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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Engenharia Agronômica Bruno Dias Cerchiari Gilson José Faustino Giovane Santos de Oliveira Vitor Souza Marcondes de Andrade PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE PROTEGIDO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS BIOLÓGICOS VIA SOLO LINS - SP 2019

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Page 1: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

UniSALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Engenharia Agronômica

Bruno Dias Cerchiari

Gilson José Faustino

Giovane Santos de Oliveira

Vitor Souza Marcondes de Andrade

PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM

AMBIENTE PROTEGIDO EM FUNÇÃO DE

DIFERENTES TRATAMENTOS BIOLÓGICOS VIA

SOLO

LINS - SP

2019

Page 2: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

BRUNO DIAS CERCHIARI

GILSON JOSÉ FAUSTINO

GIOVANE SANTOS DE OLIVEIRA

VITOR SOUZA MARCONDES DE ANDRADE

PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE PROTEGIDO EM

FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS BIOLÓGICOS VIA SOLO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Engenharia Agronômica, sob a orientação da Prof.ª Ma. Elizete Peixoto de Lima e orientação técnica do Prof. Me. Thiago Flávio de Souza.

LINS – SP

2019

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Cerchiari, Bruno Dias; Faustino, Gilson José; Oliveira, Giovane Santos de; Andrade, Vitor Souza Marcondes de

Produção de pepino (Cucumis sativus L.) em ambiente protegido em função de diferentes tratamentos biológicos via solo / Bruno Dias Cerchiari; Gilson José Faustino; Giovane Santos de Oliveira; Vitor Souza Marcondes de Andrade. -- Lins, 2019.

52p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Engenharia Agronômica, 2019.

Orientadores: Elizete Peixoto de Lima; Thiago Flávio de Souza

1. Cucumis sativus L. 2. Ambiente protegido. 3. Produtividade. I Título.

CDU 631

C391p

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BRUNO DIAS CERCHIARI

GILSON JOSÉ FAUSTINO

GIOVANE SANTOS DE OLIVEIRA

VITOR SOUZA MARCONDES DE ANDRADE

PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE PROTEGIDO EM

FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS BIOLÓGICOS VIA SOLO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof.ª Orientadora: Ma. Elizete Peixoto de Lima

Titulação: Mestre em Saúde Coletiva, pela Universidade do Sagrado Coração (USC)

Assinatura: _____________________________________

Prof. E. Harumi Hamamura

Titulação: Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior pelo Centro

Universitário Internacional (UNINTER)

Assinatura: _____________________________________

Prof. Me. Luiz Paulo Montenegro de Miranda

Titulação: Mestre em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita

Filho (UNESP)

Assinatura: _____________________________________

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Dedicamos este estudo aos nossos

familiares que, com muito carinho е

incentivo, não mediram esforços para que

cumpríssemos, com responsabilidade e

ética, mais esta etapa em nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos criou e nos deu coragem para alçar novos voos е propor

sempre um novo mundo de possibilidades.

Aos nossos orientadores Elizete e Thiago pela paciência e colaboração para o

desenvolvimento deste trabalho e pela eficientíssima maneira como nos conduziu

nos caminhos dos saberes que oportunizaram a janela que hoje vislumbramos, um

horizonte superior eivado pela acendrada confiança no mérito e ética cabível a um

engenheiro agrônomo.

Aos Mestres que ao transmitirem seus conhecimentos muito contribuíram

para a nossa formação profissional.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a finalização deste

trabalho.

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RESUMO O pepineiro (Cucumis sativus L.) pertence à família das cucurbitáceas é uma planta originária das regiões tropicais da Índia, que se adaptou perfeitamente às condições climáticas do Brasil e atualmente é uma das hortaliças mais consumidas no país. A cultura do pepino contribui significativamente para a economia do país e, consequentemente, gera renda e empregos de maneira direta e indireta. As pragas mais comumente encontradas na cultura do pepino são: a Bemisia tabaci biótipo B, os pulgões Aphis gossypii e Myzus persicae e os tripes, Thrips tabaci, Thrips palmi e Frankliniella schultzei. Já entre as doenças mais presentes destacam-se: o oídio, causado pelo fungo Sphaerotheca fuliginea, o míldio ocasionado por outro fungo o Pseudoperonospora cubensis, os mosaicos que são causados por vírus e os nematoide-das-galhas Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica. A pesquisa desenvolveu-se na Fazenda Experimental do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins (UniSALESIANO). Utilizou-se no experimento dois produtos comerciais, aqui denominados de produto A e produto B, sendo o primeiro composto por conídios dos fungos Trichoderma viride, Trichoderma harzianum e Trichoderma asperellum e o segundo tendo apenas o fungo Trichoderma harzianum, cepa Esalq 1306. Adotou-se o Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), empregando três tratamentos, sendo T1 = produto A (2 g para 10 litros de calda); T2 = produto B (4 g para 10 litros de calda); T3 = testemunha (sem tratamento). A área experimental útil, constituiu-se de 5 linhas de plantio com 28 m de comprimento, espaçadas 1,30 m entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas, espaçadas 0,80 m entre si e 1,30 m entre parcelas. As plantas das bordaduras foram descartadas das avaliações, bem como as duas plantas de cada extremidade das unidades experimentais, utilizando para as avaliações dos dados, apenas as quatro plantas restantes em todas as parcelas. Os parâmetros avaliados foram: massa semanal de frutos (MSF), massa total de frutos (MTF), número semanal de frutos (NSF) e número total de frutos (NTF). Para as variáveis MSF e NSF gerou-se análise de variância, comparando as médias pelo teste de Tukey a 5% de significância. Quando se analisa a produtividade total, ou seja, somando todo período de colheita, o produto B se destacou entre os tratamentos obtendo os maiores valores, tanto para a variável MTF quanto para a variável NTF. Em relação a MSF, nos dois períodos de avaliação os produtos apenas diferiram estatisticamente na primeira e na oitava semanas, quando B e A são superiores um ao outro, respectivamente. E para a variável NSF a diferença estatística ocorreu somente na quarta semana de colheita, onde o produto B obteve a maior média. Palavras chave: Cucumis sativus L. Ambiente protegido. Produtividade.

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ABSTRACT Cucumber (Cucumis sativus L.) belongs to the cucurbit family. It is a plant native to the tropical regions of India, which has adapted perfectly to the climatic conditions of Brazil and is currently one of the most consumed vegetables in the country. The cucumber crop contributes significantly to the country's economy and, consequently, generates income and jobs directly and indirectly. The most common pests found in cucumber crops are: Bemisia tabaci biotype B, aphids Aphis gossypii and Myzus persicae and thrips, Thrips tabaci, Thrips palmi and Frankliniella schultzei. Some of the most common diseases are: powdery mildew, caused by the fungus Sphaerotheca fuliginea, mildew caused by another fungus, Pseudoperonospora cubensis, mosaics that are caused by viruses and the nematodes Meloidogyne incognita and Meloidogyne javanica. The research was developed in the Experimental Farm of the Salesian Catholic University Center Auxilium de Lins (UniSALESIANO). Two commercial products, hereinafter referred to as product A and product B, were used in the experiment, the first being conidia of the fungi Trichoderma viride, Trichoderma harzianum and Trichoderma asperellum and the second having only the fungus Trichoderma harzianum, strain Esalq 1306. In the experiment, (DIC), using three treatments: T1 = product A (2 g for 10 liters of syrup); T2 = product B (4 g for 10 liters of syrup); T3 = control (no treatment). The useful experimental area consisted of 5 planting lines with 28 m of length, spaced 1.30 m apart and each treatment contained five replicates, these being arranged in bands and constituted by six plants, spaced 0.80 m between yes and 1,30 m between parcels. The boundary plants were discarded from the evaluations as well as the two plants at each end of the experimental units, using for the data evaluations only the four remaining plants in all plots. The parameters evaluated were: weekly fruit mass (SPS), total fruit mass (MTF), weekly fruit number (NSF) and total number of fruits (NTF). For the variables MSF and NSF, analysis of variance was generated, comparing the means by the Tukey test at 5% of significance. When the total productivity is analyzed, that is, adding up the entire harvest period, the product B stood out among the treatments obtaining the highest values for both the MTF variable and the NTF variable. Regarding SPS, in the two evaluation periods products only differed statistically in the first and eighth weeks, when B and A were superior each other, respectively. And for the NSF variable the statistical difference occurred only in the fourth week of harvest, where the product B obtained the highest average.

Keywords: Cucumis sativus L. Protected environment. Productivity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema de composição do experimento ................................................. 30

Figura 2: Correção da fertilidade (A) e reforma e adequação dos canteiros (B) ....... 32

Figura 3: Mudas prontas para o transplantio (A) e realização do transplantio (B) ..... 33

Figura 4: Cobertura vegetal seca colocada no ambiente de cultivo .......................... 34

Figura 5: Massa total (kg) de frutos de pepino japonês (variedade Taikô)

colhidos por tratamento no período de 1/10/ 2018 a 26/10/2018 .............................. 36

Figura 6: Número de frutos de pepino japonês (variedade Taikô) colhidos por

tratamento no período de 1/10/ 2018 a 26/10/2018 .................................................. 37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Recomendação de adubação para correção da fertilidade do solo para a

cultura do pepino ....................................................................................................... 22

Tabela 2: Categorias de qualidade de acordo com a % de tolerância aos defeitos .. 26

Tabela 3: Caracterização química do solo do ambiente experimental, obtida

através da análise de solo ......................................................................................... 31

Tabela 4: Épocas, dosagens e fontes dos nutrientes aplicados para correção da

fertilidade do solo do ambiente experimental ............................................................ 32

Tabela 5: Massa semanal de frutos de pepino japonês (variedade Taikô)

produzidos de 1 a 25/10/2018 em parcelas com área de 2 m2 e em ambiente

protegido ................................................................................................................... 38

Tabela 6: Massa semanal de frutos de pepino japonês (variedade Taikô)

produzidos de 29/10 a 26/11/2018 em parcelas com área de 2 m2 e em ambiente

protegido ................................................................................................................... 40

Tabela 7: Número semanal de frutos de pepino japonês (variedade Taikô)

colhidos no período de 1 a 25/10/2018 em área de 2 m² em cultivo protegido ......... 41

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Tabela 8: Número semanal de frutos de pepino japonês (variedade Taikô)

colhidos no período de 29/10 a 26/11/2018 em área de 2 m² em cultivo protegido .. 42

LISTA DE ABREVIATURAS

%: Percentagem

cm: centímetros

CMC: Vírus do mosaico do pepino

CMV: Cucumber mosaic vírus

DIC: Delineamento Inteiramente Casualizado

g: Gramas

ha-1: Hectares

HortiBrasil: Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura

INMET: Instituto Nacional de Meteorologia

K: Potássio

kg: Quilogramas

m: metros

mm: milímetros

mmolc: Milimol-carga

MSF: Massa semanal de frutos

MTF: Massa total de frutos

N: Nitrogênio

ns: Não significativo

NSF: Número semanal de frutos

NTF: Número total de frutos

P: Fósforo

pH: Potencial hidrogeniônico

t: Toneladas

T1: Tratamento 1

T2: Tratamento 2

V%: Percentagem de saturação por bases

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 13

2.1 A Cultura do Pepino ............................................................................................ 13

2.1.1 Características botânicas e fenológicas ........................................................... 14

2.1.2 Pragas e doenças frequentes ........................................................................... 17

2.1.3 Clima e época de plantio .................................................................................. 19

2.2 Implantação da cultura ........................................................................................ 20

2.2.1 Solo e adubação .............................................................................................. 21

2.2.2 Tratos culturais ................................................................................................. 23

2.3 Cultivo em ambiente protegido ............................................................................ 24

2.4 Colheita, pós-colheita e comercialização ............................................................ 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 29

3.1 Caracterização da área experimental .................................................................. 29

3.2 Tratamentos e delineamento experimental ......................................................... 29

3.2.1 Preparo do solo ................................................................................................ 30

3.2.2 Implantação e desenvolvimento da cultura ...................................................... 33

3.2.3 Controle fitossanitário ....................................................................................... 34

3.3 Avaliação ............................................................................................................. 35

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................... 36

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

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1 INTRODUÇÃO

A cultura do pepino (Cucumis sativus L.) desempenha uma considerável

atuação socioeconômica dentro do agronegócio, principalmente nas regiões

interioranas, contribuindo tanto para agregação de renda como também para a

manutenção e o fortalecimento da agricultura familiar.

O cultivo do pepino pode ser realizado em campo aberto, o qual expõe a

cultura às intempéries do clima como as chuvas torrenciais, os ventos fortes e

amplitude térmica, ou pode-se cultivá-lo em ambientes protegidos, onde se obtém

ganho em produtividade. No entanto, a alta temperatura e umidade são

características comuns nesses locais e favorecem o surgimento e proliferação de

pragas e doenças da parte área, bem como das raízes.

O ataque desses organismos incide diretamente sobre a sanidade e

desenvolvimento das plantas, acarretando em perdas na produção. Para controlar a

infestação e diminuir os danos causados, normalmente usam-se defensivos de

origem química, porém, as aplicações de má qualidade e repetitivas de produtos que

contenham uma mesma molécula podem causar resistência nos organismos, além

de diversos problemas ambientais.

Para que os possíveis prejuízos ao sucesso do cultivo e ao meio ambiente

sejam evitados torna-se necessário o emprego de outras técnicas de manejo ou a

associação de mais de um tipo de controle, como por exemplo, alternar a aplicação

convencional com a pulverização de produtos que se enquadrem em uma classe

toxicológica mais baixa.

Apoiado nessa necessidade, o controle biológico, que ocorre naturalmente em

um ambiente em equilíbrio, tem se tornado uma alternativa economicamente viável e

suficientemente eficaz, principalmente quando associado a outras técnicas de

controle e prevenção, como o manejo integrado de pragas e doenças.

O controle biológico é realizado por organismos vivos, os chamados agentes

de biocontrole, que são inimigos naturais de bactérias, fungos e insetos causadores

de danos diretos e indiretos às lavouras. Dentre os fungos utilizados como agentes

de biocontrole, estão os do gênero Trichoderma, os quais podem possuir ações

fungicidas e nematicidas, agindo por antagonismo, parasitismo e por antibiose e,

desta forma, promover as condições ideais para o desenvolvimento das plantas.

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Diante do exposto, o objetivo da pesquisa foi avaliar a diferença de resultados

entre os tratamentos com produtos de origem biológica e de aplicação via solo na

produção da cultura do pepino em ambiente protegido.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A Cultura do Pepino

O agronegócio no Brasil tem uma expressiva participação na economia. É a

atividade que tem contribuído, de forma significativa, para a geração de renda e

empregos. As riquezas geradas propiciam condições de melhor qualidade de vida,

principalmente de habitantes de pequenas e médias cidades. Dentre os segmentos

de produção agrícola em destaque, o cultivo de hortaliças aparece como uma

atividade rentável devido a suas características e diversidades como o clima, o solo,

a água, o relevo e a luminosidade presentes no território Brasileiro (DUMONT,

2013).

Nas últimas décadas, a produção de hortaliças teve um aumento significativo,

com destaque para as culturas de cucurbitáceas que representam um importante

volume em produção e comercialização no Brasil. Segundo Santi (2013), as

cucurbitáceas ainda são produzidas em quantidades relativamente pequenas

quando comparadas às outras hortaliças, sendo produzidas para consumo local e

não costumam figurar nas estatísticas de produção nacional de forma mais

significativa.

Várias espécies de cucurbitáceas se destacam economicamente no

abastecimento interno pela ampla aceitação popular, dentre elas temos o melão, a

melancia, a abóbora e o pepino. O pepino (Cucumis sativus L.), segundo Cardoso

(2002), é originário da Índia, é uma hortaliça de clima tropical que melhor se

desenvolve em temperaturas na faixa de 20 °C a 30 °C e está entre as hortaliças de

frutos com maior interesse comercial no Brasil. É muito apreciado e consumido em

saladas, curtido em salmoura ou vinagre na forma de picles e raramente maduro e

cozido.

O clima no Brasil favorece muito a cultura, porém, através do cultivo em

ambiente protegido, é possível obter aumento na produtividade, bem como um

produto de melhor qualidade para comercialização. Em épocas não tradicionais de

cultivo, a produção em estufa minimiza o efeito da sazonalidade de produção, além

de possibilitar o controle de alguns fatores ligados ao crescimento e

desenvolvimento das plantas (BLANCO et al., 2002).

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Martins et al. (1995), cita que a cultura do pepino, requer umidade relativa alta

(70 a 90 %), sendo exigente em luminosidade, principalmente no período de

floração. Os solos mais indicados são aqueles de textura média, leves, profundos,

férteis, bem drenados, com o potencial hidrogeniônico (pH) entre 5,5 a 6,5, ideais

para a planta melhor se adaptar (CARDOSO, 2007).

Trani (2015), ressalta, inclusive, que o maior ou menor período de produção

de frutos de pepino, pode ser influenciado pela adubação realizada em cobertura, na

quantidade de nutrientes fornecidos às plantas e da periodicidade de aplicação dos

fertilizantes.

O início das colheitas ocorre cerca de 50 dias após a semeadura, com

duração entre 60 a 80 dias, se forem feitos os tratos culturais de desbrotas e podas

das plantas. O ponto de colheita não é baseado apenas no grau de maturação dos

frutos, mas principalmente no seu tamanho (CARVALHO et al., 2013).

2.1.1 Características botânicas e fenológicas

O pepino faz parte da família das cucurbitáceas e do gênero Cucumis, que

compreende por volta de 38 espécies conhecidas. É originário da região quente do

norte da índia ou da África, onde ocorrem espécies silvestres (PICOLOTO, 2014;

JUNGLAUS, 2007).

Oliveira et al. (2011), descrevem o pepineiro como uma planta anual, tendo

como ancestral, a espécie selvagem Cucumis hardwickii royale, que ainda se

encontra nos vales subtropicais do Himalaia. Existem cinco formas de produção do

pepino a saber:

a) o de campo aberto, cuja epiderme é recoberta de pequenos espinhos

brancos ou pretos;

b) o de estufa, que têm uma epiderme lisa e são derivados de tipos orientais

com frutos muito alongados;

c) o tipo Sikkim, cuja epiderme é de tom vermelho-laranja;

d) os pequeninos frutos para conservas, conhecido como cornichão ou

gherkins;

e) os pepinos de forma redonda de tipo Apple ou Lemon.

A planta é herbácea, anual, com hastes longas, hábito de crescimento

indeterminado, desenvolvendo-se no sentido vertical ou prostrado dependendo da

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presença ou ausência de suporte. O hábito de florescimento é monoico, ou seja, há

flores unissexuadas, masculinas e femininas na mesma planta, com nítida

predominância das primeiras, o que é uma característica normal da espécie. Os

ramos apresentam gavinhas, que se fixam a qualquer tipo de suporte e o sistema

radicular é superficial (CARVALHO et al., 2013; PICOLOTO, 2014).

Segundo Oliveira et al. (2011), foram criados híbridos ginóicos que

desenvolvem quase que exclusivamente flores femininas, e tanto nos cultivares

monoicos como ginóicos, exigem polinização para desenvolvimento do fruto. A

atividade de polinização é intensa durante a manhã, cessando no início da tarde,

sendo uma informação importante a ser considerado na hora de pulverizar

defensivos agrícolas e no cultivo a campo.

A polinização é feita pelas abelhas que visitam as flores várias vezes ao dia,

sendo o pólen, originário das flores masculinas da mesma planta ou de outra planta

em campo aberto (DUMONT, 2013). Os híbridos ginoicos exigem a proximidade de

plantas monoicas para fornecimento do pólen, já nos híbridos ginoico-

partenocárpicos, os frutos se desenvolvem independente da polinização. O pepino é

uma baga suculenta, cheia, de formato cilíndrico, com 3 a 5 lóculos, fruto trilocular, a

coloração varia de verde-clara a verde-escura conforme a cultivar (JUNGLAUS,

2007).

Oliveira et al. (2011), relata que o plantio é comumente efetuado na primavera

verão. É uma espécie de clima quente, adaptando-se a temperaturas amenas,

porém, sendo prejudicada pelo frio e destruída pela geada.

Entretanto, Cardoso (2007), comenta que no outono/inverno, com o

fotoperíodo mais curto e juntamente com a baixa intensidade luminosa e as

temperaturas noturnas amenas, há estímulos para a formação de flores femininas.

Com o estímulo na formação de flores femininas, pode haver elevação da

produtividade em cultivares monoicas, desde que o frio não constitua fator limitante

da cultura (CAÑIZARES, 1998).

Dumont (2013), menciona que a cultura em ambiente protegido durante o

inverno, é favorecida pelo efeito estufa, devido a pequena elevação de temperatura

que este ambiente proporciona. Se conduzida durante o verão em ambiente

protegido, a proteção contra alta pluviosidade, também é favorável. Apenas as

cultivares ginoico-partenocárpicas produzem dentro de estufas totalmente fechadas,

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as demais, exigem polinização por abelhas e por isso as estruturas precisam estar

com as laterais abertas ou cultivo a campo (CAÑIZARES, 1998).

Em relação ao pepino tipo caipira, os frutos alcançam o tamanho de 10 a 16

centímetros (cm), apresentando coloração predominantemente verde-clara com

manchas verde-escuras na região do pedúnculo. O sabor é adocicado, livre de

amargor e é o preferido em alguns mercados, sendo bem aceito em várias regiões

interioranas brasileiras (PICOLOTO, 2014; OLIVEIRA, 2009).

O tipo Aodai possui frutos cilíndricos de 20 a 25 cm de tamanho, de coloração

verde-escura e trilocular com acúleos brancos e deve ser tutorado, já que a cultura

rasteira ocasiona a formação de uma mancha indesejável, chamada de barriga-

branca (BLANCO et al., 2002).

Os frutos do tipo alongado são tipicamente afilados e alongados, com 20-30

cm de tamanho, de coloração verde-escura e trilocular, com acúleos brancos, sabor

típico e agradável, sendo essas características as preferidas em mercados mais

exigentes. Caracteristicamente, o tipo alongado, não ocorre a formação de

sementes, já que todos os híbridos desse grupo são ginoico-partenocárpicos

(PICOLOTO, 2014).

Segundo Silva et al. (1992), há três tipos de hábitos de crescimento:

a) monoico que possui flores unissexuadas com predominância das

masculinas, exigem polinização para desenvolver frutos normais;

b) ginoico criado pelos fitomelhoristas, desenvolve maioria flores femininas,

exigem a proximidade de plantas monoicas;

c) partenocárpico criado exclusivo para cultivo em casa de vegetação, o

desenvolvimento dos frutos não depende da polinização, sendo que as

flores não devem ser polinizadas.

Para Oliveira (2009), as sementes levam de três a dez dias para germinar,

dependendo da temperatura do solo e não germinarão se a temperatura do solo for

abaixo de 10 ºC, pois, quanto mais quente for o solo, mais rápida será a germinação.

A planta do pepino desenvolve-se rápido e começam a estabelecer as flores,

aparecem os pequenos frutos e começam a desenvolver-se entre a planta e a flor e,

em alguns dias, estão prontos para serem colhidos.

No processo de germinação, quando a semente entra em contato com o solo

e absorve água, uma enzima é ativada e ela altera seu revestimento até que se

rompa. Após a germinação, ocorre a emergência, onde raiz cresce na direção do

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solo a procura de nutrientes e fixa a planta com firmeza e a plântula emerge do solo

em busca da luz (PICOLOTO, 2014).

Eles são colhidos em vários momentos dependendo do uso e da preferência.

A planta continua crescendo e produzindo pepinos durante todo o período de

desenvolvimento, quando são colhidos com frequência (SILVA et al., 1992).

2.1.2 Pragas e doenças frequentes

O pepino é uma planta muito cultivada em ambientes protegidos, o que lhe

proporciona condições favoráveis para produção o ano todo. Por outro lado, é

também a condição ideal para a proliferação de pragas.

Segundo Michereff Filho et al. (2012), os Tripps: Thrips tabaci, Thrips palmi e

Frankliniella schultzei, são insetos que medem aproximadamente 1 a 2 mm de

comprimento, com aparelho bucal raspador-sugador. São comumente encontrados

nas partes inferiores das folhas e também dentro das flores. Segundo Gallo et al.

(2002), nas plantas atacadas pela tripes, as folhas danificadas reduzem a

fotossíntese, acarretando em uma menor produção e translocação de

fotoassimilados, que são direcionados para a formação de frutos.

De acordo com Michereff Filho; Guimarães; Liz (2010), o tripes raspa os

tecidos das folhas e alimentam-se dos exsudados descarregados, portanto, as

folhas quando atacadas ficam com aspecto queimado ou prateado e pontuações

escuras. Esta praga pode causar manchas e cicatrizes nos frutos, diminuindo o valor

comercial.

Os pulgões Myzus persicae, são insetos afídeos, de aproximadamente 1 a 3

mm de comprimento, com aparato bucal tipo picador-sugador, apresentam o corpo

ovalado, destacando-se na extremidade posterior do abdome dois cornículos que se

prolongam para trás e para cima de cor amarelo claro na fase jovem (ninfa)

passando para uma coloração verde-escura na fase adulta, e são favorecidos pelo

clima quente e seco (MIRANDA; SUASSUNA, 2004).

Segundo Michereff Filho et al. (2013), a proliferação dos pulgões na lavoura é

rápida, podendo causar danos severos se não controlados no começo da infestação,

pois ocorrem em grandes colônias na face abaxial das folhas, brotações e flores, se

alimentando continuamente do citoplasma das plantas. Os pulgões também podem

causar danos indiretos à lavoura, pois quando se alimentam, liberam um excremento

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açucarado sobre as folhas, facilitando o aparecimento de uma doença fúngica

chamada fumagina (BALBINO, 1991).

Além de favorecer o aparecimento da fumagina, segundo Barbosa et al.

(2006), os pulgões são considerados vetores do vírus do mosaico do pepino o

Cucumber mosaic virus (CMV). O CMV é um vírus de ocorrência mundial e, no

Brasil, assume grande importância em várias espécies de plantas ornamentais,

frutíferas, hortaliças e leguminosas, sendo transmitido mecanicamente, por

sementes e por mais de 60 espécies de afídeos, que por sua vez tem uma ampla

gama de plantas hospedeiras (CARDOSO et al., 2001).

Esse vírus é um dos mais comuns dentre os que acometem as plantas,

causando substancial dano econômico, podendo infectar 1.200 espécies diferentes

de plantas distribuídas em mais de 100 famílias, sendo que todas as cucurbitáceas

são suscetíveis a esse patógeno (LIMA; ALVES, 2011).

O ácaro rajado Tetranychus urticae (Koch, 1836) é uma das pragas de maior

importância econômica e segundo Miranda; Suassuna (2004), estes são organismos

pequenos, semelhantes às aranhas, de forma ovalada e cor esverdeada e com duas

manchas escuras no dorso. Formam colônias compactas nas partes inferiores das

folhas, produzindo teias onde se protegem de predadores.

De acordo com Barbosa; França (1982), a presença T. urticae (ácaro rajado)

pode ser notada na lavoura através de descoloração pontilhada nas folhas, devido à

raspagem e sucção contínua do citoplasma da planta. Com o desenvolvimento das

colônias, ocorre a formação de teias, sinal de que a população de ácaros no local

está muito elevada, nessa ocasião o controle torna-se mais difícil.

A Bemisia tabaci biótipo B (mosca branca), é uma praga comumente

encontrada no cultivo do pepino. Segundo Haji et al. (2005), os indivíduos

apresentam tamanho médio de 1,0 a 2,0 mm e possuem o aparato bucal sugador. O

adulto dispõe de dorso amarelo-palha e quatro asas membranosas, as quais são

recobertas com pulverulência branca, as ninfas são translúcidas de coloração

amarelo a amarelo-pálido.

A mosca branca é um inseto polífago, que tem vasta gama de plantas

hospedeiras, tem grande importância econômica por causarem danos, tanto de

forma direta através da sucção de seiva, quanto de forma indireta pela transmissão

de geminivírus e também favorecendo a formação da fumagina com a liberação de

excrementos açucarados (RODRIGUES; VIVIAN, 2007).

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O oídio é uma doença fúngica causada por Sphaerotheca fuliginea, onde o

fungo pode atacar toda parte aérea da planta, sendo as folhas, os órgãos mais

afetados (BETTIOL, 2004).

De acordo com Carvalho et. al. (2013), os primeiros sinais mais evidentes da

presença de oídio na área, aparecem com o surgimento de um crescimento branco

pulverulento formado por micélio, evoluindo para marrom até secarem

completamente. A doença é favorecida por plantios adensados e pelo uso de

nitrogênio em excesso, sendo que a planta se mostra mais suscetível durante as

fases de crescimento rápido.

O míldio, é causado por um fungo denominado Pseudoperonospora cubensis,

que causa maiores problemas nas épocas úmidas e de temperaturas amenas,

quando tem potencial para causar severas perdas, se não controlada

adequadamente. É um fungo parasita obrigatório, não sobrevivendo sem hospedeiro

vivo (CARDOSO et al., 2001).

De acordo com Reis (2005), o patógeno causador do míldio, praticamente só

ataca as folhas das cucurbitáceas. Os sintomas da doença são notados inicialmente

na face adaxial das folhas na forma de pequenas manchas cloróticas ou

amareladas, que se desenvolvem no limbo e aumentam em frequência e em

tamanho com o tempo. As folhas mais velhas são as primeiras a apresentarem os

sintomas da doença que vai se espalhando para as mais novas.

Segundo Pereira; Carvalho; Pinheiro (2013), o míldio causa lesões nas folhas

e com a expansão das lesões, estas podem ficar amareladas ou amarronzadas e

necróticas. Sob condição de alta umidade relativa do ar, torna-se mais fácil observar

a produção abundante de estruturas reprodutivas deste fungo, principalmente na

face inferior das folhas nas áreas correspondentes as lesões causadas pelo fungo

nas plantas.

Os nematoides-das-galhas Meloidogyne incognita e M. javanica, podem

causar sérios prejuízos à cultura do pepino, quando uma planta está sob ataque, um

dos principais indícios visíveis de sua presença no local de cultivo é o murchamento

das folhas nos horários mais quentes do dia (CHARCHAR et al., 2003).

Além disso, as plantas atacadas pelos nematoides, podem exibir baixa

produtividade e qualidade dos frutos. No sistema radicular é possível observar

engrossamento irregular e formação de galhas, em consequência do surgimento

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destas, a planta começa a ter dificuldades na absorção de água e nutrientes

(CARVALHO et. al., 2013).

2.1.3 Clima e época de plantio

Segundo Filgueira (2007), como a maioria das cucurbitáceas, o pepino

prefere os climas tropicais, não suporta as temperaturas muito baixas e nem geadas,

pois essas condições causam danos aos frutos. Contudo, no período seco há maior

estímulo para a formação de flores femininas, devido o dia mais curto, às

temperaturas menos elevadas e à menor intensidade luminosa.

Para Balbino (1991), a faixa de temperatura entre 20 ºC e 30 ºC promove a

emergência mais rápida e melhor uniformidade das plantas, além de favorecer um

maior desenvolvimento das mesmas. As sementes de algumas cultivares de pepino

não germinam sob temperaturas inferiores a 11 ºC e as plantas paralisam seu

crescimento a temperaturas abaixo de 12 ºC.

O cultivo em casa de vegetação, no inverno, é favorável pelo efeito estufa,

pelo aumento de temperatura que esse tipo de ambiente proporciona. Se conduzida

durante o verão, entretanto, as partes laterais do ambiente devem ser mantidas

abertas, para facilitar a ventilação, evitando que a temperatura se torne excessiva

(FILGUEIRA, 1981).

2.2 Implantação da cultura

Os olericultores podem optar pelo cultivo do pepino em campo aberto ou em

ambiente protegido (estufas). Sendo conduzida de forma rasteira ou tutorada,

podendo ser semeadas diretamente no solo, em sulcos, em covas ou pelo

transplante de mudas (SOUZA; REZENDE, 2014).

O agricultor deve, primeiramente, pensar na escolha do cultivar que ele vai

trabalhar, pelo fato de que a produtividade vai depender, entre outros fatores, do

cultivar, do clima e da adubação (DUMONT, 2013). No Brasil temos quatro tipos de

cultivares disponíveis, o caipira, o tipo conserva, o aodai ou comum e o japonês ou

aonaga (CARVALHO et al., 2013).

Todas as cultivares se desenvolvem melhor em climas ameno/quente com

temperaturas variando de 20 a 30 °C, não suportando geadas. A época mais

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favorável para o plantio do pepino é na primavera/verão, relata Carvalho et al.,

(2013). A umidade relativa do ar em torno de 70 a 90% é aceitável para a cultura. O

cultivo em ambiente protegido fornece melhores condições para o desenvolvimento

das plantas e para a produção dos frutos (SEDIYAMA et al., 2012; DUMONT, 2013).

Em estufas, habitualmente, opta-se pelo tutoramento das plantas, evitando a

polinização, pois esta é indesejada para os híbridos ginóico-partenocárpicos. A

escolha por mudas com certificação, livres de patógenos é essencial para uma boa

produtividade no futuro (TRANI, 2014; OLIVEIRA et al., 2011).

A semeadura em sulcos melhora o sistema radicular da planta, deixando-o

mais amplo e favorecendo a absorção de água e nutrientes. O plantio em covas é

menos eficiente nesse aspecto, já que o sistema radicular se concentra em uma

porção menor no solo, neste caso recomenda-se a semeadura a lanço, depositando

de 3 ou 4 sementes por cova para não correr o risco de falhas na cultura, numa

profundidade de 0,015 a 0,02 m (FILGUEIRA, 2007).

No transplante de mudas jovens, formadas em casa de vegetação, deve-se

ter cautela para não deixar bolsas de ar entre as raízes e solo, garantindo o contato

entre eles no momento do transplante. Na implantação da cultura é importante

atentar-se para a correta irrigação, levando em consideração a disponibilidade de

informações relacionadas ao sistema água-solo-planta-clima para estabelecer um

manejo de irrigação eficaz na cultura (OLIVEIRA et al., 2011; CARVALHO et al.,

2013).

2.2.1 Solo e adubação

Conforme relata Penteado (2010), os solos mais indicados para um bom

plantio do pepino são os areno-argilosos, com altos teores de matéria orgânica, com

boa drenagem, com pH em torno de 5,5 a 6,5 e com boa fertilidade, podendo ser

plantado logo após a colheita do tomate com o intuito de aproveitar o resíduo da

adubação e o estaqueamento.

Em relação ao relevo, o ideal para o plantio de pepino é a escolha de terrenos

planos ou levemente inclinados, pois em terreno muito inclinado será necessário

empregar práticas de conservação do solo, como por exemplo, o uso de curvas de

nível, aumentando assim os custos de implantação do sistema. Contudo, o uso de

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práticas conservacionistas de manejo do solo é recomendado, pois atende ao cultivo

agroecológico (DUMONT, 2013).

Carvalho et al. (2013), mencionam a importância de realizar a análise química

do solo, pois as quantidades de nutrientes a serem aplicadas tanto no sistema

orgânico como no sistema mineral terão de ser baseadas nos resultados obtidos na

análise.

O ideal é buscar o equilíbrio na adubação, não exagerando, nem deixando

faltar nutrientes, evitando a toxidez da planta, e o desequilíbrio por competição ou

antagonismo. O fornecimento equilibrado de nutrientes contribui para a fitossanidade

da cultura (TRANI, 2014).

No Brasil, os solos apresentam elevada acidez, tornando o solo impróprio

para a maioria das cucurbitáceas, sendo, portanto, a calagem de solo necessária

para a sua correção, elevando a saturação por bases a 80% e o magnésio ao teor

mínimo de 9 mmolc/dm3. Para tal, recomenda-se aplicar o calcário de 30 a 90 dias

antes do plantio, incorporando-o de 0,20 a 0,30 m de profundidade (TRANI;

PASSOS; ARAÚJO, 2015).

É possível suprir a necessidade de nutrientes da cultura tanto por adubação

orgânica, com o uso de estercos curtidos, compostos orgânicos ou cobertura com

biofertilizantes, como também por adubação mineral (FILGUEIRA, 2000).

Tabela 1: Recomendação de adubação para correção da fertilidade do solo para a

cultura do pepino

P resina, mg/dm-3

K+

trocável, mmolc/dm-3

Nitrogênio

N, kg/há-1

0-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3 3,1-6 >6,0

---------- P2O5, kg/há-1

---------- ---------- K2O, kg/há-1

30 a 40 280 160 100 60 120 80 40 20

Fonte: Adaptado de Trani; Passos; Araújo (2015)

A Tabela 1 demonstra as quantidades de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e

Potássio (K) recomendadas para serem aplicadas, seguindo a análise química do

solo (TRANI; PASSOS; ARAUJO, 2015).

De acordo com Carvalho et al. (2013), de maneira geral, pode-se aplicar 120

kg/ha de N, de 120 a 250 kg/ha de K e de 60 a 300 kg/ha de P. A orientação é para

que essa adubação seja feita de forma parcelada, aplicando 30% de N, 40% de K e

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toda dose recomendada de P já no plantio. O remanescente de N e K devem ser

utilizados em cobertura, dividindo em três etapas, sendo a primeira em 20 dias após

a semeadura e as outras a cada 20 dias.

A adubação mineral pode ou não ser enriquecida com a adubação orgânica.

Porém, deve-se atentar ao uso exagerado dos adubos orgânicos, pois o excesso

pode ocasionar o desenvolvimento vegetativo exuberante, dificultando a colheita e o

controle fitossanitário (FILGUEIRA, 2000; SOUZA; ALCÂNTARA, 2008). Os adubos

minerais têm um custo maior quando comparada à adubação orgânica, aliando esse

fato a outros benefícios que a última proporciona, o uso de adubo orgânico vem

aumentando nos últimos anos (OLIVEIRA et al., 2011).

A adubação orgânica tem a vantagem de liberar seus nutrientes lentamente,

principalmente o nitrogênio, aumentando sua disponibilidade no solo para culturas

subsequentes (SEDIYAMA et al., 2012).

Se o produtor optar em utilizar a adubação orgânica, ele pode extrair o seu

adubo de várias fontes, como: estercos bovinos, de aves, realizar adubação verde

com plantas leguminosas para N; cinzas, casca de café, pós de rochas silicatadas

para K; farinha de ossos e fosfatos naturais para P (SOUZA; ALCÂNTARA, 2008).

2.2.2 Tratos culturais

Filgueira (2007), salienta que, para a produção de frutos com qualidade para

mesa recomenda-se o emprego do cultivo tutorado. O dispêndio será maior quando

comparado ao cultivo rasteiro, porém, tutorar as plantas irá facilitar a poda, tornar

mais eficiente a aplicação de defensivos e simplificar a colheita.

Segundo Penteado (2010) é imprescindível realizar o controle de plantas

invasoras, principalmente no estádio inicial da cultura, assim como é importante

manter as plantas constantemente irrigadas neste mesmo período, contudo, deve-se

evitar o excesso de umidade.

A irrigação por gotejamento, no cultivo em ambiente protegido, é a mais

apropriada pelo fato de irrigar apenas o colo da planta, evitando o molhamento das

folhas e assim o surgimento de doenças fúngicas e bacterianas, o método ainda

permite a nutrição da cultura pela fertirrigação e otimiza o uso da água (CARVALHO

et al., 2013).

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De acordo com Souza; Rezende (2014), os três primeiros nós da haste

principal devem ter os seus frutos desbastados até atingirem de 2 cm de

comprimento, após, a planta emitirá hastes produtivas laterais, nas quais deverá

manter apenas dois frutos. Agindo assim, o horticultor colherá frutos com

comprimento e diâmetro ideais, ou seja, 0,20 m e 0,03 m respectivamente.

Nota-se que os tratos culturais recomendados demandam uma atenção

cautelosa do horticultor e aumentam os custos de produção por exigir maior número

de mão de obra e por ocasionar despesas com equipamentos apropriados, como no

caso do sistema de gotejamento. Contudo, todo o empenho depositado nestas

operações irá refletir em ganho de produção, em qualidade para o produto e,

consequentemente, em retorno financeiro.

2.3 Cultivo em ambiente protegido

O ambiente protegido, também conhecido como estufa ou casa de vegetação,

é uma estrutura que tem por objetivo o controle ambiental e consequentemente a

proteção das plantas, pode ser levantado e sustentado por bambus, madeiras ou

metais e são cercados por telas que podem ser retráteis ou não, e a cobertura feita

por plásticos (JORGE et al., 2016). Pode ser uma simples cobertura ou um ambiente

completamente fechado, todo estruturado e automatizado com equipamentos que

permitam o ajuste da intensidade luminosa, o controle da temperatura e da umidade

relativa do ar (REIS, 2005).

Martins; Miranda; Mesquita (2010), descrevem que o cultivo em campo aberto

expõe mais facilmente as hortaliças sob condições de estresse como: o ataque de

pragas, de fungos, de bactérias e as variações climáticas, os quais contribuirão para

a ocorrência de doenças fitopatológicas.

Segundo Silva; Silva; Pagliuca (2014), produzir em um ambiente protegido

proporciona ao horticultor uma maior homogeneidade na produção e torna-se

possível o fornecimento dos alimentos durante o ano, ou seja, é possível conter os

efeitos da sazonalidade, uma vez que a estrutura de cobertura possibilita manejar as

ações do clima sobre o cultivo.

Portanto, os benefícios de se produzir em um ambiente protegido tornam-se

claros e ainda que seja um custo adicional para o horticultor, observa-se que o

controle das variações climáticas e a proteção contra as pragas trará a médio e

longo prazo o retorno do seu investimento inicial.

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2.4 Colheita, pós-colheita e comercialização

Um bom estado nutricional possibilitará o início das colheitas de pepino em 40

ou 50 dias após o transplante. A colheita realizada em dias alternados favorece a

frutificação e reflete em uma produtividade proeminente. Para cada grupo de pepino

(conserva, caipira, aodai e japonês) é estabelecido um tamanho ideal para colheita,

no caso do pepino japonês recomenda-se colher quando os frutos atingirem entre

0,21 e 0,23 m (CARVALHO et al., 2013).

Lana; Batista (2014), dissertam sobre a necessidade do uso de carrinhos que

auxiliem os colhedores, pois a atividade de colheita exige movimentos repetitivos e

posições desfavoráveis. Entretanto, a utilização de equipamentos de auxílio ao

colhedor não será importante apenas para evitar danos à sua saúde, mas também

manterá a qualidade dos frutos, pois evitará o contato destes com o solo e otimizará

o processo de colheita.

Recomenda-se que a colheita seja realizada nas horas mais frescas do dia,

ou seja, nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde, no entanto, em sistemas

de alta produção em grandes áreas cultivadas é difícil restringir toda a colheita em

pequenos períodos, logo esta terá que ocorrer também nos momentos de

temperaturas mais elevadas (CALBO et al., 2011).

Em caso de impossibilidade de comercialização no mesmo dia da colheita, há

a possibilidade de manter os frutos refrigerados, para tal orienta-se que estes sejam

mantidos à temperatura média de 8,5ºC e a umidade relativa do ar em torno de 93%

(FILGUEIRA, 2007).

Conforme relatam Ferreira et al. (2008), os frutos podem ser beneficiados a

campo, ou seja, a seleção e classificação pode ser feita em conjunto com o ato de

colher, porém, a qualidade do beneficiamento estará diretamente relacionada a

parcialidade de cada colhedor. Havendo na propriedade um setor específico e

apropriado para o beneficiamento, a classificação torna-se mais eficaz,

possibilitando desta forma uma separação em lotes com características

homogêneas. Assim sendo, o horticultor poderá agregar ainda mais valor ao seu

produto (AMARO et al., 2007; FERREIRA et al., 2008).

Classificar as hortaliças, conforme mencionam Luengo; Calbo (2006a),

padroniza o produto, selecionando-o por qualidade e evitando a contaminação por

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outros alimentos em deterioração, facilita o processo de comercialização por evitar o

manuseio excessivo por intermediadores e/ou pelo consumidor final e proporciona

ao horticultor identificar e compreender melhor a predileção do mercado e assim

direcionar a sua produção.

Diante disso, o Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura (HortiBrasil),

com o intuito de assegurar alimentos de boa qualidade para o consumidor e

posteriormente para que o produtor seja reconhecido e recompensado pelo seu

trabalho, aponta as categorias de qualidade para classificação dos frutos de pepino,

as quais estão relacionadas na Tabela 2.

São considerados graves os defeitos que interferem diretamente na

conservação e qualidade dos frutos, como: podridão, danos profundos que

exponham o interior dos frutos, desidratação, sintomas de viroses e frutos com

espaços vazios no interior. Os danos superficiais, isto é, os que atacam somente o

epicarpo (casca) do fruto, são denominados danos variáveis (GOTO, 2003).

Tabela 2: Categorias de qualidade de acordo com a % de tolerância aos defeitos

Categoria Extra I

II

III

Defeitos Graves

Podridão 0 1 2 3

Outros graves 0 2 5 10

Total de graves 0 2 5 10

Defeitos Leves

Ponta fina 1 2 20 100

Outros leves 1 5 25 100

Total de leves 1 5 25 100

Defeitos variáveis

Nível 1 1 5 25 100

Nível 2 0 2 5 10

Total de defeitos 1 7 30 100

Torto (somente para pepinos do grupo japonês)

Muito torto 0 1 5 100

Pouco torto 1 15 25 100

Total de tortos 1 15 25 100

I, II e III: Categorias de qualidade.

Fonte: Hortibrasil (2018)

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Observa-se a classificação do fruto de pepino em 4 categorias diferentes,

para as quais leva-se em consideração danos como: a presença de podridão, a

ponta fina ou frutos tortos, contudo, nota-se uma determinada flexibilidade em

relação aos danos, até mesmo para os frutos enquadrados na categoria “extra”, ou

seja, aquela que possui qualidade superior às demais.

As imperfeições, mesmo que mínimas, depreciam o produto, é o que afirma

Carvalho et al. (2013, p.16): “Os defeitos também podem ser considerados leves,

nesse caso, prejudicam apenas a aparência externa do fruto, contudo compromete

seu valor comercial.”

Sucessivamente à classificação vem o procedimento de embalagem, o qual

tem o objetivo de proteção e melhora na apresentação do produto, reduzindo a

manipulação e evitando os danos causados por quedas e/ou atritos durante

armazenamento e transporte, impedindo a contaminação através de possíveis

ferimentos e assim não comprometendo a qualidade e consequentemente a

comercialização (SENAR, 2012).

De acordo com Luengo; Calbo (2006b), uma grande porção das hortaliças

produzidas no Brasil é desperdiçada pela utilização de embalagens impróprias, o

que leva a danos elevados decorrentes do atrito gerado durante o transporte ou do

excesso na manipulação.

Além do uso de embalagens adequadas que protejam os alimentos, o asseio

é importantíssimo durante todo o processo produtivo. Em função disso, Amaro et al.

(2007), destacam que após a colheita e/ou após a classificação dos frutos deve-se

realizar a lavagem e secagem dos mesmos a fim de que estes estejam livres de

contaminantes e possam ser embalados e transportados adequadamente.

Girardi (2007), destaca alguns pontos relevantes para o correto transporte dos

frutos de pepino, são eles: a limpeza de depósitos e veículos, a proteção das

embalagens contra roedores e insetos, a utilização de paletes para evitar o contato

das embalagens com o piso, evitar a sobrecarga devido ao empilhamento excessivo

e manter os alimentos refrigerados durante todo o transporte.

Na comercialização é muito importante atuar de maneira competente e

antecipada, visando a obtenção de uma venda eficiente, com uma lucratividade que

pague os custos de produção e possibilite a continuidade do exercício profissional.

Portanto, é essencial que horticultor realize um planejamento prévio para que seja

possível identificar as formas de comercialização do seu produto, assim como

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também é recomendado acompanhar as oscilações de preços, ponderar todos os

custos nas cotações realizadas, negociar sua produção antecipadamente e escoar a

produção por intermédio de cooperativas (SENAR, 2012).

Geralmente o caminho mais habitual na comercialização de hortaliças é do

campo para o atacado e em seguida para o varejo, ou seja, o produtor envia os seus

produtos às Centrais Estaduais de Abastecimento (CEASAS) que por sua vez

distribuem as mercadorias para as feiras livres, supermercados e sacolões

(LUENGO et al., 2007).

Filgueira (2007), cita que a produção em larga escala exige, quase que

indispensavelmente, a participação de atacadistas na cadeia comercial, o que

diminui o lucro líquido do produtor.

No entanto, o produtor familiar ou pequeno produtor tem a possibilidade de

excluir os intermediários, entregando o seu produto em supermercados, quitandas

ou restaurantes, ou ainda atingir diretamente o mercado varejista por meio da venda

em feiras livres ou a domicilio.

O horticultor tem a possibilidade de agregar ainda mais valor ao seu produto

caso decida pelo processamento mínimo, o qual consiste em fornecer o alimento

pronto para o consumo, cortados, descascados, sanitizados e embalados em

pequenas frações (GOMES et al., 2005).

Isto posto, constata-se a importância do planejamento para que se tenha

eficácia na comercialização da produção, atentando para todos os detalhes, como

as exigências do comércio, a venda antecipada, a qualidade da colheita e pós-

colheita, a classificação, a embalagem e o transporte, todos visando o retorno

financeiro.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área experimental

Os estudos foram desenvolvidos na Fazenda Experimental do Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins (UniSALESIANO), localizada na

estrada vicinal Lins/Guaimbê, no km 1, município de Lins - SP, situada nas

coordenadas geográficas 21º42’31,08” de latitude sul e 49º45’14,61” de longitude

oeste e altitude de 419 metros, no período de 31 de julho de 2018 a 26 de novembro

de 2018. O solo da região é classificado como argissolo vermelho-amarelo com

textura arenosa/média, o relevo possui a característica de ser suavemente ondulado

(ROSSI, 2017).

A classificação climática da região foi estabelecida pelo método de Köppen

como sendo do grupo Cwa, com clima úmido, quente e inverno seco (SETZER,

1966). E de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a temperatura

média anual é de 22,47 °C, com média mínima de 16,9 °C e com máxima de 30,33

°C. A precipitação, a evaporação e umidade relativa do ar média anual é de 1338,3

mm, 1409,0 mm e 72,7%, respectivamente.

O ambiente de cultivo utilizado para o desenvolvimento da pesquisa, trata-se

de uma casa de vegetação que possui as seguintes dimensões: 30 m de

comprimento, 7 m de largura, com 5 m de pé-direito e 4 m de calha, dispõe-se de

uma antessala de 3 m de comprimento, 3,50 m de largura e com pedilúvio na porta

de entrada. A estrutura possui teto tipo arco, é coberta com filme de polietileno de

baixa densidade e fechada nas laterais com tela antiafídeo.

3.2 Tratamentos e delineamento experimental

A área experimental, constituiu-se de 5 linhas de plantio com 28 m de

comprimento e espaçadas 1,30 m entre si.

Para o experimento utilizou-se dois produtos comerciais, aqui denominados

de produto A e produto B, sendo o primeiro composto por conídios dos fungos

Trichoderma viride, Trichoderma harzianum e Trichoderma asperellum e o segundo

tendo apenas o fungo Trichoderma harzianum, cepa Esalq 1306.

Page 31: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

30

Na organização da unidade experimental, optou-se por empregar o

Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), estabelecendo os seguintes

tratamentos:

a) Tratamento 1 (T1) = produto A – 2 g para 10 litros de água;

b) Tratamento 2 (T2) = produto B – 4 g para 10 litros de água;

c) Testemunha (sem tratamento).

As aplicações foram iniciadas imediatamente após o transplante das mudas e

realizadas quinzenalmente, totalizando 6 aplicações ao longo de todo o período do

experimento.

O experimento foi constituído por cinco repetições de cada tratamento, sendo

as parcelas experimentais dispostas em faixas e compostas por seis plantas,

espaçadas 0,80 m entre si e 1,30 m entre parcelas. Na Figura 1, pode-se observar o

esquema de composição do experimento.

Figura 1: Esquema de composição do experimento

Legenda: = T1 - Produto A; = T2 - Produto B; = Testemunha

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Nota-se que as plantas das bordaduras do experimento não estão coloridas,

pois estas foram descartadas das avaliações, bem como as plantas de cada

extremidade de todas as unidades experimentais, de maneira que fossem

consideradas para as avaliações dos dados auferidos, as médias obtidas das quatro

plantas centrais nas parcelas.

3.2.1 Preparo do solo

Para as análises de fertilidade do solo foram coletadas 15 subamostras na

profundidade de 0 a 0,20 m, estas foram homogeneizadas e deram origem a uma

Page 32: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

31

amostra composta. Na sequência, a mesma foi encaminhada ao laboratório de

análises químicas e físicas TechSolo Agricultura de Precisão na cidade de Lençóis

Paulista - SP.

Os parâmetros químicos relacionados aos nutrientes provenientes das

análises realizadas a partir do solo dos canteiros do ambiente de cultivo estão

expressos na Tabela 3.

Tabela 3: Caracterização química do solo do ambiente experimental, obtida através

da análise de solo

Profundidade pH MO P res S-SO4

00-20 cm (CaCl2) (SMP) g/dm

3 mg/dm

3

6,20 7,28 9,00 49,10 5,30

K res Na Ca Mg Al H H+Al SB CTC V M

mmolc/dm3

%

1,63 ns 28,20 7,80 0,00 10,98 10,98 37,63 48,61 77,40 0,00

Ca CTC Mg CTC K CTC Al CTC H CTC Ca/K Ca/Mg Mg/K

Relações

58,00 16,00 3,40 0,00 22,59 17,30 3,60 4,80

B Cu Fe Mn Zn Si

mg/dm3

0,10 0,79 46,00 3,59 6,50 ns

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Ao confrontar os dados da análise de solo com a recomendação feita por

Carvalho et al. (2013), o qual diz que a saturação por bases (V%) mais adequada

para a cultura do pepino é aproximadamente em 75%, é possível constatar através

dos resultados obtidos da análise de solo do ambiente experimental, que o valor

indicado na mesma está dentro do recomendado como sendo ideal para a cultura,

logo, com embasamento nesses dados, não foi necessária a correção com a

aplicação de calcário.

Deu-se início ao preparo do solo por meio de uma capina manual, uma vez

que o ambiente de cultivo permaneceu em repouso por 30 dias e havia a presença

de plantas invasoras. Após, com base nos parâmetros obtidos na análise de solo,

realizou-se a aplicação e incorporação dos fertilizantes. As fontes de nutrientes, as

suas respectivas porções e a periodicidade de cada aplicação são apresentadas na

Tabela 4.

Page 33: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

32

Tabela 4: Épocas, dosagens e fontes dos nutrientes aplicados para correção da

fertilidade do solo do ambiente experimental.

Adubação Fertilizantes Nutrientes (kg/canteiro) Épocas

Plantio

Composto orgânico 2

-

Super simples 1,3

Cloreto de potássio 0,280

Ácido bórico 0,08

Esterco de galinha processado 25

Kg/planta

Cobertura Composto orgânico 0,05 A cada 20 dias

após o plantio

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Posteriormente, os canteiros foram reformados e levantados a

aproximadamente 0,20 m de altura e 0,50 m de largura de forma que pudessem

receber adequadamente as mudas. Na Figura 2, observa-se algumas etapas da

preparação do solo, como correção da fertilidade e adequação dos canteiros, para o

recebimento do transplantio.

Figura 2: Correção da fertilidade (A) e reforma e adequação dos canteiros (B)

Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

A B

Page 34: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

33

3.2.2 Implantação e desenvolvimento da cultura

Optou-se pelo cultivar de pepino japonês, variedade Taikô, da empresa

Sakata Seeds. As mudas, adquiridas de um fornecedor local, foram semeadas em 8

de agosto de 2018 e, após 16 dias realizou-se o transplantio na área experimental

de acordo com a figura 3.

Figura 3: Mudas prontas para o transplantio (A) e realização do transplantio (B)

Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

Do início ao término do experimento percorreram-se 95 dias, sendo o

transplantio realizado em 24 de agosto de 2018 e a última colheita e finalização dos

trabalhos em 26 de novembro de 2018.

Após o transplante de 175 mudas, foram fixados bambus a uma altura de 2 m

e distanciados a cada 2 m, por conseguinte foram passados fitilhos plásticos no

sentido horizontal, a cada 0,20 m, da base dos bambus até o seu ápice para que

tornassem possível a condução e o tutoramento das plantas.

A irrigação foi realizada por sistema de gotejamento empregando-se o turno

de rega de acordo com a necessidade diária da cultura nas linhas de plantio.

A B

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34

Com o intuito de reter a umidade no solo, aumentar o teor de matéria

orgânica, favorecer a atividade microbiana e controlar a emergência de plantas

invasoras pôs-se uma camada de capim seco/feno de aproximadamente de 0,05 m

tanto nos canteiros e ao redor do colo da planta, como também nas entrelinhas, de

forma com que toda a área do ambiente experimental tivesse o solo coberto

conforme mostra a figura 4.

Figura 4: Cobertura vegetal seca colocada no ambiente de cultivo

Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

3.2.3 Controle fitossanitário

A presença e a flutuação populacional de pragas foram acompanhadas

através de monitoramentos semanais. Para estes monitoramentos instalou-se

armadilhas adesivas em pontos estratégicos, de forma que houvesse uma

distribuição homogênea possibilitando uma coleta de dados mais precisa. Através da

inspeção das armadilhas as pragas eram identificadas e contadas.

Page 36: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

35

No entanto, para o controle das pragas foi adotado um manejo preventivo

com inseticidas microbiológicos pulverizados semanalmente. O emprego de

inseticida de origem química fez-se necessário, devido ao ataque de insetos

sugadores, com 26 dias e com 55 dias após o transplante, ou seja, foram feitas

apenas duas aplicações durante toda a safra.

As pragas que ocorreram na cultura foram: a Bemisia sp. (Mosca Branca), o

Aphys Gossypii (Pulgões) e os Thrips sp. (Tripes), estes são insetos sugadores e

vetores de viroses.

Para a prevenção de doenças fúngicas, aplicou-se, semanalmente, fungicidas

à base de cobre. Também foi realizada uma aplicação de controle com

azoxistrobina, fungicida sistêmico do grupo químico das estrobilurinas.

3.3 Avaliação

Nas colheitas utilizou-se como critério o tamanho médio de 0,22 m de

comprimento dos frutos. Para a obtenção dos dados, desconsiderou-se uma planta

de cada extremidade em todas as parcelas, logo, foram avaliados apenas os frutos

provenientes das quatro plantas restantes em cada parcela.

Os frutos foram pesados e contados, e a produtividade foi avaliada, por

semana, obtendo-se as seguintes características: massa semanal de frutos (MSF),

massa total de frutos (MTF), número semanal de frutos (NSF) e número total de

frutos (NTF).

Para avaliação, a coleta de dados foi dividida em dois períodos, cada período

foi composto pelos resultados de quatro semanas sucessivas.

No entanto, apenas para as variáveis MSF e NSF gerou-se análise de

variância, comparando as médias pelo teste de Tukey a 5% de significância.

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36

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

As colheitas foram iniciadas no 37° (trigésimo sétimo) dia após o transplante

das mudas, em 01 de outubro de 2018, e estenderam-se até 26 de novembro de

2018, totalizando um período de 57 dias.

Em relação a MTF colhida em cada tratamento, em todo o período de

colheita, houve um destaque para os resultados provenientes do tratamento 2, o

qual proporcionou uma produção total de 28,7kg e 43,0kg a mais do que os outros

tratamentos, T1 e testemunha, respectivamente (Figura 5).

Figura 5: Massa total (kg) de frutos de pepino japonês (variedade Taikô) colhidos por

tratamento no período de 1/10/ 2018 a 26/10/2018

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

O tratamento 2 segue em evidência também na variável NTF, pois o mesmo

propiciou uma diferença de 259 frutos colhidos a mais quando comparado ao

tratamento 1 e de 268 frutos quando confrontado à testemunha. Neste caso, o

tratamento1 apresenta apenas uma diferença mínima de 9 frutos colhidos a mais em

relação a testemunha (Figura 6).

190,1

218,8

175,8

T1¹ T2² Testemunha³

1Trichoderma viride, Trichoderma harzianum e Trichoderma asperellum (2 g para cada 10 litros de água)

2Trichoderma harzianum (4 g para cada 10 litros de água)

3Sem tratamento

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37

Figura 6: Número de frutos de pepino japonês (variedade Taikô) colhidos por

tratamento no período de 1/10/ 2018 a 26/10/2018

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

A produtividade total do experimento, considerando todos os descartes

(bordaduras e extremidades das parcelas), foi de 72,7 toneladas/hectare-1 (t/há-1).

Batista (2011) avaliando o desempenho de diferentes híbridos de pepino em um

cultivo totalmente orgânico obteve a produtividade de 37,5 t/ha-1 com o cultivar

Aladdin do tipo Aodai.

Acredita-se que a produtividade obtida neste trabalho se deve ao emprego de

um manejo bem conduzido com a realização de todos os tratos culturais, como a

correção da fertilidade com base na análise de solo, a condução das plantas, a

proteção do ambiente com tela antiafídeo, a irrigação controlada e a cobertura de

solo com palhada seca, fatores que propiciam as condições ideais para a

manutenção da microbiota do solo e o bom desenvolvimento fisiológico das plantas.

Em relação ao uso de cobertura do solo, Barbosa et al. (2014), observaram

um maior ganho produtivo com uso de filme plástico comparado com o cultivo em

solo descoberto, para a cultura de pepino tipo conserva. Lima Junior; Lopes (2009),

avaliando os efeitos de diferentes coberturas de solo na produção de melancia,

obtiveram maiores resultados para o número de frutos, com a utilização de fibra de

coco e palhada como coberturas.

1.366

1.625

1.357

T1¹ T2² Testemunha³

1Trichoderma viride, Trichoderma harzianum e Trichoderma asperellum (2 g para cada 10 litros de água)

2Trichoderma harzianum (4 g para cada 10 litros de água)

3Sem tratamento.

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38

Silva et al. (2012), entretanto, analisaram o desempenho agronômico de

cultivares de pepino Aodai e caipira em solo com cobertura viva de amendoim

forrageiro e em solo descoberto, e os resultados foram estatisticamente superiores

para as médias obtidas no solo que recebeu a cobertura viva.

A evolução das colheitas nas quatro semanas iniciais não apresentou uma

linearidade na produtividade, porém, houve diferenças de resultados entre as

médias obtidas em cada tratamento. A Tabela 5 demonstra os dados de massa

semanal de frutos colhidos da primeira à quarta semana, primeiro período avaliado.

Tabela 5: Massa semanal de frutos (MSF) de pepino japonês (variedade Taikô)

submetidos a inoculação via solo em ambiente protegido, período de 01 a

25/10/2018

Tratamentos Massa semanal de frutos (kg)

Primeira semana

T2 4,95 a

Testemunha 3,94 ab

T1 3,52 b

C.V. (%)2 15,59

D.M.S.3 1,09

Segunda semana

T1 2,90 ns1

T2 2,74 ns

Testemunha 2,34 ns

C.V. (%) 39,46

D.M.S. 1,77

Terceira semana

T1 7,64 a

T2 6,63 ab

Testemunha 4,32 b

C.V. (%) 25,13

D.M.S. 2,63

Quarta semana

T2 4,49 a

T1 2,81 ab

Testemunha 1,88 b

C.V. (%) 37,76

D.M.S. 1,95

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39

1Não houve significância;

2Coeficiente de variação;

3Diferença mínima significativa.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Diante dos resultados apresentados, observa-se, na primeira semana, a

relevância para a massa resultante do tratamento 2 na variável MSF em

comparação aos dados resultantes dos outros tratamentos, tendo o tratamento 1

obtido a menor média no mesmo intervalo. Desta forma, analisando

estatisticamente, a resposta ao tratamento com o produto B foi distinta à média

decorrente das aplicações realizadas com o produto A.

Diferentemente, na segunda e terceira semana de avaliação para a variável

MSF a maior produtividade alcançada foi obtida no tratamento que continha a

aplicação do produto A, sendo que na terceira semana a média proveniente deste foi

significativamente superior à média da testemunha.

Logo, nota-se uma alternância de maiores produtividades entre os

tratamentos, diferentemente dos resultados obtidos por Silva et al. (2017), que

estudaram a produtividade dos frutos de pepino tipo caipira sob diversas fontes de

adubos nitrogenados, dentre eles o sulfato de amônio, o nitrato de amônio e a ureia,

concluíram que não houve interferência significativa dos tratamentos na massa de

frutos.

Azevedo; Oliveira (2005), utilizaram efluentes do tratamento de esgotos na

fertilidade do solo sob irrigação superficial e analisaram o desempenho produtivo

dos frutos de pepino tipo japonês, obtendo os maiores valores para o tratamento

com o efluente testado.

Souza (2015), trabalhou com a produção orgânica de pepino e com diferentes

volumes de substratos em ambiente aberto e também no cultivo protegido e

observou que não houve diferenças significativas para a variável massa de frutos

comerciais nos dois ambientes testados. Mas que na condição de campo aberto a

produtividade total respondeu linearmente ao volume de substrato.

Confirmando a probabilidade esperada, na última semana do primeiro período

de avaliação, a testemunha apresentou-se menos produtiva. No mesmo intervalo, a

média obtida com o emprego do T2 expressou superioridade estatística às médias

resultantes nos demais tratamentos.

As informações, referentes a massa semanal de frutos, obtidas no segundo

período de avaliação estão descritas na Tabela 6. Pode-se observar, na oitava

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40

semana, o destaque para o T1, com uma massa de 8,92 kg, em relação ao T2, o

qual possibilitou a colheita de 6,19 kg na mesma semana. Nas demais semanas do

mesmo período não foram constatadas diferenças significativas entre os

tratamentos.

Tabela 6: Massa semanal de frutos (MSF) de pepino japonês (variedade Taikô)

submetidos a inoculação via solo em ambiente protegido, período de 29/10 a

26/11/2018

Tratamentos Massa semanal de frutos (kg)

Quinta semana

T1

4,68 ns1

Testemunha3

4,54 ns

T2

3,53 ns

C.V. (%)2

45,00

D.M.S.3

3,23

Sexta semana

T2 6,42 ns

T1 4,37 ns

Testemunha 4,30 ns

C.V. (%) 30,01

D.M.S. 2,55

Tratamentos Média (kg)

Sétima semana

T2 6,29 ns

Testemunha 6,08 ns

T1 5,91 ns

C.V. (%) 25,93

D.M.S. 2,67

Oitava semana

T1 8,92 a

Testemunha 7,79 ab

T2 6,19 b

C.V. (%) 19,16

D.M.S. 2,47 1Não houve significância;

2Coeficiente de variação;

3Diferença mínima significativa.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Apenas a oitava semana expressou diferença estatística entre os tratamentos.

O produto A proporcionou média significativamente superior ao produto B, todavia,

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41

esperava-se que a testemunha obtivesse a menor média entre os tratamentos, no

entanto, esta apresentou-se mais produtiva que o produto B.

Antunes et al. (2014), avaliando diferentes doses de adubação nitrogenada

em cultivo de pepino tipo africano, obtiveram efeitos diversos entre os tratamentos,

uma vez que as doses de 122,5 kg/ha-1 e 154,44 kg/há-1 de N proporcionaram as

maiores médias para as características número de frutos por planta e massa de

matéria fresca de fruto por planta, respectivamente.

No que diz respeito ao número semanal de frutos, os resultados obtidos no

primeiro período de avaliação, não acompanharam a mesma dinâmica manifestada

para a variável MSF, em contraste com a evolução estatística. A análise

apresentada na Tabela 7 mostra um desvio de comportamento entre a MSF e o

NSF.

Tabela 7: Número semanal de frutos (NSF) de pepino japonês (variedade Taikô)

submetidos a inoculação via solo em ambiente protegido, período de 01 a

25/10/2018

Tratamentos Número semanal de frutos (un)

Primeira semana

T2

21,2 ns1

Testemunha

20,2 ns

T1

16,0 ns

C.V. (%)2

23,45

D.M.S.3

7,57

Tratamentos Médias (un)

Segunda semana

Produto B 32,2 ns

Produto A 30,6 ns

Testemunha 23,6 ns

C.V. (%) 40,66

D.M.S. 19,76

Terceira semana

Produto B 50,8 ns

Produto A 49,8 ns

Testemunha 36,8 ns

C.V. (%) 28,25

D.M.S. 21,83

Quarta semana

Page 43: PRODUÇÃO DE PEPINO (Cucumis sativus L.) EM AMBIENTE ... · entre si e cada tratamento continha cinco repetições, sendo estas dispostas em faixas e constituídas por seis plantas,

42

Produto B 42,8 a

Testemunha 25,2 b

Produto A 23,8 b

C.V. (%) 26,35

D.M.S. 13,61 1Não houve significância;

2Coeficiente de variação;

3Diferença mínima significativa.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019).

Foram observadas diferenças significativas para o número de frutos somente

na quarta semana de avaliação, se destacando o tratamento 2. Embora nas

semanas anteriores não tenham sido observadas diferenças estatísticas, houve um

destaque para o tratamento 2.

Trabalhando com diferentes volumes de substratos e compostos orgânicos,

porém, em campo aberto, Souza (2015), obteve resultados semelhantes na

avaliação de número de frutos de pepino tipo caipira, não encontrando diferença

significativa entre os tratamentos nos períodos avaliados.

Em relação ao segundo período de avaliação da variável NSF não houve

diferença estatística entre os tratamentos (tabela 8). No entanto, é importante

ressaltar que o tratamento 2 apresentou as maiores médias nos períodos avaliados.

Tabela 8: Número semanal de frutos de pepino japonês (variedade Taikô) colhidos

no período de 29/10 a 26/11/2018 em área de 2 m² em cultivo protegido

Tratamentos Número semanal de frutos (un)

Quinta semana

Testemunha 26,4 ns1

T2 23,4 ns

T1 21,4 ns

C.V. (%)2

28,52

D.M.S.3

11,42

Sexta semana

T2 37,2 ns

Testemunha 29,6 ns

T1 28,8 ns

C.V. (%) 24,92

D.M.S. 13,40

Tratamentos Médias (un)

Sétima semana

T2 51,6 ns

Testemunha 46,4 ns

T1 44,8 ns

C.V. (%) 22,11

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43

D.M.S. 17,76

Oitava semana

T2 65,8 ns

Testemunha 64,8 ns

T1 56,4 ns

C.V. (%) 15,18

D.M.S. 15,97 1Não houve significância;

2Coeficiente de variação;

3Diferença mínima significativa.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019).

Verifica-se, que a testemunha obteve a maior média para a variável NSF na

quinta semana avaliada, sobressaindo aos outros tratamentos. Na sexta, sétima e

oitava semanas o produto B manteve-se à frente dos demais tratamentos,

alcançando a maior quantidade de frutos por parcela. O produto A, por sua vez,

atingiu as menores médias para a mesma variável.

Sediyama et al. (2012), encontraram efeito significativo no aumento de

números de frutos ao aplicarem diferentes doses de fertilizantes orgânicos no cultivo

de pepino tipo japonês.

No entanto, nesse trabalho não foram observadas diferenças entre os

tratamentos estudados, embora, o tratamento 2 tenha expressado um melhor efeito

no desenvolvimento reprodutivo da cultura.

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44

5 CONCLUSÃO

Os tratamentos apresentaram comportamentos distintos para as variáveis

testadas. Na fase inicial do experimento os tratamentos 1 e 2 diferiram entre si e em

relação a testemunha.

A respeito da massa semanal de frutos, nos dois períodos de avaliação os

produtos apenas diferiram estatisticamente na primeira e na oitava semana, quando

B e A são superiores um ao outro, respectivamente.

E para a variável número semanal de frutos a diferença estatística ocorreu

somente na quarta semana de colheita, onde o produto B obtém a maior média.

O tratamento 2, embora tenha obtido os maiores valores para a variável

número total de frutos, o peso médio não diferenciou dos demais tratamentos.

A aplicação dos produtos testados demonstrou um incremento na

produtividade da cultura, porém, recomenda-se a realização de outros estudos

relacionados ao tema com estruturas de delineamentos diferentes ao proposto neste

trabalho, a fim de elucidar a interação e efeitos dos tratamentos sobre a produção da

cultura do pepino.

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