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ISABEL CRISTINA BONOMETTI STIEVEN PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS CONSORCIADAS COM O MILHO SAFRINHA EM CAMPO GRANDE, MS CURITIBA 2009

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ISABEL CRISTINA BONOMETTI STIEVEN

PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS CONSORCIADAS COM O MILHO SAFRINHA EM CAMPO GRANDE, MS

CURITIBA 2009

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ISABEL CRISTINA BONOMETTI STIEVEN

PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS CONSORCIADAS COM O MILHO SAFRINHA EM CAMPO GRANDE, MS

Trabalho apresentado para conclusão do curso de Medicina Veterinária, Setor de Ciências Agrárias, da Universidade Federal do Paraná. Supervisor: Prof. Dr. Paulo Rossi Junior. Orientador: Dr. José Alexandre A. da Costa.

CURITIBA 2009

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Aos meus pais Edmar e Sonia,Aos meus pais Edmar e Sonia,Aos meus pais Edmar e Sonia,Aos meus pais Edmar e Sonia,

Por todo amor e dedicação.Por todo amor e dedicação.Por todo amor e dedicação.Por todo amor e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

A minha família que sempre me apoiou em todos os momentos da minha

vida. Especialmente aos meus pais que sempre fizeram tudo para que eu tivesse

a melhor formação possível.

Ao Professor Paulo Rossi Junior pelas excelentes aulas de bovinocultura de

corte e também pela atenção como supervisor do meu estágio.

A Universidade Federal do Paraná, fonte dos meus conhecimentos e dos

meus relacionamentos profissionais formados durante os meus cinco anos de

graduação. Também a todo corpo docente e a todos os funcionários que fazem a

diferença numa instituição de ensino, essencial na consolidação de um futuro

melhor.

A Embrapa Gado de Corte, a todos os seus funcionários e pequisadores,

especialmente ao meu orientador Dr. José Alexandre Agiova da Costa, que não

media esforços para meu aprendizado e conhecimento de toda unidade.

Aos estagiários Carlos Piotto e Alexandre Rotilli e a mestranda Andréia

Quintino que tornavam os dias de estágio mais divertidos, além de compartilharem

comigo seus conhecimentos sobre a Engenharia Agronômica.

Ao Pedro Buonarott, sua prima Carla Piazzalunga e família, pelas caronas,

pela companhia e pelo carinho que fizeram dos meus dias em Campo Grande

mais felizes.

A todos os meus amigos e colegas pela convivência, pelos trabalhos juntos

realizados, pelas festas e confraternizações ao longo dos anos acadêmicos.

A todas as pessoas que não estão citadas, mas que colaboraram direta ou

indiretamente para minha formação pessoal e profissional para que eu chegasse

até aqui, minha gratidão e meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária apresenta inúmeras vantagens em vários aspectos. No aspecto agronômico, pode ser citada a recuperação de áreas degradadas e manutenção de características produtivas do solo. No aspecto econômico há uma diversificação de produtos gerados nesse sistema, uma maior geração de empregos e de impostos. No aspecto ecológico deve-se ressaltar a redução do uso de herbicidas por diminuir a quantidade de plantas daninhas, explicada pela rotação de culturas, além da redução da erosão. No aspecto social podem ser citadas a fixação do homem no campo e a distribuição de renda em duas atividades, a pecuária e a lavoureira. Em vista de tantas vantagens, o objetivo deste trabalho é apresentar os resultados da produtividade de gramíneas tropicais consorciadas com o milho safrinha provenientes de um experimento realizado na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul. O plantio ocorreu em março e as coletas e processamento das amostras ocorreram durante o estágio curricular, em julho e agosto. Foram cultivadas oito gramíneas em sistema de Integração Lavoura-Pecuária e as três que se mostraram mais adaptadas ao consórcio no presente estudo foram Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria brizantha cv. Piatã e P. maximum cv. Tanzânia. As espécies que apresentaram melhor desempenho nos valores nutritivos em geral foram Brachiaria decumbens e B. ruziziensis.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 – Separação botânica de capim-marandu. Colmo a esquerda e folha a

direita. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.........................13

Figura 2 – Câmara fria do pavilhão de apoio para armazenagem de amostras da

Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.....................................13

Figura 3 – Pesagens dos componentes folha e colmo para obtenção do peso seco

na Embrapa Gado de Corte..................................................................14

Figura 4 – Sala de estufas do pavilhão de apoio da Embrapa Gado de Corte........15

Figura 5 – Moinhos “tipo willey” da sala de pavilhão de apoio, pertencentes a

Embrapa Gado de Corte.......................................................................16

Figura 6 – Fazenda Modelo, propriedade da Embrapa Gado de Corte, localizada no

município de Terenos, MS.......................................................................17

Figura 7 – Biblioteca da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.................19

.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Carga horária de atividades desenvolvidas no estágio curricular

obrigatório na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS...........11

Tabela 2 – Porcentagem e matéria seca (MS) de folhas e produtividade de

gramíneas tropicais no consórcio com o milho safrinha. Campo

Grande, MS........................................................................................36

Tabela 3 – Produtividade MS de folhas de forrageiras em consórcio com milho na

safrinha (BRS 2020), em diferentes doses de herbicida utilizadas.

Campo Grande, MS..............................................................................37

Tabela 4 – Produtividade de proteína bruta no componente folha, em diferentes

doses de herbicida utilizadas. Campo Grande, MS..............................38

Tabela 5 – Valor em % de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e

fibra em detergente ácido (FDA) dos componentes folha e colmo dos

capins consorciados com o milho brs 2020. Campo Grande, MS........39

Tabela 6 – Valor em % da digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO),

lignina em ácido sulfúrico (Lig S) e celulose (Cel) dos componentes

folha e colmo dos capins consorciados com o milho BRS 2020. Campo

Grande, MS...........................................................................................40

Tabela 7 – Média do número de plantas em 5 metros de linha e produtividade do

milho safrinha cultivado simultaneamente com gramíneas tropicais em

Campo Grande, MS..............................................................................41

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LISTA DE SIGLAS

ALS - enzima acetolactato sintase

ANOVA - Análise de variância

Cel - celulose

CEPLAC - Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CNPGC - Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte

DIVMO - Digestibilidade in vitro da matéria orgânica

DNPEA - Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentação

EPAMIG - Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FDA - fibra em detergente ácido

FDN - fibra em detergente neutro

IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná

ILP - Integração Lavoura-Pecuária

INMET - Instituto Nacional de Metereologia

IPEAN - Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária Norte

IRD - Instituto Francês de Pesquisa Científica e Desenvolvimento (Institut de

Recherche pour le développment - IRD)

Lig S - lignina em ácido sulfúrico

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MS - matéria seca

NIRS - Espectrometria de reflectância no infravermelho proximal (Near infrared

spectroscopy)

PB - proteína bruta

RH - Recursos Humanos

Sisvar – Programa de análises estatísticas e planejamento de experimentos

SPV - sementes puras viáveis

UA - Unidade Animal (450 kg de peso vivo)

UEM - Universidade Estadual de Maringá

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Unipasto - Associação para o fomento à pesquisa de melhoramento de forrageiras

tropicais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS.................................................................................................... 3

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 3

2.2 Objetivos Específicos................................................................................ 3

3 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO ........................................................................... 4

4 A INSTITUIÇÃO ............................................................................................ 12

4.1 Histórico Embrapa .................................................................................. 12

4.1.1 Histórico da Embrapa Gado de Corte .................................................. 14

5 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 15

5.1 Os Capins ............................................................................................... 15

5.1.1 Panicum Maximum cv. Mombaça..................................................... 15

5.1.2 Panicum Maximum cv. Tanzânia...................................................... 16

5.1.3 Panicum maximum cv. Massai ......................................................... 16

5.1.5 Brachiaria brizantha cv. Marandu..................................................... 17

5.1.6 Brachiaria brizantha cv. Xaraés ....................................................... 18

5.2 O Milho Safrinha ..................................................................................... 20

5.3 Os Herbicidas ......................................................................................... 20

5.4 Teste de Scott-Knott ............................................................................... 21

5.5 Método de análise NIRS......................................................................... 22

5.6 Parâmetros nutritivos .............................................................................. 22

6 PRINCIPAL EXPERIMENTO ACOMPANHADO .......................................... 26

6.1 Material e Métodos ................................................................................. 26

6.2 Resultados e Discussão ......................................................................... 27

7 DISCUSSÃO ................................................................................................. 35

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 39

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1 INTRODUÇÃO

O constante crescimento populacional mundial e o forte impedimento de

novas aberturas de matas e reservas para expansão de áreas destinadas a

produção nos obriga cada vez mais a explorar melhor, com maior desfrute e

intensidade as áreas que já estão abertas e preparadas para a agricultura e

pecuária. Para conseguir êxito neste uso intensivo da terra são necessárias

soluções tecnológicas que somente podem ser geradas através de órgãos e

instituições com grupos de pesquisa altamente especializadas para este fim.

Seguindo esta linha de raciocínio, a integração lavoura-pecuária (ILP) mostra

um excelente caminho, pois, além de gerar um melhor aproveitamento de uma

mesma área, apresenta um risco menor por ter duas fontes de rendas

diferentes.

Existem inúmeras vantagens no Sistema de ILP que podem ser citados.

Desde aspectos benéficos para o solo e, consequentemente para as plantas,

até aspectos econômicos como geração de empregos diretos e indiretos. As

principais vantagens econômicas ocorrem devido ao incremento na produção

de grãos e de carne em propriedades que podem adotar esse sistema de

maneira adequada. A diminuição dos custos de produção, uma vez que

realizando plantio, adubação e demais procedimentos se obtém a produção de

grãos e a pastagem. A ocorrência de maior remuneração para os produtores

rurais, além de maior estabilidade econômica devido à comercialização de

diferentes insumos resultantes da ILP. A remuneração também será mais

rápida, lembrando que a agricultura tem produção de grãos entre quatro a seis

meses. A geração de empregos diretos e indiretos ocorre nesse sistema, uma

vez que a maioria dos pecuaristas não possui conhecimentos teóricos e

práticos suficientes para fazer lavoura, o que implica na contratação de um

profissional habilitado para desempenhar tal função. Ainda pode ser citada a

maior circulação de capital, sendo outra vantagem econômica para a região,

uma vez que o produtor terá que adquirir sementes, herbicidas e demais

produtos necessários para o cultivo das forrageiras (KLUTHCOUSKI et al.,

2003).

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As vantagens para o meio são muito importantes e também devem ser

ressaltadas. A rotação de diferentes culturas e forrageiras proporciona redução

de doenças, pragas e plantas daninhas, uma vez que quebra o ciclo das duas

últimas. A utilização das gramíneas, que possuem raízes profundas,

proporciona ao solo maior permeabilidade da água, diminuindo possibilidades

de erosão do solo além de possibilitar um armazenamento de água, sendo

benéfico também para as plantas, principalmente em períodos de estiagem.

Estes fatos também contribuem para um aumento no teor de matéria orgânica

do solo. A cobertura do solo pela palhada proveniente das variedades

diferentes de forrageiras cultivadas também é vantajosa para o Sistema de

Plantio Direto quando for realizada a agricultura posteriormente

(KLUTHCOUSKI et al., 2003). Com um manejo adequado, esta cobertura

diminui a evaporação de água existente no solo e evita o estabelecimento de

plantas invasoras ou daninhas.

As gramíneas cultivadas em sucessão, consorciação ou rotação podem

aproveitar a disponibilidade de adubo residual que não foram aproveitadas na

produção de grãos. Por exemplo, a fixação do nitrogênio realizada de maneira

simbiótica pela soja (BROCH et al., 1997), que pode ser aproveitado pela

gramínea cultivada.

A adoção desse sistema não é vastamente aplicada por ser complexo e

exigir maquinário e implementos, implicando em altos custos e conhecimento

dessa prática. Tal fato deve ser estimulante para o desenvolvimento de mais

pesquisas e descobertas para facilitar o uso dessa ferramenta. O uso do

sistema de ILP aperfeiçoa o uso das terras em nosso país, além de valorizar e

fixar o homem no campo.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Obtenção de maior conhecimento na área de pastagem e forragicultura,

com ênfase na parte de Integração Lavoura-Pecuária através de auxílio e

acompanhamento de pesquisas desenvolvidas na Embrapa Gado de Corte,

avaliando a viabilidade deste sistema.

2.2 Objetivos Específicos

Observar a viabilidade da implantação e realização do consórcio de

gramíneas com a cultura do milho safrinha.

Analisar a produtividade de matéria seca das gramíneas e do milho e os

valores nutritivos das gramíneas cultivadas no consórcio.

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3 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na Embrapa Gado de Corte, localizada na BR

262, km 4 em Campo Grande no estado do Mato Grosso do Sul. O período do

estágio teve início no dia 27 de julho e término no dia 25 de setembro de 2009,

totalizando 344 horas.

As atividades realizadas eram na maioria relacionadas a pesquisas

vigentes por ocasião do estágio curricular e cada uma delas será detalhada

neste capítulo (Tabela 1). O mais comum nesta época era a coleta de materiais

e o processamento destas amostras coletadas. A coleta era feita sempre com a

ajuda de funcionários da Embrapa que trabalhavam a campo, estagiários de

diferentes universidades, cursos técnicos ou outras instituições e também dos

pesquisadores. Também havia realização de pesquisas por mestrandos e

doutorandos de Universidades de todo o país, conveniadas com a Embrapa

Gado de Corte. Os mestrandos e doutorandos que desenvolviam os projetos

nesta unidade acompanhavam o experimento na íntegra. Bolsistas e

assistentes técnicos também faziam parte do elenco para o acontecimento

destas pesquisas.

Tabela 1 – Carga horária de atividades desenvolvidas no estágio curricular obrigatório na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.

Atividade desenvolvida Carga horária

Coleta de amostras 36 horas Análises estatísticas 24 horas Separação botânica e morfológica 44 horas Pesagem e moagem de amostras 16 horas Digitalização de dados e resultados 12 horas Montagem de planilhas Excel 48 horas Estimativa visual 12 horas Palestras assistidas 40 horas Participação e organização dia de campo 8 horas Acompanhamento em laboratório 24 horas Manejo geral de animais 24 horas Leitura e estudo de materiais da Embrapa 24 horas Desenvolvimento de textos científicos 20 horas Tradução de texto para inglês 12 horas

Total de atividades realizadas 344 horas

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A coleta de amostras foi realizada na época de colheita do milho

safrinha e de suposto pastejo do capim. Normalmente era utilizada uma foice

ou um facão, para o corte das gramíneas e do milho, que era feito por

funcionários e técnicos agrícolas da Embrapa.

A separação morfológica consiste na separação dos componentes dos

capins: colmo e folha (Figura 1). Esta separação era realizada nas amostras de

gramíneas coletadas, sendo feita o mais rápido possível após a coleta para que

a perda de umidade das forrageiras não interferisse significativamente nos

resultados. Quando a separação não era feita no mesmo dia da coleta, elas

permaneciam nos sacos plásticos identificados na câmara fria do pavilhão de

apoio (Figura 2), mantidas a 4°C.

Figura 1 – Separação morfológica de capim-marandu. Colmo a esquerda e folha a direita. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.

Figura 2 – Câmara fria do pavilhão de apoio para armazenagem de amostras da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.

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A pesagem de amostras é feita também no pavilhão de apoio, sendo

que a maneira e a quantidade de pesagens realizadas em cada amostra

variavam conforme o pesquisador responsável e os objetivos de cada

experimento. No caso do experimento em que a estagiária teve maior

participação, foram feitas cinco pesagens para os capins e apenas duas para o

milho safrinha. A primeira ocorria logo após o transporte das amostras da área

em que estavam as forrageiras para o pavilhão, este seria o peso verde total.

Após esta primeira pesagem, foi feita a separação morfológica somente

dos capins e realizada mais duas pesagens dos componentes folha e colmo,

separadamente, assim eram obtidos os valores do peso verde de cada

componente. As duas últimas pesagens (Figura 3) foram realizadas após a

permanência, por aproximadamente cinco dias, dos sacos de papel que

continham os componentes folha e colmo dos capins na estufa com circulação

e renovação de ar a 55°C (Figura 4). O milho safrinha foi pesado logo após a

coleta e após a permanência na estufa, obtendo-se assim o peso verde e o

peso seco.

Vale ressaltar que todos os sacos sempre eram devidamente

identificados com: data da coleta, nome do pesquisador responsável e

descrição do conteúdo do saco.

Figura 3 – Pesagens dos componentes folha e colmo para obtenção do peso seco na Embrapa Gado de Corte.

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Figura 4 – Sala de estufas do pavilhão de apoio da Embrapa Gado de Corte.

A moagem das folhas e dos colmos era feita após as últimas pesagens,

com os componentes já secos. Durante a moagem sempre se utilizavam

máscaras devido ao pó produzido no moinho. Os moinhos utilizados eram “tipo

willey” (Figura 5) e o material moído era identificado e acondicionado em sacos

plásticos que, por sua vez, eram encaminhados para o laboratório de nutrição

de plantas. Neste laboratório era realizado o método da espectrometria de

reflectância no infravermelho proximal (NIRS) para obtenção de valores

nutricionais do material encaminhado para análise. Este método de avaliação

nutricional será discutido e detalhado na Revisão de Literatura.

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Figura 5 – Moinhos “tipo willey” da sala de pavilhão de apoio, pertencentes a Embrapa Gado de Corte.

Os dados e resultados obtidos através das pesagens e do método NIRS

eram digitalizados pelos estagiários e então eram feitas as análises estatísticas

através do Sisvar, um programa de análises estatísticas e planejamento de

experimentos. Este programa era utilizado com o auxílio do orientador. Era

utilizada análise de variância (ANOVA) que é um teste de hipóteses de médias

de dois ou mais fatores, utilizado para comparação. As planilhas com as

variáveis utilizadas para análise estatística eram montadas pela estagiária com

correção do orientador.

A estimativa visual normalmente era realizada por três observadores

(estagiários, pesquisadores ou técnicos agrícolas) para estimar cobertura do

solo no espaço de 1 m2 (delimitado por um quadrado de ferro) que fosse

representativo na área que estava sendo avaliada. Os valores estimados pelos

observadores eram expressos em porcentual. A estimativa visual também era

realiza para estimar a quantidade de cada capim e de invasoras de

determinadas áreas. Foi realizada estimativa visual em uma área de capim-

piatã, onde havia invasão significativa do capim-marandu (ambos os capins são

cultivares da Brachiaria brizantha). Era feita uma média das três notas dos

observadores para avaliar o quanto esta avaliação visual correspondia com a

realidade. Se isto fosse confirmado, os resultados seriam gerados de maneira

mais fácil e rápida nas demais avaliações. Isto porque poderia ser feita uma

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aproximação através dos valores observados na estimativa visual, ao invés de

realizar: coletas dos capins, separações das cultivares, pesagens e cálculos de

matéria seca (MS) de cada espécie ou cultivar.

As palestras assistidas durante o estágio curricular foram realizadas no

auditório da Embrapa Gado de Corte, ministradas por funcionários e ex-

funcionários da Embrapa. As palestras tiveram como assunto a elaboração de

textos científicos, com o intuito de preparar os bolsistas e os estagiários para a

5ª Jornada Científica, realizada nos dias 21, 22 e 23 de outubro no mesmo

local das palestras.

A realização do 2º Dia de Campo de Ovinocultura também ocorreu

durante o estágio obrigatório. Este evento ocorreu através de uma parceria

com a Embrapa Caprinos e Ovinos e apoio de entidades de iniciativa privada e

Governo Estadual e Federal. As palestras e práticas realizadas envolviam a

produção de ovinos de corte. O Dia de Campo aconteceu na Fazenda Modelo

(Figura 6), pertencente a Embrapa Gado de Corte, localizada no município de

Terenos, MS. O evento contou com a presença de acadêmicos, criadores,

pesquisadores e professores de diferentes locais e instituições.

Figura 6 – Fazenda Modelo, propriedade da Embrapa Gado de Corte, localizada no

município de Terenos, MS.

As atividades realizadas nos laboratórios foram: o acompanhamento e

auxílio na preparação do material para realização de análises pelo método

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NIRS e a mensuração de pH de silagens. Esta mensuração foi realizada

através de um pHmetro de bancada, em silagens de capim-piatã, de sorgo e do

consórcio de ambos. Estas forrageiras foram cortadas manualmente 70 dias

após a semeadura e ensiladas em silos experimentais de PVC, que possuíam

50 cm de altura e 10 cm de diâmetro. O pH destas silagens que foram abertas

após 46 dias foi 5,18 da silagem do capim-piatã, 4,13 do sorgo 4,42 do

consórcio. Os valores de pH das silagens do sorgo e do consórcio não

diferiram estatisticamente, mas foram menores do que a silagem do capim,

indicando melhor qualidade das primeiras (QUINTINO, 2009).

O tratamento e manejo de animais também foi realizado algumas vezes,

durante acompanhamento das atividades do veterinário Samuel Ferreira, que

trabalha na Sanidade Animal e faz atendimentos de todo rebanho da Embrapa.

Os problemas mais comumente atendidos eram: miíases, papilomatoses,

retenções de placenta e ferimentos em geral (principalmente dos animais

confinados em baias individuais). Também houve um surto de ectima nos

ovinos. A maioria dos animais atendidos era, em ordem decrescente: bovinos,

ovinos e eqüinos. Os últimos ocorriam em menor número na empresa porque

eram necessários apenas para o manejo dos animais das fazendas. Os ovinos

permaneciam na Fazenda Modelo, onde existe uma mangueira específica para

esta espécie.

Nas horas vagas, no caso da ausência do orientador e quando outro

experimento ou atividade não estavam ocorrendo, os estagiários podiam

usufruir da biblioteca da unidade (Figura 7), composta por um enorme acervo

de livros, periódicos e documentos produzidos pela própria Embrapa, revistas

científicas, periódicos, entre outros. Também foi feito o desenvolvimento de

textos científicos a partir dos experimentos dos quais a estagiária participou,

além de auxílio para tradução para o inglês. Os trabalhos foram enviados para

eventos científicos da própria Embrapa.

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Figura 7 – Biblioteca da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.

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4 A INSTITUIÇÃO

A Embrapa Gado de Corte é uma empresa pertencente ao governo, de

âmbito nacional, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA). A missão e objetivo desta empresa é o

desenvolvimento de pesquisas para maior conhecimento tecnológico e

descoberta de soluções sustentáveis para a pecuária de corte brasileira. A

meta é ser referência mundial em soluções tecnológicas para a agropecuária

tropical. É premissa da instituição atender à demanda do mercado que exige

alimentos seguros e de boa qualidade.

A Embrapa já pesquisou e lançou várias forrageiras que são utilizadas

por produtores em nosso país. Existem mais de 200 projetos e subprojetos em

andamento que visam melhorar o rendimento, qualidade, produção e eficiência

da cadeia produtiva da carne bovina. Para atender a essa demanda, esta

empresa conta com aproximadamente 193 funcionários, sendo 44 deles

pesquisadores com nível de mestrado e doutorado.

A unidade também conta com a colaboração de todo Sistema Nacional

de Pesquisa Agropecuária, por isso, vale ressaltar que a Embrapa possui 40

unidades disseminadas pelo Brasil, sendo 10 delas na região Centro-oeste, 10

na região Sudeste, 7 na região Nordeste, 7 na região Sul e 6 unidades na

região Norte. Existe ainda forte integração com as instituições de ensino

superior, escolas agrotécnicas, além de organizações e entidades ligadas aos

produtores rurais. Também deve ser citada a colaboração e participação de

instituições internacionais da Europa, América do Norte, Japão, Austrália e

demais países da América do Sul.

Todas as informações sobre as unidades da Embrapa no Brasil e sobre

o histórico das mesmas foram retiradas da página do Projeto Memória

Embrapa (http://hotsites.sct.embrapa.br/pme/historia-da-embrapa).

4.1 Histórico Embrapa

Na década de 1970, o Brasil estava intensificando a agricultura,

fazendo-se notar a necessidade de investimento em pesquisa e

desenvolvimento na área das ciências agrárias. Seguindo esta linha de

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raciocínio, um grupo de profissionais de extensão rural do Ministério da

Agricultura começou a levantar questões relacionadas à falta de

conhecimentos técnicos dos agricultores do país. O ministro da Agricultura da

época em questão, Luiz Fernando Cirne Lima, constituiu um grupo de pessoas

com o objetivo de identificar as dificuldades da produção agropecuária, levantar

soluções e obter verbas governamentais para financiar as pesquisas, tudo com

a devida legislação para divulgação segura e correta dos trabalhos produzidos.

Foi no dia 7 de dezembro de 1972, que o então presidente da República,

Emílio Garrastazu Médici, aprovou a Lei nº 5.881, autorizando o Poder

Executivo a fundar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),

empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura. Em março de 1973

entrou em vigor o decreto que aprovou os estatutos da empresa e liberou a

instalação da mesma. O primeiro diretor-presidente da Embrapa foi José Irineu

Cabral, nomeado no dia 26 de abril de 1973, no Ministério da Agricultura. Este

diretor-presidente contava com apoio dos diretores: Eliseu Roberto de Andrade

Alves, Edmundo da Fontoura Gastal e Roberto Meirelles de Miranda.

A infra-estrutura da Embrapa foi instalada inicialmente em Brasília, DF,

no Edifício Palácio do Desenvolvimento, onde os diretores da empresa criada

recentemente buscaram oportunidades para realização do desenvolvimento

das pesquisas voltadas para as ciências agrárias. A partir dessa busca, a

Embrapa herdou o Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentação

(DNPEA) responsável por todos os órgãos de pesquisa existentes naquele

momento, além de possuir uma estrutura com 92 bases físicas, sendo 70

destas estações experimentais.

Tal fato ocorreu no final do ano de 1973, através de uma portaria do

Poder Executivo que encerrou a existência do DNPEA. A criação dos primeiros

centros de pesquisa nacionais pela Embrapa ocorreu em 1974, sendo eles

divididos conforme produtos de importância para cada região. Os primeiros

foram: Embrapa Trigo em Passo Fundo, RS; Embrapa Arroz e Feijão em

Goiânia, GO; Embrapa Gado de Corte em Campo Grande, MS e Embrapa

Seringueira em Manaus, AM.

A distância das unidades e a complexidade das funções da empresa

alertaram para a necessidade da criação de Departamentos com a finalidade

de maior interação das áreas responsáveis pela execução da pesquisa. Sendo

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assim, foram estipulados sete Departamentos organizacionais: de Diretrizes e

Métodos, Técnico-Científico, de Difusão de Tecnologia, de Recursos Humanos,

Financeiro e de Informação e Documentação.

4.1.1 Histórico da Embrapa Gado de Corte

No dia 28 de abril de 1977 foi oficialmente inaugurado o Centro Nacional

de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC), época de regime militar, em que

cumpria mandato o presidente General Ernesto Geisel que presenciou o

evento. No mesmo ano a cidade de Campo Grande tornou-se capital do estado

do Mato Grosso do Sul. Campo Grande foi selecionada para implantação desta

instituição de pesquisa por apresentar condições favoráveis para produção de

bovinos de corte segundo especialistas desta área.

A organização para montagem e promoção de desenvolvimento

tecnológico da pecuária por comando do engenheiro agrônomo José Mendes

Barcellos, que teve como primeiro obstáculo a adequação das instalações,

previamente ocupada pelo Exército, onde existia a Coudelaria e o Regimento

da Cavalaria.

Duas estruturas foram herdadas pela Embrapa: uma localizada a 15 km

do centro, compreendendo 3.081 hectares e a segunda a 40 km do centro da

cidade, denominada Fazenda Modelo, com 1.612 hectares. Atualmente a

Fazenda Modelo apresenta estrutura para desenvolvimento de pesquisas com

caprinos e ovinos, além de possuir rebanho de bovinos de corte. A área

construída destas duas bases físicas citadas compreende 20.702,79 m2, onde

há campos experimentais, laboratórios, casas de vegetação, biblioteca, centro

de informática e benfeitorias de apoio. Benfeitorias de apoio como

estacionamento para as máquinas agrícolas e carros da Empresa, refeitório,

entre outros. A área de reserva legal registrada constitui 37% da área total.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo será destinado a uma breve revisão dos principais

elementos envolvidos na realização da pesquisa acompanhada. Por isso serão

abordados de maneira breve: os capins, o milho safrinha, os herbicidas, o

método de avaliação do valor nutritivo das forragens, o teste estatístico de

Scott-Knott e os parâmetros nutritivos que foram analisados. Todos estes

tópicos visam um melhor entendimento do principal experimento acompanhado

no período do estágio.

5.1 Os Capins

Todas as espécies e as cultivares utilizadas no experimento fazem parte

do portfolio da Embrapa Gado de Corte, sendo que a maioria das cultivares

aqui apresentadas foi lançada por esta unidade em conjunto com demais

instituições de pesquisa. As informações sobre estas forragens foram extraídas

predominantemente de arquivos, panfletos, informativos, cursos, publicações e

documentos da Embrapa durante o período do estágio curricular. Os capins

que serão discutidos foram eleitos por pesquisadores da unidade devido a

grande disseminação e importância na pecuária brasileira, além da adaptação

ao clima e ao solo da região dos Cerrados.

5.1.1 Panicum Maximum cv. Mombaça

A cultivar Mombaça foi lançada no Brasil em 1993 através de trabalho

conjunto entre: Unidades da Embrapa; IAPAR (Instituto Agronômico do

Paraná); CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira);

EPAMIG (Empresa Brasileira de Agropecuária de Minas Gerais) e a Embrapa

Gado de Corte que coordenou este projeto. Foi coletado pelo IRD (Instituto

Francês de Pesquisa Científica e Desenvolvimento em Cooperação) na África.

O crescimento deste capim ocorre em touceiras e pode atingir 1,65 m de

altura. O capim-mombaça geralmente é comparado ao capim-colonião, porém

possui produção superior ao último desde que esteja em solo fértil ou corrigido.

No oeste da Bahia, MÜLLER et al. (2002) mostrou que em pastejo rotacionado

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a produtividade média desta cultivar é maior na primavera do que no inverno,

pois a sua produção aumenta com o aumento da temperatura mínima. Foi

constatada produção de 4.958 kg/ha na primavera e 3.960 kg/ha no inverno

com média de descanso de 40 dias e 88 dias, respectivamente (MÜLLER,

2002) em sistema irrigado e solo corrigido e adubado. Conforme informativo da

Embrapa Gado de Corte, em quatro anos apresentou ganho médio de 700 kg

de peso vivo/ha/ano, em pastejo rotacionado com 2,6 UA/ha e 1 UA/ha no

período das águas e seco, respectivamente e solo corrigido e adubado.

5.1.2 Panicum Maximum cv. Tanzânia

O capim-tanzânia foi lançado em 1990 em parceria com as Embrapas:

Acre, Cerrados, Amazônia Oriental e as mesmas instituições supracitadas

(IAPAR, CEPLAC e EPAMIG). Cultivar originalmente coletada na região da

Tanzânia, África.

É uma planta cespitosa e pode atingir 1,3 m de altura. Suas folhas são

decumbentes e não apresentam cerosidade, nem pilosidade. É uma forrageira

exigente, não sendo recomendada para solos de baixa fertilidade. A lotação

suportada varia conforme estação seca e chuvosa, lembrando que este capim

apresenta produção estacional, variando entre 2,0 a 6,0 UA/ha na época das

águas e entre 1,0 a 1,5 UA/ha no período seco, em solos de alta fertilidade e

bem manejados. Nessas condições o ganho de peso vivo por hectare/ano varia

de 600 a 1.200 kg, conforme informa a Embrapa Gado de Corte.

5.1.3 Panicum maximum cv. Massai

O capim-massai é um híbrido espontâneo do Panicum maximum e P.

infestum, liberado em 2001 e lançado pela Embrapa Gado de Corte. Foi

coletado pelo IRD na Tanzânia, África.

Esta planta cresce em forma de touceiras típicas com média de 60 cm

de altura. Apresenta formação de perfilho em quantidade superior a qualquer

outra cultivar do gênero Panicum. É caracterizada por sua rusticidade, fácil

manejo, boa cobertura de solo e aceitabilidade por bovinos, ovinos, caprinos e

eqüinos. A produtividade animal pode variar entre 500 a 750 kg de peso

vivo/hectare/ano, considerando solos de alta fertilidade, bem manejados e com

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capacidade de suporte de 3 a 6 UA/ha nos meses das águas e de 1,5 a 2

UA/ha no período seco.

5.1.4 Brachiaria brizantha cv. Piatã

A cultivar BRS Piatã foi selecionada na Embrapa Gado de Corte após 16

anos de avaliações em materiais coletados na década de 1980 na região de

Welega, no país da Etiópia, no Continente Africano. Conta-se com a parceria

da Unipasto (Associação para o fomento à pesquisa de melhoramento de

forrageiras tropicais) para divulgação, comércio e pesquisa desta nova cultivar.

Foi apresentada pela Embrapa Gado de Corte em 2006.

Este capim pode ser cultivado em todos estados da região Centro-Oeste

e Sudeste, oeste da Bahia e demais áreas de Mata Atlântica desse estado. É

indicado para regiões de clima tropical e tropical úmido, sendo assim também é

indicado para região pré-amazônica: norte do Mato Grosso, Tocantins,

Rondônia, Acre e sul do Pará.

Esta planta se apresenta em touceiras, sendo ereta e cespitosa com

altura média de 0,8 a 1,10 m. Sua lâmina foliar é glabra e o colmo apresenta

poucos pêlos claros. A inflorescência é diferente das demais cultivares de B.

brizantha, uma vez que apresenta maior quantidade de racemos, são 12

dispostos quase na horizontal. As sementes são menores do que as da cultivar

Xaraés.

A produção total média anual de forragem é de 9,5 t/ha de matéria seca,

lembrando que esta forrageira pode ser cultivada em solos de média fertilidade

e é tolerante a solos com má drenagem. Pode ser consorciada com

leguminosas devido ao seu hábito de crescimento e também pode ser utilizada

na integração lavoura-pecuária devido ao crescimento inicial mais lento quando

comparado ao capim-marandu e ao xaraés, e crescimento alto após colheita.

5.1.5 Brachiaria brizantha cv. Marandu

Esta cultivar foi liberada pela Embrapa Gado de Corte e Embrapa

Cerrados em 1984 e foi originalmente coletada no Zimbábue, África. Também

conhecida como “brizantão” ou “brachiarão”, estima-se que há

aproximadamente 70 milhões de hectares cultivados com este capim no Brasil,

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sendo muito popular. Pode ser encontrado no Brasil Central Pecuário; na

região Norte, aonde é cultivado em larga escala; na região Nordeste, é

cultivado apenas aonde ocorre precipitação acima de 800 mm anuais; na

região Sul apresenta bom desempenho no norte do Paraná, lembrando que

este capim não é tolerante a geadas, portanto em regiões com inverno mais

rigoroso é indicado apenas como pastagem de verão.

É uma planta cespitosa, com bainhas pilosas e folhas de pouca

pilosidade na face ventral e nenhuma na face dorsal. Seus afilhos podem

atingir até 1,5 m de altura. Possui boa adaptação a solos de cerrado de média

a boa fertilidade natural. A capacidade de suporte deste capim varia entre 1,5 e

2,4 UA/ha no período das águas e entre 0,8 e 1,2 UA/ha na seca, considerando

solos bem manejados e de média fertilidade. Nessas lotações a produtividade

de peso vivo por hectare por ano varia de 400 a 500 kg.

5.1.6 Brachiaria brizantha cv. Xaraés

A cultivar Xaraés se encontra disponível desde 2003, após 15 anos de

estudos e avaliações. Foi estudada em parceria com Embrapa Cerrados,

Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Gado de Leite, CEPLAC, Instituto de

Zootecnia de São Paulo, Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Unipasto.

É uma planta cespitosa que pode atingir 1,5 m de altura. Possui folhas

lanceoladas e longas, com poucos pêlos, e de coloração verde escuras. Seus

colmos enraízam nos nós.

Esta cultivar é exigente em fertilidade, sendo classificada como

intermediária entre a cultivar Marandu e as cultivares de Panicum. Indicações e

recomendações para este capim são semelhantes àquelas para a cultivar

Tanzânia. A capacidade de suporte varia entre 2,5 a 6 UA/ha nos meses das

águas e entre 1,4 a 2,2 UA/ha no período seco, desde que em solos bem

manejados e de média fertilidade. Nessas condições a produtividade de peso

vivo por hectare por ano varia de 600 a 810 kg.

5.1.7 Brachiaria ruziziensis

Esta espécie é originária da África, mais especificamente do Zaire e

região oeste do Kenya. Locais em que há condições úmidas (precipitações

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acima de 1.000 mm anual), porém não inundáveis. Este capim apresenta

muitas semelhanças com a Brachiaria decumbens, diferindo no porte, pois a

última é de porte menor que a B. ruziziensis.

É uma espécie perene, cresce em touceiras suberetas e pode atingir até

1,5 m de altura. Suas bainhas apresentam pilosidades e suas folhas são

lanceoladas e lineares, de coloração verde amareladas. Sua produção anual de

matéria seca pode chegar a 14 toneladas por hectare por ano.

5.1.8 Brachiaria decumbens

A primeira introdução de B. decumbens no Brasil ocorreu no IPEAN

(Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária Norte) em 1952,

segundo SERRÃO & SIMEÃO NETO (1971). É uma espécie perene, existente

no leste tropical do continente Africano, aonde é considerada pastagem nativa.

Nesta região o clima é moderadamente úmido e a altitude acima de 800 m,

ocorrendo em solos férteis ou de média fertilidade e em áreas de pastagens

abertas ou com arbustos esporádicos.

A B. decumbens, também conhecida como “braquiarinha”, cresce em

vários tipos de solo, porém exige boa fertilidade e requer boa drenagem para

que apresente bom desempenho. Possui forma de crescimento de touceira

decumbente, podendo atingir até um metro de altura. Este capim tolera estação

seca não superior a quatro ou cinco meses, e necessita de precipitação anual

acima de 1000 mm (VILELA, 1977). Considerando-se uma lotação anual de 2

UA/ha/ano em média, a produção de matéria seca anual desta espécie atinge

de 8 a 12 toneladas por hectare.

Esta pastagem deve receber um manejo adequado, evitando excesso de

acúmulo de folhas mortas, quando destinada à alimentação animal devido a

potencial desenvolvimento do fungo Pithomyces chartarum que causam um

processo hepatotóxico, levando a fotossensibilização em bovinos (SCHENK &

SCHENK, 1983). Os mesmos autores também relatam que essa

fotossensibilização também pode ocorrer em bovinos que pastejam em B.

brizantha cv. Marandu.

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5.2 O Milho Safrinha

O milho utilizado no experimento foi o BRS 2020, um híbrido

desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo, que apresenta ciclo precoce e porte

baixo. Recomendado pela Empresa para plantio na safra de verão e apresenta

também bom desempenho na safrinha nos estados do Paraná, Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul e São Paulo. A densidade populacional indicada para esta

forrageira é de 55.000 plantas por hectare.

O milho safrinha é vastamente utilizado nas culturas de outono-inverno

no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Geralmente esta forrageira é

cultivada em fevereiro e março, com poucos insumos, em áreas de média a

alta fertilidade e solos de textura argilosa (com maior capacidade de retenção

da água). Nestes casos, em que a área é destinada a produção de grãos, são

obtidas produtividades entre 3.000 a 4.000 kg/ha (BROCH et al., 2007;

CECCON & XIMENES, 2007).

O milho safrinha tem sido utilizado em sistemas ILP, sendo consorciado

com capins, com o objetivo de produzir forragem e palhada para o plantio direto

(ALVARENGA et al., 2006). No Bioma do Cerrado, o consórcio do milho

safrinha com capins permite não somente a produção de grãos do milho como

também aumenta a produção de palhada, viabilizando o plantio direto com a

sucessão soja-milho safrinha (BROCH & CECCON, 2007). Além dessa

possibilidade do plantio direto com a soja, foram relatados aumentos na

produtividade da última, de 3 a 10 sacas/ha nessas áreas que foram

previamente cultivadas com o consórcio de milho e braquiárias no Mato Grosso

do Sul (BORTOLINI, 2007), e de 8,8 sacas/ha a mais no Mato Grosso (BROCH

et al., 2007).

5.3 Os Herbicidas

Os herbicidas utilizados para supressão foram Atrazine e Nicosulfuron. A

Atrazine é um herbicida seletivo utilizado no controle pré e pós emergência de

plantas infestantes de várias culturas agrícolas, principalmente o milho, a cana-

de-açúcar e o sorgo. Atrazine é o nome comum utilizado para o composto

químico pertencente à família da s-triazina, mais especificamente ao grupo das

clorotriazinas, devido à presença de cloro em sua estrutura molecular. Estudos

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comprovam que este herbicida contribui significativamente para redução de

invasoras de folhas largas (OLIVEIRA, 2001).

O Nicosulfuron (SANSON 40 SC) pertence ao grupo químico das

sulfoniluréias, sendo responsáveis por inibir a enzima acetolactato sintase

(ALS). Esta enzima é a primeira empregada para o caminho do acontecimento

da biossíntese dos aminoácidos de cadeia ramificada: valina, leucina e

isoleucina em plantas e microorganismos.

A mistura Atrazine + Nicosulfuron é comumente utilizada, isto porque o

primeiro herbicida controla as plantas daninhas na fase de pós-emergência

precoce da cultura e o segundo na fase de pós-emergência inicial. A pós-

emergência precoce se refere à fase que vai da emergência até o estádio de

duas folhas abertas no caso do milho e, tratando-se de gramíneas, é a fase

antes do perfilhamento. A pós-emergência inicial é o período que se inicia

quando há três folhas abertas, indo até a abertura da quinta folha do milho e

para as gramíneas anuais ocorrem quando há presença de um a dois perfilhos.

5.4 Teste de Scott-Knott

Nos resultados do presente estudo foi aplicado o teste aglomerativo de

Scott-Knott (1974) que visa apartar médias de tratamentos em grupos

diferentes, minimizando a variação dentro e maximizando a variação entre

grupos. Tal fato facilita a interpretação dos resultados por não ser ambíguo,

sendo um teste objetivo e de poder elevado (BORGES, 2003).

O coeficiente de variação é uma medida obtida através do desvio padrão

dividido pela média e multiplicado por 100, pois é expresso em porcentual. Este

valor porcentual é a estimativa estatística de precisão do experimento

realizado. Segundo PIMENTEL-GOMES (1987), conforme obtido em ensaios

agrícolas de campo, um coeficiente de variação é considerado baixo quando

seu valor é inferior a 10%, médio quando é de 10 a 20%, alto de 20 a 30% e

muito alto quando superior a 30%. O coeficiente de variação constatado no

experimento relatado no próximo capítulo se enquadra na classe de valor

médio.

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5.5 Método de análise NIRS

O método NIRS (Near Infrared Reflectance Spectroscopy) que significa

espectrometria de reflectância no infravermelho proximal foi utilizado para fazer

análise das amostras das gramíneas contempladas na pesquisa. O método de

análise bromatológica tradicional exige tempo mais prolongado do que para

realização do método NIRS, além de ser necessária mais mão-de-obra

especializada nos laboratórios.

As vantagens da análise pelo NIRS são várias: boa exatidão de

resultados; baixo custo; exigência de pouca mão-de-obra; não emite poluentes

nocivos ao meio; curto tempo de análise (aproximadamente um minuto por

amostra, dependendo do aparelho); preparo fácil e rápido do material para ser

analisado. Além dessas vantagens, são obtidos concomitantemente nove

parâmetros de valor nutriticional: matéria orgânica, proteína bruta, fibra em

detergente neutro, fibra em detergente ácido, digestibilidade in vitro da matéria

orgânica, lignina em ácido sulfúrico, lignina em permanganato de potássio,

celulose e sílica. As desvantagens ou limitações são: a calibração, que requer

tempo e treinamento específico, algumas amostras podem exigir novas

calibrações e o custo e manutenção do aparelho.

O princípio desta análise ocorre a partir da absorção da luz

infravermelha proximal por compostos orgânicos. É uma técnica analítica que

usa como fonte de luz produtora de comprimento de onda de 700 a 2.500 nm, o

que revela todos compostos orgânicos, pois cada um deles possui diferentes

perfis de absorção (MARTEN, 1985). Os resultados obtidos através da análise

do NIRS são considerados precisos e de boa qualidade.

5.6 Parâmetros nutritivos

As forragens são divididas conforme a disponibilidade nutricional, pelo

método de Van Soest (1975) em parcelas geralmente disponíveis, parcialmente

disponíveis e em geral indisponíveis (MAYNARD et al., 1984). Para esta

separação é utilizado um agente quelífero que irá separar os metais pesados e

contaminações alcalinas da terra dos componentes restantes. A fervura da

amostra em detergente neutro remove a fração da parede celular, constituída

por celulose, hemicelulose e lignina. Os últimos, por sua vez, formam a fibra

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em detergente neutro (FDN). A fervura seguinte em detergente ácido remove a

celulose e a lignina, ambas componentes da fibra em detergente ácido (FDA), a

partir da hidrólise da hemicelulose que se encontra livre e daquela que está

combinada com a lignina. A oxidação da lignina com permanganato de potássio

remove a celulose e as cinzas, que expostas à ignição (inflamação de fogo),

apresentam o valor da celulose (MAYNARD et al., 1984).

O conteúdo celular é composto por cinzas, extrato etéreo, proteína,

açúcares e amido. Os últimos são classificados como amplamente disponíveis.

Já a parede celular é disponível conforme a quantidade de lignina impregnada

em seus componentes, uma vez que esta é indisponível. A FDN apresenta

disponibilidade variável conforme o teor de lignificação da hemicelulose e da

celulose e a FDA conforme lignificação da celulose (MAYNARD et al., 1984).

A celulose é a substância mais abundante nos vegetais fibrosos, pois é

o principal componente estrutural da parede celular das plantas. Também

fazem parte da estrutura da parede celular: a hemicelulose, a lignina, a sílica e

vestígios de proteína. A estrutura química da celulose é formada por uma

cadeia longa de inúmeras unidades de glicose, por isso classifica-se como um

polissacarídeo ou um carboidrato. As ligações entre as glicoses são muito

estáveis, o que torna este polissacarídeo insolúvel e muito resistente à

degradação enzimática. Embora não possa ser degradada por nenhuma

enzima de mamíferos, pode ser degradada por fungos ou bactérias presentes

no trato gastrintestinal de ruminantes, por exemplo (MAYNARD et al, 1984).

A lignina é um composto heterogêneo, pertencente a uma classe de

compostos não-carboidratos. Serve de apoio para as paredes celulares dos

vegetais e por isso é analisada concomitantemente com os carboidratos

(MAYNARD et al., 1984). A lignina não pode ser digerida pelos

microorganismos presentes no rúmen, nem mesmo pelas enzimas digestivas

dos ruminantes. Ela possui elevado peso molecular e sua fórmula e estrutura

variam bastante. É encontrada nas partes lenhosas dos vegetais: sabugos,

cascas, parcelas fibrosas das raízes, galhos e folhas.

A lignina se liga a uma fração da fibra, a parede celular, e dificulta o

contato de enzimas microbianas com a fibra, diminuindo a digestibilidade de

toda a fração impregnada por ela, geralmente da hemicelulose e,

principalmente da celulose.

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Gramíneas e leguminosas tropicais tendem a ter mais lignina do que as

de clima temperado. A porcentagem de lignina é maior nas no caule do que

nas folhas e incrementa com o avanço da maturação sendo maior nas

gramíneas do que nas leguminosas (ABRAHÃO, 1991).

A hemicelulose é uma molécula complexa e heterogênea. Sua estrutura

é formada por vários polímeros de monossacarídeos como: glicose, xilose,

manose, arabinose e galactose. A molécula que predomina na estrutura da

hemicelulose é a Xiloglucan que, por sua vez é formada por uma cadeia de

unidades de glicose e xilose. A xiloglucan é ligada a fração péctica da parede

celular através de ligações covalentes e a estrutura da celulose através de

ligaduras do hidrogênio. Estas ligações conferem vigor às células vegetais. A

hemicelulose não é tão resistente a desagregação química como a celulose e

por isso é classificada como um carboidrato solúvel em solução alcalina fraca

(MAYNARD et al., 1984).

As proteínas são compostos orgânicos de natureza coloidal formados

fundamentalmente pelos seguintes elementos químicos: carbono, hidrogênio e

nitrogênio. Podem conter ainda enxofre, fósforo, cobre, entre outros. A

estrutura de uma molécula de proteína é extremamente complexa e seu peso

molecular é bem elevado. Esta molécula é formada por estruturas mais simples

que são os ácidos orgânicos denominados aminoácidos que apresentam a

função amina como fórmula geral. A diferenciação da proteína para um lipídio

ou um glicídio se dá através da presença do nitrogênio na composição química

da proteína. Por isso o teor de nitrogênio de uma forragem é um dos principais

fatores determinantes para a qualidade da mesma, podendo variar de 15 a

19% (ANDRIGUETTO et al.,1982).

A digestibilidade in vitro é uma metodologia utilizada para simular a

digestão no trato gastrintestinal de ruminantes. Este método permite estimar

valores de digestibilidade da matéria orgânica. A matéria orgânica, por sua vez,

refere-se a todos os elementos que contêm carbono em sua estrutura. A

glicose seria um exemplo, mostrando que a matéria orgânica é um componente

bem dinâmico. A digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) foi

utilizada no experimento que será detalhado no próximo capítulo.

É importante lembrar que a digestibilidade de vegetais variam conforme

as suas diferentes porções e estágios de desenvolvimento. Quanto à qualidade

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das porções das plantas, a maior importância seria destacar a superioridade

das folhas em relação ao caule. As folhas geralmente são mais ricas em

proteínas e apresentam maior palatabilidade e digestibilidade. O fato do

desenvolvimento afeta, por exemplo, o teor de proteína das folhas que diminui

com o envelhecimento de gramíneas. A qualidade de diferentes frações da

planta também diminui com o início do florescimento e maturação, uma vez que

ocorre a movimentação de carboidratos solúveis das folhas e caule para a

inflorescência. Este fator também causa aumento de lignificação nas folhas,

alterando a relação entre folhas e caule (ABRAHÃO, 1991).

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6 PRINCIPAL EXPERIMENTO ACOMPANHADO

6.1 Material e Métodos

O experimento de Integração Lavoura-pecuária foi conduzido na

Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS, localizada à 20°27’ de latitude

Sul, 54°37’ de longitude Oeste e a 530 m de altitude, no período de março a

agosto de 2009. O padrão climático dessa região está na faixa de transição

entre Cfa e Aw tropical úmido, segundo a classificação de Köppen. Apresenta o

verão chuvoso e inverno seco (OMETTO, 1981). A precipitação média anual é

de 1.500 mm, sendo que os meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro,

fevereiro e março são considerados os meses das “águas”, concentrando

aproximadamente 70% da precipitação anual. Os meses restantes (maio até

setembro) são caracterizados pelo período seco com aproximadamente 30%

da precipitação anual. O solo do local em que foram pesquisados os capins e o

milho é caracterizado como Latossolo Vermelho, de textura argilosa.

O milho utilizado para plantio foi o BRS 2020, um híbrido desenvolvido

pela Embrapa Milho e Sorgo. Os capins utilizados foram três do gênero

Panicum, sendo eles: P. maximum cultivares Massai, Mombaça e Tanzânia; e

cinco do gênero Brachiaria: B. brizantha cvs. Marandu, Xaraés e Piatã;

Brachiaria decumbens e B. ruziziensis.

O plantio dos capins e do milho foi simultâneo, realizado no dia 17 de

março de 2009, sendo utilizado espaçamento de 25 cm nas entre linhas e

profundidade 1 a 4 cm para todos os capins. A densidade de semeadura

utilizada para os capins do gênero Brachiaria foi 6 kg/ha de sementes puras

viáveis (SPV) e 4,5 kg/ha de SPV para os capins do gênero Panicum. A

adubação feita no plantio foi de 300 kg/ha da fórmula 10-25-15 de NPK e a

adubação de cobertura foi de 150 kg/ha de uréia.

O delineamento foi em blocos completamente casualizados, onde foram

desenvolvidos três tratamentos e quatro repetições. Foram coletadas amostras

de cada bloco e tratamento para análise de matéria seca total e massa seca de

folhas. Os três procedimentos de tratamento realizados nos capins foram: sem

supressão, ou seja, crescimento livre; supressão parcial, em que foi utilizado

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0,15 L/ha de Nicosulfuron mais 1,0 L/ha de Atrazine e por fim, na supressão

total, em que foi utilizado 0,8 L/ha de Nicosulfuron mais 2,0 L/ha de Atrazine.

As coletas de amostras foram realizadas no final de julho, 134 dias após

a semeadura. A área de coleta foi de 1 m2, delimitada por um quadrado de

metal de 1 m x 1 m. Após a coleta foi determinado o peso verde (fresco) e, em

seguida era separada uma subamostra para ser realizada a separação

morfológica (separação dos componentes colmo e folha). Terminada a

separação as amostras eram identificadas e levadas para uma estufa de ar

forçado a 55°C aonde estas permaneciam no mínimo por 72 horas para

secagem do material, para posterior moagem e realização do peso seco para

realizar o cálculo da matéria seca.

Após a secagem das amostras nas estufas e pesagens, as mesmas

foram moídas em moinhos “tipo willey” e encaminhadas para o laboratório de

nutrição de plantas, aonde foi feita determinação do valor nutritivo através do

aparelho NIRS (Near Infrared Reflectance Spectroscopy) segundo MARTEN et

al. (1985). As amostras para determinação dos parâmetros nutritivos foram

coletadas 139 dias após a semeadura, em delineamento completamente

casualizado. Os parâmetros analisados foram: proteína bruta (PB), fibra em

detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), digestibilidade in

vitro da matéria orgânica (DIVMO), lignina em ácido sulfúrico (Lig S) e celulose

(Cel).

Além da matéria seca total, foram contados os números de plantas de

milho em cinco metros de linha em cada tratamento de todos os capins e

também no milho testemunha (milho solteiro).

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as

médias foram comparadas pelo teste aglomerativo de Scott-Knott a 5% de

probabilidade, usando-se o aplicativo estatístico Sisvar versão 5.1 (programa

de análises estatísticas e planejamento de experimentos).

6.2 Resultados e Discussão

A média da produção de MS total por hectare em cada tratamento dos

oito capins analisados foi: 3.866 kg/ha para o tratamento sem supressão; 3.309

kg/ha na supressão parcial e 3.296 kg/ha de MS na supressão total. Vale

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destacar que não houve diferença estatística significante (P>0,05) entre os

últimos dois tratamentos. A ineficiência dos tratamentos com as doses de

herbicida utilizadas pode ser explicada devido ao regime pluviométrico atípico

do ano presente, pois foi verificado um longo período de estiagem durante o

desenvolvimento inicial do milho, compreendendo 36 dias (final do mês de

março até início de maio). Houve precipitação de aproximadamente 168 mm do

início de maio até final de julho, segundo os registros da estação meteorológica

INMET - A702 (www.inmet.gov.br).

Os capins que mais produziram MS foram: mombaça e piatã com 4.606

kg/ha e 4.599 kg/ha, que não diferiram estatisticamente entre si (P>0,05), em

seguida ruziziensis e tanzânia, com 3.893 kg/ha e 3.704 kg/ha,

respectivamente. Decumbens, marandu, xaraés e massai, com os menores

índices de produtividade, produziram: 3.483 kg/ha, 3.364 kg/ha, 3.027 kg/ha e

1.248 kg/ha, respectivamente (Tabela 2). Ressaltando que estes valores são

uma média dos três tratamentos utilizados.

Tabela 2 – Porcentagem e matéria seca (MS) de folhas e produtividade de gramíneas tropicais no consórcio com o milho safrinha. Campo Grande, MS.

Capins % de folha MS de folha (kg/ha) MS total (kg/ha)

Mombaça 61,46 2.818 4606 A

Piatã 53,42 2457 4599 A

Tanzânia 61,16 2276 3704 B

Xaraés 64,56 1952 3027 C

Ruziziensis 47,12 1842 3893 B

Marandú 52,13 1750 3364 C

Decumbens 45,7 1600 3483 C

Massai 76,28 953 1248 D

A>B>C>D, na coluna, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); CV = 14,62%.

Em relação às diferentes doses de herbicida, não houve diferença

estatística significativa na produção de MS do componente folhas para o

capim-mombaça. Já no caso do capim-tanzânia, a produção no tratamento sem

supressão foi maior (Tabela 3) em comparação aos outros tratamentos. Estes

fatos concordam com resultados já obtidos por outros autores para essas duas

cultivares, que desempenham alta produtividade mesmo em período seco (em

sistema de boa fertilidade) e em cultivo simultâneo com o sorgo (KICHEL et al.,

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2008; 2009) e também com o milho (ZIMMER et al., 2009; KICHEL et al.,

2009). No tratamento de supressão parcial o capim-mombaça diferiu do capim-

piatã e do capim-tanzânia, sendo superior aos últimos. Na supressão total

apenas o capim-tanzânia diferiu dos dois primeiros, sendo inferior. Estes três

capins de maior produtividade não diferiram estatisticamente no tratamento

sem supressão, como pode ser visto na tabela 3.

Tabela 3 – Produtividade de MS de folhas de forrageiras em consórcio com milho na

safrinha (BRS 2020), em diferentes doses de herbicida utilizadas. Campo Grande, MS.

Dose do herbicida Capins

Sem supressão Supressão Parcial Supressão total

---------- kg/ha de MS ------------

Mombaça 2885 Aa 2860 Aa 2708 Aa Piatã 2653 Aa 2295 Ba 2423 Aa Tanzânia 2753 Aa 2179 Bb 1897 Bb Ruziziensis 2290 Ba 1599 Cb 1636 Bb Marandu 2139 Ba 1582 Cb 1528 Bb Xaraés 1903 Ca 2056 Ba 1899 Ba

Decumbens 1800 Ca 1255 Db 1747 Ba

Massai 924 Da 1056 Da 879 Ca a>b, na linha, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); CV = 16% A>B>C>D, na coluna, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); CV = 14,31%. FONTE: COSTA et. al (2009b)

O capim-massai e Brachiaria decumbens obtiveram os menores índices

de produtividade. É provável que o capim-massai, que obteve a menor

produtividade em todos os tratamentos, tenha sofrido com os meses de seca,

discutidos anteriormente, causando déficit hídrico que diminuiu o crescimento

deste capim. O menor crescimento deste capim na seca concorda com os

resultados obtidos por ANDRADE et al. (2004). A cultivar Marandu e B.

ruziziensis tiveram produtividade intermediária e os seus comportamentos em

relação aos tratamentos foram estatisticamente iguais (Tabela 3).

Assim como ocorreu para a matéria seca, não houve diferença

estatística (P>0,05) entre os tratamentos com herbicida para todos os capins,

quanto aos resultados para o valor nutritivo. Quanto ao valor de proteína bruta

(PB), os capins mombaça e piatã tiveram os maiores valores expressos em

kg/ha no componente folha em todos os tratamentos (Tabela 4). Em seguida,

os capins tanzânia e ruziziensis foram os de maior produtividade. A produção

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foi maior no tratamento sem supressão e estatisticamente menor no tratamento

de supressão parcial e total. Isto ocorreu entre mombaça e piatã e, em seguida

com menor produtividade, entre tanzânia e ruziziensis. Observa-se que estes

quatro capins com maior produtividade de PB concordam com as maiores

produtividades de MS. Tais resultados concordam também no caso do capim-

massai que foi o menos produtivo quantitativamente no presente estudo, tanto

em MS como em PB, nos três tratamentos.

No tratamento de supressão total as gramíneas: tanzânia, ruziziensis,

marandu, xaraés e decumbens não diferiram estatisticamente (P>0,05) na

quantidade de PB no componente folha. Na supressão parcial, destas últimas

cinco gramíneas, apenas decumbens diferiu das demais, juntamente com o

massai, tendo ambos os menores índices produtivos de PB no componente

folha neste tratamento.

Tabela 4 – Produtividade de proteína bruta no componente folha, em diferentes doses de herbicida utilizadas. Campo Grande, MS.

Dose do herbicida Capins

Sem supressão Supressão Parcial Supressão total

---------- kg/ha de PB ----------

Mombaça 403,92 Aa 371,18 Aa 381,97 Aa Piatã 403,84 Aa 377,01 Aa 390,06 Aa Tanzânia 369,19 Aa 301,12 Bb 240,18 Bb Ruziziensis 367,56 Aa 265,20 Bb 255,19 Bb Marandu 321,34 Ba 274,21 Ba 254,04 Ba Xaraés 293,40 Ba 293,28 Ba 264,66 Ba Decumbens 285,36 Ba 195,46 Cb 289,42 Ba

Massai 140,53 Ca 153,25 Ca 136,33 Ca a>b, na linha, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); CV = 14,02%. A>B>C, na coluna, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); CV = 16,33%. FONTE: COSTA et al. (2009b)

Os valores de PB total (folha e colmo) dos três tratamentos realizados

foram maiores para as cultivares Piatã e Mombaça, com 515 kg/ha e 481 kg/ha

de PB, seguidos por ruziziensis e tanzânia com 421 kg/ha e 389 kg/ha,

respectivamente. Os capins decumbens, marandu e xaraés não diferiram

estatisticamente, apresentando 371 kg/ha; 354 kg/ha e 340 kg/ha de PB,

respectivamente. Por último, o capim-massai com menor produção total de PB,

com 169 kg/ha.

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Os resultados dos valores nutritivos mostraram que os capins Brachiaria

decumbens e B. ruziziensis (Tabelas 5 e 6) se mostraram superiores por

apresentar menor teor de FDN, FDA, Lig S e Cel, e consequentemente maior

DIVMO. A cultivar Massai não diferiu estatisticamente deste grupo,

apresentando também maior valor de DIVMO e foi superior a todos os outros

capins no valor de DIVMO do colmo. O capim-xaraés obteve os maiores

valores para FDN e Lig S, tendo em conseqüência a menor DIVMO. Os valores

obtidos para decumbens em monocultivo por EUCLIDES & MEDEIROS (2003)

são inferiores aos relatados no presente estudo. Os capins marandu, mombaça

e tanzânia apresentaram valores de FDN e DIVMO semelhantes aos

encontrados aos encontrados por CARVALHO et al. (2002) em folhas. Os

resultados de valores nutritivos encontrados pelos mesmos autores citados

foram maiores em áreas sombreadas do que ensolarada. Este fator é positivo

para sistemas ILP, principalmente neste caso em que o milho provoca

sombreamento nos capins.

Tabela 5 – Valor em % de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) dos componentes folha e colmo dos capins consorciados com o milho BRS 2020. Campo Grande, MS.

PB FDN FDA

Capins Folha Colmo Folha Colmo Folha Colmo Massai 15,01 A 8,69 A 74,27 A 82,38 B 35,92 B 47,78 B Tanzânia 13,30 B 5,97 B 73,96 A 84,82 B 39,76 A 53,03 A Marandu 16,33 A 4,39 B 72,90 A 88,91 A 34,67 B 55,40 A Xaraés 14,54 B 5,21 B 76,04 A 89,67 A 36,44 B 55,69 A Mombaça 13,70 B 5,49 B 75,99 A 85,71 A 39,69 A 53,76 A Piatã 15,92 A 5,78 B 68,35 B 82,98 B 31,31 C 49,85 B Decumbens 16,00 A 6,06 B 63,73 C 81,60 B 27,53 D 50,71 B Ruziziensis 16,08 A 6,14 B 61,58 C 75,58 C 27,11 D 44,48 C A>B>C>D, na coluna, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). FONTE: COSTA et al. (2009b)

Os capins piatã, mombaça, marandu e tanzânia não diferiram

estatisticamente na DIVMO para folhas, sendo capim xaraés o de menor

digestibilidade (Tabela 6). Também no mês de julho foram encontrados valores

de DIVMO semelhantes por EUCLIDES & MEDEIROS (2003).

Os capins massai, decumbens e ruziziensis tiveram os maiores valores

de DIVMO nas folhas, não diferindo estatisticamente. Nota-se que a DIVMO do

colmo do capim-massai é superior estatisticamente a todos outros capins,

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provavelmente devido ao atraso no crescimento do mesmo, que obteve a

menor produção entre as demais forrageiras.

As cultivares Mombaça e Tanzânia obtiveram os maiores valores

porcentuais de celulose nas folhas, seguidos por xaraés e massai que não

diferiram estatisticamente (P<0,05). Marandu e piatã em seguida e, por último

com o menor teor de celulose B. ruziziensis e B. decumbens.

Tabela 6 – Valor em % da digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), lignina

em ácido sulfúrico (Lig S) e celulose (Cel) dos componentes folha e colmo dos capins consorciados com o milho BRS 2020. Campo Grande, MS.

DIVMO Lig S Cel Capins Folha Colmo Folha Colmo Folha Colmo

Massai 74,74 A 61,17 A 2,96 A 4,74 B 25,74 B 34,46 B

Tanzânia 66,84 B 49,67 B 3,37 A 5,42 B 28,39 A 36,48 A

Marandu 67,28 B 37,64 C 3,26 A 6,31 A 24,39 C 36,42 A

Xaraés 61,12 C 39,91 C 3,35 A 6,36 A 25,74 B 36,60 A

Mombaça 67,96 B 46,36 C 3,45 A 6,13 A 28,49 A 36,64 A

Piatã 68,94 B 44,02 C 3,10 A 5,83 A 23,41 C 33,67 B

Decumbens 72,27 A 39,11 C 2,45 B 6,34 A 18,81 D 34,02 B

Ruziziensis 76,17 A 52,94 B 2,24 B 4,92 B 18,54 D 29,80 C

A>B>C>D, na coluna, pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). FONTE: COSTA et al. (2009b).

Os valores encontrados para produtividade do milho foram maiores para

o milho testemunha e para aquele cultivado com o capim-massai, com 4671 e

4497 kg/ha de MS, respectivamente (Tabela 7). O mesmo ocorreu no

crescimento livre (sem supressão), o milho testemunha e o milho cultivado com

o massai obtiveram os melhores índices produtivos, com 4805 e 4994 kg/ha e,

em seguida, todos os demais capins que não diferiram estatisticamente.

No tratamento de supressão parcial o milho cultivado com o marandu e

decumbens, com 3878 e 3810 kg/ha de MS, respectivamente não diferiram dos

dois mais produtivos no crescimento livre. Na supressão total o milho safrinha

em cultivo com mombaça e xaraés obteve 3663 e 3720 kg/ha de MS,

respectivamente e não diferiram dos maiores produtores que foram: o milho

testemunha, 4454 kg/ha e o milho cultivado com massai, com 3945 kg/ha.

Como não houve diferenciação estatística para os tratamentos de cada capim,

os valores da tabela 7 são resultados da média dos três tratamentos.

A média do número de plantas é uma variável pouco eficaz para

correlação da produção da MS, uma vez que em uma determinada parcela do

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experimento pode-se ter um menor número de plantas, porém elas podem ser

mais altas e com maior número de folhas e grãos, obtendo maior teor de MS.

Por isso não foi constatada boa correlação para eficiência do plantio e da

produtividade quando foi realizada a contagem do número de plantas no

presente experimento.

Tabela 7 – Média do número de plantas em 5 metros de linha e produtividade do milho safrinha cultivado simultaneamente com gramíneas tropicais em Campo Grande, MS.

Capins Média n° de plantas kg/ha de MS

Mombaça 31,7 3278

Xaraés 28,3 3458

Piatã 21,7 3078

Tanzânia 19,0 2807

Massai 21,6 4497

Marandu 21,6 3563

Decumbens 22,7 3230

Ruziziensis 29,4 2991

Milho solteiro 27,7 4671

As características de maior importância nas forragens são aquelas que

limitam o consumo voluntário do alimento (MERTENS, 1994). A pastagem

obtida em sistemas ILP disponibiliza forragem com qualidade para a produção

animal, que pode ser utilizada como uma estratégia nutricional em períodos

críticos do ano, além de se ter a produção de palhada para o plantio direto.

Pode-se concluir que no local e nas condições do presente estudo, o

capim-mombaça obteve os maiores índices de produtividade de MS nas folhas,

independente da dose de herbicida utilizada. No crescimento livre (sem

supressão) os capins piatã e tanzânia não diferiram do capim-mombaça na

produtividade em cultivo simultâneo com o milho safrinha.

As cultivares Mombaça e Piatã obtiveram também os maiores valores

para produtividade de PB independente do tratamento utilizado, sendo que no

tratamento sem supressão tanzânia e ruziziensis não deferiram das duas

primeiras. As espécies B. ruziziensis e B. decumbens apresentaram os

melhores desempenhos nos valores nutritivos analisados.

No caso de utilização de gramíneas tropicais em sistemas de ILP, as

cultivares Mombaça, Piatã e Tanzânia se mostraram mais adequadas entre os

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capins analisados neste estudo. Novos experimentos com diferentes doses de

supressão de herbicidas devem ser realizados em cultivo simultâneo com

outras culturas de grãos para aperfeiçoamento e disseminação da utilização de

sistemas de ILP.

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7 DISCUSSÃO

A experiência foi muito enriquecedora para a estagiária, sendo uma

oportunidade diferente, uma vez que empresas voltadas somente para

pesquisa não são numerosas em nosso país, considerando a população e

dimensões do mesmo. A rotina das pessoas e de um local de trabalho que é

inteiramente voltado para a pesquisa é bem peculiar, isto porque ela é voltada

para as necessidades de desenvolvimento de cada projeto, atendendo a

demanda do mercado e das tecnologias atuais. Sendo assim a dinâmica do

dia-a-dia de uma empresa como esta é bem diversa daquela vivenciada em

uma propriedade de gado de corte. Isto foi percebido devido à familiaridade da

estagiária em criações de gado de corte, devido a envolvimento familiar nessa

atividade.

Vale ressaltar também o aprendizado cultural e social por ter realizado o

estágio em um estado e em uma região do Brasil diferente da que a estagiária

vive. Um país vasto como o nosso possui hábitos muito diversos relacionados

com a colonização de cada região por diferentes populações e por motivos

específicos, geralmente ligados às riquezas naturais.

Na Embrapa Gado de Corte existiam algumas dificuldades burocráticas,

por ser uma empresa governamental, assim como ocorre em demais

instituições. Dificuldades que, por vezes prejudicavam o andamento ou início

das atividades que precisavam ser realizadas. Por isso, seria interessante a

existência de um artifício mais eficaz para comunicação e realização de

projetos e pesquisas da unidade.

A grande quantidade de pesquisadores, funcionários, estagiários e

demais atuantes na Embrapa Gado de Corte proporcionou um crescimento

para a estagiária, não apenas pessoal e de relacionamento, como também um

crescimento teórico, científico e prático em diferentes áreas de pesquisa, todas

envolvidas de alguma forma na produção animal. A realização de palestras,

dias de campo e outros eventos promovidos pela Embrapa Gado de Corte

proporcionou também convivência com produtores de regiões diferentes

daquelas conhecidas pela estagiária. Ressaltando que o clima, os animais, as

vantagens e desvantagens de cada região do Brasil, fazem com que os

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produtores tenham que se adaptar e aprender a ajustar as tecnologias ao seu

local de trabalho.

A Embrapa Gado de Corte é uma empresa muito grande e o

desenvolvimento das pesquisas e projetos depende da mão-de-obra, na

maioria das vezes especializada, de pessoas do terceiro grau ou nível técnico

na área. Além da mão-de-obra dos funcionários, claro, e dos pesquisadores

que lideram e coordenam os projetos e as pesquisas. Por isso, seria muito

interessante que os pesquisadores e funcionários dos Recursos Humanos (RH)

tivessem uma boa comunicação entre eles para saber quantos estagiários cada

pesquisador necessita aproximadamente, para quais atividades e por qual

período mínimo de tempo.

Acredito que assim as pessoas já conseguiriam ir mais direcionadas

para aquilo que realmente desejam fazer, tendo um maior interesse pelas

atividades que irão desempenhar, além de favorecer as pesquisas por ter

pessoas que já entendem e possuem maior “know-how” da área que irão

estagiar. O mesmo se aplica para mestrandos e doutorandos que irão

desenvolver projetos na Embrapa Gado de Corte, que também podem ter uma

maior comunicação com o RH da empresa para passar dados de provável

início e término do experimento, tipos das atividades que necessitam auxílio e

quantidade de pessoas envolvidas, entre outras informações relevantes.

Os trabalhos desempenhados pelos estagiários e pelos funcionários

também devem ser acompanhados ou fiscalizados pelas pessoas do RH ou até

mesmo pelos próprios pesquisadores com certa periodicidade. Isto porque,

muitas vezes as funções de cada um são muito próximas, ocorrendo um maior

desgaste por um dos lados, por motivos de negligência ou desinteresse de uma

das partes.

A dimensão desta unidade da Embrapa e do número de pesquisadores,

funcionários e demais atuantes na mesma, faz com que exista uma demanda

de maquinário e equipamentos em geral muito grande. Quando um

experimento é iniciado são feitos pedidos de materiais, mas ocorre que muitas

vezes vários deles possivelmente já existam na unidade e não estão sendo

utilizados. Por isso é importante que se tenha uma organização eficaz com

catálogos de equipamentos, materiais, entre outros que estão disponíveis para

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serem utilizados. Muitos materiais acabam sendo guardados e esquecidos,

sem serem usados e novos materiais são comprados e verbas desperdiçadas.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a oportunidade vivenciada nesta empresa de pesquisa

agropecuária foi extremamente vantajosa, agregando conhecimento teórico e

prático na área de interesse da estagiária. A proximidade com a pesquisa abriu

uma nova perspectiva para a formação acadêmica, revelando diferentes

aptidões. Além disso, proporcionou a convivência em local de trabalho com

tecnologias atuais e pessoas altamente qualificadas para realização dos

experimentos, sendo o estágio curricular obrigatório um ótimo período para a

estagiária no âmbito profissional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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