produÇÃo didÁtico pedagÓgica · primeiro estágio é o do ovo, colocado sobre uma planta, numa...
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PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
1 FICHA CATALOGRÁFICA
Título: Materiais alternativos em atividades práticas de laboratório: ferramentas para despertar interesses e criar situações de investigação no ensino de Ciências.
Autor Noêmia Muchiutti
Escola de Atuação Colégio Estadual Idália Rocha – Ensino Fundamental e Médio
Município da escola Ivaiporã
Núcleo Regional de Educação
Ivaiporã
Orientador Virginia Iara de Andrade Maistro
Instituição de Ensino Superior
UEL – Universidade Estadual de Londrina
Disciplina/Área Ciências
Produção didático Pedagógica
Unidade Didática
Público Alvo
Alunos de 6a série ou 7o ano.
Localização
Colégio Estadual Idália Rocha – Ensino Fundamental e Médio, Av. Castelo Branco, 875, fone 3472:5251
2 APRESENTAÇÃO
Ao pesquisarmos nos dicionários de língua portuguesa, encontramos que
atividades experimentais significam: estarmos ativos, conhecer as coisas, seja pela
prática ou observação do objeto em estudo. Comprovarmos algo que conhecemos
na teoria, ou baseados na experiência, teorizarmos através de atividade
experimental, se não é a melhor maneira, talvez seja uma das mais coerentes para
fixação do conteúdo em estudo pelos nossos educandos, pois somos sabedores de
que quando transformamos um conteúdo teórico em atividade prática abrimos o
leque de nosso conhecimento e, melhoramos o entendimento do conteúdo pelos
nossos educandos, que através da mesma terão a oportunidade de vivenciar o
conhecimento teórico e por conseqüência transformá-lo em instrumentos para a sua
vivência cotidiana.
Portanto, nossa preocupação sempre foi a de desenvolver este tema, pois
as aulas práticas fazem com que educandos tenham a oportunidade de transformar
o conhecimento do dia a dia, ou seja, do seu cotidiano em conhecimento científico,
levando-os a uma interação mais dinâmica e eficaz com o meio em que vivem.
Ao longo de minha trajetória na docência fui percebendo que se perdeu nos
estabelecimentos de ensino o desenvolvimento de atividades experimentais em
Ciências, ora pela inexperiência dos docentes ora pela formação acadêmica
deficitária nestas práticas. Para a maioria dos educadores de Ciências falar em
atividades experimentais (experiências ou aulas práticas) é, ainda, muito difícil, pelo
fato de apresentarem grande dificuldade em desenvolvê-las. Entretanto,
encontrarmos professores interessados e capacitados para o desenvolvimento
dessas atividades experimentais não é fácil, pois ainda não conseguimos suplantar
os obstáculos que se deparam no contexto escolar. Temos conhecimento que em
muitas escolas as atividades experimentais ocorrem ocasionalmente e quando
possuem um laboratório esbarram em problemas sérios que levam a não realização
de aulas práticas, dificuldades estas de ordem estrutural, falta de tempo, quantidade
excessiva de horas aulas para o trabalho docente, muitos alunos na sala de aula, o
que dificulta sobremaneira o manuseio de determinados produtos.
Esta unidade didática tem a intencionalidade que é a de dar vida e
movimento ao laboratório, que poderá ser dentro da sala de aula, ou no pátio
escolar, ou em qualquer outro espaço, desmistificando-o e transformando-o em um
espaço de descobertas, com aulas experimentais sejam elas de manipulação de
materiais ou demonstrativas, desde que venham promover a aprendizagem e
possibilitar a interação com fenômenos científicos, pois segundo as Diretrizes
Curriculares de Ciências do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008, P.76), explicitam
que “atividades experimentais não têm com único espaço possível o laboratório
escolar, visto que podem ser realizadas em outros espaços pedagógicos, como a
sala de aula, e utilizar materiais alternativos aos convencionais”.
Os conteúdos que abrangem este tema, atividades experimentais em
Ciências, são quase a totalidade daqueles selecionados para o desenvolvimento dos
trabalhos no período letivo pelos educadores. Portanto, devemos sistematizá-los
para serem trabalhados bimestralmente, onde ao organizarmos o planejamento
anual deveremos estar atentos para os mesmos sejam reorganizados sempre que
necessário, seja mensalmente ou bimestralmente procurando atender as
necessidades dos educandos, e que esta organização de conteúdos seja relevantes
a realidade dos educandos, sendo um processo contínuo e permanente, para a
promoção da aprendizagem e possibilitando assim a interação com fenômenos
biológicos e científicos.
Neste sentido Piaget, (apud GASPAR, 2005, p.14) sugere que “a atividade
experimental adequadamente desenvolvida é a prática mais relevante”,o que nos
leva a entender que as atividades experimentais são didáticas pedagógicas eficazes
para que aconteça, tanto a interação social como aquisição do conhecimento, e que
nos estimula a torná-las uma realidade no interior do contexto escolar, pois
acreditamos que a sua concretização poderá melhorar não só o desempenho dos
alunos, mas a efetivação da aprendizagem.
Pela nossa longa experiência na docência, percebemos por diversas vezes
que, quando um determinado conteúdo é desenvolvido somente teoricamente, o
educando tem grande dificuldade em apresentar respostas aos questionamentos,
recorrendo quase sempre ao livro didático para copiar uma resposta já pronta sem,
no entanto sistematizar a sua própria resposta a partir do seu entendimento
relacionado ao conteúdo em estudo, mas, quando o mesmo conteúdo é trabalhado
com atividade experimental, ele interage melhor e mais, mesmo que não tenha
certeza da resposta correta, e desta forma, a turma se sente estimulada a participar,
criando conflitos cognitivos que induzem a transformação do conhecimento empírico
em conhecimento científico.
Entendemos que, para que a participação do educando seja efetivada o
educador deverá assumir o papel de mediador dos experimentos respeitando
sempre a diversidade de seus educandos e o tempo de aprendizagem de cada um;
empenhando-se ao máximo no alcance dos objetivos propostos, que nada mais é
que a compreensão e o aprendizado efetivo do conteúdo em estudo.
Em Gaspar (2005, p.9), encontramos que “do ponto de vista Vigostskiano,
comparar uma atividade experimental com uma atividade teórica, quando o conteúdo
permite, implica comparar a qualidade das interações sociais desencadeadas por
ambas”, o que nos leva a entender que as atividades experimentais são meios
didáticos pedagógicos eficazes para que aconteça, tanto a interação social como a
aquisição do conhecimento, e que nos estimula a torná-las uma realidade no interior
do contexto escolar, pois acreditamos que a sua concretização poderá melhorar não
só o desempenho dos alunos mas a efetivação da aprendizagem.
2.1 OBJETIVOS
2.1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral desta unidade didática é a de possibilitar a interação com
fenômenos biológicos e científicos, assim sendo atuar na construção das estruturas
cognitivas e na mudança conceitual por parte dos educandos a partir da realização
de atividades experimentais com a utilização de materiais alternativos.
2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A atividade experimental deverá:
a) Propiciar aos educandos discussões reflexivas sobre a atividade
experimental em pauta.
b) Levar os educandos a compreender a importância da preservação em
relação às questões ambientais através do uso e manipulação consciente dos
materiais de laboratório.
c) Levar o educador a criar situações alternativas, escolhendo materiais
alternativos em substituição aos tradicionalmente utilizados nas atividades.
d) A partir da participação na atividade experimental os educandos elaborem
novos conceitos referentes aos conteúdos estudados.
3 ORIENTAÇÕES , DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO
3.1. CONSTRUINDO A UNIDADE DIDÁTICA
ATIVIDADE 01: Classificação dos seres vivos
Ao tratarmos o conteúdo Biodiversidade-Classificação dos seres vivos, o
mesmo poderá ser introduzido aos educandos através da confecção de um álbum de
figurinhas, onde deverão realizar a classificação a partir do conhecimento por eles
trazida de sua vivência cotidiana.
Os educandos deverão ser instruídos pelo educador a realizar uma coleta
em revistas, jornais, etc., de figuras de diferentes espécies de animais.
Iniciar a atividade realizando uma classificação, confeccionando eles
próprios um álbum de figurinhas.
Alguns exemplos de figuras que poderão ser utilizadas:
(TELLES, 2002, p. 72)
(TELLES, 2002, p. 72)
3.1.1. DESENVOLVENDO A ATIVIDADE
a) Material necessário:
Tesoura, lápis de cor, cola própria para papéis e recortes das figurinhas.
b) Número mínimo de participantes:
Indeterminado.
c) Duração:
40 minutos.
d) Local:
Sala de aula, pátio escolar, etc.
e) Procedimento:
Recortar todas as figuras, montar os pares conforme o conhecimento dos
educandos.
Durante a confecção do álbum, o educador deverá fazer comentários e
questionamentos aos educandos, direcionando-os para o tema que deseja abordar.
Como exemplo de abordagem que poderá ser utilizada pelo educador,
citamos a seguir um pequeno esquema das características como desenvolvimento
embrionário, reprodução e revestimento do corpo, que poderão ser utilizadas pelos
educandos, para identificação e classificação das espécies em estudo.
(TELLES, 2002, p.73)
f) Avaliação:
A partir desta atividade o educador deverá observar qual o nível de
conhecimento de seus educandos, e como irá desenvolver o conteúdo.
Ao final do desenvolvimento do conteúdo, após a aplicação da atividade
prática e do desenvolvimento teórico, o educador deverá repetir a atividade,
para que possa analisar se houve transformação de conhecimento popular
para científico por parte dos educandos.
ATIVIDADE 02: Desenvolvimento embrionário da borboleta
Após estudo do conteúdo, Diversidade da vida animal: invertebrados, mais
precisamente o desenvolvimento dos insetos, sejam eles sociais ou não, sugere-se a
construção de um móbile para demonstração do desenvolvimento embrionário
desses insetos (as borboletas), explicando seu ciclo de vida e enfocando seu papel
na natureza, para que os alunos percebam a importância de não capturá-las e de
não matar as lagartas, valorizando assim a proteção das diferentes formas de vida e
também a observação como importantes meio para se obter maiores informações
referentes aos seres objetos de estudo.
Seguindo o esquema abaixo vamos desenvolver a atividade:
(TELLES, 2002, p. 101)
(TELLES, 2002, p. 101)
3.1.2. DESENVOLVENDO A ATIVIDADE
a) Material necessário:
01 cabide, cartolinas de diversas cores, moldes, tesoura, linha de pescar,
cola, fita para laço.
b) Número de participantes:
Indeterminado.
c) duração:
60 minutos.
d) Local:
Sala de aula, pátio escolar, laboratório ou outros.
e) Procedimento:
“Quem sou eu? Eu danço no ar. Eu sou uma bela borboleta. Como todos os
insetos, eu tenho que passar por três estágios de desenvolvimento. O
primeiro estágio é o do ovo, colocado sobre uma planta, numa folha. O ovo se
desenvolve e surge o segundo estágio; é o denominado de larva, onde eu
tenho o nome de lagarta, gasto a maioria de meu tempo comendo, pois eu
preciso crescer. Então eu me transformo numa crisálida: é meu terceiro
estágio e dentro do meu casulo preso a uma árvore vou me desenvolvendo
até chegar a ser uma borboleta.”
Usando um cabide faça um móbile, representando todos os estágios de
desenvolvimento de uma borboleta ou simplesmente um móbile de
borboletas. Desenhe o ovo, a larva, a crisálida e a borboleta e prenda no
cabide com linha de pescar.
f) Avaliação:
Após realização da atividade onde se demonstrou as fases do
desenvolvimento embrionário das borboletas, deve-se questionar e instigar os
educandos a apresentarem através de seus móbiles já confeccionados a
explicação e entendimento do ciclo de vida das borboletas e a importância de
seu papel na natureza.
3.1.4 Conteúdos de estudo
Biodiversidade: Classificação dos seres vivos, com conceitos de
biodiversidade, noções sobre a importância da biodiversidade para a vida no
planeta e para o bem-estar da humanidade e ainda extinção e ameaça de
extinção de uma espécie.
Diversidade da vida animal: Invertebrados, trabalhando com distinção entre
exoesqueleto e endoesqueleto, presença de coluna vertebral como fator de
distinção entre vertebrados e invertebrados e noções sobre os principais tipos
de vertebrados e invertebrados.
REFERÊNCIAS CANTO, L. E. Ciências naturais: aprendendo com o cotidiano. 3. Ed. São
Paulo: Moderna, 2009.
GASPAR, A. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São
Paulo: Ática, 2005.
MICHAELIS. Minidicionário escolar de língua portuguesa. São Paulo:
Companhia Melhoramentos, 2000.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de
Educação. Departamento de educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ciências. Curitiba, 2008.
TELLES, Q. M. et al. Vivências integradas com o meio ambiente. São
Paulo: Sá editora, 2002. p.71-73, 100-101.