

0444772-

7

PR PORTE

ILEGAL DE ARMA

DE FOGO / ROUBO

QUALIFICADO

(ART. 14, LEI

10.826/2003) (157, §2º)

Fragilidade das

provas colacionadas.

Requer a aplicação da

medida de prestação de

serviços à comunidade

Provimento

negado

A materialidade é

comprovada pelos autos de

exibição e apreensão.

019 AC

0491504-

2

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO -

ART. 121, § 2º

Não tinha a

intenção de ceifar a vida

da vítima.

Prejudicado

pela perda do objeto

Foi aplicada a

progressão da medida sócio-

educativa de internação para o

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147

regime de liberdade assistida

pelo prazo de 06 (seis) meses,

restando, prejudicada a análise

de seu recurso visto que

objetivava unicamente a

substituição da medida imposta.

020 AC

0529417-

7

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO -

ART. 121, § 2º

Que as provas são

frágeis, não existindo

certeza em relação à

autoria. Substituição da

medida sócio-educativa

aplicada, para a de

liberdade assistida

Provimento

negado

Reeducação se faz

absolutamente necessária, no

caso do representado, que

cometeu ato infracional muito

grave. O desajuste social é

incontestável, necessitando,

portanto, de medida sócio-

educativa de internação, única

capaz de reverter o elevado

grau de comprometimento

social do adolescente.

Além disso, não

estava estudando, é usuário

de drogas, ingere bebida

alcoólica, andava com

péssimas amizades, não

exercia qualquer atividade

laborativa lícita e andava na

rua altas horas da

madrugada (o fato se deu

por voltas das 01:00 hora).

021 AC

0474093-

0 -

PR ROUBO

QUALIFICADO

(ART. 157, §

Substituição da

internação por liberdade

assistida e protetiva de

Provimento

negado

Mister se faz a

internação, com todos os

contornos de gravidade que lhe

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148

2°, INCISO I DO

CÓDIGO PENAL).

tratamento para

toxicômano

são conferidos, na medida em

que, somente assim, haverá de

ser atingida, de modo efetivo, a

finalidade que lhe é peculiar,

qual seja, a de reeducar e

ressocializar os adolescentes.

022 AC

0462284-

0 -

PR ROUBO (CP,

ART. 157, § 2º, I E II)

Ausência de

fundamentação da medida

aplicada

Provimento

negado

"os atos infracionais

praticados mediante violência

ou grave ameaça contra pessoa

merecem maior reprimenda por

parte do estado, porquanto

causadores de grande

repercussão social, na medida

em que geram insegurança e

desconforto para a população.

Assim, aos adolescentes,

imperiosa a aplicação de

internação sem possibilidade de

atividades externas, única que

impõe censura adequada e

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149

proporcionai à conduta

desenvolvida

023 AC

0502838-

2

PR HOMICÍDIO

(RT. 121 § 2º,

IV, CP)

Alegação de

desconhecimento da

intenção do comparsa.

Pleito de substituição da

medida sócio-educativa de

internação pela

semiliberdade

Provimento

negado

A alegação de

desconhecimento da intenção

do co-autor não se sustenta

quando há provas suficientes de

que o apelante encostou seu

veículo ao lado do veículo da

vítima para que o seu comparsa

pudesse efetuar os disparos, que

foram a causa da morte da

vítima. 2. A internação é, no

caso vertente, a medida sócio-

educativa que se revela mais

adequada para proporcionar a

reeducação e a internalização

de limites ao apelante, em razão

de que a conduta infracional é

grave e foi praticada com

violência, e as condições

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150

pessoais do infrator sinalizam

que está irremediavelmente

comprometido com o meio

delinquencia

024 HC

0524112-

7

PR (ROUBO

QUALIFICADO)

ART. 157, §2º,

INCS. I E II DO CP

Medida de

internação somente deve

ser aplicada em casos

excepcionais;

o magistrado deve aplicar

a medida que realmente

atinja a finalidade

pedagógica, preservando

os vínculos familiares e

comunitários, o que não é

o caso da internação

Ordem

denegada

Infração praticada com

violência a pessoa.

Caracterização da hipótese do

art. 122, i do eca. Imposição da

medida justificada. Análise

mais aprofundada da

fundamentação somente

possível em sede de recurso de

apelação

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151

025 AC

0546888-

0

PR LATROCÍNIO

(ART. 157,

PARÁGRAFO 3º, DO

CP)

Pleito de

substituição da aplicação

de medida socioeducativa

de internação pela de

semiliberdade ou de

liberdade assistida, ao

argumento de não terem

sido levadas em conta a

confissão e a delação

premiada.

Não provido Magistrada que bem

analisou os institutos

mencionados. Adolescente que

aderiu à prática delituosa em

coautoria. Ato praticado com

violência e grave ameaça a

pessoa. Medida de internação

que se revela, para já, mais

adequada, em razão da peculiar

condição do representado. Art.

121 do eca

026 AC

0546888-

0

PR DISPARO DE

ARMA DE FOGO E

LESÕES CORPORAIS

A nulidade da

sentença, sob o

fundamento de que nela

não foram enfrentadas

todas as questões

deduzidas pela defesa em

suas alegações finais.

Não provido Adolescente que efetua

disparos em meio a várias

pessoas ferindo algumas delas.

Autoria e materialidade dos

atos infracionais comprovadas.

Adolescente com família

desestruturada (pai assassinado,

mãe presa por tráfico),

indiferente à medida de

Se por um lado a

medida de internação não

representa garantia de

êxito, por outro é certo que

em determinados casos é a

única apta a surtir algum

efeito positivo na

readaptação social do

adolescente, já que através

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152

internação aplicada.

Envolvimento estreito com

outros delitos graves,

especialmente o tráfico.

Internação necessária e

adequada

dela é que ele terá

acompanhamento constante

e orientação profissional

permanente, além de se

manter afastado de

situações de risco.

027 AC

0464465-

3

PR DANO

QUALIFICADO, ART.

163,CP.

Pedido de medida

sócio-educativa mais

branda: semiliberdade

Não provido Manutenção da

sentença , estabelecendo a

internação do adolescente, pois

este já praticou atos

infracionais anteriormente,

demonstrando dessa forma a

ineficácia da media sócio-

educativa anterior. Além disso,

sua conduta é considerada

grave

Este foi o de

ontem. Axo q acordão 135.

028 AC

0505689-

1

PR ROUBO

(ART. 157,§ 2º, I E II

DO CP).

Alegação do

recorrente de que não pode

ser aplicada novamente a

medida socioeducativa da

Não provido A alegação é

totalmente descabida, que esta

medida oferecida no

procedimento de ato infracional

(acórdão 56, pra

vc não se perder)

Medida aplicada

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153

prestação de serviços à

comunidade porque já se

encontra cumprindo a

mesma medida "tornando-

se inviável o cumprimento

de nova condenação nesta

modalidade de medida".

anterior, não foi devidamente

cumprida.. E, mesmo que assim

não o fosse, não se está a

aplicar cumulativamente as

medidas socioeducativas,

porquanto, se tratam de autos

distintos, não havendo qualquer

óbice em ser determinada a

referida medida também nos

presentes autos.

em consonância com a

convicção motivada do

juízo singular.

029 AC

0534797-

3

PR EXTORSÃO

(ART. 158 DO CP),

Negativa de

autoria do ato infracional.

Não provido Idoneidade no

testemunho das vítimas para

comprovar a prática do ato

infracional pelos apelantes. As

vitima se mostram firmes na

narrativa dos fatos e não existe,

outrossim, nenhuma suspeição

evidenciada ou interesse delas

em atribuir a prática infracional

a inocentes, prejudicando-os

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154

imotivadamente.

030 AC

0529417-

7

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO (ART.

121, § 2º, I E IV, DO

CÓDIGO PENAL).

PORTE ILEGAL DE

ARMA DE FOGO

(ART. 14 DA LEI

10.826/2003).

Negativa de

autoria do ato infracional.

Não provido Prova robusta da

participação efetiva do

adolescente nas agressões

praticadas contra a vítima.

Adolescente com outras

passagens pelo juízo da

infância e da juventude e

evidente desajuste social

demonstrado no estudo técnico

realizado .

Representação

apenas em relação ao

homicídio.

Pretendida

desclassificação para lesão

corporal seguida de morte.

(acórdão 55)

031 HC

0560882-

0

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Concessão de

habeas corpus e aplicação

de medida mais branda

Provido Desproporcionalidade

da medida aplicada. O tráfico

de entorpecentes por si só não é

considerado grave contra a

pessoa, além da inocorrência de

reiteração delitiva em atos

infracionais graves.

Não justifica a

internação o argumento de

abstrata gravidade do ato

praticado equiparado ao

delito de tráfico de

entorpecentes, pois este não

foi cometido com violência

ou grave ameaça à pessoa,

não se subsumindo ao

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155

disposto no inciso i do

artigo 122 do eca.

032 AC

0532924-

2

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Aplicação de

medida mais branda em

vista da

desproporcionalidade da

medida aplicada na

sentença

Provido Reforma do decisum,

pois a medida de internação é

medida excepcional admitida

nas hipóteses taxativas

previstas no artigo 122 do eca,

porquanto retirar o adolescente

do convívio familiar,

conseqüência pesarosa àqueles

que estão em peculiar condição

de desenvolvimento. Aplicação

da medida de liberdade

assistida.

033 AC

0455563-

5

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO (ART.

121, § 2º, I E IV, DO

CÓDIGO PENAL).

Excepcionalidade

da medida de internação, a

qual deve ser substituída,

requerendo ao final a

reforma do "decisum",

para absolver a recorrente

Não provido Observa-se, assim, que

a adolescente carece de um

parâmetro dos valores que deve

ter como certos. Por

conseguinte, necessita de mais

do que mera orientação. Precisa

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156

e inseri-la em tratamento

de drogadição

estabelecer rotinas e atividades

produtivas que lhe possibilite a

percepção de outra forma de

organizar sua vida. Ao mesmo

tempo, deve ser afastada

temporariamente do meio

externo, até que possa estar

segura de si, de modo a não

mais se deixar influenciar

negativamente

034 AC

0508822-

8

PR ROUBO

(ART. 157,§ 2º, I E II

DO CP).

Pela substituição

da medida sócio-educativa

de internação por medida

de semiliberdade. Aduz a

defesa que o adolescente

deve ser considerado

vítima, pela falta de

oportunidade de ascensão

social

Não provido Inadequada a aplicação

de medida mais branda e insta a

manutenção da imposição da

medida sócio-educativa de

internação, nos moldes da

sentença hostilizada.

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157

035 HC

0508395-

6

PR HOMICÍDIO

(ART.121, CP)

Manutenção da

medida de internação

Ordem

denegada

Autos demonstram

claramente que a recuperação

do adolescente é de forma

gradativa, e se este vem

surtindo o efeito pretendido, tal

trabalho há que ser prorrogado,

no intuito, de que seja,

exclusivamente, em benefício

do próprio adolescente, pois se

há resultado positivo, dada a

gravidade do ato associada as

demais conjunturas, são

suficientes para demonstrar que

a fundamentada decisão

singular, que indeferiu o pedido

de progressão para liberdade

assistida, deve ser mantida.

Manutenção da

medida.

036 AC

0467527-

0

PR ESTUPRO Ausência de

fundamentação na

aplicação da medida sócio-

Ordem

concedida

Diante do exposto, de

ofício, declaro a nulidade

parcial da sentença de primeiro

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158

educativa de internação grau por ausência de

fundamentação, no tocante a

medida sócio-educativa de

internação, devendo, contudo o

apelante aguardar a nova

decisão em liberdade assistida.

037 AC

0431503-

7

PR ROUBO

(ART. 157,§ 2º, I E II

DO CP).

A gravidade do

ato infracional não é

suficiente para justificar as

medidas privativas de

liberdade, sobretudo

porque a escolha da

medida deve levar em

conta essencialmente a

pessoa do adolescente.

Não provido Em resumo, afigura-se

acertada a decisão do juiz

singular em julgar procedente a

representação e aplicar a

medida sócio-educativa de

internação, que se revela mais

adequada para proporcionar a

reeducação de m.s, em razão do

fato de que não é a primeira

infração por ele praticada, e as

medidas anteriormente

aplicadas em meio aberto não

foram suficientes para impedir

esta nova ação delituosa.

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159

038 AC

0556565-

5

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Não ter praticado

ato infracional mediante

grave ameaça ou violência;

que não houve reiteração

de ato infracional e, por

estes motivos não deve ser

aplicada a medida

socioeducativa de

internação, devendo assim

ser reformada a sentença.

Recurso

parcialmente provido

Substituição por

medida socioeducativa de

liberdade assistida. Recurso

parcialmente provido, com

expedição de mandado de

desinternação. O rol do art. 122

do estatuto da criança e do

adolescente é exaustivo, não se

enquadrando nele a aplicação

da medida de internação pelo

trafico de entorpecentes, haja

vista a violência e a grave

ameaça não serem integrantes

do tipo pena

039 AC

0505421-

9

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Medida

socioeducativa foi aplicada

em excesso e

desproporcional a conduta

praticada. Aduziu que o

fato de ser reincidente não

Não provido "as questões

apresentadas apontam para a

necessidade real do adolescente

receber tratamento para a

drogadiçao, no entanto observa-

se que este não se sustenta em

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160

justifica a aplicação mais

gravosa.

Conseqüentemente,

entende ser razoável a

medida socioeducativa de

liberdade assistida,

combinada com medida

protetiva de tratamento

para drogadiçao.

meio aberto, entende-se

necessário a aplicação da

medida socioeducativa de

internação e após

encaminhamento a tratamento

de drogadição."

040 HC

0538056-

3

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Ato infracional

praticado sem grave

ameaça ou violência à

pessoa

Ordem

concedida

Reconheço a

existência de constrangimento

ilegal no que se refere à medida

imposta à adolescente, pelo que

voto no sentido de ser

concedida a ordem para

suspender a aplicação da

medida sócio-educativa de

internação, que deverá aguardar

a nova decisão em liberdade

assistida, salvo se por outro

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161

motivo estiver apreendida ou

internada, confirmando-se a

liminar anteriormente deferida.

041 AC

0557310-

4

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO

Desclassificar o

crime como homicídio

qualificado e enquadrá-lo

como destruição cadáver.

Crime impossível.

Recurso

negado

Negar provimento aos

recursos, com aplicação

cumulativa, ao primeiro, da

medida protetiva de

tratamento/acompanhamento

psiquiátrico, prevista no art.

101, v do eca, nos termos do

voto do relator.

042 AC

0494507-

5

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Sustentou o

recorrente que a sua

participação no roubo não

restou comprovada. Prova

material frágil.

Parcialmente

provido.

Dessa forma, deve o

recurso ser parcialmente

provido, tão somente para

excluir a incidência da causa de

aumento prevista no art. 157, §

2º, i, do código penal, relativa

ao exercício de violência

mediante emprego de arma,

mantendo-se as demais

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162

disposições constantes da

sentença, ou seja, adolescente

continua internado.

043 AC

0514582-

6

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Leito de

substituição da aplicação

de medida sócio-educativa

de internação pelas

medidas sócio-educativas

de liberdade assistida e de

prestação de serviços à

comunidade

Parcialmente

provido.

Medidas que,

anteriormente aplicadas,

restaram insuficientes para

alcançar as necessidades

pedagógicas do adolescente.

Ato praticado mediante

violência à pessoa. Medida de

internação que se revela mais

adequada. Acolhimento do

pedido de inclusão no programa

de tratamento a toxicômanos.

044 AC

0412724-

4

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Medida de

internação se revela

desproporcional ao ato

infracional e desnecessária

Recurso

prejudicado perda

objeto

Considerando que a

decisão que extinguiu a medida

aplicada transitou em julgado,

estando acobertada pelo efeito

da imutabilidade, deve o

presente recurso ser julgado

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163

prejudicado, diante da perda do

objeto".

045 HC

0530321-

3

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Internação de

adolescente - cadeia

pública - excesso de prazo

Ordem

concedida

Adolescentes que

continuaram recolhidos na

cadeia pública local, por prazo

superior a 5 dias, porque o

estado não disponibilizou vagas

em instituição apropriada para

cumprir a medida sócio-

educativa de internação.

Violação ao art. 185, §2º do

estatuto da criança e do

adolescente. Constrangimento

ilegal evidenciado

046 AC

0502954-

1

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO

Pugna pela

reforma da sentença

recorrida e total

improcedência da

representação.

Provimento

negado

O ato infracional.

Autoria evidenciada pela vasta

prova testemunhal. Sentença

mantida

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164

047 AC

0507480-

6

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

Se insurge,

basicamente, contra a

medida sócio-educativa

aplicada aos adolescentes.

A autoria é incontroversa

porquanto ambos os

apelantes confessaram a

prática do ato infracional

pelo qual foram

representados.

Provimento

negado

A medida sócio-

educativa de internação,

prevista no art. 122, inc. I da lei

8.069/90, é aplicada em caráter

excepcional quando o ato

infracional é praticado

mediante ameaça ou violência à

pessoa, quando as condições

pessoais do infrator

recomendam essa providência e

tendo em conta as

circunstâncias do caso concreto

048 HC

0493755-

7

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Afirmando que

existe constrangimento

ilegal na conduta da

autoridade coatora, tendo

em vista a ausência de

fundamentos que

justifiquem a decretação

da internação provisória do

Ordem

concedida

Ausência de

fundamentação idônea -

constrangimento ilegal

evidenciado. Remissão

concedida

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165

paciente.

049 AC

0471649-

0 -

PR ROUBO

QUALIFICADO

(157, §2º)

A defesa se

insurge, basicamente,

contra a medida sócio-

educativa aplicada ao

adolescente, por entender

gravosa e desproporcional

ao fato praticado.

Provimento

negado

internação com

fundamento no art. 122, inc. I

do eca. Princípio da

excepcionalidade. Medida que

se revela imprescindível ante as

necessidades pedagógicas

específicas do apelante.

Recurso não-provido.

050 AC

0560440-

2

PR TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

Insurge-se tão

somente contra a medida

de internação aplicada, ao

argumento de que o rol do

art. 122 da lei 8.069/90 é

taxativo e nele não se

enquadra a situação do

apelante, já que o crime de

tráfico não foi cometido

com violência ou grave

ameaça a pessoa e não

Recurso

provido

A medida de

internação só pode ser adotada

de acordo com o rol taxativo do

art. 122 do eca. Assim, mesmo

que se trate de crime grave,

como é o tráfico ilícito de

drogas, se ausentes as outras

hipóteses previstas no

mencionado dispositivo, não se

pode impor a meidda extrema.

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166

houve reiteração no

cometimento de outros

atos infracionais graves.

Pede, por fim, o

afastamento da medida de

internação.

51 AC

0560440-

2

PR ROUBO

(ART 157

ICP)

Pedido de

substituição da aplicação

de medida sócio-educativa

de internação por

tratamento em casa de

recuperação para

dependentes químicos

Desprovido

Não- comprovação da

condição de dependência

química do adolescente. Roubo

está consumado no instante em

que o agente se torna, mesmo

que por pouco tempo, possuidor

da res subtraída mediante grave

ameaça ou violência.

52 AC

0442849-

5

PR HOMICÍDIO Invocada legítima

defesa

Recurso

desprovido

Agente que repele a

suposta injusta agressão de

modo excessivo. - conduta

dolosa inconteste. - intenção de

matar caracterizada. - medida

sócio-educativa de internação

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167

corretamente aplicada

53 AC

0502954-

1

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO

Pedido pela

reforma da sentença

recorrida e total

improcedência da

representação.

Provimento

negado

O ato infracional.

Autoria evidenciada pela vasta

prova testemunhal. Sentença

mantida

54

AC

0509602-

0

PR HOMICÍDIO

QUALIFICADO

PEDIDO DE

APLICAÇÃO DA

MEDIDA SÓCIO-

EDUCATIVA DE

SEMILIBERDADE, com

alegação que foi legítima

defesa.

Provimento

negado

O reconhecimento de

que o agente agiu sob a

excludente da legítima defesa,

entre outras condições, requer a

constatação de que os limites

necessários à preservação do

direito que se pretendeu

amparar não foram

extrapolados

55 HC

0562306-

3

PR Latrocínio AGUARDANDO

VAGA EM

ESTABELECIMENTO

INADEQUADO,

CUSTODIADO NO

Ordem

Conceida

Viola o art. 185, §2º

do ECA e caracteriza

constrangimento ilegal a

manutenção de adolescente

apreendido em estabelecimento

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168

MINI-PRESÍDIO DE

APUCARANA, SEM O

TRATAMENTO

ADEQUADO

inadequado (no caso,

instituição penitenciária) por

prazo superior a cinco dias, por

falta de vagas em instituição

destinada a menores e

condizente para o cumprimento

da medida sócio-educativa de

internação aplicada em

sentença

FONTE: http://www,tjpr.jus.br

[pesquisa por: ato infracional eca]

Número total de ocorrências: 123 acórdãos.

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169

5. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

ef.

Processo

F

Ato

infracional

Parte

Impetrante

Alegações Decisã

o

Fundamentos Relevantes Outros

Destaques

01

AC

70027496058/2008

(Comarca

de São Lourenço do

Sul)

S

Furto, na

forma tentada

(art. 155 c/c

art. 14, II, CP)

Adolescent

e.

Em razões recursais [...]

alega nulidade do procedimento

diante da ausência de laudo

interdisciplinar, bem como pelo fato

de o menor ter sido ouvido sem a

presença de seus pais ou

responsável na audiência de

apresentação. No mérito, sustenta

que inexistem elementos

probatórios suficientes para ensejar

a procedência da representação.

Requer sejam afastadas as

qualificadoras. Postula provimento

ao recurso para que a representação

seja julgada improcedente, ou,

alternativamente, lhe seja aplicada

medida mais branda.

Recurs

o Improvido.

A falta do laudo interdisciplinar

não constitui causa de nulidade do

procedimento. Inteligência do art. 186 do

ECA [...]. Inexistindo prejuízo à defesa do

adolescente, a ausência dos seus pais ou

responsáveis na audiência de apresentação

não enseja a nulidade do procedimento,

devendo ser privilegiada a finalidade

pedagógica e ressocializante almejada pelo

ECA em detrimento da forma. Comprovadas

a materialidade e a autoria do ato infracional,

e possuindo o adolescente antecedentes e

comportamento desajustado, tem-se como

justa e adequada a aplicação de medida

sócio-educativa de internação.

“Nesse

contexto, necessária

medida sócio-

educativa mais severa,

até como caráter

protetivo, pedagógico

e ressocializante, e

também como forma

de assegurar a ordem

pública, evitando-se a

reiterada prática de

atos infracionais”.

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170

02

AC

70026267914/2008

(Comarca

de Passo Fundo)

S Homicídio

Qualificado

(art. 121, §2º,

I, CP)

Ministério

Público e

Adolescente.

Apelação do Ministério

Público. O Ministério Público

apelou requerendo a retirada do

prazo para cumprimento da medida

socioeducativa [...]. Apelação do

representado. [...] negou a autoria

do ato infracional, salientando que a

prova dos autos não é uníssona,

tampouco segura para a

condenação. [...] No que pertine à

qualificadora do homicídio, referiu

que a simples vingança não

caracteriza a torpeza, juntando

jurisprudência nesse sentido. Por

fim, quanto à medida

socioeducativa, alegou que segundo

as avaliações psicológicas, não

possui condições de cumprir com a

medida imputada, requerendo

medida de proteção, nos termos do

art. 101, inciso V do Estatuto da

Criança e do Adolescente, e o

Recurs

o do MP

provido.

Recurs

o do adolescente

parcialmente

provido.

O motivo torpe deve ser afastado

da conduta porquanto o homicídio ocorreu

devido à briga, sendo que a vingança não

demonstra, por si só, a torpeza. [...].

Imperiosa a manutenção da medida

socioeducativa de internação sem

possibilidade de atividades externas, em

virtude da gravidade da conduta. [...]. A

medida de internação não comporta a

aplicação de prazo determinado, a teor do §

2º, do artigo 121, do Estatuto da Criança e do

Adolescente, cumprindo a reforma da

sentença para determinar a aplicação da

medida socioeducativa por prazo

indeterminado.

Nenhum.

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171

afastamento do cumprimento da

medida socioeducativa. [...].

03

AC

70027280098/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Roubo

(art. 157, CP)

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

a prova coligida é frágil para

agasalhar a procedência da

representação, limitando-se a

valorizar a palavra das vítimas, cuja

credibilidade é comprometida.

Pondera que não foi apreendida a

arma de fogo, nem realizado exame

pericial, o que enseja o afastamento

da circunstância qualificadora. Diz,

finalmente, que a medida

socioeducativa imposta é

inadequada, sendo desproporcional

à gravidade do ato infracional.

Pretende seja julgada improcedente

a representação ou, então, que seja

aplicada outra medida

socioeducativa, mais branda e em

meio aberto. [...].

Recurs

o Improvido.

[...] Estando cabalmente

comprovadas tanto a autoria como a

materialidade do ato infracional, imperioso é

o juízo de procedência da representação e

também a imposição de medida

socioeducativa. 2. Embora a negativa de

autoria do infrator, foi ele reconhecido pelas

vítimas [...] 3. A palavra da vítima, somada

às circunstâncias do fato, conferem certeza

sobre a prática delitiva, não se vislumbrando

qualquer razão capaz de justificar outra

motivação para imputar ao infrator a prática

infracional que não a do pleno

esclarecimento dos fatos. 4. A não apreensão

da arma de fogo e a conseqüente não

realização do exame pericial não afasta a

circunstância qualificadora [...]. 5. Tratando-

se de adolescente que apresenta antecedentes,

que já recebeu outra medida em meio aberto

e que se revelou inócua, que demonstra

Juiz

subscreveu as razões

do parquet e

considerou, de

maneira determinante,

circunstâncias

pessoais do

adolescente para a

imposição da medida.

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172

ousadia e ausência de limites e de senso

crítico, além de periculosidade social,

mostra-se cabível a imposição da medida

socioeducativa de internação, sem atividade

externa. 6. A imposição da medida extrema

tem o escopo de convidar o jovem a uma

profunda reflexão acerca da reprovabilidade

social pela conduta praticada, mostrando-se

que existem limites que devem ser

observados na vida em sociedade, a fim de

que possa vir a ser reintegrado na vida social

e possa se tornar um cidadão útil, que

respeita a leis e os seus semelhantes.

04

AC

70027218296/2008

(Comarca

de Jaguarão)

S Furto

(art. 155, CP)

Adolescent

e.

Inconformado, apela o

representado [...]. Nas razões

recursais, alega que deve ser

aplicado o princípio da

insignificância, visto que o ato não

restou concretizado. Aponta o baixo

valor do bem furtado (R$ 60,00),

requerendo seja julgada

improcedente a representação.

Recurs

o Improvido.

O princípio da insignificância

(bagatela) é inaplicável aos atos infracionais,

nos quais a gravidade da conduta praticada é

mais relevante do que valor do bem

subtraído. Evidenciadas autoria e

materialidade, impõe-se a aplicação da

medida socioeducativa prevista no ECA.

Levando-se em conta o grau de

reprovabilidade da conduta do representado,

“Quanto ao

princípio da

insignificância, não

procede a pretensão do

apelante. A ausência

de prejuízo

patrimonial à vítima

não implica em menor

gravidade do ato.

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173

Requer, ainda, o abrandamento da

medida sócio-educativa. [...].

bem como a prática recorrente de atos

infracionais, mostra-se adequada a medida de

internação sem possibilidade de atividade

externa imposta ao representado.

“Considerando que tais medidas

possuem, além do caráter sancionatório e

punitivo, a finalidade de reeducação dos

adolescentes infratores, visando sua

reabilitação social, mediante o despertar do

senso crítico acerca da gravidade do ato

praticado, bem como de suas conseqüências,

quer no meio social, quer para o próprio

adolescente, faz-se necessário que sua

fixação se dê de modo a não comprometer o

caráter pedagógico da reprimenda, bem como

levando em conta as características pessoais

de quem deve a elas submeter-se. [...] [o

adolescente] demonstra prática delituosa

reiterada e a tendência comportamental ao

delito, necessitando, pois, ressocializar-se”.

Outrossim, esta Corte

firmou jurisprudência

no sentido de que o

princípio da bagatela,

ou da insignificância,

não tem aplicação aos

atos infracionais. Isso

porque sua aplicação

poderia culminar em

impunidade e,

conseqüentemente, em

estímulo à infração”.

AC Roubo, na Adolescent Nas razões recursais, Recurs A medida sócio-educativa possui, Nenhum.

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174

05 70027161710/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S forma tentada.

(art. 157, §2º,

II, c/c art. 14, II, CP)

e. alega o representado que a medida

de internação se mostra inadequada

e excessiva, não contribuindo para

sua recuperação. Requer seja

provido o recurso, com o

abrandamento da medida sócio-

educativa.

o Improvido. além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua reabilitação

social e, diante disso, deve ser fixada

atentando-se às peculiaridades do caso

concreto. Levando-se em conta o extenso rol

de antecedentes infracionais praticados pelos

representados, bem como o não-

cumprimento de medidas mais brandas

aplicadas em outros feitos, mostra-se

adequada a medida de internação sem

possibilidade de atividade externa imposta na

sentença.

06

Ag. In.

70027063205/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

Disparo de

arma de fogo em via

pública

(art. 15, Lei

10.826/2003).

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

as situações de desorganização

familiar do adolescente estão

diretamente ligadas ao não

aproveitamento dos atendimentos

prestados pela FASE necessitando

de atendimento psicoterápico, o que

só é proporcionado junto à

comunidade. Alega que é preciso

ser viabilizado o fortalecimento dos

Recurs

o Improvido.

Descabe afastar a medida de

internação sem atividade externa quando o

infrator não venceu ainda as suas

dificuldades pessoais, não demonstrando o

esperado senso crítico, sendo imprescindível

manter a internação a fim de que ele faça

uma profunda reflexão acerca de sua

conduta, preservando-se também o alcance

retributivo próprio da medida, dada a

gravidade do ato infracional praticado.

“Convém

registrar, no entanto,

que o jovem ainda não

venceu as suas

dificuldades pessoais,

não demonstrando o

esperado senso crítico,

sendo imprescindível

manter a internação a

fim de que ele faça

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175

vínculos afetivos familiares, o que

somente ocorrerá no cumprimento

da medida de internação com

possibilidade de atividade externa.

Acena para a necessidade de serem

atendidos os princípios da

brevidade, excepcionalidade e

respeito à condição peculiar da

pessoa em desenvolvimento,

pretendendo que lhe sejam

concedidas atividades externas. [...].

uma profunda reflexão

acerca de sua conduta,

preservando-se

também o alcance

retributivo próprio da

medida, dada a

gravidade do ato

infracional praticado.

Com efeito, o relatório

avaliativo, realizado

em 15 de agosto de

2008, [...] concluiu

pela manutenção da

medida socioeducativa

de internação sem

possibilidade de

atividade externa, e

afirma que ROGÉRIO

não apresenta

alteração na sua

maneira de pensar”.

AC Lesão Adolescent Nas razões recursais alega Recurs Não ocorreu prescrição por não ter Embora o

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176

07 70026959668/2008

(Comarca

de Jaguarão)

S Corporal

(art. 129, CP)

e. ter-se implementado o prazo

prescricional. Alega ter agido em

legítima defesa. Requer, ainda, o

abrandamento da medida sócio-

educativa. [...].

o Improvido. decorrido quatro anos entre o recebimento da

representação e a prolação da sentença.

Comprovada a autoria e a materialidade do

ato infracional, resta isolada nos autos a tese

do apelante. Confissão que foi analisada em

conjunto com a prova coligida nos autos.

Levando-se em conta o extenso rol de atos

infracionais praticados pelo representado,

mostra-se adequada a medida de internação

sem possibilidade de atividade externa

imposta na sentença.

Estatuto da Criança e

do Adolescente não

contemple o instituto

da prescrição, este se

aplica às medidas

sócio-educativas, por

força da Súmula 338

do STJ, que pacificou

a matéria. Antes desta,

a Súmula 32 deste

Tribunal já previa:

“Aplica-se aos

procedimentos do

Estatuto da Criança e

do Adolescente o

instituto da

prescrição, consoante

os prazos máximos

das medidas

socioeducativas

cabíveis e aos lapsos

temporais previstos no

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177

art. 109 do Código

Penal, sem o redutor

decorrente da idade.”

08

Ag. In.

70026686436/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

em vista dos progressos

apresentados pelo adolescente

durante a internação, bem como

diante do fato de que o jovem

cometeu somente um ato

infracional, há de se considerar que

a medida já alcançou a sua

finalidade. Frisa que sempre

cumpriu a medida socioeducativa de

maneira satisfatória. Acena para a

necessidade de serem atendidos os

princípios da brevidade,

excepcionalidade e respeito à

condição peculiar da pessoa em

desenvolvimento, pretendendo que

lhe sejam concedidas atividades

externas. [...].

Recurs

o Improvido.

Descabe afastar a medida de

internação sem atividade externa quando o

infrator não venceu ainda as suas

dificuldades pessoais, não demonstrando o

esperado senso crítico, sendo imprescindível

manter a internação a fim de que ele faça

uma profunda reflexão acerca de sua

conduta, preservando-se também o alcance

retributivo próprio da medida, dada a

gravidade do ato infracional praticado. [...].

“Convém

registrar, no entanto,

que o jovem ainda não

venceu as suas

dificuldades pessoais,

não demonstrando o

esperado senso crítico,

sendo imprescindível

manter a internação a

fim de que ele faça

uma profunda reflexão

acerca de sua conduta,

preservando-se

também o alcance

retributivo próprio da

medida, dada a

gravidade do ato

infracional praticado.

Com efeito, o relatório

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178

avaliativo, realizado

em 15 de julho de

2008, concluiu pela

manutenção da medida

socioeducativa de

internação sem

possibilidade de

atividade externa,

enfatizando que o

adolescente “ainda não

está pronto para uma

progressão de MSE

precisando

amadurecer um pouco

mais” [...]”.

09

AC

70026386409/2008

(Comarca

de Lajeado)

S Furto

(art. 155, CP)

Lesão

Corporal

(art. 129, CP)

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

a prova coligida é frágil e

insuficiente para agasalhar a

procedência da representação, pois

as testemunhas não presenciaram os

fatos. Pretende a improcedência da

representação ou a imposição de

Recurs

o Improvido.

1. Comprovadas a autoria e a

materialidade dos atos infracionais de furto e

lesão corporal, é imperiosa a procedência da

representação e a imposição de medida

socioeducativa. 2. A medida socioeducativa

de internação mostra-se adequada quando se

trata de reiteração de atos infracionais de

Nenhum.

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179

outra medida socioeducativa mais

branda, em meio aberto, como a de

prestação de serviço à comunidade,

já que a internação não guarda

proporcionalidade com a gravidade

do ato infracional praticado. [...].

furto e, agora, também de lesão corporal, e se

verifica o gravíssimo desajuste pessoal do

infrator, que revela ousadia, ausência de

limites e de senso crítico, além de

comprometimento com drogas. 3. A medida

de internação assemelha-se a um tratamento

intensivo e visa convidar o infrator a uma

profunda reflexão acerca da censurabilidade

social sobre as condutas que vem

desenvolvendo, mostrando-lhe a necessidade

de respeitar a integridade física e o

patrimônio dos seus semelhantes,

proporcionando-lhe, também, tratamento

para a drogadição e o indispensável amparo

psicológico e social. [...].

10

AC

70025336033/2008

(Comarca

de Estância Velha)

S Atentado

violento ao pudor contra

menor

(art. 214 c/c

art. 224, a, CP)

Adolescent

e.

Nas razões recursais [...],

alega que tanto a materialidade

quanto a autoria do ato infracional

restaram incontroversos. Centra sua

irresignação em relação à aplicação

da medida socioeducativa mais

gravosa, ressalvando algumas

Recurs

o Improvido.

A medida sócio-educativa possui,

além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua reabilitação

social, devendo ser fixada em atenção às

peculiaridades do caso concreto. Levando-se

em conta o grau de reprovabilidade do ato

praticado, bem como a notícia de reiteração

“As medidas

sócio-educativas

aplicáveis aos

adolescentes

infratores, em face da

doutrina da proteção

integral, preconizada

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180

peculiaridades no que tange à

postura da vítima, bem como às

condições mentais do apelante.

Sustenta que foi a vítima quem se

ofereceu para o apelante, do mesmo

modo como ocorrido anteriormente

com outros adolescentes do Lar

Municipal. Aduz que o Lar

Municipal teve responsabilidade na

ocorrência do ato descrito na

representação, porquanto deveria ter

diligenciado no tratamento

psicológico no menor infrator.

Requer a reforma da decisão, de

forma a aplicar a medida

socioeducativa em meio aberto, de

forma a possibilitar ao recorrente

acompanhamento psiquiátrico ou

psicológico.

de condutas reprováveis pelo adolescente,

recomendável a imposição da medida sócio-

educativa de internação, sem atividades

externas, de forma a retirá-lo do ambiente

que se mostra propício a novas práticas

reprováveis, oferecendo-lhe oportunidade de

ressocialização. [...].

pelo art. 1º do ECA,

possuem como

desiderato principal

fazer despertar no

menor infrator a

consciência do

desvalor de sua

conduta, bem como

afastá-lo do meio

social, como medida

profilática e

retributiva,

possibilitando-lhe uma

reflexão e reavaliação

de sua conduta, de

forma a prepará-lo

para ser re-inserido na

sociedade. Assim

sendo, o princípio

basilar das medidas

sócio-educativas é a

proporcionalidade

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181

entre o bem jurídico

atingido e a medida

imposta”.

11

AC

70024403065/2008

(Comarca

de Charqueadas)

S Atentado

violento ao pudor contra

menor, em concurso de

pessoas

(art. 214 c/c

art. 29 e art. 224, a, CP)

Ministério

Público.

O Ministério Público

recorreu inconformado com a

medida socioeducativa aplicada.

Nesse sentido, sustentou que a

gravidade do ato infracional não foi

corretamente avaliada, requerendo

que seja aplicada, aos adolescentes,

a medida de internação na FASE

[...].

O recorrente se insurge

contra a medida socioeducativa

aplicada, uma vez que não obedece

a proporcionalidade entre a

gravidade do ato infracional, as

circunstâncias e a capacidade dos

adolescentes no seu cumprimento,

conforme o § 1º do art. 112 do

Estatuto da Criança e do

Adolescente.

Recurs

o Provido.

O ato infracional cometido com a

conduta prevista pelo 214 combinado com o

art. 29, caput e 224, alínea “a”, todos do

Código Penal é de alto potencial ofensivo,

sendo imprescindível a avaliação

preconizada pelo § 1º, do artigo 112, do

Estatuto da Criança e do Adolescente. Nessa

linha de raciocínio, a medida de internação

melhor atende à gravidade do ato, visando a

necessária resposta do Estado à sociedade.

[...].

“[...]

Saliento, ainda, que

medida muito branda

poderá contribuir,

inclusive, para que os

adolescentes sejam

candidatos a

freqüentar o sistema

prisional pátrio, pois,

sem a correta

aplicação do caráter

retributivo da medida

socioeducativa, planta-

se a semente do

sentimento de

impunidade, já

presente nos

adolescentes, pela

própria condição de

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182

pessoas em

desenvolvimento”.

12

AC

70026953588/2008

(Comarca

de Ibirubá)

S Injúria

(art. 140, CP)

Ameaça

(art. 147, CP)

Adolescent

e.

Alega que seu defensor

não foi intimado para apresentar

alegações finais, razão pela qual

pede a nulidade do processo.

Assevera que tem desenvolvimento

mental de uma criança de 6 anos,

não possuindo discernimento da

ilicitude do ato. Informa que

necessita de tratamento

psicoterápico devido à estéreopatia

facial. Assevera que deve ser

reaberta a instrução para averiguar a

sua capacidade mental. Ressalva

que a única testemunha do processo

disse que ouviu os irmãos, pedindo

recibo para que efetuassem o

pagamento do aluguel, tendo a

cobradora se negado a fornecer,

agredindo-os com palavras e

ameaçando os dois. Ainda, sustenta

Recurs

o parcialmente

provido.

Preliminar de cerceamento de

defesa afastada. Prova segura do

cometimento das infrações. A reduzida

gravidade dos ilícitos aconselha moderação

na aplicação da medida socioeducativa.

Alteração da medida de internação para

liberdade assistida, com prestação de

serviços à comunidade. [...].

Nenhum.

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183

que não há testemunha da suposta

coação por parte do representado,

sendo totalmente inviável uma

segregação cautelar, baseada no

depoimento da sedizente vitima.

Afirma que deve ser aplicada

medida de proteção ao menor e não

uma medida socioeducativa.

Informa que o adolescente não foi

representado por nenhum tipo de

infração grave, havendo apenas

representações oriundas do “deficit”

mental do menor. [...].

13

AC

70024989196/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §§ 1º

e 2º, I, II e V, CP)

Porte ilegal de

armar de fogo de porte

permitido

(art. 14, Lei

10.826/03)

Adolescent

e.

Nas razões recursais [...],

admite ter participado do delito,

contudo, nega que tenha portado a

arma de fogo. Sustenta que foi até o

referido local acompanhando o

imputável para a compra de uma

porta. Disse que ao chegar na loja, o

companheiro sacou a arma,

anunciando o roubo, não tendo

Recurs

o Improvido.

Participação de menor importância

não caracterizada nos autos. Ademais, a

prática do ato infracional pelo adolescente

evidencia desvio de conduta, a ser reprimida

pelo Estado, mediante a adoção de medidas

que busquem sua reeducação e

ressocialização. A medida sócio-educativa

possui, além do caráter punitivo, a finalidade

de reeducar o infrator, visando sua

“As medidas

sócio-educativas

aplicáveis aos

adolescentes

infratores, em face da

doutrina da proteção

integral, preconizada

pelo art. 1º do ECA,

possuem como

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184

conhecimento de que o mesmo

estava armado, e não tendo

premeditado o assalto. Nega que

apontaram a arma para o motorista

do ônibus e argumenta que sua

participação foi de menor

importância, não contribuindo em

momento algum para a prática do

roubo. Em face disso, sustenta ser

excessiva a medida sócio-educativa

imposta pela sentença. Requer,

assim, seja provido o recurso, de

forma a modificar a sentença no

ponto, de forma a que lhe seja

aplicada medida sócio-educativa em

meio aberto, com tratamento

psicológico.

reabilitação social, devendo ser fixada em

atenção às peculiaridades do caso concreto.

Levando-se em conta o grau de

reprovabilidade do ato praticado, bem como

a notícia de reiteração de condutas

reprováveis pelo adolescente, recomendável

a imposição da medida sócio-educativa de

internação, sem atividades externas, de forma

a retirá-lo do ambiente que se mostra

propício a novas práticas infracionais. [...].

“Diante disso, não há falar em

participação de menor importância, já que

sem a atuação do recorrente, o fato não teria

ocorrido, pelo menos na forma como

ocorreu. Ademais, o instituto não se aplica a

atos infracionais praticados por adolescentes,

tendo em vista que a prática do ato por si só,

independentemente do nível de participação,

já evidencia desvio de conduta a ser

repreendida pelo Estado, como forma de

reeducar o adolescente e conscientizá-lo das

conseqüências do ato”.

desiderato principal

fazer despertar no

menor infrator a

consciência do

desvalor de sua

conduta, bem como

afastá-lo do meio

social, como medida

profilática e

retributiva,

possibilitando-lhe uma

reflexão e reavaliação

de sua conduta, de

forma a prepará-lo

para ser re-inserido na

sociedade. Assim

sendo, o princípio

basilar das medidas

sócio-educativas é a

proporcionalidade

entre o bem jurídico

atingido e a medida

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185

imposta”.

14

Ag. Interno

70027007525/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Homicídio, na

forma tentada

(art. 121 c/c

art. 14, II, CP)

Adolescent

e.

O agravante, em suas

razões recursais, reitera os

argumentos expendidos na inicial do

agravo. Sustenta estarem

comprovados os requisitos

subjetivos e objetivos para a

progressão. Pugna pela reforma da

decisão monocrática, dando-se

provimento ao agravo de

instrumento.

Recurs

o

Impro

vido.

Ante as circunstâncias do caso,

recomendável a manutenção da medida

socioeducativa de internação sem

possibilidade de atividades externas.

Hipótese em que o adolescente não admite a

gravidade dos atos infracionais cometidos,

não demonstrando arrependimento, o que

evidencia que a medida de internação sem

possibilidade de atividade externa é

imprescindível ao processo sócio-educativo.

Avaliação recomendando manutenção da

medida sócio-educativa de ISPAE. [...].

Nenhum.

15

Embargos

Infringentes

70025898206/2008

(Comarca

de Tapes)

S Roubo, na

forma tentada

(art. 157 c/c

art. 14, II, CP)

Adolescent

e.

Pugna o ora embargante

pela prevalência do voto vencido.

Pretende a declaração de nulidade

absoluta do feito, por não ter havido

avaliação interpessoal, o que

acarretou evidente prejuízo ao

representado. Sustenta que a medida

sócio-educativa aplicada é

Recurs

o Improvido.

Não constitui nulidade a ausência

de laudo realizado pela equipe

interdisciplinar. Comprovada

suficientemente a autoria, mediante o

reconhecimento e depoimento coerente da

vítima, resta isolada nos autos a tese do

apelante, impondo-se a procedência da

representação. A medida sócio-educativa

“Ao

contrário do

sustentado pelo

apelante, não se cuida

de medida obrigatória,

e sua ausência não tem

o condão de acarretar

nulidade. A propósito,

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186

inadequada, podendo prejudicar o

desenvolvimento do menor. Alega

que não há provas suficientes da

autoria, já que as testemunhas não

confirmam a versão da vítima,

negando que tenha visto o

representado no local do fato. Ao

final, requer a prevalência do voto

vencido, julgando-se improcedente

a representação. Nas razões

recursais, argúi o representado a

nulidade do feito, por inobservância

do art. 186, § 4º do ECA, bem como

pugna pela improcedência do feito,

ante a ausência de provas da autoria

e, ainda, pelo abrandamento da

medida sócio-educativa aplicada.

possui, além do caráter punitivo, a finalidade

de reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social e, diante disso, deve ser

fixada atentando-se à gravidade do ato

praticado, bem como de suas conseqüências.

Levando-se em conta o grau de

reprovabilidade do ato praticado, mostra-se

adequada a medida de internação sem

possibilidade de atividades externas, imposta

no acórdão recorrido. [...].

firme o entendimento

desta Corte de Justiça

no sentido de que o

laudo não é

obrigatório,

culminando com a

edição da Conclusão

nº 43 do Centro de

Estudos deste Tribunal

de Justiça, assim

redigida: ‘Em

processo de apuração

de ato infracional, a

realização de laudo

pela equipe

interdisciplinar não é

imprescindível à

higidez do feito,

constituindo faculdade

do juiz a sua

oportunização’.”.

AC Furto Ministério [...] Nas razões de Recurs Segundo a Súmula nº 338 do STJ, Nenhum.

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187

16 70026226894/2008

(Comarca

de Santa Maria)

S Qualificado, na forma

tentada

(art. 155, §4º,

I e IV, c/c art. 14, II,

CP)

Público. apelação, o recorrente alega que o

feito permaneceu por meses

pendente de movimentação no

Cartório, salientando que o descaso

com a matéria é inadmissível.

Assinala que mais de 300 processos

foram extintos na comarca de Santa

Maria. Insurge-se contra o

entendimento utilizado na sentença,

uma vez que não há como ultimar

um processo em um ano. Assevera

que a aplicação da Súmula nº 338

do STJ e do redutor do artigo 115

do Código Penal são equivocadas e

ocasionariam, somente naquela

comarca, a extinção de mais de 60%

dos processos de apuração de ato

infracional e execução de medida

socioeducativa. Refere

circunstâncias do caso concreto,

aduzindo que não ocorreu a

prescrição. Pugna pelo provimento

o Provido. as medidas sócio-educativas se submetem à

prescrição, inclusive no que se refere aos

mecanismos de contagem do prazo, dentre os

quais, o redutor etário. Não tendo havido

sentença de mérito, com aplicação de medida

sócio-educativa, o prazo prescricional deve

ser calculado levando-se em conta a pena

máxima prevista para o tipo penal

correspondente ao ato infracional,

considerando-se, em qualquer caso, o limite

de quatro anos, correspondente ao prazo

prescricional máximo para a medida de

internação. Tratando-se de ato infracional

equiparado a furto qualificado, em que o

prazo prescricional é de quatro anos, não há

falar em prescrição no caso concreto, nos

termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,

todos do Código Penal. Sentença

desconstituída, com determinação de retorno

dos autos à origem, para prosseguimento do

feito. [...].

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188

do recurso para que seja

determinado o prosseguimento do

feito.

17

AC

70026116137/2008

(Comarca

de Santa Maria)

S Furto

Qualificado

(art. 155, §4º,

I, CP)

Ministério

Público.

[...] Nas razões de

apelação, o recorrente alega que o

feito permaneceu três meses

pendente de movimentação no

Cartório, salientando que o descaso

com a matéria é inadmissível.

Assinala que mais de 300 processos

foram extintos na comarca de Santa

Maria. Insurge-se contra o

entendimento utilizado na sentença,

uma vez que não há como ultimar

um processo em um ano. Assevera

que a aplicação da Súmula nº 338

do STJ e do redutor do artigo 115

do Código Penal são equivocadas e

ocasionariam, somente naquela

comarca, a extinção de mais de 60%

dos processos de apuração de ato

infracional e execução de medida

Recurs

o Provido.

Segundo a Súmula nº 338 do STJ,

as medidas sócio-educativas se submetem à

prescrição, inclusive no que se refere aos

mecanismos de contagem do prazo, dentre os

quais, o redutor etário. Não tendo havido

sentença de mérito, com aplicação de medida

sócio-educativa, o prazo prescricional deve

ser calculado levando-se em conta a pena

máxima prevista para o tipo penal

correspondente ao ato infracional,

considerando-se, em qualquer caso, o limite

de quatro anos, correspondente ao prazo

prescricional máximo para a medida de

internação. Tratando-se de ato infracional

equiparado a furto qualificado, em que o

prazo prescricional é de quatro anos, não há

falar em prescrição no caso concreto, nos

termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,

todos do Código Penal. Sentença

Nenhum.

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189

socioeducativa. Reporta que, apesar

de o ato infracional não ter sido

praticado mediante violência ou

grave ameaça à pessoa, constata-se

na certidão de antecedentes

infracionais [...], que o adolescente

é assíduo na prática de infrações,

principalmente naquelas envolvendo

patrimônio. Reporta que o jovem

responde por outros atos

infracionais graves. Sustenta que as

medidas socioeducativas mais

brandas em meio aberto, já

aplicadas, demonstraram-se

ineficazes, ressaltando que a medida

adequada a Renato é a internação

sem possibilidade de atividades

externas. Aduz que não ocorreu a

prescrição, pois não transcorreu o

prazo de quatro anos. Pugna pelo

provimento do recurso para

determinar o prosseguimento do

desconstituída, com determinação de retorno

dos autos à origem, para prosseguimento do

feito. [...].

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190

feito.

18

AC

70026099697/2008

(Comarca

de Santa Maria)

S Ameaça

(art. 147, CP)

Ministério

Público.

[...] Nas razões recursais,

o recorrente alega que o feito

permaneceu mais de um ano

pendente de movimentação no

cartório, salientando que o descaso

com a matéria é inadmissível.

Sustenta a necessidade de se levar

em consideração a realidade das

comarcas antes de entender que o

decurso do prazo de um ano é

suficiente para fundamentar a

prescrição. Argumenta que o

entendimento da Súmula nº 338 do

STJ ocasionará a extinção de mais

de 60% dos processos de apuração

de ato infracional, sem qualquer

apreciação do mérito, reforçando a

sensação de impunidade e

banalizando a prática infracional.

Invoca o disposto na Súmula 32 do

TJRS, afirmando que com a medida

Recurs

o Improvido.

Segundo a Súmula nº 338 do STJ,

as medidas sócio-educativas se submetem à

prescrição, inclusive no que se refere aos

mecanismos de contagem do prazo, dentre os

quais, o redutor etário (art. 115 do CP). Não

tendo havido sentença de mérito, com

aplicação de medida sócio-educativa, o prazo

prescricional deve ser calculado levando-se

em conta a pena máxima prevista para o tipo

penal correspondente ao ato infracional,

considerando-se, em qualquer caso, o limite

de quatro anos, correspondente ao prazo

prescricional máximo para a medida de

internação. Tratando-se de ato infracional

equiparado a delito de ameaça (art. 147 do

CP), em que o prazo prescricional é de um

ano, ocorreu a prescrição, nos termos dos

arts. 109, VI, 115 e 117, todos do Código

Penal. [...].

Nenhum.

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191

sócio-educativa aplicável, a

prestação de serviços à comunidade

ou a liberdade assistida, a qual

prescreve em dois anos, dessa

forma, não se cogitando a incidência

da prescrição. Aduz equivocado o

acolhimento da Súmula nº 338 do

STJ com o reconhecimento do

redutor de idade previsto no artigo

115 do Código Penal. Pugna pela

reforma da sentença e o

prosseguimento do feito.

19

AC

70025999533/2008

(Comarca

de Santa Maria)

S Furto

Qualificado

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

Ministério

Público.

Nas razões recursais, o

recorrente alega que o feito

permaneceu por muitos meses

pendente de movimentação no

Cartório, salientando que o descaso

com a matéria é inadmissível.

Assinala que mais de 300 processos

foram extintos na comarca de Santa

Maria. Insurge-se contra o

entendimento utilizado na sentença,

Recurs

o Provido.

Segundo a Súmula nº 338 do STJ,

as medidas sócio-educativas se submetem à

prescrição, inclusive no que se refere aos

mecanismos de contagem do prazo, dentre os

quais, o redutor etário. Não tendo havido

sentença de mérito, com aplicação de medida

sócio-educativa, o prazo prescricional deve

ser calculado levando-se em conta a pena

máxima prevista para o tipo penal

correspondente ao ato infracional,

Nenhum.

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192

uma vez que não há como ultimar

um processo em um ano. Assevera

que a aplicação da Súmula nº 338

do STJ e do redutor do artigo 115

do Código Penal são equivocadas e

ocasionariam, somente naquela

comarca, a extinção de mais de 60%

dos processos de apuração de ato

infracional e execução de medida

socioeducativa. Aduz que não

ocorreu a prescrição, pois não

transcorreu o prazo de quatro anos.

Pugna pelo provimento do recurso

para determinar o prosseguimento

do feito.

considerando-se, em qualquer caso, o limite

de quatro anos, correspondente ao prazo

prescricional máximo para a medida de

internação. Tratando-se de ato infracional

equiparado a furto qualificado, em que o

prazo prescricional é de quatro anos, não há

falar em prescrição no caso concreto, nos

termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,

todos do Código Penal. Sentença

desconstituída, com determinação de retorno

dos autos à origem, para prosseguimento do

feito.

20

AC

70025364795/2008

(Comarca

de Santo Antônio da

Patrulha)

S Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

11.343/06)

Adolescent

e.

Em suas razões recursais

acostadas às [...] a defesa sustenta

que não há comprovação da autoria

do ato infracional. Diz que o

adolescente negou em juízo a

prática do ato que lhe é imputado.

Ademais, ressalta que o policial

Recurs

o Improvido.

[...] ATO INFRACIONAL DE

TRÁFICO DE DROGAS.

MATERIALIDADE E AUTORIA

COMPROVADAS. MEDIDA DE

INTERNAÇÃO SEM POSSIBILIDADE DE

ATIVIDADES EXTERNAS.

MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, ANTE

“Todavia, o

ato infracional de

tráfico de

entorpecentes é

extremamente grave e

considerado pela

legislação penal como

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193

militar, que supostamente encontrou

substância entorpecentes, é desafeto

do adolescente, portanto, seu

depoimento não deve ser

considerado. De outra banda,

mesmo admitindo, a título de

argumentação, que o apelante

detivesse para uso próprio, afirma

que tal conduta é descriminalizada.

Portanto, o adolescente pode ser

apenas advertido sobre os efeitos

das drogas e convidado a

comparecer em programa ou curso

educativo. Pugna pelo

conhecimento e provimento do

recurso, cassando-se a decisão, ante

a ausência de provas.

A GRAVIDADE DA CONDUTA.

Comprovada a autoria e a materialidade do

ato infracional praticado pelo adolescente

(tráfico de drogas), resta autorizada a

aplicação de medida sócio-educativa de

internação sem possibilidade de atividades

externas.

crime hediondo.

Assim, a medida de

internação sem

possibilidade de

atividades externas

torna-se importante a

fim de que a jovem

tome consciência da

reprovabilidade social

de sua conduta quanto

ao tráfico de

substâncias

entorpecentes”.

“Consideran

do que o consumo de

drogas é dos flagelos

da sociedade moderna,

a sua comercialização

é prática altamente

nociva e fomentadora

da violência urbana. A

incidência,

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194

principalmente, sobre

os jovens, aliciando-os

para o caminho da

marginalidade e

contribuindo,

sobremaneira, para a

desestruturação da

família, são fatores

que justificam

plenamente a

recrudescimento da

medida sócio-

educativa ao jovem

infrator”.

21

AC

70025502360/2008

(Comarca

de São Borja)

S Furto

Qualificado, na forma

tentada

(art. 155, §4º,

I, c/c art. 14, II, CP)

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

devem ser aplicados nas ações onde

se apura prática infracional os

dispositivos próprios do Direito

Penal e Direito Processual Penal,

reportando-se à doutrina de proteção

integral. Diz que o jovem confessou

a prática infracional e que é usuário

Recurs

o Improvido.

1. Provadas a autoria e a

materialidade do ato infracional, impõe-se a

procedência da representação e a imposição

de medida socioeducativa. 2. Tratando-se de

infrator que vem reiterando a prática de atos

infracionais contra o patrimônio, tipificados

como furto, com arrombamento de veículo e

violência contra a vítima, evidenciando

“Assim, a

necessidade dessa

medida extrema

decorre da gravidade

do desajuste pessoal

do infrator, que é

usuário de drogas e

revela periculosidade

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195

de drogas. Insurge-se com a medida

socioeducativa aplicada, apontando

a desproporcionalidade entre o ato

infracional praticado e a medida

aplicada. Pretende a aplicação de

medida socioeducativa mais branda

e em meio aberto. [...].

ousadia, ausência de senso crítico e de

limites, mostra-se adequada a imposição da

medida socioeducativa de internação, sem

atividades externas. 3. A necessidade dessa

medida extrema decorre da gravidade do

desajuste pessoal do infrator, que é usuário

de drogas e revela periculosidade social. [...].

social”.

22

AC

70025502352/2008

(Comarca

de São Borja)

S Furto

Qualificado

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

Adolescent

e.

Sustenta o recorrente que

devem ser aplicados nas ações onde

se apura prática infracional os

dispositivos próprios do Direito

Penal e Direito Processual Penal,

reportando-se à doutrina de proteção

integral. Diz que o jovem confessou

a prática infracional e que é usuário

de drogas. Insurge-se com a medida

socioeducativa aplicada, apontando

a desproporcionalidade entre o ato

infracional praticado e a medida

aplicada. Pretende a aplicação de

medida socioeducativa mais branda

e em meio aberto. [...].

Recurs

o Improvido.

1. Provadas a autoria e a

materialidade do ato infracional, impõe-se a

procedência da representação e a imposição

de medida socioeducativa. 2. Tratando-se de

infrator que vem reiterando a prática de atos

infracionais contra o patrimônio, tipificados

como furto, com arrombamento de veículo e

violência contra a vítima, evidenciando

ousadia, ausência de senso crítico e de

limites, mostra-se adequada a imposição da

medida socioeducativa de internação, sem

atividades externas. 3. A necessidade dessa

medida extrema decorre da gravidade do

desajuste pessoal do infrator, que é usuário

de drogas e revela periculosidade social. [...].

“Assim, a

necessidade dessa

medida extrema

decorre da gravidade

do desajuste pessoal

do infrator, que é

usuário de drogas e

revela periculosidade

social”.

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196

23

AC

70024747537/2008

(Comarca

de Cruz Alta)

S Roubo, em

concurso formal de

delitos

(art. 157 c/c

art. 70, CP)

Adolescent

e.

[...] Nas razões recursais,

alega o representado ter negado

autoria na presença da autoridade

policial e o juízo de procedência ter

sido embasado somente na palavra

da vítima, não existindo provas de

que o recorrente tenha praticado a

conduta a ele atribuída. Invoca

aplicação do princípio in dubio pro

reo no julgamento do recurso pela

Câmara.

Recurs

o Improvido.

Comprovada a autoria e a

materialidade do ato infracional, a tese de

negativa de autoria resta isolada,

contrariando a prova dos autos. Tendo sido o

representado reconhecido, com segurança,

pela vítima, imperiosa a manutenção do juízo

de procedência da representação. Em razão

da natureza do delito praticado, ato

infracional grave equiparado a roubo, em que

dificilmente há testemunhas presenciais, a

palavra das vítimas adquire valor probatório

fundamental para apuração e comprovação

da autoria do ato infracional. [...].

Nenhum.

24

HC

70025675919/2008

(Comarca

de Caxias do Sul)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §1º,

§2º, I, CP)

Adolescent

e.

[...] impetrou o presente

writ, em favor de [...], alegando que

houve constrangimento ilegal na

internação do paciente, sob a

acusação de subtração de um

veículo e, por subtrair-se à ação da

autoridade pública. Acentua que

foram apresentados dois pedidos de

liberdade, sendo um no

Ordem

Denegada.

HABEAS CORPUS. ECA.

ROUBO DUPLAMENTE MAJORADO.

ATO INFRACIONAL DE NATUREZA

GRAVE. CONSERVAÇÃO DA MEDIDA

DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA. Presente

a materialidade dos atos infracionais que lhe

foram imputados, por ora, mantenho a

segregação provisória, como medida de

reflexão por parte do adolescente e, para

“Assim, a

medida de internação,

torna-se importante a

fim de que o

adolescente tome

consciência da

reprovabilidade social

de sua conduta”.

“Por fim,

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197

interrogatório, e o outro, quando da

ouvida das testemunhas, os quais

não foram acolhidos pelo

magistrado a quo, acorrendo assim,

por conseqüência, constrangimento

ilegal. Assevera que os fundamentos

para manter o menor internado,

estão superados vez que, as vítimas

arroladas como testemunhas não

compareceram à audiência, embora

devidamente intimadas, pois não

residem na cidade. Tal situação

configura a ilegalidade da prisão,

determinando, assim, o deferimento

da liberdade provisória requerida no

presente writ. Por tais motivos,

requer a concessão da liberdade

provisória do adolescente, por

ausência dos requisitos necessários

para a manutenção de seu

aprisionamento, não estando

comprovada a materialidade dos

garantir a ordem pública. detectada a gravidade

da infração e, ainda, a

necessidade de

garantir a ordem

pública, plenamente

justificada a decisão

de sua internação

provisória”.

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198

atos infracionais a que está sendo

acusado de forma injusta, com a

conseqüente expedição de alvará de

soltura.

25

AC

70025364514/2008

(Comarca

de Capão da Canoa)

S Furto

Qualificado

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

Ministério

Público.

Sustenta o combativo

agente ministerial que deveriam ser

consideradas não apenas a

gravidade do ato infracional, mas

também as condições pessoais do

jovem infrator, mostrando-se

excessivamente branda e

desproporcional a medida

socioeducativa aplicada, pois é

insuficiente para impor ao infrator

os limites de que necessita, pois

despreza a ordem pública e vem

reincidindo no cometimento de atos

ilícitos, já tendo recebido diversas

medidas socioeducativas mais

brandas e que foram ineficazes.

Pretende a aplicação da medida

socioeducativa de internação, sem

Recurs

o Provido.

1. Sendo certa a autoria do ato

infracional e incontroversa a sua

materialidade, impõe-se a procedência da

representação e a aplicação de medida

socioeducativa. 2. É cabível a medida de

internação sem atividades externas quando se

trata de jovem desajustado e que vem

reiteradamente se envolvendo em atos

infracionais, necessitando ser retirado do

meio, que é propício a novos deslizes, e

receber o amparo psicológico e social de que

necessita para compreender a censurabilidade

que repousa sobre sua conduta. 3. A

imposição da medida de prestação de

serviços à comunidade, no caso, revela-se

inócua. [...].

“Diante

disso, tenho que é

cabível a medida de

internação sem

atividades externas,

pois se trata de um

jovem completamente

desajustado e que vem

reiteradamente se

envolvendo em

diversos atos

infracionais,

revelando-se

desprovido de senso

crítico e de limites,

motivo pelo qual

necessita mesmo ser

retirado do meio onde

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199

atividades externas. [...]. vive, que tem se

mostrado propício a

novos deslizes. Além

disso, o jovem

necessita receber o

amparo psicológico e

social para que possa

compreender a

censurabilidade que

repousa sobre sua

conduta e vir a ser

efetivamente

reeducado e

ressocializado”.

26

AC

70025740911/2008

(Comarca

de Cruz Alta)

S Furto, na

forma tentada

(art. 155 c/c

art. 14, II, CP)

Adolescent

e.

Postula, em razões

subscritas por órgão da Defensoria

Pública, a absolvição em razão da

incapacidade de autodeterminação

porque dependente químico,

dependência que o teria induzido a

praticar a subtração para obter os

recursos necessários à alimentação

Recurs

o Improvido.

O adolescente que não se submete

ao tratamento contra drogadição oferecido

pelo Estado, preferindo realizar furtos para

sustentar seu vício, não pode alegar a

inexigibilidade de conduta diversa como

causa de exclusão da culpabilidade.

Conquanto a prática de pequenos furtos não

enseje medida mais severa (internação), eis

“Quanto à

medida sócio-

educativa a ser

imposta, considerando

as circunstâncias

fáticas do presente

caso e atento,

principalmente, ao

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200

da dependência, situação de fato que

pretende comprovar pela análise dos

elementos de convicção dos autos.

Sustenta a desnecessidade de estar,

no momento da conduta, sob o

efeito de substância para

caracterizar a incapacidade, para o

que seria bastante comprovar a

dependência química no tempo da

prática da infração e o vínculo entre

a prática e a dependência.

Alternativamente, por entender que

o fato praticado ficou no plano da

tentativa, propugna pela aplicação

de medida menos grave ou, no

mínimo, pela possibilidade de

realizar atividades externas, sob

pena de violação aos princípios da

razoabilidade e da

proporcionalidade [...].

que ausente grave ameaça ou violência à

pessoa, a sua reiteração, aliada à drogadição

do adolescente, recomenda a internação para

que possa se submeter a tratamento e

progredir no processo de reeducação e

ressocialização.

fato de o menor

encontrar-se

intensamente

envolvido com drogas,

apresentando

comportamento

voltado à prática de

delitos para fins de

aquisição de

substâncias

entorpecentes, tenho

como adequada a sua

internação [...]. Não se

trata de um fato

isolado na vida do

representado, vez que

o mesmo respondeu

ou responde por outros

atos infracionais de

furto, violação de

domicílio, roubo, dano

e injúria, o que

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201

recomenda aplicação

de medida mais severa

para impor limites e

ajudá-lo no processo

de reeducação e

ressocialização”.

27

AC

70025584194/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

11.343/06)

Adolescent

e.

O apelante alega, em

síntese, que o conjunto probatório

não enseja convicção acerca da

autoria. Invoca os princípios da

presunção da inocência e do in

dubio pro reo. Frisa incumbir ao

Ministério Público o ônus da prova

da prática infracional. Requer a

reforma da sentença [...].

Recurs

o Improvido.

APELAÇÃO CÍVEL. ESTATUTO

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

ATO INFRACIONAL DE TRÁFICO DE

DROGAS. MATERIALIDADE E

AUTORIA COMPROVADAS. MEDIDA

DE INTERNAÇÃO SEM POSSIBILIDADE

DE ATIVIDADES EXTERNAS.

MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, ANTE

A GRAVIDADE DA CONDUTA.

“Consideran

do que o consumo de

drogas é dos flagelos

da sociedade moderna,

a sua comercialização

é prática altamente

nociva e fomentadora

da violência urbana. A

incidência [...] sobre

os jovens, aliciando-os

para o caminho da

marginalidade e

contribuindo [...] para

a desestruturação da

família, são fatores

que justificam

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202

plenamente o

recrudescimento da

medida socioeducativa

ao jovem infrator”.

28

AC

70025127481/2008

(Comarca

de Dom Pedrito)

S Adolescente

01

Homicídio

(art. 121, CP).

Adolescente

02 e 03

Furto

(art. 155, CP)

Posse irregular

de arma de fogo de uso

permitido e Porte ilegal

de arma de fogo de uso

permitido

(art. 12 e 14,

Lei 10.826/03)

Três

Adolescentes.

Em razões recursais [...], o

recorrente [adolescente 02] sustenta

que não teve participação dos

crimes que lhe foram imputados,

bem como não foi caracterizada sua

culpa. [...] Postula, ao final, caso

não seja julgada improcedente a

representação, a reavaliação da

medida sócio-educativa com a

redução do prazo de internação do

recorrente. Nas razões recursais [...],

aduzem os apelantes [adolescentes

01 e 03] que não houve

configuração dos atos infracionais,

tendo em vista ausência de prova da

autoria dos fatos imputados. [...]

Dessa forma, aduzem que não há

provas suficientes a embasar a

Um

dos recursos não

foi conhecido.

Os

outros dois

foram

parcialmente

providos.

Em se tratando de medida

socioeducativa de internação, a intimação da

sentença será feita ao representado e o seu

defensor. Nos procedimentos afetos à Justiça

da Infância e da Juventude, o prazo para

interposição de apelação é de 10 (dez dias).

Inteligência do art. 198, inciso II, do ECA,

vigorando em dobro em prol da Defensoria

Pública. A medida de internação não

comporta prazo determinado devendo, sua

manutenção, ser reavaliada, no máximo a

cada seis meses. Artigo 121, § 2º, do ECA.

Ante as circunstâncias do caso concreto,

descabe o abrandamento das medidas sócio-

educativas impostas.

Nenhum.

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203

procedência da procedência da

representação, porquanto não

restaram demonstrados os fatos

descritos na inicial. [...]

[Adolescente 03], por sua vez, alega

que o ato infracional por porte de

arma de fogo não está caracterizado,

pois apenas adquiriu e guardou a

arma em sua residência. Alegam,

ainda, a impossibilidade de

imputação da prática dos atos

infracionais descritos nas

representações. Postulam a

aplicação do princípio do in dubio

pro reo, já que não houve prova

crível dos atos infracionais. Ao final

aduzem que a medida

socioeducativa de internação não

será interposta por prazo

determinado conforme disposto no

artigo 121, § 2º, do ECA já que a

mesma deve ser reavaliada,

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204

mediante decisão fundamentada, a

cada seis meses.

29

AC

70024869141/2008

(Comarca

de Santa Cruz do Sul)

S Furto

Qualificado

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

Adolescent

e.

[...] Nas razões recursais,

nega o apelante a autoria do ato

infracional sob argumento de que

não há prova segura apontando para

sua participação no evento

delituoso. Requer seja provido o

recurso, ao efeito de julgar

improcedente a representação ou

abrandar a medida sócio-educativa

imposta.

Recurs

o Improvido.

Comprovada a autoria e a

materialidade do ato infracional, assim como

certa a qualificadora do concurso de pessoas

e a escalada, impunha-se a procedência da

representação, com aplicação de medida

sócio-educativa. A medida sócio-educativa

possui, além do caráter punitivo, a finalidade

de reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social e, diante disso, deve ser

fixada atentando-se às peculiaridades do caso

concreto. Levando-se em conta o extenso rol

de antecedentes infracionais e o fato de que

medida branda aplicada em outro feito não

impediu que o representado continuasse

praticando delitos, mostra-se adequada a

medida de internação sem possibilidade de

atividade interna imposta na sentença. [...].

“Quanto à

medida sócio-

educativa aplicada,

não merece reforma a

sentença recorrida.

Considerando que tais

medidas possuem,

além do caráter

punitivo, a finalidade

de reeducação dos

adolescentes

infratores, visando sua

reabilitação social,

mediante o despertar

do senso crítico acerca

da gravidade do ato

praticado, bem como

de suas conseqüências,

quer no meio social,

quer para o próprio

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205

adolescente, faz-se

necessário que sua

fixação se dê de modo

a não comprometer o

caráter pedagógico da

reprimenda, bem

como levando em

conta as características

pessoais de quem deve

a elas submeter-se”.

30

AC

70024528325/2008

(Comarca

de Porto Alegre)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

Adolescent

e.

Nas razões recursais,

alega o representado que não

cometeu o ato infracional que lhe

foi imputado, corroborando as

provas testemunhais a sua tese.

Sustenta que o reconhecimento não

foi realizado de acordo com a lei

penal, colacionando jurisprudências.

Pugna pela absolvição do

representado.

Recurs

o Improvido.

Comprovadas a autoria e a

materialidade do ato infracional, a tese de

negativa de autoria resta isolada nos autos.

Tendo sido o representado reconhecido, com

segurança, pelas vítimas, imperiosa a

manutenção do juízo de procedência da

representação. Em razão da natureza do

delito praticado, ato infracional grave

equiparado a roubo cometido em concurso de

agentes com emprego de arma de fogo, em

que dificilmente há testemunhas presenciais,

a palavra das vítimas adquire significativa

Importante

destacar que a palavra

da vítima adquire

significativa

relevância em delitos

da natureza como o

ora apreciado, isto é,

em que se trata de ato

infracional grave,

praticado mediante

concurso de agentes e

com emprego de arma

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206

relevância. Não há desrespeito ao art. art.

226, II, do CPP, o reconhecimento feito de

modo diverso do previsto no dispositivo

legal. Precedentes. Levando-se em conta o

grau de reprovabilidade do ato praticado e as

condições pessoais do jovem infrator,

mostra-se minimamente adequada a medida

de internação com possibilidade de atividade

externa imposta na sentença, ante a ausência

de recurso do Ministério Público. [...].

de fogo. Em tais

circunstâncias,

entende-se que a

vítima pode ser a

única pessoa capaz de

esclarecer acerca dos

fatos ocorridos, haja

vista que,

normalmente, são

crimes cometidos sem

a presença de outras

testemunhas, de modo

que a valoração de

seus depoimentos se

torna fundamental

para apuração da

autoria.

31

AC

70024465833/2008

(Comarca

de Canoas)

S Roubo

circunstanciado

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

Adolescent

e.

[...] Nas razões recursais,

alega que, embora tenha confessado

a autoria do ato infracional e

declarado não desejar recorrer da

decisão, impõe-se o abrandamento

Recurs

o Improvido.

APELAÇÃO CÍVEL. ECA.

APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL.

ROUBO. AUTORIA E MATERIALIDADE

COMPROVADAS. MEDIDA DE

INTERNAÇÃO COM POSSIBILIDADE

“[...]

Considerando que tais

medidas possuem,

além do caráter

punitivo, a finalidade

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207

da medida sócio-educativa imposta,

para que seja aplicada a de liberdade

assistida, com tratamento para

drogadição. Sustenta que se deve

levar em conta as necessidades

pedagógicas, preferindo-se as

medidas que fortaleçam os vínculos

familiares e comunitários. Requer

seja provido o recurso, com o

abrandamento da medida sócio-

educativa imposta.

DE ATIVIDADES EXTERNAS.

ADEQUAÇÃO. A medida sócio-educativa

possui, além do caráter punitivo, a finalidade

de reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social e, diante disso, deve ser

fixada atentando-se às peculiaridades do caso

concreto. Levando-se em conta o grau de

reprovabilidade do ato praticado, mostra-se

adequada, na ausência de recurso da

Promotoria, a medida de internação com

possibilidade de atividades externas imposta

na sentença.

de reeducação dos

adolescentes

infratores, visando sua

reabilitação social,

mediante o despertar

do senso crítico acerca

da gravidade do ato

praticado, bem como

de suas conseqüências,

quer no meio social,

quer para o próprio

adolescente, faz-se

necessário que sua

fixação se dê de modo

a não comprometer o

caráter pedagógico da

reprimenda, bem

como levando em

conta as características

pessoais de quem deve

a elas submeter-se”.

AC Roubo Adolescent Sustenta o recorrente que Recurs 1. Sendo induvidosas a autoria, a Nenhum.

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208

32 70023738891/2008

(Comarca

de Canoas)

S circunstanciado

(art. 157, §2º,

I, CP)

e. a sentença merece reparo no que

tange à medida socioeducativa

aplicada, pois o adolescente

mostrou-se arrependido, tendo sido

levado à prática delitiva em

decorrência do uso de drogas.

Destaca que o jovem não possui

antecedentes e que a lei deve

focalizar as necessidades

pedagógicas do jovem, que precisa

fortalecer os laços familiares e

comunitários. Pretende seja aplicada

a medida de semiliberdade. [...].

o Improvido. materialidade e o nexo causal dos cinco atos

infracionais, é imperiosa a procedência da

representação e a imposição de medida

socioeducativa. 2. É cabível a imposição da

medida extrema, que é a de internação,

quando o infrator pratica cinco fatos

definidos como roubo, com grave ameaça

praticada contra as vítimas mediante uso de

arma de fogo, revelando ousadia, ausência de

limites e de senso crítico, sendo, inclusive,

usuário de drogas. 4. A adoção da medida de

internação com atividades externas, embora

branda, é imperiosa para que o infrator

perceba a censurabilidade que pesa sobre a

conduta desenvolvida e, também, para que se

afaste do meio que tem sido nocivo para ele,

devendo submeter-se a adequado e efetivo

tratamento para drogadição. [...].

33

AC

70023481179/2008

(Comarca

de Santa Cruz do Sul)

S Latrocínio, na

forma tentada

(art. 157, §3º

c/c art. 14, II, CP)

Adolescent

e e Ministério

Público.

Inconformado, apela o MP

[...]. Nas razões recursais, alega o

representante que equivocada a

decisão recorrida, pois deixou de

Recurs

os Improvidos.

APELAÇÃO CÍVEL. ECA.

APURAÇAÕ DE ATO INFRACIONAL.

LATROCÍNIO. TENTATIVA. NEGATIVA

DE AUTORIA QUE NÃO ENCONTRA

Nenhum.

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209

aplicar medida sócio-educativa ao

representado LUIS FERNANDO.

Argumenta que, apesar deste não ter

confessado a prática do ato que lhe

foi imputado, os depoimentos dos

participantes do delito [...]

comprovam a participação do

apelado na conduta representada.

[...]. Aponta a conclusão fornecida

pela avaliação social. No tocante ao

representado MURILO, o apelante

insurge-se contra a autorização para

atividades externas concedidas pela

sentença, pugnando pela aplicação

da medida sócio-educativa de

internação sem possibilidades de

atividades externas. Inconformado,

também apela o representado

MURILO A. Sustenta a necessidade

de aplicar-se o princípio do “in

dubio pro reo”, diante da

inexistência de comprovação da

ECO NOS AUTOS. INTERNAÇÃO COM

POSSIBILIDADE DE ATIVIDADES

EXTERNAS. ADEQUAÇÃO DA MEDIDA

SÓCIO-EDUCATIVA. Comprovada a

autoria e a materialidade do ato infracional,

resta isolada nos autos a tese de negativa de

autoria do representado, impondo-se o juízo

de procedência da representação. Medida de

internação imposta na origem demonstra-se

adequada às circunstâncias do fato praticado

e dos menores envolvidos. (art. 122, inc. I,

do ECA). Precedentes. [...].

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210

culpa do apelante pela conduta

delitiva. Assevera que as

testemunhas não esclareceram

suficientemente a autoria do ato

delituoso ao representado imputado.

Aduz que não restou claro se o

delito relatado se tratou de tentativa

de roubo ou de latrocínio. Afirma a

conduta de MURILO não foi

individualizada na peça inicial,

dificultando sua defesa, vez que não

aborda qual teria sido prática

realizada por este. Refuta tenha sido

comprovada a materialidade do

delito, já que não consta dos autos

exame de corpo delito. Diz não

haver provas da participação do

apelante no ato delitual, salientando

que houve responsabilização do

apelante por um ato que não foi

presenciado por nenhuma outra

pessoa capaz de esclarecer algo a

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211

respeito do evento. Invoca aplicação

do princípio constitucional da

igualdade e processual penal de que

ao acusado incumbe o ônus

probatório. Requer a absolvição do

representado ou, caso assim não seja

apreciado, a aplicação da liberdade

assistida como medida sócio-

educativa mais adequada à uma

suposta participação indireta na

infração.

34

AC

70026081521/2008

(Comarca

de Santa Maria)

S Furto

(art. 155, §4º,

IV, CP)

Adolescent

es.

Sustenta a Defensoria

Pública tratar-se de fato desprovido

de potencial lesivo, invocando o

princípio da insignificância que

afasta a tipicidade do fato. Pretende

a improcedência da representação

ou, ao menos, para ROGER

WALTER, a imposição de outra

medida socioeducativa mais branda,

em meio aberto, tal como a

liberdade assistida. [...].

Recurs

o Improvido.

1. Estando comprovadas a autoria e

a materialidade do ato infracional, impõe-se

a procedência da representação e a imposição

de medida socioeducativa. 2. Ainda que o

fato descrito na exordial isoladamente não

justificasse a imposição da medida extrema,

o grau de desajuste pessoal do infrator, que

revela ousadia e total falta de limites, sendo

usuário de drogas e vem reiterando em

práticas infracionais, recomenda a imposição

da medida socioeducativa de internação, sem

“A medida

extrema convidará o

jovem infrator a rever

sua conduta e repensar

seus atos, tomando

consciência de que

existem limites que

devem ser observados

na vida social e que o

direito das demais

pessoas deve ser

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212

atividades externas. 3. É necessária a medida

de internação sem atividades externas

também por se tratar de um jovem usuário de

drogas e que necessita ser retirado do meio

onde vive, que é propício a novos deslizes, a

fim de receber o tratamento para drogadição,

além do amparo psicológico e social de que

necessita para compreender a censurabilidade

que repousa sobre sua conduta. 4. A medida

extrema convidará o jovem infrator a rever

sua conduta e repensar seus atos, tomando

consciência de que existem limites que

devem ser observados na vida social e que o

direito das demais pessoas deve ser

respeitado. 5. O jovem deverá receber

tratamento para drogadição e

acompanhamento psicológico e social. 6. É

cabível a medida de liberdade assisitida

quando o outro infrator não se revela tão

desajustado. [...].

respeitado. Já com

relação ao infrator

CLEBER, também é

imperiosa a imposição

de medida

socioeducativa,

mostrando-se correta a

aplicação da medida

socioeducativa de

liberdade assistida,

tendo em mira a

condição pessoal do

infrator e os seus

antecedentes, sendo a

medida necessária

para mostrar ao

adolescente a

reprovação social que

repousa sobre seu

comportamento,

convidando-o a refletir

sobre os seus atos”.

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213

35

AC

70029467354

S Roubo

(Art 157, CP)

Adolescent

e. Não há prova nos autos de

que seja o autor do ato praticado,

porquanto há apenas o depoimento

da vítima prestada em juízo e sua

confissão à polícia, sendo que esta

última não deve ser plenamente

considerada, pois que estava sendo

inquirido por outros fatos. Ademais,

afirma que não houve apreensão de

arma de fogo. são de pequeno valor

e que não houve agressão ou

violência física, razão pela qual a

medida aplicada se faz gravosa, em

desrespeito ao princípio da

proporcionalidade.

Despro

vida

Em que pese o adolescente tenha

exercido seu direito de ficar em silêncio, em

juízo, não podem ser descartados os

depoimentos do adolescente prestados à

autoridade policial (fls. 03,04,05,10),

porquanto demonstram o envolvimento de

Valmir em diversas ocorrências seguidas,

utilizando-se de arma de fogo

36

AC

70028819092

S Adolescent

e. Nesse sentido, entende

que a medida socioeducativa que

lhe foi aplicada é inadequada por

demais severa, entendendo mais

eficaz a aplicação de prestação de

serviços à comunidade ou liberdade

assistida

Despro

vida

Mesmo que o adolescente possua

boa estrutura familiar, esteja estudando e não

possua antecedentes, a gravidade do ato

infracional praticado autoriza a aplicação de

medida extrema, já atenuada pela

possibilidade de atividades externas

É o caráter

pedagógico e

ressocializador da

medida de internação

que impede a fixação

de prazo para sua

aplicação, vez que,

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214

não há como se prever

prazo certo para a

recuperação de um

jovem em desvio de

conduta, como no caso

presente

37

AC

700298956

87

S TRÁFICO DE

ENTORPECENTES

artigo 12 da

Lei 6.368/76

Adolescent

e. não há provas suficientes

para que lhe seja atribuída a

autoria, uma vez que elas somente

comprovam a existência do tráfico.

Roga seja declarada a nulidade do

feito ante à ofensa à ampla defesa

ou, caso não seja esse o

entendimento, pugna pela

improcedência da representação

devido à insuficiência probatória

ou, ainda, imposição de medida

menos rigorosa face a participação

de menor importância e ausência de

proporcionalidade na medida

imposta.

Despro

vida

Comprovada a autoria e a

materialidade do ato infracional praticado

pelo adolescente (tráfico de drogas), resta

autorizada a aplicação de medida sócio-

educativa de internação sem possibilidade de

atividades externas

AC Roubo e Adolescent Defensoria Pública Despro Para conirmar a medida de Para o

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215

38 700297899

48

S Receptação

(art 157 e 180

CP)

e. sustenta, em preliminar, a nulidade

do feito em razão da ausência de

realização de laudo interdisciplinar.

No mérito, sustenta, em síntese, que

não há provas para comprovar a

autoria dos atos infracionais de

roubo e receptação imputados ao

adolescente. Pede o conhecimento e

provimento do recurso, para o fim

de ser aplicada medida

socioeducativa em meio aberto

vida internação, o Des. Afirma que a formação do

apelante está bastante comprometida, estando

em total desajuste social, o que exige

proteção integral, onde terá a sua disposição

escola, cursos profissionalizantes, assistência

psicológica além de limites para suas ações,

que por ora, mostram-se desajustadas para o

convívio em sociedade e tendentes ao

comportamento delitivo.

Presidente do TJ/RS a

medida de internação

é uma demasia pois a

receptação não é

grave. Portanto,

excluída a hipótese

legal de internação. Da

mesma forma, entendo

que no roubo

imputado ao

adolescente não houve

violência ou grave

ameaça à vítima,

restando também

afastada a hipótese do

art. 122, I.

39

AC

700297571

76

S Tentativa de

Furto

Adolescent

e. Que não há provas

suficientes para caracterização do

ato como tentativa de furto. Sustenta

que não houve violência ou grave

ameaça, de modo que a medida

Despro

vida

considerando que o adolescente é

usuário de substâncias entorpecentes,

conduzindo-o, em tese, a praticar delitos para

manter a dependência, é perfeitamente

possível e recomendável aplicar,

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216

aplicada não está em consonância

com o ECA, bem como não guardou

a devida proporcionalidade. Salienta

que consome drogas e pratica os

atos apenas para sustentar seu vício.

cumulativamente, a medida protetiva de

tratamento à drogadição prevista nos arts.

101, inc. VI, e 112, inc. VII, do ECA,

medida que virá em seu próprio benefício,

pois poderá ajudá-lo a se livrar das drogas e

afastá-lo da senda criminosa.

40

AC

700297422

51

S Tráfico de

Drogas

Adolescent

e. postula a desclassificação

do ato infracional de tráfico para

porte de drogas. Diz que o tráfico

era exercido por pessoa diversa do

representado, um imputável que foi

preso pela atividade delituosa.

Pugna pela desclassificação do fato

para a figura do artigo 28 da Lei n

11.343/2006. Subsidiariamente,

requer a imposição de medida

socioeducativa em meio aberto.

Despro

vida

Todavia, o ato infracional de

tráfico de entorpecentes é extremamente

grave e considerado pela legislação penal

como crime hediondo. Assim, a medida de

internação sem possibilidade de atividades

externas torna-se importante a fim de que a

jovem tome consciência da reprovabilidade

social de sua conduta quanto ao tráfico de

substâncias entorpecentes.

Considerand

o que o consumo de

drogas é dos flagelos

da sociedade moderna,

a sua comercialização

é prática altamente

nociva e fomentadora

da violência urbana. A

incidência,

principalmente, sobre

os jovens, aliciando-os

para o caminho da

marginalidade e

contribuindo,

sobremaneira, para a

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217

desestruturação da

família, são fatores

que justificam

plenamente a

recrudescimento da

medida socioeducativa

ao jovem infrator.

41

AC

700297109

51

S Latrocínio Adolescent

e. a medida socioeducativa

aplicada merece reparos, tendo sido

aplicada de forma exacerbada e

desigual. Salienta que, tendo havido

comunhão de esforços e conjugação

de vontades, descabe a fixação de

medidas diferenciadas. Diz que o

jovem está em idade escolar e

possui ocupação lítica. Postula pelo

provimento do recurso para que seja

julgada improcedente a

representação ou para que não seja

aplicada medida de internação sem

Despro

vida

A medida de internação não

comporta prazo determinado devendo, sua

manutenção, ser reavaliada, no máximo a

cada seis meses. Artigo 121, § 2º, do ECA.

Os atos infracionais praticados mediante

violência ou grave ameaça contra pessoa

merecem maior reprimenda por parte do

Estado, porquanto causadores de grande

repercussão social, na medida em que geram

insegurança e desconforto para a população.

Assim, ao adolescente, imperiosa a aplicação

de internação

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218

possibilidade de atividade externa.

42

AC

700296407

78

S TRÁFICO DE

ENTORPECENTES.

PORTE DE ARMA DE

FOGO. ROUBO

QUALIFICADO.

RECEPTAÇÃO

Adolescent

e. improcedentes as

representações, ou, quanto ao

tráfico, seja desclassificado para o

porte para uso próprio; quando ao

roubo, seja afastada a majorante.

Por fim pedem a aplicação de

medida socioeducativa menos

gravosa que a internação

Despro

vida

Todavia, os atos infracionais de

tráfico de entorpecentes, posse de arma e

roubo qualificado são graves, sendo o

primeiro, inclusive, considerado pela

legislação penal como crime hediondo.

Assim, a medida de internação sem

possibilidade de atividades externas torna-se

importante a fim de que o jovem tome

consciência da reprovabilidade social de sua

conduta.

43

AC

70029311537

S TENTATIVA

DE FURTO

QUALIFICADO

Adolescent

e. Principio da

insignificância tendo em vista que o

adolescente tentou furtar dois patos

Despro

vida

A medida socioeducativa aplicada

corresponde à necessidade interditória do

adolescente e ao anseio de segurança da

sociedade. Comprovadas a materialidade e a

autoria do ato infracional, e possuindo o

adolescente antecedentes e comportamento

desajustado, tem-se como justa e adequada a

aplicação de medida sócio-educativa de

internação

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219

44

HC

700301923

97

S

Furto

Qualificado

157, § 2º,

inciso II,

Adolescent

e. Sustenta que a regressão

de medida, prevista no inciso III, do

art. 122, do Estatuto da Criança e do

Adolescente não pode ultrapassar o

prazo de 03 (três) meses.

Ordem

Denegada

O adolescente está cumprindo

medida de internação sem possibilidade de

atividades externas, porquanto fugiu do

estabelecimento de internação quando

cumpria a internação com possibilidade de

atividades externas.

45

AC

700297116

29

S Homicídio

Qualificado

Adolescent

e. Sustentam, em suma, que

não foram trazidas provas

suficientes, salientando

divergências nos depoimentos

prestados. Assevera que não há

provas da existência das

qualificadoras. Alegam que não foi

demonstrado motivo

desproporcional, requisito

necessário à futilidade, bem como

que a surpresa não restou

evidenciada. Pleiteiam pela

absolvição e, subsidiariamente pelo

afastamento das qualificadoras

Despro

vida

Demonstradas autoria e

materialidade da conduta delitiva, não há

razões para se modificar o juízo de

procedência da representação.

A medida de internação apresenta-

se adequada em relação à gravidade da

infração praticada pelo adolescente,

homicídio qualificado

AC TENTATIVA Adolescent O recorrente sustentou Despro Para a imposição de medida

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220

46

70029119542

S DE HOMICÍDIO e. que houve desistência voluntária na

execução o iter criminis. Nessa

linha, argumentou que disparou

contra a vítima apenas uma vez,

desistindo do seu intento antes de

concretizar o resultado morte.

Seguindo, salientou que após o

disparo manteve a oportunidade de

continuar a ação concretizando a

morte da vítima. Contudo, desistiu

voluntariamente da prática do

crime. Assim, afirma que houve

desistência voluntária, excluindo-se

a tipicidade do homicídio tentado.

Postulou, por fim, a fixação de

prazo máximo para o cumprimento

da internação.

vida socioeducativa é necessária a avaliação

preconizada pelo § 1º do artigo 112, do

Estatuto da Criança e do Adolescente,

determinando que ao adolescente responsável

pela prática de ato infracional, deve ser

aplicada medida socioeducativa de acordo

com as circunstâncias e a gravidade da

conduta, devendo-se ter presente a necessária

resposta do Estado à sociedade.

47

AC

70 029 422 S TRÁFICO DE

ENTORPECENTES.

Adolescent

e. Pretende a improcedência

das representações ou a imposição

Despro

vida

SENDO INDUVIDOSAS A

AUTORIA, A MATERIALIDADE E O

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221

490 PORTE DE ARMA DE

FOGO.

de outra medida socioeducativa

mais branda

NEXO CAUSAL, É IMPERIOSA A

PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO E

A IMPOSIÇÃO DE MEDIDA

SOCIOEDUCATIVA. 2. É CABÍVEL A

IMPOSIÇÃO DA MEDIDA EXTREMA,

QUE É A DE INTERNAÇÃO, QUANDO O

INFRATOR PRATICA FATOS GRAVES

DEFINIDOS COMO TRÁFICO DE

SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE E

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO,

REVELANDO OUSADIA, AUSÊNCIA DE

LIMITES E DE SENSO CRÍTICO, ALÉM

DE POSSUIR ANTECEDENTES POR

ATOS INFRACIONAIS

48

AC

70 029 265

410

S Homicídio

Qualificado

Adolescent

e. Sustenta que a limitação

do prazo de internação estimula o

sentimento de impunidade. Pretende

o afastamento da limitação temporal

da medida imposta. Sustenta a

defesa do adolescente LUIS que

não foi apreendida a arma, nem

realizada perícia, sendo frágil a

Despro

vida

Tratando-se de um homicídio

consumado e outro tentado, praticado por

jovem completamente desajustado,

desprovido de senso crítico, com larga folha

de antecedentes, que já recebeu

anteriormente medidas em meio aberto e que

se revelaram ineficazes, impõe-se a adoção

da medida de internação. 3. As circunstâncias

A

medida de

internação mostra-

se necessária não

apenas para

mostrar o grau de

censurabilidade

social que repousa

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222

prova coligida para agasalhar o

juízo de procedência da

representação, ponderando serem

descabidas as circunstâncias

qualificadoras reconhecidas pelo

julgador, pois o jovem agiu em

razão das agressões sofridas por

parte dos seguranças da boate.

do fato revelam torpeza e profunda

irresponsabilidade e insensibilidade moral,

evidenciando, também, periculosidade social,

o que conduz, também, à imposição de

medida de proteção de acompanhamento

psicológico ou psiquiátrico, que é

determinado de ofício

sobre seu

comportamento,

convidando-o para

uma profunda

reflexão, mas

também para

retirá-lo do meio

que tem se

mostrado nocivo

para ele.

49

AC

700291845

95

S Furto

Qualificado

Adolescent

e. Pretende o afastamento da

qualificadora do emprego da faca e

desclassificação da infração descrita

como roubo para furto simples, pois

não houve violência nem grave

ameaça à vítima. Pretende seja

julgada improcedente a

representação ou, então, seja

aplicada medida socioeducativa

mais branda, como a de prestação

de serviços à comunidade por dois

meses

DEspr

ovido

A medida de internação mostra-se

necessária não apenas para mostrar o grau de

censurabilidade social que repousa sobre seu

comportamento, convidando-o para uma

profunda reflexão, mas também para retirá-lo

do meio que tem se mostrado nocivo para ele

e, sobretudo, para permitir que seja

submetido a um tratamento eficaz contra a

drogadição.

Somente

com a adoção de

medidas enérgicas e

com o necessário

amparo psicológico e

social é que o jovem

poderá vir a ser

reeducado e tornar-se

uma pessoa integrada

à vida em sociedade.

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223

50

AC

700291537

31

S Furto

Qualificado

art. 155, §4º,

inc. I e IV, comb. com

art. 14, inc. II

Adolescent

e.

MOSTRA-SE NECESSÁRIA A

ADOÇÃO DA MEDIDA DE

INTERNAÇÃO SEM ATIVIDADES

EXTERNAS POR SE TRATAR DE UM

JOVEM QUE NECESSITA SER

RETIRADO DO MEIO ONDE VIVE, QUE

É PROPÍCIO A NOVOS DESLIZES, A FIM

DE RECEBER O AMPARO

PSICOLÓGICO E SOCIAL DE QUE

NECESSITA PARA COMPREENDER A

CENSURABILIDADE QUE REPOUSA

SOBRE SUA CONDUTA.

A

EXPRESSÃO

SOCIAL DO FATO,

O PREJUÍZO

CAUSADO À

VÍTIMA OU MESMO

O PRINCÍPIO DA

INSIGNIFICÂNCIA

OU DA BAGATELA

NÃO TEM

APLICAÇÃO NO

ÂMBITO DA

JUSTIÇA DA

INFÂNCIA E DA

JUVENTUDE, SOB

PENA DE OS

PEQUENOS

INFRATORES

PERDEREM A

NOÇÃO DO

ILÍCITO, SERVINDO

COMO PERIGOSO

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224

ESTÍMULO PARA

PROGREDIREM NA

ESCALADA RUMO

AO CRIME

51

AC

700290090

40

S Roubo

Qualificado

art. 157, § 2º,

inc. I e II

Adolescent

e. A medida deve ser extinta

ou na pior das hipóteses, deve ser

progredida para liberdade assistida

ou para internação com

possibilidade de atividades externas

Despro

vida

penso que há necessidade de ser

mantida a internação sem atividades

externas, pois deverá o adolescente ser

conscientizado de que existem limites a

serem observados, devendo a instituição

reforçar seus recursos na recuperação efetiva

do adolescente, auxiliando-o a reorganizar a

sua vida, mediante oferecimento de novas

diretrizes que lhe devem ser traçadas.

DESCA

BE AFASTAR A

MEDIDA DE

INTERNAÇÃO

SEM

ATIVIDADE

EXTERNA

QUANDO O

INFRATOR NÃO

VENCEU AINDA

AS SUAS

DIFICULDADES

PESSOAIS, NÃO

DEMONSTRAN

DO O

ESPERADO

SENSO

CRÍTICO,

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225

SENDO

IMPRESCINDÍV

EL MANTER A

INTERNAÇÃO A

FIM DE QUE

ELE FAÇA UMA

PROFUNDA

REFLEXÃO

ACERCA DE

SUA CONDUTA,

PRESERVANDO-

SE TAMBÉM O

ALCANCE

RETRIBUTIVO

PRÓPRIO DA

MEDIDA, DADA

A GRAVIDADE

DO ATO

INFRACIONAL

PRATICADO

52

AC

700289681 S Furto

Qualificado

Adolescent

e. Acena para a necessidade

de serem atendidos os princípios da

Despro

vida

Comprovadas a materialidade e a

autoria do ato infracional, e possuindo o

Ainda que o

ato infracional tenha

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226

21

brevidade, excepcionalidade e

respeito à condição peculiar da

pessoa em desenvolvimento,

pretendendo que lhe sejam

concedidas atividades externas.

adolescente antecedentes e comportamento

desajustado, tem-se como justa e adequada a

aplicação de medida sócio-educativa de

internação sem possibilidade de atividades

externas.

sido cometido sem

grave ameaça ou

violência contra a

pessoa, cabível se

mostra a internação no

caso presente, por

reiteração no

cometimento de outras

infrações voltadas a

atingir o patrimônio

alheio (furtos).

Assim, de

concluir que a

formação do

adolescente está

bastante

comprometida, o que

recomenda proteção

integral, onde terá a

sua disposição escola,

cursos

profissionalizantes,

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227

assistência

psicológica, além de

limites para suas

ações, que por ora,

mostram-se

desajustadas para o

convívio em sociedade

e tendentes ao

comportamento

delitivo.

53

AC

70028164614

S ROUBO EM

CONCURSO DE

AGENTES, EMPREGO

DE ARMA DE FOGO

E PRIVAÇÃO DA

LIBERDADE DA

VÍTIMA

Adolescent

e. A absolvição é medida

que se impõe, reclama a defesa. Por

fim, se mantida a procedência da

representação, considerando que o

adolescente provém de família bem

estruturada e com base no parecer

técnico favorável, propugna pela

aplicação de medida socioeducativa

de meio aberto.

Despro

vida

A medida socioeducativa aplicada,

internação com possibilidade de atividades

externas, tenho que deve ser mantida. A uma,

pela gravidade do ato infracional praticado,

roubo em concurso de agentes, com emprego

de arma de fogo e privação de liberdade da

vítima. Tal ato, por si só já autorizaria a

aplicação da medida, art. 122, I, do ECA.

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228

54

AC

700296747

51

S Furto

Qualficado

Adolescent

e. alega que, com relação à

tentativa de furto, agiu amparado

pela excludente do estado famélico.

Quanto ao roubo, sustenta a

fragilidade da prova, argumentando

que as declarações dos policiais não

possuem a isenção, a imparcialidade

e a segurança necessárias para a

formação de um juízo condenatório.

Aduz que a palavra da vítima deve

ser vista com ressalvas face ao seu

natural comprometimento

psicológico com os fatos e ao seu

interesse no desate do processo.

Insurge-se com a medida

socioeducativa aplicada, pugnando a

substituição por outra em meio

aberto.

Despro

vida

Comprovadas a materialidade e a

autoria do ato infracional correspondente aos

delitos de furto e roubo, e possuindo o

adolescente antecedentes e comportamento

desajustado, tem-se como justa e adequada a

aplicação de medida socioeducativa de

internação sem possibilidade de atividades

externas.

55

AC

700295046

36

S Tentatva de

homicídio

Adolescent

e. Alega o insurgente que foi

vítima de tentativa de homicídio por

parte do ofendido, assim inexigível

Despro

vida

A medida a ser aplicada ao

representado é a de internação, dada a

gravidade de sua conduta e sua

Não

configurada a tese da

inexigibilidade de

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229

conduta diversa. Pretende o

afastamento da qualificadora de

ausência de possibilidade de defesa

por parte da vítima. Aduz que o fato

de ter confessado o ilícito deve ser

considerado em seu favor. No caso

de mantida a procedência, requer o

abrandamento da medida imposta

personalidade voltada para a prática de

ilícitos.

conduta diversa, pois

sua atitude mais

configura ataque

premeditado que

excludente de

ilicitude. Patente pelas

peculiaridades do

evento que,

efetivamente, presente

a qualificadora que

inviabilizou a defesa

do ofendido. Em casos

afetos ao ECA, não há

falar em aplicação de

atenuante como a da

confissão espontânea,

típica de situações da

égide do Direito Penal.

Incidentes os incisos I

e II do art. 122 do

ECA, mantida a

medida de internação

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230

aplicada na sentença

questionada.

56

AC

700281642

91

S Furto Adolescent

e. Argumenta a inviabilidade

da procedência levada a efeito, pois

a prova dos autos é insuficiente.

Tece considerações em relação à

palavra da vitima, que deve ser vista

com reservas, bem como o fato de

que o reconhecimento realizado na

Polícia está dissonante do art. 226

do CPP. Pugna pela desclassificação

do ilícito para furto, pois não

demonstrada a violência ou grave

ameaça. Pleiteia o abrandamento da

medida socioeducativa. Requer a

sua absolvição, ou,

alternativamente, postula o

abrandamento da medida

socioeducativa imposta

Despro

vida

a materialidade e a autoria do

ilícito descrito como roubo, no confronto

com o contexto probatório, especialmente

pelo que se extrai da palavra da vítima,

descabe agasalhar a tese de insuficiência de

prova. Não configurada a desobediência ao

disposto no art. 226, II, do CPP, quanto ao

reconhecimento do apelante pelas vítimas.

Patente a consumação do roubo, para o qual

os agentes concorreram com emprego de

violência, não há falar em desclassificação

para furto. Presente os contornos do art. 122,

incisos I e II, do ECA, mantém-se a medida

socioeducativa aplicada

57

AC

700287398 S A

ATENTADO

Adolescent

e. não ficou clara a sua

autoria, tendo o magistrado se

Provid

o Parcialmente

Internação com possibilidade de

atividades externas, cumulada com medida

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231

78 VIOLENTO AO

PUDOR.

baseado nos depoimentos dos pais

da vítima. Ainda, não sendo provido

integralmente o recurso, seja-lhe

concedida a semiliberdade, para dar

continuidade aos seus estudos e

possa trabalhar, não interrompendo

sua adolescência

de proteção de tratamento psicológico.

58

AC

700294161

61

S TRÁFICO DE

ENTORPECENTES E

POSSE ILEGAL DE

ARMA

Adolescent

e. o ato infracional não foi

praticado com emprego de violência

ou grave ameaça, não restando, com

isso, autorizado pelo art. 122, I, do

ECA a aplicar a medida

socioeducativa de internação.

Afirma que o adolescente negou a

prática de tráfico de drogas e que as

provas acusatórias são insuficientes

para comprovar sua autoria. Requer

a reforma da sentença para julgar

improcedente a representação e,

alternativamente, a aplicação de

medida sócioeducativa em meio

aberto.

Despro

vida

Considerando que o consumo de

drogas é dos flagelos da sociedade moderna,

a sua comercialização é prática altamente

nociva e fomentadora da violência urbana. A

incidência, principalmente, sobre os jovens,

aliciando-os para o caminho da

marginalidade e contribuindo, sobremaneira,

para a desestruturação da família, são fatores

que justificam plenamente a recrudescimento

da medida sócio-educativa ao jovem infrator.

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232

59

AC

700293104

14

S Estupro.

arts. 213 do

CP.

Adolescent

e. alega que o conjunto

probatório não permite concluir que

ele tenha sido um dos autores do ato

infracional. Ainda que ele tenha

estado presente durante o fato, sua

participação foi de menor

importância, o que deve ser

considerado pelo juízo. Pugna pelo

abrandamento da medida,

aplicando-se liberdade assistida.

Despro

vida

A medida socioeducativa possui,

além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua reabilitação

social e, diante disso, deve ser fixada

atentando-se às peculiaridades do caso

concreto.

Levando-se em conta a gravidade

do ato praticado pelo representado, mostra-se

adequada a medida de internação com

possibilidade de atividade externa.

60

AC

700290512

40

S Roubo

Qualificado

art. 157, § 2º,

incisos I e II,

Adolescent

e. Argumenta que a autoria

do ato infracional não restou

suficientemente comprovada, tendo

em vista que as vítimas afirmaram

não ter condição de efetuar o

reconhecimento dos autores do

roubo. Ainda, o policial militar

ouvido em Juízo igualmente não

reconheceu nenhum dos apelantes

como sendo um dos adolescentes

Despo

vida

A medida socioeducativa possui,

além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua reabilitação

social e, diante disso, deve ser fixada

atentando-se às peculiaridades do caso

concreto, bem como às características

pessoais do menor infrator. Diante dos

antecedentes infracionais dos menores, bem

como a gravidade do ato praticado, mostra-se

adequada a medida socioeducativa de

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233

por ele abordado na ocasião dos

fatos, razão por que sustenta ser

hipótese de improcedência da

representação

internação aplicada.

61

AC

700289703

09

S Roubo

Qualificado

157, § 2º,

incisos I e II

Adolescent

e. Aduz que, diante da

incerteza acerca da veracidade dos

fatos narrados na representação,

impositiva a reforma da sentença, de

forma a julgar improcedente a

representação. Nesses termos,

requer seja provida a apelação.

Despro

vida

Assim sendo, comprovada a autoria

e a materialidade do ato infracional, e

ausente qualquer causa de exclusão de

ilicitude, a procedência da representação é

medida que se impõe. (internação)

62

AC

700288666

22

S Roubo Adolescent

e. o apelante sustenta que a

prova judicializada não demonstra a

prática de condutas equiparadas a

furto e a roubo impróprio,

requerendo sejam desclassificadas

as condutas, respectivamente, para

exercício arbitrário das próprias

razões e furto, com o consequente

redimensionamento da medida

socioeducativa

Despro

vida

A medida socioeducativa possui,

além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social, devendo ser fixada

atenta às peculiaridades do caso concreto,

bem como às características pessoais do

menor infrator. Diante do extenso rol de

antecedentes infracionais atribuídos ao

adolescente, bem como a ineficiência das

medidas em meio aberto na tentativa de

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234

recuperação do menor, mostra-se

adequada a medida socioeducativa de

internação aplicada.

63

AC

700288186

64

S Roubo Adolescent

e. Requer a reforma da

decisão com a improcedência da

ação e a absolvição do representado

ou pelo abrandamento da medida

imposta

Despro

vida

Assim, a par do contexto dos autos,

tenho que medidas sócio-educativas mais

brandas, como a de liberdade assistida ou

prestação de serviços à comunidade, não

surtiriam efeitos na tentativa de recuperar o

menor, que permaneceria com a idéia de

impunidade e incorrendo em novos

delitos.Imposição medida Internação.

64

AC

700288770

41

S Furto

Qualificado

Adolescent

e. Não estar demonstrada a

autoria do ato infracional. Sustenta

que a palavra da vítima deve ser

considerada com cautela. Aduz ser

desnecessária a aplicação da

medida segregatória. Refere estar

trabalhando e auxiliando

financeiramente sua família. Requer

a improcedência da representação

Despro

vida

Agiu com acerto o ilustre

magistrado a quo ao determinar a internação

do adolescente, como caráter protetivo e

também como forma de assegurar a ordem

pública, evitando-se a reiterada prática de

atos infracionais.

AC Roubo Adolescent Alternativamente, requer Despro A medida socioeducativa possui,

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235

65 700286357

95

S e. seja imposta medida menos gravosa,

com possibilidade de atividades

externas.

vida além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social e, diante disso, deve ser

fixada atentando-se às peculiaridades do

caso concreto, bem como às características

pessoais do menor infrator. No caso,

levando-se em conta a gravidade do ato

praticado, bem como o risco de

desenvolvimento de perfil delinquencial,

mostra-se adequada a medida

socioeducativa de internação aplicada.

66

AC

700288016

29

S Tráfico de

Drogas

Adolescent

e. Pretende o abrandamento

da medida imposta, por entender ser

excessivamente gravosa

Despro

vida

A medida sócio-educativa possui,

além do caráter punitivo, a finalidade de

reeducar o infrator, visando sua

reabilitação social e, diante disso, deve ser

fixada atentando-se às peculiaridades do

caso concreto.

Levando-se em conta a gravidade

do ato infracional praticado, bem como as

conclusões do exame psicológico, mostra-

se adequada a medida de internação,

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236

inicialmente sem possibilidade de

atividade externa.

67

HC

70 028 139

871

S Não

informado

Adolescent

e. Deve ser progredida a

medida aplicada ao paciente, para

que lhe seja possibilitado exercer

atividade laboral, eis que percebeu

proposta concreta de emprego.

Aduz que o paciente está cumprindo

quase que a totalidade da medida de

internação, sendo que faltam apenas

12 dias para o cumprimento

integral. Assevera que o paciente é

menor, com família constituída, já

cumpriu quase que a totalidade da

medida aplicada, possui endereço

fixo e tem proposta de emprego para

auxiliar o sustento da família e

ressocializar-se. Pede,

liminarmente, a concessão do writ .

Conce

dida

Constitui constrangimento ilegal

a segregação da liberdade do adolescente

por período superior a noventa dias,

quando decorrente de regressão de

medida anteriormente aplicada, sob pena

de afronta ao disposto no art. 122, inc. III,

§ 1º, do ECA. 2. Tendo o infrator

cumprido a medida de internação na sua

íntegra, a concessão da ordem é medida

que se impõe

HC Não Adolescent Aduz que já excedeu o Deneg Imperiosa a denegação da ordem

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237

68 700281398

71

S informado e. prazo de internação, e mesmo

assim, o juiz a quo disse que o

adolescente terá que ficar até maio

de 2009, ou seja, ficará 2 anos e três

meses internado. Alega que o fato

de o adolescente não demonstrar

arrependimento não significa que

ele voltará a praticar novos delitos

ada de habeas corpus quando inexiste qualquer

ilegalidade na privação de liberdade do

adolescente, pois decorre de sentença com

trânsito em julgado, tendo em mira a

gravidade do ato infracional praticado. 2.

Tendo o infrator respondido a processos

infracionais que foram julgados

procedentes, sendo-lhe aplicada a medida

socioeducativa de internação sem

atividade externa, inexiste ilegalidade pelo

fato de o infrator ser mantido recolhido,

até que efetivamente cumpra o que foi

determinado

FONTE: http://www.tjrs.jus.br/site_php/jprud2/index.php [pesquisa por: “Ato Infracional e Medida de Internação”].

Número total de ocorrências: 100 acórdãos.

6. Tribunal de Justiça da Bahia

Ref. Processo UF Ato Alegações Decisão Fundamentos Outros Destaques

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238

infracional Relevantes

001 HC 3159-

0/2009

(Comarca de

Lauro de Freitas)

BA Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

Internação

Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

HC

prejudicado

Paciente posto em

liberdade por meio de alvará

de desinternação datado de

21.01.2009.

Nenhum.

002 HC 68697-

3/2008 (Comarca de

Juazeiro)

BA Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

Internação

Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

HC

prejudicado

Superveniência de

sentença que aplica medida

sócio-educativa de

internação.

Nenhum.

003 HC 71907-

3/2008 (Comarca de

Itabuna)

BA Ato

Infracional (?)

Internação

Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

HC

prejudicado

(art. 659,

CPP)

Paciente

desinternada pela autoridade

impetrada.

Nenhum.

004 HC 75640-

6/2008 (Comarca de

Barreiras)

BA Ato

Infracional (?)

Aduz a defesa que o

paciente foi apreendido "por

não ter sido encontrado no

endereço fornecido", sendo

encaminhado à antiga

delegacia de Barreiras, onde

HC

prejudicado

Informação da

autoridade dita coatora de

que o paciente foi liberado.

“[...] deficiência

psiquiátrica do menor [...]”.

(argumento da defesa).

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239

ficou custodiado "junto com

bandidos de alta

periculosidade".

Sustenta a ausência

da necessidade imperiosa de

tal medida, notadamente

considerando "a deficiência

psiquiátrica do menor".

Ademais, assevera

que o acusado não colocará

obstáculos à instrução do

feito ou ao cumprimento de

eventual medida aplicada,

pois possui família

estruturada, e seus pais

assumem total

responsabilidade de

apresentá-lo em juízo

quando oportuno.

005 HC 65687- BA Ato Internação HC Revogação, pelo "a Nenhum.

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240

1/2008 (Comarca de

Paulo Afonso)

Infracional (?) Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

prejudicado

(art. 659,

CPP)

quo", da internação

provisória. Expedição de

alvará de soltura.

006 HC 80476-

5/2008 (Comarca de

Salvador)

BA Tráfico de

Entorpecentes

(art. 33, Lei

nº. 11.343/06)

Inobservância dos

arts. 106, 107 e 174 do ECA.

Internação

Provisória.

Constrangimento

Ilegal.

Ordem

Denegada.

Inobservância dos

arts. 106 e 107 do ECA

superada. Pacientes já estão

assistidos por advogados e

as respectivas custódias

encontram-se respaldadas

em decisão judicial.

Havendo indícios

suficientes de autoria e

materialidade mantém-se a

internação provisória do

paciente, uma vez

demonstrada a sua

necessidade imperiosa ante

a extrema gravidade do ato

infracional (tráfico de

entorpecentes) e, ainda,

“Ademais, como se

sabe, em relação ao tráfico ilícito

de entorpecentes, existe a

preocupação de reprimir de

forma mais severa tal conduta,

em razão das conseqüências

danosas à sociedade que o tráfico

ilícito de entorpecentes vem

causando, já que se trata não de

ato infracional que atinge

diretamente a bem jurídico de

determinada pessoa, mas a toda a

sociedade. Em sendo assim,

exige-se o balanceamento de

valores em oposição: de um lado

o 'jus libertatis' do indivíduo, que

se revela, à primeira vista,

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241

como garantia da ordem

pública (art. 108, p. únic.,

c/c art. 174, ECA).

perigoso, intranqüilizando a

comunidade; de outro, os

interesses relevantes da

sociedade, de manutenção da paz

social, não sendo possível, no

caso concreto, se permitir a

reiteração da prática de tal ato

infracional, de forma que não há

como assegurar que, posto em

liberdade, os pacientes não

atentem novamente contra a

ordem pública”.

007 HC 69937-

1/2008 (Comarca de

Ruy Barbosa)

BA Lesão

Corporal

(art. 129,

CP)

Internação

Provisória. Excesso de

Prazo. Constrangimento

Ilegal. Art. 108, ECA.

Ordem

Denegada.

Superveniência de

sentença penal condenatória,

que aplicou medida sócio-

educativa de internação.

Novo título jurídico

legitimador da custódia.

Superveniência de sentença

condenatória faz cessar o

Nenhum.

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242

objeto do HC.

008 AC 68254-

8/2008

(2ª Vara da

Infância e Juventude

da Comarca de

Salvador-Bahia)

BA Latrocínio

(art. 157,

§3º, CP)

"Nas Razões

Recursais [...], sustentou a

Defesa ser desnecessário o

prolongamento da

internação, pois, ao longo da

internação provisória, o

Apelante demonstrou ter

assimilado todos os

ensinamentos do Centro,

possuindo comportamento

exemplar, solícito e ordeiro,

assim como respeitando 'seus

pares' e monitores".

Recurso

Improvido.

Medida sócio-

educativa corretamente

aplicada. Ato infracional

extremamente grave.

"A medida sócio-

educativa deve guardar nexo de

proporcionalidade com o ato

infracional praticado. Na espécie,

cuida-se de conduta grave, com

violência a pessoa, que revela

desvio de personalidade

acentuado por parte do

adolescente e inadaptação ao

meio, tendo aplicação o art. 122,

inciso I, do ECA".

009 AC 77128-

3/2008 (Comarca de

Simões Filho)

BA Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, I e II, CP)

Apelação defensiva

requer a concessão de efeito

suspensivo ao recurso,

conferindo ao apelante o

direito de recorrer em

liberdade e a nulidade do

Recurso

Improvido.

Eventual excesso

de prazo não dá ensejo à

nulidade do procedimento.

Medida de internação se

mostra como a mais

adequada para a proteção e

"Em função da

gravidade do ato infracional

praticado, bem como da

confissão do representado, de que

vem sendo ameaçado de morte

por um de seus comparsas, nega-

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243

procedimento, desde a

representação, em função do

excesso de prazo da

internação provisória. No

mérito, requer a não

aplicação da medida sócio-

educativa, tendo-se em vista

a insuficiência de provas; no

caso da imposição da

medida, que seja aplicada

outra menos gravosa.

recuperação do menor. se ao apelante o direito de

recorrer em liberdade".

"Diante da gravidade do

ato cometido pelo apelante e dos

demais elementos trazidos aos

autos, entende-se a medida de

internação como a mais adequada

para a sua proteção e

recuperação".

010 AC 68255-

7/2008 (Comarca de

Salvador)

BA Roubo

circunstanciado, na

forma tentada

(art. 157,

§2º, II c/c art. 14, II,

CP)

Extinção do

processo sob o argumento de

que o Estado perdeu o

interesse na aplicação da

medida sócio-educativa pelo

decurso do tempo.

Recurso

Provido.

Inadmissibilidade.

Maioridade penal

irrelevante (art. 104, p.

únic., ECA).

“[...] tendo sido o

processo extinto pelo magistrado

em primeiro grau, sob o

argumento de que a apuração do

ato infracional exige prazos

curtos e que, embora o

adolescente não tenha

completado 21 (vinte e um) anos,

o Estado perdeu o interesse de

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244

agir porque não houve

responsabilização imediata à

prática do ato. O MP recorreu,

alegando que a referida decisão

não tem respaldo legal. II - O

presente recurso deve ser

provido. A reeducação do menor,

um dos objetivos perseguidos

pelo ECA pode ocorrer até que

ele alcance 21 (vinte e um) anos.

A demora na tramitação do feito

não afasta a aplicação do ECA

nem faz com que o Estado perca

o interesse de agir, em razão do

caráter pedagógico do Estatuto”.

“[...] Negar a aplicação

do ECA sob o argumento de que

atrapalharia o desenvolvimento

do adolescente é o mesmo que

estimular a prática de atos

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245

infracionais. [...]”.

011 AC 72512-

8/2008 (Comarca de

Tremedal)

BA Roubo

circunstanciado

(art. 157,

§2º, II, CP)

Pretensão

absolutória fundada na

fragilidade dos elementos de

prova.

Recurso

Improvido.

Materialidade

incontroversa. Autoria

revelada pela confissão,

palavra da vítima e prova

testemunhal. Considerando

que o representado,

inquisitorialmente e em

juízo, admite a autoria

criminosa, relatando em

detalhes a execução do ato,

mostra-se insubsistente o

pleito de absolvição

suscitado unicamente em

grau recursal. Acertada a

decisão que julga

procedente a representação,

aplicando ao menor infrator

a medida sócio-educativa de

internação. Suficiência

Nenhum.

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246

probatória. Manutenção da

sentença.

012 AC 67835-

8/2008 (Comarca de

Salvador)

BA Roubo

circunstanciado, na

forma tentada

(art. 157,

§2º, II c/c art. 14, II,

CP)

Extinção do

processo sob o argumento de

que o Estado perdeu o

interesse na aplicação da

medida sócio-educativa pelo

decurso do tempo.

Recurso

Provido.

Inadmissibilidade.

Maioridade penal

irrelevante (art. 104, p.

únic., ECA).

“[...] tendo sido o

processo extinto pelo magistrado

em primeiro grau, sob o

argumento de que a apuração do

ato infracional exige prazos

curtos e que, embora o

adolescente não tenha

completado 21 (vinte e um) anos,

o Estado perdeu o interesse de

agir porque não houve

responsabilização imediata à

prática do ato. O MP recorreu,

alegando que a referida decisão

não tem respaldo legal. II - O

presente recurso deve ser

provido. A reeducação do menor,

um dos objetivos perseguidos

pelo ECA pode ocorrer até que

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247

ele alcance 21 (vinte e um) anos.

A demora na tramitação do feito

não afasta a aplicação do ECA

nem faz com que o Estado perca

o interesse de agir, em razão do

caráter pedagógico do Estatuto”.

013 AC 72891-

9/2008

(2ª Vara da

Infância e Juventude

da Comarca de

Salvador)

BA “Roubo

qualificado pelo

emprego de arma, na

forma tentada,

homicídio qualificado

para assegurar a

execução, ocultação

impunidade ou

vantagem de outro

crime e atentado

contra a segurança de

meio de transporte”.

(arts. 157, I,

c/c art. 14, II, art.

Razões recursais:

falta de fundamentação no

decisum. Descabimento.

Recurso

Improvido.

Autoria e

materialidade demonstradas.

Ausência de requisitos para

a aplicação de medida

sócio-educativa de

internação. Descabimento.

Ato infracional

extremamente grave.

Ameaça de violência a

pessoa. Previsão do art. 122

da Lei 8069/90 (ECA).

Internação por tempo

indeterminado não superior

a 03 (três) anos. Medida

"A medida sócio-

educativa deve guardar nexo de

proporcionalidade com o ato

infracional praticado. Na espécie,

cuidam-se de condutas graves,

com violência a pessoa, que

revela desvio de personalidade

acentuado por parte dos

adolescentes e inadaptação ao

meio, tendo aplicação o art. 122,

inciso I, do ECA".

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248

121, V e art. 262, CP) sócio-educativa

corretamente aplicada.

Sentença mantida.

FONTE: http://www.tjba.jus.br/site/index.wsp [pesquisa por: “ato infracional”].

Número total de ocorrências: 16 acórdãos.

7. Superior Tribunal de Justiça

Ref Processo UF Ato

infracional

Alegações Decisão Fundamentos Relevantes Outros Destaques

001 HC

84761

RJ Roubo e

Furto

. Impossibilidade de

conversão de MSE-LA em

MSE-SL por descumprimento e

prática de novo ato infracional.

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

.Falta de autoridade dos pais como fundamento da

medida pelo juiz de 1º. grau:

Considerando que o adolescente é reincidente

na prática de atos infracional e que descumpriu

injustificadamente a Liberdade Assistida, além de não

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249

contar com respaldo familiar adequado, porquanto a

genitora não consegue exercer a figura de autoridade

perante ele, afigura-se adequada a sugestão da técnica

judiciária. Com efeito, o adolescente carece de

intervenção com acompanhamento diuturno que

necessita. Portanto, nos termos dos arts. 99, 100 e 113

do ECA, tendo em vista a proteção integral do

adolescente e o processo ressocializador objetivado,

procedo à substituição da medida de liberdade assistida

por semiliberdade, prazo indeterminado, relatórios

bimestrais.

002 HC

95012

RJ Roubo . Prescrição de MSE.

Cumprimento de mais de 1 ano.

. Sustenta-se a aplicação

analógica do menor prazo do

art. 109, CP (2 anos), reduzido

pela metade pela aplicação do

art. 115, CP (1 ano).

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

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250

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

003 HC

94871

ES Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

somente na gravidade do delito.

Ordem

denegada

. Trata-se de ato

infracional cometido com violência

e/ou grave ameaça, hipótese do art.

122, ECA. A decisão foi

devidamente fundamentada.

Plenamente possível se aplicara

MSE-I.

. Havia laudo do Instituto de Atendimento Sócio

Educativa do Espírito Santo favorável a aplicação de MSE

LA. Segundo o STJ não é vinculativo em virtude do livre

convencimento do juiz.

. Fundamentação genérica quanto ao perfi

adolescente pelo juiz de 1º grau, considerando o STJ a

decisão como “devidamente fundamentada”:

Analisando os autos, bem como a

personalidade do representado, entendo ser necessária

a aplicação de medida que tenha o objetivo de fazê

entender o caráter ilícito de seu ato infracional, sendo

recomendável a medida sócio-educativa de internação,

nos termos do artigo 121 a 125 do Ecriad.

004 HC

88923

SP Tráfico de

entorpecentes e

direção sem

habilitação

. Nulidade processual

por falta de aplicação do rito

especial da Lei de Drogas

(11.343/2006)

. Impossibilidade de

Ordem

parcialmente

conhecida, e

concedida

. A tese não pode ser

apreciada uma vez que apenas a

acusação recorreu da sentença,

ficando o STJ restrito a matéria

ventilada no recurso da acusação.

.

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251

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

. Impossibilidade da

aplicação da MSE-I, devendo-se

somente aplicá-la nas hipóteses

taxativas do art. 122, ECA e com

base no princípio da

excepcionalidade da internação.

005 HC

94618

SC Roubo e

estupro

. Constrangimento

ilegal por excesso de prazo da

internação provisória, sem

motivação ou decisão transitada

em julgado.

Ordem

concedida

. Configuração do

constrangimento ilegal, uma vez

que a demora não se deu por

qualquer fato atribuível a defesa

. Em que pese reconhecer o excesso de prazo, o

STJ não concedeu a liberdade ao adolescente, determinado

apenas que o TJSC julgue a apelação interposta há mais de 7

meses.

006 HC

97108

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

Ordem

concedida

. Impossibilidade da

aplicação da MSE-I, devendo-se

somente aplicá-la nas hipóteses

taxativas do art. 122, ECA e com

base no princípio da

excepcionalidade da internação.

. O relator consigna no voto entendimento pessoal

que a internação deve ser para qualquer infrator contumaz.

Sobre o tema em debate, pedindo vênia aos

posicionamentos em contrário, ouso consignar que, ao

meu sentir, a internação é o instrumento de que dispõe o

Estado para alcançar a ressocialização do adolescente

que se mostra infrator contumaz, como sói ser no crime

de tráfico de entorpecentes, de modo que afastar sua

aplicação vai de encontro, inclusive, com os interesses

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252

do menor.

007 HC

83315

DF Homicídio

qualificado tentado e

consumado

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

Ordem

concedida

. Diante dos princípios do

ECA e da excepcionalidade da

MSE-I, devem ser analisadas as

condições pessoais do infrator e as

circunstâncias do caso concreto

para a aplicação da internação. A

MSE-I só pode ser aplicada se

devidamente fundamentada.

. Juiz de 1º grau fundamentou genericamente a

MSE-I na gravidade da infração:

Diante de todo exposto, entendo que a medida

que melhor se aplica ao jovem em questão é a

Internação pelo fato do representado necessitar de uma

intervenção mais atenta por parte do Estado, mormente

se considerarmos que, com apenas 17 anos, já está

envolvido com ato infracional grave como o ora

analisado.

. Da mesma forma o TJDFT:

Quanto à medida imposta, como se sabe, a

internação é medida excepcional, que só pode ser

aplicada nas hipóteses previstas de forma taxativa nos

incisos I a III do art. 122, do ECA. Partindo de tal

premissa, é forçoso admitir que as ponderadas razões

expostas no douto julgado resistido demonstram o

acerto da imposição da medida de internação. Com

efeito, o ato infracional é gravíssimo, tendo levado,

inclusive, à morte de uma das vítimas. Tal situação, por

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253

si só, viabiliza a aplicação da medida de internação, eis

que se ajusta à previsão do inciso I, do art. 122, do

ECA.

. O juiz de 1º atesta boas circunstâncias pessoais do

infrator, o que foi levado em conta na decisão do relator do

HC

O adolescente estuda, mora com os genitores e

diz que não faz uso de substância entorpecente.

008 HC

85997

RJ Não

informado

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

HC

concedido de

ofício

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

. A paciente já era maior

de idade, sendo a VIJ

absolutamente incompetente,

devendo-se anular os atos

praticados e remeter o processo

para o juízo competente.

009 HC

82243

RJ Roubo

tentado

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

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254

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

010 HC

86941

SP Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

Ordem

concedida

. Diante dos princípios do

ECA e da excepcionalidade da

MSE-I, devem ser analisadas as

condições pessoais do infrator e as

circunstâncias do caso concreto

para a aplicação da internação. A

MSE-I só pode ser aplicada se

devidamente fundamentada.

. Juiz de 1º grau fundamentou genericam

MSE-I na gravidade da infração:

A medida que se mostra adequada ao presente

caso, diante dos elementos dos autos, bem como se

considerando o ato praticado, com violência contra a

pessoa, tratando-se de dois roubos, em concurso

material de crimes, é a internação

011 HC

93284

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

fora das hipóteses do art. 122,

ECA

. Prazo máximo de 3

meses para a MSE-I substitutiva

da MSE-SL

HC

concedido de

oficio.

. O julgamento com base

na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

configura violação do devido

processo legal, contraditório e da

ampla defesa.

. A nulidade por imposição de MSE com base da

confissão não foi alegada no HC. Foi imposta de ofício pelo

STJ.

. Violação da súmula 342, STJ.

012 HC

96930

RJ Furto

qualificado tentado

. Impossibilidade de

imposição de MSE com

fundamento único na confissão

Ordem

concedida

. O julgamento com base

na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

. Violação da súmula 342/STJ.

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255

do infrator configura violação do devido

processo legal, contraditório e da

ampla defesa.

013 HC

81057

SP Roubo . Nulidade processual.

Inocorrência de preclusão

consumativa de contra-razões

recursais devido a apresentação

de contra-razões por advogado

de outro menor em nome do

infrator

Ordem

concedida

. Nulidade processual, uma

vez que não que se falar em

preclusão diante da apresentação de

ato processual por patrono não

constituído.

014 HC

86407

RJ Furto

qualificado tentado

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

. Prescrição de MSE.

Ordem

denegada

HC

concedido de

oficio.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

. A impossibilidade de aplicação da MSE-

ventilada no recurso. Foi concedida de oficio pelo STJ.

. Caráter pedagógico primordial e expiatório

secundário:

De fato, é nesse contexto que se deve enxergar

o efeito primordial das medidas socioeducativas, mesmo

que apresentem, eventualmente, características

expiatórias (efeito secundário), pois o indiscutível e

indispensável caráter pedagógico é que justifica a

aplicação das aludidas medidas, da forma como

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256

transcorrido no caso concreto.

. No caso, havia

impossibilidade da aplicação da

MSE-I, devendo-se somente aplicá-

la nas hipóteses taxativas do art.

122, ECA e com base no princípio

da excepcionalidade da internação.

previstas na legislação especial (Lei 8.069/90, arts. 112

a 125), que se destinam essencialmente à formação e

reeducação do adolescente infrator, também

considerado como pessoa em desenvolvimento (Lei

8.069/90, art. 6º), sujeito à proteção integral (Lei

8.069/90, art. 1º) por critério simplesmente etário (Lei

8.069/90, art. 2º, caput).

015 HC

86610

SP Tráfico de

entorpecentes

. Imposição de MSE-

SL com base unicamente na

gravidade da infração sem

considerar condições pessoais

do infrator.

Ordem

concedida

. Para aplicação de MSE-

SL devem ser analisadas as

condições pessoais do infrator e as

circunstâncias do caso concreto

para a aplicação da internação. A

MSE-I só pode ser aplicada se

devidamente fundamentada.

. O paciente alegou a impossibilidade de aplicação

de MSE-SL fora dos casos de internação, em virtude do art.

120, §2º, ECA, o que foi rechaçado pelo STJ:

Inicialmente, cumpre consignar que o disposto

no art. 120, § 2o. do ECA, não impede a adoção da

medida sócio-educativa de semiliberdade, desde o

início, quando esta for compatível com a gravidade e

circunstâncias do delito, bem como com a capacidade

do menor em cumpri-la.

016 HC

86940

SP Latrocínio

tentando e porte de

arma

. Conversão de MSE-

SL em MSE-I por prazo

indeterminado em virtude de

descumprimento e prática de

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

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257

novo AI (porte de arma). arts. 99, 100 e 113 do ECA.

017 HC

92032

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

fora das hipóteses do art. 122,

ECA

Ordem

concedida

. Impossibilidade,

devendo-se somente aplicar MSE-I

nas hipóteses taxativas do art. 122,

ECA

. A decisão de 1º grau considerou as passagens pela

VIJ como reincidência:

Assim, a gravidade da conduta, aliada à

reincidência infracional do adolescente, exigem a

internação para que melhor reflita seus atos e seu modo

de vida.

. O que devidamente foi atacado pelo STJ:

Outrossim, embora o menor possua passagens

anteriores pela Vara da Infância e Juventude, ao que se

tem da certidão de antecedentes (fl. 79), nenhuma delas

resultou na aplicação da medida sócio-educativa, o que

afasta a reiteração em atos infracionais graves (art.

122, inciso II do Estatuto da Criança e do Adolescente).

018 RHC

22318

SP Latrocínio

tentando

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

. Ausência de

avaliações periódicas

Negado

provimento.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

. A decisão foi omissão na apreciação da alegação

de falta de exames periódicos.

019 AgRg no

HC 94486

PI Não

informado

. Excesso de prazo na

internação provisória (280 dias)

Negado

provimento.

. Julgado prejudicado em

decorrência da ausência de recurso

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258

diante de sentença condenatória que

impôs MSE-I.

020 HC

87490

SP Roubo e

estupro

. Conversão de MSE-

LA em MSE-I por prazo

indeterminado em virtude de

descumprimento e prática de

novo AI (estupro).

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

. A conversão em MSE-I não se fundou na prática

de novo AI, mas também em laudo da equipe do Judiciário

que concluía pela necessidade de internação por tempo

indeterminado.

021 HC

81439

SP Furto

qualificado

. Prescrição da MSE Ordem

denegada

. Ausência de prova pré-

consituída da prescrição.

022 HC

95873

SP Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

Ordem

denegada

. Trata-se de ato

infracional cometido com violência

e/ou grave ameaça, hipótese do art.

122, ECA. A decisão foi

devidamente fundamentada.

Plenamente possível se aplicara

MSE-I.

. Fundamentação genérica e sem avaliar as

condições do menor do juiz de 1º grau -

"Destarte, forma-se um juízo de convicção apto

a fundamentar um decreto de procedência da presente

ação sócio-educativa, aplicando-se a medida

excepcional de internação para ambos e não a semi

liberdade requerida pelo Ministério Público, pois o ato

infracional foi praticado com grave ameaça, por um

bando armado, sendo de rigor a internação de ambos. E

restando comprovadas a autoria e a materialidade por

parte dos adolescentes, sendo não há que se falar em

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259

improcedência como pretendido pelas defesas e diante

da gravidade do ato infracional não há possibilidade de

aplicação de medidas mais brandas, pois não seriam

suficientes, pois no momento não possuem condições de

viver em sociedade, assustando pessoas ho

trabalhadoras, subtraindo seus bens com grave ameaça

e violência, não respeitando as pessoas idosas."

. Fundamentação do TJSP:

"somada à gravidade do ato infracional

cometido, acrescente-se que os adolescentes, não

trabalham e não estudam, circunstâncias indicativas de

frágil respaldo familiar e sério desajuste social

(retratados, ademais, nos estudos sociais elaborados a

folhas 52 e seguintes), que evidenciam a necessidade da

adoção da medida extrema."

023 HC

93279

SP Roubo

qualificado

. Conversão indevida

de MSE-LA em MSE-SL diante

do descumprimento daquela.

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

. Fundamento do juiz de 1º grau.

"Entendo, a despeito da manifestação da

Procuradoria de Assistência Judiciária, que a

semiliberdade é medida propícia para a realização de

trabalho socioeducativo mais intensivo e de qualidade

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260

com o jovem, cujo respaldo familiar até agora tem se

revelado frágil e insuficiente para lhe fornecer

orientações e estabelecer regras e limites claros,

tornando-o vulnerável a influências negativas e

propenso ao consumo de drogas e a comportamentos de

risco, por não estar a genitora e o companheiro desta

habilitados a responder com o empenho desejado às

demandas do infrator.

A medida mais branda a que esteve o jovem

submetido tem sido, ademais, inadequada para

viabilizar a reflexão os prejuízos decorrente da conduta

ilícita, a adoção de valores sociais e morais aceitáveis e

a efetiva recuperação, tanto que, no curso do processo

socioeducativo, a prática infracional persistiu. O

educando se encontra, enfim, em situação de risco e

precisa da proteção integral do Estado, mediante

acompanhamento mais profundo e efetivo, em

semiliberdade."

024 HC

85602

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

. Destaca a decisão a necessidade de motivação

idônea que teria sido preenchida pelo juiz de 1º grau:

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261

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo,

assim, os mesmos requisitos.

da MSE-SL, desde o início, quando

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

imperativa somente nos casos de

internação

Realmente, em quadros em que está

comprovado todo um histórico de vida mais delicado,

assim como a insuficiência ao menos momentânea dos

mecanismos informais de controle social - família,

escola, comunidade, trabalho etc. -, não logrando eles,

neste instante, fazer frente a um envolvimento

infracional mais veementemente implantado, importante

e expositivo da vida e da integridade do próprio

adolescente, é imprescindível bloquear, de modo mais

afirmativo, os contatos negativos que vêm sendo

experimentados quando dos retornos ao meio aberto.

025 HC

88884

SP Roubo . Constrangimento

ilegal, visto que o menor não foi

previamente ouvido quando da

regressão da semiliberdade para

a internação pelo prazo de 3

meses, incorrendo em violação

dos princípios da legalidade, da

ampla defesa, do contraditório e

da presunção da inocência.

Ordem

concedida

. Nos termos determinados

pela Súmula nº 265 do STJ, a

regressão de medida sócio-

educativa demanda a prévia oitiva

do menor, que não poderá ser

suprida por meio de simples

advertência acerca da possibilidade

de aplicação de internação-sanção.

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262

026 HC

85988

RJ Tráfico de

entorpecentes

. Prescrição de MSE Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. O TJRJ rejeitou a alegação de prescrição sob

fundamento do caráter protetivo do ECA:

O instituto da prescrição, não é expressamente

previsto pelo ECA. Além disso, ele visa impedir que o

Estado possa exercer o jus puniendi e em sede

menorista, a Justiça busca aplicar medidas sócio

educativas, que visam à proteção do adolescente.

027 HC

87044

RJ Furto

qualificado tentando

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

028 HC

93206

MS Homicídio

qualificado

. Falta de

fundamentação da internação

provisória, além do fato do

menor preencher os requisitos

para responder o processo em

liberdade.

Ordem

denegada

. Decisão devidamente

fundamentada, acrescentando-se

que “a existência de violência à

pessoa, (...) por si só, já justifica a

imposição da medida mais

gravosa”.

. Além da gravidade do delito e do fato de estar

foragido, o magistrado fundamenta a internação provisória

como benefício ao menor:

A gravidade dos fatos narrados é extrema,

refletindo ausência de freio moral por parte do

representado, sendo possível a internaão em razão da

violência praticada (art. 122 do ECA), sendo a

internação provisória medida adequado ao presente

caso, tanto para garantia da ordem pública em

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263

clamor público por conta da hediondez dos fatos, quanto

para assegurar a aplicação da lei penal, haja vista que

o autor do ato infracional se encontra foragido, devendo

se levar em conta, ainda, que a internação provisória do

adolescente também garante a própria segurança

pessoal do adolescente. (art. 174 do ECA), sendo

imperiosa a decretação da internação provisória.

029 HC

74884

SP Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator, violado o princípio

da excepcionalidade.

Não

conhecido

. O HC não foi conhecido

em virtude de não ter sido apreciada

no Tribunal a quo.

. Apesar de não conhecer do recurso, a relatora

consignou a possibilidade da aplicação da MSE-I com base

unicamente na ocorrência de violência ou grave ameaça no

ato infracional:

Ademais, o ato infracional cometido pelo ora

Paciente, equivalente ao delito de roubo qualificado

(art. 157, § 2.º, incisos I e II, do Código Penal), foi

praticado com violência e grave ameaça à pessoa,

inclusive com o emprego de arma de fogo.

Portanto, não resta evidenciada de plano, a

existência de constrangimento ilegal, uma vez que se

perfaz, na hipótese, plenamente plausível a aplicação da

medida de internação, a teor do disposto no a

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264

inciso I, do Estatuto da Criança e do Adolescente.

030 HC

79981

PE Furto

qualificado

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

Ordem

concedida

. A MSE-I foi fundada no

descumprimento de MSE anterior.

Como houve o cometimento de

apenas 1 novo ato infracional,

entendeu-se como insuficiente para

configurar o pré-requisito de

“reiteração”.

. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.

122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no

mínimo, 3 atos anteriores.

031 HC

83923

SP Roubo e

extorsão mediante

sequestro

. Violação do princípio

da excepcionalidade da MSE-I,

em virtude de sua manutenção

diante de laudo técnico da

FEBEM favorável a concessão

de liberdade assistida.

Ordem

denegada

. O magistrado não está

vinculado a relatório técnico em

virtude do princípio do livre

convencimento motivado. Havia

laudo de equipe técnico judicial em

posicionamento contrário, no qual

se baseou o juiz.

032 HC

84402

SP Furto

qualificado tentado

. Prescrição de MSE de

prestação de serviços a

comunidade de 3 meses.

Descumprimento por mais de 1

ano.

Ordem

concedida

. Como o prazo

prescricional calculado de forma

análoga ao CP seria de 1 ano,

ocorreu a prescrição retroativa.

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265

033 HC

84407

SP Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

denegada

. Possível a MSE-I uma

vez que se trata de ato infracional

cometido com grave ameaça e as

circunstâncias pessoais do agente

revelam a necessidade da medida.

. O relator sustenta a existência de circunstâncias

pessoais do menor que fundamentam a MSE

fundamenta genericamente:

Além disso, o paciente ostenta antecedentes

criminais pelo mesmo delito, de sorte que suas

condições pessoais e o modus operandi

infracional, denotam a necessidade de aplicação da

medida mais gravosa.

034 HC

88033

SP Roubo e

formação de

bando/quadrilha

. Violação do princípio

da excepcionalidade da MSE-I,

em virtude de sua manutenção

diante de laudo técnico da

FEBEM favorável a concessão

de liberdade assistida.

Ordem

denegada

. O magistrado não está

vinculado a relatório técnico em

virtude do princípio do livre

convencimento motivado. Havia

laudo de equipe técnico judicial em

posicionamento contrário, no qual

se baseou o juiz.

. Fundamentação do juiz de 1º grau:

Ante o exposto, considerando que aspectos

importantes ainda precisam ser melhor trabalhados em

busca da ressocialização, tais como: critica incipiente,

envolvimento infracional e respaldo familiar frágil,

mantenho a medida de internação.

035 HC

92132

SP Tráfico de

entorpecentes

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

Ordem

denegada

. O ato infracional

praticado se somou a uma série de

outros praticados pelo menor,

justificando a medida.

. A decisão não menciona quais seriam os outros

ato infracionais prévios, não podendo se avaliar se são

“outras infrações graves” como exige o art. 122, II, ECA.

. A decisão não analisa as condições pessoais do

menor se resumindo a dizer:

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266

(...) no caso em apreço a aplicação da medida

encontra fundamentos sólidos, providos de suporte

fático e aliados aos requisitos legalmente previstos, o

que demonstra idoneidade suficiente para respaldar a

medida constritiva.

036 HC

93214

RJ Furto

qualificado

. Prescrição de MSE.

Menor foragido há 2 anos.

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

037 HC

95264

DF Porte ilegal

de arma de fogo de

uso permitido

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, uma vez

que foi fundada em atos

infracionais com processos sem

Ordem

denegada.

. A MSE-SL foi

devidamente fundamentada,

trazendo o Tribunal a quo outros

fundamentos alem das passagens

. Fundamentos do Tribunal a quo:

Constataram-se, em sua folha, outra

passagens pela Vara da Infância e da Juventude.

Registram-se, consoante fls. 129/130: atos equivalentes

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trânsito em julgado sem trânsito em julgado. a tráfico, vias de fato e porte e uso de drogas, com

aplicação de remissão judicial como forma de exclusão

do processo; atos equivalentes a roubo (02 processos),

um em andamento e outro com aplicação de liberdade

assistida.

Observa-se, assim, também, a reiteração na

prática de outras infrações graves, aumentando o

comprometimento do adolescente com o mundo

infracional. Isso também justificaria e determinaria, de

si só, com base no art. 120, § 2°, do ECA, a medida

aplicada de semiliberdade, independentemente de, nos

presentes atos infracionais, não ter havido violência ou

grave ameaça contra pessoa."

038 HC

98679

SP Furto

qualificado

. Não mencionados Ordem

concedida

.Impossibilidade de

aplicação da MSE-I, pois o ato não

foi praticado com violência ou

grave ameaça e a prática de 2 atos

infracionais não configura

reiteração.

039 RHC RS Lesão . Ausência de indícios Negado . Para se trancar o

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268

19851 Corporal (art. 129,

CP)

suficientes da autoria para

justificar a representação.

. Necessidade de

representação criminal nos

moldes do CPP para que MP

apresentação a representação

pela prática de ato infracional

provimento procedimento menorista seria

necessário a demonstração de

inocência inequívoca do menor.

. Considerando-se ou não

aplicável ao procedimento

menorista as condições de

procedibilidade necessárias para o

prosseguimento de uma ação penal,

houve manifestação expressa da

vítima de interesse na persecução.

040 RHC

22631

PI Roubo

tentado (art. 157, CP

c/c art. 14, CP)

. Constrangimento

ilegal, tendo em vista a

extrapolação do prazo máximo

de 45 dias previsto pelo ECA

para a internação provisória

Ordem

concedida

. Inafastabilidade da norma

do art. 108, ECA. É irrelevante o

tipo de crime praticado, o modus

operandi, a personalidade do

agente, ou até mesmo de quem é a

responsabilidade pela demora no

julgamento; uma vez atingido o

prazo máximo permitido para a

medida cautelar, nos casos de

menores infratores, deve o mesmo

. O acórdão relata o fundamento do MP da

manutenção da medida:

“o Ministério Público Piauiense alegou que o

menor possui personalidade violento, além de que a

instrução processual vem se desenvolvendo a co

. O TJ/PI não concedeu a ordem em HC de mesmo

teor, ao que parece fundamentando a manutenção no

princípio da razoabilidade. A ementa dizia o seguinte:

HABEAS CORPUS - ALEGAÇÃO DE

EXCESSO DE PRAZO PARA CONCLUSÃO DA

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269

ser imediatamente liberado. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. – ATO INFRAC

ANÁLOGO AO CRIME DE TENTATIVA DE ROUBO.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. - ORDEM

DENEGADA

041 HC

84757

SP Tráfico de

entorpecentes

. Constrangimento

ilegal por conversão da MSE-

LA em MSE-SL pela prática de

novo ato infracional.

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

. Fundamentos do juiz de primeiro grau para a

conversão:

A avaliação realizada pela equipe técnica

judicial aponta que o educando possui potencial,

contudo o ambiente social e cultural não favorece sua

recuperação, estando ele interessado em dar

continuidade ao processo socializador em

semiliberdade. A genitora, por sua vez, não consegue

propiciar-lhe o respaldo necessário para que s

mantenha distante de situações prejudiciais ao seu

desenvolvimento.

042 HC

88243

SP Furto

qualificado

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

. Ilegalidade de

Ordem

denegada

. A medida seria fundada

no art. 122, II, ECA, uma vez que o

menor “confessou ter perdido a

conta de quantos furtos

semelhantes já perpetrou, além de

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270

regressão de MSE-SL para

MSE-I em virtude do ECA não

permitir regressão para medida

mais gravosa.

ter recebido medida anterior em

meio aberto, que foi, por ele,

descumprida, tendo voltado a

delinqüir. Como se não bastasse, o

menor não estuda, já esteve

internado na FEBEM e é usuário

de entorpecentes”

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

043 HC

93100

SP Roubo

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

. Ausência de perícia

na arma para justificar a

majorante pelo emprego.

Ordem

denegada

. “No caso em apreço, a

aplicação da medida encontra

fundamentos sólidos, providos de

suporte fático e aliados aos

requisitos legalmente previstos,

tendo em vista que o ato infracional

praticado pelo ora paciente foi

cometido mediante grave ameaça,

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271

uma vez utilizada arma de fogo

para intimidar a vítima, além de ter

se deflagrado durante o dia, o que

demonstra não possuir freios

inibitórios ao cometimento de

ilícitos penais; consta, ainda, no

acórdão recorrido que o menor não

estuda, não trabalha e não mora

mais com os pais, tudo a indicar a

internação do menor mostra-se não

somente proporcional ao ato

infracional praticado, mas

imperiosa à eficaz ressocialização

do paciente, finalidade precípua da

legislação menorista.”

. Desnecessidade de perícia

da arma quando seu uso mostra-se

indiscutível

044 HC

95640

DF Porte ilegal

de arma de fogo de

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

Ordem

denegada.

. A medida encontraria

amparo no art. 122, II, ECA, pois

. A decisão considerou irrelevante o fato de os

demais ato infracionais terem ou não decisão transitada em

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272

uso permitido

(art. 14, Lei

10824/2003)

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

. As outras passagens

pela VIJ, não transitaram em

julgado, não se enquadrando na

hipótese do art. 122, II, ECA.

“de acordo com o acórdão

hostilizado, o adolescente foi, pela

terceira vez, preso provisoriamente,

bem como, em sua folha de

antecedentes, consta seu

envolvimento anterior em atos

infracionais equiparados a dano,

roubo (por três vezes), além de

porte e uso de drogas”

julgada. Alega que

Outrossim, não se cogita de qualquer violação

ao princípio da

inocência, sendo irrelevante que tenha havido o

trânsito em julgado da sentença que acolheu a

representação dos demais atos infracionais, para fin

incidência do art. 122, II do ECA; a aplicação da medida

mais gravosa é um efeito apenas do reconhecimento,

pelo Judiciário, do cometimento de outras infrações

graves.

Tal exigência acabaria, inclusive, por tornar

letra morta o inciso II do art. 122 do ECA, uma vez que,

levando-se em conta o período hipoteticamente

necessário para que o menor cometa dois atos

infracionais graves devidamente reconhecidos por

decisão transitada em julgado, e que, nos termos do

Estatuto, extingue-se a punibilidade dos atos infracionais

aos 21 anos, não haveria tempo viável para que a norma

fosse aplicada.

045 HC RJ . Furto . Nulidade do processo Ordem . O julgamento com base . Súmula 342, STJ

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273

96373 qualificado tentado

(art. 155, §4º

I e II, c/c art. 14,II,

CP)

em virtude da imposição de

MSE com base somente na

confissão do menor.

concedida na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

configura violação do devido

processo legal, contraditório e da

ampla defesa.

046 HC

97727

MS Latrocínio

(art. 157, §3º,

CP)

. “Constrangimento

ilegal tendo em vista que o

paciente encontra-se internado

provisoriamente há mais de 10

(dez) meses, sem que se tenha

qualquer contato com seu

defensor. Outrossim, sustenta a

ocorrência de violação do art.

108 do ECA, que prever o prazo

máximo de 45 (quarenta e

cinco) dias.”

Não

conhecido

. HC prejudicado por perda

do objeto, em virtude do advento de

sentença condenatória.

. Na prestação de informações ao HC impetrado

junto ao TJMS, a juíza de 1º grau alegou a possibilidade de

superação do prazo de 45 dias do art. 108:

(..) Consigne-se que não há falar em

constrangimento ilegal, se o próprio Estatuto da

Criança e do Adolescente, seu artigo 174, permite que

se extrapole o prazo de 45 dias de internação, quando

exista necessidade de garantia da ordem pública, como

no caso dos autos, em que houve grande abalo no meio

social. Outrossim, cumpre esclarecer, que eventual

demora no procedimento decorre da necessidade de se

deprecar a apresentação do adolescente, que se

encontra internado em Dourados, em razão de inexistir

local apropriado nesta comarca, bem como, em razão

de se deprecar a oitiva de quase todas as testemunhas, e

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274

ainda, pelo fato desta magistrada estar respondendo

cumulativamente pela r Vara de Ivinhema, três vezes na

semana.

. O TJMS também entendeu ser devida a

extrapolação do prazo:

Vê-se que não existe o alegado

constrangimento ilegal, pois o excesso de prazo é

plenamente justificável pela necessidade de expedição

de diversas cartas precatórias para apresentação e

oitiva do paciente/adolescente, bem como de

praticamente todas as testemunhas arroladas. Além

disso, atualmente, a instrução processual está

concluída, estando os autos em Cartório aguardando ir

concluso para prolação da sentença.

047 HC

99705

SP Tráfico de

entorpecentes (art. 12,

Lei 6.368/76)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida

. “No caso dos autos em

que a representação é pela prática

de ato infracional análogo ao crime

de tráfico de entorpecentes, sendo

este, ao que se sabe, o único ato

infracional já praticado pelo

. O acórdão rechaça os argumentos comumente

utilizados para se aplicar MSE-I a ato infracional

equiparado a tráfico de drogas.:

A imposição da medida de internação, sob os

fundamentos da gravidade potencial da conduta e em

razão de ser praticada com grave ameaça ou violência,

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275

paciente, inexistindo, portanto,

reincidência ou reiteração, bem

como desobediência a medidas

anteriormente aplicadas, ele não se

enquadra nas hipóteses

taxativamente previstas no art. 122

do Estatuto da Criança e do

Adolescente, estando a sofrer

inafastável constrangimento

ilegal.”

posto que implica em vários outros crimes de grande

gravidade e contém violência implícita contra a

sociedade, não se mostra adequada, fugindo inteiramente

aos objetivos das normas de proteção aos menores.

048 HC

84025

RJ Tráfico de

entorpecentes

. Pedido de imediata

transferência do menor para o

regime de semiliberdade quando

esgotado o prazo da internação-

sanção

HC não

conhecido

. Prejudicado por perda de

objeto. Houve audiência de

reavaliação da medida

determinando a progressão da

internação para a semiliberdade.

049 HC

93124

RS Furto . Prescrição da medida

de prestação de serviços

comunitários por 60 dias.

Ordem

concedida.

. Sendo medida imposta

pelo prazo de 60 dias, o seu prazo

prescricional, calculado de forma

análoga ao do CP, é de 1 ano.

Lapso transcorrido no caso

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276

concreto.

050 HC

95984

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida.

. A gravidade do ato

infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I

. Em que pese julgar conforme o entendimento da

Corte, o relator fez questão de consignar sua divergência:

ao meu sentir, a internação é o instrumento de

que dispõe o Estado para alcançar a ressocialização do

adolescente que se mostra infrator contumaz, como sói

ser no crime de tráfico de entorpecentes, de modo que

afastar sua aplicação vai de encontro, inclusive, com os

interesses do menor.

051 HC

98985

MS Tráfico de

entorpecentes

. Excesso de prazo da

intervenção provisória.

Ordem

concedida

. Se o delito de tráfico de

entorpecentes não é passível de

MSE-I, não se deve admitir

internação provisória.

. Além do mais, não é

possível se exceder o prazo de 45

da internação provisória, “tendo m

vista a sobrepujância do interesse

do menor em relação a qualquer

outro.”

052 HC RJ Tráfico de . Impossibilidade de Ordem . A gravidade do ato

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277

72469 entorpecentes

(art. 12, c/c

art. 18, III e 14 da Lei

6.368/76)

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

concedida. infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I

053 HC

97330

DF Tráfico de

entorpecentes

(art. 12, Lei

6.368/76)

. Caráter exacerbado da

MSE-SL para o caso concreto.

Ordem

denegada

. A imposição da MSE foi

feita de acordo com o ECA (art.

112, §1º) e foi fundamentada nas

circunstâncias do caso concreto.

Além do mais o adolescente já tinha

uma passagem pela VIJ.

. O juiz tomou um ato infracional anterior remido

como argumento para imposição da medida:

O adolescente, embora tecnicamente primário,

já recebeu medida socioeducativa de cunho

ressocializador, em sede de remissão, como forma de

exclusão do processo, cumprindo medida socioeducativa

de prestação de serviços à comunidade, fato este

relegado pelo representado, fazendo tábua rasa dos

efeitos ressociliadores insertos na medida.

. Além disso, vê a MSE como uma forma de dar

assistência psicológica e pedagógica ao menor

O adolescente, embora tecnicamente primário,

já recebeu medida socioeducativa de cunho

ressocializador, em sede de remissão, como forma de

exclusão do processo, cumprindo medida socioe

de prestação de serviços à comunidade, fatoeste

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278

relegado pelo representado, fazendo tábua rasa dos

efeitos ressociliadores insertos na medida.

054 HC

90920

SP Porte ilegal

de arma de uso

restrito

(art. 16, Lei

10826/2003)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida

. Ausência de violência ou

grave ameaça no ato infracional.

. Existência de apenas um

ato infracional pretérito,

insuficiente para caracterizar a

reiteração do art. 122, II, ECA.

. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.

122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no

mínimo, 3 atos anteriores.

055 HC

93281

SP Contravenção

de perturbação da

tranquilidade (art. 65,

LCP)

. Prescrição. Como não

se trata de hipótese do art. 122,

ECA, se deve tomar por base o

prazo máximo de 6 meses,

sendo, assim, de 1 ano o prazo

prescricional. Lapso já

transcorrido.

Ordem

concedida.

. Ocorrência de prescrição

Tomou-se por base a pena máxima

da contravenção a que o ato

infracional é equiparado. Como a

pena máxima é de 2 meses, o prazo

prescricional, em analogia a

formula do CP, seria de 1 ano.

Lapso de tempo prescricional

transcorrido.

056 HC

102158

DF Homicídio

qualificado (art. 121,

. Constrangimento

ilegal ante o não abrandamento

Ordem

denegada

. Não aplicação da

atenuante de confissão espontânea

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279

§2º, IV, CP) e

homiciodio

qualificado tentando

(art. 121, §2º, IV, c/c

art; 14, II, CP)

da medida em virtude da

confissão espontânea (art. 65,

III, d, CP). Aplicada a atenuante

a MSE deveria passar a ser

MSE-LA

ao ECA.

. Além do mais, a

atenuante interfere na quantidade de

sanção e não em sua espécie

(reclusão ou detenção)

057 HC

99710

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida.

. A gravidade do ato

infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I

. O juiz de primeiro grau fundamenta a aplicação

da MSE-I nas circunstâncias do caso concreto;

Em que pese não se tratar de ato infracional

cuja estrutura típica implique violência ou grave

ameaça, ponderando as notícias de que os adolescentes

não contam com respaldo familiar adequado,

pernoitando ora com os tios, ora pelas ruas, tenh

melhor individualizada a aplicação da internação.

. O TJSP sustenta a possibilidade de se ampliar as

hipóteses de MSE-I e ainda alega interesse do menor:

Isto porque a internação vem escudada na

prática de ato infracional equiparado ao crime de

tráfico de entorpecente, cuja natureza justifica seja dada

interpretação teleológica às hipóteses legais que a

autorizam. Afastar-se a possibilidade do Poder

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280

Judiciário de adotar, nestes casos, a medida sócio

educativa que se fizer necessária, entre aquelas

previstas por lei, sob o singelo argumento de que tais

dispositivos legais comportam mera interpretação literal

e restritiva, implicaria atentar contra os interesses do

próprio adolescente, princípio este considerado no

Estatuto da Criança e do Adolescente como prioritário

em relação aos demais.

058 RHC

21913

RJ Latrocínio

(art. 157, §3º,

CP)

. Concessão de efeito

suspensivo a apelação, para que

se aguarde o julgamento do

recurso em liberdade.

. Impossibilidade de

execução provisória de

sentença.

Ordem

denegada

. O art. 198, VI, determina

que o recurso de apelação será

recebido somente com efeito

devolutivo.

. Caso da morte do menino João Helio

. Fundamenta a previsão de haver somente efeito

devolutivo nas apelações do ECA na recuperação e proteção

do menor:

Dest'arte, na Justiça da Infância e da Juventude,

a resposta rápida às necessidades sócio-educativas dos

menores infratores constitui fator essencialmente

associado à possibilidade de recuperação e proteção de

um adolescente em choque com as normas posit

não foi por acaso, que o ECA previu apenas o efeito

devolutivo ao recurso de apelação

059 RHC PR Homicídio . Ilegalidade de Ordem . Violação dos princípio do

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281

21633 qualificado regressão de MSE-LA para

MSE-I sem a oportunidade de

defesa.

concedida contraditório e ampla defesa.

Exigência anunciada pela Sumula

265 do STJ: “é necessária a oitiva

do menor infrator antes de

decretar-se a regressão da medida

socioeducativa”

060 RHC

21908

SP Atentado

violento ao pudor

(art. 214 c/c

art. 224, a, CP)

. Concessão de efeito

suspensivo a apelação.

Ordem

denegada

. O art. 198, VI, determina

que o recurso de apelação será

recebido somente com efeito

devolutivo.

. Fundamenta a previsão de haver somente efeito

devolutivo nas apelações do ECA na recuperação e pr

do menor:

Dest'arte, na Justiça da Infância e da Juventude,

a resposta rápida às necessidades sócio-educativas dos

menores infratores constitui fator essencialmente

associado à possibilidade de recuperação e proteção de

um adolescente em choque com as normas positivadas;

não foi por acaso, que o ECA previu apenas o efeito

devolutivo ao recurso de apelação

061 HC

98414

DF Furto

qualificado

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida

. “A prática reiterada

apenas indica a necessidade de

internação, quando diz respeito a

crimes graves, o que não é o caso,

. Julgamento com postura diferenciada, uma vez

que não fez uma análise objetiva da reiteração, exigindo que

sejam crimes graves.

. O mesmo faz com o descumprimento da medida,

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282

posto que o paciente praticou

apenas atos análogos a tentativas

de furto e dano. Do mesmo modo,

apesar do descumprimento da

medida anterior, o artigo 122,

exige, para aplicação da

internação, que ele seja reiterado e

injustificável, o que não é o caso,

posto que apenas ocorreu uma

vez.”

exigindo que seja reiterado e injustificável..

062 HC

99542

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida.

. A gravidade do ato

infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I.

. A existência de

antecedente infracional por si só

não basta, devendo haver

reiteração.

. A decisão de primeiro grau justificou a MSE

com base em antecedentes infracionais:

Verifico que o representado registra

antecedentes infracionais pela prática do mesmo delito,

conforme certidões de fls. 17 e 99. Já recebeu,

anteriormente, o benefício da liberdade assistida, mas

tal medida não mostrou-se suficiente para sua

ressocialização, de modo que a internação mostra

mais adequada.

. O TJSP manteve a decisão se baseando na suposta

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283

gravidade do delito

O ato infracional, correspondente a tráfico de

substâncias entorpecentes é equiparado a crime

hediondo, demonstra desvio de conduta a indicar

necessidade de acompanhamento do paciente pelo

Estado. A medida sócio-educativa de internação

aplicada guarda efetiva relação de proporcionalidade

com o ato de natureza grave cometido.

. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.

122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no

mínimo, 3 atos anteriores.

063 HC

72112

DF Roubo

(art. 157, §2º

I e II, CP)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

na gravidade do delito sem

considerar condições pessoais

do infrator.

Ordem

denegada

. A decisão que impôs a

MSE-I não se baseou somente na

gravidade do delito, sendo, assim,

devidamente fundamentada.

. Fundamentos trazidos pela decisão de 1º grau,

além da gravidade do delito:

O adolescente apresenta outras quatro

passagens por esta Vara da Infância e Juventude por atos

assemelhados ao crime de roubo, lesões corporais e

dano, já tendo sido sentenciado ao cumprimento de

medida socioeducativa de liberdade assistida e

semiliberdade, demonstrando que o jovem está a

merecer uma acompanhamento por parte do Estado, pois

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284

o mesmo não esta preparado para o retorno imediato na

sociedade.

O relatório social acostado aos autos, dá conta

que o jovem tem apenas 17 anos, é agressivo, é us

de álcool, não tem bom relacionamento com ninguém,

reside com a genitora, já experimentou maconha e

apresenta amizades negativas.

064 HC

99474

RJ Porte ilegal

de arma de fogo

(art. 16, Lei

10826/2003)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

. O menor possui

apenas 2 passagens pela VIJ,

não se enquadrando na hipótese

do art. 122, II, ECA.

Ordem

concedida.

. A gravidade do ato

infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I.

. A existência de

antecedente infracional por si só

não basta, devendo haver

reiteração.

065 HC

98259

RS Roubo . Ocorrência de

prescrição devido ao transcurso

de 1 ano entre o fato e o

recebimento da representação.

HC não

conhecido

Ordem

concedida de

ofício

. HC restava prejudicado

em virtude do fato de que os

pacientes já haviam completado 21

anos, impondo a liberação

compulsória, que foi concedida de

. O acórdão traz a seguinte expressão “prescrição

da pretensão educativa”!

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285

ofício.

066 HC

105723

MS Roubo (art.

157, §2, I, CP e art;

33, Lei 11343/2006) e

tráfico de

entorpecentes

. Excesso de prazo na

internação provisória. Paciente

internado a mais de 3 meses.

Ordem

concedida

. Prazo limite de internação

provisória é de 45 dias.

. “A periculosidade

abstrata do agente, assim como a

probabilidade de prática de novos

crimes, sem fundamento concreto,

não servem como embasamento

para manutenção da internação

provisória do menor, por tempo

indeterminado”

067 HC

103540

RJ Porte ilegal

de arma de fogo

. Nulidade do processo

em virtude da imposição de

MSE com base somente na

confissão do menor.

. Ordem

concedida

. O julgamento com base

na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

configura violação do devido

processo legal e da ampla defesa.

. Súmula 342, STJ.

. O fato de a defesa e MP dispensarem a produção

de provas não permite ao magistrado prolatar pronto

julgamento:

Por outro lado, mesmo que a defesa se

manifeste no sentido de não ter provas a produzir no

início do processo, sendo acompanhada pelo Ministério

Público, este fato não dá ao Magistrado o poder de

prolatar a sentença imediatamente, deixando de realizar

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286

os atos processuais subseqüentes, sob pena de nulidade

da decisão, pois fundamentada em elementos

probatórios não submetidos ao crivo do contraditório.

068 HC

101269

SP Roubo

(art. 157, §2º,

I,II V, CP)

. Constrangimento

ilegal por não restarem provados

a autoria e materialidade do ato

infracional

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

. Ordem

denegada

. Impossibilidade de

análise de matéria fático-probatória

em HC.

. A MSE-I foi devidamente

aplicada por se tratar de ato

infracional praticado com violência

ou grave ameaça.

069 HC

103287

SP Furto

(art. 155, CP)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida.

. A gravidade do ato

infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I.

. A existência de

antecedente infracional por si só

não basta, devendo haver

reiteração.

. Ementa do julgado do TJSP que manteve a

medida:

HABEAS CORPUS - Paciente submetido à

internação pela prática de ato infracional equivalente a

furto. Questionamento quanto à possibilidade de

aplicação de medida sócio-educativa de internação.

Ilegalidade não configurada. Fato grave e antecedentes

que indicam, em princípio, necessidade de

ressocialização. Ordem denegada.

. Firma-se o entendimento de que apenas se pode

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287

levar em consideração para reiteração ato infracionais que

culminaram em MSE, não se englobando os remidos:

Embora vasta a certidão de antecedentes

infracionais do paciente, não há falar em reiteração,

mas tão-somente em reincidência, tendo em vista que,

em apenas um dos procedimentos infraci

instaurados contra o adolescente houve aplicação de

medida sócio-educativa, nos demais, foi-lhe concedido o

benefício da remissão ou promovido o arquivamento dos

autos.

Dessarte, não é possível considerar tais

processos para efeito de reiteração, tendo em vista que a

remissão não implica reconhecimento de

responsabilidade, nem vale como antecedente,

art. 127 do ECA (...).

070 RESP

1021917

RS Furto

qualificado

(art. 155, §4º,

I e IV, CP)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

RE não

conhecido

HC

concedido de

ofício

. O RE não pode ser

conhecido por falta de esgotamento

das instâncias recursais prévias.

. Diante do

constrangimento ilegal de

. O voto do TJRS que manteve a MSE

fundamenta sua imposição na “necessidade de se reprimir o

sentimento de impunidade” e na falta de controle familiar:

Assim, estou em desacolher a inconformidade,

ao efeito de não apenas confirmar a procedência da

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288

imposição de MSE-I fora das

hipóteses do art. 122, ECA, se

concedeu HC de oficio.

representação, como também de manter a medida

socioeducativa tal como concebida (internação),

levando-se em conta a necessidade de reprimir o

sentimento de impunidade, considerando a existência de

vários procedimentos contra ele junto ao JIJ (fl. 66).

A genitora do representado, por sua vez, admite

não ter controle sobre o filho, não podendo se

responsabilizar por ele (fl. 91), motivo pelo qual a

medida restritiva da liberdade tem cabimento.

. Chega ao cúmulo de dizer que o menor está de

acordo com seus argumento, tanto que não manifestou o

desejo de recorrer da sentença:

Aliás, o próprio representado assim entende,

tanto que, intimado, não manifestou pessoalmente o

desejo de recorrer da sentença (fl. 143 v.), fazendo

defesa técnica.

071 HC

104020

SP Tráfico de

entorpecentes

(art. 33, Lei

11.343/2006)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

HC não

conhecido

Ordem

concedida de

. Impossibilidade de HC

diante de indeferimento de liminar

(Súmula 691, STF)

. A gravidade do ato

. Decisão de 1º grau baseada no caráter equiparado

a hediondo do crime:

Afigura-se inviável o abrandamento da medida

a ser aplicada. Em que pese a ausência de notas

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289

ofício infracional equiparado ao tráfico de

entorpecentes, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I.

desabonadoras, necessário atentar-se para a gravidade

do ato infracional praticado, assemelhado a hediondo.

Ademais, o estudo social realizado lhe é desfavorável,

indicando tendência ao conflito com a lei que necessita

ser revertido.

072 RHC

23694

RJ Tráfico de

entorpecentes e

Associação para o

tráfico

. Nulidade do processo

em virtude da imposição de

MSE com base somente na

confissão do menor.

Recurso

provido

. O julgamento com base

na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

configura violação do devido

processo legal, contraditório e da

ampla defesa.

. Súmula 342, STJ.

. Diante da confissão o juiz de primeiro grau

converteu a audiência de apresentação em audiênci

instrução e julgamento.

073 HC

90247

DF Homicídio

qualificado

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I.

Ordem

denegada

. A MSE-I foi devidamente

aplicada por se tratar de ato

infracional praticado com violência

ou grave ameaça, além do fato que

se levou as condições pessoais do

menor em consideração.

. Fundamentos da decisão de 1º grau:

As condições pessoais do adolescente J A S F

não lhe favorecem a aplicação de medida

socioeducativa menos severa, embora seja primário,

consoante o boletim de informações de fls. 21/22, tendo

em vista que não mostrou arrependimento, segundo o

relatório da equipe técnica que sugeriu a aplicação da

medida de internação (fls. 123/130).

Não hesitou o adolescente na prática da

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290

violência contra as três vítimas que foram executadas a

tiros na cabeça por motivo torpe e sem possibilidade de

defesa, comportamento revelador de personalidade

desajustada e de insensibilidade com a vida humana, a

merecer severa medida estatal para sua reeducação,

caso em que a internação por prazo indeterminado

aplicada pela sentença se mostra razoável e adequada e,

portanto, deve ser mantida.

074 HC

88936

RJ Não

informado

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

075 HC

86411

RJ Violação de

domicílio e dano

. Prescrição de MSE.

Menor evadido há mais de 1

ano.

. Ilegalidade em

substituição de MSE-SL por

MSE-I sem a oitiva do menor.

HC

conhecido

parcialmente

Ordem

denegada

. Ausência de provas para

aferimento da prescrição.

. Está consignado na

sentença que houve oitiva do

menor.

076 HC

67905

SP Furto

qualificado

. Princípio da

insignificância. Subtração de

. Ordem

concedida

. Possibilidade de

aplicação do mencionado princípio

. O juiz de 1º grau havia rejeitado a representação

com fundamento na insignificância. O TJSP anulou a

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291

(art. 155, §

4º, II e IV)

um par de chinelos, um frasco

de shampoo e um frasco de

VEJA, avaliados em R$ 19,00,

sem nenhuma violência ou

grave ameaça.

ao ECA, inclusive havendo

precedentes no STJ (REsp 573.488)

sentença.

077 HC

109400

RJ Associação

para o tráfico

. Nulidade do processo

em virtude da imposição de

MSE com base somente na

confissão do menor.

Recurso

provido

. O julgamento com base

na confissão do menor, sem a

devida instrução probatória,

configura violação do devido

processo legal, contraditório e da

ampla defesa.

. Súmula 342, STJ

. Diante da confissão o juiz de primeiro grau

converteu a audiência de apresentação em audiênci

instrução e julgamento.

. Ata da audiência:

Dada a palavra ao MP nada foi perguntado.

Dada a palavra a Defesa nada foi perguntado. Pelas

partes foi dispensada a produção de outras provas.

Dada a palavra ao MP, por ele foi dito que requeria a

procedência tendo em vista estarem comprovadas

autoria e materialidade, já que o menor confessou

espontaneamente seu envolvimento e sua associação ao

tráfico na Favela da Rocinha. [...] Como se observa dos

autos, pouco se tem a dizer a respeito da autoria e

materialidade do ato infracional, comprovadas que

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292

foram à saciedade nos autos. Portanto, os aspectos

objetivos da hipótese não são objeto de controvérsias.

[...] Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE a

pretensão ministerial consubstanciada na

Representação e aplica a medida de LIBERDADE

ASSISTIDA, que será cumprida neste Juizado, que se

incumbirá de providenciar a escolarização e

profissionalização do (a) adolescente

. Destaca a irrenunciabilidade do direito de defesa.

Todavia, o Supremo Tribunal Federal assentou

o entendimento de que o direito de defesa, consagrado

no art. 5.º, inciso LV, da Constituição Federal, é

irrenunciável, ou seja, as partes litigantes, inclusive o

advogado de defesa, ainda que o acusado admita a

acusação, não podem dele dispor (HC 67.775/SP,

Min. CELSO DE MELLO, DJ de 11/09/1992).

. E também o fato que o MP, na acusação, não

perde seu papel de custos legis;

Ademais, impende ressaltar que o respeito aos

princípios do devido processo legal e da ampla defesa

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293

interessa também ao Estado acusador, representado na

figura do Ministério Público, que não perde, por isso,

sua condição de custos legis. Por outro lado, é tarefa

precípua do Estado-Juiz a busca do esclarecimento dos

fatos e da verdade real.

078 HC

85668

RS Lesão

corporal

(art. 129, CP)

. Prescrição da MSE HC não

conhecido

Ordem

concedida de

ofício

. HC prejudicado pelo fato

de o paciente já ser maior de 21

anos, impondo-se a liberação

compulsória, concedida de ofício.

079 HC

101301

SP Tráfico de

entorpecentes

(art. 33, Lei

11343/2006)

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo,

assim, os mesmos requisitos.

Ordem

concedida

. Em que pese a aplicação

da MSE-SL não ter vinculação

alguma com os requisitos da MSE-

I, a decisão que impôs a medida não

demonstrou a sua necessidade, pois

não teceu nenhuma consideração

sobre o caso concreto.

. Rechaçou-se o argumento principal da defesa o

disposto no art. 120, § 2o. do ECA, não impede a adoção da

MSE-SL, desde o início, quando esta for compatível com a

gravidade e circunstâncias do delito, bem como com a

capacidade do menor em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos previstos no art. 122 do

ECA, imperativa somente nos casos de internação.

. Fundamentos da decisão que impôs a medida:

Assim, diante do elenco probatório dos autos a

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294

procedência se impõe nos termos requeridos pela

acusação, já que devidamente comprovada a autoria e a

materialidade do ato infracional, emergindo a

responsabilidade por parte do infrator, com a

conseqüente aplicação da medida sócio-educativa de

semi-liberdade, uma vez comprovada a materialidade e

a autoria por parte do infrator no que diz respeito ao

ato infracional em questão.

080 HC

108466

SP Porte ilegal

de arma de fogo

(art. 14, Lei

10826/2004)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA

Ordem

concedida

. A suposta gravidade do

ato infracional, por si só, não

autoriza a aplicação da MSE-I.

. A existência de

antecedente infracional por si só

não basta, devendo haver

reiteração.

. Fundamentação da decisão de 1º grau;

Trata-se de adolescente com histórico de

envolvimento na prática de ato infracional grave; além

disso, o estudo social realizado lhe é desfavo

revelando que interrompeu a escolarização, não

trabalha e possui companhias negativas e envolvidas no

meio infracional. Essas circunstâncias revelam a

necessidade da segregação para buscar-se a sua efetiva

ressocialização.

081 HC

88794

RJ Tráfico de

entorpecentes e

associação

. Prescrição de MSE-

SL

. Perda de objeto da

Ordem

parcialmente

conhecida e

. A análise da alegação de

perda de objeto resta prejudicada,

pois não foi suscitada no tribunal a

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295

(arts. 12 e 14,

Lei 6368/76)

medida, “porquanto já

alcançado o objetivo a que se

propusera”

. Extinção da medida

por advento da maioridade penal

denegada quo.

. O prazo prescricional

para o caso concreto é de 4 anos,

não havendo transcurso deste

período de tempo desde a evasão.

. A liberação compulsória

da medida apenas se perfaz aos 21

anos.

082 RESP

1008373

RS Furto tentado

(art. 155, c/c

14, II, CP)

. Prescrição de medida

de prestação de serviços a

comunidade de 1 mês. Lapso de

1 ano entre o recebimento da

representação e a decisão

condenatória.

RESP

não conhecido

HC

concedido de

ofício

. O RE não pode ser

conhecido por falta de esgotamento

das instâncias recursais prévias.

. Aplicando-se

analogicamente as disposições do

CP, o lapso prescricional seria de 1

ano. Transcorrido mais de 1 ano

entre o recebimento da

representação e a sentença, operou-

se no caso concreto a prescrição

retroativa, sendo concedido de

ofício

. Admite-se a aplicação de prescrição às MSEs,

devendo-se adotar os parâmetros do CP, inclusive a redução

do art. 115, CP.

. Súmula 338/STJ

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296

083 RESP

948195

RS Não

informado

. Prescrição da MSE,

não reconhecida pelo TJRS, já

que não entende ser aplicável a

redução do art. 115, CP.

Recurso

provido

. Aplicando-se o art. 115,

operou-se o transcurso no novo

prazo prescricional, estando extinta

a punibilidade.

084 HC

92035

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo,

assim, os mesmos requisitos.

Ordem

concedida

. Em que pese a aplicação

da MSE-SL não ter vinculação

alguma com os requisitos da MSE-

I, a decisão que impôs a medida não

demonstrou a sua necessidade, pois

não teceu nenhuma consideração

sobre o caso concreto.

. Fundamentos da decisão de primeiro grau:

Assim, diante do elenco probatório dos autos a

procedência se impõe, já que devidamente comprovada

a autoria e a materialidade do ato infracional,

emergindo a responsabilidade por parte do infrator,

com a conseqüente aplicação da medida sócio-educativa

de semiliberdade, considerando-se sua primariedade,

bem como o disposto no art. 122 da Lei 8069/90, não

havendo que se falar em aplicação de medida mais

brandas, pois infelizmente o tráfico de entorpecentes

envolvendo adolescentes é incessante na Comarca, tanto

que praticamente, nos últimos tempos, todas as

apreensões de infratores no município são em

decorrência do tráfico, razão pela qual, diante do

quadro social, medida mais drástica devem ser tomadas

e não apenas aplicação de medidas como liberdade

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297

assistida e prestação de serviços à comunidade

085 HC

100586

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

denegada

. A aplicação da MSE-I foi

fundada no cometimento reiterado

de atos infracionais. O impetrante

não juntou nenhuma prova para

ilidir este fundamento.

086 RHC

19851

RS Lesão

corporal

. Ausência de indícios

suficientes da autoria para

justificar a representação.

. Necessidade de

representação criminal nos

moldes do CPP para que MP

apresentação a representação

pela prática de ato infracional

Negado

provimento

. Para se trancar o

procedimento menorista seria

necessário a demonstração de

inocência inequívoca do menor.

. Considerando-se ou não

aplicável ao procedimento

menorista as condições de

procedibilidade necessárias para o

prosseguimento de uma ação penal,

houve manifestação expressa da

vítima de interesse na persecução.

087 HC

105119

PI Homicídio

qualificado

. Ilegalidade no

indeferimento de progressão de

medida cumprida a mais de 2

Ordem

concedida

. Em que pese o

magistrado não estar adstrito a

laudos e pareceres técnicos, não

. Fundamentos do indeferimento pelo juízo

singular:

É cabível lembrar ao nobre defensor, que o

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298

anos e 4 meses uma vez que “o

relatório técnico informativo é

bastante favorável, uma vez que

menciona diversas atividades

desenvolvidas pelo paciente,

que se encontra matriculado na

escola, com freqüência positiva,

bom desempenho e

participação, relacionando-se

de forma respeitosa com

profissionais e adolescentes

internos da instituição”

houve fundamentação adequada

para a afastamento do citado

relatório e consequente manutenção

da medida

adolescente foi sentenciado com medida de

INTERNAÇÃO por prática de ato infracional análogo

ao crime de HOMICÍDIO, ato infracional praticado de

maneira brutal, esfaqueando e retirando a vida da

vítima WANDERSON BRAGA DE SOUSA.

Ocorre que, o adolescente em questão possui

um histórico de indisciplina dentro da unidade de

internação, conforme consta em parecer do setor

psicossocial às fls. 290 e 291 dos autos, referentes a

pedido de "Liberação para a Pascoa" anterior.

. O tribunal a quo manteve a decisão somente com

fundamento na gravidade do ato infracional:

A gravidade do fato – ato infracional análogo

ao crime de homicídio –, a maneira como foi ele

executado, evidencia a sua acentuada periculosidade do

paciente e justifica a necessidade da sua intenção

definitiva até que fique comprovada inequivocamente a

evolução psicológico-comportamental, durante

cumprimento da medida que lhe foi imposta.

088 HC SP Furto . Impossibilidade de Ordem . Em virtude da existência . Em que pese se fundar na reiteração, o acórdão

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299

108475 qualificado e

estelionato

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

denegada de registro de 4 atos infracionais na

folha de antecedentes do menor,

estaria justificada a imposição da

MSE-I, nos moldes do art. 122, II,

ECA.

não menciona se houve aplicação de MSE dos atos.

. Sustenta o relator a prevalência da pretensão

pedagógica:

Inicialmente, é oportuno registrar que,

tratando-se de menores inimputáveis, não existe

pretensão punitiva estatal propriamente, mas apenas

pretensão educativa, que, na verdade, é dever não só do

Estado, mas da família, da comunidade e da sociedade

em geral, conforme disposto expressamente na

legislação de regência (Lei 8.069/90, art. 4º) e na

Constituição Federal (art. 227).

089 RESP

1000478

RJ Receptação

(art. 180, CP)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

RESP

não conhecido

HC

concedido de

ofício

. O RE não pode ser

conhecido por falta de esgotamento

das instâncias recursais prévias.

. A imposição da MSE-I

está em descompasso com os

preceitos do art 122, ECA,

concedendo-se HC de ofício.

. O juízo singular fundamentou a MSE

passagens pela VIJ e em casos em que se concedeu a

remissão:

Assim, considerando que Valmir, consoante

certidão de fl. 21, já respondeu a, no mínimo, outros

nove processos enquanto adolescente, tendo inclusive

recebido, em três deles, proposta de remissão c/c PSC,

entendo necessária, suficiente e adequada ao caso em

exame, dada a reiteração criminosa, a aplicação de

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300

medida socioeducativa de internação.

. O acórdão do STJ consigna a impossibilidade de

se considerar a remissão para efeito de reiteração, com base

no art. 127, ECA.

090 HC

83065

DF Porte ilegal

de arma de fogo

(art. 14, Lei

10826/2003)

. Ocorrência de posse

de arma e não porte.

. Atipicidade da

conduta em virtude da vacatio

legis determinada pelos arts. 30

e 32 da Lei 10826/2003.

Ordem

denegada

. Configurou-se o porte,

pois “circunstâncias em que a arma

foi apreendida permitem concluir

que E. retirou a arma para dormir,

deixando-a, contudo, em local ao

seu alcance, o que equivale à

conduta de guardar”

. Sendo porte de arma a

conduta em tela, inaplicável a

vacância dos arts. 30 e 32 da Lei

10826/2003,

091 HC

112530

MG Furto . Prescrição de MSE-

LA de 6 meses descumprida há

mais de 1 ano.

Ordem

concedida

. Aplicando-se

analogamente as disposições do CP

quanto à prescrição, o prazo

prescricional para o caso é de 1 ano,

que uma já transcorrido impõe a

. O TJMG calculou a prescrição com base na pena

em abstrato do delito equiparado:

para a determinação dos prazos prescricionais,

não é levada em conta a medida sócio-educativa

aplicada na sentença, como quer a agravante [...] Em

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301

extinção da punibilidade. verdade, utiliza-se como parâmetro para o prazo

prescricional, a pena cominada in abstrato do delito a

que análogo o ato infracional

092 HC

112916

RS Roubo e

Estupro

. Ausência de provas da

autoria

. Ausência de laudo

interdisciplinar para imposição

de MSE-I

Ordem

denegada

. Para análise da autoria se

demanda dilação probatória

incabível na via de HC.

. O laudo interdisciplinar é

faculdade do magistrado e a ele não

está vinculado. Além do mais, trata-

se de ato infracional praticado

mediante violência e grave ameaça

e também foi devidamente

fundamentado, preenchendo os

requisitos para imposição de MSE-

I.

093 HC

110598

DF Porte de arma

de fogo

(art. 14, Lei

10826/2003)

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-I com base

no art. 122, II, ECA, por não

haver a reiteração de atos

infracionais com trânsito em

Ordem

concedida

. Não enquadramento do

caso em hipótese de MSE-I

. Fundamento do TJDFT para manutenção a MSE

Embora o ato infracional cometido pelo

adolescente não tenha envolvido violência ou grave

ameaça a pessoa, a reiteração na utilização de arma de

fogo revela-se infração grave, mormente porque

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302

julgado. praticada quando em cumprimento o menor de anterior

medida sócio-educativa, que não surtiu o necessário

efeito pedagógico. Acrescem-se as condições pessoais

desfavoráveis do menor, a prescrever a medida sócio

educativa de internação. Quando do presente ato

infracional, encontrava-se evadido da unidade de

semiliberdade.

094 HC

95978

SP Roubo

(art. 157, §2º,

I, CP)

. Impossibilidade de

conversão de MSE-LA em SL

por descumprimento e prática de

novo AI, após cumprimento de

internação-sanção.

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

. Fundamentos da conversão pelo juízo de

execução:

O adolescente E. O. M. não conta com respaldo

familiar como se depreende do relatório técnico judicial

e está em plena adolescência, completou dezessete anos

de idade em data muito recente.

Se não bastasse, não denota ter

responsabilidade e maturidade suficientes para gerir

sua própria vida de acordo com os ditames legais e

sociais aceitáveis, tanto que descumpriu a medida de

liberdade assistida e voltou a infracionar.

A alegação de constituiu nova família, com

companheira e filha não altera o panorama processual,

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303

pois ninguém compareceu para a entrevista técnica e

mesmo que assim fosse, esse fato por si só não teria o

condão arredar a intervenção estatal de semicontenção,

considerando-se a atual situação sócio-educacional do

menor, inserido em meio marginal e vivendo de forma

descompromissada e contrária aos deveres de cidadão.

095 HC

99501

PI Ameaça

(art. 147, CP)

. Excesso de prazo da

intervenção provisória.

Ordem

concedida

. Prazo limite de internação

provisória é de 45 dias.

096 HC

110403

RS Receptação

(art. 180, CP)

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

. Reconhecimento do

direito do menor a realizar

atividades externas

Ordem

denegada

. Configura-se hipótese do

art. 122, II, ECA, pois ao menor já

foram aplicadas 2 MSE-LA e 1

MSE-I.

. O art. 121, §1º, ECA

autoriza o juiz a vedar realização de

atividades externas

. O juízo singular fundamentou a denegação

atividades externas:

finalmente, considerando que uma das vítimas

foi ameaçada de morte, tendo também sua filha recebido

ameaças de morte, é caso de vedação a atividades

externas, o que decreto.

097 AgRg no

RESP 1025004

MG Porte ilegal

de arma de fogo de

uso permitido

. Ataca-se o acordão

que cassou a decisão do juízo

singular de concessão da

remissão sem oitiva do MP,

alegando-se “que o art. 188 do

Negado

provimento

. O art. 186, §1º, ECA

impõe a intervenção do MP para

concessão de remissão.

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304

ECA autoriza o Magistrado

Menorista a extinguir o

processo antes da sentença, não

havendo a necessidade de

prévio parecer do Ministério

Público acerca da conveniência

ou não da concessão da

remição” (SIC)

098 AgRg no

Agravo de

intrumento

1062842

RS Não

informado

. Avaliação

interdisciplinar prevista no art.

186, ECA é direito subjetivo do

menor.

Negado

provimento

. “a realização do laudo de

avaliação é apenas mais um dos

elementos de convicção do

processo, pois cabe ao julgador

requisitá-lo sempre que entender

conveniente ou necessário, não

sendo, em absoluto, uma

providência indispensável,

porquanto a ele não se vincula a

decisão”.

099 HC

109737

RJ Roubo . Prescrição de MSE.

. Extinção de MSE em

Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

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305

virtude de maioridade civil. adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

100 HC

108432

SP Tráfico de

entorpecentes (art. 33,

Lei 11343/2006),

Lesão corporal

culposa(art. 129, §6º,

CP) e Direção sem

habilitação (art. 309,

CTB)

. Nulidade do processo

desde o recebimento da

representação tendo em vista a

ausência do responsável legal do

paciente quando da oitiva

informal perante o Órgão

Ministerial

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I às

infrações por não se

enquadrarem nas hipóteses do

Ordem

concedida

parcialmente

. A ausência do

responsável legal no momento da

oitiva informal do adolescente

constituiu mera irregularidade pois,

apesar de ter sido colhida sua

confissão, tal elemento não foi

considerado para formar a

convicção do magistrado acerca da

procedência da representação.

. Não há ocorrência de

hipóteses do art. 122, ECA. Os atos

. Fundamentos do juízo singular para imposição de

medida:

"A medida que se impõe é mesmo a de

internação requerida pelo Dr. Promotor de Justiça, eis

que se trata de ato infracional grave, que tantos

malefícios causa à sociedade, comungando-se com o

entendimento jurisprudencial de que “A medida sócio

educativa deve guardar relação de proporcionalidade

com o ato infracional praticado” (...). Ademais, o

representado ostenta antecedentes infracionais,

inclusive com anterior aplicação de medida sócio

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306

art. 122, ECA. infracionais não foram cometidos

com violência ou grave ameaça. Da

mesma forma há apenas um ato

infracional anterior em relação ao

qual foi concedida remissão, não

havendo assim reiteração.

educativa de liberdade assistida pela prática de tráfico

de drogas, medida esta que demonstrou ser insuficiente

à sua ressocialização, tendo em vista a própria

reiteração infracional.)

101 HC

102408

SP Roubo

(art. 157, §2º,

II, CP)

. Violação do princípio

da excepcionalidade na

aplicação de MSE-I

Ordem

denegada

. O caso se amolda a

hipótese do art. 122, I, ECA, uma

vez que praticado com grave

ameaça, além de no julgamento do

tribunal a quo ter se avaliado o

comportamento do menor na

ocorrência do delito.

. O MPF se manifestou pela concessão da ordem.

. Juízo singular impôs a MSE-I somente com base

na gravidade do delito

Assim, em que pese as combativas alegações da

Defesa, repita-se, deve ser submetido à medida sócio

educativa de internação, diante da gravidade do ato e,

em especial porque é a única medida que se mostra

capaz de ressocializar e reeducar o representado.

. Além da gravidade o TJSP sustenta o papel

determinante do menor na ocorrência do delito e a

internação como proteção ao menor:

Em princípio, a ação do adolescente foi ous

e a simulação do uso de arma representou, em tese,

violência e grave ameaça, possibilitando a rendição da

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307

vítima. E ao que consta foi o adolescente quem tomou a

iniciativa, o que revela desenvoltura na prática ilícita e

associação a maior que certamente nele exerce má

influência, a espelhar desvio de comportamento

motivador da internação para sua própria proteção.

A previsão legal do artigo 122 do Estatuto da

Criança e do Adolescente tem em mira situações

excepcionais. Contudo, tido por evidenciado o de

comportamento, sem possibilidade da análise mais

aprofundada das provas, nesta oportunidade, torna

inviável a incursão sobre a adequação ou não da

medida possibilitada pela norma legal.

102 HC

105729

MG Ameaça

(art. 147, CP)

. Necessidade de

representação criminal nos

moldes do CPP para que MP

apresentação a representação

pela prática de ato infracional.

, Desproporcionalidade

da MSE-I

Ordem

denegada

. Considerando-se ou não

aplicável ao procedimento

menorista as condições de

procedibilidade necessárias para o

prosseguimento de uma ação penal,

houve manifestação expressa da

vítima de interesse na persecução.

. Possível a aplicação de

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308

MSE-I pelo fato de o menor já ter

sido condenado a anteriores MSE,

além de sua periculosidade

devidamente fundamentada.

103 HC

112621

MG Roubo e falsa

identidade (arts. 157,

§2º, II e 307, CP)

. Impossibilidade de

concessão de remissão

cumulada com medida de

prestação de serviços a

comunidade, “sob pena de

ofensa aos princípios

constitucionais do devido

processo legal e da ampla

defesa”

Ordem

denegada

. Entendimento

consolidado no STJ de que é

possível a cumulação de remissão

com MSE, desde que não seja de

semiliberdade ou internação

104 HC

83930

SP Roubo,

Extorsão mediante

sequestro e formação

de quadrilha (arts.

157, §2º, I e II, 159,

§1º, e 288, CP)

. Insurreição contra

decisão que cassou em tutela

antecipada o efeito suspensivo

concedido a apelação do

paciente.

HC não

conhecido

. Incabimento de

impetração de HC contra

indeferimento de pedido liminar de

outro writ. (Súmula 691, STF)

. De qualquer maneira, o relator consignou a

inocorrência de constrangimento ilegal pois:

a decisão objurgada concedeu a tutela

antecipada recursal ante a real existência de risco de

lesão de dano irreparável ou de difícil reparação à

sociedade, tendo em vista não só a gravidade do ato

infracional cometido (extorsão mediante seqüestro), mas

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309

também, notadamente, em razão da verossimilhança da

alegação do Ministério Público estadual de violação ao

disposto no art. 198, inciso VI, do ECA por parte do

Magistrado da Segunda Vara da Infância e da

Juventude da Comarca de São Paulo, que atribuiu à

Apelação defensiva efeito suspensivo após conversa

pessoal com a genitora do paciente que relatou a

alteração substancial no comportamento do menor,

encontro realizado sem a participação do Ministério

Público

105 HC

113042

SP Roubo e

roubo tentando

(art. 157 e

art, 157, c/c art. 14, II,

CP)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I somente

com base na gravidade do

delito. Excepcionalidade da

medida.

Ordem

denegada

. Há correção na aplicação

da MSE-I uma vez que se amolda a

hipótese do art. 122, I, ECA, além

do jovem possuir antecedentes

infracionais e o descumprimento de

MSE-LA.

. Argumentos do juiz singular para aplicação da

MSE-I;

Ademais, o representado ostenta antecedentes

infracionais, inclusive com anterior aplicação de

medida sócio-educativa de Liberdade Assistida pela

prática de ato infracional idêntico ao descrito nos

presentes autos, medida esta aplicada em 19 de abril

passado e que demonstrou ser insuficiente à sua

ressocialização, tendo em vista a própria reiteração

infracional

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310

106 HC

110313

SP Tortura,

posse ilegal de arma

de fogo, tráfico de

entorpecentes,

associação para o

tráfico e resistência

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I somente

com base na gravidade do

delito. Excepcionalidade da

medida.

Ordem

denegada

. MSE-I perfeitamente

aplicável nos moldes do art. 122, I,

ECA, pois a tortura apresenta

violência em sua prática.

. Fundamentação genérica do juízo singular:

Gravidade irresponsável, egoísta, insensível e

desarrazoada dos representados

. Igualmente genérico o acórdão do TJSP:

Malgrado a excepcionalidade da internação, a

aplicação da medida extrema se mostra indispensável à

ressocialização do paciente, surpreendido na prática d

graves atos infracionais, a demonstrar o seu acentuado

desajuste moral e social

107 HC

111994

RJ Roubo . Prescrição de MSE.

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

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311

108 HC

99481

RJ Furto

qualificado tentado

(art. 157, §2º,

II, c/c art. 14, II, CP)

. Prescrição de MSE.

. Extinção de MSE em

virtude de maioridade civil.

Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Irrelevância da

maioridade civil para aplicação do

ECA, sendo aplicável MSE até os

21 anos

109 HC

110539

MT Homicídio

qualificado

(art. 121, §2º,

I, II e IV, CP)

. Constrangimento

ilegal em virtude da denegação

de progressão da MSE-I para

MSE-LA, tendo em vista o

Parecer Técnico favorável a sua

reintegração familiar e social.

Ordem

denegada

. Entendeu-se devidamente

fundamentada a denegação da

progressão.

. O juízo singular negou a progressão com

fundamento em “impunidade”

Muito embora tenha o relatório de estudo

psicossocial mencionado vários itens positivos sobre o

comportamento do adolescente dentro da unidade de

internação e observado que o reeducando de

arrependido por ter cometido o ato infracional, trata

de delito gravíssimo, praticado contra o bem jurídico

maior, que é a vida, sendo que o tempo de segregação

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312

deve estar diretamente relacionado com a conduta

delitiva perpetrada pelo adolescente, especialmente

para que não haja sentimento de impunidade, inclusive

por acreditar que um ano de internação não é suficiente

na retribuição do delito praticado

. O TJMT consegue piorar a situação tomando por

base a taxa de criminalidade da cidade do menor:

Não vejo razões/condições para que a

liberdade assistida, em Cotriguaçu (local apontado

como de maior índice de homicídio se perpetra,

inclusive objeto de reportagens de repercussão

nacional) seja, pelo menos por ora, o local adequado,

sobretudo que, com todo respeito, a família não oferece

condições para abrigá-lo, o elemento sentimental cede

ás regras jurídicas quando esta se faz necessária.

110 HC

90661

RJ Roubo

(art. 157, §2º,

II, CP)

. Prescrição da MSE Ordem

denegada

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

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313

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

111 HC

112289

SP Tráfico de

entorpecentes

. Nulidade do processo

por ausência dos representantes

do menor na audiência de oitiva

informal.

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se enquadrar as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

concedida

parcialmente

. Impossibilidade de se

analisar a questão da nulidade uma

vez que não foi alegada na instância

inferior.

. Não se trata de hipótese

do art. 122, ECA, não havendo

fundamento para imposição da

MSE-I.

. O TJSP fundamentou a manutenção da MSE

com base na gravidade do delito, equiparado a hediondo:

Tráfico de entorpecente é equiparado a crime

hediondo - Ato infracional considerado como de grave

ameaça à sociedade

112 RESP

1050225

RS Não

informado

. Prescrição da MSE

por transcurso de mais de um

ano entre o recebimento da

representação e a decisão

condenatória.

. Nulidade do processo

por ausência de estudo

interdisciplinar do adolescente

Recurso

parcialmente

conhecido e

denegado

. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo não

transcorrido no caso concreto.

. Impossibilidade de

conhecimento da segunda alegação

por não se apontar o dispositivo

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314

federal violado e não se

fundamentou o cabimento de

RESP;

113 RHC

21440

PE Dois

homicídios

qualificados

(art. 121, §2º,

I e IV, CP)

. Constrangimento

ilegal por se encontrar na

iminência de ser internado

provisoriamente “em companhia

de perigosos delinqüentes

juvenis, que poderão molestá-lo

e traumatizá-lo pelo o resto de

sua vida”

Negado

provimento

. Não existe nenhuma

ameaça que justifique o provimento

do recurso, pois até então não foi

decretada sua internação provisória,

nem há pedido do MP para tanto.

114 RHC

24230

PI Latrocínio

(art. 157, §3º,

CP)

. Ilegalidade da

denegação da progressão para

meio aberto, uma vez

preenchidos os requisitos

objetivos e subjetivos para

concessão, havendo parecer

favorável do MP e da equipe de

atendimento psicossocial

Negado

provimento

. O magistrado não está

vinculado a parecer do MP ou

relatório técnico em virtude do

princípio do livre convencimento

motivado. Havia laudo de equipe

técnico judicial em posicionamento

contrário, no qual se baseou o juiz.

. O juízo singular alegou problemas de

acompanhamento do menor em caso de transferência para

comarca de origem.

Uma eventual progressão de medida para o

meio aberto, necessitaria da transferência do

adolescente para a Comarca de onde é oriundo,

necessitando assim a execução da medida ser desligada

da competência desse juízo

. O TJPI sustenta ainda em relação a transferência:

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315

Procedente, pois, a preocupação do

Magistrado, a respeito de sua transferência para a

comarca em que cometera o ato infracional. Interrompe

sua freqüência a escola, que funciona na própria

unidade e cria obstáculos a execução da medida

ressocializadora do Ministério Público.

115 HC

105238

SP Homicídio

qualificado tentado

(art. 121, §2º,

I e IV, c/c art; 14, II,

CP)

. Nulidade do processo

por ausência de defensor

público na audiência de oitiva

informal.

. Nulidade em virtude

da juntada do exame de corpo

de delito posteriormente a

decisão eu julgou procedente a

representação.

Ordem

denegada

. “A ausência do defensor

público no momento da oitiva

informal do adolescente constituiu

mera irregularidade, pois, apesar

de ter sido colhida sua confissão,

tal elemento não foi considerado

isoladamente para formar a

convicção do magistrado acerca da

procedência da representação”

. Não houve prejuízo à

parte para se alegar a nulidade da

não juntada do laudo. Além do

mais, a materialidade do delito foi

comprovada por outros elementos

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316

constantes nos autos.

116 RHC

21380

RS Atentado

violento ao pudor

(antigo art. 214, CP)

. Concessão de efeito

suspensivo a apelação, para que

se aguarde o julgamento do

recurso em liberdade.

Negado

provimento

. O art. 198, VI, determina

que o recurso de apelação será

recebido somente com efeito

devolutivo.

. A defesa não demonstrou

perigo de dano irreparável ou de

difícil reparação que justificasse a

concessão excepcional de efeito

suspensivo

117 HC

109516

MG Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

concedida

. Fato do crime de tráfico

de entorpecentes ser equiparado a

hediondo não é suficiente para

justificar a aplicação da medida,

pois não se enquadra nas hipóteses

do art. 122, ECA.

118 HC

117421

MG Roubo . Impossibilidade de

imposição de MSE-I somente

com base na gravidade do

delito. Excepcionalidade da

Ordem

denegada

. A decisão foi

devidamente fundamenta, pois se

trata de hipótese do art. 122, I,

ECA, e foram analisadas outras

. Juiz de primeiro grau apelando a “ordem pública”

para fundamentar a internação

De fato, conforme se observa da certidão de

antecedentes, o representado Pablo Henrique Silva é

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317

medida. questões como práticas anteriores

de atos infracionais e a

impossibilidade de

acompanhamento materno.

contumaz autor de atos infracionais análogos aos

crimes de roubo e furto, que são atos graves, causando

prejuízos morais e materiais às vítimas e grande

comoção social, além de abalar a ordem pública, pois a

insegurança gerada é enorme. Tal circunstância, por si

só, justifica a aplicação da medida socioeducativa de

internação, em face do disposto no art. 122, II da Lei

8.069/1990.

119 HC

121459

DF Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

da MSE-SL, desde o início, quando

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

imperativa somente nos casos de

internação

. O acórdão reforça a necessidade da medida com

base em problemas familiares e em passagens pela VIJ:

Além disso, o relacionamento do adolescente

com sua família não é dos melhores, sendo que sua avó,

já bastante idosa não tem condições de lhe impor os

devidos limites.

Acrescente-se que o representado ostenta três

outras passagens pelo Juízo menorista, roubo, tentativa

de furto e tráfico de drogas, já tendo sido submetido à

prestação de serviços à comunidade, juntamente com a

remissão, sem que tais medidas tenham contribuído

para o seu reajustamento.

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318

120 HC

115753

SP Porte ilegal

de arma de fogo

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

Ordem

concedida

. A MSE-SL se faz por

demais rígida para o caso concreto,

se tratando de ato sem violência e

grave ameaça e de menor

gravidade.

. Argumento absurdo do TJSP: “violência

presumida”

Na verdade, o porte ilegal de arma de fogo é

prática infracional que, na verdade, pressupõe violência

e grave ameaça a toda a coletividade e à vida do

próprio adolescente.

121 HC

107096

PE Roubo

(art. 157, §2º,

I e II, CP)

. Constrangimento

ilegal em virtude da denegação

de progressão da MSE-I para

MSE-LA, tendo em vista o

Parecer Técnico favorável a sua

reintegração familiar e social

Ordem

denegada

. O magistrado considerou

o laudo irrelevante, pois foi

elaborado antes do 6º mês de

internação, não se podendo fazer

uma avaliação segura do menor.

122 HC

116092

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

parcialmente

concedida

. Constrangimento ilegal

configurado, pois não se configura

hipótese do art. 122, ECA. Não se

trata de ato infracional cometido

com violência ou grave ameaça e

não há número suficiente de atos

infracionais anteriores para se falar

em reiteração.

. Fundamento do juiz de 1º grau na aplicação da

MSE-I:

O ato infracional em exame é grave,

assemelhado a hediondo, o que por si só não justifica a

aplicação de medida extrema, ante a ausência de grave

ameaça ou violência à pessoa. Entretanto, o menor

conta com outro apontamento pela prática de ato

infracional da mesma natureza, com aplicação de

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319

medida que se mostrou insuficiente para sua

ressocialização, já que continuou a delinqüir. Além

disso, o estudo social realizado lhe é desfavorável,

indicando que interrompeu a escolarização, vive

perambulando pelas ruas e não conta com respaldo

familiar. Diante desse contexto, recomendável a

aplicação de medida de internação, uma vez que a

medida em meio aberto não é suficiente para a sua

ressocialização.

123 HC

117611

SP Rixa

(art. 137, CP)

. Prescrição em

perspectiva da MSE. Transcurso

de 1 ano entre o acontecimento

do fato e a representação.

Perspectiva de MSE de no

máximo 6 meses.

Ordem

concedida

. Não previsão no

ordenamento pátrio da prescrição

em perspectiva.

. Todavia, se entendeu

configurada a prescrição por se

adotar como parâmetro para o

cálculo a pena máxima do delito ao

qual se equipara (2 meses)

. Tese de que o cálculo prescricional do ECA deve

ser feito com base na pena do crime ao qual se equipara,

uma vez que boa parte das medidas do ECA, em especial a

MSE-SL e a MSE-LA, não possuem prazo limite pré

fixado. Argumento acolhido inclusive no STF (HC 88788)

124 HC

117381

SP Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

da MSE-SL, desde o início, quando

. A decisão de 1º grau se fundou basicamente na

não primariedade da menor e na falta de estrutura familiar:

A adolescente não é novata em transgressõ

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320

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

imperativa somente nos casos de

internação.

. Necessidade de aplicação

da medida devidamente

fundamentada.

nada nos autos está a indicar que possua respaldo

familiar suficiente que possa auxiliá-la a refletir sobre a

gravidade de seu comportamento, com indicações,

inclusive, de que, mesmo depois da apreensão que

motivou a representação ofertada, voltou a se dedicar

ao vil comércio.

(...)

Nada nos autos indica que a menor possua

estrutura familiar apta a acompanhá-la no processo de

reeducação, o que por si só já reclama a adoção de uma

medida que insira em um regime de maior vigilância e

constante orientação.

125 HC

113324

MG Roubo

tentado

(art. 157,

§22º, II, c/c art. 14, II,

CP)

. Concessão de

liberdade provisória em virtude

da inexistência de

estabelecimento adequado para

o seu cumprimento.

Superlotação de celas e falta de

condições de higiene.

Ordem

concedida

. “A situação precária de

unidade de internação, que

apresenta superlotação não oferece

condições para abrigar os jovens

submetidos a medida sócio-

educativa.

Daí a necessidade em se

resguardar os direitos individuais e

. A juíza de primeiro grau havia indeferido o

pedido de internação provisória do MP em uma postura

muito lúcida. Segundo o acórdão do STJ:

Assim o fez por entender que não há local

adequado para a segregação do menor e nem mesmo

disponibilidade na pauta de audiências para instrução

do procedimento em tempo de quarenta e cinco dias, de

tal modo que a prisão viria a se tornar ilegal e teria de

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321

respeitar o princípio constitucional

da dignidade da pessoa humana.”

ser relaxada, perdendo sua razão de ser.

126 HC

103277

SP Tráfico de

entorpecentes

(art. 33, Lei

11343/2006)

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

denegada

. A MSE-I se justifica no

fato de o paciente possuir diversas

praticas infracionais anteriores,

aplicando o art. 122, II, ECA.

. Pele que se depreende do parecer do MPF tomado

como argumento pelo acórdão, foram consideradas simples

passagens para configuração da reiteração:

De fato, conforme certidão de fls. 94/95, o

adolescente vem reiteradamente cometendo infrações

graves, equivalentes aos delitos de tráfico de

entorpecentes (04 passagens) e furto (01 passagem),

incidindo, portanto, na hipótese do artigo 122, inciso II

da Lei 8.069/90

127 HC

123385

DF Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

da MSE-SL, desde o início, quando

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

. O único fundamento trazido no acórdão é

genérico, afirmando que a decisão aplicou a MSE-SL:

baseado em fatos concretos e nas condições

pessoais do menor que demonstram ser desfavoráveis e

sem perspectiva de reinserção no seio familiar

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322

imperativa somente nos casos de

internação.

. Necessidade de aplicação

da medida devidamente

fundamentada.

128 RESP

1044203

RS Nao

informado

. Legitimidade recursal

do assistente de acusação.

Negado

provimento

. “O Assistente da

Acusação constitui figura estranha

aos procedimentos recursais da

Justiça da Infância e Juventude,

não tendo, por conseguinte,

legitimidade para ajuizar o

presente reclamo nobre”

. Previsão no art. 198 do

ECA de aplicação do sistema

recursal do CPC e não do CPP.

129 HC

107779

RS Furto

qualificado

. Princípio da

insignificância. Subtração de

uma ovelha avaliada em R$

90,00.

Ordem

denegada

. O furto de uma ovelha

não é inexpressivo, mas sim de

pequeno valor, sendo inaplicável o

princípio da insignificância.

130 HC RS Roubo . Impossibilidade de Ordem . Hipótese do art. 122, I, . A única circunstância analisada pelo TJRS foi o

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323

118190 imposição de MSE-I com base

somente na gravidade do delito.

denegada ECA. Ocorrência de análise das

circunstâncias do ato infracional

emprego de arma, co-autoria e o fato de a vítima ser uma

idosa:

Com efeito, sendo incontroversa a autoria, a

materialidade e o nexo causal do ato infracional

tipificado como roubo, na forma tentada, que foi

praticado em co-autoria, com grave ameaça mediante

uso de arma de fogo e praticado contra uma anciã, é

imperiosa a procedência da representação e a

imposição de medida socioeducativa.

131 HC

121733

SP Homicídio

qualificado

(art. 121, §2º,

II e IV, CP)

. Nulidade do processo

pela falta de defensor na oitiva

informal do menor.

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

somente na gravidade do delito

Ordem

denegada

. A ausência do defensor

no momento da oitiva informal do

adolescente constituiu mera

irregularidade, pois, apesar de ter

sido colhida sua confissão, tal

elemento não foi considerado para

formar a convicção do magistrado

acerca da procedência da

representação.

. Hipótese do art. 122, I,

ECA. Ocorrência de análise das

. A argumentação da decisão de 1º grau foi

totalmente genérica:

O ato infracional praticado é gravíssimo,

demonstrando os representados personalidade

totalmente desajustada.

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324

circunstâncias do ato infracional

132 RHC

24817

DF Furto

qualificado tentado

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

Negado

provimento

. Inexistência

constrangimento ilegal em virtude

da reiteração de atos infracionais

(art. 122, II, ECA)

. A sentença relata que ao menor já haviam sido

impostas 3 outras MSEs

O adolescente registra sete passagens por este

Juízo, por atos infracionais descritos como tentativa de

furto (quatro) e furto (três), já tendo sido sentenciado ao

cumprimento de medida socioeducativa de liberdade

assistida nos autos de nº 827-3/07 e 1003

semiliberdade nos autos nº (autos de execução nº

10.121-2/07) de onde se depreende que as medidas

anteriormente aplicadas não foram suficientes à

ressocialização, uma vez que em curto espaço de tempo

voltou à senda infracional.

133 HC

122887

SP Porte de arma

de fogo

(art. 14, Lei

10826/2003)

. Insuficiência da

instrução probatória em virtude

da ausência da juntada de laudo

pericial para comprovação do

porte de arma.

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

Ordem

denegada

. É dispensável a perícia

para comprovar o potencial lesivo

da arma.

. Inexistência

constrangimento ilegal em virtude

da reiteração de atos infracionais

(art. 122, II, ECA), além de se levar

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325

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

em conta as peculiaridades do caso.

134 HC

118925

SP Tráfico de

entorpecentes

. Nulidade do processo

por ausência de assinatura da

representação

Ordem

denegada

. A ausência de assinatura

é vício sanável.

135 HC

121595

SP Furto . Impossibilidade de

aplicação de MSE-I em relação

a MSE anterior diante da prática

de novo ato infracional. Limite

de 3 meses da internação-

sanção.

Ordem

parcialmente

conhecida.

. “O descumprimento

reiterado de medidas sócio-

educativas autoriza a regressão da

medida anteriormente imposta;

todavia, a determinação de

internação, ainda que possível,

nesses casos, deve respeitar o limite

temporal de 3 meses previsto no

art. 122, § 1o. do ECA.”

136 HC

110642

ES Homicídio

qualificado tentado

(art. 121, §2º,

II, c/c art. 14, II, CP)

. Ausência de

comprovação da materialidade

do delito por não realização do

exame de corpo de delito.

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I com base

Ordem

denegada

. Impossibilidade de

discussão de teses em via de HC

que demandem análise fático-

probatória.

. A falta do exame de

corpo de delito pode ser suprido por

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326

somente na gravidade do delito outros meios de prova. No caso

houve o depoimento da vítima e

testemunhas.

. A MSE-I foi devidamente

aplicada e fundamentada uma vez

que o ato infracional se amolda a

hipótese do art. 122, I, ECA.

137 HC

101286

SP Roubo (art.

157, §2º, II, CP) e

Porte ilegal

de arma de fogo de

uso permitido

(art. 14, Lei

10826/2003)

. O ato infracional não

pode ser atribuído ao

adolescente, pois não foi

periciada a arma apreendida.

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I quando

houver outra medida adequada.

Ordem

denegada

. É dispensável a perícia

para comprovar a materialidade do

delito, sendo devidamente atestada

na sentença.

. A MSE-I foi devidamente

aplicada e fundamentada uma vez

que o ato infracional se amolda a

hipótese do art. 122, I, ECA.

. Análise do menor trata da sentença:

Não fosse o bastante, conforme consta da

avaliação de fls. 21/24, verifica-se que G não apresenta

respaldo familiar suficiente que o possa auxiliar na

ressocialização, uma vez que não encontra na genitora

limites para sair da ociosidade e da companhia de

pessoas de hábitos negativos.

138 RESP

948956

RS Furto

qualificado

(art. 155,

§§1º e 4º, IV, CP)

. Prescrição da MSE,

não reconhecida pelo TJRS, já

que não entende ser aplicável a

redução do art. 115, CP.

Recurso

provido

. Aplicando-se o art. 115,

operou-se o transcurso no novo

prazo prescricional, estando extinta

a punibilidade.

139 HC SP Uso de . Prescrição da MSE, Ordem . Se entendeu configurada . Tese de que o cálculo prescricional do ECA de

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327

116692 entorpecente

(Art. 28, Lei

11343/2006)

pelo transcurso de mais de 1 ano

entre a data do fato e a decisão

do TJSP que reformou a decisão

que rejeitou a representação.

concedida a prescrição por se adotar como

parâmetro para o cálculo a os prazo

máximo para as medidas

estabelecidas no art. 28, Lei

11.343/2006, seria de 5 meses, uma

vez que é primário. Prazo

prescricional de 1 ano.

ser feito com base na pena do crime ao qual se equipara,

uma vez que boa parte das medidas do ECA, em especial a

MSE-SL e a MSE-LA, não possuem prazo limite pré

fixado. Argumento acolhido inclusive no STF (HC 88788)

140 RESP

912049

RS Não

informado

. Reforma da decisão

que decretou a nulidade do

processo por ausência dos

representantes do menor na

audiência de apresentação.

Recurso

provido

. O defensor público que

participou da audiência foi

nomeado curador especial. Entende

o STJ que a nomeação de curador

especial supre a ausência dos pais,

não gerando nulidade.

. Recurso manejado pelo Ministério Público

141 HC

111876

SP Tráfico de

entorpecentes

(art. 33, Lei

11343/2006)

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

da MSE-SL, desde o início, quando

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

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328

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

imperativa somente nos casos de

internação.

. Necessidade de aplicação

da medida devidamente

fundamentada.

142 AgRg no

Agravo de

Instrumento

991990

RS Roubo . Impossibilidade da

MSE-I, mais gravosa das

medidas, quando o CP

determina a diminuição de pena

para a forma tentada.

Negado

provimento

. Além de se enquadrar na

hipótese do art. 122, I, ECA, o

menor já havia recebido 2 vezes

medidas mais brandas no processo

(remissão extraprocessual e

processual) e as descumpriu.

143 HC

110195

ES Lesão

corporal leve e Dano

qualificado

. Necessidade de se

levar em conta para a fixação da

MSE-I as condições particulares

do menor e a natureza do ato

infracional.

Ordem

concedida

. Constrangimento ilegal

por imposição da medida somente

na gravidade abstrata do fato, sem

levar em consideração as condições

do menor, que era primário e de

bons antecedentes.

. Fundamentação genérica da decisão que impôs a

MSE-I.

Decerto, o ato infracional reconhecido e

provado é gravíssimo e merece o repúdio da

coletividade. Entendo que muita benevolência em caso

que tais gera a sensação de impunidade, favorecendo a

reincidência, razão pela qual merece reprimenda mais

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329

severa.

144 HC

128224

SP Roubo . Necessidade de se

levar em conta para a fixação da

MSE-I as condições particulares

do menor e a natureza do ato

infracional.

Ordem

denegada

. A MSE-I foi devidamente

aplicada e fundamentada uma vez

que o ato infracional se amolda a

hipótese do art. 122, I, ECA.

. Além da gravidade do delito, alegou a sentença:

O adolescente, outrossim, é reincidente, já

tendo recebido medida sócio-educativa em decorrência

da prática de outro delito de roubo, medida esta que não

surtiu o efeito desejado, tanto assim que delinqüiu

novamente. Tal reincidência por si só já justifica a

internação, tendo em vista a prática reiterada de delitos

graves, nos termos do artigo 122, II do Estatuto da

Criança e do Adolescente. Como se não bastasse, o

adolescente demonstrou periculosidade exacerbada,

assim como premeditação e forte desvalor social em sua

conduta. Ademais, teve participação efetiva dos fatos,

pegando em arma e estando presente na cena principal

do delito, atuação esta que não pode ser somenos

importância, de forma a embasar eventual medida em

meio aberto, como se pretende.

145 HC

128422

MS Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

Ordem

parcialmente

concedida

. Caso que não se amolda

as hipóteses do art. 122, ECA, pois

não foi praticado com violência ou

. A decisão de 1º grau se baseou na reincidência e

suposta gravidade do delito:

Segundo se observa à fl. 68, ao menor já foi

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330

hipóteses do art. 122, ECA. grave ameaça e há somente

reincidência e não reiteração.

aplicada medida de Liberdade Assistida pelo prazo de

dezoito meses e, mesmo diante de seu cumprimento,

reiterou no cometimento de outras infrações, uma vez

que se dedicou ao comércio ilícito de entorpecente o que

demonstra sua aptidão para a prática de ilícitos cuja

gravidade é indiscutível motivo pelo qual a internação é

medida de rigor

146 HC

88043

SP Homicídio

qualificado

(art. 121, §2º,

III e IV, CP)

. O adolescente não

possui condições de cumprir

MSE-I, uma vez que não tem

capacidade mental para

assimilá-la. Deve ser submetido

a MSE-LA com

acompanhamento ambulatorial.

Ordem

concedida

. O art. 112, §1º, ECA

determina que A MSE levará em

conta a capacidade de cumprimento

do adolescente, “nesse diapasão, se

o adolescente apresentar distúrbios

mentais – como é o caso dos autos

–, não pode ficar submetido a um

processo ressocializador do qual

não auferirá proveito, tendo em

vista a sua condição especial.”

. Fundamentos da decisão de 1º grau que manteve a

MSE-I

O jovem, de acordo com o parecer médico

elaborado após avaliação

psiquiátrica (...), apesar de apresentar sinais de

desenvolvimento mental retardado, tal deficiência é de

grau leve e não o impede de assimilar a medida

socioeducativa, mas apenas torna seu desempenho

inferior ao dos demais internos de inteligência normal.

Por meio de tal avaliação, verificou

ademais, que o educando ostenta transtorno de déficit

de atenção, hiperatividade, distúrbio de comportamento,

senso crítico precário, discurso racionalizado,

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egocentrismo, distanciamento ideo

incapacidade de distinguir normas e deveres de

necessidades imediatas, além de periculosidade e

tendência a agir impulsivamente, com reações anormais,

das quais podem decorrer conseqüências gravíssimas,

características que o tornam extremamente vulnerável

aos apelos da marginalidade, sendo necessários,

portanto, assistência por figura de autoridade que sirva

como continente e lhe imponha preceitos legais,

tratamento ambulatorial por equipe de saúde mental,

com medicação psiquiátrica, terapia ocupacional ou

laborterapia e doutrinação de preceitos éticos e morais,

a fim de que ele não volte a praticar outras infrações

como a que justificou a internação em curso.

. Juarez Tavares, na função de PGR, emitiu um

parecer muito sensato:

(...) À luz de uma razão simples, não se pode

dizer que manter a internação é a maneira mais

eficiente de promover a proteção do adolescente e sua

reinserção no ambiente social ou possibilitar a

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332

convivência de forma anuente com o preceituado no

nosso modelo de

civilização.

Ora, já que a medida sócio-educativa não é

"educativa" para o Paciente, pois efeito nenhum

possui na linha da responsabilização, é imperioso

concluir-se que a ratio essendi da internação é a de

mera contenção física, impedindo que, em liberdade,

venha ele a persistir nas mesmas ações.

Assim, a medida apropriada ao adolescente

infrator portador de doença mental não é "sócio

educativa", mas "protetiva".

De tudo isso resulta que a determinação

judicial de manutenção do paciente na FEBEM, so

regime de internação, mesmo após a apresentação do

laudo psiquiátrico, não é apenas violadora do princípio

constitucional da proteção especial, mas também do

princípio da legalidade, porque acaba por estabelecer

uma situação sui generis, ao arrepio da Lei, um misto

entre medida protetiva a ser efetivada em

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333

estabelecimento sócio-educativo com as características

da FEBEM de São Paulo

147 RHC

25318

RS Furto . Impossibilidade de

imposição de MSE-I diante da

ausência de reiteração (art. 122,

II, ECA)

Negado

provimento

. É possível a aplicação da

medida diante da existência de

diversos atos infracionais

anteriores.

. A menção no acórdão do TJRS aos atos

infracionais anteriores trazidos no acórdão do STJ é a

seguinte;

A representação atribui ao adolescente a

prática de dez atos

infracionais contra o patrimônio praticados

entre 24-2-2007 e 23-9-2008 (fls. 24/36). O

representado conta 16 anos (fl. 38) e possui

antecedentes (fl. 33).

148 RHC

25248

PI Homicídio

qualificado

. Ilegalidade da

denegação da progressão da

MSE, uma vez preenchidos os

requisitos objetivos e subjetivos

para concessão.

Provido . As decisões que

denegaram a progressão basearam-

se somente na gravidade abstrata do

ato infracional.

. Fundamento da decisão de primeiro grau:

É cabível lembrar ao nobre defensor que o

adolescente foi sentenciado com medida de internação

por prática de atos infracionais análogos ao crime de

homicídio qualificado, ato infracional praticado de

maneira brutal, com violência e grave ameaça a pessoa

humana.

Cabe ao adolescente manter a medida que se

encontrar, tendo que refletir um pouco mais sobre o seu

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334

ato praticado, melhorando mais seu relacionamento e

estudos, para melhorar seu convívio com a sociedade

(fls. 19).

. Fundamento do Tribunal a quo:

O pedido de progressão de regime é

indissociável da análise da gravidade da conduta,

porquanto ser esta o ponto de partida para a aplicação

da medida sócio-educativa, bem como para o exame do

progresso do menor infrator.

No caso sub judice, o ato infracional cometido

pelo adolescente corresponde ao crime de homicídio

qualificado, previsto no art. 121, § 2o., II, III e IV do

Código Penal Brasileiro. Desta feita, o ora paciente foi

submetido inicialmente à medida de internação,

tamanha a gravidade de sua conduta (fls. 38).

149 HC

113371

PI Homicídio

qualificado e Lesão

corporal grave

(art. 121, §2º,

II, III e IV, e ar7. 129,

. Liberdade

compulsória de paciente que

completou 21 anos, mas foi

encaminhada para

estabelecimento prisional em

Ordem

concedida

. “Não haveria como

aplicar medida supostamente de

segurança à paciente, uma vez que

o estatuto jurídico motivador do

processo não prevê tal modalidade

. “conforme a representação, atingiu fatalmente

golpes de machado a tia e a prima, lesionando gravemente

outra prima, aparando e bebendo o sangue jorrado das duas

primeiras”.

. A sentença determinou, em virtude da idade

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335

§2º, III, CP) virtude de deter distúrbios

psíquicos.

de segregação”.

. Necessidade de liberdade

compulsória independentemente da

condição mental, afinal “o Estatuto

nos traz um critério objetivo para a

liberação compulsória: ter a pessoa

completado os 21 (vinte e um) anos

de idade. Ao que se me afigura, a

paciente já está com 27 (vinte e

sete) anos de idade, eis que nascida

em 11.10.81. Destaque-se, ainda, o

tempo de efetivo encarceramento:

mais de 10 anos, haja vista ter sido

segregada em 23.11.98.”

. “De mais a mais,

conquanto o fato que conduziu a

paciente à internação seja grave,

não haveria como o juízo de origem

mantê-la em medida supostamente

de segurança mais gravosa do que o

superior a 21 anos, o arquivamento do processo, mas

determinou a segregação por tempo indeterminado na

Penitenciária Feminina:

Isto posto, considerando o parecer do

Ministério Público, julgo extinto o processo pela perda

do objeto, uma vez que a representada já completou

vinte e um anos, nos termos do art. 121, § 5º, c/c o §

único, do art. 2 º do ECA, e, em conseqüência,

determino o seu arquivamento. Em razão do laudo de

fls. 75-79, determino que a representada continue

internada na Penitenciária Feminina de Teresina, por

tempo indeterminado, sem prejuízo de avaliação

semestral, face o laudo de fls. 144-150.

. OTJPI manteve a medida adotada pelo juízo

singular:

Contudo, em que pese a paciente se encontrar

fora de alcance do sistema protetivo e especial do

Estatuto da Criança e do Adolescente, acha-se a jovem

sob a influência de outro estado peculiar e que a

acompanha, pelo menos, desde a ocorrência do ato

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336

seu quadro clínico recomenda. Com

efeito, a cadeia pública não é

ambiente apropriado para pessoa

com problemas mentais, distúrbio

esse atestado pelos médicos

avaliadores. Algum tratamento para

o transtorno psíquico da paciente,

que porventura seja necessário,

deve ser pleiteado na esfera civil,

em ação de interdição, por

intermédio dos legitimados para

tanto - figurando, dentre tais,

inclusive o Ministério Público.”

infracional. Com a saúde mental comprometida,

situação devidamente atestada por junta de psiquiatras

(cópias dos laudos às fls. 71/75 e 97/99), necessita

Edelnir de tratamento individual e especializado,

medida indispensável à segurança social e dela própria.

150 HC

99565

RJ Uso e tráfico

de entorpecentes (arts.

12 e 16, Lei 6468/76),

roubo tentado,

receptação simples e

qualificada (arts. 157,

§2º, I e II, c/c art. 14,

. Unificação de MSEs

com base na aplicação do art.

111, LEP.

Ordem

denegada

. Segundo os arts. 99 e

113, ECA, as MSE podem ser

aplicadas cumulativamente.

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337

II, CP, e art. 180,

caput e §3º, CP)

151 AgRg no

HC 73934

SP Roubo

tentado

. Necessidade de se

levar em conta para a fixação da

MSE-I as condições particulares

do menor e a natureza do ato

infracional.

Negado

provimento

. “Está consolidado o

entendimento segundo o qual deve

ser aplicada a medida

socioeducativa de internação diante

da prática de ato infracional

equiparado ao roubo qualificado

tentado, nos termos do art. 122 do

Estatuto da Criança e do

Adolescente”.

152 HC

120881

SP Tráfico de

entorpecentes (arts. 33

e 35, Lei 11343/2006)

. Impossibilidade de

aplicação de MSE-SL, pois o

art. 120, §2º, ECA vincularia

esta aos requisitos da MSE-I

(art. 122, ECA), exigindo os

mesmos requisitos.

Ordem

denegada

. O disposto no art. 120, §

2o. do ECA, não impede a adoção

da MSE-SL, desde o início, quando

esta for compatível com a gravidade

e circunstâncias do delito, bem

como com a capacidade do menor

em cumpri-la, sendo descabida

qualquer vinculação aos requisitos

previstos no art. 122 do ECA,

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338

imperativa somente nos casos de

internação.

. Necessidade de aplicação

da medida devidamente

fundamentada.

153 HC

95352

SP Roubo

tentado

(art. 157, §2º,

II e IV, CP)

. Necessidade de se

levar em conta para a fixação da

MSE-I as condições particulares

do menor e a natureza do ato

infracional.

Ordem

denegada

. A MSE-I foi devidamente

aplicada uma vez que o ato

infracional se amolda a hipótese do

art. 122, I, ECA. Além disso, foram

analisadas as circunstâncias do fato

e as condições pessoais dos

pacientes.

. Fundamentos do TJSP para imposição da MSE

A gravidade do ato, conhecido, aliás, como

sequestro relâmpago, e que vem sendo causa de

verdadeiro temor de toda a população desta Cidade,

revela, por si só, total destemor e afeição coma

violência por parte dos seus autores.

Por outro lado, cumpre reconhecer que os três

representados não apresentam condições pessoais

favoráveis ao retorno do convívio social, sem que isso

possa representar novos riscos para eles e para toda a

sociedade.

Os três estavam sem estudar e sem trabalhar e

não apresentaram qualquer crítica no tocante ao ato

infracional praticado, pois procuraram sempre negar

suas respectivas responsabilidades.

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339

Além disso, são oriundos de famílias que não se

mostram capazes de conter o envolvimento infracional

que apresentam.

154 HC

125760

SP Roubo

(art. 157, §2º,

II, CP)

. Impossibilidade de

conversão de MSE-LA e MSE-

PSC em MSE-SL após ser

aplicada internação-sanção pelo

descumprimento.

Ordem

denegada

. Se a MSE imposta se

mostra insuficiente a

ressocialização é possível a sua

modificação. Fundamentada nos

arts. 99, 100 e 113 do ECA.

155 HC

128113

SP Tráfico de

entorpecentes

. Violação ao princípio

da excepcionalidade na

imposição de MSE-SL.

Ordem

concedida

. Ausência de

fundamentação idônea para

justificar a imposição de MSE-SL

. Fundamentos do TJSP para a MSE-SL:

A grande quantidade de droga e dinheiro

encontrada com o jovem indica que já está familiarizado

com o ambiente deletério, de modo que apresenta desvio

de personalidade que deve ser tratado e revertido, o que

só se poderá fazer a nível institucional.

Em que pese a brilhante argumentação do

representante do Ministério Público, entendo que a

medida sócio-educativa de semiliberdade é suficiente ao

caso em tela. O adolescente necessita de

acompanhamento sócio-educativo a fim de receber

orientações para modificar conduta e limites e,

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340

principalmente, para se afastar do ambiente delet

em que vive, o que não prejudicará o acompanhamento

familiar, pois a semiliberdade proporcionará a

ressocialização necessária ao jovem sem, entretanto,

privá-lo totalmente da liberdade.

156 HC

131848

MG Tráfico de

entorpecentes

. Impossibilidade de

imposição de MSE-I a infração

por não se configurarem as

hipóteses do art. 122, ECA.

Ordem

concedida

. Caso que não se amolda

as hipóteses do art. 122, ECA, pois

não foi praticado com violência ou

grave ameaça e há somente

reincidência e não reiteração.

. Fundamento do juiz de 1º grau para imposição da

medida

É sabido que as medidas sócio-educativas

visam a reeducar o adolescente. Percebe-

clareza, que não têm fim de punição. Logo, impõe

exame de outros elementos diversos da conduta

infracional para alcançar qual seja a medida adequada.

nesse exame, ganha dimensão, por exemplo, o

contexto familiar. No caso em rela, resta claro que a

família já não mais representa um referencial de

autoridade para o adolescente e não apresenta

condições de apoiá-lo em sua promoção social, o que

demonstra a necessidade de intervenção direta do

Estado em seu processo educacional.

Considerando o histórico do representado, a

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341

gravidade da conduta, bem como a situação de risco em

que se encontra, verifico que há necessida

intervenção permanente junto ao adolescente. Não vejo

sequer a possibilidade

de ser possível para propiciar a adequada

educação social do representado a aplicação de outra

medida que não seja a medida de internação. Embora

reconheço seu caráter excepcional, revela-se oportuna e

necessária à reeducação e recuperação do

representado, como o único e último meio disponível

para retirá-lo do processo de marginalização em que se

encontra, a fim de que possa traçar outra trajetória

para sua vida.

157 HC

131770

RS Roubo

tentado

. Constrangimento

ilegal, tendo em vista a

extrapolação do prazo máximo

de 45 dias previsto pelo ECA

para a internação provisória

Ordem

concedida

. “é irrelevante o tipo de

crime praticado, o modus operandi,

a personalidade do agente, ou até

mesmo de quem é a

responsabilidade pela demora no

julgamento; uma vez atingido o

prazo máximo permitido para a

. Internação provisória mantida pelo TJRS some

com base na gravidade do ato infracional:

Apreendido o adolescente em flagrante delito e

demonstrado que o menor efetivamente praticou o

roubo, presentes, portanto, indícios suficientes da

autoria e da materialidade do ato infracional, que é

grave, torna-se necessária a sua internação

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342

medida cautelar, nos casos de

menores infratores, deve o mesmo

ser imediatamente liberado”

158 HC

125409

SP Tráfico de

entorpecentes

(art. 33, Lei

11343/2006)

. Violação ao princípio

da excepcionalidade na

imposição de MSE-SL.

Ordem

concedida

. Ausência de

fundamentação idônea para

justificar a imposição de MSE-SL.

Baseou-se somente na suposta

gravidade da infração e não

analisou circunstâncias sobre o caso

concreto.

. Postura punitivista do juiz de 1º grau como

fundamento da MSE:

(...) não há que se falar em aplicação de

medidas mais brandas, pois infelizmente o tráfico de

entorpecentes envolvendo adolescentes é incessante na

Comarca, tanto que praticamente todas as apreensões

de infratores na Comarca são em decorrência do

tráfico, razão pela qual, em que pese este Juízo ter

mudado entendimento anterior no sentido da decretação

da internação por tempo indeterminado, diante do

quadro social da Comarca medidas mais drásticas

devem ser tomadas e não apenas aplicação de remissão,

ou medidas sócio-educativas como liberdade assistida e

prestação de serviços à comunidade.

159 HC

121892

MG Porte de

substância

entorpecente para

. Nulidade da ausência

de apresentação pela ausência

de defensor. Violação dos

Ordem

concedida

. Direito de defesa e do

contraditório são consagrados no

ECA – art. 111, III e IV e são

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343

consumo pessoal (art.

28, Lei 11343/2006)

princípios do contraditório e

ampla defesa.

indisponíveis

160 HC

67826

SP Injúria . Nulidade da

concessão de remissão

cumulada com MSE-PSC, em

virtude da ausência de advogado

durante a audiência

Ordem

concedida

. “A remissão, nos moldes

dos arts. 126 e ss. do ECA, implica

a submissão a medida sócio

educativa sem processo. Tal

providência, com significativos

efeitos na esfera pessoal do

adolescente, deve ser imantada pelo

devido processo legal. Dada a carga

sancionatória da medida

possivelmente assumida, é

imperioso que o adolescente se faça

acompanhar por advogado, visto

que a defesa técnica, apanágio da

ampla defesa, é irrenunciável.”

161 HC

120875

SP Ameaça

(art. 147)

. Prescrição da MSE Ordem

concedida

. Prescrição da MSE com

base na pena máxima em abstrato

do delito equiparado (1 a 6 meses),

pois “se a legislação penal

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344

estabelece pena inferior ao prazo

máximo estipulado para a

aplicação da medida

socioeducativa de internação (3

anos), não se pode admitir que se

utilize tal parâmetro para o cálculo

da prescrição, uma vez que levaria

a situações de flagrante

desproporcionalidade e injustiça,

porquanto se daria tratamento mais

rigoroso à adolescente do que a um

adulto, em situações análogas”.

162 HC

117566

SP Roubo

tentado

. Necessidade de

concessão de progressão para

MSE-LA, uma vez que o menor

já cumpriu 1 ano e 9 meses da

medida e existe laudo favorável

da Fundação Casa à progressão.

Ordem

concedida

. O magistrado não está

vinculado a relatório técnico em

virtude do princípio do livre

convencimento motivado. Havia

laudo de equipe técnico judicial em

posicionamento contrário, no qual

se baseou o juiz.

. Fundamentação do juiz pela manutenção da MSE

I

O jovem WASHINGTON PEREIRA ALVES foi

inserido na medida de internação sem pr

determinado. Durante este período foi avaliado por

equipe multidisciplinar da Febem. Os técnicos da

FEBEM sugeriram inserção em medida mais branda.

Este Juízo, em busca de maiores elementos, determinou

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345

avaliação pela equipe técnica do Judiciário. A ava

técnica aponta a necessidade de manutenção da

internação. A internação deve ser breve e excepcional.

Porém, o retorno do adolescente ao meio social só deve

ocorrer diante de elementos que evidenciem inequívoca

aptidão para tal.

Ante o exposto, considerando que aspectos

importantes ainda precisam ser melhor trabalhados em

busca da ressocialização, principalmente quanto ao

fortalecimento pessoal e trabalho sistemático com os

familiares, mantenho a medida de internação.

163 HC

57825

SP Direção sem

habilitação

(art. 309,

CTB)

. Prescrição MSE Ordem

concedida

. Como a pena máxima do

delito é de 1 ano, o prazo

prescricional, calculado de maneira

análoga ao CP, é de 2 anos. Prazo

transcorrido.

164 HC

129330

SP Roubo

(art. 157, I e

II, CP)

. Violação ao princípio

da excepcionalidade na

imposição de MSE-I.

. Inadmissibilidade da

Ordem

denegada

. Desnecessidade de perícia

da arma quando seu uso mostra-se

indiscutível

. Há preenchimento dos

. A única fundamentação mencionada das decisões

originárias é:

Quanto à medida, tenho que a internação seja a

mais adequada à espécie no caso de André e Jonata. O

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346

causa de aumento de “emprego

de arma”, pois a arma não foi

apreendida ou periciada.

requisitos da MSE-I e há devida

fundamentação para aplicação.

primeiro já é reincidente, tendo recebido medida

anterior por roubo, não sendo suficiente para conter seu

ímpeto delitivo. (...). André relatou que é usuário

contumaz de entorpecente (fls. 121)

165 HC

135492

DF Roubo . Violação ao princípio

da excepcionalidade na

imposição de MSE-SL.

Ordem

denegada

. Existência de

fundamentação idônea para

justificar a MSE-SL

. Fundamentação dada pelo tribunal a quo:

Levando-se em consideração que a infração foi

praticada mediante grave ameaça, exercida pela

simulação de emprego de arma de fogo e, que houve

reiteração no cometimento de outra infrações graves da

mesma natureza, bem com a existência das péssimas

condições pessoais do menor e a falta de estritura

familiar a que se encontra submetido, entendo que a

medida socioeducativa mais adequada ao acusado é a de

semiliberdade, afastando-se a aplicação de medida mais

amena

166 HC

59682

BA Furto

qualificado e dano

. Nulidade do

julgamento por ocorrência de

reformatio in pejus em recurso

exclusivo da defesa

. Constrangimento

Ordem

concedida

. “o Tribunal a quo, ao

reconhecer, em recurso exclusivo

da defesa, a existência de

circunstância elementar de tipo

penal diverso daquele pelo qual os

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347

ilegal, tendo em vista a

extrapolação do prazo máximo

de 45 dias previsto pelo ECA

para a internação provisória.

Menores presos a 1 ano e 4

meses.

menores foram representados, não

poderia ter determinado a mutatio

libelli (art. 384, parágrafo único,

do CPP), incidindo, assim, em

vedada reformatio in pejus”.

. Detectou-se a prescrição

no caso. Para a prescrição de MSE

de prazo indeterminado, deve-se

adotar o limite máximo de 3 anos

para referência de cálculo,

resultando em 4 anos o prazo

prescricional. Prazo transcorrido no

caso concreto.

167 HC

114798

SP Roubo

(art. 157, §2º,

I, II e V, CP)

. Violação ao princípio

da excepcionalidade na

imposição de MSE-I.

Não

conhecido

. HC prejudicado, pois o

menor já se encontra em MSE-LA

FONTE: http://www.stj.jus.br

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348

[pesquisa por: (((("MEDIDA SOCIOEDUCATIVA" OU "ATO INFRACIONAL" OU "MEDIDA SOCIO-EDUCATIVA" OU

"MEDIDA DE INTERNACAO") NAO "MEDIDA DE SEGURANCA").EMEN.) E (@DTDE >= "20080101")) E (@DTDE <=

"20090630")]

Número total de ocorrências: 184 acórdãos.

Entendimentos pacificados:

Há caráter retributivo e punitivo na MSE, mesmo que de forma secundária.

Admite-se a aplicação de prescrição às MSEs, devendo-se adotar os parâmetros do CP, inclusive a redução do art. 115, CP. Súmula 338/STJ

Entendimento de que a reiteração (art. 122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no mínimo, 3 atos infracionais.