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Cultivo do mamoeiro 89 Produção certificada David dos Santos Martinsí José Roberto Macedo Fontes? Maurício José Fornazier? Joston Simão de Assis 4 Resumo - A globalização da economia permitiu acesso a produtos provenientes das mais diversas regiões do mundo. Preços competitivos, segurança alimentar e questões socioambientais envolvidas no processo produtivo passaram a ter papel fundamental nas relações comerciais, com consumidores cada vez mais conscientes e exigentes de seus direitos por produtos saudáveis. Diante das novas tendências do consumidor mun- dial, o cenário mercadológico internacional de frutas frescas tem sinalizado mudanças nos sistemas de produção e exigido adoção de critérios de qualidade e tecnologias que apresentem reduzido impacto ambiental, tanto em relação à saúde humana quanto ao respeito às questões sociais do trabalho. Assim, as grandes redes e os supermercados distribuidores de frutas passaram a pressionar fornecedores e exportadores para adoção de sistemas de certificação. As premissas técnicas da certificação estão amparadas em normas e padrões de produção reconhecidos internacionalmente. Abrangem todas as fases de produção, do campo ao mercado final, assegurando os processos de controle e rastreabilidade de toda a cadeia produtiva e a fidelização do consumidor pelas garantias de qualidade e procedência do produto. A certificação da produção tem-se consolidado cada vez mais como instrumento de acesso a mercados. Apenas uma pequena parcela de produtores de mamão certifica a produção no Brasil e esta visa grandes redes varejistas brasileiras ou o mercado externo. São apresentadas as principais certificações no Brasil relacionadas com a agricultura. Palavras-chave: Mamão. Carica papaya. Segurança alimentar. Certificação de produto. Sustentabilidade. Rastreamento. INTRODUÇÃO o Brasil foi o segundo maior produ- tor mundial de mamão, no ano de 2010. Segundo estatísticas da FAO (2012), foram colhidas 1,87 milhão de toneladas de mamão em 34,36 mil hectares, supe- rado apenas pela Índia (4,20 milhões de toneladas em 106 mil hectares). A cultura distribui-se por diversas regiões brasileiras. Os polos de produção mais importantes encontram-se nos estados da Bahia e do Espírito Santo, responsáveis por cerca de 80% dessa produção. A seguir, vêm os es- tados do Ceará e do Rio Grande do Norte (IBGE,20ll). O nível tecnológico utilizado na pro- dução brasileira de mamão é considerado alto. Permite a obtenção das maiores produtividades entre os países produtores e frutos de elevado padrão de qualidade. O Brasil ocupa posição de destaque entre os três maiores exportadores mundiais da fruta. Entretanto, menos de 2% do mamão brasileiro é exportado por ser o mercado internacional altamente competitivo e cada vez mais exigente em produtos de quali- dade e restritivo em relação aos problemas fitossanitários. A globalização da economia permitiu acesso a produtos provenientes das mais diversas regiões do mundo. Preços com- petitivos e segurança alimentar, conside- rados os principais requisitos nas relações comerciais internacionais, passaram a ter papel fundamental no mercado consumidor cada vez mais consciente de seus direitos 'Enge Agrs,D.S.,Pesq. INCAPER,CEP29052-010Vitória-ES.Correioeletrônico:[email protected] 2EngºAgr»,D.S., Consultor-SócioGERMINARConsultoria e AssessoriaAgrícola Ltda., CEP 29901-490 Linhares-ES.Correio eletrônico: [email protected] 3EngºAgrº,DoutorandoEntomologia,Pesq.INCAPER,CEP29052-010Vitória-ES.Correioeletrônico:[email protected] "Engs Agrº, Pós-Doe, EMBRAPASemiárido,Caixa Postal23, CEP 56302-970Petrolina-PE.Correio eletrônico:[email protected] Informe Agropecuário, Belo Horizonle, v.34, n.275, p.89-95, jul./ago. 2013

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Cultivo do mamoeiro 89

Produção certificadaDavid dos Santos Martinsí

José Roberto Macedo Fontes?Maurício José Fornazier?Joston Simão de Assis4

Resumo - A globalização da economia permitiu acesso a produtos provenientes dasmais diversas regiões do mundo. Preços competitivos, segurança alimentar e questõessocioambientais envolvidas no processo produtivo passaram a ter papel fundamentalnas relações comerciais, com consumidores cada vez mais conscientes e exigentes deseus direitos por produtos saudáveis. Diante das novas tendências do consumidor mun-dial, o cenário mercadológico internacional de frutas frescas tem sinalizado mudançasnos sistemas de produção e exigido adoção de critérios de qualidade e tecnologias queapresentem reduzido impacto ambiental, tanto em relação à saúde humana quanto aorespeito às questões sociais do trabalho. Assim, as grandes redes e os supermercadosdistribuidores de frutas passaram a pressionar fornecedores e exportadores para adoçãode sistemas de certificação. As premissas técnicas da certificação estão amparadas emnormas e padrões de produção reconhecidos internacionalmente. Abrangem todas asfases de produção, do campo ao mercado final, assegurando os processos de controle erastreabilidade de toda a cadeia produtiva e a fidelização do consumidor pelas garantiasde qualidade e procedência do produto. A certificação da produção tem-se consolidadocada vez mais como instrumento de acesso a mercados. Apenas uma pequena parcela deprodutores de mamão certifica a produção no Brasil e esta visa grandes redes varejistasbrasileiras ou o mercado externo. São apresentadas as principais certificações no Brasilrelacionadas com a agricultura.

Palavras-chave: Mamão. Carica papaya. Segurança alimentar. Certificação de produto.Sustentabilidade. Rastreamento.

INTRODUÇÃO

o Brasil foi o segundo maior produ-tor mundial de mamão, no ano de 2010.Segundo estatísticas da FAO (2012),foram colhidas 1,87 milhão de toneladasde mamão em 34,36 mil hectares, supe-rado apenas pela Índia (4,20 milhões detoneladas em 106 mil hectares). A culturadistribui-se por diversas regiões brasileiras.Os polos de produção mais importantesencontram-se nos estados da Bahia e doEspírito Santo, responsáveis por cerca de

80% dessa produção. A seguir, vêm os es-tados do Ceará e do Rio Grande do Norte(IBGE,20ll).

O nível tecnológico utilizado na pro-dução brasileira de mamão é consideradoalto. Permite a obtenção das maioresprodutividades entre os países produtorese frutos de elevado padrão de qualidade.O Brasil ocupa posição de destaque entreos três maiores exportadores mundiais dafruta. Entretanto, menos de 2% do mamãobrasileiro é exportado por ser o mercado

internacional altamente competitivo e cadavez mais exigente em produtos de quali-dade e restritivo em relação aos problemasfitossanitários.

A globalização da economia permitiuacesso a produtos provenientes das maisdiversas regiões do mundo. Preços com-petitivos e segurança alimentar, conside-rados os principais requisitos nas relaçõescomerciais internacionais, passaram a terpapel fundamental no mercado consumidorcada vez mais consciente de seus direitos

'Enge Agrs,D.S.,Pesq. INCAPER,CEP29052-010Vitória-ES.Correioeletrônico:[email protected]

2EngºAgr»,D.S., Consultor-SócioGERMINARConsultoria e AssessoriaAgrícola Ltda., CEP 29901-490 Linhares-ES.Correio eletrônico:[email protected]

3EngºAgrº,DoutorandoEntomologia,Pesq.INCAPER,CEP29052-010Vitória-ES.Correioeletrônico:[email protected]

"Engs Agrº, Pós-Doe, EMBRAPASemiárido,Caixa Postal23, CEP56302-970Petrolina-PE.Correioeletrônico:[email protected]

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e exigente por produtos saudáveis. Essasexigências por alimentos seguros focam,principalmente, riscos de contaminaçãopor resíduos de agrotóxicos e microrga-nismos.

Outra importante tendência do consu-midor mundial está relacionada com asquestões socioambientais. Empresas im-portadoras, que utilizam o apelo ambientalcomo estratégia de marketing, passaram aexigir de seus fornecedores a adoção derequisitos de sustentabilidade socioarn-bientais nos sistemas de produção. Essasexigências estão mais fortemente ligadasà utilização de tecnologias que apresentemreduzido impacto ambiental, tanto em re-lação à saúde humana quanto ao respeitoàs questões sociais do trabalho.

Diante dessas novas tendências, ocenário mercadológico internacional defrutas frescas tem sinalizado mudanças nossistemas de produção e exigido adoção decritérios de qualidade. O cumprimento denormas internacionais relacionadas coma segurança alimentar, o meio ambiente eo homem fazem parte da nova realidademundial. Para que pudessem ser assegu-rados os processos de controle e rastre-abilidade de toda a cadeia produtiva, asgrandes redes distribuidoras de frutas e ossupermercados, principalmente os euro-peus, passaram a pressionar exportadorespara adoção de sistema de certificação.Isso para normatizar os padrões exigidose garantir a qualidade dos produtos.

No Brasil, existe uma parcela relativa-mente pequena de produtores de mamãoque certifica a produção. A maioria da-queles que certificam o faz para atenderao mercado externo ou às grandes redesvarejistas brasileiras. Exemplos são a redePão de Açúcar com o programa "Qualidadedesde a Origem" e o Grupo Carrefour -"Garantia de Origem". Produtores queainda não certificam a produção têm cons-ciência de que o aumento da competitivi-dade de seu produto no mercado interno,e principalmente no externo, necessita deprodução diferenciada. Isso para evitarque o produto fique em segundo plano decomercialização no futuro.

O processo de certificação consolida-secada vez mais como instrumento de acessoa mercados. Nesse sentido, a certificaçãomais adequada para cada empresa, consi-derando seu negócio e contexto de atuação,será aquela reconhecida pelos clientes atu-ais e potenciais de seus produtos e serviços.Entende-se que certificação pode agregarvalor às marcas comerciais e promoverconcorrência justa entre fornecedores emmesma base de exigências mercado lógicas(DE MUNER et aI., 2007).

PROTOCOLOS DECERTIFICAÇÃO

A demanda internacional, associada aosprocessos de globalização da economia,aumentou as exigências para as expor-tações. Grande número de protocolos denormas e selos de certificação tem sidocriado nas últimas décadas. Em sua maio-ria, essas exigências vêm de OrganizaçõesNão Governamentais (Ongs), institutose grandes redes de distribuição, visandoatender aos mercados ou aos nichos especí-ficos de mercado. Fundamentalmente, ali-mento seguro, questões relacionadas como meio ambiente, a saúde do trabalhadore a responsabilidade social das empresasenvolvidas na produção dos alimentossão solicitadas em menor ou maior grau,dependendo do foco mercadológico.

Certificação é processo de terceiraparte, de verificação de conformidade daprodução com normas e padrões técnicospreestabelecidos, privados ou públicos depaíses importadores e conhecidos comocódigos de conduta (NEVES, 2005;CUÉLLAR PADILHA; SEVILLA GUZ-MÁN, 2005). Suas premissas técnicasestão amparadas em normas e padrões deprodução reconhecidos internacionalmen-te. Abrangem todas as fases de produção,do campo ao mercado final; permitemrastreabilidade da cadeia produtiva e fi-delização do consumidor pelas garantiasde qualidade e procedência do produto(LIMA; MOURA; SILVA, 2011).

Códigos de conduta são originadosde acordos voluntários entre os atores da

cadeia produtiva e visam estabelecer pro-cessos produtivos e de rastreabilidade dacadeia produtiva. A tradução desses códigosem selo identificável e aceito pelo consu-midor consolida a certificação (CUÉLLARPADILHA; SEVILLA GUZMÁN, 2005;DE MUNER et aI., 2007). Rastreabilidadepode ser definida como a capacidade deidentificar o histórico da produção, pormeio do registro dos processos, desde suaorigem (DE MUNER et al., 2007).

As certificações aplicáveis às frutasno Brasil podem ser classificadas em trêsgrandes grupos: orgânicas, de Boas Prá-ticas Agrícolas (BPA) e socioambientais(JULIÃO; VIANA, 2011). A certificaçãode origem, quarto tipo de certificação,também pode ser aplicada a produtos deorigens vegetal e animal. Diferencia oproduto tanto para o produtor quanto parao consumidor e comprova a qualidade e aorigem desses produtos (VIETTI; GIASSI,2005). A opção por determinado tipo decertificação deve ser feita de acordo coma solicitação do mercado de destino e exi-gências do importador/comprador.

Certificações orgânicas

A produção orgânica no Brasil é regu-lamentada pelo Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA) edefinida como produto cultivado sem usode agrotóxicos, adubos químicos e outrassubstâncias sintéticas. Esse sistema visa,principalmente, ofertar produtos saudáveis,isentos de contaminantes intencionais epreservar a diversidade biológica dos ecos-sistemas naturais ou modificados, nos quaisse insira o sistema de produção. Deve tam-bém seguir as normas do mercado interna-cional, onde será comercializado, mesmoque esteja de acordo com a regulamentaçãobrasi leira (BRASIL, 2011). Entre os paísesque possuem normas específicas para certi-ficação orgânica encontram-se a Austrália,o Brasil, o Canadá, os Estados Unidos, oJapão e a União Europeia (Quadro 1).

A certificação orgânica tem sido maisutilizada na produção de hortaliças. Paramamão, exemplos podem ser encontradosna região Norte do estado do Espírito

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Cultivo do mamoeiro 91

Selo

QUADRO 1 - Principais certificações de produtos orgânicos

Informações sobre a certificaçâo

ORGANICO-, BRASIL

~

~

Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003 - regulamenta a produ-ção de orgânicos no Brasil. Diferentes certificadoras aplicam asnormas brasileiras para praticamente todos os produtos agrícolas.O registro do produtor orgânico é obrigatório junto ao Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastacimento (MAPA), pelo SistemaBrasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg).

Canada Organic Regime (COR) - elaborado pelo governo do Cana-dá. A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos - CanadianFood Inspection Agency (CFIA) é responsável pelo acompanha-mento e aplicação dos regulamentos. Organismos de certificaçãoespalhados pelo mundo são responsáveis por verificar aplicaçãodos padrões canadenses.

Council Regulation N" 834/07 (CR 834/07) - regulamenta produtosorgânicos na União Europeia (UE). O logotipo é obrigatório paratodos os alimentos orgânicos pré-embalados produzidos na UE,para atestar que o produto é orgânico. Para produtos não embala-dos seu uso é voluntário.

Japanese Agricultural Standard (JAS) - norma de produtos or-gânicos foi aprovada pela Comissão do Codex Alimentarius eestabelecida no Japão com base nas diretrizes para produção,processamento, rotulagem e marketing de produtos orgânicos.Organismos de certificação registrados no Japão ou outros paísespodem conceder o uso do logo tipo JAS orgânico para produtosproduzidos ou fabricados em conformidade com essas normas.

National Organic Products (NOP) - Programa Norte-Americano deOrgânicos faz parte do Departamento de Agricultura dos EstadosUnidos United States Department of Agriculture (USDA) - desen-volve, implementa e administra critérios para produção, manuseioe normas de rotulagem. Credencia empresas privadas, organiza-ções e órgãos estaduais para certificar produtores e manipuladoresde acordo com as normas NOP, inclusive em outros países.

FONTE: Julião e Viana (2011).

Santo, entretanto, são pequenas áreas deempresas exportadoras e poucas iniciativasde produtores organizados em associa-ções. Sua produção é destinada a nichosespecíficos.

ral. Permitem rastreabilidade do processoprodutivo na fazenda e processamentopós-colheita. Princípios do sistema Análisede Perigos e Pontos Críticos de Controle(APPCC), bem como critérios de higienepessoal e das instalações são rigorosamenteseguidos. Isso para evitar contaminaçõesquímicas, físicas e biológicas passíveisde ocorrer ao longo da cadeia produtivae permitir a comercialização de alimentosseguros para a saúde do consumidor. Per-mitem, além do controle das atividades,melhoria no balanço contábil e organiza-ção da propriedade agrícola por meio doregistro de todas as atividades.

A mais utilizada é o GlobalG.A.P.

Certificações das BoasPráticas Agrícolas

As certificações com foco nas BPA sãoas mais utilizadas (Quadro 2), principal-mente, quando a produção destina-se aomercado europeu. Sua finalidade é atestarprodutos cultivados segundo as BPA,com respeito aos limites de resíduos dosagroquímicos regulamentados, legislaçãoambiental e segurança do trabalhador ru-

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Sistema de gestão da qualidade, foi criadooriginalmente em 1997 por iniciativa de 22varejistas europeus com a denominaçãoEuro-Retailer Produce Working Group(EUREP) for Good Agriculture Practices(GAP) - EurepGAP, como referência àsBPA. Sua finalidade era assegurar alimen-tos seguros e sustentáveis para seus clientese inclui todas as atividades realizadas nafazenda. Existem mais de cem organis-mos independentes habilitados para essacertificação no mundo. O GlobalG.A.Ppossibilita a inserção de pequenos produ-tores por meio da certificação em grupo,diminuindo custos relativos às inspeções.Está-se tornando condição fundamentalpara acesso de produtos in natura no mer-cado internacional. É requisito mínimopara exportação de frutas para mercadoseuropeus (GLOBALGAP, 2012) e a maio-ria das empresas exportadoras de mamãopara países desse mercado é certificadaGlobaIG.A.P.

Outras grandes redes de distribuiçãocriaram regras próprias a ser seguidas porseus fornecedores. Exemplo, as certifi-cações Tesco Nurture, ex Tesco Nature'sChoice (TNC), para fornecedores da redede supermercados Tesco, Inglaterra (TES-CO, 2012ab); British Retail Consortium(BRC) para fornecedores ao consórcio dosvarejistas britânicos do Reino Unido (BRI-TISH RETAIL CONSORTIUM, 2012); eInternational Food Standard (IFC), paraalimentos processados comercializadosna Alemanha (INTERNATIONAL FEA-TURED STANDARD, 2012).

No Brasil, as redes de supermercadosPão de Açúcar e Carrefour estabeleceramselos de qualidade para seus fornecedo-res. Além de monitorarem e promoveremacompanhamento mais detalhado dasatividades de produção contribuem paramelhoria dos processos de cultivo comuso das BPA. Utilizam rígido controledo uso de agrotóxicos, em consonânciacom a legislação vigente. O controleefetivo no processamento final é focadonas condições físicas e visuais do produto(CARREFOUR, 2012; GRUPO PÃO DEAÇUCAR,2012).

A Produção Integrada Agropecuária (PI

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Selo

QUADRO 2 - Principais certificações agrupadas com foco nas Boas Práticas Agrícolas

Informações sobre a certificação

GLOBALG.A.P.

anasu,ceRTIFICaDO

MB ~ PI

\fBRC

Fruta sustentável- idealizada pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf)sob responsabilidade da Organização Internacional Agropecuária(OIA). Assegura qualidade da produção pelos parãmetros das BoasPráticas Agrícolas (BPA). A rastreabilidade é garantida nesse sistema.O selo pode ser adquirido por produtores de todas as frutas brasileiras.É bastante recente e está sendo realizado trabalho de divulgação.

GlobalG.A.P - estabelece normas voluntárias para certificação agrícola;conta com diversos organismos de certificação. Norma projetada paraminimizar impactos ambientais da produção de alimentos; reduz usode insumos químicos e garante abordagem responsável para saúde esegurança do trabalhador. Serve como manual prático de BPA em qual-quer lugar do mundo. Pode ser aplicado para infinidade de produtosagrícolas. Favorece a comercialização de frutas no mercado mundial.

Brasil Certificado - regulamentada pelo Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA). O Instituto Nacional de Metro-logia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) credencia certificadoras daProdução Integrada Agropecuária (PI Brasil). Foco nas BPA; possi-bilita diminuição dos custos de produção e aumenta credibilidadee confiabilidade do consumidor. Normas específicas de ProduçãoIntegrada para diversas frutas e organismos credenciados para Ava-liação da Conformidade estão disponíveis no site do Inmetro. Açõespara maior reconhecimento dessa certificação estão sendo realizadas,principalmente, no território brasileiro.

Tesco Nurture, ex-Tesco Nature's Choice (TNC) - criada pelo supermer-cado Britânico Tesco, possui certificadoras credenciadas para audito-ria no Brasil. Visa atender consumidores exigentes em hortifrutícolasfrescos e saborosos, cultivados de forma segura e com mínimo impactoambiental. Certificação usada por produtores de diversas partes domundo, fornecedores da rede Tesco. É norma específica para atenderà rede Tesco; não é válida em outros mercados.

BRC Global Standard For Food Safety - desenvolvida pelo BritishRetail Consortium (BRC). Duas certificadoras trabalham com esteselo no Brasil. A BRC traz reconhecimento aos fornecedores de ali-mentos, proporcionando confiança aos compradores/importadores.Empresas do setor frutícola obtêm o selo para exportação; facilitafornecimento, principalmente, para supermercados da Alemanha,França e Reino Unido.

Garantia de Origem - criado pelo Grupo Carrefour, é certificado porequipe técnica do próprio grupo. Assegura qualidade e segurança dosalimentos comprados nas lojas Carrefour; os produtores parceirosdo Programa seguem normas de BPA. Fazendas certificadas estãoespalhadas por todo o Brasil e fornecem diferentes produtos comobanana, laranja, limão, maçã, mamão, manga, melão, uva e hortaliçasembaladas. O selo visa comercialização dos produtos nas lojas doGrupo Carrefour.

Qualidade desde a Origem - criado pelo Grupo Pão de Açúcar. Progra-ma alinhado tecnicamente com o Programa de Análise de Resíduos deAgrotóxicos em Alimentos (PARA), da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa). Entre seus objetivos estão desenvolver a cadeiaprodutiva e transmitir maior confiabilidade na compra de frutas, le-gumes e verduras (FLV).A certificação pode ser obtida por produtoresde quaisquer FLY.O selo visa comercialização dos hortifrutícolas naslojas do Grupo Pão de Açúcar.

FONTE: Julião e Viana (2011).

Brasil) foi criada pelo MAPA e instituídacom o propósito de ser o protocolo oficialbrasileiro aceito pelos principais compra-dores internacionais. Possui a logomarca"Brasil Certificado" e tem como objetivosadequar a qualidade do produto brasileiroàs exigências dos mercados interno e ex-terno, torná-Io mais competitivo e ampliarsua participação no mercado internacional.Permite produção de alimentos e outrosprodutos seguros e de alta qualidade.Aplica recursos naturais e regulação demecanismos para substituição de insumospoluentes. Garante a sustentabilidade eviabiliza a rastreabilidade da produçãoagropecuária. Contempla, ainda, aspec-tos relacionados com a responsabilidadesocial, orientados para a segurança do tra-balhador. As Normas Técnicas Específicasda Produção Integrada de Mamão (NTEPIMamão) foram estabelecidas no Brasil, em2003, e revisadas em 2009 (MARTINS;YAMANISHI; TATAGIBA, 2003; BRA-SIL,2009).

As normas da PI Brasil contemplam,praticamente, todos os quesitos exigidospor outros processos de certificação. Entre-tanto, sua utilização tem sido pouco repre-sentativa; ainda não foram adotadas pelasgrandes redes brasileiras de distribuição dealimentos e por compradores dos mercadosinternacionais. Essa situação propiciouque significativo número de propriedadescertificadas PI Brasil suspendesse essacertificação, inclusive aquelas de mamão.Embora essas produtoras de mamão nãoapresentem certificação PI Brasil, boa partedelas é conduzida em conformidade com asNTEPI Mamão (MARTINS; VENTURA;TATAGIBA, 2008/2009). Para melhorarsua aceitação deveria ser buscada a equi-valência de seu protocolo a outros comoGlobaIG.A.P, além de forte campanha dedivulgação e marketing.

CertificaCjõessocioambientais

Certificação socioambiental, apesar deexistir há tempo, ainda é pouco aplicadano território brasileiro. Nos últimos anos

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a procura tem crescido e a expectativa éque cresça ainda mais nos próximos anos,principalmente, pela conscientização mun-dial quanto às questões socioambientais.São consideradas como nova geração decertificações de alimentos aquelas quetêm como objetivo a produção sustentávelque combine práticas preocupadas com oambiente e a sociedade, além dos aspec-tos econômicos. Teve seu início com oComércio Justo ou Solidário (fair trade),por meio da comercialização de produtosem sistemas mais justos de remuneração,os quais permitem o desenvolvimento dascomunidades locais.

Trata-se de movimento social e moda-lidade de comércio internacional que esta-belece preços justos e menor disparidadesocial nas cadeias produtivas. Propiciamelhores padrões sociais aos pequenosprodutores de países em desenvolvimento.Contribui para o desenvolvimento susten-tável por meio de melhores condições detroca e garantia de direitos para produtorese trabalhadores marginalizados. Reúne cer-ca de 300 organizações em 60 países. Suamissão é promover equidade social, prote-ção do ambiente e segurança econômica,por meio do comércio e da promoção decampanhas de conscientização (FAIRTRA-DE LABELLING ORGANIZATIONSINTERNATIONAL,2011).

O comércio justo é mantido e fortaleci-do por parcela de consumidores dispostosa buscar alternativas para a desigualda-de e injustiça. Recompensa empresascom objetivos sociais, preocupaçõesambientais e capacidade de melhorar ascondições dos trabalhadores dos paísesmenos desenvolvidos (TORRES; PÉ-REZ; NAVARRO RICO; LARRINAGAARECHAGA, 2000). Suas exigênciasgarantem benefícios, principalmente, aospequenos produtores organizados em coo-perativas e fornece parâmetros de mediçãoda evolução temporal da sustentabilidade.Não trabalha com produtores individuais;os custos são considerados relativamentebaixos, especialmente por ser divididospelo grupo de cooperados. O fair trade as-

socia questões socioambientais com BPA.Pertencem também a esse grupo as cer-

tificações RainforestAlliance, que exigemo bem-estar do trabalhador e comunidadeslocais, conservação da biodiversidade,promove manutenção da cobertura flo-restal e restauração da vegetação nativa;

Bird Friendly (Amigo das Aves) queexige produção orgânica e cercada porcobertura florestal visando hábitat propíciopara aves; Ecocert; Fair for Life; Integrae EcoSocial - estes dois últimos são daresponsabilidade do Instituto Biodinâmico(IBD) (Quadro 3).

QUADRO 3 - Principais certificações socioambientais no Brasil

Selo Informações sobre a certificaçãoFairtrade Labelling Organizations International (FLO) - organização semfins lucrativos responsável pela norma. FLO-CERT realiza as atividades decertificação. Menor desequilíbrio de poder nas relações comerciais. Atuana África, América Latina, Ásia, Caribe e Oceania. Utilizado principal-

FAIRTRADE mente por cooperativas de frutas com inserção no mercado internacional.O selo é reconhecido nos EUA e Europa, sendo o Reino Unido o maiormercado para frutas com essa certificação.

Rainforest Alliance Certified - imaflora audita as propriedades da Rede deAgricultura Sustentável (RAS) no Brasil. A RAS é coalizão de organizaçõesconservacionistas independentes que promovem sustentabilidade sociale ambiental. Reconhece e promove a agricultura responsável; estimulaconservação da biodiversidade e desenvolvimento humano sustentávelpor meio de critérios sociais, ambientais, agronômicos e de gestão daspropriedades. Há propriedades certificadas RAS produtoras de uva noVale do São Francisco e suco de laranja no estado de São Paulo. Em menorescala há produtores certificados de abacate, açaí, cupuaçu e lichia. Osprincipais mercados, em ordem de volume comercializado, que reco-nhecem a certificação RAS são Europa, EUA, Canadá, Japão e Austrália.Banana é a principal fruta comercializada com esse selo no mundo.

Instituto Biodinâmico (IBD) Certificações - é responsável pelos selosEcoSocial e Programa Integra IBD. Tem base nos preceitos do ComércioJusto e nas legislações trabalhista, saúde, segurança ocupacional e meioambiente; o EcoSocial é específico para orgânicos. Aplicam-se a empresas,grupos de pequenos produtores e comercializadoras (traders) dos maisdiversos ramos. No Brasil, existem empreendimentos certificados. Focona Europa e nos Estados Unidos. Neste último, a demanda tem crescido.No mercado brasileiro há crescente interesse do setor varejista.

Ecocert disponibiliza os selos Ecocert Fair Trade (EFT) , de ComércioJusto e o Socioambiental no Brasil - objetivos com base na filosofia docomércio justo; fomentam parceria de longo prazo entre produtores ecompradores, garantem desenvolvimento de cadeias produtivas susten-táveis e promovem transparência das informações. O selo EFT é voltadopara pequenos produtores; o Socioambiental pode ser concedido tambéma produtores de média e de grande escala. Sua adoção ainda é restrita nafruticultura. O EFT é reconhecido principalmente na Europa; há muitosprodutos exportados para Austrália, EUA e Japão. O selo Socioambientalé voltado para o mercado interno brasileiro.

Fair for Life - esse sistema de certificação é realizado pela certificadorafair for tife suíça Instituto de Mercado Ecológico - Institute for Marketecology (IMO).

~;.'~',:;::" Responsabilidade social na produção agrícola e Comércio Justo, comple-mentado por quesitos ambientais. O programa abrange diversas frutasna Argentina e Chile. No Brasil, a certificação para frutas está no início,com exceção do cacau. Produtos certificados pelo Fair for Life encontrammercado principalmente na Europa.

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Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.34, n.275, p.89-95, jul./ago. 2013

FONTE: [ulião e Viana (2011).

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Certificações de Origem

As certificações de origem são modali-dades de propriedade intelectual. Por estarazão devem ser avaliadas e concedidaspelo Instituto Nacional de PropriedadeIndustrial (lnpi) a produtos que apresentemqualidade única em função das condiçõesnaturais do meio em que foram produzidos(LIMA et aI., 2009).

As certificações de origem no Brasilsão definidas no texto da Lei de Proprie-dade Industrial nº 9.279 de 14 de maio de1996 (BRASIL, 1996), como Indicaçãode Procedência (IP) ou Denominaçãode Origem (DO). Constitui Indicação de

Procedência o nome geográfico de país,cidade, região ou localidade de seu terri-tório que se tenha tomado conhecido comocentro de extração, produção ou fabricaçãode determinado produto ou prestação dedeterminado serviço (art. 177). Considera-se DO o nome geográfico de país, cidade,região ou localidade de seu território, quedesigne produto ou serviço, cujas qualida-des ou características devem-se exclusivaou essencialmente ao meio geográfico,incluídos fatores naturais e humanos.

No Brasil, existem registrados algunsselos de Indicação Geográfica e de De-nominação de Origem (BRASIL, 2012)(Quadro 4).

Selo

QUADRO4 - Principais certificações de origem no Brasil

Informações sobre a certificação

~ .~PAMPA~ GAúC O

~llI~~II~~I_.PII<IIi ••

~

I~e-utoret Nortt I-=-GaúchoDENOMINAÇÃO DE ORIGEM

Valedos Vinhedos. Espécie: Indicação de Procedência. Requerente:Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos(Aprovale). Produto: vinhos tinto e branco e espumantes. Publi-cação da Concessão: RPI nO1663, de 19 de novembro de 2002.

Região Cerrado Mineiro. Indicação de Procedência. Requerente:Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer).Produto: café. Publicação da Concessão: RPI nº 1797, de 14 demaio de 2005.

Pampa Gaúcho da Campanha Meridional. Espécie: Indicação deProcedência. Requerente: Associação dos Produtores de Carne doPampa Gaúcho da Campanha Meridional. Produto: carne bovinae seus derivados. Publicação da Concessão: RPI ns 1875 de 12 dedezembro de 2006.

Paraty. Espécie: Indicação de Procedência. Requerente: Associaçãodos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty. Produto:aguardentes, tipo cachaça e aguardente composta azulada. Publi-cação da Concessão: RPI nO1905, de 10 de julho de 2007.

Vale do Sinos. Espécie: Indicação de Procedência. Requerente:Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul.Produto: couro acabado. Publicação da Concessão: RPI nO2002,

de 19 de maio de 2009.

Valedo Submédio São Francisco. Espécie: Indicação de Procedên-cia. Requerente: Conselho da União das Associações e Cooperativasdos Produtores de Uvas de Mesa e Mangas do Valedo Submédio SãoFrancisco [Univale], Produto: uvas de mesa e manga. Publicaçãoda Concessão: RPI nO2009, de 7 de julho de 2009.

Litoral Norte Gaúcho. Espécie: Denominação de Origem. Reque-rente: Associação de Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho.Produto: arroz. Publicação da Concessão: RPI nº 2068, de 24 deagosto de 2010.

FONTE: Brasil (2012).

PROTOCOLO DE MANEJODE RISCOS DAS PRAGAS NOÂMBITO DO PROGRAMA DEEXPORTAÇÃO DE MAMÃOPARA OS ESTADOS UNIDOS

Os critérios para manejo de riscos daspragas no âmbito do Programa de Expor-tação de Mamão para os Estados Unidosestão estabelecidos na Instrução Normativanº 5, de 22 de janeiro de 2008 (BRASIL,2008).

Protocolo específico para exportaçãode mamão brasileiro para os EUA define oconjunto de regras que integra práticas depré e pós-colheita utilizadas na produção,colheita, empacotamento e transporte domamão. Proporciona garantia de produtolivre das espécies de moscas-das-frutasCeratitis capitata (Wied.) e Anastrephafraterculus (Wied.), pragas quarentenáriasnesse país.

Esse sistema foi implantado no Polo deProdução de Mamão do estado do EspíritoSanto, e as exportações de mamão para omercado americano foram retomadas apartir de setembro de 1998 (MARTINS;MALAVASI, 2003). No Brasil, apenasos mamões produzidos e processados noextremo sul do estado da Bahia, no estadodo Espírito Santo e faixa litorânea do RioGrande do Norte têm autorização de im-portação pelo Departamento de Agriculturados Estados Unidos - United States De-partment of Agriculture (USDA).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A demanda tem aumentado por frutasque atendam padrões de qualidade e segu-rança alimentar, produzidas em sistemasque prezem a preservação do meio ambien-te e respeitem questões sociais do trabalho,para atender o consumidor cada vez maisexigente e consciente de seus direitos.Essa exigência é realidade para produtorese empresas que fornecem para grandesredes de distribuição de alimentos e su-permercados, principalmente, europeus.Essa tendência mostra-se irreversível porvir ao encontro dos interesses do mercadoconsumidor e tende a crescer nos próximos

Informe Agropecuário, Belo Horizonle, v.34, n.275, p.89·95, jul.lago. 2013

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Cultivo do mamoeiro 95

anos. O cenário futuro indica que produtosdiferenciados serão exigência dos grandesmercados de frutas, e aqueles que não seenquadrarem encontrarão sérias dificulda-des na comercialização. Serão vendidos emsegundo plano de preferência, quer pelovalor, na falta do produto certificado, querpelos mercados com menor remuneração.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Instrução Normativa nº 5,de 22 de janeiro de 2008. Aprova os critériose procedimentos para aplicação de medidasintegradas em um enfoque de sistema demanejo de risco das pragas Ceratitis capitatae Anastrepha fraterculus, no âmbito do Pro-grama de Exportação de Mamão (Caricapapaya) do Brasil para os Estados Unidos.Diário Oficial [da] República Federativado Brasil, Brasília, 25 jan. 2008. Seção 1.

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