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PRODUTO FINAL DO PROJETO DE PESQUISA
“R ESPONSABILIDADE E GARANTIAS AO ADOLESCENTE
AUTOR DE ATO INFRACIONAL : UMA PROPOSTA DE REVISÃO DO ECA EM SEUS 18 ANOS DE VIGÊNCIA ”
PROJETO BRA/07/004 Democratização de Informações no Processo de Elaboração
Normativa
Projeto Pensando o Direito Convocação nº 01/2009 – Seleção de Projetos
Linha de Pesquisa: Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infracional atribuído a adolescente
Abril de 2010
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EQUIPE
Maria Auxiliadora Minahim Coordenação Geral do Projeto
Karyna Batista Sposato Pesquisadora Senior
Davi Castro Silva
Assistente de Pesquisa
Carolina Grant Pereira Deivson Santos Natalia Petersen
Estagiários de Pesquisa
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ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO.........................................................................04
2. INTRODUÇÃO .........................................................................05
3. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS .................................08
3.1. Parte I – Etapa Quantitativa - PESQUISA JURISPRUDENCIAL
......................................................................................................08
3.2. PARTE II – ETAPA QUALITATIVA - Acompanhamento das
Audiências e Análise de processos ............................................23
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ....................................24
4.1. PARTE I - DE RECURSOS E DISCURSOS: Como se interpreta o
ECA em Tribunais Superiores.....................................................24
4.2. PARTE II – A ELOQUENCIA DAS PRÁTICAS: Um olhar sobre as Varas Especializadas da Infância e Juventude......................................................................................80
4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................150
5. CONCLUSÕES............................................................................158
5.1. PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA....................161
5.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................167
6. Referências.....................................................................................169
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1. APRESENTAÇÃO
Esta publicação reúne os resultados do Projeto de Pesquisa “Responsabilidade e
Garantias ao adolescente autor de ato infracional: uma proposta de revisão do ECA em
seus 18 anos de vigência” de responsabilidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA)1 no
âmbito da linha de pesquisa Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infracional
atribuído a adolescente do Projeto Pensando o Direito – Edital 01/2009.
A apresentação dos resultados divide-se em 3 partes distintas: a primeira
correspondente à análise detalhada dos casos identificados nos Tribunais de Justiça dos
Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul e
Superior Tribunal de Justiça no período de janeiro de 2008 a julho de 2009, conforme
pesquisa amostral na internet, e que denominamos nesta publicação de Pesquisa
jurisprudencial. Desta análise, se pôde verificar os principais argumentos que são mobilizados
na imposição e justificação de medidas de internação a adolescentes autores de ato infracional
no país e seu grau de adequação aos dispositivos legais, objeto central da pesquisa.
A segunda parte reservou-se à apresentação dos dados recolhidos na etapa qualitativa
do estudo, concernente ao levantamento de processos e o acompanhamento de audiências de
primeira instância em varas especializadas da infância e juventude de Salvador, São Paulo,
Recife e Porto Alegre. E por último a terceira parte apresenta as conclusões obtidas a proposta
elaborada de alteração ao texto da Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente..
Os comentários ao Projeto de Lei 1627 em discussão no Congresso Nacional, mais
especificamente no Senado, e à PEC 20/99 encontram-se no segundo Anexo.
A combinação de tais partes e perspectivas visa apontar possíveis frentes de
aprimoramento da Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não só pelo
decurso de seus quase 20 anos de vigência, mas sobretudo porque desde sua entrada em vigor
1 Sob coordenação da Professora Doutora Maria Auxiliadora Minahim, com a participação dos pesquisadores: Karyna Batista Sposato (pesquisadora sênior), Davi Castro Silva ( assistente de pesquisa), Carolina Grant Pereira Deivson Santos e Natália Petersen ( estagiários de pesquisa).
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o ECA vem sofrendo sistemáticas críticas . O desafio enfrentado pela Pesquisa foi justamente
identificar as principais lacunas da legislação que vêm dando margem a arbitrariedades, à
utilização de argumentos extrajurídicos na solução de casos, e conseqüentemente à recorrente
desqualificação do ECA no debate público.
2. INTRODUÇÃO
Aos quase 20 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal
8.069/90, muitas questões relacionadas à atribuição de responsabilidade a adolescentes
autores de infrações penais permanecem ainda pouco consolidadas tanto no âmbito da
doutrina como da jurisprudência sobre a matéria.
Além disso, é signficativa e cíclica a presença de projetos de lei e de propostas de
Emenda Constitucional no Congresso Nacional Brasileiro, objetivando alterar dispositivos
constitucionais e do Estatuto da Criança e do Adolescente, em resposta a clamores sociais e
da opinião pública, sobretudo quando um crime de repercusssão nacional revela dentre os
autores, a presença de um adolescente, menor de 18 anos.
Desta forma, uma das áreas que recebe maior influência do discurso da Lei e Ordem,
do populismo punitivo e da expansão do direito penal como solução a problemas de cunho
social, é a da justiça da infância e juventude em matéria infracional.
De um lado, veicula-se com impropriedade e sensacionalismo que os adolescentes
estão cada vez mais violentos e cresce exponencialmente o número de adolescentes e jovens
envolvidos com a criminalidade no país. De outra parte, o não reconhecimento de que as
medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente sejam sanções
penais, e que a justiça da infância e juventude em matéria infracional, na condição de justiça
especializada atribua responsabilidade penal aos adolescentes, reforça não só um sentimento
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de impunidade perante os crimes cometidos por adolescentes, como alimenta o debate em
torno da redução da idade penal.
Neste sentido, parece fundamental sinalizar que as disposições legais sobre a matéria e
o funcionamento da justiça da infância e juventude quando da apuração do ato infracional
atribuído a um adolescente representam a política nacional de administração do delito na
adolescência2.
Como tal, a política socioeducativa possui algumas peculiaridades que não podem ser
desconsideradas. Destina-se ao indivíduo adolescente, e corresponde ao conjunto de ações
que, realizadas no âmbito do poder público, dirigem-se ao adolescente que tenha praticado um
delito. Em síntese, as medidas socioeducativas e seus respectivos programas de execução
destinam-se a adolescentes que tenham infringido a lei e não a todos os adolescentes.
Tal consideração é de fundamental importância na configuração de uma política de
justiça e de atendimento ao adolescente, pois é essencial levar em conta que as medidas
socioeducativas são subsidiárias às demais políticas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). E, como resposta estatal ao delito juvenil, devem estar condicionadas a
um conjunto de princípios.
Reconhecer que a matéria jurídica, presente no Estatuto da Criança e do Adolescente
relacionada à apuração do ato infracional e imposição de medida socioeducativa ao
adolescente, é um sistema de responsabilidade diferenciado dos adultos, porém de
administração do delito na adolescência implica em aperfeiçoar seus mecanismos e institutos
jurídicos, levando em conta suas finalidades e objetivos, inclusive como parte integrante da
política criminal brasileira.
Deste modo, a pesquisa realizada partiu da análise de casos relacionados à medida de
internação, por amostragem nos Tribunais de Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco,
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, e Paraná no período de janeiro de 2008 a julho de 2009,
2 VOLPI, Mário. Sem Liberdades e Sem Direitos: a experiência de privação de liberdade na percepção dos adolescentes em conflito com a lei. São Paulo: Editora Cortez, 2001.
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uma vez que tais Estados concentram os maiores índices de internação de adolescentes do
país. Analisaram-se também casos originários do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em
virtude da localização da equipe de pesquisa.
A pesquisa ora denominada Pesquisa Jurisprudencial, incluiu por fim, a análise de
acórdãos e decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) cujo foco de discussão esteve
relacionado à imposição de medidas de internação. Tudo com o objetivo de traçar as
principais tendências jurisprudenciais sobre a matéria.
A segunda etapa do estudo foi dedicada a uma análise qualitativa de casos de
aplicação de medidas de internação em primeira instância e, portanto partiu da observação e
acompanhamento in loco de audiências em Varas Especializadas da Infância e Juventude nas
capitais de São Paulo, Recife, Porto Alegre e Salvador. Do acompanhamento das audiências e
da leitura dos processos extraíram-se elementos importantes acerca dos procedimentos de
apuração da responsabilidade de adolescentes acusados bem como da aplicação de medidas de
internação, que associados aos argumentos e fundamentos identificados na pesquisa
jurisprudencial permitiram constatar as principais lacunas da legislação e as fragilidades mais
recorrentes em sua interpretação.
Também fez parte do escopo da pesquisa analisar e comentar o Projeto de Lei 1627,
conhecido como Projeto do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) e a
Proposta de Emenda Constitucional 20/99 que sugere a redução da idade penal para 16 anos
no caso de crimes hediondos. Tais considerações encontram-se como Anexo, tendo em vista
que a proposta de alteração do texto do Estatuto da Criança e do Adolescente guarda maior
vinculação com os resultados das pesquisas retro mencionadas.
Entretanto, como será possível observar a proposta de inclusão de dispositivos e
alteração de redação de outros no texto do Estatuto, visa equacionar algumas antinomias,
contradições ou vazios que tal qual se apresentam hoje favorecem inclusive que propostas
legislativas se apresentem em completo desacordo com a doutrina da proteção integral.
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3. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
3.1. Parte I – Etapa Quantitativa
PESQUISA JURISPRUDENCIAL
Esta primeira etapa da pesquisa jurisprudencial adotou como metodologia para o
levantamento realizado nos Tribunais de Justiça dos estados selecionados (São Paulo;
Pernambuco; Rio Grande do Sul; Rio de Janeiro; Paraná e Bahia) e no Superior Tribunal de
Justiça a pesquisa quantitativa por amostragem aleatória simples – tendo em vista a extensão
do universo a ser pesquisado e as limitações orçamentárias, temporais e físicas da equipe de
pesquisadores.
A pesquisa por amostragem aleatória simples permite que se mantenha a
representatividade original dos grupos e dados a serem pesquisados e, seguindo-se com rigor
o método previsto, permite, ainda, a generalização dos dados aferidos a todo o universo
populacional considerado, uma vez que esta subespécie de amostragem pertence ao grupo de
amostragens probabilísticas. Nesta modalidade de amostragem, por fim, cada elemento da
população tem a mesma probabilidade de ser incorporado à amostra que outro qualquer, o que
garante a não-intencionalidade da pesquisa e a possibilidade de generalização de seus
resultados.
2.1. Critérios para identificação do universo a ser analisado e para delimitação de
uma amostra representativa dos casos a serem estudados – na hipótese do número total de
casos (universo), após aplicação do corte temporal, ser ainda demasiado grande para as
possibilidades concretas de trabalho do grupo de pesquisadores.
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� No STJ:
I. Identificação da quantidade de casos de discussão sobre a aplicação
de medida de internação (ECA), no período de janeiro de 2008 a julho de 2009
(identificação do universo a ser trabalhado e aplicação do critério de corte temporal);
Pesquisa por: (((("MEDIDA SOCIOEDUCATIVA" OU "ATO
INFRACIONAL" OU "MEDIDA SOCIO-EDUCATIVA" OU "MEDIDA DE
INTERNACAO") NAO "MEDIDA DE SEGURANCA").EMEN.) E (@DTDE >=
"20080101")) E (@DTDE <= "20090630")
Fonte: http://www.stj.jus.br
Número de ocorrências: 184.
Casos estudados: 167.
II. Análise de todos os casos encontrados.
� Nos TJs:
I. Identificação, no TJ de cada estado selecionado, do universo de
casos potencialmente analisáveis, no período de janeiro de 2008 a julho de 2009
(identificação do universo a ser trabalhado e aplicação do critério de corte temporal);
a. TJ-SP
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Pesquisa por: (menor ou adolescente) e ("ato infracional" ou "medida
de internação" ou "medida socioeducativa" ou "medida-socioeducativa") nao
(corrupção ou "responsabilidade civil")
Fonte: http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/resultadoCompleta.do
Número de ocorrências: 42.
Casos estudados: 40.
b. TJ-PE
Pesquisa por: ato infracional
Fonte: http://www.tjpe.jus.br/index.asp
Número de ocorrências: 13.
Casos estudados: 11.
c. TJ-RJ
Pesquisa por: medida socioeducativa eca
Fonte: http://www.tjrj.jus.br
Número de ocorrências: 137
Casos estudados: 58.
d. TJ-PR
Pesquisa por: ato infracional eca
Fonte: http://www.tjpr.jus.br
Número de ocorrências: 123.
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Casos estudados: 55.
e. TJ-BA
Pesquisa por: “ato infracional”
Fonte: http://www.tjba.jus.br/site/index.wsp
Número de ocorrências: 16.
Casos estudados: 13.
II. Delimitação de uma amostra significativa ou representativa, capaz de
garantir a representatividade dos dados obtidos para os Tribunais nos quais o número
de casos potencialmente analisáveis foi demasiado grande para as possibilidades
concretas de trabalho do grupo de pesquisadores.
A priori, tem-se a seguinte fórmula:
Onde:
� n0 é a primeira aproximação do tamanho da amostra significativa ou
representativa;
� E0 é o erro amostral tolerável (Ex.: 2% = 0,02).
Em seguida, tem-se esta segunda fórmula, mais completa:
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Em que:
� N é o número de elementos da população (ou universo considerado);
� n é o tamanho da amostra.
Observe o seguinte exemplo para compreender melhor:
Exemplo
Em uma pesquisa acerca das condições de execução de uma medida de
internação (ECA), deseja-se realizar entrevistas com um número significativo de
adolescentes em um universo de cerca de 2000 jovens. Quantos adolescentes devem
ser entrevistados para que os resultados de tal estudo possam ser generalizados?
Resolução
N = 2000
Define-se o erro amostral tolerável em 2%:
E0 = 0,02
n0 = 1 / (E0)2
n0 = 1 / (0,02)2
n0 = 2500
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n = (N . n0) / (N + n0)
n = (2000 . 2500) / (2000 + 2500)
n = 1111 adolescentes
Com o erro amostral tolerável em 2%, 1111 adolescentes devem ser
entrevistados para a pesquisa.
Vamos repetir os cálculos, definindo o erro amostral tolerável em 4%.
N = 2000
E0 = 0,04
n0 = 1 / (E0)2
n0 = 1 / (0,04)2
n0 = 625
n = (N . n0) / (N + n0)
n = (2000 . 625) / (2000 + 625)
n = 476 adolescentes
Através deste segundo cálculo, é possível observar que, quando aumentamos a
margem de erro, o tamanho da amostra reduz.
E se houvesse 300.000 adolescentes no universo pesquisado?
N = 300.000
E0 = 0,04
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n0 = 1 / (E0)2
n0 = 1 / (0,04)2
n0 = 625
n = (N . n0) / (N + n0)
n = (300.000 . 625) / (300.000 + 625)
n = 623 adolescentes
Observe que a diferença entre n e n0, neste último cálculo, é muito pequena.
Portanto: se o número de elementos da população (N) é muito grande, a
primeira aproximação do tamanho da amostra já é suficiente.
Observe ainda:
N = 2000
E0 = 0,04
n = 476 adolescentes = 23,8% da população
N = 300.000
E0 = 0,04
n = 623 adolescentes = 0,2% da população
Diante do exposto[3], podemos inferir que as fórmulas supra-aludidas nos
auxiliam a identificar o número de julgados a serem analisados, garantindo a
representatividade dos seus resultados com uma margem de erro muito pequena.
[3] Fonte: BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística Aplicada às Ciências Sociais (Cap. 3). 5ª ed. Florianópolis: Ed. UFSC, 2002
FACEV – Faculdade de Ciências Econômicas de Vitória. Disponível em: http://www.ai.com.br/pessoal/indices/2A3.HTM. Acesso em: 28 jul 2009.
Laboratório de Epidemiologia e Estatística. Disponível em: http://www.lee.dante.br/pesquisa/amostragem/que_amostragem.html. Acesso em 28 jul 2009.
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Margem de erro escolhida: 10% (0,1).
a) TJ-RJ
N = 137
E0 = 0,1
n0 = 1 / (E0)2
n0 = 1 / (0,1)2
n0 = 100
n = (N . n0) / (N + n0)
n = (137 . 100) / (137 + 100)
n = (13700) / (237)
n ≈ 58 julgados
b) TJ-PR
N = 123
E0 = 0,1
n0 = 1 / (E0)2
n0 = 1 / (0,1)2
n0 = 100
n = (N . n0) / (N + n0)
n = (123 . 100) / (123 + 100)
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n = (12300) / (223)
n ≈ 55 julgados
III. Escolha da margem de erro:
A escolha da margem de erro relativa à delimitação da amostra significativa, no
âmbito da pesquisa por amostragem aleatória simples, foi determinada tendo-se em vista o
objetivo desta etapa da pesquisa empírico-jurisprudencial, qual seja: traçar um perfil geral da
argumentação presente no contexto de discussão, nos Tribunais de Justiça dos Estados
selecionados e no STJ, acerca da aplicação da medida de internação prevista no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA).
Para traçar este perfil, é necessária uma análise muito mais qualitativa do que
meramente quantitativa, uma vez que números nem sempre representam a força de idéias e
argumentos. Um único acórdão ou grupo de decisões pode evidenciar, em termos qualitativos,
a força de um paradigma ou tendência jurisprudencial que valha por dezenas de outras
decisões, deslegitimando-as ou colocando-as em cheque ao denotar eventual
discricionariedade ou disparidade nas decisões.
Com efeito, ponderamos acerca do erro amostral em torno de 10% tendo em vista três
possíveis situações e analisando em qual delas o nosso projeto, mais especificamente esta
primeira etapa, se enquadraria:
A) A primeira situação seria aquela em que determinada pesquisa
pretende demonstrar ou comprovar, por exemplo, a realidade dos
adolescentes sujeitos à medida de internação e as condições da assistência
jurídica que recebem, na tentativa de traçar um perfil exato de ambos os
fatores analisados, respondendo-se, estatisticamente, a perguntas como:
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qual o nível de escolaridade dos adolescentes; quantos adolescentes, os pais
ou responsáveis foram chamados no momento anterior à oitiva pelo
Ministério Público; dentre outras.
B) A segunda situação corresponde àquela em que determinada
pesquisa pretende traçar um perfil geral de determinada situação
qualitativa, ou seja, seria o nosso caso: análise para elaboração de um perfil
argumentativo-discursivo geral dos Tribunais e STJ, com o escopo de
chegar a resultados passíveis de generalização a todo o universo
pesquisado.
C) A terceira e última situação imaginada é aquela em que determinada pesquisa
pretende comprovar os seus resultados ou argumentos teóricos com base em uma amostra
geral representativa de uma determinada situação. Por exemplo: poder-se-ia pensar em um
trabalho teórico sobre a as medidas socioeducativas previstas no ECA e as discussões acerca
destas no âmbito dos tribunais de determinados Estados, pesquisando-se jurisprudência que
pudesse apenas ilustrar as tendências indicadas no trabalho teórico.
Para cada situação imaginada, há um método ou justificativa metodológica correlata:
A) Quanto à primeira situação, os resultados que se pretende atingir
exigem certa exatidão da pesquisa, pois representam afirmações muito
específicas. Logo, a margem de erro amostral deve ser a menor possível,
em torno de 2 a 5%, no máximo, para que os resultados sejam os mais
precisos possíveis.
B) Quanto à segunda situação, os resultados almejados não exigem
exatidão (inclusive porque um perfil discursivo-argumentativo não envolve
afirmações possíveis de serem dadas como exatas, mas como indicativas de
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determinada situação), mas precisão e possibilidade de generalização
segura das suas estimativas para todo o universo pesquisado. Tais
propósitos se garantem com uma aplicação rigorosa do método previsto
para a amostragem aleatória simples (espécie de amostra probabilística),
sobretudo com o recurso à tabela de números aleatórios (cf. tópico II e IV),
independentemente de um erro amostral mínimo (o que nos possibilita
recorrer a um erro amostral um pouco mais elevado – 10%).
C) Quanto à terceira situação, os resultados perquiridos não
envolvem exatidão nem precisão, mas uma aproximação significativa ou
ilustrativa. Tal se obtém com recurso ao estatisticamente conhecido:
Teorema do Limite Central (análise de pelo menos 30 unidades).
Teorema do Limite Central:
De acordo com William Stevenson [4]: a capacidade de usar amostras para fazer
inferências sobre parâmetros populacionais depende do conhecimento da distribuição
amostral. Há uma tendência para as distribuições de médias e de proporções se apresentarem
aproximadamente normais. No caso das médias amostrais, pode-se demonstrar
matematicamente que, se uma população tem uma distribuição normal, a distribuição das
médias amostrais extraídas da população também tem distribuição normal, para qualquer
tamanho de amostra. Além disso, mesmo no caso de uma distribuição não-normal, a
distribuição das médias amostrais será aproximadamente normal, desde que a amostra seja
grande. Este é um resultado notável, na verdade, pois nos diz que não é necessário conhecer a
distribuição de uma população para podermos fazer inferências sobre ela a partir de dados
amostrais. A única restrição é que o tamanho da amostra seja grande. Uma regra prática
muito usada é que a amostra deve consistir de 30 ou mais observações. Estes resultados são
[4] STEVENSON, William J.. Estatística aplicada à administração. [trad.] Alfredo Alves de Faria. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981, p.181.
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conhecidos como o Teorema do Limite Central e representam talvez o conceito mais
importante na inferência estatística.
A figura abaixo ilustra, graficamente, o Teorema do Limite Central:
O TEOREMA DO LIMITE CENTRAL
1. Se a população sob amostragem tem distribuição normal, a distribuição das médias amostrais também será normal para todos os tamanhos de amostra.
2. Se a população básica é não-normal, a distribuição de médias amostrais será aproximadamente normal para grandes amostras.
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Como se pode observar, o próprio Teorema do Limite Central já representa um
indicativo do que seria uma amostra significativa no âmbito das pesquisas por amostragem.
Todavia, como o objetivo de nossa pesquisa envolve uma parte específica para análise
quantitativa, cujo foco é a precisão e generalização de seus resultados, optamos pelo método
de cálculo das amostras a serem pesquisadas (cf. tópico II), observando-se o erro amostral em
torno de 10%, o que nos dá um número de acórdãos a serem pesquisados consideravelmente
superior a 30 unidades.
O erro amostral ainda levou em consideração o tamanho da equipe (5 membros) e o
tempo disponível para esta primeira etapa (3 meses, sendo que o primeiro mês e metade do
segundo foram utilizados para discussões teóricas e orientação dos estagiários quanto à
metodologia da pesquisa e elaboração da mesma); afinal, o cálculo da amostra considerando o
erro amostral de 5%, por exemplo, nos daria resultados impraticáveis para esta primeira etapa.
Dessa forma, o erro amostral em 10% não prejudica, conforme supra-demonstrado, os
objetivos desta etapa da pesquisa, a qual, valendo-se da rigorosa aplicação do método
escolhido (amostragem aleatória simples em conjunto com o recurso à tabela de números
aleatórios), pôde atingir com êxito os objetivos almejados, obtendo resultados satisfatórios,
significativos e generalizáveis [5].
[5] “Ainda que o termo representatividade não tenha significado preciso, científico, contém um significado de sentido comum que o torna um conceito útil no estudo das amostras. Tal e como utilizarei o conceito aqui, uma amostra será representativa da população sobre a qual é selecionada se as características globais da amostra se aproximam das mesmas características globais da população. (As amostras não precisam ser representativas em todos os aspectos; a representatividade está limitada às características que são relevantes para os interesses substantivos do estudo, ainda que não se saiba quais características são relevantes.) Se a população contem 50% de mulheres, então a amostra representativa conteria também “cerca de” 50% de mulheres. [...]. Um principio básico da amostra probabilística é que uma amostra será representativa da população sobre a qual é selecionada, se todos os membros da população possuem a mesma oportunidade de serem selecionados pela amostra. [...”. (BABBIE, Earl. Manual para la práctica de la investigación social. Bilbao: Editorial Desclée de Brouwer, 1996, pp. 254-255 – grifo do autor e grifo nosso).
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IV. Aplicação da tábua de números aleatórios[6] na escolha dos julgados,
para garantir o rigor da seleção dos casos e a possibilidade de generalização dos dados
obtidos com a realização da pesquisa por amostragem (na modalidade aleatória
simples).
As tabelas (tábuas) de números aleatórios contêm os dez algarismos 0, 1, 2, ..., 7, 8, 9.
Esses números podem ser lidos isoladamente ou em grupos; podem ser lidos em qualquer
ordem, como por colunas, num sentido ou noutro, por linhas, diagonalmente, etc., e podem
ser considerados aleatórios. As tabelas se caracterizam por duas características que as tornam
particularmente bem adaptadas à amostragem aleatória. Uma característica é a de que os
algarismos estão dispostos de tal maneira que a probabilidade de qualquer deles aparecer em
determinado lugar numa seqüência é igual à probabilidade do aparecimento de qualquer outro.
E outra característica é que combinações de algarismos têm a mesma probabilidade de
ocorrência que qualquer outra combinação.
Note-se que essas duas condições satisfazem as exigências prévias da amostragem
aleatória. A primeira condição significa que, numa seqüência de números, a probabilidade de
qualquer algarismo aparecer em qualquer ponto de seqüência é 1/10. A segunda condição
afirma que todas as combinações de dois algarismos são igualmente prováveis, como também
o são todas as de três algarismos, etc.
Exemplo de aplicação:
Ao aplicar-se a tabela ou tábua de números aleatórios relativamente ao TJ-RS (N =
357 e n = 78, como visto no tópico II), por exemplo, tem-se que os julgados podem ser
listados pela ordem em que aparecem no sistema de busca, de modo que se atribua,
consecutivamente, aos elementos da lista os números de 000 a 357, do primeiro ao último.
[6] STEVENSON, William J.. Estatística aplicada à administração. [trad.] Alfredo Alves de Faria. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981.
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Como a identificação exige números de três algarismos, será necessário lermos números de
três algarismos numa tabela de números aleatórios, de modo a assegurar correspondência
entre os números aleatórios e os itens da lista. Qualquer seqüência de três algarismos lida
numa tabela de números aleatórios servirá. Utilizando-se a tabela abaixo, leiamos os três
primeiros algarismos da última coluna da tabela, percorrendo-a de cima para baixo. Os
números são 145, 210, 041, 896, 788... quando chegamos a um número como 896 ou 788,
simplesmente o desprezamos porque o nosso universo só vai até 357. Desprezaremos também
as repetições. O processo continua até que tenhamos lido 78 números (diferentes). Podemos
então tornar à lista inicialmente elaborada e verificar quais julgados correspondem, de acordo
com a numeração que lhes foi atribuída, aos números selecionados, identificando quais os
julgados que iremos analisar.
Tabela 01
52024 36684 59440 14520
96111 72420 15278 21058
26635 90903 11515 04184
30985 07372 72032 89628
35622 05020 77625 78849
(Tabela meramente ilustrativa – a tabela ser utilizada, de fato, consta em anexo e é
significativamente maior do que esta ora apresentada ilustrativamente).
3.2. PARTE II – ETAPA QUALITATIVA
Acompanhamento das Audiências e Análise de processos
O estudo qualitativo acerca da Justiça de 1º Grau no tocante à apuração de ato
infracional praticado por adolescente e a imposição de sentenças de internação foi realizado
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mediante o acompanhamento de 15 audiências e analise de 14 processos em São Paulo, 15
audiências e análise de 15 processos em Salvador, 12 audiências e 11 processos em Porto
Alegre, e 12 audiências e 13 processos em Recife.
Os roteiros utilizados nas coletas de informações e dados constam dos anexos deste
relatório.
Em linhas gerais da combinação das duas modalidades de pesquisa, quantitativa por
amostragem e a qualitativa, foi possível observar que a implementação das sentenças de
internação pela Justiça Especializada da Infância e Juventude em todo o país, carece de
aprofundamento doutrinário e via de regra se sustenta em argumentos extra-jurídicos e
ideológicos.
Nesta dimensão, a pesquisa realizada pode ser caracterizada como uma modalidade de
sentencing7 , ou seja, tem como foco a análise de decisões judiciais a partir de uma
perspectiva sociológica e criminológica, que permite verificar a atuação do sistema de justiça
na trama social, na reprodução de desigualdades, na reificação dos sujeitos envolvidos, na
renovação de preconceitos e identificação com o senso comum.
Se tais aspectos podem ser encontrados no funcionamento do Sistema de Justiça
Especializada da Infância e Juventude e nas instâncias superiores há que se indagar em que
medida é a lei que assim o permite, e quais seriam as possibilidades de superação8. Mais
precisamente quais são os nichos que necessitam de maior regulamentação a fim de afastar a
discricionariedade e o subjetivismo.
7 PIRES, Alvaro Penna. “Alguns Obstáculos a uma Mutação “humanista” do Direito Penal”. IN: Sociologias – Revista semestral do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS – ano 1 – nº 1- Dossiê Conflitualidades, Porto Alegre: 1999. 8 Não se trata aqui de negar o ordenamento jurídico como sistema aberto e móvel, tal qual descreveu Claus Wiheim Canaris ao considerá-lo como conjunto de normas cuja interpretação está em constante movimento. (CANARIS, Claus Wilheim. “Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na Ciência do Direito”, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996). Tampouco desprezamos o importante papel da jurisprudência na criação do Direito, porém nos associamos ao pensamento garantista de Luigi Ferrajoli, de que a ausência de normas nunca é neutra, a ausência de normas é sempre a regra do mais forte. (FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000.)
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Da análise do discurso utilizado para a imposição de medidas de internação e da
observação do funcionamento do Sistema de Justiça Especializada da Infância e Juventude
emergem questões centrais que podem vir a ser sanadas ou minimizadas a partir de um
aperfeiçoamento do instrumento legal. Indicar caminhos possíveis é a contribuição pretendida
pela presente pesquisa.
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1. PARTE I - DE RECURSOS E DISCURSOS: Como se
interpreta o ECA em Tribunais Superiores
Como já reportado no primeiro produto deste projeto, um conjunto de casos sobre
medida socioeducativa de internação foram identificados por amostragem nos Tribunais de
Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e, Rio Grande
do Sul, e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no período de janeiro de 2008 a julho de 2009.
A análise ora apresentada tem como pontos de partida o tipo de recurso impetrado, as
alegações da parte impetrante, o resultado da decisão e a fundamentação, observando-se
também o ato infracional em questão. Do conjunto destes elementos é possível extrair um
discurso dominante presente nas fundamentações das decisões, princípios e argumentos que
aparecem de forma recorrente na jurisprudência brasileira, quando o tema é a imposição de
medida socioeducativa de internação a adolescente autor de ato infracional, e que com
freqüência revelam posicionamentos ideológicos, valorativos, extrajurídicos que alheios ao
mundo do direito se coadunam com as visões do senso comum sobre a criminalidade em
geral, e em particular sobre a delinqüência na adolescência.
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Não por acaso as repetidas críticas endereçadas ao Estatuto da Criança e do
Adolescente também repousam em juízos de valor popularmente difundidos em torno da
prática de infrações penais por adolescentes e sua capacidade de responder jurídica e
penalmente por seus atos, o que é pano de fundo de velhas e novas propostas de redução da
idade de responsabilidade penal.
Com o intuito de melhor explicitar as tendências observadas e favorecer algumas
aproximações e regularidades em diferentes Tribunais de Justiça do país, os dados são
apresentados a priori separadamente e, em seguida, são desenhadas possíveis comparações e
correlações.
1. Tribunal de Justiça de São Paulo
No recorte temporal da pesquisa, foram identificadas 42 ocorrências sobre medida
socioeducativa de internação no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, das quais 40
foram analisadas pela pesquisa.
Deste conjunto, todas continham a informação do ato infracional em análise, sendo
mais significativos os percentuais de tráfico de entorpecentes equivalente a 38,10% dos casos,
roubo 30,95% e de furto, 9,52% do total. Os atos infracionais equiparados a lesão corporal,
associação para o tráfico e porte de substância entorpecente representaram o mesmo
percentual de 4,76% do universo de casos, conforme se pode observar na tabela e gráfico
abaixo:
TIPO DE ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Lesão Corporal 2 4,76%
Roubo 13 30,95%
Furto 4 9,52%
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Tráfico de
Entorpecentes
16 38,10%
Associação para o
Tráfico
2 4,76%
Porte de Substância
Entorpecente
2 4,76%
Outros 3 7,15%
TOTAL: 42 100%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
Do total de casos analisados, 80% se referiam a Recursos de Apelação, ou seja, 32
casos, e 6 casos se tratavam de Habeas Corpus, ou seja, 15% do universo analisado.
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15%
80%
2,5% 2,5%
TJSP - Tipo de Medida Processual
Habeas Corpus
Apelação
Agravo
Conflito de Competência
Dos casos de apelação, 31, 25% foram providos integralmente, e 62,5% foram
parcialmente providos, indicando um alto índice de acolhimento neste tipo de recurso.
31,25%
62,5%
6,25%
TJSP - Resultado do Pedido - Apelação
Provido
Parcialmente provido
Improvido
Entretanto uma interpretação precipitada dos dados poderia levar à falsa conclusão de
que tal índice indica uma tendência reformadora das decisões pela instância superior em
benefício dos adolescentes acusados e /ou sentenciados. Ao contrário disso, quando
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analisamos os resultados dos pedidos de forma conjugada à parte interessada, podemos
constatar que das apelações cuja parte era o adolescente, a imensa maioria dos casos, o
equivalente a 85, 7% foram improvidos. Já as apelações impetradas pelo Ministério Público
foram acolhidas em 75% dos casos.
4,8%9,5%
85,7%
TJSP - Resultado do Pedido - Apelação - Adolescentes
Provido
Parcialmente provido
Improvido
A análise aprofundada das temáticas em questão também indica uma tendência
bastante diferenciada em torno dos pedidos se formuladas pelo adolescente ou pela acusação.
Dos recursos interpostos pelo Ministério Público, por exemplo, todos os casos de nulidade em
razão da remissão ter sido concedida sem a prévia oitiva do Ministério Público foram
acolhidos. O mesmo para os casos de reforma da decisão de improcedência da representação,
conforme se observa na tabela e gráfico a seguir:
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Temáticas veiculadas pelo Ministério Público
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Imposição de MSE-I 4 1
Nulidade. Concessão de remissão sem
oitiva do MP.
4 4
Reforma da decisão de improcedência da
representação
1 1
Reforma de decisão que não recebeu a
representação pela falta de fundamentação para a
não concessão de remissão pelo MP.
3 3
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0 1 2 3 4
Imposição de MSE-I.
Nulidade. Concessão de remissão sem
oitiva do MP.
Reforma da decisão de improcedência
da representação.
Reforma de decisão que não recebeu a
representação pela falta de
fundamentação para a não …
Temáticas veiculadas - MP
Acolhidas
Ocorrências
Chama a atenção que, do conjunto de recursos dos quais o adolescente é parte, temas
centrais como a insuficiência de provas na condenação, a imposição da medida fora das
hipóteses legais do artigo 122 do ECA, e a inobservância do princípio da excepcionalidade
não chegaram a obter sequer 25% de acolhimento.
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Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Absolvição por insuficiência de provas. 9 1
Imposição de MSE-I fora das hipóteses do
art. 122, ECA
10 2
Imposição de MSE-I sem observância do
princípio da excepcionalidade
4 1
Pleito de imposição de MSE mais branda 5 1
0 2 4 6 8 10
Absolvição por insuficiência de provas.
Imposição de MSE-I fora das hipóteses
do art. 122, ECA.
Imposição de MSE-I sem observância
do princípio da excepcionalidade.
Pleito de imposição de MSE mais
branda.
Temáticas veiculadas - Adolescente
Acolhidas
Ocorrências
São justamente estes temas que indicam vacuidade e baixa regulamentação por parte
da legislação, seja no tocante às regras e garantias processuais penais que merecem maior
atenção no processo de apuração da autoria do ato infracional, seja pela fundamentação frágil
ou inexistente nas sentenças de imposição de medidas de internação.
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A aplicação da internação à revelia dos requisitos legais do artigo 122 também
desnatura o sistema, no qual a legitimidade das ações se produz pela sujeição do juiz à Lei9,
não havendo ou não devendo haver espaço para um julgamento unicamente sustentado na
autoridade.
Da mesma forma a desconsideração do princípio da excepcionalidade denota desprezo
pelas disposições claramente fixadas nos artigos 121 e 122, parágrafo 2º do ECA.
1.1. Discursos em Destaque TJ/SP
Do universo amostral estudado no Tribunal de Justiça de São Paulo, destacamos
abaixo alguns posicionamentos que aparecem inclusive de forma repetida nas fundamentações
e, sendo bastante simbólicos permitem identificar uma tendência interpretativa.
a) “A prática de gravíssimo ato infracional denota desajuste moral e
social, e, portanto, a manutenção das medidas sócio-educativas de liberdade
assistida e prestação de serviços à comunidade não se apresentam suficientes à
ressocialização do apelado, que, em liberdade, poderá expor a incolumidade física
de terceiros a risco.
Há nítida relação de proporcionalidade entre a aplicação da internação -
perseguida pelo apelante -, e o ato infracional praticado pelo apelado [...]. De outra
banda, convém anotar que o apelado não tem respaldo familiar, revelou - ainda que
informalmente -, o envolvimento em outros atos infracionais (fls. 59), e, durante o
curso processual não demonstrou exercício de ocupação lícita, permitindo concluir
9 FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000
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que não possui estrutura para o cumprimento, a contento, das medidas sócio-
educativas impostas pela sentença apelada [...]”.”
Neste julgado, observamos três aspectos importantes: a correlação da prática de ato
infracional grave com a existência de desajuste social e moral, demonstrando uma visão
estereotipada dos adolescentes acusados e sentenciados e a criação de uma categoria
explicativa com fundamento moral; a utilização do princípio da proporcionalidade na
justificação da internação, de forma automática, ou seja, se grave a conduta, a internação
encontra-se justificada em desconsideração à necessária combinação ao princípio da
excepcionalidade; por fim a menção de condições pessoais do adolescente como impeditivas
ao cumprimento de medidas em meio aberto. Ressalte-se que até mesmo a informação
“informal” do envolvimento anterior em outros atos infracionais é mencionada como
fundamento para a imposição da sanção mais severa do Estatuto.
b) “O princípio da insignificância não pode ser transportado para a
esfera da infância e juventude, no qual vige o princípio da proteção integral. Aliás,
os procedimentos previstos para aplicação das medidas sócio-educativas e protetivas
previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente não podem ser considerados
constrangedores, pois visam justamente à aplicação do princípio da proteção
integral”
Neste discurso há claro posicionamento que procura afastar da aplicação das medidas
socioeducativas as regras e garantias processuais penais, utilizando-se do argumento de
tratar-se de sistema diferenciado com fundamento na proteção integral. Além de desobedecer
a regra do artigo 152 do próprio Estatuto que indica a aplicação subsidiária de outras normas
em sua implementação, equipara as medidas socioeducativas a medidas protetivas, negando o
caráter penal, e sancionatório das primeiras. Sob o argumento da proteção integral, tal posição
atualiza a chave tutelar discricionária nos procedimentos da Justiça da Infância e Juventude. É
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sem dúvida exemplo categórico de decisionismo que faz uso dos princípios a depender de sua
conveniência.
c) "O tráfico de drogas deve ser considerado um dos atos infracionais
mais graves, pois é prática que vem disseminando o vício entre a população mais
vulnerável, ou seja, mais jovem e mais desprotegida da sociedade. O tráfico de
drogas é ato infracional que pressupõe emprego de violência contra toda a
sociedade”
Nesta posição, procura-se justificar a imposição de medida de internação a ato
infracional equiparado ao tráfico de drogas. Os argumentos utilizados partem da afetação do
uso de drogas por crianças e adolescentes, desconsiderando a esfera da prevenção como a
mais adequada ao enfrentamento do problema e lançando à repressão ao indivíduo esta tarefa
e finalidade. De outro lado, em descompasso ao posicionamento adotado pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ) objetiva criar uma violência “presumida e ficta” contra toda a
sociedade na prática do tráfico de drogas como forma de legitimação e adequação legal para a
imposição da privação de liberdade.
d) “Beneficiar o adolescente com medida mais branda só o prejudicaria,
pois continuaria a viver livremente, impune e sujeito às influências maléficas da
vida infracional"
Nesta argumentação podemos observar que não se reconhece às medidas em meio
aberto, o devido caráter sancionatório, entendendo-se sua adoção como espaço de
impunidade.
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2. Tribunal de Justiça de Pernambuco
A pesquisa identificou 13 ocorrências no Tribunal de Justiça de Pernambuco no
recorte temporal proposto, das quais 11 foram analisadas.
Deste universo amostral, o ato infracional equiparado ao crime de roubo foi o mais
presente, em 38,4% dos casos, seguido da ameaça, 15,4%, e outros atos infracionais também
representando, 15,4% do total. Furto e Tráfico de entorpecentes ocuparam percentuais
idênticos de 7,7% conforme se observa na tabela e gráfico abaixo:
ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Homicídio 2 7,7%
Roubo 5 38,4%
Furto 1 7,7%
Tráfico de
Entorpecentes
1 7,7%
Ameaça 2 15,4%
Outros 2 15,4%
TOTAL: 13 100%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
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Semelhantemente ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), o maior número de
recursos identificado foi de apelação, representando 81,2% , ou seja, 9 casos em 11 estudados.
Das apelações analisadas, somente uma foi interposta pelo Ministério Público
versando sobre a alteração da medida de internação pela de semiliberdade, porém sem
provimento.
Já no que se refere às apelações interpostas pela defesa do adolescente, um percentual
de 25% obteve provimento.
25%
50%
12,5%
12,5%
TJPE - Resultado do Pedido - Apelação -
Adolescentes
Provida
Improvida
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Dos pedidos identificados também à semelhança do observado no TJ/SP, foram
encontradas temáticas sobre a insuficiência de provas, imposição da medida fora das hipóteses
legais e pleito por imposição de medida mais branda, que representou o maior número de
casos. À diferença de São Paulo, também se apresentou o recurso de apelação para discutir o
excesso de prazo de medida de internação provisória. A tabela e o gráfico são elucidativos:
Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Excesso de prazo na internação
provisória*.
2 0
Absolvição por insuficiência de provas *. 1 0
Pleito de imposição de MSE mais branda*. 7 1
Imposição de MSE-I fora das hipóteses do
art. 122, ECA.
1 1
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2.1. Discursos em Destaque TJ/PE
a) “desajuste pessoal e propensão para a violência reclamam pronta e
enérgica intervenção do Estado, com vistas a dar ao infrator a dimensão da
reprovabilidade social que pesa sobre sua conduta, impondo-se a medida sócio-
educativa provisória, objetivando a garantia da integridade do próprio
reeducando".
Como observamos, no Tribunal de Justiça de Pernambuco apelações versaram sobre a
medida de internação provisória. Nesta passagem em que se discute sua pertinência, a
argumentação utiliza-se do discurso da proteção do adolescente para sua decretação, operando
profunda confusão entre seu caráter e eventual medida protetiva que se faça necessária para
garantir a integridade do adolescente. A mesma situação jamais seria admitida na justiça penal
comum, um adulto não seria submetido a prisão preventiva sob o argumento de necessitar de
proteção. É evidente que em tal situação o adolescente é submetido a condições mais severas
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do que um adulto seria. Também encontramos categorias estereotipadas de desajuste social e
propensão à violência como características do adolescente.
b) “construção jurisprudencial, considerando as peculiaridades do
caso sub examinen, vem abrandando o posicionamento de que o prazo máximo de
45 (quarenta e cinco) dias a que alude o art. 108, do E.C.A., não pode ser
ultrapassado sob nenhuma hipótese”
Também com referência à medida de internação provisória, porém aqui em alusão ao
prazo legalmente fixado pelo artigo 108 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a decisão
contrasta a previsão legal com construção jurisprudencial contra legem de extensão do
referido prazo em prejuízo dos adolescentes acusados. Trata-se de flexibilização da única
garantia de que goza o adolescente na seara da internação provisória.
c) "Isto porque o escopo do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
nº. 8.069/90) não está ligado ao caráter punitivo da reprimenda. Ao contrário de
visar a punição do menor infrator, pretende assegurar-lhe proteção e educação,
através de medidas sócio-educativas, sem critérios rígidos de duração. Assim
como não é aplicada a pena prevista no delito análogo à infração praticada,
também não há que se falar em aplicação de regras que são afetas à pena
cominada, como atenuantes e conduta social do adolescente sentenciado”
Neste discurso dois aspectos merecem destaque: a negação da índole penal das
medidas socioeducativas, e conseqüentemente do modelo de responsabilidade desenhado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente para a administração de delitos praticados na
adolescência, e a proposital alusão à educação e proteção como finalidades das medidas
socioeducativas o que favorece interpretações demagógicas da legislação, sempre em prejuízo
e cerceamento da liberdade dos adolescentes. Também por isso, se evoca a indeterminação do
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prazo de duração das medidas e o descabimento de regras e princípios processuais penais.
Todos os elementos citados configuram um “neomenorismo” fundada na pretensa proteção e
ausência de limites para a intervenção socioeducativa.
3. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foram identificadas 137 ocorrências
relacionadas a medidas de internação, das quais, 58 foram estudadas. Deste total a
distribuição por tipo de ato infracional indicou uma predominância de atos equiparados a
tráficos de drogas com 41% do total, seguido de associação para o tráfico com 12,82% e
roubo também representando 12,82% do universo total. Entretanto é importante sublinhar que
nem todos os casos continham uma menção ao ato infracional, e portanto tais percentuais
referem-se ao número de 31 casos dos 58 estudados.
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Diferentemente dos dois Tribunais já analisados, São Paulo (TJ/SP) e Pernambuco
(TJ/PE), no caso do Rio de Janeiro a maioria dos recursos identificados foi de Habeas Corpus,
o equivalente a 69% da amostra.
69%
31%
TJRJ - Tipo de Medida Processual
Habeas Corpus
Apelação Criminal
O índice de concessão encontrado foi relativamente alto se comparado aos demais
Tribunais, na casa de 45%. E mesmo em comparação com as apelações apresentadas pela
defesa dos adolescentes pode-se constatar que os Habeas Corpus foram mais bem sucedidos.
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Somente uma apelação estudada teve o Ministério Público como parte, e referiu-se à
ao reconhecimento da procedência da representação, que foi acolhido.
Em se tratando dos pedidos formulados pela defesa dos adolescentes, há uma
predominância de medidas visando discutir a imposição da internação em desacordo com as
hipóteses legais do artigo 122. E em segundo lugar o excesso de prazo de reavaliação da
medida visando a progressão, ou seja, descumprimento do prazo de reavaliação, o que limita
ou impossibilita a progressão do adolescente para medida mais branda. Também estão
presentes casos de insuficiência de provas como nos Tribunais já analisados.
Merecem destaque também os casos de desobediência do prazo máximo de duração da
internação nos moldes do artigo 122, parágrafo 1º e de remissão cumulada com medida
socioeducativa à revelia da manifestação da defesa.
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Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Absolvição por insuficiência de provas. 3 1
Excesso de prazo da reavaliação para
progressão da medida***.
8 1
Execução de MSE-I além do prazo do art.
122, §º1**.
3 0
Extinção da medida. Advento de
maioridade civil.
8 1
Imposição de MSE-I fora das hipóteses do
art. 122, ECA*.
12 3
Impossibilidade de concessão de remissão
cumulada com MSE sem a concordância de defesa
técnica.
5 4
* Dois dos julgamentos restaram prejudicados. ** Três dos julgamentos restaram prejudicados.
*** Cinco dos julgamentos restaram prejudicados.
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0 2 4 6 8 10 12
Absolvição por insuficiência de provas.
Excesso de prazo da realização para
progressão da medida.
Execução de MSE-I além do prazo do art.
122, §º1.
Extinção da medida. Advento de
maioridade civil.
Imposição de MSE-I fora das hipóteses do
art. 122, ECA.
Impossibilidade de concessão de remissão
cumula com MSE sem a concordância de
defesa técnica.
Temáticas veiculadas - Adolescente
Acolhidas
Ocorrências
3.1. Discursos em Destaque TJ/RJ
a) “As condições pessoais do adolescente levam à conclusão que a
medida de internação é a mais adequada e exigível à hipótese, dando-lhe
melhores condições de ressocialização, estando destacado na sentença que: "já
lhe foram dadas oportunidades de cumprimento de medida em meio aberto em
outros processos, mas o adolescente não as aproveitou, pois as descumpriu por
várias vezes, reiteradamente descumpre as medidas impostas”
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O trecho em destaque permite aferir que as condições pessoais do adolescente operam
de forma mais intensa do que a verificação de sua conduta, configurando um direito penal do
autor nos procedimentos da Justiça Especializada. Resta evidente que o que o adolescente é
tem mais peso do que o que ele eventualmente tenha feito. Este posicionamento pode ser
identificado como uma releitura discricionária e subjetiva do ECA que dá margem a políticas
repressivas e irracionais, tendo em vista que é o SER que é “atacado” e não o AGIR nas
práticas infracionais.
b) A aplicação das sócioeducativas estatuídas na lei nº 8.069/90 não
possui caráter punitivo mas, sim, o de retirar o menor do convívio pernicioso com
a criminalidade, visando reeducá-lo e reintegrá-lo à família e à sociedade.
Esta posição nega o caráter sancionatório das medidas socioeducativas e atribui à
internação uma índole eminentemente segregadora, cuja tarefa é a retirada do convívio social.
Dois aspectos perigosos podem ser apontados, de um lado a retirada da feição sancionatória
das medidas pode levar à sua utilização irracional e ilimitada, e de outro conceber a
segregação como a principal tarefa da privação de liberdade afasta o desafio pedagógico que a
medida deve contemplar.
4. Tribunal de Justiça do Paraná
A pesquisa referente ao Estado do Paraná identificou 123 casos relacionados à medida
de internação em discussão no Tribunal de Justiça no recorte temporal previamente definido.
Destes casos, 55 foram analisados em detalhe, demonstrando que os atos infracionais
equiparados aos crimes de roubo, homicídio e tráfico de entorpecentes ocuparam os maiores
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percentuais, respectivamente 36,39% de roubos, 34,54% de homicídios e 12,72% de casos de
tráfico de drogas, conforme tabela e gráfico abaixo:
ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Roubo 20 36,39%
Tráfico de
entorpecentes
7 12,72%
Homicídio 19 34,54%
Latrocínio 3 5,45%
Outros 6 10,90%
TOTAL: 55 100%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
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No tocante ao tipo de recurso encontrado, a apelação foi mais representativa
correspondendo a aproximadamente 84% dos casos, sendo que em nenhuma delas o
Ministério Público constou como parte impetrante.
Sendo todas as apelações apresentadas pela defesa do adolescente, observou-se um
baixíssimo índice de acolhimento dos pedidos, sendo que em 80,43% delas o recurso foi
considerado improvido.
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Diferentemente, no caso dos Habeas Corpus analisados, constatou-se que em 77,8%
dos casos os pedidos foram acolhidos, conforme gráfico ilustrativo abaixo:
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Das temáticas mais presentes em ambos os recursos apresentados pelos adolescentes,
se destacam a solicitação de medida mais branda, a inobservância do princípio da
excepcionalidade, a referência à insuficiência de provas e o requerimento da absolvição pela
excludente da ilicitude.
Esta última é bastante inovadora dentre os argumentos da defesa, pois constitui-se em
elemento da dogmática penal, que sem dúvida merece obter o devido acolhimento e aplicação
nos feitos da Justiça especializada da Infância e Juventude.
Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Absolvição. Excludente de ilicitude. 6 0
Absolvição. Insuficiência de provas. 10 1
Imposição de MSE-I fora das hipóteses do
art. 122, ECA.
4 4
Imposição de MSE-I sem observância do
princípio da excepcionalidade.
11 2
Pleito de imposição de MSE mais branda*. 18 1
* Três dos julgamentos restaram prejudicados.
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4.1. Discursos em Destaque TJ/PR
a) “As medidas sócio-educativas, por sua própria natureza, têm
caráter pedagógico, e vinculam-se à sua finalidade essencial, que é a um só
tempo, a reeducação e a ressocialização do menor infrator”
Consideração da natureza da medida socioeducativa como essencialmente pedagógica,
negando-lhe a feição sancionatória e de reprovabilidade à conduta praticada. Como já
assinalado este tipo de posicionamento ignora o modelo de responsabilidade desenhado pelo
ECA para as infrações penais cometidas por adolescentes, assemelhando-o ao antigo Código
de Menores.
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51
b) “O princípio do livre convencimento motivado do magistrado tem
prevalência, ante a necessidade de se obter efetivamente o objetivo pedagógico
pretendido com a aplicação da medida de internação.”
O trecho em destaque utiliza o princípio do livre convencimento do juiz como
justificativa suficiente para a manutenção da internação. Incorre-se neste caso em equívoco
pois a livre convicção do juiz deve advir da confirmação pela pluralidade de provas e exige
efetiva justificação da decisão10. Como leciona Aroca11, a valoração livre que cabe ao
julgador não é igual à valoração discricional, nem se resume na consciência do juiz. Trata-se
da forma como o juiz valora determinado prova, sendo que tal decisão deve expressar-se de
modo motivado na sentença. No trecho em questão o princípio é evocado sem que seja
efetivamente implementado pela decisão.
c) “Conduta do adolescente apelante evidencia o seu profundo
desajuste social, impondo-se que se lhe ofereça a oportunidade de assimilar novos
valores, reflita sobre o ocorrido, mediante acompanhamento intensivo que
somente a internação possibilita”
Assim como em outros discursos já destacados, o argumento central repousa na idéia
de desajuste social do adolescente. Tal categoria desvaloriza o papel da lei como critério
exclusivo e exaustivo de definição dos fatos desviados. O adolescente é visto como
delinqüente a partir de um ponto de vista ético, naturalista, social e em todo caso ontológico.
d) “Alto nível de periculosidade do adolescente reforça ainda mais a
necessidade de intervenção. Privado de liberdade o jovem aparenta bom
10 COSTA, Ana Paula Motta. “ As Garantias Processuais e o Direito Penal Juvenil – como limite na aplicação da medida socioeducativa de internação”.Porto Alegre: Editora Livraria do Advogado,2005. 11 AROCA, Juan Monteiro. “ Principios del Proceso Penal – Una explicación basada en la razón”. Valencia: Tirant lo Blanch, 1997.
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52
comportamento; por outro lado, em meio aberto revelou atitudes totalmente
divergentes daquelas apresentadas no cense. Abandono da escola e usuário de
drogas.”
A construção da idéia de periculosidade dos adolescentes é bastante freqüente nos
argumentos de justificação da internação. Há uma efetiva criação da periculosidade social dos
adolescentes, que passa a ser legalmente presumida e decorrente de condições pessoais ou de
status social como “ comportamento tendente à delinqüência”, reincidência e até mesmo
pertinência a determinados grupos de amigos.
e) “As questões apresentadas apontam para a necessidade real do
adolescente receber tratamento para a drogadição, no entanto observa-se que
este não se sustenta em meio aberto, entende-se necessário a aplicação da medida
socioeducativa de internação e após encaminhamento a tratamento de
drogadição”
Mais uma vez a necessidade de inserção do adolescente em uma medida protetiva,
como é o caso de tratamento à drogadição é usada como fundamentação para a privação de
liberdade. Em casos como este via de regra não há elementos de fundamentação da internação
com amparo na lei, busca-se motivar a medida mais drástica nas necessidades de proteção do
adolescente.
5. Tribunal de Justiça da Bahia
No Tribunal de Justiça baiano foram identificados 16 casos versando sobre medida de
internação no período estudado, dos quais 13 foram analisados em profundidade.
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Considerando que 10 casos apresentaram a menção ao ato infracional, demonstrou-se
uma freqüência maior de infrações equiparadas ao crime de Roubo, cuja representação foi de
58,3% do total. As demais infrações, de tráfico de drogas, lesão corporal, latrocínio e
homicídio apresentaram percentuais na casa de 8,4% conforme observamos na tabela e
gráfico abaixo:
ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Roubo
circunstanciado
(consumado e
tentado)
7 58,3%
Tráfico de
Entorpecentes
1 8,4%
Lesão Corporal 1 8,4%
Latrocínio 1 8,3%
Homicídio 1 8,3%
Atentado contra a
segurança de meio de
transporte
1 8,3%
TOTAL: 12 100%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa
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No que se refere ao tipo de medida processual encontrada não houve grande
discrepância entre o número de Habeas Corpus e o número de Apelações, respectivamente 7 e
6 em números absolutos.
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Chama a atenção, no entanto que no caso das 2 (duas) apelações interpostas pelo
Ministério Público versando sobre a impossibilidade de extinção do processo por demora na
prestação judicial, ambas foram acolhidas.
Já todas as apelações interpostas pela defesa do adolescente foram negadas, conforme
observamos dos gráficos a seguir:
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56
33,3%
66,7%
TJBA - Resultado do Pedido - Apelação
Provida
Improvida
RESULTADO DO PEDIDO CONJUGADO COM PARTE INTERESSADA :
As temáticas apresentadas pela defesa do adolescente, à semelhança do já observado
nos Tribunais anteriores se referiram à ausência de provas para a imposição da internação,
desproporcionalidade da medida pleiteando outra mais branda e descumprimento do prazo
legal da internação provisória. A novidade que de pôde encontrar está na discussão da
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ilegalidade na apreensão do adolescente e na ausência de fundamentação para a decretação da
internação provisória. O percentual mais significativo foi referente ao excesso de prazo na
medida de internação cautelar, o que é explicável se comparado às estatísticas do Estado da
Bahia, que demonstram a persistência de internação provisória “vencida” nos dados oficiais,
evidenciando-se tratar de prática disseminada e aceita no Sistema estadual.
Temáticas veiculadas pelo Adolescente
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RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Absolvição por ausência de provas**. 2 0
Ausência de fundamentação da internação
provisória*. 1 0
Desproporcionalidade da MSE. 2 0
Excesso de prazo na internação provisória. 6 0
Ilegalidade da apreensão do adolescente 1 0
* A decisão restou prejudicada. ** Quatro decisões restaram prejudicadas.
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5.1. Discursos em Destaque TJ/BA
a) “reprimir de forma mais severa tal conduta, em razão das
conseqüências danosas à sociedade que o tráfico ilícito de entorpecentes vem
causando, já que se trata não de ato infracional que atinge diretamente a bem
jurídico de determinada pessoa, mas a toda a sociedade. Em sendo assim, exige-se
o balanceamento de valores em oposição: de um lado o 'jus libertatis' do
indivíduo, que se revela, à primeira vista, perigoso, intranqüilizando a
comunidade; de outro, os interesses relevantes da sociedade, de manutenção da
paz social, não sendo possível, no caso concreto, se permitir a reiteração da
prática de tal ato infracional”
Como em outras decisões de Tribunais de outros Estados, o ato infracional equiparado
ao crime de Tráfico de entorpecentes, embora não comporte violência nem grave ameaça à
pessoa vem sendo reprimido com a imposição de medida de internação sob o argumento de
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tratar-se de crime hediondo e que, tal qual no trecho em destaque, afeta bem jurídico de toda a
sociedade. Esta tendência em coletivizar um suposto bem jurídico reflete aquilo que se
convencionou chamar expansão do direito penal e configura uma espécie de relativismo
jurídico, que dissolve o conceito de bem jurídico em múltiplos, casuais, contingentes e até
mesmo inconsistentes bens. Trata-se do que Ferrajoli denominou de utilização de termos
vagos, imprecisos e valorativos que derrogam a estrita legalidade dos tipos penais e permitem
um amplo espaço à discricionariedade e à “inventiva” judicial12. , o que não deveria ter
guarida em um Estado democrático de Direito. Ademais, o trecho também utiliza o
etiquetamento do adolescente como perigoso para justificar a medida de internação.
b) “Na espécie, cuida-se de conduta grave, com violência a pessoa, que
revela desvio de personalidade acentuado por parte do adolescente e inadaptação
ao meio, tendo aplicação o art. 122, inciso I, do ECA”.
Novamente categorias fundadas no desvio de personalidade e na inadaptação ao meio
são evocadas para constituir uma periculosidade/perigosidade social que justifique a privação
de liberdade.
c) O presente recurso deve ser provido. A reeducação do menor, um
dos objetivos perseguidos pelo ECA pode ocorrer até que ele alcance 21 (vinte e
um) anos. A demora na tramitação do feito não afasta a aplicação do ECA nem
faz com que o Estado perca o interesse de agir, em razão do caráter pedagógico
do Estatuto”.
12 FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição, Madrid: Editorial Trotta, 2000, p. 475.
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60
Neste trecho em destaque o que está em jogo é o não reconhecimento da prescrição.
Argumenta-se que em face do caráter pedagógico das medidas nunca se perde o interesse de
agir até que o adolescente complete 21 anos. Tal posicionamento está em oposição ao firmado
pelo Superior Tribunal de Justiça na Súmula 338/STJ que inclusive remete aos parâmetros do
Código Penal, especialmente a redução do art. 115, CP.
6. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
No Tribunal do Rio Grande do Sul, foram estudados 68 casos dentre as 100
ocorrências identificadas sobre medida de internação13.
Deste universo, a distribuição dos atos infracionais esteve concentrada em delitos de
Roubo, 29.49%, Furto, 26,92% e outras infrações, 24,36%. O tráfico de entorpecentes
diferentemente dos recursos analisados nos TJs de Rio de Janeiro e São Paulo não ultrapassou
10% do total.
TIPO DE ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Furto 21 26,92%
Roubo 23 29,49%
Tráfico de drogas 8 10,26%
Homicídio 7 8,97%
Outros 19 24,36%
TOTAL: 78 100%
13 A tabela detalhada de todas as ocorrências estudadas junto ao TJ/RS encontra-se anexa a este documento, uma vez não ter sido apresentada no Relatório correspondente ao Produto Inicial.
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61
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
Também no que concerne ao tipo de medida recursal encontrada, o Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul revelou a utilização dos Embargos Infringentes e do Agravo de
Instrumento, sem, contudo alterar predominância da Apelação, em 88, 89% dos casos.
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62
A mesma tendência já apontada anteriormente ,de desequilíbrio entre o provimento
dos recursos do Ministério Público e da Defesa também foi verificada, enquanto 91% das
apelações da Defesa não tiveram provimento, 75% das apelações do Ministério Público
foram acolhidas.
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Os pedidos do Ministério Público se referiram à reforma da decisão de decretação da
prescrição, pleito por medida socioeducativa mais gravosa, e imposição de prazo
indeterminado para a execução da medida.
Temáticas veiculadas pelo Ministério Público
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Imposição de prazo indeterminado a MSE. 1 1
Pleito de imposição de MSE mais gravosa. 2 2
Reforma de decisão de decretou a
prescrição. 4 3
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64
0 1 2 3 4
Imposição de prazo indeterminado a
MSE.
Pleito de imposição de MSE mais
gravosa.
Reforma de decisão de decretou a
prescrição.
Temáticas veiculadas - MP
Acolhidas
Ocorrências
No caso dos adolescentes os temas mais representativos foram a desproporcionalidade
da medida e a ausência de provas para sua imposição, demonstrando que assim como nos
demais Tribunais estas duas demandas são as mais freqüentes e indicam portanto maior
necessidade de regulamentação e delimitação por parte da legislação.
Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Absolvição por ausência de provas. 27 0
Desproporcionalidade da MSE. 36 1
Absolvição por aplicação do princípio da
insignificância. 4 0
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65
Impossibilidade de imposição de MSE-I a
infração fora das hipóteses do art. 122, ECA. 4 1
Concessão de progressão de medida. 2 0
Nulidade por ausência de laudo
interdisciplinar para imposição de MSE. 2 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Absolvição por ausência de provas.
Desproporcionalidade da MSE.
Absolvição por aplicação do princípio
da insignificância.
Impossibilidade de imposição de MSE-I
a infração fora das hipóteses do art. …
Concessão de progressão de medida.
Nulidade por ausência de laudo
interdisciplinar para imposição de …
Temáticas veiculadas - Adolescente
Acolhidas
Ocorrências
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7. Superior Tribunal de Justiça (STJ)
A análise de decisões relacionadas à aplicação e execução de medida socioeducativa
de internação no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possibilita traçar as principais
temáticas que hoje ocupam a instância superior em matéria de interpretação do ECA e
privação de liberdade, e da mesma forma revelar o trabalho jurisprudencial de atualização e
criação do Direito.
A demonstração dos espaços e lacunas deixados pelo texto da lei que são
sistematicamente preenchidos por juízos de valor evidencia as contradições e os antagonismos
que se estabelecem entre juízes singulares, o primeiro grau e o Tribunal Superior, e oferece
um roteiro dos aspectos que podem vir a ser modificados por ocasião de uma alteração da
legislação.
O olhar apurado sobre os julgados indica conforme já assinalado por Flávio Frasseto14,
de um lado, a receptividade da Corte Federal aos reclamos da defesa e, de outro, que os graus
inferiores da Justiça não têm guardado, com a fidelidade esperada, os direitos outorgados aos
jovens que poderão receber ou que já receberam medidas sócio-educativas.
Dos 184 acórdãos encontrados no recorte temporal da pesquisa, 167 estão aqui
analisados. Os atos infracionais em debate foram majoritariamente aqueles equiparados aos
crimes de Roubo, 25,56%, Tráfico de Entorpecentes, 23,33% e Furto, 14,44%. Muito embora
a medida de internação deva ser reservada aos casos mais graves que comportem violência e
ameaça à pessoa, foram encontrados também casos de porte ilegal de arma.
14 FRASSETO, Flávio Américo. “Ato Infracional, Medida Socioeducativa e Processo: A Nova Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça”. Disponível em www.abmp.org.br/sites/frasseto.
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67
ATO
INFRACIONAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Roubo 46 25,56%
Tráfico de
entorpecentes 42
23,33%
Furto 26 14,44%
Homicídio 14 7,78%
Porte ilegal de arma 14 7,78%
Lesão Corporal 6 3,33%
Latrocínio 5 2,78%
Associação para o
tráfico 4
2,22%
Outros 23 12,78%
TOTAL: 180 100%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre
modalidades simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
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68
Conhecer dos atos infracionais que estão presentes nas medidas recursais no segundo
grau possibilita avaliar em que medida a tipificação penal e alguns princípios do Direito penal
necessariamente devem entrar em cena para a adequada imposição da medida de internação.
Da correlação entre o tipo penal, os dispositivos do ECA e determinadas demandas emergem
questões que podem vir a compor propostas de aperfeiçoamento da legislação.
Outro aspecto relevante para o estudo foi identificar a origem dos recursos
apresentados, demonstrando de quais Estados da federação origina-se o debate, e ainda se são
os mesmos que concentram as maiores taxas de internação.
De fato, São Paulo ocupa a primeira posição no número de adolescentes internados no
país (4.328 adolescentes)e também no número de recursos impetrados, o equivalente a
44,91% da amostra. Já a segunda posição em número de recursos pertence ao Rio de Janeiro,
15,57% que em numero de adolescentes está em 4º lugar, com 664 adolescentes privados de
liberdade. O Rio Grande do Sul é o terceiro em numero de recursos, 12,57% e de adolescentes
internados, com 880 jovens nestas condições.
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Muito embora o Estado de Pernambuco concentre um número alto de adolescentes
cumprindo medida de internação, 1.027 adolescentes, esta realidade não se espelha no
conjunto de recursos procedentes daquele Estado. Ou as questões estão pacificadas na
interpretação do Estatuto ou há baixa discussão e questionamento por parte da Defesa.
ESTADO DE ONDE PROCEDE A IMPETRAÇÃO OU INTERPOSIÇÃO DA
MEDIDA PROCESSUAL:
ESTADO OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
SP 75 44,91%
RJ 26 15,57%
RS 21 12,57%
DF 14 8,38%
MG 9 5,39%
PI 7 4,19%
MS 5 2,99%
PE 3 1,80%
ES 3 1,80%
Outros 4 2,40%
TOTAL: 180 100%
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70
45%
16%
13%
8%
5%
4%
3%2% 2% 2%
STJ - Estado de onde procede a medida
processual
SP
RJ
RS
DF
MG
PI
MS
PE
ES
Das medidas identificadas, a imensa maioria se tratou de Habeas Corpus, com 83,83%
do percentual geral, sendo que não houve grande discrepância entre os casos de concessão e
denegação neste tipo de recurso, como se constata das tabelas e gráficos a seguir:
TIPO DE MEDIDA PROCESSUAL:
MEDIDA
PROCESSUAL
OCORRÊNCIAS PORCENTAGEM
Habeas Corpus 140 83,83%
Recurso Ordinário em
Habeas Corpus 14 8,38%
Recurso Especial 8 4,79%
Agravo Regimental 5 2,99%
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71
TOTAL: 167 100%
RESULTADO DO PEDIDO:
MEDIDA
PROCESSUAL
RESU
LTADO
OCORR
ÊNCIAS
PORCEN
TAGEM
Conced
ido 69 49,29%
Denega
do 60 42,86%
Conced
ido de ofício 6 4,29%
Habeas Corpus
Não
conhecido 5 3,57%
TOTAL: 140 100%
Provido 4 28,57% Recurso
Ordinário em Improvi 10 71,43%
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72
Habeas Corpus do
TOTAL: 14 100%
Provido 3 37,5%
Improvi
do
2 25,0%
Recurso Especial
Não
conhecido*
3 37,5%
TOTAL: 8 100%
Provido 0 0% Agravo
Regimental Improvi
do
5 100%
TOTAL: 5 100%
Observando-se a parte impetrante, constatamos que em apenas um Recurso Especial, o
Ministério Público contou como parte, pleiteando a reforma da decisão que decretou a
nulidade do processo por ausência dos representantes legais do adolescente na audiência de
apresentação, e o mesmo recebeu provimento.
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Já dentre os Habeas Corpus impetrados por adolescentes 49,29% foram concedidos e
42,86% denegados. Somando-se ainda a concessão de oficio, 4,29%, pode-se aferir um índice
maior de acolhimento que de denegação. No entanto, nos Recursos Ordinários em HC ,
71,43% dos pedidos não foram acolhidos e chamou a atenção o percentual de 42,86% dos
Recursos especiais que não chegaram a ser conhecidos pelo Tribunal Superior.
RESULTADO DO PEDIDO CONJUGADO COM PARTE INTERESSADA :
MEDIDA PARTE RESULTA
DO
OCORRÊNCI
AS
PORCENTAGEM
Concedido 69 49,29%
Denegado 60 42,86%
Concedido
de ofício 6 4,29%
Habeas
Corpus
Adolescent
e
Não
conhecido 5 3,57
TOTAL: 140 100%
Provido 4 28,57% Recurso
Ordinário
em HC
Adolescent
e Improvido 10 71,43%
TOTAL: 14 100%
Provido 2 28,57%
Improvido 2 28,57% Adolescent
e Não
conhecido 3 42,86%
TOTAL: 7 100%
Recurso
Especial
Provido 1 100%
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74
Improvido 0 0% MP
Não
conhecido 0 0%
TOTAL: 1 100%
Provido 0 0% Adolescent
e Improvido 5 100%
TOTAL: 5 100%
Provido 0 0% MP Improvido 0 0%
Agravo
Regimental
TOTAL: 0 0%
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No tocante às questões e temas levantados nas medidas recursais apresentadas pela
Defesa dos adolescentes, observa-se que em sua maioria guardam correspondência àquelas já
observadas nos Tribunais Estaduais: imposição da medida de internação fora das hipóteses
legais do artigo 122 do ECA, aplicação automática da internação em se tratando de ato grave (
violação do princípio da excepcionalidade), prescrição da medida, questões afetas ao direito à
progressão, e descumprimento do prazo legal na internação provisória.
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Dois outros temas, entretanto, ganharam maior repercussão no STJ: a impossibilidade
de fundamentar a decisão de internação unicamente na confissão do adolescente e o advento
da maioridade civil como causa extintiva da medida socioeducativa.
Temáticas veiculadas pelo Adolescente
TEMÁTICA VEICULADA OCOR
RÊNCIAS
ACOL
HIDAS
Condenação com ausência de provas. 5 0
Excesso de prazo na internação provisória. 9 7
Extinção da medida. Advento de
maioridade civil. 11 0
Ilegalidade no indeferimento de progressão
de medida diante de laudo favorável. 5 1
Impossibilidade de aplicação de MSE-SL,
pois o art. 120, §2º, ECA vincularia esta aos
requisitos da MSE-I (art. 122, ECA), exigindo,
assim, os mesmos requisitos.
9 0
Impossibilidade de conversão de MSE-LA
em MSE-SL por descumprimento e prática de
novo ato infracional.
7 0
Impossibilidade de imposição de MSE
com fundamento único na confissão do infrator.
6 5
Impossibilidade de imposição de MSE-I a
infração fora das hipóteses do art. 122, ECA*.
32 21
Impossibilidade de imposição de MSE-I
com base na gravidade do delito sem considerar
20 6
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77
condições pessoais do infrator.
Prescrição da MSE*. 24 11
Violação do princípio da excepcionalidade
na aplicação de MSE-I.
17 3
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0 5 10 15 20 25 30 35
Condenação com ausência de provas.
Excesso de prazo na internação
provisória.
Extinção da medida. Advento de
maioridade civil.
Ilegalidade no indeferimento de
progressão de medida diante de laudo
favorável.
Impossibilidade de aplicação de MSE-
SL, pois o art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I (art. …
Impossibilidade de conversão de MSE-LA
em MSE-SL por descumprimento e
prática de novo ato infracional.
Impossibilidade de imposição de MSE
com fundamento único na confissão do
infrator.
Impossibilidade de imposição de MSE
com fundamento único na confissão do
infrator.
Impossibilidade de imposição de MSE-I a
infração fora das hipóteses do art.
122, ECA*.
Prescrição da MSE*.
Violação do princípio da
excepcionalidade na aplicação de MSE-I.
Temáticas veiculadas - Adolescente
Acolhidas
Ocorrências
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Justamente com relação à confissão, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula
n.º42, fixando o entendimento de que "no procedimento para aplicação de medida sócio-
educativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente".
Sabe-se que a Súmula 342 foi firmada com base no julgamento de dez Habeas Corpus
(desses, nove são provenientes de São Paulo, interpostos pela Procuradoria de Assistência
Judiciária, nºs. 39.548, 42.747, 42.384, 42.382, 43.392, 40.342, 43.644, 43.657 e 44.275, e um
proveniente do Rio de Janeiro, de n.º 32.342), e em um recurso ordinário em Habeas Corpus
(RHC 15.258-SP). De todos os casos, apenas um - o HC n.º32.324-RJ - não se refere à
aplicação da medida de internação15.
4.2. PARTE II – A ELOQUENCIA DAS PRÁTICAS: Um olhar
sobre as Varas Especializadas da Infância e Juventude
1. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - SALVADOR/BA
1.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS
1.1.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 26 86,67%
Execução 4 13,33%
TOTAL 30 100,00%
15 FRASSETO, Flávio Américo. Ato Infracional, Medida Socioeducativa e Processo: A Nova Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Disponível em www.abmp.org.br/sites/frasseto.
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80
1.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:
Idade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Treze 1 3,33%
Quatorze 3 10,00%
Quinze 8 26,67%
Dezesseis 6 20,00%
Dezessete 9 30,00%
Não informada 3 10,00%
TOTAL 30 100,00%
Cor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Branca 0 0,00%
Parda 15 50,00%
Negra 10 33,33%
Não informada 5 16,67%
TOTAL 30 100,00%
Sexo Ocorrênci
a
Porcentag
em
Masculino 28 93,33%
Feminino 2 6,67%
TOTAL 30 100,00%
Representação Judicial Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advogado Particular 3 10,00%
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Defensoria Pública 26 86,67%
Não informada 1 3,33%
TOTAL 30 100,00%
1.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)
Ato Infracional* Ocorrênci
a**
Porcentag
em
Ameaça 3 8,33%
Furto 6 16,67%
Homicídio 3 8,33%
Porte de arma - uso permitido/não
permitido
3 8,33%
Roubo 10 27,78%
Tráfico de entorpecentes 6 16,67%
Outros 5 13,89%
TOTAL 36 100,00%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades
simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
** Há a imputação de mais de um ato infracional ao adolescente.
Concurso de Agentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Individual 13 43,33%
Concurso com adolescentes 6 20,00%
Concurso com adultos 6 20,00%
Concurso com adolescentes e adultos 3 10,00%
Concurso com pessoa não
identificada
1 3,33%
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82
Não informado 1 3,33%
TOTAL 30 100,00%
1.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS
1.2.1. Espécie de Audiência observada
Espécie de audiência observada Ocorrênci
a
Porcentag
em
Apresentação 12 80,00%
Continuação 2 13,33%
Descumprimento de medida 1 6,67%
Progressão de medida 0 0,00%
Encerramento de medida 0 0,00%
Outras 0 0,00%
TOTAL 15 100,00%
1.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência
MP presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 80,00%
Não 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
Defensor presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 15 100,00%
Não 0 0,00%
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83
TOTAL 15 100,00%
1.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação
Testemunha presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 2 100,00%
1.2.4. Presença de familiares
Familiar presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 11 73,33%
Não 4 26,67%
TOTAL 15 100,00%
Espécie de familiar Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 1 9,09%
Mãe 8 72,73%
Pai 1 9,09%
Outros 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
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84
1.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS
1.3.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 11 73,33%
Execução 4 26,67%
TOTAL 15 100,00%
Imputação de ato infracional
praticado mediante violência ou grave
ameaça
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 10 66,67%
Não 5 33,33%
TOTAL 15 100,00%
1.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente
Familiar com quem vive Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 1 6,67%
Mãe 8 53,33%
Pai 1 6,67%
Outro 3 20,00%
Nenhum 1 6,67%
Não informado 1 6,67%
TOTAL 15 100,00%
Situação econômica Ocorrênci Porcentag
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85
a em
Boa 0 0,00%
Ruim 8 53,33%
Carente 1 6,67%
Não informado 6 40,00%
TOTAL 15 100,00%
Antecedentes* Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 26,67%
Não 11 73,33%
TOTAL 15 100,00%
* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas
condenação prévia pela a prática de ato infracional.
1.3.3. Apreensão do adolescente
Apreensão do adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Flagrante 11 73,33% S
im Ordem judicial 1 6,67%
Não 2 13,33%
Não informado 1 6,67%
TOTAL 15 100,00%
1.3.3.1. Apreensão em flagrante
Liberação do adolescente após
flagrante
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 18,18%
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Não 9 81,82%
TOTAL 11 100,00%
Ident. dos responsáveis pela
apreensão
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 11 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 11 100,00%
Comunicação à família Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informado 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos
Identificação compulsória Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Assistência de defensor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
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87
1.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais
Apreensão dos instrumentos do
delito
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 6 40,00%
Não 1 6,67%
Não se aplica 5 33,33%
Não informado 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 10 66,66%
Não 0 0,00%
Não se aplica 2 13,33%
Não informado 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
Requisição de perícias para
comprovação da materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 6 40,00%
Não 5 33,33%
Não se aplica 1 6,67%
Não informado 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
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Sim 1 6,67%
Não 0 0,00%
Não se aplica 11 73,33%
Não informado 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
1.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.
1.3.5.1. Audiência pré-processual
Presença de familiares Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 15 100,00%
TOTAL 15 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Oitiva da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não se aplica 5 33,33%
Não informada 10 66,67%
TOTAL 15 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Oitiva do responsável legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
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89
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 15 100,00%
TOTAL 15 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Oitiva das testemunhas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 15 100,00%
TOTAL 15 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Confissão do menor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 5 33,33%
Não 1 6,67%
Não informada 9 60,00%
TOTAL 15 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos. As
informações conseguidas foram retiradas de breves menções contidas em algumas representações
1.3.5.2. Providência do Ministério Público.
Providência do MP Ocorrênci Porcentag
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90
a em
s/ pleito de int.
provisória
4 26,67%
Represe
ntação c/ pleito de int.
provisória
10 66,66%
Arquivamento 0 0,00%
sem cumulação de
MSE
0 0,00%
Remiss
ão com cumulação de
MSE
0 0,00%
Não informado 1 6,67%
TOTAL 15 100,00%
1.3.6. Internação provisória
Manifestação juiz diante do pleito
do MP
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Decretação/manutenção 10 100,00%
Liberação 0 0,00%
TOTAL 10 100,00%
1.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada
Demonstração de indícios de
autoria e materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 10 10,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 10 100,00%
Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci Porcentag
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91
a em
Gravidade do ato infracional 7 70,00%
Gravidade do ato infracional e
manutenção da ordem pública
1 10,00%
Fundamentação inexistente 2 20,00%
TOTAL 10 100,00%
Exame de corpo de delito do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 10,00%
Não 0 0,00%
Não informado 9 90,00%
TOTAL 10 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos
Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 3 30,00%
Não 6 60,00%
Não informado 1 10,00%
TOTAL 10 100,00%
1.3.7. Audiência de apresentação
Oitiva do adolescente - confissão Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 80,00%
Não 2 13,33%
Não informado 1 6,67%
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92
TOTAL 15 100,00%
Oitiva do representante legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 6 40,00%
Não 6 40,00%
Não informado 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
1.3.8. Audiência em continuação
Realização de audiência de
continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 60,00%
Não realizada 6 40,00%
TOTAL 15 100,00%
Motivo da não realização da
audiência de continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Concessão de Remissão 1 20,00%
Dispensa pelas partes 4 60,00%
Extinção do processo sem julgamento
de mérito
0 0,00%
Ainda não havia sido designada 1 20,00%
TOTAL 5 100,00%
1.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas
Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
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93
Sim 9 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 9 100,00%
Oitiva de testemunhas do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
Diligências probatórias - MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
Diligências probatórias -
Adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
1.3.9. Sentença
Natureza da sentença Ocorrênci
a
Porcentag
em
Condenatória 13 86,66%
Absolutória 1 6,67%
Concessiva de remissão 1 6,67%
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94
TOTAL 15 100,00%
1.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias
a) Medidas sócio-educativas
Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advertência 0 0,00%
Reparação do dano 0 0,00%
Prestação de serviços à comunidade 3 23,08%
Liberdade assistida 2 15,38%
Semi-liberdade 0 0,00%
Internação 8 61,54%
TOTAL 13 100,00%
Medida de Internação
Fundamentação objetiva
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ato infracional praticado com
violência ou grave ameaça*
4 50,00%
Reiteração na prática de infrações
graves
3 37,50%
Ato infracional equiparado a crime
hediondo
0 0,00%
Fundamentação inexistente 1 12,50%
TOTAL 8 100,00%
* Destaca-se que um dos casos se tratava de ato infracional equiparado ao tráfico de entorpecentes
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b) Medidas protetivas
Imposição de medida protetiva Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 7 53,85%
Não 6 46,15%
TOTAL 13 100,00%
Medidas protetivas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Art. 101, I 0 0,00%
Art. 101, II 0 0,00%
Art. 101, III 4 30,77%
Art. 101, IV 4 30,77%
Art. 101, V 1 7,69%
Art. 101, VI 4 30,77%
Art. 101, VII 0 0,00%
Art. 101, VIII 0 0,00%
TOTAL 13 100,00%
c) Fundamentação subjetiva
Condições pessoais do adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 69,23%
Não 4 30,77%
TOTAL 13 100,00%
Referência à perigosidade Ocorrênci
a
Porcentag
em
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Sim 2 15,38%
Não 11 84,62%
TOTAL 13 100,00%
Justificação dos fins
protetivos/pedagógicos
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 3 23,08%
Não 10 76,92%
TOTAL 13 100,00%
Outros argumentos utilizados Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ordem pública e paz social 1 7,69%
Acompanhamento por
profissionais
2 15,39%
Laudo técnico 1 7,69% im
Genéricos 2 15,39%
Não 7 53,84%
TOTAL 13 100,00%
1.3.10. Recursos
Interposição de recurso Ocorrênci
a
Porcentag
em
MP 0 0,00%
Adolescente 0 0,00%
TOTAL 0 0,00%
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97
1.3.11. Execução
Incidentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Descumprimento de medida 0 0,00%
Progressão de medida 2 50,00%
Transferência 1 25,00%
Extinção de medida 1 25,00%
TOTAL 4 100,00%
Progressão
MSE anterior x MSE progredida
Ocorrênci
a
Porcentag
em
MSE-I MSE-LA 2 100,00%
TOTAL 2 100,00%
2. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - SÃO PAULO/SP
2.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS
2.1.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 26 89,66%
Execução 3 10,34%
TOTAL 29 100,00%
2.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:
Idade Ocorrênci Porcentag
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98
a em
Treze 3 10,34%
Quatorze 5 17,24%
Quinze 5 17,24%
Dezesseis 7 24,14%
Dezessete 7 24,14%
Não informada 2 6,90%
TOTAL 29 100,00%
Cor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Branca 5 17,24%
Parda 16 55,17%
Negra 8 27,59%
TOTAL 29 100,00%
Sexo Ocorrênci
a
Porcentag
em
Masculino 26 89,66%
Feminino 3 10,34%
TOTAL 29 100,00%
Representação Judicial Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advogado Particular 3 10,34%
Defensoria Pública 26 89,66%
TOTAL 29 100,00%
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2.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)
Ato Infracional* Ocorrênci
a**
Porcentag
em
Corrupção ativa 2 6,25%
Furto 6 18,75%
Homicídio 2 6,25%
Roubo 9 28,12%
Tráfico de entorpecentes 6 18,75%
Outros 4 12,50%
Não informados 3 9,38%
TOTAL 32 100,00%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades
simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
** Há a imputação de mais de um ato infracional ao adolescente.
Concurso de Agentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Individual 9 31,03%
Concurso com adolescentes 8 27,59%
Concurso com adultos 8 27,59%
Concurso com adolescentes e adultos 0 0,00%
Concurso com pessoa não
identificada
1 3,45%
Não informado 3 10,34%
TOTAL 29 100,00%
2.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS
2.2.1. Espécie de Audiência observada
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100
Espécie de audiência observada Ocorrênci
a
Porcentag
em
Apresentação 7 46,67%
Continuação 5 33,33%
Descumprimento de medida 2 13,33%
Progressão de medida 1 6,67%
Encerramento de medida 0 0,00%
Outras 0 0,00%
TOTAL 15 100,00%
2.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência
MP presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 15 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 15 100,00%
Defensor presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 80,00%
Não 3 20,00%
TOTAL 15 100,00%
2.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação
Testemunha presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 5 100,00%
Não 0 0,00%
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101
TOTAL 5 100,00%
2.2.4. Presença de familiares
Familiar presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 10 66,67%
Não 5 33,33%
TOTAL 15 100,00%
Espécie de familiar Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 0 0,00%
Mãe 5 50,00%
Pai 3 30,00%
Outros 2 20,00%
TOTAL 10 100,00%
2.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS
2.3.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 14 100,00%
Execução 0 0,00%
TOTAL 14 100,00%
Imputação de ato infracional
praticado mediante violência ou grave
Ocorrênci
a
Porcentag
em
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102
ameaça
Sim 6 42,86%
Não 8 57,14%
TOTAL 14 100,00%
2.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente
Familiar com quem vive Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 1 7,14%
Mãe 7 50,00%
Pai 0 0,00%
Outro 4 28,57%
Nenhum 1 7,14%
Não informado 1 7,14%
TOTAL 14 100,00%
Situação econômica Ocorrênci
a
Porcentag
em
Boa 1 7,14%
Ruim 11 78,57%
Carente 1 7,14%
TOTAL 14 100,00%
Antecedentes* Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 64,29%
Não 5 35,71%
TOTAL 14 100,00%
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103
* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas
condenação prévia pela a prática de ato infracional.
2.3.3. Apreensão do adolescente
Apreensão do adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Flagrante 11 78,57% S
im Ordem judicial 2 14,29%
Não 1 7,14%
TOTAL 14 100,00%
2.3.3.1. Apreensão em flagrante
Liberação do adolescente após
flagrante
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Ident. dos responsáveis pela
apreensão
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 11 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 11 100,00%
Comunicação à família Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
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104
Não informado 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos
Identificação compulsória Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Assistência de defensor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
2.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais.
Apreensão dos instrumentos do
delito
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 28,57%
Não 2 14,29%
Não se aplica 8 57,14%
TOTAL 14 100,00%
Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 85,71%
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105
Não 0 0,00%
Não se aplica 2 14,29%
TOTAL 14 100,00%
Requisição de perícias para
comprovação da materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 57,14%
Não 2 14,29%
Não se aplica 4 28,57%
TOTAL 14 100,00%
Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não se aplica 14 100,00%
TOTAL 14 100,00%
2.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.
2.3.5.1. Audiência pré-processual
Presença de familiares Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 14 100,00%
TOTAL 14 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
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Oitiva da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não se aplica 5 35,71%
Não informada 9 64,29%
TOTAL 14 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Oitiva do responsável legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 14 100,00%
TOTAL 14 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Oitiva das testemunhas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 14 100,00%
TOTAL 14 100,00%
Analise restou prejudicada pela ausência da informação na documentação constante nos autos.
Confissão do menor Ocorrênci Porcentag
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107
a em
Sim 9 64,29%
Não 3 21,43%
Não informada 2 14,29%
TOTAL 14 100,00%
As informações conseguidas foram retiradas de breves menções contidas em algumas representações
2.3.5.2. Providência do Ministério Público.
Providência do MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
s/ pleito de int.
provisória
1 7,14%
Represe
ntação c/ pleito de int.
provisória
13 92,86%
Arquivamento 0 0,00%
sem cumulação de
MSE
0 0,00%
Remiss
ão com cumulação de
MSE
0 0,00%
Não informado 0 0,00%
TOTAL 14 100,00%
2.3.6. Internação provisória
Manifestação juiz diante do pleito
do MP
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Decretação/manutenção 13 100,00%
Liberação 0 0,00%
TOTAL 13 100,00%
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2.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada
Demonstração de indícios de
autoria e materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 7,69%
Não 12 92,31%
TOTAL 13 100,00%
Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci
a
Porcentag
em
Gravidade do ato infracional 6 46,15%
Fundamentação inexistente 7 53,85%
TOTAL 13 100,00%
Exame de corpo de delito do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 11 84,62%
Não 0 0,00%
Não informado 2 15,38%
TOTAL 13 100,00%
Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 10 76,92%
Não 2 15,38%
Não informado 1 7,69%
TOTAL 13 100,00%
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109
2.3.7. Audiência de apresentação
Oitiva do adolescente - confissão Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 64,29%
Não 5 35,71%
TOTAL 14 100,00%
Oitiva do representante legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 7,14%
Não 13 92,86%
TOTAL 14 100,00%
2.3.8. Audiência em continuação
Realização de audiência de
continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 57,14%
Não 6 42,86%
TOTAL 14 100,00%
Motivo da não realização da
audiência de continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Concessão de Remissão 0 0,00%
Dispensa pelas partes 4 60,00%
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110
Extinção do processo sem julgamento
de mérito
0 0,00%
Ainda não havia sido designada 2 40,00%
TOTAL 6 100,00%
2.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas
Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 8 100,00%
Oitiva de testemunhas do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 8 100,00%
TOTAL 8 100,00%
Diligências probatórias - MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 8 100,00%
TOTAL 8 100,00%
Diligências probatórias -
Adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 8 100,00%
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111
TOTAL 8 100,00%
2.3.9. Sentença
Natureza da sentença Ocorrênci
a
Porcentag
em
Condenatória 12 85,71%
Absolutória 0 0,00%
Concessiva de remissão 0 0,00%
Ainda não prolatada 2 14,29%
TOTAL 14 100,00%
2.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias
a) Medidas sócio-educativas
Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advertência 1 8,33%
Reparação do dano 0 0,00%
Prestação de serviços à comunidade 0 0,00%
Liberdade assistida 1 8,33%
Semi-liberdade 3 25,00%
Internação 7 58,33%
TOTAL 12 100,00%
Medida de Internação
Fundamentação objetiva
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ato infracional praticado com
violência ou grave ameaça
3 42,86%
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Reiteração na prática de infrações
graves
3 42,86%
Ato infracional equiparado a crime
hediondo
0 0,00%
Fundamentação inexistente 1 14,28%
TOTAL 7 100,00%
b) Medidas protetivas
Imposição de medida protetiva Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 33,33%
Não 8 66,66%
TOTAL 12 100,00%
Medidas protetivas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Art. 101, I 0 0,00%
Art. 101, II 0 0,00%
Art. 101, III 4 66,66%
Art. 101, IV 2 33,33%
Art. 101, V 0 0,00%
Art. 101, VI 0 0,00%
Art. 101, VII 0 0,00%
Art. 101, VIII 0 0,00%
TOTAL 6 100,00%
c) Fundamentação subjetiva
Condições pessoais do adolescente Ocorrênci Porcentag
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113
a em
Sim 6 50,00%
Não 6 50,00%
TOTAL 12 100,00%
Referência à perigosidade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 16,67%
Não 10 83,33%
TOTAL 12 100,00%
Justificação dos fins
protetivos/pedagógicos
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 5 41,67%
Não 7 58,33%
TOTAL 12 100,00%
Outros argumentos utilizados Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ineficiência das MSEs
anteriores
1 8,33%
Gravidade do delito 1 8,33%
Laudo técnico 1 8,33% im
Genéricos 1 8,33%
Não 8 66,66%
TOTAL 12 100,00%
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2.3.10. Recursos
Interposição de recurso Ocorrênci
a
Porcentag
em
MP 0 0,00%
Adolescente 1 100,00%
TOTAL 1 100,00%
Julgamento recurso – Adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Provido 0 0,00%
Improvido 1 100,00%
TOTAL 1 100,00%
2.3.11. Execução
Incidentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Descumprimento de medida 0 0,00%
Progressão de medida 0 0,00%
Transferência 0 0,00%
Extinção de medida 0 0,00%
TOTAL 0 100,00%
3. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS - PORTO ALEGRE/RS
3.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS
3.1.1. Informações sobre os processos analisados
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Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 18 78,26%
Execução 5 21,74%
TOTAL 23 100,00%
3.1.2. Informações gerais sobre o adolescente:
Idade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Doze 1 4,35%
Treze 3 13,04%
Quatorze 2 8,70%
Quinze 1 4,35%
Dezesseis 4 17,39%
Dezessete 9 39,13%
Não informada 2 8,70%
TOTAL 23 100,00%
Cor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Branca 11 47,83%
Parda 4 17,39%
Negra 4 17,39%
Não informada 4 17,39%
TOTAL 23 100,00%
Sexo Ocorrência Porcentagem
Masculino 19 82,61%
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Feminino 3 13,04%
Não informado 1 4,35%
TOTAL 23 100,00%
Representação Judicial Ocorrência Porcentagem
Advogado Particular 1 4,35%
Defensoria Pública 22 95,65%
TOTAL 23 100,00%
3.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)
Ato Infracional* Ocorrência Porcentagem
Ameaça 2 8,70%
Furto 5 21,74%
Roubo 8 34,78%
Tráfico de entorpecentes 5 21,74%
Outros 3 13,04%
TOTAL 23 100,00%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades
simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
Concurso de Agentes Ocorrência Porcentagem
Individual 7 30,43%
Concurso com adolescentes 8 34,78%
Concurso com adultos 3 13,04%
Concurso com adolescentes e adultos 1 4,35%
Concurso com pessoa não
identificada
1 4,35%
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Não informado 3 13,04%
TOTAL 23 100,00%
3.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS
3.2.1. Espécie de Audiência observada
Espécie de audiência observada Ocorrência Porcentagem
Apresentação 5 41,67%
Continuação 2 16,67%
Descumprimento de medida 1 8,33%
Progressão de medida 0 0,00%
Encerramento de medida 0 0,00%
Outras* 4 33,33%
TOTAL 12 100,00%
* As VIJs de Porto Alegre realizam audiências peculiares, como a de “avaliação de medida” e de “plano
de atendimento”
3.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência
MP presente na audiência Ocorrência Porcentagem
Sim 11 91,67%
Não 1 8,33%
TOTAL 12 100,00%
Defensor presente na audiência Ocorrência Porcentagem
Sim 11 91,67%
Não 01 8,33%
TOTAL 12 100,00%
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3.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação
Testemunha presente na audiência Ocorrência Porcentagem
Sim 3 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 3 100,00%
3.2.4. Presença de familiares
Familiar presente na audiência Ocorrência Porcentagem
Sim 11 91,67%
Não 1 8,33%
TOTAL 12 100,00%
Espécie de familiar Ocorrência Porcentagem
Pais 1 9,09%
Mãe 7 63,64%
Pai 2 18,18%
Outros 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
3.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS
3.3.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrência Porcentagem
Conhecimento 11 100,00%
Execução 0 0,00%
TOTAL 11 100,00%
Imputação de ato infracional Ocorrência Porcentagem
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praticado mediante violência ou grave
ameaça
Sim 5 45,45%
Não 6 54,55%
TOTAL 11 100,00%
3.3.2. Informações pessoais sobre o adolescente
Familiar com quem vive Ocorrência Porcentagem
Pais 0 0,00%
Mãe 0 0,00%
Pai 0 0,00%
Outro 0 0,00%
Nenhum 0 0,00%
Não informado 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Situação econômica Ocorrência Porcentagem
Boa 0 0,00%
Ruim 0 0,00%
Carente 0 0,00%
Não informado 11 100,00%
TOTAL 11 100,00%
Antecedentes* Ocorrência Porcentagem
Sim 3 27,27%
Não 0 0,00%
Não informado 8 72,73%
TOTAL 11 100,00%
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120
* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedentes apenas
condenação prévia pela a prática de ato infracional.
3.3.3. Apreensão do adolescente
Apreensão do adolescente Ocorrência Porcentagem
Flagrante 10 90,91% S
im Ordem judicial 0 0,00%
Não 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
Ident. dos responsáveis pela
apreensão
Ocorrência Porcentagem
Sim 8 80,00%
Não 0 0,00%
Não informado 2 20,00%
TOTAL 10 100,00%
Comunicação à família Ocorrência Porcentagem
Sim 8 80,00%
Não 0 0,00%
Não informado 2 20,00%
TOTAL 10 100,00%
Identificação compulsória Ocorrência Porcentagem
Sim 2 20,00%
Não 3 30,00%
Não informada 5 50,00%
TOTAL 10 100,00%
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121
Assistência de defensor Ocorrência Porcentagem
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 10 100,00%
TOTAL 10 100,00%
3.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais.
Apreensão dos instrumentos do
delito
Ocorrência Porcentagem
Sim 5 45,45%
Não 0 0,00%
Não se aplica 5 45,45%
Não informada 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
Apreensão dos objetos do delito Ocorrência Porcentagem
Sim 9 81,82%
Não 0 0,00%
Não se aplica 1 9,09%
Não informada 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
Requisição de perícias para
comprovação da materialidade Ocorrência Porcentagem
Sim 7 63,64%
Não 0 0,00%
Não se aplica 3 27,27%
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122
Não informada 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
Exame de corpo de delito da vítima Ocorrência Porcentagem
Sim 1 9,09%
Não 0 0,00%
Não se aplica 10 90,91%
TOTAL 11 100,00%
3.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.
3.3.5.1. Audiência pré-processual
Presença de familiares Ocorrência Porcentagem
Sim 4 36,36%
Não 6 54,54%
Não informada 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
Oitiva da vítima Ocorrência Porcentagem
Sim 1 9,09%
Não 3 27,27%
Não se aplica 4 36,36%
Não informada 3 27,27%
TOTAL 11 100,00%
Oitiva do responsável legal Ocorrência Porcentagem
Sim 2 18,18%
Não 2 18,18%
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123
Não informada 7 63,64%
TOTAL 11 100,00%
Oitiva das testemunhas Ocorrência Porcentagem
Sim 1 9,09%
Não 3 27,27%
Não informada 7 63,64%
TOTAL 11 100,00%
Confissão do adolescente Ocorrência Porcentagem
Sim 1 9,09%
Não 4 36,36%
Não informada 6 54,55%
TOTAL 11 100,00%
3.3.5.2. Providência do Ministério Público.
Providência do MP Ocorrência Porcentagem
s/ pleito de int.
provisória
1 9,09%
Representação c/ pleito de int.
provisória
10 90,91%
Arquivamento 0 0,00%
sem cumulação de
MSE
0 0,00%
Remissão com cumulação de
MSE
0 0,00%
Não informado 0 0,00%
TOTAL 11 100,00%
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3.3.6. Internação provisória
Manifestação juiz diante do pleito
do MP
Ocorrência Porcentagem
Decretação/manutenção 8 80,00%
Liberação 2 20,00%
TOTAL 10 100,00%
3.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada
Demonstração de indícios de
autoria e materialidade
Ocorrência Porcentagem
Sim 3 37,50%
Não 3 37,50%
Não informada 2 25,00%
TOTAL 8 100,00%
Fundamento adotado pelo juiz Ocorrência Porcentagem
Gravidade do ato infracional 8 100,00%
TOTAL 8 100,00%
Exame de corpo de delito do
adolescente
Ocorrência Porcentagem
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informado 8 100,00%
TOTAL 8 100,00%
Respeito ao limite de 45 dias Ocorrência Porcentagem
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Sim 6 75,00%
Não 0 0,00%
Não informado 2 25,00%
TOTAL 8 100,00%
3.3.7. Audiência de apresentação
Oitiva do adolescente - confissão Ocorrência Porcentagem
Sim 1 9,09%
Não 7 63,64%
Não informada 3 27,27%
TOTAL 11 100,00%
Oitiva do representante legal Ocorrência Porcentagem
Sim 2 18,18%
Não 7 63,64%
Não informada 2 18,18%
TOTAL 11 100,00%
3.3.8. Audiência em continuação
Realização de audiência de
continuação
Ocorrência Porcentagem
Sim 11 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 11 100,00%
3.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas
Oitiva de testemunhas do MP Ocorrência Porcentagem
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Sim 6 54,55%
Não 1 9,09%
Não informada 4 36,36%
TOTAL 11 100,00%
Oitiva de testemunhas do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 6 54,55%
Não informada 5 45,45%
TOTAL 11 100,00%
Diligências probatórias - MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 18,18%
Não 4 36,36%
Não informada 5 45,45%
TOTAL 11 100,00%
Diligências probatórias -
Adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 6 54,55%
Não informada 5 45,45%
TOTAL 11 100,00%
3.3.9. Sentença
Natureza da sentença Ocorrênci Porcentag
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127
a em
Condenatória 10 90,91%
Absolutória 0 0,00%
Concessiva de remissão 1 9,09%
TOTAL 11 100,00%
3.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias
a) Medidas sócio-educativas
Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advertência 0 0,00%
Reparação do dano 0 0,00%
Prestação de serviços à comunidade 0 0,00%
Liberdade assistida 0 0,00%
Liberdade assistida cumulada com
prestação de serviços a comunidade 3 30,00%
Semi-liberdade 0 0,00%
Internação 7 70,00%
TOTAL 10 100,00%
Medida de Internação
Fundamentação objetiva
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ato infracional praticado com
violência ou grave ameaça 4 57,14%
Reiteração na prática de infrações
graves
2 28,57%
Ato infracional equiparado a crime 0 0,00%
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128
hediondo
Fundamentação inexistente 0 0,00%
Não informada 1 14,29%
TOTAL 7 100,00%
b) Medidas protetivas
Imposição de medida protetiva Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 0 0,00%
Não informada 10 100,00%
TOTAL 10 100,00%
c) Fundamentação subjetiva
Condições pessoais do adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 3 30,00%
Não 3 30,00%
Não informada 4 40,00%
TOTAL 10 100,00%
Referência a perigosidade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 6 60,00%
Não informada 4 40,00%
TOTAL 10 100,00%
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129
Justificação dos fins
protetivos/pedagógicos
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 6 60,00%
Não informada 4 40,00%
TOTAL 10 100,00%
Outros argumentos utilizados Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim – Crime hediondo 2 20,00%
Não 4 40,00%
Não informado 4 40,00%
TOTAL 10 100,00%
3.3.10. Recursos
Interposição de recurso Ocorrênci
a
Porcentag
em
MP 0 0,00%
Adolescente 1 100,00%
TOTAL 100 0,00%
Julgamento recurso – Adolescente Ocorrênci
a
Porcentag
em
Provido 0 0,00%
Improvido 1 100,00%
TOTAL 1 100,00%
3.3.11. Execução
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130
Incidentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Descumprimento de medida 0 0,00%
Progressão de medida 0 0,00%
Transferência 0 0,00%
Extinção de medida 0 0,00%
TOTAL 0 100,00%
4. QUANTIFICAÇÃO DE DADOS – RECIFE/PE
4.1. INFORMAÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS E AUDIÊNCIAS
4.1.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 25 100,00%
Execução 0 0,00%
TOTAL 25 100,00%
4.1.2. Informações gerais sobre o menor:
Idade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Treze 0 0,00%
Quatorze 5 20,00%
Quinze 6 24,00%
Dezesseis 6 24,00%
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131
Dezessete 6 24,00%
Não informada 2 8,00%
TOTAL 25 100,00%
Cor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Branca 0 0,00%
Parda 20 80,00%
Negra 1 4,00%
Não informada 4 16,00%
TOTAL 25 100,00%
Sexo Ocorrênci
a
Porcentag
em
Masculino 18 72,00%
Feminino 5 20,00%
Não informado 2 8,00%
TOTAL 25 100,00%
Representação Judicial Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advogado Particular 3 12,00%
Advogado Dativo 8 24,00%
Defensoria Pública 14 64,00%
TOTAL 25 100,00%
4.1.3. Informações sobre o(s) ato(s) infracional(is) praticado(s)
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132
Ato Infracional* Ocorrênci
a**
Porcentag
em
Ameaça 3 12,00%
Furto 4 16,00%
Homicídio 1 4,00%
Lesão Corporal 2 8,00%
Porte de arma - uso permitido/não
permitido
5 20,00%
Roubo 5 20,00%
Tráfico de entorpecentes 1 4,00%
Outros 4 16,00%
TOTAL 25 100,00%
* Atos infracionais classificados somente de acordo com o tipo base, sem distinção entre modalidades
simples/circunstanciada/qualificada, tentada/consumada e dolosa/culposa.
** Há a imputação de mais de um ato infracional ao menor. Nas audiências de advertência, não se fez
possível apurar os atos infracionais praticados, uma vez que era realizada com a presença de diversos menores
simultaneamente.
Concurso de Agentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Individual 16 64,00%
Concurso com adolescentes 4 16,00%
Concurso com adultos 2 8,00%
Concurso com adolescentes e adultos 1 4,00%
Concurso com pessoa não
identificada
0 0,00%
Não informado 2 8,00%
TOTAL 25 100,00%
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133
4.2. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA OBSERVAÇÃO DE AUDIÊNCIAS
4.2.1. Espécie de Audiência observada
Espécie de audiência observada Ocorrênci
a
Porcentag
em
Apresentação 3 25,00%
Continuação 7 58,33%
Descumprimento de medida 0 0,00%
Progressão de medida 0 0,00%
Encerramento de medida 0 0,00%
Advertência (remissão concedida
pelo MP)
2 16,67%
TOTAL 12 100,00%
4.2.2. Presença dos “principais atores” na audiência
MP presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 11 91,67%
Não 1 8,33%
TOTAL 12 100,00%
Defensor presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 12 100,00%
4.2.3. Presença de testemunhas na audiência em continuação
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134
Testemunha presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 6 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 6 100,00%
4.2.4. Presença de familiares
Familiar presente na audiência Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 7 58,33%
Não 5 41,67%
TOTAL 12 100,00%
Espécie de familiar Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 4 57,14%
Mãe 1 14,29%
Pai 1 14,29%
Outros 1 14,29%
TOTAL 7 100,00%
4.3. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DA ANÁLISE DE PROCESSOS
4.3.1. Informações sobre os processos analisados
Natureza Ocorrênci
a
Porcentag
em
Conhecimento 13 100,00%
Execução 0 0,00%
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TOTAL 13 100,00%
Imputação de ato infracional
praticado mediante violência ou grave
ameaça
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 30,77%
Não 9 69,33%
TOTAL 13 100,00%
4.3.2. Informações pessoais sobre o menor
Familiar com quem vive Ocorrênci
a
Porcentag
em
Pais 3 23,08%
Mãe 5 38,46%
Pai 0 0,00%
Outro 0 0,00%
Nenhum 0 0,00%
Não informado 5 38,46%
TOTAL 13 100,00%
Situação econômica* Ocorrênci
a
Porcentag
em
Boa 0 0,00%
Ruim 3 23,08%
Carente 0 0,00%
Não informado 10 76,92%
TOTAL 13 100,00%
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136
* A análise da situação econômica do menor restou prejudicada em virtude do baixo índice de
internações provisórias. São as fichas dos órgãos responsáveis pela internação a grande fonte destas informações.
Antecedentes* Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 7,69%
Não 12 92,31%
TOTAL 13 100,00%
* Diferentemente como acontece em alguns processos, foi considerado como antecedente apenas
condenação prévia pela a prática de ato infracional.
4.3.3. Apreensão do menor
Apreensão do menor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Flagrante 12 92,31% S
im Ordem judicial 0 0,00%
Não 1 7,69%
TOTAL 13 100,00%
4.3.3.1. Apreensão em flagrante
Liberação do menor após flagrante Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 5 41,67%
Não 7 58,33%
TOTAL 12 100,00%
Ident. dos responsáveis pela
apreensão
Ocorrênci
a
Porcentag
em
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137
Sim 12 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 12 100,00%
Comunicação à família Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 12 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 12 100,00%
Identificação compulsória Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 12 100,00%
TOTAL 12 100,00%
Assistência de defensor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 12 100,00%
TOTAL 12 100,00%
4.3.4. Instância policial. Diligências pré-processuais
Apreensão dos instrumentos do
delito
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 15,39%
Não 0 0,00%
Não se aplica 11 84,61%
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138
TOTAL 13 100,00%
Apreensão dos objetos do delito Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 61,54%
Não 0 0,00%
Não se aplica 5 38,46%
TOTAL 13 100,00%
Requisição de perícias para
comprovação da materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 61,54%
Não 0 0,00%
Não se aplica 5 38,46%
TOTAL 13 100,00%
Exame de corpo de delito da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 3 23,08%
Não 0 0,00%
Não se aplica 10 76,92%
TOTAL 13 100,00%
4.3.5. Ministério Público. Atuação pré-processual.
4.3.5.1. Audiência pré-processual
Presença de familiares Ocorrênci
a
Porcentag
em
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139
Sim 4 30,77%
Não 6 46,15%
Não informada 3 23,08%
TOTAL 13 100,00%
Oitiva da vítima Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 7,69%
Não 4 30,77%
Não se aplica 5 38,46%
Não informada 3 23,08%
TOTAL 13 100,00%
Oitiva do responsável legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 5 38,46%
Não 4 30,77%
Não informada 4 30,77%
TOTAL 13 100,00%
Oitiva das testemunhas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 7,69%
Não 9 69,23%
Não informada 3 23,08%
TOTAL 13 100,00%
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Confissão do menor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 69,23%
Não 1 7,69%
Não informada 3 23,08%
TOTAL 13 100,00%
4.3.5.2. Providência do Ministério Público.
Providência do MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
s/ pleito de int.
provisória
5 38,46%
Represe
ntação c/ pleito de int.
provisória
5 38,46%
Arquivamento 0 0,00%
sem cumulação de
MSE
2 15,39%
Remiss
ão com cumulação de
MSE
1 7,69%
TOTAL 13 100,00%
4.3.6. Internação provisória
Manifestação juiz diante do pleito
do MP
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Decretação/manutenção 4 80,00%
Liberação 1 20,00%
TOTAL 5 100,00%
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4.3.6.1. Informações sobre a internação provisória decretada
Demonstração de indícios de
autoria e materialidade
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 25,00%
Não 3 75,00%
TOTAL 4 100,00%
Fundamento adotado pelo juiz Ocorrênci
a
Porcentag
em
Gravidade do ato infracional 0 0,00%
Manutenção da ordem pública 4 100,00%
Fundamentação inexistente 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
Exame de corpo de delito do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
Respeito ao limite de 45 dias Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 4 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
4.3.7. Audiência de apresentação
Realização de audiência de Ocorrênci Porcentag
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continuação a em
Sim 9 69,23%
Não realizada* 4 30,77%
TOTAL 13 100,00%
Motivo da não realização da
audiência de continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Concessão de Remissão 3 75,00%
Dispensa pelas partes 0 0,00%
Extinção do processo sem julgamento
de mérito
1 25,00%
Ainda não havia sido designada 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
4.3.7.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas
Oitiva do menor - confissão Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 8 88,89%
Não 1 11,11%
TOTAL 9 100,00%
Oitiva do representante legal Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 100,00%
Não 0 100,00%
TOTAL 9 100,00%
4.3.8. Audiência em continuação
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143
Realização de audiência de
continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 69,23%
Não realizada 4 30,77%
TOTAL 13 100,00%
Motivo da não realização da
audiência de continuação
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Concessão de Remissão 3 75,00%
Dispensa pelas partes 0 0,00%
Extinção do processo sem julgamento
de mérito
1 25,00%
Ainda não havia sido designada 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
4.3.8.1. Informações sobre as audiências em continuação realizadas
Oitiva de testemunhas do MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 9 100,00%
Oitiva de testemunhas do
adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 6 66,67%
Não 3 33,33%
TOTAL 9 100,00%
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Diligências probatórias - MP Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 2 22,22%
Não 7 77,78%
TOTAL 9 100,00%
Diligências probatórias -
Adolescente
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
4.3.9. Sentença
Natureza da sentença Ocorrênci
a
Porcentag
em
Condenatória 9 69,23%
Absolutória 0 0,00%
Homologatória de remissão 3 23,08%
Extintiva sem julgamento do mérito 1 7,69%
TOTAL 13 100,00%
4.3.9.1. Informações sobre as sentenças condenatórias
a) Medidas sócio-educativas
Medidas sócio-educativas impostas Ocorrênci
a
Porcentag
em
Advertência 0 0,00%
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145
Reparação do dano 0 0,00%
Prestação de serviços à comunidade 3 33,33%
Liberdade assistida 2 22,22%
Semi-liberdade 2 22,22%
Internação 2 22,22%
TOTAL 9 100,00%
Medida de Internação
Fundamentação objetiva
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Ato infracional praticado com
violência ou grave ameaça
1 50,00%
Reiteração na prática de infrações
graves
0 0,00%
Ato infracional equiparado a crime
hediondo
0 0,00%
Fundamentação inexistente 1 50,00%
TOTAL 2 100,00%
b) Medidas protetivas
Imposição de medida protetiva Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 3 53,85%
Não 6 46,15%
TOTAL 9 100,00%
Medidas protetivas impostas Ocorrênci
a*
Porcentag
em
Art. 101, I 0 0,00%
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146
Art. 101, II 0 0,00%
Art. 101, III 2 50,00%
Art. 101, IV 1 25,00%
Art. 101, V 0 0,00%
Art. 101, VI 1 25,00%
Art. 101, VII 0 0,00%
Art. 101, VIII 0 0,00%
TOTAL 4 100,00%
* Há imposição de mais de uma medida em mesma decisão.
c) Fundamentação subjetiva
Condições pessoais do menor Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 9 100,00%
Não 0 0,00%
TOTAL 9 100,00%
Referência a perigosidade Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 0 0,00%
Não 9 100,00%
TOTAL 9 100,00%
Justificação dos fins
protetivos/pedagógicos
Ocorrênci
a
Porcentag
em
Sim 1 11,11%
Não 8 88,89%
TOTAL 9 100,00%
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147
Outros argumentos utilizados Ocorrênci
a
Porcentag
em
Concordância das partes 4 44,44%
Acompanhamento por
profissionais
1 11,11%
im
Compreensão desvalor do ato 2 22,22%
Não 2 22,22%
TOTAL 9 100,00%
4.3.10. Recursos
Interposição de recurso Ocorrênci
a
Porcentag
em
MP 0 0,00%
Adolescente 0 0,00%
TOTAL 0 0,00%
4.3.11. Execução
Incidentes Ocorrênci
a
Porcentag
em
Descumprimento de medida 0 0,00%
Progressão de medida 0 0,00%
Transferência 0 0,00%
Extinção de medida 0 0,00%
TOTAL 0 100,00%
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148
4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Com o objetivo de dar cumprimento à análise da apuração de ato infracional praticado
por adolescente junto à Justiça de 1º Grau, foram analisados processos e acompanhadas
audiências nas capitais pré-escolhidas, conforme tabela abaixo:
Comarca Audiências Processos
São Paulo 15 14
Salvador 15 15
Porto Alegre 12 11
Recife 12 13
A análise qualitativa dos processos e audiências nas Varas da Infância e da Juventude
em Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Recife concluiu, essencialmente, pelas seguintes
notas características:
A: Audiências.
1. Adequação, no plano formal, dos atos às garantias asseguradas no Estatuto da
Criança e do Adolescente. Na prática, a duração das audiências era quase sempre inferior a 5
minutos, havendo inquirição de testemunhas em tempo inferior a 3 minutos.
Em São Paulo e em Porto Alegre, é possível que este procedimento seja devido ao
número de adolescentes infratores sujeitos à apuração judicial do ato infracional cometido.
Deve-se destacar, de qualquer sorte, uma nítida preocupação, em ambos os estados, com a
celeridade no atendimento.
Em Porto Alegre, há uma chamada “Justiça Instantânea”, que aplica a medida na
apresentação do adolescente e em audiências muito breves. É bem verdade que não se tratou,
em nenhum caso, de internação.
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Em nome da celeridade, em São Paulo, realiza-se um chamado “julgamento
antecipado”, que se dá quando, na audiência de apresentação, o adolescente confessa. Neste
caso, o MP e a Defensoria Pública desistiam das testemunhas e da produção das demais
provas. Sem prova a colher, não se tem como necessária audiência de continuação, podendo o
juiz julgar de plano, aplicando a MSE (LA ou Semi-liberdade se reincidente). O MP e a
Defensoria abrem mão de recorrer.
A celeridade processual acaba preponderando sobre o devido processo legal (art. 5º,
LIV, CF e art. 110, ECA).
Em Recife (3ª Vara Regional da Infância e Juventude) Salvador (2ª Vara da Infância e
Juventude), as audiências seguiam à risca o procedimento previsto, embora todos os prazos
fossem considerados, sobretudo os de internação provisória.
1.2. Produção de provas, confrontação com testemunhas.
Não há confrontação com testemunhas; estas são ouvidas, quando existem, na
presença do defensor, apenas, e não também do adolescente. O baixo número de testemunhas,
do fato, é impressionante.
Há situações na quais é argüido pelo adolescente que não foi o autor do roubo, mas
sim de uma divergência pessoal com a vítima, tendo-lhe sido imputado o crime contra o
patrimônio. Mesmo sem o produto do delito, é considerado autor. O princípio do in dúbio pro
réu não funciona, orientando-se o sistema pela situação social do adolescente e pela prática de
fatos anteriores.
Uma constante na produção de prova testemunhal é a ausência de testemunha de
defesa. Em Salvador, São Paulo e Porto Alegre, não houve arrolamento de testemunhas pela
defesa. Em Recife, em quantidade significativa de casos, os defensores apresentaram
testemunhas, todavia na totalidade dos casos foram “testemunhas de beatificação”, não
presenciando os fatos.
Familiares, quando presentes, são passivos ou mostram-se irritados com o
procedimento do adolescente e não mostram preocupação com a falta de provas de qualquer
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natureza. Não se dirigem à defensoria, postulando por imposição de outro regime ou se
motivam para recorrer.
1.3. Defesa técnica.
A participação da Defensoria é inexpressiva, mantendo-se o defensor quase sempre
calado ou requerendo, sem qualquer fundamento persuasivo, transferência para unidade
aberta. Quando demanda alguma providência – apuração de agressão sofrida pelo menor nas
dependências da instituição, por exemplo – esta não tem repercussão. Tal situação é distinta
quando se tratava de advogado constituído; estes sempre acompanhavam a audiência com
atenção, intervindo e realizando perguntas (às vezes até de forma excessiva, a ponto de o juiz
considerar a intervenção inoportuna). Em Salvador, assim como em São Paulo, algumas
audiências eram realizadas sem que este profissional estivesse presente. Nesta última
Comarca, houve audiências que se resolviam no intervalo de tempo em que promotor(a) ou
defensor(a) haviam saído rapidamente da sala de audiências, em frontal oposição ao direito de
defesa técnica por um defensor público ou advogado constituído.
Em Porto Alegre, a Defesa Prévia era muito semelhante em todos os processos, de
forma que, diante de um adolescente, 30 vezes reincidente na prática do crime de roubo, foi
pedido pelo Defensor o mesmo que pedira em outros processos: cessação da internação
provisória ao argumento da “paridade com adultos”.
Em Salvador e em Recife, o Magistrado e o MP fizeram, algumas vezes, o papel que
incumbia ao defensor. Na capital pernambucana, aconteceu situação na qual o MP orientou a
Defensoria a requerer a liberação da internação provisória.
Como a representação do adolescente é basicamente realizada pela defensoria pública,
80,00% em Salvador, 66,66% em São Paulo, 91,66%, em Porto Alegre e 81,33% em Recife
(nesta cidade, este percentual engloba advogados dativos designados pela OAB para
complementar a atividade da Defensoria) – constituindo a defesa por advogados particulares
um percentual mínimo –, pode-se concluir que a defesa própria do contraditório consiste,
nestes casos, apenas na designação de um profissional para comparecer à audiência.
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2. Posição do Ministério Público e do Magistrado.
O Magistrado inicia e lidera as audiências, tomando decisões referendadas ou
debilmente contestadas pelo MP ou Defensoria.
Há um grande número de audiências em São Paulo e Porto Alegre – que se realizam,
por vezes, nos dois turnos do dia –, todas contando com a presença ativa dos Juízes.
O Ministério Público, o Juiz e o Defensor Público – sobretudo, em São Paulo e Porto
Alegre – trabalham em sintonia na aplicação da medida sócio-educativa, o que lhes confere a
aparência de “junta administrativa” ou de “conselho tutelar” e não de justiça infanto-juvenil,
já que tudo corria em comum acordo (deduzido do longo e constante silêncio dos possíveis
interessados) entre juiz, promotoria e defensoria.
Os juízes, apesar da celeridade dos atos, demonstravam seriedade e bom-senso na
escolha da medida compatível, dentre as previstas, com o fato praticado. Não se entende,
todavia, que isso dispensa a salvaguarda dos interesses do Estado/Sociedade (promotoria) e do
menor (defensoria).
Deve-se destacar também que o Magistrado assume o papel de admoestador,
advertindo para as conseqüências mais gravosas que uma transgressão pode gerar.
Pode-se afirmar que os procedimentos do contraditório dizem respeito mais à
solenidade do que ao conteúdo, de forma que, em se tratando de adultos que na mesma
situação tivessem praticado as mesmas ilicitudes, dificilmente, teriam tido como resposta a
privação da liberdade.
3. Outras observações.
São usadas expressões do direito penal de adultos, tais como: cadeia, prisão, inquérito,
condenado.
Em Porto Alegre, é comum o uso de algemas, mesmo na sala de audiências, onde são
retiradas apenas durante a duração da mesma, sendo recolocadas à vista do Magistrado,
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Defensor e Ministério Público. Trata-se, segundo explicação, de “regra de manejo da
instituição que abriga os adolescentes, aprovada pelo Conselho”. Houve uma audiência na
qual foi decidida a liberação do adolescente que já cumprira seis meses de medida e, ainda
assim, foram recolocadas as algemas.
Há relatórios de agressão de sócio-educador ao adolescente (01, na Bahia – punido - e
01 em Porto Alegre), tendo o adolescente sido removido para alojamento individual. Nesta
ocasião, a defensoria pediu apuração, mas seu pedido não obteve repercussão.
B. Processos.
Fase policial: a documentação encontrada nos processos sobre a fase policial sempre
foi rica, com informações sobre apreensão, instrumentos e objetos do crime. Em Porto Alegre
e Recife, dispõem-se de formulários para atendimento às exigências dos artigos 106,
parágrafo único, e 107 do ECA. Na capital gaúcha, curiosamente, em todas as amostras
examinadas, a família não foi contatada em razão de falha telefônica. Em Salvador, não
consta qualquer informação sobre tal comunicação em nenhum dos processos examinados e
não há reação da defensoria ou do MP quanto à omissão.
1. Apreensão.
Na maior parte das vezes, 66,66% em Salvador, 78,57% em São Paulo, 91,66% em
Porto Alegre, 92,31% em Recife, o adolescente era apreendido em flagrante. É importante
destacar que, após a apreensão, o menor raramente era liberado (art. 174, ECA), não havendo
registro algum sobre o motivo da sua não liberação.
Em algumas capitais, não há sequer uma liberação do adolescente apreendido desta
forma e, em outras – São Paulo – 81,82% das apreensões são mantidas. Pode-se afirmar que o
princípio da presunção de inocência, registrado no inciso LVII do art. 5º da Constituição
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Federal de 1988, que assegura que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória" tem um alcance restrito na área dos adolescentes. A
privação cautelar da liberdade é regra para esses enquanto que, para adultos, exige-se que o
juiz demonstre a ocorrência de fumus boni iuris e periculum in mora (ou periculum libertatis)
para a decretação da custódia cautelar. Não há, para os imputáveis, prisões processuais
obrigatórias, quais sejam, as que decorrem de forma automática de determinado evento
processual, ou ainda do cometimento de crimes graves como se tem feito com os jovens
menores de 18 anos.
Recife foi a única cidade que apresentou um significativo índice de liberações
(41,67%), em virtude do binômio baixa gravidade dos delitos – efetividade da comunicação
aos pais da apreensão. Além disso, outra justificativa a se destacar é a existência de um órgão
policial específico (Gerência de Proteção da Criança e do Adolescente – GPCA) para apurar
os atos infracionais, recebendo os policiais cursos e orientações dos magistrados das Varas
Regionais da Infância e Juventude sobre os procedimentos e garantias estabelecidos pelo ECA
nesta fase pré-processual.
2. Audiência pré-processual.
Não havia, em regra, informações suficientes sobre a audiência de apresentação ao
MP. Este foi o momento processual mais difícil de investigar. Em São Paulo e Salvador, não
constavam nos autos registros sobre a audiência com o MP, no máximo alguma breve
referência trazida pela representação. Em Porto Alegre, estes eram muito breves. Recife, mais
uma vez, apresentou uma situação diferenciada, constando nos processos um relatório da
audiência, com informações sobre o ato, o menor e seu depoimento.
A representação, sempre muito simples, deixa de fornecer elementos precisos sobre a
materialidade e a autoria. As informações obtidas foram retiradas de simples parágrafos que
constavam na representação.
As confissões feitas nesta fase são consideradas e repercutem na fase processual.
Deve-se ressaltar que o paradigma subjetivista do Código de Menores, que atribuía ao Juiz um
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arbítrio excessivo na aplicação de medidas ao argumento de sua atitude protetora, repete-se
junto a outro sujeito do Processo, o MP. Com efeito, não existe bom ou mau subjetivismo;
como diz Emilio Garcia Mendez, toda vez que se foge da estrita legalidade, prevalece a lei do
mais forte. O argumento utilizado nesses casos é o de que as investigações da fase
extrajudicial se revestem de certa natureza inquisitiva, visando à formação do convencimento
ministerial, mas elas são também, na verdade, um instante de defesa do acusado.
Ocorre, ademais, que o MP decide-se pela oferta da ação sócio-educativa
acompanhada de pedido de internação provisória em 66,66% das vezes em Salvador, em
90,91%, em Porto Alegre e em 92,86% dos atos infracionais em São Paulo. Este contato
inicial do adolescente com o sistema especial de apuração do Estado é, portanto, gravoso. O
suposto caráter educativo das medidas não deve justificar a subtração de direitos.
Recife, pelo contrário, apresentou, comparativamente, um baixo índice de pedidos de
representação cumulados com a requisição de internação provisória (38,46%), havendo
inclusive dois casos nos quais o MP requisitava na representação a liberação do adolescente
preso em flagrante, fato não observado em nenhuma das outras cidades.
3. Audiência de apresentação.
É expressivo e impressionante o número de adolescentes que confessam por ocasião
da audiência de apresentação, 88,89%, em Recife, 80%; em Salvador, 64,29%, em São Paulo,
mas apenas 9,09% em Porto Alegre. A falta de confissão não interfere na decisão pela
aplicação da medida sócio-educativa.
4. Medidas impostas.
A Medida sócio-educativa de internação foi a mais aplicada, mas os atos infracionais,
com violência, praticados contra a pessoa representam um percentual pequeno da totalidade
de casos examinados. Há, todavia, um número expressivo de ato infracionais contra o
patrimônio (roubo). Somados aos casos de crimes violentos contra a pessoa, estes delitos
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representam, todavia, um patamar inferior ao número de medidas de internação aplicadas, o
que revela que os magistrados não impõem internação apenas porque a situação é
objetivamente permitida pela lei.
Recife mostrou um panorama diverso do constatado em outras cidades, apresentando
uma aplicação diversificada das medidas oportunizadas pelo Estatuo. A internação foi
utilizada como medida realmente excepcional, seguinte as diretrizes do ECA. Dentre 9
condenações, apenas 2 – ou seja, apenas 22,22% – se valeram na medida extrema.
4.1 Fundamentos.
A Medida sócio-educativa de internação é aplicada, majoritariamente , em razão da
prática de infração cometida com violência ou grave ameaça à pessoa. Em segundo lugar,
desponta como causa a reiteração na prática de infração grave. A falta de consenso doutrinário
sobre o significado de reiteração (se reincidência ou prática de mais de duas infrações) e
também sobre infração grave (se aquelas punidas com pena de reclusão, se da mesma natureza
das que admitem a internação – crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa)
permite o agasalhamento de situações diferentes na mesma hipótese.
5. Recursos.
Constatou-se uma séria realidade: a ausência de cultura recursal na justiça infato-
juvenil. Nem o MP nem a Defensoria costumam recorrer, sendo, assim, corrente o transito em
julgado das decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau. Pode-se afirmar que a garantia
processual do duplo grau de jurisdição – corolário do devido processo legal e da segurança
jurídica visada com as decisões judiciais – não se materializa na realidade prática
Do total de processos examinados, em apenas dois casos, um em São Paulo e outro em
Porto Alegre, houve interposição de recurso, sendo recorrente o adolescente. Não se deu,
porém provimento aos mesmos.
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5. CONCLUSÕES
Como mencionado, este relatório sintetiza os resultados do Projeto de Pesquisa
“Responsabilidade e Garantias ao adolescente autor de ato infracional: uma proposta de
revisão do ECA em seus 18 anos de vigência” de responsabilidade da Universidade Federal
da Bahia (UFBA) no âmbito da linha de pesquisa Estatuto da Criança e do Adolescente:
apuração do ato infracional atribuído a adolescente do Projeto Pensando o Direito – Edital
01/2009.
As principais considerações explicitadas nos dois relatórios anteriores são retomadas
com o fito de fundamentar e justificar a proposta de alteração do ECA que ora apresentamos.
A análise dos dados coletados junto aos Tribunais de Justiça e Superior Tribunal de
Justiça em matéria de medida socioeducativa de internação, e posteriormente, a observação de
casos junto às Varas da Infância e Juventude de São Paulo, Porto Alegre, Recife e Salvador,
permitiram concluir que, apesar das propostas garantidoras do Estatuto, a prática forense nem
sempre esta com ela alinhada. Foi possível constatar que a medida de internação é
sistematicamente imposta com baixa fundamentação legal. Em muitos casos, sem a devida
consideração dos requisitos legais exigidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
A insuficiência de fundamentos jurídicos e a ampliação dos requisitos legais quando
da imposição de medidas de internação, bem como a observação do funcionamento do
Sistema de Justiça Especializada da Infância e Juventude, demonstram que algumas questões
podem vir a ser sanadas ou minimizadas a partir de um aperfeiçoamento do instrumento legal.
É justamente nesta direção que são indicadas possíveis alterações ou inclusões no texto do
Estatuto da Criança e do Adolescente.
É importante também que se destaque a fragilidade da doutrina jurídico-penal na área
de infração penal praticada por adolescentes como uma das razões para a informalidade dos
procedimentos que resultam em privação da liberdade. Acredita-se que é possível atribuir,
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parcialmente esse procedimento a um sistema anterior que limitava a abordagem do direito a
poucos e imprecisos dispositivos procedimentais. Como se pode constatar, para a boa
doutrina penal brasileira, a questão se resumia, praticamente, ao bom senso e à prudência do
magistrado (nem sempre presentes). Tais atitudes subjetivas supririam qualquer outro cuidado
externo por parte do Poder Público. Não havia desta forma, como construir um corpo
doutrinário nem formar intérpretes e doutrinadores sobre tais bases. Este legado de exagerada
atitude assistencial tem permitido que, mesmo sob a égide do Estatuto, as práticas judiciais
atuais sejam ainda inspiradas, muitas vezes, no modelo anterior. Ou seja, a hesitação em
adotar um modelo amplamente garantista para o adolescente tem permitido decisões dispares,
facilitando excessivamente a discricionariedade na apuração da infração praticada e
conseqüente aplicação da medida.
Como se pôde perceber da análise realizada, em seus quase 20 anos de vigência, o
Estatuto da Criança e do Adolescente vem sendo interpretado de forma bastante heterogênea
pela jurisdição de primeiro grau, através de entendimentos em geral contrários aos principais
pleitos da defesa. Observa-se uma inquestionável tendência de negação às suas teses na
maioria dos Tribunais e uma cristalização de procedimentos irregulares se contrastados ao
texto da Lei.
Chama a atenção ainda, que, do conjunto de recursos cujo adolescente é parte, temas
centrais como a insuficiência de provas na condenação, a imposição da medida fora das
hipóteses legais do artigo 122 do ECA, e a inobservância do princípio da excepcionalidade
não chegaram a obter sequer 25% de acolhimento.
De outro lado, os dados coletados permitem também concluir que os demais atores do
processo não se comportam com a diligência esperada à função que exercem, favorecendo de
igual maneira o decisionismo judicial e a baixa formulação doutrinária. Apenas para registrar
um exemplo, os adolescentes que praticaram uma das condutas que poderá concluir por
internação, são ouvidos pelo Ministério Público sem assistência de advogado ou, sequer, de
parentes. Ocorre, todavia que, nesta fase, é comum a confissão do autor.
Revela-se, neste cenário, a dupla crise que Emilio Garcia Mendez refere e que afeta o
Estatuto da Criança e do Adolescente de forma bastante incisiva . Ou seja, as normas
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estatutárias estão expostas a uma crise de interpretação e de igual modo a uma crise de
implementação. É dizer, alguns eufemismos que perpassam a legislação como um todo e em
especial, por exemplo, a definição da medida privativa de liberdade como internação em
estabelecimento educacional (artigo 116 do ECA) favorecem que sua imposição não seja
limitada pelos princípios do contraditório, da proporcionalidade, da lesividade e até mesmo da
legalidade – princípios indispensáveis quando é a liberdade do indivíduo que está em jogo. A
falsa interpretação de que a medida de internação constitui-se em uma “benesse” e reveste-se
de caráter protetivo afasta sua verdadeira índole penal e conseqüentemente os limites ao
poder de punir que deveriam ser exercitados neste campo.
Garcia Mendez compreende que a crise de interpretação do ECA não possui natureza
técnica e sim está vinculada à persistência das “boas” práticas tutelares e compassivas, ou
seja, vincula-se a uma cultura que aparentemente progressista, é em realidade messiânica,
altamente subjetiva e discricionária.
Pode-se acrescentar, ademais, que os princípios do direito penal liberal não são
observados com relação ao adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional, haja
vista, por exemplo, o princípio da insignificância considerado como instrumento de
interpretação restritiva que exclui o crime quando não há lesão significativa a um bem
jurídico formalmente protegido, que não é sequer analisado pelos tribunais.
Sobressaem, nesse mesmo âmbito, as questões relativas à prova – ou seja, à limitada
importância conferida ao instituto - observada durante a coleta de dados das decisões
judiciais. Da mesma forma ocorre com as sentenças em favor da internação, que demonstram
um franco desprezo pelo princípio do in dúbio pro réu.
A questão afeta à imposição da medida de internação sem a presença robusta de
provas esteve presente em todos os Tribunais sem exceção, e com maior predominância no
Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
A insuficiência de provas eiva o modelo processual de tipo acusatório, consectário do
devido processo legal - expressão maior das garantias processuais – uma vez que este
pressupõe o contraditório (paridade de armas, a defesa se pronunciar sempre depois da
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acusação, etc), a garantia da ampla defesa (defesa técnica e autodefesa), o duplo grau de
jurisdição, a proibição das provas ilícitas, dentre outras.
Como ensina Aury Lopes Junior, “a única verdade admissível é a verdade processual,
produzida no âmago da estrutura dialética do processo penal e com plena observância das
garantias de contradição e defesa” . O desrespeito ao disposto nos artigos 114 e 189 do
Estatuto quanto à necessidade de prova da autoria e materialidade da infração para a
imposição de medida socioeducativa revela que as condições pessoais dos adolescentes
permanecem sendo evocadas como justificativa da intervenção socioeducativa, configurando
a persistência de um direito penal do autor no sistema de justiça da infância e juventude .
A preocupação com uma resposta rápida para a situação contribui, sobremaneira para
que as garantias formais não se concretizem no plano material. Como se observou, as
audiências em alguns estados são céleres, não ultrapassando alguns poucos minutos.
Outro aspecto se refere à legalidade estrita que não chega a alcançar aos adolescentes
sentenciados haja vista a regra de indeterminação do prazo de duração da medida de
internação que atualiza, no sistema, a concepção benéfica e pedagógica da função repressiva.
Outras medidas, sequer consignam tempo máximo de aplicação.
Igualmente, a desconsideração de dispositivos justificadores e de dirimentes, e o não
reconhecimento da perda da pretensão punitiva por parte do Estado em razão do decurso de
tempo, revelam que, no campo da imposição das medidas socioeducativas, e em particular da
medida de internação, a regra é a intervenção socioeducativa de caráter ilimitado.
Um sistema deve ter uma orientação definida, sobretudo quanto aos fins buscados com
a medida de internação porque apenas a consideração de que esta tem uma natureza protetiva
pode justificar a falta de limites para sua decretação. Se é bem verdade que certas
peculiaridades do conjunto normativo penal voltado para adolescentes devam ser preservadas,
é certo também que estas não devem consistir em um tratamento jurídico mais gravoso.
Considerando que um estatuto especial existe para ajustar-se ao destinatário da norma, sujeito
distinto dos adultos, a especificidade não pode se restringir a tênues limites ao poder de punir
do estado. Tão pouco o respeito a uma condição de vulnerabilidade acrescida pode ter como
fundamento uma suposta idéia metafísica de proteção e tutela.
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Não foram poucos os exemplos durante a análise de processos que denotaram um
automatismo na aplicação da medida de internação em desconsideração inclusive a regras
expressamente indicadas pela legislação, como é o caso da excepcionalidade.
Por fim, merece sublinhar que a busca por um modelo garantista nos procedimentos de
apuração da responsabilidade do adolescente e da conseqüente imposição de medidas
socioeducativas não se confunde com a transposição automática de regras do sistema criminal
de adultos, nem tampouco com a inserção dos sujeitos - pessoas em processo de
desenvolvimento - em um modelo, ainda, francamente, retributivo. Trata-se de buscar a
construção de um sistema específico que, ao tempo em que atenda à defesa social, possa
permitir que os adolescentes sejam tratados como seres em desenvolvimento. Isto significa
que têm a oportunidade de, a partir do fato e da consciência de sua repercussão social,
reorientar sua trajetória.
5.1. PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA
CONSIDERANDO QUE
• Se observa a utilização da gravidade do ato infracional como fundamento único
na imposição da medida de internação, em desacordo ao dispositivo legal que indica a
excepcionalidade da internação como também ao posicionamento do STJ de que a gravidade
do ato infracional, como indicador isolado, não justifica a adoção da medida mais severa;
• A regra de indeterminação do prazo de duração da medida de internação
atualiza no sistema a concepção benéfica e pedagógica da função repressiva.;
• Categorias de patologia social e desviação que definem um Direito Penal do
autor alheio à efetiva discussão da culpabilidade e ao modelo de responsabilidade são
sistematicamente utilizadas como fundamento das medidas, sobretudo de internação.
• A celeridade processual prepondera sobre o devido processo legal, inexistindo
confrontação com testemunhas e igualdade de armas entre acusação e defesa do adolescente;
• Os adolescentes autores de ato infracional não gozam das mesmas garantias
asseguradas aos adultos diante do cometimento de uma infração penal, haja vista a ausência
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de dispositivos justificadores e de dirimentes, bem como de limites temporais ao poder de
punir do Estado;
• Em que pese os requisitos legais, a privação cautelar da liberdade é a regra para
os adolescentes, enquanto que, para adultos, exige-se que o juiz demonstre a ocorrência de
fumus boni iuris e periculum in mora (ou periculum libertatis) para a decretação da custódia
cautelar;
• A medida sócio-educativa de internação continua sendo a medida mais
aplicada, mesmo em face de atos infracionais praticados sem violência ou ameaça contra a
pessoa ;
Propõe-se a seguinte redação:
ARTIGO 103 - Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal, desde que não se verifique a ocorrência de alguma causa de justificação
ou dirimente diversa da inimputabilidade prevista no Código Penal.
ARTIGO 104 – Os menores de idade, entre a faixa etária de 12 anos e 18 anos
incompletos, são responsáveis com base nesta legislação pelo cometimento de atos
infracionais.
Parágrafo único – ( mantido)
ARTIGO 108 – A internação antes da sentença constitui medida cautelar
condicionada à verificação da materialidade do ato infracional e indícios suficientes de
autoria não podendo ultrapassar o prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo primeiro - São requisitos para imposição da internação provisória:
I – Verificação da materialidade do ato infracional e indícios suficientes de autoria;
II – Atendimento cumulado a todos os critérios estabelecidos para a aplicação da
medida socioeducativa de internação prevista no art. 122;
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III – Demonstração do periculum libertatis;
IV - Necessária motivação, sob pena de nulidade.
Parágrafo segundo - Em qualquer fase do procedimento de apuração da prática do ato
infracional ou da instrução da ação socioeducativa, caberá a internação provisória decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação da
autoridade policial.
Parágrafo terceiro - A decisão deverá ser amplamente fundamentada demonstrada a
necessidade imperiosa da medida como garantia da ordem pública ou por conveniência do
procedimento da apuração do ato infracional atribuído ao adolescente, jamais podendo ser
utilizada como forma de antecipação de medida socioeducativa, sob pena de nulidade
absoluta.
ARTIGO 111-A - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação.
Parágrafo 1º - O silêncio do adolescente, que não importará em confissão, não poderá
ser interpretado em prejuízo de sua defesa.
Parágrafo 2º - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros
elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas
do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Parágrafo 3º - A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
ARTIGO 112 – Comprovada a prática de ato infracional, a autoridade competente
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: ( incisos mantidos)
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Parágrafo 1º - Para fixação das medidas, o juiz, em sentença fundamentada, deverá
levar em conta a idade do adolescente, a capacidade de cumpri-la, o desenvolvimento pessoal,
a reprovação do fato, os antecedentes, os motivos e circunstâncias do ato infracional.
Parágrafos 2◦ e 3◦ mantidos.
Parágrafo 4º - Em hipótese alguma poderá o juiz impor a internação e semiliberdade
se a infração cominada na Legislação Penal dos adultos, em iguais circunstâncias,
corresponder à multa, pena restritiva de direitos ou permitir suspensão condicional da pena.
Parágrafo 5º - A individualização da medida socioeducativa será sempre
fundamentada e deverá considerar a proporcionalidade ao ato praticado e a gravidade da
infração penal, não podendo o adolescente sofrer conseqüência mais gravosa que um adulto
sofreria em iguais circunstâncias.
Parágrafo 6º - Computa-se, na medida socioeducativa, o tempo de internação
provisória cumprido na ação socioeducativa na qual foi proferida a condenação.
Parágrafo 7º - A medida imposta, salvo a advertência, obrigação de reparar o dano e a
prestação de serviços à comunidade, deverá ser reavaliada no máximo a cada 6 (seis) meses
em decisão fundamentada sobre a sua manutenção, progressão ou cessação.
Parágrafo 8º - A cessação da medida será compulsória aos vinte e um anos.
ARTIGO 112-A - As pretensões de aplicação e de execução das medidas
socioeducativas, à exceção da advertência, estão sujeitas à prescrição, verificando-se:
I – em um ano caso o ato infracional corresponda a crime sujeito à pena de detenção,
independentemente da ocorrência de violência ou grave ameaça, ou crime que não esteja
sujeito à pena privativa de liberdade.
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II – em dois anos caso o ato infracional corresponda a crime praticado sem violência
ou grave ameaça sujeito à pena de reclusão.
III – em quatro anos caso o ato infracional corresponda a crime praticado com
violência ou grave ameaça sujeito à pena de reclusão.
Parágrafo 1º - Caso o adolescente possua duas anteriores condenações transitadas em
julgado, os prazos deverão ser contado em dobro.
Parágrafo 2º - Aplicam-se à prescrição das medidas socioeducativas, no que couber, o
disposto nos arts. 111, 112, 113 e 117 do Código Penal.
ARTIGO 121 - (Caput mantido)
Parágrafo 1º (mantido)
Parágrafo 2º - O prazo de duração da medida deverá ser fixado na sentença, não
podendo exceder três anos, computando-se o tempo já cumprido em privação de liberdade
pelo adolescente em medida cautelar de internação provisória;
Parágrafo 3º - A internação deverá ser reavaliada no máximo a cada 6 (seis) meses em
decisão fundamentada.
Parágrafo 4 º - Atingido o prazo fixado na sentença ou o limite estabelecido no
parágrafo 2º, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de
liberdade assistida.
Parágrafos 5º e 6º mantidos
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ARTIGO 122 – Caput e inciso I mantidos.
II – pela existência de duas condenações anteriores transitadas em julgado por prática
de ato infracional grave.
ARTIGO 124 – São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os
seguintes:
I- Entrevistar-se pessoalmente com seu defensor antes de ser ouvido pelo
representante do Ministério Público;
II- Ser acompanhado por seu defensor quando da oitiva pelo representante do
Ministério Público;
Demais incisos mantidos.
ARTIGO 174 - Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade
de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e
sua repercussão social deva o adolescente permanecer sob internação para a garantia de sua
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública
ARTIGO 174 A – No caso de haver necessidade de internação provisória, a
autoridade policial deverá requerê-la imediatamente à autoridade judicial.
Parágrafo Único – Neste caso, ouvido o Ministério Público, o Magistrado decidirá, em
48 horas a respeito do pedido, nos termos do artigo 108.
ARTIGO 178 A - Tratando-se de ato infracional que corresponda a crime cuja
apuração dependa de manifestação do ofendido ou de quem tenha autoridade para representá-
lo, não poderá o Ministério Público sem esta, oferecer a representação e iniciar ação sócio-
educativa.
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Parágrafo Único - O ofendido decai do direito de manifestação se não o exerce dentro
do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do ato
infracional.
O atual parágrafo único será mantido, sendo renumerado para parágrafo terceiro.
ARTIGO 179 – A oitiva do adolescente pelo representante do Ministério Público
deve ser realizada na presença do defensor do adolescente, sendo possível a presença de seus
pais ou responsável.
Parágrafo único – mantido.
ARTIGO 189 – Caput e incisos I a IV mantidos.
V - ocorrer alguma causa de justificação ou dirimente diversa da inimputabilidade
prevista no Código Penal.
5.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se observar, mais de perto, a experiência do adolescente autor de ato infracional
diante do sistema de justiça é difícil não sucumbir à tendência de analisar o fato criminoso
dentro de um determinado contexto social. É bem verdade que inúmeras teorias já
pretenderam compreender as razões pelas quais a sanção penal concentra-se sobre as classes
menos favorecidas, levando alguns a estabelecer uma causalidade necessária entre pobreza e
crime pelas frustrações determinadas pela falta de recursos necessários à sobrevivência. Na
perspectiva do interacionismo simbólico, esta ligação entre delito e reação social é também
recíproca e inseparável, podendo-se afirmar que as expressões são atreladas uma à outra na
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medida em que o desvalor do delito não está na conduta praticada, mas sim numa qualidade
que lhe é atribuída por meio de complexos processos de interação social que são seletivos e
discriminatórios.
Sob esta ótica, a pobreza não seria causa de crime, mas sim o foco favorito do sistema
criminal. Por uma ou outra razão, a questão da internação de adolescentes socialmente
excluídos ou desfavorecidos ganha especial importância, seja para impedir que a internação
ocorra como o resultado (ainda que inconsciente) da necessidade de controle social, seja
porque não parece justa a segregação de uma pessoa a quem o Estado nada deu e, no caso,
tudo toma.
A opção do direito brasileiro pela consideração do fato, e não do autor, como motivo
para reação do estado, (no ECA fixada nos artigos 103 a 105) , impõe que a atenção do
magistrado seja concentrada na infração praticada pelo adolescente. Isto não implica, porém
que o sujeito do crime deva ser ignorado em suas circunstâncias. No direito penal de adultos,
em face da maior amplitude de alternativas diante da sanção, a consideração do autor do
crime está disposta em diversos dispositivos do qual se destaca o artigo 59 que impõe a
análise de diversos elementos subjetivos: culpabilidade, personalidade conduta social,
motivação. Da mesma forma, o ECA manda que se aprecie, em sua aplicação, a condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 6º) e a capacidade do adolescente de cumprir a
medida aplicada (artigo 112). Isto não quer dizer, é bem verdade, que a situação pessoal deva
prevalecer sobre o ato infracional praticado, uma vez que o estatuto pretende evitar
internações realizadas apenas em razão do estado do indivíduo e não de sua conduta. Tal
prática, que a primeira vista pode parecer humanitária já permitiu que pessoas fossem punidas
em razão do que eram e não pelo que faziam, reforçando a exclusão dos não desejados.
Desta forma, o único encaminhamento da questão capaz de garantir menos
arbitrariedade na disciplina da infração penal cometida por adolescente, é aquele mesmo
conquistado para os adultos, qual seja, um sistema garantista fundado na estrita legalidade e
no devido e justo processo penal.
Por isso mesmo, a lei deve ser valorizada como critério exaustivo na definição do fato
que merece a reprovação e a conseqüente sanção. Se o estado só deve intervir na esfera de
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liberdade de um cidadão para garantir a segurança, os direitos dos demais cidadãos, os atos
que realizam esses ataques devem ser externos e constatáveis. Ao cidadão, adolescente ou
adulto a quem se imputa a prática do crime, deve-se, em igualdade de oportunidades,
oportunizar o pleno contraditório.
O ECA, sem dúvida, representa um grande avanço neste caminho, mas muito ainda
deve ser feito, no plano legal para superação da ideologia da internação protetora e supridora
de necessidades não atendidas pelo estado. A explicitação dos direitos e garantias dos
adolescentes e seu rígido cumprimento permitirão, em algum tempo, a construção de doutrina
sólida e consistente na área, evitando formulações de urgência e díspares. Ou seja, não deve o
estado se satisfazer com um sistema parcialmente garantidor, o que produz efeito mais
simbólico do que efetivo. Se se deseja que o cidadão adolescente goze dos mesmos direitos
que o adulto, inclusive porque é mais vulnerável que este, sempre que tal sistema seja mais
benéfico.
O asseguramento de direitos, certamente, não impedirá por si só que os mais débeis
sejam alcançados pelo sistema. Isto ocorre também com relação aos adultos que são
selecionados dentre os que já são socialmente excluídos. Impede, todavia que esta seleção se
faça como pura forma de conter aqueles que não foram absorvidos pelo sistema.
REFERÊNCIAS
AROCA, Juan Monteiro. “ Principios del Proceso Penal – Una explicación basada en
la razón”. Valencia: Tirant lo Blanch, 1997.
CANARIS, Claus Wilheim. “Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na
Ciência do Direito”, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996
CAVALIERI, Alyrio (Org.). “Falhas do Estatuto da Criança e do adolescente”. Rio de
janeiro: Editora Forense, 1997
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169
COSTA, Ana Paula Motta. As Garantias Processuais e o Direito Penal Juvenil – como
limite na aplicação da medida de internação. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.
CURY, Munir; AMARAL E SILVA, Antônio Fernando & GARCIA MENDEZ,
Emilio. (coords.). Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado: Comentários Jurídicos e
Sociais. 3ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
FERRAJOLI, Luigi. “Derecho y Razón – Teoria del Garantismo Penal” 4ª edição,
Madrid: Editorial Trotta, 2000.)
FRASSETO, Flávio Américo. Ato Infracional, Medida Socioeducativa e Processo: A
Nova Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Disponível em
www.abmp.org.br/sites/frasseto.
GARCIA MENDEZ, Emilio. “Breve histórico dos Direitos da Criança e do
Adolescente.” In: Da situação irregular às garantias processuais da criança e do adolescente.
Figueiroa, Ana Claúdia (coord.), São Paulo: CBIA/Cedeca-ABC, 1994.
––––––. Derecho de la Infancia-Adolescencia: de la Situación Irregular a la Protección
Integral. UNICEF. Bogotá: Forum Pacis, 1994.
––––––. Infância e cidadania na América Latina. São Paulo: Hucitec/IAS, 1998.
––––––. Do avesso ao Direito: da situação irregular à proteção integral da Infância e
da Adolescência na América Latina. São Paulo: Malheiros Editores, 1994.
––––––. Adolescentes y Responsabilidad Penal. 1ª edición. Buenos Aires: Editorial
ADHOC, 2001.
––––––. Infancia: De los derechos y de la justicia. 2ª edición. Buenos Aires: Editora
Del Puerto, 2004.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Palácio da Reitoria da UFBA — Rua Augusto Viana, s/n — Canela — CEP 40110-909 — Salvador — Bahia — Brasil
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170
_______.Evolución histórica del Derecho de La Infancia: Por que uma historia de los
derechos de La infancia?” IN: Justiça, Adolescente e Ato Infracional: socioeducação e
responsabilização. ILANUD, 2006
LOPES JUNIOR. Aury. “ Introdução Crítica ao Processo Penal ( fundamentos da
instrumentalidade garantista). Rio de Janeiro: Editora Lúmen Iuris, 2004
MINAHIM, Maria Auxiliadora. O Direito Penal da Emoção : A inimputabilidade do
menor. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1992.
MUÑOZ CONDE, Francisco. Culpabilidad y Prevención en Derecho Penal. IN: CPC,
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SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à
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SPOSATO, Karyna Batista. O Direito Penal Juvenil. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006.
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171
––––––. “Gato por lebre: a ideologia correcional no Estatuto da Criança e do
Adolescente”. IN: Revista Brasileira de Ciências Criminais- número 58 – janeiro/fevereiro de
2006, São Paulo: IBCCRIM, 2006.
––––––.“Princípios e Garantias para um Direito Penal Juvenil Mínimo”. IN: Justiça,
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2006.
––––––. “Pedagogia do Medo: Adolescentes em conflito com a lei e as propostas de
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São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2001.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Política criminal latinoamericana: perspectivas –
disjuntivas. Buenos Aires: Editorial Hammurabi.
––––––. Derecho Penal : parte general. 2ª edición. Buenos Aires: Editora Ediar, 2002.
ANEXO
1. COMENTÁRIOS E SUGESTÕES AO PROJETO DE LEI 1627
No último dia 29 de abril de 2009 foi aprovado por unanimidade PARECER1 da
relatora Deputada Rita Camata na Comissão Especial da Câmara Federal para discussão
do Projeto de lei 1627, conhecido como o PL do Sinase. No dia 02 de junho de 2009
aprovou-se no Plenário da Câmara, emenda ao projeto.
Apresentamos alguns comentários com o escopo de oferecer subsídios para
eventual PROPOSTA DE EMENDA que poderá ser apresentada no âmbito do Senado
ao referido Projeto.
OBSERVAÇÕES GERAIS
Quanto à natureza jurídica das medidas socioeducativas
A primeira questão que chama a atenção no PARECER se refere à definição das
medidas socioeducativas e sua distinção em essência às penas. De certo modo, o texto
omite ou ignora que tal qual as penas, as medidas socioeducativas tem como origem e
pertinência juridica a resposta ao delito, com a diferença substancial entre seus
destinatários. Ou seja, no caso das medidas socioeducativas são os adolescentes, que
dada sua condição peculiar de desenvolvimento exigem um conjunto de ações especiais.
No entanto, também as penas destinadas a infratores adultos cumprem com a função de
ressocialização do condenado, o que é negado no presente relatório.
Tal negação opera efeitos altamente negativos no procedimento de apuração da
responsabilidade do adolescente e também de execução de medida socioeducativa
imposta, pois a desconsideração da natureza penal de tais medidas leva à conseqüente
minimização das garantias penais e processuais penais que devem ser observadas
também nos procedimentos da Justiça da Infância e Juventude.
1 Em anexo o Parecer do PL 1627 e as duas emendas votadas no Plenário da Câmara Federal no dia 02 de junho de 2009.
OBSERVAÇÕES POR CAPÍTULO DO PL
1. CAPÍTULO 1 = Das disposições gerais
No artigo 1º, parágrafo 2º da Lei, ao explicar o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE) retirou-se do texto o processo de apuração de
ato infracional como parte integrante do SINASE e parece apropriado que o mesmo seja
reincorporado, sobretudo para garantir a integração operacional conforme descreve o
artigo 86 do ECA quando do acolhimento inicial e detenção em flagrante do adolescente
acusado.
No artigo 2º e respectivos parágrafos seria prudente introduzir a competência
normativa complementar e a liberdade de organização e funcionamento dos sistemas
estaduais, distrital e municipais, principalmente quanto à adoção e elaboração de seus
respectivos Planos de Atendimento Socioeducativo.
No artigo 3º seria mais adequado utilizar a idéia do co-financiamento no que
tange a responsabilidade da União em relação aos programas e serviços do SINASE, daí
a sugestão pela substituição da expresssão financiar por Co-financiar.
No artigo 4º, inciso III, acrescentar a internação provisória juntamente com a
medida de internação e semiliberdade, já que esta também é de responsabilidade do
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
No artigo 5º, parágrafo 4º, há um equívoco de redação, onde se escreve Sistema
Estadual deve-se corrigir para Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo.
2. CAPÍTULO 2 = Dos Planos de Atendimento Socioeducativo e
Avaliação da Gestão
No artigo 8º, parágrafo 2º ao cuidar do processo de avaliação nos planos de
atendimento, o texto faz referência à participação de representantes da sociedade civil
por intermédio dos Conselhos Tutelares. Comete deste modo um equívoco, pois o
Conselho Tutelar é órgão autônomo, público que não representa diretamente a
sociedade civil. Esta no campo socioeducativo se faz representada pelos Conselhos de
Direitos. Desta forma, adequado seria prever a avaliação dos Planos de Atendimento
nos diferentes níveis, pelos respectivos Conselhos de Direitos, sem prejuízo da
participação de outros Fóruns organizados da sociedade civil.
A seção subseqüente trata da instituição do Sistema Nacional de Avaliação e
Acompanhamento da Gestão. Esta atribuição de planejamento, avaliação,
monitoramento dos programas e publicização das informações compete ao Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo no âmbito da União e em certa medida ao
Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, mencionado no
artigo 3º, inciso IV quando da descrição das atribuições da União.
Nestes termos, parece desnecessária a criação de outra instância como sugere o
relatório, pois isto levaria a uma sobreposição e duplicidade de ações, dificultando
também a identificação dos responsáveis por cada ação em concreto. A União pode e
deve no exercício de suas atribuições designar comissões independentes para a
realização de processos de avaliação.
No artigo 10, igualmente ao equivoco destacado no artigo 8º, o texto refere a
participação da sociedade civil por intermédio do Conselho Tutelar, valendo as mesmas
observações já pontuadas no tocante à atribuição precípua dos Conselhos de Direitos
para o desempenho de tal tarefa.
3. CAPÍTULO III = Dos Direitos Individuais
Quando o artigo 19 descreve os direitos individuais do adolescente submetido ao
cumprimento de medida socioeducativa, especificamente no inciso II, menciona que é
direito do adolescente ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga
para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de homicídio,
latrocínio e extorsão qualificada pela morte, quando o adolescente deverá ser internado
em unidade de atendimento mais próxima de seu local de residência. Tal explicitação,
sem duvida, é fundamental pois são inúmeras as situações de privação de liberdade de
adolescentes em localidades distantes e afastadas de sua residência, dificultando as
visitas familiares e a participação da família no cumprimento da medida. A regra
espelha o princípio da excepcionalidade da medida de internação em relação às demais,
seja em adequação à gravidade do ato infracional cometido, seja em face da existência
de outra medida mais adequada às circunstâncias do caso.
O mesmo artigo, em seu parágrafo 2º indica a impossibilidade de invocar a
inexistência de programa de execução de medida em meio aberto na localidade como
fundamento para a imposição de uma medida de internação. São inúmeros os casos
nos quais o Poder Judiciário justifica a imposição massiva de medidas de internação por
tal inexistência de programa de meio aberto estruturado na cidade ou região. É
interessante que a disposição conste como direito individual do adolescente, tendo em
vista que, via de regra, é o adolescente quem sofre “na pele” a insuficiência da política
socioeducativa, o que jamais poderia ser admitido.
4. CAPÍTULO IV = Dos Procedimentos
No artigo 37 do referido Capítulo, ao tratar das hipóteses de extinção da medida
socioeducativa, o iniciso III descreve os prazos de cada modalidade, adotando para a
liberdade assistida, semiliberdade e internação o prazo máximo de 3 anos.
De acordo com o artigo 118 do Estatuto da Criança e do Adolescente, há a
fixação do prazo mínimo de 6 meses para a liberdade assistida, com a possibilidade de
prorrogação, revogação ou substituição a qualquer tempo. Deste modo, o projeto de lei
inova ao fixar prazo máximo de duração para a liberdade assistida, seguindo o mesmo
lapso temporal da medida de internação, ou seja, três anos. E o mesmo se aplica à
semiliberdade, inclusive por força da regra do parágrafo 2º do artigo 120 da Lei.
A prestação de serviços à comunidade passa ter prazo fixado na sentença.
Observe-se, no entanto, que o texto da proposta desconsiderou no que tange esta medida
em particular a vedação do artigo 117 do ECA, de que a medida exceda a 6 meses,
restando a dúvida a este respeito.
Melhor seria que todas as medidas comportassem um prazo fixado na sentença,
obedecendo, entretanto os mínimos e máximos temporais já indicados pelo legislador
estatutário. Assim, teríamos a seguinte redação:
Art. 37- A medida socioeducativa será declarada extinta:
III – nos prazos fixados nas sentenças, não excedendo a 6 meses para a
prestação de serviços à comunidade, e a três anos para as demais medidas de liberdade
assistida, semiliberdade e internação;
O inciso VII, do referido artigo 37 parece desnecessário, dada sua vagueza e
generalidade.
5. CAPÍTULO V = Do Plano Individual
O presente Capítulo trata das disposições relacionadas à elaboração do Plano
Individual, e sua homologação e fiscalização pelo Sistema de Justiça. Especificamente
no parágrafo 2º do artigo 43, aborda-se a questão da internação provisória e o prazo para
a elaboração do respectivo plano. Por não tratar-se de medida definitiva, e sim possuir
natureza processual parece-nos inadequada a elaboração de um Plano Individual.
Melhor seria que a entidade responsável bem como o programa comportasse atividades
pedagógicas gerais para serem oferecidas no curso dos 45 dias que encerram o prazo da
internação provisória.
6. CAPÍTULO VI= Dos Programas de Atendimento
Seção II – Dos programas de privação de liberdade
Ao cuidar das sanções disciplinares impostas no curso da execução da medida
de internação ou semiliberdade, o artigo 54 , parágrafo 2º concede à direção da
unidade, de forma bastante ampla e genérica, a possibilidade de adoção de medidas em
caráter excepcional para proteção do interno ou de outrem. È necessário que a presente
regra seja combinada à vedação a qualquer tratamento desumano, cruel ou degradante,
que importe cerceamento de direitos fundamentais.
7. CAPÍTULO VII = Dos Regimes Disciplinares
No trato dos regimes disciplinares a serem adotados pelas entidades de
atendimento socioeducativo, o artigo 57 descreve os princípios que condicionam sua
configuração. No inciso V, do artigo 57 a redação mais acertada seria “vedação de
sanção de duração indeterminada”, substituindo-se a palavra “ exclusão por vedação”.
8. CAPÍTULO VIII = Da Atenção Integral à Saúde
Embora o parecer numere este capitulo como VII, trata-se efetivamente do
capítulo VIII, o que merece a devida correção.
Seção III – Do atendimento a adolescente com transtorno mental e a
dependente químico
Nesta seção merece destaque a previsão expressa no artigo 66 de que havendo
transtorno mental ou problemas de desenvolvimento cognitivo que tornem o
adolescente incapaz de entender o caráter ilícito do ato infracional cometido, não será
aplicada medida socioeducativa. Trata-se da inimputabilidade em razão de doença ou
transtorno mental, o que poderia inclusive indicar uma dupla inimputabilidade do
adolescente, originalmente em razão da idade que enseja a aplicação da legislação e
jurisdição especial, e esta decorrente do transtorno mental que extingue a pretensão
socioeducativa do Estado frente ao adolescente.
Já o artigo subseqüente, 67, descreve a hipótese de uma “semi-imputabilidade”
do adolescente dada a possibilidade de compreensão do caráter ilícito do ato infracional
apesar da presença do transtorno mental.
9. CAPÍTULOS IX (numerado como VIII) e X (numerado como
IX) = Da Capacitação para o Trabalho e Do Financiamento e das
Prioridades
Ambos os capítulos foram objeto de Emenda no Plenário da Câmara, conforme
textos das Emendas n. 01 e 02 em anexo.
2. COMENTÁRIOS SOBRE A PEC 20/99
A já famosa PEC 20/99 corresponde a um substitutivo de autoria do senador
Demóstenes Torres (DEM-GO), que reuniu seis das propostas de emenda à Constituição
sobre o tema da redução da maioridade penal. Em abril de 2007, foi objeto de
deliberação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, sendo
aprovada em uma votação de 12 votos a 10.
O substitutivo reduz a maioridade penal para 16 anos nos casos de crime
hediondo e dos equiparados a este, como tráfico, tortura e terrorismo, desde que laudo
técnico psicológico, elaborado por junta designada por juiz, ateste a plena capacidade de
entendimento do adolescente que praticou o ato ilícito. A proposta sugere que o
cumprimento da pena seja realizado em local distinto daquele em que estarão detidos os
maiores de 18 anos.
Como toda proposta de emenda à Constituição, sua discussão no Congresso
Nacional exige um exame mais demorado e cuidadoso, e por isso sua votação requer
quorum quase máximo e dois turnos de votação em cada uma das Casas Legislativas,
Câmara dos Deputados e Senado Federal.
No atual estágio, tendo sido já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça
do Senado (CCJ), a proposta se encontra no Plenário do Senado para discussão. A
aprovação exige dois turnos, com votação favorável mínima de 60%, 3/5 dos senadores
em cada um dos turnos. Na legislatura atual, são necessários 49 votos dos 81 senadores.
O intervalo das votações é de no mínimo 05 (cinco) dias.
Uma vez rejeitada, a proposta é arquivada e não poderá mais ser apresentada na
mesma legislatura, pois padecerá de “impedimento constitucional”.
Caso a PEC venha a ser aprovada no Senado, a matéria será então encaminhada
à Câmara Federal, que constituirá uma comissão especial para analisá-la. Em anos
anteriores, propostas semelhantes foram consideradas inconstitucionais na Casa e
arquivadas. Se aprovada na comissão especial, a PEC também terá que ser analisada
pelo Plenário da Câmara, em dois turnos, e terá que obter a aprovação de pelo menos
3/5 dos deputados federais, ou seja, 308 votos.
Tal proposta de alteração da idade penal afronta o texto constitucional brasileiro,
pois a Constituição Federal de 1988 destaca a absoluta prioridade dos direitos da
criança e do adolescente e consagra ainda como princípios o respeito à condição
peculiar de desenvolvimento de crianças e adolescentes e à brevidade e
excepcionalidade na aplicação de medidas privativas da liberdade.
Trata- se do direito à proteção integral que abrange ainda o direito a responder
por infrações penais com base na legislação especial, nos moldes do que prescreve o
artigo 228.
Artigo 228 da CF/88:
“São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial”.
O intento de modificar o sistema admitindo-se que maiores de 16 anos recebam
as mesmas penas que se aplicam aos adultos, perverte a racionalidade e a principiologia
consititucional, pois retira o tratamento constitucional especial conferido a todos os
adolescentes.
Considera-se uma violação de clausula pétrea constitucional, tendo em vista que
a Constituição assegura dentre as clausulas pétreas, os direitos e garantias individuais,
conforme o artigo 60, parágrafo 4°, inciso IV.
Artigo 60 - § 4º:
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais
A possibilidade de responder pela prática de infrações penais com base em
legislação especial, diferenciada daquela que se aplica aos adultos, maiores de dezoito
anos, ou seja, o Código penal, é direito individual de todo adolescente a quem se atribua
a autoria de ato infracional. E portanto, matéria que não poderá ser abolida como se
pretende na proposta de emenda à constituição.
Em decisão do Supremo Tribunal Federal referente a Emenda n° 03/93 foi
conferida interpretação extensiva à cláusula “direitos e garantias fundamentais”,
alcançando neste exemplo a garantia tributária da anterioridade. Como não reconhecer a
mesma extensão para a questão do modelo de responsabilidade previsto aos
adolescentes? Em outras palavras, não é necessário que o direito e garantia individual
esteja expressamente descrito no artigo 5° da Constituição para impedir a deliberação da
proposta. Basta que esteja no texto constitucional como um direito ou garantia que diga
respeito diretamente à vida, à liberdade, à igualdade e até mesmo à propriedade, e que
no caput do citado artigo 5° estão reforçados por uma clausula de inviolabilidade. Além
disso, a referência, no artigo 34, VII, alínea “b”, aos direitos da pessoa humana como
princípio sensível auxilia a firmar ainda mais essa linha de raciocínio.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Deste modo, é direito da pessoa humana abaixo dos dezoito anos de idade, ser
julgada, processada e responsabilizada com base na legislação especial, diferenciada dos
adultos. Em decorrência de sua natureza, a matéria encontra-se ao abrigo das cláusulas
pétreas.
Além disso, não se pode esquecer dos parâmetros internacionais que por força
do artigo 5°, parágrafo 2°, tem peso de norma constitucional. Os direitos enunciados em
tratados e documentos internacionais de proteção aos direitos humanos somam-se aos
direitos nacionais, reforçando a imperatividade jurídica dos comandos constitucionais já
mencionados.
Artigo 5°,§ 2º:
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Uma alteração da principiologia constitucional que reconhece a prioridade e a
proteção especial aos adolescentes afetaria a lógica central do sistema e a doutrina da
proteção integral. Aspectos relacionados à proteção do trabalho, à impossibilidade de
dirigir e relacionadas à capacidade civil restariam incoerentes uma vez admitida a
responsabilidade penal aos 16 anos.
1
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO AUDIÊNCIAS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – VARAS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
OBJETIVO IMEDIATO OBJETIVO MEDIATO
Identificação da fase do procedimento e do ato
infracional em discussão e/ou motivo do
procedimento;
Avaliação do grau de respeito aos princípios do
ECA na determinação das medidas e na
imposição das sentenças;
Mapeamento de estruturas, fluxos e
procedimentos;
Destaque dos pontos fracos e fragilidades na
obediência às regras legais;
Levantamento e padronização dos dados
disponíveis.
Viabilização de futura avaliação conclusiva.
Observador (a): _______________________________________________________________
Cidade: ____________________________ Vara: ____________________________________
Juiz presente na audiência: ______________________________________________________
Hora de início da Audiência: _____________________________________________________
Hora de término da Audiência: ___________________________________________________
1. Fase do Procedimento:
( ) Audiência de Apresentação
( ) Audiência em Continuação
( ) Audiência de Justificativa de descumprimento
( ) Audiência de progressão de medida
( ) Audiência em regressão de medida
( ) Audiência de Encerramento de Medida
( ) Outra, qual__________________________________________________________
2. Presença da Defesa:
( ) Defensor (a) Público (a)
( ) Advogado Dativo (OAB)
( ) Advogado Particular
3. Presença de Familiares:
( ) Sim
Em caso positivo indicar quais:
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmãos
( ) Companheira(o) e/ou filhos(as)
( ) Não
4. Presença de Testemunhas:
( ) Sim
Em caso positivo indicar quais:
( ) Vítima
( ) Policiais
( ) Técnicos e/ou educadores
2
( ) Agentes de segurança
( ) Outros adolescentes
( ) Co-autores na prática do ato infracional
( ) Amigos da vítima
( ) Amigos do autor
( ) Não
5. Presença do Ministério Público:
( ) Sim
Em caso positivo indicar, se possível, o nome do promotor de justiça:
_________________________________________________________________________
( ) Não
6. Tipo de Ato Infracional em Questão ou Motivo do Procedimento:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7. Idade ______________ Cor _______________ Sexo _______________
8. Sobre a prática do ato infracional:
( ) individual
( ) em concurso de agentes com outros adolescentes
( ) em concurso de agentes com adultos
9. Descrição dos procedimentos adotados:
(procure descrever brevemente os acontecimentos, quem inicia a audiência, ordem de
pronunciamento dos presentes, tipo e natureza das perguntas formuladas, formas de
respostas).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
10. Descrição da postura do Juiz:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
11. Descrição da postura do Defensor Público:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3
12. Descrição da postura do Ministério Público:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
13. Descrição da postura do(a) Adolescente:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
14. Descrição da postura das testemunhas e/ou familiares:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
15. Intercorrências ou observações importantes:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
16. Sobre a sentença e/ou decisão proferida, houve embasamento legal? Em caso positivo
indicar os principais argumentos jurídicos utilizados.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
17. Houve contestação da Defesa e do Ministério Público. Quais argumentos utilizados pelas
partes?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
18. Indicar a decisão final e sua fundamentação legal:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
19. Informações Pessoais:
19.1 Vive com os pais? [ ] Sim [ ] Não. Com a mãe? [ ] Sim [ ] Não. Com outro familiar?
[ ] Sim [ ] Não. Qual?_______________________________________________________
Vínculo com a família? [ ] Sim [ ] Não [ ] Eventual.
19.3 Situação econômica boa? [ ] Sim [ ] Não. Adolescente carente? [ ] Sim [ ] Não.
19.4 Antecedentes? [ ] Sim [ ] Não. Quais?_____________________________________
4
20. Há Presença de elementos que sinalizem se as instituições e os profissionais da área estão
utilizando institutos, conceitos, regras, etc., pertencentes à lógica do sistema penal aplicado
aos maiores de dezoito anos, inclusive expressões? [ ] Sim [ ] Não. Quais?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO
Processos de Imposição de medidas de internação
VARAS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
OBJETIVO IMEDIATO OBJETIVO MEDIATO
Identificação da fase do procedimento e do ato
infracional em discussão e/ou motivo do
procedimento;
Avaliação do grau de respeito aos princípios do
ECA na determinação das medidas e na
imposição das sentenças;
Mapeamento de estruturas, fluxos e
procedimentos;
Destaque dos pontos fracos e fragilidades na
obediência às regras legais;
Levantamento e padronização dos dados
disponíveis.
Viabilização de futura avaliação conclusiva.
Pesquisador(a):______________________________________________________________
Cidade: ____________________________________________________________________
1. Informações gerais do Processo:
a) Vara:_________ b) Processo n.º: __________________________________
c) Natureza: [ ] Conhecimento [ ] Execução
2. Informações gerais sobre o menor:
a) Idade na data da pratica do ato infracional: __________________________
b) Cor: [ ] Não informada [ ] Branca [ ] Parda [ ] Negra [ ] Outra ______
c) Sexo: [ ] F [ ] M
d) Representação judicial: [ ] Advogado particular [ ] Defensor Público
3. Informações pessoais sobre o menor:
a) Familiares: Vive com os pais? [ ] Sim [ ] Não. Com a mãe? [ ] Sim [ ] Não. Com outro
familiar? [ ] Sim [ ] Não. Em caso positivo, indicar qual(is)________________________
b) Situação econômica boa? [ ] Sim [ ] Não. Adolescente carente? [ ] Sim [ ] Não.
c) Possui antecedentes? [ ] Sim [ ] Não. Em caso positivo, indicar qual(is)____________
_________________________________________________________________________
4. Informações sobre o ato infracional:
a) Ato(s) Infracional(is) Praticado(s):
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
b) Concurso de Agentes:
[ ] individual
[ ] em concurso de agentes com outros adolescentes
[ ] em concurso de agentes com adultos
[ ] outros. Especificar_______________________________________________________
5. Início das apurações:
2
[ ] Apreensão em flagrante com auto circunstanciado
[ ] Apreensão em flagrante com boletim de ocorrência circunstanciado
[ ] Relatório das investigações
5.1 Forma de apreensão: [ ] Flagrante [ ] Ordem escrita da autoridade
5.2 Atendimento às garantias:
a) Identificação dos responsáveis pela sua apreensão? [ ] Sim [ ] Não.
b) Comunicação à autoridade judiciária? [ ] Sim [ ] Não.
c) Comunicação à família ou à pessoa indicada pelo apreendido? [ ] Sim [ ] Não.
d) Identificação compulsória pelos órgãos do sistema? [ ] Sim [ ] Não.
e) Assistido por Defensor Público? [ ] Sim [ ] Não.
f) Não identificado [ ].
6. Diligências pré-processuais:
a) Apreensão dos instrumentos da infração? [ ] Sim [ ] Não.
b) Apreensão do objeto da infração? [ ] Sim [ ] Não.
c) Requisição de exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria
da infração? [ ] Sim [ ] Não.
d) Exame de corpo de delito no adolescente? [ ] Sim [ ] Não. Na vítima? [ ] Sim [ ] Não.
7. Internação provisória:
a) O magistrado demonstra a suficiência de indícios quanto à autoria e materialidade
necessários à imposição da medida? [ ] Sim [ ] Não.
b) Justificativa da medida:
[ ] Gravidade do ato infracional e sua repercussão social
[ ] Internação para garantia da segurança pessoal do adolescente
[ ] Manutenção da ordem pública
[ ] Fundamentação diversa ou inexistente
c) Respeito ao limite de 45 dias? [ ] Sim [ ] Não.
8. Audiência de apresentação pré-processual:
Presença de advogado? [ ] Sim [ ] Não.
Presença de familiares? [ ] Sim [ ] Não.
Oitiva da vítima? [ ] Sim [ ] Não.
Oitiva dos pais? [ ] Sim [ ] Não.
Oitiva das testemunhas? [ ] Sim [ ] Não.
Confissão? [ ] Sim [ ] Não.
Providência do Ministério Público:
[ ] Representação
[ ] Arquivamento
[ ] Remissão. Cumulação com medida? [ ] Não [ ] Sim, qual?_______________________
[ ] Requer internação provisória ou sua manutenção
Magistrado: presente na audiência [ ] Não [ ] Sim. Providência______________________
3
9. Audiência de apresentação processual. Providências:
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
9.1 Defesa prévia? [ ] Sim [ ] Não. Argumentos:_________________________________
_________________________________________________________________________
10. Audiência em continuação:
a) Ouvida de testemunhas? [ ] MP [ ] Adolescente.
b) Confissão? [ ] Sim [ ] Não.
c) Diligências probatórias: [ ] MP [ ] Adolescente.
11. Alegações finais. Cerne das teses.
Adolescente
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Ministério Público
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
12. Sentença:
a) Absolutória [ ] Condenatória [ ]
b) Medidas:
[ ] Protetiva, qual?______________________________________________________
[ ] Socioeducativa, qual? _________________________________________________
[ ] Remissão cumulada com medida, qual?___________________________________
c) Fundamentos objetivos:
[ ] Crime praticado com violência ou grave ameaça.
[ ] Reiteração na prática de outras infrações graves. Nº. [ ] Espécie______________
[ ] Crime equiparado a hediondo.
d) Fundamentos subjetivos:
Análise das condições pessoais do menor para justificação da medida? [ ] Sim [ ] Não.
Referiu-se à perigosidade? [ ] Sim [ ] Não.
Os fins protetivos/pedagógicos foram justificados? [ ] Sim [ ] Não.
Outros? [ ] Sim [ ] Não. Em caso afirmativo, indique quais:____________________
_____________________________________________________________________
13. Recurso:
[ ] Não.
4
[ ] Ministério Público. Alegações:
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
[ ] Adolescente. Alegações:
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
14. Decisão da instância recursal:
[ ] Manutenção [ ] Reforma.
Em caso de reforma, indique o fundamento:
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
15. Em hipótese de processo de execução, há descumprimento? [ ] Sim [ ] Não.
Em virtude do descumprimento, impôs-se internação-sanção? [ ] Sim [ ] Não.
Houve oitiva do menor na imposição da internação-sanção? [ ] Sim [ ] Não.
16. Progressão da medida? [ ] Sim [ ] Não. Em caso afirmativo, especifique:_____________
_________________________________________________________________________
17. Há Presença de elementos que sinalizem se as instituições e os profissionais da área estão
utilizando institutos, conceitos, regras, etc., pertencentes à lógica do sistema penal
aplicado aos maiores de dezoito anos, inclusive expressões? [ ] Sim [ ] Não.
Em caso afirmativo, indique quais:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
18. Alguma outra informação relevante:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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1
ANEXO
PESQUISA JURISPRUDENCIAL
Os dados reunidos neste primeiro anexo correspondem aos casos analisados por
amostragem nos Tribunais de Justiça dos Estados de São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de
Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no período de
janeiro de 2008 a julho de 2009.
A apresentação está organizada isoladamente por Tribunal através de uma tabela
descritiva na qual se encontram informações detalhadas sobre o tipo de recurso impetrado,
bem como as alegações da parte impetrante e o resultado da decisão e a fundamentação.
Também se informa o ato infracional em questão e no item “ outros destaques” as
argumentações e o discurso utilizado, como forma de identificar quais princípios e/ou
argumentos aparecem de forma recorrente na jurisprudência brasileira, quando o tema é a
imposição de medida socioeducativa de internação a adolescente autor de ato infracional.
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2
1. Tribunal de Justiça de São Paulo
Ref. Processo UF Ato
infracional
Alegações Decisão Fundamentos
Relevantes
Outros Destaques
001 Conflito de
Competência
166.738-0/0-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Atentado
violento ao pudor
(art. 214,
CP)
Conflito de
competência suscitado pelo
MM. Juiz de Direito da Vara
da Infância e Juventude de
Assis em face do MM. Juiz
de Direito da Vara Infância
e Juventude de Gália,
divergindo no tocante à
competência para o
processamento de
sindicância instaurada para
apuração de ato infracional.
Aduz a magistrada
suscitante que a
competência para processar
Procedência
do Conflito.
“De acordo com o
artigo 147, § 1º, do Estatuto
da Criança e do
Adolescente, "Nos casos de
ato infracional, será
competente a autoridade do
lugar da ação ou omissão,
observadas as regras de
conexão, continência e
prevenção".
Como visto acima,
o ato infracional foi
praticado no município de
Gália. Assim sendo, a
competência para o caso é
Nenhum.
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3
e julgar o fato é a do local
em que o ato infracional foi
praticado e que a alteração
da residência do adolescente
não altera referida regra de
competência.
da referida comarca, sendo
irrelevante para fins de
fixação de competência, a
mudança do adolescente
para a cidade de Assis”.
002 AC
163.142-0/4-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,§2º,
I, II e V, CP)
"Inconformado,
apela o Ministério Público,
sustentando a prática do ato
infracional com o emprego
de arma de fogo, bem como
a inadequação da medida
sócio-educativa aplicada,
ante a gravidade do ato
infracional. Requer o
provimento do recurso, com
o decreto de internação
[...]".
Recurso
Provido.
“[...] Provas de
autoria e materialidade -
Gravidade do ato
infracional - Inadequação
das medidas sócio-
educativa de liberdade
assistida e prestação de
serviços à comunidade -
Desajuste social e moral do
menor - Falta de respaldo
familiar e comprovação de
desenvolvimento de
atividade lícita -
Possibilidade de
“[...] Ainda que
excepcional, a internação se
mostra indispensável, no caso
concreto, à ressocialização do
menor e tem fundamento no
inciso I, do artigo 122, do Estatuto
da Criança e do Adolescente. A
prática de gravíssimo ato
infracional denota desajuste moral
e social, e, portanto, a manutenção
das medidas sócio-educativas de
liberdade assistida e prestação de
serviços à comunidade não se
apresentam suficientes à
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4
cumprimento de medida
sócio educativa pelo maior
de 18 anos. Inteligência do
artigo 121, §5°, do ECA
[...]”.
ressocialização do apelado, que,
em liberdade, poderá expor a
incolumidade física de terceiros a
risco.
Há nítida relação de
proporcionalidade entre a
aplicação da internação -
perseguida pelo apelante -, e o ato
infracional praticado pelo apelado
[...]. De outra banda, convém
anotar que o apelado não tem
respaldo familiar, revelou - ainda
que informalmente -, o
envolvimento em outros atos
infracionais (fls. 59), e, durante o
curso processual não demonstrou
exercício de ocupação lícita,
permitindo concluir que não
possui estrutura para o
cumprimento, a contento, das
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medidas sócio-educativas
impostas pela sentença apelada
[...]”.
003 HC
166.372-0/9-00
(Comarca
de Ribeirão Preto)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Trata-se de habeas
corpus impetrado em favor
do adolescente Saulo
Conceição Santos,
sustentando-se, em suma, a
ilegalidade da decisão
proferida pelo MM Juízo de
Direito da Vara da Infância
e da Juventude da Comarca
de Ribeirão Preto, que,
julgando procedente a
representação oferecida pelo
Ministério Público de São
Paulo, imputando ao menor
a prática do ato infracional
equiparado ao delito de
tráfico de entorpecentes,
Ordem
Denegada.
"[...] Gravidade do
ato infracional cometido e
características pessoais do
paciente indicativas do
acerto da sentença".
"A regra contida no
artigo 122, I, do ECA deve sofrer
interpretação sistemática e não
literal. Evidente que o legislador
só pretendeu permitir a medida
sócio-educativa da internação aos
autores de atos infracionais
graves, como ocorre em relação
àqueles praticados com violência
ou grave ameaça à pessoa
Contudo, é preciso lembrar que o
tráfico de entorpecentes foi
considerado equiparado ao crime
hediondo pela Lei 8072/90 (artigo
2o), o que faz dele ato infracional
grave. Não há como afastar a
interpretação sistemática, já que o
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determinou a aplicação da
medida sócio-educativa de
internação. Pedem-se a
concessão de liminar, para
que o paciente aguarde o
julgamento do writ em
liberdade, e, ao final, a
aplicação de medida sócio-
educativa em meio aberto".
Estatuto da Criança e do
Adolescente considera "ato
infracional a conduta descrita
como crime ou contravenção
penal" (artigo 103), buscando no
Direito Penal a fonte da
qualificação do ato infracional.
Ora, assim agindo, respeitou a
graduação imposta pelo legislador
em matéria punitiva". [...].
"Inviável o
reconhecimento da gravidade do
crime na esfera penal e seu
afastamento na menorista, que
busca na fonte penal a
qualificação do ato lesivo
praticado pelo menor". [...].
"Nessa ordem de idéias,
há de se reconhecer a
possibilidade de imposição da
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medida de internação aos autores
de ato infracional equiparado ao
crime de tráfico de entorpecentes,
porque grave, consoante vem
decidindo esta Câmara Especial".
004 AC
166.421-0/3-00
(Comarca
de Lins)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Inconformada,
recorre somente Tâmara e
pede sua absolvição (fls.
229/237)".
Recurso
Improvido.
"[...] Pretensão de
absolvição -
Impossibilidade - Prova
suficiente da prática do
tráfico - Negativa
desmentida petos demais
elementos de prova - Prova
oral a confirmar a
apreensão, em local de
tráfico - Quantidade e
forma de acondicionamento
compatível com a
destinação do tóxico ao
comércio - Ato que
pressupõe violência contra
"O tráfico de drogas, sem
dúvida, deve ser considerado um
dos atos infracionais mais graves,
pois é prática que vem
disseminando o vício entre a
população mais vulnerável, ou
seja, mais jovem e mais
desprotegida da sociedade, e que
revela, da parte de seus autores,
total ausência de preocupação
com a própria vida e com a do
próximo, além de demonstrar
também vivência infracional, na
medida em que tem íntima relação
com toda a sorte de ilícitos. É, na
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toda a sociedade,
principalmente por atingir a
sua população mais jovem
e vulnerável - Condições
pessoais desfavoráveis -
Vivência infracional -
Genitores envolvidos no
tráfico - Medida cabível e
necessária para a
ressocialização da
adolescente [...]".
verdade, ato infracional que
pressupõe emprego de violência
contra toda a sociedade. Tanto é
assim que o legislador,
posteriormente à edição do
Estatuto da Criança e do
Adolescente, passou a classificar
tal prática como crime hediondo.
Assim sendo, não pode ser
considerado correto o
entendimento de que o tráfico não
é prática violenta e de que a
internação só estaria autorizada
quando ocorre violência direta à
pessoa".
"De outra parte, Tâmara
também não apresenta condições
pessoais favoráveis ao retorno
imediato ao convívio social, sem
que isso represente novos riscos
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para sua própria integridade física.
Apesar de ser tecnicamente
primária, ela já evidencia vivência
infracional e está exposta ao uso e
tráfico de drogas, no âmbito
familiar. Segundo os relatos
sociais, os genitores, o padrasto e
primos também estão envolvidos
no tráfico de drogas. Os dois
primeiros, aliás, estão presos, por
essa mesma razão. Além disso,
Tâmara não estuda, não trabalha e
também, 'demonstra imaturidade e
pouca criticidade quanto à
gravidade do ato infracional' [...]".
[...].
"Assim sendo, a
internação, além de cabível,
mostra-se como única medida
capaz de retirar a adolescente da
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vivência infracional".
005 HC
163.762-0/7-00
(Comarca
de Ribeirão Preto)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"[...] impetrou o
presente HABEAS
CORPUS [...] objetivando a
concessão da ordem para
que seja cassada a decisão
do juízo de direito da vara
da infância e da juventude
da comarca de ribeirão preto
que aplicou a medida sócio-
educativa de internação e
semiliberdade aos
respectivos pacientes. Aduz,
ainda, que a decisão de
primeiro grau não se
subsume a nenhuma das
hipóteses descritas no artigo
122 da Lei n. 8.069/90.
Concluiu requerendo a
concessão liminar da ordem,
HC
concedido, com
recomendação.
"[...] Estudos
técnicos que apontam uma
possibilidade de nova
perspectiva de vida aos
adolescentes, permitindo
serem inseridos,
provisoriamente, em
medida de liberdade
assistida. [...]".
"Assim, atentando-se às
circunstâncias pessoais relatadas
nos estudos técnicos apresentados
aos autos (fls. 59/62 e 64/67),
observa-se que, embora
precipitado, pode-se constatar
certa evolução no quadro
pedagógico. Somando-se isso, ao
fato de que os adolescentes se
encontram internados desde
4.2.2008, perfazendo mais de
cinco meses em medida extrema,
tem-se que, apesar da gravidade
da infração cometida, para a
continuidade de seu processo
ressocializador, há a necessidade
que lhes seja possibilitado
demonstrar merecedores da
progressão, permitindo-lhes a
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determinando-se a
suspensão das medidas
aplicadas e no mérito, a sua
substituição por outra em
meio totalmente aberto".
integração com o meio aberto.
Portanto, em homenagem ao
princípio da excepcionalidade da
internação, estendida, nesse caso,
à semiliberdade,
excepcionalmente aqui analisado,
devem ser considerados outros
fatores, tais como a capacidade de
cumprimento de medida menos
gravosa e as características
pessoais apresentadas pelos
adolescentes, guardando, a
medida a ser aplicada, direta
relação com a capacidade de
recuperação e desenvolvimento
dos jovens".
006 AC
165.566-0/7-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, II, CP)
"Postulou a defesa
do adolescente pela reforma
parcial da sentença a fim de
que lhe seja aplicada medida
Recurso
Improvido.
"[...] Insurgência
contra a medida imposta ao
adolescente -
Descabimento - Internação
"Destarte, as condições
pessoais do adolescente, seu
evidente desvio comportamental.
a gravidade do ato infracional
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12
sócio-educativa diversa da
internação, enfatizando que
para aplicação dessa medida
não basta a previsão da
hipótese no art. 122 do
ECA, sendo também
necessário que não haja
outra medida adequada.
Acrescentou que os técnicos
quando da avaliação
psicossocial do adolescente
verificaram que ele
‘demonstrou estar em
processo de
amadurecimento intelectual
e emocionai pertinentes a
idade, sendo estes elementos
necessários a reinserção em
sociedade’ (fls. 83/90).
Pleiteou, por fim, a
que encontra respaldo no
artigo 122, I, do ECA e que
guarda relação de
proporcionalidade com a
gravidade dos atos
praticados e circunstâncias
pessoais do adolescente
[...]".
cometido e a ausência do controle
de seus atos por seus familiares,
recomendam sua segregação até
que reúna condições favoráveis
para retornar ao convívio social.
Cumpre destacar, por fim, que
infligir medida em meio aberto ao
adolescente apenas surtirá efeito
paliativo a uma questão que
demanda todo um processo sócio-
educativo para sua correta e
esperada reintegração social.
Ademais, a medida sócio-
educativa não possui caráter
retributivo. mas visa ressocializar
o infrator, tornando-o apto a
conviver no seio da sociedade".
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13
antecipação dos efeitos da
tutela recursal para que seja
suspenso o cumprimento da
combatida sentença,
permitindo-se que o jovem
cumpra medida em meio
aberto, ou semiliberdade, até
o julgamento definitivo do
presente recurso".
007 AC
164.012-0/2-00
(Comarca
de Américo
Brasiliense/A)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"A defesa do
adolescente [...] pretende a
reforma da decisão, a fim de
que seja julgada
improcedente a
representação diante da
fragilidade do conjunto
probatório, sobretudo
porque embasada
exclusivamente nos
depoimentos dos policiais
Apelação
improvida, com
recomendação.
"Autoria e
materialidade indiscutíveis.
- Confissão do menor
corroborada pelos
depoimentos dos policiais
militares que, munidos de
mandado de busca
domiciliar, ingressaram na
residência do menor, onde
foram encontradas as
drogas. - Menor
"Comprovada a
materialidade e a autoria do ato
infracional, cumpria ao juiz
aplicar uma das medidas
sócioeducativas descritas no
artigo 112 do Estatuto da Criança
e do Adolescente, não com o
intuito punitivo, mas sim de
protegê-lo, visando à sua mais
eficaz ressocialização. E diante da
inequívoca responsabilização do
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militares que realizaram a
diligência na casa do menor
e nas declarações confusas
do infante quando ouvido
informalmente e em juízo.
Alega, ainda, que o
adolescente não necessita da
medida extrema, mas sim de
tratamento, frisando que a
internação na Fundação
C.A.S.A. não tem produzido
o efeito ressocializador
desejado. E, em última
hipótese, visa à conversão
da medida de internação em
liberdade assistida".
surpreendido no interior de
sua casa guardando e
mantendo em depósito
substâncias entorpecentes
para fins de fornecimento a
terceiros.- Conduta
infracional gravíssima,
equiparada a crime
hediondo.- Menor que
possui passagens pela Vara
da Infância e da Juventude,
não estuda e nem trabalha,
não possui respaldo
familiar suficiente e é
usuário de droga.- Medida
extrema bem aplicada.[...]".
“E presente a
hipótese do artigo 101,
inciso VI, do Estatuto da
Criança e do Adolescente,
menor pelo ato infracional
extremamente grave, equiparado a
crime hediondo, bem como pelo
fato de ele possuir várias
passagens pela Vara da Infância e
da Juventude (certidão de fls. 47 c
48), restou demonstrado o seu alto
grau de dessocialização,
afigurando-se a internação a
medida mais adequada para a
espécie.
Ademais, o menor não
estuda, não trabalha, é usuário de
maconha, descumpriu medida
sócio-educativa a ele infligida
anteriormente, além de não
possuir respaldo familiar
suficiente, pois voltou a cometer
novo ato infracional, o que afasta
a hipótese de, neste momento,
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recomenda-se a inclusão do
adolescente em programa
de auxílio e tratamento a
toxicômanos”.
converter a medida de internação
em liberdade assistida".
008 AC
164.130-0/0-00
(Comarca
de Santo André)
SP Roubo
circunstanciado, na
forma tentada
(art. 157,
§2º, II, c/c art. 14, II,
CP)
"Demonstrando
inconformismo, o Ministério
Público oferece apelação,
sustentando que a gravidade
do ato infracional impõe a
aplicação da medida sócio-
educativa de internação (fls.
157/159)".
Recurso
Improvido.
"[...] Provas de
materialidade e autoria -
Decretação de liberdade
assistida - Pleito de
substituição por internação
- Reiteração infracional
afastada - Laudo técnico
favorável - Análise do
perfil dos menores na
escolha da medida
sócioeducativa -
Inteligência do artigo 122,
§2º, do Estatuto da Criança
e do Adolescente [...]".
"Ainda que praticado o
ato infracional com o emprego de
grave ameaça contra a pessoa, o
que, em tese, permitiria a
internação, ante o disposto no
inciso I, do precitado dispositivo
legal, a sentença recorrida aplicou,
fundamentadamente, a liberdade
assistida, por entendê-la suficiente
e adequada à ressocialização dos
apelados. Na escolha da medida
sócio-educativa devem ser
analisadas, além da natureza do
ato infracional e da primariedade,
as condições pessoais dos agentes,
que, no caso telado, e, de acordo
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16
com os laudos técnicos, contam
com respaldo familiar, possuem
comportamento familiar adequado
e não registram antecedentes.
Logo, a natureza do ato
infracional praticado, por si só,
não conduz à aplicação da
internação. [...]".
"Por tais sucessos, a
decretação da medida extrema
pode ser afastada em prol dos
apelados, ante o disposto no artigo
122, § 2o, do Estatuto da Criança
e do Adolescente, que ressalta o
seu caráter excepcional".
009 AC
163.024-0/0-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Furto
Qualificado
(art. 155,
§4º, II e IV, CP)
"Apelo ministerial,
alegando preliminarmente,
em síntese, a nulidade da
decisão, quer em razão de o
representante do Ministério
Recurso
provido, para que
seja dado regular
procedimento ao
feito.
“Considerando-se
que houve o recebimento
tácito da representação,
conforme determinação do
V. acórdão de fls. 85/89,
Nenhum.
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17
Público não ter se
manifestado a respeito da
remissão, nos termos do
artigo 204 da Lei n°
8.069/90; quer em razão de
a remissão ter sido
concedida antes da
realização da audiência de
apresentação, por força do
que dispõe o artigo 184, da
referida Lei. No mérito,
aduz, em suma, que não
houve cumprimento da
determinação do V. acórdão
e que não merece subsistir a
alegação de que é de escassa
gravidade objetiva a
infração, porquanto não se
limita o Estatuto da Criança
e do Adolescente a casos de
cumpre consignar,
primeiramente, que houve
afronta ao artigo 184, do
Estatuto da Criança e do
Adolescente, porquanto foi
concedida a remissão sem
ter sido designada a data
para audiência de
apresentação e determinada
a cientificação do
adolescente e de seu
responsável legal. De igual
modo foi violado o artigo
186, caput e seu § 1º, da
Lei n° 8.069/90 [...]” e o
art. 204, ECA.
Nulidade da
decisão.
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18
elevada gravidade objetiva".
010 AC
163.033-0/0-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Furto
Qualificado, na forma
tentada
(art. 155,
§4º, II, c/c art. 14, II,
CP)
"O Ministério
Público apelou, pleiteando,
preliminarmente, a nulidade
da decisão, porquanto não
foram observados os artigos
184, 186, § 1º e 204, todos
do Estatuto da Criança e do
Adolescente. No mérito,
visa à cassação da remissão
concedida, por descabida,
determinando-se o retorno
dos autos à instância inferior
para designação de
audiência de apresentação e
seguimento do feito até final
decisão de mérito".
Recurso
provido, para que
seja dado regular
procedimento ao
feito
"[...] Remissão
concedida em total
desobediência aos artigos
184; 186, "caput" e §1º e
204, todos do Estatuto da
Criança e do Adolescente. -
Nulidade da decisão. [...]".
"[...] no dia 7 de abril de
2006, pelo período da manhã, na
Rua Lisa Ansorge, n° 145, na
Capital, o adolescente, mediante
escalada, teria tentado subtrair
para si, uma gaiola de madeira
com um pássaro no seu interior,
pertencente a João Barbosa de
Almeida".
"Após o jovem [...] não
atender às inúmeras notificações
para se apresentar perante a
Promotoria de Justiça local, os
autos foram remetidos ao Juízo da
Infância e da Juventude, o qual
houve por bem conceder-lhe a
remissão, adotando como
fundamento de sua decisão a
escassa gravidade objetiva do ato
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19
infracional atribuído ao menor,
que não ostenta registro anterior
ao fato julgado por sentença e de
quem não há notícias no sentido
de que tenha voltado a infracionar,
o que denotaria que o fato
articulado nos autos foi isolado na
vida do menor. Fundamenta,
outrossim, que houve
normalização do comportamento
do jovem, razão pela qual não se
mostra necessária a aplicação de
qualquer medida de caráter
sócioeducativa, em razão,
inclusive, do tempo decorrido
[...]".
"Ressalte-se, ademais,
que na legislação menorista
prepondera a situação peculiar da
criança e do adolescente em
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20
desenvolvimento, consubstanciada
no princípio da proteção integral.
Por isso, a devida apuração do ato
infracional revela-se
imprescindível para que o Estado,
se necessário, promova a
reabilitação do adolescente".
"E por fim, acresce dizer,
o Estatuto da Criança e do
Adolescente não fica limitado à
apreciação única de casos de
elevada gravidade objetiva".
011 AC
164.485-0/0-00
(Comarca
de Atibaia)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Primeiramente,
apela o Ministério Público
pugnando pelo provimento
do recurso a fim de que seja
julgada a ação procedente,
reconhecendo-se a prática
do ato infracional descrito
na representação e
Recursos
Improvidos.
"A aplicação da
medida sócio-educativa de
liberdade assistida [...] tal
como disposta na sentença
assinala a orientação mais
adequada ao caso dos
autos, vez que possui
caráter eminentemente
"Considerou o Ilustre
Magistrado prolator da sentença
que 'Todavia, considerando-se que
o menor não possui antecedentes,
e que não foi cometido mediante
violência ou grave ameaça, mais
consentâneo com os princípios
norteadores do ECA aplicar-se a
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aplicando-se ao adolescente
a medida sócio-educativa
consistente em internação
em estabelecimento
educacional, nos termos do
artigo 112, inciso VI, e 121,
da Lei n° 8 069/90, por
entender que, estando a
autoria e a materialidade
devidamente comprovadas
nos autos, a prova oral
colhida indicou que o menor
realmente traficava tóxicos.
Frisou que o próprio menor
admitiu a excessiva
quantidade de tóxicos que
estava em sua posse, não
comprovou qualquer fonte
de renda, pois não possui
trabalho fixo bem
educativo e proporcionará
ao adolescente a
possibilidade de reflexão
sobre seus atos e
consectários, além de lhe
permitir a tomada de
consciência de valores
socialmente
compartilhados,
afigurando-se, portanto,
adequada e suficiente ao
ato infracional perpetrado
e, sobretudo, às
circunstâncias pessoais do
adolescente".
medida de liberdade assistida,
pelo prazo mínimo de 06 (meses),
valendo anotar, ainda, que o
menor foi internado
provisoriamente no curso do feito,
cumprindo, logo, essa medida seu
papel' (fl 133)".
[Proporcionalidade].
"Muito embora o ato
infracional equiparado ao tráfico
de drogas seja de extrema
gravidade e, em inúmeras
ocasiões tal infração não seja
praticada mediante grave ameaça
ou violência à pessoa, forçoso
reconhecer ser ele o responsável,
não raras vezes, pelos atos
perpetrados dessa forma, bem
como pela inserção de muitos
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remunerado, bem como não
estuda, nem ajuda no
sustento da família,
configurando a internação a
única medida social
adequada ao caso, ante a
gravidade dos fatos, à
personalidade do menor, à
ausência de respaldo
familiar e à sua atual
situação de carência [...]".
"Em razões de
apelação, pleiteia o
adolescente o abrandamento
da medida aplicada, com a
reforma do julgado para a
aplicação da medida sócio-
educativa de prestação de
serviços à comunidade ou,
jovens no mundo infracional,
reforçando, assim, a necessidade
de imposição de medida sócio-
educativa de mediana severidade
no caso em tela, apta a permitir a
reeducação do infrator".
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alternativamente, a
manutenção da medida
sócio-educativa imposta,
porém em período menor
que o fixado, nos termos do
disposto no artigo 112,
incisos III ou IV,
considerando a vida
pregressa imaculada do
adolescente, o período de 45
dias de sua internação
provisória, sua confissão e
arrependimento, fatos esses
que demonstram a
possibilidade de regeneração
[...]".
012 AC
165.013-0/4-00
(Comarca
de Praia Grande)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Conforme
sentença de fls. 146/150, a
representação foi julgada
parcialmente procedente e
Recurso
Improvido.
"Prova suficiente
da autoria e materialidade
da infração - Confissão da
venda de drogas
"O tráfico de drogas deve
ser considerado um dos atos
infracionais mais graves, pois é
prática que vem disseminando o
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ao adolescente foi aplicada a
medida de internação, por
prazo indeterminado.
Inconformado, ele recorre e
pede a absolvição, a
desclassificação do ato ou o
abrandamento da medida
(fls. 158/164)".
corroborada pelos demais
elementos de prova -
Apreensão em situação de
flagrância, por duas vezes,
na posse das porções de
entorpecentes [...] -
Quantidade, diversidade e
forma de acondicionamento
das drogas compatíveis
com a mercancia - Ato que
pressupõe violência contra
toda a sociedade,
principalmente por atingir a
sua população mais jovem
e vulnerável - Condições
pessoais desfavoráveis -
Reiteração infracional -
Ociosidade e ausência de
respaldo familiar -
Internação cabível e
vício entre a população mais
vulnerável, ou seja, mais jovem e
mais desprotegida da sociedade, e
que revela, da parte de seus
autores, total ausência de
preocupação com a própria vida e
com a do próximo, além de
demonstrar também vivência
infracional, na medida em que tem
íntima relação com toda a sorte de
ilícitos. E, na verdade, ato
infracional que pressupõe
emprego de violência contra toda
a sociedade. Tanto é assim que o
legislador, posteriormente à
edição do Estatuto da Criança e do
Adolescente, passou a classificar
tal prática como crime hediondo".
"Apesar de tecnicamente
primário, Aparecido foi
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25
necessária para a
ressocialização do
adolescente - Rejeição da
matéria preliminar".
apreendido duas vezes, por tráfico
de drogas, em um intervalo de
apenas um mês. Além disso,
estava sem trabalhar ou estudar,
admitiu com naturalidade ter
optado pela prática do tráfico,
como forma de obtenção de
dinheiro e, segundo se depreende
da avaliação psicossocial, não
possui respaldo familiar
suficiente, pois seus genitores não
conseguem impor regras e limites
para que saia do meio infracional
(fls. 62/65)".
"[...] A excepcionalidade
da medida não impede sua
aplicação em casos necessários
como este".
013 AC
163.964-0/9-00
SP Latrocínio
(art. 157,
"Apela o
adolescente. Busca a
Recurso
Improvido.
"A materialidade
infracional e a autoria
"Na verdade, o que se
busca com a imposição da
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26
(Comarca
de Poá)
§3º, CP) improcedência da
representação. Aduz que não
praticou qualquer ato
infracional e que não
existem provas de seu
concurso para a prática do
delito. Sustenta que os
depoimentos juntados aos
autos são contraditórios.
Alternativamente, objetiva a
substituição da medida
sócio-educativa imposta, em
razão da excepcionalidade
da internação".
restaram devidamente
comprovadas pelo contido
no Boletim de Ocorrência
de fls. 05/06, no Termo de
Declarações de fl. 19, no
Auto de Exibição e
Apreensão de fl. 20, no
Laudo de fls. 47/48, no
Laudo de Exame
Necroscópico de fls. 66/67,
no Laudo de fls. 158/165 e
nos depoimentos acostados
aos autos. No tocante ao
pedido de substituição da
medida sócio-educativa de
internação imposta por
outra mais branda, também
não merecem prosperar as
alegações recursais (cf.
quadro ao lado)".
internação é possibilitar ao
adolescente formação de
princípios éticos e sociais que o
afastem de más companhias e de
vida voltada para a delinqüência,
o que somente poderá ser obtido
com severo acompanhamento,
cabível apenas com a internação,
plenamente justificável diante da
violência empregada contra a
vítima".
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27
014 AC
163.993-0/0-00
(Comarca
de São Bernardo do
Campo)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Pugna a defesa
pela absolvição do
adolescente sustentando,
para tanto, a ausência de
prova robusta e concludente
a lhe imputar a prática do
ato infracional equiparado
ao tráfico de drogas, visto
que nas ocasiões em que foi
ouvido negou a prática
delitiva. Enfatiza, ainda, a
fragilidade dos depoimentos
dos policiais militares, haja
vista que não presenciaram
o recorrente praticando o
narcotráfico".
Recurso
Improvido.
"Pretensão de
absolvição sob o
fundamento de
insuficiência do conjunto
probatório - Afastamento -
Provas robustas no sentido
de que a substância
apreendida se destinava a
narcotraficância - Medida
sócioeducativa de
internação que guarda
relação de
proporcionalidade com a
gravidade do ato praticado
e com as condições
pessoais do adolescente
[...]".
"Quanto à aplicação da
medida sócio-educativa de
internação, a sua imposição
assinala a orientação mais
adequada, pois a custódia do
adolescente visa não só a proteção
da sociedade, mas também do
próprio infrator, tendo por
objetivo maior afastá-lo do
tráfico, do consumo de drogas e
de outras práticas perniciosas a
formação de seu caráter. O
recorrente praticou ato infracional
de extrema gravidade e registra
envolvimento anterior no tráfico
ilícito de entorpecentes, pelo qual
lhe foram impostas as medidas de
liberdade assistida e prestação de
serviços à comunidade (fl. 31), as
quais sequer iniciou o
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28
cumprimento".
015 AC
163.316-0/2-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Furto
Qualificado, na forma
tentada
(art. 155,
§4º, II e IV, c/c art.
14, II, CP)
"Apelam os
adolescentes João Carlos e
Aloísio (fls. 104/110)
objetivando a aplicação de
medida sócio-educativa
mais branda".
Recurso
Improvido.
"Impossibilidade
de abrandamento das
medidas sócio-educativas
impostas - Prática reiterada
de atos infracionais - Não
cumprimento das medidas
anteriormente impostas
[...]".
"Como se vê, apesar da
aparente singeleza do ato
infracional imputado aos
apelantes neste processo, a
custódia dos adolescentes é
medida necessária para sua
própria proteção, pois o retorno
extemporâneo ao convívio social
certamente os conduzirá a prática
de infrações mais graves,
colocando em risco não só a
sociedade, mas também todos os
esforços já desenvolvidos até
agora visando sua recuperação".
"Em verdade, busca-se
com a imposição da internação e
da semiliberdade possibilitar aos
adolescentes a formação de
princípios éticos e sociais que os
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29
afastem de más companhias e da
vida voltada para a delinqüência".
016 AC
162.653-0/2-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Lesão
Corporal Leve
(art. 129,
CP)
"Trata-se de
apelação interposta pelo
Ministério Público contra
sentença proferida [...] que,
ao apreciar representação
contra o adolescente [...], ao
qual foi atribuída a prática
de ato infracional
equivalente a lesão corporal
simples, concedeu-lhe
remissão". [...].
"Inconformado,
recorre o Ministério Público
e pede o reconhecimento da
nulidade da decisão e, no
mérito, o regular
prosseguimento do processo
[...]".
Recurso
Provido.
"Respeitado o
entendimento do ilustre
magistrado, cumpre
reconhecer a nulidade de
sua decisão. Como
sustentou o recorrente, era
incabível a concessão da
remissão, sem a prévia
oitiva do Ministério
Público e do adolescente,
exigências expressamente
previstas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente,
em seus artigos 126, 184 e
186, § 1º".
"Aliás, é posição do
Egrégio Superior Tribunal de
Justiça que a remissão reclama a
observação do princípio
constitucional da ampla defesa,
bem como dos requisitos legais de
audiência de apresentação para a
oitiva do menor e da manifestação
do Parquet, de acordo com o
caráter educacional de exceção da
legislação incidente". [...]
"Por sinal, inequívoco
que a falta de oitiva do Ministério
Público constitui-se em causa de
nulidade absoluta, diante das
expressas disposições contidas
nos artigos 186, parágrafo
primeiro, e 204 do Estatuto da
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30
Criança e do Adolescente".
017 HC
164.183-0/1-00
(Comarca
de Registro)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Habeas corpus
impetrado sob alegação de
ilegalidade na sentença que
julgou procedente a
representação e aplicou
medida sócio-educativa de
internação". [...]
"Alega a impetrante
que a medida de internação,
no caso de ato infracional
equiparado a tráfico de
entorpecentes, é ilegal,
tendo em vista que não está
prevista no rol do art. 122,
do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que aduz ser
taxativo".
Ordem
Concedida.
"O princípio da
legalidade está no artigo 5º,
XXXIV da Constituição
Federal. É garantia
individual do cidadão.
Princípio basilar,
fundamental, primário.
Está, aliás, no regramento
jurídico de todos os países
civilizados. Não pode, por
nenhum pretexto, ser
desconsiderado, sob pena
de se fazer tabula rasa dos
mais altos valores e de
todas as conquistas que a
evolução humanista
proporcionou". [...]. "Há
outro equívoco - data vênia
"No que diz respeito à
regra estabelecida pelo art. 122 do
Estatuto da Criança e do
Adolescente, para aplicação da
medida sócio-educativa de
internação ‘em que pesem às
opiniões contrárias, ao nosso ver,
tendo em vista a finalidade e a
natureza não penal das medidas
sócio-educativas, é preciso que os
incisos sejam interpretados com
certa flexibilidade’. Mencionada
disposição legal não está afeta, ao
meu modo de pensar, pelo
raciocínio penalista. Por isso, é
perfeitamente possível a aplicação
da medida sócio-educativa de
internação que, aliás, é permitida
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31
- em supor que a natureza
do trato legal com o menor
é diferente. Pois justamente
o menor, já por essa
condição, é que tem
amparo de mais espectro.
Nada no ECA - e não
poderia decididamente
haver - a se contrapor ao
princípio da legalidade. A
questão é de uma
simplicidade franciscana. A
lei prevê internação? Não.
Então, não se pode internar.
E ponto. Qualquer
tergiversação é pecado
mortal contra a
Constituição".
"[...] E também
não há nenhuma dúvida de
para crimes graves, como é do
tráfico ilícito de entorpecente.
Conduta infracional equiparada ao
crime previsto no art. 33 da Lei nº
11.343/06 deve ser considerada
como de grave ameaça à
sociedade, bem como de
violência, tanto que, por
disposição do art. 5º, inciso XLIII,
da Constituição Federal, recebe o
mesmo tratamento dos crimes
hediondos". [RELATOR]
"O juiz, ao prolatar a
sentença, haverá de ser isento.
Não vestirá o papel de paladino da
segurança pública ou defensor da
sociedade, papéis que o
ordenamento jurídico comete a ao
Ministério Público, ao corpo
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32
que as regras do Direito
Penal são aplicáveis em
qualquer seara onde se
pense em pena, castigo,
restrição ou medida de
mesma natureza. Princípios
penais cabem no Direito
Tributário, no Direito Civil
e no Direito Processual e,
lógico, nos estatutos que
versam sobre menor".
Policial, ao Exército, a quem de
direito. A segurança do cidadão,
portanto, é apenas um valor dentre
tantos que devem ser considerados
quando o juiz prolata a sentença.
Antes disso, há a Constituição,
com as garantias individuais e os
princípios sagrados garantistas da
cidadania. Não há como, pois,
data venia, invocar, como se o
juiz pudesse tudo, como pudesse
se sobrepor à lei e à Constituição,
argumento de conveniência,
prognóstico calcado em
convicções particulares,
considerações mais ou menos
genéricas, gravidade do fato em
si, analogia, o que for, enfim, para
descumprir mandamento
imperativo constitucional".
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33
[PRESIDENTE DA SEÇÃO
CRIMINAL].
018 AC
162.014-0/7-00
(Comarca
de Ribeirão Preto)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Apela a defesa do
adolescente (fls. 89/92)
objetivando a substituição
da medida sócio-educativa
de internação, por liberdade
assistida. Aduz que a
internação não tem respaldo
legal, posto que, no presente
caso, não se encontram
presentes nenhum dos
requisitos previstos no art.
122, do Estatuto da Criança
e do Adolescente".
Recurso
Improvido.
"Em verdade,
busca-se com a imposição
da internação possibilitar
ao adolescente formação de
princípios éticos e sociais
que o afastem de más
companhias e de vida
voltada para a
delinqüência, o que
somente poderá ser obtido
com severo
acompanhamento, cabível
apenas com a internação,
plenamente justificável
diante da gravidade do ato
infracional".
"Por fim, convém
lembrar que não se cuida
"No que alude à medida
sócio-educativa a ser aplicada,
insta salientar que o ato
infracional equivalente ao tráfico
ilícito de entorpecentes é
efetivamente grave, inclusive
considerado hediondo, se
praticado por maior".
"Mencionada disposição
legal não está afeta, ao meu modo
de pensar, pelo raciocínio
penalista, por isso, é perfeitamente
possível a aplicação da medida
sócio-educativa de internação que,
aliás, é permitida para crimes
graves, como é o caso do tráfico
ilícito de entorpecente. Conduta
infracional equiparada ao crime
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nos autos de ação penal,
mas de apuração de ato
infracional praticado por
adolescente que necessita
de ressocialização, por
estar se dedicando à vida de
marginalidade, sendo
necessário que se lhe
imponha tratamentos e
orientações que lhe
possibilitem outros rumos
em sua vida, tornando-o
apto a retornar ao convívio
social".
previsto no art. 33 da Lei
11.343/06 deve ser considerada
como de grave ameaça à
sociedade, bem como de
violência, tanto que, por
disposição do art. 5º, XLIII, da
Constituição Federal, recebe o
mesmo tratamento dos crimes
hediondos". [...].
"Ademais, de acordo
com o relatório social (fls. 66/69)
o adolescente faz uso de
substância entorpecente, não
trabalha nem estuda, costuma
ausentar-se do lar por longos
períodos para permanecer em
companhia de outras pessoas
envolvidas com o meio
infracional. De outro lado, sua
genitora tem dificuldades em
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impor limites ao filho, que não lhe
outorga o papel de autoridade".
019 HC
165.080-0/9-00
(Comarca
de Guara)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Habeas corpus
impetrado [...], alegando-se
a ocorrência de ilegalidade
na aplicação de medida
sócio-educativa de
internação por prazo
indeterminado, pela prática
de ato infracional
equiparado ao tráfico de
entorpecente. Afirma que
está patente o
constrangimento ilegal, uma
vez que inexiste previsão
legal para a aplicação da
mencionada medida caso de
ato infracional equiparado
ao tráfico de entorpecentes.
Alega também ser incabível
Ordem
Denegada.
"Mencionada
disposição legal não está
afeta pelo raciocínio
penalista. Por esta razão, é
perfeitamente possível a
aplicação da medida sócio-
educativa de internação
que, aliás, é permitida para
crimes graves, como é o
caso do tráfico ilícito de
entorpecentes. Conduta
infracional equiparada ao
crime previsto no art. 33,
da Lei n° 11.343/06, deve
ser considerada como de
grave ameaça à sociedade,
bem como de violência,
tanto que, por disposição
Nenhum.
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a aplicação de
semiliberdade. Requer
liminarmente, a suspensão
da internação do paciente e,
ao final, aplicação de
medida sócio-educativa em
meio aberto".
do art. 5º, inciso XLIII, da
Constituição Federal,
recebe o mesmo tratamento
dos crimes hediondos".
020 AC
161.300-0/5-00
(Comarca
de Leme)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
"Apela o
adolescente Roberto (fls.
88/93). Busca a
desclassificação para roubo
tentado e a aplicação de
medida sócioeducativa de
liberdade assistida".
Recurso
Improvido.
"Por fim, não
merece prosperar o pedido
de abrandamento da
medida haja vista que, o
art. 122, I, do Estatuto da
Criança e do Adolescente
impõe a medida de
internação nos casos em
que o ato infracional foi
cometido mediante grave
ameaça ou violência contra
a pessoa, tal como ocorre
no vertente feito. O ato
"A despeito do acima
mencionado, ainda que fosse
verdadeira a tese do apelante, no
sentido de que houve apenas
tentativa, tal fato não influenciaria
na aplicação da medida
sócioeducativa. Isso porque,
conforme ressaltou o ilustre
Procurador Geral de Justiça: 'O
Estatuto da Criança e do
Adolescente não visa a aplicação
de pena relativa a determinado
tipo penal, mas sim a imposição
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infracional praticado e
tipificado como roubo
qualificado é de natureza
grave, vez que executado
mediante grave ameaça e
em concurso de agentes, o
que gera não só agressão
psicológica, como
insegurança no contexto
social, revelando, portanto,
a audácia dos agressores".
de medida sócio-educativa a fim
de buscar a ressocialização do
menor, em face da prática de
conduta reprovável'".
[...]
"Desta forma, a custódia
do adolescente Roberto é medida
necessária para sua própria
proteção, pois o retorno
extemporâneo ao convívio social
certamente o conduzirá a prática
de infrações mais graves,
colocando em risco não só a
sociedade, mas como também a si
próprio. Na verdade, o que se
busca com a imposição da
internação é possibilitar ao
adolescente formação de
princípios éticos e sociais que o
afastem de más companhias e de
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vida voltada para a delinqüência,
o que somente poderá ser obtido
com severo acompanhamento,
cabível apenas com a internação".
021 AC
163.651-0/0-00
(Comarca
de São Paulo)
SP “Porte de
Substância
Entorpecente”
(art. 28,
caput, Lei 11.343/06)
"Conforme
sentença de fls. 27/39, a
representação foi rejeitada,
por falta de motivação do
Ministério Público sobre a
negativa de concessão da
remissão, por atipicidade da
conduta e por vício da oitiva
informal da adolescente.
Inconformado, recorre o
Ministério Público, para que
a representação seja
recebida e processada [...]".
Recurso
Provido.
"Recebimento
cabível - Exigências não
previstas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente -
Aplicação dos artigos 179,
181 e 182 - Desnecessidade
de fundamentação sobre a
negativa de concessão da
remissão - Opção dada ao
Ministério Público,
segundo seu
convencimento -
Inexigibilidade de redução
a termo ou de
esclarecimentos sobre o
conteúdo da oitiva do
"Inadequada, da mesma
forma, a avaliação do magistrado
de que o fato constituiu ''evidente
insignificância ou bagatela", que
'não se não evidencia a com
razoabilidade a lesividade
necessária à configuração do tipo
penal, e nem tão pouco
periculosidade social do
comportamento' (fls. 38),
fundamentos que invocou para a
rejeição da representação e que,
na verdade, pressupõem
avaliações precipitadas, diante dos
elementos constantes dos autos. O
princípio da insignificância não
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adolescente pelo Ministério
Público - Ato que, nos
termos da própria lei, pode
ser realizado sem qualquer
formalidade - Oitiva
destinada apenas à
formação da convicção do
Ministério Público -
Representação embasada
em elementos informativos
colhidos pela autoridade
policial - Descrição de
conduta que, em tese, se
subsume ao tipo legal
indicado — Aplicação do
art. 103 do ECA -
Afastamento da rejeição,
para o prosseguimento do
procedimento [...]". [...].
"Se o magistrado
pode ser transportado para a
esfera da infância e juventude, no
qual vige o princípio da proteção
integral. Aliás, os procedimentos
previstos para aplicação das
medidas sócio-educativas e
protetivas previstas pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente não
podem ser considerados
constrangedores, pois visam
justamente à aplicação do
princípio da proteção integral.
Também não há como se entender
que o Estatuto da Criança e do
Adolescente traga normas e
procedimentos contrários aos
termos da Convenção sobre os
Direitos da Criança e do
Adolescente ou mesmo as regras
da RIAD".
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entender cabível a remissão
deverá aplicá-la, na forma
prevista pelo art. 126,
parágrafo único, do
Estatuto da Criança e do
Adolescente".
"Toda a legislação da
Infância e Juventude, em nosso
País, foi elaborada não com a
finalidade de repressão à conduta
infracional, em si mesma, mas
com a finalidade de orientar,
reeducar e ressocializar o jovem,
autor dessa conduta. Por outro
lado, o princípio da proteção
integral não se confunde com
protecionismo, prática que,
segundo os ensinamentos mais
modernos da educação e da
psicologia, não tem sido
recomendada nem mesmo aos
pais, por não atender os interesses
das crianças e dos adolescentes".
022 AC
160.388-0/8-00
(Comarca
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
"Alegação de
consumação impossível, em
virtude de flagrante
Recurso
Improvido.
"Caracterização do
tráfico - Infração que não
depende de evidencia de
"O tráfico de drogas deve
ser considerado um dos atos
infracionais mais graves, pois é
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41
de Osasco) nº. 11.343/06) preparado [...]". [...].
"Inconformado, ele
recorre e pede a absolvição
ou o abrandamento da
medida (fls. 126/138)".
comércio - Prova suficiente
da guarda da droga -
Negativa em juízo
desmentida pelos demais
elementos de prova -
Destinação ao comércio
demonstrada ainda pela
quantidade e forma de
acondicionamento - Ato
que pressupõe violência
contra toda a sociedade,
principalmente por atingir a
sua população mais jovem
e vulnerável -
Envolvimentos infracionais
anteriores - Reincidência e
falta de crítica adequada -
Medida cabível e
necessária para a
ressocialização do
prática que vem disseminando o
vício entre a população mais
vulnerável, ou seja, mais jovem e
mais desprotegida da sociedade, e
que revela, da parte de seus
autores, total ausência de
preocupação com a própria vida e
com a do próximo, além de
demonstrar também vivência
infracional, na medida em que tem
íntima relação com toda a sorte de
ilícitos. E, na verdade, ato
infracional que pressupõe
emprego de violência contra toda
a sociedade. Tanto é assim que o
legislador, posteriormente à
edição do Estatuto da Criança e do
Adolescente, passou a classificar
tal prática como crime hediondo.
Assim sendo, não pode ser
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42
adolescente [...]". considerado correto o
entendimento de que o tráfico não
é prática violenta e de que a
internação só estaria autorizada
quando ocorre violência direta à
pessoa".
023 AC
162.228-0/3-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Lesão
Corporal
(art. 129,
CP)
"Conforme
sentença de fls. 19/31, a
representação foi rejeitada,
por falta de motivação do
Ministério Público sobre a
negativa de concessão da
remissão, por atipicidade da
conduta e por vício da oitiva
informal da adolescente.
Inconformado, recorre o
Ministério Público, para que
a representação seja
recebida e processada [...]".
Recurso
Provido.
"Recebimento
cabível - Exigências não
previstas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente -
Aplicação dos artigos 179,
181 e 182 - Desnecessidade
de fundamentação sobre a
negativa de concessão da
remissão - Opção dada ao
Ministério Público,
segundo seu
convencimento -
Inexigibilidade de redução
a termo ou de
"Inadequada, da mesma
forma, a avaliação do magistrado
de que o fato constituiu ''evidente
insignificância ou bagatela", que
'não se não evidencia a com
razoabilidade a lesividade
necessária à configuração do tipo
penal, e nem tão pouco
periculosidade social do
comportamento' (fls. 38),
fundamentos que invocou para a
rejeição da representação e que,
na verdade, pressupõem
avaliações precipitadas, diante dos
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esclarecimentos sobre o
conteúdo da oitiva do
adolescente pelo Ministério
Público - Ato que, nos
termos da própria lei, pode
ser realizado sem qualquer
formalidade - Oitiva
destinada apenas à
formação da convicção do
Ministério Público -
Representação embasada
em elementos informativos
colhidos pela autoridade
policial - Descrição de
conduta que, em tese, se
subsume ao tipo legal
indicado - Aplicação do art.
103 do ECA - Afastamento
da rejeição, para o
prosseguimento do
elementos constantes dos autos. O
princípio da insignificância não
pode ser transportado para a
esfera da infância e juventude, no
qual vige o princípio da proteção
integral. Aliás, os procedimentos
previstos para aplicação das
medidas sócio-educativas e
protetivas previstas pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente não
podem ser considerados
constrangedores, pois visam
justamente à aplicação do
princípio da proteção integral.
Também não há como se entender
que o Estatuto da Criança e do
Adolescente traga normas e
procedimentos contrários aos
termos da Convenção sobre os
Direitos da Criança e do
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procedimento [...]".
"Se o magistrado
entender cabível a remissão
deverá aplicá-la, na forma
prevista pelo art. 126,
parágrafo único, do
Estatuto da Criança e do
Adolescente. Ademais, não
há direito subjetivo ao
benefício da remissão".
Adolescente ou mesmo as regras
da RIAD".
"Toda a legislação da
Infância e Juventude, em nosso
País, foi elaborada não com a
finalidade de repressão à conduta
infracional, em si mesma, mas
com a finalidade de orientar,
reeducar e ressocializar o jovem,
autor dessa conduta. Por outro
lado, o princípio da proteção
integral não se confunde com
protecionismo, prática que,
segundo os ensinamentos mais
modernos da educação e da
psicologia, não tem sido
recomendada nem mesmo aos
pais, por não atender os interesses
das crianças e dos adolescentes".
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45
024 AC
160.308-0/4-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Crime de
Dano
(art. 163,
CP)
"Inconformado,
recorre o Ministério Público
e pede o reconhecimento da
nulidade da decisão e, no
mérito, o regular
prosseguimento do processo
(fls. 68/71)".
Recurso
Provido.
"Sentença que
concede remissão e
extingue o processo, sem a
oitiva do jovem e do
Ministério Público -
Impossibilidade -
Precedentes do Egrégio
Superior Tribunal de
Justiça - Descumprimento
das regras contidas nos arts.
126, 184 e 186, § 1º, do
ECA - Inobservância do
devido processo legal -
Possibilidade de prejuízo
ao adolescente - Oitiva do
Ministério Público que se
impõe ainda por força do
art. 204 do ECA [...]".
"Por sinal, inequívoco
que a falta de oitiva do Ministério
Público constitui-se em causa de
nulidade absoluta, diante das
expressas disposições contidas
nos artigos 186, parágrafo
primeiro, e 204 do Estatuto da
Criança e do Adolescente".
025 AC
161.206-0/6-00
SP Roubo
circunstanciado
"Inconformado,
recorre somente Renan, e
Recurso
Improvido.
"Internação -
Pretensão de afastamento
"Da mesma forma,
diversamente do que sustenta a
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46
(Comarca
de São Paulo)
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
pede o afastamento da
agravante referente ao
emprego de arma de fogo e
o abrandamento da medida
imposta (fls. 76/83)".
da agravante referente à
arma de fogo e
abrandamento da medida -
Impossibilidade - Prova
suficiente da materialidade
e da autoria da infração -
Confissão corroborada
pelos demais elementos de
prova - Reconhecimento
pela vítima - Apreensão,
logo após o fato, ainda na
posse dos bens subtraídos e
da arma de fogo -
Desnecessidade de prova
pericial para atestar eficácia
de tal instrumento - Ato
grave - Condições pessoais
desfavoráveis - Registro de
envolvimentos infracionais
anteriores - Internação
defesa, foi correta a medida
aplicada pelo ilustre magistrado.
O ato infracional é daqueles mais
graves, cuja prática, por si só,
autoriza a presunção de destemor
e ausência de valores sadios, por
partes dos seus autores. Foi
praticado mediante grave ameaça
à vítima, exercida com emprego
de arma de fogo".
"De qualquer forma, o
emprego de arma ou de objeto
com essa aparência é
circunstância que aumenta o risco
de vida de todos os envolvidos em
um assalto, pois, ao mesmo tempo
em que intimida, também pode
provocar reação de defesa
equivalente, por policiais ou por
alguém que esteja armado. Esse
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cabível, nos termos do art.
122,1, do ECA, e
necessária para a
ressocialização do
adolescente [...]".
perigo basta para que seja
considerada mais grave a conduta
daquele que exerce ameaça dessa
forma. Por outro lado, no âmbito
da Infância e Juventude o que
importa é maior ou menor
desajuste que o adolescente
demonstra em sua conduta, pois o
que se busca não é a repressão e
sim a aplicação da medida sócio-
educativa mais adequada à sua
orientação, recuperação e
ressocialização. Não se visa
analisar a conduta, sob a análise
técnica da ciência penal. E, nesse
contexto, impõe-se o
reconhecimento da situação
agravante pelo emprego de arma
de fogo. Por outro lado, verifica-
se que Renan não apresenta
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48
condições pessoais favoráveis ao
retorno imediato do convívio
social".
026 AC
152.453-0/1-00
(Comarca
de São Paulo)
SP “Porte de
Substância
Entorpecente”
(art. 28,
caput, Lei 11.343/06)
"Trata-se de
representação oferecida pelo
Ministério Público contra o
adolescente [...], a quem foi
atribuída a prática de ato
infracional equiparado ao
porte de substância
entorpecente. Conforme
sentença de fls. 24/31, a
representação foi rejeitada,
por falta de motivação do
Ministério Público sobre a
não concessão de remissão.
Inconformado, recorre este
último, para que a
representação seja recebida
e regularmente processada.
Recurso
Provido.
"Rejeição da
representação, por ausência
de justificativa da não
concessão de remissão -
Exigência não prevista pelo
Estatuto da Criança e do
Adolescente - Aplicação
dos artigos 182 e 181 -
Representação
fundamentada e embasada
em elementos informativos
colhidos pela autoridade
policial - Opção dada ao
Ministério Público,
segundo seu
convencimento, pelo art.
180 do citado Estatuto -
"Por outro lado, nos
termos dos artigos 181 e 182 do
mesmo diploma legal, como
ocorre também na legislação
processual civil e penal, exige-se
apenas que toda pretensão
deduzida em juízo seja
fundamentada. Ou seja, como
salientou o ilustre Promotor de
Justiça 'não se faz fundamentação
de ato jurídico não praticado'(fls.
36)".
"Toda a legislação da
Infância e Juventude, em nosso
País, foi elaborada não com a
finalidade de repressão à conduta
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49
Sustenta ser incabível, a teor
do art. 182 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, a
exigência de justificativa
para a não aplicação da
remissão ou do
arquivamento dos autos (fls.
34/38)".
Afastamento da rejeição,
para o prosseguimento do
procedimento -
Atendimento ao princípio
da proteção integral [...]".
"Se o magistrado
entender cabível a remissão
deverá aplicá-la, na forma
prevista pelo art. 126,
parágrafo único, do
Estatuto da Criança e do
Adolescente".
infracional, em si mesma, mas
com a finalidade de orientar,
reeducar e ressocializar o jovem,
autor dessa conduta. Por outro
lado, o princípio da proteção
integral não se confunde com
protecionismo, prática que,
segundo os ensinamentos mais
modernos da educação e da
psicologia, não tem sido
recomendada nem mesmo aos
pais, por não atender os interesses
das crianças e dos adolescentes".
027 AC
158.408-0/0-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Roubo
circunstanciado, na
forma tentada
(art. 157,
§2º, I e II, c/c art. 14,
II, CP)
"Sustenta a
impossibilidade do
reconhecimento da causa de
aumento de pena por
emprego de arma de fogo,
uma vez que embora
aprendida, não foi
Recurso
Improvido.
"Defesa no sentido
de impossibilidade de
reconhecimento da
majorante prevista no
artigo 157, § 2º, do CP sob
o fundamento da arma não
ter sido submetida a exame
"O adolescente registra
passagens pelo Juízo da Infância e
Juventude por falta de CNH e
direção perigosa de veículo e por
uso indevido de entorpecentes
(fls. 05/07) bem como, praticou
ato infracional com grave ameaça
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submetida a exame para
aferir o seu potencial lesivo
Pugna pelo descabimento da
medida de internação diante
da excepcionalidade da
medida, postulando pela
aplicação de medida sócio-
educativa diversa da
internação,
preferencialmente, em meio
aberto [...]".
- Descabimento -
Utilização suficiente para
intimidação da vítima -
Insurgência contra a
medida imposta por ofensa
ao princípio da
excepcionalidade da
internação - Descabimento
- Internação que encontra
respaldo no artigo 122, I e
II, do ECA e que guarda
relação de
proporcionalidade com a
gravidade do ato praticado
e circunstâncias pessoais do
adolescente recomendando
sua segregação até que
reúna condições favoráveis
para retornar ao convívio
social [...]".
e violência à pessoa, sendo,
portanto, plenamente admitida a
internação consoante o artigo 122,
incisos I e II, do ECA O relatório
técnico inicial revela que o
adolescente é usuário de drogas,
não trabalha, e que embora esteja
cursando a 8a série do ensino
fundamental, teve duas
repetências nesta mesma série,
concluindo que o jovem necessita
ser estimulado a refletir acerca de
seus envolvimentos inadequados
(fls. 37/38). Destarte, as condições
pessoais do adolescente, a
gravidade do ato infracional
cometido, o seu evidente desvio
comportamental e a ausência do
indispensável controle de seus
atos por seus familiares
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recomendam sua segregação até
que reúna condições favoráveis
para retornar ao convívio social".
028 AC
156.977-0/1-00
(Comarca
de Mairinque)
SP Tráfico de
Entorpecentes e
associação de pessoas
para essa finalidade
(art. 33 e 35
da Lei 11.343/06)
"Inconformado,
apelou apenas o adolescente
[...], pretendendo a reforma
da decisão, para que seja
julgada improcedente a
representação, em respeito
ao princípio in dubio pro
reo, diante da insuficiência
de provas com relação à
autoria, já que ele não foi
encontrado com drogas.
Sustenta, por fim, que
devem ser repudiados como
suspeitos os testemunhos
dos policiais militares que
realizaram o flagrante [...]".
Recurso
Improvido.
"Materialidade e
autoria induvidosas. -
Testemunho de policiais. -
Validade. - Conduta
Infracional gravíssima,
equiparada a crime
hediondo, evidenciando o
alto grau de dessocialização
do menor. - Internação
recomendada. [...]".
"E a propósito, a medida
excepcional se mostra a mais
adequada e necessária neste
momento, com vistas a
proporcionar a reabilitação, a
reeducação e a ressocialização do
infrator, impondo-lhe freios e
responsabilidades, de modo que
beneficiá-lo com medida mais
branda só o prejudicaria, pois
continuaria a viver livremente,
impune e sujeito às influências
maléficas da vida infracional".
029 Ag 153.366- SP Roubo "Trata-se de agravo Recurso "Reincidente, "Além disso, vale
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0/1-00
(Comarca
de São Paulo)
(art. 157,
CP)
de instrumento interposto
contra decisão que, no curso
da execução da medida
sócio-educativa aplicada ao
menor [...], indeferiu pedido
de progressão, determinando
a realização de nova
avaliação psiquiátrica.
Inconformado, pretende seja
deferida a progressão da
medida para aquela de
liberdade assistida [...]".
Improvido. anteriormente por outros
atos infracionais graves
(equiparados aos seguintes
delitos: art. 12, combinado
com o art. 18, III, da antiga
Lei n. 6368/76; art. 157, §
2º, II do CP; art. 16, par.
ún., IV, da Lei n.
10.826/03; e art. 157, § 2º, I
e II do CP) o adolescente
foi submetido a liberdade
assistida, prestação de
serviços à comunidade,
semiliberdade e, por fim,
internação, consoante
documentado nos autos".
"Na predita
decisão judicial, pautada
em laudos da equipe
técnica do Judiciário (fls.
ponderar que, na espécie, a
manutenção da internação do
menor, já diagnosticado com
possível inclinação para a
reiteração de atos infracionais, é
mais vantajosa frente aos riscos
que terá de suportar caso, de
forma prematura, retorne ao
convívio social e novamente
venha a sucumbir às carências e
dificuldades que anteriormente já
o conduziram a pratica de ilícitos
de toda a sorte".
"Notável, nessa linha,
que, mormente o laudo do
Hospital das Clínicas, foi
contundente em indicar a
necessidade da realização do teste
de Rorschach para melhor
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140/142) e do Hospital das
Clinicas (fls. 14 6/148), foi
destacada a involução do
quadro psicológico do
infrator, sendo bem
motivada a necessidade da
realização de prova técnica
especifica para efetiva
apuração dos requisitos
necessários ao ingresso do
inimputável em medida
sócioeducativa em meio
aberto".
mensuração da personalidade do
menor, concluída como anti-
social".
030 AC
156.954-0/7-00
(Comarca
de São José dos
Campos)
SP Roubo
Circunstanciado
(art. 157,
§2º, I, II e V, CP)
"Inconformados,
recorrem os adolescentes,
Bruno Ribeiro pretendendo
a aplicação de medida mais
branda, e Emerson, além de
tal benefício, a sua
absolvição por insuficiência
Provimento
Parcial.
"Por estes
fundamentos, dá-se
parcial provimento
aos recursos, para
"Destarte, forçoso
é reconhecer que, estando a
autoria e a materialidade da
infração devidamente
comprovadas, despidas de
dúvidas, o acolhimento da
representação contra o
Nenhum.
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de provas". impor aos apelantes
a medida sócio-
educativa de
semiliberdade, por
prazo
indeterminado".
menor Emerson era mesmo
de rigor". [...]. “A medida
deve ser aquela muito bem
sugerida pela Procuradoria
Geral de Justiça que, de
forma clara e precisa, assim
justificou: “O ato
infracional praticado é
grave e pelas qualificadoras
a ele agregadas – privação
de liberdade de uma das
vítimas, uso de arma de
fogo e concursos de
agentes – exige medida
sócio-educativa rígida, que
permita aos menores
refletir sobre a gravidade
do ato praticado. A
liberdade assistida,
pleiteada por ambas as
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defesas, seria insuficiente
para demover os dois
adolescentes das práticas
infracionais a que deram
início. A internação, por
outro lado, ainda que se
mostre cabível, poderá ser
rígida demais,
considerando os bons
antecedentes e a análise
feita por psicólogo e
assistente social às fls.
141/144 e 146/150. Dentro
do quadro apresentado, a
medida que nos parece
mais indicada é a
semiliberdade aos dois
adolescentes” (fls.
300/301). Assim,
acolhendo-se as razões
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expostas, impõe-se aplicar
aos recorrentes a medida
proposta, como sendo a
necessária para o processo
de reordenação dos
adolescentes e a retomada
de conduta socialmente
aceita”.
031 AC
153.083-0/0-00
(Comarca
de Santos)
SP Roubo
Circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
"Em síntese, a
defesa alega
excepcionalidade da medida,
uma vez que o adolescente é
primário, tem família
estruturada e admitiu o ato
infracional. Assim, requer a
aplicação de medida sócio-
educativa de liberdade
assistida".
Recurso
Improvido.
"Comprovadas
autoria e materialidade,
dúvida não há de que
Renan participou do ato
infracional em questão. As
provas são seguras e hábeis
a ensejar aplicação de
medida sócio-educativa. No
tocante a medida sócio-
educativa, a internação
aplicada será mantida. O
ato infracional em questão
"O Estatuto da Criança e
do Adolescente que completou 17
anos, se filiou à doutrina de
controle social denominada
proteção integral, adotada pela
Constituição Federal em seu art.
227, por conseqüência de uma
série de tratados e acordos
internacionais que o Brasil
subscreveu na área da Infância e
da Juventude como membro da
ONU e da OEA. Os institutos
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se inscreve no rol do artigo
122, inciso I do ECA, que
prevê a possibilidade de
aplicação da medida
extrema".
previstos no ECA visam a
proteção, a educação ou a
reeducação de crianças e
adolescentes sem vislumbrar, em
momento algum punição. Tal
legislação por ser avançada
demais gerou polêmica quer no
mundo jurídico, quer para
sociedade que hoje, por viver uma
crise de valores que resultou em
violência e criminalidade
exagerada, clama por uma
legislação mais severa para ser
aplicada aos jovens que
transgridem as leis penais. O ECA
também causa grande confusão
para os próprios adolescentes que,
quanto mais próximos dos 18 anos
de idade, mais se sentem à
vontade para agir na prática
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infracional. A situação de se evitar
a aplicação da medida extrema
gera, na maior parte das vezes, um
estado patológico social que se
assemelha ao de anomia para
aquela determinada faixa etária.
Ou seja, os jovens próximos da
idade da responsabilidade penal,
por entenderem ser o ECA brando
nas medidas sócioeducativas,
quando se trata da pratica de atos
infracionais graves, se sentem à
vontade para agirem de maneira
até mais violenta que os
responsáveis penalmente.
Segundo o sociólogo Emile
Durkheim anomia é um estado
patológico social onde a eficácia
das leis deixa de existir, levando
às pessoas a agirem
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descontroladamente, sem respeito
ao próximo, praticando atos que
muitas vezes as levam até à morte.
Desta maneira, a doutrina da
proteção integral precisa ser
aplicada levando-se em conta a
realidade da violência e
criminalidade do momento onde
há um grande número de jovens,
que vinham cumprindo medida
sócio-educativa em meio aberto,
morrendo de maneira violenta
principalmente na região de São
Paulo. Portanto, cabe ao Poder
Judiciário adequar as medidas
previstas na lei, às realidades
locais e temporais, caso contrário
os jovens estarão em situação de
risco pessoal e social, ou até
mesmo para evitar o surgimento
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de movimentos que visam o
rebaixamento da responsabilidade
penal".
032 AC
152.216-0/0-00
(Comarca
de Diadema)
SP Tráfico de
Entorpecentes e
associação de pessoas
para essa finalidade
(art. 33 e 35
da Lei 11.343/06)
"Inconformado, ele
recorre, pretendendo,
preliminarmente, o
reconhecimento de nulidade
processual, ante a juntada
posterior do laudo químico-
toxicológico e, no mérito, a
absolvição ou o
abrandamento da medida
(fls. 65/74)".
Recurso
Improvido.
"Nulidade
processual - Inocorrência -
Materialidade do ato
infracional não contestada e
devidamente comprovada -
Laudo químico-
toxicológico anexado, antes
da fase de retratação -
Ausência de qualquer
prejuízo ao representado -
Observância da ampla
defesa e do contraditório -
Formalismo que, no caso,
não pode prejudicar a
aplicação da Justiça -
Pretensão de absolvição ou
abrandamento da medida -
"Segundo a avaliação
psicossocial de fls. 28, ele não
conta com respaldo familiar, pois,
desde tenra idade, vive com os
avós, sem acatar regras e limites,
tanto é que abandonou os estudos
e não desenvolvia qualquer outra
atividade (fls. 29). De outra parte,
o tráfico de drogas deve ser
considerado um dos atos
infracionais mais graves, pois é
prática que vem disseminando o
vício entre a população mais
jovem e mais desprotegida da
sociedade e que revela, da parte
de seus autores, total ausência de
preocupação com a saúde e vida
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Impossibilidade - Prova
suficiente do trafico de
drogas e da associação -
Confissão e prova oral a
confirmar a posse da droga
e sua destinação ao
fornecimento de terceiros -
Forma de
acondicionamento e
quantidade também
compatíveis com a
mercancia - Ato que
pressupõe violência contra
toda a sociedade,
principalmente por atingir a
sua população mais jovem
e vulnerável - Medida
cabível e necessária para
ressocialização do
adolescente - Rejeição da
do próximo e vivência infracional,
na medida em que tem íntima
relação com toda a sorte de
ilícitos. E ato infracional que
pressupõe emprego de violência
contra toda a sociedade. Tanto é
assim que o legislador,
posteriormente à edição do
Estatuto da Criança e do
Adolescente, passou a classificar
tal prática como crime hediondo.
[...].
"Além disso, a doutrina
da proteção integral precisa ser
entendida de forma realista. Os
adolescentes devem ter
respeitados os seus direitos, mas
também devem aprender a
respeitar os direitos alheios.
Educar, disciplinar, impor limites
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matéria preliminar [...]". são atos que também devem ser
incluídos no conceito de proteção
integral".
033 AC
153.361-0/9-00
(Comarca
de Pirassununga)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I, II e V, CP)
"Inconformado, ele
recorre. Em preliminar,
sustenta ocorrência de
nulidade processual. No
mérito, pede a absolvição ou
abrandamento da medida
imposta".
Recurso
Improvido.
"[...] Nulidade
processual - Inocorrência -
inexigibilidade da presença
do defensor na fase
extrajudicial e na oitiva
informal - Observância dos
princípios da ampla defesa
e do contraditório -
Inversão na colheita da
prova que não trouxe
qualquer prejuízo ao
adolescente - Pretensão de
absolvição ou
abrandamento da medida -
Impossibilidade - Prova
suficiente da autoria e
materialidade da infração -
"Da leitura conjunta dos
artigos 184 e 186 do Estatuto da
Criança e do Adolescente,
verifica-se que o magistrado só
está obrigado a nomear defensor
ao adolescente, a partir da
audiência de apresentação, se ele
não possuir advogado constituído.
Assim, não exige a lei a presença
de advogado na fase extrajudicial
ou na oitiva informal. Por outro
lado, conforme evidencia o auto
de fls. 15, a genitora do
representado foi cientificada da
apreensão do filho, que foi ouvido
na presença de conselheira tutelar
Ademais, como se constata do art.
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Confissão na fase
extrajudicial, na presença
de conselheira tutelar, e na
oitiva informal - Indicação
do comparsa - Prova oral a
incriminar o adolescente e
seu companheiro -
Reconhecimento pela
vitima - Apreensão na
posse do veiculo roubado -
Ato praticado com emprego
de arma de fogo e privação
da liberdade da vitima -
Condições pessoais
desfavoráveis ao retorno
imediato do convívio social
- Internação autorizada pelo
artigo 122, inciso I, do
ECA, e necessária à
recuperação do jovem [...]".
173 do mesmo Estatuto não é
exigível à autoridade policial que
proceda à oitiva do adolescente na
presença de seus genitores".
[...]
"Além disso, apesar de
ser tecnicamente primário, ele
admitiu envolvimentos
infracionais anteriores (fls. 07 e
28), não apresenta crítica
adequada, pois procurou negar sua
responsabilidade, e nem respaldo
familiar, já que estava ausente de
casa há dias, sem conhecimento
da família".
[...]
"A doutrina da proteção
integral precisa ser melhor
compreendida. Os adolescentes
devem ter respeitados os seus
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direitos, mas também devem
aprender a respeitar os direitos
alheios, pois, caso contrário,
colocam-se em situação de risco
pessoal e social. Proteger o
adolescente em conflito com a lei
significa também lhe mostrar a
inadequação de sua conduta e
fazer com assuma as
conseqüências dos seus atos".
034 AC
152.429-0/2-00
(Comarca
de Pirassununga)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
"Inconformado,
recorre Rony e pretende a
absolvição, por falta de
provas (fls. 173/181)".
Recurso
Provido.
“[...] Pretensão de
absolvição – Prova
realmente frágil a
incriminar o representado –
Apreensão, por delação de
companheiro – Negativa de
autoria. Reconhecimento
judicial somente de uma
das vítimas, que havia
reconhecido somente o
Nenhum.
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outro adolescente na fase
extrajudicial –
Improcedência da
representação no tocante a
este último – Dúvida
razoável a recomendar a
mesma solução ao
recorrente – Aplicação do
art. 189, IV, do ECA [...]”.
035 AC
153.691-0/4-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Roubo
(art. 157,
caput, CP)
"Irresignado,
recorre o I Promotor de
Justiça (fls. 111/114)
pleiteando a total reforma da
r sentença para que a
representação seja julgada
totalmente procedente e
aplicada ao menor a medida
de internação".
Recurso
Provido.
"Autoria e
materialidade do ato
infracional equivalente a
roubo demonstradas a
autorizar o édito
condenatório Medida de
internação que se mostra
mais adequada ao processo
ressocializador do
adolescente".
"O ato infracional
equipara-se ao delito de roubo,
que se apresenta como uma
conduta bastante grave, que deve
ser reprimida instantânea,
adequada e eficazmente".
[...]
"Tal constatação
evidencia que o representado está
a assimilar influências negativas
do meio que freqüenta ou em que
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vive, subtraindo-se, assim, do
desejável enquadramento às boas
normas de convívio social".
036 AC
153.491-0/1-00
(Comarca
de São Paulo)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Sustenta a
apelante, em síntese, o
desacerto da medida
aplicada. Pugna, assim, por
sua substituição por outra
mais branda (fls. 56/71)".
Recurso
Improvido.
"[...] Autoria e
materialidade devidamente
comprovadas - Necessidade
de acompanhamento
especializado e eficaz - Uso
de substâncias
entorpecentes - Recurso
improvido, aplicando-se, de
ofício, a medida protetiva
de tratamento a
toxicômanos".
"De fato, insta salientar
que o ato perpetrado e tipificado
como tráfico de entorpecentes,
equiparado a crime hediondo, é de
natureza grave, o que gera
insegurança no contexto social,
evidenciando a necessidade de
tratamento específico".
"Diante dessas
considerações, e sopesadas as
condições pessoais da menor, que
não estuda, não trabalha, não
aceita ajuda familiar e é usuária de
entorpecentes, a medida de
semiliberdade mostra-se mais
adequada e necessária neste
momento. De se ressaltar, então,
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que a medida imposta visa
proporcionar a reabilitação, a
reeducação e a ressocialização da
menor infratora, impondo-lhe
freios e responsabilidades, de
modo que beneficiá-la com
medida mais branda só a
prejudicará, pois continuará a
viver livremente, impune e sujeita
às influências maléficas do meio
deletério em que parece estar
inserido".
037 AC s/
Revisão
164.572-
0/5-00
(Comarca
de São João da Boa
Vista)
SP Furto
Qualificado, na forma
tentada
(art. 155,
§4º, II, c/c art. 14, II,
CP)
"Sustentou a defesa
do adolescente que a medida
socioeducativa de
advertência é a mais
recomendável ao caso em
tela, pois o jovem prestou
serviços junto à Prefeitura
da Comarca, e também que
Recurso
Parcialmente
Provido.
"[...] para
fixar prazo de
cumprimento da
medida como
"[...] Pedido de
abrandamento da medida
imposta ou apenas
aplicação de advertência -
Afastamento - Medida
socioeducativa de
semiliberdade que guarda
relação de
"Em que pese o esforço
da defesa em procurar demonstrar
existirem boas condições pessoais
ao adolescente, há que se observar
que o jovem já ostenta inúmeras
passagens infracionais, de acordo
com a certidão de fls. 70/71,
mormente por atos infracionais
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não há nos autos informação
sobre a prática de outros
atos infracionais, estando o
adolescente regenerado
neste momento, não
existindo motivos para a
manutenção da sentença.
Pleiteou ao final a revisão da
sentença proferida com o
fito de diminuição ao
mínimo exigido pelo
Estatuto da Criança e do
Adolescente (fl. 91)".
indeterminado, não
superior a três anos".
proporcionalidade com as
circunstâncias pessoais do
adolescente - Sentença que
merece ser reformada
apenas quanto ao prazo de
cumprimento da medida
que foi fixado em três anos
- Inteligência do artigo 120,
§ 2º, do Estatuto da Criança
e do Adolescente que
dispõe que a semiliberdade
não comporta prazo
determinado [...]".
equiparados ao delito de furto, tais
quais os atos descritos na
representação ministerial, e
recebeu em diversas
oportunidades medidas
socioeducativas que,
evidentemente, não foram
suficientes à sua reeducação".
[...]
"Observa-se que o
apelante costuma praticar atos
dessa natureza com o intuito de
adquirir drogas para consumo
próprio, denotando habitualidade
na prática de outras infrações
graves. Logo, necessária faz-se a
adoção de medida mais severa,
com o acompanhamento
psicológico proposto, mesmo
porque a medida socioeducativa
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visa apenas exercer uma
intervenção educativa no processo
de desenvolvimento do
adolescente para que consiga
solucionar os mais diversos
conflitos através de uma conduta
não-violenta".
038 AC s/
Revisão
174.278-
0/3-00
(Comarca
de Itapevi)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Inconformado,
apela o Ministério Público
sustentando, em síntese, que
a forma como agia o
apelado, além da natureza
do ato infracional ensejam o
decreto de internação, em
substituição à medida
sócioeducativa aplicada de
liberdade assistida [...]".
Recurso
Improvido.
"[...] Aplicação de
liberdade assistida - Pleito
de substituição pela medida
socioeducativa extrema
Hipóteses taxativas do
artigo 122 do Estatuto da
Criança e do Adolescente -
Reiteração infracional não
configurada - Ilegalidade
da internação [...]".
"Ao que tudo indica, o
adolescente está se enveredando
pelo caminho perigoso da
delinqüência. Nesse contexto, é
evidente que necessita refletir
sobre as suas atitudes e
conseqüências advindas, não se
revelando suficiente a imposição
da liberdade assistida, como
medida sócio-educativa, tendo em
vista que o sentimento de
impunidade não lhe permitirá a
retomada de atitudes positivas
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frente à sociedade. Além disso, a
internação, neste caso,
proporcionará ao adolescente
acesso ao estudo, atividades
culturais, formação moral,
profissional e religiosa, e guarda a
devida relação de
proporcionalidade com o ato
infracional perpetrado. [...]
Portanto, a segregação mostra-se
necessária para afastá-lo do
convívio marginal a que está
habituado, e fazer com que reflita
sobre as conseqüências de seus
atos, no intuito de resgatá-lo à
cidadania". [RELATOR].
"A medida
sócioeducativa extrema é regida
pelo princípio da
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excepcionalidade e se limita às
hipóteses taxativas do artigo 122
do Estatuto da Criança e do
Adolescente. O decreto de
internação, fundado na natureza
do ato infracional, não conta com
amparo legal, ainda que
inequívoca a sua gravidade e
potencialidade lesiva; o comércio
de entorpecentes constitui prática
ilícita das mais perniciosas,
responsável por desestruturação
física, financeira e moral,
principalmente de jovens,
expostos à desenfreada e
inescrupulosa exploração do
custoso vício. Questões de política
criminal ou de interpretação
analógica, porém, não podem ser
usadas para adequar o conteúdo
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da lei à realidade social se
importam em prejuízo ao acusado,
seja ele réu ou representado, caso
dos autos".
039 HC
172.349-0/3-00
(Comarca
de Sorocaba)
SP Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
"Pedem-se a
concessão de liminar, para
que o paciente aguarde o
julgamento do writ em
liberdade, e, ao final, a
aplicação de medida sócio-
educativa em meio aberto".
Ordem
Denegada.
"A regra contida
no artigo 122, I, do ECA
deve sofrer interpretação
sistemática e não literal.
Evidente que o legislador
só pretendeu permitir a
medida sócio-educativa da
internação aos autores de
atos infracionais graves,
como ocorre em relação
àqueles praticados com
violência ou grave ameaça
à pessoa. Contudo, é
preciso lembrar que o
tráfico de entorpecentes foi
considerado equiparado ao
Nenhum.
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crime hediondo pela Lei
8072/90 (artigo 2º), o que
faz dele ato infracional
grave".
040 HC
172.073-0/3-00
(Comarca
de Sorocaba)
SP Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I, CP)
"Cuida-se de
habeas corpus impetrado
pela Defensoria Pública em
favor de Luís Rodrigo
Lisboa Júnior, sustentando,
em síntese, a ilegalidade da
decisão proferida pelo Juízo
da Infância e da Juventude
da Comarca de Sorocaba,
que indeferiu o pedido de
progressão da medida sócio-
educativa de internação, sem
prazo determinado, apesar
do adolescente já ter sido
avaliado pela equipe técnica
da Fundação Casa. Postula a
Ordem
Denegada.
"[...] Adolescente
reiterador na mesma
conduta infracional -
Magistrado não está sujeito
ao laudo da Fundação
CASA, facultando-lhe com
base no princípio do livre
convencimento indeferir
progressão de medida
sócio-educativa -
Inexistência de ilegalidade
[...]".
"O presente habeas
corpus não merece acolhida. O
paciente recebeu medida sócio-
educativa de internação, tendo em
vista a prática de ato infracional
equiparado a roubo
circunstanciado. Consta nos autos,
que embora o jovem tenha
apresentado progresso no
processo reeducacional, ainda é
prematura sua inserção em meio
aberto, devido ao claro
envolvimento com o ambiente
deletério. O paciente é reiterador
na mesma conduta pela qual
recebeu internação, o que denota
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concessão da ordem (fls.
02/09)".
vulnerabilidade ao apelo
infracional. O caso ainda requer
acompanhamento sistemático,
principalmente junto à família,
pois verifica-se que o respaldo ao
jovem é insuficiente para lhe
impor limites".
FONTE: http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/resultadoCompleta.do
[pesquisa por: (menor ou adolescente) e ("ato infracional" ou "medida de internação" ou "medida socioeducativa" ou "medida-
socioeducativa") nao (corrupção ou "responsabilidade civil")]
Número total de ocorrências: 42 acórdãos.
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2. Tribunal de Justiça de Pernambuco
Ref. Processo UF Ato
infracional
Alegações Decisão Fundamentos
Relevantes
Outros Destaques
001 HC 172816-9
(Vara Única
da Comarca de
Moreno)
PE Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
Alegação de
excesso de prazo por
descumprimento no
disposto no art. 108,
ECA. Constrangimento
Ilegal.
HC
prejudicado
(art. 659,
CPP)
“[...] o
inconformismo da impetrante
não mais se justifica, tendo
em vista o julgamento da
Representação ofertada contra
o paciente pelo cometimento
de ato infracional, onde lhe
foi aplicado medida sócio-
educativa de internação [...]”.
Nenhum.
002 HC 171042-5
(Vara Única
de Vicência)
PE Homicídio
qualificado e
homicídio na forma
tentada. Formação de
Internação
Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
Ordem
Denegada.
“[...] I - Admite-se a
flexibilização do prazo
máximo de duração da
internação provisória previsto
"De fato, verifica-se, no
caso dos autos, que a conduta
desenvolvida pelo jovem, ceifando
a vida de uma pessoa e tentando
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quadrilha.
no art.108, do Estatuto
Menorista, quando restar
demonstrada a necessidade de
manutenção da medida sócio-
educativa, considerando a
gravidade do ato infracional,
com vistas a garantir não só a
ordem pública, mas também a
integridade do menor.
Inteligência do art.174, do
ECA. II - Ainda que houvesse
ocorrido eventual
ultrapassagem do prazo legal
para duração da internação
provisória, restaria superada a
alegação de coação ilegal
decorrente de excesso prazal,
tendo em vista que o feito
aguarda tão-somente a
devolução de carta precatória
com a vida de uma outra vítima,
movido por motivo fútil e agindo
com extremada frieza, revela o seu
desajuste pessoal e a sua
propensão para a violência, o que
reclama pronta e enérgica
intervenção do Estado, com vistas
a dar ao infrator a dimensão da
reprovabilidade social que pesa
sobre sua conduta, impondo-se a
medida sócio-educativa provisória,
objetivando a garantia da
integridade do próprio
reeducando".
"Ademais, é de bom
alvitre realçar que toda norma
legal inserta na prefalada Lei
8.069/80 deve ser interpretada em
consonância com o princípio da
proteção integral à criança e ao
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expedida com vistas a colher
o depoimento da vítima
sobrevivente, por se constituir
em diligência imprescindível
para o deslinde da causa.
[...]”.
adolescente".
"Nessa linha de
raciocínio, vale ressaltar que a
construção jurisprudencial,
considerando as peculiaridades do
caso sub examinen, vem
abrandando o posicionamento de
que o prazo máximo de 45
(quarenta e cinco) dias a que alude
o art. 108, do E.C.A., não pode ser
ultrapassado sob nenhuma
hipótese".
003 AC 178.466-
3
(3ª Vara da
Infância e da
Juventude de Recife)
PE Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
Pugna-se pela
aplicação de medida
sócio-educativa mais
branda, tal como a
liberdade assistida, ao
argumento de que o ato
infracional praticado
pelo apelante não se
Recurso
Provido.
“I - "A internação
constitui medida privativa da
liberdade, sujeita aos
princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento" (ECA,
art. 121).- Trata-se de medida
"[...] Ao aplicar a medida
sócio-educativa de internação o
'juiz sentenciante o fez por
entender que é necessário dar um
basta à violência difusa e que tudo
o que contribui para o tráfico de
drogas deve ser repreendido com
severidade [...]. Trata-se, portanto,
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enquadra nas hipóteses
previstas no art. 122 do
ECA, que estabelece
quando caberá a medida
sócio-educativa de
internação. Aduz, ainda,
ser o apelante primário,
sendo a prática do fato
em comento, a primeira
vez. Ressalta, por fim, a
condição do parecer
psicossocial que é
favorável à adoção de
medida sócio-educativa
em meio aberto.
extrema, somente admissível
em situações excepcionais,
quando baldados todos os
esforços à reeducação do
adolescente, em face de outras
medidas sócio-educativas.-
Imatura que, na espécie, não
registra passagem por outros
atos infracionais, sendo certo
que, nos autos, nada foi
apurado quanto à sua
estrutura familiar, nem
mesmo se realizando estudo
psicossocial para avaliar o
grau de comprometimento de
sua personalidade.- Caso em
que "a simples alusão à
gravidade do fato praticado
não é suficiente para motivar
privação total da liberdade,
de motivação puramente pessoal,
subjetiva, que não leva em conta as
circunstâncias judiciais do caso e
fere o princípio da reserva legal".
"[...] a medida de
internação foi vista como adequada
a ser aplicada no caso [...],
justificando-se, para tanto, a
necessidade da mesma '... a fim de
que possa compreender o desvalor
do ato infracional por ele
praticado, vez que foi de natureza
grave, onde a violência está
descontrolada e é necessário dar-se
um basta à mesma... Ora, percebe-
se que a douta Magistrada não
atendeu às circunstâncias judiciais
quando da aplicação da medida
sócio-educativa, levando em conta
impressões absolutamente pessoais
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até mesmo pela
excepcionalidade da medida
extrema. Precedentes" (STJ).
II - Necessidade, pois, da
imposição de medidas mais
brandas - prestação de
serviços comunitários e
liberdade assistida -, com
observação atenta da resposta
dada pela imatura, no
processo de sua reinserção na
sociedade. III - Nos termos
dos artigos 100 e 112, § 1º,
ambos do Estatuto da Criança
e do Adolescente, na
aplicação das medidas, levar-
se-ão em conta as
necessidades pedagógicas do
menor, preferindo-se aquelas
que visem ao fortalecimento
como bem observou o eminente
Procurador de Justiça [...]".
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dos vínculos familiares e
comunitários, não se
descurando da sua capacidade
de cumpri-la, além das
circunstâncias e da gravidade
da infração”.
004 AC 181037-7
(4ª Vara da
Infância e Juventude
de Recife)
PE Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
II, CP)
"Apelou da
sentença o MP,
conforme petição de fls.
59, requerendo, nas
razões de fls. 60/61, a
reforma da decisão, a
fim de ser aplicada ao
adolescente a medida
sócio-educativa de
semiliberdade, prevista
no inciso V do art. 112
do ECA".
Recurso
Improvido.
“1. [...] representado
primário, sem cometimento
de outras infrações. 2. decisão
judicial e despacho de
sustentação motivados. 3.
medida bem aplicada, visando
preservar a dignidade do
menor infrator [...]”.
“Ao meu sentir, a
sentença recorrida está bem
lançada, pois visou preservar a
dignidade do menor infrator, de 14
anos, deixando-o no lugar certo,
com a família, tornando menos
problemática a reinserção do
representando”.
005 AC 174686-9
(Vara Única
PE Furto
Qualificado
"Razões
recursais apresentadas,
Recurso
Improvido.
“[...] Paciente
submetido à medida sócio-
"Isto porque o escopo do
Estatuto da Criança e do
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da Comarca de
Itambé)
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
às fls. 146/151, [...]
solicitando a reforma da
sentença, no sentido de
modificar a medida
sócio-educativa de
internação para
liberdade assistida".
educativa de internação -
parecer psicossocial opinando
pela aplicação de medida
mais branda - impossibilidade
- quando da aplicação das
medidas sócio-educativas,
diversos fatores devem ser
sopesados, especialmente, no
que se refere à internação, o
fato do adolescente encontrar-
se em liberdade assistida
quando da realização do ato
infracional - decisão bem
fundamentada [...]”.
Adolescente (Lei nº. 8.069/90) não
está ligado ao caráter punitivo da
reprimenda. Ao contrário de visar
a punição do menor infrator,
pretende assegurar-lhe proteção e
educação, através de medidas
sócio-educativas, sem critérios
rígidos de duração. Assim como
não é aplicada a pena prevista no
delito análogo à infração praticada,
também não há que se falar em
aplicação de regras que são afetas
à pena cominada, como atenuantes
e conduta social do adolescente
sentenciado".
"É cediço, no
entendimento jurisprudencial, que
para a aplicação das medidas
sócio-educativas vários fatores
devem ser sopesados e,
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especialmente no que se refere à
internação, o fato do adolescente já
responder a outras representações
por atos infracionais, encontrando-
se, inclusive, sob liberdade
assistida no momento da realização
da conduta descrita na
representação".
"Não considero que a
aplicação da medida de liberdade
assistida seja suficiente para a
devida e necessária recuperação do
adolescente infrator, mesmo
havendo entendimento do parecer
psicossocial [...] no sentido de
aplicar medidas protetivas,
incursas no artigo 101, incisos I ao
IV, da Lei nº. 8.069/90".
006 AC 174312-4
(2ª Vara da
PE Porte ilegal
de arma de fogo de
"Razões
recursais apresentadas,
Recurso
Provido.
"Assim sendo,
acolho o parecer da
“O escopo do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº.
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83
Comarca de Goiana) uso permitido
(art. 14, Lei
nº. 10.826/03)
às fls. 110/111, [...]
solicitando a reforma da
sentença, no sentido de
modificar a medida
sócio-educativa de
internação para
liberdade assistida".
Procuradoria de Justiça e voto
pelo provimento do apelo
reformando a sentença para
aplicar ao apelante [...]
medida sócio-educativa de
liberdade assistida, adotando,
outrossim, a recomendação do
Órgão Ministerial de 2º grau
de aplicação conjunta de
freqüência em
estabelecimento escolar
cumulada com prestação de
serviços à comunidade, a
serem definidas pelo juízo a
quo, nos termos do artigo 112,
incisos II, IV e VII, da Lei nº
8.069/90".
8.069/90) não está ligado ao
caráter punitivo da reprimenda. Ao
contrário de visar a punição do
menor infrator, pretende assegurar-
lhe proteção e educação, através de
medidas sócio-educativas, sem
critérios rígidos de duração. Assim
como não é aplicada a pena
prevista no delito análogo à
infração praticada, também não há
que se falar em aplicação de regras
que são afetas à pena cominada,
como atenuantes e conduta social
do adolescente sentenciado”.
“A festejada Doutrina da
Proteção Integral, como linha
norteadora do Estatuto da Criança
e do Adolescente, trata a medida
sócio-educativa de liberdade
assistida como resposta eficaz para
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evitar a privação de liberdade,
passando a comprometer a
sociedade através de um processo
pedagógico com forte
característica norteadora de um
novo projeto de vida para o
adolescente infrator”.
"Entendo que a aplicação
da medida de liberdade assistida
seja suficiente para a devida e
necessária recuperação do
adolescente infrator, seguindo o
entendimento do parecer
psicossocial [...]".
007 AC 24290-6
(Vara Única
da Comarca de Orobó)
PE Homicídio
Culposo
(art. 121, §§
3º e 4º, c/c o art. 70,
CP).
"O recurso foi
aforado em 17 de abril
de 1995 e, em suas
razões de apelo, o
recorrente agüiu
diversas nulidades, e
Extinção
do processo por
perda do objeto.
“[...] Alcançados 21
(vinte e um) anos de idade,
nenhuma medida sócio-
educativa poderá ser imposta
ao representado pela prática
de ato infracional em face da
“O apelo sob exame foi
aforado em 17 de abril de 1995,
quando o representado ainda não
havia completado 20 (vinte) anos
de idade e, contudo, somente
agora, o mesmo foi posto em
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85
questionou a medida
sócio-educativa
aplicada".
extinção da pretensão
punitiva. Inteligência do
artigo 2º, parágrafo único, da
Lei 8.069/90”.
julgamento, tempo suficiente para
que o representado atingisse quase
30 (trinta) anos de idade. Diante
desse quadro, há impossibilidade
de impor qualquer reprimenda
sócio-educativa ao apelado, devido
ao fato de o mesmo ser,
atualmente, maior de 21 anos de
idade, o que motiva a aplicação do
parágrafo único do artigo 2º do
Estatuto da Criança e do
Adolescente, extinguindo-se, em
conseqüência, a pretensão punitiva
pelo implemento da idade”.
008 AC174306-6
(2ª Vara
Criminal da Comarca
de Goiana)
PE Roubo
circunstanciado e
Ameaça
(art. 157, §2º,
I e IV, c/c art. 147)
"Em suas
razões [...], a Defesa do
apelante considera
bastante rigorosa a
medida de internação
aplicada, aduzindo ser
Recurso
Improvido.
“[...] 1- O ato
infracional cometido pelo
adolescente apresentou
extrema gravidade, por se
tratar de roubo praticado com
o emprego de arma e em
"Ainda, mencionou o MM
Juiz na sentença a existência de
outra representação contra o
menor, relativa a porte ilegal de
arma de fogo (processo nº
218.2007.000940-4 [...]), o que
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86
mais adequado a
'liberdade assistida', com
obrigatoriedade de
freqüentar a escola e ser
acompanhado por
psicólogos. Pugna pela
reforma da sentença
para aplicação de uma
medida sócio-educativa
menos rigorosa e que
efetivamente sirva para
educar o adolescente em
tela".
concurso de pessoas, tendo
havido a invasão da
residência da vítima e
tentativa de estupro desta
última, sendo tal conduta
desclassificada para o ato
infracional equiparado ao
crime de ameaça diante da
desistência voluntária do
representado no cometimento
do ilícito. 2- A medida sócio-
educativa de internação
determinada pela sentença foi
bastante condizente com a
conduta praticada pelo
adolescente, por se tratar de
ato infracional cometido
mediante grave ameaça e
violência à pessoa, não
havendo fundamento idôneo
demonstra a tendência do mesmo
para a prática de atos infracionais".
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que autorize a substituição
por medida menos grave, nem
as circunstâncias do caso
recomendam tal substituição.
Atendido o requisito do art.
122, inciso I do ECA. [...]”.
009 AC 173673-8
(3ª Vara da
Infância e Juventude
de Recife)
PE Roubo
circunstanciado, na
forma tentada
(art. 157, §2º,
I e II, c/c art. 14, CP)
"[...] Em suas
razões recursais [...],
pleiteia a reforma da
sentença a fim de que
seja modificada a
medida sócio-educativa
aplicada ao menor
infrator, tendo em vista
que o internamento do
adolescente é bastante
severo [...]. Alega ainda,
que o adolescente, no
momento do fato, não
fez uso da arma de fogo,
Recurso
Improvido.
“[...] 1) A medida de
internação revela-se oportuna
e necessária para a
recuperação do menor infrator
e se justifica em face da
gravidade dos atos praticados
pelo adolescente, conduta
análoga ao roubo mediante
violência e grave ameaça à
pessoa, com emprego de arma
de fogo, a teor do disposto no
artigo 121, § 2º e § 3º, da Lei
8069/90. 2) As medidas
sócio-educativas não têm
"[...] Do seu relatório,
observo que a assistente social e a
psicóloga concluíram que o
adolescente necessita de maior
vigilância e controle, de vez que
continua com práticas infracionais
e andando com pessoas inidôneas,
bem como que apresenta
instabilidade emocional e falta de
limites no seu comportamento, e
que tentou causar boa impressão,
dizendo do seu desejo de trabalhar
e constituir uma família, porém
não perceberam veracidade nos
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mas estava somente
observando a ação do
outro menor, tendo
fugido apenas porque
ficou com medo ao
ouvir os disparos da
arma de fogo. Além
disso, afirma que a
medida de internamento
foi bastante severa e que
não vai reintegrá-lo ao
convívio social. Ao
final, requer a
modificação da medida
sócio-educativa de
internamento pela
semiliberdade assistida".
caráter de punição, mas
buscam a reeducação e a
ressocialização do
adolescente ao convívio
social. 3) A materialidade do
ato infracional resta estreme
de dúvidas. Quando à autoria,
da mesma forma, inconteste o
cometimento do ato
infracional. [...]”.
propósitos externados pelo
adolescente".
"Assim, a medida de
internação revela-se oportuna e
necessária à recuperação do
adolescente infrator, como meio
para retirá-lo da delinqüência em
que se encontra. E se justifica em
face da gravidade dos atos por ele
praticados, posto que praticado
com arma de fogo [...]".
"Além do ato infracional
cometido pelo menor ter sido
extremamente grave, é de se
ressaltar que o adolescente já é
reincidente mediante a prática de
outros atos infracionais".
010 AC 167655-3
(Comarca de
Vertentes)
PE Roubo
(art. 157,
caput, CP)
"[...] a Defesa
interpôs o presente
recurso de apelação, [...]
Recurso
Improvido.
“[...] Ato infracional
cometido com grave ameaça à
pessoa. Reiteração no
"Nas contra-razões [...], a
representante do Ministério
Público pugnou pela manutenção
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objetivando reformar a
sentença no sentido de
substituir a medida
sócio-educativa de
internação (art.112,
inciso IV do ECA) por
aquela prevista no
art.112, inciso III do
ECA (prestação de
serviços à comunidade),
ao argumento de que a
aplicação da internação
foi desproporcional à
gravidade do ato
infracional praticado
pelo menor".
cometimento de outras
infrações. descumprimento
injustificável da medida
anterior. Circunstâncias
pessoais e processuais do
recorrente que se enquadram
nas hipóteses autorizadoras da
medida excepcional. [...]”.
da sentença em sua integralidade,
vez que medida de internação foi
corretamente aplicada, tendo em
vista a personalidade criminosa do
adolescente e as circunstâncias e
conseqüências do ato infracional
praticado com violência e grave
ameaça".
"Ademais, há registro nos
autos de que o adolescente não
possui bons antecedentes, vez que
além do presente procedimento, o
apelante já respondeu a outros:
(Processo nº 097/2006-Prática
infracional equivalente ao crime
previsto no art. 157, caput, do
Código Penal c/c art. 28 da Lei
10.826/2003), (Processo nº
087/2006-Prática de ato infracional
equiparado ao crime previsto no
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art.140 do Código Penal),
(Processo nº 88/2006-Prática de
ato infracional nivelado ao delito
constante no art. 155, §2º e §4º,
inciso I e IV), nesses dois últimos
o menor obteve remissão,
entretanto, no caso do processo nº
87/2006, a medida não foi
cumprida, conforme atesta o
relatório de acompanhamento
psicossocial emitido pelo
CENIP/CASE de Caruaru.
Outrossim, de acordo com os
ofícios remetidos pelo Conselho
Tutelar do Município de Vertentes
[...], o adolescente demonstra
inapto ao convívio social, vez que
realizava vários furtos para
sustentar seus vícios, além de não
estudar nem desenvolver qualquer
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atividade laborativa que lhe
trouxesse qualquer proveito, de
modo a concluir pelo desvio e
distúrbio de sua personalidade em
formação".
011 AC 126420-4
(Vara Única
da Comarca de
Palmeirinha)
PE Ameaça
(art. 147, CP)
"Irresignado, o
menor apresentou, por
seu defensor constituído,
recurso apelatório,
pleiteando a absolvição
por não existirem
elementos que
comprovem a sua
autoria no ato
infracional em comento.
Alternativamente,
requereu a substituição
da medida sócio-
educativa aplicada por
outra de liberdade
Recurso
Prejudicado.
“[...] I -
Aplicabilidade do instituto da
prescrição aos atos
infracionais. Inteligência da
Súmula 338 do STJ: "A
prescrição penal é aplicável
nas medidas sócio-
educativas". II - Verificada a
prescrição, impõe-se ao órgão
julgador a obrigação de
declarar a extinção da
punibilidade, de ofício (art.
61, CPP), ficando impedido o
exame do mérito. III -
Preliminar acolhida, com
"Os que não reconhecem
a aplicação da prescrição em sede
de ato infracional justificam o
posicionamento sob o fundamento
de que as medidas sócio-
educativas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente não
possuem a mesma natureza
jurídica das reprimendas impostas
no ordenamento jurídico-penal.
Ora, se os menores infratores são
submetidos às normas
configuradoras de injustos para a
caracterização do denominado ato
infracional (art. 103 do ECA),
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92
assistida, prevista no
artigo 112, inciso IV da
Lei nº 8.069/90 [...]".
fundamento no artigo 107,
inciso IV, c/c os artigos 109,
VI, 110, § 1º, e 115, todos do
Código Penal e art. 61 do
Código de Processo Penal,
extinguindo a punibilidade,
pela prescrição da pretensão
punitiva do Estado. [...]”.
sujeitando-se a medidas restritivas
de direitos e privativas de
liberdade, às vezes, até mais
gravosas que as impostas aos
imputáveis, não se pode deixar de
reconhecer que tais medidas sócio-
educativas têm, de fato, certa
conotação repressiva, ainda que,
formalmente, sejam consideradas
preventivas".
"De acordo com o
caderno policial, o adolescente 'é
rebelde e viciado em bebida
alcoólica, bem como fica
extremamente agressivo com seus
familiares quando se encontra
embriagado'".
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FONTE: http://www.tjpe.jus.br/index.asp [pesquisa por: ato infracional].
Número total de ocorrências: 13 acórdãos.
3. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Ref Processo UF Ato infracional Alegações Decisão Fundamentos
Relevantes
Outros
Destaques
001 AC
2008.050.07253
RJ LESÃO CORPORAL
LEVE
Exclusão da sentença
da medida de advertência que
foi aplicada pelo juiz com a
remissão. Violação ao devido
processo legal
Desprovido Considerando o
contexto sociológico dos
adolescentes, seus
antecedentes, suas
personalidades e
circunstâncias do fato,
afigura-se recomendável a
concessão da remissão com
aplicação da medida de
Nenhum,
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94
advertência. Invocando o
art 126 eca
002 HC
2009.059.01958
RJ ROUBO
(ART. 157, §2º, I E II,
CP)
Extinção da medida
socioeducativa de semi
liberdade aplicada ao
paciente, tendo em vista a
superveniência da maioridade
Ordem
denegada.
O entendimento
do superior tribunal de
justiça é pacífico no sentido
de que o fato do indivíduo
atingir 18 anos de idade
não impede a continuação
da execução da medida
socioeducativa de
semiliberdade até que
complete 21 anos.
Medida de
semi-liberdade aplicada
como progressão da
medida de internação.
Embasamento
entendimento pacífico
STJ.
003 AC
2009.050.02171
RJ LATROCÍNIO
(ART 157. §3, CP)
Medida de
internação. C/ a ocorrência
de coação moral irresistível,
aplicação de medida de
semiliberdade ou mais branda
Desprovido Prova segura e
inquestionável quanto à
autoria e ao crime,
especialmente pelo auto de
exame cadavérico (fl. 55),
pelas declarações prestadas
pela representada, além do
depoimento de um dos
Medida de
internação
absolutamente
adequada ante a
gravidade da conduta
praticada. Caso que
exige providência
eficaz e suficiente para
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comparsas maiores. Coação
moral irresistível não
comprovada
prevenção e repressão
da conduta criminosa,
só possível com a
imposição de medida
socioeducativa severa
004 AC
2008.100.00388
RJ Remissão cumulada
com advertência sem a
concordância da defesa
técnica
Provido Não se pode
descurar do contraditório e
da ampla defesa e, sendo
assim, deve-se ressaltar
que, se não for aceita pela
defesa técnica, a respectiva
proposta não poderá ser
judicialmente homologada.
Art 111, iii eca.
005 AC
2008.050.06891
RJ O mp alega que a
decisão do juiz em extinguir a
medida socio educativa não é
fundamentada.
Medida imposta foi a
de internação e que progrediu
Rejeição
das preliminares
(alegava falta de
fundamentação)
porém provimento
do recurso
concordar ou não
com as razões do
magistrado não é o mesmo
que afirmar ausência de
fundamentação. Basta a
leitura da decisão para que
O juiz de 1ª
grau extinguiu a medida
sócio educativa ao
argumento de que o
feito encontra-se
paralisado há muito,
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para semiliberdade e esta foi
extinta.
(mandado de busca
e apreensão
se verifique estar a mesma
devidamente
fundamentada. Preliminar
rejeitada. Porém julgando o
mérito da questão, o
desembargador entendeu
que a medida estava dentro
do prazo prescricional.
(109,inciso iv; 115) código
penal
com lenta tramitação,
decorridos mais de três
anos, sem qualquer
êxito do estado na
execução da medida
aplicada, restando
inconcluso o processo
de ressocialização do
adolescente.segundo o
julgador, de nada vale
continuar ou iniciar um
processo já se sabendo
que será inútil porque
constatou-se a ineficácia
pedagógica da medida
que seria imposta.
006 AC
2008.100.00262
RJ AMEAÇA
(ART 147, CP)
Apelo defensivo
buscando a nulidade do feito
por ausência de nomeação de
curador especial. Art 142,
Desprovido Ausência de
prejuízo ao exercício da
defesa. Menor assistido
pela defensoria pública em
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parágrafo único. Eca) sua defesa técnica.
Presença da genitora
pugnando pela não punição
do filho, mas sim por sua
orientação e
acompanhamento.
Ausência de colidência de
interesses. Confissão das
ameaças feitas à mãe pelo
menor. Procedência da
representação com
aplicação da medida
socioeducativa de liberdade
assistida
007 AC
2009.050.02748
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Medida de
internação.
Pretensão à aplicação
de medida mais branda.
Desprovido Medida de
internação absolutamente
adequada ante a gravidade
da conduta praticada.
Tráfico de
entorpecentes. Caso
que exige providência
eficaz e suficiente para
a prevenção e repressão
da conduta criminosa,
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só possível com a
imposição de medida
socioeducativa severa
008 HC
2008.059.07535
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Medida de
internação. Alega
constrangimento perpetrado
pelo juiz de direito da vara da
infância, juventude e idoso de
nova iguaçu. Aduz a
impetrante, em síntese, que
para que se insira o menor em
regime de internação faz-se
necessário que se encontre
presente uma das situações
elencadas no artigo 122 do
eca. - sustenta que a
internação é ilegal, pois já
ultrapassado o período
máximo de três meses.
Requer a concessão da ordem
Ordem
denegada
Trata-se de
paciente apreendido por ato
infracional análogo ao
tráfico de drogas. Registre-
se que o menor está
sofrendo ameaças na
comunidade, inclusive à
sua própria mãe, pois é
devedor do tráfico local.
Foram aplicadas ao
adolescente as medidas
socioeducativas de
internação e protetiva de
tratamento antidroga. A
medida de internação foi
progredida para a de
semiliberdade. O fato de o
Se as medidas
sócio-educativas devem
primordialmente visar o
bem estar dos menores
e afastá-los do meio
pernicioso que os
mantêm na cena do
crime, não há que se
falar em
constrangimento ilegal.
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para o abrandamento da
medida aplicada
adolescente haver se
evadido do criam.na data
da audiência de reavaliação
foi regredida a medida em
questão para a de
internação cumulada com
tratamento antidroga.
009 HC
2009.059.05232
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Medida
socioeducativa de internação
pedido de aplicação da
medida socioeducativa mais
branda.
Ordem
denegada.
A aplicação da
medida socioeducativa de
internação em atos
infracionais como o
presente não fere o artigo
122 do eca
Não há
proporcionalidade.
010 HC
2009.059.03800
RJ Que sofre
constrangimento ilegal, pois é
mantido internado além do
prazo previsto no § 2º, do
artigo 121, do estatuto da
criança e do adolescente,
pleiteando a progressão do
Extingo o
writ sem julgamento
de mérito
Ocorre que o juízo
a quo informou que em 21
de maio do corrente ano, a
medida socioeducativa de
internação foi reavaliada e
progredida para
semiliberdade.considerando
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100
adolescente para a medida
socioeducativa de
semiliberdade
que a pretensão deduzida
na imputação foi atendida
011 HC
2009.059.03848
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Concessão da ordem
para que cesse a coação ilegal
imposta à liberdade do
paciente, a fim de que a
autoridade coatora proceda à
reavaliação da medida
socioeducativa a ele imposta
ou seja o jovem inserido em
regime mais brando até a
efetivação de dita reavaliação
Extinção
do processo
Sem julgamento
do mérito pois o paciente já
não se encontra cumprindo
qualquer medida, posto que
evadido, e, portanto,
inexistente o
constrangimento ilegal.
(apesar de já ter sido
substituído a medida
socioeducativa de
internação aplicada ao
paciente pela medida de
semiliberdade
012 HC
2009.059.03847
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Medida
socioeducativa de internação,
em desacordo com o que
dispõe o artigo 122, do
Prejudicado
pela perda do
objeto.
.examinando a
documentação acostada,
observo que a hipótese não
é tão singela como quer
A juíza
monocrática
justificou
amplamente a
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101
estatuto da criança e do
adolescente, por se tratar de
crime que não foi cometido
com grave ameaça ou
violência, nem se tratando de
reiteração ou descumprimento
reiterado de outras medidas.
fazer crer o impetrante.
Assim sendo, com fulcro
no artigo 31, viii, do
regimento interno do
tribunal de justiça do rio de
janeiro, que admite a
decisão prévia de pedidos
ou recursos incabíveis e
improcedentes, e no artigo
648 do código de processo
penal, que discrimina os
casos de coação ilegal, o
que não ocorre na espécie
necessidade da
medida, mostrando
que o tráfico de
drogas é um delito
hediondo e na
localidade decorrem
inúmeros crimes
relacionados a esta
atividade, sendo que
o adolescente fica
exposto na sua
própria vida, não
trabalha ou estuda,
graças ao fascínio do
mundo delituoso e
que, em razão desta
convivência, torna-
se necessário afastá-
lo do dito convívio
013 HC RJ ATENTADO Alegação de ausência Hábeas Decisão
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102
2009.059.05056 VIOLENTO AO PUDOR. dos requisitos legais. Paciente
primário, que não representa
risco para a sociedade.
Internação em
estabelecimento distante da
residência do menor, o que
inviabiliza a regular visitação
por seus pais, em vista da
hipossuficiência destes.
corpus prejudicado fundamentada na gravidade
do delito em abstrato.
Constrangimento ilegal
caracterizado. Liminar
deferida. Superveniência de
sentença julgando
procedente a representação
e aplicando medida
sócioeducativa de
internação
014 AC
2007.100.00390
RJ Recurso da defesa
técnica alegando violação ao
devido processo legal, porque
a remissão teria sido
acompanhada de advertência,
estando o investigado
desacompanhado de patrono.
Provido Trata-se de
medida pré-processual e,
em princípio, a sua
homologação não viola
qualquer dispositivo.
Ocorre que na hipótese
presente, foi aplicada
também uma medida
socioeducativa sem que o
infrator tivesse assistência
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103
jurídica, o que atinge o
devido processo legal.
015 HC
2008.100.00260
RJ LESÃO CORPORAL
CULPOSA
Homologação de
remissão cumulada com
medida socioeducativa de
advertência. Inaplicabilidade
aos maiores de dezoito anos
(art 2° do eca)
Provido Provimento do
recurso para declarar
extinto o feito, tendo em
vista o advento da
maioridade, sendo, no caso
vertente, descabida a
imposição de qualquer
medida de advertência ou
mesmo de concessão de
remissão.
016 HC
2009.059.01958
RJ ROUBO
(ART. 157, §2º, I E II,
CP)
Defensor público
postula seja declarada extinta
a medida socioeducativa de
semiliberdade aplicada ao
paciente, tendo em vista a
superveniência da maioridade.
Ordem
denegada.
O entendimento
do superior tribunal de
justiça é pacífico no sentido
de que o fato do indivíduo
atingir 18 anos de idade
não impede a continuação
da execução da medida
socioeducativa de
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104
semiliberdade até que
complete 21 anos
017 HC
2008.059.09145
RJ Medida
socioeducativa de internação.
Alegação de excesso de prazo
para reavaliação para a
progressão de medida de
internação para semiliberdade
Hábeas
corpus prejudicado
Pleito que já fora
enfrentado pela autoridade
coatora
018 HC
2009.059.00734
RJ Reavaliação de
medida socioeducativa de
internação
Habeas
corpus prejudicado
Internação
aplicada ao paciente já foi
reavaliada. Destarte, o
presente habeas corpus
perdeu o seu objeto.
019 AC
2009.050.00368
RJ FURTO
(ART 155, CP)
Medida
sócioeducativa de internação.
Apelo defensivo pleiteando a
imposição da medida
sócioeducativa de liberdade
assistida, sob alegação de
impossibilidade legal e
Improvido As condições
pessoais do adolescente
levam à conclusão que a
medida de internação é a
mais adequada e exigível à
hipótese, dando-lhe
melhores condições de
Neste contexto,
apesar da pouca
gravidade do ato
praticado, considerando
que esta magistrada há
muito vem
compreendendo e
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inadequação da medida
aplicada.
ressocialização, estando
destacado na sentença que:
"já lhe foram dadas
oportunidades de
cumprimento de medida em
meio aberto em outros
processos, mas jhonny não
as aproveitou, pois as
descumpriu por várias
vezes, , reiteradamente
descumpre as medidas
impostas
oferecendo auxílio ao
representado, contudo,
sem êxito, pois o
mesmo continua
descumprindo
reiteradamente as
medidas impostas, pois
continua praticando
furtos, visando atender
o caráter ressocializador
da medida, necessário
se faz o seu afastamento
do meio social em que
se encontra para que
possa ter maior
segurança, apoio de
profissionais
especializados e reflita
sobre a sua conduta,
considerando, ainda, o
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106
espírito norteador do
eca no sentido de educar
o menor pelo princípio
da maior preservação
destes, entendo que a
internação é a medida
sócioeducativa
suficiente e necessária
ao presente caso,
atendendo ao intuito de
acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente,
em respeito à condição
peculiar de pessoas em
desenvolvimento
020 HC
2009.059.03149
RJ Internação
provisória. Pretende a
concessão de liminar para que
seja o paciente posto em
liberdade, posto que mantido
Habeas
corpus prejudicado
Considerando que
foi prolatada a sentença,
cessado, portanto, o
alegado constrangimento.
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107
em internação provisória, pois
ultrapassado o período
previsto no art. 108 do eca.
No mérito, requer o
impetrante a concessão da
ordem para que seja extinta a
ação originária pois também
ultrapassado o prazo máximo
estabelecido para a conclusão
do procedimento judicial
021 AC
2009.050.01303
RJ FURTO
(ART 155, CP)
Aplicação pelo mp
de remissão cumulada com
medida sócio-educativa de
advertência com a devida
homologação pela autoridade
judiciária. Defesa técnica
solicita exclusão da medida
imposta, alegando violação
aos princípios do
contraditório e da ampla
Recurso
improvido
Somente a partir
da instauração da ação
socioeducativa com o
oferecimento da
representação pelo órgão
do ministério público e o
competente recebimento
pelo magistrado, é que se
faz indispensável a atuação
de defensor para defesa do
Desembargador
não reconhece a
necessidade de defesa
técnica na fase da oitiva
informal do mp
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108
defesa. adolescente. Tal
providência, contudo, na
fase pré-processual, ou
extrajudicial, não é de
rigor, já que neste momento
inexiste lide, até porque a
remissão não implica
reconhecimento ou
comprovação da
responsabilidade, como não
prevalece para efeitos de
antecedentes
022
HC
2009.059.01785
RJ
TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Liberdade assistida.
Alega ilegalidade da
imposição da medida
sócioeducativa de internação
Habeas
corpus prejudicado
A medida
sócioeducativa imposta foi
a de liberdade
assistida.diante do exposto,
uma vez que não foi
imposta medida de
internação ao paciente no
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109
procedimento
correspondente a apuração
do ato infracional, o
presente habeas corpus está
prejudicado
023 HC
2009.059.02619
RJ Desejo de progredir a
medida de internação para
semiliberdade.
Habeas
corpus prejudicado
O adolescente
obteve a progressão para a
de semiliberdade.2. Assim,
na forma do disposto no
art. 31, inciso viii, do
regimento interno deste
tribunal de justiça, o
presente writ restou
prejudicado, por falta de
objeto.
024 HC
2009.059.04151
RJ Impossibilidade legal
de aplicação e manutenção da
medida sócio-educativa ao
Denegado Com fulcro no art.
104, parágrafo único do
eca, as medidas sócio-
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110
jovem que completa 18 anos
de idade.
educativas de internação e
semiliberdade podem
perdurar até os 21 anos,
desde que o fato tenha sido
praticado antes do
adolescente completar 18
anos de idade.
025 HC
2009.059.03183
RJ Audiência de
reavaliação do paciente
considerando o período de
internação provisória para a
contagem do prazo máximo
de seis meses.
Habeas
corpus
Concedido
O eca estabelece
que a medida sócio-
educativa de internação não
tem prazo determinado,
devendo ser reavaliada no
máximo em seis meses.
Portanto, audiência será
realizada no máximo até o
prazo que completa seis
meses.
026 AC
2008.100.00001
RJ O reconhecimento da
prescrição intercorrente, face
ao decurso de prazo entre o
Não
provido
Entre o
recebimento da
representação e a sentença
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111
recebimento da representação
e a sentença, lapso superior a
um ano.
não houve o transcurso de
lapso de tempo superior a
um quatriênio, não tendo
assim ocorrido a
prescrição, haja vista que a
prescrição ocorre em quatro
(04) anos.
027
AC
2008.050.06712
RJ
TRÁFICO DE
DROGAS E ASSOCIAÇÃO
(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006)
Improcedência da
representação por
insuficiência de provas, pois
baseada, a sentença
impugnada, exclusivamente
em depoimentos de policiais.
Provido
parcialmente
Prova de defesa
em contradição com a
oitiva do representado,
corroborando, inclusive, a
versão acusatória.
Excessiva a internação para
o ato infracional análogo ao
tráfico de drogas, diante da
inexistência de
antecedentes por parte do
apelante.
Aplicação da
medida sócio-educativa
de semiliberdade ao
menor.
028 HC RJ Constrangimento Extinção O juízo a quo
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112
2009.059.03365 ilegal por parte do juízo da
vara da infância, juventude e
do idoso da comarca de volta
redonda, pois é mantido
internado além do prazo
previsto no § 1º, do art. 122,
do eca.
sem julgamento do
mérito
informou que foi
determinada, em
audiência, a progressão
da medida
socioeducativa para
semiliberdade.
029 AC
2007.100.00535
RJ CONSTRANGIMENTO
ILEGAL
Violação ao devido
processo legal, pois a
remissão teria sido
acompanhada de advertência,
estando o investigado
desacompanhado de patrono.
Conhecido
e provido.
Aplicação de
medida sócio-educativa
sem que o infrator tivesse
assistência jurídica,
ferindo, assim, o princípio
constitucional do devido
processo legal (art. 5°, liv,
cf). Além disso, art. 128 do
eca prevê a revisão da
remissão, a qualquer
tempo, a requerimento do
adolescente ou do
ministério público. O
Ademais, o
fato imputado ao
investigado, similar a
constrangimento ilegal,
refere-se a ele ter dado
um beijo numa
adolescente, da sua
idade e que se
encontrava no interior
do seu quarto,
registrando-se que ele
nega veementemente tê-
la ameaçado ou
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desembargador determina
o arquivamento do
procedimento
investigatório
agredido, limitando-se a
dizer que lhe deu um
selinho. Numa época
em que vemos infantes
envolvidos com atos
gravíssimos similares ao
tráfico de drogas,
homicídio, latrocínio,
porte ilegal de armas de
grosso calibre, nos
parece, com todas as
vênias, que a solução
dada ao caso revestiu-se
de um rigor inadequado,
principalmente porque
tudo indica tratar-se de
hipótese que, se
cometida por um
imputável, seria atípica
030 HC RJ TRÁFICO DE A extinção da Denegado No que toca às
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114
2008.059.05658 DROGAS E ASSOCIAÇÃO
(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006)
medida em virtude do
paciente ter completado
dezoito (18) anos de idade.
medidas de internação e
semiliberdade, é possível a
sua extensão até que o
infrator atinja vinte e um
(21) anos de idade, nos
termos do que dispõem os
artigos 121, § 5° e 120, §
2°, ambos do estatuto da
criança e do adolescente.
Este posicionamento é
pacífico nos tribunais
031 AC
2008.100.00001
RJ Reconhecimento da
prescrição intercorrente, face
ao decurso de prazo entre o
recebimento da representação
e a sentença, lapso superior a
um ano
A prescrição
ocorre em quatro (04) anos.
Verifica-se que entre o
recebimento da
representação e a sentença
não houve o transcurso de
lapso de tempo superior a
um quatriênio, não tendo
assim ocorrido a prescrição
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032 HC
2009.050.03291
RJ ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR (ART.
214 DO CÓDIGO PENAL)
Pretensão à
improcedência da
representação por
insuficiência de provas
Desprovido Prova segura e
inquestionável quanto à
autoria e ao crime,
especialmente pelas
declarações das vítimas,
corroboradas pelos laudos
de fls. 115/116, além do
depoimento prestado
033 HC
2009.059.01775
RJ TRÁFICO DE
DROGAS E ASSOCIAÇÃO
(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006)
Matéria que demanda
exame da prova
Denegado A imposição de
qualquer medida
socioeducativa depende das
circunstâncias que
envolvem o fato e das
condições pessoais do
adolescente, o que
demanda a análise subjetiva
da prova, inviável nos
limites estreitos do habeas
corpus
034 HC RJ Medida Prejudicado Autoridade
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2009.059.01226 sócioeducativa de internação
provisória, já havendo
ultrapassado o prazo máximo
de 45 dias estipulado no
artigo 108, caput, do eca.
Excesso de prazo para a
internação provisória, requer
a concessão da ordem, liminar
e definitivamente, a fim de
que o paciente aguarde em
liberdade até a conclusão do
procedimento judicial
pela perda do objeto apontada como coatora
comunica que já foi
proferida sentença, sendo
aplicada ao adolescente a
medida sócioeducativa de
internação por prazo
indeterminado, juntando
cópia do procedimento
035 HC
2009.059.00787
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Alega
constrangimento ilegal porque
a medida imposta não
encontra amparo legal, uma
vez que se trata de
comportamento cometido sem
violência ou grave ameaça à
pessoa, ainda se argumentou
Ordem
parcialmente
concedida
Determinando-se
que o infrator seja
imediatamente transferido
para a semiliberdade.
. 1 entendemos
que o tráfico proibido
de drogas é uma
atividade geralmente
realizada em ambiente
perigoso, violento e
quem participa desse
tipo de atividade vive
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que não foi realizada a
detração com relação ao
tempo em que o paciente
esteve provisoriamente
internado
em constante risco, não
sendo raros os
confrontos armados
com a polícia ou com
facções rivais. 2 -
também não podemos
ignorar que a internação
do paciente, retirando-o
desse convívio
pernicioso, em verdade
atenderia à sua própria
preservação. 3 - apesar
disso tudo,
reformulamos o nosso
ponto de vista anterior,
para sustentar que tais
razões, embora
ponderáveis, não
superam o princípio da
legalidade estrita, não
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podendo assim autorizar
uma medida
socioeducativa que
acaba por restringir a
liberdade do
adolescente e que o faz
sem estar inserida no
âmbito da
excepcionalidade, e sem
previsão nas hipóteses
contempladas pelo
artigo 122 da lei
8.069/90.
036 HC
2008.059.08036
RJ . Medida
socioeducativa. Internação.
Reavaliação. Prazo cumprido
Ordem
denegada
O parágrafo 2º do
artigo 121 do eca, que
determina a avaliação a
cada 6 meses, permanece
intocável,
descaracterizando o
constrangimento ilegal
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037 Maioridade no curso
do cumprimento de medida
socioeducativa
Ordem
denegada
Matéria
reiteradamente decidida
nesta corte, reconhecendo-
se a aplicação excepcional
da lei menorista à outrora
menor infrator. Importa
para submissão ao eca, que
o delito seja cometido antes
de lograr-se a maioridade
038 HC
2009.059.02712
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Que configura
excesso de prazo medida de
internação e,
consequentemente,
constrangimento ilegal
Prejudicado
pela perda do objeto
Diante das
informações prestadas pela
autoridade apontada como
coatora, visto que o
adolescente não se encontra
cumprindo medida
sócioeducativa de
internação em razão do
presente habeas corpus,
verifica-se que o mesmo
restou prejudicado pela
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120
perda do objeto.assim
sendo, com fulcro no artigo
31, viii, do regimento
interno do tribunal de
justiça do rio de janeiro,
que admite a decisão prévia
de pedidos ou recursos
incabíveis e improcedentes,
e no artigo 648 do código
de processo penal, que
discrimina os casos de
coação ilegal, que não
subsiste, como se constata
de plano
039 HC
2009.059.03319
RJ HOMICÍDIO SIMPLES Excesso de prazo
para reavaliação de medida de
socioeducativa. Prazo dentro
da determinação legal (06
meses
Ordem
denegada
Inexiste
constrangimento ilegal,
diante da reavaliação da
medida imposta estar
marcada dentro do prazo de
seis meses, conforme
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121
determinado pelo artigo
121, parágrafo 2º do eca
040 HC
2009.059.01407
RJ Regressão de
semiliberdade para
internação,. Defesa requer
liminar e definitivamente a
concessão da ordem, a fim de
que seja anulada a referida
decisão, que viola os
princípios da ampla defesa,
contraditório e devido
processo legal, sendo
determinado o
prosseguimento da medida de
semiliberdade.liminar
indeferida
Prejudicado
pela perda do objeto
Verifica-se que
não mais subsiste o
constrangimento ilegal
apontado inicialmente
041 HC
2009.059.01555
RJ ROUBO
A medida de
internação deve ser aplicada
em casos especiais quando for
extremamente necessária, o
Ordem
parcialmente
concedida.
Paciente que
deverá aguardar em
semiliberdade a entrega da
prestação jurisdicional
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122
que não se configura no
presente caso. A internação
somente se justifica quando
hipóteses autorizadas no
artigo 122 da lei 8.069/90
042 HC
2008.059.08860
RJ Aplicação de medida
de semiliberdade ao maior de
18 anos e menor de 21 anos
Ordem
denegada
A medida
sócioeducativa possui
como objetivo principal a
ressocialização e
recuperação do
adolescente.
043 AC
2009.050.02426
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Alegação de
insuficiência probatória, e
pedido de reforma da
sentença para julgar
improcedente a representação,
e, subsidiariamente, de
aplicação da medida sócio-
educativa de liberdade
assistida
Recurso
desprovido.
A ausência do
laudo definitivo não
constitui causa para a
improcedência da
representação, havendo
prova da apreensão da
substância entorpecente, e
prova testemunhal a supri-
lo. A sentença impôs
Tratando-se de
ato grave, a aplicação de
medida branda é
ineficaz porque há
necessidade de que o
recorrente tenha
consciência da
gravidade da conduta
perpetrada
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123
medida socioeducativa ao
adolescente pela prática de
ato análogo ao crime do art.
33 da lei 11.343/06, pelo
qual foi o mesmo
representado, e não pelo
art. 34 da mesma lei. . A
prova do ato infracional
praticado pelo adolescente
resulta de sua confissão, do
laudo de exame da
substância entorpecente, e
dos depoimentos prestados
pelas testemunhas.
044 HC
2009.059.01169
RJ É mantido internado
além do prazo previsto no §
1º, do artigo 122, do estatuto
da criança e do adolescente,
pleiteando que o adolescente
volte a cumprir a medida
Prejudicado
pela perda do objeto
Ocorre que o juízo
a quo informou que foi
determinado, em 12 de
fevereiro do corrente ano, o
encaminhamento do
paciente para cumprimento
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124
socioeducativa de
semiliberdad
da medida socioeducativa
de
semiliberdade.considerando
que a pretensão deduzida
na imputação foi atendida
045 HC
2009.059.01968
RJ A nulidade da
decisão e o retorno à
semiliberdade
Ordem
denegada
Substituição da
medida em razão da
ineficácia e
descumprimento reiterado
da que estava sendo
imposta, porquanto o
adolescente evadiu-se por
duas vezes da instituição
em que a cumpria. A
aplicação das
sócioeducativas estatuídas
na lei nº 8.069/90 não
possui caráter punitivo
mas, sim, o de retirar o
menor do convívio
Não possui
caráter punitivo mas,
sim, o de retirar o
menor do convívio
pernicioso com a
criminalidade, visando
reeducá-lo e reintegrá-lo
à família e à sociedade.
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125
pernicioso com a
criminalidade, visando
reeducá-lo e reintegrá-lo à
família e à sociedade.
Ausência de
constrangimento ilegal
046 HC
2007.059.07715
RJ Reavaliação da
medida sócioeducativa
aplicada ao adolescente ora
paciente
Prejudicado
pela perda do objeto
19 já houve a
reavaliação da medida
sócioeducativa aplicada ao
adolescente ora paciente.
Destarte, o presente habeas
corpus perdeu o seu objeto
047 HC
2009.059.03258
RJ Alegação defensiva
que ilegal e inadequada a
internação
Concessão
parcial da ordem
Necessário o
cometimento de, pelo
menos, 3 atos infracionais
para que reste configurada
a reiteração. Ao
adolescente que pratica um
segundo ato infracional,
como é o caso, não pode
Medida de
internação aplicada ao
adolescente com
fundamento no art. 122,
ii do eca. Magistrado
monocrático que
defende seu
posicionamento dizendo
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ser aplicado o art. 122, ii do
eca pois estaria ele
reiterando apenas uma
infração, a primeira
cometida. Igualmente
descabida a fundamentação
da internação no inciso iii
do mesmo artigo.
Inexistência de reiteração
no descumprimento, posto
que o menor evadiu-se uma
única vez. Ausente a
previsão legal para a
aplicação de medida
socioeducativa de interna-
ção ao paciente em questão.
Alterar a sentença de 1º
grau aplicando ao
adolescente a medida de
semiliberdade.
ser a aplicação de
medida mais branda o
mesmo que permitir ao
adolescente novo
envolvimento com o
ilícito, dado seu perfil
psicológico, social e
seus antecedentes.
Relatório com parecer
social datado de
07/04/2009 que sugeriu
ser prematura a
alteração da medida
imposta. Parecer
pedagógico que afirmou
necessitar o adolescente
um período maior de
permanência na unidade
"para reflexão e
aproveitamento do que
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lhe é ministrado".
048 HC
2009.059.00971
RJ Objetivando a
extinção da medida
socioeducativa de
semiliberdade por haver o
paciente completado 19 anos
de idade e pela ocorrência da
prescrição, eis que se encontra
evadido desde 7 de setembro
de 2007
Ordem
denegada
As medidas sócio-
educativas de internação e
semiliberdade podem
perdurar até os 21 anos,
desde que o fato tenha sido
praticado antes do
adolescente completar 18
anos de idade
049 HC
2009.059.04413
RJ Constrangimento
ilegal, porque teria sido
prorrogada a mse de
semiliberdade após o
investigado atingir a
maioridade civil.
Ordem
denegada
Nosso sentir, a
disposição constante do
artigo 120, § 2º, da lei
8.069/90, prevê uma
exceção à regra que afasta a
prorrogação das medidas
socioeducativas após o
infrator completar dezoito
(18) anos de idade. Esta
interpretação guarda
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conformidade com decisões
das altas cortes do país. 2 -
não vislumbramos,
destarte, qualquer ato ilegal
ou arbitrário
50 HC
2008.059.06903
RJ Constrangimento
ilegal porque o paciente já
teria atingido a maioridade
não podendo, assim, subsistir
a mse aplicada
Ordem
concedida
Excepcionalmente
as medidas socioeducativas
podem incidir ou ser
prorrogadas em relação aos
que se encontrarem na
faixa etária entre os dezoito
(18) e os vinte e um (21)
anos. Isto só pode ocorrer,
primeiro se o fato tiver sido
cometido durante a
menoridade e segundo se
houver expressa
autorização legal para a
imposição da providência
educativa a quem
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ultrapasse a maioridade
civil. Tal excepcionalidade
está prevista nos artigos
121, § 5° e 120, § 2°,
ambos do estatuto da
criança e do adolescente,
referindo-se à internação e
à semiliberdade. 3 - a
liberdade assistida não se
acha contemplada pela
exceção legal, não podendo
remanescer após o infrator
completar dezoito (18) anos
51 AC
2009.050.01590
RJ Recurso defensivo
pleiteando a mitigação da
providência para a liberdade
assistida, sob o argumento de
que o adolescente ostenta
condições pessoais
favoráveis, não sendo
Recurso
desprovido.
Trata-se de
infração grave e que por si
só revela o perfil do
investigado. Em tais casos
impõe-se a segregação de
sua liberdade e a internação
é a medida mais adequada
As medidas
socioeducativas não
devem ajustar-se às
condições da família do
adolescente e sim este é
que deve adequar-se às
leis. 3 - provas bem
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saudável que ele seja
compelido a conviver com
outros menores afeitos à
criminalidade. Alegou ainda
que a sua família é pobre e os
seus membros ficariam
impossibilitados de visitá-lo e
dar-lhe a assistência devida.
apreciadas e a
providência aplicada
observou os estritos
ditames legais.
52 HC
2009.059.03025
RJ TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA LEI N.º
11.343/06)
Constrangimento
ilegal porque aplicada a
medida sócioeducativa de
internação
Ordem
denegada
Descumprimento
reiterado e injustificado das
medidas impostas
determinante da medida
sócioeducativa de
internação.
53 HC
2009.059.03373
RJ
RJ ROUBO (ART. 157, §
2°, INC. I E II)
Ilegalidade da
decisão da autoridade coatora
que regrediu a medida
socioeducativa de
semiliberdade para a
internação.
Ordem
concedida
Ausência dos
requisitos previstos no
artigo 122, inciso iii, da lei
8.069/90, que estabelece
que a medida de internação
só poderá ser aplicada por
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descumprimento reiterado e
injustificável da medida
anteriormente imposta.
54 AC
2009.059.05232
RJ TRÁFICO DE
DROGAS E ASSOCIAÇÃO
(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006), CUMULADO
COM CORRUPÇÃO ATIVA
(ART.333, CP)
IMPOSSIBILIDADE
DE SE USAR O
MANDAMUS COMO
SUBSTITUTO DO
RECURSO PRÓPRIO
PLEITO DE NULIDADE DA
SENTENÇA E APLICAÇÃO
DA MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA MAIS
BRA
Ordem
Denegada
APLICAÇÃO DA
MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO EM ATOS
INFRACIONAIS COMO
O PRESENTE NÃO FERE
O ARTIGO 122 DO ECA
E NÃO CONSTITUI
QUALQUER NULIDADE
NECESSIDADE DE
PROTEÇÃO DO
ADOLESCENTE
INFRATOR VISANDO A
SUA
RESSOCIALIZAÇÃO
55 AC
2008.050.06835
RJ TRÁFICO DE
DROGAS E ASSOCIAÇÃO
Fundamentação
insuficiente, pois a medida de
Recurso
provido
Violação do
princípio constitucional da
O adolescente
foi mantido algemado
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(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006), CUMULADO
COM CORRUPÇÃO ATIVA
(ART.333, CP)
internação somente poderá ser
imposta quando presentes os
pressupostos constantes do
art. 122 do eca, portanto é
uma medida excepcional, não
podendo transformar-se em
medida generalizada
parcialmente proteção integral (art. 227,
c.f), sendo que a medida
mais adequada, na hipótese,
é a liberdade assistida
durante a audiência, já
em vigor a súmula
vinculante nº 11, do stf,
com uma justificativa
surpreendente,
desvinculada de
qualquer princípio
jurídico: "norma de
segurança diante da
possibilidade do risco
de fuga, já que os
agentes do degase não
possuem armas e neste
ato, há presença de
familiares e ausência de
qualquer policial
militar. Diante do
exposto, o magistrado
decidiu permanecer com
o uso de algemas
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durante as audiências no
juízo.
56 AC
2008.050.05218
RJ TRÁFICO DE
DROGAS E ASSOCIAÇÃO
(ARTS. 33 E 35 DA LEI
11.343/2006), CUMULADO
COM CORRUPÇÃO DE
MENORES (ART.218, CP)
Conjunto probatório
insuficiente para a
condenação, sendo que há
inexistência de prova
inequívoca do ajuste prévio,
no sentido da formação de
vínculo associativo em caráter
estável e permanente para a
prática do crime de tráfico de
drogas.do crime de corrupção
de menor, solicita absolvição,
alegando inexistência de
prova do fato.
Provimento
parcial.
Adolescente
cumprindo medida
socioeducativa, em virtude
de passagem anterior pelo
juízo menorista.a dosagem
da pena foi aplicada
erroneamente, pois a pena
base foi fixada acima do
mínimo legal.
Aplicação da
causa de diminuição de
pena do § 4º, do art. 33, da
lei nº. 11.343/2006.
57 HC
2009.059.03518
RJ ROUBO (ART. 157, §
2°, INC. I E II)
Sabe-se que o art.
122 do eca é claro ao dispor
que a medida de internação ao
adolescente infrator é
recomendada em caráter
Ordem
concedida
Deve ser
concedida ao paciente a
progressão para a medida
de semiliberdade com base
nos relatórios acostados aos
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excepcional e de efetiva
necessidade. Deve-se, assim
ter em mente os fins sociais a
que a lei se dirige que, no
caso, é a ressocialização dos
adolescentes.
autos elaborados pela
equipe técnica, por
entender que tal medida é
necessária e suficiente à
reintegração social do
adolescente infrator
58 HC
2008.059.03722
RJ Pretende a ordem
para determinar a reavaliação
da medida socioeducativa
imposta, uma vez que conta
nos autos relatório social
favorável ao abrandamento da
medida de internação.
Ordem
denegada
Os autos foram
remetidos a este tribunal
por força de recurso de
apelação e isto contribuiu
para o retardo ocorrido.
Esse alongamento
encontra-se justificado.
Não remanescem quaisquer
atos ilegais ou arbitrários
FONTE: http://www.tjrj.jus.br
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[pesquisa por: Medida socioeducativa eca]
Número total de ocorrências: 147 acórdãos.
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4. Tribunal de Justiça do Paraná
Ref Processo UF Ato
infracional
Alegações Decisão Fundamentos
Relevantes
Outros Destaques
001 HC
0456014-
1
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Gravidade do ato
infracional cometido não é
suficiente para, de per si,
justificar a inserção do
adolescente em medida
sócio-educativa de
internação por prazo
indeterminado, porque a
finalidade principal do
estatuto da criança e do
adolescente não é
retributiva, mas reeducar e
conferir proteção integral
Ordem
concedida
Imposição da medida
sócio-educativa mais gravosa
da internação deve ser
fundamentada, cabendo ao juiz
demonstrar a sua
imprescindibilidade no caso
concreto, bem como a
impossibilidade, inviabilidade
ou inadequação das outras
medidas sócio-educativas
previstas no eca, aplicadas em
meio aberto.
Deve ser
decretada a nulidade da
decisão que se baseia na
gravidade genérica do
ato infracional para
aplicar medida extrema
de internação ao menor
(stj-5ª turma, hc
42.691/sp).
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ao menor infrator.
002 AC
0475129-
9
PR HOMICÍDIO Legítima defesa
putativa,
Desprovido Legítima defesa
putativa não caracterizada -
ausência de meios moderados
para repelir a suposta agressão -
recurso não provido. Não há
legítima defesa putativa quando
utilizados mecanismos
desproporcionais para repelir a
pretensa injusta agressão
003 AC
0544573-
PR LATROCÍNIO
(ART. 157, §
Pleito de
absolvição por entender
Desprovido Reconhecimento do
infrator apelante por uma
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6 2º) pela falta de provas de
autoria do apelante no ato
infracional. Pedido de
liberdade assistida
testemunha presencial, e por
um dos infratores envolvidos
no delito - ato infracional
confirmado pelos outros
menores infratores. Medida de
internação adequada
004 AC
0476500-
8
PR ROUBO
(ART 157 I
CP)
Progressão para
medida em meio aberto
Desprovido Inviabilidade da
aplicação de medidas
socioeducativas edm meio
aberto.
A reiteração na
prática de atos infracionais
e o descumprimento de
medidas sócio-educativas
anteriores denotam que o
internamento é o meio
adequado à recuperação dos
adolescentes
005 AC
0534767-
5
PR Substituição da
medida socieducatica de
internação
Desprovido Provas produzidas que
conduzem à consideração do
acerto na aplicação da medida
socioeducativa de internação.
"impõe-se a medida de
internação, nos casos em que a
As medidas sócio-
educativas, por sua própria
natureza, têm caráter
pedagógico, e vinculam-se
à sua finalidade essencial,
que é a um só tempo, a
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natureza da infração e as
condições psicossociais do
adolescente façam supor que,
sem o seu afastamento
temporário do ambiente em que
vive, não será ele alcançado por
nenhuma medida pedagógica
ou terapêutica, e poderá, além
do mais, representar risco à
sociedade
reeducação e a
ressocialização do menor
infrator
006 0501603-
5
PR HOMICÍDIO
(ART.121, CP)
Apelante não
tinha intenção de matar.
Ocorrência de dolo direto
ou eventual, onde o
infrator agiu em legítima
defesa.
Desprovido Segundo Guilherme de
Souza Nucci, no código de
processo penal comentado: “a
lei não faz distinção entre o
dolo direto e o eventual para
fins de aplicação da pena.
Assim o juiz poderá fixar a
mesma pena para quem agiu
com dolo direto e para quem
atuou com dolo eventual". A
Manutenção da
internação do infrator
com base no art.122,
inc. I, do eca..
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excludente da legítima defesa,
entre outras condições, requer a
constatação de que os limites
necessários à preservação do
direito que se pretendeu
amparar não foram
extrapolados.
007 0510245-
2
PR HOMICÍDIO -
ART. 121, § 2º,
INCISO II (DUAS
VEZES), C/C ARTS.
29 E 69, TODOS DO
CÓDIGO PENAL.
Aplicação de
medida de semi-liberdade,
ou, então, que o
adolescente permaneça em
uma unidade de tratamento
psicológico.
Provimento
negado
Aplicação do art. 122
e do art. 101, v, do eca, haja
vista que o adolescente é
reicidente na prática dos atos
infracionais e o
descumprimento de medidas
sócio-educativas anteriores
denotam que o internamento é o
meio adequado à recuperação
do adolescente.
O magistrado
declara “ex officio” à
internação e a medida
protetiva de tratamento
psicológico.
008 AC
0546367-
6
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO. ART.
121, §2º, I E IV DO CP
Aplicação de
medida sócio educativa
mais branda.
Provimento
negado.
Analise de reiteração
dos atos infracionais praticados
pelo adolescente e a respectiva
O contexto social
são fatores que evidenciam
a necessidade da
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ineficácia de medidas sócio-
educativas anteriores. Inserção
do infrator num contexto de
marginalidade e de risco
permanente.
internação, dentre outros: a
reincidência na prática de
atos infracionais graves, a
ausência de disciplina no
âmbito familiar, o ócio
(hipótese em que o
adolescente não estuda nem
trabalha), o envolvimento
com grupos de risco, a
dependência química, o
inconformismo com
quaisquer noções de
limites, a ineficácia de
medidas em meio aberto
aplicadas anteriormente
009 AC
0471649-
0
PR ROUBO
(ART. 157, DO CP
Aplicação de
medida sócio educativa
mais branda
Não provido O princípio do livre
convencimento motivado do
magistrado tem prevalência,
ante a necessidade de se obter
efetivamente o objetivo
Aplicação do
principio da
excepcionalidade no caso
concreto de uma medida
socioeducstiva que deveria
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142
pedagógico pretendido com a
aplicação da medida de
internação.
ser uma excepcionalidade.
010 AC
0461979-
0
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
A anulação da
sentença menorista que
impôs ao paciente a
medida sócio-educativa de
internação
Prejudicado
pela perda do objeto
O pedido perde o
objeto em razão da progressão
do regime para liberdade
assistida, como aliás, pretendia
o recorrente.
011 HC
0480056-
4
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
(ART. 33 DA
LEI N.º 11.343/06)
Paciente
internado em
estabelecimento
inadequado
Concedido Evidente violação aos
artigos 123 e 185 do estatuto
menorista. Constrangimento
ilegal caracterizado
012 AC
0556166-
2
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO -
ART. 121, § 2º
Os motivos
apontados pelo juiz para
aplicar a internação são
inidôneos, quais sejam: a
gravidade do ato
infracional e a
inviabilidade da aplicação
de outra medida
Não provido Conduta do
adolescente apelante ter
evidenciado o seu profundo
desajuste social, impondo-se
que se lhe ofereça a
oportunidade de assimilar
novos valores, reflita sobre o
ocorrido, mediante
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143
socioeducativa ante a falta
de instituição adequada na
comarca.
acompanhamento intensivo que
somente a internação
possibilita.
013 AC
0445251-
7
PR HOMICÍDIO
(ART 121,
CAPUT CP)
Alega que agiu
em legítima defesa e que
diante da insuficiência de
provas não há como se
afastar tal excludente.
Pugna pela absolvição e,
alternativamente, pela
aplicação da medida sócio-
educativa de liberdade
assistida ou semiliberdade.
Provimento
negado.
Adolescente em
situação de risco, que cometeu
novo ato infracional com
violência à pessoa, sendo a ele
atribuída, ainda, a prática de
outras infrações graves,
restando devidamente
justificada a imposição da
medida de internação, nos
moldes do art. 122, incisos i e
ii, do eca. Vii
014 AC
0502954-
1
PR PORTE
ILEGAL DE ARMA
DE FOGO
ART. 14, LEI
10.826/2003
Alega ser o
conjunto probatório
insuficiente para ensejar
sua condenação, já que a
autoria não estaria
comprovada. Argumenta
Provimento
negado.
Embora contestada
pelo recorrente, encontra-se
satisfatoriamente demonstrada,
tal qual se depreende do laudo
de exame cadavérico da vítima
(fls. 77-v), o qual condiz com
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144
que, além de não ter
havido prova pericial
relativa à existência de
pólvora em suas mãos e
não ter sido encontrada a
arma do crime, nenhuma
das testemunhas de
acusação assistiu aos fatos
diretamente
os testemunhos prestados em
juízo. Existência de outros
meios de provas.
Reconhecimento do acusado
feito na fase inquisitorial por
meio de fotografia.
Confirmação em juízo
015 AC
0509602-
0
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO -
ART. 121, § 2º
O apelante agiu
em legítima defesa, pois
estava sendo ameaçado
pela vítima; postula a
substituição da medida de
internação pela medida de
semiliberdade
Provimento
negado.
Rovas suficientes de
que o ato infracional foi
praticado por motivo de
vingança e não em razão do
animus defendendi. Pedido de
aplicação da medida sócio-
educativa de semiliberdade.
Manutenção da internação
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145
016 AC
0452246-
7
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO -
ART. 121, § 2º
Requerendo a
substituição da medida em
meio fechado, por
prestação de serviços à
comunidade e liberdade
assistida
Provimento
negado.
O ato foi perpetrado
mediante grave ameaça às
pessoas. Alto nível de
periculosidade do adolescente,
e reforça ainda mais a
necessidade de intervenção.
Privado de liberdade o jovem
aparenta bom comportamento;
por outro lado, em meio aberto
revelou atitudes totalmente
divergentes daquelas
apresentadas no cense.
Abandono da escola e usuário
de drogas.
017 AC
0471649-
0
PR ROUBO
QUALIFICADO
(ART. 157, §
2°, INCISO I DO
CÓDIGO PENAL).
Medida de
internação só se aplica a
casos excepcionais e que a
medida de semiliberdade
oferece a proposta
psicopedagógica
Provimento
negado
Internação com
fundamento no art. 122, inc. I
do eca. Princípio da
excepcionalidade. Medida que
se revela imprescindível ante as
necessidades pedagógicas
Afigura-se
adequada a internação, no
caso concreto, em razão do
fato de que a conduta
infracional foi praticada
com grave ameaça, além de
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necessária à readaptação
do adolescente
específicas do apelante não ser a primeira infração
praticada pelo adolescente,
cujas medidas anteriores
em meio aberto não
surtiram os efeitos
preventivos esperados e
que demonstra precisar o
adolescente de algum
tempo de reflexão para
melhorar a noção de
desvalor de conduta.
018 AC
0444772-
7
PR PORTE
ILEGAL DE ARMA
DE FOGO / ROUBO
QUALIFICADO
(ART. 14, LEI
10.826/2003) (157, §2º)
Fragilidade das
provas colacionadas.
Requer a aplicação da
medida de prestação de
serviços à comunidade
Provimento
negado
A materialidade é
comprovada pelos autos de
exibição e apreensão.
019 AC
0491504-
2
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO -
ART. 121, § 2º
Não tinha a
intenção de ceifar a vida
da vítima.
Prejudicado
pela perda do objeto
Foi aplicada a
progressão da medida sócio-
educativa de internação para o
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regime de liberdade assistida
pelo prazo de 06 (seis) meses,
restando, prejudicada a análise
de seu recurso visto que
objetivava unicamente a
substituição da medida imposta.
020 AC
0529417-
7
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO -
ART. 121, § 2º
Que as provas são
frágeis, não existindo
certeza em relação à
autoria. Substituição da
medida sócio-educativa
aplicada, para a de
liberdade assistida
Provimento
negado
Reeducação se faz
absolutamente necessária, no
caso do representado, que
cometeu ato infracional muito
grave. O desajuste social é
incontestável, necessitando,
portanto, de medida sócio-
educativa de internação, única
capaz de reverter o elevado
grau de comprometimento
social do adolescente.
Além disso, não
estava estudando, é usuário
de drogas, ingere bebida
alcoólica, andava com
péssimas amizades, não
exercia qualquer atividade
laborativa lícita e andava na
rua altas horas da
madrugada (o fato se deu
por voltas das 01:00 hora).
021 AC
0474093-
0 -
PR ROUBO
QUALIFICADO
(ART. 157, §
Substituição da
internação por liberdade
assistida e protetiva de
Provimento
negado
Mister se faz a
internação, com todos os
contornos de gravidade que lhe
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2°, INCISO I DO
CÓDIGO PENAL).
tratamento para
toxicômano
são conferidos, na medida em
que, somente assim, haverá de
ser atingida, de modo efetivo, a
finalidade que lhe é peculiar,
qual seja, a de reeducar e
ressocializar os adolescentes.
022 AC
0462284-
0 -
PR ROUBO (CP,
ART. 157, § 2º, I E II)
Ausência de
fundamentação da medida
aplicada
Provimento
negado
"os atos infracionais
praticados mediante violência
ou grave ameaça contra pessoa
merecem maior reprimenda por
parte do estado, porquanto
causadores de grande
repercussão social, na medida
em que geram insegurança e
desconforto para a população.
Assim, aos adolescentes,
imperiosa a aplicação de
internação sem possibilidade de
atividades externas, única que
impõe censura adequada e
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149
proporcionai à conduta
desenvolvida
023 AC
0502838-
2
PR HOMICÍDIO
(RT. 121 § 2º,
IV, CP)
Alegação de
desconhecimento da
intenção do comparsa.
Pleito de substituição da
medida sócio-educativa de
internação pela
semiliberdade
Provimento
negado
A alegação de
desconhecimento da intenção
do co-autor não se sustenta
quando há provas suficientes de
que o apelante encostou seu
veículo ao lado do veículo da
vítima para que o seu comparsa
pudesse efetuar os disparos, que
foram a causa da morte da
vítima. 2. A internação é, no
caso vertente, a medida sócio-
educativa que se revela mais
adequada para proporcionar a
reeducação e a internalização
de limites ao apelante, em razão
de que a conduta infracional é
grave e foi praticada com
violência, e as condições
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150
pessoais do infrator sinalizam
que está irremediavelmente
comprometido com o meio
delinquencia
024 HC
0524112-
7
PR (ROUBO
QUALIFICADO)
ART. 157, §2º,
INCS. I E II DO CP
Medida de
internação somente deve
ser aplicada em casos
excepcionais;
o magistrado deve aplicar
a medida que realmente
atinja a finalidade
pedagógica, preservando
os vínculos familiares e
comunitários, o que não é
o caso da internação
Ordem
denegada
Infração praticada com
violência a pessoa.
Caracterização da hipótese do
art. 122, i do eca. Imposição da
medida justificada. Análise
mais aprofundada da
fundamentação somente
possível em sede de recurso de
apelação
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151
025 AC
0546888-
0
PR LATROCÍNIO
(ART. 157,
PARÁGRAFO 3º, DO
CP)
Pleito de
substituição da aplicação
de medida socioeducativa
de internação pela de
semiliberdade ou de
liberdade assistida, ao
argumento de não terem
sido levadas em conta a
confissão e a delação
premiada.
Não provido Magistrada que bem
analisou os institutos
mencionados. Adolescente que
aderiu à prática delituosa em
coautoria. Ato praticado com
violência e grave ameaça a
pessoa. Medida de internação
que se revela, para já, mais
adequada, em razão da peculiar
condição do representado. Art.
121 do eca
026 AC
0546888-
0
PR DISPARO DE
ARMA DE FOGO E
LESÕES CORPORAIS
A nulidade da
sentença, sob o
fundamento de que nela
não foram enfrentadas
todas as questões
deduzidas pela defesa em
suas alegações finais.
Não provido Adolescente que efetua
disparos em meio a várias
pessoas ferindo algumas delas.
Autoria e materialidade dos
atos infracionais comprovadas.
Adolescente com família
desestruturada (pai assassinado,
mãe presa por tráfico),
indiferente à medida de
Se por um lado a
medida de internação não
representa garantia de
êxito, por outro é certo que
em determinados casos é a
única apta a surtir algum
efeito positivo na
readaptação social do
adolescente, já que através
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internação aplicada.
Envolvimento estreito com
outros delitos graves,
especialmente o tráfico.
Internação necessária e
adequada
dela é que ele terá
acompanhamento constante
e orientação profissional
permanente, além de se
manter afastado de
situações de risco.
027 AC
0464465-
3
PR DANO
QUALIFICADO, ART.
163,CP.
Pedido de medida
sócio-educativa mais
branda: semiliberdade
Não provido Manutenção da
sentença , estabelecendo a
internação do adolescente, pois
este já praticou atos
infracionais anteriormente,
demonstrando dessa forma a
ineficácia da media sócio-
educativa anterior. Além disso,
sua conduta é considerada
grave
Este foi o de
ontem. Axo q acordão 135.
028 AC
0505689-
1
PR ROUBO
(ART. 157,§ 2º, I E II
DO CP).
Alegação do
recorrente de que não pode
ser aplicada novamente a
medida socioeducativa da
Não provido A alegação é
totalmente descabida, que esta
medida oferecida no
procedimento de ato infracional
(acórdão 56, pra
vc não se perder)
Medida aplicada
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prestação de serviços à
comunidade porque já se
encontra cumprindo a
mesma medida "tornando-
se inviável o cumprimento
de nova condenação nesta
modalidade de medida".
anterior, não foi devidamente
cumprida.. E, mesmo que assim
não o fosse, não se está a
aplicar cumulativamente as
medidas socioeducativas,
porquanto, se tratam de autos
distintos, não havendo qualquer
óbice em ser determinada a
referida medida também nos
presentes autos.
em consonância com a
convicção motivada do
juízo singular.
029 AC
0534797-
3
PR EXTORSÃO
(ART. 158 DO CP),
Negativa de
autoria do ato infracional.
Não provido Idoneidade no
testemunho das vítimas para
comprovar a prática do ato
infracional pelos apelantes. As
vitima se mostram firmes na
narrativa dos fatos e não existe,
outrossim, nenhuma suspeição
evidenciada ou interesse delas
em atribuir a prática infracional
a inocentes, prejudicando-os
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imotivadamente.
030 AC
0529417-
7
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO (ART.
121, § 2º, I E IV, DO
CÓDIGO PENAL).
PORTE ILEGAL DE
ARMA DE FOGO
(ART. 14 DA LEI
10.826/2003).
Negativa de
autoria do ato infracional.
Não provido Prova robusta da
participação efetiva do
adolescente nas agressões
praticadas contra a vítima.
Adolescente com outras
passagens pelo juízo da
infância e da juventude e
evidente desajuste social
demonstrado no estudo técnico
realizado .
Representação
apenas em relação ao
homicídio.
Pretendida
desclassificação para lesão
corporal seguida de morte.
(acórdão 55)
031 HC
0560882-
0
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Concessão de
habeas corpus e aplicação
de medida mais branda
Provido Desproporcionalidade
da medida aplicada. O tráfico
de entorpecentes por si só não é
considerado grave contra a
pessoa, além da inocorrência de
reiteração delitiva em atos
infracionais graves.
Não justifica a
internação o argumento de
abstrata gravidade do ato
praticado equiparado ao
delito de tráfico de
entorpecentes, pois este não
foi cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa,
não se subsumindo ao
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disposto no inciso i do
artigo 122 do eca.
032 AC
0532924-
2
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Aplicação de
medida mais branda em
vista da
desproporcionalidade da
medida aplicada na
sentença
Provido Reforma do decisum,
pois a medida de internação é
medida excepcional admitida
nas hipóteses taxativas
previstas no artigo 122 do eca,
porquanto retirar o adolescente
do convívio familiar,
conseqüência pesarosa àqueles
que estão em peculiar condição
de desenvolvimento. Aplicação
da medida de liberdade
assistida.
033 AC
0455563-
5
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO (ART.
121, § 2º, I E IV, DO
CÓDIGO PENAL).
Excepcionalidade
da medida de internação, a
qual deve ser substituída,
requerendo ao final a
reforma do "decisum",
para absolver a recorrente
Não provido Observa-se, assim, que
a adolescente carece de um
parâmetro dos valores que deve
ter como certos. Por
conseguinte, necessita de mais
do que mera orientação. Precisa
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e inseri-la em tratamento
de drogadição
estabelecer rotinas e atividades
produtivas que lhe possibilite a
percepção de outra forma de
organizar sua vida. Ao mesmo
tempo, deve ser afastada
temporariamente do meio
externo, até que possa estar
segura de si, de modo a não
mais se deixar influenciar
negativamente
034 AC
0508822-
8
PR ROUBO
(ART. 157,§ 2º, I E II
DO CP).
Pela substituição
da medida sócio-educativa
de internação por medida
de semiliberdade. Aduz a
defesa que o adolescente
deve ser considerado
vítima, pela falta de
oportunidade de ascensão
social
Não provido Inadequada a aplicação
de medida mais branda e insta a
manutenção da imposição da
medida sócio-educativa de
internação, nos moldes da
sentença hostilizada.
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035 HC
0508395-
6
PR HOMICÍDIO
(ART.121, CP)
Manutenção da
medida de internação
Ordem
denegada
Autos demonstram
claramente que a recuperação
do adolescente é de forma
gradativa, e se este vem
surtindo o efeito pretendido, tal
trabalho há que ser prorrogado,
no intuito, de que seja,
exclusivamente, em benefício
do próprio adolescente, pois se
há resultado positivo, dada a
gravidade do ato associada as
demais conjunturas, são
suficientes para demonstrar que
a fundamentada decisão
singular, que indeferiu o pedido
de progressão para liberdade
assistida, deve ser mantida.
Manutenção da
medida.
036 AC
0467527-
0
PR ESTUPRO Ausência de
fundamentação na
aplicação da medida sócio-
Ordem
concedida
Diante do exposto, de
ofício, declaro a nulidade
parcial da sentença de primeiro
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158
educativa de internação grau por ausência de
fundamentação, no tocante a
medida sócio-educativa de
internação, devendo, contudo o
apelante aguardar a nova
decisão em liberdade assistida.
037 AC
0431503-
7
PR ROUBO
(ART. 157,§ 2º, I E II
DO CP).
A gravidade do
ato infracional não é
suficiente para justificar as
medidas privativas de
liberdade, sobretudo
porque a escolha da
medida deve levar em
conta essencialmente a
pessoa do adolescente.
Não provido Em resumo, afigura-se
acertada a decisão do juiz
singular em julgar procedente a
representação e aplicar a
medida sócio-educativa de
internação, que se revela mais
adequada para proporcionar a
reeducação de m.s, em razão do
fato de que não é a primeira
infração por ele praticada, e as
medidas anteriormente
aplicadas em meio aberto não
foram suficientes para impedir
esta nova ação delituosa.
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159
038 AC
0556565-
5
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Não ter praticado
ato infracional mediante
grave ameaça ou violência;
que não houve reiteração
de ato infracional e, por
estes motivos não deve ser
aplicada a medida
socioeducativa de
internação, devendo assim
ser reformada a sentença.
Recurso
parcialmente provido
Substituição por
medida socioeducativa de
liberdade assistida. Recurso
parcialmente provido, com
expedição de mandado de
desinternação. O rol do art. 122
do estatuto da criança e do
adolescente é exaustivo, não se
enquadrando nele a aplicação
da medida de internação pelo
trafico de entorpecentes, haja
vista a violência e a grave
ameaça não serem integrantes
do tipo pena
039 AC
0505421-
9
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Medida
socioeducativa foi aplicada
em excesso e
desproporcional a conduta
praticada. Aduziu que o
fato de ser reincidente não
Não provido "as questões
apresentadas apontam para a
necessidade real do adolescente
receber tratamento para a
drogadiçao, no entanto observa-
se que este não se sustenta em
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160
justifica a aplicação mais
gravosa.
Conseqüentemente,
entende ser razoável a
medida socioeducativa de
liberdade assistida,
combinada com medida
protetiva de tratamento
para drogadiçao.
meio aberto, entende-se
necessário a aplicação da
medida socioeducativa de
internação e após
encaminhamento a tratamento
de drogadição."
040 HC
0538056-
3
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Ato infracional
praticado sem grave
ameaça ou violência à
pessoa
Ordem
concedida
Reconheço a
existência de constrangimento
ilegal no que se refere à medida
imposta à adolescente, pelo que
voto no sentido de ser
concedida a ordem para
suspender a aplicação da
medida sócio-educativa de
internação, que deverá aguardar
a nova decisão em liberdade
assistida, salvo se por outro
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161
motivo estiver apreendida ou
internada, confirmando-se a
liminar anteriormente deferida.
041 AC
0557310-
4
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO
Desclassificar o
crime como homicídio
qualificado e enquadrá-lo
como destruição cadáver.
Crime impossível.
Recurso
negado
Negar provimento aos
recursos, com aplicação
cumulativa, ao primeiro, da
medida protetiva de
tratamento/acompanhamento
psiquiátrico, prevista no art.
101, v do eca, nos termos do
voto do relator.
042 AC
0494507-
5
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Sustentou o
recorrente que a sua
participação no roubo não
restou comprovada. Prova
material frágil.
Parcialmente
provido.
Dessa forma, deve o
recurso ser parcialmente
provido, tão somente para
excluir a incidência da causa de
aumento prevista no art. 157, §
2º, i, do código penal, relativa
ao exercício de violência
mediante emprego de arma,
mantendo-se as demais
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162
disposições constantes da
sentença, ou seja, adolescente
continua internado.
043 AC
0514582-
6
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Leito de
substituição da aplicação
de medida sócio-educativa
de internação pelas
medidas sócio-educativas
de liberdade assistida e de
prestação de serviços à
comunidade
Parcialmente
provido.
Medidas que,
anteriormente aplicadas,
restaram insuficientes para
alcançar as necessidades
pedagógicas do adolescente.
Ato praticado mediante
violência à pessoa. Medida de
internação que se revela mais
adequada. Acolhimento do
pedido de inclusão no programa
de tratamento a toxicômanos.
044 AC
0412724-
4
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Medida de
internação se revela
desproporcional ao ato
infracional e desnecessária
Recurso
prejudicado perda
objeto
Considerando que a
decisão que extinguiu a medida
aplicada transitou em julgado,
estando acobertada pelo efeito
da imutabilidade, deve o
presente recurso ser julgado
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163
prejudicado, diante da perda do
objeto".
045 HC
0530321-
3
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Internação de
adolescente - cadeia
pública - excesso de prazo
Ordem
concedida
Adolescentes que
continuaram recolhidos na
cadeia pública local, por prazo
superior a 5 dias, porque o
estado não disponibilizou vagas
em instituição apropriada para
cumprir a medida sócio-
educativa de internação.
Violação ao art. 185, §2º do
estatuto da criança e do
adolescente. Constrangimento
ilegal evidenciado
046 AC
0502954-
1
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO
Pugna pela
reforma da sentença
recorrida e total
improcedência da
representação.
Provimento
negado
O ato infracional.
Autoria evidenciada pela vasta
prova testemunhal. Sentença
mantida
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164
047 AC
0507480-
6
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
Se insurge,
basicamente, contra a
medida sócio-educativa
aplicada aos adolescentes.
A autoria é incontroversa
porquanto ambos os
apelantes confessaram a
prática do ato infracional
pelo qual foram
representados.
Provimento
negado
A medida sócio-
educativa de internação,
prevista no art. 122, inc. I da lei
8.069/90, é aplicada em caráter
excepcional quando o ato
infracional é praticado
mediante ameaça ou violência à
pessoa, quando as condições
pessoais do infrator
recomendam essa providência e
tendo em conta as
circunstâncias do caso concreto
048 HC
0493755-
7
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Afirmando que
existe constrangimento
ilegal na conduta da
autoridade coatora, tendo
em vista a ausência de
fundamentos que
justifiquem a decretação
da internação provisória do
Ordem
concedida
Ausência de
fundamentação idônea -
constrangimento ilegal
evidenciado. Remissão
concedida
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165
paciente.
049 AC
0471649-
0 -
PR ROUBO
QUALIFICADO
(157, §2º)
A defesa se
insurge, basicamente,
contra a medida sócio-
educativa aplicada ao
adolescente, por entender
gravosa e desproporcional
ao fato praticado.
Provimento
negado
internação com
fundamento no art. 122, inc. I
do eca. Princípio da
excepcionalidade. Medida que
se revela imprescindível ante as
necessidades pedagógicas
específicas do apelante.
Recurso não-provido.
050 AC
0560440-
2
PR TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
Insurge-se tão
somente contra a medida
de internação aplicada, ao
argumento de que o rol do
art. 122 da lei 8.069/90 é
taxativo e nele não se
enquadra a situação do
apelante, já que o crime de
tráfico não foi cometido
com violência ou grave
ameaça a pessoa e não
Recurso
provido
A medida de
internação só pode ser adotada
de acordo com o rol taxativo do
art. 122 do eca. Assim, mesmo
que se trate de crime grave,
como é o tráfico ilícito de
drogas, se ausentes as outras
hipóteses previstas no
mencionado dispositivo, não se
pode impor a meidda extrema.
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166
houve reiteração no
cometimento de outros
atos infracionais graves.
Pede, por fim, o
afastamento da medida de
internação.
51 AC
0560440-
2
PR ROUBO
(ART 157
ICP)
Pedido de
substituição da aplicação
de medida sócio-educativa
de internação por
tratamento em casa de
recuperação para
dependentes químicos
Desprovido
Não- comprovação da
condição de dependência
química do adolescente. Roubo
está consumado no instante em
que o agente se torna, mesmo
que por pouco tempo, possuidor
da res subtraída mediante grave
ameaça ou violência.
52 AC
0442849-
5
PR HOMICÍDIO Invocada legítima
defesa
Recurso
desprovido
Agente que repele a
suposta injusta agressão de
modo excessivo. - conduta
dolosa inconteste. - intenção de
matar caracterizada. - medida
sócio-educativa de internação
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167
corretamente aplicada
53 AC
0502954-
1
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO
Pedido pela
reforma da sentença
recorrida e total
improcedência da
representação.
Provimento
negado
O ato infracional.
Autoria evidenciada pela vasta
prova testemunhal. Sentença
mantida
54
AC
0509602-
0
PR HOMICÍDIO
QUALIFICADO
PEDIDO DE
APLICAÇÃO DA
MEDIDA SÓCIO-
EDUCATIVA DE
SEMILIBERDADE, com
alegação que foi legítima
defesa.
Provimento
negado
O reconhecimento de
que o agente agiu sob a
excludente da legítima defesa,
entre outras condições, requer a
constatação de que os limites
necessários à preservação do
direito que se pretendeu
amparar não foram
extrapolados
55 HC
0562306-
3
PR Latrocínio AGUARDANDO
VAGA EM
ESTABELECIMENTO
INADEQUADO,
CUSTODIADO NO
Ordem
Conceida
Viola o art. 185, §2º
do ECA e caracteriza
constrangimento ilegal a
manutenção de adolescente
apreendido em estabelecimento
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168
MINI-PRESÍDIO DE
APUCARANA, SEM O
TRATAMENTO
ADEQUADO
inadequado (no caso,
instituição penitenciária) por
prazo superior a cinco dias, por
falta de vagas em instituição
destinada a menores e
condizente para o cumprimento
da medida sócio-educativa de
internação aplicada em
sentença
FONTE: http://www,tjpr.jus.br
[pesquisa por: ato infracional eca]
Número total de ocorrências: 123 acórdãos.
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169
5. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
ef.
Processo
F
Ato
infracional
Parte
Impetrante
Alegações Decisã
o
Fundamentos Relevantes Outros
Destaques
01
AC
70027496058/2008
(Comarca
de São Lourenço do
Sul)
S
Furto, na
forma tentada
(art. 155 c/c
art. 14, II, CP)
Adolescent
e.
Em razões recursais [...]
alega nulidade do procedimento
diante da ausência de laudo
interdisciplinar, bem como pelo fato
de o menor ter sido ouvido sem a
presença de seus pais ou
responsável na audiência de
apresentação. No mérito, sustenta
que inexistem elementos
probatórios suficientes para ensejar
a procedência da representação.
Requer sejam afastadas as
qualificadoras. Postula provimento
ao recurso para que a representação
seja julgada improcedente, ou,
alternativamente, lhe seja aplicada
medida mais branda.
Recurs
o Improvido.
A falta do laudo interdisciplinar
não constitui causa de nulidade do
procedimento. Inteligência do art. 186 do
ECA [...]. Inexistindo prejuízo à defesa do
adolescente, a ausência dos seus pais ou
responsáveis na audiência de apresentação
não enseja a nulidade do procedimento,
devendo ser privilegiada a finalidade
pedagógica e ressocializante almejada pelo
ECA em detrimento da forma. Comprovadas
a materialidade e a autoria do ato infracional,
e possuindo o adolescente antecedentes e
comportamento desajustado, tem-se como
justa e adequada a aplicação de medida
sócio-educativa de internação.
“Nesse
contexto, necessária
medida sócio-
educativa mais severa,
até como caráter
protetivo, pedagógico
e ressocializante, e
também como forma
de assegurar a ordem
pública, evitando-se a
reiterada prática de
atos infracionais”.
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02
AC
70026267914/2008
(Comarca
de Passo Fundo)
S Homicídio
Qualificado
(art. 121, §2º,
I, CP)
Ministério
Público e
Adolescente.
Apelação do Ministério
Público. O Ministério Público
apelou requerendo a retirada do
prazo para cumprimento da medida
socioeducativa [...]. Apelação do
representado. [...] negou a autoria
do ato infracional, salientando que a
prova dos autos não é uníssona,
tampouco segura para a
condenação. [...] No que pertine à
qualificadora do homicídio, referiu
que a simples vingança não
caracteriza a torpeza, juntando
jurisprudência nesse sentido. Por
fim, quanto à medida
socioeducativa, alegou que segundo
as avaliações psicológicas, não
possui condições de cumprir com a
medida imputada, requerendo
medida de proteção, nos termos do
art. 101, inciso V do Estatuto da
Criança e do Adolescente, e o
Recurs
o do MP
provido.
Recurs
o do adolescente
parcialmente
provido.
O motivo torpe deve ser afastado
da conduta porquanto o homicídio ocorreu
devido à briga, sendo que a vingança não
demonstra, por si só, a torpeza. [...].
Imperiosa a manutenção da medida
socioeducativa de internação sem
possibilidade de atividades externas, em
virtude da gravidade da conduta. [...]. A
medida de internação não comporta a
aplicação de prazo determinado, a teor do §
2º, do artigo 121, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, cumprindo a reforma da
sentença para determinar a aplicação da
medida socioeducativa por prazo
indeterminado.
Nenhum.
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171
afastamento do cumprimento da
medida socioeducativa. [...].
03
AC
70027280098/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Roubo
(art. 157, CP)
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
a prova coligida é frágil para
agasalhar a procedência da
representação, limitando-se a
valorizar a palavra das vítimas, cuja
credibilidade é comprometida.
Pondera que não foi apreendida a
arma de fogo, nem realizado exame
pericial, o que enseja o afastamento
da circunstância qualificadora. Diz,
finalmente, que a medida
socioeducativa imposta é
inadequada, sendo desproporcional
à gravidade do ato infracional.
Pretende seja julgada improcedente
a representação ou, então, que seja
aplicada outra medida
socioeducativa, mais branda e em
meio aberto. [...].
Recurs
o Improvido.
[...] Estando cabalmente
comprovadas tanto a autoria como a
materialidade do ato infracional, imperioso é
o juízo de procedência da representação e
também a imposição de medida
socioeducativa. 2. Embora a negativa de
autoria do infrator, foi ele reconhecido pelas
vítimas [...] 3. A palavra da vítima, somada
às circunstâncias do fato, conferem certeza
sobre a prática delitiva, não se vislumbrando
qualquer razão capaz de justificar outra
motivação para imputar ao infrator a prática
infracional que não a do pleno
esclarecimento dos fatos. 4. A não apreensão
da arma de fogo e a conseqüente não
realização do exame pericial não afasta a
circunstância qualificadora [...]. 5. Tratando-
se de adolescente que apresenta antecedentes,
que já recebeu outra medida em meio aberto
e que se revelou inócua, que demonstra
Juiz
subscreveu as razões
do parquet e
considerou, de
maneira determinante,
circunstâncias
pessoais do
adolescente para a
imposição da medida.
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ousadia e ausência de limites e de senso
crítico, além de periculosidade social,
mostra-se cabível a imposição da medida
socioeducativa de internação, sem atividade
externa. 6. A imposição da medida extrema
tem o escopo de convidar o jovem a uma
profunda reflexão acerca da reprovabilidade
social pela conduta praticada, mostrando-se
que existem limites que devem ser
observados na vida em sociedade, a fim de
que possa vir a ser reintegrado na vida social
e possa se tornar um cidadão útil, que
respeita a leis e os seus semelhantes.
04
AC
70027218296/2008
(Comarca
de Jaguarão)
S Furto
(art. 155, CP)
Adolescent
e.
Inconformado, apela o
representado [...]. Nas razões
recursais, alega que deve ser
aplicado o princípio da
insignificância, visto que o ato não
restou concretizado. Aponta o baixo
valor do bem furtado (R$ 60,00),
requerendo seja julgada
improcedente a representação.
Recurs
o Improvido.
O princípio da insignificância
(bagatela) é inaplicável aos atos infracionais,
nos quais a gravidade da conduta praticada é
mais relevante do que valor do bem
subtraído. Evidenciadas autoria e
materialidade, impõe-se a aplicação da
medida socioeducativa prevista no ECA.
Levando-se em conta o grau de
reprovabilidade da conduta do representado,
“Quanto ao
princípio da
insignificância, não
procede a pretensão do
apelante. A ausência
de prejuízo
patrimonial à vítima
não implica em menor
gravidade do ato.
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Requer, ainda, o abrandamento da
medida sócio-educativa. [...].
bem como a prática recorrente de atos
infracionais, mostra-se adequada a medida de
internação sem possibilidade de atividade
externa imposta ao representado.
“Considerando que tais medidas
possuem, além do caráter sancionatório e
punitivo, a finalidade de reeducação dos
adolescentes infratores, visando sua
reabilitação social, mediante o despertar do
senso crítico acerca da gravidade do ato
praticado, bem como de suas conseqüências,
quer no meio social, quer para o próprio
adolescente, faz-se necessário que sua
fixação se dê de modo a não comprometer o
caráter pedagógico da reprimenda, bem como
levando em conta as características pessoais
de quem deve a elas submeter-se. [...] [o
adolescente] demonstra prática delituosa
reiterada e a tendência comportamental ao
delito, necessitando, pois, ressocializar-se”.
Outrossim, esta Corte
firmou jurisprudência
no sentido de que o
princípio da bagatela,
ou da insignificância,
não tem aplicação aos
atos infracionais. Isso
porque sua aplicação
poderia culminar em
impunidade e,
conseqüentemente, em
estímulo à infração”.
AC Roubo, na Adolescent Nas razões recursais, Recurs A medida sócio-educativa possui, Nenhum.
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05 70027161710/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S forma tentada.
(art. 157, §2º,
II, c/c art. 14, II, CP)
e. alega o representado que a medida
de internação se mostra inadequada
e excessiva, não contribuindo para
sua recuperação. Requer seja
provido o recurso, com o
abrandamento da medida sócio-
educativa.
o Improvido. além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua reabilitação
social e, diante disso, deve ser fixada
atentando-se às peculiaridades do caso
concreto. Levando-se em conta o extenso rol
de antecedentes infracionais praticados pelos
representados, bem como o não-
cumprimento de medidas mais brandas
aplicadas em outros feitos, mostra-se
adequada a medida de internação sem
possibilidade de atividade externa imposta na
sentença.
06
Ag. In.
70027063205/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
Disparo de
arma de fogo em via
pública
(art. 15, Lei
10.826/2003).
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
as situações de desorganização
familiar do adolescente estão
diretamente ligadas ao não
aproveitamento dos atendimentos
prestados pela FASE necessitando
de atendimento psicoterápico, o que
só é proporcionado junto à
comunidade. Alega que é preciso
ser viabilizado o fortalecimento dos
Recurs
o Improvido.
Descabe afastar a medida de
internação sem atividade externa quando o
infrator não venceu ainda as suas
dificuldades pessoais, não demonstrando o
esperado senso crítico, sendo imprescindível
manter a internação a fim de que ele faça
uma profunda reflexão acerca de sua
conduta, preservando-se também o alcance
retributivo próprio da medida, dada a
gravidade do ato infracional praticado.
“Convém
registrar, no entanto,
que o jovem ainda não
venceu as suas
dificuldades pessoais,
não demonstrando o
esperado senso crítico,
sendo imprescindível
manter a internação a
fim de que ele faça
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vínculos afetivos familiares, o que
somente ocorrerá no cumprimento
da medida de internação com
possibilidade de atividade externa.
Acena para a necessidade de serem
atendidos os princípios da
brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar da
pessoa em desenvolvimento,
pretendendo que lhe sejam
concedidas atividades externas. [...].
uma profunda reflexão
acerca de sua conduta,
preservando-se
também o alcance
retributivo próprio da
medida, dada a
gravidade do ato
infracional praticado.
Com efeito, o relatório
avaliativo, realizado
em 15 de agosto de
2008, [...] concluiu
pela manutenção da
medida socioeducativa
de internação sem
possibilidade de
atividade externa, e
afirma que ROGÉRIO
não apresenta
alteração na sua
maneira de pensar”.
AC Lesão Adolescent Nas razões recursais alega Recurs Não ocorreu prescrição por não ter Embora o
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07 70026959668/2008
(Comarca
de Jaguarão)
S Corporal
(art. 129, CP)
e. ter-se implementado o prazo
prescricional. Alega ter agido em
legítima defesa. Requer, ainda, o
abrandamento da medida sócio-
educativa. [...].
o Improvido. decorrido quatro anos entre o recebimento da
representação e a prolação da sentença.
Comprovada a autoria e a materialidade do
ato infracional, resta isolada nos autos a tese
do apelante. Confissão que foi analisada em
conjunto com a prova coligida nos autos.
Levando-se em conta o extenso rol de atos
infracionais praticados pelo representado,
mostra-se adequada a medida de internação
sem possibilidade de atividade externa
imposta na sentença.
Estatuto da Criança e
do Adolescente não
contemple o instituto
da prescrição, este se
aplica às medidas
sócio-educativas, por
força da Súmula 338
do STJ, que pacificou
a matéria. Antes desta,
a Súmula 32 deste
Tribunal já previa:
“Aplica-se aos
procedimentos do
Estatuto da Criança e
do Adolescente o
instituto da
prescrição, consoante
os prazos máximos
das medidas
socioeducativas
cabíveis e aos lapsos
temporais previstos no
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177
art. 109 do Código
Penal, sem o redutor
decorrente da idade.”
08
Ag. In.
70026686436/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
em vista dos progressos
apresentados pelo adolescente
durante a internação, bem como
diante do fato de que o jovem
cometeu somente um ato
infracional, há de se considerar que
a medida já alcançou a sua
finalidade. Frisa que sempre
cumpriu a medida socioeducativa de
maneira satisfatória. Acena para a
necessidade de serem atendidos os
princípios da brevidade,
excepcionalidade e respeito à
condição peculiar da pessoa em
desenvolvimento, pretendendo que
lhe sejam concedidas atividades
externas. [...].
Recurs
o Improvido.
Descabe afastar a medida de
internação sem atividade externa quando o
infrator não venceu ainda as suas
dificuldades pessoais, não demonstrando o
esperado senso crítico, sendo imprescindível
manter a internação a fim de que ele faça
uma profunda reflexão acerca de sua
conduta, preservando-se também o alcance
retributivo próprio da medida, dada a
gravidade do ato infracional praticado. [...].
“Convém
registrar, no entanto,
que o jovem ainda não
venceu as suas
dificuldades pessoais,
não demonstrando o
esperado senso crítico,
sendo imprescindível
manter a internação a
fim de que ele faça
uma profunda reflexão
acerca de sua conduta,
preservando-se
também o alcance
retributivo próprio da
medida, dada a
gravidade do ato
infracional praticado.
Com efeito, o relatório
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178
avaliativo, realizado
em 15 de julho de
2008, concluiu pela
manutenção da medida
socioeducativa de
internação sem
possibilidade de
atividade externa,
enfatizando que o
adolescente “ainda não
está pronto para uma
progressão de MSE
precisando
amadurecer um pouco
mais” [...]”.
09
AC
70026386409/2008
(Comarca
de Lajeado)
S Furto
(art. 155, CP)
Lesão
Corporal
(art. 129, CP)
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
a prova coligida é frágil e
insuficiente para agasalhar a
procedência da representação, pois
as testemunhas não presenciaram os
fatos. Pretende a improcedência da
representação ou a imposição de
Recurs
o Improvido.
1. Comprovadas a autoria e a
materialidade dos atos infracionais de furto e
lesão corporal, é imperiosa a procedência da
representação e a imposição de medida
socioeducativa. 2. A medida socioeducativa
de internação mostra-se adequada quando se
trata de reiteração de atos infracionais de
Nenhum.
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outra medida socioeducativa mais
branda, em meio aberto, como a de
prestação de serviço à comunidade,
já que a internação não guarda
proporcionalidade com a gravidade
do ato infracional praticado. [...].
furto e, agora, também de lesão corporal, e se
verifica o gravíssimo desajuste pessoal do
infrator, que revela ousadia, ausência de
limites e de senso crítico, além de
comprometimento com drogas. 3. A medida
de internação assemelha-se a um tratamento
intensivo e visa convidar o infrator a uma
profunda reflexão acerca da censurabilidade
social sobre as condutas que vem
desenvolvendo, mostrando-lhe a necessidade
de respeitar a integridade física e o
patrimônio dos seus semelhantes,
proporcionando-lhe, também, tratamento
para a drogadição e o indispensável amparo
psicológico e social. [...].
10
AC
70025336033/2008
(Comarca
de Estância Velha)
S Atentado
violento ao pudor contra
menor
(art. 214 c/c
art. 224, a, CP)
Adolescent
e.
Nas razões recursais [...],
alega que tanto a materialidade
quanto a autoria do ato infracional
restaram incontroversos. Centra sua
irresignação em relação à aplicação
da medida socioeducativa mais
gravosa, ressalvando algumas
Recurs
o Improvido.
A medida sócio-educativa possui,
além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua reabilitação
social, devendo ser fixada em atenção às
peculiaridades do caso concreto. Levando-se
em conta o grau de reprovabilidade do ato
praticado, bem como a notícia de reiteração
“As medidas
sócio-educativas
aplicáveis aos
adolescentes
infratores, em face da
doutrina da proteção
integral, preconizada
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180
peculiaridades no que tange à
postura da vítima, bem como às
condições mentais do apelante.
Sustenta que foi a vítima quem se
ofereceu para o apelante, do mesmo
modo como ocorrido anteriormente
com outros adolescentes do Lar
Municipal. Aduz que o Lar
Municipal teve responsabilidade na
ocorrência do ato descrito na
representação, porquanto deveria ter
diligenciado no tratamento
psicológico no menor infrator.
Requer a reforma da decisão, de
forma a aplicar a medida
socioeducativa em meio aberto, de
forma a possibilitar ao recorrente
acompanhamento psiquiátrico ou
psicológico.
de condutas reprováveis pelo adolescente,
recomendável a imposição da medida sócio-
educativa de internação, sem atividades
externas, de forma a retirá-lo do ambiente
que se mostra propício a novas práticas
reprováveis, oferecendo-lhe oportunidade de
ressocialização. [...].
pelo art. 1º do ECA,
possuem como
desiderato principal
fazer despertar no
menor infrator a
consciência do
desvalor de sua
conduta, bem como
afastá-lo do meio
social, como medida
profilática e
retributiva,
possibilitando-lhe uma
reflexão e reavaliação
de sua conduta, de
forma a prepará-lo
para ser re-inserido na
sociedade. Assim
sendo, o princípio
basilar das medidas
sócio-educativas é a
proporcionalidade
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181
entre o bem jurídico
atingido e a medida
imposta”.
11
AC
70024403065/2008
(Comarca
de Charqueadas)
S Atentado
violento ao pudor contra
menor, em concurso de
pessoas
(art. 214 c/c
art. 29 e art. 224, a, CP)
Ministério
Público.
O Ministério Público
recorreu inconformado com a
medida socioeducativa aplicada.
Nesse sentido, sustentou que a
gravidade do ato infracional não foi
corretamente avaliada, requerendo
que seja aplicada, aos adolescentes,
a medida de internação na FASE
[...].
O recorrente se insurge
contra a medida socioeducativa
aplicada, uma vez que não obedece
a proporcionalidade entre a
gravidade do ato infracional, as
circunstâncias e a capacidade dos
adolescentes no seu cumprimento,
conforme o § 1º do art. 112 do
Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Recurs
o Provido.
O ato infracional cometido com a
conduta prevista pelo 214 combinado com o
art. 29, caput e 224, alínea “a”, todos do
Código Penal é de alto potencial ofensivo,
sendo imprescindível a avaliação
preconizada pelo § 1º, do artigo 112, do
Estatuto da Criança e do Adolescente. Nessa
linha de raciocínio, a medida de internação
melhor atende à gravidade do ato, visando a
necessária resposta do Estado à sociedade.
[...].
“[...]
Saliento, ainda, que
medida muito branda
poderá contribuir,
inclusive, para que os
adolescentes sejam
candidatos a
freqüentar o sistema
prisional pátrio, pois,
sem a correta
aplicação do caráter
retributivo da medida
socioeducativa, planta-
se a semente do
sentimento de
impunidade, já
presente nos
adolescentes, pela
própria condição de
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182
pessoas em
desenvolvimento”.
12
AC
70026953588/2008
(Comarca
de Ibirubá)
S Injúria
(art. 140, CP)
Ameaça
(art. 147, CP)
Adolescent
e.
Alega que seu defensor
não foi intimado para apresentar
alegações finais, razão pela qual
pede a nulidade do processo.
Assevera que tem desenvolvimento
mental de uma criança de 6 anos,
não possuindo discernimento da
ilicitude do ato. Informa que
necessita de tratamento
psicoterápico devido à estéreopatia
facial. Assevera que deve ser
reaberta a instrução para averiguar a
sua capacidade mental. Ressalva
que a única testemunha do processo
disse que ouviu os irmãos, pedindo
recibo para que efetuassem o
pagamento do aluguel, tendo a
cobradora se negado a fornecer,
agredindo-os com palavras e
ameaçando os dois. Ainda, sustenta
Recurs
o parcialmente
provido.
Preliminar de cerceamento de
defesa afastada. Prova segura do
cometimento das infrações. A reduzida
gravidade dos ilícitos aconselha moderação
na aplicação da medida socioeducativa.
Alteração da medida de internação para
liberdade assistida, com prestação de
serviços à comunidade. [...].
Nenhum.
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183
que não há testemunha da suposta
coação por parte do representado,
sendo totalmente inviável uma
segregação cautelar, baseada no
depoimento da sedizente vitima.
Afirma que deve ser aplicada
medida de proteção ao menor e não
uma medida socioeducativa.
Informa que o adolescente não foi
representado por nenhum tipo de
infração grave, havendo apenas
representações oriundas do “deficit”
mental do menor. [...].
13
AC
70024989196/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §§ 1º
e 2º, I, II e V, CP)
Porte ilegal de
armar de fogo de porte
permitido
(art. 14, Lei
10.826/03)
Adolescent
e.
Nas razões recursais [...],
admite ter participado do delito,
contudo, nega que tenha portado a
arma de fogo. Sustenta que foi até o
referido local acompanhando o
imputável para a compra de uma
porta. Disse que ao chegar na loja, o
companheiro sacou a arma,
anunciando o roubo, não tendo
Recurs
o Improvido.
Participação de menor importância
não caracterizada nos autos. Ademais, a
prática do ato infracional pelo adolescente
evidencia desvio de conduta, a ser reprimida
pelo Estado, mediante a adoção de medidas
que busquem sua reeducação e
ressocialização. A medida sócio-educativa
possui, além do caráter punitivo, a finalidade
de reeducar o infrator, visando sua
“As medidas
sócio-educativas
aplicáveis aos
adolescentes
infratores, em face da
doutrina da proteção
integral, preconizada
pelo art. 1º do ECA,
possuem como
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184
conhecimento de que o mesmo
estava armado, e não tendo
premeditado o assalto. Nega que
apontaram a arma para o motorista
do ônibus e argumenta que sua
participação foi de menor
importância, não contribuindo em
momento algum para a prática do
roubo. Em face disso, sustenta ser
excessiva a medida sócio-educativa
imposta pela sentença. Requer,
assim, seja provido o recurso, de
forma a modificar a sentença no
ponto, de forma a que lhe seja
aplicada medida sócio-educativa em
meio aberto, com tratamento
psicológico.
reabilitação social, devendo ser fixada em
atenção às peculiaridades do caso concreto.
Levando-se em conta o grau de
reprovabilidade do ato praticado, bem como
a notícia de reiteração de condutas
reprováveis pelo adolescente, recomendável
a imposição da medida sócio-educativa de
internação, sem atividades externas, de forma
a retirá-lo do ambiente que se mostra
propício a novas práticas infracionais. [...].
“Diante disso, não há falar em
participação de menor importância, já que
sem a atuação do recorrente, o fato não teria
ocorrido, pelo menos na forma como
ocorreu. Ademais, o instituto não se aplica a
atos infracionais praticados por adolescentes,
tendo em vista que a prática do ato por si só,
independentemente do nível de participação,
já evidencia desvio de conduta a ser
repreendida pelo Estado, como forma de
reeducar o adolescente e conscientizá-lo das
conseqüências do ato”.
desiderato principal
fazer despertar no
menor infrator a
consciência do
desvalor de sua
conduta, bem como
afastá-lo do meio
social, como medida
profilática e
retributiva,
possibilitando-lhe uma
reflexão e reavaliação
de sua conduta, de
forma a prepará-lo
para ser re-inserido na
sociedade. Assim
sendo, o princípio
basilar das medidas
sócio-educativas é a
proporcionalidade
entre o bem jurídico
atingido e a medida
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185
imposta”.
14
Ag. Interno
70027007525/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Homicídio, na
forma tentada
(art. 121 c/c
art. 14, II, CP)
Adolescent
e.
O agravante, em suas
razões recursais, reitera os
argumentos expendidos na inicial do
agravo. Sustenta estarem
comprovados os requisitos
subjetivos e objetivos para a
progressão. Pugna pela reforma da
decisão monocrática, dando-se
provimento ao agravo de
instrumento.
Recurs
o
Impro
vido.
Ante as circunstâncias do caso,
recomendável a manutenção da medida
socioeducativa de internação sem
possibilidade de atividades externas.
Hipótese em que o adolescente não admite a
gravidade dos atos infracionais cometidos,
não demonstrando arrependimento, o que
evidencia que a medida de internação sem
possibilidade de atividade externa é
imprescindível ao processo sócio-educativo.
Avaliação recomendando manutenção da
medida sócio-educativa de ISPAE. [...].
Nenhum.
15
Embargos
Infringentes
70025898206/2008
(Comarca
de Tapes)
S Roubo, na
forma tentada
(art. 157 c/c
art. 14, II, CP)
Adolescent
e.
Pugna o ora embargante
pela prevalência do voto vencido.
Pretende a declaração de nulidade
absoluta do feito, por não ter havido
avaliação interpessoal, o que
acarretou evidente prejuízo ao
representado. Sustenta que a medida
sócio-educativa aplicada é
Recurs
o Improvido.
Não constitui nulidade a ausência
de laudo realizado pela equipe
interdisciplinar. Comprovada
suficientemente a autoria, mediante o
reconhecimento e depoimento coerente da
vítima, resta isolada nos autos a tese do
apelante, impondo-se a procedência da
representação. A medida sócio-educativa
“Ao
contrário do
sustentado pelo
apelante, não se cuida
de medida obrigatória,
e sua ausência não tem
o condão de acarretar
nulidade. A propósito,
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186
inadequada, podendo prejudicar o
desenvolvimento do menor. Alega
que não há provas suficientes da
autoria, já que as testemunhas não
confirmam a versão da vítima,
negando que tenha visto o
representado no local do fato. Ao
final, requer a prevalência do voto
vencido, julgando-se improcedente
a representação. Nas razões
recursais, argúi o representado a
nulidade do feito, por inobservância
do art. 186, § 4º do ECA, bem como
pugna pela improcedência do feito,
ante a ausência de provas da autoria
e, ainda, pelo abrandamento da
medida sócio-educativa aplicada.
possui, além do caráter punitivo, a finalidade
de reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social e, diante disso, deve ser
fixada atentando-se à gravidade do ato
praticado, bem como de suas conseqüências.
Levando-se em conta o grau de
reprovabilidade do ato praticado, mostra-se
adequada a medida de internação sem
possibilidade de atividades externas, imposta
no acórdão recorrido. [...].
firme o entendimento
desta Corte de Justiça
no sentido de que o
laudo não é
obrigatório,
culminando com a
edição da Conclusão
nº 43 do Centro de
Estudos deste Tribunal
de Justiça, assim
redigida: ‘Em
processo de apuração
de ato infracional, a
realização de laudo
pela equipe
interdisciplinar não é
imprescindível à
higidez do feito,
constituindo faculdade
do juiz a sua
oportunização’.”.
AC Furto Ministério [...] Nas razões de Recurs Segundo a Súmula nº 338 do STJ, Nenhum.
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187
16 70026226894/2008
(Comarca
de Santa Maria)
S Qualificado, na forma
tentada
(art. 155, §4º,
I e IV, c/c art. 14, II,
CP)
Público. apelação, o recorrente alega que o
feito permaneceu por meses
pendente de movimentação no
Cartório, salientando que o descaso
com a matéria é inadmissível.
Assinala que mais de 300 processos
foram extintos na comarca de Santa
Maria. Insurge-se contra o
entendimento utilizado na sentença,
uma vez que não há como ultimar
um processo em um ano. Assevera
que a aplicação da Súmula nº 338
do STJ e do redutor do artigo 115
do Código Penal são equivocadas e
ocasionariam, somente naquela
comarca, a extinção de mais de 60%
dos processos de apuração de ato
infracional e execução de medida
socioeducativa. Refere
circunstâncias do caso concreto,
aduzindo que não ocorreu a
prescrição. Pugna pelo provimento
o Provido. as medidas sócio-educativas se submetem à
prescrição, inclusive no que se refere aos
mecanismos de contagem do prazo, dentre os
quais, o redutor etário. Não tendo havido
sentença de mérito, com aplicação de medida
sócio-educativa, o prazo prescricional deve
ser calculado levando-se em conta a pena
máxima prevista para o tipo penal
correspondente ao ato infracional,
considerando-se, em qualquer caso, o limite
de quatro anos, correspondente ao prazo
prescricional máximo para a medida de
internação. Tratando-se de ato infracional
equiparado a furto qualificado, em que o
prazo prescricional é de quatro anos, não há
falar em prescrição no caso concreto, nos
termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,
todos do Código Penal. Sentença
desconstituída, com determinação de retorno
dos autos à origem, para prosseguimento do
feito. [...].
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do recurso para que seja
determinado o prosseguimento do
feito.
17
AC
70026116137/2008
(Comarca
de Santa Maria)
S Furto
Qualificado
(art. 155, §4º,
I, CP)
Ministério
Público.
[...] Nas razões de
apelação, o recorrente alega que o
feito permaneceu três meses
pendente de movimentação no
Cartório, salientando que o descaso
com a matéria é inadmissível.
Assinala que mais de 300 processos
foram extintos na comarca de Santa
Maria. Insurge-se contra o
entendimento utilizado na sentença,
uma vez que não há como ultimar
um processo em um ano. Assevera
que a aplicação da Súmula nº 338
do STJ e do redutor do artigo 115
do Código Penal são equivocadas e
ocasionariam, somente naquela
comarca, a extinção de mais de 60%
dos processos de apuração de ato
infracional e execução de medida
Recurs
o Provido.
Segundo a Súmula nº 338 do STJ,
as medidas sócio-educativas se submetem à
prescrição, inclusive no que se refere aos
mecanismos de contagem do prazo, dentre os
quais, o redutor etário. Não tendo havido
sentença de mérito, com aplicação de medida
sócio-educativa, o prazo prescricional deve
ser calculado levando-se em conta a pena
máxima prevista para o tipo penal
correspondente ao ato infracional,
considerando-se, em qualquer caso, o limite
de quatro anos, correspondente ao prazo
prescricional máximo para a medida de
internação. Tratando-se de ato infracional
equiparado a furto qualificado, em que o
prazo prescricional é de quatro anos, não há
falar em prescrição no caso concreto, nos
termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,
todos do Código Penal. Sentença
Nenhum.
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socioeducativa. Reporta que, apesar
de o ato infracional não ter sido
praticado mediante violência ou
grave ameaça à pessoa, constata-se
na certidão de antecedentes
infracionais [...], que o adolescente
é assíduo na prática de infrações,
principalmente naquelas envolvendo
patrimônio. Reporta que o jovem
responde por outros atos
infracionais graves. Sustenta que as
medidas socioeducativas mais
brandas em meio aberto, já
aplicadas, demonstraram-se
ineficazes, ressaltando que a medida
adequada a Renato é a internação
sem possibilidade de atividades
externas. Aduz que não ocorreu a
prescrição, pois não transcorreu o
prazo de quatro anos. Pugna pelo
provimento do recurso para
determinar o prosseguimento do
desconstituída, com determinação de retorno
dos autos à origem, para prosseguimento do
feito. [...].
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190
feito.
18
AC
70026099697/2008
(Comarca
de Santa Maria)
S Ameaça
(art. 147, CP)
Ministério
Público.
[...] Nas razões recursais,
o recorrente alega que o feito
permaneceu mais de um ano
pendente de movimentação no
cartório, salientando que o descaso
com a matéria é inadmissível.
Sustenta a necessidade de se levar
em consideração a realidade das
comarcas antes de entender que o
decurso do prazo de um ano é
suficiente para fundamentar a
prescrição. Argumenta que o
entendimento da Súmula nº 338 do
STJ ocasionará a extinção de mais
de 60% dos processos de apuração
de ato infracional, sem qualquer
apreciação do mérito, reforçando a
sensação de impunidade e
banalizando a prática infracional.
Invoca o disposto na Súmula 32 do
TJRS, afirmando que com a medida
Recurs
o Improvido.
Segundo a Súmula nº 338 do STJ,
as medidas sócio-educativas se submetem à
prescrição, inclusive no que se refere aos
mecanismos de contagem do prazo, dentre os
quais, o redutor etário (art. 115 do CP). Não
tendo havido sentença de mérito, com
aplicação de medida sócio-educativa, o prazo
prescricional deve ser calculado levando-se
em conta a pena máxima prevista para o tipo
penal correspondente ao ato infracional,
considerando-se, em qualquer caso, o limite
de quatro anos, correspondente ao prazo
prescricional máximo para a medida de
internação. Tratando-se de ato infracional
equiparado a delito de ameaça (art. 147 do
CP), em que o prazo prescricional é de um
ano, ocorreu a prescrição, nos termos dos
arts. 109, VI, 115 e 117, todos do Código
Penal. [...].
Nenhum.
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191
sócio-educativa aplicável, a
prestação de serviços à comunidade
ou a liberdade assistida, a qual
prescreve em dois anos, dessa
forma, não se cogitando a incidência
da prescrição. Aduz equivocado o
acolhimento da Súmula nº 338 do
STJ com o reconhecimento do
redutor de idade previsto no artigo
115 do Código Penal. Pugna pela
reforma da sentença e o
prosseguimento do feito.
19
AC
70025999533/2008
(Comarca
de Santa Maria)
S Furto
Qualificado
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
Ministério
Público.
Nas razões recursais, o
recorrente alega que o feito
permaneceu por muitos meses
pendente de movimentação no
Cartório, salientando que o descaso
com a matéria é inadmissível.
Assinala que mais de 300 processos
foram extintos na comarca de Santa
Maria. Insurge-se contra o
entendimento utilizado na sentença,
Recurs
o Provido.
Segundo a Súmula nº 338 do STJ,
as medidas sócio-educativas se submetem à
prescrição, inclusive no que se refere aos
mecanismos de contagem do prazo, dentre os
quais, o redutor etário. Não tendo havido
sentença de mérito, com aplicação de medida
sócio-educativa, o prazo prescricional deve
ser calculado levando-se em conta a pena
máxima prevista para o tipo penal
correspondente ao ato infracional,
Nenhum.
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uma vez que não há como ultimar
um processo em um ano. Assevera
que a aplicação da Súmula nº 338
do STJ e do redutor do artigo 115
do Código Penal são equivocadas e
ocasionariam, somente naquela
comarca, a extinção de mais de 60%
dos processos de apuração de ato
infracional e execução de medida
socioeducativa. Aduz que não
ocorreu a prescrição, pois não
transcorreu o prazo de quatro anos.
Pugna pelo provimento do recurso
para determinar o prosseguimento
do feito.
considerando-se, em qualquer caso, o limite
de quatro anos, correspondente ao prazo
prescricional máximo para a medida de
internação. Tratando-se de ato infracional
equiparado a furto qualificado, em que o
prazo prescricional é de quatro anos, não há
falar em prescrição no caso concreto, nos
termos dos arts. 109, III, 115 e 117, I e IV,
todos do Código Penal. Sentença
desconstituída, com determinação de retorno
dos autos à origem, para prosseguimento do
feito.
20
AC
70025364795/2008
(Comarca
de Santo Antônio da
Patrulha)
S Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
11.343/06)
Adolescent
e.
Em suas razões recursais
acostadas às [...] a defesa sustenta
que não há comprovação da autoria
do ato infracional. Diz que o
adolescente negou em juízo a
prática do ato que lhe é imputado.
Ademais, ressalta que o policial
Recurs
o Improvido.
[...] ATO INFRACIONAL DE
TRÁFICO DE DROGAS.
MATERIALIDADE E AUTORIA
COMPROVADAS. MEDIDA DE
INTERNAÇÃO SEM POSSIBILIDADE DE
ATIVIDADES EXTERNAS.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, ANTE
“Todavia, o
ato infracional de
tráfico de
entorpecentes é
extremamente grave e
considerado pela
legislação penal como
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193
militar, que supostamente encontrou
substância entorpecentes, é desafeto
do adolescente, portanto, seu
depoimento não deve ser
considerado. De outra banda,
mesmo admitindo, a título de
argumentação, que o apelante
detivesse para uso próprio, afirma
que tal conduta é descriminalizada.
Portanto, o adolescente pode ser
apenas advertido sobre os efeitos
das drogas e convidado a
comparecer em programa ou curso
educativo. Pugna pelo
conhecimento e provimento do
recurso, cassando-se a decisão, ante
a ausência de provas.
A GRAVIDADE DA CONDUTA.
Comprovada a autoria e a materialidade do
ato infracional praticado pelo adolescente
(tráfico de drogas), resta autorizada a
aplicação de medida sócio-educativa de
internação sem possibilidade de atividades
externas.
crime hediondo.
Assim, a medida de
internação sem
possibilidade de
atividades externas
torna-se importante a
fim de que a jovem
tome consciência da
reprovabilidade social
de sua conduta quanto
ao tráfico de
substâncias
entorpecentes”.
“Consideran
do que o consumo de
drogas é dos flagelos
da sociedade moderna,
a sua comercialização
é prática altamente
nociva e fomentadora
da violência urbana. A
incidência,
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194
principalmente, sobre
os jovens, aliciando-os
para o caminho da
marginalidade e
contribuindo,
sobremaneira, para a
desestruturação da
família, são fatores
que justificam
plenamente a
recrudescimento da
medida sócio-
educativa ao jovem
infrator”.
21
AC
70025502360/2008
(Comarca
de São Borja)
S Furto
Qualificado, na forma
tentada
(art. 155, §4º,
I, c/c art. 14, II, CP)
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
devem ser aplicados nas ações onde
se apura prática infracional os
dispositivos próprios do Direito
Penal e Direito Processual Penal,
reportando-se à doutrina de proteção
integral. Diz que o jovem confessou
a prática infracional e que é usuário
Recurs
o Improvido.
1. Provadas a autoria e a
materialidade do ato infracional, impõe-se a
procedência da representação e a imposição
de medida socioeducativa. 2. Tratando-se de
infrator que vem reiterando a prática de atos
infracionais contra o patrimônio, tipificados
como furto, com arrombamento de veículo e
violência contra a vítima, evidenciando
“Assim, a
necessidade dessa
medida extrema
decorre da gravidade
do desajuste pessoal
do infrator, que é
usuário de drogas e
revela periculosidade
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195
de drogas. Insurge-se com a medida
socioeducativa aplicada, apontando
a desproporcionalidade entre o ato
infracional praticado e a medida
aplicada. Pretende a aplicação de
medida socioeducativa mais branda
e em meio aberto. [...].
ousadia, ausência de senso crítico e de
limites, mostra-se adequada a imposição da
medida socioeducativa de internação, sem
atividades externas. 3. A necessidade dessa
medida extrema decorre da gravidade do
desajuste pessoal do infrator, que é usuário
de drogas e revela periculosidade social. [...].
social”.
22
AC
70025502352/2008
(Comarca
de São Borja)
S Furto
Qualificado
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
Adolescent
e.
Sustenta o recorrente que
devem ser aplicados nas ações onde
se apura prática infracional os
dispositivos próprios do Direito
Penal e Direito Processual Penal,
reportando-se à doutrina de proteção
integral. Diz que o jovem confessou
a prática infracional e que é usuário
de drogas. Insurge-se com a medida
socioeducativa aplicada, apontando
a desproporcionalidade entre o ato
infracional praticado e a medida
aplicada. Pretende a aplicação de
medida socioeducativa mais branda
e em meio aberto. [...].
Recurs
o Improvido.
1. Provadas a autoria e a
materialidade do ato infracional, impõe-se a
procedência da representação e a imposição
de medida socioeducativa. 2. Tratando-se de
infrator que vem reiterando a prática de atos
infracionais contra o patrimônio, tipificados
como furto, com arrombamento de veículo e
violência contra a vítima, evidenciando
ousadia, ausência de senso crítico e de
limites, mostra-se adequada a imposição da
medida socioeducativa de internação, sem
atividades externas. 3. A necessidade dessa
medida extrema decorre da gravidade do
desajuste pessoal do infrator, que é usuário
de drogas e revela periculosidade social. [...].
“Assim, a
necessidade dessa
medida extrema
decorre da gravidade
do desajuste pessoal
do infrator, que é
usuário de drogas e
revela periculosidade
social”.
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196
23
AC
70024747537/2008
(Comarca
de Cruz Alta)
S Roubo, em
concurso formal de
delitos
(art. 157 c/c
art. 70, CP)
Adolescent
e.
[...] Nas razões recursais,
alega o representado ter negado
autoria na presença da autoridade
policial e o juízo de procedência ter
sido embasado somente na palavra
da vítima, não existindo provas de
que o recorrente tenha praticado a
conduta a ele atribuída. Invoca
aplicação do princípio in dubio pro
reo no julgamento do recurso pela
Câmara.
Recurs
o Improvido.
Comprovada a autoria e a
materialidade do ato infracional, a tese de
negativa de autoria resta isolada,
contrariando a prova dos autos. Tendo sido o
representado reconhecido, com segurança,
pela vítima, imperiosa a manutenção do juízo
de procedência da representação. Em razão
da natureza do delito praticado, ato
infracional grave equiparado a roubo, em que
dificilmente há testemunhas presenciais, a
palavra das vítimas adquire valor probatório
fundamental para apuração e comprovação
da autoria do ato infracional. [...].
Nenhum.
24
HC
70025675919/2008
(Comarca
de Caxias do Sul)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §1º,
§2º, I, CP)
Adolescent
e.
[...] impetrou o presente
writ, em favor de [...], alegando que
houve constrangimento ilegal na
internação do paciente, sob a
acusação de subtração de um
veículo e, por subtrair-se à ação da
autoridade pública. Acentua que
foram apresentados dois pedidos de
liberdade, sendo um no
Ordem
Denegada.
HABEAS CORPUS. ECA.
ROUBO DUPLAMENTE MAJORADO.
ATO INFRACIONAL DE NATUREZA
GRAVE. CONSERVAÇÃO DA MEDIDA
DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA. Presente
a materialidade dos atos infracionais que lhe
foram imputados, por ora, mantenho a
segregação provisória, como medida de
reflexão por parte do adolescente e, para
“Assim, a
medida de internação,
torna-se importante a
fim de que o
adolescente tome
consciência da
reprovabilidade social
de sua conduta”.
“Por fim,
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197
interrogatório, e o outro, quando da
ouvida das testemunhas, os quais
não foram acolhidos pelo
magistrado a quo, acorrendo assim,
por conseqüência, constrangimento
ilegal. Assevera que os fundamentos
para manter o menor internado,
estão superados vez que, as vítimas
arroladas como testemunhas não
compareceram à audiência, embora
devidamente intimadas, pois não
residem na cidade. Tal situação
configura a ilegalidade da prisão,
determinando, assim, o deferimento
da liberdade provisória requerida no
presente writ. Por tais motivos,
requer a concessão da liberdade
provisória do adolescente, por
ausência dos requisitos necessários
para a manutenção de seu
aprisionamento, não estando
comprovada a materialidade dos
garantir a ordem pública. detectada a gravidade
da infração e, ainda, a
necessidade de
garantir a ordem
pública, plenamente
justificada a decisão
de sua internação
provisória”.
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atos infracionais a que está sendo
acusado de forma injusta, com a
conseqüente expedição de alvará de
soltura.
25
AC
70025364514/2008
(Comarca
de Capão da Canoa)
S Furto
Qualificado
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
Ministério
Público.
Sustenta o combativo
agente ministerial que deveriam ser
consideradas não apenas a
gravidade do ato infracional, mas
também as condições pessoais do
jovem infrator, mostrando-se
excessivamente branda e
desproporcional a medida
socioeducativa aplicada, pois é
insuficiente para impor ao infrator
os limites de que necessita, pois
despreza a ordem pública e vem
reincidindo no cometimento de atos
ilícitos, já tendo recebido diversas
medidas socioeducativas mais
brandas e que foram ineficazes.
Pretende a aplicação da medida
socioeducativa de internação, sem
Recurs
o Provido.
1. Sendo certa a autoria do ato
infracional e incontroversa a sua
materialidade, impõe-se a procedência da
representação e a aplicação de medida
socioeducativa. 2. É cabível a medida de
internação sem atividades externas quando se
trata de jovem desajustado e que vem
reiteradamente se envolvendo em atos
infracionais, necessitando ser retirado do
meio, que é propício a novos deslizes, e
receber o amparo psicológico e social de que
necessita para compreender a censurabilidade
que repousa sobre sua conduta. 3. A
imposição da medida de prestação de
serviços à comunidade, no caso, revela-se
inócua. [...].
“Diante
disso, tenho que é
cabível a medida de
internação sem
atividades externas,
pois se trata de um
jovem completamente
desajustado e que vem
reiteradamente se
envolvendo em
diversos atos
infracionais,
revelando-se
desprovido de senso
crítico e de limites,
motivo pelo qual
necessita mesmo ser
retirado do meio onde
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atividades externas. [...]. vive, que tem se
mostrado propício a
novos deslizes. Além
disso, o jovem
necessita receber o
amparo psicológico e
social para que possa
compreender a
censurabilidade que
repousa sobre sua
conduta e vir a ser
efetivamente
reeducado e
ressocializado”.
26
AC
70025740911/2008
(Comarca
de Cruz Alta)
S Furto, na
forma tentada
(art. 155 c/c
art. 14, II, CP)
Adolescent
e.
Postula, em razões
subscritas por órgão da Defensoria
Pública, a absolvição em razão da
incapacidade de autodeterminação
porque dependente químico,
dependência que o teria induzido a
praticar a subtração para obter os
recursos necessários à alimentação
Recurs
o Improvido.
O adolescente que não se submete
ao tratamento contra drogadição oferecido
pelo Estado, preferindo realizar furtos para
sustentar seu vício, não pode alegar a
inexigibilidade de conduta diversa como
causa de exclusão da culpabilidade.
Conquanto a prática de pequenos furtos não
enseje medida mais severa (internação), eis
“Quanto à
medida sócio-
educativa a ser
imposta, considerando
as circunstâncias
fáticas do presente
caso e atento,
principalmente, ao
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200
da dependência, situação de fato que
pretende comprovar pela análise dos
elementos de convicção dos autos.
Sustenta a desnecessidade de estar,
no momento da conduta, sob o
efeito de substância para
caracterizar a incapacidade, para o
que seria bastante comprovar a
dependência química no tempo da
prática da infração e o vínculo entre
a prática e a dependência.
Alternativamente, por entender que
o fato praticado ficou no plano da
tentativa, propugna pela aplicação
de medida menos grave ou, no
mínimo, pela possibilidade de
realizar atividades externas, sob
pena de violação aos princípios da
razoabilidade e da
proporcionalidade [...].
que ausente grave ameaça ou violência à
pessoa, a sua reiteração, aliada à drogadição
do adolescente, recomenda a internação para
que possa se submeter a tratamento e
progredir no processo de reeducação e
ressocialização.
fato de o menor
encontrar-se
intensamente
envolvido com drogas,
apresentando
comportamento
voltado à prática de
delitos para fins de
aquisição de
substâncias
entorpecentes, tenho
como adequada a sua
internação [...]. Não se
trata de um fato
isolado na vida do
representado, vez que
o mesmo respondeu
ou responde por outros
atos infracionais de
furto, violação de
domicílio, roubo, dano
e injúria, o que
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201
recomenda aplicação
de medida mais severa
para impor limites e
ajudá-lo no processo
de reeducação e
ressocialização”.
27
AC
70025584194/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
11.343/06)
Adolescent
e.
O apelante alega, em
síntese, que o conjunto probatório
não enseja convicção acerca da
autoria. Invoca os princípios da
presunção da inocência e do in
dubio pro reo. Frisa incumbir ao
Ministério Público o ônus da prova
da prática infracional. Requer a
reforma da sentença [...].
Recurs
o Improvido.
APELAÇÃO CÍVEL. ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
ATO INFRACIONAL DE TRÁFICO DE
DROGAS. MATERIALIDADE E
AUTORIA COMPROVADAS. MEDIDA
DE INTERNAÇÃO SEM POSSIBILIDADE
DE ATIVIDADES EXTERNAS.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, ANTE
A GRAVIDADE DA CONDUTA.
“Consideran
do que o consumo de
drogas é dos flagelos
da sociedade moderna,
a sua comercialização
é prática altamente
nociva e fomentadora
da violência urbana. A
incidência [...] sobre
os jovens, aliciando-os
para o caminho da
marginalidade e
contribuindo [...] para
a desestruturação da
família, são fatores
que justificam
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202
plenamente o
recrudescimento da
medida socioeducativa
ao jovem infrator”.
28
AC
70025127481/2008
(Comarca
de Dom Pedrito)
S Adolescente
01
Homicídio
(art. 121, CP).
Adolescente
02 e 03
Furto
(art. 155, CP)
Posse irregular
de arma de fogo de uso
permitido e Porte ilegal
de arma de fogo de uso
permitido
(art. 12 e 14,
Lei 10.826/03)
Três
Adolescentes.
Em razões recursais [...], o
recorrente [adolescente 02] sustenta
que não teve participação dos
crimes que lhe foram imputados,
bem como não foi caracterizada sua
culpa. [...] Postula, ao final, caso
não seja julgada improcedente a
representação, a reavaliação da
medida sócio-educativa com a
redução do prazo de internação do
recorrente. Nas razões recursais [...],
aduzem os apelantes [adolescentes
01 e 03] que não houve
configuração dos atos infracionais,
tendo em vista ausência de prova da
autoria dos fatos imputados. [...]
Dessa forma, aduzem que não há
provas suficientes a embasar a
Um
dos recursos não
foi conhecido.
Os
outros dois
foram
parcialmente
providos.
Em se tratando de medida
socioeducativa de internação, a intimação da
sentença será feita ao representado e o seu
defensor. Nos procedimentos afetos à Justiça
da Infância e da Juventude, o prazo para
interposição de apelação é de 10 (dez dias).
Inteligência do art. 198, inciso II, do ECA,
vigorando em dobro em prol da Defensoria
Pública. A medida de internação não
comporta prazo determinado devendo, sua
manutenção, ser reavaliada, no máximo a
cada seis meses. Artigo 121, § 2º, do ECA.
Ante as circunstâncias do caso concreto,
descabe o abrandamento das medidas sócio-
educativas impostas.
Nenhum.
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203
procedência da procedência da
representação, porquanto não
restaram demonstrados os fatos
descritos na inicial. [...]
[Adolescente 03], por sua vez, alega
que o ato infracional por porte de
arma de fogo não está caracterizado,
pois apenas adquiriu e guardou a
arma em sua residência. Alegam,
ainda, a impossibilidade de
imputação da prática dos atos
infracionais descritos nas
representações. Postulam a
aplicação do princípio do in dubio
pro reo, já que não houve prova
crível dos atos infracionais. Ao final
aduzem que a medida
socioeducativa de internação não
será interposta por prazo
determinado conforme disposto no
artigo 121, § 2º, do ECA já que a
mesma deve ser reavaliada,
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204
mediante decisão fundamentada, a
cada seis meses.
29
AC
70024869141/2008
(Comarca
de Santa Cruz do Sul)
S Furto
Qualificado
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
Adolescent
e.
[...] Nas razões recursais,
nega o apelante a autoria do ato
infracional sob argumento de que
não há prova segura apontando para
sua participação no evento
delituoso. Requer seja provido o
recurso, ao efeito de julgar
improcedente a representação ou
abrandar a medida sócio-educativa
imposta.
Recurs
o Improvido.
Comprovada a autoria e a
materialidade do ato infracional, assim como
certa a qualificadora do concurso de pessoas
e a escalada, impunha-se a procedência da
representação, com aplicação de medida
sócio-educativa. A medida sócio-educativa
possui, além do caráter punitivo, a finalidade
de reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social e, diante disso, deve ser
fixada atentando-se às peculiaridades do caso
concreto. Levando-se em conta o extenso rol
de antecedentes infracionais e o fato de que
medida branda aplicada em outro feito não
impediu que o representado continuasse
praticando delitos, mostra-se adequada a
medida de internação sem possibilidade de
atividade interna imposta na sentença. [...].
“Quanto à
medida sócio-
educativa aplicada,
não merece reforma a
sentença recorrida.
Considerando que tais
medidas possuem,
além do caráter
punitivo, a finalidade
de reeducação dos
adolescentes
infratores, visando sua
reabilitação social,
mediante o despertar
do senso crítico acerca
da gravidade do ato
praticado, bem como
de suas conseqüências,
quer no meio social,
quer para o próprio
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205
adolescente, faz-se
necessário que sua
fixação se dê de modo
a não comprometer o
caráter pedagógico da
reprimenda, bem
como levando em
conta as características
pessoais de quem deve
a elas submeter-se”.
30
AC
70024528325/2008
(Comarca
de Porto Alegre)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
Adolescent
e.
Nas razões recursais,
alega o representado que não
cometeu o ato infracional que lhe
foi imputado, corroborando as
provas testemunhais a sua tese.
Sustenta que o reconhecimento não
foi realizado de acordo com a lei
penal, colacionando jurisprudências.
Pugna pela absolvição do
representado.
Recurs
o Improvido.
Comprovadas a autoria e a
materialidade do ato infracional, a tese de
negativa de autoria resta isolada nos autos.
Tendo sido o representado reconhecido, com
segurança, pelas vítimas, imperiosa a
manutenção do juízo de procedência da
representação. Em razão da natureza do
delito praticado, ato infracional grave
equiparado a roubo cometido em concurso de
agentes com emprego de arma de fogo, em
que dificilmente há testemunhas presenciais,
a palavra das vítimas adquire significativa
Importante
destacar que a palavra
da vítima adquire
significativa
relevância em delitos
da natureza como o
ora apreciado, isto é,
em que se trata de ato
infracional grave,
praticado mediante
concurso de agentes e
com emprego de arma
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206
relevância. Não há desrespeito ao art. art.
226, II, do CPP, o reconhecimento feito de
modo diverso do previsto no dispositivo
legal. Precedentes. Levando-se em conta o
grau de reprovabilidade do ato praticado e as
condições pessoais do jovem infrator,
mostra-se minimamente adequada a medida
de internação com possibilidade de atividade
externa imposta na sentença, ante a ausência
de recurso do Ministério Público. [...].
de fogo. Em tais
circunstâncias,
entende-se que a
vítima pode ser a
única pessoa capaz de
esclarecer acerca dos
fatos ocorridos, haja
vista que,
normalmente, são
crimes cometidos sem
a presença de outras
testemunhas, de modo
que a valoração de
seus depoimentos se
torna fundamental
para apuração da
autoria.
31
AC
70024465833/2008
(Comarca
de Canoas)
S Roubo
circunstanciado
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
Adolescent
e.
[...] Nas razões recursais,
alega que, embora tenha confessado
a autoria do ato infracional e
declarado não desejar recorrer da
decisão, impõe-se o abrandamento
Recurs
o Improvido.
APELAÇÃO CÍVEL. ECA.
APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL.
ROUBO. AUTORIA E MATERIALIDADE
COMPROVADAS. MEDIDA DE
INTERNAÇÃO COM POSSIBILIDADE
“[...]
Considerando que tais
medidas possuem,
além do caráter
punitivo, a finalidade
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207
da medida sócio-educativa imposta,
para que seja aplicada a de liberdade
assistida, com tratamento para
drogadição. Sustenta que se deve
levar em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se as
medidas que fortaleçam os vínculos
familiares e comunitários. Requer
seja provido o recurso, com o
abrandamento da medida sócio-
educativa imposta.
DE ATIVIDADES EXTERNAS.
ADEQUAÇÃO. A medida sócio-educativa
possui, além do caráter punitivo, a finalidade
de reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social e, diante disso, deve ser
fixada atentando-se às peculiaridades do caso
concreto. Levando-se em conta o grau de
reprovabilidade do ato praticado, mostra-se
adequada, na ausência de recurso da
Promotoria, a medida de internação com
possibilidade de atividades externas imposta
na sentença.
de reeducação dos
adolescentes
infratores, visando sua
reabilitação social,
mediante o despertar
do senso crítico acerca
da gravidade do ato
praticado, bem como
de suas conseqüências,
quer no meio social,
quer para o próprio
adolescente, faz-se
necessário que sua
fixação se dê de modo
a não comprometer o
caráter pedagógico da
reprimenda, bem
como levando em
conta as características
pessoais de quem deve
a elas submeter-se”.
AC Roubo Adolescent Sustenta o recorrente que Recurs 1. Sendo induvidosas a autoria, a Nenhum.
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208
32 70023738891/2008
(Comarca
de Canoas)
S circunstanciado
(art. 157, §2º,
I, CP)
e. a sentença merece reparo no que
tange à medida socioeducativa
aplicada, pois o adolescente
mostrou-se arrependido, tendo sido
levado à prática delitiva em
decorrência do uso de drogas.
Destaca que o jovem não possui
antecedentes e que a lei deve
focalizar as necessidades
pedagógicas do jovem, que precisa
fortalecer os laços familiares e
comunitários. Pretende seja aplicada
a medida de semiliberdade. [...].
o Improvido. materialidade e o nexo causal dos cinco atos
infracionais, é imperiosa a procedência da
representação e a imposição de medida
socioeducativa. 2. É cabível a imposição da
medida extrema, que é a de internação,
quando o infrator pratica cinco fatos
definidos como roubo, com grave ameaça
praticada contra as vítimas mediante uso de
arma de fogo, revelando ousadia, ausência de
limites e de senso crítico, sendo, inclusive,
usuário de drogas. 4. A adoção da medida de
internação com atividades externas, embora
branda, é imperiosa para que o infrator
perceba a censurabilidade que pesa sobre a
conduta desenvolvida e, também, para que se
afaste do meio que tem sido nocivo para ele,
devendo submeter-se a adequado e efetivo
tratamento para drogadição. [...].
33
AC
70023481179/2008
(Comarca
de Santa Cruz do Sul)
S Latrocínio, na
forma tentada
(art. 157, §3º
c/c art. 14, II, CP)
Adolescent
e e Ministério
Público.
Inconformado, apela o MP
[...]. Nas razões recursais, alega o
representante que equivocada a
decisão recorrida, pois deixou de
Recurs
os Improvidos.
APELAÇÃO CÍVEL. ECA.
APURAÇAÕ DE ATO INFRACIONAL.
LATROCÍNIO. TENTATIVA. NEGATIVA
DE AUTORIA QUE NÃO ENCONTRA
Nenhum.
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209
aplicar medida sócio-educativa ao
representado LUIS FERNANDO.
Argumenta que, apesar deste não ter
confessado a prática do ato que lhe
foi imputado, os depoimentos dos
participantes do delito [...]
comprovam a participação do
apelado na conduta representada.
[...]. Aponta a conclusão fornecida
pela avaliação social. No tocante ao
representado MURILO, o apelante
insurge-se contra a autorização para
atividades externas concedidas pela
sentença, pugnando pela aplicação
da medida sócio-educativa de
internação sem possibilidades de
atividades externas. Inconformado,
também apela o representado
MURILO A. Sustenta a necessidade
de aplicar-se o princípio do “in
dubio pro reo”, diante da
inexistência de comprovação da
ECO NOS AUTOS. INTERNAÇÃO COM
POSSIBILIDADE DE ATIVIDADES
EXTERNAS. ADEQUAÇÃO DA MEDIDA
SÓCIO-EDUCATIVA. Comprovada a
autoria e a materialidade do ato infracional,
resta isolada nos autos a tese de negativa de
autoria do representado, impondo-se o juízo
de procedência da representação. Medida de
internação imposta na origem demonstra-se
adequada às circunstâncias do fato praticado
e dos menores envolvidos. (art. 122, inc. I,
do ECA). Precedentes. [...].
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210
culpa do apelante pela conduta
delitiva. Assevera que as
testemunhas não esclareceram
suficientemente a autoria do ato
delituoso ao representado imputado.
Aduz que não restou claro se o
delito relatado se tratou de tentativa
de roubo ou de latrocínio. Afirma a
conduta de MURILO não foi
individualizada na peça inicial,
dificultando sua defesa, vez que não
aborda qual teria sido prática
realizada por este. Refuta tenha sido
comprovada a materialidade do
delito, já que não consta dos autos
exame de corpo delito. Diz não
haver provas da participação do
apelante no ato delitual, salientando
que houve responsabilização do
apelante por um ato que não foi
presenciado por nenhuma outra
pessoa capaz de esclarecer algo a
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211
respeito do evento. Invoca aplicação
do princípio constitucional da
igualdade e processual penal de que
ao acusado incumbe o ônus
probatório. Requer a absolvição do
representado ou, caso assim não seja
apreciado, a aplicação da liberdade
assistida como medida sócio-
educativa mais adequada à uma
suposta participação indireta na
infração.
34
AC
70026081521/2008
(Comarca
de Santa Maria)
S Furto
(art. 155, §4º,
IV, CP)
Adolescent
es.
Sustenta a Defensoria
Pública tratar-se de fato desprovido
de potencial lesivo, invocando o
princípio da insignificância que
afasta a tipicidade do fato. Pretende
a improcedência da representação
ou, ao menos, para ROGER
WALTER, a imposição de outra
medida socioeducativa mais branda,
em meio aberto, tal como a
liberdade assistida. [...].
Recurs
o Improvido.
1. Estando comprovadas a autoria e
a materialidade do ato infracional, impõe-se
a procedência da representação e a imposição
de medida socioeducativa. 2. Ainda que o
fato descrito na exordial isoladamente não
justificasse a imposição da medida extrema,
o grau de desajuste pessoal do infrator, que
revela ousadia e total falta de limites, sendo
usuário de drogas e vem reiterando em
práticas infracionais, recomenda a imposição
da medida socioeducativa de internação, sem
“A medida
extrema convidará o
jovem infrator a rever
sua conduta e repensar
seus atos, tomando
consciência de que
existem limites que
devem ser observados
na vida social e que o
direito das demais
pessoas deve ser
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atividades externas. 3. É necessária a medida
de internação sem atividades externas
também por se tratar de um jovem usuário de
drogas e que necessita ser retirado do meio
onde vive, que é propício a novos deslizes, a
fim de receber o tratamento para drogadição,
além do amparo psicológico e social de que
necessita para compreender a censurabilidade
que repousa sobre sua conduta. 4. A medida
extrema convidará o jovem infrator a rever
sua conduta e repensar seus atos, tomando
consciência de que existem limites que
devem ser observados na vida social e que o
direito das demais pessoas deve ser
respeitado. 5. O jovem deverá receber
tratamento para drogadição e
acompanhamento psicológico e social. 6. É
cabível a medida de liberdade assisitida
quando o outro infrator não se revela tão
desajustado. [...].
respeitado. Já com
relação ao infrator
CLEBER, também é
imperiosa a imposição
de medida
socioeducativa,
mostrando-se correta a
aplicação da medida
socioeducativa de
liberdade assistida,
tendo em mira a
condição pessoal do
infrator e os seus
antecedentes, sendo a
medida necessária
para mostrar ao
adolescente a
reprovação social que
repousa sobre seu
comportamento,
convidando-o a refletir
sobre os seus atos”.
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213
35
AC
70029467354
S Roubo
(Art 157, CP)
Adolescent
e. Não há prova nos autos de
que seja o autor do ato praticado,
porquanto há apenas o depoimento
da vítima prestada em juízo e sua
confissão à polícia, sendo que esta
última não deve ser plenamente
considerada, pois que estava sendo
inquirido por outros fatos. Ademais,
afirma que não houve apreensão de
arma de fogo. são de pequeno valor
e que não houve agressão ou
violência física, razão pela qual a
medida aplicada se faz gravosa, em
desrespeito ao princípio da
proporcionalidade.
Despro
vida
Em que pese o adolescente tenha
exercido seu direito de ficar em silêncio, em
juízo, não podem ser descartados os
depoimentos do adolescente prestados à
autoridade policial (fls. 03,04,05,10),
porquanto demonstram o envolvimento de
Valmir em diversas ocorrências seguidas,
utilizando-se de arma de fogo
36
AC
70028819092
S Adolescent
e. Nesse sentido, entende
que a medida socioeducativa que
lhe foi aplicada é inadequada por
demais severa, entendendo mais
eficaz a aplicação de prestação de
serviços à comunidade ou liberdade
assistida
Despro
vida
Mesmo que o adolescente possua
boa estrutura familiar, esteja estudando e não
possua antecedentes, a gravidade do ato
infracional praticado autoriza a aplicação de
medida extrema, já atenuada pela
possibilidade de atividades externas
É o caráter
pedagógico e
ressocializador da
medida de internação
que impede a fixação
de prazo para sua
aplicação, vez que,
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não há como se prever
prazo certo para a
recuperação de um
jovem em desvio de
conduta, como no caso
presente
37
AC
700298956
87
S TRÁFICO DE
ENTORPECENTES
artigo 12 da
Lei 6.368/76
Adolescent
e. não há provas suficientes
para que lhe seja atribuída a
autoria, uma vez que elas somente
comprovam a existência do tráfico.
Roga seja declarada a nulidade do
feito ante à ofensa à ampla defesa
ou, caso não seja esse o
entendimento, pugna pela
improcedência da representação
devido à insuficiência probatória
ou, ainda, imposição de medida
menos rigorosa face a participação
de menor importância e ausência de
proporcionalidade na medida
imposta.
Despro
vida
Comprovada a autoria e a
materialidade do ato infracional praticado
pelo adolescente (tráfico de drogas), resta
autorizada a aplicação de medida sócio-
educativa de internação sem possibilidade de
atividades externas
AC Roubo e Adolescent Defensoria Pública Despro Para conirmar a medida de Para o
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215
38 700297899
48
S Receptação
(art 157 e 180
CP)
e. sustenta, em preliminar, a nulidade
do feito em razão da ausência de
realização de laudo interdisciplinar.
No mérito, sustenta, em síntese, que
não há provas para comprovar a
autoria dos atos infracionais de
roubo e receptação imputados ao
adolescente. Pede o conhecimento e
provimento do recurso, para o fim
de ser aplicada medida
socioeducativa em meio aberto
vida internação, o Des. Afirma que a formação do
apelante está bastante comprometida, estando
em total desajuste social, o que exige
proteção integral, onde terá a sua disposição
escola, cursos profissionalizantes, assistência
psicológica além de limites para suas ações,
que por ora, mostram-se desajustadas para o
convívio em sociedade e tendentes ao
comportamento delitivo.
Presidente do TJ/RS a
medida de internação
é uma demasia pois a
receptação não é
grave. Portanto,
excluída a hipótese
legal de internação. Da
mesma forma, entendo
que no roubo
imputado ao
adolescente não houve
violência ou grave
ameaça à vítima,
restando também
afastada a hipótese do
art. 122, I.
39
AC
700297571
76
S Tentativa de
Furto
Adolescent
e. Que não há provas
suficientes para caracterização do
ato como tentativa de furto. Sustenta
que não houve violência ou grave
ameaça, de modo que a medida
Despro
vida
considerando que o adolescente é
usuário de substâncias entorpecentes,
conduzindo-o, em tese, a praticar delitos para
manter a dependência, é perfeitamente
possível e recomendável aplicar,
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aplicada não está em consonância
com o ECA, bem como não guardou
a devida proporcionalidade. Salienta
que consome drogas e pratica os
atos apenas para sustentar seu vício.
cumulativamente, a medida protetiva de
tratamento à drogadição prevista nos arts.
101, inc. VI, e 112, inc. VII, do ECA,
medida que virá em seu próprio benefício,
pois poderá ajudá-lo a se livrar das drogas e
afastá-lo da senda criminosa.
40
AC
700297422
51
S Tráfico de
Drogas
Adolescent
e. postula a desclassificação
do ato infracional de tráfico para
porte de drogas. Diz que o tráfico
era exercido por pessoa diversa do
representado, um imputável que foi
preso pela atividade delituosa.
Pugna pela desclassificação do fato
para a figura do artigo 28 da Lei n
11.343/2006. Subsidiariamente,
requer a imposição de medida
socioeducativa em meio aberto.
Despro
vida
Todavia, o ato infracional de
tráfico de entorpecentes é extremamente
grave e considerado pela legislação penal
como crime hediondo. Assim, a medida de
internação sem possibilidade de atividades
externas torna-se importante a fim de que a
jovem tome consciência da reprovabilidade
social de sua conduta quanto ao tráfico de
substâncias entorpecentes.
Considerand
o que o consumo de
drogas é dos flagelos
da sociedade moderna,
a sua comercialização
é prática altamente
nociva e fomentadora
da violência urbana. A
incidência,
principalmente, sobre
os jovens, aliciando-os
para o caminho da
marginalidade e
contribuindo,
sobremaneira, para a
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217
desestruturação da
família, são fatores
que justificam
plenamente a
recrudescimento da
medida socioeducativa
ao jovem infrator.
41
AC
700297109
51
S Latrocínio Adolescent
e. a medida socioeducativa
aplicada merece reparos, tendo sido
aplicada de forma exacerbada e
desigual. Salienta que, tendo havido
comunhão de esforços e conjugação
de vontades, descabe a fixação de
medidas diferenciadas. Diz que o
jovem está em idade escolar e
possui ocupação lítica. Postula pelo
provimento do recurso para que seja
julgada improcedente a
representação ou para que não seja
aplicada medida de internação sem
Despro
vida
A medida de internação não
comporta prazo determinado devendo, sua
manutenção, ser reavaliada, no máximo a
cada seis meses. Artigo 121, § 2º, do ECA.
Os atos infracionais praticados mediante
violência ou grave ameaça contra pessoa
merecem maior reprimenda por parte do
Estado, porquanto causadores de grande
repercussão social, na medida em que geram
insegurança e desconforto para a população.
Assim, ao adolescente, imperiosa a aplicação
de internação
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218
possibilidade de atividade externa.
42
AC
700296407
78
S TRÁFICO DE
ENTORPECENTES.
PORTE DE ARMA DE
FOGO. ROUBO
QUALIFICADO.
RECEPTAÇÃO
Adolescent
e. improcedentes as
representações, ou, quanto ao
tráfico, seja desclassificado para o
porte para uso próprio; quando ao
roubo, seja afastada a majorante.
Por fim pedem a aplicação de
medida socioeducativa menos
gravosa que a internação
Despro
vida
Todavia, os atos infracionais de
tráfico de entorpecentes, posse de arma e
roubo qualificado são graves, sendo o
primeiro, inclusive, considerado pela
legislação penal como crime hediondo.
Assim, a medida de internação sem
possibilidade de atividades externas torna-se
importante a fim de que o jovem tome
consciência da reprovabilidade social de sua
conduta.
43
AC
70029311537
S TENTATIVA
DE FURTO
QUALIFICADO
Adolescent
e. Principio da
insignificância tendo em vista que o
adolescente tentou furtar dois patos
Despro
vida
A medida socioeducativa aplicada
corresponde à necessidade interditória do
adolescente e ao anseio de segurança da
sociedade. Comprovadas a materialidade e a
autoria do ato infracional, e possuindo o
adolescente antecedentes e comportamento
desajustado, tem-se como justa e adequada a
aplicação de medida sócio-educativa de
internação
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219
44
HC
700301923
97
S
Furto
Qualificado
157, § 2º,
inciso II,
Adolescent
e. Sustenta que a regressão
de medida, prevista no inciso III, do
art. 122, do Estatuto da Criança e do
Adolescente não pode ultrapassar o
prazo de 03 (três) meses.
Ordem
Denegada
O adolescente está cumprindo
medida de internação sem possibilidade de
atividades externas, porquanto fugiu do
estabelecimento de internação quando
cumpria a internação com possibilidade de
atividades externas.
45
AC
700297116
29
S Homicídio
Qualificado
Adolescent
e. Sustentam, em suma, que
não foram trazidas provas
suficientes, salientando
divergências nos depoimentos
prestados. Assevera que não há
provas da existência das
qualificadoras. Alegam que não foi
demonstrado motivo
desproporcional, requisito
necessário à futilidade, bem como
que a surpresa não restou
evidenciada. Pleiteiam pela
absolvição e, subsidiariamente pelo
afastamento das qualificadoras
Despro
vida
Demonstradas autoria e
materialidade da conduta delitiva, não há
razões para se modificar o juízo de
procedência da representação.
A medida de internação apresenta-
se adequada em relação à gravidade da
infração praticada pelo adolescente,
homicídio qualificado
AC TENTATIVA Adolescent O recorrente sustentou Despro Para a imposição de medida
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220
46
70029119542
S DE HOMICÍDIO e. que houve desistência voluntária na
execução o iter criminis. Nessa
linha, argumentou que disparou
contra a vítima apenas uma vez,
desistindo do seu intento antes de
concretizar o resultado morte.
Seguindo, salientou que após o
disparo manteve a oportunidade de
continuar a ação concretizando a
morte da vítima. Contudo, desistiu
voluntariamente da prática do
crime. Assim, afirma que houve
desistência voluntária, excluindo-se
a tipicidade do homicídio tentado.
Postulou, por fim, a fixação de
prazo máximo para o cumprimento
da internação.
vida socioeducativa é necessária a avaliação
preconizada pelo § 1º do artigo 112, do
Estatuto da Criança e do Adolescente,
determinando que ao adolescente responsável
pela prática de ato infracional, deve ser
aplicada medida socioeducativa de acordo
com as circunstâncias e a gravidade da
conduta, devendo-se ter presente a necessária
resposta do Estado à sociedade.
47
AC
70 029 422 S TRÁFICO DE
ENTORPECENTES.
Adolescent
e. Pretende a improcedência
das representações ou a imposição
Despro
vida
SENDO INDUVIDOSAS A
AUTORIA, A MATERIALIDADE E O
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221
490 PORTE DE ARMA DE
FOGO.
de outra medida socioeducativa
mais branda
NEXO CAUSAL, É IMPERIOSA A
PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO E
A IMPOSIÇÃO DE MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA. 2. É CABÍVEL A
IMPOSIÇÃO DA MEDIDA EXTREMA,
QUE É A DE INTERNAÇÃO, QUANDO O
INFRATOR PRATICA FATOS GRAVES
DEFINIDOS COMO TRÁFICO DE
SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE E
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO,
REVELANDO OUSADIA, AUSÊNCIA DE
LIMITES E DE SENSO CRÍTICO, ALÉM
DE POSSUIR ANTECEDENTES POR
ATOS INFRACIONAIS
48
AC
70 029 265
410
S Homicídio
Qualificado
Adolescent
e. Sustenta que a limitação
do prazo de internação estimula o
sentimento de impunidade. Pretende
o afastamento da limitação temporal
da medida imposta. Sustenta a
defesa do adolescente LUIS que
não foi apreendida a arma, nem
realizada perícia, sendo frágil a
Despro
vida
Tratando-se de um homicídio
consumado e outro tentado, praticado por
jovem completamente desajustado,
desprovido de senso crítico, com larga folha
de antecedentes, que já recebeu
anteriormente medidas em meio aberto e que
se revelaram ineficazes, impõe-se a adoção
da medida de internação. 3. As circunstâncias
A
medida de
internação mostra-
se necessária não
apenas para
mostrar o grau de
censurabilidade
social que repousa
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222
prova coligida para agasalhar o
juízo de procedência da
representação, ponderando serem
descabidas as circunstâncias
qualificadoras reconhecidas pelo
julgador, pois o jovem agiu em
razão das agressões sofridas por
parte dos seguranças da boate.
do fato revelam torpeza e profunda
irresponsabilidade e insensibilidade moral,
evidenciando, também, periculosidade social,
o que conduz, também, à imposição de
medida de proteção de acompanhamento
psicológico ou psiquiátrico, que é
determinado de ofício
sobre seu
comportamento,
convidando-o para
uma profunda
reflexão, mas
também para
retirá-lo do meio
que tem se
mostrado nocivo
para ele.
49
AC
700291845
95
S Furto
Qualificado
Adolescent
e. Pretende o afastamento da
qualificadora do emprego da faca e
desclassificação da infração descrita
como roubo para furto simples, pois
não houve violência nem grave
ameaça à vítima. Pretende seja
julgada improcedente a
representação ou, então, seja
aplicada medida socioeducativa
mais branda, como a de prestação
de serviços à comunidade por dois
meses
DEspr
ovido
A medida de internação mostra-se
necessária não apenas para mostrar o grau de
censurabilidade social que repousa sobre seu
comportamento, convidando-o para uma
profunda reflexão, mas também para retirá-lo
do meio que tem se mostrado nocivo para ele
e, sobretudo, para permitir que seja
submetido a um tratamento eficaz contra a
drogadição.
Somente
com a adoção de
medidas enérgicas e
com o necessário
amparo psicológico e
social é que o jovem
poderá vir a ser
reeducado e tornar-se
uma pessoa integrada
à vida em sociedade.
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223
50
AC
700291537
31
S Furto
Qualificado
art. 155, §4º,
inc. I e IV, comb. com
art. 14, inc. II
Adolescent
e.
MOSTRA-SE NECESSÁRIA A
ADOÇÃO DA MEDIDA DE
INTERNAÇÃO SEM ATIVIDADES
EXTERNAS POR SE TRATAR DE UM
JOVEM QUE NECESSITA SER
RETIRADO DO MEIO ONDE VIVE, QUE
É PROPÍCIO A NOVOS DESLIZES, A FIM
DE RECEBER O AMPARO
PSICOLÓGICO E SOCIAL DE QUE
NECESSITA PARA COMPREENDER A
CENSURABILIDADE QUE REPOUSA
SOBRE SUA CONDUTA.
A
EXPRESSÃO
SOCIAL DO FATO,
O PREJUÍZO
CAUSADO À
VÍTIMA OU MESMO
O PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA
OU DA BAGATELA
NÃO TEM
APLICAÇÃO NO
ÂMBITO DA
JUSTIÇA DA
INFÂNCIA E DA
JUVENTUDE, SOB
PENA DE OS
PEQUENOS
INFRATORES
PERDEREM A
NOÇÃO DO
ILÍCITO, SERVINDO
COMO PERIGOSO
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224
ESTÍMULO PARA
PROGREDIREM NA
ESCALADA RUMO
AO CRIME
51
AC
700290090
40
S Roubo
Qualificado
art. 157, § 2º,
inc. I e II
Adolescent
e. A medida deve ser extinta
ou na pior das hipóteses, deve ser
progredida para liberdade assistida
ou para internação com
possibilidade de atividades externas
Despro
vida
penso que há necessidade de ser
mantida a internação sem atividades
externas, pois deverá o adolescente ser
conscientizado de que existem limites a
serem observados, devendo a instituição
reforçar seus recursos na recuperação efetiva
do adolescente, auxiliando-o a reorganizar a
sua vida, mediante oferecimento de novas
diretrizes que lhe devem ser traçadas.
DESCA
BE AFASTAR A
MEDIDA DE
INTERNAÇÃO
SEM
ATIVIDADE
EXTERNA
QUANDO O
INFRATOR NÃO
VENCEU AINDA
AS SUAS
DIFICULDADES
PESSOAIS, NÃO
DEMONSTRAN
DO O
ESPERADO
SENSO
CRÍTICO,
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225
SENDO
IMPRESCINDÍV
EL MANTER A
INTERNAÇÃO A
FIM DE QUE
ELE FAÇA UMA
PROFUNDA
REFLEXÃO
ACERCA DE
SUA CONDUTA,
PRESERVANDO-
SE TAMBÉM O
ALCANCE
RETRIBUTIVO
PRÓPRIO DA
MEDIDA, DADA
A GRAVIDADE
DO ATO
INFRACIONAL
PRATICADO
52
AC
700289681 S Furto
Qualificado
Adolescent
e. Acena para a necessidade
de serem atendidos os princípios da
Despro
vida
Comprovadas a materialidade e a
autoria do ato infracional, e possuindo o
Ainda que o
ato infracional tenha
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226
21
brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar da
pessoa em desenvolvimento,
pretendendo que lhe sejam
concedidas atividades externas.
adolescente antecedentes e comportamento
desajustado, tem-se como justa e adequada a
aplicação de medida sócio-educativa de
internação sem possibilidade de atividades
externas.
sido cometido sem
grave ameaça ou
violência contra a
pessoa, cabível se
mostra a internação no
caso presente, por
reiteração no
cometimento de outras
infrações voltadas a
atingir o patrimônio
alheio (furtos).
Assim, de
concluir que a
formação do
adolescente está
bastante
comprometida, o que
recomenda proteção
integral, onde terá a
sua disposição escola,
cursos
profissionalizantes,
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227
assistência
psicológica, além de
limites para suas
ações, que por ora,
mostram-se
desajustadas para o
convívio em sociedade
e tendentes ao
comportamento
delitivo.
53
AC
70028164614
S ROUBO EM
CONCURSO DE
AGENTES, EMPREGO
DE ARMA DE FOGO
E PRIVAÇÃO DA
LIBERDADE DA
VÍTIMA
Adolescent
e. A absolvição é medida
que se impõe, reclama a defesa. Por
fim, se mantida a procedência da
representação, considerando que o
adolescente provém de família bem
estruturada e com base no parecer
técnico favorável, propugna pela
aplicação de medida socioeducativa
de meio aberto.
Despro
vida
A medida socioeducativa aplicada,
internação com possibilidade de atividades
externas, tenho que deve ser mantida. A uma,
pela gravidade do ato infracional praticado,
roubo em concurso de agentes, com emprego
de arma de fogo e privação de liberdade da
vítima. Tal ato, por si só já autorizaria a
aplicação da medida, art. 122, I, do ECA.
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228
54
AC
700296747
51
S Furto
Qualficado
Adolescent
e. alega que, com relação à
tentativa de furto, agiu amparado
pela excludente do estado famélico.
Quanto ao roubo, sustenta a
fragilidade da prova, argumentando
que as declarações dos policiais não
possuem a isenção, a imparcialidade
e a segurança necessárias para a
formação de um juízo condenatório.
Aduz que a palavra da vítima deve
ser vista com ressalvas face ao seu
natural comprometimento
psicológico com os fatos e ao seu
interesse no desate do processo.
Insurge-se com a medida
socioeducativa aplicada, pugnando a
substituição por outra em meio
aberto.
Despro
vida
Comprovadas a materialidade e a
autoria do ato infracional correspondente aos
delitos de furto e roubo, e possuindo o
adolescente antecedentes e comportamento
desajustado, tem-se como justa e adequada a
aplicação de medida socioeducativa de
internação sem possibilidade de atividades
externas.
55
AC
700295046
36
S Tentatva de
homicídio
Adolescent
e. Alega o insurgente que foi
vítima de tentativa de homicídio por
parte do ofendido, assim inexigível
Despro
vida
A medida a ser aplicada ao
representado é a de internação, dada a
gravidade de sua conduta e sua
Não
configurada a tese da
inexigibilidade de
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conduta diversa. Pretende o
afastamento da qualificadora de
ausência de possibilidade de defesa
por parte da vítima. Aduz que o fato
de ter confessado o ilícito deve ser
considerado em seu favor. No caso
de mantida a procedência, requer o
abrandamento da medida imposta
personalidade voltada para a prática de
ilícitos.
conduta diversa, pois
sua atitude mais
configura ataque
premeditado que
excludente de
ilicitude. Patente pelas
peculiaridades do
evento que,
efetivamente, presente
a qualificadora que
inviabilizou a defesa
do ofendido. Em casos
afetos ao ECA, não há
falar em aplicação de
atenuante como a da
confissão espontânea,
típica de situações da
égide do Direito Penal.
Incidentes os incisos I
e II do art. 122 do
ECA, mantida a
medida de internação
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230
aplicada na sentença
questionada.
56
AC
700281642
91
S Furto Adolescent
e. Argumenta a inviabilidade
da procedência levada a efeito, pois
a prova dos autos é insuficiente.
Tece considerações em relação à
palavra da vitima, que deve ser vista
com reservas, bem como o fato de
que o reconhecimento realizado na
Polícia está dissonante do art. 226
do CPP. Pugna pela desclassificação
do ilícito para furto, pois não
demonstrada a violência ou grave
ameaça. Pleiteia o abrandamento da
medida socioeducativa. Requer a
sua absolvição, ou,
alternativamente, postula o
abrandamento da medida
socioeducativa imposta
Despro
vida
a materialidade e a autoria do
ilícito descrito como roubo, no confronto
com o contexto probatório, especialmente
pelo que se extrai da palavra da vítima,
descabe agasalhar a tese de insuficiência de
prova. Não configurada a desobediência ao
disposto no art. 226, II, do CPP, quanto ao
reconhecimento do apelante pelas vítimas.
Patente a consumação do roubo, para o qual
os agentes concorreram com emprego de
violência, não há falar em desclassificação
para furto. Presente os contornos do art. 122,
incisos I e II, do ECA, mantém-se a medida
socioeducativa aplicada
57
AC
700287398 S A
ATENTADO
Adolescent
e. não ficou clara a sua
autoria, tendo o magistrado se
Provid
o Parcialmente
Internação com possibilidade de
atividades externas, cumulada com medida
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231
78 VIOLENTO AO
PUDOR.
baseado nos depoimentos dos pais
da vítima. Ainda, não sendo provido
integralmente o recurso, seja-lhe
concedida a semiliberdade, para dar
continuidade aos seus estudos e
possa trabalhar, não interrompendo
sua adolescência
de proteção de tratamento psicológico.
58
AC
700294161
61
S TRÁFICO DE
ENTORPECENTES E
POSSE ILEGAL DE
ARMA
Adolescent
e. o ato infracional não foi
praticado com emprego de violência
ou grave ameaça, não restando, com
isso, autorizado pelo art. 122, I, do
ECA a aplicar a medida
socioeducativa de internação.
Afirma que o adolescente negou a
prática de tráfico de drogas e que as
provas acusatórias são insuficientes
para comprovar sua autoria. Requer
a reforma da sentença para julgar
improcedente a representação e,
alternativamente, a aplicação de
medida sócioeducativa em meio
aberto.
Despro
vida
Considerando que o consumo de
drogas é dos flagelos da sociedade moderna,
a sua comercialização é prática altamente
nociva e fomentadora da violência urbana. A
incidência, principalmente, sobre os jovens,
aliciando-os para o caminho da
marginalidade e contribuindo, sobremaneira,
para a desestruturação da família, são fatores
que justificam plenamente a recrudescimento
da medida sócio-educativa ao jovem infrator.
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232
59
AC
700293104
14
S Estupro.
arts. 213 do
CP.
Adolescent
e. alega que o conjunto
probatório não permite concluir que
ele tenha sido um dos autores do ato
infracional. Ainda que ele tenha
estado presente durante o fato, sua
participação foi de menor
importância, o que deve ser
considerado pelo juízo. Pugna pelo
abrandamento da medida,
aplicando-se liberdade assistida.
Despro
vida
A medida socioeducativa possui,
além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua reabilitação
social e, diante disso, deve ser fixada
atentando-se às peculiaridades do caso
concreto.
Levando-se em conta a gravidade
do ato praticado pelo representado, mostra-se
adequada a medida de internação com
possibilidade de atividade externa.
60
AC
700290512
40
S Roubo
Qualificado
art. 157, § 2º,
incisos I e II,
Adolescent
e. Argumenta que a autoria
do ato infracional não restou
suficientemente comprovada, tendo
em vista que as vítimas afirmaram
não ter condição de efetuar o
reconhecimento dos autores do
roubo. Ainda, o policial militar
ouvido em Juízo igualmente não
reconheceu nenhum dos apelantes
como sendo um dos adolescentes
Despo
vida
A medida socioeducativa possui,
além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua reabilitação
social e, diante disso, deve ser fixada
atentando-se às peculiaridades do caso
concreto, bem como às características
pessoais do menor infrator. Diante dos
antecedentes infracionais dos menores, bem
como a gravidade do ato praticado, mostra-se
adequada a medida socioeducativa de
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233
por ele abordado na ocasião dos
fatos, razão por que sustenta ser
hipótese de improcedência da
representação
internação aplicada.
61
AC
700289703
09
S Roubo
Qualificado
157, § 2º,
incisos I e II
Adolescent
e. Aduz que, diante da
incerteza acerca da veracidade dos
fatos narrados na representação,
impositiva a reforma da sentença, de
forma a julgar improcedente a
representação. Nesses termos,
requer seja provida a apelação.
Despro
vida
Assim sendo, comprovada a autoria
e a materialidade do ato infracional, e
ausente qualquer causa de exclusão de
ilicitude, a procedência da representação é
medida que se impõe. (internação)
62
AC
700288666
22
S Roubo Adolescent
e. o apelante sustenta que a
prova judicializada não demonstra a
prática de condutas equiparadas a
furto e a roubo impróprio,
requerendo sejam desclassificadas
as condutas, respectivamente, para
exercício arbitrário das próprias
razões e furto, com o consequente
redimensionamento da medida
socioeducativa
Despro
vida
A medida socioeducativa possui,
além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social, devendo ser fixada
atenta às peculiaridades do caso concreto,
bem como às características pessoais do
menor infrator. Diante do extenso rol de
antecedentes infracionais atribuídos ao
adolescente, bem como a ineficiência das
medidas em meio aberto na tentativa de
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recuperação do menor, mostra-se
adequada a medida socioeducativa de
internação aplicada.
63
AC
700288186
64
S Roubo Adolescent
e. Requer a reforma da
decisão com a improcedência da
ação e a absolvição do representado
ou pelo abrandamento da medida
imposta
Despro
vida
Assim, a par do contexto dos autos,
tenho que medidas sócio-educativas mais
brandas, como a de liberdade assistida ou
prestação de serviços à comunidade, não
surtiriam efeitos na tentativa de recuperar o
menor, que permaneceria com a idéia de
impunidade e incorrendo em novos
delitos.Imposição medida Internação.
64
AC
700288770
41
S Furto
Qualificado
Adolescent
e. Não estar demonstrada a
autoria do ato infracional. Sustenta
que a palavra da vítima deve ser
considerada com cautela. Aduz ser
desnecessária a aplicação da
medida segregatória. Refere estar
trabalhando e auxiliando
financeiramente sua família. Requer
a improcedência da representação
Despro
vida
Agiu com acerto o ilustre
magistrado a quo ao determinar a internação
do adolescente, como caráter protetivo e
também como forma de assegurar a ordem
pública, evitando-se a reiterada prática de
atos infracionais.
AC Roubo Adolescent Alternativamente, requer Despro A medida socioeducativa possui,
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235
65 700286357
95
S e. seja imposta medida menos gravosa,
com possibilidade de atividades
externas.
vida além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social e, diante disso, deve ser
fixada atentando-se às peculiaridades do
caso concreto, bem como às características
pessoais do menor infrator. No caso,
levando-se em conta a gravidade do ato
praticado, bem como o risco de
desenvolvimento de perfil delinquencial,
mostra-se adequada a medida
socioeducativa de internação aplicada.
66
AC
700288016
29
S Tráfico de
Drogas
Adolescent
e. Pretende o abrandamento
da medida imposta, por entender ser
excessivamente gravosa
Despro
vida
A medida sócio-educativa possui,
além do caráter punitivo, a finalidade de
reeducar o infrator, visando sua
reabilitação social e, diante disso, deve ser
fixada atentando-se às peculiaridades do
caso concreto.
Levando-se em conta a gravidade
do ato infracional praticado, bem como as
conclusões do exame psicológico, mostra-
se adequada a medida de internação,
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inicialmente sem possibilidade de
atividade externa.
67
HC
70 028 139
871
S Não
informado
Adolescent
e. Deve ser progredida a
medida aplicada ao paciente, para
que lhe seja possibilitado exercer
atividade laboral, eis que percebeu
proposta concreta de emprego.
Aduz que o paciente está cumprindo
quase que a totalidade da medida de
internação, sendo que faltam apenas
12 dias para o cumprimento
integral. Assevera que o paciente é
menor, com família constituída, já
cumpriu quase que a totalidade da
medida aplicada, possui endereço
fixo e tem proposta de emprego para
auxiliar o sustento da família e
ressocializar-se. Pede,
liminarmente, a concessão do writ .
Conce
dida
Constitui constrangimento ilegal
a segregação da liberdade do adolescente
por período superior a noventa dias,
quando decorrente de regressão de
medida anteriormente aplicada, sob pena
de afronta ao disposto no art. 122, inc. III,
§ 1º, do ECA. 2. Tendo o infrator
cumprido a medida de internação na sua
íntegra, a concessão da ordem é medida
que se impõe
HC Não Adolescent Aduz que já excedeu o Deneg Imperiosa a denegação da ordem
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237
68 700281398
71
S informado e. prazo de internação, e mesmo
assim, o juiz a quo disse que o
adolescente terá que ficar até maio
de 2009, ou seja, ficará 2 anos e três
meses internado. Alega que o fato
de o adolescente não demonstrar
arrependimento não significa que
ele voltará a praticar novos delitos
ada de habeas corpus quando inexiste qualquer
ilegalidade na privação de liberdade do
adolescente, pois decorre de sentença com
trânsito em julgado, tendo em mira a
gravidade do ato infracional praticado. 2.
Tendo o infrator respondido a processos
infracionais que foram julgados
procedentes, sendo-lhe aplicada a medida
socioeducativa de internação sem
atividade externa, inexiste ilegalidade pelo
fato de o infrator ser mantido recolhido,
até que efetivamente cumpra o que foi
determinado
FONTE: http://www.tjrs.jus.br/site_php/jprud2/index.php [pesquisa por: “Ato Infracional e Medida de Internação”].
Número total de ocorrências: 100 acórdãos.
6. Tribunal de Justiça da Bahia
Ref. Processo UF Ato Alegações Decisão Fundamentos Outros Destaques
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238
infracional Relevantes
001 HC 3159-
0/2009
(Comarca de
Lauro de Freitas)
BA Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
Internação
Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
HC
prejudicado
Paciente posto em
liberdade por meio de alvará
de desinternação datado de
21.01.2009.
Nenhum.
002 HC 68697-
3/2008 (Comarca de
Juazeiro)
BA Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
Internação
Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
HC
prejudicado
Superveniência de
sentença que aplica medida
sócio-educativa de
internação.
Nenhum.
003 HC 71907-
3/2008 (Comarca de
Itabuna)
BA Ato
Infracional (?)
Internação
Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
HC
prejudicado
(art. 659,
CPP)
Paciente
desinternada pela autoridade
impetrada.
Nenhum.
004 HC 75640-
6/2008 (Comarca de
Barreiras)
BA Ato
Infracional (?)
Aduz a defesa que o
paciente foi apreendido "por
não ter sido encontrado no
endereço fornecido", sendo
encaminhado à antiga
delegacia de Barreiras, onde
HC
prejudicado
Informação da
autoridade dita coatora de
que o paciente foi liberado.
“[...] deficiência
psiquiátrica do menor [...]”.
(argumento da defesa).
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239
ficou custodiado "junto com
bandidos de alta
periculosidade".
Sustenta a ausência
da necessidade imperiosa de
tal medida, notadamente
considerando "a deficiência
psiquiátrica do menor".
Ademais, assevera
que o acusado não colocará
obstáculos à instrução do
feito ou ao cumprimento de
eventual medida aplicada,
pois possui família
estruturada, e seus pais
assumem total
responsabilidade de
apresentá-lo em juízo
quando oportuno.
005 HC 65687- BA Ato Internação HC Revogação, pelo "a Nenhum.
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240
1/2008 (Comarca de
Paulo Afonso)
Infracional (?) Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
prejudicado
(art. 659,
CPP)
quo", da internação
provisória. Expedição de
alvará de soltura.
006 HC 80476-
5/2008 (Comarca de
Salvador)
BA Tráfico de
Entorpecentes
(art. 33, Lei
nº. 11.343/06)
Inobservância dos
arts. 106, 107 e 174 do ECA.
Internação
Provisória.
Constrangimento
Ilegal.
Ordem
Denegada.
Inobservância dos
arts. 106 e 107 do ECA
superada. Pacientes já estão
assistidos por advogados e
as respectivas custódias
encontram-se respaldadas
em decisão judicial.
Havendo indícios
suficientes de autoria e
materialidade mantém-se a
internação provisória do
paciente, uma vez
demonstrada a sua
necessidade imperiosa ante
a extrema gravidade do ato
infracional (tráfico de
entorpecentes) e, ainda,
“Ademais, como se
sabe, em relação ao tráfico ilícito
de entorpecentes, existe a
preocupação de reprimir de
forma mais severa tal conduta,
em razão das conseqüências
danosas à sociedade que o tráfico
ilícito de entorpecentes vem
causando, já que se trata não de
ato infracional que atinge
diretamente a bem jurídico de
determinada pessoa, mas a toda a
sociedade. Em sendo assim,
exige-se o balanceamento de
valores em oposição: de um lado
o 'jus libertatis' do indivíduo, que
se revela, à primeira vista,
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241
como garantia da ordem
pública (art. 108, p. únic.,
c/c art. 174, ECA).
perigoso, intranqüilizando a
comunidade; de outro, os
interesses relevantes da
sociedade, de manutenção da paz
social, não sendo possível, no
caso concreto, se permitir a
reiteração da prática de tal ato
infracional, de forma que não há
como assegurar que, posto em
liberdade, os pacientes não
atentem novamente contra a
ordem pública”.
007 HC 69937-
1/2008 (Comarca de
Ruy Barbosa)
BA Lesão
Corporal
(art. 129,
CP)
Internação
Provisória. Excesso de
Prazo. Constrangimento
Ilegal. Art. 108, ECA.
Ordem
Denegada.
Superveniência de
sentença penal condenatória,
que aplicou medida sócio-
educativa de internação.
Novo título jurídico
legitimador da custódia.
Superveniência de sentença
condenatória faz cessar o
Nenhum.
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242
objeto do HC.
008 AC 68254-
8/2008
(2ª Vara da
Infância e Juventude
da Comarca de
Salvador-Bahia)
BA Latrocínio
(art. 157,
§3º, CP)
"Nas Razões
Recursais [...], sustentou a
Defesa ser desnecessário o
prolongamento da
internação, pois, ao longo da
internação provisória, o
Apelante demonstrou ter
assimilado todos os
ensinamentos do Centro,
possuindo comportamento
exemplar, solícito e ordeiro,
assim como respeitando 'seus
pares' e monitores".
Recurso
Improvido.
Medida sócio-
educativa corretamente
aplicada. Ato infracional
extremamente grave.
"A medida sócio-
educativa deve guardar nexo de
proporcionalidade com o ato
infracional praticado. Na espécie,
cuida-se de conduta grave, com
violência a pessoa, que revela
desvio de personalidade
acentuado por parte do
adolescente e inadaptação ao
meio, tendo aplicação o art. 122,
inciso I, do ECA".
009 AC 77128-
3/2008 (Comarca de
Simões Filho)
BA Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, I e II, CP)
Apelação defensiva
requer a concessão de efeito
suspensivo ao recurso,
conferindo ao apelante o
direito de recorrer em
liberdade e a nulidade do
Recurso
Improvido.
Eventual excesso
de prazo não dá ensejo à
nulidade do procedimento.
Medida de internação se
mostra como a mais
adequada para a proteção e
"Em função da
gravidade do ato infracional
praticado, bem como da
confissão do representado, de que
vem sendo ameaçado de morte
por um de seus comparsas, nega-
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243
procedimento, desde a
representação, em função do
excesso de prazo da
internação provisória. No
mérito, requer a não
aplicação da medida sócio-
educativa, tendo-se em vista
a insuficiência de provas; no
caso da imposição da
medida, que seja aplicada
outra menos gravosa.
recuperação do menor. se ao apelante o direito de
recorrer em liberdade".
"Diante da gravidade do
ato cometido pelo apelante e dos
demais elementos trazidos aos
autos, entende-se a medida de
internação como a mais adequada
para a sua proteção e
recuperação".
010 AC 68255-
7/2008 (Comarca de
Salvador)
BA Roubo
circunstanciado, na
forma tentada
(art. 157,
§2º, II c/c art. 14, II,
CP)
Extinção do
processo sob o argumento de
que o Estado perdeu o
interesse na aplicação da
medida sócio-educativa pelo
decurso do tempo.
Recurso
Provido.
Inadmissibilidade.
Maioridade penal
irrelevante (art. 104, p.
únic., ECA).
“[...] tendo sido o
processo extinto pelo magistrado
em primeiro grau, sob o
argumento de que a apuração do
ato infracional exige prazos
curtos e que, embora o
adolescente não tenha
completado 21 (vinte e um) anos,
o Estado perdeu o interesse de
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agir porque não houve
responsabilização imediata à
prática do ato. O MP recorreu,
alegando que a referida decisão
não tem respaldo legal. II - O
presente recurso deve ser
provido. A reeducação do menor,
um dos objetivos perseguidos
pelo ECA pode ocorrer até que
ele alcance 21 (vinte e um) anos.
A demora na tramitação do feito
não afasta a aplicação do ECA
nem faz com que o Estado perca
o interesse de agir, em razão do
caráter pedagógico do Estatuto”.
“[...] Negar a aplicação
do ECA sob o argumento de que
atrapalharia o desenvolvimento
do adolescente é o mesmo que
estimular a prática de atos
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245
infracionais. [...]”.
011 AC 72512-
8/2008 (Comarca de
Tremedal)
BA Roubo
circunstanciado
(art. 157,
§2º, II, CP)
Pretensão
absolutória fundada na
fragilidade dos elementos de
prova.
Recurso
Improvido.
Materialidade
incontroversa. Autoria
revelada pela confissão,
palavra da vítima e prova
testemunhal. Considerando
que o representado,
inquisitorialmente e em
juízo, admite a autoria
criminosa, relatando em
detalhes a execução do ato,
mostra-se insubsistente o
pleito de absolvição
suscitado unicamente em
grau recursal. Acertada a
decisão que julga
procedente a representação,
aplicando ao menor infrator
a medida sócio-educativa de
internação. Suficiência
Nenhum.
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246
probatória. Manutenção da
sentença.
012 AC 67835-
8/2008 (Comarca de
Salvador)
BA Roubo
circunstanciado, na
forma tentada
(art. 157,
§2º, II c/c art. 14, II,
CP)
Extinção do
processo sob o argumento de
que o Estado perdeu o
interesse na aplicação da
medida sócio-educativa pelo
decurso do tempo.
Recurso
Provido.
Inadmissibilidade.
Maioridade penal
irrelevante (art. 104, p.
únic., ECA).
“[...] tendo sido o
processo extinto pelo magistrado
em primeiro grau, sob o
argumento de que a apuração do
ato infracional exige prazos
curtos e que, embora o
adolescente não tenha
completado 21 (vinte e um) anos,
o Estado perdeu o interesse de
agir porque não houve
responsabilização imediata à
prática do ato. O MP recorreu,
alegando que a referida decisão
não tem respaldo legal. II - O
presente recurso deve ser
provido. A reeducação do menor,
um dos objetivos perseguidos
pelo ECA pode ocorrer até que
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247
ele alcance 21 (vinte e um) anos.
A demora na tramitação do feito
não afasta a aplicação do ECA
nem faz com que o Estado perca
o interesse de agir, em razão do
caráter pedagógico do Estatuto”.
013 AC 72891-
9/2008
(2ª Vara da
Infância e Juventude
da Comarca de
Salvador)
BA “Roubo
qualificado pelo
emprego de arma, na
forma tentada,
homicídio qualificado
para assegurar a
execução, ocultação
impunidade ou
vantagem de outro
crime e atentado
contra a segurança de
meio de transporte”.
(arts. 157, I,
c/c art. 14, II, art.
Razões recursais:
falta de fundamentação no
decisum. Descabimento.
Recurso
Improvido.
Autoria e
materialidade demonstradas.
Ausência de requisitos para
a aplicação de medida
sócio-educativa de
internação. Descabimento.
Ato infracional
extremamente grave.
Ameaça de violência a
pessoa. Previsão do art. 122
da Lei 8069/90 (ECA).
Internação por tempo
indeterminado não superior
a 03 (três) anos. Medida
"A medida sócio-
educativa deve guardar nexo de
proporcionalidade com o ato
infracional praticado. Na espécie,
cuidam-se de condutas graves,
com violência a pessoa, que
revela desvio de personalidade
acentuado por parte dos
adolescentes e inadaptação ao
meio, tendo aplicação o art. 122,
inciso I, do ECA".
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121, V e art. 262, CP) sócio-educativa
corretamente aplicada.
Sentença mantida.
FONTE: http://www.tjba.jus.br/site/index.wsp [pesquisa por: “ato infracional”].
Número total de ocorrências: 16 acórdãos.
7. Superior Tribunal de Justiça
Ref Processo UF Ato
infracional
Alegações Decisão Fundamentos Relevantes Outros Destaques
001 HC
84761
RJ Roubo e
Furto
. Impossibilidade de
conversão de MSE-LA em
MSE-SL por descumprimento e
prática de novo ato infracional.
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
.Falta de autoridade dos pais como fundamento da
medida pelo juiz de 1º. grau:
Considerando que o adolescente é reincidente
na prática de atos infracional e que descumpriu
injustificadamente a Liberdade Assistida, além de não
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contar com respaldo familiar adequado, porquanto a
genitora não consegue exercer a figura de autoridade
perante ele, afigura-se adequada a sugestão da técnica
judiciária. Com efeito, o adolescente carece de
intervenção com acompanhamento diuturno que
necessita. Portanto, nos termos dos arts. 99, 100 e 113
do ECA, tendo em vista a proteção integral do
adolescente e o processo ressocializador objetivado,
procedo à substituição da medida de liberdade assistida
por semiliberdade, prazo indeterminado, relatórios
bimestrais.
002 HC
95012
RJ Roubo . Prescrição de MSE.
Cumprimento de mais de 1 ano.
. Sustenta-se a aplicação
analógica do menor prazo do
art. 109, CP (2 anos), reduzido
pela metade pela aplicação do
art. 115, CP (1 ano).
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
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ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
003 HC
94871
ES Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
somente na gravidade do delito.
Ordem
denegada
. Trata-se de ato
infracional cometido com violência
e/ou grave ameaça, hipótese do art.
122, ECA. A decisão foi
devidamente fundamentada.
Plenamente possível se aplicara
MSE-I.
. Havia laudo do Instituto de Atendimento Sócio
Educativa do Espírito Santo favorável a aplicação de MSE
LA. Segundo o STJ não é vinculativo em virtude do livre
convencimento do juiz.
. Fundamentação genérica quanto ao perfi
adolescente pelo juiz de 1º grau, considerando o STJ a
decisão como “devidamente fundamentada”:
Analisando os autos, bem como a
personalidade do representado, entendo ser necessária
a aplicação de medida que tenha o objetivo de fazê
entender o caráter ilícito de seu ato infracional, sendo
recomendável a medida sócio-educativa de internação,
nos termos do artigo 121 a 125 do Ecriad.
004 HC
88923
SP Tráfico de
entorpecentes e
direção sem
habilitação
. Nulidade processual
por falta de aplicação do rito
especial da Lei de Drogas
(11.343/2006)
. Impossibilidade de
Ordem
parcialmente
conhecida, e
concedida
. A tese não pode ser
apreciada uma vez que apenas a
acusação recorreu da sentença,
ficando o STJ restrito a matéria
ventilada no recurso da acusação.
.
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imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
. Impossibilidade da
aplicação da MSE-I, devendo-se
somente aplicá-la nas hipóteses
taxativas do art. 122, ECA e com
base no princípio da
excepcionalidade da internação.
005 HC
94618
SC Roubo e
estupro
. Constrangimento
ilegal por excesso de prazo da
internação provisória, sem
motivação ou decisão transitada
em julgado.
Ordem
concedida
. Configuração do
constrangimento ilegal, uma vez
que a demora não se deu por
qualquer fato atribuível a defesa
. Em que pese reconhecer o excesso de prazo, o
STJ não concedeu a liberdade ao adolescente, determinado
apenas que o TJSC julgue a apelação interposta há mais de 7
meses.
006 HC
97108
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
Ordem
concedida
. Impossibilidade da
aplicação da MSE-I, devendo-se
somente aplicá-la nas hipóteses
taxativas do art. 122, ECA e com
base no princípio da
excepcionalidade da internação.
. O relator consigna no voto entendimento pessoal
que a internação deve ser para qualquer infrator contumaz.
Sobre o tema em debate, pedindo vênia aos
posicionamentos em contrário, ouso consignar que, ao
meu sentir, a internação é o instrumento de que dispõe o
Estado para alcançar a ressocialização do adolescente
que se mostra infrator contumaz, como sói ser no crime
de tráfico de entorpecentes, de modo que afastar sua
aplicação vai de encontro, inclusive, com os interesses
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252
do menor.
007 HC
83315
DF Homicídio
qualificado tentado e
consumado
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
Ordem
concedida
. Diante dos princípios do
ECA e da excepcionalidade da
MSE-I, devem ser analisadas as
condições pessoais do infrator e as
circunstâncias do caso concreto
para a aplicação da internação. A
MSE-I só pode ser aplicada se
devidamente fundamentada.
. Juiz de 1º grau fundamentou genericamente a
MSE-I na gravidade da infração:
Diante de todo exposto, entendo que a medida
que melhor se aplica ao jovem em questão é a
Internação pelo fato do representado necessitar de uma
intervenção mais atenta por parte do Estado, mormente
se considerarmos que, com apenas 17 anos, já está
envolvido com ato infracional grave como o ora
analisado.
. Da mesma forma o TJDFT:
Quanto à medida imposta, como se sabe, a
internação é medida excepcional, que só pode ser
aplicada nas hipóteses previstas de forma taxativa nos
incisos I a III do art. 122, do ECA. Partindo de tal
premissa, é forçoso admitir que as ponderadas razões
expostas no douto julgado resistido demonstram o
acerto da imposição da medida de internação. Com
efeito, o ato infracional é gravíssimo, tendo levado,
inclusive, à morte de uma das vítimas. Tal situação, por
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si só, viabiliza a aplicação da medida de internação, eis
que se ajusta à previsão do inciso I, do art. 122, do
ECA.
. O juiz de 1º atesta boas circunstâncias pessoais do
infrator, o que foi levado em conta na decisão do relator do
HC
O adolescente estuda, mora com os genitores e
diz que não faz uso de substância entorpecente.
008 HC
85997
RJ Não
informado
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
HC
concedido de
ofício
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
. A paciente já era maior
de idade, sendo a VIJ
absolutamente incompetente,
devendo-se anular os atos
praticados e remeter o processo
para o juízo competente.
009 HC
82243
RJ Roubo
tentado
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
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ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
010 HC
86941
SP Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
Ordem
concedida
. Diante dos princípios do
ECA e da excepcionalidade da
MSE-I, devem ser analisadas as
condições pessoais do infrator e as
circunstâncias do caso concreto
para a aplicação da internação. A
MSE-I só pode ser aplicada se
devidamente fundamentada.
. Juiz de 1º grau fundamentou genericam
MSE-I na gravidade da infração:
A medida que se mostra adequada ao presente
caso, diante dos elementos dos autos, bem como se
considerando o ato praticado, com violência contra a
pessoa, tratando-se de dois roubos, em concurso
material de crimes, é a internação
011 HC
93284
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
fora das hipóteses do art. 122,
ECA
. Prazo máximo de 3
meses para a MSE-I substitutiva
da MSE-SL
HC
concedido de
oficio.
. O julgamento com base
na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
configura violação do devido
processo legal, contraditório e da
ampla defesa.
. A nulidade por imposição de MSE com base da
confissão não foi alegada no HC. Foi imposta de ofício pelo
STJ.
. Violação da súmula 342, STJ.
012 HC
96930
RJ Furto
qualificado tentado
. Impossibilidade de
imposição de MSE com
fundamento único na confissão
Ordem
concedida
. O julgamento com base
na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
. Violação da súmula 342/STJ.
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255
do infrator configura violação do devido
processo legal, contraditório e da
ampla defesa.
013 HC
81057
SP Roubo . Nulidade processual.
Inocorrência de preclusão
consumativa de contra-razões
recursais devido a apresentação
de contra-razões por advogado
de outro menor em nome do
infrator
Ordem
concedida
. Nulidade processual, uma
vez que não que se falar em
preclusão diante da apresentação de
ato processual por patrono não
constituído.
014 HC
86407
RJ Furto
qualificado tentado
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
. Prescrição de MSE.
Ordem
denegada
HC
concedido de
oficio.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
. A impossibilidade de aplicação da MSE-
ventilada no recurso. Foi concedida de oficio pelo STJ.
. Caráter pedagógico primordial e expiatório
secundário:
De fato, é nesse contexto que se deve enxergar
o efeito primordial das medidas socioeducativas, mesmo
que apresentem, eventualmente, características
expiatórias (efeito secundário), pois o indiscutível e
indispensável caráter pedagógico é que justifica a
aplicação das aludidas medidas, da forma como
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transcorrido no caso concreto.
. No caso, havia
impossibilidade da aplicação da
MSE-I, devendo-se somente aplicá-
la nas hipóteses taxativas do art.
122, ECA e com base no princípio
da excepcionalidade da internação.
previstas na legislação especial (Lei 8.069/90, arts. 112
a 125), que se destinam essencialmente à formação e
reeducação do adolescente infrator, também
considerado como pessoa em desenvolvimento (Lei
8.069/90, art. 6º), sujeito à proteção integral (Lei
8.069/90, art. 1º) por critério simplesmente etário (Lei
8.069/90, art. 2º, caput).
015 HC
86610
SP Tráfico de
entorpecentes
. Imposição de MSE-
SL com base unicamente na
gravidade da infração sem
considerar condições pessoais
do infrator.
Ordem
concedida
. Para aplicação de MSE-
SL devem ser analisadas as
condições pessoais do infrator e as
circunstâncias do caso concreto
para a aplicação da internação. A
MSE-I só pode ser aplicada se
devidamente fundamentada.
. O paciente alegou a impossibilidade de aplicação
de MSE-SL fora dos casos de internação, em virtude do art.
120, §2º, ECA, o que foi rechaçado pelo STJ:
Inicialmente, cumpre consignar que o disposto
no art. 120, § 2o. do ECA, não impede a adoção da
medida sócio-educativa de semiliberdade, desde o
início, quando esta for compatível com a gravidade e
circunstâncias do delito, bem como com a capacidade
do menor em cumpri-la.
016 HC
86940
SP Latrocínio
tentando e porte de
arma
. Conversão de MSE-
SL em MSE-I por prazo
indeterminado em virtude de
descumprimento e prática de
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
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novo AI (porte de arma). arts. 99, 100 e 113 do ECA.
017 HC
92032
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
fora das hipóteses do art. 122,
ECA
Ordem
concedida
. Impossibilidade,
devendo-se somente aplicar MSE-I
nas hipóteses taxativas do art. 122,
ECA
. A decisão de 1º grau considerou as passagens pela
VIJ como reincidência:
Assim, a gravidade da conduta, aliada à
reincidência infracional do adolescente, exigem a
internação para que melhor reflita seus atos e seu modo
de vida.
. O que devidamente foi atacado pelo STJ:
Outrossim, embora o menor possua passagens
anteriores pela Vara da Infância e Juventude, ao que se
tem da certidão de antecedentes (fl. 79), nenhuma delas
resultou na aplicação da medida sócio-educativa, o que
afasta a reiteração em atos infracionais graves (art.
122, inciso II do Estatuto da Criança e do Adolescente).
018 RHC
22318
SP Latrocínio
tentando
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
. Ausência de
avaliações periódicas
Negado
provimento.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
. A decisão foi omissão na apreciação da alegação
de falta de exames periódicos.
019 AgRg no
HC 94486
PI Não
informado
. Excesso de prazo na
internação provisória (280 dias)
Negado
provimento.
. Julgado prejudicado em
decorrência da ausência de recurso
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diante de sentença condenatória que
impôs MSE-I.
020 HC
87490
SP Roubo e
estupro
. Conversão de MSE-
LA em MSE-I por prazo
indeterminado em virtude de
descumprimento e prática de
novo AI (estupro).
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
. A conversão em MSE-I não se fundou na prática
de novo AI, mas também em laudo da equipe do Judiciário
que concluía pela necessidade de internação por tempo
indeterminado.
021 HC
81439
SP Furto
qualificado
. Prescrição da MSE Ordem
denegada
. Ausência de prova pré-
consituída da prescrição.
022 HC
95873
SP Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
Ordem
denegada
. Trata-se de ato
infracional cometido com violência
e/ou grave ameaça, hipótese do art.
122, ECA. A decisão foi
devidamente fundamentada.
Plenamente possível se aplicara
MSE-I.
. Fundamentação genérica e sem avaliar as
condições do menor do juiz de 1º grau -
"Destarte, forma-se um juízo de convicção apto
a fundamentar um decreto de procedência da presente
ação sócio-educativa, aplicando-se a medida
excepcional de internação para ambos e não a semi
liberdade requerida pelo Ministério Público, pois o ato
infracional foi praticado com grave ameaça, por um
bando armado, sendo de rigor a internação de ambos. E
restando comprovadas a autoria e a materialidade por
parte dos adolescentes, sendo não há que se falar em
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improcedência como pretendido pelas defesas e diante
da gravidade do ato infracional não há possibilidade de
aplicação de medidas mais brandas, pois não seriam
suficientes, pois no momento não possuem condições de
viver em sociedade, assustando pessoas ho
trabalhadoras, subtraindo seus bens com grave ameaça
e violência, não respeitando as pessoas idosas."
. Fundamentação do TJSP:
"somada à gravidade do ato infracional
cometido, acrescente-se que os adolescentes, não
trabalham e não estudam, circunstâncias indicativas de
frágil respaldo familiar e sério desajuste social
(retratados, ademais, nos estudos sociais elaborados a
folhas 52 e seguintes), que evidenciam a necessidade da
adoção da medida extrema."
023 HC
93279
SP Roubo
qualificado
. Conversão indevida
de MSE-LA em MSE-SL diante
do descumprimento daquela.
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
. Fundamento do juiz de 1º grau.
"Entendo, a despeito da manifestação da
Procuradoria de Assistência Judiciária, que a
semiliberdade é medida propícia para a realização de
trabalho socioeducativo mais intensivo e de qualidade
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com o jovem, cujo respaldo familiar até agora tem se
revelado frágil e insuficiente para lhe fornecer
orientações e estabelecer regras e limites claros,
tornando-o vulnerável a influências negativas e
propenso ao consumo de drogas e a comportamentos de
risco, por não estar a genitora e o companheiro desta
habilitados a responder com o empenho desejado às
demandas do infrator.
A medida mais branda a que esteve o jovem
submetido tem sido, ademais, inadequada para
viabilizar a reflexão os prejuízos decorrente da conduta
ilícita, a adoção de valores sociais e morais aceitáveis e
a efetiva recuperação, tanto que, no curso do processo
socioeducativo, a prática infracional persistiu. O
educando se encontra, enfim, em situação de risco e
precisa da proteção integral do Estado, mediante
acompanhamento mais profundo e efetivo, em
semiliberdade."
024 HC
85602
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
. Destaca a decisão a necessidade de motivação
idônea que teria sido preenchida pelo juiz de 1º grau:
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art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo,
assim, os mesmos requisitos.
da MSE-SL, desde o início, quando
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
imperativa somente nos casos de
internação
Realmente, em quadros em que está
comprovado todo um histórico de vida mais delicado,
assim como a insuficiência ao menos momentânea dos
mecanismos informais de controle social - família,
escola, comunidade, trabalho etc. -, não logrando eles,
neste instante, fazer frente a um envolvimento
infracional mais veementemente implantado, importante
e expositivo da vida e da integridade do próprio
adolescente, é imprescindível bloquear, de modo mais
afirmativo, os contatos negativos que vêm sendo
experimentados quando dos retornos ao meio aberto.
025 HC
88884
SP Roubo . Constrangimento
ilegal, visto que o menor não foi
previamente ouvido quando da
regressão da semiliberdade para
a internação pelo prazo de 3
meses, incorrendo em violação
dos princípios da legalidade, da
ampla defesa, do contraditório e
da presunção da inocência.
Ordem
concedida
. Nos termos determinados
pela Súmula nº 265 do STJ, a
regressão de medida sócio-
educativa demanda a prévia oitiva
do menor, que não poderá ser
suprida por meio de simples
advertência acerca da possibilidade
de aplicação de internação-sanção.
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026 HC
85988
RJ Tráfico de
entorpecentes
. Prescrição de MSE Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. O TJRJ rejeitou a alegação de prescrição sob
fundamento do caráter protetivo do ECA:
O instituto da prescrição, não é expressamente
previsto pelo ECA. Além disso, ele visa impedir que o
Estado possa exercer o jus puniendi e em sede
menorista, a Justiça busca aplicar medidas sócio
educativas, que visam à proteção do adolescente.
027 HC
87044
RJ Furto
qualificado tentando
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
028 HC
93206
MS Homicídio
qualificado
. Falta de
fundamentação da internação
provisória, além do fato do
menor preencher os requisitos
para responder o processo em
liberdade.
Ordem
denegada
. Decisão devidamente
fundamentada, acrescentando-se
que “a existência de violência à
pessoa, (...) por si só, já justifica a
imposição da medida mais
gravosa”.
. Além da gravidade do delito e do fato de estar
foragido, o magistrado fundamenta a internação provisória
como benefício ao menor:
A gravidade dos fatos narrados é extrema,
refletindo ausência de freio moral por parte do
representado, sendo possível a internaão em razão da
violência praticada (art. 122 do ECA), sendo a
internação provisória medida adequado ao presente
caso, tanto para garantia da ordem pública em
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clamor público por conta da hediondez dos fatos, quanto
para assegurar a aplicação da lei penal, haja vista que
o autor do ato infracional se encontra foragido, devendo
se levar em conta, ainda, que a internação provisória do
adolescente também garante a própria segurança
pessoal do adolescente. (art. 174 do ECA), sendo
imperiosa a decretação da internação provisória.
029 HC
74884
SP Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator, violado o princípio
da excepcionalidade.
Não
conhecido
. O HC não foi conhecido
em virtude de não ter sido apreciada
no Tribunal a quo.
. Apesar de não conhecer do recurso, a relatora
consignou a possibilidade da aplicação da MSE-I com base
unicamente na ocorrência de violência ou grave ameaça no
ato infracional:
Ademais, o ato infracional cometido pelo ora
Paciente, equivalente ao delito de roubo qualificado
(art. 157, § 2.º, incisos I e II, do Código Penal), foi
praticado com violência e grave ameaça à pessoa,
inclusive com o emprego de arma de fogo.
Portanto, não resta evidenciada de plano, a
existência de constrangimento ilegal, uma vez que se
perfaz, na hipótese, plenamente plausível a aplicação da
medida de internação, a teor do disposto no a
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264
inciso I, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
030 HC
79981
PE Furto
qualificado
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
Ordem
concedida
. A MSE-I foi fundada no
descumprimento de MSE anterior.
Como houve o cometimento de
apenas 1 novo ato infracional,
entendeu-se como insuficiente para
configurar o pré-requisito de
“reiteração”.
. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.
122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no
mínimo, 3 atos anteriores.
031 HC
83923
SP Roubo e
extorsão mediante
sequestro
. Violação do princípio
da excepcionalidade da MSE-I,
em virtude de sua manutenção
diante de laudo técnico da
FEBEM favorável a concessão
de liberdade assistida.
Ordem
denegada
. O magistrado não está
vinculado a relatório técnico em
virtude do princípio do livre
convencimento motivado. Havia
laudo de equipe técnico judicial em
posicionamento contrário, no qual
se baseou o juiz.
032 HC
84402
SP Furto
qualificado tentado
. Prescrição de MSE de
prestação de serviços a
comunidade de 3 meses.
Descumprimento por mais de 1
ano.
Ordem
concedida
. Como o prazo
prescricional calculado de forma
análoga ao CP seria de 1 ano,
ocorreu a prescrição retroativa.
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265
033 HC
84407
SP Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
denegada
. Possível a MSE-I uma
vez que se trata de ato infracional
cometido com grave ameaça e as
circunstâncias pessoais do agente
revelam a necessidade da medida.
. O relator sustenta a existência de circunstâncias
pessoais do menor que fundamentam a MSE
fundamenta genericamente:
Além disso, o paciente ostenta antecedentes
criminais pelo mesmo delito, de sorte que suas
condições pessoais e o modus operandi
infracional, denotam a necessidade de aplicação da
medida mais gravosa.
034 HC
88033
SP Roubo e
formação de
bando/quadrilha
. Violação do princípio
da excepcionalidade da MSE-I,
em virtude de sua manutenção
diante de laudo técnico da
FEBEM favorável a concessão
de liberdade assistida.
Ordem
denegada
. O magistrado não está
vinculado a relatório técnico em
virtude do princípio do livre
convencimento motivado. Havia
laudo de equipe técnico judicial em
posicionamento contrário, no qual
se baseou o juiz.
. Fundamentação do juiz de 1º grau:
Ante o exposto, considerando que aspectos
importantes ainda precisam ser melhor trabalhados em
busca da ressocialização, tais como: critica incipiente,
envolvimento infracional e respaldo familiar frágil,
mantenho a medida de internação.
035 HC
92132
SP Tráfico de
entorpecentes
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
Ordem
denegada
. O ato infracional
praticado se somou a uma série de
outros praticados pelo menor,
justificando a medida.
. A decisão não menciona quais seriam os outros
ato infracionais prévios, não podendo se avaliar se são
“outras infrações graves” como exige o art. 122, II, ECA.
. A decisão não analisa as condições pessoais do
menor se resumindo a dizer:
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(...) no caso em apreço a aplicação da medida
encontra fundamentos sólidos, providos de suporte
fático e aliados aos requisitos legalmente previstos, o
que demonstra idoneidade suficiente para respaldar a
medida constritiva.
036 HC
93214
RJ Furto
qualificado
. Prescrição de MSE.
Menor foragido há 2 anos.
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
037 HC
95264
DF Porte ilegal
de arma de fogo de
uso permitido
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, uma vez
que foi fundada em atos
infracionais com processos sem
Ordem
denegada.
. A MSE-SL foi
devidamente fundamentada,
trazendo o Tribunal a quo outros
fundamentos alem das passagens
. Fundamentos do Tribunal a quo:
Constataram-se, em sua folha, outra
passagens pela Vara da Infância e da Juventude.
Registram-se, consoante fls. 129/130: atos equivalentes
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trânsito em julgado sem trânsito em julgado. a tráfico, vias de fato e porte e uso de drogas, com
aplicação de remissão judicial como forma de exclusão
do processo; atos equivalentes a roubo (02 processos),
um em andamento e outro com aplicação de liberdade
assistida.
Observa-se, assim, também, a reiteração na
prática de outras infrações graves, aumentando o
comprometimento do adolescente com o mundo
infracional. Isso também justificaria e determinaria, de
si só, com base no art. 120, § 2°, do ECA, a medida
aplicada de semiliberdade, independentemente de, nos
presentes atos infracionais, não ter havido violência ou
grave ameaça contra pessoa."
038 HC
98679
SP Furto
qualificado
. Não mencionados Ordem
concedida
.Impossibilidade de
aplicação da MSE-I, pois o ato não
foi praticado com violência ou
grave ameaça e a prática de 2 atos
infracionais não configura
reiteração.
039 RHC RS Lesão . Ausência de indícios Negado . Para se trancar o
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19851 Corporal (art. 129,
CP)
suficientes da autoria para
justificar a representação.
. Necessidade de
representação criminal nos
moldes do CPP para que MP
apresentação a representação
pela prática de ato infracional
provimento procedimento menorista seria
necessário a demonstração de
inocência inequívoca do menor.
. Considerando-se ou não
aplicável ao procedimento
menorista as condições de
procedibilidade necessárias para o
prosseguimento de uma ação penal,
houve manifestação expressa da
vítima de interesse na persecução.
040 RHC
22631
PI Roubo
tentado (art. 157, CP
c/c art. 14, CP)
. Constrangimento
ilegal, tendo em vista a
extrapolação do prazo máximo
de 45 dias previsto pelo ECA
para a internação provisória
Ordem
concedida
. Inafastabilidade da norma
do art. 108, ECA. É irrelevante o
tipo de crime praticado, o modus
operandi, a personalidade do
agente, ou até mesmo de quem é a
responsabilidade pela demora no
julgamento; uma vez atingido o
prazo máximo permitido para a
medida cautelar, nos casos de
menores infratores, deve o mesmo
. O acórdão relata o fundamento do MP da
manutenção da medida:
“o Ministério Público Piauiense alegou que o
menor possui personalidade violento, além de que a
instrução processual vem se desenvolvendo a co
. O TJ/PI não concedeu a ordem em HC de mesmo
teor, ao que parece fundamentando a manutenção no
princípio da razoabilidade. A ementa dizia o seguinte:
HABEAS CORPUS - ALEGAÇÃO DE
EXCESSO DE PRAZO PARA CONCLUSÃO DA
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ser imediatamente liberado. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. – ATO INFRAC
ANÁLOGO AO CRIME DE TENTATIVA DE ROUBO.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. - ORDEM
DENEGADA
041 HC
84757
SP Tráfico de
entorpecentes
. Constrangimento
ilegal por conversão da MSE-
LA em MSE-SL pela prática de
novo ato infracional.
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
. Fundamentos do juiz de primeiro grau para a
conversão:
A avaliação realizada pela equipe técnica
judicial aponta que o educando possui potencial,
contudo o ambiente social e cultural não favorece sua
recuperação, estando ele interessado em dar
continuidade ao processo socializador em
semiliberdade. A genitora, por sua vez, não consegue
propiciar-lhe o respaldo necessário para que s
mantenha distante de situações prejudiciais ao seu
desenvolvimento.
042 HC
88243
SP Furto
qualificado
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
. Ilegalidade de
Ordem
denegada
. A medida seria fundada
no art. 122, II, ECA, uma vez que o
menor “confessou ter perdido a
conta de quantos furtos
semelhantes já perpetrou, além de
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270
regressão de MSE-SL para
MSE-I em virtude do ECA não
permitir regressão para medida
mais gravosa.
ter recebido medida anterior em
meio aberto, que foi, por ele,
descumprida, tendo voltado a
delinqüir. Como se não bastasse, o
menor não estuda, já esteve
internado na FEBEM e é usuário
de entorpecentes”
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
043 HC
93100
SP Roubo
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
. Ausência de perícia
na arma para justificar a
majorante pelo emprego.
Ordem
denegada
. “No caso em apreço, a
aplicação da medida encontra
fundamentos sólidos, providos de
suporte fático e aliados aos
requisitos legalmente previstos,
tendo em vista que o ato infracional
praticado pelo ora paciente foi
cometido mediante grave ameaça,
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uma vez utilizada arma de fogo
para intimidar a vítima, além de ter
se deflagrado durante o dia, o que
demonstra não possuir freios
inibitórios ao cometimento de
ilícitos penais; consta, ainda, no
acórdão recorrido que o menor não
estuda, não trabalha e não mora
mais com os pais, tudo a indicar a
internação do menor mostra-se não
somente proporcional ao ato
infracional praticado, mas
imperiosa à eficaz ressocialização
do paciente, finalidade precípua da
legislação menorista.”
. Desnecessidade de perícia
da arma quando seu uso mostra-se
indiscutível
044 HC
95640
DF Porte ilegal
de arma de fogo de
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
Ordem
denegada.
. A medida encontraria
amparo no art. 122, II, ECA, pois
. A decisão considerou irrelevante o fato de os
demais ato infracionais terem ou não decisão transitada em
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uso permitido
(art. 14, Lei
10824/2003)
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
. As outras passagens
pela VIJ, não transitaram em
julgado, não se enquadrando na
hipótese do art. 122, II, ECA.
“de acordo com o acórdão
hostilizado, o adolescente foi, pela
terceira vez, preso provisoriamente,
bem como, em sua folha de
antecedentes, consta seu
envolvimento anterior em atos
infracionais equiparados a dano,
roubo (por três vezes), além de
porte e uso de drogas”
julgada. Alega que
Outrossim, não se cogita de qualquer violação
ao princípio da
inocência, sendo irrelevante que tenha havido o
trânsito em julgado da sentença que acolheu a
representação dos demais atos infracionais, para fin
incidência do art. 122, II do ECA; a aplicação da medida
mais gravosa é um efeito apenas do reconhecimento,
pelo Judiciário, do cometimento de outras infrações
graves.
Tal exigência acabaria, inclusive, por tornar
letra morta o inciso II do art. 122 do ECA, uma vez que,
levando-se em conta o período hipoteticamente
necessário para que o menor cometa dois atos
infracionais graves devidamente reconhecidos por
decisão transitada em julgado, e que, nos termos do
Estatuto, extingue-se a punibilidade dos atos infracionais
aos 21 anos, não haveria tempo viável para que a norma
fosse aplicada.
045 HC RJ . Furto . Nulidade do processo Ordem . O julgamento com base . Súmula 342, STJ
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96373 qualificado tentado
(art. 155, §4º
I e II, c/c art. 14,II,
CP)
em virtude da imposição de
MSE com base somente na
confissão do menor.
concedida na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
configura violação do devido
processo legal, contraditório e da
ampla defesa.
046 HC
97727
MS Latrocínio
(art. 157, §3º,
CP)
. “Constrangimento
ilegal tendo em vista que o
paciente encontra-se internado
provisoriamente há mais de 10
(dez) meses, sem que se tenha
qualquer contato com seu
defensor. Outrossim, sustenta a
ocorrência de violação do art.
108 do ECA, que prever o prazo
máximo de 45 (quarenta e
cinco) dias.”
Não
conhecido
. HC prejudicado por perda
do objeto, em virtude do advento de
sentença condenatória.
. Na prestação de informações ao HC impetrado
junto ao TJMS, a juíza de 1º grau alegou a possibilidade de
superação do prazo de 45 dias do art. 108:
(..) Consigne-se que não há falar em
constrangimento ilegal, se o próprio Estatuto da
Criança e do Adolescente, seu artigo 174, permite que
se extrapole o prazo de 45 dias de internação, quando
exista necessidade de garantia da ordem pública, como
no caso dos autos, em que houve grande abalo no meio
social. Outrossim, cumpre esclarecer, que eventual
demora no procedimento decorre da necessidade de se
deprecar a apresentação do adolescente, que se
encontra internado em Dourados, em razão de inexistir
local apropriado nesta comarca, bem como, em razão
de se deprecar a oitiva de quase todas as testemunhas, e
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ainda, pelo fato desta magistrada estar respondendo
cumulativamente pela r Vara de Ivinhema, três vezes na
semana.
. O TJMS também entendeu ser devida a
extrapolação do prazo:
Vê-se que não existe o alegado
constrangimento ilegal, pois o excesso de prazo é
plenamente justificável pela necessidade de expedição
de diversas cartas precatórias para apresentação e
oitiva do paciente/adolescente, bem como de
praticamente todas as testemunhas arroladas. Além
disso, atualmente, a instrução processual está
concluída, estando os autos em Cartório aguardando ir
concluso para prolação da sentença.
047 HC
99705
SP Tráfico de
entorpecentes (art. 12,
Lei 6.368/76)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida
. “No caso dos autos em
que a representação é pela prática
de ato infracional análogo ao crime
de tráfico de entorpecentes, sendo
este, ao que se sabe, o único ato
infracional já praticado pelo
. O acórdão rechaça os argumentos comumente
utilizados para se aplicar MSE-I a ato infracional
equiparado a tráfico de drogas.:
A imposição da medida de internação, sob os
fundamentos da gravidade potencial da conduta e em
razão de ser praticada com grave ameaça ou violência,
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paciente, inexistindo, portanto,
reincidência ou reiteração, bem
como desobediência a medidas
anteriormente aplicadas, ele não se
enquadra nas hipóteses
taxativamente previstas no art. 122
do Estatuto da Criança e do
Adolescente, estando a sofrer
inafastável constrangimento
ilegal.”
posto que implica em vários outros crimes de grande
gravidade e contém violência implícita contra a
sociedade, não se mostra adequada, fugindo inteiramente
aos objetivos das normas de proteção aos menores.
048 HC
84025
RJ Tráfico de
entorpecentes
. Pedido de imediata
transferência do menor para o
regime de semiliberdade quando
esgotado o prazo da internação-
sanção
HC não
conhecido
. Prejudicado por perda de
objeto. Houve audiência de
reavaliação da medida
determinando a progressão da
internação para a semiliberdade.
049 HC
93124
RS Furto . Prescrição da medida
de prestação de serviços
comunitários por 60 dias.
Ordem
concedida.
. Sendo medida imposta
pelo prazo de 60 dias, o seu prazo
prescricional, calculado de forma
análoga ao do CP, é de 1 ano.
Lapso transcorrido no caso
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concreto.
050 HC
95984
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida.
. A gravidade do ato
infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I
. Em que pese julgar conforme o entendimento da
Corte, o relator fez questão de consignar sua divergência:
ao meu sentir, a internação é o instrumento de
que dispõe o Estado para alcançar a ressocialização do
adolescente que se mostra infrator contumaz, como sói
ser no crime de tráfico de entorpecentes, de modo que
afastar sua aplicação vai de encontro, inclusive, com os
interesses do menor.
051 HC
98985
MS Tráfico de
entorpecentes
. Excesso de prazo da
intervenção provisória.
Ordem
concedida
. Se o delito de tráfico de
entorpecentes não é passível de
MSE-I, não se deve admitir
internação provisória.
. Além do mais, não é
possível se exceder o prazo de 45
da internação provisória, “tendo m
vista a sobrepujância do interesse
do menor em relação a qualquer
outro.”
052 HC RJ Tráfico de . Impossibilidade de Ordem . A gravidade do ato
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72469 entorpecentes
(art. 12, c/c
art. 18, III e 14 da Lei
6.368/76)
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
concedida. infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I
053 HC
97330
DF Tráfico de
entorpecentes
(art. 12, Lei
6.368/76)
. Caráter exacerbado da
MSE-SL para o caso concreto.
Ordem
denegada
. A imposição da MSE foi
feita de acordo com o ECA (art.
112, §1º) e foi fundamentada nas
circunstâncias do caso concreto.
Além do mais o adolescente já tinha
uma passagem pela VIJ.
. O juiz tomou um ato infracional anterior remido
como argumento para imposição da medida:
O adolescente, embora tecnicamente primário,
já recebeu medida socioeducativa de cunho
ressocializador, em sede de remissão, como forma de
exclusão do processo, cumprindo medida socioeducativa
de prestação de serviços à comunidade, fato este
relegado pelo representado, fazendo tábua rasa dos
efeitos ressociliadores insertos na medida.
. Além disso, vê a MSE como uma forma de dar
assistência psicológica e pedagógica ao menor
O adolescente, embora tecnicamente primário,
já recebeu medida socioeducativa de cunho
ressocializador, em sede de remissão, como forma de
exclusão do processo, cumprindo medida socioe
de prestação de serviços à comunidade, fatoeste
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relegado pelo representado, fazendo tábua rasa dos
efeitos ressociliadores insertos na medida.
054 HC
90920
SP Porte ilegal
de arma de uso
restrito
(art. 16, Lei
10826/2003)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida
. Ausência de violência ou
grave ameaça no ato infracional.
. Existência de apenas um
ato infracional pretérito,
insuficiente para caracterizar a
reiteração do art. 122, II, ECA.
. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.
122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no
mínimo, 3 atos anteriores.
055 HC
93281
SP Contravenção
de perturbação da
tranquilidade (art. 65,
LCP)
. Prescrição. Como não
se trata de hipótese do art. 122,
ECA, se deve tomar por base o
prazo máximo de 6 meses,
sendo, assim, de 1 ano o prazo
prescricional. Lapso já
transcorrido.
Ordem
concedida.
. Ocorrência de prescrição
Tomou-se por base a pena máxima
da contravenção a que o ato
infracional é equiparado. Como a
pena máxima é de 2 meses, o prazo
prescricional, em analogia a
formula do CP, seria de 1 ano.
Lapso de tempo prescricional
transcorrido.
056 HC
102158
DF Homicídio
qualificado (art. 121,
. Constrangimento
ilegal ante o não abrandamento
Ordem
denegada
. Não aplicação da
atenuante de confissão espontânea
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§2º, IV, CP) e
homiciodio
qualificado tentando
(art. 121, §2º, IV, c/c
art; 14, II, CP)
da medida em virtude da
confissão espontânea (art. 65,
III, d, CP). Aplicada a atenuante
a MSE deveria passar a ser
MSE-LA
ao ECA.
. Além do mais, a
atenuante interfere na quantidade de
sanção e não em sua espécie
(reclusão ou detenção)
057 HC
99710
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida.
. A gravidade do ato
infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I
. O juiz de primeiro grau fundamenta a aplicação
da MSE-I nas circunstâncias do caso concreto;
Em que pese não se tratar de ato infracional
cuja estrutura típica implique violência ou grave
ameaça, ponderando as notícias de que os adolescentes
não contam com respaldo familiar adequado,
pernoitando ora com os tios, ora pelas ruas, tenh
melhor individualizada a aplicação da internação.
. O TJSP sustenta a possibilidade de se ampliar as
hipóteses de MSE-I e ainda alega interesse do menor:
Isto porque a internação vem escudada na
prática de ato infracional equiparado ao crime de
tráfico de entorpecente, cuja natureza justifica seja dada
interpretação teleológica às hipóteses legais que a
autorizam. Afastar-se a possibilidade do Poder
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Judiciário de adotar, nestes casos, a medida sócio
educativa que se fizer necessária, entre aquelas
previstas por lei, sob o singelo argumento de que tais
dispositivos legais comportam mera interpretação literal
e restritiva, implicaria atentar contra os interesses do
próprio adolescente, princípio este considerado no
Estatuto da Criança e do Adolescente como prioritário
em relação aos demais.
058 RHC
21913
RJ Latrocínio
(art. 157, §3º,
CP)
. Concessão de efeito
suspensivo a apelação, para que
se aguarde o julgamento do
recurso em liberdade.
. Impossibilidade de
execução provisória de
sentença.
Ordem
denegada
. O art. 198, VI, determina
que o recurso de apelação será
recebido somente com efeito
devolutivo.
. Caso da morte do menino João Helio
. Fundamenta a previsão de haver somente efeito
devolutivo nas apelações do ECA na recuperação e proteção
do menor:
Dest'arte, na Justiça da Infância e da Juventude,
a resposta rápida às necessidades sócio-educativas dos
menores infratores constitui fator essencialmente
associado à possibilidade de recuperação e proteção de
um adolescente em choque com as normas posit
não foi por acaso, que o ECA previu apenas o efeito
devolutivo ao recurso de apelação
059 RHC PR Homicídio . Ilegalidade de Ordem . Violação dos princípio do
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21633 qualificado regressão de MSE-LA para
MSE-I sem a oportunidade de
defesa.
concedida contraditório e ampla defesa.
Exigência anunciada pela Sumula
265 do STJ: “é necessária a oitiva
do menor infrator antes de
decretar-se a regressão da medida
socioeducativa”
060 RHC
21908
SP Atentado
violento ao pudor
(art. 214 c/c
art. 224, a, CP)
. Concessão de efeito
suspensivo a apelação.
Ordem
denegada
. O art. 198, VI, determina
que o recurso de apelação será
recebido somente com efeito
devolutivo.
. Fundamenta a previsão de haver somente efeito
devolutivo nas apelações do ECA na recuperação e pr
do menor:
Dest'arte, na Justiça da Infância e da Juventude,
a resposta rápida às necessidades sócio-educativas dos
menores infratores constitui fator essencialmente
associado à possibilidade de recuperação e proteção de
um adolescente em choque com as normas positivadas;
não foi por acaso, que o ECA previu apenas o efeito
devolutivo ao recurso de apelação
061 HC
98414
DF Furto
qualificado
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida
. “A prática reiterada
apenas indica a necessidade de
internação, quando diz respeito a
crimes graves, o que não é o caso,
. Julgamento com postura diferenciada, uma vez
que não fez uma análise objetiva da reiteração, exigindo que
sejam crimes graves.
. O mesmo faz com o descumprimento da medida,
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posto que o paciente praticou
apenas atos análogos a tentativas
de furto e dano. Do mesmo modo,
apesar do descumprimento da
medida anterior, o artigo 122,
exige, para aplicação da
internação, que ele seja reiterado e
injustificável, o que não é o caso,
posto que apenas ocorreu uma
vez.”
exigindo que seja reiterado e injustificável..
062 HC
99542
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida.
. A gravidade do ato
infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I.
. A existência de
antecedente infracional por si só
não basta, devendo haver
reiteração.
. A decisão de primeiro grau justificou a MSE
com base em antecedentes infracionais:
Verifico que o representado registra
antecedentes infracionais pela prática do mesmo delito,
conforme certidões de fls. 17 e 99. Já recebeu,
anteriormente, o benefício da liberdade assistida, mas
tal medida não mostrou-se suficiente para sua
ressocialização, de modo que a internação mostra
mais adequada.
. O TJSP manteve a decisão se baseando na suposta
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gravidade do delito
O ato infracional, correspondente a tráfico de
substâncias entorpecentes é equiparado a crime
hediondo, demonstra desvio de conduta a indicar
necessidade de acompanhamento do paciente pelo
Estado. A medida sócio-educativa de internação
aplicada guarda efetiva relação de proporcionalidade
com o ato de natureza grave cometido.
. Entendimento do STJ de que a reiteração ( art.
122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no
mínimo, 3 atos anteriores.
063 HC
72112
DF Roubo
(art. 157, §2º
I e II, CP)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
na gravidade do delito sem
considerar condições pessoais
do infrator.
Ordem
denegada
. A decisão que impôs a
MSE-I não se baseou somente na
gravidade do delito, sendo, assim,
devidamente fundamentada.
. Fundamentos trazidos pela decisão de 1º grau,
além da gravidade do delito:
O adolescente apresenta outras quatro
passagens por esta Vara da Infância e Juventude por atos
assemelhados ao crime de roubo, lesões corporais e
dano, já tendo sido sentenciado ao cumprimento de
medida socioeducativa de liberdade assistida e
semiliberdade, demonstrando que o jovem está a
merecer uma acompanhamento por parte do Estado, pois
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o mesmo não esta preparado para o retorno imediato na
sociedade.
O relatório social acostado aos autos, dá conta
que o jovem tem apenas 17 anos, é agressivo, é us
de álcool, não tem bom relacionamento com ninguém,
reside com a genitora, já experimentou maconha e
apresenta amizades negativas.
064 HC
99474
RJ Porte ilegal
de arma de fogo
(art. 16, Lei
10826/2003)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
. O menor possui
apenas 2 passagens pela VIJ,
não se enquadrando na hipótese
do art. 122, II, ECA.
Ordem
concedida.
. A gravidade do ato
infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I.
. A existência de
antecedente infracional por si só
não basta, devendo haver
reiteração.
065 HC
98259
RS Roubo . Ocorrência de
prescrição devido ao transcurso
de 1 ano entre o fato e o
recebimento da representação.
HC não
conhecido
Ordem
concedida de
ofício
. HC restava prejudicado
em virtude do fato de que os
pacientes já haviam completado 21
anos, impondo a liberação
compulsória, que foi concedida de
. O acórdão traz a seguinte expressão “prescrição
da pretensão educativa”!
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285
ofício.
066 HC
105723
MS Roubo (art.
157, §2, I, CP e art;
33, Lei 11343/2006) e
tráfico de
entorpecentes
. Excesso de prazo na
internação provisória. Paciente
internado a mais de 3 meses.
Ordem
concedida
. Prazo limite de internação
provisória é de 45 dias.
. “A periculosidade
abstrata do agente, assim como a
probabilidade de prática de novos
crimes, sem fundamento concreto,
não servem como embasamento
para manutenção da internação
provisória do menor, por tempo
indeterminado”
067 HC
103540
RJ Porte ilegal
de arma de fogo
. Nulidade do processo
em virtude da imposição de
MSE com base somente na
confissão do menor.
. Ordem
concedida
. O julgamento com base
na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
configura violação do devido
processo legal e da ampla defesa.
. Súmula 342, STJ.
. O fato de a defesa e MP dispensarem a produção
de provas não permite ao magistrado prolatar pronto
julgamento:
Por outro lado, mesmo que a defesa se
manifeste no sentido de não ter provas a produzir no
início do processo, sendo acompanhada pelo Ministério
Público, este fato não dá ao Magistrado o poder de
prolatar a sentença imediatamente, deixando de realizar
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os atos processuais subseqüentes, sob pena de nulidade
da decisão, pois fundamentada em elementos
probatórios não submetidos ao crivo do contraditório.
068 HC
101269
SP Roubo
(art. 157, §2º,
I,II V, CP)
. Constrangimento
ilegal por não restarem provados
a autoria e materialidade do ato
infracional
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
. Ordem
denegada
. Impossibilidade de
análise de matéria fático-probatória
em HC.
. A MSE-I foi devidamente
aplicada por se tratar de ato
infracional praticado com violência
ou grave ameaça.
069 HC
103287
SP Furto
(art. 155, CP)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida.
. A gravidade do ato
infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I.
. A existência de
antecedente infracional por si só
não basta, devendo haver
reiteração.
. Ementa do julgado do TJSP que manteve a
medida:
HABEAS CORPUS - Paciente submetido à
internação pela prática de ato infracional equivalente a
furto. Questionamento quanto à possibilidade de
aplicação de medida sócio-educativa de internação.
Ilegalidade não configurada. Fato grave e antecedentes
que indicam, em princípio, necessidade de
ressocialização. Ordem denegada.
. Firma-se o entendimento de que apenas se pode
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levar em consideração para reiteração ato infracionais que
culminaram em MSE, não se englobando os remidos:
Embora vasta a certidão de antecedentes
infracionais do paciente, não há falar em reiteração,
mas tão-somente em reincidência, tendo em vista que,
em apenas um dos procedimentos infraci
instaurados contra o adolescente houve aplicação de
medida sócio-educativa, nos demais, foi-lhe concedido o
benefício da remissão ou promovido o arquivamento dos
autos.
Dessarte, não é possível considerar tais
processos para efeito de reiteração, tendo em vista que a
remissão não implica reconhecimento de
responsabilidade, nem vale como antecedente,
art. 127 do ECA (...).
070 RESP
1021917
RS Furto
qualificado
(art. 155, §4º,
I e IV, CP)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
RE não
conhecido
HC
concedido de
ofício
. O RE não pode ser
conhecido por falta de esgotamento
das instâncias recursais prévias.
. Diante do
constrangimento ilegal de
. O voto do TJRS que manteve a MSE
fundamenta sua imposição na “necessidade de se reprimir o
sentimento de impunidade” e na falta de controle familiar:
Assim, estou em desacolher a inconformidade,
ao efeito de não apenas confirmar a procedência da
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imposição de MSE-I fora das
hipóteses do art. 122, ECA, se
concedeu HC de oficio.
representação, como também de manter a medida
socioeducativa tal como concebida (internação),
levando-se em conta a necessidade de reprimir o
sentimento de impunidade, considerando a existência de
vários procedimentos contra ele junto ao JIJ (fl. 66).
A genitora do representado, por sua vez, admite
não ter controle sobre o filho, não podendo se
responsabilizar por ele (fl. 91), motivo pelo qual a
medida restritiva da liberdade tem cabimento.
. Chega ao cúmulo de dizer que o menor está de
acordo com seus argumento, tanto que não manifestou o
desejo de recorrer da sentença:
Aliás, o próprio representado assim entende,
tanto que, intimado, não manifestou pessoalmente o
desejo de recorrer da sentença (fl. 143 v.), fazendo
defesa técnica.
071 HC
104020
SP Tráfico de
entorpecentes
(art. 33, Lei
11.343/2006)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
HC não
conhecido
Ordem
concedida de
. Impossibilidade de HC
diante de indeferimento de liminar
(Súmula 691, STF)
. A gravidade do ato
. Decisão de 1º grau baseada no caráter equiparado
a hediondo do crime:
Afigura-se inviável o abrandamento da medida
a ser aplicada. Em que pese a ausência de notas
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ofício infracional equiparado ao tráfico de
entorpecentes, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I.
desabonadoras, necessário atentar-se para a gravidade
do ato infracional praticado, assemelhado a hediondo.
Ademais, o estudo social realizado lhe é desfavorável,
indicando tendência ao conflito com a lei que necessita
ser revertido.
072 RHC
23694
RJ Tráfico de
entorpecentes e
Associação para o
tráfico
. Nulidade do processo
em virtude da imposição de
MSE com base somente na
confissão do menor.
Recurso
provido
. O julgamento com base
na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
configura violação do devido
processo legal, contraditório e da
ampla defesa.
. Súmula 342, STJ.
. Diante da confissão o juiz de primeiro grau
converteu a audiência de apresentação em audiênci
instrução e julgamento.
073 HC
90247
DF Homicídio
qualificado
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I.
Ordem
denegada
. A MSE-I foi devidamente
aplicada por se tratar de ato
infracional praticado com violência
ou grave ameaça, além do fato que
se levou as condições pessoais do
menor em consideração.
. Fundamentos da decisão de 1º grau:
As condições pessoais do adolescente J A S F
não lhe favorecem a aplicação de medida
socioeducativa menos severa, embora seja primário,
consoante o boletim de informações de fls. 21/22, tendo
em vista que não mostrou arrependimento, segundo o
relatório da equipe técnica que sugeriu a aplicação da
medida de internação (fls. 123/130).
Não hesitou o adolescente na prática da
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290
violência contra as três vítimas que foram executadas a
tiros na cabeça por motivo torpe e sem possibilidade de
defesa, comportamento revelador de personalidade
desajustada e de insensibilidade com a vida humana, a
merecer severa medida estatal para sua reeducação,
caso em que a internação por prazo indeterminado
aplicada pela sentença se mostra razoável e adequada e,
portanto, deve ser mantida.
074 HC
88936
RJ Não
informado
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
075 HC
86411
RJ Violação de
domicílio e dano
. Prescrição de MSE.
Menor evadido há mais de 1
ano.
. Ilegalidade em
substituição de MSE-SL por
MSE-I sem a oitiva do menor.
HC
conhecido
parcialmente
Ordem
denegada
. Ausência de provas para
aferimento da prescrição.
. Está consignado na
sentença que houve oitiva do
menor.
076 HC
67905
SP Furto
qualificado
. Princípio da
insignificância. Subtração de
. Ordem
concedida
. Possibilidade de
aplicação do mencionado princípio
. O juiz de 1º grau havia rejeitado a representação
com fundamento na insignificância. O TJSP anulou a
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291
(art. 155, §
4º, II e IV)
um par de chinelos, um frasco
de shampoo e um frasco de
VEJA, avaliados em R$ 19,00,
sem nenhuma violência ou
grave ameaça.
ao ECA, inclusive havendo
precedentes no STJ (REsp 573.488)
sentença.
077 HC
109400
RJ Associação
para o tráfico
. Nulidade do processo
em virtude da imposição de
MSE com base somente na
confissão do menor.
Recurso
provido
. O julgamento com base
na confissão do menor, sem a
devida instrução probatória,
configura violação do devido
processo legal, contraditório e da
ampla defesa.
. Súmula 342, STJ
. Diante da confissão o juiz de primeiro grau
converteu a audiência de apresentação em audiênci
instrução e julgamento.
. Ata da audiência:
Dada a palavra ao MP nada foi perguntado.
Dada a palavra a Defesa nada foi perguntado. Pelas
partes foi dispensada a produção de outras provas.
Dada a palavra ao MP, por ele foi dito que requeria a
procedência tendo em vista estarem comprovadas
autoria e materialidade, já que o menor confessou
espontaneamente seu envolvimento e sua associação ao
tráfico na Favela da Rocinha. [...] Como se observa dos
autos, pouco se tem a dizer a respeito da autoria e
materialidade do ato infracional, comprovadas que
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foram à saciedade nos autos. Portanto, os aspectos
objetivos da hipótese não são objeto de controvérsias.
[...] Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE a
pretensão ministerial consubstanciada na
Representação e aplica a medida de LIBERDADE
ASSISTIDA, que será cumprida neste Juizado, que se
incumbirá de providenciar a escolarização e
profissionalização do (a) adolescente
. Destaca a irrenunciabilidade do direito de defesa.
Todavia, o Supremo Tribunal Federal assentou
o entendimento de que o direito de defesa, consagrado
no art. 5.º, inciso LV, da Constituição Federal, é
irrenunciável, ou seja, as partes litigantes, inclusive o
advogado de defesa, ainda que o acusado admita a
acusação, não podem dele dispor (HC 67.775/SP,
Min. CELSO DE MELLO, DJ de 11/09/1992).
. E também o fato que o MP, na acusação, não
perde seu papel de custos legis;
Ademais, impende ressaltar que o respeito aos
princípios do devido processo legal e da ampla defesa
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interessa também ao Estado acusador, representado na
figura do Ministério Público, que não perde, por isso,
sua condição de custos legis. Por outro lado, é tarefa
precípua do Estado-Juiz a busca do esclarecimento dos
fatos e da verdade real.
078 HC
85668
RS Lesão
corporal
(art. 129, CP)
. Prescrição da MSE HC não
conhecido
Ordem
concedida de
ofício
. HC prejudicado pelo fato
de o paciente já ser maior de 21
anos, impondo-se a liberação
compulsória, concedida de ofício.
079 HC
101301
SP Tráfico de
entorpecentes
(art. 33, Lei
11343/2006)
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo,
assim, os mesmos requisitos.
Ordem
concedida
. Em que pese a aplicação
da MSE-SL não ter vinculação
alguma com os requisitos da MSE-
I, a decisão que impôs a medida não
demonstrou a sua necessidade, pois
não teceu nenhuma consideração
sobre o caso concreto.
. Rechaçou-se o argumento principal da defesa o
disposto no art. 120, § 2o. do ECA, não impede a adoção da
MSE-SL, desde o início, quando esta for compatível com a
gravidade e circunstâncias do delito, bem como com a
capacidade do menor em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos previstos no art. 122 do
ECA, imperativa somente nos casos de internação.
. Fundamentos da decisão que impôs a medida:
Assim, diante do elenco probatório dos autos a
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procedência se impõe nos termos requeridos pela
acusação, já que devidamente comprovada a autoria e a
materialidade do ato infracional, emergindo a
responsabilidade por parte do infrator, com a
conseqüente aplicação da medida sócio-educativa de
semi-liberdade, uma vez comprovada a materialidade e
a autoria por parte do infrator no que diz respeito ao
ato infracional em questão.
080 HC
108466
SP Porte ilegal
de arma de fogo
(art. 14, Lei
10826/2004)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA
Ordem
concedida
. A suposta gravidade do
ato infracional, por si só, não
autoriza a aplicação da MSE-I.
. A existência de
antecedente infracional por si só
não basta, devendo haver
reiteração.
. Fundamentação da decisão de 1º grau;
Trata-se de adolescente com histórico de
envolvimento na prática de ato infracional grave; além
disso, o estudo social realizado lhe é desfavo
revelando que interrompeu a escolarização, não
trabalha e possui companhias negativas e envolvidas no
meio infracional. Essas circunstâncias revelam a
necessidade da segregação para buscar-se a sua efetiva
ressocialização.
081 HC
88794
RJ Tráfico de
entorpecentes e
associação
. Prescrição de MSE-
SL
. Perda de objeto da
Ordem
parcialmente
conhecida e
. A análise da alegação de
perda de objeto resta prejudicada,
pois não foi suscitada no tribunal a
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(arts. 12 e 14,
Lei 6368/76)
medida, “porquanto já
alcançado o objetivo a que se
propusera”
. Extinção da medida
por advento da maioridade penal
denegada quo.
. O prazo prescricional
para o caso concreto é de 4 anos,
não havendo transcurso deste
período de tempo desde a evasão.
. A liberação compulsória
da medida apenas se perfaz aos 21
anos.
082 RESP
1008373
RS Furto tentado
(art. 155, c/c
14, II, CP)
. Prescrição de medida
de prestação de serviços a
comunidade de 1 mês. Lapso de
1 ano entre o recebimento da
representação e a decisão
condenatória.
RESP
não conhecido
HC
concedido de
ofício
. O RE não pode ser
conhecido por falta de esgotamento
das instâncias recursais prévias.
. Aplicando-se
analogicamente as disposições do
CP, o lapso prescricional seria de 1
ano. Transcorrido mais de 1 ano
entre o recebimento da
representação e a sentença, operou-
se no caso concreto a prescrição
retroativa, sendo concedido de
ofício
. Admite-se a aplicação de prescrição às MSEs,
devendo-se adotar os parâmetros do CP, inclusive a redução
do art. 115, CP.
. Súmula 338/STJ
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296
083 RESP
948195
RS Não
informado
. Prescrição da MSE,
não reconhecida pelo TJRS, já
que não entende ser aplicável a
redução do art. 115, CP.
Recurso
provido
. Aplicando-se o art. 115,
operou-se o transcurso no novo
prazo prescricional, estando extinta
a punibilidade.
084 HC
92035
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo,
assim, os mesmos requisitos.
Ordem
concedida
. Em que pese a aplicação
da MSE-SL não ter vinculação
alguma com os requisitos da MSE-
I, a decisão que impôs a medida não
demonstrou a sua necessidade, pois
não teceu nenhuma consideração
sobre o caso concreto.
. Fundamentos da decisão de primeiro grau:
Assim, diante do elenco probatório dos autos a
procedência se impõe, já que devidamente comprovada
a autoria e a materialidade do ato infracional,
emergindo a responsabilidade por parte do infrator,
com a conseqüente aplicação da medida sócio-educativa
de semiliberdade, considerando-se sua primariedade,
bem como o disposto no art. 122 da Lei 8069/90, não
havendo que se falar em aplicação de medida mais
brandas, pois infelizmente o tráfico de entorpecentes
envolvendo adolescentes é incessante na Comarca, tanto
que praticamente, nos últimos tempos, todas as
apreensões de infratores no município são em
decorrência do tráfico, razão pela qual, diante do
quadro social, medida mais drástica devem ser tomadas
e não apenas aplicação de medidas como liberdade
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assistida e prestação de serviços à comunidade
085 HC
100586
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
denegada
. A aplicação da MSE-I foi
fundada no cometimento reiterado
de atos infracionais. O impetrante
não juntou nenhuma prova para
ilidir este fundamento.
086 RHC
19851
RS Lesão
corporal
. Ausência de indícios
suficientes da autoria para
justificar a representação.
. Necessidade de
representação criminal nos
moldes do CPP para que MP
apresentação a representação
pela prática de ato infracional
Negado
provimento
. Para se trancar o
procedimento menorista seria
necessário a demonstração de
inocência inequívoca do menor.
. Considerando-se ou não
aplicável ao procedimento
menorista as condições de
procedibilidade necessárias para o
prosseguimento de uma ação penal,
houve manifestação expressa da
vítima de interesse na persecução.
087 HC
105119
PI Homicídio
qualificado
. Ilegalidade no
indeferimento de progressão de
medida cumprida a mais de 2
Ordem
concedida
. Em que pese o
magistrado não estar adstrito a
laudos e pareceres técnicos, não
. Fundamentos do indeferimento pelo juízo
singular:
É cabível lembrar ao nobre defensor, que o
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anos e 4 meses uma vez que “o
relatório técnico informativo é
bastante favorável, uma vez que
menciona diversas atividades
desenvolvidas pelo paciente,
que se encontra matriculado na
escola, com freqüência positiva,
bom desempenho e
participação, relacionando-se
de forma respeitosa com
profissionais e adolescentes
internos da instituição”
houve fundamentação adequada
para a afastamento do citado
relatório e consequente manutenção
da medida
adolescente foi sentenciado com medida de
INTERNAÇÃO por prática de ato infracional análogo
ao crime de HOMICÍDIO, ato infracional praticado de
maneira brutal, esfaqueando e retirando a vida da
vítima WANDERSON BRAGA DE SOUSA.
Ocorre que, o adolescente em questão possui
um histórico de indisciplina dentro da unidade de
internação, conforme consta em parecer do setor
psicossocial às fls. 290 e 291 dos autos, referentes a
pedido de "Liberação para a Pascoa" anterior.
. O tribunal a quo manteve a decisão somente com
fundamento na gravidade do ato infracional:
A gravidade do fato – ato infracional análogo
ao crime de homicídio –, a maneira como foi ele
executado, evidencia a sua acentuada periculosidade do
paciente e justifica a necessidade da sua intenção
definitiva até que fique comprovada inequivocamente a
evolução psicológico-comportamental, durante
cumprimento da medida que lhe foi imposta.
088 HC SP Furto . Impossibilidade de Ordem . Em virtude da existência . Em que pese se fundar na reiteração, o acórdão
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108475 qualificado e
estelionato
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
denegada de registro de 4 atos infracionais na
folha de antecedentes do menor,
estaria justificada a imposição da
MSE-I, nos moldes do art. 122, II,
ECA.
não menciona se houve aplicação de MSE dos atos.
. Sustenta o relator a prevalência da pretensão
pedagógica:
Inicialmente, é oportuno registrar que,
tratando-se de menores inimputáveis, não existe
pretensão punitiva estatal propriamente, mas apenas
pretensão educativa, que, na verdade, é dever não só do
Estado, mas da família, da comunidade e da sociedade
em geral, conforme disposto expressamente na
legislação de regência (Lei 8.069/90, art. 4º) e na
Constituição Federal (art. 227).
089 RESP
1000478
RJ Receptação
(art. 180, CP)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
RESP
não conhecido
HC
concedido de
ofício
. O RE não pode ser
conhecido por falta de esgotamento
das instâncias recursais prévias.
. A imposição da MSE-I
está em descompasso com os
preceitos do art 122, ECA,
concedendo-se HC de ofício.
. O juízo singular fundamentou a MSE
passagens pela VIJ e em casos em que se concedeu a
remissão:
Assim, considerando que Valmir, consoante
certidão de fl. 21, já respondeu a, no mínimo, outros
nove processos enquanto adolescente, tendo inclusive
recebido, em três deles, proposta de remissão c/c PSC,
entendo necessária, suficiente e adequada ao caso em
exame, dada a reiteração criminosa, a aplicação de
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300
medida socioeducativa de internação.
. O acórdão do STJ consigna a impossibilidade de
se considerar a remissão para efeito de reiteração, com base
no art. 127, ECA.
090 HC
83065
DF Porte ilegal
de arma de fogo
(art. 14, Lei
10826/2003)
. Ocorrência de posse
de arma e não porte.
. Atipicidade da
conduta em virtude da vacatio
legis determinada pelos arts. 30
e 32 da Lei 10826/2003.
Ordem
denegada
. Configurou-se o porte,
pois “circunstâncias em que a arma
foi apreendida permitem concluir
que E. retirou a arma para dormir,
deixando-a, contudo, em local ao
seu alcance, o que equivale à
conduta de guardar”
. Sendo porte de arma a
conduta em tela, inaplicável a
vacância dos arts. 30 e 32 da Lei
10826/2003,
091 HC
112530
MG Furto . Prescrição de MSE-
LA de 6 meses descumprida há
mais de 1 ano.
Ordem
concedida
. Aplicando-se
analogamente as disposições do CP
quanto à prescrição, o prazo
prescricional para o caso é de 1 ano,
que uma já transcorrido impõe a
. O TJMG calculou a prescrição com base na pena
em abstrato do delito equiparado:
para a determinação dos prazos prescricionais,
não é levada em conta a medida sócio-educativa
aplicada na sentença, como quer a agravante [...] Em
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extinção da punibilidade. verdade, utiliza-se como parâmetro para o prazo
prescricional, a pena cominada in abstrato do delito a
que análogo o ato infracional
092 HC
112916
RS Roubo e
Estupro
. Ausência de provas da
autoria
. Ausência de laudo
interdisciplinar para imposição
de MSE-I
Ordem
denegada
. Para análise da autoria se
demanda dilação probatória
incabível na via de HC.
. O laudo interdisciplinar é
faculdade do magistrado e a ele não
está vinculado. Além do mais, trata-
se de ato infracional praticado
mediante violência e grave ameaça
e também foi devidamente
fundamentado, preenchendo os
requisitos para imposição de MSE-
I.
093 HC
110598
DF Porte de arma
de fogo
(art. 14, Lei
10826/2003)
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-I com base
no art. 122, II, ECA, por não
haver a reiteração de atos
infracionais com trânsito em
Ordem
concedida
. Não enquadramento do
caso em hipótese de MSE-I
. Fundamento do TJDFT para manutenção a MSE
Embora o ato infracional cometido pelo
adolescente não tenha envolvido violência ou grave
ameaça a pessoa, a reiteração na utilização de arma de
fogo revela-se infração grave, mormente porque
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julgado. praticada quando em cumprimento o menor de anterior
medida sócio-educativa, que não surtiu o necessário
efeito pedagógico. Acrescem-se as condições pessoais
desfavoráveis do menor, a prescrever a medida sócio
educativa de internação. Quando do presente ato
infracional, encontrava-se evadido da unidade de
semiliberdade.
094 HC
95978
SP Roubo
(art. 157, §2º,
I, CP)
. Impossibilidade de
conversão de MSE-LA em SL
por descumprimento e prática de
novo AI, após cumprimento de
internação-sanção.
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
. Fundamentos da conversão pelo juízo de
execução:
O adolescente E. O. M. não conta com respaldo
familiar como se depreende do relatório técnico judicial
e está em plena adolescência, completou dezessete anos
de idade em data muito recente.
Se não bastasse, não denota ter
responsabilidade e maturidade suficientes para gerir
sua própria vida de acordo com os ditames legais e
sociais aceitáveis, tanto que descumpriu a medida de
liberdade assistida e voltou a infracionar.
A alegação de constituiu nova família, com
companheira e filha não altera o panorama processual,
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pois ninguém compareceu para a entrevista técnica e
mesmo que assim fosse, esse fato por si só não teria o
condão arredar a intervenção estatal de semicontenção,
considerando-se a atual situação sócio-educacional do
menor, inserido em meio marginal e vivendo de forma
descompromissada e contrária aos deveres de cidadão.
095 HC
99501
PI Ameaça
(art. 147, CP)
. Excesso de prazo da
intervenção provisória.
Ordem
concedida
. Prazo limite de internação
provisória é de 45 dias.
096 HC
110403
RS Receptação
(art. 180, CP)
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
. Reconhecimento do
direito do menor a realizar
atividades externas
Ordem
denegada
. Configura-se hipótese do
art. 122, II, ECA, pois ao menor já
foram aplicadas 2 MSE-LA e 1
MSE-I.
. O art. 121, §1º, ECA
autoriza o juiz a vedar realização de
atividades externas
. O juízo singular fundamentou a denegação
atividades externas:
finalmente, considerando que uma das vítimas
foi ameaçada de morte, tendo também sua filha recebido
ameaças de morte, é caso de vedação a atividades
externas, o que decreto.
097 AgRg no
RESP 1025004
MG Porte ilegal
de arma de fogo de
uso permitido
. Ataca-se o acordão
que cassou a decisão do juízo
singular de concessão da
remissão sem oitiva do MP,
alegando-se “que o art. 188 do
Negado
provimento
. O art. 186, §1º, ECA
impõe a intervenção do MP para
concessão de remissão.
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ECA autoriza o Magistrado
Menorista a extinguir o
processo antes da sentença, não
havendo a necessidade de
prévio parecer do Ministério
Público acerca da conveniência
ou não da concessão da
remição” (SIC)
098 AgRg no
Agravo de
intrumento
1062842
RS Não
informado
. Avaliação
interdisciplinar prevista no art.
186, ECA é direito subjetivo do
menor.
Negado
provimento
. “a realização do laudo de
avaliação é apenas mais um dos
elementos de convicção do
processo, pois cabe ao julgador
requisitá-lo sempre que entender
conveniente ou necessário, não
sendo, em absoluto, uma
providência indispensável,
porquanto a ele não se vincula a
decisão”.
099 HC
109737
RJ Roubo . Prescrição de MSE.
. Extinção de MSE em
Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
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virtude de maioridade civil. adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
100 HC
108432
SP Tráfico de
entorpecentes (art. 33,
Lei 11343/2006),
Lesão corporal
culposa(art. 129, §6º,
CP) e Direção sem
habilitação (art. 309,
CTB)
. Nulidade do processo
desde o recebimento da
representação tendo em vista a
ausência do responsável legal do
paciente quando da oitiva
informal perante o Órgão
Ministerial
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I às
infrações por não se
enquadrarem nas hipóteses do
Ordem
concedida
parcialmente
. A ausência do
responsável legal no momento da
oitiva informal do adolescente
constituiu mera irregularidade pois,
apesar de ter sido colhida sua
confissão, tal elemento não foi
considerado para formar a
convicção do magistrado acerca da
procedência da representação.
. Não há ocorrência de
hipóteses do art. 122, ECA. Os atos
. Fundamentos do juízo singular para imposição de
medida:
"A medida que se impõe é mesmo a de
internação requerida pelo Dr. Promotor de Justiça, eis
que se trata de ato infracional grave, que tantos
malefícios causa à sociedade, comungando-se com o
entendimento jurisprudencial de que “A medida sócio
educativa deve guardar relação de proporcionalidade
com o ato infracional praticado” (...). Ademais, o
representado ostenta antecedentes infracionais,
inclusive com anterior aplicação de medida sócio
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art. 122, ECA. infracionais não foram cometidos
com violência ou grave ameaça. Da
mesma forma há apenas um ato
infracional anterior em relação ao
qual foi concedida remissão, não
havendo assim reiteração.
educativa de liberdade assistida pela prática de tráfico
de drogas, medida esta que demonstrou ser insuficiente
à sua ressocialização, tendo em vista a própria
reiteração infracional.)
101 HC
102408
SP Roubo
(art. 157, §2º,
II, CP)
. Violação do princípio
da excepcionalidade na
aplicação de MSE-I
Ordem
denegada
. O caso se amolda a
hipótese do art. 122, I, ECA, uma
vez que praticado com grave
ameaça, além de no julgamento do
tribunal a quo ter se avaliado o
comportamento do menor na
ocorrência do delito.
. O MPF se manifestou pela concessão da ordem.
. Juízo singular impôs a MSE-I somente com base
na gravidade do delito
Assim, em que pese as combativas alegações da
Defesa, repita-se, deve ser submetido à medida sócio
educativa de internação, diante da gravidade do ato e,
em especial porque é a única medida que se mostra
capaz de ressocializar e reeducar o representado.
. Além da gravidade o TJSP sustenta o papel
determinante do menor na ocorrência do delito e a
internação como proteção ao menor:
Em princípio, a ação do adolescente foi ous
e a simulação do uso de arma representou, em tese,
violência e grave ameaça, possibilitando a rendição da
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vítima. E ao que consta foi o adolescente quem tomou a
iniciativa, o que revela desenvoltura na prática ilícita e
associação a maior que certamente nele exerce má
influência, a espelhar desvio de comportamento
motivador da internação para sua própria proteção.
A previsão legal do artigo 122 do Estatuto da
Criança e do Adolescente tem em mira situações
excepcionais. Contudo, tido por evidenciado o de
comportamento, sem possibilidade da análise mais
aprofundada das provas, nesta oportunidade, torna
inviável a incursão sobre a adequação ou não da
medida possibilitada pela norma legal.
102 HC
105729
MG Ameaça
(art. 147, CP)
. Necessidade de
representação criminal nos
moldes do CPP para que MP
apresentação a representação
pela prática de ato infracional.
, Desproporcionalidade
da MSE-I
Ordem
denegada
. Considerando-se ou não
aplicável ao procedimento
menorista as condições de
procedibilidade necessárias para o
prosseguimento de uma ação penal,
houve manifestação expressa da
vítima de interesse na persecução.
. Possível a aplicação de
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MSE-I pelo fato de o menor já ter
sido condenado a anteriores MSE,
além de sua periculosidade
devidamente fundamentada.
103 HC
112621
MG Roubo e falsa
identidade (arts. 157,
§2º, II e 307, CP)
. Impossibilidade de
concessão de remissão
cumulada com medida de
prestação de serviços a
comunidade, “sob pena de
ofensa aos princípios
constitucionais do devido
processo legal e da ampla
defesa”
Ordem
denegada
. Entendimento
consolidado no STJ de que é
possível a cumulação de remissão
com MSE, desde que não seja de
semiliberdade ou internação
104 HC
83930
SP Roubo,
Extorsão mediante
sequestro e formação
de quadrilha (arts.
157, §2º, I e II, 159,
§1º, e 288, CP)
. Insurreição contra
decisão que cassou em tutela
antecipada o efeito suspensivo
concedido a apelação do
paciente.
HC não
conhecido
. Incabimento de
impetração de HC contra
indeferimento de pedido liminar de
outro writ. (Súmula 691, STF)
. De qualquer maneira, o relator consignou a
inocorrência de constrangimento ilegal pois:
a decisão objurgada concedeu a tutela
antecipada recursal ante a real existência de risco de
lesão de dano irreparável ou de difícil reparação à
sociedade, tendo em vista não só a gravidade do ato
infracional cometido (extorsão mediante seqüestro), mas
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também, notadamente, em razão da verossimilhança da
alegação do Ministério Público estadual de violação ao
disposto no art. 198, inciso VI, do ECA por parte do
Magistrado da Segunda Vara da Infância e da
Juventude da Comarca de São Paulo, que atribuiu à
Apelação defensiva efeito suspensivo após conversa
pessoal com a genitora do paciente que relatou a
alteração substancial no comportamento do menor,
encontro realizado sem a participação do Ministério
Público
105 HC
113042
SP Roubo e
roubo tentando
(art. 157 e
art, 157, c/c art. 14, II,
CP)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I somente
com base na gravidade do
delito. Excepcionalidade da
medida.
Ordem
denegada
. Há correção na aplicação
da MSE-I uma vez que se amolda a
hipótese do art. 122, I, ECA, além
do jovem possuir antecedentes
infracionais e o descumprimento de
MSE-LA.
. Argumentos do juiz singular para aplicação da
MSE-I;
Ademais, o representado ostenta antecedentes
infracionais, inclusive com anterior aplicação de
medida sócio-educativa de Liberdade Assistida pela
prática de ato infracional idêntico ao descrito nos
presentes autos, medida esta aplicada em 19 de abril
passado e que demonstrou ser insuficiente à sua
ressocialização, tendo em vista a própria reiteração
infracional
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106 HC
110313
SP Tortura,
posse ilegal de arma
de fogo, tráfico de
entorpecentes,
associação para o
tráfico e resistência
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I somente
com base na gravidade do
delito. Excepcionalidade da
medida.
Ordem
denegada
. MSE-I perfeitamente
aplicável nos moldes do art. 122, I,
ECA, pois a tortura apresenta
violência em sua prática.
. Fundamentação genérica do juízo singular:
Gravidade irresponsável, egoísta, insensível e
desarrazoada dos representados
. Igualmente genérico o acórdão do TJSP:
Malgrado a excepcionalidade da internação, a
aplicação da medida extrema se mostra indispensável à
ressocialização do paciente, surpreendido na prática d
graves atos infracionais, a demonstrar o seu acentuado
desajuste moral e social
107 HC
111994
RJ Roubo . Prescrição de MSE.
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
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108 HC
99481
RJ Furto
qualificado tentado
(art. 157, §2º,
II, c/c art. 14, II, CP)
. Prescrição de MSE.
. Extinção de MSE em
virtude de maioridade civil.
Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Irrelevância da
maioridade civil para aplicação do
ECA, sendo aplicável MSE até os
21 anos
109 HC
110539
MT Homicídio
qualificado
(art. 121, §2º,
I, II e IV, CP)
. Constrangimento
ilegal em virtude da denegação
de progressão da MSE-I para
MSE-LA, tendo em vista o
Parecer Técnico favorável a sua
reintegração familiar e social.
Ordem
denegada
. Entendeu-se devidamente
fundamentada a denegação da
progressão.
. O juízo singular negou a progressão com
fundamento em “impunidade”
Muito embora tenha o relatório de estudo
psicossocial mencionado vários itens positivos sobre o
comportamento do adolescente dentro da unidade de
internação e observado que o reeducando de
arrependido por ter cometido o ato infracional, trata
de delito gravíssimo, praticado contra o bem jurídico
maior, que é a vida, sendo que o tempo de segregação
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deve estar diretamente relacionado com a conduta
delitiva perpetrada pelo adolescente, especialmente
para que não haja sentimento de impunidade, inclusive
por acreditar que um ano de internação não é suficiente
na retribuição do delito praticado
. O TJMT consegue piorar a situação tomando por
base a taxa de criminalidade da cidade do menor:
Não vejo razões/condições para que a
liberdade assistida, em Cotriguaçu (local apontado
como de maior índice de homicídio se perpetra,
inclusive objeto de reportagens de repercussão
nacional) seja, pelo menos por ora, o local adequado,
sobretudo que, com todo respeito, a família não oferece
condições para abrigá-lo, o elemento sentimental cede
ás regras jurídicas quando esta se faz necessária.
110 HC
90661
RJ Roubo
(art. 157, §2º,
II, CP)
. Prescrição da MSE Ordem
denegada
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
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prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
111 HC
112289
SP Tráfico de
entorpecentes
. Nulidade do processo
por ausência dos representantes
do menor na audiência de oitiva
informal.
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se enquadrar as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
concedida
parcialmente
. Impossibilidade de se
analisar a questão da nulidade uma
vez que não foi alegada na instância
inferior.
. Não se trata de hipótese
do art. 122, ECA, não havendo
fundamento para imposição da
MSE-I.
. O TJSP fundamentou a manutenção da MSE
com base na gravidade do delito, equiparado a hediondo:
Tráfico de entorpecente é equiparado a crime
hediondo - Ato infracional considerado como de grave
ameaça à sociedade
112 RESP
1050225
RS Não
informado
. Prescrição da MSE
por transcurso de mais de um
ano entre o recebimento da
representação e a decisão
condenatória.
. Nulidade do processo
por ausência de estudo
interdisciplinar do adolescente
Recurso
parcialmente
conhecido e
denegado
. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo não
transcorrido no caso concreto.
. Impossibilidade de
conhecimento da segunda alegação
por não se apontar o dispositivo
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federal violado e não se
fundamentou o cabimento de
RESP;
113 RHC
21440
PE Dois
homicídios
qualificados
(art. 121, §2º,
I e IV, CP)
. Constrangimento
ilegal por se encontrar na
iminência de ser internado
provisoriamente “em companhia
de perigosos delinqüentes
juvenis, que poderão molestá-lo
e traumatizá-lo pelo o resto de
sua vida”
Negado
provimento
. Não existe nenhuma
ameaça que justifique o provimento
do recurso, pois até então não foi
decretada sua internação provisória,
nem há pedido do MP para tanto.
114 RHC
24230
PI Latrocínio
(art. 157, §3º,
CP)
. Ilegalidade da
denegação da progressão para
meio aberto, uma vez
preenchidos os requisitos
objetivos e subjetivos para
concessão, havendo parecer
favorável do MP e da equipe de
atendimento psicossocial
Negado
provimento
. O magistrado não está
vinculado a parecer do MP ou
relatório técnico em virtude do
princípio do livre convencimento
motivado. Havia laudo de equipe
técnico judicial em posicionamento
contrário, no qual se baseou o juiz.
. O juízo singular alegou problemas de
acompanhamento do menor em caso de transferência para
comarca de origem.
Uma eventual progressão de medida para o
meio aberto, necessitaria da transferência do
adolescente para a Comarca de onde é oriundo,
necessitando assim a execução da medida ser desligada
da competência desse juízo
. O TJPI sustenta ainda em relação a transferência:
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Procedente, pois, a preocupação do
Magistrado, a respeito de sua transferência para a
comarca em que cometera o ato infracional. Interrompe
sua freqüência a escola, que funciona na própria
unidade e cria obstáculos a execução da medida
ressocializadora do Ministério Público.
115 HC
105238
SP Homicídio
qualificado tentado
(art. 121, §2º,
I e IV, c/c art; 14, II,
CP)
. Nulidade do processo
por ausência de defensor
público na audiência de oitiva
informal.
. Nulidade em virtude
da juntada do exame de corpo
de delito posteriormente a
decisão eu julgou procedente a
representação.
Ordem
denegada
. “A ausência do defensor
público no momento da oitiva
informal do adolescente constituiu
mera irregularidade, pois, apesar
de ter sido colhida sua confissão,
tal elemento não foi considerado
isoladamente para formar a
convicção do magistrado acerca da
procedência da representação”
. Não houve prejuízo à
parte para se alegar a nulidade da
não juntada do laudo. Além do
mais, a materialidade do delito foi
comprovada por outros elementos
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316
constantes nos autos.
116 RHC
21380
RS Atentado
violento ao pudor
(antigo art. 214, CP)
. Concessão de efeito
suspensivo a apelação, para que
se aguarde o julgamento do
recurso em liberdade.
Negado
provimento
. O art. 198, VI, determina
que o recurso de apelação será
recebido somente com efeito
devolutivo.
. A defesa não demonstrou
perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação que justificasse a
concessão excepcional de efeito
suspensivo
117 HC
109516
MG Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
concedida
. Fato do crime de tráfico
de entorpecentes ser equiparado a
hediondo não é suficiente para
justificar a aplicação da medida,
pois não se enquadra nas hipóteses
do art. 122, ECA.
118 HC
117421
MG Roubo . Impossibilidade de
imposição de MSE-I somente
com base na gravidade do
delito. Excepcionalidade da
Ordem
denegada
. A decisão foi
devidamente fundamenta, pois se
trata de hipótese do art. 122, I,
ECA, e foram analisadas outras
. Juiz de primeiro grau apelando a “ordem pública”
para fundamentar a internação
De fato, conforme se observa da certidão de
antecedentes, o representado Pablo Henrique Silva é
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317
medida. questões como práticas anteriores
de atos infracionais e a
impossibilidade de
acompanhamento materno.
contumaz autor de atos infracionais análogos aos
crimes de roubo e furto, que são atos graves, causando
prejuízos morais e materiais às vítimas e grande
comoção social, além de abalar a ordem pública, pois a
insegurança gerada é enorme. Tal circunstância, por si
só, justifica a aplicação da medida socioeducativa de
internação, em face do disposto no art. 122, II da Lei
8.069/1990.
119 HC
121459
DF Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
da MSE-SL, desde o início, quando
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
imperativa somente nos casos de
internação
. O acórdão reforça a necessidade da medida com
base em problemas familiares e em passagens pela VIJ:
Além disso, o relacionamento do adolescente
com sua família não é dos melhores, sendo que sua avó,
já bastante idosa não tem condições de lhe impor os
devidos limites.
Acrescente-se que o representado ostenta três
outras passagens pelo Juízo menorista, roubo, tentativa
de furto e tráfico de drogas, já tendo sido submetido à
prestação de serviços à comunidade, juntamente com a
remissão, sem que tais medidas tenham contribuído
para o seu reajustamento.
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318
120 HC
115753
SP Porte ilegal
de arma de fogo
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
Ordem
concedida
. A MSE-SL se faz por
demais rígida para o caso concreto,
se tratando de ato sem violência e
grave ameaça e de menor
gravidade.
. Argumento absurdo do TJSP: “violência
presumida”
Na verdade, o porte ilegal de arma de fogo é
prática infracional que, na verdade, pressupõe violência
e grave ameaça a toda a coletividade e à vida do
próprio adolescente.
121 HC
107096
PE Roubo
(art. 157, §2º,
I e II, CP)
. Constrangimento
ilegal em virtude da denegação
de progressão da MSE-I para
MSE-LA, tendo em vista o
Parecer Técnico favorável a sua
reintegração familiar e social
Ordem
denegada
. O magistrado considerou
o laudo irrelevante, pois foi
elaborado antes do 6º mês de
internação, não se podendo fazer
uma avaliação segura do menor.
122 HC
116092
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
parcialmente
concedida
. Constrangimento ilegal
configurado, pois não se configura
hipótese do art. 122, ECA. Não se
trata de ato infracional cometido
com violência ou grave ameaça e
não há número suficiente de atos
infracionais anteriores para se falar
em reiteração.
. Fundamento do juiz de 1º grau na aplicação da
MSE-I:
O ato infracional em exame é grave,
assemelhado a hediondo, o que por si só não justifica a
aplicação de medida extrema, ante a ausência de grave
ameaça ou violência à pessoa. Entretanto, o menor
conta com outro apontamento pela prática de ato
infracional da mesma natureza, com aplicação de
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medida que se mostrou insuficiente para sua
ressocialização, já que continuou a delinqüir. Além
disso, o estudo social realizado lhe é desfavorável,
indicando que interrompeu a escolarização, vive
perambulando pelas ruas e não conta com respaldo
familiar. Diante desse contexto, recomendável a
aplicação de medida de internação, uma vez que a
medida em meio aberto não é suficiente para a sua
ressocialização.
123 HC
117611
SP Rixa
(art. 137, CP)
. Prescrição em
perspectiva da MSE. Transcurso
de 1 ano entre o acontecimento
do fato e a representação.
Perspectiva de MSE de no
máximo 6 meses.
Ordem
concedida
. Não previsão no
ordenamento pátrio da prescrição
em perspectiva.
. Todavia, se entendeu
configurada a prescrição por se
adotar como parâmetro para o
cálculo a pena máxima do delito ao
qual se equipara (2 meses)
. Tese de que o cálculo prescricional do ECA deve
ser feito com base na pena do crime ao qual se equipara,
uma vez que boa parte das medidas do ECA, em especial a
MSE-SL e a MSE-LA, não possuem prazo limite pré
fixado. Argumento acolhido inclusive no STF (HC 88788)
124 HC
117381
SP Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
da MSE-SL, desde o início, quando
. A decisão de 1º grau se fundou basicamente na
não primariedade da menor e na falta de estrutura familiar:
A adolescente não é novata em transgressõ
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esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
imperativa somente nos casos de
internação.
. Necessidade de aplicação
da medida devidamente
fundamentada.
nada nos autos está a indicar que possua respaldo
familiar suficiente que possa auxiliá-la a refletir sobre a
gravidade de seu comportamento, com indicações,
inclusive, de que, mesmo depois da apreensão que
motivou a representação ofertada, voltou a se dedicar
ao vil comércio.
(...)
Nada nos autos indica que a menor possua
estrutura familiar apta a acompanhá-la no processo de
reeducação, o que por si só já reclama a adoção de uma
medida que insira em um regime de maior vigilância e
constante orientação.
125 HC
113324
MG Roubo
tentado
(art. 157,
§22º, II, c/c art. 14, II,
CP)
. Concessão de
liberdade provisória em virtude
da inexistência de
estabelecimento adequado para
o seu cumprimento.
Superlotação de celas e falta de
condições de higiene.
Ordem
concedida
. “A situação precária de
unidade de internação, que
apresenta superlotação não oferece
condições para abrigar os jovens
submetidos a medida sócio-
educativa.
Daí a necessidade em se
resguardar os direitos individuais e
. A juíza de primeiro grau havia indeferido o
pedido de internação provisória do MP em uma postura
muito lúcida. Segundo o acórdão do STJ:
Assim o fez por entender que não há local
adequado para a segregação do menor e nem mesmo
disponibilidade na pauta de audiências para instrução
do procedimento em tempo de quarenta e cinco dias, de
tal modo que a prisão viria a se tornar ilegal e teria de
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respeitar o princípio constitucional
da dignidade da pessoa humana.”
ser relaxada, perdendo sua razão de ser.
126 HC
103277
SP Tráfico de
entorpecentes
(art. 33, Lei
11343/2006)
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
denegada
. A MSE-I se justifica no
fato de o paciente possuir diversas
praticas infracionais anteriores,
aplicando o art. 122, II, ECA.
. Pele que se depreende do parecer do MPF tomado
como argumento pelo acórdão, foram consideradas simples
passagens para configuração da reiteração:
De fato, conforme certidão de fls. 94/95, o
adolescente vem reiteradamente cometendo infrações
graves, equivalentes aos delitos de tráfico de
entorpecentes (04 passagens) e furto (01 passagem),
incidindo, portanto, na hipótese do artigo 122, inciso II
da Lei 8.069/90
127 HC
123385
DF Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
da MSE-SL, desde o início, quando
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
. O único fundamento trazido no acórdão é
genérico, afirmando que a decisão aplicou a MSE-SL:
baseado em fatos concretos e nas condições
pessoais do menor que demonstram ser desfavoráveis e
sem perspectiva de reinserção no seio familiar
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imperativa somente nos casos de
internação.
. Necessidade de aplicação
da medida devidamente
fundamentada.
128 RESP
1044203
RS Nao
informado
. Legitimidade recursal
do assistente de acusação.
Negado
provimento
. “O Assistente da
Acusação constitui figura estranha
aos procedimentos recursais da
Justiça da Infância e Juventude,
não tendo, por conseguinte,
legitimidade para ajuizar o
presente reclamo nobre”
. Previsão no art. 198 do
ECA de aplicação do sistema
recursal do CPC e não do CPP.
129 HC
107779
RS Furto
qualificado
. Princípio da
insignificância. Subtração de
uma ovelha avaliada em R$
90,00.
Ordem
denegada
. O furto de uma ovelha
não é inexpressivo, mas sim de
pequeno valor, sendo inaplicável o
princípio da insignificância.
130 HC RS Roubo . Impossibilidade de Ordem . Hipótese do art. 122, I, . A única circunstância analisada pelo TJRS foi o
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323
118190 imposição de MSE-I com base
somente na gravidade do delito.
denegada ECA. Ocorrência de análise das
circunstâncias do ato infracional
emprego de arma, co-autoria e o fato de a vítima ser uma
idosa:
Com efeito, sendo incontroversa a autoria, a
materialidade e o nexo causal do ato infracional
tipificado como roubo, na forma tentada, que foi
praticado em co-autoria, com grave ameaça mediante
uso de arma de fogo e praticado contra uma anciã, é
imperiosa a procedência da representação e a
imposição de medida socioeducativa.
131 HC
121733
SP Homicídio
qualificado
(art. 121, §2º,
II e IV, CP)
. Nulidade do processo
pela falta de defensor na oitiva
informal do menor.
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
somente na gravidade do delito
Ordem
denegada
. A ausência do defensor
no momento da oitiva informal do
adolescente constituiu mera
irregularidade, pois, apesar de ter
sido colhida sua confissão, tal
elemento não foi considerado para
formar a convicção do magistrado
acerca da procedência da
representação.
. Hipótese do art. 122, I,
ECA. Ocorrência de análise das
. A argumentação da decisão de 1º grau foi
totalmente genérica:
O ato infracional praticado é gravíssimo,
demonstrando os representados personalidade
totalmente desajustada.
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circunstâncias do ato infracional
132 RHC
24817
DF Furto
qualificado tentado
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
Negado
provimento
. Inexistência
constrangimento ilegal em virtude
da reiteração de atos infracionais
(art. 122, II, ECA)
. A sentença relata que ao menor já haviam sido
impostas 3 outras MSEs
O adolescente registra sete passagens por este
Juízo, por atos infracionais descritos como tentativa de
furto (quatro) e furto (três), já tendo sido sentenciado ao
cumprimento de medida socioeducativa de liberdade
assistida nos autos de nº 827-3/07 e 1003
semiliberdade nos autos nº (autos de execução nº
10.121-2/07) de onde se depreende que as medidas
anteriormente aplicadas não foram suficientes à
ressocialização, uma vez que em curto espaço de tempo
voltou à senda infracional.
133 HC
122887
SP Porte de arma
de fogo
(art. 14, Lei
10826/2003)
. Insuficiência da
instrução probatória em virtude
da ausência da juntada de laudo
pericial para comprovação do
porte de arma.
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
Ordem
denegada
. É dispensável a perícia
para comprovar o potencial lesivo
da arma.
. Inexistência
constrangimento ilegal em virtude
da reiteração de atos infracionais
(art. 122, II, ECA), além de se levar
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325
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
em conta as peculiaridades do caso.
134 HC
118925
SP Tráfico de
entorpecentes
. Nulidade do processo
por ausência de assinatura da
representação
Ordem
denegada
. A ausência de assinatura
é vício sanável.
135 HC
121595
SP Furto . Impossibilidade de
aplicação de MSE-I em relação
a MSE anterior diante da prática
de novo ato infracional. Limite
de 3 meses da internação-
sanção.
Ordem
parcialmente
conhecida.
. “O descumprimento
reiterado de medidas sócio-
educativas autoriza a regressão da
medida anteriormente imposta;
todavia, a determinação de
internação, ainda que possível,
nesses casos, deve respeitar o limite
temporal de 3 meses previsto no
art. 122, § 1o. do ECA.”
136 HC
110642
ES Homicídio
qualificado tentado
(art. 121, §2º,
II, c/c art. 14, II, CP)
. Ausência de
comprovação da materialidade
do delito por não realização do
exame de corpo de delito.
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I com base
Ordem
denegada
. Impossibilidade de
discussão de teses em via de HC
que demandem análise fático-
probatória.
. A falta do exame de
corpo de delito pode ser suprido por
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somente na gravidade do delito outros meios de prova. No caso
houve o depoimento da vítima e
testemunhas.
. A MSE-I foi devidamente
aplicada e fundamentada uma vez
que o ato infracional se amolda a
hipótese do art. 122, I, ECA.
137 HC
101286
SP Roubo (art.
157, §2º, II, CP) e
Porte ilegal
de arma de fogo de
uso permitido
(art. 14, Lei
10826/2003)
. O ato infracional não
pode ser atribuído ao
adolescente, pois não foi
periciada a arma apreendida.
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I quando
houver outra medida adequada.
Ordem
denegada
. É dispensável a perícia
para comprovar a materialidade do
delito, sendo devidamente atestada
na sentença.
. A MSE-I foi devidamente
aplicada e fundamentada uma vez
que o ato infracional se amolda a
hipótese do art. 122, I, ECA.
. Análise do menor trata da sentença:
Não fosse o bastante, conforme consta da
avaliação de fls. 21/24, verifica-se que G não apresenta
respaldo familiar suficiente que o possa auxiliar na
ressocialização, uma vez que não encontra na genitora
limites para sair da ociosidade e da companhia de
pessoas de hábitos negativos.
138 RESP
948956
RS Furto
qualificado
(art. 155,
§§1º e 4º, IV, CP)
. Prescrição da MSE,
não reconhecida pelo TJRS, já
que não entende ser aplicável a
redução do art. 115, CP.
Recurso
provido
. Aplicando-se o art. 115,
operou-se o transcurso no novo
prazo prescricional, estando extinta
a punibilidade.
139 HC SP Uso de . Prescrição da MSE, Ordem . Se entendeu configurada . Tese de que o cálculo prescricional do ECA de
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116692 entorpecente
(Art. 28, Lei
11343/2006)
pelo transcurso de mais de 1 ano
entre a data do fato e a decisão
do TJSP que reformou a decisão
que rejeitou a representação.
concedida a prescrição por se adotar como
parâmetro para o cálculo a os prazo
máximo para as medidas
estabelecidas no art. 28, Lei
11.343/2006, seria de 5 meses, uma
vez que é primário. Prazo
prescricional de 1 ano.
ser feito com base na pena do crime ao qual se equipara,
uma vez que boa parte das medidas do ECA, em especial a
MSE-SL e a MSE-LA, não possuem prazo limite pré
fixado. Argumento acolhido inclusive no STF (HC 88788)
140 RESP
912049
RS Não
informado
. Reforma da decisão
que decretou a nulidade do
processo por ausência dos
representantes do menor na
audiência de apresentação.
Recurso
provido
. O defensor público que
participou da audiência foi
nomeado curador especial. Entende
o STJ que a nomeação de curador
especial supre a ausência dos pais,
não gerando nulidade.
. Recurso manejado pelo Ministério Público
141 HC
111876
SP Tráfico de
entorpecentes
(art. 33, Lei
11343/2006)
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
da MSE-SL, desde o início, quando
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
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qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
imperativa somente nos casos de
internação.
. Necessidade de aplicação
da medida devidamente
fundamentada.
142 AgRg no
Agravo de
Instrumento
991990
RS Roubo . Impossibilidade da
MSE-I, mais gravosa das
medidas, quando o CP
determina a diminuição de pena
para a forma tentada.
Negado
provimento
. Além de se enquadrar na
hipótese do art. 122, I, ECA, o
menor já havia recebido 2 vezes
medidas mais brandas no processo
(remissão extraprocessual e
processual) e as descumpriu.
143 HC
110195
ES Lesão
corporal leve e Dano
qualificado
. Necessidade de se
levar em conta para a fixação da
MSE-I as condições particulares
do menor e a natureza do ato
infracional.
Ordem
concedida
. Constrangimento ilegal
por imposição da medida somente
na gravidade abstrata do fato, sem
levar em consideração as condições
do menor, que era primário e de
bons antecedentes.
. Fundamentação genérica da decisão que impôs a
MSE-I.
Decerto, o ato infracional reconhecido e
provado é gravíssimo e merece o repúdio da
coletividade. Entendo que muita benevolência em caso
que tais gera a sensação de impunidade, favorecendo a
reincidência, razão pela qual merece reprimenda mais
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severa.
144 HC
128224
SP Roubo . Necessidade de se
levar em conta para a fixação da
MSE-I as condições particulares
do menor e a natureza do ato
infracional.
Ordem
denegada
. A MSE-I foi devidamente
aplicada e fundamentada uma vez
que o ato infracional se amolda a
hipótese do art. 122, I, ECA.
. Além da gravidade do delito, alegou a sentença:
O adolescente, outrossim, é reincidente, já
tendo recebido medida sócio-educativa em decorrência
da prática de outro delito de roubo, medida esta que não
surtiu o efeito desejado, tanto assim que delinqüiu
novamente. Tal reincidência por si só já justifica a
internação, tendo em vista a prática reiterada de delitos
graves, nos termos do artigo 122, II do Estatuto da
Criança e do Adolescente. Como se não bastasse, o
adolescente demonstrou periculosidade exacerbada,
assim como premeditação e forte desvalor social em sua
conduta. Ademais, teve participação efetiva dos fatos,
pegando em arma e estando presente na cena principal
do delito, atuação esta que não pode ser somenos
importância, de forma a embasar eventual medida em
meio aberto, como se pretende.
145 HC
128422
MS Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
Ordem
parcialmente
concedida
. Caso que não se amolda
as hipóteses do art. 122, ECA, pois
não foi praticado com violência ou
. A decisão de 1º grau se baseou na reincidência e
suposta gravidade do delito:
Segundo se observa à fl. 68, ao menor já foi
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330
hipóteses do art. 122, ECA. grave ameaça e há somente
reincidência e não reiteração.
aplicada medida de Liberdade Assistida pelo prazo de
dezoito meses e, mesmo diante de seu cumprimento,
reiterou no cometimento de outras infrações, uma vez
que se dedicou ao comércio ilícito de entorpecente o que
demonstra sua aptidão para a prática de ilícitos cuja
gravidade é indiscutível motivo pelo qual a internação é
medida de rigor
146 HC
88043
SP Homicídio
qualificado
(art. 121, §2º,
III e IV, CP)
. O adolescente não
possui condições de cumprir
MSE-I, uma vez que não tem
capacidade mental para
assimilá-la. Deve ser submetido
a MSE-LA com
acompanhamento ambulatorial.
Ordem
concedida
. O art. 112, §1º, ECA
determina que A MSE levará em
conta a capacidade de cumprimento
do adolescente, “nesse diapasão, se
o adolescente apresentar distúrbios
mentais – como é o caso dos autos
–, não pode ficar submetido a um
processo ressocializador do qual
não auferirá proveito, tendo em
vista a sua condição especial.”
. Fundamentos da decisão de 1º grau que manteve a
MSE-I
O jovem, de acordo com o parecer médico
elaborado após avaliação
psiquiátrica (...), apesar de apresentar sinais de
desenvolvimento mental retardado, tal deficiência é de
grau leve e não o impede de assimilar a medida
socioeducativa, mas apenas torna seu desempenho
inferior ao dos demais internos de inteligência normal.
Por meio de tal avaliação, verificou
ademais, que o educando ostenta transtorno de déficit
de atenção, hiperatividade, distúrbio de comportamento,
senso crítico precário, discurso racionalizado,
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egocentrismo, distanciamento ideo
incapacidade de distinguir normas e deveres de
necessidades imediatas, além de periculosidade e
tendência a agir impulsivamente, com reações anormais,
das quais podem decorrer conseqüências gravíssimas,
características que o tornam extremamente vulnerável
aos apelos da marginalidade, sendo necessários,
portanto, assistência por figura de autoridade que sirva
como continente e lhe imponha preceitos legais,
tratamento ambulatorial por equipe de saúde mental,
com medicação psiquiátrica, terapia ocupacional ou
laborterapia e doutrinação de preceitos éticos e morais,
a fim de que ele não volte a praticar outras infrações
como a que justificou a internação em curso.
. Juarez Tavares, na função de PGR, emitiu um
parecer muito sensato:
(...) À luz de uma razão simples, não se pode
dizer que manter a internação é a maneira mais
eficiente de promover a proteção do adolescente e sua
reinserção no ambiente social ou possibilitar a
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convivência de forma anuente com o preceituado no
nosso modelo de
civilização.
Ora, já que a medida sócio-educativa não é
"educativa" para o Paciente, pois efeito nenhum
possui na linha da responsabilização, é imperioso
concluir-se que a ratio essendi da internação é a de
mera contenção física, impedindo que, em liberdade,
venha ele a persistir nas mesmas ações.
Assim, a medida apropriada ao adolescente
infrator portador de doença mental não é "sócio
educativa", mas "protetiva".
De tudo isso resulta que a determinação
judicial de manutenção do paciente na FEBEM, so
regime de internação, mesmo após a apresentação do
laudo psiquiátrico, não é apenas violadora do princípio
constitucional da proteção especial, mas também do
princípio da legalidade, porque acaba por estabelecer
uma situação sui generis, ao arrepio da Lei, um misto
entre medida protetiva a ser efetivada em
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estabelecimento sócio-educativo com as características
da FEBEM de São Paulo
147 RHC
25318
RS Furto . Impossibilidade de
imposição de MSE-I diante da
ausência de reiteração (art. 122,
II, ECA)
Negado
provimento
. É possível a aplicação da
medida diante da existência de
diversos atos infracionais
anteriores.
. A menção no acórdão do TJRS aos atos
infracionais anteriores trazidos no acórdão do STJ é a
seguinte;
A representação atribui ao adolescente a
prática de dez atos
infracionais contra o patrimônio praticados
entre 24-2-2007 e 23-9-2008 (fls. 24/36). O
representado conta 16 anos (fl. 38) e possui
antecedentes (fl. 33).
148 RHC
25248
PI Homicídio
qualificado
. Ilegalidade da
denegação da progressão da
MSE, uma vez preenchidos os
requisitos objetivos e subjetivos
para concessão.
Provido . As decisões que
denegaram a progressão basearam-
se somente na gravidade abstrata do
ato infracional.
. Fundamento da decisão de primeiro grau:
É cabível lembrar ao nobre defensor que o
adolescente foi sentenciado com medida de internação
por prática de atos infracionais análogos ao crime de
homicídio qualificado, ato infracional praticado de
maneira brutal, com violência e grave ameaça a pessoa
humana.
Cabe ao adolescente manter a medida que se
encontrar, tendo que refletir um pouco mais sobre o seu
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ato praticado, melhorando mais seu relacionamento e
estudos, para melhorar seu convívio com a sociedade
(fls. 19).
. Fundamento do Tribunal a quo:
O pedido de progressão de regime é
indissociável da análise da gravidade da conduta,
porquanto ser esta o ponto de partida para a aplicação
da medida sócio-educativa, bem como para o exame do
progresso do menor infrator.
No caso sub judice, o ato infracional cometido
pelo adolescente corresponde ao crime de homicídio
qualificado, previsto no art. 121, § 2o., II, III e IV do
Código Penal Brasileiro. Desta feita, o ora paciente foi
submetido inicialmente à medida de internação,
tamanha a gravidade de sua conduta (fls. 38).
149 HC
113371
PI Homicídio
qualificado e Lesão
corporal grave
(art. 121, §2º,
II, III e IV, e ar7. 129,
. Liberdade
compulsória de paciente que
completou 21 anos, mas foi
encaminhada para
estabelecimento prisional em
Ordem
concedida
. “Não haveria como
aplicar medida supostamente de
segurança à paciente, uma vez que
o estatuto jurídico motivador do
processo não prevê tal modalidade
. “conforme a representação, atingiu fatalmente
golpes de machado a tia e a prima, lesionando gravemente
outra prima, aparando e bebendo o sangue jorrado das duas
primeiras”.
. A sentença determinou, em virtude da idade
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§2º, III, CP) virtude de deter distúrbios
psíquicos.
de segregação”.
. Necessidade de liberdade
compulsória independentemente da
condição mental, afinal “o Estatuto
nos traz um critério objetivo para a
liberação compulsória: ter a pessoa
completado os 21 (vinte e um) anos
de idade. Ao que se me afigura, a
paciente já está com 27 (vinte e
sete) anos de idade, eis que nascida
em 11.10.81. Destaque-se, ainda, o
tempo de efetivo encarceramento:
mais de 10 anos, haja vista ter sido
segregada em 23.11.98.”
. “De mais a mais,
conquanto o fato que conduziu a
paciente à internação seja grave,
não haveria como o juízo de origem
mantê-la em medida supostamente
de segurança mais gravosa do que o
superior a 21 anos, o arquivamento do processo, mas
determinou a segregação por tempo indeterminado na
Penitenciária Feminina:
Isto posto, considerando o parecer do
Ministério Público, julgo extinto o processo pela perda
do objeto, uma vez que a representada já completou
vinte e um anos, nos termos do art. 121, § 5º, c/c o §
único, do art. 2 º do ECA, e, em conseqüência,
determino o seu arquivamento. Em razão do laudo de
fls. 75-79, determino que a representada continue
internada na Penitenciária Feminina de Teresina, por
tempo indeterminado, sem prejuízo de avaliação
semestral, face o laudo de fls. 144-150.
. OTJPI manteve a medida adotada pelo juízo
singular:
Contudo, em que pese a paciente se encontrar
fora de alcance do sistema protetivo e especial do
Estatuto da Criança e do Adolescente, acha-se a jovem
sob a influência de outro estado peculiar e que a
acompanha, pelo menos, desde a ocorrência do ato
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seu quadro clínico recomenda. Com
efeito, a cadeia pública não é
ambiente apropriado para pessoa
com problemas mentais, distúrbio
esse atestado pelos médicos
avaliadores. Algum tratamento para
o transtorno psíquico da paciente,
que porventura seja necessário,
deve ser pleiteado na esfera civil,
em ação de interdição, por
intermédio dos legitimados para
tanto - figurando, dentre tais,
inclusive o Ministério Público.”
infracional. Com a saúde mental comprometida,
situação devidamente atestada por junta de psiquiatras
(cópias dos laudos às fls. 71/75 e 97/99), necessita
Edelnir de tratamento individual e especializado,
medida indispensável à segurança social e dela própria.
150 HC
99565
RJ Uso e tráfico
de entorpecentes (arts.
12 e 16, Lei 6468/76),
roubo tentado,
receptação simples e
qualificada (arts. 157,
§2º, I e II, c/c art. 14,
. Unificação de MSEs
com base na aplicação do art.
111, LEP.
Ordem
denegada
. Segundo os arts. 99 e
113, ECA, as MSE podem ser
aplicadas cumulativamente.
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II, CP, e art. 180,
caput e §3º, CP)
151 AgRg no
HC 73934
SP Roubo
tentado
. Necessidade de se
levar em conta para a fixação da
MSE-I as condições particulares
do menor e a natureza do ato
infracional.
Negado
provimento
. “Está consolidado o
entendimento segundo o qual deve
ser aplicada a medida
socioeducativa de internação diante
da prática de ato infracional
equiparado ao roubo qualificado
tentado, nos termos do art. 122 do
Estatuto da Criança e do
Adolescente”.
152 HC
120881
SP Tráfico de
entorpecentes (arts. 33
e 35, Lei 11343/2006)
. Impossibilidade de
aplicação de MSE-SL, pois o
art. 120, §2º, ECA vincularia
esta aos requisitos da MSE-I
(art. 122, ECA), exigindo os
mesmos requisitos.
Ordem
denegada
. O disposto no art. 120, §
2o. do ECA, não impede a adoção
da MSE-SL, desde o início, quando
esta for compatível com a gravidade
e circunstâncias do delito, bem
como com a capacidade do menor
em cumpri-la, sendo descabida
qualquer vinculação aos requisitos
previstos no art. 122 do ECA,
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imperativa somente nos casos de
internação.
. Necessidade de aplicação
da medida devidamente
fundamentada.
153 HC
95352
SP Roubo
tentado
(art. 157, §2º,
II e IV, CP)
. Necessidade de se
levar em conta para a fixação da
MSE-I as condições particulares
do menor e a natureza do ato
infracional.
Ordem
denegada
. A MSE-I foi devidamente
aplicada uma vez que o ato
infracional se amolda a hipótese do
art. 122, I, ECA. Além disso, foram
analisadas as circunstâncias do fato
e as condições pessoais dos
pacientes.
. Fundamentos do TJSP para imposição da MSE
A gravidade do ato, conhecido, aliás, como
sequestro relâmpago, e que vem sendo causa de
verdadeiro temor de toda a população desta Cidade,
revela, por si só, total destemor e afeição coma
violência por parte dos seus autores.
Por outro lado, cumpre reconhecer que os três
representados não apresentam condições pessoais
favoráveis ao retorno do convívio social, sem que isso
possa representar novos riscos para eles e para toda a
sociedade.
Os três estavam sem estudar e sem trabalhar e
não apresentaram qualquer crítica no tocante ao ato
infracional praticado, pois procuraram sempre negar
suas respectivas responsabilidades.
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Além disso, são oriundos de famílias que não se
mostram capazes de conter o envolvimento infracional
que apresentam.
154 HC
125760
SP Roubo
(art. 157, §2º,
II, CP)
. Impossibilidade de
conversão de MSE-LA e MSE-
PSC em MSE-SL após ser
aplicada internação-sanção pelo
descumprimento.
Ordem
denegada
. Se a MSE imposta se
mostra insuficiente a
ressocialização é possível a sua
modificação. Fundamentada nos
arts. 99, 100 e 113 do ECA.
155 HC
128113
SP Tráfico de
entorpecentes
. Violação ao princípio
da excepcionalidade na
imposição de MSE-SL.
Ordem
concedida
. Ausência de
fundamentação idônea para
justificar a imposição de MSE-SL
. Fundamentos do TJSP para a MSE-SL:
A grande quantidade de droga e dinheiro
encontrada com o jovem indica que já está familiarizado
com o ambiente deletério, de modo que apresenta desvio
de personalidade que deve ser tratado e revertido, o que
só se poderá fazer a nível institucional.
Em que pese a brilhante argumentação do
representante do Ministério Público, entendo que a
medida sócio-educativa de semiliberdade é suficiente ao
caso em tela. O adolescente necessita de
acompanhamento sócio-educativo a fim de receber
orientações para modificar conduta e limites e,
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principalmente, para se afastar do ambiente delet
em que vive, o que não prejudicará o acompanhamento
familiar, pois a semiliberdade proporcionará a
ressocialização necessária ao jovem sem, entretanto,
privá-lo totalmente da liberdade.
156 HC
131848
MG Tráfico de
entorpecentes
. Impossibilidade de
imposição de MSE-I a infração
por não se configurarem as
hipóteses do art. 122, ECA.
Ordem
concedida
. Caso que não se amolda
as hipóteses do art. 122, ECA, pois
não foi praticado com violência ou
grave ameaça e há somente
reincidência e não reiteração.
. Fundamento do juiz de 1º grau para imposição da
medida
É sabido que as medidas sócio-educativas
visam a reeducar o adolescente. Percebe-
clareza, que não têm fim de punição. Logo, impõe
exame de outros elementos diversos da conduta
infracional para alcançar qual seja a medida adequada.
nesse exame, ganha dimensão, por exemplo, o
contexto familiar. No caso em rela, resta claro que a
família já não mais representa um referencial de
autoridade para o adolescente e não apresenta
condições de apoiá-lo em sua promoção social, o que
demonstra a necessidade de intervenção direta do
Estado em seu processo educacional.
Considerando o histórico do representado, a
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gravidade da conduta, bem como a situação de risco em
que se encontra, verifico que há necessida
intervenção permanente junto ao adolescente. Não vejo
sequer a possibilidade
de ser possível para propiciar a adequada
educação social do representado a aplicação de outra
medida que não seja a medida de internação. Embora
reconheço seu caráter excepcional, revela-se oportuna e
necessária à reeducação e recuperação do
representado, como o único e último meio disponível
para retirá-lo do processo de marginalização em que se
encontra, a fim de que possa traçar outra trajetória
para sua vida.
157 HC
131770
RS Roubo
tentado
. Constrangimento
ilegal, tendo em vista a
extrapolação do prazo máximo
de 45 dias previsto pelo ECA
para a internação provisória
Ordem
concedida
. “é irrelevante o tipo de
crime praticado, o modus operandi,
a personalidade do agente, ou até
mesmo de quem é a
responsabilidade pela demora no
julgamento; uma vez atingido o
prazo máximo permitido para a
. Internação provisória mantida pelo TJRS some
com base na gravidade do ato infracional:
Apreendido o adolescente em flagrante delito e
demonstrado que o menor efetivamente praticou o
roubo, presentes, portanto, indícios suficientes da
autoria e da materialidade do ato infracional, que é
grave, torna-se necessária a sua internação
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medida cautelar, nos casos de
menores infratores, deve o mesmo
ser imediatamente liberado”
158 HC
125409
SP Tráfico de
entorpecentes
(art. 33, Lei
11343/2006)
. Violação ao princípio
da excepcionalidade na
imposição de MSE-SL.
Ordem
concedida
. Ausência de
fundamentação idônea para
justificar a imposição de MSE-SL.
Baseou-se somente na suposta
gravidade da infração e não
analisou circunstâncias sobre o caso
concreto.
. Postura punitivista do juiz de 1º grau como
fundamento da MSE:
(...) não há que se falar em aplicação de
medidas mais brandas, pois infelizmente o tráfico de
entorpecentes envolvendo adolescentes é incessante na
Comarca, tanto que praticamente todas as apreensões
de infratores na Comarca são em decorrência do
tráfico, razão pela qual, em que pese este Juízo ter
mudado entendimento anterior no sentido da decretação
da internação por tempo indeterminado, diante do
quadro social da Comarca medidas mais drásticas
devem ser tomadas e não apenas aplicação de remissão,
ou medidas sócio-educativas como liberdade assistida e
prestação de serviços à comunidade.
159 HC
121892
MG Porte de
substância
entorpecente para
. Nulidade da ausência
de apresentação pela ausência
de defensor. Violação dos
Ordem
concedida
. Direito de defesa e do
contraditório são consagrados no
ECA – art. 111, III e IV e são
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consumo pessoal (art.
28, Lei 11343/2006)
princípios do contraditório e
ampla defesa.
indisponíveis
160 HC
67826
SP Injúria . Nulidade da
concessão de remissão
cumulada com MSE-PSC, em
virtude da ausência de advogado
durante a audiência
Ordem
concedida
. “A remissão, nos moldes
dos arts. 126 e ss. do ECA, implica
a submissão a medida sócio
educativa sem processo. Tal
providência, com significativos
efeitos na esfera pessoal do
adolescente, deve ser imantada pelo
devido processo legal. Dada a carga
sancionatória da medida
possivelmente assumida, é
imperioso que o adolescente se faça
acompanhar por advogado, visto
que a defesa técnica, apanágio da
ampla defesa, é irrenunciável.”
161 HC
120875
SP Ameaça
(art. 147)
. Prescrição da MSE Ordem
concedida
. Prescrição da MSE com
base na pena máxima em abstrato
do delito equiparado (1 a 6 meses),
pois “se a legislação penal
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estabelece pena inferior ao prazo
máximo estipulado para a
aplicação da medida
socioeducativa de internação (3
anos), não se pode admitir que se
utilize tal parâmetro para o cálculo
da prescrição, uma vez que levaria
a situações de flagrante
desproporcionalidade e injustiça,
porquanto se daria tratamento mais
rigoroso à adolescente do que a um
adulto, em situações análogas”.
162 HC
117566
SP Roubo
tentado
. Necessidade de
concessão de progressão para
MSE-LA, uma vez que o menor
já cumpriu 1 ano e 9 meses da
medida e existe laudo favorável
da Fundação Casa à progressão.
Ordem
concedida
. O magistrado não está
vinculado a relatório técnico em
virtude do princípio do livre
convencimento motivado. Havia
laudo de equipe técnico judicial em
posicionamento contrário, no qual
se baseou o juiz.
. Fundamentação do juiz pela manutenção da MSE
I
O jovem WASHINGTON PEREIRA ALVES foi
inserido na medida de internação sem pr
determinado. Durante este período foi avaliado por
equipe multidisciplinar da Febem. Os técnicos da
FEBEM sugeriram inserção em medida mais branda.
Este Juízo, em busca de maiores elementos, determinou
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avaliação pela equipe técnica do Judiciário. A ava
técnica aponta a necessidade de manutenção da
internação. A internação deve ser breve e excepcional.
Porém, o retorno do adolescente ao meio social só deve
ocorrer diante de elementos que evidenciem inequívoca
aptidão para tal.
Ante o exposto, considerando que aspectos
importantes ainda precisam ser melhor trabalhados em
busca da ressocialização, principalmente quanto ao
fortalecimento pessoal e trabalho sistemático com os
familiares, mantenho a medida de internação.
163 HC
57825
SP Direção sem
habilitação
(art. 309,
CTB)
. Prescrição MSE Ordem
concedida
. Como a pena máxima do
delito é de 1 ano, o prazo
prescricional, calculado de maneira
análoga ao CP, é de 2 anos. Prazo
transcorrido.
164 HC
129330
SP Roubo
(art. 157, I e
II, CP)
. Violação ao princípio
da excepcionalidade na
imposição de MSE-I.
. Inadmissibilidade da
Ordem
denegada
. Desnecessidade de perícia
da arma quando seu uso mostra-se
indiscutível
. Há preenchimento dos
. A única fundamentação mencionada das decisões
originárias é:
Quanto à medida, tenho que a internação seja a
mais adequada à espécie no caso de André e Jonata. O
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causa de aumento de “emprego
de arma”, pois a arma não foi
apreendida ou periciada.
requisitos da MSE-I e há devida
fundamentação para aplicação.
primeiro já é reincidente, tendo recebido medida
anterior por roubo, não sendo suficiente para conter seu
ímpeto delitivo. (...). André relatou que é usuário
contumaz de entorpecente (fls. 121)
165 HC
135492
DF Roubo . Violação ao princípio
da excepcionalidade na
imposição de MSE-SL.
Ordem
denegada
. Existência de
fundamentação idônea para
justificar a MSE-SL
. Fundamentação dada pelo tribunal a quo:
Levando-se em consideração que a infração foi
praticada mediante grave ameaça, exercida pela
simulação de emprego de arma de fogo e, que houve
reiteração no cometimento de outra infrações graves da
mesma natureza, bem com a existência das péssimas
condições pessoais do menor e a falta de estritura
familiar a que se encontra submetido, entendo que a
medida socioeducativa mais adequada ao acusado é a de
semiliberdade, afastando-se a aplicação de medida mais
amena
166 HC
59682
BA Furto
qualificado e dano
. Nulidade do
julgamento por ocorrência de
reformatio in pejus em recurso
exclusivo da defesa
. Constrangimento
Ordem
concedida
. “o Tribunal a quo, ao
reconhecer, em recurso exclusivo
da defesa, a existência de
circunstância elementar de tipo
penal diverso daquele pelo qual os
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ilegal, tendo em vista a
extrapolação do prazo máximo
de 45 dias previsto pelo ECA
para a internação provisória.
Menores presos a 1 ano e 4
meses.
menores foram representados, não
poderia ter determinado a mutatio
libelli (art. 384, parágrafo único,
do CPP), incidindo, assim, em
vedada reformatio in pejus”.
. Detectou-se a prescrição
no caso. Para a prescrição de MSE
de prazo indeterminado, deve-se
adotar o limite máximo de 3 anos
para referência de cálculo,
resultando em 4 anos o prazo
prescricional. Prazo transcorrido no
caso concreto.
167 HC
114798
SP Roubo
(art. 157, §2º,
I, II e V, CP)
. Violação ao princípio
da excepcionalidade na
imposição de MSE-I.
Não
conhecido
. HC prejudicado, pois o
menor já se encontra em MSE-LA
FONTE: http://www.stj.jus.br
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[pesquisa por: (((("MEDIDA SOCIOEDUCATIVA" OU "ATO INFRACIONAL" OU "MEDIDA SOCIO-EDUCATIVA" OU
"MEDIDA DE INTERNACAO") NAO "MEDIDA DE SEGURANCA").EMEN.) E (@DTDE >= "20080101")) E (@DTDE <=
"20090630")]
Número total de ocorrências: 184 acórdãos.
Entendimentos pacificados:
Há caráter retributivo e punitivo na MSE, mesmo que de forma secundária.
Admite-se a aplicação de prescrição às MSEs, devendo-se adotar os parâmetros do CP, inclusive a redução do art. 115, CP. Súmula 338/STJ
Entendimento de que a reiteração (art. 122, ECA) apenas se configura com o cometimento de, no mínimo, 3 atos infracionais.